OFICINAS DE SOCIALIZAÇÃO ATRAVÉS DA RECICLAGEM Evanisa Fátima Reginato Quevedo Melo – [email protected]Shauane Manfro – [email protected]Janaine Gobb – [email protected]RESUMO O aumento da quantidade de resíduos é uma consequência das últimas décadas, devido ao crescimento da população mundial e do desenvolvimento industrial e tecnológico. A preocupação paralela da sociedade pela busca da qualidade de vida e a manutenção das boas condições do meio ambiente, torna o processo de reciclagem cada vez mais importante. Outra questão é o fato de muitos centros urbanos não disporem de locais adequados para a disposição dos resíduos, o que leva ao desenvolvimento de habilidades e ações para encontrar a melhor solução para estes materiais, que venham a resultar em reciclagem e reutilização com vantagens econômicas, sociais e ambientais. Diante deste contexto, o ensino e a prática de aproveitamento de resíduos anteriormente descartáveis, contribuem para situações ambientais mais sadias e satisfatórias para o convívio escolar. Com o objetivo de alcançar esta condição, desenvolveu-se um projeto reunindo professores e alunos da Universidade de Passo Fundo e da Instituição da Fundação Beneficente Lucas Araújo, localizada na cidade de Passo Fundo/RS, para desenvolver programas de reciclagem e educação ambiental, através de oficinas artesanais. Foram realizadas atividades de âmbito socioambiental, estimulando a criatividade, solidificando ações sustentáveis e a conscientização com reeducação de conduta, atitudes e valores. Palavras chaves: Educação ambiental, Sustentabilidade, Resíduos.
16
Embed
extension.unicen.edu.arextension.unicen.edu.ar/jem/subir/uploads/1434_2016.docx · Web viewQuanto à reciclagem do PET, além de desviar resíduo plástico dos aterros, utiliza apenas
This document is posted to help you gain knowledge. Please leave a comment to let me know what you think about it! Share it to your friends and learn new things together.
Transcript
OFICINAS DE SOCIALIZAÇÃO ATRAVÉS DA RECICLAGEMEvanisa Fátima Reginato Quevedo Melo – [email protected]
Figura 1 – Professores ensinando as crianças a cultivar plantas.
Figura 2 – Professores auxiliando as crianças maiores a transmitirem seu conhecimento aos menores, desenvolvendo a socialização.
Figura 3 – Professores incentivando a troca de experiências e integração entre as crianças.
Parte das caixinhas elaboradas com papel reciclado pôde ser levada para casa, para
que as meninas pudessem presentear alguém ou fazer uso próprio da mesma (Figura 4),
promovendo a socialização e a boa interação familiar. Algumas das demais caixinhas foram
entregues como recordação aos palestrantes do II Encontro Nacional de Tecnologia Urbana,
o V Simpósio de Pós-Graduação em Engenharia Urbana e II Simpósio de Infraestrutura e
Meio Ambiente (ENURB), realizado na Universidade de Passo Fundo-RS (Figura 5).
Figura 4 - Caixinhas elaboradas com papel reciclado.
Figura 5 - Caixinhas entregues no ENURB 2015.
As molduras fotográficas foram utilizadas pelo Centro de Referência e Atenção ao
Idoso (Creati), Eventos e Seminário Integrado da Extensão, a fim de promover a integração
dos participantes em tais encontros, mostrando que é possível transformar materiais
descartáveis em produtos nobres (Figura 6).
Figura 6 - Molduras fotográficas utilizadas em Eventos.
A elaboração dos vasos de flores a partir de garrafas pet demonstrou, na prática, o
significado da palavra sustentabilidade, enfatizando a importância de serem ambientalmente
corretas, socialmente justas e economicamente viáveis. Tais objetos foram usados para o
plantio de mudas diversas, as quais as crianças levaram para casa para cuidar e, após
estarem crescidas, trazê-las de volta à Fundação a fim de confraternizarem o aprendizado,
reforçando, assim, o elo com o meio ambiente e incentivando o paisagismo produtivo a partir
de pequenas ações que fazem a diferença na comunidade (Figura 7).
Figura 7 - Vasos para plantio elaborados com garrafa pet.
Os quadros decorativos e móbiles possibilitaram trabalhar a educação ambiental,
envolvendo questões biológicas e de preservação da natureza, uma vez que foram
utilizadas sementes, frutos, flores e folhas secas para a elaboração dos mesmos (Figura 8 e
9).
Figura 8 - Quadros decorados com material vegetal reciclável.
Figura 9 – Móbiles: exposição de exemplares preparados.
O projeto possibilitou a integração e a troca de saberes e experiências entre todos
envolvidos com o projeto: alunos, funcionários, professores e acadêmicos, despertando a
vontade de aprender, o interesse, a motivação, a cooperação e a criatividade.
A participação significativa dos alunos indicou o engajamento e o gosto pelas
atividades propostas, uma vez que era evidente a alegria e orgulho que sentiam cada vez
que produziam seus próprios objetos.
O depoimento dos professores do ensino formal relatavam que, após o a realização
das tarefas, as crianças concentravam-se mais na aula e sentiam-se mais tranquilas, o que
demonstrou os benefícios psicológicos e de consolidação das relações interpessoais
promovidos pelo projeto.
O contato com a natureza e o desenvolvimento das atividades recreativas de corte,
pintura, colagem e outras habilidades baseadas no aproveitamento de materiais incentivou a
consciência ambiental, motivou e valorizou a confecção de objetos úteis a partir de material
de descarte promovendo a sensibilização dos possíveis danos ao meio ambiente.
Neste contexto, pode-se considerar que a Educação Ambiental é continuada, ela não
acaba ao sair do portão da escola, sensibiliza-se para o fato de que os atores ambientais
quando tomam consciência dessa realidade e quando tem consciência da relação com o
meio ambiente e com os demais homens. O processo passa a ser um fato de se ter ações
ambientais e essas ações serem praticadas da escola a família a sociedade (EFFTING,
2007).
CONCLUSÃO
Pequenos atos mostram a educação ambiental muito além dos horizontes do projeto,
podendo ser continuada com ações ambientais na escola, na família e na sociedade a partir
de uma nova percepção da realidade na relação ser humano e meio ambiente.
O projeto permitiu a integração da comunidade escolar em diversas faixas etárias
desenvolvendo valores humanitários essenciais na vida em sociedade, fundamentais para a
construção da cidadania e universalização dos princípios socioambientais.
O impacto causado pelas ações humanas junto ao meio ambiente exige que sejam
tomadas atitudes compensatórias que somente a educação ambiental pode desencadear.
Estas atitudes podem ser aprendidas pelas crianças na escola através de práticas e
experiências que serão transmitidas ao próximo, despertando a sensibilização e
conscientização de que é necessário adotar um estilo de vida menos impactante sobre o
meio ambiente, como o reaproveitamento de materiais, possibilitando, para um futuro
próximo uma melhor qualidade de vida para todos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CEMPRE. Compromisso Empresarial para Reciclagem. Cempre Review. 2013. Disponível em: <http://www.cempre.org.br/ft_pet.php.>. Acesso em: 08 mar. 2016.
EFFTING, R.T. Educação Ambiental nas Escolas Públicas, Realidade e Desafio. Monografia apresentada ao Curso de Especialização- Planejamento para o Desenvolvimento Sustentável. Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Marechal Candido Rondon, 2007.
IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Pesquisa sobre pagamento por Serviços Ambientais Urbanos para Gestão de Resíduos Sólidos: Relatório de Pesquisa. Brasília: DIRUR, 2010. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/estruturas/253/_arquivos/estudo_do_ipea_253.pdf>. Acesso em mar. 2016.
KRAWULSKI, Cristina Célia. Introdução à gestão ambiental. São Paulo: Pearson, 2009.
KUHNEN, Ariane. Reciclando o cotidiano: representações sociais do lixo. Florianópolis: Letras Contemporâneas, 1995.
OLIVEIRA, M. V. de C; CARVALHO, A. de R. Princípios básicos do saneamento do meio. 4. ed. São Paulo: Senac, 2004.
TOMACHESKI, Daiane. Estudo de técnicas sustentáveis para a gestão dos resíduos sólidos no município de Imbé, Rio Grande do Sul. Dissertação de mestrado. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Escola de Engenharia. Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Minas, Metalúrgica e de Materiais PPGE3M. Porto Alegre, BR-RS, 2014. Disponível em: < http://hdl.handle.net/10183/101214> .Acesso em: março, 2016.