LEONARDO VAZ PEREIRA Visão sócio econômica e ambiental da carcinicultura Brasileira Monografia apresentada a Universidade Metodista do Estado de São Paulo, como parte das exigências do curso graduação em Medicina Veterinária. Orientador Prof. Dr. Rogério Brunherotto. São Bernardo do Campo São Paulo - BRASIL 2003
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Visão sócio econômica e ambiental da carcinicultura Brasileira_ Pereira _2003
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LEONARDO VAZ PEREIRA
Visão sócio econômica e ambiental da carcinicultura
Brasileira
Monografia apresentada a Universidade Metodista do Estado de São
Paulo, como parte das exigências do curso graduação em Medicina
Veterinária.
Orientador
Prof. Dr. Rogério Brunherotto.
São Bernardo do Campo São Paulo - BRASIL
2003
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LEONARDO VAZ PEREIRA
Visão sócio econômica e ambiental da carcinicultura
Brasileira
Monografia apresentada a Universidade Metodista do Estado de São
Paulo, como parte das exigências do curso graduação em Medicina
O corpo de um Peneídeo é coberto de um exoesqueleto calcificado e
articulado, constituído de quitina e proteínas. Sendo dois segmentos fundidos e
originando o cefalotórax, porção anterior do animal, onde morfologicamente
destacam-se três estruturas: a carapaça, os olhos penduculados, e o rostro
(BARBIERI; OSTRENSKY, 2002).
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O abdômen constitui-se na parte posterior do corpo e termina no télson
(situado medianamente entre os urópodos). Essa região é composta por somitos,
onde são inseridos os apêndices que se desenvolvem paulatinamente no decorrer
da larvicultura (BARBIERI;OSTRENSKY,2002).
Saber diferenciar as espécies e modificações de comportamento da mesma,
tornam o profissional capacitado para o reconhecimento de enfermidades e erros de
manejo junto ao segmento camaroneiro. Este trabalho resume algumas informações
sobre a fisiologia do animal em alguns sistemas e resume os aspectos anatômicos e
as respectivas funções destes no quadro 03, para uma melhor assimilação nos itens
seguintes.
Quadro 03: Anatomia funcional dos camarões Peneídeos.
Órgão / Estrutura Função principal
Músculo abdominal Movimentos bruscos para trás na fuga de predadores
Antena Sensitiva, espacial, detectora de alimentos
Glândula antenal Excretora e balanço osmótico
Antênula Quimiorecepção
Exoesqueleto Barreira protetora e suporte
Boca, esôfago e estômago Ingestão, mastigação e armazenamento temporário
Brânquias Respiração, excreção, osmorreguladora e fagocitose
Glândula digestiva Digestão, absorção de nutrientes e armazenamento
Órgão linfóide Possivelmente para captura de antígenos e fagocitose
Mandíbulas e maxilas Sensitivas e desintegradoras de alimentos
Intestino Absorção de nutrientes e excreção
Pereiópodos e pleópodos Locomoção, captura e manipulação de alimentos
Fonte: NUNES, 2002.
5.1 Sistema Digestório
O aparelho digestório é constituído de um tubo entérico reto, composto pela
boca, esôfago, por uma câmara pré-intestinal (estômago), pelo mesentério e
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intestino posterior. A câmara pré-intestinal e o intestino posterior são também
recobertos por quitina. O trato digestivo continua no ceco posterior e termina no ânus
ventral ao télson (FRANÇA, 2003).
O estômago apresenta duas cavidades: câmara cardíaca e pilórica, a primeira
apresenta um molinete gástrico que serve para triturar o alimento. Já a câmara
pilórica, que recebe as partículas pré-trituradas, é composta por setas cuticulares,
onde as partículas maiores são regurgitadas para a câmara cardíaca, boca e meio
ambiente seqüencialmente. As partículas que seguem o trato digestório vão para a
abertura das glândulas digestivas conhecidas como hepatopâncreas (Composto de
5 tipos celulares), que é responsável pela síntese e secreção das enzimas
digestivas, pela absorção, pelo acúmulo e pelo metabolismo de nutrientes. Pré-
digeridas , as partículas de alimentos passam pelo intestino onde também são
absorvidos e posteriormente eliminados pelo ânus. As atividades enzimáticas no
trato digestório alteram-se por fatores externos (BARBIERI; OSTRENSKY,2002).
5.2 Sistema Nervoso
O cérebro está localizado entre as bases dos pedúnculos oculares. É dividido
em três porções (protocérebro, deuterocérebro e tritocérebro). Estruturas chamadas
de conectivos circum-esofagiais saem da parte posterior do cérebro e circundam o
esôfago, unindo-se a ele para formar um cordão nervoso ventral (visto a olho nu).
Esse cordão é duplo e composto por gânglios referentes a cada um dos somitos do
corpo (BARBIERI; OSTRENSKY, 2002).
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5.3 Sistema Circulatório
Única câmara praticamente incolor e sustentada por ligamentos suspensórios,
o coração bombeia a hemolinfa através de artérias para irrigar todos os tecidos e
órgãos, no entanto é considerado sistema circulatório aberto, sem retorno venoso
(BARNES; RUPPERT,1996), onde a hemolinfa volta a se oxigenar nas brânquias,
(lamelas achatadas e dispostas em câmaras fechadas na porção dorsal e abertas
ventralmente localizadas lateralmente no cefalotórax) por cavidades conhecidas
como hemoceles, e adentra ao coração pelo óstio cardíaco. As células sanguíneas
são denominadas de hemócitos e exercem outras funções descritas adiante no
sistema imunológico. O pigmento respiratório é a hemocianina, de coloração azul
(quando oxigenada), que utiliza o cobre como molécula transportadora de oxigênio
das brânquias aos tecidos. No seu regresso após a oxigenação dos tecidos a
hemocianina se descolore e ganha transparência. Uma modificação da maxila
chamada escafognatito possui um batimento que propulsiona a passagem de água
pelas brânquias difundindo oxigênio para o interior do animal, baseada nas
concentrações dos gases do animal e da água (BARBIERI; OSTRENSKY, 2002).
5.4 Sistema Excretor
O sistema excretor dos crustáceos é baseado em um par de glândulas
antenais que promovem a filtração do sangue e reabsorção seletiva de resíduos
metabólicos necessários para o animal, como a glicose. Essas glândulas estão na
base da cabeça e ligadas por ductos ao nefridióporo na base do segundo par de
antenas (BARBIERI; OSTRENSKY,2002).
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A amônia é o principal produto nitrogenado excretado, ela é liberada pelas
brânquias, por células especiais denominadas de nefrócitos e também de forma
direta pelo tegumento (BARNES; RUPPERT,1996).
5.5 Sistema Osmorregulador
O L. vannamei é um animal osmoconforme e eurihalino, capaz de manter
sua concentração sanguínea de sais aproximadamente igual à concentração de sais
do meio em que vivem, não mantendo características constantes. Os sais penetram
na circulação através das brânquias semipermeáveis. Utilizam-se da urina e das
glândulas antenais para eliminar o excesso de sais circulantes, função
complementada por gradientes químicos e elétricos nos tecidos e células
(BARBIERI; OSTRENSKY, 2001).
5.6 Sistema Imunológico
Os invertebrados protegem-se contra invasão por meio de barreiras físicas,
bem como por meio de processos análogos à fagocitose, imunidade humoral e
imunidade celular. Devido a enorme diversidade de espécies dos Crustacea, há uma
gama de observações desencontradas sobre a imunidade e as descrições até agora
não possuem um padrão definido (BARTL et al., 1994). Independentemente do grau
de complexidade evolutiva, todos animais devem ser capazes de expulsar
patógenos. Os mecanismos empregados pelos invertebrados e vertebrados para
protegê-los, embora tenham uma semelhança superficial, tem origem e composições
químicas totalmente diferentes (TIZARD,1998).
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Os hemócitos presentes na hemolinfa de artrópodes se comportam de
maneira semelhante de fagócitos de mamíferos, com quimiotaxia, aderência,
ingestão e digestão e produção de proteases. E quando a fagocitose é incapaz, eles
podem deter agentes em nódulos celulares um pouco semelhante aos granulomas
dos vertebrados (BARTL et al., 1995).
O Sistema de Profenoloxidase dos artrópodes é um complexo de enzimas
que quando ativado, gera uma cascata de proteases que leva a produção de
fenoloxidase, fator potencializador da fagocitose de partículas, coagulação do
plasma e tem efeito fungicida e bactericida. Essa enzima age na tirosina e dopamina
para gerar melanina ao redor das reações de defesa imune (TIZARD, 1998).
O equilíbrio entre o meio ambiente, camarões e patógenos, é essencial para o
reforço do sistema imunológico destes invertebrados. Erros de manejo, má
alimentação e quedas bruscas de temperaturas na água de cultivo, são fatores que
induzem imunossupressão aos animais e aumentam concomitantemente a
vulnerabilidade aos ataques oportunistas, que de modo geral já estão presentes nos
viveiros. Muitas epizootias são atribuídas a fatores climáticos (NUNES, 2002).
As aglutininas (lectinas) presentes na hemolinfa de alguns artrópodes,são
proteínas ou glicoproteínas, que constituem um grande número de moléculas
filogeneticamente distintas, reconhecem e se conjugam aos diferentes carboidratos
na superfície dos microorganismos invasores, estas podem agir como opsoninas. A
citotoxidade ocorre contra células estranhas, por mecanismos não elucidados e
estudos sugerem a mediação por meio de fosfolipases (TIZARD,1998).
O sistema imune dos invertebrados é objeto de pesquisa atual para extração
e produção de novas moléculas que auxiliem a industria farmacêutica a ingressar
seus produtos para um mercado abrangente num preço acessível. Recentemente no
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Brasil, pesquisadores extraíram heparina de baixo peso molecular presentes no
cefalotórax de camarões, com ação prolongada e que não necessita de degradação
para exercer seus efeitos anti trombóticos e pode ser uma alternativa para a
indústria farmacêutica em atuar na produção de fármacos para diferentes religiões,
segundo Dietrich da Unifesp (UNIFESP, 2002).
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6. Ciclo de Vida dos Camarões Peneídeos
O acasalamento e a desova da espécie L. vannamei na natureza ocorre em
mar aberto, em zonas profundas e o desenvolvimento larval (estágios) transcorre no
ecossistema estuarino como esquematizado na figura 02. No caso, os reprodutores
são encontrados em profundidades de até 72 metros. Possivelmente como um
mecanismo de preservação da espécie contra os predadores, os ovos são liberados
no período noturno, além disto a fecundação é externa devido ao télico aberto, no
momento da liberação dos óvulos (OLGUIN, 1967). As fêmeas de télico fechado
(receptáculo reprodutor) desenvolvem o ovário depois de terem copulado, com
deposição do espermatóforo do macho (RODRIGUES MARINS; REPRIETO
GARCIA, 197- ). A espécie L. vannamei possui télico aberto e tem sua maturidade
sexual horas antes da desova. Os ovos flutuam por pouco tempo antes de se
depositarem no fundo do mar. Após um curto período de tempo, nascem as
primeiras larvas. A fase larval com vida pelágica é curta de aproximadamente 10 a
20 dias dependendo principalmente da temperatura da água e variações das
espécies (IGARASHI, 1995). O desenvolvimento larval segue a complexidade da
maioria dos crustáceos, apresentando um total de 11 a 12 estágios larvais definidos,
sendo de 5 a 6 estágios sob a forma de Náuplio, 3 como Protozoéa ou Zoéa e 3
formas denominadas Mísis. Posteriormente outros estágios de número indefinido
chamados Pós-Larvas (pl). Os estágios devem ser diferenciados na observação
diária do comportamento e morfologia, dentro de uma larvicultura, neste estágio o
ideal é que o animal tenha ecdise (muda) todas as noites. Com semanas de vida e
em estágio pós-larval (pl) os camarões já começam a levar uma vida bentônica.
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Estudos já relataram migrações de 600 a 900 Km de camarões Peneídeos na
procura de habitat apropriado (GARCIA; LA RESTE, 1981).
Figura 02: Localização do ciclo de vida dos camarões peneídeos na natureza.
A importância da Carcinicultura da espécie L. vannamei, pode ser
compreendida através da tabela 02, que representa em números a super exploração
pesqueira dos recursos naturais visando uma opção de mercado que necessita
dispor de 99% do produto oriundo da aqüicultura mundial (FAO, 2000).
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Tabela 02: Volume total consumido (tonelada) de camarões oriundos pesca (captura) e de
cultivo (aqüicultura) com participação relativa.
Camarão
Espécies
Captura
(ton) Aqüicultura (ton) TOTAL
Aqüicultura
(%)
P. monodon 268.296 571.497 839.793 68
P.chinensis 85.545 219.152 304.697 72
L.vannamei 1.619 143.737 145.356 99
P.merguensis 83.332 45.717 129.049 35
P.japonicus 9.992 2.639 12.529 21
P.indicus 0 4.370 4.370 100
Outros 1.011.539 99.455 1.110.994 9
Fonte: FAO, 2000.
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7. Ciclo de Produção no Brasil
O ciclo de produção no cultivo de camarão marinho no Brasil pode ser
resumido em três fases distintas: maturação de reprodutores, produção de pós-
larvas e engorda de camarões. E o fechamento deste ciclo no território nacional nos
livra da dependência da importação de reprodutores oriundos de países produtores
com suas respectivas enfermidades. Visto que, a espécie L. vannamei na qual
trabalhamos em sistemas semi-intensivos com viveiros escavados e abertos, não
ocorre em nossas águas (FRANÇA, 2003).
7.1. Maturação e Acasalamento de Reprodutores
A captura de fêmeas para utilização como matrizes, pode ocorrer na natureza,
dependendo da estação e localidade. O processo é realizado com redes de arrasto
por 50 a 60 minutos cada arrasto numa velocidade de 3 nós. As fêmeas capturadas
são examinadas uma a uma e selecionadas através da transparência do corpo, a
maturação dos ovários com coloração escura (IGARASHI, 1995). No momento da
despesca em viveiros de engorda, a seleção de fêmeas com características
adequadas para reprodução, pode ser realizada (NUNES, 2001). A Avaliação
corporal é fundamental para as futuras matrizes como, tamanho, ausência de
regiões necrosadas e presença de todos os apêndices (BARBIERI; OSTRENSKY,
2002).
As manipulações hormonais, ambientais e nutricionais são necessárias para
a maturação destes animais em cativeiro.
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O controle dos fatores nutricionais, para maturação gonadal, é baseado numa
alimentação balanceada, devido o grande dispêndio energético para os ovos com
reservas de vitelo suficientes para a sobrevivência dos Náuplios pós-eclosão
(BARBIERI; OSTRENSKY, 2002). A dieta de alto valor protéico em rações secas
formuladas para espécie com 35% de proteínas bruta e ácidos graxos
polinsaturados essenciais (não produzidos pelo animal) presentes em carnes
marinhas de moluscos, crustáceos, peixes e poliquetas, é necessária nesta fase
(DNOCs, 2001).
O controle ambiental maximiza os efeitos hormonais através dos parâmetros
físico-químicos da água, como, por exemplo: salinidade, pH, oxigênio dissolvido,
amônia e intensidade luminosa controlada. Fato que a cópula ocorre na natureza em
período noturno e as variações hidrológicas nas zonas marinhas inexistem
(BARBIERI; OSTRENSKY, 2001). Os valores hidrológicos preconizados são:
salinidade de 35%, pH entre 8 e 8.5, temperaturas entre 24 a 30ºC e altas taxas de
oxigenação e renovação de água. De modo geral, as densidades de povoamento de
reprodutores são muito baixas se comparada com os viveiros de engorda, tendo
para cada uma matriz, um ou dois metros quadrados, representada na figura 03
(FRANÇA, 2003).
A manipulação hormonal é realizada com a ablação de um pedúnculo ocular.
Cada pedúnculo dos crustáceos é conhecido por ter um órgão X que secreta (HIM)
hormônio inibidor da muda e (HIG) hormônio inibidor da gônada (WATERMAN,1960;
ADIYODI,1970). Após a ablação de um pedúnculo a maturação ou a produção de
óvulos ocorre de forma acelerada e a ablação bilateral não foi comprovada eficaz
(IGARASHI, 1995).
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Figura 3: Matriz sexualmente madura, sob baixa densidade populacional em tanque fechado.
A fecundidade depende da espécie, nas fêmeas de L. vannamei a maturidade
reprodutiva chega aos 35 gramas, aproximadamente com 10 meses de vida (tempo
para formação de um plantel) e são capazes de uma produção de ovos na ordem de
60 a 200 mil unidades. O intervalo entre as desovas variam entre 5 e 30 dias
(BARBIERI; OSTRENSKY, 2002).
7.2 Larvicultura
Há dois sistemas de larvicultura que podem ser implantados na criação de
camarão: monofásico e bifásico que diferem basicamente na manutenção de formas
jovens em um tanque ou dois tanques, na medida em que os animais crescem e
necessitam de uma menor densidade para efetivar melhores ganhos e resultados,
ocorre a transferência para um outro tanque e desta forma a produção anual pode
ser maior, pois em metade do tempo viabiliza-se espaço para o início de outra
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estocagem. De modo geral um ciclo na larvicultura pode durar de 20 a 24 dias e
consiste em recepção dos náuplios, contagem e aclimatação das amostras num
passo que antecede os cálculos para estocagens, manutenção dos animais em
forma jovem com controle rigoroso dos parâmetros hidrológicos, alimentação,
despesca e transporte para viveiros de engorda (BARBIERI; OSTRENSKY, 2001).
Em dependências estrategicamente projetadas para realização de cada atividade,
com abundância de água doce e salgada como na figura 04, companhia situada no
estado do Ceará.
Figura 04: Abaixo, tanque de algas; ao fundo tanques circulares para manutenção das larvas de camarão; à direita salas isoladas para repique de algas, desencapsulação de artêmias e
laboratório de análises; à esquerda local de aclimatação para recepção e despesca.
Nesta etapa a alimentação é fundamental e pode ser natural com algas,
artêmias, rotíferos ou dietas úmidas compostas de moluscos e crustáceos. Ou
artificial adquirida pela indústria de insumos. Na figura 05 adiante, com auxílio de
microscopia comum, é possível a observação de uma larva (misis) se alimentando.
O conhecimento do requerimento nutricional dos animais em suas diferentes formas
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larvais e do balanço das diferentes dietas é de extrema importância para produção
de animais de alta qualidade (FRANÇA, 2003).
Figura 5: Um camarão em forma larval de mísis alimentando-se de uma artêmia e abaixo é possível observar um rotífero sob microscopia óptica comum.
7.3 A engorda sob o Sistema Semi-intensivo Brasileiro de Produção
No Brasil a caracterização dos sistemas produtivos é muito discutida, porém
as densidades de estocagem e a tecnificação, são os itens de maior importância ao
diferenciar os moldes de uma fazenda (FRANÇA, 2003).
O modelo de sistema de produção adotado pela carcinicultura marinha
brasileira é resultado do acúmulo de conhecimentos desde 1978 até 2000 adaptados
às condições de clima, água e solos predominantes nos estuários da costa
brasileiras. A produtividade alcançada no Brasil,é atribuída ao trabalho persistente
de vários anos e tem como características o sistema semi-intensivo de produção que
foi extraído da Plataforma Tecnológica do Camarão Marinho Cultivado de 2001, um
documento realizado por diversas entidades com finalidade de planejar
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estrategicamente o setor e assegurar a rentabilidade, competitividade e
sustentabilidade.
Sistema de produção: semi-intensivo.
Espécie cultivada: Litopenaeus vannamei.
Viveiros: Retangulares de tamanhos que variam entre 1.0 a 5.0.
hectares, dependendo da dimensão da fazenda.
Renovação da água: diária e da ordem de 5.0 a 10 % do volume total
do viveiro.
Aeração artificial: Uso de aeradores mecânicos do tipo “paddle wheel”
quando a densidade de povoamento dos viveiros for superior a 25 pós-
larvas/m² (pl/m²) de espelho d’água.
Fertilização: Aplicação inicial utilizando 40kg de uréia granulada e 4 kg
de Super fostato triplo/ hectare. Aplicações complementares podem ser
feitas durante o ciclo com o objetivo de assegurar um bom nível de
produtividade primária.
Taxas de estocagem inicial: Em geral, os viveiros são povoados com
pl20. As densidades de estocagem podem variar segundo a intensidade
da aeração mecânica dentro dos limites de 30pl/m² a 60pl/m².
Transparência da água: Para este parâmetro que indica a
concentração de fitoplâncton na água do viveiro, ou seja, a maior ou
menor disponibilidade de alimento natural para o camarão
(produtividade natural da água), a transparência deve ser mantida
entre 35 e 40 cm.
Sistema de alimentação: Os camarões cultivados são arraçoados
mediante o uso de bandejas comedouros, como na figura 06, fixas
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ao fundo do viveiro, na razão de 35 a 50 unidades/ha, distribuídas
uniformemente. A freqüência alimentar pode variar de 3 (três) a 5
(cinco) vezes ao dia, dependendo da densidade de estocagem e
manejo adotado.
Parâmetros Físico-Químicos: São registrados e analisados diariamente
(pH, temperatura, salinidade, transparência e oxigênio dissolvido, e,
semanalmente, as concentrações de nitrato, nitrito e amônia).
Medição de oxigênio dissolvido: as medições de oxigênio dissolvido na
água são realizadas diariamente em intervalos de tempo que variam de
manejo para manejo, próximas à comporta de drenagem.
Biometrias: Para acompanhar o crescimento dos camarões são
realizadas, semanalmente, pesagens de uma amostra representativa
da população de cada viveiro, oportunidade em que se observa o
estado de saúde dos camarões cultivados.
Despesca: Os camarões são despescados mediante a drenagem da
água através de uma malha apropriada, quando atingirem um tamanho
médio entre 11.0 e 12.0 gramas.
Tratamento de fundos de viveiros: Após cada despesca os viveiros
drenados permanecem em repouso por um período mínimo de 07
(sete) dias, para em seguida ser feito o revolvimento do solo de fundo
e a aplicação de calcário dolomítico na razão de 1.000Kg/ha a
2.500Kg/ha .
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Figura 06: Bandeja comedouro em detalhe.
As diferenças básicas entre os sistemas de cultivos estão representadas
abaixo no quadro 04.
Quadro 04: Diferenças básicas dos Sistemas de Cultivo.
Sistema extensivo
Densidades de 5 a 10 pl’s /m²
de espelho d’água. (em geral
silvestre)
Viveiros de área maior que
10 hectares.
Alimento natural do estuário.
Sem aeração.
Baixo aporte tecnológico.
Produtividade média de 200 a
700Kg/ha/ano.
Sistema semi-intensivo
Densidades de 20 a 50 pl’s
/m² de espelho d’água.
Viveiros de área entre 1,0 a
10 hectares.
Alimentação concentrada.
Aeradores mecânicos.
Médio aporte tecnológico,
com presença de sistemas bi-
fásicos.
Produtivadade média de 700
a 3000Kg/ha/ano.
Sistema intensivo
Densidades de 60 a 100 pl’s
/m² de espelho d’água.
Viveiros de áreas menores
que 2,0 hectares.
Alimentação concentrada, e
purificação da água,
mediante a filtros mecânicos
e biológicos.
Acentuada aeração
mecânica.
Produtividade entre 4000 a
12.000kg/ha/ano.
Fonte: FRANÇA, 2003.
O ganho na produtividade do sistema intensivo está diretamente atrelado ao
aporte tecnológico dispensado à produção, e o mesmo também deve ser voltado a
prevenção da emissão de altas taxas de poluentes nas descargas d’água. Porque
nestes sistemas as densidades de estocagens são evidentemente maiores e o
acúmulo de poluentes residuais também se torna maior, necessitando assim de
investimentos mais altos, conhecimento técnico refinado e controle de produção.
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8. Importância Sócio-Econômica da Carcinicultura para o Nordeste
O Projeto Camarão, criado em 1973, pelo então Governador Cortez Pereira
foi a primeira tentativa de fortalecimento da carcinicultura no Rio Grande do Norte,
com o objetivo principal de resolver o problema do desemprego
nas salinas (atividade que passava por sérios problemas) através do
incentivo ao pequeno e médio produtor (O CAMARÃO..., 2001). Na tabela 03
adiante, a recente classificação de 2002 sobre produtores e área implantada pode
ser facilmente compreendida, somando 643 produtores médios e pequenos, num
total de 680 produtores. A apresentação do cenário nacional destaca a hegemonia
produtiva da região nordestina (ABCC, 2003).
A importante função da carcinicultura no contexto social está na contribuição
para a fixação do homem na sua região de origem. Principalmente, para as extensas
zonas pouco desenvolvidas do litoral nordestino, com solos arenosos e água
salobra, cujas condições ambientais são excepcionais para o crescimento
sustentado da criação e produção do camarão marinho, essa função social se
amplia consideravelmente, tornando-se uma das raras alternativas de diminuição do
estado de pobreza da região (O CAMARÃO...,2001).
A experiência dos principais países produtores é reveladora do impacto e da
importância sócio-econômica do camarão cultivado nas suas áreas de influência. E
tem proporcionado, além de melhoria de indicadores macro-econômicos, ainda um
diferencial na renda familiar local. Os empregos quadruplicam e a qualidade de vida
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também foi melhorada com criação de fundos de aposentadoria, assistência médica,
programas de casa própria e construção de escolas (CHAMBERLAIN, 2001).
Tabela 03: Classificação dos produtores de camarão marinho em 2002.
ESTADO PEQUENO (<10ha) MÉDIO (>10<50) GRANDE (>50) TOTAL
messor, Portunus pelagicus, Portunus sanguinolentus, Hélice tridens, Sesarma sp., e
Uca pugilator), Lagostas (Panulirus spp.), camarões de água doce (Macrobrachium
spp. ), lagostins de água doce (Procambarus spp. e Ocronectes punctimanus), Krill
(Acetes spp.). Outros copépodos, e larvas de insetos da Família Ephydridae (LO et
al., 1996; LIGHTNER et al., 1998; SUPAMATTAYA et al., 1998; CHANG, et al.,
1998; KANCHANAPHUM et al., 1998; HOSSAIN et al., 2001). Recentes estudos
realizados em Honduras indicaram que telas de 300µm parecem ser o suficiente
para excluir esses potenciais vetores através de filtração nos afluentes (FEGAN;
CLIFFORD, 2001). Pesquisas referentes a produtores do Ocidente, apontam que
80% deles empregam o uso de telas de 800 µ m em 1998 e de 450µm em 2001
(MCINTOSH; AVNIMELECH, 2001).
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Vetores aéreos são menores ameaças, entretanto gaivotas Larus atricilla,
apresentam-se como prováveis vetores biológicos de TSV, pois o vírus demonstrou
ser infeccioso após transpassar seu trato digestório (GARZA et al., 1997). Insetos
aquáticos como Trichocorixa reticulata, demonstrou ser um possível vetor de TSV
(HASSON et al., 1995), este mesmo vírus se mostrou viável e infeccioso no intestino
destes insetos (LIGHTNER; REDMAM, 1998). Aerossóis são mecanismos de
transportes pouco prováveis, entretanto Wooster e Browser (1996) demonstraram
que o agente patogênico de peixes, Aeromonas salmonicida, disseminava-se
através do ar. Há poucas opções para os produtores isolarem seus cultivos de
determinadas circunstâncias envolvendo vetores aéreos. Uma maneira útil
desenvolvida na década passada no continente asiático, é o cultivo de camarões em
águas oligohalinas, com construções distantes da costa e de aves marinhas
migratórias (FAST; MENASVETA, 2000), mas é uma prática relativamente nova no
Ocidente (SAMOCHA et al., 2001). Como alternativa a produção em águas
oligohalinas, barreiras podem ser construídas para cobrir viveiros abertos, ou a
produção pode ser projetada para ocorrer em recintos cobertos. Ambas opções
necessitam de investimentos extras, embora intensivas, estas produções fechadas
demonstram ser viáveis para realização de pesquisas (BROWDY et al., 2001; MOSS
et al., 2001; VAN WYK, 2001).
O transporte de partículas contagiosas realizado por humanos, implica em
disseminações de patologias na indústria produtora de alimentos de origem animal.
Existem protocolos para reduzir estes efeitos negativos, como: Evitar a presença de
estranhos nas localidades de produção; entrar somente funcionários; banhos e
trocas de roupas são preconizados, bem como o uso de botas. Em 74% das
produções que operam com maturação e acasalamento de matrizes, utilizam alguma
58
forma de sanitização dos funcionários, a prática mais comum é a construção de
pedilúvios (MOSS; CROCOS, 2001). Os pedilúvios não são considerados
interceptadores eficientes do ingresso de microorganismos através da superfície
solear das botas (BRAYMEN et al., 1974). No entanto, são símbolos visíveis e pré-
avaliativos de biossegurança na produção de camarão, desde que mantidos sob
meticulosa manutenção e limpeza, outrora potencializam a função da qual ele se
propõe a evitar (MOSS; CROCOS, 2001).
A alimentação ofertada aos camarões pode ser considerada importante para
disseminação das doenças, pois tipicamente contém ingredientes de origem animal,
como cabeças de camarões, porém alimentações industriais processadas de um
modo geral são levadas a um aumento de temperatura de 90ºC e submetidas a altas
pressões, e nestas condições podem inativar os agentes virais (STEVENS et al.,
1998). Dietas úmidas não processadas, como lulas e anelídeos, são fontes
importantes e podem carrear doenças. A radiação gama pode ser usada e ser eficaz
na redução de contaminantes fúngicos e bacteriológicos, gerando segurança
alimentar aos crustáceos. Não obstante, a inativação de partículas virais por
irradiação não é bem documentada e somente 17% dos produtores que trabalham
com maturação e acasalamento utilizam esta técnica (MOSS; CROCOS, 2001).
Dietas a base de vegetais são usadas em avicultura nos núcleos de reprodução e
podem servir como alternativa a proteína marinha para indústria aqüícola (ARGUE et
al., 2001; SMITH et al., 2001). Proteínas microbianas e outros produtos de origem
animal podem ser empregados no lugar da proteína de origem marinha (SMITH et
al., 2001). Recentemente pesquisadores do Instituto Oceânico do Havaí
demonstraram que camarões alimentados com dietas vegetais tiveram crescimentos
de 1.06 gramas por semana e uma taxa de sobrevivência acima de 81%, por mais
59
de 8 semanas de estudos, sendo viável e aproximando-se das taxas naturalmente
alcançada em produções com bom manejo e qualidade de água (ARGUE et al.,
2001). Outros estudos comprovam que as alimentações compostas por farinha de
peixe com alta qualidade, podem ser completamente substituídas por farinhas de
ossos e de carne ou farinhas de subprodutos da avicultura, sem comprometer a
performance na produção (TACON, 2000). Apesar das preocupações no âmbito da
biossegurança, segurança alimentar e da ecologia, (NAYLOR et al., 1998, NAYLOR
et al., 2000, FEGAN; CLIFFORD, 2001, MOSS et al., 2001) somente 38% das
empresas que são responsáveis por manufaturarem os alimentos para camarão,
reduziram nos últimos 3 anos a composição da farinha de peixe (CHABERLAIN,
2001).
Produtores têm a seu dispor inúmeras informações através de pesquisas que
relacionam práticas biosseguras utilizadas ao redor do mundo como estratégias para
mitigar os riscos oferecidos pelas doenças virais às fazendas e das fazendas para o
meio ambiente. Algumas medidas foram implantadas no decorrer do aparecimento
do TSV no Equador. As recomendações feitas foram:
Aumentar as densidades de estocagem num primeiro momento para suprir as
altas taxas de mortalidades, sob o ponto de vista econômico (STERN, 1995).
Diminuir as densidades de estocagem para reduzir a trasmissão horizontal das
viroses, numa ótica de infectologia (STERN, 1995; BROCK et al., 1995). Policultivo
de tilápias e camarão, diversificando a produção (BROCK et al., 1997). Uso de
animais capturados na natureza devido sua melhor sobrevivência e redução de
custos na produção (STERN, 1995). Estocagens com L. stylirostris devido sua
resistência ao TSV e reduzir a utilização do L. vannamei (BROCK et al., 1995).
Desenvolvimento de L. vannamei resistentes através de melhoramentos genéticos
60
(BROCK et al., 1995). Uso de aditivos nas dietas para reforçar o sistema
imunológico (STERN, 1995). Manutenções da qualidade da água, solo e
ecossistemas adjacentes (BROCK et al., 1995). Muitas destas estratégias, além de
referirem-se as patologias virais, minimizam também o impacto de outras doenças
nos cultivos.
Mudanças na aqüicultura emergiram com a adoção de tais práticas e um
melhor nível de biosseguridade, como as produções em áreas afastadas da costa
marinha (produções de animais em águas oligohalinas) que eram praticadas na
Tailândia a mais de uma década, (FAST; MENASVETA, 2000) e em 1998 foi
estimado que mais de 40 % da produção tailandesa originava destes cultivos
(BRAATEN; FLAHERTY, 2000). Seu aparecimento veio como solução de ocupar
novas áreas devido às proibições e limitações do uso de ecossistemas estuarinos
(BOYD, 2001; FEGAN, 2001). Agora é praticada no ocidente incluindo Brasil,
Equador e EUA, (BOYD, 2002) e compreende em usar águas de baixas salinidades
para produção de L. vannamei, espécie escolhida, pois cresce bem sob condições
consideradas adversas (BRAY et al., 1994).
No ano 2000 esta atividade começou a ser desenvolvida no Equador, sem
renovações de água durante a engorda e utilizando uma bacia de sedimentação
para reutilização num próximo ciclo, ou para irrigação em cultivos de arroz, milho,
bambu e outros cultivos (SAMOCHA et al., 2001). Numa integração que ressaltou a
carcinicultura como produção racional.
Nos EUA, o início se deu no Alabama, Arizona, Texas e Flórida. E atualmente
fazendas foram implantadas no deserto de Sonora, com uso de raceways (Berçário
intensivo) e viveiros abertos com salinidades de 1.8 a 2.6 ppt. Densidades de 34 a
109 camarões por metro quadrado na estocagem e com trocas de águas entre 5 a
61
30 %, sendo os efluentes usados para irrigar azeitonas e trigo (SAMOCHA et al.,
2001).
Existem muitas vantagens de produzir camarões, os exemplos mais
importantes são as dificuldades de introdução das doenças virais por meio de
vetores aquáticos e aéreos, além reduzir os danos ecológicos sobre os
ecossistemas manguezais e a reutilização dos efluentes que não podem deixar de
ser esquecidas como idéias positivas e que reforçam justificativas de um
desenvolvimento sustentável (FAST; MENASVETA, 2000).
A prática ambientalmente correta de biorremediação dos efluentes de
viveiros, através da utilização de moluscos bivalves, já é desenvolvida em algumas
fazendas na Thailândia e Filipinas desde 1998 e é conhecida como “Mangroove-
Friendly Aquaculture Program”. Pesquisas brasileiras realizadas no Nordeste pela
Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) confirmaram a redução de N e
F liberados sob forma de Fosfatos inorgânicos, Nitritos e nitratos nos efluentes. A
pesquisa trabalhou com os filtradores das espécies Crassostrea rizophorae (ostra
nativa) e Mutella quyanensis (sururu do mangue) dispostos ao longo das gamboas
sobre mesas distribuídas num formato de camas com travesseiros de sementes.
Oliveira (2001) afirma que as melhorias sociais aparecerão no momento que as
fazendas implementem esta nova técnica de Malacocultura, pois para aplicação
desta, se faz necessário a admissão de mão-de-obra. É evidente a importância dos
potenciais naturais da Região Nordeste para o cultivo de macroalgas tropicais. A
produção de camarão marinho destaca-se ano-a-ano com medidas ecologicamente
corretas e sócio-economicamente benéficas, com influência direta sobre as
populações litorâneas aumentando suas rendas e propondo melhores condições de
vida de forma sustentável (OLIVEIRA, 2001).
62
Modelos alternativos da carcinicultura em estuários são opções de um
desenvolvimento sustentável considerado como uma tecnologia limpa. Com
aproveitamento dos resíduos de pesca e pequena quantidade de ração peletizada
na escassez de rejeitos pesqueiros, bambus, arames galvanizados, fios têxteis e
malhas de poliéster necessários para a construção de cercados. Originam resultados
viáveis, pois reduz drasticamente os custos de investimentos na utilização de
viveiros escavados. Algumas populações de baixa renda em países como Tailândia,
Filipinas, Singapura e Índia se beneficiam dos próprios conhecimentos culturais de
pesca artesanal e também cultivam peixes e camarões nos estuários (JUNIOR et al.,
2002).
O Departamento de Oceanografia da Fundação Universidade Federal do
Rio Grande (FURG) desenvolve estudos sobre a espécie nativa de camarão-rosa
Farfantepenaeus paulensis, objetivando um melhor conhecimento das
características produtivas desta espécie em parceria com os pescadores da região.
E os resultados obtidos são bastante favoráveis na utilização desta espécie em
cercados, aproveitando a produtividade natural do ambiente da Lagoa dos Patos -
RS. Neste programa as matrizes são capturadas nos períodos de ocorrência e
transportados para o laboratório no sentido de produzir as pós-larvas e
seqüencialmente realizar o povoamento em cercados. Iniciativa honrosa que
contribui num diferencial rentável para a comunidade local de pescadores que sente
a redução das taxas de captura pesqueira, influenciada pela pesca predatória.
Inicialmente 120 famílias participaram e 6500 localizam-se na região, podendo estas,
serem beneficiadas da mesma forma se uma fração maior da área total que é de
1000Km2 for devidamente explorada por um cultivo que não provoca efeitos nocivos
ao ambiente com uso de espécies nativas. Estudos estão sendo feitos para levantar
63
a quantidade de estruturas que podem ser projetadas para atender um número mais
expressivo de famílias (JUNIOR et al., 2002).
64
12. Considerações Finais
O Brasil tem condições de ser uma futura potência em todas as áreas da
aqüicultura, a melhoria de políticas governamentais está em evidência sendo um
atrativo para melhores investimentos privados e desenvolvimento de pesquisas.
Os ecossistemas estuarinos dos países de clima tropical representam
investimentos atrativos e o Brasil com 8.000 km de costa litorânea, um pouco menos
da metade com 3.500 Km da Macro-região Nordestina, dispõe de vantagens
competitivas que condizem em fatores climáticos, para produção do camarão
marinho em viveiros escavados abertos, porém muitos estudos e empreendimentos
em Estados da Região Sul e Sudeste demonstram viabilidade técnica e econômica
nas demais regiões brasileiras. O crescimento ordenado do setor dependerá de
esforços conjuntos de âmbito governamental, privado e de adequações as
regulamentações das Leis regentes no país.
É inegável que a carcinicultura, instalada por “força da natureza” em regiões
carentes como a nordestina promove melhorias na qualidade de vida desta
população que por muito tempo sofreu exclusão e tornou-se uma das conseqüências
e causas do caos encontrado nos grandes centros urbanos. E sendo uma medida
para não ampliação do êxodo com seus respectivos agravantes sociais. Ver figura
09; instalações ilegais como única alternativa, perigo nos meses chuvosos e
decretos de calamidade pública anualmente.
A extensão rural funciona como uma engrenagem neste contexto onde
pesquisas e conhecimentos acadêmicos se disseminam entre as atividades e seus
respectivos produtores independente do porte destes. Conceitos de biossegurança,
segurança alimentar e incrementos de produtividade devem deixar os centros de
65
pesquisas e universidades para ir de encontro a sua razão de (existência) esforços e
trabalhos despendidos.
Figura 09: Favelas como ponto de partida para uma nova vida.
66
13. Conclusão
Na carcinicultura como em qualquer outro agronegócio, o equilíbrio entre o
meio ambiente e a atividade é condição sine qua non para a longevidade da
exploração. Desenvolvimento técnico-científico, planejamento estratégico, gestão de
qualidade, biossegurança e sustentabilidade ambiental com responsabilidade social,
reforçam este recente setor que progride de forma muito rápida e incrementa o setor
primário brasileiro com suas peculiaridades devido ao valor do produto, embora não
sendo explorado rotineiramente como um produto de valor agregado, a carne de
camarão tem seu espaço na mesa do mercado consumidor interno e externo.
Os benefícios econômicos e sociais para as localidades que circundam os
núcleos produtivos, bem como para os estados que detém a cadeia produtiva
exportadora, são e serão objetos de análises freqüentes e os fatores que recaem
num pensamento conservacionista e sustentável ditarão as premissas para que num
futuro distante as mesmas condições venham privilegiar novas gerações.
Entretanto, a natureza também pode ser capaz de atrasar nosso pujante
desenvolvimento sócio-econômico, com um “presente” nada digno, numa epidemia
viral nos moldes já ocorridos pelo mundo devido a posturas biologicamente
incorretas na forma de exploração. Redução de investimentos, transtornos sociais e
crises durante a fase de recuperação da indústria podem ser evitados com coeso
desenvolvimento científico para o conhecimento dos limites de super exploração.
O apoio ao pequeno produtor é uma saída viável em projetos de
Carcinicultura Familiar, que parecem necessitar de mais empenho por todas as
partes do setor produtivo, público e acadêmico na formação de profissionais atentos
as rápidas mudanças biotecnológicas vividas na atualidade, de forma a lançar mão
67
destas ferramentas sem comprometer a cultura do homem pescador e inseri-lo no
processo produtivo.
Experiências com espécies nativas de camarões em cercados e tanques-
rede, ou em policultivos com ostras, mariscos e algas, poderão marcar um novo
paradigma na produção nacional se forem corretamente implantadas em outras
localidades do litoral brasileiro além de funcionar como válvula de escape às
pressões ambientais exercidas pelo modo convencional de criação e oferecer
amparo econômico e social às populações dependentes da pesca extrativa, visto
que a redução gradativa dos estoques pesqueiros ocorre ano-a-ano.
68
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