UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Emilson Grochoski Matias COMPOSIC;Ao DA FAUNA DE REPTEIS DO MUNiCiPIO DE sAo FRANCISCO DO SUL, SANTA CATARINA, BRASIL Projeto de Disserta<;ao de P6s-gradua<;ao em Manejo e Conservar;ao da Biodiversidade - Tuiuti Orientador: Dr. Julio Cesar de Moura Leite Curitiba 2005
35
Embed
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Emilson Grochoski Matias ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/04/COMPOSICAO-DA-FAUNA-DE-REPTEIS... · universidade tuiuti do parana emilson grochoski matias
This document is posted to help you gain knowledge. Please leave a comment to let me know what you think about it! Share it to your friends and learn new things together.
Transcript
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA
Emilson Grochoski Matias
COMPOSIC;Ao DA FAUNA DE REPTEIS DO MUNiCiPIO DE sAoFRANCISCO DO SUL, SANTA CATARINA, BRASIL
Projeto de Disserta<;ao de P6s-gradua<;ao em Manejoe Conservar;ao da Biodiversidade - TuiutiOrientador: Dr. Julio Cesar de Moura Leite
Curitiba2005
SUMARIO
1. INTRODUC;AO 9
2. MATERIAL E METODO 12
2.1. AREA DE ESTUDO 12
2.2. INVENTARIO DAS ESPECIES 13
2.3. TRABALHO DE CAMPO ....
2.4. TRABALHO DE LABORATORIO E ESCRITORIO ..
..14
. 15
3. RESULTADOS E D1SCUSSAO 16
3.1. ESPECIES OCORRENTES NO CEPA . . 19
32.CARACTERIZA<;AO DA FAUNA DE REPTEIS EM RELA<;AO AALIMENTA<;Ao.. . 32
3.3 CARACTERIZA<;AO DA FAUNA DE REPTEIS EM RELA<;AO AREPRODU<;AO... . 35
4. CONCLUSAO . . 36
5. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 37
.,- r..~~;~_.~~.
RESUMO
Atraves do exame da cole<;:ao herpetologica do Museu de Hist6ria Natural Capao
da Imbuia (MHNCI) e de caletas realizadas no Centro de Estudo e Pesquisa Ambientais
(CEPA), localizado no municipio do Sai, Sao Francisco do Sui, Santa Catarina, fcram
MORATO e BERNILS, 1989 - Uromacerina ricardinii; MARQUES e SOUZA, 1993 -
Liophis milian's),
Considerando as diversos estudos realizados com comunidades de serpentes
na America do Sui, certamente a Mata Atlantica e a menos conhecida neste sentido
(MARQUES, 1998). As poucas informac;ees existentes para a Mala Atlantica estao
restritas a Serra do Japi em Jundiai, a regiao de Campinas, no interior do Estado de
Sao Paulo e a Esta9ao Ecol6gica Jureia-Itatins, tambem no Estado de Sao Paulo
II
(SAZIMA e HADDAD, 1992; SAZIMA e MANZINI, 1995; MARQUES, 1998). Para 0
Estado de Santa Catarina, inexistem listas au trabalho de cunho biogeografico
(MORATO, 1995). As cole<;6es do Estado de Santa Catarina sao relativamente
pequenas, ainda sao poucos os dados e trabalhos sabre hist6ria natural de serpentes
realizados na regiao. Diante disso, esta regiao apresenta grande interesse para estudos
faunisticos. Neste trabalho foi estudado a fauna de serpentes da regiao do CEPA,
Distrito do Sai, Sao Francisco do Sui - SC, que apresenta uma area de Mata Atlantica
ainda preservada, sendo que 0 objetivo basico foi obter informa90es sobre a historia
natural das especies encontradas naquela regiao.
12
MATERIAL E METODOS
AREA DE ESTUDO
o Centro de Estudo e Pesquisa Ambientais (CEPA) pertence a Universidade da
Regiao de Joinvilie (UNIVILE) e situa-se no litoral norte do estado de Santa Catarina, no
Oistrito do Sai, por9iio continental do municipio de Sao Francisco do Sui (26' 28'S e 48'
79'W) e compreende uma area de aproximadamente 4900 ha. Limita-se ao sui e oeste
pela Bahia da Babitonga, e ao sui e leste com 0 municipio de Itapoa (26' 12' 30 "S e 48'
42' 36" W) (Figura 1.).
Figura 1. Localizayao da area de Estudo na Vila da Gloria no distrito do Sai, SaoFrancisco do Sui, sc. Estao indicados 0 Centro de Estudo e Pesquisa Ambientais (CEPA) e osIllunicipios da qual 0 CEPA pcrtencem.
Est" inserido em um fragmento de Mata Atlantica, sendo sua cobertura vegetal
ciassificada como Floresta Ombr6fi1a Densa de Terras Baixas e Sub-montana.
Apresenta uma f10restacomposta por manchas com diferentes estagios de regenerac;ao
que vao desde capoeira ate mata primaria com pouca perturba~ao antropica nas
encostas de dificil acesso (Figuras 2 e 3.).
o clima da regiao Ii caracterizado por indices anuais de pluviosidade que variam
de 2000 a 3000mm/ano, apresenta a umidade relativa do ar variando de 60 a 100%.
(Informa90es retiradas de FATMA, 2002).
Figura 2. Aspecto geraJ de remanescenle de Floresta Ombrofila Densa de Terras Baixasdo CEPA, na Vila da Gloria no distrito do Sai, Sao Francisco do SuI, SC.
INVENTARIO DAS ESPECIES
A lista de especies foi elaborada a partir de informac;oes obtidas durante 0
trabalho de campo na regiao onde se localiza 0 CEPA, e complementado com a analise
dos exemplares tombados no Museu de Hist6ria Natural Capao da Imbuia (MHNCI,
Curitiba) coletados nos seguintes municipios: Itapoa, Joinville, Sao Francisco do Sui e
Garuva (estado de Santa Catarina), e Guaratuba (estado do Parana). Para os
municipio Ii relativamente grande e parte dele se encontra em areas altas.
exemplares provenientes de Guaratuba foram descartadas algumas especies, pois este
14
Fib'llra 3. Aspecto gcral de remanescente de Floresta Ombr6fila Densa do CEPA, na Vilada Gloria no distrito do Sai, Sao Francisco do Sui, SC.
TRABALHO DE CAMPO
AS atividades de campo foram realizadas no CEPA durante 0 periodo de agosto
de 2004 a janeiro de 2005. Foram feitas dez viagens, que tiveram dura,ao de 2 a 5
dias.
As caletas constitufram-se de busca ativa para qual foram realizadas
caminhadas diurnas e noturnas, par trilhas ja existentes no local, verificando trancos
caidos, serrapilheira, buracos, galhos de arbustos e arvores. Foi tambem utilizada uma
armadilha de intercepta,ao e queda ("pitfall"), constituida de 10 latas de 20 litros
enterradas ligadas por uma tela guia (de plastico) de 100 metros (de acordo com
FRANCO e SALAMAO, 2002). Foram tambem instalados esconderijos artificiais do tipo
jiral baixo, utilizando galhos e trancos caidos. Foram registradosem caderno de campo
dados de data e horario da coleta, condi,oes climaticas, situa,ao e movimenta9iio da
serpente (Iocomovendo-se, estacionaria, enrodilhada ou esticada), substrato e habitat.
Devida a dificuldade de se encontrar repteis no campo, como forma de amostragem
15
complementar, foram distribuidos a alguns moradores da regiao baldes de 5 litros,
contendo formal a 10% para acondicionamento dos exemplares (MARQUES, 1998).
o trabalho foi realizado de acordo com licen~a do Ibama numero 96/2004,
processo 02026.004004/2004-36.
TRABALHO DE LABORATORIO E ESCRITORIO
Todos as exemplares Goletados fcram fixados com solu«ao de formal a 10%,
conservados em alcool a 70%, examinados e tombados no Laboratario do Museu de
Historia Natural Capao da Imbuia (Curitiba, PRJ.
A identifica<;:ao das especies de serpentes foi efetuada de acordo com literatura
especializada sendo para tanto, observadas caracteristicas folid6ticas e moriol6gicas.
Os exemplares coletados com dados disponiveis sabre alimenta<;:ao e reprodu9ao foram
tambem analisados em rela<;:ao ao eonteudo do tuba digestivo e estagio gonadal.
Os levantamentos de dados sabre distribuiC;80, alimentaC;80 e reproduC;8o foram
extraidos da literatura do aeervo bibliografieo do Museu de Historia Natural Capao da
Imbuia.
A eonfirmaC;ao da identifieaC;ao das especies foi realizada pelo herpet61ogo Julio
Cesar de Moura Leite do Museu de Historia Natural Capao da Imbuia (Curitiba, PR),
que responde pel a orientaC;80 deste trabalho.
16
RESULTADOS E DISCUssAo
Durante 0 trabalho de campo, faram registrados 31 exemplares de repteis
agrupados em 14 especies, sendo 12 serpentes e dais lagartos; quel6nios, jacares e
anfisbenas nlio foram amostrados. Das 14 especies encontradas no CEPA, 85,72% sao
serpentes e 14,28% correspondem a lagartos.
Considerando os 31 exemplares de repteis coletados, 67,14% pertencem afamilia Colubridae, 12,91% a Viperidade e 9,67% a Elapidae (Tabela 1). Dos lagartos
6,46% pertencem a familia Teiidae e 3,22% sao Gekkonidae. As quatorze especies
estao distribufdas em 5 familias, sendo nove delas pertencentes a Colubridae e duas a
Viperidae. As familias Elapidae, Teiidae e Gekkonidae estiveram representadas par
apenas uma especie cad a (Gr<ifico 1).
As especies mais freqOentes fcram Liophis miliaris e Sibynomorphus neuwiedi,
perfazendo 19,35% do total de repteis coletados, sendo essas seguidas por Micrurus
corallinus e Bothropsjararaca, ambas com 9,7%.
GrMico I. Porccntagem de especies colcladas no CEPA em rela¥3o as familias
Com relat;ao aos metodos utilizados, a distribuh;ao de baldes aos moradores da
regiao apresentou-se como 0 mais eficiente, 27 do total de exemplares coletados. Esse
17
resultado deve estar relacionado ao fato de as moradores estarem mais tempo na area,
e ocuparem continua mente locais cnde as especies fieam mais a mastra, estradas por
exemplo. A busca ativa revelou apenas tres dos exemplares coletados, com
predominancia de especies terrestres e aquaticas.
Nas armadilhas do tipo pitfall nenhum exemplar foi coletado. Deve aqui ser
considerado que apenas uma armadilha foi instalada, quando 0 ideal e trabalhar com
varias armadilhas distribuidas na area de estudo. AlE~m disso, para este tipo de
amostragem faz-se necessaria urn tempo maior de trabalho de campo com as
armadilhas abertas. Outro fator limitante ao usa de pitfalls e 0 fato de especies de
grande e/au arboricolas conseguirem sair de dentro dos baldes instal ados com maior
facilidade.
o exame da cole,"o herpetologica do MHNCI revelou 39 especies de Repteis
para a regiao, sen do 27 serpentes, sete lagartos, duas anfisbenas, dois quel6nios e um
jacare (Tabela 1).
Essas 39 especies estao distribuidas em 12 familias, sendo 58,98% (23
especies) da familia Colubridae. As familias Elapidae, Viperidae, Gymnophtalmidae,
Anguidae e Amphisbaenidae respondem par 5,12% (duas especies) cada. As familias
Polychrotidae, Teiidae, Gekkonidae, Alligatoridae, Chelidae e Cheloniidae foram
representadas par uma especie cada, ou 2,57% (Gratico 2).
As especies mais frequentemente registradas em museu foram serpentes,
Micrurus corallinus com 15,76%, seguida por Sibynomorphus neuwiedi com 9%, Liophis
miliaris e Bothrops jararaca com 8,55% cada uma.
As quatarze especies de repteis encontradas no CEPA carrespondem, portanto,
a 35,89% do esperado par analise do acervo museol6gico. Este pode ser considerado
18
urn born resultado, face ao numero de horas de trabalho e a dificuldade existente no
registro de repteis em campo (Marques, 1998). No entanto, essa porcentagem devera
ser ampliada a medida que 58 proceda a urn inventario mais minuciosQ, com urn
trabalho de campo mais prolongado.
Tabcla I. Lista de especics da area de estudo provenientes de registro muscologico decampo; com caraclcrizayao do metoda de coleta para exemplarcs rcgistrados em campo. B -Baldes distribuidos aos moradores; A - busca ativa.
as resultados se referem a seis meses de trabalho de campo, com urn total de
19
16 incursoes, perfazendo aproximadamente 300 horas/homem, resultando em 0,10
exemplares par hora/homem.
o numera de especies foi maior fora da mata. Esse fata talvez se justifique pela
menor quantidade de recursos humanos dedicados a coletar no interior da fioresta do
que fora dela, visto que as maiores parte das coletas no interior foram realizadas por
apenas uma pessoa contra varios colaboradores que encontravam exemplares em
torno dela.
Gnifico 2. Porcentagem das especies do Museu de Hist6ria Nahlrai Capao da Imbuia
58% 3% CJGymnophtalmidae.PolychrotidacmColubridae
DElapidaeDViperidae
5% CTciidae
DChclonldae.ChelidaeDAlligatoridaeDAmphisbaenidae
• Gekkonidae
o Anguidae
5% 5% 3%3%3% 4%:30/.
ESPECIES OCORRENTES NO CEPA
Familia: COLUBRIDAE
Chironius bicarinalus (WIED, 1820)
Distribui980 Geognjfica: do leste ate 0 sui do Brasil, ate 0 Uruguai e Missiones na
Argentina (PETERS e OREJAS-MIRANDA, 1970).
Alimenta980: alimenta-se de anuros e ocasionalmente de lagartos (MARQUES el
ai, 2001; SAZIMA e HADDAD, 1992).
Reprodu980: ovipara (MARQUES el ai, 2001).
20
Chironius foveatus (BAILEY, 1955)
Distribuic;ao Geografica: Bahia ate Santa Catarina, na costa brasileira (PETERS
e OREJAS-MIRANDA, 1970).
Alimenta<;ao: alimenta-se de anuros (MARQUES et ai, 2001).
Reprodu<;ao: ovipara. (MARQUES et ai, 2001).
Chironius fuscus (LiNNAEUS, 1758)
Distribuit;:ao Geografica: Panama, Venezuela, Colombia, Guianas, Brasil Central
e Peru (PETERS e OREJAS-MIRANDA. 1970).
Alimenta<;ao: alimenta-se de anuros (MARQUES, 1998; MARQUES et ai, 2001).
ReproduC;8o: ov[para.
Chironius laevicol/is (WIED, 1824)
DistribuiC;80 Geografica: especie distribuida pela regiao costeira do Brasil, desde
o estado da Bahia ate 0 sudeste de Santa Catarina (WIEST, 1978 apud MORATO,
1995). E registros para 0 norte e nordeste do Parana (BAILEY, 1995; WIEST, 1978
apud MORATO, 1995).
Alimenta<;ao: alimenta-se de anuros (MARQUES, 1998; MARQUES et ai, 2001).
Urn exemplar coletado no CEPA no mes de novembro apresentou aproximadamente 15
avos; MARQUES, 1998 tambem registrou ovos em outubro e novembro, e indicou que
esta especie pode apresentar urn cicio reprodutivQ sazonaL
Reprodu<;ao: ovipara (MARQUES et ai, 2001).
21
Chironius pyrrhopogon (WIED, 1824)
Distribui9ao Geogratica: da Bahia ate Santa Catarina, acompanhando a costa
(PETERS e OREJAS-MIRANDA, 1970).
Alimenta~ao: alimenta-se de anuros (MARQUES, 1998; MARQUES et ai, 2001;
SAZIMA e HADDAD, 1992).
Reprodu~ao: ovipara. (MARQUES at ai, 2001).
Comentario taxon6mico: especie anteriormente sinonimizada com Chironius
exo/e/us, que esla sendo revalidada par pesquisadores do Museu Nacional do Rio de
Janeiro (MOURA-LEITE, comun. pess.).
Clelia plumbaa (WIED, 1820)
Distribui9c30 Geografica: alto do Rio Amazonas ate Maranhao e areas florestadas
do Espirito Santo ale Santa Catarina, sudeste do Brasil e Missiones, Argentina
(PETERS e OREJAS-MIRANDA, 1970).
Alimenta9ao: alimenta-s6 de lagartos e de outras serpentes (MARQUES et ai,
2001).
Reprodu~ao: ovipara (MARQUES et ai, 2001).
Dipsas albifrons (SAUVAGE, 1884)
Distribui9c30 Geografica: especie distribuida pela vertente atlantica desde sao
Paulo ate Santa Catarina, contando ainda com registros esparsos para 0 Mato Grosso
do Sui e Paraguai (PETERS, 1960; PETERS e OREJAS-MIRANDA, 1970 apud
MORATO, 1995).
Alimenta~ao: alimenta-se de moluscos (MARQUES et ai, 2001).
22
Reprodw;ao: ovipara (MARQUES el ai, 2001).
Dipsas al/emans (FISCHER, 1885)
DistribuiC;80 Geografica: area costal do sudeste do Brasil, do Espirito Santo ate
Santa Catarina (PETERS e OREJAS-MIRANDA, 1970).
Alimenta<;ao: alimenta-se de moluscos (MARQUES et ai, 2001).
Reprodw;ao: ovipara. (MARQUES el ai, 2001).
Comentario taxon6rnico: ate recentemente conhecido como 0 inceria;
recentemente revalidada por PASSOS el al. (2004).
Echinanlhera undulala (WIED, 1824)
DistribuiC;80 Geografica: sudeste e sui do Brasil, desde a regiao do centro-sui do
Rio de Janeiro e sui de Minas Gerais ate nordeste de Santa Catarina (Ol-BERNARDO,
1992).
Alimenta<;ao: alimenta-se de anuros (MARQUES, 1998; MARQUES el ai, 2001).
Reprodu<;ao: ovipara (MARQUES el ai, 2001).
Erythrolamprus aesculapii ( LlNNAEUS, 1766)
Oistribuh;ao Geografica: especie distribuida desde a regiao central dos estados
do Mato Grosso e Goias ate a Bahia e extrema nordeste de Santa Catarina, Paraguai e
Provincia de Missiones, Argentina (GALLARDO, 1986; MARQUES e PUORTO, 1991
apud MORATO, 1995).
Alimenta<;ao: serpente ofi6faga (MARQUE, 1998; MARQUES el ai, 2001;
SAZIMA e HADDAD, 1992); os jovens pod em tambem se alimentar de lagartos
23
gymnoftalmideos (MARQUES e PUORTO, 1994 apud MARQUES, 1998).
Reprodu<;ao: ovipara (MARQUES ef aI, 2001).
Helicops carinicaudus (WI ED, 1825)
Distribuic;:ao GeogrMica: do Espirito Santo, Brasil, ate Uruguai e Argentina
(PETERS e OREJAS-MIRANDA, 1970).
Alimentac;:ao: alimentac;:c3obaseada em anfibios e peixes (MARQUES, 1998;
MARQUES ef aI, 2001).
Reprodu<;ao: vivipara (MARQUES ef aI, 2001).
Liophis miliaris (LiNNAEUS, 1758)
Distribuiy80 Geografica: ocorre desde as Guianas e oeste da Amazonia ate 0
centro da Argentina (MORATO, 1995; DIXON, 1989).
Alimentac;c3o: as informa<;6es indicam que L. miliaris e generalista paden do
apresar varios tipos de presas (MARQUES, 1998). Porem alimenta-se basicamente de
anuros e peixes (MARQUES, 1998; MARQUES ef aI, 2001; SAZIMA e HADDAD, 1992).
Reprodu<;ao: ovipara (MARQUES ef aI, 2001).
Liophis poecilogyrus (WI ED, 1825)
Distribuic;:ao Geografica: ocorre desde 0 oeste da Guiana e sudeste da
Venezuela ate a Bolivia, nordeste e sui do Brasil, Uruguai e sui da Argentina (DIXON,
1989; MORATO, 1995).
Alimenla<;ao: baseada em antibios (MARQUES ef aI, 2001).
Reprodu<;ao: ovipara (MARQUES ef aI, 2001).
24
Oxyrhopus clathratus (DUMERIL, BIBRON e DUMERIL, 1854)
Distribui980 Geografica: sui de Minas Gerais ate Rio Grande do Sui, Brasil e
Missiones, Argenlina (PETERS e OREJAS-MIRANDA, 1970).
AlimenlaC;ao: baseada em pequenos mamiferos (MARQUES et ai, 2001).
ReproduC;ao: ovipara. (MARQUES et ai, 2001).
Sibynomorphus neuwiedi (I HERING, 1910)
Distribui<;80 Geografica: faixa costal do sudeste do Brasil, da Bahia ate 0 Rio
Grande do (Sui PETERS e OREJAS-MIRANDA, 1970 como S. mikanii neuwiedi;
MORATO, 1995).
Alimentac;ao: baseada em moluscos (MARQUES, 1998; MARQUES etal, 2001).
Reproduc;ao: ovipara (MARQUES et ai, 2001).
Siphlophis pulcher (RADDI, 1820)
Distribuiy80 GeogrMica: Guanabara e sui de Minas Gerias ate Rio Grande do
Sui, Brasil (PETERS e OREJAS-MIRANDA, 1970).
Alimentac;ao: baseada em lagartos (MARQUES et ai, 2001).
Reproduc;ao: Qvipara (MARQUES el ai, 2001).
Spilotes pul/atus (LiNNAEUS, 1758)
Distribuiy80 Geografica: ocorre desde 0 sui do Mexico ate a Argentina (PETERS
e OREJAS-MIRANDA, 1970).
Alimenta<;ao: baseada em pequenos mamiferos e aves (MARQUES, 1998;
MARQUES et ai, 2001; SAZIMA e HADDAD, 1992).
25
Reprodu~ao: ovipara (MARQUES el ai, 2001).
Taeniophallus a(finis GUNTHER, 1858
Distribui~ao Geografica: Sudeste e sui do Brasil, desde 0 sudeste de Minas
Gerais e regiao central do Espirito Santo ate a regia.o nordeste do Rio Grande do Sui
(DI-BERNARDO, 1992; MORATO, 1995).
Alimenta~ao: baseada em repteis e anfibios (MARQUES, el al 2001 como
Echinanthera affinis).
Reprodu~ao: ovipara (MARQUES el ai, 2001).
Tomodon dorsalus (DUMERIL, BIBRON e DUMEERIL, 1854)
Distribui~ao Geografica: regiao central do Brasil, norte da Argentina (PETERS e
OREJAS-MIRANDA,1970).
Alimenta~ao: baseada em moluscos (Iesmas) (MARQUES, 1998; MARQUES el
a/,2001).
Reprodu~ao: vivipara (MARQUES el ai, 2001).
Tropidodryas serra (SCHLEGEL, 1837)
Distribui~ao Geografica: a regia.o de ocorrencia e caracterizada por HUCK e
SEIBERT (1972: 20-22) como Floresta Tropical "mida (THOMAS e DIXON, 1977).
Alimenta~ao: baseada em lagartos e mamiferos (MARQUES, 1998; MARQUES
el ai, 2001).
Reprodu~ao: vivipara (MARQUES el ai, 2001).
26
Uromacerina ricardinii (PERACEA, 1897)
Distribui,ao Geogrilfica: Estado de Sao Paulo, Brasil (PETERS e OREJAS-
MIRANDA,1970).
Alimenta,ao: baseada em anfibios (MARQUES, 1998; MARQUES et aI, 2001).
Reprodu,ao: ovipara (MARQUES et aI, 2001).
Waglerophis merremii (WAGLER, 1824)
Distribuic;ao Geografica: Guianas, Brasil, Bolivia, Paraguai, regiao central e norte
da Argentina (PETERS e OREJAS-MIRANDA, 1970).
Alimentac;ao: habitos anur6fagos, com preferencia a representantes do genera
Bulo (LAVILLA et aI, 1979).
Reprodu,ao: ovipara (LAVILLA et aI, 1979).
Xenodon neuwiedii (GUNTHER, 1863)
Distribuic;ao Geografica: encontrada nas regi6es centro, sudeste e sui do Brasil,
Paraguai e norte da Argentina (PETERS e OREJAS-MIRANDA, 1970; MORATO, 1995).
Alimentac;ao: alimenta-s9 exclusivamente de anfibios, sendo especializada em
sapos do genero Bulo (MARQUES, 1998).
Reprodu,ao: ovipara (MARQUES et aI, 2001).
Familia: ELAPIDAE
Micrurus corallinus (MERREM, 1820)
Distribuic;ao Geografica: distribuida pela regiao atlantica, desde 0 litoral da Bahia
ate 0 nordeste do Rio Grande do Sui, ocorrendo ainda no Paraguai e nordeste da
27
Argenlina (CAMPBELL e LAMAR, 1989; MARQUES, 1992 apud MORATO, 1995).
Alimenta~ao: dieta composta basicamente de vertebrados along ados como
serpenles, anfisbenideos e gimnofionos (MARQUES, 1998; MARQUES ef ai, 2001).
Reprodul'ao: ovipara (MARQUES ef ai, 2001).
Micrurus aftirosfris DUMERIL, BIBRON e DUMERIL, 1854
Distribuic;ao Geografica: especie distribuida desde 0 Brasil central ate a Bolivia,
Paraguai, Uruguai e regiao sui da Argentina (CAMPBELL e LAMAR, 1982 apud
MORATO, 1995).
Alimentac;ao: AMARAL, 1978, descreve serpentes, lagartos e anfisbaenas como
alimentac;ao do genero Micrurus.
Reprodul'ao: ovipara (AMARAL, 1978).
Observac;ao: 0 unieD exemplar da especie para a re9i13o estudada (Iambado no
MHNCI sob 0 numera 9163, pravenienle de Itapoil, SC) nao foi encontrado. Esta
especie e geralmente encontrada em regiees de areas alias (MOATO, 1995). mas
devido a dispersao pod em vir a ser eventual mente encontradas em areas mais baixas
como a de estudo.
Familia: VIPERIDAE
Bothrops jararaca (W lED 1824)
Distribuic;ao Geografica: distribuida desde 0 sui da Bahia ate a norte do Rio
Grande do Sui, oeste do Mato Grosso do SuI, sui do Paraguai e nordeste da Argentina
(HOGE e ROMANA-HOGE, 1978, 1979, CAMPBELL e LAMAR, 1989 apud. MORATO,
1995).
28
Alimenta((ao: individuos jovens alimentam-se basicamente de anfibios e
pequenos lagartos. enquanto as adultos alimentam-S8 de pequenos mamiferos
(MAREQUES, 1998; MARQUES et ai, 2001; SAZIMA e HADDAD, 1992). Um individuo
actulto coletado no CEPA apresentou dais roedores em seu trata digestiv~, ingeddos
pela cabe<;a, batendo com dados de literatura (e.g. MARQUES, 1998; MARQUES et ai,
2001). E urn individuo jovem com urn lagarto (Hemidacfylus mabouia) tambem ingerido
pel a cabe<;a.
Reprodu<;ao: vivipara (MARQUES et ai, 2001).
Bothrops jararacussu LAC ERDA, 1884
Distribui<;:c3o Geografica: desde 0 Rio de Janeiro ate 0 nordeste do Rio Grande do
Sui, sudeste da Bolivia, leste do Paraguai e nordeste da Argentina (LEMA, 1987;
CAMPBELL e LAMAR, 1989; MARTINEZ et ai, 1991 apud. MORATO, 1995).
Alimenta9c3o: as jovens alimentarn-se basicamente de lagartos e anfibios,
enquanto que adultos ha predominancia de pequenos mamiferos e anfibios
(MARQUES et ai, 2001).
Reprodu<;ao: vivipara (MARQUES et ai, 2001).
Familia: CHELONIIDAE
Chelonia mydas (LiNNAEUS, 1758)
Distribui<;:c3o Geografica: distribui-se atraves dos oceanos Atlantica, Pacifico e
peixes e anfibios, mas parecem preferir invertebrados vermiformes (ERNEST e
BARBOUR, 1989).
Familia: ALLIGATORIDAE
Caiman latirastris
Distribuictc30 Geografica: America do Sui ocupam riDS em florestas umidas e
alagados (ZUG, 1993).
Alimentac;ao: carnivora, se alimenta de animais diversos, incluindo moluscos
gastr6podes (DIEFENBECH, 1979 apud. SAZIMA e MARQUES, 2004).
Familia: AMPHISBAENIDAE
Amphisbaena darwinii COPE
DistribuiC;.3oGeogrMica: de Sao Paulo ate Rio Grande do Sui, Brasil, norte do
Uruguai e extremo nordeste da Argentina (PETERS e OREJAS-MIRANDA, 1970).
Alimentac;ao: alimentac;ao fundamental mente baseada em insetos.
Leposternon microcephalum WAGLER
Distribui'tao Geografica: Amazonia dos territorios do Brasil e Bolivia, Paraguai,
30
Uruguai e norte da Argentina (PETERS e OREJAS-MtRANDA, 1970).
Alimenta930: alimenta930 baseada em oligoquetas e coleopteros (MARQUES e
SAZIMA,2004).
Familia: GEKKONIDAE
Hemidactylus mabouia (MAREAU de JONNES)
Distribui930 Geografica: norte da America ate Liberia e Abissinia; Madagascar e
ilhas vizinhas; Veracruz, Mexico; Cuba, Barbados E Martinique; Trindade, Venezuela,
Guiana, Amazonia Brasileira e ilhas isoladas, Equador, Peru e Colombia (PETERS e
OREJAS-MIRANDA,1970).
Alimenta9ao: alimenta-se de artropodes. (MARQUES e SAZIMA, 2004).
Familia: ANGUIDAE
Diploglossus fasciatus (GRAY)
Distribuiy30 Geogn3fica: descontinua; sudeste costal do Brasil; tambem no
territorio do Acre, Brasil e nordeste da Bolivia (PETERS e OREJAS-MIRANDA, t970).
Alimenta9ao: baseada em artropodes (MARQUES e SAZIMA, 2004).
Ophiodes striatus (SPIX)
Distribuiy30 Geografica: norte da Argentina, Uruguai e Brasil (PETERS e
OREJAS-MIRANDA, t970).
Alimenta9ao: MARQUES e SAZIMA, 2004, citam artropodes como alimenta9ao
para Ophiodes fragi/is (RADDI, 1820).
31
Familia: TEIIDAE
Tupinambis merianae (LiNNAEUSs)
Oistribuilt.3o Geografica: norte da Argentina, Uruguai, Brasil e Guianas (PETERS
e OREJAS-MIRANDA, 1970).
Alimenta~ao: apresa pequenos vertebrados e invertebrados e alimenta-se
tambem de avos e frutos, alem de apresentar habitos necr6fagos (VANZOLINI et aI,
1980 apud. SAZIMA e HADDAD, 1992).
Familia: GYMNOPHTALMIDAE
Colobodactylus taunayi (AMARAL)
Distribui<;:80 Geografica: estados de Sao Paulo, Santa Catarina e IIha da
Queimada Grande, Brasil (PETERS e OREJAS-MIRANDA, 1970).
Alimentay.3o: alimenta-se de insetos e Quiros invertebrados (MARQUES e
SAZIMA,2004).
Placosoma sp.
Distribui980 Geografica: distribui-se pelos estados de Sao Paulo, Parana,
Espirito Santo, Rio de Janeiro e Santa Catarina (PETERS e OREJAS-MIRANDA, 1970).
Alimenta~ao: pequenos artropodes sobre a vegeta~ao. (MARQUES e SAZIMA,
2004, para P. glabellum).
Familia: POL YCHROTIDAE
Enyalius iheringii (BOULENGER)
Distribh;:ao Geografica: sudeste do Brasil, do sui de Sao Paulo ate Rio Grande do
32
Sui (PETERS e OREJAS-MIRANDA, 1970).
Alimentat;:ao: alimentam-se de artropodes, tanto na serra pilheira como da
vegeta~ao (VANZOLlNI, 1972 apud SAZIMA e HADDAD, 1992; MARQUES e SAZIMA,
2004).
CARACTERIZA<;;Ao DA FAUNA DE REPTEIS EM RELA<;;AO A
ALiMENTA<;;Ao (Tabela 2, Grafico 3).
Entre as serpentes encontradas na area de estudo temas: Micrurus cora/inus,
Micrurus altirostris, Erythrolamprus aesculapii e Clelia plumbea, que S8 alimentam de
repteis serpentiformes (serpentes, anfisbenideos e lagartos apodos). A ultima pode S8
alimentar de Qutros lacertilios e pequenos roedores. As especies Chironius foveatus,
Chironius fuscus, Chironius faevicoflis e Chironius pyrrhopogon diferem urn pouco de
Chironius bicarinatus, pais este ocasionalmente pode incluir lagartos em sua dieta,
enquanto que as primeiros sao estritamente anur6fagos, 0 que ocorre tambern com
Echinanthera undu/ata e Uromacerina ricardinii. As especies Uophis miliaris, Uophis
poecilogyrus, He/icops carinicaudus e Taeniophallus affinis tambem se alimentam
principalmente de anfibios, mas as tres primeiras podem capturar peixes e T. affinis
pequenos lagartos. Outras especies, aparentemente anur6fagas estritas sao Xenodon
neuwiedi e Waglerophis merremi, e predam principal mente Bufonideos. Dipsas
altemans, Dipsas albifrons, Sibynomorphus neuwiedi e Tomodon dorsatus sao
especializadas em capturar moluscos. Siphlophis pulcher e Tropidodryas serra se
alimentam principal mente de lagartos, mas Tropidodryas serra inclui pequenos roedores
em sua dieta, habito compartilhado com Oxyrrhopus c/athratus. Spilotes pullatus
alimenta-se basicamente de pequenos mamiferos eaves, ocasionalmente podem
comer ovos. Quanto aos viperideos, adultos de Bothrops jararaca e Bothrops
jararacussu preferem pequenos mamiferos, sendo que Bothrops jararacussu pode
apresar anfibios grandes e Bothrops jararaca ocasionalmente comem aves, enquanto
os frlhotes dessas duas especies incluem anfibios em sua dieta.
Quanto aos quelonios, a tartaruga marinha Chelonia mydas apresenta
alimentacao baseada em medusas, enquanto que 0 cagado de agua doce
Hydromedusa tectifera tem a dieta baseada em insetos aquaticos, peixes, anfibios, com
aparente preferencia por invertebrados vermiformes.
Os dois representantes da familia Amphisbaenidae, Amphisberna darwini e
Leposternon microcephalum alimentam-se basicamente de insetos terrestres, sendo
que 0 segundo apresenta preferencia par coleopteros.
A grande maioria dos lagartos apresenta alimenta91io baseada em artropodes,
com eXC89ao de Tupinambis merianae, que se alimenta tambem de ovos, frutos e pode
apresentar habitos necrofagos.
Caiman latirostris, a unica especie de crocodiliano registrada na regiao, e uma
especie carnivora, alimentando-se de animais diversos, incluindo grande quantidade de
moluscos de agua doce.
GnHico 3 .Informa~()es sobre dieta de cada especic em rela~ilo a quantidade e itemalimenlar MO = moluscos; AR = artr6podes; PE = peixes; AN = anfibios anuros; SE = serpcntes,lacertilios apodos e anfisbacn3s; LA = lagartos; AV = aves; MA = mamiferos; OV = ovos; FR =[rutos! oulros ilens vegctais.
~iknmdMO AR PE AN SE LA AV MA OV FR
34
Tabela 2. Infol1l1a~oes sabre dicta de cada cspecie no CEPA e arredores. A nota~ao 0represcnla itemaiimcnlarocasional,Pdcnota item prefcrencial e EeSlrito. MO = moluscos; AR= artropodes; PE = peixcs; AN = anfibios alluros; SE = serpetllCS, lacertilios apodos eanfisbacllas; LA = lagartos; AV = aves; MA = mamiferos; OV = avos; £7R= [rutos! Quiros ilensvcgclais.
35
CARACTERIZAc;:AO DA FAUNA DE REPTEIS EM RELAC;:Ao A
REPRODUc;:Ao
o modo de reprodu~ao Qvrpara e urna caracteristica bastante mareante em
repteis, porem entre as serpentes, a viviparidade esta presente em algumas linhagens
(SEIGEL, 1987). Entre as 27 especies que ocorrem no CEPA, quatro sao viviparas.
Duas delas sao os viperideos Bothrops jararaca e Bothrops jararacussu, 0 que
corrobora a informac;ao de que lodas as especies do genera Bothrops sao viviparas
(FITCH, 1970 apud. MATQUES, 1998). As demais sao os colubrideos Tomodon
dorsatus (tribo Tachymenini) e Helicops carinicaudus (tribo Hydropsini). Estas tribos
lambem sao conhecidas por abrigar especies viviparas (MARQUES, 1998;
FERRAREZZI,1993).
Urna das hip6teses mais aceila para explicar a origem dos viviparos €I que eles
tenham evoluido em resposta a climas frios (SHINE, 1985 apud. MARQUES, 1998). Por
exemplo, as propon;oes relativas dos Squamata norte-americanos com diferentes
estrategias reprodutivas demonstram um aumento dos viviparos de 0.25 em latitudes de
25 ate 30° N e de 0,65 para latitudes entre 50 e 55° N (TINKLE e GIBBONS, 1977 apud.
SEIGEL, 1987). De modo geral, tambem em outras regi6es a proporc;ao de serpentes
viviparas e maior nas areas mais frias (TINKLE e GIBBONS, 1977; SHINE e BULL,
1979; SHINE, 1985 apud. MARQUES, 1998).
36
CONCLusAo
Durante as sels meses de trabalho de campo realizado no CEPA fcram
coletados 31 exemplares de n§pteis pertencentes a quatorze especies. Oados do
MHNCI indicam que, pelo menos, outras 25 especies ocorrem na regiao.
Devida a baixa frequencia de exemplares na metodologia de busca ativa e
armadilhas interceptac;ao e queda e necessaria e importante urn estudo a longo prazo
para uma boa caracterizac;ao da herpetofauna da regia.o, alern da adequac;ao de
metodos visando amostrar de forma equivalente as varios tipos de habitats observados.
A importancia da herpetofauna em estudos ambientais esta no fornecimento de
subsidios visando estimar 0 estado de conservac;ao de regiees naturais.
37
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
AMARAL, A. Serpentes do Brasil. 2' ed, Sao Paulo - Melhoramentos- Ed, daUniversidade de Sao Paulo, 1978.
BERNILS, RS., BATISTA, MA & BERTELLI, PW. 2001. Cobras e lagartos doVale: levantamento das especies de Squamata (Reptilia, Lepidosauria) da Baciado Rio Itajai, Santa Catarina, Brasil. Revista de estudos ambientais, Blumenal, Vol3(1): 69-79.
COSTA PINTO, C. & LEMA, T. 2002. Comportamento alimentar e dieta deserpentes, generos Boiruna e Chilia (Serpentes, Colubridae). lheringia, Sar. Zool.,Porto Alegre, 92(2): 9-19.
CINARDI, AV., 1996. Mamiferos de Santa Catarina. Florianopolis: FATMA -fundac;:aodo meio ambiente de Santa Catarina.
CUNHA, O.R. & NASCIMENTO, F.P., 1978. Ofidios da Amazonia X. As cobrasda regiao leste do Para, Belem, Mus Par. Emilio Goeld Publ. Avulsas 31: 1-138.
DI-BERNARDO, M. Revalidation of the Genus Echinanthera Cope, 1894, andits conceptual amplification (Serpentes, Colubridae). Com. Mus. Ciene. PucRS, Ser.Zool., Porto Alegre, V. 5, n. 13, p. 225-256, Dez. 1992.
DIXON, J. R A key and checkelist to the neotropical snake GenusLiophiswith country list and maps.Department of Wildlife aind Fisheries Sciences.Texas AeM University. Smithsonian Herpetological information service n. 79, 1989.
ERNEST, C.H.; BARBOUR, RW. Turtles of the World. Smithsonim InstitutionPress. Washington, D. C., and London, 1989.
FATMA - FUNDACAO DO MEIO AMBIENTE DE SANTA CATARINA. Atlasambiental da regiao de Joinville: complexo hidrico da Baia da Babitonga.Florianopolis: FATMAlGTZ, 193 p. 2002.
FRANCO, F.L. & SALOMAo, M.G. 2002. Coleta e prepara9ao de repteis paracole~6es cientificas: considera~6es finais. Tecnicas de coleta e prepara9ao devertebrados. Sao Paulo: Arauja: Instituto Pau Brasil de Hist6ria Natural. Pp: 77-115.
GIRAUDO, AR Serpientes de la Selva Paranaense y del Chaco Humido.L.O.L.A., Buenos Aires, Argentina, 2001.
GODOY, M.P., 1987. Peixes do estado de Santa Catarina. Ed. UFSC.Florian6polis, 65p.
38
KAGEYAMA, P. & GANDARA, F.B. 2003. Restaura9iio e conserva9iio deecossistemas tropicais. Melodos de estudo em Biologia da Conserva93o e Maneja davida silvestre. Ed UFPR, Curitiba, Pr. Pp 383-394.
LANGLADA, F.G. 1972. Cicio sexual de serpentes Cro/a/us do Brasil -Comprova9iio. Memorias do Instituto Butantan, Sao Paulo, 36: 67-72.
LANGLADA, F.G., GON<;ALVES, M.F. & RODRIGUES, E.T. 1973.Oeterminac;ao da epoca de fecundidade em femeas do genera Crotalus. Mem6riasdo Instituto Butantan, Sao Paulo, 37: 253-269.
LAPORTA-FERREIRA, I.L., SALOMAo, M.G., SAWAYA, P. & PORTO, G. 1988.Mecanismo de tomada de alimento por serpentes tropicais molusc6fagas(Sibynomorphus neuwiedi e Sibynomorphus mikam) adaptac;oesmoriofisiologicas do esqueleto cefalico. 801. Fiel. Anim., Sao Paulo, 12: 81-88.
LAVILLA, E.O.; SCHROCCHI, G.J.; TERAN, E.M.T. Sobre algunos aspectosdel comportamiento en cautiverio de Xenodon merrem; (Wagler) (Ophidea:Colubridae). Acta Zoologica Lilloana XXXV, 1979.
LEMA, T., LEITAo-DE-ARAUJO, M., & AZEVEDO, A.C.P. 1983. Contribui9iioao conhecimento da alimentac;ao e modo alimentar de serpentes do Brasil.Comum. Mus. Ci. PUC-RS, 26: 41-121.
LEMA, T.de & ARAUJO, M.L. 1980. Sobre Bothrops jararacussu Lacerda,1884 do extrema sui do Brasil e sua ocorrencia no Estado do Rio Grande do Sui(Ophidea, Viperidae) Iherimgia (Zool.)56: 63-70.
MACIEL, A.P. 2001. Ecologia e historia natural da uCobra~do-capim" Liophispoecilogyrus (Serpentes: Colubridae) no litoral norte do Rio Grande do Sui,Brasil. Porto Alegre - RS, SSp. Tese (Mestrado, area de concentrac;ao: Ecologia) -Instituto de Biociencias, Universidade Federal do Rio Grande do SuI.
MARQUES, O.A.v. 1998. Composit;:ao faunistica, historia natural e ecologiade serpentes da Mata Atlantica, na regiao da estat;:ao ecologica Jureia~ltatins, SaoPaulo, SP. Sao Paulo, 135p. Tese (Doutorado em Ciencias, area de concentrac;ao:Zoologia) - Instituto de Biociencias, Departamento de Zoologia, Universidade de SaoPaulo.
MARQUES, OAV.: ETEROVIC, A.; SAZIMA, I. Serpentes da Mata Atlantica -Guia lIustrado para a Serra do Mar. Ribeirao Preto: Halos, 2001.
MARQUES, O.A.V.; DULEBA, W. Esta9iio Ecologica Jureia-Itatins - AmbienteFisico Flora e Fauna. Ribeirao Preto: Ed. Halos Uda, 2004.
MARQUES, OAV. & SOUZA, V.C. 1993. Nota sobre a atividade alimentar deLiophis miliaris no ambiente marinho {Serpentes. Colibridae}. Ver. Brasil. BioI., Sao
39
Paulo, 53(4): 645-648.
MCNEELY JA, MILLER, K.R; REID, W.V.; MITTERNEIR, RA & WERNER, T.B.1990. Conserving the word's biological diversity. The Word Bank, Word ResourcesInstitute, IUCN, Conservation International e WWF. 193 p.
MIKICH, S.B.; BERNILS, RS. Livro Vermelho da Fauna Amea~ada do Estadodo Parana. Curitiba: Instituto Ambiental do Parana, 2004.
MORATO, S.A.A. 1995. Padroes de distribui,ao da fauna de serpentes daFloresta de Araucaria e ecossistemas associ ados na Regiao Sui do Brasil. Curitiba- Pr, 122p. Tese (Mestrado, area de concentra,ao: Zoologia) - Setor de CienciasBiologicas, Universidade Federal de Curitiba.
MORATO, S.A.A. & BERNILS, RS. 1989. Dados sobre reprodu,ao deUromacer;na ricardinii (Peracca, 1897) Serpente: Colubridae) do Estado do Parana- Brasil. Acta Biologica Leopoldensia Vol. 11(2): 273-278.
MULLER, P. & RITTER, E. 1978. Erstnachweis von Uromacerina ricardinii(Peracca, 1897) pur den Staat von Santa Catarina (Brasilien) (Reptilia: SerpentesColubridae). Salamandra 14(1): 44.
ROSARIO, LA 1996. As aves em Santa Catarina: distribui,ao geogrMica emeio ambiente. FATMA - Funda.;ao do meio ambiente de Santa Catarina,Florianopolis, 325p.
SAZIMA, I. 1988. Urn estudo da biologia comportamental de jararaca,Bothrops jararaca, com uso de marcas naturais. Memorias de Institute Butantan,Sao Paulo, 50(3): 83-99.
SAZIMA, I. 1989. Comportamente alimentar da jararaca, Bothrops jararaca:encontros provocados na natureza. Ciencia e Cultura (Revista da SociedadeBrasileira para 0 Progresso da Ciencia), 41(5): 500-505.
SAZIMA, I. 1992. Natural History of the jararaca Pitviper, Bothrops jararaca,in Southeastern Brazil, In: J.A. CAMPBELL, ED., BRODIE JR (EDS). Biology of thePitvipers. Tyler: Selva, p. 199-216.
SAZIMA, I. & HADAD, C.F.B., 1982. Repteis da Serra do Japi: notas sobrehistoria natural. In: Hilaria natural da Serra do Japi: Ecologia e preservaqao deurna area florestal na sudeste do Brasil. L.P.C. Morellato (org), pp 212-236. EdUNICAMP e FAPESP, Campinas.
SAZIMA, I. & MANZANI, P.R., 1995. As cobras que vivem numa reservaf10restaJ urbana. In: Ecologia e preserva9ao de uma f/oresta tropical urbana:Reserva de Santa Genebra. L.C. Morellato e H.F. Leitao-Filho (eds). Ed. UNICAMPI,Campinas.