UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL CAMPUS DE PATOS – PB UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS YAMARASHY GOMES LOPES FERNANDES COMPOSIÇÃO E HISTÓRIA NATURAL DE UMA TAXOCENOSE DE SERPENTES EM UMA ÁREA DE CAATINGA DO SERTÃO PARAIBANO PATOS – PARAÍBA – BRASIL 2016
70
Embed
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO … · EM UMA ÁREA DE CAATINGA DO SERTÃO PARAIBANO ... Pernambuco, baseado principalmente em estruturas de guildas alimentares. Em
This document is posted to help you gain knowledge. Please leave a comment to let me know what you think about it! Share it to your friends and learn new things together.
Transcript
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL
CAMPUS DE PATOS – PB
UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
YAMARASHY GOMES LOPES FERNANDES
COMPOSIÇÃO E HISTÓRIA NATURAL DE UMA TAXOCENOSE DE SERPENTES EM UMA ÁREA DE CAATINGA DO SERTÃO PARAIBANO
PATOS – PARAÍBA – BRASIL
2016
YAMARASHY GOMES LOPES FENANDES
COMPOSIÇÃO E HISTÓRIA NATURAL DE UMA TAXOCENOSE DE SERPENTES EM UMA ÁREA DE CAATINGA DO SERTÃO PARAIBANO
Monografia apresentada à Unidade Acadêmica de Ciências Biológicas, da Universidade Federal de Campina Grande, Campus de Patos/PB, para a obtenção do Grau de Licenciado em Ciências Biológicas. Orientadora: Profa. Msc. Marcela Meira Ramos Abrantes
PATOS – PB
2016
AGRADECIMENTOS
Agradecer a Universidade Federal de Campina Grande;
Aos meus pais Dacio Galdino e Valderez Gomes por todo apoio, paciência,
conselhos e muito amor a mim expressado;
Aos meus familiares que sempre me apoiaram em especial Yago Gomes e Thadeu
Carlos;
A minha namorada Cecília Ruth por toda força, apoio, carinho e conselhos
principalmente nas horas difíceis. Te amo minha querida;
Eternos (as) amigos (as) de turma Dilcemar Ferreira (Mazinho), Danilo Gusmão,
Julyana Medeiros Valéria Gonçalves, também aos parceiros que sempre me
ajudaram Rafael Pereira, Pedro Medeiros (Mago Ornito), Viviane Canuto, Italo
Tarsis, Monasses Marques e Emanoel Gualberto, que participaram de alguma forma
na realização deste trabalho;
Gostaria de agradecer plenamente ao Professor Msc. Stephenson Hallison Formiga
Abrantes, pelos conselhos, ensinamento passado, “puxões de orelha” por conta dos
meus deslizes, porém sempre procurando me ajudar e principalmente por ter
acreditado que este trabalho seria realizado, também quero agradecer de coração
minha Professora orientadora Msc. Marcela Meira Ramos Abrantes, por ter aceitada
a orientação e pela toda atenção durante a pesquisa;
Agradeço de coração ao proprietário da Fazenda ABA o Sr. Magno de Bá pela
permissão para a realização de pesquisas em suas terras. Obrigado pela paciência;
Ao professor Dr. Erich de Freitas Mariano, por sempre ter me ajudado nas horas que
eu precisava, companheirismo e amizade na qual quero carregar pelo resto da
minha vida. Agradeço por aceitar o convite para minha banca de defesa;
Ao professor Dr. Marcelo de Nogueira Carvalho Kokubum, obrigado por tudo na
minha vida acadêmica, por me ajudar nas dúvidas que tive, pela amizade, pela
licença de coleta e também muito grato por ter aceitado o convite para participar da
minha banca na defesa da monografia;
Obrigado à todo corpo docente que passou na minha graduação;
A Msc. Rafaela Cândido França por ter me dado dicas e pela disponibilização de
materiais bibliográficos;
A minha amiga Isabelle Coutinho pela ajuda, obrigado menina;
O Anarquia MC Motoclube na qual faço parte e também ao time de futebol
americano Sertão Carcarás.
RESUMO
Estudos com serpentes em biomas com formações abertas como Cerrado, Caatinga e Pantanal, são poucos no Brasil. Diante desta falta de estudo foram realizadas treze expedições mensais com duração de três dias, durante um ano em uma área de Caatinga da Fazenda ABA, que fica situada no município de Passagem PB, reunindo informações sobre dieta, padrões de atividades, utilização do substrato, história natural, ecologia das espécies de serpentes encontradas. Para a coleta de exemplares foi utilizada a metodologia de Procura Limitada por Tempo, Encontros Ocasionais e Coletas por Terceiros. Neste estudo foram registradas 14 espécies de serpentes que são distribuídas em 6 famílias. Dentre as famílias Boidae, Colubridae, Dipsadidae, Elapidae, Leptotyphlopidae e Viperidae, houve um predomínio de espécies da família Dipsadidae. A espécie que apresentou maior freqüência de encontro foi a Leptodeira annulata seguida pela Oxyrhopus trigeminus. Na comunidade foi constatado que existe predominância de espécies com hábitos noturnos, terrícolas e com hábitos alimentares principalmente de anfíbios e lagartos. A comunidade de serpentes deste estudo apresenta uma similaridade maior com áreas de vegetação aberta.
Palavras-chave: herpetofauna, ofidiofauna.
ABSTRACT
Studies with snakes in biomes of open vegetation Cerrado, Caatinga and Pantanal are few in Brazil. Given this necessity of study, thirteen shipments were made three days during the period of one year in a Caatinga area of Fazenda ABA, which is located in the municipality of Passagem PB, to collect information on diet, activity patterns, substrate utilization, natural history and ecology of species of snakes found. The methodologies of limited time search, occasional encounters and data collection by third parties were used for gathering information. This study recorded 14 species of snakes that are distributed in 6 families. Among the Boidae family, Colubridae, Dipsadidae, Elapidae, and Viperidae leptotyphlopidae, there was a predominance of species of the Dipsadidae family. The frequency of encounter was higher with the species Leptodeira annulata, followed by the Oxyrhopus trigeminus. In the studied environment, there was a predominance of species with nocturnal, terrestrial and eating habits, mainly of amphibians and lizards. The community of snakes of this study reveals a major similarity with areas of open vegetation.
Keywords: Herpetofauna, Ophidianfaun.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Mapa de localização geográfica do município de Passagem, Paraíba (HYLDETAN et al. 2015)...........................................................................................10 Figura 2 - Área de estudo. A) Detalhe de extensos lajedos próximos a corpos d’águas menores junto à vegetação aquática; B) A presença de mata ciliar nas margens de um rio temporário...................................................................................11 Figura 3 - Comparação do vale da Fazenda ABA em época de estiagem e chuvosa. A) Presença de rochas é característica da área do estudo, foto de Pedro Neto; B) Em época de chuva começa aparecer pequenas ervas e arbustos......................................................................................................................11 Figura 4 - Área de estudo. A) Dentro da mata a presença de árvores de pequeno, médio e grande porte, também a presença de resquícios de riachos pedregosos; B) Mimosa tenuiflora que é uma árvore de médio porte que segue uma trilha próxima a serra do ABA; C) Lajedos grandes são comuns na área de estudo..........................12 Figura 5 - Cabeça de colubrídeo, vistas dorsal, lateral e ventral; com a nomenclatura das escamas..............................................................................................................14 Figura 6 - Dendrograma da análise de agrupamento entre doze localidades analisadas resultantes da composição de espécies de serpentes, com a utilização do coeficiente de Sorensen’s..........................................................................................19 Figura 7 - Curvas dos estimadores de riqueza de serpentes para a área da Fazenda ABA, em relação ao número de indivíduos, junto com a curva de rarefação de espécies.....................................................................................................................20 Figura 8 - Abundância de espécies de serpentes encontradas na Fazenda ABA, total de indivíduos (39) encontrados no estudo.................................................................21 Figura 9 - Estrutura alimentar da taxocenose de serpentes da Fazenda ABA..........22 Figura 10 - Dendrograma da análise de agrupamento entre substratos utilizados pela taxocenose de serpentes da Fazenda ABA, com a utilização do coeficiente de Sorensen’s..................................................................................................................24 Figura 11 - Dendrograma da análise de agrupamento entre padrão de atividade pela taxocenose de serpentes da Fazenda ABA, com a utilização do coeficiente de Sorensen’s..................................................................................................................25 Figura 12 - Relação entre encontro de serpentes em abundância e riqueza com o índice de pluviosidade da Fazenda ABA entre os meses de junho de 2014 a junho de 2015.......................................................................................................................27 Figura 13 – Exemplar fêmea de Epicrates assisi (LHUFCG 1577)............................29 Figura 14 – Exemplar fêmea de Oxybelis aeneus (LHUFCG 1193)..........................30
Figura 15 – Exemplar juvenil de Erythrolamprus poecilogyrus (LHUFCG 1917).......31 Figura 16 - Exemplar juvenil de Erythrolamprus viridis (YG 23).................................32 Figura 17 - Exemplar macho de Leptodeira annulata (YG 25)...................................33 Figura 18 - Exemplar fêmea de Oxyrhopus trigeminus (LHUFCG 1195)...................34 Figura 19 - Exemplar fêmea de Philodryas nattereri (LHUFCG 1916).......................36 Figura 20 – Exemplar fêmea de Pseudoboa nigra (LHUFCG 1194)..........................37 Figura 21 – Exemplar fêmea de Thamnodynastes almae (LHUFCG 1196)...............38 Figura 22 – Exemplar fêmea de Thamnodynastes sp. 2 (LHUFCG 1197).................39 Figura 23 – Exemplar fêmea de Micrurus ibiboboca (LHUFCG 1547).......................41 Figura 24 – Exemplar de Epictia borapeliotes (LHUFCG 1198)................................ 42 Figura 25 – Exemplar macho de Bothrops erythromelas (YG 17)..............................43 Figura 26 – Exemplar macho de Crotalus durissus (YG 36)......................................44
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Espécies de serpentes encontradas na Fazenda ABA, com seus respectivos substratos e período de atividade. Junho de 2014 a junho de 2015......28
nordeste brasileiro contém diversos domínios morfoclimáticos, ricos em
ecossistemas (AB’SÁBER, 1977). A Caatinga é domínio predominante da região
nordestina, abrangendo aproximadamente 800.000 km² e, presente em dez estados
brasileiros (IBGE, 1985). Com clima seco, escassez de água e elevadas
temperaturas (AB’SÁBER, 1977), as “Caatingas” (ANDRADE-LIMA, 1966a) podem
ser caracterizadas como florestas arbóreas ou arbustivas, compreendendo,
principalmente árvores (algumas lenhosas) e arbustos baixos (sendo muitos destes
espinhosos), microfilia (folhas pequenas) e algumas características xerofíticas
(PRADO, 2003).
Em formações abertas estes estudos são escassos (VITT & VANGILDER,
1983; SAWAYA, 2004; FRANÇA & ARAÚJO, 2006), apesar da Caatinga ser a
principal formação aberta brasileira corresponde a 70% da região Nordeste e 11%
do território Nacional (BORGES-NOJOSA & CARAMASCHI, 2005; SANTOS &
TABARELLI, 2005; TABARELLI & SILVA, 2005). Mesmo com a escassez de estudos
sobre os répteis da Caatinga alguns trabalhos surgem, principalmente, o trabalho
clássico de Vanzolini et al. (1980) e o trabalho mais recente de GUEDES et al. 2014.
A fauna de Répteis das Caatingas foi considerada, até recentemente, bem
conhecida, no entanto, de acordo com Rodrigues (2005), existem extensas lacunas
neste conhecimento para serem preenchidas, uma vez que os estudos têm se
concentrado em determinadas regiões.
9
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Área de estudo
O estudo foi realizado em uma área de Caatinga da Fazenda ABA, (07º
05’ 55.5” S 37º 01’ 32.7” W) situada no município de Passagem PB (Figura 1), que
possui cerca de 350 ha, dos quais 120 ha são de reserva legal. A fazenda está
situada na depressão sertaneja setentrional, na mesorregião do sertão paraibano e
microrregião de Patos. De acordo com a classificação de Köeppen, a Fazenda ABA
está localizada em um região de clima do tipo BSh, semi-árido. A pluviosidade média
anual é de 600 mm3 e a temperatura média anual é de 27ºC (LYRA-NEVES &
TELINO-JÚNIOR, 2010). A topografia dos terrenos possui relevo ondulado à
fortemente ondulado com declividade mais elevada nas porções central-norte,
nordeste e sul do município (BELTRÃO et al. 2005).
A vegetação predominante da área é de caatinga arbustiva-arbóreadensa,
com alguns trechos de caatinga arbustiva aberta e formação de serrapilheira.
Ocorre ainda área de mata ciliar nas margens de um rio temporário que, no período
da estiagem ainda abriga corpos d’água menores com vegetação aquática peculiar
além de briófitas, pteridófitas e algas (Figuras 2 e 3). No interior da caatinga, a
presença de cipós e plantas epífitas completa a fisionomia de vários trechos. Apesar
da maior parte da caatinga, na área, estar situada sobre a planície, esta chega a
atingir também as serras (Figura 4) (HYLDETAN et al. 2015). Dados preliminares de
sua flora indicam a ocorrência de plantas raras, endêmicas e ameaçadas de
extinção (FERNANDO et al. 2014).
Figura 1 – Mapa de localização geográfica do município de Passagem, Paraíba (HYLDETAN et al. 2015).
Figura 2 – Área de estudo. A) Detalhe de extensos lajedos próximos a corpos d’águas menores junto à vegetação aquática; B) A presença de mata ciliar nas margens de um rio temporário.
10
Figura 3 – Comparação do vale da Fazenda ABA em época de estiagem e chuvosa. A) Presença de rochas é característica da área do estudo, foto de Pedro Neto; B) Em época de chuva começa aparecer pequenas ervas e arbustos.
11
Figura 4 – Área de estudo. A) Dentro da mata a presença de árvores de pequeno, médio e grande porte, também a presença de resquícios de riachos pedregosos; B) Mimosa tenuiflora que é uma árvore de médio porte que segue uma trilha próxima a serra do ABA; C) Lajedos grandes são comuns na área de estudo.
3.2 Trabalho de campo
Os trabalhos de campo foram iniciados em Junho de 2014, os quais se
estenderam até Junho de 2015. As áreas selecionadas para amostragem foram
escolhidas de forma que fosse mantida a heterogeneidade de habitats e fisionomias
vegetacionais presentes na Fazenda ABA. Foram realizadas trilhas aleatórias, em
locais tanto de mata densa como aberta, além de percursos próximos a corpos
d’água, em áreas de bordas e próximas a ambientes periantrópicos.
3.3 Método de amostragem
3.3.1 Procura limitada por tempo
Foi utilizada a metodologia de Procura limitada por tempo (PLT) (sensu
SANTOS-COSTA, 2003, modificado de MARTINS & OLIVEIRA, 1998): Consiste na
busca ativa mediante a demarcação de um tempo determinado. Realizada em
12
períodos diurnos e noturnos, por 4 pessoas que se deslocaram a pé, lentamente, a
procura de serpentes em todos os microhabitats acessíveis, incluindo visualização e
manipulação de troncos caídos, interior de cupinzeiros, tocas de mamíferos, árvores,
arbustos, sob pedras, etc. Este método permite registrar a utilização de micro-
ambiente e substrato, e em algumas vezes, comportamento alimentar e reprodutivo.
(PEREIRA FILHO, 2007). As trilhas foram feitas de modo aleatório durante turnos
ininterruptos de 7 horas que quantificaram um esforço de 21 horas mensais os quais
somaram 1.092 horas/homem de trabalho total. Quando ocorria o encontro com a
serpente, era anotado: local, espécie, data, horário, substrato, atividades e reação
após o manuseio.
3.3.2 Encontros ocasionais
Encontros ocasionais (EO) (CECHIN, 1999): Corresponde à adição dos
métodos Encontros ocasionais e Encontro por terceiro feito por Cechin (1999) e
descritos em Sawaya (2004). Foram realizados nas áreas de estudo e áreas
limítrofes, num raio de aproximadamente 3 km. Consistiu no registro de animais
vivos ou mortos encontrados durante atividades que não foram considerados em
nenhum dos métodos descritos acima, ou trazidos por trabalhadores, moradores
locais, etc. Animais vivos ocasionalmente encontrados foram revelados para a
equipe, que se encaminhava ao local e capturava.
3.4 Atividade laboratorial
Para cada indivíduo capturado foi registrada em cadernetas de campo
com as seguintes informações: local, espécie, data, horário, substrato, atividades e
reação após o manuseio. Em seguidas os indivíduos foram sacrificados pela injeção
de anestésico local de uso veterinário em uma via intracardíaca. Após ser
comprovada a morte do animal, o mesmo foi levado para ser fixado em uma solução
de formalina 10% e preservadas em álcool a 70%, e depositadas na Coleção
Herpetológica da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). No laboratório,
dados referentes à biometria, folidose e conteúdos estomacais dos exemplares
foram obtidos. Para a identificação dos exemplares foi feita a leitura de bibliografia
especializada.
3.4.1 Trabalho de folidose
13
A folidose da serpente seguiu a metodologia de Vanzolini et al. (1980)
(Figura 5). Também foi realizada a medição do comprimento rostro-cloacal (CRC),
que é a medida entre a porção mais anterior do focinho (rostro) e a abertura clocal.
Foi utilizada uma fita métrica de 1,5m para tirar a medida.
Figura 5 - Cabeça de colubrídeo, vistas dorsal, lateral e ventral; com a nomenclatura das escamas.
Em que: f, frontal; i1, i 2, i 9, primeira, segunda e nona infalabiais; in, internasal; l, loreal ou frenal; n, nasal; p, parietal; pf, prefrontal; pma, post-mental anterior; pmp, post-mental posterior; pó, pré-ocular; pto, post-oculares; r, rostral; s1, s2 e s8, primeira segunda e oitava supralabiais, sy, sinfisal; t, temporais; v, primeira ventral (Vanzolini et al. 1980).
3.4.2 Análise de similaridade faunística
Para caracterizar a taxocenose de serpentes da Fazenda ABA, a sua
composição de espécies foi comparada com onze outras localidades, sendo assim
caracterizadas: Caatinga – Seridó no Estado do Rio Grande do Norte (Guedes et al.
2006), município de Pentecoste no Estado do Ceará (MESQUITA et al. 2013), Serra
de Santa Catarina o Estado da Paraiba (LIMA et al. 2014, dados não publicados),
município de Exu no Estado de Pernambuco (VITT & VANGILDER, 1983),
Curimataú, Estado da Paraiba (ARZABE et al. 2003), Estação Ecológica do Seridó
no município de Serra Negra do Norte no Estado do Rio Grande do Norte (GUEDES,
2006) e São João do Cariri no Estado da Paraiba (Dados da coleção Herpetológica
do DSE). Cerrado – Itirapina no Estado de São Paulo (SAWAYA, 2004). Floresta
Atlântica – João Pessoa no Estado da Paraiba (PEREIRA FILHO, 2007) e Rio Tinto
no Estado da Paraiba (FRANÇA et al. 2012). Pantanal – Poconé no Estado do Mato
Grosso (STRÜSSMANN & SAZIMA, 1993). Brejo de Altitude – Pico do Jabre no
14
município de Matureia no Estado da Paraiba (PEREIRA FILHO & MONTINGELLI,
2011). Tabela de presença de espécies em cada localidade (ver Anexo 1).
Para o efeito de comparação entre a fauna de serpentes encontrada em
todas as 12 localidades, foi realizada uma análise de agrupamento (UPGMA)
utilizando o Multi-Variate Statistical Package (MVSP) versão 3.22. (Kovach 1999).
Foram utilizados dados de presença ou ausência da espécie em cada localidade.
Devido ao fato de as listas de espécies diferirem muito entre si em relação a fatores
como diferentes métodos e esforços de captura, e áreas de estudo com
características ecológicas diferentes, foi utilizado como medida de similaridade o
índice de Sorensen. Este foi escolhido por não considerar a ausência de espécies,
evitando assim erros de amostragem nos diferentes inventários (ARAÚJO et al.
2009).
3.4.3 Análise de riqueza e abundância
3.4.3.1 Riqueza
Foi utilizado o programa EstimateS ver. 9.0, na qual foram utilizados três
estimadores de riqueza: Chao 2, Jacknife 1 e Bootstrap. Estes estimadores foram
utilizados com o objetivo de verificar o quanto da riqueza da fauna de serpentes da
Fazenda ABA falta ser analisado de acordo com as performances das estimativas.
Os estimadores usados neste trabalho são mais designados em análises de riqueza
para fauna de vertebrados (KREBS, 1999; PALMER, 1991).
3.4.3.2 Abundância
Foi elaborada uma planilha no Microsoft Office Excel 2007 com o total de
indivíduos coletados durante o período de atividade no campo e logo após um
gráfico de coluna foi confeccionado para mostrar a quantidade de indivíduos
encontrados durante o estudo na Fazenda ABA.
3.4.4 Análise de dieta, substrato e padrão de atividade
A dieta foi analisada a partir dos conteúdos estomacais e intestinais das
serpentes coletadas. Cada exemplar foi dissecado a partir de um corte ventral feito
abaixo do fígado e que se estende até próximo a escama cloacal. Os conteúdos
15
foram retirados, colocados em vidrarias contendo álcool absoluto e encaminhados
para especialistas, onde foram identificados.
Para verificar o substrato e o padrão de atividade, foi elaborada uma
planilha no Microsoft Office Excel 2007 com substratos e os turnos. Foram
estimados dois valores “0” para ausência e “1” para presença, tanto para substrato
como também o turno em que a serpente foi encontrada, após a planilha ser
completada foi realizada uma análise de agrupamento (UPGMA) utilizando o Multi-
Variate Statistical Package (MVSP) versão 3.22. (Kovach 1999) com a utilização do
incide de Sorensen.
3.4.5 Análise da Sazonalidade
Foi considerada a época de estiagem do mês junho de 2014 a dezembro
de 2014 e o mês de janeiro de 2015 a maio de 2015 chuvosos, os dados de
pluviosidades foram obtidos junto à Agência Executiva de Gestão das Águas do
Estado da Paraíba (AESA, 2016).
O Microsoft Office Excel 2007 foi utilizado para elaborar uma planilha com
os dados de quantidades de serpentes encontradas em determinado mês de ida ao
campo, logo em seguida foi feito um gráfico de colunas com riqueza e abundância
de serpentes com um gráfico de linha representando o índice pluviométrico.
16
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Análise de similaridade faunística
A análise de agrupamento revelou a presença de dois grandes
agrupamentos. Formou um maior grupo exclusivo de área aberta do Bioma
Caatinga: Passagem, São João do Cariri, Serra de Santa Catarina que são áreas do
estado da Paraiba, Pentecoste (CE), Estação Ecológica do Seridó (RN) e Exu (PE).
O último grupo foi formado por áreas de Mata Atlântica que são: Rio Tinto, Pico do
Jabre e Mata do Buraquinho, ambas as áreas no estado da Paraiba.
A separação das localidades Itirapina (SP) e Poconé (MT) das outras
localidades pode ser devida por ambas apresentarem um alto grau de riqueza em
espécies totalmente diferente das outras localidades, apesar destas regiões
apresentarem espécies típicas de mata aberta como: Boa constrictor, Crotalus
ibiboboca e Thamnodynastes sp. 2 (GUEDES et al., 2014), a área de estudo ficou
próxima também a Serra de Santa Catarina (PB) que já apresenta uma fitofisionomia
mais arbórea, consequentemente apresentou espécie de áreas florestadas como:
Corallus hortulanus, mesmo em área mais florestada houve encontro com espécies
endêmicas da Caatinga como: Epictia borapeliotes, Boiruna sertaneja, T. almae, T.
sertanejo, T. sp. 2, M. ibiboboca e B. erythromelas (GUEDES et al., 2014). Pico do
17
Jabre que é um Brejo de Altitude situado no município de Maturéia conseguiu ficar
com uma alta taxa de similaridade com a localidade de Pentecostes (CE), mesmo
apresentando a vegetação bastante diferente pode ser levada em conta a presença
de espécies de área aberta ,consequentemente surgido pelos impactos ambientais
como a caça e antropização, talvez seja o fator crucial para o aparecimento de
espécies de área aberta.
Segundo grupo é formado por regiões de Mata Atlântica nas localidades
de Rio Tinto e Mata do Buraquinho ambos no estado da Paraíba. As localidades
apresentam espécies bem compatíveis entre uma e a outra incluindo com espécies
típicas da Caatinga como M. ibiboboca, Epicrates assisi, A. cearensis e B. sertaneja
(GUEDES et al. 2014). Também outras espécies compartilhadas com área aberta
como: Boa constrictor, E. assisi, E. cenchria, E. poecilogyrus, L. ahaetulla, Lygophis
dilepis, Oxybelis aeneus, Oxyrhopus trigeminus, P. nattereri, P. olfersii, Spilotes
pullatus, Taeniophallus occipitalis, T. melanocephala e Xenodon merremii.
Segundo Pereira Filho (2007) seria necessário conhecer a história
biogeográfica destas áreas e de suas respectivas espécies para explicar melhor a
maior similaridade da fauna de serpentes da porção mais setentrional de Mata
Atlântica com a de áreas abertas, porém algumas explicações podem ser baseadas
em perspectivas ecológicas.
O encontro de serpentes de Caatinga na Mata do Buraquinho pode ser
levando em conta que a mata apresenta uma porção que pode ser considerada uma
Mata de Tabuleiro, que é mais seca e com porte vegetacional menor,
consequentemente as serpentes que preferem formações abertas consigam
estabelecer populações devido à proximidade dessas matas de tabuleiros e a mata
atlântica pluvial costeira nordestina. Outra explicação que pode ser dada para o
encontro dessas espécies de formações abertas é a proximidade dessas matas com
a Caatinga, o plantio de cana-de-açúcar pode ter possibilitado a expansão das
formações de áreas abertas, favorecendo assim o encontro de serpentes de
Caatinga (PEREIRA FILHO, 2007) e por fim, a soltura de serpentes na Mata do
Buraquinho pode ser também outro fator para o encontro de espécies de Caatinga.
Os mesmos motivos podem ser dados para a localidade de Rio Tinto, onde o estudo
foi em ambientes antropizados e de matas, porém próximos a regiões de atividades
agrícolas.
18
Por ser uma região de Mata Atlântica, as localidades Rio Tinto e Mata do
Buraquinho não se agruparam com as outras áreas. Esta exclusão pode ser
explicada pelas diferenças climáticas e vegetacionais entre estas áreas e o grupo de
áreas de caatinga. Fatores como latitude, altitude, pluviosidade, temperatura e
vegetação influenciam na riqueza de espécies de serpentes nas comunidades
(Figura 20) (VITT, 1987).
Figura 6 – Dendrograma da análise de agrupamento entre doze localidades analisadas resultantes da composição de espécies de serpentes, com a utilização do coeficiente de Sorensen’s.
4.2 Análise de riqueza e abundância
4.2.1 Riqueza
O Chao 2: estimou 23 espécies com o desvio padrão de 7 espécies;
Jacknife 1:estimou 21 espécies com desvio padrão de 6 espécies; e o Bootstrap:
estimou 17 espécies com o desvio padrão de 4 espécies. O Jacknife 1 mostrou que
a curva do coletor esta longe de atingir a estabilidade (Figura 20), significando assim
que ainda existem espécies não registradas neste estudo, evidenciando a
necessidade de estudos mais detalhados e com o acréscimo de metodologias
complementares.
De acordo com Santos (2003), mesmo em taxocenoses muito diversas é
muito difícil obter uma estabilização da curva do coletor, e o que se espera de uma
estimativa de riqueza é que ela gere um valor estável, independentemente do
esforço amostral. Algumas variáveis que podem influenciar a riqueza de espécies
19
(posição geográfica, altitude, médias pluviométricas e de temperatura VITT, 1987),
podem ter levado ao baixo encontro com serpentes da área de estudo.
O baixo número de espécies registrado na área, quando comparado com
formações florestais, reflete o padrão de diversidade de serpentes no Cerrado e na
Caatinga (RODRIGUES, 2007). Taxocenoses com altas diversidades podem ser
observadas em biomas florestais, enquanto que localidades com predomínio de
formações abertas tendem a possuir diversidade relativamente menor (SILVA &
SITES, 1995).
Figura 7 – Curvas dos estimadores de riqueza de serpentes para a área da Fazenda ABA, em relação ao número de indivíduos, junto com a curva de rarefação de espécies.
4.2.2 Abundância
Neste estudo foram registrados 39 indivíduos, distribuídos em 14
espécies e 6 famílias, sendo elas: Boidae com uma espécie (Epicrates assisi),
Colubridae com uma espécie (Oxybelis aeneus), Dipsadidae com 8 oito espécies
(Erythrolamprus p. poecilogyrus, E. v. viridis, Leptodeira a. annulata, Oxyrhopus
trigeminus, Philodryas nattereri, Pseudoboa nigra, Thamnodynastes almae e T. sp.
2), Elapidae com uma espécie (Micrurus ibiboboca), Leptotyphlopidae com uma
espécie (Epictia borapeliotes) e Viperidae com duas espécies (Bothrops
erythromelas e Crotalus durissus).
A Leptodeira annulata foi a mais abundante do estudo com doze
exemplares, seguida de Oxyrhopus trigeminus com seis exemplares e Pseudoboa
nigra contendo cinco exemplares. O fato da área estudada apresenta um extenso
vale com diversos corpos d’água, pode ter sido o fator crucial para alta taxa de
20
abundância da espécie L. annulata, pois a mesma possui uma dieta de anuros
(VITT, 1996). As outras espécies serão representadas graficamente (Figura 22).
Figura 8 – Abundância de espécies de serpentes encontradas na Fazenda ABA, total de indivíduos (39) encontrados no estudo.
4.3 Análise de dieta, substrato e padrão de atividade
4.3.1 Dieta da taxocenose
Foram examinados 30 estômagos e apenas três continham item
alimentar. Um indivíduo de Leptodeira annulata (YG 29) após o manuseio regurgitou
um Pseudopaludicola pocoto, os outros dois itens foram da espécie Bothrops
erythromelas, que foram: Um Tropidurus hispidus, encontrado em uma B.
erythromelas (YG 14) de porte corporal maior e um Leptodactylus troglodytes,
encontrado em uma B. erythromelas (YG 33) de porte menor.
De acordo com Vitt & Vangilder (1983) não é comum espécimes de
serpentes da Caatinga a presença de itens alimentares em conteúdos estomacais
de indivíduos dissecados, os quais chegaram a dissecar 613 espécimes, e só 35%
destes continham algum item alimentar. Segunda a literatura, o hábito alimentar das
serpentes deste estudo está baseando principalmente em consumo de anfíbios e
21
lagarto, estes itens são os mais consumidos quando se trata de uma taxocenose de
serpentes de área aberta (VITT & VANGILDER, 1983).
Metade da taxocenose de serpentes apresenta consumo de anfíbios e
lagartos esta predominância provavelmente pode ser explicada pelo fato da área
apresentar regiões com diversos corpos d’água e afloramentos rochosos, abrigando
uma grande diversidade de anfíbios, sendo alguns bastante abundantes como:
Pseudopaludicola pocoto, e também por apresentar uma abundância de lagartos na
região como: Tropidurus hispidus, T. semitaeniatus e Phyllopezus periosus, P.
pollicaris. Mostrando que esses dois grupos são essenciais na dieta das serpentes
da Fazenda ABA.
Com a utilização destes dados há um aumento nas proporções de
serpentes que consomes os itens alimentares citados aqui. Assim, a taxocenose de
serpentes da Fazenda ABA apresenta 6 espécies que predam lagartos (Bothrops
1993; MARQUES, 1998; FRANCO, 1999; BERNARDE et al., 2000b; GIRAUDO,
2001).
Vale lembrar que estas categorias elencadas aqui englobam várias
espécies, e algumas delas podem fazer parte de outra categoria, aumentando assim
a utilização do substrato da mesma. Um exemplo são as serpentes dos gêneros
Micrurus e Epictia, ambas foram registradas como terrestre, porém elas também
podem ser consideradas como fossoriais (Figura 24).
Figura 10 - Dendrograma da análise de agrupamento entre substratos utilizados pela taxocenose de serpentes da Fazenda ABA, com a utilização do coeficiente de Sorensen’s.
4.3.3 Padrão de atividade
24
O dendrograma formou um subgrupo composto por Epictia borapeliotes e
Thamnodynastes sp. 2. Primeiro e maior grupo formado por: Leptodeira annulata,
Bothrops erythromelas, Pseudoboa nigra, T. almae, Epicrates assisi, Crotalus
durissus, Oxyrhopus trigeminus e Oxybelis aeneus. Um segundo grupo menor foi
formado por: Erythrolamprus poecilogyrus, Philodryas nattereri, E. viridis e Micrurus
ibiboboca.
O subgrupo é formado por formado com duas espécies de serpentes que
ficou classificada como diuturnos, são elas: E. borapeliotes e T. sp. 2. As duas
espécies foram encontradas tanto no período diurno como noturno.
O primeiro e maior grupo formado por oito espécies de serpentes que
foram encontradas no período noturno como: B. erythromelas, C. durissus, E. assisi,
L. annulata, O. aeneus, O. trigeminus, P. nigra e T. almae. Segundo grupo formado
por quatro espécies de serpentes que foram encontradas no período diurno foi: E.
poecilogyrus, P. nattereri, E. viridis e M. ibiboboca.
O padrão de atividade das serpentes da Fazenda ABA é predominante
noturno. O predomínio de espécies noturnas não é comum em taxocenoses de
Figura 11 - Dendrograma da análise de agrupamento entre padrão de atividade pela taxocenose de serpentes da Fazenda ABA, com a utilização do coeficiente de Sorensen’s.
25
4.4 Sazonalidade
Neste estudo constatei que em época de estiagem foi onde consegui ter
um encontro maior com 21 serpentes, diferente da época de chuva que foram
encontradas apenas 18 indivíduos.
Com a pressão da sazonalidade não houve uma variação muito grande
de registros de serpentes, diferente de outros estudos onde o encontro maior com
serpentes é em época chuvosa, os resultados deste estudo mostraram que os
maiores índices de encontros foram no período de seca, consequentemente o que
pode ter levado a tal resultado é que em época de seca com a menor disponibilidade
de alimentos, as serpentes ficavam mais ativas na procura de suprimentos,
consequentemente ficando mais tempo visíveis.
Contraditório, onde a maior parte dos registros de serpentes acontece em
época de chuva por aparecer uma disponibilidade maior de alimentos,
principalmente de anfíbios que é um dos principais componentes da dieta das
serpentes desta taxocenose. Este fato gera uma maior disponibilidade de alimento e
consequentemente uma maior atividade das serpentes visando conseguir um
A pluviosidade pode estar atuando nos padrões de atividade das
serpentes de forma indireta aumentando ou diminuindo a disponibilidade de presas
(HENDERSON et al. 1978; MADSEN & SHINE, 1996; SHINE & MADSEN, 1997). O
baixo encontro com serpentes na estação chuvosa deve ser levado em conta que é
a época que as serpentes procuram a reprodução, podendo ser outro fator que
influencie diretamente a atividade das espécies (SHINE, 1979; GIBBONS &
SEMLITSCH, 1987; MARQUES et al. 2001) como também as temperaturas baixas
parecem ser fator limitante para atividade da maioria das serpentes (GIBBONS &
SEMLITSCH, 1987; SAWAYA, 2004), pois podem reduzir as taxas metabólicas das
serpentes limitando sua atividade (LILLYWHITE, 1987). (Figura 26).
Figura 12 – Relação entre encontro de serpentes em abundância e riqueza com o índice de pluviosidade da Fazenda ABA entre os meses de junho de 2014 a junho de 2015.
26
27
4.5 Lista sistemática das espécies de serpentes encontradas na Fazenda ABA
Tabela 1 – Espécies de serpentes encontradas na Fazenda ABA, com seus respectivos substratos e período de atividade. Junho de 2014 a junho de 2015.
Família Espécie de serpentes Substrato Período de atividade
Neste estudo foi encontrado o exemplar no período noturno. A serpente
se encontrava em espera e após o manuseio ela mostrou vários comportamentos de
defesa como: Fuga, virar a cabeça na direção do observador, vibrar o chocalho da
cauda, assumir postura de “S”, realizar descarga cloacal, dar botes, debater-se
vigorosamente, realizar achatamento do corpo, girar no próprio eixo e esguichar
44
secreção das glândulas cloacais na direção do rosto do coletor, corroborando os
dados de Sawaya et al. (2004).
45
5 CONCLUSÕES
Com a análise de dados que foi apresentada deste estudo constatou
que a estrutura da taxocenose da Fazenda ABA possui 14 espécies de serpentes
dentro de 6 famílias que são: Boidae, Colubridae, Dipsadidae, Elapidae,
Leptotyphlopidae e Viperidae, apresenta uma taxa elevada de espécies endêmicas
da Caatinga, totalizando 7 que são: Bothrops erythromelas, Epicrates assisi, Epictia
borapeliotes, Erythrolamprus viridis, Micrurus ibiboboca, Thamnodynastes almae e
Thamnodynastes sp. 2. O substrato predominante foi terrícola que é utilizado
principalmente em áreas abertas, porém houve observação importante como a
utilização da água pela Bothrops erythromelas. Já o padrão de atividade a grande
parte das espécies são ativas a noite que não é muito comum em taxocenoses de
serpentes brasileiras. A dieta foi composta principalmente por serpentes que predam
lagartos e anfíbios. A área da Fazenda ABA ficou mais similar com a área do São
João do Cariri e Serra de Santa Catarina em taxocenose de serpentes. Este estudo
mostrou que a taxocenose da Fazenda ABA que tem uma estimativa alta de riqueza
de espécies sendo importante para conservação biológica da região.
46
REFERÊNCIAS
AB’SÁBER, A. N. Os domínios morfoclimáticos da América do Sul. Primeira aproximação. Geomorfologia, São Paulo, 52: 1-22. 1977. ABE, P. S. Composição, Ecológica e história natural das serpentes de uma região de transição Amazônica – Cerrado, Mato Grosso, Brasil. 2010. 66 f. Dissertação (Mestrado em Zoologia) - Museu Paraense Emílio Goeldi, Universidade Federal do Pará, Belém, 2010. AESA. Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraiba (AESA). Disponível em: <http://site2.aesa.pb.gov.br/aesa/medicaoPluviometrica.do?metodo=chuvasDiariasMapa> Acesso 15 em março de 2016. ANDRADE-LIMA, D. Vegetação. Atlas Nacional do Brasil, v. II:11. IBGE. Conselho Nacional de Geografia, Rio de Janeiro. 1966. ALMEIDA-SANTOS, S. M. & GERMANO, V. J. Crotalus durissus (Neotropical Ratlesnake) prey. Herpetological Review, v. 27, n. 3, p. 255. 1996. ARAÚJO, C. O.; CONDEZ, T. H.; SAWAYA, R. J. 2009. Anfíbios Anuros do Parque Estadual das Furnas do Bom Jesus, sudeste do Brasil, e suas relações com outras taxocenoses no Brasil. Biota Neotropica, São Paulo v. 9, n. 2, p. 77-98. 2009. ARGÔLO, A. J. S. As Serpentes dos cacauais do Sudeste da Bahia. Editus. 2004. ARZABE, C. et al. Herpetofauna da área do Curimataú, Paraíba.. In: Francisca Soares de Araújo; Maria Jesus Nogueira Rodal; Maria Regina de Vasconcellos Barbosa.. (Org.). Análise das variações da biodiversidade do bioma Caatinga: suporte a estratégias regionais de conservação. Brasília: 2005, v. 01, p. 261-276. BARTHOLOMEW, G. The role of natural history in contemporany biology. Bioscience, v.36, p.324-329. 1986. BEGON, M.; HARPER, J. L.; TOWNSEND, C. R. 1996. Ecology: individuals, populations and communities. Blackwell Science, Cambridges. BELTRÃO, B. A. et al. Projeto cadastro de fontes de abastecimento por água subterrânea estado da paraíba diagnóstico do município de Passagem. 2005. BERNARDE, P. S. & ABE, A. S. A snake community at Espigão do Oeste, Rondônia, Southwestern Amazon, Brazil. South American Journal of Herpetology, v. 1, n. 2, p. 102-113. 2006. BERNARDE, P. S. et al. Diet of the colubrid snake Thamnodynastes strigatus (Günther, 1858) from Paraná State, Brazil, with fields notes on anuran predation. Revista Brasileira de Biologia, n. 60, p. 695-699. 2000b.
47
BÉRNILS, R. S.; GIRAUDO, A. R.; CARREIRA, S. & CECHIN, S. Z. Répteis das porções subtropical e temperada da região Neotropical. Ciência e Ambiente, n. 35, p. 101-136. 2008. BORGES-NOJOSA, D. M & CARAMASCHI, U. Composição e análise comparativa da diversidade e das afinidades biogeográficas dos lagartos e anfisbênios (Squamata) dos brejos nordestinos. In: Leal et al. (Eds) Ecologia e conservação da Caatinga. Recife: Ed. Universitária da UFPE, p. 463-512. 2005. BUASSO, C. M.; LEYNAUD, G. C. & CRUZ, F. B. Predation on snakes of Argentina: effects of coloration and ring pattern on coral false coral snakes. Studies on Neotropical Fauna and Environment, n. 4, p. 183-188. 2006. CADLE, J. E. & GREENE, H. W. Phylogenetic patterns, biogeography, and the ecological structure of Neotropical Snake assemblage. In: R. E. Ricklefs & D. Schuluter (Eds,), Species Diversity in Ecological Communities – Historical and geographical perspectives., Univ. of Chicago Press. Chicago and London, p. 281-293. 1993. CARVALHO, M. A. & NOGUEIRA. F Serpentes da área urbana de Cuiabá Mato Grosso: aspectos ecológicos e acidentes ofídicos associados. Cad. Saúde Pública Rio de Janeiro, v. 14, n. 4, p. 753-763. 1998. CECHIN, S. Z. 1999. História natural de uma comunidade de serpentes na região da depressão central (Santa Maria), Rio Grande do Sul, Brasil. 1999. 66 f. Tese de Doutorado - Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1999. CECHIN, S. T. Z. & MARTINS, M. Eficiência de armadilhas de queda (pitfall traps) em amostragens de anfíbios e répteis no Brasil. Revista Brasileira de Zoologia v.7, n. 3, 72- 740. 2000. CEI, J. Reptiles del Noroeste y Este de La Argentina. Herpetofauna de las Selvas Subtropicales, Puna y Pampas. Torino. Museo Regionale di Scienze Naturali (Monografie 14). 949pp. 1993. CONNELL, J. H. 1980. Diversity and the coevolution of competitors, or the ghost of competition past. Oikos 35: 131-138. CRACRAFT, J. Patterns of Diversification within continental biotas: hierarchical conruence among the areas of endemism of Australian Vertebrates. Australian Systemetic Botany, n. 4, p. 211-227. 1991. CUNHA, O. R. & NASCIMENTO, F. P. Ofídios da Amazônia. As cobras da região leste do Pará. Publicações Avulsas do Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, n. 31, p. 1-218. 1978. DIAMOND, J.; CASE, T.J. Community Ecology. New York: Harper & Row Inc, 665. 1986
48
DUELLMAN, W. E. The biology of an equatorial herpetofauna in Amazonian Ecuador. University of Kansas, Museum, of Natural History, Miscellaneous Publications, n. 65, p. 1-352. 1978. DUELLMAN, W. E Herpetofaunas in Neotropical rainforests: comparativa composition, history, and resource use. In: A. H. Gentry (ed.). Four Neotropical Rainforests. Yale University Press, New Haven, p. 455-505. 1990. FERNANDO, E. M. P. et al. Levantamento florístico de uma área de Caatinga na mesorregião do Sertão Paraibano: dados preliminares. Apresentado no VI SIMPÓSIO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FLORESTAIS “Ciências florestais no semiárido: oportunidades e desafios” 26 a 28 de novembro de 2014 / UFCG / Patos / PB. FRANCO, F. L. Relações filogenéticas entre os gêneros da tribo Tachymenini Bailey (1967) (Serpentes; Colubridae). Tese de Doutorado Não-Publicada. Universidade de São Paulo. Brasil. 1999. FRANCO, F. L. et al. A new espécies of hood-displaying Thamnodynastes (Serpentes: Colubridae) from the Atlantic Forest in southeast Brazil. Zootaxa, n. 334, p. 1-7. 2003. FRANÇA, R. C.; GERMANDO, C. E. S. & FRANÇA, F. G. R. Composition of a snake assemblage inhabiting and urbanized area in the Atlantic Forest of Paraíba State, Northeast Brazil. Biota Neotropica, v. 12, n. 3. p. 2-13. 2012. FRANÇA, F. G. R. & ARAÚJO, A. F. B.. The conservation status of snakes in Central Brazil. South American Journal of Herpetology, v. 1. , n. 1, p. 25-36. 2006. FREIRE, E. M. X. Composição, Taxonomia, Diversidade e Considerações Zoogeográficas sobre a fauna de lagartos e serpentes de remanescentes da Mata Atlântica do Estado de Alagoas, Brasil. 2001. 144 f. Tese (Doutorado em Ciências/Zoologia) - Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro. 2001. GIBBONS, J. W. & SEMLITSCH, R. D. 1987. Activity Patterns. In: SEIGEL, R. A.; COLLINS, J. T. & NOVAK, S. S. (Eds). Snakes: Ecology and Evolutionary Biology. McGraw-Hill, New York, p. 396-421. 1987. GIRAUDO, A. R. Serpientes de la Selva Paranaense y del Chaco Húmedo. Buenos Aires. Literature of Latin America, p. 328. 2001. GRAHAM, C. H.; FERRIER, S.; HUETTMAN, F.; MORITZ, C. & PETERSON, A . T. New developments in museum-based informatics and applications in biodiversity analysis. Trends in ecology and evolution, n. 19, p. 497-503. 2004. GREENBERG, C. H.; NEARY, D. G. & HARRIS, L. D. A comparison of herpetofaunal sampling effectiveness of pitfall, single-ended, and double-ended funnel traps used with drift fences. Journal of herpetology, n. 28, p.319-324. 1994.
49
GREENE, H. W. Dietary correlates of the origin and radiation of snakes. Am. Zool., v. 23, p. 431-441. 1983. GREENE, H. W. 1986. Natural history and evolutionaru biology. In: FEDER, M. E.; LAUDER, G. V. (Eds). Predator-prey relationships: perspectives and approaches from the study of lower vertebratres. Chicago: The University of Chicago Press, p.99-108. 1986 GREENE, H. W. Snakes: the evolution of mistery in nature. University of California Press, Bekerley and Los Angeles, California. 1997. GREENE, H. W. & LOSOS, J. B.. Systematics, natural history and conservation. BioScience, v.38, p.458-452. 1988. GUEDES, T. B. Estrutura da comunidade de serpentes de uma área de caatinga do nordeste brasileiro. 2006. 74 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) – Programa de Pós-Graduação, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2006. GUEDES, T. B. Geographic distribution: Thamnodynastes almae. Herpetological Review, n. 41, p. 245. 2010. GUEDES, T.B.; NOGUEIRA, C. & MARQUES, O.A.V. Diversity, natural history, and geographic distribution of snake in the Caatinga, Northeastern Brazil. Zootaxa 3863, n. 1, p. 001-093. 2014. HARTMANN, P. A. História Natural e Ecologia de Duas Taxocenoses de Serpentes na Mata Atlântica. 2005. 125 f. Tese (Doutorado em Zoologia), Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho, 2005. HARTMANN, P.A.; HARTMANN, M.T. & MARTINS, M. Ecologia e história natural de uma taxocenose de serpentes no Núcleo Santa Virgínia do Parque Estadual da Serra do Mar, no sudeste do Brasil. Biota Neotropica, v. 9, n. 3, p. 1-12. 2009. HARTMANN, P.A.; HARTMANN, M.T. & MARTINS, M. Ecologia e história natural de uma taxocenose de serpentes no Núcleo Santa Virgínia do Parque Estadual da Serra do Mar, no Sudeste do Brasil. Biota Neotropica, v. 9, n. 3, p. 173-184. 2009a. HARTMANN, P.A.; HARTMANN, M.T. & MARTINS, M. Ecology of a snake assemblage in the Atlantic Forest of Southeastern Brazil. Papéis Avulsos de Zoologia, v. 49, n. 27, p. 343-360. 2009b. HENDERSON, R. W.; DIXON, J.; SOINI, P. On the seasonal incidence of tropical snakes. Mil. Publ. Mus. Control. Biol. Geol., n. 22, p. 1-11. 1978. HENDERSON, R. W.; DIXON, J.; SOINI, P. Resource partitioning in Amazonian snake communities. Mil. Public. Mus. Contr. Biol. Geol., n. 22, p. 1-11. 1979.
50
HILLIS, D. M. American molecular naturalist (review of AVISE, J. C. 1994. Molecular Markers, Natural History and Evolution, Chapman & Hall, New York). Ecology, n. 76, p. 1017-1018. 1995. HYLDETAN, R. A. C.; LEITE, L. S.; LIMA, J. P. R & ABRANTES, S. H. F. 2015. Uso do microhabitat, período de atividade e ecologia trófica de duas espécies simpátricas de Phyllopezus (Squamata: Phyllodactylidae) em uma área de Caatinga do Nordeste Brasileiro. 2015. 37 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciências Biológicas) – Centro de Saúde e Tecnologia Rural, Universidade Federal de Campina Grande, Patos, 2015. JORDÃO, R. S. 1996. Estudo comparativo da alimentação de Waglerophis merremii e Xenodon neuwiedii (Serpentes: Colubridae). Dissertão de Mestrado. Universidade de São Paulo, São Paulo. 93p. JORGE, J. S. & FREIRA, E. M. C. Geographic distribution: Thamnodynastes almae. Herpetological Review, n. 42, p. 396. 2011. JOVENTINO, I. J.; RIBEIRO, S. C. & MELO, J. C. L. Geographic distribution: Thamnodynastes almae. Herpetological Review, n. 40, p. 238. 2009. KLAUBER, L. M. & GREENE, H. W. Rattlesnakes: their habits, life histories, and influence on mankind, Berkely, University of California Press. 1997. KREBS, C. J. Ecological Methodology. New York, Harper & Row, p. 652. 1999. LEAL, I.; SILVA, J. M. C; TABARELLI, M. & LACHER JR., T. E. Mudando o rumo da conservação da biodiversidade na Caatinga do Nordeste brasileiro. Megadiversidade, v. 1, n. 1, p. 139-146. 2005. LEMA, T. D. 2002a. Os répteis do Rio Grande do Sul: atuais e fósseis, biogeografia e ofidismo. Editora da Pontifícia, Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, p. 485. 2002a. LEMA, T. D.; VIEIRA, M. I. & LEITÃO-DE-ARAÚJO, M. Fauna reptiliana do norte da Grande Porte Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Revista Brasileira de Zoologia, n. 2, p. 203-227. 1984. LILLYWHITE, H. B. Temperature, energetics, and physiological ecology. In: Seigel, R. A.; Collins, J. T. & Novak, S. S. (Eds.). Snakes: Ecology and Evolutionary Biology. New York: McGraw-Hill, 1987. p. 422-477. LIMA, J. P. R. et al. Lista preliminar de anfíbios e répteis da Serra de Santa Catarina, Paraíba, Brasil. In: Congresso Brasileiro de Herpetologia, VI. Salvador. Anais do VI Congresso Brasileiro de Herpetologia, 2013 p. 28. LYRA-NEVES, R. M. & TELINO JÚNIOR, W. R. Aves da Fazenda Tamanduá. Vinhedo: Avis Brasilis. v. 1. 144 p. 2010.
51
MADDOCK, S. B. et al. Body bending behavior: more widespread than previously thought? New reports from two snake species of Northwest Ecuador. Herpetological Notes, n. 4, p. 79-81. 2011. MADESEN, T. & SHINE, R.. Seasonal migration of predators and prey – a study of pythons and rats in tropical Australia. Ecology, n. 77, p.149-156. 1996. MARQUES, O. A. V. 1998. Composição faunística, histórica natural e ecologia de serpentes da Mata Atlântica na região da Estação Ecológica Juréia-Itatins, São Paulo, SP. 1998. 135 f. Tese (Doutorado em Zoologia) - Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1998. MARQUES, O. A. V.; ETEROVIC, A. & SAZIMA, I. Serpentes da Mata Atlântica: Guia ilustrado para a Serra do Mar. Ribeirão Preto: Holos, 2001. 184p. MARQUES, O. A. V.; ETEROVIC, A.; STRÜSSMANN, C. & SAZIMA, I. Serpentes do Pantanal: Guia ilustrado. Ribeirão Preto: Holos, 2005. 184p. MARQUES, O. A. V. & PUORTO, G. 1994. Dieta e comportamento alimentar de Dieta e comportamento alimentar de Erythrolamprus aesculapii, uma serpente ofiófaga. Revista Brasileira de Biologia 54: 253-259. MARQUES, O. A. V. & PUORTO, G. Feeding, reproduction and growth in the crowned snake Tantilla melanocephalaI (Colubridae), from southeastern Brazil. Amphibia-Reptilia, n. 19, p. 311-318. 1998. MARQUES, O. A. V.; RODRIGUES, M. G. & SAZIMA, I. Body bending: a cryptic defensive behavior in arboreal snakes. Herpetological Bulletin, n. 97, p. 2-4. 2006. MARQUES, A. O. & SAZIMA, I. 1997. Diet and feeding behavior of the coral snake, Micrurus corallines, from the Atlantic Forest of Brazil. Herpetological Natural History 5: 88-97. MARTINS, M. 1994. História Natural e Ecologia de uma Taxocenose de Serpentes de mata na região de Manaus, Amazônia Central, Brasil. 1994. 97 f. Tese (Doutorado em Ciências Biológicas/Ecologia) - Instituto de Biologia, Universidade Estadual de Campinas MARTINS, M. & OLIVEIRA, M. E. Natural History Of Snakes In Forests Of The Manaus region, Central Amazonia, Brazil. Herpetological Natural History, n. 6, p. 78-150. 1998. MARTINS, M.; MARQUES, O. A. V & SAZIMA, I. Ecological and phylogenetic correlates of feeding habits in Neotropical Pitvipers of the genus Bothrops. In: Schuett, G.; Höggren, M. & Greene, H. W. (Eds.), Biology of the vipers. Biological Sciences, Carmel, p .1-22. 2002. MASCHIO, G. F. et al. Reproductive Biology of Anilius scytale (LINNAEUS, 1758) (SERPENTES, ANILIIDAE) from eastern Amazonia, Brazil. South American Journal of Herpetology, v. 2, n. 3, p. 179-183. 2007.
52
MENZODA, I. Defensive behavior in Leptodeira annulata ashmeadii (Hallowell, 1845) Herpetotropicos, v. 5, n. 1, p. 67. 2009. MESQUITA, P. C. M. D. & BORGES-NOJOSA, D. M. Philodryas nattereri (Paraguay Green Racer) ophiophagy. Herpetological Bulletin, n. 108, p. 36-37. 2009. MESQUITA, P. C. M. D.; BORGES-NOJOSA, D. M. & MONTEIRO, F. A. C. Philodryas nattereri (Paraguay Green Racer) diet. Herpetological Review, v. 41, n. 1, p. 96. 2010a. MESQUITA, P. C. M. D.; BORGES-NOJOSA, D. M. & BEZERRA, C. H. Dimorfismo sexual na cobra-cipó Oxibelis aeneus (Serpentes, Colubridae) no Estado do Ceará, Brasil. Biotemas, v. 23, n. 4, p. 65-69. 2010b. MESQUITA, P. C. M. D.; BORGES-NOJOSA, D. M., PASSOS, D. C. & BEZERRA, C. H. Ecology of Philodryas nattereri (Serpentes: Dipsadidae) in the Brazilian semi-arid region. Herpetological Journal, n. 21, p. 193-198. 2011a. MESQUITA, P. C. M. D.; PASSOS, D. C.; BORGES-NOJOSA, D. M. & CECHIN, S. Z. Ecologia e história natural das serpentes de uma área de Caatinga no nordeste brasileiro. Papéis Avulsos de Zoologia, v. 55, n. 8, p. 99-113. 2013. MICHAUD, E. J. & DIXON, J. R. 1989. Prey item of 20 species of the neotropical colubrid snake genus Liophis. Herpetological Review 20 (2): 39-41. MUSHINSKY, R. H. 1987. Foraging ecology. In: SEIGEL, R. A.; COLLINS, J. T. & NOVAK, S. S. (Eds). Snakes: ecology and evolutionary biology. New York, MacGraw-Hill, 529p. NOGUEIRA, C.; COLLI, G. R.; COSTA, G & MACHADO, R. B. Diversidade de répteis Squamata e evolução do conhecimento faunístico no Cerrado. In: Diniz, I. R.; Marino-Filho, J.; Machado, R. B. & Cavalcanti, R. B. (Eds.), Cerrado: conhecimento científico quantitativo como subsídio para ações de conservação. Brasília: UNB, 2010, p. 333-375. OLIVEIRA, R. P. et al. Dieta e comportamento alimentar da cobra-nariguda Lystrophis dorbignyi (Duméril, Bribron & Duméril, 1854), no litoral do norte do Rio Grande do Sul. Brasil. Cuadernos de Herpetologia 14 (2): 117-122. 2000. OROFINO, R. P.; PIZZATO, L. & MARQUES, O. A. V. Reproductive biology and food habits of Pseudoboa nigra (Serpentes: Dipsadidae) from the Brazilian cerrado. Phyllomedusa, v. 9, n. 1, p. 53-61. 2010. PALMER, M. W. Estimating species richness: the second order Jacknife reconsidered. Ecology, v. 72, n. 4, p. 1512-1513. 1991 PEREIRA FILHO, G. A.182 f. Composição Faunística, Ecologia e História Natural de uma Taxocenose de Serpentes de Floresta Altântica da Paraíba, Brasil.
53
Dissertação (Mestrado em Zoologia) – Departamento de Sistemática e Ecologia, Universidade Federal da Paraiba, João Pessoa, 2007. PRADO, D. E. As Caatingas da América do Sul. In: Leal, I. R.; Tabarelli, M. & Silva, J. M. C. (Eds.). Ecologia e conservação da Caatinga. Recife: Universidade Federal do Pernambuco, 2003. 3-74p. PIANKA, E. R. On Lizard species diversity: North American flatland deserts. Ecology 48: 333-351. 1967 PIANKA, E. R. Habitat specificity, speciation, and species density in Australian desert lizards. Ecology 50: 498-502. 1969 PIANKA, E. R. Lizard species density in the Kalahari desert. Ecology 52: 1024-1029. 1971 PIANKA, E. R., & VITT. L. J. Lizards: Windows to the Evolution of Diversity. University of California Press, Berkeley. 2003 PINTO, R. R. & FERNANDES, R. Reproductive biology and diet of Liophis poecylogirus poecylogirus (Serpentes, Colubridae) from southeastern Brazil. Phyllomedusa 3 (1): 9-14. 2004. PINTO, C. C. & LEMA, T. Comportamento alimentar e dieta de serpentes do gênero Boiruna e Clelia (Serpentes, Colubridae). Ilheringia, Série Zoologia 92 (2): 9-19. 2002. PIZZATO, L., ALMEIDA-SANTOS, S. M. & MARQUES, O. A. V. Biologia reprodutiva de serpentes Brasileiras. In L. B. Nascimento and M. E. Oliveira (Eds), Herpetologia no Brasil II. Belo Horizonte: Sociedade Brasileira de Herpetologia, 2007. P. 201.-221. PRUDENTE, A. L. C. et al. Morphology, Reproductive Biology and diet of Dendrophidion dendrophis (Schlegel, 1897) (Serpentes, Colubridae) in Brazilian Amazon. South American Journal of Herpetology, n. 2, p. 53-58. 2007. QUEIROZ, A. & RODRÍGUEZ-ROBLES, J. A. Historical contingency and animal diets: the origens of egg eating in snakes. The American Naturalist, v. 167, n. 5, p. 682-692. 2006. RICKLEFS, R. E. Ecology. Freeman and Company, New York. 1990 RICKLEFS, R. E.; COCHRAN, D. & PIANKA, E. R. 1981. A morphological analysis of the structure of communities of lizards in desert habitats. Ecology 62: 1474-1483. RICKLEFS, R. E., & G. L. MILLER. Ecology. Freeman, W H and Company, New York, NY. 1999.
54
ROCHA, W. A., & PRUDENTE, A. L. C. The snake assemblage of Parque Nacional de Sete Cidades, state of Piauí, Brazil. South American Journal of Herpetology, v. 5, n. 2, p. 132-142. 2010. RODRIGUES, M. T. Herpetofauna da Caatinga. In: LEAL, I.R., TABARELLI, M., SILVA, J. M. C. Ecologia e Conservação da Caatinga. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, 2003. 181-236p. RODRIGUES, M. T. Conservação dos répteis brasileiros: os desafios para um país megadiverso. Megadiversidade, v. 1, n. 1, p. 87-94. 2005. RODRIGUES, F. S. & PRUDENTE, A. L. C. The snake assemblage (Squamata: Serpentes) of a Cerrado-Caatinga transition área in Castelo do Piauí, state of Piauí, Brazil. Zoologia, v. 28, n. 4, p. 440-448. 2007. SANTOS, A. J. Estimativas de Riqueza em espécies. In: Culler, Jr, L; R. RUDRAN e C. VALLADARES-PÁDUA (orgs.). Métodos de estudo em biologia da conservação e manejo da vida silvestre. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2003. 19-41p. SANTOS-COSTAS, M. C., PRUDENTE, A. L. C. & DI-BERNARDO, M. Reproductive biology of Tantilla melanocephala (Linnaeus, 1758) (Serpentes Colubridae) from Eastern Amazonia, Brazil. Journal of Herpetology, n. 40, p. 556-559. 2006. SANTOS, A. M. M. & TABARELLI, M. Variáveis múltiplas e desenho de Unidades de Conservação: uma prática urgente para a Caatinga. In: Leal et al. (Eds) Ecologia e conservação da Caatinga. Recife: Universidade Federal do Pernambuco, 2005. p. 735-776. SANTOS, A. M. M. et al. Biogeographical relationship among tropical forests in northeastern Brazil. Journal of Biogeography, v.34, p. 437. 2007. SBH. 2014. Lista de espécies de répteis do Brasil. Sociedade Brasileira de Herpetologia (SBH). Disponível em: <http://www.sbherpetologia.org.br/images/LISTAS/2014.03-07-MudancasTaxonomicas.pdf > Acesso em 16 janeiro de 2016. SAWAYA, R. J. História natural e ecologia das serpentes de Cerrado da Região de Itirapina, SP. 159 f. Tese (Doutorado em Ecologia) – Instituto de Biologia, Universidade Estadual de Campinas, 2004. SAWAYA, R. J.; MARQUES, O. A. V. & MARTINS, M. Composição e história natural das serpentes de cerrado de Itirapina, São Paulo, sudeste do Brasil. Biota Neotropica, v. 8, n. 2, p. 127-148. 2008. SAWAYA, R. J. & MARTINS, M. Evaluation of four snake sampling methods by species accumulation curves. Resumos, P. 5 In: Join Meeting of Ichthyologists and Herpetologists, Manaus, AM. 2003.
55
SCHALL, J. J. & PIANKA, E. R. Geographical trends in number of species. Science 201: 679-686. 1978. SILVA, J. M. C.; SOUSA, M. C.; CASTELETI, C. H. M. Areas of endemism for passerine birds in the Atlantic Forest, South America. Global Ecology and Biogeography, Inglaterra, v. 13, p. 85-92. 2004. SCHOENER, T. W. Resource partitioning in ecological communities. Science, v. 185, p.27-39. 1974. SHINE, R. Activity patterns in Australian elapid snakes (Squamata: Serpentes: Elapidae). Herpetologica, n. 35, p. 1-11. 1979. SHINE, R. & MADSEN, T. Prey abundance and predator reproduction: rats and pythons on a tropical Australian floodplain. Ecology, n. 78, p. 1078-1086. 1997. SOARES-GOMES, A. S.; PIRES-VANIN, A. M. S. Padrões de abundância, riqueza e diversidade de moluscos bivalves na plataforma continental ao largo de Ubatuba, São Paulo, Brasil: uma comparação metodológica. Revista Brasileira de Zoologia, v.20, n.4, p.717-725. 2003. STRONG JR., D. R.; SIMBERLOFF, D; ABELE, L. G.; THISTLE, A. B. Ecological Communities: Conceptual Issues and the Evidence. New Jersey: Princeton University Press, 1984. 613p. STRÜSSMANN, C. Herpetofauna. In: MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE: Fauna silvestre na região do Rio Manso. Brasília: IBAMA, 2000. p. 153-189. STRÜSSMANN, C. & SAZIMA, I. The snake assemblage of the Pantanal at Poconé, Western Brazil: Faunal composition and ecological summary. Studies on Neotropical Fauna and Environment, v. 28, n. 3, p. 157-168. 1993. TABARELLI, M. & SILVA, J. M. C. Áreas prioritárias para conservação da biodversidade da Caatinga. In: Leal et. al. (Eds) Ecologia e conservação da Caatinga. Recife: Universidade Federal do Pernambuco, 2005. 777-796p. TOFT, C. A. Resource partitioning in Amphibians and Reptiles. Copeia, p. 1-21. 1985. VANZOLINI, P. E. A new (and very old) species of Leptotyphlops from northeastern Brazil (Serpentes, Leptotyphlopidae). Papéis Avulsos Zoologia, n. 39, p. 281-291. 1996b. VANZOLINI, P. E., RAMOS-COSTA, A. M. M. & VITT, L. J. Répteis das caatingas. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Ciências, 1980. p 07-11p. VITT, L. J. Ecological observations on sympatric Philodryas (Colubridae) in northeastern Brazil. Papéis Avulsos de Zoologia, n. 34, p. 87-98. 1980
56
VITT, L. J. Ecology of na anuran-eating guild of terrestrial tropical snakes. Herpetologica , n. 39, p. 52-66. 1983. VITT, L. J. Communities. In: Seigel, R. A.; Collins, J. T. & Novak, S. S. (Eds). Snakes: ecology and evolutionary biology. New York: Mc Graw-Hill Publishing Company, 1987. 335-365p. VITT, L. J. Ecological observations on the tropical colubrid snake Leptodeira annulata. Herpetological Natural History, v. 4, n. 1, p. 69-76. 1996. VITT, L.J. & VANGILDER, L. D. Ecology of a snake community in Northeastern Brazil. Amphibia-Reptilia, n. 4, p. 273-296. 1983. ZANELLA, N. & CECHIN, S. Z. Taxocenose de serpentes no Planalto Médio do Rio Grande do Sul, Brasil. Revista Brasileira de Zoologia, v. 23, n. 1, p. 211-217. 2006. ZUG, G. R. Herpetology: introductory biology of amphibians and reptiles. Academic Press, San Diego. 1993. p. 527.
57
ANEXOS
Anexo 1 – Composição de espécies de serpentes das localidades incluídas nas análises de agrupamento para comparação de similaridade. 01 = Caatinga do município de Passagem (presente estudo), 02 = Caatinga do Vale do Curimataú (PB: ARZABE et al. 2005), 03 = Caatinga do município de Pentecoste (CE: MESQUITA et al 2013), 04 = Caatinga do município de São João de Cariri (PB: Dados da coleção Herpetológica do DSE), 05 = Caatinga da Serra de Santa Catarina (PB: LIMA et al. 2014), 06 = Caatinga do município de Exu (PE: VITT & VANGILDER, 1983), 07 = Caatinga da Estação Ecológica do Seridó (RN: GUEDES, 2006), 08 = Mata Atlântica da Mata do Buraquinho (PB: PEREIRA-FILHO, 2007), 09 = Mata Atlântica do município de Rio Tinto (FRANÇA et al. 2012), 10 = Cerrado do município de Itirapina (SP: Sawaya, 2004), 11 = Pantanal do município de Poconé (MT: STRÜSSMANN & SAZIMA, 1993), 12 = Brejo de altitude no município de Maturéia (PB: PEREIRA FILHO & MONTINGELLI, 2011).