uma publicação mensal da FEAUSP Ginástica laboral e meditação são as duas primeiras ações do projeto Vida mais saudável por uma FEA melhor, que começou em março. As atividades são conduzidas por profissionais especializados de forma lúdica e descontraída, com o objetivo de proporcio- nar bem-estar e mais qualidade de vida no trabalho. Bastam alguns minutos durante a semana para movimentar o corpo de forma dirigida e para relaxar e respirar corretamente. As atividades criam um ambiente favorável ao convívio, à reflexão e ao conhecimento de si mesmo. Estudos comprovam que os benefícios no rendimento pessoal e profissional são significativos. O Projeto de Ginástica Laboral foi elaborado por professores do Centro de Prá- ticas Esportivas da Universidade de São Paulo (CEPEUSP) em 2003, com a finalidade de orientar os funcionários da USP sobre a importância da atividade física realizada no ambiente de trabalho e, a partir dos benefícios do exercício físico e de sua contribuição biopsicosso- cial, estimulá-los à mudança para um estilo de vida mais ativo. “A ginástica laboral desperta a vontade de cuidar mais da saúde. Com a medi- tação, as pessoas têm um momento para refletir sobre seus valores, equilibrar corpo e mente. Elas saem um pouco do ritmo frenético e dão um tempo para si. Além dos benefícios individuais, também aumenta a interação com os colegas que trabalham em outros setores”, explica Olga Maria Zulzke de Miranda, assistente administrativa da FEA (ATAd). Qualidade de vida é uma preocupação cada vez mais presente na vida das pessoas. Foi tema de palestra na Sipat (Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho) realizada no final do ano passado e sugestão levantada pelos funcionários nas rodadas de reuniões de diagnóstico para melhoria da qualidade dos serviços, processo desenvolvido pela ATAd. p.07 p.10 p.12 FEA ALUNOS FEA PROFESSORES FEA MIX FEA ALUNOS FEA SUTENTABILIDADE E AINDA... p.02 p.04 p.06 Qualidade de vida no trabalho A participação da sociedade civil na Rio+20 Telma Zorn ministra Aula Magna ANÁLISE & OPINIÃO ano 9_edição 74_abril_2012 Vida mais saudável por uma FEA melhor (CONTINUA NA PÁGINA 3)
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Vida mais saudável por uma FEA melhor · Ginástica laboral e meditação são as duas primeiras ações do projeto Vida mais saudável por uma FEA melhor, que começou em março.
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uma publicação mensal da FEAUSP
Ginástica laboral e meditação são as duas primeiras ações do projeto Vida mais saudável por uma
FEA melhor, que começou em março. As atividades são conduzidas por profissionais
especializados de forma lúdica e descontraída, com o objetivo de proporcio-
nar bem-estar e mais qualidade de vida no trabalho.
Bastam alguns minutos durante a semana para movimentar o corpo de
forma dirigida e para relaxar e respirar corretamente. As atividades criam
um ambiente favorável ao convívio, à reflexão e ao conhecimento de si
mesmo. Estudos comprovam que os benefícios no rendimento pessoal e
profissional são significativos.
O Projeto de Ginástica Laboral foi elaborado por professores do Centro de Prá-
ticas Esportivas da Universidade de São Paulo (CEPEUSP) em 2003, com a finalidade de
orientar os funcionários da USP sobre a importância da atividade física realizada no ambiente
de trabalho e, a partir dos benefícios do exercício físico e de sua contribuição biopsicosso-
cial, estimulá-los à mudança para um estilo de vida mais ativo.
“A ginástica laboral desperta a vontade de cuidar mais da saúde. Com a medi-
tação, as pessoas têm um momento para refletir sobre seus valores, equilibrar
corpo e mente. Elas saem um pouco do ritmo frenético e dão um tempo para si.
Além dos benefícios individuais, também aumenta a interação com os colegas
que trabalham em outros setores”, explica Olga Maria Zulzke de Miranda,
assistente administrativa da FEA (ATAd).
Qualidade de vida é uma preocupação cada vez mais presente na vida
das pessoas. Foi tema de palestra na Sipat (Semana Interna de Prevenção
de Acidentes de Trabalho) realizada no final do ano passado e sugestão
levantada pelos funcionários nas rodadas de reuniões de diagnóstico para
melhoria da qualidade dos serviços, processo desenvolvido pela ATAd.
p.07
p.10
p.12
FEA ALUNOS
FEA PROFESSORES
FEA MIX
FEA ALUNOSFEA SUTENTABILIDADE E AINDA...
p.02 p.04 p.06
Qualidade de vidano trabalho
A participaçãoda sociedade civilna Rio+20
Telma ZornministraAula Magna
ANÁLISE & OPINIÃO
ano 9_edição 74_abril_2012V
ida
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por
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FE
A m
elh
or
(CONTINUA NA PÁGINA 3)
ele precisa se cuidar e que a empresa deseja
que ele se cuide. Para o empregado, salário
justo é indispensável. Mas ele pode receber
orientações e tratamento para, por exemplo,
eliminar o sobrepeso, os riscos de distress e
de depressão. Deve ser estimulado a estu-
dar, conhecer eventos culturais e turísticos,
entender o consumo e investimento, atuar
para a inclusão social e diversidade. Estas
ações são possíveis e geram um ambiente
saudável, de bem-estar pessoal e organizacional.
O mercado reconhece a atratividade de empresas e de
órgãos públicos que são respeitosos, valorizam e cuidam dos
seus empregados ou servidores. É dessa forma também que
eles não apenas retêm seus talentos, mas incentivam a par-
ticipação, o desenvolvimento profissional e pessoal, a cida-
dania e o comprometimento com as metas organizacionais.
A gestão da qualidade de vida está amadurecendo como algo
indispensável ao ambiente organizacional e ao próprio balanço
da vida pessoal e trabalho. Nas grandes e médias empresas, ao
lado dos tradicionais cuidados com alimentação, atividade físi-
ca e relacionamentos saudáveis, surgem novas práticas como
atitude positiva, qualificação e ética no exercício profissional,
consumo responsável e valorização da cidadania.
Por isso, falamos em gestão da qualidade de vida no traba-
lho, pesquisando e atuando sobre segurança do trabalho, doen-
ça ocupacional, responsabilidade empresarial e governamental
com o seu “público interno” e seus desdobramentos de sustenta-
bilidade. Buscamos também criar processos de busca do direito
da personalidade, da justiça organizacional e da realização de
metas com prazer e reconhecimento. O modelo conceitual bá-
sico é definido pelo equilíbrio dinâmico e harmônico entre as
necessidades biológicas, psicológicas, sociais e organizacionais e
os princípios do trabalho ergonomicamente corretos e sustentá-
veis. São os novos ares das Organizações do Terceiro Milênio.
AnA CristinA Limongi-FrAnçA / ProFessorA do
dePArtAmento de AdministrAção dA FeAUsP
#02
ANÁLISE & OPINIÃO
“Em meio à política de benefícios obrigatórios, as organizações podem e devem identificar as necessidades dos empregados e imprimir mais qualidade de vida aos processos organizacionais.”
trAtAr os vALores
hUmAnos Com A mes-
mA soFistiCAção ge-
renCiAL do mUndo
dos negóCios é UmA
neCessidAde qUe o
mUndo CorPorAtivo
já inCorPoroU. Buscar
resultados humanos é
hoje quase tão impor-
tante quanto os resultados financeiros.
A educação para o bem-estar é resul-
tado da evolução da ciência, da tecnolo-
gia, da longevidade e da autonomia no
trabalho. Uma conquista real das últimas
décadas que mudou paradigmas e am-
pliou a visão administrativa, econômica e
de políticas públicas. Em meio à política
de benefícios obrigatórios, as organiza-
ções podem identificar as necessidades
dos funcionários e imprimir mais qualida-
de aos processos organizacionais. A qua-
lidade de vida no trabalho já se consolida
como valor e compromisso da alta gestão
nos mais diversos ambientes do trabalho
coletivo. Com método, torna-se estraté-
gica e perene.
No mercado competitivo, a qualida-
de de vida no trabalho é um recurso que
gera produtividade com saúde e susten-
tabilidade no sentido ambiental e socio-
econômico. Ações ligadas às práticas de
Recursos Humanos envolvendo cuida-
dos com alimentação, condicionamento
físico, sobrecarga de trabalho e clima or-
ganizacional saudável podem envolver
a rotina do empregado, mostrando que
Qu
alid
ade
de
vid
a n
o tr
abal
ho:
bem
-est
ar
pes
soal
com
o va
lor
org
aniz
acio
nal
A ideia de desenvolver ações ligadas à promoção da qualida-
de de vida no trabalho tomou forma e Rosemary Feijó, técnica
de Recursos Humanos da ATAd, foi encarregada de coordenar
as atividades do projeto Vida saudável por uma FEA melhor.
“Sempre gostei do tema qualidade de vida no trabalho e a
nossa proposta é oferecer a todos os funcionários e docentes a
oportunidade de ter uma pausa qualitativa durante o tempo em
que permanecem na FEA. As pessoas saem muito satisfeitas
após as práticas e têm elogiado o trabalho dos profissionais”, co-
menta Rosemary.
As atividades de ginástica laboral acontecem duas vezes
por semana, com grupos reunidos nos corredores abertos das
unidades ou no jardim do FEA-1, ministradas por Rafael Mis-
tura, formado pela Escola de Educação Física da USP e in-
tegrante do Projeto de Ginástica Laboral do CEPEUSP. São
15 minutos de movimentação articular e exercícios de cons-
cientização corporal que envolvem postura, força, ritmo, equi-
líbrio e exercícios de relaxamento e alongamento, tanto dos
grupos musculares mais utilizados na aula, quanto daqueles
com maior demanda laboral.
O grupo de meditação se reúne às sextas-feiras, por 45 mi-
nutos. A prática envolve relaxamento, reflexão e exercícios de
visualização. A meditação também ensina as pessoas a respirar
corretamente. Para Maria Amélia Zogno, professora voluntária
que trabalha com os funcionários da FEA, “cuidar de si é o pri-
meiro passo para melhorar tudo à nossa volta.”
Não é, porém, uma atividade simples. “Sempre me interessei,
mas nunca consegui, de fato, meditar.
Tem gente que diz que ‘vê’ escadas,
paisagens e cores diferentes. Eu ain-
da estou aprendendo a me concen-
trar. Vou praticar até conseguir. De
qualquer modo, esses minutos
já me fazem muito bem”, diz
Valdemir Jacinto de Souza,
assistente financeiro da
FEA (ATAF).
“As pessoas saem um pouco do ritmo frenético e dão um tempo para si. Além dos benefícios individuais, aumenta a interação com os colegas que trabalham em outros setores.”
FEA X FEA
Vida mais saudável
“Gostei muito da ginástica laboral.
A gente acha pouco 15 minutos,
mas é mais do que suficiente e cansa
muito. Já deu para sentir a impor-
tância desse tempo para melhorar
nossa vida.”
Elaine Graciano, chefe de Serviços
Gerais
“Quando a atividade termina, saímos mais animados,
renovados. Acho que a grande diferença é essa: mais
disposição. É também uma oportunidade de nos integrarmos
mais com alguns colegas que, na correria do dia a dia, não
encontramos sempre. Acho até necessário fazer os exercícios
mais vezes por semana.”
Cristiene Camila Soares Luiz Betti, técnica
Administrativa da ATAd
“Estou aproveitando muito a opor-
tunidade. No cotidiano, fico muitas
horas com a postura inadequada.
Os exercícios são simples e ajudam
a corrigir hábitos errados. São 15
minutos que fazem uma grande dife-
rença, além de melhorar a qualidade
de vida no trabalho.”
Ana Cristina dos Santos, técnica
Administrativa da Biblioteca
Rosemary Feijó, coordenadora do projeto
#04
FEA SUSTENTABILIDADE
“O maior legado talvez seja a consciência ambiental e os valores morais e éticos dos jovens desta geração pós-Rio92 e que ingressam na FEA a cada ano.”
Rio
+20
:O
Fu
turo
qu
e Q
uer
emos
A menos de 100 dias da Rio+20, te-
mas e problemas para serem debatidos se
acumulam e sobram críticas para o draft
zero da declaração “O Futuro que Quere-
mos”, rascunho do documento oficial que
será apresentado pela Conferência das
Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável, no seu final.
Por essa razão, é fundamental que a
sociedade civil participe, opine e encami-
nhe sugestões. Esse foi o ponto de parti-
da do encontro promovido pelo Centro
Acadêmico Visconde de Cairu (CAVC)
e a Comissão FEA Recicla & Sustenta-
bilidade, na FEA, no dia 14 de março, e
que reuniu palestrantes de diferentes áre-
as: professores Ricardo Abramovay (De-
partamento de Economia) e José Roberto
Kassai (Departamento de Contabilidade
e Atuária), Maria Christina Motta Gue-
orguiev (advogada e integrante da Socie-
dade Brasileira de Direito Internacional
do Meio Ambiente) e Daniela Chiaretti
(repórter especial de ambiente do jornal
Valor Econômico).
A Rio92 reuniu líderes de 109 países
e cerca de 30 mil pessoas. Produziu três
tratados ambientais – a Convenção do
Clima, a da Biodiversidade e a do Com-
bate à Desertificação –, mas os resultados
concretos deixaram a desejar. Não houve
avanço na mudança climática, na prote-
ção da biodiversidade e as regiões áridas
passaram a
registrar secas
cada vez mais
fortes. Para a
Rio+20 são esperadas mais de 50 mil pessoas de mais de 150
países e a proposta é debater a chamada Economia Verde.
“Os resultados podem parecer pequenos diante das mudan-
ças que necessitamos para construir uma sociedade equitativa e
sustentável, ou diante da magnitude dos desafios socioambien-
tais de nossa civilização. Mas, por outro lado, o maior legado
talvez seja a consciência ambiental e os valores morais e éticos
dos jovens desta geração pós-Rio92 e que ingressam na FEA a
cada ano”, comenta professor Kassai, que preside a Comissão
FEA Recicla & Sustentabilidade.
Para Maria Christina Motta Gueorguiev, debater ampla-
mente as questões ambientais é hoje crucial. “Até a Rio92, só
se falava de contaminação, o legado da indústria química. O
encontro despertou a atenção da sociedade e lançou desafios.
Agora, na Rio+20, em que o tema é Economia Verde, virão
novos desafios. O dia seguinte será o mais importante. Novos
parâmetros nortearão o nosso trabalho, assim como os compro-
missos firmados exigirão capacitação humana e transferência de
tecnologia”, coloca a advogada.
O formato da Rio+20 é diferenciado e o momento é outro.
“As conferências das Nações Unidas são encontros de gover-
nos. Na Rio92, a discussão começou bem antes e foi intensa a
negociação para se chegar às convenções apresentadas no final.
Agora, às vésperas da Rio+20, o que se sabe é que não faltam
coisas urgentes para serem debatidas. Vejo esse encontro mais
como o início de um novo processo de discussão. Acredito que
não haverá um documento de peso nos moldes de uma con-
venção ou um protocolo, por exemplo. Mas poderão ser dados
passos fundamentais sobre economia verde, indicar como se
chega lá. Como fazer uma economia que emita menos carbono.
A Rio+20 pode promover objetivos sustentáveis para as próxi-
mas duas décadas e isto vai repercutir nas emissões. Também se
discute a criação de uma agência internacional de desenvolvi-
mento sustentável (como quer o Brasil) ou de meio ambiente
(como quer a Europa) ou nada disso (como parece ser a posição
dos Estados Unidos). Ter uma espécie de Organização Mundial
do Comércio na área ambiental não é pouca coisa,” afirma a
jornalista Daniela Chiaretti.
Um histórico de compromissos descumpridos, mitos em re-
lação à utilização de energia renovável e as desigualdades no uso
dos recursos ecossistêmicos para preencher as demandas que
começam a se tornar gritantes são os aspectos que nos levam
para um cenário preocupante, na análise do professor Ricardo
Abramovay. “A meta da Rio+20 é estabelecer até 2015 o que
será possível até 2020. É inegável que houve avanço significa-
tivo na eficência energética e material. Isso está sendo feito no
âmbito da responsabilidade corporativa. Mas estudos mostram
que se o consumo dos recursos materiais continuar igual, é ir
direto de cabeça para o rochedo, como a própria ONU diz. Fala-
se em economia verde, mas, na verdade, o sistema econômico
não tem a menor ideia de como lidar com o desafio da finitude
de nossos recursos e da desigualdade que se alastra pelo planeta.
Esses deveriam ser os dois temas centrais da conferência”, apon-
ta o professor Abramovay.
Outras questões apontadas pelo professor são os mitos que
cercam o debate sobre desenvolvimento sustentável. “O consu-
mo de combustível fóssil continuará dominante no século XXI.
A transição para as energias renováveis é fundamental, mas isso
pressupõe profundas transformações tecnológicas. Não se trata
mais de transferência, mas de cooperação internacional, da in-
formação em rede, um verdadeiro patrimônio da humanidade. É
ilusório também imaginar que é possível melhorar a vida dos mais
pobres sem mexer no topo da pirâmide social”, afirma.
Por isso, os participantes do encontro foram unânimes em
afirmar que só a participação e a pressão da sociedade civil,
influenciando os governos, é que pode fazer a diferença na
conferência Rio+20.
“Fala-se em economia verde, mas o sistema econômico não tem a menor ideia de como lidar com o desafio da finitude de nossos recursos e da desigualdade que se alastra pelo planeta.”
PArtiCiPAção
O rascunho inicial ou zero draft (19 páginas) “O Futuro
que Queremos” é uma peça de grande importância que fo-
calizará as negociações e, após aprovação, deverá se tornar
referência para as políticas e práticas de sustentabilidade nos
próximos anos. Por isso, este documento precisa ser calibrado
para tornar-se uma ferramenta politicamente viável no âmbi-
to da ONU e capaz de induzir mudanças em torno das ques-
tões que estão em pauta: segurança alimentar, água potável
e limpa, energia sustentável, cidades e comunidades fortes e
sustentáveis, oceanos e mares, desastres naturais, mudanças
climáticas como o maior desafio de nosso tempo, florestas
e biodiversidade, degradação e desertificação, acompanha-
mento dos químicos e resíduos em todo o ciclo de vida, im-
portância das montanhas, consumo e a produção, educação
e igualdade de gêneros.
“A sociedade civil brasileira e internacional tem nos pró-
ximos meses a importante missão – e a singular oportuni-
dade – de influir decisivamente nos resultados da Rio+20,
tanto no processo oficial como fora dele. O mundo é muito
mais que a soma dos países. É hora de ousar e de propor. De
acreditar que o futuro que queremos está presente, agora”,
enfatiza professor Kassai.
Os alunos da FEA que quiserem manifestar-se em re-
lação ao tema podem postar minivídeos de até um minu-
to diretamente no site da ONU e/ou enviar para o e-mail:
Ricardo Abramovay, Maria Christina Gueorguiev, Raquel Rosenberg (Comitê Paulista da Rio+20), Daniela Chiaretti e José Roberto Kassai (da esq. para dir.)
“Somos todos, portanto, bolsistas da sociedade e temos um compromisso com o desenvolvimento do conhecimento, da ciência e do país.”
O q
ue
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SP e
sper
a
dos
seu
s k
alóg
eros
?
FEA ALUNOS
“nA minhA visão de médiCA, voCês
são UmA ‘trAnsFUsão de sAngUe no
CorPo dA UniversidAde’. Nossa expec-
tativa é que vocês se engajem de corpo
e alma nessa nova vida. Saibam que o
esforço terá de ser contínuo e que serão
corresponsáveis pelo aprendizado. Terão
contato com novas maneiras de apren-
der e ensinar. Recomendo que escolham
um professor com o qual mais se identifi-
quem. Ele será o mentor que vai mostrar
o caminho e vai mudar a vida de vocês,
como mudou a minha.”
Com essa mensagem, a professora
Telma Zorn, pró-reitora de Graduação da
USP, concluiu a aula magna que inaugu-
rou o ano letivo da FEA e saudou os alu-
nos ingressantes. Fez questão de contar
como surgiram as universidades e a pró-
pria USP, elencar os números gigantes da
instituição, explicar as linhas de atuação
da gestão de graduação e destacar o com-
promisso que todos os alunos têm com o
conhecimento e o desenvolvimento do
país. Seguem trechos da aula magna:
“A USP é uma instituição jovem.
Nasceu em um momento de conflito, em
1933, como uma resposta da sociedade paulista à
derrota do estado na Revolução Constitucionalista
de 32. O lema escolhido foi Scientia vinces (Vencerás
pela Ciência) e à Faculdade de Filosofia, o coração
da Universidade, se juntaram as escolas existentes.
Hoje, a USP está entre as 200 melhores instituições
do mundo e é reconhecida a melhor da América
Latina. Os números são gigantescos: 89 mil alunos,
sendo 58.680 na graduação, 6 mil professores, 16
mil funcionários, 251 cursos, 14.500 disciplinas, 240
cursos de pós-graduação muito bem avaliados, 42 unidades dis-
tribuídas em sete campi. A USP é sustentada pela sociedade de
São Paulo. Somos todos, portanto, bolsistas da sociedade e, no
momento da matrícula, firmamos o compromisso com o desen-
volvimento do conhecimento, da ciência e do país.”
“A graduação é o centro, o começo de tudo. Temos hoje um
orçamento de R$ 50 milhões e a meta é aprimorar os ambientes
de ensino, incentivando a criação de laboratórios inovadores.
A gestão se pauta pelos princípios universais, estabelecidos pela
UNESCO e trabalha pela acessibilidade, valores acadêmicos e
avaliação da qualidade. Temos um programa de inclusão social,
que sustenta a permanência do aluno na Universidade por meio
de auxílio para o transporte, alimentação e creche. É voltado
para alunos que vêm de escolas públicas e de classes sociais
menos favorecidas. Temos também um programa de iniciação
científica, fundamental para a formação acadêmica. Para in-
crementar a internacionalização da USP, desenvolvemos um
programa que oferecerá 1.000 bolsas para desenvolvimento de
atividades de pesquisa em instituições de renome no exterior.
Estamos cada vez mais expostos e precisamos nos preparar
para a competitividade. O que a USP espera dos seus kaló-
geros? Essa é uma palavra de origem grega que denominava
os monges que viviam isolados. Dela vem a palavra calouro.
Aproveitem o ambiente da Universidade, assumam o ideal de
vencer pela ciência. Os responsáveis pelas disciplinas estarão
mais próximos para responder todas as perguntas e mostrar o
caminho do conhecimento.”
os novos ALUnos se emPenhArAm mUito PArA entrAr nA
FeA. Para alguns, era a única opção. Se não passassem no ves-
tibular, tentariam de novo. A participação da escola pública é
significativa e o reforço da preparação em cursinhos não é dis-
pensado. Trabalhar no mercado financeiro atrai, assim como
a vontade de entrar em contato com a vida real nas empresas,
começar a ganhar dinheiro e fazer intercâmbio no exterior.
Esses são aspectos que se destacam em conversas informais
com calouros de 2012, representantes dos 579 alunos que se
matricularam até meados de março. Esses novos “clientes” da
FEA fazem parte da chamada Geração Y e trazem para o am-
biente acadêmico o vigor da juventude combinado ao compor-
tamento diferenciado de quem nasceu na era da internet.
“A FEA é uma instituição de excelência e tem que con-
tinuar o trabalho de garantir uma boa educação e uma boa
formação para o mercado. É isso que vai conquistar o alu-
no, mostrar que a Faculdade vale a pena. Cada professor
deve aprimorar o trabalho daquele que foi o seu melhor
professor, aquele que o conquistou”, comenta o professor
Gerlando Sampaio Franco de Lima, presidente da Comis-
são de Graduação da FEA e coordenador de Graduação do
Departamento de Controladoria e Contabilidade.
“A FEA é uma instituição de excelência e tem que continuar o trabalho de garantir uma boa educação. É isso que vai conquistar o aluno, mostrar que a Faculdade vale a pena.”
O que os kalógeros esperam da FEA?
A FEA, contudo, está atenta ao futu-
ro, desenvolvendo projetos e ferramentas
que vão não apenas dar continuidade à
sua trajetória de inovação, mas conquis-
tar os seus novos “clientes”. A implemen-
tação de um laboratório de última gera-
ção voltado para o mercado financeiro e
gestão de risco é um dos projetos apro-
vados, entre os 55 inscritos, pelo Progra-
ma de Apoio à Criação de Laboratórios
para Ensino Prático de Graduação da
USP. “Esse laboratório segue o modelo
da Universidade de Illinois e é o primeiro
da América Latina. Será usado por toda a
FEA e o impacto na pedagogia deverá ser
significativo”, explica professor Gerlando.
O conjunto de 32 salas de aula que
será montado com verba do Programa
de Recuperação de Espaços Didáticos
prevê unidades preparadas para uso de
tablets e notebooks e para videoconfe-
rência, pensando já em aulas com pro-
Apresentação na Semana de Integração
Adalberto Fischmann
Hamilton Luiz Corrêa
Gerlando Sampaio Franco de Lima
#08
FEA ALUNOS
“O curso de Administração prepara o aluno para entender a organização como um todo, para uma visão ampla de negócio. Ele precisa absorver essa complexidade.”
fessores de universidades do exterior.
Boa parte do esforço está concentrado na capacitação do
professor. Em parceria com o programa FEAUSP Educação e
Futuro, foi realizado em março o Seminário Docente em De-
senho Instrucional e Métodos de Aprendizagem Ativa, com
a presença do professor Alexandre Archilovich Ardichvili, da
Universidade de Minnesota. O objetivo da iniciativa foi apre-
sentar aos participantes métodos inovadores de ensino centra-
dos nos alunos como e.g. student-centered, active learning-based,
case studies, discussions, debates, small group work e role plays.
“Estamos zelando pelos cursos, pensando no futuro que já
está à nossa frente. O currículo do curso de Contabilidade será
modificado, em breve, para atender as normas internacionais
(IFRS). O projeto está sendo desenvolvido com a Universida-
de de Illinois e tem como base o modelo Discovery, já adotado
pela Universidade de Cingapura. A nova grade representará
uma mudança cultural significativa na dinâmica do curso, pois
obrigará o aluno a pensar, no lugar de apenas operacionalizar as
regras”, acrescenta professor Gerlando.
mUndo dAs orgAnizAções
O Departamento de Administração também está progra-
mando alterações na grade curricular para 2013. A meta é
implementar ferramentas destinadas ao aprimoramento do
raciocínio lógico e da comunicação, além de tornar as disci-
plinas mais atraentes.
“O aluno que escolhe Administração é pragmático. Bus-
ca um excelente emprego e remuneração, e tem pressa. O
entusiasmo é grande, mas não dura muito porque ele se de-
para com disciplinas que não são atraentes. Além disso, fica
envolvido pelo ambiente festivo da Faculdade e começa a ser
bombardeado por ofertas de trabalho. É um desafio colocá-lo
em sala de aula para trabalhar”, comenta professor Hamilton
Rodrigo Tibiriçá Ramos, 21 anosContabilidade noturnoPrestei Fuvest em 2007, quando me formei no colégio, mas não passei. Fiz cursinho e entrei em Odontologia, aqui na USP. Buscava um curso ligado à saúde, área que me interessava, mas logo percebi que não tinha vocação. Tranquei em 2011 e meus pais me incentivaram a buscar um caminho novo. Prestei Administração, pois pensava seguir uma carreira mais financeira, mas passei em Contabilidade. Quando pesquisei sobre o curso, descobri que era exatamente o que eu buscava. Estou muito animado e cheio de expectativas. Quero parabenizar as entidades que realizaram a semana de integração. Certamente vou participar das entidades como aconteceu na FOUSP. Gosto de ajudar. Quanto à carreira, ainda é cedo. Pretendo pesquisar e me informar bastante antes de qualquer decisão. A FEA agora é uma das minhas casas.”
Danilo Souza Cardoso, 17 anosAdministração noturno“Venho da ETEC de Mogi das Cruzes (SP). Sempre quis estudar na USP, mas antes de escolher o curso, fiz acompanhamento psicológico e teste vocacional. Apontou que eu me daria bem na área de negócios. Estudei muito, fiz e refiz provas anteriores, li os livros e caprichei na revisão de conteúdo. Fiz cursinho aos sábados e domingos e treinei com os simulados. Passei em sete faculdades, das oito que prestei, e escolhi a FEA. Pretendo jogar vôlei ou polo aquático pela Atlética e já me inscrevi no processo seletivo da AIESEC. Quero fazer intercâmbio e sei que a FEA tem convênios com ótimas universidades. Meu objetivo é seguir carreira na área de mercado financeiro, mas ainda não me decidi. Talvez escolha a área acadêmica. Já dou aula particular para amigos e conhecidos e gosto de ensinar as pessoas. É um outro sonho.”
Mariana Orefice, 19 anosEconomia diurno“Estudei no Colégio Bandeirantes e fiz um ano de cursinho. Meu sonho era ser jornalista econômica. Minha mãe é consultora, trabalhou muito tempo em banco e sempre foi a minha orientadora profissional. Disse que se eu quisesse seguir essa carreira, deveria primeiro fazer uma faculdade de Economia. Só prestei vestibular para a USP. Se não passasse, tentaria de novo. Resolvi que 2011 seria um ano de sacrifícios e estudei muito. Entrar na FEA foi uma alegria sem tamanho. Os eventos da semana de recepção integraram mesmo os novos com os veteranos e, quando começam as aulas, isso é muito valioso. Pretendo entrar na FEA júnior, acho que pode me abrir muitos caminhos. Hoje já não penso mais em jornalismo. Vou investir em Economia, e quem sabe, virar uma consultora ambiental. Fazer algo nessa área que está crescendo e tem muito campo de trabalho.”
Os calouros Danilo, Mariana e Rodrigo
der a organização como um todo, para uma visão ampla de
negócio. Ele precisa absorver essa complexidade”, comenta
professor Hamilton.
Resta torcer para que todos consigam encontrar o tutor
que vai mostrar o caminho, como lembrou a professora Telma
Zorn, na Aula Magna de 2012, relatando a sua experiência
pessoal. O professor Gerlando, por sua vez, lembra uma pes-
quisa do professor Cláudio de Moura Castro, da Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG), segundo a qual menos de
20% dos calouros, com exceção dos de medicina e de direito,
sabem o que querem quando entram na faculdade.
#09
“Só prestei vestibular para a USP. Se não passasse, tentaria de novo. Resolvi que 2011 seria um ano de sacrifícios e estudei muito. Entrar na FEA foi uma alegria sem tamanho.”
Luiz Corrêa, coordenador da Graduação do Departamento
de Administração.
Ao contrário dos alunos dos cursos de Economia e Contabi-
lidade, que sabem melhor o que vão encontrar, os de Adminis-
tração são atraídos pelas áreas de marketing, finanças ou gestão
de pessoas. Antes disso, porém, precisam vencer os fundamen-
tos de matemática financeira, planejamento, contabilidade e
psicologia, entre outras disciplinas pouco motivadoras para eles.
“Ainda assim, o curso de Administração registra índice de apro-
vação anual de 80% a 85%, em média, o mais alto da FEA. O
nível de evasão está também entre os mais baixos da USP. A
demanda pelas disciplinas do curso de Administração é grande
dentro da própria FEA e na USP. O interesse do mercado pelos
nossos alunos é também crescente e o feedback das empresas em
relação à formação é excelente”, coloca o professor Adalberto
Fischmann, chefe do Departamento de Administração.
Turmas menos numerosas, aulas dinâmicas, menos expo-
sitivas e com mais trabalhos em grupo e in loco, que permi-
tem integração com o mundo real, fazem parte do esforço da
coordenação de graduação para tornar o curso ágil e motiva-
dor. “O curso de Administração prepara o aluno para enten-
Wesley de Brito Santana, 19 anosAtuária noturno“Eu fazia Poli e desisti. Acreditava que a carreira de Engenharia Civil poderia ser rentável, mas não era o que eu queria de verdade. Aguentei um ano e resolvi prestar vestibular novamente para Economia. Passei em Atuária e pensei em pedir transferência. Na semana de recepção, mudei de ideia. Gostei muito dos professores e do que os veteranos falaram sobre o curso, que a carreira é muito promissora. Além disso, a recepção foi muito legal também. Tem fila para quem quer trote, pra quem não quer. Muito organizado e realmente de integração. Gostei muito das atividades esportivas da Atlética, talvez faça futebol de campo ou handebol. Pretendo fazer o Programa de Iniciação Científica, mas quero começar a trabalhar logo, mesmo que não seja na área. Fiz o curso técnico em Logística e quero começar a ganhar dinheiro logo.”
Arthur Chojniak de Magalhães, 17 anosAdministração noturno“Em 2010 prestei Fuvest como treineiro. Em 2011 foi pra valer. Estudei no Colégio Rio Branco e resolvi fazer cursinho nos últimos seis meses. Meus pais me apoiaram e fizeram o possível para que eu conseguisse entrar na USP. Nenhum deles estudou aqui. Quero Administração desde a 8ª série, sempre gostei de trabalhar em grupo e liderar as tarefas. A recepção da FEA foi muito boa, os veteranos e os bixos se ajudam, as festas realmente integram as pessoas e os funcionários da Faculdade são muito prestativos. Gostei também da FEA júnior e do CAVC – são duas entidades que podem acrescentar muito na minha experiência de vida. Ainda não sei muito bem onde vou atuar no futuro: marketing, recursos humanos, tenho tempo ainda para me decidir. Espero que os próximos cinco anos sejam os melhores da minha vida.”
Victor Camillo Palandi, 18 anos, Economia noturno“Só havia prestado vestibular como treineiro. Sempre quis a USP e escolhi a FEA há muito tempo. Gosto do espírito do mercado financeiro e participei de um concurso na Bovespa, que me ajudou a decidir. Meu pai é da área acadêmica, mas nem ele nem minha mãe fizeram USP. A semana de recepção foi essencial para me sentir em casa. Foi incrível! Minha equipe (azul) foi campeã e cheguei às aulas adaptado ao ambiente e integrado com os outros alunos. Ainda é cedo para falar do curso, mas até o momento estou gostando muito. Meu interesse maior é por Finanças. Sou ligado em esportes e vou me dedicar à Atlética. Quero que a FEA seja muito mais que estudos, quero me sentir bem e ter memórias boas para relembrar.”
Professores da FEA que participaram do seminário sobre métodos de ensino
FEA PROFESSORES
“Hoje sustentabilidade e responsabilidade social são temas obrigatórios. A FEA se abriu para esse campo e começou a ajudar a aperfeiçoar a gestão das ONGs e das companhias.”
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Graduação como professora voluntária.
O interesse pelas pessoas levou a socióloga à FEA e ao curso
de Administração, abrindo uma frente nova de pesquisa, inte-
grando conceitos humanísticos, precisão analítica e busca de so-
luções. Em busca do conhecimento percorreu temas como So-
ciologia das Organizações e Comportamento Organizacional.
“Hoje, sustentabilidade e responsabilidade social são temas
obrigatórios. Há 15 anos, as organizações do terceiro setor que
começaram a atuar no país não tinham a quem recorrer. As
empresas começaram a enfrentar problemas decorrentes das
externalidades e não sabiam como resolver as consequências
negativas. A FEA se abriu para esse campo e começou a ajudar
a aperfeiçoar a gestão das ONGs e a gestão social das compa-
nhias”, lembra a professora.
No dia 23 de março, o Centro de Empreendedorismo Social
e Administração em Terceiro Setor (CEATS) comemorou o
aniversário de 15 anos. O programa institucional da Fundação
Instituto de Administração (FIA), entidade de apoio à FEA,
oferece MBA Gestão e Empreendedorismo Social e os cursos de
especialização em Responsabilidade Social e Terceiro Setor e o
de Avaliação de Projetos e Programas Sociais.
Para incentivar a participação dos alunos da Graduação em
trabalhos voluntários e, dessa forma, desenvolver o olhar para
o social, foi criado, em 2002, o Programa de Extensão de Ser-
viços à Comunidade (PESC). Na mesma época, a Faculdade
foi convidada pela Harvard Business School a integrar a Social
de universidades dedicadas ao estudo do Terceiro Setor.
Os ex-alunos estão espalhados pelo Brasil e a agenda é
repleta de convites para participar dos inúmeros eventos na-
cionais e internacionais ligados à área. O que não falta para
a professora Rosa Fischer é entusiasmo para dar aulas, formar
novos professores e preparar os sucessores. “Acredito no ide-
al da educação que é o caminho do desenvolvimento. Sou
uma aluna da USP e sou muito agradecida à Universidade
por ter me proporcionado tantas oportunidades”, comenta
a professora.
A AULA inAUgUrAL do ProgrAmA de Pós-
grAdUAção dA PontiFíCiA UniversidA-
de CAtóLiCA de minAs gerAis (PUC-
mg), no diA 2 de mArço, Foi ProFeridA
PeLA ProFessorA rosA mAriA FisCher,
do dePArtAmento de AdministrAção
dA FeA. O convite tinha uma razão de
ser: entre os presentes, além dos ingres-
santes dos cursos de doutorado, mestrado
acadêmico e mestrado profissional, esta-
vam muitos professores doutores forma-
dos pela FEA e que haviam passado pelas
aulas da professora.
Para vários deles, a influência do tex-
to Pondo os pingos nos ‘is’ sobre as relações
do trabalho e políticas de administração de
recursos humanos estava ainda muito pre-
sente. A trajetória de quase quatro déca-
das como professora foi o tema da aula
que será transformada em artigo para a
revista da PUC-MG.
Terceiro Setor, em-
preendedorismo social,
desenvolvimento, exclu-
são e relações do traba-
lho são os grandes temas
que emergem da sua tra-
jetória de aprendizado
contínuo. “Na verdade,
é mais valioso reconhe-
cer que se sabe muito
pouco depois de 40 anos
estudando e pesqui-
sando”, diz a professora
Rosa, que se aposentou
em 2011, mas continua
a ministrar disciplinas na
Em fevereiro, o Departamento reu-
niu os ingressantes no PPGCC de 2012
para uma Semana de Integração. Os 10
integrantes do Dinter, os 19 mestran-
dos e 19 doutorandos tiveram a opor-
tunidade de conhecer as instalações da
Faculdade e as linhas de pesquisa dos
docentes e disciplinas oferecidas.
Para o professor Luís Eduardo
Afonso, coordenador da Pós-Gradu-
ação e responsável pelo encontro, a
presença dos alunos de outras institui-
ções nessa semana de apresentação é
de extrema importância. “O programa
se faz muito pelo ambiente e um con-
tato mais próximo entre os doutoran-
dos e a Faculdade e a própria USP é,
portanto, imprescindível”, afirma.
A avaliação trienal 2010 da Ca-
pes conferiu a nota 6 para o progra-
ma de Controladoria e Contabilidade
da FEA, a mais alta do país. Com o
Dinter, o Departamento consolida
sua inserção social e amplia a rede de
cooperação. “Estamos contribuindo
para a melhoria da qualidade de do-
centes e da pesquisa”, diz o professor
Luís Eduardo.
“Existem apenas três cursos de doutorado no país e o da FEA foi o único até bem pouco tempo. A demanda é enorme.”
UmA “Ponte AéreA” entre são PAULo e FeirA de sAntAnA, nA
BAhiA, Foi montAdA e A rAzão não PoderiA ser mAis grAtiFi-
CAnte: o primeiro curso de Doutorado Interinstitucional (Din-
ter) em Controladoria e Contabilidade já é realidade e, com ele,
a FEA leva sua marca de qualidade para a Região Nordeste.
Custeado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pes-
soal de Nível Superior (Capes), o curso é resultado da par-
ceria estratégica entre a Universidade de São Paulo (USP),
a Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), que é
a receptora, e as instituições associadas Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA), Universi-
dade do Estado da Bahia (UNEB), Universidade Estadual de
Santa Cruz (UESC), Universidade Estadual do Sudoeste da
Bahia (UESB) e Universidade Federal da Bahia (UFBA).
“O grupo é formado por 10 professores dessas instituições,
que serão qualificados com o mesmo padrão de qualidade da
USP. Além de atuar na sociedade, os novos doutores serão
responsáveis pela multiplicação desse padrão, pela formação
de massa crítica e de novos grupos de pesquisa”, explica a pro-
fessora Silvia Pereira de Castro Casa Nova, vice-coordenadora
do programa de Pós-Graduação do Departamento de Conta-
bilidade da FEA (PPGCC).
Na área de Contabilidade, os programas de mestrado e
doutorado são restritos e concentrados em grandes centros e
em universidades públicas. “São poucos mestres e um número
menor ainda de doutores para atender os cerca de dois mil cur-
sos de graduação. Existem apenas três cursos de doutorado no
país e o da FEA foi o único até bem pouco tempo. A demanda
é enorme. Em 2010, a FEA se empenhou em montar um pro-
grama com a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT),
mas as vagas não foram preenchidas”, afirma professora Silvia.
Um programa na modalidade Dinter exige um esforço extra.
Além das atividades normais na FEA, os professores precisam
se deslocar para dar aulas. No primeiro semestre, os professores
Gerlando Franco de Lima e Gilberto de Andrade Martins se
revezarão na “ponte aérea”. No segundo, os professores Bruno
Meirelles Salotti e Nelson Carvalho assumem a tarefa.
FEA PROFESSORES
Dinter da Contabilidade na Bahia
Participantes do Dinter e professores da FEA
FEA FUNCIONÁRIOS
gente dA FeAUma publicação mensal da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo Assistência de Comunicação e DesenvolvimentoAbril 2012_tiragem 2.000 exemplares
Av. Prof. Luciano Gualberto, 908Cidade Universitária - CEP 05508-900
Diretor da FEA Reinaldo GueRReiRo
Coordenação Gerallu MedeiRos
assistência de coMunicação e desenvolviMento da Fea-usP
Edição: PRintec coMunicação ltda.
vanessa GiacoMetti de Godoy – MtB 20.841antonio caRlos de Godoy – MtB 7.773