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MAMÃE MARGARIDA A MÃE DE DOM BOSCO ALBUM DA FAMÍLIA BOSCO
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vida mamã margarida

Mar 11, 2016

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aos quadradinhos
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Page 1: vida mamã margarida

MAMÃE

MARGARIDA

A MÃE DE DOM BOSCO

ALBUM DA FAMÍLIA BOSCO

Page 2: vida mamã margarida

É nesta casa, no povoadozinho dos Becchi, que eu, João

Bosco, aprendi a viver. Aqui minha mãe me ensinou coisas

que se tornaram fundamentais para mim.

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Aos dois anos de idade perdi meu pai, Francisco, e minha

mãe, Margarida, ficou sozinha para cuidar de 3 filhos (eu,

José e Antonio) e de vovó.

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O maior cuidado de mamãe foi instruir os filhos na

religião, torná-los obedientes e ocupá-los em coisas

compatíveis com a idade.

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- Olha que temporal! Como é potente Deus! Nunca

ofendamo-lo com o pecado e Ele saberá nos ajudar em

tudo.

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- Como são bonitas estas flores! Se Deus pensa nelas, não

pensará também em nós?

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- Olha quantas estrelas! Deus as criou para nós!

Como nos ama!

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Minha mãe nos ensinava a ver Deus no pobre.

- Mamãe, posso levar este pão para Madalena? É mais

pobre do que nós!

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Indo ao povoado, encontrávamos situações piores:

- Venha, Joãozinho! Reza a Deus para não se tornar

parecido com eles!

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Voltando para casa, eu dizia para ela:

- Mamãe, como desejaria me tornar padre para ajudar

tantos jovens! Assim não se tornariam tão maus...

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Mamãe Margarida estava-me educando para me comportar

leal e corajosamente. Mas um dia combinei uma...

- Levanta-te, pega-a! Mais um pouco...

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- Oh! Mesmo a vasilha do azeite!..

Todas as tentativas de enxugar a mancha de óleo foram

inúteis...

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- Como irá sofrer minha mãe! Tantas dificuldade

econômicas e eu fazendo isso!

Então peguei uma varra e comecei a prepará-la para...

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...ir ao encontro dela, que voltava da feira.

- Mamãe, é para usá-la nas minhas costas!

E contei com sinceridade o acontecido. Ela perdoou...

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Eu era o líder mais hábil e procurado nos jogos com os

amigos e nas habilidades circenses, mas muitas vezes

chegava em casa com a cabeça ‘quebrada’!

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E mamãe:

- Possível? Todos os dias uma! De hoje em diante, está

proibido de freqüentar estes amigos!

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- Mamãe, permita-me ainda participar! Quando eu estou no

meio deles, se comportam melhor, não falam palavrões! E

minha mãe sempre deixava...

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Entendi que não era suficiente divertir os meus amigos:

deveria me entrosar nas atividades da paróquia, para

crescer sempre mais e me instruir...

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E assim, movido pelo desejo de aprender, me decidi

participar de uma missão popular que estava acontecendo

num povoado vizinho.

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Na volta, me encontrei com Pe. Calosso que, vendo minha

capacidade de entender e lembrar das pregações, quis falar

com minha mãe.

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- Margarida, seu filho é de uma memória prodigiosa! Ele

deve estudar! Manda-o à minha casa: começarei a dar

lições particulares.

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Meu irmão mais velho, Antonio, fruto do primeiro

casamento do pai, colocou bastante obstáculos nos estudos:

- Já chega! Eu fiquei forte e gordo e nunca vi um livro!

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Dominado pela aflição e pela raiva, respondi assim:

- Não estás certo! Não sabes que o nosso burro é maior do

que tu e nunca foi à escola?

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Somente as boas pernas me salvaram de uma chuva de

pancadas...

Mamãe estava muito aflita pela situação e eu chorava...

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Sentindo pena disso, Pe. Calosso me convidou a morar

com ele. Mas esta solução durou pouco tempo, porque o

padre morreu de repente. Tive que voltar para casa.

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Um dia aconteceu o pior:

- Ou o ‘senhorzinho’ deixa os livros, ou eu vou-me

embora!

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Inutilmente a mãe tentou o diálogo com ele.

- Eu irei fazer o trabalho de João!

Antonio não concordou.

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Então mamãe me aconselhou a procurar uma casa:

- Devemos ter coragem! A Providência de Deus estará

também conosco!

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A separação foi bastante dolorosa.

- Até, João! Se comporte sempre como um bom rapaz e

seja devoto de Nossa Senhora! Confie Nela!

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Encontrei acolhida na fazenda da família Moglia, onde

trabalhei recebendo uma pequena ajuda.

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Quando tocava o sino ao meio dia, sempre lembrava das

palavras de minha mãe e, ajoelhando-me em qualquer

lugar estivesse, rezava o ‘anjo do Senhor’.

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Um dia chegou meu tio me propondo recomeçar os

estudos. Imaginem a minha alegria em aceitar esta

proposta, voltar a casa e abraçar minha mãe!

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Para estudar, devia percorrer, cada dia, 16 km a pé! E

muitas vezes com chuva, neve e vento...

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-Vai dormir, Joãozinho, é tarde! Se continuar assim, irá

adoecer!

- Mais um pouquinho, mamãe! Devo terminar!

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Ainda bem que encontrei uma família que me hospedou.

Quando mamãe vinha trazer alguma coisa como pensão, o

dono não queria, por causa da minha boa conduta...

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No outro ano, continuei os estudos já noutra cidade, em

Chieri, em vista de entrar no seminário. A Providência

chegou à minha casa através de muitas doações...

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Deixei minha família, para enfrentar o segundo grau. Para

me manter tive que aprender várias profissões...

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Muitos amigos se aproximaram de mim. Juntamente com

eles comecei um grupo, a ‘Sociedade da alegria’, com o

objetivo de unir os bons amigos.

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- João, siga sua vocação! Mas lembre-se que se por acaso

se tornar um padre rico, eu não irei lhe visitar nunca!

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Depois de tantas dificuldades e estudos, aos 26 anos, foi

ordenado sacerdote. Foi um dia de paraíso para minha

mãe, que recebeu Jesus das mãos do seu filho!

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À noite, depois dos festejos, minha mãe me disse, a sós:

- Lembre-se, João, que começar a a celebrar a missa,

significa começar a sofrer!

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No início do meu ministério sacerdotal, vi de novo aquele

sonho dos 9 anos: ‘Eis o teu campo, eis onde deve

trabalhar!’ Só esperava a ocasião oportuna para começar...

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Foi no dia 8 de dezembro do mesmo ano que encontrei o

primeiro jovem pobre e abandonado, na sacristia de uma

igreja de Turim: Bartolomeu Garelli. Começou o Oratório!

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O Oratório se tornou ‘casa que acolhe, paróquia que

evangeliza, escola que encaminha para a vida e pátio para

se encontrarem como amigos e viverem na alegria’.

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Esgotado pelo grande trabalho entre os jovens, tive que me

recuperar na minha casa, com mamãe. ‘Leva tua mãe

contigo’ me disse o pároco. E minha mãe aceitou.

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- Eis a nossa nova casa!

Para minha mãe começava um período de 10 anos de

trabalho junto comigo e para os jovens.

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‘Era bem claro que não se limitava a ser a cozinheira e a

lavadeira: os jovens tinham para com ela total confiança,

afeto de órfãos que se sentiam amados’ (Pe. Pascual Chávez)

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Muitos jovens não tinham casa para morar, nem famílias

para se hospedar. Assim comecei a acolhê-los no Oratório.

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Logo no início, os hospedes fugiram com roupa de cama e

tudo o que podiam levar..

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Várias vezes tentei acolher estes jovens, mas sempre com

o mesmo resultado!

Junto com mamãe não sabia mais o que fazer...

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Até que chegou o momento abençoado por Deus. Depois

de ter preparado um lanche para um menino, sabendo que

não tinha lugar para dormir....

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- Nesta noite vai dormir aqui. Mas não faça como outros

que fugiram levando tudo! Amanhã Deus providenciará...

E antes de dormir rezamos juntos.

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Assim teve início o acolhimento, no Oratório, dos

primeiros órfãos abandonados: começando com 15 em

1849, chegamos ter conosco cerca de 100 jovens em 1854.

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Um dia a paciência de mamãe Margarida acabou. A sua

pequena horta, cultivada com tanto esforço e amor, estava

completamente destruída!

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- Não agüento mais! Todos os dias os meninos inventam

alguma novidade... Deixa-me ir embora. Deixa-me voltar à

minha terra para terminar tranqüila os meus dias!

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Abalado, fixei os olhos em mamãe. Depois meus olhos se

voltaram para o Crucifixo. Mamãe entendeu:

- Tens razão, tens razão!

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‘Desde esse momento, jamais escapou-lhe dos lábios uma

palavra de insatisfação’

(Memórias Biográficas)

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A vida de mamãe se confundirá com a minha e com a

fundação da própria obra salesiana

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Quantas vezes, para ter a certeza que os meus escritos

seriam entendidos pelo povo, os lia à minha mãe, antes de

imprimí-los!

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Os conselhos de mamãe me ajudavam e me defendiam de

muitos ataques dos ‘inimigos’.

Ela me alertava, mas...

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...minha teimosia se encontrava com um cachorro ‘cinza’,

que se colocava no portão e não deixava sair de casa!

Logo após vinha a saber que alguém tramava contra mim...

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Então o cachorro recebia o carinho de mamãe...

Isso aconteceu muitas vezes e ninguém nunca soube de

onde vinha aquele ‘anjo’.

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Uma das mais bonitas tradições que minha mãe zelava, era

cozinhar as castanhas, no outono, para ser distribuídas aos

jovens.

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Os cálculos foram errados: quando comecei a distribuição

não percebi logo que não daria para todos. O que fazer?

Continuei tranqüilo a partilha e ninguém ficou fora...

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Todos os anos íamos dar um grande passeio com todos os

jovens, de pé, até minha casa: era uma festa para nós e

para as comunidades pela quais passávamos em visita.

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Foi numa destas caminhadas que se apresentou um

adolescente de 12 anos, de nome Domingos Sávio, um

jovem de rara inteligência e de profunda espiritualidade.

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- O que quer fazer de sua vida?

- Se Deus me conceder a graça, gostaria de ser padre.

Eu vou ser o tecido e o senhor o costureiro.

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Aconteceu, um ano, uma terrível epidemia de cólera , que

levou muitos à morte. Todos os jovens do Oratório se

colocaram disponíveis para visitar os doentes.

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Mamãe colocou a disposição lençóis, roupa de cama e até

as toalhas do altar, algumas das quais tinham sido feitas

com roupa que ela tinha trazido de casa.

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‘Tão longa presença feminina e materna é um fato único

na história dos fundadores e das congregações educativas’(Pe. Pascual Chávez)

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Podemos dizer que ‘a Congregação salesiana foi embalada

nos joelhos de mamãe Margarida’ (Teresio Bosco)

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- Deus sabe quanto te amei, mas lá de cima será melhor

ainda. Fiz tudo o que pude... Diga aos meninos que

trabalhei para eles, como uma mãe. (Memórias Biográficas)

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Mamãe Margarida viveu pobre e pobre morreu: levada a

um sepulcro comum, nunca teve seu nome escrito sobre

um túmulo, mas seu nome está escrito em cada um de nós!

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‘Lembrando os 150 anos da

morte de mamãe Margarida,

mãe da família educativa

criada por Dom Bosco em

Valdocco, pensei em

convidar a Família Salesiana

a renovar o empenho para

dar especial atenção à

família, berço da vida e do

amor e lugar primeiro de

humanização’

(Pe. Pascual Chávez, Estréia 2006)

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Desenhos: G. Grilli (Turim 1961)

Montagem: Pe. Luiz De Liberali (Recife 2006)

Bibliografia:-Bosco J., Memórias do Oratório de S. Francisco de Sales, S. Paulo 2005

-Chávez P., Estréia 2006. S. Paulo 2006

-Bosco T., Dom Bosco: uma biografia nova. S. Paulo 2002

-Setti G., Don Bosco: piccolo saltimbanco, Turim 1961

-Setti G., Don Bosco: l’amico dei giovani, Turim 1961

-Setti G., Don Bosco: l’apostolo della buona stampa, Turim 1961