VACINAÇÃO NA CRIANÇA E NO ADOLESCENTE Dra. Nivia Maria Rodrigues Arrais
Jan 19, 2016
VACINAÇÃO NA CRIANÇA E NO ADOLESCENTE
Dra. Nivia Maria Rodrigues Arrais
VACINAÇÃO - HISTÓRICO
1973 - OBJETIVO GERAL
PROMOVER O CONTROLE DO SARAMPO, DA
TUBERCULOSE, DA DIFTERIA, DA COQUELUCHE
E DA POLIOMIELITE;
MANTER ERRADICADA A VARÍOLA NO PAÍS
VACINAÇÃO - HISTÓRICO
1980
Dias nacionais de vacinação contra pólio
1986
Campanhas Nacionais de Multivacinação
1994
O país recebe o Certificado de Erradicação da Poliomielite.
1999
Primeira Campanha de Vacinação de Idosos contra Gripe, Tétano e
Difteria.
EVOLUÇÃO DO CALENDÁRIO VACINAL
1973 BCG Oral BCG Intradérmica Antipólio Oral
(SABIN) Anti-Sarampo DTP Toxóide Tetânico Anti-variólica
2006 BCG INTRADÉRMICA POLIO ORAL/SALK DPT/DPTa CONTRA SARAMPO CONTRA HEPATITE B e A TRÍPLICE VIRAL/DUPLA CONTRA ROTAVÍRUS CONTRA H. INFLUENZAE B CONTRA INFLUENZA CONTRA VARICELA DUPLA ADULTO CONTRA RUBÉOLA CONTRA FEBRE AMARELA PNEUMOCOCO CONJUGADA MENINGOCOCO CONJUGADA HPV FEBRE TIFÓIDE
EVOLUÇÃO DO CALENDÁRIO VACINAL
FUTURO “BREVE”CONTRA ESTREPTOCOCO DO GRUPO BCONTRA HERPES ZOSTERCONTRA MALÁRIACONTRA DENGUECONTRA HIVOUTRAS
IMUNOBIOLÓGICOS ESPECIAIS
Vacina contra Pneumococo Vacina pólio inativada Vacina contra a raiva-célula diplóide humana Vacina contra hepatite A Vacina contra varicela Vacina contra influenza DTP acelular Imunoglobulina humana anti-hepatite B Imunoglobulina humana anti-rábica Imunoglobulina humana anti-tetânica Imunoglobulina humana anti-varicela ou zoster
PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÕES - PNI
O Brasil tem 185 milhões de habitantes 15 milhões < 15 anos 18 milhões de idosos
Contraste geográfico, econômico e social Fronteira com 10 dos 12 países da América do Sul Intenso fluxo de passageiros internacionais, inclusive da África Fluxo interno intenso Boa credibilidade do Programa Nacional de Imunizações 25.000 salas de vacinação 1942 – último caso de febre amarela urbana 1971 – último caso de varíola 1989 – último caso de poliomielite por vírus selvagem 2000 – último caso autóctone de sarampo
PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÕES - PNI
Problemas a resolver
Coberturas vacinais heterogêneas, com ameaça constante de reintrodução
de doenças como a poliomielite e o sarampo;
Baixa cobertura de vacinações em adolescentes, populações em risco
especial e maternidades;
Deficiência de investigação e análise dos eventos adversos pós-vacinais;
Carência de recursos humanos, inclusive a nível central;
Carência de recursos financeiros, inclusive de diminuição de orçamento no
ano de 2008;
Incorporação tardia de novas vacinas no calendário vacinal (exceção para
rotavírus).
VACINAÇÃO
A vacinação é considerada a mais eficaz
intervenção médica.
Grande sucesso na erradicação e controle de
doenças infecciosas.
Princípios de Pasteur : isolar, inativar e injetar
o microorganismo.
Papel importante no aumento da expectativa
de vida da população – grande impacto
CONCEITOS BÁSICOS EM IMUNIZAÇÕES
IMUNIDADE NATURAL (INESPECÍFICA) ADQUIRIDA (ESPECÍFICA)
IMUNIZAÇÃO ATIVA – VACINAS PASSIVA – IMUNOGLOBULINA HUMANA - SOROS VACINA ATUA ESTIMULANDO A IMUNIDADE ESPECÍFICA
(LINFÓCITOS E ANTICORPOS)
VACINAS X IMUNOGLOBULINAS
PROPRIEDADE VACINA IMUNOGLOBULINA
DURAÇÃO DA PROTEÇÃO
LONGA TRANSITÓRIA
PROTEÇÃO APÓS A APLICAÇÃO
GERALMENTE ALGUMAS SEMANAS
IMEDIATA
ELIMINAÇÃO DE PORTADORES SÃOS
POSSÍVEL IMPOSSÍVEL
ERRADICAÇÃO DE DOENÇAS
POSSÍVEL IMPOSSÍVEL
CUSTO VARIÁVEL, EM GERAL BAIXO
GERALMENTE ALTO
VACINAÇÃO
VACINAS VIVAS (atenuados)– Promovem proteção mais completa e duradora, porém tem risco de provocar a doença em indivíduos imunocomprometidos graves
VACINAS NÃO VIVAS – Microorganismos inativados (coqueluche), toxinas inativadas (difteria, tétano), subunidades (influenza), componentes purificados (coqueluche acelular), engenharia genética (hepatite B), polissacárides conjugados à proteínas (pneumococo, menigococo e H. influenzae B)
Calendário Básico de VacinaçãoCalendário Básico de Vacinação
Calendário Básico de VacinaçãoCalendário Básico de Vacinação
Calendário Básico de Vacinação
ROTAVÍRUS – 2 e 4 MESES
EficáciaGastroenterite aguda – 68,5% - 90%
Hospitalização – 65,4% - 93%
Uso simultâneo com outras vacinas
CALENDÁRIO RECOMENDADO SBIm 2009
HEPATITE B
Vacina – iniciar de preferência nas primeiras 12 h de vida
Se mãe for HBsAg positiva, aplicar simultaneamente, em local diferente, a imunoglobulina humana hiperimune contra hepatite B
CONTRA H. INFLUENZAE B
Impacto na redução da doença
Imunidade de rebanho
Primeira vacina conjugada – conjugação de um polissacáride
com um elemento protéico formando um antígeno mais completo
com grande poder imunogênico já a partir de 2 meses de idade
Necessidade de dose de reforço
Classificação dos Casos de MeningiteBrasil, 1998 – 2001*
10041.8621005.7291009.06810012.54410014.521TOTAL
30,0112.56327,81.59326,72.41931,23.91431,94.637Não Especificada
3,421.4323,92263,83453,03763,3485Tuberculosa
11,244.70513,778612,71.15111,21.4089,41.360Pneumococo
10,564.4204,52576,356912,91.61513,61.979Hemófilus
44,7718.74250,02.86750,64.58441,75.23141,76.060Meningocócica
%Nº%Nº%Nº%Nº%NºETIOLOGIA
TOTAL2001200019991998
DPT
Ressurgimento da coqueluche
Possíveis mudanças genéticas na B. pertussis
Vacinas com potência diminuída
Perda progressiva da imunidade
Melhor diagnóstico
VARICELA
Vacinação pós-exposição
72 horas / 120 horas
Idade de aplicação
Reforço ?
VACINAÇÃO E HIV
BCG – aplicar o mais precoce possível. Se a criança chegar ao serviço não vacinada, aplicar a BCG nos casos assintomáticos e sem imunodepressão. Não se recomenda revacinar.
Hepatite B – fazer uma quarta dose de 6 a 12 meses após a terceira. Criança sintomática pode-se usar o dobro da dose.
DPTa – usar sempre que possível Polio – preferir a vacina inativada (VIP - Salk) e nas
sintomáticas usar a inativa Hib – usar a quarta dose com 12 meses
VACINAÇÃO E HIV
Tríplice viral – não usar em crianças com sintomatologia grave ou imunodepressão (sarampo e caxumba – vírus atenuados)
Vacina contra pneumococo, meningococo, hepatite A e influenza (inativo) – devem receber
Varicela – usar até nas categorias N1 e A1.
EFEITOS ADVERSOS EVENTOS ADVERSOS PÓS-IMUNIZAÇÃO As vacinas são constituídas por diversos componentes biológicos e
químicos que, ainda hoje, apesar de aprimorados processos de produção e purificação, podem produzir efeitos indesejáveis. A incidência desses eventos varia conforme características do produto, da pessoa a ser vacinada e do modo de administração.
Algumas manifestações são esperadas após o emprego de determinadas vacinas e, geralmente benignas, correspondem a distúrbios passageiros e a leve desconforto, com evolução autolimitada (exemplo: febre após vacinação contra o sarampo). Raramente, porém, podem ocorrer formas mais graves, levando a comprometimento, temporário ou permanente, de função local, neurológica ou sistêmica, capaz de motivar seqüelas e até mesmo óbito. Convém referir que nem sempre os mecanismos fisiopatológicos de tais acontecimentos são conhecidos.
Havendo associação temporal entre a aplicação da vacina e a ocorrência de determinadas manifestações, considera-se possível a existência de vínculo causal entre esses dois fatos. Cabe lembrar, no entanto, que esta associação pode decorrer apenas de uma coincidência.
EFEITOS ADVERSOS
DPwT
Dor 50%
Módulo 40,7%
Eritema 37,4%
Febre > 38°C 46,9%
Irritabilidade 53,4%
Sonolência 31,5%
Choro persistente 3,1%
Síndrome HHR 0,06%
Convulsão 0,06%
DPaTDPaT Dor 5%Dor 5%
Eritema 5%Eritema 5%
Febre > 38°C 4%Febre > 38°C 4%
Irritabilidade 18%Irritabilidade 18%
Choro persistente Choro persistente excepcionalexcepcional
Síndrome HHR excepcionalSíndrome HHR excepcional ConvulsãoConvulsão excepcionalexcepcional
CONTRA-INDICAÇÕES
As vacinas de bactérias atenuadas ou vírus vivos atenuados, em princípio, não devem ser administradas a pessoas: COM IMUNODEFICIÊNCIA CONGÊNITA OU ADQUIRIDA; ACOMETIDAS DE NEOPLASIA MALIGNA; EM TRATAMENTO COM CORTICOSTERÓIDES EM DOSE ALTA
(EQUIVALENTE A PREDNISONA NA DOSE DE 2 MG/KG/DIA OU MAIS, PARA CRIANÇAS, OU DE 20 MG/DIA OU MAIS, PARA ADULTOS, POR MAIS DE DUAS SEMANAS) OU SUBMETIDAS A OUTRAS TERAPÊUTICAS IMUNODEPRESSORAS (QUIMIOTERAPIA ANTINEOPLÁSICA, RADIOTERAPIA ETC.);
GRÁVIDAS (SALVO SITUAÇÕES DE ALTO RISCO DE EXPOSIÇÃO A ALGUMAS DOENÇAS VIRAIS IMUNOPREVENÍVEIS, COMO, POR EXEMPLO, FEBRE AMARELA). RESSALTE-SE QUE, MESMO EM PAÍSES ONDE O ABORTAMENTO POR POSSÍVEL INFECÇÃO DO FETO CONTA COM RESPALDO LEGAL, A VACINAÇÃO INADVERTIDA DURANTE A GRAVIDEZ NÃO CONSTITUI INDICAÇÃO PARA A SUA INTERRUPÇÃO.
CONTRA-INDICAÇÕES
Situações em que se recomenda o adiamento da vacinação ATÉ TRÊS MESES APÓS O TRATAMENTO COM IMUNODEPRESSORES
OU COM CORTICOSTERÓIDES EM DOSE ALTA. ESTA RECOMENDAÇÃO É VÁLIDA INCLUSIVE PARA VACINAS DE COMPONENTES E DE ORGANISMOS MORTOS OU INATIVADOS, PELA POSSÍVEL INADEQUAÇÃO DA RESPOSTA.
ADMINISTRAÇÃO DE IMUNOGLOBULINA OU DE SANGUE E DERIVADOS, DEVIDO À POSSIBILIDADE DE QUE OS ANTICORPOS PRESENTES NESSES PRODUTOS NEUTRALIZEM O VÍRUS VACINAL. ESTA RECOMENDAÇÃO É VÁLIDA PARA AS VACINAS CONTRA O SARAMPO, A CAXUMBA E A RUBÉOLA. AS VACINAS CONTRA A CAXUMBA E A RUBÉOLA NÃO DEVEM SER ADMINISTRADAS NAS DUAS SEMANAS QUE ANTECEDEM OU ATÉ TRÊS MESES APÓS O USO DE IMUNOGLOBULINA OU DE SANGUE E DERIVADOS. QUANTO À VACINA CONTRA O SARAMPO, A INTERFERÊNCIA COM A RESPOSTA SOROLÓGICA PODE SER MAIS PROLONGADA.
DURANTE A EVOLUÇÃO DE DOENÇAS AGUDAS FEBRIS GRAVES, SOBRETUDO PARA QUE SEUS SINAIS E SINTOMAS NÃO SEJAM ATRIBUÍDOS OU CONFUNDIDOS COM POSSÍVEIS EFEITOS ADVERSOS DAS VACINAS.
FALSAS CONTRA-INDICAÇÕES
AFECÇÕES COMUNS, COMO DOENÇAS INFECCIOSAS OU ALÉRGICAS DO TRATO RESPIRATÓRIO SUPERIOR COM TOSSE E/OU CORIZA; DIARRÉIA LEVE OU MODERADA; DOENÇAS DA PELE (LESÕES IMPETIGINOSAS ESPARSAS; ESCABIOSE).
HISTÓRIA E/OU DIAGNÓSTICO CLÍNICO PREGRESSOS DE TUBERCULOSE, HEPATITE B, COQUELUCHE, DIFTERIA, TÉTANO, POLIOMIELITE, SARAMPO, CAXUMBA, RUBÉOLA E FEBRE AMARELA, NO QUE DIZ RESPEITO À APLICAÇÃO DAS RESPECTIVAS VACINAS.
DESNUTRIÇÃO. USO DE QUALQUER TIPO DE ANTIMICROBIANO. VACINAÇÃO CONTRA A RAIVA. DOENÇA NEUROLÓGICA ESTÁVEL (EXEMPLO: CONVULSÃO
CONTROLADA) OU PREGRESSA, COM SEQÜELA PRESENTE. ANTECEDENTE FAMILIAR DE CONVULSÃO.
FALSAS CONTRA-INDICAÇÕES
TRATAMENTO SISTÊMICO COM CORTICOSTERÓIDES NAS SEGUINTES SITUAÇÕES: CURTA DURAÇÃO (INFERIOR A DUAS SEMANAS), INDEPENDENTEMENTE DA DOSE; DOSES BAIXAS OU MODERADAS, INDEPENDENTEMENTE DO TEMPO; TRATAMENTO PROLONGADO, EM DIAS ALTERNADOS, COM CORTICOSTERÓIDES DE AÇÃO CURTA; DOSES DE MANUTENÇÃO FISIOLÓGICA.
ALERGIAS (EXCETO AS RELACIONADAS COM OS COMPONENTES DAS VACINAS).
PREMATURIDADE OU BAIXO PESO AO NASCIMENTO. NESTES CASOS NÃO SE DEVE ADIAR O INÍCIO DA VACINAÇÃO (EXCEÇÃO: VACINA BCG.
INTERNAÇÃO HOSPITALAR. ESTA É UMA ÓTIMA OPORTUNIDADE PARA ATUALIZAR O ESQUEMA DE VACINAÇÕES, DESDE QUE NÃO HAJA CONTRA-INDICAÇÃO FORMAL.
PROFILAXIA DO TÉTANO
Profilaxia do Tétano após Ferimento 1. Limpeza do ferimento com água e sabão e debridamento
profundo, se necessário, o mais rápido possível. 2. Não há indicação para o emprego de penicilina benzatina; o
uso de outros antibióticos não tem valor comprovado. 3. A necessidade de vacinação contra o tétano, com ou sem
imunização passiva, depende do tipo e condições do ferimento, assim como da história de imunização prévia.
Imunização passiva: com soro antitetânico e teste prévio, na
dose de 5.000 unidades, pela via intramuscular, ou preferentemente com imunoglobulina humana antitetânica, na dose de 250 unidades, pela via intramuscular; utilizar local diferente daquele no qual foi aplicada a vacina.
* Aproveitar a oportunidade para indicar a complementação do esquema de vacinação.
HISTÓRIA DE IMUNIZAÇÃOCONTRA O TÉTANO
FERIMENTO LIMPO E SUPERFICIAL
OUTROS FERIMENTOS
VACINA IMUNIZAÇÃO PASSIVA
VACINA IMUNIZAÇÃO PASSIVA
INCERTA OU MENOS DE TRÊS DOSES*
SIM NÃO SIM SIM
TRÊS DOSES OU MAIS E
ÚLTIMA DOSE HÁ MENOS DE CINCO ANOS
NÃO NÃO NÃO NÃO
ÚLTIMA DOSE ENTRE CINCO E DEZ ANOS
NÃO NÃO SIM NÃO
ÚLTIMA DOSE HÁ MAIS DE DEZ ANOS
SIM NÃO SIM NÃO
OBRIGADA
O leite materno está relacionado à melhor imunidade, digestão e absorção de nutrientes, função gastrintestinal, desenvolvimento neurológico e vínculo afetivo mãe-filho.
REFERÊNCIAS
Ministério da Saúde
www.portal.saude.gov.br/saude/
Sociedade Brasileira de Pediatria
www.sbp.com.br
Sociedade Brasileira de Imunizações
www.sbim.org.br/institucional.htm
Academia Americana de Pediatria (ACIP)
www.cdc.gov
Tratado de Pediatria – SBP – 2007 Ed. Manole