Página 1 de 20 Léria Rosane Holsbach – Coordenadora do Curso de Especialização em Engenharia Clinica Página 1 Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO Especialização em Engenharia Clínica Projeto Pedagógico do Curso de Pós-Graduação Latu Senso em Engenharia Clínica Ato de Oficialização: RESOLUÇÃO nº 58/2005-Conselho Departamental Plano Pedagógico e Perfil do Profissional I. Nome do Curso e Área de Conhecimento: Curso de Especialização em Engenharia Clínica 3.13.00.00-6 – Engenharia Biomédica 3.13.02.00-9 – Engenharia Médica Curso Presencial II. Objetivos: Objetivo Geral: Capacitar profissionais de engenharia para a gestão das tecnologias em saúde. Objetivos Específicos: - Prover conhecimentos específicos do gerenciamento da tecnologia na área da saúde, focando gestão de serviços de engenharia clínica, engenharia de fatores humanas (usabilidade) avaliação tecnológica, planejamento e controle da manutenção, gerenciamento de custos, gerenciamento de riscos, segurança hospitalar, imagens médicas, acreditação hospitalar, legislações sanitárias e ambiência organizacional. - Compreender os princípios dos mais comuns equipamentos eletromédicos, abordando sua função, modos de operação, princípios físicos de operação e transdução, mais frequentes falhas e análise de defeitos. - Compreender a arquitetura e a engenharia civil, sua normalização, planejamento, avaliação e especialização em estabelecimentos assistenciais de saúde. - Prover uma visão básica dos princípios de anatomofisiologia humana, de forma a facilitar o processo de comunicação com os profissionais de saúde. - Capacitar para atuação nas áreas de consultoria, gestão e pesquisa. III. Público-Alvo: Engenheiros IV. Formação de recursos humanos na área de Engenharia Clínica O uso intensivo de equipamentos para diagnóstico e terapia, aliado ao incremento de sua complexidade tecnológica, tem sido tema de controvérsia nos próprios países produtores e disseminadores das tecnologias destes equipamentos. Embora seja consensual a importância dos equipamentos odonto-medico-hospitalares, como recursos tecnológicos imprescindíveis para suporte aos serviços de assistência a saúde, a acelerada agregação destes equipamentos aos sistemas de saúde, têm
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Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre ... · conhecimentos das áreas de ciências médicas, exatas e humanas, na solução de problemas de planejamento, gerenciamento
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Léria Rosane Holsbach – Coordenadora do Curso de Especialização em Engenharia Clinica Página 1
Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
Especialização em Engenharia Clínica
Projeto Pedagógico do Curso de Pós-Graduação Latu Senso em Engenharia Clínica
Ato de Oficialização: RESOLUÇÃO nº 58/2005-Conselho Departamental
Plano Pedagógico e Perfil do Profissional
I. Nome do Curso e Área de Conhecimento: Curso de Especialização em Engenharia Clínica
II. Objetivos: Objetivo Geral: Capacitar profissionais de engenharia para a gestão das tecnologias
em saúde.
Objetivos Específicos: - Prover conhecimentos específicos do gerenciamento da tecnologia na
área da saúde, focando gestão de serviços de engenharia clínica, engenharia de fatores humanas
(usabilidade) avaliação tecnológica, planejamento e controle da manutenção, gerenciamento de
custos, gerenciamento de riscos, segurança hospitalar, imagens médicas, acreditação hospitalar,
legislações sanitárias e ambiência organizacional.
- Compreender os princípios dos mais comuns equipamentos eletromédicos, abordando sua
função, modos de operação, princípios físicos de operação e transdução, mais frequentes falhas e
análise de defeitos.
- Compreender a arquitetura e a engenharia civil, sua normalização, planejamento, avaliação e
especialização em estabelecimentos assistenciais de saúde.
- Prover uma visão básica dos princípios de anatomofisiologia humana, de forma a facilitar o
processo de comunicação com os profissionais de saúde.
- Capacitar para atuação nas áreas de consultoria, gestão e pesquisa.
III. Público-Alvo: Engenheiros
IV. Formação de recursos humanos na área de Engenharia Clínica
O uso intensivo de equipamentos para diagnóstico e terapia, aliado ao incremento de sua
complexidade tecnológica, tem sido tema de controvérsia nos próprios países produtores e
disseminadores das tecnologias destes equipamentos. Embora seja consensual a importância dos
equipamentos odonto-medico-hospitalares, como recursos tecnológicos imprescindíveis para
suporte aos serviços de assistência a saúde, a acelerada agregação destes equipamentos aos
sistemas de saúde, têm
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desencadeado críticas quanto ao expressivo crescimento dos gastos com assistência médica
correlacionados comprovadamente aos dispêndios com a aquisição e manutenção destes
sofisticados equipamentos. Nos países em desenvolvimento, como o Brasil, esta situação é ainda
mais complexa, pois se por um lado solicita a seleção das tecnologias advindas dos paises
desenvolvidos e, portanto, adequadas aos seus quadros nosológicos, por outro lado, os escassos
recursos disponíveis para aquisição destes equipamentos de elevado custo, representam o risco de
colocar estes países à margem de inovações tecnológicas significativas. Aliada a necessidade de
racionalização dos dispêndios com a aquisição e manutenção destes equipamentos, as exigências de
incorporar aos serviços de assistência à saúde, tecnologias apropriadas, e de garantir a segurança
aos usuários destes equipamentos, introduziram, nas instituições de saúde dos países
desenvolvidos, a partir do fim da década de 60, uma carreira técnica capaz de integrar
conhecimentos das áreas de ciências médicas, exatas e humanas, na solução de problemas de
planejamento, gerenciamento e treinamento em sistemas de equipamentos odonto-medico-
hospitalares, conhecida internacionalmente como Engenharia Clínica. Em países como o Brasil, a
contribuição dos engenheiros clínicos a ainda mais significativa. Além de proporcionarem economia
de expressivos recursos financeiros, que seriam gastos na manutenção destes equipamentos,
orientam a aquisição das tecnologias externas mais apropriadas ao quadro nosológico destes
países. No Brasil, a rede física do sistema de saúde que adquire os equipamentos odontomedico-
hospitalares, écomposta por 34.831 estabelecimentos de saúde públicos e privados, com 522.835
leitos, existindo grande diversidade no tamanho e complexidade destes estabelecimentos, sendo que somente 1.250 deles possuem mais de 120 leitos (IBGE 2012). Comparativamente às nações
desenvolvidas, o Brasil usa, em média, equipamentos obsoletos. Existe, entretanto exceções,
principalmente em instituições de saúde localizadas nas regiões sul e sudeste. Apesar disto,
observa-se que a aquisição de equipamentos médico-hospitalares complexos realiza-se, via de
regra, sem critérios. Por exemplo, se considerarmos que 500 tomógrafos computadorizados
existentes no Brasil concentram-se em grandes cidades proporcionando uma relação de habitantes
por tomógrafo, nestas cidades, maior que a de alguns países europeus (Wang E Calil, 1991; Negri, Di
Giovanni, 2005). A este parque instalado em operação, somam-se em torno de US$ 2 bilhões em
equipamentos inoperantes, ou operando precariamente, o que corresponde a 30% de todo o
parque, como consequência de: Aquisições inadequadas, Qualidade insatisfatória, Uso indevido,
Gestão de manutenção deficientes.
V. Mercado Profissional
Adicionalmente, o consumo nacional de equipamentos médico-hospitalares, por ano, corresponde
em torno de US$ 500-700 milhões, sendo US$ 400-500 milhões adquiridos no país e US$ 100-150
milhões importados, o que representa ao país um acréscimo de US$ 37-52 milhões nos dispêndios
anuais para manutenção deste parque (Wang e Calil, 1991; Negri, Di Giovanni, 2005; Datasus 2013).
Expressiva parte destes dispêndios e consequência da carência de recursos humanos habilitados
em engenharia clinica no Brasil. Como inexiste no país curso para habilitação nesta carreira técnica,
a demanda do setor saúde nesta categoria de profissional é atendida, deficitariamente, por
inexpressiva parte dos aproximadamente 20 engenheiros biomédicos que anualmente concluem
curso de mestrado, uma vez que quase a totalidade dedica-se à pesquisa, desenvolvimento e
produção de equipamentos médico-hospitalares, em vez de trabalhar nos estabelecimentos de
saúde, os quais via de regra, não apresentam condições adequadas ao desenvolvimento de
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atividades de engenharia clínica. Como consequência, apenas 6% dos hospitais com mais de 120
leitos, ou seja, em torno de 75 hospitais, possuem departamento de engenharia clínica em suas
estruturas administrativas, o que representa em torno de 1% de todos os hospitais. No Brasil,
considerando-se a disponibilidade de menos de 500 engenheiros clínicos atuando em instituições
de saúde, e um total de 523.000 leitos públicos e privados, podemos estimar um déficit no país de
pelo menos 1.400 engenheiros clínicos (Estima-se que seja necessário um engenheiro Clínico para
cada 350 leitos). Entretanto, estima-se que o sistema de ensino superior não tenha recursos para
atender a esta demanda em menos de cinco anos, ou seja, especializar 300 engenheiros por ano,
bem como, avalia-se que o setor de saúde nacional não possua condições de absorver mais de 60
engenheiros clínicos por ano.
VI. Benefícios ao Setor de Saúde
Apesar do reduzido número de instituições de saúde que investiram em equipes de engenharia
clínica, estas instituições lograram benefícios que justificam amplamente os investimentos
realizados, destacando-se que: - Quando a manutenção é realizada por equipe do próprio hospital, o
tempo médio do equipamento parado para manutenção reduz-se para os serviços realizados por
assistência técnica externa ao hospital, revertendo em beneficio ao usuário que poderá dispor do
serviço prestado pelo equipamento por mais tempo; - Quando a manutenção é realizada por equipe
técnica do próprio hospital, os dispêndios com a manutenção de seus equipamentos reduz-se para
em aproximadamente 5% de seu orçamento anual, enquanto a de aproximadamente 30% de seu orçamento anual quando não dispõe desta equipe, representando um credito orçamentário anual
de 25% a ser gasto em serviços de saúde prioritários (OPAS, 2012).
- Os gastos com serviços de manutenção realizados por equipe técnica do próprio hospital são em
torno de 80% menores que os realizados por assistência técnica externa ao hospital. - Quando o
hospital dispõe de equipe técnica de manutenção, apenas aproximadamente 5% de seus
equipamentos estão sujeitos a assistência técnica externa, o que corresponde a 30% dos recursos
financeiros do hospital alocados em manutenção de seus equipamentos (Ministério da Saúde,
1994). - Em relatório elaborado pelo Departamento de Tecnologia da Fundação Hospitalar do
Distrito Federal, em 1989, observa-se que este departamento reparou 94% dos equipamentos
médico-hospitalares da fundação, o que representou uma economia de US$ 8,4 milhões no ano
(Wang e Calil, 1998; Negri, Di Giovanni, 2005). Este mesmo relatório mostra que 6% dos
equipamentos médico-hospitalares que tiveram assistência técnica externa, foram responsáveis por
39% dos dispêndios da Fundação em manutenção de seus equipamentos. Concluindo, destaca-se
que a importância da engenharia clinica a prestação de assistência à saúde, justifica-se não apenas
por reduzir os dispêndios com equipamentos médico-hospitalares, ou garantir a segurança de seus
usuários, mas também por evitar o elevado custo social causado pelo maior tempo de
indisponibilidade de uso destes equipamentos, devido a deficiências em sua gerência e manutenção.
VII. Perfil do Egresso
O engenheiro clínico tem como função principal a gestão dos departamentos de engenharia clínica
das instituições de saúde, supervisionando os técnicos em manutenção de equipamentos médico-
hospitalares. Neste contexto, a Federação Internacional de Engenharia Biomédica estabeleceu, em
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1981, a relação de atribuições do engenheiro Clínico, as quais são resumidas a seguir (Bronzino.
1990, 2006): - Prestar serviços de consultoria sobre as tecnologias disponíveis e apropriadas de
equipamentos médico-hospitalares; - Prestar serviços de avaliação das especificações e
desempenho dos equipamentos, tanto na etapa de seleção para sua aquisição, quanto em sua
recepção, instalação e operação; - Planejar e controlar a gestão da manutenção de equipamentos
odonto-médicohospitalares; - Prevenir as situações perigosas e controlar os riscos inerentes ao uso
desses equipamentos; - Supervisionar os serviços de metrologia e observância dos padrões de
qualidade dos equipamentos; - Assessorar os serviços técnicos relativos a equipamentos especiais e
à melhoria dos serviços de saúde; - Planejar e desenvolver programas de capacitação de técnicos da
área e de usuários dos equipamentos.
Estas atribuições foram confirmadas em estudos posteriores, classificando o engenheiro Clínico
como habilitado para exercer atividades em:
- Departamento de engenharia clínica das instituições de saúde;
- Unidades de gestão da política de equipamentos odonto-medico-hospitalares nos órgãos
governamentais da política de saúde, tais como as Secretarias de Saúde Estaduais e Municipais;
- Centros de pesquisa e desenvolvimento de equipamentos médico-hospitalares de instituições
publicas ou privadas;
- Unidades de assistência técnica de empresas que atuam na área de equipamentos médico
hospitalares.
Desta forma, o Curso de Especialização em Engenharia Clínica visa capacitar profissionais com os
conhecimentos necessários para uma atuação eficiente junto às unidades de saúde, auxiliando os
profissionais da área da saúde para otimizar, funcional e economicamente as unidades de saúde.
Devido à natureza da atividade, este profissional devera possuir conhecimentos em áreas afins da
saúde, tais como fisiologia, anatomia e semiologia, permitindo a fluência da comunicação entre
engenheiros clínicos e o corpo médico. Além disso, o egresso deverá possuir conhecimentos sobre o
modo de funcionamento do atual sistema de saúde, instrumentação hospitalar e sua gestão,
incluindo tópicos de administração e ética na saúde.
VIII. Carga Horária Carga Horária Total:.......................................................480 horas
Carga Horária de Aulas Teóricas:...................................280 horas
Carga Horária de Aulas Práticas:.................................... 160 horas
Carga Horária para Trabalho de Conclusão de Curso/projeto integrado:....40 horas
IX. Período e Periodicidade: Sextas das 18h – 11hs Sábados das 08:00 as 12:30hs e 13:30:00 as
18:30hs(10horas/aula) Duração: 12 meses
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X. Requisitos de ingresso: Para candidatar-se ao curso de especialização em engenharia clinica,
deverão ser, preferivelmente elegíveis: Os engenheiros preferencialmente com algum
conhecimento no setor de saúde.
XI. Escopo: Para exercer as atribuições descritas, recomenda-se que a especialização em
engenharia clínica possua estrutura curricular composta de disciplinas nas seguintes áreas de
conhecimento:
Área de Formação Básica em Saúde; Área de Formação em Instrumentação Biomédica e
Médico-Hospitalar; Área de Formação em Engenharia na Saúde
Área de Formação em Metodologia da Pesquisa Científica e Legislação Sanitária da Saúde.
Conteúdo básico das disciplinas, segundo sugestão apresentada pelo ministério da saúde:
Área de Formação Básica em Saúde a) Noções básicas de anatomia, fisiologia, fisiopatologia e
semiologia. b) Conhecimento da terminologia utilizada nas instituições de saúde.
Área de Formação em Instrumentação Biomédica e Médico-Hospitalar a) Caracterizar os
sinais fisiológicos, através de parâmetros ou padrões físicos e matemáticos. b) Conhecer as
características e saber identificar os equipamentos de diagnóstico e terapia, bem como os
equipamentos de apoio ao funcionamento das instituições de saúde. c) Conhecer as características e
saber identificar os instrumentos a serem usados na manutenção e pesquisa dos equipamentos
médico-hospitalares das instituições de saúde. d) Entender os princípios básicos de funcionamento
dos equipamentos médicohospitalares. e) Entender os princípios físicos e de transdução utilizados
nos equipamentos médico-hospitalares. f) Conhecer os riscos inerentes a tecnologias usadas em
alguns equipamentos médico-hospitalares. g) Identificar erros e distorções de medidas causadas
por interferências internas e externas ao processo de medida. h) Decidir quais técnicas disponíveis
para transdução, tratamento e apresentação do fenômeno fisiológico sob estudo são mais
adequadas para cada aplicação.
Área de Formação em Engenharia na Saúde a) Compreender a estrutura político-administrativa
do sistema de saúde do País. b) Compreender a estrutura organizacional das unidades de saúde. c)
Conhecer as atribuições e competências da área de engenharia clínica nas Instituições de saúde. d)
Conhecer os fluxos de materiais, pessoas e de informações nas instituições de saúde. e) Identificar e
propor soluções para os problemas de segurança de equipamentos médico-hospitalares e
instalações de instituições de saúde. f) Especificar os equipamentos hospitalares e descrever os
procedimentos a serem adotados nos processos de aquisição. g) Avaliar a aquisição de
equipamentos médico-hospitalares que incorporem tecnologias recentes. h) Elaborar programas de
gerencia de equipamentos médico-hospitalares nas instituições de saúde.
i) Elaborar programas de manutenção de equipamentos médico-hospitalares nas instituições de
saúde. j) Conhecer as necessidades de equipamentos médico-hospitalares e instalações de
estabelecimentos de saúde. k) Entender os procedimentos de supervisão de equipamentos médico-
hospitalares nas instituições de saúde. I) Conhecer os preceitos éticos do setor de saúde. m)
Descrever os procedimentos de metrologia, normalização e qualidade aplicáveis a equipamentos
médico-hospitalares. n) Conhecer procedimentos de ergonomia das instalações e equipamentos
médicohospitalares.
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Área de Formação em Metodologia da Pesquisa Científica e Legislação Sanitária em produtos
para a Saúde.
a) Revisar os conceitos básicos relativos a metodologia da pesquisa científica de forma dirigida à
confecção do trabalho de conclusão de curso. b) Legislação Sanitária Brasileira (Leis, Decretos,
Portarias e Resoluções), Legislação Regional (Mercosul), normas técnicas nacionais e internacionais
aplicadas a saúde, Certificação de equipamentos médicos no Brasil, Boas Práticas de Fabricação e
Controle
XII. Corpo Docente O corpo docente (especialistas, mestres e doutores), que devido à natureza
multidisciplinar do curso, envolve professores de diversos especialidades, tais como profissionais:
Engenheiros, Físicos, Analista de Sistemas, Médicos, Enfermeiras, Administradores, entre outros.
XIII. Conteúdo Programático Segue detalhamento do projeto pedagógico do Curso de Especialização
em Engenharia Clínica, onde está definido o conteúdo das áreas de formação que o compõem.
Área de formação básica em saúde – 55 horas-aula
Justificativa e Objetivos: A Engenharia Clínica é um campo do conhecimento multidisciplinar por
natureza. O Engenheiro Clínico trabalha em um ambiente médico-hospitalar onde enfrenta
aspectos técnicos relacionados ao gerenciamento de equipamentos, voltados para o atendimento
médico dos pacientes. Assim, deve dominar a linguagem básica relativa à área médica de forma a se
comunicar adequadamente com médicos, enfermeiras, biomédicos, técnicos de laboratório e
demais profissionais da área de saúde. A forma de desenvolver uma linguagem comum com pessoal
da área médica e entender as demandas relacionadas ao seu trabalho, envolve a obtenção de
conhecimentos básicos em disciplinas como anatomia, fisiologia e semiologia.
As disciplinas que compõem a área de formação básica em saúde são: Anatomofisiologia Humana,
Semiologia Médica , Bioética consolidando uma carga horária de 55 horas / aula.
1.1 Anatomia e Fisiologia Humana (Carga horária: 40 horas/aula):
Justificativa e Objetivos: O conhecimento de anatomia e, em especial, de fisiologia está intimamente
relacionada à compreensão dos princípios físicos de funcionamento de equipamentos médico-
hospitalares. Conhecimentos sobre a eletrofisiologia humana são fundamentais à compreensão dos
equipamentos eletromédicos, assim como a fisiologia dos sistemas respiratório, cardiovascular e
renal está fortemente relacionada às tecnologias de ventilação mecânica, circulação extracorpórea e
hemodiálise. Portanto, o conhecimento de anatomofisiologia é fundamental ao embasamento do
Engenheiro Clínico no que se refere a prática de gestão da tecnologia na área da saúde.
Conteúdo Programático: Introdução à anatomia e fisiologia humana. Aparelho locomotor. Sistemas:
nervoso, cardiovascular, respiratório, renal e digestivo. Organização e estrutura física das células.
Composição química das células. Sistemas funcionais da célula. Fisiologia da contração muscular.
Fisiologia dos sistemas: nervoso, cardiovascular, respiratório, renal, digestivo, endócrino e
reprodutor.
1.2. Semiologia Médica (Carga horária: 10 horas/aula): Justificativa e Objetivos: O profissional
inserido no ambiente de saúde deve dominar a linguagem básica relativa à área medica de forma a
poder se comunicar adequadamente. Conhecimentos de semiologia necessários ao Engenheiro
Clínico como forma de desenvolver a compreensão dos protocolos clínicos, por sua vez
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intimamente relacionados aos conceitos de prontuário eletrônico, assim como de uma linguagem
comum que permita ao profissional entender as demandas relacionadas ao seu trabalho.
Conteúdo Programático: Introdução a Semiologia. Observação clinica: anamnese e exame físico
geral. Semiologia e semiotécnica do tórax e do abdome.
1.3 Bioética (Carga horária: 05 horas/aula)
Justificativa e Objetivos: A execução adequada das funções do Engenheiro Clínico depende de sua
postura adequada dentro do ambiente hospitalar. Esta postura requer conhecimentos formais
sobre a ética na pesquisa em saúde. Conteúdo Programático: Postura do profissional diante do
paciente, equipe médica, subordinados e como intermediário entre equipe médica e administração.
Acidentes com equipamentos: postura, procedimentos e legislação concernente. Sigilo profissional.
Relações interdepartamentais e pessoais.
2. Área de formação em metodologia da pesquisa científica e Normas e Legislação Sanitária
para produtos na Saúde – 40 horas-aula
Justificativa e Objetivos: O curso de Especialização em Engenharia Clínica assume a apresentação de
um Trabalho de Conclusão de Curso como requisito ao seu egresso. Este trabalho é definido como
um trabalho acadêmico voltado para a prática ou metodologias em Engenharia Clínica. Desta forma,
os módulos de formação em metodologia de pesquisa fornecem subsídios ao aluno para a escrita do
mesmo segundo a metodologia científica e as normas de escrita vigentes. As disciplinas que
compõem a área de formação metodologia da pesquisa científica são: Metodologia de Pesquisa,
Normas e Legislação na Saúde, consolidando uma carga horária de 40 horas/aula.
2.1. Metodologia de Pesquisa (Carga horária: 20 horas/aula)
Justificativa e Objetivos: Revisar fundamentos da metodologia de pesquisa para profissionais
oriundos da área de exatas, fornecendo subsídios ao desenvolvimento de trabalhos acadêmicos.
Conteúdo Programático: A Construção e a demarcação científica. Criatividade como fonte de
descoberta da produção científica. A Ética da pesquisa em saúde. Planejamento e construção de
propostas de Investigação. Avaliação e escolha do método. Técnicas metodológicas. Trabalhos
Esta disciplina tem por objetivo fornecer os conhecimentos básicos envolvidos nos processos de
planejamento e controle do risco ambiental advindo das atividades de saúde. Tem a finalidade de
fornecer instrumentos para avaliar e minimizar os impactos ambientais, reduzindo os efeitos
adversos das atividades produtivas nos meios físicos e biológicos.
Conteúdo Programático:
Conceitos de ecologia, ambiente, meio ambiente e desenvolvimento sustentável. Planejamento e controle do risco ambiental advindo das atividades de saúde. Avaliar e minimizar os impactos
ambientais indesejáveis. Reduzir os efeitos adversos das atividades produtivas nos meios físicos e
biológicos. Planejamento Ambiental Integrado: a crise energética, fontes alternativas de energia na
saúde. Avaliação de impactos ambientais: descrição geral, indicadores de impacto, métodos
quantitativos. Aspectos legais e institucionais do controle ambiental. Resíduos sólidos, efluentes
líquidos e gasosos: conceituação, tipos e classificação, características, composição e análise.
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Aspectos sanitários, ambientais, epidemiológicos, econômicos e sociais dos resíduos sólidos e
líquidos. Acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte e disposição final de resíduos.
Legislação e normalização sobre resíduos sólidos. Desenvolvimento de programa de resíduos
sólidos. Direito Ambiental no Brasil. Crimes ambientais. Agenda 21. Protocolo de Kyoto. Efeito
Estufa. Buraco na camada de ozônio. Produção Mais Limpa (P+L).
MARCONI, Marina de A. Lakatos, Eva M. Técnicas de Pesquisa: Planejamento e Execução de
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Pesquisas, Amostragens e Técnicas de Pesquisas , Elaboração, Análise e Interpretação de Dados.3
ed.São Paulo: Atlas, 1996. 7. MULLER, Mary S; CORNELSEN, Julce M. Normas e Padrões para Teses,
dissertações e monografias. 2ª ed.Londrina:EDUEL, 1999. 8. FURASTÉ,Pedro Augusto. Normas
Técnicas para o Trabalho Científico:Elaboração e Formatação. Explicitação das Normas da
ABNT.14ª ed.Porto Alegre, 2012. 9. REA,Louis M. PARKER, Richard.Metologia de Pesquisa: do
Planejamento a Execução. São Paulo: Editora Pioneira, 2000. 10. MORAES,Irany Novah,
AMATO,Alexandre Campos Moraes. Metodologia da Pesquisa Científica. Editora: Roca, 2007.
Software de Apoio
Plano de Módulo Curso de Especialização em Engenharia Clínica Disciplina: Normas e
Legislação Sanitária Vigente para Produtos na Saúde C. Horária: 20 h Professor: Marcio Luiz
Varani
Objetivos: Esta disciplina tem por objetivo fornecer os conhecimentos básicos envolvidos na
Legislação Sanitária Brasileira vigente aplicada a produtos na área da sáude. Abordar as boas
práticas de fabricação de produtos médicos e serviços na saúde.
Ementa: Legislação Sanitária Brasileira. Normas Técnicas Nacionais e Internacionais.
Programa: Legislação Brasileira (Leis, Decretos, Portarias e Resoluções), Legislação Regional
(Mercosul), normas técnicas nacionais e internacionais aplicadas a saúde. Certificação de
equipamentos médicos no Brasil. Metrologia Boas Práticas de Fabricação e Controle.
Bibliografia: 1.Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, 2. Decreto nº 3.961, de 10
de outubro de 2001, 3. Lei nº 6.360, de 23 de setembro de 1976, 4. Lei nº 9.784, de 29 de janeiro
de 1999,
BRASIL, Anvisa. RDC nº 16, de 28 de março de 2013: Aprova o Regulamento Técnico de Boas Práticas de Fabricação de Produtos Médicos e Produtos para Diagnóstico de Uso In Vitro e dá outras providências. BRASIL, Anvisa. RDC nº 36, de 25 de julho de 2013: institui ações para a segurança do paciente em serviços de saúde e dá outras providências. BRASIL, Anvisa. RDC nº 56, de 6 de abril de 2001: adota a seguinte resolução: Os produtos para saúde devem atender aos requisitos essenciais de segurança e eficácia aplicáveis a estes produtos, referidos no Regulamento Técnico anexo a esta Resolução. BRASIL, Anvisa. RDC nº 59, de 27 de junho de 2000: determina a todos fornecedores de produtos médicos o cumprimento dos requisitos estabelecidos pelas Boas Práticas de Fabricação de Produtos para esta finalidade. BRASIL, Anvisa. RDC nº. 63 de 25 de novembro de 2011: Dispõe sobre os Requisitos de Boas Práticas de Funcionamento para os Serviços de Saúde. BRASIL, Anvisa. RDC nº. 67, de 21 de dezembro de 2009: Dispõe sobre normas de tecnovigilância aplicáveis aos detentores de registro de produtos para saúde no Brasil. BRASIL, Anvisa. RDC nº. 185, de 22 de outubro de 2001: registro, alteração, revalidação e cancelamento
do registro de produtos médicos na Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, Software de apoio.
Plano de Módulo Curso de Especialização em Engenharia Clínica Disciplina: Instrumentação
biomédica C. Horária: 40 h Professor(es): Cleiton Garcia
Objetivos: Promover uma revisão de fundamentos de eletrônica. Apresentar as especificidades da
instrumentação destinada à transdução de sinais fisiológicos e prevenção de erros de medição.
Ementa: Sistema de instrumentação eletrônica. Instrumentos de medidas analógicos e digitais.
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Transdutores. Medições de força, torque, pressão, fluxo, deslocamento, velocidade, aceleração,
temperatura. Eletrodos para biopotenciais. Análises de circuitos DC e AC e resposta em freqüência.
Circuitos de condicionamento de sinal.
Programa: 1. Sistemas de Instrumentação Eletrônica: Diagrama básico de sistemas de medida.
Funcionamento impróprio dos instrumentos. Calibração de sistemas. Instrumentos de Medida
Analógicos e Digitais. Interfaces e distribuição de dados: IEEE 488, RS 232. Osciloscópios digitais. 2.
Transdutores: Potenciômetros. Transformadores diferenciais. “Straingages”. Sensores capacitativos. Sensores de Eddy-currrent. Sensores piezoelétricos e piezoresistivos. Sensores
fotoelétricos. Sensores de temperatura com resistência variável (RTD). Termistores. Termopares.
Osciladores a cristal. 3. Aplicações dos Sensores para Medição de Várias Grandezas: Força, torque,
Objetivos: Apresentar os princípios físicos e de operação dos mais comuns equipamentos eletro-
médicos, abordando sua função, modos de operação, mais frequentes falhas e análise de defeitos.
Ementa: Análises de circuitos DC e AC e resposta em frequência. Circuitos de condicionamento de sinal. Conceitos básicos de instrumentação biomédica generalizada. Segurança elétrica de
equipamentos biomédicos. Equipamentos biomédicos para diagnóstico, monitoração e terapia.
Programa: 1. Instrumentação Biomédica: Equipamento biomédico básico. Particularidades dos
equipamentos biomédicos. Itens de segurança elétrica. Normatização, certificação e conformidade
do equipamento biomédico frente à norma IEG 601.
2. Equipamentos para Monitoração: Monitores de ECG, monitores de parâmetros fisiológicos.
Medidas de parâmetros respiratórios. Técnicas de medida de pressão sanguínea: métodos direto e
Bibliografia: 1. Segurança E Medicina Do Trabalho. Manual de legislação Atlas. São Paulo. Editora
Atlas. 54ª ed. 2003 2. Software de Apoio
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Plano de Módulo Curso de Especialização em Engenharia Clínica Disciplina: Introdução a
Imagens Médicas C. Horária: 25h Professor(es): Ricardo Castilho Wunderlich
Objetivos: Apresentar a gestão da tecnologia da informação nas unidades de saúde. Ementa: A
informação nos sistemas de saúde. Estrutura de dados e arquivos médicos. Sistemas de informação
em saúde. Informatização de serviços de saúde. Protocolos de comunicação de dados hospitalares.
Programa: 1. A informação nos sistemas de saúde. 2. Estrutura de dados e arquivos médicos:
natureza da informação em medicina, aplicações na coleta e armazenamento de dados. 3. Sistemas de informação em saúde: aplicação na gestão hospitalar, aplicações em saúde pública, medicina
social e preventiva, epidemiologia e estatística. 4. Informatização de serviços de saúde: Anamnese
automatizada, registro médico, bancos de dados clínicos, sistemas de codificação médica, apoio aos
exames complementares e diagnósticos, aplicações no laboratório, emissão e interpretação de
laudos. 5. Protocolos de comunicação de dados hospitalares (DICOM, HL7).. Metodologia: Aulas
expositivas de teoria e vistas aos locais de imagens médicas.. Apoio Didático: Quadro, pincel, data-
show, computador. Bibliografia: 1. BEMMEL, J.H., MUSEN, M.A. Handbook of medical informatics. 3