X CONGRESSO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA AMAZÔNIA XVII SALÃO DE PESQUISA E INICIAÇÃO CIENTÍFICA
IV SALÃO DE EXTENSÃO 08, 09 e 10/11/2017
ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL
LUTERANA DO BRASIL PRESIDENTE:
PAULO AUGUSTO SEIFERT VICE-PRESIDENTE: LEONIR MITTMANN CAPELÃO GERAL:
REV. MAXIMILIANO WOLFGRAMM SILVA
CENTRO UNIVERSITÁRIO LUTERANO DE SANTARÉM
REITOR: ILDO SCHLENDER
CAPELÃO: SÉRGIO MAURÍCIO REINHOLZ
DIRETOR ACADÊMICO: CELSO SHIGUETOSHI TANABE
ASSESSORA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO:
MARIA VIVIANI ESCHER ANTERO
COORD. DO CURSO DE AGRONOMIA: RAIMUNDO COSME DE OLIVEIRA JUNIOR COORD. DO CURSO DE ARQUITETURA E
URBANISMO: FERNANDO AUGUSTO FERREIRA DO VALLE
COORD. DO CURSO DE DIREITO: JOSÉ RICARDO GELLER
COORD. DOS CURSOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO E LICENCIATURA: MANUEL ELBIO AQUINO SEQUEIRA COORD. DO CURSO DE ENG. CIVIL: ALESSANDRO SANTOS DE ARAÚJO
COORD. DO CURSO DE PEDAGOGIA: LORENI BRUCH DUTRA
COORD. DO CURSO DE SERVIÇO SOCIAL: IVONE DOMINGOS E SILVA
COORD. DO CURSO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO:
CARLOS ALBERTO PEDROSO ARAÚJO
INFRA-ESTRUTURA DE APOIO TÉCNICO E ADMINISTRATIVO ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL:
ANDRIA ROBERTA FREITAS BARBOSA CPA: SELDON RODRIGUES DUARTE
CPD: RUSSEL DA SILVA JATI
FIES E PROUNI: JULIETE CRISTINA LOBO RODRIGUES
LEGISLAÇÃO E NORMAS: MARILZA DO CARMO SANTOS
NÚCLEO DE ESTÁGIOS: RAIMUNDA REIS DA SILVA
PREFEITURA: KÁTIA REGINA ALMEIDA AMORIM
SAJULBRA: ROSALICE MARIA FERNADES MONTEIRO
CAMARA SECRETARIA GERAL:
LUZENIL FIGUEIRA DE LEMOS SETOR DE COMPRAS:
SILVANA MARIY SOARES SETOR DE PESSOAL:
LILIAN REGINA BATISTA LIMA TESOURARIA:
EUNICE DA CONCEIÇÃO SOUSA DA SILVA
COMISSÃO EDITORIAL CELSO SHIGUETOSHI TANABE
MARIA VIVIANI ESCHER ANTERO
COMISSÃO DE ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE RESUMOS
NARELLY TAVARES RODRIGUES E MELO MARIA VIVIANI ESCHER ANTERO
COMISSÃO CIENTÍFICA CELSO SHIGUETOSHI TANABE MARIA SHEYLA GAMA SOUSA
MARIA VIVIANI ESCHER ANTERO RAFAELA FERANDES NICOLAU
ROSÂNGELA MARIA LIMA DE ANDRADE
CORRESPONDÊNCIA Av. Sergio Henn, 1787, Bairro Diamantino CEP:
68025 – 000 – Santarém – PA Fone/Fax: (0xx93) 3524-1055 E-mail: [email protected]
3
Os resumos contidos neste “Caderno de Resumos Expandidos” são de
responsabilidade de seus autores.
Nenhuma parte desta obra deve ser reproduzida por meio impresso ou eletrônico sem a
devida autorização expressa dos organizadores.
Todos os direitos reservados e protegidos por Lei.
C749 Congresso de Ciência e Tecnologia da Amazônia (11. : 2017: Santarém, PA).
Caderno de resumos expandidos do Salão de Pesquisa e Iniciação Científica do CEULS ULBRA
Santarém: Políticas públicas e pesquisa na Amazônia. (n. 17, 2017) / Centro Universitário
Luterano de Santarém. CEULS/ULBRA, 2017.
ISSN 1808-3072.
104 resumos.
514 p. : il.
Evento realizado em Santarém, no Centro Universitário Luterano de Santarém nos dias 08, 09 e
10 de novembro de 2017.
1. Pesquisa Científica. 2. Resumos científicos, I. Centro Universitário Luterano de
Santarém. II. Educação e Ciência. III. Título.
CDU 001.891
Biblioteca Martinho Lutero / Setor de Processamento Técnico / Santarém – PA Bibliotecária Caroline Pinheiro – CRB-2/1536
4
APRESENTAÇÃO
O Centro Universitário Luterano de Santarém realiza o Congresso de Ciência
e Tecnologia da Amazônia a cada dois anos, e anualmente o Salão de Iniciação
Científica com o Salão de Extensão, no mês de novembro.
Neste ano de 2017 comemora-se o X Congresso de Ciência e Tecnologia
da Amazônia para celebrar esta data contamos com a presença do Dr. Savio
Tulio Oselieri Raeder do Ministério de Ciência e Tecnologia para debater o tema
central Políticas Públicas e Pesquisa na Amazônia.
Com ampla repercussão entre a comunidade acadêmica regional o X
CONGRESSO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA AMAZÔNIA; XVII
SALÃO DE PESQUISA E INICIAÇÃO CIENTÍFICA E IV SALÃO DE
EXTENSÃO destacam a integração entre ensino, pesquisa e extensão
propiciando a interdisciplinaridade, bem como a socialização de trabalhos
realizados por acadêmicos do CEULS e demais instituições da cidade e região.
Estes eventos oferecem a oportunidade de divulgação científica em três
instâncias: a publicação de resumos em anais, a apresentação de pôsteres e a
comunicação oral. Como forma de incentivo à melhoria da qualidade das
publicações, é oferecida premiação àqueles alunos de Iniciação Científica que se
destacarem no evento.
O Caderno de resumos traz 104 Resumos Expandidos (dividido em 2
cadernos) e 71 Resumos Simples.
Sejam bem vindos a este espaço aberto à publicação e debate pela pesquisa.
Maria Viviani Escher Antero
Rosângela Maria Lima de Andrade
Professoras do CEULS ULBRA
5
SUMÁRIO
CADERNO 001
CIÊNCIAS AGRÁRIAS
ANÁLISE DO DIMENSIONAMENTO DE UMA ESTRUTURA DE MADEIRA ................................. 17 Msc. Hugo Aquino
Débora Quézia Escócio
Graziella Escócio
Luiz Henrique Lemos Vieira
Cleveland Gustavo Canto
ANÁLISE TEMPORAL DA EXPANSÃO DA LAVOURA DE SOJA NO MUNICÍPIO DE
BELTERRA, PA ............................................................................................................................................. 22 Macelle de Souza Rego
Ellen Magda da Silva Machado
Darlisson Bentes dos Santos
Rafaela Nicolau dos Santos
Lucas Rayner da Cruz Silva
ANÁLISE TEMPORAL DA EXPANSÃO DA LAVOURA DE SOJA NO MUNICÍPIO DE
SANTARÉM-PA ............................................................................................................................................. 26 Ellen Magda da Silva Machado
Macelle de Souza Rego
Darlisson Bentes dos Santos
Rafaela Nicolau dos Santos
Jayne Ribeiro da Silva Machado
ANÁLISE TEMPORAL DA EXPANSÃO DAS ÁREAS DE PLANTIO DE SOJA NOS MUNICÍPIOS
DE BELTERRA, MOJUÍ DOS CAMPOS E SANTARÉM-PA ................................................................. 31 Ellen Magda da Silva Machado
Macelle Souza Rêgo
Darlisson Bentes dos Santos
Rafaela Nicolau dos Santos
Gláucia de Fátima Gomes
ANTRACNOSE NA CULTURA DA PIMENTA-DO-REINO .................................................................. 36 Ana Paula da Cruz Gato
Deilane Freitas Pontes
Eluziane dos Anjos Figueiredo
Igor Moraes de Miranda
Gilbson Santos Soares
ANTRACNOSE NA CULTURA DO MARACUJÁ .................................................................................... 40 Ana Paula da Cruz Gato
Deilane Freitas Pontes
Eluziane dos Anjos Figueiredo
Igor Moraes de Miranda
Gilbson Santos Soares
ANTRACNOSE NO CAJUEIRO NO DISTRITO DE ALTER-DO-CHÃO, SANTARÉM/PA ............. 45
Karin Thaianne Silva de Sousa
Rogér Murilo da Costa Rebelo
André Luiz Cardoso Moreira
Felipe Barros Sousa
Matheus Neves dos Santos
Gilbson Santos Soares
AVALIAÇÃO DE DIFERENTES TIPOS DE SUBSTRATOS NA PRODUÇÃO DE MUDAS DO
REPOLHO (BRASSICA OLERACEA CAPITATA) SOOSHU ............................................................... 49 Maria Lúcia Braga Farias
Nalyene Bianca de Lima Monteiro
Raimundo Cosme de Oliveira Junior
6
Darlisson Bentes dos Santos
Alessandra Damasceno da Silva
AVALIAÇÃO DE DIFERENTES TIPOS DE SUBSTRATOS NO PERIODO DE GERMINAÇÃO DE
MUDAS DE ALFACE (LACTUCA SATIVA L.) EM SISTEMA DE PRODUÇÃO ORGÂNICO ....... 53 Róger Murilo da Costa Rebelo
Vândrea Aline Rêgo de Sousa
Gilbson Santos Soares
Darlisson Bentes dos Santos
Daniel Rocha de Oliveira
BACIA DE EVAPOTRANSPIRAÇÃO PARA TRATAMENTO DE ÁGUAS NEGRAS
PROVENIENTES DO CENTRO EXPERIMENTAL FLORESTA ATIVA NA RESEX TAPAJÓS
ARAPIUNS ..................................................................................................................................................... 57
Alailson Sousa Rêgo
Steve Macqueen Fernando Souza da Silva
Edna Reis Costa Araújo
Alessandra Damasceno da Silva
CADASTRO AMBIENTAL RURAL – CAR E O DESMATAMENTO NO MUNICÍPIO DE ÓBIDOS
– PA NO PERÍODO DE 2012 A 2015 ........................................................................................................... 61
Ana Paula Santos Barros
Alessandra Damasceno da Silva
Isabel Cristina Tavares Martins
Darlisson Bentes dos Santos
Gláucia de Fática Gomes
CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E QUÍMICA DO SOLO SOB DOIS CASTANHAIS NATIVOS, NA
FLORESTA NACIONAL DO TAPAJÓS, PARÁ E NA RESEX RIO CAJARI, AMAPÁ..................... 65
Everton Araújo Cavalcante
Raimundo Cosme de Oliveira Junior
Marcelino Carneiro Guedes
Daniel Rocha de Oliveira
Yash Brendon
CERCOSPORIOSE NA CULTURA DA ALFACE - LACTUCA SATIVA L. ........................................ 71
Cássia Solange Peixoto Hamburgo
Haylla Claudia Santos Souza
Járede Oliveira Panza
Nara Thaysa de Lira Costa
Gilbson Santos Soares
CERCOSPORIOSE NA CULTURA DA ALFACE – LACTUCA SATIVA L. ....................................... 76
Thayanny Fernanda Cunha da Silva
Ramon Vieira Farias
Gilbson Santos Soares
Darlisson Bentes dos Santos
Edson Pereira dos Reis
CONCENTRAÇÃO DE NUTRIENTES EM RESIDUOS DE COLHEITA DE PLANTIOS DE SOJA
NO OESTE PARAENSE ............................................................................................................................... 82
Nieli Eloine Rodrigues
Raimundo Cosme de Oliveira Junior
Daniel Rocha de Oliveira
Darlisson Bentes dos Santos
Alessandra Damasceno da Silva
CULTIVO DE BATATAS-DOCE EM VASOS COMO USO ALTERNATIVO EM HORTAS
URBANAS ....................................................................................................................................................... 87 Girlane Moraes dos Santos
Liliane Carmo dos Santos
Darlisson Bentes dos Santos
Isabel Cristina Tavares Martins
Alessandra Damasceno da Silva
7
DENSIDADE DE CASTANHEIRAS E ESTRUTURA VERTICAL DE FLORESTAS COM
CASTANHAIS NA AMAZÔNIA ORIENTAL ........................................................................................... 91 Felipe Felix Costa
Marcelino Carneiro Guedes
Raimundo Cosme de Oliveira Júnior
Quezia Leandro de Moura Guerreiro
Daniel Rocha de Oliveir
DESEMPENHO PRODUTIVO DE ALFACE (LACTUCA SATIVA) EM REGIME DE
AQUAPONIA ................................................................................................................................................. 97 Yash Brendo Pereira Coelho Guimarães
André Luiz Teixeira Dalagnol
Aline Maria Sousa Cruz
Daniel Rocha de Oliveira
Raimundo Cosme de Oliveira Junior
DESEMPENHO REPRODUTIVO DE VACAS ZEBU, CRIADAS NA REGIÃO DO BAIXO
AMAZONAS, EM CONDIÇÕES DE ESTRESS TÉRMICO E SUBMETIDAS À INSEMINAÇÃO
ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO (IATF) ................................................................................................. 102 Alime Maria Sousa Cruz
Rayane Miguel de Sales
Daniel Rocha de Oliveira
Darlisson Bentes dos Santos
Edson Pereira dos Reis
DIAGNÓSTICO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS PRODUZIDOS NO MERCADO CENTRAL DE
SANTARÉM/PA ........................................................................................................................................... 107
Yash Brendo Pereira Coelho Guimarães
Isabel Cristina Tavares Martins
Andre Luiz Teixeira Dalagnol
Igor Moraes de Miranda
Edson Pereira dos Reis
DISPONIBILIDADE DE CÁLCIO E MAGNÉSIO EM SOLO, SOB DIFERENTES CULTIVOS NO
PLANALTO SANTARENO ........................................................................................................................ 111 Elen Kercy Siqueira da Cruz
Maria Albetiza Alves
Juliano Gallo
Raimundo Cosme de Oliveira Junior
Darlisson Bentes dos Santos
EFEITO DE SISTEMAS DE MANEJO SOBRE A DENSIDADE GLOBAL EM LATOSSOLO
AMARELO MUITO ARGILOSO EM PARAGOMINAS-PA ................................................................ 115 Hugo da Silva Alves
Paulo Ferreira Rodrigues Neto
Raimundo Cosme de Oliveira Junior
Eduardo Jorge Maklouf Carvalho
Darlisson Bentes dos Santos
EFEITO DE SISTEMAS DE MANEJO SOBRE EMISSOES DE GASES DE EFEITO ESTUFA EM
CULTURA DA SOJA NO MUNICPIO DE MACAPÁ-AP ..................................................................... 120 Raimundo Cosme de Oliveira Junior
Quezia Leandro Moura Guerreiro
Daniel Rocha de Oliveira
Nagib Jorge Melem Junior
Rogerio Machado Alves
EFEITO DE SISTEMAS DE MANEJO SOBRE EMISSOES DE GASES DE EFEITO ESTUFA EM
CULTURA DO MILHO NO MUNICPIO DE MACAPÁ-AP ................................................................. 125 Raimundo Cosme de Oliveira Junior
Quezia Leandro Moura Guerreiro
Daniel Rocha de Oliveira
Nagib Jorge Melem Junior
Rogerio Machado Alves
8
EFEITO DE SISTEMAS DE MANEJO SOBRE EMISSOES DE GASES DE EFEITO ESTUFA EM
LATOSSOLO AMARELO MUITO ARGILOSO DE PARAGOMINAS-PA ....................................... 130 Raimundo Cosme De Oliveira Junior
Eduardo Jorge Maklouf Carvalho
Daniel Rocha De Oliveira
Troy Patrick Beldini
Darlisson Bentes Dos Santos
ESTOQUES DE NITROGÊNIO E CARBONO SOB DIFERENTES SISTEMAS DE USO E MANEJO
DE UM LATOSSOLO AMARELO NO MUNICÍPIO DE PARAGOMINAS ....................................... 135 Raimundo Cosme de Oliveira Junior
Eduardo Jorge Maklouf Carvalho
Willey Ferreira Machado
Darlisson Bentes dos Santos
Daniel Rocha de Oliveira
FLUXO DE CO2 NA INTERFACE SOLO-ATMOSFERA EM ÁREA DE FLORESTA NÃO
MANEJADA NA FLONA TAPAJÓS. ....................................................................................................... 139 Yash Brendo Pereira Coelho Guimarães
Raiane Pereira de Abreu
André Luiz Teixeira Dalagnol
Daniel Rocha de Oliveira
Raimundo Cosme de Oliveira Junior
FUSARIOSE NA CULTURA DA PIMENTA-DO-REINO ..................................................................... 144 Julio Matheus Gomes da Silva
Airam Erasmo Pereira de Sá
Denes Jermerson da Costa Silva
Jarlisson Batista dos Santos
Gilbson Santos Soares
FUSARIOSE NA CULTURA DE ALFACE AMERICANA .................................................................... 148 Benhur Ewerton Beggo Granella
Carlos Borre Dewes
Diego de Melo Correa
Jordan Borges Souza
Gilbson Santos Soares
GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ORGÂNICOS NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM .................. 153 Yash Brendo Pereira Coelho Guimarães
André Luiz Teixeira Dalagnol
Caio Mateus Silva de Souza
Giovanna Ferreira Diniz
Isabel Cristina Tavares Martins
MAL-DE-SETE-VOLTAS NA CULTURA DA CEBOLINHA – ALLIUM FISTULOSUM ............... 158 Andressa Lemos Rocha
Keyse Oliveira da Costa
Ana Flávia Lago
Apoena Garcia Vieira
Gilbson Santos Soares
NITROUS OXIDE FLUXES FROM INTENSIVELY MANAGED MAIZE FIELDS IN SANTAREM-
BELTERRA PLATEAU. ............................................................................................................................. 162 Raimundo Cosme de Oliveira Junior
Troy Patrick Beldini
Plinio Barbosa de Camargo
Daniel Rocha de Oliveira
Raiane Pereira de Abreu Guimaraes
Darlisson Bentes dos Santos
PERDAS DE FRUTAS EM COMÉRCIO VAREJISTA DO MUNICÍPIO DE SANTARÉM/PA ...... 167 Ana Cláudia Zolin
Alessandra Damasceno da Silva
Darlisson Bentes dos Santos
9
Isabel Cristina Tavares Martins
Edson Pereira dos Reis
PODRIDÃO DE RAÍZES NA CULTURA DO ABACAXI – ANANASCOMOSUSL MERRIL – NO
MUNICÍPIO DE MOJUÍ DOS CAMPOS/PA ........................................................................................... 172
Thayanny Fernanda Cunha da Silva
Ramon Vieira Farias
Gilbson Santos Soares
Darlisson Bentes dos Santos
Edson Pereira dos Reis
PODRIDÃO NEGRA NA CULTURA DA COUVE MANTEIGA .......................................................... 176 Alan Gonçalves Andrade
Gilbson Santos Soares
Darlisson Bentes dos Santos
Edson Pereira dos Reis
PROTÓTIPO DE UM SISTEMA QUE SERÁ MANUSEADO POR AGENTES DE SAÚDE PARA
NOTIFICAÇÃO DE DOENÇAS TRANSMITIDAS PELO MOSQUITO AEDES AEGYPTI............ 180 Bruno Renê Silveira e Silva
Elber Mateus Silva Oliveira
Jean Santos de Oliveira
João Luís de Brito Neto
Naydion Lima de Aquino
Carlos Eduardo Miléo Antunes
QUANTIFICACAO DA MINERALIZAÇÃO E DA NITRIFICAÇÃO EM PLANTIOS DE SOJA NO
OESTE PARAENSE .................................................................................................................................... 184 Nieli Eloine Rodrigues
Raimundo Cosme de Oliveira Junior
Darlisson Bentes dos Santos
Celso Shiguetoshi Tanabe
Daniel Rocha de Oliveira
RESIDUOS DE COLHEITA E QUANTIFICACAO DE RAIZES EM PLANTIOS DE SOJA NO
OESTE PARAENSE .................................................................................................................................... 190 Nieli Eloine Rodrigues
Raimundo Cosme de Oliveira Junior
Celso Shiguetoshi Tanabe
Daniel Rocha de Oliveira
Darlisson Bentes dos Santos
SIGATOKA-AMARELA: DOENÇA NA CULTURA DA BANANEIRA .............................................. 195 Igor Paula Afonso
Rodrigo Silva dos Santos
Gilbson Santos Soares
Darlisson Bentes dos Santos
Edson Pereira dos Reis
VARIABILIDADE ESPACIAL DE ATRIBUTOS FÍSICOS E QUÍMICOS DE UM SOLO SOB
FLORESTA OMBRÓFILA DENSA NA FLONA TAPAJOS-PA........................................................... 200 Everton Araújo Cavalcante
Raimundo Cosme de Oliveira Junior
Daniel Rocha de Oliveira
Karin Thainne S de Sousa
Katriane Fernandes Correa
CIÊNCIAS EXATAS ANÁLISE COMPARATIVA DOS ESFORÇOS SOBRE VIGAS SUBMETIDAS À FLEXÃO DEVIDO
À CONTRIBUIÇÃO DE LAJES MACIÇAS ............................................................................................ 206 Amilton José S. Viana
Rosane S. Sousa
Hugo Ricardo Aquino
Allan Dállen Almeida de Sousa
Alessandra Damasceno da Silva
10
Roseclea Bezerra Gaspar
ANÁLISE DA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE TRATAMENTO DE ESGOTO, NA CIDADE
DE SANTARÉM, NA REGIÃO AMAZÔNICA ....................................................................................... 211 Msc. Sérgio Gouvêa de Melo
Msc. Alessandro Santos de Araújo
Luiz Henrique Lemos Vieira
Adilson Guilherme Feitosa De Oliveira
Arthur Alvarenga Mesquita Rodrigues
Débora Quézia Escócio
Lukas Brito Carneiro
ANÁLISE DE CUSTOS ENTRE ORÇAMENTO POR ESTIMATIVA DE CUSTO E ORÇAMENTO
ANALÍTICO: APLICAÇÃO EM UMA CASA POPULAR NO ESTADO DO PARÁ ......................... 216 Fernando Augusto Ferreira do Valle
Marlyson José Silveira Borges
Bruno Guilherme Lemos Vieira
Bruno Luiz Lacerda Figueiredo
Helito Barbosa da Silva
ANÁLISE ORÇAMENTÁRIA ENTRE OS MÉTODOS: LIGHT STEEL FRAME E
CONVENCIONAL DE CRECHE EM SANTARÉM ............................................................................... 221 Aurizane Monteiro da Silva
Juliana Ester Martins Moura
NatanaFlexaFernades dos Santos
Diego Fernandes dos Santos
Fernando Augusto Ferreira do Valle
CAIPIRA MOBILE: APLICATIVO MÓVEL PARA CONTROLE DE CRIAÇÃO DO FRANGO
CAIPIRA ....................................................................................................................................................... 226 Mauricio Wendel Cavalcante Gonçalves
Marla Teresinha Barbosa Geller
CONFECÇÃO DE MODELO REDUZIDO DE PÓRTICO DE CONCRETO ARMADO –
PARTICIPAÇÃO NO CONCURSO TÉCNICO DO 58º CONGRESSO BRASILEIRO DE
CONCRETO: APARATO DE PROTEÇÃO AO OVO – APO ............................................................... 231 Frank Alec Feitosa Maia
Alexandre Leite Dos Santos Junior
Gabriel Rodrigues Gomes
Marlysson José Silveira Borges
Vinicius Martins Ribeiro
Sérgio Gouvêa de Melo
DESENVOLVIMENTO DE UM JOGO DIGITAL DE PLATAFORMA .............................................. 237 Alleff Cristhian de Sousa Silva
Andrey Camurça da Silva
Márcio Darlen Lopes Cavalcante
DIMENSIONAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DA INFRAESTRUTURA DE UMA EDIFICAÇÃO
DE CINCO PAVIMENTOS EM CONCRETO ARMADO: COMPARATIVO ENTRE PREÇOS DO
SINAPI E SEDOP ......................................................................................................................................... 242 Vinícius Martins Ribeiro
Daniel Branco de Morais
Frank Alec Feitosa Maia
Gabriel Rodrigues Gomes
Hugo Ricardo Aquino
DIMENSIONAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DA SUPERESTRUTURA DE UMA EDIFICAÇÃO
DE QUATRO PAVIMENTOS EM CONCRETO ARMADO: COMPARATIVO ENTRE SISTEMAS
REFERENCIAIS DE CUSTOS DO ESTADO DO PARÁ ....................................................................... 246 Gabriel Rodrigues Gomes
Daniel Branco de Morais
Dayana Trevisan
Frank Alec Feitosa Maia
Vinícius Martins Ribeiro
11
Hugo Ricardo Aquino
EASY ENGLISH - OBJETO DE APRENDIZAGEM PARA INTRODUÇÃO AOS PRINCÍPIOS
BÁSICOS DE LÍNGUA INGLESA PARA ALUNOS DO 3ºANO DO ENSINO FUNDAMENTAL:
FASE DE ANÁLISE E PROJETO. ............................................................................................................ 250 Carla Kalyanna Pereira Pinto
Matheus Cunha de Assis
Paulo Almeida de Castro Junior
Marla Teresinha Barbosa Geller
ESTUDO DE SOLO PARA FUNDAÇÕES EM ÁREAS DE POSSIVEL DESENVOLVIMENTO
URBANO DE SANTARÉM-PA .................................................................................................................. 255 Kayna Costa Gregório
Fernando Augusto Ferreira do Valle
Alessandro Santos de Araújo
José Reginaldo Pinto de Abreu
Paulo Henrique Neves Lobo
IDENTIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO DE ESTRUTURA E ALVENARIA NA ESCOLA ESTADUAL
DE ENSINO MÉDIO MAESTRO WILSON DIAS DA FONSECA NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM-
PA ................................................................................................................................................................... 261 Rodrigo Bezerra Gaspar
Alessandra Damasceno da Silva
Roseclea Bezerra Gaspar
Isabel Cristina Tavares Martins
Alessandro Santos Araújo
CADERNO 002
LEI DE RESFRIAMENTO DE NEWTON APLICADA À ENGENHARIA CIVIL - BLOCOS
CERÂMICOS ............................................................................................................................................... 266
Msc.Verônica Solimar dos Santos
Luiz Henrique Lemos Vieira
Dandara Benedita da Rocha Marques
Débora Quézia Escócio
LEI DO RESFRIAMENTO DE NEWTON: ANÁLISE DE TEMPERATURAS EM LAJOTAS
CERÂMICAS 40X40CM COM PEI IV E PEI V. ..................................................................................... 271 Adria Silva de Lima
Lauriane Tainá Paiva
Leandson Carvalho Pereira
Marlon Lima Borgaro
Wagne Júnior Mandrick
Veronica Solimar dos santos
MAPEAMENTO DE SOLOS COM BASE NO ENSAIO DE PENETRAÇÃO PADRÃO (SPT) ........ 276 Fernando Augusto Ferreira do Valle
Marlyson José Silveira Borges
Bruno Guilherme Lemos Vieira
Deborah Caroline Oliveira Pereira
Fabio Andrey Souza Melo
METODOLOGIA PARA ATUALIZAÇÃO DE MATERIAL DIGITAL UTILIZANDO A
PLATAFORMA CONSTRUCT 2: ESTUDO DE CASO NO JOGO “SITIO BITS E BYTES DA
CULTURA AMAZÔNICA” ....................................................................................................................... 281 Amélia Caroline de Souza Farias
Marla Teresinha Barbosa Geller
Marialina Correa Sobrinho
METODOLOGIAS AUXILIADORAS NO ENSINO DAS DISCIPLINAS DE ANÁLISE
ESTRUTURAL DOS CURSOS DE ENGENHARIA CIVIL ................................................................... 286 Gabriel Rodrigues Gomes
Daniel Branco de Morais
Dayana Trevisan
12
Frank Alec Feitosa Maia
Jordan Almeida Lobato
Vinicius Martins Ribeiro
Sérgio Gouvêa de Melo
MÉTODOS DE REPARO DE PATOLOGIAS NA ESCOLA MAESTRO WILSON DIAS DA
FONSECA NO BAIRRO DA NOVA REPÚBLICA EM SANTARÉM-PA ........................................... 290 Rodrigo Bezerra Gaspar
Alessandra Damasceno da Silva
Roseclea Bezerra Gaspar
Isabel Cristina Tavares Martins
Alessandro Santos Araújo
NOVAS PRÁTICAS NOS PROCESSOS DE ENSINO E APRENDIZAGEM DE LINGUAGEM DE
PROGRAMAÇÃO SOB A LUZ DA TEORIA DA APRENDIZAGEM EXPANSIVA......................... 295 Carlos Alberto Pedroso Araújo
PROJETO TISI APRESENTANDO KAHOOT COMO PROPOSTA METODOLÓGICA A
PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA ............................................................................................ 300 Kássia Lima de Souza
Marialina Corrêa Sobrinho
PROJETO, EXECUÇÃO E IMPLANTAÇÃO DA BACIA DE EVAPOTRANSPIRAÇÃO EM UMA
RESIDÊNCIA NO BAIRRO DO MAICÁ ................................................................................................. 305 Andrews Malone Pontes da Costa
Jarlivaldo Barroso da Costa
Adson da Silva Machado
Nadir Pires Martins
Alessandro Santos Araújo
SIGNIFICAÇÃO DO SOLAR BARÃO DE SANTARÉM PARA ARQUITETURA LOCAL E
PROPOSTA DE TOMBAMENTO ............................................................................................................. 312 Adriane Morais Lima
Melyssa Luane Noronha Andrade
Aline Maia Coimbra
Cíntia Giselle Batista Campos
VERIFICAÇÃO DAS PATOLOGIAS NA PAVIMENTAÇÃO DA AVENIDA MENDONÇA
FURTADO NO BAIRRO APARECIDA, SANTARÉM-PA .................................................................... 317 Arthur Almeida Silva
Wesley Aguiar Pinto
Verônica Solimar Dos Santos
Isabel Cristina Tavares Martins
Roseclea Bezerra Gaspar
Alessandro Santos Araújo
CIÊNCIAS HUMANAS A ANÁFORA COMO ELEMENTO DIDÁTICO PARA A COMPREENSÃO DE TEXTOS
CIENTÍFICOS NO ENSINO SUPERIOR ................................................................................................. 323 Maria Sheyla Gama Sousa
Poliana Felix de Souza
A EDUCAÇÃO NO MUNDO CONTEMPORÂNEO E SUAS DICOTOMIAS COM A EDUCAÇÃO
BRASILEIRA ............................................................................................................................................... 327 Samuel Rodrigo Marques Walker
A IMPORTÂNCIA DA ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO ........................................................... 332 Leiliane Lourenço da silva
Maria Viviane Escher Antero
A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA EM SALA DE AULA .............................................................. 335 Katiane do Nascimento Silva de Sousa
Emailer Marta Dias Silva
Lucicleide Ribeiro Sarmento
Paula Cristina Galdino Guimarães
A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA INFANTIL NOS ANOS INICIAIS ......................................... 339 Elis Mariana Tapajós Mota
13
Marcelo da Costa Silva
Paula Cristina Galdino Guimarães
A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA PARA UMA EDUCAÇÃO EMANCIPADORA ................... 343 Evanilde Pereira dos Santos
Luana Miranda Mota
Gabriela de Sousa Pereira
Paula Cristina Galdino de Oliveira
A PESQUISA COMO UM DOS PILARES ESSENCIAIS PARA FORMAÇÃO DO ACADÊMICO DO
CURSODE ENGENHARIA CIVIL DO CEULS/ ULBRA ...................................................................... 347 Roberta Campos Costa
Maria Viviani Escher Antero
A PRECARIZAÇÃO INSTITUCIONALIZADA DO TRABALHO E SUAS IMPLICAÇÕES PARA A
EDUCAÇÃO BRASILEIRA. ...................................................................................................................... 351 Ledyane Lopes Barbosa
Gilberto César Lopes Rodrigues
A RIQUEZA DIDÁTICA DOS GIBIS E MANGÁS NA SALA DE AULA............................................ 356 Narelly Tavares Rodrigues e Melo
APRENDIZAGEM MEDIADA: A UTILIZAÇÃO DO SCRATCH PARA O DESENVOLVIMENTO
DE HABILIDADE PARA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS DE HARDWARE E SOFTWARE NO
CURSO MONTADOR E REPARADOR DE COMPUTADOR SENAI SANTARÉM ......................... 361 Ilarilda Duarte de Araújo Paiva
Márcio Darlen Lopes Cavalcante
CONDIÇÕES PARA A FORMAÇÃO DO LEITOR LITERÁRIO ........................................................ 366 Arlison Carvalho dos Santos
Eduarda Zuila dos Santos Alencar
Fábio Raphael Godinho de Almeida
Paula Cristina Galdino Guimarães
CURRÍCULO E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NO 1º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL: A
HISTÓRIA DA AMAZÔNIA EM DISCUSSÃO....................................................................................... 370 Carolina Pantoja Brasil
Iamilia Brito de Oliveira
Claudia Cristina Soares Guimarães
Karolina carvalho do Amarante
Maria Antonia Vidal Ferreira
EDUCAÇÃO PARA O EMPREENDEDORISMO:UMA REALIDADE EM CONSTRUÇÃO .......... 375 Loreni Bruch Dutra
ESCOLA DE TEMPO INTEGRAL NA PERSPECTIVA DOCENTE ................................................... 380 Ledyane Lopes Barbosa
Anselmo Alencar Colares
HISTÓRIA DA AMAZÔNIA NO 2º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL NO MUNICÍPIO DE
ÓBIDOS ........................................................................................................................................................ 385 Geanice Pinheiro dos Santos
Márcia Coêlho Nogueira
Maria Rubiane Rocha da Silva
Terlen Lana Vasconcelos de Sena
Maria Antonia Vidal Ferreira
INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA: COMBATE E PREVENÇÃO AO USO DE DROGAS EM UMA
ESCOLA ESTADUAL DO MUNICÍPIO DE SANTARÉM/PA. ............................................................. 390 Ledyane Lopes Barbosa
Lília Travassos de Sousa
Maria Lília Imbiriba Sousa Colares
LITERATURA COMO FERRAMENTA IMPORTANTE NA FORMAÇÃO DO SER HUMANO ... 395 Wirllem Almeida Vasconcelos
Lauriza Marques Bentes
Ana Caroline Bezerra da Silva
Jéssica Poliana Sousa de Oliveira
Paula Cristina Galdino Guimarães
14
MUAY THAI NO CONTEXTO ESCOLAR ............................................................................................. 398 Bruno Yan da Conceição Pacheco
Alesandra Cabreira
O COLÉGIO DOM AMANDO NA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA .............................. 403 André das Chagas Santos
Luan Moraes Ferreira
Yana dos Santos Pereira
Luciano Sales Vieira
O ENSINO DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL ......................................................................... 407 Wirllem Almeida Vasconcelos
Débora Cristina da Silva Borges
Naide Pedroso de Sousa
O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NO PROCESSO
ENSINO-APRENDIZAGEM ...................................................................................................................... 411 Elvira Cleisiane de Sousa Oliveira
Josane Silva da Gama
Narelly Tavares Rodrigues e Melo
O PROGRAMA ENSINO MÉDIO INOVADOR E EDUCAÇÃO INTEGRAL: OPÇÕES TEÓRICAS
E ENCAMINHAMENTOS LOCAIS ......................................................................................................... 417 Gisele Vidal Ferreira
Maria Lilia Imbiriba Sousa Colares
O PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO NO MUNÍCIPIO DE BELTERRA: GESTAO ESCOLAR COMO
FOCO ............................................................................................................................................................ 421 Diana Albuquerque dos Santos
Maria Lília Imbiriba Sousa Colares
OS DESAFIOS DA IMPLEMENTAÇÃO DO PME NO MUNICÍPIO DE BELTERRA/PA, A PARTIR
DA PERCEPÇÃO DA EQUIPE GESTORA ............................................................................................. 426 Lília Travassos de Sousa
Maria Lília Imbiriba Sousa de Colares
PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO DA CIDADE DE SANTARÉM: CASTELINHO –
CASARÃO DE DONA ESTELINITA ........................................................................................................ 430 Melyssa Luane Noronha Andrade
Cíntia Giselle Batista Campos
PROGRAMA INDUTOR DE EDUCACAO INTEGRAL: ESTUDO DA IMPLEMENTAÇÃO DO
PROEMI EM UMA ESCOLA ESTADUAL DE SANTARÉM-PA ......................................................... 435 Geni Santos de Sousa Galúcio
Maria Lília Imbiriba Sousa Colares
PROMOÇÃO DA LEITURA CRÍTICA NO ESPAÇO ESCOLAR: DESAFIOS E
POSSIBILIDADES ....................................................................................................................................... 440 Paula Cristina Galdino Guimarães
SURDEZ E CULTURA COMO REPRESENTAÇÃO DA IDENTIDADE SURDA ............................. 445 Pamela do Socorro da Silva Matos
Luciano Bruno dos Santos Lobato
Evanilde Pereira dos Santos
Risomar Moraes dos Santos
CIÊNCIAS DA SAÚDE A REALIDADE DO ESPORTE E LAZER NA COMUNIDADE RIBEIRINHA “BOCA DE CIMA DO
ARITAPERA” NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM/PA ........................................................................... 453 Ana Cristina Vasconcelos Caetano
Ana Paula Rocha de Sousa
Ecilda Gabriele Santos Maciel
Katiane dos Santos de Sousa
Ludymyla Pinheiro dos Santos
Edna Ferreira Coelho Galvão
AÇÃO PARADOXAL DO MÚSCULO ÍLIOPSOAS ............................................................................... 458 Angélica CleicianeOliveira Vieira
Manuel Elbio Aquino Sequeira
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RESPOSTA CARDIOVASCULAR AO TREINAMENTO RESISTIDO COM PESOS ...................... 462 Marcson Luiz Mota Branco
RESPOSTA ÓSSEA AO TREINAMENTO RESISTIDO COM PESOS ............................................... 467 Marcson Luiz Mota Branco
SAÚDE DO HOMEM: ADESÃO E PRÁTICAS DO AUTOCUIDADO NA PREVENÇÃO DE
AGRAVOS A SAÚDE .................................................................................................................................. 473 Cristiano Gonçalves Morais
Antonia Irisley da Silva Blandes
Géssica Rodrigues Silveira
Gisele Ferreira de Sousa
Monica Karla Vojta Miranda
Yara Macambira Santana Lima
SÍNDROME METABÓLICA: UMA ANÁLISE DOS FATORES DE RISCO EM ADOLESCENTES
DO SEXO FEMININO DE UMA ESCOLA PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE SANTARÉM-PARÁ .. 478 Aline Mendes Cardoso
Iza Belle Gomes Rodrigues
Larisse Oliveira Bezerra
Suely Viana da Silva
Albino Luciano Portela de Sousa
CIÊNCIAS SOCIAIS ALTERNATIVAS PARA O ABASTECIMENTO DE ÁGUA EM SANTARÉM – PA NA HIPÓTESE
DE RESCISÃO DO CONTRATO COM A COSANPA ........................................................................... 483 Alarico Marques Pereira
Fabrício Soares dos Santos
Juliana Paranhos Vieira
Miguel Borghezan
ATUAÇÃO PSICOLÓGICA COM MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA:
ESTUDO BIBLIOGRÁFICO ...................................................................................................................... 487 Patrik Hilliard Silva dos Santos
Luara Raissa Sousa Pinto
Isabela Silva de Vasconcelos
Lívia Cristinne Arrelias Costa
COMPETÊNCIA PARA O ABASTECIMENTO DE ÁGUA EM ALTER DO CHÃO NO MUNICÍPIO
DE SANTÁREM DO ESTADO DO PARÁ ............................................................................................... 493 Alarico Marques Pereira
Miguel Borghezan
Wesley Phelipe Corrêa da Conceição
DESENVOLVIMENTO DO ESPAÇO URBANO E A EXPERIÊNCIA DE IMPLANTAÇAO DO
BAIRRO NOVA REPUBLICA EM SANTARÉM .................................................................................... 497 Jeisilene Maia Oliveira
Maria Lenilda Castro de Jesus
Ivone Domingos e Silva
DIAGNÓSTICO DO BAIRRO SANTA CLARA, SANTAREM, PA: EQUIPAMENTOS URBANOS E
MOBILIDADE URBANA EM 2016 ........................................................................................................... 501 Samuel Ivan Oliveira Moura
José Reginaldo Pinto de Abreu
OUTORGA DO USO DE RECURSOS HÍDRICOS NO ESTADO DO PARÁ ..................................... 506 Alarico Marques Pereira
Alessandra Rodrigues Maciel
Miguel Borghezan
REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA NO BAIRRO ÁREA VERDE DE SANTARÉM/PA, E PAPEL DO
MUNICÍPIO. ................................................................................................................................................ 511 Alarico Marques Pereira
Ivone Domingos e Silva
Miguel Borghezan
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17
ANÁLISE DO DIMENSIONAMENTO DE UMA ESTRUTURA DE MADEIRA
1 Msc. Hugo Aquino 1 2 Débora Quézia Escócio 2
Graziella Escócio 2
Luiz Henrique Lemos Vieira 2
Cleveland Gustavo Canto 2
RESUMO: O presente trabalho expõe a análise da estrutura de madeira que compõe o telhado de uma maloca, com o
intuito de verificar a sua estabilidade, observando o sub ou superdimensionamento da peça. A apreciação será feita por
meio do software JWood, que avalia a resistência de elementos aos esforços. De acordo com os resultados obtidos foi
possível verificar que a estrutura está superdimensionada e seria possível a redução da área de sua seção transversal em
até 38%, sem comprometer a sua estabilidade.
PALAVRAS-CHAVE: MADEIRA; ESTRUTURA; ESTABILIDADE.
INTRODUÇÃO: A madeira é um material de grande utilidade para a construção civil. Possui a
vantagem de ser uma matéria prima abundante no país, ser um produto renovável, de fácil manutenção
e acessível. É mais utilizada na confecção de portas, janelas, móveis e objetos de decoração.
Infelizmente, no Brasil, seu uso ainda é restrito pois não há uma política vigente de incentivo a
sua utilização. Além de haver um preconceito quanto ao uso da madeira, visto que muitos acreditam
ser um material para quem possui baixo poder aquisitivo, enquanto que em outros países, é
considerado um material nobre.
Este trabalho apresenta a análise de uma estrutura de madeira com o intuito de observar sua
estabilidade, através da coleta de dados e posterior verificação de resistência da peça por meio de
cálculos, obtidos nos softwares JWood, de SILVA e PRAVIA, e Ftool, de MARTHA.
MÉTODOS: A maloca analisada situa-se na Av. Tapajós, 154, na pizzaria Massabor, Santarém/PA.
A estrutura é utilizada para pesca, e outras atividades recreativas. A peça de madeira dimensionada
possui as seguintes características: classificação – Maçaranduba (Manilkara huberi), dicotiledônea;
peso especifico – 1300 kg/m³; módulo de elasticidade da madeira verde – 14769 MPa; 𝐾𝑚𝑜𝑑1 = 0,7,
madeira serrada para carregamento de longa duração; 𝐾𝑚𝑜𝑑2 = 0,8, madeira serrada para classe de
umidade (3) ou (4); 𝐾𝑚𝑜𝑑3 = 0,8, madeira de 2ª categoria; base – 9.50 cm; altura – 19.50 cm;
comprimento – 152.00 cm.
Figura 1: Foto da Maloca
1 Engenheiro Civil, Mestre em Estruturas, Docente do curso de Engenharia Civil do CEULS ULBRA, Orientador da
pesquisa. 2 Acadêmica(o) do curso de Engenharia Civil do CEULS ULBRA.
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Fonte: Arquivo pessoal, 2017.
O telhado possui quatro águas, com peso de 38,40 kg/m², telha do tipo Romana, peso especifico
da telha de 0,68g/cm³, possui um consumo de telha de 16 unidades/m² e inclinação de 30,7º.
A estrutura foi analisada parcialmente, tendo em vista sua simetria. Elaborou-se um corte
diagonal, como mostra a figura a seguir.
Figura 2: Planta de corte
Fonte: Elaborada pelos autores no software AutoCAD, v13.0, 2017.
Os elementos levados em consideração foram: a viga inclinada (ou rincão) e as telhas (como
carga distribuída). Para efeito de cálculo, considerou-se a inclinação da peça de madeira (22,8º), não
do telhado. A tabeira não foi adicionada aos cálculos, sendo considerada apenas com efeito
decorativo. Os esquemas das forças atuantes foi obtido através do programa FTOOL.
Figura 3: Cargas atuantes
Fonte: Elaborado pelos autores no software Ftool, v3.1, 2017.
19
Figura 4: Diagrama de esforço normal
Fonte: Elaborado pelos autores no software Ftool, v3.1, 2017.
Figura 5: Diagrama de momento fletor
Fonte: Elaborado pelos autores no software Ftool, v3.1, 2017.
Figura 6: Deformação
Fonte: Elaborado pelos autores no software Ftool, v3.1, 2017.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Para a estrutura original, o dimensionamento foi aceito pelo
programa.
20
Figura 7: Análise de segurança da estrutura
Fonte: Elaborada pelos autores no software JWood, v1.0, 2017.
Entretanto, de acordo com a NBR 7190:2003, em vigas, a área mínima da seção transversal da
peça de madeira é 50 cm². Observou-se que a da peça analisada foi de 185,25 cm².
Foram inseridos novos valores no software JWood, a fim de dimensionar uma nova peça, com
as mesmas características da dimensionada anteriormente, modificando-se apenas a área, visando a
viabilidade de uma peça com menor área, propiciando, com isso, menor custo e quantidade de
material.
Observou-se que uma peça de área de 52,5 cm² (valor mínimo aceito pelo software), para esta
estrutura, torna-se inviável, visto que a segurança à flexão oblíqua e a flecha máxima não alcançam
os valores necessários para a estabilidade estrutural.
Depois de várias tentativas, encontrou-se para a peça em questão uma área de 115 cm², que
atende as necessidades e mantem a estabilidade da estrutura.
CONCLUSÃO: De acordo com os dados obtidos nos softwares JWood e Ftool, concluiu-se que a
estrutura avaliada é estável. Entretanto, de acordo com os resultados alcançados através dos cálculos
feitos para uma nova área, nota-se que a estrutura da maloca esta superdimensionada. É admissível
que tenha sua área da seção transversal reduzida em aproximadamente 38%, podendo manter ainda a
estabilidade.
21
REFERÊNCIAS
Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7190: Projeto de estruturas de madeira. ABNT,
1997.
Autodesk, Inc. AutoCAD, versão 17.0. 2016. Software.
MARTHA, Luiz Fernando. Ftool, versão 3.1. 2015. Software.
MOLITERNO, Antônio. Caderno de projeto de telhados em estruturas de madeira. Editora
Edgard Blücher LTDA: São Paulo,1997. 2ª edição. 461 páginas.
PFEIL, Walter. Estruturas de madeira. Editora LTC: Rio de Janeiro, 1994. 5ª edição. 295 páginas.
PFEIL, Walter; PFEIL, Michele. Estruturas de madeira. Editora LTC: Rio de Janeiro, 2003. 6ª
edição. 224 páginas.
ROSSI, Fabrício. Telhas cerâmicas: tipos e características. Disponível em
http://pedreirao.com.br/telhas-ceramicas-tipos-e-caracteristicas-passo-a-passo/. Acesso em 01 de
junho de 2017.
SILVA, Juliano Lima da; PRAVIA, Zacarias Martin Chamberlain. JWood, versão 1.0. 2015.
Software.
SZÜCS, Carlos Alberto; TEREZO, Rodrigo Figueiredo; VALLE, Ângela do; MORAES, Poliana
Dias de. Apostila de estruturas de madeira. UFSC: Florianópolis, 2015. 219 páginas.
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ANÁLISE TEMPORAL DA EXPANSÃO DA LAVOURA DE SOJA NO MUNICÍPIO DE
BELTERRA, PA 3Macelle de Souza Rego 1
Ellen Magda da Silva Machado 1 4Darlisson Bentes dos Santos 2
5Rafaela Nicolau dos Santos 3 6Lucas Rayner da Cruz Silva 4
RESUMO: O Brasil é o segundo maior produtor mundial de soja, atrás apenas dos EUA, na safra 2015/16, a cultura
ocupou uma área de 33,17 milhões de hectares, o que totalizou uma produção de 95,63 milhões de toneladas.A imagem
de satélite constitui um importante recurso para o estudo em questão, pois se tornou uma ferramenta importante com a
eficácia apresentada na coleta de dados e teoricamente de baixo custo, e seu uso fornece a identificação e a quantificação
precisa e ágil, auxiliando na classificação de fenômenos agrícolas.O objetivo deste trabalho foi analisar a expansão das
áreas de plantio de soja no município de Belterra, por meio da classificação supervisionada com a utilização da imagem
de satélite, dentre os anos de 2007 a 2014 e compará-los com os dados oficiais do município. As classificações foram
realizadas por meio do SpectralAngleMapper, dando origem à “máscara das áreas de plantio”. Os valores do índice Kappa
do município ficaram acima de 0,64 e o EG de 82,14%. As estimativas de área de soja geradas, corrigidas por matriz de
erros apresentaram correlação razoável com as estimativas oficiais do município, validando a eficácia de ferramentas de
sensoriamento remoto com um o resultado favorável.
PALAVRAS-CHAVE: SENSORIAMENTO REMOTO, BAIXO AMAZONAS, SAM.
INTRODUÇÃO: O Brasil é o segundo maior produtor mundial de soja, atrás apenas dos EUA, na
safra 2015/2016, a cultura ocupou uma área de 33,17 milhões de hectares, o que totalizou uma
produção de 95,63 milhões de toneladas (EMBRAPA, 2017). Os principais municípios produtores do
Estado do Pará são Santarém, Santana do Araguaia, Belterra, Ulianópolis, Paragominas e Dom Eliseu,
porém, os municípios de Santarém, Santana do Araguaia e Belterra respondem respectivamente por
62% da produção de soja desse Estado (IBGE, PAM, 2005).
Devido ao avanço do crescimento da lavoura na região se faz necessário o levantamento da área
de plantio a fim de analisar quais foram os crescentes de áreas ocorridas no decorrer dos anos com
tal produção. De acordo com Nicolau et. al (2015), o sensoriamento remoto torna uma ferramenta
eficaz na coleta de dados, pois o uso de imagens de satélites fornece a identificação e a quantificação
precisas auxiliando na classificação de fenômenos agrícolas. A imagem de satélite constitui um
importante recurso para o estudo em questão, pois disponibilizam informações atualizadas e breves,
porém podendo ocorrer algumas limitações de acordo com a região estudada, como a nebulosidade.
A classificação supervisionada utilizando SAM é uma metodologia bastante utilizada na elaboração
de mapas de uso e ocupação do solo é a classificação digital de imagens de satélites (CROSTA, 1993).
O objetivo deste trabalho foi analisar a expansão das áreas de plantio de soja no município de
Belterra, por meio da classificação supervisionada com a utilização da imagem de satélite, dentre os
1 Discentes, Agronomia, Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 2 Msc., Eng. Agric., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 3 Dra., Eng. Agr., Universidade da Amazônia- UNAMA 4 Discente, Eng. Civil, Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 3
4
5
6
23
anos de 2007 a 2014, onde que no mesmo, ocorrerá o mapeamento, verificação de dados quantitativos
de área crescentes em cada município e a comparação com dados oficiais emitidos pelo órgão federal
responsável no período estudado.
MATERIAIS E MÉTODOS: O estudo foi realizado no município de Belterra, localizado na
mesorregião do Baixo Amazonas, estado do Pará. Localizado na coordenada geográfica 02º40’ de
Latitude Sul e 54º45’ de Longitude Oeste. O tipo climático predominante é o Am da classificação de
Köppen, com características quente e úmido. (SOUSA & ROCHA, 2016; FUPEF, 1986 apud
OLIVEIRA et al, 2005; RODRIGUES et al. 2001; OLIVEIRA et al, 2001).
As análises das áreas foram realizadas através de Imagens de Satélite Landsat5 e 8 sensor TM;
arquivos digitais em formato de shapefile das propriedades com plantio de soja; e das ferramentas
dos softwares: Environment for VisualilizingImages (ENVI® 4.2) e ArcGis® 10.4.
Figura 1. Mapa de Localização do Município Estudado. Fonte: Autoras.
No Software ENVI® 4.5, foram coletados e classificados no total de 10 pixels puros a partir da
amostragem dos polígonos das propriedades produtoras de soja no município de Belterra , onde
geraram-se as máscaras de plantio. A extração dos valores de áreas das máscaras foi realizada na
ferramenta ArcGis®. A avaliação da exatidão das máscaras foi realizada por meio da matriz de erros,
calculada a partirExatidão Global (EG) que avalia o total de acertos em relação ao total de amostras
e o coeficiente e o Kappa (COHEN, 1960) que expressa a precisão da classificação. Os dados obtidos
para as safras 2007 a 2014 pela extração de áreas das máscaras por municípios foram comparadas
com os dados oficiais disponível pelo IBGE por meio do Coeficiente de Correlação por Postos
Spearmam.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: As datas das imagens definidas ficaram entre os meses de junho
e novembro; e na geração das máscaras, utilizaram-se ângulos entre os valores 0.05 a 2.0. Os
24
resultados das análises de acurácia a partir da Exatidão Global e do Índice Kappa foram
confeccionados a partir da análise das máscaras geradas, no município de Belterra a exatidão global
alcançou valores entre 80,00% e 94,29%, e no Índice Kappa, segundo a classificação descrita por
Landis e Koch (1977), o município de Belterra foi classificado como excelente, com diferenciação
apenas nos anos 2011 e 2014 que foram classificados como bom e muito bom, respectivamente. A
análise entre os dados extraídos das máscaras e os dados oficiais do IBGE, pode ser observada na
tabela 1. As máscaras são apresentadas na figura 2 e os anos em A, B, C, D, F, G e H.
Tabela 1. Análise de Comparação de Áreas
Município Ano Área IBGE
(ha) Área Máscara (ha)
Diferença
(Máscara -
IBGE) ha
Diferença
(Máscara
- IBGE) %
Belterra
2007 10.000 9.984,903 -15 -0,15%
2008 15.000 15.066,524 67 0,44 %
2009 10.150 10.797,198 647 6,38%
2010 11.400 11.759,463 359 3,15%
2011 11.800 11.318,67 -481 -4,08%
2012 11.800 11.982,691 183 1,55%
2013 10.807 9.459,363 -1.348 -12,47%
2014 13.672 12.216,600 -1.455 -10,66%
A menor de diferença entre a comparação dos dados oficiais e a máscara foi verificada no
Município de Belterra no ano de 2007 com um total de - 15 hectares, e no ano de 2013 e do referente
município observou – se uma diferença de 1.348 hectares, o que corresponde a 12,47%, maior
diferença percentual encontrada.Os resultados apontam uma metodologia promissora, com
levantamento rápido, prático e de baixo custo. Podendo ser representada e implantada em outros
municípios, pois, mesmo com a dificuldade em se obter imagens de qualidade referentes ao período
da safra da cultura estudada, os valores obtidos se aproximaram dos dados oficiais.
CONCLUSÃO: O crescimento na área de plantio foi significativa, com queda de valores apenas nos
anos de 2009 e 2013. O uso de ferramentas de sensoriamento remoto para obter estimativas de área
de cultivo é uma aliada a fontes de informação por apresentar rapidez na obtenção dos dados,
viabilidade e precisão quando equiparadas às técnicas de estimativas convencionais.
A classificação temporal de imagens de satélite permitiu a geração de máscaras denominadas
área de plantio de qualidades razoáveis dentro dos parâmetros de aprovação. No entanto, para o
resultado ser favorável é necessária a utilização de imagens de média a alta resolução, sem
nebulosidade, a fim de evitar o mapeamento e a omissão de áreas desejadas, assim como a
classificação indevida pelo Software utilizado.
25
Figura 2. Distribuição espacial da área de plantio de soja no município de Belterra. Fonte: Autoras.
REFERÊNCIAS
COHEN, Jacob; FLEISS, Joseph L; EVERITT, B. S. Largesample standard
errorsofkappaandweightedkappa. PsychologicalBulletin, v. 72, n. 5, p. 323, 1960.
CRÓSTA, A. P. Processamento digital de imagens de sensoriamento remoto. Campinas:
IG/UNICAMP, 1993. 170p.
EMBRAPA. Ageitec- Agência Embrapa de Informação Tecnológica. Árvore do Conhecimento
Agroenergia. Soja. Disponível em
:<http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/agroenergia/arvore/CONT000fbl23vmz02wx5e
o0sawqe3vtdl7vi.html#>. Acesso em: 25 Abr. de 2017.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Perfil dos municípios
brasileiros: meio ambiente 2002. Rio de Janeiro, 2005.
LANDIS, J. R.; KOCH, G. G. The measurementofobserveragreement for categoricaldata.
Biometrics, v.33, n.1, p.159-174, 1977.
NICOLAU; Rafaela Fernandes, MERCANTE; Erivelto, JOHANN; Jerry Andriani,
GRZEGOZEWSKI; Denise, PALUDO; Alex. Mapeamento de áreas das culturas de trigo emilho
2ªsafra para o Estado do Paraná por meio de imagens multitemporaisModis. Anais XVII
Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto - SBSR, João Pessoa-PB, Brasil.INPE. 2015.
SOUSA, Poliana Fernandes Sena e; ROCHA, Solange Helena Ximenes. Aspectos Históricos da
Criação da Escola Comunitária Casa Familiar Rural de Belterra. Revista HISTEDBR On-line,
[S.l.], v.15, n. 66, fev.2016. ISSN 1676-2584.
26
ANÁLISE TEMPORAL DA EXPANSÃO DA LAVOURA DE SOJA NO MUNICÍPIO DE
SANTARÉM-PA 7 Ellen Magda da Silva Machado 1
Macelle de Souza Rego 1
Darlisson Bentes dos Santos 2
Rafaela Nicolau dos Santos 3
Jayne Ribeiro da Silva Machado 4
RESUMO:O conhecimento da área de plantio é essencial para o planejamento estratégico das empresas ligadas ao
agronegócio sendo, a mensuração de área uma das variáveis mais importantes, principalmente em regiões de fronteiras
agrícolas. A imagem de satélite, por sua vez, constitui um importante recurso para a realização desta mensuração. O
objetivo deste trabalho consiste em analisar a expansão das áreas de lavoura de soja no município de Santarém, por meio
da classificação supervisionada dentre os anos de 2007 a 2012com mapeamento, verificação de dados quantitativos de
áreas crescentes e comparação com os dados oficiais. A análise da acurácia resultou em valores do Índice Kappae Exatidão
Global acima de 0,72 e 86,42%, respectivamente, em contrapartida, os resultados obtidos no Painel Amostral
apresentaram variação de 6,43% a 27,14 e 1,43 a 7,86 em Erros de Omissão de área de plantio e não plantio,
respectivamente, atendendo razoavelmente os parâmetros de qualidade e garantindo resultados satisfatórios.
PALAVRAS-CHAVE: IMAGEM DE SATÉLITE, MONOCULTURA, SAM.
INTRODUÇÃO: A cultura da soja começou a se expandir no Brasil a partir da segunda metade dos
anos 70, devido às ótimas condições de produção apresentadas pelo território brasileiro, sendo
responsável por ocasionar um novo ciclo de criação de riquezas, baseado no volume de incentivos
governamentais destinados à produção e à implantação de infraestruturas, principalmente na região
norte do País (MUELLER et al., 2002; GANAM, 2005, p. 549; FLEXOR, 2006).No Estado do Pará,
a cultura apresentou uma acentuada velocidade de expansão, o que motivou deslocamento
demográfico para a região com o objetivo de ocupar áreas viáveis ao cultivo. Os municípios de
Belterra, Santarém e Santana do Araguaia destacam – se como principais produtores de soja,
representando 62% da produção no estado. (IBGE, 2004; SAUER et al. 2013). Figueiredo (2005)
afirma que o conhecimento da área de plantio é essencial para o planejamento estratégico das
empresas ligadas ao agronegócio e, a mensuração das áreas, uma das variáveis que compõem a base
de cálculo das estimativas de produção, é ainda mais importante nas regiões onde há expansão de
fronteira agrícola. Nicolau et al. (2015) afirma que a imagem de satélite constitui um importante
recurso para o estudo em questão, pois disponibilizam informações atualizadas e breves, além de
possibilitar a identificação e quantificações de áreas auxiliando na classificação de fenômenos
agrícolas. Assim, o objetivo deste trabalho consiste em analisar a expansão da lavoura de soja no
município de Santarém/PA, por meio da classificação supervisionada no período de 2007 à 2012
1 Discente, Agronomia, Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 2 Msc. Eng. Agric., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA 3 Dra., Eng. Agric., Universidade da Amazônia- UNAMA. 4 Discente, Sistema de Informação, Universidade Federal do Oeste do Pará- UFOPA.
27
através de mapeamento, verificação de dados quantitativos de áreas crescentes e comparação com os
dados do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
MÉTODO: O estudo foi realizado no município de Santarém (Figura 1), situado no oeste paraense,
clima insere-se na categoria de megatérmico úmido, com forte concentração de chuva entre os meses
de janeiro a junho e mais rara de julho a dezembro (DE OLIVEIRA JÚNIOR et al.,1999).
Figura 1- Mapa de localização da área estudada.
As análises das áreas foram realizadas através da composição colorida falsa cor R5G4B3
dasimagens de satélite Landsat5 e 8 sensor TM, no período de 2007 a 2012, com auxílio de arquivos
digitais no formato de shapefile - formato de armazenamento de dados geográficas, contendo
informações de propriedades com plantios de soja, resultando no processamento dos dados e
confecção dos mapas nos softwares: Environment for VisualilizingImages (ENVI® 4.2) e ArcGis®
10.4.Os pixels puros foram coletados por seleção pontual sobre os arquivos Shapefilepara a
classificação no ENVI®, dessa forma, todas as áreas com valores de pixels semelhantes foram
identificadas e utilizadas na formação da máscara, que representa a área da cultura.A avaliação da
exatidão das máscaras foi realizada por meio da matriz de erros, que apresenta a Exatidão global (EG)
e ÍndiceKappa(IK) como principais coeficientes de correlação, além da metodologia denominada
painel amostral que consistiu em indicar140 pontos espalhados de forma aleatória sobre cada
mapeamento, sendo 50% sobre a máscara da lavoura e 50% fora do limite da máscara, com objetivo
de balancear a análise dos erros de omissão e inclusão da análise da acurácia.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: As imagens deveriam ser correspondentes ao período da safra na
região (entre a segunda quinzena de dezembro e a primeira quinzena de maio). Portanto, devido a
altos índices de nebulosidade, o período das imagens escolhidas foram de junho a agosto. Os valores
28
dos ângulos utilizados para a geração da máscara ficaram entre 0,5 e 2,0. As máscaras são
apresentadas na figura 2 e os anos em A, B, C, D e F.
Figura 2 - Distribuição espacial da área de plantio de soja no município de Santarém.
A análise do Painel Amostral, outra metodologia adotada para avaliar a acurácia das máscaras,
resultou em uma variação de 6,43% a 27,14 e 1,43 a 7,86 em Erros de Omissão de área de plantio e
não plantio, por essa ordem, que indica a proporção de amostras que foram excluídas da classe à qual
pertenciam.Os resultados das análises de acurácia a partir da EG e do IK no município (Tabela 1),
alcançaram valores entre 86,42 % - 92,14%, e 0,72 – 0,84, respectivamente, que segundo a
classificação descrita por Landis e Koch (1977), caracteriza a qualidade da máscara geradacomo
excelente e muito boa. Esse resultado equivale aos obtidos por Antunes et. al. (2012)em seu trabalho
de mapeamento da área plantada de soja na safra de 2003/2004 em oito municípios do Estado do
Paraná, cujo resultado foi IK acima de 0,62 e EG de 74,2%.
Tabela 1 – Análise de Comparação de Áreas
Município Ano Área IBGE
(ha) Área Máscara (ha)
Diferença
(Máscara -
IBGE) ha
Diferença
(Máscara
- IBGE)
%
Santarém
2007 15.000 15.844,39 -844 -5,63%
2008 17.250 17.073,94 -176 -1,02%
2009 18.000 17.713,16 -287 -1,59%
2010 17.100 17.341,33 241 1,41%
2011 17.800 16.958,37 -842 -4,73%
2012 17.800 18.316,54 517 2,90%
29
A menor diferença obtida entre a comparação dos dados oficiais e a máscara da lavoura foi no
ano de 2008 com um total de -176 hectares, o que corresponde a -1,02%. Berkaet al.(2003) obteve
em seu estudo sobre a estimativa da área plantada com soja nos municípios do Norte do Paraná,
diferença media relativa de 2,4% na comparação com os dados oficiais. Junior et al. (2015) obteve
uma diferença de 1,64% o que demonstra que a classificação gerada com as bandas do TM para
estimativas da área cultivada é viável.
CONCLUSÃO: Conforme dados obtidos, houve um crescimento significativo de áreas de lavoura
de soja no município de Santarém nos primeiros três anos de análise (2007 – 2009), com pouca
variação nos demais anos estudados. As estimativas de área de lavoura obtidas por meio da matriz
de erros apresentaram alta correlação com os dados oficiais, diferenças apresentadas
resultaram em valores máximos aceitáveis. A classificação temporal de imagens de satélite
permitiu a geração de máscaras de qualidade razoável dentro dos parâmetros de aprovação,
garantindo a obtenção de resultados satisfatórios.
REFERÊNCIAS
ANTUNES, J. F. G. et al. Estimativa de área de soja por classificação de imagens normalizadas pela
matriz de erros.Pesq. Agr.Brasileira, v. 47, n.9, p. 1288-94, 2012.
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Abastecimento-CONAB. Brasília-DF, 2005. Disponível em: < http://www.conab.gov.br >. Acesso:
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GANAN, Juliana Rezecket al. Mapeamento da cultura da soja com imagens Landsat 5/TM utilizando
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12, p. 549-555, 2005.
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Agrícola. Disponível em: < http://www.ibge.gov.br >. Acesso em: 24 Mar. 2017.
30
JUNIOR, Carlos Antonio da Silva, et al.. Comparação entre áreas de soja obtidas por imagens
TM/Landsat-5 e MODIS/Terra. 2015. Disponível em: < http://marte2.sid.inpe.br>Acesso: 12 Mai.
2017.
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NICOLAU Rafaela Fernandes et al. Mapeamento de áreas das culturas de trigo e milho 2ªsafra para
o Estado do Paraná por meio de imagens multitemporais Modis. In: XVII Simp. Brasileiro de
Sensoriamento Remoto - SBSR, João Pessoa-PB, Brasil. INPE. 2015.
SAUER, Sérgio; PIETRAFESA, José Paulo. Novas fronteiras agrícolas na Amazônia: expansão
da soja como expressão das agroestratégias no Pará. Acta Geográfica, 2013.
31
ANÁLISE TEMPORAL DA EXPANSÃO DAS ÁREAS DE PLANTIO DE SOJA NOS
MUNICÍPIOS DE BELTERRA, MOJUÍ DOS CAMPOS E SANTARÉM-PA
8Ellen Magda da Silva Machado1
Macelle Souza Rêgo1
Darlisson Bentes dos Santos2
Rafaela Nicolau dos Santos3
Gláucia de Fátima Gomes4
RESUMO: A soja é uma das mais importantes lavouras na economia mundial, com seu beneficiamento obtêm-se
derivados que são usados em diversas áreas da indústria de alimentos. A imagem de satélite constitui um importante
recurso para o estudo em questão, pois se tornou uma ferramenta importante com a eficácia apresentada na coleta de
dados e teoricamente de baixo custo, e seu uso fornece a identificação e a quantificação precisa e ágil, auxiliando na
classificação dos parâmetros agrícolas. O objetivo desse trabalho foi analisar a expansão das áreas de cultivo da cultura
de soja nos municípios de Belterra, Mojuí dos Campos e Santarém, utilizando o sensoriamento remoto orbital. As
classificações foram realizadas por meio do Spectral Angle Mapper, dando origem à “máscara das áreas de plantio”. Os
valores do índice Kappa dos três municípios ficaram acima de 0,62 bem e EG de 80,00%. As estimativas de área de soja
geradas, corrigidas por matriz de erros apresentaram correlação razoável com as estimativas oficiais dos municípios,
validando a eficácia de ferramentas de sensoriamento remoto com um o resultado favorável.
PALAVRAS-CHAVE: IMAGEM DE SATÉLITE, MONOCULTURA, SAM.
INTRODUÇÃO: Análises referentes à expansão da soja no país proporcionam um panorama de
inúmeras transformações ocorridas no espaço geográfico brasileiro, a partir da modernização e
dinamização da agricultura pós 1964. Segundo o trabalho de Ganan (2005, p. 549), o Brasil está no
meio dos grandes produtores mundiais de soja onde apresenta as melhores condições de expansão da
cultura associadas aos avanços científicos e disponibilização de tecnologias ao setor produtivo.
Carvalho (1999), alega que o cultivo de soja na região amazônica dá início a uma mudança
importante nos modelos de ocupação do espaço territorial, onde conduz a economia da região a um
modo de produção altamente capitalizado. Diante disso, o mesmo afirma que a cultura passou a ser
identificada como potencial responsável por um novo ciclo de criação de riquezas baseados em bons
volumes de incentivos oficiais destinados à produção e a implantação de infraestrutura, especialmente
de transporte na região. Estudos realizados por Costa (2016), afirmam que Santarém e Belterra são
os dois municípios com maior volume de terras ocupadas com plantio de soja, respondendo por 96%
da produção local.
Devido o avanço do crescimento da lavoura na região se faz necessário o levantamento da
área de plantio a fim de analisar quais foram as crescentes de áreas ocorridas no decorrer dos anos
com tal produção. “A utilização de imagens de satélite tem sido usada em atividades que tenham
1 Discentes, Eng. Agr., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 2 Msc., Eng. Agric., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 3 Dra., Eng. Agric., Universidade da Amazônia- UNAMA. 4 Msc., Meteorologista, Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 8
32
maior representatividade e escala como é caso das grandes culturas como a soja” (NANI et al., 2005).
De acordo com Nicolau et. al (2015), o sensoriamento remoto torna uma ferramenta eficaz na coleta
de dados, pois o uso de imagens de satélites fornece a identificação e a quantificação precisas
auxiliando na classificação de parâmetros agrícolas. A imagem de satélite constitui um importante
recurso para o estudo em questão, pois disponibilizam informações atualizadas e breves, porém
podendo ocorrer algumas limitações de acordo com a região estudada, como a nebulosidade.
O objetivo deste trabalho foi analisar a expansão das áreas de plantio de soja nos municípios
de Belterra, Mojuí dos Campos e Santarém, por meio da classificação supervisionada com a utilização
da imagem de satélite, dentre os anos de 2007 a 2014, onde que no mesmo, ocorrerá o mapeamento,
verificação de dados quantitativos de área crescentes em cada município e a comparação com dados
oficiais emitidos pelo órgão federal responsável no período estudado.
MÉTODO: O estudo foi realizado no município de Belterra, Mojuí dos Campos e Santarém, onde
estão situadas na mesorregião do baixo Amazonas, estado do Pará. Belterra está localizada nas
coordenadas geográficas de 02º40’ de S e 54º45’ O, o tipo climático predominante é o Am (Köppen),
quente e úmido e temperatura entre 25 e 32°C, mínima e máxima (OLIVEIRA et al., 2001). Mojuí
dos Campos-PA, está situado no vale do Igarapé Mojuí, 37 km ao sul do município de Santarém, com
coordenadas geográficas de 02°01’ S e 54° 08’ O, clima obedece ao padrão Am (Köppen),
temperatura do ar média anual de 25,9 ºC, umidade relativa do ar de 86%, e precipitação média anual
de 2.111 mm (SILVA, 2009). Santarém insere-se na categoria de megatérmico úmido, do tipo Aw
(Köppen), temperatura média em 26,7°C, precipitação 1.780 mm e umidade relativa do ar em 73%
(OLIVEIRA JÚNIOR, R. C. de, 1999).
As análises das áreas foram realizadas através da Imagem de Satélite Landsat 5 e 8 sensor TM
que foram adquiridas no banco de dados públicos do INPE, do Earth Explorer, da Secretaria de
Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS) - SIMLAM Público, no período de 2007 a
2014. Após foi realizada a composição colorida falsa cor R5, G4 e B3 das respectivas imagens, sendo
escolhida uma imagem por ano no período de junho a outubro.
Para análise das imagens e elaboração dos mapas temáticos, foram utilizadas o Environment
for Visualilizing Images (ENVI® 4.2), na visualização, exploração, análise e apresentação de dados
na área de Sensoriamento Remoto/SIG e a ferramenta ArcGis® 10.4 para a extração das máscaras e
elaboração dos mapas.
A seleção de pixels puros foram obtidos através da identificação das áreas com plantio de soja
através de seleção pontual, onde foram selecionados baseando-se nos aspectros característicos de
coloração da cultura. A classificação supervisionada SAM consistiu em substituir a análise visual da
imagem por técnicas de identificação automáticas. Para as análises de acurarias foram utilizados 140
33
pontos amostrais espalhados de forma aleatória sobre cada mapeamento, sendo 50% sorteados dentro
da máscara de soja e·50% fora do mapeamento, tal procedimento visou balanceara a análise dos erros
de omissão e inclusão da análise da acurácia. Os dados obtidos para as safras 2007 a 2014 pela
extração de áreas das máscaras por municípios foram comparadas com os dados oficiais disponível
pelo IBGE por meio do Coeficiente de Correlação por Postos Spearman.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: As datas para a geração das imagens em primeiro momento eram
para estar de acordo entre a segunda quinzena de dezembro e a primeira quinzena de maio (referente
à primeira e segunda safra da lavoura de soja na região), porém neste período as imagens
disponibilizadas apresentam altos índices de nebulosidade, impossibilitando sua utilização. Portanto,
as mesmas foram definidas analisando a qualidade de visibilidade da área de plantio para cada ano,
examinando visualmente a porcentagem de nebulosidade de todos os municípios, levando em
consideração, disponibilidade ao público e acessibilidade das mesmas (Tabela 1).
Tabela 2. Datas das imagens utilizadas na pesquisa. Fonte: autoras
A emancipação e desmembramento do município de Mojuí dos Campos ocorreram em 2013,
por isso, o estudo neste município foi realizado somente nas safras 2013 e 2014. Na geração das
máscaras, entre os vários testes realizados para utilização de ângulos, os melhores desempenhos
apresentados foram nos ângulos entre os valores 0.05 a 2.0. Os municípios de Belterra, Mojuí dos
Campos e Santarém foram trabalhados separadamente (Figura 1).
Figura 3. Distribuição espacial das áreas de plantio de soja de Belterra, Mojuí dos Campos e Santarém (Pará).
34
Os resultados das análises de acurácia a partir da Exatidão Global e do Índice Kappa foram
confeccionados a partir da análise das máscaras geradas. Para o município de Belterra a exatidão
global alcançou valores entre 80,00% e 94,29%, o município de Mojuí dos Campos alcançou valores
de 89,29% e 90,00 %; e o município Santarém obteve os valores entre 82,30% e 92,14%. O resultado
mais satisfatório foi do município de Mojuí dos Campos, pois os municípios de Belterra e Santarém
apresentaram valores atingindo abaixo do valor mínimo aceito que é de 85% segundo Foody (2002).
Quanto à comparação das áreas mapeadas com os dados oficiais, observa-se que os resultados
obtidos pela máscara e os dados oficiais se diferiram, variando de 6,38% a - 2,47%, 2,90% a -5,90%
e -1,36% e -2,19% nos municípios de Belterra, Santarém e Mojuí dos Campos, respectivamente.
CONCLUSÃO: Com base nos resultados houve crescimento significativo de área de plantio de soja
nos três municípios durante os anos estudados. O uso de ferramentas de sensoriamento remoto para
obter estimativas de área de cultivo é uma boa ferramenta às fontes de informação por apresentar
rapidez na obtenção dos dados, viabilidade e precisão quando equiparadas às técnicas de estimativas
convencionais. A classificação temporal de imagens de satélite permitiu a geração de máscaras
denominadas área de plantio de qualidades razoáveis dentro dos parâmetros de aprovação.
REFERÊNCIAS
CARVALHO, R. A Amazônia rumo ao ‘ciclo da soja’. Amazônia Papers, v. 2, 1999.
COSTA, S. M. G. Sojicultura e Mercado de Terras na Amazônia. Revista Políticas Públicas, v. 19,
n. 1, p. 173-85, 2016.
FOODY, G. M. Status of land cover classification accuracy assessment. Remote Sensing of
Environment, v. 80, p. 185– 201, 2002.
GANAN, J. et al. Mapeamento da cultura da soja com imagens Landsat 5/TM utilizando algoritmos
de classificação supervisionada. Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, v. 12, p. 549-55,
2005.
NANNI, M. R. et al. Utilização de imagens de satélite na estimativa de produtividade em áreas de
soja. Anais XIII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Florianópolis, Brasil, 21-26 abril
2007, INPE, p. 985-92.
NICOLAU, R. F. et al. Mapeamento de áreas das culturas de trigo e milho 2ª safra para o Estado do
Paraná por meio de imagens multitemporais Modis. Anais XVII Simpósio Brasileiro de
Sensoriamento Remoto - SBSR, João Pessoa-PB, Brasil. INPE. 2015.
OLIVEIRA JUNIOR, R. C. et al. Zoneamento agroecológico do município de Tracuateua, Estado do
Pará. Embrapa Amazônia Oriental-Documentos (INFOTECA-E), 1999.
35
OLIVEIRA JUNIOR, R. C. de & CORREA, J. R. V. Caracterização dos solos do município de
Belterra, Pará. Belém: Embrapa Amazônia Oriental. P, v. 39, 2001.
SILVA, C. L. P. Potencial de produtividade e variabilidade espacial de atributos do solo em
plantio direto de soja no nordeste paraense. Belém, 2009.
36
ANTRACNOSE NA CULTURA DA PIMENTA-DO-REINO
9Ana Paula da Cruz Gato 1
Deilane Freitas Pontes 1
Eluziane dos Anjos Figueiredo 1
Igor Moraes de Miranda 1
Gilbson Santos Soares 2
RESUMO: A pimenta-do-reino, Piper nigrum L., é uma cultura originária da Índia. As plantas possuem folhas verdes
claras, os frutos desenvolvem-se em espigas e apresentam a coloração avermelhada quando maduros. O cultivo da
pimenta-do-reino teve seu início no Brasil em maior escala a partir do ano de 1933, quando a colônia japonesa se instalou
no Pará. A cultura da pimenta-do-reino exerce importante papel social, econômico e cultural no País, principalmente no
Estado do Pará. O presente trabalho tem como objetivo a identificação de possíveis focos fitopatológicos na área visitada
a partir da sintomatologia. O método utilizado para analisar focos de fitopatologia na propriedade foi a diagnose visual, a
partir da sintomatologia da doença presente nas plantas. Além do relato do proprietário. No decorrer da visita, foram
encontrados alguns sintomas da antracnose nas folhas da pimenteira, caracterizada pelas lesões necróticas, supostamente
causado pelo fungo Colletotrichum gloeosporioides. Com base nos resultados obtidos através do método de diagnose
visual e a comparação com a literatura consultada, além do relato do proprietário, pode-se inferir que os sintomas
encontrados nas folhas da pimenta-do-reino são causados pela antracnose, provocados por falta de manejo correto da
cultura.
PALAVRAS-CHAVE: ANTRACNOSE; PIMENTA-DO-REINO; SINTOMATOLOGIA.
INTRODUÇÃO: A pimenta-do-reino, Piper nigrum L., é uma cultura originária da Índia. Trata-se
de uma planta perene, com caule ramificado, podendo alcançar até 5 m de altura. Possui folhas verdes
claras, os frutos desenvolvem-se em espigas e apresentam a coloração avermelhada quando maduros.
O cultivo da pimenta-do-reino, ou pipericultura, teve seu início no Brasil em maior escala a partir do
ano de 1933, quando a colônia japonesa se instalou no Pará. A pimenta-do-reino tem usos bem
diversificados em todo o mundo, que variam de tempero de alimentos a indústria farmacêutica e
também indústria de cosméticos. (LOPES SERRANO, 2014; PRODUTOR RURAL e SILVA, 2016).
A produção nacional de pimenta-do-reino em 2015 foi de cinquenta e um mil, setecentos e
trinta e nove (51.739) toneladas. A produção esperada para 2016 é de cinquenta e quatro mil e trinta
e uma (54.031) toneladas (Tabela 1). (IBGE, 2016).
Tabela 1 – Produção Nacional esperada de 2016.
Área total plantada 38.842 Hectares
Área a ser colhida 25.620 Hectares
Produção esperada 54.031 Toneladas
Rendimento médio esperado 2.109 Kg/hectare
Fonte: Grupo De Coordenação De Estatísticas Agropecuárias - GCEA/IBGE 2016
1Acadêmicos do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA 2 Professor Me. do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA 9
37
O maior produtor de pimenta-do-reino no Brasil é o Estado do Pará (responsável por 80% da
produção do país), seguido pelo Espírito Santo, Bahia, Maranhão, Paraíba e Minas Gerais completam
a lista. Sendo que a produtividade média no País é 2 a 5 toneladas de grãos por hectare. (OLIVEIRA,
2016).
Dos cento e quarenta e quatro (144) municípios paraenses, setenta e nove (79) cultivam
pimenta-do-reino. Os maiores produtores são Tomé-açu com 3.300 hectares de total de área plantada;
seguida de Igarapé-açu, com 1.450 há; Baião, com 1.380 há; Capitão Poço, que tem 1.360 há; Acará
que plantou 1.300 há; Mocajuba com 1.100 há; e Garrafão do Norte com um plantio de 1.050 há.
(RURAL, 2016). A produção de pimenta-do-reino em todo o estado, no ano de 2015, foi de trinta e
dois mil, quatrocentos e quatorze (32.414) toneladas (Tabela 2). (IBGE, 2015).
Tabela 2 - Produção de pimenta-do-reino no Pará em 2015.
Quantidade produzida 32.414 Toneladas
Valor da produção 845.798 Mil reais
Área destinada à colheita 16.152 Hectares
Área colhida 15.891 Hectares
Fonte: IBGE 2015
As doenças mais comuns na pimenta-do-reino causadas por fungos em nossa região, são a
podridão das raízes (Fusarium solani f. sp.piperis) e a murcha amarela (Fusarium
oxysporum) que diminuem a produção, a produtividade e a vida útil dos pimentais quando
ocorrem. A queima-do-fio (Koleroga noxia) e a antracnose (Colletotrichum gloeosporioides)
[...]. (TREMACOLDI, 2010).
A cultura da pimenta-do-reino exerce importante papel social, econômico e cultural no País,
principalmente no Estado do Pará. O presente trabalho tem como objetivo a identificação de possíveis
focos fitopatológicos na área visitada a partir da sintomatologia.
MÉTODO: O presente estudo foi realizado no município de Santarém-PA, na comunidade Nova
Esperança, área rural da cidade. A visita ocorreu no dia 26 de agosto de 2017.
O método utilizado para analisar focos de fitopatologia na propriedade foi a diagnose visual,
a partir de sinais e sintomas da doença presente nas plantas. Além do relato do proprietário que foi
entrevistado pelo grupo de trabalho, o qual relatou as manifestações de doença em sua plantação. A
propriedade não possui qualquer tipo de assistência técnica, nem convênios, sendo então de produção
independente utilizando técnicas de conhecimento empírico. Toda a Produção do local é
comercializada para municípios e estados vizinhos.
38
RESULTADOS E DISCUSSÃO: No decorrer da visita, foram encontrados alguns sintomas da
antracnose nas folhas da pimenteira, caracterizada pelas lesões necróticas, supostamente causado pelo
fungo Colletotrichum gloeosporioides (Figura1). A necrose cresce em formas arredondadas, avança
sobre os tecidos, sendo bem distinta do tecido ainda sadio, mas que apresenta cor amarelada (Figura
2). (TREMACOLDI, 2010).
A Antracnose normalmente não causa perdas significativas em plantios já desenvolvidos, mas
como na área visitada não existe nenhum tipo de assistência técnica como irrigação, adubação,
correção do solo, etc., pode ocorrer a deficiência de nutrientes. Tremacoldi (2010) considera que a
deficiência de potássio, normalmente, está associada a disseminação do fungo, agravando as perdas.
De acordo com o relato do proprietário, as perdas chegam a 25% por colheita.
Mediante a entrevista foi detectado que o proprietário não utiliza nenhum tipo de controle
químico ou biológico para combater o fungo, sendo aplicados apenas inseticidas para controle de
pragas, sendo que este, de forma erronia, era utilizado também para o controle do fungo, o que claro,
não funcionava. Diante disso observou-se que a principal causa da incidência da doença é motivada
pela falta de manejo adequado.
Figura 1 – Folha com lesão necrótica na
propriedade.
Figura 2 – Folha com lesão necrótica da
literatura.
Fonte: Elaborada pelos autores. Fonte: (TREMACOLDI, 2010).
CONCLUSÃO: Com base nos resultados obtidos através do método de diagnose visual e a
comparação com a literatura consultada, além do relato do proprietário, pode-se inferir que os
sintomas encontrados nas folhas da pimenta-do-reino são causados pela antracnose, provocados por
falta de manejo correto da cultura.
39
REFERÊNCIAS
IBGE. Lavoura Permanete 2015. Instituto Brasileiro De Geografia E Estatística - IBGE, 2015.
Disponivel em:
<http://www.ibge.gov.br/estadosat/temas.php?sigla=pa&tema=lavourapermanente2015>. Acesso
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________. Levantamento Sistemático Da Produção Agrícola. Instituto Brasileiro De Geografia E
Estatística - IBGE, 2016. Disponivel em:
<ftp://ftp.ibge.gov.br/Producao_Agricola/Levantamento_Sistematico_da_Producao_Agricola_[men
sal]/Fasciculo/2016/lspa_201612_20170222_133000.pdf>. Acesso em: 13 Setembro 2017.
LOPES SERRANO, L. A. Pimenta-do-reino: Alta rentabilidade atrai produtores para a atividade.
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OLIVEIRA, N. Pimenta-do-Reino. Aphortesp - Associação dos Produtores e Distribuidores de
Hortifruti do Estado de São Paulo, 2016. Disponivel em:
<http://www.aphortesp.com.br/index.php/ct-menu-item-11/12-produtos/73-pimenta-do-reino>.
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PRODUTOR RURAL, C.; SILVA, E. C. Pipericultura. Casa Do Produtor Rural, 2016. Disponivel
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reino-estimula-o-aumento-da-producao/>. Acesso em: 31 Agosto 2017.
TREMACOLDI, C. R. Principais Doenças Fúngicas da Pimenteira-do-Reino no Estado do Pará e
Recomendações de Controle. Embrapa, 2010. Disponivel em: <https://www.infoteca.cnptia.embr
40
ANTRACNOSE NA CULTURA DO MARACUJÁ
10Leiliane da Costa Savino¹
Carini Poliani Neves Barbosa¹
Cleisonir Magro da Silva¹
Leonardo Cunha Paradella ¹
Gilbson Santos Soares²
RESUMO: O maracujá é uma denominação geral dada ao fruto e a planta de várias espécies do gênero Passifora. O
Brasil tem condições excelentes ao seu cultivo, com mais de 150 espécies nativas e continua sendo o maior produtor e
consumidor mundial de maracujá. No maracujazeiro destaca-se as doenças de origem fúngica, dentre elas a antracnose.
O estudo tem o objetivo de identificar a partir da sintomatologia a antracnose e as possíveis medidas de controle utilizadas
na cultura. O método usado foi a diagnose visual, comparando os sintomas característicos da doença aqueles descritos na
literatura. Os frutos maduros da cultura apresentaram necróticas e os frutos jovens as manchas passam da aparência oleosa
para a pardacenta, com a formação de tecido corticoso, deprimindo e murcho, sintomas típicos da antracnose. Conclui-se
que a doença fúngica, a antracnose, está presente a propriedade visitada, e o manejo utilizado como controle pode ser
aperfeiçoado com o implemento de outras medidas para dirimir a proliferação da doença e os prejuízos causados.
PALAVRAS-CHAVE: FITOPATOLOGIA, ANTRACNOSE, MARACUJAZEIRO.
INTRODUÇÃO: O maracujá é uma denominação geral dada ao fruto e a planta de várias espécies
do gênero Passifora. O mesmo é de origem tupi-guarani e significa “alimento que se toma de sorvo”
ou “alimento em forma de cuia”. O maracujá encontra no Brasil em condições excelentes ao seu
cultivo, com mais de 150 espécies nativas. O Brasil continua sendo o maior produtor e consumidor
mundial de maracujá. Dados preliminares do IBGE, indicam que foram colhidas mais de 510.000
toneladas de frutos em 41.500 hectares, no decorrer da safra 2013/14, o que deve significar uma queda
de 15% em relação à safra 2012/13, que foi de 612.000 toneladas. Estima-se, para a safra 2014/2015,
uma pequena recuperação, devendo voltar aos patamares da penúltima safra. Todas as regiões
brasileiras produzem maracujá, tendo à frente o Nordeste, com grande concentração no Estado da
Bahia, que se destaca tanto pela área plantada quanto pela produção colhida. (JOANA,2015;
FALEIRO e JUQUEIRA,2016).
QUADRO 1 - Produção brasileira de maracujá em 2015.
ESTADOS Área Colhida
(há)
Produção
(t)
Rendimento
(t/há)
Bahia 24.345 297.328 12,21
Ceará 5.952 93.079 15,64
Espírito Santo 1.560 37.728 24,18
Minas Gerais 2.220 37.340 16,82
Pará 2.919 33.154 11,36 Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal,2015.
1Acadêmicos do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA 2 Professor Me. do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA 10
41
QUADRO 2 - Produção brasileira de maracujá em 2015
Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal,2015.
Planta trepadeira de grande porte, de crescimento rápido, vigorosa de caule frequentemente
sulcado. Em algumas espécies, as folhas são arredondadas e em outras são profundamente partidas,
com bordos serreados, com gavinhas (órgão de sustentação). Suas folhas e suas raízes, como a de
quase todas as plantas da família, contém uma sustância semelhante a morfina, a passiflorina,
empregada como calmante. Elas servem também para preparar chá de efeito diurético e para amenizar
febres intermitentes.
No maracujazeiro destaca-se as doenças, as quais em sua maioria, são de origem fúngica,
ocasionadas principalmente pelos necrotróficos que, pela ação danosa que inflige às plantas, influem
diretamente na produção. As doenças, normalmente, associadas ao maracujazeiro são: bacteriose,
verrugose, septeriose, alternariose, fusariose e antracnose.
Os frutos têm formato variado – globoso, ovoide ablongo, piriforme, variam de 30 a 300g a
fruta, com 9cm de diâmetro, sua casca espessa, geralmente amarelada, alaranjada ou roxa. A polpa
do fruto, parte comestível do maracujá, de cor amarelada, translúcida, envolve cerca de 200 sementes
por fruto. “É calmante e tem propriedade de amolecer os tecidos, atenuar as informações, as inchações
e as queimaduras, e aliviar as dores e cura feridas. Contém vitaminas C, B2 e B5, ferro, cálcio e
fósforo. Rico em celulose. Boa fonte de carboidrato; contem vitamina A, C e complexo B; Rico em
minerais como cálcio, fósforo e ferro; tem propriedades depurativas, sedativas, adstringentes e anti-
inflamatórias; suas sementes atuam como vermífugos; quando industrializados perde completamente
seu teor de vitaminas do complexo B. (SANTOS,2013)
Quando fica em temperaturas elevadas a umidade do ar fica em 90%, ocasionando danos a
cultura, causando o apodrecimento e dificuldade a planta, acontece a infecção, mas na pós-colheita,
onde a fruta apresenta uma boa aparência, o fungo ataca lentamente a fruto. (PERUCH, 2011)
Considerando a cadeia produtiva crescente do maracujá e sua importância, a visita realizada
na propriedade tem o objetivo de identificar a partir da sintomatologia a antracnose e as possíveis
medidas de controle utilizadas na cultura.
Região
Fisiográfica
Área Colhida
(há)
Quantidade produzida
(t)
Rendimento médio
(t/há)
Norte 5.032 71.385 14,19
Nordeste 36.308 450.783 12,42
Sudeste 5.605 105.309 18,79
Sul 2.764 45.890 16,60
Centro-Oeste 1.128 21.172 18,77
42
MÉTODO: A pesquisa de campo foi realizada em uma propriedade localizada na PA-431, município
de Mojuí dos Campos, Fazenda Alvorada à 33 km de Santarém -Pá, sob as coordenadas geográficas
-02°44’52,41 S e -54º34’2,44 O (Figura 1)
Em visita a propriedade foi perceptível a doença através da análise visual feita nos frutos e
folhas, com sintomas característicos a antracnose comparadas com o descrito na literatura (MANUAL
DE FITOPATOLOGIA. VOL II. 2005) e pesquisas feitas disponibilizadas vias internet.
Figura 1- Mapeamento da área plantada.
Fonte- Elaborada pelos autores.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Nas observações feitas nos frutos maduros (Figura 2) na cultura
foram encontradas lesões necróticas. Nos frutos jovens (Figura 3), as manchas passam da aparência
oleosa para a pardacenta, com a formação de tecido corticoso, deprimindo e murcho. Kimati et al.
(2005) descrevem que na “antracnose, os frutos apresentam lesões grandes, arredondadas, de
coloração escura, que evoluem para uma podridão mole deprimida, atingindo grande extensão do
fruto que acaba caindo”.
Os frutos maduros apresentam grandes áreas escuras, suco fermentado e, em estádios mais
avançados, adquirem textura semelhante à de pergaminho, murcham e caem. A disseminação
ocorre pelas sementes, respingo de chuva e implementos agrícolas. A sobrevivência do fungo
se dá em restos de culturas e em tecidos afetados na própria planta, fazendo com que a doença
seja mais frequente e severa em uma determinada área a partir do segundo ano de cultivo
(SILVA,2005)
43
Figura 2 - Fruto maduro com antracnose Figura 3 - Fruto jovem com antracnose
Fonte: Elaborada pelos autores Fonte: Elaborada pelos autores
Na propriedade, o controle preventivo é realizado com fungicidas e inseticidas sobre
orientação de um engenheiro agrônomo.
A prevenção é uma das melhores formas de controle da antracnose. O emprego de mudas de
procedência conhecida, ou seja, de viveiro sanitizado, é muito importante para a construção de um
pomar sadio. A poda de limpeza, com remoção de partes mais afetadas melhora o arejamento da
cultura e reduz a severidade da doença. Devem ser removidos da área de cultivo restos da cultura e,
ainda folhas e frutos caídos. Essas são medidas saneadoras, mas que não dispensam o emprego de
fungicidas, os quais devem ser aplicados de conformidade com o desenvolvimento e a severidade da
doença. Quando as condições forem propícias a doença, recomenda-se pulverizar a folhagem com
fungicidas a base de oxicloreto de cobre a cada dez dias, devendo-se aumentar os intervalos de
aplicação para 15, e depois para 30 dias, até a completa suspensão das aplicações, quando a doença
deverá estar sob controle e as condições desfavoráveis ao patógeno afastadas. Também, da mesma
forma, podem ser empregados fungicidas a base de ditocarbamatos. (VIANA et al., 2003).
CONCLUSÃO: Em vista dos argumentos apresentados conclui-se que a doença fúngica, a
antracnose, está presente a propriedade visitada, e o manejo utilizado como controle pode ser
aperfeiçoado com o implemento de outras medidas para dirimir a proliferação da doença e os
prejuízos causados.
44
REFERÊNCIAS
FALEIRO, G. F.; JUNQUEIRA, T.V. N., Coleção 500 perguntas, 500 respostas. Disponível em:
http://mais500p500r.sct.embrapa.br/view/arquivoPDF.php?publicacaoid=90000036 Acesso em 09
de Set de 2017.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Maracujá: área plantada e quantidade
produzida. Brasília, 2009. (Produção Agrícola Municipal, 2009). Disponível em:
<http://www.sidra.ibge.gov.br>. Acesso em: 17 Set. 2017
JOANA, O. 2015. REVISTACAMPO&NEGÓCIOS. Disponível em:
http://www.revistacampoenegocios.com.br/avancos-no-cultivo-de-maracuja-no-brasil/.Acesso em
10 Out 2017
KIMATI, H.; et al. Manual de fitopatologia. 4. ed. São Paulo: Agronômica Ceres.2005. 2v.: il.p.470.
PERUCH, L., Sintomas e controle das principais doenças do maracujazeiro,2011 Informativo técnico.
Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/273762407.Acesso em 10 de Set de 2017
SANTOS, N.; BLOGMCIENTIFICA, 2013 Biologia geral, loja virtual. Disponível em:
http://www.blog.mcientifica.com.br/frutas-de-a-a-z/. Acesso em: 17 Set.2017
SILVA, M. 2005. Disponível em: http://www.agencia.cnptia.embrapa.br Acesso em: 17 Set.2017
VIANA, F. 2003.artigo foi publicado na edição número 07 da revista Cultivar Hortaliças e Frutas,
de abril/maio. Disponível em: http://www.grupocultivar.com.br/artigos/maracuja-ameaca-ao-fruto.
Acesso 17 Set.2017
45
ANTRACNOSE NO CAJUEIRO NO DISTRITO DE ALTER – DO – CHÃO,
SANTARÉM-PÁ 11Karin Thaianne Silva de Sousa1
Rogér Murilo da Costa Rebelo1
André Luiz Cardoso Moreira 1
Felipe Barros Sousa1
Matheus Neves dos Santos1
Gilbson Santos Soares2
RESUMO: O cajueiro, Anacardium occidentale L., é originária do Nordeste brasileiro. É uma planta perene com
ramificações baixas de porte médio. Atualmente, a produção de caju ainda é de grande importância por conta de seu forte
envolvimento na economia interna e externa com a exportação dos seus produtos industrializados. Dentre as doenças que
prejudicam a planta, a antracnose é a enfermidade mais conhecida e presente onde o cajueiro é cultivado. Diante da
importância cultural, social e econômica da cultura do caju, tanto nacional como regional esse trabalho tem como principal
objetivo identificar e caracterizar os danos causados pela antracnose. O método usado foi a diagnose visual investigando
a sintomatologia das plantas infectadas. Os sintomas observados foram comparados com as descrições do Manual de
Fitopatologia. Também foi considerado os relatos da proprietária. Os relatos da proprietária e a sintomatologia observada
nas plantas durante a visita, conferem com o descrito na literatura para antracnose causada pelo fungo, Glomerella
cingulata. Pode-se inferir que a fitopatologia do cajueiro se trata da antracnose e sua disseminação nas plantas é decorrente
da falta de medidas de controle químico e de medidas preventivas através de podas periódicas, limpeza e queima dos
restos culturais.
PALAVRAS-CHAVE: ANTRACNOSE; CAJU; FITOPALOGIA.
INTRODUÇÃO: Anacardiumoccidentale L., o cajueiropertencente ao gênero Anacardium,
originalmente da família Anacardiaceaeé originária do Nordeste brasileiro. É uma planta perene com
ramificações baixas de porte médio, altura do tipo comum pode chegar em média de 5m a 8m, sua
envergadura entre 12m e 14m, dependendo muito das condições do clima e do solo. (BARROS et al.,
1984).
A agroindústria do caju no Brasil iniciou devido à grande procura externa dos Estados Unidos
pelo liquido retirado da castanha do caju durante a II Guerra Mundial para ser utilizada como isolante
na fabricação de cabos de alta tensão. As lavouras na época eram exploradas em moldes extrativistas
e a castanha do caju era utilizada exclusivamente como matéria-prima para a extração do seu liquido.
(OLIVEIRA, 1990).
Hoje em dia, a produção de caju ainda é de grande importância por conta de seu forte
envolvimento na economia interna e externa com exportação dos seus produtos industrializados,
tendo uma área total de 77.774.519há plantado e uma produção de 77 501t durante a safra de 2016.
(IBGE, 2017).
Da parte carnosa (pseudofruto), são gerados diversos produtos, tais como sucos, doces em
massa, bebidas alcoólicas, entre outros. Da castanha (fruto), além da amêndoa, destinada grande parte
1 Acadêmicos do Curso de Agronomia do CEULS/ULBRA. 2 Professor Me. do Curso de Agronomia do CEULS/ULBRA.11
46
à exportação, é também extraído o líquido da castanha utilizado na indústria química para obtenção
de resinas, fabricação de tintas, vernizes, etc. (KIMATI et al., 2005).
Em Santarém, Oeste do Pará, a produção do caju e de seus derivados em comunidades e
assentamentos na região vem ganhando força por elevar a economia regional, fortalecer o turismo, a cultura
local e ainda resgatar as principais atividades produtivas das famílias.
O cajueiro pode ser encontrado prosperando-se em diferentes condições ecológicas, por
diversas largas faixas do mundo tropical, entretanto se cultivada de forma espontânea não significa
ser a melhor das condições para o seu melhor desenvolvimento vegetativo e para as produções em
larga escala. A cultura deve ser em condições climáticas adequadas, para o seu bom desenvolvimento,
juntamente com as condições relativas do solo e quando as plantas dispõem de caracteres genéticos
que irão dispor de uma boa produtividade e são assistidas com os tratos culturais pertinentes.
Apesar de ser referido como hospedeiro de inúmeros organismos patogênicos, nem todos eles
são considerados inimigos, no Nordeste brasileiro, onde existem extensos plantios, sem qualquer
preocupação com a manutenção e equilíbrio ambiental, tem ensejado o surgimento de epidemias
(FREIRE, 1991).
Dentre as doenças que prejudicam a planta, a antracnose é a enfermidade mais conhecida e
presente onde o cajueiro é cultivado, o agente que causa este mal é o fungo Glomerellacingulata
(Stonemam), os sintomas mais comuns são inicialmente nas folhas, com manchas necróticas e
irregulares, em qualquer área do limbo, de coloração parda nas folhas jovens, e no estágio onde as
folhas estão mais velhas, as lesões aparecem em uma coloração avermelhada. No fruto do caju, a
castanha, bem como no pseudofruto ou no pedúnculo, os sintomas mostram-se nas formas de lesões
deprimidas e escuras, que impedem a formação final de ambos ou podem provocar a queda prematura.
O fungo que causa a antracnose para desenvolver com sucesso a sua patogênese necessita de
temperatura e umidade adequadas, além de brotações e frutos jovens. Pode ser controlada através de
pulverizações com fungicidas protetores ou sistêmicos.
Diante da importância cultural, social e econômica da cultura do caju, tanto nacional como
regional esse trabalho tem como principal objetivo identificar e caracterizar os danos causados pela
antracnose a partir de possíveis sinais e sintomas nas plantas da propriedade visitada, em comparação
com as descrições dos referenciais teóricos.
MÉTODOS: A propriedade visitada localiza-se em Santarém, Oeste do Pará, no distrito de Alter-
do-Chão com as coordenadas de Latitude 02 30' 44,4'' e Longitude 54 57' 22,4''(Figura 1). A visita
ocorreu no dia 07 de setembro de 2017.
O método usado foi à diagnose visual investigando a sintomatologia das plantas infectadas.
Os sintomas observados foram comparados com as descrições do Manual de Fitopatologia. Também
47
foi considerado os relatos da proprietária. A área plantada é para consumo próprio, apenas. Rosseto
e Santiago (2010) descrevem que a diagnose visual é uma ferramenta muito importante para o estudo
da sintomatologia de doenças, ataque de pragas ou influência do clima ou toxidez de um elemento
pela aparência da planta, especialmente, pela coloração de suas folhas.
Figura 1 - Mapa da Propriedade.
Fonte: Google Earth
A partir do que foi encontrado na propriedade e analisado em laboratório, as informações
foram comparadas com o manual de Fitopatologia.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Na propriedade, os cajueiros infectados recebem como tratos
culturais, apenas a poda, e nesse caso, não tem sido feito nos últimos meses, para ser aproveitada a
sombra das copas das árvores, não sendo utilizado nenhum controle químico, como o uso de
fungicidas.
Os relatos da proprietária e a sintomatologia observada nas plantas durante a visita, conferem
com o descrito na literatura: lesões e atrofiamento na colocação marrom-escura na inflorescência, no
fruto podridão também na coloração marrom-escura, e no pseudofruto, rachaduras e deterioração total
do mesmo o que impedem a formação final de ambos e provocando a queda prematura. Nas folhas
mais velhas, as lesões aparecem de forma necrótica, irregular e de coloração avermelhada. Os
sintomas e sinais identificados caracterizam o fungo da antracnose, Glomerella cingulata
(Stonemam). (KIMATI et al., 2005).
Figura 3. Pseudofruto com rachaduras Figura 4. Folha mais velha com sintomas
Fonte: Elaborada pelos autores. Fonte: Elaborada pelos autores.
48
CONCLUSÃO: A partir da sintomatologia analisada no presente estudo, pode-se inferir que a
fitopatologia do cajueiro se trata da antracnose causada pelo fungo Glomerella cingulata (Stonemam).
A disseminação nas plantas é decorrente da falta de medidas de controle na propriedade como a
utilização de fungicidas a base de oxicloreto de cobre, hidróxido de cobre e mancozeb, além de
medidas preventivas através de podas periódicas, limpeza e queima dos restos culturais.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, J.P.P de. SILVA, V. V. da. CAJUCULTURA: modernas técnicas de produção.
Fortaleza: EMBRAPA/CNPAT, 1995.
BARROS, L.M.; ARAÚJO, F. E.; ALMEIDA, J.I.L.; TAIXEIRA, L.M.S. A cultura do cajueiro
anão. Fortaleza: EPACE, 1984.
FREIRE, F. das C. O. Controle químico da antracnose em mudas de cajueiro. In CONGRESSO
BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 11. Petrolina, 1991. Resumos. Cruz das Almas: Sociedade
Brasileira de Fruticultura, 1991.
KIMATI, H.; AMORIN L.; REZENDE, J. A. M.; BERGAMIN FILHO, A.; L. E. A. Manual de
Fitopatologia. 4. ed.,São Paulo: Agronômica Ceres, 2005.
OLIVEIRA, J. D. DE. O complexo agroindustrial de sulcos de frutas tropicais no Estado do
Ceará: uma revisão de organização industrial. Fortaleza: UFC, 1990. Tese Mestrado.
IBGE - Levantamento Sistemático da Produção Agrícola https://sidra.ibge.gov.br/tabela/1618#resultado ACESSO DIA 11 set, 2017 ás 16h37min.
ROSSETTO; R., SANTIAGO; A. D. Conceito de Diagnose Visual. 2010. Disponível em:
http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/cana-de-acucar/arvore/CONT
000fhvuyvaq02wyiv80v17a09ehcm584.html. Acesso em: 12 out. 2017.
49
AVALIAÇÃO DE DIFERENTES TIPOS DE SUBSTRATOS NA PRODUÇÃO DE MUDAS
DO REPOLHO (BRASSICA OLERACEA CAPITATA) SOOSHU
12Maria Lúcia Braga Farias1
Nalyene Bianca de Lima Monteiro1
Raimundo Cosme de Oliveira Junior2
Darlisson Bentes dos Santos3
Alessandra Damasceno da Silva3
RESUMO: O presente trabalho buscou avaliar diferentes tipos de substratos na produção de mudas do repolho
(Brassica oleracea capitata) Sooshu. O experimento foi conduzido em blocos inteiramente ao acaso, com oito tratamentos
e quatro repetições. Os oito tratamentos foram constituídos pelos seguintes substratos: Areia lavada (T1); Substrato
comercial (T2); Substrato caseiro/orgânico (T3); Areia Lavada + Casca de Arroz Carbonizado (T4); Areia Lavada +
Caroço de Açaí (T5); Areia Lavada + Casca de Arroz Carbonizado + Caroço de Açaí (T6); Bokashi + Areia Lavada +
Casca de Arroz Carbonizado (T7); Bokashi + Areia Lavada + Caroço de Açaí (T8). Os parâmetros analisados foram altura
da parte aérea (mm), largura da parte aérea (mm), espessura do caule (mm), comprimento da raiz (mm), peso da massa
fresca (g) e peso da massa seca (g). O T2 apresentou resultados que se sobressaíram aos demais tratamentos, favorecendo
o crescimento das mudas logo nos primeiros dias, portanto, caracterizando-o como o substrato mais indicado para a
produção de mudas de repolho Sooshu. Verificou-se que no T1 obtiveram-se resultados ineficientes para a produção de
mudas de repolho Sooshu.
PALAVRAS-CHAVE: OLERICULTURA, MUDAS, GERMINAÇÃO.
INTRODUÇÃO: O repolho é considerado uma das hortaliças mais eficientes na produção de
alimento, devido à alta taxa de crescimento. Além disso, entre as diversas hortaliças ofertadas aos
consumidores brasileiros, o repolho é a de maior importância econômica entre as variedades botânicas
da espécie Brassica oleracea, por conta do seu elevado valor nutritivo, principalmente pelo teor de
cálcio e de vitamina C (SILVA, 2009).
Por outro lado, considerando o caráter social, o cultivo de repolho é gerador de diversos
empregos em consequência da exigência de mão-de-obra, desde a semeadura até a comercialização
(SILVA et al., 2012). A produção de mudas de alta qualidade se tornou a base da horticultura moderna
(GOMES et al., 2008). Nascimento et al. (2002), afirmam que na produção de mudas de hortaliças
alguns estudos têm sido realizados com relação à substratos e tem permitido a melhoria da qualidade
das mesmas. Além disso, relata ainda que as propriedades físicas, químicas e biológicas dos substratos
podem influenciar a germinação e o desenvolvimento das mudas.
O sucesso de uma cultura depende, em grande parte, da utilização de mudas de alta qualidade,
e um dos principais fatores envolvidos na sua formação é o substrato. O termo substrato se aplica a
todo material sólido, natural ou sintético, bem como residual ou ainda mineral ou orgânico, distinto
1 Eng. Agr., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 2 PhD., Eng. Agr., Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA. 3 Msc., Eng. Agric., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 12
50
do solo, que colocado em um recipiente em forma pura ou em mistura permite o desenvolvimento do
sistema radicular, desempenhando, portanto, um papel de suporte para a planta (ROSA et al., 2002).
Rosa et al. (2002) definem que os substratos podem ter diversas origens, como animal (esterco,
húmus, etc.), vegetal (tortas, bagaços, xaxim, serragem, etc.), mineral (vermiculita, perlita, areia, etc.)
e artificial (espuma fenólica, isopor, etc.).
A escolha e manejo corretos do substrato são de suma importância para a obtenção de mudas
de qualidade. O sucesso de uma produção começa pela obtenção de mudas de qualidade. Uma muda
mal formada dará origem a uma planta com produção abaixo de seu potencial genético. Desta forma,
o presente trabalho teve como objetivo avaliar o desenvolvimento de mudas de repolho (Brassica
oleracea capitata) Sooshu, produzidas em bandejas de poliestireno contendo 128 células, sob
utilização de diferentes substratos.
MATERIAIS E MÉTODOS: O experimento foi realizado no laboratório de solos do Centro
Universitário Luterano de Santarém-CEULS. Realizou-se inicialmente, a secagem de todos os
substratos em estufa com temperatura de 60º C, com exceção da Casca de Arroz Carbonizada (CAC).
Em seguida, os substratos passaram por uma peneira de 2 mm, para eliminação de resíduos e
padronização. Após esta etapa as bandejas foram alocadas em uma casa de vegetação, ainda nas
instalações do CEULS. Para tanto, o clima dominante da região é quente e úmido, característico das
Florestas Tropicais, com temperatura média anual variando de 25 a 28°, umidade relativa média do
ar de 86%. A precipitação pluvial média anual é de 1.920 mm, com maior intensidade no chamado
período de “inverno amazônico”, que ocorre de dezembro a maio, quando a precipitação média
mensal varia de 170 a 300 mm. Nos meses de junho a novembro ocorre o período mais seco,
correspondendo ao “verão amazônico”, neste período ocorrem as menores precipitações pluviais
registradas na região, com valores médios inferiores a 60 mm, entre os meses de agosto a outubro.
O experimento foi conduzido por meio de um Delineamento Inteiramente Casualizado (DIC),
com oito tratamentos e quatro repetições. Cada repetição foi constituída por uma bandeja de isopor
contendo 128 células, com 16 mudas para cada unidade experimental (tratamento). O desbaste das
mudas de repolho Sooshu ocorreu aos 30 dias após o plantio. Houve acompanhamento desde a
semeadura até a fase de desbastes das mudas, no intuito de monitorar as variáveis no desenvolvimento
das mudas cultivadas. A semeadura realizou-se em casa de vegetação telada, com 50% de
luminosidade, e irrigação feita diariamente (pelo menos duas vezes ao dia). Referente à composição
dos substratos, os mesmos descrevem-se da seguinte forma, conforme a Tabela l a seguir.
51
Tabela 3. Composição dos substratos na produção de mudas de Repolho Sooshu
Tratamentos Substratos Proporções
T1 Areia lavada
T2 Substrato comercial (Plantmax)
T3 Substrato caseiro (esterco bovino+calcário+terra preta) 1:1:1
T4 Areia lavada+Casca de Arroz Carbonizada 1:1
T5 Areia lavada+Caroço de açaí 1:1
T6 Areia lavada+Casca de Arroz Carbonizada+Caroço de açaí 1:2:2
T7 Bokashi+Areia lavada+Casca de Arroz Carbonizada 1:2:7
T8 Bokashi+Areia lavada+Caroço de açaí 1:4:15
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os valores da Altura da Parte Aérea (APA), são superiores quando
comparados aos demais, sendo 17,71 e 37,52 mm, mínima e máxima, respectivamente (Tabela 2).
Tabela 4. Estatística descritiva dos parâmetros medidos para as mudas de Repolho Sooshu
APA= Altura da Parte Aérea; LPA= Largura da Parte Aérea; EC= Espessura do Caule; CR= Comprimento da raiz;
MF= Massa Fresca e; Massa Seca.
Em relação aos diferentes tipos de substratos utilizados, observaram-se maiores médias para as
variáveis: APA no T4 (37,52 mm), LPA no T2 (27,95 MM), EC no T3 (1,13 MM) e CR no T2 (35,24
mm). Considerando a APA, não houveram diferenças entre T2 e T4, T3 e T5, T6 e T7, para esta
variável. Em contrapartida, ainda nessa variável, T8 difere-se de todos os demais tratamentos.
Para LPA, ocorreram diferenças entre os substratos. Para EC, não houveram diferenças
significativa entre T1, T4, T5 e T8, por outro lado T3 difere-se dos demais tratamentos, ainda nessa
característica. Observando-se CR, T1, T4 e T7 diferem-se entre si e dos demais tratamentos. Enquanto
T2 e T5, T6 e T8 não apresentam diferença entre si (Tabela 3).
52
Tabela 5. Médias dos parâmetros medidos para as mudas de Repolho Sooshu
* Médias seguidas da mesma letra (coluna) não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05).
CONCLUSÃO: As médias do substrato Plantmax (T2) se sobressaíram aos demais tratamentos
quanto ao desenvolvimento das mudas, caracterizando-o como o substrato mais indicado para a
produção de repolho Sooshu. O composto Bokashi, citado ao longo do trabalho (T6, T7, T8), obteve
resultados que deixaram pouco evidenciadas suas eficiências. A quantidade do Bokashi a ser aplicada
ao solo varia em função das culturas, da fertilidade, da porcentagem de matéria orgânica presente no
solo e de outros fatores que permitem estudar este composto mais a fundo, com o objetivo de
comprovar melhor seu uso.
REFERÊNCIAS
GOMES, L. A. A. et al. Produção de mudas de alface em substrato alternativo com
adubação. Horticultura Brasileira, v. 26, n. 3, p. 359-63, 2008.
NASCIMENTO, W. M. et al. Produção de mudas de tomate em diferentes tipos de bandejas,
substratos e fertilização. Horticultura Brasileira, v. 20, n. 2, p. 388, 2002.
ROSA, M. de F. et al. Utilização da casca de coco como substrato agrícola. Embrapa Agroindústria
Tropical-Documentos (INFOTECA-E), 2002.
SILVA, G. S da. Crescimento e produtividade de repolho roxo em função de espaçamentos entre
linhas e entre plantas. Jaboticabal-SP, 2009. 46 p.
SILVA, K. S. et al. Produtividade e desenvolvimento de cultivares de repolho em função de doses de
boro. Horticultura Brasileira, p. 520-25, 2012.
53
AVALIAÇÃO DE DIFERENTES TIPOS DE SUBSTRATOS NO PERIODO DE
GERMINAÇÃO DE MUDAS DE ALFACE (LACTUCA SATIVA L.) EM SISTEMA DE
PRODUÇÃO ORGÂNICO 13Róger Murilo da Costa Rebelo1
Vândrea Aline Rêgo de Sousa1
Gilbson Santos Soares2
Darlisson Bentes dos Santos3
Daniel Rocha de Oliveira4
RESUMO: A alface constitui em uma cultura de grande importância social na agricultura familiar e na alimentação
humana. O uso de substratos de qualidade na germinação de sementes da alface influencia diretamente na velocidade de
desenvolvimento das plantas. O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficiência do uso de substratos orgânicos alternativos
no cultivo de mudas de alface. O experimento foi disposto em duas sementeiras de isopor com três tratamentos e uma
testemunha com três repetições em cada. Os tratamentos utilizados foram: (T0) Terra preta, (T1) 50% casca de arroz+25%
esterco de galinha+25% fibra de coco, (T2) 50% fibra de côco+25% esterco de galinha+25% casca de arroz carbonizada,
(T3) 50% esterco de galinha+25% casca de arroz carbonizada+25% fibra de coco. Os parâmetros avaliados foram: matéria
seca (MS), matéria fresca (MF), número de folhas (NF), altura (RPA/R), comprimento da raiz (R) e índice de germinação
(IG). O T0 obteve o melhor resultado em comparação das médias para os parâmetros altura, comprimento da raiz e número
de folhas. Em relação a massa fresca e massa seca da planta o T0 foi o que se destacou em comparação aos demais
tratamentos.
PALAVRAS-CHAVE: ALFACE, SUBSTRATOS, SISTEMA ORGÂNICO.
INTRODUÇÃO: A alface (Lactuca sativa L.) é a hortaliça folhosa de maior importância no Brasil
de acordo com Costa & Sala (2005), e constitui-se numa cultura de grande importância social na
agricultura familiar e na alimentação humana. Esta espécie apresenta alta perecibilidade, sendo
normalmente plantada próximo aos centros consumidores, onde se procura cultivá-la o ano inteiro.
(FERREIRA et al., 2006).
A alface predominante no Brasil é do tipo crespa, liderando com 70% do mercado. O tipo
Americana detém 15%, a lisa 10%, enquanto outras (vermelha, mimosa, etc.) correspondem a 5% do
mercado. (SALA & DA COSTA, 2005). O sucesso do cultivo de hortaliças depende em grande parte
da utilização de mudas de alta qualidade, o que torna o cultivo de hortaliças mais competitivo, com o
aumento de produtividade e redução dos riscos de produção. Entretanto para ter um bom desempenho
de uma muda, é necessário se obter um bom substrato.
O substrato é todo material sólido natural, sintético ou residual, mineral ou orgânico, puro ou
misturado, que proporciona condições favoráveis para o desempenho do sistema radicular. Eles
exercem a função de substrato, nutrição e armazenagem de água e oxigênio. Podem ser de origem
animal, vegetal, mineral e artificial.
1 Eng. Agr., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 2 Msc., Biólogo, Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 3 Msc., Eng. Agric., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 4 Msc., Méd. Vet.; Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 13
54
Alguns materiais usados na formulação dos substratos apresentam características que nem
sempre são suficientes para promover um desempenho satisfatório da muda. Dessa forma, realizar o
estudo de mudas de alface avaliando seu desempenho utilizando diferentes substratos será de grande
importância para subsidiar futuros planos de manejo e o desenvolvimento de políticas de incentivo a
produção.
Estudar o desenvolvimento de mudas de alface (Lactuca Sativa L.) em função de diferentes
substratos orgânicos: fibra de coco, casca de arroz carbonizada, esterco de galinha curtido, mistura
do esterco e casca de arroz carbonizada com fibra de coco com diferentes porcentagens de aplicação
dos mesmos, foi o objetivo do experimento.
MÉTODO: O experimento foi realizado em Santarém- PA, com as coordenadas geográficas
2°27’’12’, Latitude Sul e 54°42’’43’ de Longitude Oeste. O clima da região é caracterizado como
quente e úmido, com uma temperatura média anual de 25° a 28°C. A precipitação média anual
corresponde a 1.920 mm, com maior intensidade de dezembro a maio, no chamado “inverno
amazônico” e nos meses de junho a novembro, o “verão amazônico”, ocorrendo o período mais seco.
O plantio ocorreu no dia 08 de maio, com o experimento encerrado no dia 31 de maio de 2017
(colheita). Neste período a variedade foi acompanhada desde a semeadura até a fase de transplante,
para obter os resultados das análises de seu desenvolvimento e concentração de matéria fresca e seca.
Para a realização desse estudo, foram utilizadas sementes de alface do gênero Lactuca sativa L,
obtidas no comércio local da cidade de Santarém. As sementes possuíam 97% de teor de germinação
e 100% de pureza, segundo dados do fabricante. O experimento foi desenvolvido em uma estufa feita
para o teste de germinação das mudas de alface, coberta com sombrite (50%). As dimensões da estufa
foram de 1 x 3 m, largura e comprimento respectivamente.
O experimento foi realizado em duas bandejas de isopor com 200 células cada. A variedade
utilizada foi a alface Mônica crespa. Na primeira bandeja foi divido em 7 parcelas, cada uma com 20
células totalizando 140 células. A segunda bandeja foi dividida em 5 parcelas, 20 células em cada
totalizando 100. Foram utilizados os seguintes tratamentos: (T0) Terra preta, (T1) 50% Casca de arroz
+ 25% esterco de galinha + 25% fibra de coco, (T2) 50% Fibra de coco + 25% de esterco de galinha
+ 25% casca de arroz carbonizada, (T3) 50% esterco de galinha + 25% Casca de arroz carbonizada +
25% fibra de coco (Figura 1).
As avaliações dos parâmetros foram medidas com régua graduada aos 23 dias após a
semeadura: Matéria Seca (MS), Matéria Fresca (MF), Número de Folhas (NF), Comprimento da parte
Aérea até a Raíz (CPAR), Comprimento da Raiz (R), Mortalidade (M) e Índice de Germinação (IG).
A MS foi determinada pelo processo de secagem em estufa a 45°C até atingir a massa constante, no
55
período de 42 horas, em seguida as pesagens tanto individuais quanto em conjunto de cada tratamento
foram feitas através de uma balança de precisão.
Figura 4. Distribuição dos tratamentos
RESULTADOS E DISCUSSÃO: A AAR de T0 apresentou o maior resultado (5,24 cm), superando
os demais substratos, com T1 como o menor (5,24 cm). O R obteve maior resultado em T0 (5,03 cm)
e T1, o menor (4,03 cm). Em relação ao NF, todos os tratamentos apresentaram média acima de duas
folhas, sendo T0 (4,56 cm) o maior e T3 (2,65 cm) o menor número. A maior e menor quantidade de
MF foi encontrada em T0 (2,35 g) e T3 (0,32 g), respectivamente. Para a MS, foram encontradas em
T0 (0,59 g) a maior e em T3 (0,07 g) a menor. A maior mortalidade ocorreu no T0 (35%), enquanto
o maior IG (88,34%) foi verificado em T2 (Tabela 1).
Tabela 6. Medidas dos parâmetros
Parâmetros Unidade
de medida
Tratamentos
T0 T1 T2 T3
Alturas
CPAR cm 7,00 5,24 5,65 5,41
R cm 5,03 4,03 4,49 4,40
NF cm 4,56 3,25 3,06 2,65
Massas
MF g 2,35 0,45 2,31 0,32
MS g 0,59 0,09 0,12 0,07
Germinação
M % 35,00 40,00 11,66 20,00
IG % 65,00 60,00 88,34 80,00 CPAR= Comprimento da Parte Aérea até a Raiz; R= Comprimento da Raiz;
NF= Número de Folhas; MF= Massa Fresca; MS= Massa Seca; M= Mortalidade
e; IG= Índice de Germinação.
CONCLUSÃO: O tratamento T0 apresentou as maiores médias para os parâmetros CPAR, R e NF,
denotando as condições mais favoráveis para o desenvolvimento das mudas de alface quando
comparados com os demais tratamentos.
56
REFERÊNCIAS
FERREIRA, M. M. M. et al. Qualidade do tomate em função de doses de nitrogênio e da adubação
orgânica em duas estações. Horticultura Brasileira, v. 24, n. 2, p. 141-45, 2006.
SALA, F. C. &; DA COSTA, C. P. Retrospectiva e tendência da alfacicultura brasileira Retrospective
and trends of Brazilian lettuce crop. Horticultura brasileira, v. 30, n. 2, p. 187-94, 2012.
57
BACIA DE EVAPOTRANSPIRAÇÃO PARA TRATAMENTO DE ÁGUAS NEGRAS
PROVENIENTES DO CENTRO EXPERIMENTAL FLORESTA ATIVA NA RESEX
TAPAJÓS ARAPIUNS 14Alailson Sousa Rêgo 1
[email protected] 15Steve Macqueen Fernando Souza da Silva 2
16Edna Reis Costa Araújo 3 17 Alessandra Damasceno da Silva 4
RESUMO: A Bacia de Evapotranspiração (BET) é uma tecnologia proveniente da permacultura para tratamento
domiciliar de águas negras e consiste em um sistema plantado com espécies exigentes por água que permitam a
decomposição anaeróbia da matéria orgânica, mineralização e absorção dos nutrientes pelas raízes. A água nesse sistema
é eliminada por sua vaporização através da evapotranspiração e os nutrientes deixam o sistema após sua incorporação à
biomassa das plantas. Sendo assim, esse trabalho objetivou identificar os processos envolvidos no funcionamento do
sistema, através da observação afim de reproduzir informações para o dimensionamento de uma bacia de
evapotranspiração e sobre o comportamento das plantas utilizadas no sistema. Os resultados mostraram que é possível
recomendar sua implantação de forma a reduzir o impacto ambiental pelo lançamento de esgotos em córregos e rios. O
aproveitamento da água e dos nutrientes contidos no esgoto possuem potencial para utilização desse sistema em projetos
habitacionais populares ou como suporte a cercas vivas entre as residências, por exemplo.
PALAVRAS-CHAVE: RESEX TAPAJÓS-ARAPIUNS; SUSTENTABILIDADE; CEFA.
INTRODUÇÃO: A BET (Bacia de Evapotranspiração) é um sistema de tratamento da água
proveniente da descarga de sanitários convencionais (água negra). Essa é uma tecnologia advinda da
permacultura e que evita a poluição do solo, das águas superficiais e do lençol freático, pois não gera
efluente. Nessa tecnologia os dejetos humanos são transformados em nutrientes para plantas que
retiram a água do sistema através do processo de evapotranspiração, devolvendo totalmente limpa
para o meio ambiente.
A Evapotranspiração é o processo de vaporização da água de superfícies livres e da vegetação
para a atmosfera. Por isso, esse trabalho objetivou identificar no Centro Experimental Floresta Ativa
(CEFA), gerido pelo Projeto Saúde e Alegria (PSA), os processos envolvidos no funcionamento do
sistema, por meio de observação afim de que se reproduzisse informações para o dimensionamento
de uma BET e sobre as plantas utilizadas no sistema.
Kalil (2016) destaca que o estabelecimento de um polo de referência para o desenvolvimento
de projetos de tecnologias socioambientais replicáveis para toda a floresta é um dos desafios do PSA,
onde o CEFA desempenha importante função nesse contexto, pois a partir de um modelo sustentável
de desenvolvimento da região, as construções no CEFA tiveram como foco a eficiência energética, o
tratamento adequado de resíduos, o aproveitamento da luz do dia, da ventilação natural e o
reaproveitamento da água da chuva.
1
14 Engenheiro Agrônomo. Centro de Estudos Avançados de Promoção Social e Ambiental - CEAPS. 2
15 Engenheiro Florestal. Centro de Estudos Avançados de Promoção Social e Ambiental - CEAPS. 3
16 Pedagoga. Centro de Estudos Avançados de Promoção Social e Ambiental - CEAPS. 4
17 Engenheira Agrícola. Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA.
58
MÉTODO: De acordo com o ICMBio (2014) a Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns (RESEX
Tapajós-Arapiuns) está localizada nos Municípios de Santarém e Aveiro, na região oeste do Estado
do Pará, com uma área de 647.610 ha, onde aproximadamente 34% da área da RESEX está localizada
no Município de Aveiro/PA, e o restante, 66% no Município de Santarém/PA. O ICMBio destaca,
ainda, que o entorno da RESEX Tapajós-Arapiuns é limitada pelos rios Arapiuns, Maró e Mentae e
que o fato de sua localização estar no interflúvio e encontro dos rios Tapajós e Arapiuns originou o
nome da Unidade de Conservação - UC. O acesso à Reserva pode ser feito por via fluvial, a partir de
Santarém pelos rios Tapajós e Arapiuns ou partindo de Itaituba pelo rio Tapajós.
Devido as características da região e a necessidade de atendimento das populações que ali
vivem, algumas estratégias sustentáveis são necessárias para que a permanência dessas famílias nas
comunidades da RESEX seja assegurada, garantindo seu bem-estar. Para isso, o PSA, contribui
desenvolvendo programas integrados em diversas áreas de interesse da população, dentre esses estão
na área de saúde, saneamento básico, direitos humanos, meio ambiente, geração de renda, educação
e outros. O PSA é uma instituição civil sem fins lucrativos que atua em comunidades tradicionais da
Amazônia, onde a arte, o lúdico e a comunicação são seus principais instrumentos de educação e
mobilização social (PSA, 2017).
Uma estratégia sustentável para o tratamento adequado de resíduos na RESEX Tapajós-
Arapiuns trata-se da Bacia de Evapotranspiração (BET). Esse é um sistema de tratamento e
reaproveitamento dos nutrientes do efluente proveniente do vaso sanitário (águas negras). É um
sistema fechado, ou seja, estanque, e não há saída de água, seja para filtros ou sumidouros. Nele
ocorre a decomposição anaeróbia da matéria orgânica, mineralização e absorção dos nutrientes e da
água, pelas raízes dos vegetais. Os nutrientes deixam o sistema incorporando-se a biomassa das
plantas e a água é eliminada por evapotranspiração. Não há deflúvio (escoamento). E dessa forma,
não há como poluir o solo ou o risco de algum microrganismo patógeno sair do sistema.
Para a construção da BET na RESEX foi necessário a abertura e impermeabilização de uma
trincheira sobre o solo. Para sua impermeabilização utilizou-se lona de geomembrana, sendo,
também, utilizados pneus para câmara de recepção da descarga (3 vasos sanitários). Os pneus
utilizados no projeto foram provenientes de descarte, pois reutilizar é a melhor alternativa para
diminuir o problema do descarte incorreto desse material. O tamanho da bacia dimensionada foi de
1,5 m de profundidade, 3 m de largura e 13 m de comprimento. Esse espaço foi preenchido com
diferentes camadas de substrato e plantado com espécies vegetais de crescimento rápido e exigentes
em água, nesse caso, foi a bananeira. Como a água fica presa na Bacia, ela se movimenta por
capilaridade e, por isso, depois de separada dos resíduos humanos, vai passando (de baixo para cima)
pelas camadas de brita, tijolos, areia e solo, chegando até as raízes das plantas.
59
Com o aumento do volume de esgoto no tanque, a água preenche também as camadas de britas,
tijolos e areia, até atingir a camada de solo acima, através da qual, se move por ascensão capilar até
a superfície. Assim, o tanque de evapotranspiração permite que a água que seria eliminada do sistema,
aí permaneça, exercendo outras funções. Após a decomposição anaeróbia da matéria orgânica e
mineralização, há a absorção dos nutrientes e da água pelas raízes das plantas. Os nutrientes deixam
o sistema incorporando-se à biomassa dos vegetais.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: A autonomia do CEFA é a peça fundamental para que o local não
dependa de recursos exteriores para manutenção de suas necessidades ou para lidar com seus resíduos.
Assim, as águas negras do local são destinadas a BET para tratamento adequado.
Kalil (2016) ressalta que as águas cinzas da cozinha, dos chuveiros, dos tanques e das pias
devem ser direcionadas para círculos de bananeiras, onde o saneamento ecológico acontece dentro de
um sistema vivo e que para a água negra dos resíduos sanitários seja adotado uma BET. Esse sistema
que consta de um tanque impermeabilizado preenchido com diferentes camadas de substrato recebe
todo o efluente sanitário.
Na BET os resíduos passam por processos naturais de tratamento, com a degradação da matéria
orgânica e a absorção e vaporização da água pelas plantas e superfície (evapotranspiração). Andrade
Neto e Campos (1999) enfatizam que em procedimentos anaeróbios, a formação de metano (CH4) é
desejável, tendo em vista que a matéria orgânica é retirada da fase líquida, pois o CH4 apresenta baixa
solubilidade na água. Silva (2016) corrobora afirmando que parte do metano produzido na zona
anaeróbia da BET é geralmente consumido enquanto se desloca pela camada de solo da bacia, devido
a oxidação do metano na presença de oxigênio causada pela ação de bactérias metanotróficas.
Silva (2016) revela que a câmara de recepção das águas negras no interior da BET exerce
funções comparadas às de um tanque séptico, que são decantação, flotação, desagregação e digestão
dos sólidos sedimentados (lodo) e da crosta constituída pelo material flotante (escuma). Mandai
(2006) recomenda que a câmara seja de pneus usados, alocados em pé, ao fundo do tanque, formando
uma espécie de túnel horizontal e que ao redor e acima da câmara de recepção a BET seja preenchida
por camadas de materiais com granulometria decrescente. A BET da RESEX Tapajós-Arapiuns foi
desenvolvida levando-se em consideração esses aspectos.
CONCLUSÃO: A missão do CEFA sempre foi a de fortalecer as comunidades da RESEX com o
intercâmbio de conhecimentos, experimentações, melhoria das práticas produtivas e projetos de
geração de renda das comunidades, sendo a BET uma alternativa sustentável de tratamentos dos
resíduos nessas localidades e que podem ser replicadas para outras regiões e habitações urbanas, como
condomínios, por exemplo, e periurbanas como, por exemplo, na forma de cercas vivas e composição
60
do paisagismo. Essas estratégias minimizam os impactos ambientais ocasionados pelo lançamento de
esgotos em cursos d’água ou outros locais impróprios.
REFERÊNCIAS
ANDRADE NETO, C. O.; CAMPOS, J. R. Tratamento de esgotos sanitários por processo anaeróbio
e disposição controlada no solo. ABES, Rio de Janeiro: 1999.
INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE. Plano de Manejo
da Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns: Volume 1 - Diagnóstico. ICMBio, Santarém: 2014.
KALIL, Patrícia. Centro Experimental Floresta Ativa é inaugurado na Resex Tapajós-Arapiuns.
Santarém: 2016. Disponível em: < https://medium.com/rede-
mocoronga/inaugura%C3%A7%C3%A3o-do-centro-experimental-de-floresta-ativa-na-resex-
tapaj%C3%B3s-arapiuns-d85f59149393>. Acesso em: 09 out. 2017.
MANDAI, P. Modelo descritivo da implantação do sistema de tratamento de águas negras por
evapotranspiração. Associação Novo Encanto de Desenvolvimento Ecológico - ANEDE. Monitoria
Canário Verde. Relatório técnico. Brasília, 2006.
PROJETO SAÚDE E ALEGRIA – O PROJETO. PSA, Santarém: 2017. Disponível em:
<http://www.saudeealegria.org.br/?page_id=48>. Acesso em: 12 out. 2017.
SILVA, Debora Danna Soares. Tanque de evapotranspiração para o tratamento do esgoto domiciliar:
Estudo de caso em São Luís, MA. Revista do Centro de Estudos em Desenvolvimento Sustentável da
UNDB. n4, v1, 2016. Disponível em: <www.undb.edu.br/ceds/revistadoceds>. Acesso em: 09 out.
2017.
61
CADASTRO AMBIENTAL RURAL – CAR E O DESMATAMENTO NO MUNICÍPIO DE
ÓBIDOS – PA NO PERÍODO DE 2012 A 2015
18Ana Paula Santos Barros1
Alessandra Damasceno da Silva2
Isabel Cristina Tavares Martins3
Darlisson Bentes dos Santos4
Gláucia de Fática Gomes5
RESUMO: A evolução do desmatamento no Brasil têm se confirmado através dos dados apresentados pelos programas
de monitoramento do desmatamento na Amazônia. Esse cenário têm atribuído responsabilidades para todos os setores,
entre eles, para os profissionais de ciências agrárias que precisam associar a diversificação das atividades agropecuárias
com a intensificação da produção, o respeito aos recursos naturais e a geração de renda. Diante da preocupação com o
exposto, sobretudo no intuito de criar barreiras contra essa prática, tem se desenvolvido e implementado ferramentas e
técnicas para contribuir no processo de monitoramento e controle do desmatamento como a criação do Cadastro
Ambiental Rural-CAR, associado ao uso de imagens de satélite e de sensoriamento remoto, juntamente com uma
tecnologia geográfica formaria base de dados estratégica para o controle, monitoramento e combate ao desmatamento.
No município de Óbidos- PA essa ferramenta tem dividido opinião com relação a sua contribuição para o controle do
desmatamento. O intuito deste Estudo foi de avaliar a eficiência do CAR como ferramenta de monitoramento e controle
do desmatamento no município de Óbidos - PA no período de 2012 a 2015, através de aplicação de questionários e analise
de imagens de satélite. Para conhecer a opinião dos proprietários foi aplicado questionário e quantificados em métodos
estatísticos. Para detectar as áreas desmatadas foi utilizado os sistemas PRODES, SAD e DETER, e para quantifica-las
foi utilizado o ArcGIS e extraídos os shapes do SICAR. No estudo por imagens de satélites, observou uma evolução do
desmatamento em Óbidos, no mesmo período em que foi intensificada a elaboração de cadastro ambiental, onde também
foi observado, que todas as áreas analisadas foram desmatadas entre 2012 e 2015, período em que o relatório do INPE
mostra uma crescente no desmatamento em Óbidos. No mesmo contexto, evidenciou que essas mesmas áreas foram
desmatadas depois de julho de 2008 condicionando-as a adesão da regularização ambiental e recuperação das reservas
legal.
PALAVRAS-CHAVE: CAR, DESMATAMENTO, PRODES.
INTRODUÇÃO: Os resultados nos relatórios apresentados pelos Programas de monitoramento do
desmatamento na Amazônia com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE e Instituto do
Homem e Meio Ambiente da Amazônia - IMAZON, têm atribuído responsabilidades para todas as
esferas governamentais e não governamentais como também para os diversos setores e funções,
principalmente para os profissionais de ciências agrárias que carregam o desafio de associar a
diversificação das atividades agropecuárias com a intensificação da produção, o respeito aos recursos
naturais e a geração de renda, planejar uma propriedade rural adequando à produção agropecuária à
conservação ambiental tanto do ponto de vista técnico quanto econômico. Diante da preocupação
com o senário exposto, sobretudo no intuito de criar barreiras contra essa prática, tem se desenvolvido
ferramentas e técnicas para contribuir no processo de monitoramento e controle do desmatamento.
1 Eng. Agr., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 2,4 Msc., Eng. Agric., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 3Msc., Eng. Mec., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 5 Msc., Meteorologista, Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 18
62
Um dos instrumentos criado pelo Decreto nº 7.830, de 17 de outubro de 2012, para esse objetivo, foi
o Cadastro Ambiental Rural – CAR (BRASIL, 2012).
Em dezembro foi criado o Decreto n° 6.321 e uma das medidas estabelecidas, foi a edição anual
de lista de municípios prioritários, formadas por aqueles com elevados índices de desmatamento
(IMAZON, 2015). A cidade de Óbidos, área de estudo do presente trabalho iniciou com a elaboração
do CAR em 2009, realizado através de profissionais liberais e empresas privadas, sem incentivo
politico e econômico, o serviço gerou custos para proprietários rurais. Após o decreto Nº 6.321 e com
a revogação do novo código florestal, o município através de sua Secretaria Municipal de Meio
Ambiente - SEMA intensificou os trabalhos para que fossem alcançados os 80% das áreas
cadastráveis e desmatamento menor que 40 km².
De acordo com o Boletim disponibilizado pelo IMAZON ao Centro de Apoio Operacional do
Meio Ambiente - CAOMA, Óbidos estava entre os quatro municípios que apresentaram alertas de
desmatamento em 2015, mesmo período em que o município consegue alcançar o cadastramento de
mais de 80% de áreas no SIMLAM. Diante dos números apresentados pelos programas de
monitoramento do desmatamento e o sucesso do município na confecção de CAR, o Sindicato dos
Trabalhadores e de Produtores Rurais, procuram avaliar o objetivo do CAR e os números
apresentados pelos programas de monitoramento do desmatamento em Óbidos.
Para que seja avaliada a viabilidade do investimento aplicado para a elaboração do CAR é
necessário o conhecimento dos resultados deste programa tanto em números de cadastros efetuados
os quais já se conhecem, quanto aos efeitos quantitativos de sua eficiência no monitoramento e
controle do desmatamento. Com intuito de contribuir com essa necessidade, o presente trabalho
consiste em oferecer fonte de informações aos interessados no processo de regularização ambiental,
no que se refere ao CAR como ferramenta de monitoramento do desmatamento no município de
Óbidos, através da avaliação de imagens de satélite e aplicação de questionários a proprietários de
imóveis rurais do município.
MÉTODO: O município de Óbidos está situada no oeste paraense, na mesorregião do Baixo
Amazonas, com localização geográfica de 01º55'03" S e 55º31'05" O, com altitude de 46 m acima do
nível do mar. A temperatura do ar é sempre elevada, com média anual de 25,6º C, a umidade relativa
apresenta valores acima de 80%, em quase todos os meses do ano. A pluviosidade se aproxima dos
2.000 mm anuais, sendo irregular durante o ano.
As questões utilizadas para descrever o perfil dos proprietários foram: idade, atividade
desenvolvida, tempo de atividade e tempo de domínio da área. Para a o perfil do imóvel foram: área
total, área plantada e tempo de uso.
63
Foram classificadas três imagens do município de Óbidos de diferentes satélites, buscando
sempre por imagem de boa qualidade com pouca interferência de nuvens e separadas por período,
entre 2012 e 2015. Os shapes das propriedades, bem como das áreas desmatadas foram extraídos do
SICAR. A base de dados do CAR do município de Óbidos foi adquirida também no SICAR. O
processamento das propriedades utilizadas na pesquisa, foi realizado utilizando o programa ArcGis
9.3 e planilha eletrônica. Através do CAR dos proprietários escolhidos, foram analisadas as peças
vetoriais das Áreas de Uso Alternativo (AUA), Área de Reserva Legal (ARL) e Área de Proteção
Permanente (APP), buscando identificar as áreas desmatadas e o período de desmatamento.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Na etapa de aplicação do questionário, foram realizados duas
reuniões, onde aplicaram-se os questionários para 50 proprietários de imóveis rurais, com conversas
presenciais de em média 10 minutos cada (Quadro 1). Referente ao quadro 02 , 80% dos entrevistados
conhece o objetivo do CAR, e 84 % dos entrevistados não concorda que o CAR esteja cumprindo
com seu objetivo. 72 % confirmam que desmatou área de vegetação nativa depois que foi realizado
o CAR de sua propriedade, e 88% declararam que não deixaram de desmatar por causa do CAR. 98%
dos entrevistados dizem que o CAR não foi motivo para reduzir a produção agrícola. E nenhum
participante da pesquisa se interessou em continuar com a regularização do imóvel rural por
intermédio do cadastro ambiental rural.
Quadro 7. Respostas obtidas do questionário realizado com os proprietários de terra.
ÍTEM PERGUNTAS RESPOSTAS
SIM NÃO
A Conhece o objetivo do CAR? 40 10
B Concorda que o CAR esteja cumprindo com seus objetivos? 8 42
C Após a elaboração do CAR foi desmatada alguma área de vegetação
nativa?
14 36
D O CAR foi motivo para deixar de desmatar alguma área? 6 44
E O CAR foi motivo para reduzir a produção agrícola? 1 49
F Através do CAR surgiu interesse em continuar a regularização da
área?
0 50
Das cinquenta propriedades analisadas quatro não foram detectadas pelo sistema PRODES,
porém, nos dados da série histórica realizada com imagens de três diferentes satélites, retiradas do
sistema DETER e SAD, e mais o depoimento do proprietário sobre o ano de desmate, confirmou-se
que as quatro propriedades foram desmatadas entre 2012 e 2015, conforme foi registrado no Cadastro
Ambiental Rural das propriedades.
64
A imagem abaixo, retirada do sistema PRODES ilustra as áreas desmatadas depois de julho de
2008. Com base na pesquisa que considera apenas as áreas desmatadas entre 2012 e 2015. As
propriedades com desmatamento no período estudado foram circuladas em preto. Também foram
encontradas divergências de período de desmate nas duas propriedades circuladas em branco,
enquanto no depoimento dos proprietários as áreas foram desmatadas entre 2012 e 2015 e no
PRODES foi detectado o desmatamento antes de 2012 (Figura 1).
Figura 5. Classificação das propriedades analisadas com o CAR.
CONCLUSÃO: O CAR representaria uma oportunidade singular de conhecimento da estrutura física
dos imóveis rurais, de seus recursos hídricos e vegetais. Por ter um caráter declaratório, mesmo
utilizando imagens de satélites, muitos de seus dados dependem da informação dos seus
proprietários/possuidores. Isto pode causar discrepâncias entre as informações declaradas e as
situações reais. Os dados informados no CAR não condizem com os dados apresentados nos sistemas
de monitoramento do desmatamento. Os resultados obtidos respondem parcialmente o objetivo desta
pesquisa, contudo se faz necessário, estudos mais detalhados, com métodos mais adequados e
intervenções sócio ambientais para que seja compreendido a eficiência do CAR como ferramenta de
monitoramento e controle do desmatamento.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Decreto nº 7.830, de 17 de outubro de 2012. Dispõe sobre o Sistema de Cadastro
Ambiental Rural, o Cadastro Ambiental Rural, estabelece normas de caráter geral aos Programas de
Regularização Ambiental, de que trata a Lei no 12.651, de 25 de maio de 2012, e dá outras
providências.
65
CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E QUÍMICA DO SOLO SOB DOIS CASTANHAIS
NATIVOS, NA FLORESTA NACIONAL DO TAPAJÓS, PARÁ E NA RESEX RIO
CAJARI, AMAPÁ.
19Everton Araújo Cavalcante¹
Raimundo Cosme de Oliveira Junior²
Marcelino Carneiro Guedes3
Daniel Rocha de Oliveira4
Yash Brendon5
RESUMO: Este trabalho teve como objetivo realizar uma análise exploratória dos atributos físicos e químicos de dois
solos situados sob diferentes castanhais nativos. Para cada área do experimento, foi realizado um levantamento, utilizando
uma amostragem sistemática, em uma parcela de 300 x 300 m, adotando um grid de espaçamento regular com 60 pontos,
espaçados, obedecendo as distancias de 50 m entre linhas e 30 metros entre pontos de amostra. As amostras foram
coletadas na camada superficial de 0-20 cm. Foram determinadas a textura, macroporosidade, microporosidade,
porosidade total, além de pH em água, P e K disponíveis, Ca, Mg e Al trocáveis, Fe, Mn, Zn e Cu. Os dados foram
avaliados por estatística descritiva. Os resultados apontaram que o teor de argila sofre maior variação.
PALAVRAS CHAVES: ANÁLISE EXPLORATÓRIA, PROPRIEDADES FÍSICAS, PROPRIEDADES
QUÍMICAS.
INTRODUÇÃO: O reconhecimento do papel da castanheira na estrutura da floresta e o seu potencial
de sustentabilidade, intensifica a necessidade de estudos sobre tão importante espécie (SALOMÃO,
2014). Atualmente, encontra-se na lista de espécies ameaçadas de extinção do Ministério do Meio
Ambiente (MMA) (BRASIL, 2008).
Neves (2010) relacionou a regeneração da castanheira com atributos do solo e luz em um
castanhal localizado no sudeste do Amapá e verificou que os atributos edáficos foram mais associados
ao desenvolvimento da castanheira do que a luz. A relação da porosidade com o crescimento foi
significativa para o incremento em altura e diâmetro. A análise de regressão múltipla do incremento
em altura em função dos nutrientes também foi altamente significativa. Em outro trabalho, Guedes et
al. (2011) observaram que o potássio foi o principal atributo da fertilidade do solo associado ao
desenvolvimento e regenerações das castanheiras.
Segundo Locatelli et al. (2005), a análise química do solo de plantio de castanheira-do-brasil
(Argissolo Vermelho Amarelo distrófico plíntico, textura argilosa), em Porto Velho, Rondônia,
demonstrou que a castanheira-do-brasil apresenta bom desenvolvimento em altura e diâmetro quando
1Mestrando UFOPA, Santarem-PA 2Dr. Pesquisador, Embrapa Amazônia Oriental, Belém-PA; [email protected] 3Dr. Pesquisador, Embrapa Amapá, Macapá-AP 4MSc. Professor CEULS/ULBRA, Santarem-PA; 5Academico Agronomia CEULS/ULBRA, Santarém-PA 19
66
em solos com pH ácido, baixos valores de saturação de bases, solo distrófico, baixa capacidade de
troca de cátions e altíssimos valores de saturação de alumínio.
O presente trabalho apresenta uma análise descritiva dos atributos físicos e químicos do solo
em dois castanhais nativos, um situado na FLONA Tapajós, no estado do Pará e outro situado na
RESEX Rio Cajari, no estado do Amapá, com o objetivo da obtenção de maiores conhecimentos a
respeito das características físicas e químicas dos solos, que darão subsídios às práticas futuras de
manejo, além da manutenção ou ampliação da produtividade destas áreas.
MATERIAL E MÉTODOS: Para a realização deste trabalho foram estabelecidas amostras em 2
áreas distintas, sendo aqui denominadas: Castanhal I – Castanhal/FLONA Tapajós no Estado do Pará
e Castanhal II – Castanhal/Resex Rio Cajari no Estado do Amapá
O Castanhal 1 (C1) está situado na Floresta Nacional do Tapajós, município de Belterra, Pará,
no km 85 da Rodovia Santarém-Cuiabá, compreendendo as coordenadas 54° 55' 47.70" W / 3° 3'
16.00" S. O clima é do tipo Ami, segundo classificação de Koppen, (clima tropical com estação seca
de 2 a 3 meses por ano com precipitação anual de 2000 mm). A média anual de temperatura é de 25
°C. A umidade relativa é de 86% (76-93%). (OLIVEIRA, 2005).
O Castanhal II (CII) localizado no Estado do Amapá, Município de Vitória do Jari, situado entre
as coordenadas 52° 18’ 23,63’’ W / 0° 33’ 50,88’’ S, dentro de uma unidade de conservação de uso
sustentável denominada Reserva Extrativista Rio Cajari. Possui um clima tropical úmido com poucas
variações de temperatura, permanecendo a média anual entre 25 a 30 °C. Registra-se precipitação
anual de cerca de 2.500mm (DRUMMOND, 2004).
Para cada área do experimento, foi realizado um levantamento, utilizando uma amostragem
sistemática, em uma parcela de 300 x 300 m, adotando um grid de espaçamento regular com 60
pontos, cada um correspondendo a uma repetição, obedecendo as distancias de 50 m entre linhas e
30 metros entre pontos. As amostras foram coletadas na camada superficial de 0-20 cm.
As analises seguiram os procedimentos descritos no Manual de Métodos de Analise de Solos
(Embrapa, 2011). Foi utilizado o programa Statistic 8.0 (Statsoft Inc) para execução das análises
descritivas dos parâmetros estudados (granulometria, macro e microporosidade, parâmetros químicos
de rotina)
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Com base na análise granulométrica do solo (Tabela.1) observou-
se que o solo sob o castanhal I apresenta equilíbrio entre as frações granulométricas (areia total, silte
e argila) com um certo predomínio da fração argila, enquanto que o solo avaliado no castanhal II
demonstra dominância da fração areia total. Nos demais atributos físicos, destacam-se a
67
microporosidade e porosidade total do solo do castanhal I com valores relativamente superiores aos
encontrados ao solo do castanhal II, admitindo a possibilidade desses resultados estarem associados
aos elevados teores de matéria orgânica presente nesse solo, o que contribui diretamente para a
formação da estrutura, favorecendo este comportamento (AQUINO et al., 2014).
No castanhal II houve um predomínio dos macroporos em relação aos microporos, tal condição
deve-se a maior relação areia/argila e aos baixos teores de silte. Ferreira (2010) afirma que o maior
tamanho das partículas de areia desfavorece a agregação destas partículas em comparação as frações
silte e argila, dessa forma, em razão da textura mais arenosa, o solo apresenta predomínio de
macroporos em sua estrutura. Já no castanhal I, tal a sua textura argilosa, há um predomínio de
microporos, o que confirma o estudo realizado por Gomes et al. (2007).
Entre os dois castanhais o Al foi o que apresentou o maior coeficiente de variação (217,39%)
no castanhal II (tabela 2). Este efeito se deve a grande variação dos teores desse nutriente na área
estudada.
Considerando que o Al3+ representa a acidez trocável do solo, geralmente, os solos que
apresentam menores valores de pH, apresentam valores superiores de Al3+ (Rocha et al., 2009), dada
a facilitação da solubilização do Al trocável no solo (MAFRA, 2008), o que é corroborado no presente
estudo, sobretudo nos valores obtidos no castanhal da Flona Tapajós, conforme Tabela 2.
É importante ressaltar que em solos de florestas nativas, semelhantes aos das áreas deste estudo,
as variações nas características químicas são melhores explicadas pelo material de origem do solo ou
pelas pedoformas (CAMBARDELLA et al., 1994). O produto da estatística descritiva indica que os
atributos estudados sofrem variação no interior da área de estudo, podendo, essa heterogeneidade,
influenciar na oscilação da produtividade de algumas espécies (GANDAH et al., 2000) como a
castanheira, na Amazônia.
CONCLUSÃO: No castanhal I os atributos que apresentaram maior variabilidade foram o Mn, Cu e
Ca, sendo estas as variáveis consideradas mais heterogêneas nesta área. Já no castanhal II a maior
heterogeneidade foi atribuída as variáveis Na, Al e Zn. Dentre os atributos estudados o pH indicou
maior simetria entre os dados, nos dois castanhais analisados.
68
Table 1- . Estatística descritiva para as variáveis argila, silte, areia, na profundidade 0,0 a 0,20m
em solos sob dois castanhais nativos, na FLONA Tapajós - Pará e na Resex do Rio Cajari –
Amapá. Estatística Argila Silte Areia Macro Micro PT
g.kg-1 m³m-3 %
Solo - Castanhal I
Mínimo 393.00 59.75 305.39 0.00 0.00 0.00
Máximo 584.50 142.17 527.60 0.28 0.42 0.65
Média 516.51 101.95 381.52 0.20 0.34 0.54
Mediana 521.25 99.47 371.94 0.20 0.35 0.55
Desv.Pad.(1 38.22 17.65 42.29 0.05 0.07 0.10
CV%(2) 7.40% 17.31% 11.09% 24.93% 21.41% 20.14%
Assimetria -1.2853 0.1765 1.6308 2.0194 -3.5004 -4.2265
Curtose 2.0286 -0.3145 3.2898 7.3278 14.8786 19.7207
d(3) 0.007 0.69 0.001 0.75 0.33 0.81
Solo - Castanhal II
Mínimo 113,5 51,68 659,3 0,1179 0,1111 0,3491
Máximo 244,5 147,2 821,72 0,3872 0,26 0,5075
Média 178,0667 84,0025 737,9333 0,2298 0,1797 0,4095
Mediana 176,25 84,62 737,11 0,225 0,1808 0,4067
Desv.Pad.(1) 29,64 16,16 35,17 0,06 0,03 0,03
CV%(2) 16,65% 19,24% 4,77% 24,98% 19,07% 8,27%
Assimetria 0,1344 0,7668 0,0425 0,341 -0,061 0,5253
Curtose -0,5515 2,9315 -0,5338 0,0674 -0,5451 0,5083
d(3) 0.79 0.01 0.75 0.43 0.67 0.15 (1)desvio padrão, (2)coeficiente de variação, (3)teste de normalidade
Os teores de argila são os que sofreram menor variação no castanhal I, enquanto que no castanhal
II os teores de areia total correspondem a menor variabilidade entre os atributos desta área.
A maioria dos atributos estudados apresentaram considerado grau de heterogeneidade, havendo
variabilidade nos atributos edáficos estudados em ambas as áreas. Os solos estudados também
apresentaram comportamentos diferenciados em relação as suas estruturas físicas e químicas.
Tabela 2 - Estatística descritiva para as variáveis pH, carbono (C), nitrogênio (N), fósforo (P),
cobre (Cu), potássio (K), sódio (Na), zinco (Zn), manganês (Mn), cálcio (Ca), magnésio (Mg),
alumínio (Al) e ferro (Fe), na profundidade de 0-20cm de solo sob dois
Variável Sítio Média Mediana Valor
Minimo
Valor
Máximo
Coeficiente
de Variação
(CV%)
Desvio
Padrão
pH (H2O) C - I 4,08 4,08 3,76 4,51 4,41 0,18
C - II 5,74 5,74 4,74 6,45 6,10 0,35
C (g kg-1) C - I 13,90 13,35 8,78 21,71 18,99 2,64
C - II 8,25 8,28 3,53 14,74 25,94 2,14
N (g kg-1) C - I 1,16 1,13 0,86 1,70 13,79 0,16
C - II 0,79 0,8 0,52 1,08 16,46 0,13
P (mg dm-3) C - I 2,81 2,72 2,19 4,94 17,79 0,50
C - II 3,5 3,02 2,33 9,87 41,71 1,46
69
Cu (mg dm-3) C - I 0,39 0,32 0,10 1,44 76,92 0,30
C - II 1,81 1,7 0,9 4,36 32,60 0,59
K (mg dm-3) C - I 21,57 20,00 12,00 39,00 32,55 7,02
C - II 19,33 17 10 47 38,13 7,37
Na (mg dm-3) C - I 3,68 3,00 1,00 10,00 53,26 1,96
C - II 2,96 2 1 31 131,42 3,89
Zn (mg dm-3) C - I 0,79 0,71 0,44 1,94 35,44 0,28
C - II 0,767 0,6 0,22 3,7 71,71 0,55
Mn (mg dm-3) C - I 3,61 2,90 0,72 13,70 80,06 2,89
C - II 218,31 213,81 129,55 351,16 21,40 46,72
Ca (cmolc dm-3) C - I 0,20 0,13 0,05 0,98 85,00 0,17
C - II 1,21 1,12 0,26 2,25 41,32 0,5
Mg (cmolc dm-3) C - I 0,22 0,21 0,06 0,53 45,45 0,10
C - II 0,51 0,47 0,12 1,12 43,14 0,22
Al (cmolc dm-3) C - I 1,59 1,65 0,72 2,31 22,01 0,35
C - II 0,05 0 0 0,61 220,00 0,11
Fe (mg dm-3) C - I 224,70 226,00 44,00 375,00 23,68 53,21
C - II 95,11 91 38 153 27,15 25,82
C – I – Castanhal I; C – II – Castanhal II
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71
CERCOSPORIOSE NA CULTURA DA ALFACE - LACTUCA SATIVA L.
20Thayanny Fernanda Cunha da Silva1
Ramon Vieira Farias1
Gilbson Santos Soares2
Darlisson Bentes dos Santos2
Edson Pereira dos Reis2
RESUMO: Oriunda do leste do mediterrâneo, a alface (Lactuca sativa L.), é uma hortaliça muito utilizada na
alimentação. É cultivada em todo o mundo para o consumo em saladas. A alface se apresenta em vários tipos de folhas,
cores, formas, tamanhos e texturas. O objetivo deste trabalho é identificar possíveis enfermidades na cultura da alface que
afetam sua produção e causam prejuízos aos produtores. A análise foi realizada por diagnose visual, comparação entre a
sintomatologia da enfermidade com a literatura. As plantas doentes apresentavam manchas escuras, necróticas, que
danificam a região foliar da cultura da alface, característico da cercosporiose. O método de controle utilizado se faz pela
remoção das plantas doentes para que não ocorra contaminação das plantas sadias.
PALAVRAS-CHAVE: FITOPATOLOGIA; CERCOSPORIOSE; ALFACE.
INTRODUÇÃO: A cultura da Alface (Lactuca sativa L.) é amplamente difundida no Brasil. O seu
cultivo pode ocorrer de forma convencional ou em hidroponia, o que facilitou a sua disponibilidade
por todo ano. Apresentam plantas bem formadas, de boa aparência, e agregam mais valor quando não
há ocorrências de lesões. Pode ser consumida de diversas formas, o que garante sua versatilidade.
(LOPES e GUEZADO-DUVAL, 1998).
“É uma das mais importantes das hortaliças cultivadas no mundo. Também está classificada
entre as mais importantes hortaliças no Brasil, tanto em volume como valor comercializado,
apresentando ótima aceitação pelo consumidor”. (SILVA et al., 1995, apud MESQUITA, 2008).
“É uma planta herbácea, delicada, com caule diminuto, onde se prendem as folhas. Os dias
curtos e as temperaturas amenas favorecem a vegetação. Já os dias longos e temperaturas altas
favorecem o florescimento”. (CARVALHO; SILVEIRA, 2017).
Largamente difundida no Brasil, sendo produzida em todo o território nacional, a alface é
considerada a hortaliça folhosa mais consumida no país. Apresenta grande aceitação na
alimentação humana e constitui-se em uma boa fonte de vitaminas (A1,B1,B2,B5 e C) e sais
minerais ( Ca, Fe, Mg, P, K e Na) (MENEZES et al.,2001; MAROTO-BORREGO, 1986; e
CAMARGO, 1992, apud MESQUITA, 2008).
A alface é uma espécie de hortaliça também muito atrativa aos horticultores, porque possui
ciclo curto e alta produtividade, além de ser cultivada durante todo o ano, graças à adaptabilidade de
suas variedades a diferentes condições climáticas.
Proveniente de clima temperado, o cultivo em locais de temperatura e luminosidade elevada
gera obstáculos ao seu desenvolvimento, assim impedindo que expresse todo o seu potencial
1 Acadêmico do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA 2
Professores do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA 20
72
genético. Entre 21,1 e 26,6°C, a planta floresce e produz sementes, podendo tolerar alguns
dias com temperatura de 26,6 a 29,4°C, desde que as temperaturas noturnas sejam baixas.
Nestas condições, ocorre redução do ciclo da cultura comprometendo a produção, devido à
antecipação da fase produtiva (SETÚBAL E SILVA, 1992, apud MESQUITA, 2008).
Em vista da importância econômica, social e cultural da cultura da alface, em especial no
município de Santarém, o presente trabalho tem por objetivo identificar através de sintomas e sinais
manifestados nas plantas, possíveis focos de patologias na horta da comunidade tabocal, no município
de Santarém- PA.
MÉTODO: A propriedade escolhida na pesquisa está localizada na comunidade Tabocal na altura
do km 22, na área semiurbana de Santarém, sob as coordenadas geográficas 2º37’14,2” S e
54º44’24,0”W (figura 1). Com elevação de 50 m (fonte: Google Maps). Trata-se de uma propriedade
que utiliza somente substratos orgânicos para sua produção não fazendo uso de substratos químicos,
exceto pelo uso de dessecantes (glifosato) aplicado em plantas daninha muito recorrente no local e de
difícil controle. A propriedade não dispõe de suporte técnico tudo é realizado com base no
conhecimento empírico.
Figura 1 – Mapa da propriedade.
Fonte: Google Maps.
A produção da alface está presente em diversos comércios e feiras de hortaliças de Santarém
ou vendidas diretamente aos consumidores nas feiras. A comercialização da produção da propriedade
ultrapassa as fronteiras do município de Santarém, sendo também comercializada em Oriximiná,
Porto de Moz, Porto Trombetas, Terra Santa, Óbidos, Macapá dentre outros.
A análise da possível patologia foi realizada a partir da diagnose visual investigando sintomas
e sinais na plantação de alface e mediante relatos do proprietário. A visita ocorreu por volta das 10
horas da manhã do dia 27 de agosto de 2017. Os sintomas e sinais detectados foram comparadas com
o Manual de Fitopatologia volume II.
73
RESULTADOS E DISCUSSÃO: O proprietário, que atua a 15 anos como produtor de hortaliças,
relatou desafios que enfrentados ao longo desses anos. O maior deles tem sido a presença de pragas
e moléstias entre as quais: mosca branca, podridão mole, pulgão, antracnose, míldios e cercosporiose.
Na cultura da alface, atualmente, a cercosporiose tem causado grandes prejuízos. O problema pode
estar relacionado ao excesso de umidade resultante da irrigação, no período da estiagem, e das altas
precipitações pluviométricas, no período chuvoso.
Ainda de acordo com o produtor a plantação anual é de 3 a 4 mil pés de alface. Nesse período,
devido a enfermidade, as perdas chegam a 50%. Contudo, o produtor substituiu todos os substratos
das hortaliças afetadas e, atualmente, quando algum destes sintomas é percebido na cultura as plantas
que manifestam a sintomatologia são imediatamente removidas para que não ocorra a contaminação
das plantas sadias.
Os sintomas observados nas plantas doentes, durante a visita, caracterizam-se pela presença de
manchas de formas diversas, escuras nas bordas e mais claras na parte central (Figura 2). A medida
que as pequenas manchas evoluem elas se fundem em manchas maiores, prejudicando as folhas de
alface em seu aspecto visual (figura 3). A sintomatologia é característica da cercosporiose ou mancha
de cercospora, umas das doenças fúngicas da alface, causada pelo fungo Cercospora longíssima. Sua
disseminação, normalmente está vinculada a fatores climáticos como temperatura, com extensa
variação, e alta umidade relativa do ar. A doença é muito comum nas regiões Norte e Nordeste do
Brasil. (GOMES et al., 2004; LOPES et al., 2010;).
Menandro e Alencar (2014) descrevem que que a cercosporiose se manifesta primeiramente
nas folhas mais velhas e inferiores. A partir que a doença evolui, as manchas antes pequenas e
marrons, ficam irregulares ou angulares, podendo ter cores canela a marrom, e ao redor, o tecido fica
amarelecido. A parte superior da planta é atingida de forma progressiva. As lesões podem se estender
a grandes áreas das folhas, e essas, quando totalmente desenvolvidas tornam-se brevemente
necróticas e deprimidas.
A mancha de cercospora não chega a ser uma doença destrutiva mas é comum em muitas
regiões e em variedades de folhas lisa. Os sintomas são frequentes em folhas velhas e quando
ocorre coalescência de muitas manchas pode prejudicar o desenvolvimento da planta e seu
valor comercial. As manchas são circulares, pardacentes com centro mais claro. A ausência
de corpos de frutificação do fungo diferencia-a da septorise e, ao examinar com lentes de
aumento de 20 x, constata-se , tanto na fase inferior como na superior , grande quantidade de
conídios esbranquiçados e longos, produzidos em conidióforos (KIMATI et al., 2005).
74
Figura 2 – Lesões necróticas na região foliar (fase inicial).
Fonte: Elaborada pelos autores.
Figura 3 – Lesões necróticas na região foliar (fase avançada).
Fonte: Elaborada pelos autores.
Na propriedade foi observado que o agricultor não tem assistência técnica para o plantio da
cultura. Por conta própria, periodicamente, ele realizar a análise de solo e adubação. É prática comum,
na propriedade, consorciar a alface com cebolinha ou alface com coentro.
CONCLUSÃO: A partir da análise da sintomatologia em plantas infectadas de alface, na propriedade
visitada, em comparação com a literatura consultada sobre a cultura, conclui-se que a enfermidade se
caracterizam como a cercosporiose causada pelo fungo Cercospora longíssima. As perdas na
propriedade, que chegam a 50 % podem estar relacionadas ao excesso de umidade no solo que
favorece a disseminação do fungo.
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alface.html
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Agronômica Ceres, 2005. 2v.: Il. p. .
SILVA, et al; apud MESQUITA, Paulo Góes. Biologia, Epidemiologia e Controle de Míldio
(Bremia lactucae) da Alface (Lactuca sativa) em Viveiro. Brasília, DF, 2008.
MENEZES, et al; MAROTO-BORREGO; CAMARGO apud MESQUITA, Paulo Góes. Biologia,
Epidemiologia e Controle de Míldio (Bremia lactucae) da Alface (Lactuca sativa) em Viveiro.
Brasília, DF, 2008.
76
CERCOSPORIOSE NA CULTURA DA ALFACE – LACTUCA SATIVA L.
21Cássia Solange Peixoto Hamburgo1
Haylla Claudia Santos Souza1
Járede Oliveira Panza1
Nara Thaysa de Lira Costa1
Gilbson Santos Soares2
RESUMO: A alface (Lactuca sativa L.) é uma planta anual, herbácea, com caule curto, não ramificado, ao qual se
prendem as folhas que são relativamente grandes. É uma das hortaliças mais cultivadas, sendo suas folhas mundialmente
consumidas, principalmente em forma de salada. No Brasil, destaca-se por seu grande valor comercial, sendo a sexta
hortaliça em importância econômica e oitava em termos de produção. A cultura sofre com a ocorrência de doenças
causadas por diversos fitopatógenos. A cercosporiose está entre as principais doenças fúngicas da alface. O presente
trabalho tem por objetivo identificar, através da sintomatologia apresentada pelas plantas, possíveis focos de
cercosporiose na propriedade denominada Fazenda Luma a partir da diagnose visual. De acordo com o produtor e as
observações realizadas na propriedade, a fitopatologia encontrada caracteriza-se pelo aparecimento de pequenas manchas
marrons nas folhas mais velhas de alface, como primeiro sintoma da doença na planta, com um halo amarelado e com o
ponto central mais claro e acinzentado, nota-se que os sintomas manifestos são característicos da doença conhecida como
cercosporiose da alface. A partir do estudo realizado com plantas infectadas de alface, pode-se inferir que se trata da
enfermidade denominada cercoporiose ou mancha-de-cercóspora, causada pelo fungo Cercospora longissima.
PALAVRAS-CHAVE: FITOPATOLOGIA, CERCÓSPORA, ALFACE.
INTRODUÇÃO: A alface (Lactuca sativa L.) é uma planta anual, pertencente à família Asteracea,
nativa de regiões de clima temperado, característico do Sul da Europa e Ásia ocidental. Caracterizada
como uma planta herbácea, possui caule curto, não ramificado, ao qual se prendem as folhas que são
relativamente grandes. A coloração de suas folhas varia de verde a verde- amarelada, existindo
algumas espécies de cor arroxeada. É uma das hortaliças mais cultivadas, sendo suas folhas
mundialmente consumidas, principalmente cruas ou em forma de salada. No Brasil, destaca-se por
seu grande valor comercial, sendo a sexta hortaliça em importância econômica e oitava em termos de
produção. (FILGUEIRA, 2000; OLIVEIRA et al., 2005; RESENDE, et al., 2007; HENZ e
SUINAGUA, 2009).
Em decorrência da sua alta perecibilidade, as zonas produtoras costumam se concentrar
próximo a áreas urbanas, os chamados “centuriões-verdes”. Nas regiões Sul e Sudeste são cultivadas
alfaces importadas adaptadas a um clima mais frio, já nas regiões com temperaturas mais altas
predominam as alfaces de verão. Três quartos do volume de produção concentram-se nas regiões
Sudeste e Sul enquanto o Nordeste e o Centro-Oeste respondem pelos 25% restantes. Na região Norte,
a produção de hortaliças é incipiente e os mercados consumidores são abastecidos por produtos
oriundos, principalmente, do Nordeste e Sudeste. (MELO, 2006; OLIVEIRA, 2011). Por este motivo,
1 Acadêmicos do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA 2 Professor Me.do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA21
77
os dados referentes a produção não só da alface, mas também, de hortaliças como um todo no
município de Santarém, são escassos.
Entre os produtos orgânicos a alface possui um grande potencial de mercado, visto que
apresenta elevado teor de vitaminas e de sais minerais, indispensáveis na dieta humana.
(FONTANÉTTI et al., 2006).
A cultura sofre com a ocorrência de doenças causadas por diversos fitopatógenos. No mundo
já foram relatadas mais de 75 doenças da alface, doenças estas causadas por microrganismos parasitas
tais como bactérias, fungos, nematoides e vírus, destacando-se: tombamento, queima, podridão,
míldio, manchas causadas por fungos, bactérias e as viroses. (LOPES et al., 2010).
A cercosporiose também conhecida como mancha de cercospora está entre as principais
doenças fúngicas da alface, é causada pelo fungo Cercospora longíssima e encontra-se disseminada
em vários locais de cultivo, estando entre as principais doenças foliares da alface na região Norte e
Nordeste do Brasil. O seu desenvolvimento ocorre com ampla variação de temperatura, porém é mais
destrutiva em ambientes nos quais a mesma varia em torno dos 25°C e alta umidade relativa do ar (>
90%), sendo caracterizada por apresentar manchas foliares. (GOMES et al., 2004; LOPES et al.,
2010;).
É considerada uma doença de importância econômica, não chega a ser destrutiva, contudo,
afeta diretamente o órgão comercializado, prejudicando seu valor comercial e também causa grandes
danos em campo, bem como em cultivo protegido e hidroponia. (LOPES e QUEZADO-DUVAL,
1998; PASSOS et al. 2015).
Os primeiros sintomas manifestam-se inicialmente em folhas mais velhas podendo evoluir
para folhas mais jovens, onde se formam manchas necróticas, geralmente circulares, pardacentas com
centro mais claro, podem se tornar irregulares ou angulares, circundadas por tecido clorótico além
das lesões poderem coalescer quando a doença apresentar alta severidade. (LOPES et al., 2010).
Tendo em vista a importância econômica, social e nutricional da cultura da alface,
principalmente em nossa região, o presente trabalho tem por objetivo identificar, através da
sintomatologia apresentada pelas plantas, possíveis focos da fitopatologia cercosporiose na
propriedade denominada Fazenda Luma.
MÉTODO: A propriedade escolhida para o presente estudo está localizada na Comunidade de São
Paulo, no município de Mojuí dos Campos, sob as coordenadas geográficas 02º43.156’ S e 54º43.193’
W (Figura 1). A propriedade trabalha com produção orgânica, ou seja, não são utilizados agrotóxicos
e fertilizantes químicos de alta concentração e solubilidade em nenhum momento do ciclo produtivo.
Sua produção destina-se principalmente as feiras do município de Santarém.
78
Figura 1 - Mapa da propriedade Fazenda Luma.
Fonte: Elaborada pelos autores.
A análise da possível fitopatologia na plantação de alface foi realizada a partir da diagnose
visual. Foi comparado a sintomatologia encontrada nas plantas com as descrições da doença no
Manual de Fitopatlogia de Kimati et al. (2005), também foi levado em consideração os relatos do
proprietário. A visita ocorreu por volta das nove 09 horas da manhã do dia primeiro (01) de setembro
de 2017. Os canteiros utilizados no plantio são suspensos e em alguns o produtor utiliza consórcios
de alface com outras hortaliças a fim de otimizar o espaço.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: De acordo com o produtor e as observações realizadas na
propriedade, a fitopatologia encontrada caracteriza-se pelo aparecimento de pequenas manchas
marrons nas folhas mais velhas de alface, como primeiro sintoma da doença na planta, com um halo
amarelado e com o ponto central mais claro e acinzentado (Figura 2). Mediante a diagnose visual,
nota-se que os sintomas manifestos são característicos da doença conhecida como cercosporiose da
alface. É bastante notória a manifestação dos sintomas nas folhas de alface quando comparada com
folhas sadias (Figura 3).
Figura 2 - Sintomas de cercoporiose em folhas de alface.
Fonte: Elaborada pelos autores
79
Figura 3 - Comparação entre folhas de alface: (a) sem sintoms e (b) com sintomas.
Fonte: Elaborada pelos autores.
Kimati et al. (2005) descrevem os sintomas de plantas infectadas por cercosporiose como
“manchas são circulares, pardacentas com o centro mais clara”. Lopes et al. (2010) também destaca
a formação de manchas nas folhas mais velhas, as quais podem atingir folhas mais jovens, as manchas
necróticas pardacentas podem ser circulares ou ter formas irregulares, circundadas por tecido
clorótico, as lesões poderem se fundir em caso avançado da enfermidade.
De acordo com relatos do produtor, estima-se que as perdas causadas pela cercosporiose
chegam a mais de 70% da produção, já que as manchas nas folhas não favorecem a utilização do
produto para fins comerciais. Vale ressaltar que a cercosporiose só foi observado em plantas, em
cujos canteiros não se pratica o consórcio da alface com outras hortaliças.
A comparação realizada entre os sintomas encontrados em plantas infectadas e as imagens
utilizadas no Manual de fitopatologia de Kimati et al. (2005) sobre a cercosporiose, também revelam
uma íntima relação nos dois casos (Figura 4).
Figura 4 – Sintomas: (a) descritos por Kimati et al. (2005) e (b) observados estudo.
Fonte: (a) Kimati et al. (2005) e (b) Elaborada pelos autores.
Como medidas de controle da doença o produtor utiliza o método do controle químico, com a
utilização de produto a base de cobre e o método do controle manual através da retirada das folhas
infectadas, para que não afetem as folhas mais novas. Kimati et al. (2005) recomendam como
medidas de controle a utilização de sementes sadias, rotação de culturas, pulverização das plantas em
(a) (b)
(a) (b)
80
desenvolvimento com benomyl ou tiofanato metílico, após o aparecimento dos primeiros sintomas
ou, preventivamente, com mancozeb ou chlorothalonil.
Apesar de o produtor já ter lidado com perdas por conta desses sintomas e tenha realizado os
controles químico e manual nas plantas afetadas, é possível que o agente causador se encontre no
solo. Lopes, Quezado-Duval e Reis (2010) consideram que as estruturas reprodutivas do fungo
sobrevivem de um cultivo para outro em restos culturais não totalmente decompostos, afetando assim
as folhas da planta e interferindo no seu processo de fotossíntese.
CONCLUSÃO: A partir do estudo realizado com plantas de alface infectadas e a análise dos
sintomas verificados na propriedade, e em comparação com a literatura consultada sobre a cultura,
pode-se inferir trata-se da fitopalogia denominada cercoporiose ou mancha-de-cercóspora, causada
pelo fungo C. longissima.
REFERÊNCIAS
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comercialização de hortaliças. Viçosa: Editora UFV, 2000. 402 p.
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Horticultura Brasileira 24: 146-150. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/s0102 -
05362006000200004. Acesso em: 16 set. 2017.
GOMES, A. M. A.; MICHEREFF, S. J.; MARIANO, R. L. R. Elaboração e validação de escala
diagramática para cercosporiose da alface. Summa Phytopathologia, v. 30, n. 1, p. 38- 42, 2004.
Disponível em: http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/6482. Acesso em: 8 set. 2017.
HENZ, G. P.; SUINAGA, F. Tipos de Alface Cultivados no Brasil. Brasília, DF: Embrapa,
novembro, 2009.7 p. (Comunicado Técnico 75). Disponível em: https://www.embrapa.br/busca-
de.../783588/tipos-de-alface-cultivados-no-brasil. Acesso em: 12 set. 2017.
KIMATI, H; BERGAMIN FILHO, A.; CAMARGO, L.E.A.; REZENDE, J.A.M. Manual de
fitopatologia. 4. ed. São Paulo: Agronômica Ceres. 2005. 2v.: il.
LOPES, C. A.; QUEZADO-DUVAL, A. M.; REIS, A. Doenças da alface. Brasília: Embrapa
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Acesso em: 5 set. 2017.
LOPES, C.A.; QUEZADO-DUVAL, A.M. Doenças da alface. Brasília: Embrapa Hortaliças, 1998.
18p. (Circular Técnica da Embrapa Hortaliças, 14). Disponível
em:https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/107340/1/CNPH-DOCUMENTOS-14-
DOENCAS-DA-ALFACE-FL-07824.pdf. Acesso em: 5 set. 2017.
81
MELO, C. T. Panorama Atual da Cadeia de Produção de Hortaliças no Brasil. [S.I.]: ABH 2006.
Disponível em: https://abhorticultura.com.br/biblioteca/Default.asp?id=4925. Acesso em: 29 set.
2017.
OLIVEIRA, A. C. Cultura: Alface. [S.I.]: Jornal Agrícola, 2011. Disponível em:
https://jornalagricola.wordpress.com/2011/09/14/cultura-alface/. Acesso em: 30 set. 2017.
OLIVEIRA, A. M. C. Avaliação da qualidade higiênica de alface minimamente processada,
comercializada em Fortaleza, CE. Higiene Alimentar, São Paulo, v. 19, n. 135, p. 80-85, set. 2005.
PASSOS, P. M. S.; VASCO, A. N. do; GONÇALVES, G. B.; MESQUITA, J. B.; NOGUEIRA, L.
C. Incidência de doenças em alface (Lactuca sativa L.) irrigada por aspersão na região de
Itabaiana, Sergipe. Sergipe, setembro 2015. 4 p. Disponível em:
https://www.researchgate.net/publication/268349555. Acesso em: 5 set. 2017.
RESENDE, F. V.; SAMINÊZ, T. C. O.; VIDAL, M. C.; SOUZA, R. B.; CLEMENTE, F. M. V.
Cultivo de alface em sistema orgânico de produção. Embrapa, Circular Técnica 56. Brasília – DF,
2007. Disponível em: http://www.emater.go.gov.br/intra/wp-
content/uploads/downloads/2012/10/Cultivo-de-Alface-em-sistema-organico-de-produção.pdf.
Acesso em: 14 set. 2017.
82
CONCENTRAÇÃO DE NUTRIENTES EM RESIDUOS DE COLHEITA DE PLANTIOS
DE SOJA NO OESTE PARAENSE
22
Nieli Eloine Rodrigues1
Raimundo Cosme de Oliveira Junior2
Daniel Rocha de Oliveira3
Darlisson Bentes dos Santos3
Alessandra Damasceno da Silva3
RESUMO: Os investimentos em pesquisa e tecnologia, além da variedade de produtos que podem ser cultivados nas
diferentes regiões do país, tem posicionado o Brasil como um dos maiores produtores de alimentos no cenário mundial,
com destaque para o cultivo de grãos. Esse fortalecimento dos sistemas agrícolas, especialmente através do avanço das
fronteiras, pode ocasionar impactos negativos aos recursos naturais, entre os quais o uso incorreto dos solos pode ser
citado como exemplo. Na Amazônia, por ser uma fronteira agrícola recente, ainda são poucos os trabalhos conduzidos no
sentido de elucidar as diferentes características dos sistemas de cultivo. Desse modo, buscaram-se, através deste estudo,
verificar algumas dessas características em áreas que adotem sistema de plantio direto e convencional de cultivo de soja
na região do Planalto Santareno. Entre elas, destaca-se a produção de resíduos culturais, imprescindíveis para o aporte de
matéria orgânica e proteção do solo, e concentração de nutrientes nestes resíduos, que poderão retornar aos solos através
de ciclagem. Os resultados demonstraram que as variáveis estudadas não diferiram estatisticamente entre as formas de
preparo do solo, e concluiu-se que são necessários estudos de longo prazo na região, no que diz respeito à estas e outras
características inerentes aos sistemas de plantio, especialmente os que se referem aos manejos conservacionistas do solo.
PALAVRAS-CHAVE: NUTRIENTES, SOJA, OESTE PARAENSE, SISTEMAS DE PLANTIO
INTRODUÇÃO: O aumento da produção de grãos na Amazônia pode ser claramente visível através
do exemplo de Santarém - Pará, que devido às grandes áreas de terras com baixa declividade e a
localização estratégica, acabou se tornando um laboratório de produção empresarial de soja, a partir
de 1997, com iniciativa do governo estadual à época (PUTY et al., 2007).
Atualmente, considerando os municípios de Santarém, Mojuí dos Campos e Belterra (região do
planalto santareno), os principais grãos cultivados, no que diz respeito à produção, são os de soja,
milho e arroz, respectivamente, sendo produzidas, somente no ano de 2013, 88561 toneladas de grãos
de soja, 59213 toneladas de grãos de milho e 19645 toneladas de arroz em casca (INSTITUTO
BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2014).
Esse fortalecimento dos sistemas agrícolas, no entanto, especialmente através do avanço das
fronteiras, apesar da importância econômica e da demanda de mercados externos, deve ser realizado
de forma que seja possível conservar os recursos naturais, destacando-se, nesse contexto, a utilização
dos solos.
1 MSc. Santarém-PA, [email protected] ; 2Dr. Embrapa Amazonia Oriental, Prof. Ceuls/Ulbra, Santarém-PA; 3MSC. Professor Ceuls/Ulbra, Santarém-PA.
83
As práticas de maior revolvimento dos solos, com arações e gradagens, promovendo, entre
outras ações, a incorporação dos resíduos culturais existentes sobre a sua superfície, fazem parte de
um conjunto de técnicas adotadas no sistema de plantio convencional (PC).
Entre as maneiras de se adotar um manejo conservacionista, encontra-se o emprego das técnicas
de plantio direto (PD), que tem por princípios básicos o mínimo revolvimento do solo, a cobertura
permanente e a rotação de culturas (CRUZ et al., 2006; FRANCHINI et al, 2009).
No caso da utilização dos resíduos culturais como cobertura morta, acreditou-se, por muito
tempo, que sua única finalidade era de evitar o excesso de evaporação de água do solo, por impedir a
insolação direta. De fato, um solo coberto apresenta-se mais úmido, especialmente na camada
superficial. Blainski & Tormena (2011) também afirmam que os restos culturais presentes sobre o
solo são fundamentais para a elevação dos níveis de matéria orgânica, o que é essencial para a
agregação, permeabilidade e porosidade do solo (GONÇALVES et al., 2010). Redin (2010) ressalta
ainda que os resíduos vegetais, compostos tanto pela parte aérea quanto pelas raízes, são importantes
para a ciclagem de nutrientes.
O objetivo do presente estudo foi o de verificar a concentração de nutrientes em resíduos de
cultivos de soja no planalto santareno, região oeste paraense.
MATERIAL E METODOS: Os locais de coleta das amostras compreenderam duas propriedades
agrícolas, ambas situadas no município de Mojuí dos Campos - PA. A primeira área é conduzida sob
sistema de plantio direto de soja (PDS), sendo as suas coordenadas geográficas 2°40’09,75” S e
54°39’21,17” W. A segunda área, por sua vez, apresenta o sistema de plantio convencional de soja
(PCS) e localiza-se sob as coordenadas de 2°44’19,38” S e 54°37’00,60” W.
A região apresenta temperatura do ar com média anual de 25,6° C, sendo 31°C e 22,5°C os
valores médios para a máxima e a mínima, respectivamente. A umidade relativa possui valores acima
de 80% em quase todos os meses do ano, com precipitação pluviométrica em torno dos 2000 mm
anuais. Há, no entanto, uma irregularidade na distribuição das chuvas, ocorrendo as maiores
precipitações nos meses de dezembro a junho (período chuvoso). Segundo a classificação de Köppen,
o tipo climático da região é o Ami (OLIVEIRA JUNIOR & CORREA, 2001; PARÁ, 2011).
Os solos predominantes são os Latossolos Amarelos Distróficos, que apresentam textura
argilosa a muito argilosa, com teores da fração argila variando de 490 a 930 g/Kg de solo.
(OLIVEIRA JUNIOR & CORREA, 2001).
A coleta das amostras ocorreu um dia após a colheita em ambas as áreas de estudo. Para coletar
a palhada foi utilizado um gabarito de 0,25 m² (0,50 m x 0,50 m), fixado ao solo. Foram realizadas
10 amostragens aleatórias em cada área de estudo, sendo a palhada existente no interior do gabarito
retirada manualmente e acondicionada em sacos de papel Kraft, devidamente identificados.
84
Posteriormente, estas amostras foram submetidas à secagem em estufa de circulação de ar forçada a
65°C, até peso constante. Em seguida, o material foi peneirado, para retirar o excesso de solo, e
pesado em balança analítica (precisão de 0,01 g), desconsiderando as embalagens.
Posteriormente à pesagem das amostras dos resíduos culturais da parte aérea, ocorreu a moagem
deste material, em moinho tipo Willey com malha de 20 mesh, sendo o pó resultante submetido à
digestão sulfúrica (H2SO4/ H2O2) em bloco digestor a 300ºC, até a obtenção de soluções límpidas
que, por sua vez, foram diluídas com água destilada, constituindo os extratos que permitiram verificar
a concentração dos seguintes nutrientes: nitrogênio (íons amônio e nitrato NH4++NO3
-), fósforo (íon
fosfato PO43-), potássio (K+), cálcio (Ca2+) e magnésio (Mg2+). Tais análises foram realizadas através
do Fotômetro HI 83200 (Hanna Instruments), com o uso de reagentes específicos para cada nutriente
em questão.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Não foram observadas diferenças estatísticas significativas entre
as formas de manejo do solo quanto à concentração de nutrientes nos resíduos.
Analisando a figura 9, nota-se que o nutriente presente em maior quantidade nos resíduos
culturais corresponde ao íon potássio com 44,18± 2,299 e 40,67± 1,872 Kg ha-1, nos plantios
convencional e direto, respectivamente, seguido por nitrogênio (íons amônio e nitrato), cálcio,
magnésio e fosfato (K+>(NH4++NO3
-)>Ca2+>Mg2+>PO43-).
Os valores de potássio (acima citados) e nitrogênio (28,45 e 26,94 Kg ha-1, em plantio
convencional e direto) observados neste estudo são superiores aos verificados por Bataglia et al.
(1976), que, analisando a concentração de nutrientes na parte aérea da soja, no Estado de São Paulo,
encontraram, ao final do seu ciclo, valores aproximados de 14 Kg ha-1de nitrogênio e 16,5 Kg ha-1 de
potássio. Os dados referentes ao fosfato (0,033 e 0,028 Kg ha-1), no entanto, são inferiores ao desse
mesmo autor (2,5 Kg ha-1),além de apresentar médias aproximadas para os nutrientes cálcio (21,2 Kg
ha-1) e magnésio (9,5 Kg ha-1).
Em g Kg-1, os dados médios encontrados nesta pesquisa são de 10,11 e 10,33 (NH4++NO3
-),
0,012 e 0,011 (PO43-), 15,70 e 15,60 (K+), 7,00 e 6,00 (Ca2+) e, 4,00 e 3,75 (Mg2+), considerando o
plantio convencional e direto, respectivamente. São, portanto, superiores aos valores observados por
Sousa Neto & Taketomi (2012b), que também analisaram a concentração de nutrientes nos resíduos
culturais da soja cultivada no Planalto Santareno, sendo 1,38x10-3 e 1,23x10-3 as médias encontradas
para o fosfato, 0,50 e 0,40 as médias de potássio, 0,18 e 0,19 os valores observados para o cálcio e
0,61 para o magnésio, em g Kg-1, e também para o plantio convencional e direto, respectivamente.
Segundo dados de Sfredo (2008) e Embrapa Soja (2013), as quantidades médias de nutrientes
contidos nos restos culturais dessa leguminosa são: 32 g Kg-1 de nitrogênio, 2,4 g Kg-1 de fósforo, 15
g Kg-1 de potássio, 9,2 g Kg-1 de cálcio e 4,7 g Kg-1 de magnésio.
85
Nota-se, portanto, que dos valores encontrados nesta pesquisa, os de potássio correspondem,
aproximadamente, à média citada por Sfredo (2008) e Embrapa Soja (2013), e os dados de cálcio e
magnésio também podem ser considerados como valores aproximados. As médias de nitrogênio e
fosfato são aquelas que mais apresentaram distanciamento das médias citadas por tais autores, sendo
inferiores os dados encontrados neste estudo.
Em relação à estes dois nutrientes, pode-se dizer que eles são os que possuem as mais elevadas
taxas de exportação para os grãos, 65 (P) e 61% (N), podendo chegar à 87 (P) e 84% (N) (SFREDO,
2008; EMBRAPA SOJA, 2013), o que poderia ser um dos motivos para as suas concentrações abaixo
das médias nos resíduos culturais deste estudo.
CONCLUSÃO: A concentração de nutrientes nos resíduos culturais demonstra o teor destes
nutrientes que poderiam retornar ao solo através da manutenção dos resíduos sobre a superfície.
REFERÊNCIAS
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SOUSA NETO, T. L de; TAKETOMI, Y.C.M. Teor de nutrientes em cultura de soja no município
de Mojuí dos Campos. In: SALÃO DE PESQUISA E INICIAÇÃO CIENTÍFICA DO
CEULS/ULBRA, 12., 2012. Santarém – PA. Anais... Santarém: CEULS/ULBRA, 2012b.
87
CULTIVO DE BATATAS-DOCE EM VASOS COMO USO ALTERNATIVO EM HORTAS
URBANAS 23Girlane Moraes dos Santos1
Liliane Carmo dos Santos1
Darlisson Bentes dos Santos2
Isabel Cristina Tavares Martins3
Alessandra Damasceno da Silva4
RESUMO: O objetivo deste trabalho foi avaliar o desenvolvimento e produção da batatas-doce em vasos, como
alternativa produtiva em hortas urbanas. O experimento foi conduzido inicialmente em ambiente de casa de vegetação,
em seguida foi alocado em uma área do Centro Universitário Luterano de Santarém CEULS/ULBRA. O plantio ocorreu
em vasos com 28 cm de diâmetro e 24 cm de profundidade, sendo totalizada um a área de 0,62 m² por vaso, preenchido
com substrato. A colheita foi realizada com 124 dias após o plantio das ramas-sementes, procedendo-se a avaliação da
parte área (rama + folhas) e das características das raízes. As variáveis medidas foram das Batatas-doce Roxa e Branca,
sendo os parâmetros físicos: Produtividade da Massa Verde (PMV); Produtividade Total das Raízes (PTR); Classificação
quanto ao Tamanho (CT) e; Produtividade de Massa Seca (PMS). A variedade que produziu mais MV e MS, produziu
menos raízes tuberosas, a CT da variedade Batata-doce branca ficou entre extra A, extra B e diversos, no entanto, a
variedade Batata-doce roxa ficou em extra A, extra B e especial.
PALAVRAS-CHAVE: IPOMOEA BATATAS, VARIEDADES, PRODUTIVIDADE.
INTRODUÇÃO: A batata-doce é uma das hortaliças mais importantes do mercado alimentício
mundial, está na sexta posição de culturas anuais mais produzidas no mundo. Porém, a falta de
pesquisas e tecnologias avançadas para o plantio em grandes escalas contribuem para que essa cultura
seja pouco cultivada no Brasil (AMARO et al., 2014 ).
Considerada como uma cultura anual, é uma planta perene, podendo ser mantida em qualquer
tipo de solo desde que a temperatura média seja superior a 24° C (EMBRAPA, 1995). As flores são
hermafroditas, apresentam diferença no tamanho, formato e coloração. Em condições normais no
campo, algumas variedades não florescem, enquanto outras produzem poucas flores e outras
produzem flores em profusão (NUNES, 2016).
O principal aspecto no qual agricultura urbana difere da rural é o ambiente, aproveitando de
forma inteligente a limitação de espaço. Para se ter uma horta em apartamentos são necessários fazer
canteiros suspensos ou o plantio pode ser feito em vasos, ou outros recipientes alternativos, desde que
o ambiente e o espaço sejam adequados para se cultivar as hortaliças desejadas (ROESE, 2003).
O cultivo de hortaliças na área urbana possibilita a obtenção de uma alimentação mais
saudável, e diminui o custo com despesas alimentícias (CRIBB, 2009). Este trabalho foi realizado
com o objetivo de avaliar a produção de batatas-doce em vasos como alternativa de uma produção
urbana.
1 Discente de Eng. Agr., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 2 Msc., Eng. Agric., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 3 Msc., Eng. Mec., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 4 Msc., Eng. Agric., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 23
88
MÉTODO: O estudo ocorreu no município de Santarém, estado do Pará, inicialmente em casa de
vegetação, para em seguida ser alocado em uma área do Centro Universitário Luterano de Santarém-
CEULS/ULBRA no período de fevereiro a junho de 2017. O município está situado no oeste
paraense, microrregião Médio Amazonas, a 29 m de altitude, na confluência dos rios Amazonas e
Tapajós, distante aproximadamente 807 km da capital do Estado. Este trabalho foi desenvolvido em
uma área urbana da cidade, com as coordenadas geográficas de 2° 27’ 15” S e 54° 42’ 48” O
(CORRÊA, et al., 2016), conforme a figura 4 a seguir.
Figura 6. Localização do experimento
As variedades de Batatas-doce selecionadas para o experimento foram Branca e Roxa
(também é conhecida por “Paulista”), foram plantadas em vasos plásticos, sendo 9 de cada cultivar.
O plantio foi feito com ramas-sementes (Figura 2), contendo entre 6 a 8 entrenós com
aproximadamente 30 cm de comprimento, em vasos de 28 cm de diâmetro e 24 cm de altura, sendo
a área de 0,62 m² por vaso. Preenchido com pedras (para auxiliar na drenagem da água), composto
de terra preta, e mulching ou cobertura do solo. A irrigação foi manual e complementar, conforme
(MIRANDA et al., 1989).
Figura 7. Plantio de ramas-sementes da Batatas-doce. Fonte: autoras.
A colheita foi realizada com 124 dias após o plantio das ramas, procedendo-se a avaliação da
produção da parte aérea (ramas + folhas) e das características de produção das raízes. Este
89
procedimento foi baseado em parte do trabalho desenvolvido por Junior A. et al. (2012), e os
parâmetros medidos estão listados, com seus respectivos procedimentos, conforme a tabela 1, a
seguir.
Tabela 8. Parâmetros físicos medidos nas Batatas-doce Roxa e Branca
Parâmetros Unidade Partes do vegetal Procedimentos
PMV g.vaso-¹ Ramas + Folhas Balança de precisão
PTR g.vaso-¹ Raízes
tuberosas
Balança de precisão
CT g Raízes
tuberosas
Extra A (301 – 400)
Balança de precisão Extra B (201 – 300)
Especial (151 – 200)
Diversos (80 -150 ou > 400)
PMS g
Ramas + Folhas Balança de precisão
°C Estufa (105°C em 24 h) PMV= Produtividade de Massa Verde; PTR= Produtividade Total das Raízes; CT= Classificação quanto ao Tamanho
e; PMS= Produtividade de Massa Seca.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: A PMV mínima da Batata-doce Roxa foi de 102,14 g,
representando 2,64% a menos da Branca (104,90 g). A PTR da mínima da Roxa (185,53 g) representa
36,36% a menos que a Branca (291,49 g). A PMS mínima da Roxa (21,10 g), representando 2,05%
a menos que a Branca (21,54 g).
Tabela 9. Estatística descritiva das medições das batatas-doce Roxa e Branca
Na CT, foi verificada na variedade Roxa, a predominância da classe B (66,66%), sendo que
na Branca as maiores médias foram observadas para a classe Extra A (66,66%). Não foram medidas
90
nenhuma classe diversos nem especial para as variedades Roxa e Branca respectivamente, conforme
a tabela 3 a seguir.
Tabela 10. Classificação CT das Batatas-doce Roxa e Branca
CONCLUSÃO: A variedade que produziu mais MV e MS, produziu menos raízes tuberosas, a CT
da variedade Batata-doce branca ficou entre extra A, extra B e diversos. No entanto, a variedade Roxa
ficou em extra A, extra B e especial. Todos os vasos produziram raízes tuberosas, apenas um vaso
produziu flores, ambas as variedades de Batatas-doce apresentaram algum tipo de lesão fisiológica
nas raízes. Maiores cuidados quanto ao combate às pragas e ao tempo de colheita poderiam favorecer
os resultados obtidos neste experimento.
REFERÊNCIAS
AMARO, G. B. et al. Desempenho de cultivares de batata-doce no Distrito federal. In: Embrapa
Hortaliças-Artigo em anais de congresso (ALICE). Horticultura Brasileira, Brasília, v. 31, n. 2, p.
S1796-1803, abr./jun. 2014.
CRIBB, S. L. de S.P.; CRIBB, A. Y. Agricultura urbana: alternativa para aliviar a fome e para a
educação ambiental. In: Embrapa Agroindústria de Alimentos-Artigo em anais de congresso
(ALICE). In: CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMIA,
ADMINISTRAÇÃO E SOCIOLOGIA RURAL, 47, 2009, Porto Alegre. Desenvolvimento rural e
sistemas agroalimentares: os agronegócios no contexto de integração das nações: anais. Brasília, DF:
SOBER, 2009. 1 CD-ROM. Ref. trabalho 359., 2009.
DA SILVA, J. B. C. et al. Cultivo da batata-doce (Ipomoea batatas (L.) Lam). Embrapa Hortaliças-
Outras publicações técnicas (INFOTECA-E), 1995.
JÚNIOR, A. et al. Características produtivas e qualitativas de ramas e raízes de batata-
doce. Horticultura Brasileira, v. 30, n. 4, p. 584-589, 2012.
NUNES, H. F. Batata-doce [Ipomoea batatas (L.) Lam.] nas roças e quintais do litoral paulista:
diversidade genética morfoagronômica, com base em morfometria geométrica, descritores e
produção de bioetanol. 2016. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.
ROESE, A. D. Agricultura urbana. Embrapa Pantanal-Artigo de divulgação na mídia
(INFOTECA-E), 2003.
91
DENSIDADE DE CASTANHEIRAS E ESTRUTURA VERTICAL DE FLORESTAS COM
CASTANHAIS NA AMAZÔNIA ORIENTAL
24 Felipe Felix Costa¹
Marcelino Carneiro Guedes²
Raimundo Cosme de Oliveira Júnior³
Quezia Leandro de Moura Guerreiro4
Daniel Rocha de Oliveira5
RESUMO: O estudo verificou se existem padrões de estrutura vertical nas florestas com castanhais dos Estados do
Amapá e Pará, e se os mesmos podem ser associados à densidade de castanheiras. Foi utilizado o LiDAR terrestre para a
obtenção das informações de alturas, densidade de área foliar (DAF) e índice de área foliar (IAF). Foram realizadas
análises para verificar se havia diferenças entre as médias de alturas, análises de homogeneidade dos IAF’s por estrato
entre as áreas, e por fim, correlação de Spearman entre densidade de castanheira-da-amazônia por estrato para as florestas
em cada Estado. As duas florestas têm um padrão de floresta de grande porte, sem diferenças significativas entre as médias
de alturas. O IAF por estrato nas duas áreas é homogêneo, com um mesmo padrão de densidade foliar nas diferentes
alturas ao longo do perfil vertical das florestas. Não houve correlação significativa da densidade de castanheira por estrato
em nenhuma das áreas. Deste modo, observou-se nesse estudo, que a densidade de castanheiras na Amazônia oriental não
pode ser relacionada com a cobertura foliar da floresta matriz e que o padrão do perfil vertical das florestas é similar, com
padrões de altura máxima próxima de 50 m e maior densidade foliar na vegetação de sub-bosque e de árvores dominadas,
até 10 m de altura.
PALAVRA-CHAVE: CASTANHEIRA-DA-AMAZÔNIA, LIDAR TERRESTRE, ESTRATIFICAÇÃO
VERTICAL
INTRODUÇÃO: A região amazônica é composta em sua maior parte por ecossistemas de floresta
densa. A estrutura desse tipo de vegetação pode apresentar características diferentes, dependendo das
condições ambientais (DAJOZ, 2005). Entre a grande diversidade de espécies na Amazônia, está a
castanheira-da-amazônia (Bertholletia excelsa Bonpl.), que ocorre preferencialmente em terra firme
com floresta ombrófila densa (MÜLLER et al. 1980). A densidade foliar (DAF) e o índice de área
foliar (IAF) são importantes para avaliação da estrutura vegetal. A altura do dossel e das árvores
dominantes é um fator que pode ser associado à pujança da floresta e à capacidade de suporte dos
sítios. Deste modo, é importante verificar se a estrutura da vegetação, onde ocorre a castanheira, pode
ser associada à densidade da espécie. Porém, é difícil obter informações precisas da estrutura vertical
e do dossel da floresta, tornando inviável muitas vezes esses estudos, devido à imprecisão envolvida
na medição da altura e ao custo da atividade. O uso de novas tecnologias, como o sistema de radar
LiDAR portátil terrestre, tem colaborado no desenvolvimento de estudos para avaliação da estrutura
da vegetação (LEFSKY et al., 2002). Esse estudo teve como objeto, verificar se existem padrões
diferenciados de estrutura vertical de florestas com castanhais dos Estados do Amapá e Pará,
¹ Mestrando em Biodiversidade Tropical – PPGBio/UNIFAP
² Dr. Embrapa Amapá, Macapá-AP;
³ Dr. Amazonia Oriental, Prof. Ceuls/Ulbra, Santarém-PA; 4vDra ICTA/Ufopa, Santarém-PA; 5vMSc. Prof. Ceuls/Ulbra, Adepara, Santarém-PA.
92
avaliando as alturas e os IAF’s em diferentes estratos, e se estão associados à densidade de
castanheiras.
MATERIAIS E MÉDOTOS: O estudo foi realizado na Amazônia Oriental, mais especificamente
nos Estados do Amapá e Pará. Abrangeu duas florestas de castanhais, uma em cada Estado. Nessas
áreas existem parcelas permanentes padronizadas da rede Kamukaia (GUEDES et al., 2017), que têm
a dimensão de 300 m x 300 m. Para as avaliações realizadas no âmbito do projeto MAPCAST, cada
parcela foi subdividida em 6 transectos de 300 m de comprimento por 50 m de largura, gerando
subparcelas de 1,5 ha, para cálculo da densidade de castanheiras. Em cada transecto, foi utilizado
LiDAR Rangefinder em plataforma portátil terrestre, para realizar o levantamento da estrutura do
dossel. O LiDAR emite pulsos laser, medindo a distância e quantidade dos pulsos que retornam, e a
proporção dos pulsos que não retornam e ultrapassam o dossel. O caminhamento com o LiDAR foi
realizado em velocidade constante, indo e voltando no meio de cada transecto. Os dados obtidos
foram usados para gerar as informações de alturas máxima e média, calculadas a partir da média dos
valores mais altos e médios, respectivamente, em cada intervalo de 50 m percorrido, Também foi
calculada a densidade foliar e os índices de área foliar (IAF’s) pela equação de MacArthur and Horn
(1969). Após obtenção das informações, foram realizadas análises com o teste T, para verificar se
havia diferenças nas alturas máximas e médias entre as áreas. Em seguida, foram estabelecidas cinco
classes de estratificação vertical da vegetação, sendo: I - sub-bosque (<8 m ); II - estrato inferior (8-
18 m); III - intermediário (19-26 m); IV - superior (27-35 m) e V - emergentes (>35 m), adaptado de
(SOUZA e SOUZA, 2004). Os IAF’s foram gerados para cada classe de altura, e foi realizado o teste
de qui-quadrado (χ²) para verificar se as áreas apresentavam diferenças nas proporções do IAF total
dividido ao longo dos estratos. Em cada parcela ao longo dos transectos foi calculada a densidade de
castanheiras para a aplicação da análise de correlação de spearman, com os IAF’s em cada classe de
altura. Todas análises foram executadas no software R.
RESULTADO E DISCUSSÂO: A altura das florestas com castanhais nos Estados do Amapá e Pará
não apresentaram diferenças significativas entre as médias de altura máxima e altura média (Tabela
1). Isso evidencia que as duas áreas têm um padrão semelhantes quanto à altura da vegetação.
Tabela 1 – Comparação entre as alturas máximas e médias de florestas com castanheiras nos
Estados do Amapá e Pará, Amazônia oriental
Variáveis Média
Máximos absolutos Teste
Floresta AP Floresta PA Floresta AP Floresta PA T p-value
Alturas Máx. 37,90 38,55 49,04 48,11 -0,493 0,623
Alturas Méd. 28,97 28,29 43,25 38,98 0,498 0,620
X̅
93
Verifica-se que as florestas onde ocorrem as castanheiras, tanto no Amapá, quanto no Pará, são
florestas de grande porte, com média de altura máxima próxima a 40 m. Em alguns transectos foram
observados valores máximos de altura próximos de 50 m. Floresta com alturas elevadas, demonstram
que há elevado potencial na capacidade produtiva de sítio. Os locais que apresentaram as maiores
alturas, devem também ter maior abundância de castanheiras.
Outro padrão identificado nas duas florestas foi o IAF por estrato de altura, os quais não
apresentaram diferenças significativas no teste de qui-quadrado (χ²). As duas vegetações exibem
homogeneidade em relação à densidade de área foliar no perfil vertical (Figura 1).
Figura 1 - Média de Densidade de Área Foliar (DAF) em diferentes alturas ao longo do perfil
vertical de florestas com castanheiras no Amapá e Pará. Também é apresentado o valor do teste de
χ².
O IAF das duas florestas é maior nos estratos do sub-bosque e inferior, devido a quantidade de
arbustos e pequenas árvores adaptadas à sombra, que podem ser encontradas nessas faixas de alturas,
característica específica desse tipo de vegetação na Amazônia. Nos estratos superiores e emergentes,
acima de 40 m, os valores de IAF encontrados, devem ser relacionados com as grandes árvores como
as castanheiras e angelins. Apesar das grandes copas das árvores dessas espécies, elas ocorrem em
baixa abundância, o que é condizente com os menores valores observados nesse estrato superior das
árvores emergentes.
Nas análises de correlação, não houve relação significativa entre a densidade de castanheiras
com os IAF’s das duas florestas e nem com o modelo geral (Tabela 2). As duas florestas têm média
de densidade de castanheira iguais e os IAF’s também são próximos.
94
Tabela 2 - Resultados da correlação de spearman entre os IAF’s das áreas com densidade de
castanheira, médias dos IAF totais e da densidade de castanheiras
Variáveis X̅ IAF
Total
X̅ Densidade
Ind. Cast
Teste
rho (ρ) p-value
IAF AP 4,669 11 0,112 0,858
IAF PA 5,416 11 0,564 0,322
IAF Geral 4,893 11 0,330 0,352
Observa-se ainda, que todas as análises, representadas nos gráficos a seguir, mostram linhas
retas de tendência no sentido positivo (Figura 2). Apesar de não significativas, observa-se uma
tendência de aumento na densidade de castanheiras com o aumento do IAF da vegetação matrix onde
as castanheiras estão inseridas. Isso mostra que a densidade de castanheiras na floresta pode tornar o
dossel mais denso, fazendo com que diminua penetração de luz nos estratos do sub-bosque.
Figura 2 - Relação entre a soma total dos IAF’s de todos os estratos com a densidade de castanheira
nas florestas do Amapá, Pará e Geral (duas áreas)
Legenda: O gráfico “geral” representa as amostras das duas áreas AP e PA.
Na análise mais detalhada da densidade de castanheiras por IAF em diferentes estratos, é
possível notar que também não houve correlação significativa com nenhum estrato (Figura 3).
Observa-se nessa análise mais detalhada, que pode haver tendências distintas entre as duas áreas, na
relação da densidade das castanheiras com a cobertura foliar em cada estrato. No entanto, é necessária
maior amostragem para discutir isso, pois no estudo atual, não foi detectada nenhuma diferença
significativa entre as florestas com castanheiras nos Estados do Amapá e Pará.
95
Figura 3 – Resultados da correlação de spearman entre a densidade de castanheira com os IAF’s
em diferentes estratos das florestas do Amapá, Pará e Geral (duas áreas), contendo também os
valores de p-value de cada teste
Legenda: letra a) modelo para área do Amapá; letra b) área do Pará e; letra c) Modelo geral, com dados das duas áreas.
CONCLUSÃO: Foi possível observar nas florestas da Amazônia Oriental padrões semelhantes de
alturas e densidade de área foliar por estrato. A densidade por estrato é semelhante entre as áreas,
concentrando a maior densidade de área foliar nos estratos inferiores (I e II). A densidade de
castanheiras na Amazônia oriental não pode ser relacionada com a cobertura foliar da floresta matriz
e o padrão do perfil vertical das florestas é similar, com padrões de altura máxima próxima de 50 m
e maior densidade foliar na vegetação de sub-bosque e de árvores dominadas, até 10 m de altura. O
uso do LiDAR terrestre mostrou ser de grande valia para execução deste estudo.
REFERÊNCIAS
Dajoz, R. Princípios de Ecologia Geral. Artmed, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 2005.
Lefsky, M. A., Cohen, W. B., Parker, G. G., Harding, D. K. Lidar Remote Sensing for Ecosystem
Studies. BioScience 52(1): 19-30, 2002.
Guedes, M.C., Tonini, H. Wadt, L.H.O., Silva, K.E. Instalação e medição de parcelas permanentes
para estudos com produtos florestais não madeireiros. P. 13-32. In: Wadt, L.H.O, Santos, L.M.H.,
Bentes, M.P.M., Oliveira, V.B. (eds). Produtos florestais não madeireiros- Guia Metodológico da
Rede Kamukaia. 133p. 2017.
96
MacArthur, R. H., Horn, J. W. Foliage profiles by vertical measurements. Ecology 50(5): 802–804,
1969.
Müller, C. H., I. A. Rodrigues, A. A. Müller, N. R. Müller, M. Castanha-do-Brasil: resultados de
pesquisas. Belém, PA. 1980.
Souza D. R., Souza A. L. Estratificação vertical em floresta ombrófila densa de Terra firme não
explorada, Amazônia oriental. Revista Árvore. Viçosa, MG. 2004.
97
DESEMPENHO PRODUTIVO DE ALFACE (LACTUCA SATIVA) EM REGIME DE
AQUAPONIA
25Yash Brendo Pereira Coelho Guimarães1
André Luiz Teixeira Dalagnol1
Aline Maria Sousa Cruz1 26Daniel Rocha de Oliveira2
27Raimundo Cosme de Oliveira Junior3
RESUMO: O crescimento populacional que tem ocorrido nos últimos anos gerou uma pressão sobre o setor de
produção de alimento para que este produza cada vez mais em áreas menores. Uma resposta a essa necessidade é a
integração dos sistemas de produção. Diante disso, este trabalho tem por objetivo comparar o desempenho produtivo da
Alface (Lactuca sativa) em regime de aquaponia e de hidroponia. O experimento foi conduzido em sistema NFT,
utilizando para duas variedades de alface, roxa e crespa, em dois sistemas de produção, hidroponia e aquaponia de
primeiro ciclo (maturidade incompleta). O sistema aquapônico foi constituído por um reservatório de peixes, uma unidade
filtrante e bancada de produção; O sistema hidropônico foi constituído por um reservatório de solução nutritiva e bancada
de produção; O sistema utilizou sais balanceados Hidrogood® para folhosas, mantendo condutividade elétrica em 1.3 mS
cm-1. Conclui-se que o sistema hidropônico é mais eficiente na produção de alface quando comparado com sistema
aquapônico com maturidade incompleta, contudo não é possível inferir sobre o rendimento foliar, portanto, são
necessários mais estudos para elucidar os detalhes produtivos dos sistemas.
PALAVRAS CHAVE: FOLHOSAS, PEIXES, BIOFILTRO.
INTRODUÇÃO: A Aquaponia é uma técnica de produção baseada na integração da produção de
organismos vivos aquáticos (aquicultura ou aquacultura) associada ao cultivo de plantas sem solo
(hidroponia), especialmente verduras e legumes (SOMERVILLE et al., 2014).
O Sistema funciona aproveitando os resíduos gerados pelos peixes como substrato para
bactérias (Biofiltro) que utilizam esses produtos em seu metabolismo e liberam nutrientes para o
ambiente. Esta atividade das bactérias também melhora a qualidade da água que retorna ao tanque de
peixes (HUNDLEY & NAVARRO, 2015). Com a utilização do processo de recirculação da água, o
sistema aquapônico tem potencial para economizar até 90% de água em relação a sistemas
convencionais de produção (CARNEIRO et al., 2015). O sistema aquapônico garante a qualidade da
água pela atividade do filtro biológico que conecta os sistemas, ocupa uma área reduzida com
produtividade elevada, o que pode estimular a agricultura familiar tanto rural quanto urbana, e pode
apresentar produtividade de peixes e hortaliças igual ou superior em relação aos sistemas
convencionais (TONET et al., 2011; CARNEIRO et al., 2015; HUNDLEY & NAVARRO, 2013). A
alface é uma das hortaliças mais consumidas e estudadas no Brasil. A grande variedade, demanda
elevada, facilidade de produção/manejo e grande quantidade de bibliografia, foram fatores decisivos
para a escolha desta cultura para o presente trabalho (EMBRAPA, 2009).
25
1 Graduando(a) do Curso de Agronomia pelo Centro Universitário Luterano de Santarém.
26
2 Professor do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém.
27
3 Coordenador do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém.
98
A plantas utilizadas em hidroponia e aquaponia necessitam, em geral, de oxigênio, hidrogênio,
carbono, macronutrientes (nitrogênio, potássio, cálcio, magnésio, fósforo e enxofre) e
micronutrientes (cloro, ferro, manganês, boro, zinco, entre outros) disponíveis na água e na atmosfera.
A condutividade elétrica avalia a quantidade de cargas elétricas presentes na água, e estas, indicam a
possibilidade de interações entre os nutrientes e as raízes das plantas (CARNEIRO et al., 2015). De
acordo com Barbieri (2010), a condutividade ótima para a cultura da alface em hidroponia é entre 1,0
e 1,5 dS m-1.
O pH é determinante para a produção de hortaliças em sistemas sem solo pois exerce influência
sobre a disponibilidade de nutrientes para as plantas. Além disso, o pH influencia o processo de
nitrificação. As bactérias nitrificantes, responsáveis pela conversão da Amônia em Nitrito e Nitrato,
são aeróbias, de ocorrência natural e tem o pH ótimo entre 7,0 e 8,0, com sua atividade reduzida à
medida que o pH se distancia da neutralidade (BRAZ FILHO, 2000).
O presente trabalho teve por objetivo avaliar o desempenho produtivo da alface (Lactuca sativa)
cultivada em regime de aquaponia em comparação com o sistema hidropônico convencional.
MÉTODO: O experimento foi conduzido em sistema NFT (Nutrient Film Technique) descrito por
Hundley & Navarro (2013), utilizando duas variedades de alface, roxa e crespa, e dois sistemas de
produção, hidroponia e aquaponia de primeiro ciclo. O sistema aquapônico foi constituído pelo
reservatório de peixes, unidade filtrante e bancada de produção; o reservatório possui capacidade de
mil litros e foi povoado com 300 peixes (100 alevinos de tambaqui com aproximadamente 30 g e 200
alevinos de tilápia com aproximadamente 5 g; a unidade filtrante foi estruturada em três
compartimentos organizados na seguinte sequência: filtro físico, filtro biológico e “sump”428, com
capacidade filtrante para suportar dejetos de até 100 kg de biomassa de peixe; a bancada de produção
foi montada com tubos PVC de 75 mm perfurados com serra copo a cada 20 cm, num total de 23
perfurações por tubo e 10 tubos, onde, cada perfuração alojou uma plântula. A condução de água e
nutrientes foi possibilitada por bomba que captava água do sump, possibilitando fluxo individual por
tubo de 1,2 L/min.
O sistema hidropônico foi constituído por um reservatório de solução nutritiva e bancada de
produção; o reservatório possui capacidade de 100 litros; a bancada de produção foi montada com
tubos PVC de 75 mm perfurados com serra copo a cada 20 cm num total de 23 perfurações por tubo
e 11 tubos, onde cada perfuração alojou uma plântula e a condução de água e nutrientes foi
possibilitada por bomba que captava água do sump possibilitando fluxo individual por tubo de 1
4Reservatório anexo ao sistema que possibilita o abastecimento constante de água a todos os setores do sistema.
28
99
L/min. O sistema utilizou sais balanceados Hidrogood® formulados para folhosas, mantendo
condutividade elétrica em 1.3 mS cm-1.
O delineamento experimental foi em blocos ao acaso, onde foram distribuídos tratamentos que
integravam variedade (crespa e roxa) e sistema de produção (hidroponia e aquaponia). Os blocos
foram constituídos no formato de 2x2. Os dados foram tabulados em planilhas eletrônicas do Software
Microsoft Office EXCEL e a análise de estatística descritiva foi realizada no mesmo software.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados apresentados demonstram que as plantas alojadas
em sistema hidropônico são mais eficientes produtivamente quando comparadas àquelas em sistema
aquapônico de primeiro ciclo e que a produtividade de alfaces da variedade crespa é superior que a
da variedade roxa (Figura 1). Esses resultados possivelmente se deram por deficiências no sistema
aquapônico, e podem ser explicados quando esclarecemos que os nutrientes disponíveis são oriundos
do processamento de compostos nitrogenados na nitrificação e da mineralização dos nutrientes
residuais, conforme relatam Carneiro et al. (2015). Os resultados ainda podem ser explicados
utilizando os relatos de Hundley & Navarro (2013) e Carneiro et al. (2015), os quais citam a influência
do pH sobre a disponibilidade de macro e micronutrientes visto que, a alface tem pH ótimo na faixa
de 6,5 a 7,0 e o sistema aquapônico funcionou com pH entre 7,0 e 8,0.
A massa verde das duas variedades foi superior no sistema hidropônico possivelmente por este
apresentar maior disponibilidade e equilíbrio de nutrientes necessário para o crescimento de folhosas,
em especial ressaltando a presença de ferro (HUNDLEY & NAVARRO, 2013). O número de folhas
não difere entre os sistemas, mas apresenta diferença entre variedades (Figura 2). A partir desse
resultado, pode-se inferir que a emissão foliar não sofre grande influência da disponibilidade de
nutrientes, sendo mais relevante a influência genética para esta variável.
Figura 8 - Valores médios de peso (g) em sistemas
produtivos hidropônico e aquapônico com diferentes
variedades de alface.
Figura 9 - Valores médios de número de folhas de
alface nos sistemas.
100
Os resultados deste estudo diferem dos apresentados por Magalhães et al. (2010) os quais
identificaram médias superiores a 22 folhas por planta. Tal diferença possivelmente está associada a
distinção de variedades utilizadas no estudo utilizado para comparação.
O resultado de rendimento de folhas demonstra que o sistema hidropônico também apresenta
desempenho superior (Figura 3). Os valores de rendimento para ambas as variedades permaneceram
entre 60 e 70%. A variedade Crespa do sistema aquapônico apresentou o pior rendimento. Porém,
ambas as variedades apresentaram rendimento inferior a 50% para o sistema.
Esses resultados diferem do obtidos por Geisenhoff et al. (2016), que mostraram que a utilização da
água de piscicultura pode fornecer os nutrientes necessários à produção de hortaliças sem a
necessidade de suplementação nutritiva. A variedade Roxa, no sistema hidropônico, e Crespa, no
sistema aquapônico, apresentou os maiores valores de rendimento de massa seca (3,5 a 4%) (Figura
4). Resultados parecidos com os encontrados por Geisenhoff et al. (2016), em torno de 4% de
rendimento.
CONCLUSÃO: A produtividade de massa verde foi superior no sistema hidropônico quando
comparado ao aquapônico e com destaque da variedade crespa. O número de folhas foi influenciado
por características genéticas, contudo não demonstrou variação por sistema produtivo. O rendimento
de folhas no sistema hidropônico é superior quando comparado com sistema aquapônico. O
rendimento produtivo em massa seca no sistema aquapônico é superior quando comparado com
sistema hidropônico.
REFERÊNCIAS
BARBIERI E; MELO D. J. F de; ANDRADE L. F; PEREIRA E. W. L; COMETTI N. N. 2010.
Condutividade elétrica ideal para o cultivo hidropônico de alface em ambiente tropical. Horticultura
Brasileira. 28: S303-S308. 2010.
Figura 3 - Rendimento de folhas para diferentes
variedades de alface em diferentes sistemas produtivos. Figura 4 - Rendimento da Massa Seca para diferentes
variedades de alface em diferentes sistemas
produtivos.
101
BRAZ FILHO, M. S. P. Qualidade na produção de peixes em sistemas de recirculação de água.
São Paulo, SP: Centro Universitário Nove de Julho, 2000. 41p.
CARNEIRO, P. C. F.; NUNES, M. U. C.; NIZIO, A. M.; FUJIMOTO, R. Y. Aquaponia: produção
sustentável de peixes e vegetais. In: Tavares-Dias, M. & Mariano, W.S. (Org.). Aquicultura no
Brasil: novas perspectivas. São Carlos, Editora Pedro & João, 2015.
EMBRAPA. Tipos de alface cultivados no Brasil. Comunicado Técnico Nº 75. Brasília, DF.
Novembro, 2009.
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different substrates in aquaponic lettuce production associated with intensive tilapia farming with
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Eng. Agric., Jaboticabal, v.36, n.2, p.291-299, mar. /abr. 2016.
HUNDLEY, G. M. C.; NAVARRO, R. D. Aquaponia: a integração entre Piscicultura e Hidroponia.
Revista Brasileira de Agropecuária Sustentável (RBAS), v.3, n.2. p.52-61, Dezembro, 2013.
MAGALHÃES, A. G.; MENEZES, D.; RESENDE, L. V.; BEZERRA NETO, E. Desempenho de
cultivares de alface em cultivo hidropônico sob dois níveis de condutividade elétrica. Horticultura
Brasileira, v.28, n.3, p.316-320, 2010.
SOMERVILLE, C.; COHEN, M.; PANTANELLA, E.; STANKUS, A.; LOVATELLI, A. Small-
scale aquaponic food production - Integrated fish and plant farming. Fisheries and Aquaculture
Technical Paper. No 589. Rome, FAO, 2014.
TONET, A.; RIBEIRO, A. B.; BAGATIN, A. M.; QUENEHENN, A.; SUZUKI, C. C. L. F. Análise
microbiológica da água e da alface (Lactuca sativa) cultivada em sistema aquapônico, hidropônico e
em solo. Revista Brasileira de Pesquisa em Alimentos. Campo Mourão, PR, v.2, n.2, p.83-88, julho
a dezembro. 2011.
102
DESEMPENHO REPRODUTIVO DE VACAS ZEBU, CRIADAS NA REGIÃO DO BAIXO
AMAZONAS, EM CONDIÇÕES DE ESTRESS TÉRMICO E SUBMETIDAS À
INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO (IATF)
29Alime Maria Sousa Cruz1
Rayane Miguel de Sales1
Daniel Rocha de Oliveira2
Darlisson Bentes dos Santos3
Edson Pereira dos Reis4
RESUMO: O objetivo deste trabalho foi avaliar o desempenho reprodutivo de vacas zebu, criadas na região do baixo
amazonas, em condições de estresse térmico e submetidas à Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF). Foram
utilizadas 20 vacas multíparas, mantidas em regime de pasto e submetidos a protocolo de sincronização de estro. O
delineamento foi inteiramente casualizado e dividido em dois tratamentos: termoneutralidade e estresse. Os resultados
foram avaliados pelo procedimento ANOVA e a diferença entre médias foi realizada através do teste de Tukey a 5% de
significância. A temperatura retal não foi influenciada pela condição de exposição ao estresse térmico, bem como a taxa
de fertilidade não apresentou diferenças estatísticas entre os dois grupos de animais nas diferentes condições do estudo.
PALAVRAS-CHAVE: ESTRESS TÉRMICO, TERMONEUTRALIDADE, FERTILIDADE.
INTRODUÇÃO: Um fato a ser considerado no planejamento ao desenvolvimento da pecuária no
Brasil são as altas temperaturas das regiões tropicais, havendo necessidade da introdução de animais
adaptados às condições climáticas do local e com capacidade em eliminar excesso de calor corporal,
pois grande parte do país apresenta temperatura do ar elevada durante todo ano associada à umidade
relativa do ar também alta, fatores estes que agem diretamente no organismo animal interferindo em
seu desempenho produtivo e reprodutivo. Em vista disso, animais de origem zebuína predominaram
a pecuária brasileira, onde geralmente nos sistemas de criação recebem com a máxima intensidade os
efeitos do clima, apresentando tolerância ao ambiente tropical por questões de adaptação
(McMANUS et al., 2002).
O planejamento nutricional deve proporcionar a manutenção de boas condições corporais para
que o uso da Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) maximize seus resultados ao ser aplicada
com intuito de melhorar os indicadores produtivos e reprodutivos do rebanho, com vistas à melhoria
na taxa de desfrute e retorno econômico da atividade (FERREIRA et al., 2013). O ganho de heterose
através do cruzamento industrial proporciona ao animal o melhoramento genético decorrente da
combinação de características entre raças, permitindo a produção de uma carne mais nobre em
ambientes mais rústicos e maior retorno econômico à agropecuária.
1 Discentes, Eng. Agr., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 2Msc., Méd. Vet., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 3Msc., Eng. Agric., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 4 Esp., Eng. Agr., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 29
103
Na maioria das regiões do Brasil, os dias de verão são quentes e a temperatura média fica
acima dos níveis aceitáveis para não comprometer os eventos da reprodução. A forma mais comum
para prever se as vacas estão sendo expostas a estresse térmico é através da caracterização do
ambiente térmico que envolve elementos climáticos como temperatura ambiente, umidade relativa do
ar, radiação solar e velocidade do vento (FERREIRA, 2005).
Os animais homeotérmicos podem apresentar seu máximo potencial genético e reprodutivo
estando na faixa da zona termoneutra, onde nestas condições de temperatura ambiente o animal não
precisa produzir ou perder calor corporal e seu metabolismo é mínimo, desta forma, estando em Zona
de Conforto Térmico (ZCT). A ocorrência de trocas térmicas entre o animal e o ambiente depende da
situação em que ambos se encontram, pois se a temperatura do ambiente permanecer mais elevada
do que aquela em que o animal se encontra ZCT, o mesmo terá dificuldades em compensar a ação
desta temperatura, entrando em estresse térmico, atingindo diretamente o desempenho animal
(BARION et al., 2012). Seja para produzir calor corporal (termogênese) ou para perder calor para o
ambiente (termólise), o uso da energia de mantença para estes processos de gerar ou dissipar calor
será utilizado de forma a afetar a produção e reprodução ao diminuir a energia disponível para estas
atividades.
Desta forma, o presente estudo teve por objetivo acompanhar o desempenho reprodutivo de
vacas bovinas Zebu, em condições de estresse térmico a fim de montar base referencial regional para
subsidiar adequações de ambientes produtivos/manejo e manejos reprodutivos utilizados na região
do Baixo Amazonas.
MÉTODO: O estudo foi desenvolvido entre os meses de agosto e novembro de 2016, em propriedade
particular no município de Santarém, oeste paraense, microrregião do Médio
Amazonas, distante, aproximadamente, 870 km de Belém. O clima do município insere-se na
categoria de megatérmico úmido, do tipo Aw da classificação de Köppen, com temperatura média,
durante todo o ano, em torno de 26,7ºC. A precipitação anual média atingem 1.780 mm, com forte
concentração entre os meses de janeiro a junho e mais rara de julho a dezembro, e a umidade relativa
do ar média em torno de 73% (OLIVEIRA JÚNIOR et al., 1999).
Conforme questionário de seleção aplicado, a propriedade foi escolhida por apresentar
bovinos de alto padrão genético, em condições sanitárias e zootécnicas consideradas adequadas para
a realização do estudo. A realização da palpação retal para identificação de anormalidades do trato
reprodutivo foi realizada por médico veterinário. Os animais foram manejados em sistema de pastejo
rotacionado com disponibilidade de forragem verde para atendimento das demandas alimentares. A
104
pastagem era composta por forragem do gênero Panicum CV Mombaça. Os animais foram
sincronizados em centro de manejo coberto utilizando protocolo proposto por Baruselli et al. (1999).
Foram utilizadas 20 fêmeas bovinas multíparas até 6 anos de idade com peso médio de 350
kg e escore de condição corporal mínimo de 5,0 conforme Vale (1999). O estudo foi inteiramente
casualizado, dispondo os animais em dois tratamentos Estresse (exposição à radiação direta na pré-
inseminação) e Termoneutralidade (não exposição à radiação direta). A Temperatura Retal (TR) foi
aferida antes dos procedimentos de inseminação, utilizando termômetro clinico veterinário. A
Frequência Cardíaca (FC) foi aferida antes dos procedimentos de inseminação, através da contagem
de pulsos carótidos em 15 segundos. A Frequênciaq Respiratória (FR) foi aferida antes dos
procedimentos de inseminação, através da contagem de movimentos respiratórios em 15 segundos.
O Diagnóstico de Gestação (DG) foi realizado aos 30 dias com auxílio de ultrassom com probe
transretal da marca/modelo KAIXIN 5500. O Índice de Fertilidade (IF) foi calculado da divisão do
número de fêmeas pelo número de fêmeas em cobertura, multiplicado por 100.
Foram realizadas análises descritivas dos dados, representadas pelas médias e Coeficientes de
Variação (CV), assim como analise de variância ANOVA através do programa ESTATISTICA
versão 8.0. Médias variadas foram comparadas através do teste de tukey a 5% de significância.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Não foi observada diferença estatística na taxa de fertilidade entre
os dois grupos de animais nas diferentes condições de ambiente (conforto e estresse) aos 30 dias após
IATF (Figura 1).
Figura 10. Taxa de fertilidade e temperatura retal de vacas Zebu.
Os resultados deste trabalho diferem dos observados por Barbosa et al. (2011) que observaram
o efeito do estresse (efeitos negativos da temperatura e da umidade do ar mais alta) sobre vacas
105
mestiças em estudos realizados na região sudeste do país, nos meses de outono/ inverno e meses de
primavera/ verão, indicando que épocas mais quentes diminuem a taxa de fertilidade.
Estão descritos na tabela 1, os dados de clínicos e comportamentais relacionados à
termorregulação e reprodução para vacas submetidas à IATF.
Tabela 11. Médias e desvio padrão das variáveis fisiológicas e comportamentais de fêmeas Zebu
Não foi observada diferença para os sinais clínicos de vacas submetidas à IATF entre os
diferentes tratamentos, contudo foi observado restrição comportamental para apresentação do cio. Os
resultados clínicos apresentados são coerentes aos apresentados por Cunninghan (1999) o qual ainda
esclarece que essa é uma característica de animais homeotérmicos saudáveis em condições térmicas
ambientais branda ou moderada.
CONCLUSÃO: A temperatura retal não foi influenciada pela condição de exposição ao estresse
térmico, demonstrando que a capacidade de termorregulação é satisfatoriamente eficiente para as
condições do estudo. A taxa de fertilidade não foi alterada nas diferentes condições do estudo,
possivelmente em decorrência da modificação fisiológicas em âmbito de ambiência uterina,
motilidade de tubas e qualidade celular. Animais expostos à condição de estresse, reduzem a
apresentação dos sinais de cio, dificultando a identificação da qualidade da sincronização de estro.
Ainda são necessários mais estudos para elucidar as mudanças fisiológicas que comprometem a
eficiência reprodutiva em vacas submetidas a estresse térmico.
REFERÊNCIAS
BARBOSA, C. F. et al. Inseminação artificial em tempo fixo e diagnóstico precoce de gestação em
vacas leiteiras mestiças. Revista Brasileira de Zootecnia. v. 40, n. 1, p. 79-84, 2011.
BARION, M. R. L; SILVA, H. C; FERREIRA, S. G. C. A importância e os tipos de sombras
utilizadas para bovinos a pasto. In: Encontro Internacional de Produção Científica Cesumar, 2012,
Maringá. Anais eletrônicos...Paraná: CESUMAR.
BARUSELLI, P. S. et al. Dinâmica folicular em búfalas submetidas à sincronização da ovulação para
inseminação artificial em tempo fixo. Arq. Da Faculdade de Veterinária UFRGS, Porto Alegre, v.
27, p. 210, 1999.
106
CUNNINGHAM, J. G. Tratado de fisiologia veterinária, 4ª Edição, Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan S,A., 1999, 528p.
FERREIRA, M. C. N. et al. Impacto da condição corporal sobre a taxa de prenhez de vacas da raça
nelore sob regime de pasto em programa de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF). Semina:
Ciências Agrárias, Londrina, v. 34, n. 4, p. 1861-68, 2013.
FERREIRA, R. A. Maior produção com melhor ambiente para aves, suínos e bovinos. Viçosa:
Aprenda Fácil, 2005.
MCMANUS, C. et al. Componentes reprodutivos e produtivos no rebanho de corte da Embrapa
Cerrados. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 31, n. 2, p. 648-57, 2002.
OLIVEIRA JUNIOR, R. C de et al. Zoneamento agroecológico no município de Tracuateua, Estado
do Pará. Belém: Embrapa Amazônia Oriental, 1999. p45. (Embrapa Amazônia Oriental.
Documentos, 15).
107
DIAGNÓSTICO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS PRODUZIDOS NO MERCADO CENTRAL
DE SANTARÉM – PA
30Yash Brendo Pereira Coelho Guimarães 1
[email protected] 31Isabel Cristina Tavares Martins2
Andre Luiz Teixeira Dalagnol1
Igor Moraes de Miranda1
Edson Pereira dos Reis2
RESUMO: A destinação inadequada de Resíduos Sólidos e a falta de gerenciamento representam uma preocupação
crescente na sociedade, visto que o crescimento das populações gera o aumento do consumo de alimentos e
consequentemente aumenta essas demandas. Nesta perspectiva, a pesquisa apresenta um Plano de Gerenciamento dos
Resíduos Sólidos gerados pelas atividades comerciais desenvolvidas no Mercado Público, como base para a Elaboração
do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos. O Mercado está localizado no município de Santarém-Pa, onde
desenvolve atividades com a comercialização de frutas, verduras, carnes, frios, lanches, artesanatos e diversos. A
metodologia abrange a aquisição dos dados através de aplicação de questionários, entrevistas in loco nos órgãos
responsáveis pelo mercado - para identificação dos resíduos gerados por meio da observação -, registros fotográficos,
diálogos e/ou entrevistas com feirantes e terceirizados do empreendimento. Deste modo, além de apresentar o Diagnóstico
dos Resíduos Sólidos do Mercado Público, a pesquisa contribui com o gerenciamento dos resíduos provenientes do
funcionamento do empreendimento possibilitando a identificação do material a ser gerenciado de forma eficiente.
PALAVRAS CHAVE: RESÍDUOS SÓLIDOS, MERCADOS PÚBLICOS, GERENCIAMENTO.
INTRODUÇÃO: Dentre os vários problemas enfrentados pela sociedade atual encontra-se a
destinação final dada aos resíduos sólidos que tem ocupado lugar de grande visibilidade no que se
refere a tentativa em solucioná-la. Esses resíduos são produzidos diariamente por todos os setores da
sociedade (Fábricas, comércio, residências, feiras livres e outros) e apresentam em sua grande maioria
uma destinação final incorreta, responsável pela degradação dos ambientes urbanos e dos recursos
naturais, suas principais causas residem a falta de políticas de planejamento no âmbito municipal,
bem como de verba e informação (VAZ, 2003).
Segundo a Lei 12.305, de agosto de 2010, entende-se por Resíduos Sólidos todo: “material,
substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja
destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou
semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem
inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso
soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível.”
A Política Nacional de resíduos Sólidos classifica os resíduos sólidos, onde dentre eles pode-
se enquadrar quanto a sua origem os resíduos de limpeza urbana: os originários da varrição, limpeza
de logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana.
30
1 Graduanda(o) do Curso de Agronomia pelo Centro Universitário Luterano de Santarém.
31
2 Professor do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém.
108
Segundo GOUVEIA (2012) a poluição causada por resíduos sólidos pode ser caracterizada
como uma alteração das características naturais de um ambiente, que no caso dos mercados e feiras
livres, pode ser facilmente observada pelos sentidos olfativo e visual, além das possíveis
contaminações causadas pelos mesmos. Por apresentarem uma permanente produção de resíduos
sólidos em seus vários setores de venda, que são gerados desde a sua recepção e organização dos
alimentos até a venda para os consumidores além do consumo dos alimentos prontos como comidas,
doces e etc, estes são potenciais geradores de resíduos.
Quanto ao gerenciamento dos resíduos sólidos, ainda segundo a lei 12.305 (2010), trata-se do
conjunto de ações que envolvem as etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento, destinação e
disposição final, ambientalmente adequada, dos resíduos sólidos e rejeitos e devem estar embasadas
no Plano de Gerenciamento de Resíduos do município. Segundo SANTOS (2014) e LOPES (2006)
o plano de gerenciamento deve conter etapas que reúnem ações para implantação, descrição do
empreendimento, definição de procedimentos operacionais, apresentação de responsáveis por tais
etapas, as metas e procedimentos para minimização da geração de resíduos sólidos, a realização do
diagnóstico dos resíduos sólidos gerados ou administrados, contendo sua origem, volume e
caracterização, etapa atendida neste artigo, onde o conhecimento do material a ser administrado,
torna-se essencial para implantação de um Sistema de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.
A pesquisa teve como objetivo elaborar um plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos para
o mercado municipal (Mercadão 2000) situado no município de Santarém-Pa, através da identificação
dos resíduos gerados pelas atividades realizadas no empreendimento, classificá-los quanto à origem
e periculosidade e identificar a quantidade de resíduos sólidos geradas. De modo a contribuir com a
sustentabilidade do empreendimento, com reflexos diretos na melhoria do Gerenciamento de
Resíduos Sólidos em Mercados Públicos.
MÉTODO: O estudo foi realizado na cidade de Santarém, localizada na região norte do Brasil,
mesorregião do Baixo Amazonas e microrregião de Santarém.
A pesquisa quantitativa e qualitativa foi realizada nas instalações do Mercado Público
Municipal (Mercadão 2000) localizado na Avenida Tapajós, bairro Laguinho, no município de
Santarém/Pa.
Os dados foram coletados durante o ano de 2017, entre os meses de maio e junho, realizado
in loco através de questionários e registros fotográficos, aplicados aos feirantes em geral (vendedores
e produtores de frutas, verduras, pescados e carnes) sobre as condições de trabalho, transporte e
armazenamento dos produtos, bem como a destinação final dos resíduos vegetais, além de entrevista
109
com o presidente de uma das associações dos feirantes. Os registros tiveram por objetivo de mostrar
como o mercado organiza e comercializa seus produtos para a população.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os dados registrados pela secretaria de infraestrutura do
município de Santarém, não categoriza as coletas das feiras livres e mercados de modo que possamos
analisar a produção do resíduo na fonte geradora. Para isso fez-se necessário o acompanhamento
semanal das atividades in loco através de entrevistas e registros fotográficos afim de investigar
qualitativamente os resíduos gerados.
Foram analisados os dados qualitativos dos resíduos gerados, a destinação deste material e as
quantidades dos diferentes tipos de resíduos (orgânicos, plásticos, papel, madeira e etc) em relação
ao total recolhido.
A análise quantitativa mostrou que ocorre desperdício dos produtos, principalmente de frutas
e verduras, visto que o local de armazenamento e as bancas de exposição não são adequados para a
conservação do bom estado dos alimentos, apresentando falta de higiene e a exposição direta do sol
em alguns setores da feira, favorecendo o desperdício dos alimentos. Desse modo o estudo aponta
que o mercado central (mercadão 2000) gera um volume considerável de resíduos sólidos
abrangendo, carcaças e peles de peixes, ossos de animais, restos de legumes, frutas e verduras.
Observou-se que não há uma gestão eficiente dos resíduos vegetais, visto que os mesmos são
destinados de forma inadequada diretamente para o lixão do Perema.
CONCLUSÃO: O mercado central de Santarém-PA (mercadão 2000) gera um volume considerável
de resíduos sólidos incluindo orgânicos e não orgânicos que são destinados inadequadamente para o
lixão municipal. Uma parte desses resíduos poderia ser reaproveitado para compostagem orgânica,
ao exemplo de alguns projetos já consolidados em Santarém, como é o caso do HRBA (hospital
regional do baixo Amazonas) diminuindo os impactos causados pela disposição desordenada destes
resíduos, utilizando-os como composto orgânico nas hortas. Esses resíduos também contribuem para
a geração de gases poluentes no lixão, pela decomposição dessa matéria orgânica (CUNHA, 2002).
Essa forma de disposição inadequada de resíduos orgânicos provoca a depreciação da paisagem e
atrai vetores como moscas, formigas, baratas, ratos e mosquitos, entre outros. Uma gestão adequada
desses resíduos orgânicos se faz necessária, através de coleta seletiva, além de melhores condições
de armazenamento dos seus produtos para que durem por mais tempo e, consequentemente, gerem
menos resíduos.
110
REFERÊNCIAS
CUNHA, V.; CAXIETA FILHO, J. V.; Gerenciamento da coleta de Resíduos sólidos urbanos:
estruturação e aplicação de modelo não-linear de programação por metas. Gestão & Produção, v.9,
n.2, p.143-161, ago. 2002.
GOUVEIA, N. Resíduos sólidos urbanos: impactos socioambientais e perspectiva de manejo
sustentável com inclusão social. Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo – 2012.
MMA - MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Manual para implantação de compostagem e de
coleta seletiva no âmbito de consórcios públicos. Brasília- DF, 2010.
LOPES, L. Gestão e gerenciamento integrado dos resíduos sólidos urbanos. Dissertação
(Programa de pós-graduação em geografia humana), Universidade do estado de São Paulo, 2006.
SANTOS, A. T. L.; HENRIQUE, N. S.; SCHLINDWEIN, J. A.; FERREIRA, E.; STACHIW, R.
Aproveitamento da fração orgânica dos resíduos sólidos urbanos para produção de composto
orgânico. Revista Brasileira de Ciências da Amazônia. v. 3, n. 1, p. 15-28. Universidade Federal
de Rondônia. RO. 2014.
VAZ, L. M. S.; COSTA. B. N.; GUSMÃO, O. da S.; AZEVEDO, L. S. Diagnóstico dos Resíduos
Sólidos Produzidos em na Feira Livre: O Caso da Feira de Tomba. Sitientibus, Feira de Santana,
n. 28, p. 145-159, 2003.
111
DISPONIBILIDADE DE CÁLCIO E MAGNÉSIO EM SOLO, SOB DIFERENTES
CULTIVOS NO PLANALTO SANTARENO
32Elen Kercy Siqueira da Cruz1
Maria Albetiza Alves1
Juliano Gallo2
Raimundo Cosme de Oliveira Junior3
Darlisson Bentes dos Santos4
RESUMO: A camada superficial do solo é o meio físico onde ocorre grande parte das reações físicas, químicas e
biológicas que envolvem as plantas. A solução do solo é água que se concentra nos poros do solo, onde estão presentes
íons suscetíveis à absorção pelas raízes dos vegetais. Os elementos Cálcio (Ca) e Magnésio (Mg) são essenciais às culturas
agrícolas pois possuem funções relevantes no ciclo químico e biológico dos mesmos. O presente trabalho objetivou
verificar a disponibilidade de Ca e Mg na solução do solo, utilizando lisímetros e na parte sólida do solo, utilizando o
trato holandês para retirada de amostras em campo. Quatro parcelas distintas foram amostradas, sendo: área com plantio
de milho, plantio de mandioca, pousio (capoeira de 5 anos) e, plantio de soja. As maiores disponibilidades de Ca no solo
foram percebidas na área de milho (940 mg.dm-3) e na solução do solo na área de soja (110 mg.dm-3) e; as maiores
disponibilidades de Mg no solo na área de mandioca (228 mg.dm-3) e na solução do solo na área do milho (150 mg.dm3).
PALAVRAS-CHAVE: FERTILIDADE DO SOLO, NUTRIENTES.
INTRODUÇÃO: Para o crescimento e desenvolvimento das plantas, é imprescindível a
disponibilidade de água, para suprir às exigências das mesmas. De acordo com Primavesi (2002) as
plantas vivem em parte no solo e parte no ar, sendo que nenhuma delas é mais importante que a outra,
visto que, a raiz é responsável pela retirada de água, nutrientes e oxigênio do solo, e as folhas captam
do ar, o gás carbônico e energia.
Conforme Miranda (2002), o solo é denominado a camada externa onde é agricultável, tendo
sua origem através de ações físicas, químicas e biológicas, de formação natural através da rocha
matriz. Segundo Raij (1991) e Schwarzbach (2005), o solo é composto por uma massa porosa
possuindo espaço vazio preenchido por água, esta água é denominada de solução do solo, que contem
diversas substâncias minerais e orgânicas, bem como nutrientes e elementos tóxicos absorvíveis pelas
plantas. Considerando que a absorção dos nutrientes depende da sua forma disponível na solução de
solo, a obtenção desses teores é frequentemente confundida com a quantidade de solutospresentes no
solo. Assim, torna evidente a importância da verificação da disponibilidade dos nutrientes absorvidos
pelas plantas.
O objetivo deste trabalho foi verificar as disponibilidades de Ca e Mg em quatro distintas
áreas de cultivo, tais como, áreas com plantio de milho, mandioca, soja e uma área de pousio
denominada capoeira.
1Eng. Agr., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 2Msc., Eng. Agr., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 3Dr., Eng. Agr., Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA. 4Msc., Eng. Agric., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 32
112
MATERIAIS E MÉTODOS: A área de estudo está localizada no município de Santarém/PA, com
coordenadas geográficas 02°59’10’’ (S) e 54°49’17’’ (W). O solo predominante é o Latossolo
Amarelo Distrófico Álicos (VENTURIERI, 2007). Segundo Oliveira Junior e Corrêa (2001),
apresentam escassez nos nutrientes essenciais ao ciclo de vida dos vegetais normalmente as
profundidades mais superficiais apresentam os teores de bases mais altos.
As coletas de solução do solo e do solo foram realizadas (março) em quatro áreas planas na
mesma propriedade, sendo: 1) “roça de toco” com cultivo de milho (18 m2), sem adubação e calagem,
onde somente foram realizadosos ciclos de cultivo nos dois últimos anos, sendo milho, seguido com
arroz, anterior à estas, a área apresentava capoeira com 10 anos; 2) “roça de toco” com ciclo de cultivo
de mandioca (20 m2), anteriormente ciclosde cultivo com milho, sem tratamento com calagem e
adubação, somente a derruba e posterior queima; 3) vegetação secundária em pousio ou capoeira (30
m2) há 5 anos e; 4) cultivo de soja mecanizada (16 m2), submetida a calagem, também foram
cultivados milho e arroz em “roça de toco”,antiga pastagem.
Para extrair a solução do solo foram instalados Lisímetros do tipo cápsula porosa. Os
equipamentos foram distribuídos ao acaso dentro de cada área, sendo 4em cada uma,com
profundidades distintas (0,1,0,2,0,4 e 0,9 m) e três repetições, totalizando 12 lisímetros.Em cada área
de estudo os equipamentos foram alocados em um conjunto entre linhas dos cultivos. Na área de
capoeira foram colocados em dois grupos de seis equipamentos ao acaso (Figura 1).
Figura 1. Lisímetros nas áreas: milho (a); capoeira (b); mandioca (c) e; soja (d). Fonte: Autor.
As coletas do solo foram realizadas nas mesmas áreas da anterior. O trado holandês foi
utilizado para coletar as amostras simples nas mesmas profundidades. Quatro amostras simples foram
misturadas, formando uma composta por profundidade (Figura 2). As amostras coletadas em campo
foram levadas ao laboratório de solos do CEULS. O método de extração de Mehlich1, foi usado para
verificar o P disponível no solo. Para as análises (solução do solo e solo), foi usado o Photometer HI
83200. Vale ressaltar que os dados estatisticamente descritivos nortearam a discussão da pesquisa.
113
Figura 2. Coleta das amostras de solos em distintas profundidades (a); mistura das amostras simples
(b); amostras coletadas e identificadas (c) e; coleta de solo próxima aos lisímetros (d). Fonte: Autor.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: A quantidade de cátions retidos na superfície das argilas,
destacados por Gomes&Filizola (2006), associam o Ca e Mg como favorecedores do aumento da
produtividade. Os dados mais destacados foram relativos às duas primeiras profundidades (0,1 e 0,2
m). Na área da mandioca, a maior disponibilidade de Ca no solo (560 mg.dm-3) ocorreu aos 0,1 m;
na área do milho o valor de Ca (940 mg.dm-3) no solo chamou a atenção por ser 3,13 vezes maior que
a segunda profundidade de 0,2m.
Na área de pousio, denominada também de capoeira, o valor mais significativo com 0,1 m,
em termos de disponibilidade foi o Ca (140 mg.dm-3). Apenas na solução do solo na oferta de Mg (5
mg.dm-3) aos 0,2 m o valor foi menor. Na soja os valores mais significativos são de Ca (360 mg.dm3)
e Mg (108 mg.dm-3) no solo (Tabela 1).
CONCLUSÃO: A relação entre matéria orgânica e disponibilidade dos nutrientes (Ca e Mg) nas
primeiras camadas (0,1 e 0,2 m) são maiores, considerando interações físicas e químicas. A capoeira
apresentou os menores valores acumulados nos primeiros 0,2 m de profundidade.
Tabela 1 - Médias dos teores de Ca e Mg, em mg.dm-3 na solução do solo e no solo nas áreas de
plantio e pousio (capoeira), em distintas profundidades.
MA
ND
IOC
A Ca Mg
MIL
HO
Ca Mg
Prof. (m) Solução Solo Solução Solo Solução Solo Solução Solo
0,1 36 560* 5 228 60 940* 150 156
0,2 38 180 5 84 70 300 5 120
0,4 30 100 5 - 40 100 4 12
0,9 26 80 5 12 25 60 9 24
CA
PO
EIR
A Ca Mg
SO
JA
Ca Mg
Prof. (m) Solução Solo Solução Solo Solução Solo Solução Solo
0,1 37 140* 6,0 60 110 360* 5 108*
0,2 40 80 5,0** 72 32 200 8 48
0,4 37 60 6,0 36 43 120 6 24
0,9 24 60 10,0 24 21 80 8 36
* Valores com maiores disponibilidades (solução do solo e solo); ** Valores com menores disponibilidades (solução
do solo e solo).
114
REFERÊNCIAS
GOMES, Marco Antonio Ferreira; FILIZOLA, Heloisa Ferreira. Indicadores físicos e químicos de
qualidade de solo de interesse agrícola. Jaguariúna: Embrapa Meio Ambiente, 2006.
MIRANDA, J. H.; DUARTE, S. N. Modelo para simulação da dinâmica de nitrato em colunas
verticais de solo não saturado. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 6, n. 2,
p. 235-241, 2002.
OLIVEIRA JUNIOR; R. C.; CORREA, J. R. V. Caracterização dos solos do Município de
Belterra. Belém. Embrapa Amazônia Oriental. 2001. 39 p. ISSN 1517-2201.
PRIMAVESI, A. Manejo ecológico do solo: a agricultura em regiões tropicais. Nobel, São Paulo
Editora, 2002.
RAIJ, B. V. Fertilidade de solo e adubação. 1a Ed. São Paulo: CERES,1991. 343p.
SCHWARZBACH, J.. Dinâmica química da solução do solo em três fases sucessionais da
Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas no Litoral do Paraná. 2005. Tese de Doutorado.
Universidade Federal do Paraná.
VENTURIERI, A. Zoneamento ecológico-econômico da área de influência da rodivia BR-163
(Cuiabá-Santarém); v. 1 diagnóstico do meio socieconômico, jurídico e arqueologia; v. 2 meio
ambiente e recursos naturais; v. 3 gestão territorial. 2007.
115
EFEITO DE SISTEMAS DE MANEJO SOBRE A DENSIDADE GLOBAL EM
LATOSSOLO AMARELO MUITO ARGILOSO EM PARAGOMINAS-PA
33 Hugo da Silva Alves1
Paulo Ferreira Rodrigues Neto1
Raimundo Cosme de Oliveira Junior2
Eduardo Jorge Maklouf Carvalho3
Darlisson Bentes dos Santos4
RESUMO: O estudo foi desenvolvido no município de Paragominas-PA, com o fim de verificar os efeitos de sistemas
de manejo sobre algumas propriedades físicas de um Latossolo Amarelo muito argiloso. As amostras foram coletadas em
seis profundidades (0-0,10, 0,10-0,20, 0,20-0,30, 0,30-0,40, 0,40-0,60 e 0,60-0,80 m), diante dos seguintes sistemas de
manejo: MATA – área de mata nativa; PAST – área de pastagem; SPC Sistema de plantio convenciona e SPD – Sistema
de plantio direto e o parâmetro avaliado foi a densidade global. Com base nos resultados, concluiu-se que este atributo
físico do solo não foi alterado de forma positiva pela matéria orgânica do sistema de plantio direto. Desta forma infere-
se que a densidade global é um importante indicador para avaliar a qualidade do solo, verificada pelas consideráveis
alterações apresentadas pelos sistemas de manejo.
PALAVRAS-CHAVE: FÍSICA DO SOLO, SISTEMAS DE MANEJO, DENSIDADE GLOBAL DO SOLO.
INTRODUÇÃO: O município de Paragominas-PA se diferencia dos demais da região pelo seu
investimento em alto nível tecnológico na agricultura, porém ainda predomina o modelo de cultivo
tradicional ou convencional, como ocorre na maioria dos municípios paraenses. Este modo de cultivo
caracteriza-se pela utilização de práticas de manejo geralmente inadequadas como, desmatamento
generalizado, uso intensivo de máquinas e insumos químicos e predominância do monocultivo,
ocasionando a perda da cobertura vegetal, perda de matéria orgânica e erosão no solo, tornando-se
um grave problema ambiental e econômico, difícil de ser mensurado (Alves, Carvalho & Silva, 2014).
Desta forma, é de suma importância que sejam desenvolvidos estudos relativos a produção
sustentável de alimentos onde, o solo como principal ferramenta para esta produção, seja tratado de
modo em que não resulte em exaustão de nutrientes e não perca sua qualidade física e química.
Neste contexto, destaca-se o sistema de plantio direto que se caracteriza por ser um processo
de semeadura em solo sem revolvimento, onde a semente é colocada em sulcos ou covas, com largura
e profundidade suficientes para a adequada cobertura e contato delas com a terra. Neste sistema de
cultivo, mantem-se o solo coberto através da palhada formada pela cultura anteriormente plantada. O
mesmo auxilia na manutenção da matéria orgânica, protege contra erosão, proporciona um
melhoramento químico e restruturação física do solo, promove a reciclagem de nutrientes, a
1 Academicos Agronomia, Ceuls/Ulbra, Santarém-PA, [email protected] ; 2Dr. Embrapa Amazonia Oriental, Ceuls/Ulbra, Santarém-PA; 3Dr. Embrapa Amazonia Oriental, Belém-PA; 4MSc. Prof. Ceuls/Ulbra, Santarém-PA.
116
preservação da matéria orgânica e o desenvolvimento de macro e microorganismos responsáveis pela
vida dos solos.
Os atributos físicos do solo apresentam-se como importantes indicadores de sua qualidade.
Desta forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de diferentes sistemas de manejo sobre a
propriedade física densidade global de um Latossolo Amarelo muito argiloso no município de
Paragominas-PA.
MATERIAIS E MÉTODOS: O estudo foi realizado no segundo semestre de 2015 em área
experimental localizada no município de Paragominas ao sudeste do estado do Pará, situado a 2º 59’
S e 47º 21’ O, com altitude média de 89 m. O município apresenta clima do tipo Aw, segundo a
classificação de Köppen, com regime pluviométrico por volta de 1.743 mm, 85% de umidade relativa
do ar e temperatura média de 26,3 ºC (Alves, Carvalho & Silva, 2014). O município ainda apresenta
um período de estiagem que vai de julho a novembro. O tipo de solo predominante no local é o
Latossolo Amarelo, de textura muito argilosa, e baixa fertilidade natural, porém com boas
características físicas (EMBRAPA 2006; Alves, Carvalho & Silva, 2014).
A amostragem foi realizada sob quatro sistemas diferentes de manejo do solo: PD – Sistema de
Plantio Direto – Soja (Glycine max); PC – área de plantio convencional de Soja (Glycine max); PAST
– área de pastagem do gênero Capim-Braqueirão (Brachiaria brizantha cv. Mandaru), com a presença
de gado; MATA – Fragmento de Floresta Nativa (Floresta Ombrófila Densa). Para cada sistema
foram coletadas amostras de solo (deformadas e indeformadas) nas profundidades 0-10; 10-20; 20-
30; 30-40; 40-60 e 60-80 cm.
As amostras indeformadas de solo foram obtidas em anel volumétrico com aproximadamente
100 cm3 de volume interno, com 3 (três) repetições para cada tratamento e profundidade, perfazendo
72 (setenta e duas) amostras. Foi analisada a variável densidade global do solo (Dg).
Adotou-se o delineamento inteiramente casualisado e a significação dos dados foi determinada
pelo teste de Scott-Knott, a 5% de significância, com auxílio do programa estatístico SISVAR.
(Ferreira 2011).
RESULTADOS E DISCUSSÃO: A Tabela 1 apresenta os resultados médios das variáveis
densidade global do solo (Dg).
117
Tabela 1. Valores médios da Densidade global do solo (Dg), em kg dm-3, em diferentes
profundidades, para os sistemas de manejo estudados no município de Paragominas-PA.
Sistema Prof. Dg
m kg dm-3
MATA
0-0,10
1,01aA
PAST 1,25cC
SPC 1,08aB
SPD 1,28aC
Média 1,15
MATA
0,10-0,20
1,18bB
PAST 1,17cB
SPC 1,07aA
SPD 1,25aC
Média 1,17
MATA
0,20-0,30
1,20 bC
PAST 1,09bA
SPC 1,16bB
SPD 1,29aD
Média 1,18
MATA
0,30-0,40
1,23bA
PAST 1,21cA
SPC 1,19bA
SPD 1,25aA
Média 1,22
MATA
0,40-0,60
1,22bA
PAST 1,19cA
SPC 1,19bA
SPD 1,22aA
Média 1,20
MATA
0,60-0,80
1,29cC
PAST 1,02aA
SPC 1,20bB
SPD 1,22aB
Média 1,18 Médias seguidas por letras minúsculas iguais, entre profundidades, na coluna, e maiúscula na coluna, entre tratamentos,
não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Scott knott (5 % de significância).
Os resultados de densidade do solo (Dg), apresentados na Tabela 1, variaram de 1,01 a 1,25
kg.dm-3. Observa-se que houve diferença estatística significativa pelo teste de Scott-Knott a 5% de
probabilidade para esta variável, com exceção das profundidades que vão dos 30 aos 60 cm.
Comparando-se os tratamentos nas profundidades estudadas, observa-se que nas áreas de MATA e
PAST, ocorreram menores valores de Dg, na ordem de 1,01 (0 a 10 cm) e 1,02 kg.dm-3 (60 a 80 cm),
respectivamente, enquanto que, maiores valores foram observados na camada de 20 a 30 cm do SPD
e nas camadas de 60 a 80 cm da área de MATA. Observa-se, também, que, maiores valores de Dg
foram seguidos de baixos teores de MO, o que evidencia a relação inversa entre as mesmas. Matias
et al. (2012), também relatou valores de Dg maiores em solos cultivados em comparação a áreas de
118
mata, demonstrando que os maiores valores desta variável em áreas cultivadas podem estar
relacionados diretamente a perda de MO. A camada mais superficial da área sob PAST (0 a 10 cm),
apresentou um maior valor de Dg da ordem de 1,25 kg.dm-3, porém com alto teor de MO no solo. Em
contrapartida, nas camadas mais profundas (60 a 80 cm) desta área, a Dg chegou a 1,02 kg.dm-3.
Resultados semelhantes foram observados por Gazolla et al. (2013), os quais atribuíram este resultado
ao efeito do pisoteio nas pastagens pelo gado. A mesma situação de aumento da densidade pode ser
visualizada no SPD. É importante ressaltar que a Dg foi considerada alta em quase todas as camadas
estudadas neste sistema de plantio e apresentou teores consideráveis de MO em todas as
profundidades. Neste sistema de produção, restos de cultura são utilizados principalmente para
manter a temperatura e humidade do solo, proteger contra processos erosivos e ainda fornecer matéria
orgânica para o solo.
Reichert et al. (2003) afirmam que as atividades agrícolas que utilizam máquinas e envolvam
mobilização constante, alteram a estrutura do solo modificando suas condições que são determinantes
para o desenvolvimento de raízes. Ainda segundo os autores, as principais consequências são a
agregação e a compactação. Os solos com altos teores de argila apresentam ainda uma maior
tendência ao processo de compactação e resistência a descompactação. Desta forma a Dg pode
permanecer alta mesmo com valores significativos de MO.
Estes dados estão relacionados aos menores valores de Dg obtidos nas profundidades,
demonstrando a correlação negativa existente entre essas duas variáveis. Porém a área submetida ao
SPD apresentou um comportamento atípico, onde os valores de porosidade total acompanham os
maiores valores de densidade.
CONCLUSÕES:
Os maiores valores de densidade foram seguidos de baixos teores de matéria orgânica,
evidenciando a relação inversa entre estas duas propriedades físicas.
Os atributos físicos do solo são importantes indicadores para avaliar a qualidade do solo,
verificada pelas consideráveis alterações da densidade.
REFERÊNCIAS
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Paragominas, PA. – Belém, PA: Embrapa Amazônia Oriental, 2014.
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produtividade de soja. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, V. 39, n. 6, p. 581-8, 2004.
119
CARVALHO, E. J. M.; FIGUEIREDO; M. S.; COSTA, L. M. Comportamento Físico Hídrico de
um Podzólico Vermelho-Amarelo câmbico fase terraço sob diferentes sistemas de manejo.
Pesquisa Agropecuária Brasileira, 34:257-265. 1999.
GAZOLLA, P. R.; GUATESCHI, R. F.; PERIN, A. Estoque de carbono e atributos físicos de um
Latossolo Vermelho em diferentes sistemas de manejo. Revista Brasileira de Ciências Agrárias,
Recife, PE, ISSN (on line) 1981-0997, v.8, n.2, p.229-235, 2013.
REICHERT, J. M.; REINERT, D. J.; BRAIDA, J. A. Qualidade dos Solos e Sustentabilidade dos
Sistemas Agrícolas. Ciência & Ambiente v. 27. jul./dez. 2003.
SILVA, R. S. et al. Propriedades Físicas e Teor de Matéria Orgânica de um Latossolo Amarelo
Sob Sistemas Integração Lavoura-Pecuária-Floresta. Journal of Agronomic Sciences, Umuarama,
v.4, n.2, p.144-157, 2015.
SOUZA, Z. M.; LEITE, J. A.; BEUTLER, A. N. Comportamento De Atributos Físicos De Um
Latossolo Amarelo Sob Agroecossistemas Do Amazonas. Engenharia Agrícola, Jabot
120
EFEITO DE SISTEMAS DE MANEJO SOBRE EMISSOES DE GASES DE EFEITO
ESTUFA EM CULTURA DA SOJA NO MUNICPIO DE MACAPÁ-AP
34
Raimundo Cosme de Oliveira Junior¹
Quezia Leandro Moura Guerreiro4
Daniel Rocha de Oliveira2
Nagib Jorge Melem Junior 3
Rogerio Machado Alves3
RESUMO: A emissão de gases de efeito estufa é considerado um dos maiores causadores do aquecimento global e o
Brasil, através da Embrapa, está empenhado em cumprir as metas acordadas de efetuar o inventario das emissões de N2O,
CH4 e CO2, através de três grandes projetos: Pecus (pecuária), Saltus (florestas) e Fluxus (grãos). O objetivo deste trabalho
foi avaliar o efeito de diferentes sistemas de manejo, cultivado com soja, sobre as emissões de gases (N2O, CO2 e CH4)
em Latossolo Amarelo argiloso no município de Macapá, área de cerrado. A metodologia utilizada consistiu de
amostragem através de câmaras estáticas e analise por cromatografia gasosa. Os resultados mostraram não haver
diferenças entre sistemas e, entre períodos de cada sistema para o oxido nitroso, houve significância no sistema
convencional; houve diferenças para metanos entre períodos, no sistema convencional. Concluiu-se que o plantio direto
e o convencional não apresentaram diferenças nas emissões de oxido nitroso nas condições do município de Macapa-AP,
utilizando-se a cultura do milho, neste período de estudo.
PALAVRAS-CHAVE: ÓXIDO NÍTRICO, METANO, GÁS CARBÔNICO.
INTRODUÇÃO: O aumento das emissões dos gases dióxido de carbono (CO2), óxido nitroso (N2O)
e metano (CH4) é um dos principais problemas ambientais da atualidade. Cerri & Cerri (2007)
informaram que a atividade agrícola no Brasil representa 75%, 91% e 94% das emissões totais de
CO2, CH4 e N2O, respectivamente.
A forma de plantio adotada pode influenciar no papel das áreas agricultáveis como fonte ou
sumidouro dos gases do efeito estufa. O sistema plantio direto, por exemplo, é considerado uma
alternativa para reduzir a emissão de CO2 e CH4 (Amado et al., 200, Mosier et al., 2004,), uma vez
que as práticas de preparos convencionais como aração e gradagem acarretam em perdas de C do solo
devido as altas taxas de decomposição da matéria orgânica (Cerri et al., 2004).
O estudo de Passianoto et al. (2003), na região central do estado de Rondônia, com diferentes cultivos,
informa que no preparo do solo convencional houve aumento da emissão de CO2 em 37% nos
primeiros 2 meses, enquanto que no regime de plantio direto as emissões de CO2 se limitaram a 7%,
no mesmo período.
As emissões de CO2 e CH4 são oriundas de processos metabólicos aeróbios e anaeróbios,
respectivamente, realizados pelos microrganismos do solo (Moreira & Siqueira, 2006) e as de N2O
1 Dr. Embrapa Amazonia Oriental, Ceuls/Ulbra, Santarém-PA; [email protected] ; 2MSc. Prof Ceuls/Ulbra, Adepara, Santarém-PA; 3Dr. Embrapa Amapá, Macapa-AP; 4Dra ICTA/Ufopa, Santarém-PA.
121
estão relacionadas com os processos de nitrificação e desnitrificação devido à fertilização nitrogenada
(Mosier et al., 2004).
A emissão de gases de efeito estufa é considerado um dos maiores causadores do aquecimento global
e o Brasil, através da Embrapa, está empenhado em cumprir as metas acordadas de efetuar o
inventario das emissões de N2O, CH4 e CO2, através de três grandes projetos: Pecus (pecuária), Saltus
(florestas) e Fluxus (grãos).
Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de diferentes sistemas de manejo em área de
cultivo de soja, sobre as emissões de gases (N2O, CO2 e CH4) no município de Macapá, estado do
Amapá.
MATERIAIS E MÉTODOS: O estudo foi realizado no ano de 2016 em área experimental
localizada no município de Macapá. O município apresenta clima do tipo Aw, segundo a classificação
de Köppen, com regime pluviométrico por volta de 1.743 mm, 85% de umidade relativa do ar e
temperatura média de 26,3 ºC (Rodrigues et al, 2000). O município ainda apresenta um período de
estiagem que vai de julho a novembro. O tipo de solo predominante no local é o Latossolo Amarelo,
de textura argilosa, e baixa fertilidade natural, porém com boas características físicas (Rodrigues et
al., 2000).
A amostragem foi realizada sob dois sistemas diferentes de manejo do solo: PD – Sistema de
Plantio Direto – Soja (Glycine max); PC – área de plantio convencional de Soja (Glycine max).
Para cada sistema foram coletadas amostras de gases, através de câmaras estáticas,
aleatoriamente distribuídas na área de plantio da cultura. Todas as coletas foram realizadas com 10
repetições (10 sacolas com 4 seringas cada).
Para as medidas de temperatura do solo, foi utilizado um termômetro digital do tipo Taylor que
foi introduzido no solo à profundidade de 2 cm, ao lado de cada uma das câmaras, o mesmo sensor
foi usado para fazer a leitura da temperatura do ar, à sombra, no momento da amostragem dos gases.
As intensidades das coletas foram divididas em 2 etapas: do plantio até 8 dias, diariamente (para
verificar o efeito dos fertilizantes) e a segunda, a cada semana, até a época da colheita.O procedimento
para análise e cálculo dos fluxos dos diferentes gases amostrados utilizou a metodologia descrita em
Oliveira Junior et al. (2015).
A análise dos dados foi efetuada utilizando-se o software Statistica 7.0 (Statsoft Inc.). A
normalidade foi testada e, quando necessário, os dados foram log transformados (N2O = log (N2O +
60), CH4= log (CH4 + 650), em µg m-2 h-1 (N2O e CH4), respectivamente. As diferenças foram testadas
por ANOVA one way e pelo teste de Tukey, com nível de probabilidade de 0.05. Regressão linear
122
foi utilizada para investigar possíveis relações entre umidade e temperatura do solo e os fluxos dos
gases estudados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: A Tabela 1 apresenta os resultados médios dos fluxos dos gases
CH4, CO2 e N2O e da temperatura do solo.
Tabela 1. Valores médios dos fluxos de CH4, do fluxo de N2O, e do CO2 (com erro padrão da
média), e da temperatura do solo, para os sistemas de manejo estudados, nos diferentes estádios de
desenvolvimento da cultura de soja, no município de Macapá-AP.
Sistema Estádio N2O ± SEM CO2 ± SEM CH4 ± SEM Temp
sOLWFPS µg-N m-2 h-1 mg-C m-2 h-1 µg-C m-2 h-1 C
Plantio Convencional
PC Period 1 -0,07±0,05a 24,21±110,97a 0,95±1,02a 27,5±0,8a
Period 2 -0,001±0,005b 128,12±57,27a 0,001±0,007b 27,2±2,0a
Total -0,0108 ±0,009 113,79±51,62 0,13±0,14 27,1±1,5
Plantio Direto
PD Period 1 -0,015±0,03a -2,70±14,45a -0,10±0,09a 26,5±0,4a
Period 2 -0,002±0,004a 78,63±33,42a -0,01±0,007a 27,2±1,3a
Total -0,004±0,006 67,54±29,06 -0,006±0,01 27,1±1,2 Médias seguidas por letras iguais, na coluna, entre períodos, não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey (5
% de significância). SEM= erro padrão da média.
No caso do óxido nitroso (N2O), verificou-se que, no sistema convencional, o mesmo
apresentou média de fluxo de -0,0108 ± 0,009 µg-N m-2 h-1, com acréscimo entre o período 1 (do
plantio até 8 dias após essa operação) e o período 2 (Tabela 1). Já no sistema de plantio direto, esta
média se elevou para 0,004±0,006 µg-N m-2 h-1, seguindo o mesmo padrão entre os períodos como
no sistema convencional.
O gás carbônico (CO2) apresentou média de 113,79±51,62 mg-C m-2 h-1, com valores de
24,21±110,97 mg-C m-2 h-1 no período 1, aumentando para 128,12±57,27 mg-C m-2 h-1. No sistema
de plantio direto, a média geral foi de 67,54±29,06 mg-C m-2 h-1, com -2,70±14,45 mg-C m-2 h-1 no
período 1 e 78,63±33,42 mg-C m-2 h-1 no período 2 (Tabela 1).
As medições de metano (CH4) foram realizadas no mesmo período que as de óxido nitroso, e
nos mesmos sistemas. No sistema de plantio convencional, a média de fluxo de metano encontrada
foi de 0,13±0,14 µg-C m-2 h-1, com período 1 apresentando emissão de 0,95±1,02 µg-C m-2 h-1,
decrescendo para 0,001±0,007 µg-C m-2 h-1 no período 2. Nas condições do sistema de plantio direto,
a média do fluxo de metano foi de -0,006±0,01 µg-C m-2 h-1, também com valores decrescendo do
período 1 (-0,10±0,09 µg-C m-2 h-1) para o período 2 (-0,01±0,007 µg-C m-2 h-1) (Tabela 1).
123
A temperatura do solo, no sistema convencional, apresentou valor médio de 27,1±1,5 C, com
variação decrescente de somente um grau Celsius entre o período 1 e o período 2 (Tabela 1). No
sistema de plantio direto, o valor médio encontrado foi de 27,1±1,2 C, com aumento de 1,5 C entre o
período 1 e o período 2 (Tabela 1).
A frequência da amostragem foi importante para avaliar os efeitos dos dois sistemas de cultivo
de soja sobre as emissões de N2O e CH4. Também, os preparos de solo, a alta temperatura e a alta
precipitação representaram uma única oportunidade de medir as emissões desses gases na interface
solo-atmosfera (Oliveira Junior et al., 2015)
Com respeito ao fluxo de N2O, não houve diferenças significativas entre os sistemas de plantio
convencional e plantio direto, nem mesmo dentro dos períodos de cada um desses sistemas (Tabela
1), resultados esses que discordam daqueles encontrados por Oliveira Junior et al. (2015), Yang &
Cai (2005); Ciampitti et al. (2005) e Ciampitti et al. (2007), mesmo considerando a grande
disponibilidade de N durante o período 1, o que pode ser associado com as boas condições para
atividades de bactérias de nitrificação e denitrificação (Firestone & Davidson, 1989). Escobar et al.
(2010) encontraram que as emissões de N2O depois da colheita da cultura de soja foram 3x maiores
em plantio direto do que em sistema convencional, fato este que corrobora os resultados aqui
mensurados.
No presente estudo, o sistema de plantio convencional apresentou variação significativa entre
os períodos (Tabela 1), o que demonstra a importância da incorporação de resíduos vegetativos antes
do próximo ciclo de cultivo, o que favorece a acumulação de C e, assim, permitindo maiores fluxos
de CH4 (Watanabe, 1999).
CONCLUSÕES:
Houve diferença estatística nos fluxos de oxido nitros, entre períodos, no sistema de plantio
convencional;
Os fluxos de metano apresentaram diferenças entre períodos no sistema de plantio
convencional;
Não houve diferença entre os fluxos de CO2, entre os sistemas nem entre os períodos de plantio.
REFERÊNCIAS
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125
EFEITO DE SISTEMAS DE MANEJO SOBRE EMISSOES DE GASES DE EFEITO
ESTUFA EM CULTURA DO MILHO NO MUNICPIO DE MACAPÁ-AP
35Raimundo Cosme de Oliveira Junior¹
Quezia Leandro Moura Guerreiro4
Daniel Rocha de Oliveira2
Nagib Jorge Melem Junior 3
Rogerio Machado Alves3
RESUMO: A emissão de gases de efeito estufa é considerado um dos maiores causadores do aquecimento global e o
Brasil, através da Embrapa, está empenhado em cumprir as metas acordadas de efetuar o inventário das emissões de N2O,
CH4 e CO2, através de três grandes projetos: Pecus (pecuária), Saltus (florestas) e Fluxus (grãos). O objetivo deste trabalho
foi avaliar o efeito de diferentes sistemas de manejo, cultivado com milho, sobre as emissões de gases (N2O, CO2 e CH4)
em Latossolo Amarelo argiloso no município de Macapá, área de cerrado. A metodologia utilizada consistiu de
amostragem através de câmaras estáticas e análise por cromatografia gasosa. Os resultados mostraram haver diferenças
entre sistemas para oxido nitroso. Concluiu-se que o plantio direto e o convencional não apresentaram diferenças nas
emissões de metano e gás carbônico, nas condições do município de Macapa-AP, utilizando-se a cultura do milho, neste
período de estudo.
PALAVRAS-CHAVE: ÓXIDO NÍTRICO, METANO, GÁS CARBÔNICO.
INTRODUÇÃO: O setor agrícola é um dos responsáveis pelo aumento das emissões de dióxido de
carbono (CO2), óxido nitroso (N2O) e metano (CH4), principais gases do efeito estufa (IPCC, 2007).
O CO2 é emitido em maior quantidade, porém o N2O e CH4 apresentam 296 e 23 vezes mais potencial
de gerar aquecimento, respectivamente, quando comparados com o primeiro (IPCC, 2001).
Estratégias de manejo alternativo do solo em relação ao sistema convencional têm sido
sugeridas para reduzir as emissões desses gases para a atmosfera (USSIRI et al., 2008). Além das
práticas de uso e manejo do solo, as condições microclimáticas e edáficas também influenciam nos
processos de influxo (entrada) e efluxo (saída) que favorecem o acúmulo do carbono no solo (FRANK
et al., 2006).
Chung et al. (2008) e Albuquerque (2012) indicam que as diferentes formas de manejo do
solo podem determinar se o sistema agrícola será fonte ou sumidouro de carbono, mas ainda são
poucos os estudos que abordam os processos de sequestro de CO2 e redução da emissão de N2O e
CH4, principalmente em regiões tropicais. No caso do trabalho de Albuquerque (2012), desenvolvido
em sistemas de rotação de culturas sobre Latossolo Vermelho Distrófico no estado do Paraná, foi
concluído que culturas em Latossolo sob plantio direto agem como dreno de CH4, sendo o sistema
Alfava-Milho o que mais oxida este gás.
1 Pesquisador Embrapa Amazônia Oriental, Professor CEULS/ULBRA, Santarém-PA, raimundo.oliveira-
[email protected] 2 Professor CEULS/Ulbra, Santarém-PA 3 Pesquisador Embrapa Amapá, Macapá-AP 4 Professora ICTA/Ufopa, Santarém-PA35
126
Buscando reduzir as lacunas do conhecimento sobre o potencial de determinadas culturas
serem fontes ou sumidouro desses gases, a Embrapa, por meio dos projetos Pecus (pecuária), Saltus
(florestas) e Fluxus (grãos) está inventariando suas emissões em solos amazônicos submetidos à
atividade agrícola e nesse âmbito, o presente estudo buscou quantificar e analisar o efeito de diferentes
sistemas de manejo em área de cultivo de milho, sobre as emissões dos gases N2O, CO2 e CH4, no
município de Macapá, estado do Amapá.
MATERIAIS E MÉTODOS: O estudo foi realizado no ano de 2016 em área experimental
localizada no município de Macapá. O município apresenta clima do tipo Aw, segundo a classificação
de Köppen, com regime pluviométrico por volta de 1.743 mm, 85% de umidade relativa do ar e
temperatura média de 26,3 ºC (RODRIGUES et al, 2000). O município ainda apresenta um período
de estiagem que vai de julho a novembro. O tipo de solo predominante no local é o Latossolo
Amarelo, de textura argilosa, e baixa fertilidade natural, porém com boas características físicas
(RODRIGUES et al., 2000).
A amostragem foi realizada sob dois sistemas diferentes de manejo do solo: PD – Sistema de
Plantio Direto – Soja (Glycine max); PC – área de plantio convencional de Soja (Glycine max).
Para cada sistema foram coletadas amostras de gases, através de câmaras estáticas,
aleatoriamente distribuídas na área de plantio da cultura. Todas as coletas foram realizadas com 10
repetições (10 sacolas com 4 seringas cada).
Para as medidas de temperatura do solo, foi utilizado um termômetro digital do tipo Taylor
que foi introduzido no solo à profundidade de 2 cm, ao lado de cada uma das câmaras, o mesmo
sensor foi usado para fazer a leitura da temperatura do ar, à sombra, no momento da amostragem dos
gases.
As intensidades das coletas foram divididas em 2 etapas: do plantio até 8 dias, diariamente
(para verificar o efeito dos fertilizantes) e a segunda, a cada semana, até a época da colheita.O
procedimento para análise e cálculo dos fluxos dos diferentes gases amostrados utilizou a
metodologia descrita em Oliveira Junior et al. (2015).
A análise dos dados foi efetuada utilizando-se o software Statistica 7.0 (Statsoft Inc.). A
normalidade foi testada e, quando necessário, os dados foram log transformados (N2O = log (N2O +
60), CH4= log (CH4 + 650), em µg m-2 h-1 (N2O e CH4), respectivamente. As diferenças foram testadas
por ANOVA one way e pelo teste de Tukey, com nível de probabilidade de 0.05. Regressão linear
foi utilizada para investigar possíveis relações entre umidade e temperatura do solo e os fluxos dos
gases estudados.
127
RESULTADOS E DISCUSSÃO: A Tabela 1 apresenta os resultados médios dos fluxos dos gases
CH4, CO2 e N2O eda temperatura do solo.
Tabela 1. Valores médios dos fluxos de CH4, do fluxo de N2O, e do CO2 (com erro padrão da
média), e da temperatura do solo, para os sistemas de manejo estudados, nos diferentes estádios de
desenvolvimento da cultura de soja, no município de Macapá-AP.
Sistema Estádio N2O ± SEM CO2 ± SEM CH4 ± SEM Temp
sOLWFPS µg-N m-2 h-1 mg-C m-2 h-1 µg-C m-2 h-1 C
Plantio Convencional
PC
Period 1 1,21±1,22aA 20,10±11,05a -0,006±0,02a 27,5±0,8a
Period 2 0,01±0,004b -948±987,6a -0,008±0,006a 27,2±2,0a
Total 0,18 ±0,17 -816,±852,9 -0,008±0,005 27,1±1,5
Plantio Direto
PD
Period 1 -0,003±0,004aB -1,80±6,09a -0,006±0,009a 26,5±0,4a
Period 2 -0,008±0,002a 850,1±1691,4a -0,004±0,003a 27,2±1,3a
Total 0,007±0,002 733,9±1459,8 -0,004±0,003 27,1±1,2
Médias seguidas por letras minúsculas iguais, na coluna, entre períodos, não diferem estatisticamente
entre si, pelo teste de Tukey (5 % de significância). SEM= erro padrão da média. Medias seguidas
por letras maiúsculas iguais, na coluna, não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey
(5%) e comparam períodos entre os sistemas.
No caso do óxido nitroso (N2O), verificou-se que, no sistema convencional, o mesmo
apresentou média de fluxo de 0,18 ± 0,17 µg-N m-2 h-1, com decréscimo entre o período 1 (do plantio
até 8 dias após essa operação) e o período 2 (Tabela 1), com valores de 1,21±1,22µg-N m-2 h-1 e
0,01±0,004µg-N m-2 h-1, respectivamente. Já no sistema de plantio direto, esta média baixou
consideravelmente para 0,007±0,002 µg-N m-2 h-1, com os dois períodos não diferindo entre si, mas
com ligeiro aumento no período 2 (-0,003±0,004 µg-N m-2 h-1 e 0,008±0,002 µg-N m-2 h-1,
respectivamente) (Tabela 1).
O gás carbônico (CO2) apresentou média de -816±852,9 mg-C m-2 h-1, no sistema de plantio
convencional, com valores de 20,10±11,05 mg-C m-2 h-1 no período 1, diminuindo fortemente para -
948±987,6 mg-C m-2 h-1, período 2. No sistema de plantio direto, a média geral foi de 733,9±1459,8
mg-C m-2 h-1, com -1,80±6,09 mg-C m-2 h-1 no período 1 e forte acréscimo de 850,1±1691,4 mg-C m-
2 h-1 no período 2 (Tabela 1).
As medições de metano (CH4) foram realizadas no mesmo período que as de óxido nitroso e
gás carbônico, e nos mesmos sistemas. No sistema de plantio convencional, a média de fluxo de
metano encontrada foi de -0,008±0,005 µg-C m-2 h-1, com o período 1 apresentando fluxo de -
0,006±0,02 µg-C m-2 h-1, diminuindo ligeiramente para -0,008±0,006 µg-C m-2 h-1 no período 2. Nas
condições do sistema de plantio direto, a média do fluxo de metano foi de -0,004±0,003 µg-C m-2 h-
128
1, com valores também aumentando do período 1 (-0,006±0,009 µg-C m-2 h-1) para o período 2 (-
0,004±0,003 µg-C m-2 h-1) (Tabela 1).
A temperatura do solo, no sistema convencional, apresentou valor médio de 27,1±1,5 C, com
variação decrescente de somente um grau Celsius entre o período 1 e o período 2 (Tabela 1). No
sistema de plantio direto, o valor médio encontrado foi de 27,1±1,2 C, com aumento de 1,5 C entre o
período 1 e o período 2 (Tabela 1).
A frequência da amostragem foi importante para avaliar os efeitos dos dois sistemas de cultivo
de soja sobre as emissões de N2O, CO2 e CH4. Também, os preparos de solo, a alta temperatura e a
alta precipitação representaram uma única oportunidade de medir as emissões desses gases na
interface solo-atmosfera (OLIVEIRA JUNIOR et al., 2015)
Com respeito ao fluxo de N2O, houve diferenças significativas entre os sistemas de plantio
convencional e plantio direto, quando consideramos o período 1 (Tabela 1), resultados esses que
discordam daqueles encontrados por Oliveira Junior et al. (2015), Yang & Cai (2005); Cianpitti et al.
(2005) e Cianpitti et al. (2007), mesmo considerando a grande disponibilidade de N durante o período
1, o que pode ser associado com as boas condições para atividades de bactérias de nitrificação e
denitrificação (FIRESTONE & DAVIDSON, 1989).
No presente estudo, o sistema de plantio convencional não apresentou variação significativa
entre os períodos (Tabela 1).
CONCLUSÕES:
Houve diferença estatística nos fluxos de oxido nitroso, entre períodos, no sistema de plantio
convencional;
Houve diferenças estatísticas entre os períodos 1 dos sistemas de plantio convencional e plantio
direto, para oxido nitroso;
Os fluxos de metano não apresentaram diferenças entre períodos no sistema de plantio
convencional;
Não houve diferença entre os fluxos de CO2, entre os sistemas nem entre os períodos de plantio.
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130
EFEITO DE SISTEMAS DE MANEJO SOBRE EMISSOES DE GASES DE EFEITO
ESTUFA EM LATOSSOLO AMARELO MUITO ARGILOSO DE PARAGOMINAS-PA
36Raimundo Cosme De Oliveira Junior¹
Eduardo Jorge Maklouf Carvalho¹
Daniel Rocha De Oliveira2
Troy Patrick Beldini 3
Darlisson Bentes Dos Santos2
RESUMO: O município de Paragominas-PA se diferencia dos demais da região pelo seu investimento em alto nível
tecnológico na agricultura, porém, ainda predomina o modelo de cultivo tradicional ou convencional. Este município se
constitui, hoje, em um dos três principais polos produtores de grãos do estado do Para. A emissão de gases de efeito estufa
é considerado um dos maiores causadores do aquecimento global e o Brasil, através da Embrapa, está empenhado em
cumprir as metas acordadas de efetuar o inventario das emissões de N2O, CH4 e CO2, através de três grandes projetos:
Pecus (pecuária), Saltus (florestas) e Fluxus (grãos). O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de diferentes sistemas
de manejo, cultivado com soja, sobre as emissões de gases (N2O e CH4) em Latossolo Amarelo muito argiloso no
município de Paragominas-PA. A metodologia utilizada consistiu de amostragem através de câmaras estáticas e analise
por cromatografia gasosa. Os resultados mostraram não haver diferenças entre sistemas e entre períodos de cada sistema
para o oxido nitroso; houve diferenças para metanos entre períodos, no sistema convencional. Concluiu-se que o plantio
direto e o convencional não apresentaram diferenças nas emissões de oxido nitroso nas condições do município de
Paragominas.
PALAVRAS-CHAVE: ÓXIDO NÍTRICO, METANO, REGIÃO TROPICAL.
INTRODUÇÃO: O município de Paragominas-PA se diferencia dos demais da região pelo seu
investimento em alto nível tecnológico na agricultura, porém ainda predomina o modelo de cultivo
tradicional ou convencional, como ocorre na maioria dos municípios paraenses. Este modo de cultivo
caracteriza-se pela utilização de práticas de manejo geralmente inadequadas como, desmatamento
generalizado, uso intensivo de máquinas e insumos químicos e predominância do monocultor,
ocasionando a perda da cobertura vegetal, perda de matéria orgânica e erosão no solo, tornando-se
um grave problema ambiental e econômico, difícil de ser mensurado (ALVES, CARVALHO &
SILVA, 2014).
Também, este município se constitui, hoje, em um dos três principais polos produtores de grãos
do estado do Para, com área plantada de 61.000ha em 2013 (SPRP, 2013).
A emissão de gases de efeito estufa é considerado um dos maiores causadores do aquecimento
global e o Brasil, através da Embrapa, está empenhado em cumprir as metas acordadas de efetuar o
inventario das emissões de N2O, CH4 e CO2, através de três grandes projetos: Pecus (pecuária),
Saltus (florestas) e Fluxus (grãos).
1Dr. Pesquisador, Embrapa Amazônia Oriental, Belém-PA; [email protected] 1Dr. Pesquisador, Embrapa Amazônia Oriental, Belém-PA, [email protected] ; 2MSc. Professor CEULS/ULBRA, Santarem-PA, [email protected] ; 2MSc. Professor CEULS/ULBRA, Santarem-PA, [email protected]; 3Dr., Professor UFOPA, Santarem-PA, [email protected] 36
131
Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de diferentes sistemas de manejo, cultivado
com soja, sobre as emissões de gases (NO2 e CH4) em Latossolo Amarelo muito argiloso no
município de Paragominas-PA.
MATERIAIS E MÉTODOS: O estudo foi realizado no segundo semestre de 2015 em área
experimental localizada no município de Paragominas ao sudeste do estado do Pará, situado a 2º 59’
S e 47º 21’ O, com altitude média de 89 m. O município apresenta clima do tipo Aw, segundo a
classificação de Köppen, com regime pluviométrico por volta de 1.743 mm, 85% de umidade relativa
do ar e temperatura média de 26,3 ºC (ALVES, CARVALHO & SILVA, 2014). O município ainda
apresenta um período de estiagem que vai de julho a novembro. O tipo de solo predominante no local
é o Latossolo Amarelo, de textura muito argilosa, e baixa fertilidade natural, porém com boas
características físicas (ALVES, CARVALHO & SILVA, 2014).
A amostragem foi realizada sob dois sistemas diferentes de manejo do solo: PD – Sistema de
Plantio Direto – Soja (Glycine max); PC – área de plantio convencional de Soja (Glycine max). Para
cada sistema foram coletadas amostras de gases, através de câmaras estáticas, aleatoriamente
distribuídas numa área de 01 ha. Todas as coletas foram realizadas com 10 repetições (10 sacolas
com 4 seringas cada).
Para as medidas de temperatura do solo, foi utilizado um termômetro digital do tipo Taylor que
foi introduzido no solo à profundidade de 2 cm, ao lado de cada uma das câmaras, o mesmo sensor
foi usado para fazer a leitura da temperatura do ar, à sombra, no momento da amostragem dos gases.
Do interior das câmaras retiraram-se amostras de solo a 10cm de profundidade que eram
colocadas logo em seguida em sacos plásticos devidamente identificados e posteriormente
conduzidos ao laboratório para pesagem em balança de precisão para obter o peso úmido de cada
amostra de solo. Para obtenção de peso seco foi utilizado o método de secagem em estufa a 105 ºC
por 48 horas resultando na umidade gravimétrica do solo, ou seja, o percentual de água no solo que é
dado pela equação 1.
Umidade (%)= (Pu-Ps) / (Ps-Pr) *100 (Eq. 1)
Onde Pu= Peso úmido do solo; Ps= Peso seco do solo; e Pr=Peso do recipiente onde o solo foi
pesado.
As intensidades das coletas foram divididas em 3 etapas: do plantio até 7 dias, diariamente (para
verificar o efeito dos fertilizantes); a segunda a cada semana, até a época da colheita; e, a terceira, no
dia da colheita até 5 dias após esta operação. O procedimento para análise e cálculo dos fluxos dos
diferentes gases amostrados utilizou a metodologia descrita em Oliveira Junior et al. (2015).
132
A análise dos dados foi efetuada utilizando-se o software Statistica 7.0 (Statsoft Inc.). As
diferenças foram testadas por ANOVA one way e pelo teste de Tukey, com nível de probabilidade de
0.05. Regressão linear foi utilizada para investigar possíveis relações entre umidade e temperatura do
solo e os fluxos dos gases estudados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: A Tabela 1 apresenta os resultados médios dos fluxos dos gases
CH4 e N2O, a umidade e a temperatura do solo.
Tabela 1. Valores médios do fluxo de CH4, do fluxo de N2O, da umidade e da temperatura do solo,
para os sistemas de manejo estudados, nos diferentes estádios de desenvolvimento da cultura de
soja, no município de Paragominas-PA.
Sistema Estádio N2O ± SEM UMID Solo CH4 ± SEM Temp
sOLWFPS µg-N m-2 h-1 % µg-C m-2 h-1 ºC
Plantio Convencional
PC
Period 1 0,024±0,028a 24,79±1,67a 0,074±0,07a 27,5±0,8a
Period 2 0,014±0,104a 25,65±2,00b 0,02±0,077b 27,2±2,0a
Period 3 0,027±0,0,037a 23,53±1,22c 0,011±0,08bc 26,5±0,2a
Total 0,018 ± 0,08 25,07±2,02 0,033±0,078 27,1±1,5
Plantio Direto
PD
Period 1 0,031±0,043a 25,08±0,94a 0,058±0,10a 26,5±0,4a
Period 2 0,013±0,037a 25,34±1,03a 0,028±0,056a 27,2±1,3a
Period 3 0,048±0,039a 23,10±0,78b -0,005±0,05a 28,2±0,2b
Total 0,019±0,039 25,07±1,17 0,035±0,072 27,1±1,2
Médias seguidas por letras iguais, na coluna, entre períodos, não diferem estatisticamente entre si,
pelo teste de Tukey (5 % de significância).
No caso do óxido nitroso (N2O), verificou-se que, no sistema convencional, o mesmo
apresentou média de fluxo de 0,018 ± 0,08 µg-N m-2 h-1, com decréscimo entre o período 1 (do plantio
até 6 dias após essa operação) e o período 2, com aumento considerável para o período 3 (Tabela 1).
Já no sistema de plantio direto, esta média caiu para 0,019±0,039 µg-N m-2 h-1, seguindo o mesmo
padrão entre os períodos como no sistema convencional.
As medições de metano (CH4) foram realizadas no mesmo período que as de óxido nitroso, e
nos mesmos sistemas. No sistema de plantio convencional, a média de fluxo de metano encontrada
foi de 0,033±0,078 µg-C m-2 h-1, com período 1 apresentando emissão de 0,074±0,07 µg-C m-2 h-1,
decrescendo para 0,011±0,08 µg-C m-2 h-1 no período 3. Nas condições do sistema de plantio direto,
a média do fluxo de metano foi de 0,035±0,072 µg-C m-2 h-1, também com valores decrescendo do
período 1 (0,058±0,10 µg-C m-2 h-1) para o período 3 (-0,005±0,05 µg-C m-2 h-1) (Tabela 1).
A temperatura do solo, no sistema convencional, apresentou valor médio de 27,1±1,5 C, com
variação decrescente de somente um grau Celsius entre o período 1 e o período 3 (Tabela 1). No
133
sistema de plantio direto, o valor médio encontrado foi de 27,1±1,2 C, com aumento de 1,5 C entre o
período 1 e o período 3 (Tabela 1).
No sistema convencional, a umidade do solo estava com a média de 25,07±2,02 %, mantendo-
se praticamente constante durante todos os períodos de desenvolvimento da cultura de soja. No
sistema de plantio direto a média deste parâmetro foi de 25,07±1,17%, com ligeiro decréscimo do
período 2 para o período 3 (Tabela 1).
A alta frequência da amostragem foi importante para avaliar os efeitos dos dois sistemas de
cultivo de soja sobre as emissões de N2O e CH4. Também, os preparos de solo, a alta temperatura e a
alta precipitação representaram uma única oportunidade de medir as emissões desses gases na
interface solo-atmosfera (OLIVEIRA JUNIOR et al., 2015)
Com respeito ao fluxo de N2O, não houve diferenças significativas entre os sistemas de plantio
convencional e plantio direto, nem mesmo dentro dos períodos de cada um desses sistemas (Tabela
1), resultados esses que discordam daqueles encontrados por Oliveira Junior et al. (2015), Yang &
Cai (2005); Ciampitti et al. (2005) e Ciampitti et al. (2007), mesmo considerando a grande
disponibilidade de N durante o período 1, o que pode ser associado com as boas condições para
atividades de bactérias de nitrificação e denitrificação (FIRESTONE & DAVIDSON, 1989). Escobar
et al. (2010) encontraram que as emissões de N2O depois da colheita da cultura de soja foram 3x
maiores em plantio direto do que em sistema convencional, fato este que corrobora os resultados
aqui mensurados.
No presente estudo, o sistema de plantio convencional apresentou variação significativa entre
os períodos (Tabela 1), o que demonstra a importância da incorporação de resíduos vegetativos antes
do próximo ciclo de cultivo, o que favorece a acumulação de C e, assim, permitindo maiores fluxos
de CH4 (WATANABE, 1999).
CONCLUSÕES
Não houve diferença estatística nos fluxos de oxido nitros em ambos os sistemas de plantio;
Os fluxos de metano apresentaram diferenças entre períodos no sistema de plantio
convencional;
Houve relação linear e positiva entre os fluxos de oxido nitroso e a temperatura e a umidade do
solo;
REFERÊNCIAS
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Paragominas, PA. – Belém, PA: Embrapa Amazônia Oriental, 2014.
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135
ESTOQUES DE NITROGÊNIO E CARBONO SOB DIFERENTES SISTEMAS DE USO E
MANEJO DE UM LATOSSOLO AMARELO NO MUNICÍPIO DE PARAGOMINAS
37
Raimundo Cosme de Oliveira Junior1
Eduardo Jorge Maklouf Carvalho2
Willey Ferreira Machado3
Darlisson Bentes dos Santos4
Daniel Rocha de Oliveira4
RESUMO: Trata-se de dois elementos chaves que potencialmente atuam para acelerar as mudanças climáticas globais.
A região amazônica apresenta a problemática da conversão de cobertura vegetal de extensas áreas, em prol da pecuária e
da agricultura e sem o manejo apropriado de produção, o que tem gerado a rápida degradação dos solos desses ambientes.
O referido estudo tem como objetivo verificar os teores de nitrogênio e carbono sob diferentes sistemas de manejo em
Latossolo Amarelo, no município de Paragominas, estado do Pará. A amostragem foi realizada sob quatro sistemas
diferentes de manejo do solo: sistema de plantio direto com soja; área de plantio convencional com soja; área de pastagem,
com a presença de gado e, capoeira. Para cada sistema foram coletadas amostras de solo nas profundidades 0-10 e 10-20.
O carbono orgânico (C.org) e o nitrogênio foram determinados segundo a metodologia descrita no Manual da EMBRAPA.
O carbono orgânico, o sistema de plantio direto apresentou valores significantemente mais elevados do que os demais,
com 25,3 g kg-1. Concluiu-se que o sistema de plantio direto acumula mais carbono do que os outros sistemas estudados,
especialmente na camada mais superficial (0-10cm) e apresentou menor valor para densidade global.
PALAVRAS-CHAVE: NITROGÊNIO TOTAL, CARBONO TOTAL, MANEJO.
INTRODUÇÃO: O Brasil é um dos principais produtores agrícolas do mundo. Nas últimas décadas,
a produção agrícola brasileira cresceu significativamente, devido às mudanças tecnológicas
introduzidas no sistema produtivo e através da incorporação de novas áreas de produção àquelas já
exploradas. Na região Norte brasileira, a agropecuária tem papel de destaque na economia regional,
sendo o estado do Pará considerado o principal produtor da região (CASTRO, 2013).
Em Paragominas no estado do Pará, o setor econômico passou por transformações nas últimas
décadas, incentivadas pela demanda externa, oferta de recursos naturais e pelo avanço em pesquisas
científicas na região. Durante as décadas de 1960 e 1970 a pecuária extensiva era a principal atividade
econômica em Paragominas, devido à grande extensão territorial, baixo preço das terras, além de
possuir condições climáticas favoráveis para cultivo de forrageira e criação de bovinos de corte. Neste
mesmo período também já existiam algumas serrarias com pouca tecnologia e pequenas áreas com
agricultura de subsistência (LEAL, 2000).
Para a avaliação da qualidade do solo, é necessário a utilização de indicadores no sistema, que
sejam sensíveis e capazes de identificar as modificações ocorridas (EL-HUSNY, 2010). Os
indicadores são atributos que medem ou refletem o estado ambiental e as condições de
sustentabilidade do ecossistema. Eles podem ser classificados como físicos, químicos e biológicos
1Dr. Embrapa Amazônia Oriental, Prof. Ceuls/Ulbra, Santarèm-PA, [email protected]; 2Dr . Embrapa Amazônia Oriental, Belém-PA; 3Mestrando Ufopa, Santarém-PA; 4MSc. Professores Ceuls/Ulbra, Santarém-PA.
136
(ARAÚJO; MONTEIRO, 2007) e, juntos, constituem critérios de uso e manejo dos solos nos
diferentes sistemas agrícolas (MATSUOKA et al., 2003).
A matéria orgânica do solo (MOS) em sistemas tropicais é um componente de extrema
importância, já que esses solos possuem avançado grau de intemperismo e baixa fertilidade natural.
Sistemas de manejo capazes de manter ou até mesmo incrementar as frações de C orgânico no solo
contribuem para a manutenção da capacidade produtiva e para a mitigação do incremento do CO2
atmosférico (Siqueira Neto et al., 2009).
A mineralização de N e C total são processos importantes na regulação do funcionamento de
ecossistemas naturais e de agroecossistemas. Além da influência do clima, a taxa de ciclagem, os
teores de C orgânico e de N variam em função do tipo de cobertura vegetal, frequência e profundidade
de sistemas de manejo do solo
Contudo, ainda são poucos os resultados de estudos ao patamar local que buscam aferir
modelos de uso do solo que visem acréscimos nas reservas de nitrogênio e carbono no solo. Deste
modo, objetivou-se com esse estudo aferir as alterações nos estoques de nitrogênio total e carbono
em diferentes sistemas de manejo do solo no município de Paragominas – PA.
MATERIAL E MÉTODOS: A amostragem foi realizada sob quatro sistemas diferentes de manejo
do solo: PD – Sistema de Plantio Direto – Soja (Glycine max); PC – área de plantio convencional de
Soja; PAST – área de pastagem de capim braquiarão (Brachiaria brizantha cv. Mandaru), com a
presença de gado; CAP – Vegetação Secundária. Para cada sistema foram coletadas amostras de solo
deformadas e indeformadas nas profundidades de 0-10 e 10-20 cm.
O carbono orgânico (C.org) foi determinado segundo a metodologia descrita em EMBRAPA
(1997). Dessa forma, obtendo-se os teores de carbono orgânico, calculou-se a matéria orgânica (MO)
através da fórmula:
M.O (g kg-1) = C.org (g kg-1) 1,724
As amostras indeformadas de solo foram obtidas em anel volumétrico com aproximadamente
100 cm3 de volume interno, com 1 (uma) repetição para cada tratamento e profundidade gerando 40
amostras, para o cálculo da densidade global do solo (Ds).
Adotou-se o delineamento inteiramente casualisado e a significação dos dados foi
determinada pelo teste de Tukey, a 5% de significância, com auxílio do programa Statistic7.0 (Statsoft
Inc.).
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Na tabela 1 encontramos os valores médios do carbono orgânico
e do nitrogênio total nos diferentes sistemas estudados, além da densidade global.
137
O plantio direto apresentou relação C/N em 14:1, o plantio convencional 12:1, o sistema de
pastagem 15:1 e a capoeira, área de referência, apresentou aproximadamente 12:1. Como esperado,
o sistema de manejo da pastagem apresentou maiores valores. Também, verificou-se que há diferença
significativa entre profundidades somente no sistema de pastagem, confirmando que a camada
superficial neste sistema acumula matéria orgânica, mas o nitrogênio é mais rapidamente transportado
por lixiviação para camadas mais profundas ou mesmo emitido como gás. Entre sistemas, na
profundidade de 0-10cm, há diferenças entre o plantio direto e a pastagem; enquanto na camada de
10-20cm, a pastagem se diferenciou dos demais sistemas, com valor de 26,01 ± 8,31, bastante superior
aos demais.
Tabela 1. Valores médios de Carbono Orgânico Total, relação C/N, Nitrogênio Total e Densidade
Global, em 4 sistemas de manejo, no município de Paragominas-PA.
SISTEMA PROF C Org. N Tot. RELAÇÃO DG
cm g kg-1 g kg-1 C/N Mg m-3
PASTAGEM 0-10 20,68 ± 4,34Aa 2,44 ± 1,11Aa 9,23 ± 2,23Aa 1,20 ± 0,03Aa
10-20 14,14 ± 1,93Aa 0,60 ± 0,22Ba 26,01 ± 8,31Ba 1,25 ± 0,03Aa
Total 18,50 ± 4,84 1,83 ± 1,27 14,82 ± 9,49 1,23 ± 0,04
CAPOEIRA 0-10 23,07 ± 1,90Aa 1,83 ± 0,16Aa 12,59 ± 0,53Aab 0,94 ± 0,07Ab
10-20 20,38 ± 2,13Aa 1,81 ± 0,36Aab 11,49 ± 1,34Ab 1,01 ± 0,05Ab
Total 22,17 ± 2,31 1,82 ± 0,23 12,22 ± 0,99 0,98 ± 0,06
PLANTIO
CONVENC
0-10 23,31 ± 1,83Aa 2,02 ± 0,35Aa 11,71 ± 1,37Aab 1,10 ± 0,08Aa
10-20 17,91 ± 2,08Aa 1,44 ± 0,09Aab 12,39 ± 0,92Ab 1,21 ± 0,06Aa
Total 21,51 ± 3,21 1,83 ± 0,40 11,93 ± 1,25 1,16 ± 0,09
PLANTIO
DIRETO
0-10 30,04 ± 8,09Ab 2,18 ± 0,42Aa 13,68 ± 1,30Ab 0,97 ± 0,09Aab
10-20 15,82 ± 2,98Ba 1, 01 ±0,16Bab 15,62 ± 1,24Ab 1,15 ± 0,06Ba
Total 25,30 ± 9,63 1,79 ± 0,67 14,33 ± 1,56 1,06 ± 0,12
Letras maiúsculas, na coluna, comparam profundidades dentro do sistema; letras minúsculas, na
coluna, comparam profundidades entre sistemas (preto = 0-10; vermelho=10-20)
Com respeito ao carbono orgânico, o sistema de plantio direto apresentou valores
significantemente mais elevados do que os demais, na camada de 0-10cm, concordando com os
resultados encontrados por Campos et al. (2013) e Luciano et al. (2010) em solos do cerrado e de
Santa Catarina, respectivamente.
Para o parâmetro nitrogênio total, o sistema pastagem apresentou valores mais baixos e
significativos a 5%, na camada de 10-20cm do que nos outros sistemas de manejo estudados (Ensinas
et al, 2014). Não houve diferença para este parâmetro químico na camada de 0-10cm, entre os
sistemas estudados.
A densidade global apresentou a sequência crescente de valores de capoeira > plantio direto
> plantio convencional > pastagem, os dois primeiros sendo estatisticamente diferentes dos demais
138
na profundidade de 0-10cm. Isto vem em acordo com Campos et al. (2013) e Luciano et al. (2010),
que estudaram solos no cerrado e Santa Catarina, respectivamente.
CONCLUSÕES
O sistema de plantio direto acumula mais carbono do que os outros sistemas estudados,
especialmente na camada mais superficial (0-10cm);
O sistema de plantio direto apresentou menor valor para o parâmetro DG entre os sistemas de
manejo;
Não houve diferenças quanto a nitrogênio total entre os sistemas estudados, na profundidade de
0-10cm;
REFERÊNCIAS
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139
FLUXO DE CO2 NA INTERFACE SOLO-ATMOSFERA EM ÁREA DE FLORESTA NÃO
MANEJADA NA FLONA TAPAJÓS.
38Yash Brendo Pereira Coelho Guimarães1
Raiane Pereira de Abreu1
André Luiz Teixeira Dalagnol1 39 Daniel Rocha de Oliveira2
40Raimundo Cosme de Oliveira Junior3
RESUMO: A Respiração Basal do Solo (RBS) é um importante indicativo da atividade microbiana no solo e é realizada
a partir da quantificação das emissões de CO2 do solo por área ou volume por período de tempo. O CO2 é o gás do efeito
estufa mais importante em termos de quantidade emitida e sua dinâmica nos compartimentos ambientais deve ser bem
compreendida. As medidas de CO2 foram realizadas utilizando um analisador de gás por infravermelho portátil - EGM-
4, conectado a uma câmara de fluxo de CO2 do solo. Na estação seca, a pluviosidade foi zero para o mês de dezembro de
2015 e as emissões de CO2 não chegaram a 4 mg CO2 m-2 h-1. Para ambos os períodos, pode-se notar que os maiores
fluxos de CO2 não ocorrem nos meses de maior pluviosidade.
PALAVRAS CHAVE: BIOMASSA MICROBIANA, EFEITO ESTUFA, RESPIRAÇÃO BASAL.
INTRODUÇÃO
A Respiração Basal do Solo (RBS), de acordo com Silva et al. (2007), é a somatória de todas
as funções metabólicas que produzem CO2 através da degradação da matéria orgânica no solo, em
especial, processos promovidos por microrganismos heterotróficos. Tais processos são fortemente
influenciados, principalmente, por fatores abióticos como temperatura, umidade e aeração do solo
(respiração aeróbia), bem como, a disponibilidade de matéria orgânica no solo, visto que estas
variáveis podem estimular ou inibir a atividade microbiana (SEVERINO et al. 2005; SILVA et al.,
2007; PES, 2009; NETO et al., 2011).
De acordo com Pes (2009), o preparo convencional do solo, que promove intenso revolvimento
e exposição dos resíduos orgânicos do solo ao ataque microbiano, favoreceu fortemente as emissões
de CO2 e o plantio direto apresentou acréscimo sensível nas emissões de N2O (Óxido Nitroso). Penã
et al. (2005) relatam que em áreas de sucessão ecológica vegetal mais avançada as emissões de CO2
foram superiores em relação a áreas de sucessão inicial e que, essa atividade de produção de CO2, foi
mais intensa nas camadas com maior teor de matéria orgânica do solo, indicando a influência dos
estoques de carbono superficiais sobre a atividade dos microrganismos.
Destacam-se, ainda, os efeitos da cobertura do solo sobre o equilíbrio da temperatura e umidade
criando um ambiente favorável à atividade microbiológica, bem como, a respiração das raízes das
plantas (BORGES et al., 1999; PENÃ et al., 2005; PES, 2009; NETO et al., 2011). Balota et al.
(1998) verificaram que a prática do plantio direto proporcionou acréscimo da biomassa microbiana,
1
38 Graduando(a) do Curso de Agronomia pelo Centro Universitário Luterano de Santarém. 2
39 Professor MSc. do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém. 3
40 Coordenador do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém.
140
da RBS, maior relação Cmic./Corg. e menor quociente metabólico (qCO2) e consequente redução nas
emissões de CO2.
Pes (2009), avaliando as emissões de CO2 em áreas agrícolas em diferentes sistemas de
produção, relada que existe sazonalidade nas emissões de CO2 e que o pico de emissões ocorre nos
períodos de temperaturas mais baixas, onde a umidade do solo é maior e o ambiente favorece a
atividade microbiana. De acordo com Araújo et al. (2011), o estoque de carbono total no solo tente a
decrescer nos primeiros anos de implantação de pastagens e se elevar em pastagens mais antigas. Essa
dinâmica tem influência sobre a degradação biológica da matéria orgânica e, consequentemente, no
aumento da emissão de CO2.
Borges et al. (1999) confirmam que a atividade microbiana foi mais intensa em áreas de mata,
no horizonte mais superficial, do que em áreas cultivadas com frutíferas e que a macro e
microporosidade foi reduzida nas áreas cultivadas, o que pode levar a uma deficiência no aporte de
oxigênio e reduzir a atividade microbiana (BORGES et al., 1999; NETO et al., 2011).
O objetivo do presente estudo foi verificar as emissões de CO2 em áreas de florestas não
manejadas na Flona Tapajós, município de Belterra, estado do Pará.
MATERIAIS E MÉTODOS: A área de estudo está localizada no km 67 da Rodovia Santarém-
Cuiabá (BR-163), na Floresta Nacional do Tapajós – Flona do Tapajós (2° 45’ a 4° 10’ S e 54° 45’ a
55° 30’ W), Município de Belterra, estado do Pará. A Flona foi criada em 1974 pelo Decreto Federal
n° 73.684 de fevereiro de 1974 (RUSCHEL, 2008), sendo alterada pela Lei Federal n° 12.678 a partir
de 26 de junho de 2012 (BRASIL, 2012) e possui área de 527.319 hectares que abrange os municípios
de Belterra, Aveiro, Placas e Rurópolis.
A vegetação predominante na área de estudo é classificada como Floresta Ombrófila Densa,
caracterizada pela dominância de árvores de grande porte, além de lianas e epífitas (Veloso et al.
1991; Hernandez Filho et al. 1993). Nessa região existe predominância de Latossolo Amarelo
Distrófico (Oliveira Junior et al., 1999), caracterizados por diferentes texturas, geralmente profundo,
ácido, friável e revestido por florestas densas (Espírito-Santo et al, 2005). De acordo com Ruschel
(2008) o clima é tropical úmido, com temperatura média anual de 25,5 ºC e variação térmica anual
inferior a 5 ºC, classificado como Ami no sistema Köppen, com precipitação média anual em torno
de 1.900-2110 mm, sendo as maiores precipitações ocorrentes nos meses de janeiro a maio.
Na área de floresta primária foram estabelecidas 16 parcelas de 25 m x 25m, totalizando 1ha,
com dimensões de 50m x 200m, pertencentes ao projeto GoAmazon. As medidas de CO2 foram
realizadas utilizando um analisador de gás por infravermelho portátil (EGM-4, PP Systems, U. K.)
conectado a uma câmara de fluxo de CO2 do solo (SCR-1, PP Systems, U. K.). As medidas foram
realizadas em seis (6) pontos de amostragem para cada parcela, distribuídos aleatoriamente.
141
Os fluxos foram analisados por ANOVA One Way, utilizando-se o software Statistic 8.0
(Statsoft Inc.).
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados médios calculados dos fluxos de CO2 na interface
solo/atmosfera na Floresta Nacional do Tapajós estão apresentados na Figura 1. Os dados não
apresentaram diferença estatística significativa entre os períodos seco e úmido.
A precipitação média nos meses da estação chuvosa variou de 90,5 mm a 333,7 mm, sendo a
média mais alta verificada no mês de março. Nesse mesmo período, o fluxo de CO2 ficou entre 5,68
mg CO2 m-2 h-1 e 7,44 mg CO2 m
-2 h-1, estando estes entre os maiores valores encontrados no estudo.
Na estação seca, a pluviosidade foi zero para o mês de dezembro de 2015 e as emissões de CO2
não chegaram a 4 mg CO2 m-2 h-1. Já para os meses de julho, agosto, setembro e novembro a
pluviosidade ficou abaixo de 150 mm, chegando ao mínimo de 28,9 mm no mês de agosto. Neste
mesmo mês, as emissões de CO2 foram as maiores do estudo, chegando a 7,45 mg CO2 m-2 h-1. A
menor taxa de emissão de CO2 para este período foi verificada no mês de julho com 1,67 mg CO2 m-
2 h-1.
Para ambos os períodos, pode-se notar que os maiores fluxos de CO2 não ocorrem nos meses
de maior pluviosidade. É possível que isso ocorra em função da sensibilidade da microbiota do solo
à umidade do mesmo, visto que os microrganismos agem sobre a matéria orgânica são aeróbios e, em
ambientes com limitação de oxigênio, como solos saturados em água, esses organismos tem sua
atividade limitada.
A influência da umidade sobre a atividade microbiana é demonstrada nos resultados obtidos
por Neto et al. (2011) que verificou correlações fortes entre a emissão de CO2 e a umidade do solo.
Borges et al. (1999) verifica que a macro e microporosidade do solo são maiores em áreas de mata.
Esse fator favorece, não só, a atividade biológica, como também, a oxidação da matéria orgânica, em
função da maior exposição da mesma ao oxigênio.
Peña et al. (2005) relata que o microclima que é criado na camada mais superficial de florestas,
constituído por temperatura e umidade adequadas e disponibilidade de matéria orgânica, favorece a
atividade microbiana, aumentando o metabolismo e, consequentemente, a perda de carbono na forma
de CO2. Silva et al. (2007) corrobora essa observação.
Os resultados obtidos no presente trabalho vão de encontro aos alcançados por Neto et al.
(2011) e Pes (2009), que verificaram a sazonalidade nos fluxos de CO2. É possível que a falta de
chuvas em dezembro tenha influenciado no resultado, uma vez que é o mês onde normalmente
iniciam as chuvas mais intensas na Amazônia (Oliveira Junior et al., 1999).
142
Figura 11 - Variação das médias dos luxos de CO2 na interface solo/atmosfera e precipitação
pluviométrica em área de floresta nativa entre dezembro de 2015 a novembro de 2016.
CONCLUSÃO
Os maiores fluxos não ocorrem nos meses de mais elevada pluviosidade;
Não houve diferenças significativas entre os fluxos durante o período chuvoso e o período
seco;
Há potencial relação entre a umidade do solo e a emissão de CO2 no solo estudado,
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144
FUSARIOSE NA CULTURA DA PIMENTA-DO-REINO
41Julio Matheus Gomes da Silva1
Airam Erasmo Pereira de Sá1
Denes Jermerson da Costa Silva1
Jarlisson Batista dos Santos1
Gilbson Santos Soares2
RESUMO: A pimenta do Reino é uma das especiarias mais utilizadas mundialmente. O estado do Pará possui a maior
produção nacional. A Fusariose, causada pelo fungo Fusarium solani é uma das grandes barreiras que limitam o avanço
dessa cultura. O fungo se alimenta de matéria orgânica presente tanto na planta como no solo. Os principais agentes de
disseminação são a água, mudas infectadas e o vento. O objetivo deste trabalho é identificar por meio da diagnose visual
os sintomas presentes nas plantas infectadas, as causas e os métodos adequados de controle, em face à grande escassez
de informações técnicas e a grande importância da cultura para a região. As manifestações encontradas nos lugares da
visita foram comparadas com as ocorrências demonstradas na literatura consultada, onde se pode observar com clareza a
mesma sintomatologia. A taxa de mortalidade das plantas na propriedade poderia ser evitada com o manejo correto quanto
ao espaçamento e irrigação.
PALAVRAS-CHAVE: FUSARIOSE; PIMENTA-DO-REINO; DIAGNOSE VISUAL.
INTRODUÇÃO: A pimenta-do-Reino, Piper nigrum, é originária da Índia sendo uma das principais
especiarias utilizadas na culinária mundial devido seu sabor relativamente picante. O Brasil é um dos
maiores produtores (Quadro 1), chegando a colher 43 mil toneladas, exportando sua maior parte. O
estado do Pará é o maior produtor nacional, sendo responsável por 80% da produção. (IBGE, 2012).
Quadro 1 - Dados da produção nacional de Pimenta-do-Reino em 2012.
Grandes
regiões
produtoras
Área (há)
Quantidade
produzida (t)
Rendimento
médio (kg/há)
Valor
(1000 R$) Destinada
a colheita Colhida
Brasil 19432 19427 43345 2231 438120
Norte 15097 15092 32499 2153 347772
Nordeste 1910 1910 4149 2172 21453
Sudeste 2381 2381 6670 2801 68754
Centro-
Oeste 44 44 27 614 141
Fonte: IBGE, 2012 (adaptado).
1Acadêmicos do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA 2 Professor Me. do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA41
145
Um dos fatores naturais que limitam a produção da Pimenta-do-Reino é propagação de
doenças em meio a cultura, ocasionando diminuição na produtividade e na maioria das vezes levando
a morte de plantas infectadas. Uma das doenças de maior importância é a Fusariose também
conhecida como Podridão das raízes, causada pelo fungo Fusarium solani que vem prejudicando as
pimenteiras desde a década de 50 trazendo prejuízos para os produtores.
O fungo Fusarium solani f. sp. Piperis pertencente ao Reino Fungi; Filo Ascomycota; Subfilo:
Pezizomycotina; Classe: Sordariomycetes; Subclasse: Hypocreomycetidae; Ordem: Hypocreales;
Familia: Nectriaceae. O fungo vive tanto na planta como no solo se alimentando de matéria orgânica.
Um dos principais agentes de disseminação são a água, em períodos úmidos, mudas infectadas,
devido sua reprodução por estaquia e o vento, ocasionando infecção nos ramos, invadindo e
bloqueando os tecidos vasculares e destruindo as células do parênquima. (KIMATI et al., 2005;
TREMACOLDI, 2010).
Diante da escassez de informações sobre essa doença na cultura da Pimenta do Reino na região
de Santarém, restringindo o avanço para realização de técnicas para o controle e prevenção. Este
trabalho tem por objetivo, identificar através da diagnose visual os sintomas manifestados pelas
plantas enfermas, bem como descrever as possíveis causas e métodos adequados de controle segundo
a literatura consultada.
MÉTODO: A visita foi realizada na propriedade localizada na rodovia PA-370, km 27, na
comunidade São Jorge, no município de Santarém-PA, cuja as coordenadas são: 02:37:56.3 S –
54:35:48.9 W (Figura 1). Segundo o produtor existem na propriedade 2.500 plantas/hectare,
totalizando 40.000 plantas de diferentes cultivares.
Figura 1 - Localização da propriedade.
Fonte: Google Maps
O parâmetro utilizado para obter os resultados se deu através da Diagnose visual, ferramenta
muito importante para identificação de sintomas do patógeno. Com o auxílio da literatura, mais
146
precisamente do Manual de Fitopatologia de Kimati et al. 2005, bem como informações obtidas pelo
proprietário. A visita a lavoura aconteceu no dia 17 de Agosto de 2017 no período da manhã.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: A Pimenta-do-Reino possui na região norte do Brasil uma grande
importância econômica devido à grande quantidade de produtores no estado do Pará, onde
infelizmente na maioria das vezes há falta de conhecimento sobre tal enfermidade, sendo muitas vezes
confundidas com problemas apresentados por deficiência nutricional, que por sua vez, acabam
trazendo prejuízos incalculáveis aos produtores. Dentre as doenças que se destacam, a Fusariose,
também conhecida como Podridão da Raízes é a doença mais comum nesse cultivo.
A pimenta-do-reino escolhida para a realização do estudo foi da variedade Guajarina com
aproximadamente 8.000 plantas na propriedade visitada, dais quais verificou-se uma grande
ocorrência dessa moléstia. A diagnose visual, permitiu enxergar os sintomas expressadas pelas
plantas, que são semelhantes com o que afirmam Kimati et al. (2005), ocorrendo necrose e queda
progressiva das folhas (Figura 2), perda de ramos, e estrias negras das raízes ao caule resultante da
destruição dos tecidos radiculares.
Figura 2 - Necrose parcial e queda progressiva
das folhas.
Figura 3 - Estria negra devido a morte do
tecido radicular.
Fonte: Elaborada pelos autores. Fonte: Elaborada pelos autores.
A sintomatologia encontrada também é confirmada por Albuquerque (1964), que diz quando
a inoculação acontece na porção aérea, verifica-se o surgimento de manchas escuras nos ramos e
posterior queda foliar (Figura 3).
Acredita-se que a grande incidência dessa enfermidade na lavoura seja devida ao excesso
hídrico promovido pela irrigação, assim como o espaçamento adotado de 1,5 m X 2,5 m em fileiras
simples. Duarte (2006), recomenda para este tipo de fileira espaçamento de 2,0 m x 2,0 m; 2,5 m x
147
2,5 m ou 2,0 m x 3,0 m. O espaçamento escolhido não permite a entrada de luz solar contribuindo,
portanto, a um ambiente favorável para o fungo Fusarium solani, principalmente em épocas mais
chuvosas do inverno amazônico.
Segundo relatos do proprietário, os prejuízos causados pela Fusariose chegam a 15%. Utiliza-
se dentro da lavoura a aplicação do fungicida Trichodermil pelo menos duas vezes ao ano.
O controle dessa doença deve ser preventivo, com o uso de areia lavada ou casca de
arroz carbonizada para enchimento dos canteiros, de drenagem e de 1 a 2
pulverizações quinzenais com carbendazim, tiabendazol ou tebuconazol (1 mL do
produto comercial por litro de água), alternadas com uma aplicação de mancozeb ou
captan (3 g ou 3 mL/L), sempre misturado com um espalhante adesivo (1 mL/L de
calda fungicida). (DUARTE et al. 2006).
CONCLUSÃO: Com o auxílio da literatura, a partir da diagnose visual e as informações levantadas
na propriedade, pode-se concluir que, a sintomatologia observada nas plantas infectadas é
consequência pela Fusariose ou Podridão das raízes, que tem como agente causal o fungo Fusarium
solani f. sp. Piperis. O método de controle adequado, segundo a literatura consultada deve ocorrer de
forma preventiva, com pulverizações de fungicidas recomendados, espaçamento apropriado e
controle da umidade do solo irrigado.
REFERÊNCIAS
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1964.
DUARTE, M.L.R.; POLTRONIERI, M.C.; CHU, E.Y.; et al. A cultura da pimenta-do-reino. 2. ed.
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<Http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/66/pam_2012_v39_br.pdf> Acessado em: 27
de agosto de 2017.
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TREMACOLDI, C.R. Principais Doenças Fúngicas da Pimenteira-do-Reino no Estado do Pará
e Recomendações de Controle. Belém, PA: Embrapa Amazônia Oriental, 2010.
148
FUSARIOSE NA CULTURA DE ALFACE AMERICANA
42Benhur Ewerton Beggo Granella1
Carlos Borre Dewes 1
Diego de Melo Correa1
Jordan Borges Souza1
Gilbson Santos Soares2
RESUMO: A alface americana, Lactuca sativa L., é a hortaliça mais consumida na maior parte do mundo e no Brasil.
Em Santarém e municípios vizinhos, o cultivo é feito por agricultores familiares, do plantio até a colheita de forma manual,
calcula-se que atualmente cerca de 10.000 mil pés de alface são abastecidos no mercado, diariamente. Os fungos
conhecidos como deuteromicetos, vivem no solo saprofiticamente ou exercendo parasitismo sobre diversas culturas
anuais ou perenes, causando sintomas de tombamento de plântulas e podridão de raízes de plantas. Dentre as espécies
destaca-se a Fusarium oxysporum, agente causal da fusariose. O presente estudo tem como objetivo identificar o patógeno
através dos sintomas apresentados pelas plantas infectadas e evidenciar possíveis medidas de controle empregadas para
evitar a disseminação da doença. A diagnose visual, foi o método de análise utilizado, além do relato do proprietário sobre
incidência e controle da doença. Foi possível identificar plantas da alface com sintomas de fusariose, murchamento das
folhas o apodrecimento do colo. O excesso de umidade no solo para o plantio, oriundo da irrigação, parece ser o principal
fator de disseminação do fitopatógeno. Os controles utilizados são preventivos, controle manual e o controle biológico.
PALAVRAS-CHAVE: FUSARIOSE; ALFACE; FITOPALOGIA.
INTRODUÇÃO: A alface americana, Lactuca sativa L., é uma hortaliça anual ou bienal, utilizada
na alimentação humana desde cerca de 500 a.C. Oriunda do Leste do Mediterrâneo, é a hortaliça mais
cultivada e consumida em saladas, praticamente, em todo o mundo, possui inúmeras
variedades de folhas, cores, formas, tamanhos e texturas. A alface é uma planta rica em nutrientes e
clorofila; e tem a função de alcalinizar e desintoxicar - principalmente o fígado. Esta hortaliça
constitui uma importante fonte de vitaminas (A, C e niacina) e sais minerais (sais de enxofre, fósforo,
ferro, cálcio e silício). No Brasil não poderia ser diferente, estima-se que aproximadamente 40% do
total investido pelos brasileiros na compra de verduras destinem-se a aquisição da alface, tornando-a
a hortaliça mais consumida em nosso país. A produção é realizada de diferentes formas (hidropônica,
produção em estufa e cultivo orgânico), o que aumenta a produtividade e oferece resultados mais
satisfatórios e saudáveis aos consumidores finais. Em Santarém e municípios vizinhos, o cultivo é
feito por agricultores familiares, do plantio até a colheita de forma manual, calcula-se que atualmente
cerca de 10.000 mil pés de alface são abastecidos no mercado, diariamente.
Os fungos da divisão Deuteromycota, fungos imperfeitos, são popularmente conhecidos como
deuteromicetos, vivem no solo saprofiticamente ou exercendo parasitismo sobre diversas culturas
anuais ou perenes. A ação desses fungos está relacionada aos sintomas de tombamento de plântulas
1Acadêmicos do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA 2 Professor Me. do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA42
149
e podridão de raízes de plantas. Dentre as espécies de deuteromicetos destaca-se a Fusarium
oxysporum, agente causal da fusariose. (MOREIRA e SIQUEIRA, 2002).
Esse fungo penetra nas raízes através de aberturas naturais ou ferimentos e coloniza o sistema
vascular das plantas dificultando a absorção de água e nutrientes. A obstrução do xilema causa, com
o passar do tempo, a murcha, atrofia e morte das plantas. Na ausência de hospedeiros suscetíveis ou
condições adversas, esse pode permanecer viável na área infestada por longos períodos através de
estruturas de resistência denominadas clamidósporos ou, ainda, associado a restos de cultura ou
matéria orgânica. Estudos têm evidenciado que o patógeno pode permanecer viável no solo por
períodos de até 8 anos. (BIANCHINI et al., 1997).
Bedendo (1995) classifica o damping-off como um grupo de doença que incide em tecidos
vegetais jovens, em sementes recém plantadas que apodrecem, devido à ação de patógenos presentes
no solo ou veiculados na semente, ocorrendo antes da germinação e após o intumescimento deste
órgão, reduzindo o “stand” inicial de plantas no viveiro de produção de mudas ou no campo, sendo
popularmente chamado de tombamento. Quando o ataque do patógeno ocorre após a emergência das
plântulas essa doença é denominada como damping-off de pós-emergência, cujos sintomas são
observados na região do colo nas plântulas, rente ao solo, com o aparecimento de manchas
encharcadas que com o tempo vão evoluindo para lesões profundas, culminando com a constrição do
caule, que por estar enfraquecido, tende a tombar.
Para o manejo da fusariose recomenda-se a adoção de medidas que visem a evitar o
aparecimento da doença, reduzam o potencial de inóculo ou dificultem a sua disseminação. Entre as
práticas recomendadas destacam-se: evitar o plantio em áreas com histórico da doença; usar
sementes sadias ou tratadas. Para a produção de mudas, utilizar substrato livre de patógenos, evitar
semeadura profunda e regas excessivas. As bandejas devem ser desinfestadas com cloro a 10% por
30 minutos; plantar mudas sadias no campo; adubar equilibradamente; irrigar moderadamente com
água de boa qualidade; realizar rotação de culturas por três a cinco anos visando a redução do inóculo
em áreas afetadas; evitar o plantio em estações favoráveis a doença (primavera e verão), em áreas
problemáticas; eliminar e destruir plantas doentes, inclusive o caule e raízes; utilizar matéria orgânica
de origem conhecida; eliminar restos culturais que possam servir substrato para a sobrevivência do
patógeno na área; empregar a solarização associada a agentes de controle biológico (Trichoderma
harzianum) pode reduzir de forma significativa a doença no campo.
Benítez et al. (2004) consideram que o controle biológico ou biocontrole é fundamentado nas
interações antagônicas que ocorrem entre as espécies. O emprego de isolados do fungo Trichoderma,
também um deuteromiceto, é uma das alternativas aos produtos químicos para o combate de
fitopatógenos de solo e em sementes pois interferem na vida do fitopatógeno por diversos
150
mecanismos de ação como a competição por espaço e nutrientes, a antibiose, o micoparasitismo, a
fungistase, a indução de resistência, entre outros. Entre os agentes de biocontrole, os mais importantes
são os do gênero Trichoderma por serem antagonistas eficazes de uma ampla faixa de fungos
fitopatogênicos.
Tendo em vista a importância econômica, social e cultural da alface, o presente estudo tem
como objetivo identificar o patógeno através dos sintomas apresentados pelas plantas infectadas e
evidenciar possíveis medidas de controle empregadas para evitar a disseminação da doença.
MÉTODOS: Essa pesquisa foi realizada na Fazenda Alvorada, localizada na PA-431, (Rodovia
Curua-una ), Km39 no Ramal Tracoá no Município de Mojuí dos Campos – PA (Figura1).
Figura 1 – Localização da Fazenda Alvorada.
Fonte: Google Earth,2017.
A diagnose visual, foi o método de análise utilizado. A diagnose visual é uma ferramenta
indispensável para avaliar a sintomatologia de doenças, ataque de pragas ou influência do clima ou
toxidez de um elemento pela aparência da planta, especialmente, pela coloração de suas folhas.
(ROSSETO e SANTIAGO, 2010). Os sintomas observados nas plantas doentes foram comparados
com aqueles descritos no Manual de Fitopatologia, além de ser levado em consideração o relato da
incidência da fitopalogia e controle utilizados feitos pelo proprietário.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: De acordo com relatos do proprietário, foi levado em conta um
surto do patógeno nas plantas da alface, desenvolvido em um canteiro de uma das estufas. Segundo
ele, devido ao excesso de irrigação fazendo com que o solo ficasse encharcado propiciando assim um
ambiente favorável para o desenvolvimento e disseminação do fungo. A fitopalogia causou a perda
de quatrocentos pés de alface de uma só vez.
As plantas doentes apresentavam o murchamento das folhas como estágio inicial do patógeno,
já que a fusariose ataca o sistema radicular da planta afetando os vasos condutores, as plantas retiradas
151
do canteiro manifestavam também o apodrecimento do colo. Vale ressaltar, que devido à falta de um
protocolo com medidas eficazes de controle, por meio de métodos químicos, a alternativa no caso de
aparição da patogenia é a retirada imediata das plantas doentes dos canteiros, visto que o fungo,
presente no solo, se instala muito rapidamente na planta. Atualmente quando algum sintoma do
patógeno é percebido nos canteiros, as plantas que manifestam a sintomatologia são imediatamente
removidas da área do plantio. Bianchini et al. (1997) consideram que a ocorrência da fusariose é mais
frequente no verão, quando prevalecem períodos com altas temperaturas e umidade. O uso de
sementes infectadas é considerado o modo mais importante de disseminação da doença. A introdução
do fungo em áreas sadias é feita através do plantio de mudas infectadas. No campo, a transmissão da
doença deve-se principalmente ao uso de implementos e ferramentas agrícolas infestados, água de
irrigação, chuvas e circulação de pessoas.
Durante a visita na propriedade foram encontrados pés de alface com o seguinte sintomas:
“Dumping-off” (tombamento), murcha e apodrecimento das folhas, desde as mais novas até as mais
velhas (Figura 2). As plantas da alface que apresentavam sintomas da fusariose, encontravam-se no
canteiro em que houve o excesso de irrigação, em meio adensado, o que proporciona um microclima
favorável ao desenvolvimento do patógeno (EMBRAPA, 2014).
A comparação da sintomatologia com a literatura, constata que o agente causador se encontra
no solo, em estado de sobrevivência, e pode atuar, inicialmente as raízes, limitando assim a absorção
de nutrientes e alterando a estrutura da planta, a disseminação rápida se deve ao excesso de umidade
no solo.
Figura 2 – Sintoma iniciais no Alface.
Fonte – Elaborada pelos autores.
A propriedade conta no momento com um teste de controle biológico usando o fungo
Trichoderma harzianum, um fungo “benigno” a planta, o qual quando aplicado no solo e/ou inoculado
da semente, age como um competidor em relação ao fungo patógeno. Os resultados ainda estão em
teste, mas o proprietário entende que, mesmo sendo um método caro, o mesmo deve auxiliar a diminui
152
as perdas, fazendo o investimento se pagar. Benítez (2004) descreve que os fungos da espécie
“Trichoderma harzianum interferem na vida do fitopatógeno por diversos mecanismos de ação como
a competição por espaço e nutrientes, a antibiose, o micoparasitismo, a fungistase, a indução de
resistência, entre outros”.
Podemos ressaltar que mesmo havendo outros pequenos focos em toda a produção,
verificamos que esse surdo que acarretou uma grande perda foi devido ao manejo incorreto sobre a
irrigação pois a fusariose aparecia sim em outros canteiros, mas logo quando apresentavam os
sintomas iniciais o produtor logo retirava e descartava a planta infectada.
CONCLUSÃO: Os resultados encontrados na propriedade visitada quando comparados com a
literatura, mais os relatos do proprietário, permitem inferir que a fitopalogia em plantas da alface
encontradas, trata-se da fusariose causada pelo fungo Fusarium oxysporum. O excesso de umidade
no solo utilizado para o plantio, oriundo da irrigação, parece ser o principal fator de disseminação do
fitopatógeno. Os métodos de controle utilizados na propriedade são preventivos, controle manual,
com a retirada e descarte das plantas infectadas e o controle biológico através do fungo Trichoderma
harzianum, este em fase de teste na propriedade.
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153
GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ORGÂNICOS NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM
43Yash Brendo Pereira Coelho Guimarães1
André Luiz Teixeira Dalagnol1
Caio Mateus Silva de Souza1
Giovanna Ferreira Diniz1
Isabel Cristina Tavares Martins2
RESUMO: Os resíduos sólidos orgânicos são os principais responsáveis pelo potencial poluidor dos
resíduos sólidos (RS), em geral seus derivados (chorume, metano, metais pesados, etc.) são altamente
poluentes se dispostos em logradouros inadequados. O objetivo do presente estudo é analisar os dados
referentes à coleta de resíduos sólidos orgânicos na cidade de Santarém, região oeste do Pará. Os
dados cedidos pela Secretaria Municipal de Infraestrutura (SEMINFRA) mostram que 63,8% dos RS
coletados no município são de origem orgânica, e apesar de ter havido uma leve redução no total de
RS produzido entre anos de 2015 e 2016, ainda assim, seria possível produzir mais de 23 mil toneladas
de composto orgânico a partir dos resíduos gerados na região urbana de Santarém. Em 2016 foram
produzidas, dentro das unidades de destinação, apenas 8 toneladas de composto. A partir da análise
dos dados pode-se concluir que há potencial de utilização sustentável dos RS orgânicos em Santarém
e que os projetos institucionais de aproveitamento dos RS orgânicos apresentam-se como uma boa
alternativa para a mitigação dos problemas ambientais gerados por esses resíduos.
PALAVRAS CHAVE: compostagem, poluição, lixo urbano
INTRODUÇÃO: A produção de resíduos sólidos (RS) pela população é um problema que, desde a
revolução industrial, vem ganhando força e se tornando um entrave social, econômico e,
principalmente, ambiental (PHILIPPI JR., 1979). Somente a partir da década de 70 certa preocupação
começou a tomar forma na sociedade. Nesse período, o foco era com a coleta e disposição desses
resíduos. Na década seguinte buscaram-se métodos de tratamento e destruição do material. E hoje, a
preocupação primordial quanto a esses resíduos é a prevenção e redução da produção desses resíduos
(BROLLO & SILVA, 2001; LOPES, 2006).
Lopes (2006) afirma que mais da metade dos resíduos sólidos gerados no brasil são constituídos
de material orgânico passível de sofrer processo de compostagem ou transformação anaeróbia. Esses
resíduos são os principais responsáveis pela poluição decorrente da disposição inadequada de
resíduos sólidos urbanos em função de seu potencial de gerar líquidos e gases nocivos aos seres vivos,
ao ar, ao solo e aos corpos de água (chorume, metano, metais pesados) (PEREIRA NETO & LELIS,
1999; BROLLO & SILVA, 2001; ABREU JUNIOR et al., 2005; LOPES, 2006;).
Na última década diversos projetos têm sido desenvolvidos a fim de que os problemas
ambientais do lixo urbano sejam mitigados. Entretanto, a maioria desses projetos são de abrangência
limitada, normalmente municipal ou institucional. No município de Santarém, um dos exemplos mais
43
1Graduando(a) do Curso de Agronomia pelo Centro Universitário Luterano de Santarém. 2MSc. Professora Ceuls/Ulbra, Santarém-PA.
154
marcantes é o projeto “Compostagem e Horta Orgânica”, implantado em 2015 no Hospital Regional
do baixo Amazonas (HRBA). Aproximadamente um ano após a implantação o Hospital recebeu o
prêmio “Amigo do Meio Ambiente” concedido pela Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo. Em
2017, o HRBA recebeu o selo Materiality Disclosures, emitido pela Global Reporting Initiative
(GRI), que reconhece as instituições que desenvolvem práticas mitigadoras de impactos ambientais.
No mundo, apenas 15 hospitais possuem essa certificação (PORTAL AMAZÔNIA, 2016; HRBA,
2017).
As mudanças com relação ao gerenciamento de resíduos sólidos devem continuar acontecendo,
principalmente em função da nova Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Nº 12.305, de 02 de
agosto de 2010), que dispõe sobre os “[...]princípios, objetivos e instrumentos, bem como, sobre as
diretrizes relativas à gestão integrada de resíduos sólidos[...]” (BRASIL, 2010). O prazo para
adequação dos municípios à nova legislação terminou em agosto de 2014 e vem sendo rediscutido
desde então em função da grande quantidade de cidades que ainda mantinham lixões como destino
final dos resíduos (MANNARINO et al., 2015). A nova legislação prevê, ainda, a implementação de
sistemas de coleta seletiva em todos os municípios. 62% dos municípios brasileiros são atendidos por
algum tipo de iniciativa de coleta seletiva e, destes, a grande maioria é composta por municípios com
mais de 100 mil habitantes. A dificuldade encontra-se no fato de que essas iniciativas não atendem a
totalidade do município e baseiam-se em pontos de entrega voluntária, sem serviços de coleta nas
residências (BRASIL, 2010; ABRELPE, 2014; MANNARINO et al., 2015).
Diante do exposto, o presente trabalho tem por objetivo analisar os dados sobre a gestão de
resíduos sólidos orgânicos produzidos e coletados no município de Santarém no ano de 2016.
MATERIAIS E MÉTODOS: O estudo foi realizado na cidade de Santarém, localizada na região
norte do Brasil, mesorregião do Baixo Amazonas e microrregião de Santarém.
A pesquisa se baseou na análise das informações cedidas pela Secretaria Municipal de
Infraestrutura de Santarém (SEMINFRA). Os dados referentes ao ano de 2015 estão disponíveis na
ferramenta de acesso SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento). É uma ferramenta
de acesso público alimentada anualmente com os dados de saneamento básico dos municípios
brasileiros. As informações são apresentadas na forma de tabelas com dados de quantidades, materiais
e equipamentos, custos, mão-de-obra, áreas de ação, dentre outras.
Foram avaliados os dados referentes à quantidade de resíduos sólidos orgânicos coletados no
período a partir da análise das informações gravimétricas fornecidas pela SEMINFRA.
Após análise, os resultados foram organizados em tabelas e gráficos para demonstração dos
dados e extração das informações mais relevantes.
155
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os dados relativos ao total de resíduos sólidos coletados no
município de Santarém, no ano de 2016, são apresentados na Tabela 1. De acordo com os dados
fornecidos pela SEMINFRA e disponíveis no SNIS, nenhuma das unidades de destinação de resíduos
sólidos urbanos de Santarém possui Licença de Operação. Essa situação vai de encontro com a
Resolução CONAMA nº 237 de 19/12/1997, que determina que todas as atividades de destinação e
tratamento desses materiais estejam sujeitas a licenciamento ambiental (CONAMA, 2012)
A quantidade, em toneladas, de resíduos sólidos coletados no município variou de 4.015,33 ton,
no mês de outubro, a 5.400,45 ton, no mês de junho. O total de resíduos coletados em 2016 foi 2,05%
menor do que em 2015. Essa redução pode estar relacionada com o aumento de iniciativas de
reutilização de resíduos sólidos na cidade, podendo-se tomar como exemplo o projeto “Compostagem
e Horta Orgânica” do HRBA que, só em julho de 2017 reutilizou mais de 2 toneladas de resíduos
orgânicos gerados pelo hospital (HRBA, 2017).
Considerando somente a população urbana de Santarém, que é a principal atendia pelos serviços
de coleta de lixo, cada pessoa na cidade produz 709 g de lixo por dia. Desse total, 452, 34 g é composta
de resíduos orgânicos. Anualmente, cada pessoa produziria aproximadamente 165 kg de matéria
orgânica passível de utilização em compostagem e biodigestão (ABREU JUNIOR et al., 2005).
Tabela 12 - Produção mensal, média diária e quantidade Per capta de resíduos sólidos produzidos
no município de Santarém.
Prod./Mês Méd. Kg/Dia Méd. Ton. /Dia Per capta/Dia
Média 4.649,84 153.025 152,6 0,709*
Total 55.798,05 ---------- ---------- ----------
*Considera-se a população urbana do município - 215.790 habitantes (IBGE, 2010)
Do total de resíduos coletados, 63,8% são constituídos de matéria orgânica que é um material
passível de reutilização em processos de transformação biológica. Esses dados corroboram as
informações de Lopes (2006), que afirma que mais da metade dos resíduos gerados no Brasil são de
origem orgânica. Os dados gravimétricos dos RS no município, calculados pela SEMINFRA em
2011, são apresentados na Figura 1.
Considerando o total produzido em 2016, a quantidade de matéria orgânica encaminhada para
o aterro municipal e para as fossas sépticas é de, aproximadamente, 35.599,16 toneladas.
156
Figura 12 - Média, em %, da quantidade de resíduos sólidos coletados em Santarém de acordo com
o tipo de material
(Fonte: SEMINFRA/2011).
De outubro de 2015 a abril de 2016 foi implementado um projeto piloto de compostagem de
resíduos das feiras e mercados (8 toneladas) e rejeitos de grãos de soja (4 toneladas). O resultado foi
a geração de 8 toneladas de composto estabilizado pronto para diversos usos, em especial, o uso
agrícola (SANTOS et al., 2014). Considerando essa proporção, a partir do total de matéria orgânica
produzida em 2016, seria possível obter mais de 23 mil toneladas de composto orgânico que poderia
ser utilizado para produção de alimentos em escolas, hospitais, asilos e para uso em hortas
comunitárias (ABREU JUNIOR et al., 2005; SANTOS et al., 2014)
De acordo com a SEMINFRA (2015), não são aplicados recursos diretamente para o manejo
de resíduos sólidos. É informado, porém, que as despesas com limpeza urbana chegam a mais de 14
milhões de reais por ano. Se adotarmos que 50% é destinado ao manejo de RS, e que, desse total,
63,8% é gasto com o manejo de resíduos orgânicos, a economia seria de quase 4,5 milhões de reais
que poderiam ser investidos em saúde e educação, por exemplo.
CONCLUSÃO: Os resíduos sólidos orgânicos produzidos em Santarém possuem potencial de
utilização em processos de transformação e aplicação em atividades agrícolas na área urbana. A
quantidade utilizada em projetos-piloto de compostagem e biodigestão ainda é muito pequena em
relação ao total produzido no município. Existem diversos entraves para que o município se ajuste à
nova Política Nacional de Resíduos Sólidos. Em especial, a ausência de licença de operação das
unidades de destinação desses resíduos. Os projetos institucionais de aproveitamento dos RS
orgânicos apresentam-se como uma boa alternativa para a mitigação dos problemas ambientais
gerados por esses resíduos.
157
REFERÊNCIAS
ABRELPE – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais.
Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2013. São Paulo: ABRELPE. 2014.
ABREU JUNIOR, C. H.; BOARETTO, A. E.; MURAOKA, T.; KIEHL, J. de C. Uso agrícola de
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Tópicos Ciência do Solo, 4:391-470. 2005.
BRASIL. ARAÚJO, E. A. de; KER, J. C.; MENDONÇA, E. de S.; SILVA, I. R. da;. Lei Federal nº
12.305 - Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de
1998; e dá outras providências. Diário Oficial [da União], 03 de agosto de 2010.
BROLLO, M. J.; SILVA, M. M. Política e gestão ambiental em resíduos sólidos: revisão e análise
sobre a atual situação no Brasil. 21º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e ambiental.
ABES – Trabalhos Técnicos. João Pessoa, PB. 2001.
CONAMA – Conselho nacional do Meio ambiente. Resoluções do Conama: Resoluções vigentes
publicadas entre setembro de 1984 e janeiro de 2012. Ministério do Meio Ambiente. Brasília: MMA,
2012.
HRBA – Hospital Regional do Baixo Amazonas. Hospital Regional de Santarém já reaproveitou
mais de seis toneladas de lixo orgânico em 2017. Disponível em: www.hrba.org.br. Acesso em 12
de outubro de 2017.
LOPES, L. Gestão e gerenciamento integrados dos resíduos sólidos urbanos: Alternativas para
pequenos municípios. Dissertação (mestrado). Departamento de Geografia da Faculdade de
Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. São Paulo, SP. 2006.
MANNARINO, C. F.; FERREIRA, J. A.; GANDOLLA, M. Contribuições para a evolução do
gerenciamento de resíduos sólidos urbanos no Brasil com base na experiência Europeia. Eng. Sanit.
Ambient. Setembro de 2015.
PEREIRA NETO, J. T.; LELIS, M. P. N. Variação da composição gravimétrica e potencial de
reintegração ambiental dos resíduos sólidos urbanos por região fisiograficado estado de Minas Gerais. Laboratório de Engenharia e Saneamento Ambiental, Universidade Federal de Viçosa, 1999.
PHILIPPI JR A. Sistema de resíduos sólidos: coleta e transporte no meio urbano. [Dissertação de
Mestrado – Departamento de Saúde Ambiental da Faculdade de Saúde Pública da USP. São Paulo
(SP); 1979.
PORTAL AMAZÔNIA. Hospital Regional do Baixo Amazonas recebe prêmio por ações ambientais.
Disponível em: www.portalamazonia.com. Acesso em 12 de outubro de 2017.
SANTOS, A. T. L.; HENRIQUE, N. S.; SHHLINDWEIN, J. A.; FERREIRA, E.; STACHIW.
Aproveitamento da fração orgânica dos resíduos sólidos urbanos para produção de composto
orgânico. Revista Brasileira de Ciências da Amazônia, v. 3, n. 1, p. 15-28, 2014.
SEMINFRA – Secretaria de Infraestrutura de Santarém. Diagnóstico de Resíduos Sólidos (2015).
Disponível em: http://www.snis.gov.br/diagnostico-residuos-solidos/diagnostico-rs-2015. Acesso
em 05 de outubro de 2017.
158
MAL-DE-SETE-VOLTAS NA CULTURA DA CEBOLINHA – ALLIUM FISTULOSUM
44Andressa Lemos Rocha1
Keyse Oliveira da Costa1
Ana Flávia Lago1
Apoena Garcia Vieira 1
Gilbson Santos Soares2
RESUMO: A cebolinha é um condimento muito utilizado no norte do Brasil e, sobretudo uma importante cultura nas
hortas de produtores de olerícolas. Em quase todos os pratos típicos regionais do norte do Brasil ela está presente,
agregando sabor característico e especial. Tendo em vista a importância da cebolinha no âmbito econômico, cultural e
social na região, o objetivo do presente trabalho é identificar o Mal-de-sete-voltas, também conhecida como antracnose
foliar, em uma propriedade na zona urbana de Santarém-PA, conforme seus sintomas na cultura e confrontá-los com os
descritos na literatura. A análise foi efetuada a partir dos sintomas apresentados pelas plantas e comparadas com os
descritos na literatura. Para isso, foram colhidas e registradas amostras e através de diagnose visual, supõem-se que as
plantas estavam infectadas pelo fungo Colletotrichum gloeosporioides f. sp. cepae, agente causal da fitopatologia Mal-
de-sete-voltas.
PALAVRAS-CHAVE: CEBOLINHA, FITOPATOLOGIA, ANTRACNOSE, FUNGO.
INTRODUÇÃO: A cultura da cebolinha, Allium fistulosum, é um condimento muito apreciado nas
mesas dos brasileiros. Em quase todos os pratos típicos regionais do norte do Brasil ela está presente,
agregando sabor característico e especial. Pertence a família aliácea, que abrange também outros
condimentos importantes nacionais, como o alho e a cebola (FILGUEIRA, 2003, p. 252 e 269).
Essa planta caracteriza-se por apresentar folhas tubulares-alongadas formando touceiras.
Adapta-se a variadas temperaturas e a vários tipos de solo, entretanto, produz melhor em pH entre 6,0
e 6,5. Pode ser propagada por sementes ou por parte vegetativa, ao qual é a forma mais utilizada. No
entanto, quando há presença de doenças, a propagação mais indicada é por meio de semeadura. A
colheita se dá entre 55 ou 85 dias do plantio por parte vegetativa e semeadura, respectivamente.
(FILGUEIRA, 2003, p. 269).
As doenças fúngicas são causadas por fungos patogênicos e podem ocorrer em todas as fases
de desenvolvimento da planta, inclusive em fases pré-plantio e pós-colheita. Os fatores ambientais
são grandes aliados, tanto no combate dessas doenças como também, no favorecimento. As altas
temperaturas e umidade da região amazônica são altamente favoráveis ao aparecimento e
desenvolvimento de fungos do gênero Colletotrichum. (FILGUEIRA, 2003, p. 97; PEREIRA, 2014,
p. 19; ALMEIDA, 2015, p.10).
Dentre as espécies, destaca-se o Colletotrichum gloeosporioides f. sp. cepae, que segundo
Kimati et al. (2005, p. 56) é o fungo causador da doença denominada Mal-de-sete-voltas, que atinge
a cultura da cebolinha.
A disseminação do fungo ocorre por meio de mudas e sementes contaminadas ou mesmo por
meio da água da chuva ou de irrigação, isso porque, a água consegue dissolver a massa mucilaginosa
que o reveste e transporta o patógeno para novos tecidos hospedeiros, o qual em temperaturas de 23-
30 ºC germinam e penetram o tecido vegetativo através da cutícula. Esse fungo também pode
sobreviver no solo, em restos de cultura e sementes, o que dificulta o controle da doença (KIMATI
et al, 2005, p. 57).
1Acadêmicas do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA 2 Professor Me. do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA44
159
Considerando a importância da cebolinha no âmbito econômico, cultural e social na região o
objetivo do presente trabalho é identificar Mal-de-sete-voltas conforme seus sintomas na cultura da
cebolinha, na propriedade visitada, e confrontá-los com os descritos na literatura.
MÉTODO: O município de Santarém se encontra a 2º 26’ 00” latitude sul e a 176 metros de altitude,
apresentando clima tropical úmido, com temperaturas médias de 28ºC, umidade relativa do ar média
de 84% e precipitação pluviométrica anual média de 2,096 mm (EL-HUSNY, 2006). A propriedade
escolhida para o desenvolvimento deste trabalho fica localizada na área urbana de Santarém, estado
do Pará, no bairro da Floresta, sob as coordenadas 2º27’10.8” (Figura 1). Trata-se de uma horta de
cultivo de variadas olerícolas, dentre elas, a cebolinha, coentro, alface e couve. O plantio é
desenvolvido em canteiros no solo, demarcados por tijolos de argila, separados entre si por
espaçamento para tratos culturais.
Figura 1 - Localização da Horta.
Fonte: Google Maps
Em relato do produtor, a fitopatologia, até então desconhecida por ele, é reincidente em sua
propriedade, sendo que, no cultivo em questão, a doença já havia atingido boa parte da produção,
acarretando grandes prejuízos no plantio realizado.
A visita ocorreu no dia 21 de agosto de 2017 por volta das 18h, no momento em que o produtor
estava realizando tratos culturais normais nos canteiros. Foram registradas e colhidas amostras para
análise e comparação com a literatura. O método utilizado para identificação da doença foi a diagnose
visual, fazendo-se uso dos sintomas apresentados na planta e os descritos na literatura.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: O Mal-de-sete-voltas é uma fitopatologia caracterizada por
apresentar mela, estiolamento e tombamento, também chamado de “damping-off”. Em campo,
apresenta enrolamento, curvatura e clorose das folhas, podendo-se verificar abundância de
pontuações pretas, que são acérvulos do fungo (Figura 2). A partir desses acérvulos, são liberadas
massas gelatinosas de coloração rosada ou alaranjada, a qual contém esporos do patógeno. Entretanto,
ocorre apenas quando há alta umidade. (KIMATI et al., 2005, p. 57). Um dos primeiros sintomas
observados na cultura visitada foi o enrolamento das folhas, característica que denominada
enfermidade. As plantas também apresentavam estiolamento, tombamento, curvatura e clorose das
folhas (Figura 3). Em algumas touceiras já era possível verificar a abundância de pontuações pretas,
que são acérvulos do fungo (Figura 4).
160
Figura 2 – (a),(b) e (c): Sintomas do Mal-de-sete-voltas na cultura da cebolinha, (d) e (e) –
acérvulos do fungo.
Fonte: SANTANA (2015, p. 30).
Figura 3 - Enrolamento, estiolamento, tombamento, curvatura e clorose das folhas.
Fonte: Autores
Figura 4 - Acérvulos do fungo.
Fonte: Autores
161
Praticamente todos os canteiros de cebolinha apresentavam sintomas expressivos dessa
doença, alguns em maior intensidade que outros. Os fatores climáticos, como temperatura e umidade
do ar, típicos da região, combinados com a umidade do solo, feito por irrigação, devem contribuir
significativamente para disseminação do patógeno na cultura. Outros fatores que podem estar
contribuindo são: a utilização de mudas e a reutilização do substrato de culturas anteriores,
possivelmente contaminadas. Kimati et al. (2005) ressalta que a disseminação do patógeno pode
ocorrer por meio de mudas ou sementes contaminadas e através da água da chuva ou de irrigação,
combinado com temperaturas de 23-30 ºC. O fungo pode sobreviver no solo, em restos de cultura e
sementes, o que favorece a permaneça do patógeno no local de plantio.
CONCLUSÃO: Com base no Manual de Fitopatologia de Kimati et al (2005) e de literaturas
complementares, pode-se inferir que a doença causadora desses sintomas é o Mal-de-sete-voltas
(Antracnose foliar) que tem como agente causal o fungo Colletotrichum gloeosporioides f. sp. cepae.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Laís Bentes de. Diversidade e identificação molecular de isolados de Colletotrichum
associados ao gênero Capsicum no Amazonas. Manaus: INPA, 2015. p. 10. Disponível em:
<http://bdtd.inpa.gov.br/bitstream/tede/2131/5/DISSERTA%C3%87%C3%830%20LA%C3%8DS
%20BENTES%20DE%20ALMEIDA.pdf>. Acesso em: 11 de setembro de 2017.
EL-HUSNY, Jamil Chaar et al. Soja BRS Candeia: Comportamento e Recomendação para
Plantio nas Microrregiões de Paragominas e Santarém, PA. Belém, Pará, Dezembro de 2006.
ISSN 1517-2244. Disponível em:
<https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/409792/1/ComTec182.pdf>. Acesso: 11 de
outubro de 2017.
FILGUEIRA, Fernando Antonio Reis. Novo Manual de Olericultura: agrotecnologia moderna na
produção e comercialização de hortaliças. 2ª edição revista e ampliada. Viçosa: UFV, 2003. p. 97,
252 e 269.
KIMATI, Hiroshi; et al. Manual de Fitopatologia: Doenças das plantas cultivadas. 4. ed. São Paulo:
Agronômica Ceres, 2005. 2v.: Il. p. 56-57.
PEREIRA, Diléia Rocha. Fatores que influenciam o desenvolvimento de antracnose do feijão-
fava. Teresina, 2014. p. 19. Disponível em:
<http://ufpi.br/arquivos_download/arquivos/ppga/files/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20-
%20Dil%C3%A9ia.pdf>. Acesso em: 11 de setembro de 2017.
SANTANA, Kamila Freire Araujo. Controle alternativo da antracnose em cebolinha (Allium
fistulosum L.) utilizando produtos derivados de vegetais. Manaus: [s.n.], 2015, p. 30.
162
NITROUS OXIDE FLUXES FROM INTENSIVELY MANAGED MAIZE FIELDS IN
SANTAREM-BELTERRA PLATEAU.
45Raimundo Cosme de Oliveira Junior1
Troy Patrick Beldini2
Plinio Barbosa de Camargo3
Daniel Rocha de Oliveira4
Raiane Pereira de Abreu Guimaraes5
Darlisson Bentes dos Santos4
RESUMO: Devido à recente expansão agrícola na Amazônia, a avaliação dos impactos deste uso da terra sobre os
gases de efeito estufa, as emissões destes gases têm se tornado uma prioridade de pesquisa. Este trabalho teve como
objetivos principais a quantificação dos fluxos de N2O em solos da Amazônia plantados com milho, e a relação deste
fluxo com os parâmetros químicos e físicos do solo e com a precipitação. Este estudo foi conduzido em campos agrícolas
de milho (Zea mays), localizados nos municípios de Belterra e Santarém, oeste do estado do Pará, durante o ano de 2015.
O método da câmara estática foi utilizado para coletar as amostras de gases. A maioria das atividades agrícolas ocorreu
na estação chuvosa, com 70% da precipitação anual ocorrendo durante esta estação. No campo, o N2O apresentou um
fluxo médio de 41.3 µg m-2 h-1 com uma queda acentuada do período 1 para os outros períodos antes do período de
colheita. Os resultados concluem que durante o período que vai desde o plantio inicial até o dia 7 (período 1), a cultura
emitiu mais óxido nitroso do que outros; o período de colheita emitiu os fluxos mais altos das culturas.
PALAVRAS CHAVE: MUDANÇAS CLIMÁTICAS, SOLOS TROPICAIS, REGIÃO AMAZÔNICA.
INTRODUCTION: Land use change, the anthropogenic clearing of forest for agriculture, and
agricultural practices are three of the main contributors to the increase in atmospheric greenhouse gas
(GHG) concentrations (IPCC, 2007) and, thus; climate changes. The main gases that contribute to the
greenhouse effect (GHG) are carbon dioxide (CO2), methane (CH4), nitrous oxide (N2O), ozone (O3)
and water vapor (H2O) (OSTERMAYER, 2004).
The fluxes of CO2, CH4, and N2O are influenced by multiple factors, such as climate, nitrogen
deposition, and land management practices. Agriculture releases to the atmosphere significant
amounts of CO2, CH4, and N2O (METAY et al., 2007). As a proportion of global anthropogenic
emissions in 2005, agriculture contributed approximately 20% of CO2, (JOHNSON et al., 2007) 58%
of N2O (SYAKILA and KROEZE, 2011), and 47% of CH4.
Due to recent agricultural expansion in the Amazon evaluation of impacts by this land use on
greenhouse, gas emissions has become a research priority. Some studies have documented the
emissions from pastures (WICK et al. 2005), and forests (KELLER et al. 2005), but few studies have
investigated emissions from croplands in the Amazon region (OLIVEIRA JUNIOR et al., 2015).
1Pesquisador Embrapa Amazônia Oriental, Belem-PA, [email protected]; 2Professor IBEF/UFOPA, Santarém-PA; 3Professor CENA/USP, Piracicaba-SP; 4Professor CEULS/ULBRA, Santarém-PA 5Estudante de Agronomia CEULS/ULBRA, Santarém-PA45
163
In light of this situation, this work had as its principal objectives the quantification of trace
gas flux of N2Oin soils of the lower Amazon basin planted with maize, and the relation of this flux
with soil chemical and physical parameters and with precipitation.
MATERIAL AND METHODS: This study was conducted in agricultural fields planted with maize
(Zea mays), located near the cities of Belterra and Santarém in western Pará State, Brazil, during the
production year of 2007. During dry season, this area was in fallow.
The region's climate is type Am in the Köppen classification system (IBAMA, 2004), and the
soils are predominately clayey Oxisols on slightly undulating terrain, classified by the Brazilian Soil
Classification System (OLIVEIRA JUNIOR & Correa, 2001) as Typic Hapludox, with an average
clay content above 850 g kg-1.
Sampling was done in 1 ha plot. In this plot, 10 static chambers were randomly distributed for
each sampling event. During the crop cycle (and concurrent with sampling), mineral fertilizer was
applied at a rate of 400 kg ha-1 (2 % N, 45 % P, and 60 % K), and nitrogen fertilizer was applied at a
rate of 60 kg ha-1 of urea (60 % N) 20 days after plant emergence. Maize productivity was 5,800 kg
ha-1 (± 400 kg) per year.
Sampling was divided into 4 stages: Period 1: from initial seedling planting (day zero) to day
15 (fertilizer application), with daily sampling to verify the effects of fertilizer application; Period 2:
day 16 up to day 71 (flowering period), with sampling conducted once a week; Period 3: from day 72
to day 113 (pre-harvest), with weekly sampling; and Period 4, from harvest day to day 7 after harvest,
with sampling done each 2 day.
The static chamber method was used to sample N2O and CO2, following the protocol described
in Keller et al. (2005) and Oliveira Junior et al. (2015).
Soil was sampled at 10 cm depth from inside the area covered by the chamber immediately
after gas collection was finished. Samples were placed in labeled plastic bags and transported to the
laboratory for weighing on a precision balance to obtain wet mass. Soils were dried at 105 ºC for 48
h in an oven and then weighed again to obtain dry mass.
RESULTS AND DISCUSSION: Rainfall is highly seasonal in the research area and the monthly
totals during three years (January 2005 to December 2007) are shown in Figure 1. Most agricultural
activities took place in the rainy season with 70% of annual precipitation occurring during this season.
In the fields, N2O had an average cycle flux of 41.3 µg m-2 h-1 with a steep decrease from
period 1 to the other periods before harvest period (Figure 2).
164
The high frequency of sample collection during the period of crop management was important
to be able to evaluate the effects of maize crop systems on the emission of N2O. Furthermore, the soil
preparation management in the maize crop, together with high temperatures and rainfall, represent a
unique situation to measure N2O emission in the soil-atmosphere continuum.
With respect to N2O flux, there was a significant difference in the soybean plantation in
relation to period (F=10.4; p < 0.01), which could be explained by the greater availability of N in
period 1 compared to the other periods.
This greater availability of N is probably associated with good conditions for nitrifying and
denitrifying bacterial activity (FIRESTONE & DAVIDSON, 1989).This is related to soil tilling under
conventional management prior to seedling emergence that stimulates organic matter cycling, O2,
temperature, and moisture conditions (DOBBIE & SMITH, 2001) that favor N availability, which is
reflected in greater N2O emission.
These results are similar to those for young pastures in the Amazon rich in available N
(DAVIDSON et al., 2001). Anaerobic conditions associated with high concentrations of N,
principally in the form of nitrate (N-NO3-) represent ideal conditions for high denitrifying bacterial
activity (Smith et al., 2003), which could also explain the elevated flux found in period 1.
Figure 1. Total precipitation during entire study period.
Figure 2. Average trace gas (N2O) flux values with standard error (±SE) in an area of
mechanized cultivation of maize.
-100,00
0,00
100,00
200,00
300,00
400,00
500,00
1 2 3 4
N2
O F
luxe
s,µ
g m
-2h
-1
Periods
165
The data for emission of N2O in this study are lower than those related in studies done in
primary and secondary forests in the Amazon. Palm et al., (2002) reported an annual N2O flux of 9.1
µg m-2 in secondary forest in Peru. Keller et al., (2005) found average annual N2O fluxes of about 75
µg m-2 on a clay soil and 16 µg m-2 on a sandy soil in primary forest in the Brazilian Amazon, and
Oliveira Junior et al. (2015) in very clay soils with soybean and rice.
CONCLUSIONS
During the period from initial seedling planting to day 7 (period 1), the crop emitted more
nitrous oxide than others period.
The harvest period emitted the highest fluxes of the crops
REFERENCES
Davidson, E.A., Bustamente, M.M.C., Siqueira Pinto, A. Emissions of nitrous oxide from soils of
native and exotic ecosystems of the Amazon and Cerrado regions of Brazil. Sci. World 1(S2):312-
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167
PERDAS DE FRUTAS EM COMÉRCIO VAREJISTA DO MUNICÍPIO DE
SANTARÉM-PA 46Ana Cláudia Zolin1
Alessandra Damasceno da Silva2
Darlisson Bentes dos Santos3
Isabel Cristina Tavares Martins4
Edson Pereira dos Reis5
RESUMO: Este trabalho objetivou a realização de um levantamento de dados em relação às perdas de frutas frescas
no comércio varejista, com o intuito de obter informações para apoiar possíveis melhorias para a minimização de perdas
pós-colheita de frutas, no município de Santarém-PA. O método adotado foi à aplicação de questionário aos encarregados
do setor hortifrutícolas de cada estabelecimento, mediante visitação in loco, onde, por sua vez, notou-se que as perdas de
frutas frescas apresentam três principais causas, transporte irregular, aparência desagradável e colheita realizada
incorretamente. Os estabelecimentos que padecem com estas perdas, podem ser capazes de empregar técnicas, dentro das
condições de cada um, para minimizar o máximo possível de perdas.
PALAVRAS-CHAVE: ARMAZENAMENTO, FEIRA LIVRE, SUPERMERCADO.
INTRODUÇÃO: No Brasil, uma montanha de 39 mil toneladas de alimentos por dia vão diretamente
para o lixo (COSTA, 2013). Devido à falta de investimento em treinamento dos funcionários para o
manuseio correto dos alimentos, o volume em desperdício é vasto e quando refere-se ao pequeno
varejo, o próprio, não tem interessa em investir na produção de frutas dos seus fornecedores. As
transações frequentes entre varejo e fornecedor são de grande importância, pois permitem que as
partes ganhem conhecimento uma das outras, melhorando o relacionamento, gerando confiança em
torno de uma finalidade em comum e fazendo com que a utilização de contratos formais seja
desnecessária, uma vez que os pagamentos são efetuados no ato da compra, de acordo com (COSTA
e SOUZA, 2010). As perdas de frutas acontecem praticamente em todos os lugares, até mesmo em
nossa residência, no comércio varejista o índice de perdas é maior, por motivo de que a fruta é um
alimento perecível. No entanto, existem diversas maneiras de evitar tais perdas, relata Ceccato e
Basso (2011). Contudo, conhecer e compreender as razões pelas quais ocorrem as perdas é benéfico
de maneira geral tanto para o produtor como para o comerciante. Segundo Bastos (2015), o transporte
das frutas e hortaliças é uma das principais escapatórias para a redução das perdas de alimentos no
Brasil, visto que, não há embalagens adequadas e economicamente viáveis para o produtor rural, isto
se torna um motivo, pois os produtos que não são embalados adequadamente podem sofrer danos.
Os supermercados não são suficientemente rígidos quanto ao padrão estético dos produtos, o
que de certa forma acaba sendo prejudicial à comercialização, em razão da ausência deste padrão.
1 Eng. Agr., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 2 Msc., Eng. Agric., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 3Msc., Eng. Agric., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 4 Msc. Eng. Mec., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 5 Esp., Eng. Agr., Centro Universitário Luterano de Santarém- CEULS/ULBRA. 46
168
Uma alternativa vantajosa seria a criação de seções com produtos de diferentes padrões e preços, com
o intuito de agradar o consumidor dando-lhe opção de escolher entre adquirir um produto “bonito”
pelo valor estabelecido, ou um produto “feio” devido aos danos causados, por um valor menor.
MÉTODO: O presente trabalho foi realizado no município de Santarém, Pará. Esse município está
localizada às margens direita do rio Tapajós, na sua junção com o rio Amazonas, cerca de 807 km
distante, em linha reta, da capital do Estado. A cidade possui sua área urbana de 77 km² e sua área
rural de 22.810 km², de acordo com os dados da Prefeitura Municipal de Santarém (PMS, 2016). Está
localizado nas coordenadas geográficas Latitude: 02º 26' 35" S e Longitude: 54º 42' 30" W. Os
produtos hortifrutícolas, em Santarém, são vendidos em estabelecimentos como supermercados e
feiras livres. A pesquisa foi baseado por dois segmentos, sendo 5 (cinco) feiras livres, com intensa
movimentação, na qual há circulação da maioria dos transportes públicos do município e, 4
supermercados, com muitas variedades de mercadorias de ampla utilização pela população, com
ambiente refrigerado e agradável para os clientes, e que possui uma boa reputação no município
perante os consumidores. A escolha do mercado foi feita de forma sucinta, usando como critério, a
notabilidade de cada um dos estabelecimentos comerciais. Ambos os segmentos são do setor de varejo
ou retalho que trata da venda de produtos ou a comercialização de serviços em pequenas quantidades,
ao contrário do que acontece na venda por atacado, o varejo é a venda direta ao comprador final,
consumidor do produto ou serviço, sem intermediários, conforme Parente (2000). A pesquisa foi
realizada no primeiro semestre de 2017 mediante visitação in loco para aplicação de um questionário
constituído por perguntas preestabelecidas. As entrevistas foram realizadas diretamente com os
encarregados do setor de hortifrutícolas nos supermercados, bem como com os encarregados da feira
livre que comercializam as frutas. No momento da entrevista foi realizado, também, esclarecimentos
sobre a pesquisa junto ao entrevistado, bem como recolhimento de sua assinatura para o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE, que respalda a integridade e seriedade da pesquisa junto
à sociedade garantindo o uso das informações e o anonimato dos pesquisados. O processamento dos
dados quantitativos foi realizado com auxílio de planilha eletrônica. Os dados qualitativos foram
analisados através da interpretação do conteúdo expresso nas entrevistas realizadas utilizando-se de
referencial teórico adequado para tal.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados alcançados revelaram que a maioria das frutas mais
vendidas em 9 estabelecimentos, são as mesmas (Figura 1).
169
Figura 13. Frutas mais vendidas semanalmente no mercado varejista em Santarém-PA.
Observou-se que semanalmente são perdidas poucas quantidades de frutas, porém, 4 destas
frutas tem uma quantia preocupante de perdas, sendo a laranja, abacaxi, melancia e maçã (Figura 2).
Luz et al. (2010), averiguaram em seu estudo que a preocupação com as perdas de frutas,
legumes e verduras tem ocupado gradualmente o espaço nas ocupações das empresas, visto que,
muitas das perdas são irrevogáveis. A maior preocupação está na validez dos produtos, em razão de
ser curta.
Figura 14. Frutas com maiores perdas semanais no mercado varejista de Santarém-PA
Existem vários motivos que promovem as perdas. Vale destacar que, o motivo mais comum
entre os estabelecimentos é o transporte irregular, com a média de 23% nos 2 locais de pesquisa
(supermercado e feira livre); seguido da colheita realizada incorretamente, ou seja, frutos que
apresentam cortes, e produto irregular com aparência desagradável (feio, pequeno, cor variada) com
20% de perdas; local de armazenamento inadequado (não refrigeração) com 15%; o manuseio
excessivo do consumidor, que é quando o mesmo, amassa, coloca a unha, derruba ou até mesmo
ingere o produto, com 10%; infestação por microrganismos fitopatogênicos (fungos, bactérias); e
logística mal executada com 5% (Figura 3).
170
Figura 15. Motivos que promovem as perdas no mercado varejista do município de Santarém.
Apenas 2,39% dos entrevistados utilizam somente estradas de terra, 51,2% afirmaram que
utilizam estradas pavimentadas e 46,41% usam ambas. Grande parte das perdas de frutas remete-se a
inexistência de ambiente refrigerado, onde as frutas ficam armazenadas e expostas à vista do
consumidor, na metade dos estabelecimentos onde foi realizada a pesquisa. Apenas 30% investem
em sala de manipulação e balcão refrigerado, 20% investem em câmara fria e 50% não possuem
nenhum local refrigerado de armazenamento, que é o caso apenas das feiras livres (Figura 4).
Figura 16. Locais de armazenamento das frutas para o consumidor no mercado varejista de
Santarém.
CONCLUSÃO: A principal causa das perdas é o transporte irregular dos produtos. Os transportes
utilizados não possuem refrigeração. Os resultados permitiram compreender que para uma maior
conservação das frutas, é indispensável que o dono do estabelecimento invista em treinamento dos
funcionários, sensibilização dos clientes e a refrigeração do ambiente, onde as frutas sejam muito
bem armazenadas, para que o tempo de prateleira seja o maior possível.
171
REFERÊNCIAS
BASTOS, A. Especialistas discutem soluções para as perdas e desperdícios de alimentos no
Brasil, 2015. Disponível em: < https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-
/noticia/3149491/especialistas-discutemsolucoes-para-as-perdas-e-desperdicios-de-alimentos- o-
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CECCATO, C. BASSO, C. Avaliação das perdas de frutas, legumes e verduras em supermercado de
Santa Maria-RS. Disciplinarum Scientia Saúde, v. 12, n. 1, p. 127-37, 2016.
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Centro Universitário da FEI, São Bernardo do Campo/SP.
LUZ, R. A.; PRADO, L. S.; MERLO, E. M. Perdas no varejo: um estudo sobre as suas causas em
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PARENTE, J. Varejo no Brasil: gestão e estratégia. Editora Atlas, 2000.
Prefeitura Municipal de Santarém – PMS. Informações sobre o município de
Santarém. Disponível em: <http://www.santarem.pa.gov.br/conteudo/?item=112&fa=62>. Acesso
em: 04 out. 2016.
172
PODRIDÃO DE RAÍZES NA CULTURA DO ABACAXI -ANANASCOMOSUSL. MERRIL-
NO MUNICÍPIO DE MOJUÍ DOS CAMPOS/PA
47Thayanny Fernanda Cunha da Silva1
Ramon Vieira Farias1
Gilbson Santos Soares2
Darlisson Bentes dos Santos2
Edson Pereira dos Reis2
RESUMO: Originário do Brasil, o abacaxi (Ananascomosus L. Merril), é uma planta monocotiledônea, herbácea e
perene. Trata-se de uma planta cultivada em regiões tropicais e subtropicais e o Brasil é um dos maiores produtores
mundiais. O objetivo deste trabalho foi identificar possíveis enfermidades na cultura do abacaxi e verificar como as
doenças afetam sua produção causando prejuízos aos produtores. A análise foi realizada por meio de sintomas e sinais da
enfermidade nas plantas comparadas com aquelas descritas na literatura especializada, manual de fitopalogia. Foi
identificada a podridão de raízes na cultura do abacaxi causada pelo fungo PhytophthoracinnamomiRands, patologia mais
comum em áreas de alta precipitação pluviométrica e má drenagem. Na propriedade visitada adota-se medidas de
prevenção e controle como substituir todos os substratos da lavoura, remover e queimar plantas que manifestam a
sintomatologia, para que não ocorram contaminações das plantas sadias.
PALAVRAS–CHAVE: ABACAXIZEIRO.DIAGNOSE.FITOPATOLOGIA
INTRODUÇÃO: O abacaxi, AnanascomosusL. Merril, é uma cultura que pertence à família
Bromeliaceae. É originada no Continente Americano (Brasil e Paraguai). O Brasil é um dos maiores
produtores mundiais de abacaxi. O abacaxizeiro é uma planta herbácea, cujo cultivo se adapta sob
uma longa faixa de temperatura, que vai de 5 ºC a cerca de 40 ºC. Contudo, é no intervalo de 22 ºC a
32 ºC que a planta apresenta o melhor desenvolvimento das folhas e raízes. (CAVALCANTE, 1988).
No Brasil, a principal variedade é a Pérola, sendo a mais apreciada pelos brasileiros para o
consumo in natura. Possui alta quantidade de vitaminas A, B e C, carboidratos, sais minerais e fibras.
É um fruto composto, formado por aproximadamente 150 a 200 pequenos frutilhos individuais unidos
ao eixo central da inflorescência. O fruto tem formato cônico, casca de cor amarelo-alaranjada e polpa
amarelo-pálida, suculento, rica em açúcares e de acidez elevada, sendo que a planta tem as folhas
praticamente desprovidas de espinhos. (EMBRAPA, 2005).
O abacaxizeiro compõe-se de caule (talo) curto e grosso, onde crescem folhas em forma de
calha, estreitas e rígidas, e no qual também se inserem raízes axilares. O sistema radicular é
fasciculado, superficial e fibroso, encontrado em geral numa profundidade de 0 a 30 cm e,
raramente, a mais de 60 cm da superfície do solo. A planta adulta das variedades comerciais
mede de 0,80 a 1,20 m de altura e 1,00 a 1,50 m de diâmetro (COPPENS
D´EECKENBRUGGE e LEAL, 2003).
A cultura do abacaxi pode ser explorado por um ciclo ou mais ciclos adicionais, chamados de
soca. Os ciclos têm duração variável, dependendo das condições climáticas, do vigor do material de
plantio e do manejo da cultura. Na Região Tropical brasileira, representativa para muitas regiões de
1 Acadêmico do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA 2 Professores do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA47
173
cultivo de abacaxi no mundo, o primeiro ciclo dura de 14 a 18 meses, enquanto os ciclos da soca são
mais curtos, levando, em geral, cerca de 12 a 14 meses (REINHARDT, 2000).
O abacaxizeiro é considerado uma planta exigente, demandando quantidades de nutrientes que
a maioria dos solos cultivados não consegue suprir integralmente.
Em vista da importância econômica, social e cultural da cultura do abacaxi, principalmente na
região norte, o presente trabalho tem por objetivo identificar, através de sintomas e sinais
manifestados nas plantas, possíveis focos de patologias no município de Mojuí dos Campos – PA e
verificar como as doenças afetam sua produção causando prejuízos aos produtores.
MÉTODOS: A propriedade escolhida para o estudo está localizado no Sitio Baixa d’agua, na área
rural do município de Mojuí dos Campos, sob as coordenadas geográficas 54º47’20,55”,
54º47’38,40”, 54°47’14,76” , 54º46’55,59” com elevação de 03º28’09,95”m. A produção de abacaxi
da propriedade é comercializada com os supermercados de Mojuí dos Campos e Santarém ou vendida
diretamente aos consumidores nas feiras das respectivas cidades.
A análise da possível patologia foi realizada a partir da diagnose visual investigando sintomas e sinais
na plantação de abacaxi e mediante relatos do proprietário. A visita ocorreu por volta das 4 horas da
tarde do dia 24 de setembro de 2016. Os sintomas e sinais detectados foram comparados com o
manual de fitopalogia, volume II.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: O proprietário relatou que um dos maiores problemas que ele vem
enfrentando no cultivo do abacaxi é a podridão de raízes por decorrência de solos com uma má
drenagem em áreas onde ocorrem altas precipitações pluviométricas. É uma doença que provoca
alteração na coloração verde normal das folhas que passa a ser amarelada, onde as folhas perdem a
turgescência, as bordas enrolam e as extremidades encurvam para baixo (EMBRAPA 2000).
De acordo com o produtor a plantação anual é de 180.000 mil pés de abacaxi, entre o período
de maio a junho ele planta 60 mil pés de abacaxi. Neste período, devido à enfermidade, houve uma
perda de oito mil pés, o equivalente aproximadamente a 13,3% da na plantação de abacaxi. Contudo,
o produtor substituiu todos os substratos da lavoura afetada e, atualmente, quando algum destes
sintomas é percebido na cultura as plantas que manifestam a sintomatologia são imediatamente
removidas e queimadas para que não ocorra a contaminação das plantas sadias.
Kimati et al. (2005) consideram que a podridão de raízes é típica de locais elevada precipitação
pluviométrica, que possuem má drenagem, pode causar relevantes perdas na plantação. A
enfermidade provoca a morte da planta, pois provoca o apodrecimento das raízes em qualquer fase
do desenvolvimento da planta, as folhas ficam amareladas com perda da turgidez, bordas enroladas,
174
encurvadas para baixo e facilmente destacadas da planta. Esse conjunto sintomatológico foi
encontrado em plantas doentes da propriedade (Figura 1).
Figura 1 - Sintomas de podridão de raízes no abacaxizeiro.
Fonte: Elaborada pelos autores
Na propriedade foi observado que o agricultor não tem orientação técnica para o plantio das
culturas, mecanização do solo, análise do solo para verificação de pH e adubação e que é prática
comum consorciar o abacaxi com melancia ou abacaxi com jerimum. Ainda de acordo com o
proprietário, o combate a pragas e doenças é feito com o uso de insumos químicos.
CONCLUSÃO: A partir da análise dos sintomas e sinais em plantas infectadas verificados na
propriedade em comparação com a literatura consultada sobre a cultura, conclui-se que: a
enfermidade trata-se da podridão de raízes causada pelo fungo PhytophthoracinnamomiRands; na
última safra o agricultor teve perda de aproximadamente 13,3% da produção; como medidas
preventivas, atualmente, as plantas doentes são cortadas e queimadas, para que não ocorra a
contaminação das plantas sadias; o agricultor não tem orientação técnica para o cultivo, não usa
mecanização do solo e não realiza análise do solo; é prática comum consorciar o abacaxi com
melancia ou abacaxi com jerimum; são utilizados para controle da enfermidade insumos químicos.
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EMBRAPA 2000, Disponível em: http://www.ceinfo.cnpat.embrapa.br/arquivos/artigo_2330.pdf
176
PODRIDÃO NEGRA NA CULTURA DA COUVE MANTEIGA
48Alan Gonçalves Andrade¹
Gilbson Santos Soares2
Darlisson Bentes dos Santos2
Edson Pereira dos Reis2
RESUMO: Couve é o nome vulgar, genérico, das diversas variedades cultivares da espécie BrassicaoleraceaL., da
família das Brassicaceae. Planta de fácil cultivo e de baixo custo, cultivadas em hortas, para fins comerciais ou hortas
caseiras. Originária da costa do Mediterrâneo, seu cultivo ocorre há mais de dois milênios e hoje está espalhado pelo
mundo. A podridão negra é uma fitopatologia causada da bactéria Xanthomonascampestris pv. campestris, sendo
considerada uma das doenças mais destrutivas das crucíferas. Dado a importância econômica da couve manteiga, o
presente estudo tem o objetivo identificar possíveis sintomas da podridão negra em plantas infectadas e os métodos de
controle utilizados na propriedade. O método usado na análise foi a diagnose visual e a sintomatologia observada ou
informada pelo proprietário, foi comparada com a literatura. A propriedade possui aproximadamente 400 pés de couve
plantadas e diariamente é realizada a manutenção e tratos culturais. Nas plantas infectadas foram observadas
manifestações dos sintomas da podridão negra na folha da couve. Pode-se inferir, com uma cerca margem de segurança,
que os sintomas são típicos da podridão negra e como método de controle, além do trato da cultura já utilizado, sugere-
se a aração profunda e a rotação de cultura.
PALAVRAS-CHAVE: FITOPATOLOGIA, PODRIDÃO, COUVE.
INTRODUÇÃO: Couve é o nome vulgar, genérico, das diversas variedades cultivares da espécie
BrassicaoleraceaL., da família das Brassicaceae (Quadro 1), a qual também pertencem o nabo e a
mostarda. É uma planta muito utilizada como verdura na cozinha, rica em vitaminas C, A, K e cálcio,
além de outros nutrientes importantes para o organismo.
QUADRO 1 – Classificação científica da couve manteiga.
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Brassicales
Família: Brassicaceae
Gênero: Brassica
Espécie: B. oleracea
Fonte: Wikipédia, 2017.
É utilizada na culinária para refogados, recheios de tortas, sopas e crua em saladas, a couve tem
demanda no país inteiro. Com importante participação na elaboração do suco verde (detox), que se
torna cada vez mais popular entre a crescente população de brasileiros atentos a uma melhor qualidade
de vida, por isso, sua procura está se ampliando no mercado.
1 Acadêmico do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA 2 Professores do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA48
177
Planta de fácil cultivo e de baixo custo, cultivadas em hortas, para fins comerciais ou hortas
caseiras. A couve também pode ser usada como complementação de renda, mesmo par quem tem
pouca experiência com plantios.
Originária da costa do Mediterrâneo, seu cultivo ocorre há mais de dois milênios e hoje está
espalhado pelo mundo. A couve manteiga é formada por folhas grandes e livres que podem atingir de
60 cm a 1 metro. No varejo, é comum encontrar a versão lisa, larga e na cor verde escura.
A podridão negra é uma fitopatologia causada da bactéria Xanthomonascampestris pv.
campestris, sendo considerada uma das doenças mais destrutivas das crucíferas, que envolve a couve
manteiga, brócolis, couve-chinesa, couve-flor, rabanete, repolho e rúcula. Kimati et al. (2005)
descreve que “a podridão negra é a principal doença bacteriana das crucíferas. Seu agente causal tem
distribuição mundial. Atualmente, com a introdução e/ou obtenção de novas variedades/híbridos com
bons níveis de resistência, a doença tem causado danos menores”. Essa doença pode causar prejuízos
medianos à severos de grande importância econômica, sendo que essa bactéria sobrevive em
sementes, restos culturais de plantas doentes, plantas daninhas e plantas doentes. A temperatura,
presença da água de irrigação e da chuva são favoráveis para a penetração da bactéria.
Considerando a importância econômica da couve manteiga, o presente estudo tem o objetivo
identificar através da diagnose visual possíveis sintomas da podridão negra em plantas infectadas e
os métodos de controle utilizados na propriedade.
MÉTODO: A propriedade escolhida para o presente estudo está localizada na comunidade Tabocal
na altura do km 22, na área semiurbana de Santarém, sob as coordenadas geográficas 2º37’14,2’’S e
54°44`24,0’’W (figura 1), com elevação de 50 m. A visita ocorreu por volta das 9h da manhã do dia
27 de agosto de 2017.
Na propriedade são cultivadasdiversas hortaliças como alface, cebolinha, coentro e couve. A
produção é comercializada em Santarém e municípios vizinhos. Em Santarém, a produção abastece
redes de supermercados.Trata-se de uma propriedade de produção orgânica, ou seja, que não utiliza
nenhum insumo químico em nenhummomento do ciclo produtivo das hortaliças, com exceção os
produtos para suprir as necessidades da horta, que são os fertilizantes minerais, na decadência de
NPK do solo. No entanto, a horta não possui e nem recebe qualquer tipo de assistência técnica de
nenhuma entidade de pesquisa, extensão ou defesa agropecuária.
178
Figura 1 - Mapa da propriedade.
Fonte: Google Maps.
O método usado na análise foi a diagnose visual. A sintomatologia observada ou informada
pelo proprietário, após a visita dos canteiros que apresentavam plantas doentes, foi comparada com
o Manual de Fitopatologia de Kimatiet al. (2005).
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Atualmente, a propriedade possui aproximadamente 400 pés de
couve plantadas, de acordo com relato do proprietário. Diariamente é realizada a manutenção e tratos
culturais. Nas plantas infectadas foram observadas manifestações dos sintomas da podridão negra na
folha da couve a saber, manchas amareladas em forma de V, murchas e quedas de algumas folhas à
medida que a enfermidade se desenvolve (Figura 2). Esses sintomas observados nas folhas coincidem
com o que é descrito no manual de fitopatologia “Os sintomas podem ser observados em qualquer
estádio de desenvolvimento da planta. No campo são comuns lesões amarelas em forma de V, com o
vértice voltado para o centro da folha...” (KIMATI et al., 2005).
Figura 2 - Secamento e amarelecimento em forma de V nas folhas da couve.
Foto: Autoria própria
179
O proprietário relatou que a enfermidade é frequente nas plantas da couve. A medida que são
observados os sintomas nas hortaliças, as folhas infectadas são retiradas dos canteiros e são usadas
na alimentação de aves. A perda é superior a 30%, mesmo com o trato cultural diário. O
reconhecimento da fitopatologia deve-se a assistência técnica recebido no passado, justificando a
utilização de medidas de controle.
Para o controle da podridão negra é recomendada a eliminação total, por meio de aração
profunda, de restos de culturas infectadas, plantas voluntárias e plantas daninha hospedeiras do
patógeno. É aconselhável que em áreas anteriormente cultivadas com crucíferas é ter uma rotação de
cultura no período de dois anos (KIMATI et al., 2005). Muito embora o produtor já tenha lidado com
essa enfermidade em anos anteriores, é possível que o agente causal se encontre no solo, em estado
de sobrevivência.
CONCLUSÃO: Com a análise da diagnose visual dos sintomas e sinais verificados na plantação da
propriedade em comparação com a literatura estudada sobre a cultura, pode-se inferir com uma cerca
margem de segurança que esses sintomas são típicos da podridão negra, causada pela bactéria
Xanthomonascampestris pv.campestres. Como método de controle, além do trato da cultura já
utilizado, sugere-se a aração profunda e a rotação de cultura.
REFERÊNCIAS
COUVE. In. WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Wikimedia Foundation, 2017. Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Couve acesso em 9 de outubro 2017
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plantar/noticia/2015/05/como-plantar-couve.html acesso em 8 de outubro 2017.
KIMATI, H.; et al. Manual de fitopatologia. 4. ed. São Paulo: Agronômica Ceres. 2005. 2v.: il. p.
285
180
PROTÓTIPO DE UM SISTEMA QUE SERÁ MANUSEADO POR AGENTES DE SAÚDE
PARA NOTIFICAÇÃO DE DOENÇAS TRANSMITIDAS PELO MOSQUITO AEDES
AEGYPTI
49Bruno Renê Silveira e Silva¹
Elber Mateus Silva Oliveira¹
Jean Santos de Oliveira¹
João Luís de Brito Neto¹
Naydion Lima de Aquino¹
Carlos Eduardo Miléo Antunes²
RESUMO: O trabalho tem como objetivo apresentar o protótipo de um sistema para preenchimento eletrônico da
notificação de doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti que é transmissor de doenças graves como a Febre amarela,
dengue, zika vírus e chikungunya. O preenchimento será realizado por dispositivos móveis através dos agentes de saúde,
pois foi observado algumas dificuldades encontradas pelos mesmos enquanto ao manuseio dos elementos utilizados
atualmente que são a caneta e a folha de papel, pois na forma atual problemas relacionados a lentidão de coleta e
manipulação de dados são relatados pelos gestores, além de que o a coleta manual aumenta a probabilidade de
preenchimento errado, fora de padrão ou incompleto o que mascaram o resultado final, além de dificultar o planejamento
das políticas públicas de saúde. O papel a ser desempenhado por esse protótipo propõe a notificação das doenças que
atualmente podem ser ameaças para a população da cidade de Santarém-PA com eficácia e precisão, possibilitando assim
a antecipação de medidas preventivas para evitar possíveis surtos, diminuindo os riscos à saúde pública. A ferramenta a
ser utilizada para o processo de construção do referido protótipo se chama Balsamiq. Este projeto encontra-se em fase de
concepção.
PALAVRAS-CHAVE: PROTÓTIPO, AEDES AEGYPTI, NOTIFICAÇÃO.
INTRODUÇÃO: Sabe-se que a informação é uma das ferramentas de trabalho mais importantes para
a vigilância em saúde. Com isso, observou-se que os instrumentos mais comuns que são utilizados
para essa atividade em muitos casos são apenas caneta e papel constituído de informações a serem
preenchidas. E através desse método observou-se algumas deficiências em sua execução, como
conhecimento insuficiente dos profissionais quanto à notificação imediata dessas doenças e a
classificação equivocada. Parte então a necessidade de o serviço de saúde capacitar os profissionais
para tornar-se capazes de atuar, e mais que isso; um sistema eficiente e eficaz de notificação dessas
doenças sistematizado para que esses erros diminuam e para que esses agentes possam realizar seu
trabalho com mais precisão e rapidez, pois em muitas vezes são utilizados instrumentos ultrapassados
e inadequados para devida tarefa já que propiciam lentidão no processo de dados e constrói-se uma
alta possibilidade de erro humano devido ao trabalho ser feito manualmente. Sabe-se que informação
em saúde pode ser a base para a gestão dos serviços, pois orienta a implantação, acompanhamento e
avaliação dos modelos de atenção à saúde e das ações de prevenção e controle de doenças. Devido a
velocidade de transmissão dessas doenças o perfil epidemiológico torna-se muito volátil,
necessitando de outras técnicas para o monitoramento das mesmas. O conhecimento de novas doenças
1Acadêmicos do Curso de Sistemas de Informação do CEULS/ULBRA. Projeto TISI. V semestre 49 2 Professor do Curso de Sistemas de Informação do (CEULS/ULBRA) e Orientador do Projeto.
181
ou a emergência de outras, tem a necessidade de constantes revisões periódicas no sentido de ser
atualizada. Para isso haverá uma plataforma onde se poderá saber quais os riscos de epidemia dessas
doenças e o perigo eminente que existe em determinadas áreas da cidade devido a proliferação do
Aedes aegypti, e determinar quais são os fatores decorrentes desses surtos nessas localidades, e a
partir desses resultados se poderá fazer uma análise mais profunda e criar formas de combate e
prevenção das referidas doenças.
Com a notificação de doenças a vigilância epidemiológica fica mais forte e rígida. De acordo
com Brasil (1990) a Vigilância Epidemiológica (VE) é definida como:
Um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de
qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou
coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das
doenças e agravos (BRASIL, 1990).
Assim, para atender sua finalidade, a VE tem que ser suprida com informações sobre as doenças
e agravos que estão sob vigilância ou que possam ocorrer de modo inusitado.
Segundo Brasil (2009) os sistemas de informação em saúde evoluem rapidamente. Além das
mudanças tecnológicas, os conceitos e métodos para armazenar, tratar e disseminar informação para
que seja utilizada da melhor forma por diferentes públicos (gestores, acadêmicos e sociedade em
geral) têm se desenvolvido rapidamente.
O presente resumo está disposto em seções, o qual depois desta introdução encontram-se a
segunda seção referente ao método de desenvolvimento do projeto, seguido da seção de resultados e
discussão e finalizando com a conclusão.
MÉTODO: O sistema de informação deve ser visto como um componente essencial do processo de
trabalho em vigilância epidemiológica e controle de doenças, como a base para a gestão dos serviços,
pois orienta a implantação, acompanhamento e avaliação dos modelos de atenção à saúde e das ações
de prevenção e controle de doenças (LUNA, 2004). Verificou-se que na atualidade que essa trajetória
não se deu bem assim, viu-se muitas doenças serem erradicadas, bem como o aparecimento de muitas
doenças; como a dengue, zika vírus e a chikungunya, doenças transmitidas pelo mosquito Aedes
aegypti.
Hoje tem-se a necessidade de investigar e coletar dados precisos dessas doenças, pois as
mesmas se alastram muito rápido em um curto espaço de tempo, no entanto é importante observar os
aspectos de magnitude dessas doenças para tomar as devidas providencias para o seu combate e por
consequências a qualidade dessas prevenções se elas estão sendo eficazes o suficiente para se ter o
resultado esperado (CERRONI, 2012). Dessa forma, o trabalho consiste em utilizar uma ferramenta
paga capaz de ser eficiente para o rápido desenvolvimento e execução do presente protótipo sendo
182
ele: a ferramenta de prototipagem Balsamiq: Nele pode-se desenvolver aplicações tanto para desktop
quanto para mobile. E ele também permite que durante o processo tenhamos mais ideias em curto
período de tempo, pois é altamente simples de usar.
O modelo a ser utilizado para o desenvolvimento do sistema, terá mais praticidade de
locomoção e será off-line, assim provendo o diagnóstico da doença. Estas funcionalidades serão
executadas mesmo sem conexão com o servidor, aumentando a aplicabilidade prática do sistema
inclusive em áreas de população carente onde a rede é limitada de recursos, ou até mesmo inexistente
sendo assim um modelo mobile.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: O trabalho ainda não está concluído, mas a motivação que levou
o desenvolvimento dessa pesquisa foi buscar a implementação de um software que possa agilizar a
coleta dos dados, melhorar o monitoramento dos casos, identificar as áreas de maior incidência. A
expectativa quanto aos resultados a serem alcançados com a aplicação do sistema abrange ainda,
orientar a implantação, o acompanhamento e a avaliação das políticas públicas, analisar o grau de
risco da área/bairro onde essas pessoas residem para que se possa ter uma dimensão dos riscos que
são expostos fora de sua residência. Apresentar resultados e, subsequentemente, os motivos que
levaram os bairros a terem mais ou menos surtos e exposição ao risco de proliferação do mosquito.
No quadro 1 estão descritos os requisitos funcionais do sistema, especificando todas as
funcionalidades necessárias. Em seguida, o quadro 2 mostra os requisitos não funcionais.
Quadro 1 – Requisitos funcionais
Requisito Descrição
Login/Autenticação Permiti o usuário conectar-se através de usuário de senha
Cadastro de informações
referente aos dados coletados
O cadastro irá contribuir para que o agente possa incluir a
coleta das informações no banco de dados.
Visualizar informações
cadastradas.
O agente poderá visualizar as informações até então inseridas
no sistema.
Menu inicial Irá mostrar outras funções a serem executadas pelo usuário.
Relatório de doenças mais
notificadas.
Irá apresentar quais as áreas de maior risco de doenças e
apresentar os bairros com maior número de surtos.
Relatórios Os relatórios devem ter a opção de visualização em PDF,
HTML e XLS.
Instruções O sistema trará consigo algumas instruções primordiais para o
usuário.
Sair do sistema O ambiente deve permitir que usuário possa sair do sistema a
qualquer momento.
Filtrar Permite o usuário filtrar resultados pelo nome e bairros, ruas e
número do imóvel.
183
Quadro 2 - Requisitos Não Funcionais
Requisito Descrição
Usabilidade Os relatórios devem ter mais de uma opção de visualização
Segurança Os usuários terão que ter login e senha para conectar-se.
Confiabilidade Probabilidade de indisponibilidade é pequena, devido o protótipo funcionar
off-line.
Usabilidade A interface do protótipo será intuitiva e simples de manusear.
CONCLUSÃO: Portanto concluiu-se que o trabalho é de suma importância pois a tecnologia
protótipo vem ampliar o desenvolvimento no agilizar das tarefas realizadas pelos agentes de saúde e
favorecer o trabalho desenvolvido nos bairros com a intenção de detectar com precisão as doenças
causadas pelo mosquito Aedes aegypti.
Nesse contexto verificou-se a lentidão dos profissionais da saúde e as dificuldades de
encontrarem resultados precisos bem como a agilidade do trabalho; nesse contexto é necessário a
implementação de políticas públicas na área da saúde para ser desenvolvidas com habilidades por
parte dos agentes de saúde.
Portanto, o trabalho apresentado nos ajudou a conhecer de perto as dificuldades assim como o
desenvolver da tecnologia que objetiva o aprimoramento dos dados para melhor atuação.
REFERÊNCIAS
ARAUJO, Maria Márcia, SILVA, Cleudinar Gomes da. A importância do sistema de informação
de agravos de notificação - SINAN para a vigilância epidemiológica do Piauí. Disponível em:
<http://www.ojs.ufpi.br/index.php/rics/article/download/2046/2317>. Acesso em: 10 outubro
2017.
BRASIL. Ministério da Saúde. A experiência brasileira em sistemas de informação em saúde /
Ministério da Saúde, Organização Pan-Americana da Saúde, Fundação Oswaldo Cruz. – Brasília:
Editora do Ministério da Saúde, 2009.2 v. Disponível em: <
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/experiencia_brasileira_sistemas_saude_volume1.pdf >.
Acesso em: 21 maio 2016.
CERRONI, Matheus de Paula. Magnitude das doenças de notificação compulsória e qualidade
das ações de vigilância epidemiológica na região de fronteira do
Brasil, 2007 – 2009; 2012. P.35.
INF. EPIDEMIOL. Sus. v.7 n.1 Brasília mar. 1998. Disponível
em: <http://dx.doi.org/10.5123/S0104-16731998000100002 >. Acesso em: 19 de maio de 2016.
IMASTERS. 6 Ferramentas de Prototipagem para qualquer designer UX. Disponível em:
<https://imasters.com.br/design-ux/6-ferramentas-de-prototipagem-para-qualquer-designer-de-
ux/?trace=1519021197&source=single>. Acesso em 10 outubro 2017.
184
QUANTIFICACAO DA MINERALIZAÇÃO E DA NITRIFICAÇÃO EM PLANTIOS DE
SOJA NO OESTE PARAENSE
50Nieli Eloine Rodrigues1
Raimundo Cosme de Oliveira Junior2
Darlisson Bentes dos Santos3
Celso Shiguetoshi Tanabe3
Daniel Rocha de Oliveira3
RESUMO: Na Amazônia, por ser uma fronteira agrícola recente, ainda são poucos os trabalhos conduzidos no sentido
de elucidar as diferentes características dos sistemas de cultivo. Assim, nesse estudo se objetivou verificar a concentração
de nitrogênio mineral nos solos conduzidos sob sistemas de plantio direto e convencional e obter as taxas de nitrificação
e mineralização do nitrogêniode áreas de cultivo de soja na região do Planalto Santareno. Os resultados demonstraram
que as variáveis estudadas não diferiram estatisticamente entre as formas de preparo do solo. Assim, concluímos que
houve diferença nas concentrações de N-mineral encontradas no solo nos estádios de desenvolvimento R1 e R8 dos
cultivos de soja; que houve diferenças significativas quanto às taxas de mineralização e nitrificação diárias entre as
profundidades de coleta, especialmente entre as camadas 0-10 e 30-40 cm, com maiores valores observados na primeira
camada, possivelmente devido à maior atividade microbiana próxima à superfície do solo; e que as taxas de mineralização
e nitrificação são positivas, o que indica conversão de N-orgânico à N-inorgânico.
PALAVRAS-CHAVE: NITROGÊNIO MINERAL, SOLOS TROPICAIS, MINERALIZAÇÃO E
NITRIFICAÇÃO.
INTRODUÇÃO: Na Região Amazônica, a destinação de áreas para o cultivo de grãos,
especialmente os de soja, vem fortalecendo o processo de avanço da fronteira agrícola desde a década
de 1990.
Atualmente, considerando os municípios de Santarém, Mojuí dos Campos e Belterra (região do
planalto santareno), os principais grãos cultivados, no que diz respeito à produção, são os de soja,
milho e arroz, respectivamente, sendo produzidas, somente no ano de 2013, 88561 toneladas de grãos
de soja, 59213 toneladas de grãos de milho e 19645 toneladas de arroz em casca (INSTITUTO
BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2014).
São muitas as pesquisas que mostram os benefícios do plantio direto. Experimentos conduzidos
no Rio Grande do Sul, comprovaram que a redução da intensidade de revolvimento do solo refletiu-
se em menores taxas de perda de carbono orgânico e nitrogênio total ou até mesmo mantém essas
taxas em valores semelhantes aos do solo em condições naturais. Estudos realizados por Guadagnin
et al. (2005), em Santa Catarina, mostram que sistemas conservacionistas de manejo do solo
apresentam-se mais eficazes do que o preparo convencional na redução das perdas de solo e água.
Blainski & Tormena (2011) também afirmam que os restos culturais presentes sobre o solo são
fundamentais para a elevação dos níveis de matéria orgânica, o que é essencial para a agregação,
permeabilidade e porosidade do solo (GONÇALVES et al., 2010).
1Engenheira Agricola, CEULS/ULBRA, Santarém-PA 2Dr. Pesquisador, Embrapa Amazônia Oriental, Belém-PA; [email protected] 3MSc. Professor CEULS/ULBRA, Santarem-PA, 50
185
A dinâmica do nitrogênio também é uma das características importantes a serem avaliadas, uma
vez que os diferentes preparos do solo podem influenciar a disponibilidade da sua fração mineral às
plantas, necessária ao bom desenvolvimento dos cultivos.
No que se refere a este elemento, pode-se dizer que é o macronutriente mais importante para as
culturas agrícolas, uma vez que é exigido em maior quantidade. Entretanto, apesar de ser difundido
na natureza, o nitrogênio praticamente não existe nas rochas que dão origem aos solos, sendo
presente, predominantemente, no ar atmosférico, na forma molecular altamente estável de N2, não
aproveitável diretamente pela maioria dos vegetais superiores (RAIJ, 1991).
O objetivo do presente estudo foi determinar os teores de nitrogênio mineral e suas taxas de
mineralização e nitrificação em solos conduzidos sob sistemas de plantio direto e convencional, em
áreas de cultivo de grãos, na região do Planalto Santareno
MATERIAL E MÉTODOS: Os locais de coleta das amostras compreenderam duas propriedades
agrícolas, ambas situadas no município de Mojuí dos Campos - PA.A primeira área é conduzida sob
sistema de plantio direto de soja (PDS), sendo as suas coordenadas geográficas2°40’09,75” S e
54°39’21,17” W. A segunda área, por sua vez, apresenta o sistema de plantio convencional de soja
(PCS) e localiza-se sob as coordenadas de 2°44’19,38” S e 54°37’00,60” W.
A região apresenta temperatura do ar com média anual de 25,6° C, sendo 31°C e 22,5°C os
valores médios para a máxima e a mínima, respectivamente. A umidade relativa possui valores acima
de 80% em quase todos os meses do ano, com precipitação pluviométrica em torno dos 2000 mm
anuais. Há, no entanto, uma irregularidade na distribuição das chuvas, ocorrendo as maiores
precipitações nos meses de dezembro a junho (período chuvoso). Segundo a classificação de Köppen,
o tipo climático da região é o Ami (OLIVEIRA JUNIOR & CORREA, 2001; PARÁ, 2011).
Os solos predominantes são os Latossolos Amarelos Distróficos, que apresentam textura
argilosa a muito argilosa, com teores da fração argila variando de 490 a 930 g/Kg de solo.
(OLIVEIRA JUNIOR & CORREA, 2001).
Para determinação das concentrações de N-mineral, bem como suas taxas de nitrificação e
mineralização em solos sob cultivo de soja, foram realizadas três campanhas de coleta, abrangendo
os seguintes estádios de desenvolvimento da planta: início do florescimento (R1), início da formação
do grão (R5) e maturação de colheita da cultura (R8). Os procedimentos seguem os descritos em
Sfredo (2008); Siqueira Neto et al.(2010) e Figueira (2013).Foram coletadas amostras de solo em 5
pontos aleatórios de cada área de estudo, em quatro intervalos de profundidades: 0-10, 10-20, 20-30,
e 30-40 cm.
186
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados demonstram que a concentração de N-mineral não
diferiu estatisticamente entre as áreas de estudo.
Nota-se, no entanto, que houve um decréscimo no valor das médias ao longo do ciclo da
cultura, chegando a apresentar diferença significativa (p<0,05) entre as campanhas 1 e 3, nas
profundidades 10-20, 20-30 e 30-40 cm (Tabela 1).
Em trabalho conduzido por Bizarro (2004) em Porto Alegre, onde verificava o teor de
nitrogênio mineral no solo ao longo do ciclo do cultivo de soja, também demonstrou que há tal
redução. Siqueira Neto et al. (2010), avaliando a dinâmica do nitrogênio em sistema de plantio direto
com diferentes culturas, em Tibagi – PR, verificaram que as maiores concentrações de nitrogênio
inorgânico no solo são nos estádios iniciais de desenvolvimento dos cultivos, e vai reduzindo até a
maturação e colheita. Este fato pode ser explicado pela absorção de nutrientes pelas plantas, que
ocorre com maior velocidade aos 45 dias após a emergência, o que corresponde ao estádio R1 ou
início do florescimento. Logo, as concentrações de N-mineral no solo reduziriam até o estádio R8,
uma vez que seriam, em grande parte, absorvidos pelas plantas nos estádios anteriores (SFREDO,
2008; SIQUEIRA NETO et al., 2010).
Quanto às taxas de mineralização e nitrificação não foram observadas diferenças estatísticas
entre os sistemas de preparo do solo nem entre as campanhas de coleta. Foram verificadas, no entanto,
diferenças significativas quanto à profundidade de coleta (Tabela 2), sendo que as camadas mais
próximas à superfície, especialmente até 10 cm, apresentaram maiores médias em relação às camadas
mais profundas. Estas taxas diárias de mineralização e nitrificação mais elevadas nas camadas
superficiais podem estar relacionadas à maior atividade microbiana, uma vez que possuem maiores
teores de matéria orgânica, melhor aeração e presença de calcário, que favorecem a conversão do N-
orgânico à inorgânico (SIQUEIRA NETO et al., 2010).
Tabela 1. Médias das concentrações de N-mineral (NH4++NO3
-) no solo, em mg Kg-1, em quatro
profundidades de coleta, nos plantios convencional (PC) e direto (PD). Campanhas 1, 2 e 3
correspondem aos estádios R1 (início do florescimento), R5 (início da formação dos grãos) e R8
(maturação de colheita), respectivamente.
N-mineral Profundidade (cm) Campanhas
1 2 3
PC
0-10 13,375 a 12,129 a 10,153 a
10-20 13,325 a 11,245ab 8,571 b
20-30 13,466 a 11,569ab 8,063 b
30-40 14,850 a 11,512 a 7,383 b
PD
0-10 13,017 a 12,138 a 8,766 a
10-20 13,198 a 12,011ab 8,142 b
20-30 14,808 a 10,951ab 7,532 b
30-40 15,880 a 12,104 a 6,714 b Médias seguidas de mesma letra na linha não diferem estatisticamente entre si pelo Teste Tukey, a 5 % de probabilidade.
187
Tabela 2. Médias das taxas de mineralização e nitrificação, diárias, em mg kg-1, em quatro
profundidades de coleta, nos plantios convencional (PC) e direto (PD). Campanhas 1, 2 e 3
correspondem aos estádios R1 (início do florescimento), R5 (início da formação dos grãos) e R8
(maturação de colheita), respectivamente.
N-mineral Campanhas Profundidade (cm)
0-10 10-20 20-30 30-40
PC
1 0,97 a 0,78 a 0,36 b 0,27 b
2 1,00 a 0,56 ab 0,51 ab 0,19 b
3 0,89 a 0,76 a 0,29 b 0,10 b
PD
1 0,90 a 0,65 ab 0,41 ab 0,27 b
2 0,87 a 0,42 ab 0,40 ab 0,30 b
3 0,91 a 0,73 a 0,35 b 0,11 b
N-mineral Campanhas Profundidade (cm)
0-10 10-20 20-30 30-40
PC
1 0,96 a 0,78 a 0,34 b 0,26 b
2 0,94 a 0,56 ab 0,52 ab 0,20 b
3 0,82 a 0,77 a 0,27 b 0,12 b
PD
1 0,90 a 0,61 ab 0,36 ab 0,22 b
2 0,89 a 0,38 b 0,38 b 0,25 b
3 0,89 a 0,71 a 0,32 b 0,09 b Médias seguidas de mesma letra na linha não diferem estatisticamente entre si pelo Teste Tukey, a 5 % de probabilidade.
Analisando as médias, verifica-se que todas as taxas de mineralização e nitrificação diárias
são positivas. As taxas positivas, no caso da mineralização, indicam que o N-orgânico do solo está
sendo convertido em N-inorgânico. Este processo contribui para que o amônio e, especialmente, o
nitrato, através da nitrificação, possam ser disponibilizados às plantas (RAIJ, 1991). Portanto, quanto
maior a taxa de mineralização, maior será a taxa de conversão de nitrogênio orgânico à amônio e, em
seguida, à nitrato. A taxa de nitrificação positiva torna-se importante nesse contexto, uma vez que a
forma nítrica é mais absorvida pelas plantas que a forma amoniacal (VASCONCELOS et al., 1988;
RAIJ, 1991).
Siqueira Neto et al. (2010), estudando a mineralização do nitrogênio em solo sob plantio direto
encontraram taxas diárias que variaram de 0,74 a 1,75 e 0,83 a 2,49 mg kg-1, em sucessão de soja/trigo
com 12 e 22 anos de cultivo, respectivamente, em profundidade até 10 cm do solo. Na camada de 10-
20 cm, os valores médios foram de 0,31 e 0,42 mg kg-1 dia-1. Figueira (2013), verificando a
mineralização e nitrificação do nitrogênio em cultivos de soja em sistema de plantio convencional e
direto, verificou médias de 0,73 e 1,33 mg kg-1 dia-1, respectivamente, para mineralização, e 0,79 e
1,45 mg kg-1 dia-1 para nitrificação, na camada de 0-10 cm de profundidade, porém, também não foi
observada diferença estatística entre os tipos de cultivo.
Vale ressaltar que não foram observadas diferenças estatísticas significativas entre os tipos de
preparo do solo tanto no que diz respeito à concentração de N-mineral e suas taxas de mineralização
188
e nitrificação, quanto à produção de resíduos culturais e concentração de nutrientes nestes resíduos.
A área referente ao plantio direto neste estudo possui apenas dois anos sob esse tipo de preparo do
solo. Para Franchini et al. (2009), é a partir do quinto ano, aproximadamente, após a adoção, que o
sistema de plantio direto atinge a maturidade e se consolida, passando a apresentar resultados
melhores que o plantio convencional.
CONCLUSÃO
Os resultados obtidos para as variáveis estudadas não diferiram quanto aos tipos de sistema
de plantio.
Houve diferença nas concentrações de N-mineral encontradas no solo nos estádios de
desenvolvimento R1 e R8 dos cultivos de soja, sendo a maior concentração presente no estádio R1,
nas camadas de 10-20, 20-30 e 30-40 cm, provavelmente devido à absorção de nutrientes pelas
plantas, que decresce ao longo do ciclo das culturas.
Houve diferenças significativas quanto às taxas de mineralização e nitrificação diárias entre
as profundidades de coleta, especialmente entre as camadas 0-10 e 30-40 cm, com maiores valores
observados na primeira camada, possivelmente devido à maior atividade microbiana próxima à
superfície do solo.
As taxas de mineralização e nitrificação são positivas, o que indica conversão de N-orgânico
à N-inorgânico.
REFERÊNCIAS
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SIQUEIRA NETO, Marcos et al. Mineralização e desnitrificação do nitrogênio no solo sob sistema
plantio direto. Bragantia, Campinas, v. 69, n. 4, p. 923-936, dez., 2010.
190
RESIDUOS DE COLHEITA E QUANTIFICACAO DE RAIZES EM PLANTIOS DE SOJA
NO OESTE PARAENSE
51Nieli Eloine Rodrigues
Raimundo Cosme de Oliveira Junior
Celso Shiguetoshi Tanabe
Daniel Rocha de Oliveira
Darlisson Bentes dos Santos
RESUMO: Na Amazônia, por ser uma fronteira agrícola recente, ainda são poucos os trabalhos conduzidos no sentido
de elucidar as diferentes características dos sistemas de cultivo. Desse modo, buscaram-se, através deste estudo, verificar
algumas dessas características em áreas que adotem sistema de plantio direto e convencional de cultivo de soja na região
do Planalto Santareno. Entre elas, destaca-se a produção de resíduos culturais, imprescindíveis para o aporte de matéria
orgânica e proteção do solo. Para isso foram analisadas a quantificação de resíduos culturais da parte aérea na pós-colheita
e das raízes. As análises estatísticas consistiram em teste t a 5% de significância e ANOVA seguida de Teste Tukey. Os
resultados demonstraram que as variáveis estudadas não diferiram estatisticamente entre as formas de preparo do solo, e
concluiu-se que são necessários estudos de longo prazo na região, no que diz respeito à estas e outras características
inerentes aos sistemas de plantio, especialmente os que se referem aos manejos conservacionistas do solo.
PALAVRAS CHAVE: RESÍDUOS CULTURAIS, LATOSSOLO AMARELO, SOJA.
INTRODUÇÃO: A diversidade agrícola existente no Brasil somada à moderna e eficiente
agricultura desenvolvida em território nacional tem levado o país ao status de grande fornecedor
mundial de alimentos, o que é fundamental para a economia brasileira (BRASIL, 2010) e para a
crescente demanda por produtos alimentícios. Inicialmente, o Brasil respondeu à essa demanda
expandindo suas áreas da região Sul para o Centro-Oeste e, em seguida, para a região Norte (PUTY
et al., 2007).
Na Região Amazônica, por exemplo, a destinação de áreas para o cultivo de grãos,
especialmente os de soja, vem fortalecendo o processo de avanço da fronteira agrícola desde a década
de 1990. Essa expansão tem ocorrido rapidamente, principalmente como resultado da combinação de
diversos fatores, tais como preços altos e subsídios governamentais indiretos, incluindo melhorias na
infraestrutura de transporte (FEARNSIDE, 2006).
Atualmente, considerando os municípios de Santarém, Mojuí dos Campos e Belterra (região
do planalto santareno), os principais grãos cultivados, no que diz respeito à produção, são os de soja,
milho e arroz, respectivamente, sendo produzidas, somente no ano de 2013, 88561 toneladas de grãos
de soja, 59213 toneladas de grãos de milho e 19645 toneladas de arroz em casca (IBGE, 2014).
Quando cultivadas sob sistema de plantio convencional, a maior parte das áreas agrícolas
existentes no Brasil torna-se sensível a processos de degradação. Estes solos geralmente exigem alta
tecnologia e oferecem condições para múltiplas culturas, sendo que, em algumas regiões, são
1
191
possíveis até três culturas por ano, devido ao clima. Porém, se o cultivo for realizado por meio do
plantio convencional, a base produtiva se degrada em poucos anos (ALVIM & OLIVEIRA JUNIOR,
2005).
Este estudo tem como objetivo quantificar os resíduos culturais das partes aéreas e das raízes
dos cultivos de soja, em sistemas de plantio direto e convencional.
MATERIAL E MÉTODOS: Os locais de coleta das amostras compreenderam duas propriedades
agrícolas, ambas situadas no município de Mojuí dos Campos - PA. A primeira área é conduzida sob
sistema de plantio direto de soja (PDS), sendo as suas coordenadas geográficas 2°40’09,75” S e
54°39’21,17” W. A segunda área, por sua vez, apresenta o sistema de plantio convencional de soja
(PCS) e localiza-se sob as coordenadas de 2°44’19,38” S e 54°37’00,60” W.
A região apresenta temperatura do ar com média anual de 25,6° C, sendo 31°C e 22,5°C os
valores médios para a máxima e a mínima, respectivamente. A umidade relativa possui valores acima
de 80% em quase todos os meses do ano, com precipitação pluviométrica em torno dos 2000 mm
anuais. Há, no entanto, uma irregularidade na distribuição das chuvas, ocorrendo as maiores
precipitações nos meses de dezembro a junho (período chuvoso). Segundo a classificação de Köppen,
o tipo climático da região é o Ami (OLIVEIRA JUNIOR & CORREA, 2001; PARÁ, 2011).
Os solos predominantes são os Latossolos Amarelos Distróficos, que apresentam textura
argilosa a muito argilosa, com teores da fração argila variando de 490 a 930 g/Kg de solo.
(OLIVEIRA JUNIOR & CORREA, 2001).
A coleta das amostras ocorreu um dia após a colheita em ambas as áreas de estudo. Para coletar
a palhada foi utilizado um gabarito de 0,25 m² (0,50 m x 0,50 m), fixado ao solo. Foram realizadas
10 amostragens aleatórias em cada área de estudo, sendo a palhada existente no interior do gabarito
retirada manualmente e acondicionada em sacos de papel Kraft, devidamente identificados.
Posteriormente, estas amostras foram submetidas à secagem em estufa de circulação de ar forçada a
65°C, até peso constante. Em seguida, o material foi peneirado, para retirar o excesso de solo, e
pesado em balança analítica (precisão de 0,01 g), desconsiderando as embalagens. Os dados obtidos
foram utilizados para o cálculo da produção de massa seca de palha por hectare.
A coleta das raízes, também, foi realizada um dia após a colheita, nos mesmos locais de
amostragem da palhada. Consistiu na retirada de amostras de solo com auxílio de um trado de caneco.
Este método possui a vantagem de realização de forma localizada, não havendo grandes destruições,
além de ser de fácil e rápida execução (RONQUIM, 2007). Foram realizadas três coletas de solo e
raízes em cada área de 0,25 m², em 10 repetições (FANTE JUNIOR et al., 1994), até a profundidade
de 20 cm (0-10, 10-20 cm). Estas amostras foram acondicionadas em sacos plásticos devidamente
192
identificados e encaminhadas ao laboratório, onde as porções de solo e raízesforam separadas por
lavagem, utilizando-se peneiras de 1,18 mm. Em seguida, as raízes foram levadas à estufa a 65°C, e
pesadas em balança analítica para a determinação de suas massas secas. A quantificação das raízes
foi feita pela razão entre a massa seca radicular e o volume de solo amostrado (FANTE JUNIOR et
al., 1994; FANTE JUNIOR et al., 1999).
RESULTADOS E DISCUSSÃO: A produção de resíduos culturais da parte aérea foi de 2814,24 ±
299,39 kg ha-1 no sistema de plantio convencional e 2607,04 ± 375,68 kg ha-1 no sistema de plantio
direto, sendo que não foram verificadas diferenças estatísticas significativas entre os sistemas de
plantio adotados nas áreas de estudo.
Simon (2009) e Redin (2010), verificando a produção de massa seca da parte aérea de soja no
início da maturação fisiológica, em Santa Maria – RS, chegaram a valores de 6243 e 8000 kg ha-1,
respectivamente, em área cultivada no plantio direto. Valores que variaram de 6900 a 7200 kg ha-1
foram encontrados por Souza (2009) em área de estudo próxima à Belém, sob preparo convencional
do solo, também no início da maturação fisiológica. Rossi et al. (2013), encontraram valores
aproximados de 6000 e 3500 kg ha-1 de resíduos culturais da parte aérea, coletados pós-colheita, para
soja em consorciação com braquiária e sorgo, respectivamente.
Os valores referentes à quantificação da massa seca da parte aérea neste estudo encontram-se,
portanto, abaixo dos encontrados nos estudos acima citados. Porém, neste caso, deve ser considerado
que a coleta realizada neste estudo abrange o período de pós-colheita, isto é, refere-se aos resíduos
ou restos culturais que permanecem no solo após a colheita dos grãos, diferentemente de outros
estudos, onde a amostragem da massa seca da parte aérea ocorre em estádios anteriores à colheita e
utilizando plantas inteiras, excluindo as raízes. Logo, é provável se esperar que haja maior produção
nestes casos, uma vez que partes da planta como os grãos também são quantificados. À exceção, entre
os trabalhos que foram citados, Rossi et al. (2013) que realizaram a quantificação da parte aérea no
pós-colheita, mas deve-se ressaltar que os resíduos de soja foram coletados juntamente com aqueles
de culturas utilizadas em consórcio.
Na região do Planalto Santareno, estudos vem procurando quantificar a produção de resíduos
culturais da parte aérea das culturas de grãos, porém, os dados encontrados até o momento referem-
se ao cultivo do milho, outro importante grão produzido na região. Sousa Neto & Taketomi (2012),
estimaram a produção de 9161,16 e 4306,96 kg ha-1 de resíduos de milho para áreas de plantio direto
e convencional, respectivamente, no município de Belterra. No ano de 2014, em coletas realizadas
em paralelo à este estudo, também no município de Belterra, chegou-se a um valor de 6496 kg ha-1
de resíduos de milho, no sistema de plantio direto.
193
Em relação às raízes, verificou-se que o plantio convencional obteve média de produção de
112,6 ± 25,11 kg ha-1, enquanto o plantio direto apresentou média de 75,8 ± 13,86 kg ha-1. No entanto,
não foram verificadas diferenças estatísticas significativas entre as áreas de estudo.
Bordin et al. (2008) analisando a massa seca radicular em diferentes preparos de solo, no
florescimento, também constatou que não houve diferenças significativas entre os sistemas de plantio
direto e convencional, sendo produzidos, aproximadamente, 200 e 300 kg ha-1, respectivamente, na
profundidade até 20 cm.
Redin (2010) avaliando as raízes de diversas culturas em Santa Maria – RS, no início do
florescimento, encontrou valores de 870 kg ha-1 no cultivo de soja. Segundo o mesmo autor, este
valor é pouco significativo quando comparado às outras culturas, especialmente as gramíneas, que
produzem, aproximadamente, três vezes mais.
CONCLUSÃO
Os resultados obtidos para as variáveis estudadas não diferiram quanto aos tipos de sistema
de plantio.
Outros métodos de quantificação de raízes devem ser adotados na região, visando avaliar
qual permite melhor análise da produção e distribuição da massa radicular.
REFERENCIAS
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194
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195
SIGATOKA-AMARELA: DOENÇA NA CULTURA DA BANANEIRA
52Igor Paula Afonso 1
Rodrigo Silva dos Santos1
Gilbson Santos Soares2
Darlisson Bentes dos Santos2
Edson Pereira dos Reis2
RESUMO: No Brasil a cultura da banana (Musa paradisiaca L.) atinge a maioria dos estados. Os fatores climáticos do
país como a temperatura, insolação, umidade relativa e precipitação favorecem a produção no decorrer de todo o ano.
Dentre as patogenias que atingem a cultura da banana, atualmente, a Sigatoka Amarela é uma patogenia que preocupa os
estados brasileiros produtores. O presente trabalho tem por objetivo descrever a doença Sigatoka amarela da bananeira
enfatizando sua sintomatologia e controle. As amostras foram analisadas por meio da diagnose visual e comparadas com
doenças descritas na literatura e com informações obtidas em campo através da entrevista do proprietário. No local do
estudo foi diagnosticado a ocorrência da Sigatoka-amarela. Sobre os métodos de controle utilizados na propriedade foram
relatados pelo proprietário o uso do controle cultural, químico e genético. Os métodos de controle são fatores que
contribuem para o aumento da produção agrícola de maneira rentável e saudável aos consumidores locais e regionais.
Pode-se inferir que; a fitopatologia analisada caracteriza-se como Sigatoka-amarela e que os métodos de controle
utilizados no manejo da cultura são essenciais e cabíveis para manter a produção e impedir a disseminação do agente
causal na propriedade e região.
PALAVRAS-CHAVE: SIGATOKA-AMARELA, BANANA, FITOPATOLOGIA.
INTRODUÇÃO: No Brasil a cultura da banana (Musa paradisiaca L.) atinge a maioria dos estados.
Os fatores climáticos do país como a temperatura, insolação, umidade relativa e precipitação
favorecem a produção no decorrer de todo o ano. Portanto o cultivo da banana tem elevada
importância econômica e social, visto que está presente nas diferentes classes sociais da população,
atinge desde a população mais carente até aquelas de elevado poder aquisitivo.
Dentre as patogenias que atingem a cultura da banana, atualmente, a Sigatoka Amarela é uma
patogenia que preocupa os estados brasileiros produtores. Principalmente estados que possuem de
frequente e boa distribuição de chuvas e temperatura favorável a disseminação da fitopatologia.
A Sigatoka-amarela ou cercosporiose da bananeira é uma doença causada pelo fungo Mycosphaerella
musicola. A doença atingeo cultivo de algumas variedades da cultura da bananeira. Nesse caso,
banana prata, Banana-da-terra e banana maçã.
Tessmann (2015) considera que a cercosporiose, como patogenia da bananeira, só perde para
a Sigatoka-negra, doença mais agressiva e que tem como agente causal o fungo Mycosphaerella
fijiensis, mas mesmo assim, seja em escala micro, meso e até em macro extensão de terra, ocasiona
sérios prejuízos na produção de banana no Brasil.
Muito embora o ciclo produtivo da bananeira tenha sido associado aos fungos, a banana (Musa
spp.) ainda é mundialmente comercializada e consumida na maior parte dos países de clima tropical,
1Acadêmicos do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA 2 Professores do Curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA52
196
haja vista que o sucesso do sistema produtivo da bananeira está correlacionado aos impactos
climáticos.
Levando em consideração os aspectos aqui relatados da cultura da banana, esse trabalho tem
por objetivo descrever a doença Sigatoka amarela da bananeira enfatizando sua sintomatologiae
controle.
MÉTODOS: A pesquisa foi realizada em uma área ribeirinha, situado no Sítio Vista Alegre (Figura
1), localizado na região de Pixuna do Tapará, Santarém - PA, margem esquerda do Rio Amazonas,
solo de várzea, textura do solo argiloso e clima tropical.
Figura 1 - Localização do Sítio Vista Alegre no Tapará.
Fonte: Google Maps.
Nessa propriedade tem como maior produção a piscicultura e ao redor dos tanques de 100m x
50m, aproximadamente, o plantio entre linhas de bananeira – prata, da terra e maçã – cerca de 6.500
pés com espaçamento de 2,0m x 2,0m. (Figura 2). As amostras foram analisadas por meio da diagnose
visual e comparadas com doenças descritas na literatura e com informações obtidas em campo através
da entrevista do proprietário.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: No local do estudo foi diagnosticado a ocorrência da Sigatoka-
amarela, pois foram detectamos sintomas da doença fúngi caem muitas bananeiras, algumas em
estado avançado da fitopatologia (Figura 2), o que deve ter favorecido a disseminação do agente
causal para as demais.
A lesão provocada pelo fungo pode ser visualizada em cinco estádios fenológicos. A infecção
inicia nas folhas jovens, como as folhas zero (vela), um, dois, três e, raramente, quatro. Nessas folhas,
o fungo provoca descoloração em forma de ponto ou risca entre as nervuras secundárias (estádio I),
que posteriormente aumenta de tamanho, formando estrias de coloração amarela (estádio II). Com a
evolução da doença, as estrias crescem, tornam-se necróticas, elípticas, alongadas e sempre paralelas
às nervuras secundárias da folha (estádio III). Posteriormente, a lesão é envolta por um halo amarelo
197
(estádio IV), adquirindo formato oval-alongado, de 12 a 15 mm de comprimento por 2 a 5 de largura,
e centro deprimido, seco e coloração cinza (estádio V). (AGROFIT, 2011).Nafigura 2 observa-se os
estágios da presença da doença Sigatoka-amarela supramencionado.
Os danos são causados pela desfolha com a morte precoce das folhas que enfraquece a planta;
abre portas para a entrada de outras doenças como a cordana; diminuição do tamanho dos cachos;
menor número de pencas e de seus frutos (Figura 3); maturação precoce dos frutos no campo;
alongamento do ciclo, com o enfraquecimento do rizoma, perfilhamento curto.A infecção ocorre
através dos estômatos, abertos ou não (via direta). O esporo depositado sobre a folha germinará em
presença de um filme de água. Dependendo da temperatura, isto ocorrerá em duas a seis horas.
Posteriormente, a hifa crescerá sobre a folha por duas a seis horas até encontrar um estômato, onde
um apressório será formado, seguindo-se a penetração. O período de incubação tem se mostrado
extremamente variável em função do ambiente, havendo registros de 15 até 76 dias. Além da
infecção, a produção e disseminação dos esporos sexuados e assexuados são fortemente influenciadas
pelas condições climáticas, podendo ser destacados três componentes fundamentais do clima: chuva,
orvalho e temperatura, que exercem ação decisiva no desenvolvimento de epidemias (CORDEIRO e
KIMATI, 2005).
Figura 2 - Esquema dos estágios da Sigatoka-amarela que enfatiza a sintomatologia da doença.
Fonte: Elaborada pelos autores.
Os conídios (anamorfo) sobrevivem de 3 a 4 semanas sobre as folhas e os ascósporos
(teleomorfo) sobrevivem oito semanas, portanto as duas fases do fungo participam do
estabelecimento da doença (AGROFIT, 2011).
O proprietário relatou que, apesar do conhecimento prévio a respeito da doença Sigatoka-
amarela, não conhecia os danos que o fungo causa na bananeira que ele cultiva e acreditava que a
diminuição dos frutos do cacho era relacionada a falta de nutrientes do solo ou algo intrínseco da
1 - FOLHA JOVEM (VELA);
3 - DESCOLORAÇÃO TOTAL,
FOLHA EM ESTADO DE
NECROSE;
2 - FOLHA NO ESTADO INICIAL
DA INFECÇÃO DO FUNGO
(Mycosphaerella musicola);
4 - BANANEIRA TOMBADA.
198
planta, por isso, considerava um fator natural e não algo correlacionada às doenças, ou mais
especificamente a Sigatoka-amarela.
Figura 3 - Má formação de bananas e diminuição significativas de bananas no cacho.
Fonte: Elaborada pelos autores.
Sobre os métodos de controle utilizados na propriedade foram relatados pelo proprietário o
uso do controle cultural, químico e genético. Os métodos de controle são fatores que contribuem para
o aumento da produção agrícola de maneira rentável e saudável aos consumidores locais e
regionais.(IBGE, 2004).
O controle cultural corresponde a retirada de plantas daninhas ao redor das plantas e também
as folhas infectadas pelo fungo (Mycosphaerella musicola) tendo como ferramenta uma foice, são
retiradas e queimadas em um local longe das bananeiras, assim o agente causador da doença será
eliminado, dando espaço para recuperação das bananeiras (SILVA, 1994, p.23).
O controle químico usado na cultura de banana é um fungicida chamado Propiconazol junto
com óleo mineral com intervalos entre aplicações de 4 a 5 semanas. As aplicações são feitas quando
as bananeiras ainda estão novas, ou seja, quando atingem cerca de 60 cm a 1,5m, pois estão mais
vulneráveis a doença e também devido à dificuldade de aplicação quando as plantas estão maiores.
O controle genético está relacionado ao uso de variedades resistentes a Sigatoka-amarela. As
mudas resistentes são fornecidas pela Embrapa de Santarém, o que reduziu de 60% para 20% a
incidência da doença na propriedade, segundo relato do produtor. Tais estratégias de controle são
essenciais para maior preservação e produção das bananeiras cultivadas no Sítio de Piscicultura do
Tapará.
CONCLUSÃO: A partir das observações realizadas na visita pode-se inferir que; a fitopatologia
analisada caracteriza-se como Sigatoka-Amarela e que os métodos de controle utilizados no manejo
da cultura, cultural, químico e genético; são essenciais e cabíveis para manter a produção e impedir a
disseminação do agente causal na propriedade e região.
199
REFERÊNCIAS
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TESSMANN, Dauri José. Mycosphaerella fijiensis agente causal da Sigatoka Negra da
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PR. 2015, 27 slides, color. Acompanha texto. Disponível em: http://www.sigatoka_negra.pdf
Acesso em: 06 out. 2017
200
VARIABILIDADE ESPACIAL DE ATRIBUTOS FÍSICOS E QUÍMICOS DE UM SOLO
SOB FLORESTA OMBRÓFILA DENSA NA FLONA TAPAJOS-PA.
53
Everton Araújo Cavalcante¹
Raimundo Cosme de Oliveira Junior²
Daniel Rocha de Oliveira3
Karin Thainne S de Sousa4
Katriane Fernandes Correa4
RESUMO: Por meio de técnicas da geoestatística é possível detectar a ocorrência da dependência e distribuição
espacial dos atributos do solo, o que auxilia sobremaneira na análise e descrição mais detalhada do comportamento dos
atributos físicos e químicos do solo. O objetivo deste trabalho foi a utilização da geoestatística na avaliação dos atributos
físicos e químicos em um Latossolo Amarelo Distrófico sob floresta nativa na Floresta Nacional do Tapajós, Belterra,
Pará. Foi realizada uma amostragem sistemática dos dados, obedecendo um grid de 50 m sendo os pontos de coletas
distribuídos em 41 linhas, totalizando 451 amostras. Todos os pontos foram georreferenciados em seguida feitas as coletas
de solo em cada ponto da malha na profundidade de 0,0 a 0,20 m para determinação dos atributos físicos e químicos.
Foram determinadas textura (argila, areia total, silte), em relação aos parâmetros químicos determinou-se pH em água, P
e K disponíveis, Ca, Mg e Al trocáveis, Fe, Mn, Zn e Cu. Foram realizadas análises estatísticas descritivas e geoestatística.
O uso do parâmetro alcance do semivariograma mostrou-se eficiente para determinar a densidade amostral ideal para o
ambiente em estudo. Os semivariogramas reproduziram de forma satisfatória o comportamento espacial dos atributos,
possibilitando seu uso para estimar a variabilidade natural dos atributos do solo.
PALAVRAS CHAVES: GEOESTATÍSTICA, VARIABILIDADE ESPACIAL, PROPRIEDADES FÍSICAS E
QUÍMICAS.
INTRODUÇÃO: O conhecimento a respeito da variabilidade do solo permite um melhor
entendimento das relações existentes entre os atributos e fatores ambientais, podendo auxiliar na
determinação de técnicas de manejo, contribuindo, dessa forma, para uma melhor gestão sustentável
e minimização dos impactos ambientais (Plant, 2001).
Amaral (2010) aponta que os estudos detalhados dos componentes de um ecossistema florestal,
como por exemplo, o solo e a comunidade arbórea, servem de subsídios ao desenvolvimento e
aperfeiçoamento das técnicas de conservação, preservação, silviculturais, visando sua
operacionalidade e sustentabilidade.
O estudo da variabilidade espacial por meio da geoestatística permite a interpretação dos
resultados com base na estrutura da variabilidade natural dos atributos estudados, considerando a
existência ou não de uma dependência espacial dentro do intervalo de amostragem, permitindo
melhor compreensão da variabilidade dos atributos e sua influência no ambiente (Souza et al., 2009).
Nesse contexto, o objetivo deste trabalho foi investigar a variabilidade espacial dos atributos
físicos e químicos, por meio de técnicas da geoestatística, em um Latossolo Amarelo Distrófico sob
1 MSc. IdeflorBio, Santarem-PA, CEP 68035-110, [email protected] 2Dr. Embrapa Amazonia Oriental, Ceuls/Ulbra, Santarém-PA; 3MSc. Professor Ceuls/Ulbra, Adepara, Santarém-PA; 4Acadêmicas Agronomia Ceuls/Ulbra, Santarém-PA.
201
um remanescente de floresta ombrófila densa situado na Floresta Nacional do Tapajós, em Belterra –
Pará.
MATERIAL E MÉTODOS: Esta área compreende um talhão de 50 ha de uma Floresta Ombrófila
Densa, situada no km 67 da BR-163 na FLONA Tapajós nas coordenadas geográficas 54° 56' 48.51"
W / 2° 52' 30.39" S.
Foi realizada uma amostragem sistemática dos dados, obedecendo um grid de 50 m sendo os
pontos de coletas distribuídos em 41 linhas, totalizando 451 amostras. Todos os pontos amostrais
foram georreferenciados com o auxílio de um receptor GPS Garmin Etrex 76 Csx. As amostras de
solo foram coletadas a uma profundidade de 0 – 0,20m.
As amostras foram analisadas quanto aos seguintes atributos: pH, carbono (C), fósforo (P),
alumínio (Al), cálcio (Ca), magnésio (Mg), potássio (K), ferro (Fe), manganês (Mn), zinco (Zn), cobre
(Cu), areia total (AT), silte (SIL) e argila (ARG).
Os resultados foram submetidos a análise descritiva utilizando o programa Sisvar (Ferreira,
2011). Para a caracterização da variabilidade espacial, utilizou-se a análise geoestatística (Isaaks &
Srivastava, 1989). Sob a teoria da hipótese intrínseca, o semivariograma experimental foi utilizado
para o ajuste dos modelos. Para a definição do melhor modelo foi utilizada a técnica de validação
cruzada. Ao se observar correlação espacial entre as amostras por meio das análises dos
semivariogramas foram elaborados os mapas de isolinhas interpolando os dados através da krigagem.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados obtidos na estatística descritiva dos atributos físicos
e químicos do solo podem ser encontrados na tabela 1. A maioria dos atributos analisados apresentou
alto grau de heterogeneidade, com exceção do pH e da fração argila, que demonstraram baixa
variação.
Dentre as variáveis estudadas o Ca foi quem apresentou o maior coeficiente de variação
(136,76), seguido por Mn (105,75), Cu (91,26) e Ca+Mg (90,98), atribuindo a estes atributos uma
condição heterogênea na área de estudo, conforme Frogbrook et al., (2002). As demais propriedades
apresentaram CV considerados intermediário a baixo, conforme Warrick e Nielsen (1980), com
variação de (12% <.CV > 60%). Guerreiro et al., (2017) encontraram valores semelhantes em solos
de floresta natural, sobretudo com altos valores de CV para Ca e Mn e baixa variação do pH. Aquino
et al. (2014), ao estudar a distribuição espacial dos atributos químicos do solo na floresta amazônica,
encontrou níveis de variação moderada a alta.
202
Tabela 3 - Estatística descritiva dos atributos físicos e químicos do solo
Variáveis Média Mediana Valor Min. Valor Max.
Coeficiente de
Variação
(%)
Desvio
Padrão
Ca (cmolc dm-3) 0,68 0,40 0,30 7,00 136,76 0,93
Ca+Mg (cmolc dm-3) 1,22 0,90 0,50 8,30 90,98 1,11
Al (cmolc dm-3) 2,11 2,20 0,10 4,20 26,54 0,56
Cu (mg dm-3) 2,86 1,90 0,00 15,60 91,26 2,61
Zn (mg dm-3) 3,25 2,80 0,00 11,70 58,77 1,91
pH (H2O) 4,53 4,50 4,2 5,1 3,53 0,16
P (mg dm-3) 4,74 5,00 1,00 14,00 41,35 1,96
Mn (mg dm-3) 7,30 5,00 0,50 90,10 105,75 7,72
Na (mg dm-3) 17,51 17,00 8,00 77,00 34,67 6,07
MO (g kg-1) 36,04 35,31 3,23 73,88 24,81 8,94
Fe (mg dm-3) 130,15 116,30 13,60 381,40 54,28 70,64
K (mg dm-3) 37,12 35,00 20,00 84,00 25,94 9,63
SIL (g kg-1) 118,98 110,00 1,0 290,0 42,44 50,50
AT (g kg-1) 7,92 8 1,0 21,0 34,97 2,77
ARG (g kg-1) 873,09 882,00 705,0 994,0 5,76 50,33
A grande diferença entre os valores dos CVs dos atributos estudados, pode ser explicada pelo
comportamento distinto que estas variáveis apresentam no solo. O K, por exemplo, possui uma maior
mobilidade no solo que o P. Somado a isso, a diversidade de espécies vegetais na floresta nativa pode
ser grande, o que contribui com teores e concentrações diferentes dos nutrientes em referência aos
locais amostrados (Santos, 2012). Carvalho et al. (2013), afirma que a variação envolvendo as
propriedades físicas e químicas do solo, podem ser influenciadas por fatores ambientais.
Os atributos manganês, matéria orgânica e cobre apresentaram efeito pepita puro, ou seja, não
existe dependência espacial, indicando que estão distribuídos aleatoriamente no espaço (Carvalho,
2002).
Os semivariogramas apresentaram bons resultados para as demais variáveis, o que permitiu
com que fosse realizado o ajuste a partir dos modelos gaussiano, esférico e exponencial. A partir dos
modelos ajustados foi possível observar valores bem variáveis de efeito pepita entre os atributos
estudados. O menor valor de efeito pepita foi 0,02 para o atributo pH, enquanto que o maior foi
1.461,78 para a variável argila. Ressalta-se que quanto menor a proporção do efeito pepita em relação
ao patamar do semivariograma, maior será a dependência espacial apresentada pelo atributo que
203
resulta em maior continuidade do fenômeno, menor a variância da estimativa e maior confiança no
valor estimado (Aquino et al., 2014).
Na tabela 2 são apresentados os estimadores dos parâmetros dos semivariogramas e os
coeficientes de determinação dos modelos ajustados.
Tabela 4 - Resultados da análise geoestatística dos atributos físico e químico do solo sob floresta
nativa na Floreta Nacional do Tapajós.
Variável Modelo C0 C1 A IDE ME AB RMSS
pH Exp 0,02 0,02 205,43 51,48 0,0000 -0,01 0,10
Zn Exp 2,75 1,02 151,79 72,97 0,0037 1,69 1,18
Fe Exp 0,02 0,02 205,43 51,48 0,00 -0,01 0,10
Al Exp 0,20 0,21 316,48 51,59 -0,0002 -0,10 0,35
Ca+Mg Gau 0,94 0,49 278,81 34,49 0,0008 0,34 0,71
Ca Gau 0,65 0,37 288,20 36,23 0,0007 0,32 0,59
Na Esf 22,68 11,34 86,75 33,33 -0,0008 -0,37 3,82
K Gau 62,78 38,66 42,76 38,11 -0,0031 -1,39 5,48
P Exp 2,38 2,03 372,24 54,00 0,0000 0,00 1,11
ARG Exp 1380,57 1461,78 173,50 48,57 -0,0341 -15,39 27,67
SIL Exp 1315,63 1233,41 208,20 51,61 0,03 12,27 27,85
AT Gau 4,85 5,65 416,40 46,19 0,00 0,55 1,56
Entre as variáveis estudadas as que apresentaram dependência espacial foram pH, Zn, Fe, Al,
Ca+Mg, Ca, Na, K, P, argila, silte e areia total. Tal condição demonstra que os semivariogramas
explicam a maior parte da variância dos dados experimentais. Nesse sentido, Souza et al. (2009)
afirmaram que uma das principais utilizações dos semivariogramas é na determinação do número
ideal de amostras para a estimação das características do solo.
CONCLUSÃO
Os resultados referentes à análise geoestatística demonstraram que as variáveis matéria
orgânica, manganês e cobre não apresentaram dependência espacial.
Os valores de alcance obtidos demonstram menor variabilidade em relação aos atributos areia
total, fósforo e alumínio e maior variabilidade para potássio, sódio e zinco, além da fração
argila.
O uso do parâmetro alcance do semivariograma mostrou-se eficiente para determinar a
densidade amostral ideal para o ambiente em estudo, podendo esses resultados servir como
base para futuros estudos na região da FLONA Tapajós para levantamentos de solos.
204
Os semivariogramas reproduziram de forma satisfatória o comportamento espacial dos
atributos, possibilitando seu uso para estimar a variabilidade natural dos atributos do solo.
REFERÊNCIAS
AQUINO, R.E.; CAMPOS, M.C.C.; JÚNIOR, J.M.; OLIVEIRA. I;A.; MANTOVANELI, B.C.;
SOARES, M.D.R.; Geoestatística na avaliação dos atributos físicos em Latossolo sob floresta nativa
e pastagem na região de Manicoré, Amazonas. Rev.Bras.de Ciênc. do Solo 38:397-406, 2014.
AMARAL, L. P.; Geoestatística na caracterização do solo e da vegetação em floresta ombrófila
mista., Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual do Centro-Oeste, Programa de Pós-
Graduação em Agronomia, área de concentração em Produção Vegetal, Guarapuava, xvii, 133 f. : il.
; 28 cm, 2010
CARVALHO, J.R.P.; SILVEIRA, P.M.; VIEIRA, S.R. Geoestatística na determinação da
variabilidade espacial de características químicas do solo sob diferentes preparos. Pesq. agropec.
bras., Brasília, v. 37, n. 8, p. 1151-1159, ago. 2002.
FROGBROOK, Z. L. et al. Exploring the spatial relations between cereal yield and soil chemical
properties and the implications for sampling. Soil Use and Management, v. 18, n. 01, p. 01-09, 2002.
ISAAKS, E.H. & SRIVASTAVA, R.M. An introduction to applied geostatistics. New York, Oxford
University Press, 561p. 1989.
SANTOS, F.R.; BATISTA, D.K.; SOARES, R.L. Atributos químicos e físicos do solo sob floresta
natural em Roraima XI Semana Nacional de Ciência e Tecnologia no Estado de Roraima – SNCT-
RR Ciência alimentando o Brasil, 2012.
SOUZA, Z.M.; MARQUES JÚNIOR, J. & PEREIRA, G.T. Geoestatística e atributos do solo em
áreas cultivadas com cana-de-açúcar. Ci. Rural, 40:48-56, 2009.
WARRICK, A. W.; NIELSEN, D. R. Spatial variability of soil physical properties in the field. In:
HILLEL, D. (Ed.).Applications of soil physics. New York: Academic, cap. 2, p. 319-344. 1980.
205
206
ANÁLISE COMPARATIVA DOS ESFORÇOS SOBRE VIGAS SUBMETIDAS À FLEXÃO
DEVIDO À CONTRIBUIÇÃO DE LAJES MACIÇAS
54Amilton José S. Viana
55Rosane S. Sousa
[email protected] 56Hugo Ricardo Aquino
57Allan Dállen Almeida de Sousa 58Alessandra Damasceno da Silva
59Roseclea Bezerra Gaspar
RESUMO Este trabalho estuda os procedimentos de cálculo para esforços de contribuição de lajes maciças sobre as
vigas, contidas nas bibliografias estruturais mais propagadas na Engenharia Civil, que serão de Marcus, Czerny, Linha de
Ruptura, Processo de Pinheiro, Teoria das Placas e Analogia de Grelhas. O objetivo do trabalho foi identificar o método
de cálculo mais viável dentre os resultados obtidos.
PALAVRAS-CHAVE: LAJE MACIÇA; MÉTODOS DE CÁLCULO; ESFORÇOS DE CONTRIBUIÇÃO.
INTRODUÇÃO: Para cálculo estrutural há gama diversificada de métodos amplamente difundidos.
Em conformidade com Costa (1997 apud ALBUQUERQUE, 1999, p.1) o desenvolvimento da
construção inicia pela qualificação de projetos, com relevância ao projeto estrutural, devido a isso um
conhecimento limitado sobre os esforços solicitantes para colaboração das lajes em vigas se torna um
problema.
O regime elástico tem como base a Teoria da Elasticidade, o qual considera a deformação da
estrutura elástico-linear, e por outro lado o regime plástico com base na teoria de plasticidade e
considera, como define Montoya et al. (2000, p.504), comportamento rígido-plástico perfeito. Tais
afirmações são importantes ressaltar para verificação e comparação entre os resultados obtidos, pois
de acordo com Pinheiro et al. (2007, p.11.9) as cargas transferidas das lajes para as vigas acontecem
dentro do regime elástico, sendo este a base da maioria dos métodos aqui analisados, como Czerny,
Marcus, Teoria das placas e Analogia de Grelhas. Por outro lado, o método proposto pela NBR
6118:2014, baseia-se no regime plástico, em que Clímaco (2005, p.300) afirma ser uma configuração
de equilíbrio imediatamente antes da ruptura, justificando o método de Linhas de Ruptura ou Processo
das Áreas como o modelo de cálculo pela norma para a obtenção dos esforços nas lajes,
consequentemente as reações de apoio, ou seja, as cargas aplicadas sobre vigas. Este trabalho pretende
analisar de forma comparativa os esforços sobre vigas submetidas à flexão, devido à contribuição de
54
1Engenheiro Civil pela instituição ULBRA, campus Santarém.
55
2Acadêmica do 10° semestre de Engenharia Civil da ULBRA campus Santarém.
56
3Professor Esp. Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA.
57
4Me. Estruturas. Projetos Prontos.
58
5Ma. Ciências Ambientais. Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA.
59
6Esp. Tecnologia de Alimentos. Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA.
207
lajes maciças pelos métodos usuais de cálculo, identificando o mais viável dentre os resultados
obtidos para possíveis aplicações na modelagem e cálculo estrutural.
MÉTODO:A realização desse trabalho teve como base a pesquisa bibliográfica com averiguação de
dados e informações através de materiais já publicados como dissertações de mestrado, artigos,
normas, livros de assuntos como concreto, concreto armado, lajes de concreto armado, lajes maciças,
analise estrutural e os diversos métodos de cálculo a fim de encontrar os esforços de contribuição de
lajes maciças.
Foram calculados os esforços solicitantes de reações de apoio no plano de laje escolhido
utilizando duas formas, através de cálculo manual, onde se fez por diversos processos e por auxílio
de software, para obtenção das reações de apoio. Tornando-se possível a comparação foi realizada
uma planta estrutural possuindo sete planos de lajes irregulares com espessuras de 12 cm e retirada
um plano de laje que será armada em duas direções e dará suas respectivas contribuições em seus
quatro apoios (V1, V2, V5, V6).
Para os cálculos, ficam estabelecidos alguns parâmetros de projeto como a classe de
agressividade ambiental CAA-II, equivalente ao cobrimento nominal da armadura de 2,5 cm.
Considerou-se também além do peso próprio de 3 kN/m², um contrapiso de 3 cm com 0,63 kN/m², o
assentamento de cerâmico de espessura de 0,5 cm e 0,09 kN/m² de contribuição, reboco de 2 cm
equivalente a 0,38 kN/m², sobrecarga de 1,50 kN/m² e o peso da alvenaria considerando a argamassa,
o tijolo com 11cm de espessura e a argamassa com 2 cm para cada face de parede em uma altura de
2,90 m, atribuindo 3,35 kN/m², totalizando um peso de 8,94 kN/m² de contribuição para os apoios.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Após todo o desenvolvimento de cálculos e processos
determinados por cada autor para obtenção dos valores dos esforços e com o intuito de verificar e
analisar os valores da reação de apoio da laje foi feita a comparação entre os resultados, analisando
as vigas individualmente, considerando e destacando sua condição de apoio e vão equivalentes.
Na figura 1 o gráfico dos esforços na viga V1-V201 nota-se uma diferença de 2,64 kN/m entre
o menor valor, que é o de Marcus, e o maior valor que é o encontrado pelo processo de Pinheiro.
Porém, Linha de Ruptura e o processo através das tabelas de Czerny apresentaram um valor com
variação mínima com o processo de Analogia de Grelhas, o qual foi feito com auxílio computacional.
O resultado obtido por Teoria das placas, apesar de ter uma diferença maior, pode se considerar ainda
assim variação pouco significativa neste âmbito de cargas.
208
Figura 1 - Esforços de contribuição da Laje L1 na viga V1-V201.
Fonte: Autoria própria, 2017
Figura 2 - Esforços de contribuição da Laje L1 na viga V2-V204.
Fonte: Autoria própria, 2017
Observou-se que o resultado obtido pelo processo de Marcus ainda apresenta o menor valor de
carga a ser transmitida da laje para a viga no lado de menor comprimento entre os demais métodos.
Por outro lado, Czerny, Pinheiro e Linhas de Ruptura apresentaram praticamente o mesmo valor nesta
condição de apoio, assim como Analogia de grelhas que apesar da diferença ser um pouco maior,
porém não tão significativa. Teoria das Placas apresentou o maior valor, tendo uma diferença de 3,84
kN/m do menor que foi Marcus, e de aproximadamente 1,13 kN/m entre os outros métodos
simplificados.
0
10 6,84 6,828,09
5,45 6,04 6,81
CO
NT
RIB
UIÇ
ÃO
DA
LA
JE
(kN
/m)
MÉTODOS DE CÁLCULO
ESFORÇOS NA VIGA V1-V201 (SIMPLESMENTE APOIADA)
0
5
10
1511,8 11,82 11,82
9,112,94 12
CO
NT
RIB
UIÇ
ÃO
DA
LA
JE
(kN
/m)
MÉTODOS DE CÁLCULO
ESFORÇOS NA VIGA V2-V204 (ENGASTE PERFEITO)
209
Figura 3 - Esforços de contribuição da Laje L1 na viga V5-V211.
Fonte: Autoria própria, 2017
Verificamos maior diferença entre os resultados, com exceção de Czerny e Linhas de rupturas,
que apresentaram praticamente o mesmo valor. Por outro lado, Marcus passou do menor para
apresentar o maior valor entre os métodos. Pinheiro e Analogia de grelhas apresentaram um valor
com menor variação entre a borda simplesmente apoiada e a borda engastada no mesmo vão, e
também com valores com pouca variação entre si. Teoria das placas apresentou a maior variação dos
valores entre borda engastada e borda simplesmente apoiada demonstrado no gráfico anterior, e que
nesse caso gerou o menor carga, com uma diferença de 4,05 kN/m entre o maior valor.
Figura 4 - Esforços de contribuição da Laje L1 na viga V6-V214.
Fonte: Autoria própria, 2017
Na viga que sofre maior solicitação da carga da laje calculada, logo se percebe que a variação
entre os valores é menor do que as outras vigas anteriores, e que o método de Marcus é o que mais se
difere, seguido da Teoria das placas, mas este com uma diferença bem menor, que vai de 0,5 a 1,34
kN/m, enquanto Marcus tem uma variação entre 5,04 e 5,88 kN/m entre os outros métodos.
05
1015 7,91 7,96 9,43 11,21
7,16 9,17C
ON
TR
IBU
IÇÃ
O D
A
LA
JE
(k
N/m
)
MÉTODOS DE CÁLCULO
ESFORÇOS NA VIGA V5 - V211 (SIMPLESMENTE APOIADA)
05
101520 13,84 13,79 13,8
18,8814,34 13
CO
NT
RIB
UIÇ
ÃO
DA
LA
JE
(k
N/m
)
MÉTODOS DE CÁLCULO
ESFORÇOS NA VIGA V6 - V214 (ENGASTE PERFEITO)
210
CONCLUSÃO: Analisando os resultados, verificou-se que entre os métodos simplificados o
processo de Marcus, quem utiliza os quinhões de carga para a determinação dos esforços de reação
de apoio, se demonstrou ser mais conservador nos resultados, gerando os maiores valores, porém com
grande diferença entre os resultados das cargas transferidas para as vigas de vãos desiguais. Teoria
das Placas apresentou basicamente a mesma configuração de distribuição de cargas para as vigas que
Marcus, porém com números menores. Diante disso os autores concluem que necessita uma análise
de uma laje quadrada para uma nova comparação, o que pode ser uma proposta para trabalhos
posteriores.Dos métodos simplificados, considerando itens como segurança e praticidade de cálculo,
comparando aos resultados obtidos pelo software visando uma proximidade, temos o método de
Czerny e Linhas de Ruptura que apresentam resultados próximos e satisfatórios. Em contrapartida,
Pinheiro apresenta um processo mais prático que Linhas de Ruptura, que foi o modelo adaptado por
ele, porém com números um pouco maiores, o que aumenta sua margem de segurança, mas com
valores satisfatórios.
REFERÊNCIAS:
ALBUQUERQUE, A. t. Análise de alternativas para edifícios em concreto armado. 1998. 100 f.
Dissertação (Mestrado em Engenharia de Estruturas) – Escola de Engenharia de São Carlos,
Universidade de São Paulo, São Carlos, 1999.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: Projeto de estruturas de
concreto - Procedimento. Rio de Janeiro, 2014. 238p.
CLÍMACO, J.C. T. Estruturas de concreto armado – Fundamentos de projeto,
Dimensionamento e Verificação.Brasília,2005. 300p.
MONTOYA, P.J.; MESEGUER, A.; CABRE, M. HormigonArmad. 14.ed. Basada em EHE
ajustada al Código Modelo y AL Eurocódigo. Barcelona, Gustavo Gili, 2000.
PINHEIRO, L. M.; MUZARDO, C. D.; SANTOS, S. P. Fundamentos do concreto e projetos de
edifícios. 2007. 380 f. Notas de aula do Curso em Graduação em Engenharia Civil – Escola de
Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo,São Carlos, 2007.
211
ANÁLISE DA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE TRATAMENTO DE ESGOTO, NA
CIDADE DE SANTARÉM, NA REGIÃO AMAZÔNICA
60Msc. Sérgio Gouvêa de Melo1
Msc. Alessandro Santos de Araújo2
Luiz Henrique Lemos Vieira3
Adilson Guilherme Feitosa De Oliveira4
Arthur Alvarenga Mesquita Rodrigues4
Débora Quézia Escócio4
Lukas Brito Carneiro4
RESUMO: O presente trabalho apresenta a análise de funcionalidade da Estação de Tratamento de Esgoto no bairro
do Mapiri. A implantação da ETE é de fundamental importância para o município de Santarém/PA, visto que foi elaborada
com o intuito de minimizar os impactos ambientais e melhorar as condições de vida da população, sendo que para isto,
foi implantado como principal tecnologia de tratamento o reator UBOX®. Os resultados apresentados foram obtidos por
meio de pesquisa a outras publicações e por visitas técnicas tanto à ETE quanto à população atendida. As análises dos
componentes físico-químicos apresentaram valores satisfatórios, entretanto a ETE não atende a população prevista.
PALAVRAS-CHAVE: ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO; REATOR UBOX®;
MUNICÍPIO DE SANTARÉM.
INTRODUÇÃO: As águas residuárias de uma cidade compõem-se dos esgotos sanitários e
industriais sendo que estes, em caso de geração de efluentes muito tóxicos, devem ser tratados em
unidades das próprias indústrias. Nesse sentido, a implantação de uma estação de tratamento de
esgotos tem por objetivo a remoção dos principais poluentes presentes nas águas residuárias,
retornando-as ao corpo d’água sem alteração de sua qualidade.
O parâmetro mais utilizado para definir um esgoto sanitário ou industrial é a demanda
bioquímica por oxigênio (DBO). Pode ser aplicada na medição da carga orgânica imposta a uma
estação de tratamento de esgotos e na avaliação da eficiência das estações - quanto maior a DBO
maior a poluição orgânica.
A escolha do sistema de tratamento é função das condições estabelecidas para a qualidade da
água dos corpos receptores. Além disso, qualquer projeto de sistema deve estar baseado no
conhecimento de diversas variáveis do esgoto a ser tratado, tais como a vazão, o pH, a temperatura,
a DBO, etc.
1 Engenheiro e Mestre. Docente do curso de Engenharia Civil da Associação Educacional Luterana do Brasil – campus
Santarém. Orientador da pesquisa. 60 2 Engenheiro e Mestre. Docente do curso de Engenharia Civil da Associação Educacional Luterana do Brasil – campus
Santarém. Co-orientador da pesquisa. 3 Acadêmico do 10º semestre do Curso de Engenharia Civil da Associação Educacional Luterana do Brasil – campus
Santarém. Pesquisador bolsista de iniciação científica (PROICT/2017). 4
Acadêmicos do Curso de Engenharia Civil da Associação Educacional Luterana do Brasil – campus Santarém.
Pesquisadores voluntários de iniciação científica (PROICT/2017).
212
De acordo com a lei federal n° 11.445 os três níveis governamentais (Municipal, Estadual e
Federal) são responsáveis pelo abastecimento de agua tratada, coleta e tratamento de esgoto, limpeza
urbana, manejo de resíduos sólidos e drenagem das águas pluviais. Essa lei define que cada município
é responsável pelo planejamento do saneamento básico e dos outros serviços citados acima.
O tratamento de águas servidas deve ser feito em Estações de Tratamentos de Esgotos –
ETE’s, sendo que estas são de fundamental importância para o sucesso de um plano de saneamento
básico, haja vista os poluentes encontrados nas águas servidas. De posse disso vislumbra-se a
importância da implantação de sistemas de tratamento de esgoto no município de Santarém/PA.
Em virtude do exposto a Prefeitura Municipal de Santarém/PA, por meio de um financiamento
contratado junto ao Ministério das Cidades “PAC I”, e com a participação da Caixa Econômica
Federal e da Secretaria Municipal de Infraestrutura, construiu duas ETE’s com capacidade para
atender 75.000 habitantes, sendo 50.000 habitantes no Bairro do Mapiri e 25.000 habitantes no Bairro
do Uruará. Guimarães, Carvalho e Silva (2007) explicam que investir em saneamento é uma das
formas de se reverter o quadro existente. Dados divulgados pelo Ministério da Saúde afirmam que
para cada R$1,00 investido no setor de saneamento, economiza-se R$4,00 na área de medicina
curativa. Assim, este trabalho, visou entender como funciona o processo, os resultados atingidos, e
os benefícios para a população de Santarém. Sendo que o sistema utilizado para o tratamento do
esgoto é novo na região Norte, denominado Reatores Ubox®, um sistema compacto e que requer uma
área menor para sua implantação, esse sistema será descrito no decorrer do presente trabalho.
MÉTODO: Para o presente projeto de pesquisa, a metodologia adotada consta em duas fases de
pesquisa distintas: bibliográfica e investigativa. A primeira visou apresentar um aparato teórico acerca
do sistema de tratamento UBOX®. A segunda procura explorar a implantação e operação deste
tratamento na estação, tendo sido escolhida a ETE do Irurá, localizada no bairro Mapirí no município
de Santarém/PA, conforme Figura 1.
213
Figura 1- Imagens de satélite da ETE de Esgoto Irurá
Fonte: software Google Earth (2015).
Para a fase investigativa, a pesquisa possui caráter descritivo e veio da necessidade da
complementação de dados que não encontram-se disponibilizados por parte da literatura, valendo
ressaltar que “variáveis importantes podem não ser conhecidas ou não estar totalmente definidas”
(COOPER & SCHINDLER, 2003), apontando a relevância de realização de um estudo acerca do
sistema de tratamento adotado na ETE do Irurá.
Ao fim do trabalho, podemos verificar que os resultados obtidos propiciam conhecimento a
respeito dos diferentes métodos utilizados, assim como a eficiência do sistema escolhido para o
tratamento de esgoto para atender a população.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: A concepção do reator UBOX é baseada na integração de quatro
processos (anaeróbio, aeróbio, decantação e tratamento do biogás) em um único reator, Este reator
foi desenvolvido pela empresa holandesa Paques BV, líder em processos de tratamento biológico de
efluentes, e procura incorporar, além de um alto grau de desenvolvimento tecnológico e pesquisas,
os anseios da sociedade relacionados à exalação de odores desagradáveis, custos e impactos
paisagísticos (DEDINI, 2015). Assim, como o reator adotado no processo verticaliza o sistema misto
anaeróbio seguido por aeróbio, a aceitação da população foi positiva, levando em consideração a
ausência de odores desagradáveis e o impacto paisagístico que esta poderia proporcionar.
De acordo com os ensaios adquiridos por parte da construtora MELLO AZEVEDO, para
verificação de alguns parâmetros das amostras de entrada e saída de efluentes da ETE, observa-se
que todos os resultados foram satisfatórios, ou seja, estavam de acordo com a resolução 430/2011 do
CONAMA, que dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes. Entretanto, em se
tratando de população atendida, a ETE do Mapiri não satisfez as expectativas, visto que foi projetada
para ser responsável pelo tratamento do esgoto dos bairros Mapiri, Jardim Santarém, Caranazal,
Liberdade e Residencial Salvação. Se o funcionamento da ETE estivesse de acordo com o previsto
214
seria muito vantajoso para o município, visto que o sistema implantado, o reator UBOX, em relação
ao convencional, é mais compacto, conforme pode ser observado na Figura 2 , possui um processo
mais acelerado e causa um menor impacto ao meio ambiente.
Figura 2 - Foto da Estação de Tratamento do Bairro Mapirí – Santarém – Pará
Fonte: Autoria própria, 2017.
CONCLUSÃO: De acordo com as pesquisas realizadas, tendo em vista os parâmetros da cidade de
Santarém, o sistema mais vantajoso implantado foi o sistema UBOX de tratamento de esgoto, com a
vantagem de fazer o tratamento de uma forma mais ágil, utilizando menos espaço e com baixa
produção de resíduos sólidos resultantes do processo, assim diminuindo os impactos ambientais
provenientes do descarte do mesmo, ao contrário dos métodos tradicionais que são normalmente
utilizados. De acordo com o projeto a E.T.E do Mapiri atenderia 50.000 habitantes e possibilidade de
ampliação para o atendimento de 150.000 habitantes. Mas, no entanto, de acordo com as pesquisas
investigativas com os moradores dos bairros que seriam beneficiados, a ETE, não atendeu aos
requisitos previstos em projeto, pois atende a menos da metade da população a que foi projetada. É
preciso mais atenção do poder público com relação ao saneamento básico da cidade de Santarém. O
município tem implantado hoje uma boa infraestrutura para o tratamento de esgoto, no entanto o
sistema não está sendo operado da forma tecnicamente correta. É preciso recuperar as redes de esgoto
e interligar o restante das residências previstas.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA. RESOLUÇÃO Nº 430, DE 13 DE
MAIO DE 2011. Dispõe sobre condições e padrões de lançamento de efluentes. Disponível em:<
http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=646>. Acesso em: 27 de jul. 2017.
215
COOPER, D.R.; SCHINDLER, P.S. Métodos de pesquisa em administração.7 ed.
Porto Alegre: Bookman, 2003. 640 p.
DEDINI, Indústria de Base. Manual Técnico DBOX. Piracicaba: CODISTIL, 2015.
GUIMARÃES, A. J. A.; CARVALHO, D. F. de; SILVA, L. D. B. da. Saneamento básico. Disponível
em:<http://www.ufrrj.br/institutos/it/deng/leonardo/downloads/APOSTILA/Apostila%20IT%20179
/Cap%201.pdf> . Acesso em: 15 ago. 2009.
216
ANÁLISE DE CUSTOS ENTRE ORÇAMENTO POR ESTIMATIVA DE CUSTO E
ORÇAMENTO ANALÍTICO: APLICAÇÃO EM UMA CASA POPULAR NO ESTADO DO
PARÁ
61Fernando Augusto Ferreira do Valle1
Marlyson José Silveira Borges2
Bruno Guilherme Lemos Vieira3
Bruno Luiz Lacerda Figueiredo4
Helito Barbosa da Silva5
RESUMO: Este trabalho tem por objetivo fazer uma análise comparativa de custos, por meio da utilização de dois
orçamentos de uma casa residencial de padrão popular medindo 39,56m² de área construída no município de Santarém-
PA. Primeiramente foi aplicado o orçamento por estimativas de custos do Custo Unitário Básico CUB-PA em seguida a
casa foi orçada usando os custos das composições e insumos do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da
Construção Civil SINAPI-PA, conforme o SINAPI-PA em que os encargos sociais sobre preços da mão de obra foi
considerado de 119,66% (Hora). Buscou-se identificar a diferença entre o custo total dos dois orçamentos, comparando
o resultado final e verificando a discrepância entre estes. Analisando os dois orçamentos elaborados, foi verificado que
houve uma diferença positiva de 5,67% para o orçamento por estimativa de custo CUB-PA. Neste caso a utilização do
SINAPI-PA foi de fundamental importância, mesmo com a pouca diferença entre eles, pois o orçamento por estimativa
de custo não tem a mesma precisão de um orçamento analítico. Esta pesquisa vem confirmar que é possível confiar no
orçamento por estimativa de custo, pois deixa comprovada a pequena diferença entre os orçamentos utilizados para esta
edificação no município de Santarém/PA.
PALAVRAS-CHAVE: ORÇAMENTO. CUB-PA. SINAPI-PA.
1 INTRODUÇÃO: A construção de casas populares está em um momento positivo no nosso país,
programas como o Minha Casa Minha Vida e incentivos dos bancos através da facilidade de
financiamento estão tornando o Brasil um verdadeiro canteiro de obras. Antes do início do
investimento em um empreendimento é necessário um estudo de viabilidade, nesse caso necessita de
uma análise prévia do custo desses projetos para se obter a dimensão do empreendimento.
Uma das formas de obtenção dos custos de uma edificação é através da estimativa de custo,
onde são utilizados custos por metro quadrado, entre os indicadores o mais conhecido é o Custo
Unitário Básico – CUB, esses custos são divulgados mensalmente pelos Sindicatos da Indústria da
Construção Civil – SINDUSCON estaduais. Existindo sempre um receio sobre a confiabilidade de se
estimar o custo de uma edificação pelo CUB, seja uma casa popular ou um prédio de 12 pavimentos.
A proposta seguinte mostra a importância do orçamento por estimativa de custo, com base no
Custo Unitário Básico – CUB, para casas populares como critério de viabilidade imobiliária para o
município de Santarém/PA. Sabe-se que dentre as modalidades de orçamento, o orçamento analítico
é o tipo mais indicado, sendo o mais criterioso e onde se tem uma maior proximidade do custo real
1Professor M.Sc Eng. Civil, Curso de Engenharia Civil , CEULS/ULBRA, Santarém-PA,
2 Engenheiro Civil, Colaborador Curso de Engenharia Civil , CEULS/ULBRA, Santarém-PA61
217
de uma obra, mas antes da elaboração deste tipo de orçamento é feita a estimativa de custo com o
objetivo de ter uma noção do custo do imóvel a se construir.
Neste trabalho será utilizada uma edificação de pequena dimensão em que se procura descobrir
a eficiêcnia da utilização do CUB para edificações de pequeno porte, em específico casas populares.
Busca-se encontrar a diferença de custo, se existem grandes variações e expressar numericamente
esses resultados.
2 MÉTODO
2.1 PROJETO BÁSICO DE UMA CASA POPULAR
O projeto deste trabalho referente a edificação de uma casa popular, foi elaborado pelos
autores deste. Inicialmente, com a descrição do empreendimento já definida e de acordo com a norma
NBR 12721:2006, escolheu-se o imóvel residencial de padrão popular com 39,56m² de área
construída, composto dos seguintes ambientes: uma sala de estar, uma cozinha, um banheiro e um
dormitório. Num terreno estipulado para este projeto medindo 10m x 15m, totalizando 150 m² de
área, onde a edificação está localizada no centro, com a vista frontal para o hemisfério sul.
2.2 ORÇAMENTO POR ESTIMATIVA DE CUSTO CUB-PA
Quando se pensa em construir uma edificação o orçamento por estimativa de custo, é usado
para que se tenha uma noção básica de quanto vai custar à execução deste projeto. A norma criada
pela ABNT que define os critérios de coleta, cálculo, insumos representativos e os seus pesos de
acordo com os padrões de construção (baixo, normal e alto)foi a NB-140, posteriormente substituída
pela NBR 12.721,que leva em conta as condições de acabamento, a qualidade do material empregado
e os equipamentos existentes. (MATTOS, 2006, p. 35).
Os valores usados neste trabalho para o orçamento por estimativa de custo foram retirados dos
Custos Unitários Básicos de Construção do estado do Pará (CUB/m²) e referem-se ao mês de
setembro/2014. Estes custos unitários foram calculados conforme dispositivo na ABNT NBR
12.721/2006, com base em novos projetos, novos memoriais descritivos e novos critérios de
orçamentação e, portanto, constituem nova série histórica de custos unitários, com designação de
CUB/2006.
Nestes custos unitários básicos não estão incluídos alguns itens existentes nas construções
como: fundações e projetos. No caso do projeto em questão, a fundação tem que ser incluída, pois o
valor mencionado no CUB-PA é baseado apenas na sua área construída, assim também como o projeto
executivo completo tem que ser considerado.
218
Conforme o CUB-PA de Setembro de 2014 o custo por metro quadrado de uma casa
residencial popular composta de um dormitório, sala, banheiro e cozinha é de R$ 1.056,95 (Um mil
e cinquenta e seis reais e noventa e cinco centavos), sendo que neste valor não constam os gastos com
a fundação e projeto completo (executivo e complementares).
De acordo com o projeto, a edificação tem 39,56m² de área construída, o valor do custo direto
(CD) da casa popular, se dá através da multiplicação da área construída (AC) pelo índice do mês de
referência do CUB-PA (CUB), que somado com o valor da fundação (CF), mais o valor do
projetoexecutivo (CP), oferece o custo total (CT) da edificação.
2.3 ORÇAMENTO ANALÍTICO SINAPI-PA
O orçamento analítico foi elaborado baseado nos índices das composições de custos e pesquisa
de preços dos insumos da tabela SINAPI-PA referente ao mês de Setembro de 2014, em que a
proposta é executar o projeto no município de Santarém-PA, para tal a importância de um projeto
bem detalhado, para subsidiar um levantamento detalhadodos quantitativos e insumos, procurando
chegar a um valor mais próximo possível do custo real da edificação planejada.
O orçamento analítico baseia-se em uma composição de custos unitários para cada serviço da
obra, levando em consideração quanto de mão de obra, material e equipamento são gastos em sua
execução. Além do custo dos serviços (custo direto), são computados também os custos de
manutenção do canteiro de obras, equipes técnicas, administrativa e de suporte da obra, taxas e
emolumentos, etc. (custo indireto), chegando a um valor orçado preciso e coerente.(MATTOS, 2006
p.22).
Como nem todas as composições relacionadas a serviços estavam na tabela de composições
sintética, foi necessário a elaboração de composições fundamentados no catálogo de composições
analítico e somando as informações dos insumos do SINAPI-PA. Após a conclusão do orçamento
analítico, com todas as composições de custos, foi verificado o custo por etapa para melhor
visualização dos valores de cada item.
Foi desconsiderado o uso da Bonificação e Despesas Indiretas - BDI, pois para a composição
do índice de BDI é abordado fatores que variam entre as empresas, como o custo de administração
central. Assim fica exposto que são considerados nessas composições de custos e planilha
orçamentária os custos de materiais e custo de mão de obra. Desde junho do ano de 2014 os preços
associados às composições foram atualizados, levando em consideração custos com encargos sociais
complementares em todas as composições.
219
3 RESULTADOS: Comparando os dois orçamentos não houve grande diferença. O custo total do
orçamento analítico é de R$ 44.181,49, o custo total do orçamento por estimativa é de R$ 46.782,13,
a diferença entre os dois orçamentos foi de R$ 2.600,64 (Dois mil e seiscentos reais e sessenta e
quatro centavos), dando uma variação de 5,56%.
Tabela 01 - Comparação do orçamento analítico com o orçamento por estimativa de custo
Fonte: Hélito Silva - Bruno Figueiredo, 2014
De acordo com o projeto, a edificação tem 39,56m² de área construída, o valor total por m²
(VT) da casa popular, se dá através da divisão do custo total do CUB-PA (CT) pela área construída
(AC).O resultado do valor total por m² da edificação pelo CUB-PA, obtido através do cálculo é de R$
1.182,56.
O valor total por m² (VT) da casa popular se dá através da divisão do custo total do orçamento
analítico pelo SINAPI-PA (COA) pela área construída (AC).O resultado do valor total por m² da
edificação pelo SINAPI-PA é de R$ 1.116,82.
Tabela 02 - Comparação dos custos totais dos orçamentos por m²
Fonte: Hélito Silva - Bruno Figueiredo, 2014
4 CONCLUSÃO: Após analisar a comparação entre os resultados do orçamento por estimativa de
custo aqui elaborado através dos Custos Unitários Básicos CUB-PA e o orçamento analítico resultado
do Sistema Nacional de Pesquisas de Custos e Índices da Construção Civil SINAPI-PA, verificou-
seque, não houve grande discrepância entre seus valores totais, ocorrendo uma variação de 5,56%
entre ambos, portanto vislumbra-se que o resultado final seja satisfatório.
Essa diferença demonstra que o orçamento por estimativa de custo elaborado com o Custo
Unitário Básico CUB-PA disponibilizado pelo SINDUSCON-PA, é confiável no que diz respeito ao
projeto de uma residência de padrão popular, podendo-se neste caso afirmar a viabilidade do
empreendimento no município de Santarém/PA.
220
Ressalta-se, portanto a importância do orçamento analítico para buscar a maior precisão,
quanto mais detalhado forem os projetos, mais detalhes possuírem os trabalhos de orçamentação e
possibilitarem o melhor levantamento de quantitativos dos serviços, o custo total do orçamento será
o mais próximo do custo real da obra.
REFERÊNCIAS
ALVES e LOPES, Atos Coelho de Araújo e Édipo Lopes. Orçamento elaborado com tabela do
Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil – SINAPI-PA, nas obras do
município de Santarém-PA: lucro ou prejuízo? 2012. 321f. Trabalho de Conclusão de Curso –
Graduação em Engenharia Civil – Centro Universitário Luterano de Santarém. Santarém – PA. 2012.
MATTOS, Aldo Dórea. Como preparar orçamentos de obras. 1. ed. SP: Pini, 2006.
SAMPAIO, Fernando Morethson. Orçamento e custo da construção. 1. Ed. SP: Hemus, 1998.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12721/06: Critérios para
Avaliação de Construção para Incorporação Imobiliária e outras disposições para condomínios
edilícios. Rio de Janeiro: ABNT, 2006.
SINDICATO DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO DO ESTADO DO PARÁ. Custo Unitário
Básico (CUB/m2). Belém: http://www.sindusconpa.org.br/
CAIXA ECONOMICA FEDERAL. http://www.caixa.gov.br/
221
ANÁLISE ORÇAMENTÁRIA ENTRE OS MÉTODOS: LIGHT STEEL FRAME E
CONVENCIONAL DE CRECHE EM SANTARÉM
62Aurizane Monteiro da Silva1
Juliana Ester Martins Moura2
NatanaFlexaFernades dos Santos3
Diego Fernandes dos Santos4
Fernando Augusto Ferreira do Valle5
RESUMO :O crescimento populacional e os avanços tecnológicos geram novos desafios para a
construção civil, dentre elesa busca por soluções através de métodos que possibilitem segurança,
modernidade, curto prazo, agilidade na execução e desperdícios mínimos de materiais, além de um
sistema mais eficiente, aumentando a produtividade e atendendo uma demanda crescente. Diante
disso, o sistema Light Steel Frame surge como uma alternativa para os desafios da construção, sendo
necessário um estudo que traga esclarecimentos sobre o emprego deste sistema para instituições
públicas que se firmarão de maneira padronizada em todas as regiões do país, levando em
consideração as peculiaridades e dificuldades diversas das regiões. O presente trabalho visa estudar
e comparar analise orçamentáriaspara a construção de creches no município de Santarém, além da
aplicabilidade do sistema Light Steel Frame, avaliando a importância deste para o mercado
competitivo frente ao sistemaconstrutivo convencional.
PALAVRAS-CHAVE: Análise orçamentária, construção civil e Light Steel Frame.
INTRODUÇÃO: No Brasil, a construção civil ainda é predominantemente artesanal, caracterizada
pela baixa produtividade e principalmente pelo grande desperdício, o mercado tem sinalizado
mudanças nessa situação, mas ainda de forma lenta se comparada a outros setores da economia.
Dentro dessa realidade, os construtores têm buscado investir em processos construtivos mais
eficientes que resultem em produtos de melhor qualidade sem aumentos significativos dos custos, a
fim de se tornarem mais competitivos, como forma de garantir a presença de suas empresas no
mercado.
As soluções para os problemas gerados na atualidade da construção civil evidenciam a
necessidade de mudança na mentalidade dos colaboradores de que tais inovações não são confiáveis,
que irão gerar desemprego, ao contrário irá abrir um “leque” de opções e novas oportunidades
surgirão em meio a novos conhecimentos, enriquecendo desta forma o campo da construção. “Apesar
das empresas construtoras brasileiras serem tradicionalmente resistentes às modernizações dos seus
meios de produção, a introdução de inovações tecnológicas é a melhor forma para se atingir a
industrialização dos processos construtivos. Mas, essas inovações devem ser economicamente viáveis
e compatíveis com os condicionantes nacionais, para que a construção industrializada possa ser a
solução real no panorama brasileiro (Sales, 2001)”.
1Acadêmica Curso de Engenharia Civil , CEULS/ULBRA, Santarém-PA62
2Acadêmica Curso de Engenharia Civil , CEULS/ULBRA, Santarém-PA
222
Neste contexto, o uso do aço na construção civil vem aparecendo como uma das alternativas
para mudar o panorama do setor. O sistema Steel Frame se utilizado conceito de cargas distribuídas
para repartição dos esforços gerados pelas edificações. A estrutura é composta de perfis leves de aço
galvanizado denominados de montantes e guias que formam os painéis autoportantes das paredes e
estrutura de telhado, constituindo no final um conjunto monolítico leve e resistente.
Este trabalho trata de uma comparação orçamentária de creches tipo C analisadas pelo método
construtivo convencional e em Light Steel Frame (LSF). Para tanto, levou-se em consideração a
eficácia da aplicação do método em LSF existentes e na facilidade na manutenção de seus elementos
estruturais, que exige profissionais qualificados. Utilizou-se basicamente a planilha orçamentária dos
dois métodos e a relação construtiva do emprego de alguns materiais, convenientemente mais viáveis
e de simples implementação entre os métodos e equipamentos existentes.
MÉTODO:O estudo de caso sobre análise orçamentária entre os métodos convencionais e Light
Steel Frame das creches tipo C, caracterizadas por ser de menor porte e menor capacidade de
abrangência de crianças no município de Santarém/PA, utiliza a metodologia relacionada aos dados
comparativos em relação ao orçamento, tempo para execução e indicadores de viabilidade entre os
dois modelos construtivos, um com o LFS e o outro com o método convencional em concreto armado.
As análises comparativas serão feitas com base em planilhas orçamentárias de Creches Tipos
C de (781,26m²) fornecidas pelo FNDE 2015 do programa pro infância. Utilizando como base desta
comparação tabela orçamentária do FNDE com base de custo SINAPI-PA em que se verifica que o
valor da creche pelo método construtivo convencional com área de 781,26m² é de R$ 1.079.625,35
com um BDI de 22,50% e com um custo de R$1.381,90 por m², no sistema de LSF o custo por m2 é
de R$1.296,83 totalizando o valor global da obra em R$ 1.013.119,46 com um BDI de 22,50%.
Os resultados irão comparar o estudo que trata de creches do programa do MEC, onde são
modelos do tipo C que atenderão a 120 crianças, sendo uma construída pelo método convencional e
outra pelo método de Ligth Steel Frame. Sendo a primeira localizada no bairro de Alter do Chão e a
segunda no bairro de São Cristóvão respectivamente, em que será priorizada a análise comparativa
custo benefício de ambos os métodos construtivos.
RESULTADOS E DISCUSSÕES: A tabela 01faz um comparativo entre os dois modelos
construtivos, nota-se que o custo total de construção da creche no sistema convencional é
aproximadamente 6,16% maior que o da creche em construção em LSF. Os valores comparativos de
custo por m² é 1.296,83m² para construção em LSF, e 1.381,90m² para a construção pelo método
223
convencional. Dados estes observados em duas creches que não possuem diferenças na área
construída, pois em ambas a classificação (tipo C) são as mesmas.
TABELA 01 - QUADRO COMPARATIVO
De acordo com as especificações construtivas e o cronograma indicado pelos dois sistemas
construtivos, nota-se que o tempo de construção do LSF é bem mais curto que o convencional. Com
isso, o desprendimento de capital no sistema construtivo LSF é feito mais rapidamente que o sistema
convencional. Por outro lado, por sua execução ser mais rápida, é possível disponibilizar o
empreendimento para o uso em um tempo mais curto.
TABELA 02 - AMOSTRAGENS DE CUSTOS
Os itens mais onerosos da construção em LSF são evidentemente o sistema de vedação vertical
interno e externo – paredes e o sistema de cobertura, sendo aproximadamente 16,38% e 20,57%,
respectivamente, do custo total da construção. Portanto, os dois itens juntos correspondem a 36,95%
do valor total para construção. Já para a creche com estrutura convencional, a parte mais onerosa é
representada pela fundação (10,45%) e superestrutura (12,58%), sendo 23,03% do custo total da
construção.
Nos dados apresentados na tabela 02, nota-se que na creche em sistema convencional a
fundação representa 10,45% do custo total da obra e em LSF a fundação representa entre 4,62% do
224
custo total da obra. E a fundação em LSF, representa entre 5% e 7% do custo total da obra. Para
situações de terrenos acidentados, observa-se um custo inferior ao sistema convencional. No item
movimentos de terras do LSF o custo total é de R$1.581,93. Já na construção convencional o custo
total deste item é R$19.467,36. Em que o método convencional sobre o item movimentos de terras é
aproximadamente 91,87% maior que o LSF. Porém tal diferença é justificada em decorrência de
topografia irregular entre ambos os terrenos, em casos de similaridades ocorrerá à redução
significativa entre ambos os métodos.
No item paredes o método LSF custa R$ 165.946,11 e o convencional R$ 52.856,01 o método
convencional é 213,96% menor que LSF. Esta diferença ocorre preferencialmente por conta da
metodologia LSF utilizar isolamento acústico e térmico na sua execução deixando com um custo mais
elevado, porem com uma qualidade superior, associado ao fato de que também não foram
contabilizados insumos como chapisco, reboco, abertura e vedação de instalações no modelo
convencional.
No item cobertura o LSF custa R$ 208.423,62 e o mesmo item no convencional é R$98.296,08
o método convencional é 112,04% menor que LSF. Esta diferença ocorre preferencialmente por conta
da metodologia LSF utilizar cobertura em telhas metálicas com pintura eletroestática e isolamento
acústico e térmico na sua execução.
No item instalação elétrica o LSF custa R$ 34.695,59 e a convencional R$ 82.438,49 com
percentual de 57,91% menor que o convencional, isto ocorre preferencialmente por conta da redução
de insumos eretrabalhos pois o método de LSF é mais simplificado. No item instalação Hidráulica
LSF custa R$ 46.267,30 e convencional R$ 103.352,99 com diferença de 55,23% menor para o LSF,
esta redução ocorre por conta da redução de insumos e retrabalhos assim como pela simplificação
dos projetos de redes hidráulicas. No item instalação Sanitárias LSF custa R$ 21.072,31 e a
convencional e R$ 23.988,70 a diferença e de 12,16 % menor para o LSF, tal redução ocorre por
similaridade das demais instalações.
CONCLUSÃO: A competitividade exige cada vez mais eficácia no uso dos recursos sem perder a
qualidade, fazendo com que a redução de custos, a diminuição do tempo de execução e a obtenção de
ganhos na produtividade, resultem em retornos maiores sobre os investimentos, qualidade de
atendimento e credibilidade. Por meio de uma fundamentação teórica, no que se refere ao sistema
construtivo LSF apresentado neste artigo, procurou-se reunir informações a respeito de suas
peculiaridades, evidenciando uma visão abrangente sobre as fases construtivas e as vantagens de sua
aplicação quando comparado ao sistema construtivo convencional em concreto armado no município
de Santarém/PA.
225
Com base nos resultados apresentados neste trabalho, foi possível a comprovação de que há
mais ganhos utilizando o método inovador do Light Steel Frame ao compara-lo com o método
convencional, beneficiando economicamente os envolvidos nesta construção em especifico no
município de Santarém/PA.
Em que a partir desta possível implantação possibilitará a execução de duas creches por ano,
levando em consideração o menor tempo de execução deste método, além de ser uma construção
através de um sistema de maior sustentabilidade, e menor agressão ao meio ambiente.
REFERÊNCIAS
______ NBR 5674, Manutenção de edificações – Procedimento. Rio de Janeiro, 2012.
______ NBR-6355: Perfis estruturais de aço formados a frio - Padronização. Rio de Janeiro, 2003.
______ NBR-9050: Acessibilidade a edificações - Portaria GM/MS Nº 321/88. Rio de Janeiro, 2015.
ALVENARIA. In: PAULUZZI. Brasil: Alvenaria de Vedaçao, 2012. Disponível em:
<http://www.pauluzzi.com.br/vedacao.php>. Acesso em: 12 Agostos 2015
ARAUJO, Rodrigues & Freitas, Apostila de Concreto Armado. UFFRJ. 2006
BRASILlT. Guia Construção Industrializada: catálogo. São Paulo, 2014.
CRASTO, R. C. M, FREITAS, A. M. S. Sistema Light Steel Framing: um guia para arquitetos. Série
Manual de Construção em Aço. Centro Brasileiro de Construção em Aço, 2005.
226
CAIPIRA MOBILE: APLICATIVO MÓVEL PARA CONTROLE DE CRIAÇÃO DO
FRANGO CAIPIRA
63Mauricio Wendel Cavalcante Gonçalvesl1
Marla Teresinha Barbosa Geller2
RESUMO: A criação de frango caipira é uma das formas de muitas famílias agregarem valor à sua renda e colocar no
mercado um produto diferenciado. Porém o controle do manejo deste tipo de criação na maioria dos casos ainda é manual.
Este trabalho foi criado com o intuito de elaborar um aplicativo móvel, para auxiliar no controle do manejo do frango
caipira do micro e pequeno produtor rural. O levantamento de requisitos foi realizado junto a um produtor de frango
caipira, através de entrevistas e estes requisitos foram modelados com o auxílio da Linguagem de Modelagem Unificada
(UML) e da ferramenta Astah Community. A metodologia utilizada foi o Modelo de Desenvolvimento em Cascata, por
ser um modelo que possibilita melhor organização e controle no processo de desenvolvimento. Para o armazenamento
dos dados foi utilizado um banco de dados local que utiliza comandos SQL. O trabalho desenvolvido apresenta a
modelagem do sistema e algumas funcionalidades do aplicativo que já foram testadas.
PALAVRAS-CHAVE: FRANGO CAIPIRA, MODELO EM CASCATA, DESENVOLVIMENTO DE
APLICATIVO MÓVEL.
INTRODUÇÃO: Este projeto apresenta como proposta o desenvolvimento de um aplicativo para o
auxílio na criação frango caipira do micro e pequeno produtor. Atualmente os criadores tem buscado
a tecnologia para auxiliar no processo de criação, visto que a automatização dos processos é uma
realidade tornando o negócio mais rentável, mais produtivo e eficiente. Como o mercado vem cada
vez mais se tornando competitivo, os pequenos produtores estão em busca de meios informatizados
para ajudar na criação, pois isso pode se tornar um grande diferencial. A criação do frango caipira
tem se tornado uma prática bastante comum, sendo feita na zona rural ou em grandes centros urbanos,
muitas das vezes para satisfazer as necessidades pela busca de alimentos (carne e ovos) ou apenas
como um hobby, pois criar galinha caipira pode se constituir em uma prática bastante prazerosa,
diferenciada da criação industrial. O termo galinha caipira teve sua origem a partir do século passado
quando, no período do descobrimento, aos poucos, foram sendo introduzidas diversas raças de aves
no Brasil. De acordo com Rocha (2015, p.28) em seu Guia Prático de Criação de Frango e Galinha
Caipira, atualmente se trabalha em 3 métodos que são bastantes utilizados, sendo eles: sistema
extensivo, sistema semi-intensivo e sistema intensivo. No dia 27/08/2015 foi anunciando pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT a Norma Técnica ABNT NBR 16389:2015 -
Avicultura - Produção, abate, processamento e identificação do frango caipira, colonial ou capoeira.
Esta norma especifica os requisitos para produção primária do frango caipira criado no sistema
semiextensivo.
De acordo com a norma, a ave deverá ter uma área livre para pastejar e tomar banho de sol.
A criação de frango caipira permite que a ave expresse os seus comportamentos naturais. É
1 Egresso do Curso de Sistemas de Informação do CEULS/ULBRA. 2 Professora do Curso de Sistemas de Informação do CEULS/ULBRA e Orientadora do Projeto. 63
227
proibido o uso de melhoradores de desempenho, conhecidos como promotores de
crescimento, a base de antibióticos. Outra regra importante é que teremos um padrão de
produção de 70 dias. Esse período foi calculado e comprovado como sendo a hora certa que
a ave atinge a maturidade ideal e consegue adquirir as qualidades desejadas de sabor, cor,
aroma e textura. A ave tradicional vai para o abate com 40 dias de vida. (MORIKAWA,
2015)
A escolha por realizar o desenvolvimento de um aplicativo que possibilite o controle de
criação do frango caipira, surgiu pela necessidade de apresentar uma solução informatizada para o
ramo, realizando assim uma maneira mais objetiva de controlar a criação diária do frango. O
desenvolvimento seguiu as etapas do processo em cascata e foram utilizadas tecnologias de
desenvolvimento mobile e um gerenciamento de banco de dados local, para facilitar em caso de não
conexão com a internet. O controle de criação de frango caipira é um processo que exige algumas
ações diárias e que se automatizados facilitarão muito o dia a dia dos criadores. Dentre estas
atividades diárias incluem-se: o controle diário das aves; o controle de vacinação; controle de
insumos; e a movimentação de entrada e saída das aves.Tento em vista a necessidade de toda essa
informação, deseja-se integrar estes processos de manejo a um sistema informatizado, que auxilie
nesse controle de informações, o que venha a proporcionar ao criador vários benefícios, como redução
de tempo e gastos.
MÉTODO E FERRAMENTAS: Como metodologia de desenvolvimento utilizou-se o processo em
cascata, representado na figura 1. Este processo demonstra ser útil quando os requisitos são fixos e
bem conhecidos já no início do processo, permitindo desta forma que o trabalho seja realizado de
maneira linear, facilitando o controle. (PRESSMAN, 2011).O processo em Cascata é dividido em
cinco etapas: comunicação, Planejamento, Modelagem, Construção e Implantação. Nessa
metodologia, inicialmente procura-se compreender completamente o problema, a ser resolvido, seus
requisitos e suas restrições; depois projeta-se soluções que atendam a todos os requisitos e restrições
(SOMMERVILLE, 2011).Como ferramentas para o auxílio à construção dos modelos UML
(Linguagem de Modelagem Unificada) utilizou-se o Astah Community que é conhecida por sua
praticidade e simplicidade em elaborar os diagramas (BRANDANI; AREND; SOUZA; PIRES,
2015). E para o desenvolvimento do aplicativo o Intel XDK, queé um ambiente de desenvolvimento
multiplataforma de código aberto, que possibilita criar aplicativos web móveis e aplicativos HTML5
híbridos para várias plataformas de destino (WALSH; BAZZEL, 2016).
228
Figura 1. Etapas do Processo em Cascata segundo Pressmann (2010).
Fonte: Adaptado de Pressmann (2010).
RESULTADOS: Como requisitos do sistema pode-se citar: Cadastro de usuário, cadastro de aves,
cadastro de insumos, controle de vacinação, controle de doenças, produção de relatórios, como
apresentado na figura 2.
Figura 2. Diagrama de Casos de Uso do Sistema Caipira Mobile.
Fonte: Arquivo Pessoal (2016).
O gerenciamento da criação é a principal função do aplicativo. Para isso, o aplicativo irá
controlar as rotinas diárias de entradas e saídas de animais, a fim de identificar o saldo do animal
cadastrado. O aplicativo também tem uma função de controle de vacinação, que conta com um
calendário para aplicação de vacinas de acordo com a idade das aves. A representação do
armazenamento de dados está na figura 3, com o diagrama de classes.
229
Figura 3. Modelo de classes de armazenamento para o Caipira Mobile.
Fonte: Arquivo Pessoal (2016).
A tela inicial do sistema que possibilita o login do usuário está representada na figura 4. A
figura 5 representa a tela de cadastro de aves, com o registro das características necessárias.
Figura 4. Tela de Login Figura 5. Tela para o cadastro de aves
Fonte: Arquivo Pessoal (2016).
230
CONCLUSÃO: Os objetivos propostos foram alcançados, com ajuda das análises feitas, o aplicativo
atendeu todos os requisitos propostos pelo usuário. A utilização das ferramentas foram um fator
facilitador para o desenvolvimento. O uso da metodologia prescrita pelo modelo em cascata,
organizou o trabalho e desta forma pode-se acompanhar e obedecer ao cronograma previsto. O
contato com os produtores foi fundamental para se entender quais as necessidades deste tipo de
negócio e o quanto é difícil fazer o controle, quando não se tem uma ferramenta informatizada. A
aplicação deste projeto será acompanhada junto a um produtor, com o objetivo de identificar possíveis
melhorias no aplicativo, e o que deixou de ser pensado e produzido até o momento, possa ser
implementado em possíveis trabalhos futuros. Espera-se que o Caipira Mobile possa auxiliar o
pequeno produtor a desenvolver esta atividade de forma mais controlada, diminuindo custos e tempo
para atividades de controle e gerando maior lucro.
REFERÊNCIAS
ABNT NBR 16389:2015 - Avicultura - Produção, abate, processamento e identificação do frango
caipira, colonial ou capoeira.
BRANDANI, CAMILA. et al. Guia Prático de utilização da ferramenta Astah Community 6.1.
Disponível em: <https://pt.scribd.com/doc/139768773/Astah-Comnunity>. Acesso em 15 de
novembro de 2016.
MORIKAWA, Reginaldo. Farming: Disponível em: <http://sfagro.uol.com.br/reginaldo-morikawa-
presidente-da-aval/>. Acesso em 20 de novembro de 2016
PRESSMAN, R. S. Engenharia de Software, 7ª ed. São Paulo: MCGrawHill, 2010.
SOMMERVILLE, I. Engenharia de Software. 6ª. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011.
ROCHA, Valdir. Como criar galinha caipira. Disponível
em:<http://www.criargalinha.com.br/sobre/>. Acesso em 19 de novembro de 2016.
WALSH, Michael; BAZZEL, Paul. Companion App Tabs Overview. Disponível em:
<https://software.intel.com/pt-br/xdk/docs/intel-xdk-overview>. Acesso em 20 de outubro de 2016
231
CONFECÇÃO DE MODELO REDUZIDO DE PÓRTICO DE CONCRETO ARMADO –
PARTICIPAÇÃO NO CONCURSO TÉCNICO DO 58º CONGRESSO BRASILEIRO DE
CONCRETO: APARATO DE PROTEÇÃO AO OVO – APO
64Frank Alec Feitosa Maia1
Alexandre Leite Dos Santos Junior1
Gabriel Rodrigues Gomes1
Marlysson José Silveira Borges1
Vinicius Martins Ribeiro1 65Sérgio Gouvêa de Melo2
RESUMO: O Aparato de Proteção ao Ovo – APO proporciona aos estudantes a oportunidade de se obter o contato
com elementos estruturais que serão submetidos a cargas reais de forma dinâmica. Apesar de toda a vivência com a parte
teórica dos assuntos relacionados a analise estrutural, a formação dos engenheiros civis carece de fundamentos práticos
sobre tal perspectiva. Com isso, objetivou-se o estudo aprofundado dos aspectos estruturais do pórtico em questão, bem
como na sua concepção, com a definição dos materiais empregados, a disposição das armaduras e a idealização da
geometria adequada para o pórtico, baseando-se tanto em informações assimiladas ao longo do curso de graduação como
na busca de tecnologias mais modernas e apropriadas. Além de todo aspecto prático que o concurso técnico pode fornecer,
também pode-se dizer que o mesmo estimula o lado empreendedor e criativo dos alunos, e não menos importante o
trabalho em equipe, que envolveu esse grupo de acadêmicos no qual esforço coletivo buscou a resolução do problema.
PALAVRAS-CHAVE: PÓRTICO; MODELO REDUZIDO; CONCRETO
1 INTRODUÇÃO: O comitê de atividades estudantis do Instituto Brasileiro de Concreto –
IBRACON organiza todos os anos, no Congresso Brasileiro de Concreto, o concurso técnico Aparato
de Proteção ao Ovo – APO, no qual se propõe aos estudantes dos cursos de Engenharia Civil e
Arquitetura o desafio de projetarem e construírem um aparato, que consiste em um pórtico de
concreto armado, com o objetivo de proteger o ovo de impactos suscetíveis de um cilindro metálico.
Prontamente a equipe do CEULS/ULBRA procedeu a análise do regulamento do concurso
técnico, a qual especifica todos os parâmetros para desenvolvimento do aparato, e elaborou um
cronograma definindo os prazos e etapas para confecção do pórtico de concreto armado.
O regulamento estabelece os materiais que podem ser empregados e define as características do
APO. Com isso, o seu formato e suas dimensões devem ser inscritos nos limites geométricos da figura
01, com tolerância de + 1,00 mm, assim como sua massa que tem o limite de 3.800g.
1 Acadêmicos do curso de Engenharia civil do CEULS/ULBRA64 2 Engenheiro civil, Mestre em Processos Construtivos e Saneamento e Professor do CEULS/ULBRA 65
232
Figura 01 – Dimensões e formato do APO
Fonte: Regulamento 23º Concurso – APO 2016
De imediato iniciou-se o estudo bibliográfico acerca dos impactos atuantes na estrutura e de
qual modo o pórtico iria resistir a tais ações dinâmicas. Em seguida, foi efetuado o desenvolvimento
do traço para o Concreto de Alto Desempenho - CAD, pois apesar de ter elevada resistência deve
obter uma baixa densidade afim de proporcionar a massa ideal para o pórtico. Só a baixa densidade
do concreto não foi suficiente para obter-se a massa necessária, então depois de análises definiu-se a
geometria do pórtico, na qual está especificada em projeto em anexo.
O 58º Congresso Brasileiro de Concreto ocorreu em Belo Horizonte/MG no período entre 11 a
14 de outubro de 2016, a Arena de Eventos Minascentro. A entrega do pórtico foi efetuada no
primeiro dia, onde foram feitas as medições e pesagem, para verificação dos parâmetros exigidos no
regulamento. No dia 12 de outubro de 2016 ocorreu o concurso técnico, no qual obteve-se a 12ª
colocação.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
2.1 TÉCNICAS DE COLETAS DE DADOS
Os experimentos foram realizados em laboratório com acompanhamento do laboratorista. A
seguir apresenta-se discriminadamente os principais componentes para fabricação do pórtico de
concreto armado.
2.1.1 Concreto
Inicialmente houve a caracterização dos agregados utilizados, assim como o estudo
aprofundado para determinação dos tipos materiais a serem empregado no concreto. O traço foi
calculado pelo método da ABCP. A elaboração do concreto se deu por meio da mistura dos
componentes em uma betoneira estacionária com capacidade de130 litros, da marca Vencedora
Maqtron, na seguinte ordem: Agregado graúdo – Granito de Rurópolis; 1/3 do volume de água +
233
Aditivo + Fibras de polipropileno; Cimento; Sílica ativa; Agregado miúdo – Areia lavada; Flocos de
EPS; 2/3 de água restante.
Todo o aditivo foi dissolvido em 2/3 do volume de água, para se obter uma mistura mais efetiva.
Deixou-se misturar os materiais por 5 minutos em velocidade média na betoneira, até apresentar um
aspecto homogêneo do concreto.
No item 3 será descriminado os materiais utilizados e suas respectivas quantidades,
apresentando o traço do concreto e sua resistência final.
2.1.2 Forma
O tipo de material utilizado na fabricação e montagem das formas foi a chapa MDF com
espessura de 15,00 mm, por possuir um aspecto mais liso e proporcionar acabamento melhor ao
pórtico. O processo de fabricação se deu pelo corte das peças de MDF em formato e dimensões
precisamente adequados aos padrões estabelecidos pelo regulamento do concurso. A montagem foi
executada com parafusos com o intuito de tornar a desforma mais rápida e prática, garantindo da
rigidez e durabilidade da forma.
2.1.3 Armadura
A utilização de arames com diâmetro de 1,00 mm, oriundos de pneus de caminhão, foi o
material utilizado para as ferragens longitudinais e transversais.
A armação foi feita com auxílio de alicates para corte e dobra dos arames. Com execução de
primeiramente das ferragens longitudinais e em seguida acompanhada dos estribos. Tendo sua fixação
na ferragem longitudinal por arames mais finos de baixa resistência.
2.2 ENSAIO
2.2.1 Preparação do apo para o ensaio de carregamento dinâmico
Os pórticos que apresentem dimensões e massa em conformidade com o Regulamento serão
ensaiados.
Antes do início do ensaio, o APO deve ser fixado no gabarito. Após a sua fixação, o mesmo
será devidamente centralizado no ponto de aplicação da carga pela Comissão Organizadora.
Finalmente, será colocado um ovo (cozido) sob o APO e após este momento, o pórtico não poderá
ser movido ou manuseado.
O carregamento dinâmico do APO será realizado soltando-se um cilindro metálico, com 50mm
de diâmetro e massa de 15kg, de alturas progressivamente maiores, iniciando pela altura de 1,0m.
234
Se o APO resistir ao primeiro impacto, então o cilindro será solto da altura de 1,5m e assim
sucessivamente, aumentando-se a altura em 0,50m a cada novo impacto, até chegar a 2,5m. Portanto,
o cilindro será solto das alturas de 1,0m; 1,5m; 2,0m e 2,5m.
O carregamento será realizado de forma progressiva, até que o ovo seja danificado pela
impossibilidade do APO continuar a protegê-lo. Nesta situação final, o ovo pode ser danificado por
ter sido atingida a capacidade suporte do APO ou pelo desprendimento de pedaços do APO que
atingiram o ovo.
A máxima energia resistida pelo APO antes de danificar o ovo (carga x altura) será a somatória
das energias parciais de cada carregamento.
Caso o APO resista a todas as cargas de impacto, será repetida por até três vezes a maior carga
(queda do cilindro da altura máxima, igual a 2,5m).
Caso não se verifique a ruptura do APO, o ensaio será encerrado após o terceiro carregamento
da altura de 2,5m e a carga resistida considerada será a máxima possível prevista pra este Concurso.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES: Após caracterização de agregados e em conjunto com revisão
bibliográfica, pode-se calcular o traço adequado para o concreto utilizado no APO, foram efetuados
ensaios destrutivos para a definição da resistência à compressão. Abaixo segue o quadro de
especificação das características dos materiais utilizados no concreto, bem como suas devidas
quantidades.
O pórtico foi montado no dia 22 de agosto de 2016 e foi submetido ao processo de cura úmida,
a qual o mesmo, depois da desforma, ficou submerso até o período que antecedesse a viagem para a
participação no concurso.
235
No dia 12 de outubro de 2016, foi efetuado a inscrição no 23º concurso de Aparato de Proteção
ao Ovo, consequentemente o pórtico foi submetido as devidas medições para verificação do peso e
encaixe no gabarito. As medidas variaram menos que a tolerância permitida e o peso do pórtico foram
de 3.638 g.
Na competição, apesar da elevada resistência à compressão do concreto, o pórtico não resistiu
e rompeu no primeiro impacto (1,00 m), onde verificou a ruptura das ferragens positivas e o
cisalhamento que ocorreu no encontro entre os pilares e a viga.
4 CONCLUSÃO: A pesquisa em questão proporcionou a vivência prática com situações reais de
cargas dinâmicas em modelos reduzidos de estrutura de concreto armado. Apesar de um resultado
não satisfatório na competição, a experiência adquirida foi excepcional e possibilitou a aprendizagem
de conceitos ainda não vistos.
Sobre a estrutura do APO, pode-se dizer que a utilização e a disposição da ferragem são tão
importantes quanto a utilização de um concreto de alto desempenho, pois no caso em analise o
rompimento se deu pelo baixo diâmetro utilizado do arame (0,65 mm abaixo do limite) e por falta de
Característica dos materiais componentes do concreto
Material Identificação/tipo/marca Procedência/
fabricante
Massa
específica
kg/m³
Dimensão
máxima
característica do
agregado mm
Módulo de
finura do
agregado
Observações
Cimento CP-V-ARI RS Ciplan 3110,00
Água Potável COSANPA 1000,00
Agregado 1 Areia lavada Alter-do-chão 2665,00 9,5 2,41
Agregado 2 Granito Rurópulis 2708,00 1,18 -
Adições 1 Silica ativa Tecnosil 2220,00
Adições 2 Fibra de polipropileno MACCAFERRI 910,00
Adições 3 Flocos de EPS Isoamazon 12,00
Aditivo 1 Adiment Premium Vedacit 1090,00
Composição do concreto Propriedades do concreto
Material Quantidade kg/m³ Determinação Método utilizado
(norma técnica) Valor Unidade
Cimento 953,47
Abatimento / Flow NBR NM 67 80 mm
Água 254,26
Resistência à
compressão NBR 5739 85,00 MPa
Agregado 1 442,41
Agregado 2 889,49
Informações sobre o processo de construção do pórtico
Adições 1 76,28
Data de moldagem 22/08/2016 (dia/mês/ano)
Adições 2 0,600 Temperatura e processo de
cura
Temperatura
Ambiente (23°C)
- Cura Úmida
ºC Adições 3 95,35 L
Aditivo 1 47,67 L
236
utilização de elementos que diminuíssem o efeito cortante no engaste pilar/viga. Outro fator que
contribuiu para a ruptura da viga, foi a utilização de filetes de madeira que diminuíram a seção da
viga no local onde a mesma rompeu.
Os fatores imprescindíveis para a elaboração de um APO que resista a todas as cargas dinâmicas
aplicadas, envolvem a definição: adequada da geometria do pórtico; de uma ferragem resistente, bem
como sua disposição no pórtico; do concreto de baixo peso e com elevada resistência.
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (2014). NBR 6118 – Projeto de
estruturas de concreto – Procedimento. Rio de Janeiro, 2014;
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (2004). NBR 14931 – Execução de
estruturas de concreto – Procedimento. Rio de Janeiro, 2004;
FUSCO, P. B. (1995) – Técnica de armar as estruturas de concreto. São Paulo: PINI;
HELENE, P. (2002). Manual para Reparo, Reforço e Proteção de estruturas de Concreto. São
Paulo: Pini;
HELENE, P. & TERZIAN, P. (2001). Manual de Dosagem e Controle do Concreto. São Paulo:
Pini;
INSTITUTO BRASILEIRO DO CONCRETO – IBRACON – http://www.ibracon.org.br/. Acesso
em 10 de abril de 2016;
237
DESENVOLVIMENTO DE UM JOGO DIGITAL DE PLATAFORMA
66Alleff Cristhian de Sousa Silva1
67Andrey Camurça da Silva2 68Márcio Darlen Lopes Cavalcante3
RESUMO: O trabalho apresenta o desenvolvimento de um jogo de plataforma, criado por meio da ferramenta
Construct 2, que vai da pré-produção a pós-produção, detalhando características específicas da mecânica, gráfico e
codificação. A produção do jogo segue o modelo de engenharia de software orientada à programação de jogos mais
adequada ao desenvolvimento independente. É apresentado o game design document (GDD), juntamente com ferramentas
utilizadas para a codificação. Como resultado do trabalho tem-se o jogo digital Phase One e ainda a descrição do processo
de desenvolvimento de um game.
PALAVRAS-CHAVES: JOGO, PRODUÇÃO, GAME ENGINE.
1 INTRODUÇÃO: Os jogos digitais vêm se tornando um dos principais meios de entretenimento na
contemporaneidade. Eles estão disponíveis para diversas plataformas e diferentes dispositivos,
fazendo-se presentes na rotina das pessoas, sejam elas crianças, jovens, adultos e até idosos. Com a
diversificação e o aumento do público, a indústria de jogos tem aumentado seu faturamento e,
consequentemente, apresentado projeções otimistas para o futuro (FLEURY; NAKANO;
CORDEIRO, 2014). Para Santos (2016, p.47) “trata-se de um mercado cada vez mais influente em
nível social, comercial, artístico, desportivo e econômico”. Isso só é possível porque atualmente os
games buscam não só entreter, mas também agregar valor à experiência dos seus usuários. Apesar do
mercado promissor, ainda há lacunas ao tratar da produção de games, uma vez que não se tem um
modelo padronizado de desenvolvimento. Diferente dos softwares tradicionais, o desenvolvimento
de games ainda hoje não tem metodologias específicas para tratar de sua produção, especialmente no
que diz respeito ao desenvolvimento independente. Nesse sentido, o presente estudo buscou analisar
e detalhar o processo de desenvolvimento de um jogo. Foi desenvolvido o Phase One (jogo de
plataforma para dispositivo móvel) através da ferramenta Construct 2. Para tanto, foi necessário
descrever a utilização da game engine para codificação, associada ao game design document (GDD),
contendo o documento de orientação do desenvolvimento. A produção do jogo segue o modelo de
engenharia de software orientada à programação de jogos que se mostrou mais adequada ao
desenvolvimento independente. O produto deste trabalho consiste em um game para dispositivos
moveis 2D, gênero de ação e subclassificação de plataforma, além da descrição de todo o ciclo de
produção. Não menos importante, a metodologia de software, fruto da adaptação do modelo de
Velásquez (2009), foi cuidadosamente descrita no GDD.
1 Bacharel em Sistemas de Informação pelo centro Universitário Luterano de Santarém 66 2 Discente do curso de Licenciatura em Matemática e Física da Universidade Federal do Oeste do Pará. 67 3 Mestre em Educação pela Universidade Federal do Oeste do Pará68
238
METODOLOGIA: Para o desenvolvimento do game foi adotado como base o modelo de engenharia
de software orientada à programação de jogos / simulações interativas, descrito por Velasques (2009,
p.37). Para atender as necessidades do desenvolvimento do Phase One, foi feito adaptações do
modelo proposto pelo autor. O modelo apresentado na figura a seguir distingue-se do modelo original
somente nos itens que compõem o GDD.
Figura 1 - Modelo de desenvolvimento orientado a jogos - Phase One.
Fonte: Arquivo pessoal.
Com a game engine Construct 2, também conhecido como motor de jogos, descrita por Batista
e et al. (2014, p.) como “um software que funciona como um conjunto de bibliotecas que ajudam o
desenvolvedor de jogos, que simplifica e abstrai muitos detalhes técnicos, como detalhes de
hardware”, foi feito a decodificação do jogo. Os principais aspectos que influenciaram na escolha do
motor de jogos foram a facilidade de uso, a codificação simples e o baixo custo de aquisição. Os
Concepção de jogo
Ideia
Ideia do jogo
Enredo do jogo
1 Introdução 4 Detalhamento Técnico
2 Interface e interação 5 Arte
3 Mecânica do Jogo 6 Som
Game Design Document
Escolha da Plataforma – Tecnologias de
Apoio
Codificação
Manutenção
239
elementos gráficos foram baixados do site Game Arte 2D. Para edição de figuras e áudio utilizou-se,
respectivamente, os softwares GIMP (GNU Image Manipulation Program) e Audacity.
RESULTADOS: Foi exposto o processo de criação de jogos digitais utilizando recursos como a
GDD e motores de jogos, bem como o desenvolvimento baseado na adaptação do modelo de
engenharia de software, conforme descrito na metodologia. A elaboração do GDD foi a etapa mais
longa no processo de desenvolvimento, mas apesar de extensa, o esforço exigido para criá-lo pode
ser descrito como compensatório, visto que este foi fundamental para a orientação durante todo
processo de desenvolvimento. A elaboração do jogo com a Engine Construct 2 mostrou-se simples.
Apesar de exigir a compreensão da lógica de seus mecanismos, a mesma trabalha basicamente com
elementos gráficos, sendo possível desenvolver um jogo completo através desta sem que haja a
necessidade de maiores conhecimentos de programação.
Figura 2 - Game Engine Construct 2 e interface gráfica do jogo na fase 1.
Durante todo o desenvolvimento foram efetuados testes de bug, que foram extremamente
importantes para adequações feitas nesse jogo ainda na fase de codificação. Esses testes identificaram
240
erros de configuração de interface, métodos, variáveis e de objetos. Já nos testes com produto final
foram notados alguns travamentos das animações da personagem ao colidir com os inimigos. Esses
travamentos foram corrigidos ao se adicionar o comportamento de objeto sólido ao inimigo e na
personagem principal. Os testes foram feitos em três smartphones, sendo dois deles Samsung Galaxy
S4-mini e um Samsung Galaxy Gran Prime. Todos os aparelhos testados atendiam aos requisitos
mínimos de hardware especificados no GDD. Estes também se deram através de simulações
realizadas no recurso Modo Design Adaptado do browser Mozilla Firefox, a qual permite ajustar a
resolução da tela, simulando, assim, vários tipos de dispositivos. No game produzido, o usuário deve
guiar Júlia (personagem principal) para libertar seus amigos do cativeiro, mas para isso deverá
sobreviver aos perigos dos obstáculos e dos mais assustadores zumbies. É um jogo do estilo
plataforma e ação em terceira pessoa, ambientado em um cenário pós-apocalíptico com zumbis e
muitas armadilhas mortais. O estilo do game é baseado no gênero plataforma*69 em duas dimensões
(2D), limitando os movimentos nas direções: esquerda, direita, cima e baixo. O jogo possui
semelhança com jogos encontrados através da Google play, tais como ZKW-Reborn, Door Defense:
Zombie Attack, Chuck contra Zumbis e Shotgun vs Zombies. Todos esses jogos adotam o gênero de
ação, tendo ainda o seu enredo focado na ameaça zumbi, coincidentemente objetivando sobreviver a
eles. O diferencial do jogo está em seu enredo, cujo objetivo não se limitar a enfrentar zumbis, mas
também a fazer o resgate. Além disso, possui aspectos modernos, já que trabalha com elementos
gráficos de alta resolução. O apelo visual das personagens e dos cenários, combinado com a boa
qualidade gráfica, faz com que o jogo seja atraente para um público bem diversificado.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: As dificuldades na área de desenvolvimento de games estão
relacionados a carência de conteúdo, assim como a escassez de metodologias de desenvolvimento
com foco em games. Em relação as ferramentas, pode-se afirmar que as mesmas estão evoluindo
rapidamente, propiciando cada vez mais facilidade e produtividade para o desenvolvimento de jogos
digitais. Os produtos deste trabalho foram um game para dispositivos moveis em duas dimensões,
gênero de ação e subclassificação de plataforma, descrição de todo o ciclo de produção e também a
metodologia de software. O processo de desenvolvimento é fruto da adaptação de um modelo de
engenharia de software que se mostrou adequado para o desenvolvimento independente.
* Plataforma é o nome dado a um gênero de jogos digitais em que o jogador corre e pula entre plataformas e obstáculos,
enfrentando inimigos e coletando objetos bônus. 69
241
REFERÊNCIA
FLEURY, A.; NAKANO, D.; CORDEIRO, J. H. D. O. Mapeamento da Indústria Brasileira de
Jogos Digitais. São Paulo. 2014.
VELASQUEZ, C. E. L. Modelo de Engenharia de Software: para o Desenvolvimento de Jogos e
Simulações Interactivas. 2009. 105 f. Dissertação (Mestrado em Computação Móvel) - Universidade
Fernando Pessoa, Porto, 2009.
SANTOS, B. O. Expansão do mercado dos videojogos: Como educar os séniores para uma cultura
gamificada. 2016. 138f. Dissertação (Mestre em Ciências da Comunicação). Universidade Fernando
Pessoa, Porto, 2016.
242
DIMENSIONAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DA INFRAESTRUTURA DE UMA
EDIFICAÇÃO DE CINCO PAVIMENTOS EM CONCRETO ARMADO: COMPARATIVO
ENTRE PREÇOS DO SINAPI E SEDOP
70Vinícius Martins Ribeiro1
Daniel Branco de Morais1
Frank Alec Feitosa Maia1
Gabriel Rodrigues Gomes1
Hugo Ricardo Aquino²
RESUMO: Este trabalho tem como objetivo geral dimensionar e orçar a fundação de uma edificação de cinco
pavimentos de concreto armado. Os objetivos específicos compreendem no dimensionamento dessa fundação a partir da
NBR 6122 – Projeto e execução de fundações - e orçamentação a partir da base de dados e composição de custos do
SEDOP – Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas – e do SINAPI – Sistema Nacional de
Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil, os dois referentes ao estado do Pará. A temática em questão se faz
importante pois busca envolver duas vertentes de extrema necessidade para a vida acadêmica e profissional do engenheiro
civil ao adquirir resultados em função dos cálculos de orçamento para proporcionar a melhoria e o aumento de dados no
tocante a este relevante assunto e dimensiona-lo estruturalmente. Serão usados, para tal, softwares que auxiliarão nosso
estudo no intuito de dar praticidade e garantir valores os mais precisos possível, são eles: Eberick V8 Gold versão
estudantil para o cálculo e análise de estabilidade estrutural e o Excel para gerar as planilhas de orçamento resumo e
sintético. Serão comparados, a partir daí os valores encontrados a partir das duas bases de dados citadas.
PALAVRAS-CHAVE: FUNDAÇÕES, ORÇAMENTO, COMPARAÇÃO DE CUSTOS.
INTRODUÇÃO: A NBR 6122 - Projeto e execução de fundações enfatiza em seus principais
tópicos, primeiramente a necessidade de investigações geotécnicas, geológicas e observações locais
apresentando essas investigações como de campo – sondagens a trado, poços e trincheiras, inspeção
ou amostragem, simples reconhecimento à percussão, rotativas e especiais, ensaios de penetração
quase estática ou dinâmica, resistência e deformabilidade, permeabilidade ou determinação de perda
da água, medições de níveis d’água e de pressões neutras, medições de níveis subterrâneos; além de
investigações de laboratório como a caracterização, resistência, deformabilidade, permeabilidade,
colapsibilidade, expansibilidade. O reconhecimento geológico básico, ou seja, imprescindível é o
reconhecimento geotécnico que compreende as sondagens à percussão ou outro método geofísico de
prospecção do solo para fins de fundação.
As sondagens de reconhecimento à percussão são indispensáveis e devem ser executadas de
acordo com a NBR 6485, levando-se em conta as peculiaridades da obra em projeto. Tais
sondagens devem fornecer no mínimo a descrição das camadas atravessadas, os valores dos
índices de resistência a penetração (S.P.T.) e as posições dos níveis d’água. (NBR 6122,
1996, p.4)
As cargas e segurança nas fundações são encontradas a partir da obtenção de esforços. Deve
ser considerado, para isso, as cargas especificadas em projeto, o peso próprio dos elementos dos
1 Acadêmicos do Curso de Engenharia Civil do CEULS ULBRA 70 2 Professor com título de Mestre do CEULS ULBRA
243
elementos estruturais de fundação. Devem-se levar em conta ainda as variações de tensão decorrentes
da execução eventual de aterros, reaterros e escavações, bem como os diferentes carregamentos que
atuam durante as fases de execução da obra. Caso seja fornecido ao projetista da fundação um único
tipo de carregamento sem especificação das ações combinadas, aplica-se disposto no item 5.5 da NBR
6122. Para o cálculo da carga admissível empregando-se fator de segurança deve-se ter como base a
figura 1. (NBR 6122, PROJETO E EXECUÇAÕ DE FUNDAÇÕES, 1996, p.6)
Figura 1 – Fatores de segurança globais mínimos.
Fonte: NBR 6122 – Projeto e execução de fundações.
O dimensionamento das fundações superficiais pode ser feito de duas maneiras: a partir do
conceito de pressão admissível, o que é disposto nos itens 6.2, 6.3 e 6.4, ou a partir dos conceitos de
coeficientes de segurança parciais, o que é disposto em 5.6 da NBR 6122. No método de pressão
admissível deve ser levado em conta a profundidade da fundação, a geometria da fundação, entre
outros fatores. Para tal, existem métodos de cálculo que são prescritos em 6.1.2 da NBR 6122.
Figura 2 – Valores de𝜎adm em função da largura B da sapata
Fonte: NBR 6122 – Projeto e execução de fundações.
METODOLOGIA: Este trabalho é de cunho bibliográfico pois contará com o planejamento de uma
estrutura não existente, projetada para fins de análise e obtenção de resultados que sanem dúvidas a
respeito das mais utilizadas bases gratuitas que o profissional da engenharia civil possui, além de
contar com softwares que auxiliarão nosso estudo no intuito de dar praticidade e garantir valores os
mais precisos possível, são eles: Eberick V8 Gold versão estudantil para o cálculo e análise de
estabilidade estrutural e o Excel para gerar as planilhas de orçamento resumo e sintético; tal ajuda
será imprescindível para adquirir com mais praticidade e excelência as quantidades de armadura,
244
forma e volume de concreto. Em seguida serão apresentadas as planilhas de dimensionamento
utilizadas para organizar a demonstrar o comparativo de custos obtido a partir dos quantitativos
existentes para a correta execução da infraestrutura do prédio em estudo. Para nortear o
dimensionamento dessa fundação serão utilizadas as normas NBR 6122:1996 – Projeto e execução
de fundações – e a NBR 6118:2014 – projeto de estruturas de concreto procedimento. Utilizar-se-á
um solo do tipo arenoso com tensão de 1,9 kgf/cm² a 2 m de profundidade para o cálculo da fundação
rasa do tipo sapatas isoladas de concreto armado. A planta de locação será apresentada abaixo
segundo o dimensionamento auxiliado pelo software citado. Em seguida serão apresentas as planilhas
de orçamento sintético a partir das diferentes bases de composição de custos.
Figura 3 – Planta de locação de sapatas
Fonte: Autor, 2017.
RESULTADOS E DISCUSSÕES: As planilhas de orçamento sintético apresentam os valores
encontrados na planilha de quantitativo, apresentando, além disso, os códigos, unidades, preços
unitário e parcial, o que delimita de maneira contundente os parâmetros para o embasamento almejado
nos objetivos deste trabalho. Observou-se que o valor total encontrado com a base de dados do
SEDOP é 6,24% maior que o valor total obtido a partir das composições SINAPI.
245
Quadro 1 – Orçamento sintético de infraestrutura baseado das composições de custo SEDOP
Item Descrição Ref. Código Unid. Qte Preço unit. Preço parcial
1.1 Escavação mecanizada 30675 m³ 810,00 8,24R$ 6.674,40R$
1.3 Forma de sapatas e arranques 50036 m² 27,10 69,65R$ 1.887,52R$
1.4 Armadura de sapatas e arranques 50038 kg 457,90 6,53R$ 2.990,09R$
1.5 Concreto 30 Mpa (incl. Preparo e lanç.) 50259 m³ 16,00 560,00R$ 8.960,00R$
1.6 Desforma 50037 m² 27,10 3,40R$ 92,14R$
1.7 Impermeabilização (Vedacit) 80313 m² 27,10 13,58R$ 368,02R$
1.8 Reaterro compactado 30254 m³ 794,00 37,15R$ 29.497,10R$
50.469,26R$
1.0 INFRAESTRUTURA
SEDOP
Total Fonte: autor, 2017.
Quadro 2 – Orçamento sintético de infraestrutura baseado das composições de custo SINAPI
Item Descrição Ref. Código Unid. Qte Preço unit. Preço parcial
1.1 Escavação mecanizada 90102 m³ 810 12,02R$ 9.736,20R$
1.3 Forma e desforma de sapatas e arranques 96529 m² 27,1 166,31R$ 4.507,00R$
1.4 Armadura de sapatas e arranques 96543 kg 457,9 11,98R$ 5.485,64R$
1.5 Concreto 30 Mpa (incl. Preparo e lanç.) 96556 m³ 16 600,76R$ 9.612,16R$
1.6 Impermeabilização tinta asfáltica 74106 m² 27,1 8,68R$ 235,23R$
1.7 Reaterro compactado 93382 m³ 794 22,58R$ 17.928,52R$
47.504,75R$
1.0 INFRAESTRUTURA
SINAPI
Total
Fonte: autor, 2017.
CONCLUSÃO: Os objetivos geral e específico deste trabalho foram atingidos em função da análise
dos resultados encontrados nos cálculos de orçamento da edificação fictícia projetada. Deve-se atentar
ao fato de que as composições e índices retirados das bases de dados em questão são passíveis de
mudanças constantes que dependem da situação econômica do Brasil, além de serem modificadas em
pouco tempo, o que provocaria alterações nos resultados desse estudo quando visto em outro período
diferente dos quais foram retirados os valores – setembro de 2017.
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118/2014. Projeto de estruturas
de concreto procedimento: ABNT, 2014.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6122/1996. Projeto e execução de
fundações: ABNT, 1996.
ALONSO, Urbano Rodrigues. Exercícios de fundações. 2. ed. São Paulo: Editora Ediguard Blucher.
ARAÚJO, José Milton de. Curso de concreto armado. Rio Grande, RS: Editora DUNAS, 2003. 4
v.
CAPUTO, Homero Pinto. Mecânica dos solos e suas aplicações. 3 ed. Rio de Janeiro: INL, 1977.
v. 4
246
DIMENSIONAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DA SUPERESTRUTURA DE UMA
EDIFICAÇÃO DE QUATRO PAVIMENTOS EM CONCRETO ARMADO:
COMPARATIVO ENTRE SISTEMAS REFERENCIAIS DE
CUSTOS DO ESTADO DO PARÁ
71Gabriel Rodrigues Gomes1
Daniel Branco de Morais1
Dayana Trevisan1
Frank Alec Feitosa Maia1
Vinícius Martins Ribeiro1
Hugo Ricardo Aquino²
RESUMO: Este presente trabalho tem como objetivo geral dimensionar e orçar uma estrutura de quatro pavimentos
em concreto armado. Os objetivos específicos compreendem o dimensionamento estrutural de uma edificação de quatro
pavimentos em concreto armado, a orçamentação da mesma com custos de referências do SEDOP-PA e SINAPI-PA e a
verificação do percentual correspondente do valor da superestrutura ao custo unitário básico do empreendimento em
questão. A pesquisa é de cunho essencialmente bibliográfico e se valerá de custos de referências do SEDOP-PA e SINAPI-
PA para o mês de referência de setembro de 2017 para obtenção dos preços e do software @EberickV8 para lançamento
e dimensionamento da estrutura. Conclui-se que a média percentual do valor equivalente da superestrutura em relação ao
valor total do empreendimento é de 22.31% e que os custos do SINAPI-PA são 17.90% maiores que os do SEDOP-PA.
PALAVRAS-CHAVES: ORÇAMENTAÇÃO. DIMENSIONAMENTO. SUPERESTRUTURA
INTRODUÇÃO: A orçamentação de uma edificação é um procedimento técnico minucioso que
demanda conhecimento e experiência da parte do orçamentista. Para Sampaio (1987) “Orçamento é
o cálculo dos custos para executar uma obra ou um empreendimento, quanto mais detalhado, mais se
aproximará do custo real”. Como afirma o autor, quanto mais detalhado for o levantamento e a
verificação de projetos, mais se tornará um processo eficaz.
Todavia, quando ainda se está em um fase de planejamento do empreendimento, utilizam-se
estimativas de custos para obtenção de valores aproximados, que se pautam em pesquisas de preços
em históricos da região interessada e projetos similares. No caso do estado do Pará, uma das fontes
de obtenção desses dados é através do Custo Unitário Básico o qual fornece o custo da obra por área
construída e é muito utilizado como parâmetro norteador.
O caso em questão da pesquisa trata-se de uma edificação residencial de quatro pavimentos,
padrão alto, estruturada em concreto armado. O prédio possui uma área total de 1.156 m², cada andar
com 289m². De acordo com o quadro abaixo, a obra é qualificada como padrão alto R-8, ou seja,
enquadra-se como prédio residencial multifamiliar de até 8 pavimentos que compreende o valor de
R$1.477,15/m². O custo básico da edificação é simplesmente o produto da área pelo CUB. Logo, o
produto R$1.477,15/m² x 600m² é de R$ 1.707.585,40 (Um milhão, setecentos e sete mil reais,
quinhentos e oitenta e cinco reais e quarenta centavos).
1 Acadêmicos do Curso de Engenharia Civil do CEULS ULBRA 71 2 Professor com título de Mestre do CEULS ULBRA
247
Quadro 1- Custos Unitários Básicos do CUB-SINDUSCON-PA (Setembro/2017)
Fonte: Adaptado de Sinduscon-PA
Disponível em: http://www.sindusconpa.org.br/site/cub.php
Os objetivos da pesquisa pautam-se essencialmente em dimensionar a estrutura e orçar
analiticamente com os custos de referências do SEDOP-PA e SINAPI-PA. Obter-se-á, a partir de
então, a diferença dentre os custos de referências supracitados e, além disso, o quanto a superestrutura
equivale em termos percentuais do empreendimento, o que pode servir de base para futuras pesquisas
de preço da região para estimativas de custos para estrutura. Algumas bibliografias estimam que a
superestrutura compreende cerca de 17-22% da obra, como Vargas (2010) que em sua obra determina
esse percentual em 19,34%.
A concepção estrutural e o dimensionamento serão realizados em observância da NBR
6118/2014, 6120 e 8681. Os elementos estruturais são: vigas, pilares, escadas e reservatório. Uma
vez que a superestrutura é concebida e dimensionada obter-se-á dados para realizar o preciso
orçamento. A arquitetura do pavimento tipo está mostrada abaixo:
Figura 1- Arquitetura do Pavimento Tipo
Fonte: Autor, 2017
248
O software utilizado para análise é o @EberickV8, o qual analisa as lajes por analogia de
grelhas, os pilares pelo método do pilar padrão com rigidez aproximada e as vigas com base nos
diagramas de momento fletor e esforço cortante.
METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa de cunho principalmente bibliográfico, a qual idealiza-
se através do dimensionamento e essencialmente da orçamentação da superestrutura de quatro
pavimentos concebida em concreto armado. A arquitetura projetada pelos autores é um prédio
residencial padrão alto.
A concepção e dimensionamento foram realizados utilizando-se as seguintes normas: ABNT
NBR 6118 – Projeto de estruturas de concreto – Procedimento; ABNT NBR 6120 – Cargas para
cálculo de estruturas de edificação – Procedimentos; ABNT NBR 8681 – Ações e segurança nas
estruturas – Procedimentos. Foi utilizado na modelagem e processamento dos resultados o software
@EberickV8 da empresa AltoQi.
A estimativa do Custo Unitário Básico da edificação (CUB) para servir de base ao preço da
edificação é efetuado por dados do SINDUSCON-PA (Setembro-2017), padrão alto, classe R-8. Os
custos de referência que serão levados em consideração para comparação entre si é do SEDOP-PA
(Setembro/2017) e SINAPI-PA (Setembro/2017). Todos os custos de referências estão como preços
sem desoneração.
RESULTADOS E DISCUSSÕES: As planilhas de orçamento sintético apresentam os valores
encontrados na planilha de quantitativo, apresentando, além disso, os códigos, unidades, preços
unitário e parcial, o que delimita de maneira contundente os parâmetros para o embasamento almejado
nos objetivos deste trabalho. Observou-se que o valor total encontrado com a base de dados do
SINAPI é 17.90% maior que o valor total obtido a partir das composições SEDOP, conforme
mostram, os quadros abaixo.
Quadro 2- Custo da Estrutura pelo SEDOP-PA(Setembro-2017)
Fonte: Autor, 2017
249
Quadro 3- Custo da Estrutura pelo SINAPI-PA (Setembro-2017)
Fonte: Autor, 2017
O percentual encontrado para o valor da estrutura correspondente ao valor total da obra que tem
o montante de R$ 1.707.585,40 é de 20.11% para os preços do SEDOP-PA e de 24.50% para os
valores do SINAPI-PA, ou seja, a média percentual é de 22.31%, o que pode servir de parâmetro para
consultas de preço.
CONCLUSÃO: Os objetivos geral e específico deste trabalho foram atingidos em função da análise
dos resultados encontrados nos cálculos de orçamento da edificação fictícia projetada. Deve-se atentar
ao fato de que as composições e índices retirados das bases de dados em questão são passíveis de
mudanças constantes que dependem da situação econômica do Brasil, além de serem modificadas em
pouco tempo, o que provocaria alterações nos resultados desse estudo quando visto em outro período
diferente dos quais foram retirados os valores – setembro de 2017.
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118/2014. Projeto de estruturas
de concreto procedimento: ABNT, 2014.
ARAÚJO, José Milton de. Curso de concreto armado. Rio Grande, RS: Editora DUNAS, 2003. 4
v.
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL DA UEPG. Notas de aulas da disciplina de
Construção Civil. Carlan Seiler Zulian; Elton Cunha Doná. Ponta Grossa: DENGE, 2000.
Digitalizado em www.uepg.br/denge/civil
LIMMER, C. V. Planejamento, orçamento e controle de projetos e obras. Rio de Janeiro, RJ.
editora LTC - Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 1997.
REVISTA CONTRUÇÃO E MERCADO, Orçamento real. São Paulo: Pini, edições: 1 (agosto de
2001) a 98 (setembro de 2009).
250
EASY ENGLISH - OBJETO DE APRENDIZAGEM PARA INTRODUÇÃO AOS
PRINCÍPIOS BÁSICOS DE LÍNGUA INGLESA PARA ALUNOS DO 3ºANO DO ENSINO
FUNDAMENTAL: FASE DE ANÁLISE E PROJETO.
72Carla Kalyanna Pereira Pinto1
Matheus Cunha de Assis1
Paulo Almeida de Castro Junior1
Marla Teresinha Barbosa Geller2
RESUMO: O objetivo deste trabalho é desenvolver um OA (Objeto de Aprendizagem) para o ensino da língua inglesa
direcionado aos alunos do 3°ano do ensino fundamental. A justificativa se deve ao fato da importância de se conhecer
este idioma para que o jovem se torne um cidadão inserido na sociedade globalizada. O uso de OAs auxilia o processo
de ensino e aprendizagem pois o faz de forma lúdica. O projeto foi elaborado utilizando os conceitos e práticas da
Engenharia de Software para desenvolvimento de sistemas, ou seja, realização através de um processo passando por todas
as fases do ciclo de vida do software. O resultado inicial deste trabalho é apresentado através da especificação das fases
de Análise e Projeto, sendo possível a partir dele a implementação do OA - Easy English, com a ferramenta Construct2.
Através deste projeto busca-se propiciar a formação de vínculos entre o estudante e a Língua Inglesa, propiciando
situações que despertem ou ampliem os interesses dos alunos acerca do tema apresentado.
PALAVRAS-CHAVE: OBJETOS DE APRENDIZAGEM, ENGENHARIA DE SOFTWARE, LÍNGUA
INGLESA.
INTRODUÇÃO: O aprendizado de uma segunda língua na infância, proporciona um maior
envolvimento com a informação, facilitando o desenvolvimento do indivíduo como cidadão
globalizado (ALMEIDA, 1998). Segundo Figueiredo (1997) “a idade do indivíduo é um dos fatores
que determinam o modo pelo qual se aprende uma língua”. O ensino de inglês na infância além de
facilitar a compreensão da própria língua materna, aumenta a habilidade do indivíduo de aprender
outras línguas estrangeiras. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, Terceiro e Quarto
Ciclos do Ensino Fundamental que:
A aprendizagem de Língua Estrangeira contribui para o processo educacional como um todo,
indo muito além da aquisição de um conjunto de habilidades linguísticas. Leva a uma nova
percepção da natureza da linguagem, aumenta a compreensão de como a língua funciona e
desenvolve maior consciência do funcionamento da própria língua materna. (MEC, 1998).
Como recurso facilitador nesta tarefa, tem-se a tecnologia que é de extrema aceitação entre os
jovens atualmente, e pode ser utilizado para estabelecer a ponte entre o saber teórico e a realidade. O
desenvolvimento de um objeto de aprendizagem que auxilie na interação entre o aluno e a língua
estrangeira pode facilitar o processo, para que se tenha melhor desenvolvimento e conhecimento com
uma língua estrangeira. Audino e Nascimento (2010), consideram um OA como sendo "recursos
digitais dinâmicos, interativos e reutilizáveis em diferentes ambientes de aprendizagem elaborados a
partir de uma base tecnológica”. A motivação é um fator de grande influência no desempenho dos
alunos e precisa estar presente em todos os processos do ensino. Conforme Costa (1987) “o aluno
1 Acadêmicos do Curso de Sistemas de Informação do CEULS/ULBRA. Projeto TISI. V semestre.
72 2 Professora do Curso de Sistemas de Informação do (CEULS/ULBRA) e Orientadora do Projeto.
251
tende a se desenvolver nas atividades em que acredita obter sucesso”, desta forma, proporcionar
atividades relevantes que favoreçam a interação dos alunos é de extrema importância para as crianças,
já que elas perdem rápido o interesse e a motivação por tarefas que acreditam ser difíceis. Pierce
(2013) afirma que um OA para ser utilizado com eficiência deve ter atividades que atendam as
expectativas dos aprendizes. Para Martinez (2000), “os OAs devem ser desenhados usando um
enquadramento conceitual inserido em teorias, estratégias e metodologias instrucionais”. Portanto, o
trabalho segue os princípios da Engenharia de Software Educacional e utiliza as fases de um processo
de desenvolvimento de software, testando o aplicativo com professores e alunos orientando-os como
devem utilizar este recurso, para que traga benefícios em sala de aula. Dentre os objetivos específicos
do projeto podemos citar: (i) identificar quais as principais dificuldades apresentadas pelos alunos ao
ter este conteúdo de forma tradicional na sala de aula; (ii) investigar quais as metodologias utilizadas
pelo professor e como o conteúdo é ministrado; (iii) propor um OA com o conteúdo para auxílio na
sala de aula; (iv) aplicar o OA como complemento do conteúdo ministrado pelo professor; (v) avaliar
o aproveitamento dos alunos. Esta primeira parte do projeto apresenta as fases de Análise e Projeto
para a construção do OA - Easy English.
MÉTODO: A metodologia utilizada para criação do aplicativo inclui os passos de um processo de
desenvolvimento de software tradicional que foi adaptado para ser utilizado no desenvolvimento de
um software educacional, mais especificamente de um OA. O método utiliza o modelo de
desenvolvimento de software Cascata que inclui as fases de: Levantamento de requisitos, Análise,
Projeto, Implementação, Testes e Implantação (PRESSMANN, 2006). A UML (Linguagem de
Modelagem Unificada) será utilizada nas fases de Análise e Projeto para modelar o sistema. UML é
uma linguagem de modelagem que, segundo Bezerra (2002), é constituída de elementos gráficos que
permitem representar diversas perspectivas do sistema a ser desenvolvido. O aplicativo é voltado para
área da educação e tem como requisito importante a criação de uma interface atrativa e intuitiva para
facilitar a usabilidade e proporcionar boa interatividade com o usuário. O OA iniciará com um
determinado conteúdo da disciplina, logo após, o mesmo aplicará uma pequena atividade avaliativa
para ver o quanto o usuário aprendeu nesta etapa. Após esta primeira fase, o grau de dificuldade será
aumentado sutilmente, fazendo com que o usuário eleve seu nível. O Easy English será desenvolvido
na plataforma Construct 2, que possui uma versão livre e ambiente de desenvolvimento bastante
intuitivo, facilitando o desenvolvimento de jogos e OAs (HOLANDA, 2014).
A primeira etapa do processo é o levantamento e análise dos requisitos os quais serão a base
para a realização da próxima fase que é o projeto do software (SOMMERVILLE, 2003). Com a
finalização da etapa de projeto, com todas as especificações necessárias, o OA será implementado,
testado e finalizado para uso na disciplina de inglês.
252
RESULTADOS e DISCUSSÃO: Como resultado desta fase do trabalho, finaliza-se as etapas de
levantamento de requisitos e análise para o Easy English, apresentando na figura 1 o diagrama de
atividades utilizando a UML, que representam as atividades realizadas pelo usuário ao acessar o
aplicativo.
Figura 1 - Diagrama de Atividades para o Easy English.
O quadro 1 apresenta o levantamento de requisitos funcionais para o OA, que especificam todas
as funcionalidades do aplicativo.
Quadro 1 - Requisitos funcionais
Requisito Descrição
Click com o
Mouse
O OA (Easy English) permitirá que o usuário possa escolher as
alternativas das questões propostas.
Som do(a)
narrador(a)
O Easy English emitirá a fala do narrador tanto para explicar
determinado assunto quanto fazer questionamentos.
Cenários O Easy English apresentará pontos turísticos da cidade de
Santarém-PA.
Fases O Easy English terá diversas fases com graus variados conforme
o jogador conseguir entender o conteúdo e conseguir passar nas
fases anteriores.
Menu inicial O Easy English deverá ter um menu inicial com as opções:
jogar, instruções e créditos.
Jogar Permitirá que o jogador dê início ao jogo/aprendizado.
Instruções O sistema trará consigo algumas instruções primordiais para o
usuário.
Créditos O Easy English irá apresentar algumas informações em relação a
construção do aplicativo.
253
Sair do jogo O ambiente deve permitir que usuário possa sair do jogo a
qualquer momento que quiser.
Assuntos O Easy English possuirá alguns dos principais assuntos da língua
inglesa para os alunos da 3ª série do ensino fundamental e será
explicado pelo narrador (a).
Questões As questões serão apresentadas no jogo pelo (a) narrador (a) logo
após cada assunto explicado.
Pontuação O Easy English apresentará a pontuação do usurário do início ao
fim, a pontuação aumentará conforme o jogador acerte as
questões propostas.
Tela final O Easy English apresentará uma tela final com a opção de
escolha musical na qual o usuário poderá cantar essa música com
um playback.
Bônus A música escolhida na tela final será uma música proposta em
relação ao conteúdo passado.
Segundo Pressmann (2006), requisitos não funcionais determinam como o software deve se
comportar para que atenda às necessidades do usuário. O quadro 2 apresenta os requisitos não
funcionais que estão ligados aos conceitos de usabilidade para o Easy English.
Quadro 2 - Requisitos Não Funcionais
Requisito Descrição
Assuntos Os assuntos explicados devem ser de fácil entendimento para os
alunos da 3ª série do ensino fundamental.
Questões As questões serão relacionadas aos assuntos apresentados
anteriormente.
Telas As telas possuirão paisagens dos pontos turísticos da cidade de
Santarém-PA.
Textos Serão apresentados em fontes grandes para que os alunos não
possam ter dificuldades para ler.
Alternativas As alternativas apresentarão design intuitivo para que seja de
fácil entendimento
Full-screen O Easy English deve ser executado exclusivamente no modo
full-screen, para que o usuário não tenha sua atenção dispersada
por outros aplicativos.
Mouse Qualquer atividade proposta pelo Easy English, terá o mouse
como ferramenta principal para qualquer ação.
Narrador (a) A interlocução deverá ser dinâmica e lúdica para que o aplicativo
não seja entediante ou que faça o aluno perder o interesse.
A partir destas especificações as próximas fases deste projeto incluem a implementação do
software, os testes e a entrega aos professores para que utilizem em sua disciplina.
CONCLUSÃO: Desenvolver um OA é um trabalho que exige conhecimento interdisciplinar
abordando a parte pedagógica, a parte de conteúdo da língua inglesa e a parte técnica para
254
implementação do software. Por este motivo, é de grande importância que os envolvidos no projeto
estejam conscientes e preparados para tal tarefa. Conhecer os fundamentos da Engenharia de Software
foi um ponto facilitador para realização do projeto, ao mesmo tempo que se observou que dividir o
desenvolvimento em etapas garantiu que o trabalho fosse realizado com responsabilidade e qualidade.
Neste momento apresentou-se as etapas inicias de desenvolvimento do Easy English, possibilitando
que as próximas fases sejam realizadas com coerência aos objetivos do OA.
Através deste projeto busca-se facilitar a formação de vínculos entre o estudante e a Língua
Inglesa, propiciando situações que despertem ou ampliem os interesses dos alunos acerca do tema
apresentado. Com o Easy English a língua inglesa será abordada sob diversas visões, com diferentes
propósitos, de forma a facilitar a participação do aluno, contribuindo de maneira a tornar a aula bem-
sucedida no que diz respeito à aprendizagem do idioma.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA FILHO, J.C.P. Dimensões Comunicativas no Ensino de Línguas. Campinas: Pontes,
1998.
AUDINO, D. F.; NASCIMENTO, R. da S. Objetos de aprendizagem - diálogos entre conceitos e uma
nova proposição aplicada à educação. Revista Contemporânea de Educação, v. 5, p. 128-148, 2010.
BEZERRA, E. Princípios de análise e projeto de sistemas com UML. Tio de Janeiro: Campus, 2002.
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do Ensino Fundamental.
Brasília, DF: MEC,1998.
COSTA, Daniel N. Martins da. Por que Ensinar Língua Estrangeira na Escola de 1º grau. São Paulo:
EPU, EDUC, p.17, 1987.
FIGUEIREDO, Francisco José Quaresma de. Aprendendo com os erros: uma perspectiva
comunicativa de ensino de línguas. Goiânia, 1997.
HOLANDA, G. Começando com o Construct 2. 2014. Disponível em: <www.scirra.com/tutorials/.>
Acesso em: 20 agosto 2017.
MARTINEZ, M. Designing learning objects to mass customize and personalize learning. In: D. A.
Wiley (Ed.). The Instructional Use of Learning Objects: Online Version. 2000, p. 1-27. Disponível
em: < http://www.lingnet.pro.br/media/trabalhos/doris_OA.pdf>. Acesso em: 15 setembro 2016.
PIERCE, N. Digital Game-Based Learning for early childhood. Learnovate. Centre, 2013.
PRESSMANN, R. S. Engenharia de Software. 6ª.ed. São Paulo: McGraw-Hill.
SOMMERVILLE, I. Engenharia de Software. São Paulo: Addison Wesley, 2003.
255
ESTUDO DE SOLO PARA FUNDAÇÕES EM ÁREAS DE POSSIVEL
DESENVOLVIMENTO URBANO DE SANTARÉM-PA
73Kayna Costa Gregório1
Fernando Augusto Ferreira do Valle²
Alessandro Santos de Araújo3
José Reginaldo Pinto de Abreu4
Paulo Henrique Neves Lobo5
RESUMO: A cidade de Santarém foi fundada em 1661 e, desde então, seu crescimento populacional e industrial vem
acontecendo de maneira desorganizada, gerando interferências no setor da construção civil, em alguns casos no que diz
respeito a parâmetros geotécnicos. A execução de edificações sem o prévio conhecimento das características que o solo
do terreno apresenta, é um dos grandes fatores da causa de manifestações patológicas, podendo, até mesmo, em alguns
casos levar a construção ao colapso. Diante disto, foram selecionados seis bairros com potencial de crescimento urbano
da cidade de Santarém, para analisar o solo e definir qual o tipo de fundação mais viável dentro dos parâmetros técnico-
econômicos para a construção de uma casa popular de 48,6m². De acordo com os laudos de sondagem do tipo SPT, as
características de solo predominante encontrada nos bairros da Nova República, Cipoal, Mararu, Urumari, Alvorada e na
Vila de Alter do Chão foi areno-argiloso, sem a presença do lençol freático, com exceção de Alter do Chão. O tipo de
fundação mais adequada para a edificação foi o Radier, cujo dimensionamento foi realizado de acordo com as
características apresentadas nos laudos descritos no presente trabalho.
PALAVRAS-CHAVE: FUNDAÇÃO, SOLO, CRESCIMENTO URBANO.
INTRODUÇÃO: A cidade de Santarém, fundada em 1661, serviu como ponto de apoio para a
circulação de mercadorias na região Oeste do Pará, e com o passar dos anos, a vila foi se
desenvolvendo, transformando-se em município. Porém, o seu crescimento populacional aconteceu
de forma desproporcional, tendo o seu apogeu nas décadas de 60 e 70, com a abertura das rodovias
Santarém-Cuiabá e Santarém-Curuá-Una. Em função desse crescimento desorganizado, muitos
bairros periféricos foram surgindo e as construções, principalmente residenciais, eram executadas
praticamente sem nenhum parâmetro técnico, sem levar em consideração os conhecimentos básicos
que a Engenharia Civil proporciona. Diante disto muitos problemas de manifestações patológicas
foram surgindo nas construções, como fissuras, infiltrações, e até mesmo em alguns casos o colapso
destas. Sendo assim, unir os assuntos crescimento urbano com estudo de solo é importante para evitar
problemas de pequeno e grande porte nas edificações, vias públicas, e promover melhorias com
questões envolvendo saneamento básico, como tratamento de esgoto e disponibilização de água para
a população, entre outros.
Para o estudo foram escolhidos seis bairros na cidade, abrangendo regiões sul e sudeste do
município, que são áreas onde Santarém ainda sofre expansão populacional e industrial no decorrer
dos últimos anos, por circundarem as principais rodovias que a cortam, fazendo ligação com demais
cidades e estados do Brasil. Os bairros referem-se a Nova República e Cipoal – no entorno da
1Engenheira Civil, Santarém-PA. 73 2 Professor M.Sc Eng. Civil, Curso de Engenharia Civil , CEULS/ULBRA, Santarém-PA.
256
Santarém-Cuiabá (BR-163) –, Urumari e Mararu – Santarém-Curuá-Una (PA-370) – e bairro
Alvorada e a Vila de Alter Chão, que são os dois extremos da PA-457 (Rodovia Everaldo Martins).
Diante destas questões, fica fácil entender que as fundações são de suma importância para estabilidade
de qualquer edificação, sem elas, é impossível desenvolver qualquer projeto. A escolha equivocada
do tipo de fundação mais apropriada para o terreno em que se queira construir pode trazer prejuízos
graves ao construtor, e para defini-la é necessário a averiguação das camadas mais profundas de solo,
apresentando suas características mais peculiares.
O principal objetivo deste artigo é descrever o processo de escolha da fundação mais adequada
para um determinado tipo de solo, com base na análise de laudos de sondagem do tipo SPT. Esses
laudos são de regiões selecionadas na cidade de Santarém, que tem grande potencial de crescimento,
para que, assim, as futuras construções nesses locais apresentem menor índice de patologias, tenham
maior durabilidade, além de poder auxiliar na identificação de possíveis manifestações patológicas e
potencial indicativo de reparo nas edificações já existentes. Sabe-se que, contratar um profissional da
área da construção civil não é acessível para todas as pessoas, porém, a literatura e as pesquisas estão
disponíveis para todas as classes. Além disso, também é apresentado as vantagens e desvantagens da
escolha da fundação, atentando, principalmente, ao custo benefício da estrutura, uma vez que a maior
parte da população que ocupa esses bairros atendem as camadas mais carentes da sociedade.
MATERIAIS E MÉTODOS: Para o desenvolvimento deste trabalho de pesquisa recorreu-se, nas
primeiras etapas do projeto, a seleção de um acervo bibliográfico consistente com o tema e com
levantamento de dados. Este levantamento consistiu na coleta de relatórios de ensaios SPT realizados
em algumas áreas do município de Santarém. As principais regiões estudadas são as que circundam
as três principais rodovias da cidade, sendo elas BR 163 (Santarém-Cuiabá), PA 370 (Santarém-
Curuáuna) e PA 475 (Rodovia Everaldo Martins), onde há o frequente crescimento populacional e
desenvolvimento urbano do município. O acervo bibliográfico contém, além de artigos e autores
experientes no que se diz respeito à ensaios de Sondagem a Percussão, as normas da ABNT que
regram esse procedimento na prática, e a parte histórica da cidade de Santarém, que conta como se
deu o Desenvolvimento Urbano ao redor das rodovias ao longo dos anos. O levantamento de dados
foi feito com a ajuda das empresas PRESIM - Premoldados Simões Engenharia e Comércio LTDA e
da MTEC Geotecnia, que forneceram os Laudos de Sondagem das áreas de estudo, com base nisso,
buscou-se identificar os perfis Nspt para as diversas unidades geotécnicas identificadas, bem como
os perfis médios de cada zona. A partir das informações contidas nos laudos de sondagem
(estratigrafia, nível d’água, entre outros) foram averiguadas as condições em que o solo de cada região
possa receber o modelo mais adequado de fundação levando em consideração o seu perfil e o tipo de
257
edificação que será estabelecida. Por se tratarem de regiões onde o crescimento vem acontecendo
aceleradamente, a definição do tipo de fundação mais apropriada deve ser indispensável onde, através
de um projeto detalhado, evita com que a construção sofra manifestações patológicas ao longo de sua
“vida útil”, garantindo mais estabilidade e segurança. No dimensionamento da fundação para o solo
identificado pelos laudos, foi necessário caracterizar que tipo de edificação a fundação iria sustentar,
ou seja, as cargas que atuaram sobre o terreno. A proposta apresentada é a locação de uma casa
popular possuindo dois quartos, um banheiro social, sala e uma cozinha americana que será conjugada
a sala, totalizando 48,6m² de área. Também foi apresentado o dimensionamento da fundação indicada,
que foi realizado na versão 8 do software Eberick, programa indicado para o cálculo de estruturas.
Além de cálculos de coeficientes de recalques verticais e horizontais para que fosse acrescentado nos
comandos do programa.
RESULTADOS E DISCUSSÕES: Para exemplificar o dimensionamento de um radier liso em
concreto armado, foi criado um projeto de uma casa popular com cinco cômodos (Dois quartos, um
banheiro, uma sala e uma cozinha americana), possuindo 48,60 m² de área. A escolha deste tipo de
fundação se deu em função de fatores técnico-econômicos, como o custo e o tempo na execução,
além da sua simplicidade ao dimensionamento, e da sua segurança quanto ao equilíbrio das cargas da
edificação. Além disso, por ser uma construção de pequeno porte, uma fundação em sapatas ou em
blocos seria inviável, pois os elementos ficariam muito próximos entre si, chegando até mesmo a
interceptarem. Dória (2007) afirma que o radier é empregado quando o solo tem baixa capacidade de
carga, quando deseja-se uniformizar recalques, quando as áreas das sapatas se aproximam umas das
outras ou, ainda, quando a área destas for maior que a metade da área da construção. Ressalva,
também, que, “a fundação do tipo radier pode ser suportada por pilares em situações em que o lençol
freático encontra-se próximo a superfície ou aonde a base do solo é suscetível a grandes recalques”.
Baseando-se nos solos apresentados pelos laudos, o radier pode ser utilizado em todos os seis bairros
citados, uma vez que apresentam características similares com a presença predominante do solo
areno-argiloso.
Para o Eberick, algumas informações são bastante necessárias para serem inseridas na janela de
diálogo da laje de fundação, como os coeficientes de recalque horizontal (kh) e vertical (kn), onde kh
foi dado pela relação k1 multiplicado pela razão entre a profundidade e a largura da laje – na unidade
de kgf/m³, mas deve ser transformado para tf/m³ para o programa, e o kn é determinado pela razão
entre o kh e o coeficiente de Poisson de acordo com o tipo de solo na camada. Tomando como partida
o solo do bairro Nova República, solo argilo-arenoso com a predominância da argila e sem a presença
do nível d’água nas camadas superficiais, o kh resultou em 5 tf/m³ e o kn em 17 tf/m³. No bairro
258
Cipoal, o coeficiente de recalque horizontal para argila é dado pela formulação Kh=0,2*k1/B - onde
o valor de k1 é adotado para argila mole resultando em 4,6 tf/m³, e o kn coeficiente de Poisson adotado
para argilas foi no valor de 11,5 tf/m³.
No bairro Mararu, a camada superficial onde o radier será fixado é composta por areia argilosa
muito fofa, com coeficiente de recalque vertical (kv) de 17,24 tf/m³ e coeficiente de recalque
horizontal (kh) de 5 tf/m³. No Urumari, o coeficiente de recalque horizontal (kh) para o tipo de solo
caracterizado na sua camada superficial, que foi o argiloso, foi de 4,6 tf/m³ e o coeficiente de recalque
vertical (kv) foi no valor de 11,5 tf/m³. No bairro Alvorada, o coeficiente de recalque horizontal (kh)
para o solo argiloso foi no valor de 4,6 tf/m³, e o coeficiente de recalque vertical (kn) foi 11,5 tf/m³.
Na vila de Alter do Chão, o solo é arenoso, com presença de argila, e o nível do lençol freático foi
encontrado na cota de 5,8 metros. As regiões que ficam as margens do Rio Tapajós apresentam o
N.A. mais superficial, podendo variar de profundidade de acordo com o período de cheia e seca. Foi
feito uma única perfuração nessa região, para verificar se este solo era completamente arenoso, porém
há bastante presença de argila nas camadas mais profundas. A sua camada superficial é composta por
solo arenoso, onde o coeficiente de recalque horizontal (kh) para a argila é de 4,6 tf/m³ e o vertical
(kn) é de 11,5 tf/m³.
Além dos coeficientes, também é necessário colocar na janela de diálogo da laje de fundação
os carregamentos que serão sustentados pela placa de radier, como as cargas da estrutura, calculado
através do peso próprio da edificação, carga acidental e de revestimento, peso das paredes. Para este
caso, adotou-se a espessura da parede o valor de 0,15 metros, o pé direito de 3,0 metros, a quantidade
de paredes de 40 metros lineares. resultando num total de 324 KN distribuídos numa placa de área de
48,6 m² de área. Além disso, ainda é considerado o peso da cobertura, que foi adotado 70 kgf/m² para
o telhado e sobrecarga de 1,5 kN/m². Foi considerado o fck de 25 MPa para o concreto, com módulo
de elasticidade de 24150 Mpa e peso específico de 25,00 kN/m³, de acordo com o quadro abaixo.
Quadro 1 – Dados do Radier
Fonte: Eberick, 2016.
Os coeficientes de recalque em todas as áreas estudadas apresentaram valores muito próximos.
Tal fato proporcionou a definição da mesma fundação, com a mesma composição estrutural para
todos os solos analisados neste estudo. Ao colocar todos esses dados no Eberick, obteve-se o
dimensionamento do Radier, com detalhamento de armaduras e ferragem positiva e negativa, com
espessura de 16cm e utilização de vergalhões de 8.0mm e 6.3mm.
259
Quadro 2 – Cálculos do Radier
Fonte: Eberick, 2016.
Diante dos dados apresentados, obtiveram-se os seguintes resultados:
Quadro 3 – Resultados
Fonte: Eberick, 2016.
As análises realizadas indicaram que o radier proposto neste estudo poderá ser assente em solos
com tensão admissível de 1,8 kgf/m². Nas camadas superficiais dos solos analisados neste trabalho,
a tensão admissível ficou entre 0,4 kgf/m² e 2,0 kgf/², por isso, para os solos com tensões admissíveis
abaixo de 1,8 kgf/m², é necessário a escavação entre 0,8 a 1,0 metro de profundidade. Ou então,
aumentar a espessura da placa do radier para 0,20m.
CONCLUSÃO: Este trabalho apresenta assunto relevante no que se diz respeito à importância do
conhecimento do solo através dos ensaios de Sondagem a Percussão, para que se possa definir o tipo
de fundação que mais se adequa ao solo detectado e a edificação que será construída sobre este. Com
base na seleção de seis bairros com potencial de crescimento urbano na cidade de Santarém, foi
idealizado um projeto para uma casa popular com 48,6m² de área para que se definisse a fundação
mais adequada para o solo que essas áreas iriam apresentar. Foram analisados diversos laudos de
sondagens fornecidos pelas empresas especializadas na área de geotecnia, Presim e MTEC, instaladas
na cidade, e foi constatado que o tipo de solo caracterizado é areno-argiloso, e a fundação mais
indicada para todos os seis terrenos que sustentam a edificação é do tipo Radier. O dimensionamento
desta laje invertida foi realizado na versão 8 do Eberick. Para que o Eberick forneça o
dimensionamento completo da estrutura, foram necessários alguns cálculos empíricos para que se
estabelecessem as cargas que o radier iria sustentar, e os coeficientes de recalque do solo.
Na execução destes cálculos, foi possível perceber que os coeficientes de recalque vertical e
horizontal dos solos possuíam valores iguais ou muito aproximados. Diante disso, o cálculo do radier,
260
bem como sua espessura e armação é adequada para todos os locais propostos. Para as camadas que
o terreno evidencia tensão admissível abaixo de 1,8 kgf/m², faz-se necessário a escavação em uma
profundidade entre 0,8 e 1,0 metro. Diante de tudo o que foi apresentado, pode-se constatar que as
fundações são elementos com função essencial em qualquer obra, seja ela de grande ou pequeno
porte. É uma parte tão fundamental do projeto, que torna até os piores tipos de solo realmente passível
de qualquer construção. Para o caso de Santarém, cidade carente de infraestrutura urbana e
saneamento básico, ter o mínimo de conhecimento sobre o solo predominante já possibilita o
desenvolvimento de edificações com beleza arquitetônica singular que ofereça maior segurança
estrutural para o morador.
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. Execução de sondagens de
simples reconhecimento dos solos: método de ensaio. Apresentação: NBR 6484. Rio de Janeiro/01
BRASIL.
CICHINELLI, G.C. – Mercado construção. Fundações Profundas. 2015. Disponível em:
<http://construcaomercado.pini.com.br/negocios-incorporacao-construcao/163/artigo338059-
1.aspx>. Acesso em: Setembro, 2016
DÓRIA, L. E. S. – Projeto de fundação em concreto tipo radier – mestrado. Universidade federal
de Alagoas. 108 p. Alagoas-Maceió, 2007
FOGAÇA, M. – Infraestrutura Urbana, projeto custos e construção – Fundações e Contenções. 2012.
Disponível em: <http://infraestruturaurbana.pini.com.br/solucoes-tecnicas/20/fundacao-com-
tubuloes-perfuracao-profunda-usada-na-construcao-de-271662-1.aspx>. Acesso em: Setembro,
2016.
FONSECA, Wilde Dias – Santarém Momentos Históricos – ICBS – 6ª Edição. 2015 220f,
Santarém, 2015.
261
IDENTIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO DE ESTRUTURA E ALVENARIA NA ESCOLA
ESTADUAL DE ENSINO MÉDIO MAESTRO WILSON DIAS DA FONSECA NO
MUNICÍPIO DE SANTARÉM- PA
74 Rodrigo Bezerra Gaspar 1
[email protected] 75 Alessandra Damasceno da Silva 2
76Roseclea Bezerra Gaspar3 77Isabel Cristina Tavares Martins4
78Alessandro Santos Araújo5
RESUMO – Essa pesquisa teve como objetivo identificar as patologias encontradas na Escola Maestro Wilson Dias da
Fonseca localizada no município de Santarém - PA e diagnosticar de forma coerente tais manifestações. A Escola em
estudo, apresentou vários problemas que consistem em: eflorescências, trincas, corrosão em armadura, erosões e recalque
no piso. A maior parte desses problemas se manifestou devido à presença de umidade. A definição do diagnóstico para
as patologias foi desenvolvida levando em consideração as causas do problema, e tendo como objetivo o futuro reparo
para reduzir ou cessar as patologias detectadas. Para o desenvolvimento do estudo de caso foi utilizado a metodologia
criada por Lichtenstein, esta consiste de maneira simplificada em três etapas: A fase de levantamento de subsídios, que
ocorre com a vistoria do local, identificando a natureza e origem das patologias; o diagnóstico da situação, que visa o
entendimento das manifestações, em termos de análise das relações de causa e efeito para caracterização das patologias
encontradas; e definição de conduta, ou seja, identificação e proposta de tratamento adequado para as manifestações. Por
fim conclui-se sobre a necessidade da elaboração de métodos de reparo das patologias, afim de buscar cessar ou minimizar
seu efeito sobre a edificação.
PALAVRAS-CHAVE: PATOLOGIAS; DIAGNÓSTICO; ESTUDO DE CASO.
INTRODUÇÃO: Com o avanço tecnológico no setor de técnicas e materiais de construção, observa-
se um elevado número de edificações relativamente novas apresentando diversos tipos de patologias.
A necessidade de algum órgão efetivo para fazer fiscalizações periódicas dos prédios públicos e a
falta de comprometimento dos representantes políticos para com a segurança e o bem estar dos alunos
e funcionários da escola geram no final do mês rombos no orçamento.
A falta de manutenção nessa escola transformou o que eram pequenos defeitos e que no início teriam
baixo custo de reparação, crescessem para situações de desempenho insatisfatório com possível
insegurança estrutural e de alto custo de recuperação.
Tendo em vista que a edificação em estudo foi construída há mais de 10 anos e que desde o momento
de sua implantação foram efetuadas poucas manutenções e um grande número de problemas já
ocorreram na edificação, a mesma adquiriu inúmeros problemas em suas estruturas, paredes internas
e externas, piso, entre outros.
1 Engenheiro Civil. 74 2 Ma. Ciências Ambientais. Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA. 75 3 Esp. Tecnologia de Alimentos. Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA. 76 4 Ma. Geofísica. Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA. 77 5 Me. Estruturas e Construção Civil. Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA. 78
262
Sendo assim, a relevância da realização deste trabalho se deve à necessidade de se fazer um
levantamento das patologias detectadas, a qual a partir desta, se poderá realizar um estudo para
determinar as causas desses problemas afim de melhorar a qualidade do edifício que é atualmente o
local de aprendizagem de inúmeros estudantes. Por isso, a pesquisa objetivou o levantamento das
patologias detectadas e o diagnóstico para determinação das causas dessas patologias afim de
enumerar as possíveis medidas de melhoria que possam ser tomadas.
MÉTODO: O método utilizado para diagnosticar as patologias encontradas no edifício foco deste
trabalho foi o criado por LIECHTENSTEIN (1985). Esta metodologia proposta é compreendida no
fluxograma exibido na figura 1.
Figura 1 - Método para levantamento e diagnóstico de manifestações patológicas.
Fonte: Liechtenstein, 1985.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os problemas foram detectados por toda a extensão do bloco de
estudos e no seu redor. Algumas manifestações também foram localizadas nos outros blocos da
escola, foram casos como manchas, bolores, trincas entre outras. A seguir vem sendo apresentados
os casos mais pertinentes encontrados com suas respectivas soluções para a correta manutenção das
mesmas.
263
Caso 1 - Corrosão da armadura em contato com calha e telhado.
Foi observado corrosão na armadura de viga calha na parte superior da estrutura, mais
precisamente perto da calha e do telhado, onde a corrosão pode ser compreendida por uma diminuição
do diâmetro da armadura da viga por meio de oxidação.
A umidade ali é incidente, ou seja, é proveniente das entradas de ar devido à falta de vedação
da ligação laje-telhado e possível falta e vedação da calha, provocando assim a corrosão da armadura.
A expansão do material do aço, decorrente da corrosão, expulsa o recobrimento.
De acordo com HELENE (1986) a finalidade do cobrimento de concreto é a de proteger a capa
ou película protetora da armadura contra danos mecânicos, ao mesmo tempo em que mantém sua
estabilidade.
Segundo SANTOS FILHO (2008), para que haja corrosão é necessário a presença de oxigênio
(ar), umidade (água) e a existência de uma célula de corrosão eletroquímica (diferencial de potencial),
que só ocorre após a despassivação da armadura. O cobrimento inadequado da armadura favorece a
reação de oxidação.
Caso 2 - Trincas próximas a elementos de esquadria.
Observam-se em quase todas as esquadrias trincas diagonais na linha de canto, elas aparecem
tanto em janelas quanto em caixas para ar-condicionado, estas estão presentes em quase todas as
esquadrias que ficam presentes para o lado onde o sol atua diretamente sobre elas durante todo o
período da tarde.
As trincas das esquadrias mostram que ocorreu movimentação das esquadrias em razão da
expansão e retração térmica das mesmas, este trabalho “empurra” as esquadrias contra a alvenaria de
vedação que por sua vez não tem como suportar esse esforço devido não ter elasticidade e todo esse
processo de “abertura” para o aumento das esquadrias fica evidente na forma de trinca.
Segundo THOMAZ (1989), qualquer componente de uma construção está sujeito a variações
de temperatura, seja em determinada estação do ano ou até mesmo diárias. Essas variações acabam
dilatando ou contraindo os materiais de construção. Esses movimentos de dilatação e contração são
limitados pela relação que envolve os materiais e componentes, por isso acabam sendo geradas
tensões nos materiais que poderão provocar o aparecimento de trincas e fissuras.
Pode-se citar também, a ocorrência de fissuras por dimensionamento inadequado e sobrecarga
das estruturas, quando não há conhecimento técnico ou especificações em manuais de uso e
264
manutenção de que variações bruscas no carregamento do elemento estrutural, podem vir a causar
manifestações patológicas nas peças (DO CARMO, 2003).
Caso 3 - Trincas nas juntas de dilatação.
É visível nas juntas de dilatação do prédio que todas estão apresentando rachaduras, é claro a
percepção de que são juntas devido a todas as rachaduras deste tipo são de forma vertical precisa,
além de começarem no meio das vigas.
Para THOMAZ (1989) as juntas de dilatação são introduzidas nos edifícios para que as partes
contíguas a elas atuem como corpos rígidos independentes, isto é, sob ação de recalques, insolação,
entre outros, cada parte movimenta-se lateralmente à junta, sem introduzir tensões na parte adjacente.
Para que ocorra tal comportamento, as juntas devem seccionar completamente a construção, não
devendo ocorrer a presença de quaisquer continuidades ou materiais rígidos no interior da junta
(concreto, restos de argamassa, etc.).
No caso do prédio da escola Wilson Fonseca é possível perceber que as juntas foram cobertas
por argamassa e pintura, ou seja, não foi aplicado nenhum tipo de material elástico para a
movimentação dessas juntas gerando assim as trincas observadas.
Caso 4 - Piso afundando no andar térreo
No andar térreo, em algumas salas como, o piso está recalcando, causando assim
movimentações nos blocos de concreto. Após anamnese feita através de recolhimento de informações
orais com moradores locais foi possível saber que a escola foi construída acima de um antigo depósito
de lixo, portanto é possível concluir que o recalque excessivo é resultado da falta de análises prévias
do solo.
A norma técnica ABNT NBR 6122/2010 – Projeto e execução de fundações, prescreve a
necessidade de análises prévias do solo, através de ensaios de campo e laboratoriais, como por
exemplo, ensaios SPT na área edificável do lote, obedecendo ao número de sondagens mínimo por
metro quadrado edificado, se necessário ensaios axiais de cone para reconhecimento da resistência
de ponta e tensão horizontal do solo, conhecimento do perfil estratigráfico e análises de laboratório a
fim de conferir níveis de contaminação são de suma importância para o atendimento às normas
técnicas e para o não surgimento de patologias, sendo que muitas são decorrentes de recalques do
solo em que está assente a fundação (CBIC, 2013).
265
CONCLUSÃO: Os diagnósticos apresentados são coerentes e possibilitam a futura restauração das
mesmas, provando assim que o método de Liechtenstein é eficaz e alcançando os objetivos propostos.
No entanto, ficou clara a importância de se elaborar métodos de reparo das patologias identificadas
para que as mesmas possam vir a ser cessadas ou ao menos reduzidas para que assim a vida útil do
edifício de estudo possa ser aumentada.
REFERÊNCIAS
CBIC, Câmara Brasileira da Indústria da Construção. Desempenho de edificações habitacionais: Guia
orientativo para atendimento à norma ABNT NBR 15575/2013. 2ª ed. Brasília, Gadioli Cipolla
Comunicação, 2013.
DO CARMO, P.O. Patologia das construções. Santa Maria, Programa de atualização profissional – CREA
– RS, 2003.
HELENE, Paulo R. Do Lago. Manual de reparo, proteção e reforço de estruturas de concreto.
São Paulo, Red Reabilitar, 2003.
LICHTENSTEIN, N. B. Patologia das Construções: procedimento para formulação do
diagnóstico de falhas e definição de conduta adequada à recuperação de edificações: São
Paulo: Escola Politécnica da USP, 1985.
SANTOS FILHO, L. M. Apostila patologia das construções. Curitiba, outubro de 2008.
THOMAZ, E. Trincas em edifícios: causas, prevenção e recuperação. São Paulo. Pini, Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo, IPT – Instituto de Pesquisas
Tecnológicas do Estado de São Paulo, 1989.
266
XVII SALÃO DE PESQUISA E INICIAÇÃO CIENTÍFICA IV SALÃO DE EXTENSÃO
Continua no caderno 002.
267
CENTRO UNIVERSITÁRIO LUTERANO DE SANTARÉM ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL LUTERANA DO BRASIL
Portaria Ministerial nº 1992 – D.O.U. de 20/12/06
Av. Sérgio Henn, 1787 – CX Postal 731 – Nova República – CEP 68025-000
Fone: (0xx93) 3524-1055 – Santarém/PA
e-mail: [email protected] – site: www.ulbra.br/santarem