Enquadramento Geotectónico e a Relação Entre a Tectónica e os Traçados Fluviais da Região Centro-Nordeste de Portugal 43 Antero Ferreira da Silva Neste trabalho descrevem-se, sucintamente, as litologias metasedimentares, metavulcanosedimentares,
granitóides, filonianas e sedimentares af lorando na região Centro-Nordeste de Portugal. Tecem-se considerações sobre a sua tectónica dúctil, semidúctil e frágil. Descrevem-se as principais zonas de cisalhamento que condicionaram os traçados f luviais principais dos rios Douro, Vouga, Mondego e Zêzere (Tejo).
Atividade Mineira 61Contratos de Prospeção e PesquisaCaducidade de Contratos de Prospeção e PesquisaContratos de Concessão de Exploração
Águas Minerais e de Nascente 65Revisão do Plano de ExploraçãoNomeação de Responsável Técnico
Pedreiras 67Novas Licenças de ExploraçãoTransmissão da Licença de ExploraçãoCessação da Licença de ExploraçãoNomeação de Responsáveis TécnicosResponsáveis Técnicos Inscritos na Direcção Geral de Energia e Geologia
Elementos Estatísticos da Indústria Extrativa Nacional de 2013 a 2016 75
Indústria Extrativa – Comércio Internacional 81Evolução do Comércio Internacional – janeiro a junho de 2017
Notícias do Roteiro das Minas e Pontos de Interesse Mineiro e Geológico de Portugal 87Minas da Borralha – O “Centro Interpretativo das Minas da Borralha” – Ecomuseu de Barroso, MontalegreMuseu da Pedra do Marco de Canaveses – Alpendurada e Matos, Marco de Canaveses
Vol. 51 • N.º 2 • Lisboa 2016
FIChA TéCNICA
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Enquadramento Geotectónico e a Relação Entre a Tectónica e os Traçados Fluviais da Região Centro-Nordeste de Portugal
Antero Ferreira da Silva Geólogo Consultor do Laboratório de Geomecânica
Instituto Superior Técnico (IST)
Email: [email protected]
Palavras-chave: Zona Centro-Ibérica; Região Centro-Nordeste de Portugal; Neoproterozóico a Cenozóico; Rochas Metavulcanosedimentares; Rochas Granitóides Variscas; Rochas Filonianas; Rochas Sedimentares; Fase Sarda; Ciclo Varisco; Tectónica; Rios Douro, Vouga, Mondego e Zêzere.
RESUMO:
A região Centro-Nordeste de Portugal inclui dois grandes conjuntos litológicos: metasedimentos do Supergrupo Dúrico-Beirão (Ediacariano-Câmbrico) e rochas metavulcanosedimentares (Ordovícico-Carbonífero), de modo indeferenciado; rochas granitóides variscas indiferenciadas (Carbonífero-Pérmico). As rochas filonianas básicas a ácidas (Ordovícico-Cretácico) dispersam-se, indiferenciadamente, pelos dois conjuntos litológicos anteriores, o mesmo sucedendo com os sedimentos cenozóicos.
Antes, durante e após a deformação dúctil varisca dos metasedimentos e da génese das rochas granitóides variscas e filonianas ocorreram numerosos cisalhamentos que contribuiram para condicionar as estruturas dúcteis.
As zonas de cisalhamento distribuem-se por cinco sistemas de orientação preferencial segundo E-W a ENE-WSW, ESE-WNW a SE-NW, ESE-WNW a E-W, SE-NW e NNE-SSW a NE-SW.
Estes acidentes frágeis foram seguidos pela maioria dos traçados das drenagens das bacias hidrográficas dos rios Douro, Vouga, Mondego e Zêzere.
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Keywords: Central-Iberian Zone; Central-Northeastern Region of Portugal; Neoproterozoic to Cenozoic; Metavolcanosedimentary Rocks; Variscan Granitoids Rocks; Veins; Sedimentary Rocks; Sardic Phase; Variscan Cycle; Tectonics; Douro, Vouga, Mondego and Zêzere Rivers.
The Geotectonic Setting and the Relationship of the Tectonics with the Drainage Patterns in the Central-Northeastern Region of Portugal
ABSTRACT:
The Central-Northeastern region of Portugal includes two large lithological groups: metasediments of Dúrico-Beirão Supergroup (Ediacarian-Cambrian) and metavolcanosedimentary rocks (Ordovician-Carbonipherous) undifferentiatly and undifferentiated variscan granitoids (Carbonipherous-Permian).Basic to acid veins outcrop (Ordovician-Cretacian) dispused in both lithological groups as do the Cenozoic sediments.Before, during and after the Variscan ductile deformation of the metasediments and the genesis of the Variscan granitoids and veins, occurred several shear zones that contributed for the arrangement the ductile structures.The shear zones are distributed in five systems of preferential orientations along E-W to ENE-WSW, ESE-WNW to SE-NW, ESE-WNW to E-W, SE-NW and NNE-SSW to NE-SW.The fragile structures were used to create the major drainage patterns of the hydrographic basins of the Douro, Vouga, Mondego and Zêzere rivers.
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1. LITOSTRATIGRAFIA
1.1. Introdução
A região em referência ocorre enquadrada entre Viseu e Almeida, no sentido W-E, e entre Arganil-Sabugal e Vila Real-Mogadouro, no sentido S-N (Fig. 1).
A elaboração da figura 1 resultou a partir dos dados disponíveis na Carta Geológica de Portugal, na escala 1/500.000, segundo OLIVEIRA & PEREIRA (Coord., 1992), embora com algumas adaptações e correções.
Os extremos noroeste e nordeste da área em epígrafe, onde afloram os conjuntos autóctones, parautóctones e alóctones (PEREIRA, 1989 e Coord., 2006) e a periferia sul do Maciço de Morais (Ribeiro, 1974), respetivamente, não serão referenciados a seguir neste texto.
A área em apreço encontra-se constituída por rochas me-tasedimentares e matavulcanosedimentares originadas entre o Ediacariano e o Carbonífero e um substrato gra-nitóide, geralmente varisco (migmatitos e granitos). Estas litologias foram intruídas, desde o Ordovícico ao final do Cretácico, por rochas filonianas de composiçao básica a ácida, que se dispersam pelos dois conjuntos litológicos anteriores, de modo indiferenciado. Os sedimentos ceno-zóicos também ocorrem dispersos indiferenciadamente no seio dos citados conjuntos litológicos.
1.2. Rochas Metasedimentares e Metavulcanose-dimentares Indiferenciadas
1.2.1 Supergrupo Dúrico-Beirão(Complexo Xisto- -Grauváquico) (Ediacariano/Câmbrico)
Esta sucessão xisto-grauváquica enquadrando o designado Supergrupo Dúrico-Beirão (SILVA et al., 1987/1989; SOUSA & SEQUEIRA, 1987/1989) subdivide- -se pelos grupos das Beiras (SILVA et al., 1988), do Douro (SOUSA, 1982) e de Arda-Marofa (SILVA et al., 1995).
As duas primeiras unidades são constituídas por metaturbiditos clássicos distais e proximais, enquanto a terceira unidade é essencialmente constituída por metaturbiditos de ondas modificadas, salvo na Formação de Desejosa e no membro inferior da Formação de São Gabriel.
A distribuição regional destas litologias observa-se predominantemente nas regiões norte (vale do rio
Douro) e extremo sul, enquanto na região centro-sul se dispersa por manchas isoladas (Fig.1).
A metasequência do Grupo das Beiras aflora no extremo sul, com expressão nas serras da Estrela , Malcata, Açôr, Cebola e Lousã, bem como a sudoeste, oeste, nordeste, norte e nordeste de Viseu (FERREIRA & SILVA, 1999; SILVA, 2005, 2013 e 2014). As suas litologias distribuem-se pelas formações de Malpica do Tejo (basal) e de Rosmaninhal (superior-fácies distal). A primeira sucessão apresenta-se como membro inferior à base de metagrauvaques intercalando níveis de filitos escuros e o membro superior, menos grauvacóide, onde predominam os filitos, às vezes com ocorrência de metaconglomerados. A segunda metasequência exibe o predomínio de filitos, embora possam ocorrer esparsamente litologias grauvacóides e/ou conglomeráticas. No entanto, na área em apreço, apenas ocorre a Formação de Malpica do Tejo indiferenciada. Esta unidade, ocorrendo a norte do alinhamento Sertã-Monfortinho, corresponde a uma sucessão positiva, enquanto a sul, até ao vale do rio Tejo, passa a negativa (SILVA, 2005).
A sucessão do Grupo do Douro, a mais expressiva nesta área (Fig. 1), ocorre, de modo contínuo, no vale do rio Douro, e no flanco sul, da serra da Marofa (Pinhel). Esta metasequência foi inicialmente integrada por seis unidades por SOUSA (1982). Porém, SILVA & RIBEIRO (1985) consideraram-na constituída por duas sucessões equivalentes laterais, designadas autóctone e alóctone, consequência de supostos carreamentos sinsedimentares sardos, durante tempos ediacariano-câmbricos. Da sucessão autóctone faziam parte as formações de Bateiras (SOUSA, op. cit.) e Ervedosa do Douro (SOUSA, op. cit.), enquanto a sucessão alóctone seria constituída pelas formações de Rio Pinhão (SOUSA, op. cit.), Pinhão (SOUSA, op. cit.), Desejosa (SOUSA, op. cit.), São Domingos (SOUSA, op. cit.) e, ainda, acrescentada posteriormente, São Gabriel (SILVA & RIBEIRO, 1990/1991). As litologias típicas das formações, atualmente constituindo a sucessão do Grupo do Douro, distribuem-se por filitos cloríticos cinzento-escuros, xistos grafitosos, metacalcários, metagrauvaques negros e mataconglomerados de matriz carbonática presentes nas formações de Bateiras e Rio Pinhão, equivalentes laterais entre si, e por filitos cloríticos esverdeados, às vezes com níveis de magnetite e pirite, e, mais raramente, com intercalações de metagrauvaques e metaquartzovaques cinzentos-claros ocorrendo nas formações de Ervedosa do Douro e Pinhão, tembém equivalentes laterais entre si.
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Figura I
AS ExPOSIçõES LITOLóGICAS, ZONAS DE CISALHAMENTO E CURSOS FLUVIAIS DA REGIãO CENTRO-NORDESTE DE PORTUGAL
(Adaptado de OLIVEIRA & PEREIRA , coord., 1992).
Posteriormente SILVA et al. (1995) caracterizaram o Grupo de Arda-Marofa considerado constituído prin-cipalmente por metaturbiditos de ondas modificadas, depositados em ambientes de plataforma siliciclástica, em geral de grande subsidência e de pouca profundidade de água afetada intermitentemente por ciclos calmos e de tempestades. Desse modo as formações de Desejosa, São Domingos e São Gabriel passaram a integrar o Grupo de Arda-Marofa (SILVA et al., 1995; SILVA, 2005) e não o Grupo do Douro. Às anteriores unidades adicionaram-se àquele grupo as formações de Real (SILVA, 2005 e 2015c), Excomungada-Ribeira do Colmeal (SOUSA, 1989), Sátão
Manteigas
Esp
anha
0 105kilómetros
Espanha
Nomenclaturas adotadas:
Limite geológico
Zonas de cisalhamento observadas e prováveis ou encobertas com identificação no texto
Traçados dos cursos fluviais (Rio; Rib.ª - Ribeira)
Vértice Geodésico
Povoação ou exploração agrícola
Barragem
Legenda:
Oceano
Atlântico
Área de estudo
6°30'0"W
6°30'0"W
7°0'0"W
7°0'0"W
7°30'0"W
7°30'0"W
8°0'0"W
8°0'0"W
41°0
'0"N
41°0
'0"N
40°3
0'0
"N
40°3
0'0
"N
Barragem da Régua
Barragem da Valeira
Seixo
Santa Bárbara
Vide
Paúl
Cota
Faia
Seia
Mêda
Chãs
Souto
Sátão
Viseu
Nelas
Bruçó
Urros
Numão
Amedo
Alijó
Trinta
Guiães
Caria
Estela
Pinhel
Ramela
Guarda
Fornos
Moledo
Lamego
Alvite
Sendim
Abaças
Pinhão
Mazouco
Tabuaço
Vouzela
Arganil
Sabugal
Covilhã
Almeida
Lamegal
Albardo
Gouveia
Poiares
Tarouca
Pocinho
Foz Tua
Castedo
Sabrosa
Armamar
Folgosa
Linhares
Freixial
Belmonte
Trancoso
Freixeda
Safurdão
Cerdeira
Vermiosa
Joaninho
Penedono
Marialva
Bogalhal
Barreira
Escalhão
Cerejais
Custóias
Vila Chã
Carviçais
Ribafeita
São Gemil
Salgueiro
Penamacor
MangualdeAlcafache
Alfaiates
Videmonte
Valhelhas
Verdelhos
Mogadouro
Carvalhal
Coalheira
Longroiva
Vila Flôr
Vila Real
St.º Amaro
Benquiença
Malpartida
Qt.ª Boais
Mesão Frio
Sernancelhe
Seixo do Côa
Castro Daire
Barca d'Alva
Foz do Sabor
São Sebastião
Nave de Haver
Vilar Formoso
Aldeia Viçosa
Qt.ª Malvedos
Peso da Régua
Penha de Águia
Qt.ª Canameira
São Pedro do Sul
Souto da Velha
Qt.ª Ferradosa
Unhais da Serra
Aguiar da Beira
Castelo Rogrigo
Paredes da Beira
Caldas da Cavaca
Ferreira de Aves
Fornos de Algodres
Canas de Senhorim
Celorico da Beira
Torre de Moncorvo
Moimenta da Beira
Penalva do Castelo
Vila Nova de Paiva
Qt.ª das Fontainhas
Carrazeda de Ansiães
Vila Franca das Naves
Freixo de Espada-à-Cinta
7
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16A
4
3
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Rio
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Rio Mondego
Rio Douro
Rio A
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24A
Desenho gráfico por: Carla S. Almeida da Rocha
Estação de Almendra
2
14A
14A
Barragem do Baixo Sabor
Rio
Têdo
Ribalonga
7
7
7
Resende
3
3
Rio Dão
4
4
16B
16B
16B
Alcaria
Vale Formoso
Rio
Din
fia
Tondela
Santa Comba Dão
18A
18A
18A
18A
1
Serra de Alvão
Serra do Marão
Serra de Montemuro
Serra Leonil
Serra do Reboredo
Serra do Mogadouro
Serra da Marofa
Serra da Malcata
Serra da Estrela
Serra da Lousã
Serra do Açõr
Serra da Cebola
Rio C
eira
Góis
Amarante
16B
Algodres
Apeadeiro de Castedo
Vilarinho de Cotas
Barragem do Tua
Qt.ª do Zimbro
São João da Pesqueira
São Salvador do Mundo
Almendra
Castelo Melhor
Barragem de Saucelle
Barragem de Aldeavilla
Barragem da Bemposta
Figueira de Castelo Rodrigo
Horta da Vilariça
São Mamede de Ribatua
Estação de Alegria Velha
Soutelo do Douro
Freixo de Numão
Barragem do Pocinho
Qt.ª de Vale MeãoNagozelo do Douro
Neoproterozóico / Cenozóico - Ediacariano / Holocénico - Rochas metasedimentares,
metavulcanosedimentares, filonianas e sedimentares indiferenciadas
Paleozóico / Cenozóico-Ordovícico / Holocénico - Rochas granitóides variscas, filonianas
e sedimentares indiferenciadas
ahnaps
E
Desenho gráfico por: Carla S. Almeida da Rocha
Barragem do Alto rio Távora
Barragem de Vilar
Torre de Pinhão
(SILVA et al., 1995; SILVA, 2005 e 2015c), Póvoa (SILVA et al., 1995; SILVA, 2005) e Queiriga (SILVA, 2005). As litologias das sequências do Grupo de Arda-Marofa, ge-ralmente designadas xistos listrados, são constituídas por alternâncias de filitos cloríticos, micaxistos, metasiltitos, metarenitos, metaquartzoarenitos, quartzitos micáceos impuros e metaconglomerados. Contudo, ocorrem exceções na Formação de São Gabriel, pois o membro inferior desta é constituído por metaturbiditos vulcano-clásticos distais sobrepostos, concordantemente, à For-mação de Desejosa, enquanto o membro superior exibe metarenitos, antecedendo os quarzitos armoricanos.
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Boletim de Minas, 51 (2) - 2016
afloram metasedimentos relacionados com o Ordovícico e o Silúrico.
1.3. Rochas Granitóides Variscas Indiferenciadas (Carbonífero/Pérmico)
Estas litologias afloram indiferenciadamente na região em referência com grande expressão, predominando nas áreas sul, centro e extremo norte (Fig. 1). Distribuem-se por granitos calcoalcalinos diversos e raros migmatitos. Estes últimos têm expressão no norte da serra da Estrela e entre Figueira de Castelo Rodrigo e Mata de Lobos (rio Águeda), bem como no sentido de Trancoso, entre outros locais, com pouca representação. Na região do rio Águeda também ocorrem migmatitos homogéneos pré-variscos que foram reativados no Ciclo Varisco, associando-se com os migmatitos heterogéneos variscos, logo após o alinhamento ordovícico entre Penha de Águia, Castelo Rodrigo e rio Águeda (Espanha).
As rochas granitóides em referência incluem, de modo indiferenciado, granitos, granodioritos e tonalitos calcoalcalinos, aplito-pegmatitos e quartzo.
Sua génese teria ocorrido, predominantemente, durante os períodos sin, tardi e pós-tectónicos da terceira fase de deformação D3 varisca, no Carbonífero/Pérmico. No entanto, excecionalmente, afloram rochas granitóides originadas durante a segunda fase de deformação D2 varisca, em alguns locais não identificados.
1.4. Rochas Filonianas Básicas a Ácidas Indife-renciadas (Ordovícico/Cretácico)
Estas litologias, embora muito frequentes, exibem pouca expressão cartográfica. Afloram disseminadas, indiferenciadamente, nas áreas em que intruiram os dois conjuntos das rochas metavulcanosedimentares e granitóides variscas, acima descritos. Preencheram zonas de cisalhamento pré-existentes, desde o Ordovícico ao Cretácico.
As rochas f ilonianas mais antigas intruiram as litologias xisto-grauváquicas segundo a estruturação da estratificação, da xistosidade de plano axial S1 e dos cisalhamentos sin-xistosos E-W a ESE-WNW. Seus litolipos distribuem-se por dacitos e/ou rio-dacitos, de idade incerta, durante o Ordovícico ou Silúrico.
A anterior Formação de Desejosa também exibe condi-ções ambientais distais, embora de caráter regressivo, onde os designados xistos listrados se mostram cons-tituídos por alternâncias de filitos cloríticos escuros, metagrauvaques, metarenitos, calcossilicatadas e raros metacalcários e metaconglomerados.
1.2.2 Rochas Metavulcanosedimentares (Ordovícico/ /Carbonífero)
Estas litologias afloram de forma indiferenciada com as acima descritas (Fig. 1). Exibem expressão relativamente reduzida, salvo nas regiões nordeste e noroeste, em particular nas áreas de Mogadouro e das serras da Marofa e Roboredo, e, em Vila Real.
No sinclinório da serra do Roboredo, tal como na área de Mogadouro (RIBEIRO, 1974), ocorrem as sequências do Ordovícico e do Silúrico (SILVA et al., 1987/1989; PEREIRA et al., 2009/2014). Esta última sucessão é constituida por rochas metavulcânicas básicas, metapsamitos, metapelitos e xistos grafitosos, entre outras litologias, enquanto a primeira sucessão exibe a presença de metaconglomerados, quartzitos, itabiritos, metapsamitos e filitos. Na base da serra do Roboredo aflora a sucessão da Formação de Quinta da Ventosa (REBELO, 1983/1985), do Tremadociano, constituída por metasedimentos detríticos, às vezes grosseiros. Nos sinclinórios de Poiares e Castelo Melhor apenas afloram metaconglomerados, quartzitos, metarenitos e filitos avermelhados, correspondentes ao Arenigiano (SILVA & RIBEIRO, 1990/1991 e 1990/1994). No sinclinório da serra da Marofa e seu prolongamento em direção a Penalva do Castelo (CARVALHOSA, 1959; MACEDO, 1988; TEIxEIRA et al., 1958) ocorre o Arenigiano e o Lanvirniano/Landeiliano na primeira região e, apenas aquele, na segunda região (Matela-Maceira). Suas litologias distribuem-se por quartzitos armoricanos, metaconglomerados e filitos nessas duas áreas. Entre Sátão-Queiriga e Castro Daire (SCHERMERHORN, 1956) afloram sequências relacionadas com o Ordovícico e o Carbonífero, acompanhando o designado Sulco Carbonífero Dúrico-Beirão. A presença de rochas relacionadas com o Silúrico e o Devónico que geralmente acompanham aquela estrutura é suposta incerta ou inexistente nesta região. Por fim, a oes-noroeste de Tarouca, a noroeste de Lamego, no sentido de Mesão Frio até Celorico de Basto (PEREIRA, 1989), a oeste e noroeste de Vila Real e leste e noroeste de Vila Flôr
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Durante o Pérmico, em tempos pós-tectónicos da fase de deformação D3 varisca, originou-se grande proliferação de filões, filonetes e bolsões de aplitos, pegmatitos e quartzo.
Posteriormente à ascensão e consolidação das rochas granitóides variscas, em tempos mesozóicos, a maioria dos filões originados preencheram grandes zonas de cisalhamento, consequência do sistema preferencial segundo SSW-NNE. Das suas litologias principais destacam-se os gabros, doleritos, basaltos, lamprófiros e pórfiros riolíticos/graníticos, entre outros litotipos.
1.5. Rochas Sedimentares (Terciário/Quaternário)
Estas litologias, geralmente detríticas e nem sempre consolidadas, ocorrem com frequência. Distribuem-se por conglomerados, arenitos, siltitos e argilas. Suas exposições evidenciam maior expressão cartográfica nas regiões a leste da Guarda, em Nave de Haver, bem como na região de Arganil, nas áreas drenadas pelos rios Ceira e Alva, e, ainda na região entre Fundão e Sabugal, segundo a ribeira de Meimôa até ao rio Zêzere. Na primeira região estes sedimentos sobrepõem-se às rochas granitóides, enquanto nas outras duas se sobrepõem e alternam com os metasedimentos do Grupo das Beiras. Sua cartografia ocorrerá indiscriminadamente associada às rochas subjacentes.
2. TECTóNICA
2.1. Deformação Dúctil
Durante a Fase Sarda, entre o Ediacariano médio a superior e o Câmbrico, depositaram-se as rochas xisto-grauváquicas, em condições distensivas. Assim, originaram-se dobras em caixa (horsts e grabens) e sin-sedimentares não acompanhadas de xistosidade de plano axial, pois o seu nível estrutural era muito elevado e porque não houve processos compressivos em condições dúcteis.
Mais tarde, durante o Ciclo Varisco, entre o Devónico médio a superior e o Pérmico, não só aquelas rochas como aquelas depositadas após o Câmbrico, até ao Carbonífero, sofreram as três fases de deformação compressivas D1, D2 e D3 variscas (RIBEIRO, 1974).
Na fase de deformação D1 varisca originou-se forte compressão no sentido NNE-SSW que proporcionou a génese da xistosidade S1 de plano axial que interferiu ou sobrepôs-se à estratificação S0 originando as lineações L1. As orientações de S1 e L1 ocorrem, regra geral, no sentido E-W a ESE-WNW. A sua vergência orogénica evidencia-se para N a NNE na região central e oriental, enquanto na região ocidental essa vergência ocorre orientada no sentido SW a SSW. Os mergulhos das lineações L1 são de sentido variável, oscilando ora para um ora para outro lado. Na área correspondente ao vale do rio Douro esse mergulho de L1 é suave, variando entre 0º e 10º, excecionalmente 15º a 20º. Porém, no centro da região em apreço, esse valor eleva-se para 30º a 40º, enquanto no extremo sul ascende a 60º-70º, senão mesmo 80º, em plenas rochas do Grupo das Beiras. Antes de terminar a fase de deformação D1 varisca também se originaram acidentes semidúcteis sinxistosos, de direção geral ESE-WNW a E-W, nas rochas dos grupos do Douro e de Arda-Marofa, frequentes nas áreas de Vila Nova de Foz Côa, Castelo Melhor, Muxagata, Sebadelhe, São João da Pesqueira a Trevões e Custóias a Abaças, entre outros locais. Este último acidente de Custóias-Abaças, que se inicia no maciço granítico de Numão, no extremo sudoeste da Carta Geológica de Torre de Moncorvo, e prossegue em direção a Vila Real pela Carta Geológica de Alijó, teria contribuído para decepar o flanco norte do anticlinal, onde se insere a Formação de Bateiras, base da sucessão autóctone do Grupo do Douro.
As outras fases de deformação D2 e D3 variscas sobrepuseram-se às anteriores estruturas sarda e D1 varisca, redobrando-as. Deste modo se originaram sinformas e antiformas (SILVA, 2014), bem como metamorfismos geral e de contacto, xistosidades, migmatização e intrusões graníticas. A maioria destes últimos já tinham ocorrido durante a primeira fase de deformação D1 varisca.
2.2. Deformação Frágil a Semidúctil
2.2.1. Introdução
Na área em referência encontram-se bem materializados os diversos sistemas de cisalhamento que condicionaram, geralmente, as estruturas planares e dobradas desde o Neoproterozóico. Em tempos cenozóicos terminais teriam sido seguidos pelos diversos traçados fluviais das bacias hidrográficas dos rios Douro, Vouga, Mondego e Zêzere.
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Os numerosos cisalhamentos que afetaram a região correspondente á figura 1 distribuem-se por cinco sistemas de orientação preferencial que a seguir serão referidos de acordo com a cronologia da sua atividade através dos tempos.
Os cisalhamentos mais antigos, de orientação preferencial segundo E-W a ENE-WSW, teriam iniciado o seu desenvolvimento, supostamente, durante o Precâmbrico (PONCE DE LEóN & RIBEIRO, 1981). Desde o Ediacariano médio a superior ao Câmbrico (c.565-500 M.a.), durante a sedimentação xisto-grauváquica, teriam ocorrido os designados carreamentos sinsedimentares sardos (SILVA & RIBEIRO, 1985), os quais, apesar de não estarem materializados na figura 1, seguiram a orientação geral segundo E-W a ESE-WNW, coincidente com a dos cisalhamentos do sistema da mesma orientação originados no Devónico médio a superior. Os cisalhamentos do sistema de orientação segundo ESE- -WNW a SE-NW teriam iniciado o seu desenvolvimento, provavelmente, no Câmbrico (542-500 M.a.) (RIBEIRO et al., 1995; RODRIGUES, 1997; RODRIGUES et al., 1998). Os cisalhamentos sinxistosos do sistema de orientação preferencial segundo E-W a ESE-WNW desenvolveram- -se durante os finais da fase D1 de deformação varisca durante o Devónico médio a superior (390-360 M.a.), conforme referido antes (SOUSA, 1982). O quarto sistema de cisalhamentos de orientação segundo SE-NW teria tido o seu desenvolvimento provável durante o Carbonífero (360-300 M.a.). Por fim, o último sistema de cisalhamento, de orientação NNE-SSW a NE-SW, originou-se e desenvolveu-se, a partir dos tempos tardi a pós-tectónicos variscos, com início no Pérmico (300 M.a.), prosseguindo até à atualidade.
2.2.2. Sistema E-W a ENE-WSW
2.2.2.1. Falha de Juzbado (Salamanca) – Penalva do Castelo (Viseu) (1)
Esta grande zona de cisalhamento frágil a semidúctil prossegue de Espanha (Juzbado) em direção a Viseu (Fig. 1), perdendo-se a partir de sudoeste de Penalva do Castelo (PONCE DE LEóN & RIBEIRO, 1981). Estes autores admitiram que este acidente teria tido atividade já no Precâmbrico, tendo sido reativado nas principais fases de deformação varisca. Comportou-se como um desligamento esquerdo de cerca de 65 Km de comprimento e uma largura aproximada de 5 a 10 Km. Teria contribuído para a existência do sinclinório
da serra da Marofa, bem como da preservação dos metasedimentos no seu flanco sul. Durante ou no final da fase de deformação D2 varisca comportou-se como um acidente inverso com vergência orogénica no sentido N a NNW. Contribuiu, igualmente, para decepar o flanco norte (normal) do siclinório a leste de Castelo Rodrigo até e para além do rio Águeda.
2.2.2.2. Falha de Barca d’Alva – V. G. Seixo – V. G. Santa Bárbara (Algodres)-Barreira (2)
A orientação geral deste cisalhamento é semelhante à do anterior acidente frágil, exceto em seus extremos, onde se dissipa nos de direção NNE-SSW a NE-SW. Desse modo poderá pertencer ao mesmo sistema, embora sem certeza quanto à sua idade real. Confirmou-se que sofreu a reativação em tempos tardi a pós-tectónicos variscos que contribuiu para a existência de numerosos filões de quartzo, em especial nos vértices geodésicos de Seixo e Santa Bárbara. Inicia-se a oeste de Barca d’Alva (Fig. 1), a partir da falha (12) de Estevais-Barca d’Alva (NNE- -SSW), prosseguindo para WSW, em direção a Barreira e Marialva. Antes de se aproximar da falha da Vilariça (16A), desdobra-se em dois traçados. Um, a noroeste, é capturado por este último acidente frágil, após ter sido rejeitado por vários acidentes frágeis do mesmo sistema (NNE-SSW). O outro coincide com a falha de Urros- -Castelo Melhor-Ribeira de Massuneime-Vila Franca das Naves-Trinta-Valhelhas-Covilhã-rio Zêzere (14A) igualmente de orientação NNE-SSW (SILVA & RIBEIRO, 1990/1991 e 1990/1994; SILVA, 2014).
2.2.3. Sistema ESE-WNW a SE-NW
2.2.3.1. Falha do Sulco Carbonífero Dúrico-Beirão (3)
Esta zona de cisalhamento estende-se desde a região noroeste de Portugal, em Esposende, no sentido sul-sudeste e sudeste a es-sudeste, passando por Va-longo, Castro Daire e Queiriga/Sátão, até se perder a es-sudeste de Penalva do Castelo, antes de atingir For-nos de Algodres e os respetivos traçados ocidentais da falha de Vilariça (16B), apesar de intercetar os traçados terminais da falha de Juzbado (Salamanca)-Penalva do Castelo (Viseu) (Fig. 1). Este grande acidente em referência constituíu uma expressiva estrutura ativa durante o Ciclo Varisco (RIBEIRO et al., 1990, 1991 e 1995). Trata-se de uma zona de cisalhamento de des-ligamento esquerdo, tal como as duas anteriores. Na região de Castro Daire foi deslocada e/ou rejeitada pela
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intrusão do maciço granítico homólogo varisco tardio e pela zona de cisalhamento de Verin-Penacova (24A e 24B) de desligamento esquerdo. Conforme concluiram RIBEIRO et al. (1995), RODRIGUES (1997) e RODRI-GUES et al. (1998) a sua atividade teria já ocorrido em tempos pré-orogénicos variscos, durante o Câmbrico. Por outro lado, referiram que no Ordovícico e no Silúrico tal acidente se comportou como falha normal, enquan-to como transpressão esquerda no Devónico inferior e no Vestefaliano, e, ainda, tendo atuado no Estefaniano inferior. Contudo, após a primeira fase de deformação D1 varisca, isto é, durante a segunda fase de deformação D2 varisca, comportou-se como um acidente inverso, com vergência orogénica para oes-sudoeste e sudoeste a sul- -sudoeste, e de desligamento esquerdo.
2.2.3.2. Falha de Mesão Frio-Amarante-Felgueiras-Vila Nova de Cerveira (4)
Esta importante zona de cisalhamento inicia-se no extremo oes-noroeste da área em apreço (Fig. 1), a partir de Mesão Frio, em direção à Galiza, após Vila Nova de Cerveira e o rio Minho.
Trata-se de um grande acidente frágil, de orientação SE-NW, praticamente paralelo ao anterior Sulco Carbonífero Dúrico-Beirão, com o qual constitui um expressivo bloco tectónico. Segundo este acidente as polaridades orogénicas divergem de sentido, quer para um lado quer para o outro, isto é, nos sentidos sudoeste e nordeste. Crê-se que esta zona de cisalhamento terá tido comportamentos semelhantes aos daquele acidente antes referido. Por outro lado o grande acidente frágil de Porto-Coimbra-Badajoz, que separa as zonas de Ossa- -Morena e Centro-Ibérica, exibe posição geograficamente paralela com as do Suco Carbonífero Dúrico-Beirão e da falha de Mesão Frio-Vila Nova de Cerveira. Tal facto parece evidenciar que os três acidentes teriam tido muitos comportamentos dinâmicos comuns através dos tempos.
É de admitir que a sul-sudeste de Mesão Frio o seu provável prosseguimento para sudeste, entre Lamego e Tarouca, tenha sido rejeitado pelos traçados da zona de cisalhamento, de desligamento esquerdo, conforme materializados ali, pela falha de Verin-Penacova (24A e 24B).
2.2.4. Sistema ESE-WNW a E-W
2.2.4.1. Falha de Custóias-Abaças (5)
Este é um dos principais cisalhamentos semidúcteis, semelhantes aos numerosos ocorridos no vale do rio Douro, conforme detetados por SOUSA (1982), SILVA et al. (1987/1989), SOUSA & SEQUEIRA (1987/1989), FERREIRA & SOUSA (1987/1994) e SILVA & RIBEIRO (1990/1991) nas regiões de Sabrosa a Armamar, de São João da Pesqueira a Mêda e de Vila Nova de Foz Côa a Almendra (Fig. 1).
A zona de cisalhamento de Custóias-Abaças, considerada a mais importante, originou-se no final da fase de deformação D1 varisca, no Devónico médio a superior (390-360 M.a.), tal como todos os acidentes idênticos da região. Comportaram-se como desligamentos esquerdos e inversos, com vergência orogénica para norte. No caso do acidente em referência, este contribuíu para decepar o flanco norte do anticlinal que o acompanha em toda a sua extensão, onde ocorre presente a Formação de Bateiras, base da sucessão autóctone do Grupo do Douro.
2.2.5. Sistema SE-NW
2.2.5.1. Falha de Vermiosa-Rio Seco/Ribeira do Aguiar- -Rio Douro (6)
Esta zona de cisalhamento, ocorrendo intermitentemente, parece encaixar, de modo geral, o rio Seco ou ribeira do Aguiar, desde a serra da Marofa, a montante de Vermiosa, até à confluência do rio Côa com o rio Douro, inclusive este último, a nor-noroeste de Castelo Melhor (Fig. 1).
Este acidente, de desligamento esquerdo, rejeita a estrutura ordovícica sinclinorial da serra da Marofa, bem como o respetivo acidente frágil de Juzbado (Salamanca)-Penalva do Castelo (Viseu) na área entre Castelo Rodrigo e o rio Águeda. Os acidentes frágeis do sistema de orientação NNE-SSW rejeitam-no.
Contiguamente, a leste, o traçado fluvial do curso inferior do rio Águeda, desde um pouco a norte das exposições ordovícicas até Barca d’Alva, é paralelo a este acidente (SILVA & RIBEIRO, 1990/1994; SILVA, 2014).
2.2.5.2. Falha de Soutelo do Douro-Castedo-Rio Pinhão- -Torre de Pinhão (7)
Este acidente frágil inicia-se a noroeste de São João da Pesqueira, próximo de Soutelo do Douro, prosseguindo até Torre de Pinhão. Tectoniza as rochas xisto-
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-grauváquicas dos grupos do Douro e de Arda-Marofa e as rochas granitóides variscas a partir da última povoação. Atravessa o leito do rio Douro, próximo do Apeadeiro de Castedo, sem perturbar o seu leito. Porém, a partir de Sabrosa, no sentido noroeste, conseguiu reorientar o curso médio do rio Pinhão (Fig. 1).
Outros acidentes frágeis relacionados com este sistema ocorrem na região contígua entre Apeadeiro de Castedo, Foz Tua e Quinta da Ferradosa, tal como mais a sul, entre Trancoso, Sernancelhe e sul de Pinhão (rio Távora), contribuindo para reorientar os leitos dos rios Douro e Távora (SILVA et al., 1987/1989; SOUSA & SEQUEIRA, 1987/1989; FERREIRA & SOUSA, 1987/1994; SILVA, 2000, 2015a, b). Estes acidentes frágeis rejeitaram os cisalhamentos sinxistosos E-W a ESE-WNW e foram rejeitados ou confinados pelos de orientação geral NNE- -SSW a NE-SW.
2.2.6. Sistema NNE-SSW a NE-SW
2.2.6.1. Introdução
Este sistema de cisalhamentos, com esta orientação preferencial, é o que envolve mais zonas de tectonização ocorrendo na área correspondente à figura 1. No seu conjunto, parecem ser dos acidentes frágeis supostamente os mais recentes. Seu desenvolvimento iniciou-se a partir da ascensão, consolidação e arrefecimento da cadeia varisca durante o Pérmico (300-250 M.a.). Na sua maioria mantiveram a sua atividade até à atualidade, pois os maiores acidentes frágeis continuam ainda sismicamente ativos. Estes acidentes foram frequentemente preenchidos por filões de quartzo, aplito, pegmatito, lamprófiro e dolerito, entre outros, os quais não são representados na figura 1. Por outro lado deslocaram blocos rochosos, quer na horizontal quer na vertical, e, ainda basculamentos em sentidos E-W e N-S, proporcionando uma geodinâmica bem vincada. Também contribuiram para reorientar a grande maioria dos traçados das redes hidrográficas principais, os quais seguem as suas zonas tectonizadas.
A sua expressão regional será descrita em seguida no sentido de leste para oeste, a partir de Espanha, referindo-se os principais acidentes frágeis, entre tantos, os quais mais influenciaram esses traçados fluviais. A característica mais comum a estes acidentes frágeis é o seu desligamento esquerdo, às vezes acompanhado de outros comportamentos como movimentos inversos e normais.
2.2.6.2. Falha de Nave de Haver-Alfaiates-Souto-Aranhas (Serra da Malcata) (8)
Esta zona de cisalhamento desenvolveu-se em plena serra da Malcata (Fig. 1), ocorrendo materializada, com frequência, por expressivos filões de quartzo, acompanhando, de perto, o rio Beságueda e a fronteira com Espanha. Posiciona-se entre os cursos superiores dos rios Côa e Beságueda (afluente do rio Erges) e a ribeira de Meimôa (afluente do rio Zêzere). Perde-se, por fim, a sudoeste, bem a sul de Penamacôr, em plenas rochas granitóides ladeando, a oes-noroeste, a serra de Penha Garcia.
2.2.6.3. Falhas de Seixo do Côa-Sabugal-Benquerença (9A) e Malpartida-Cerdeira-Salgueiro-Estela (9B)
Estes acidentes frágeis, paralelos ao anterior, no sentido noroeste, preenchidos, em geral, por filões de quartzo, tectonizam, quer rochas metasedimentares quer rochas granitóides (Fig. 1). Encaixam o rio Côa a juzante de Sabugal até Castelo Bom, e, no seu extremo sudoeste, contribuiram para a génese da bacia sedimentar cenozóica de Sarzedas, onde um dos tramos se comportou como um acidente frágil normal e/ou inverso.
2.2.6.4. Falha de Bruçó-Barragem de Saucelle-Safurdão- -Albardo (10)
Este acidente frágil contribuiu para encaixar o rio Douro internacional entre as barragens de Bemposta e de Saucelle (Fig. 1). A norte da barragem de Saucelle faz o contacto entre os metasedimentos, a oeste, e as rochas granitóides, a leste. Prossegue para sul-sudoeste, em Espanha, sobre metasedimentos, deixando de condicionar o rio Douro. A leste de Escalhão retoma o território nacional, onde atravessa rochas granitóides até à área de Mata de Lobos. A sul cruza os metasedimentos do sinclinório da serra da Marofa. Entre Almeida e Pinhel prossegue sobre rochas granitóides até se extinguir a sul-sudoeste de Albardo.
2.2.6.5. Falha de Fornos-Freixo de Espada-à-Cinta-Poiares- -Escalhão-Figueira de Castelo Rodrigo-Lamegal (11)
Esta zona de cisalhamento ocorre de modo intermitente (Fig. 1). Inicia-se próximo de Fornos, ladeando o extremo leste do sinclinório de Torre de Moncorvo e atravessando a área leste do sinclinório de Poiares. Prossegue um trajeto paralelo ao rio Douro internacional, a montante
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de Barca d’Alva (barragem de Saucelle). Após atravessar território espanhol, a leste de Barca d’Alva, regressa ao território nacional em plenos metasedimentos xisto- -grauváquicos para prosseguir, contiguamente a oeste de Escalhão e de Figueira de Castelo Rodrigo, aqui já em rochas granitóides. A sul-sudoeste da última povoação interceta a estrutura ordovícica da serra da Marofa, rejeitando as suas litologias. A partir da área de Pinhel atravessa apenas rochas granitóides. Por fim, a sul de Lamegal, antes de atingir o caminho de ferro da Beira Alta, deixa de ser observada.
2.2.6.6. Falha de Estevais-Barca d’Alva-Quinta dos Boais- -Penha de Águia-Freixeda-Ramela-Caria (12)
Este importante acidente frágil inicia-se a norte do sinclinório de Torre de Moncorvo (Fig. 1). Ao atravessar esta estrutura sinformal acompanha, desde a sua área central, a ribeira de Mós, a qual interceta o sinclinório de Poiares para desaguar, a sul, no rio Douro, a pouca distância a montante de Barca d’Alva. Junto a esta povoação, ladeando as margens do rio Douro este acidente proporcionou a génese de terraços fluviais. Em seguida, no sentido sul-sudoeste, na Quinta dos Boais, originou um graben, onde a ribeira do Aguiar ou rio Seco foi parcialmente reorientado. Prosseguindo para a povoação de Penha de Águia acaba, a partir daqui, por intercetar a estrutura sinclinorial da serra da Marofa, após atravessar rochas granitóides entre Quinta dos Boais e aquela povoação. O seu desligamento esquerdo na área da Quinta dos Boais parece ter ascendido a cerca de 1 Km. Desde oeste de Pinhel esta zona de cisalhamento apenas tectoniza rochas granitóides até Freixeda e Caria, vindo a perder-se antes de atingir Fundão, onde poderia ladear, a leste, o maciço granítico homónimo.
2.2.6.7. Falha de Barril-Quinta da Canameira/Estação de Almendra-Algodres-Bogalhal-Ribeira de Massueime- -Guarda (13)
Esta zona de cisalhamento prossegue de norte, desde a área de Alfândega da Fé e Carviçais, ao atravessar as estruturas sinclinoriais de Torre de Moncorvo e Poiares, com metasedimentos xisto-grauváquicos, ordovícicos e silúricos, até ao rio Douro (Fig. 1). Aqui reorientou o seu leito e proporcionou a génese de terraços fluviais. Em seguida prosseguiu sobre metasedimentos xisto- -grauváquicos até um pouco a sul de Almendra, a partir da qual passou a afetar rochas graníticas e migmatíticas.
Parte do leito do rio Côa foi reorientado a juzante e na travessia da serra de Marofa, em plenos quartzitos armoricanos, na proximidade de Azêvo. Após o rio Côa e Bogalhal, os metasedimentos, dão lugar, no sentido sul, a uma alternância de granitos, migmatitos e metasedimentos em direção à Guarda, antes da sua materialização deixar de ser observada.
2.2.6.8. Falhas de Souto da Velha-Urros-Castelo Melhor-Ribeira de Massueime-Vila Franca das Naves- -Rio Mondego-Faia-Valhelhas-Covilhã-Rio Zêzere (14A) e Rio Mondego-Trinta-Verdelhos-Paúl-Ourondo-Rio Zêzere (14B)
O primeiro acidente (14 A) originou-se a partir de uma bifurcação do anterior acidente, a norte de Souto da Velha (Fig. 1). Prossegue para sul-sudoeste passando pela estrutura sinclinorial de Torre de Moncorvo. Em seguida ladeia, a oeste e a leste, os extremos dos sinclinórios de Poaires e Castelo Melhor, respetivamente. Também tectonizou os metasedimentos xisto-grauváquicos subjacentes àquelas rochas ordovícicas e silúricas. Entre Santa Comba e Ervedosa tectonizou as rochas granitóides e reorientou a ribeira de Massueime. A sul- -sudoeste de Ervedosa atravessa o sinclinório da serra da Marofa até Sorval, onde desliga o traçado da crista ordovícica, onde se encaixa aquela drenagem. A partir de Sorval o cisalhamento atua sobre rochas granitóides, prosseguindo em direção à Covilhã. Apenas atua sobre metasedimentos xisto-grauváquicos no vale do rio Mondego, entre Faia e Trinta. No vale do rio Mondengo desdobra-se em dois traçados: um, entre Faia, Valhelhas, Covilhã e o rio Zêzere (14 A); o outro, prossegue por Trinta, Verdelhos, Cortes do Meio, Paúl, Ourondo e o rio Zêzere (14 B). Ambos os traçados atravessam metasedimentos e granitóides alternadamente. Segundo estas zonas de cisalhamento a maioria das drenagens foram reorientadas ou encaixadas, tais como as ribeiras de Massueime e Velosa, o rio Mondego, as ribeiras de Famalicão, Beijames e Paúl e do rio Zezêre, a sul-sudoeste de Valhelhas e de Ourondo.
2.2.6.9. Falha de Cerejais-Rio Sabor-Torre de Moncorvo- -Rio Douro-Chãs (15)
Este acidente frágil inicia-se próximo de Alfândega da Fé, em Cerejais (Fig. 1), em plenos metasedimentos da estrutura de Morais. Antes de atravessar o extremo ocidental dos metasedimentos do sinclinório de Torre de
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Moncorvo interceta as rochas granitóides do antiforma de Alijó-Carviçais e encaixa o rio Sabor, antes deste voltar a ser reorientado pela falha da Vilariça-Lousã (16 B) ou Vilariça-Manteigas (16 A), mais a juzante. Prossegue para sul-sudoeste segundo o leito do rio Douro, até à confluência do rio Côa, reorientando-o para NNE. Prossegue até Chãs sobre metasedimentos xisto- -grauváquicos, após o que atravessa rochas granitóides variscas do antiforma de Moimenta da Beira-Marialva- -Escalhão, para se juntar, por fim, à falha da Vilariça na área de Santa Comba-Marialva.
2.2.6.10. Falha de Bragança-Vilariça-Manteigas-São Jorge da Beira-Vidual-Pessegueiro-Figueiró dos Vinhos(16A) e Vilariça-Mêda-Marialva-Fornos de Algodres-Seia-Lousã (16B)
Esta zona de cisalhamento, a mais importante de todos os acidentes frágeis do sistema de orientação NNE-SSW, prossegue de NNE, de Espanha, e passa por Bragança (Fig. 1). Prossegue pelo vale da Horta da Vilariça, que lhe emprestou o nome, onde originou graben entre perto de Vila Flôr e Foz do Sabor. Aqui encaixa a ribeira da Vilariça e o traçado final do rio Sabor. Ao continuar para SSW reorientou o leito do rio Douro que seguia uma orientação E-W até ao Pocinho. Em seguida passa ao lado de Vila Nova de Foz Côa onde retoma o rio do Vale da Vila. Após Muxagata reorientou a ribeira de Piscos e gerou novo graben na área de Longroiva. A sul de Longroiva, em direção a Trancoso, Celorico da Beira e à serra da Estrela, tectonizou rochas granitóides variscas que, entre Mêda, Marialva e Trancoso, contribuiram para originar diversos traçados cisalhantes divergentes. Assim, um deles, a sul-sudoeste de Trancoso, interceta a estrutura sinclinorial da serra da Marofa, rejeitando-a. Passa a noroeste e oeste de Celorico da Beira, onde o leito do rio Mondego é reorientado. Prossegue para Manteigas, atravessando os metasedimentos da serra da Estrela, entre Linhares e aquela povoação, após o que alinhou os cursos superiores do rio Zêzere (vale glaciar) e da ribeira de Unhais da Serra, em plenos granitóides variscos. A seguir prossegue para oes-sudoeste sobre metasedimentos xisto-grauváquicos até Figueiró dos Vinhos, onde confina o maciço granítico homónimo a sul. Este último traçado cisalhante foi anteriormente designado falha da Cebola, entre Unhais da Serra e Figueiró dos Vinhos. O outro traçado, entre outros, que
se originou na área de Vilariça a Marialva-Mêda, em direção a Fornos de Algodres, prossegue sobre rochas granitóides até próximo de Seia, após o que é designada por falha da Lousã. Este acidente, ladeia, a noroeste, as serras da Estrela, Açôr e Lousã, correspondentes à designada cordilheira central portuguesa. Contribuíu, assim, para a preservação dos sedimentos da bacia cenozóica de Arganil-Góis. Esta zona de cisalhamento, a melhor estudada entre todas, especialmente entre Bragança e Marialva, é, na atualidade, sismicamente ativa. Tem exibido, desde o início do Pérmico, há cerca de 300 M.a., comportamentos de desligamento esquerdo, totalizando cerca de 6-8 km, inversos e basculamentos horizontais, nos sentidos E-W e N-S, e verticais (RIBEIRO, 1974; CABRAL, 1985, 1986, 1987, 1989 e 1995; CABRAL et al., 1983/1985; SILVA et al., 1987/1989; SILVA & RIBEIRO, 1990/1991; RIBEIRO et al., 1991a, b).
2.2.6.11. Falha de Vila Flôr-Custóias/Numão-Penedono- -Aguiar da Beira-Penalva do Castelo-Canas de Senhorim (17)
Este acidente frágil, inicia-se na região de Vila Flôr, da qual prossegue para sul-sudoeste para a área de Numão/Custóias, onde apresenta vários traçados (Fig. 1). Teria contribuido para a ascensão dos maciços graníticos de Numão e Freixo de Numão, circunscritos pelos metasedimentos xisto-grauváquicos do vale do rio Douro (SILVA et al., 1987/1989; SILVA & RIBEIRO, 1990/1991). A norte do rio Douro atravessou rochas granitóides variscas, o mesmo acontecendo a sul-sudoeste, antes de atingir Penedono. Nesta área, antecedendo a anterior povoação, atravessa metasedimentos, onde é seguido pelo curso superior do rio Torto e, parcialmente, pela ribeira da Teja. Em seguida prossegue para sul-sudoeste até se perder na área de Carregal do Sal, em direção ao rio Mondego. Contudo, entre Aguiar da Beira e Penalva do Castelo, encaixou a ribeira de Côja, afluente do rio Dão.
2.2.6.12. Falhas de Freixial-Carrazêda de Ansiães-Quinta da Ferradosa (18A) e Linhares-Barragem da Valeira (18B)
Estes dois acidentes frágeis, paralelos e próximos entre si, não exibem grande expressão regional (Fig. 1), confinando-se entre Carrazeda de Anciães e Pombal, a norte, e São João da Pesqueira a sul. Evidenciam-se, no terreno, nos metasedimentos e rochas granitóides
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ladeando o leito do rio Douro, entre a Quinta do Cachão e a estação de Alegria Velha. O primeiro acidente, antecedendo a Barragem da Valeira, reorientou o leito do rio Douro para noroeste, enquanto o segundo acidente atravessando as fundações da barragem, encaixou o mesmo traçado fluvial obrigando-o a seguir uma orientação segundo SSW-NNE (SILVA et al., 1987/1989; SOUSA & SEQUEIRA, 1987/1989; SILVA, 2015b).
2.2.6.13. Falha de Amêdo-Ribalonga-Nagozelo do Douro-Sendim-Ferreira de Aves-Sátão-Rio Dão-Santa Comba Dão (19)
Esta zona de cisalhamento ao atravessar o leito do rio Douro a montante da estação de Foz Tua confina, a oeste, com o maciço granítico ali presente. Este acidente é materializado por expressivos filões de quartzo de espessura decamétrica. Passa a oeste de São João da Pesqueira e prossegue em metasedimentos xisto- -grauváquicos até perto de Sendim. Contribuíu para elevar o bloco oriental em relação ao ocidental, ao mesmo tempo que provocou basculamentos este-oeste dos mesmos a mergulharem no sentido do cisalhamento (SOUSA & SEQUEIRA, 1987/1989; SILVA, 2000). Em seguida, um pouco a sul de Sendim, até sul de Ferreira de Aves, atravessa rochas granitóides variscas, terminando por encaixar o curso superior do rio Vouga e os cursos médio e inferior do rio Dão (Fig. 1).
2.2.6.14. Falha de Avidaços-São Mamede de Ribatua- -Apeadeiro de Castedo-Moimenta da Beira-Vila Nova de Paiva-Cota-Viseu (20)
Este acidente frágil inicia-se sobre metasedimentos, a oeste do maciço de Morais e a oes-sudoeste de Mirandela, prosseguindo sobre o antiforma granitóide de Alijó- -Carviçais, onde acompanha o rio Tua até São Mamede de Ribatua. Após esta povoação, no sentido sul-sudoeste, atravessa os metasedimentos dos grupos do Douro e de Arda-Marofa, onde reorientou o leito do rio Douro, alinhando-o segundo NNE-SSW a NE-SW, ao intercetar as estruturas planares e dobradas variscas (SOUSA & SEQUEIRA, 1987/1989; SILVA, 2015b). Depois de cruzar o rio Távora prossegue para sul-sudoeste sobre rochas granitóides até Vila Nova de Paiva. Em seguida atravessa a zona de cisalhamento do Sulco Carbonífero Dúrico-Beirão, ladeada por metasedimentos e rochas granitóides variscas. Desde a nascente do rio Pavia até Viseu e proximidades de Santa Comba Dão prossegue tectonizando rochas granitóides (Fig. 1).
2.2.6.15. Falha de Alijó-Vilarinho de Cotas-Tabuaço- -Alvite-Coalheira (21)
Esta zona de cisalhamento, desde Alijó a Tabuaço, apenas interceta metasedimentos xisto-grauváquicos (Fig. 1). Nesta área central reorientou o leito do rio Douro do sentido E-W para o sentido NNE-SSW (SOUSA & SEQUEIRA, 1987/1989). Para sul-sudoeste de Tabuaço atravessa rochas granitóides até à região de Cota, a norte de Viseu, onde cruza os metasedimentos da zona de cisalhamento do Sulco Carbonífero Dúrico-Beirão, rejeitando sinistralmente a estrutura sinclinorial local.
2.2.6.16. Falha de Vila Chã-Pinhão-Rio Varosa-Moledo (22)
Este acidente frágil inicia-se em rochas granitóides na área de Vila Chã, após o que prossegue, para além de Pinhão, sobre metasedimentos xisto-grauváquicos (Fig. 1). Nestas litologias contribuíu para encaixar o leito do rio Pinhão, no seu curso inferior, afluente do rio Douro. Encaixou também este último reorientando-o de ESE-WNW para NNE-SSW. Após Santa Leocadia a zona de cisalhamento apenas afeta rochas granitóides variscas, deixando de ser detetada a partir dali. Os rios Varosa e Paiva encontram-se encaixados na sua zona de cisalhamento, entre Tarouca e Moledo.
2.2.6.17. Falha de Sabrosa-Guiães-Folgosa-Armamar- -Tarouca-Joaninho (23)
Este cisalhamento desenvolveu-se entre Sabrosa e sul- -sudoeste de Armamar tectonizando os metasedimentos xisto-grauváquicos com expressivos filões quartzosos (Fig. 1). Na área de Folgosa, contibuiu para reorientar o leito do rio Douro do sentido ESE-WNW para o sentido NNE-SSW, intercetando todas as estruturas dúcteis e semidúcteis variscas de orientação geral E-W a ESE- -WNW (SOUSA & SEQUEIRA, 1987/1989). Na região de Tarouca tectonizou rochas granitóides. A seguir a Joaninho cruza a estrutura do Sulco Carbonífrero Dúrico-Beirão.
2.2.6.18. Falhas de Verin-Chaves-Vila Real-Lamego- -Castro Daire-Carvalhal-Ribafeita (24A) e Vila Real- -Mesão Frio-São Pedro do Sul-Barreiro de Besteiros- -Mortágua-Penacova-Semide (24B)
Esta zona de cisalhamento é o segundo mais importante acidente frágil deste sistema preferencial de orientação (Fig. 1). Inicia-se em Espanha e, em Portugal, na região
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entre Chaves e Vila Pouca de Aguiar, contribuíu para encaixar o rio Tâmega e originou a formação de um graben. Nesse trajeto atravessa rochas vulcanosedimentares, sedimentares e granitóides. Entre Vila Pouca de Aguiar e Vila Real este acidente desdobra-se em dois traçados quase paralelos, no sentido de São Pedro do Sul (14 B) e Ribafeita (14 A). Entre aquelas cidades tectonizou rochas granitóides. De Vila Real a Lamego interceta rochas xisto-grauváquicas ao mesmo tempo que reorientou o leito do rio Douro junto a Pêso da Régua e a Mesão Frio, fazendo-o prosseguir de E-W a ESE-WNW para NNE- -SSW. Entre Mesão Frio, Lamego e Tarouca também rejeita os metasedimentos ordovícicos e o provável prolongamento da falha de Mesão Frio-Amarante- -Felgueiras-Vila Nova de Cerveira (4), de orientação geral SE-NW. De Lamego a Castro Daire até à base da serra do Caramulo atravessa rochas granitóides. Na área de São Pedro do Sul o acidente frágil encaixou os rios Sul, Vouga e Zela. Na área de Castro Daire, ao intercetar o maciço granítico tardi-varisco homónimo, contribuíu, para a rejeição esquerda, com esse maciço e a zona de cisalhamento do Sulco Carbonífero Dúrico-Beirão, num total de cerca de 7,5 km. Desde a base da serra do Caramulo até Miranda do Corvo atravessa rochas metasedimentares ediacariano-câmbricas e ordovícicas e contribuiu para preservar sedimentos cenozóicos em Campo de Besteiros, Barreiro de Besteiros e Mortágua. Na área de Penacova rejeitou a estrutura sinclinorial da serra do Buçaco e alinhou o leito do rio Mondego, reorientando-o no sentido N-S. Entre Mortágua e Semide, no vale do rio Ceira, onde termina o traçado deste cisalhamento, o seu alinhamento aproxima-se do sentido N-S. Trata-se de um grande acidente frágil de desligamento esquerdo total de cerca de 3,4 km e sismicamente ativo na atualidade, de acordo com o que referiu CABRAL (1995).
3. BACIAS HIDROGRÁFICAS
3.1. Rio Douro
O leito do rio Douro quando não influenciado e/ou reorientado pelas zonas de cisalhamento frágeis a semidúcteis prossegue um traçado próximo da orientação E-W a ESE-WNW, de acordo com as estruturas planares dobradas e/ou redobradas variscas. Trata-se, pois, de um traçado fluvial consequente, prosseguindo segundo
os planos axiais ou flancos das dobras ou até segundo os cisalhamentos semidúcteis da fase de deformação D1 varisca (Fig. 1). Contudo, nem sempre assim sucede. Deste modo, de leste para oeste, descrever-se-ão as condições dos traçados f luviais das suas drenagens principais e secundárias, condicionadas ou não pelos principais cisalhamentos.
O traçado internacional do rio Douro, entre Miranda do Douro e a barragem de Saucelle (Freixo de Espada-à- -Cinta), em especial após Vilarinho dos Galegos, a oeste da barragem da Bemposta, prosseguindo por Bruçó, segue a atitude do sistema de cisalhamento NNE-SSW, correspondente à falha de Bruçó-Barragem de Saucelle- -Safurdão-Albardo (10). Desta última barragem até à confluência com a ribeira de Mós, perto de Barca d’Alva, torna-se um rio consequente, com orientação próxima de este-oeste, contornando o sinclinório de Poiares (Fig. 1).
Entre a anterior conf luência e aquela povoação é reorientado pelo traçado da falha de Estevais-Barca d’Alva-Quinta dos Boais-Penha de Águia-Freixeda- -Ramela-Caria (12), segundo NNE-SSW, a qual também orienta a citada ribeira de Mós.
Os rios Águeda e Seco/ribeira de Aguiar, afluentes do rio Douro, seguem a orientação dos cisalhamentos próximo de SE-NW, segundo a falha da Vermiosa-rio Seco/ribeira do Aguiar-rio Douro (6), que, no caso da segunda drenagem, parece condicionar o leito do rio Douro até perto da confluência com o rio Côa.
O curso superior do rio Côa, entre Castelo Bom e Sabugal, está encaixado na falha de Seixo do Côa- -Sabugal-Benquerença (9A).
O leito do rio Douro a seguir a Barca d’Alva, no sentido E-W, torna-se consequente. No entanto, na área entre a Quinta da Canameira e a estação de Almendra, a falha de Barril-Quinta da Canameira/estação de Almendra- -Algodres-Bogalhal-ribeira de Massueima-Guarda (13) reorientou o traçado do rio Douro, no sentido NNE-SSW, até sul da Quinta da Canameira. A partir deste local, até à saída da estação de Almendra, retomou um rumo SSE-NNW, parecendo condicionado pelo sistema de cisalhamento SE-NW. Após este local o traçado do leito do rio Douro prossegue como um rio consequente, embora com algumas oscilações, nos sentidos NE-SW, ESE-WNW e SE-NW, até à confluência com o rio Côa, consequência da falha de Souto da Velha-Urros-Castelo Melhor (14A), a seguir referida.
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Este importante af luente da margem esquerda, ao atravesar a serra da Marofa, profundamente encaixado, entre Azêvo e Bogalhal, também coincide com aquela última zona de cisalhamento. Por sua vez, a ribeira de Massueime, afluente do rio Côa, a sul-sudoeste de Castelo Melhor, encaixou-se, igualmente, na falha de Souto da Velha-Urros-Castelo Melhor-ribeira de Massueime-Vila Franca das Naves-rio Mondego-Faia-Valhelhas-Covilhã- -rio Zêzere e/ou rio Mondego-Trinta-Verdelhos-Paúl- -Ourondo-rio Zêzere (14 A e 14 B), proporcionando-lhe uma orientação NNE-SSW.
Após a confluência do rio Côa com o rio Douro, este foi reorientado de ESE-WNW a SE-NW para um rumo segundo SSW-NNE, paralelo à zona de cisalhamento da Vilariça, consequência da ação da falha de Cerejais- -rio Sabor-Torre de Moncorvo-rio Douro-Chãs (15), bem como do movimento de desligamento esquerdo do primeiro cisalhamento que arrastou, para NNE, o bloco oriental. A sul de Sequeiros ou leste de Pocinho o traçado do rio Douro retomou uma orientação E-W até Pocinho, tornando-se um rio consequente.
Desde o Pocinho até à Foz do Sabor o leito do rio Douro está encaixado nas falhas da Vilariça-Lousã ou Vilariça- -Manteigas (16 A e 16 B), seguindo o rumo SSW-NNE. Ao mesmo tempo este acidente encaixou, a norte, o curso terminal do rio Sabor e a ribeira da Vilariça, bem como o rio do Vale da Vila e a ribeira de Piscos, a sul. Esta última originou-se na região entre Longroiva, Mêda e Marialva. A leste e nordeste da Horta da Vilariça o leito do rio Sabor encaixou-se sucessivamente segundo as falhas de Barril-Quinta da Canameira/Estação de Almendra- -Algodres-Bogalhal (13), Souto da Velha-Urros-Castelo Melhor-ribeira de Massueime-Vila Franca das Naves- -rio Mondego-Faia-Valhelhas-Covilhã-rio Zêzere ou rio Mondego-Trinta-Verdelhos-Paúl- rio Zêzere (14 A e 14 B) e Cerejais-rio Sabor-Torre de Moncorvo-rio Douro- -Chãs (15).
Após a Foz do Sabor o traçado do rio Douro prossegue no sentido NNE-SSW até à Quinta das Fontainhas, a oes- -sudoeste de Pocinho, atravessando rochas granitóides, a oeste da Quinta de Vale Meão, e intercetando as estruturas dobradas e redobradas variscas nos metasedimentos xisto-grauváquicos. Em seguida o leito do rio Douro segue para oeste segundo um comportamento consequente E-W, embora com algumas oscilações na orientação provocadas por alguns acidentes frágeis NNE-SSW menores, até ao maciço granítico de Numão.
Nesta região, entre Freixo de Numão e Custóias, o leito do rio Douro é intercetado pelos vários traçados da falha de Vila Flôr-Numão/Custóias-Penedono-Aguiar da Beira-Penalva do Castelo-Canas de Senhorim (17). Estes cisalhamentos contribuiram para a ascensão dos maciços graníticos tardi e pós-tectónicos variscos de Numão e Freixo de Numão e proporcionaram pequenas oscilações na orientação do leito do rio Douro, ora de ENE para WSW ora de ESE para WNW, ou mesmo de SE para NW, até próximo da Quinta da Ferradosa. Os traçados cisalhantes do anterior acidente teriam também contribuído para reorientar os leitos dos cursos inferior e superior da ribeira da Teja e do rio Torto, respetivamente, enquanto o curso superior da ribeira da Teja seguiu a orientação parcial do cisalhamento 16-B (Vilariça-Lousã). O rio Torto, desde a região sul de São João da Pesqueira até à sua confluência com o rio Douro, a sul-sudoeste de Pinhão, prossegue uma orientação ESE-WNW, como rio consequente, por vezes reorientado por acidentes semidúcteis, do tipo do de Custóias-Abaças (5), bem como por acidentes de orientação segundo NNE-SSW.
Na área do Cachão e da barragem da Valeira o leito do rio Douro foi, de novo, reorientado, em consequência das falhas de Freixial-Carrazêda de Ansiães-Quinta da Ferradosa (18 A) e de Linhares-Barragem da Valeira (18 B). O primeiro acidente provocou uma rotação de E-W para SE-NW, seguida de uma retomada de sentido E-W, em pleno granito, até àquela barragem. A partir desta o traçado fluvial foi alinhado, seguindo uma orientação SSW-NNE, de acordo com a orientação da falha da Barragem da Valeira (18 B), até um pouco a sul da estação de Alegria Velha. Em seguida o leito do rio Douro prossegue no sentido SE-NW, acompanhando acidentes frágeis prováveis, de orientação SE-NW, até ao centro do maciço granítico confinado, a oeste, pela falha de Amêdo-Ribalonga-Nagozelo do Douro-Sendim- -Ferreira de Aves-Sátão-rio Dão-Santa Comba Dão (19). Depois deste acidente o rio Douro torna-se consequente, com uma orientação ESE-WNW, até à Quinta dos Malvedos, a oeste da confluência do rio Tua (Foz Tua). O curso inferior da ribeira de Ribalonga foi encaixado por aquele acidente frágil, que não afetou o leito do rio Douro, mas reorientou o curso médio dos rios Torto e Távora. O mesmo acidente, acima referido, provocou efeitos na movimentação dos blocos que o confinam. O bloco ocidental foi abatido em relação ao oriental, enquanto o basculamento dos mesmos mergulha no
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sentido do traçado do acidente. Grande parte do curso inferior do rio Tua foi parcialmente reorientado pelo cisalhamento referido a seguir.
Após a área ocidental da Quinta dos Malvedos o traçado fluvial do rio Douro foi alinhado com a falha de Avidaços-S. Mamede de Ribatua-Apeadeiro de Castedo- -Moimenta da Beira-Vila Nova de Paiva-Cota-Viseu (20) que o reorientou no sentido NNE-SSW a NE-SW, ao intercetar transversalmente as estruturas planares, dobradas e redobradas variscas dos metasedimentos ali presentes. Em seguida, no sentido juzante, até à falha de Alijó-Vilarinho de Cotas-Tabuaço-Alvite-Coalheira (21), o leito do rio Douro prossegue uma orientação ENE- -WSW, ainda, parcialmente, discordante em relação às estruturas variscas. Ao aproximar-se do anterior acidente o traçado do leito do rio Douro sofreu nova reorientação, proporcionando-lhe um traçado segundo NNE-SSW até à Quinta de Vendozelo. Desta área até Pinhão, onde ocorre a confluência do rio Pinhão, o sentido da drenagem principal segue a orientação geral segundo ESE-WNW, concordante com as estruturas variscas, inclusivé com os cisalhamentos sinxistosos originados na fase de deformação D1 varisca. Entre as confluências dos rios Pinhão e Távora o traçado do leito do rio Douro segue nova orientação segundo NNE-SSW a NE-SW, consequência da respetiva tectonização da falha de Vila Chã-Pinhão-rio Varosa-Moledo (22), intercetando as estruturas variscas. Este cisalhamento também encaixou o curso inferior do rio Pinhão e o curso superior do rio Varosa. A norte de Moledo o rio Paiva encaixou-se no mesmo acidente, ao seguir do sentido E-W para SSW- -NNE.
O leito do curso superior do rio Távora, desde oeste de Trancoso até próximo de Sernancelhe, prossegue uma orientação SE-NW relacionada com provável zona de cisalhamento com a mesma orientação. Entre Sernancelhe e até oeste de Paredes da Beira, no seu curso médio, segue condicionado por cisalhamentos segundo N-S e NNE-SSW, este último correspondente ao cisalhamento (19) (Fig. 1). Após Paredes da Beira, até à confluência com o rio Douro, a juzante de Tabuaço e a SSW de Pinhão, prossegue, no seu curso inferior, segundo cisalhamento provável de sentido SE-NW, que, nalguns traçados, se confunde com os cisalhamentos sinxistosos de sentido E-W a ESE-WNW.
Desde a confluência do rio Távora com o rio Douro, este segue uma orientação geral E-W, até à Quinta da Penha,
parcialmente concordante com as estruturas variscas. Entre esta última área e Folgosa o rio Douro encaixou- -se na zona de cisalhamento de Sabrosa-Guiães-Folgosa- -Armamar-Tarouca-Joaninho (23), que o reorientou no sentido NNE-SSW a NE-SW, intercetando, de novo, as estruturas variscas. Após o anterior acidente frágil, a juzante de Folgosa, até um pouco a juzante de Pêso da Régua, o leito do rio Douro prossegue uma orientação de sentido ESE-WNW, consequente com as estruturas variscas.
Entre Folgosa, Pêso da Régua e Mesão Frio o traçado do rio Douro prossegue ainda mais encaixado do que habitualmente, em virtude de se situar entre os elevados relevos das serras do Marão e Alvão, a norte, e de Leonil e Montemuro, a sul. Ao prosseguir para ocidente, para fora da área da figura 1, depois de atravessar metasedimentos xisto-grauváquicos, a sul-sudoeste de Mesão Frio, em direção a Resende, retoma o seu percurso sobre rochas granitóides variscas.
Contiguamente a Pêso da Régua e Mesão Frio o leito do rio Douro encaixou-se nos dois traçados dos cisalhamentos das falhas 24 A e 24 B, também de desligamentos esquerdos (Fig. 1), reorientando-o para o sentido NNE-SSW. Entre os dois traçados frágeis o rio comporta-se como consequente em relação às estruturas variscas. Esta zona de cisalhamento também alinhou o curso superior do rio Tâmega e condicionou a maior parte do traçado do rio Corgo, bem como do rio Paiva, na área de Castro Daire. Entre Mesão Frio e es-nordeste de Resende o leito do rio Douro, em plenas rochas granitóides variscas, reorientou-se de NNE-SSW para ENE-WSW, prosseguindo, assim, até à zona de cisalhamento do Sulco Carbonífero Dúrico- -Beirão, na área de Pedorido-Lomba, onde voltou a ser encaixado, segundo SE-NW, e, em seguida NNE-SSW, conforme acidentes frágeis de sentidos SE-NW e NNE- -SSW, respetivamente, intercetando o limite ocidental do antiforma de Valongo.
Todo o leito do rio Paiva, desde Vila Nova de Paiva a Castro Daire, serra da Arada (serra de São Macário) e Castelo de Paiva, acompanha de perto a zona de cisalhamento do Sulco Carbonífero Dúrico-Beirão (3), de orientação geral segundo ESE-WNW a SE-NW, embora, com frequência, tenha sofrido reorientações, consequência dos vários acidentes frágeis do sistema de orientação NNE-SSW a NE-SW.
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3.2. Rio Vouga
Esta bacia hidrográfica representa pequena área de expressão. A origem do seu traçado fluvial ocorre na região da serra de Leomil, a noroeste de Aguiar da Beira (Fig. 1). Daí orienta-se para sul, até perto de Decermilo, ao encaixar-se na falha de Amêdo-Ribalonga-Nagozelo do Douro-Sendim-Ferreira de Aves-Sátão-rio Dão- -Santa Comba Dão (19). Desde a região de Decermilo o traçado do rio Vouga prossegue para oeste, com sentido E-W, atravessando alternadamente rochas granitóides e metasedimentares. Ao cruzar a zona de cisalhamento do Sulco Carbonífero Dúrico-Beirão, entre Queiriga e Sátão, apenas sofreu pequena perturbação no sentido NNE-SSW, imediatamente retomando a anterior direção. Somente na área de São Pedro do Sul a Vouzela o seu traçado fluvial sofreu a ação do cisalhamento 24 B. Assim, este acidente encaixou os seus afluentes Sul e Zela, bem como o próprio rio Vouga, entre a confluência daqueles, reorientando-os segundo NNE-SSW. A partir da proximidade de Vouzela prossegue para oeste com o mesmo traçado próximo de E-W.
3.3. Rio Mondego
O traçado fluvial principal do rio Mondego inicia-se na serra da Estrela, a oeste de Penhas Douradas, de onde prossegue segundo o sentido SW-NE até Trinta (Fig. 1). A nordeste de Manteigas e/ou norte de Sameiro o seu curso foi intercetado pela falha da Vilariça-Manteigas (16 A) que o encaixou durante pouca distância. Mais a nordeste, ao iniciar a sua forte descida da serra da Estrela, entre Videmonte e Trinta, foi reorientado para NNE ao seguir a falha de Souto da Velha-Urros-Castelo Melhor-ribeira de Massueime-Vila Franca das Naves-rio Mondego-Faia-Valhelhas-Covilhã-rio Zêzere (14 A), bem como do seu tramo cisalhante rio Mondego-Trinta- -Verdelhos-Paúl-Ourondo-rio Zêzere (14 B), o qual se inicia em Aldeia Viçosa, a norte de Trinta. Após estes acidentes frágeis anteriores o leito do rio Mondego prossegue para ocidente, contornando Celorico da Beira e a própria serra da Estrela. A oes-noroeste desta cidade volta a ser reorientado, embora por pouca distância, pelo traçado da falha da Vilariça-Manteigas (16 A), que o reorienta no sentido NE-SW.
O traçado mais ocidental do anterior acidente, designado por falha da Vilariça-Lousã sensu lato (16 B), inicia a sua
origem a partir daquele na área entre Horta da Vilariça, Marialva, Mêda e Longroiva. Este último acidente apenas interceta o rio Mondego, com dois tramos cisalhantes, a oeste e leste de Fornos de Algodres, sem sofrer grande perturbação. De modo geral, o curso do rio Mondego prossegue, desde próximo de Celorico da Beira até sul de Santa Comba Dão, com uma orientação NE-SW, condicionada por acidentes frágeis de sentido NNE- -SSW e NE-SW. A sul de Mangualde e Nelas o leito do rio foi mais reorientado para NNE-SSW, consequência da tectónica frágil, em que se encaixou.
O rio Dão, seu principal afluente, na área contígua a Penalva do Castelo, parece ter sido reorientado pelo traçado final da falha de Juzbado (Salamanca)-Penalva do Castelo (Viseu) (1), com orientação próxima de ENE- -WSW. A ribeira de Côja que conflui com o rio Dão, a sudoeste de Penalva do Castelo, encaixou-se na falha de Vila Flôr-Custóias/Numão-Penedono-Aguiar da Beira- -Penalva do Castelo-Canas de Senhorim (17), a qual lhe proporcionou uma orientação segundo NNE-SSW. Em seguida, a oeste de Mangualde, o rio Dão prossegue o prolongamento da zona de cisalhamento de Amêdo- -Ribalonga-Nagozelo do Douro-Sendim-Ferreira de Aves- -Sátão-rio Dão-Santa Comba Dão (19) até à confluência do rio Criz com o rio Dão. O rio Alva, afluente da margem esquerda do rio Mondego e com origem na serra da Estrela, seguiu a falha da Vilariça-Lousã (16 B), entre Vila Cova à Coelheira (sul de Seia) e Vila Cova de Alva, após a confluência com o rio Alvôco.
3.4. Rio Zêzere
A bacia hidrográfica do rio Zêzere, apenas representada parcialmente na figura 1, é a mais importante de todos os afluentes do rio Tejo. A sua origem ocorre na serra da Estrela, a sul-sudoeste de Manteigas. O seu curso, pouco depois da sua nascente, prossegue para NNE, segundo um vale glaciar até Manteigas, ao encaixar-se na falha de Vilariça-Manteigas (16 A). Este acidente também encaixou o rio Unhais da Serra, que prossegue para SSW, para confluir com o rio Paúl, que, em Ourondo, conflui com o rio Zêzere.
A partir de Manteigas o traçado fluvial do rio Zêzere prossegue uma orientação próxima de WSW-ENE a WNW-ESE ou SSW-NNE, até próximo de Belmonte, frequentemente afetado por cisalhamentos segundo NNE-SSW. Destes cita-se um dos tramos da falha
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de Souto da Velha-Urros-Castelo Melhor-ribeira de Massueime-Vila Franca das Naves-rio Mondego- -Trinta-Verdelhos-Paúl-Ourondo-rio Zêzere (14 B), que reorientou o rio Zêzere de NW para SE e encaixou os seus afluentes da ribeira de Beijames, o rio Paúl e, novamente, o rio Zêzere a partir de Ourondo, onde conflui o rio Paúl. O outro traçado deste acidente frágil que se inicia a sul de Aldeia Viçosa, que encaixou o rio Mondego, prossegue por Faia, Valhelhas, Covilhã e rio Zêzere (14 A). Este segundo tramo cisalhante alinhou a ribeira de Famalicão e o rio Zêzere, reorientando aquele de NNE para SSW e o último de SW a SSW para NE a NNE.
A sudoeste de Valhelhas o leito do rio Zêzere segue uma orientação de WNW para ESE até Vale Formoso a Belmonte, onde é reorientado de NNE para SSW até Alcaria, entre Fundão e Covilhã. Aqui recebe a ribeira de Meimôa. Essa reorientação foi consequência da tectónica frágil de direção NNE-SSW, com cisalhamentos paralelos aos dois anteriores acidentes frágeis, a oeste, e a falha de Estevais-Barca d’Alva-Quinta dos Boais-Penha de Águia- -Freixeda-Ramela-Caria (12), a leste. Por fim, a citada ribeira da Meimôa, que prossegue de leste para oeste, a partir da serra da Malcata, tem alguns dos seus traçados fluviais orientados segundo NNE-SSW, NE-SW e SE- -NW. As duas primeiras orientações correspondem aos traçados terminais das falhas de Seixo do Côa-Sabugal- -Benquerança (9 A) e Malpartida-Cerdeira-Salgueiro- -Estela (9 B). Esta zona de cisalhamento prossegue para sudoeste, ladeando o maciço granítico do Fundão, a sudeste.
4. AGRADECIMENTOS
Ao geólogo Daniel Oliveira o autor agradece a sua contribuição na elaboração, em inglês, do título, palavras-chave e resumo deste trabalho
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Atividade Mineira
• Contratos de ProsPeção e Pesquisa
• CaduCidades de Contratos de ProsPeção e Pesquisa
• Contratos de ConCessão de exPloração
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Boletim de Minas, 51 (2) - 2016
Águas Minerais e de Nascente
• revisão do Plano de exPloração
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Boletim de Minas, 51 (2) - 2016
Pedreiras
• novas liCenças de exPloração
• transmissão da liCença de exPloração
• Cessação da liCença de exPloração
• nomeação de resPonsáveis téCniCos
• resPonsáveis téCniCos insCritos na direção Geral de enerGia e GeoloGia
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Boletim de Minas, 51 (2) - 2016
Elementos Estatísticos daIndústria Extrativa Nacional de 2013 a 2016
NOTA PRÉVIA
Nos quadros e gráficos que se seguem divulgamos as estatísticas da produção (em volume e valor) da indústria extrativa, em Portugal continental, referentes aos dados das pedreiras, das minas e das águas, relativos ao período de 2013 a 2016, elaborados a partir do Inquérito Estatístico Anual às empresas (Inquérito Único de Pedreira, Inquérito Único de Minas e Boletim Estatístico de Águas). Esta caraterização da produção utiliza metodologias e listas de produtos harmonizados no âmbito da União Europeia.
Todos os dados de produção apresentados têm como fonte a Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG) – Direção de Serviços de Estratégia e Fomento dos Recursos Geológicos e Direção de Serviços de Recursos Hidrogeológicos e Geotérmicos. Os dados de minas e
pedreiras, referentes ao ano de 2016, correspondem a dados provisórios (versão de 13 de outubro de 2017).
Fazendo uma análise global ao setor da indústria extrativa em Portugal, para o ano de 2016, temos um valor de produção de 908 milhões de euros e, em termos de emprego, existem 10.295 trabalhadores envolvidos nesta indústria.
Podemos verificar, pela análise destes dados, que em 2016 se mantém a tendência de descida. Assim, temos um valor da produção da indústria extrativa nacional, para o ano em análise, de 700 milhões de euros para os minérios/minerais e 207 milhões de euros para as águas. Neste universo, os setores preponderantes são os minérios metálicos, que representam 40% e os minerais para a construção que representam 32%.
76
Boletim de Minas, 51 (2) - 2016
EVOLUçãO DO VALOR DA PRODUçãO
Fonte: DGEG - Estatística de Recursos Geológicos da DSEF-RG e da DSRHGDados definitivos em 2013 e 2014; Dados corrigidos em 2015Dados provisórios em 2016Dados de Portugal Continental
1. QUADROS SÍNTESE DE 2016
SuBSETORESEmprego
Direto
Produção Exportação (2) Peso dos Subsetores no Total
Ind. Extrativa (valor)unidade Quantidade Valor (103 6) Quantidade Valor (103 6)
Minerais Industriais 735 Ton 4 432 419 46 704 1 065 071 53 048 5,1%
Minerais para Construção 5 006 Ton 41 728 533 291 121 2 083 233 382 348 32,1%
Minérios Metálicos 2 475 Ton 479 005 362 491 516 903 421 922 39,9%
Águas Minerais e de Nascente (1) 2 079 103 litros 1 385 610 207 348 46 743 10 138 22,8%
TOTAL 10 295 907 663 867 456 100%
Fonte: DGEG - Estatística de Recursos Geológicos da DSEF-RG e da DSRHG.(1) Valor obtido com base nas vendas nacionais de água engarrafada e no termalismo.(2) Fonte: INE-Comércio Internacional de Bens.Valores provisórios em 2016.
EVOLUçãO DA PRODUçãO POR SUBSETORES
SuBSETORES uNIDADE
2013 2014 2015 2016 Variação (%) 2016/2015
QuantidadeValor
(103 euros)Quantidade
Valor(103 euros)
QuantidadeValor
(103 euros)Quantidade
Valor(103 euros)
Volume Valor
Minérios Metálicos (103 ton.) 439 435 987 474 411 694 502 407 034 479 362 491 -4,5 -10,9
Minerais de Construção (103 ton.) 49 682 330 472 41 648 317 915 44 102 314 108 41 729 291 121 -5,4 -7,3
Minerais Industriais (103 ton.) 4 941 45 891 5 068 46 309 4 558 45 361 4 432 46 704 -2,7 3,0
Sub - Total (103 ton.) 55 062 812 349 47 190 775 918 49 161 766 503 46 640 700 315 -5,1 -8,6
Águas Minerais e de Nascente (103 litros) 1 111 084 159 886* 1 129 464 159 739* 1 216 847 166 290* 1 385 610 194 124* 13,9 16,7
TOTAL 972 235 935 656 928 335 897 706 -0,8
Fonte: DGEG - Estatística de Recursos Geológicos da DSEF-RG e da DSRHG.Dados definitivos em 2013 e 2014; Dados corrigidos em 2015; Dados provisórios em 2016.* Estes valores não incluem o termalismo.Dados de Portugal Continental.
77
Boletim de Minas, 51 (2) - 2016
2. PRODUçãO POR SUBSETORES
O setor dos minérios metálicos, com cerca de 422 milhões de euros, representa a maior fatia deste universo. Sendo o cobre a principal substância, contribuindo com 268
milhões de euros. Em relação ao período homólogo, este setor teve uma descida, em termos de valor, de 10%.
PRODUçãO DE MINÉRIOS METÁLICOS
SuBSETOR / SuBSTâNCIA2013 2014 2015 2016 Variação 16/15 (%)
(tonelada) (103 euros) (tonelada) (103 euros) (tonelada) (103 euros) (tonelada) (103 euros) Volume Valor
MIN. METÁLICOS N/ FERROSOS
Minério de cobre 326 276 370 934 315 984 323 544 341 739 324 614 312 186 268 342 -8,6 -17,3
Minério de estanho 114 1 246 103 1 238 58 540 75 873 29,9 61,6
Minério de tungsténio 1 174 19 574 1 131 19 990 799 11 802 926 10 666 15,9 -9,6
Minério de zinco 107 040 42 821 146 838 63 354 149 399 63 739 152 537 77 990 2,1 22,4
Minério de chumbo 4 011 1 404 9 856 3 455 9 589 3 000 13 268 4 536 38,4 51,2
Outros (mistos) 15 8 14 111 12 72 14 84 16,7 16,8
TOTAL 438 630 435 987 473 926 411 694 501 596 403 767 479 005 362 491 -4,5 -10,2
Fonte: DGEG - Estatística de Recursos Geológicos da DSEF-RG.Dados definitivos em 2013 e 2014; Dados corrigidos em 2015; Dados provisórios em 2016.Dados de Portugal Continental.
PRODUçãO DE MINERAIS INDUSTRIAIS
SuBSETOR / SuBSTâNCIA2013 2014 2015 2016 Variação 16/15 (%)
(tonelada) (103 euros) (tonelada) (103 euros) (tonelada) (103 euros) (tonelada) (103 euros) Volume Valor
ARGILA E CAULINO 1 306 624 14 279 2 067 321 15 957 1 770 223 16 363 2 144 582 16 701 21,1 2,1
Argila comum 840 967 3 857 1 505 353 3 889 1 298 813 5 218 1 670 492 6 121 28,6 17,3
Argila especial 217 650 2 595 292 895 3 654 219 829 2 785 194 546 2 173 -11,5 -22,0
Caulino 248 008 7 828 269 073 8 414 251 582 8 360 279 544 8 407 11,1 0,6
SAL-GEMA 473 095 4 639 69 702 2 432 30 008 1 623 6 092 132 -79,7 -91,8
Sal-gema 473 095 4 639 69 702 2 432 30 008 1 623 6 092 132 -79,7 -91,8
OUTROS MINERAIS INDUSTRIAIS 3 161 668 26 972 2 930 839 27 920 2 757 294 27 375 2 281 745 29 870 -17 ,2 9,1
Areia especial 1 158 757 16 839 1 404 101 19 253 1 177 144 18 694 878 519 19 459 -25,4 4,1
Areias feldspáticas 66 108 793 65 575 787 84 833 870 117 891 1 415 39,0 62,6
Calcite p/ind. transformadora - - 76 760 352 115 085 494 116 402 501 1,1 1,4
Feldspato 70 057 1 163 70 865 1 244 93 789 1 557 132 105 2 330 40,9 49,7
Outro calcário p/ind. transformadora 1 822 776 6 943 1 261 706 4 792 1 249 877 4 672 980 419 4 610 -21,6 -1,3
Pegmatito 3 500 38 3 800 36 3 735 35 15 000 150 301,6 328,8
Pegmatito c/ lítio 19 940 310 17 459 278 17 120 255 25 758 596 50,5 133,4
Quartzo 3 734 82 7 360 101 650 0 1 000 10 53,8 1,848,7
Saibro p/ind. transformadora 5 447 124 8 272 188 3 858 86 2 951 64 -23,5 -25,2
Talco 11 348 681 14 942 891 11 204 713 11 699 738 4,4 3,5
TOTAL 4 941 387 45 891 5 067 862 46 309 4 557 525 45 361 4 432 419 46 704 -2,7 3,0
Fonte: DGEG - Estatística de Recursos Geológicos da DSEF-RG.Dados definitivos em 2013 e 2014; Dados corrigidos em 2015; Dados provisórios em 2016.Dados de Portugal Continental.
78
Boletim de Minas, 51 (2) - 2016
PRODUçãO DE MINERAIS DE CONSTRUçãO
SuBSETOR / SuBSTâNCIA2013 2014 2015 2016 Variação 16/15 (%)
(tonelada) (103 euros) (tonelada) (103 euros) (tonelada) (103 euros) (tonelada) (103 euros) Volume Valor
ROCHAS ORNAMENTAIS 2 918 199 165 831 2 856 542 166 665 2 885 884 166 762 2 687 800 150 619 -6,9 -9,7
Mármore e calcários 999 177 101 733 821 774 92 328 833 615 91 291 733 836 79 789 -12,0 -12,6
Granito ornamental e r.similares 990 264 33 138 1 159 925 40 135 1 196 325 38 566 1 113 589 35 113 -6,9 -9,0
Pedra para calcetamento 834 955 20 450 725 591 18 104 644 588 19 071 687 061 21 419 6,6 12,3
Pedra rústica 64 454 2 660 109 123 6 191 162 962 9 572 99 790 4 785 -38,8 -50,0
Ardósia e xisto ornamental 29 349 7 850 40 130 9 907 48 393 8 263 53 523 9 512 10,6 15,1
AGREGADOS 29 328 416 133 609 32 507 198 123 709 31 956 337 127 732 31 466 458 125 458 -1,5 -1,8
Areias e saibros 5 958 921 21 490 5 974 553 22 724 6 616 389 24 009 5 662 572 20 452 -14,4 -14,8
Pedra britada calcária 9 847 829 32 515 9 665 830 30 548 11 063 084 32 561 11 360 730 31 026 2,7 -4,7
Pedra britada siliciosa 13 521 666 79 604 16 866 814 70 437 14 276 865 71 162 14 443 156 73 980 1,2 4,0
MINERAIS PARA CIMENTO E CAL 9 401 222 18 475 9 997 073 21 044 9 259 296 19 614 7 574 276 15 045 -18,2 -23,3
Minerais para cimento 8 778 854 15 970 9 488 129 18 748 8 708 130 17 446 7 161 699 13 489 -17,8 -22,7
Minerais para cal 622 367 2 505 508 944 2 295 551 166 2 168 412 577 1 555 -25,1 -28,3
TOTAL 41 647 837 317 915 45 360 813 311 417 44 101 517 314 108 41 728 533 291 121 -5,4 -7,3
Fonte: DGEG - Estatística de Recursos Geológicos da DSEF-RG.Dados definitivos em 2013 e 2014; Dados corrigidos em 2015; Dados provisórios em 2016.Dados de Portugal Continental.
PRODUçãO DE ÁGUAS MINERAIS E DE NASCENTE
Tipologia2013 2014 2015 2016 Variação
16/15 (%)(103 litros) (103 euros) (103 litros) (103 euros) (103 litros) (103 euros) (103 litros) (103 euros)
Águas de Nascente 610 832 68 055 592 598 67 363 619 602 67 600 693 769 72 296 6,9
Águas Minerais 500 252 104 638 536 866 104 008 597 245 111 949 691 841 135 052 20,6
Engarrafamento 500 252 91 831 536 866 92 376 597 245 98 690 691 841 121 828 23,4
Termalismo - 12 807 - 11 632 - 13 259 - 13 224 -0,3
TOTAL 1 111 084 172 693 1 129 464 171 371 1 216 847 179 549 1 385 610 207 348 15,5
Fonte: DGEG - Estatística de Recursos Geológicos da DSRHG.Valor obtido com base nas vendas nacionais de água engarrafada e no termalismo.Dados definitivos em 2013 e 2014; Dados corrigidos em 2015; Dados provisórios em 2016.
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Boletim de Minas, 51 (2) - 2016
3. ESTABELECIMENTOS COM ATIVIDADE PRODUTIVA
No que se refere ao número de estabelecimentos com registo de atividade produtiva, continua a verificar-se a tendência de decréscimo. Devendo-se esta tendência
para o ano em análise, principalmente, ao encerramento de pedreiras, relacionadas com o setor dos minerais para a construção.
ESTABELECIMENTOS EM ATIVIDADE
SuBSETORES 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
MINéRIOS METÁLICOS 5 5 5 5 5 5 5 5
Min. Metálicos n/Ferrosos 5 5 5 5 5 5 5 5
MINERAIS PARA CONSTRuÇÃO 823 827 687 666 623 644 642 623
Agregados 322 326 282 276 261 273 266 260
Areias e Saibros 80 82 65 66 64 67 67 61
Pedra britada calcária 83 77 74 68 61 66 64 65
Pedra britada siliciosa 159 167 143 142 136 140 135 134
Minerais para Cimento e Cal 19 18 17 18 17 16 17 17
Minerais para cal 5 4 3 4 4 2 3 2
Minerais para Cimento 14 14 14 14 13 14 14 15
Rochas Ornamentais 482 483 388 372 345 355 359 346
Ardósia 7 10 11 11 12 14 14 13
Granito ornamental e r. similares 113 124 109 108 105 108 106 111
Mármores e Calcários 167 161 144 133 123 137 137 129
Pedra para calcetamento 166 162 101 99 86 77 81 74
Pedra rústica 29 26 23 21 19 19 21 19
MINERAIS INDuSTRIAIS 153 154 148 147 130 121 117 123
Argila e Caulino 94 97 91 86 79 77 74 81
Outros minerais industriais 56 54 54 58 48 41 41 41
Sal-gema 3 3 3 3 3 3 2 1
ÁGuAS 68 66 70 64 71 69 68 74
Termalismo 38 38 37 36 38 40 40 41
Engarrafamento 30 28 33 28 33 29 28 33
Total Geral 1 049 1 052 910 882 829 839 832 825
Fonte: DGEG - Estatística de Recursos Geológicos da DSEF-RG e DSRHG.Dados definitivos em 2013 e 2014; Dados corrigidos em 2015; Dados provisórios em 2016.Dados de Portugal Continental.
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Boletim de Minas, 51 (2) - 2016
4. PESSOAL AO SERVIçO
Relativamente ao número de trabalhadores ao serviço, a tendência decrescente também continua em 2016, sendo o setor dos minérios metálicos o que regista a queda mais significativa neste número.
NÚMERO DE PESSOAL AO SERVIçO
SuBSETORES 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
MINéRIOS METÁLICOS 1 349 2 587 2 866 3 070 2 891 2 870 2 772 2 475
Min. Metálicos n/Ferrosos 1 349 2 587 2 866 3 070 2 891 2 870 2 772 2 475
MINERAIS PARA CONSTRuÇÃO 6 297 6 693 6 532 5 563 5 091 5 177 5 107 5 006
Agregados 3 591 3 463 3 268 2 681 2 426 2 407 2 396 2 337
Areias e Saibros 384 413 433 371 344 347 329 335
Pedra britada calcária 1 269 1 149 1 035 749 666 641 617 596
Pedra britada siliciosa 1 938 1 901 1 800 1 561 1 416 1 419 1 450 1 406
Minerais para Cimento e Cal 118 270 153 134 129 117 110 76
Minerais para cal 19 17 18 17 28 16 12 12
Minerais para Cimento 99 253 135 117 101 101 98 64
Rochas Ornamentais 2 588 2 960 3 111 2 748 2 536 2 653 2 601 2 593
Ardósia 131 142 176 191 170 191 175 184
Granito ornamental e r. similares 596 733 833 778 771 821 792 771
Mármores e Calcários 1 013 1 173 1 191 1 024 972 1 047 1 007 1 033
Pedra para calcetamento 690 758 747 626 540 492 516 504
Pedra rústica 158 154 164 129 83 102 111 101
MINERAIS INDuSTRIAIS 677 742 764 781 735 738 722 735
Argila e Caulino 418 438 449 432 413 429 432 453
Outros minerais industriais 207 253 261 298 278 268 261 257
Sal-gema 52 51 54 51 44 41 29 25
ÁGuAS 2 731 2 171 2 185 1 987 1 963 1 961 1 990 2 079
Termalismo 1 393 962 910 871 879 817 862 937
Engarrafamento 1 338 1 209 1 275 1 116 1 084 1 144 1 128 1 142
Total Geral 11 054 12 193 12 347 11 401 10 680 10 746 10 591 10 295
Fonte: DGEG (DSEF - RG e DSRHG).Nota: Inclui pessoal remunerado e não remunerado.Dados definitivos em 2013 e 2014; Dados corrigidos em 2015; Dados provisórios em 2016.Dados de Portugal Continental.
81
Boletim de Minas, 51 (2) - 2016
Indústria Extrativa - Comércio Internacional
Evolução do Comércio Internacional – janeiro a junho de 2017
EVOLUçãO GLOBAL - COMÉRCIO INTERNACIONAL
2016 2017 Variação homóloga
2017/2016 (%)Milhões de Euros
Total
Saída (FOB) 396 445 12
Entrada (CIF) 183 266 45
Saldo 212 179 -16
Taxa de cobertura (%) 216 167 -
união Europeia
Expedição (FOB) 255* 297* 16
Chegada (CIF) 68* 75* 10
Saldo 187 222 19
Taxa de cobertura (%) 375 396 -
Países Terceiros
Exportação (FOB) 141 148 5
Importação (CIF) 116 191 65
Saldo 25 -43 -271
Taxa de cobertura (%) 122 77 -
Fonte: INE. Comércio Internacional de Bens.Dados preliminares - versão de 2017/08/09.As saídas não incluem “águas”. As entradas não incluem “petróleo”.* Inclui Reino Unido
NOTA PRÉVIA
Nos quadros que se seguem, apresentam-se alguns indicadores de Comércio Internacional da indústria extrativa, tomando como base os últimos dados disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), relativamente ao período de janeiro a junho de 2017 e tendo como referência os valores do período homólogo de 2016.
A designação “saídas” traduz o somatório das “expedições” para o espaço comunitário, com as “exportações” para países terceiros. De igual modo, a designação “entradas” traduz o somatório das “chegadas” de países comunitários, com as “importações” provenientes de países terceiros.
EVOLUçãO GLOBAL
De acordo com os mais recentes dados do comércio internacional divulgados pelo INE, no primeiro semestre de 2017, no geral, tanto as saídas como as entradas de produtos da indústria extrativa, em termos homólogos,
82
Boletim de Minas, 51 (2) - 2016
Evolução do Comércio Internacional no período de 2010-2017 (janeiro a junho de cada ano)
Fonte: INE - Comércio Internacional de Bens.As entradas não incluem “petróleo”. As saídas não incluem “águas”.
SAÍDAS POR SUBSETORES
SuBSETORES2016 2017 Variação (%) Estrutura (%)
Toneladas 103 euros Toneladas 103 euros Vol. Valor (Valor-2017)
ENERGéTICOS 405 80 1 14 -99,7 -82,8 0,0
Hulha e Antracite 405 80 1 14 -99,7 -82,8 0,0
MINéRIOS METÁLICOS 260 891 173 341 230 051 207 090 -11,8 19,5 46,5
Minérios metálicos não ferrosos 260 891 173 341 230 051 207 090 -11,8 19,5 46,5
MINERAIS DE CONSTRuÇÃO 1 057 517 196 257 1 058 885 205 325 0,1 4,6 46,1
ROCHAS ORNAMENTAIS 836 830 192 651 890 979 202 924 6,5 5,3 45,6
Granito e r. similares 243 641 48 665 256 993 45 883 5,5 -5,7 10,3
Mármores e Calcários 386 224 100 937 391 842 109 277 1,5 8,3 24,5
Pedra nat. talhada p/ calcetamento 182 738 20 228 213 873 21 345 17,0 5,5 4,8
Ardósia 24 228 22 820 28 271 26 418 16,7 15,8 5,9
Agregados 217 716 3 274 166 392 2 226 -23,6 -32,0 0,5
Minerais para Cimento e Cal 2 971 333 1 514 174 -49,0 -47,5 0,0
MINERAIS INDuSTRIAIS 519 337 26 197 622 038 32 772 19,8 25,1 7,4
Argila e Caulino 239 125 10 361 298 639 13 919 24,9 34,3 3,1
Sal 11 222 3 089 19 670 3 806 75,3 23,2 0,9
Outros minerais industriais 268 991 12 747 303 729 15 046 12,9 18,0 3,4
TOTAL GERAL 1 838 151 395 876 1 910 976 445 200 4,0 12,5 100,0
Fonte: INE - Comércio Internacional de Bens.Nota: 2017 - Valores preliminares - versão de 2017/08/09.Não inclui “águas”.
aumentaram (12% e 45% respetivamente). Nos países da União Europeia as expedições registaram um aumento de 16% e as chegadas de 10%. Em relação aos países terceiros, as exportações aumentaram 5% e as importações registaram um significativo aumento de 65%.
A taxa de cobertura (Fob/Cif) total das entradas pelas saídas, no período em análise, situou-se em 167%, correspondendo a um saldo positivo de cerca de 179 milhões de euros. Neste período, nas trocas com a União Europeia, a taxa de cobertura situou-se em 396%, correspondendo também a um saldo positivo de cerca de 222 milhões de euros. Em relação aos países terceiros, o saldo registado neste período, foi negativo (43 milhões de euros), situando-se a taxa de cobertura em 77%.
Saídas por subsetores
Verifica-se uma subida, em termos de valor, em todos os setores, quando comparados com o período homólogo, com exceção dos energéticos, como se pode observar no quadro abaixo. Em termos de estrutura das saídas, as rochas ornamentais e os minérios metálicos continuam
a ter o maior peso, ocupando cada um, 46%, ou seja, cerca 92% do total.
No que se refere à distribuição por principais países de destino, o maior fluxo corresponde a um valor total de 140.664 mil euros, proveniente das saídas de minérios de cobre, dos quais 103.980 mil euros correspondem a países da UE. Os mármores e calcários também ocupam uma posição dominante, com 109.277 mil euros.
83
Boletim de Minas, 51 (2) - 2016
Estrutura das Saídas por Subsetores
SAÍDAS DAS PRINCIPAIS SUBSTâNCIAS POR PAÍSES DE DESTINO janeiro a junho de 2017 (valores preliminares)
Minérios de cobre
País Tonelada Mil Euros
Total 141 603 140 664
do qual:uE 103 144 103 980
Finlândia 55 424 55 066
Bélgica 10 678 10 391
Espanha 30 407 31 177
Bulgária 6 635 7 346
Alemanha 5 064 5 686
China 18 031 17 771
Outros países 15 365 13 228
Minérios de volfrâmio
País Tonelada Mil Euros
Total 572 7 589
do qual:uE 92 1 116
Áustria 92 1 116
Estados Unidos da América 440 5 893
Japão 40 580
Minérios de zinco
País Tonelada Mil Euros
Total 77 713 52 501
do qual:uE 47 405 33 889
Bélgica 25 773 18 702
Itália 18 290 13 538
Espanha 3 341 1 649
Noruega 30 307 18 613
Granitos e outras rochas similares
País Tonelada Mil Euros
Total 256 993 45 883
do qual: uE 205 917 36 156
Espanha 114 897 10 423
França 49 934 13 896
Bélgica 978 893
Reino Unido 6 705 2 048
Alemanha 22 647 3 935
Países Baixos 1 216 1 984
Irlanda 3 256 1 050
Outros países 6 285 1 929
China 29 210 2 753
Rússia 1 355 682
Estados Unidos da América 628 543
Angola 1 091 721
Marrocos 7 165 1 185
Suiça 5 118 1 307
Outros países 6 508 2 537
Minérios de chumbo
País Tonelada Mil Euros
Total 10 083 4 648
China 10 083 4 648
84
Boletim de Minas, 51 (2) - 2016
Mármores e calcários
País Tonelada Mil Euros
Total 391 842 109 277
do qual:uE 94 581 44 175
França 30 497 13 211
Reino Unido 16 885 10 283
Espanha 13 433 4 803
Itália 5 666 2 712
Alemanha 6 366 2 357
Bélgica 6 638 2 187
Suécia 2 781 2 054
Irlanda 3 390 1 900
Países Baixos 4 515 1 328
Áustria 854 1 116
Luxemburgo 1 850 1 083
Dinamarca 889 597
Outros países 817 541
China 195 221 19 643
Arábia Saudita 28 426 13 068
Estados Unidos da América 8 878 9 118
Catar 5 388 2 549
Índia 4 616 2 125
Argélia 14 026 1 717
Emirados Árabes Unidos 2 475 1 620
Angola 1 435 1 409
Perú 1 171 1 018
Marrocos 3 916 945
Hong-Kong 2 810 945
Coreia do Sul 1 770 840
Líbano 3 725 781
Taiwan 3 734 778
Kuwait 1 380 725
Brasil 1 451 567
México 1 293 694
Canadá 926 592
Rússia 1 207 494
Austrália 369 492
Brunei Darussalam 539 412
Outros países 12 503 4 572
Ardósia
País Tonelada Mil Euros
Total 28 272 26 419
do qual:uE 26 717 20 999
França 12 539 5 706
Reino Unido 1 227 3 701
Espanha 7 475 2 244
Alemanha 1 905 2 197
Países Baixos 756 1 578
Suécia 354 1 471
Dinamarca 847 988
Itália 540 882
República Checa 111 417
Bélgica 427 409
Outros países 535 1 406
Estados Unidos da América 853 4 246
Outros países 701 1 174
Pedra para calcetamento
País Tonelada Mil Euros
Total 213 873 21 345
do qual:uE 201 355 20 373
França 53 010 7 049
Alemanha 48 694 3 403
Dinamarca 18 003 1 706
Suécia 14 759 1 648
Espanha 10 790 1 561
Reino Unido 9 486 1 442
Países Baixos 19 205 1 062
Bélgica 7 287 812
Finlândia 11 262 639
Outros países 8 858 1 051
Noruega 10 497 683
Outros países 2 020 289
Argila e caulino
País Tonelada Mil Euros
Total 298 463 13 886
do qual:uE 246 507 10 320
Itália 31 712 1 060
Reino Unido 34 598 1 911
Suécia 17 919 1 081
Espanha 160 518 6 099
Outros países 1 761 169
Turquia 11 663 845
Egipto 27 952 1 823
Outros países 12 342 897
Areias
País Tonelada Mil Euros
Total 247 634 6 875
do qual:uE 167 702 4 441
Espanha 95 282 2 720
Itália 67 172 1 559
Outros da U.E. 5 248 162
Israel 12 918 832
Marrocos 33 962 727
Outros países 33 053 876
85
Boletim de Minas, 51 (2) - 2016
ENTRADAS POR SUBSETORES
SuBSETORES2016 2017 Variação (%) Estrutura (%)
Toneladas 103 euros Toneladas 103 euros Vol. Valor (Valor-2017)
ENERGéTICOS 2 468 529 104 331 2 465 747 178 031 -0,1 70,6 67,5
Hulha e Antracite 2 468 529 104 331 2 465 747 178 031 -0,1 70,6 67,5
MINéRIOS METÁLICOS 5 023 4 017 4 547 5 486 -9,5 36,6 2,1
Minérios de ferro 97 48 351 221 261,0 361,5 0,1
Minérios metálicos não ferrosos 4 926 3 969 4 196 5 265 -14,8 32,6 2,0
MINERAIS DE CONSTRuÇÃO 101 630 24 539 100 406 27 434 -1,2 11,8 10,4
ROCHAS ORNAMENTAIS 76 271 23 175 79 139 26 013 3,8 12,2 9,9
Granito e r. similares 55 335 13 547 50 553 13 605 -8,6 0,4 5,2
Mármores e Calcários 18 111 7 641 25 388 10 504 40,2 37,5 4,0
Pedra nat. talhada p/ calcetamento 142 48 75 39 -46,8 -18,4 0,0
Ardósia 2 683 1 940 3 123 1 864 16,4 -3,9 0,7
Agregados 23 192 1 000 17 508 951 -24,5 -4,8 0,4
Minerais para Cimento e Cal 2 167 364 3 759 470 73,5 29,0 0,2
MINERAIS INDuSTRIAIS 574 172 53 411 523 007 52 658 -8,9 -1,4 20,0
Argila e Caulino 95 311 14 349 97 463 14 945 2,3 4,2 5,7
Sal 99 010 7 441 114 151 8 960 15,3 20,4 3,4
Outros minerais industriais 379 852 31 620 311 392 28 754 -18,0 -9,1 10,9
TOTAL GERAL 3 149 355 186 298 3 093 707 263 608 -1,8 41,5 100,0
Fonte: INE - Comércio Internacional de Bens.Nota: 2017 - Valores preliminares - versão de 2017/08/09.Não incui “petróleo”.
Estrutura das Entradas por Subsetores em 2017
Entradas por subsetores
No que se refere às entradas, o seu valor situa-se em 263.608 mil euros, correspondendo a um aumento, em relação ao período homólogo, de 41%. Esta variação deveu-se, principalmente, ao aumento das entradas, em termos de valor, do setor dos energéticos. Em termos de estrutura, o setor dos energéticos, ocupando 67% do total, representa a maior “fatia” de entradas no país,
seguido pelos minerais industriais com 20% e das rochas ornamentais com 10%.
No que se refere à distribuição por principais países de destino, o maior fluxo corresponde a um valor total de 178.031 mil euros, proveniente das entradas de hulha e antracite, dos quais 165.292 mil euros correspondem a importações da Colômbia.
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Para informações adicionais contacte a estatística de recursos geológicos da DGEG.
Contactos:Av. 5 de Outubro, nº 208(Edifício Sta. Maria)1069-203 LisboaTel.: 217 922 700Fax: 217 939 540Correio eletrónico: [email protected]
ENTRADAS DAS PRINCIPAIS SUBSTâNCIAS POR PAÍSES DE ORIGEM janeiro a junho de 2017 (valores preliminares)
Hulha (inclui antracite)
País Tonelada Mil Euros
Total 2 465 747 178 031
do qual:uE 3 326 495
Espanha 3 312 487
Outros da U.E. 15 8
Colômbia 2 232 433 165 292
Estados Unidos da América 159 427 7 268
Rússia 70 561 4 975
Granitos e outras rochas similares País Tonelada Mil Euros
Total 50 553 13 605
do qual:uE 44 626 12 167
Espanha 44 034 11 668
Alemanha 264 238
Outros da U.E. 328 260
Angola 2 989 429
Brasil 1 142 404
Outros países 1 796 605
Mármores e Calcários
País Tonelada Mil Euros
Total 25 388 10 504
do qual:uE 19 408 8 494
Espanha 10 143 5 095
Itália 1 603 1 416
Bélgica 3 385 697
Irlanda 2 372 486
Outros da U.E. 1 905 800
Turquia 2 696 949
Outros países 3 284 1 061
Sal
País Tonelada Mil Euros
Total 114 151 8 960
do qual:uE 103 413 7 993
Países Baixos 49 666 3 328
Espanha 41 676 3 391
França 9 069 699
Outros da U.E. 3 003 575
Israel 10 579 899
Outros países 159 67
Gesso
País Tonelada Mil Euros
Total 141 501 7 576
do qual:uE 114 779 7 037
Espanha 74 520 4 224
França 29 126 1 434
Alemanha 11 070 1 351
Outros da U.E. 63 28
Marrocos 26 722 538
Argila e CaulinoPaís Tonelada Mil Euros
Total 23 104 3 648
do qual:uE 22 797 3 487
Reino Unido 17 314 2 505
Espanha 2 662 510
Outros da U.E. 2 821 472
Outros países 307 161
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Minas da BorralhaO “Centro Interpretativo das Minas da Borralha”, Ecomuseu de Barroso, Montalegre
A consciência da necessidade de salvaguardar um vasto património industrial e mineiro, nas suas múltiplas vertentes, levou o Município de Montalegre e o Ecomuseu de Barroso a delinear um projeto, capaz de assumir a responsabilidade de definir uma estratégia de desenvolvimento local. Assim nasceu, em 2015, o Ecomuseu de Barroso - Centro Interpretativo das Minas da Borralha que tem como objetivo apoiar a visita às diversas infraestruturas criadas durante o funcionamento das minas de extração de volfrâmio (1902-1986). Salienta-se o Grupo D (zona de receção), a Fundição, a Casa dos Compressores e o Arquivo, edifícios recentemente musealizados e onde se encontra o espólio documental e geológico.
A existência destas minas, ex-líbris do Património Industrial e Mineiro, constituiu uma enorme riqueza
geológica/litológica. A mineralização do Couto Mineiro da Borralha ocorre em filões que podem ser agrupados em dois tipos principais: I) filões de quartzo com
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mineralização de volframite, scheelite e sulfuretos; e II) filões aplitopegmatitos mineralizados com cassiterite. Os dois percursos pedestres, atualmente já sinalizados, dão a conhecer todo o couto mineiro.
O “Grupo D / Receção”, Minas da Borralha
Ponto central de toda a aldeia mineira, recentemente musealizado. Os seus edifícios tiveram várias utilizações ao longo dos anos, destacando-se a padaria e o cinema.
Nesta área foi construído (conclusão em 1941) um poço vertical (duplo), com guincho, para extração do minério em bruto, com duas entradas de mina, integradas numa “fachada” em alvenaria e pedra.
Ao lado destas entradas da mina, foi originalmente construído, nos anos de 1939/1940, um edifício de um piso destinado a padaria, para confeção e venda de pão, com dois fornos e uma chaminé imponente, em tijolo.
O edifício da padaria possuía um anexo destinado a armazenamento. Frente a este edifício da padaria, na década de 1940, foi construído um outro, também de um piso, marginando o rio, destinado a escritório do grupo D e ferramentaria.
A área restante do edifício da padaria propriamente dita foi, no início da década de 1980, adaptada à sede do grupo desportivo local, dispondo de um bar para utilização pública.
O edifício marginando o rio, destinado a escritório do grupo D e ferramentaria foi, ao longo dos anos, sofrendo
ampliações, tendo sido utilizado para escritório e área dos serviços de apoio técnico à exploração do grupo D, para albergar algum pessoal ligado à Escola Profissional, para sede dos sindicatos, para arrecadações diversas e outros fins.
Entidade:
Município de Montalegre
Morada:
Praça do Município, n.º 1
5470 - 214 Montalegre
Telefone: 276 510 200
Correio Eletrónico: [email protected]
website: http://www.cm-montalegre.pt
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O Museu da Pedra de Marco de Canaveses é muito mais do que se vê. A Exposição permanente corresponde à primeira fase de um projeto que visa estender o Museu para muitos lugares. Será no futuro um museu polinucleado. Maior, dinâmico e inovador. Daqui do centro do Museu da Pedra, situado em Alpendorada e Matos, irradiará para outras zonas do Marco de Canaveses, mostrando como a relação com a pedra constitui uma matriz ancestral do concelho. A pedra que tantos poetas cantam, está aqui, num diálogo vivo: através da relação longínqua com o homem; como instrumento de artes; e como base da riqueza local. A pedra que corre nas veias desta vila e do concelho está
O “Museu da Pedra do Marco de Canaveses”, Alpendorada e Matos, Marco de Canaveses
aqui como monumento à cultura. Para que todos a sintam sua. E para que todos se sintam bem nela(s). Na pedra e na cultura.
Entidade:
Câmara Municipal do Marco de Canaveses
Morada:
Largo Sacadura Cabral, Marco de Canaveses
Telefone: 255 538 800
Correio Eletrónico: [email protected]
website: http://www.cm-marco-canaveses.pt/