7944 FEl/EREIRO - NQ 32 7 - Coleção Digital de Jornais e ...

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FEl/EREIRO - NQ 32 7

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TÈRÍA SAÚDE BASTANTEPARA OCUPAR ESTE LUGAR

Se a Pátria a chamasse?

Na hora decisiva, a vida de muitos poderá dependerdo esforço com que a Sra. puder contribuir para adefesa da Pátria. Como motorista de ambulância, porexemplo, a Sra. precisará ter uma saúde perfeita, àprova de esforços inauditos. Agora é a época propíciapara preparar-se. Se a Sra. se sente abatida e cansada,nervosa, fraca, com falta de apetite, note bem: essespodem ser os sintomas do empobrecimento ou desnu-triçâo do sangue. Recorra, sem demora, ao fortificàntecomprovadamente enérgico: Vinho Reconstituinte SilvaAraujo, que contém os 4 elementos indispensáveis ànutrição do sangue: cálcio, quina, extrato de carne e .fpsforo. Comece, hoje mesmo, a, tomar, às refeições,um cálice do Vinho Reconstituinte Silva Araujo — otônico sempre recomendado pelos nossos mais eminen-tes médicos aos magros, esgotados e convalescentes.

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VINHO RECONSTITUINTE

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>ÍS^Íl__P^ Fortaleçase seguindo este con-selho: Todos os dias, duranteum mês, tome ao almoço e aojantar um cálice áo

Vinho Reconstituinte SILVA ARAUJOpara nutrir o sangue, abrir o apetite, revigoraro cérebro e os músculos. §e depois de ummes não sentir melhoras decisivas, não hesiteum instante: Procure, sem demora, o seumedico, pois o seu mal certamente é outroe requer os cuidados de um clínico.

O TÔNICO QUE VALE SAÚDE

CUIDADOcpm as imitações IPeça-o sempre pelo

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DEFENDA A SUA SAÚDE PARA MELHOR DEFENDER A PÁTRIA!m

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PMPRIEDADE 0A COMPANHIA EDITORA AMERICANADiretor» Gratuliano Brito

Redação : — Rua Maranguape* 15 — Rio de Janeiro.Endereço telegra fico•': "REVISTA".

Telefones : — Direção — 22-2622. Administração ePublicidade — 22-2550*

Sucursal em S. Paulo — Rua D. José de Barros, 323.Telefone: 4-7866. End. teleg. "Revista '. I

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MAGAZINE MENSAL ILUSTRADO — CIENTIFICO, ARTÍSTICO, HISTÓRICO E LITERÁRIO

As máscarasCujeita a Espanha ao

dominio dos romanos«e, por conseguinte, acom-panhando seus costumes,ê crivei que as máscaras,como estes usavam, fos-sem lá usadas, extinguirdo-se ao iniciar-se o cris-tiahismo, e por completoquando da invasão dosgodos e sue vos.

Se se atentar em quena época da conquista dosárabes se vêem citadasmascaradas em seus ma'nuscritos, pode*se conce-"ber que foram eles que res-

^suscitaram esse costumena Bética (atual Anda-luzia).

Nos séculos XV eXVI deviam ser muitousadas as máscaras naEspanha, pois deram lugará lei 7, tit. I ; livro 8,dada em 1523 pelos reisD. Carlos e D. Joana, na•qual as proibiam de todo'porque

resulta vam dessa•diversão graves canos",segundo a disposição dalei. As comédias festivasde Lope, Moreto, Calde-ron e outros poetas da-quela época falam de más-

^aradas.-Em "O

pintor de suadeshonra", de Calderón, e

wertv outras muitas compe-siçoes da época, vêem-se•descrições de mascaradasdesses tempos, em queprimavam o orgulho e ca-falhei ris mo espanhóis.

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Ccnn carnavalesca da época do apogeu do Carnaval em Madrid.

{Gravura da época).

na EspanhaOs catalães foram os

que mais praticaram essecostume desde a épocamais remota, e até nospovoados mais pequenose agrestes existem hojenas festas anuais jogos ebailes pantomímicos, ecombates de mascaradaschamados do diabo, queforam celebrados em hon-ra da rainha Cristinaquando foi á Espanha.

Essas festas pare>cem-se muito com as dosantigos» de onde talveztomem sua origem os va-lencianos dcs povoadoslimítrofes da Catalunhaem suas mascaradas, oubaile de mouros e cristãos,que realizam com o rostotísnado. Assemeíham-senesse divertimento aos quedansavam nas bacanais elupercais, particularmentenos que se ceíebraram pe-rante Sua Majestade nadita época: e por últimoem Cas tela e lugares pro-*ximos de Madrid, com es-pecialidade em Morata deTajuna, realizaram-se fes-te jos de jovens disfarça**dos com graça e guiadospor um mestre chamadoBotarga, que é um bacoou palhaço, com a caratisnada ou coberta comuma mascara de tela damesma côr das vestes, ge-ral mente negras, o quallevava na mão uma es pé-cie cie tirso báquico, que

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Mascarada nos bairros baixos, ba três quartos de século. {Gravura da época).

nÇo'éys^#k coúsa senão o bastão do mestré-sala dos bai-l^s::dié máscaras atuais da Espanha. V:

Esse costume é,.de tempo imemorial nas cidadesI??; espanholas, e confirma a opinião de que as máscaras^e

-v disfarces fora rh ¦.'". introduzidos' no. te mpo da dòm i na çaoromana na Espanha, porque ha muita semelhança entreòs daquela nação e os da terra do Cid.

^-'¦|^:jy\ádrid, desde que se transformou em corte, dis-• frutpü essa diversão, ou seja desde o século XVI, pois

^qúèifn consulta osseus anais encontraumá infinidade deFestas, ém qüe as ;"mascaras desemf>e'riHam ò principal

: papel::;Em 1570 reali-

^aram-se vistosasmascaradas, pelo fe-liz desembarque eentrada ha corte darainha Ana, mulher

y: de helipe 11; em1598 houve outra,pela chegada da rai-nha Margarida, es*posa de helipe III;outra em 1608, pelojuramento de Felipe

-IV como príncipedas Astúrias; outra,quando este já erarei, em honra doprincipe de Cales,em 1623, a sua che'gada; e as reais,verificadas em 21

1 de Agosto,; sob omesmo rei; as de)62V, por motivo do nascimento do príncipe D. Balta*

pf zar Carlos, em que apareceu o rei, seu filho D. Carlose tocos os senhores da corte, em cujas festas reais houvecavalhadas com máscaras, e as de 1632, 1634 e 1635,pelo, juramento do príncipe Baltasar Carlos, entrada daprincesa oe Mantua e nascimento da infanta D. Maria,tendo sido esta dirigida pelo duque de Glivares.

O reinado de Felipe IV, pode-se dizer, foi todo eleuma completa mascarada, pois raramente passava anosem que houvesse uma, de sorte que esse rei pode sercitado como o mais decidido protetor desse divertimento,e como com a proteção tudo progride, é essa a razãopor que e tao numerosa a série de mascaradas da época,lodavia, as mais célebres foram as que mandou realizarem 16^/, j.or motivo da eleição do rei da Hungria, séucunhado, para rei dos romanos, e notadámente a de 15de re vereiro. Para ela se ergueu no Retiro uma praça. com 488 janelas. ^Essas mascaradas, em que brilharamo rei e toda sua côçtè, foram à noite e a cavalo, para oque a praça foi iluminada com sete mil luzes. Duraramnove dias e se re-pe tiram nos três

; dias de Carnavalnós quais houvemogigangas noscarros, em que iamcomediantes repre-sentando comédiasalusivas. Foi ta-manho o entusias-mo do rei pelasmascaradas, quefez, durante asmesmas, publicarum pregão pelo

., qu a 1 mandou.'/Que ninguém en-trasse no Retiro

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pedir justiça, tiveram de ir na moda, como diziam na-quele tempo. J

Além dessas mascaradas houve outras t mais, em1638 pejo nascimento da infanta D. Maria Tereza;

em 1648, pelo batismo do príncipe de Fez, filho do reide Marrocos, e publicação do casamento do. rei çom*D. Maria Anà da Áustria, a cuja entrada, em 1649,se. repetiram no terreiro do palácio, onde apareceu o rei;em 1658, pelo nascimento do príncipe Próspero; em 1680,

pela chegada e ca-samento da rainhaD. Maria; em 1690,pela chegada da rai-nha. D. Mariana deNeopourg, em quese exibiram bandosde homens disfarça-dos em leões, tigrese selvagens, e as de1691 e 1693, pelarestabelecimento dasaude da rainhaD. Mariana e doenfermo Carlos IIque, apesar de tudo,-consagrou à buliço-sa festa alguns mo-mentos da sua me-lancólica existência.

Felipe V não-, se agradou desses

divertimentos, poisobservando essecostume quando asangrentas pri mi cias

do seu reinado lhopermitiram, lançouseu terrível anáte^ma contra as mas-

caradas, de que dão testemunho as leis ou bandos queconstam da Novíssima coleção, dados em 1716, 1717,1719 e 1745, e seu sucessor, o bondoso e pacífico Fer-nando VI, tão pouco foi amantético de arlequins.

No reinado de Carlos 111 ressuscitaram as masca-radas, e tomaram formas mais adequad-.s e festivas queantes, que mais afetavam a maneira das realizadas nacorte em 1832, por motivo do juramento de Isabel II,que uma diversão familiar e de sociedade: introduziram'se esses bailes no teatro em 1767, para o que foi publicadauma instrução, e em toda parte foram vistas as familias,no carnaval, alegrando-se com disfarces inocentes. Aguerra da independência nacional trouxe novos triunfosàs mascaradas, pois os franceses as ge neralizaram etornaram mais amenas, não obstante as repetidas proi-bicões posteriores ditadas po: um go verno tirânico,que julgava ver em cada mascarado um (punhal ocultopara castigar sua opressão e excessos, embora^em nenhumaépoca surgisse ele dessa diversão, com a qual sempreestivera a opinião nacional.

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com armas e semmascara no rosto".De sorte que atéos que entravampara pretender ou

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Segundo ceitos _japoneses, o gran-de romancista rus-so Tols toi seriadescendente dire-to da raça japone-sa Ainou, raça,hojequási extintae cujas caracterís-ticas sao frequen-tes nos íussos.

Ensaio de uma estudantina antes do Carnaval. (Gravura de 1873).

Um homem guar-da mais fielmente

segr êdo alheiodo que o seu pró-prio; uma mulher,

elo contrário,guarda melhor oséu próprio segie-do do que o dos ou-ti os.-—La Bruycre

"¦¦ V

Fevereiro 194427.° Ano — N. 9

Dirigindo um rancho para criaçãode cavalos como dirigia, algumas vezesera eu levado a fazer as coisas maismalucas: e, mais tarde, quando vol-tava ao meu senso normal, ficava sen-tado, imaginando por que me. dera na

Um coração paraentender os cavalos

um pressentimento de qüe acharia tra*balho facilmente, se pudesse ir para

qualquer canto no norte. Quero dizer,bem longe daqui, onde ninguém me

conheça. Assim que arranjar um ém-prego, eu Hie mando o dinheiro. Talvez

VI

telha fazer tais coisas. Por exemplo, SCONTO DE OSCAR SCHILGALL j nâo t<;do dc uma vez, considerando oaquela vez em que o garoto de cabeçaruiva, Andy Pidgeon, andou vinte milhas, para vir deCinder Centre. Dirigisse diretamente ao curral, ondeeu estava com Big Ed Walsh observando os novoscavalos bravos, e teve a petulância de me pedir umemprego. .

Tive vontade de expulsá-lo. Duas semanas antes opai e o irmão Al tinham sido mandados para a cadeiapor tentativa de extorsão do dinheiro para pagamentodos mineiros do Sino de Prata. Tocaiando atrás dospenhascos, haviam derrubado a tiros, pelas costas, umpar de homens dignos. Teriam fugido com o dinheiro,se não fosse um grupo de cavaleiros do Bar X que, poracaso, ouviram o tiroteio do outro lado duma escarpa.Houve uma violenta troca de tirosantes que os Pidgeons arriassem asarmas e vários homens ficaram fe-ridos. Pela minha vontade teria ha-vido logo um enforcamento. Mas,não; houve um julgamento e o paie o irmão de Andy foram para acadeia. Eu, com certeza, não iriaquerer ninguém daquela tribu nomeu serviço.

Por isso, quase estrilei quandoaquele garoto — ele era baixinho equeimado do sol e notei logo quenão podia ter mais de dezenoveanos — avançou e pediu trabalho.Olhei para Big Ed Walsh e Big Edolhou para mim. Disse então ao pe-queno: — Você quer trabalhar para"OImim ?!

Ele baixou os olhos para apoeira das vinte milhas acumuladanas botas. *

Bem — retrucou ele — eupedi, antes, a quase todo o mundopor estas redondezas, Mr. Walters.Ninguém quis... empregar-me...«

Nem eu tambem, meu filho,objetei-lhe. Vá andando !

Ele então levantou os olhospara mim, com uma expressão dedôr. Lembrei-me do modo comomeu cão olhava, quando o acheicom a perna presa na armadilha,O pequeno disse :Eu entendo muito de cavalos, Mr.Walters. Acho que posso enfrentar qualquercavalo bravo.

Para mim, não! Você não serve.0 pequeno volveu a cabeça, para olhar

os an?mais lá dentro. Tal vez'houvesse qua-renta. Nós costumávamos ir aos Huecos eapanhá-los na armadilha; nalguns anos elesdavam dois dólares por cabeça; noutros,dois e cincoenta. Naturalmente, quando osdomávamos, o peço seria melhor. Assim,j-lVJ a idéia de empregar homens que sou- ccessem quebrar os cavalos. Não somente apanhá-losnas colinas, mas domá-los mais tarde, no meu rancho,observando o pequeno, imaginei que ele estivesçe pen-sando em oferecer-se para mostrar o que sabia fazer.' orem não o fèz. Ao contrario, voltou a cabeça paramim e disse :

Olhe aqui, Mr. Walters, se o senhor nao podedar-me o emprego, talvez me pudesse vender um ca-valo. E uma sela velha tambem...¦ Tem dinheiro ?N...ão...

¦— Então, como é que você pensa em "comprar"alguma coisa?

. tle fechou a cara de novo, olhando para as botas.A Ponta do pé começou a desenhar círculos na poeira.—¦ Bem, eu estava pensando se o senhor poderiac°nriar em mim por um mês ou dois. Eu7..~eu tenho

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preço duma sela. Mas eu faria força pa-ra pagar direito, dentro de um mês ou' dois.

Lançcu-me novamente aquele olhar de cão...Qúe tal, Mr. Walters? O senhor poderia fazeristo ?

Confiar num Pidgeon I Era boa l Resolvi:Não ! Não posso 1O pequeno enguliu com tanta força, que a gentevia o pomo de Adão subir e descer. Depois cumprimen-*

tou e começou a afastar-se. Lembrei-me das vinte mi*lhas que ele atravessara e disse çgVá até a cozinha, antes de ir embora, filho.Diga a Sam que eu mandei dar-lhe alguma comida.

Ele abanou a cabeça :Não, obrigado, Mr. Walters.

Eu não estou com fome.Continuou a andar. De repente

Big Ed deu uma risada :Por que você não lhe ven-

de Whitey? — disse ele. — Naoperderia nada.

Quando ouviu isto, o pequenodeu meia volta rapidamente. Osolhos brilhavam-lhe de esperança.

Qualquer cavalo serve, Mr.Walters !

Não pude deixar de rir. Whí-tey era um "desordeiro" que tinha*mos apanhado havia dois meses —e. continuava bravo como nunca vioutro animal depois de preso. Todosos homens de serviço tinham tenta*do montá-lo e todos tinham sidoderrubados. Nós o conservávamosnum curral a parte, atrás dos celei-ros; e algumas vezes cuando os ra*pazes queriam divertir-se, faziamapós as para vê* quem demoravamais no lombo do cavalo. Ninguémpodia aguentar-se muito tempo.

C pequeno perguntou depressa :Que é que ha com esse

Whitey, Mr. Walters?Se você puder montá-lo —

disse com repugnância — vendo-opor cincoenta centavos. Ele não valenada para mim.

A estas palavras o pequeno vol*tou a toda pressa :

Posso fazer uma experiênciaagora mesmo.., Mr. Walters?

Pode experimentar uma se-mana inteira.

Não preciso contar o que acon^teceu. Os rapazes espirraram do gal*pão para observar a brincadeira.Ajudaram mesmo ^ídy Pidgeon aselar o demônio branco. E tiram abom rir quando, depois de cincosegundos dos pulos mais engraça^

dos, o garoto foi voando por cima da cerca, o rostocheio de surpresa. Depois de se erguer, cheio de pó, mur*murou :

Puxa! — e olhou -assombrado para Whitey...Depois voltou ao curral e tentou novamente. Desta

vez foi projetado a mais de três metros, para cair comestrepito contra a paliçada. Feriu-se um pouco na perna.Vinha coxeando, quando se levantou. Eu olhei para aperna dele e disse r

Chega, pequeno !Mas o senhor me deu uma semana I — fez

ele. — 0 senhor...o senhor não se importa que eu ex^perimente de novo amanhã ?

Levara-me à parede. Além disso, eu podia vêr que osrapazes estavam com vontade de que ele tentasse ainda.

Se você liga tão pouco ao seu pescoço, disseeu, está muito bem.

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NSo sei onde o pequeno passou a noite nem ondefoi comer. Nao quis aceitar nada da cozinha. Nuncadescobri. De qualquer modo, estava de volta no diaseguinte, e no outro dia, e assim cada dia consecutivo.Mas Whitey estava no mesmo. Continuava a jogar opequeno fora do lombo, como se fosse uma mosca. Massempre o ruivo voltava, pedindo mais.

E' um cavalo! — ficava murmurando. Puxaifoi o melhor cavalo que já vi. Quando estiver doma*do, vai ser uma maravilha.

Apenas o que se dava era que o pequeno nao o es*tava domando. Nao podia agüentasse montado pormais tempo, ao cabo de cinco dias, do que se agüenta-ra no primeiro dia. Eu estava ficando cansado da exi-bicão. Era constrangido que o deixava principiar. Agoraestava sempre coxeando e trazia um pano amarradoem torno do punho, e um vasto pedaço da pele fora ar-rançado do lado esquerdo da testa. No entanto, con-tinuava a vir...

No sétimo dia, aconteceu uma coisa exquisita.Big Ed Walsh chamou-me de manha, um tanto pre-ocupado, pedindo-me que fosse ver Whitey. 0 cavaloestava doente — podia vêr se facilmente. A cabeçapendida e a baba escorrendo da boca. Não havia ab-solutamente animação nele.

O bicho está doente com toda a certeza —disse Big Ed.

Não pude descobrir o que havia de anormal, nemBig Ed tambem. Os rapazes acorreram e todos deramseu palpite. E no meio daquilo, Andy Pidgeon surgiucoxeando de onde quer que tivesse passado a noite.Quando viu Whitey daquele modo indagou:

—• Puxa 1 Que é que ha ?Ninguém sabia responder. Mas um dos rapazes —

o jovem Pete Baldwin — teve uma idéia repentina.Agarrou uma sela e veiu correndo, com uma risada:

Aqui está sua oportunidade, menino I — dis-se ele.

Andy Pidgeon olhou para ele, como se não com-preendesse.

Pete piscou os olhos.O chefe lhe disse que o cavalo seria seu, se você

o montasse dentro de uma semana, não foi? Vá, rapazl

10 27.° Ano — N. 9 — Fevereiro 1944

Ele hoje não agüenta derrubar um macaco de cheiro.Montei Você pode montar agora, e quando ele ficarbom saberá que você não lhe quer fazer mal nenhum.E ficará perfeitamente manso.

A cara de Andy Pidgeon ficou escarlate. Depoistornou-se lívida. Antes que alguém pudesse contê^o.arrancou a sela das mãos de Pete com um safanão.Os olhos fuzilavam-lhe.

Aquele cavalo — murmurou ele — tèm o co-ração mais árdego que se possa vêr. Você acha quevou agora quebrá-lo, quando ele não pode lutar? Quetal você acharia se fosse açoitado, quando mal pudesseaguentar-se em pé ?

Pete Baldwin olhava para a sela atirada no chãoe para o pequeno, tão surpreendido que não podia daruma palavra.Se aquele cavalo tem de ser domado — disseo pequeno, falando baixo e furioso — ha de ser porum homem melhor do que ele e numa luta franca. Se-rá este o único modo dele respeitar o cavaleiro. Se euo montasse agora, ele nunca mais olharia para mim— eu teria vergonha. Em seguida, voltou-se para meulado:

Muito obrigado, Mr. Walters, por me ter dadouma oportunidade. Eu... eu pensei que pudesse domaro cavalo depressa, mas não consegui nada.

O pequeno cumprimentou e começou a afastar-se, em direção às colinas do norte. Nós todos ficámosolhando para ele e ninguém disse uma palavra. Haviaandado, coxeando, cerca de cinqüenta metros, quandofui cor endo atrás dele.

Foi come eu disse no começo: algumas vezes façoas coisas mais malucas, e depois, quando volto ao meusenso normal, fico pensando por que foi que agi assim.Nessa hora, correndo atrás de Andy Hardy Pidgeon, euestava pensando : — " Pequeno, você sabe uma coisaque muitos homens num rancho de cavalos deveriamsaber: que um cavalo tem coração e cabeça e compre-ende".

Mas não foi isso que eu lhe disse. Não. O queeu disse, um tanto escabriado, foi:Pequeno, olhe aqui, pequeno, se você aindaquer um emprego no meu rancho, pode ficar.

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Q _ mistério de JúpiterJúpiter brilha mais do

q^e i:irica durante os mesesde verão e vai apagando-segradualmente até desapare-cer do firmamento no ou-tono.

A gravura que ilustraestas liuhas oferece especialinteresse, porque apresentauma série de vistas telescó-,picas do planeta, demons»trando o incessante torveli-ííJio que reina na sua super-fície. |

Sua rotação extraordi-nariamente rápida produzum acjiatamerito dos pólos,e o diâmetro equatorial, queé de 90 mil milnas, excede

?ao polar em 5.620. xConstitue um problema

interessante saber se a su-perficie de Júpiter compõe*se de matéria semi-fundidaou representa apenas ummar.de nuvens. Se os deta^Uies observados fossem deít idole transitória, poderiaser aceita a ultima cqnclu-são; mas a permanência dema tos deles durante longosperíodos e sem posição fixana superfície, faz pensar nateoria de uma superfície se-mi-fnuuida.

Isso é de grande impor-

0 SEU ÍWUUW GIRA MAIS DEPRESSA QUE OS FOLOS

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lanei a em relação ao fenô-meno que se observa na ro-tação axíl do planeta

Contrariamente ao queacontece na Terra, a super-ffeie de Júpiter não gira namesma porção de tempo.Todas as suas regiões equa-toriais realizam uma rota-ção de cinco minutos menosque o resto dò planeta, ou,mais, exatamente* a porçãoequatorial gira em nove ho-ras^ e cinqüenta minutos emeio, e as demais regiõesem nove horas e cinqüentae cinco minutos e meio.

As regiões equatoriais,onde se manifesta tão nota-vel rotação independente;medem umas < 12 mil milhasde largura, ou seja uma veze meia d diâmetro da Terra.

As regiões tropicais aogigantesco globo giram 240milhaspor hora mais de pres-sa gue o resto a a sua su-perficie, ao que resulta quecaaa sete semanas realizamuma rotação a# mais, je sor-te que um habitante ae Jú-piter — se os tiver. . . — re-sidente no equador, desfrutaem cada doze mezes maisoito dias que os habitantesdas latitudes mais altas.

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27.° Ano — N. 9 — Fevereiro 1944 •v 11 ** vv

j—\ gafanhoto pertence àfamilia dos acrioios,que compreende os sal-

toes comuns ou de antenascurtas (fig..J). Conhecem;se vários milhares de espécies de acríciios, mas, fehzmen-te, só um pequeno número delas entra na categoria dosgafanhotos. Pode esta definir-se, pois, como uma espé-cie de saltões de antenas curtas (fig. 5) que, às ve-zes, se arregimentam e emigram a distâncias considera-vtis em grandes nuvens. Os estragos desses insetos

PRAGAS DE GAFANHOTOSE SUA PREVENÇÃO

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ümo uma temperatura de-masíado baixa os reprime.Os adultos alados, do mes-mo modo que as larvas deque procedem, empreendem

movimentos em massa, voando em nuves enormes. Mastambém nestes a causa que os incita não é meramentea falta de alimento.

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Dois fenômenos principais se interpuzeram no ca*minho da solução^ do problema do gafanhoto. O pri-

,. , . meiro é a periodicidade, mais ou menos irregular, doameaçaram as provisões alimentícias do homem desde aparecimento da praga (fig. 8). Nao são acontecimentosque este se dedicou a agricultura, (fig. 4). Nas tão anuais; repetem-se em ciclos de vários aconhecidas histórias bi-blicas alude-se ao gafa-nlioto e suas ativida-des, nos escritos de PH-nio e em muitos textoschinezes, egípcios e gre-gos. A mais primitivarepresentação que seconhece desses insetosdiz-se que é uma figuraque aparece num túmu-lo egípcio, datando de2.400 A. C.

O ciclo de vida deum gafanhoto éo seguinte: a fê-mea deposita osovos debaixo daterra em cápsu-Ias ou pacotes.Em paises ondeo inverno é frio,os ovos dormemdurante esta estação, atéa primavera, que é qua;do saem as larvas. Nostrópicos |incubam-se empoucas semanas, sempreque hajahúmida desuficiente.A diferença d£|entre sal-toes e gafa-nhotos tor-na-se evidenteno estado delarvas; enquau-to os indivíduosdos primeirossão solitários,os gafanhotosse congregamcm densos enxames (fig.2). O desenvolvimentoulterior consiste em umcrescimento rápido e emmudanças periódicas dapele, cousa que ocorrequatro ou seis vezes an-tes de aparecer o insetoadulto. O ciclo completoda metamorfose dura cer-ca de um ano em climastemperados, mas nos tró-picos pode haver duasou tres gerações em umano. As larvas do ga-ianhoto podem aparecercm bandos que ocupamvários quilômetros qua-drados. Essas hordas

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avançam implacável-Jnente, devorando o queencontrarem no caminho, a despeito detodos os obstáculos. Esse movimento é impulsionadopor uma força premente; mas não é a fome, porque^miude deixam uma zona fértil para entrar em outraárida. As mais recentes investigações provaram que es-ses movimentos dependem da temperatura e só ocorrem

uando bastante alta; mas tanto um calor excessivo co-

Fig. 1 — Acridtos ou saltões de antenas curtas (tamanho aproximado).'1 — Ao alto: — Anacridium aegyptium. França meridional. 2 — A' cs-querda Oedipoda coelurescens, Saboia. 3 — A' direita: — Peophusstridulus, Tirai. 4 — No centro:—Titanac,is atbiphus, Amazonas.5 e 6 — Em baixo: — Aftcostelhus grossus, o maior dos saltões ingle-

ses de antenas curtas.

anos. Tomam-seentão, apressadamente, me-didas de combate à pfaga;sua aplicação pode aliviaras necessidades mais pre-mentes, mas, em geral, asmedidas se tomam dema-siado tarde e, além disso,não previnem a ameaça dofuturas invasões. O segun*do fenômeno é que os enxa-mes podem aparecer emum país e causar estragosem outros muitos que en-

con trem no caminho.As?im é ,; que, pormuito efetivas que se* ,jam as medidas toma-das por um ou váriospaises i* .dividualmen-te, não influem na si-tuação geral, isto é,na origem dos enxa-mes. Citemos umexemplo: durante aschuvas da monção deverão costumam apa-

recer na In-dia bandosde Gafanho-tos doDeser-•to que emi-gram para aPérsia e Ará'bia, onde asua progêniedá lugar anovos enxa-mes que po-

dem passar para aA'sia Soviética, Pa-lestina, Iraque, Egí-to e África Orien-tal. Vemos, poi?,que a falta de co*nhecimentos funda-mentais sobre o ga-fanhoto e a carên-

wmi wÈ> c*a ^e uma P°l^ca;- ¦'¦—- preventiva funda-da nestes conheci-mentos, teem frus-trado, desde tempp

imemorial, os esforços fei»tos pelos^homens para en-fren tar a ameaça.

Em 1921, B. P, Uva-rov, do Laboratório Ihuperial de Entomologia deLondres, propôs a que éhoje conhecida com o no-me de teoria das fases do

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gafanhoto. Observaçõessubsequentes feitas em

1932 na. A'frica do Sul, por J. C. Faure,tanto no campo cpmo no laboratório, aliadas a outrasrealizadas por outros investigadores em outros lugares,corroboraram tão completamente a teoria das fases, queé esta considerada hoje um fenômeno biológico bem es-tabelecido. O ponto de partida da teoria é que a exis-tencia do gafanhoto pôde assumir uma de três fases

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[Fig 2--Folhas de coqueiros vergadas ao peso dos gafanhotos nelas, pousados, perto vde

Zebú, Ilhas Filipinas..

• biológicas, a saber: a solitária {pliasis solitária), a grega-ria ou migratória {phasis gregaria) e a transicional (p/u*-w transiens). Se tomarmos como exemplo o GafanhotoMigratório Africano (Locusta migratória migratório ides

— fig> 6), a phasis gregaria, em seus estados de larva,1 caracteriza-se pela constância da coloração negra e ama-

27.° Ano — N. 9 — Fevereiro 1944

cem na fase solitária. A grande ati-vidade e o conseqüente alto meta-bolismo aos indivíduos da fase gre-gária dá lugar às diferenças que osseparam dos pertencentes à fase so-litària. x

Sabe-se agora que a periodicida-de no aparecimento do gafanhoto érelacionada com a transformação des-ses in.etos da inofensiva fase solitá-ria na destruidora fase migratória.Eslsa transformação verifica-se emcertas regiões localizadas,# chamadasáreas da praga, as <iuais possuemcertas condições especiais de clima evegetação para cada espécie de gafa*nhoto. Os enxames do GafanhotoMigratório Africano que aparece-ram por volta de 1928 numa árearestrita do Niger Médio no Sudanfrancês, foram a causa de uma inva-são que afetou uma grande parte daA'frica (fig. 9), Algumas das áreasda praga do Gafanhoto do^ Deserto{.Schistocerca gregaria) localizaram-seem terras limítrofes do Mar Verme-

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Fig. 3— Fôrma do tórax do^Gafanhoto Migratório africano.A, B, na fase solitária. C, D, na fase gregaria ou migratória.

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relo — alaranjada intensa. Os exemplares adultos pos-suem um pronoto curto e estreito (fig. 3, C. D), e arelação entre os comprimentos da asa dianteira^ e ofemurposterior é igual pu maior que 2. Na phasis solitáriavaria a coloração das larvas, tendendo a imitar o tomdo terreno que ocupam. O pronoto dos adultos é maiscomprido e largo, com saliência dorsal (fig. 3, A. B),e a razão asa-femur é sempre menor que 2. A phasistransiens é intermédiaentre as outras duas.

Variando as condi'É ções de# vida,' m pode-sep: conseguir experimental-7 mente, a partir dosP ovos, que os gafanhotos

se criem na fase que sedesejar. Se se criam

f amontoados em grandey' quantidade em úma sói£ ''caixa, as larvas se fa--7 zem muito ativas e se

desenvolvem aproxi-7 mando-se muito da fase

gregaria. Se não esti-verem tão aglomerados,obtém-se a phasis tran-siens, enquanto os in-divíduos criados em di-visões separadas crês-

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Fig. 5 — Gafanhotos típicos (tamanho aproximado). 1 — Gafanhoto doDeserto (Schistocerca gregaria), adulto alado. 2 — Larva do mesmo com asasincipientes. 3— Gafanhoto italiano (Calliptamus itálicas), França meridional.

4— Gafanhoto marroquino (Dociostaurus marroccanur), Smyrna.

Fig. 4 — Larvas^de gafanhoto*marroquino, no~trigo, no Cáucaso.

lho (fig. 7) enquanto as do Gafanhoto^Marroqnino {Do-ciosfaurus maroccanus) ocupam certas colinas pedrego-~» sas em que a vegetação

é escassa. Em 1928 oaparecimento % de umapesada praga do Gafa-nho to do Deserto foi ofator que decidiu o go-verno britânico a daros passos necessários pa-ra enfrentar o problema,mediante a. criação deum organismo especialde investigação. Essepropósito, puramentebritânico, chegou a pri-meira Conferência Inter-nacional do Gafanhoto,celebrada em Roma em1930 (a quinta Conferen-cia realizou-se em Bru-xelas em 1938). O orga-nismo internacional re-

27* Ano — N. 9 — Fevereiro 1944 1 IP

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o processo de investigação. Hàhoje em Londres um Centro Es-pecial de Investigações que ope-ra sob a orientação de Sir Guy.Marshall, com o d*. Uvarovcomo organizador técnico. Rea-lizaram-se estudos ordenados/em que tomaram parte peritosbriâJcos, belgas, franceses, sulafricanos, egípcios e indus, osquais apresentaram grande nu-mero de dados de campo. Emmeio de grandes dificuldades,vão-se localizando e submetendoa observação sistemática os gran- jdes centros de pragas. Por essemeio, pode-se descobrir qualquertendência na formação de en-x ime e, ao mesmo tempo, po-dem ser avisadas as regiõesameaçadas, com tempo suficien-te para que tomem suas medi-das. Por último, nos referidoscentros podem ser destruídos os ;bandos incipientes, ou podem,ser alteradas as condições eco-lógicas reinantes, já por meiode cultivos, já per outros meiosque tornem o terreno inadequa-.do ao desenvolvimento do ga-fanhoto; — A. D. Imms.J

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Fig. 6. — Gafanhoto Migratóri > africano. A' esquerdavemos três saltões de coloração variada, e um adulto dafase solitária. A' direita vê-se o inseto da fase gregária,com uma larva recem-saida do ovo (acima), um saltãoem pleno desenvolvimento (centro) e um gafanhoto adulto.

quereu ao briíâ.iico que atuasse como centro on-de se recolhessem informações e se formulasse

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Fig. 7 — Terreno típico de umaárea de aparecimento do Ga-fanhoto do Deserto, na costado Mar Vermelho do Sudan.

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F'íg.8. -As regiões do mundo sujeitas a invasões de gafanhotos daninhos represen-tadas em negro.

Fig. 9—Expansão do Gafanhoto Migra-tório africano desde as zonas de apareci-mento de 1928, representada pelos doispontos da zona, que foi a invaaida no pri-meiro ano. As zonas 2, 3, 4, etc. repre-sentam a extensão das invasões sucessivasnos anos seguintes até 1934. As flechasindicam as principais direções da invasão.

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A navegação â i>àpdt hòMississippi surgiu por votíado ano de 1812; ao fim detrinta anos, tinha atingido umnivel extraordinário; e, em menosde trinta mais, estava morta /Uma vida extrankamente curtapara tão majestosa cretura". —A vida de Mark Twain no Mis-sissippi.

Oleo para a Costa do Leste, ferro ve-LHO PARA AS FÁBRICAS DE PlTTSBURGH, AÇO

PARA AS INSTALAÇÕES DE GUERRA, ESTÃO

CONCORRENDO PARA TORNAR O TRÁFEGO DEBARCAS DO MlSSISSIPPI RlVER SYSTEM O

MAIOR DE TODA A SUA HISTORIA.

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Nos meiados do último século, quando a navega-çâo a vapor galgou as alturas de sua decantada gio-ria, os porões e conveses de maravilhosos paquetestransportavam cerca de dez milhões de toneladas decarga por ano — cargas que enchiam os bolsos dosdonos e os# olhos do'mundo. Veio, então, a guerracivil e os rios, mais que artérias de comercie, eram

• campos de batalha; e as ferrovias vieram apressar pas-sageiros e cargas através da nação, ao longo dos valesdos rios. Os dias da navegação a vapor tinham ter-minado. .-¦.....

Hoje o rio Mississippi e os seus m afluentes estãoressurgindo com uma energia nova — criada, em grande-parte, pela guerra que levantou o tráfego do rio ao rii-vel mecanizado da civilização moderna. Rebocadoresde aço e barcas carregam dez vezes mais carga do que

Los pilotos de Mark ^Twain jamais ; viram, e o tra» s-porte pelo rio é dedicado a negócios, em vez de ro-mances. Nos úl-timos anos, asbarcas carrega-das com cente-nas de meicado-rias áe guerratransportaram106 milhões detoneladas de car-ga. Agora, trans-portarão aindamais. ;•'¦¦;.. ^Os principaiscargueiros que

I descem de Pitts-burgh, Chicaço,St. _LjuÍs e Min-neapoliá estão'ry abarrotados de

..produtos de aço," ceieais, farinha e¦ mercadori as en •fardadas. Subin-do de Louisianae Texas vêm pe-tróleo, açúcar,enxofre e ferrovelho. O óleopara a CostaLeste é a caiga de guerra mais importante que atual-mente está sendo trazida por barca, óleo esse que nor-malmente vem em navios-tanques através do golfo #oMéxico e pela Costa do Atlântico. Estradas de ferro,oleodutos, caminhões e barcas estão sendo solicitadospara fazer a tarefa que os petroleiros faziam antes,mas somente enquanto estes não forem capazes defaze-la. As necessidades do momento no Este sobema 1.250.0001 barris por dia e o transporte que orase realiza só atende 70 % dos pedidos. As ferroviasaumentaram sua tonelagem de óleo para Leste de

ííorma notável —de 60.000 a 650.000 barris por dia;as barcas e oleodutos combinados estão transportando

ifeerto de200.000. O escritório do Coordenador dePetróleo calcula que somente as barcas estão trans-portando 69.000 por dia atualmente, mas o Coorde-nador Ickes espera que transportem 15Ò.000 ou 200.000por dia dentro de poucos meses mais. E êle espeia queàs estradas de ferro transportem 800.000.

E' obvio que as ferrovias continuarão a transportara maioria do oleo e de outras cargas, mas as tarifas sãoaltas e as estradas podein revelar-se incapazes de fazerfrente a nova situação criada pela guerra. Os homensda rota fluvial, exultantes com o renascimento dosiios, estão em condições de desempenhar um papel ca-da vez mais importante nos transportes de guerra. E o

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______ ___* _____!__»_ RüSA^lAAmni governo tambem pensa assim**guerra e o no Mississippi o secretário kkes e o <_«-J5 —- ordenador de Transporte de

Defesa Eastman têm s Jienta-do a importância do transportede barcas no esforço de guerra.As barcas são muito mais vaga»rosas que os^ trens, mas suastarifas são, via de regra, muitomais baixas. Para as barcas.comuns sob o controle da Co-

missão de Comércio Interestadual, elas são, ein geral,.80 % das tarifas de estradr de ferro, mas os trrpulan-tes das barcas só ganham 60 % e até menos que isso.O frete fluvial para 5.000 toneladas de produtos manu-faturados de aço, de Pittsburgh a New Orleans &$32,550 (dólares) e o frete por estrada de ferro $72,000(dólares). Porém o rebocador leva quinze dias paradescer o rio, os trens somente quatro. E, para subir,.om rebocador leva mais de# um mês. A velocidade mé-dia, rio abaixo, é de 5,9 milhas por hora (os homens dorio não usam o nó como medida), e, iio. acima, 2f7. #En-tretanto, a velocidade não é sempre o fator principal,e, se um grande número de barcas petroleiras estive-rem constantemente subindo os rios, não importa mui-to o tempo qué levam. Quasi não há limite de cargaque pode ser transportada, desde quír haja barcas bas-tantes para tal mister.

Os responsáveis pelo tráfego fluvial confiam emsua capacidade

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O Capitão do rebocador se conserva sentado na ponte de comando, com os olhos postos norio, enquanto o piloto aguarda o seu turno. Exceto as alavancas que substituíram as rodasdo leme, as pontes de comando nSo mudaram muito desde os dias de Mark Twain, e os

capitães e os pilotos são ainda os aristocratas do rio.

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de transportarmateriais de guer-ra com tanta ef*-ciência e a tarifasmenores que asestradas de ferro,,se o governo lhesfornecer aço paraa construção denavios e barcas.Uma comissãorepresentando a*rsete maiores li-nhas de transpor-te fluvial propôsque o governo»lhes exten desseum crédito de 25milhões de dóla-res para a cons-trução de barcas»Os membros dacomissão prova-ram que a cons-trução de unida-des ferro-viárias(locomotivas evagões) com uma

capacidade de 60.000 barris de óleo custa três vezes ade unidades fluviais equivalentes (um rebocador e bar-eas)e gasta quasi cinco vezes mais aço; mas os férrò-viários retrucaram que a diferença no custo é compen-sada pela maior velocidade de transporte. O governoestá considerando a construção de barca? de madeira ede concreto e rebocadores de madeira. Os técnicos danavegação fluvial estão contra a madeira* as de ma-deira não são práticas e as de concreto quebram-se fa*cilmente.

O tráfego fluvial moderno é feito em barcas de aço,;as maiores das quais levam tanto quanto 3.000 tone la-das _de carga— uma capacidade igual a setenta e cincovagões. Existem barcas abertas, barcas cobertas coi»camarotes e^ barcas-tanques de convés baixo para car-gás de derivados do petróleo. As barcas se parecemmais corti armazéns fluuanes que propriamente coi»embarcações comuns. Elas não têm leme, nem moto-res, sendo impulsionadas oor rebocadores de aço pro-vidos de motores a vapor" ou Diesel, e de rodas compalhetas ou hélices propulsoras.

Um rebocador, a despeito do seu nome, empurrasua fileira de barcas, em vez de puxá-la, pois tem maispoder de empurrar que de arrastar, e uma longa esteirade barcas na parte de trás, seria difícil de governar. Umrebocador pode empurrar trinta ou mais barcas (vide

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15 <z&.a„ gravura) com uma carga de 15.000 toneladas, o equiva-lente a 375 vagões de carga ou sete trens de carga mé-Jios; mas, em geral, um rebocador médio empurra 5.000toneladas, o que corresponde a 125 vagões de carga.

As barcas vao presasao rebocador e entre si

por meio de cabos de açoe o conjunto de embarca-ções forma um sistemarígido. E pegar uma sim-pies barca e juntar a filanao é tao fácil como pa-rece.

A operação de agarraruma bai ca pode levarmais de uma hora. A tra-vessia dos canais roubatempo tambem, e a via-gem dupla — dividindo afileira e fazendo duas via-gens num trecho de rioem que a correnteza sejaforte demais para ser ven-cida com a fila toda —

pode aumentar o tempototal do trajeto de umdia ou mais. Os reboca-dores navegam gsralmen-te vinte e quatro horasnum dia; mas o nevoeiro,ou o gelo nos rios maisao norte, podem retê-losna margem durante horasou dias.

O Goldcn EagUr temuma escala regulai desdeSt. Louis. Dois ou tresnavios-teatros correm sô-bre o Mississippi superiore o Ohio.

"Mas a bacia do Mis-sissippi é o corpo da na-ção. Todas as outras par-tes são membros apenas*importantes em si mesmos,embora mais importantesem suas relações comaquele.

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Esta história de trans-porte em águas de terraa dentro abrange somenteo sistema fluvial do Mis-sissippi. Nao inclue^ osGrandes Lagos, os rios ecanais do oriente e doextremo ocidente (Jar-west), nem a navegaçãode cabotagem ao > longodo Atlântico. O SistemaMississippi compõe-se dorio e rle uns vinte afluen-tes çrincipais; outros vin-te rios pequenos e a viaTOaiítima costeira ao lon-go do golfo. Há 15.000nulhas de águas parcial-mente navegáveis no sis-tema; 4.500 milhas comuma maré de nove pésno Monongahela, no Al-legheny, no Ohio, no Illi-nois, no Kanawha, noMobile, no Tombigbee, noWarrior, no próprio Mis-sissippi desde Minneapo-us t ao golfo e a via ma-numa costeira desde Free-Port, Texas, até St.Marks, Florida.

A bacia de drenagem

O Porto de New Orleans está desfrutando uma popularidade de tempode guerra — proporcionada por uma combinação de exportações e trá-fego fluvial. Aqui, nas docas de Galvez Street, sobre o Canal Indus-trial que liga o rio Mississippi ao Lago Pontchartrain eao Golfo, osestivadores carregam materiais de exportação dos vagões de carga paraos navios de carga, óleo, açúcar e arroz para uma barca com destinoao Mississippi. Em baixo os tripulantes amarram as barcas juntas comcabos e apertam as amarras com catracas. O serviço de convés é sem-pre pesado, o trabalho vagaroso e pode ser perigoso, quando as pesa-

das barcas de aço se tornam escorregadiças na época do gelo.

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para o Mississipi cobre 1.240.000 milhas quadrada»da região centro-continental dos Estados Unidos, cobre*todos ou partes de trinta e um Estados e duas Pro*vincias Canadenses, estende-se dos Rochoros â cordi-

lheira dos Appalaches, do*Estado de New York a.Idaho. Nesta bacia estão71 % ( pelo valor ) dos*campos de cultivo do-país, 69 % da população-agrícola, 99 % do mine-rio de ferro, 95 % do car-vãj betumiuoso, 82 % dopetróleo e muitas fábricas,de guerra, novas. Nerihu-ma ou-ra bacia de rio selhe compara no mundointeiro pelo valor; sómen-te o vale do Nilo é tâofértil; somente as bacias,do Amazonas e do Congosao maiores em tamanho-

Com a navegação me-lhorada, graças à virtualcanalização do Ohio, oMississippi Superior e oIllinois, o tráfego sobreo^ sistema fluvial do* Mis*sissippi está crescendo deano para ano com a aju-da do governo. No fim.da ultima guerra, quandoa \ toneiagem atingiu 25*milhões, o Congressoaprovou a Lei de Trans-porte de 1920, "para

pro-mover, encorajar e desen-volver o transporte porágua". A lei manteve c*serviço de barcas de tem-po de guerra, de proprie-dade do ^ governo, sobreos rios Mississippi e War-rior (Alabama), e quatroanos depois a In lana Wa-terways Corporation (Cor-por ação de rotas fluviais)foi formada^ para tomarconta e dirigir as# Linhasde Barcas Federais.

Existem ao todo 60Q" opsradorer "¦ nos rios,sendo 162 lirhas regula-mentadas oela ICC. Pos-suem eles uma reservade 5.000 barcas e 7Ú0rebocadores. As lii..has sedividem em três catego-rias — a frota do govêr*-no, as comoanhias indus-trais transDortando seuspróprios produtos, e osopeiadores comerciais m-dependentes.

As Linhzs de BarcasFederais (Federal BargcLines) utilizam 25 rebo-çadores e 289 barcaçasde MinneaDolis a NewOrleans, de Kansas Citya St. Louis no Missouri,de Chicago a St. Louis,via rio Illinois, atravésda Via Intercosteira aMobile e rio acima a PortBirrningham, Alabama.As linnas freqüentementeoperam com dejicit, e ogasto otal do governofoi 25 milhões de dólares,mas o Presidente ChesterC. Thomoson, ex-con-gressista de Illinois, dizque a frota federai eco-

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nomizou ao público 35 milhões de dólares — a diferençaentre os preços pagos no tráfego realizado via InlandiWaterways Coipoiation e os que teriam sido pagos, seo tráfego fosse pslas estradas de ferro. Tal maneira deraciocinar aborreceu estas enormemente. Os ferrovia-rios ponderavam que eles cuidam dos seus própriosleitos de estrada e dos sistemas de sinalização, alémdo que têm# de pagai impostos ao governo, afim desteprover as linhas de barca com pa&sagens - livres, luzes eboias. Não obstante todas as queixas, as Linhas Fe-derais de Barcas serão indubitavelmente conservadasenquanto durar a guerra.

Muitas companhias industriais empregam suas pró-prias barcas, para transportar suas próprias mercado-rias e são responsáveis r>or uma boa parte da tonela-gem fluvial. Carnegie Steel, por exemplo, possue 700barcaças e 16 rebocadores, oara transportar o seuprÓDiio carvão e aço; Jones & Laughlia utilizam umagrande frçta de barcas; e as companhias de patróleo

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A frota federal é a mais conhecida do público. Asemprézas pai ticulares transportam a maioria da carga,mas as linhas comerciais independentes são os operado-res, e seus rebocadoi es e barcas, subindo e descendo osrios, é que mais contribuem para a toneiagem semprecrescente dos uitimos anos. Os proprietários e opera-dores são homens de negócio, f izendo correr suaslinhas eficientemente com técnica comercial moderna.A maioria deles faz dinheiro e tem elegantes escritóriosnos arranha-céus de St. Louis, Pittsburgh, Chicago,Louisville e New Orleans.

Uma das linhas mais extensas e, sob certos asnec-tos, a m?is típica de Iodas, é a American Barge LineCo. Esta empreza, dirigida por Patrick Cal!qun- Jr. eAndrew Calhoun, bisnetos do estadista John C. Ca'lhoun, utiliza 200 barcas e 10 rebocadores nos riosOhio e Missisfippi — de Pittsburgh, Minneapolis eCÜcago a New Orleans.

Um forte competidor da American Barge Line Co.,

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Através de águas amarelas, solitárias. „m rebocador de roda de popa sobe o Mississippi, „,„,„ ao r!o Yaí0o. em Vicksbu.g!7levan_ cs produtos dele derivados em bárcas-tanques

de sua propriedade. Márquette Cement Manufacturingt£?V iil9tú instalações em La Salte no Illinois e Cape

Gicai dou no Mississippi, emprega dois reboc idorej. mo--dernose cinqüenta barcas cobeitas para conduzir ci-| mento a seus negociantes e contrai istasi Seu reboca-Àdor mòyido a Diesel, de 800 H.V.tpNicholasDuncan,

gé um; dós mais bonitos rebocadores sobre os rios, com o| interior desenhado por um decorador de Chicago, no7 estilo dütf) clube conservador só para nomens, com[paredes alínofadàdas, cortinas e estofados em cores dis-l-cretàs mas> ricas, aquarelas nas paredes do salão de: Jantar, Até os assentos elevados na ponte de coman-7-do são de couro, mas ia inevitável escarradeira lá estáI;perto das alavancas qle comando. Por vezes, nos pe-iríodes de fojga. as compannias privadas transportam

jí barcis comerciais ou fretam seus rebocadores a linhas'Comerciais. -7

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tanto no traisporte de carga, como no projeto e cons-truçao ae novos rebocadores é a Union Barge Line.Iransportou esta 20 % mais de tráfego no ultimo anodo que o anterior, graças, diz o presidente Alex W.Uann, aos melhores lebocadores e barcas projetados econstruídos pela companhia matriz, a Dravo Corp. AUra vo fez experiências com as sacadas de proa e depopa, afim de estabelecer a Imha de menor resistênciaa. agua, e com túneis ajustados em torno das hélices(denominação comercial: Kort Nozzles), para levar aagua solida através e para longe 'das hélices.A federal e a American- e um pequeno número deoutras-grandes, companhia.» têm docas e armazers pró-prios, mas muitas das barcas das companhias menoressao carregadas e descarregadas em terminais de muni-cipio, ao longo dos rios. No Sul, estivadores negros sãoempregados nas docas, embora cs dias pitorescos dosnegros-cantando e carregando fardos de algodão de 500

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libras tenham desaoarecido, pois quasi todo o algodão.£ agora, de fatD, transportado por esti ada de ferro.Nos próprios rebocadores hà poucas mãos negras, excetoalguns foguistas e criados.

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''Quando eu era rapaz, só havia uma ambição per-manente entre meus companheiros em nossa vilazinha damargem ocidental do rio Mississippi: era ser barqüeiro".

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lamentos, leis de sinalização 'e navegação do que oseu predecessor, e, com a# ajuda do rádu em sua pon-te de comando, o que vai pelo rio e pelo mundo alémdas margens.

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"0 rio, uma milha inteira de largura, e a terrível egrandiosa quietude".

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O barqüeiro é diferente de qualquer outro homem,mesmo daqueles que passaram .a vida nas margens deuin rio. O homem da margem fica em casa e vê o riocorrendo. O barqueiio nunca está em casa, a não serno rio. Armazéns e fábricas e cidades e fazendas sãocoisas vistas de passagem. O rio é a realidade — orio na.-? época? de vasante e de cheia e de inundação,o canal, a corrente, os sinais luminosos e as boias,eclusas e represas, rebocadores e barcas. A maioiiados barqueiros sonha retirar-se para um títio, mas emgeral nao o faz, ese o fizesse, passaria o resto da vidafalando sobre o rio, sobre barcas e pilotos, naufrágiose carreiras, inundações e redemoinhos. São asa r. antesdo Waterways Journal do Capitão Donald Wright e olêem de cabo a rabo; reúnem os Filhos e Filhas aosBarqueiros Exploradores (Sons and Daughters of Pio-neer Riveimen) e visitamo River Museum em Ma-rietta, Ohio; estacionam noMark Twam Hotel em St.Louis, e almoçam no Pro-Deller Club, onde podemouvir e contar historias sô-bre o rio. Os que traba-lham no convés e nas for-nalhas podem engajar-seoara uma viagem ou dua.se, deoois, ir trabalhar nasfábricas de aço; mas os pi-lotos, ajudantes e engenhei-ros são geralmente os filhose netos de barqueiros^ eeles se engajam oara a vidainteira.

Um piloto^ deve ter ti-do uma experiência de trêsanos no rio (a escassez depilotos reduziu agora o es-tágio a dois anos e meio),antes de'poder prestar exa-me de admissão. Deve sercapaz de desenhar um ma-;pa do rio mostrando todasas curvas, cidades, pontes,represar, faróis, numa ex-tensão de milhares de milhas, sem nada omitir. Devesaber as respostas às perguntas sobre sinais, linhas denavegação, organização de filas de barcas, correntes, esobre alturas e vãos de pontes. Faz parte da Masters,Mates, and Pilots Asoociation (Associação dos Capitães,Ajudantes e Pilotos). GanJàa de 300 a 400 dólares pormês,f e fará mais se se tornar o capitão dum rebocadorparticular e aceitar tarefas adicionais de preparo detripulantes, compra de m mtimentos, conservação dol)arco.

O capitão é um piloto também, mas possue semprenm piloto de reserva a bordo. A pilotagem talvez nãosei a mais uma arte, como o era nos dias da navegaçãoà vapor, quando os rios não tinham luzes, quando osbancos de areia se arrastavam traiçoeiramente dum ladopara outro do rio, sem boias para denunciar sua trai-Ção, quando não havia botes do governo para removeros obstáculos que poderiam danificar os costados dasembarcações de madeira. "Os pilotos já não avançamcom seus navios mergulhados na escuridão por entreos braços de floresta e o uivo dos caes". Mas um pilotonestes dias da mecânica ao serviço da navegação aindaconhece cada metro de rio e de margem, ainda escutaatentamente a voz cantada do homem ^ que atira asonda em água baixa: M-a-r-c-a três, três menos umquarto, Dois e meio, Dois e um quarto, M-a-r-c-a dois'(dua> braças ou doze pés). Conhece muito mais regu-

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Petróleo do Texas é levado através das comportas Harvey do Ca-nal Intercosteiro até o rio Mississippi, com destino à Costa Leste.

O Ohio, o Mississippi Superior, o Illinois e umácentena de outros rios americanos são majs formosos ddo que o Mississippi inferior. Mas o Mississippi Infe- irior, correndo entre margens baixas, cobertas de sal-gueiros, é ainda o Rio. Antes que Hernando De Soto,quatrocentos anos atrás, lhe tivesse lançado os olhos dehomem branco pela# primeira vez, o rio era o Pai dasÁguas para os índios Algonquin, e desde então con-quistou reputação e respeito .^

Tem sido venerado, temido e insultado (Dickens odescreveu como "uma enorme fossa. . . nela correndo^lama líquida, a seis milhas por hora'/). Lendas surgiramao longo de suas# margens movediças. A história e Oromance o têm utilizado como um leito de molas paraUalguns dos seus saltos mais alucinantes. Tem levado o-comércio de uma nação jovem ao mar, e espalhado asua fertilidade sobre milhões de acres de terras. Mastambém em suas enchentes tem varrido as casas, for-tunas e vidas daqueles que beneficiava com sua gene-

rosidade.ái^^i^Égi^^í^^^^^ÊPí* Pa muitas idéias^ erro- |

neas a respeito do rio: (1)Que é o mais extenso dosEE. UU. (O Mississippitem 2.434 milhas de com-"primento; o Missouri 2.900);(2) Que as represas feitaspelo homem têm concorri-"do para levantar o leito do»rio. (O leito do rio atual-~mente nem é mais baixonem mais alto do que sem-pre foi, porém a água niiépoca de enchente é maisalta, porque ¦¦. antigamenteela se estendia por milha-res de milhas quadradasde terras e agora está com-primida entre as represas);(3) Que o corte das flores-tas do Norte aumentou ovolume das enchentes nocurso inferior do. rio. (Osengenheiros garantem queDe^Soto viu tanta água des-cer o Mississippi na cheiade 1 1542, quanta HerbertHoover na de 1927); (4)

Que é o rio mais lamacento do mundo. ( Seu sèdi-mento em suspensão é apenas de 500 partes para unimilhão de partes de água; o Missouri é dez vezes maislamacento). A côr do rio é descrita como barrenta,escura, avermelhada, chocolate, amarela, café com leite;cinzenta e até mesmo como "uma côr de púrpura mis-teriosa". Os engenheiros militares dos EE. UU. nãofalam de côr, mas sim de tur vação. O piloto dum rebo-cador nos dias que correm, procurando uma palavra-*|para denominar a côr, termina com "tudo o que sei éque não é azul".^ . ?, ,

O Mississippi Superior, à semelhança do Illinois^iè do Ohio, foi modificado pela construção de represas'numa longa série de lagos navegáveis com uma pròfuri-didade de canal de nove pés. Não hà eclusas, nèín!lepresas abaixo de St. Louis. O rio inferior começa naconfluência do Mississipoi e m as águas claras dó OhiÒna extremidade sul de Illinois, onde um triângulo dé^fdiques de sessenta pés protege a poeirenta cidade sub-fmarginal de Cairo. Os rios White (Branco) e Aikarisasdesembocam no Mississippi a umas 400 milhas abaixode Cairo, e mais para baixo, o Old River ( Rio Velho )— um pequeno rio que inverte o seu curso, quando o?Mississippi enche — liga o rio com o Red (vermelho), oOuachita e o Atchafalaya. Abaixo de Baton Rouge orio construiu, no decorrer de séculos, um grande deltaem forma de leque dentro do golfo do México.

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***'0$ engenheiros militares da Comissão tomaram sobreseus ombros a tarefa de fazer o Mississippi subir de novo— tarefa só sobrepujada em magnitude pela tarefa origi-

nal de concebe-la".

•'* ,. *'í Num ano de grande cheia podem descer o rio Mis-

sissippi um milhão de milhões de toneladas de água.Por dois séculos, o homem tentou evitar que essas águasinundassem seus campos e seu lar, e sessenta e três anosatrás os Engenheiros da Comissão do Rio Mississippiatuando sob as ordens do Departamento de Guerrase propuseram melhorar a navegação. Em 1917, umaresolução do Congresso incluiu o controle das enchentesentie as atribuições da Confissão. O trabalho dos enge-nheirosfoi coroado de cxito; a navegação é muito maiseconômica e segura do que o era em 1880, e se acreditacom razão que nenhuma cheia previsível pode vencero sistema atual de obras de controle de enchente e de

18 27.° Ano — N. 9 — Fevereiro 1944

campo, o seu visinho foi obrigado a fazer o mesmo _Durante dois séculos, a construção de diques se pro-cessava sem planos prévios e sem coordenação, estan-do os diques sujeitos a freqüentes brechas ou lendasnos períodos de grande enchente. Desde 1917, a Comis-são de Engenheiros vem enfrentando a difícil tarefa deconciliar os clamores públicos com o raciocínio ponde-rado dos técnicos.

Via de regra, os diques são erguidos a alguma dis-tancia das m rgens, em lugares cuidadosamente esco-lhidos, depois que o solo foi analisado e determinadasas linhas de infiltração. Devem ser suficientemente altos-para evitar o transbordamento, e largos bastante paraimpedir a infiltração através e por baixo. Um poucDmais de um bilhão de jardas cúbicas de terra tem sido

.empregado na construção de represas desde 1927 (à_razão de 20 cents. de dólar a# jarda cúbica — cerca de100.000 dólares a milha),. existindo atualmente 2.106»milhas de represas construídas de acordo com as espe-•. si.„ .

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Rumo .o Missis.ipi. ^fantodo uma comede q„«to "^«e «bocador moderno empurra , 8ua fiIa, 4p6s ^ . -||âf

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melhorias do canal. Sem embargo, o controle das cheiasexigido pelo povo do vale, roubou deste mesmo povo 3lama fertilizante que o rio espalhava de graça nas tei-ras marginais e que é agora levada para o Golfo._. No seu estado natural, o rio ciiou seus própriosdiques, pelo deposito de# grandes quantidades de lamaem sua pnmeiia arremetidu durante a* inundações. On-

j das rasas de água se espraiam mais além desses diquespor dez ou vinte milhas; deixando uma fina camada delodo. Os índios da parte inferior do vale construírammontes de terra onde se abrigam durante o periodo dainundação — e hà algumas autoridades ribeirinhas quesugerem que todos estariam em melhores condições, seo homem tivesse deixado o rio em paz e aprendido comose adaptar a êle e tirar partido dos seus caprichos. Maso homem não o deixou em paz, e tão logo um plantadorde algodão construiu um dique para proteger o seu

cificaçoes. Em alguns lugares, fazem-se revestimentos„ rSf ™C01Í"ft0 °U a,íf,ho nas "^gens, Para orienta.rio — mante-lo correndo, por exemplo, debaixo dumaponte, em vez de em torno dela.f. ;.o a

ÍOdJ °S CasOS'- os pla*los dos engenheiros sãofeitos de modo que o no realize a maior parte do tra-o^á £ m de "K**"*-*. o caminho, ao envés deobriga-lo a correr em canais não naturais.

m t exemPl0' constrói-se um dique para conter aUn*;a e forçar a corrente através dele a cavar um canal,mais profundo ou, então, faz-se um corte estreito atra-ves da parte mais saliente duma curva do rio e a forçado rio!completa o corte.

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Por^ muitos anos vigorou a política de "somenterepresas , mas depois da catastrófica enchente de 1927'

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27.* Ano — N. 9 — Fevereiro 1944

¦o Chefe de Engenheiros, Major General Edgar Jadwin,recomendou e o Congresso adotou um plano nacionalpara o controle de cheias e navegação, consistente derepresas, escoadouros de emergência e melhoramentosde canal. Em 1932, o Brigadeiro General Harley B.Ferguson, Presidente da Comissão do Rio Mississippi,recomendou o aumento da capacidade de # escoamentodo canal e a redução dos períodos de cheia, medianteo corte de treze extensas curvas do rio entre o Arkan-sas e o Old. Hà presentemente dezesseis cortes, graçasaos quais se encurtou o rio de 156 milhas e a viagemrio aoaixo se faz em um. dia menos. Os cortes, propor-ci o nando um canal mais direto e mais profundo, dimi-nniram os períodos de enchente. Dez anos atrás, emVicksburg uma inundação arrastou apenas um milhãode pés cuoicos por segundo, quando, hoje em día, arras-taria 1.400.000. Na cheia de 1937, que devastou cida-des e fazendas novale d? Ohio, oMississippi inçor-porou pratica-mente a mesmaquantidade deágua que# causoutal destruição em1927. Na crista

«da enchente ha-via.2.100.000 péscúbicos de águapor segundo naconfluência doMississippi e doOhio, tendo amesma ac deslo-cado rio abaixoquarenta milhasnum dia. O BirdsPoint (Pico dasAves) — o verte-¦douro New Ma-drid abaixo deCairo e o BonnetCarré acima deNew Orleans des--vi ar ain 610.000pés cúbicos porsegundo do canalprincipal, e as re-presas agüenta-ram. Os engenhei'tos estão prontospara qualquerenchente que""possa razoável-mente ser pre vis-AÍ ttia. .

Uma investiga-çao geológica ra*cional de todo ovale aluvial doMississippi está«endo realizadapela Comissão doRio Mississippipara tornar claroo conhecimentoexistente dos ter-renos dp vale ^ esua resistênciapara fundaçõesde represa e pro- _/ . . .. , «blemas do canaPdo rio. Na Estação Experimental deCanais {Waterways Experiment Station)^ dos EE. UU.em Vicksburg, Mississippi, os engenheiros construíramnm modelo de um quarto de milha de extensão, noqual podem simular qualquer fase do no, fazer expe-Tiência com diques e alterações propostas do canal,utilizando os resultados no próprio no. Os engenheirosda Estação construíram também em escala modelos de

ios e çortos em muitas regiões dos EE. UU., resol-Teram inúmeros problemas hidráulicos do país, e ete-v aram investigações para o Exército e a Marmha emjf-unéxão com o esforço de guerra,«o Os controles de cheia, dragagem, represas, com-

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portas e diques acham-se todos sob as vistas dqs en-genheiros; as pontes são patrulhadas pelo Exército dosEE. UU., policia ou autoridades locais; e os socorrosa navegação, faróis, balisas e boias estão a cargo daGuarda de Costa dos EE. UU. , ZM

Existem 2.639 faróis nos nos, vigiados por 700faroleiros, que percebem em média 10 dólares por mespor farol, e hà 5.000 boias que devem ser removidas,quando se muda o leito do no.

A Guarda de Costa tem também a obrigação de-corrente da guerra, de policiar p rio, de registar e iden-tificar os trabalhadores fluviais; e de investigar qual-quer irregularidade. ,*'WÈ

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" Com estes numerosos sinais. .. pilotar em águastranqüilas, è agora quasi tão seguro e simples como duri*

gir, e é nada me-nos que três vezesmais romântico."

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A maior fila de barcas é impulsionada pelo rebocador Ohio, de duas héhces, da Miss,ss,PP,

Valley Barge Line, que desce o Mississippi, de Cairo, Illinois, ate Memphis. Tennessee —

trinta e sete barcas transportando 12.000 toneladas (igual a 300 vagões de carga carre-

gados) de produtos de aço, cereais, mercadorias enfardadas e caminhões.

Os rios aindasão românticos emuito mais segui-ros do que eram.Nos velhos tem-pos, havia umnaufrágio de diascm dias. No úl-timo i n vernohouve apenasdois de más con-seqüências: o Ka-tie Lyons afun-dou, quando oseu rebocador foide encontro aonilar duma ponte'eo<7. W.Mc Bri-de partiu-se pelomeio ao investircontra uma pon*te perto de New-port, Kentucky.Os pilotos, noacima e rio abai-xo, comentariamdurante mesesesses dois naufrá-gios, e outros demenor importan-cia. O CapitãoJohn Luchow doNicho tas Duncanfixa os seus olhosna margem doIllinois entreThebes e Cairo ee.iz: "Noutra oca-sião eu vii iha des-cendo o Ohio des-de o Mississippie êle estava altoe havia bolhasformandü-se nasuperfície e Ja pe-quena embarca-ção que tínhamosamarrado a gran-de não poudeagüentar a cor>

rente, desgarrou-se com as amari as partidas e afundou.Um velhote se afogou, mas isso foi mais uma casuali-dade que propriamente um acidente. Ninguém teveculpa — tudo muito natural". A maioria jdas conversasnas" embarcações dô rio é sobre o rio e sobre embarca-ções. O companheiro do Capitão^ Luchow, o pilotoCharlie Warner, certa vez se dispôs a fazer uma cole-ção de livros sobre construção de barcos fluviais, masgorou porque nenhum dos dois concordou com respeitoà melhor espécie de embarcação e, além do mais, nãohavia livros bastantes — barcos sim, livros não.

Um nom em do rio, mesmo que se sente num escri-torio, em vez de uma ponte de comando, connece a nis-

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tória e o registo das embarcações fluviais, da mesmaforma qúe um amante de corridas conhece a raça e aperformance dos cavalos. O presidente duma linha debarcas, do seu escritório num edificio de Pittsburgh,pode enxergar mais além do ponto em que o Moncnga-hela e o Allegheny correm juntos para formar o rioOhio e, mesmo através do fumo que indica que asfábricas de aço estão funcionando, pode dizer o nomedo l rebocador que está passando debaixo da PointBrdige, o nome e o perfil e a idade, e o proprietário eo jpiloto, o número de barcas e sua carga. "E' umrebocador da Central Barge, com uma ponte decomando telescópica para passar debaixo daquelaspontes do Illinois". "E' oOhio do Mississippi Valley.Acabou de instalar Kort

lNozzles". "Aquelas são asbarcas de carvão J. & L.Trãnsportam-se 2.500.000'toneladas

de carvão men-salmente no. Mononga-hela".

Saindo da janela,# reci-tara mais estatísticas./'Nosso negócio^ costuma-va ser 95% rio abaixo,aço, produtos manufatu-rados e carvão. Agora,desde a guerra, é 65 % rioacima — óleo, enxone, fer-

>ro velho e açúcar. Temosque descer navios com acorrente e isso^ não nosagrada. As prioridades ea gente sendo poucas, da-vam lugar a tal coisa; elespensam que perderão oaço, se não o receberemlogo, de modo que o man-dam t>or estrada de ferro—re, depois, o mantêm en-ferrujando antes de usá-lo.Se o enviassem por barca,___ '

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oseph Eastman, está elaborando planos> de construç,e vagôes-tanques, barcas-tanques e ccminhõe:>-tanqu<

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Enxofre de Louisiana «5 carregado em chatas abertas e transportadoao Mississippi e ao Ohio nara as industrias químicas em Virgínia

Oeste e Pennsyl vania.

teriam de pagar menos da metade, quando muito; masnão, é uma emergência, de forma que hà que envià-lopor ferrocarnl. Ferrocarrís..."

*¦*¦¦¦

Uma vez que um homem do rio começa a maldizeras estradas de ferro, a única coisa que o faz parar é umataque aooplético A antipatia surgiu nos tempos daguerra Civil, tão logo nasceram as estradas de ferro,e com os anos aumentou em azedume. Os ferroviários,de acordo com os homens do rio, não gastam tempo per-

27.° Ano — N. 9 — Fevereiro 1944¦. '¦ ¦

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correndo suas estradas, mas projetando vias que supe-rem as linhas fluviais; mantêm um "paiol de dez mi-lhões de dólares" em Washington só nara trabalharcontra o transporte fluvial. Um barqueúo dirá nestemomento que é mesquinho para as ferrovias lutar con-tra as linhas de barcas, posto que as barcas só trans-portam 2,3 % das toneladas-mühas da carga do país rmas, logo depois, dirá a# que alturas o transporte flu-vial seria capaz de subir se o governo lhe desse açopara construir barcas.

O Escritório do Transporte de Defesa, a cargo deão

pretendendo iis verter a cor-rente dos oleo-condutosexistentes que vão do mar-a Pittisburgh. Fala-se nova-mente em construir o oleo-conduto de Texas a New-York, advogado por Ickes,.de abrir um canal parabarcas através de Floridae de fazer subir o óleopelos canais costeiros. Sejaqual foi o método de tram-portes adotado, as barcasdos canais de teira a den-tro continuarão a ser a-via mais barata (salvo osnavios-tanques) para levaróleo aos Estados de leste.

Os navios-tanques po-dem subir o canal de 35>pés desde o Golfo atravésde Passes, passando NewOrleans, até Baton Rouge^onde o arranha-céu Capi-tol de Huey Long se tíe-fronta com uma dúzia denovas e imnortantes fabri-cas de guerra. Os navios-tanques e as barcas parao comercio rio acima são

carregados nas docas de 4.000 pés de extensão da Stan-d ar d Oil, à rxzão de 5.000 barris por hora. Os navios-tanques voltam rip abaixo para as águas oerigosas doGolfo e do Atlântico. As barcas permanecem no segurorio. As barcas são econômicas, mas vagarosas e só po-dem ir até onde o rio vai. Elas nunca deslocarão asestradas de ferro do negocio, nem se aproximai ao disso,,mas pocb acontecer que as contingências modifiquem aantiga raimizj.de entre ferroviários e barqueiros e per-mitam (ou^ obriguem) que trabalhem juntos no trans-porte de óleo e de outros materiais de guerra da fór-ma mais eficiente possível. Pode acontecer. ..

íY.r-. * VELOCIDADE DAS AVES

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>>Dois sábios ornitologistas ingleses — os srs. Ingrame Meinertzhager — depois de alguns anos de paci-rentes experiências, conseguiram determinar a veloci-I «Jade e.altitude médias a que voam as diferentes espé-cies de ^aves.

^São as aves migradoras as que se deslocam maisrapidamente e a maior altura : as tarambolas podemvòâr a 300 quilômetros á hora e a uma altura de 2.000r^métros, sustentando este vôo vertiginoso durante nieio-|piá.';As andorinhas elevam-se por vezes a 3.000 metros,fazendo os seus percursos a uma média de 250 quilo'jimçtros á hora. Os gansos selvagens e as gralhas não^atingem velocidades superiores a 100 quilômetros.

O CENTENÁRIO DA MERCER1SAGEM

A mercerisagem, inventada enr 1844 por Mercer,.é uma operação que tem por fim dar ás fibras texteísum brilho parecido com o da seda.

O processo fundasse na propriedade que possuema soda e a potassa de atacar lentamente e a frio, no esta-do de solução concentrada, a celulose, formando assim

uma verdadeira combinação (alcali-celulose). La van-do com agua este alcali-ce!ulose,ya soda dissolvesse,ficando um hidrato de celulose que possue o aspecto;da seda, é bastante resistente e tinge-se facilmente..E' nisto que, em resumo, consiste a -mercerisagem-

do algodão. *Para a lã foi tambem inventado um processo com:o mesmo fim.Trata-se primeiramente a la por uma solução fracade ácido clorídrico, em seguida e durante 20 minutos-

por uma solução a 0 5o B, de hipoclorito de sódio e, fi-nalmente, por um banho ácido. O fio adquire ao mes-mo tempo uma leve coloração amareiada, que se fardesaparecer mergulhando a la num banho redutor com-posto de:

Protocloreto de estanho .- 500 grs.Ácido cioridrico a 30 p.100.. 4 lits.A2ua- • •: 800 lits..Aquece-se a 40° ou 30, passa-se ao banho ácidoe retira-se quasi^ branca, com o aspecto e a consisten-cia da seda. Pode tingir-se ou passar-se pelo banhosulfuroso, no caso de se desejar obteria completamen^te branca.

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Faculdade de Lincoln; 2 Faculdade de Jesus; 3 Faculdade da Trindade; 4 Faculdade de Wadham; 5 Bibhoteca Bodleian;6 Escolas da Divindade; 7 Faculdade de Brasenose; 8 Mansão Radclife; 9 Igreja de Santa Maria; 10 Faculdade das Almas;II Faculdade Nova; 12 Faculdade da Rainha; 13 Faculdade de Madalena; 14 Faculdade da Universidade; 15 Faculdade Onel;16 Faculdade Merton; 17 Catedral da Universidade; 18 Igreja de Cristo; 19 Faculdade Pembroke; 20 Faculdade Exeter.

A UNIVERSIDADE DE OXFORDPor W. [A. PANTIN, M. A.

UNIVERSIDADE DEoxford possueduas qualidades

que os ingleses presamacima de tudo: a tradi' xção e a liberdade. Primeiro que tudo, é uma das maisantigas do mundo e uma das poucas que sobreviveramda Idade Média sem perder seus atributos, sua inde-pendência e seus velhos prédios. Da mesma forma quesuas irmãs de Paris e Bolonha, Oxford tem raízes nogrande renascimento científico do século XII. Não teveum fundador: cresceu espontaneamente como forma-dora de mestres, sendo mais tarde reconhecida e pri-vilegiada por soberanos e pontífices.

Além disso, foi sempre uma instituição livre, embo-ra de caratei 'público. Não- é filiada ao Estado, masisso nao a impede de realizar uma grande obra nacio-nal. Existe algo de essencialmente britânico nesta or-ganização — algo que tambem encontramos não _sonas universidades mais modernas, mas em instituiçõescomo a Faculdade Real de Medicina, os hospitais, oBanco da Inglaterra. , ~ jNa Idade Média, ela foi a princípio um orgao daIgreja, cujo propósito principal era fornecer teólogos^prelados que instruíssem e governassem o clero TalKiéia sobrevive ainda hoje na ceremonia da colaçãodo grau, quando os diplomas de Professores e Douto-res são conferidos "ad honorem Domini nos tri. JesuChristi et ad profectum sacrosantae matris ecclesiae suaeet studii

Enquanto algumas das restantes universidadesmedievais se especializaram em ensinamentos práticose Profissionais — Bolonha em advocacia, Salerno emmedicina, — Oxford e Paris se concentraram mais e

mais nos estudos sub-jetivos e humanísticos:teologia, filosofia, inter-pretaçãcL dos clássicos e(nos tempos modernos)

história. Oxford particularmente, foi desde o séculoXIII uma grande difusora de Aristóteles. Ha três pe-riodos diversos na historia de Oxford. O primeiro abranjeos séculos XII le XIV, quando os estudiosos procura-vam "tornar Aristóteles intelegivel aos latinos"; o segundocompreende o século XVII, quando se faziam sentir plena"mente os efeitos do Renascimento Mundial que sucedera aconfusão da Reforma luterana. A maior figura da Univer*sidade é nesse tempo John Locke, o teorista filosóficoe político. A terceira fase teve seu inicio no alvorecerdo século XIX, após o torpor do que o precedera. Houveentão um recrudesci mento religioso e cultural e a re-forma da Universidade trouxe consigo novos estudose novos métodos. Os dois melhores produtos de Oxfordnesse tempo foram talvez o cardeal John Newmarvteólogo e prosador (cujas conferências sobre a ['Idéiade uma Universidade" são particularmente significariates) e Gladstone, o grande estadista. Pode-se dizer queesse terceiro periodo se prolonga até nossos dias.

Os estudos científicos sofreram grande impulsodesde a metade do século passado, em Oxford, e seus ir_s-titutos" e laboratórios se expendem sem cessar;rnasas ciências naturais ainda exercem menos influênciaali do que em Cambridge, cedendo lugar aos estudos-abstratos.

Entretanto, não ha muitas justificativas histo-ricas para considerar Oxford como sede de causas per-didas ou seus discípulos como refratários a idéias novas.Antes pelo contrário: desde a Idade Média os homens-

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<le Oxford acreditaram firmemente que seus estudos«e teorias são de relevante importanc:a para a resolu-ção dos problemas contemporâneos ("abeant studiain mores"), As quatro maiores mentalidades que por«ali passaram — Grosseteste, Lecke, Newmann e Gia-dstone — estavam sempre envoltas nos trabalhos elutas da Igreja e do Estado.1

O grande centro de cultura representa nao somen-te uma tradição intelectual, mas toda uma existênciaparticular/ Seus mais incisivos caracteres, que o dis-tinguem das universidades britânicas e continentais«nais recentes, estão contidos no sistema colegial. A

. Universidade consiste em grande parte numa federa-¦ção de faculdades, que abrigam os estudantes e o corpo¦administrativo e docente. O escritório do Vice-Reitor,por exemplo — que é praticamente o governador-geral.— é secundado pelos dos diretores das faculdades ad-jacentes.

As três faculdades mais antigas (university, bal-hol e merton) foram fundadas em meiados do séculoXIII, ao passo que outras possuem raizes na Idade Me-dia e no Renascimento. A maioria foi organizada porsábios eclesiásticos celibatários que, não tendo fami-lia a sustentar, se mostravam ansiosos para auxiliaroutros clérigos habilidosos e prometedores — emborafossem muitas vezes de origem humilde.

Na Oxford medieval as faculdades eram muitomenos importantes que hoje em dia. A grande maio-ria dos estudantes e graduados nao pertencia a elas, mo-rando em casas alugadas na cidade — os "halls". AUniversidade não possuía terrenos ou prédios e se uti-lizava de igrejas e salões arrendados para suas confe-rências e reuniões. Assemelhava-se menos a Oxfordmoderna e mais ás restantes universidades britânicas

.« continentais que existem hoje.• As faculdades atendiam apenas ao que podemoschamar "estudos de post-graduação"; acolhiam um

pequeno numero de graduados, conhecidos como "Fei-lows", que se dedicavam a Teologia ou a Filosofia. Ograu de Doutor em Teologia exigia um estudo de quinzeanos, o que tornava necessários esses " Feilo wships".Só uma faculdade mantém esse caráter medieval em Ox-forx.— a Faculdade das Almas, "Al! Souls College".

A grande reforma teve lugar no século XVI, quan-co um novo regulamento veiu exigir que todos os naograduados se tornassem membros de uma das facul-dades. Estas se tornaram desse modo o que são hoje:lugares j^nde se abrigam e instruem os jovens estudan-tes. e não apenas de estudos de post-graduação. Somam

ao todo 23, cada qual possuindo entre 100 e 200 jo-vens. Também ha quatro exclusivamente femininas.

^luita gente pensa que Oxford é um centro de di-versões para moços ricos, mas tal idéia é absolutamen-te errônea. Na Idade Média a maioria dos estudantesera pobre, embora seus visinhos mais privilegiados pelafortuna invejassem o juiso que deles fazia a sociedade.Após a Reforma Protestante, a Universidade-se tornoumenos clerical e ficaram mais pronunciadas as distin-çôes de classe, refletindo a estrutura da sociedade con-temporanea.

Havia diferentes hierarquias de estudantes, com/diferentes privilégios e costumes — do nobre de cha-péu bordado a ouro ao "servo" humilde, sempre emsegundo plano. Essas diferenciações, embora nos pa-reçam repugnantes, talvez tenham facilitado o canii-nho aos^ estudantes pobres. . Entretanto foram aboli-das no século XIX e é provável que hoje em dia existamais igualdade na Universidade que nas escolas.

O custo da manutenção em Oxford é talvezpesado, mas todos os anos são concedidas muitas boi-sas de estudos. Pelo menos a metade dos estudantesrecebe qualquer espécie de bolsa ou ajuda, seja das fa-culdades ou das organizações publicas.

Outra feição característica da Oxford moderna éo sistema direcional. Como é de prever, os métodosde ensino variam de geração para geração. Na IdadeMédia as aulas eram franqueadas ao publico e minis-tradas por meio de debates ou de conferências realiza-

das por mestres e doutores que comentavam textosescolhidos, a Bíblia, as Sentenças, as Leis Canonicasou a filosofia de Aristóteles. Já no fim dessa Idade, eprincipalmente no período do Renascimento, as con-ferências e debates se foram restringindo ás faculdadese cada estudante foi confiado a um "tutor" -uni"fellow"

que se responsabilizava pela instrução e adisciplina de seus pupilos, chegando mesmo a cuidarde seu dinheiro, suas roupas e seus interesses particulares ,

Daí se desenvolveu gradualmente o regime atual,que obriga o estudante a apresentar ao tutor uma ouduas composições escritas por semana — o que tornacompulsório um curso de leitura. Também são reali-zadas conferências a intervalos regulares, como suple-mento á tutela particular. O contraste é completo comas universidades cujo ensino repousa apenas na assis-rencia obrigatória ás aulas regulares.

O sistema tutorial sobrecarrega o tutor, mas aten-de aos interesses privados de cada estudante e mos-tra-lhe a necessidade da confiança em si mesmo e dadisciplina própria, visto que lhe é deixada a iniciati-va de organizar seu horário. Ensina-lhe também queuma biblioteca é muito mais importante que uma salade leitura. Cada faculdade tem uma biblioteca que pos-sue desde os manuscritos e incunábulos medievais aosvolumes ultra-modernos. Entre elas se acha a "Bodlei-an", uma das maiores do mundo, fundada no séculodezessete.

Oxford sempre teve governo próprio. Na IdadeMédia era dirigida pelo Chanceler e os Procuradores,que representavam duas "nações" entre os estudan-tes: os Nortistas e os Sulistas. Após muitas lutas, osdois partidos se juntaram. Ao declinar a época medie-vai, o Chanceler se tornou um patrono não-residente,um estadista ou qualquer grande homem publico. Overdadeiro governador é o Vice-Chanceler, assistidopelos procuradores e por um corpo de legislação eleitopelo Conselho Hebdomadário. Entre outras coisas, sãoos Procuradores responsáveis pela manutenção da dis-ciplina entre os estudantes. Para isso perambulamá noite nas ruas da cidade.

A maior autoridade legislativa e governamental,entretanto, é ainda o corpo de professores e graduadosresidentes — os Mestres e Doutores, reunidos em Con-gregação. Também as faculdades possuem direção in-dependente. O corpo dirigente é formado pelos "Fei-lows" (geralmente professores e tutores), presididospelo diretor da faculdade.

Oxford sempre deu mostras de possuir capacidadede governo próprio e auto-reforma. Isso pode ser obser-vado na adoção imediata dos novos estudos do Renas-cimento e, mais tarde, no fim do século XVIII. Esteconstituiu para a Universidade um período de torpore decadência. As faculdades se tornaram indolentese preguiçosas, o sistema de estudos obsoleto e a dis-ciplina relaxada. Oxford foi então precisamente o tipode instituição que um reformador iconoclasta teria dadopor incorrigivel. Felizmente os ingleses em geral e ososonianos em particular foram sempre vagarosos noabolir alguma coisa. Por volta de 1800, três diretoresde faculdades resolveram levar a cabo uma reformainterna e começaram por lançar o atual sistema de exa-mes com distinções honoríficas. A reforma foi conti-nuada pelas diversas Comissões Reais nomeadas pelogoverno para dirigir as Universidades, de 1850 em di-ante (a ultima foi nomeada em 1922).

A vida universitária foi gradualmente transfor-mada, por meio de grandes e pequenas mudanças,introdução de novas matérias de estudo, como ciênciasnaturais, historia moderna, línguas vivas, economia,etc.; admissão de estudantes do sexo feminino e cre-ação de uma grande cidade industrial nos terrenos daUniversidade Isso lhe valeu o apelido de "quarteirãolatino de Morns Gowley".

Com certeza a guerra atual dará lugar a grandesmudanças, de_um alcance que nem podemos calcular;mas Uxrord nao terá razão para temê-las desde que seapegue as suas velhas tradições e aspirações. Seu lemae: Domi nus ílluminatio mea et salus mea: quem timebo ?"

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âtiHFsem adquirir SARDAS!

Proteja sua pele do sol e dovento com LEITE DE COLÔNIA!

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Desfrute intensamente o prazerdas praias e das manhãs de sol...sem temer pela sua epiderme queé delicada e muilo sensível... Osol e o vento provocam o apare-cimento de sardas e manchas massó quando a pele está desprote-gida. Seja amiga de si própria...Proteja sua pele aplicando sobreo rosto, colo e braços Leite deColônia, antes de sair para a praiae logo que regressar. Assim, suaepiderme se manterá sempre maciae livre de sardas, manchas equeimaduras. Leite de Colôniamantém a suavidade e a juven-tude da cutis. Leite de Colônialimpa, alveja e amacia a pele.

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27.° Ano

0 FAMOSO PRADO DE BELMONT (EE. UU.). NUMA DAS SUAS NOTÁVEIS REUNIÕES — O instantâneo mostra a comentadachegada de "Markct Wisé", vencedor do celebre Suburban Handicap. "Whirlaway", o admirável cavalo vencedor dos maiores prêmios nos

prados norte-americanos, persegue tenazmente o vencedor, sem poder, no entanto, alcançá-lo..,.-. -r ..¦¦¦'

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O REI DOS ESPORTES — O ESPORTE DOS REISInfelizmente nao é co-

' liecida, exatamente, a data<ío inicio das corridas decavalos, no mundo. Ellien,em oUas Histoires Variées,iefeie-se a co;ridas análogasRealisadas an.tes dos chama"ocfs Jogos Olímpicos, infor-mando que as inscrições dos«•mmaes eram feitas com

O turj E SUAS ORIGENS. —QuE ERAM OS jockeys?—Quando se realisou a primeira corrida em pistaDE GRAMA ? — QUANDO FOI INSTITUÍDO O PRIMEIROPREMIO (CHALLENGE) ? — CURIOSAS RECEITAS PÁRA Oentra inement DOS animais — As QUATRO coisas conSIDERADAS INDISPENSÁVEIS PARA UM BOM CORREDOR —Começou num hipodromo a derrocada da dinastiados Stuarts, na Inglaterra — Cavalos de onteme de hqje. — Origens do turf no Brasil. — Quan-do correu no Brasil o primeiro pupo-sangue?

grande antecedência e queseus proprietários se viam obrigados a piepará-los, pelomenos, um mês antes da data marcada para as com-Petições.

p Outros cronistas, porém, contestam o que cscieve.ir^en, exigindo provas que o autor de Histoires Variées,iníelizmente, não poude apresentar,

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?« metade do rei: ado do Roi Soleil. Luís XIVjmediaíaniente se mostiou entusiasmado prote-01 íie tais reuniões, que, infelizmente, não ti- .veu,m caracter popular senão na época cie Luís;>V1> quando passaram a ter utilidade pra-tica.

^ As primitivas corridas de cavalo? que se

guisavam na Inglaterra eram uma especie derosf-Country, cuja meta costumava ser "um1 nío elevado na linha do horizonte", como

a torre de um castelo, deuma igreja,uma árvoie, etc.

Cada cavaleiro escolhiao camii.h"> que navia deseguir, para chegar ao lugarassinalado. Os cavalos, nes-sa época, eram aqueles ani-mais pesad.Ôes, capazes deagüentar sobre o lombo oproprietário com a indispen-savel armadura, que nunca

pesava menos de umas trezentas libras! Porem, então,mais que a Jigeiresa do animal, buscava-se sua fortale-za, pelo que, geralmente, ganhava a corrida qu ilquercavalo mediano, que, no percurso, tivesse a sorte deencontrar menos obstáculos ou caminho menos áspero.

Segundo opinam certos histeriadores, nos temposde Henrique II (1154-1139) tais provas eram celebradas,em geial, todas as sextaò-íenas, no Mercado de Srrtith-jield, obtendo o ganhador, como prêmio, grande abati-meuto nas compras que, a seguir, efetuasse.

Desde então data o nome de jockey, pi-lavra ajrancesada, derivada de jaquet, que sedava aos moços de quadra e que eram os quese encarregavam de montar os animais nessascarreiras arriscadissimas.

O jockey foi, assim, primitivamente, indi-viduo mal considerado, no qual quase ninguémconfiava e que levava, em geral, vida de ta-bêrna, com hábitos libertinos e viciosos.

Andando, porém, o tempo, ainda havia-

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^^^^26 27.° Ano — N. 9 — Fevereiro 1944

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mos de vêr esses profissionais sentarem-seà mesa dos lords, duques e outroj gran-des senhores. . .

O piimeiro piêmio — cliallenge — toiinstituido no ano de 1512, em tempo deHenrique VII. Consistia em uma pelotade algodão, adornada com flores e postana ponta de uma lança. O que a gaUiavaera obrigado a conservá-la até que, no anosegui-ite, outro a ganhasse.

Tal prêmio chamava-se Sainl-Oeorge sBell. )

Ao fim de pouco tempo esse cliallengefoi substituído por um pequenino sino demadeira, que, deuois, foi de prata e, fi-nalmente, de ouro.

Desde então, foi costume, nas igre;as,repicar os sinos em honra do vencedor,quando se tratava de prova de impor-tancia

Por um bill do Parlamento, no tempode Henrique VII, as pessoas de posição

Quatro cavalos ue pequeno porte, para. sela, origi-narios da Irlanda, sendo que um deles so podia ser usadopor seu filifto, lord Percy;

Um cavalo de sela, com cauda cortada rente, parao duque, quando no campo;

Um, de sela, paia cidade, tambem reservado parao duque;

Um, grande galopadoi, para as viagens;Um, para o duque caçar; '

Um, castrado, para uso do porta-capa ;Sete, de tiro, para as canuagens;Um, para o condutoi das carruagens.Segundo o costume entre os cavaleiros, o asnò não

figura para nada na cocheira. Era considerado impro-prio de todo cavaleiro montar esses pacatíssimos animais.

OutrS bill do Parlamento, no tempo de Eduardo VJ(1547-1553) castigava com "a

privação dos auxíliosespirituais ao que roubasse uma égua ou um reprodutor.

O primeiro hif ódromo com grama data da épocade James I (1603-1625). Nesse periodo, as práticas deum bom enlrainement consistiam na seguir.te receita;

"Na vesoera da corri la friccionar fortemente as

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eram obrigadas a possuir determinado numero deCavalos

Assim, os bi ,pos e os duques deviam ter se e cavalosde sela; os eclesiásticos, com rendas anuais de mais de1ÒQ libras e os laicos — cujas mulheres usassem eóliatranessa ou gorro de velado — um; todo proprietário,dois, etc, etc.

Só o duque de Northumberland, em 1512, tinha afc segui- .te cocheira:

Seis cavalos de sela da melhor classe, para o serviçodo duque; '. .

Quatro, de pequeno porte, proonos para senhorase pessoas de idade, assim distribuidos: um para a duqueza,dois oara as dam*s de honor e um oara o escudeiro.

Uma visão empolgante do prado de corridas Garden StatePark, ocupando mais de 300 acres de terreno, nas proximidades dcGamden, New Jersey (EE. UU.) no dia da disputa do Tace Track

quatro patas do cavalo e passar sobre elas, a seguir,gordura de pata de boi ou de carneiro (mocotó)''."Depois das refeições, cortar um pedaço de oãoem fatias, tostá-las no fogo brando, empapá-las comviuho de Muscat, secá-las entre hastes em brasa e dá-las,depois, ao . animal":¦"No dia da coriida, momentos antes da hora deentrar na pista, bridá-lo bem, examinando então, cornminucioso cuidado, seus# aparelhos locomotores, ei .che ra boca do animaL com vinage bem forte, fazê-lo cheirar

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Apezar da guerra, da falta da gazolina, dos Múltiplos gujçhis atendem os apestadores,impostos, do racionamento dos pneumaticos que no grande premio de Memorial Day,•e do esforço de guerra, o publico norte- jogaram mais de dois milhões de dollarsl^americano continua apaixonado pelo "turf",

<omo é revelado por esse aspecto do posto de estacionamento de automóveis, em frente do ps ado de corridas de Belmont.

Só um conferente do prado de Belmonteencarrega-se da contagem meticulosa de150 mil dollars.

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27." Ano — N. 9 — Fevereiro 1944

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esse vinagre longa-mente, afim deabrir ..mpl.menteseus canais respira-tonos, c estar maisfoto 2 sustentar oAl "iôlego .

0 f imoso hipó-dromo de Newmar-ket data do ano de1611, rei iando Ja-mcs í (1603-1625).Foi então ali corri-da a primeira pou-le, no ano de 1609.

Na opinião dostécnicos de então,quatro coisas indis-pensavéis devia terum cavalo de san-

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Special, quando passam pelas bilhitarias cerca de 8 e meio mi-Ihoss de dollars em apostas. Nesse famoso prado são realisadascorridas diariamente, com exceção do domingo.

gue, árabe, considerado o melhor^ corredor:Longos:—orelhas, pescoço, mãos;Curtos: espádua, cauda e pés;Làigós: — fronte, peito e gaiupa,Puros pele, olhos e cascos.Segundo ainda os pesquizadores das coisas do turf

todos os puro-sangue ingleses do mundo i o teu o icmon-tam sua origem aos tres grandes ramos, formados por

"Byerle Turk". 'D.irlyArabian" e "Godolphim.Arabian' .

O iurj inglês está liga-do à historia da lngla-teria, pois a derrocadada dinastia dos Stuarts;nesse país, teve sua on-gem no hipódromo deYork.

Ia sei corrida a Golã-Cup, tomando parte nes-

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ÜMA Reunião "TURriSTA" EM YoKOHAMA, em 1865 - Reprodução de uma gravura da época

publicada no /The Wustrated London NeWs".

Lord Seymour, um dos creadoresda Sociedade Protetora para aMelhoria dos cavalos puro-san-gue, na França. (Col. JeanStem),

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Epson, o famoso prado inglês, pos-sue também suas figuras curiosas etradicionais como o "HomemTic-Tác" que a gravura apie-senta. Trepado no alto deuma escada de madeira, assi-nala aos membros de sua or-ganisação no extremo opostodo paddock, as oscilações dascotações.Ospreços têm queserajustados, segundo os sinais,sem perda, de um segundo...

sa competição um potroda propriedade da rai-hha Ana. Justamentequando ia ser dada a

largada", recebeu-se anoticia da moite da rai-hha, que produziu enor-me excitação entre opublico.

Arengados ali mes-mo pelo lord-prefeitoBedman e pelo arçebis-po Davis, encaminha-ram-se todos para York,onde, com os chefes dopartido Tory, proclama-ram rei, Jorge I.

Poucos dias depois,Londres confirmava esseato revolucionai io.

Quando se fala em ca-valos famosos, rão pode-mos deixar de citar Ecli-pse.

Eclipse foi, realmente,o cavalo de maior ceie-bridade, na Inglaterra edeveu seu nome aofato de ter nascidonum dia de eclipse doSol (5 de Abril de1764). __

Era um alazão tendouma raia branca, bas-tante prolongada, natesta e uma mancha;também branca, quesubia áfé muito alto,na pata direita, em-quanto na garupa ti-nha duas grandes man-chás negras ¦ e a crinaera constituída ò.e pe-los longos e finibimos.

Aos dois anos, fezconceber poucas espe-ranças ^ aos seus pro-prietarios. Porém, aostres anos, no magníficoprado de Epson, noprêmio de Nobles andGentlemen,' montadopor Whiting, que corriacom as vitoriosas coresdo capitão O'Kelly,surpreendeu os cate-dráticos com um tri-

21.648.500 francos nos cascos de um cavalo! — Eis a "larga-

da" do Grand Prix de Paris de 1939 (no limiar, portanto, da atualguerra). Na frente, "Horatius", muito preso, seguido por "Pharis"

o ganhador da grande prova e seu companheiro de jaqueta. "Pha-

unfo ruidoso. Concorrendo com Gower, de Faste.uie,Chance, de Castle, Sociaí, de Jennings, e Plume, deOuick, foi o primeiro a cruzar o poste de sentença."

A distancia era d.e 6.400 metros, que Eclipse ccrreuem 6 minutos, batendo todos os adversários.

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r'Tve GOT an 'orse" — Eis o grito incessante, monótono, infatiga-vel do "Ras-Principe" Monolulu, curiosa figttra de vendedor de"palpites certos", do prado de Ascot, Inglaterra. Esses tipos devendedores de "palpites" chegam a enriquecer, desde que consigam,

numa temporada , vender sugestões felizes...

Vista aéreo de Columet Farm, com suas 34 confortáveis cocheiras, espalhadas pelo imenso prado verde."Whirlaway". O haras está avaliado (somente

27.° Ano — N. 9 — Fevereiro 1944 29 m

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ris", no qual os apostadores jogaram 21 milhões, chegou ao ven-cedor, apoz terrível luta com a potranca "Lysistrata" tordilha,gue se vê ao centro.

Eclipse, em sua longa carreira, tomou parte em 21reuniões, vencendo todas, ,em can fer t sempre sobre clis-taricias de 6.000 metros em diante.

0 valente animal morreu aos vinte e seis anos, tendodeixado 540produtos.

No Brasil,somente em1851, as cor-ridas de ca-valos fortim

.realisada?, noRio de Janei-ro, por inicia-tiva do Jo-ckey ClubFluminense,fundado em1849.

Sómeate es-se periodo detres anos, en-tre a data dafundação doclub e a rea-lisação da pri-meira compe-tiçao, chegapara indicaros inúmerosobstáculos

Figuras curiosas do "turf" europeu — Eis <lue se opuze-um famoso (vendedor de "palpites" de "Long- ram aOS pio-champ", o Principe Boubou. que se intitula neiros, enca-

"Rei do Turf". beçados pelo

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major Suckow.A primeira reu-

- nião foi realisadano dia 13 de Ju-lho, no Hipódro-mo Fluminense,situado em S.Francisco Xavier,um local nao ser-vido por linha detransporte dequalquer espécie.Mesmo assim, foigrande a concur-rencia popular àfesta inaugural,que contou coma homosa presen-ça de SS. MM.

-Imperiais. Foramdisputadas 5 pro-vas: a primeirapara pequiras,montados em pê-lo;a segunda paracavalos nacionais,tambem monta-dos em pêlo; aterceira para ca-valos nacionais,ensilhados; aquarta para ca-valos de qualquernacionalidade, en-silhados, e a 5.aprova reservadapara cavalos só-mente da A'fricado Sul (Cabo da

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Trabalhando sem um segundo de des-canso — Outro "tic-tac-man", em açãotrepado sobre um simples «caixote, no pra-do de Epson (Inglaterra)* Dirige com segu-rança infalível as cotações para as apostas.

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^alj saem, anualmente, os melhores cavalos de corridas dos Esta

as 'nstalaçõfs) em um milhão de dollars 1

Boa Esperança), sendo os animais condusidos por seusproprietários e haven-do prêmios apenas parao vencedor da quiutacarreira (as entradas euma taça de prata).

Só em 14 de Setem-bro foi realisada a se-gunda carreira, quetambem foi honradacom a presença de SS.MM. Imperiais e tevea concurrencia de cercade 4.000 pessoas. Fo-ram, entaò, realisadas7 carreiras, das quasi5 para animais nacio-nais, uma para os doCabo da Boa Esperan-ça e outra para os veivcedores das 5 provas,reservadas para os na-cionais. O vencedor da6.a prova ganhou urnataça de prata e o daúltima 400 mil reis.

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dos Unidos. Foi o berço do famoso

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Ó finado Dr. Line» de Paula Machado, queloi presidente do Jockey Club (ao qual esta

-tociedade deve o seu atual hipódromo) eque foi um dos maiores protetores do Turf

no Brasil.

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da Ar-géliae daNor-man-dia.

Po-^ tíémos, entretanto, afirmar que o micio do ver-dadeiro turf no Brasil data de 1868, com afundação do Jockey Club, em 7 de Julho da-quele ano è promovida pelos seguintes ardoro-sos sportsmen: Conde de Herzberg, F. F.da Costa Ferraz, F.^ Paes Leme, major Gui-íhórme S^ckow, Enrique Lambert e Luís Su-ckow. Mariano Procopio Ferreira Lage foi oprimeiro presidente da sociedade, que celebrousua reunião inaugural de corridas em 16 deMaio de 1869 r.o Hipódromo de S. Francisco

avier.A reunirão se compôs de 9 carreiras, das

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Eram, porém, grau-des as despezas comessas reuuiôes e, naotendo o Governo am-parado esse belo movi-mento, o tur) estacio-nou até 1857, quandoo Poder Legislativoautorizou, o Governo ainveiter até 40 contosno "melhoramento ca-vaiar e naintroduçaode. . . camelos!"

Em vista desse au-xilio, o marquez deOlinda,mini tro do Im-Derio, autorizou o con-de de Herzberg a com-orar na Alemanha 12cavalos de bôa raça Da-ra que servissem dereorodiitoi es. Dessesanimais, 3 moireramdurante a viagem e 2,cleDois cie chegados aoDii3. Os que esoera-vam novos auxílios dosPoderes Públicos fo-ram desiludidos poissó emi 1865 se realizouno< Hipódromo de S.Cristóvão (hoje PraçaMaiechalE)eodoro) ou-tra carreira, que cons-tou de um grande siee-ple-chase . promovidopor Luís Jacome deAbreu e Sousa, tendocomparecido o Impe-rador. .

Entusiasmados, osdiscípulos de Luís Ja-come fundaram umasociedade exclusiva-mente destinada a pi®-mover o melhoramentoda raça cavalar; infe-lizmente o movimentomalogrou, nao chegan*d.o a se concretisar o.belo sonho, muito em-bora já se registassealguma animação en-tre os fazendeiros suli-nos ei na ExposiçãoNacional, de 1866, noRio de Janeiro, fossemapresentados 15 ani-mais de raça melhora-da, nascidos no país eque eram o resultadode cruzamentos deéguas nacionais compotros

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27.° Ano — N. 9 — Feveieiro 1943

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\A estação de WaierToo, em Londres, com o público colossal,aguardando transporte para o prado de corridas, numa ma-nhã de sábado. Em vinte e quatro horas, 80 a 90 mil pes-soas procuram esse transporte para assistir a_> seu espeta-

culo favorito*

quais duas para amadores. Como prêmios, alémde jóias, destinadas àqueles, foram distribuídosum conto e duzentos mil reis. No mesmo ano fo-ram realisadas mais 2 reuniões, sendo distribuídos,em ambas, prêmios em dinneiro, no valor tota.1de 4 contos e 200 mil reis, além das jóias para osamadoies. A sociedade prosseguiu, amparada pelosesforços desses administradores e em Maio de 1871

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Eis alguns dos 200 cavalos que geralmente vivem nas cocheiras dc Calumct ondesao confiados aos melhores técnicos norte-americanos e têm á sua disposição

as melhores pistas de exercicio e o.s mais apropriados campos de repouso.

r si &^27 S Ano — N. 9 — Fevereiro 1944

viu correr em seu prado o primeiro animalpuro-sangue (Zéjiro), inglês, oertencenie aoDr. José Calmon Nogueira do Vale da Ga-ma c que fôia adquirido na República Ar-gentiua. . ,

Desde então sou desenvolvimento loiconsiderável e, a partir de 1874, o JockeyClub teve ou ti os concorrentes na Capital dopaís, sendo o principi.l o Derby Club, quesurgiu da liquidação do Derby Fluminense(Club de Corridas de Vila Izabel) fundado em1884 e do qual fri presidente o Dr. AndréGustavo Paulo de Frontin. Essa nova socie-dade, em 1885 e já com a denominação deDerby-Club comprou o terreno em quecorstruiu seu belo piado. De 1885 a 1921 oDeiby-Club distribuiu em prêmios mais dedez mil e setecentos contos de reis e em1922, celcbiou o Centenário de nossa Inde-pendência com uma prova dotada com 115contos ao vencedor, o que demonstra o de-senvolvimento já então alcançado no Biasilpslo TurJ.

Já antes, em 1917, o Poder Legislati-vò resolvera auxiliaia o turf, creando a Co-missão Central de Criadores de Cavalo Pu-ro-Sangue e estabelecendo p-êmios ptra oscriadoies, os importadores e p ira diferentesprovas clássicas.

Atualmente, de norte a sul do país, sãoinúmeros os haras* destacando-se os de S.Paulo, Paraná, Pernambuco, Rio Grande doSul, Sta. Catarina, E. do Rio, etc, sendoque muitos animais nacionais (creoulos) têmcorrido em prados estrangeiros com sucessoe que o "Grande Prêmio Brasil", a maiorprova do turf continental, teve como pri-meiro ganhador Mossoró, um valer te pro-duto de Pernambuco. Deoois dele, mais 2nacionais (Sargento e Albatroz) ganharam aprincipal carreira dã América do Sul, ven-cendo animais estrangeiros de grande fama:

ALIMENTOS DESPERDIÇADOSPor uma estatística publicada, há tempos,

nos Estados Unidos, vê-se que a quantidadede alimentos que no mundo se destroem, de-vido a uma crise de superprodução, chega-ria para matar' a fome a mais da terçaparte daqueles que não têm que comer.

E a seguinte a lista das quantidades deprodutos destruídos, apresentado nessa esta-tísticá:

Nos Estados-Unidos, em 1933, mataram-se e queimaram-se 6.420.000 porcos e mata-ram-se e abandonaram-se ás aves de rapina,

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Esplendidos yearlings do /m/w de Calumet, no momento de saírem, pela manhã,Wa um passeio pelos campos especiais para exercício, da famosa fazenda de

campeões.

WhirlaWay, 4 anos, filho de Blenheim II, que já levantou em prêmios cerca de400.000 dollars. Somente o famoso Seabiscuit, atualmente retirado das pistas, cohpe-guiu levantar mais prêmios em dinheiro do que o valente hospede, de Calumet Farro,

milhares de carneiros. Em 1934, destruíram se2.000.000 de toneladas de milho.

Em Los Angeles, atiram-se mensalmentepara as valas 200.000 litros de leite, e em;Hartford, inutilizam-se por dia, 20.000 litros.

Nos Estados-Unidos, para redução daprodução do leite, mataram-se 600.000 vacas.

Na Califórnia, em Agosto de 1933, des-truiranvse 1.500.000 laranjas e arrancaram- ,,se 80.000 laranjeiras.

Em Oregon, deixou-se apodrecer metadeda colheita de pêras do vale de La Roque. \

Na baía de Karchekan, destruiram-se40.000 salmões.

No Brasil, em 1934, destruiram-se :7.750.000 sacas de café.

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Na índia, Cei'ão e índias Neerlandê-sas reduziu-se a produção .de chá em 15 porcento e atiraram-se ao mar 30.000 toneladasdele.

E pensar que ha tanta miséria e tantafome pelo mundo fora í

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32 27.° Ano — N. 9 — Fevereiro 1944

COMO E' FÁCILSABER TUDO Dicionário de nomes próprios PEQUENA ENCICLO-

PEDIA POPULAR

BIOGRAFIA DE TODOS OS SANTOS E PERSONALIDADES HISTÓRICAS OU LEGENDÁRIAS

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' Julia. —Filha do imperador Tito e de Mareia Furnilla, nas-

cida em 65 da nossa éra- Desposou Flavio Sabino, neto de Vespasianoe seu primo-irmão. Domiciano, que primeiramente recusara sua mão,apaixonou-se então por ela, seduziu-a, fez matar o marido e, desdeentão, Julia viveu no palácio como título de Augusta. Domiciano

pô-la no rol das divindades.Julia. —Filha de Druso, filho de Nero e de Lívia, irmã de

Germânico, nascida no ano 5 da nossa era, morta em 42. Tendo des-

posado Nero, filho de tíermanico, espionou este último por contada mae. Enviuvando, casou-se novamente com Rubellius Blandus.Odiada por Messalina, Cláudio fê-la morrer.

Julia (Julia Livilla). — i\ filha mais moça de Agripina e de^Germânico, nascida em Lesbos no ano 1 . da nossa éra, morta em

43. Em 32, desposou M. Vinicio. Inspirou um amor incestuoso aSeu irmão Calígula que, entretanto, a exilou em 37. Cláudio chamou-ae depois, impelido por Messalina, fê-la morrer como culpada de adul-

l tério. Seneca, que passava por seu amante, foi banido para a Cór-* sega.

. Juliano, o Hospitaleiro (São).—Não se sabe nem em quepaiz nem em que época viveu este santo. E' particularmente hon-rado na Espanha, na Sícilia, onde a pintura faz dele um caçador; naBélgica, onde :> representam vestido de soldado, conduzindo uma barca,com um veado ao lado, e onde é venerado como padroeiro na maio-ria dos asilos destinados aos viajantes. Santo Antonino conta quetendo matado involuntariamente o pae e a mãe, foi, para fazer peni-tencia, com sua mulher Castellana, para perto de um grande rio, numsítio onde a passagem era multo perigosa; aí construíram um vastoatilo, onde recebiam os viajantes pobres. Aí morreram os dois, ricosdas boas obras que haviam feito ao próximo. — Festejado a 29 deJaneiro.

Julianp. —Conde de Oriente, tio do imperador Juliano, mortoem 363. Favoreceu com todo o seu poder a luta do sobrinho contraos cristãos e fez morrer no suplício Teoduret;, padre de Antioquia,que recusara abiurar. O imperador repreendeu-o pela conduta,

Jul*ano d'Eclano (em latim. Julianas Èctahènsts) — Heresi-arca do século V, morto em 455. Seu pae, Memorius, ligado com Sto.Agostinho e S. Paulino de Nole, cuidara da sua educação. Casou-se,e teve vários filhos; enviuvand'., entrou i»ara as ordehs e f i eleitobispo de Eclanum na Apulia (41/}. Juliano, tendo abraçado a heresiade Pelagio, consagrou o talento e > zelo à sua defesa. Da polêmicaque manteve então contra Sto. Agostinho não restam senão asrespostas deste iiltimo, na obra latina intitulada Conlra Juliano.Anatematizado e deposto pelo papa Celeslin.», Juliano foi primeiropara a CilLia, pertj de Teodoro de Mopsueste, e depois para Cons-tantin>pla, onde o patriarca Nestorio o acolheu com fervor. Morreuna obscuriJade e na miséria.

Juliano (Conde) — Segundo lendas muito antigas, Juliano teria.sido governador da Andaluzia sob D. Rodrigo, ú!timo rei visigododa Espanha, e teria atraído os mouros para a península, para vingar-se de um ultrajo feito pelo rei à sua filha Florinda. Os historiadoresinodernos vêem no conde Juliano um governador bizantino de Ceuta,aliado áo partido do pretendente Achila, filho c?e Wi.iza. Figuroutalvez na batalha de Jerez (71^-, primeiro sucesso importante obtido

.pelos invc-Sorcs.Juiieta. —Heroina do drama "Romeu e Julieta" de Shakes-

c,.l>eare. Caráter muito simples, e profundo na sua si.nplícidade, pode-se'dizer que Julieta é o próprio amor na sua essência e poder trágico.Jum/IA. —Entre os fineses e os lapônios, Jumala designava o

céu e o»-gente do trovão; mas esta palavra foi tornada extensiva aoutras dr indades e não é mais do que um termo genérico aplicadoaos deuses em geral.

Juno (MU.)— Uma das grandes divindades romanas, filha deSaturno e de Rhéa, mulher de Júpiter e rainha do céu, deusa da luze do casamento. Foi logo identificada com a Hera dos gregos. Juno,antes de ser helenisada, era adorada , como uma persoi ificação dí luzceleste, nas cidades do Lácio, entre os sabinos, os oscos, os úmbrios,os etruscos. Tinha atribuições muito diferentes, indicadas por diver-sos épitetos, Distinguiam-se, por exemplo: Juno Regina, associadaa" Júpiter e Minerva no grande templo do Capitólio; Juno Lucina,deusa da lua e dos partos, muitas vezes assimilada a Diana (ns ma-tronas, nas calendas de Março, celebravam em sua honra as matro-nalidj. Recebia sacrifícios rio Capitólio e na Regia, nas calendas decada mês (o mês de Junho, chamado a princípio Junonius, era-lheConsagrado); Juno Pronuba, deusa do casamento; Juno Moncia, deusajios bois conselho*; Juno SJspitq, protetora das mulheres; Juno Cae-;lesiis,r& Tanil ou a Astartéa de Cartago, transp >rtada para Roma apósa. terceira guerra púnica, etc. Tinha cada uma delas em Roma seuculto especial.

Jupitfr. — Principal divindade dos romanos; dejs soberano.do céu e do mundo; filho de Saturno e de Rhéa. Júpiter foi l ^go iden-tificado com o Zeus dos gregos, do qual lhe atribuíram quase todasas aventuras, lendas e funções. N >s tempos mais remotos, Jupi.erera objeto de culto entre todas as populações itálicas, para as quaispersonificava a luz, os fenômenos celestes, a agricultura. Era aco-ra„o entre us oscjs, em Capua e Atella, no Samniuir, em Lucaniae n » Brutium; entre os úmbrios, os sabinos, s marsas, os volseos, etc.Erguiam-se templos de Júpiter em todas as cidades do lácio. Antes

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mesmo da fundação de Roma, Júpiter parece ter sido adorado emalgumas das sete colinas. Mais tarde, o deus se apresentava ao espi-rito dos romanos s0b aspectos e nomes bastante diversos. Dislinguiam-se principalmente: Júpiter Fulpur, deus do raio, cui o templo se erguiano Campo de Marte; Juoiier Elicius. deus ua chuva: Júpiter DapalLsdeus das sementeiras; Júpiter Liber, deus das vindimas; Júpiter Pe-nçlralis, deus protetor da casa; Júpiter Terminus, deus das fronteiras;Júpiter Feretrius, cujo templo, diz-se, Romulo fundou e Augustorestaurou; Júpiter Vidor, que tinha três templos em Roma: no Pala-tino, no Quirinal e no monte Capitolino; Júpiter S/afor, que posssuiadois santuários: um na vertente norte do Palatino, outro perto doCircus Flaminius; finalmente Júpiter Optimus Maximus Cap ito li nusque, em companhia de Juno e de Minerva, pontificava no Capitólio,num magnifico templo de tres naves, construído pelos Tarquíniose várias vezes destruído e depois reedificado. Pôs sob a sua subor-d inação, pouco a pouco, os outros deuses do Pant.ieon romano. Aoculto de Júpiter presidia o flamen .tialis; mas muitos outros padresdesempenhavam seu papel nesse culto. Celebravam-se em honra dpdeus numerosas festas, como: a 19 de Agosto, as .unalia rústica, parapeuir boas vindimas; a 11 de Outubro as medritinatia, onde se pro-vava o vinho novo, etc. Mas as mais importantes dessas festas eramas de Júpiter Optimus Maximus, que davam ocasião a iogos s >lenes;as Ludi Romani ou Ludi Jíagni, as Ludi Capitotini e, mais tarde,sob Domiciano, a Agôn Canitolrus. Além disso, eram oferecidossacrifícios ao grande deus do Capitólio pelos cônsules ao entraremn>s seus cargos, pelos triunfadores, pelos imperadores novamenteproclamados, em certos aniversários, em todas as circunstânciassolenes.

Justino (São) — Cognominado "O Mártir". Filósofo e apoio-gista cristão, nascido em Naplouse (antiga Samaria) por volta doano 100, martirizado em Roma, em 165, aproximadamente. Seuspais eram de origem grega e pagãos. Após haver recebido o batismo,conservou o costume e as atitudes de um filósofo. Fixando-se emRoma, abriu ai a primeira escola cristã. O filósofo cínico Crescenciodenunciou-o aos magistrados, e Justino compareceu diante do pre-feito de Roma, J uni us Rusticus, filósofo estoico, que fora o mestrede Marco Aurélio. Foi condenado e executado. A primeira das suasobras pela data é o Diálogo contra Trj/phon,. lemonstração da verdadeevangélica pela realização de profecias; o segund., e o mais célebre,é a primeira rfpo.ogta para os cristãos, dirigida ao imperador Anto-,nino o Pio. Citam-se ainda a Segunda apologia, dedicada a MarcoAurélio; um tratado sobre As HeresiaSa "freqüentemente citado porSanta Irinéia, hoje perdido; por outro lado, é erradamente que lheteem sido atribuídos o Discurso aos Gregos e a Carta a Diogneto. SãoJustino é o mais antigo teólogo católico, mais notável como pensadordo que como escritor; —Festejado a 13 de Abril.

Justino (São) — Mártir, morto em Louvres, no território pa-risíense, em 304 aproximadamente. Era uma creança de nove anosque, durante a perseguição de Diocleciano, se consagrou à mortepara salvar a vida de seu'pai e de seu irmão. Uma parte das suas reli-quias é conservada em Auxerre; uma outra, na catedral de Paris.—Festejado a 1" de Agosto.

Justino i — Imperador do Oriente (518-527). Camponês deorigem ilíria, grandemente elevado no exército, apoderou-se do tronopor morte de Anastácio. Guiado por seu sobrinh > Justiniano, queassociara, antes de morrer, oficialmente ao trono, restabeleceu aunião com Roma, perseguiu os monofisitas da Síria, e desembaraçou-sepor um assassinio do ambicioso Vitaliano. Tentou atrair à clientelade Bizancio os lazos e os iberos, o que provocou uma guerra com aPérsia (527).

Justino I. —Imperador do Oriente (565-578)). Sobrinho esucessor de Justiniano, tentou administrar mais severamente asfinanças e tomar uma atitude mais enérgica com relação aos bár-baros. Entretanto, teve de comprar a paz aos Avaros (574) e viuos Eslavos se estabelecerem na Ilíria; na Ásia, provocou (572) a voltada guerra persa que iria durar vinte anos e foi muito desastrosa parao império. Durante esse tempo os Lombardos invadiam a Itália(568). Ainda por cima, o imperador ,a conselho do patriarca Joãodé Sirimis, retomou, em 572, a luta contra os monofisitas. Justino,cuja razão parece por vezes ter sido perturbada, ficou completamentelouco em 574: associou então ao poder o conde dos excubitores. Ti-bério, que partilhou o governo com a imperatriz Sophia.

Justina (Santa) — Virgem e mártir, morta pela fé na Nicomé-dia em 304. Converteu seu noivo, Cipriano, e foi martirizada comele por ordem de Diocleciano. Suas relíquias transportadas maistarde para Roma, são aí veneradas em São João de Latrão. — Fes-tejada a 26 de Setembro.

Justina (Santa).—Virgem e mártir. Segundo vários autores,foi morta em Padua, sob o reinado de Nero; segundo outros, morreuem 304, aproximadamente, durante a perseguição de Dioclecian».Opilio, prefeito do pretório, fez erguer-lhe um túmulo e construiuem sua honra (453) uma igreja. Veneza tomou-a por padroeira, con-juntamente com São Marcos. —Festejada a 6 de Outubro.

Justina (Santa). — Virgem e mártir massacrada èm Mayenceem 451 pelos arianos, na mesma ocasião que o bispo Santo Aurens,seu irmão. —(Festejada a lõ de Junho).

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*27.° Ano — N. 9 — Fevereiro 1944 33

O ACUSADOR ROMANCE OE

JULES CLARETIE

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Intimados a compare-cer, Moniche e a mulhernão cabiam em si de con-tentes. Compareceriam di-ante dos juizes! Torna-seiam pessoas importantes !Talvez os seus retratos fos-sem publicados nos jornais!

Para ir ao gabinete cojuiz de instrução, vestiram-se como para uma festa.A senhora Moniche, endo-mingada, queria honrar opobre Rovere. Dizia aomarido, com toda a since-ridade :

O nosso dever évingá-lo.

Sentados nos bancosdos longos corredores friosdo Palacfo da Justiça, en-quanto passavam diante de-les, humilhados ou amea-çadores, acusados conduzi-dos por gualdas munici-pais, o porteiro e a mulhertinham a sensação de de-sempenhar um papei ceei-sívo. como nos melodramasdo Ambigu que gostavamde ver no teatro de Mont-martre.

A espera parecia-lhesíonga, de resto, e o senhorGir.ory não mandava cha-má-los com a prestesa quedesejariam. O seu pensa-mento estava no "boule-vard" de Clichy, no seucubículo que deveria, en-quanto retidos aí, atrairtodas as curiosidades, to-das as tàgarehces, todas asreportagens.

Como esses juisessao vagarosos! — dizia gra-vemente Moniche. Não terãoque fazer ?

Diante do senhor Gi-nory e seu escrivão, Moni-che, sentado numa cadeiravido, foi menos duro. Sentia o terror vago de toda essasolenidade de justiça que o cercava. Tinha a sensaçãoae um perigo corrido, de um poder latente que, de re-pente, de uma testemunha tinha o direito de fazer umacusado, e respondia às perguntas do juizde instrução com uma extrema pru-dencia.

Graças a ele e à senhora Moniche, osenhor Ginory reconstituía a vida íntimade Rovere, penetrava nesse interior umpouco fechado, procurava descobrir, entreas pessoas que visitavam o antigo cônsul,a que poderia ser a culpada.Nunca viu alguma mulher ir pro-curar Rovere?

Sim. A dama do véu. A dama deJúto. Mas não a conheço. Ninguém a co-nhece.

0 relato feito pela senhora Monicheua cena em que a porteira surpreenderaRovere, com os títulos na mão, diantedo c°fre aberto, e o estranho de pé,feceujuiz.

RESUMO DA PARTE JA' PUBLICADA

O scnhDr Rovere, antigo cônsul, vivia hà anos, sozinho, mis-terioso e triste, numa casa de apartamentos do boulevard de Clichv,onde pouquíssimas pessoas o visitavam. A senhora Moniche, mulherdo porteiro da casa, entrando certa manhã nos aposentos do velhoinquilino, encontrara-o estendido de costas e a garganta cortada.Chamou o marido e mandou-o procurar a policia. Moniche, o por-teiro, lembrou-se de Bernardet, zeloso funcionário da Segurança,e loi busca-lo. O inspetor da polícia acompanhou-o e, como esti-vesse na intimidade do lar nesse domingo — que era'dia dos seusanos —a fazer fotografias das filhinhas, levou a kodah. Chegadosá casa de apartamentos, diante da qual já havia uma multidão curiosa,Barnardet incumbiu a senhora Moniche de ir avisar o comissáriode polícia.

Junto do cadáver, Bernardet ficou impressionado pelo olhardo morto. Os olhos abertos, enormes, pareciam falar. E tiroufotografias desses olhos qae se lhe afiguravam cheios de eloqüência.

Vindo o comissário, a mulher do porteiro foi interrogada sobrea vida de Rovere e as visitas que recebia. Citaram-se uma dama queaparecia a miude, quase sempre de negro, o rosto oculto Sob véus,e um senhor apresentavel, que a porteira surpreendera com Roverediante do cofre aberto deste, examinando papeis, que deveriam sertitulos de renda.

Seria suicídio? Não. Em volta do cadáver, nenhuma arma.E o ferimento era muito profundo para ter sido feito pela própriamão do morto.

Avisado, o Procurador da Republica chega ao local, e com eleo senhor Ginory, juís de instrução.

Bernardet consegue chamar de parte o juiz e expõe-lhe o quepensa dos olhos do morto, a idéia de poder encontrar na retina doassassinado, pela fotografia, a imagem do assassino. São lembradastodas as experiências feitas até então nesse sentido, mas o juiz, em-bora inclinado a admitir a possibilidade da questão, acha que esseproblema é um caso liquidado.

Entretanto, Bernardet insiste, e o juiz fica meio abalado pelaargumentação. No dia imediato, o cadáver seria autopsiado na Morgue,e Bernardet, de volta à casa, estuda a questão da conservação daimagem na retina e sente poucas probabilidades de êxito, porque osmestres dão a essa permanência frações de um segundo. Mas, nooutro dia, vai à Morgue e torna a insistir. O juiz Ginory aborda oproblema, enquanto no cubículo da casa de apartamentos os porteirosMoniche trocam impressões, sentem-se orgulhosos por figurar noprocesso, e lembram-se de um tipo moreno, de chapéu de feltro) comum sotaque engraçado, que fora um dia procurar o senhor cônsul, ea quem Rovere dera um auxílio.

Na Morgue, Ginory propôs a experiência insinuada por Bernar-det, e o professor Morin, em longa exposição, mostrou a inutilidadeda mesma. Entretanto, um médico dinamarquês que fora na com-panhia de Morin mostrou-se favorável à experiência, e o professorMorin, compelido pelo juiz Gin »ry, teve de conformar-se. Bernardetfez fotografias da retina do morto, revelou-as em casa, e, nada des-cobrindo, a princípio, acabou, com o auxilio de uma lente, por distin-guir uma fisionomia de homem, de barba em ponta, fronte um poucocalva. E o juiz Ginory acabou, ao vêr as quatro fotografias, por dis-tinguir também a imagem que Bernardet percebera.

Não, senhor — res-pondeu a porteira.Mas se tornasse aencontrá-lo, reconhece-lo-ia ?

Com toda a certeza.Tenho ainda a sua imagemdiante de mim.

Muito bem. A senho-ca será citada novamente.

E podemos ir em-bora?

Naturalmente.A senhora Moniche tinha

pressa de voltar ao "boule-vard" de Clichy, para con-tar as suas impressões àsbisbilhoteiras, e os dois es-posos sairam do Palácio daJustiça engrandecidos noseu próprio conceito pelopapel que acabavam de de-sempenhar.

E não estava acabado.Os funerais de Rovere rea-lizar-se-íam dois dias de-pois, e a perspectiva deum dia dramático em queos Moniche seriam aindapersonalidades, enchia-os deuma ânsia preocupada, qua-se alegre^ A multidão emtorno da casa do crime erasempre grande. Transeuntesparavam, estacionavam di-ante daquela fachada depedra por trás da qual hou- .vera um assassinio. Os re-porters iam sempre à catade novidades, e os portei-ros, sedentos de gloria, nãopodiam abrir um jornal semencontrar seus nomes jun-tos e impressos com todasas letras. Uma folha damanhã publicara até umartigo especial: "O senhore senhora Moniche entre-vistados."

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O canibal {para o prisioneiro)— Faça o favor de trabalhar IJulga que é só para comer queestá aí ?

be, adeja, como uma nu-vem de moscas em volta ce um crime, turbilhonavaem torno da casa para onde haviam reconduzido donecrotério o cadáver mutilado de Rovere. Os funeraisdeveriam, naturalmente, atrair uma multidão enorme.Tanto mais que o mistério persistia, pairando sobre a

existência do morto. Fora encontrado emseus papeis o recibo de uma sepulturano cemitério de Mont martre compradapor ele exatamente um ano antes. Emum outro escrito sem data, o mortoestabelecia a ceremonia dos funerais. Ro-vere, após ter levado uma vida erranteatravés do mundo, pensava, pois, em re-pousar na terra natal. Mas nenhuma ou-tra indicação das suas vontades, dosseus parentes, fora encontrada nas suasgavetas, nas suas netas. Parecia um ho-mem sem familia, sem laço algum nasociedade, que iam enterrar. E esse dolo-roso isolamento aumentava a curiosidademórbida que a morada atraia, toda co-berta de negro, com a maiúscula R des-tacando-se em branco sobre um escudoguarnecido de prata.

Quem presidiria ao cortejo fúnebre?Rovere não fizera designação alguma. Pe-

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dirá, nessa espécie de disposição testamentana, queuma simples nota fosse estampada nos jornais, indican-do a hora e a data dos furterais e com este titulo ape-nas: "Antigo Cônsul". "Espero— acrescentava o escri-to em questão — ser levado ao cemitério silenciosa-mente e acompanhado de raros amigos, se os tiver

Os amigos eram raros, sem duvida, na multidãoque acorrera, mas o desejo do morto não parecia tersido atendido. Os funerais que ele quisera silenciosos .tornavam-se uma espécie de festa fúnebre e barulhen-ta, em que milhares de pessoas que invadiam o bou-levard" se comprimiam para vêr, no carro mortuano,o esquife revestido de negro sobre o qual os visinhoshaviam depositado flores. #

Tudo é espetáculo para cs parisienses. A policiacivil continha a multidão que aumentava cada vez mais.Garotos subiam nos galhos des plátanos. Colocaramo ataude no patim da escada, no estreito corredor quedava para o "boulevard". A senhora Moniche dispu-será numa mesa folhas avulsas, nas quais pessoas des-conhecidas, relações banais de Rovere, assinavam osnomes. ... j c

E Bernardet, ativo, olho alerta, estudando as ti-sionomias, sondando os olhares, misturava-se a essamultidão, contemplava o desfilar, lia uma a uma as as-sinaturas, Bernardet, todo de preto, Bernardet, de lu-vas negras, e mais parecendo um empregado dias pom-pas fúnebres do que um inspetor da polícia de Segu-rança.

O agente achava-se precisamente de pe, entre ocubículo entreaberto de Moniche e a mesa onde as fo-lhas de papel se cobriam de assinaturas, quando naespécie de penumbra que espalhavam no corredor ospanos negros da porta e o esquife ainda exposto, umhomem de seus cinqüenta anos, pálido, de ar muitotriste, chegou no desfile lugubre e procurou com o olhara mesa onde teria de assinar o nome.

A senhora Moniche, vestida de preto, um lençobranco na mão, embora não chorasse, conse^vava-seao lado de Bernardet, bem chegada.

Quando o homem se aproximou, saindo da som>bra do corredor, e apareceu iluminado pela janela in-terna, cuja luz lhe dava ejn pleno rosto, a porteira fezum ,"ahl" involuntário, instintivamente, e, como as-sombrada, segurou o pulso do agente, dizendo:

— Ele!... o que eu vi diante do senhor Rovere edo cofre aberto!

Bernardet pôs no olhar com que envolveu aquelehomem uma acuidade espantosa. Atravessava-o. Odesconhecido, meio curvado sobre a mesa onde os pa-peis estavam espalhados, deixava vêr uma fronte larga,ligeiramente calva, e a barba em ponta, um pouco gri-salha, tocava quase a folha branca onde lançava a as-sinatura.

O policial teve, bruscamente, uma sensação ines-perada: pareceu-lhe que essa fisionomia, essa formade cabeça, esse talhe de barba, já os hayia visto e queessa figura humana lhe recordava uma imagem recen-temente estudada.

A percepção da possibilidade de uma prova feitaacudiu-lhe ao espirito. Esse homem que aí estava lem-brava-lhe de repente a espécie de fantasma desenha-do' na prova fotográfica tomada na retina do homem

¦assassinado e reencontrada no olho do morto.* — Quem era esse homem?

Bernardet teve um frêmito de prazer ao consta-tar, insistindo na própria impressão, que esse desço-nhecido se parecia extraordinariamente com a ima-gem obtida, e, mentalmente, comparava esse yiverite,debruçado sobre o papel e escrevendo o nome, ao es-pectro cem aparência de antigo cavaleiro, que a foto-grafia fizera surgir, e como evocara.

Eram evidentemente os mesmos contornos na os-satura. Esse homem dava idéia também de algum se-nhor do tempo de Henrique III, e Bernardet percebianessa fisionimia contraída alguma cousa de temível.

O homem assinara o nome. Endireitou-se e o seurosto, de uma alvura baça, mostrou-se por completoao policial. Até mesmo os seus olhares se cruzaram,agudo o de Bernardet; velado o do desconhecido. Masdiante da fixidez das pupilas do agente, o homem er-gueu a fronte e ficou um momento, por sua vez, como olhar fixo, como se respondesse a uma ameaça comuma bravata.

27.° Ano — N. 9 — Fevereiro 1944

Então, voluntariamente, docemente. Bernardet bai-xou os olhos e, para enganar, cumprimentou o desço-nhecido, que se foi juntar aos curiosos amontoados di-ante da porta. M, . ,

E' ele! é ele! — repetia a senhora Moniche,que tremia como se se defrontasse com uma aparição.

Mal o desconhecido se afastara, o policial deu logodois passos para as folhas de papel da mesa e, curvan-do-se por sua vez, leu o nome escrito a lápis por aquelehomem:

1ACQUE3 DANTIN.

O nome não despertava cm Bernardet lembran-ça alguma, e era, portanto, um problema a" decifrar.

— Não diga a ninguém que viu aquele homenv —disse, voltando-se apressadamente para a senhora Mo-niche. A ninguém, compreende?

E saiu para o "boulevard", deshsando por entreos curiosos, para encontrar esse Jacques Dantin. quequeria seguir.

\IX

Jacques Dantin, de resto, era fácil de ser reconhecido na multidão. Estava de pé, muito triste, ao ladodo carro fúnebre. Bernardet poude então examma-Ioà vontade. Era um homem elegante, delgado, de as-pecto resoluto, sobrancelhas franzidas, que lhe da-vam à fisionomia um ar enérgico. A cabeça descobertaao vento frio, parecia hipnetisado por esse ataude queestava agora sendo posto no carro, e Bernardet perce-beu o movimento de cabeça muito visível, um meneiocompungido desse homem diante do esquife de carvalho.

E quanto mais o policial o olhava, o estudava, maisa semelhança com a imagem obtida lhe parecia sensível,evidente. Bernardet saberia logo quem era esse JacquesDantin, e ia interrogando, aqui e ali, aiguns dos pre-sentes:

Conhece aquele senhor que está ali, de pé, pertodo carro?

Sabe quem é c senhor Jacques Dantin? eraele amigo íntimo de Rovere?

Jacques Dantin?Sim, aquele de barba em ponta.Ignoro por completo.

Bernardet refletiu logo que, dirigindo-se ao^ próprio Jacques Dantin, teria informações mais rápidase, aproximando-se dele no momento em que se punhamem marcha, acompanhou-o, roçando-o quase, até aocemitério, procurando entabolar conversa, falando-lhedo pobre morto, como vendo-se sobre o destino de Ro-vere e achando muito silencioso o companheiro.^

Na calçada do "boulevard", a multidão, enfilei-rada e respeitosa, descobria-se diante do cortejo e Ber-nardet olhava para as pétalas de flores que caiam naterra seca. .

O senhor Rovere teve muitas coroas — disseao visinho — e, todavia, eu não lhe conhecia muitosamigos.

Teve-os — respondeu o homem quase brusca-mente.

A voz era rouca, como estrangulada. Bernardetadivinhou uma emoção intensa no desconhecido. Tris-tesa? Magua?... Remorso, taivez;

O homem, de resto, não parecia de gênio muito so-ciavel. Caminhava com os olhes pregados nos panosmortuanos, a cabeça descoberta a despeito da tempe-ratura e a fronte a sentir o peso dos pensamentos ou daamargura. Fisionomia inteligente, rosto marcado comuma expressão de cansaço, mas alguma cousa de durotambém na prega dos lábios e de insolente no jeito dobigode. Estatura alta, andar firme. .

Bernardet, quando se aproximavam do cemiterio de Montmartre — o trajeto,não era longo bastan-te para uma conversa — arriscou a pergunta decisiva

Conhecia muito o senhor Rovere?O outro respondeu:

Muito.E quem pensa que teria interesse nesse assas

sínio ?A pergunta fora brusca e penetrante como uma

faca.

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Jacques Dantin hesitou em responder, olhando,sempre a andar, para esse homenzinho de aspecto sor-ridente de quem não sabia o nome, e que o interrogava.

E' que eu tenho grande interesse em começardesde já minhas investigações — disse Bernardet, gra-duando as palavras para medir o efeito que iam pro-duzir nesse desconhecido. Eu sou inspetor da Segu-rança.

Oh! dessa vez, Bernardet vira Dantin estremecer.Indubitavelmente, á proximidade de um agente de po-ücia constrangia-o e fizera empalidecer o seu rosto con-traído. 0 seu olhar inquieto procurava o de Bernardet,mas contentando-se em examinar o visinho de quandoem quando, o policial afetava caminhar inclinando-separa o chão. Estudava Jacques Dantin com intèrmi-tências. t .

E o carro agora, avançando, contornava o angulodo "boulevard" e da pequena avenida que leva ao cam-po dos mortos. O arco da ponte fundida, atirado sobreo campo-santo como um viaduto ae vi ventes sobre aterra do sono, estava cheio de curiosos; cabeças apa-reciam, como nos buracos dos velhos pelourinhos, noentrelaçamento das peças de ferro, e era um espeta-culo para toda essa multidão que acorrera, o cortejodo assassinado, o ataude chegando coberto de flores.

Bernardet, caminhando ao lado de Dantin, con-tinuava a fazer as perguntas que — o agente bem per-cebia — embaraçavam o pretenso amigo de Rovere.

Há muito tempo que Rovere e Jacques Dantinse conheciam ?

Éramos amigos de infância — respondeu Dan-tin.

E via-o sempre ?Não. A vida nos separara.Viu-c recentemente ? A senhora Moniche me

disse.Quem é a senhora Moniche?A porteira do prédio, e uma espécie de criada

de quarto do senhor Rovere.Ah! sim!... — fez Jacques Dantin, como se a

lembrança remota de alguma visão esquecida lhe ti-vesse voltado bruscamente.

E Bernardet, lendo por instinto no pensamentodaquele homem, tambem revia a cena trágica em quea porteira, entrando no gabinete de Rovere, o encon-trará de pé, face a face com Dantin, diante do cofreaberto, as obrigações espalhadas...

Conhecia-lhe inimigos ? — indagou ainda o agen-te de policia com uma vivacidade calculada.

Não — respondeu Dantin distintamente, semhesitar.

Bernardet esperou um momento, e depois prós-seguiu, com voz firme:

O senhor Ginory tem o direito de contar muitocom o senhor para conseguir a prisão do assassino.

0 senhor Ginor-? ?O juiz de instrução.Contanto que se apresse na invés-

ti gação — replicou Jacques Dantin. Souobrigado a deixar Paris em breve. ¦

A resposta surpreendeu Bernardet.Essa partida, cujo motivo talvez fossebem simples, parecia-lhe bastante estra-nha por ser tão brusca e realizar-se nes-sas circunstancias trágicas.

O senhor Dantin, aliás, não hesitavaem dar, sem que o agente lho pedisse, oseu endereço, acrescentando que ficaria,desde que regressasse do cemitério, àdisposição do juiz de instrução.A desgraça é que nada podereidizer, perque nada sei. Nem mesmo sus-peito de quem pudesse ter um interesseern ferir o infeliz. Um profissional do cri-me, sem duvida. ¦->-

Bernardet sacudiu a cabeça e re-plicou :

Não creio.O cortejo movia-se agora nas aléias

cujo fundo se esbatia na cinza do ne-voeiro/ com manchas brancas de monu-mentos de mármore. O terreno que Ro-vere escolhera pessoalmente ficava ao•undo da avenida da Cloche, 3 aí a mui-

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NOVOS RICOS

A dona da casa à visita—Vaiagora a Veneza? Ora, deixe-mevêr... n6s estivemos em Vo-neza, Januário?

tidão curiosa punha uma enorme nódoa negra, comoum grande monte de moscas gigantescas.

O carro ia lentamente para essa sepultura aberta,A senhora Moniche cambaleava de dor, mas o marido.o alfaiate, parecia suportar mais valentemente sua res-ponsabilidade e seu papel. Um e outro assumiam ati-tudes diferentes atrás do "seu morto". E Paul Ro-dier a seu lado, na frente, com o caderno de notas namao.

Bernardet queria estudar a atitude que JacquesDantin teria diante do túmulo. Um movimento da mui-tidão separou-o um momento desse homem; mas o agen-te ficou mais satisfeito;- A dois passos de Dantin, masbem diante dele, do outro lado do buraco escancarado.o inspetor podia, atravez da dupla ala de curiosos, es-crutar o menor movimento dos músculos cessa fisiono-mia dura. Bernardet punha-se na ponta dos pés para ¦insinuar o olhar por entre as cabeças dos espectadorese de tal sorte que podia vêr, observar, analisar sem serpercebido.

Jacques Dantin estava de pé à beira da sepultura.Mantinha-se firme, como agressivo, e olhava de quan-do em quando para o fundo do túmulo, com uma ex-pressão de cólera ou de desafio.

Em que pensaria?Nessa atitude que ¦ parecia ser uma revolta contra

o destino que ferira um amigo, Bernardet lia uma espe-cie de esforço da vontade contra uma emeção que po-deria ser exagerada, reveladora.

Não estava muito persuadido ainda da culpabi-lidade dc homem, mas não encontrava nessa expressãoprovocadora a ternura que deveria sentir diante domorto um amigo de Rovere, um amigo de infância,cemo Jacques Dantin dissera.

E depois, quanto mais o examinava — desta-cando a alta figura negra sobre o fundo branco de umaesteia próxima — mais o aspecto desse homem cor-respondia à visão fixada no olho do morto, arranca-da pela objetiva à retina do assassinado. Sim, era amesma figura de cavaleiro antigo, a mão no quadril.como apoiada a um espadagão. '^|

Bernardet apertava os olhos para 'simplificar aimagem desse homem e, através dos cílios, percebiauma fôrma que lembrava estranhamente, sem nenhumaduvida pcssivel, a forma vaga encontrada no olhointerrogado — e a sua convicção, indo-lhe em auxiliodo instinto, aumentava, tornava-se pouco a pouco in-vencivel, irresistível.

Repetia de si para si o endereço e o nome do ho-mem: "Jacques Dantin, rua de Richelieu, 114". Apres-sar-se-ia logo em dar esse nome ao senhor Ginory e acitação do juiz não se faria esperar. Por que esseDantin iria retirar-se de Paris? Quais eram a vida, osmeios de existência, as paixões, os vícios desse homemque ali estava, empertigado, com seu ar austero dehuguenote diante do túmulo aberto?

Bernardet notou perfeitamente bem que, a despei-to da sua firme vontade de conservar-seimpassivel, Jacques Dantin se perturbouquando, com um ruido surdo, o esquifedeslisou pelas cordas estendidas, para to-car o fundo do sepulcro. Mordia o bigo-de, e as suas mãos enluvadas de negrotinham movimentos nervosos, irresistíveis.

E o olhar deitado ao ataude quelevava para o buraco profundo este no-me, numa placa de cobre: "Luiz PedroRovere" 1 Essa contemplação muda, rá-pida e pungente da urna em que jazia,entre as taboas de carvalho, o cadáver^degolado, esquadrinhado, retalhado, o ros-to com os olhos arrancados —e repostos,depois nas orbitas vasias — restos maça-bros e deformados desse pobre corpo quevivera, respirara, pensara, sentira, pro-.curara, sonhara, sofrerá, odiara, amara 1

Oh 1 esse olhar pungente cheio de re-cordaçoes, cheio de terror, como o agenteo recolhera na memória I Como iria dizerao senhor Ginory tudo o que, na suaopinião, se tramava no cérebro desseDantin !

Desfilavam agora diante da sepul-tura e Dantin, em primeiro lugar, ati-

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rava sobre a urna funerária as gotas dágua que saopara os mortos as lágrimas supremas. Ah! como estavapálido! Chegava a- estar li vido! E esse tremor num ho-mem que tinha tanta energia na fisionomia! Bernardetnotava os menores traços característicos. Aproximou-sepor sua vez e tomou o hissope; depois, quando se atas-tava, querendo encontrar Jacques Dantin na aleia pro-xima, sob as árvores, ouviu que o chamavam e, voltan-do-se, viu Paul Rodier, todo sorridente.

Então, senhor Bernardet! Que e que ha de novo (-— perguntou o repórter.

O rapaz tinha o ar satisfeito.Nada de novo — respondeu o inspetor.Sabe que o caso interessa bastante o publico?Não duvido disso.Leon Luzarche está encantado. Sim, Luzar-

che, o romancista. Começou no jornal um romance cujoprimeiro folhetim coincidiu com a notícia do "Crime

do "boulevard" de Clichy", e como o jornal aumen-ta, aumenta cada vez mais, imagina que é o seu roman-ce simbolista que faz crescer a tiragem. Doce ilusão!Ninguém lê o "Anjo-Gnomo"! mas todo o mundo disputao "Mistério do "boulevard" exterior"! Todo roman-cista "oportunista" deveria ter um bom assassino àsua disposição, para cometer um crime bem arranjadono mesmo dia em que um romance novo começassenum jornal. Que colaboração, senhor Bernardet! Poder-se-ia até interessar o honesto assassino, nos lucros. Pi-lhéria à parte, há alguma cousa inédita?

Não — disse o agente.Nada de vestígios? Nada de pista?Nada — confirmou Bernardet.Pois eu tenho, senhor Bernardet... Mas deixo-

lhe a surpresa! Leia o meu jornal! Faça o meu jornalir para a frente.

Mas, afinal? — indagou o policial.Ahi é segredo profissional. Uma cousa apenas:

pensou na mulher de luto que ia às vezes vêr o antigocônsul ?

Naturalmente — retrucou Bernardet.Trata-se de encontrá-la, a mulher de luto!

Nao é fácil. Mas creio que a desencavei. Sim, na pro-vincia.

Onde?Segredo profissional — repetiu o repórter a rir.E se o senhor Ginory lhe pedisse o seu segredo?Eu responderia como lhe respondi: leia o meu

jornal. Leia "Lutecia"!Mas o juiz, sim, o juiz...Segredo profissional — disse Paul Rodier peia

terceira vez. Mas que romance, senhor Bernardet! Queromance: a "Dama de negro' ! Era uma vez Léon Lu-zarche!

Sem perder palavra, Bernardet não perdia de vistaDantin que, agora, nc meio da aléia, via rolar a ondade curiosos- ou parecia procurar em vão uma fisiono-mia conhecida! O seu rosto , denotava imensa pertur-baçao. Ou era magua ou remorso; mas, certamente,uma emoção violenta oprimia-o. O policial adivinha-va uma luta dolorosa nesse homem, e era imensa a tris-teza de Jacques Dantin a interrogar a multidão paraachar algum amigo e não encontrando senão curiosos.

O , importante para Bernardet era não perder devista essa personagem, cuja existência ignorava umahora antes e que, para ele, era o autor ou o cúmplicedo crime.

Seguiu de longe Dantin que, dq cemitério Mont-rhártre, entrou pela rua de Richelieu, a pé, e parou, co-

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-mo dissera, no numero 114.Bernardet deixou passar alguns minutos depois que

o homem cuja pista seguia entrara e, em seguida, per-juntou ao porteiro sé o senhor Jacques Dantin estavaern casa, interrogou habilmente e soube logo que o amigo¦de Rovere morava aí há dois anos e vivia sem profissão.

Então — disse o agente — não é o Dantinque eu procuro. O meu é banqueiro.

Pediu desculpas pelas perguntas, saiu, chamou umfiacre e disse ao. cocheiro que o cumprimentou:

Para a Prefeitura!O seu relato ao chefe da Segurança foi logo feito.

O chefe ouvia-o com atenção, porque tinha uma con-fiança absoluta no inspetor. "Bernardet nunca cometeuma "gaffe" " — era o que o senhor Morei dizia. Te-

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ve logo, como o próprio Bernardet, a suspeita de queesse homem podia, devia ser o assassino do antigocônsul. i • iQuanto aos motivos que puderam leva-lo aocrime, saberemos mais tarde!

Era preciso, primeiramente, fazer uma investi-gação sobre o passado desse Jacques Dantin, sobre asua existência presente, e a investigação correria para-lelamente com o interrogatório a que o senhor Ginorysubmeteria esse homem, citado pelo juiz de instruçãocomo testemunnha.

Vá depressa ao gabinete do senhor Ginory, Ber-nardet — disse vivamente o chefe. Enquanto isso,eu saberei alguma cousa sobre esse homem!

Bernardet não tinha mais do que atravessar algunscorredores e páteos, subiç, algumas escadas, para en-contrar-se na galei ia para a quai dava o gabinete 14,o dc senhor Ginory. Estando o juiz a interrogar umacusado, o agente esperou, passeando, para acalmar osnervos, ao longo da gaieria onde malfeitores, dos quaisalguns o conheciam muito bem, tinham a antesala. Ele,tão calmo de ordinário, que desempenhava o seu sinis-tro papel quotidiano com uma espécie de sorriso cons-tante a iluminar-lhe a figura de abade, sentia-se dessavez sacudido pela angustia, com tremuras nos dedos,um nervosismo singular, como após uma noite de insonia.

E' que, verdadeiramente, no caso presente, não setratava de uma caçada ao homem ordinário. O poli-ciai tinha o medo que agita o inventor encarniçadonuma descoberta. Propusera |um problema tremendo,insoluvei na aparência, e queria resolvê-lo.

De tempo em tempo, tirava da sobrecasaca umavelha carteira e examinava, coladas em cartão, as pro-vas obtidas, a visão arrancada à retina do desaparecido.

Não havia duvida alguma. Esse espectro um poucoconfuso tinha o modo do homem ainda há pouco de-bruçado sobre a cova aberta. O senher Ginory ficariaimpressionado com isso quando se defrontasse comJacques Dantin. Oxalá, mantivesse o juiz de instruçãoo desejo, despertado por Bernardet, de levar até ao fima experiência! .c ;

— Felizmente, o senhor Ginory é um curioso. Coma curiosidade consegue-se tudo, tudo — pensava Ber-nardet.

A demora parecia-lhe grande, de resto. Se esseDantin que falava em sair de Paris, desaparecesse,escapasse ao interrogatório do juiz? Que caso banalocupava o senhor Ginory ? Quando ficaria, afinal, livreo magistrado ?

A porta do gabinete 14 abriu-se; saiu, conduzidoum homem de cara violenta e vulgar, en vergando umablusa, e Bernardet pediu, ao escrivão, que apareceu nolimiar, para ser recebido imediatamente pelo senhorGinory, para comunicações urgentes.

Não lhe tomarei muito tempo.Longe de parecer enfadado, o iuiz deu mostras de

satisfação ao vêr o agente da Segurança. Tambem nasua cabeça agitava-se um mundo de idéias singularesque a possibilidade de uma investigação científica, qua-se misteriosa, fazia nascer, e o relato dos funerais deRovere, apresentado com a claresã de um processo ver-bal, interessou-o como o mais importante dos depoi-mentos. O homem de que lhe falara a senhora Moni-che, o indivíduo surpreendido diante do cofre abertolá esti vera, emocionado, na primeira fileira dos queacompanhavam ò ataude; era bem possivel que esseDantin tivesse sido levado a assumir a chefia do cortejomenos por uma velha afeição pelo que ele chamava umcamarada de infância do que por esse sentimento es-tranho e impulsivo que leva os culpados a andar emvolta do local do crime, a reaparecer perto das suasvítimas, como se o assassinio, o sangue, o mal tivessemseu magnetismo mórbido.

De resto — disse Ginory — saberei isso logo.Ditou ao escrivão a citação precisa, tocou a cam-

pai nha e deu ordem para procurarem o senhor Dantinno seu domicílio e levá-lo ao Palácio.

Nao o perca de vista, Bernardet — disse ele —e o comissário das delegações judiciárias agirá se hou-ver oportunidade. ,)

Bernardet inclinara-se e seus olhes brilhavam,olhos de sabujo farejando a caça.

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X

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Entre o juiz de instrução que interroga e o acusadoque responde, há um duelo cerrado, rápido e trágicoem que qualquer dissimulação pode ser mortal, em quequalquer resposta deve ser decisiva. Nenhum homemno mundo tem o poder do homem que, com uma pa-lavra, pode transformar em prisioneiro o que entra noPalácio como de passagem. Por trás aesse inquisidorda Lei, levanta-se a cadeia toda, aparecem os tribu-nais em togas rubras, os postes dos cadafalsos projetamsuas sombras sinistras e o frio gabinete do magistradoinstrutor afeta a humidade lugubre das células ondeos condenados esperam ou expiam.

Jacques Dantin chegou ao Palácio, citado pelo juiz,com a aparente solicitude de um homem que, lamen-tando um amigo tragicamente atingido, quer traba-lhar para vingá-lo. Não hesitara um segundo, e Ber-nardet, vendo-o subir para o carro, estava até admi-rado pela espécie de pressa que ele punha em respon-der ao apelo do magistrado.

Quando foram dizer ao senhor Ginory que JacquesDantin chegara, o magistrado deixou escapar um "ahl"de satisfação, semelhante áo do espectador impacientea quem as pancadas habituais anunciam que o panovai subir. Para o juiz ce instrução começava a peça,cujo enredo ia desvendar.

Tinha os olhos fitos na -porta, atribuindo, comrazão, uma grande importância à primeira impressãoque lhe causava todo o que entrava pela primeira vezno seu gabinete. Havia nisso uma sensação especial,imediata, e raramente o senhor Ginory mudava deopinião nessa espécie de comoção elétrica muitas vezesexperimentada e da qual, por hábito, e por força ner-vosa, dissimulava o efeito.

Aberta a porta, Jacques Dantin apareceu. Para ojuiz, a primeira impressão foi favorável. O homem eraalto, correto, cumprimentando com desembaraço e deolhar firme. Mas, ao mesmo tempo, o senhor Ginoryficou impressionado com a estranha semelhança queessa figura um tanto arrogante tinha com a imagemobtida pela objetiva de Bernardet.

Parecia-lhe que essa imagem tinha a estatura, aprópria forma desse homem entrando num nevoeiro-

Depois, o segundo exame oo desconhecido pelo ma-gistrado parecia, pouco a pouco, revelar ao juiz umaviolência contida, uma brutalidade latente. Cs olhoseram duros, sob sobrancelhas arrepiadas; a barba, emponta no extremo do queixo, mais rara nas faces, oei-xava perceber maxilares ferozes e, sob o bigode grisa-lho. a maxila inferior avançava estranhamente, comoem certos cavaleiros espanhóis pintados por Velasquez.

Prognatismo —• refletia Ginory, cemo se ano-tasse oficialmente esse indício. ^

E com o gesto pediu ao senhor Dantin que se sen-tasse.

O homem lá estava, diante do juiz que, de mãoscruzadas, sem ceremonia, os cotovelos apoiados na suapapelada, parecia pronto a conversar sobre cousas in-significantes, enquanto, curvado sobre a mesa negra,calvo e magro, o escrivão, sentado à sua direita, toma-va notas com ar indiferente. *

A conversação começou, entretanto,num tom grave, mas como entre doishomens que, encontrando-se em um sa-lão, falassem da "matinée" ou da "pre-miere" da vespera, e o senhor Ginorypediu a Jacques Dantin algumas infor-mações sobre Rovere.Conhecia-o intimamente?Sim, senhor juiz.Há quantos anos ?

Há mais de quarenta anos.|pos companheiros de pensão emdeaux.

O senhor é bordelcs ?Como Rovere — respondeu

quês Dantin.Nos últimos tempos, visitou muito

Era-Bor-

Jac-

Rovere ?— Peço

í^~^~^o-_____^^ *"a_L 4___—•__*y~'4&m? ? ZmW

3%?perdão, senhor juiz. Que en-tende por últimos tempos?

O senhor Ginory julgou sentir nessamterrogação Ido [homem que era interro-

O passageiro, com medo — Quefaria você se o bote virasse?

O barque iro — Não se incomo-de, que eu fiz seguro de vida hápouco tenipo.

gado uma espécie de tática, um meio de encontrar,antes de responder, tempo para refletir. Estava habi-tuado a essas manobras dos acusados.

Quando digo nos últimos tempos, quero referir-me aos últimos cias, às ultimas semanas, se quizgr, queprecederam o assassinio.

Via-o bastantes vezes, realmente — respondeuDantin — e mesmo mais vezes que outrora.

Por que? — perguntou o juiz.Jacques Dantin pareceu hesitar.

Não sei... o acaso... Em Paris, os mais íntimosperdiam-no de vista durante meses e, de repente, tor-Davam a encontrá-lo e recomeçavam a visitá-lo...

Nunca teve, para interromper suas relaçõescom Rovere, para peròê-lo de vista, como disse, algumarazão ?

Nenhuma.Não havia entre os dois nenhuma espécie de

rivalidade, nenhum motivo de diminuição de amizade?Nenhum motivo, nenhuma rivalidade. Como

queria que houvesse?Não sei. Eu lhe pergunto, eu interrogo.

Essas palavras "eu interrogo" pareceram causar

em Dantin uma impressão inesperada, desagradável,,e seus supercílios duros franziram-se sobre os olhos.

Quando visitou Rovere pela ultima vez? —prosseguiu o juiz.Pela ultima vez?

Sim. Avive as suas recordações.Dois ou três dias antes do crime.Não foram dois ou três dias: foram dois, exa-

tamente, antes do assassinio.Tem razão — disse Jacques Dantin. Peço-lhe

perdão.O juiz esperou um momento, fitando o homem.

Pareceu-lhe que um ligeiro rubor corria sobre esse rostomuito pálido.Nao suspeita de alguém que tenha assassinadoRovere? — perguntou Ginory após um momento dereflexão.

De ninguém — disse Dantin. Estou procurando.Rovere tinha inimigos ?Nunca os conheci. .**?'

O magistrado chegou logo, por um hábil rodeio,a essa ultima visita de Jacques Dantin, c pediu-lhe queprecisasse o que lhe havia impressionado nessa ulti-ma conversa com "o amigo.

Tendo sido posta de lado imediatamente a idéiade um suicídio, pelo simples exame do ferimento, ne-nhuma duvida subsiste sobre a causa da morte. Rove-re foi assassinado. Por quem ? Nas suas palavras su-premas, tratou-se entre os dois de uma inquietaçãoqualquer que lhe pudesse chegar ao espírito? Estavaele preocupado com algum caso especial ? Teria —há por vezes desses pressentimentos — a sensaçãode correr o mais ligeiro perigo, de tramar-se contra sialguma cousa de tenebroso?

Não —r- respondeu Dantin. Rovere não mefez alusão alguma ao menor perigo. Pergunto a mimmesmo quem poderia ter interesse na sua morte. De-vem tê-lc ferido para roubá-lo.

Isso me parecia bastante prova-vel — disse o juiz — mas as constata-ções feitas no apartamento provaram quenão houve nenhum afrombamento crimi-noso. O roubo não foi o movei do crime.

E então ? — fez Dantin.O rosto sangüíneo do juiz, esse ros-'

to robusto, de mandíbulas sólidas, ilu-minou-se com uma espécie de ironiacontida.

Então estamos aqui para pro-curar a verdade e para encontrá-la!

E na sua resposta Ginory punhauma expressão maliciosa em que o es-crivão, que conhecia bem o seu juiz —o escrivão que nem siquer levantava acabeça do papel — adivinhou umaameaça.

O senhor não me disse — tor-nou o magistrado — tudo o que se pas-sou entre os dois, durante essa ultimaentrevista.

E' que — respondeu Dantin —

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•nada sé passou que possa pôr a justiça na pista do•culpado. ;

Mas pode, e acrescentarei que deve,^ contar-me tudo o que foi dito ou feito. O menor indício podeservir para nos esclarecer.

«Rovere falou-me de cousas -íntimas — disse••o interrogado que, corri gindo-se, acrescentou retifi-

?candor. cousas insignificantes!Quais são essas cousas insignificantes?Recordações... negócios de família...

Os negócios de família nunca são insignifican-.tes, principalmente em um caso destes...

Jacques Dantin parecia perturbado, ou melhor,^nervado, e dessa vez visivelmente. Replicou em tomoreve, quase bruscamente:

Tratava-se do passado.De que passado ? — interrogou o juiz.Recordações da mocidade. dívidas morais de

outrora lO senhor Ginory voltou-se na poltrona, apoian-

-do no espaldar as costas robustas e, com a voz incisiva.disse:

0 senhor deveria completar as suas informa-çces e não» fazer do seu depoimento um enigma. Nãotompreéndo nada de reticências inúteis, e as dívidasmorais, para falar como o senhor, não vêm ao caso. Queé que havia no passado de Rovere ?

Dantin hesitou um momento, não longo, e depoisrespondeu com firmeza:

Isso é um segredo que o meu amigo me confioue,. como nada tem a vêr com a causa, como o de quese trata é inteiramente independente da instrução cri-minai, quero guardar para mim, a quem foi confiado,o segredo em questão.

Peço-lhe perdão — disse o juiz. Não há, nãopode haver segredo para um juiz de instrução. No in-teresse de Rovere, cuja memória pertence à vindita

|i publica, sim, no interesse dele, e eu direi tambem no*seu, é necessário que precise o que não indicou até aqui.Diz-me que há um segredo, e eu quero conhecê-lo.

E' a confidencia de um morto! — objetouDantin com a voz vibrante.

Não há outras confidencias agora senão as quetodo q mundo deve à justiça.

Mas é tambem o segredo de uma creatura viva!disse Jacques Dantin.

E' da sua pessoa que quer falar ?Cravava na fisionomia enérgica, agora torturada

^ e crispada de Dantin, os olhos negros que faiscavam.Dantin respondeu:

Não, não falo de mim, mas de outra pessoa.—- E quem é essa outra ?E'-me impossível dizê-lo.

-—• Impossível?Absolutamente impossível.

.— Repetir-lhe-ei minha pergunta de há pouco:

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^por quer .Porque jurei, pela minha honra, não revelarJa ninguém o que me pergunta.

, — Ah! ahi -—• disse Ginory, malicioso. — Há umjuramento ? Perfeitamente.

Sim, senhor juiz— respondeu Dantin, há umjuramento.

— Um juramento feito a quem?A Rovere. >.• — Que não mais existe para dispensá-lo. Com-

preendo.>— E — perguntou Dantin, com uma vivacida-

de que fez tremer, no papel, a mão magra do escrivãoque escrevia sempre — que é que compreende?

Perdão — disse Ginory — o senhor não estáyaqüi para fazer perguntas, mas para responder às que

eu lhe faço.. E' certo que a palavra de honra que-prende o que guarda um segredo é um meio de defesa,imãs os acusados teem-na, à força de jogar com ela, ba-nalisado e tornado perfeitamente inútil.

E o juiz percebeu o franzir de sobrancelhas quaseameaçador de Dantin, quando esta palavra inesperada,"os acusados", lhe penetrou nos ouvidos.

Os acusados? — disse o homem endireitan-do-se na cadeira. Sou, então um acusado?

A voz estridente, um pouco estrangulada, bramiarevoltas contidas.

Não digc isso — redarguiu Ginory num tom

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muito calmo. Digo-lhe que alimenta o dese o de guar-dar para si um segredo, e isso é uma pretenção que nãoadmito . .

Repito-lhe, senhcr juiz, que esse segredo nao emeu.

Não há mais segredo que possa ser sagradoaqui. Há um assassinio cometido, um culpado a encon-trar, e tudo o que o senhor sabe, deve revelar à justiça.

Mas se eu lhe der a minha palavra de honraque o de que se trata não tem ligação alguma possivelcom esse assassinio, com a morte de Rovere?

Direi ao meu escrivão que escreva textualmen-te a sua resposta — o que está fazendo — e conti-nuarei a interrogá-lo, precisamente porque o senhorme fala de um segredo que lhe foi confiado e se recusaa dar-mo a conhecer. Porque o senhor se recusa, não é ?

— Absolutamente.Apesar do que acabo de dizer-lhe? E' uma ad-

vertência, está compreendendo ?-r- Apesar da sua advertência.

Cuidado — disse calmamente Ginory, cuja fi-sionomia corada perdia a desejada amabilidade.

0 escrivão levantou a cabeça vivamente. Sentiaestar chegando o momento preciso em que, de hábito,"a cousa pegava", como ele dizia. O olhar do juiz de 'instrução mergulhava nos olhos de Dantin e, com avoz pausada, o magistrado deixou cai estas palavras:

Lembra-se de ter sido visto pela porteira do"boulevard" de Clichy no momento preciso em queRovere, de pé, lhe mostrava valores diante do cofreaberto ?

Dantin ficou um momento sem responder, comose estivesse medindo o alcance dessas palavras, ava-liando o peso da pergunta e procurando í aber até ondeo -juiz queria levar o inquérito.

Esse silencio? curto e como anelante, era drama-tico. Ginory conhecia bem esse minuto de angustia emque o interrogado sente como uma corda, um laço su-bitamente atirado, enrolar-se-Ihe em volta do pescoço.Há em todos os interrogatórios um instante, trágico.

Lembro-me muito bem de ter visto uma pes-soa, que não conhecia, entrar no compartimento ondeeu me encontrava com Rovere — respondeu finalmenteJacques Dantin.

Uma pessoa que o senhor não conhecia ? Co-nhecia-a muito bem: porque lhe havia perguntado maisde uma vez se o senhor Rovere esèava em casa. Essapessoa é a senhora Mon che, cujo depoimento é formal.

-r- E que diz o depoimento formai da senhoraMoniche ?

O juiz de instrução apanhou um papel na mesae leu •

..."quando entrei, o senhor rovere estava depe' diante do cofre e notei que o indivíduo dequem falei (o ind viduo é o senhor ; a senhora Moni-che não o designa de outra maneira) o indivíduo deQUEM FALEI LANÇAVA SOBRE OS VALORES ESPALHADOSUM OLHAR QUE ME DEU HORRÍVEL IMPRESSÃO. PENSA-VA COMIGO MESMA*. AQUELE TEM AR DE PLANEJAR AL-GUMA MALDADE 1

"

Quer dizer —#atalhou bruscamente Dantin, queescutara franzindo os sobrolhos, com uma expressãode cólera — que a senhora Moniche me acusaria, sepreciso, de haver assassinado Rovere?

O senhor vai muito depressa, muito depressa.A senhora Moniche ainda não disse precisamente na-da, d sso. Ficou apenas surpreendida — surpreencida eassombrada — com a expressão do seu olhar, deita-do às ações e às obrigações, os valores que Rovere tinhaem cofre.

Esses valores — perguntou Dantin um poucoansioso — foram roubados %

Ahi quanto a isso, nada sabemos!E o juiz sorria:

Encontraram no cofre de Rovere cerca de qua-*trocer.tos e sessenta mil francos em valores, obrigaçõesda Cidade de Paris, ações de sociedades mineiras, ti-tulos de renda nominativos, mas nada prova que nãohouvesse, antes do assassinio da vítima, mais de qua-trocentos e sessenta mil francos no cofre.

Foi forçado o cofre ?Não,^ mas um intime do morto, um amigo, po-

dia ter o segredo da combinação do cofre, saber as qua-tro letras que formam a palavra que permitia abrir o

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27.° Ano — N. 9 — Fevereiro 1944 39 ^iòei^u4o

e possível, c senhorcofre sem arrombamento. Tudoconcordará; tudo é possivel.

Dantin nao entreviu nestas palavras do juiz senãourna que lhe saltou: "um amigo". O senhor Ginory pro-nunciara-a sem frisar e lançara-a de passagem, masDantin a apreendia e lia a enorme ameaça. O homeminterrogado sentia uma impressão particular. Pare-•cia-lhe -— urn dia em que escapara de afogar-se, essamesma angustia o empolgara, ao perder pé — parecia-lhe que se enterrava em alguma cousa de turvo, de glau-co, de gelado, que entrava numa agua cuja sensaçãode frio o paralizava.

£ diante dele o juiz de instrução tinha uma im-pressão contrária. O lançador de anzol que sente, noextremo da linha, o peixe que se prende, tem uma sen-saçao semelhante; ela era, porém, centupiicada no ma-eistrado pescador de verdade, que lança a linha no char-co humano, na agua s*uja. rubra de sangue, misturadacom a lama.

Um amigo! Um amigo podia ter abusado do se-gredo do morto e aberto aquele cofre de ferro ? E esseamigo, que nome tinha ? Quem queria o senhor Ginorydesignar ?

Dantin, a despeito de todo seu sangue frio, sentiauma violenta tentação de perguntar ao juiz de ir.stru-ção o que significavam essas palavras. Mas a impressãoestranha que lhe causava esse "tête-à-tête" com o juizrubicundo e finório acentuava-se. Parecia-lhe agorahaver transposto há muito tempo o limiar do Palácioda Justiça, e^ esse pequeno gabinete do magistrado,separado do mundo como uma cela de monge, tinhaparedes bastante espessas para impedirem que se ou-visse qualquer rumor de fóra.

Sentia-se como hipnotisaco por esse homem que,há pouco, o cumprimentara com ar amável e que, ago-ra, lhe apontava olhos severos. Alguma cousa de duvi-doso como um vago perigo cercava-o, ameaçava encer-rá-ló, e seguiu maquinai mente o olhar e o gesto do se-nhor Ginory, que premia o botão de marfim de umacampainha elétrica, como se desse gesto dependessealgum acontecimento na sua própria vida.

Ao som da campainha, entrou um contínuo a quemo juiz perguntou num tom breve:Trouxeram as notas pedidas ?O senhor Bernardet acaba de entregar-mas.

senhor juiz.Dc-mas.0 senhor Ginory acrescentou:

Bernardet está aí ?Está, senhor juiz.Bem.Jacques Dantin recordou-se do homem com quemconversara, no trajeto da casa mortuária ao cemitério

Montmartre, e que ouvira nomear. Não o conhecia,mas 6 nome impressionara-o. Porque a presença deBernardet parecia importar vivamente ao juiz deinstrução.

E olhava por sua vez para Ginory que, um poucomíope, aproximava a cabeça, a larga fronte desguar-necida onde as veias apareciam, salier.tes como cordas,das notas que acabavam de entregar-lhe. Notas interes-santes, importantes sem duvida porque, visivelmentesatisfeito, Ginory deixava escapar mo-ncssílabos :

Bem... Sim... Sim... Bom...Ah! ah! Bem...^. Depois, de repente, Dantin viuGinory levantar a cabeça e olhá-lo

a expressão popular acudiu-Ihe aoPensamento —- "encarando-o".

0 juiz esperou um momento an-tes de falar e atirou bruscamenteesta pergunta, cravando-a como uma«acada :

é a mais difícil de to-E, ao que dizem asnova ordem — for-

e JO'Pelo que vejo, o senhorgador ?

a) ponto de interrogação levouJacques Dantin a ter um sobressaltona cadeira.•Jogador ! Por que lhe pergun-tava esse homem se ele era joga-0r • Que poderiam ter de comumcostumes, seus hábitos, seus vi-,0S mesmo, com a causa pela qual

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0 capitão da companhia — Mamãe INão me puxe as orelhas diante dos meussoldados I Espere para quando estivermosem casa.

fora citado a comparecer, com o assassinio de Rovere?O senhor é jogador — continuou o juiz dei-tando um olhar, de quando em quando, às notas. Umdos inspetores oa policia dos jogos viu-o perder, no Cir-culo dos Publicistas, vinte e cinco mil francos numanoite.

E' possivel. O unico ponto# importante é queeu os paguei!

A resposta fora clara, um pouco irritada ao mes-mo tempo.

Perfeitamente — disse o juiz. Mas o senhcrnão tem fortuna. O senhor pediu por empréstimo, re-centemente, uma soma avultada a uma espécie de agiota,para pagar diferenças de Bolsa.

Dantin tornava-se mais pálido, com estremeci-mentos dos lábios e tremores de dedos que não esca-pavam nem ao juiz de instrução nem ao escrivão.

São os seus papeizinhos que lhe dizem tudo isso?— perguntou.Perfeitamente — repetiu o juiz. Em algumashoras, sobre informações precisas, fizemos um "dossier"seu e uma espécie de esboço biográfico. O senhor gostado prazer. E' visto, a despeito da idade — peço-lhedesculpar-me, não há malícia nisso, pois sou maís velhoque o senhor — em toda parte em que se reúne agente que se diveite. A vida fácildas para quem não tem fortuna,notas — reporto-me a elas atétuna, o senhor não a tem.

Quer dizer — interrompeu bruscamente. Dan-tin — que seria possivel que, para arranjar dinheiro,para roubar os valores depositados no cofre, eu tivesseassassinado um amigo?...

O senhor Ginory não se deixou comover pelo tominsolente dessas pala vi as, atiradas, violentamente, comoum grito.

Olhou para Dantin bem de cara e, as mãos cruza-das sobre as notas policiais que lhe haviam trans-mitido, disse:

Senhor, em matéria de instrução criminal, ummagistrado, ávido de-verdade, deve admitir que tudoé possivel, até o improvável; mas na espécie, devoreconhecer que o senhor não me facilita a missão. Umatestemunha encontra-o em companhia da vítima e surpre-ende a suâ perturbação no momento em que ê vistoa examinar os papeis de Rovere. Pergunto-lhe de quese tratava entre Rovere e o senhor, e responde-me queé segredo seu e, como única explicação, dá-me a sua pa-lavra de honra que isso não tem relação alguma coma causa. O senhor haveria de julgar-me bastante ingê-nuo se eu não insistisse mais. Embora não haja sinalde violência no apartamento do "boulevard" de CÜchy,pode ter sido subtraída alguma cousa do cofre. Aconteceque o senhor podia saber a combinação do cofre; açor*-tece ainda que a sua precisão de dinheiro é evidente,bem claramente conhecida para que uma investigaçãorápida, de alguma sorte improvisada, no-la revele. Euo interrogo, dou-lhe a conhecer o que pudemos saber,e o senhor encoleriza-se. E, note bem, é o senhor mesmoquem, na sua cólera e na sua violência, pronuncia emprimeiro lugar a palavra de que eu não disse uma únicasílaba! E' o senhor quem chega diretamente à conclu-

são. lógica dessas presunções, que ain-da são fracas sem duvida, mas nãodeixam de ser presunções, sim, é osenhor quem diz que com um poucode lógica bem se poderia acusá-lo dehaver assassinado esse a quem cha-ma seu amigo..

Cada palavra do juiz dava àfisionomia de Dantin uma expressãoenfurecida e oesvairada, e quantomais Ginory falava lentamente, gra-vemente, metendo os verbos com umaespécie de habilidade profissional, co-mo um cirurgião tocaria uma chagacom uma ponta de aço, mais o ho-mem interrogado, posto bruscamenteno taanco dos réus, sentia rugidosinteriores, cóleras sufocadas, que setraduziam nele por súbitos afluxcsde sangue às orelhas vermelhas ourelâmpagos ferozes nos olhos.

— De resto — disse Ginory num

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tom subitamente paternal — é-lhe fácil reduzir a na-da todas essas presunções, e a menor explicação sobreo papel que o senhor desempenhou na sua ultima en-trevista com Rovere, pôde pôr todas as cousas nodevido lugar. . .

Ahi —¦ exclamou Dantin — vamos voltar!Justamente, vamos voltar. E' que toda a quês-

tão » aí reside. O senhor vem dizer a um juiz de instru-çao que há um segredo, o senhor fala de uma terceirapessoa, de recordações, de mocidade, de dividas morais,e admira-se de que esse juiz de instrução se obstine emreclamar-lhe a verdade!

E eu a disse.A verdade toda ?

Ela nao lhe adiantaria nada sobre o assassi-nio de Rovere e incomodaria alguém que nada tem aver com a causa. Já o disse e repito.

Sim — disse Ginory — o senhor insiste no-seu enigma. Pois bem! eu, magistrado, não lhe peçomais que me revele a verdade; eu o intimo a dizê-la!

A pena do escrivão rangia no papel e agitava-secomo se tivesse pressentido a tempestade. ^

Aproximava-se o minuto psicológico. O escrivãoconhecia bem esse minuto, tornado decisivo pela pa-lavra que o juiz iria pronunciar.

Travava-se uma espécie de batalha — via-se pe-los olhos dilatados, esgazeados — no espírito de Dan-tin. Olhava para a papelada sobre a qual Ginory pu-nha os dedos gordos e peludos, essas notas de po iciaque

''bisbilhotavam", como diziam os camponeses fa-lando dos papeis ou escritos que não sabiam ler e emque eram denunciados. Perguntava de si para si o queiria ainda sair dessas notas de policiais, desses boatosde "garçons" de grêmio, de visinhos, de porteiras. Pas-sava a mão na testa como para enxugar o suor ouexpulsar a' enxaqueca. f

Vejamos — disse ainda o juiz — não e; m ítodifícil e eu tenho o direito de saber tudo.

Jacques Dantin, após um momento, disse, com* uma voz forte :

Eu lhe juro, senhor, que Tiada do que Rovereme disse, quando o vi pela ultima vez, poderá esclare-cer a justiça, e peço-lhe que não me interrogue a esserespeito !

.. O juiz respondeu : ,Já o intimei a falar...Eu não querc, senhor...Quanto mais hesitar, mais me dará a enten-

der que a revelação é grave.Muito grave, mas nada tem a ver com a sua

instrução.Não lhe cabe limitar o meu dever ou os meus

direitos. Uma vez ainda, ordeno-lhe que me responda.Não posso — respondeu Dantin. xNão pode ?Não quero — disse então, bruscamente, o ho-

mem assediado, com um acento de violência.O duelo chegava ao fim.O senhor Ginory pôs-se a rir ou, antes, fez ouvir

uma pequena risota nervosa, e o seu rosto sangüíneotornou-se escarnecedor. enquanto um movimento ma-,quinai lhe agitava os maxilares sólidos de cão de filaprestes a morder.

Então — disse ele — a situação é bem simplese o senhor me força a ir logo ao fim da minha tarefa.Compreende ?

Perfeitamente — disse Jacques Dantin com acólera impulsiva de um homem que se atira a um obs-táculo com o risco de partir a cabeça.

Recusa-se a responder?Recuso-me. Entrei aqui como testemunha nada

tenho a censurar-me; portantc, nada tenho a temer.Pode fazer o que quzer.

Posso — disse lentamente c juiz de instrução— mudar um mandado de comparecimento em ummandado de prisão, bem inútil, porque o senhor estáaqui. Quero perguntar-lhe ainda...

E' inútil — interrompeu Dantin. Assassino, eu?!Que loucura! Assassino de Rovere! Parece-me que estousonhando! E' um absurdo! absurdo! absurdo!

Prove-me que é absuido, realmente. Não querresponder ?

Eu lhe disse tudo c que sabia.Mas não disse nada do que eu pergunto.

27.° Ano — N. 9 — Fevereiro 1944

— O segredo não é meu. ; Sim, o seu processo é esse. t comum, e banal.

E' o de todos os acusados! Então eu já sou um acusado? — disse Jacques

Dantin, irônico.' O senhor Ginory conservou-se em silencio um mo-mento; depois, tiranoo lentamente da gaveta da mesapequenos papéis em que Dantin, dessa vez, nada viuescrito, mas sim uma espécie de imagens, de gjrayu-ras negras — que não sabia o que eram — o juiz se-gurou-os entre os dedos para mostrá-los ao homem interrogadc. Ajeitou-os em ^seguida, e os papeis |despedi-ram um som de folhas secas.

Ginory parecia, evidentemente, atribuir subido va-lor a essas folhas que o escrivão olhava.com o canto doolho, adivinhando nelas as provas fotográficas da vitima.

Quer examinar estas provas? — disse o juiza Dantin. Eu lhe peço.

Passou-as a Jacques Dantin que as espalhou namesa (eram quatro) e, para ver melhor, pôs o pince-neze olhou.

Que é isto? ; .Olhe bem — respondeu o juiz.

Dantin curvava-se sobre as provas, examinava-asuma após outra, adivinhando na fotografia um poucoconfusa um retrato de homem, e, com atenção, che-gando a destacar de uma aparência de espectro umavaga semelhança.

Não acha — perguntou Ginory — que essafotografia tem semelhança com o senhor mesmo?

Dessa vez, Jacques Dantin parecia presa de aj-gum pesadelo, e os seus olhos procuraram cs de Ginory com uma espécie de angustia. A expressão impres-sionou o juiz. Dir-se-ia que, repentinamente, um fan-tasma se erguia diante do homem desvairado.

Diz o senhor que isto se parece comigo ?Sim. Olhe bem. A' primeira vista, o retrato.

é "flcu". Melhor examinando, destaca-se de uma especie de halo fotográfico, torna-se reciso, e a persona-gem que aí aparece toma o seu aspecto, os seus traços.a sua aparência...

E' possivel — disse Dantin. Parece-me, comefeito, que estou a vêr-me aí em algum espelhinho debolso que estivesse embaciado, coberto por um vapor.Mas que significa isso ?

Isso significa... Oh! eu vou causar-lhe espan-to... Isso significa...

O senhor Ginory voltou-se para o escrivão:Você viu, outro dia, Favarel, as experiências

em que o doutor Oudin e o doutor Barthélemy nes mostraram o coração e os pamoes funcionando no tóraxde um homem vivo e tornados visíveis pelos raios. Roent-gen?... Pois bem! isto não é mais milagroso... Estasfotografias (falava agora a Dantin) foram colhidas naretina do olho do morto... São o reflexo, a reproduçãoda imagem aí armazenada, a fotografia do ultimo servivo contemplado pelo agon«'sante, a ultima sensaçãovisual do desgraçado... E a retina do morto transms-tiu-nos — uma testemunha! — a própria imagem dovivo que o moribundo poude vêr pela ultima vez!

Na estreita sala onde e haviam debatido, comocaça colhida na armadilha, tantos acusados, tantosculpados, caía um silencio torturante sobre esses treshomens, dos quais um só não sabida onde estava, sobo incrível assombro de uma revelaçião semelhante. Para.o juiz, era o minuto decisivo, aquele em que tudo estadito, em que o homem interrogado, dá um passo parao suplício, em que muda de neme, em que de testemu-nha se transforma em acusado. Para o escrivão — jaembotado por essas emoções de todos os dias — era omomento preciso do espetáculo, aquele em que o peixe,tirada a linha da agua, se debate, preso ao anzol.

Jacques Dantin, com um movimento instintivo,empurrara, repelira sobre a mesa essas fotografias quelhe queimavam os dedos como cartas em que algumacartomante tivesse decifrado sinais de morte.

•— E então ? — interrogou Ginory num tom de-cisivo.

— E então? — repetiu Dantin com a voz es-trangulada, não compreendendo ou compreendendo de-mais, agitando-se como sob uma opressão de pesadelo

{Continua no próximo numero).

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27.° Ano — N. 9 — Fevereiro 1944 41

N' UMA CONSPIRAÇÃO FRACASSADAA distante dé-cima quarta

centúria, quan-do a ilha-Republica de Veneza seachava no apogeu da gloria, uma

te posição. Quan-do, por alguns mi-nutos, ela apare*

ceu no balcão, cercada por suasdamas*de*honor, a voz da mui-

tidão cresceu num grande grito como se ali tivesse sur»gido a própria Madona cercada pelos anjos... pois con"

OESTIMO* DE MARINO FÀUERO

das festas cívicas mais importantes do ano era umaespécie de tourada sem sangue e que, segundo o cos*tume, cada Fevereiro, se realisava na "Piazzeta"

que vém notar que a concepção italiana da "Madonna" per-

üga a Praça de S. Marcos a "Riva degli Schiavoni". Nes* dera sua primitiva simplicidade e só concebiam a "Rai-se local, bastante conhecido dos modernos visitantes. nha do Céo" vestida de sedas e brocados, com o coloestáo as duas famosas colunas, umasustentando o leão de S. Marcos, aoutra dominada pela estátua de S.Teoóoro, que tem sob o pé direito, ven*cido, um crocodilo. E' ali, ainda, queo visitante se detém para admirar abela e rósea fachada do palácio do Do*ge. que, ainda hoje, é uma das ma-ravilhas arquiteturais do mundo.

Nessa época que descrevemos, jáas duas colunas ali se achavam, desdedois séculos antes. O palácio, porém,ainda não estava completado, sendoque apenas uma terça parte da enormemassa, já se achava construída na"Piazzeta".

No ano 1335, o doge em exercicioera Marino Faliero e como as sombrasjá se tornavam intensas, na tarde deFevereiio indicada para o combate detouros, o populacho veneziano, com oapetite apenas reconfortado com o queacabara de assistir, ainda se comprinvanas imediações do palácio, afim deaguardar a chegada dos nobres eonvi*dados para o banquete que o Dogeoferecia para comemorar a data.

Que espetáculoofe-recia esse pôr de sol !Homens e mulheres detodas as condições so-ciais, formando umamultidão alegre e ves-ti ndo as melhores rou-pas, num deslumbra*mento de cores vivase, abrindo caminho en*tre a massa multicore ondulante, passavamas mais aparatosas fi-guras da Republica,caminhando vagarosaspelo espaço aberto en*tre a multidão, com agraça e a segurança decreaturas pertencentesa um mundo diferente.

Eram os membrosmais orgulhosos da or-sulhosa Republica etoda a riqueza e pom-pa de Veneza estavasimbolisada em suassedas e jóias faiscantes.Uma após outra, gon-aolas se sucediam di-ante do cais do go-vernador e deles sal*tavam seus ocupantes,entre as aclamações deentusiasmo da multi*°ao. Também, comotodos sabiam, aquele era o mo-mento em que as mais famosasbelezas de Veneza passavam di-ante dos olhos do povo, emboraa mais bela entre todas — An-Scohna, esposa de Marino Falie-°', s® mantivesse no interior doPalácio do Doge.

E fato, reconhecido por todos os cronistas, semexceção, que nunca os Venezianos haviam tido um go-vernador que majs respeitassem. Da mesma forma,DeEaM

°Utr° D°2e tivera uma esP°sa tão favorecidac ¦ Natureza para honrar com mais distinção tão Brilhan-

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" ;': '"^Sfr^^ar.' -iffiSxflMEBmj*.li"* ^^

Angeolina, a joveme bela esposa de MarinoFaliero apareceu no "balcão"

e as mãos cintilantes de preciosas pedrarias.Angeolina descendia da familia principesca de

Loredano e foi em obediência ao seu alto nasci*mento e á vontade de seu pai que, ao completar op%vinte anos, fora dada em matrimônio a um homewj

que tinha três vezes a sua idade. Mesmo assim,nasceu entre os dois extraordinária ternura e,apezar d'isso ocorrer num periodo em que Ve*

neza era o centro infernal de todas as caiu*nias e da mais venenosa intriga, ninguém ou*

sava murmurar uma palavra que traduzissea mais leve insinuação contra a bem amada

esposa do Doge.Rapidamente, o grande

''hall"ficou repleto e os convidadosforam conduzidos a seus respe*ctivos lugares por pagens ele*gantemente ataviados. Em pou*cos instantes a mesa se encheu,não sobiando uma só cadeiravasia. Então os clarins soarampara anunciar a entrada do Dogee sua esposa e toda a assembléa

se poz em pé para saudá*loscom profunda reverencia.

Formavam, real*mente, um par magnifi*co. Faliero. a despeitode sua idade, não per*dera um só átomo desua excelente aparência.Seus ombros robustos e

, bem cortados conserva*vam a mesma linha ele-gante e sua esplendidacabeça revelava que ha*via nascido para ser umgrande chefe. Tinha apose natural, a calmasegura deium experimen*tado guerreiro, o orgu*lhoso caminhar e o por-te que sempre imagirtávmos que tivessem osdeuses nórdicos. A seulado caminhava a jovemesposa, apresentandosempre uma pele delica*da e transparente comoas pétalas das flores.

Faliero fora eleitopara suas altas funçõesnum tempo em que amoral Veneziana chega*ra a um bem baixo ni-vel. As inúmeras con*quis tas da Republicatrouxeram a abundan*cia para a ilha*Republi-ca e com a abundânciainevitavelmente, chega*ra a fraqueza e a con-sequente queda das leisda moralidade.. Todahonesta instituição davida civil, inclusive omatrimônio, era esque*cida ou simplesmente

ridicularisada. Os festejos e os bailes de máscara,que pareciam um só, tantos eram e quasi sem in

tervalos, davam ensejo ao surto de inúmeros vícios efomentavam a intriga mais desmoralisadora.

Foi nesse banquete, o primeiro que oferecia, queo novo Doge determinou iniciar uma grande campanhacontra tais desmandos e isso foi o primeiro passo que

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deu para sua própria ruína. O banquete constituiu umbrilhante acontecimento, manchado apenas por um li-geiro incidente, que, naquele tempo, tinha pouca signi-ficaçao, embora para os povos de hoje representassefato da maior importância. O Doge e a esposa mo-viam-se graciosamente, entre seus convidados, passandode um grupo para outro até que, em dado momento,Faliero notou que um de seus mais jovens convidadosforçava suas indesejadas cortesias junto de uma dasdamas-de-honor da esposa. A serenidade de sua atitudefoi quebrada como por encanto. Não podia tolerar umtal procedimento em nenhuma parte e, principalmente,sob o teto de seu palácio. Sabendo que o jovem atre-vido era pessoa de origem obscura e limitados recursose que, além do mais, não merecia a menor consideração,

Michcle^ Steno — para quem [on guardas tinham sido chamados —todos e^principalmente diante daquela a quem dirigira galanteios

em vista, justamente, de seu péssimo caracter, ordenouque fosse expulso sem contemplações.

•Michele Steno — assim se chamava o impruden-te — ficou pálido de cólera, ao se ver assim tratadodiante de todos e, principalmente, diante dos olhos da-quela a quem dirigira os galanteios. Desesperado, lutoucom ferocidade contra os guardas que o cercavam. Tudo,porém, em vão, pois em poucos minutos o grupo de lu-tadores passou atravez do imenso salão e o incidentefoi rapidamente esquecido e abafado pela alegria geral.

Porém Michele Steno, vendo-se repentinamentesó, fora d© palácio, tendo diante èe seus pass«3 por

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tas e janelas defendidas por grades robustas, não es-queceu tão depressa o vexame. Horas depois, o ar frioaa noite, refrescando sua esbraseada cabeça, não ali-Vl°u, entretanto, o ódio que se lhe encravara no co-ração. Ao fim de mais algum tempo, tinha planejadouma vingança. Se não podia penetrar no palácio doj-toge, talvez o pudesse' na Sala do Conselho, àquelahora deserta e silenciosa. Minutos depois, aproximava-se da cadeira destinada ao Doge e sem perda de tempo,usando a ponta de sua adaga, empunhada por mão quetremia de furor, escreveu atravessando todo o espaldar:'Marino

Faliero tem uma linda mulher. Outros,

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porém, a apreciam,enquanto êle apenasa sustenta..."

Era, naturalmente, um inqualificávelinsulto e quis o Destino que fosse o Do*ge o primeiro a vêr essas palavras, quan-do, no dia seguinte, foi presidir o Con-selho. Com todo o fogo de sua naturezaimpetuosa, quis imediatamente saberquem fora o covarde anônimo que tenta-va feri-lo em sua honra e na honra dacreatura que mais amava e desejavahonrar neste mundo, pedindo ainda quefosse feito intenso e imediato inquéritopara ser encontrado o criminoso, afim domesmo ser entregue á justiça. O Senado,fazendo-se eco de seu protesto, ofereceutentadora recompensa a quem fornecesseinformação capaz de esclarecer o delito.

Não tardou muito que todas as sus-peitas se voltassem contra Steno e, quan-do foi preso, já o escândalo passara a sero tópico de todas as conversações em Ve-neza — os nobres, em seus palácios sun-tuosos, os vadios da Praça San Marco,os mercadores ao tratar de seus nego-cios, em todas as tortuosas ruas da ci-dade, os gondoleiros, na breve pausa dealguns minutos na líquida e silenciosaestrada — ninguém falava em outra coisae ninguém duvidava do fim que aguar-dava o culpado. No dia do julgamento,todas as ruas próximas do palácio fí-caram entulhadas e o povo inteiro re-servara lugares na "Piazzeta"

para vera execução, que, sem duvida, teria lugarentre os dois famosos pilares da Praçatradicional.

Enorme foi a surpreza de todos, en-tretanto, quando foi dado a conhecer oresultadojdo processo: Michele Steno, apósampla confissão de seu crime, fora sen-tenciado simplesmente a um mês de pri-são e a um ano de banimento de Veneza.Nunca, antes, o "Avogadori" dera provade tão extraordinária suavidade, e ainevitável conclusão que os Venezianostiraram dessa sentença, com seu tem-peramento naturalmente leviano, foi pou-co lisonjeira para o Doge, que, ape-zar de tão grosseiramente insultado emsua honra, contentava-se com uma com-placente conclusão de* sua corte de jus-tiça.

Amando o Doge, o publico sentiuamargamente a fraqueza do veredicto.Indescritível foi, enttetanto, a própriaamargura de Marino Faliero. Conside-rou a sentença um ato de ingratidão deseü tribunal, coisa que feriu dolorosa-mente seu coração. Ser tratado com taoligeira consideração, depois do muito quefizera por Veneza! Depois de tudo o quetinham feito seus antepassados! Nadapoude acalmá-lo, nem mesmo as ternase sensatas palavras de sua adorada An-geolina.' Foi ou não um Faliero quem es-magou Roberto Guircando e colocou aDal macia e a Croácia sob o estandarte

de Veneza? — gritava êle com uma voz agoniada eque antes parecia saber unicamente comandar. — "Quemfundou a Celebração de S. Marcos, ha duas e meia cen-turias ? Quem conquistou para Veneza os incomparaveisprivilégios na Terra Santa? Quem fez surgir uma nova Ve-neza das negras ruinas da antiga? Quem arrancou Zaradas mãos dos Hungaios :-— Zara a mais brilhante jóia dodiadema Veneziano ? Faliero, Faliero, sempre um Faliero!"

Sua voz morreu num incontrolado soluço. Final-mente permaneceu silencioso e frio, passeando de umlado para outro, mantendo a cabeça baixa. Porém, apósalguns instantes, recomeçou, nesta vez em tom grave,como se falasse consigo mesmo :

— Quem pelejou e sangrou por sua terra emtodos os campos de batalha e em todos os encontros

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navais? Quem obteve a indul-gencia e o perdão do Papapara o povo condenado pelovício? Quem poz um fim áagressão genovesa, que tantomal causava á nossa Republi-ca?" — Novamente sua vozcresceu para pronunciar:

"Fa-liero, sempre Faliero!"

Então, levantando a ca-beca e falando num tom, incisivo, co-mo se desejasse que todo o mundo .o ou-visse, prosseguiu:"Não vos dei romances «da mocida-de. Não vos acompanhei nas frivolidadesda adolescência. Mas, em suma, procu-rei simbolisar em minha pessoa a gloriade nosso passado, a honra de nossas tra- vdições. Quanto vale isso? Quanto valeo nome por mim dedicado inteiramenteao serviço de Veneza ? Quanto vale aminha própria vida, gasta nesse serviço,quando os que a deviam sus tentar e hon-rar a espesinham?"

Um homem com o orgulhoso tem-peramento de Faliero não podia aceitaruma situação análoga sem tomar cer-

tas providencias. Durante mais de vin-te e quatro horas manteve se como

um leão ferido, rebelado contraa triste decisão que sobre sua

honra o Senado tomara. Não ,pensava mais em Miche-

le Steno — o misera-vel caluniador de-

sapareeera, afo-gado num mar

de preocupa-çoes maiorese que agora

atormentavamo Doge. E duranteesse mesmo nume-rc de horas, numa

diferente parte de Vene-za, entr^ gente de condiçãodiversa, forjava-se o segun-do élo da cadeia de infor-tunios do velho Doge.

O palco foi o cais de Veneza, onde os navios detodos os cantos do Mediterrâneo vinham ancorar. Oque ali então òcor/eu pode ser descrito muito melhor,empregando-se as palavras de um antigo cronista queassim descreveu o fato:

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* "0 dia em que a sentença foi pronunciada contraMichele Steno, era justamente o primeiro do SermãoQuaresmal. Apezar disso, um nobre da casa de Bar-baro, homem violento, apresentou-se no arsenal exi-gindo certos serviços do mestre dos galés. O pedido foifeito em presença do Almirante administrador do ar-senal, que, ao ouvir a exigência, explicou que o pedidonão pedia ser atendido. Homem habituado a ser obe-decido, o nobre imediatamente se exaltou e palavrasde grande violência foram trocadas entre êle e o Almi-rante, até que o nobre, não se contendo, desferiu ter-riversoco entre os olhos do adversário e como tinhanum dedo volumoso anel, a jbia" feriu barbaramenteo Almirante, qiie ficou banhado no próprio sangue.

• O pugilato causou verdadeiro escândalo e dali mes-mo ainda com o rosto ensangüentado, o Almirante sedirigiu diretamente ao Doge, afim de apresentar quei-xa e pedir justiça, para punir o nobre Bárbaro.

Que julgais que eu possa fazer?— respon-deu o Doge. — Pensai primeiro na infâmia que es-créveram contra mim e na fôrma como foi punido o rni-será vel caluniador. Pensai na pouca consideração doConselho dos Quarenta por minha honrai

Ouvindo as tristes palavras o Almirante declarou:Doge, se desejais realmente o poder para des-

pedaçar todos esses miseráveis nobres, aqui estou eu,corri meu coração e meu braço, para o ajudar a se fazerpríncipe de todos estes Estados. E então será fácil punirtodos os culpados!"

As palavras do Almirante soaram agradavelmen-te aos ouvidos de Faliero, Na verdade já havia vislum-brado o esquema de um golpe de Estado capaz de der-rubar essa incomoda liga de aristocratas que, na suaopinião, eram como aves de rapina alimentando-se coma melhor seiva da Republica — e que já agora haviamperdido todo respeito pelo próprio Doge!

Em longos encontros, trocando idéias em cochi-chos, puderam organisar uma longa lista com os nomesde todos os que poderiam cooperar, e um dos primei-ros escolhidos foi Bertuccio Faliero, sobrinho do Doge,que herdara a natureza corajosa do tio e lago se mos-trou entusiasmado participante. Outros çlois, FuippcCalendaro, o mais capaz "homem do mar" de sua gera-*ção,s e Bertuccio Israello, um mestre da intriga que naoteve igual até o aparecimento de Machivello duas cen-turias mais tarde, tambem foram chamados a fazerparte da conspiração. Isso para começar, enquanto assucessivas e secretas reuniões em palácio, conquista-vam novos aderentes.

Ao fim de pouco tempo ficou resolvido que, emdia determinado, dezessete chefes ocupariam posiçõesestratégicas em diferentes pontos da cidade, cada umdeles com uma força de quarenta homens d'arrnas, quenada deviam saber a respeito da ação que seria desen-

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volvida. Outro grupo —

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demovimentar o grande sinocie S. Marco, cujo som eraum sinal de alarma, pro-clamando algum perigopublico. Nessa vez, po-fém, seria com fim diver-so; o de aumentar a con-fusão, colocando os ad-versarios á disposição dosatacantes. Isso porque osconspiradores, antecipan-do-se ao sinal de alarma,se lançariam contra todosos nobres e grandes se-nhores de Veneza, seguin-do em turbilhão para a"Piazza San Marco",paradar maior realce ao mo-vimento e fazer imposiçãope!o numero. Ali, os de-zessete chefes e seus ho-mens d'armas invadiriama "Piazza" simultânea-mente e de todos os lados,massacrando todos os queooLzessem resistência e,finalmente, proclamariamMarino Faliero-Senhor deVeneza.

0 dia apontado paragolpe de Estado era o 15de Abril e tudo teria cor-rido conforme o plano senão fosse um certo f>le-beu, Beltramo Bergamas-co, empregado rta serviçode Niccolo Lioni, que, ten-do conhecimento do queestava para acontecer, foisuplicar a seu senhor quenão se apresentasse empublico nesse dia. Eragrande, porém, o seu re-ceio de ser assassinadopelo crime de ter feito talrevelação. Assim, salvan-do a vida de seu senhor,queria qup este, em trocade tão grande favor, porsua vez guardasse o maisabsoluto segredo, paranão comprometê-lo. Po-rém sua revelação serviuapenas para alarmar Nic-colo, que em vez de re-velar a gratidão devidaao infeliz Beltramo, man-dou imediatamente agar-rá-lo por outros servos eencarcerá-lo no própriopalácio.

0 pobre Niccolo ti-nha inúmeros amigos, osquais estava ansioso porsalvar. Além do mais, sen-tia sobre os ombros a tre-men da responsabilidadede ser a primeira pessoaa estar de posse de tãoperigoso segredo. Logo .que se certificou ser absolutamente impossível atramo comunicar-se com qualquer pessoa do mundoexterior, correu ao palácio de seu velho amigovanni Gradenigo Nasoni (que mais tarde tambem roíDoge) contando-lhe em poucas palavras a grande des-coberta que fizera. Sem perda de tempo se dirigirama residência de um terceiro colega, Marco Coruaro,cujo nome foi tambem famoso na historia veneziana.

Após rápida conferência, decidiram submeter Berga masco a um interrogatório

Na man seguinte muitos dos conspiradores foram enforcades simplesmente oucorpos dependurados do principal balcão do palácio.

Bel-jndoGio-

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meticuloso. Voltaram

todos para a residência^ de Lioni, %fechando-semesma sala com o já agora aterrorisado servo. E oterrogatorio" não terminou antes que obtivessem arevelação do menor detalhe do segredo. Quando, fi-nalmente, o infeliz foi novamente levado para o car-cere temporário, ficou extendido nas lages de pedracomo um pobre trapo dentro do qual não existisse corpo.Não havia tempo a perder. Os três homens, com o panodas amplas capas cobrindo o rosto até a altura dos olhos.

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46 27.° Ano — N. 9 Fevereiro 1944

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e protegidos apenas por um pequeno grupo de servos,dirigiram-se para a igreja de San Salyatore. Ordena-ram que fosse aberta a sacristia, logo a iluminaram comtodas as luzes e providenciaram a colocação de todasas cadeiras disponíveis, que foram alinhadas no vastoespaço. A esse tempo, mensageiros tinham sido envia-dos aos demais membres do Conselho dos Dez e dojjran-de Conselho, com a intimação de comparecer tão de-pressa quanto possivel ao mesmo templo. Quando to-dos estavam reunidos e as portas bem fechadas e guar-dadas, Niccolo fez uma rápida exposição do motivodessa reunião, não se esquecendo de salientar as terri-veis conseqüências caso o plano dos conspiradores fossebem sucedido.

Imediata-mente os *

presentes quize-ram ouvir Ber-gamasco empessoa e paraatenoê-los re-solveu-se queuma poderosaescolta iriabuscar o infe-liz servo na rè-sidencia de Ni-collo conduzin-do-osem perdade tempo á sa-cristia. Nin-guem suspei-tou que entreesses homensd'armas cami-nhava um des-graçado, semi-morto de medoe de exaustãoe que a cadapasso podiasentir junto dopeito, a pontaacerada de umpunhal. Aochegar, as por-tas foram no-vãmente fe-' chadas. Então,o infeliz se viuno centro deum circulo derostos e olha-res severos. Ounico sinal devida em seurosto exanguese revelava nosolhos que tra-

7ckiziamomaiorterrror ao ob-servar seus ca-

ypítores. Duas.' ou três pergun-'tas

prelimina-res foram fei-tas em tom en-corajador. Po-rém o des gra-çado não tinha forças parafalar. Via, cercando-o, o«que Veneza tinha de maisimportante, com excepçãodo próprio Doge. Aquelas eram as mais altas autori-dades da Republica, homens cuja reputação de severi-dade inspirava terror e submissão. E ali estava êle, mi-será vel e abandonado... Que poderia dizer? Foram-lhefeitas formais promessas de proteção, repetidas muitasvezes antes que o medo que o paralisava diminuisse obastante para soltar sua lingua e, mesmo assim, poudeapenas confirmar o que foi exposto por Niccollo Lioni,palavra por palavra. Finda a confissão foi novamentee pelos meios cautelosos já empregados, levado maisuma vez para a prisão.

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No mesmo local em que poucos meses antes Marino Faliero fora oficialmente investido com a capa Dogal, despojou-se dos orn mentosautoridade, para oferecer o pescoço ao machado do velho

As deliberações tomadas a seguir foram imedia-tamente executadas. Fora estabelecido um plano com-pleto e muitas ordens seguiram para os diferentes de-partamentos da policia, afirn de mobilisar todos os ho-mens e invadir as residências de todos os conspirado-res, simultânea e irresistivelmente. A policia de Venezaera um corpo bem organisado e eficiente. E isso foi pro-vado com sua ação pronta e vigorosa, que não permitiua um só dos conspiradores escapar de suas mãos. As pri-soes foram efetuadas em perfeita ordem e ta! foi a sur-preza das vítimas, que não foi esboçada a menor re-sistencia. Os servos de alguns deles, que tentaram seopor á prisão ou procuraram correi em busca de auxi-

lio, encontra-ram numa enoutra tenta-tivas, intrans-ponivel obsta-culo, sofrendoás consequen-cias impostaspelo gesto de-sesperado.

Ordens fo-ram dadas pa-ra que todosos que haviamsido aprisiona-dos, fossem le-vados em se-gurança paraa prisão ane-xa ao paláciodo Doge. OAlmirante di-retor do Ar-senal foi dosprimeiros achegar, tendoas mãos açor-rentadas. Lo-go foi seguidopor FilippoCalendaro, Is-raello, Nicco-lo Faginolo,Niccolo DalleBende e mui-tos outros.Apenas Falie-ro continuavaignorando oqueí sucedera.

Tomadas es-sas precau-ções, o Con-selho se reu-niu em julga-mento, dele-gando o direi-to de voto auma pequenaminoria, afimde que o casofosse tratadocom a maiorurgência. Foiconsideradoque a eviden-

te culpabilidade de Calen-daro e de mais dois ou

era suficiente paraa sua

carrasco. trêsjustificar um processo su-

mano contra os restantes prisioneiros. Enquanto isso,nos seus aposentos particulares do palácio, Faliero dis-cutia os negócios de Estado com um grupo de outrosnobres, quando,

"repentinamente, um grupo de oficiais

irrompeu na sala, apresentando-lhe um papel trazendoo selo do "Avogadori". Era uma ordem de prisão contrao Doge! Lendo-a, porém, Faliero não deixou transparecera menor emoção. Apenas repeliu o papel, declarando quesem a sua própria assinatura, aquele documento nãotinha valor. Depois quiz saber os nomes dos que assi-na vam a ordem e quando ve. ificou que não constava o

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27.° Ano N.o 9 — Feverero de 1944 47

denome de nenhum de seus amigos,compreendeu, enfim, a gravidadede sua posição.

Esse foi o momento em queByron poz em sua boca as fataispalavras:

"Tis but - gamehomicides,

Who have cast lots forfirst death, and they

Have won with false dice

of mutual

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No dia dezesseis de Abril estavaselada a sorte dos conspiradores.Na manhã seguinte, alguns den-tre eles foram enforcados, isolada-mente ou aos pares, ficando seuscorpos dependurados sob o prin-cipal balcão do palácio: medondoespetáculo para tão belo cenário.Ao mesmo tempo era pronunciadasentença contra Marino Faliero.Sua jovem esposa não o aban-donou um só instante, duranteessas vinte e quatro horas.Ignorando a conspiração antesdo fracasso ser anunciado atoda população, só agora com-preendia com quão profundapaixão amava seu marido. Ecs acontecimentos tinham ves-tido Faliero de certa aura deheroísmo e de nobresa a seus

"RDX", 0 MAIS DEVASTA-DOR EXPLOSIVO DO MUNDO

Nenhuma ficção pode ri-valizar em audácia, exci tação,acaso, e triunfo eventual coma historia que se resume nestasletras — RDX. Du-rante anos, trabalha-ram os homens in-cessa nte mente paraissa invenção, desa-Haram o desastre ealguns morreram porele. Hoje seus traba-lhos e sua coragemsão amplamente re-conhecidos, pois oRDX é agora o maisdevastador explosivodo mundo. A Ingla-terra e seus aliadoso em r ^am — e numaexten o que só anha n zista podePlenamente.

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olhos, a ponto de levá-la a fazer um desesperado apelopor sua vida perante o Consefho dos Dez, contra'riando a vontade do Doge deposto, que não era, ver-dadeiramente, o tipo do homem capaz de rogar por suaprópria salvação.

Porém já o carrasco esperava sua vítima nessemesmo local, a meio caminho, formado p lo patamaroa escadaria principal e atualmente conhecido como

Scala dei Giganti", justamente onde, poucos meses antes,Marino Faliero fora investido com a capa Dogal. E ali

mesmo onde a recebera, com ochapéo simbólico, desfazia-se doornamento, minutos antes de ofe-rccer(o'pescoco ao machado. Pou-co depois tudo estava terminado.

Então as imensas portas fo-ram abertas para que todo o•3ovo de Veneza pudesse ver ocorpo decapitado do homem pa-ra sempre considerado um trai-dor. E hoje, os turistas chegadosde todas as partes do mundo, aopassar diante dos retratos dosDoges, param um instante ondea linha é interrompida por umquadro todo negro sob o qual sele: "Hic est locus Marini Falieridecapitat, pro criminibus". *

E quando descem, pisando omármore da escadaria, ouvem avoz do "ciceroni" informando:"Aqui, neste local, MarincFaliero foi decapitado". ^j

Apenas isso.

As gondolas,uma apozoutra, se su-cediam, no

caís do palácioD >gal e delas sal-tavam as figurasmais proeminen-

da^Republica.

A Sema-apreciar

A pesquiza da fórmulacomeçou hates de

vinte anos

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rebentar a guerra.Um grupo dedicado de cien-tistas britânicos, trabalhan-°o. no famoso Arsenal Wcl-,w,ch, decidiu encontrarque chamavam um "novosuper-explosivo", mais po-aeroso do que o TNT, paral's.o em bombas e balas.Ula e noite, a pesquiza con-llnuou, até que foi encon-|rada a fórmula procurada.iSto erao começo.

fabricaram uma quantidaae do terrível composto X. Com asPróprias mãos encheram uma cápsula, a qual foi disparada de umene navaI- A bala não explodiu. Um dos jovens pesquizadoresse

0r,trou-a alojada num muro Sabendo o risco que corria, deixou-'ícar calmamente por traz óo muro e removeu o alto explosivo

Voít mei° de Uma Colher de cha comum. Então os pesquizadorestaram ao laboratório para nova» experiências.

Mesmo com a formula X aperfei-coada, havia muito cjue fazer ainda.Havia que descobrir um meio de fazero trabalho a salvo. Foi preciso pro e-tar um maquinismo no qual suas pe-ça.s movediças sustentavam o explosi-vo.flsto significou a necessidade de des-cobrir metais que fossem menos sujei-tos ao calor, de maneira a não facili-

tar a explosão. Isto constituía partedos problemas apenas.

Em julho de 1936, um grupo de peritos cientistas estudavaa maneira de encher uma bala com RDX. Observavam a ope-ração refletida num espelho, colocando-se de lado de fora portraz de um muro protetor. Viram que alguma coisa ia mal. Po-diam ter escapado se quizessem. Houve uma pavorosa explosão.Cinco homens morreram, e ficaram ce tal maneira deformados

pela violência da expio-são que foi preciso usaruma lista de chamadapara identifica-los. De-vido á necessidade decompleto segredo, nemmesmo seus próximos pa-rentes puderam saber deque esses homens morre-ram. O que todos sabiamera que a morte delesnão fora em pura perda.0 trabalho prosseguiu.

Umabo'inha de RDXdo tamanho da cabeça dealfinete è capaz de fazerum buraco numa chapade aço da grossura deuma polegada. Hoje oex-

plosivo está sendousado numa escalamaior. E' proauzidotambém no Canadá enes Estados-Unidosem beneficio de todasas Nações Unidas.Toneladas estão sen-dc lançadas contraos objetivos indus-triais alemães, parabeneficio final da hu-manidade.

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REGÊNCIA VERBAL

Classificação dos verbos quanto ao sentido. Sin-taxe DOS verbos começar, chamar, servir e precisar.

Uma consulta do Sr. L. M., desta capital:— Está correta a construção precisa-se um enge-

nheiro, precisa-se um empregado, ora tão comum nos

jornais ? JSÍão se diz mais preciso de um pedreiro, precisode dinheiro? .„.

Não é rígida a classificação dos verbos quanto ao

Há verbos de sentido completo, chamados intran-sitivos (correr, sair), e de sentido incompleto, chamadostransitivos (comprar, gostar).

O verbo transitivo direto constroi-se, geralmente,sem preposição:

"aluz plena separava rudemente os obje-tos" Graça Aranha; o verbo transitivo indireto constroi-secom' preposição:

"houve tempo em que os meus olhos

gostavam do sol brilhante". Gonçalves Dias. Nao raro,porém, se nos apresentam construções em gue, sendoo verbo transitivo direto, surge uma preposição comoelemento expletivo. E' o caso das seguintes frases: ADeus o homem ama. A Bernardes admira-se e ama-se. ,Tal circunstância ,que visa à clareza da expressão ouao reforço da mesma, não modifica, como é evidente,a natureza do verbo, que é transitivo direto, e o seucomplemento objeto direto acidentalmente pre posicionado(ou objeto direto esporadicamente preposicional, comoregistam as gramáticas).

Mas, como dissemos, a classificação dos verbosquanto ao sentido não é absoluta e invariável. Um mesmoverbo pode ser iu transi tivo e transitivo direto ou mdi-reto. Como transitivo indireto pode construir-se commais de uma preposição. Nesta última hipótese estao verbo começar, que se usa com de ou com ^ Começarde dizer, começar de jazer, embora de emprego clássico,comum eu tre os velhos mestres, ainda hoje se encontraem Gonçalves Dias, Machado de Assiz, Rui, Carlos deLaet. Começar a dizer, começar a jazer é a sintaxe mo-

"derua, mas nem por isso menos autorizada. Encontra-setambem nos clássicos. Exemplos: "começa então dequerer". Herculanò; "começaram de subir a um mesmotempo". J. Freire; "Acaba de descobrir-se a constela-ção da A'guia de Júpiter, começada a aparecer a 25 deMaio" Cas tilho; "O nome do presbítero começou a soarpor toda a Espanha". %

Rui Barbosa, na Réplica, assim se manifestou sobreesse verbo: "Verdade é que, segundo uma das autori-dades mais altas em nosso tempo, entre as alteraçõessintáticas por que uma língua passa, havemos de contar,em português, a substituição moderna de começar depor começar a. Masa prova ad rem, que eu poderia dar,4e que tal substituição ainda está por operar, é que essemesmo autor (Ca*.dido de Figueiredo), ua mesma obra,escreve começar de: "Ainda não comecei de responder àsvariadas co*iSultas", e que seu Dicionário remata comesta solene declaração: "Começou de se imp-imir. . ."** O verbo chamar, no sentido de apelidar, qualificar,dar nome, pode construir-se com (/) o ou còm lhe, isto é,com objeto direto ou indireto ,o que eqüivale a dizersem ou com preposição:

"porque o chamava a desafio".Manuel Bernardes; "chama-lhe severo". Epifâ io Dias.

No mesmo caso está o verbo servir. E' de Carlosde Laet o seguinte passo:

"obedeceudo a sugestões di-versas, acreditaram servir à verdadeira causa".

"Que perdidas # as^ esperanças de reyinda, lhe foiforçoso servir um principe maometano" (Filinto Elísio).

O verbo precisar também admite dupla sintaxe?E' transitivo direto quando significa indicar com pre-cisão, exatidão, determinar: êle precisou as datas. E'transitivo direto qu indireto quando, como nos exemplosdo consulente, significa' ter precisão, ter necessidade."As relações desses homens convêm-me e preciso-as"escreveu Camilo Castelo Branco. "Guapa receita; écurativo grátis, sem precisar doutor nem jeiticeira" (Cas-tilho); "Essa classe opulenta precisava para isso de per-tencer à raça judaica". Herculanò.

Artur de Almeida Torres, no seu precioso trabalhoRegência Verbal, é incisivo. Assim se manifesta o ilustreprofessor:

"Na ácèpçao de ler precisão ou necessidade

de, carecer, aparece ora como transi ti vo-dire to, ora como complemento regido de de". m

Depois de citar Cândido de Figueiredo, para o qual"ambas as formas são portuguesas", exemplifica:« TRANSITIVO direto — "Atirou-se^a si a cova como

quem precisava repouso" (Camilo); "Todo homem pre-

cisa revelação divina" (Bernardes).transitivo indireto — Precisq. de seus conselnos

(Machado de Assiz); "Ela precisava de três peças porqueo filho só tinha três moedas". (Camilo).

Não vemos, portanto, como condenar as constru-ções submetidas a nosso exame. Em precisa-se um enge-nheiro, precisa-se um empregado, o verbo precisar estáapassivado pelo se. Daí dizer-se, também, e com acerto,precisam-se operários,, precisam-se empregados (uúncaprecisam-se de operários, precisam-se de empregados).Em preciso de um pedreiro, o verbo está na voz ativa,funcionando de um pedreiro como objeto indireto.

Na prática, preferimos a forma preposiciouada:é mais forte, mais clara, e sobretudo mais de acordocom a linguagem corrente. Preciso dinheiro dá idéiade distinguir as diferentes moedas pelo contacto coti-*diano com as mesmas. E' linguagem^ pouco expressivaprincipalmente para os que, como nós, realmente pre-cisam. .. de dinheiro.

EDIÇÃO SABATINANa linguagem de imprensa dizemos edição das quin-

tas jeiras, edição das sextas jeiras, edição dos sábados.De referencia à edição dos domingos, também dizemos,às vezes, edição dominical.¦

Assim, a expressão edição sabatina, submetida ànossa j consideração, causa estranheza, principalmentepor lembrar essa última palavra o substantivo com quedenominamos a arguição dos alunos, inicialmente feitaaos sábados, ou a reza própria desses dias.

Mas a verdade é que existe também o adjetivo sabaii-no, relativo à sabatina ou ao sábado, que os dicionáriosapontam como sino:.imo de sabático, do latim sabbaticus.

Edição sabatina soa mal, como soaria se disséssemos,mais apropriadamente aliás, edição sabâtica.

E' que o uso. . .

QUESTIONÁRIOSolução do número anterior:1) majestade; 2) passear; 3) pusesse; 4) país (pi-

países); 5) gás (pi. gases); 6) através do tempo; 7) atrasar;8) jeito; 9) iate; 10) laranjeira; 11) avaro (paroxíto: .a);12) prcjétil (pi. projéteis); 13) iuéia; 14) flagrante; 15)pocilga; 16) estranho; 17) espontâneo; 18 )César; 19)crisâutemo (proparoxítono); 20 Que desejas ? (1)

Novos quesitos:Complete as frases abaixo:

m 1) A forma contracta do particípio passado (morto,aceito) é geralmente usada com os auxiliares. . . 2) Osverbos que teem duplo particípio tao chamados. . . 3)Entre deram nove horas e deu nove horas a forma corretaé a. . s 4) O snperlativo erudito de capaz é. . . 5) O superlativo erudito de magro é. .. 6) O ordinal de 888 é. . . 7)No periodo

"por eles vivem e medram, que só lá teemsuas raízes" (Castilho), o que é. . . 8) Na oração "arqu*-teto do Mosteiro de Santa Maria já o não sou" (Her-culano), o o é. . . 9) Que figura de sintaxe existe na Coyi.s-truçao de João de Barros: "antes sejamos breve queprolixo?" 10) Na construção "vão-j* os reis, mas as naçõesficam", o se é. . .

o — ~~

(1) — Relativamente às formas Que? O que? cumpre observaro seguinte: nos clássicos encontram-se ambas as construções. "Queé que havia nele propriamente conservador?" Machado de Assiz."O que há de ser dela e de nós?" Garrett. "Que lhe fiz eu?" Her-culano. "O que lhe falta?" Castilho. "O que é ?" C. C. Branco.Assim, nenhuma daquelas formas se poderá, em rigor, considerarerrada, embora exista, nos autores modernos, preferência pela pri-meira. (Que? Que queres?) A cosntrução 0 aue?, condenada porCândido de Figueiredo, foi ardorosamente defendida por HerácitoGraça é p->t Said Ali.

27° Ano — N. 9 — Fevereiro 1944 49-4

O calor tropical e o cheiro do po-rão, misturados com a águado cais recoberta pelo óleo dum

tambor que se rompera na descarga,faziam Linda Atherley desejar arden-temente duas coisas: que Rick chegas-_e e que, então, o vapor partisse. Rcceiava horrível-jnente que algum contratempo final lhe perturbassetodos os planos.

Consegui chegar na hora justa — disse consi-go mesma, em voz alta, e um cavalheiro eurasiano, deaspecto bem decadente, que estava tentando uma sestaá sembra dum dos botes salva-vidas, abriu as pálpe-bras indolentes, para depois cair num sonolento e en-xundioso torpor.

Sem duvida cheguei mesmo na hora — re-petiu ela, alegre com a esperteza de vir esperar Ricka méío caminho.

Dois anos de pesquisas cientificas — com tra-balho e distrações — nessa ilha ' de cartão postal...nãoí Decididamente, não chegara nem meio minutomais cedo do que devia...

Agora sabia por que as cartas de Rick eram su-perficiais quando fala-vam em Ruth Foster.A idosa Miss Dove, ri-gida e excêntrica, ele ahavia descrito em termospicantes; mas RuthFoster... "Ha uma pe-quena no pessoal daquique está fazendo umtrabalho bem bom. ODr. Masters tem-na emalto conceito... "O Dr.Masters ! Com efeito!De repente, Linda Ater-íey ficou cega de ciu-mento ódio pela peque-na Ciúme de sua mo-cidade, de seus entusi-asmos, de sua indubi-tavel influência sobreRick. Não fora preciseMiss Atherley gastarmuito tempo para notarcomo a terra se estiravaentre as duas.

Ciúme? Era umapaixão da qual LindaAtherley deveria saberalguma coisa. Seu su-cesso baseara-se nessesentimento. A Broad-way —- embora tivessea memória muito fraca— ainda poderia lem-orar-se da longa carrei-ra de "O Ciúme"/ acer-ca cia qual alguns doscríticos tinham sido maisdo que moderadamenteauditórios, louvando-

lhe a interpretação e ojeito sofisticado. Masuma coisa era manter um dialogo cintilante no palcoe outra muito diferente aqui fora, com um ódio mudo

crescente contra Ruth Foster como único alvo.~B-?. 7v\as ajncja estou em tempo — dizia de si parapoucos minutos, Rick chegaria e em breve par-Assim que se transferissem desse vaporzinho

CIÚMEConto de LESUÈ GORDON BARNARD interessante o tempo —

acrescen-

alho,bre

aacon-secre^

poucosem um

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t írou o capacete de cortiça e sacudiuos cachos côr de mel que lhe caiamsobre a testa.

— Foidisse ela

Sim — concordou Rick, etou: — Dois anos passam depressa, não é mesmo?Ela evitou-lhe os olhos, olhando para trás, parao laboratório, onde Miss Dove estava trabalhandoos pés metidos em botas muito flexíveis, a bater o so-sem ceremonia, o cabelo grisalho escorrendo so-uma capa branca de serviço. Estava ás voltas comcs insetos a examinar, como se...como se nada fossetecei. Rick deu um ou dois passos em direçãotár ia, fez uma fachina em udo, exceto em seuspapeis pessoais que deviam acompanhá-lo epequeno embrulho que apanhou.— Isto é para você — disse ele, Um bocado con-fuso. - Acabou agora mesmo oe chegar por este navio.Tomara que lhe agrade. Minha irmã foi quem me man-dou t... bem, — e uma espécie de presente de des-pedida.

Os dedos de Ruth Foster, habitualmente firmes,trabalharam um tanto~~ desajeitadamente

paradesfazer o pacote. Ha-via dentro um álbumembrulhado em papelbranco, amarrado comuma fita.

Não é realmentegrande coisa — avisouele.

Oh^Rick!Você sempre disse

que gostaria de guardarnossos instantâneos em..ílembrança de dois anqsgloriosos, não é ? E' umcouro muito bonito queSis escolheu...

Agora estava procu-rando as palavras.Rick, é adorável!Mas eu é que deveriadar-lhe alguma coisa.Um... um presente decasamento, Rick. E nãotenho nada!

Ele principiou a ai-'zer:

Você me deu al-guma coisa para recor-dar. E engasgou-se comas palavras. Por unsmomentos, os dois fica-ram olhando-se' fixa-mente, numa espéciede infortúnio sem pala-vras. Ele relanceou osolhos pelo relógio.

Tenho de pegaro navio... — Pela portado laboratório, gritou:Adeus, Dovie. vou indo.

empurrando para trás as ma-

%rà'<

¦e disse ela. Eu ach< que você e umsi tmtir iam.

. cabotagem das ilhas para o transatlântico no qualtinham passagens reservadas, tomaria conta de Rick.Longos dias juntos no mar e ela o faria esquecei aquelaPequena. Afinal de contas, um trato era um trato.; umaPromessa era uma promessa. Pretendia segurá-lo bem.

t F£5luanto continuava a procurá-lo per entre a^uitidão, no rumo da meia milha de estrada poeiren-jã que levava ás instalações do Dr. Master, tinha oslábios cerrados, e os olhos duros. Não havia ainda ne-nh"m sinal de Rick.

seus insetos. Novamente Rick fiFoster. O dr. Masters e os out cos

á sua espera. Precisava ir.

icou• *

I i Na pequeno escritório«^oratório, mais amplo efamiliar que da va para o

mais areiado, Ruth Foster

Miss Dove acorreu,deixas brancas.

Adeus, -louco!

E voltou aossozinho com Ruthestavam no cais

Bem^— disse ele, fez menção de tomar-lheas duas mãos; depois desistiu, porque viu que ela que-ria que tudo parecesse tão natural como se ele fosse sairpara uma excursão na ilha vizinha, a mando do Dr.Masters. — Bem. ainda nos veremos.

Os olhos dela perguntaram — Quando? — porémos lábios proferiram três palavras: — Boa viagem, Rick.Obrigado,^ Ruth. — Hesitou. — Você não vema bordo? Como é que se pode agüentar? Afinal de con-tas, dois anos num logar destes puxam um bocado pelagente, quando se tem de partir. Lá esta' o diabo da-quele* navio apitando! , ;

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Ela poude ver-lhe os ombros largos ao passar^ daso eira para o sol tropical. Ficou olhando para o vácuoque se seguiu; o cenário familiar emoldurado pela portapareceu perder a cor e a obscurecer-se o retalho de som-bra onde dormia Chola, o rapazinho nativo. Pe'a por-ta vieram em avalanche seus dois anos passados nacompanhia de Rick. Memórias de dias refutgentes comomoedas acabadas de cunhar. Noites de mágico espien-dor, as es\ relas muito grandes para serem de verdade,o' murmúrio da mareta além dos arrecifes percutidode vozes de um mundo do qual o Tempo fora excluído..

A voz de Miss Dove, levemente rouca, veiu dolaboratório:

— Se fosse cu, lutaria pot ele.Ruth Foster não deu resposta.

A:

50 27.° Ano — N. 9 — Fevereiro 1944

se minha bagagem está em ordem ? O carregador co-locou-a num canto qualquer daquele salão impossívele eu estou preocupada. — Com alivio viu as suas costaslargas desaparecerem, quando ele desceu.

E ali estava Miss Dove investindo pela pranchada embarcação. . .

Passageira, Miss? — Um marinheiro interveiu.Não. _

Desculpe, mas...Linda Atherley deu um passo adeante.—- E' alguma coisa para Rick, Miss Dove? —

perguntou amavelmente. — Eu entrego a ele.Eu preferia... ri

Todo mundo para terra, minha senhora! Muito bem, disse Miss Dove. — Veja que

ele receba!

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— Não me diga que o avestruz mascarado comouma ave do paraiso liga dois dedos de atenção a quemquer que seja, senão a si mesmo —estourou Miss Dove.Perseguir um homem indefeso até o fim do mundo parafazer com que ele cumpra a promessa feita num mo-mento de fraqueza, com todo aquele pseudo

"glamour"

em ação. Que é que tem que tivessem ficado noivos hadois anos m j»*-» ."Acredite no que estou dizendo, ela não pensariaduas vezes em romper esse compromisso, caso lhe fosseconveniente. Aposto que desde que aquela nova peça'Três para seguirem" fracassou redondamente, a ilus-tre dama está assustada com o futuro. O fato de saberescolher vestidos e perfumes e o melhor angulo paratirar um retrato, não torna ninguém divertido, quan-dó pretende imitar o dialogo refinado que lhe puseramna boca, para constituir o seu grande sucesso no palco.

."Ou estarei sendo mesquinha? Que tal?— pergun-tou Miss Dove. — Outro suplemento em rotogravu-ra; Uma estrela da Broadway viaja para cumprir umpacto romântico com um jovem e ilustre cientista. Ojovem casal vai residir em New York". Jovem casal...puxa! Uma estrela decadente e um jovem cavalheirescoe louco. E você...você consente que ela faça isso? Vaia bordo ?

Não.Eu não ia, mas agora acho que vou.

Miss Dove ia saindo, porém deu meia volta e abra--çou rapidamente a moça, prendendo junto ao seu o

corpo trêmulo, antes de continuar a marcha balança-da e masculina pela poeirenta estrada, em direção aocais, onde o vaporzinho estava novamente apitando.

Ficando sozinha, Ruth Foster sentiu outra vezuma desò.adoia impiessão de abandono. Lá estava asecretária de Rick abandonada...Ficou olhando paraela. As faces tornaram-se-lhe escarlates* depois lívi-das. Depois a vista de Chola estirado na mancha desombra exterior deu-lhe a idéia do que devia fazer. Nummomento — apanhando o papel mais próximo queachou, o papel branco que viera enrolando o presen-te de Rick— fez um pequeno embrulho que meteunas mãos de Chola, depois de escrever ás pressas o nomede Riçk.

— Corra, Chola, vá depressa! — gritou ela. —Você precisa alcançai Miss Dove e entregar-lhe istoe dizer-ihe...

Mal suas instruções tinham sido dadas e Chola^já estava longe, transformando-se numa nuvem ce

poeira movediça enquanto os pés nus o levavam noencalço de Miss Dove.

> De pé ao lado de Rick, junto á amurada, LindaAtheiley observou aquela nuvem de poeira, porquenão lhe escapava coisa alguma. Uma mulher inteli-gente sabe quando um perigo lhe ameaça os planos,e quando soou o alerta. Viu que Miss Dove, a quemdetestava integralmente e cuja figura astuta receia-va, estava chegando. Viu mais longe, no caminho, umanuvem de pó movediço mudar-se numa figurinha poei-renta, que estacou e falou com Miss Dove, entregan-do-lhe alguma coisa, com uma premencia evidente. ViuMiss Dove relancear os olhos em direção ao navio eapressar o passo. Rick, olhando abstrato para os ami-gos no cais, nada percebera. Linda tocou-lhe no braço.

— Rick, meu bem, você quer descer e verificar

O apito silvou. Vieram gritos da ponte. A pran-cha ameaçou mover-se sob os pés de Miss Dove, quebatia em retirada. t

Linda Atherley prestou atenção ao embrulho quetinha nas mãos. Todo branco e amarrado com uma fita."Para Rick" estava escrito no endereço, na caligra-fia de Ruth Foster.

Um presente sentimental, de ultima hora, disseMiss Atherley para si mesma. Lembrou-se da expres-são obcecada dos olhos de Rick; pensou naquela ilhade cartão postal, tão parecida com um dos coloridoscenários de Sergie Latz, para

"Três para seguirem"e pensou nos olhos azues de Ruth Foster, no seu cabelocor de mel e na graça juvenil e atlética de sua figura.Linda tambem se lembrou de como, ao aplauso dasplatéias noturnas, espertamente dominava situaçõesnão dissemelhantes.

O cavalheiro eurasiano, arrancado de sua sestapelo apito, viu-a mover-se inquietamente até a extre-midade do navio e depois voltar para trás.

Rick veiu aos saltos de sua busca da bagagem.Ela ficou espantada com va expressão que lhe notou ncrosto.

— Suas coisas estão em ordem — gritou ele,mas o pior aconteceu! Eu... eu não posso embarcar... amenos que...

Passou por deante dela, correndo para a amura-da, chamando:

Oh, Miss Dove! Miss Dove! Por acaso a senho;ra viu alguns papeis meus na secretária ? Eu os deixe.lá. Minha passagem, meu passaporte, minha carta decredito — tudo!

Miss Dove, fazendo porta-voz com as mãos, gri-tou tambem.

Eu entreguei a ela — e espetou o ar com odedo. — Ruth achou e mandou num embrulho porChola. Eu entreguei a ela, para dar a você. — Outravez o dedo furou o ar na direção de Linda Atherley.de quem Rick se havia afastado rapidamente. l 4

Escapou por um triz :— disse ela. — Ondeestão os papeis. Linda? .

Havia qualquer coisa como um temor supremonos olhos de Linda Atherley. Rick segurou-a pelos om-bros e contemplou-a como se, realmente, a estivessevendo pela primeira vez. Ela não pôde defender-se.

Sinto muito — disse laconicamente, mas epor sua culpa mesmo, Linda. # *'

Depois voltou-se e fugiu dela. A prancha tinhasido levantada; os cabos afrouxados açoitavam a aguacomo serpentes. Balançando a pcpa para deante, o barcofazia as madeiras do cais gemerem, ao repuxar as cor-das. Rick saltou em terra, com agilidade, e um lençolde agua verde se abriu entre as docas e o vapor.

Miss Dove, levantando os braços e erguendo orosto numa espécie de sombria exaltação, disse em vozalta:

Louvado seja Deus!No tombadilho, o cavalheiro eurasiano olhava

com uma grande atenção, mas naturalmente nada sepodia vêr do pequeno embrulho branco que a moçahavia jogado no mar, entre os detritos e a espuma.

¦

o27.° Ano — N. 9 — Fevereiro 1944 51

COSTUMES DE 'ANTANHO

O BANHO NAJ ANTIGÜIDADERIO em legendária:

— A Fábula atri-bue a Hércules a

invenção dos banhosf.«uentes. Em muitas regiões da Grécia Antiga os edi-ficios em que estavam instalados os banhos públicoseram consagrados ao deus que, aos olhos dc seus fieis,representava o vigor físico.

Sobre as mcedas de Therma (ou Terme), colôniafundada pelos Cartagineses ao norte^ da Sicilia, podeser vista, num lado, a cabeça de Hércules e no outroas ninfas que, para satisfazer Minerva, fizeram brotara fonte, destinada a reparar as forças óo herói que elatenío protegia.

Uma moeda de Himere representa, por sua vez,Hercules recebendo sobre os ombros a agua arrojadapelas fauces do leão de uma fonte. Além do mais, foramdescobertos numeresos baixos-relevos, de pedra talha-oa, com inscrições, onde Hé cules, juntamente comas ninfas, aparece presidindo os cálidos mananciais.

A própria Minerva, segundo uma lenda — e se-gundo outra, também Vulcano — teria feito correr,

crição alegórica da pro-priedade que têm certosmananciais de conservare fortalecer a saude.

As lagunas Estigia, Hipocrene e Juvencio são, igual'mente, mitos alegóricos.

Quem não conhece as virtudes da fonte de Juventa?Existiam, na realidade, muitas fontes desse nome. Asduas mais célebres se encontravam em Patras c em Argos;eram simplesmente mananciais ferruginosos, nos quaistodo mistério consistia no fato de proporcionarem maisvida e força "ás mulheres qüe tinham a pele pálida".

Hebe, a deusa da juventude, devia fazer um usofreqüente das águas de Patras; isso, juntamente como fato de ser representada com cabelos louros, permiteque a consideremos uma clorótica.

Egípcios, assírios e persas: — De todos os povosda Antigüidade, os Egípcios parecem haver sido os maisatentos aos cuidados da higiene. Havia entre eles ablu-çoes obrigatórias. Os sacerdotes eram obrigados a lavar-se três vezes durante o dia e duas no correr da noite.

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Depois dos Líbios e dos Babilônios, Egípcios

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A FONTE DA JUVENTUDE — O Lido, as praias de Monte Cario, Cannes e ouhos recantos da Riviera, são os pontos maisprocurados pelos veranistas europeus, que ali vão recuperar forças. Porem os veranistas atuais não podem imaginar essa mágica trans-formação que o iamoso balneário provocava nos banhistas, segundo o quadro acima, de Lucas Cranach, o Moço, existente no Museu

de Berlim e intitulado Der Jungbrunnen. — Foi pintado em 1546.foram os homens mais sãos: o

banho era, para eles, uma pratica habitual.nas Termópilas, próximodo mar, a fonte de água sulfurosa, na qual Hércules,antes de qualquer outro, reparou suas forças; e daí ochamarmos certas águas termais "banhos de Hércules".

A fonte da juventude: — Ovidio nos descre-véu Diana regressando de longas caçadas, convidan-do suas ninfas a banhar-se com ela. "Depois de cadauma dessas caçadas, a deusa nunca deixava de se re^conrortar nas águas das fontes próximas; isso consti-tu,a Para ela uma delicia sem igual".

Não acreditava, portanto, na possibilidade de umresfriadb — coisa que muitos acreditam funesta, quan-do ° banho frio sucede a um exercicio violento... IssoProva, além de tudo, que a deusa não abrigava pre-Conceitos nem receios humanos; a menos que, tranqui-1 f pela experiência, tivesse observado qu-So sau-davel era provocar uma reação, depois do banho, per-segumdo os hóspedes do bosque.

, Sem duvida, na Historia de Esón, rejuvenecido pelos°anhos medicinais de Medéa, só conseguimos ver uma des-

Os trabalhos dos Assírios testemunham um graude civilisação muito avançada. Esse povo construiráaquedutos e canais, cujas suntuosas ruinas foram des'cobertas não ha muitos anos. Na Ásia foram eneon-trados os vestígios dos primeiros estabelecimentos pu-blicos para banhos,. O luxo, nesses balneários, era sim-pies mente estonteante.

Plutarco conta que Alexandre Magno, depois daderrota de Dario, entrou no local destinado aos banhos dorei dos Persas e examinou cheio de admiração "os con-dutos de água, as anforas, perfumes e metais preciosos".

Acredita-se, geralmente, que os Asiáticos tivessemsuas térmas, porém sobre esse ponto somente podemser feitas vagas conjeturas.

Sobre os Etiopes apenas se sabe, vagamente, que"banhavam-se em certas fontes, que, segundo supunham,deviam proporcionar-lhes vida longa e isenta de en-fermidades": como se verifica, eternamente uma vaga

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lenda das fontesantigíGRANDE HIGIENISTà:

filha

de Juventa.Outra lencia

Faraó en-

Ano

.li.

N. 9 Fe vei eiro 1944

dereminiscencia cia

Moisés, onos diz que foi banhando-se que acontrou, detido entre as pedrcs do Mio, ó menino quefoi mais tarde celebre com o nome de Moisés e que, tal-vez, só devesse seu alto e extranho destino ao excessode desgraça que marcou seu nascimento.

Moisés foi. mais que um grande legislaaor, umincomparavel higienista. . ¦";. .

Para prescrever.,,, medidas higiênicas, serviu-se da

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DAMAS ROMANAS NO BANHO — Os primeiros banhos públicos de Roma foram construídos depoisqm? Clodio surtiu a capital com a água de Preneste,. Desde então se generalisou seu uso em muitas¦cidades italianas. Durante o império esses banhos alcançaram grande esplendor e tiveram anexo umginásio e algumas vezes um teatro e uma biblioteca. Começaram a decair como instituições publicas, noséculo V, depois de Cristo, devido, principalmente, ao fato de terem sido cortados os aquedutos pelos

[Hunos e ac conseqüente despovoamento sofrido pelo país.

religião, não apenas como fim, porém mais ainda comomeio; fez publicar regulamentos em proveito, sobretudo,da saude publica — e que eram muito necessários numpaís cálido, onde os ventos do Leste levantam e trans-portam nuvens de areia e de terra.

Aparentemente, foi por esse ultimo motivo queordenou,ao povo os banhos e as abluçoes. Apresentou-

os como práticas religiosas tao somente para que sesubmetessem a eles sem resistência.

Os Hebreus tomaram seus banhos tanto nos nosquanto nos çrandes tanques, construidos no centro dospáteos de ca^da residência. As mulheres faznm uso co-mumente destes últimos. (

Superstição religiosa: — Na nediondez da ruados Indianos" — escreveu Leroy-Beaulieu — nota-seque a.puresa corporal chegou a ser paia êle (para o Js-raelita) um assunto de forma; prescindiu das abluçoes

e das lustraçoes como deuma formalidade legal,vendo nisso, tão somente,um rito religioso, sem darmais importância a puresaverdadeira do que á hi-giene. Hoje, todavia, emcertas aldeias judias doOriente, os tanques da"miqvah", a piscina aque comparecem as mulheies para purificar-se,contêm apenas água cor-rompida e de olor insu-porta vel. De uma medidasanitária, a ignorância ea rotina fizeram uma ce-remonia repugnante.

Sob o dominio romã-no, os judeus, seguindo oexemplo de seus conquis^tadores, construíram ter-mas em suas cidades. Asmais especialmente fre-quentadas eram as de Ti-beriade, Bethesda e Cal-liroe; a esta transporta-ram o rei Herodes mori-bundo e que nela sucum-biu quando era submer-gido.

O manancial de Be-thesda (casa de pedra)era apontado como infali-vel para curar toda cias-se de enfermidades.

Grande numero decegos, trôpegos e paralíti-eos ali se banhavam, .coma esperança de ser cura-dos de seus males; porémera essencial submergir-seno líquido no momentoem que este borbulhava,sinal de que

"um anjo doSenhor descera a piscinapara revolver a água".

Volta-se a encontrar,aqui, o caráter sagradoconcedido ás abluçoes portodos os povos orientais,tanto Hebreus quantoEgípcios ou indostanos.

AS LEIS DE MANU:—Manu, a exemplo^ de Zo-roastro, de Moisés e deMahomet, baseou todoseu sistema religioso naspurificações pela água.

Ao "brácma" que seprepara para franquear aprimeira etapa do ascetis-mo, Manu oídena que sevista com uma pele de ga-zela e que se banhe duasvezes por dia. Em nenhu-ma parte, além disso, fora

da Índia, se usou tão fartamente o banho, as loções e,principalmente, os perfumes largamente ofertados pelaNaturesa, luxuriante e magnífica.

Por haver comido "um pedaço de carne", o irV

dostano é obrigado a "lavar a boca e purificar duasvezes seus "condutos ocos..."

Ao viajante coberto de poeira, após uma longa ca-

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27.° Ano — N. 9 — Fevereiro 1944 53

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•equencia, o banho quepurifica e descansa.

Antigamente, eram

praticadas fumigaçoes,depois do banho, parasecar o corpo; recorria-se ás fricções com óleoou sândalo e tambem sedeitava este ultimo naágua óo banho, paraperfumá-la.

Estas fumigaçoes seencontram entre os Ci-tas. em cujos Estadoseram conhecidos os "ba-

nhos a vapor"."— Os Citas — con-ta Hcrodoto — colhemsementes de canhamo;depois, colocando-se de-baixo das tendas decampanha, feitas de laforte, colocam essas se-mentes sobre brasas.Quando começam aqueimar, delas despren-de-se tão grande vaporque não pode existir emtoda Grécia estufa quetenha mais força. Os Ci-tas, atordoados pelo va-por, lançam grilos con-fusos".

Mandavam, alémdo mais, que suas mulhe-res lhes deitassem águapelo corpo e secavam-se depois com folhas decipreste e de cedro.

OS MANDAMENTOSdü corão: — O Corão,aparecido muitos séculosdepois de todas as gran-des legislações orientais,teve apenas que codi-ficar os costumes tra-dicionais.

Aos mussulmanosestão prescritas frequen-tes abluções; todo ma-hometano deve entre-gar-se a elas muitas ve-zes por dia, no umbraldo templo, antes da ora-ção, para

"entrar emgraça e estar mais pró-ximo da Divindade".

0 legislador enume-ià com minúcias todasas partes do corpo quetêm que ser submetidasa essa limpeza, provan-do desse modo a impor-tancia que atribue ássuas prescripções."As abluções físicas devem preceder ás abluçõesrçoràis, porque e'as mantêm a saude e o perfeito equi-librio dos órgãos. Por meio cias abluções não apenasconservamos nosso corpo limpo e sao, mas tambem ofortificamos em totalidade" Tal é, em algumas linhas,0 espirito dos mandamentos ào Profeta.

Tiros de abluções: — Podemos assegurar que,se os Turcos houvessem sido sempre fieis observado-res do Corão e dos princípios higiênicos, tão cuidado-samente seguidos por seus antepassados, teriam evi-tado a decadência física e moral que durante longosanos — e antes do advento de Kemal Ataturk Pacha,que conferiu ao povo turco os beneficies de uma ra-

transformação que o colocou em igualdade dedical

AS TKRMAS DE CARACALA — Os banhos tiveram grande importância na vida romana, sendo objê-

tò de algumas construções tão suntuosas como as terinas de Caracala, capazes de receber um nnmero

de banhistas que oscilava entre mil e tres mil. As termas de maiores proporções eram mais que um es-

tabelecimento de banhos e compreendiam tambem um ginásio, ficando, assim, convertidas em lugaresfavoritos de reunião.

condições com os povos mais civilisados da Terra —deram ao mundo o lamentável espetáculo de sua queda.

Mahomet indicara três tipos de abluções: a "grande",

que se estende a todo o corpo e que não é outra coisasenão o banho; a "pequena",

que só atinge as extre-midades e o rosto e a fricção de areia ou de terra, queconstitue a terceira ablução e que é realisada duranteas viagens, quando não se dispõe de água.

Não se devem entregar á oração sem ter pelo me-nos lavado o rosto e as mãos, até o cotovelo e secadoa cabeça e os pés até os tornozelos; e como o isíam temcinco orações por dia; todo bom mussulmano realizacinco limpezas de sua própria pessoa como ritual queantecede o áto religioso.

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Os Turcos permaneceram fieis a esse costume ejamais rezam nas mesquitas sem fazer ablução grandeou pequena .

A segunda ablução é a que realizam sempre an-tes' da oração: lavam as mães e os braços, ate os coto-velos e, em seguida, o rosto e a parte alta da cabeça,assim como os pés, até os tornozelos.

Mahomet, o precursor: — Podemos igualmenteafirmar que Mahomet foi o precursor de Pnssmtze' das "práticas hidroterápicas".

Em suas refeições, ou entre elas, bebia apenas água.Aconselhava o uso da água fria para baixar a febre,"esse fogo do inferno", e quando a padecia mandavadeitar sobre a cabeça e os ombros sete o dres de água —essas grandes vasilhas árabesque, nos tempos do Profeta,nao continham menos de meiohectolitro — Adicionava-se áágua vinagre ou gelo, em cer-tos casos, para refrescá-la.

Exatamente, portanto, co-mo hoje fazemos'

O Profeta dava preferen-cia, para a bebida, á água dachuva: depois/a que corria pa-ra o Leste e ao ar livre e, emseguida, a que corria em dire-ção Norte, que, embora infe-rior á precedente, ainda eraconsiderada boa."A água que flue sobre apedra é melhor do que a quemana entre os penhascos emuito melhor ainda quantomais elevado é o ponto de on-de desce: que seja transparen-te, fria, inodora e insípida:que esteja longe de sua fontec que brote com maior abun-dancia".y Os conhecimentos moder--nos quase nada acrescentarama essas noções .empíricas.

. Conseqüências sa ni ta -rias: — Não causaria surpre-za que o desaparecimento pro-gressivo e absoluto da lepra entre os mussulmanos sóreconhecesse por causa a freqüência das abluções e fric-ções. Em todo caso, as leis higiênicas, formuladas porMahomet, exerceram, com absoluta segurança, indiscu-

, tivel influência sobre a saude de seu povo.Mahomet não estava menos acertadamente ins-

pirado, quando condenou a água demasiadamente quentepara ser empregada nos banhos. Porém não foi aten-dido neste ponto e os Turcos iam em tropél aos "ham-mans", que não eram outra coisa senão a transforma-ção das estufas que os Romanos lhes deram a conhecer.Daí os banhos atualmente chamados "Turcos" — por

j que são. de estufa...Os moralistas clamaram inutilmente. "0 Hammam

.— exclamava Ornei Haleby — pode não ser preju-dicial á saude, se for usado com prudência; mas é pre-ciso ter cuidado, porque seu abuso enerva... Oh, de-

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mÈ!yLk:'y^\\A DUCHA PRIMITIVA (Segundo uma pintura de ânfora)

27.° Ano — N. 9 — Fevereiro 1944

generados descendentes do Profeta 1 Ao uso excessivodos banhos quentes deve;s a perda de vessa fera ener-gia! Volvamos ás saudáveis práticas dos nossos,dos primeiros soldados do Islaml .

Porém os apelos do rígido censor ceviam perma-necer sem encontrar ouvidos e os Turcos do "Baixo

Império" continuaram dedicados a seus afeminadoscostumes.

O banho na grécia: — Desde os tempos maisremotos, a Grécia conheceu os banhos quentes. E' bas-tante ler na "Odisséa" o relato da vida^ deliciosa quese levava no palácio de Alcinoo e a recepção que a magaCirce fez a Ulisses: . _.

"Quatrojnínfas estavam no palácio de Urceea serviam com zelo... A quai -ta transporta a água; depoisacende um grande fogo sob am-pia tri pode. A água era es-quentada...""— Quando a água tremiadentro dc, bronze sonoro, a nin-fa "me colocava em uma ba-nheira", apanhava água quen-te da tri pode, misturava-a agra-da vel mente com a água fria ea deitava sobie minha cabeça eminhas espaduas, para desem-baraçar meu corpo da fadigaque o quebrava. Depois de mehaver lavado e perfumado comessências, vestia-me com umatúnica e um manto...

Todos os atos do banho es-tão indicados nesta curta des-ciição, com a minúcia a quenos acostumou o grande poetagrego.

Com iguais deferencias queseu pai, Telemaco, recebido nacorte de Nestor, é condusidoao banho pela bela Policasta,a filha mais moça do velho reide Pilos "Ela o lava com suaspróprias mãos e, depois de ha-ver espalhado sobre seu corpoessências delicadas, cobre-o com

ricas túnicas e um manto resplandecente."Entre os Gregos sempre era oferecido banho ao

hóspede que se recebia e esses primitivos costumes fo-ram conservados por muito tempo.

Homero fala das grandes marmitas com três pés,das quais se serviam principalmente

"para esquentará água dos banhos".

Em Homero surgem, igualmente, "banheiras deprata ou de pedra polida e suficientemente grandespara conter uma pessoa". Mais tarde as banheiras ce-deram seu posto "a grandes pilões que tinham a for-ma de uma taça", sustentada por um ou muitos pése alimentada por um conduto de água "praticado naparede".

Esses são os "pilões" que, com muita freqüência,

são encontrados, pintados sobre as anforas e repiesen-tando cenas de banhos.

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O ministro e seu caoSegundo contou um antigo jornal londrino, Lord

Rosebfery, o célebre político inglês, teve, quando eramoço, de fazer uma viagem por mar. Pouco depois donavio sair oo porto, caiu ao mar o cão favorito de LordRosebery, um bonito lebreu chamado "Mutton".

•-- Mande parar o navio! — gritou aquele, di-fígindo-se excitadíssimo ao capitão. — Que pare ime-diatamente o navio e salvem o cão!

Não pode ser, cavalheiro! — respondeu o ca-itão. — 0 navio não pára por causa dum cão. Se se

tratasse duma pessoa, era outro caso...Muito bem — interrompeu Lord Rosebery; e

sem um momento de hesitação, atirou-se ao mar.Como é de supor, o navio, em breve, parou, arriou-

se um bote e tanto o "lord" como o seu cão foram pes-cados, sem outras conseqüências desagradáveis, alémdo banho.

ABDICAÇÕES DE SOBERANOSNos últimos trinta anos abdicaram treze reis e

imperadores. Foram eles:Em 12 de Fevereiro de 1912, o imperador Pon Yi da

China; 15 de Março de 1917, Nicolau 11 da Russia;3 de Outubro de 1918, Fernando í da Bulgária; 9 deNovembro de 1918, Guilherme 11 da Alemanha; 9 deNovembro de 1918, Frederico Augusto III, de Saxe;12 de Novembro de 1918, Carlos I da Áustria; 13 deNovembro de 1918, Luiz III da Baviera; 22 de No-vembro de 1918, o Grão Duque Frederico II de Bade;2 de Dezembro de 1918, Guilherme II de Wurtemberg;18 de Dezembro de 1923, Jorge II da Grécia, que reto-mou o trono em Novembro de 1935, depois de onzeanos de exilio; 12 de Janeiro de 1929, Amanullah doAfganistão; 2 de Março de 1935, Prajadhipok, do Sião, efinalmente, 10 de Dezembro de 1936, Eduardo VIU-de Inglaterra

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27.° Ano — N. 9 — Fevereiro 1944 55

ONXo conseguiram os bió-

grafos positivar o diaem que Martim Fran-

cisco Ribeiro de Andrada abriuos olhos para a vida em San-tos. A omissão em nada altera a análise dos historia-dores; poderá, se tanto, perturbar as deduções dos as-teólogos. Marca-se, todavia, o ano de 1775 para o nasci-mento do futuro prohomem, cujo batismo Rio Brancofixa em 27 de Junho.

0 filho de Bonifácio ,José de Andrada e D. MariaBarbosa da Silva não podia fugir 'á rotina educacio-nal de então: as primeiras letras na vila natal, os estu-dos secundários v na cidade mais próxima, o curso su-perior em Coimbra, o centro de cultura que apurou ainteligência de tantos brasileiros ilustres, e onde Mar-tim Francisco se graduou em ciências matemáticas.De tegresso ao Brasil, escreveu trabalhos de naturalís-tica como "Manual de Mineralogia" e "Tratado so-bre o cânhamo", e se o inspetor de Minas e Florestasem SSo Paulo deixou de fulgii luminosamente no setorcientífico foi, talvez, por haver sido absorvido pela Po-litica, essa abstração em que Bossuet divisou a fina-lidade de tornar cômoda a existência e felizes os povos.

A envergadura do varãoeminente foi posta em relevonos pródromos da Indepen-dencia, na reação de 1821contra as Cortes, levado quefoi a participar do governoprovisório de São Paulo, essemarco da jornada que seriaepiíogada na mesma TerraBandeirante, junto da aguahumilde do Ipiranga, agualustrai do batismo da nacio-nalidade. Pouco depois, em24 de Dezembro, assinava ahistórica representação que,como o manifesto redigido nacela pequenina de frei Sam-paio no Convento de SantoAntônio, tanto influiria no es-pirito do regente D. Pedropara a decisão rebeide do''Fico". A seguir, em 4 deJulho de 1822, ingressa no1.° Ministério do 1.° Reinado,presidido por José Bonifácio,ocupando a pasta da Fazenda,detida inicialmente por Cae-tano Pinto de Miranda Mon-te negro.

Nesse posto, a sua per-so nal idade se recortou como relevo devido. Sobrevieraa Independência e com elaas contingências das lutas quese prolongariam no norte.Martim Francisco lança, comexito, o primeiro empréstimointerno que houve no paiz.medida de crédito, como oessenciais, afirmando-se um intransigente guarda dosescassos dinheiros públicos, um honesto aplicador dedisponibilidades, o "right" man", na extensão dasduas eloqüentes palavras. Conta-se que José Bonifácio— além de seu irmão, seu sogro — ao receber os ho-norários a que fizera jus, perdeu os vencimentos todes^ni teatro; relatando o ocorrido, Martim Francisco3e apressou, previdentemente, ' em declarar-lhe que ti-v£sse paciência e esperasse pelo fim do mês, porque¦nao pagaria outra vez o que já havia sido pago.

Quando no Ministério, foi eleito deputado á Cons-tituir\tè pela província do.. Rio de Janeiro. Estavam,assim, na Assembléa os dois irmãos que figuravam comoMinistros do Império e aa Fazenda — José Bonifácioc. Martim Francisco — e tambem o terceiro, Anto-'Hio Carlos, natural de Santos como os dois outros, . Emjj de Julho, porém, os Andradas que faziam parte doGabinete foram afastados do Ministério, porque esteapresentara um projeto dispondo sobre a expulsão detodos os portugueses suspeitos, projeto que desper-ÍQu protestos da Assembléa. Semelhante circunstancia

ARTIM FRANCISCOCENTENÁRIO DE SUA MORTE

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Martim Francisco.

Mas era avesso a essaera ás despesas não

levou-os à oposição. For*,mou-se então um partidoque, rompendo com o gover-no, passou a atacá-lo # dascolunas de "O Tamoyô" e"A Sentinela". A oposição pela imprensa chegou a uma.:

fase que teve conseqüências bem sérias. Foi quandoapareceu em "A Sentinela" um artigo que visava par-ticularmente os oficiai 5 portugueses da guarnição e queum "Brasileiro resoluto" firmava. Dois dos oficiaisatingidos chegaram, não se sabe por que, a conclusãode que o "biasileiro" do artigo era um açoriano chama-do David Pamplona, boticário do largo da Carioca, eforam agredí-lo em sua própria casa de comércio, àpaisana. Pamplona, insinuado por figuras da oposição,levou ao conhecimento da» Constituinte a agressão quesofrerá no dia 15 de Novembro de 1823, e que tamanhoeco iria ter na Assembléa. O boticário conquistou váriosadvogados entre os que estavam elaborando a cartaconstitucional, destacando-se entre todos os irmãos An-dradas.

E enquanto Antônio Carlos apostrofava a violen-cia com o poder da sua oratória eloqüente, Martim Fran-cisco verberava o acontecimento em demolidor dis* .

curso, levando o presidente•i da Assembléa, João Seve-

riano Maciel da Costa, fu-turo marquês de Queluz, alevantar a sessão.

Vieira Fazenda dá os no-mes dos dois oficiais agressores— o sargento-mór José Joa-quim Januário Lapa e o ca'pitão Zefirino Pimentel Morei-ra Freire — e identifica o au-jtor do artigo atribuido a Da-vid Pamplona Corte Real epublicado na "Sentinela daPraia Grande": Francisco An-tonio Soares. *

D. Pedro I, por instânciasdos oficiais portugueses, con-citou a Assembléa a expulsarde seu seio os Andradas,* atoque, desaprovado pelo Mi-nistério, levou este a demitir-se. A 12 de Novembro, as for-ças armadas cercaram o edifi-cio da Constituinte, por ordemdo Imperador, que dissolveua Assembléa. Efetuou-se a pri-são dos três Andradas, tendosido a de Martim Franciscoe Antônio Carlos levada a efei-to quando se retiravam elesda Constituinte. Oito diasdepois, seguiam para a Euro-pa, deportados com outrospolíticos, a bordo do trans-porte "Luconia".

Martim Francisco empregouo tempo do exílio a exercer o magistério na França,e ao voltar ao Brasil foi eleito deputado por'Minas Ge-rais, em 1830, á segunda legislatura (1830-1833), comoo seria depois, por São Paulo, á quarta (1838-1841).D. Pedro I abdicara em 7 de Abril de 1831, tendonomeado José Bonifácio tutor de seus quatro filhos,os príncipes D. Pedro — depois Imperador; D. Ja-nuária Maria — que se casaria com o Conde d'Aquila;D. Paula Mariana — que faleceria aos dez anos deidade, em 1833, e D. Francisca Carolina —v aue seriadepois Princesa de Joinville. Iniciaram-se as Regênciastrinas e com elas as lutas partidárias, definidas em trêsfacções distintas: uma, moderada, apoiando a Regên-cia; outra, exaltada, pendendo para a forma republi-cana, e a terceira, restauradora, pugnando pelo regres-so de D. Pedro I. Esta ultima era o partido chamado"Caramuru"', em que se enfileiravam José Boni-fácio e Martim Francisco, enquanto Antônio Carlosse arregimentava com Miguel de Frias e outros na cor-rente republicana.

Mas os revezes sofridos pelos "caramurús" e o fra-casso das revoluções encorajadas por José Bonifácioacarretaram a destituição 'deste do cargo de tutor dos

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Príncipes, fenômeno político que teria forçosamente,de repercutir em toda a trndade dos Ancradas. Em1838, desaparecia José Bonifácio do rbl dos vivos.

Martim Francisco, deputado por São Paulo, pre-gava da tribuna a ascensão ao trono óo filho de D. PedroI e de D. Leopoldina, então com quinze anos de íoadc.Em 23 de Julho de 1940 é proclamada a maiondade deD. Pedro II e formado no dia imediato o l.° Minis-tério do 2.° Reinado, óo qual fizeram parte AntônioCarlos e Martim Francisco, aquele como ministro doImpério e este de novo como ocupante da pasta da Fa-zenda. Pela segunda vez, o eminente homem publicoafirmou sua personalidade nesse ministério liberal quedurou oito meses exatos e que cederia lugar ao con-servador, de 23 de Março de 1841, presidioo por CândidoJosé de Araújo Vianna, futuro visconde e marquês de-Sapucahy.

Foi o mesmo varão integro, retihneo, de peregrinavisão financista, exemplar e inexcedivel. Bem mere-ceu o conceito de Varnhagen que, na "Historia da In-dependência", mesmo a apontar-lhe defeitos, não sefurtou a reconhecer-lhe a "reputação da mais ilibadaprobidade". (, *

Martim Francisco integrou gloriosamente a gran-de trindade santista dos Andradas, que ninguém pôdeseparar, como afirmou um historiador patrício. Uma um, os três irmãos foram figuras destacadas; a suaação histórica, entretanto, é coordenada, interdependen-te, harmônica, indivisível, edificando uma santíssimatrindade profana. Nem um só dos Andradas, porém,logrou um título nobiliárquico! Assim se deu com Eva-risto, com Ledo, com José Clemente Pereira. Deste

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ultimo, três dias após a sua morte, ainda a memóriafoi honrada, atravez do título ce Condessa da Piedade.,conferido á sua viuva. A então vila oe Santos; que deraao Brasil três grandes filhes seus, também só mereceua categoria de cidade como homenagem póstuma a JoséBonifácio, falecido um ano antes. E' sabida a amar-gura com que o Patriarca da Independência recebeua atribuição por D. Pedro I a D. Domitila de CastroCanto e Mele do título de Marquesa de Santos, sen-tindo nesse galardão o propósito de deprimjr os trêsirmãos. "Marquesa da terra dos Andradas!" — diziaJosé Bonifácio.

Os títulos nobiliarquicos, entretanto, ^ não altera^riam para mais a grandesa da glória histórica de JostBonifácio, Antonio Carlos e Martim Francisco. Delesbem disse Fagundes Varela:

"Trindade eterna de heroismo e gloriaCuias estátuas cada vez mais belasFulgem no templo da brasilea história..."

José Bonifácio e Antonio Carlos — aquele em 1838e este em 1845 — fecharam os olhos á luz da vida longeda terra onde tiveram berço, um em Niterói e outro ncRio de Janeiro; Martim Francisco foi dos três o uniceque teve o supremo consolo de expirar onde nascera, nasua Santos, iá então cidade, em 23 oe Fevereiro de 1844.E ali ficou repousando para sempre, como um dos numestutelares da terra de Braz Cubas.

OCTAVIO TAVARES

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OCULISTADESERPENTES

de contas, o exame dos olhos dosrépteis faz parte das suas atribui-ções, e dele se ocupa com um zeleque o documento fotográfico podecomprovar.

Exame interessantíssimo, de resto,e que não o deixaria de ser mesmopara um profano; pois os olhos dasserpentes se distinguem por curiosa;particularidades. Privadas da pálpe-bra movei de que são dotados oslagartos, por exemplo, esses olhossao, por outro lado, protegidos poruma membrana translúcida, análog.?á córnea, que faz corpo com a ep-derme do ar Jmai, e quando este mudade pele cai aquela igualmente.

E' o que contríbue para dar aosmembros da família esse olhar fixofrio e duro que é uma das razoes darepulsão que produzem. Apesar dointeresse de semelnante estudo, pou-eos dos nossos leitores desejaria!encontrar-se ro lugar do professorlondri- o ou do seu ajudante, tal arepugi âucia que os referidos am-mais provocam instintivamente eronós.

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Até agora, a relação mais aparente que se podiaestabelecer entre as serpentes e os médicos parecia limitar-se ao papel simbólico representado por aquelas relati-vãmente a estes, mesmo que não fosse senão o emblemado cádacêu que enfeita os escudos de uniforme. Mas nun-ca se teve a idéia de_ que houvesse médicos para cobras,e muito menos especialistas! Todavia, assim é, e emboraa profissão de oeu lista para cobras não pareça ser dasmais disputadas, mesmo com a relativa tranqüilidadeque oferece, existe essa profissão, como prova grafica-mente a nossa gravura.

Em verdade, o respeitável sábio do "Zoo" de Lon-dres que aí vemos representado no exercício de sua pro-fissão, tem com certeza outras ocupações. Mas afinal

EXIGÊNCIA IRREALIZAVEL

; Pelos fins do século passado, urnschah da Pérsia foi de visita a Pa-ris, onde os seus gostos excêntrices

não causaram pequena surpreza. Adorava as execuçõescapitais. Por favo» especial ou antes, devido à um aca-so a que talvez se não deva chamar feliz, tornou-se possivel proporcionar ao soberano a ocasião de assistir acseu espetáculo predileto.

Conduziram-no, pois, em frente do lugubre mureda prisão da "Santé", onde já o esperava o habitua'grupo dos magistrados e testemunhas oficiais. Apareceu o condenado, que era um ente miserável e des-carnado. O: schah parece ter ficado desapontado; e,indicando o imponente procurador da Republica, provido de barba farta, exclamou:

"Aquele, aquele é que eu quero1

wi-íía:

27.° Ano — N. 9 — Fevereiro 1944 57I

A MINIATURA ROUBADA • ?-f!

********* Ro mance de [ERIC KASTNER ******* * *

Horn rasgou o envelope e leu.— Ali! o animal 1 Ha dc pagar-me caro — rosnou

ao terminar.Karsten, por sua vez, tomou a carta.Você gosta de escrever e eu lambem. /Igradeço a sua

última carta; apezar do seu consellio amigável, afronteio risco, e deverá sentir-se feliz sabendo que não vou mal.

0 ataque do "dancing" eslava bem combinado. Fcli-citações. Evidentemente, você não podia prever que eutambem era um grande admirador dos nossos velhos mes-ires do século XVI!

Para falar a verdade, tenho curiosidade de saber quemirá ganhar a corrida: você, a policia. . . ou eu?

Espero tornar a vê-lo cm Berlim.Holb _in, o moço

RESUMO DA PARTE JA PUBLICADA

Oscar Kulz, carniceiro berlinense, vai a Copenhague. Aí encon-tra, por acaso, Irene Trubner, jovem secretária de um notável cole-cionador de obras dc arte, Steinhovel, e trava relações com a moça,no terraço do hotel. São, entretanto, observados pDr dois homens—Felipe Achtel e Storm. Kulz, que fora à Dinamarca repentinamente,para distrair-se, nem participara a viagem à mulher, e Irene concita-oa escrever-lhe um postal; o velho carniceiro vai comprar um selo e,desconhecendo a moeda do paiz, é ampliado no momento por Storm.Chegam nessa ocasião os jornais em edição especial, contando umavultadissimo roubo de obJetos de arte. Irene fica apreensiva aosaber do roubo, apreensão que Kulz, que parece ser um idiota, per-cebe. Nessa ocasião chega-se a porteiro do hotel um rapaz eleganteque pergunta por Irene Trubner. O porteiro indicou-a, e o rapazpassou por ela sem se deter em falar-lhe, nem em olhá-la.

Irene levanta-se e convida Kulz a segui-la. Põem-se a andare Achtel e Storm, por sua vez, os seguem. Aparece-lhes um colega,Karsten, que se lhes incorpora. Passando pela mesa a que estiveraKulz sentado encontram o postal que ele escrevera à mulher e deque se esquecera. Acaso ou propósito? E ficam a pensar que Irenee Kulz são parceiros. Acompanhando-os, não sentem que o rapazelegante que se informara sobre Irene tambem os segue.

A moça e o carniceiro sentam-se num banco no pateo de um velhocastelo. Sempre observada à distancia, Irene conta ao velho queSteinhovel adquirira uma miniatura de Holbein por 600 mil coroase que lha entregara para levar a Berlim, pelo que se sente bem receiosa,porque calcula que tentarão roubà-la. Os três que os observavamresolvem afastar-se, porque não percebem uma palavra da conversae passa pelo local o rapaz elegante. Irene, então, pede a Kulz o favorde seguir com ela no dia seguinte para Berlim. Kulz tinha passagemde terceira e Irene, dc segunda. O velho accede, e a jovem, que des-confia dc um golpe no trem, onde os ladrões tomarão o vagão emque ela embarcar, propõe a Kulz entregar-lhe a miniatura disfarça-damente, afetando não conhecê-lo, à hora em que passarem no con-trole, na estação. Separam-se então. Kulz vai por uma velha ruaonde ha lojas de antigüidades, e avista Storm, ao qual participa quepartirá para Berlim no dia seguinte. Storm dá-lhe a noticia de quetambem seguirá. Em outra rua, Achtel e Karsten seguem Irene,e propunham-se a falar-lhe quando a joven é abordada pelo rapazelegante, que a trata pelo nome, com grande familiar idade. Masera engano! O rapaz alegou havc-Ia confundido com unia das suasprimas, tambem chamada Irene. O moço elegante, que informa cha-mar-se Rudi Struve, não larga mais a jovem e, após acompanha-la,còm visivel aborrecimento para Irene, a uma loia onde ela comprousapatos, é obrigado a deixà-la diante do hotel. Entretanto, Acthele Karsten acompanhavam Rudi, enquanto este seguia Irene.

Kulz e Storm vão á taverna do "Trevo de Quatro Folhas' , ondeo segundo pretende embriagar o primeiro. Mas é Kulz quem con-segue ver Storm bêbedo, debaixo da mesa.

Informado da moradia de Storm, Kulz iéva-o :\ Pensão Curtais.Aí, com o bêbedo às costas, é a custo atendido po'* um velho de bar-bas brancas e óculos pretos, que manda depor Storm nó diva da salaoe jantar. Não havia mais ninguém na easa. Entretanto, mal saiu,«pareceu uma dúzia de homens. E Storm, mexendo-se no diva mur-murou- "A' tua saude, Kulz!

Kulz chega à estação para tomar o trem . Espera por Irene. Estãon« gare Karsten e outros d d grupo, que procuram passar despercebidos.Irene aparece. Kulz, conforme a combinação, afeta não conhecê-la<-' recebe disfarçadamente das mãos dela, ã passagem pelo contro-Vlor, um pequeno embrulho. Karsten não perdeu nada da cena.ü carniceiro está à procura de um comparlimento de terceira quando«Parece Storm, que o desvia, a um pretexto qualquer, do carro para0 qual ia ele Subir e o leva a entrar em outro a cuia portinhola haviaU1n passageiro debruçado, que era Achtel. Kulz sente-se bem noc»rro para que subira com Storm, no qual os passageiros conversam

(í( s cemo velhos amigos. E eram, com efeito...

Que vagabundo I — exclamou Karsten.Horn escarneceu:

E é esse o tipo a quem queres que eu conceda apaz 1 Esta bem 1 se eu te ouvisse, seriamos objeto de irri-sao de toda a corporação, até ao fim dos nossos dias.

locou chamando a creada de quarto, que apareceupouco depois : era rechonchuda e tinha belas faces co-radas.

Quem lhe deu esta carta? Um comissário?Nao. Um rapaz muito bem apresentado. Che-

gando ao hotel, perguntou ao porteiro qual o número doseu quarto.Sabia o meu nome ?

Nac, mas o porteiro adivinhou que era o senhorpela descrição que ele fez; então ele subiu e entregou-me

..*v

Irene está no seu compartimento de segunda e aparece-lhe, comsurpreza, Rudi Struve, que ocupa um lugar no mesmo carro e comela conversa. Durante a viagem Struve vê passar no corredor um.homem de barba branca e óculos pretos. A m >ça nota que ha um en-velope entre a fita e o feltro do chapéu do rapaz. Era uma cartamisteriosamente posta, em que Struve era avisado de que se se arris-casse, sofreria as conseqüências. Ele, porém, evitou dar contaà moça do que dizia a estranha mensagem.

Quando o trem entrou no jerry-boat, par a atravessar o Báltico,Kulz, com fome, resolveu ir ao bufjet. Os companheiros impediram-no, porque deveria esperar a visita da alfândega. Kulz achou es-*quisito, pois as bagagens iá haviam sido examinadas, mas acabouconvencido dc que haveria mesmo nova visita. E esta apareceu»Os passageiros abriram as bagagens e Kulz tambem apresentou asua a exame — a valise onde puzera o embrulhinho com a miniatura.Nada houve de anormal, e o carniceiro, levando a valise, foi ao buf»Jet, onde encontrou Irene e passou a conhecer Struve, que tambemaí estava com a moça. Kulz fala da segunda visita da alfândega,e Struve estranha o fato, o que sobressalta o velho, que vai a um cant>examinar a valise e verifica que a miniatura desaparecera 1 Entre-tanto, Irene tranquiliza-o: a miniatura era falsa, era uma cópia.A verdadeira, tinha-a ela consigo, e dera-lhe a outra prevendo o golpeque sobreviria. Os seus cálculos não falharam. Kulz quer ir desan-car os patifes do seu compartimento, mas, instado por Irene, voItavao carro como se nada tivesse havido. O carniceiro torna ao carrode Irene e Struve e diz haver visto um homem de barba branca éóculos pretos, que identificara: era o da pensão Curtius.

Num vagão de segunda, onde estava o velho de barba branca>aparece Storm, que lhe participa que Kulz desaparecera, Irene tam-bem e tambem o rapaz. O trem havia deixado Warnemunde. O velho— a quem Storm chamava professor Horn — resolveu que o bandodesceria em Rostock. E realmente desceu.

A moça e os dois companheiros haviam ficado em Warnemunde.Em Rostock, o professor Horn expediu gente sua para aquela cidadee tomou outas providências. Irene, Kulz e Struve vão a um baile àfantasia no dancing de Warnemunde. Aí, a moça vai dansar comStruve e Kulz fica sozinho na mesa, dormindo. Quando os dois jovenstornaram à mesa, viram sobre a mesma um embrulho: era a cópiada miniatura que o falso inspetor da alfândega Subtraria, no Jerry,da valise do carniceiro. Kulz, acordando, fica assombrado, e maisainda ao ler uma carta ameaçadora que acompanhava o embrulho.E Irene apertou cada vez mais a bolsa, onde tinha a miniatura ver-dadèira. Kulz vê entrarem Storm e Achtel e, como Struve fizera,arma-se com uma garrafa vasia. De repente, apagam-se todasluzes. Hi um reboliça indescritível: correrias, gritos. Ao voltar aluz, o espetáculo do salão é o de um campo de batalha. Kulz, que,de pé no camarote, brandia um pé de mesa, derreara dois. E veri-,fica-se que a miniatura verdadeira desaparecera da bolsa de Irene!Struve desaparecera tambem! Chegad.x a p^lícirj Kulz, no vestiáriopresta esclarecimentos. Nessa ocasião vem um garçon e entrega-lhe,um embrulho e uma carta que haviam ficado nh m.s.i: era a miniatu*ra falsa, que meteu no bolso.

No comissariado de Warnemunde Irene e Kulz relatam os acon-tecimentos. Irene, que Se comunicara com Steinhovel por telefone,diz que o velho colecionador oferece dez mil marcos a quem encontrara miniatura, que, aliás, estava segurada por setecentas e cinqüentamil coroas. Irene dá à policia o endereço que Struve lhe fornecera,da residência cm Berlim. De volta ao hotel, a moça dá de presentea Kulz a miniatura falsa que este queria restituir-lhe.

Já dc regresso a Rostock, Horn reúne o seu pessoal, dá-lhe ins-trüções e reclama a miniatura de que se apoderaram no dancing-de Warnemunde. Mas nenhum dòs seus homens a tinha, pensandocada um deles que estivesse em poder de um dos companheiros! Horn,no quarto do hotel, fazendo as valises com Karsten, vem a saber, pelo-telefone, que Struve desaparecera. E conclue que foi o rapaz quemescamoteou a miniatura da bolsa de Irene Trubner, resolvendo irprocura-lo e pôr de alcatéa a Sua gente em Berlim. Nisto, a criadade quarto bate à porta e entrega uma carta.

III

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a carta e cinco marcos! A carta era para o senhor e odinheiro para mim. Aí está!

E mais nada .;; — Mais nada. O rapaz tornou a descer e perguntouao porteiro se as estradas para Berlim estavam boas.

~- Como era ele ? — perguntou Karsten.Moreno, olhos muito claros, bem escanhoado,

um metro e setenta e oito de altura, medida trinta enove de colarinho.

, Os dois homens olharam espantados oara a criada<íe quarto._F 1j__l sorriu

Foi ele quem me disse tudo isso, recomendando-que eu não me esquecesse de nada. Preveniu-me que osenhor me pediria uma oorção de informações. . Pensei•que estivesse pilheriando; mas vejo que não. Em todo«aso, era um rapaz bem gentil, e tão encantador, e tãobonito. . . uma verdadeira pintura.

Cor ou e acrescer tou: rMas isto ele não me disse que dissesse; isto ê

•cousa minha.Encaminhou-se nara a porta.

Esoerel — ordenou o Drofessor Horn. Esse rapaz©artiu de taxi ?

Não. Tinha automóvel seu. lalvez até nao-tenha ainda partido. Hà um minuto apenas, estavasentado no carro, diante da porta do hotel, e bebia uma•chicara de café.

A um sinal do professor, retirou-se e fechou a porta.

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A senhorita Trubner e Kulz acabavam de entrariio gabinete do comissário de policia de Rostock, o qual¦pediu que se sentassem.

Primeiramente — começou — queiram desculpar odesalinho do meu traje. Tive apenas uma hora pararepousar e fui obrigado a dormir neste cana pé. Essemaldito caso da miniatura toma-me o tempo todo. Masnão é trabalho perdido. Estamos em via de descobrir

-a pista desse rapaz que roubou Ana Bolena e fugiu com-ela. Que triste época,! As damas, nem mesmo em minia-;tura estão ao abrigo dos raptos!

Pôs-se a rir, mas o seu riso terminou num bocejo.í —'Então, quais são as novidades? — perguntou

P«Us. Ainda nada de definitivo. Fizemos tudo o que•era humanamente possivel. As malhas da nossa rede•estão se apertando. Estamos quase a capturar a nossaT>resa.

Desde que não seja rebate falso, como acontecemuitas vezes... —disse o carniceiro.

Não tenha o menor receio. Dei ordem à policiade Berlim para prender Rudi Struve em Holtzendorff-Strasse.

Irene Trubne: baixou os olhos e pôs-se a amanotaicom os dedos tiêmuios a seda da blusa.

Kulz exprimiu bem alto sua indignação:Está aí! O senhor tem caia de estai fazendo um

bonito trabalho! Hà um bando de patifes que roubam.uma miniatura de meio milhão; um bravo rapaz queprocura embaraçá-los é raptado por eles.. . E que é queq senhor faz ? Corre atrás desse biayo rapaz para prendê-lo

<e deixa que os bandidos se raspem tranqüilamente. Ah!essa — com franqueza! — levarei muito tempo paraenguií-la.

O inspetor ergueu a mão, num gesto de pacificação:— Não desanime, senhor Kulz; eu fiz uma hipótese.

'^Vamos ver se ela é exata ou não.Que vem a ser uma hipótese? — perguntou o

carniceiro, vol tando-se para Irene.Quando o senhor tem alguma cousa- muito difícil

a fazer, elabora um plano que deixa prudentemente delado, por um certo tempo, pelo menos.

E é isso o que se chama uma hipótese ?ry v—E'.Ah! — murmurou Kulz. Compreendo agora...^Conhecia a cousa, mas não» sabia como se chamava.Minha mulher é muito forteem hipóteses, como a senho-'aritá diz; eu chamava a isso raciocínios de cabeça de avelã. ..Felizmente Struve não está em casal Seria o cúmulo:ser carregado primeiro pelos ladrões e preso depois pelapolicia 1

Nada podia alterar a calma do inspetor.

58 27.° Ano — N. 9 — Fevereiro 1944

O erro é uma cousa humana, mas desta vez creioque não me enganei.

O senhor é injusto com esse rapaz — replicouKulz. Não tenho muita instn ção, concordo; não sabiamesmo o que era uma hipótese; mas quando acho alguémhonesto, pôde estar tranqüilo, porque é honesto mesmo.

Meu caro senhor Kulz — protestou o policial,poüda mas firmemente — permita-me que reavive asua memória. Creio que alguém, não ha muito tempo,viajou durante horas num compartiménto cheio de ban-didos e tomou cada um deles por um homem de bem.

E' verdade — confessou o carniceiro; entretanto,persisto em crer qne se engana no que diz resoeito aStruve. De resto, foi ele quem me fez verificar que osoutrDS eram os ladrões.

Não o fez senão para persuadir a senhorita trubnere o senhor mesmo de çiue era honesto. Além disso, queriaficar na sua companhia para ser o primeiro a agir quandose apresentasse a ocasião, o que não deixou de fazer commuita oportunidade.

Oscar Kulz sacudiu a cabeça.Tudo o que me diz parece verosimu, mas estou

conve;icido de que se engana. #Esperemos para ver. Primeiramente, devo fazer

algumas perguntas à senhorita Trubner. Or.de conheceuRudi Struve?—En Copenhague.

Atravéz de amigps comuns?Não, senhor.Então, como?Na rua — respondeu a moça, após haver hesitado.Pode contai-me o seu encontro mais pormenori-

sa damente ?¦r- Antes de partir fk Copenhague, quis comprar

um par de sapatos que vira ra vitrina de uma loja; iapela rua, olhando as exposições, quando ouvi pronunciarmeu nome. Voltei-me e vi o senhor Struve. . .

Como sabia ele o seu nome?Disse-me que eu me parecia de tal modo com

uma das suas primas de Leipzig, que se enganara.O inspetor sorriu ironicamente.

Caia senhorita Trubner, não sei se acreditou nalábia desse cavalheiro; quanto a mim, nem um segundo.E' possivel que a senhorita se pareça com a prima dele;épossivel que uma moça de Leipzig tenha o nome igualao seu; mas que as duas se pareçam e tenham o mesmonome, é uma coincidência um tanto extranha.

O policial deitou sobre Kulz um olhar sarcástico.Que pensa disso?

Kulz deu de ombros.Parece um pouco exquisito ,concordo.

O inspetor voltou-se para Irene:#Que aconteceu depois?Depois, acabei encontrando a minha loja. Entrei

e experimentei algi ns sapatos. De repente, levantei acabeça: o senhor Struve estava diante de mim. Apanhouo embrulho quando saí da loja. Uma vez na rua, pedi-lheque fosse tratar da sua vida.

—E depois?Ele foi tratar da vida.Quando tornou a vê-lo ?No dia seguinte, no trem,

de mim.O inspetor sorriu.

Tudo isto é claro como o dia. Não hà

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Foi sentar-se diante

senãouma cousa que não compreendo: como poude suporum segando que Struve não estivesse gravemente com-prometido nesse caso da miniatura? Salta aos olhos!Apenas. . .

As aparências enganam muitas vezes — insi-nu ou Kulz.

Realmente—concordou o policial; acontece...mas nem sempre. Em todo caso, prefiro cometer umapequena injustiça por engano a tolerar nma grandecom conhecimento de causa.

Nada disso é da minha competência — declarouKuíz. Não hà uma semana, eu imaginava que ser car-niceiro era o oficio mais triste do mundo; vejo ago^aque correr atrás dos criminosos é pior ainda.Perfeitamente — aprovou o inspetor, levantando-se. Vou pedir-lhes, ja que regiessam a Berlim, que fiquemà disposição da policia logo que chegarem lá. Dada agererosa recomoensa oferecida pelo senhor Steinhovel,estou peisuadido de que o lad.ao será preso rapidamente.

27.° Ano — N. 9 — Fevereiro 1944 59

Acompanhou ps visitantes ató a porta. No momentoeni que ia abrí-íà, reuniu a campai.dia do telefone.Voltou rapidamente á secretária e tomou o fone.

Obrigado — disse alguns segundos depois. E de-pendurou o fone.

Irene Trubner e Kulz esperavam nn limiar da porta.Acabam de comunicar-me — disse-ihes o insne-tor -que Rud.olf Struve foi preso, hà meia hora, noseu apartamento da Holtzendorff-Strasse.

CAPITULO XIV

A MISTERIOSA PRISÃO DE RuDI STRUVF

Um omnibus descoberto, com* uns quinze viajantes,rolava hà horas pelas estradas do Mecklembourg. ApósIrrver atravessado o Schweren na direção si*doéste, obli-filara bruscamente para o leste, Dará ir dar, finalmente,era Neustrelitz.

Os passageiros desse carro estavam curiosamentesíaviados: as caras, ornadas com narizes de papelão;os queixos, com barbas postiças, e as cabeças, com cha-pens de papel. Uns divertiam-se com balões vermelhosque dansa vam na ponta de um fio; outros, sopravam¦ívornbetas de folhas de Flandres. Na carrosserie do veí-culo, inscrições a giz revelavam que o Bowling-Clubde Rostock fazia a sua saída anual. Esses pitorescospasseantes agitavam matracas, berravam canções, riamàs gargalhadas e atiravam pilhérias às pessoas que para-vam para vê-los passar.

Até aí, afinal de contas, nada de anormal. Foi àsaída da vila que esse bando alegre tomou subitamentenm caráter estranho: as risadas e os ruídos cessaramlogo. Os passageiros tornaram-se tiistes e calaaos. Te-meriam perturbar a i>az serena dos bosques e dos cam-pos? Teriam medo de afugentar a caça? Nao. A expli-cação dessa metamorfose era mais simples: os nossosviajantes tornavam-se melancólicos porque não sentiamprazer algum nessa pândega.

0 homem que parecia um lutador observou a Fi-3ine Achtel que poderia, sem inconveniente, tirar o rarizpostiço, porque o seu nariz verdadeiro, tal como era,bem parecia ser postiço tambem.

Apesar da justesa dessa observação, Achtel repli-cou com azedume:

Prefiro que me tomem antes por-um membrodo Bowling-Club de Rostock do que por um evadidoda prisão de Plotzensee.

Se ao menos estes assentos fossem menos duros!— rosnava Storm; isto é pára esbodegar os iins.

Poi trás do chaujjeur estava sentado o professorHorn. Sua barba desaparecera; estava escanhoado defresco. Por várias vezes, consultou a carta desdobradanos joelhos, para certificar-se de que estavam sempreseguindo a direção desejada.Atençaol— gritou ele. Aproximamo-nos de umpovoado. Agora, alegria, eu lhes peço; durante a tra-vessia de Neustrelitz, vocês tinham cara de estar acom-panhando um enterro. '$

Os membros do Bowling-Club ajustaram os narizes;arranjaram as barbas e aclararam as vozes. Por pro-posta de Storm, entoaram:

SaiamosI 0 ar é fresco, o céu ê rosa;Çuem senta muilo tempo st anquilosa. .

Esta ultima frase, que ele julgava beminoportuna, tornou Achtel furioso; paravmgar-se, desafinou propositadamente.

Chegaram á vila. Os habitantes saí-ram para o limiar das portas e observa-ram-nos com curiosidade. As creançascornam atrás do carro, na esperança deseguiar um balãozinho vermelho. *

E os bandidos disfarçados continua-vam a esguelar suas canções, cujos es-tnbilhos sonoros perturbavam a pacataatmosfera desse belo dia de verão.

0 chaujjeur deu uma freiada brusca,que atirou os passageiros, violentamente,uns contra os outros.

Que é que se desarranjou ? — m-«wgou o chefe.~~ 0 rapaz que nós perseguimos pa-r°i para tomar gazolina.

Esta declaração ditou um silêncio súbito.Vocês nao querem cantar?—vocifero 1 Horh

com voz ameaçadora.Imediatamente as risadas e as canções recome- ,-

çaram. Os moradores do vilarejo amontoaram-se em .,volta do carro parado. Nas casas próximas, as janelas'1se abriram. Voaram balões. A.s creanças deram gritosde alegria c pjzeram-se a dansar. Dir-se-ia que come-cava a festa da aldeia.

Horn não tirava os olhos do carro parado ao longoda calçada. Parecia vasio.

Paulig — disse ele — vá vêr o que se jjassa.O chaujjeur' descei' do assento e encaminhou-se

para o distribuidor de gazolina, para fazer uma inves-%tigaçao discreta.

Os passageiros do omnibus aberto estavam ner-vosos. Afetavam pilhei iar com os camponeses, mas^ o:-<sen espírto estava distraído por outra cousa muitoduerente. Onde estava o rapaz que oeiseguiam? Porque parará ele ? Por que não estava _io carro ?

Paulig regressou, por fim, subiu rapiaamente parao assento e engrenou logo.

Está tudo normal — explicou. O carro era alu-gado. O tino trocou-o aqui por um outro; tomará umterceiro em Gransee. Parece que é o hábito aa terra.;Chegando a Berlim, entregará o carro de Gransse nagarage de Kienast, perto da gare -de Stettin.

Horn deu jm suspiro de alívio.Está bem. Você parará em Gransee. Telefonarei

avisando a Graumann. Ele destacará alguns homenspara os arredores da garage de Kienast. Esse excelenterapaz está xeito um rato. ..

Mesmo que a polícia interrompa a alegre viagemdo Bowling-Club — rosnoj Karsten. Será um consolo.

Achtel deu-lhe um soco nas costas.Por tias deles, na piaça da vila, os habitantes agi-

tavam os lenços em sinal de adeus. O garagista Aez umacontinência militar.

Uma garota apoderou-se de uma bola vermelha;que levou alegremente para casa.

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0 velho — Que horror I NSohá um policia aqui perto?

— Há, sim senhor; está nofundo daquele mundo de gente.

Entretanto, na Preieitura de Policia de Berlim;era interrogado Rudolf Struve, qae iôra preso no seudomicilio, da Hoitzendorff-Strasse, n. 7.

Esse Rudolf Struve era um homenzinho # redondoe cheio de petulância. Uma abundante cabeleira louraemoldurava-lhe o rosto de faces rosadas e cheias. Olhavaem volta com um ar divertido.

0 inspetor batia nervosamente com a ponta dolápis na borda da secretária. Ergueu os olhos e sorriupachorrentamente.— Vamos, senhor Stiuve, o senhor nao acha <jueessa brincadeira já. durou bastante? Decida-sei Aliviea sua conciencia; diga-nos a verdade. Isso facilitará ânossa missão e será levado à sua conta no processo.

Satisfeito com o seu monólogo, o inspetor derreou-se na cadeira e, como o espectador que, no teatio, esperao desfecho" da peça, concentrou todo o seu interesse noprincipal personagem.

Struve movia os olhos como uma rã. Aconteceram-lhe tantas cousas inverossímeis desde o momento emque foram apanhá-lo na cama, que nada mais podia

causar-lhe espanto.Era curioso principalmente saber por

que o haviam levado para ali.Meu^ caro inspetor — disse ele —

eu lhe ficaria imensamente agradecido sese exprimisse com mais precisão. Respon-deréi com prazer,. qualquer que se;a apergunta que queira fazer-me.

¦—Não receie nada, senhor Struve.Serei conciso.

Agradeço antecipadamente.Primo: por ordem de quem foi

a Copenhague?Struve mostrou-se pasmo.-- Assim, pois, agia por iniciativa

pióoria ? —- prosseguiu o inspetor. E' pos-si vel, no fim de contas. Desculpe-me seencarei esta hipótese como a menos ve-rossimil

17. Sa.

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—-Oh! não hà mal — disse Struve.9

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Com que então pretende que eu tenha eslado em Co-

penhague ?Sem a menor duvida.Lamento dizer-lhe, inspetor, que se engaxia.

O er dizer que não esteve ontem em Copenhague í• — Não não eftive ontem em Copenhague, nem ante-

ontem. E, paia falar-lhe a verdade, nunca estive em

Copenhague. Nesse particular, convenho, a minha .edu-cação apresenta falhas. Mas será isso razão bastante

para me prenderem? ?_ Pretende, então, ter ficado em sua casa ontem lAbsolutamente] Não estava em Copenhague,

mas tambem não estava em minha casa tQne penal Se tivesse estado, eu poderia po-io

em libeidade imediatamente. Então, onde passou o dia/Em Bautzen.

O.ide? „v: v . -*I7m Bautze,, Saxe. Bautzen é uma cidade pito-

resca, celebre por suas velhas muralhas que datam do«é-ulo XII, e por sna catedral do mais puro gótico.O senhor devia ir visità-la. E' ima maravilha

Obrigado pelo conselho. Assim, o senhor esteveontem em Bautzen A v.

Até que emfim chegamos a um acordo lPosso perguntar-lhe o nome do hotel onde passou

a noite ? Um simples telefonema permitir-me-á verificara sua declaração, e tido ficará arranjado.

Struve não respondeu..Talvez tenha esquecido o nome do hotel — adian-

tou o inspetor num tom sarcástico. yNão. . . pois não estive em hotel. . . não dormi

em Bautzen. Regressei tarde da noite, para dormirem minha casa. Se eu tivesse podido prever que maser anancado da cama de madrugada e tratado comoum malfeitor, juro-lhe que teria Jcado em Bautzen.

O senhor não tem sorte .Nunca tive. A gente nasce assim! E o destino.Em Bautzen, não teria encontrado amigos?...

Poderá dizer-me o nome deles?... Poderá alguém con-firmar a sua estada lá?

O homemzinho começava a sentir-se angustiado.O senhor — insistiu o inspetor — não foi apenas

fea Bautzen para não passar a noite aí. . .Nao.Talvez para contemplar as velhas muralhas e a

velha catedral...Não. Fui a Bautzen para vêr alguém.Quem ?Suplico-lhe que não me pergunte, inspetor. Trata-se

de uma dama, uma atriz que representa no Teatro Mu-nicipal. Quando morava em Berlim, .oi para mim.,uma amiga mjito querida. Ontem, tive vontade derevê-la; fui espera-la, depois do espetáculo, à saída dosartistas. . '

Assim, esta direito—afirmou o inspetor.Ela, entretanto, não ^ saiu só. Acompanhava-a

um camarada. Não quis ser indiscreto. . . Não me apre-sentei e deixei os dois irem, de braços dados.

Meus sinceros pêsames 1 Não é possivel ter-se umálibi tão integralmente errado. E ante-ontem, que éque fez? Esteve era Berlim?

Sim, sim — disse Struve com um suspiro de de-safogo.

Tanto melhor 1 Qual é o numero do seu tele.one?'Vamos chamar o seu creado.

Estou desolado, mas não tenho creado; o meuapartamento é muito pequeno.

Onde mora a sua arruma deira?. . . Mas talvezo senhor tambem não tenha arrumadeira, não é, senhorStruve?

—- Sim, isto é. . . ela, poiém, não vem senão duasvezes por semana. . . e não veio ante-ontem.

Meu caro senhor, suponho que não quer abusarda minha paciência angélica. Quer dizer que não viupessoa alguma nestes últimDs dias?

Não. Eu tinha de fazer a orquestração de umapartitura para sessenta instrumentos. E' muita cousa,o senhor sabe, e eu tive de trabalhar como um negro.Quando terminei, para descansar, .ui a. . ."~ —Bautzen — concluiu o policial.

Perfeitamente.Struve começava a deixar-se vencer 'pela cólera.

O inspetor levantou-se e, fitando-o nos olhos, perguntou-lhe brutalmente: *

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27.° Ano — N. 9 — Fevereiro 1944

Senhor Struve, onde .está a miniatura?Oue miniatura ? - disse o musico, pasrno^O sennor nunca ouviu .alar d.e Henrique Vili?Sim, mas. . .E de Ana Bolena ?Sei quem f >i.E de Holbein, o Moço .Sim, conheço Holbein, o Mbço_

Mas da miniatura que Ana bolena mandouexecutar por Holbein, o Moço, para oferecer a_ HenriqueVIII, dessa miniatura nu. ca ouviu talar, não er

Nunca! Alem do mais, não sou perito em qua-dros. Eu sou músico.

F/ mesmo?Afinal, o senhor me põe a cabeça louca com as

suas histórias. Que relação haverá entre uma grandedama inglesa morta de moite violenta, um rei barbudoe enamorado, um pintor de gênio e um modesto musico

que .oi passear em Bautzen?... Faço-lhe, por minhavez, uma pergunta. Responda-me.

O inspetor tocou a campainha. Entrou um policial.Esta. sessão já durou bastante. Reconduza o

senhor Struve.

CAPITULO XV

AS ATRIBULACÕES DO BOWLING-CLUB

Depois de Gransee, alguns membros do Bowliag-Club de Rostock manifestaram certos sinais de rebelião.Storm, que estava sentado perto do chefe, fez-se seuporta-voz.Que é que espera, patrão í Por quanto tempovamos continuar bancando palhaços ? Por que não deixaPaulig pisar no fundo ? Poderíamos assim apanhar Struvee meter-lhe algumas ameixas na pele. Uma vez de posseda miniatura, deixariamos esse velhaco em uma cova,sob um monte de folhas mortas. Até que o descubram,já estaremos em Berlim. . fBravos 1 — gritou Achtel. Eu tambem ;a estoufarto de todas essas estúpidas canções. E depois, estoucom sede.

. —Silencio 1 — ordenou Horn. Não se esqueçamde que a policia está alerta e que é precisa muita pre-caução. Dar tiros no campo, seria loucura.

Tudo isso é muito bonito — disse Karsten —

mas o nosso sujeitinho não é nenhuma creança de peito.Em lugai de levar o carro para a garage de Kienast,-vai provavelmente deixá-lo no primeiro canto de ruae voltar para casa tranqüilamente, a pé.

Então, estaremos tapeados, e para encontra-loos homens de Graamann terão de andar com um pregoaceso — disse o lutador, furioso. Berlim é uma grandecidade, ensinaram-me desde o tempo de colégio.

Horn estudou atentamente a carta.Muito bem! — disse por fim. Já que vocês que

rem, vamos correr atrás desse malandro. Se o alcançar-mos antes de Oranienbourg, faremos o que Storm propôspde contrário, insisto no meu plano.

Os membros do Bowling-Club aprovaram, satis-.ei tos.

Meta o pé, Pau.üg! — gritou um deles.O chauffeur apoiou a fundo no acelerador.

Mas vocês atirem nos pneus — ordenou o chefee não no condutor. Sabem que eu não gosto disso.

Já que está tão aborrecido, "o senhor andariamelhor .e ficasse no seu escritório, sentado, e nos cesseas ordens pelo telefone — disse Achtel *cDin insolência.

Se soubessem o alívio que en sentiria não vendomais as caras de vocês! — respondeu o chefe. Mas naoposso deixa-los um minuto sem que vocês .açam uniabesteira. Ganharíamos duas vezes mais dinheiro se eunão me visse obrigado a fazer de ama seca.

O lutador resmungou.Como?. . . Que foi que você disse? — perguntou

Horn voltando-se.A cabeça do lutador pareceu meter-se pelos ombro.*

a dentro.Nada.

O carro ia a toda velocidade pela entrada. Os passageiros eram sacudidos nos bancos e prague;avancomo templários.

Ao cabo de um quarto de hora, avistaram um automovei, que ia na dianteira.

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27.° Ano — N. 9 — Fevereiro 1944 61

— Um Opel cinzento!—disse Paulig, E' ele! Senao pode ir mais depressa do que vai, nós o apanharemosem menos de cinco minutos.

Horn puxou o revólver e deitou em volta um olharsevero

Se alguém me desobedecer — disse friamente —

pode voltar a Berlim a pé. Para cabeça^ fraca, pernasfortes, é o que se diz. Compreenderam?

Um imperceptível murmúrio foi a única resposta.O Opel cinzento desapareceu numa volta da estrada.

Os membros do Bowling- Club haviam tirado as barbase os narizes oostiços; estavam na maior agitação; a per-segciiçao empolgava-os. 0 carro deu a volta a toda velo-cidade e derrapou . Paulig deu um brusco golpe dc freio.Depois, a caçada prosseguiu. Súbito, Paulig tirou o

do acelerador.A cinqüenta metros de distar cia, o Opel cinzento

estava parado. O condutor entabolara conversa comum transeunte, que se via apoiado numa bicicleta. Ou-vindo chegar o carro, o homem da bicicleta voltou-se:era um polícia. Os membros do Bowling-Club ficaramlívidos.

— Escondam os revólveres e cantem! — ordenouo chefe. ¦ .

Storm entoou uma ária, que todos repetiram em

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coroPassando diante do Opel cinzento, os bandidos

agitaram os chape.is de papel e cantaram com todas asforças:

0 meu carro eslá che UnhoSó de pequenas bonitas,E rola pelo caminho. . . .

deuAs vozes tremiam um pouco, mas o gendarme nãopor isso. Viu-os passarem, rindo.

Paulig dera tona a força. Não amorteceu senãodepois da volta seguinte. ^ As canções alegres cessarambruscamente e os passageiros deram expansão ao seu£aror.

Ah! se lhe ponho a ma o .ia gola! Não contente emnos em palmar o Holbein, diverte-se, abafando-nos, bemiia barbas de um polícia!. . .

Filipe Achtel não se mostrava menos indignado.E o senhor nos proíbe, chefe, de estudar a sua

anatomia!. . . Isso é de mais! O seu lugar não é aqui, esim na Sociedade Protetora dos animais.

Horn empalideceu.Basta! — exclamou. Vamos deixá-lo passar á

frente.O. K.! — respondeu Paulig.

O carro diminuiu a marcha e depois parou.Muito engraçado — dis-se Horn. Com um tipo assim,£ preciso desço; fiar; é capaz depoi a polícia no nosso encalço,mas todo tem limite. Quandaelepassar, ajustaremos as contas.

Bravosl Eis as primeiraspalavras sensatas que o senhorpronuncia — declarou o lutador.Reclamo para mim a honra deÜquidá -lo.

Se você quizer.. . Dê-lheuma bôa pancada no craneo,que o faça ficar tranqüilo poruma ou duas horas.

O lutador fez urtia careta.Por que uma hora ou

duas somente? Por que não al-guns anos, enquanto estivermosvivos ?

Isso bastai — interrom-peu Horn. Ja disse.

Estavam sentados no omni-bus, esperando o Opel cinzento.ys pequenos balões vermelhosdansavam ao sabor do verto.Atenção! — gritou umdos bandidos; estou ouvindo a^aranguejola.

O lutador curvou o busto.jJs

revólveres sairam dos bolsos." chaujjeur preparou-se para

engrenar ao menor sinal. Uma brisa ligeira corria peloscampos, dobrando as espigas à passagem. Uma calhandravoou, cantando. E os i lan os perversos do Bowling-Clubde Rostock foram reduzidos a nada.

Porque o Opel cirzento rão estava só quando des-embocou na curva; o pc licia pedalava ao lado, tagarelandocom o rapaz. Os bandidos recolheram os revólveres eentreolharam-se, falos de raiva.

Cantem, seus idiotas!—bradou-lhes o che-e.A menos que queiram voltar a fabricar sapatos de ouielo.. .

Este aviso sak tar eletrizou-os. Os membros doBowling-Club sairam da sua letargia, cantaram, berra-ram e agitaram as matracas com frenesi.

Vendo o Opel cinzento e a bicicleta parar a seulado, os passageiros do omnibus descoberto redobraramde alegria. Foi um desenfreamento. Fiiipe Achtel oirue-tava como se tivesse passado a vida nos pianaltos dosAlpes bávaros. Storm cantava com voz de falsete. Hornbatia nas coxas, tao alegremente como um dansarinotirolês. Karsten fazia ressoar sua voz de baixo, comoum trovão.

Que bando alegie! — exciamou o condutor doOpel. E' uma coasa adorável a mocidade, não é, senhorpolícia ? E agora eu o deixo, muito satisfeito poi ha vê-loencontrado.

Levou a mão ao chapéu, à guisa de cumprimentoe engrenou a toda velocidade, como se partisse parabater um record. •

O policia voltou-se para o chaujjeur do omnibus:Mostre-me a sua carteira de cfutujjeur. Peço-a

porque, no seu estado, um acidente não é cousa difícil.E se o senhor tem que arrebentar a cara, que ao menosseja legalmente.

Pajlig, furioso, apresentou seus papeis ao políciajque os examinou com o maioi cuidado.

Está tudo em ordem, mas o melhor que tem afazer é não guiar muito depressa.

O omnibus engrenou. Hà muito já o Opel cinzentohavia desaparecido no horizonte.

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ESPERTEZA PRECOCE

Errei, profesora, e escrevi mil vezes em veaescrever quinhentas Posso guardar as outars quinhentas,

de saldo, paia outro castigo que me der?

Chegando a Berlim, Irene Trubner e Kuiz foramdiretamente da gare de Stettin à Prefeitura de Policia.Ai, f iram levados á presença do encarregado do inquérito,que lhes comunicou o depoimento de Rudi Struve.

Quando concluiu a narrativa, Kv.lz, qne a custose coi.ti vera, deu na coxa uma formidável palmadacujo eco ressoou estrepitosamente na sala

— Isso, então, isso bate todos os recordst E' a ultimacousa de que eu teria julgado Struve capaz. Qaebrasseele ti do aqui, e eu teria achado natural. Creio que sempre

se pocle ter o direito de ficarencolerizado. . . mas saír-se comesse amontoado de mentiras, aviagem a Bautzen... e a atrizque -foi esperar e à qual nãoousou falar, e. . . E' de maislQue pensa disso, sei horita Tru-bnei ?

A moça preferiu não res-ponder. Quar do um homem é'capaz de mentir, é também ca-paz de roubar — prosseguiuKuiz. Ah! enganei-me muitocom ele, e eis um novo fiasco nomeu ativo. Eu, que julgava terfeito progresso no estudo da ná-ti reza humana! E tão, ele disseque esteve em Bautzen ?

E repetiu quinze vezes— afirmou o inspetor. Vamosvêr se ele tem o topete de sus-tentar as declarações na snapresença. -%

A senhorita Trubner levan-tou-se:

O senhor Struve vai sertrazido aqui ?

Sim. Já dei minhas ins-trações para que o façam comparecer.Nesse caso, eu me retiro.

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A senhora nao pode fazer isso — disse o inspetor.• Kulz segurou afetuosamente a mão da moça para

retê-la.Nesse momento, o telefone tocou.O policial tomou 9 fone.

Traga-o — disse.E, voltando-se para os dois:

Struve vai chegar.A porta abriu-se, Rudolf Struve, de Hoitzendorff

Strasse, ertrou, escoltado poi dois agentes. Esgotarasuas leservas de bom humor e olhava com um ar furiosoem volta. Iria ser obrigado a contar, uma vez mais,sua viagem a Bautzen '.*. ; .

Então é Rudi Struve esse tipo? — exclamouKulz, apontando o homenzinho redondo, de cabeleiralouia. -ia

E deu uma gargalhada violenta, interminável. Asenhorita Trubner imitou-o, porém com mais reserva.A hiláridade de ambos era inteiramente sincera.

O policial e o músico olhavam-se, espantados. Struvefoi o piimeiro a falar.

Nao esperava fazer este sucesso—disse ele.E como as gargalhadas nao pareciam querer acabar

acrescentou, batendo o pé:Será que eu fui contratado para bancar o palhaço

seni:or inspetor?Estou desolado — cacarejou Kulz; o senhor tem

razão. Sou grosseiro, reconheço, mas asseguro-lhe qienão me ria do senhor. Tudo isto é tão engraçado!^

Teve novo acesso de riso, Ijuco; acabou por acal-mar-se e declarou ao inspetor:

Nunca vi este homem na minha vida.Como ?! Que é que .está dizendo ?. . • Nunca viu

o senhor Struve?Não — respondeu Irene—nunca tivemos esse

prazer. E são essas as pessoas com quem passei estesíntimos dias em Copenhague?— perguntou o compositorironicamente.

Foi então em Baulzen que estivemos? — disseKulz, rindo novamente às bar deiras despregadas.

Espero que o objetivo deste interrogatório —

prosseguia Struve — não seja expor as complicaçõessentimentais da minha vida privada diante destes es-

.tranhos.Pretendem, então, que não se conhecem? —

^perguntou o policial, que aixida duvidava;Não — responderam eles, em perfeito coro.Desculpe-me — disse *o carniceiro—mas o seu

rome é Struve realmente... Rudi Struve?. . . E o senhormoia mesmo na Holtzendorff-Strasse ?

,— Ahi < isto está ticanco intolerável1—bracou o^músico. Primeiro, não acreditam «quando digo» que estive

em Bautzen e tentam fazer-me dizer qt e estive em Co-penhague. Depois, querem provar-me que não me chamoStruve e que não moro em Charlottenbourg. Isso jáwai além da medida 1 Estou metido com um bando deloucos!

ií Passou a mão pela cabeleira com um gesto furioso.Tremia de cólera.

íi— O. senhor Struve chama,-se Struve mesmo, nãohà nenhuma duvida nisso — afirmou o inspetor.

E mora na Hoitzendorff-Strasse também —

27.° Ano — N. 9 — Fevereiro 1944

Pouco me importa a sua opinião - replicou ocomposito*. O senhor pode preterir o? escroques a gentehonesta. . . Isso é lá por sua conta e não me interessa.

-— Não tive a intenção de magoa-lo; desculpe-me —

disse Kulz.E como Struve não respor desse, prosseguiu, com

a intenção de ser amável: ' .Com que então, escreve musica para jazz/Não! Não! C mo o sen or é ignorante! Jazz?

Decididamente, era só o que me faltava ouvirl Possoir-me embora?. . . Volto para casa. . . na HoltzendorfiStrasse n. 7. . . a menos que a policia queira conservar-me aqui, como comediante amador.

Eu lhe peço, senhor Struve — disse o inspetor —

no meu nome pessoal, no da policia de Berlim e da deRostock, ei lhe rogo que aceite as nossas mais sincerasdesculpas. O senhor estaiá em liberdade dentro de meiahora, o tempo preciso paia o cumprimento de forma-lidades necessárias. Tenha ainda um pouco de paciên-cia. A seguir, agradecer-lhe-ei que fique eventualmenteà disposição da policia. E também a senhorita Trubner,e o senhor Kulz também.

Pode contar comigo—lespondeu o compositor.Não ha nada no mundo que me possa dai maior prazerdo que encontrar esse sujeito que teve o descaramentode se apropriar do meu nome, esse nome honesto quemeus pais me legaram. A

O inspetoi levantou-se e apertou a ifião dos tres.Espero que teremos em bieve a solução deste

caso, que está bastante complicado. Quem foi que iou-bou a miniatura ?

Não sei — respondeu Kulz — mas aposto umquarto de boi contra um» ramrlhete de violetas comonão foi o nosso jovem amigo.

Galante como um adolescente, ofereceu o braçoa Irene Trubner.

E agora volto à casa. Emilia espera-me, com afamília toda.

CAPITULO XVI

JOACHIM SEILER

Entretanto, o jovem que se intitulara Rud Struveem Copenhague voltara ao seu domicílio em Berlim.Era um pequeno apartamento no quarto andar do n.177 da Kant-Strasse.

Joacnim Seiler fechou a porta à cnave, pôs a cor-rente de segurança, atravessou a sala de espera e o escri-torio e entrou ro compartimento do fundo. Ai, pertode um grande diva, na via uma mesa baixa. Joachimtirou um embrulho do bolso interno do jaquetão e colo-cou-o com cuidado na mesa; encaminhou-se depois para$ banheiro.

Estava horrivelmente fatigado, sem repouso algumhà muito tempo. Depois do encontro com o Bowlmg-Club, rodara sem cessar. Chegando a Berlim, seguiraas instruções do garagista de Gransee, e recondizira ocarro à garage de Kienast, peito da gare de Stettm.

Aí, não tivera tempo de notar vários homens quevagavam nas proximidades o que o encararam curiosa-mente e seguiram até à casa.

Esses adversários sabiam agora, portanto, onde elemorava e não esperavam provavelmente para abrir as

coiitinuou o músico. Desgraçadamente! De outro modo hostilidades senão a chegada do chefe, o velho senhor|; não teria sido arrancado da cama a uma hora impró- de barba bianca e óculos pretos.

pria. Os esbirros qvie me f^ram acordar confirmarão Joachim Seiler sentiu-se menos cansado depois de|5as minhas declarações. terminada a toilette. Passou ao escritóiio e abriu a ja-

v —Não fique nervoso — disse o policial com a voz nela para olhar a rua. A' primeira vista, nada percebeumais doce j>ossivei. Somos todos vítimas de vm engano, de arormal; examinando mais, acabou por descobrir

hs.---.

jFomos iludidos. O homem qüe estava em Copenhague.com o senhor Kulz sei viu-se do seu nome e do seu ende-reco, senhor Struve. Algum amigo seu, quem sabe?

;—Desculpe-me; eu não arranjo amigos nas peni-tenciarias.

Se não foi um amigo seu — concluiu o inspetor —

dois homens que se ocultavam numa porta larga, pertodo café Hoffmann; do outro lado da rua, e que leyan-tavam os olhos para a janela. Logo que se sentiramobservados, deixaram de olhar para o ar e afetaram amais completa indiferença. ^

Satisfeito com o exame, Joachim Seiler fechou ay íái um estranho. Antes de partir para a infame expe- janela e sentou-se à secretária'para ler a correspondência.

dição, folheou o catálogo dos telefones para apropriar-sede um nome, ao caso. sm

Eu o matarei — rosnou Struve.Primeiramente — disse Kulz — é preciso encon- Emilia Kulz, agradável e jovial, reinava na sua lojar

trà-lo. Emfim, tudo se acomodaiá da melhor maneira, distribuindo salchichas e carne, com o sorriso que apre-Eu ficaria contristado se fosse o meu Struve de Cope- sentava todos os dias, hà vinte' e cinco anos.nhague que tivesse contado essas caraminholas de Baut- —Seu marido ainda não voltou? pesguntou umazen e se portado tao estupidamente com a atriz. freguesa.

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27.° Ano — N. 9 — Fevereiro 1944 63 §JgpZa&

Kulz tagarelava, preparando as

assim e

A senhora Kulz sacudiu a cabeça.-—Não, ainda não. Mas escreve-me todos os dias.

Não quero mai ao pobre Oscar por se demorar um poucoa correr o mundo, uma vez que sc ihc ofereceu ensejo.Ele tinha necessidade de descansar, a senhora sabe.Insistiu por que eu fosse com ele, mas quem ficaria to-mando conta da casa?

Era-lhe penoso mentir assim, mas os conflitos inti-mos do lar de Kulz nada tinham com a freguesia, quesó deveria interessar-se pela qualidade das salchichas.

Onde está ele agora?Em Warnemunde. Telefonou-me ontem à tarde.

(Âté que emfim, uma verdade! — pensou a senhora Kulz).A sua viagem à Dinamarca foi muito fatigante. Oscarnão tem o habito de deslocar-se, e então ficou um diamais repousando à beira-mar.

Tem muita razão. Espero que tenha tomadobons banhos de mar. Dê-me três costeletas de vitela. . .bem tenras.

Enquanto Emilia cortava as costeletas e dava noosso um grande golpe, a freguesa contemplava os ro-sáríos de salchichas dispostos no balcão em pratos devidro. .

De repente, a porta que ficava por tias da loja abriu-se e o dono, Oscar Kulz em pessoa, apareceu. Puseraum avental novo, engomado de fresco e de uma alvurade neve. Deu um sorriso á esposa e fez um ligeiro cum-primento à freguesa.

Eu o fazia ainda à beira-mar — disse esta última.Eu estava, mas tudo tem um fim... só as

saicliicnas teem dois. Atenção, Emiiia — acrescentouvoitando-se para a mulher — são as costeletas que tensde cortar, e não os dedos. Foi aa cepo e tomou-lhe dasmãos o enteio. —Deixa isto para mim e vai ver o queeu te trouxe do meu giro pelo mundo.

Emüia, surpresa e intrigada, encaminhou-se parao fundo da loja.

Enquanto isso,costeletas.

Uma viagemsenhora Blucki er, mas tãomais cousas em uma semanaem casa.

Sim... sim... e quando se volta deve-se tersempre um mundo de boas histórias para contar.

Nem sempre! Algumas vezes é preciso sabercalar o bico até que. . . Mas que tal* um pouco de picadode boi, bem fresco? Ou uma bela lasca de presunto?Dê-me uma libra de lingua.

Posso rec emendá-la tambem, porque está muitobòa.

Cortou as fatias, pesou-as e sacudiu a cabeça. Con-trariamente ao hábito, pusera mais do que o peso.Isso não tem importância. Hà cinco pfenigs amais. Errei na mão. Aí está o que é tomar férias quandonão se está habituado!

A senhora Bluckner pagou e ele lhe deu o treco.Muito prazer em tornar a vê-la, senhora BLickner.

Oscar Kulz acompanhou a freguesa até a portae voltou aos fundos da loja.

A mulher, sentada no canapé, lançou-lhe um olharde amarga censura.

Ah! nâ\)l Não comeces a chorar —d^sse ele. Eu não agüentarei.¦— Por cjue não nos disseste nada an-!es de par ir? Não podes avaliar comoeu cs!ava inquieta. E por que contasteQue irias a Bernau ?Talvez tenha mudado de resolu-Ç3o no meio do caminho. Mas é uma^Pótese" mjnha.

Tua hipótese ?Perfeitamente. "Hipótese" é umapalavra complicada cjue quer dizer: des-Culpas estúpidas. Assim soa melhoi, com-Preçndes?

.., ~7 Como tens ainda coragem de fazerpilhéria ?

E as pernas, como vão? Melhor?Perguntou Kulz para desviar a con-

versa., ' Isso já é.historia antiga. Um dia

de repouso foi o bastante. Hedviges veioaruda..me.

Fezque

Tão bôa filha 1E'. Trouxe-me uma embrocação para fomentar,

me bem. Mas, a propósito, onde está a lembrançame trouxeste ?

Está precisamente atrás de ti. \Ela se voltou e viu, dependurad.a na parede, porcima do canapé, a miniatura de Holbein, o Moço.-'Nao passa de uma copia — explicou ele. O ori-

ginal vale um milhão. . . mas roubaram-no. Eu te con-tarei isso tudo depois.

Emüia Kulz examinou Ana Bolena com um olho-crítico.

E' um retrato de mulher — declarou eia ao fim.de um irstante. Mas para o meu gosto está muito deco-tada.

Ah! pode-se dizer que tu e a Arte sois cousas dife-rentes.

E' possivel. Mas eu preferiria uma bonita caixade chocolates.

ten ivelmente [atigahteinteressante 1 Acontecemdo que durante um* ano

mim ou

Bateram à porta do apartamento de Joachim Sei- íler. Tocaram a campainha. Tomaram a tocar. Depois,uma chuva cie socos na porta.Esperei — gritou o rapaz, Já vou.

Atravessou o corredor e olhou pelo postigo da portade entrada: havia uma dezena de lomens no patamar.Quem é ? — perguntou ele.

A policia! Abra!Com muito prazei respondeu Seiler.

Soltou a corrente de segurança, suspendeu o ferro-lho e entreabriu a porta alguns centímetros. Uma daspessoas mostroi*-lhe uma placa de metal.

Prefeitura! Suspeita-se de que o senhor tenharoubado uma miniatura de Holbein, comprada pelasennor Steinnovel em Copenhague.

Um outro homem do bando insinuou o pé pelaabertura da porta, paríi impedir que Seiler a fechasse^bruscamente. Um terceiro disse secamente:

Mandado de busca.A's suas ordens — respondeu Seiler. Hà com.

certeza um erro, mas não os embaraçarei no exercício-do seu dever.

O senhor tem razão; é melhor.Seiler abriu a porta. Os pretensos policiais entraram _.

Um deles, que fora até à peça do funcio, exclamou:Encontrei-a! Ei -Ja !

A essa voz, precipitaram-se todos.

Joachim Seiler não perdeu a cabeça. Não haviadecorrido meio segundo, e ele se lançou para a porta dapeça onde o bando se reunira, batendo-a e fechandocom duas voltas. y";. .

Correu depois ao escritório, apanhou o teletone epediu a Policia-Socorro. .

Alô! Aqui a Kant-Strasse n. 177. Quarto andar....sim. venha imediatamente. . .muito urgente. . . Serãoprecisos doze homens no mínimo. . .

Dependurou o fone, voltou à entrada e tomou o-chapéu. , .

Os pseudo-policiais, que rechara, batiam zuriosa-mente na porta do fundo e berravam :

Abra! Abra já!. . . Prender iepie-sentantes da lei! Você vai ver quanto lhecustará!

O rapaz não respondeu. Fechou comcuidado a porta do patamar do aparta-mento, e depois desceu.

Bom dia, senhor Seiler! — disse-lheo porteiro. Que diabo ha lá por cima?'Ouve-se um barulho exquisito.

Nada de giave. Aqui estão as mi-nhas chaves; entregue-as aos policiais quevão chegar dentro de alguns minutos. Re-comende-lhes, principalmente, que levemos revólveres preparados antes de entrarnos meus aposentos.

O porteiro abria desmesuradamente osolhos e a boca. #

Outra cousa — continuou Seiler;.não se esqueça de tomar novamente as.

D. Gerlrudes: - Venha Ú\ Jál chaves. Não quero dormir no hotel esta

O marido: — Estás chamando a noite .ao cSo, querida Gertrudes? Depois, saiu .

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O porteiro acompanhou com o olhar o locatário doquarto andar.

— E' pena 1 — murmurou. Tao moço e já descon-certado I

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r!.'i '•;.

Um possante e luxuoso aut om ovei parou diantede uma vila na orla do Thiergarten.

. O chaujjeur abriu a porta e ajudou a descer o velhosenhor que estava no carro.

Espere. Precisarei de você dentro de um instante.O chaujjeur cumprimentou. O senhor tocou a cam-

painha e perguntou ao porteiro que lhe abriu a grade,^cm vando-se respeitosamente:

Vaitudo bem?Muito bem, senhor Steinhovel. A senhorita

Trubner está na biblioteca.Steinhovel subiu lentamente alguns degiaus do

patamar. No vestíbil:», um lacaio tomou-lhe o chapéue a capa antes de abrir-lhe a porta da biblioteca.

Irene Trubner levantou-se e caiu logo em pranto,ilrComo se, hà muitos dias, não esperasse senão por essa

ocasião.I—Vamos, vamos — disse o senhor Steinhovel —

a não chore assim.Sim, senhor... — conseguiu responder ela entre

dois soluços.Ele a segurou delicadamente pelo braço, irstalou-a

numa poltrona e sentou-se diante dela.Acalme-se, minha filha. Não é responsável por

essa desgraçada história. Quem poderia imaginar quçesses ladrões queriam o nosso Holbein?... E que lheera possivel fazer?

Ela sacudiu a cabeça e as suas lágrimas redobraram.Steinhovel não sabia o que fazer. Esteve quase a tiraro lenço e enxugar o pranto que rolava pelas faces damoça, mas, reflstindo, imaginou que não seria corretoe absteve-se de o fazer.

Peço-lhe mr.iha demissão — disse Irene logo queèecuperou o uso da palavra.E eu não lha dou. Que firia sem a sua pessoa ?De resto, sou o único culpado; fui imprudente confiando-

- lhe uma missão acima das svas forças.Ela enxugou os olhos.

E agora — prosseguiu Steinhovel — conte-me como^aconteceu tudo isso.

A cousa começou ante-ontem, no hotel de In-Hglaterra. Eu estaca no terraço, tomando um café. . .

Joachim Seiler estava sentado no terraço do café,Hoffmann, na Kant-Strass, e bebia um copo de cervejaobservando com atenção o que se passava em torno

7.da sua casa.Olá, Seiler!—gritou um transeunte. Estás com

Jnm ar preocupado hoje. Oue é que hà?pi- - — Olá, Struve 1 — exclamou alegremente . o rapaz.

ipIflHa.quantos séculos não te vejo.7—Sempre exagerado!—respondeu Rudi Struve.

y-È0ogaiaos xadrez aqui mesmo na sexta-feira ultima. E^p}^q:ae.' fizeste depois ?

ifi— Mui ta^ cousa, e tu?... Acabaste a tua sinfonia?f — Acabei — respondeu o músico. Então, estive em

íBautzen.Em Bautzen?! Por que?Para vêr alguém que não vi. Voltei oara casa

Sl^a manhã, Dela madrugada, e mal adormecera, a políciaS|pfoi tirar-me da cama. Que dizes a isso? E' bôa, não é?Isso nao e serio... v

Se él Sabes de que me ac asavam? De ter estado

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em Çop2nhague para roubar o ietrato de uma rainhaa Ijiaa \Inglaterra. . . nem mais nem menos. . .

Je — E como se explica que estejas aqui e não na¦prisão ?

O compositor agitou os braços com ar ameaçador.í-—-Foi jm escroque que agiu usando o meu nome.

fsE' incrível, não é?IncrívelI -—repetiu Seiler como um eco.

Olhou depois novamente para as casas fronteiras.Se.apanho esse impostor, tiro-lhe as tripas 1

E com razão.Felizmente — continuou o músico — fui acareado

•com uma moça e um velho de bigodes. Quando me viram;

mt

27.° Ano — N. 9 — Fevereiro 1944

todos dois desataram às gargalhadas... Foi o que mesalvou.

Que tal achaste a moça?... Bonita íMuito bonita. . . Ahi hàs de ser sempre o mesmol

Quando se fala de mulher. . .Struve oi interrompido pela chegada de dois carros

da polícia que desembocavam da rua próxima. Os agea-tes saltaram dos carros e entraram no 177 da Kant-Strasse.

Olhai Vão para a tua casa! — observou Struve.Realmente.

Os transeuntes pararam na calçada, fazendo ajun-tamento; os negociantes saíram das lojas; os moradoresdas casas visinhas puzeram-se às janelas.

Decididamente, o meu dia está cheio de peri-pécias policiais — declarou o compositor. Mas desdequando alojas ladrões na tua casa ?

Seiler não respondei:, continuando com os olhosobstinadamente fixos na casa em questão.

Os policiais sairam alguns instantes depois, escol-tando um certo número de indivíduos, de algemas nospulsos, que fizeram subir para os carros.

Quando os veículos partiram, a multidão que seaglomeiaia diante do 177 da Kant-Strasse começou adispersai -se lentamente.

CAPITULO XVII

Esperança perdida

Um garçon de café, que atravessara a rua para vêro que se passava, voltou para contar à caixa o que sou-bera. Struve deteve-o pela manga do casaco, à passagem.Então, sabe alguma cousa ?

Acabam de prender uma quadrilha de ladrões.Foram apanhados um por um no momento em que pro-curavam fugir por uma abertura que haviam praticadona parede de uma adega. Foi o porteiro do 177 quemchamou a polícia.Mas que faziam eles nas adegas do 177? —per-guntou Rudi Struve.

Ah! isso é que não sei!Foram talvez comprar alguma gravura na pa-

pelaria do rés-do-chão— disse Joachim Seiler rindo.—• Seja como fôr, o negócio falhou. Foi um "espeto"

concluiu o garçon de café.Entrou no salão, mas voltou logo.

Uma carta para o sen nor Seiler. Acabam detraze-la.

Seiler abriu o envelope e leu:"Deveríamos ter-nos encontrado antes. Alas comoassoçtados, e ndo como concurrentes. Desla vez, você mevenceu. Felicitações".

O rapaz pôs a carta no bolso e olhou em volta, pro-curando descobrir um velho de barba branca e óculospretos. Nada .vendo, correu à caixa do restaurante.Sabe dizer-me, poi obséquio, quem tiouxe estacaita?

Foi um velho, muito alto.De barba branca ?Não: de cara raspada.

i — Eu deveria ter desconfiado.Parecia um professor — acrescentou a caixa.Se a senhora o visse^ com a barb il Não seria umprofessoi, mas uma universidade inteirai

Seiler voltou ao seu lugar. Struve compunha nomármore da mesa. Traçara cinco linhas paralelas queenchia de notas.

De repente, Seilei segurou o braço do amigo.Rudi! Vês aquele homem idoso naquele taxi?Por trás do caminhão, ao lado do omnibus ?Sim. O taxi não pode passajr; é o acaso. Ouve;meu velho, dá um jeito para prender esse sujeito e levá-loao comissariado.

Estás louco! Não posso fazer prender um des-conhecido. w

E' o chefe da quadrilha de ladrões.Que me importa í Se te interessa, vai tu mesmo.Não tenho tempo. Vamos, Rudil Bôa vontade 1Prometo, se tu fores, dizer-te quem era o tipo que seinculcava como Rudi Struve em Copenhague.O que teve a ousadia de tomar o meu nome ?Sim.

{Continua no próximo numero)

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J.W.T.

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6727.o Ano — N. 9 — Fevereiro 1944 <

A VITAMINA Dera uma enfermi

Fig. 1

Quando, mediante experiênciasfeitas com caezinhos na Inglater-ra, durante a primeira guerra mun-dial, se descobriu que o raquitismodade devida à insuficiência no regimen alimentício deuma vitamina anti-raquítica ou calcificante. que era"ou idêntica à vitamina A solúvel nas gorduras ou ti-nha uma distribuição na natureza de certo modo se-meíhante a ela", começouum capítulo notável dainvestigação científica queaté hoje continua. A des-coberta teve uma influên-cia enorme, devido, emparte, às suas grandes con-seqüências práticas. Emprimeiro lugar, pro?orcio-nava o processe imediatode impedir e curar o ra-quitismo (vêr a fig. I).Em segundo lugar, inau-p,urava um novo capítuloda ciência dentária ao fa-zer ver que a estruturados dantes dependia desubstancias específicas nosalimentos, e especialmenteda ingestão de uma vita-mina calcificante. Isso estárepresentado na fig. 2.

A notícia da presençade uma vitamina caleiracante em certas substan-cias alimentícias, tais co-mo o óleo de figado debacalhau, gema de ovo,leite e algumas gordurasanimais, foi recebida aprincípio com bastante in-credulidade. Os médicosnao pensavam que exis-tisse tal vitamina, e acre-dirá vam que o raquitismo

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era devido principalmente à falta ae higiene, insistindo-se sobretudo na; falta de ar e sol — e na escassês deexercício. Embora nenhum desses fatores "por si" ti-vesse importância fundamental no raquitismo, a hi-giene representava, realmente, um papel, como foi de-monstrado quando Huldschinsky descobriu que o ra-quitismo se curava pela exposição da pele às radiaçõesultra-violetas da lâmpada de vapor de mercúrio. Osanos seguintes foram dedicados a pôr em conexão aaue-les dois fatores aparentemente independentes que go-vernam a calcificaçãp dos osses e dos dentes: umavitamina solúvel nas gorduras (o fator dietético) e algoque era produzido pelas radiações ultra-violetas ac atuarsobre a pele (o fator higiênico).

Nao é necessário repetir a bem conhecida histó-na que levou à descoberta de que os efeitos benéficos«as radiações ultra-violetas eram devidos também auma vitamina calcificante, e que, na realidade, essasradiações eram de valor simplesmente porque produ-ziam a transformação de um esterol inativo — a pro-viUmina da pele, em uma vitamina ativa. Esse feno-eno constituía naquela época alguma cousa comple-lamente nova na ciência física e biológica, e serviu par*jurar

a questão, até então sem estar resolvida, de queraquitismo e a cárie dentária não se desenvolveramnao raramente nas creanças das regiões tropicais eXt\

aS íUaS en^ermidades foram freqüentes nas zonas

^mperadas. Chegou-se à evidência de que, apesar dos^.imens

ajimentícios dos naturais dos trópicos seremos"} • írequênç"a deficientes em vitamina calcificante,labitantes da zona tropical dispunham de boas pro-es

per causa da ação da luz do sol sobre a provita-m,na dos seus ' '

.Ose di rei tosPicante

Obtéve-se, gradualmente, grande'numero de dados sobre a trans-formação indubitavel do ergosterol,

por meio das radiações ultra-violetas, na vitamina cal-cihcante que agora se denomina Vitamina D. Demons-troú-se; que a transformação supunha a formação déuma serie de substancias químicas: esgosterol — lumis-terol — protaqusterol — taquisterol — vitamina D.O próprio calciferol podeRAQUITISMO NUMA CREANÇA E NUM CÃOZINHO ^mbem sofrer novas trans-

formações para dar lugar, a substancias inativas: to-

xisterol e supraésterois I eII, Verificou-se que eraum isômero do ergosterol,e que o efeito que as ra-diações ultra-violetas pro-duziam era o de abrir onúcleo fenantrênico er.treos átomos de carbono C9e CIO no anel II, sendoas fórmulas das duas subs-tancias demonstradas noclichê pouco abaixo,

Os químicos consagra-ram-se depois a demons-trar que a ativação do er-gosterol, dando lugar auma vitamina calcificante,não era senão uma deum coniunto de reaçõessimilares. Outros nove es-terois, pelo menos, foramencontrados atuando çemoprovitaminas D e se trans-formavam em substanciascom fortes ações calcifican-tes por exposição à mes-ma região do espetro ul-tra-violeta qUe a que con-vertia d ergosterol em cal-ciferol, a saber, a regiãode longitudes de onda

caso a substancia ativa era

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ÊÊÊÊàmmmm^m ¦3^àm^^^^^3* ¦~'-"*$fc mm^mw i*.

BjPBlMp kW-3\ -''"^fmiKÊm éÊK* - f^0SzWíí.

^'Uma cieança com raquitismo,provado pelas pernas um poucoarqueadá^s e a inchação e deformi-dade das mãos e tornozelos. Casosmuitíssimo piores da enfermidadepuderam ser vistos na Inglaterra,antes e durante a primeira guerra

mundial.

/') Um cãozinho com ra-quitismo provocado experi-mentalmente e corresponden-do,- aproximadamente, ^emgrau ao da creança (a). Adieta do cãozinho era defi-ciente na vitamina calcifi-cante D. Uma dieta análoga.om a adição da vitaminadá Iugar a um animal nor-

mal, de patas direitas.A adição à dieta, tanto da

creança como do cão, de 1/20de mg. de vitamina D dia-riamente (isto é, o dobro dadose preventiva) daria lugar,

com o tempo, à carreçâodas pernas.

260-300 mu, e que em cadaisômera da substancia mãe.

Felizmente, o problema fisiológico se simplificou emalguma cousa mediante a admissão 'de que unicamenteduas das provitaminas eram deimportância do ponto de vista biológico, agosterol e odeshidro — 7— colesterol.E' usual agoradenominar vi-tamina D2 avitamina obti-da do ergoste-rol (calciferol)e vitamina D3a procedentedo deshidro —7 — colesterol.(A vitaminaDl é o pro-duto da adi-ção molecularda D2 e o lu-misterol). Avit|amina D3guarda com o

saber, o er-

CHajTlII IVJ

pi.CH-CH = CH -ÇH-Clí

CH3 CH3

Ergosterol.

HO

CH3 >^

CHo I/Nl V—!

_Cll.i/,CH-CH = CH-CH-CHI \CH3 3011$

Calciferol (Vitamina D2)

deshidro — 7

corpos semi-nUs.esquimaus, por outro lado, tinham

dentes esplêndidos, devidoD

ena

a

ai|mentícias,cereais,

emonstrou-segordura dos seus alimentos.

ossos durosvitamina cal-

mais tarde que muitas substanciasentre as quais se achavam incíuidos os

continham tambem uma provitamina que podialvada pelas radiações ultra-violetas.

- colesterol a mesma rela-çao química que a vitamina D2 com o ergosterol. A es-trutura do anel da vitamina D2 (cada acima) é idênticaà da D3, mas a cadeia bilateral da primeira é a do er-gasterol e a da ultima, a do colesterol.

Enquanto o ergosterol era a única provitamina Dconhecida, supôs-se que a vitamina D da vida vegetale animal era ergosterol ativado. Não há sinal de que avitamina possa formar-se nos animais superiores poroutro processo senão o da ação das radiações ultra-vio-letas sobre a provitamina de sua pele. Tudo o quehoje se sabe indica que se os animais não obteem vita-mina D alguma nos alimentos e não são expostos às

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Fjg. 2—Fotografias ampliadas do esmalte superficial nosMOLARES DO HOMEM E DO CÃO

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27.° Ano — N. 9 — Fevereiro 1944a

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tos pode ser vencida aumentando-se a ingestão de cá!cio e fósforo; mas quando as reservas de vitamina noorganismo chegam a esgotar-se, essa compensação tendea desaparecer e os elementos adicionais sao repelidos.A vitamina parece governar tambem a passagem docálcio e fósforo, transportados pelo sangue aos tecidosdos ossos e dentes em desenvolvimento. O que hoje sesabe indica que na ausência da vitamina D pouco ounada desses elementos passaria aos tecidos que delescarecem, mesmo quando se injetassem diretamente nacorrente sangüínea. Em outras palavras, a vitamina Dparece ser indispensável para os tecidos poderem disporde cáicio e fósforo; quando esta vitamina é abundanteno organismo, podem ser conseguidos bens ossos e bonsdentes, mesmo que as provisões desses elementos nos ali-mentos e na água sejam francamente pequenas.

Os compostos de cálcio e de fósforo das substan^cias alimentícias não são todos igualmente aproveitadospelo organismo. Existe um importante constituinte die-tético, o ácido fítico (ácido inositol hexafosfórico), quedificulta a calcificação, precipitando o cálcio no intes-tino e tornando-o inaproveitavel. As fotografias dos trêscaezinhos da figura 4 mostram isto claramente. Sob asmesmas condições, e especialmente quando a quantidadede vitamina D nao é suficiente, o ácido fítico dos ali-mentos pode até privar os ossos adultos dr. cálcio, edar lugar à osteomalacia, uma enfermidade -- caracte-rizada por um amolecimento gradual dos ossos — quenão se vê com freqüência na Inglaterra, mas que écomum no Oriente. Todavia, a vitamina D pôde corrigiro ácido fítico de maneira eficaz e fazer até que grandeparte do seu fósforo seja absorvida e se torne benéfica,em vez de ser prejudicial. Isto está representado nafigura 5. O ácido fítico é abundante nos cereais, espe-eíalmente na aveia e no milho. O fato de entrarem oscereais em tão grande parte no regimen alimentício bri-tanico, que é amiude deficiente em vitamina D e em

p- J O EFEITO#DA LUZ ULTRA-VIOLETA SOBRE A PROVITAMINA

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dos cereais.

a e . — Bôa estrutura; lis0 e brilhante./, ey Estrutura ligeiramente defeituosa; alguma asperesa.

c e g — Estrutura muito defeituosa; áspero.^ e h. Estrutura grosseiramente defeituosa; zonas relativamente

grandes, defeituosas em esmalte.Aos cães de que foram tomados os dantes e a h toam dadas quan-

tidades diferentes de vitaminas solúveis nas gorduras, especialmentevitamina D, reduzindo-se a dose em progressão de maneira que e

recebeu uma bôa quantidade e h muito pouca. Por analogia, e to-

mando por base os resultados de uns quantos estudos com creanças,cuias dietas foram previamente determinadas, parece lógico supôr

- que os diferentes tipos de esmalte nos dentes humanos, de a a d, são

devidos tambem a variações das vitaminas sulúveis nas gon.uras, eespecialmente vitamina D, disponíveis na época do seu desenvolvi-mento. v

*

radiações ultra-viotetas, sofrerão das* enfermidades espe-cíficas devidas à deficiência de- vitamina D. Supôs-seque os peixes obtinham sua vitamina D do plâncton edas algas qúe, flutuando na superfície > do mar,' eramexpostos à luz do sol; que as vacas recebiam a sua vita-mina D ou da herva exposta à luz do sol ou dos efeitosdesta sobre a provitamina da pele. Estas hipóteses en-fraqueceram-se com a descoberta de que a principalvitamina D dos vertebrados não era ergosterol ativado(vitamina D2), mas deshidro — 7 — colesterol ativado(vitamina D3).

Pelo que se sabe até agora, as vitaminasD2 e D >>atuam de maneira análoga no corpo humano; todavia,a vitamina D2 intervém pouco na formação des ossosdas aves, e por essa razão o avicultor dá óleo de figa-

< do de bacalhau aos seus franguinhos, em vez de dar-lhes ergosterol irradiade. Incidenta!mente, podemos ob-servar que o criador de cães e o avicultor estiveramrelativamente adiantados no uso da nova terapia.

A vitamina D parece ter dois efeitos gerais no or-ganismo, embora seja possivel deverem-se os dois aum só tipo de ação. Em primeiro lugar, facilita a ab-sorção do cálcio e do fósforo do tubo digestivo, de modoque se disponha de uma provisão maicr desses elemen-tos nos tecidos. Desse .modo, se se adotar uma dietaisenta de vitamina D, à medida que as reservas da vi-tamina no organismo se reduzem gradualmente, vãosendo cada vez menores as quantidaaes de cálcio efósforo absorvidas e maiores as quantidades excreta-das A principio, essa falta de vitamina D nos alimen-

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(a) (b)

Microfotografias das secções de partes comparáveis dos molares dedois cães da mesma mãe. A dieta de ambos era a mesma e defi-ciente em vitamina D, mas o cereal de a não foi tratado e, em com-

pensação, ode í foi exposto á radiação ultra-violeta. Observe-seem a a pouca espessura e a pobresa de calcificação do esmalte e

da dentina, comparados com os tecidos de />. As zonas escuras eirregulares na dentina representam tecido pobremente calcificado.

cálcio, é uma das principais razoes de serem os nossosossos e dentes tao mal formados e de ser necessárioincrementar a quantidade ingerida de vitamina D e decálcio, o ultimo preferi vel mente sob a forma de leite.Isto é de especial importância para as mulheres em es-tado interessante, bebês e creanças (1).

Quando consideramos a maneira que a vitaminaD tem de produzir esses efeitos, encontramo-nos numaatmosfera de mera conjectura. As quantidades neces-sárias são surpreendentemente pequenas. Por exemplo, c

provável que a administração diária de 500 a 1.000 uni-

1) — E' essencial que os preparados de vitamina D e espe-cialmente o óleo de figado de bacalhau sejam guardados cuidado-sam ente. Esses preparados tendem a perder sua potencialidade em

determinadas condições, entre as quais a exposição à luz e ao ai

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27.° Ano — N. 9¦ — Fevcreho 1944

Fíff. 4 — O EFEITO DO ÁCIDO FÍTICO DA AVRIA, NA AUSÊNCIADE VITAMINA D

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Fotografias de tres cãczinhos da mesma mae, criados nasmesmas condições. Suas dietas foram similares, com exceção doque sc diz mais abaixo, fazendo j>arte de todas a vitamina A, mastodas deficientes em vitamina D.

,7—Deu-sc-lhe farinha branca, contendo muito pouco ácidofítico.

b—Deu-sc-lhe farinha de aveia com muito ácido fítico.Farinha branca, à qual se adicionou ácido fítico extraído

da aveia, e em quantidade equivalente à do ácido fítico da fari-nha de aveia que se deu a />.

nota a está muito pouco raquítico, enquanto b c c o es-tão muito e, aproximadamente, no mesmo grau . A adição de vita-mina D a qualquer dessas dietas teria dado lugar a um cão nor-mal, de patas direitas.

FtfJ. 5 AC IDO FÍTICO NKUTRALISADO COM VITAMINA D

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fotografias com raios X das articulações das mãos e micrototogiatias das secções de partes comparáveis dos dentes de trêscães da mesma mãe, mantidos em condições idênticas. Estiveramodos submetidos a uma dieta deficiente em vitamina D, mas que

continha vitamina A.<«* Sem adição alguma.° ~ -Adicionaram-se 200 mgs. de ácido fítico tl ia ria men te.c.r~ Adicionaram-se 200 mgs. de ácido fítico, iuntamente<r>™ 2.000 unidades internacionais de vitamina 1), diariamente.As fotografias com raios X demonstram que o raquitismo

«fra de grau médio, muito o de /* e n-jlo o de c.___ as microfotografiàs dòs dentes mostram que no cão (> a adi-

^l° de ácido fítico «à dieta teve coino resultado uin esmalte (E) de

,enor espessura e uma dentina (De) de menor espessura e não tão

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Mbem calcif içada como a que se encontra em a. (Isso está indicadopor um aumento das zonas escuras c pobremente calcificadas). Áadição de vitamina D à dieta de c fez mais do que compensar oeleito prejudicial do ácido fítico. A dentina do dente é de grandeespessura e a estrutura é bôa, sem nenhuma das zonas escuras e po-hremente calcificadas tão manifestas em b e que, em certo grau,aparecem tambem eiy a.

dades internacionais dc vitamina D, desde o nasci'mento até a adolescência, dê lugar*a ossos e dentesperfeitamente formados, se a alimentação, per outro lado,for ádmissivelrriente boa. Pois bem, 1 mg. de calciferol(vitamina D2) contém 40.000 unidades internacionais, deSOrÍMnqUe a- quantidade diária necessária seria de 1/80a 1/40 mg., isto é, cerca de 8 mgs. por ano, durante osprmeiros 15 anos, e prcvavelmente um total de meiagrama, durante o periodo de vida normal de setentaanos. Em uma experiência cem um cão. o efeito prpdü^zido por 7.000 unidades internacionais de vitamina D2(1/6 mg.) tomadas durante um periodo ce sete dias foiconverter o balanço diário de cálcio de negativo emmarcadamente positivo. Encontramo-nos, evidentemente,diante de uma poderosa ação diastática. Se, como pa-rece provável, o metabolismo do cálcio e do fósforosupõe a formação de" hexosa-fosfato de cálcio, podesupor-se que a vitamina D exerça alguma influência

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Fig. 6—0 cfcilo das vitaminas solúveis, nas gorduras, A e D, sobreos dentes. Micròjqtográjias mostrando secções de partes comparáveisdos dentes de três cães da mesma mae, sustentados em condições iden-ticas. Deu-se a todos eles farinha de aveia, leite cm pó, carne magra,

suco de laranja, levedura e sal, entre os componentes dc sua dieta.*

a — Adicionaram-se vitaminas solúveis nas gorduras em fôrmade óleo de figado de bacalhau, durante o periodo experimental decinco meses. Tanto o esmalte como a dentina são de grande espes-sura e estão bem formados.

bc—- Deu-se-llie azeite de oliveira em vez de azeite de figado debacalhau, durante o mesmo período experimental. Tanto o esmaltecomo a dentina são de pequena espessura, e a dentina está mal for-mada. com muitas zonas pobremente calcificadas (representadas emnegro na ilustração).

c— A dieta foi desprovida de vitaminas solúveis na gorduradurante cinco meses, e então foi dado óleo de figado de bacalhaudurante um mês. A dentina depositada nó primeiro periodo é muitosemelhante em quantidade e estrutura à de /;, enquanto a depositadano ultimo mês tem quase a mesma espessura que a que se depositounos primeiros cinco meses e está tão bem formada como a de a.

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reguladora sobre a ativi-dade da fosfatasa em re-lação á calcificação.

As funções da vitaminaD no organismo compre*endenvse melhor medianteo estudo do estado queresulta de sua ausênciaou insuficiência, especial-mente durante a menini-ce. Em casos de tal in-suficiência, os músculossão frouxos, os ossos emdesenvolvimento relativa-mente fracos e curvos(fig 1) e os dentes queentão se formam sao malcalcificados e expostos aestragar-se (fig. 2 — b, ce d). (No exame de 1.300creanças ce seis anos deidade, lealizado em 1929,não se encontrou nenhumaque tivesse uma dentadu*ra com dentes perfeita*

, mente formados, e so-mente 4,7 por cento esta-vam isentos de cáries).Esta insuficiência nos pri-meiros anos de vida sereflete nas pernas arquea*das e na falta de desen-volvi mento de muitosadultos, assim como nasbocas sem cientes de mi*lhares de pessoas de idademaduia. Uma consequên-cia mais séria, emboramenos manifesta, é a máformação dos ossos dabacia (bacia contraída), quetão freqüentemente difi-culta mais tarde o partonormal.

Há uma grande diferença entre os processos decalcificação nos ossos enos dentes sobre a qual énecessário insistir. Duranteo período de desenvolvi*mento, o tecido ósseo es*tá sendo constantementeabsorvido e depositado denovo, enquanto uma vezformado o dente, não po*de ser radicalmente mu*dado. Se em uma creançase desenvolve uma enfer-midade óssea devida àinsuficiência de vitaminaD, a antiga operação daosteotomia, que consiste

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Fig. 7—Microfotografias de secções de parles comparáveis dos mola-res de duas creanças, mostrando diferentes tipos dc estrutura hisrológica.

a) — Bôa estrutura; nenhuma zona pobremente calcifiçada na dentina.lt) — Estrutura defeituosa; muitas zonas pobremente calcificadas na

dentina (manchas escuras na ilustração).

27.° Ano — N. 9 — Fevereiro 1944

em cortar os ossos o tor-nar a uni-los, já não énecessária, desde que acreança está crescendo,pois o seu estado poderemediar*se adicionando avitamina a uma boa die*ta geral, embora aconte-ça serem necessários váriosanos desse tratamento paraendireitar as pernas. Se,em compensação, a estru-tura dentária é má emqualquer momento do de-senvolvimento, a parte quese formar naquela épocacontinuará sendo má, em-bora se tenha demonstra-do com cães que a adiçãode vitamina D ou azeitede figado de bacalhau àdieta fará que qualquertecido formado posterior-mente seja bem calcifica-do. E' o que a figura 6faz vêr.

O exame realizado entreos anos de 1921 e 1934de grandes quantidadesde dentes humanos, deleite e permanentes, de-monstrou que só 10 porcento dos dentes de leitee 7 dos permanentes ti-nham estruturas realmenteboas, de acordo com ostipos de referência utiliza-dos. Todos os demais mos-travam defeitos em algumgrau, como aparece nasfiguras 2 e 7.

Embora errada a im-pressão de que se os den-tes estivessem perfeita-mente constituídos as cá-ries desapareceriam, pode-se dizer de modo perfei-tamente seguro que hauma relação efetiva entrea estrutura do dente e apredisposição à cárie. Porexemplo, nas coleções dedentes de creanças a queantes nos. referimos, ven-ficou*se que não havia ca-rie alguma em 78 por cen-to dos dentes bem caleificados, enquanto única-mente 6 por cento dos deestrutura pobre estavamisentos de cáries. Inver-samente, a cárie esten*

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A LENDA DO PINTARROXO

Foi na Bretanha que nasceu a lenda do pintarroxo,humilde passarinho de coração generoso que acompa*nhou Jesus no seu martírio. Tentou conso'á*lo peloseu canto patético e quis arrancar*lhe um espinho dacoroa. EVn recompensa recebeu sobre o peito uma gotado preciosíssimo sangue.

Deus incumbiu*o da missão de seguir os passosdos trabalhadores, de lhes fazer companhia e de ameni-zar a vida dos que trabalham.

OS CAMPEONATOS DE REMO DA CIDADE

Foi em 1897 que se instituiu a prova máxima decanoagem carioca, com a denominação de "Campeonato

Brasileiro do Remo", a ser corrida em embarcações detipo uniforme, sorteadas um mês antes da realizaçãoda prova.

Disputado pela primeira vez em 1898, foi destg-nado o tipo de baleeiras a 4 remos. Em 1899, o tipofoi o de canoas a 4 remos e em 1900 foi novamente sor*teado o de baleeiras a 4 remos. Em 1900 ficou resol-vido que, a partir de 1901, fosse corrido o Campeonatoem canoas a 6 remos de voga, mas, por falta dessetipo, foi adotado o de baleeiras a 6 remos. Em 1902,porém, foi ereado definitivamente o tipo das yoles-franches a 8 remos. Em 1921, a yole*franche rojsubstituída pela yole*gigg a 4 remos. Em 1927 foiadotado o sistema de pontos; mas em 1928 a Fede-ração revogou esse sistema, restabelecendo o anterior einstituindo o tipo out-riggers a 4 remos, o que, aliás, foimantido pelo código que começou a vigorar em 193! .

O primeiro Campeonato, disputado em 1898, foivencido pelo C. R. Gragoatá, e o ultimo — 1943 —pelo C. R. Flamengo.

Sagraram-se campeões, de 1898 a 1943 os clubesabaixo indicados, cujos nomes vêm precedidos do nu-mero de Campeonatos conquistados :

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27.° Ano — N. 9 — Fever

dia-se somente a 7,5 porcento dos bem constituídos,contra 74 por cento dosdentes muito mal feitos.

Guando um dente é ata-cado pela cárie, trata dedefender-se contra os mi-cro-organismos invasores seas condições são favoráveis.Chama-se então de novo avitamina D, e acode-se emdevida proporção, junta-mente, com boas quantida-des oe cálcio e fósforo emfórma dc leite, e o denteatacado pôde construir umabarreira ce nova dentina(dentina secundária) comodefesa; o progresso da en-fermidade pode estacionardessa maneira e o dentepode chegar a "curar-se"

(veja-se a figura 8. c.)Trabalhos recentes feitos

com cães demonstraram quea vitamina A, do mesmomodo que a vitamina D,representa um papel na es-trutura do osso e do dente,mas sua função é completa-mente diferente da funçãoda vitamina D. No que dizrespeito aos osses, enquan-to o efeito da vitamina Dé o dc endurecê-los, a vita-mina A regula a atividadedas células que formam oosso; na sua ausência, po-dem estas chegar a ser de-masiado ativas e produzi-renvse nos ossos sobrecres-eimentos. No caso dos den-tes, os efeitos de uma insu-ficiencia da vitamina A sãomenos manifestos, mas de-vido ao sobrecrescimento docimento as raizes tendem aficar faltas de desenvolvi-

20 - C. R. Vasco da Ga-ma - ( 1905, 1906 1912,1913— 1914, 1919, 1921,1924, 1927, 1928, 1929, 1930,1931, 1932, 1934 (na F. A.R. J-), 1935 (F. A. R. J.),1936 F. A. R. J.), 1937(F- A. R. J.), 1938 e 1939.(Dezesseis campeonatosmais 4 na F. A. R. J.). }J- €:. R. Flamengo. —0916, 1917, 1920, 1933,•934 (L. C. R.), 1935 (L.Ç.R.). 1936 (L. C. R.),"" ( L. C. R. )_ 1940,

1943 (Oito4 na L.

1941, 1942campeonatosC R.)

(1898, 1900,4

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Gragoalâ. —1904 e 1908).

C. Natação e Reqa*u_r (l902' ,90?' ,910

R. Boqueirão do(1901, 1903, 1925

D ^ ~ CPasseio.-

« 1926)3--C

(191.R. Guanabara

.,922 e 1923).

(1899) C' R Boía-Í°90-

1 -' C.Regala 1 n ler nacio n a l-(1909).

^,,.'/' ^?. São Cristóvão.(1918).

eiro 1944 f\

Fiff. S - A "CURA" DA CÁRIE DENTARIA

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fl e /; — Microfotografias do secções de dentes extraídos de

uma creança : (a) antes do suplemento diário de vitamina D, e

(b) depois de uma terapia de vitamina D durante nove meses. A

creança tinha três anos e meio ao começar o tratamento.

A cárie 6 muito ativa na maior parte dos dentes, e na

secção representada a ausência completa de dentina secundária

indica um mecanismo defensivo defeituoso.

/, ___ A cura ou processo de detenção esteve em curso, e a sec-

çao ilo dente extraido mostra a barreira associada de dentina se-

cundária bem caicificada.

c__ Secção de um dente extraido de outra creança, depois

de três anos dc terapia de óleo de figado de bacalhau. O tecido

cariado, previamente brando, se havia endurecido, e a secção faz

vêr o processo defensivo na fórma de dentina secundária bem

calcil içada .

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mento. E' indubitavel queexistem outros fatores danutrição, além das vitami'nas D e A, cálcio, fósforo cácido fítico, que intervémna formação dos ossos edentes e na proteção destescontra a cárie, mas salvono que diz respeito a esteultimo ponto, a parte fun-damental do problema ficouprovavelmente resolvida.

A guerra fez aumentargrandemente c interesse pelanutrição do homem, peloque muitos estudos se es-tão fazendo nesse sentido.O resultado geral não alte^rou a opinião de que avitamina D constitue aindaa maior das deficiências dadieta britânica. No lapso detempo transcorrido entre aultima guerra e a atual,produziu-se uma franca me-lhora da população em de-senvolvimento, especialmen-te nas zonas industriais,mas ha razoes para crerque durante a presenteguerra o raquitismo aumen-te de novo. O governo in-glês, todavia, tomou recen-temente as medidas pararemediar isso, proporcionan-do leite mais barato ougratuito à creança, acres-centando carbonato de cal-cio à farinha nacional paraneutralizar o ácido fíticoadiciona! que esta contém,adicionando vitaminas D eA a todas as margarinas etornando mais facilmenteaccessíveis o óleo de fígadode bacalhau e outros pre-parados de vitamina D.

Lady Mellanby.

QUAL A ORIGEM DE"DALTANISMO"?

O primeiro homem deciência que estudou a anor-malidade ótica chamada dal-v.tonismo foi Dalton. Daí aorigem da palavra.

Dalton era inglês, e sofria \da própria anomalia queestudou. Viveu de 1766 a1844. Um dia um médicoperguntou^lhe de que côrera certa peça de roupaque levava. Dalton respon-deu que não via diferençaalguma entre a côr das ár-vores e a peça em quês-tão. E er.1. vermelha !

As cerejas, já maduras,pareciam-lhe da mesma côrdas lclhas. Uma barra ver-melha de lacre confundia^seaos seus olhos c m o ter-reno, não podendo desço-brí-la na alfombra do prado.

Estudando seu caso, nãotardou a encontra»* cinquen-ta exemplos da sua mesmaanomalia.

O professor Pedro Pré-vost, de Genebra, foi quemdeu a essa anomalia o no-me de "daltonismo".

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MAPA ESTELAR PRIMITIVOp; Uma expedição do "Metropolitan Museumof Art'

de New-York fez interessante descoberta no Vale dosReis de Tebas. Excavando no templo da rainha Hats-

V. hepsut em Deir ei Babri, encontrou a expedição o tu-! mulo que o arquiteto Senmut construiu há trinta e qua-

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Um dos mapas astronômicos mais antigos que se conhecem

e que decorava o teto do túmulo de Senmut (Dinastia. 18)—

descoberto em Tcbas.

tro séculos, durante a cinastia 18. Um dos comparti^mentos do túmulo esplenoidamente decorado apre-sentava uma inscrição que resava: "Quarto mês cainundação, dia 29", escrita com tinta negra em cadacoluna de hieroglifos no ponto em que o trabalho detalha acabava. Todas as paredes eram admiravelmen-

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Nos céus meridionaes Orion volta a ca.r_. á sorridente Sathis

(Parte do mapa astronômico monumental do túmulo Senmut).

27.° Ano — N. 9 —- Fevéieirò 1944

Pt 7 -i^_ma^^^U^Ma$m-mMWWfK

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Atravessando o firmamento os doze antigos meses saem dt-

cada circulo com seu cortejo de 24 horas ('Secção do mapa

estelar.de Senmut).

te talhadas, com colun?.s verticais de hieroglifos trans-crevendo capítulos importantes do íivro do mundo, dcinício e da morte, trabalhos religiosos que guiam em vidaa alma para que possa viajar com o sol ao atravessaro oceano da noite, para penetrar nos maravilhosos cor-redores onde estão as fadas ou Campos Elíseos, cülti-vacoi>.

Diante da porta, a esteia, concebida de modesimbólico, através da qual a alma de Sernmut poudedesprender-se.

Mas a jóia desse túmulo fantástico équal figura um dos mapas astronômicosráveis e primitivos que se teem encontrado

o teto, ncmais admi-

e que fei

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Os corpos celestes do firmamento setentrional desfilam cm

procissão. (Outra secção do mapa egipeio.

datraçado pelos homens da Dinastia 18. No centrometade norte aparece a cabeça c!a constelação Mes-khetin", a nossa Ursa Maior, e os grupos de estrelaiòircürhpolares. Atravessando o firmamento, os dozeantigos meses festivais saem, cada um com um circulede vinte e quatro horas, e debaixo passam em procissãoos corpes celestes dc firmamento setentrional.

ADo lado oposto, figuram os céus meridionais, e vese Orion Voltar a cara á sorridente Sathis

O mapa é um exemplo admirável, em verdadeciência egípcia, e o mais antigo exemplo de queda

tem noticia.

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27.° Àiío — N. 9 — Feverciío 1941 73

O célebre imperador Prestes NOS

das famosas 'l'e; impressas

João possuíaextensas terras, em que se er-guiam cidades famosas e ilhasdiversas, cujos encanto" assom-braram o mundo. Todas asilhas foram formadas por águasquo vinham do Paraiso. A me-lhor cidade da Pentoxira era|\]:se, uma cidade real cujasriquesas foram incontáveis.

Esse Prestes João tinhasob seu domínio muitos reise pessoas das mais diferentes condições. Por únicaesposa tomou a filha do grande Kan. e sendo da mesmaopinião, o grande Kan tomou por esposa a filha do PrestesJcão. Por isso, são elesos dois senhores maispoderosos da terra.

Na terras doPrestes João há cou-sas muito diferentes emuitas pedras precio-sas. tão grandes quecom e as se podemfazer vasos, taças epratos. E muitas ou-trás maravilhas se en-centram por ali, tan-tas que para relata-ias seria necessário en-cher muitos livros.

Esse imperadoré cristão e grande par-te do seu país tambemo é. Mas ainda naoteem livros escritos desua fé. Crêem no Pa-dre, no Filho e no Es-pirito Santo. São mui-to devotos e fieis unsaos outros, e nuncaprocedem com malda-de, nem com dolo oumentira.

0 Prestes Joãotem sob seu domíniosetenta e duas provín-cias, e cada provínciatem um rei, e essesreis teem sob suas or-dens outros reis e sãotodos tributários dogrande imperador.

No seu país fica omar que os homens co-nhecem por Mar Are-noso, no qual tudo sãoareias e sei xos, semágua alguma que for-me as ondas dos ou-tros mares. E nenhumhomem pode passarPor esse mar em na-vios, apesar de sabera espécie de terra queta adiante dele. Ape-sar de não haver água,encontram-se nessemar bancos de peixes

mesma espécie eha nos

DOMÍNIOS DO PRESTES JOÃO0 REINO MAIS DIVERTIDO DO MUNDO

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a crescernas árvores,

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,)*VIAGENS ' DR JOHN MANDEvIL-PELA PRIMEIRA VEZ EM 1499,

QUE TÃO POPULARES SÃO NOS PAÍSES DE LINGUAINGLESA, EXTRAÍMOS ESTAS NOTAS, QUE SÃO UMMIXTO NOTÁVEL DE REALIDADE E FANTASIA

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daamanho queoutros.

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ias delegrandes montanhas, em O PRESTES JOÃO E SUA CORTEs corre a grande corrente<jue vem do Paraíso." E' cheia de pedras preciosas e corre

de u<~n lado para outro o deserto, e en ra no mar de areiaonde morre. E três dias por semana essa corrente rola car-

: -da de rochas e enorme quantidade de pedras. Nesses^as, nenhum homem pode entrar nela.Tambem, mais adiante dessa corrente, numa g.ande

três

peque-que

continuam crês*cendo até ao meio dia, dãofrutos, mas nenhum homemcolhe esses frutos, por julgá-losobra de feitiçaria. Passado omeio dia, essas árvores come-çam a minguar e entram denovo na terra ao ocaso. E issosucede todos os dias, e é umadas maiores maravilhas.

Existem nesse deserto mui-tos homens selvagens cujo as-

pecto mete medo; teem chifres e não falam, mas grunherncomo porcos. Tambem existem nesse deserto cães sei-vagens e uma infinidade de papagaios que aturdem com

a sua incansável ta-garelice. Esses papa-gaios falam ao ho-mem, saudando-o comafabilidade, con tam-lhe sua vida e tornamagradável a sua per-manência no deserto.

O imperador Pres-tes João, quando en-trava em batalha con-tra qualquer outro se-nhor, não levava nembandeiras nem nenhumoutro sinal de autori-dade como é de uso,mas sim três cruzes deouro de tamanho dife- |J||rente, incrustadas depedras preciosas, e ca-da uma delas ia emum carro ricamenteadornado. E cada cruzia acompanhada por10 mil homens de ar-mas e 100 mil homensa pé. E nesse numerode homens não se con-tavam o imperador eo luzido séquito que oacompanhava.

Quando não haviaguerra e se via obriga-do apenas acorrigii umsenhor dos seus eítvdos, então levava sóuma cruz de madeira,sem pintura nem pe-dras preciosas, comorecordação da cruz,em que Jesus morreu.Tambem costumava,levar uma bandeja deouro cheia de terra,para indicar que todoseu poder e toda suariquesa teriam de se-pultar-se na terra, euma grande taça cheiade jóias de preço, co-mo demonstração doseu senhorio e do seupoder.

Vivia habitualmen-te o Prestes João nacidade de Susa. Tinhaa!í seu principal pala-cio, que contados ho-

mens lograram ver. Sob a torre prin-cipal havia duas enormes maçãs de

ouro com grandes carbúnculos, cujo brilho cortava aescuridão da noite. As portas principais eram de pedraspreciosas, com fechos de marfim. As mesas de refeiçãoeram de esmeraldas, e ouro para os serviçais inferiores;os palatincs, corn cargo superior, comiam na sala do ieiNesta, todos os degraus, até subir ao trono onde o im-

P.anicie pedregosa, cada dia, ao sair do so 1. começam perador se sentava para comer, eram construídos de

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$Mg>§& 74 27.° Ano — N. 9 — Fevereiro 1944

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das Sete Hn na ilha gigantes, que aterrorizammorrem quando olham com o seu único

olho.

Fóra da cidade está a IgrejaPedras, onde os pecadores

apedrejados.

material diferente. Um era de onix; outro, de cristal;outro, de jaspe veróz; outro, de ametista; outro 'dc sar-dio, outro de cornaÜna e o sétimo, que ficava a seus pés,de crisólito.

Eram, além oisso, adornados todos de ouro e pe-dras preciosas. Os lados dc trono eram de esmeralda,ouro e pedras.Os pilares da câmara imperial- eram deouro fino com muitos carbúnculos, que resplendiamimensamente. Grandes incensórios de cristal queima-vam balsamos para purificar a atmosfera.

O leito era de safiras e ouro. Só quatro vezes noano, no início de cada estação, partilhava o leito coma esposa.

Tinha o Prestes João com ele sete reis encarre-gados de servi-lo, e executavam seu serviço em certonumero de mesas. Com esses reis trabalhavam sempresetenta e dois duques e tresentos e sessenta condes. Etodos os dias do ano comiam no palácio doze arcebis-pos e vinte bispes. 0 patriarca de S. Tomaz é como o

Quando um país inimigo sitiava umapraça, enviavam-se pombas mensageiras

com pedido de socorro.

nc-zia dessa terra uma imagem do Paraíso por cujome se conheciam.

Os que chegavam a essas terras, bebendo uma be-bida especial que lhes fazia sentir as maiores delicias,não se sentiam morrer, pois acreditavam que isso erapropício a Deus, por cujo amor morriam, para depoisrevê-lo no verdadeiro Paraíso, para gosar da sua pre-sença. Poderiam então, comparecendo perante Ele.mostrar-lhe quais haviam sido seus ve dadeiros inimi-gos e quais os merecimentos que outros apresentavampara conquistar seu apreço.

Nas gravuras que acompanham estas linhr.spodem ser contempladas algumas das muitas maravi-lhas de que está repleta a relação das terras do Pres-tes João. Ressalta delas o grau de fantasia de algunsescritores de viagens da Idade-Media, os quais polvi-

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Cresciam umas árvores que produziam Neste lugar Caim matoupfi^lfeto<*a st>rte de animais. irmão.

Papa nas suas terras. Os arcebispos, bispos e abadessão como reis.

Os principais encarregados do serviço do rei tinhamessas funções determinadas, e um era o mordomo-mór,outro o camarista, outro servia-lhe os pratos, outro bo-tava^lhe os vinhos, outro administrava os oens, outroera o marechal e outro era o rei de armas.

Perto das terras onde habitualmente reside o Pres-.tes João ha uma ilha, a de Mistorak, de que é dono este,que possue as cousas mais raras do mundo. AVvorescarregadas dos mais esquisitos frutos, cujos ramos seinclinavam para que o homem os colhesse; hervas me-dicinais, cujas viitudes curativas eram imponderáveis;jardins com aléias maravilhosas cheias de flores queformavam grandes arcadas; pássaros cujas melodias enle-

vavám os caminhante.Nessa terra encon-

travam-se deliciosascreaturas de quatorzeano de idade, vesti-das de ouro, encarre-gadas de dansar, e quepareciam anjos.

O perfume das fio-les, as canções dos pás-saros, as maravilhas dasedificações, o som dosinstrumentos, tudo fa-

Abe!, seu Tomavam fôrma de dragões es-pantosos.

Nao longe desses lugares, habitaramAdão e Eva, depois da expulsão.

iham os seus relatos de netas curiosas e fazem figurarnos mesmos seres fantásticos que encontram nc cami-nho, na natureza, elementos imaginários que pródiga-lizam seu^; dons do modo mais original.

„ Assim acontece nesses relatos referentes ao PrestesJoão, figura que motiva um conjunto de lendas, pro-paladas pela imaginação da gente dos últimos anosda Idade Media como essas narrações a que nos refe-rimos, ornadas de gravuras tão originais e curiosas comoas que apresentamos nestas páginas aos nossos leito-es, as quais teem força bastante para demonstrar comoera o espirito construtor dos seus autores.

Com o título de Prestes João das índias começa-ram a ser conhecidos na Europa, desde o século XI, osreis de uma tribude tártaros ou mon-góis chamada dosKeraitas, que habi-tavam o sul do íà'-go Baikal. Tal po-der teve a tribu nosséculos XI e XII,que chegou a do-minar e ímpos di-reitos aos demaiskans em que seoividia o país._> Assavam-se as carnes ao fogo de pedras1 Or essas epo- expostas, ao sol.

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27.° Ano — N. 9 — Fevereiro 1944 75

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Havia montanhas de sal, que os homensapanhavam segundo as necessidades.

Um eseudo e umacas

lança são as suas úni-'armas. Os homens eas mulheres levavam cabeçasde cão para se apresentarem aos deuses.

cas chegaram aquelas terras os missionários nestorianos.e loco o próprio rei abraçava sua religião. Fundaram-se dioceses, cujos bispos eram sufraganeos do arcebispode Marna, no Khorabasan.

Um desses reis, nimbado sempre de lenda, foi ofamoso João, aquem se referemtantos relatos, nosquais há mais fan-tasia dc que reali-dade, e cujo reinose povoa de sêre;^^L. *re*>JMM t**»******» **S^K^ <*M^^mW

armênios ao papa Eugênio III, em 1145, quando diziaque nos confins da A'sia reinava um príncipe sacer-dote chamado João, que era senhor da Pérsia e Ar-mênia, e que tinha a seu serviço as 10 tribus de Is-rael, que mandava em 70 reis, e outros tantos lhe pa-gavam tributo; quea sua carruagemera de esmeraldase que diariamentesentava á mesa dobispo, e que entreos infinitos títulos

No sul (la ilha havia homens 'sem cabeça e com a cara no'peito. í> 4

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Cresciam galinhas que, em vez de penasse cobriam com uma espécie de lã.

A gente dessa erra tem um pé só, tãogrande que as protege do sol.

Esta espécie de crocodilo tem quatro pés,cauda curta e garras descomunais.

tão [fantásticos ~de acontecimentostão sobrenaturaiscomo os que asnossas gravurasapresentam e oresumo nos conta.Pondo de lado o

que é só engenho da imaginação, parece que esse Pres-tes João conseguiu formar um grande império e levarsua conquistas até as costas do mar Mediterrâneo,pondo-se em relações,por meio de pom-Posas embaixadas, com o imperadore*Manuel Commeno e Barbarroxa. v-.**i

Esse rei João é aquele a quemse referia Gabul, bispo enviado pelos

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Crescia uma espécie de leopardo, muito*raro.

com que se açor-nava o mais apre-ciado por ele erao de ser desceden-te dos Reis Magos.

Essas lendas,conhecidas dos cri»zados, foram pereles aumentadas e propaladas de tal modo, que o nomedo Prestes João chegou a tornar-se sumamente popu-lar na Europa.

Só quando os navegadores portu-gueses dobraram o cabp da Boa Espe-rança e penetraram na Ásia Meridionalpoude ser encontrada, entre tanta men-tira, parte da verdade. Parece que o-primeiro rei convertido tomou o nome

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A m. or prova de nobresa era apre-sentar unhas enormes.

Aí teria Abraão sacrificado seu filhoIsaac.

Os elefantes transportavam castelos ondeiam os homens.

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Podiam abastecer-se emjjjj covasde pedras.

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de João e que este se^tornou depois•comum sos seus sucessores.

Scaligero diz que o nome de Pres-tes João vem das palavras persas"prestechan".

que significam rei após-tólico ou rei cristão, e Müller acreditaque

"chan" significa rei ou imperador,e "preste" era o nome que geralmentese dava ao; cristão."A origem da lenda do Preste; João— diz um autor — parece estar nosnestorianos, que afirmaram ter havidoum rei na Ásia ao qual apareceu umsanto durante uma caçada e o conver-teu á sua religião, bem com o o seu povo.

Em fins do século XV, desejoso defazer uma aliança com o Prestes João,o rei de Portugal mandou como em-rbaixacores Pedro Covilha e Alonso de

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76 27.° Ano — N. 9 —¦ Feveieirb 1944

Este animal tinhachifres, na frente,

a cabeça negra e trêsque atemorizavam os

outros animais.

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O dragão levava a presa para o ninho.

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Aí reaüsava Samsão suas façanhas.

Pavia. Não puderam, apesar de per-correr em todos os sentidos grandeparte da Ásia, dar com ele. Na via-gem, tomaram conhecimento dos abis-sínios, povo camita, cristão desde osprimeiros tempos do cristinianismo

mas caido na heresia cos jacobitas desdeo século V, que dominava a Etiópia.

Fosse que o exploradores portu-guêses tivessem axreditado sinceramen-te que aquelas eram as verdadeirasterras do Prestes João ou que desconfias-sem haver encontrado o verdadeiro rei-no seu, o certo é que como tal o re-conheceram e entabolaram relações di-plomaticas cem ele. E passou a portarpor fé que essas terras da Abissínia eramas verdadeiras terras do Prestes João.

Foi o que a^história poude averi-guarjde. tão popularizada personagem.

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CARRO DE VELAS^apresentemos aoscontamos com ra-i__* if

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Não deixará de ser nteressartenosco3 leitores na éra atual, em quepidíssimos meios de transporte, marítimos, aéreos eterrestres, um engenho que _os holandeses do séculoXVI inventaram, ansiesos por se transportar de umsitie a outro mais velozmente do que poderiam fazercom os veículos de que então podiam lançar mão.

Na Holanda, país plano, foi imaginado um carroprovido de velas capazes de lhe darem um movi men-to rápido atravez ae grandes distancias.

Se o; barcos, impulsionados pela,s velas, andamcom maior velocidade que os movidos a remos, por que não haveriam de andar os car-ros impelidos pelo ar mais rapidamente \ áoque puxados a cavalos? Foi o que conjetura-ram os infaligaveis e cékbres marinheirosdos Paizes-Baixos. E fez-se o carro. O êxitofoi completo, e por algum tempo encheu deadmiração todos os países da Europa Centrale do Norte.

Gassendi conta-nos as impressões de seuamigo Peirels na experiência do originakveí-culo. l tít% i- iÈv.i"Fez uma excursão até Schebelin^paracertificar-se com os próprios olhos da rapidêsde um carro ftonstruido

"com tal arte que,

meoiante velas desdobradas, voaf"pelo fcami-nho como um navio. Tendo-se-lhe dito queo Oonde Maurício, após a vitória de New-Port,querendo fazer uma experiência, subiu a umdesses veículos com Fran-cisco Mendoza, seu pri-sioneiro em combate, e lo-grou chegar em duas horas

aldeia de Pultena, quefica a 14 léguas ce Sche-belin, quis Peirels fazertambem sua experiência, etinha prazer em contar aadmiração que sentiu quan-do, levado por um ventoimpetuoso, viu as desigual-

dades do percurso vingadas com a precipitação de umabala, deixando para trás os objetos que mais longe seapresentavam, passando pelos carros do correio que ha-viam tomado a dianteira, e mil outros maravilhas se-melhantes".

Não é de estranhar que esse veículo prendessea atenção dos holandeses do fim do século XVI e come-ços do XVII, porquanto, percorrendo as 14 léguas citadasem duas horas, deixava longe muitos dos nossos meiosdej|transpo:te.

E' de lamentar que Gassendi não tenha entradoem pormencres sobre a construção desse veículo, poisnada disse do lastro necessário para contrabalançar

o efeito das velas, nem se estas serviam paratoda sorte de ventos. Tambem não sabemos sepodia rolar por toda espécie de superfícies, nemqual o sistema c!e rodas adotado, nem outrasmil cousas cuja solução não deixaria de ter in-teresse. Conta o fato e os efeitos, e nada mais.Sobre a construção, passa por alto. gk$

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O MÁXIMO DA LEVEZAexista cousa alguma

na natureza mais levedo que uma teia de ara-nha.

Experiências ha pouco feitas, provam que umateia de aranha tecida comseis mil trezentos e noventa e seis metros de fiopesa extatamente seis cen-tigramas, quatro miligra-mas e seis décimos demiligrama.

E' um "record" deproporção e os mais finose leves cabelos estão longede se lhe equiparar, emiguais circunstancias decomori mento.

27." Ano

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— N. 9 — Fevereiro l$U 77 $g*§jgZw

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Um reby.nho de bufalòs. E te é um dos trabalhos dos habitantes primitivos do Sa.r.re.. (Tissili dos Ajjers).

EXTRAORDINÁRIAS REVELAÇÕES DO SAARAPouc?ks regiões existem no mundo em que a Na-

turesa se mostre tão desolada e reb?.rbativa como n)Saara. Fica-se a pensar se tal zona terrestre, tao poucofr.vorecida, nao teria sofrido o castigo de alguma forçaceleste.

Região inteiramente desnuda, sem água nem ve-getaçao, verdadeiro inferno n;. face da terra, refugiode bandidos... (pois não merecem outro qualificativoos que se resignem aviver em um tal meio).Para aceitar uma talvida de renegados, lon-ge das terras hospita-leirr.s, que poderiam seresses nômades, se nãotivessem pesados cri-mes na consciência ?

Os Tuaf-egs e osMouros eram, de fato,verda eiros bandidos,que haviam encontradono Saara refugio, amenos que, — tambéme possivel— tenha sidoa Própria natureza daregião que, progressi-vãmente, os obrigassea se transformar emcriminosos.

Porém, não é isto0 que importai

Essas areias quei-madas pelo scl impla-cavel, essas montanhasca'cinadas pelo calor,conservam grandes se-gregos, mesme mara-viinosos segredos, por-^ue o deserto nem sem-Ppe foi hostilSe recusou aa v*da humano.

Sob essas

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realmente, sobre essas pedras, escondia-se um passado-eloqüente que era, nem mais nem menos, um poucoda prehistoria.

Todos os leitores ce magazines sabem quão sen-sacionais foram, ha quasi um século, as revelações deBoucher de Perthes, que apresentaram as provas da.'"existência do homem prehistórico ao munde sábio. E

os cientistas, os curiosos, mais-tarde, com o desço-

como se maravilharam

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e naoentreter

O homem com o ;>rcodão forme do pt'grande

garg;

areias,eloquehci?., do grau cie

luvbitantes da hoje

— Fresco encontrado entre centenas no

ntff. de Djorat, no Saara, qvie nos diz,

le civilização que tinhamseca e desolada região.

atingido

pare.com

os

bri mento das esplen-didas obras de artedeixadas pelos homensprehistóricos nas ca-ver nas e grutas emque viveram !

Quem viu tais gra-vuras. como as pintu-ras do Vale de Veze>re (França), fica estu-pefato diante de tanto---/JJrealismo/' óo senso ar-tistico ali fixado des- .de talvez... cinqüentami! anos !

E' assunto que- •"obriga a meditar.

Do Saara não se-vê, hoje, mais que oesqueleto bem disse-cade. assim podemosdizer, cue a areia co-briu aqui e ali.

Desse esqueletoainda podemos vêr a"essatura", as loeali-sacces das "artérias",

que. devido a um flu-xo poderoso, entreti-nham a vida dessegigante. Os grandesv 1 s revelam ainda oque foram os rios; osossos esparsos, encon-

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trados em diferentes trechos, revelam por sua vez o quefoi sua população animal. Ao sul, ossos dc elefantes;mais para o Oeste, di hipopótamos, de rinoceronte?*,de crocodilos, de grandes peixes...

Num raio de uma centena de metros de diâmetro,I colossais quantidades de vertebras de peixes foram en-

centradas, empilhadas umas sobre outras, somandovarias dezenas de milhares e o observador julga estarsonhando, diante desse testemunho de uma época lü-xuriante, quando tem em redor de si apenas seca e ce-solação.

Será possivel que tanta vida, tanta energia animaltenha sido reduzida, assim, a nada ? Que cataclismo pas-sou pela região, deixando-a transformada num deser-to de areia ?

A vida humana tambem foi prodigiosa. Ao longo dosantigos va'es, os homens viveram e prosperara.m. Re-velações de acampamentos, ce

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3.

prospera,aldeias prehistóricas,

1

27.° Ano — N. 9 — FevereVo 1944

Essas montanhas, atuais refúgios dos Tuategs,— como os vaes imensos — foram o "habitat"

daspopulações prehistóricas. Estas deixaram, nas pare-des rochosas, (como no su! da França) obra artísticasde grande beleza, como documentação extremamentepre:iosa do que foi a fauna na época distante em quetais desenhos foram executados e confirmando, dessaforma, exatamente como nas cavernas prehistóricasda França e da Espanha, o que nos ensinaram os de-positos de ossadas e os vestígios da industria litica*

A quantidade e a variedade dessas gravuras e daspinturas, descobert s nas montanhas do Saara centrale, particularmente, no Tassiü dos Ajjers, são simples-ment prodigiosas.

O "oued" Djorat, entre outros, ultrapassa em re-Iquias rupestres tudo o qtie se pode imaginar, e o valedo Vézere, na França, nada é, em comparação com oque pode ser observado nessa gigantesca garganta, cujaspareces, numa extensão de cerca de vinte quilômetros,estão cobertas por mais de um milhar de gravuras, per-tencentes a épocas diferentes!

Nos abrigos naturais, sob as rochas, que assim osprotegeram da destruição, 'ongos trechos de paredãorochoso, cobertos com pinturas a ocre, contam a fabu-losa historia das antigas populações r-aarianas: cenasde bailados, cheias de vida, com assuntes graciosos econtornos delicadamente fixados; cenas de caça, deguerra ou religiosas, em que o paganismo, a; cienrasanimistas, são afirmados em muitos locais.

Muitas dessas obras são de uma realidade t~o viva.que é preciso algum esforço para se imaginar cue seestá diante do trab\ho do> homens prehistóricos. Aescola artistica está tão bem acentuada que dir-se-iaestar diante da obras ce artistas modernos. O Tas-siü cos Ajjers é um verdadeiro santuário da arte.

A idade desses documentos não poude ainda ser fi-xada definitivamente, tanto mai qu2 não perten em

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Revelações de Oued Djorat: — Ao alto,um burro selvagem. — Em Tr.ssili dosAjjers: um rinoceronte e, superposto,'o desenho de uma perna humana.

dão ao pesquizador provas irrefutáveisde sua existência.

E os utensilios recolhidos, umpouco em toda parte, parecem terseguido a mesma evolução que na Eu-ropa e nos demais continentes. Alitambem poude ser encontrada a pedraípolida, sucessora da pedra talhada.

Soberbos machados ao lado decaprichosas flechas de siex, verdadei-ras jóias da industra litica, abundantes restos dersilhames de cerâmica, com motivos decorativosgelados e que formam a origem de uma arte

va-cin-quecom os séculos, prodigioso desenvo vi-alcançaria,

mentoJí ka fauna acusa grande transformação- nessas

velhíssimas jazidas, o elefante antigo é substituído peloelefante africano varias espécies, como o bufalo antigo,desapareceram.

O Saara já se encaminhava para seu implacáveldestino...

Porém os paises montanhosos de Hoggar e do Tassilidos Ajjers, se encarregariam de nos entregar os documen-tos mais inesperados para nos deixar boquiabertos desurpresa.

todos á mesma época; existe "superposição", comotambem ha diferenças nos proc;sso, gsáficos e cromá-ticos.

Há, entretanto, "sincronisação" entre as diferen-tes etapas técnicas e as figurações representadas, par-ticularmente, na fauna.

UM TELEFONEMA

O vocábulo telefonema é de gênero masculino. Aterminação a faz que muitos o empreguem precedidade adjetivo articular feminino, por analogia com osnomes da primeira declinação- a rosa, a mesa.

Decompondo-o, encontramos o prefixo grego tele.que significa lonpê (telégrafo, telepatia), e a pala vra jonema(phonema), que significa som. Assim como dizemos utn'o nem a, digamos, tambéem, um telefonema.

27.° Ano — N. 9 — Fevereiib 1044 79. >'

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A' tarde, quando o crepúsculodifunde a melancolia e colore o ho*rizorite com o arrebol, um ponto tre*mcluz antes da noite desdobrar astrevas c as constelações estrelejarém ofirrnamento. Ou pela manha, antes daalvorada dissipar a ultima penumbra,uni foro cintilante parece festejar achegada do dia. De onde cimana esselampejo, cujas irradiações iluminam oOcidente e o Oriente na hora do en*tardecer e no momento do diiúculo ?0 transeunte da metrópole, para quemnâo existe o horizonte, ignora r.s alegri;

Na fronteira daEstrela Solar

O ASTRO QUE AJUDOUCOPERNICO A REALIZARA MAIS GLORIOSA DESÇO-BERTA DA ASTRONOMIA

Por De Mattos Pinto

s do céu. O cam-ponez que vive e morre à sombra das arvores, que amaa curva horizontal e extasisa-se com o arco celeste, co-nhece o singular brilho. O p stor sorri àquela luz, in*falivel c poética, e guia pelo seu fui gor o despertarmatinal e a volta do rebanho. Mercúrio, assim se cha-ma a luz dos pegureiros.

A alta antigüidade sentiu a atração do firma men-to. Como os tempos modernos, levantou os olhos parao alto e apreciou as aparências cósmicas. Distinguiuentre as constela*ções, quasi imuta*veis para a dura*çâo da vida, asluzes que se mo*vem e variam delogar no espaçosideral. Entre osplanetas, Mercúriochamou a atençãopela rapidez domovimento. Comoaparecia pela ma*nhã e á tarde, noOriente e no Oci*dente, em posiçõesdistintas e opostas,tomaram-no comodois corpos diferen*tes. Deram nomesdiversos ao astromatinal e ao astrocrepuscular. OsEgípcios designa-ram-no por Set eHorus ; os Hindustrataram-no porBudha e Rauhie-neya. E tambémos Gregos o divi-diram com as qua-lificações mitológi*cas de Apólo e deMercúrio. Depois,os Árabes contem*plaram o seu bri-lho anormal e ad*miraram a sua ex*traordinaria veloci*dade. Quasi imersono foco solar, on-de as radiações oenvolvem, Mercu-fio reluz algunsinstantes e desapa*rece com o cursoda noite. Os hie-rofantes de Te baso consideravam como satélite do So!, em . virtude dasua extrema visinhança da estrela solar. De fato, nãoha outro planeta que mais se aproxime dc astro central,a sua distancia sendo a menor de todas, 58 milhões dequilômetros. Também gosa do privilegio ce ser o me-nor corpo do sistema planetário, com 4.800 quilômetrosde diâmetro. Só os asteroides apresentam um volume

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O sistema solar,

mais fraco. Sempreantes da alvorada efoge

duas horascrepúsculo,

atitudes, fica quasi

visível no horizonte,duas horas oepois co

ao avanço da noite. Nas altaíinvisível e escapa à observação co olhar menos atento.Nicolau Copernico não o viu, Galileu e Johann Heve-l!í mal conseouimm notar as suas fases. E no entanto,conseguiram

esse planeta de densidade três vezessuperior à da Terra, brilha ao lado

de Venus, com o esplendor de umaestrela. Nas regiões favoráveis, deslum*

bra o horizonte. Johann Christoph Mui*ler julgou r. sua cintilação nos momen*tos máximos, comparável ao brilho deSírio. As fotografias dos eclipses totaisco Sol trazem algumas vezes o pontobrilhante de Mercúrio. Ostentando doisquintos do diâmetro terrestre, desloca*se com uma grande velocidade, 47 qui*lometros por segundo. Ao lado de Sa*

turno, parece mais do que vogar: corre veloz, apres*sado de terminar a sua órbita anual. Enquanto o nossoorbe gire oitenta e oito vezes sobre o seu eixo, Mer*curió faz a volta do Sol e completa o seu ano, igual a88 dias de Terra.

A olho nú, Mercúrio fere a vista pela sua aparenteforma ce estrela. Colocado o telescópio, a visão se trans*forma completamente. Do logar do planeta com rela*ção ao Sol, depende a figura de Mercúrio. O observa^dor vê fases diversas, cemo se estivesse em piesença de

uma Lua, perdidanas fronteiras daestrela solar. Pas*sa*se da sensaçãode surpreza, paraum sentimento denaturalidade. Se,perto da Terra, háum corpo que seilumina e que seofusca, por que seadmirar de existiroutro no sistemaplanetário ? Sim, oantigo Set dosEgípcios atravessafases nítidas. SeMercúrio se movena mesma direçãodo Sol, observamoso fenômeno da con*junção. Se estáalém do nosso as*^tre central, o Solficando entre o pia*neta e a Terra,ocorre a conjunçãosuperior. Nesse ca*so, a luneta apa*nha o seu globotodo cintilante.Quando Mercúriose coloca aquémdo Sol, entre ogrande astro e anossa esfera, depa*ra*se*nos a con jun-ção inferior. Nessacircunstancia, per*cebemos o globoopaco através doóculo. Entre asduas conjunções, oespectador anotaas fases decrescen*tes e crescentes?Na fase máxima,o disco inteiramen*

te luminoso reflete a luz solar. Depois declina, chegaao quarto minguante, acabando por se reduzir a sim*pies fragmento semi-citcular. Em seguida, passa pelosperíodos crescentes, até a conjunção superior. O fenô*meno se desenvolve com todas as características docic'o da Lua. As várias formas por que vemos Mercúrio,representam as diferentes posições, no curso da órbitasideral. Só brilha todo, quando o So! se interpõe entreo planeta *. o nosso globo, o que justifica a analogia como movimento da Lua. As fases de Mercúrio nos dãoum duplo ensinamento. Primeiro, evoca ele o nossosatélite e precede Venus, nas suas figuras periódicas.Segunde, expõe de ferma nítida, que se trata de uru

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vendo-se a órbita dc Mercúrio, bem próxima do foco incandes-cente do Sol.

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corpo esférico e opaco, sem luz própria. Dupla lição demecânica celeste e de física planetária.

. Além das fases, Mercúrio proporciona outra parti-cularidade, não menos interessante. Fazemos referenciaà sua passagem pela face do disco soiai. 0 primeirofenômeno desse gênero predisse-o Johann Kepler para

,1631. Pierre Gas-'•¦ sendi assinalou-ok-* - mais ou menos mal.

Shaherloeus obser-• vou o segunao fe-

nomeno em 1651|.; co terceiro exa-

minou-o JohannA' Hevelius em 1661.

A quarta passa-gem de Mercúriopelo disco solar,que pode ser con-siderada a primeirasob o ponto devista da observa-ção científ i c a ,transcorreu em 7¦de Novembro de1677. EdmundHal-ley verificou-a naIlha de Santa He-lena. A olho nu,o espectador nadapercebe. O telescó-pio descobre, po-rém, Mercúrio entrando pele Orien-. ¦¦'./.

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80 27.° Ano — N. 9 — fevereiro 1944

ficante, no qual registramos a pequenez do volume apa-rente dc Mercúrio, ao lado do diâmetro aparente do Soi.O nome de passagem fica melhor, porque o eclipse sefaz sem sombra pára nós, como autêntica passagem.Mercúrio atravessa o Sol. com intervalos div3rsos, irregulares periodos de 6, 7, 13, 46 e 263 anos. Mercúrio

atravessou o Sol aultima vez, em 11de Novembro de1940. E ocorrerámais sete vezes.até o fim do sé-culo XX, sendo aultima 'passagemdesta centúria em24 de Novembrode 1999.

Mercúrio e Ve-nus gosam de in-vejavel gloria, nadescoberta da teo-ria heliocêntrica dosistema planetário.Observando o mo-vimento dos doisastros, Copernicocon venceu-se doerro de Ptolomeu.de que os plane-

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Olhado de Mercúrio, o Sol apresenta-se envolto em majestosa coiôa resplandecente.

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te e saindo peloOcidente, come um pequeno ponto negro. A passagemdo planeta pelo Sol não pode ser confundida com ofenômeno das manchas, em virtude dá velocidade, coin-cidindo com o movimento de Mercúrio. Enquanto as

manchas levam dias,o planeta mercuria-'no corta o diâmetroaparente do Sol emalgumas horas. Otempo da passagemvai até 8 horas. Em12 de Novembro de1861, atravessou oglobo sola" na partesuperior. Após seteanos de intervalo,em 5 de Novembrod 1868, sulcou so-bre a parte inferior.A opacidade que asfases nos revelam,encontramo-la de-monstrada novamen-te na passagem, poisvemos o ponto ne-gro do seu volume,o que não se daria.se êle possuísse lizprópria. Mercúriopassa diante do Sol,muito mais frequen-temente do que Ve-nus. Sobre os tra-balhos astronômicosde J. J. Le Fran-cais de Lalande, quese especializou nessaclasse de estudos,Joseph De Iam brecompôs uma tabeladas, passagens deMercúrio, de 1605a 1894, de mair- detrês

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O diâmetro aparente do Sol, vistonas duas fases extremas da órbita de.Mercúrio, no perihélio e no aphélio,— na sua maior aproximação e noseu maior afastamento. E por ultimo,

o Sol visto da Terra.

séculos. Pelamesma,* sabemos que o pequeno planeta passou em facedo Sol, quarenta vezes em três séculos. Devemos con-siderar a. passagem como verdadeiro eclipse e aplicaras mesmas leis que regem os eclipses do Sol peh Lua.Mas confessemos que apreciamos um eclipse insigní-

•a vi ta vam emvolta do Sol. Al-guèm replicou aNicolau Copernicoque se a verdadeestivesse com a

sua concepção, ao contrário da teoria geocêntrica, Mer-curió e Venus deveriam apresentar fases, iguais àquelasda Lua. Naquela época, sem lentes astronômicas, naose poderia demonstrar a verdade enunciada por Coper-nico. As lunetas deGali eu começaram aprovar que o genialastrônomo polonêssuplantara Pt oi o-meu, e os modernostelescópios compro-vam-no claramente.Assim, Copernico,que se serviu úomovimento de Mer-curió para demolira doutrina geocên-trica, cerrou os olhossem vêr o planeta.Mas a sua teoria,desenvolvida por Le Qo , ,., *. .

j oe o homem habitasse Mercúrio, pode-Trancais de L?.lan- rja apreciar, quase todos os dias, as ex-Ge, 1 íerre Oimon de plosões dos gases incandescentes do Sol.Laplace e Urbain dada a sua extrema vizinhança daLe Verrier, chegou estrela solar.a positivos resulta-dos. Sabemos, definitivamente, que Mercúrio gravita emtorno do Sol, em 88 dias. Mais exatamente, a sua ór-bita solar consome 2 meses, 27 dias, 23 horas, 15 minu-tos e 46 segundos. Não confundamos, porém, a sua revo,lução sideral de 88dias, com a sua po-sição relativa ao Sol,vista da Terra, re-volução sinódica. Es-te movimento, oer-cebido pelo obser-vador telescópico,leva 106 a 130 dias,periedo em que no-tamos Mercúrio re-gressar à sua faseluminosa, equivalen-te à d\ Lu?. Cheia.G í o v â n n i Virgi nioSchiaparelli estudou o planeta minuciosamente, durantecito ànòs- Servindo-se c!o fenômeno das pequeninas man-chás, ceterminou o periodo de rotação e o ciclo de re-volução. Verificou Schiaparelli a identidade do tempo

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Grandesas comparadas daMercúrio.

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27.° Ano — N. 9 — Fevereiro 1944 81

para o", dois períodos, 88 dias, tanto para a órbita side-rVl/como para c movimento sobre o eixo. Estabeleceu,assim, que Mercúrio apresenta a mesma face para oSol como a Lua. Seu dia dura, pelos cálculos de J. S.Schoeter. 24 horas e 5 minutos. Michael Moenlim de-clarou, paradoxalmente, certo dia, que Mercúrio pareciafeito para desacreditar a reputação dos astrônomos. Ne-nhum planeta descreve um circulo perfeito e Mercúriomais óo que qualquer outro corpo celeste, oferece gran-de excentricidade na sua elipse. Daí ás suas numerosasvariações, e bastante sensíveis, no brilho e n> diametr .aparente. Sua distancia do Sol oscila em razão da irre-gularida.de da órbita, de 45 a 70 milhões de quüome-tros. Como varia o seu afastamento do Sol, oscila asua distancia a Terra. No peri hélio, o ponto maisvizinho do Sob a gravitacao acelera o movimento eMercúrio marcha mais veloz. No aféliòi a sua maiordistancia da estrela solar, declina a velocidade. O me-vimento sofre alterações de 37 a 58 quilômetros porsegundo. A rapidez de Mercúrio induziu Cláudio Ptolo-meu a julgar o pequeno pia. neta mais vizinho da Terrado que Venus, suposição falsa.

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A poderosa Uneta do Observatório de Washington, com a qualse i>odem yêi as fases de Mercúrio.

Mercúrio particulariza-sc ainda por uma nota es-pecial e moderna, como seja a sua ligação com as provasexperimentais da teoria ca relatividade. Desde o séculoXVIII, verificaram os calculadores da mecânica ce-leste que Mercúrio nao obedece exatamente às leis deJohann Kepler. Sua órbita se desvia secularmente, comose massas de planetas desconhecidos influissem sobre ogobo mercuriano. Aplicando o mesmo processo da des-coberta de Neptuno, que tanto renome lhe deu e glori-ncou a ciência astronômica, Urbain Le Verrier traçouespantosos cálculos, para situar o estranho e inoto as-tro- que provocou a aceleração no peri hélio. Tudo pa-recia incluir a existência ce algum corpo entre Mer-curió e o Sol, a cuja atração se deve atribui-' o feno-jyeno. Chamaram-no até Vulcano, como se se tratassede um fato reaj Ca'culcu F. R. Moulton que se exis-te algum coroo intra-mercuriano. o seu diâmetro naoP^ssa de 150 quilômetros. Nem o cálculo, remas foto-

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POLVILHOAHTISSÉPTICO.

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grafias revelaram ohipotético asteroide.Simon Newcomb eHugo R. Seeligerexplicam a anomaliado avanço, insigni-fica nte nos demaisplanetas, porém sen-sivel em Mercúrio,pela atração dasmassas cósmicasfragmentárias, queproduzem a Luz Zo-diacal. A teoria deEinstein despreza arnpótese das massascósmicas e atribuetudo à gra vi taçãodo Sol, que muitovizinho de Mercúrioace'era secularmenteo planeta. Cs cal-culos einsteinianoscoi nc i dem com oavanço previsto porLe Verrier, o quelevantou aplausos àteoria da relativida-de. Ultimamente sediz que Einstein ex-pliceu o qu ¦ nãoexiste, que o avan-ço no perihélio re-sulta de cálculos mal orientados da mecânica newto-niana. Que pensar ? O futuro esclarecerá a verdade sobreMercúrio e o seu misterioso perihélio. Ressalta dissotuco que a astronomia continua evolvendo e que os seussábios não desanimam de elucidar os segredos dc firma-mento, sempre em busca da verdade eterna e universal.

De Mattos Pinto.

Sem comentário . . .

Um operário ríe uma fábrica adoeceu de srepente ecomo não podia lá ir para receber o seu ordenado dasemana, um companheiro e amigo ofereceu-se-lhe pron-tamente para o receber, em seu iugar, e !evá-lo à casa,à noite.

Ao fim ca tarde, chegou à casa do doente, comaspecte muito apequentado.

Perdi o teu ordenado, Joaquim — disse êle, quasedesmaiando.

Perdeste o meu ordenado ? — exclamou o outro,aflito.

Perdi, sim, — tornou o primeiro. — E estou con-vencido de que se continuo a jogar muito mais tempo,teria perdido o meu também !

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...feito comcomposto A Patroa'E como este, irresistíveis ficam osbolos feitos com o inigualávelComposto «A Patroa» — produtoda Swift do Brasil!'

O Composto «A Patroa» nãocontém umidade — porisso a mas-sa fica sempre uniforme e macia,evitando o «desastre» das bolhase dos bolos mirrados. E por serinteiramente uniforme, o bolo as-sa completamente,cresce mais e corasempre por igual.

• O Composto «A Patroa» acha-se àvenda, agora, em caixetas de 1 quilo —embalagem de emergência adotada pe-Ia Swift do Brasil, no sentido de substituira folha de Flandres, material tão neces-sário ao nosso esforço de guerra.

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U7.° Ano—-N. 9 —: Fevereiro 1944

A BANANEIRA| o PRiPAR3 DC SÓ-O, TRATAMENTO E COLHEITA

PiAiíECENDO

ser muito simples, a cultura dabananeira requer, contudo, certos cuida*dos especiais para se tornar remuneradora.

Uma vez escolhida a região de clima esolos apropriados, protecc-se ao preparo doterreno pelos sistemas conhecidos na culturaem geral, isto é, roçada, derribada, queimadas.coi varas, lavras, etc.

Satisfeitas as condições naturais para suaboa vegetação e preparo do terreno, abrem-seas covas que devem ter um metro cúbico maisou menos de capacidade e dispostas a distanciade cerca de três a cinco metros umas das ou-iras em linhas pararelas. Aduba* se bem aterra que tiver de encher de novo as covas ecm falta de adubos é utilizada a terra raspadada superfície do terreno m volta.

A multiplicação faz-se por meio de rebente es ou fi-lhos de bananeiras, tendo o cuidado de sempre compri-mir a terra com os pés. á medida que é nela lançada

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.....ceixando espaço vazio para receber os detritos vege*t<ais provenientes das capinas e cu tros que servem paraentreter a fertilidade da touceira.rx

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Coe 6mjAo ê eHe? — dirá o leitor, espantado. Trata-se apenas de uma vaca que, como uma creança,gosta de faaer Maquinadas. .. Encontrando, sem vigia, uma pequena barrica com maçãs, que muitoaprecia, tanto se esforçou que acabou alcançando os frutos. Mas seus chifres ponteagudos pei furaram amadeira f.agil, transformando a vaca num monstro antedüuviano. Na manhã seguinte, o dono, um

fazendeiro da Califórnia, encontrou-a caminhando em grandes circulos, muito longe da fazenda.

Os meses de chuvas e de temperatura mais quentesao os mais apropriados a sua plantação, que entre nóspóde-se principiar em outubro e se estender até março.

Convém separar as variedades afim de impedira mestiçagem pela fecundação dos diferentes polens.

Depc.is de enraizada a planta, desenvolve-se ra-pídarnente e deita pela raiz rebentoes que constituemoutras tantas bananeiras.

Ha conveniência, para produzir cachos vo'umo-èos, em conservar apenas uns três ou quatro pés, reti-rando os demais para servirem na reprodução.

Durante o desenvolvimento da bananeira sao sim-pies os cuidadosa dispensar^lhe, consistindo em retiraras folhas secas, manter limpas de plantas estranhas asi^uas até formarem a sua copa frondosa, e, quando for-tnados os cachos mui o grandes, é de uso escorá-los comfbrquilhas fixadas no solo.

; O ciclo vegetativo, desde a plantação até a colhei-ta do fruto, regula ser de 11 a 18 meses, dos quais maisòu menos quatro são destinados á frutificação.

' *i Quanto maiores forem as mucas de bananeiras'

mais pronta será a produção, porém devem ser recusa-áos os tronebs que já deram cachos, os quais são corta-dos próximo à terra, para dar vigor aos outros que fa-4em parte da touceira. E' essencial que o numero de

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86 27.° Ano — N. 9 — Fevereiro 1944

pés esteja de acordocom a fertilidade dosolo devendo este seradubado artificialmen-te nos casos necessáriosafim, nao só de impe-dir o seu esgotamemto, como tambem parase obterem bons ca-chos de bananas. E'fácil compreender-se arazão desse esgotamento que fatal mente * verificará se naofizerem adubaçoes,quando vao servirpara a fabricação dafarinha, que naoexige frutos completa-mente maduros.

Em qualquer d o scasos, entretanto, de-vem ser cotl idas comprecaução, afim deevitar pancadas, queproduzem manchaspretas quando amadu-recém, o que muitodeprecia o produto.

Conhece-se o momento oportuno paraa colheita quando,achando-se os frutosbem formados, prin-cipia a amadurecer nocacho uma ou outrabanana ou mesmo pou-

co antes, quando a extremidade inferior do rebento floralfica muito reduzida.

Muitos lavradores têm habito de podar esse apendi-ce logo que o cacho ainda verde, fstá formado, afim defazer afluir a seiva, aumentando as dimensões dos frutos

Para colhèr^se o cacho, corta-se o trondo da bananeira, e, por sua vez, é ele aparado nas duas extremi-dades, conservando apenas a parte central constituida pelas pencas dos frutos.

Os cachos devem então ser guardados em armazens escuros, pouco arejados, porém frescos, quandose desejar retardar a maturação, e, ao contrario, bemexpostos ao ar e em logar quente ou em estufas se sequizer apressá-la.

O tronco da bananeira, depois de colhido o cacho.pode ser utilizado para extração da fibra, conquantonão tenham estas o mesmo valor que as das variedades cultivadas especialmente para esse fim.

As bananas colhidas antes do tempo amadure-cem mal conservam sempre máu gosto e apodrecemfacilmente.

Assim tambem não são tão saborosos os frutos comoos que amaduiecem no pé e estão sujeitos a ser ata-eados pelos pássaros e outros animais deles apreciadores.

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27* A»e — N. 9 — Fevereiro 1944 87 '3*?f*>

OLHANDO O MUNDO§A SESSENTA DIAS MEMENTO de EU SEI TUDO OS FATOS OCORRIDOS

EM DEZEMBRO DE 1943

SAR&/AUe senti

arffíe-edelb' .i/i/ea^lmkaaej^

Quarta-feira. — E' estrada a queda de Zhlobin e Mozyr,

tm Rússia Branca. —Tóquio registra o bombardeio de Hongkongja KViação aliada. —O 8.° Exército ocupa as montanhas que do-

minam o vale do Sangro. — Os aliado» bombardeiam Fiume, ocu-

paJa pelos alemães.— E' encontrada numa aldeia da provínciaargcnüna de Córdoba uma menina de doze anos, em "estado selva-

j» Divulga-se o texto da informaçãD oficial Sobre a reunião

ChurchiH — Roosevelt — Chiang-Kai-Shek no norte da África.—\s forças alemães não conseguem deter as colunas de Rokossovsky.

2- - Quinta-PEIRA. —Anuncia-se estarem os alemães abando-nando a "linha de inverno" na Itália. — Os russos desfecham novaofensiva na direção de Orsha, a oeste de Smolensk. — O 8.° Exér-cito ocuj>a Rocco e San Giovani, na Italia. — Registra-se o avançorusso no setor de Gomei. —Os norte-americanos bombardeiam oa.róciromo de Efman, naNTJva Guiné. — Berlimé bombardeada pela R.A. F.— Divulga-se estarsendo realizada r.a Pérsiaa conferem ia entre Roo-iev.!t, Churchille Staün.

Rcristra-sc o regressode Chí.mg Kai Shek aChungking, da Sua via-gem ao norte da África.

0 secretario da Guerrados Estados Unidos in-forma que o Exercitonorte-americano perdeudesde o principio da guer-ra até 15 dc Novembro94.918 homens, ele van-do-se a 126.969 baixaso total em todas as for-ç:is armadas. — O pro-f.ssor Azevedo Neves,reitor da UniversidadeTécnica, é eleito presi-dente da Academia deC|}:;cias de Lisboa. —_ r isil: Di vuIga-se no Riode Janeiro a iniciativa doChefe de Policia de rea-lizar o cadastro dos do-mestiços.

3 — Sexta-feira. —0 8.c Exército ocupa Cas-tel Frentano, na Itália. —Nova ofensiva russa visaOrsha e Minsk, capitalda Rússia Branca. —Fa-Ia-se na Turquia numconvite dos aliados à Ale-manha, para que estacapitule sem condições.

Divulga-se terem esta-do reunidos, hà dois dias,em Teerã, os srs. Roose-velt, ChurchiH e Stalin.Os alemães passam àdefensiva na Bosnia, on-de aumentam as forças dogeneral Tito. — E'dadoa conhecer o sUmário dojratado de amizade, cja-coração e assistência mu-Jua

russo-tchecoslovaco.üs australianos fazemPressão sobre Wareo, pra-Ça forte japonesa na pe-?»»uk de Huon (Nova Guiné). — O 8.° Exército luta pelaPosse de Lanciano, na Itália. — A aviação aliada bombardeia Leipzig.

4—-Sábado, — Revela-se a formação de um governo provisório,^cabeçado pelo marechal "Tito" (Josef Broz) para os territórioslugoslavos liberados dos alemães. — Parece ceder a resistência.mS a íéste de Zhlobin, na Rússia. — O 8° Exercito captura Lau-

epo, na Itália. — Progridem os russos na peninsula de Kerch.-—rasu; - Falece no Rio de Janeiro Ildefonso Simões Lopes, antigo

Parlamentar e ministro da Agricultura, diretor do Banco do Brasil.

se o— Do.v.inoo. — A Bolivia declara guerra ao Eixo. — Divulga-

mna entrevista de ChurchiH e Roosevelt com o presidente Inonu,: ^'rquia. —Fala-se na possivel entrada da Turquia na guerra.. tTa o Reich.—A infantaria americana do 5.« Exército toma

Portantea praÇQs-fortes no Monte Maggiore, na It.íüa. —O 8.*

slQCfc'to toma San Vito, ao Sül de Pescara. — O rei Pedro, da Iugo-v», ordena a formação do governo provisório de Tito. * Con-

ZkM^1 °8 ruSS°s para Moguilev. — Aproximam-se os russos den»obmeRogachev> __Fa,a.Se no gom;ral Marshall, chefe do estado-

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maior do Exército dos Estados-Unidos, para o comando da __ofensiva aliada contra a Europa. — As forças do general Montgomerycapturam e tornam a perder Orsogna.

6 — Segunra-feira. —Noticia-se a execução do conde Ciano.Os russos rompem as defesas de Cherkassy e avançam tambem

sobre Zhlobin, Rogachev e Moguilev. — Ocupando a península áeTimburg, as forçus russas ficam a 65 quilômetros de Odcssa. — Dis-se continuar Ixipzig em chamas, pelos recente» ataques sofridos.-7-Declara-se oficialmente que a epidemia de gripe reinante na Ingla-terra é a pior desde 1937. — Revela-se haver sido deliberada na Con-ferencia de Teerã, a destruição da Alemanha, caso não sc renda in-condicionalmente. —O 8.° Exército atinge a linha do rio Noro, naItália. —Passam às mãos dos aliados Calabritto e Monte Ca mino.

O 5.° Exercito captura mais três colinas na área de batalha de Mi-gnano. — Brasil: — Tele-grama da cidade do Sal-vador diz haver France-lina «de Almeida, residenteem Franca, no municipiodo Mundo Novo, perdidono dia 4 seu 11.* mari-do. . . E ainda esti emidade de casar'

7 — Terca-Feira. —Noticia de Genebra dk•elevar-se até então a 250mil o numero «de mortosnos bombardeios «de Ber-lim. — Os russos desba-ratam as linhas alemãsao norte de Znamanka.— Aproxima-se o «S0Exército norte-americanoda histórica Via Casa-lina, rota que conduz dt-retamente a Roma. — Astropas russas ameaçamKi o*\ oirad. — Desmcit-te-se a noticia do fusila-mento do conde Ciano. —•E' lançado ao mar emFiladélfia o novo coura-çado

"Wisconsin", de 45mil toneladas. — Anun-cia-se que o marechal rus-so Voroshilov, o herói deStalingrado, figurará noestado-maior da invasãodo Continente europeu.

Passa o 2.° aniversáriodo assalto Japonês a PearlHarbour. '

j> 8 — Quarta-feira .Os russos dão como

iminente a queda deZnamenka em seu poder.

Londres informa estara Grã-Bretanha auxilian-do os patriotas iugosla-vos do general Tito. —Chegam à Inglaterra no-vos contingentes canaden-ses. — O alto comandochinês admite a quedade Chang-Teh. — Reti-ram-se os russos de vá-rias cidades na área deCh.ernyakh.ov — Koros-ten. — O 5.° Exercitocaptura q pico do Monte

Camino, na Itália e retoma a altura de Monastério, avançando nosfetor costeiro da frente do rio Moro.—Regressam à Espanha mais1.000 soldados da "Legião Azul", que estavam combatendo contra

os russos.—Divulga-se estar o rei da Italia disposto a abdicar,

desde que sej filho, o principe Umberto, seja coroado rei. —\ Osrussos avançam na curva do Dnieper. O 8.° Exército aproxima-se

deOrto**a, ulíi na povoação italiana de importância antes de Pes-carl —Brasil Comemorando o "Dia da Justiça", é inauguradona praça Paris no Rio de Janeiro, por iniciativa do Instituto daOrlem dos Advogados do Brasil, o busto de Clovis Beviláqua, omaior dos jurisüs brasileiros vivos.

Quinta-feira.—Os chineses retomam Changteh.—E'fechada a fronteira turco-búlgara. —Os russos capturam as cidadesde Nbvayajj Pra^a e Sharovka e desfecham uma ofensiva em todaa frente cíe Nikopol a* Znamenka. — Anuncia-se haverem os "quis-

lingüistas" incendiado a Universidade de Oslo. — Londres informahaverem sido levados a efeito 4.500 raids s0brc a Europa emjNo-'vembro. — As vanguardas do 8.° Exército chegam ao porto Optona,

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s ,bre o mar Adriático.—Agrava-se a tensão entre Tito e Mihai-lovitch. —O 8.° Exército atinge as planícies de Pescara. — Os alia-do» conquistam Wareo, na Nova Guiné.—- A aviação norte-ameri-cana ataca Hanoi e Haiphong, na Indo-China. — A Comissão Mari-tima dos Estados Unidos revela haverem sido produzidos em No-vembro 164 navios com o total de 1.692.763 toneladas. — Lon-dres informa que continua a grassar a influenza na Inglaterra. —Dão-se violentas explosões no porto de Lerwick, nas Shetlands.

10—Sexta-feira.— Os russos estabelecem, com a ocupaçãode Znamenka, a união dos dais exércitos que lutam no setor de Cher-kassy e no" de Krivoirog. —- Verifica-se a retirada alemã diante do

a5.° Exército norte-americano. —Parece certa a retirada dá Bulgáriada guerra. —Os aliados ocupam Rocca di Evandro, no setor cen-trai da Itália. — Os chineses perdem Linli, na estrada principal deChang The. — Divulja-se a possibilidade de um ataque alemão àTurquia. —O 5.° Exército abre caminho para Cassino, na Itália.—O» guerrilheiros de Tito abrem passagem até a costa do Adriático.— Sofia, capital da Bulgária, é bombardeada. — Noticia-se havero presidente Roosevelt chegado a Malta no dia 8. —Londres divulgaà perda do caça-minas "Hebe". —Brasil: — São elevadas simul-taneamente à categoria de embaixadas as representações diploma-ticas do Brasil no Canadá e vice-versa. — Morre no Rio Grande doSul, em um desastre de automóvel, o general Lúcio Esteves, inspetordo 2.° Grupo de Regiões Militares.

11 — SÁBADO.—O "Mars", hidroplano gigante da Marinha

n >rte-americanH, realizando a primeira missão dtguerra, estabelece um record dc transporte de carganum vôo sem escalas de 4.375 quilômetros, deMaryland, nos Estados Unido», à cidade brasileirade Natal. — Chega a Moscou o presidente Benes,da Tchecoslováquia. — Os canadenses marchamcontra Pescara.—Troi>as regulares italianas entramcm ação na frente de batalha contra os alemães,—.Mignano, na Itália, fica em poder dos aliados. —Começa a batalha pela posse de Krivoi Rog, naRússia. — Moscou admite reyézçs no saliente deKicv.—O famoso enxadrista Alexandre Alekine,campeão mundial de xadrez, é internado num sanai/».rio perto de Madiid, com sintomas de alienaçãomental. —Admite-se que o Presidente Rooscvcltesteia na frente meridional italiana. — A aviaçãoamericana ataca Emden, nn Alemanha, derrubando138 aviões alemães. —• A Rússia reconhece o governe,do general Tito.

12 — Domingo. — As forças russas do generalKonev penetram em Cherkassy e avançam SobreKrivoi-Rog. — Os russos capturam Chigrin, a meiocaminho em Cherkassy e Kremenchug. — Os ale-mães iniciam uma ofensiva contra os territórios cn»poder do exército popular da Iugoslávia.— Informa-ções de Chungking voltam a acusar os Japoneses deempregarem gazes tóxicos contra as tropas chinesas— Noticiam-se choques entre tropas alemães eturcas ru» frontei-a da Turquia e Bulgá;ia. — 0chanceler turco declara que as relações da Turquiacom o Eixo não variaram, apesar de terem sido reforçadas as relações com a Inglaterra.

13—Segunda-feira. — Os russos rompem âfrente alemã em vários pontos, nas visinhanças dcKirovgrad. — Propala-se ter havido em Gibraltaruma conferência entre o Presidente Roosevelt e oschefes dos governos espanhol e português, generalFranco e Salazar. — O general Montgomery desfe-cha uma ofensiva geral na direção de Pescara eChieti, na Itália. — Anuncia-se oficialmente ter es-tado o Presidente Roosevelt r.a Sicí ia. —Os chinesesatacam «.o"po a corpo, os japoneses em torno, do portode.Ichang, no Yangtsé. —O 8.° Exército ocupa aselevações que dominam a cidade de Ortona, na Itália.Os americanos repelem um ataque japonês contra a

. "cabeça de ponte" da Imperatriz Augusta, em Bou-gainville. — Chega a Argel o general Mascarenhasde Morais, do Exército Brasileiro. — Brasil: Come-mora-se o "Dia do Marinheiro".

14 — Terça-feira. — Õ exercito russo avançaem massa Sobre Kirovgrad. — Madrid desmente ixnoticia da entrevista de Roosevelt em Gibraltarcom Franco e Salazar. — A Alemanha confessa a

perda de Cherkassy. — Noticia-Se haver sido encontrada em Costermansville, província do Congo Belga,uma enorme pepita de ouro, de 68 quilos. — Pro-

pala-se que a Bulgária pedirá o auxilio turco paralibertar-se da aliança com a Alemanha. —A avi»-

ção norte americana volta a bombardear Hãnoi,capital da Indochina francesa.—Brasil:— E' des-coberta pela polícia do Estado do Rio uma quádri-lha de espiões do Eixo, dirigida pelo barão austríacoFerdinando Baron Bianchi. — Entrega credenciaiso novo Embaixador da Venezuela, sr. José RafaelGabaldon.

15— Quarta-feira.— Os guerrilheiros fazemuma tentativa de desembarque na ilha de Pag, a>largo da costa da Dalmácia. — O 8.° Exército

estabelece um front continuo além do rio Moro, p^Itália.—A ofensiva russa assume novo impulso.—A Republicade Costa Rica revoga as leis que proibiam o ingresso de cidadãos chj-neses no país,— Os aliados capturam Caldari, na Itália. — Pro?-segue a luta na ilha de Bougainville. — Os guerrilheiros batem o^nazistas na região de Sara. —Considera-se iminente a queda , deSmyela e Kirovograd. —E' anexado à Alemanha o Adige Superior.

16—Quinta-feira.—Noticia-se encontrar-se nos Açores oPresidente Roosevelt, levado por aterrissagem forçada em consequência de defeito no motor de seu avião. —Os búlgaros ocupam as ilhasde Lenos e Chio, no mar Egeu. —Qs "Mosquitos" ingleses bornbarde iam a Alemanha, atacando vários _ objetivos. — A aviaçãoaliada bombardeia o Passo de Brenner. — A aviação alemã afunda17 navios mercantes aliados no porto de Bari, na Itália. — As "Flu-

talezas Voadoras" bombardeiam Innsbruck, no Tirol austríaco.Noticia-se achar-se enfermo W. Churchill. —Os russos iniciama ofensiva de inverno. — Continua indecisa a batalha no salientede Kiev.—Noticia-se o desembarque de forças norte-americanasna Nova Bretanha. — Divulga-se uma concentração de Tropas aliadas na Corsega, para a invasão. — Anuncia-se estar em chamasOrtona, na Itália. —Brasil: — E' incorporado à Marinha de Guer-ra o caça-submarinos n. 8 "Grauna'7

17 — Sexta-feira. —Lavram ainda incêndios em Berlim, devi-dos aos últimos bombardeios aéreos. — Berlim admite três ofensiva*russas, no mínimo: na Rússia Branca (ao sul de Nevel), ao oestede Krichev (na área de Mogilev^ e ao Sudoeste de Zhlobin.— Desen-

27.° Ano — N. 9 — Fevereiro 1944

Ive-se ferozmente a luta no» subúrbio» dc Smyclln. r- A aviação

lliadr. atacando «« comunicações entre a Alemanha e a Itália, bom-tardeis Padua e Dogna, nc>s Alpes. — Registram-se melhoras noestado de saude de Churchill. — Kirovgrad > encontra-se Sob o fogoj 9 ..inliõcs russo». — Noticia-se estarem tropas francesas lutando

na Hál'a» a° ^fu^° ^°s a^°^°8- — Prossegue lentamente o avanço

aliado w> Itália. —Noticia-Se que será o general EisenhoWer o co-mandante supremo das forças de invasão do Continente. — E' ata-oada pesadamente a base aérea japonesa de Wotge, nas ilhas Mar-shall. — Briutl: — E' nomeada chefe do estado-maior do Exército

0 general de divisão Maurício José Cardoso. —Comemora-se o 1.°centenário do nascimento de Antônio José de Lemos, natural doMaranhãr>, o grande remodelador d c Belém do Pará.

18 — SÁBADO.—Os russos abrem grandes brechas na frenteJe Kirovgrad. —Os guerrilheiros de Tito passam à contra-ofensivaem três setores. —Fica em poder dos americanos toda a penínsulaJeArawe. —O 8.° Exercito entra no» subúrbios de Orsogna, naItalia, e o 5.° Exército captura Lagone c entra nos subúrbios de SanPietro. —Os russos imobilisam os exércitos de von Mannstein nobolsiío de Kiev. —Os australianos avançam na Nova Guiné.—Acen-tuam-se as melhoras no estado de saude de Churchill. — Brasil:fnuugxira-se no Rio de Janeiro o Museu da Cidade.

19—Dom»ngo. — Acentuam-se a ofensiva russa em Nevele o avanço sobre Vitebsk. — Fala-se numa aproximação entre ogeneral Tito e o governo do rei Pedro da Iugoslávia. — E' unificadoo comando aéreo no suéste da Ásia. —Os aliados bombardeiam edestroem a ponte sobre o Var, na Ki viera francesa, uma das princi-(vais ligações com a Itália. — O 8.° Exército captura Poggio e Fiorito,na Itália. —Os americanos ocupam Cerasuola, na Itália. — Chur-chill é declarado fora de perigo. *

20 — Segunda-feira. — As forças do general Montgoraeryentram em Orsogna, na Itália. —Os alemães abandonam Kherson,na Rússia. — A aviação americana bombardeia Augsburg e Inns-pruck.—Os japoneses evacuam Ilanoi, na Indochina.— Prosse-gue a marcha russa sobre Vitebsk. — O marechal Petain desmenteo boato da sua renúncia. —Falecerem Kansas City, aos 81 anos, ofamoso compositor dinamarquês Karl Busch. —Os guerrilheiroscombatem com extrema violência a leste da Bosnia, no Sandiak enas U>calidades croatas de Kordun e Banija. —São expulsos pelosamericanos todos os japoneses de Arawa. —Os alemães sofrem revê-zes sérios na região de Nevel e evacuam a cabeça de ponte de Kherson.— E' anunciada a captura de Ortona pelo 8.° Exército. —Os norte-americanos ocupam Umtingalu, na Nova Bretanha. —Em conse-quência de um movimento revolucionário, é deposto o presidente daBolívia, general Enrique Penaranda Castillo. —Brasil: —E' rece-bido na Academia Brasileira o novo acadêmico, Menotti dei Picchia,que foi saudado pele sr. Cassiano Ricardo

21 — Terça-feira. — Divulga-se estarem os japoneses eva-euando a parte meridional da ilha de Bougainville. —Berlim afirmaterem sido derrubados 100 aviões anglo-americanos n©s ataques efe-tuados na véspera à Alemanha e territórios ocupados.—Noticia-1se ser de 12 mil homens o efetivo da força aérea polonesa que temcolaborado com a R. A. F. e que em Janeiro se tornará uma uni-dade independente. —Os guerrilheiros iugoslavos chegam aos arre-dores de Zagreb, capital da Croácia.—Divulga-se estarem sendoenvenena Jos por agentes do Eixo os macacos de Gibraltar. — Aaviação alemã ataca vários pontos ao sudoeste da Inglaterra. —E'nomeada juiz da Quarta Seeção de Montevidéu a doutora Sofia ElenaUaben, primeira mulher que exerce a magistratura no Uruguai. —Inaugura-se a "Sala Brasil" na Academia de Ciências de Lisboa. —77 E' paga em Buenos Aires a soma de mais de 9 milhões de pesos(cerca de 45 milhões de cruzeiros) como imposto de herança relativoao espólio de Otto Bemberg — o maior imposto até hoje pago naArgentina. --O 5.» Exercito americano dá início à batalha de Cas-smo. Precisa-se haverem sido despejadas 2 mil toneladas de bom-bas nobre Frankfort no ataque da véspera, da aviação aliada. —Osrussas desfecham um duplo ataque contra Nikopol. — Noticia-se

Çr sido Vitebsk ultrapassada pelos russos. — Anuncia-se a morte do

almirante von Reuter, autor da ordem de afundamento da esquadra«lema em Scapa Flow, em 1919. —Noticias de Nápoles informam

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haver chegado aí no dia 19 a Missão Militar Brasileira.— Brasil:O Tribunal de Segurança aplica pela segunda vez a pena de morte,

comutando-a, como da primeira, em prisão.

22 — Quarta-feira. — Os xussos convergem sobre Gorodok.A aviação norte-americana ataca o lioroeste da Alemanha.—vCo-

gita-se em Londres, para depois dá guerra, de planos de venda deaviões a prestações. —Continuam a lutar ps canadenses dentro da"LUX"CREME DE MILHO

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27.° Ano — N. 9 — Fevereiro 1944

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cidade de Ortona. — O Conselho Nacional Anti-Fascista para aLibertação da Iugoslávia resolveu *jue o rei Pedro não deverá regressarà Iugoslávia. —Noticia-se que os membros da Missão Miitar Bra-sileira continuarão na Itília como observadores. — Declara-se que,a despeito da mudança de regime, a Bolívia conli luará ao lado dasNações Unidas. — Churchill melhora de saude progressiva e rapi-Jam ente. — Propala-se que o marechal Rommel será comandante-chefe do exército alemão.

23 — Quinta-feira. — Os russos entram em Gorodok. —Os

alemães desfecham uma forte contra-ofensiva no setor de Korosten.São rompidas as linhas alemãs de proteção a Vitebsk. —Prós-

segue a grande ofensiva aérea aliada contra o Eixo. —Londres ad-mite o desaparecimento progressivo do cenário de guerra balcânicode Mihailovich, que se passará possivelmente, em definitivo, par»os alemães.—A Missão Militar Brasileira, chefiada pelo generalMascarenhas de Morais, chega a uma posição de vanguarda, em visitaao fror.t do 5.° Exército. —Noticia-se a solução definitiva do casodo Libano e Síria que ficarão, a partir de Janeiro, com as funçõeslegislativas e administrativas que eram exercidas pela França. —Contínua a luta dentro de Ortona e prossegue a batalha de Cas-sino.—Os anglo-americanos capturam o monte Cavalo, na Itália.

Os australianos capturam Kubika, . na Nova Guiné. — AR. A. F. ataca Berlim.

24 — Sexta-feira . — Anuncia-se o desmoronamento da frentealemã no Báltico.—Registra-se nova investida dos generais Va-tutin e Rokossovsky, contra Zhlobin, Korosten e Zithomir. — Che-gam à Inglaterra numerosas tropas canadenses. — As tropas chinesaschegam às proximidades de Sung-Tsé e de Kungam. — Stalin anun-cia oficialmente a captura de Gorodok. —Berlim sofre novo e ter-rivel bombardeio aéreo.—Washington anuncia a perda do sub-marino norte-americano "Grayling", o 16.° desaparecido desde o

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início da guerra. —Divulga-se estar bloqueado o golfo da Finlâ*-dia.—Os guerrilheiros de Tito obteem triunfos na Bosnia. — 0&.* Exército inglês conquista a aldeia de Vazoani, a 5 km», clcOrtona.

25— Sábado.—Anuncia-se haverem sido despejada peiaR. A. F. sobre a Alemanha, desde o inicio da guerra, 200 mittiífcsde quilos de bombas. —Londres divulga terem sido bombardeadasna véspera as posições alemãs na costa francesa por mai» de 3mil aviões anglo-norteamericanos. — Noticia de Argel diz teremsido completados pelo Comitê Nacional de Libertação da Françaos preparativos para julgamento do marechal Pétain e seus colairadores de Vichy. —Brasil:— Sepulta-se a escritora Rachel Pra<falecida no Rio na véspera.

26 — Domingo. — O almirantado inglês anuncia o afunJ»mento, em combate com a frota britânica, do couraçado alem ãc "Sch**"-nhorst", perto do cabo Norte, no extremo setentrional da Norueg»na rota dos comboios de Murmansk. —O 8.° Exército captura Ortona, na Itália. —As forças do general Tito cortam a ferrovia ikZagreb-Belgrado, na Croácia, em vários pontos.—As tropas àogeneral Vatutin rompem as linhas alemãs ao sul de Radomysl.j—Anuncia-se estarem concentradas na Inglaterra 300 ou 400 divisÕe*anglo-norteamerieanas-caruidenses-francesps, para a invasão.Espera-se a queda de Vitebsk, Polotsk, Zithomir, Zhlobin e Koroste»em poder dos russos. —Berlim admite o fim da batalha de Kir»

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27.° Ano — N. 9 — Fevereiro 1944

2J Segunda-feira.—XH norte-americanos desembarcam emL ng Island, a 80 milhas ao oeste dc Gloucestcr. —Os russ0s rom-o^n, art tinhas alemãs na região de Zhlobin. —Os ru«s0s cortam aE.r v;,i Vitcbsk-Polotsk. —Os aliados ocupam Vila Grande, nalUiVm.-— brasil E' nomeado governador do Território do Ama-

f) l.o governador — o capitão ,Janary Gentil Nunes.

2% — Terça-feira.—Os russos comquistam Andrushevka,Ivnitza e Tehernaisa.—Trava-se grande batalha na Bósnia entre0s guerrilheiros dc Tito e tropas alemãs. —Os russos isolam Vitebsk.-1 As forças canadenses da Itália capturam Vila Bacali, ao sul deCrecchio. —Falece em Nova York, a->s 67 anos, o escultor VincenzoMisoundino. —O comando alemão admite o ataque aliado à Noruega.—Os norteamericanos afundam no Pacifico 12 navios japoneses e,cutrr¦r,r'»m, consolidam «uas posições na Nova Bretanha. —O radioalemão anuncia haver sido Rorna bombardeada.

29 — Quarta-feira. —Chega a Gibraltar um grande comboioprocedente do Atlântico, de 77 navios aliados, na maior parte dc10 mil toneladas. —Os alemães abandonam Korostyshev. —Osr„s.soS investem impetuosamente contra Zhitomir, Korosten e Ber-dichev. —Os ingleses destroem as posições alemãs entre Canosa eArieli, além dc Ortona. — ^Washington^informa terem sido afun-

dados ou danificados^37 navios mercantese de guerra do Ja-pão, desde o ataquea Pearl Harbour. —Berlim é novamentebombardeada. — To-ma incremento a ba-talha de Cassino, naItália. — Korostencái novamente empoder dos russos. —Os russos capturama ilha de Khortita.

E' assinado emLisboa o acordo or-tografico entre Brasile Portugal.— Brasrl:

E' recebido naAcademia Brasileirao senhor Getulio Var-gas, ocupante da ca-deira patrocinada porTomáz Antônio Gon-zaga, sendo saudadolo acadêmico ministroAtau!fo de Paiva.30— Quinta-feira.

Prossegue o env 1-vimento de Vitebskpelo* russos. — Con-tinua o 8.° Exércitoa investir na direçãoda Pescara. — Osrussos irrompem dian-te de Zhitomir.—Osalemã** estão em pie-na retirada no salien-te de Kiev. — Aaviação pesada debombardeio dos Es-tados Unido * ataca in-tensamente o súdocs-

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SALADEIRAS

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te da Alemanha à luz do dia. —Rimini, o porto mais importante d»costa adriática, ao norte de Pescara, é bombardeado pelo segundodia consecutivo.—Fontes alemãs anunciam desembarques dò 5.*Exército ao norte da boca do rio Garigüano, no setor de Minturno.— A imprensa de Londres admite a possibilidade de estar já pralt-camente arrazada a metade de Berlim.—Brasil: — Regressa aoRio, com seu estado-maior, o general Mascarenhas de Morais. —jOs cariocas, vencendo os paulistas por 2X1. conquistam o cainpeo-nato brasileiro de futebol de 1943.

31 — Sexta-feira.—Berlim admite novos recuos de vo»Mannstein.— Declara-se estar Berlim em chamas hà mais de 4bhoras.—O Estado-Maior alemão espera a invasão da Europa oci-dental antes de 15 de Janeiro. — Os russos capturam Kotsista «•Kazatin. —Cai em poder dos russos a maior parte das cidades tleVitebsk c Zhitomir. — Madrid desmente haver a Espanha reconhe-cido o governo de Mussolini. —Os norte-americanos tomam o cabo

Glojcester. — Aaviação aliadabombardeia a zonade Paris.— Asforças do generalTito desalojam o>alemães de Bani»e Kordun, na Cro-ácia. —A esquft-dra russa do nvt*Negro estende-s<'em linha diante do»grandes portos deOdvssa e Nikola» v.— O govtçno ar-gentino dissolw.por decreto, todo?-os partidos polili-eos da república.—Os russos capt u-ram Zhitomir. —Os americanos ocu-pam San Vittore.Basil — Verific-*.se em Qua tá (S.Paulo), por ocasiãode uma chuva davespera, haver cai-do sobre a cidadeuma grande quan-tidade de peixes.

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VBHDANDO0 FUTURO

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Alegria do Sul {18 anos, Brasil, so'L'ira) — Noto ao seu lado,um joven dc bôa aparência e estatura mediana, que muito tem seinteressado pela consulente. Uma pessou que se diz sua amiga, brevelhe dará provas de deslealdade. Suas novas realisações, devem seriniciadas cm mezes impares que lhe são mais propícios. Pela portada rua, noto que chegará' uma nova alviçareira. Terá vida longa efuturo promissor. Em uma reunião social, terá ocasião de saber oejuanto è estimada, pois ouvirá francos e sinceros elogios.

Dama das Camelias {20 anos. Brasil, solteira) — Noto em seumapa algumas contrariedades, motivadas pelo excesso de confiançaque a consulente depositou em alguém de suas relações.

Vejo ainda, espírito pratico* sabendo se sair bem de qualqueremergência. Tenha cuidado com armas de fogo, pois ha perigo parasi, ou alguém de sua familia. De pessoa muito distante, receberá boasnoticias. Numa festa religiosa, será alvo de comentários maldizentes.por parte He quem lhe tem inveja. Procure usar como mascote umaesmeralda.

Sua vida futura apresenta-se ditosa e será bem longa.* Crileclif {18 anos, soltei a,' Campinas) — Um homem de bemprestará valioso auxilio a alguém de sua familia, em momento muito•oportuno.

Noto varias possibilidades de melhoria em sua vida"financeira., Uma mulher morena e de má indole está procurando arruiná-la

Com intrigas. Tenha muita cautela.Breve receberá uma dádiva que lhe trará muita alegria. Um

rapaz de bôa familia c coração generoso está se interessando pelo•eu futuro, qom muita sinceridade.

Pela porta da rua, chegarão noticias que a alegrarão, para logo

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apóz entristece-la. Noto leves indícios de uma viagem, onde faránovas e proveitosas amizades, para seu bem futuro.

^ Valsa Triste {18 anos, solteira, Flamengo) — Atendendo a seupedido, digo que a seu lado se encontra um moço de muito bôa apa-rencia, porem um pouco volúvel; no entanto, noto que a. consulentese casará e será bem feliz. Uma senhora de bom coração, prestaráserviços relevantes a uma pessoa de sua estima. Durante uma reuniãosocial, .s,erá muito elogiada, o que lhe causará alegria. Terá vida bastante prolongada conseguindo, no futuro, realisar todos os seus ideaes.Tenha «autela com armas de fcgD. pois vejo perigo nelas.

Ma ri te {JO anos, casa-da, Ilha do Gov."mador)—Uma intriga surgirá, en-te duas pessoas amigas

Suas e seu no-me será tam-bem envolvidoEm horas derefeições, sabe-rá de uma no-va alviçareira,vinda numacarta. Por ca-{ninhos demo-rados chegaráalguém que lheestima comsincera a f e i-•ção. Um ho-mem de suá'familia serápresa de ligei-ra enferrnida-de. Veio me-lhoHas de vidamais para adi-ante. Serào ospares os diasmais felizes daconsulente.Numa festa derua, saberá detriste noticia

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27.° Ano — N. 9 — Fevereiro 1944 <\e. <2&.

ANO XXVII

N. 9

FEVER. 1944

QUEBRA-CABEÇASDICIONÁRIOS ADOTADOS NESTA SECÇÃO

Simões da Fonseca; Fonseca e Roquete (2 vols.)» Antonio M. deSouza C2 voU.) i Bandeira — Mitológico; Chompré — Fábula |— Provérbios.Lamensa

DIRETOR

DR. LAVRUD

SECRETARIO

DABLIU"

#Toda a correspondência sobre charadas deve ser dirigida para a redação de BU SEI TUDO —

RUà MARANGUAPB, 15, /.• andar — e endereçada ao diretor desta secção. <n>í

TOBNEIO EXTRAORDINÁRIO

Janeiro a MarçoDicionários adotados neste torneio: Os dos

torneios ordinários c mais—Cândido de Fi-

gu ei redo; Sinônimos de Bandeira; Silva Bas-

tos; Francisco de Almeida (não ilustrado).

Os proverbis foram tirados de diversos livros.

CHARADAS NOVÍSSIMAS

54 — Tres-unia — O imposto para isenção.io recrutamento nada vale no bairro de cristãostm lerra dc moiros.

55 — Tres-duas — Na sala de provisão d.-manti menlos. em loaar bem visível, havia jmjiuid'o jeik» comjlores de violeta'.

\56 Duas-uina-d jas — Na cobertura das

nsainat jras n.7o houve dijiculdade, por conse-jHÍntc está dc parabéns o artista nue toca.nras <ie musicas em copjr.

S7 — Duas-trcs — Sofro pequena repre-tt&n/ão porque não par*o vagens, por acha-lascousa despresivel.

5$—Duas-uma— Ainda não consegui«¦otrar para uma ordjrn re.tff'osa, somente por-.iue nunca econonrtisci nem um tostão.

59—Duas-uma-d uas — E' penoso ver-Nte moro não conhecer uma só letra doai £a beto; é a vereonha da familia e será, mais¦arde, um individuo insensível as reorehensSes.

60 — Duas-duas — Conquista a China otm nuliUro.

61 - Duas-duas _ Q af%el de brilhante«tt» posto de pasée no 1,.;,-^ Revido ao apertoie tfente

I.OGOGRIFOS

63 Eu. caçador por prazer, — 7-9-3-2l~a«no içrual infla não vi,Pui um dia remexerNa cama Je java li. — 1-6-3-4-5-9

/

VHRIZESEM SENHORASNavo Tratamento sem Operação'^pà* longos «ttudoi foi dascoberto ummódicomanto vegetal paro o tratam*n-*o com ótimos resultados da vorize»,qu* prejudicara a circulação venosoesta medicação, na dosa da tre» colhe-ras dos da chó ao dia, am ógua oçuca-rodo, restitue ài pernas o seu estadonormal a a belesa estéti a. Em Idênticadose debela os males causados peloswamilos herooldártos internos a externos,lr>ciuslve os qua songram. Não encontrar»»«o nas farmácias ou drogaria»; peça dire-Jamenta oo depositário-. CX. POSTAL 1874(wm o to-iete quatro) Sfio Paulo.HEMQ-YIRTÜS (Líquido)

Iflft ABELOSI[ÍBRANC0S|

JUVENTUDEALEXANDRE

VidaVigorMocidade

oos[Cabelos

Éí

Bem sei que os iavalis mordem;Mas, sua alma sua palma'Para não haver desordem, — 8-2-7-R-6Fiz fogo com toda a ca1 nio. — 4-5-9-7-2

Na pontaria dormi,E liquidei dc verdade •O peste do ia valiQue havia na minha herdade

63 — O Brvderodes prepara — 1-9-10-5-12Um espeto na pensão,E em ves de iguaria caraPede só míia porção— 10-9-7-12-2-V

Mas o dono, carrancudo.Diz que já está cabeludo — 7-4-3-4-6-3-9Outro espeto que ele tem:E por cumulo dedara — 7-4-11-9Cinicamente, na cara,Que,não Ha um só vintémI

E o Brederedcs então, -Quando fôr encher a pança,Terá de ir á tal pensão 1Com ama carta de fiançc

64 — Admirável! O arquiteto — 4-2-3-4-2-6-\ s«a obra-prima traça; - 4-7-2-4-7-8-fE contempla com afetoA idéia cheia d<> «raça.Da abertura de uma praça — 3-9-5-9Depende tudo, e o arquitetoPasse ia. puxa fumaça—2-! -3 9E fica tudo em jtrojslo. . .

ENIGMAS

65 — O meio desta charadaTire, e ha de, em conclusão.Aparecer sem mais nada,Pura e simplesmente, o chã <

Se nj lugar vago entãoOutra letra colocar,Ver4 logo, logo, o chãoNa «na pUnura virar.

i'-'M'ii -teí

'¦ ' i'" ^Ví

-. iâfi•'.

66 — Tire a letra ilo p-imip»--*.N'. nhuma eou«a ficou. . .Acab iu-se a baraf unda ?Nem por Sonhos acabou

Bem atrás de ramo grand*De arvore, est.4 escondidaUma mulher muito gord'»E muita bem parecida,Deixando de cada ladoAparecer um pedaço,Em incômoda posturaQue só p6de dar cansaçoE isso é verdade patente,Tão às claras revelada,Que ela prontamente di/Estar muito fai,ffad.>.

¦ 3

67 — Aparece no palco, altivo e nobre.Um mágico... Vê todo o que quizer:Com um pano azul um corpo de homem o.vbF*Retira o pano, e surge uma mulher 1

O mágico, depois, o homem seguraDe cabeça pra baixo e em mulher vira jFa* o mesmo à mulher, mas que diabrura '

E dela novamente o homem tira .

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mSf. IÍ«/w/iJ<96 27.° Ano — N. 9 — Fevereiro 1944

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A mulher vè no espelho o corpo seuNuma outra mulher se transformar,Porém mais alta e gorda, percebeuO povaréo que estava a contemplar.

O homem, curioso, por seu lado.Também indo ao espelho pra se vêr,Com perigo e malicia 6 transformadoNuma mulher... Essa 6 de enlouquecer!

E, para terminar, ao {talco vemUma outra mulher cheia de dó;Junta o mágico as duas muito bem

E aparece uma só!

ENIGMA FIGURADO - 68

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ENIGMA£FIGURADO — 69

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VM-ú 74 — Tres — O espião andou fazendo intriga c loi espancado' rn*.,-- aa. \'a.

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^CHARADAS CASAIS

70 Duas — Vi um velho apoiado num bordão a caminho dai«reia.

75 Tres — Deixei o lacaio to mando conta da grimpahM'A ¦'iíi"¦'; Ir

WHm\mB&&**'''-'f6 —Tres — Depois de bem examinado :'o' descoberto o enredo

71 — Tres — Meus parabéns. Camisa nova e chapéu 'final:

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72 —Tres — Foi feito o inventario do eslabulo.

77 .Tre* Nã.> ha prHeXlo «jue o convença, o velho não ced«e est,. cada vez mais furioso.

\ 78 Ouas —Na feição do negocio está a es pede de imposto,;

73 — Tres-— El um perigo deixar um espião em liberdade. 79 Tres A minha vida confirma o que consegui ioni zelo

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27.° Ano — N. 9 — Fevereiro 1944 97. y

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UN IAS PA 21-0354 3

83 — Quatro—O homem ficou desfalcado quando soube dor.'car, dal o.

92 — Tres — Na porta dí- unia kipogr i/ia robre foi encontradauma creança enfeitada.

81—Tres — Na /achada nos teatros antigos vias.- um ia»tazJa étancão triste.

93ruidoso,

Qualro — Vot è sane d que é carcalheira? Eis um enigmo

82 — Tres — O malvado engana a pohre mulher dizendo que acreancinha dc mama. de fal forma en rou pada aue parece um embrulho,é uma trouxa de roupa. . .

P'? 83 — Cinco— De repente ouviu-se o trqpet dos animais do carroonde vinha ¦> homem maltratado pelos bandidos.

94 — Tres —

Este doe cl tem afôrma exata deuma ab o b ada dc

forno.

ENIGMA PITORESCO —95

84 — Duas — O guloso teve uma"in.ligctão de tanto comer cabrito.

85 — Trts —O soldado meteu o clia"Ja-lho e foi muiío áspero com o pobre homem.

86 — Tres — E' o numero exito de sílabas9ue (az um trabalho difuso.

87 — Qjatro — O pernosti.o só di/- d:s-Paralc e só fala numa linguagem extravagante.

88 — Tres — Na linha férrea o dormentedeve sempre s-r colocado transversal.

89 — Tres— E com JacilidaJc que sedesrohre a verdade, embora tênue.

90 — Tres -- Quando o marido combina<x>ra n mulher, ha Sempre a pre* to no seu mododc viver.

. ***¦—Tres— Se o povo vivesse sempre

unt<te. jamais haveria miscria

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Uma simples evacuação não tocará acausa. Neste caso, as Pílulas Carter sãoextraordinariamente eficazes. Fazem cor-rer esse litro de bilis e você sente-se dis-

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98 27.° Ano — N. 9 — Fevereiro 1944

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47 — Copada, 48 — Metagenese ;49 — Sustentaculo ;50 — Ma-gote; 51 — Abertamente; 52 — Morboso; 53 — Escravaria; 54 —Ptasapassa; 55 — Retreta; 56 — Virga férrea; 57 — Ajoviarnento58 — Palit o; 59 — Espoleta; 60 — Maio; 61 — Ahinco, 62 — OI-vido; _63— Corri os amigos orne; 64 — Fosca; 65 — Conto; 56 —Canha; 67 — Critica; 68 — Elephantina; 69 — V**sano; 70 — Armo";71 — impofitica; 72 — Profaca; 73 — Dura; 74 — Palma; 75 —

?>ari>ado; 76 — Maluca; 77 — Sopro; 78 — Baixa-o; 79 — Trinca-

ia: 80 — Devasso.

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Mme. de Stacl, Pompeu Júnior, Raul Petrocelli, Caçador Pau-lista, Ronega, Pequenino, Jotoledo, Eulina Guimarães, Mme. Solonde Melo, Paraná, Roldão, Buridan, Dr. Zinho, Ueniri, Airam, Car-tos, Al-Aiam, Nodiy. Mme. Braga, Pele Vermelha, Ajax, JanotaJulião Riminot, Yara, Zeüra, Ciro Pinales, Lioias. Oicaroh, Lis, Ma-wercas, Don Roal. Durmel, Centauro, Segon, Melagro, João Gi-«ante, El Principe, Dr. Jomond, Ibsen, D. Fuás, Rebekairam, Dr.Kean, João do Sirkló, Formiga Júnior, Juriti, C. Vero, Emauro, ZéKanuto, Bael, Cantio, Mestre -Malaquias, Lord Windsor, JoaquimTres, Paulislinha, Calepino, Heleno, Helena, Alexis, Iza Abel, Fi-gueiroa, Chico Bacamarte, Ancides, Iracema de Alencar, HumorManuquinha 34 ponto""; Radio Leopo* 31: Tio Sam, Duplesrú, Filhodo Ar. Formiga Lião 30; Giík Arauio, O-uara, Welton, Notrya, Sadi

ZÉ Kanuto — (Colina)Horizontais—1 — Impuro; 6 — Varinha do vimeiro; 7 — Parte

do capacete que cobre o nariz; 8 — Assalto; 9 — Pintor português(inv.) 10 — Impura.

Verticais — 2 — Afronta publica; 3— Moldura estreita e lis*».que acompanha ou coroa uma moldura maior; 4 — Patrocínio: 5 —Iüte-esse; 7 — Lago da Escócia.

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27.° Ano — N. 9 — Fevereiio 1944

Hflrizonla>s— 1 —Cabo tira su1 da Morca; 7 •-• Pru' énrio; 8 — Planta do Brasil; 9 — Instrumento d»; fa*»er

l^'t, c na estrada de íerro; 10 — Pequeno cesto dos indifTns- Ji — Entendi oh vj/cs escriptas ,inv.>; 13 — Ano

\ mihicalí 14 — Wtt do Geáriís 17 — A quadro da pr.>a,??-—Colar <le contas; 19 — Amargura 'verbo; 21 —Des

3„._,W.«u_ 22 — Ano dominical; 2.S — Unidade de traba.

.V. , 25 Formiga da roça; 26— Bebida da índia; 27

Água: 'iM-- Legitimas. *

ytr.'ica" — 1 — Encanto; 2 — General Cartaginês, paeie Anibai; T» — Brado'; 4—Bordão; 5—Desordem; fi—Bibliotecário^ medico honororij de Luiz XIII; 12 —Li-

Jeira embriaguez; 15—Povoação russa dn Sibéria; 16 —

Grande U^o da Asi«_; 19 — Ribeiro do Alentei.,; 1*0-—

(Jm rio» funiladoies dn independência americana: 24 —

FUho de faço . 25 — Ri<» da Alemanha.

tfOTAForam to fitados para todos os decifrado rc.% o* ponto*

n. 21 e 47 por terem saido com incorreções.

BOAS FESTAS

Agradecendo a gentileza do» nossos bondosos timira.lts cjue nos enviaram votos de Boas Festas, d «u-ii»mioslhes uni Ano Novo prospero e felir.

-D1VKRSAS •

VISITA— Esteve n> Rto o nosso ilustre «.onirade ./.«.-Ai de Santcs.

Nasc mesto—No lar do noss»> ami<ro e cònfrad«/V/e Vcrme.ha íGuillierme Markert Jor.) apareeu em Ou<iibro tim in ii<*>inh.x. que recebeu o nome de Osvaldo

CORRESPONDÊNCIA

'Carias recebidas alé I de Janeiro.

Cardeal e Minarca (Capital) — Recebemos . aõi*.-ilecemoa os abraças estampilhados. Vo* *s a^ora «.stã;, | i-<hados |uira o torneio extraordinário.

Colibrí (Jundiahjfi — Vamos, s.u Cotibri, as floresttstV.i) ai. Ir.8:;ri?o. Pode en\ iar o numero de chaiadas que

• luuer; as especiis adotadas sào as a que se refere na suaartn. O prazo é contado do dia 1.° de cada mez.

Aladim — Segure bem a sun lâmpada e nã.> mude•u tis. . .

tòiüiBÁ (Capital) — Inscrito iam muito prazer.Nostradamus (San/os) — Basta mandar n:>nic e resi-

¦Jencin. O próprio torneio explica tudo.LÈAFAR \Caçayasfo) — Os desenhos dos figurados jv.-dém vir mesmo a lápis.

CirambO {Curitiba)—Idem, idem na mesma dataVema (Ribeirão Preto)—O padrinho é forte. As nos-

-hs portas estão abertas para tão ilustre confrade.Míckey Mouse (Capital) — A íotaç.lo ainda nãò _?*tú

completa. Pôde entrai que vae começar a sessão. .Ramok (Pirac.caba) —Inscrita com muito prazer... Fi-

lho de peixe. . .

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DAS MARCAS-íi'¦X:YPIRANGASAO OS MELHORES EPOR TODOS PHEFERIDOS

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da mês; |Cn-pitai e Nite-

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N.« 9 DO ANO XXVII

SUMARIO:As mascares na Espanha

Romances:

/O AcusadorA Miniatura Roubada...,

Contos:

. Um coração para entender cavalosCiúme .

Artigos especiais:

A guerra e o rio Mississippi...,A Universidade de OxfordO rei dos esportes -— O esporte

dos reisO banho na Antigüidade \ .Vitamina

* ¦

Astronomia:

Um mistério de JúpiterMapa estelar -.Nas fronteiras da estrela solar.. .

3357

949

1421

255167

107279

Zoologia:

Pragas de gafanhotos e sua pre-venção

Química:

RDX— o mais devastador expio-sivo

Historia:

Uma conspiração fracassadaMartim Francisco

11

Geologia:

Revelações do Saara.

47

4155 .

77

L.l

Ciência ao alcance de todos:

Dicionário de nomes próprios. . . .Nos domínios da Gramática... .

Lendas:

A lenda do pintarrôxoNos domínios do Prestes João. .

Perguntas e respostas:

Qual a origem do daltonismo?. .í

Quadros para coleção:

Carnaval RomanoA Partida de JacobA adoção

Curiosidades :

Velocida.de das avesO centenário da mercerisagem. .Alimentos desperdiçadosO ministro e o cãoAbdicação de soberanosCculista de serpentesExigência irrealizavelOs Campeonatos de P.emo da

Cidade

Diversos:

Memento "Eu Sei Tudo"......CartomanciaQuebra-cabeças

3248

7073

71

236583

2020315454 \5656.

70

879295

Vida nos campos:

A ban?„neiraQue bicho é este?

8586

ANEDOTAS ? CARICATURAS ? INFORMAÇÕES ? CHARADASBSTA 'REVISTA* CONTA 102 PAGINAS *

A C A D A

ETC

Este e o mes em que a humanidade volta os oihos para as épocas de lenda e crê no paganismo.Momo_e o seu deus. .ncensado. adorado no triduo do Carnaval. E a adoração se exterioriza emexplosões de alegna, saracoteios e guinchos. como se as creaturas todas porfiassem em fazer acre-d.tar nas fugas em massa de todos os manicômios do universo. Hà contingências momentâneas queas vezes obrigam a prosenção das máscaras, mas assim mesmo a turba resolve não abdicar da direitode divertir-se a sua moda, e não podendo mascarar^, consolasse com o fantasiasseMas para que se evitem o ridiculo dos travestis- que culmina na infinidade de marmanjos quese vestem com trajes fem.mnos-e o irritante mau gosto dos que se caracterizam de sujos, por queos fol.oes nao cop.am a capa deste numero de Eu Sei Tudo. para fantasias discretas e interessantes /

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