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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Escola Politécnica
Cursos de Engenharia Civil
Departamento de Construção Civil – DCC
ESTUDO DO PLANO LOGÍSTICO DO CANTEIRO DE OBRAS
PARA ATENDIMENTO DOS RECURSOS BÁSICOS NAS
FRENTES DE TRABALHO
João Carlos Pinto Neto
Rio de Janeiro / RJ
2013
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Escola Politécnica
Cursos de Engenharia Civil
Departamento de Construção Civil – DCC
ESTUDO DO PLANO LOGÍSTICO PARA ATENDIMENTO DOS
RECURSOS BÁSICOS NAS FRENTES DE TRABALHO
João Carlos Pinto Neto
Monografia de graduação apresentada ao
Departamento de construção civil de Escola
Politécnica da UFRJ, como requisito parcial
para a obtenção do título de Engenheiro
Civil.
Orientador: Profº. Drº. Luis Otávio Cocito de Araújo
Rio de Janeiro / RJ
2013
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ESTUDO DO PLANO LOGÍSTICO DO CANTEIRO DE OBRAS
PARA ATENDIMENTO DOS RECURSOS BÁSICOS NAS
FRENTES DE TRABALHO
João Carlos Pinto Neto
MONOGRAFIA SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS
NECESSÁRIOS PARA OBTENÇÃODO TÍTULO DE ENGENHEIRO
CIVIL.
Aprovado por:
___________________________________________________
Prof. Drº. Luis Otávio Cocito de Araújo
___________________________________________________
Profº.Drº Eduardo Linhares Qualharini
____________________________________________________
Profº. Vânia Maria Britto Cunha Lopes Ducap
Rio de Janeiro / RJ
2013
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Pinto Neto, João Carlos
Estudo do Plano Logístico do Canteiro de Obras para Atendimento dos Recursos
Básicos nas Frentes de Trabalho / João Carlos Pinto Neto – Rio de Janeiro; UFRJ /
Escola Politécnica, 2013.
XII, 66p.: il.; 29,7 cm.
Orientação: Luis Otávio Cocito de Araújo
Monografia (graduação em Engenharia Civil) – Universidade Federal do Rio de
Janeiro, Escola Politécnica, 2013.
1.Introdução. 2. Planejamento na Construção Civil sob a visão do Gerenciamento
das Frentes de Trabalho 3. Estudo da Logística no Canteiro de Obras para o
Atendimento dos Recursos Básicos nas Frentes de Trabalho 4. Trabalho Prático. 5.
Considerações Finais
I. ARAÚJO, Luis Otávio Cocito de (orientador) II. ESCOLA POLITÉCNICA /
UFRJ, Engenharia Civil III. Estudo do Plano Logístico do Canteiro de Obras para
Atendimento dos Recursos Básicos nas Frentes de Trabalho.
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Aos meus Pais, Família e Amigos,
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AGRADECIMENTOS
Sempre estiveram ali quando precisei, me apoiaram quando era para apoiar, me
deram amor e carinho quando era para dar, mas acima de tudo me ensinaram a obter um
caráter e um censo de sempre fazer o certo, e para isso não me envergonha falar que
quando precisei de umas palmadas eles sempre estiveram ali para conversar. Esses são
meus pais, Seu João e Dona Goretti. Amo vocês mais que tudo.
Ela sempre esteve ao meu lado desde o seu nascimento, mesmo eu sendo o mais
velho, ela sempre gostou de pensar que fosse o contrário, e as vezes queria ter sido a
minha mãe só para poder me dar bronca. Te amo, Julianna, você é a minha irmã
preferida.
Gostaria de agradecer a todos os meus familiares, que sempre torceram por mim,
e sei que estão orgulhosos neste momento.
Essa pessoa maravilhosa que com tão pouco tempo na minha vida, já conseguiu
de forma tão única seu espaço no meu coração. Obrigado Amanda, minha namorada,
pelo seu jeito brilhante de me apoiar e me ajudar nessa conquista, que sem você tudo
teria sido mais difícil. Sinta-se dona dessa monografia, assim como do meu coração.
Agora agradeço a família que foi escolhida por mim ao longo da vida, a todos os
meus amigos da época de colégio, em especial aqueles do PH, que estarão em meu
coração para sempre.
Outra família, e essa já não fui eu que escolhi, pois é Deus que escolhe quem vai
se dar bem, formada pelos meus queridos futuros engenheiros civis, e que escolheram a
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mesma caminhada, seguindo a mesma direção, pensando juntos nós vamos além.
Obrigado por tudo Família Bloco D. Nada vai nos separar, a amizade é tudo!
Quero agradecer ao Professor Luis Otávio, por permitir essa aproximação e
disponibilizar sua atenção e orientação, mesmo em momentos que estava em casa se
recuperando de uma pequena cirurgia, para a elaboração dessa monografia.
E aos membros e colaboradores do Corpo Docente de Engenharia Civil da
Escola Politécnica que fazem possível nossa vida acadêmica, com toda a qualidade de
um ensino de primeiro mundo.
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NETO, J. C. P. Estudo do Plano Logístico do Canteiro de Obras para Atendimento
dos Recursos Básicos nas Frentes de Trabalho. Orientador: Luis Otávio Cocito de
Araújo. Rio de Janeiro, 2013. Monografia de Graduação em Engenharia Civil – Escola
Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2013.
RESUMO
O setor da construção civil vem apresentando grande crescimento no Brasil nos
últimos anos. Gerando também um aumento da complexidade do canteiro de obras, que
cada vez emprega mão-de-obra terceirizada. Escolha feita em geral pela vantagem de
obtenção de maior especialização dos serviços executados, e a capacidade de
simultaneidade de diversas frentes de trabalho.
Com isso este trabalho estuda o planejamento necessário para gerir essa moderna
forma de contratação de mão-de-obra. Visando diagnosticar a concepção dos gestores
de obras com relação a logística de provimento dos recursos básicos dentro do canteiro.
Para tanto, realizou-se uma revisão bibliográfica pertinente ao entendimento da logística
de distribuição dos recursos de água e energia elétrica nas frentes de trabalho.
Após a apresentação teórica do assunto, apresentou-se um trabalho prático de
visita a obras de edificações na cidade do Rio de Janeiro, para perceber a aderência do
plano logístico concebido pelo gestor da obra em relação a sua aplicabilidade no campo.
Palavras-chave: Frentes de Trabalho, Logística, Recursos Básicos.
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NETO, J. C. P. Estudy oh the Logistical Plan oh the Construction Site for Meeting
the Basics Features of Work Fronts. Advisor: Luis Otávio Cocito de Araújo. Rio de
Janeiro, 2013. Monograph (Graduation in Civil Engineering – Escola Politécnica,
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2013.
ABSTRACT
During the past few years, the Brazilian construction has presented a Strong
growth. Also generating increased complexity of the construction site, which
increasingly employs labor-outsourced work. Choice made by the general advantage of
obtaining greater specialization of the services performed, and the ability of
concurrency of various work fronts.
Therefore this paper studies the planning necessary to manage this modern form
of hiring of manpower. Aiming to diagnose the design of works managers regarding the
logistics of providing basic resources in plots. Therefore, we carried out a literature
review relevant to the understanding of the logistics distribution of water resources and
electric power at the work.
After the theoretical presentation of the subject, presented a practical visits to
construction of buildings in the city of Rio de Janeiro, adherence to realize the logistics
plan designed by the manager of the work in relation to its applicability in the field.
Keywords: Fronts Work, Logistics, Basic Resources.
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SUMÁRIO
1. Introdução 1
1.1. Contextualização 1
1.2. Justificativa 5
1.3. Objetivo 7
1.3.1. Objetivo Principal 7
1.3.2. Objetivo Complementar 7
1.4. Metodologia 8
1.5. Estruturação do Trabalho 9
2. Planejamento na Construção Civil sob a Visão do gerenciamento das Frentes de
Trabalho 11
2.1. Terceirização das Frentes de Trabalho 11
2.2. Interferências entre os Processos Produtivos 13
2.3. Aplicação dos Conceitos Básicos de Planejamento em Projetos de Construção
Civil 16
2.3.1. Levantamento Prévio das Informações 17
2.3.2. Elaboração do Cronograma Físico de Obra 18
2.3.3. Alinhamento com as Necessidades do Cliente 21
3. Estudo da Logística no Canteiro de Obras para o Atendimento dos Recursos Básicos
nas Frentes de Trabalho 22
3.1.1. Conceituação da Logística 22
3.1.2. Diferença entre uma planta Fabril e um Canteiro de Obras 24
3.1.3. Tipos de Canteiros de Obra 26
3.2. Plano Logístico do Canteiro 27
3.2.1. Arranjo Físico do Canteiro 28
3.2.2. Detalhamento das Instalações Provisórias 29
a) Fornecimento de Água 30
b) Fornecimento de Energia Elétrica 34
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4. Trabalho Prático 37
4.1. Lista de Verificação 39
4.2. Layout do Canteiro 40
4.3. Relatório Fotográfico 41
4.4. Visitas as Obras de Edificações Estudadas 42
4.4.1. Diagnóstico e análise da Obra A 42
4.4.2. Diagnóstico e análise da Obra B 48
4.4.3. Diagnóstico e análise da Obra C 54
4.5. Quadro de Resumo do Diagnóstico dos Canteiros 56
5. Considerações Finais 57
6. Referências Bibliográficas 60
Anexo A 63
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ÍNDICES DE ILUSTRAÇÕES
FIGURAS
Figura 1 – Variação PIB Nacional – Fonte: IBGE, 2013. 2
Figura 2 – Índice da Indústria da Construção Civil – Fonte: CNI, 2013 3
Figura 3 – Índices da Construção Civil por setor – Fonte: CNI, 2013 4
Figura 4 – Exemplo de Stakeholders na Construção Civil 22
Figura 5 – O processo produtivo de uma obra – Fonte: SOUZA, 2006. 25
Figura 6 – Sistema Indireto de distribuição d’água –
Fonte: REIS; SOUZA; OLIVEIRA, 2004 31
Figura 7 – Sistema Direto de distribuição d’água –
Fonte: REIS; SOUZA; OLIVEIRA, 2004 32
Figura 8 – Abastecimento pelo uso de poços –
Fonte: REIS; SOUZA; OLIVEIRA, 2004 33
Figura 9 – Sistema de captação de águas pluviais – Fonte: Desconhecida 34
Figura 10 – Quadro Principal de Distribuição – Fonte: FUNDACENTRO, 2008 35
Figura 11 – Quadro Terminal de Distribuição Fixo e Móvel –
Fonte: FUNDACENTRO, 2008. 36
Figura 12 – Distribuição de Instalações Elétricas Aéreas –
Fonte: FUNDACENTRO, 2008. 37
Figura13 – Parte da Lista de Verificação de Recursos do Canteiro 39
Figura 14 – Embasamento e subsolo OBRA A. 43
Figura 15 – Layout do Canteiro OBRA A. 44
Figura 16 – Quadro de Distribuição Intermediária OBRA A. 45
Figura 17 – Quadro de Distribuição Terminal Fixo 46
Figura 18 – Caixas d’água, como reservatório inicial da OBRA A. 47
Figura 19 – Banheiro Químico para operários. 48
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Figura 20 – Layout do canteiro OBRA B. 50
Figura 21 – Quadro de Distribuição Geral OBRAB. 51
Figura 22 – Quadro de distribuição terminal móvel (“robozinhos”) OBRA B. 51
Figura 23 – Caixas d’água para alimentação das dependências de
canteiro OBRAB. 52
Figura 24 – Conjunto de reservatórios para alimentação das atividades de
campo OBRA B. 52
Figura 25 – Layout do Canteiro da Obra C. 55
Figura 26 – Caixas d’água de abastecimento geral OBRA C. 55
TABELAS
Tabela 1 – Vantagens e desvantagens da prática de terceirização –
Fonte: VIEIRA, 2006. 12
Tabela 2 – Tipos de Canteiros - FONTE: ILLINGWORTH, 1993. 26
Tabela 3 – Resumo dos Diagnósticos dos Canteiros Visitados 56
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1. INTRODUÇÃO
1.1. Contextualização
Nos últimos anos, muito tem se falado a respeito dos países considerados
emergentes na economia mundial, e o Brasil figura entre eles. Devido à crise de 2009
nos países europeus, EUA e Japão, abriu-se espaço para países emergentes atraírem
novos investimentos e possibilidades de diversificar sua economia. Junto com esta nova
perspectiva o Brasil ganhou grande renome mundial, espalhando sua cultura e
recebendo algumas honrarias, como sediar o Encontro Mundial da Juventude, Copa do
Mundo e Jogos Olímpicos, em menos de 3 anos. Por essa visão entende-se que está
sendo gerada uma grande oferta de novos empreendimentos a serem realizados no
Brasil e mais especialmente na cidade do Rio de Janeiro.
Os investimento feitos em infraestrutura, como as obras do COMPERJ, Angra 3,
implantações do Porto de Itaguaí, Porto de Açu e o Arco Metropolitano impulsionam
ainda mais a economia fluminense, e ajudam a produzir um forte impacto favorável ao
mercado imobiliário.
Conforme dito popular, “quando a construção avança, tudo vai bem”; isso quer
dizer, em outro linguajar, que a construção civil é um ponto multiplicador da economia
de um país. E sob vários aspectos, tanto econômicos como sociais, 2013 apresenta-se
como um ano promissor para o crédito imobiliário e para a construção civil, com a
perspectiva de avanços em relação a 2012.
Do ponto de vista do financiamento habitacional, segundo reportagem da
Revista CONSTRUÇÃO MERCADO (2013), o balanço de 2012 foi favorável. O
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volume de empréstimos de R$ 82,1 bilhões, em 12 meses, até novembro, superou o dos
12 meses anteriores. Comparando a produção do mês de novembro de 2011 com a do
mês de novembro de 2012, o crescimento foi de 15%. Já na comparação entre os
primeiros 11 meses de 2011 e o mesmo período de 2012, a alta foi de 6%.
As atividades da construção civil e do crédito imobiliário não podem ser olhadas
sem se voltar o olhar para o ritmo de aceleração do Produto Interno Bruto (PIB). O PIB
cresceu em torno de 1%, em 2012, com uma melhora aparecendo no último trimestre,
quando o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) já mostrava um
aumento de 0,36%, entre setembro e outubro, indicando serem boas as expectativas para
2013. Pela pesquisa Focus de 7 de dezembro, a projeção de crescimento do PIB em
2013 era de 3,5%. Essa expectativa de aumento do PIB em 2013, decorre das medidas
governamentais de redução de custos que só farão efeito esse ano.
Figura 1 – Variação PIB Nacional – Fonte: IBGE, 2013.
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3
Já por sua vez, os resultados da pesquisa Sondagem Indústria da Construção
divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que tem como objetivo
identificar a tendência passada e futura de indústria da construção civil, para o primeiro
mês de 2013, apresentaram queda de rendimento, o que indica atividade desaquecida,
como ilustra a Figura 2.
Figura 2 – Índice da Indústria da Construção Civil – Fonte: CNI, 2013
Separando a indústria da construção civil em setores tem-se: o setor de serviços
especializados se mantendo estável no período, quando marcou 42,9 pontos, mesmo
resultado obtido em dezembro. A Figura 3 indica o setor de obras de infraestrutura, por
sua vez, apresenta uma ligeira queda, passando de 46,7 pontos em dezembro para 45,2
pontos em janeiro. Enquanto isso, o setor de construção de edifícios foi de 45,7 pontos
para 48,2 pontos e, mesmo com o aumento, seguiu desaquecido em relação aos últimos
meses de 2012.
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Figura 3 – Índices da Construção Civil por setor – Fonte: CNI, 2013
Apesar dos dados acima, entende-se, que o ano de 2013, é rodeado de diversas
expectativas de crescimento econômico, atrelado ao desenvolvimento do setor da
construção civil, porém sabe-se que a inconstância também é uma frequente no
panorama brasileiro, pela variação de altas e baixas de indicadores de atividade da
indústria da construção, para isso deve-se sempre se precaver antes de mostrar
diagnósticos otimistas para o futuro do mercado.
Os investimentos fixos em transporte público, saneamento e energia, bem como
na infraestrutura urbana em geral, são importantes para a expansão da atividade
imobiliária. No estado do Rio de Janeiro, e em grande parte do sudeste, tem-se essa
mentalidade empregada nas frentes de governo, ainda mais por que os olhos do mundo
estão voltados para o Brasil, devido aos eventos esportivos que estão por serem
sediados no país. Esses investimentos permitirão tanto o adensamento nas metrópoles,
quanto a criação de novas áreas de desenvolvimento, que dependem da oferta de
serviços públicos básicos.
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As demandas da população são cada vez maiores e mais complexas. A ascensão
social que incorporou milhões de brasileiros à classe média tem como contrapartida a
exigência de serviços de melhor qualidade e condições propícias à moradia. São
desafios para os agentes econômicos e os poderes públicos. Além de atendimentos de
necessidades de entrega de apartamentos prontos, tanto que hoje em dia, está em
discussão na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado o projeto
de lei do Senado Federal (PLS) que prevê a compensação por atraso na entrega de
imóveis. Segundo o texto, que altera o artigo 43 da Lei nº 4.591/64, caso a demora seja
superior a 180 dias, a incorporadora deve pagar aos compradores multa equivalente a
2% sobre o valor pago e a 0,5% ao mês sobre o montante, enquanto o imóvel não for
entregue.
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1.2. Justificativa
A construção civil, em pensamentos superficiais, se baseia em três pilares
principais para a sua estruturação: atendimento as necessidades do cliente, aos custos e
aos prazos. Esses três dogmas norteiam as principais empresas de qualquer ramo, não
ficando de fora o ramo da construção civil. Quando a oportunidade surge para a criação
de algum empreendimento, a tendência é se perguntar: “mas como faremos isso?”, e a
partir deste momento, se inicia o ato de planejar.
Tal ato demanda tempo e algumas técnicas para chegar em um parecer mais
apurado. Muitas vezes gestores de obras motivados a apresentar alguma evolução no
avança físico da obra, diminuem o tempo para se trabalhar o planejamento do canteiro.
Não se deve pular a etapa de planejamento
Não é difícil entender que uma obra sem um planejamento bem elaborado e
estruturado na sua fase inicial, corre um maior risco de atraso nas demais etapas
subsequentes da construção, do que um outro onde se tenha gasto mais tempo e
investimento na fase da premeditação.
Pensando nesse fator de mão de obra, que pode chegar a 50% do custo total
dependendo do tipo de obra e do grau de industrialização, um canteiro que possibilite
fatores de conteúdo e contexto favoráveis ao tipo de construção, e que atenda as
necessidades das diversas fases da obra, se torna um ambiente de trabalho mais
dinâmico e homogêneo, viabilizando assim os fatores necessários ao atendimento de
uma alta produtividade da mão de obra.
Visando assim estudar a forma como o mercado atual realiza suas contratações
de mão-de-obra e a forma como ela é disposta nas frentes de trabalho. Verificando quais
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7
seriam as principais interferências causadas por esse paralelismo de serviços, dito
especialistas, no canteiro de obras.
Para isso, no planejamento global da obra, o canteiro deve deixar de ser
simplesmente uma instalação provisória, e passar a ser visto como a etapa fundamental
da edificação. Devendo-se junto com esse levantamento prévio de informações, planejar
o andamento físico da construção, para que o canteiro se modifique e consiga atender
em cada etapa do ciclo de uma obra as suas necessidades básicas, para que se cumpram
metas e prazos estipulados.
Há tempos o canteiro de obra vem se modificando e se moldando de acordo com
a magnitude de suas construções. Há cerca de 30 anos atrás um canteiro tinha
dimensões limitadas e precárias, apenas uma ou duas torres no seu projeto. Nas obras
atuais um canteiro de obras possui uma magnitude e uma complexidade muito maior do
que há alguns anos atrás, e afeta ainda mais fortemente as transações e tarefas de
execução de uma obra.
Sendo justificado avaliar como são feitas as disponibilidades de recursos
básicos, nessa nova concepção dos canteiros modernos. Avaliando se essa distribuição
de recursos, projetada pelos gestores da obra, está sendo executado no campo, e ainda se
está sendo satisfatório para o pleno atendimento das necessidades das equipes de
trabalho.
.
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8
1.3. Objetivos
1.3.1. Objetivo Principal
Este trabalho tem por objetivo fazer um diagnóstico da aderência entre a
concepção da logística de canteiro pelo gestor de obra e sua efetividade, neste caso,
entendida como o satisfatório provimento de recursos relacionados ao abastecimento de
água e energia elétrica as frentes de trabalho.
1.3.2. Objetivo Complementar
Para entendimento do objetivo principal, serão traçados dois objetivos
complementares, e um deles é mostrar que as frentes de trabalho especializado em uma
obra, por ocuparem um espaço físico comum e serem realizadas de forma simultânea no
canteiro, acabam disputando os mesmos recursos de trabalho. E que essa competição
gera interferências nos processos internos de um canteiro.
O segundo ponto que será abordado é a padronização de tarefas, fruto de um
bom planejamento, nas rotinas de uma obra gerem um processo produtivo sistêmico,
que atenda de forma equilibrada todas as equipes de execução de trabalho. Para isso
serão levantados os conceitos básicos para as tomadas de decisão e melhoria da gestão
dessa produção no dia-a-dia do canteiro.
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9
1.4. Metodologia
O presente trabalho foi escolhido devido ao atual cenário econômico brasileiro,
com uma crescente evolução das suas obras, levando ao aumento da complexidade dos
canteiros.
Em primeiro momento o autor se baseou em estudar e abordar pontos relativos a
concepção da contratação e posteriormente gerenciamento da mão-de-obra em
empreendimento de edificações no Rio de Janeiro, lendo bibliografias relativas a esses
assuntos.
Continuando a revisão bibliográfica, o estudo voltou-se para conceitos de
planejamento e logística de uma canteiro de obras, para que em seguida, já com uma
bagagem de conhecimento atribuída ao tema escolhido, passa-se ao trabalho prático.
Para tal foi escolhida a visita de obra como estudo prático dos assuntos
abordados na revisão bibliográfica. Seguindo a padronização das reuniões com os
gestores da obra e percursos no campo, através de uma lista de verificação pré-
elaborada, e acompanhada de relatório fotográfico.
Enfim, com o conhecimento teórico adquirido com a revisão bibliográfica e o
diagnóstico da realidade que estão se empregando no mercado atual, feito pelo trabalho
prático, o autor expõem sua análise crítica e considerações sobre o assunto abordado.
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10
1.5. Estruturação do trabalho
O trabalho está dividido em 4 partes principais: Introdução, Revisão
Bibliográfica, Visita a Obras e Considerações Finais. O conteúdo de cada uma dessas
partes está mostrado a seguir.
Introdução: Nessa parte é apresentada a proposição do tema e especificado o
objetivo que o trabalho tem por definir. Inclui-se também uma análise da importância
desse estudo, para o atendimento das necessidades do mercado da construção civil.
Revisão Bibliográfica: Nessa parte há uma revisão dos conceitos utilizados para
a perfeita abordagem do tema discutido, no contexto atual vivido por diversas empresas
do setor no Estado do Rio de Janeiro. Ela se estrutura em dois grandes capítulos: o
gestão das frentes de trabalho; e a logística necessária para atendimento dos requisitos
básico nas frentes de trabalho.
Trabalho Prático: Mostra todo o trabalho de visita e pesquisa realizado nos
canteiros de obras de diferentes empresas. Começa com a metodologia utilizada,
apresenta as características de cada canteiro de obra estudado. Formaliza as informações
encontradas e conversas com os profissionais atuantes em cada empreendimento. E no
final, analisa de forma a levar em conta os aspectos logísticos dos canteiros que possam
a sofrer ações de melhorias para alcançar um rendimento maior na produtividade de
serviços específicos. Nunca deixando também de mostrar as experiências positivas que
podem ser implementadas em outras obras.
Considerações Finais: mostra a observação crítica do autor, com os resultados e
experiências encontradas, tanto na revisão bibliográfica quanto no decorrer da pesquisa
em campo.
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11
2. Planejamento na Construção Civil sob a visão do
Gerenciamento das Frentes de Trabalho
2.1. Terceirização das Frentes de Trabalho
Neste capítulo, será abordada a forma como a gestão das frentes de trabalho está
acontecendo nos dias atuais, e como um planejamento dos processos logísticos do
canteiro de obras podem ajudar a mitigar as interferências entre a execução simultânea
de diversos serviços. Para isso deve-se primeiro entender como atualmente funciona a
contratação de mão-de-obra das empresas estudadas.
Desde o início dos anos 90, com o aumento da competitividade do mercado e as
empresas construtoras, buscando novas maneiras de atender os prazos apertados de
empreendimentos em lançamentos, junto também com as necessidades dos
consumidores, a solução encontrada por muitas delas foi a terceirização das atividades
dos processos de construção.
No Brasil ela começou com a introdução das fábricas multinacionais de
produção de automóveis, em meados da década de 50, e depois se estendendo a outros
segmentos industriais, chegando finalmente na construção civil.
A terceirização se baseia na contratação de uma empresa para realizar uma
atividade dentro de uma outra atividade realizada por outra empresa. Essa atividade é
chamada de atividade-fim, e faz parte de uma atividade meio. Em geral ela ocorre, pois
a empresa contratante terceiriza a mão-de-obra em um determinado serviço para se
concentrar em outros serviços.
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12
Mesmo que a palavra terceirização, tenha um significado muito parecido com o
termo subcontratação, existe uma diferença entre elas. Acontece que a subcontratação
existe quando uma empresa contratante faz um acordo com outra empresa para a
execução de um determinado serviço que seja incorporado ao produto final e que a sua
garantia e riscos sejam de responsabilidade da empresa contratante. E no caso da
terceirização essa responsabilidade fica a cargo das empresas contratadas.
Por isso estudaremos a prática da terceirização, que nada mais é do que contratar
mão-de-obra especialista para execução de determinados serviços, sendo eles parte não
integrante do plantel da empresa construtora. Assim a empresa que contratou passa a
gerenciar apenas o serviço, enquanto as empresas contratadas se encarregam das
atribuições legais e burocráticas da mão-de-obra.
No âmbito do planejamento, essa estratégia parece muito rentável, pois com isso
se reduzem gastos com contratações de profissionais especializados, e gastos com
treinamentos que esses profissionais teriam que possuir. Além do fator tempo que seria
perdido com a passagem do treinamento para os profissionais que desenvolveriam as
atividades especializadas.
A prática de “outsourcing” então apresenta como todo mecanismo uma série de
vantagens e desvantagens, segundo VIEIRA (2006), elas são representadas na Tabela1.
Tabela 1 – Vantagens e desvantagens da prática de terceirização
Vantagens Desvantagens Possibilita melhora na qualidade
dos serviços especializados, e
assim do produto final;
Aumenta a produtividade nos
serviços especializados;
Reduz custos fixos das empresas;
Ganho tecnológico sem custos
extras;
Aumento da dependência de outras
empresas;
Aumento de riscos relativos a
fornecedores não-qualificados;
Dificuldade de obtenção de
parceiro ideal e de formulação de
contrato com o mesmo.
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13
Facilita controle de custos;
Concentra o foco em atividades
mais estratégicas para a empresa;
Diminui custos com manutenção e
avarias em equipamentos;
Possibilita o crescimento sem
grandes investimentos;
Fonte: VIEIRA, 2006
Segundo VIEIRA (2006), em geral construtoras ao fazerem quadro de
orçamento enxutos, ficam com uma pequena margem de negociação nas concorrências
para contratação desses serviços especializados e acabam optando pelo menor preço
obtido, correndo o risco de não estarem contratando uma empresa organizada e que vá
atender à qualidade e ao prazo de execução de tal serviço conforme acordado
contratualmente.
Já em termos logísticos no canteiro, na contratação de mão-de-obra de terceiros,
a contratante não pode esperar que essas empresas especialistas venham com o plano
logístico de serviço. Até porque o plano logístico das atividades a serem executadas
deve vir da empresa que formulou o canteiro, ou seja, a construtora, que foi quem
planejou todas as etapas da obra e planejou o canteiro, ou pelo menos, quem o deveria
ter feito.
Por isso o entendimento do plano logístico do canteiro não deve ficar restrito
apenas a equipe de engenharia da empresa gerenciadora, deve-se difundi-lo para todas
as empresas participantes da obra, de modo que seja aceito e seguido por todos,
principalmente as equipes das frentes de trabalho.
Contudo, acontece que muitas vezes isso não é feito, e cada empresa terceirizada
se vê na situação de elaborar a sua própria forma de recebimento de material, sua forma
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14
de transportar verticalmente os insumos para seus serviços, o local e o jeito que esse
material será estocado.
Com isso, em uma obra onde os prazos são apertados, o paralelismo entre
atividades pode interferir negativamente nessa competição pelos recursos disponíveis no
ambiente de trabalho, gerando assim diversas formas de interferências entre as frentes
de trabalho.
No próximo item, serão abordados os pontos que mais se encontram
interferências entre serviços nas obras atuais do ramo da construção civil.
2.2. Interferências entre os processos produtivos
As interferências no canteiro de obra começam quando o campo de trabalho de
uma equipe realizando uma atividade esbarra em outra equipe, e uma das duas tem que
mudar seu plano, acarretando algum tipo de consequência.
Essa prática de realizar atividades de construção simultaneamente em regiões de
trabalho próximas na edificação vem acontecendo devido aos prazos de obras serem
mais exíguos e difíceis de serem alcançados se for seguida uma sequencia construtiva
mais tradicional. Mas com o advento de novas tecnologias tornou-se viável, por
exemplo, a execução da estrutura com o fechamento de fachadas, algo difícil de ser feito
há cerca de 20 anos atrás.
Por isso nesse capítulo o foco da discussão será como diminuir as interferências
entre as diferentes equipes de campo, relacionadas com a ingerência dos recursos
necessários para realização de um trabalho. Não serão abordadas as interferências
relacionadas às incompatibilidades de projetos encontrada no momento da execução do
serviço.
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Como se sabe na construção civil o produto é fixo e as atividades de manufatura
percorrem esse produto, diferente de uma fábrica de produtos sequenciais, onde o
produto percorre uma linha de produção que faz com que o processo de manufatura
ocorra de forma gradual e sem interferências, o mesmo acontece com os recursos
necessários para essas atividades.
Sabe-se que cada atividade requer um material, ou uma preparação diferenciada
de outras atividades, e como o local de aplicação desses insumos está em constante
mudança ao redor do canteiro, as suas logísticas e planos de transporte desse material
também se encontram em constante mudança, e é nesse ponto onde ocorrem as
principais interferências entre serviços dentro do canteiro de obra.
Um exemplo, comumente visto em diversas obras, em relação às interferências
de serviços são os transportes verticais de materiais. Acontece que nos serviços dito
especialistas de uma obra, as construtoras em geral optam pela terceirização da mão-de-
obra, e nem sempre essas empresas especialistas são colocadas a par do plano logístico
existente dentro do canteiro.
Muitas vezes os materiais básicos para executar os serviços em andamento na
obra chegam ao canteiro, mas as interferências são tantas que na frente de trabalho esse
material não está chegando e ocasionando uma paralisação do serviço devido a falta de
matéria-prima.
Entenda-se falta de matéria-prima como o não atendimento de qualquer um dos
requisitos físicos para a perfeita execução de cada atividade, como por exemplo a
projeção de argamassa pronta em uma parede, é necessário de fato os sacos de
argamassa previamente traçada e misturada, mas também é necessário os recursos de
água limpa e energia elétrica para a máquina de projeção conseguir operar .
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Nessa esfera do gerenciamento das diversas frentes de trabalho, e visando a
redução das interferências entre elas, se dará a discussão dos conceitos para elaboração
de planejamento de um projeto.
Com a definição de um sequenciamento das entradas das atividades no campo de
trabalho, pode-se avistar melhor as interferências que os processos de execução de uma
edificação. Para isso será discutido os itens necessários para confecção dessa projeção
dos acontecimentos futuros em uma obra.
2.3. Aplicação dos Conceitos Básicos de Planejamento em Projetos
da Construção Civil
O planejamento é de fundamental importância, pois executar um projeto implica
em realizar algo que nunca foi feito antes. Para tal, serão remetidos pontos de interesse
para a elaboração de um correto planejamento das atividades de uma obra.
Em qualquer tipo de empreendimento, tanto na etapa da concorrência quanto no
início e duração do período de obra, deve-se ter como base em premissas assumidas,
que deverão ser fixas e claras para que se baseie a estrutura de um bom estudo de
planejamento e assim todas as atividades decorrentes dele, como o estudo de
viabilidade, o cronograma de atividades de obra e o cronograma de desembolso
financeiro.
A introdução de novos conceitos, técnicas, procedimentos e processos na
construção civil de edificações, gera a necessidade de serem efetuadas mudanças na
forma de pensar o planejamento estratégico e na visão sistêmica do setor, para que
proporcionem um ambiente mais integrado e produtivo.
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Para VIEIRA (2006) é necessária a transformação de culturas equivocadas
enraizadas dentro do setor, por uma forma de pensar mais atual, que leve em conta
aspectos ambientais , que não atendam apenas aos anseios do mercado consumidor,
como algumas citadas a seguir:
i. maior aplicação de novas tecnologias de informação
ii. investir mais na qualificação dos recursos humanos empregados
iii. incentivar parcerias com agentes externos
iv. implementar uma cultura da qualidade
v. foco no cliente
Com base nesse ultimo item da lista supracitada, sabe-se que o papel do
engenheiro civil, não é apenas esperar que as necessidades do cliente apareçam. O
profissional de engenharia deve junto com o interessado mostrar de forma técnica quais
são os empecilhos e talvez facilidade que podem fazer com que a vida da obra
transcorra mais serenamente. E no final dessas conversas ter metas fixas e palpáveis que
atendam ambas as partes, para dar continuidade nos estudos do planejamento.
Segundo FERREIRA (2009), nessas conversas devem ser apontados fatores
como datas de início e término dos serviços, a disponibilidade de recursos financeiros,
os incentivos públicos na região que podem afetar o ritmo dos trabalhos, para que no
final sejam discutidos os anseios do cliente.
Por isso o planejamento de a ser realizado, deve seguir um procedimento
sistematizado pela empresa, que contenha uma análise preliminar de dados, sendo
fundamental para a logística do canteiro e também agilizará as demais etapas
construtivas. As principais informações a serem coletas são descritas nos itens a seguir.
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2.3.1. Levantamento prévio das informações
Segundo SOUZA;FRANCO (1997) quanto melhor e mais bem apuradas as
informações relativas ao produto que se pretende executar, maior é a chance de se
planejar um bom canteiro. O bom trabalho então começa com a coleta de informações, e
para isso tem que olhar para duas frentes: o projeto e o terreno.
O terreno é de grande importância para elaboração do canteiro, com sua
geometria e sua metragem já se tem a cara de como será o layout do canteiro. Porém
para o estudo da logística do canteiro o seu entorno ganha mais importância que o seu
interior. Os acessos de entrada e saída devem ser bem claros, os pontos de ligações de
serviços públicos, como água, esgoto e luz, devem ser feitos de forma planejada.
Já as definições técnicas do projeto da obra, devem estar bem definidas, como as
principais tecnologias construtivas adotadas, a fim de que se possa ter claro quais serão
os espaços necessários para a circulação, estocagem de materiais e áreas de produção.
Em geral, a disponibilidade dos projetos executivos e mesmo dos projetos para a
produção seriam a condição ideal. No entanto, é comum que tais projetos demorem
muito a ficar prontos, havendo a necessidade de se iniciar a obra sem a conclusão de
alguns deles.
2.3.2. Elaboração do Cronograma Físico de Obra
A partir do projeto a ser executado deve-se elaborar um cronograma físico para a
obra, mesmo que se tenha uma idéia geral sobre os serviços da obra, em termos de quais
são, em qual quantidade, qual a duração e as precedências (SOUZA; FRANCO ,1997).
Isso acontece porque para algumas atividades de maior esforço como execução
de confecção de armaduras, concretagem, elevação de alvenarias, execução de
revestimentos argamassados, o detalhamento semanal é recomendado; já para outros
como as instalações hidráulicas, instalações elétricas, revestimentos azulejados e pisos
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cerâmicos, apenas a indicação do início e do final do serviço são importantes em termos
da definição do canteiro.
Conforme dito SOUZA;FRANCO (1997), isso acontece ao primeiro grupo, pois
nele pertencem os insumos de maior relevância quanto ao planejamento de transporte e
de espaço para estocagem. O concreto, o aço, a argamassa e os tijolos em geral
representam mais de 80% da massa total de um edifício. No segundo grupo pertencem
insumos onde normalmente se faz uma previsão de áreas necessárias sem se passar por
quantificação de consumos; neste caso, inclusive, pode-se pensar em agrupar diversos
serviços de natureza semelhante dentro de uma mesma classificação.
É importante também estimar o número de operários no canteiro para as distintas
fases do layout do canteiro, ou seja, para a etapa inicial da obra, a etapa de pico máximo
de pessoal e a etapa final ou de desmobilização do canteiro (SAURIN; FORMOSO,
2006).
Por exemplo, o espaço do refeitório dos operários deve estar de acordo com as
exigências mínimas da NR-18, para que todos nos seus respectivos turnos tenham como
fazer as refeições, assim como em relação as instalações sanitárias, que devem estar
dimensionadas paras as diferentes etapas da obra. Para tal existem ferramentas que
possibilitam essa estruturação dos serviços a serem executados, com a quantificação das
necessidades dos insumos vinculados.
Segundo CORRÊA (2005), os projetos são planejados e executados seguindo um
processo sistemático. Ele ainda complementa que um projeto pode ser entendido como
um conjunto único de atividades inter-relacionadas, estudadas a fim de se produzir um
resultado definido (especificação de qualidade), dentro de um prazo (especificação de
tempo) utilizando uma alocação específica de recursos (especificação de custo).
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De acordo com PMBOOK (2008), para gerenciar o tempo de um projeto existem
diferentes processos necessários, que serão listados a seguir:
i. Definir as atividades: são todas as tarefas que compõem o projeto. Sendo as
unidades mínimas que podem executar o projeto, sendo elaboradas de forma
específicas de acordo com a necessidade.
ii. Sequenciar as atividades: são estabelecidas as precedências de atividades pré-
definidas
iii. Estimar os recursos da atividade: neste processo serão estimados os tipo e
quantidades de material, pessoas, equipamentos ou suprimentos que serão
necessários para realizar cada atividade.
iv. Estimar as durações da atividade: estima o número de períodos de trabalho que
serão necessários para terminar as atividades específicas com os recursos
estimados.
v. Desenvolver o cronograma: analisa a sequencia das atividades, suas durações,
recursos necessários e restrições do cronograma.
vi. Controlar o cronograma: monitoramento do projeto para atualização do
progresso do cronograma, e gerenciando as mudanças necessárias.
Já em termos de relações de precedência das atividades de um projeto pode-se
ter os seguintes tipos:
- Término/ início: uma atividade sucessora só inicia quando sua
predecessora acabar;
- Término/ término: o término do trabalho da atividade sucessora
depende do término do trabalho da predecessora;
- Início/ início: o início da sucessora depende do início da predecessora;
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- Início/ término: o fim da atividade sucessora depende do início da
predecessora.
Os processos de gerenciamento do tempo do projeto e suas técnicas são
ferramentas para elaboração do plano de gerenciamento do cronograma. No
desenvolvimento do cronograma usam-se as definições das atividades, o
sequenciamento, a estimativa dos recursos e as durações das mesmas em combinação
com ferramentas de elaboração de cronogramas, as quais costumam ser feitas através de
redes. Como exemplos dessas redes, temos o diagrama de precedência (PDM
Precedence Diagramming Method) e o diagrama de flecha/ arco (ADM- Arrow
Diagramming Method). No PDM as atividades são representadas no nó e as relações de
precedência nas setas. Já no ADM, as atividades são representadas nos arcos e só
admitem a precedências do tipo término/início.
Em termos de programação das atividades de um projeto, geralmente utilizam-se
os modelos gráfico de Gantt e as redes CPM e PERT. O gráfico de Gantt trata-se de um
instrumento utilizado para mostrar as etapas de um projeto, incluindo seu início,
duração e fim. As tarefas de cada membro da equipe são indicadas por uma barra sobre
o eixo horizontal do gráfico. Já a rede CPM (Critical Path Method): trata-se do método
do caminho crítico. Por esse método, todas as atividades do processo são representadas
por redes, com suas relações de precedência e duração. O objetivo com isso é calcular o
caminho mais longo da rede, considerado o caminho crítico. Utiliza-se nesse método
uma estimativa para a duração das atividades. A rede PERT, é bastante semelhante a
rede CPM.
2.3.3. Alinhamento com as necessidades do cliente
O levantamento das informações e as expectativas de cronograma físico da obra
e do canteiro devem estar alinhados com as necessidades do cliente. As diretrizes de um
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planejamento devem tentar alcançar um horizontes de metas estipuladas em conversas
com o cliente. Isso inclui a consulta ao orçamento disponível de recursos financeiros
para atender os padrões e as etapas da obra.
Um dos focos principais de um planejamento é atender as necessidades de um
cliente. Necessidades essas que ás vezes nem os mesmo sabem expressar com pareceres
técnicos, por isso a consultoria com algum especialista no assunto se torna relevante,
para que os mesmos possam acompanhar essas necessidades e transformá-las em
diretrizes técnicas para viabilizar o projeto.
Quando se expressa “necessidades do cliente”, não se está falando apenas da
corporação que liga com os gastos financeiros. No mundo do canteiro de obras, clientes
são todos aqueles que usam e disfrutam do projeto logístico do canteiro. Assim sendo,
todas as parte envolvidas precisam ser conhecidas e suas necessidades quanto a logística
do canteiro precisam ser atendidas na elaboração do projeto. Em inglês se usa o termo
stakeholders, para denominar toda pessoa ou organização que é afetada por um projeto.
Na Figura 4, tem-se um exemplo de stakeholders, comum em projetos de construção
civil.
Figura 4 – Exemplo de Stakeholders na Construção Civil – Fonte: Autor.
CANTEIRO
DE OBRAS
CONSTRUTOR
INSTALADOR
FORNECEDOR
FINANCIADOR
PROJETISTA
CONCESSIONÁRIA
PÚBLICA
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3. Estudo da Logística no Canteiro de Obras para o
Atendimento dos Recursos Básicos nas Frentes de
Trabalho
3.1.1. Conceituação de Logística
A logística sempre existiu, desde os tempos mais antigos, quando iniciavam as
atividades comercias onde o homem começou a produzir mais do que poderia consumir,
surgindo assim os sistemas de transporte e comunicação entre cidades vizinhas (ULZE,
1974). Deve-se entender que a logística sempre existiu, o que ocorre é que com a
evolução tecnológica nos sistemas produtivos, ela se tornou um condicionante
estratégico e até um diferencial na competição. (VIEIRA, 2006).
Pode se dizer que a evolução da logística foi alavancada pelas guerras, pois fazia
parte de um setor estratégico das retaguardas de exércitos. Sua finalidade era fazer o
planejamento militar, que consistia no estudo do adversário, a movimentação e
deslocamentos das frentes de batalha, junto com os seus equipamentos. E foi na 2º
Guerra Mundial que ela foi amplamente empregada, de forma a ajudar as tropas a terem
suprimentos e equipamentos bélicos em locais estratégicos para surpreender o
adversário.
O emprego da logística voltada para projetos empresariais, começou em relação
as redes de distribuição de matérias entre diversas localidades, isto é, em fornecer
matéria prima para a confecção de algum produto. Com o passar dos anos, e maiores
estudos sendo realizados, a logística passou a ser relacionada ao conjunto de atividades
dentro da administração de matérias, e começou a agregar valor nas linhas de produção,
enfocando assim todas a s etapas da cadeia (VIEIRA, 2006).
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Junto com as conquistas tecnológicas, veio a competição global, e com ela a
necessidade de aprimoramento das funções operacionais, adquirindo cada vez mais
competência para oferecer a cliente serviços inovadores e diferenciados, e com
qualidade, surgiram sistemas sincronizados de produção em fluxo sem estoques, mais
conhecido pela sigla JIT (Just-in-time).
Para os dias de hoje, o termo logística já sofreu alterações com relação a sua
denominação, pois a palavra logística, vem do francês logistique, que quer dizer
planejamento militar, transporte e suprimentos das tropas em operação, quase uma arte
de calcular, ou aritmética aplicada, que por várias vezes utiliza símbolos matemáticos
em vez da linguagem gramatical. Sua definição hoje, constitui uma ferramenta
operacional que ultrapassou muitas barreiras, alcançando amplas áreas de atuação.
Conforme definiu DASKIM (1985), a logística não se resume aos aspectos
físicos do sistema em estudo, mas fundamentalmente aos aspectos informacionais e
gerenciais.
3.1.2. Diferenciação entre uma Planta Fabril e um Canteiro de
Obras
O canteiro de obras definido pela NR-18, FUNDACENTRO (1996), corresponde a
área de trabalho fixa e temporária onde se desenvolvem as operações de apoio e de
execução de uma obra. A Norma Regulamentadora foi desenvolvida num grupo de
trabalho que envolvia construtoras, trabalhadores e governo, para estabelecer diretrizes
e exigências quanto a segurança e a atendimentos básicos para a qualidade de vida
dentro do canteiro.
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Recursos
Físicos
Produtos
Esforços
da
Sociedade
R$
- M.D.O.
-Materiais
-Equipamentos
Construção
de uma
Obra
Obras e
suas partes R$
Bem-estar
da
Sociedade
Processo
Físico
Figura 5 – O processo produtivo de uma obra – Fonte: SOUZA, 2006.
Para a construção civil, o canteiro de obras abraça a edificação, pois ele é a
interface que todas as unidades envolvidas estão compreendidas, e nela tem –se diversos
nichos de diversos tipos de serviços que estão evoluindo e acontecendo num mesmo
espaço físico e de tempo. E como por mais que se queira que um canteiro de obras se
compare a uma fábrica, ele nunca conseguirá ser.
Em uma fábrica tem-se uma linha de produção bem definida, com todos os
aspectos de logística e de produtividade estudados, de forma que o produto circule por
um caminho pré-estabelecido e que ele vá se manufaturando conforme a sequencia de
atividades for evoluindo. Já em um canteiro de obra, não se tem como empregar essa
ideia da mesma forma, pois o produto final que se quer chegar é fixo, e a linha de
produção que são as atividades de construção que entram nos espaços e vão dando
forma ao produto. Então essa é a principal diferença entre um canteiro e uma fábrica.
Como representa a Figura 5.
Mas também não se quer dizer que se possa observar alguns conceitos a serem
desenvolvidos e empregados na construção civil, que vieram de um processo fabril.
Como por exemplo, o ato de se criar um sequenciamento de atividade bem detalhadas e
definidas com suas precedências e durações, para que se forma uma rede, chamada de
CPM, como foi visto no item 2.1, iluminado assim as atividades mais críticas e
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demoradas que necessitam de maior atenção e cuidado na hora de executar, formando o
Caminho Crítico de uma obra.
Essa perceptível mudança do canteiro de obras, que está cada vez mais se tornando
uma indústria seriada, com tecnologias que empregam matérias pré-fabricadas e prontas
para instalar, trás uma outra mudança para o ambiente da construção, o trabalhador
antes sem necessidade de qualificação, que era conhecido como “peão” passa a ser um
montador industrial.
3.1.3. Tipos de Canteiro de Obras
Nenhum canteiro de obra é igual a outro. Mas contudo, pode-se agrupá-los de
forma que os que tenham características próximas, possam ser analisados num olhar
mais específico. E de acordo com ILLINGWORTH (1993), os canteiros de obra podem
ser enquadrados dentro de um dos três seguintes tipos: restritos, amplos, e longos e
estreitos. Na tabela 2, encontra-se essa subdivisão:
Tabela 2 – Tipos de Canteiros
TIPOS DESCRIÇÃO
RESTRITOS
A área construída ocupa uma parcela
muito grande do espeço do canteiro
terreno todo, possui acessos difíceis.
AMPLOS
A área construída ocupa uma pequena
parcela do espaço do canteiro, possui
disponibilidade de acessos fáceis, áreas
para armazenamento de materiais e
alojamentos de pessoal.
LONGOS E ESTREITOS
São restritos em apenas uma direção, em
geral possui disponibilidade de acessos na
menor dimensão do terreno.
FONTE: ILLINGWORTH, 1993.
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Desses três tipos vistos na tabela 2, o que necessita de maior cuidado no
planejamento é o restrito, e que em geral é o mais frequente nas áreas urbanas e centrais
das cidades, onde devido aos altos custos dos terrenos nessas regiões, as edificações tem
a tendência de ocupar uma alta porcentagem do terreno na busca de maximizar sua
rentabilidade.
ILLINGWORTH(1993), ressalta ainda estratégias fundamentais para sempre serem
seguidas no planejamento de canteiros do tipo restritos:
i. Atacar primeiro o limite do terreno mais complicado, pois ao fazer isso logo
no início evita-se que se tenha de fazer serviços nessa fronteira do terreno
nas fases mais avançadas da construção onde pode ser difícil o acesso e a
circulação de máquinas e equipamentos.
ii. Criar espaços utilizáveis no nível térreo da edificação o mais cedo possível,
já que a existência de um layout permanente só acontecerá quando tiver a
conclusão dessa etapa da edificação e assim utilizar esse nível do térreo para
a locação das instalações provisórias e de armazenamento, facilitando os
acessos de veículos e pessoas, além de proporcionar um caráter mais
definitivo das instalações.
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3.2. Plano Logístico do Canteiro
Sabe-se que ainda na construção brasileira a preocupação com a elaboração de um
plano logístico não atingiu um nível de importância esperado. Isso acontece porque a
priori, para se chegar a ter um plano logístico deve-se despender de tempo e algum tipo
de recurso que muitas vezes é preferido ser cortado, pois é dito como gasto extra.
Segundo VIEIRA (2006), o projeto do canteiro deve ser desenvolvido
circunstanciado em fatores importantes que servirão para direcionar e encaminhar a
elaboração do mesmo, esses fatores são:
i. Definição clara das diversas fases do desenvolvimento da obra;
ii. Definição dos elementos que devem estar presentes no canteiro e suas
características;
iii. Priorização dos elementos previstos;
iv. Análise do relacionamento entre esses elementos pré-definidos;
v. Estudo dos fluxos dos processos previstos;
vi. Análise da alocação dos elementos no canteiro;
vii. Elaboração do arranjo físico do canteiro;
viii. Avaliação do arranjo físico para cada uma das fases definidas.
Isso mostra a importância do planejamento detalhado dos serviços de uma obra,
principalmente aqueles serviços que fazem parte do Caminho Crítico. Então para isso as
atividade do planejamento inicial da obra devem ser bastante precisas e verdadeiras.
Na verdade, um bom planejamento de canteiro constitui um fator fundamental para
obtenção de um desempenho produtivo adequado, através da eficiência das operações,
cumprimento de prazos, custos e qualidade da construção.
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3.2.1. Arranjo Físico do Canteiro
Nesta etapa ocorre o estabelecimento do local em que cada área do canteiro irá
situar-se, devendo ser estudado o posicionamento relativo entre as diversas áreas.
SAURIN; FORMOSO (2006) contemplam dois focos no arranjo físico geral, um
denominado macro-layout onde, por exemplo, define-se a forma aproximada, a
localização das áreas de vivência, áreas de apoio e área do posto de produção de
argamassa. E o outro foco seria a definição do micro-layout, na qual é estabelecida a
localização de cada equipamento propriamente dito dentro do canteiro, como a
disposição dos vestiários, refeitórios, dentro das áreas de vivências, contemplando os
acessos e saídas dessas áreas, bem como a disposição das janelas.
Segundo SOUZA; FRANCO (1997), aspectos como segurança e custos deverão
ser simultaneamente considerados, e eles ainda lembram que não existe uma solução
única, e sim diferentes possibilidades que podem ser melhores ou piores em função do
contexto em que se inserem.
3.2.2. Detalhamento das Instalações Provisórias
Definido o arranjo físico do canteiro, agora se planeja a infraestrutura necessária
ao funcionamento adequado do layout estabelecido. Nesta etapa do planejamento do
canteiro deve-se também dimensionar as necessidades da construção, como por
exemplo as técnicas construtivas empregadas, as formas de armazenamento de cada
material, para que se possa criar instalações provisórias dentro do ambiente de trabalho
que proporcionem o bom rendimento dos serviços.
Em quesitos básicos, como fornecimento de água ou luz, por exemplo, o plano
logístico de canteiro deve tratar de forma clara e simples as prioridades de atendimento
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das necessidades do dia-a-dia da obra. Nos próximos itens deste trabalho será discutida
a importância desses recursos básicos para vida na obra.
a) Fornecimento de Água
No canteiro de obras, a água é um elemento importante, sendo essencial para o
consumo humano e indispensável na execução de alguns serviços. A utilização da água
para as necessidades humanas está relacionada, basicamente, às demandas essenciais
dos funcionários do canteiro e estas são preservadas de acordo com a legislação
trabalhista. Estima-se que o consumo diário por operário não alojado chega a 45 litros
por dia, não estando inclusa a refeição. No caso da refeição ser preparada na obra, este
número passa para 65 litros por dia.
Já nos serviços de construção civil, embora a água não seja vista e nem tratada
como material de construção, o consumo é bastante elevado, por exemplo, para a
confecção de um metro cúbico de concreto, se gasta em média de 160 a 200 litros e, na
compactação de um metro cúbico de aterro, podem ser consumidos até 300 litros de
água, segundo REVISTA SUNTENTABILIDADE, 2008.
Em geral no ciclo de uma construção de um edifício, pode-se notar a variação do
consumo de água nas diferentes etapas. Essa variação se não estudada pode levar a falta
de água em dias que o consumo extrapolar a quantidade de água que a rede externa pode
fornecer para a obra. O dimensionamento das instalações hidráulicas e sanitárias devem
serem feitos para a demanda necessária de água da obra, quando ela estiver em seu pico,
pois será na mesma época que o consumo aumentará desse recurso.
Além de garantir o recebimento de água no canteiro de obra, o plano logístico
deve contemplar um planejamento de pontos de distribuição provisória de água em
diversas localidades que tenham proximidades das frentes de trabalho. Porém o termo
provisório é constantemente confundido com precário, e as instalações provisórias são
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frequentemente executadas sem nenhum critério e por mão-de-obra desqualificada
tecnicamente, o que aumenta o risco de surgimento de manifestações patológicas, tais
como: falhas de abastecimento, consumo excessivo de água e energia, desperdício,
ociosidade, vazamentos.
Segundo BIRBOJM (2001), a forma de abastecimento de água numa obra pode
ocorrer de duas maneiras: direta ou indiretamente.
A primeira forma de abastecimento é a mais usual no município do Rio de
Janeiro, devido a falta de confiança nos serviços da concessionária que cuida deste
serviço. Neste caso, empregam-se reservatórios de água em conjunto a um sistema de
bombas de recalque. Como mostra a Figura 6, a existência de reservatórios inferiores
e/ou reservatórios superiores, assim o sistema fica mais precavido da anormalidade da
falta de pressão no fornecimento da água, ou até mesmo na falta deste recurso.
Figura 6 – Sistema Indireto de distribuição d’água – Fonte: REIS; SOUZA;
OLIVEIRA, 2004
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Na forma indireta de abastecimento de água, o sistema se utiliza da pressão
vinda das tubulações da concessionária para elevar e distribuir este recurso dentro do
canteiro, tanto horizontal como verticalmente. Caso ilustrado na Figura 7.
Figura 7 – Sistema Direto de distribuição d’água – Fonte: REIS; SOUZA;
OLIVEIRA, 2004
Em casos onde não há a possibilidade de atendimento pela concessionária
publica de abastecimento de água, as alternativas mais viáveis seriam a execução de
poços subterrâneos, que podem ser: artesianos ou freáticos.
A diferença entre os dois tipos está basicamente na profundidade alcançada, pois
em geral os poços de lençol freático, são mais fáceis de alcançar e requerem uma menos
profundidade no terreno. Na Figura 8 está representado um sistema de abastecimento
indireto pela execução de um poço freático.
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33
Figura 8 – Abastecimento pelo uso de poços - Fonte: REIS; SOUZA;
OLIVEIRA, 2004.
Um bom projeto de dimensionamento de abastecimento de água nos canteiros
modernos, também tem seu caráter social, pois deve conceber iniciativas para reduzir o
desperdício desses recursos.
REIS;SOUZA;OLIVEIRA (2004), definem ações que incentivam essa redução:
as sociais e as tecnológicas.
Com caráter preventivo as ações sociais são baseadas na conversa e
conscientização dos usuários das instalações provisórias, a importância da identificação
de vazamentos e possíveis falhas nessas instalações e as vantagens da utilização correta
dos procedimentos de racionalização em atividades que consomem água.
As ações tecnológicas visam a substituição de sistemas e componentes
convencionais por dispositivos com tecnologia que permita um menor consumo de
água, como vasos de caixa acoplada e chuveiros com válvula temporizada.
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34
Um modo de abastecer de forma sustentável um canteiro de obra com recurso
hidráulico são os sistemas de captação de águas pluviais. Em geral encontram
resistência por empecilhos como um investimento inicial de capital, mas em
compensação, em médio prazo trazem retorno financeiro para o orçamento.
As águas captadas podem ser empregadas em testes de estanqueidade de
estruturas, como lajes e cisterna impermeabilizadas e também como água para válvulas
de descarga ou limpeza de caminhões. A Figura 9 ilustra um sistema que contempla a
captação de água da chuva em telhados das dependências e escritórios.
Figura 9 – Sistema de captação de águas pluviais – Fonte: Desconhecida.
b) Fornecimento de Energia Elétrica
As instalações elétricas provisórias são de extrema importância para segurança
dos trabalhadores da obra. Elas são uma das maiores causas de acidentes em obra, por
isso precisam ser feitas e mantidas por profissionais habilitados, conforme descreve a
NR-18.
A distribuição de energia elétrica nos canteiros de obras da indústria da
construção deve ser feita através dos quadros elétricos de distribuição. Estes quadros
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devem ser construídos de forma a garantir a proteção dos componentes elétricos contra
impactos mecânicos, umidade e agentes corrosivos (FUNDACENTRO, 2007). Serão
instalados em locais visíveis, sinalizados e de fácil acesso, mas por exemplo, não é
aconselhado localizá-los em pontos de passagem de pessoas, materiais e equipamentos.
Conforme suas características as quadros de distribuição, podem ser:
i. Quadro principal de distribuição, destinado a receber energia elétrica
alimentada pela Rede Pública da concessionária (Figura 10).
ii. Quadro intermediário de distribuição
iii. Quadro terminal de distribuição fixo e/ou móvel, são aqueles destinados
a alimentar exclusivamente circuitos terminais, isto é, diretamente
máquinas e equipamentos (Figura 11).
Figura 10 – Quadro Principal de Distribuição – Fonte:
FUNDACENTRO, 2008.
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Figura 11 – Quadro Terminal de Distribuição Fixo e Móvel – Fonte:
FUNDACENTRO, 2008.
Todos os quadros provisórios presentes na obra deverão ser dimensionados para
a capacidade de carga que irão receber, e os de distribuição terminal, que receberão os
plugs e tomadas dos equipamentos e ferramentas usados no interior da obra deverão
além de serem dimensionados para atender a capacidade de carga, deverão também
atender ao número de usuários que estarão trabalhando na região.
As instalações elétricas provisórias podem ser dispostas entre distribuição aérea
ou subterrânea. No caso do emprego de postes a fiação não deve ter altura inferior a
cinco metros, para não prejudicar a movimentação de caminhões e equipamentos, como
visto na Figura 12.
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Figura 12 – Distribuição de Instalações Elétricas Aéreas – Fonte:
FUNDACENTRO, 2008.
Quanto a distribuição de energia elétrica por pavimentos ela deve ser feita
através de uma prumada verticais de eletroduto, para garantir o perfeito isolamento.
Com chaves blindadas para garantir a segurança do operário e atender a NR-18.
É importante lembrar o fato da iluminação provisória de ambientes internos,
nunca deve ser ligada diretamente na rede de distribuição, ela só deve ser ligada aos
quadros terminais. Segundo as recomendações de FUNDACENTRO (2007), a
iluminação deve ser sempre aérea, e ligada a um circuito próprio para essa necessidade.
As instalações elétricas, segundo FUNDACENTRO (2007), é a maior causa de
acidentes em obras civis no mundo. Fato ocasionado muitas vezes pela falta de
instrução dos operários, que mesmo não tendo conhecimento técnico acabam fazendo a
ligação elétrica de equipamentos no campo. Isso pode ser corrigido com palestras de
segurança e avisos para não mexerem nas instalações.
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4. Trabalho Prático
O propósito desta etapa do trabalho é realizar o diagnóstico dos quatro canteiros
de obras estudados em relação a existência de um plano logístico no planejamento
global de uma obra.
A metodologia utilizada foi a visita técnica, iniciando sempre com a realização
de um questionário de perguntas para cada gestor do empreendimento ainda na parte
dos escritórios, visando manter uma padronização no olhar dos aspectos logísticos
que serão estudados mais profundamente.
Após essa conversa inicial, que serviu para averiguar as diretrizes de como se dá
a logística do canteiro da obra, parte-se para as avaliações mais focadas no
dimensionamento e distribuição odos recursos: água e energia.
Finalmente inicia-se a segunda fase, a qual consiste em realizar um percurso
pelo canteiro de obras, anotando em uma lista de verificação pré-elaborada de itens
relacionados a forma de como o plano logístico possam interferir no
desenvolvimento das atividades que necessitam dos insumos de água e eletricidade.
O método do diagnóstico proposto, além das ferramentas acima já citadas,
ainda consistiu na elaboração de um croqui do layout do canteiro e um registro
fotográfico dos elementos e equipamentos necessários.
Abaixo serão abordadas mais profundamente as três ferramentas, e a forma
como foram aplicadas no diagnóstico dos canteiros estudados, e na sequência os
resultados e pareceres obtidos de cada visita as obras estudadas.
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4.1. Lista de Verificação
A lista de verificação é a mais abrangente dentre as ferramentas, permitindo uma
ampla análise qualitativa do canteiro, no âmbito da logística e do layout, segundo os
seus três principais aspectos: instalações provisórias, segurança no trabalho e sistema de
movimentação e armazenamento de materiais.
Cada um desses três grupos envolve diversos elementos do canteiro. Um
elemento do canteiro é definido como qualquer aspecto da logística no âmbito dos três
grupos que mereça atenção no planejamento, tais como, por exemplo, refeitório,
elevador de carga ou armazenamento de cimento. Todos os elementos devem satisfazer
certos requisitos ou padrões mínimos de qualidade para o desempenho satisfatório de
suas funções.
Os itens contidos na lista foram definidos da forma mais objetiva possível,
tentando possibilitar a verificação visual da sua existência ou não, dispensando
medições, consultas a outras pessoas ou a projetos da obra.
A lista de verificação elaborada para este trabalho prático encontra-se em sua
totalidade e com os resultados das respectivas obras no anexo A. A Figura 13 mostra
apenas parte desta lista de verificação de elementos de logística do canteiro.
2) INSTALAÇÕES ELETRICAS SIM NÃO NA
2.1) Quadro Principal de Distribuição
2.2) Quadro Intermediário de Distribuição
2.3) Quadro Terminal de Distribuição Fixo
2.4) Quadro Terminal de Distribuição Móvel
2.5) Chaves Elétricas
2.6) Instalações Elétricas Aéreas
Figura13 – Parte da Lista de Verificação de Recursos do Canteiro.
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4.2. Layout do Canteiro
A análise da planta de layout é útil para a visualização de problemas relacionados ao
arranjo físico da obra, permitindo observar, por exemplo, a localização equivocada de
alguma instalação ou o excesso de cruzamentos de fluxo de transporte de materiais em
determinadas regiões do canteiro.
Nas plantas de layout, é primordial constar os seguintes itens:
(a) Definição aproximada da área e do perímetro do terreno,
(b) Definição da área a ser construída com a planta do térreo da edificação,
diferenciando áreas fechadas e abertas;
(c) Localização de pilares e outras estruturas que interfiram na circulação de
materiais ou pessoas;
(d) Portões de entrada no canteiro (pessoas e veículos);
(e) Localização de árvores que interfiram na circulação de materiais;
(f) Localização das instalações provisórias, como vestiários, banheiros, escritório,
almoxarifado, refeitório.
(g) Todos os locais de armazenamento de materiais, inclusive depósito de entulho;
(h) Localização dos equipamento de transporte vertical, como grua, guincho e
cremalheira;
(i) Localização do elevador de passageiros;
(j) Localização das centrais de carpintaria e aço;
(l) Localização da área de carga e descarga de equipamentos;
(m) Localização de vias de transporte horizontal de materiais;
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4.3. Relatório Fotográfico
Em geral na apresentação dos resultados do diagnóstico é interessante mostrar
registros visuais da situação encontrada, para que qualquer profissional, mesmo não
tendo conhecimento da obra em estudo, possa entender o raciocínio da discussão.
Para ter uma visão mais padronizada dos canteiros em discussão, foi elaborada uma
listagem dos principais pontos do canteiro que devem ser fotografados, escolhidos com
base na sua importância logística e pelo fato de serem comuns focos de problemas, onde
serão avaliados neste diagnóstico.
A listagem é composta pelos itens abaixo:
(a) armazenamento de areia;
(b) armazenamento de blocos cerâmico/concreto;
(c) armazenamento de argamassas;
(d) entulho (em depósito ou não);
(e) condições do terreno por onde circulam os caminhões de entregas;
(f) refeitório, vestiários e banheiros com as respectivas instalações;
(g) detalhamento do sistema construtivo das instalações provisórias;
(h) pontos de distribuição das instalações hidráulicas;
(i) pontos de distribuição das instalações elétricas;
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4.4. Visitas as Obras de Edificações em Estudo
O trabalho prático foi desenvolvido em 4 canteiros de diferentes obras, situados
no Estado do Rio de Janeiro e próximas a região Oeste da cidade, onde em
decorrência do plano diretor do município é a região de maior crescimento da
cidade.
Este estudo foi realizado no ano de 2013, e com o consentimento de todas as
empresas e profissionais abordados. Foram agendadas visitas com os responsáveis
para conhecer os locais.
Nos itens a seguir será feito o diagnóstico, em relação a cada obra, se a
concepção da logística dos recursos de abastecimento de água e energia elétrica nas
frentes de trabalho, conversada primeiramente com os engenheiros, está sendo
empregada no campo e posteriormente está sendo eficaz para o desenvolvimento
dos serviços, segundo a visão de pessoas que trabalham diretamente com essas
frentes de trabalho.
4.4.1. Diagnóstico e Análise da Obra A
O empreendimento, chamado de OBRA A, em estudo se localiza na zona oeste
do Rio de Janeiro, em uma das avenidas mais movimentadas da região. Seu canteiro
contempla 5 edificações todas com 5 pavimentos, sendo um deles o subsolo. Dos 5
prédios, tem-se: 2 como residenciais, com 87 apartamentos no total; 3 comerciais, com
402 salas; e um mall que compreende toda a área do térreo e do subsolo, com 155 lojas.
A obra é comanda por uma equipe técnica de 3 engenheiros, 8 estagiários, 3 mestres e 6
encarregados.
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O diagnóstico se olhará o embasamento do canteiro como um todo, mas ao
passar para as edificações, apenas os interiores dos prédios residenciais serão
estudados, onde suas atividades são chefiadas por: um engenheiro, 2 estagiários, um
mestre e 2 encarregados.
Em relação ao terreno, possui uma área de aproximadamente 30.000 m², com
uma testada de 50 m, sendo considerado um terreno estreito e longo, conforme
ILLINGWORTH (1993), e com dois acessos nessa sua menor dimensão. Por ter um
embasamento e um subsolo que receberam um mal, a área construída compreende quase
todo o terreno, como mostra Figura 14.
Figura 14 – Embasamento e subsolo OBRA A.
O planejamento de obra feito, não contempla um plano logístico formal para o
canteiro de obra, informação levantada em conversa com um dos engenheiros que
gerencia as atividades das duas edificações residenciais, porém estratégias foram
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lançadas para se cumprirem o sequenciamento adequado da obra e atenderem as
necessidades de recursos nas frentes de trabalho.
A primeira foi de, por se trabalhar em um terreno de extensões muito grandes,
dividi-lo em áreas menores, classificadas da A até Q. E junto com essa divisão montou-
se um plano de trabalhos de escavações e fundações, que iniciou-se dos prédios mais ao
fundo do terreno para os mais a frente, onde seriam mais difíceis as execuções destes
serviços.
Por se tratar de um terreno estreito e longo, contratou-se uma empresa de
instalação elétrica para elaborar um plano para alimentação provisória de luz e energia
no canteiro. Conforme mostra Figura 15, que representa a planta de layout de canteiro,
tem-se as cinco edificações e no muro externo tem os cinco Quadros de Distribuição de
Energia no canteiro, um para cada prédio (Figura 16).
Figura 15 – Layout do Canteiro OBRA A.
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Figura 16 – Quadro de Distribuição Intermediária OBRA A.
A empresa contratada dimensionou todos os ramais elétricos dentro do canteiro
de obras e as cargas necessárias em cada ponto da obra. Também criou a idéia de locar 5
quadros de distribuição intermediária na periferia do canteiro para melhor atender as
diferentes áreas de trabalho.
Cada quadro de distribuição intermediária vindo de uma Sub-Estação Blindada,
foi dimensionado para atender um bloco. Nos dois blocos visitados, os quais foram os
dois residenciais, o quadro alimentava uma grua, duas pranchas , 5 bombas de
rebaixamento de lençol freático, 4 quadros de distribuição terminal fixo, que no caso
deste último tinha-se um por andar, conforme mostra Figura 17.
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Figura 17 – Quadro de Distribuição Terminal Fixo da OBRA A.
Este quadro de distribuição terminal, por sua vez alimenta o circuito de
iluminação provisória do pavimento e todos os equipamentos e ferramentas manuais das
empresas terceirizadas. Está localizado no corredor principal, de forma clara e fácil
visualização.
Quanto a distribuição de água no canteiro de obra, ela o corre de forma indireta,
conforme visto no item 2.5.2.1 deste trabalho, onde entra no empreendimento e é
reservada em três Caixas d’água fibra, com capacidade de 10.000 litros cada uma,
servindo a obra como um todo (Figura 18).
E posteriormente cada bloco, possui uma caixa provisória de cisterna localizada
no subsolo e outra de reservatório superior no último pavimento, cada uma com 5.000
litros. Do reservatório superior desce uma prumada, que alimenta com um único
registro cada pavimento.
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Figura 18 – Caixas d’água, como reservatório inicial da OBRA A.
Em conversa, no campo com dois encarregados de turma que ficam incumbidos
de apoiar os trabalhos nos dois blocos residenciais, notou-se que em relação a parte
elétrica e hidráulica não havia nenhuma falta prejudicial aos serviços, salve no início da
obra na parte de elevação de estrutura, onde o atendimento de água era precário, e
precisou-se constantemente de caminhões-pipas para suprir a demanda, contudo nos
dias de hoje seu fornecimento estava atendendo.
Uma alternativa empregada nesta obra, que vale ser ressaltada e explicada por
dois motivos: as grandes distancias dentro do canteiro e falta de água nas fases iniciais
de implantação do canteiro. Foi o emprego de banheiros químicos, em locais espalhados
no terreno (Figura 19).
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Figura 19 – Banheiro Químico para operários da OBRA A.
Com todas as informações levantadas e apuradas, ao analisar o plano construído
para atendar as necessidades de pontos de força e energia e os pontos de abastecimento
de água nos pavimentos dos prédios estudados, observa-se que estão adequados para o
momento que se encontra a obra.
Com relação a segurança das instalações provisórias, foi considerado satisfatório
nível de proteção para os operários. Os quadros intermediários de distribuição estavam
isolados e com avisos de risco a choques elétricos, os de distribuição terminal se
encontravam em bom estado e com os fios condutores de energia bem fixados nos
mesmos. Além de avisos constantes nas fiações energizadas para que caso precise
algum reparo avisar ao profissional adequado.
Contudo a obra poderia empregar outras formas de captação de água para
diminuir o seu consumo, como por exemplo a captação de água pluvial para ser usada
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como teste de impermeabilização, serviço este que demanda um grande consumo e será
feito em grandes áreas da obra.
4.4.2. Diagnóstico e Análise da Obra B
Este empreendimento localizado na zona oeste, caracterizado neste trabalho
como OBRA B, faz parte da expansão de uma Escola Tradicional do Rio de Janeiro,
nele compreende uma edificação de 5 pavimentos, em formato oval, pois em seu
interior abriga uma quadra poliesportiva. Possui diversos tipos de salas de aula, desde
informática até marcenaria. A edificação tem uma área construída de mais de 15.000
m², com um terreno amplo, com duas grandes entradas. Está localizado em uma área de
poucos vizinhos e pequena movimentação de tráfego.
Pela denominação de ILLINGWORTH (1993), é um canteiro amplo, onde a área
a ser construída de fato corresponde a uma pequena parcela do total, o restante será área
de estacionamento, um campo de softball e duas quadras poliesportivas.
Em conversa com o Gerente da OBRA B, não foi elaborado nenhum plano de
estudo para ataque do canteiro, a concepção feita pelo mesmo foi de agrupar os
escritórios e dependências como vestiários e refeitórios em um local do terreno que será
o último a receber e urbanização e paisagismo, além de ser de fácil acesso para a
desmobilização. Outro ponto abordado foi a sequencia construtiva da edificação, que foi
separada por trechos de 1 a 4, e sua execução feita sempre a seguir por essa ordem,
como mostra a Figura 20, que também serve para visualizar o amplo terreno com a
disposição dos elementos logísticos do canteiro.
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Figura 20 – Layout do canteiro OBRA B.
Nos cinco meses iniciais de obra, o atendimento de energia elétrica era feito por
um conjunto de 2 geradores a diesel, um para os escritórios e as dependências do
canteiro e outro para a obra que ainda se encontrava na parte de fundações e estruturas.
Posteriormente a entrada de energia provisória da concessionária local, foi feita
em um dos cantos do terreno próximo a edificação, a distribuição de energia é do tipo
subterrânea. Na Figura 21, mostra o quadro de distribuição geral da obra.
Desse quadro geral, distribui-se a alimentação para uma grua, 2 pranchas , 2
bombas de rebaixamento de lençol freático, e 6 a 8 quadros de distribuição terminal
móveis (“robozinhos”) . Além dos escritórios, que não entram no estudo. A Figura 22
mostra um dos robozinhos, que são distribuídos dentro da edificação de forma a haver 2
por pavimento.
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Figura 21 – Quadro de Distribuição Geral OBRAB.
Figura 22 – Quadro de distribuição terminal móvel (“robozinhos”) OBRA B.
Em termos de abastecimento de água, empregou-se a forma indireta, que
alimentava 4 caixas d’água de fibra de 5.000 litros cada ,exclusivamente para os
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escritórios, vestiários, banheiros e refeitório, e um conjunto de reservatórios inferior e
superior de 5.000 litros cada um para abastecimento das atividades de campo. Como
mostram as Figuras 23 e 24, respectivamente.
Figura 23 – Caixas d’água para alimentação das dependências de canteiro
OBRAB.
Figura 24 – Conjunto de reservatórios para alimentação das atividades de
campo OBRA B.
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Em conversas feitas com encarregados de diversas equipes de trabalho dentro da
edificação, constatou-se, que havia sérios problemas de fornecimentos desses insumos
nas frentes de trabalho. Primeiro, a distribuição de pontos de energia eram insuficientes
nos pavimentos e a iluminação nas áreas internas, principalmente banheiros, eram
precárias ou simplesmente não existiam. Com relação ao abastecimento de água, foi dito
que inúmeras vezes os encarregados dispensaram seus oficiais e ajudantes que foram
embora mais cedo pois não havia água disponível para trabalho.
Esses problemas aconteceram, por não haver um dimensionamento adequado
desse recursos, e não serem estudados os históricos de abastecimento de água da região.
Com relação aos pontos de energia elétrica para os equipamentos manuais, estes
foram subdimensionados, pois não se levou em conta a complexidade das instalações
permanentes dentro da edificação, que por se tratar de uma escola e não ter um formato
retangular de edificação, necessita de mais equipamentos para a execução dos serviços
de construção.
Já o abastecimento de água da região não foi estudado previamente, pois
segundo colaboradores a região sofre de carência de água nos meses de verão, e a
OBRA B, não contava com bombas auto-aspirantes nas entradas de água, e com
reservatórios que não atendiam ao consumo diário das atividades. Logo a recorrência de
pedir caminhões-pipas era quase que constante nos dias de verão.
Analisando a deficiência energética da obra, fica claro que devido a
simultaneidade de diversos serviços em um mesmo pavimento, e pela complexidade das
instalações permanentes a serem executadas, os pontos de força para equipamento
manuais foram subdimensionado. A melhor solução encontrada seria aumentar para 4 o
número de “robozinhos” nos pavimentos, para atender a grande demanda de ligações.
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O mesmo acontece com o ponto de fornecimento de água nos pavimentos, que
por ser considerada uma obra horizontal, necessita de grandes distâncias com
mangueiras para áreas afastadas da prumada provisória serem atendidas, e isso gera uma
grande perda de produtividade e perda do próprio recurso água.
Por isso nessa análise, a obra não atende de forma eficaz e constante os recursos
básicos das frentes de trabalho, gerando grandes paralizações e atrasos de serviços.
4.4.3. Diagnóstico e Análise da Obra C
Empreendimento localizado na zona oeste do Rio de Janeiro, margeando uma
das principais avenidas da região, sua concepção está voltada para o atendimento da
disponibilidade de leitos hoteleiros para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas
de 2016, e tem como data final de entrega para abril de 2014. Se encontra na fase de
fundações, e possui um terreno considerado restrito, pelo pensamento de
ILLINGWORTH(1993), pelas diversas dificuldades do entorno do terreno.
Em conversa com o engenheiro responsável pela obra, não houve tempo hábil
para elaboração de um estudo mais profundo do layout do terreno, devido a
necessidade de execução rápida da infra e supra estrutura.
Afigura 25, mostra o layout do terreno, onde o térreo e o subsolo da edificação o
ocupam quase que totalmente. Os escritórios e dependências para os operários
ficaram “espremidos” em um dos limites do terreno, segundo o engenheiro da
OBRA C, para atender as necessidades de se ter dois acesso de materiais no
canteiro.
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Figura 25 – Layout do Canteiro da Obra C.
Ainda não há uma distribuição elétrica formal no canteiro, apenas um quadro
geral que alimenta toda a obra. E quanto a rede de abastecimento de água tem-se 4
caixas de 5.000litros como reservatório comum para o campo e a parte de
escritórios, como mostra a Figura 26.
Figura 26 – Caixa d’água de abastecimento geral OBRA C.
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A maior preocupação nesse momento da OBRA C é estruturar a área do térreo e
subsolo da edificação, para liberar com áreas de carga e descarga de materiais.
Uma estratégia encontrada pelo engenheiro para vencer a falta de espaço no
canteiro, será de colocar duas empilhadeiras dentro do subsolo, para transporte
materiais pesados. Assim elas podem através uma passagem que na cortina do
subsolo para o térreo distribuir esses materiais pela edificação, e abastecer as 2
pranchas que serão instaladas posteriormente no outro lado da edificação.
A análise das instalações provisórias da OBRA C ficou no âmbito global do
canteiro, já que metade da estrutura se encontrava na fase da fundação e a outra
metade ainda na primeira laje. E não havia ainda a distribuição interna elaborada
para atender o interior da edificação. Porém foi notado a falta de segurança em
relação a parte elétrica em alguns pontos. Como a falta de aviso de perigo junto ao
quadro de distribuição principal, e as más condições que eram feitas as ligações com
os equipamentos em uso.
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4.5. Tabela de Resumo do Diagnóstico dos Canteiros
Tabela 3 – Resumo dos Diagnósticos dos Canteiros Visitados
Obras e
Recursos
Projetado Necessitado
OBRA A –
Recurso Água
Um ponto de
abastecimento de água
por pavimento.
Na presente etapa da obra, o projetado está
atendendo perfeitamente a necessidade da obra.
Em geral não há falhas ou interrupções do
abastecimento.
OBRA A –
Recurso
Energia Elétrica
Um terminal de
distribuição fixo por
pavimento.
Mesmo com a grande extensão da área do
pavimento, esse recurso atende todas as frentes
de trabalho. Foram bem dimensionados e
distribuídos pelo canteiro.
OBRA B–
Recurso Água
Um ponto de
abastecimento de água
por pavimento.
Sistema precário e desprovido de
dimensionamento. Não atende as necessidades
das frentes de trabalho, e gera enormes
desperdícios devido as grandes distâncias a
serem percorridas por mangueiras no pavimento.
Necessitaria de mais um ponto de abastecimento
de água no pavimento para suprir necessidades e
redimensionar os reservatórios de modo a
aumentar capacidade de armazenamento.
OBRA B–
Recurso
Energia Elétrica
Dois terminais de
distribuição móvel
(“robozinhos”) por
pavimento.
Falta de pontos de força para ligação de
equipamentos elétricos nos pavimentos, isso
ocorre devido a complexidade das instalações
permanentes da obra e seu curto para de
execução, acarretando na simultaneidade de
diversas frentes de trabalho, e logo assim
aumentando a demanda por pontos de energia
numa mesma área. Necessitaria de mais 2
robozinhos, totalizando 4 terminais móveis por
pavimento.
OBRA C–
Recurso Água
Um reservatório inferior
para atender ao campo.
Não possui capacidade de grande
armazenamento, esporadicamente necessita
suprir com caminhão-pipa, mas em geral atende,
já que a demanda é pouca nesta etapa da obra.
OBRA C–
Recurso
Energia Elétrica
Um quadro de
distribuição para obra
toda.
Instalações precárias, porém como a demanda
por esse recurso ainda é pouca nesta etapa da
obra, atende razoavelmente as necessidades.
Fonte: Autor
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58
5. Considerações Finais
Constatou-se no decorrer do trabalho, que as obras estudadas, não havia planos
formais de para atendimento de alguns recursos básicos no canteiro. Havia apenas
esboços de planos informais concebidos pelo gestor da obra para tentar dimensionar e
distribuir os insumos de água e energia elétrica, os quais em geral eram feitos após
experiências ruins que os gestores das obras tiveram no passado.
Pela ausência desses planos, foi constatado que por diversas vezes em
decorrência da falha de algum elemento, as construtoras ficavam dependendo da
disponibilidade de caminhões-pipa para atender a obra. Em caso vivido em uma das
visitas, o sistema de bombeamento para o reservatório superior estava queimado e
esperando que a manutenção chegasse para trocá-lo, e enquanto isso a água estava
sendo levada lenta e desperdiciosamente para a cobertura da edificação através de um
tonel içado pela grua. Isso em uma obra considerada moderna e com um prazo de
execução muito curto.
Para isso, contornar esses problemas é fundamental a padronização e a
formalização das soluções empregadas nas obras atuais, visando a criação de um banco
de dados com alternativas a serem empregada desde o planejamento de obras futuras.
Assim os gestores de uma obra passam ter uma base de dados, para tomarem iniciativas
e soluções de problemas recorrentes em determinados tipos de obras e em determinados
locais de construção.
Algo que ainda é enraizado no ramo da construção civil é concepção que as
instalações provisórias são elementos de menor importância no canteiro por causa de
seu caráter temporário. Mas quando esse “elemento secundário” falta, acaba por
acarreta enormes paralizações nas frentes de trabalho. Para isso não ocorrer, esse
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59
pensamento deve mudar e dar maior importância para essas instalações provisórias,
empregando materiais mais modernos e consistentes. Agregando uma maior eficiência
no sistema, que consequentemente terá menos desperdícios na sua vida útil.
Para o plano logístico funcionar como o esperado, atendendo a necessidade de
todos os agentes envolvidos na construção de edificações, é importante a elaboração
coletiva desse plano, com equipes interdisciplinares e visões diferentes de objetivos a
serem alcançados pelo plano. Assim fica mais fácil o entendimento de todos que
participam do canteiro, a rotina que devem seguir no dia-a-dia de trabalho para que
consigam alcançar seus objetivos.
Page 73
60
6. Referências Bibliográficas
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obra na execução de fôrmas, armação, concretagem e alvenaria. São Paulo, 2000.
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obra na execução da alvenaria. In: CONGRESSO LATINO AMERICANO
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TERCEIRO MILÊNIO, São Paulo, EPUSP, 1998.
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.Maurício José Viana ; Artur Carlos Moreira da Silva ; Orlando Cassiano Mantovani
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Disponível em: <http://revistasustentabilidade.com.br/consumo-de-agua-nos-
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<www.guiadelogistica.com.br>. Acesso em: 03 mar. 2013.
VIEIRA, H. F. Logística aplicada à construção civil : como melhorar o fluxo de
produção nas obras - São Paulo : Editora Pini, 2006.
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63
ANEXO A
LISTA DE VERIFICAÇÃO PARA DIAGNÓTICO DE CANTEIRO
OBRA A
1) TERCERIZAÇÃO M.D.O. SIM NÃO NA
1.1) Ocorre terceirização dos serviços no campo? X
1.2) Treinamentos de qualidade com os operários
terceirizados
X
1.3) Ocorre passagem das diretrizes do plano logístico
para as empresas terceirizadas?
X
2) INSTALAÇÕES ELETRICAS
2.1) Quadro Principal de Distribuição X
2.2) Quadro Intermediário de Distribuição X
2.3) Quadro Terminal de Distribuição Fixo X
2.4) Quadro Terminal de Distribuição Móvel X
2.5) Chaves Elétricas X
2.6) Instalações Elétricas Aéreas X
2.7) Instalações Elétricas Subterrâneas X
2.8) Uso de Plugs e Tomadas X
2.9) Iluminação Provisória Eficiente X
2.10) Aterramento das Instalações X
2.11) Avisos de Segurança no Campo X
2.12) Plano de redução de consumo de energia elétrica X
3) INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS
3.1) Abastecimento de água pela rede pública X
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3.1.1) Abastecimento Direto X
3.1.2) Abastecimento Indireto X
3.1.3) Abastecimento Misto X
3.2) Abastecimento da água por poços artesianos X
3.3) Sistema de bombas de recalque X
3.4) Reservatório Inferior X
3.5) Reservatório Superior X
3.6) Pontos de abastecimento de água nos pavimentos X
3.7) Captação de águas pluviais X
3.8) Vazamento ou desperdício de água X
3.9) Plano de redução de consumo de água X
LISTA DE VERIFICAÇÃO PARA DIAGNÓTICO DE CANTEIRO
OBRA B
1) TERCERIZAÇÃO M.D.O. SIM NÃO NA
1.1) Ocorre terceirização dos serviços no campo? X
1.2) Treinamentos de qualidade com os operários
terceirizados
X
1.3) Ocorre passagem das diretrizes do plano logístico
para as empresas terceirizadas?
X
2) INSTALAÇÕES ELETRICAS
2.1) Quadro Principal de Distribuição X
2.2) Quadro Intermediário de Distribuição X
2.3) Quadro Terminal de Distribuição Fixo X
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65
2.4) Quadro Terminal de Distribuição Móvel X
2.5) Chaves Elétricas X
2.6) Instalações Elétricas Aéreas X
2.7) Instalações Elétricas Subterrâneas X
2.8) Uso de Plugs e Tomadas X
2.9) Iluminação Provisória Eficiente X
2.10) Aterramento das Instalações X
2.11) Avisos de Segurança no Campo X
2.12) Plano de redução de consumo de energia elétrica X
3) INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS
3.1) Abastecimento de água pela rede pública X
3.1.1) Abastecimento Direto X
3.1.2) Abastecimento Indireto X
3.1.3) Abastecimento Misto X
3.2) Abastecimento da água por poços artesianos X
3.3) Sistema de bombas de recalque X
3.4) Reservatório Inferior X
3.5) Reservatório Superior X
3.6) Pontos de abastecimento de água nos pavimentos X
3.7) Captação de águas pluviais X
3.8) Vazamento ou desperdício de água X
3.9) Plano de redução de consumo de água X
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LISTA DE VERIFICAÇÃO PARA DIAGNÓTICO DE CANTEIRO
OBRA C
1) TERCERIZAÇÃO M.D.O. SIM NÃO NA
1.1) Ocorre terceirização dos serviços no campo? X
1.2) Treinamentos de qualidade com os operários
terceirizados
X
1.3) Ocorre passagem das diretrizes do plano logístico
para as empresas terceirizadas?
X
2) INSTALAÇÕES ELETRICAS
2.1) Quadro Principal de Distribuição X
2.2) Quadro Intermediário de Distribuição X
2.3) Quadro Terminal de Distribuição Fixo X
2.4) Quadro Terminal de Distribuição Móvel X
2.5) Chaves Elétricas X
2.6) Instalações Elétricas Aéreas X
2.7) Instalações Elétricas Subterrâneas X
2.8) Uso de Plugs e Tomadas X
2.9) Iluminação Provisória Eficiente X
2.10) Aterramento das Instalações X
2.11) Avisos de Segurança no Campo X
2.12) Plano de redução de consumo de energia elétrica X
3) INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS
3.1) Abastecimento de água pela rede pública X
3.1.1) Abastecimento Direto X
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3.1.2) Abastecimento Indireto X
3.1.3) Abastecimento Misto X
3.2) Abastecimento da água por poços artesianos X
3.3) Sistema de bombas de recalque X
3.4) Reservatório Inferior X
3.5) Reservatório Superior X
3.6) Pontos de abastecimento de água nos pavimentos X
3.7) Captação de águas pluviais X
3.8) Vazamento ou desperdício de água X
3.9) Plano de redução de consumo de água X