Valmor Cristiano Licheski RESiDUOS DE ANABOLIZANTES: UMA DISCUSSAO NA PRODU9AO ANIMAL Monografia apresenlada como requisito parcial para obtentyao do titulo de Especialisla, no Curso de Especializatyao em Vigilimcia Sanitaria em Alimentos, Faculdade de Ciencias Biol6gicas e da Saude, Universidade Tuiuti do Parana. Orientador: Prof. Ms. Jose Mauricio Frao<;:a Curitiba 2005
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Valmor Cristiano Licheski
RESiDUOS DE ANABOLIZANTES:UMA DISCUSSAO NA PRODU9AO ANIMAL
Monografia apresenlada como requisito parcialpara obtentyao do titulo de Especialisla, no Cursode Especializatyao em Vigilimcia Sanitaria emAlimentos, Faculdade de Ciencias Biol6gicas e daSaude, Universidade Tuiuti do Parana.
Orientador: Prof. Ms. Jose Mauricio Frao<;:a
Curitiba2005
Aos meus pais, Valmar e Maria, pelo amor e exemplo de
integridade moral transmitido com afinco e perseveranqa,
DEDICO
AGRADECIMENTOS
Agrade90 primeiramente a Universidade Tuiuti do Parana, par
possibilitar a concretizay80 do curso, fornecendo espacro e
conhecimento de tecnicas de vital importancia para minha formaC;8o
profissiona1.
Pel as discuss6es e criticas construtivas, de Homero Rogerio A.
Vieira, professor e coordenador do Curso de P6s-Graduag8o, e de Jose
Mauricio Francra, professor do Curso de Medicina Veterinaria e
Coordenador do Curso de P6s-Graduary8o em Vigilancia Sanitaria em
Alimentos da Universidade Tuiuti do Parana.
E, finalmente, agradego pel a fOfya transmitida par Deus.
iii
Os primeiros passos sao inuteis quando nao se percorre 0
caminho ate 0 rim.
Shank-ara
iv
SUMARIO
LISTA DE QUADROS ................•...•.............................................. vi
LlSTA DE FIGURAS ............•........................................................ viii
RESUMO ........................•............................................................. ix
ABSTRACT ................•......•....................................•...............•...... x
TABELA 1 - ANABOLIZANTES UTILIZADOS EM BOVINOS DECORTE.... 7
TABELA 2 - EFEITO DA CASTRA!;AO NA PERFORMANCE DOSBOVINOS.. 9
TABELA 3 - EFEITO DE ANABOLIZANTES NA PERFORMANCEEM BOVINOS CASTRADOS ....
TABELA 4 - EFEITO DO ZERANOL OU ACETATO DETREMBOLONE SOBRE 0 GANHO DE PESO EMNOVILHAS... . 10
vii
LlSTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - PROCEDIMENTO BAslCO PARA EXTRA<;;AO,PURIFICA<;;AO E QUANTIFICA<;;Ao DE DES EZERANOL POR RADIOIMUNOENSAIO, A PARTIRDE FIGADO DE BOVINO.. . .. 25
FIGURA 2 - PROCEDIMENTO BAslCO PARA EXTRA<;;AO,PURIFICA<;;AO E ANALISE POR CROMATOGRAFIAGASOSA ACOPLADA A ESPECTROMETRIA DEMASSA DE DES E ZERANOL, A PARTIR DEFiGADO DE BOVINO.. . 26
viii
RESUMO
Este trabalho tern intuito de alertar sobre 0 problema do uso deanabolizantes de forma ilegal no Brasil. Quais residuos destes podemestar na mesa do pavo brasileiro. Com 0 desenvolvimento da industriae 0 consequente surgimento de novas sUbstancias promotoras docrescimento animal, 0 setor agropecuario necessita de tecnologiascada vez mais eficientes e sensiveis para detectar possiveis residuosdeixados par este vasto numera de substancias anabolizantes,principalmente ester6ides com diversas atividades. Portanto, existemvarios metod as de detecyao para a identific8c;ao do anabolizanteutilizado. Como as metodos cromat6graficos 9 os irnunol6gicos. Mas afiscaliz8c;ao e baixa, devido a falta de laborat6rio credenciado etambem pelo fato que os kits de imunoensaios sao carissimos.
Palavras-chave: hormonios, metodos de detecc;:ao, imunoensaios,formas de uso.
ix
ABSTRACT
This work has intention to alert on the problem of the use ofanabolics of illegal form in Brazil. Which residues of these can be in thetable of the Brazilian people. With the development of the industry andthe consequent promotional substance sprouting new of the animalgrowth, the farming sector needs more efficient and sensibletechnologies each time to detect possible residues left for this vastanabolics substance number, mainly steroids with diverse activities.Therefore, some methods of detention for the identification of the usedanabolic exist. As the chromatografic methods and the immunological.But the fiscalization is low, due to lack of credential laboratory and alsofor the fact that kits of immunoassay is we expensive.
Keywords: hormones, methods of detention, immunoassays, forms of use.
1 INTRODUC;ii.O
Para a sustentabilidade e redugao de custo. Muitos pecuaristas
com a inten9aO de aumentar a producyao, utilizam de diversas formas
para conseguir esta rentabilidade.
Os itens basicos para 0 aumento de produtividade estao
relacionados com a melharia de pastagens, confinamento, manejo,
genetica, etc. Mas como estes produtores tern 0 interesse que sua
lucratividade aumente, ele utiliza de artificios como anabolizantes para
urn retorno mais rapido.
Pois este anabolizantes tern a capacidade de aumentar a
retenc;ao de nutrientes fornecidos na alimentac;ao. Sendo considerado
urn anabolizantes, qualquer substancia de natureza hormonal ou nao,
favorecendo a transformayao de nutrientes via alimento em tecidos no
corpo animal.
Muitos dos riscos causados pelos anabolizantes, sao devido ao
usa indiscriminado, 0 que se refere as dosagens, forma de utiliza9aO e
prazo de carencia nao respeitada.
Assim este tipo de tecnologia esta proibido no Brasil, par resultar
acumulos de residuos em determinados orgao dcs animais com
consequencia risco a saude do consumidor.
2 REVISAO BIBLIOGRAFICA
2.1 RESiDUOS DE ANABOLIZANTES
Teda a sUbstancia de natureza hormonal au nao, susceptivel de
melhorar 0 equilibrio azotado do organismo animal pel a aumento da
biosintese proteica havendo (CASTILHO, 2003):
• Aumento do ganho medic do peso diario;
• Melhoria da eficiencia da conversao da r89ao;
• Aumento da massa muscular;
• Reduc;ao da gordura;
• Melhoria da qualidade da carcac;a;
Produzir mais carne num periodo de tempo mais curto;
• Reduzir a durac;c3o da alimentaC;80 e a quantidade global de
alimentos ingeridas pete animal;
• Reduzir a pre<;o da carne.
Anabolizantes sao substancias usadas na produC;8o animal,
podendo ser descritos como biologicamente end6genos compostos
hormonais ester6ides naturalmente presentes no organismo animal
(testosterona, progesterona e estradiol 17-~) ou como biologicamente
ex6genos, dividindo-se em xenobi6ticos (acetato de trembolona - TBA,
acetato de malengestrol - MGA e zeranol), ester6ides sinteticos
(etinilestradiol e metiltestosterona) e os estilbenos (dietilestilbestrol -
DES e hexoestrol) (PATTERSON E SALTER, 1985).
2.2 TIPOS DE CONTAMINA<;:AO DOS ALiMENTOS
Os tipos de contaminay2lo par aHmentos carneos podem ser
do tipo (BRESSAN, 2001):
2.2.1 Quimico: resultado do usa indiscriminado de medicarnentos
em animais de 8yougue au pelo con sumo de rayoes contaminadas
com fungicidas, pesticidas au toxinas;
2.2.2 Microbiolog;co: Dcas;onado pel a contaminayao da carne
durante as processos de abate, transporte, distribuic;ao, au no
momento do preparo para 0 consuma. Considerando as possiveis
tipos de contaminac;ao, as paises desenvolvidos tentarn adotar
rnedidas para evitar esse risco como:
a) as Boas Praticas de Manejo e Manufatura (GMP);
b) Sistema de Analise de Riscos e Controle de Pontcs
Criticos (HACCP), nos processos de abate eindustrializay2lo da carne.
Esses programas sao efetivQs no controle e redw;ao de
microorganismos.
Por outro lado, as contaminayoes qui micas sao de dificil
identificayao e controle. A detecyaO desses agentes, em sua maioria,
sao dispendiosos e exigem tecnologias avanyadas. Para exercer 0
controle de contaminantes quimicos, todo a setor produtivo deve ser
conscientizado e assumir a responsabilidade da iproduyao de carne
livre de riscos a saude do consumidor (BRESSAN, 2001).
4
2.3 PERIGOS DOS RESiDUOS DE ANABOLIZANTES
a) Anabolizantes Naturais: Rapidamente metabolizados e quase
inativos. Os residuos na carne dos animais tratados podem se
considerados da mesma ordem de grandeza dos encontrados nos
animais de contrale.
b) Anabolizantes Artificiais: Serao mais ativas quanta menor for sua
degradayao (DES e outros estilbenos).
c) Efeitos Hormonais secundfHios: S6 sao de considerar quando a
molecula nao sofreu metabolizac;ao ou foi pouco metabolizada,
ivermectina e clembuterol em animals como galinhas, perus, bovinos e
caprinos (STERK, 1998).
A identificag130 de beta-agonistas como clenbuterol, tem side
realizada utilizando radioimunoensaios (RIA), com anticorpos
policlonais. Os beta-agonistas est130 sendo utilizados ilegalmente como
promotores de crescimento em gada bovino e em cavalos e sua
identificag130 faz-se necessaria. Urn teste rapido e de alta sensibilidade
foi desenvolvido para determinagao de clenbuterol em urina de bovin~s,
baseados em RIA, mostrando-se eficiente na detecg130 de 0,5 a 1,2ppb
de clenbuterol.
o uso do acetato de trembolona (TBA) tem side monitorado em
arnostras de origem animal, principal mente na urina de animais,
utilizando-se a cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de
massa (CG-EM) para purificag130 e identifica9a.o aliada a imunensaios
do tipo EL!SA (STERK, 1998).
2.11.1.1 TECNICA LABORATORIAL
As metodologias que pod em ser utilizadas sao radioimunoensaio
(RIE) para triagem (XENOBI6TICOS, 1994) e cromatografia gasosa
acoplada a espectrometria de massa (CG-EM) para confirmagao,
24
segundo os metodos oficiais do M.A. (BRASIL, 1992). 0 processo de
extrag30 e purificag30 que precede a quantificag30 e baseado no
metoda oficial do Institute Nacional de Tecnologia de Alimentos do M.A.
da Argentina (ARGENTINA. 1994).
o radioimunoensaio e realizado com usa de kit (Rhode Islands
Labs) que contem DES e zeranol marcados com tritio, padr6es de DES
e anticorpos anti-DES e anti-zeranol. Todas as drogas e solventes
utilizadas sao grau para analise (P.A.) e a eter etHica, livre de
peroxidos, e bidestilado em col una de vidro.
2.11.1.2 PROCEDIMENTO POR RADIOIMUNOENSAIO
As amostras (2,5g) sao analisadas pelo metodo esquematizado na
FIGURA 1 que compreende as seguintes etapas: extrag2lo das
substancias livres e conjugadas, a partir do tecido, com metana1,
hidr6lise enzimatica, purific8g<30 par partigoes liquido-liquido, e da
SOIU,80 final de 0,75 ml, uma aliquota de 0,15 ml e usada para
determinag<3o da recuperag80 media e duas aliquotas de 0,30 ml sao
quantificadas por radioimunoanalise, sendo uma para pesquisa de DES
e a outra para pesquisa de zeranol, de acordo com as metodologias
oficiais recomendadas (ARGENTINA, 1994).
o radioimunoensaio e baseado numa rea9aO onde 0 antigeno
r2dioativo e 0 nao radioativo (presente na amostra que esta sendo
analisada), competem para reagir com 0 anticorpo.
A separa9ao do antigeno livre do antlgeno conjugado com 0
anticorpo e realizada por adsor9ao do antigeno livre (radioativo e nao
radioativo) em suspensao de carvao ativado, que e centrifugada sendo
o precipitado descartado e 0 sobrenadante levado para leitura em
contador de cintila9ao liquida.
Tecido
Extragao com Metanol,(,
Eliminayao da Gordura, Esfriando 0 Extrato Metan61ico a - 20°C,(,
Hidr61ise Enzimatica (P-glicuronidase) em Solugao Aquosa,(,
Extrayao em Eter Etilico,(,
Partigao em Clorof6rmio com Hidr6xido de S6dio 1N (1:2),(,
Neutralizagao da Solugao Alcalina (ac. fosf6rico)
tExtragao com Eter Etilico
,(,
Partigao em Metanol : Agua com Hexano (3: 1:8),(,
Partiyao em Agua com Eter Etilico
t
RIE
FIGURA 1 - PROCEDIMENTO BAslCO PARA EXTRA<;;.I\O, PURIFICA-<;;.1\0 E QUANTIFICA<;;AO DE DES E ZERANOL PORRADIOIMUNOENSAIO, A PARTIR DE FiGADO BOVINO.FONTE: XENOBIOT1COS, 1994.
A quantificayao per radioimunoensaio e efetuada atraves da
extrapolayao das contagens obtidas nas amostras atraves de uma
curva de calibra9ao.
25
26
2.11.1.3 CONFIRMAC;;AO POR CROMATOGRAFIA GASOSA
o metoda ilustrado na FIGURA 2 consiste na extra~ao com
acetonitrila do DES e zeranol, purilica~ao liquido-liquido de tres lases,
purificac;8.o em fase salida e analise par cromatografia capilar a gas
acoplada a detector seletivo de mass as (CG/EM) para identilica~ao e
quantilica~ao (BRASIL, 1992).
Tecido
Extrac;ao com Acetonitrila
Purificayao com Diclorometano: Hexano (1:4)
~Evaporac;ao da Acetonitrila
~Residuo Dissoivido em Metanol: Isopropanol: Hid. de S6dio (1:1 1,5)
~Purificac;ao em Fase Salida
~Elui~ao com Metanol
~Evapora,ao do Eluato
~Diluic;ao do Residua SeeD
~CG I EM
FIGURA 2 - PROCEDIMENTO BASICO PARA EXTRAC;;AO, PURIFICA-C;;AO E ANALISE POR CROMATOGRAFIA GASOSAACOPLADA A ESPECTROMETRIA DE MASSA DE DESE ZERANOL, A PARTIR DE FiGADO BOVINO.FONTE: XENOBIOTICOS, 1994
27
2.11.1.4 CONTROLE DE QUALIDADE NAS ANALISES
Em cada grupo de amostras analisadas sao feitos as seguintes
tipos de amostras contrale, todas em duplicata: branco de reativQs,
testemunha, testemunha fortificada in vitro com 200 pg/g, denominada
fortificado e testemunha fortificada in vitro com concentra980
desconhecida para a analista, denominada contrale de qualidade. Com
excec;ao da amostra branco de reativDS, as restantes foram adicionados
0,1 ml de solU980 de anabolizante tritiado (=2500 cpm) no come90 da
extrac;ao, com 0 qual, medindo a radioatividade remanescente a uma
allquota do extrato final, determina-s8 a recuperagao obticta pel a
amostra atraves das eta pas de extrac;;ao e purific8c;ao, conforme a
metodologia oficial recomendada (BRASIL, 1992).
2.11.1.5 ANALISE ESTATisTICA
Para a caracteriz8gao da ocorrencia de residuos de determinada
variavel (residuos de DES e zeranol) em carnes obtidas de frigorificos
da Lista Geral dos Exportadores do Brasil, a qual ocorreu "x" vezes
num total de "n" amostras, a ocorrencia p = x/n teve como intervalo de
confian9a p ± 1,96 '!p(1-p)/n para a defini980 de seus Ii mites de
confianya.
2.11.2 METODOS CROMATOGRAFICOS
Segundo DUARTE, SILVA e MEIRELLES (2002) durante os
ultimos anos, tem havido uma tendencia de uso de metod os
cromatograficos, como cromatografia liquida de alta eficiencia (CLAE),
cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massa (CG - EM) e
cromatografia em camada del gada de alta eficiencia (CCDAF), como
28
importantes ferramentas para a analise de ester6ides anabolizantes em
geral.
A lecnica do CG-EM e urna das mais importantes na identificac;c3o
de anabolizantes, vista que combina 0 poder de resolw;ao do
cromat6grafo a gas a alta seletividade do detector de massa, tendo-se
com isso a identificac;c3o de anabolizantes em concentrac;6es muito
baixas ('1g.e-1 ou '1g.kg-1) (SAEED, 1999).
Alguns dos ester6ides anabolizantes e muitos de seus
metab61itos naD exibem born comportamento cromatograficQ,
principalmente devido a grupos hidroxilas ou cetonicos em sua
estrutura, sendo necessaria, na analise da maioria dos ester6ides par
cromatografia a gas, urna previa deriva<;8o. diminuindo a instabilidade
ao calor apresentada pel os anabolizantes (SAEED, 1999).
Pel a derivatizaC;c30, introduz-se na molecula do anabolizantes um
grupo de alto peso molecular, propiciando maior seletividade e
especificidade II tecnica cromatogrilfica (DELAHAUT, 1990).
Entre uma grande quantidade de reagentes descritos para a
derivatizag80 dos grupos hidroxilas dos anabolizantes,
trimetilsilizayao tern side particularmente vantajosa. Metil-
silitriflouroacetamida (MSTFA) au bis-trimetilsililtrifluoro acetamida
(BSTFA) tern sido os reagentes preferencialmente utilizados. No
entanto, os alcoois terciarios nao sao facilmente derivatizados somente
com esses reagentes. Considerando 0 fato de que muitos anabolizantes
apresentam um grupo terciario 17f3-hidraxi, a presenga de um
catalisador e necessaria para derivatizar completamente estes
compostos. 0 TMSI e considerado 0 melhor catalisador (DELAHAUT,
1990).
A cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massa (CG-
EM) mostrou ser um metoda sensivel e preciso para a determinayao de
residuos de DES em urina bovina. 0 CG-EM tern sido utilizado em
diversos ensaios na analise de metabolitos em fezes, urina e tecidos de
bovines para monitoramento do use de anabolizantes no rebanho
(DELAHAUT, 1990).
29
De acordo com MATTOS (1996), a especlromelria de massa e
uma radiografia da moh§cula, representando as fragmentos da mass a
que S8 obtem de urn determinado composto, ap6s ser submetido a urn
impacto eletr6nico.
Varios metodos de cromatografja em camada delgada foram
desenvolvidos para determinar anab61icos na urina, nas fezes e nas
ra'):oes destinadas Ii alimenta92tO de animais. Aplica-se tambem na
pesquisa de residuos em tecidos. Das varias tecnicas, a que passui
sensibilidade suficiente para determinar residuos e a cromatografia em
placa de alia eficiencia (DELAHAUT, 1990).
De acordo com DELAHAUT (1990), a uliliza9ao de cromalografia
em camada delgada de alia eficiencia (CCDAE) permiliu uma
determina<;ao rotineira de varios residuos anab61icos em amostras de
urina bovina, com sensibilidade na faixa de 0,5 para 10 119.k9 -1. 0 usa
de CCOAF tern a capacidade de separar e analisar urn grande numero
de compostos em poucos minutos e com alta resolu~ao, detectando
anabolizanles na ordem de ppb (paries por bilhao) (LONE, 1997).
A cromalografia liquida de alia eficiencia (CLAE) acoplada a
deleclores de ullraviolela (UV), nas analises de residuas de
anabolizantes, tern sido usada como metodo preparativo, ou seja, para
purifica.yao das amostras biol6gicas para posterior aplica.yao de
tecnicas mais sensiveis de detec.yao e quantificat;ao, como CG-EM,
CCDAF, ELISA, RIA (DELAHAUT, 1990).
Atualmente tern side desenvolvido detector de UV mais sensivel
para serem acoplados a CLAE, como 0 deleclor por arranjo de
fotodiodos (DAD), 0 qual possibilila a delec9ao e quanlifica9aa de
residuos de anabolizantes em amostras biol6gicas. Tambem descreveu
urn melodo de CLAE-DAD para analise e idenlifica9ao de 20
substancias com propriedades anabolizantes em amostras de urina com
limile de delec9ao de 5 - 10 ~g.g-1 para diferenles subslancias.
Outro tipo de detector que esta sendo desenvolvido para ser
acoplado a CLAE e aquele por especlramelria de massa (EM). A CLAE
- EM e um metodo de detec.yao e identifica.yao, com baixo limite de
30
detec~ao, tendo a vantagem em relac;c3o ao CG-EM par nao haver
necessidade de derivatizar;ao das amostras, diminuindo custos e
possiveis perdas que ocarrem nessa etapa.
DELAHAUT (1990) utilizou CLAE - EM para a determinayao de
metabolitos de trembolona e zeranal em amostras de ffgado e musculo
com limite de detecyao de 0,5 ~g.g-1. De acordo com 0 autor a
principal vantagem desse tipo de metoda para detectyao de residuQs de
anabolizantes e que as amostras naD precisam passar par uma etapa
de derivatizaC;c30, evitando perdas indesejaveis.
2.12 ASPECTOS ECONOMICOS DO USO DE ANABOLIZANTES
A vantagem do usa de anabolizantes utilizados como promotores
de crescimento em bovin~s, de acordo com a prescric;ao do medico
veterinario, e proporcionar 0 aumento na taxa de ganho de peso,
permitindo produzir animais mais pesados no mesmo periodo de tempo.
Com isso, os animais implantados necessitam de menor quantidade de
raC;<3opara produzir 1 kg de carne, pais utilizam forma mais eficiente a
forragem consumida, resultando na produ9ao de maior quantidade de
carne por hectare; conseqC1entemente, 0 rendimento da carca9a e
melhorado, pois os animais implantados produzem carca9as com mais
musculos e menos gordura. As substancias identicas aos hormonios ou
as substancias semi-sinteticas com efeitos hormonais, chamados de
"anabolizantes seguros", sao as substancias mais bem estudadas do
mundo no ponto de vista toxicol6gico. No entanto, a Portaria n051/90
do MARA proibe 0 usc desses anabolizantes, embora esteja provado
que seus residuos na carne nao afetam negativamente 0 consumidor. 0
sindicato dos Pecuaristas de Gado de Corte (SINDIPEC) defende 0 usa
de anabolizantes e os considera como mais um dos insumos
indispensaveis a equiparac;:ao da pecuaria brasileira com a pecuaria
mundial. Isso porque no mercado internacional, 0 Brasil perde em
competitividade para os grandes produtores, embora tenha 0 maior
31
rebanho comercial, pOis se recusa a usar esta tecnologia (BRESSAN,
2001).
A Gomunidade Economica Europeia (GEE), que absorve 75% das
exportac;;oes brasileiras de carne 'in natura', exige urn produto isento de
residuQs anab6licos. Dessa maneira, a le9i51a980 brasileira procurou
se adequar a essa proibil'ao. A GEE, devido a sua alta tecnologia e ao
elevado subsidio governamental a produc;;ao agricola e pecuaria, tern
um excesso de produl'ao de carne (BRESSAN, 2001).
Os EUA, que utilizam as anabolizantes em seus rebanhos,
ameac;;am suspender as irnportac;;Oes do Brasil; isso S8 deve, em parte,
a falta de credibilidade ao sistema de controle de residuos feitos aqui.
Na Argentina, as fazendeiros que naD participam com seu produto no
mercado de exportay80 ficam livres para usar anabolizantes, e aqueles
que visam a exportac;;ao ao CEE OU aDs EUA, devem abster-se de usar
anabolizantes. Nesse casa, um veterinario credenciado deve certificar,
sob juramenta, que as animais nao foram tratados com anabolizantes.
o mercado externo aceitou este sistema na Argentina; porem, no
Brasil, isto nao e vista com confianc;:a, pais os criadores brasileiros ja
demonstraram violac;:ao da lei brasileira no caso da aftosa,
comprovados pelos inspetores do CEE, que dizem ter encontrado
irregularidades (BRESSAN, 2001).
Segundo PORTUGUAL (2003) no relat6rio do Plano Naciona1 de
Controle de Residuos referente ao ano de 2003 foi recentemente
apresentado pelas entidades oficiais.
Foram realizadas pesquisas de residuos a tres familias
de compostos:
a) Anabolizantes e outras substancias proibidas: Estilebenos,
Hormonas Tireostaticas, esteroides naturais e sinteticos,
betagonistas, cloranfenicol e nitrofuran os.
32
b) Residuos de medicamentos autorizados acima do limite
maximo permitido (LMR): Antibi6ticos e sulfamidas, anti-
organoclorados, PCBs, metais pesados, dioxinas, rnicotoxinas
e corantes.
De acordo com as dados foram realizadas 8 000 amostras de
bovinos, sui nos, leite, coelhos, aves (galinhas, frangos, codornizes,
perus, patos), peixes de aquicultura.
Resultados positiv~s:
• 23 casas positivQS para as residuos pesquisados em a), num
total de 1763 amostras recolhidas em carnes;
• 3 casas positiv~s para os residuos pesquisados em b), num
total de 1870 amostras recolhidas em carnes;
• 1 casa positiv~ para as contaminates pesquisados em c), num
total de 60 amostras de leite;
o reiat6rio refere ainda a crise desencadeada pelo aparecimento
e detecc;ao de nitrofuranos, foram colhidas 1464 amostras, das quais
346 deram um resultado positiv~, ou seja, mais de 20% de testes
positivos. Em consequencia destes resultados, resultaram
176 sequestros em explorac;6es animais e instaurados processos de
condenac;ao.
Segundo BRASIL (1994) 0 mercado interno de carnes no Brasil
consome cerca de 90% da produc;ao anual e nacional de carne (4300
mil ton); por outr~ lado, exportamos aproximadamente 10% desta
produc;ao (400 mil ton.). Esta situac;ao demonstra que, embora
possuindo 0 maior rebanho bovino comercial do mundo, a pecuaria de
corte no Brasil apresenta valores baixos de taxa de desfrute (18%) e
idade avan,ada de abate (4,5 anos). Entretanto, os resultados obtidos
33
com 0 usa dos anabolizantes tem demonstrado uma mel haria
significativa na produtividade da pecuaria de corte. Portanto, a solUf;ao
brasileira, para atender as necessidades do mercado interne e asexigencias do mercado externa, em especial a Uniao Europeia, seria
juntar as esforyos do Governo (Federal e Estadual), das Industrias
(fabricantes e frigorificos). dos produtores e dos Centros de Pesquisa,
para 0 contrale eficiente do usa dos anabolizantes, com 0 conseqOente
aumento de produ9ao e melhoria da produtividade pecuaria brasileira e
a manutenc;ao de nossas exportac;oes de carne no mercado externo.
34
3 CONCLUsAo
Portanto como os anabolizantes sao de uscs proibidos no Brasil,
mas sao permitidos em Qutros paises. Assim eles entram em nosso
territ6rio via contrabando pelo Paraguai.
E como inumera desafios que temos no Brasil, certamente 0 de
acabar com a insustentabilidade social. Usa-58 de diversas formas para
enganar as autoridades. E como a fiscalizat;:Elo e baixa, muitos dos
animais que nao foram fiscalizados, podem ser os produtos que estao
na mesa do pavo brasileiro.
Portanto este trabalho tern 0 intuito de alertar sabre 0 problema
do usa de anabolizantes de forma ilegal no Brasil, e tambem
demonstrar que existem varias maneiras de detectar estas fraudes que
alguns produtores utilizam.
35
REFERENCIAS
ARGENTINA, Secretaria de Agricultura y Ganaderia de la NaciOn.Metoda Oficial del INTA para la determinacion de residuos dedietilestilbestrol y su monoglucuronido en higado y rinon bovina.Buenos Aires, 1994. 9p.
BRASIL. MARA. Metodos analiticos oficiais de controle de residuosbiol6gicos em produtos de origem animal. 1992. 86p.
BRASIL. MARA. Relatorio apresentado pelos membros da comissaonomeada pelo Ministeria da Agricultura, do Abastecimento eReforma Agraria atraves da porta ria no. 51 sobre 0 uso depromotores do crescimento hormonal em pecuaria de corte.Brasilia, 1994. 130p.
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BRASIL, Ministerio da Saude. Instru~ao Normativa N" 10 de 27 de abrilde 2001. Configura infra~oes it legisla~ao sanitaria federal,estabelece san~oes respectivas e da Qutras providencias. DiarioOficial da Republica Federativa do Brasil. Brasilia, 30 de abril de 2001,Se~ao 1, pt. 1.
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