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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC CURSO DE
PS-GRADUAO ESPECIALIZAO
DIDTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR
NESTOR BACK
UTILIZAO DE TECNOLOGIAS COMPUTACIONAIS NO ATENDIMENTO ESTRUTURA
CURRICULAR DO CURSO DE
ENGENHARIA CIVIL DA UNESC
CRICIMA, OUTUBRO DE 2009
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NESTOR BACK
UTILIZAO DE TECNOLOGIAS COMPUTACIONAIS NO ATENDIMENTO ESTRUTURA
CURRICULAR DO CURSO DE
ENGENHARIA CIVIL DA UNESC
Monografia apresentada ao Setor de Ps-graduao da Universidade do
Extremo Sul Catarinense- UNESC, para a obteno do ttulo de
especialista em Didtica e Metodologia do Ensino Superior
Orientadoras: Prof. MSc. Elisa Netto Zanette Prof. Msc.Graziela
Giacomazzo Nicoleit
CRICIMA, OUTUBRO DE 2009
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Dedico este trabalho minha esposa Mnica e meus filhos Marcus
Vinicius, Vanessa e Luiz Henrique, pela compreenso e incentivo.
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AGRADECIMENTOS
Agradecimentos especiais minha famlia pelo apoio nas horas em
precisei me dedicar ao trabalho de pesquisa e nas horas em que
estive nas aulas.
Agradecimento aos colegas de curso pelas vezes em que precisei
de alguma palavra amiga.
Agradecimentos s minhas orientadoras, Professora Elisa e
Professora Graziela, pela dedicao, estmulo e apoio que me foram
dedicados.
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RESUMO
O presente trabalho consiste em uma contextualizao histrica do
ensino de engenharia, abordando as tecnologias usadas como
ferramentas didtico-pedaggicas. Caracteriza-se como pesquisa
documental exploratria dentro de uma abordagem qualitativa.
Buscou-se fazer um estudo das Estruturas Curriculares do Curso de
Engenharia Civil da Universidade do Extremo Sul Catarinense, desde
sua criao at os dias atuais. Analisou-se suas ementas, verificando
e comparando o que houve de alterao, evoluo ou excluso. Foram
relacionadas as diversas reas de conhecimento, bem como, os
programas de computador que mais se destacaram e que tem uma maior
freqncia de uso entre os acadmicos e professores. Foi possvel
verificar que as tecnologias caracterizadas pelos programas de
computador, em sua grande maioria, so utilizadas como ferramentas
adicionais facilitadoras e no como instrumentos didtico-pedaggicos
no ensino da engenharia.
Palavras-chave: Ensino de Engenharia. Tecnologia. Currculo.
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SUMRIO
1 INTRODUO
.........................................................................................................6
2 O ENSINO DE
ENGENHARIA.................................................................................9
2.1 Contextualizao histrica
.................................................................................9
2.2 Tendncias
contemporneas...........................................................................11
3 PROCESSO DE CONSTRUO
CURRICULAR..................................................14 4
PROCEDIMENTOS
METODOLGICOS...............................................................16
5 CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DA
UNESC......................................................17 5.1
Estrutura Curricular
..........................................................................................18
5.2 Alteraes
Curriculares....................................................................................18
5.3 Disciplinas e ementrio: anlise e relao com os programas
computacionais
.......................................................................................................19
5.4 Atualizaes e ajustes
......................................................................................25
5.5 A atual Grade Curricular do Curso de Engenharia Civil da Unesc
...............26 5.6 Consideraes sobre o Sistema Curricular do
Curso ...................................27 6 CONCLUSO
........................................................................................................28
REFERNCIAS.........................................................................................................31
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1 INTRODUO
As tecnologias ocupam cada vez mais espaos importantes na
sociedade contempornea. Na educao, apesar do ensino por meio da
tecnologia fomentar debates e questionamentos, sua utilizao vista
como importante instrumento na aprendizagem, o que implica em ao
transformadora nos meios sociais.
Atualmente, o computador e seus aplicativos so utilizados nos
mais variados contextos desde o acadmico ao empresarial e pessoal.
Seus recursos tm trazido inovaes e facilitado a vida das
pessoas.
Na educao superior o computador deve ser utilizado em aes
pedaggicas que contribuam na aprendizagem significativa por meio de
tecnologias, possibilitando ao acadmico a elaborao dos
conhecimentos e a formao geral como sujeito integrado no mundo,
atualizado e capaz de interagir e competir com igualdade
profissional e pessoal.
O uso dos computadores na educao, em geral, se apresenta em
enfoques distintos a partir dos objetivos propostos na sua
utilizao: incluso no currculo de disciplinas de Informtica; o uso
dos recursos do computador como os Ambientes Virtuais de
Aprendizagem (AVA) e a rede Internet; o uso do computador nas
disciplinas do currculo com softwares especficos.
Os trs procedimentos atendem ao processo ensino e aprendizagem,
de forma especfica. O primeiro refere-se ao ensino e aprendizagem
de computao - o computador usado como objeto de estudo e objetiva
desenvolver conceitos computacionais como: princpios de
funcionamento da mquina, noes de programao, redes e outros. O
segundo objetiva potencializar a comunicao, interao, socializao e
produo do conhecimento entre docentes e discentes utilizando-se dos
recursos da rede mundial de computadores. O terceiro refere-se ao
ensino e aprendizagem de contedos especficos das disciplinas - o
computador usado para a formao de conceitos cientficos, numa
abordagem pedaggica que objetiva o desenvolvimento cognitivo do
acadmico.
Nos cursos de graduao da Unesc, os trs enfoques so contemplados
em algumas estruturas curriculares. No curso de Engenharia Civil, o
computador utilizado nos dois ltimos enfoques: de comunicao e
interao via AVA e no uso de softwares especficos em algumas
disciplinas do curso.
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Os softwares utilizados em algumas disciplinas do curso atendem
as necessidades de formao do acadmico para o mercado de trabalho
pois sero estes os aplicativos que os mesmos utilizaro na sua atuao
profissional.
A estrutura curricular do curso de Engenharia Civil da Unesc,
est organizada em dez fases equivalentes a cinco anos letivos. Em
suas sete fases iniciais, os acadmicos adquirem seus conhecimentos
notadamente tericos. A partir da oitava fase, iniciam o Estgio
Supervisionado e predominam as disciplinas eminentemente tcnicas ou
profissionalizantes do Curso.
Estes conhecimentos tericos adquiridos nas fases iniciais do
curso servem de base para a formulao de um conhecimento cientfico o
qual se torna uma base de dados para consulta no uso futuro dos
programas de computador. Estes conhecimentos so importantes e
integram o terico e a aplicao prtica. So conhecimentos relevantes
para a elaborao de um projeto tcnico, por exemplo.
Em 2008, atuando em sala de aula como docente do curso nas fases
finais,observaram-se algumas dificuldades nos acadmicos na elaborao
de um projeto tcnico integrado em estruturas de concreto armado e
instalaes hidro-sanitrias, tais como: - elaborao dos modelos
matemticos na coleta de dados para serem inseridos nos programas de
computador; - interpretao do projeto arquitetnico e estrutural,
para poder visualizar os elementos a serem analisados e
projetados.
As dificuldades apontadas esto relacionadas a questes de
leitura, anlise e soluo de problemas. Os programas de computador
utilizados no curso permitem ao aluno, a resoluo dos clculos
finais, sem exigir interpretao dos dados para a formao de hipteses
e alternativas de soluo. Este processo pode estar transformando os
acadmicos em simples acionadores de teclas? O uso excessivo de
programas de computador nos disciplinas do curso, compromete a
formao de competncias de leitura, anlise e soluo dos problemas? Que
aes podem ser propostas para possibilitar a superao das
dificuldades apontadas acima?
Estas questes e o interesse em contribuir na melhoria da formao
acadmica no Curso de Engenharia Civil da Unesc motivou a presente
pesquisa.
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Pretende-se verificar, se as tecnologias computacionais esto
servindo de ferramentas eficazes no atendimento e cumprimento das
grades curriculares e das ementas das diversas disciplinas.
Assim, defini-se como objetivo geral, deste trabalho, verificar
e analisar o uso dos programas de computador no ensino de
Engenharia Civil da Unesc e as relaes destes com os conhecimentos
tericos na operacionalizao pelos acadmicos. Com isso, pretende-se
verificar as influncias do uso de programas de computador na
qualidade do ensino de disciplinas tcnicas na graduao no curso.
Para atender ao objetivo proposto foram estabelecidos os
objetivos especficos que direcionaram o presente trabalho:
- Investigar sobre a contextualizao histrica geral do ensino da
engenharia;
- Analisar a evoluo da grade curricular do curso de engenharia
civil da Unesc;
- Relacionar os principais programas de computador mais
utilizados no curso;
- Especificar a freqncia de uso dos mesmos; No primeiro captulo,
consta a Introduo com a justificativa, do problema,
objetivo geral e especfico da pesquisa. No segundo captulo
construiu-se uma contextualizao histrica do ensino da Engenharia e
suas tendncias atuais. No terceiro captulo, direcionou-se o estudo
para a formao e construo da grade curricular, especificamente do
Curso de Engenharia Civil da UNESC, desde a fundao e suas
transformaes.
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2 O ENSINO DE ENGENHARIA
2.1 Contextualizao histrica
O processo de ensino e aprendizagem nos cursos superiores de
engenharias, historicamente se apresentaram com nfase nas
caractersticas tcnicas e muitas vezes dissociada de quaisquer
atividades de didtica, metodologia e outras aes docentes que
pudessem melhorar sua eficcia.
Segundo Bazzo (2000), estas atividades normalmente foram
deixadas em um plano secundrio tendo uma conotao de atividades
acessrias.
At o sculo XVII, as escolas se preocupavam na formao de
indivduos com conhecimentos que davam valor e contedo sua cultura
sem preocupao com as influncias que os mesmos poderiam exercer em
casos prticos do quotidiano.
A partir do sculo XVII, aparece um novo modelo de ensino: o
ensino tcnico. Esta modalidade de ensino seria mais voltada a
equacionar e resolver situaes prticas vividas pela sociedade.
Vem da, o dualismo que acompanha, principalmente as escolas
superiores, na elaborao de atividades que eram de interesse de
entidades governamentais ou mesmo da produo econmica.
O ensino da Engenharia no Brasil teve como referncia o praticado
na Frana, na Academia Real de Arquitetura, a Escola de Pontes e
Estradas e a Escola de Minas (BAZZO, 2000).
Estas academias davam maior nfase a questes prticas aliando
conhecimentos tericos com as aplicaes em situaes reais.
Com as escolas tcnicas surgiram as especialidades, ou seja, as
disciplinas clssicas, tais como matemtica, fsica e qumica, que
serviam como base para o desenvolvimento de atividades nas reas
especficas, como: desenho, hidrulica, mecnica, perspectiva, mtodos
de construo e elaborao de projetos.
No modelo de ensino clssico, a natureza e seus fenmenos eram
estudados como ocorrncias tericas sem implicao na prtica. O modelo
de ensino tcnico incluiu o sentido cientfico, procurando a
comprovao de fenmenos naturais atravs da construo de modelos
matemticos.
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As primeiras escolas de engenharia direcionavam seus contedos na
direo da formao de tecnocratas visando satisfazer as necessidades
do Estado (BAZZO, 2000), sendo que esta caracterstica fazia com que
fossem necessrias algumas adaptaes em seus currculos, o que, de
certo modo, criava um monoplio. As escolas de engenharia surgem e
se firmam num contexto de racionalizao de procedimentos cientficos
e sociais (BAZZO, 2000, p.23), ou seja, alteram o sistema
produtivo.
Esta influncia no sistema produtivo fomentou um aspecto
caracterstico no ensino tcnico. Para se conseguir chegar a
conhecimentos especficos havia a necessidade de aquisio de
conhecimentos gerais, o que gerou a hierarquizao dos contedos, na
forma de dois ciclos: o bsico e o profissionalizante.
Esta progresso escalonada de conhecimentos se dava com a
eliminao da estratificao do aprendizado, criando-se uma figura nova
que foram os pr requisitos e requisitos paralelos.
Atualmente, o ensino de engenharia no Brasil, ainda conserva as
influncias dos modelos das escolas francesas, seja na forma de
tratar a quantificao dos conhecimentos ou na aplicao prtica.
Como vemos em Schnaid (2006, p. 23):
No incio dos anos 50, o ensino cientfico no Brasil resumia-se a
exposies orais do professor, brava e integralmente anotadas pelos
alunos e devolvidas nas provas, sem nenhum metabolismo interno e,
portanto, sem as informaes se transformarem em conhecimento
consistente para embasar raciocnios e dedues relativas ao
assunto.
Este definitivamente no foi um mtodo de ensino cientfico, pois
no incentivava o questionamento daquilo que se ouvia, ou seja,
criava-se uma figura como se fosse uma tabula rasa, onde havia uma
aglutinao de informaes sem que houvesse uma formao de conhecimento
e conseqente aprendizagem.
Evidentemente que, mais tarde, os mtodos de ensino foram
revistos, com a implantao, principalmente nas universidades
pblicas, do binmio ensino e pesquisa.
Nos anos 70 surgiram vrias linhas de estudo na formao e
consolidao de metodologias didticas e reflexes pedaggicas voltadas
ao ensino. Principalmente nas disciplinas de base de formao como a
Fsica e a Matemtica e
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este movimento foi mais forte no ensino mdio, que ressaltava a
importncia de promover o relacionamento dos contedos ensinados com
a aplicao prtica.
O mesmo no aconteceu com o ensino da engenharia que tem a cincia
formal como fonte de abastecimento e sua aplicao como finalidade. O
ensino da engenharia foi, desde sua institucionalizao, baseado na
equao mais elementar existente na relao professor/aluno: este
ensina e aquele aprende.
Schnaid (2006, p.25) citando o professor Richard Feynman, que
esteve no Brasil em 1951, afirma que no ensino da cincia havia
muita transmisso de conhecimentos, muita memorizao de contedos para
fazer as provas e pouco ensino realmente capaz de desenvolver
raciocnio abstrato e abrangente.
Mesmo assim, o ensino da engenharia no Brasil no teve um
esvaziamento na sua qualidade como outros setores. Os profissionais
formados saem das universidades bem qualificados e informados em
sua rea especfica de atuao. Talvez pouco preparados para a gesto de
negcios e comunicao social considerando que h poucas disciplinas no
curso que atendem a estes objetivos especficos.
O ensino da engenharia adquiriu ao longo do tempo e mantm vivo
no seu sistema a dicotomia: trabalho intelectual x trabalho manual
como cita Bazzo (2000) de onde surgem as orientaes sobre o
direcionamento dos cursos, seja mais na prtica ou na teoria.
Esta separao do terico e prtico no pode ser vista e utilizada
como sistema usual de ensino, mas deve-se procurar fazer com que
cada item seja o complemento do outro.
2.2 Tendncias contemporneas
A comunidade empresarial contempornea necessita de profissionais
cada vez mais especializados para o sistema produtivo, porm devido
globalizao e interdisciplinaridade, os engenheiros, principalmente,
no podem ser formados baseando-se somente em questes puramente
tcnicas.
O profissional de qualquer rea deve ser preparado para dialogar
com o mundo e com a vida (LINSINGEN, 1999, p. 53). O grande desafio
do professor saber utilizar ferramentas e estratgias para a formao
tcnica e cientfica e ao mesmo tempo conduzir o formando para a
humanizao.
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Independente da rea de conhecimento, do acesso a educao
presencial ou da educao a distancia, o indivduo deve desenvolver
competncias e habilidades a partir de instrumentos tcnicos e suas
relaes intersociais. Assim, poder ser competente em sua rea de
atuao profissional e pessoal. Em geral, observa-se que faltam em
seus currculos justamente aes e experincias que os faam pensar
socialmente.
Este distanciamento entre o conhecimento global e a aplicao
especfica, aliado desvalorizao do educador, torna-se um grande
desafio para a reformulao dos currculos escolares principalmente
das escolas de engenharia. Isto fica evidente em (LINSINGEN, 1999,
p. 53):
No momento em que estamos interessados em esboar o perfil do
novo engenheiro para que possamos planejar a formao desse novo
profissional, preciso no apenas visualizar corretamente os novos
cenrios mundiais, mas tambm compreender suas evolues no panorama
mundial.
O conhecimento cientfico vem crescendo de forma extraordinria
sendo difundido de maneira descontnua em se tratando de poder
aquisitivo local e mundial, o que se torna um empecilho na
globalizao dos currculos das escolas de engenharia.
O novo engenheiro vive em um mundo informatizado e ciberntico
que altera as condies socioeconmicas e culturais e a maneira de
encarar o mundo.
Esta informatizao est gerando uma nova gesto do conhecimento com
a utilizao de tecnologias ao invs de textos escritos e livros. Isto
vem transformando as formas de concepo e transmisso do saber. O que
se percebe que, diante das transformaes tecnolgicas, o mundo
educacional parece estar um pouco distante de tudo isso.
Torna-se necessrio ento, aos cursos de engenharia repensar os
modelos educacionais para a construo dos sistemas de
aprendizagem.
As prticas pedaggicas vigentes devero se interrelacionar com as
tecnologias que se apresentam em favor da formao de uma base ampla
que possa servir de sustentao do conhecimento terico e clssico
aliado aplicao dos conhecimentos tcnicos e cientficos.
Schnaid (2006) afirma que as pesquisas realizadas a respeito do
ensino da engenharia representam a preocupao de planejadores e
estrategistas das mais
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bem conceituadas instituies de ensino e pesquisa, visando
adequar o ensino s novas necessidades da sociedade e do mercado de
trabalho.
As diferentes atividades econmicas e industriais que esto se
implantando no Brasil, principalmente a partir dos anos 80, fizeram
com que as universidades revisassem seus conceitos e sistemas
educativos, visando o perfil ideal do engenheiro a ser formado,
para uma plena integrao ao mercado de trabalho.
Assim sendo, as pesquisas sobre o ensino da engenharia passaram
a dialogar com outras reas, como: pedagogia, informtica, comunicao
social, psicologia cognitiva e neurocincia (SCHNAID, 2006).
Este movimento permite que o estudioso do ensino da engenharia
possa ter uma viso mais ampla no que se refere gesto, administrao e
planejamento da prtica do engenheiro. No entanto, deve-se tomar o
cuidado para no entrar em generalidades que possam desviar os
fundamentos essenciais da profisso do engenheiro.
Pode-se dizer que, a metodologia de ensino da engenharia est em
autoanlise, buscando alternativas e ferramentas novas para
operacionalizar as tcnicas de ensino advindas de outras reas.
Notadamente nos dias atuais, cada vez mais se consolidam as
tecnologias aplicadas ao ensino, tais como os Ambientes Virtuais de
Aprendizagem criados pela prpria engenharia e os recursos agregados
a estes ambientes. No seria nada inteligente e totalmente
improdutivo a no utilizao destas tecnologias no seu prprio ensino
como afirma Schnaid (2006).
Pelo que vem ocorrendo com o ensino da engenharia, certamente o
professor Richard Feynman, se voltasse hoje ao Brasil, certamente
no pensaria da mesma forma que em 1951; deveria rever seus
conceitos e afirmaes, baseado tambm pelo fato de que, desde ento,
inmeras foram as pesquisas, os estudos e revises dos pesquisadores
na rea, que resultaram em novas alternativas de processos
educacionais (SCHNAID, 2006).
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3 PROCESSO DE CONSTRUO CURRICULAR
Na formao de um profissional da rea de engenharia, ao longo de
histria, ficou claro e evidente que havia um direcionamento para
adapt-lo s reais necessidades da comunidade na qual estava
inserido.
Os primeiros engenheiros eram formados nas academias militares
visando a construo de fortificaes, pontes e estradas, que eram
obras mais voltadas s atividades militares.
Com o passar do tempo, houve a necessidade de adaptao a outros
ramos de atividades as quais exigiam dos engenheiros, outros tipos
de especializaes. Veio da a necessidade da criao de currculos.
Com o aparecimento de novas especialidades na rea de atuao dos
engenheiros, surge uma nova tendncia na sua formao; a chamada
interdisciplinaridade que fomenta uma maior procura de relaes entre
as diversas reas de conhecimento dentro da engenharia. Assim sendo,
as Instituies de Ensino Superior devem ter em seus currculos,
matrias cada vez mais dirigidas a essas novas configuraes
profissionais (LINSINGEN, 1999)
O currculo mnimo dos cursos de engenharia foi institudo pela
resoluo 048/76, de 27 de abril de 1976, do Conselho Federal de
Educao. A partir desta data, devido a inmeras adaptaes ocorridas
nas atividades dos engenheiros, motivaram uma constante reviso dos
currculos para atender a demanda da sociedade.
Em 1977 apareceu uma nova tendncia, que, ao invs de se preocupar
com currculos mnimos, levou a um planejamento baseado em Diretrizes
Curriculares, numa viso mais ampla da formao profissional do
engenheiro.
A importncia do currculo na formao acadmica enfatizada por Irlan
Von Linsingen (1999, p. 131)
A formao de qualquer profissional de nvel superior est
invariavelmente fundada na implantao de um currculo. Pode-se dizer
que o currculo o caminho que ser trilhado pelo ingressante no
ensino superior, para tornar-se um profissional preparado para
enfrentar os desafios do mercado de trabalho e para cumprir e seu
juramento feito na ocasio de sua colao de grau.
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Esta formao curricular deve atender a alguns aspectos
fundamentais tais como: perfil do profissional, competncias,
habilidades, contedos a serem ministrados, tempo de graduao e
avaliao final.
Na formao de um currculo no podem ser ignoradas as suas fases de
construo, ou seja: a sociedade cria as tendncias de atuao do
profissional, a instituio de ensino forma o profissional e depois a
sociedade recebe o profissional formado para atender as tendncias
anteriormente criadas.
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4 PROCEDIMENTOS METODOLGICOS
As inovaes tecnolgicas, as transformaes no mercado de trabalho e
a emergncia de novos conhecimentos solicitam sempre atualizaes nos
currculos e nas formas de ensinar. Nos cursos de engenharia esta
relao no diferente. Sendo assim, faz-se necessrio diagnosticar,
questionar e refletir sobre o ensino de engenharia.
Esta pesquisa tem como referncia uma abordagem qualitativa, que
aqui assume como exploratria, pois visa proporcionar maior
familiaridade com o problema com vistas a torn-lo explcito ou a
construir hipteses (RAMOS; RAMOS; BUSNELLO, 2003, p.25).
Quanto aos procedimentos tcnicos caracteriza-se como pesquisa
documental, ou seja, elaborada a partir de materiais que no
receberam tratamento analtico.
Usou-se o processo de elaborao da grade curricular do Curso de
Engenharia Civil da UNESC e suas respectivas alteraes para anlise,
evidenciando os softwares utilizados nas disciplinas. Organizou-se
a anlise por meio das seguintes reas do conhecimento: rea das
Disciplinas Bsicas; rea das Disciplinas Tcnicas de Hidrulica e
Eletricidade; rea das Disciplinas de Estruturas; rea das
Disciplinas de Solos e Rodovias; rea das Disciplinas de Construo
Civil e Materiais; rea das Disciplinas de Gesto.
Os instrumentos de pesquisa utilizados foram: dirio de bordo e
questionrio.
O questionrio foi aplicado a alguns professores do curso que
utilizam softwares tcnicos em suas disciplinas.
A partir desta anlise foi possvel concluir e propor consideraes
a cerca do ensino de engenharia e o uso de tecnologias.
Apresenta-se ento, no prximo captulo, a anlise do estudo documental
proposto.
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5 CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DA UNESC
As Diretrizes Curriculares Nacionais referentes aos cursos de
graduao em Engenharia congregam todas as especialidades ao apontar
o que pode ser considerada a estrutura central dos currculos.
No presente estudo, focaliza-se especificamente a estrutura
curricular do Curso de Engenharia Civil da Universidade do Extremo
Sul Catarinense UNESC.
A misso da UNESC tambm atende ao que est proposto no perfil dos
Egressos das Diretrizes Curriculares Nacionais, ou seja, a formao
tcnica e cientfica do profissional, porm nunca esquecendo que este
mesmo profissional tem um compromisso social, poltico, tico e com
uma viso globalizada para um perfeito atendimento das demandas da
sociedade em que est inserido.
As competncias e habilidades dos profissionais de Engenharia se
relacionam, basicamente, em aplicar conhecimentos matemticos,
cientficos, tecnolgicos e instrumentais para conceber, projetar e
executar os projetos e obras de engenharia, bem como avaliar e
controlar as influncias no bem estar da comunidade.
O Curso de Engenharia Civil da UNESC possui uma estrutura
curricular integrada ao Projeto Poltico Pedaggico (PPP), capaz de
garantir o alcance do perfil desejado ao egresso, mantendo desde o
incio de sua existncia at os dias atuais, uma relao de disciplinas
e atividades que permitem o desenvolvimento pleno das competncias e
habilidades
O Curso de Engenharia Civil da Unesc foi criado em 10/11/1998,
tendo incio no 1 semestre de 1999 e reconhecido em 20/04/2004. Alm
de atender aos preceitos legais, a preocupao maior ao organizar as
disciplinas dentro do quadro curricular foi a de ensejar uma viso
orgnica e integrada dos contedos para que os objetivos propostos
fossem efetivamente alcanados.
A infra-estrutura fsico-pedaggica existente proporciona condies
suficientes para a adoo de metodologias, tcnicas de ensino e
pesquisa condizentes com o curso proposto.
Na parte de disciplinas profissionalizantes especficas, d-se
nfase ao estudo de projetos, execuo, planejamento e administrao de
empreendimento do setor.
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5.1 Estrutura Curricular
A Grade curricular do Curso contempla a Carga Horria Obrigatria
de 4.104 h/a com um total de 228 crditos. O curso tem durao mnima
de 05 anos ou 10 semestres e durao mxima de 09 anos ou 18
semestres. Inicialmente, o Curso de Engenharia Civil da UNESC,
possua uma Grade Curricular inicial, que foi alterada a partir de
necessidades detectadas pelo colegiado de docentes do curso para
melhoria do mesmo.
5.2 Alteraes Curriculares
O Curso de Engenharia Civil foi aprovado inicialmente para o
funcionamento diurno. Na primeira edio do vestibular 1999-1 no
houve preenchimento das vagas, sendo que a mesma foi cancelada. No
semestre seguinte 1999-2 o curso transformou-se em noturno, quando
houve um perfeito preenchimento das vagas.
Por motivo de compatibilizao da carga horria do curso diurno
para noturno, houve a necessidade de algumas alteraes na grade
curricular. O problema foi contornado com reposio de aulas aos
sbados tarde, feriados e a cada trs semanas de aula era inserido um
horrio especial de reposio nas quartas semanas com sacrifcios para
os acadmicos e professores. Para sanar estas dificuldades foi
promovida a adequao da grade curricular em curso, com a
possibilidade de um ajuste da grade em andamento.
Neste sentido, a coordenao com alguns professores do curso
reestudaram a grade, tendo em vista a urgncia da sua implantao para
o semestre 2001/01 e tambm, atenderam a resoluo 04/99 passando para
o regime de 18 semanas, totalizando 228 crditos com 4104
h/aulas.
As mudanas significativas introduzidas adequaram algumas
disciplinas com a alterao de carga horria, incluso de novas e
excluso.
As disciplinas excludas foram: Portugus e Ingls com 02 crditos
cada; Lab. de Materiais de Construo (04 crditos), inserida na
disciplina de Materiais de Construo; Lab. de Mecnica dos Solos (02
crditos) com contedo includo na disciplina de Mecnica dos Solos;
Planejamento de Obras (04 crditos), unificada com a disciplina de
Gerenciamento de Obras. A disciplina de Psicologia (02 crditos)
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aumentou a carga horria em mais 02 crditos para o atendimento a
resoluo 04/99. Foi includa na grade a disciplina de Instalaes
Especiais (03 crditos).
As novas grades curriculares, nomeadas por Grades 02 e 03, foram
institudas conforme consta das Atas das Reunies ordinrias do
Conselho Departamental de Engenharia Civil da UNESC.
5.3 Disciplinas e ementrio: anlise e relao com os programas
computacionais
Na anlise da relao de todas as disciplinas e dos seus
respectivos ementrios nota-se que h uma grande preocupao em ampliar
de forma expressivo e abrangente as mais variadas correntes de
pensamento, para a formao do engenheiro voltada globalizao.
O contexto socioeconmico do Pas e suas evolues e alteraes,
culminaram nestas influncias diretas na formao da estrutura
curricular dos cursos de graduao em engenharia.
De todos os ngulos que se analise a situao mundial preciso
reconhecer que houve uma srie de quebras de paradigmas que afetaram
direta ou indiretamente o Pas e que os problemas trazidos por este
fato devem ser equacionados segundo perspectivas diferentes das at
ento utilizadas (LINSINGEN, 1999, p.108).
Esta formao global do engenheiro baseada em alguns princpios que
lhe confere os atributos:
- conhecimento cientfico em tecnolgico para vencer os desafios
da evoluo do conhecimento;
- conhecimento de informtica e gerncia; - capacidade para soluo
de problemas; - capacidade para aquisio autnoma e permanente da
informao e do
conhecimento; - capacidade empreendedora e de liderana; -
capacidade para o trabalho em equipe multidisciplinar; - capacidade
de comunicao oral e escrita em mais de uma lngua; - capacidade para
perceber e exercer o papel social e ambiental de
engenharia.
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Alguns destes itens formadores de atributos profissionais de
engenharia so de carter didtico e pedaggico, sendo que a relao
vertical professor e aluno dever, em alguns casos, tornar-se uma
relao mais horizontal, ou seja, o professor passa a exercer um
papel mais de orientador do que de detentor do conhecimento.
Na pesquisa, optou-se por priorizar a anlise, em especial dois
princpios: Conhecimento cientfico em tecnolgico para vencer os
desafios da evoluo do conhecimento; Conhecimento de informtica e
gerncia.
Na anlise da grade curricular do Curso de Engenharia Civil da
UNESC, observa-se, notadamente que destacam-se seis reas de
Conhecimento que ser organizam em disciplinas:
A rea das Disciplinas Bsicas formada por: Atividade Fsica e
Qualidade de Vida; lgebra Linear; Clculo Numrico; Estatstica;
Fsica; Introduo Cincia da Computao; Matemtica; Metodologia
Cientfica; Psicologia e Qumica.
Nesta rea de conhecimento, ainda existe uma subdiviso de
disciplinas que serviro de embasamento terico para as de
caractersticas mais tcnicas. As disciplinas como matemtica, fsica e
qumica se constituem em subsdios para a futura captao de coleta de
dados para a formao de modelos matemticos para serem introduzidos
como ferramentas na utilizao de programas de computadores.
A Introduo Cincia da Computao, constitui-se na ferramenta mais
evidente na aplicao de tecnologias ao ensino de graduao de
Engenharia Civil. A sua importncia fica cada vez mais evidenciada
medida que serve de interface entre todas as formas de programas de
computador seja qual for sua utilizao.
As outras disciplinas desta rea especfica em questo, servem como
embasamento para a formao do engenheiro como cidado inserido em sua
comunidade.
A segunda rea de conhecimento est organizada por Disciplinas
Tcnicas de Hidrulica e Eletricidade que so: Fenmenos de Transporte;
Hidrulica Geral; Hidrologia; Instalaes hidrulicas prediais;
Instalaes eltricas prediais; Sistema de esgoto sanitrio e
drenagem.
Estas disciplinas que ser apresentam com vasta conceituao
terica, tem seu desenvolvimento e aplicao amplamente alicerados em
programas de computador.
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Nesta rea, imprescindvel o auxlio de fundamentao terica advinda
das disciplinas tais como: fsica, qumica, matemtica e teorias da
computao para a formulao de modelos matemticos que levaro a concepo
e construo de ferramentas de clculo para alimentar os programas de
computador.
Atualmente esto disponveis, no mercado especializado, programas
de computador para clculo, traado, concepo e detalhamento de todos
os tipos de instalaes prediais, sejam hidrulica ou eltrica.
Estes programas em sua grande maioria, so criados pelos prprios
fabricantes de produtos utilizados na engenharia como, tubos,
conexes e equipamentos.
Destacam-se entre eles: o software hydros da empresa Alto QI;
Tigrecad da Tigre S/A; e o software hydrocad da empresa amanco, os
quais se apresentam com qualidades e limitaes.
Os programas Hydros, Tigrecad e Hydrocad possuem caractersticas
similares, ou seja, podem ser utilizados nas disciplinas de
Instalaes Hidrulicas Prediais, Sistemas de Abastecimento de gua e
Sistemas de Saneamento e Drenagem.
Este softwares consistem em uma base de dados referente aos
clculos dos reservatrios de gua e de toda a tubulao, seja de gua e
de esgoto, bem como possuem uma completa biblioteca com detalhes de
desenhos a serem implantados nas pranchas dos projetos.
necessrio, aqui, ressaltar, que no Curso de Engenharia Civil da
Unesc, nenhum destes programas so utilizados como tecnologia de
ensino, mas somente so citados e recomendados para o uso, aps a
concluso do curso.
Uma das tecnologias bastante difundida e utilizada,
principalmente nas disciplinas de Saneamento e Sistemas de
Abastecimento de gua, a Planilha Excel da Empresa Microsoft, que se
apresenta como um excelente artifcio de clculo, principalmente
quando se tratam de preenchimento de planilhas que tem, em sua
estrutura, uma srie de clculos repetitivos e iterativos.
A completa formao do engenheiro nestas disciplinas no pode
prescindir de tcnicas de projeto propriamente ditas, ou seja,
atividades relacionadas com o desenho tcnico das redes de gua,
esgoto, gs centralizado, circuitos eltricos, telefnicos e de
segurana, as quais sero plenamente satisfeitas com a
interdisciplinaridade e completo domnio de tcnicas
computacionais.
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A metodologia de ensino desta rea de conhecimento deve
privilegiar a prtica de experimentao em laboratrio. Est em
andamento o projeto para montagem de um laboratrio de hidrulica
geral com aplicao direta em todas as disciplinas da rea.
A terceira rea de conhecimento do curso formada pelas
Disciplinas de Estruturas, que so: Estrutura de ao e madeira;
Estrutura de concreto armado; Estruturas hiperestticas; Estruturas
isostticas; Mecnica; Patologia das construes; Resistncia dos
Materiais.
necessrio reafirmar, tambm nesta rea, a importncia dos
conhecimentos adquiridos pela fundamentao terica das disciplinas
consideradas bsicas.
Nesta rea, fica bastante evidente a utilizao por parte de
professores e de acadmicos, dos programas computacionais, para a
resoluo dos problemas encontrados.
Os programas de computador que tem maior procura so aqueles
relacionados rea de estrutura de concreto. A responsabilidade
tcnica de uma edificao tem seu grau de importncia maior quando se
trata da estrutura.
Assim como existe uma gama cada vez maior de verses e tipos de
programas de computador para o ensino e execuo de estruturas de
concreto armado, existem, paralelamente, maiores dificuldades para
a aplicao no momento oportuno destas mesmas tecnologias.
O programa de computador que se destaca entre os acadmicos e
professores o Eberick. Possui uma srie de verses com escalonamentos
de alcance, ou seja, as verses mais elementares tem um alcance de
aplicabilidade de pequenas estruturas e as verses mais completas
alcanam at as estruturas mais complexas.
O programa Eberick amplamente utilizado por parte dos
profissionais formados em engenharia civil, para o clculo de
estruturas de concreto armado. Com relao sua aplicao como
ferramenta de ensino pela alta complexidade, no utilizada no curso.
Segundo o professor da disciplina de concreto, neste trabalho
nomeado por A, o software um facilitador mas limita o
desenvolvimento no acadmico de algumas competncias como consta no
seu depoimento a seguir:
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O uso de programas de computador, como o Eberick, revela-se como
um facilitador no clculo da estrutura, ou seja, um bom produto
final na seqncia do clculo, porm torna-se, de certo modo um fator
de vcio por parte dos acadmicos quando se utilizam de suas
facilidades e pouco se preocupam com as origens dos dados a serem
utilizados (PROFESSOR A).
Segundo o Professor A, no Curso de Engenharia Civil da UNESC,
procurou-se utilizar como tecnologia de ensino na disciplina de
concreto, porm, por ser esta uma ferramenta muito complexa,
optou-se em no utiliz-la e somente recomendar a sua utilizao para
os profissionais em sua vida aps a graduao.
Outro programa que se destaca nas disciplinas ligadas estrutura,
o Ftool. O aplicativo utilizado como ferramenta de ensino e
recomendo pela professora B, docente da disciplina de Estabilidade
que afirma:
Eu utilizo o Ftool. Esse software calcula esforos e deformaes em
vigas, prticos planos e trelias. As estruturas podem ser isostticas
ou hiperestticas. muito importante para visualizarem a deformada e
utilizarem para clculos de estruturas em qualquer disciplina da rea
ou correlata. Eles usam como uma ferramenta de visualizao ou, at
mesmo, para verificarem se o clculo deles est correto ou no, por
isso, no fao avaliao referente ao uso desse software (PROFESSOR
B).
A quarta rea de conhecimento do curso, refere-se as Disciplinas
de Solos e Rodovias que so: Estradas; Geologia; Mecnica dos Solos;
Topografia; Urbanismo.
Esta rea pressupe o uso dos programas de computador e de
equipamentos especializados para medies, projetos e avaliaes atravs
de anlises de laboratrio.
Entre os programas de computador, destaca-se o Topograph, da
Autodesk, especialmente desenvolvido e utilizado em levantamentos
topogrficos.
uma ferramenta computacional que tem como base de dados o mesmo
sistema do Autocad, da Autodesk, utilizado especialmente como
tecnologia no clculo de poligonais de levantamentos
plani-altimtricos, bem como para o clculo de reas de terrenos
atravs de medio de ngulos e distncias.
Os conhecimentos tericos das disciplinas bsicas, novamente, esto
presentes para servirem de base para a coleta de dados e formao dos
modelos matemticos, sem os quais qualquer tentativa de uso de
tecnologias ser meramente ilustrativo.
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A quinta rea de conhecimento do curso formada pelas Disciplinas
de Construo Civil e Materiais que so: Desenho Tcnico; Arquitetura;
Cincia do Ambiente; Cincia dos materiais; Conforto Trmico; Construo
Civil; Introduo Engenharia Civil; Materiais de Construo
Esta rea possui um misto de programas de computador, notadamente
os de desenho como o Autocad, da empresa Autodesk em suas mais
variadas verses com outros fabricantes. Alguns so direcionados
especificamente para algumas reas, tais como: decorao de
interiores; projeto de urbanizao de reas pblicas; projetos
arquitetnicos propriamente ditos. Estes programas normalmente so
utilizados como base de dados para a utilizao de outros programas
complementares, como por exemplo, o programa de instalaes
hidrulicas Hidrocad que funciona somente em ambiente Autocad.
Evidencia-se aqui, novamente, a necessidade premente de haver
interdisciplinaridade para uma completa formao acadmica de um
profissional de engenharia.
A sexta rea de conhecimento em anlise formada por Disciplinas de
Gesto, que so: Custos e Oramentos; Direito e Legislao; Engenharia
de Avaliaes e Percias; Gerenciamento de Obras; Higiene e Segurana
no Trabalho; Organizao e administrao de Empresas.
Nesta rea tambm marcante a difuso e uso de programas de
computador, para o ensino e aplicao de suas atividades. Existem
inclusive, empresas especializadas, principalmente na rea de custos
e oramentos que difundem seus programas de computador atravs de
seminrios e palestras.
Dentre esses, destacam-se o Pleo, da empresa Franarim,
especializada em oramentos e custos e, o software Volare da empresa
Pini com especialidade em oramentos, custos e gerenciamento de
obras.
Na disciplina de Custos e Oramentos, so utilizadas como
tecnologia de ensino, os dois programas citados, Volare e Pleo, que
tem caractersticas e metodologia similares, conforme o depoimento
da Professora C, docente da Disciplina:
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Para a minha disciplina de Custos e Oramentos adoto o Programa
Volare, da Pini. A contribuio para o acadmico consiste em ter uma
familiarizao ainda na Universidade com o processamento da planilha
oramentria atravs de um sistema informatizado, e os recursos que
podem ser oferecidos por este sistema na agilizao dos oramentos e
na sua aplicao como ferramenta gerencial (PROFESSORA C).
O uso do software como tecnologia de ensino planejada pelo
docente que adequa o mesmo aos objetivos e metodologia da
disciplina, atendendo as necessidade dos acadmicos. Sobre isto, a
Professora C cita que:
Quanto metodologia, o acadmico recebe inicialmente toda a teoria
sobre oramento e desenvolve atividades oramentrias em sala de aula,
sem o auxlio do sistema. Aps esta fase recebem um treinamento no
laboratrio sobre o funcionamento deste sistema; neste treinamento
utilizam uma planilha oramentria que j foi calculada durante as
atividades prticas de sala de aula (PROFESSORA C)..
O processo avaliativo essencial no processo de ensino e
aprendizagem. Alguns softwares contribuem neste processo ao
possibilitar aes de avaliao de atividades individuais e em grupo e
avaliaes prprias sobre o uso e possibilidades do mesmo. Sobre este
enfoque de uso, a Professora C afirma que:
Tambm utilizamos o sistema para a elaborao de uma das avaliaes
em equipe, que consiste do clculo e determinao do oramento e preo
de venda de uma edificao vertical. No h uma avaliao exclusiva sobre
o uso do programa, mas a assimilao ou no do sistema fica
evidenciada no momento da apresentao do trabalho em equipe. Tambm o
professor faz o acompanhamento do interesse do acadmico durante o
treinamento e no processo de elaborao da avaliao (planilha
oramentria e preo de venda) em equipe, atravs das consultas e tira
dvidas realizadas pelos acadmicos (PROFESSORA C)..
5.4 Atualizaes e ajustes
As modernizaes, atualizaes e ajustes nos currculos, tm ocorrido
com maior nfase nos seus contedos do que em sua forma de
apresentao.
O que se nota como marcante na atualizao curricular do Curso de
Engenharia Civil da UNESC, a desmistificao da cincia bsica, ou
seja, nas grades curriculares esto inseridas tanto disciplinas com
contedo eminentemente terico e ao mesmo tempo as totalmente
prticas, o que, de certo modo, mostra ao acadmico a importncia e a
aplicao direta de todos os conhecimentos que esto sendo
adquiridos.
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necessrio que as tendncias curriculares no se prestem a atender
meramente a modismos e para que isto no acontea, importante que
cada disciplina possua uma espcie de espinha dorsal curricular com
seus apndices para atender s tendncias da moda, economia e
polticas.
O que se tem notado , em certos casos, a absoluta falta de
direcionamento do engenheiro para as reas humanas, sociais e
principalmente gerenciais, constataes que so evidenciadas quando da
necessidade de chefia de equipes ou gerenciamento de obras e
apresentao de custos de seus prprios honorrios profissionais.
5.5 A atual Grade Curricular do Curso de Engenharia Civil da
Unesc
A grade atualmente em vigor no curso nomeada de Grade Curricular
04, que passou por diversas atualizaes e ajustes. Ocorreram
alteraes e incluses em todas as reas de conhecimento, bem como a
alterao de nomes de algumas disciplinas.
Um fator determinante para a alterao, incluso ou excluso de
disciplinas da Grade Curricular, sem dvida a Misso da UNESC que
direciona suas atividades, sempre com vistas a fortalecer o trinmio
Ensino-Pesquisa-Extenso.
Analisa-se as alteraes do sistema curricular por rea. Na rea de
Humanas e Bsicas, foi excluda a disciplina de Psicologia, com a
incluso de Sociologia, por deliberao do Colegiado da Unidade
Acadmica de Cincias e Tecnologias (UNACET) no qual o curso est
diretamente vinculado.
Alm desta alterao foram acrescentadas as seguintes disciplinas:
Produo de Interpretao de Textos; Geometria Descritiva; Fsica
Experimental; Clculo; Computao Grfica Autocad.
Na rea de Disciplinas Tcnicas de Hidrulica, foi includa a
disciplina de Sistema de Abastecimento de gua que foi desmembrada
da disciplina de Saneamento.
Na rea das Disciplinas de Estruturas, foi includa a disciplina
de Fundaes e Solos. Nesta rea houve alguns reajustes e atualizaes
curriculares de algumas disciplinas tais como: Isosttica e
Hiperesttica que passaram a ser chamadas de Estabilidade das
Construes I e II, respectivamente.
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Na rea das Disciplinas de Construo Civil e Materiais, a
atualizao deu-se, principalmente na incluso de prticas
laboratoriais, haja vista a deficincia que havia. A disciplina de
Arquitetura englobou o Urbanismo, por tratar-se de matria com
grande afinidade.
Na rea de Disciplinas de Gesto, foi dado nfase maior ao
Planejamento e Controle de Obras. Nesta rea, foi criado um fato
novo: o Estgio Supervisionado. O aluno cumpre horrio de estgio
obrigatrio na proporo de 50% em uma empresa e os outros 50% na
prpria Universidade.
Na etapa de estgio na Universidade, os acadmicos executam um
projeto de uma edificao de modo que este seja uniformizado em suas
diversas modalidades, ou seja:
- projeto arquitetnico - projeto estrutural - projeto
hidrossanitrio - projeto de preveno de incndio - estudo de
compatibilizao de materiais
No Estgio Supervisionado, o uso de tecnologias de ensino e
compatibilizao das atividades destes projetos marcante, pois a
oportunidade de fazer o relacionamento entre elas, onde sero
aquilatadas as vantagens e desvantagens de cada uma e corrigidas as
distores que cada uma delas pode proporcionar.
5.6 Consideraes sobre o Sistema Curricular do Curso
Analisando as transformaes das grades curriculares, v-se que,
uma tarefa rdua a formatao final de um currculo da qualquer curso
superior. Esta construo curricular somente ser alcanada se houver a
atuao simultnea de todos os interlocutores e personagens
participantes do processo, ou seja: a sociedade, a Instituio de
Ensino Superior e o Conselho Profissional da Categoria.
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6 CONCLUSO
O caminho percorrido para alcanar os objetivos, finalidade deste
trabalho, possibilitou elaborar algumas afirmaes, questionamentos e
outras consideraes sobre o uso de tecnologias no ensino de
engenharia e sua relao com a estrutura curricular dos cursos, as
transformaes sociais, o mercado de trabalho no mundo globalizado e
o perfil dos acadmicos ingressantes.
Segundo Lisingen (1999, p. 135), o currculo ideal de um curso
aquele concebido com base em um ingressante com slidos
conhecimentos dos contedos bsicos do curso em questo. No caso das
engenharias, estes conhecimentos so: Fsica, Qumica, Matemtica e
Desenho.
A aplicao destes currculos em um curso de engenharia, pressupe
um empenho pleno e global da Instituio de Ensino Superior, bem como
do seu corpo docente.
Quando se discute a formao de uma estrutura curricular de um
curso numa instituio, uma das variveis que levada em considerao a
preparao do egresso para o mercado de trabalho. Esta preocupao
pode, no entanto, ser muito direcionada a modismos ou aplicaes
regionais.
Este cuidado observado no Curso de Engenharia da Unesc que no se
limita a formar o acadmico para atender o mercado de trabalho local
da regio carbonfera, o que poderia tornar-se um curso por demais
domstico, sem abrangncia nacional. A formao do acadmico do curso
como se observa no PPP do mesmo, objetiva formar sujeitos para o
mercado globalizado estando apto a atuar em qualquer regio.
Outra preocupao que os rgos formadores dos currculos das
Universidades devem considerar, fazer com que haja uma hegemonia e
uniformizao de ementas das disciplinas para que os egressos no
sejam classificados e rotulados pela simples origem de seu diploma
de graduao.
Mesmo que no haja a uniformizao dos currculos entre as mais
diversas universidades, de um detalhe nenhuma delas pode
prescindir: a formao bsica do tcnico. Invariavelmente, todas as
disciplinas elencadas na grade curricular, tm sua origem em uma das
disciplinas bsicas: matemtica, fsica, qumica e desenho.
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Toda formulao de modelos matemticos para a concepo de
estruturas, como por exemplo, de concreto armado, provem de uma
anlise numrica de comportamento destas estruturas, atravs dos
conhecimentos bsicos, para servir de subsdio de tecnologias de
computao direcionadas para a sua resoluo.
Para que haja uma completa aprendizagem de qualquer ementa
curricular, o engenheiro precisa, identificar a fonte de dados, a
fonte de recursos de onde possa buscar os parmetros que serviro de
alimentadores dos recursos tecnolgicos.
Pelo que se pode constatar na pesquisa, os professores das
disciplinas tcnicas em sua grande maioria, utilizam as tecnologias
computacionais como uma ferramenta auxiliar na busca de solues ou
na formulao do problema.
A complexidade de alguns dos programas de computador especficos
da rea de atuao do engenheiro, fazem com que os mesmos no seja
usados com grande freqncia no ensino da engenharia, pois demandaria
muito tempo para que os acadmicos aprendessem a utiliz-los, no
sendo este o objetivo principal destas disciplinas inseridas na
grade curricular do curso.
Em alguns casos, como por exemplo, no caso das disciplinas que
envolvem custos e oramentos, o uso dos programas de computador j
bastante freqente como ferramenta principal haja vista serem
tecnologias de fcil utilizao e necessrias no processo de formao do
acadmico.
Como foi possvel constatar nesta pesquisa, a utilizao de
tecnologias computacionais no ensino da Engenharia Civil da Unesc
ocupa um espao significativo na formao dos acadmicos.
Na atual grade curricular do Curso observa-se o movimento de
implantao da desmistificao da cincia bsica, ou seja, existe uma
miscigenao de disciplinas tericas e bsicas com as tcnicas e
especficas. A insero de disciplinas tericas com a grade de
disciplinas prticas deve ser acompanhada para que no se torne um
elemento complicador em se tratando do uso de tecnologias
computacionais, pela insuficincia de base de dados para a sua
aplicao.
Constata-se nesta pesquisa que nas disciplinas relacionadas ao
clculo estrutural, a aplicao das tecnologias mais reduzido e em
certos casos as mesmas so somente citadas e recomendadas para uso
na prtica profissional.
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Assim, conclui-se que, a utilizao dos programas de computador no
ensino de graduao de Engenharia Civil da Unesc ocorrem a partir de
necessidades e objetivos propostos na disciplina. O uso de
tecnologias uma valiosa contribuio para que os currculos sejam
cumpridos da maneira mais plena possvel.
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REFERNCIAS
BAZZO, Walter Antnio, Educao tecnolgica: enfoques para o ensino
da engenharia. Florianpolis: Ed. Da UFSC, 2000.
BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais. Ministrio da Educao e
Cultura. Braslia, ____ano .
LINSINGEN, Irlan Von. Formao do Engenheiro: desafios da atuao
docente, tendncias curriculares e questes de educao tecnolgica.
Florianpolis: Ed. Da UFSC, 1999.
SCHNAID, Fernando. Ensino da Engenharia: do positivismo construo
das mudanas para o sculo XXI. Porto Alegre: Editora da UFRGS,
2006.
UNESC. Projeto Poltico pedaggico do Curso de Engenharia Civil da
UNESC. Cricima, 2008.
RAMOS?????????