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en Français - jornal comunitário em Português •Num. 38 • Ano / An
2• 12 de Setembro / 12 septembre 2015
Como bancos tornaram-se ameaça globalNobel de Economia alerta:
sob hegemonia do Ocidente, sistema financeiro bloqueia metas da
ONU, sabota inovações dos BRICS e quer, agora, punir países que
promovam mudanças sociais
Por Joseph Stiglitz | Tradução Inês Castilho | Imagem: Carlo
Giambarresi
A III Conferência Internacional de Financiamento para o
Desenvolvimento reuniu-se recentemente na capital da Etiópia, Adis
Abeba. A conferência aconteceu num momento em que os países em
desenvolvimento e mercados emergentes demonstraram capacidade para
absorver produtivamente enormes volumes de recursos. As tarefas que
esses países estão assumindo – investindo em infra-estrutura
(estradas, geração de energia, portos e muito mais), construindo
cidades onde um dia viverão bilhões de pessoas e movendo-se em
direcção a uma economia verde – são verdadeiramente enormes.
Ao mesmo tempo, falta no mundo dinheiro que possa ser utilizado
produtivamente. Poucos anos atrás Ben Bernanke, então presidente do
Federal Reserve (Banco Central) dos EUA, falou sobre o excesso de
poupança global. Apesar disso,
Fermons les frontières ! Signez la pétition
stop-immigration.org
L’afflux massif et quotidien d’immigrés illégaux est devenu le
premier souci de tous les peuples d’Europe.
La première décision à prendre est de fermer les frontières – à
l’échelon européen et à l’échelon national – à tout nouvel immigré
en situation illégale.
Cette immigration est un fléau pour l’Europe.
– Elle fait courir un grand risque sanitaire.
– Elle génère de l’insécurité (délinquance et infiltration
djihadiste).
– Elle détourne toutes les aides sociales (budgets, logements,
aides alimentaires et médicales,…) au détriment des Européens les
plus démunis.
Ce n’est pas du racisme que de vouloir conserver la nature
gréco-latine et chrétienne de nos nations européennes et de refuser
le grand remplacement de populations.
Cette immigration est un fléau pour les pays dont sont
originaires les immigrés. Elle dépouille ces pays de personnes en
âge de servir le bien commun de leur patrie.
Cette immigration est un fléau pour la plupart des immigrés
eux-mêmes qui ne trouveront pas en Europe l’Eldorado recherché.
Accepter cette immigration, ce n’est pas de la charité mais de
l’irresponsabilité.
Cette immigration ne peut être considérée comme un exode naturel
en raison de la guerre.
L’Europe a connu des périodes de guerres et l’exode de ses
populations. Quand on fuit la guerre, on se réfugie dans le village
en paix le plus proche, voire dans un pays frontalier en paix, mais
on ne traverse pas tout un continent pour en rejoindre un autre.
Pourquoi cette immigration ne se dirige-t-elle pas vers des pays
musulmans riches comme l’Arabie Saoudite, le Qatar, le Koweït, le
Bahreïn, les Emirats arabes unis ou le Sultanat d’Oman ?
Par ailleurs, lors des exodes européens, ce sont les femmes, les
enfants et les vieillards qui fuyaient, pas les hommes en âge de se
battre. Cette immigration est exactement l’inverse : pas de
vieillards, peu de femmes et d’enfants mais essentiellement des
hommes en âge de se battre.
Exigeons de nos dirigeants politiques des mesures urgentes de
bon sens en commençant par la fermeture des frontières.
Qui paye les passeurs des migrants vers l’Europe ?
Moyenne 10 000 euros/personne ?
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A Chuva e o Bom Tempo
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communautaire en FrançaisManeiras de olhar, caso “fugitivos”
por David Calado
“Existem duas maneiras de olhar para a situação. Com o coração
(o que quer que isso seja), ou através da análise fria dos números,
factos e extrapolação dos resultados. Olhar “com o coração” é ver
uma foto de uma criança a boiar no Mediterrâneo (o que a mim também
me parte o coração) e esquecermos que a quase totalidade dos
migrantes são homens jovens. Olhando para os factos o que estamos a
assistir é o resultado de uma política de super expansão natalista
que tem como objectivo a expansão do islão e o pan-arabismo.
Olhando friamente para os números vemos que a população da Arábia
Saudita em 1960 era de 4 milhões de habitantes. Em 2010 era de 28
milhões (crescimento de 700% em 50 anos. Na Síria era de 4,5
milhões em 1960. Em 2010 era de 23 milhões (crescimento de quase
500%). Apesar da guerra a população Síria cresceu 1,5 milhões de
habitantes entre 2009 e 2014.
No Iraque a população cresceu 1100% (mil e cem por cento) em
menos de 90 anos. Na Turquia a população entre 1960 e 2010 passou
de 30 milhões para mais de 80 milhões, apesar da enorme emigração
turca para o centro e norte da Europa. Ainda assim o Sr. Erdogan
anda a promover uma política natalista tentando convencer as
mulheres turcas a terem pelo menos 3 filhos e anda a apregoar que
as suas baionetas são os minaretes.
O clero muçulmano e os políticos do ME, nem sequer escondem as
suas intenções: a islamização da Europa através da demografia. Se
escancaramos as fronteiras da Europa vamos ser invadidos por
dezenas de milhões de migrantes e será a curto prazo o fim da UE e
da própria cultura europeia. Alguns preferem olhar com o coração,
eu prefiro olhar para os factos. Não tenho culpa da política de
expansão demográfica do islão. É uma coisa que nos está a ser
imposta contra a nossa vontade. E, isto é só o começo. A tecnologia
está a evoluir e o petróleo vai deixar de ser tão importante como
foi até agora e vamos ter dezenas de milhões de muçulmanos a
pressionarem para entrar na Europa. Claro que enunciar números e
factos não é politicamente correcto. Mas prefiro ser politicamente
incorrecto (e já me chamaram racista por apresentar estes números)
que ser um use fulidiot. Infelizmente, ainda não vi um único artigo
na imprensa ocidental abordando números e factos pelo que penso que
os jornalistas estejam aterrados ante a possibilidade de serem
chamados de racistas, xenófobos e nazis. E é um mito que tenham
existido grandes migrações inter países durante a 2ª guerra.
Os refugiados do norte de França foram para o sul de França, não
para Itália ou Espanha. Os Alemães expulsos da antiga Prússia
Oriental foram para a Alemanha, não para a Suécia ou Dinamarca. Os
episódios mais recentes de grande movimentações humanas para a
Europa foram no sec. VIII, que culminou na tomada da Península
pelos muçulmanos e o expansionismo turco até às portas de Viena.
Aliás, a tomada da Europa foi parada in extremis na batalha de
Lepanto. Esta é a 3ª invasão. Não com armas, porque
tecnologicamente somos mais avançados, mas através da demografia,
que na realidade é uma arma muito mais eficiente que tanques e
canhões. Por outras palavras, estamos a ser invadidos
“pacificamente” (sem recurso a exércitos armados).»
Mulher!...NÃO POSSO FALAR AGORA. ESTOU A CONDUZIR!!!
Hipocrisias.Este mundo é cão. É louco. Está ao avesso.O
ressurgimento recente do interesse político pela reabilitação dos
povos enfraquecidos pelas guerras provocadas pelo Ocidente, deram
origem a ressentimentos anti-europeus, agora disfarçados e
transformados em vagas invasoras de migrantes. Assim sendo,
refiro-me à falsa hipocrisia que se propaga pelas boas alminhas em
Portugal e pelo mundo, em relação a esses migrantes que assolam a
Europa. Tenho pena, mas não acredito neles. A simples foto duma
criança morta a boiar à beira-mar, teve o condão de lançar fogo à
palha e pôr o celeiro a arder.A imagem é, logicamente, triste. Mas
não passou de um acidente. As longas vagas de muçulmanos que têm
invadido a Europa, lembram mais as ameaças concertadas de
importantes grupos islamistas afirmando que dentro de 50 anos,
conquistarão a Europa sem dar um tiro. E farão a Eurásia. País
muçulmano.E neste momento, por razões puramente políticas, a União
Europeia faz ouvidos de mercador às sensatas chamadas de atenção de
países como a Hungria, e força outros debilitados, na ombreira da
miséria — como Portugal —, a prepararem condições para a recepção
de milhares de migrantes que, de tal têm muito pouco. Basta
pensarmos que milhares dos desembarcados, tiveram de pagar 10 mil
euros aos passadores. Deve então perguntar-se quem lhes deu o
dinheiro para isso, quando grande parte deles, nos seus países de
origem, ganhavam apenas 300 ou 400 euros por ano!!!.. Milagre? Será
esse fenómeno da multiplicação que incentivou os bispos portugueses
— como o de Braga — a dar forma rápida aos alojamento que pretendem
dispensar aos migrantes que passarão as nossas fronteiras? — A
propósito, ainda temos fronteiras? — Isto porque anunciam em letras
de caixa alta, terem condições para receberem largos milhares dos
ditos “refugiados”… Em pouco tempo, dão-se conta de a Igreja ter
dezenas ou centenas de prédios de diversos andares abandonados,
desocupados, que apenas precisam de um certo benevolato para os
reporem em condições de habitabilidade. Dizem ter escolas,
alimentos, trabalho e tudo o resto, para oferecer aos
bem-aventurados que nos cheguem. Há de tudo. Somos um país rico!
Eureka!Ora, há 4 longos anos que os portugueses, são esmagados por
uma crise da qual não são responsáveis mas que são obrigados a
caucionar. Os resultados são negros. Crianças com fome. Pais
encurralados entre a cólera e a resignação. Alguns suicídios,
devidos à miséria e à vergonha de não poderem alimentar os filhos,
nem garantir-lhes um futuro risonho. Outros vivem agora de esmolas
ou em barracas, por terem sido desalojados das suas habitações,
falta de pagamentos à usurária banca que conta com os apoios
governamentais. Aí, então, eu pergunto aos senhores arcebispos,
responsáveis de ordens religiosas e a todas as irmãzinhas da
caridade, tão solidárias com a causa dos migrantes: o que fizeram
ou têm feito pelos portugueses? Pelos “irmãos” portugueses…Porque
se aceita o suicídio de pais e filhos que as administrações
governativas empurraram ao extremo? Porque se aceitam os roubos de
alimentação nos supermercados, por chefes de famílias confrontados
com a actual penúria de rendimentos, que não suportam a fome porque
passam as crianças e eles próprios? Talvez no ano passado ou no
máximo há dois anos, um polícia, comovido e humanista, não prendeu,
antes pagou do bolso do seu fraco salário, as pequenas coisas que
um pai desesperado tinha roubado no mercado, para alimentar um
filho pequeno. Isso, sim, é solidariedade pura de louvar. Uma
factura de 4 ou 5 euros! Onde estaria o senhor arcebispo? A Igreja
ajudou ou ajuda em alguma coisa? Ou candidamente respondem com um
piedoso e enigmático “que Deus o ajude?”Será mesmo verdade que os
bispos portugueses acreditam poder catequizar islamistas e operar a
Igreja com as dádivas que estes possam fazer? Ou será mais uma
razão para os padres darem missas em igrejas vazias?Tresanda de
hipocrisia!Estas vagas não se preparam sem intervenção
governamental ou algo semelhante. São preparadas com tempo e por
gente com experiência estratégica. Há gente interessada em afogar a
União Europeia, seja pela chegada massiva de populações, seja pelo
caos e sizanie que ocasionam em toda a Europa. E se no meio deles
alguns serão verdadeiros refugiados, outros, bastantes, talvez a
maioria, navegam em outras águas. Turvas. Trata-se de um tráfico
organizado, que se desloca com objectivos precisos e destinações
bem definidas, antes de se lançar na aventura marítima. Salta aos
olhos de quem queira ver. Bastará pensar nos custos exorbitantes
exigidos para o transporte e as exigências de irem para tal ou tal
país europeu. Quem paga? Quem decide?Para o resto, a onda de
solidariedade, não passa de pura e asquerosa hipocrisia. Para os
organizadores, bem instalados nos seus aposentos, lembro o que
disse Chaplin:” A vida é uma tragédia quando vista de perto, e uma
comédia quando vista de longe”.
Raul Mesquita
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Fin de l’occupation du Portugal par les rois d’Espagne. Les deux
Couronnes, cellesde l’Espagne et du Portugal. La guerre de la
restauration détrône du Portugal les Habsbourgs d’Espagne au profit
d’un roi portugais de la maison de Bragance, D. João IV de Portugal
qui rétablit la lignée aînée antérieure des rois, de la dynastie
d’Avis. D. João IV vivait entouré d’une petite cour dans son
somptueux palais de Vila Viçosa (Alentejo), au milieu d’une petite
cour de lettrés et de musiciens. D. João, IV est né le 19 mars
1604, à Vila Viçosa. Fils de Teodósio II de Bragance, (7ème) duc de
Bragance, et d’Ana de Velasco e Girón. D. João, il se marie le 12
janvier 1633, avec Luisa de Gusmão, fille de João Manuel Peres de
Gusmão (8ème) duc de Medina Sidónia de Castille (1) et de Joana
Lourenço de Sandoval, seigneurs puissants d’Huelva (1) et
descendants des rois portugais. Le duché de Bragance est le plus
riche de l’aristocratie portugaise. Le duché de Bragance a pour
origine la maison d’Avis, disparue (branche illégitime de la maison
capétienne). Le duc de Bragance se voit offrir la couronne
portugaise à la faveur de l’insurrection nationale (Restauração),
qui chasse Philippe IV d’Espagne, le 1er décembre 1640, et rétablit
l’indépendance du Portugal, mettant ainsi fin à soixante ans de
domination espagnole.
Le 6 décembre 1640, le monarque arrive à Lisbonne. Il va créer
un Conseil de Guerre et envoie des militaires à Elvas et dans
d’autres forteresses dans la région de l’Alentejo pour assurer la
sécurité militaire du royaume contre une éventuelle évasion
espagnole. Le 15 décembre 1640, il acclamait roi du Portugal, D.
João IV. À la demande du nouveau roi, le recensement au Portugal
compte deux millions d’habitants. D. João IV nomme une nouvelle
junte gouvernative provisoire au Brésil et il signe des traités
avec la
Suède et la Hollande. Le 5 août 1641, une conjuration, tente
d’assassiner le roi, sa femme et toute la famille. La conspiration
se tissa entre Madrid et Lisbonne, où l’ex-vice-reine Mântua se
trouve encore. Parmi la liste des conjurés se trouvent ;
l’archevêque primat de Braga, et le marquis de Vila Real, entre
autres. Le 29 août 1641, le roi, il fait procéder à la décollation,
sur la place de Lisbonne (Rossio), de deux des membres ; un des
lignages, les Meseses ; le marquis de Vila Real et son fils, le duc
de Caminha et d’autres ont été emprisonnés. Après soixante années
de domination espagnole, en 1640, le Portugal se trouve entièrement
désarmé, et doit se fournir de tout équipement nécessaire auprès
d’autres puissances Européennes. Comme il fallait gagner des
alliances, D. João IV, fait, assister ses diplomates par des gens
de lettres (letrados) pour convaincre les autres souverains de la
légitimité de couronne de Bragance et de refuser les arguments des
juristes de Philippe IV qui assimilaient les Portugais à des sujets
rebelles comme ceux de la Catalogne. D. João IV, envoie son
conseiller de confiance, Padre António Vieira, avec des missions
secrètes à Paris. Louis XIII et Richelieu, sans avoir joué un rôle
direct dans les événements du 1er décembre 1640, ils avaient
encouragé les Portugais à se révolter contre l’Espagne. Dès le 6
mars 1641, Richelieu avait fait savoir par Saint-Pé, consul de
France à Lisbonne, qu’il était prêt à conclure une alliance avec le
Portugal, un engagement à ne
pas faire un contrat de paix séparée avec l’Espagne. Luis
Pereira de Castro informe le roi portugais de ne pas accepter ce
traité franco-portugais. En gros, il se refusait à devenir le
vassal de la couronne de France. La cour de France fut déçue. D.
João IV, à l’abri d’une tentative de reconquête par une Espagne
affaiblie, va mener une véritable guerre d’indépendance. La
première campagne : le 26 mai 1644, l’armée portugaise, écrase
l’armée de la Castille à Montijo, en Estrémadure espagnole,
renforçant de la sorte la Restauration de l’indépendance du
Portugal. La continuation de l’affrontement franco-espagnol faisait
de D. João IV un allié indispensable au jeune roi de France, Louis
XIV. Le 11 août 1654, D. João IV, fonde la «Casa do Infantado» pour
la subsistance des enfants «cadets», amélioration du sort des
enfants et du patrimoine seigneurial (qui équilibre l’ancienne «Lei
Mental»). L’infant Pedro, troisième fils de João IV, est le premier
à en bénéficier. En 1653, l’infant Teodósio, l’héritier du trône,
meurt accidentellement, et c’est l’infant Afonso qui devient
l’héritier présomptif du trône. En 1655, la monarchie hispanique
déclarée banque route, signe un accord secret avec Charles Stuart,
candidat au trône anglais, qui déclare soutenir Madrid contre le
Portugal. Le 7 septembre D. João IV du Portugal signe un traité
avec le chevalier de Gant, émissaire de Louis XIV de France.
Philippe IV d’Espagne attentait à des perspectives de paix avec la
France, avant de se lancer une nouvelle fois à l’assaut du
Portugal. Lorsque le roi D. João IV meurt en 1656, son épouse la
reine, assure la régence pour son fils Afonso, futur D. Afonso VI,
qui n’a que treize ans.
Le tombeau du roi D. João IV se trouve à l’église de São Vicente
de Fora de Lisbonne. Lui succède son épouse Luisa de Gusmão, comme
régente du prince D. Afonso, alors encore mineur.
Photos :
01 à Statue de D. João IV, Palais ducal de Vila Viçosa
02 à Luiza de Gusmão
03 à Acclamation du roi D. João IV
04 à Drapeau de D. João IV, déjà utilisé sous, D. João II, D.
Manuel I, D. João III, D. Sebastião I
05 à Batailles de la restauration 1640-1668
06 à D. João IV (1640) Manuel do Nascimento / Paris
D. João IV, 21e roi de Portugal.Début de la 4ème dynastie
(Bragance).
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projectos de investimento com elevado retorno social estavam
parados por falta de fundos. Isso continua sendo verdade hoje. O
problema, à época e agora, é que os mercados financeiros do mundo —
cuja função deveria ser intermediar eficientemente recursos de
poupança e oportunidades de investimento — fazem, ao invés disso,
má alocação dos recursos e geram riscos.
Há outra ironia. A maioria dos projectos de investimento de que
o mundo emergente necessita é de longo prazo, assim como a maioria
dos recursos disponíveis – triliões em contas de aposentadoria,
fundos de pensão e enormes fundos soberanos. Mas nossos mercados
financeiros, cada vez mais incapazes de enxergar o longo prazo,
atravancam o caminho entre as duas partes.
Muita coisa mudou nos últimos treze anos, desde que a I
Conferência Internacional de Financiamento para o Desenvolvimento
ocorreu em Monterrey (México), em 2002. Na época, o G-7 dominava as
políticas económicas globais; hoje, a China é a maior economia do
mundo (segundo o critério de poder real de compra das moedas), com
poupança cerca de 50% superior à dos EUA. Em 2002, as instituições
financeiras ocidentais eram consideradas mágicas em agenciamento de
riscos e alocação de capital; hoje, vemos que são mágicas em
manipulação de mercado e outras práticas enganosas.
Agora, os países em desenvolvimento e mercados emergentes dizem
aos EUA e aos outros ricos: se não vão cumprir suas promessas, ao
menos saiam do meio do caminho e deixem-nos criar uma arquitectura
de economia global que trabalhe também para os pobres. Não
surpreende que os países hegemónicos, liderados pelos EUA, estejam
fazendo de tudo para frustrar tais esforços. Quando a China propôs
o Banco Asiático de Investimento em Infra-estrutura, para ajudar a
destinar parte de seu excesso de poupança para onde os recursos são
extremamente necessário, os EUA tentaram torpedear o esforço. O
governo do presidente Barack Obama sofreu, então, uma derrota doída
e altamente embaraçosa. Ficaram para trás os apelos para que os
países desenvolvidos honrassem seu compromisso de destinar ao menos
0,7% do seu PIB para ajuda ao desenvolvimento. Algumas poucas
nações europeias – Dinamarca, Luxemburgo, Noruega, Suécia e,
surpreendentemente, o Reino Unido, em meio a sua austeridade
auto-infligida – cumpriram as promessas em 2014. Mas os Estados
Unidos (que doaram 0,19% do PIB em 2014) encontram-se muito,
muitíssimo atrás.
Os EUA estão também bloqueando os caminhos do mundo em direcção
a uma lei internacional sobre dívidas e finanças. Para que os
mercados de títulos funcionem bem, por exemplo, é necessário que se
encontre uma forma organizada de resolver casos de insolvência dos
países. Hoje, essa forma não existe. Ucrânia, Grécia e Argentina
são exemplos do fracasso dos acordos internacionais existentes. A
grande maioria de países reclama a criação de um caminho para a
reestruturação das chamadas “dívidas soberanas”. Washington
continua a ser o maior obstáculo.
O investimento privado também é importante. Mas as novas
disposições de investimento embutidas nos acordos comerciais que o
governo Obama está negociando, com seus parceiros do Atlântico e
Pacífico, sugerem que qualquer investimento directo no exterior
terá agora, como contrapartida, uma acentuada limitação na
capacidade dos governos de regular o meio ambiente, a saúde, as
condições de trabalho e até mesmo a economia.
A posição dos EUA relativa à parte mais disputada da conferência
de Adis Abeba foi particularmente decepcionante. Como os países em
desenvolvimento e mercados emergentes abriram-se para as
multinacionais, torna-se cada vez mais importante que eles possam
tributar esses gigantes sobre lucros gerados pelos negócios
ocorridos dentro de suas fronteiras. Apple, Google e General
Electric têm revelado enorme capacidade de driblar tributos que
excedam o que empregaram na criação de produtos inovadores.
Todos os países – tanto desenvolvidos como em desenvolvimento –
vêm perdendo bilhões de dólares em receitas tributárias. No ano
passado, o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigadores
divulgou informações sobre fraude e evasão fiscal em escala global,
praticadas graças às regras tributárias frouxas de Luxemburgo, um
paraíso fiscal. Talvez um país rico, como os EUA, possa arcar com o
comportamento descrito no chamado Luxemburgo Leaks, mas os países
pobres não podem.
Integrei uma comissão internacional, a Comissão Independente
para a Reforma da Tributação de Corporações Internacionais, que
examinou as possibilidades de reforma do sistema tributário actual.
Num relatório apresentado à III Conferência Internacional de
Financiamento para o Desenvolvimento, fomos unânimes em afirmar que
o sistema actual está quebrado, e que pequenos ajustes não o
consertarão. Propusemos uma alternativa – semelhante ao modo como
as corporações são taxadas dentro dos EUA, com lucros alocados a
cada estado com base na actividade económica ocorrida dentro de
suas fronteiras. Os EUA e outros países desenvolvidos têm
pressionando para fazer apenas pequenos
ajustes, a serem recomendados pela OCDE (Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Económico), o clube dos países mais
ricos. Em outras palavras, os países de onde vêm os fraudadores e
evasões fiscais, poderosos politicamente, deveriam conceber um
sistema capaz de reduzir a evasão fiscal. Nossa Comissão explica
por que as reformas da OCDE, ajustes num sistema fundamentalmente
falho, são, na melhor das hipóteses, simplesmente inadequadas.
Os países em desenvolvimento e mercados emergentes, liderados
pela Índia, argumentaram que o fórum apropriado para discutir tais
temas globais é um grupo já existente dentro das Nações Unidas, o
Comité de Especialistas em Cooperação Internacional e Assuntos
Tributários, cujo status e orçamento precisavam ser elevados. Os
EUA opuseram-se fortemente: quiseram manter as coisas como no
passado, com a governança global feita pelos e para os países
desenvolvidos.
Novas realidades geopolíticas demandam novas formas de governo
global, com mais voz para países emergentes e em desenvolvimento.
Os EUA prevaleceram em Adis Abeba, mas também mostraram que estão
no lado errado da história
Cont. da pag. 1 O que a Alemanha ganhou com a crise grega: €100
mil milhões
Lusa e Expresso
“Mesmo que a Grécia não devolva nem um cêntimo, a bolsa pública
alemã beneficiou financeiramente da crise.” Segundo um estudo
divulgado esta segunda-feira pelo Instituto de Investigação
Económica Leibniz, a Alemanha já ganhou 100 mil milhões de
euros.
A instabilidade que a crise provocou na Grécia deixou os
investidores assustados, que procuram mercados seguros e estáveis
para investir. Na Europa, a solução mais segura e estável era o
mercado alemão, que se tornou (ainda) mais atractivo para aqueles
que querem investir. Foi precisamente derivado desta “corrida” para
o mercado germânico que o país conseguiu os 100 mil milhões de
euros em poupança garantida, nos últimos cinco anos, através de
baixas taxas de juro sobre as suas obrigações.
“Sempre que houve más notícias sobre a Grécia, as taxas de juro
sobre as obrigações do governo alemão caíram. Quando as notícias
eram boas, as taxas subiram”, avança o estudo. Por exemplo, eventos
como a eleição do Syriza - a 25 de Janeiro - resultaram numa
descida das taxas de juro sobre as obrigações do governo alemão.
Por outro lado, notícias como o “sim” do Parlamento grego aos
pacotes de medidas de austeridade impostos por Bruxelas - aprovados
a 15 e a 22 de Julho - culminaram numa subida das taxas.
O estudo conclui então que a economia alemã “beneficiou
desproporcionalmente” dessa situação e as poupanças “excedem os
custos da crise, mesmo se a Grécia não pagasse todas as suas
dívidas”.
A Alemanha exigiu à Grécia disciplina fiscal e duras reformas
económicas em troca da ajuda de credores internacionais. O ministro
das finanças alemão, Wolfgang Schäuble, opôs-se a uma
reestruturação da dívida grega, apontando para o orçamento
equilibrado do seu governo.
O instituto, porém, defende que o equilíbrio orçamental alemão
só foi possível graças às poupanças em taxas de juro por causa da
crise de dívida grega. Os estimados 100 mil milhões de euros que a
Alemanha poupou desde 2010 constituíram cerca de 3% do Produto
Interno Bruto (PIB) do país.Segundo o mesmo documento, em pacotes
de resgate a Alemanha investiu - maioritariamente através do
Mecanismo Europeu de Estabilidade, Banco Central Europeu e Fundo
Monetário Internacional - não mais de 90 mil milhões de euros.
Mesmo assim, caso a Grécia não pague nada, a Alemanha já
“beneficiou claramente com a crise”.
Mas a Alemanha não foi a única. Outros países como os Estados
Unidos, a França e a Holanda também beneficiaram, mas “a um nível
muito mais reduzido”.
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Rosa dos Ventos Rose des Vents
Serra da Estrela- 1• monter jusqu’à Torre, le point culminant de
la Serra da Estrela• skier sur les pistes de neige, naturelle ou
artificielle• déguster et rapporter du fromage Queijo da Serra•
acheter des chaussettes en laine ou des articles de design
contemporain
en créseau• admirer les vallées glaciaires du Zêzere, de Loriga
et d’Unhais da Serra• découvrir la fraîcheur des plages fluviales
en été• visiter le musée du pain (Museu do Pão) à Seia• voler en
parapente à Linhares da Beira• boire de l’eau de source• suivre un
long sentier de randonnée pédestre et découvrir la splendeur
de la nature
En été comme en hiver, la montagne la plus haute du Portugal
continental est le décor idéal pour passer quelques jours
décontractés au contact de la nature.
Avec son point culminant situé à Torre, à 1 993 mètres
d’altitude, la Serra da Estrela est un massif d’une rare beauté,
avec des dénivelés montagneux impressionnants, où vous pourrez
vivre intensément le silence des hauteurs. Profitez donc de ces
moments de communion avec la nature pour l’observer, en notant la
variété de la végétation, les oiseaux ou les troupeaux de moutons
guidés par des chiens de la race qui porte le nom de la Serra da
Estrela.
Toutefois, vous pouvez aussi suivre les grands cours d’eau du
Portugal depuis leurs sources - le Mondego à Mondeguinho, le Zêzere
à Covão da Ametade et l’Alva à Vale do Rossim, autant d’endroits
plus fabuleux les uns que les autres. Ou alors, admirez les vallées
glaciaires de Loriga, Manteigas, ou Covâo do Urso et Covão Grande.
Pendant les mois les plus chauds, la meilleure suggestion est
certainement la Route des 25 lacs qui vous guide vers des endroits
rafraîchissants.
Par temps froid, la Serra da Estrela est le seul endroit au
Portugal où vous pouvez faire du ski, de la luge, du snowboard ou
de la moto des neiges. Il existe plusieurs pistes dotées
d’infrastructures, ainsi que des pistes de neige artificielle pour
skier en toute saison.
Ce parc naturel est excellent pour les randonnées pédestres, à
cheval ou à vélo. Il y a environ 375 kilomètres de sentiers
balisés, avec différents niveaux de difficulté, dont forcément
quelques-uns adaptés à vos conditions physiques. Qui donc n’a
jamais rêvé de voler comme un oiseau ? Vous pourrez faire
l’expérience de cette sensation en parapente, à Linhares da Beira,
en survolant le village historique qui doit aussi absolument être
visité à pied.
Linhares da BeiraSituée sur le versant occidental de la Montagne
d’Estrela, Linhares da Beira tient son origine d’un ‘castro’
lusitanien. De ce fait, les Monts Hermínios (nom lusitanien de la
Montagne d’Estrela), avec leurs pâturages, l’abondance des eaux et
l’encadrement protecteur de la montagne étaient l’un des lieux
habités par cette tribu ibérique, dont bon nombre de portugais se
considèrent descendants. Le lin, qui autrefois fut l’une des
cultures les plus importantes de la région, serait à l’origine du
nom Linhares, littéralement ‘champ de lin’.
Envahit par les Visigoths et les Musulmans qui reconnaissaient
son excellente situation de guet sur les terres alentours, Linhares
devint définitivement portugaise au temps de D. Afonso Henriques,
qui lui accorda son premier ‘foral’ en 1169.
La paix, toutefois, ne fut pas encore définitive. En 1189, les
troupes de Castille et Léon envahirent la région, pillant et
brûlant les villages limitrophes tandis qu’ils se préparaient à
prendre le château de Celorico. Linhares vint défendre Celorico et
l’armée ennemie, se voyant encerclée à l’arrière, s’enfuit. Selon
la tradition on raconte que cette histoire s’est déroulée une nuit
de nouvelle lune et de ce fait les armoiries de Linhares
représentent un croissant et cinq étoiles.
Une promenade dans le village révèle un harmonieux ensemble
urbain rempli de charme, où les maisons simples construites en
granit cohabitent avec quelques demeures seigneuriales qui
préservent les traces d’une ancienne noblesse. Un regard attentif
découvrira encore de nombreuses fenêtres du XVIè siècle.
L’église matrice, de racine romane, mais reconquise au XVIIè
siècle, conserve trois précieuses planches attribuées au grand
Maître portugais Vasco Fernandes (Grão Vasco). Une tribune rustique
élevée sur un banc autour d’une table en pierre constitue l’unique
exemple de forum médiéval où étaient annoncé au peuple les grandes
décisions communautaires. C’est ici que l’on peut voir les
armoiries de l’ancienne ville. Non loin, se démarque le pilori du
seizième siècle, achevé par la sphère armillaire.
L’ensemble du village est surplombé par un puissant château qui
suit la géologie du terrain sur un énorme mont rocheux, d’où l’on
profite d’un panoramique spectaculaire. Deux grandes tours
crénelées se dressent près des angles de l’enceinte, une postée à
l’orient, l’autre à l’occident. Sur la plateforme, les vestiges
d’anciennes citernes sont encore visibles.
Parque Natural da Serra da EstrelaLe Parc Naturel de la Serra da
Estrela est le plus grand site protégé portugais et il se situe sur
le massif central montagneux, sur un haut plateau incliné vers le
nord-est profondément découpé par les vallées des fleuves et
rivières qui naissent ici, comme le Mondego et le Zêzere.Le paysage
marqué par les roches et les rochers, parmi lesquels quelques-uns
ont pris des formes qui sont à l’origine de dénominations
populaires comme «Cabeça da Velha» (Tête de Vieille) et les
«Cântaros» (gros, maigre et ras), que vous pourrez admirer en
suivant les divers parcours pédestres existants.
Étant le point le plus haut du Portugal continental, c’est un
des endroits avec les plus fortes précipitations enregistrées et où
il neige fréquemment, permettant ainsi la pratique de sports
d’hiver.Le «Cristal de neige» est le symbole choisi pour le Parc
Naturel, une référence aux caractéristiques climatiques et aussi à
l’origine glacière de cette chaîne de montagnes, dont en sont un
exemple les vallées du Zêzere et d’Unhais, les covões et les
pourtours de 25 lagunes naturelles.
Vous trouverez ici de grands troupeaux de brebis qui se
nourrissent de vastes pâturages, gardés par les chiens Serra da
Estrela, une race de chiens puissants et résistants aux basses
températures. Le lait de brebis est à l’origine d’un des plus
caractéristique produit de la région, le fameux Queijo da Serra,
fabriqué de manière artisanale selon les techniques ancestrales qui
utilisent la fleur de chardon comme coagulant. Ne manquez pas de
goûter ce fromage mou, à la couleur jaunâtre, entre deux tranches
de pain régional. Si vous désirez en emporter avec vous, vous le
trouverez en vente à n’importe quelle époque de l’année, mais aux
mois de février et mars, l’offre est plus variée dans les foires
qui se réalisent dans plusieurs localités de la région.
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Opin
ião
O filho do Brasil Lula é hoje o trágico exemplo do pior que um
político pode ser.
Eduardo Dâmaso/CM
Lula e o PT foram celebrados décadas a fio como uma das mais
belas histórias de resistência da esquerda mundial. Resistência à
ditadura mas também um exemplo de coerência política, qualidades
que levaram o partido e o carismático líder a um ciclo histórico na
presidência do Brasil. Em 2009, no auge do imenso poderio de Lula,
foi feito o filme ‘O Filho do Brasil’, que celebrava o percurso de
um grande estadista. Nessa altura, já o escândalo do Mensalão
ameaçava mudar o lugar de Lula na história, mas o filme, financiado
por empreiteiras que estão hoje no centro da investigação Lava
Jato, aclamava o homem que tirou milhões da miséria. Agora, os
milhões são outros. É apontado como um dos maiores lobistas do
Mundo e detentor de um património milionário. Lula é hoje um
trágico exemplo do pior que um político pode ter: uma gula imensa
pelo dinheiro do povo. Deu com uma mão mas tirou logo com a
outra.
Albuquerque acaba com “absurdo” das casas de férias de
Jardim
Márcio Berenguer/P
Governo regional mandou fazer levantamento exaustivo do
património imóvel, pois não existem registos do tempo de Jardim. A
ideia é vender em hasta pública alguns imóveis e reaproveitar os
restantes para serviços públicos. A casa onde Jardim passava férias
vai ser concessionada para turismo.
O Governo regional da Madeira não sabe qual a real dimensão do
património imóvel que tem no arquipélago. O sinal de alarme partiu
do processo de alienação das duas casas que o executivo possui
junto à praia do Porto Santo, onde Alberto João Jardim e os membros
mais próximos do Governo madeirense passavam férias de Verão.
Durante o processo, descobriu-se que não existiam registos
patrimoniais, e à medida que os técnicos do executivo procuravam,
iam encontrando mais imóveis nessas condições, não só no Porto
Santo como em todo o arquipélago.“Estamos a fazer um levantamento
exaustivo de todos os imóveis do Governo, a fim de lhes dar
utilidade pública”, explicou ao Público o presidente do Governo
madeirense, Miguel Albuquerque, dizendo que existem casas
encerradas em locais de grande interesse turístico.
“Há casas encerradas em belíssimas zonas de montanha ou em zonas
do parque natural que vão ser concessionadas para alojamento
temporário dos caminhantes ou turistas”, acrescenta Albuquerque,
dando como exemplo as casas do Pico Ruivo, no ponto mais elevado da
Madeira, do Rabaçal e da Achada do Teixeira.
Para já, foram identificadas dezenas de imóveis, muitos fechados
e outros abandonados. Depois do mapeamento estar completo, o
executivo pretende vender alguns em hasta pública e “reaproveitar”
os restantes para os serviços públicos. “Estamos a trabalhar nesse
sentido”, garante o líder do executivo madeirense, que pretende
assim realizar um encaixe financeiro com a venda e reduzir os
encargos mensais da região, já que muitas repartições públicas
funcionam em edifícios alugados.
No Porto Santo, onde o levantamento já foi concluído, foram
identificados 18 prédios urbanos e um complexo habitacional, para
além das duas casas de férias. Quatro dos edifícios foram
encontrados em mau estado de conservação e um quinto, uma casa
junto ao Centro Hípico, estava fechado, tendo sido utilizados nos
últimos para férias de membros do executivo madeirense.
Neste Verão, essa habitação serviu para alojar os elementos da
EMIR – o equivalente regional ao INEM – destacados para aquela
ilha, e o futuro do prédio está ainda em aberto.
Em aberto está também o destino a dar outras três moradias que o
Governo tem na ilha. Os prédios foram construídos para alojamento
de médicos, professores e outros técnicos qualificados, numa altura
em que os serviços eram centralizados no Funchal. À medida que as
opções políticas foram sendo alteradas – hoje o Porto Santo tem uma
direcção regional própria com sede na ilha -, as casas foram sendo
fechadas e estavam até agora esquecidas. Albuquerque quer agora
avaliar caso a caso, o que fazer com estes prédios.
Certo e identificado está o destino a dar às duas casas que o
Governo tem junto
à praia do Porto Santo, que vão ser concessionadas para turismo.
As vivendas, com court de ténis, jardins, acesso directo à praia,
localizadas no centro da capital da ilha, foram utilizadas para
férias por Alberto João Jardim e família, e por membros do
executivo mais próximos do presidente do Governo durante
décadas.
A oposição chamava datchas às duas moradias, numa referência às
casas de férias usadas pelos altos-membros da ex-União Soviética.
Jardim argumentava que até estava a poupar dinheiro à região, já
que os 20 euros que pagava de renda diária – inicialmente eram 10
euros por dia -, eram menos do que o que o Governo pagaria se
ficasse hospedado num hotel, pois insistia que estava no Porto
Santo em trabalho, não em férias.
“Era um absurdo a existência de duas casas de férias para o
usufruto dos governantes no período de Verão”, vinca Albuquerque,
dizendo que a decisão de acabar com “essa situação bizarra” foi
tomada de imediato. “Nas democracias modernas os membros dos
governos eleitos gozam férias como os outros cidadãos, às suas
custas”, lembra Albuquerque. A alienação dos dois imóveis, uma
reivindicação antiga da oposição, foi um dos compromissos eleitores
do PSD pós-Jardim, mas esbarrou em várias questões burocráticas.
Primeiro, as casas não tinham registo patrimoninal, um processo que
foi iniciado agora, e depois, como estão localizadas em domínio
público marítimo, complica a venda. Assim, a solução encontrada foi
concessionar as datchas para fins turísticos ou similares.
“Como as casas estão implantadas em área do domínio público
marítimo vamos abrir concurso público muito em breve para
concessionar o seu uso para fins de alojamento turístico mediante o
pagamento de uma renda ao Governo regional”, explica Albuquerque,
precisando que o período de concessão será de oito anos,
“eventualmente” renovável por dois períodos de quatro anos.
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Serra da Estrêla - 2Celorico da Beira
Celorico da Beira se trouve à 550 mètres d’altitude, au pied de
la montagne de l’ Estrela et est traversée par le Fleuve Mondego.
Une visite en ces lieux constitue une découverte continuelle de
siècles d’histoire, dans un décor de montagne découpée par des
fleuves et des courants d’eau cristalline, où prédomine le
granit.
Le château, ex-libris de Celorico da Beira, à l’architecture
militaire, style romantico gothique, (Xè siècle), au tracé
irrégulier, correspondant à la Citadelle. Visitez aussi l’Église de
la Misericórdia, dont la façade est un bel exemple d’art joanina,
et qui exhibe à l’intérieur un riche maître-autel, ainsi que des
peintures de Isidro Faria. Autre lieu à ne pas manquer, la fierté
baroque de l’Eglise Matrice de Santa Maria, qui se dresse au dessus
des maisons de l’ancien quartier du Château. Dans ses rues étroites
une rare collection de portails gothiques et de fenêtres manuélines
mérite une attention particulière.
CovilhãEntre fleuves et montagnes, la ville de Covilhã est l’une
des portes d’entrées de la Montagne d’Estrela.
Terre de bergers d’origine lusitanienne, elle fut prise aux
maures par le roi D. Sancho I qui la protégea avec des murailles et
elle devint ainsi un point stratégique au Moyen Âge, surtout avec
le roi D. Dinis, quand ce dernier mis en
pratique le renfort du territoire.
Cette ville royale, titre accordé par D. Manuel qui lui donna le
nouveau ‘foral’ en 1510, fut également une terre de découvreurs.
L’Infant D. Henrique le Navigateur, reçut de son père, le roi D.
João I, le titre de Senhor de Covilhã, après avoir conquit Ceuta en
1415.
Ici naquit Pêro da Covilhã, explorateur que le roi D. João II
envoya en Orient et dont les informations rendirent plus juste la
découverte du chemin maritime vers l’Inde par Vasco da Gama.
Une des références obligatoires à Covilhã est l’art des
lainages, lancé aussi au temps de D. Sancho I et développé par la
communauté judaïque qui s’est installée depuis cette époque et
demeura jusqu’au XVè siècle. L’industrie des textiles, qui
produisit tous les uniformes de l’armée portugaise durant le règne
de D. João V, prit un nouvel élan en 1763 sous l’action du Marquis
de Pombal qui fonda ici la ‘Real Fábrica de Panos’, devenu le plus
grand centre de lainages de tout le pays. La croissance économique
qui en résultat fit qu’en 1870 Covilhã s’éleva au rang de
ville.
Une visite au patrimoine ne dispense pas l’ancien Quartier Juif,
avec ses rues étroites et ses fenêtres manuélines, la chapelle de
São Martinho, la Chapelle de Santa Cruz et le Musée des
Lainages.
À Covilhã et aux environs, découvrez la Terre des Châteaux, des
villages Historiques, la Route de la Laine, la Route des Anciens
Quartiers juifs et le Parc Naturel de la Montagne d›Estrela en
faisant l›un des parcours qui vous permettent de découvrir le
patrimoine naturel et culturel de cette région.
Museu do Solar do QueijoMusée de la Demeure du Queijo
Datant de la seconde moitié du XVIIIè siècle, et connu comme la
cathédrale du Fromage «Serra da Estrela», la demeure mérite à elle
seule une visite. Le visiteur peut acheter, ou simplement déguster,
avec une garantie de qualité, le très renommé fromage, ex-libris de
la région, ainsi que d’autres délicieux mets gastronomiques.
Dans la Demeure on peut admirer les outils utilisés dans la
fabrication artisanale, depuis la traite jusqu’à l’arrivée à la
table des gourmets.
Museu de Lanifícios da Universidade da Beira InteriorMusée des
Lainages de Covilhã
Le Musée des Lainages, ainsi que l’Université de Beira Interior
à laquelle il appartient, est installé dans l’un des édifices les
plus imposants de la ville. C’était l’ancienne Real Fábrica de
Panos.
La construction de l’édifice date de 1769 durant le règne de D.
José I, dont on peut voir le blason des armoiries sur la façade.
Une partie des installations teinturières, où l’on peut encore voir
les fourneaux et les puits cylindriques pour teindre les laines,
fut l’espace choisi pour illustrer de façon simple l’histoire des
lainages à Covilhã.
L’exposition est organisée en trois noyaux : la Teinturerie
Pombaline de la Real Fábrica de Panos, les lainages de la région de
Covilhã durant le XIXè et le XXè siècles et les Étoffes de
laine.
Le Musée des Lainages est un lieu de visite obligatoire pour
bien comprendre l’importance de cette industrie dans la ville et
des répercutions sur le mode de vie local.
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Escolha de Isabel Meyrelles Tradução e Colaboração de Maria
Fernanda Pinto, PFr.
TEMPO DE POESIA - XXVITEMPOS de POESIA - XXVIPresença (1) Le
deuxième modernisme
Em 1927 foi publicada em Coimbra, uma Folha de Arte e Crítica,
dirigida por José Régio, Branquinho da Fonseca, João Gaspar Simões
e baptizada por Edmundo de Bettencourt, com o nome Presença.
Referimos sucintamente a histórica da revista que teve duas
séries: a primeira com 53 números e a segunda, muito mais tarde, só
com 2 números.Em 1930 Miguel Torga, Branquinho da Fonseca et
Edmundo de Bettencourt, escrevem uma carta de ruptura a José Régio
et João Gaspar Simões por divergências literárias, acusando-os de
ser demasiado “pro art para a arte”.
Mais tarde, à volta de 1935, desacordo e zanga com uma jovem
geração de poetas, que vieram alinhar-se mais tarde com as fileiras
néorealistas.«Presença» recebeu talvez a influência da Nouvelle
Revue Française (NFR) , do Freudismo, de Bergson, etc... Os
presencistas, sempre se interessaram pelos autores estrangeiros e
atribuiram uma grande importância aos poetas do Orfeu. Fernando
Pessoa com os seus heterónimos, foi um fiel da revista.É preciso
citar a presença de alguns independentes, tais como Vitorino
Nemésio, Teles de Abreu (pseudónimo de Jorge de Sena) e Miguel
Torga.No domínio das Artes Plásticas, a revista enriqueceu-se com
as reproduções das obras de Almada, Sarah Alfonso, Mário Eloy,
Júlio, Dórdio Gomes etc Mas o poeta mais importante da Presença foi
sem dúvida José Régio que arcou com toda a responsabilidade. Logo
na saída do primeiro número, José Régio anunciou na apresentação
intitulada Literatura Viva, que, tem arte é vivo tudo o que é
original. É original tudo que provém da parte mais virgem, mais
verdadeira e mais intima duma personalidade artistica.( )
. (…)
Cântico Negro
“Vem por aqui” - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros De que seria bom que eu os
ouvisse Quando me dizem: “vem por aqui!” Eu olho-os com olhos
lassos, (Há, nos olhos meus, ironias e cansaços) E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta: Criar desumanidade! Não acompanhar
ninguém. - Que eu vivo com o mesmo sem-vontade Com que rasguei o
ventre à minha mãe Não, não vou por aí! Só vou por onde Me levam
meus próprios passos... Se ao que busco saber nenhum de vós
responde Por que me repetis: “vem por aqui!”? Prefiro escorregar
nos becos lamacentos, Redemoinhar aos ventos, Como farrapos,
arrastar os pés sangrentos, A ir por aí... Se vim ao mundo, foi Só
para desflorar florestas virgens, E desenhar meus próprios pés na
areia inexplorada! O mais que faço não vale nada. Como, pois sereis
vós Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem Para eu derrubar
os meus obstáculos?... Corre, nas vossas veias, sangue velho dos
avós, E vós amais o que é fácil! Eu amo o Longe e a Miragem, Amo os
abismos, as torrentes, os desertos... Ide! Tendes estradas, Tendes
jardins, tendes canteiros, Tendes pátria, tendes tectos, E tendes
regras, e tratados, e filósofos, e sábios... Eu tenho a minha
Loucura ! Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura, E
sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios... Deus e o Diabo é
que guiam, mais ninguém. Todos tiveram pai, todos tiveram mãe; Mas
eu, que nunca principio nem acabo, Nasci do amor que há entre Deus
e o Diabo. Ah, que ninguém me dê piedosas intenções! Ninguém me
peça definições! Ninguém me diga: “vem por aqui”! A minha vida é um
vendaval que se soltou. É uma onda que se alevantou. É um átomo a
mais que se animou... Não sei por onde vou, Não sei para onde vou -
Sei que não vou por aí!
José Régio, in ‘Poemas de Deus e do Diabo’
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Peut-on considérer la mise en place du nouveau cadre des
Objectifs de développement durable comme une avancée ?
Les ODD peuvent jouer un grand rôle mais il ne faut pas mettre
l’enthousiasme avant la réalité. Avec une plateforme universelle de
164 critères, il est clair que la différence viendra de
l’évaluation et du reporting de chacun des 193 pays qui ont
participé à ces négociations. L’Afrique doit domestiquer les ODD et
non l’inverse. Il faut avoir sa propre stratégie vis-à-vis de ce
cadre et dialoguer avec les partenaires. Les pays doivent définir
leurs propres cadres. Nous ne sommes plus dans les OMD.
Finalement combien de personnes ont participé à cette Confèrence
?
Nous sommes fiers d’avoir travaillé avec l’Ethiopie dans la
réussite de ce sommet. Il y a eu 11 200 inscrits à cette
Conférence, l’une des plus importantes organisées ces dernières
années en Afrique. Beaucoup de délégations étrangères ont été
surprises par le niveau d’organisation et la qualité des
infrastructures de l’Ethiopie. Les 200 side-évents se sont tous
déroulés dans les meilleures conditions en coordination avec les
plénières. L’Ethiopie a offert aux yeux du monde la réalité de la
nouvelle Afrique. C’est aussi l’un des acquis de cette
Conférence.
Ça brasse au Portugal
La crise des Bourses chinoises pourrait compliquer la vente de
la banque portugaise Novo Banco, née l’an dernier des décombres de
Banco Espírito Santo (BES), amenant l’assureur chinois Anbang,
candidat favori, à demander une réduction du prix, selon la presse
portugaise.
La police est d’ailleurs entrée en conflit avec les victimes des
investissements toxiques effectués par l’ancienne Banco Espírito
Santo lors d’une manifestation devant le siège de la Banque Novo à
Lisbonne jeudi.
Carlos Lopes: «A Addis Abeba, nous avons gagné un nouveau
débat»
Propos recueillis par Adama Wade/
La question de la fiscalité a dominé la troisième Conférence sur
le financement du développement tenue à Addis Abeba du 13 au 16
juillet 2015. Pour le Bissau Guinéen Carlos Lopes, vice président
de l’ONU et secrétaire général exécutif de la Commission des
Nations Unies pour l’Afrique, cette rencontre a jeté les bases d’un
nouveau débat.
Que retenir de cette grande Conférence internationale sur le
financement du développement au delà du scepticisme de la société
civile ?
Il faut considérer cette conférence comme une étape. Le texte
qui a été adopté offre plusieurs pistes propices à l’action.
L’importance d’une telle réunion est de définir des étapes. Comme
on a eu à le constater, le débat actuel est complètement différent
de celui qui avait cours en 2002 à Monterry. A l’époque, la
question était de savoir quelle part du produit brut national des
pays riches faudrait-il consacrer aux pays en développement. On l’a
d’ailleurs bien vu, le fait d’avoir un texte qui affirmait
l’importance de l’aide au développement n’a pas permis une
augmentation significative de celle-ci. Donc ce n’est pas le
document qui définit le résultat final.Par contre, le débat actuel
porte sur les taxes, l’évasion fiscale, le financement au sens
large, les ressources domestiques et le besoin d’aligner un certain
nombre de flux financiers non traités avec transparence. On a gagné
un nouveau débat à Addis Abeba. Cela dit, rien n’empêche l’Afrique
d’avoir son propre agenda et de pousser aux changements majeurs
dans divers domaines dont la fiscalité.
Justement, s’agissant de l’Afrique, on ne l’a pas bien sentie
dans le G 77?Il y avait une difficulté d’ordre pratique. L’Afrique
a travaillé d’avance sur un document en adoptant une position
commune. Cela nous a servi au départ mais à l’arrivée cela nous a
desservi. Nous n’avons pas innové au fur et à mesure. A l’avenir,
il faudra peut être affiner le système de négociations. D’autre
part, le G77, présidé par un pays africain, mettait le continent
dans une position difficile. On ne pouvait pas utiliser cette
présidence pour faire avancer notre agenda. Il a fallu un compromis
nécessaire pour concilier toutes les positions.
Concernant la fiscalité, l’on a vu des pays comme l’Australie,
les USA et la Grande Bretagne, pour n’en citer que ceux-ci, se
montrer favorable à une certaine transparence fiscale mais tout en
s’opposant à la mise en place de la Tax body au niveau de
l’ONU?
La question de la fiscalité est à l’ordre du jour. Chacun a sa
propre démarche en la matière. Il y a l’initiative du G7, du G8,
des Etats-Unis au niveau de leur sénat etc. Il y a un intérêt
nouveau pour cette question transversale. L’Afrique n’a pas été
prise au dépourvue grâce en partie au rapport Tabo Mbeki. Ce
document a pesé énormément dans les débats et les langages.
L’Afrique a fait un travail unique sur cette question des flux
financiers illicites désormais prise en compte. Au final, ce qu’il
faut retenir c’est une nouvelle conception du financement du
développement. La centralité de l’APD n’est plus de mise.
Mini-récession, méga-enjeux
La simple évocation du mot «récession» est, dans la perception
populaire, une tache importante sur le bilan économique du
gouvernement sortant. Comptez sur les libéraux et les
néo-démocrates pour prononcer le mot des milliers de fois jusqu’aux
élections.
par Pierre Duhamel / l’actualité
Le verdict est tombé : l’économie canadienne est donc en
récession. Après avoir reculé de 0,8 % durant les trois premiers
mois de l’année, l’activité économique affiche un repli de 0,5 %
entre avril et juin.
Blogue Economie
Une récession se définit habituellement par une croissance
négative observée pendant deux trimestres consécutifs. En ce sens,
le Canada est bel est bien en récession. Mais toutes les récessions
ne sont pas égales entre elles, et celle-ci apparaît somme toute
conjoncturelle et bénigne, surtout quand on la compare à celle de
2008.
Le repli économique est d’abord relativement modeste. Il est
aussi moins accentué que ce que prédisaient les économistes, qui
anticipaient un recul de 1,0 % au deuxième trimestre.
On sait aussi que cette récession s’explique surtout par
l’effondrement du marché des ressources naturelles, qui a provoqué
une chute importante des investissements.
Surtout, cette récession, à peine confirmée, serait peut-être
déjà terminée, puisque l’économie a crû de 0,5 % en juin. La
croissance économique a repris du tonus, grâce aux exportations et
aux dépenses des consommateurs.
Néanmoins, la simple évocation du mot «récession» est, dans la
perception populaire, une tache importante sur le bilan économique
du gouvernement sortant. Comptez sur les libéraux et les
néo-démocrates pour prononcer le mot des milliers de fois jusqu’aux
élections du 19 octobre.
Le repli de l’économie au cours des six premiers mois de l’année
pourrait enfin être jugé suffisamment préoccupant par la Banque du
Canada pour qu’elle annonce, le 9 septembre, une nouvelle baisse de
son taux directeur.
Cette baisse est peu probable, compte tenu de ce que l’on sait
sur le comportement de l’économie en juin. Mais si la banque
centrale cherchait un prétexte, elle l’a trouvé mardi matin.
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Internacional
Alemanha é a nova “dona” de 14 aeroportos gregos
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras,assiste ao debate dos
deputados a 14 de Agosto, dia em que foi aprovado o 3º resgate pelo
Parlamento de Atenas
CHRISTIAN HARTMANN/REUTERS
O consórcio alemão Fraport-Slentel venceu a primeira
privatização feita pelo Governo de Alexis Tsipras. Daqui para a
frente quem vai mandar nos aeroportos de Salónica, a segunda maior
cidade da Grécia, e das ilhas de Corfu, Rodes, Kos, Samos e
Santorini, entre outras, é uma empresa do país de Angela Merkel
por Manuela Goucha Soares
Ironia do destino, ou simples dramaturgia do capitalismo
internacional, são alemães os novos concessionários de 14
aeroportos gregos. De acordo com a agência de notícias grega AMNA,
o acordo para a venda da concessão de “14 aeroportos regionais ao
consórcio Fraport-Slentel , por 1,23 mil milhões de euros, foi
publicado no Diário do Governo” da Grécia. Esta é a primeira
privatização feita pelo “governo SYRIZA e faz parte do memorando
que foi ratificado pelo Parlamento” de Atenas, a 14 de Agosto.
Desta forma, de agora em diante, são os alemães que no próximo
meio século vão garantir o funcionamento do aeroporto de Salónica,
a segunda maior cidade da Grécia, bem como os das conhecidas ilhas
de Corfu, Rodes e Santorini. O aeroporto de Kos - a ilha que tem
sido tão falada por causa da crise dos refugiados e migrantes -
também passa a ser propriedade da Fraport-Slentel.
Os outros nove aeroportos que passam para as mãos dos alemães
são os de Chania, Kefalonia, Zakynthos, Aktion, Kavala, Samos,
Mitilene , Mykonos e Skiathos.
Quando venceu as eleições de 25 de Janeiro deste ano, Alexis
Tsipras, prometeu cancelar o programa de privatizações na Grécia.
Meses mais tarde, teve de voltar atrás, para garantir a permanência
no país na zona euro e conseguir fazer “aprovar o terceiro resgate,
de 86 mil milhões de euros”, lembra o jornal grego Ekathimerini.
Sem este empréstimo, o país entraria em incumprimento.
O consórcio Fraport-Slentel detém a gestão de vários aeroportos
em todo o mundo, entre eles o de Frankfurt, um dos aeroportos com
mais movimento no continente europeu.
«A casa «onde na qual» eu estava»Por Edno Pimentel
O (mau) uso dos pronomes relativos ‘no qual’, ‘na qual’, ‘em
que’ e ‘onde’ é o tema desta crónica do autor, publicada no
semanário angolano “Nova Gazeta”, de 13/08/2015.
Não sei a quem atribuiria, se pudesse, de tantos desvios ou
mesmo manobrasperigosas que vejo e oiço todos os dias. Mas não é
difícil ver quem é o principal responsável por tamanha desordem, no
nosso caso, linguística.
Eu elegeria o próprio sistema que, amiúde, se vai fragilizando
cada vez mais, sob os olhos impávidos de todos nós, os professores,
de quem também somos frutos, alguns, muito mal amadurecidos.
Alguns académicos da nossa praça têm defendido o reforço das
estruturas nas classes de base, sobretudo nas disciplinas de
matemática e de português, por ser através dessas que mais
facilmente se processa o raciocínio. Dominando a língua portuguesa,
os alunos mais facilmente compreendem os teoremas matemáticos,
encontram soluções para os mais complexos problemas, interpretam
textos, analisam o mundo à sua volta, compreendem o mundo ao seu
redor.
Mas... pronto. «Este é o problema que estamos com ele», disse um
dia um cantor. «Nós somos mbora memo assim», disse um outro. Mas
acredito que podemos, sim, ser melhores no que fazemos e, porque
não, no modo como falamos.
«Na casa onde na qual eu estava», reflecte o que não se ensina
nas nossas escolas e o que, talvez, não se aprende em casa. Na 12.ª
classe, espera-se um perfil de saída razoavelmente bom: o aluno
deve estar preparado para perceber com facilidade textos
relativamente complexos, tem de ser capaz de construir frases
lógicas e usar um vocabulário mais cuidado e, claro, tem de estar
em condições de usar as técnicas básicas, só para minimizar, de
pronominalização e os pronomes relativos.
Mas a culpa não é dos alunos que deviam saber que ‘no qual’, ‘na
qual’, ‘em que’ e ‘onde’ podem ter valores significativos
semelhantes. Podem, todos eles, ser usados nos mesmos contextos,
desde que não seja ao mesmo tempo. Dentre os três, por exemplo,
devemos usar apenas um porque todos querem dizer a mesma coisa.
Podemos dizer: «A casa onde eu estava»; «A casa na qual eu
estava»; ou «A casa em que eu estava».
FonteCrónica da autoria de Edno Pimentel e publicada na coluna
“Professor Ferrão” do jornal luandense “Nova Gazeta”, em
13/08/2015. Manteve-se a ortografia conforme a norma ainda aplicada
em Angola, a qual é anterior ao Acordo Ortográfico da Língua
Portuguesa.
Sobre o autor
Edno Pimentel é professor do ensino secundário em Luanda e
assina no jornal Nova Gazeta a coluna Professor Ferrão sobre os
usos da língua portuguesa em Angola.
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Par: Pasquale Tocca
Pousada Porto - Palácio do FreixoPousadas du Portugal
Surplombant le fleuve Douro, à Porto, le Palácio Do Freixo
occupe un bâtiment baroque restauré datant du XVIIIe siècle. Il
comprend des parties communes aristocratiques à l’architecture
imposante et ses chambres modernes sont dotées d’une télévision à
écran plat.
Les spacieuses chambres climatisées du Pousada Do Porto -
Palácio Do Freixo disposent d’un coin salon séparé ainsi que d’une
salle de bains pourvue d’articles de toilette de luxe et d’un
sèche-cheveux. Certaines offrent une vue sur le fleuve Douro.
Vous pourrez vous détendre sur une chaise longue à côté de la
piscine à débordement de l’hôtel, qui donne sur le fleuve. Le spa
comporte un bain turc, une piscine intérieure chauffée et un sauna.
Des massages sont également dispensés.
Le restaurant du Pousada Do Porta- Palácio do Freixo sert tous
les jours un petit-déjeuner buffet composé de produits frais. Vous
pourrez déguster de légères collations au bord de la piscine. En
soirée, vous pourrez aussi commander des cocktails au bar de
l’hôtel.
L’hôtel est situé à 2,5 km de la zone commercial Dolce Vita et à
1 km de la gare de Campanhã. L’aéroport de Porto est accessible en
20 minutes de route et un parking gratuit est disponible sur place.
Enfin, le Pousada Do Porto - Palacio Do Freixo assure un transfert
gratuit vers le centre-ville.
Ce quartier ( Campanhã ) est un choix idéal pour les voyageurs
qui s’intéressent à ces thèmes : Musées, Paysages et Monuments. Les
voyageurs habitant au Portugal recommandent également ce quartier à
tout ceux qui partagent les centres d’intérêt suivants : Nature,
Séjour en ville et Musées.
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Homens ao mar O Mundo parece um barco no meio de enorme
tormenta.
por Octávio Ribeiro
O Mundo parece um barco no meio de enorme tormenta. A onda vem
dos EUA, o planeta adorna; vem da Europa, mais se tomba sobre a
água em fúria. E, a cada inclemente vaga, milhões de vidas caem
borda fora. Agora, a tempestade vem da China. À comum ausência de
supervisão eficaz dos fluxos globais de capital, junta-se o risco
acrescido de um elefante gigante de origem comunista no meio dos
finos cristais da política monetária. O Mundo precisa de parar para
reflectir. Mas quem pode parar um barco no meio da fúria dos
elementos?
Urinam sobre criança imigrante
Onda de xenofobia aumenta na Alemanha. Por Isabel Faria
Dois homens urinaram sobre uma criança de 5 anos, imigrante de
um país de Leste, no metro de Berlim, Alemanha, enquanto lhe
chamavam “m... estrangeira”. O irmão de 15 anos, que tentou
proteger o mais novo, também foi atingido. O incidente ocorreu no
sábado, mas só ontem foi divulgado, no dia em que foi incendiado um
abrigo para refugiados em Nauen. A onda de xenofobia que alastra no
país preocupa as autoridades, que definiram o caso do metro como
“particularmente repulsivo”. Ontem, a sede do SPD em Berlim foi
evacuada devido a uma ameaça de bomba, numa retaliação pela visita
do seu líder a um abrigo para refugiados em Heidenau, incendiado no
sábado. Entretanto, a Alemanha suspendeu o reenvio de sírios para
os países de entrada na UE, tornando-se assim no primeiro país
europeu a adoptar a medida.
Sistema híbrido à base de hidrogel «ataca» cancro da
próstataWagner José Favaro: «Na fase inicial, conseguimos que o
tumor fosse quase eliminado» (Foto: António Perri, Jornal da
Unicamp)
Um sistema híbrido à base de hidrogel destinado ao tratamento do
cancro da próstata foi desenvolvido por um grupo de investigadores
do Instituto de Biologia (IB) e do Instituto de Química da
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no Brasil. Segundo um
estudo hoje divulgado, o objectivo é melhorar a qualidade de vida
dos pacientes com a doença e tanto a baixa toxicidade como o efeito
anti tumoral são as principais características do sistema.
De acordo com Wagner José Favaro, professor do IB e um dos
responsáveis pelo desenvolvimento da tecnologia, o processo combina
hidrogéis de polímeros biocompatíveis e nano partículas mesoporas
de sílicas incorporadas com fármacos” – libertados de forma
controlada – para tratamento tumoral.Os efeitos exercidos no tumor
são ditados pela própria nano-estrutura, mas esta é potencializada
pela utilização de fármacos. “Quem dita o efeito anti-tumoral é a
nano-estrutura, que interage com proteínas que estão no sangue e no
abdómen, local escolhido para a aplicação. Essas proteínas chegam
até à célula tumoral e isso, somado ao efeito do fármaco, faz com
que obtenhamos um efeito muito significativo”, explicou o
investigador.
Abdómen é o local escolhido para a aplicação
O processo foi testado “in vivo”, durante um mês, em ratos de
laboratórios e os resultados obtidos foram satisfatórios. Os
animais apresentaram uma diminuição no tamanho dos tumores e baixa
toxicidade – principalmente no coração -, depois de receberem
sistematicamente injecções que continham o sistema híbrido à base
de hidrogel.
Wagner José aponta: “Não chegamos à cura do cancro, mas o
tamanho dos tumores nestes animais foi reduzido, em todas as fases.
Na fase inicial, conseguimos que o tumor fosse quase eliminado. Se
este tratamento for prolongado ou associado a outros tipos de
fármacos, podemos obter uma nova abordagem”.
A principal preocupação dos investi-gadores era garantir a
qualidade de vida dos pacientes e melhorar o processo de tratamento
do cancro, “facto que está directamente associado à toxicidade dos
fármacos”.
Segundo o professor, em oncologia, a nanotecnologia “ainda é
pouco utilizada e tem utilização muito recente” e a sua aliança aos
fármacos no tratamento do
cancro da próstata constitui um tratamento inovador.
Wagner José salienta mesmo: “Em nenhum trabalho vimos a
utilização da sílica em gel associada ao fármaco no tratamento do
cancro de próstata. Em todos os tumores, há muito poucos trabalhos
que utilizam essa versão da sílica em forma de gel, associada aos
fármacos. Por isso, este hidrogel criado por nós é único”.
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PORTO CABRALLe soleil embouteillé
La commission Robillard fait œuvre utileLes trois grands thèmes
du dernier rapport de la Commission de révision permanente des
programmes touchent, à des degrés divers, à la religion du modèle
québécois.
par Pierre Duhamel
photo Jacques Boissinot/laPresse
Blogue EconomieFaut-il dépenser trois milliards par année en
aide aux entreprises ? Le statut de monopole de la SAQ sert-il bien
le public et l’État ? Revenu Québec est-il efficace et nécessaire ?
Ces trois petites questions soulèvent déjà un débat épique entre
les défenseurs de ce qu’on appelle le «modèle québécois» et ceux
qui croient qu’il faut oser remettre en question les vaches
sacrées.
Remettre en question la façon de faire de l’État, c’est
précisément le mandat de la Commission de révision permanente des
programmes (CRPP). On peut être en désaccord avec certains des
problèmes soulevés par la Commission ou avec les solutions qu’elle
propose, mais il me semble que son travail est essentiel.
Le gouvernement québécois dépense près de 100 milliards de
dollars par année, sans compter que la majorité de ses
investissements dans les infrastructures sont directement imputés à
la dette. Pour financer le tout, il perçoit 81 milliards de dollars
des contribuables et des sociétés d’État, auxquels s’ajoutent plus
de 19 milliards de dollars en transferts fédéraux.
Toutes ces dépenses sont-elles nécessaires et utiles ? Les
centaines de ministères, agences, sociétés d’État et organismes
sont-ils bien gérés ? Et peut-on être sûr que ce qui a été créé il
y a des décennies est toujours essentiel ?
Pour certains, toute remise en question du moindre organisme ou
d’un seul atome de l’État québécois constitue un sacrilège. C’est
comme si l’État était devenu un dieu et que toute critique ne
pouvait qu’être l’œuvre d’un apostat qui reniait la religion
nationale. Cette absence de remise en question a pour conséquence
que le nombre de programmes et d’organismes augmente au fil des ans
et qu’il y a un réel effet de sédimentation qui nous coûte une
fortune.
Les trois grands thèmes du dernier rapport de la CRPP touchent,
à des degrés divers, à la religion du modèle québécois.
L’aide aux entreprises, c’est le chapitre économique du modèle
québécois. L’État est vu comme un élément fondamental de l’économie
«nationale». En 2013-2014, le Québec a injecté trois milliards de
dollars dans le développement économique. On parle ici de
subventions, d’aide fiscale, de programmes de financement et
d’appui à des organismes de développement économique.
Si le développement économique dépendait de l’ampleur des
investissements de l’État, le Québec serait le territoire le plus
riche au pays. Ce n’est malheureusement pas le cas. Nous avons
pourtant été extraordinairement créatifs dans la mise
sur pied de structures et de programmes. La commission Robillard
recense 84 programmes d’aide, 111 organismes en
recherche-développement et innovation ainsi que 200 organismes
d’aide à l’entrepreneuriat.
Ces dépenses ont aussi un effet pervers, puisqu’on doit taxer
l’ensemble des entreprises pour aider certaines d’entre elles. Les
entreprises québécoises paient deux fois plus d’impôts, de taxes et
de cotisations, une fois qu’on a additionné tous les prélèvements.
Il faut faire le ménage et être plus économe et efficace dans le
soutien aux entreprises.
L’abolition du monopole de la SAQ est un sujet encore plus
épineux. La Commission ne préconise pas sa privatisation, mais une
concurrence accrue qui pourrait venir des marchés d’alimentation ou
de cavistes indépendants. Pour compenser la perte de profits de la
SAQ, la Commission préconise une taxe supplémentaire perçue sur
chaque bouteille vendue.
La CRPP reproche les frais administratifs très élevés de la SAQ
comparativement à ceux de monopoles publics dans d’autres provinces
ou États américains. Ils sont de 21 % au Québec, contre 16 % en
Ontario et 8 % au New Hampshire.J’aime l’approche de la Commission,
mais je ne suis pas sûr que l’argument des frais administratifs
soit décisif. Le modèle d’affaires de la SAQ, d’abord axé sur la
vente de vins fins, demande une force de vente mieux formée et un
personnel capable de donner un service personnalisé aux clients.
Contrairement aux liquor stores du New Hampshire, il ne s’agit pas
de mettre sur les étagères cinq vins d’une région viticole et de
laisser le consommateur à lui-même. (J’ai beaucoup fréquenté ces
magasins…)
Ce sujet me place dans une position paradoxale. J’aime la SAQ
comme détaillant pour ses produits et son service de qualité, mais
je pense que le public serait mieux servi si une offre
complémentaire existait. L’État pourrait aussi y trouver son
compte.
La proposition concernant Revenu Québec est de loin la plus
critique politiquement. L’agence québécoise serait moins efficiente
que sa contrepartie fédérale, et le Québec épargnerait 400 millions
de dollars, selon la Commission, en sous-traitant la collecte des
taxes et impôts au gouvernement fédéral.
Pour certains, Revenu Québec a force de symbole et aucune
économie potentielle ne les ferait changer d’idée. Ce serait plutôt
au fédéral de laisser le Québec percevoir l’ensemble des impôts des
entreprises et des particuliers. C’est une question idéologique et
politique.
Elle remonte à Maurice Duplessis, qui a décrété un impôt
provincial sur le revenu des entreprises en 1947 et un impôt sur
celui des particuliers en 1954. Le ministère du Revenu du Québec a
été créé en 1961, pour se transformer en Agence du revenu du Québec
en 2011. Les autres provinces ont aussi des impôts qui visent les
entreprises et les citoyens, mais c’est Ottawa qui les récolte pour
eux.
Les dirigeants de la SAQ et de Revenu Québec ont jugé bon de
contester publiquement les données de la Commission, ce qui a déplu
au président du Conseil du Trésor, Martin Coiteux, qui leur a
enjoint de faire preuve de plus d’humilité. Aucun organisme public
ne devrait être soustrait au regard public. C’est au gouvernement
de prendre les décisions qu’il jugera à propos et d’ouvrir la
discussion.
Les rapports d’une commission ou d’un organisme indépendant
jettent un éclairage essentiel sur la gestion des affaires
publiques. Par exemple, il arrive souvent que le ministère des
Finances ou le Conseil du Trésor ne soient pas d’accord avec les
recommandations du Vérificateur général. Ces recommandations sont
pourtant nécessaires pour assurer la qualité de notre vie
démocratique. Il en est ainsi des commissions. Certains rapports
sont gentiment mis de côté et d’autres fournissent le matériel à
partir duquel le gouvernement compte agir.
Mais dans tous les cas, ces rapports ont suscité la discussion
et relancé le débat public. L’État québécois ne doit pas être à
l’abri des critiques et des remises en question, parce que c’est
l’État… et qu’il est québécois !
Le vrai courage, c’est de se demander si nous en avons pour
notre argent avec cette gigantesque organisation qui dépense 98
milliards de dollars cette année, emploie l’équivalent d’un
demi-million de personnes à temps plein et supporte une dette nette
de 190 milliards de dollars.
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PORTO CABRALLe soleil embouteillé
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L’argument économique en politiqueLes politiciens ont toutes les
audaces : c’est toujours grâce à eux quand l’économie va bien… et
toujours la faute des autres quand on se retrouve en récession. La
campagne électorale ne fait pas exception à cette règle.
par Pierre Duhamel / l’actualité
Les politiciens ont toutes les audaces. C’est toujours grâce à
eux quand l’économie va bien, et toujours la faute des autres quand
on se retrouve en récession ou que le taux de chômage est élevé. La
campagne électorale ne fait pas exception à ce qui est devenu une
règle.
Blogue Economie
Je ne veux pas dire que les gouvernements n’ont aucune
incidence. Tous les gouvernements de l’histoire du Canada ou du
Québec n’ont pas été égaux en la matière, et certains ont opté pour
des politiques qui favorisaient la croissance économique,
l’exploitation des ressources, le commerce international, le
développement de l’industrie ou la formation de la main-d’œuvre.
Certains gouvernements ont été très dépensiers, comme ceux de
Pierre Elliott Trudeau, et d’autres frugaux, comme ceux de Jean
Chrétien.
En revanche, chaque gouvernement a dû composer avec une
conjoncture économique différente et des tendances de fond qui ont
pesé lourd dans leur bilan économique.
Dans les années 1950 et 1960, les économies canadienne et
québécoise sont propulsées par une extraordinaire croissance
démographique et le développement spectaculaire de l’économie
américaine, qui a besoin de fer, de bois, de papier journal et
d’automobiles.
Le taux de croissance annuelle de l’économie canadienne oscille
entre 5 % et 7 % par année pendant ces années bénies. Il atteint
même 7,66 % en 1970. Nous étions la Chine ou l’Inde de ces
décennies.
Les conditions ont changé. La démographie joue dorénavant contre
nous, et des pays comme le Mexique et la Chine sont venus nous
concurrencer sur nos marchés, y compris ici même, au Canada. De nos
jours, une croissance économique de plus de 3 % relève de
l’exploit, avec ou sans pétrole.
Je trouve donc injuste de reprocher au gouvernement conservateur
la faiblesse relative de l’économie canadienne. Cela ne dépend pas
de lui. Le secteur manufacturier est en recul dans tous les pays
développés, et il a fallu une baisse substantielle du dollar
canadien au début des années 2000 pour inverser, pendant quelques
temps, une tendance irrésistible.
Je trouve tout aussi stupides les prétentions du gouvernement
sortant quand il se félicite de sa bonne gestion de l’économie. Le
Canada a été moins touché par la récession de 2008 — une baisse de
2,71 % du PIB, tout de même — grâce au boum du prix des matières
premières. Les investissements dans les mines et les puits de
pétrole ont été énormes, et le gouvernement Harper n’y était pour
rien. C’est le gouvernement chinois qui aurait mérité des éloges
!
Le gouvernement conservateur n’a évidemment pas empêché le
développement de l’industrie pétrolière, mais on exagère grandement
son rôle. Il n’était pas difficile de trouver des investisseurs
prêts à engager des milliards de dollars quand le pétrole se
vendait à plus de 120 dollars le baril, comme en 2011 et 2012.
L’aide gouvernementale a été somme toute minime, compte tenu de ce
qu’a
rapporté cette exploitation. Les gouvernements fédéral et ceux
des provinces productrices ont largement profité de la manne
pétrolière en percevant en moyenne 18 milliards de dollars en
impôts et redevances par année, entre 2011 et 2013.
Les partis d’opposition Les partis d’opposition reprochent enfin
au gouvernement Harper ses six déficits budgétaires consécutifs.
Pourtant, ce sont ces mêmes partis qui demandaient au gouvernement
d’engager davantage de dépenses publiques pour contrer les effets
de la récession. En politique, les déficits des autres sont
inexcusables, alors que ceux que nous faisons sont toujours
justifiés.La drôlerie est remarquable dans le cas des libéraux.
Justin Trudeau ramène à notre bon souvenir la prudente gestion
budgétaire de Paul Martin quand il était ministre des Finances,
tout en nous promettant du même souffle — et sans y voir aucune
contradiction — trois années de déficits supplémentaires pour
dynamiser l’économie.
Justin Trudeau a néanmoins raison sur un point. S’il y a un
nouveau gouvernement, il nous fera immanquablement le coup du
«c’est pire qu’on pensait» pour justifier soit un autre déficit,
soit de nouvelles compressions.
Trudeau veut augmenter les investissements en infrastructures du
gouvernement fédéral, ce qui occasionnera un déficit budgétaire de
10 milliards par année pendant trois ans. À l’entendre, ces 10
milliards feraient toute la différence du monde pour propulser
notre économie. Pensez-y deux minutes : la croissance du pays
dépendrait de 10 milliards de dépenses publiques supplémentaires
dans une économie de 1 648 milliards. C’est à peu près l’équivalent
de vous avancer d’un pied sur un trou de golf de 570 verges.
En revanche, cela pèse sur un endettement public élevé qui a
pris un sérieux embonpoint depuis six ans.
Les politiciens sont incorrigibles, et les électeurs ne
demandent qu’à être séduits.
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Diplomacia
Comemorações dos 600 anos da conquista de Ceuta geram críticasAs
comemorações dos 600 anos da tomada de Ceuta são uma sombra do
inicialmente previsto, motivando críticas à câmara local por ter
“cedido” aos que recusaram comemorar “uma matança e um feito
bélico”.
As velhas muradas da cidade de Ceuta, onde hoje apenas vivem 60
portuguesesO actual presidente da Câmara de Ceuta, Juan Jesus
Vivas, chegou a criar, em 2010, uma fundação – a Fundação Ceuta
Crisol [Cadinho] de Culturas 2015 – para coordenar um vasto
programa de comemorações. No entanto, nas eleições de 2011
assistiu-se ao crescimento em importância de uma coligação formada
por dois partidos de caráter regional, a União Democrática de Ceuta
(UDCE) – liderada por Mohamed Ali – e o Partido Socialista do Povo
de Ceuta. O PP, de Jesus Vivas, ganhou com maioria absoluta, mas a
Coligação Caballas ganhou peso e já não o perdeu.
Foi a Caballas que tomou a posição mais dura quanto às
comemorações. Em 2012 referiu-se à conquista como “uma matança” e
alertou que celebrar “um feito bélico poderia ferir a
susceptibilidade de uma parte muito considerável da população”.
“Encravada” em Marrocos, Ceuta é – juntamente com Melilla – um
dos dois únicos territórios terrestres europeus em África. Tem uma
população de cerca de 84 mil habitantes, onde um em cada três é
muçulmano (37%, dados de 2012). É também um dos locais de Espanha
onde mais cidadãos foram detidos por ligações ao terrorismo
islâmico.
Em Dezembro de 2014, a poucos meses das eleições locais de Maio
último, a Coligação Caballas propôs a extinção da Fundação Ceuta
Cadinho de Culturas 2015 e no final desse mês o governo local
acabou mesmo com ela. Dos programas preliminares constavam
exposições, conferências, convénios entre Câmaras de Comércio, a
realização de programas de televisão em canal nacional sobre o
legado português em Ceuta, exposições da Armada Portuguesa e
espanhola, entre outros eventos.
A imprensa local apelidou a decisão como “uma cobardia política”
do presidente da Câmara. Juan Jesus Vivas diz que a opção política
foi a de ajustar a celebração aos dias de austeridade. “Vivemos
anos de ajuste orçamental muito forte e isso impediu que as
celebrações tivessem um conteúdo de maior aparato. Combinamos que
não ficaria no esquecimento, mas ao mesmo tempo quisemos
ajustar-nos ao período de austeridade que Espanha e Portugal estão
a viver”, disse à Lusa.
Vivas também recusa a ideia de que a população de Ceuta pense na
conquista de 1415 como “uma matança”. “Isso não está muito presente
na sociedade de Ceuta. Foram comentários que devemos considerar
marginais. Ceuta hoje orgulha-se de ser uma sociedade
multicultural, na qual impera o respeito pelo outro,
independentemente da origem étnica, da religião ou da cultura”,
salientou.
Numa entrevista na qual nunca referiu a palavra “conquista” de
Ceuta, mas sim “efeméride” ou apenas “1415”, Juan Jesus Vivas
reconhece que a organização optou por não focar o carácter bélico
da operação militar do Rei D. João I de Portugal.
“Não nos podemos esquecer do que significou a efeméride de 1415,
mas ninguém tentou celebrá-la como uma conquista ou uma batalha.
Não nos focamos nesse ponto de vista bélico, mas sim num salto
qualitativo importantíssimo na nossa história, porque significa a
entrada na idade moderna”, sublinhou.
Vivas explicou que o “ayuntamiento” – “em vez de concentrar a
celebração num só dia” – “preferiu realizá-la ao longo do tempo”.
“Há vários anos que realizamos actividades docentes e culturais,
que vêm dar valor, recordar e divulgar nas escolas o que Ceuta e
1415 significou para Portugal, para Espanha, para a Europa e para o
Mundo”, concluiu.
E dá o exemplo do Infante D. Henrique para responder aos seus
adversários políticos. “Estas coisa