UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE INSTITUTO DE ESTUDOS EM SAÚDE COLETIVA MESTRADO EM SAÚDE COLETIVA Apoio Social e Eventos Estressantes em Pacientes atendidos por tentativas de suicídio em uma grande emergência do Rio de Janeiro. Mestrando Diego de Lima Fonseca Linha de Pesquisa Epidemiologia Aplicada à Saúde Mental e às Violências Orientador Profª Lúcia Abelha RIO DE JANEIRO, 2009
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO … · No seu livro O SUICÍDIO (1996), Emile Durkheim definiu a tentativa de suicídio como um ato positivo ou negativo, realizado
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
INSTITUTO DE ESTUDOS EM SAÚDE COLETIVA
MESTRADO EM SAÚDE COLETIVA
Apoio Social e Eventos Estressantes em Pacientes atendidos por tentativas de
suicídio em uma grande emergência do Rio de Janeiro.
Mestrando
Diego de Lima Fonseca
Linha de Pesquisa
Epidemiologia Aplicada à Saúde Mental e às Violências
Orientador
Profª Lúcia Abelha
RIO DE JANEIRO,
2009
ii
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
INSTITUTO DE ESTUDOS EM SAÚDE COLETIVA
MESTRADO EM SAÚDE COLETIVA
Diego de Lima Fonseca
Apoio Social e Eventos Estressantes em Pacientes atendidos por tentativas de
suicídio em uma grande emergência do Rio de Janeiro.
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
graduação em Saúde Coletiva do Instituto de Estudos
em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de
Janeiro, como parte dos requisitos necessários à
obtenção do título de Mestre em Saúde Coletiva.
Orientadora
Profª Doutora Lúcia Abelha Lima
RIO DE JANEIRO,
2009
iii
Dedicatória
À memória de Gilvanei Pereira da Fonseca,
meu grande pai e verdadeiro mestre,
Salutem Punctis Trianguli !
iv
Agradecimentos,
À minha família, pelos incentivos durante todo o período! A minha esposa, por estar
ao meu lado! À minha mãe, e às minhas irmãs!
Às professoras Lúcia Abelha, Letícia Legay e ao professor Giovanni Lovisi, por me
aceitarem como aluno, por me ensinarem e me apoiarem!
Aos meus colegas Geraldo, João, Ivisson e Jeanete pela ajuda e apoio em tudo o
que precisei!
Aos demais professores do Mestrado e funcionários do IESC que contribuíram para
minha formação!
Aos meus colegas de mestrado, pela ajuda e carinho!
v
RESUMO
O objetivo deste estudo foi o de estimar a prevalência de eventos
estressantes, de suporte social e depressão verificando associação entre essas
variáveis e as tentativas de suicídio atendidas em um hospital de emergência na
cidade do Rio de Janeiro, durante o período de 2006 a 2007. Metodologia: Trata-se
de um estudo misto, com aplicação de técnica seccional e de caso-controle. Os
instrumentos utilizados foram: questionário sócio-demográfico, International
Development Interview (CIDI), versão 2.1 para avaliação de depressão, versão
brasileira da Escala de Avaliação de Reajustamento Social de Holmes e Rahe e
versão brasileira da escala de apoio social do Medical Outcome Studies.
Resultados: A maior parte dos casos tentativas de suicídio foi composta por
mulheres (62,5%), baixo nível educacional (66,7%), faixa etária jovem (33,3%),
utilizando ingestão de medicamentos (39,6%) como método, com histórico de
tratamento psiquiátrico (44,8%) e em uso de medicamentos psicoativos (40,6%). Foi
encontrada diferença estatisticamente significativa entre casos e controles na
prevalência de eventos estressantes , escassez de apoio social e depressão. Foram
constatadas altas prevalências nos casos e controles de baixo nível educacional
(50,8% e 61,9%; respectivamente) e de trabalhadores fora do mercado formal de
trabalho (52,6% e 55,0%; respectivamente). Conclusão: Nossos achados sugerem
que a prevenção das tentativas de suicídio/suicídio precisa ser multisetorial,
incluindo ações e políticas para educação e empregos, além das medidas de
intervenção e tratamento dos transtornos mentais.
Palavras chave: tentativa de suicídio, eventos estressantes, apoio social, escalas de
avaliação
vi
ABSTRACT
The main goal of this study was to estimate the prevalence of stressful events,
social support and depression checking association between these variables and
suicide attempts in an emergency hospital in Rio de Janeiro’s between 2006 and
2007. Methodology: This is a sectional and case-control study using following
instruments: A socio-demographic questionnaire, the International Development
Interview (CIDI), version 2, the Brazilian version of Scale for Assessment of Social
Readjustment of Holmes and Rahe and the Brazilian version of the scale of social
support of the Medical Outcomes Studies. Results: The sample was of women
(62,5%), with low education (66,7%), young (33,3%), using ingestion of drugs
(39,6%) . There Was a significant difference between cases and controls in the
prevalence of stressful events (p = 0.02), lack of social support (p <0.05 in 22 of 24
items) and depression (52.5% Vs 12.7%, p = 0.01). There Were high prevalence of
low educational level (50.8% and 61.9%, respectively) and workers outside the
formal labor market (52.6% and 55.0%, respectively) in cases and controls.
Conclusion: Our findings suggest that suicide attempts / suicide prevention need to
be multisectoral. This includes educational and job policies, beyond measures of
intervention and mental health care.
Key words: suicide attempts, stressful events, social support, evaluation scales
vii
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1. Distribuição de variáveis sócio-demográficas nos casos de tentativas de suicídio, segundo sexo, 2006-2007.
27
Tabela 2. Distribuição de variáveis clínicas e meios utilizados nos casos de tentativas de suicídio, segundo sexo, 2006-2007.
29
Tabela 3: Características sócio-demográficas e clínicas de casos de tentativa de suicídio e controles atendidos em um hospital de emergência do Rio de janeiro
31
Tabela 4: Avaliação de eventos estressantes no último ano em casos de tentativa de suicídio e controles atendidos em um hospital de emergência do Rio de janeiro
33
Tabela 5: Avaliação de eventos estressantes no último ano em casos de tentativa de suicídio e controles atendidos em um hospital de emergência do Rio de janeiro, significativo estatisticamente após estratificação por sexo.
34
Tabela 6: Avaliação do apoio social em casos de tentativa de suicídio e controles atendidos em um hospital de emergência do Rio de janeiro
37. _____. Figures and facts about suicide. Geneva: WHO, 1999.
38. _____.Classificação Internacional de Doenças – 10 revisão. Trad.
Centro Colaborador da OMS para a Classificação de Doenças em
Português. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2002.
39. _____. Prevenção do suicídio: um manual para profissionais da saúde
em atenção primária. Genebra, 2000.
40. _____. World report on violence and health. World Health Organization:
Geneva, 2002.
41. _____. The World Health Report 2003: Shaping the future. World Health
Organization: Geneva, 2003.
42. _____.World Suicide Prevention Day. World Health Organization: Geneva,
2007.
43. YUNES, J. & ZUBAREW, T. Mortalidad por causas violentas en
adolescentes y jóvenes: un desafio para la Región de las Américas.
Revista Brasileira de Epidemiologia, 2(3), 1999.
44. ______, M. A. M. & Szymanski, H. (2001). Resiliência: noção, conceitos
afins e considerações críticas. Em J. Tavares (Org.), Resiliência e
educação (pp. 13-42). São Paulo: Cortez.
43
ANEXOS
44
ANEXO 1
PORTARIA Nº 1.876 DE 14 DE AGOSTO DE 2006.
Institui Diretrizes Nacionais para Prevenção do Suicídio, a ser
implantadas em todas as unidades federadas, respeitadas as
competências das três esferas de gestão.
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e
Considerando a Constituição Federal, no capítulo saúde, em seus artigos 196 a 200 e as Leis Orgânicas da Saúde nº
8.080, de 19 de setembro de 1990, e nº
8.142, de 28 de dezembro de 1990;
Considerando que o fenômeno do suicídio é um grave problema de saúde pública, que afeta toda a sociedade e que pode ser prevenido;
Considerando a importância epidemiológica do registro do suicídio e das tentativas de suicídio em todo o território nacional;
Considerando a importância epidemiológica e a relevância do quadro de co-morbidade e transtornos associados ao suicídio e suas tentativas, em populações vulneráveis, tais como: indivíduos com transtornos psíquicos, especialmente as depressões; indivíduos que já tentaram suicídio; usuários de álcool e outras drogas; populações residentes e internadas em instituições específicas (clínicas, hospitais, presídios e outros); adolescentes moradores de rua, gestantes e/ou vítimas de violência sexual; trabalhadores rurais expostos a determinados agentes tóxicos e/ou a precárias condições de vida; indivíduos portadores de doenças crônico-degenerativas; indivíduos que convivem com o HIV/AIDS e populações de etnias indígenas, entre outras;
Considerando o aumento observado na freqüência do comportamento suicida entre jovens entre 15 e 25 anos, de ambos os sexos, escolaridades diversas e em todas as camadas sociais;
Considerando o impacto e os danos causados pelo suicídio e as tentativas nos indivíduos, nas famílias, nos locais de trabalho, nas escolas e em outras instituições;
Considerando a possibilidade de intervenção nos casos de tentativas de suicídio e que as mortes por suicídio podem ser evitadas por meio de ações de promoção e prevenção em todos os níveis de atenção à saúde;
Considerando a necessidade de organizar uma rede de atenção à saúde que garanta linha de cuidados integrais no manejo dos casos de tentativas de suicídio, com vistas a reduzir o dano do agravo e melhorar o acesso dos pacientes ao atendimento especializado, quando necessário;
Considerando a importância do suporte oferecido pelas organizações da sociedade civil na área de Prevenção do Suicídio, como os Centros de Crise e outros;
Considerando os custos elevados dos procedimentos necessários às intervenções após as tentativas de suicídio;
Considerando a necessidade de promover estudos e pesquisas na área de Prevenção do Suicídio;
Considerando o papel importante dos meios de comunicação de massa por intermédio das diversas mídias no apoio à prevenção e no tratamento humanizado dos casos de tentativas;
Considerando os Pactos pela Saúde, em suas três dimensões: Pela Vida, em Defesa do SUS e de Gestão, estabelecidos pela Portaria nº
399/GM/MS, de 2006 e a recomendação da Organização Mundial da Saúde de que os Estados-Membros desenvolvam diretrizes e estratégias nacionais de prevenção do suicídio; e
Considerando a Portaria nº
2.542/GM, de 22 de dezembro de 2005, que instituiu Grupo de Trabalho com o objetivo de elaborar e implantar a Estratégia Nacional de Prevenção ao Suicídio,
R E S O L V E:
Art. 1°
Instituir as Diretrizes Nacionais para Prevenção do Suicídio, a ser implantadas em todas as unidades federadas, respeitadas as competências das três esferas de gestão.
45
Art. 2°
Estabelecer que as Diretrizes Nacionais para Prevenção do Suicídio sejam
organizadas de forma articulada entre o Ministério da Saúde, as Secretarias de Estado de Saúde, as Secretarias Municipais de Saúde, as instituições acadêmicas, as organizações da sociedade civil, os organismos governamentais e os não-governamentais, nacionais e internacionais, permitindo:
I - desenvolver estratégias de promoção de qualidade de vida, de educação, de proteção e de recuperação da saúde e de prevenção de danos;
II - desenvolver estratégias de informação, de comunicação e de sensibilização da sociedade de que o suicídio é um problema de saúde pública que pode ser prevenido;
III - organizar linha de cuidados integrais (promoção, prevenção, tratamento e recuperação) em todos os níveis de atenção, garantindo o acesso às diferentes modalidades terapêuticas;
IV - identificar a prevalência dos determinantes e condicionantes do suicídio e tentativas, assim como os fatores protetores e o desenvolvimento de ações intersetoriais de responsabilidade pública, sem excluir a responsabilidade de toda a sociedade;
V - fomentar e executar projetos estratégicos fundamentados em estudos de custo-efetividade, eficácia e qualidade, bem como em processos de organização da rede de atenção e intervenções nos casos de tentativas de suicídio;
VI - contribuir para o desenvolvimento de métodos de coleta e análise de dados, permitindo a qualificação da gestão, a disseminação das informações e dos conhecimentos;
VII - promover intercâmbio entre o Sistema de Informações do SUS e outros sistemas de informações setoriais afins, implementando e aperfeiçoando permanentemente a produção de dados e garantindo a democratização das informações; e
VIII - promover a educação permanente dos profissionais de saúde das unidades de atenção básica, inclusive do Programa Saúde da Família, dos serviços de saúde mental, das unidades de urgência e emergência, de acordo com os princípios da integralidade e da humanização.
Art. 3°
Determinar à Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde (SAS/MS), em conjunto com outras áreas e agências do Ministério da Saúde, que adote as providências necessárias para a estruturação das Diretrizes Nacionais para Prevenção do Suicídio instituídas por esta Portaria.
Art. 4°
Determinar à Secretaria de Atenção à Saúde que constitua um Grupo de Trabalho, a ser instituído por portaria específica, para propor a regulamentação dessas diretrizes no prazo máximo de 120 (cento e vinte) dias.
Art. 5°
Determinar que a regulamentação dessas diretrizes seja apresentada e pactuada no âmbito da Comissão Intergestores Tripartite - CIT.
Art. 6º
Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
JOSÉ AGENOR ÁLVARES DA SILVA
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ANEXO 2
47
ANEXO 3
Escala de reajustamento social
Assinale os eventos que ocorreram no último ano
1. Morte do cônjuge 100
2. Divórcio 73 3. Separação do casal 65 4. Prisão 63 5. Morte de alguém da família 63 6. Acidentes ou doenças 53 7. Casamento 50 8. Perda do emprego 47 9. Reconciliação com o cônjuge 45 10. Aposentadoria 45 11. Doença de alguém da família 43 12. Gravidez 40 13. Dificuldades sexuais 39 14. Nascimento de criança na família 39 15. Mudança no trabalho 39 16. Mudança na sua condição financeira 38 17. Morte de um amigo íntimo 37 18. Mudança na linha de trabalho 36 19. Mudança na freqüência de brigas com o cônjuge 35 20. Compra de casa de valor alto 31 21. Término de pagamento de empréstimo 30 22. Mudança de responsabilidade no trabalho 29 23. Saída de filho (a) de casa 29 24. Dificuldade com a polícia 29 25. Reconhecimento de feito profissional de realce 28 26. Cônjuge começou ou parou de trabalhar 26
27. Começo ou abandono dos estudos 26
28. Acréscimo ou diminuição de pessoas morando na casa 25 29. Mudança de hábitos pessoais 24 30. Dificuldade com o chefe 23 31. Mudança no horário de trabalho 20 32. Mudança de residência 20 33. Mudança de escola 19 34. Mudança de atividades recreativas 19 35. Mudanças de atividades religiosas 18 36. Mudanças de atividades sociais 17 37. Compra a crédito de valor médio 16 38. Mudança nos hábitos de dormir 15 39. Mudança na freqüência de reuniões familiares 15 40. Mudança nos hábitos de alimentação 13 41. Férias 12 42. Natal 12 43. Recebimento de multas ao cometer pequenas infrações 11
48
Nota obtida
Moderada (150-199) Média (200-299) Severa (de 300 a mais)
Probabilidade de ter problemas de saúde
37% 51% 79%
49
ANEXO 4
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Um grupo de Pesquisadores do Núcleo de Estudos de Saúde Coletiva da
Universidade Federal do Rio de Janeiro, psicólogos, está realizando uma pesquisa
intitulada Avaliação de fatores de risco para tentativas de suicídio em uma população
atendida em hospital de emergência no RJ.
Esta pesquisa tem como objetivo analisar os fatores de risco associados às
tentativas de suicídio em uma população atendida no setor de emergência de um
hospital público da cidade do Rio de Janeiro.
Independente de sua participação na pesquisa, o paciente permanecerá sendo
respeitado e assistido pela instituição, permanecendo em sigilo sua identidade. Ao longo
da aplicação do questionário, caso haja desconforto de qualquer natureza, o paciente
poderá interrompera entrevista.
Os dados coletados serão utilizados apenas para a presente pesquisa e poderão
ser apresentados ou publicados em eventos científicos.
MARCONDES FILHO et al, 2002; NOVACK et al, 2006; AGHANWA, 2004). O
uso abusivo de medicamentos psicoativos trata-se de um problema de Saúde
Pública no Brasil. Segundo a OMS, em 1990, consumiu-se 500 milhões em
doses diárias de tranqüilizantes no Brasil. Esta quantia foi três vezes mais alta
do que a esperada (OMS,1990). Recentemente, a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA) está tentando resolver este problema através de
um maior controle na regulamentação da produção e dispensação destes
medicamentos.
A ingestão de pesticida, entre os homens ele foi o método utilizado por
quase a metade (41,7%) dos homens. Este resultado é consistente com os de
outros estudos nacionais (WERNECK et al, 2006; BOTEGA et al, 1995;
KACHAVA & ESCOBAR, 2005; NUNES, 1988). Em nossa investigação, todos
os 23 indivíduos que tentaram com o uso de pesticida, utilizaram a fórmula
denominada “chumbinho”. O uso deste pesticida também foi identificado como
principal método utilizado nas tentativas em outros estudos realizados no Rio
de Janeiro (WERNECK et al, 2006; MORAES, 1990). A ingestão de pesticidas
constitui a terceira maior causa de intoxicação aguda no Brasil. Um recente
estudo sobre intoxicação realizado no Ceará indicou que 84,2% de todos os
casos de intoxicação por pesticida eram relacionados à tentativa de suicídio
(MARQUES, 2005). Todos estes estudos, incluindo a nossa investigação,
sugerem a necessidade de se desenvolver estratégias que restrinjam o acesso
a este método, como parte de uma política de redução de casos por
intoxicação e tentativas de suicídio. É necessário e urgente ampliar o controle
da aquisição do “chumbinho”, uma vez que apesar da venda ser proibida, o
acesso é fácil e barato (a dose custa cerca de R$ 2,00 nas ruas do Rio de
Janeiro). Quanto à medicação psicoativa, além da fiscalização para o
cumprimento da exigência da apresentação da prescrição médica para o seu
67
acesso, faz-se também necessário uma maior conscientização da comunidade
médica quanto à dispensação destes medicamentos.
A tentativa de suicídio é um importante problema de saúde pública que
precisa ser melhor investigado através de metodologias adequadas a nossa
realidade. Em razão da grande variedade regional, as taxas de suicídio variam
de 2 a 16 mortes por 100.000 habitantes no Brasil. Existe a necessidade de se
pesquisar sobre os transtornos mentais, incluindo as distinções de gênero e os
aspectos culturais, sociais e regionais que influenciam o comportamento
suicida nestas diferentes populações. Encontramos uma alta prevalência de
eventos estressantes, escassez de apoio social e depressão, além de uma
predominância de baixo nível educacional e trabalhadores fora do mercado
formal de trabalho. Nossos achados sugerem que a prevenção das tentativas
de suicídio/suicídio precisa ser multisetorial, incluindo ações e políticas para
educação e empregos, além das medidas de intervenção e tratamento dos
transtornos mentais.
Limitações
O desenho do estudo, caso-controle, não garante a temporalidade e,
portanto, não se pode estabelecer uma relação causal entre os fatores
estudados. Outro fato é o de que os casos de tentativas de suicídio não são
representativos de todos os casos de tentativas de suicídio ocorridos no Rio de
Janeiro e sim dos casos de tentativas que buscaram atendimento médico
emergencial no HMSA. Da mesma forma, os controles também não
representam a população em geral. Os controles hospitalares podem levar a
um viés de seleção, dificultando a associação estatística de algumas variáveis.
Por exemplo, espera-se que a população hospitalar apresente uma prevalência
maior de depressão em comparação com a população em geral.
68
Tabela 1: Características sócio-demográficas e clínicas de casos de tentativa de suicídio e controles atendidos em um
hospital de emergência do Rio de janeiro
Casos (n=59)
Controle
(n=118) p-valor
Gênero *
Masculino 40,7
40,7
Feminino 59,3
59,3
Faixa etária *
até 19 8,5
10,2
20-39 67,8
67,8
40-59 20,3
16,9
60 ou mais 3,4
5,1
Escolaridade 0,31
0 a 8 50,8
61,9
8 a 11 45,8
33,9
12 ou mais 3,4
4,2
Estado Civil 0,23
Solteiro 59,3
46,6
Casado 28,8
29,7
Separado 10,2
15,3
Viúvo 1,7
2,5
Divorciado 0,0
5,9
Situação Econômica 0,95
Emprego formal 37,3
34,7
Desempregado/Emprego informal 52,6
55,0
Estudante 8,5
8,5
Aposentado 1,7
1,7
Depressão Sim 52,5
12,7
0,01
Não 47,5
82,3
Método Casos 0,01
Medicamentos 33,9 Pesticida 39 Métodos Violentos 22 Outros 5,1
* Pareados para estas variáveis
69
Tabela 2: Avaliação de eventos estressantes no último ano em casos de tentativa de suicídio e controles atendidos em
um hospital de emergência do Rio de janeiro
Eventos estressantes Casos (n=59)
Controle
(n=118) OR
IC95% p-valor
Morte do cônjuge 1,69
0,00
Divórcio 10,17
3,39
3,23
0,87
11,92 0,09
Separação do casal 33,90
21,19
1,91
0,95
3,83 0,10
Prisão 5,08
1,69
3,11
0,50
19,13 0,33
Morte de alguém da família 40,68
38,14
1,11
0,59
2,11 0,75
Acidentes ou doenças 28,81
58,47
0,29
0,15
0,56 0,01
Casamento 3,39
9,32
0,34
0,07
1,59 0,22
Perda do emprego 22,03
27,12
0,76
0,36
1,59 0,58
Reconciliação com o cônjuge 23,73
7,63
3,77
1,52
9,33 0,00
Aposentadoria 0,00
0,85
Doença de alguém da família 37,29
37,29
1,00
0,52
1,91 1,00
Gravidez 20,34
20,34
1,00
0,46
2,17 1,00
Dificuldades sexuais 22,03
10,17
2,50
1,06
5,88 0,04
Nascimento de criança na família 33,90
33,90
1,00
0,52
1,94 1,00
Mudança no trabalho 20,34
23,73
1,42
1,76
0,82 2,61
Mudança na sua condição financeira 64,41
50,85
1,75
0,92
3,33 0,11
Morte de um amigo íntimo 28,81
25,42
1,19
0,59
2,39 0,72
Mudança na linha de trabalho 23,73
16,95
1,52
0,71
3,29 0,31
Mudança na freqüência de brigas com o cônjuge 42,37
22,03
2,60
1,32
5,11 0,01
Compra de casa de valor alto 3,39
3,39
1,00
0,18
5,62 1,00
Término de pagamento de empréstimo 6,78
11,86
0,54
0,17
1,72 0,43
Mudança de responsabilidade no trabalho 23,73
19,49
1,29
0,61
2,73 0,56
Saída de filho (a) de casa 3,39
5,08
0,65
0,13
3,35 0,72
Dificuldade com a polícia 13,56
4,24
3,55
1,11
11,37 0,03
Reconhecimento de feito profissional de realce 10,17
19,49
0,47
0,18
1,22 0,13
Cônjuge começou ou parou de trabalhar 15,25
20,34
0,71
0,30
1,63 0,54
Começo ou abandono dos estudos 40,68
24,58
2,10
1,08
4,10 0,04
Acréscimo ou diminuição de pessoas morando na casa 25,42
38,98
0,53
0,27
1,07 0,09
Mudança de hábitos pessoais 49,15
44,07
1,23
0,66
2,30 0,53
Dificuldade com o chefe 13,56
8,47
1,69
0,63
4,55 0,30
Mudança no horário de trabalho 18,64
16,95
1,12
0,50
2,53 0,83
Mudança de residência 37,29
25,42
1,74
0,89
3,41 0,12
Mudança de escola 10,17
0,85
13,25
1,56
112,77 0,01
Mudança de atividades recreativas 22,03
22,88
0,95
0,45
2,02 1,00
Mudanças de atividades religiosas 35,59
26,27
1,55
0,79
3,04 0,22
Mudanças de atividades sociais 35,59
23,73
1,78
0,90
3,51 0,11
Compra a crédito de valor médio 13,56
22,03
0,56
0,23
1,32 0,23
Mudança nos hábitos de dormir 55,93
44,92
1,56
0,83
2,92 0,20
Mudança na freqüência de reuniões familiares
44,07
36,44
1,37
0,73
2,60 0,33
Mudança nos hábitos de alimentação 55,93
47,46
1,41
0,75
2,63 0,34
Férias 13,56
11,02
1,27
0,49
3,25 0,63
Natal 59,32
63,56
0,84
0,44
1,59 0,62
Recebimento de multas ao cometer pequenas infrações 6,78
6,78
1,00
0,29
3,47 1,00
Probabilidades 0
11,86
18,64
0,02
37
15,25
6,78
51
20,34
33,90
79
52,54
40,68
70
Tabela 3: Avaliação do apoio social em casos de tentativa de suicídio e controles atendidos em um hospital de
emergência do Rio de janeiro
Casos (n=59)
Controle (n=118) OR
IC95% p-valor
Que o ajude, se ficar de cama 22,0
15,3
1,44 0,76 - 2,74 0,26
Para lhe ouvir, se você precisar 35,6
17,8
2,00 1,19 - 3,35 0,01
Para lhe dar bons conselhos em uma situação de crise 44,1
21,2
2,08 1,32 - 3,26 0,01
Para levá-lo ao médico 40,7
14,4
2,82 1,65 - 4,83 0,01
Que demonstre amor e afeto por você 25,4
8,5
3,00 1,44 - 6,26 0,01
Para se divertir junto 47,5
11,0
4,31 2,41 - 7,68 0,01
Para lhe dar informação que o ajude a compreender melhor uma situação 44,1
19,5
2,26 1,42 - 3,60 0,01
Em quem confiar ou para falar com você ou sobre os seus problemas 40,7
40,7
2,53 1,51 - 4,22 0,01
Que lhe de um abraço 39,0
10,2
3,83 2,05 - 7,15 0,01
Com quem relaxar 45,8
11,9
3,86 2,19 - 6,78 0,01
Para preparar suas refeições, se você não puder prepará-las 35,6
14,4
2,47 1,41 - 4,31 0,01
De quem você realmente quer conselhos 39,0
19,5
2,00 1,23 - 3,25 0,01
Para ajudá-lo nas horas tarefas diárias, se você ficar doente 47,5
7,6
6,22 3,14 - 12,31 0,01
Com quem distrair a cabeça 25,4
11,0
2,31 1,18 - 4,52 0,01
Para compartilhar suas preocupações e medos mais íntimos 49,2
20,3
2,42 1,55 - 3,75 0,01
Para dar sugestões sobre como lidar com um problema pessoal 39,0
14,4
2,71 1,57 - 4,65 0,01
Com quem fazer coisas agradáveis 39,0
5,1
7,67 3,30 - 17,80 0,01
Que compreenda seus problemas 50,8
18,6
2,72 1,73 - 4,28 0,01
Que você ame e que faça você se sentir querido 37,3
7,6
4,89 2,40 - 9,94 0,01
Participa de atividades desportivas e/ou artísticas 38,98
23,73
2,05 4,15 - 1,01 0,05
Participa de reuniões de associações/sindicatos 22,88
8,47
3,20 8,81 - 1,16 0,02
Participa de trabalhos voluntários? 21,19
22,03
0,95 2,03 - 0,45 1,00
Controle 3,63
Com quantos parentes você se sente à vontade para falar sobre quase tudo Caso 1,27
-2,36 -3,46 -1,25 0,01 Controle 2,80
Com quantos amigos você se sente à vontade para falar sobre quase tudo Caso 1,34
-1,46 -2,81 -0,11 0,03
71
Tabela 4: Modelos de Regressão
Variáveis OR
IC95% p-valor
Eventos Estressantes
Acidentes ou doenças 0,13* 0,05
- 0,32 0,01
Reconciliação com o cônjuge 4,88 1,54
- 15,45 0,01
Dificuldades sexuais 4,49 1,10
- 18,32 0,03
Mudança de escola 3,03 7,14
- 1,26 0,01
Acréscimo ou diminuição de pessoas morando na casa 0,01* 0,00
- 0,12
0,01
Apoio Social
Com quem distrair a cabeça 4,81 1,82
- 12,72 0,01
Com quem fazer coisas agradáveis 4,00 1,28
- 12,48 0,02
Que você ame e que faça você se sentir querido.
3,03 1,10
- 8,371 0,03
Modelo Final Acidentes ou doenças 0,22* 0,09
- 0,54 0,01
Reconciliação com o cônjuge 7,63 2,26
- 25,64 0,01
Mudança de escola 15,38 1,47
- 166,67 0,02
Acréscimo ou diminuição de pessoas morando na casa 0,33* 0,12
- 0,89 0,03
Com quem distrair a cabeça 4,90 1,43
- 16,79 0,01
Com quem fazer coisas agradáveis 6,55 1,69
- 25,32 0,01
Depressão 4,97 1,89
- 12,99 0,01
* Fatores de proteção no grupo estudado.
72
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