PLANO DISTRITAL DO USO DO SOLO DO DONDO 2012/2022 VOLUME I - DIAGNÓSTICO E ANÁLISE DA SITUAÇÃO ACTUAL GOVERNO DO DISTRITO DO DONDO/ DPCA – Sofala / Depto de Planeamento e Ordenamento Territorial 1
PLANO DISTRITAL DO USO DO SOLO DO DONDO 2012/2022
VOLUME I - DIAGNÓSTICO E ANÁLISE DA SITUAÇÃO ACTUAL
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PLANO DISTRITAL DO USO DO SOLO DO DONDO 2012/2022
FICHA TÉCNICA
Coordenação e Supervisão:
Ermelinda Xavier Maquenze: DirectoraProv. Para a Coord. da Acção Ambiental de Sofala
João Moisés Ubisse Oliveira: Administrador do Distrito do Dondo
Recolha de Dados:
Casimiro Colarinho Gerente Tique: Técnico Planificador Físico e Ambiente
Assa Guambe: Técnica Planificador Físico e Ambiente
Carlos Manuel: Técnico do Planeamento Físico
Sara João Chiqueremo: Geógrafa
Serviços Distritais de Planeamento e Infra-Estruturas - Dondo
Joaquim José Lavo: Administração
Alexandre Luís Bernardo Alexandre: Administração
Ângelo Caetano Jone: SDAE
Anacleto Maurício Pedro Lopes: SDPI
Bendito Boné Mucuaranha: SDPI
Elaboração do Relatório do Plano:
Assa Guambe: Técnica Planificador Físico e Ambiente
Casimiro Colarinho Gerente Tique: Técnico Planificador Físico e Ambiente
José Salvador Sinau: Geógrafo
Vicente Miquissse Demane: Planificador Físico e Gestor Ambiental
Elaboração de Cartografia: MICOA
Propriedade: Governo do Distrito do Dondo
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Produção e Edição: DPCAS/MICOA
ACRÓNIMOSAEA Alfabetização e Educação de Adultos.CDS – RN Centro de Desenvolvimento Sustentável para os Recursos NaturaisCLD Conselho Local DistritalCMD Conselho Municipal do DondoCSI Centro de Saúde do Tipo 1CSII Centro de Saúde do Tipo 2DINAPOT Direcção Nacional de Planeamento e Ordenamento TerritorialDPA Direcção Provincial de AgriculturaDPCAS Direcção Provincial para a Coordenação da Acção Ambiental de SofalaEN Estrada NacionalEP1 Escola Primária do Primeiro GrauEPC Escola Primária CompletaER Estrada RegionalESG Ensino Secundário Geral EV Estrada VicinalFDD Fundo Desenvolvimento DistritalFIGAP Fundo de Investimento e Património e Abastecimento de ÁguaFILL Fundo de Investimento de Iniciativas LocaisIII RGPH Terceiro Recenseamento Geral da População e Habitação INE Instituto Nacional de Estatística LOT Lei de Ordenamento TerritorialMOPH Ministério das Obras Públicas e HabitaçãoONG Organização Não GovernamentalPA Posto AdministrativoPAPA Plano de Acção para Produção de Alimentos PDUT Plano Distrital de Uso de TerraPEP Plano Estratégico ProvincialPIC Polícia de Investigação Criminal PRM Polícia da República de MoçambiquePT Posto de TransformaçãoSDAE Serviços Distritais de Actividades EconómicasSDPI Serviços Distritais de Planeamento e Infra - estruturaSDSMAS Serviços Distritais de Saúde, Mulher e Acção Social TDM Telecomunicações de MoçambiqueUNICEF Organização Mundial das Nações Unidas Para a CriançaSDEJT Serviços Distritais de Educação, Juventude e TecnologiaSPGC Serviços Provinciais de Geografia e Cadastro.Lista de TabelasTabela 1 - Divisão Administrativa e Assentamentos HumanosGOVERNO DO DISTRITO DO DONDO/ DPCA – Sofala / Depto de Planeamento e Ordenamento Territorial
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Tabela 2 - Rede Hidrográfica do Dondo
Tabela 3 - Avaliação do Grau de Sensibilidades de Área Ambiental por P.A
Tabela 4 - Prática de Queimadas Descontroladas ao nível da Província
Tabela 5 - População e sua Evolução
Tabela 6 - Distribuição da População
Tabela 7 - Estrutura da População por Idade e Sexo
Tabela 8- Distribuição da Rede Escolar
Tabela 9- Distribuição da Rede Sanitária por Posto Administrativo
Tabela 10- Principais culturas por Posto Administrativo
Tabela 11- Comité de Gestão Comunitária
Tabela 12- Tipo de Gado e sua Distribuição
Tabela 13- Distribuição das Indústrias Moageiras
Tabela 14 – Distribuição da Rede Comercial
Tabela 15- Distribuição de Estabelecimentos Turístico
Tabela 16- Balanço de Áreas
Tabela 17- Síntese de Principais Problemas e Potencialidades
Tabela 18 - Cenários do Desenvolvimento
Tabela 19- Projecção da População
Tabela 20- Água e Saneamento
Gráfico 1 - Avaliação de Evolução Anual das Queimadas por Distritos
Lista de MapasMapa 1- Enquadramento Regional do Distrito
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Mapa 2- Divisão Administrativa e Aglomerados Humanos
Mapa 3- Mapa de Vegetação
Mapa 4- Mapa de Problemas Ambientais
Mapa 5- Mapa de Infra-Estruturas
Mapa 6- Mapa de Equipamentos Sociais
Mapa 7- Mapa de Uso Actual da Terra
Mapa 8- Mapa de Condicionantes
Mapa 9- Mapa de Proposta de Desenvolvimento agrário Florestal e Pesqueiro
Mapa 10- Mapa de Novas Tendências de Desenvolvimento Habitacional
Mapa 11- Mapa de Proposta de Infra-estruturas
Mapa 12- Mapa de Proposta de Equipamentos Sociais
Mapa 13 – Mapa de Proposta de Uso do Solo
Lista de Figuras
Fig. 1- Floresta- Savane
Fig. 2 - Dança tradicional - Utsi
Fig. 3- Igreja Católica do Dondo
Fig. 4- Infra-Estrutura Ferroviária
Fig. 5- Vista Parcial da EN6
Fig. 6- Vista Parcial da ER 282
Fig. 7- Posto de Transformação Eléctrica
Fig. 8- Vista Parcial de Postos de Venda de Serviços das TDM e da Movítel
Fig. 9- Reservatório de Água de Muzimbite
Fig. 10- Vista de um Fontenário no P.A de Mafambisse / Bairro de Munhonha
Fig. 11- Rede Escolar - Escola Secundária do Dondo e EPC de Mafambisse
Fig. 12 - Açucareira e Cimentos de Moçambique
Fig. 13 - Lojas e Barracas
AgradecimentosApós um longo período de trabalho de pesquisa e estudo, o Governo do Distrito do
Dondo, tem a honra e prazer de apresentar o Plano Distrital de Uso de Terra (PDUT),
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produto da contribuição de toda a população e entidades sediadas no Distrito do
Dondo, fruto do empenho e dedicação dos quadros e técnicos a diversos níveis, em
particular aos membros da respectiva equipa técnica, do cidadão anónimo do Dondo,
que directa e indirectamente, contribuíram gentilmente e de forma diversa, para que este
trabalho fosse possível e com a qualidade desejada.
Em diversas ocasiões e circunstâncias, o Governo do Distrito, mostrou-se preocupado
com o seu progresso, mas alegra-nos podermos hoje dizer que o barco chegou a bom
porto e por isso estamos todos de parabéns. Agradecimento especial vai para os
membros do Conselho Local Distrital, pela paciência, compreensão, colaboração que
sempre demonstraram e dispensaram.
Os nossos agradecimentos estendem-se aos Chefes dos Postos Administrativo,
Localidades, aos Líderes Comunitários, a Equipe Técnica de Planificação Distrital e todos
quantos tudo fizeram para que este sonho fosse uma realidade.
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1. IntroduçãoO Processo de Descentralização de poderes levou á aprovação da Lei 8/2003, Lei dos
Órgãos Locais do Estado, através da qual, o distrito é considerado uma unidade
territorial principal da organização local do Estado e base de Planificação do
Desenvolvimento Económico, Social, Cultural e Ambiental, e indispensável para a
realização de actividades baseadas a nível local, privilegiando processos com significativa
participação e envolvimento das comunidades nas acções de desenvolvimento. A referida
lei define ainda, competências específicas e concretas dos Governos Distritais, em matéria
dos processos desenvolvimento das unidades territoriais.
Neste sentido, o Governo de Moçambique está a implementar o Programa Nacional de
Planificação e Finanças Descentralizadas que tem como principal objectivo, contribuir
para o desenvolvimento local, através de fortalecimento das capacidades institucionais,
com enfoque ao nível distrital. Uma das acções que pode facilitar e viabilizar esse
processo de empoderamento local, é promover a elaboração e aprovação de Planos de
Uso de Terra (PDUT), tidos como suporte fundamental das decisões dos titulares dos
órgãos locais e da comunidade local em geral, em matéria de identificação, planificação e
implementação de acções e programas de iniciativas locais, sejam de âmbito público ou
privada, com base numa visão estratégia local de desenvolvimento.
As transformações sócio - politicas, económicas e territoriais, são acompanhadas por
reformas administrativas e institucionais diversas, que visam responder as diversas
dinâmicas e exigências do crescimento e desenvolvimento local. Os Planos Distritais de
Uso de Terra, nos termos da lei 19/2007 de 18 de Julho,têm em vista apoiarem esses
processos de transformação e desenvolvimento em curso no país, com enfoque no nível
distrital.
Neste contexto, e nos termos da Lei n.º 19/2007 sobre o Ordenamento Territorial,
aprovada pela Assembleia da República em 18 de Julho, institui - se a obrigatoriedade da
elaboração e aprovação de PDUT’s.
Nesta perspectiva, o Governo do Distrito de Dondo, elaborou e aprovou o presente
Plano Distrital de Uso da Terra, que deverá vigorar com carácter vinculatório, de 2012 -
2022, sendo constituído pelos seguintes volumes:
Volume I – Diagnóstico e Análise da Situação Actual;
Volume II - Proposta do Uso do Solo e
Volume III – Normas Regulamentares do Plano.
1.1. ObjectivosNos termos da Lei 19/2007 de 18 de Julho (Lei do Ordenamento do território), O Plano
Distrital de Uso da Terra (PDUT) do Dondo, tem por objectivos:
1.1.1. Geral: Regulamentar o Uso e Aproveitamento dos recursos naturais, na área territorial
do Distrito.
1.1.2. Específicos Apresentar Estratégias de Desenvolvimento do Distrito;
Definir os princípios e modelos de organização do território;
Definir acções e projectos estruturantes ao desenvolvimento local;
Dotar aos órgãos decisores de um instrumento de orientação para o
desenvolvimento espacial a curto e médio prazo;
Inventariar as condições físicas - naturais e as suas relações com o desenvolvimento
sócio - económico;
Identificar, analisar as potencialidades, constrangimentos e condicionantes do
desenvolvimento, e
Avaliar a distribuição, localização das infra-estruturas e equipamentos sociais.
1.2. Metodologia de TrabalhoPara elaboração do presente plano, foi constituída uma equipe técnica composta por três
(3) técnicos da DPCA, um (1) técnico do SDAE, dois (2) técnicos dos Serviços Distritais de
Planeamento e Infra-estruturas (SDPI) e um (1) técnico da Planificação do Distrito de
Dondo.
Para a elaboração do Diagnóstico, procedeu-se a um trabalho de revisão bibliográfica
existente sobre o território e levantamento de dados a todos níveis. Aos sectores distritais
relevantes, como Saúde, Educação, Administração Pública local, foi usada a técnica de
entrevista semi-estruturada e Inquéritos. A produção do diagnóstico, análise e avaliação
dos dados, bem como as propostas de plano, foram produzidas em sessões de trabalho
de equipa, no Dondo e na Cidade da Beira. Contou ainda nas sessões de trabalho com a
equipa de apoio cartográfico de nível central, que para o feito deslocou – se a Cidade da
Beira por duas ocasiões, por outro lado tiveram lugar três (3) encontros com os técnicos
locais.
1.3. Breve Historial do DistritoSegundo o MAE (2005), a designação de Dondo surgiu com a chegada dos Portugueses,
sendo que anteriormente era denominada por Dhondo, que significava “Mata Densa”.A
população do Dondo é de origem Sena (grupo bhangue) como resultado de cruzamento
entre Machangas/Matewes com Phodzo do baixo Zambeze, para além desse grupo
existem os Ndaus.
O surgimento e desenvolvimento da então povoação do Dondo está ligado a construção
da Linha Férrea entre Beira e Mutare, cidade fronteiriça Zimbabweana; particularmente a
construção da estação ferroviária de Dondo, nos fins do século XVIII e início do século
XIX.
Na altura da Independência Nacional em 1975, Dondo ostentava a categoria de
Conselho de Posto Administrativo do Distrito de Cheringoma e a sua sede, o estatuto de
Vila de Dondo. Na primeira revisão da Divisão Administrava Pós - Independência, passou
a estatuto de Distrito. A povoação sede foi elevada a Vila de Dondo em 1859 e a Cidade
de Dondo em 24 de Julho de 1986.
Neste contexto, o Distrito do Dondo passou a contar com 3 Postos Administrativos,
sendo Dondo - Sede, Mafambisse e Savane, respectivamente. Com o processo de
autorcização iniciado em 1988 no País a Vila do Dondo elevou-se para o Município.
Importa salientar que, actualmente a Sede do Distrito desempenha um papel importante
na arena política, sócio - económica e culturalisto é, no contexto local, regional e
internacional devido a sua localização geográfica conjugada com os recursos naturais e
infra-estruturas sociais que o distrito ostenta.
CAPITULO I - DIAGNÓSTICO E ANÁLISE DA SITUAÇÃO ACTUAL1. Caracterização Física – Geográfica1.1. Enquadramento Regional
O Distrito do Dondo tem como áreas de influência mútua, os distritos de Nhamatanda e
Cidade da Beira, a Cidade de Chimoio e Manica, as Vilas de Cheringoma, Marromeu e
Moatize -Tete, pela ligação e influência nos sistemas de transportes e comunicações,
actividades comerciais, emprego e serviços, circulação de produtos agrícolas e de
manufactura, acesso aos serviços administrativos e financeiros, acesso a educação média -
profissional e superior.
O Distrito é atravessado pela EN6 cujo troço em território distrital, parte do rioPúngue
até a Cidade da Beira e pela EN282 que liga ao Distrito de Muanza; também é
atravessado pela Linha Férrea de Sena que liga a Cidade da Beira a vila carbonífera de
Moatize na província de Tete, com um percurso de cerca de 600 km, com uma
ramificação para o distrito de Marromeu onde localiza-se a Fábrica de açúcar da
Companhia de Sena. E linha férrea que Liga a Cidade Portuária da Beira a Machipanda
(Zimbabwé) Estas infra-estruturas contribuem para o desenvolvimento sócio – económico
local, regional e do País em geral.
Por esse facto, o distrito do Dondo, ocupa uma posição estratégia no contexto regional,
como ponto de entrada e saída de pessoas e carga, dos sistemas de transporte, quer do
sistema ferro portuário, como também do sistema rodoviário. Por outro lado, a Sede
distrital, exerce uma importante função regional, devido a localização do principal
parque industrial, em particular, a indústria de cimento que serve toda a região centro do
país.
A principal estrada do país (EN1) encontra-se ligada a Dondo, através da EN6, num
percurso de cerca de 165 Km até Inchope, e daí com saídas para Maputo, Manica, Tete e
região norte de Moçambique. A Estrada Nacional (EN6), parte da Beira, atravessa o
território de Dondo no sentido Sul a Noroeste; liga a Cidade da Beira e Dondo aos países
do Interland. O complexo ferroviário é constituído por dois (2) ramais de acessos, Beira
– Machipanda (Zimbabwe), Beira – Moatize até Malawi são infra-estruturas essenciais ao
serviço do potencial de desenvolvimento do Distrito do Dondo, cujas actividades,
influênciam os processos endógenos e exógenos de desenvolvimento local.
Este sistema dos transportes apresenta-se fundamental não apenas para a região centro
do país mas também, para países vizinhos tais como: Zimbabwé, Zâmbia, Congo,
Malawi e Botsuana. (Vide o mapa nº 1 a seguir).
Mapa nº 1 - Enquadramento Regional do Distrito do Dondo
Fonte: MICOA (2012)
1.2. Localização, Limites e Superfície
O Distrito do Dondo fica situado no Centro-Este da Província de Sofala, ao longo do
Corredor da Beira. Dista acerca de 30 km da Cidade da Beira, e limita-se ao Norte
com o Distrito de Muanza através do Rio Sanguzi, ao Sul, com a Cidade da Beira,
através duma linha imaginária a partir da EN6 (Terminal de transporte de
passageiro da cerâmica) até ao rioMuazize e do mesmo ponto (EN6) com a via em
direcção a antiga Fábrica de Cerâmica; a Este, com o Oceano Índico (área de
Chinamacondo) e Oeste com o Distrito de Nhamatanda através do Rio Púngue.
O Distrito do Dondo possui uma superfície total de 2.355 Km², o que corresponde a
3,4% da superfície da Província de Sofala. Desta superfície do distrito, 382 km²
equivalente a 16.2% da área total do distrito, corresponde a área Municipal da Cidade
do Dondo.
1.3. Divisão AdministrativaO Distrito do Dondo, como foi referido anteriormente, é constituído por 3 (três) Postos
Administrativos, designadamente: Dondo – Sede, Mafambisse e Savane. Em relação ao
PA de Mafambisse apresenta duas (2) localidades designadamente: Mafambisse- Sede e
Mutua, enquanto PA de Savane existem (2) duas localidades que são: Savane – Sede e
Chinamacondo.
A autarquia da Cidade de Dondo, aparece como 3º Posto Administrativo do Distrito do
Dondo com (4) quatro localidades urbanas nomeadamente: Consito, Mafarinha,
Mandruze e Nhamaiambwe, com a qual, o Governo Distrital coordena e partilha
responsabilidades de governação.
Segundo III RGPH (2007), O distrito do Dondo apresentava uma população total de
141.003 habitantes, cuja distribuição é bastante irregular. No entanto, nota- se uma maior
concentração desta junto a Estrada Nacional Nº 6, a Cidade do Dondo e Mafambisse -
Sede, onde se localizam os principais os equipamentos sociais e infra-estruturas. A região
costeira e o interior, apresentam assentamentos humanos dispersos e com baixos índices
de ocupação populacional.
A distribuição da população pelo território está relacionada com as vias de acesso,
aptidão agro-pecuária e aproveitamento de recursos naturais, designadamente; os
recursos marinhos e pesqueiros na região costeira, potencialidades agro-pecuária e
serviços (constituídos essencialmente pelo sector público). Na localidade de Mafambisse a
indústria açucareira, constitui o sector mais empregador no Distrito e contribui para
actual estrutura de distribuição e da ocupação territorial.
A tabela nº1 que se segue, ilustra a distribuição dos Povoados por Localidades e Postos
Administrativos a nível do Distrito do Dondo.
Tabela nº 1 – Divisão Administrativa e Assentamentos Humanos
Posto AdministrativoLocalidade
Povoados
Mafambisse
SedeMafambisse – Sede, Bloco 9, Mademo, Mezimbite; Milha 8, Milha 12, Nhampalapala
MutuaMutua Sede, Chissange, Chibuabuabua, Chissene, Magandafuta, Nhufo, Zero- 8, Nhamacuenguere,Mussatue, Sambazó
Savane
Savane - SedeBú, Maguacua, Milha 14, Milha 20 (Samora Machel)Milha 23 (Matequera), Milha 26 (Mussapasua),Monzué, Deme, Nhamacharteira, Nhamitiquite, Nhampiripire 1, Nhampiripire 2, Nhampiripire 3, Nhampuepua, Nhavingo, Ramada, Savane 1, Savane 2, Tsauane
ChinamacondoChinamacondo Sede, Kome, Masiche, NhamisenguereNhassasa, Sengo
Cidade do Dondo
CônsitoConsito- Sede, Central
MafarinhaMafarinha- Sede, Nhamainga,Thundane
MandruzeCanhandula, Macharote, Mandruze -Sede
Nhamaiambwe
Nhamaiambwe – Sede, Samora MachelFonte: SDPI - Dondo (2014)
1.4. Condições Físicas Naturais e Uso da Terra1.4.1. ClimaSegundo a classificação climática de Koppen, o clima do distrito do Dondo está
compreendido na zona de transição do clima tropical chuvoso para o de estepe com
estação seca no inverno. A temperatura média do ar é de cerca de 27°C, com uma
Amplitude Térmica Média de 7°C (cerca de 27,5°C em Janeiro e 21°C em Julho/Agosto).
A temperatura média anual é de 30-31°C cujos valores máximos, ocorrem entre
Janeiro/Fevereiro (32°C-33°C) e os mínimos em Julho (26°-27°C). O valor médio anual
das temperaturas mínimas é de 18-19°C, com os valores mais altos em Jan-Fev (22°C) e os
mais baixos em Julho (14-15°C).
A Humidade Relativa no Distrito ronda em 75-76% com uma pequena variação ao
longo do ano. A precipitação anual varia de 1.000 a 1.459 mm, com valores mais altos
nas zonas mais próximas da costa e diminuindo progressivamente para o interior. A
evapotranspiração potencial média está na ordem de 1.496mm. (MAE, 2005)
1.4.2. Geologia, Geomorfologia e Cobertura vegetalO distrito do Dondo caracteriza-se geologicamente pela predominância de sedimento do
fanerozóico, constituída por rochas sedimentares do quaternário, de material arenoso
sobreposto por argila aluvial que ocorre nos vales, como resultado de deposições
aluvionares e material orgânico nos terrenos pantanosos.
A cobertura vegetal, pode ser compartimentada em três (3) sub-regiões ou feições
distintas, Região Costeira de Planície de Inundação, Região Intermédia, Região
Central, Depressão do Vale do Rift designadamente:
1.4.3. Região Costeira de Planície de Inundação
Esta região localiza – se ao longo da faixa costeira e é constituída pelas planícies costeiras
com altitudes que variam entre 1 a 12 metros. É uma região dominada por dunas
costeiras e cobertas por sedimentos marinhos. As dunas costeiras e do interior formam
uma barreira entre a planície e a linha costeira. Esta planície é drenada por uma densa
rede de riachos e cursos de águas superficiais que escorrem na direcção a costa, e na
época chuvosa são inundáveis.
1.4.4. Região Intermédia
As planícies de inundação, segue-se a região de planície intermédia, isto é, da costa para
o interior do distrito. A altitude varia entre 100 e 200 metros. A parte Oeste é dominada
pelas encostas aluvionares cobertas de sedimentos de mananga e afloramento de rochas
sedimentares.
1.4.5. Região CentralÉ considerada como sendo a mais elevada do Distrito com 352 metros de altitude. Esta
região está delimitada pela curva de nível de 200 m, no geral, é marcada pela planície
arenosa regular e de ondulação suave.
1.4.6. Depressão do Vale do Rift
A depressão do Vale do Rift constitui uma área de planícies, cuja altitude varia entre 26 e
56 metros. É propensa a ocorrência de inundações devido ao rio Pungué. A planície é
alterada pelas colinas baixas de relevo ondulado. Esta irregularidade é notória nos
povoados de Nhamacuenguere, Chibuabuabua, Ngalazi, e na Ponte Ferroviária em
Mutua.
Encontram-se solos aluvionares profundos, cinzento-escuro, textura mediana,
relativamente pobres em matéria orgânica, e os saís solúveis não aparecem em
quantidades suficientes para criar limitações na sua utilização.
Ocorrem também solos aluvionares moderadamente profundos (> 70cm <100cm), cor
cinzenta escura a preta, textura pesada, argilosa e estrutura bem desenvolvida, podendo
ocorrer uma camada bastante argilosa e cimentada, limitando o desenvolvimento de
algumas culturas devido a deficiente drenagem. A presença de manchas no subsolo é um
sinal de hidromorfismo destes solos.
Alternativamente aos dois (2) tipos de solos existem, solos aluvionares estratificados, com
camadas distintas, correspondendo aos ciclos de sedimentação de depósitos do ciclo de
cheias do rio. No grupo de solos aluvionares destacar aqueles fortemente argilosos,
hidromórficos, salinos, com manchas de sais a superfície, completamente inaptos para a
agricultura (solos de mangal). No interior e nos terrenos ondulados, destacar a planície
arenosa de material sedimentar da chamada faixa arenosa costeira, de solos profundos,
de textura arenosa.
O Distrito do Dondo caracteriza-se por solos aluvionares profundos, cinzento-escuro, de
textura mediana, relativamente pobres em matéria orgânica, com saís solúveis em
quantidades que não chegam a criar limitações na sua qualidade e utilização.
Assim, podem-se encontrar no território do Dondo, alternativamente, os dois tipos de
solos estratificados, com camadas distintas, correspondendo predominamente, aos ciclos
de sedimentação de depósitos sólidos que participam no processo de sua formação, do
ciclo de cheias dos rios locais. No grupo de solos aluvionares, destacam aqueles
fortemente argilosos, hidromórficos, salinos, com manchas de sais a superfície,
característicos da sub-região costeira e planícies fluviais, completamente inaptos para a
agricultura, onde se desenvolve os ecossistemas de mangal. (Vide o mapa n˚3 de
vegetação, a seguir).
1.4.7. Hidrografia e Condicionantes NaturaisA Rede hidrográfica do distrito é dominada pelo rio Púnguè, único de regime
permanente; é constituída ainda por outros 7 (sete) rios todos de regime periódico,
designadamente: Chone, Lucotuco, Mezimbite, Muadzidzi, Ramada, Savane e Sanguzi;
segue-se lhe uma larga rede constituída por riachos, pântanos e outros cursos temporários
de água conforme ilustra a tabela abaixo:
Tabela nº 2 - Rede Hidrográfica do Distrito
No. Ord Designação do Rio Nascente Regime Foz1 Pungué Zimbabwé Permanente Oceano Indico2 Savane Savane Periódico Oceano Indico3 Sanguzi Semacueza Periódico Oceano Indico4 Chone Milha 08 Periódico Savane5 Lucotuco Maguacua Periódico Oceano Indico6 Ramada Milha 23 Periódico Sanguzi7 Mezimbite Milha 06 Periódico Púngue8 Muadzidzi Tundane Periódico Savane
Fonte: PEDD (2009)
A Faixa costeira, incluindo a planície aluvionar do vale de Pungué, possui uma densa rede
de cursos de água (rio Púngue, Sanguzi, Savane e Lucututo), afluentes e subafluentes que
na época chuvosa contribuem com importantes quantidades de recursos hídricos.
No período das cheias, as águas do rio do Zambeze transbordam para a bacia do
Pungué, através da depressão conhecida como Zangue – Urema provocando cheias e
inundações de forma cíclica ao longo do vale de Pungué e consequentemente riscos
ambientais em várias componentes e sectores.
Em geral, constituem áreas ambientalmente sensíveis, as que se encontram localizadas em
áreas com a existência de recursos naturais e diversidade biológica importante,
dominadas por espécies em extinção ou declaradas como protegidas, isto é, expostas à
fácil degradação natural e humana.
Neste quadro, no distrito do Dondo foram identificadas as seguintes áreas que se destacam, ambientalmente sensíveis:
Posto Administrativo de Mafambisse
Ecossistemas de Mangal do Bloco 9
8 Ecossistemas de Florestas Comunitárias
Posto Administrativo de Savane
Terras húmidas de Chinamacondo
Nascente de Chinamacondo
Floresta sempre verde de Chinamacondo
1.4.8. Análise de Sensibilidade de Riscos AmbientaisO uso diversificado dos recursos naturais existentes no distrito, provoca alterações
multifacetadas ao meio ambiente local e regional. As áreas ambientalmente sensíveis
encontram-se na sua maioria localizadas em regiões e sub-regiões com potencial para a
exploração de recursos naturais e diversidade biológica; caracterizadas pela
predominância de espécies em risco de extinção, áreas protegidas por lei facilmente
expostas à degradação pela acção humana e natural.
Nesta perspectiva, no distrito de Dondo foram identificadas algumas áreas
ambientalmente sensíveis, localizadas no Posto Administrativo de Mafambisse e Savane
devido a sensibilidade dos solos a intrusão salina e a erosão, a consequente perda de
fertilidade de solos, que constituem um dos principais recursos naturais necessários para a
manutenção e desenvolvimento de diferentes ecossistemas.
A tabela abaixo, faz um resumo dos diferentes ecossistemas sensíveis, na sub-região do distrito do Dondo.
Tabela nº 3 - Avaliação do Grau de Sensibilidades de Áreas Ambientalmente Sensíveis por PASensibilidade por Tipo de Recursos Naturais Usados
LocalizaçãoMunicipio do
DondoPA de Mafambisse PA de Savane
Mangal ---- Bloco 9 – Chinamacondo
MandruzeFlorestas Comunitárias ----- 8 Florestas
comunitárias 22 Florestas
comunitárias Terras Húmidas √ √ ChinamacondoNascentes de Água √ √ √Floresta Sempre Verde ---- √ Milha 26 Floresta aberta e fechada
----- √ Milha 26
Agricultura itinerante √ √ √Floresta decídua ---- √ √
Pradaria ----- √ √Área arbustiva ------ √ √Dunas ------- √ Praia de
Chinamacondo
Fonte: DPCA (2012)
1.4.9. Florestas e Fauna BraviaAs florestas ocupam cerca de 71.756 hectares que equivale a 30.47% da superfície do
Distrito. Tomando em consideração as características do relevo, clima e do solo, a
cobertura florestal varia da costa para o interior, distinguindo-se uma faixa de mangal,
vegetação de duna, savanas e florestas. Na sub-região da ocorrência de florestas,
distingue-se floresta alta aberta, floresta de matagal alto, floresta de matagal médio,
pradaria arborizada, floresta semi- decídua com mata e savanas de miombo.
Ao longo da região costeira ocorrem florestas densas de mangal, com predominância de
espécies como: Avicennia marina, Brugueiragimnorhiza, Lagunculariaracemosa,
Sonneratiaalda, Ceriopstagal, Candolleana, entre outras. Para além do seu valor
ecológico, o mangal detém um valor económico como habitat de reprodução do
camarão, um dos principais produtos de exportação da província de Sofala e do País em
geral, encontramos formação arbustiva, herbácea, florestas sempre verde, floresta aberta
de inundação, florestas semi – decíduas, decíduas, pradarias entre várias. As espécies de
gramíneas são dominantes nas savanas e na vegetação de praia.
A população retira das florestas, o material de construção, plantas medicinais e alimentos
(frutos silvestres, mel e outros), bem como o combustível lenhoso. Para além do valor
ecológico, algumas espécies florestais tais como: Panga - Panga, Pau- Preto, Mondzo,
Messassa, Umbila e outras espécies possuem um grande valor económico. Observe a
figuraabaixo.
Figura nº 1 - Floresta - Savane
Fonte: DPCA (2012)
O Distrito do Dondo conta com seis (6) exploradores madeireiros em regime de licenças
simples e uma (1) concessão florestal. As espécies exploradas na sua maioria são
aproveitadas pelas populações para vários usos e fins, tais como, a extracção de madeira,
medicamentos, alimentos e material de construção, produção de lenha e carvão para fins
comerciais.
1.5. Análise da Sensibilidade Ambiental1.5.1. Análise das Principais PotencialidadesSegundo (PEP 2010 – 2020, p20 - 23) a Província de Sofala, possui um conjunto de
potencialidades em recursos naturais e infra-estruturas técnicas, de especial significância e
importância para o processo de desenvolvimento local, entre os quais se destaca o papel
das potencialidades agro-pecuárias, as infra-estruturas de transporte aeroportuárias da
Beira, o Corredor da Beira, o potencial pesqueiro no Banco de Sofala, a Linha Férrea de
Sena, bem como o valor económico que representam o potencial em recursos minerais,
particularmente os hidrocarbonetos, turismo ecológico, onde se destaca o Parque
Nacional da Gorongosa e a Reserva de Búfalos de Marromeu cuja biodiversidade, é
reconhecida no país e na região.
Neste quadro, assinala-se que o Distrito de Dondo, ocupa uma quota importante deste
potencial provincial, principalmente na área agro-pecuária, pesqueira, desenvolvimento
do turismo, da indústria, serviços e na área dos transportes e comunicações. Este facto é
devido a sua localização estratégica como porta de entrada e saída ao Porto da Beira no
que concerne o acesso ao sistema de transportes rodoviário e ferroviário.
E ainda pelo Distrito do Dondo, acessa - se ao turismo de praia na região costeira,
principalmente na área de Sengo, bem como alberga um dos maiores Parques Industriais
da região centro. A sua localização limítrofe com o Parque Nacional de Gorongosa,
reforça o seu papel nas perspectivas de desenvolvimento turístico local e regional.
Na produção agro-pecuária e segurança alimentar, o distrito do Dondo destaca –se na
aptidão e produção pecuária, em diversas culturas de rendimento e exportação, como a
produção da cana-de-açúcar, cuja unidade industrial encontra – se localizada no Posto
Administrativo de Mafambisse, na aptidão para a produção de arroz, castanha de caju,
tabaco e algodão,maioritariamentepraticadopelo sector familiar, pequenas e médias
empresas agropecuárias.
Muito resumidamente, o distrito do Dondo tem como principais actividades
socioeconómicas, a indústria açucareira localizada no Posto Administrativo de
Mafambisse, agricultura de subsistência assente no cultivo de arroz no Vale de Mandruzi,
a mandioca na região do Posto Administrativo de Savane, um considerável património
florestal que abrange toda a região do interior do distrito.
De acordo com Censo Pesqueiro (2007), a Pesca artesanal constitui igualmente, uma
importante actividade geradora da renda e de postos de trabalho no sector familiar.
1.5.3. Práticas de Queimadas DescontroladasEm termos gerais, o distrito do Dondo, não apresenta índices de práticas de Queimadas
Descontroladas das mais preocupantes na província, embora seja uma prática frequente,
sobretudo no vale de Pungué, como consequência de caça furtiva, renovação de pastos e
de machambas. No entanto, nos anos de 2011/ 2012 não se registaram danos ambientais
significativos e dignos de registo estatístico como documenta a tabela a seguir produzida
com base no monitoramento sensor remote, do CDS - RN, em Chimoio.
Tabela nº 4 - Práticas de Queimadas Descontroladas ao nível da Província de Sofala (2011-2012)
DistritosÁrea/ Ano
2011 2012Área Focos Área Focos
Búzi 2604.96 2.412 2303.64 2.133
Caia 1092.96 1.012 1131.84 1.048
Chemba 1015.2 940 691.2 640
Cheringoma 168.88 1.561 2364.12 2.189
Chibabava 1842.48 1.706 1686.96 1.562
C. da Beira 84.24 78 59.4 55
Dondo 519.48 481 584.28 541
Gorongosa 2259.36 2.092 2747.52 2.544
Machanga 1111.32 1.029 841.32 779
Marromeu 1110.24 1.028 1830.6 1.695
Marínguè 2177.28 2.016 1993.68 1.846
Muanza 1476.36 1.367 2562.84 2.373
Nhamatanda 1594.08 1.476 1373.76 1.272
Total 18573.84 17.198 20171.16 18.677
Fonte: DPCA (2012)
Gráfico nº 1 - Avaliação da Evolução anual das Queimadas por Distritos (2011-2012)
De acordo com a tabela e o gráfico acima, a província de Sofala registou um aumento
deáreasde queimadas em 8,59 %, passando de 18.573,84 ha em 2011 para 20.171,16 em
2012.
Nos distritos de Buzi, Chemba, Chibabava, Beira, Machanga, Maringué e Nhamatanda
observou-se uma redução de áreas de queimadas, enquanto nos restantes distritos
registou-se um aumento de áreas queimadas com destaque para os distritos de
Gorongoza, Muanza e Cheringoma.
No que concerneao fenómeno de queimadas descontroladas, o Distrito do Dondo,
registou um aumento de focos de queimadas de 481 em 2011 para 541 focos em 2012.
Correspondente a 519.48 e 584.28 hectares, respectivamente.
2. Caracterização Sócio - Cultural2.1. População
Segundo INE (2010), o distrito do Dondo tinha um total de 141.003 habitantes, dos quais
69.620 eram de sexo feminino e 71.383 de sexo masculino com uma densidade de 59.9
hab/km2. O peso da população do distrito em relação a população total da Província,
era cerca de 8.5%. As projecções do crescimento no período de (1997 – 2007), indicam
que a população total do distrito aumentou para um total de 23.284 hab
correspondente a 19.7% (Vide a tabela 5 abaixo)
Tabela nº 5 - População e sua evolução (1997 - 2012)Ano População Crescimento
(%)Total Homens Mulheres1997 117.719 59.628 58.091
19.72007 141.003 71.383 69.6202012 161.752 81.887 79.865 14.7
Fonte: INE (2012)
De acordo com os dados da tabela acima, mostram que ao nível do distrito, há maior
predominância da população do sexo masculino em relação ao feminino, isto é, em
todos os censos realizados, tanto em 1997, 2007 e as projecções de 2012. Em termos
percentuais notou – se que no período de 1997 à 2007 houve um crescimento na ordem
de 19.7%. Em relação 2007 à 2012 cresceu em 14.7%.
Tabela nº 6 - Distribuiçãoda População (2007)
Posto Administrativo LocalidadePopulação
Pop. Total Homens MulheresCidade do Dondo Cidade de Dondo 70.817 35.585 35.232Mafambisse Sede 37.474 27.207 25.860
Mutua 15.593 19.422 18.052
SavaneSede 12.584 5.352 6.232Chinamacondo 4.535 2.239 2.296
Total 141.003 89.805 87.672
Fonte: INE (2010)
No que diz respeito a distribuição da população, a tabela nº7 mostra que a Cidade do
Dondo apresenta maior número da população com um total de 70.817 hab,
correspondente a 50.2% e Posto Administrativo de Savane principalmente a localidade
de Chinamacondo com menor número de população com apenas 4.535 hab
correspondente 3.2% do total do distrito.
Tabela nº 7 - Estrutura da População por Idade e SexoGrupo Etário 0-4 15-34 35-69 70 +
Total Nº
141.003
61.134 50.097 27.664 2.108
% 100 43.36 35.53 19.62 1.50Homens N
º71.383 30.370 25.611 14.400 1.002
% 50.63 42.55 35.88 20.17 1.40Mulheres
Nº
69.620 30.764 24.486 13.264 1.106
% 49.37 44.19 35.17 19.05 1.59
Fonte: INE (2010)
Quanto ao grupo etário, a tabela nº 7 ilustra que o Distrito do Dondo contava com um
total de 141.003 hab, o grupo etário mais predominante é de 0 – 14 anos, com um total
de 61.134 hab, correspondente a 43.36%, Seguido o grupo etário de 15 – 34 anos com
50.097 hab que representa 35.53% e finalmente o de 70+ anos com menor número de
hab (2.108) correspondente a 1.5%. A dinâmica deste aumento populacional esta
relacionada aos aspectos culturais locais, dentre os quais se enumeram por exemplo, o
analfabetismo, prática da poligamia, falta de planeamento familiar, pobreza, casamentos
prematuros, entre outros.
Quanto a estrutura da populacao por sexo, os dados do último Censo da população,
mostram uma situação diferente de outros pontos do País, onde as mulheres representam
a maior percentagem em relação aos homens, enquanto na área de estudo há maior
predominância dos homens com 50.63% contra 49.37%.
2.2. Cultura A manifestação cultural é caracterizada por diversas expressões artísticas entre elas a arte
cénicas, distinguindo-se pelas músicas e danças tradicionais típicas como (Utsi, varimba),
artesanato (cesto e esteiras), gastronomia (xima com peixe fresco-nsomba, xima com
folhas piladas de mandioqueira- ntxocobwe, xima com peixe seco, xima com carne seca-
xincuio), traje típico capulana e lenço na cabeça para as senhoras e calças e camisas para
os homens.
Os principais grupos étnicos são Senas e Ndaus. A população do Dondo é de origem
Sena (grupo bhangue) como resultado de cruzamento entre Machangas/Matewes com
Phodzo do baixo Zambeze. E a língua predominante é o Sena e o Ndau, sendo o útsi e a
varimba as danças mais praticadas.
As principais cerimónias incluem: o reconhecimento aos mortos (Nsembe); pós-
nascimento (Mazuade); casamento (FungulaMulomo-primeiro contacto oficial com a
noiva; Mussa – consulta do lobolo; Semba – pagamento do lobolo; e Massesseto –
casamento); pós-falecimentos (Pita-Cufa), pós-queimadas-casa e machamba (Pita-Moto);
e ritos de iniciação.
O Distrito possui locais considerados patrimónios culturais nomeadamente a Sub Base de
Milha 8 e Maguacua por estas terem sido usados no período da luta de libertação
nacional e floresta sagrada de Nhamainga.
O distrito tem considerável potencial cultural ainda inexplorável como fonte de interesse
turístico. As actividades culturais são praticadas por grupos de danças tradicionais,
totalizando 30 grupos culturais cujo Utsi é a principal dança praticada.
Figura n° 2 – Dança Tradicional (Utsi)
Fonte: Equipa Técnica (2012)
Estas actividades no distrito têm como objectivo difundir alguns ensinamentos do
passado como forma de preservar a cultura típica do distrito e educar a nova geração de
forma a seguir protótipo dos mais velhos.
Por outro lado, a maior parte da população professa vários cultos religiosos entre cristãos
e muçulmanos sendo a igreja protestante a mais predominante e representativa ao nível
do Distrito do Dondo, seguida pela igreja católica.
Figura nº 3 - Igreja Católica do Dondo
Fonte: Equipe Técnica (2012)
Além de grupos culturais e locais de culto, existem 19 locais de interesse histórico destes,
(2) dois estão devidamente identificados e sinalizados, nomeadamente a Lagoa de
Açucareira, Nhamabungua, Chilumo, Chifico, Chitequeteque, Nhamataca, Santuário de
Chinamacondo, Nhaminhulo, Sub – Base de Milha, Nhamitete, Nhamghaca,
Nhaussuluwe, Massengue, Ntevia, Ndumba, Nhamghalaze, Nhampingalomue, Base de
Mauacua e Floresta de Nhamainga.
2.3. Infra - Estruturas
2.3.1. Rede de Transportes
O distrito do Dondo, caracteriza-se por ser o ponto de partida e de chegada, de vários
sistemas de transporte, acessibilidade e comunicação, sendo de destacar: ferroviários,
rodoviários, e aeroportuários. Destaca-se ainda infra-estruturas de comunicação de média
e pequena dimensão implantados ao longo do território distrital; O distrito é atravessado
pelas linhas férreas de Sena no sentido Sul/Norte, ligando a cidade portuária da Beira ao
distrito de Moatize na Província de Tete; e a vila fronteiriça de Machipanda (Província de
Manica). O acesso ferroviário desempenha um papel crucial para o desenvolvimento do
Distrito, como para grande parte dos distritos da região Norte da província de Sofala.
No que diz respeito o sistema aeroportuário destacam - se dois (2) aeródromos um (1)
em Mafambisse e outro na Cidade do Dondo, cujos papéis são ofuscados pelo Aeroporto
Internacional da Beira.
2.3.2. Rede FerroviáriaA rede ferroviária ao nível do Distrito do Dondo é constituída por duas (2) linhas, que
tem Dondo como ponto de ramificação com origem no porto da Beira; uma (1) que
segue para o Distrito fronteiriço de Manica, vulgarmente designada por Linha de
Machipanda, transcorre da ligação entre o Porto da Beira aos distritos de Dondo e
Nhamatanda, na Província de Sofala e Manica na fronteira com a República do
Zimbabwé, através de MachipandaBoundering; constitui um dos principais corredores
ferroviários para os países do Interland.
A outra linha corresponde a Dondo - Moatize, hoje com muita importância para a
economia não apenas para a região mineira de Tete e agro-industrial de Sena como
também para o desenvolvimento do Distrito do Dondo.
Historicamente, o desenvolvimento do Distrito do Dondo, esteve directamente ligado ao
funcionamento destas duas linhas, quer do ponto de vista local e em particular, do ponto
de vista regional. As estações ferroviárias espalhadas ao longo das duas linhas constituem
uma rede de aglomerados que assumem cada vez maior importância na hierarquia da
rede de centros urbanos produtores de serviços de extrema importância económico-social
distrital e regional.
Figura nº 4 - Infra-estrutura Ferroviária (Dondo – Beira)
Fonte: DPCA (2012)
2.3.3. Rede de Estradas e Sistema de Transporte RodoviárioA rede de estradas ao nível do Distrito do Dondo é assegurada através da EN6 (Beira –
Machipanda) e ER282 (Dondo – Inhaminga) que desempenham um papel
preponderante ao desenvolvimento do distrito. Portanto, a EN6 atravessa o Distrito do
Dondo servindo de elo de ligação com EN1 na região do Inchope, distrito de Gondola e
EN7 na zona de Vanduzi, distrito de Manica na província do mesmo nome perfazendo a
sua trajectória em direcção a Interland.
Figura nº 5 - Vista parcial da EN6
Fonte: DPCA (2012)
No que diz respeito a rede de estradas, classifica – se em Primária (EN6), Secundária
(ER282) e Terciária. Sendo esta última serve de ligação com as redes primárias e
secundárias respectivamente.
Apesar da rede secundária e terciária desempenharem um papel preponderante no
desenvolvimento do distrito, ambas são de terra batida e deparam com constantes
problemas de transmutabilidadeparticularmentea época chuvosa.
Figura nº 6 - Vista Parcial da ER282 (Dondo – Muanza)
Fonte: DPCA (2012)
A localização estratégica do Distrito do Dondo, caracterizada pela invejável rede de
transporte e comunicações que possui, coloca – o numa posição privilegiada e
desempenha um papel fundamental para a melhoria de vida da população distrital, bem
como o desenvolvimento sustentável da região.
O sistema de transporte existente tanto a nível interno, como inter - distrital é deficiente
devido a reduzida rede de estradas e limitações impostas pelas más condições das vias de
acesso, sobretudo as vicinais.
Em relação ao sistema de transporte rodoviário ao nível do distrito, existem quase todo
tipo de transporte rodoviário mas com maior destaque aos transportes colectivos de
passageiros e de mercadorias. Por outro lado, Dondo existe terminais de passageiros,
concretamente na Cidade do Dondo, Mafambisse – Sede, Mutua e Savane – Sede.
Quanto ao transporte de mercadorias, importa referir que, o Distrito do Dondo devido a
localização ao longo da EN6 é atravessado pelos transportes de mercadorias vulgo
Freightline que carregam mercadorias em direcção aos outros pontos do país e Interand,
e também pelos transportes de mercadorias de construção civil e outros produtos
existente no distrito.
Com efeito, entre Dondo e Beira funciona em todos os dias úteis de, duas (2) carreiras de
transportes ferroviário, com partida de Dondo as 5 de manhã e regresso as 18 horas. Por
outro lado, o serviço rodoviário do sector público é assegurado por Transportes Públicos
da Beira (TPB).
O sector privado tem participado com serviço semi-colectivosde passgeirosvulgo chapa
100. Mesmo com este reforço,a procura por este serviço ainda é maior.
2.3.4. Rede de Energia
O fornecimento de energia ao Distrito do Dondo é feito pela rede do Sistema Nacional
de Energia, através da energia produzida pelas centrais da HCB, em Tete, de Revúe e
Chicamba, na província de Manica. Para o efeito, encontram-se implantadas em parte do
território distrital, duas (2) linhas de transporte, designadas por Beira I e Beira II e várias
infra-estruturas de apoio, designadamente, subestações e PTs de alta, média e baixa
tensão, que se localizam na Cidade do Dondo e Mafambisse – Sede.
A instalação dos PTs visa o aumento da capacidade instalada bem como o número de
consumidores nos próximos anos no âmbito da extensão da rede eléctrica rural, devendo
culminar com a ligação da rede para o Posto Administrativo de Savane e a Localidade de
Chinamacondo outros locais do distrito.
Segundo os dados da EDM (2012), o Distrito do Dondo conta com consumidores de
energia de média e baixa tensão.
Importa referir que, o distrito do Dondo é atravessado por uma conduta de transporte
de oleoduto que parte da Beira para o vizinho Zimbabwé.
Figura nº 7 - Posto de Transformação Eléctrica
Fonte: DPCA (2012)
2.3.5. Rede de Comunicações
Actualmente, o distrito conta com três (3) redes de comunicação de telefonias móvel
nomeadamente a mCel, Vodacom e Movitel, dois (2) Sistemas de telefonias fixas, sendo
daTDMe ligações via rádios.
Em relação ao sistema telefonia móvel, das três (3) operadoras a funcionar no distrito, a
que tem maior cobertura de infra-estruturas de apoio e sinal, é a Movitel, possui um
total de 13 antenascobrindoa totalidade de todo o distrito, isto é, Postos Admnistrativos e
Localidades, e em termos de maior número de clientes é a operadora Mcel e com total
de 600 assinantes.
O acesso a Internet é facultativo acedido através das zonas servidas pela rede fixa e
móvel de telecomunicações, actualmente as TDM conta 325 assinantes.
Figura nº 8- Vista parcial de postos de venda de serviços das TDM e da Movitel
Fonte: DPCA (2012)
2.3.6. Rede de Abastecimento de Água PotávelO Sistema de abastecimento de água no Distrito de Dondo é constituído por três (3)
principais fontes de água, nomeadamente: Sistema de rede canalizada, fontenários e
furos ou poços melhorados.
Em relação ao sistema de rede canalizada é assegurada através da Estação de Tratamento
de Água (ETA) de Mutua, cuja capacidade de tratamento é de 60.000 m3 por dia.
No entanto, esta capacidade não chega a satisfazer as necessidades de abastecimento de
água do Distrito do Dondo, embora verifique – se já um certo incremento dessa
capacidade, considerando as acções de reabilitação e melhoramento realizadas pelo
FIPAG. A rede de distribuição é composta de 785 km de tubagem, e estima - se abastecer
no território do distrito, aproximadamente 39.081 ligações domésticas.
Figura nº 9 - Reservatório de água de Muzimbite
Fonte: DPCA (2012)
Actualmente, o distrito possui 334 fontes de abastecimento de água dispersas, das quais
326 operacionais e 8 avariadaspara uma população total de 141.003 habitantes.
Usando o rácio de 300 habitantes por fonte, estas cobrem 97.800 habitantes, o que
corresponde a uma taxa de cobertura de 69.4 %.A necessidade actual é de 144 fontes
para um universo de 43.203 habitantes.
Figura nº 10 - Vista de um Fontenário no PA - Mafambisse/ Bairro de Munhonha
Fonte: DPCA (2012)
2.3.7. Saneamento do MeioO sistema de saneamento do meio ao nível do Distrito do Dondo é assegurado na área
urbana através de fossas sépticas, valas de drenagens e latrinas melhoradas. A recolha e
tratamento de resíduos sólidos são feitos através de meios próprios (tractores) e
depositados nas lixeiras existentes na Vila – Sede do Dondo e Mafambisse – Sede.
As condições de saneamento básico ao nível dos aglomerados humanos, sobretudo nas
zonas rurais não é feito de forma colectiva ou comunitária. A recolha e o tratamento de
resíduos sólidos são quase inexistentes e as famílias tem um sistema tradicional de recolha
e tratamento de lixo que consiste em aterros nos quintais e queimadas.
A falta de sanitários e balneários públicos, a deficiente drenagem das águas pluviais,
constituem uma preocupação das autoridades governamentais do distrito, estando
associadas a graves problemas de saúde pública e ambiental.
Neste contexto, decorre um programa de sensibilização e consciencialização das
comunidades para a construção e uso de latrinas melhoradas envolvendo a
administração local, as estruturas da saúde e líderes comunitários, bem como a
construção de balneários públicos junto dos mercados e locais de maior concentração
populacional.
3. Equipamentos Sociais3.1. Educação
Em 2012 a rede escolar do distrito do Dondo era composta por 54 estabelecimentos de
ensino, dos quais 35 escolas do EP1 e 15 do EPC, 4 ESG1 e 2 ESG2. De referir que as 2
Escolas de ESG2 estão inclusas nas 4 ESG1. O Posto Administrativo de Mafambisse possuía
7 EP1 e 6 EPCs, 1ESG1/2, e 13 Centros de alfabetização. Quanto a alfabetização e
educação de adultos, as classes leccionadas funcionam em salas anexas de algumas escolas
da Vila Sede.
Segundo os dados SDEJT (2012), o ensino primário funcionava com 298 salas de aulas
(170 turmas ao ar livre, 89 salas de material local e 208 salas de material convencional),
para um total de 64.525 alunos, dos quais 32.169 eram do sexo masculino e 32.356 do
sexo feminino. De salientar que o número de raparigas com acesso a educação cresceu
consideravelmente nos últimos 5 anos.
O rácio médio Aluno /Professor era de 50. O Ensino Primário Completo, tinha cerca de
10.704 alunos do curso diurno e nocturno. Deste número, 4.873 eram mulheres e 5.831
homens. O ESG contava com 14.484 alunos, dos quais 5.860 eram do sexo feminino e
8.624 do sexo masculino (SDEJT, 2012).
Apesar do crescimento da rede escolar, ainda verifica-se um défice na sua cobertura
condicionado pela insuficiência de salas de aulas e de professores, associado á dispersão
da população. O reduzido número de professores deve -se a falta de cabimento
orçamental e habitação. A distribuição irregular da rede escolar, aliada a dispersão da
população no distrito, torna difícil responder cabalmente as necessidades no que
concerne ao acesso ao ensino. Duma forma geral, verifica-se um crescimento significativo
do número de estabelecimentos de ensino nos últimos 5 anos.
De referir que, muitas escolas são de material local, como acontece especificamente no
Posto Administrativo de Savane, onde mais de metade estão em mau estado de
conservação. As longas distâncias entre a escola e alguns aglomerados ou povoados,
entre outras limitações, não motivam a frequência de alunos ao ensino.
Figura nº 11 - Rede Escolar – Escola Secundária do Dondo e EPC - Mafambisse
Fonte: DPCA (2012)
Tabela nº 8 - Distribuição da Rede Escolar Nome do Estabelecimento N° de Salas Tipo de Constr. N° de Alunos Prof./Esc. Obse.
M. F.Posto Administrativo de Mafambisse
EPC Samora Machel 14 Conv. 1931 1864 47EPC Munhonha 4 Conv. 1034 1169 38EPC Magaia 11 Conv. 796 736 26EPC Mussassa 14 Conv. 904 750 28
EPC 1 de Junho 10 Conv. 752 518 17EPC Chissange 3 Conv. 403 306 7EP1 Bloco 9 4 Conv. 131 127 8EP1 Chipinde 5 Conv. 538 476 24EP1 Nhampalapala 2 Conv. 162 92 5EP1 Mussatue 4 Conv. 128 177 6EP1 Nhaufo 3 M.L 68 60 8EP1 Mezimbite – Buto 4 Conv. 138 131 6EP1 Magandafuta 2 Conv. 195 193 6ESG de Mafambisse Conv. 3607 1950 47Sub – total 10787 8549 273
Posto Administrativo de SavaneEPC Savane 16 Conv. 814 688 22EPC Chinamacondo 0 M.L 357 216 6EP1 Milha 26 4 M.L 248 158 7EP1 Milha 23 2 M.L 107 85 3EP1 Fotine 3 M.L 129 174 5EP1 Chibuabuabua 2 Conv. 260 245 6EP1 Nhamacuenguere 3 M.L 167 210 4EP1 Nhamitiquiti 2 Conv. 259 331 10EP1 Nhampiripiri 3 M.L 199 283 7EP1 Menochanga 3 M.L 248 158 4EP1 Milha 12 2 Conv. 76 83 4EP1 Monzue 2 Conv. 189 196 7EP1 Nhampuepue 5 Conv. 184 144 5EP1 Sengo 2 M.L 141 106 4EP1 Nhamissenguere 1 Conv. 166 139 5EP1 Mecano 3 M.L 196 143 3EP1 Nhanssassa 3 M.L 172 177 4EP1 Deme 3 M.L 211 153 5EP1 Sambazo 5 M.L 219 243 6EP1 Maguacua 3 M.L 274 185 5ESG1 de Savane 4 Conv. 364 144 18Sub total 4980 4261 140Total 15767 12810 413
Fonte: SDEJT- Dondo (2012)
3.2. Saúde
A rede das unidades de saúde pública, ainda não está equitativamente distribuída no
território distrital, que conta com (1) Hospital Geral de tipo Rural, na Cidade de Dondo e
um (1) Centro de Saúde no Posto Administrativo de Mafambisse; a mesma é
complementada com um total de seis (6) Centros de Saúde de tipo II, onde se administra
serviços dos cuidados básicos aos quais depende a maioria da população local.
O acesso a estes serviços e unidades sanitárias pela população ainda é deficitário, na
medida em que a média de distâncias do raio de acesso se situa em cerca de 30 km de
percurso, para alcançar o Centro de Saúde do Tipo I, única unidade sanitária equipada
com pessoal qualificado e equipamentos para administrar determinados tipos de
medicamentos ou serviços localiza – se na Sede do Distrito.
As regiões cobertas de Centros de Saúde do Tipo II são providas apenas de serviços dos
cuidados de saúde básica, geralmente enfrentam a falta do pessoal técnico qualificado,
outros serviços e equipamento básico especializados, o que implica uma prestação dos
serviços sanitários abaixo dos padrões mínimos aceitáveis.
Por essas razões, regista-se uma forte intervenção da medicina tradicional, situação que,
desencoraja a procura dos serviços de saúde por parte da população, optando por
aquelas opções, que são na realidade alternativa não muito segura, considerando a
natureza de tipo de doenças mais frequentes da região.
Tabela nº 9 - Distribuição da Rede Sanitária por Posto Administrativo Posto Administrativo
Localização da Unidade Sanitária
Tipo de Unidade Sanitária
Material de Construção
Estado de Conservação
Nºde camas
Dondo- Sede Município do Dondo A Convencional Bom 75Macharote CSII Convencional Bom 5Samora Machel CSII Convencional Bom 3Canhandula CS II Convencional Bom 3
Mafambisse
Mafambisse-Sede CSI Convencional Bom 3
Mutua CS II Convencional Bom 5
Savane CS II Convencional Bom 3
Savane Chinamocondo CS II Convencional Bom 3
Sengo CS II Convencional Bom 3
Chibuabuabua CS II Convencional Bom 3
Fonte: SDMSAS - Dondo (2012)
Os Centros de Saúde estão equipados e habilitados para prestar serviços de consulta
geral, posto de vacinação e maternidade. Os postos de saúde prestam também pequenos
serviços curativos em regime ambulatório. De acordo com o calendário de consultas
domiciliárias o pessoal da saúde faz consultas nos povoados onde não existe uma
unidade. Segundo registos da SDSMAS, os atendimentos médios mensais, nas consultas
externas (excluindo maternidade e vacinação), atingem cifras na ordem de 1.838 a 2.167
doentes.
O Sector da Saúde funcionou em 2012 com total de 248 funcionários, entre quadros
técnicos e administrativos. Destes, 120 afectos no Centro de Saúde de Dondo e, os
restantes distribuídos nos outros Centros de Saúde do Tipo II e Postos de Saúde. Tem-se
registado nos últimos anos um aumento gradual do pessoal técnico o que representa uma
relativa melhoria em termos de pessoal para a assistência sanitária.
As doenças mais frequentes no distrito de Dondo são: a malária, tuberculose e diarreia.
Quanto a DTS - HIV/SIDA, dados da Direcção Distrital de Saúde indicam que a taxa de
seroprevalência é de 6%. O índice de seroprevalência tem tendências de crescer devido a
usos e costumes locais, pobreza, também por ser atravessado pela EN6 e a não aderência
as campanhas de sensibilização. A estrutura física das unidades sanitárias está em boas
condições para o funcionamento. Contudo, algumas não têm energia eléctrica.
3.4. Actividades Económicas
A população economicamente activa do distrito do Dondo, para além da agricultura
familiar, dedica-se ainda ao artesanato, a pesca artesanal, pecuária de pequena escala,
silvicultura, apicultura dentre outras actividades que integram o rol de opções
ocupacionais agrupados por sector que a seguir se descreve.
3.4.1. Sector Primário3. 4.1.1.AgriculturaO Desenvolvimento agrícola no distrito depende da disponibilidade de terra arável,
tecnologias melhoradas para os locais de clima árido e semi-árido, incentivo, apoio e
disponibilidade financeira para este sector.
A principal actividade económica é a agricultura que emprega cerca de 80% da
população activa do distrito e é praticada em consociação de culturas de forma intensiva
devido a escassez de terras para o cultivo.
O Distrito possui um potencial agrícola dominado pelo sector familiar, contando com um
total de 34.331 famílias camponesas onde cada uma cultiva uma área média que varia
entre 1 a 2 ha. A agricultura é praticada manualmente, havendo uma tendência crescente
do uso de tracção animal por parte do sector familiar. A situação da mecanização no
distrito ainda é muito baixa. O distrito possui 8 tractores e 24 juntas.
Nos solos moderadamente bem drenados predominam as consociacões de milho,
mapira, mexoeira, mandioca,feijãonhemba e boer. O Algodão e cana-de-açúcar são
culturas de rendimento, produzidas em regime de monoculturas. Este sistema de
produção é ainda completado por criação de espécies como gado bovino, caprino e
aves.
O sistema de produção predominante nos solos de textura pesada e mal drenada é a
monocultura de arroz pluvial (na época chuvosa) seguida por batata-doce em regime de
camalhõesouPicsudi(época fresca).
A produção agrícola é feita predominantemente em condições de sequeiro, e nem
sempre bem sucedida, uma vez que o risco de perda das colheitas é alto, dada a baixa
capacidade de armazenamento de humidade no solo durante o período de crescimento
das culturas.
Grande parte das culturas é praticada em regime de consociação dando-se prioridade as
culturas de mapira, milho, amendoim, mandioca, feijão manteiga e nhemba, arroz,
batata – doce e reno, gergelins, cebola, tomate, que são a base de alimentação da
população. A mandioca batata-doce e feijão - nhemba são apontados como as principais
culturas comercializadas pelo sector familiar no distrito. As hortícolas são praticadas em
zonas baixas e em pequena escala cultiva-se gergelim, como de rendimento.
A actual exploração dos solos aráveis é reduzida, por um lado, devido ao facto do uso
de práticas tradicionais e por outro as concessões florestais nos povoados de
Nhamacuenguere e Maguacua que ocupam maiores extensões de terras arenosas não
próprias para a prática de agricultura no Posto Administrativo de Savane, e também, as
condições precárias das vias de acesso dificultam o acesso, as terras férteis assim como o
escoamento dos produtos agrícolas em quase toda região do norte do Posto
Administrativo de Mafambisse. Este aspecto, só por si justifica o fraco investimento do
sector privado na área agrícola. Isto significa, que uma eficiente agricultura de
subsistência é a estratégia realística para garantir a segurança alimentar para a população
do distrito.
As principais culturas praticadas no Distrito são: milho, mapira e mexoeira em
quantidades reduzidas. Mandruzi e localidade de Mutua são as zonas mais produtivas do
distrito. Para a produção de hortícolas usa – se o sistema de agricultura de conservação
para fazer face a humidade e fertilidade dos solos.
Tabela nº 10 - Principais culturas por Posto Administrativo
Região Princípais CulturasDondo Sede
Arroz, Mandioca, Batata-doce, feijão- Nhemba e fruticultura (ananás, caju e papaia)
Mafambisse Milho, Mapira, Batata-doce, Gergelim e Hortícolas Savane Mandioca, milho, arroz, feijão -bóer e hortícolas
Fonte: SDAE (2012)
Para a assistência aos camponeses, o Distrito conta com 6 extensionistas que cobrem
apenas 23% do total defamílias camponesas.
Os Serviços Distritais da Actividades Económicas (SDAE), prestam apoio técnico aos
camponeses do sector familiar para a implementação do Plano de Acção para a
produção de alimentos. Como forma de incentivar a prática de agricultura e estimular os
agricultores, os SDAE, alocam extensionistas aos Postos Administrativos para prestar
assistência técnica aos camponeses.
No âmbito deste programa, o SDAE, introduziu a batata-doce, assim como a
intensificação na produção de algumas hortícolas como alface, couve, tomate e outras, o
que contribuiu na melhoria da dieta alimentar e cultura de gergelim como de
rendimento, os camponeses aderiram a iniciativa. Existe uma área concessionada para a
produção de Mandioca devido a instalação da fábrica CleanStar para o seu
processamento em bio - combustíveis, na Vila – Sede.
O Distrito conta com alguns projectos agrícolas irrigados para a produção de arroz, mas
o sector familiar tem áreas ainda insignificantes. Por outro lado, o regadio da Açucareira
de Mafambisse é um dos grandes projectos de produção de cana-de- açúcar. O potencial
para agricultura irrigada está limitado aos solos aluvionares das margens do rio Punguè,
em particular aqueles de textura média a pesada através da irrigação de pequena escala.
Portanto, para viabilizar o sistema de regadio, foram instalados dois sistemas de rega de
tanque elevado no bairro 7 de Abril, Viveiro de Canhandula e a reabilitação do sistema
da Associação Agrícola Vale de Mandruzi.
A prática da agricultura constitui a actividade básica da maior parte da população
economicamente activa equivalente a 80%, tem agricultura de subsistência como fonte
de rendimento. A produção agrícola é assegurada principalmente pelo sector familiar
onde cada família, em média, cultiva uma área de 1 a 2ha, aplicando basicamente
técnicas e meios rudimentares, para além da total dependência das condições climáticas e
da fertilidade do solo.
No entanto, a agricultura mecanizada e irrigada é desenvolvida em áreas ínfimas do
distrito de 37 ha, cujos solos são de aptidão moderada. Os solos férteis para a prática de
agricultura localizam – se nos Postos Administrativos de Mafambisse e Dondo - Sede.
3.4.1.2. Exploração Florestal
A exploração florestal no distrito é feita em menor escala através da empresa
concessionada que explora a madeira para abastecer o mercado interno e externo. Além
disso, outras pessoas singulares estão a explorar a madeira.
O distrito conta com 1 explorador madeireiro em regime de licenças simples e uma
concessão florestal. As espécies exploradas na sua maioria são aproveitadas pelas
populações para a extracção de madeira, medicamentos, alimentos, material de
construção, produção de lenha e carvão para fins energéticos, bem como para
comercialização.
Ao nível do distrito, existe uma concessão florestal denominada Moçambique Florestal
(MOFLOR) que explora as seguintes espécies: Messaca, Metacha, Missanda e Panga –
Panga numa área aproximadamente 20.974,8 ha.Além da concessão florestal, também
existem no distrito áreas de gestão comunitária, onde a população abastesse – se de
combustível lenhoso e material de construção. Vide a tabela 11 abaixo.
Tabelanº11 – Comité de Gestão Comunitária
Comité de Gestão Comunitária Localização N° de membrosC.G de Maguacuacua Maguacua 10C.G de Chibuabuabua Chibuabuabua 10C.G de Chissange Chissange 10C.G de Nhamacuenguere Nhamacuenguere 10
Fonte: SDAE - Dondo (2012)
3.4.1.3. PecuáriaO fomento pecuário no distrito tem sido fraco. Porém, dada a tradição na criação de
gado e algumas infra-estruturas existentes, verificou-se algum crescimento do efectivo
pecuário. Dada a existência de boas áreas de pastagem, há condições para o
desenvolvimento da pecuária, sendo as doenças, falta de fundos e serviços de extensão,
os principais obstáculos ao seu desenvolvimento. Os animais domésticos mais
importantes para o consumo familiar são a galinha, o pato e o cabrito, enquanto para a
comercialização, são o boi, o cabrito e o porco.
As espécies animais predominantes no distrito são aves de capoeira (galinhas e patos) e o
gado (caprino, bovino e suínos). A produção de carne bovina e frango tem estado a
crescer, enquanto a produção das carnes caprina, suína e de leite tende a diminuir. O
decréscimo da produção de carne suína prende-se à peste suína africana e ao facto da
existência de poucos criadores e aos custos elevados da ração.
A produção de leite ainda é baixa devido a exiguidade de vacas leiteiras no Distrito e por
existir um único criador na produção do mesmo.
Tabela nº 12 – Tipo de Gado e sua Distribuição
Tipo de GadoQuantidade Local
Nº %
Bovino 5.345 12.11 Todo DistritoCaprino 6.314 14.31 Todo DistritoSuino 5.299 12.0 Todo DistritoAves 27.175 61.6 Todo DistritoTotal 44.133 100 Todo Distrito
Fonte: SDAE (2012)
A criação de gado destina-se na sua maioria ao consumo familiar e esporadicamente é
comercializada, constituindo uma fonte de rendimento, apesar do modo de criação
ainda ser tradicional e susceptíveis a redução drástica, devido a ocorrência de doenças
cíclicas, tais como Newcastle que afecta as aves e abundância da mosca tsé-tsé que tem
impedido o desenvolvimento com destaque ao gado bovino.
3.4.1.4. PescaA actividade pesqueira nas águas doce e salgada do distrito do Dondo é pouco
desenvolvida devida fraca potencialidade da rede hidrográfica para o efeito pois, a
maioria dos rios que atravessam o distrito são de regime periódico. No geral, a pesca é
mais praticada na localidade de Mutua e Chinamacondo, esta última também pratica – se
ao mar aberto.
A dificuldade de escoamento de produto pesqueiro por causa de deficientes vias de
acesso e falta de sistema de frio não encorajam ao desenvolvimento desta actividade.
A nível do distrito existem cerca de 86 pescadores artesanais que desenvolvem a sua
actividade usando canoas amortorizadas e não amortorizadas e redes de pesca, sendo na
sua maioria oriundos da Cidade da Beira e outras regiões do País, principalmente
provenientes da província da Zambézia e Nampula. A sua produção anual atinge cerca
de 484 toneladas e o principal tipo de pescado é corvina, garoupa, pedra, camarão,
malola e pende (telápia).
3.4.1.5. Exploração MineiraDe acordo com a DPRME (2012), no Distrito do Dondo, há ocorrência de areia, argila,
pedra para construção e gás natural. Estes minerais ocorrem nos Postos Administrativos
de Mafambisse e Savane.
Contudo, estudos e prospecções visando avaliar o real potencial em termos de reservas
naturais do material e possíveis impactos ao ambiente, constituem uma actividade
primordial para o desenvolvimento do sector industrial.
Assim, em termos de Títulos Mineiros das 74 Licenças de Prospecção existentes na
província de Sofala, apenas duas (2) pertence ao Distrito de Dondo. Por outro, dos 36
Certificados Mineiros que a província dispõe, 21 pertence a área de estudo,
representando 58,3%, o que ilustra haver uma pressão na exploração deste recurso ao
nível do distrito de Dondo, quando comparado com os restantes distritos da província.
2.4.2. Sector Secundário2.4.2.3. Indústria
O Dondo é o segundo maior Centro Agro-industrial e Industrial da província, sendo a
produção de açúcar e cimento que domina a actividade industrial. Destaca –se ainda
unidades industriais de grande vulto nomeadamente: Açucareira de Moçambique (AM),
Cimento de Moçambique (CM), Lusalite de Moçambique, Moçambique Florestal
(MOFLOR) e a Fábrica de Travessas, para além destas fábricas mencionadas também
existem Sete (7) Unidades Industriais de Processamento de madeira e carpintarias, Trinta e
Oito (38) moageiras, Seis (6) descascadeiras e Três (3) Unidades de Panificação.
Salientar que, a expansão da indústria moageira e outras unidades que operam no
distrito tem contribuído na melhoria da qualidade de vida da população, através da
geração de postos de emprego para a comunidade local.
Tabela nº13- Distribuição das Indústrias Moageiras
Tipo de indústria Quantidade Localização ObservaçãoPosto Administrativo Localidade
Moageiras 16 Dondo- Sede Dondo- Sede OperacionalMoageiras 19 Mafambisse Mutua OperacionalMoageiras 3 Savane Chinamacondo OperacionalDescascadeiras 6 Dondo-Sede Dondo- Sede OperacionalSerração 1 Mafambisse Mizimbite OperacionalPadarias 2 Dondo Dondo - Sede OperacionalPadarias 1 Mafambisse Mafambisse - Sede Operacional
Fonte: SDAE (2012)
Figura nº 12 - Açucareira e Cimentos de Moçambique
Fonte: DPCA (2012)
2.4.4. Sector Terciário2.4.2.1.Comércio
O sector do comércio formal é menos representativo, funcionando apenas 21 lojas e o
informal é mais representativo com cerca de 200 barracas, 275 bancas fixas e 100 tendas
licenciadas. (Vide a tabela abaixo).
Tabela nº 14 - Distribuição da Rede Comercial do Dondo – 2012
Tipo de estabelecimento Localização Quantidade Observação Lojas Dondo-Sede 16 Operacional Lojas Mafambisse 3 Operacional Lojas Savane 2 OperacionalBarracas Todo Distrito 200 OperacionalBancas fixas Todo Distrito 275 Operacional
Tendas Todo Distrito 100 Operacional
Fonte: SDAE (2012)
A actividade comercial é mais praticada no Dondo - Sede e é dominada pelo sector
informal assegurado por pequenos comerciantes.
Alguns comerciantes nos Postos Administrativos recorrem a Vila Sede do Dondo para
adquirirem produtos de primeira necessidade e vão revender noutros povoados do
distrito. O crescimento do comércio informal está relacionado com o financiamento de
alguns projectos através do Fundo de Desenvolvimento Distrital (FDD). Por seu turno, o
comércio formal regista um crescimento devido o aparecimento de agentes económicos
estrangeiros como é o caso de Paquistaneses.
A existência da Linha férrea (Sena e de Machipandaeda EN6), contribui grandemente no
crescimento das trocas comerciais. Muitos produtos manufacturados são transportados de
comboio e viaturas fazendo com que os preços sejam relativamente competitivos. São
comercializados produtos manufacturados e agrícolas como milho, mapira, feijão, batata
- doce, hortícolas (cebola, tomate, repolho, abóbora) e frutas.
A comercialização dos produtos agrícolas e manufacturados é garantida na maior parte
pelo sector informal, com fraco investimento de capitais e predomínio de mão-de-obra-
familiar.
Figura nº 13 – Lojas e Barracas
Fonte: DPCA (2012)
2.4.2.2.Turismo
Ao nível do distrito do Dondo, existem 14 estâncias turísticas, distribuídas em forma
Lodges (GuestHouses e casas de hospedagens), restaurantes e praias.
A capacidade da rede de hotelaria existente é composta por 145 quartos, 175 camas e 119
onde ofereceu 119 Postos de emprego em todo o distrito do Dondo.
Esta actividade tem contribuído na melhoria da qualidade de vida da população local,
visto que, cria posto de trabalho e impulsiona outras actividades tais como: a prática de
agricultura e comércio, principalmente dos produtos produzidos localmente e a existência
de áreas de conservação de gestão comunitárias, contribuindo para aquisição de receita a
comunidade local.
O Centro Turístico de Sengo encontra-se paralisado a bastante tempo devido a guerra
civil e vias de acesso. Anualmente recebe visitas de estrangeiros e nacionais que
contribuem para arrecadamento de imposto e aumento de PIB Percapita.
Contudo, o mau estado de transitabilidade para o Centro turístico de Sengo tem
contribuído para a fraca afluência de turistas o que dificulta a exploração de todas as
potencialidades existentes.
Tabela nº15 - Distribuição de Estabelecimentos Turísticos
Nome de Estâncias Turísticas Localização
Nº de Quartos Nº de Camas
Nº de Trabalhadores
Nº de Postos de trabalho criado
H M HMYeyaGestHouse Macharote 20 30 25 22 3 25Cristina & John Gaskin Bairro Central 24 27 8 7 1 8Zanibe Quinta Nhamaiabwe 3 3 12 10 2 12Quinta Esperança Mandruzi 10 10 9 6 3 9Maia & Dinis Bairro Central 17 27 10Quinta Joana Machado B. S. Machel 2 3 4 4 - 4Mukua (Restaurante) Mafambisse - - 9 4 5 9MuzimbiteLodge Muzimbite 10 15 15 10 5 15CajualLodge Muzimbite 23 32 21 15 6 21Centro Turístico de Savane Chinamacondo S/I S/I S/I S/I S/I S/ILuciano António B. S. Machel 2 2 3 2 1 3Mica Mambuque B.S. Machel 14 6 6 4 2 6Chidengo B. Mafarinha 17 17 5 3 2 5Complexo Taciana B. Nhamainga 3 3 2 1 1 2Total 145 175 129 88 31 119
Fonte: SDAE (2012) NB: S/I – Sem Informação
2.4.4.1. Administração PúblicaO Governo do Distrito tem a seguinte composição:
Gabinete do Administrador (GA);
Secretaria Distrital (SD);
Serviços Distritais de Educação, Juventude e Tecnologia (SDEJT);
Serviços Distritais das Actividades Económicas (SDAE);
Serviços Distritais da Saúde, Mulher e Acção Social (SDSMAS);
Serviços Distritais de Planeamento e Infra-estruturas (SDPI);
Registos e Notariados;
SISE e Comando da PRM.
Para além destes órgãos, também fazem parte do Governo Distrital, os seguintes
organismos:
Procuradoria Distrital da República;
Tribunal Judicial Distrital;
Direcção das Prisões;
Representação do INAS e do Sector do Trabalho
2.4.4.2. Gabinete do Administrador/ Administração do Distrito
No diz respeito ao Património da Administração, o distrito dispõe de uma Residência
oficial do Administrador, edifícios onde funcionam as Sedes do Postos
Administrativos e a Sede de Localidade de Mutua, duas (2) residências dos Chefes
do Postos (Mafambisse e Savane) e algumas residências para funcionários.
E quanto a Situação Financeira, a principal fonte financeira do distrito é o Orçamento
Geral do Estado, disponibilizado pela Direcção Provincial de Planos e Finanças que cobre
as despesas da Administração do Distrito, nomeadamente:
Fundo de Funcionamento, para bens e serviços;
Fundo de Investimento de Iniciativa Local;
Fundo de Investimento Distrital, para apoio à Educação, Saúde, Actividades
Económicas e a Secretaria Distrital.
O distrito tem recebido anualmente um orçamento na qual tem servido para
remuneração, bens e serviços, alocação de carteiras, reabilitação de escolas, manutenção
das viaturas, reabilitação das ruas da vila, aquisição de material de escritório,
manutenção de equipamento e ainda na reabilitação de infra-estruturas.
As fontes de receitas do distrito têm sido problemáticas por serem muito baixas. As
mesmas vêm da cobrança de taxas cobradas aos agentes económicos do distrito e de
taxas do Mercado da Vila, impostos de motorizadas, bicicletas, taxas de aquisição de
título de propriedade e outras fontes de receitas.
Com a alocação do Fundo de Investimento de Iniciativa Local (FIIL ou OIL) verifica -se
um crescimento económico ao nível do distrito e permite a produção de alimentos e
geração de postos de trabalho e aumeto da renda familiar.
2.4.4.3. Registo Civil e NotariadoO Serviço de Registo Civil e Notariado funciona centralizado na Sede do distrito, sendo
necessária a sua expansão para outras zonas como o P.A de MafambisseeSavane, nas
Localidades de ambos PAs para satisfazer a nova demanda comparativamente aos anos
anteriores, pois, o número de registos está a aumentar, incentivado pelas campanhas de
sensibilização para o efeito de registo levadas a cabo por instituições, O.N.Gs. Nacionais,
Associação de apoio de desenvolvimento as comunidades e o Sector da Mulher Acção
Social. O reconhecimento de assinaturas e fotocópias também regista um crescimento.
2.4.4.4. Segurança PúblicaNa Sede do Distrito está localizado o Comando Distrital da Polícia da República de
Moçambique (PRM) com duas (2) celas, sendo uma feminina e outra masculina, ainda
decorrem obras de reabilitação tanto do Posto Policial assim como das celas.
Dependendo dos casos, alguns detidos são transferidos para a cadeia civil da Cidade da
Beira, depois de julgados e condenados.
Neste Comando da PRM funciona também a Polícia de Trânsito, os Serviços de
Identificação Civil (DIC) e a Polícia de Investigação Criminal (PIC).
Em termos de cobertura, a PRM não se faz presente em todo o distrito uma vez que, não
possuí postos policiais em nenhuma localidade, assim como no Posto Administrativo,
possui alguns Conselhos de Policiamento Comunitários, uma viatura e motorizadas.
2.5. Uso Actual do Solo
No que se refere ao uso do solo, o distrito é caracterizado por vários tipos de uso com
destaque para habitação, equipamentos sociais, infra-estruturas, agricultura e florestas.
No diz respeito, a estes tipo de ocupação do solo, caracterizam – se da seguinte maneira:
Habitacional: localizado nos Postos Administrativos de Mafambisse e Savane, nas Sedes
das Localidades e nos povoados, na sua maioria localizados ao longo das vias de
comunicação (EN6, ER 282, Linhas férreas e Picadas), onde se verificam as grandes
concentrações populacionais.
Em termos de construção, predomina o uso de materiais tradicionais, nomeadamente:
areia e argila (blocos maciços queimados), estacas de madeira, bambu, cordas feitas de
árvores ou plantas, capim para cobertura e por vezes, tintas obtidas a partir de materiais
naturais (argila e solos com difrentes tonalidade de cores). A argamassa de cimento é
geralmente utilizada como ligante do tijolo ou blocos de argila nas casas tradicionais
melhoradas ou em habitações de tipologia e construção convencional.
Equipamentos Sociais: para o efeito do presente PDUT consideram – se equipamentos
sociais, as escolas, unidades sanitárias e entre outras infra-estruturas ligadas aos serviços
públicos.
Assim, ao nível do distrito estão distribuídos de forma irregular, tendo maior destaque
para Vila – Sede do Dondo onde estão concentradosomaior número de equipamentos
sociais, bem como nas sedes dos postos administrativos e localidades. Contrariamente
aos povoados onde ressentem – se da falta desses tipos de serviços percorrendo longas
distâncias para atender as suas necessidades.
Infra – estrutura: Para o efeito do presente plano, consideram – se infra – estruturas, a
rede viária (ferroviária e rodoviária), corrente de energia eléctrica, sistema de
abastecimento de água, rede de telecomunicações e sistema de saneamento do meio,
entre outras.
Com a excepção da EN6, ER282, assim como a rede ferroviária (Beira – Machipanda,
Beira – Moatize), a rede viária ainda é deficitária ao nível do distrito a avaliar pela
intransitabilidade para o interior dos povoados particularmente na época chuvosa.
Em relação ao sistema de abastecimento de água e energia carecem de uma intervenção
pela falta de cobertura ao nível de todo distrito sobretudo nas zonas rurais, apenas na
Vila – Sede do Dondo e Mafambisse – Sede onde encontram – se a maior parte dessas
infra-estruturas, igualmente acontece com o Sistema de Telecomunicações onde a
cobertura apenas faz – se sentir mais na Vila – Sede embora as telefonias móveis fazerem
cobertura nas zonas rurais, como éo caso da Movitel.
Agricultura: o distrito possui um potencial agrícola dominado pelo sector familiar,
constituindo a actividade principal de geração de rendimento cobrindo um total de 80%
da População Economicamente Activa (PEA), ocupando uma área de 57.840ha, que
corresponde 24,26 % da ocupação do solo.
Floresta: As florestas ocupam cerca de 71.756hectares que equivale a 30,47% da
superfície do Distrito. Tomando em consideração as características do relevo, clima e do
solo, a cobertura florestal varia da costa para o interior, distinguindo-se uma faixa de
mangal, vegetação de duna, savanas e florestas.
A tabela abaixo, ilustra a ocupação do solo para diferentes fins e respectivas áreas,
podendo se destacar que os equipamentos sociais ocupam menor área com apenas
0.02% e a floresta com maior área seguida da agricultura com 30.47 e 24.56%,
respectivamente.
Tabelanº 16 - Balanço de áreas Uso do Solo Área em (Ha) Área (%)Habitação 6.166,58 2,62Equipamentos Sociais 43,28 0,02Infra - estrutura 2.335,36 0,99Agricultura 57.840,00 24,56Floresta 71.756,00 30,47Agua dos Rios, Riachos e Pântanos 47.384,06 20,12Outros (Conservação, Protecção etc.) 49.974,72 21,22Total 235.500 100
Fonte: DPCA (2012)
2.6. Condicionantes para Ocupação do SoloA ocupação do solo tem como objectivo maximizar o seu uso para responder as
necessidades correntes e futuras da população. A definição de tipo de uso é condicionada
pelas características físicas - naturais do local, existência de infra-estruturas sócio -
económicas e locais de interesse ecológico onde as actividades são desenvolvidas
segundo normas estabelecidas na legislação vigente. Constituem condicionantes para a
ocupação do solo no distrito de Dondo as seguintes áreas:
As concessões florestas existentes;
As zonas de uso e de valor histórico-cultural;
A zona tampão do Parque Nacional de Gorongosa;
Os cursos de água;
As margens dos rios;
As nascentes dos rios e riacho;
As florestas ribeirinhas e do interior;
As terras húmidas;
As áreas destinadas à construção da rede viária;
Linhas de transporte de energia de média e alta tensão;
Os aeródromos;
As áreas propensas as cheias;
As zonas militares;
As zonas de protecção costeira;
As faixas de protecção;
Áreas propensas a ocorrência de erosão;
Zonas com o declive acentuado (Vale do Rift);
As nascentes de água Subterrânea;
Linha férrea.
2.7. Síntese de Principais Problemas e PotencialidadesA nível do distrito os principais problemas que afectam a população e contribuem
negativamente para o desenvolvimento sócio - económico resumem-se na tabela abaixo.
Tabela nº 17 - Síntese de Principais Problemas e Potencialidades
Âmbito Potencialidade Problema
Desenvolvimento Económico
• Existência de áreas com potencial agrícola (cerca de 61.000 ha de terra com boa aptidão para agricultura de sequeiro, mais de 50% de solo possui um rendimento de potencial agrícola de 50 a 100%);
• Existência de mão-de-obra disponível para desenvolvimento agrícola;
• Potencial de criação gado caprino e de desenvolvimento de apicultura (existência de mais de 614 Km2 de terras aptas para pastagens);
• Reduzida oferta de emprego;• Poucas oportunidades de
negócio;• Fraco desenvolvimento de
indústria transformadora agrícola;
• Predominância de agricultura de subsistência com baixo uso de tecnologia;
• Fraco acesso aos mercados agrícolas para comercialização de produtos e compra de insumos;
• Limitada possibilidade de criação de gado bovino devido existência de mosca tsé-tsé;
Situação Ambiental
• Existência de diversas áreas de conservação;
• Existência de diversidade de flora e fauna;
• Existência de areia para exploração.
• Queimadas descontroladas;• Erosão no Posto Administrativo
de Savane e Mafambisse;• Conflicto homem/fauna bravia • Acentuada degradação da
floresta no Posto Administrativo de Savane;
• Desflorestamento• Caça furtiva
Ordenamento Territorial
• Tendências de população para ocupar a parte central do distrito o que permitirá melhoria na organização espacial ao longo das principais vias de acesso e nas vilas;
• Plano Distrital de Usode Terra como instrumento orientador do desenvolvimento;
• Dispersão de assentamentos humanos;
• Ocupação pouco regrada do espaço;
• Reduzido espaço para desenvolvimento de actividade agrícola e industrial devido aos condicionantes;
• Conflito de uso de terra entre comunidades e concessionários florestais;
• Ocupação de faixas de protecção parcial ao longo de estradas e linha férrea;
• Existência de uma de rede • Deficiente transitabilidade de
Infra-estruturas e Equipamentos Sociais
ferroviária como um dos principais meios de comunicação;
• Existência de diversos rios e topografia que favorece criação de represas;
• Crescente cobertura de rede escolar;
estradas principalmente no período chuvoso para o interior dos Postos Administrativos;
• Fraca cobertura de rede de água potável em algumas localidades;
• Fraca cobertura da Rede de energia eléctrica no Posto Administrativo de Savane;
Desenvolvimento Social
• Predominância da população em idade produtiva;
• Existência de grupos culturais o que pode promover um turismo cultural;
• Crescente nível de alfabetização da população;
• Baixa densidade populacional e considerável dispersão da população;
• Elevada mobilidade da população a procura de novas áreas para cultivo e pasto;
• Insuficiência de salas de aulas;
Administração Pública
• Crescente descentralização de poderes e existência de fundo de desenvolvimento distrital;
• Envolvimento activo da população através de conselho consultivo distrital e associativismo;
Carência de quadros qualificados a nível do distrito;Deficiente gestão dos recursos humanos existente;Predominância de funcionários sem especialização
Fonte: DPCAS / Governo Distrital / Equipe Técnica (2012)
VOLUME II - PROPOSTA DO USO DA TERRA (2012 – 2022)
1. Introdução
A presente proposta de uso do solo a que se apresenta resulta do processo de
incorporação e conciliação de várias propostas técnicas, integração das políticas e
programas sectoriais com particular incidência para organização do território. A acção de
organização do espaço físico-territorial visa estabelecer a mais correcta configuração
espacial do território, tendo em conta os seguintes aspectos fundamentais:
• A salvaguarda dos valores naturais;
• Os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável;
• A distribuição racional das actividades económicas, das áreas de assentamentos
humanos, dos equipamentos, das redes de transportes e infra-estruturas.
Este trabalho tem como finalidade produzir um instrumento que sirva de base para
apoiar os decisores e planificadores de investimentos públicos e privados, comunidades
locais a nível do distrito, na melhor forma de localizar, nos próximos dez anos, os seus
investimentos promovendo o desenvolvimento sócio-cultural e económico equilibrado
de tal forma que se possa alcançar o almejado desenvolvimento sustentável do distrito.
O plano tem por objectivo orientar as tendências de crescimento da população, das
habitações, das infra-estruturas e do equipamento social, bem como adequação espacial
de diversas formas do uso do solo no distrito no período de 2012 - 2022. As diferentes
formas de uso do solo deverão ser orientadas com base neste instrumento de
ordenamento do território, através de cenários e proposta que se apresentam nos
capítulos subsequentes.
O distrito do Dondo possui um vasto potencial agro-pecuário, industrial, pesqueiro e
mineiro, caracterizado pela ocorrência de solos aptos para a produção de culturas
agrícolas de grande valor económico, abundância de recursos hídricos, localizados ao
longo do rio Pungué e seus afluentes.
Deste modo, a exploração sustentável deste potencial constitui uma aposta incontestável
capaz de alavancar um rápido desenvolvimento sócio - económico do distrito, criando
oportunidades de emprego, redução da taxa de êxodo rural e migrações principalmente
de indivíduos de sexo masculino que normalmente abandonam o distrito.
O Plano Distrital de Uso da Terra integra os seguintes documentos:
I. O Diagnóstico de Análise da Situação Actual do distrito do Dondo que aborda
essencialmente, os aspectos físico - geográficos, sócio-cultural, actividades
económicas dominantes no distrito, tipo de habitação. Também, o diagnóstico
tem como enfoque os elementos infra-estruturais, equipamento social e aborda
em resumo os principais problemas do distrito do Dondo.
II. O Prognóstico de Desenvolvimento do Distrito no qual são analisadas as
Projecções da População, os Cenários de Desenvolvimento com a indicação
concreta de acções prioritárias e proposta de uso do solo.
III. Por fim, a Proposta de Normas Regulamentares que estabelece as regras a
serem seguidas no Processo de implementação do Plano.
2. CENÁRIOS DE DESENVOLVIMENTOOs Cenários de Desenvolvimento constituem a base para a identificação das melhores
alternativas para impulsionar o crescimento sócio - económico, e constituem um
instrumento chave para perspectivar o desenvolvimento estratégico do distrito, num
determinado período de tempo.
A projecção numa visão futurista do Distrito baseado nas potencialidades e
constrangimentos, resultou em quatro (4) cenários, onde o cenário de Infraestruturas
revela - se transversal e de forma determinante, operacionaliza a implementação com
sucesso dos outros cenários apresentados, seguido do Desenvolvimento Florestal e
Faunístico.
As infra-estruturas como a rede viária, energia eléctrica, a rede de transportes e
comunicações, constituem o principal nó de estrangulamento para o desenvolvimento
dos sectores chaves.
Assim a tabela na página seguinte apresenta de forma resumida as potencialidades,
constrangimentos e propostas de acções a serem desenvolvidas em cada área de
desenvolvimento propostos para os próximos 10 anos, no contexto do presente Plano.
(Vide a Tabela nº 18 – Cenários de Desenvolvimento)
Cenários Potencialidade Constrangimentos
I.Desenvolvimeto Florestal e Faunístico
Biodiversidade em flora, caracterizados por espécies madeireiras de valor comercial
Biodiversidade faunísticaExistência de infra-estruturas de assistência veterinária.
Boa aptidão agro-ecológica para a produção de hortícolas e cereais (arroz), bem como a plantação da cana-de-açúcar.
Desaparecimento de espécies de elevado valor madeireiro (Savane)
Conflito Homem - Fauna Bravia nos Postos Administrativos de Mafambisse e SavaneCaça furtiva no Posto Administrativo de Savane concretamente nas localidades de Savane – Sede e Chinamacondo.Insuficiência de Infra-estruturas de apoio veterinário (mangas de tratamento e tanques carracicidas). - Falta de sistemas de regadio; - Fraca rede hídrica (somente um rio de regime permanente (Púngué).
Criação de florestas comunitárias e outras iniciativas de reflorestamento usando espécies exóticas de rápido crescimento e nativas. - Delimitação das áreas comunitárias e de fazendas de bravio; - Reassentamento da população que vive ao longo do limite com o Parque Nacional da Gorongosa- Reforço das medidas de fiscalização; - Emissão de licenças para a caça desportiva bem como comercial. - Construção e Reabilitação das infra-estruturas de apoio veterinário existentes; - Reservar áreas para implementação de projectos e infra-estruturas de apoio ao fomento pecuário, em cada PA. - Intensificação da produção de arroz em locais que não corra riscos de inundação;- Construção de sistemas de regadio; - Aumento das áreas para a plantação da cana-de-açúcar;
II. Desenvolvimento Agro - Pecuário
- Disponibilidade de terras férteis para Desenvolvimento de agricultura e criação de animais pelo sector familiar assim como empresarial.
- Existência de recursos hídricos para impulsionar actividades agro-pecuárias no distrito.
- Aptidão agro-ecológica para o fomento de gado bovino, suíno, caprino, etc.- Aptidão agro-ecológica para a produção agrícola no geral e desenvolvimento de espécies de plantas de rendimento.
- Existência de rios caracterizados por escoamento temporário durante o ano.- Deficiente conhecimento tecnológico para conservação e aproveitamento de água para usos múltiplos das comunidades e sistema de regadio agrícola. - Deficiente existência de infra-estruturas de apoio veterinário (mangas de tratamento) em mau estado de conservação.- Baixo conhecimento científico que permita uso racional dos recursos existentes (solos, água) aliado ao relançamento de agricultura mecanizada. - A agricultura é desenvolvida ainda em moldes milenares, sem uso de maquinarias.
- Construção de barragens e represas para o melhor aproveitamento dos recursos hídricos.- Necessidade de reabilitação das infra-estruturas para melhorar a assistência sanitária.- Introdução gradual de agricultura familiar mecanizada para obter maior produção. - Promoção de agricultura empresarial para rentabilização da produção do Arroz no Vale de Mandruze.
III. Desenvolvimento Turístico
IV. Infra-Estruturas e Habitação
- A zona oeste do distrito possui áreas ricas para o turismo, sobretudo da Praia. - Disponibilidade de energia eléctrica nalguns sítios da zona indica representa uma oportunidade capaz de dinamizar o turismo.
- Aptidão geológica favorável para a construção de estradas em toda extensão do distrito.
- Território do Dondo possui condições para construção de vias de acesso, pedras, saibro e estacas.
- Disponibilidade de mão-de-obra localmente recrutável
- Não existem publicidades sobre as potencialidades turísticas no distrito tendo em conta as zonas.- Dificinte rede viária que permite o acesso ao local, particularmente na época chuvosa é intransitável.
- Fraca capacidade financeira do distrito para a construção e manutenção das vias de acesso.
- A decisão de construção de estradas é definida a nível provincial ou centralde acordo com as prioridades previstas no Plano do Governo.
- Fraca capacidade técnica humana instalada a nível do distrito.
- Publicitar as potencialidades e áreas do distrito que reúnem condições para à prática de eco-turismo. - Reabilitar o troço que dâ acesso a Chinamacondo
- Alargar as estradas não classificadas e vicinais com destaque para as Localidades e outros locais com potencial agro-pecuário.
O distrito apresenta uma configuração topográfica plana, o que permite o Desenvolvimento de infra-estruturas e áreas para expansão habitacional - Existência de extensas áreas para a expansão habitacional, e desenvolvimento
- Falta de energia eléctrica da rede nacional no Posto Administrativo de Savane;
- Ocupação dispersa da população.Estradas não classificadas e vicinais intransitáveis principalmente na época chuvosa.- Falta de Planos de Pormenores em alguns postos e localidades; - Ocupações desordenadas e construções em
- Criação de mecanismos para instalação de energia eléctrica na sede ao nível do Posto Administrativo de Savane;- Elaboração de um plano de reassentamento de forma a agrupar a população em números ideais para o fornecimento de serviços básicos.- Pavimentação da EN282; - Melhoramento das estradas não classificadas e vicinais com destaque para o
de infra-estruturas, agricultura e pastagens; - Disponibilidade de florestas, argila, madeira e estacas. Material de construção de habitação melhorada; - Oportunidade de exploração e disponibilidade de mão -de- obra local.
locais inadequados;
- Deficiente sistema de atribuição de terra.
interior dos Postos Administrativos e incluindo os povoados.- Elaboração de Planos de Urbanização e de Pormenores nas Sedes dos Postos Administrativos e localidades com franco crescimento e desenvolvimento humano;
- Capacitação dos líderes comunitários em matéria de Ordenamento do Território;
- Melhoramento dos procedimentos de atribuição de título de Uso e Aproveitamento de Terra.
Fonte: Equipa Técnica (2012)
PLANO DISTRITAL DO USO DO SOLO DO DONDO 2012/2022
3. Perspectivas de Desenvolvimento3.1. Perspectivas Sociais
As estimativas de projecção da população do distrito do Dondo para o ano de 2012
eram de 161.752 habitantes segundo o III RGPH de 2007. Com base na taxa de
crescimento natural nacional de 2,4%, o distrito do Dondo irá ter um contingente
populacional de 216.033 habitantes nos próximos 10 anos. Este número corresponderá
no aumento de 54.281 habitantes constituídos sua maioria por jovens. As infecções por
vírus do HIV/SIDA na camada juvenil criam um ambiente de futuro incerto no distrito. A
Sede do Distrito e do Posto Administrativo de Mafambisse são os principais lugares de
convergência de muitas pessoas. Estes desempenham o papel de terminal de circulação
interna de transportadores e dos que procuram melhor oportunidade de emprego. Esta
situação contribui na propagação da pandemia que a longo termo irá comprometer
negativamente a força de trabalho. Consequentemente, a prevalência deste mal se
afigura como uma ameaça para as perspectivas sociais de desenvolvimento do distrito.
De salientar que a permanência desta situação irá causar repercussão na vida social dos
habitantes pois, o mercado de emprego seja onde for sempre exige pessoas saudáveis. Os
casamentos prematuros de carácter obrigatório, sobretudo de raparigas no distrito do
Dondo acentuam os níveis de infecções. A continuação deste fenómeno comprometerá
negativamente, a participação consciente da mulher na vida social e no progresso
económico do distrito.
A gestão sustentável de recursos naturais disponíveis no distrito do Dondo impõe aos
habitantes a necessidade de melhoramento de conhecimentos para usá-los de forma
adequada. Este aspecto se emerge como um dos factores importantes que deve orientar
o processo de desenvolvimento económico e aproveitamento racional dos recursos. A
partir deste pressuposto se conclui sobre a pertinência e necessidade de formação técnica
dos jovens de ambos sexos. A formação referida deve ser nas áreas apropriadas para
dotar os jovens com ferramentas que asseguram o empreendedorismo. Os mecanismosda
prática de empreendedorismo permitem que esta camada da população tenha
80
PLANO DISTRITAL DO USO DO SOLO DO DONDO 2012/2022
alternativas de proporcionar a si próprio o emprego e também para outros através de
conhecimentos técnicos adquiridos.
Para alcançar este objectivo será imprescindível prover um estabelecimento de ensino
formal no distrito orientado para fins previstos. Para efeito, deve-se programar a
instalação de escolas básicas de vocação em consonância com as potencialidades do
distrito. A formação sólida nas áreas agrícola, pecuária, artesanato constitui uma base
capaz de potenciar o nível de crescimento social, económico e perspectivas de
desenvolvimento projectado.
A adopção de parcerias com ONG nacionais e estrangeiras para criação de sinergias na
implementação de mega projectos de desenvolvimento e mobilização de outros
investimentos é importante.
No contexto social, são programas e projectos prioritários a implantação de infra-
estruturas e equipamento social de atendimento básico das comunidades. O distrito do
Dondo é potencial em agro - processamento do arroz, hortícola, tubérculos (Mandioca e
Batata- doce), castanha do caju, e criação do gado bovino assim como outras espécies.
Para a concretização destes objectivos de desenvolvimento se torna necessário a
instalação de infra-estrutura de apoio e da capacidade humana para geração de postos
de trabalho no distrito.
A necessidade do bem-estar da população do distrito do Dondo constitui principal
finalidade do processo de planificação de desenvolvimento do distrito. O incentivo e
aperfeiçoamento particularmente, na área de agricultura criarão condições necessárias
para melhoramento da qualidade de vida da população. O turismo e a pesca são outros
sectores económicos capazes de criar vagas de emprego para contingentes de jovens a
médio e longo prazo no distrito.
A tabela que se segue apresenta as projecções da população do distrito do Dondo até o
ano de 2022
Tabela nº 19 - Projecção da população até 2022
Ano População Sexo População por IdadeGOVERNO DO DISTRITO DO DONDO DPCA – Sofala/ Dpot de Planeamento e Ordenamento Territorial
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PLANO DISTRITAL DO USO DO SOLO DO DONDO 2012/2022
total Homens Mulheres 0-9 10-14 15-44 45-79 80+2007 141.003 71.383 69.620 41.867 19.267 62.420 16.918 5312012 161.782 81.887 79.865 47.726 22.375 70.780 19.740 1.1612017 180.905 91.583 89.322 53.382 24.946 79.241 21.990 1.3462022 216.033 109.312 106.720 62.500 30.604 91.506 27.288 4.131
Fonte: INE (2007) Neste contexto, a maior atenção deverá merecer aos grupos etários (0- 9 e 15 - 44) no
que concerne aos serviços básicos, essencialmente a saúde, educação, habitação, emprego
e entre outros.
3.2. Perspectivas EconómicasO território do Distrito do Dondo tem potencialidades que podem permitir a projecção
de cenários de desenvolvimento socio-económico a médio e longo prazo. O distrito
possui vastas áreas onde não se exercem ainda quaisquer tipos de actividades e ocupação
do solo. Imensas áreas aráveis localizadas nos vales fluviais são propícias para o
desenvolvimento de agricultura. As localidades de Mutua, Mafambisse - Sede e Savane -
Sede são alguns exemplos onde há condições agro - ecológicas para agricultura e
silvicultura familiar e empresarial.
A existência de recursos florestais com espécies para exploração de madeira comercial
constitui uma oportunidade para o incremento de indústria extractiva sustentável. As
rodovias, energia eléctrica de CaboraBassa, os recursos hídricos expressam o alinhamento
de outros tantos factores de oportunidade tendente para contribuição favorável no
desenvolvimento do distrito do Dondo.
É importante salientar a convicção de que o êxito da implementação de projectos só é
possível com a existência de infra-estruturas de base. Como já assumido anteriormente, o
distrito é dotado por uma incipiente base infraestrutural. É parte integrante desta
referência de infra-estruturas, rede viária, energia eléctrica, pequenos sistemas e rede de
furos para abastecimento de água, redes de educação e sanitária. Além de mais, destaca-
se também a existência indispensável de serviços básicos de apoio as iniciativas de
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PLANO DISTRITAL DO USO DO SOLO DO DONDO 2012/2022
desenvolvimento como seguros, transportes, representação bancária, comércio, serviços
ligados ao turismo (hotelaria), o artesanato, etc.
A rede de transporte e comunicações é considerada vital para o desenvolvimento sócio-
económico do distrito. Esta rede permite expressivamente, assegurar a circulação de
pessoas e vitalização do comércio. Os transportes têm um papel crucial por vezes,
ressaltam como elementos condicionantes para que os produtos frescos e perecíveis
possam chegar ao destino no estado desejável. Neste sentido, cita-se no distrito do
Dondo, o arroz, mandioca, castanha de caju, e outras espécies hortícolas cujo transporte
de zonas de produção para o mercado de consumo deve ser garantido. É nesta
perspectiva que se torna obrigatoriedade a reestruturação urgente das vias de acesso para
garantir a circulação de transportes. Cabe ao Governo local envidar esforços junto de
parceiros internos e externos para angariar fundos para melhoramento das vias.
O processo de electrificação pela rede nacional iniciado no distrito deve ser acelerado de
forma abranger outras zonas do território do Dondo. No contexto de desenvolvimento
socio-económico, a expansão de energia eléctrica contribuirá com impactos positivos
nofuncionamento de serviços de saúde e educação por exemplo, nas localidadesMutua e
Savane.
Como se sabe, a população economicamente activa do distrito do Dondo vive na base
de actividade agricola de subsistência. A mesma é praticada na totalidade por segmento
comunitário do distrito. Os mecanismos de acesso a terra são variados mas domina o
processo consuetudinário. Esta modalidade de posse de terras não habilita ao beneficiário
o Título de Uso e Aproveitamento de Terra instituído pela Lei. Portanto, os camponeses
encontram-se legalmente desprovidos de terras correndo riscos de surgimento de
conflitos de interesses.
Neste contexto é importante estabelecer mecanismos que permitam as famílias adquirem
o Direito de Uso e Aproveitamento de Terra (DUAT). A transmissão de DUAT deverá ser
efectuada pelo respectivo sector que superintende a actividade no distrito.
Posteriormente, os dados de posse de terra deverão ser enviados á província de modo
GOVERNO DO DISTRITO DO DONDO DPCA – Sofala/ Dpot de Planeamento e Ordenamento Territorial
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PLANO DISTRITAL DO USO DO SOLO DO DONDO 2012/2022
que os mesmos possam constar no Tombo de Serviços Provinciais de Geografia e
Cadastro – (SPGC).
Deve-se potenciar o melhoramento da produtividade agrícola do sector familiar com
acompanhamento gradual de transmissão de título de propriedade de terras e pela
introdução de pequenos sistemas de rega de terras. Igualmente, deve-se incentivar o
empresariado nacional e estrangeiro para desenvolver actividades agro-pecuárias criando
facilidades e concessão de posse terras através de tramitação célere de DUAT.
A inserção de agricultura empresarial orientada para produção industrial de diversos
tipos de produtos é importante para o desenvolvimento do distrito. Os benefícios de
agricultura empresarial são múltiplos desde geração de postos de emprego para as
comunidades locais, nível de produtividade alto, bem como implantação e
melhoramento de infra-estruturas.
Sendo assim, a Planificação físico - territorial tem o papel de assegurar melhor a
identificação de áreas para usos vocacionais através de zoneamento do espaço. A
identificação de espaços deverá ser orientada com prioridade para agricultura familiar
eempresarial incluindo infra-estruturas com vista obter bons índices de produtividade e
aumento de rendimentos.
O Governo do Distrito do Dondo deverá promover o desenvolvimento de agricultura
de ambos sectores tendo em conta a aptidão agrícola que este território possui. No
conjunto de acções de desenvolvimento e melhoramento da qualidade de vida da
população, o Governo do Distrito do Dondo tem a seguinte missão determinante:
Direcção do Processo: De modo a evitar colisão, o Governo local é principal actor
devendo coordenar as actividades de seu âmbito com o nível central provincial,
distrital e sector privado.
Decisor de Políticas: O Governo deve garantir que as normas regulamentares
constantes não possam ser via para bloquear os investimentos com repercussão no
crescimento da economia. É necessário que se tome em consideração a criação de
mecanismos que agilizem rapidamente a aprovação de investimentos por um lado
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PLANO DISTRITAL DO USO DO SOLO DO DONDO 2012/2022
assegurando que as pequenas e médias empresas tenham acesso aos concursos de
adjudicação de obras e serviços.
Promotor do Desenvolvimento Económico: O Governo local deve tomar
dianteira na divulgação da boa imagem do distrito com slogande factores
positivos e oportunidades que distrito do Dondo pode oferecer. A publicitação
dos factores positivos pode despertar interesse e encorajamento para investidores
nacionais e estrangeiros. Por exemplo, os slogans devem ser feitos para publicitar
abundância do arroz, castanha de caju e outras formas da vida económica do
distrito.
3.2.1. Desenvolvimento Agro - PecuárioPara o efeito, o plano irá propor a definição de áreas para os diversos tipos de
agricultura, desde a familiar até a comercial. Assim, de acordo com os cálculos realizados
e tendo como base o indicador de 2 ha/ família para a agricultura de conservação
(associada á pecuária que é praticada em todo o distrito) e áreas para regadio para que
estas áreas sejam devidamente distribuídas em todo distrito, irá se propor a realização de
GOVERNO DO DISTRITO DO DONDO DPCA – Sofala/ Dpot de Planeamento e Ordenamento Territorial
85
PLANO DISTRITAL DO USO DO SOLO DO DONDO 2012/2022
um cadastro de terra de forma a identificar áreas que possuem concessão para
exploração de modo que futuramente sejam evitados conflitos de terra.
Para que a agricultura seja sustentável será necessário investir na conservação e
exportação dos produtos perecíveis tais como as hortícolas, propõe-se a construção de
locais próprios para o efeito ou melhor, câmaras de frio á temperaturas propícias para
sua conservação, nos principais locais de produção.
Tomando em consideração a exploração destas potencialidades naturais e outras
relacionadas ao distrito do Dondo, a seguir apresentam-se as seguintes acções a ter com
conta no Plano:
i. Construir 2 e Reabilitar 1 Sistemas de irrigação;
ii. Financiar o sector privado para produção de alimentos (Arroz 7000ha, Hortícolas
100ha, com novos pacotes tecnológicos;
iii. Distribuir 100,000 mudas de ananaseiro, multiplicar 150ha de rama de batata-doce
e estacas de mandioca;
iv. Introduzir novos pacotes tecnológicos de produção (Agricultura de conservação,
comercial e mecanizada);
v. Fortalecer a ligação entre a investigação, extensão e produtores;
vi. Impulsionar a produção de batata reno como forma de diversificação da
produção;
vii. Implementar o programa de apicultura nas zonas favoráveis;
viii. Intensificar a produção de arroz em locais que não corra riscos de inundação e
construção de sistemas de regadio;
ix. Instalar uma fábrica de processamento de arroz no vale de Mandruze, na Vila
Municipal do Dondo;
x. Aumentar áreas para a plantação da cana-de-açúcar;
Para que a fase de processamento de produtos agrícolas seja eficiente, é imperioso que a
rede de estradas seja melhorada, expandindo a rede eléctrica para estes locais de
produção e que seja capacitada mão-de-obra local para trabalhar nestes locais.
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PLANO DISTRITAL DO USO DO SOLO DO DONDO 2012/2022
O sector agrícola deve ser devidamente abastecido por locais de venda de insumos
agrícolas, instituições de crédito bancário e estimular-se o agro-negócio, assim como o
melhoramento dos canais de comercialização da produção agrícola.
O presente plano propõe a delimitação de locais para a exploração florestal,
regeneração, reposição e reflorestamento das espécies. Nestes locais, serão concedidas
licenças para grupos ou associações de exploradores para um melhor controlo da saída
dos produtos florestais á nível do distrito. Para além de um maior controlo, a atribuição
de concessões florestais diminuirá a exploração desordenada praticada por exploradores
de licenças simples, assim como poderá aumentar o valor sobre a exploração florestal
que é retornado para a população (20% da exploração total), segundo a Lei de Florestas
e Fauna Bravia.
Por outro lado, há necessidade de se garantir o uso sustentável dos recursos florestais
pelas comunidades, sendo necessário e de carácter urgente a delimitação das áreas
comunitárias para o efeito acompanhado de acções de sensibilização e educação
ambiental.
Tomando em consideração a exploração destas potencialidades naturais e outras
relacionadas ao distrito do Dondo, a seguir apresentam-se as seguintes acções a ter com
conta durante a vigência do Plano:
Maior fiscalização da entrada e saída de exploradores florestais, bem como dos
comerciantes de carvão;
Instalar um viveiro florestal para produção de 85.000 plantas exóticas, 40.000
nativas e 300.000 plantas fruteiras;
A delimitação das áreas comunitárias em todos os povoados do distrito;
GOVERNO DO DISTRITO DO DONDO DPCA – Sofala/ Dpot de Planeamento e Ordenamento Territorial
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PLANO DISTRITAL DO USO DO SOLO DO DONDO 2012/2022
A intensificação da criação de florestas comunitárias e outras iniciativas de
reflorestamento, usando espécies de rápido crescimento e outras de exploração
intensiva (eucaliptos, chanfuta e umbila) em Savane;
A intensificação de projectos sustentáveis de produção de mel, estacas, carvão,
espécies medicinais através do maneio comunitário;
A promoção da criação de comités de gestão dos recursos naturais e o
fortalecimento dos já existentes;
Pela projecção feita, deverá realizar-se um zoneamento em cada Posto Administrativo um
redimensionamento das áreas para pecuária, sem deixar de beneficiar a população local,
pois esta actividade é de grande importância do distrito.
Assim sendo, as acções propostas para o desenvolvimento desta actividade são as
seguintes:
Reabilitar tanques caracicidas existentes e abertura de mangas de tratamento nos
principais locais de produção pecuária de forma a melhorar assistência sanitária;
Fazer a manutenção das represas para o abeberramento do gado;
Demarcar áreas para o pastoreio comunal e de criação extensiva de gado bovino;
Reservar áreas para implementação de projectos e infra-estruturas de apoio ao
fomento pecuário, em cada Posto Administrativo;
Impulsionar a construção de indústria de processamento de carne e seus derivados
no PA de Mafambisse por este ser actualmente um dos grandes centros de
comercialização de gado;
Abertura de mais locais de matança (Matadouros) bem como de mais talhos nos
Postos Administrativos para uma melhor gestão da comercialização da carne deste
animal;
Produzir feno para a suplementação do gado;
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PLANO DISTRITAL DO USO DO SOLO DO DONDO 2012/2022
Fortalecer a ligação entre a investigação, extensão e produtores;
Desenvolver estudos para identificação de plantas para a produção de pasto de
baixo custo bem como procura de financiamento para estes estudos.
O Plano propõe para o período de vigência, que o desenvolvimento da indústria
extractiva no distrito, se baseie numa exploração sustentável da areia e argila para a
construção.
Paralelamente, devem ser criadas condições em termos de capacidade humana local para
responder a demanda de mão-de-obra para a exploração destes recursos naturais como
forma de acelerar o desenvolvimento económico local.
Para a solução destes problemas o plano propõe as seguintes:
• Identificar e mapear as zonas potenciais de ocorrência;
• Avaliar e promover a publicitação das potencialidades mineiras do distrito;
• Incentivar o desenvolvimento de projectos de exploração mineira através do
Fundo de Desenvolvimento Distrital e outras formas de micro- finanças, como
forma de garantir explorações em pequena escala a nível local.
3.2.2. Agro - ProcessamentoEm relação ao agro processamento, o plano propõe maior enfoque na transformação da
produção do sector do caju, onde se deve privilegiar a instalação de pequenas e médias
fábricas de processamento da amêndoa e polpa.
As unidades industriais para o tratamento da polpa deverão incluir a produção de sumos
como forma de garantir condições de higiene aceitáveis uma vez que esta prática é
comum no distrito sem no entanto, oferecer a segurança sanitária necessária.
Portanto será necessária reservar áreas para o efeito, no Posto Administrativo de
Mafambisse que é principal centro de produção do caju.
GOVERNO DO DISTRITO DO DONDO DPCA – Sofala/ Dpot de Planeamento e Ordenamento Territorial
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PLANO DISTRITAL DO USO DO SOLO DO DONDO 2012/2022
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3.3. Perspectivas InstitucionaisO processo de descentralização em curso no País impõe a necessidade de criação de
capacidade ao nível dos distritos, como base de Planificação do Desenvolvimento, de
modo a levar a cabo actividades em prol da satisfação das necessidades das populações.
O distrito como unidade territorial de planificação do desenvolvimento é também o
lugar onde os investidores, líderes comunitários, agências nacionais e estrangeiras,
entidades privadas se convergem para busca de soluções de prosperidade socio-
económica. Nestes termos o Governo do Distrito na qualidade de promotor das
iniciativas do desenvolvimento assume um papel de coordenador dos agentes
interessados ao bem-estar da população.
A responsabilidade pelo desenvolvimento sócio-económico do distrito é atribuída ao
Governo local como principal actor do processo. Como tal, este processo e
responsabilidade do Governo exige organização de modo a realização efectiva das
tarefas a si cometidas. São actividades respeitantes a prestação de serviços públicos e
normas regulamentares que garantam a contínua promoção da qualidade vida da
população. Para que isto possa acontecer, será necessário o fortalecimento da capacidade
institucional através de provimento de pessoal técnico nas diversas áreas. Uma das áreas
é o SDPI que necessita de um quadro técnico capaz de realizar as actividades de sua
competência rumo ao desenvolvimento económico e social do distrito.
A implementação dos objectivos projectados neste PDUT passa a ser concretizada pela
planificação anual das acções previstas pelo Governo do Distrito. Esta tarefa é da
competência e responsabilidade do Governo local na implementação de políticas
ajustadas a realidade do próprio distrito do Dondo. De recordar que nas zonas rurais do
país a terra constitui o principal recurso da população daí que, é importante instalar o
sistema de cadastro do uso de terra no distrito. A formação do cadastro de terras exige
organização e capacidade técnica do SDAE devendo manter estreita coordenação com
SPGC entidade que emite DUAT na província.
Nas áreas de assentamentos humanos (Sede do distrito e Postos Administrativos e outros
centros de aglomerados humanos) é importante o controlo do uso e ocupação das
parcelas ou talhões. Sempre que houver a expropriação de terras por interesse ou
utilidade ou ainda por necessidade pública ou privada que se proceda a justa
indemnização conforme a Directiva Ministerial nº 23/2008que regulamenta este tipo de
situação. Portanto, o proprietário de terra expropriada deve ser compensado nos termos
da lei. Existe para além deste Decreto, o Regulamento sobre o Processo de
Reassentamento da População Resultante das Actividades Económicas(Decreto nº
31/2012, de 8 de Agosto) que explica com detalhe como este processo deve ser levado a
cabo.
A implementação do presente plano, está dependente de uma forte coordenação de
acções de incidência territorial a todos os níveis, que passa necessariamente por uma
planificação e orçamentação conjunta, de forma a criar sinergias nas actividades comuns,
sob o ponto de vista da utilização racional dos recursos humanos, financeiros e materiais
disponíveis.
Esta coordenação, deverá começar a nível dos sectores chaves no distrito numa
abordagem concertada, tendo os Serviços Distritais de Planeamento e Infra-estruturais
(SDPI), o papel dinamizador de todo o processo, a ser complementado pela adopção de
estratégias de operacionalização do funcionamento de todos os serviços distritais locais,
através do seu apetrechamento em pessoal técnico qualificado e outros recursos que se
julgue pertinentes como forma de garantir uma melhor prestação de serviços a este nível.
As medidas que regulam o correcto uso e aproveitamento da terra, exigem dos sectores
envolvidos, maior flexibilidade na tramitação processual dos pedidos, facto que obriga, a
necessidade de reforçar estes sectores com técnicos qualificados e meios materiais que
permitam responder a demanda dos interessados em tempo útil evitando deste modo,
constrangimentos comuns nestes serviços, muitas vezes ligados a sobreposições de
atribuições ou desistências das partes interessadas, tendo como consequência a não
materialização dos diferentes cenários de desenvolvimento previstos no presente Plano.
4. PROPOSTA DE USO DO SOLOA apresente proposta do uso de solo refere-se sobre cenários de desenvolvimento do
distrito do Dondo no período de 10 anos. A proposta tem como objectivo estabelecer a
estrutura básica do distrito procurando criar condições equilibradas de ocupação do
espaço. A ocupação da terra deverá ser segundo os parâmetros das condicionantes
naturais e construídas, dos objectivos de desenvolvimento de forma a orientar o processo
que assegure reserva de terras para o estado, acesso de espaços para privados e
comunidades locais.
As propostas integradas neste plano tiveram em conta a análise da situação geral de
ocupação actual do espaço no distrito do Dondo. Salienta-se mais uma vez, que o
distrito possui 2.355 km², esta superfície territorial é dominada pela distribuição e formas
de ocupação composta por diversos fins tais agrícola, comercial, industrial, habitacional,
infra-estruturas, equipamento social entre outras.
O total da soma das áreas da ocupação do espaço em alusão se situa abaixo da média da
superfície global do distrito do Dondo. É de observar que há também neste território
elementos físico-geográficos de relevância cuja existência torna inviável sua integração ao
processo de planificação para uso do solo com destaque para os rios, colinas e florestas
densas.
A luz do que foi descrito conclui-se por entendimento que o distrito do Dondo é
depositário de enorme potencial de áreas disponíveis que podem ser programadas para
diversos usos. É verdade que em alguns casos poderá haver a necessidade do Governo
do Distrito do Dondo proceder o reajuste de uso de determinadas áreas conforme as
prioridades locais. Este procedimento não deve compreender uma alteração profunda do
uso planificado no PDUT.
4.1. Desenvolvimento de Aglomerados HumanosAs vias de acesso, áreas produtivas de produção agrícola e componentes naturais como
áreas florestais constituem condicionantes do sistema de povoamento populacional do
distrito do Dondo. A distribuição da população no espaço físico - territorial é
profundamente regulada pela rede viária. É ao longo das vias de acesso onde domina a
disseminação de centros de aglomerados humanos. As zonas com potencial para
desenvolvimento de agricultura constituem outra motivação para acolhimento de
assentamentos humanos. Em contraste a isto, as zonas dominadas por florestas e outros
acidentes geográficos são menos povoados em comparação com as áreas já
mencionadas.
Em função destas constatações, torna-se fundamental estabelecer opções de localização
harmonizada de assentamentos humanos que promovam a qualidade de vida das
pessoas. Para alcançar este objectivo é necessário o envolvimento de diferentes actores e
sectores, orgãos estatais bem como privado com finalidade de concretizar a
sustentabilidade das actividades sócio - económicas.
A concepção de actuais e futuras propostas de programas assim como projectos de
desenvolvimento são feitas com base do planeamento territorial como um processo
dinâmico e permanente tendo em conta a previsão sobre o espaço de intervenção.
Tomou-se também em consideração as perspectivas de localização e implantação de tais
programas e projectos com enfoque nos impactos estruturais que possam advir no
processo de ocupação da terra.
A implantação dos projectos e programas de desenvolvimento irá atrair mão-de-obra e
acesso ao emprego. O fluxo de pessoas para os locais de projectos ou sua periferia
poderá exigir do Governo local a busca de soluções para prover áreas devidamente
estruturadas de modo a acolher o contingente. Estas áreas são criadas com finalidade de
dar resposta as solicitações de terra para usos múltiplos.
4.1.1. Expansão HabitacionalDe acordo com a tendência de crescimento actual dos aglomerados humanos no distrito,
projecta-se para os próximos 10 anos, um crescimento na ordem dos 37 %. Assim, o
plano propõe que a densificação da área actualmente habitada deve obedecer os
instrumentos de ordenamento territorial, com destaque para os Planos de Pormenores
(PP) considerando-se a hipótese de implantação de talhões com as seguintes dimensões:
30x40 m, a serem implementados com base nas técnicas básicas de planeamento físico.
Neste contexto, a proposta para expansão habitacional difere – se para cada área de
intervenção conforme a realidade de cada local ou Posto Administrativo.
Posto Administrativo de Savane
A principal riqueza deste distrito situa-se na Flora, Fauna Bravia e criação do Gado
Bovino. Estas riquezas vêem mudando a dinâmica deste Posto Administrativo de Savane
na área turística principalmente.Actualmenteexistem (3) três centros turísticos de Savane,
Tswaune e do Sengo que se encontra paralisados. A existência dos mesmos vêem atraindo
pessoas que pretendem tornar destes centros uma fonte de rendimento através da
prestação de serviços e locais de emprego.
Para que este movimento migratório e a ocupação do espaço não seja de forma
desordenada é imperioso que se elaborem Planos de Pormenor nos principais focos de
desenvolvimento, promover a concentração da população para uma melhor distribuição
dos recursos e serviços básicos. Ainda neste sentido, o melhoramento dos equipamentos
sociais e das infra-estruturas urbanas deverão merecer especial atenção.
O P.A de Savane contará até 2022 com uma população de cerca de 24.378 habitantes, e
propõe-se que o crescimento seja orientado em direcção á sede do Posto Administrativo
e da localidade - Sede para um melhor agrupamento da população, pois este posto
apresenta um elevado índice de dispersão da população.
Posto Administrativo de Mafambisse
O Desenvolvimento económico previsto para este Posto Administrativo, tem como um
dos principais alicerces a abertura de espaços para a habitação, planos de pormenor
deverão ser elaborados para que este crescimento seja de forma ordenada e ordeira. A
projecção feita até 2022 mostra que haverá um incremento em cerca de 73.95 %, com
um total de 94.388 habitantes.
Este PA representará um dos maiores centros de aglomerado populacional devido a
fábrica de Açucareira de Mafambisse e que actualmente representa um grande potencial
produtor de cana sacarina e arroz. O crescimento que poderá advir do desenvolvimento
destas actividades trará consigo habitantes de outros pontos dosdistritosda província e do
país em geral, consequentemente o desenvolvimento urbano será maior e maior espaço
para o assentamento destes será necessário.
O Plano propõe que se elaborem mais Planos de Pormenores em todos bairros, sedes das
localidades e alguns núcleos de povoados que assim justificar, acompanhado pelo
melhoramento de equipamentos sociais e infra-estruturas urbanas ao nível do Posto
Administrativo de Mafambisse.
4.2. Infra – EstruturasA projecção do processo de desenvolvimento económico e social do Dondo como
qualquer outro distrito do país assenta na programação e implementação de infra-
estruturas. De acordo com esta perspectiva, é importante que o distrito do Dondo se
beneficie da implantação de seguintes infra-estruturas assumidas como garante do
desenvolvimento:
• Rede viária dotada de pontes e aquedutos em boas condições de conservação
para viabilizar a circulação de pessoas e bens em toda época do ano.
Melhoramentos das vias não classificadas que na maioria das parte interligam
várias aldeias no distrito.
• Necessidade de expansão da rede de energia eléctrica para outras localidades de
modo a melhor a qualidade de vida das pessoas. As sedes de localidades de
Savane – Sede, Chinamacondo e Mutua são potenciais no acesso a corrente dado
que distam a escassos quilómetros da sede do Distrito do Dondo. Escolas e Centro
de Saúde existentes nestes locais se beneficiariam na plenitude da energia eléctrica
assim como mudança positiva da qualidade de vida de pessoas.
O Governo do Distrito do Dondo deve tomar a iniciativa para o processo de expansão e
implementação de infra-estruturas. Estas incitativas deverão estar em concordância com
as prioridades definidas a nível provincial e central. Para concretizar este objectivo, o
Governo local deve assumir o papel de estabelecer parcerias para angariação de fundos
que garantam a implementação da rede de infra-estruturas.
O distrito do Dondo é rico em recursos naturais de grande valor económico, cuja
produção é exportada estende – se para outras regiões do país, destacando-se produtos
florestais, gado bovino, argila, campos de cana-de-açúcar, mandioca, produção de
hortícolas e um grande potencial turístico. O funcionamento efectivo das cadeias de
produção, transformação, comercialização e exportação destes produtos, está assente no
desenvolvimento de infra-estruturas tais como:
• Rodoviáriae;
• Ferroviária.
A rede de transporte e comunicações desempenha um papel fundamental para a
melhoria de vida do distrito e das comunidades rurais em particular, bem como,
desenvolvimento económico da região. O sistema de transporte existente ao nível do
distrito é deficiente devido o más condições das vias de acesso.
4.2.1. Rede de Energia Eléctrica
O Distrito de Dondo possui um sistema permanente e eficiente de abastecimento de
energia eléctrica da rede nacional, que parte da Barragem de Mavuzi, e alimenta os
Postos Administrativos de Dondo- Sede e Mafambisse e um grupo gerador no Posto
Administrativo de Savane.
Neste contexto, o presente Plano propõe a expansão da rede eléctrica ao nível de todos
os povoados através dos alargamentos de subestações e colocação de outros PTs.
Por outro, o plano deverá privilegiar a melhoria da qualidade de energia eléctrica nas
áreas abrangidas pelo Sistema Nacional de Energia, e em contrapartida nas zonas onde
não há acesso a esse sistema deve – se expandir. Em outros locais tais como povoados
deverá –se adoptar o sistema de paínes solares como forma de população ter acesso a
energia eléctrica.
A instalação dos PTs visará o aumento da capacidade instalada bem como o do número
de consumidores nos próximos anos no âmbito da extensão da rede eléctrica para o
Posto Administrativo de Savane e outros locais do distrito.
4.2.2. Rede de Comunicação
Actualmente, para além da telefonia fixa da TDM, o distrito conta com três (3) redes de
comunicação de telefonias móvel (mCel, Vodacom e Movitel) e ligações via rádios. O
acesso a Internet pode ser efectuado nas zonas servidas por rede fixa e móvel de
telecomunicações, existindo também uma ligação dos correios de Moçambique.
Apesar da existência desse sistema de telecomunicação ainda prevalece o problema de
fraca cobertura ao nível de todo distrito em particular nas áreas rurais.
Portanto, o presente plano prevê a maior expansão da rede fixa das TDM até as sedes
das localidades e alguns povoados e por lado, deverá –se privilegiar o aumento de
número de antenas das telefonias móveis visando a cobertura na sua totalidade nas zonas
rurais.
4.2.3. Rede de Abastecimento de Água
A Vila Sede do Dondo e a Sede do Posto Administrativo de Mafambisse possuem um
sistema de abastecimento de água canalizada concebido para ligações domiciliárias.
Enquanto a maior parte da população resistente no distrito ainda não se beneficia desse
sistema.
Portanto, o presente Plano prevê a expansão da rede de abastecimento de água
canalizada nas sedes das localidades e melhoria da sua qualidade. E por outro, deverá ser
feita a reabilitação, manutenção e monitoria das fontes de água existente em todo
distrito. Também deve – se privilegiar a construção de novas fontes de abastecimento de
água em locais sem acesso a este precioso líquido indispensável a vida humana. Todavia,
se for tomando o actual rácio de 300 habitantes/ fontes de água, nos próximos 10 anos
serão necessários a construção de 386 novas fontes de água e a manutenção das
existentes.
4.2.4. Saneamento do Meio
As condições de saneamento básico como a recolha e o tratamento de lixo, a falta de
sanitários e balneários públicos, a drenagem das águas pluviais deficientes,
constituem uma ameaça preocupante no distrito, trazendo graves problemas de
saúde pública devido à proliferação de doenças e impactos negativos ao ambiente.
Para a solução destes problemas, tomando em consideração as perspectivas de
desenvolvimento do distrito, O Plano propõe o desenvolvimento de um programa de
sensibilização e consciencialização das comunidades para a construção e uso de latrinas
melhoradas envolvendo a administração local, as estruturas da saúde e líderes
comunitários e a construção de balneários públicos junto aos mercados e paragens de
auto – carros.
Deve-se desenvolver acções de sensibilização ao nível das comunidades, de modo a
incentivar a mudança de comportamento em relação a higiene individual e colectiva. É
de extrema urgência a construção de um sistema de esgotos para resolver o problema de
falta de tratamento das águas negras na Vila Sede de Dondo e nas Sedes dos Postos
Administrativos de Mafambisse e Savane.
A construção de valas de drenagem das águas pluviais na Vila Sede, do Dondo, Postos
Administrativos resolverá o problema da erosão que é fortemente notável ao longo das
principais vias de acesso em quase todo distrito. A construção de aterros para a
deposição do lixo doméstico e industrial deverá constituir um dos principais desafios
nesta área de saneamento, de forma a responder a dinâmica de desenvolvimento urbano
no distrito. Estes deverão localizar-se nas sedes das localidades para o lixo doméstico e
industrial nos locais próximo da localização das futuras fábricas.
Como forma de conservação do meio ambiente e redução da sua degradação, deve-se
promover a prática de selecção e tratamento dos resíduos sólidos tanto doméstico como
industrial, de modo que se possa fazer a reciclagem, produção de adubos e fertilizantes
orgânicos para a agricultura.
Tabela nº 20 -Água e Saneamento
Sub ÁreaPotencialidades
LimitaçõesProblemas
ÁguaExistência de comités de gestão de fontes de água, nas comunidades;
Fraca organização de alguns comités de água;
Falta de lojas de venda de peças para reparação de avarias;
Insuficiência de fundos para manutenção das fontes de abastecimento de água.
Deficiente funcionamento dos comités de água;
Fraca capacidade para reparação e manutenção de fontes e sistemas de abastecimento de água;
Existência de fontes e sistemas de abastecimento de água avariadas;
Fraca contribuição dos consumidores das fontes de abastecimento de água.
Saneamento
Existência de Programas para o melhoramento do saneamento nasComunidades rurais
Morosidade na implementação doPrograma iniciativo um Milhão e PAARSS
Deficiente Promoção dos Programas de saneamento;
Fecalismo a céu aberto;Pouco conhecimento sobre a importância de latrinas;
Falta de latrinas nas comunidades.
Existência de condições ecológicas (lençol freático favorável) para construção de latrinas tradicionais.Falta de material para melhoramento das latrinas;
Difícil acesso ao materialLocalmente disponível;
Renitência na prática de hábitos e custumes não favoráveiss ao saneamento do meio.
Fecalismo á céu aberto
Exiguidade financeira nas famílias, para aquisição de material para revestimento das latrinasDifícil acesso ao material convencional para o revestimento das latrinas
Fonte: Equipe Técnica (2012)
PLANO DISTRITAL DO USO DO SOLO DO DONDO 2012/2022
4.3. Equipamentos Sociais e Serviços4.3.1. Rede EscolarA projecção de população estudantil no distrito do Dondo para o ano de 2022 estima-se
que possa atingir um total de 27.191 alunos. Segundo o SDEJT (2012), O Sector de
Educação do distrito do Dondo contava com cerca de 54 escolas, dos quais 35 EP1, 15
EPC, 4 ESG1 e 2 ESG2. Para fazer face ao crescimento da procura de serviços de educação
durante os próximos 10 anos impõe-se a construção de 680 salas de aula no distrito. As
salas de aulas deverão ser construídas com material convencional por níveis de
escolaridade para conferir um ambiente adequado de ensino. O cálculo de salas de aulas
foi feito com base no número global estimado da população estudantil na razão de 45
alunos por turma.
O melhoramento do sistema de ensino no distrito exige não só disponibilidade de salas
de construção convencional mas também existência de professores com formação
pedagógica. Para este sector é fundamental ainda recomendar:
Provimento gradual de mobiliário escolar concretamente, carteiras, secretarias e
armários.
Alocação de professores de acordo com as necessidades por níveis de
escolarização.
As áreas ou recintos escolares devem ser delimitados para melhor exercício de
actividades escolar e extra-escolar. Portanto, a reserva de espaços para centros
internatos, residências de professores, campos de futebol, áreas para a prática de
actividades agropecuárias.
4.3.2. Desporto e CulturaO desporto deve ser massificado com perspectiva de que possa abarcar as diferentes
camadas da sociedade. A nível do sector de educação, o desporto deve ser incentivado
através de disponibilidade de infra-estruturas e meios (campos, bolas, etc.).
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PLANO DISTRITAL DO USO DO SOLO DO DONDO 2012/2022
Neste contexto, é importante que o Governo do Distrito assuma o compromisso de que
os alunos e outros segmentos da sociedade pratiquem as várias modalidades desportivas.
A prática do desporto permite no processo de ensino o desenvolvimento de capacidades
psicomotoras e harmonização do organismo humano. Para garantir a efectivação deste
objectivo recomenda-se que as escolas como EPC e ESG tenham espaços reservados para
o desporto.
Nas sedes do distrito, Postos administrativos e localidades devem ser identificadas áreas
para campos polivalentes sobretudo para as modalidades de futebol onze e salão.
Ademais, recomenda-se ainda da necessidade de:
Manutenção e melhoramento dos campos de futebol e das instalações desportivas
existentes em todos centros de aglomerados humanos;
Construção de campos junto às escolas observando os padrões recomendados
para a prática de futebol onze, salão, voleibol, atletismo, basquetebol, andebol e
outras manifestações desportivas;
No âmbito cultural e do desenvolvimento de actividades úteis para as comunidades
propõe-se:
Promoção de actividades artesanais que por um lado possam criar rendimentos
para os praticantes e também, fornecer bens aos utentes;
Promoção de actividades que se julguem necessárias para preservação de lugares
históricos e divulgação do património cultural através de festivais de cantos e
danças tradicionais a nível do distrito.
4.3.3. Rede SanitáriaA distribuição espacial de unidades sanitárias no distrito do Dondo pode ser considerada
equilibrada embora persista ainda o problema de povoamento disperso da população. A
procura de zonas com maior índice de produtividade constitui o principal motivo da
dispersão da população no distrito. O modelo de ocupação do espaço mencionado não
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PLANO DISTRITAL DO USO DO SOLO DO DONDO 2012/2022
cria uma satisfação aos habitantes no acesso á rede sanitária instalada. Devido a este
factor, a população é obrigada a percorrer longas distâncias para assistência sanitária.
Para o melhoramento de acessibilidade e garantia dos cuidados médicos da população
recomenda-se prover a construção de (1) uma unidade de Saúde de tipo I na sede do
Posto Administrativo de Savane.
Com o objectivo de prestar melhores serviços a expansão da rede sanitária deve ser
acompanhada pela existência de recursos humanos qualificados. Dada a situação de
existência de reduzido número de recursos humanos nas diferentes unidades deste sector,
recomenda-se a contratação de médicos, técnicos de saúde e agentes de serviço. Deve-se
dar prioridade os Centros de Saúde Tipo II, onde a situação neste momento exige a
presença de mais técnicos.
Além da contratação de técnicos para as futuras unidades sanitárias há também
necessidade de planificar-se a formação profissional, reciclagem permanente de técnicos e
agentes de saúde de modo a melhorar a assistência médica no distrito. De igual forma,
recomenda-se:
A construção de maternidades em todos os centros de saúde existentes;
Reforçar o quadro de pessoal das áreas de enfermagem e estomatologia;
Alocação de especialistas ou médicos para o atendimento de enfermidades cujos
cuidados exigem pessoal indicado;
Formação de equipas de AP's para assistirem as comunidades rurais que se
encontram mais distantes de centros sanitários;
Expansão de AT, s para a identificar e prestar assistência em todos Postos
Administrativos e Localidades do distrito;
Aumento da assistência ao grupo mais vulnerável constituído principalmente por
idosos com especial atenção para as mulheres e crianças órfãs.
4.3.4.CemitériosOs cemitérios são classificados como equipamento especial cuja existência é fundamental
em todos centros de aglomerados humanos no distrito. Nas Sedes do distrito, Postos
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PLANO DISTRITAL DO USO DO SOLO DO DONDO 2012/2022
Administrativos e Localidades existem cemitérios públicos e particulares ou seja,
familiares.
Como proposta no contexto deste plano, recomenda - se a identificação de áreas para
localização de cemitérios em todos centros de aglomerados populacionais. Tais cemitérios
deverão ser implantados nas zonas periféricas dos centros de aglomerados de modo a
prestar melhores serviços aos habitantes.
Para o êxito desta intenção é necessário que o Governo do Distrito promova campanhas
de sensibilização das comunidades para persuadi-las no uso destes locais sagrados.
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4.4. Actividades Económicas4.4.1. Agricultura e SilviculturaA maior parte da população do distrito do Dondo vive na dependência de agricultura e
pecuária de subsistências. Outras actividades praticadas pela população são classificadas
como secundárias das quais se salienta a pesca, caça, comércio, artesanato. A produção
agrícola familiar apresenta índices baixos de rendimento que compreende cereais como
milho, mapira e arroz. O sector agrícola privado ou seja, comercial que poderia assumir
características produtivas vibrantes é totalmente inexistente no distrito. Por imperativo de
vigor da agricultura comercial o distrito teria também vantagens multifacetadas em
termos de fonte de criação de postos de trabalho e redução da pobreza absoluta.
O desenvolvimento de agricultura orientada para auto-suficiência da população exige
necessariamente, previsão sobre as formas de ocupação e uso da terra no futuro. No
contexto do plano este procedimento garantirá no futuro o surgimento de conflitos de
interesse no uso da terra entre segmentos da saciedade com maior realce nos privados e
familiares.
No âmbito deste plano, a prossecução de zoneamento constitui uma variante para
prevenção de conflitos resultantes do uso da terra.
O Desenvolvimento de agricultura empresarial e familiar no distrito do Dondo é
condicionado pela disponibilidade de terra arável, modernização tecnológica que seja
acessível e incentivos financeiros.
São definidas neste PDUT como áreas de desenvolvimento da agricultura e pecuária as
zonas dos Postos Administrativos de Mafambisse principalmente ao longo do vale do rio
Púngue, também nos povoados de Magandafuta e Chibuabuabua na Localidade de
Mutua e finalmente em Savane sobretudo em Maguacua, Nhampuepua, Nhampimpire e
Milha 26 concretamente no Mussapasua. E ao nível da Sede do distrito nos povoados de
Canhandula, Macharote e Mandruze.
A pecuária é desenvolvida quase na totalidade do território do Dondo pelo sector
familiar.
Durante a vigência deste plano foi estimada uma área de 72.012 hectares para
desenvolvimento agrícola familiar e de regadio empresarial. A estimativa de cálculo de
área para o sector familiar baseou no indicador 2 ha/família de acordo com a Lei da
Terra.
Para assegurar que o desenvolvimento de agricultura do sector familiar ganhe o vigor
necessário é importante que o Governo do Distrito oriente a população para observar o
calendário de campanha agrícola. A par disto, o Governo deve também fazer a
divulgação das condições e mudanças climáticas que ocorrem a nível global e local. Para
o sucesso de actividades agrícolas, é fundamental que os camponeses do distrito tenham
uma percepção correcta sobre a época de preparação dos campos e lançamento de
sementes com início de chuvas.
No distrito do Dondo as chuvas iniciam no mês de Outubro prolongando-se até a Março
do ano seguinte. Tendo em conta os aspectos mencionados deve-se incutir na população
a necessidade de empreender maior esforço com vista a garantir resultados positivos nas
campanhas agrícolas. Existem outras formas importantes de apoio a considerar como a
seguir se recomenda:
Para que estas áreas sejam devidamente distribuídas em todo distrito, propõe-se a
realização de um cadastro de terra de forma a identificar áreas que possuem
concessão para exploração para que futuramente sejam evitados conflitos de terra.
Deve-se incentivar o aproveitamento sustentável de terras evitando as queimadas
descontroladas. Implementação de recolha e levantamento de dados sobre a
Ocupação e Uso da Terra e consequentemente, criação de Cadastro de Terras em
todo o distrito. O Cadastro de Terras é importante para compreender a
delimitação das diferentes áreas e respectivos usos. Permite
tambémoconhecimento sobre o proprietário das parcelas, pedidos de uso da terra
em tramitação, identificação de áreas que pela sua natureza são de utilidade
pública ou Estado.
A realização do cadastro serve por outro lado, como um instrumento capaz de
reduzir índices de conflitos de interesses entre as famílias e empreendimentos agrícolas
de grande de vulto, assim como:
Elevar o nível de consciência da população e privados sobre a necessidade de
apostar no modelo agrícola de menos riscos. O estabelecimento de pequenos
sistemas de irrigação, sobretudo ao longo dos rios existentes no distrito configura
uma alternativa segura para produção de cerceais e hortícolas.
Conceder incentivos financeiros ao sector familiar e privado para aumentar a
capacidade através de produção de arroz, castanha de caju, mandioca, hortícolas
e outras culturas de rendimento.
Os extensionistas deverão tomar vanguarda do processo aconselhando os
produtores para aumentar das áreas de cultivo e identificaçãode mercados de
consumo na província de Sofala.
Para o melhoramento da dieta alimentar da população deve-se incentivar o
cultivo de diferentes espécies de produtos até tubérculos como batata - reno,
batata-doce, inhame e mandioca.
A concretização do processamento e comercialização de produtos agrícolas exige
uma co-evolução com a reestruturação das redes de estradas, transporte e
expansão da energia eléctrica para os locais.
Promoção de apicultura nas zonas identificadas como favoráveis para sua
implementação.
O Governo do Distrito deve sensibilizar a população sobre as boas práticas
agrícolas para aumentar a produção e produtividade. Pode-se indicar boas práticas
a adubação verde, uso de tracção animal, consociação de culturas, pousio e outras
formas conforme experiências das comunidades locais.
A criação de campos para implementação de silvicultura se afigura importante para o
sustento das famílias assim como obtenção de rendas. A silvicultura neste
momentoenvolve dominantemente cultivo de fruteiras como papaieira, bananeira,
mangueiras, cajueiros, ananaseiro, limoeiro, abacateiro, laranjeiras e tangerineira. Para o
incremento de silvicultura no distrito do Dondo recomenda-se:
Promoção e desenvolvimento de espécies fruteiras de fácil implementação
servindo-se de experiências das comunidades locais.
Os campos de produção de mandioca assim como castanha de caju sejam
organizados em terrenos contínuos portanto, sem interrupção por habitações. Este
sistema deverá compreender o parcelamento de terrenos agrupando os
produtores por zona ou povoado. Para além de outras facilidades este modelo
agrícola permite assistência técnica eficaz pelo sector que superintende esta
actividade. Permite também aplicação adequada de químicos (herbicidas) para
prevenção e eliminação de pragas.
O estabelecimento de sistema de regadio é encarado como fonte importante no contexto
de inovação tendente para agricultura mecanizada. O sistema de regadio pode ser
desenvolvido em toda extensão do Posto Administrativo de Mafambisse e uma parte na
Sede do Distrito. Será implementado nestas áreas uma associação produtiva agrícola
composta por sector familiar e agricultura empresarial de regadio.
No entanto, as infra-estruturas que serão edificadas no quadro de agricultura empresarial
mecanizada deverão sempre beneficiar também os interesses dos camponeses locais.
Significa que os camponeses terão que ter o acesso a servidões implantado no contexto
de partilha de interesses.
4.4.2. PecuáriaA pecuária é uma actividade complementar de agricultura no distrito do Dondo cujo
desenvolvimento envolve criação de variedade de espécies mas com destaque para o
gado caprino, suíno e bovino. Para impulsionar o desenvolvimento pecuário recomenda-
se:
Realização de pesquisas sobre as potencialidades agro-climáticas favoráveis para o
desenvolvimento da pecuária no distrito.
O fomento de diferente tipo de gado de acordo com a aptidão das zonas e
disponibilidade de pastagens.
Melhoramento de infra-estruturas ligadas ao fomento de animais (tanques
carracicidas e represas de abeberramento).
Prestação de serviços de assistência veterinária aos criadores de gado no distrito.
Nas sedes do distrito e Postos Administrativos deve-se estudar a implementação de
matadouros ou locais de abate de gado.
4.4.3. Desenvolvimento Florestal e Faunístico4.4.3.1. Desenvolvimento FlorestalQuanto ao desenvolvimento florestal de salientar que o distrito do Dondo possui
potencialidades deste recurso natural. A floresta é composta dominantemente por
vegetação nativa na qual se pode encontrar espécies de grande valor comercial. A zona
central e noroeste do distrito do Dondo concretamente nos Postos Administrativos de
Mafambisse e Savane foram identificados como áreas para conservação e
desenvolvimento florestal. Nestas áreas poderão também ser desenvolvidas outras
actividades julgadas pertinentes e inadiáveis para o bem-estar da população. Contudo,
recomenda-se ao Governo do Distrito no sentido de:
Promover estudos e projectos de reflorestamento sobretudo nas áreas identificadas
como sendo críticas. O repovoamento florestal deverá contemplar espécies
nativas e exóticas aconselháveis tomando em consideração aptidão de cada área;
Deve-se dar prioridade nestes projectos a implementação de espécies de rápido
crescimento e valor comercial no mercado interno e externo.
Melhoramento da conservação florestal nativa existente não só da zona indicada
mas em todo o resto do distrito através de acções de prevenção das queimadas e
actividades que põem em perigo de extinção da vegetação.
As áreas de exploração de madeira deverão ser devidamente delimitadas de modo
permitir o controlo e fiscalização;
O Governo do Distrito deverá assegurar que os 20% provenientes da exploração
de madeira sejam canalizados às comunidades (Lei de Florestas e Fauna Bravia). A
retenção deste valor para as comunidades pode favorecer um assumir das florestas
como um bem colectivo que deve ser protegido diligentemente.
Os concessionários devem ser obrigados a ter que cumprir com o plano de
maneio que indica dentre outros aspectos, a planificação de abate e reposição das
espécies, medidas de conservação, fiscalização contra furtivos e queimadas
descontroladas. O plano de maneio florestal deve vincular a prossecução do
zoneamento e parcelamento de áreas.
Fortalecimento dos comités de gestão comunitária existentes e criação de outras
nas zonas onde não existem.
4.4.3.2. Desenvolvimento FaunísticoConforme debatido no diagnóstico, volume I deste PDUT o desenvolvimento da fauna
bravia no distrito do Dondo constitui um desafio resultado da fraca existência de
animais. A Norte do distrito é uma zona onde se pode encontrar povoamento
significativo de espécies de animais. Porque esta zona do distrito estabelece limites com
Parque Nacional de Gorongosa, daí se explica a existência de animais na região.
Atendendo a situação de fraco povoamento de animais no distrito recomenda-se:
Protecção e conservação das espécies faunísticas que o distrito ostenta
actualmente;
Promoção e realização de estudos que possam determinar a possibilidade de
repovoamento de animais na zona Norte do distrito. O estudo deverá
recomendar modalidades e tipos de animais a serem objectos de repovoamento.
Sensibilização da população para evitar as queimadas descontroladas responsáveis
pela destruição de biomassa que constitui principal suporte de desenvolvimento
de animais e da teia alimentar no distrito;
Massificação de fomento de gado nas comunidades do distrito com vista
desencorajar a prática de queimadas;
Devem ser garantidas as medidas de fiscalização contra caçadores furtivos com
finalidade de conservação dos recursos faunísticos. Por outro lado, deve-se
promover que a actividade de caça seja precedida pelo licenciamento para
controlo e fiscalização.
No que diz respeito a questão de conflito homem -animal no distrito do Dondo se
manifesta por ataques de crocodilos ao longo do rio Pungue particularmente, no Posto
Administrativo de Mafambisse a procura de água para usos multifacetados pela
população constitui a principal causa. A actividade pesqueira constitui outro motivo de
conflitos entre homem e animal. Porém, a falta de Planeamento e Ordenamento de
espaços de modo a estabelecer uma correcta relação entre a natureza e homem cria o
surgimento de conflitos. Depreende-se que a localização e distribuição de actividades
humanas no distrito por vezes emperra o relacionamento desejável com a natureza.
Com vista reduzir a ocorrência destes conflitos com impactos negativos na vida das
comunidades surge a necessidade de implementação das seguintes acções:
Aumento de furos de água para garantir que a população tenha acesso a água e
evitar deste modo a captação da mesma directamente nos rios.
A identificação, mapeamento e sinalização das áreas com maior índice de
ocorrência de conflito;
A realização de censos detalhados de fauna bravia nas localidades;
A promoção e a implementação do Plano Distrital de Uso da Terra.
Formação e a capacitação de brigadas locais de intervenção e equipá-las com
instrumentos e materiais de prontidão para o abate de animais problemáticos;
Influenciar a mudança de atitude da população em relação à sua interacção com a
fauna bravia, seus habitats naturais e rotas dos animais;
O encorajamento para o reassentamento voluntário da população, através do
desenvolvimento de infra-estruturas e equipamentos sociais nas zonas mais segura.
4.4.4. Balanço de ÁreasO distrito possui uma area de 2.355 km² que equivale 235.500 hectares correspondendo
3.5% da área total província de Sofala. Esta área do distrito apresenta usos multiformes
desde habitação dispersa, campos agrícolas, pecuária, manchas de centros de
aglomerados humanos relativamente densificados, projectos de desenvolvimento, vias de
acesso, aspectos geográficos (rios, lagos, florestas), etc.
Apesar do quadro em que se apresenta o distrito do Dondo, todavia possui ainda
quantidade considerável de áreas sem usos definidos.
5. Estratégias para Implementação do PDUTNos próximos 10 anos, as propostas apresentadas em cada área de desenvolvimento irão
induzir a mudanças significativas nos padrões actuais de uso e aproveitamento da terra,
desenvolvimento socioeconómico e funcionamento multissectorial do distrito, dado que
o presente plano deverá ser usado como instrumento base para a facilitação do processo
de tomada de decisões por parte do Governo Distrital.
5.1. Acções a DesenvolverPara que o presente Plano possa corresponder aos mecanismos de execução propostos,
torna-se pertinente a prossecução de algumas acções de carácter urgente, com maior
relevância, para as seguintes:
1. Aprovação do Plano pelo Governo Distrital e sua Ratificação como instrumento
de planificação, com vista a orientar a execução das acções de desenvolvimento
preconizadas pelo Governo do Distrito nos termos da legislação do Ordenamento
do Território;
2. Realizar campanhas de publicitação do Plano, no que concerne a divulgação das
potencialidades existentes em recurso naturais, indicando as condições para a sua
exploração, como forma de assegurar a adopção do plano pelos diferentes
interessados incluindo os agentes económicos e sociedade civil em geral;
3. Estabelecimento de parcerias públicas e privadas envolvendo os diferentes serviços
distritais e províncias, com destaque para os sectores de Turismo, Agricultura,
Obras Públicas, Plano e Finanças e outras para a integração das acções de natureza
transversal definidas no presente Plano incluindo o respectivo orçamento de tal
modo que os instrumentos operacionais de planificação (PES/PESOD) viabilizem a
implementação das mesmas;
4. Identificação no PDUT, de acções que se pretendem realizar e integrá-las nos
planos sectoriais e posteriormente no Plano Estratégico do Desenvolvimento do
Distrito;
5. Direccionar os investimentos para as áreas já planificadas de acordo com o PDUT,
criando oportunidades e incentivos ao investimento privado e associações
comunitárias nas áreas de desenvolvimento florestal, turístico e serviços
associados, como forma de se tirar proveito do potencial existente no distrito;
6. Facilitar o acesso a terra e outros recursos naturais aos interessados através da
simplificação de procedimentos inerentes ao processo de tramitação do DUAT, o
que irá impulsionar novas oportunidades de desenvolvimento;
7. Capacitação dos serviços Distritais de Planeamento e Infra-Estruturas (SDPI) e de
Actividades Económicas (SDAE), em meios materiais e recursos humanos
qualificados. Esta capacitação inclui o recrutamento de pessoal qualificado, a
elaboração de procedimentos simplificados para responder de forma oportuna as
necessidades dos diferentes interessados em investir no território do distrito,
aspectos de definição de prioridades de investimento no contexto espacial,
organização de espaço físico das suas instalações e seu apetrechamento,
fortalecendo as mesmas em mecanismos práticos de aplicação dos diferentes
instrumentos produzidos no âmbito das Estratégias de Desenvolvimento Distrital.
8. Elaboração e implementação dos planos urbanos cujas prioridades será definida
em função da demanda de terra naqueles locais;
9. Estabelecimento das bases financeiras para a construção, expansão e manutenção
de infra-estruturas e equipamentos sociais incluindo das novas zonas de
urbanização;
10.Atribuição de terrenos a entidades e pessoas singulares que os solicitem, de acordo
com as propostas fundamentadas e que respeitem os instrumentos de gestão
territorial (planos);
Introduzir taxas de urbanização em função da aptidão de cada zona proposta com os
seguintes objectivos:
• Valorizar o solo urbano das Sedes dos Postos Administrativos e Localidades,
permitindo a sua própria gestão;
• Oferecer serviços ligados à gestão do solo urbano para o público naqueles locais;
• Investir no solo urbano.
6. Monitoria e Fiscalização da Implementação do PDUT
a) Nível Central e Provincial
É da competência e atribuição do MICOA através da DINAPOT, IGA-Inspecção
Ambiental Geral e Direcção Provincial para a Coordenação da Acção Ambiental
monitorar, supervisar e acompanhar o processo de implementação deste PDUT. Assim,
constatadas as infracções proceder-se-á os respectivos autos de notícia, sem prejuízo das
competências e atribuições específicas dos outros órgãos e instituições do Estado
conforme orienta o Regulamento da Lei do Ordenamento do Território.
b) Nível Distrital
Compete ao Governo do Distrito do Dondo através do SDPI fiscalizar o processo de
implementação deste Plano Distrital de Uso de Terra em conformidade com o
estabelecido na Política e Legislação sobre o Ordenamento do Território.
7. RecomendaçõesTendo em vista o alcance dos resultados esperados, no que concerne aos aspectos de
sustentabilidade ecológica dos programas de desenvolvimento, recomenda-se o seguinte:
• Durante o processo de tomada de decisão sobre o desenvolvimento do distrito, o
Governo local, deverá seguir as orientações técnicas e propostas do presente
Plano Distrital de Uso da Terra e o Respectivo Regulamento de implementação;
• A contínua consciencialização da comunidade local e dos agentes económicos,
através de campanhas públicas de educação cívica, bem como aos que operam na
área de recursos naturais, sobre a importância do ordenamento do território e da
necessidade da conservação dos mesmos e do meio ambiente em geral;
• Para os casos em que a implementação do Plano, implique o Reassentamento da
população, é importante a elaboração de um Plano de Reassentamento, de modo
a definir acções a serem levadas a cabo, e estabelecer critérios claros para que os
afectados possam beneficiar-se dos direitos estabelecidos na directiva de
expropriação, como forma de minimizar o impacto sócio - económico da
movimentação na vida normal das comunidades visadas;
• No caso em que se justifique a alteração do presente instrumento e ordenamento
territorial, bem como de um uso específico definido no plano, será necessário
observar-se um período mínimo de vigência de 2 anos, e tais alterações, deverão
obedecer requisitos e procedimentos inerentes a elaboração e aprovação dos
PDUTs;
• Quanto ao processo de revisão do Plano, esta deverá ser realizada dez anos, após
a vigência do mesmo, obedecendo igualmente os procedimentos estabelecidos no
regulamento específico.
VOLUME III - NORMAS REGULAMENTARES DO PLANO DO USO DO SOLO
REGULAMENTOS DO PLANO DISTRITAL DE USO DA TERRA
(Proposta)
CAPITULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Artigo 1
Âmbito
1. O presente Regulamento refere ao Plano Distrital de Uso da Terra do Distrito do
Dondo, daqui em diante designado por PDUT- Dondo;
2. As acções em curso, com incidência, na ocupação do solo a desenvolver por
qualquer entidade, no território abrangido pelo PDUT- Dondo regem-se pelo,
disposto no presente regulamento, sem prejuízo de outros pressupostos, requisitos
ou condições exigidas por lei.
3. O PDUT- Dondo abrange todo o território do distrito constante no Mapa da
Divisão Administrativa que o acompanha.
Artigo 2
Definições
Para efeitos do PDUT- Dondo são adoptadas as seguintes definições:
Plano Distrital de Uso da Terra – instrumento de âmbito distrital e inter-distrital, que
estabelece a estrutura da organização espacial do território de um ou mais distritos, com
base na identificação de áreas para os usos preferenciais e definem as normas e regras a
observar na ocupação e uso do solo a utilização dos seus recursos naturais (Lei 19/2007
de 18 de Julho).
Comunidade Local – agrupamento de famílias ou indivíduos, vivendo numa circunstância
territorial de nível de localidade ou inferior que visa a salvaguarda de interesse comum
através da protecção de áreas habitacionais, áreas agrícolas, sejam cultivadas ou em
pousio, florestas locais de importância cultural, pastagens, fontes de água e áreas de
expansão (Lei 19/2007 de 18 de Julho).
Desenvolvimento Sustentável – desenvolvimento baseado numa gestão ambiental que
satisfaz as necessidades da geração presente sem comprometer o equilíbrio do ambiente e
a possibilidade das gerações futuras satisfazerem também as suas necessidades (Lei
19/2007 de 18 de Julho).
Plano de Estrutura Urbana (PEU) – instrumento que estabelece a organização espacial da
totalidade do território do município e autarquia de povoação, os parâmetros e as
normas para a sua utilização, tendo em conta a ocupação actual, as infra-estruturas e os
equipamentos sociais existentes e a implantar e a sua integração na estrutura espacial
regional (Lei 19/2007 de 18 de Julho).
Plano de Pormenor (PP) – instrumento que define com pormenor a tipologia de
ocupação de qualquer área específica do centro urbano, estabelecendo a concepção do
espaço urbano, dispondo sobre usos do solo e condições gerais de edificações, o traçado
das vias de circulação, as características das redes de infra-estruturas e serviços, quer para
novas áreas ou para áreas existentes, caracterizando as fachadas dos edifícios e arranjos
dos espaços livres (Lei 19/2007 de 18 de Julho).
Talhão – área de terreno, marginada em algum lado por arruamento, destinada à
construção, resultante de uma operação de atalhoamento licenciada nos termos da
legislação em vigor.
Infra-estruturas – são a rede viária, condutas de abastecimento de água, rede de
fornecimento de energia eléctrica e telefone, sistemas de saneamento, drenagem de águas
pluviais, rede de transporte.
Equipamentos Sociais – são, a rede escolar, rede sanitária, unidades desportivas,
cemitérios, parques e jardins, recreação, cultura e lazer.
Artigo 3Objectivos
1. O PDUT- Dondo tem como objectivos fundamentais:
a) Materializar as estratégias do desenvolvimento territorial na área do distrito para
o estabelecimento e desenvolvimento das redes de infra-estruturas e dos
equipamentos;
b) Definir os princípios e os modelos da organização do território do distrito;
Artigo 4
Período de validade
O PDUT- Dondo é valido pelo período de 10 anos e a sua revisão requer procedimentos
estabelecidos pela Lei 19/2007 de 18 de Julho e pelo Decreto 23/2008 de 1 de Julho.
Artigo 5
Conteúdo Documental
1. O PDUT- Dondo é constituído por orientações e propostas de soluções formais
expressas em conjunto de peças escritas e desenhadas;
2. Para formulação das presentes normas regulamentares adopta-se as peças escritas e
desenhadas e a ela se reportam as normas sempre que não haja citação em contrário.
3. O PDUT- Dondo é, ainda, acompanhado pelas peças desenhadas e escritas:
a) Diagnóstico de Análise da Situação Actual;
b) Proposta do Uso do Solo;
c) Mapa 1: Enquadramento Regional do Distrito do Dondo
d) Mapa 2: Localização, Limites e Superfície
e) Mapa 3: Divisão Administrativa e Aglomerados Humanos
f) Mapa 4: Rede Hidrográfica;
g) Mapa 5: Infra-estruturas Técnicas
Artigo 6
Natureza e Vinculação Jurídica
1. Os dispostos no presente regulamento são de cumprimento obrigatório e vincula todas
as entidades públicas e privadas, designadamente os órgãos e serviços da administração
central, provincial e local com competência para elaborar, aprovar, rectificar e executar
planos, programas ou projectos e adoptar medidas com incidência na ocupação do uso,
as pessoas colectivas de direito, os cidadãos e as comunidades locais nos termos do artigo
11 da Lei 19/2007 de 18 de Julho.
2. As normas consagradas no presente regulamento aplicam-se directamente a todo o
território abrangido pelo PDUT- Dondo.
CAPITULO II
USO DO SOLO
Artigo 7
Disposições gerais
Tomando em consideração o desenvolvimento sustentável e integrado do distrito o
PDUT- Dondo estabelece uma estrutura básica da ocupação da terra que optimiza o
aproveitamento da rede viária existente, das condicionantes naturais e construídas
existentes e dos objectivos de desenvolvimento preconizados.
Artigo 8
Formas de ocupação
No PDUT- Dondo, o uso do solo processa-se através das seguintes categorias conforme
consta no Mapa 7, Proposta do Uso do Solo.
1. Áreas para o Desenvolvimento dos Aglomerados Humanos
a) Para o presente PDUT- Dondo prioriza a intervenção nas seguintes áreas:
Sede do distrito de Dondo: Elaboração de Planos de Pormenores e
reordenamento dos bairros existentes;
Sede do Posto Administrativo de Mafambisse: Elaboração do PEU e PP e Planos de
Reordenamento dos bairros existentes;
Sedes das Localidades do Posto Administrativo de Savane, serão elaborados Planos
de Pormenores com vista orientarem o uso e ocupação do espaço nas sedes das
localidades;
b) Os instrumentos de Gestão territorial previstos serão elaborados em
conformidade com o preceituado na Lei 19/2007 de 18 de Julho (Lei do
Ordenamento do Território), Decreto 23/2008 de 1 de Julho);
c) Caberá os respectivos instrumentos de gestão territorial definir a estruturação e
requalificação dos aglomerados, tendo em conta, a necessidade de responder a
demanda e a satisfação de carências em termos da rede de infra-estruturas,
equipamento social, habitação, serviços, parques e jardins com base na
regulamentação especifica;
d) As áreas comunitárias são destinadas ao desenvolvimento das comunidades locais,
o aumento da renda e Gestão sustentável dos recursos naturais respeitando o
conhecimento tradicional da comunidade. A delimitação destas áreas deverá
considerar:
Disponibilidade de recursos como terra para o desenvolvimento da
habitação, agricultura, pastorícia, água, floresta num raio sempre que
possível, não superior a 5Km;
Enquadrar a população actualmente existente e definir áreas de reserva
para a expansão do aglomerado e que para cada família seja reservada 9.4
hectares de terra distribuídos de forma seguinte:
Agricultura de Conservação 2 hectares
Pousio 4,2 hectares
Floresta 3 hectares
Habitação 0,2 hectares
e) Os usos permitidos, tolerados e proibidos são apresentados no quadro da Matriz
da proposta do PDUT.
2. Área Para o Uso Agrícola e Pecuária (servidões referentes à Agro-pecuária)
A agricultura e pecuária constituem base para o desenvolvimento do distrito tendo em
conta as condições agro-climáticas associado a qualidade dos solos e a disponibilidade de
recursos hídricos que o distrito oferece:
a) As áreas com aptidão agrícola definidas pelo PDUT- Dondo delimitadas na
Proposta de Uso do Solo destinam-se preferencialmente para o desenvolvimento
da actividade agrícola e pastorícia;
b) São objecto de licenciamento pela entidade definida na Lei 19/97 de 1 de
Outubro todas as explorações agro-pecuária que se encontram em actividade ou
que venham a constituir-se;
3. As Coutadas, Área de Uso Florestal e Fauna Bravia (servidões referentes à Floresta e
Fauna Bravia)
As coutadas, o uso florestal e fauna bravia, consistem na necessidade de potenciar a
exploração sustentável das florestas e fauna mediante a implementação de planos de
maneio que incluam medidas de mitigação do impacto ambiental envolvendo as
comunidades locais, visando a integração da conservação da biodiversidade com os
propósitos de desenvolvimento económico baseado no uso sustentável dos recursos
florestais e faunísticos localmente existentes.
a) As áreas com aptidão florestal definidas pelo PDUT- Dondo e delimitadas no
Mapa 11, Proposta de uso do Solo destinam-se preferencialmente para o
desenvolvimento florestal e da fauna bravia.
b) São objecto de licenciamento pela entidade definida na Lei 10/99, de 7 de Julho,
seu regulamento e pela Resolução nº 8/97, de 1 de Abril todas as explorações
florestais que se encontram em actividade ou que venham a constituir-se;
c) Os usos adequados, tolerados e proibidos são apresentados na matriz em anexo.
4. Áreas de Protecção e Conservação
O PDUT- Dondo integra áreas que se destinam á preservação da biodiversidade as quais
ficam sujeitas ao regime definido pela Lei 19/97 de 1 de Outubro, nomeadamente:
Os leitos fluviais;
As terras húmidas;
As florestas ribeirinhas e do interior;
As reservas e coutadas;
As encostas de pendentes superiores a 10% de inclinação nas zonas residenciais;
Redes de infra-estruturas;
As nascentes dos rios e riachos e as zonas como as bacias de captação dos rios, cujo
uso deverá ser bastante restrito e só permitido após uma rigorosa analisem dos
impactos ambientais e as funções dos usos propostos;
Preservar, no máximo, a vegetação indígena e integra-la nos projectos de
desenvolvimento do distrito e considerar as terras húmidas, com uma zona de
protecção total e que se destina a conservação da natureza nos termos da Legislação
vigente.
Artigo 9
Equipamentos Propostos
1. Os equipamentos propostos correspondem a novas construções e à ampliação dos
já existentes, conforme assinalados na qual fazem parte integrante;
2. Aos equipamentos propostos aplicam-se os parâmetros, estabelecidos nos
respectivos regimes legais existentes.
Artigo 10
Infra-estruturas Propostas
1. As Infra-estruturas propostas correspondem fundamentalmente à ampliação e
melhoramento das existentes, conforme assinalados no Mapa 10 do qual fazem
parte integrante;
2. As infra-estruturas propostas aplicam-se os parâmetros, estabelecidos nos
respectivos regimes legais existentes.
CAPITULO III
RESTRIÇÕES DE UTILIDADE PÚBLICA AO USO DO SOLO
Artigo 11
Identificação
Constituem servidões e restrições de utilidade pública no PDUT- Dondo nos termos da Lei
19/97 de 1 de Outubro, as seguintes:
1. Espaços Naturais
a) Rios e riachos – Faixa de terreno que orla as águas fluviais até 50 metros a partir
da linha máxima de tais águas;
b) Nascente dos rios – Faixa de 100 metros confinantes;
c) Zonas inundáveis – Nas áreas de susceptibilidade geomorfológica como zonas
inundáveis são interditas as Construções para uso habitacional.
2. Infra-Estruturas Básicas
a) Estrada Nacional – Faixa de 30 metros confinantes às EN6;
b) Linha férrea – Faixa de 50 metros confinantes à linha férrea;
c) Estradas Regionais – faixa de 15 metros confinantes as estradas regionais;
d) Linha de Alta Tensão – faixa de 50 metros confinante às linhas eléctricas de alta e
média tensão;
e) Barragem – faixa de 250 metros confinantes com a albufeira;
f) Aeródromo – faixa de 100 metros confinantes,
CAPITULO IV
EXECUÇÃO DO PLANO
Artigo 12
Disposições Gerais
1. As propostas definidas no PDUT- Dondo deverão ser parte integrante das acções
do Governo do Distrito do Dondo durante o período de vigência deste;
2. A execução do PDUT- Dondo deve obedecer a Legislação sobre o Ordenamento
do Território e outras legislações sectoriais vigentes no Pais.
CAPITULO V
Artigo 13
Alteração da Legislação
Disposições Finais
1. Quando se verifiquem alterações à legislação em vigor referida no presente
regulamento, as remissões expressas consideram-se automaticamente transferidas
para as correspondentes Disposições dos diplomas que substituírem ou
complementarem os alterados ou revogados;
2. Os condicionamentos impostos pelas remissões referidas no número anterior
deixarão de ter efeito se as disposições legais para que remetem forem revogadas
sem que seja promulgada legislação substitutiva.
Artigo 14
Omissões
Em todos os actos abrangidos por este regulamento serão respeitados, cumulativamente
com as suas disposições legais e regulamentares de carácter geral aplicável, mesmo que
não sejam expressamente mencionados.
Artigo 15
Direitos Adquiridos
As disposições constantes do PDUT- Dondo não põem em causa direitos adquiridos à
data da sua entrada em vigor.
Artigo 16
Revogação
Com a entrada em vigor do PDUT- Dondo ficam automaticamente revogadas as
disposições de todos os outros instrumentos de ordenamento territorial que hajam sido
elaborados quando as mesmas o contrariem.
Artigo 17
Alteração, Revisão, Suspensão
A Alteração, Revisão ou Suspensão do PDUT- Dondo só poderá ser feita em
conformidade como o preceituado na Lei 19/2007 de 18 de Julho (Lei do Ordenamento
do Território), Decreto 23/2008 de 1 de Julho.
Artigo 18
Entrada em vigor
O Plano Distrital de Uso da Terra do Distrito de Dondo entra em vigor no dia seguinte
ao da sua publicação no Boletim da República.
Publique-se:O Governador da Província de Sofala.
Índice
FICHA TÉCNICA ........................................................................................................................... 2 AEA Alfabetização e Educação de Adultos. ................................................................................... 3 Lista de Figuras ................................................................................................................................ 5
O Distrito do Dondo fica situado no Centro-Este da Província de Sofala, ao longo do Corredor da Beira. Dista acerca de 30 km da Cidade da Beira, e limita-se ao Norte com o Distrito de Muanza através do Rio Sanguzi, ao Sul, com a Cidade da Beira, através duma linha imaginária a partir da EN6 (Terminal de transporte de passageiro da cerâmica) até ao rioMuazize e do mesmo ponto (EN6) com a via em direcção a antiga Fábrica de Cerâmica; a Este, com o Oceano Índico (área de Chinamacondo) e Oeste com o Distrito de Nhamatanda através do Rio Púngue. ....................................................................................................................................... 12 A cobertura vegetal, pode ser compartimentada em três (3) sub-regiões ou feições distintas, Região Costeira de Planície de Inundação, Região Intermédia, Região Central, Depressão do Vale do Rift designadamente: .................................................................................................... 17 No diz respeito ao Património da Administração, o distrito dispõe de uma Residência oficial do Administrador, edifícios onde funcionam as Sedes do Postos Administrativos e a Sede de Localidade de Mutua, duas (2) residências dos Chefes do Postos (Mafambisse e Savane) e algumas residências para funcionários. ...................................................................................... 52 As condições de saneamento básico como a recolha e o tratamento de lixo, a falta de sanitários e balneários públicos, a drenagem das águas pluviais deficientes, constituem uma ameaça preocupante no distrito, trazendo graves problemas de saúde pública devido à proliferação de doenças e impactos negativos ao ambiente. ............................................................................... 70