Educação Interpares

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EDUCAÇÃO INTERPARES

EDUCAÇÃO INTERPARES

– Par é aquele que se situa ao mesmo nível dooutro; aquele que pertence ao mesmo gruposocial especialmente com base na idade, graude ensino, ou estatuto.

– Por isso, aqueles que pertencem ao mesmogrupo social ou estatuto social educam-seuns aos outros.

Dicionário Webster

EDUCAÇÃO INTERPARES

Na mais simples das definições, aeducação interpares é “comunicação

par a par” e, por essa razão, umfenómeno social.

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Por isso, e porque a influência do grupo depares e de outros agentes de socialização sesobrepõe frequentemente à dos pais eprofissionais, na adolescência continua a serfundamental o seu papel de sintetizadoresdas mensagens, muitas vezes contraditórias,que os adolescentes recebem.

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Na Educação interpares não existe, apenas, umasimples participação dos jovens, mas sim umaparticipação em que os jovens são agentes demudança, actuando com o estatuto de educadorese peritos, face aos seus pares.

O maior potencial da educação interpares assentana sua capacidade de adaptar as mensagens deprevenção às práticas locais, aos valores enecessidades.

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A educação interpares baseia-se, pois, naespecificidade das formas de comunicação einfluencia social existentes entre os pares ena sua utilização para troca de informação einfluência sobre os valores, atitudes ecomportamentos respeitantes a umadeterminada esfera de vivência pessoal ousocial.

EB3 Quinta das Palmeiras - Covilhã

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Desde os meados da década de 80, a EIT tem vindo aser utilizada como estratégia de promoção eeducação para a saúde, em contextos escolares enão escolares, nomeadamente:

Em actividades de educação sexualEm actividades de prevenção da SIDA, das

toxicodependências, da violência e dos acidentes.

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Tb na convenção sobre os direitos da criança(ONU 1989), aponta-se directamente para aparticipação dos jovens e crianças nasquestões que os afectam, sob a forma dedireitos, assim:

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O art. 12º Confere-lhes o direito de expressarem asua opinião sobre assuntos que lhe respeitem,devendo estas ser tomadas em consideração.

O art. 13º confere-lhes o direito à liberdade deexpressão que compreende a liberdade deprocurar, receber e expandir informações/ideias detoda a espécie.

O art.17º confere-lhes o direito de acesso a umainformação adequada.

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As actuais políticas de organizações como aOMS, ONU e EU reconhecem que nosencontramos perante o desafio de umprocesso de transferência do controle dapromoção e educação para a saúde para ascomunidades locais e seus cidadãos,incluindo os jovens.

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Os adultos terão de abdicar de algum docontrolo directo que ainda mantêm sobre osjovens e procurar envolvê-los emprogramas, na tomada de decisões políticase em programas de prevenção

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Este é o novo papel para os jovens e estes irãonecessitar da orientação dos adultos para poderemassumir e desenvolver esta nova responsabilidade.

Contudo, temos de ser cuidadosos de forma a evitaros perigos a que Hart chamou de “manipulação” e“toquenismo”, em que os jovens se tornam merosornamentos num processo político. O objectivo daparticipação não é simplesmente dar aos jovensuma voz, mas proporcionar capacidades paraassumirem responsabilidades sobre a sua saúde.

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É um processo de cooperação e parceria comos adultos, em que não se pretendesubstituir os profissionais no seu papel deapoio, suporte e supervisão, mas em que osjovens tendem a adquirir um protagonismoe uma autonomia crescentes, resultantes daaquisição de competências pessoais e daapropriação responsável dos projectos, numpercurso de parceria com os profissionais.

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A essência da formação em educaçãointerpares consiste em proporcionar aosjovens conhecimentos, compreensão,habilidades e motivação para desenvolveractividades de prevenção.

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“APRENDE-SE MELHORCOM OS SEUS PARESQUE COM OS PRÓPRIOS MESTRES”

Confúcio

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Neste sentido, os jovens devem assumir um papel activo.

Tal protagonismo deverá manifestar-se:1. Durante a planificação das actividades,2. Nos processos de pesquisa e recolha de informação,3. Na condução dos debates,4. Na própria avaliação de todo o percurso e dos seus

resultados.

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No entanto, a aprendizagem pelos pares temtambém consequências negativas:

A informação transmitida entre eles é muitas vezesimprecisa.

A pressão do grupo é por vezes grande. Nestas idades são frequentes as falsas crenças e

mitos que são passados de boca em boca e quepodem ter consequências desastrosas.

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Esses mitos enchem as mentes de “certezas”que são difíceis de pôr em causa, porque osoutros agentes educativos que não falamsobre o assunto e raras vezes lhes dãoespaço para que coloquem as suas dúvidassem medos.

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Existem vantagens e obstáculos noenvolvimento dos jovens, em algumas ouem todas, as fases de um programa.

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Vantagens da EIP:1. Envolver os jovens desde o inicio pode fazer

com que sintam que o projecto também é deles;2. Os jovens sabem o que é relevante para as suas

necessidades;3. Os jovens podem ajudar a identificar mensagens,

canais de comunicação e actividades popularesna sua sub-cultura;

4. Os jovens podem trazer novas ideias,acompanhadas de enorme energia para levar acabo as tarefas;

5. Os jovens podem publicitar o programa;

6. Os líderes dos pares podem dar credibilidade aoprograma e servir de elo de ligação com acomunidade;

7. Envolvendo os jovens como líderes doprograma, educadores ou conselheiros permitepor vezes obter melhores resultados do quetrazer profissionais que não pertencem ao gruposocial;

8. O treino e a experiência como educadores depares fortalece habilidades, auto-estima eliderança com os jovens envolvidos;

9. Envolver os jovens em actividades no presente éum investimento para o futuro, já que os jovenssão o futuro da humanidade.

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Desvantagens da EIP:1. Envolver os jovens nestes programas necessita

da experiência de profissionais. Muitos têmdúvidas da sua eficácia e, por isso, não sequerem envolver.

2. Envolver os jovens requer treino, horárioscompatíveis e custos adicionais;

3. O envolvimento dos jovens é descontínuo,tornando assim mais dispendioso este tipo deprogramas. Daí que seja necessário fazer uminvestimento contínuo.

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Processo de planeamento do projecto:1. Seleccionar os jovens educadores de pares2. Estruturar metas e desafiosa. Definir metas e objectivosb. Estabelecer o modelo de projecto a seguirc. Preparar a avaliação3. Iniciar o projectoa. Criar as parcerias para o projectob. Desenvolver um plano de acçãoc. Recrutar jovens educadores de paresd. Preparar a formaçãoe. Preparar o suporte

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Pretende-se que os jovens possam: Desempenhar o papel de educadores de pares; Ser fontes fidedignas de informação; Realizar acções de formação ou de promoção de

saúde na comunidade escolar; Identificar as prioridades e necessidades da sua

escola ou comunidade; Ajudar os profissionais (E,S e outros) na

promoção da saúde junto dos seus colegas.

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ConclusãoSegundo Menezes (1998), a participaçãodos jovens num projecto de educação, numaabordagem de educação interpares é, aomesmo tempo um DIREITO, um MÉTODOe um FIM.

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DIREITO consagrado pelaConvenção dos Direitos da Criançaque obriga os governos a garantirque crianças e jovens tenhamacesso à informação dos assuntosque lhe digam respeito e possamexpressar a sua opinião.

MÉTODO porque a participaçãodos jovens, enquanto educadoresdos seus pares, facilita acompreensão das mensagens.

FINALIDADE, pois é um processode capacitação dos próprios jovens,que conduz ao aumento decompetências de todos os queparticipam activamente noprocesso.

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FIM

Carlos Manuel Martins

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