UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES CURSO DE LETRAS A DISTÂNCIA FRANCIÉLIO FERREIRA DA SILVA LEITURA E ESCRITA NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAZEM NA EJA JOÃO PESSOA - PB NOVEMBRO DE 2013
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
CURSO DE LETRAS A DISTÂNCIA
FRANCIÉLIO FERREIRA DA SILVA
LEITURA E ESCRITA NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAZEM NA
EJA
JOÃO PESSOA - PB
NOVEMBRO DE 2013
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
CURSO DE LETRAS A DISTÂNCIA
FRANCIÉLIO FERREIRA DA SILVA
LEITURA E ESCRITA NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAZEM NA
EJA
Artigo apresentado ao Curso de Letras a Distancia da
Universidade Federal da Paraíba, como requisito para a
Obtenção do grau de Licenciado em Letras.
PROFª. Eliana Vasconcelos da Silva Esvael
JOÃO PESSOA - PB
NOVEMBRO DE 2013
FRANCIÉLIO FERREIRA DA SILVA
LEITURA E ESCRITA NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAZEM NA EJA
Artigo apresentado ao Curso de Letras a Distância da Universidade Federal da
Paraíba, como requisito para a obtenção do grau de Licenciado em Letras.
Data de aprovação: ________/________/_________
Banca examinadora
__________________________________________________________
Orientador
__________________________________________________________
Examinador
__________________________________________________________
Examinador
RESUMO
Este trabalho traz reflexões sobre a leitura e a escrita no contexto da Educação de Jovens e
Adultos (EJA). Com o objetivo de apontar as práticas de leitura e de escrita realizadas pelos
alunos e de como elas são desenvolvidas pelos professores, foi aplicado um questionário a
alunos e professores de língua portuguesa da EJA de uma escola pública de ensino
fundamental, que oferece o ensino da EJA, para analisar essas práticas tanto na escola, como
diariamente, e quais mudanças o aprimoramento dessas práticas, podem trazer para suas
vidas. Fundamentamos nossa análise nos estudos e publicações de Paulo Freire (1994, 1996,
1999, 2000), Ana Rosa de Abreu (2000), Celso de Rui Beisiegel (1974), Marta Korl de
Oliveira (1997, 1999), entre outros, que concebem a leitura e a escrita como práticas sociais.
Obtivemos como resultados desta pesquisa que a maioria dos jovens e adultos entrevistados
preferem mais a leitura do que a escrita e que utilizam jornais, revistas, bulas de remédio,
poesias, como leituras no dia a dia. Portanto é necessário percebemos que a leitura e a escrita,
são habilidades fundamentais para cada indivíduo, não apenas pelo fato de ler e escrever
textos, mas por favorecer o desenvolvimento social, cultural de cada ser.
PALAVRA – CHAVE: Educação de Jovens e Adultos, práticas de leitura e de escrita,
práticas do professor.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 5
2 METODOLOGIA ............................................................................................................................... 7
3 FUNDAMENDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................................... 8
3.1 ASPECTOS HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) NO BRASIL .... 8
3.2 LEITURA E ESCRITA NA EJA ..................................................................................................... 11
3.3 PRÁTICAS ENVOLVENDO A LEITURA .................................................................................... 15
3.4 PRÁTICAS ENVOLVENDO A ESCRITA..................................................................................... 16
3.5 GÊNEROS TEXTUAIS NA EJA .................................................................................................... 17
4 DISCURSSÃO E ANÁLISE DE DADOS ....................................................................................... 18
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................... 26
6 REFERÊNCIAS ................................................................................................................................ 28
7 APÊNDICES ...................................................................................................................................... 31
7.1 APÊNDICE A .................................................................................................................................. 31
7.2 APÊNDICE B .................................................................................................................................. 34
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1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como tema: Leitura e a escrita na perspectiva de EJA.
Apresentarei a trajetória da Educação de Jovens e Adultos (EJA) de modo mais geral
e, posteriormente, a Educação de Jovens e Adultos no Brasil, modalidade esta que sempre
esteve presente nas contradições sociais durante toda a história. A EJA veio para satisfazer o
anseio dos menos favorecidos e daqueles que não tiveram oportunidades de estudar e de se
tornarem pessoas letradas quando crianças.
A EJA dá oportunidades aos jovens e adultos que não puderam estudar na época certa,
por diversos motivos, tais como, negação ao direito à educação durante a infância ou na
adolescência; a exclusão ou abandono do processo de escolarização, principalmente por
questões financeiras, etc. Esses estudantes buscam programas de aceleramento com o objetivo
de dar continuidade aos estudos e melhor condições de vida. Essa modalidade vem, portanto,
suprir a necessidade de cada indivíduo, como concorrer com mais qualidade no mercado de
trabalho, lutar, muitas vezes pela permanência no trabalho, conquistar melhor remuneração, a
independência por poder escrever seus próprios textos, como, uma carta para a família; ler a
bíblia, sentindo-se verdadeiros cidadãos.
Esses jovens e adultos têm consciência da precariedade de suas habilidades de leitura e
de escrita e, portanto, voltam para a escola para obter aquilo que acreditam que ampliará seus
conhecimentos, proporcionando-lhes melhor qualidade de vida. Refletindo sobre isso,
desenvolvi uma pesquisa realizada com a participação de professores e alunos do ensino
fundamental II, na intenção de obter dados sobre as práticas de leitura e de escrita realizadas
pelos alunos em sala de aula e no dia a dia.
Com a finalidade de estudar essas práticas no universo da EJA, assim como analisá-las
a partir das teorias que envolveram nessa modalidade, será feita uma pesquisa bibliográfica, a
fim de contextualizar teoricamente a pesquisa, bem como para subsidiar a pesquisa de campo
realizada para levantar dados sobre essas práticas, bem como para compreendê-las a partir das
teorias estudadas.
Em relação à fundamentação teórica, com dados extraídos do Ministério da Educação,
faremos uma retrospectiva sobre a história da EJA no Brasil e consequentemente seus
avanços.
Basearemos nossa análise dos dados em concepções e fundamentações de autores que
contribuíram e desenvolveram estudos sobre a temática em destaque. Podemos citar alguns:
Marta Kohl Oliveira (1997, 1999), que afirma que é necessário que educadores e educandos
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estabeleçam uma relação mais dinâmica, em favor da aprendizagem. Como também Paulo
Freire (1994, 1996, 1999, 2000), destacando sempre a importância da leitura e da escrita.
Tfouni (1995) nos mostra que a escrita é essencial e faz parte do produto cultural. Cagliari
(1998) revela que para chegarmos ao objetivo da leitura e da escrita e a escola que
proporciona essa expectativa. Ana Carolina Abreu nos dá dicas de meios metodológicos que
o educador pode dispor nas aulas de leitura e de escrita.
Um dos grandes desafios da EJA diz respeito aos trabalhos em sala de aula que
possibilitam a aprendizagem da língua materna por meio de atividades de leitura e de escrita,
que propiciem familiaridade com textos reais, desenvolvendo junto aos alunos as habilidades
de compreensão e interpretação textual, uma vez que um bom leitor não é aquele que sabe ler
textos apenas em voz alta. Há muitas formas de ler e saber ler, compreender e criar tantas
outras possibilidades.
Trataremos, assim, na fundamentação teórica, de conceitos como escrita, leitura,
gêneros textuais, para, com base neles, analisar os dados gerados durante a pesquisa de campo
realizada tanto com estudantes quanto com professores de Língua Portuguesa da EJA de uma
escola pública, Escola Alexandre Diniz da Penha, localizada na cidade de Damião – Paraíba.
A partir desses dados serão analisadas as dificuldades de aprendizagem e os hábitos de
leitura e de escrita dos alunos do Ensino Fundamental II da Educação de Jovens e Adultos.
8
2 METODOLOGIA
A metodologia adotada no presente trabalho foi construída mediante fundamentação
nas contribuições de autores como Paulo Freire, Marta Korl de Oliveira, entre outros, assim
como dados e informações do Ministério da Educação, Instituto Paulo Montenegro, Centro
Universitário, enfim, autores e instituições que construíram conhecimentos sobre a temática
desenvolvida.
Trata-se de uma pesquisa qualitativa, elaborada a partir de resultados obtidos por meio
da aplicação de um questionamento, com o objetivo de apontar as práticas de leitura e de
escrita realizadas pelos alunos e de como elas são desenvolvidas pelos professores, foram
levantados os desafios enfrentados pelo sujeito da pesquisa, tais relatos serão apresentados na
análise de dados no desenvolvimento deste trabalho.
A pesquisa bibliográfica centralizou a discussão na importância da prática de leitura e
de escrita na EJA, bem como buscou conhecer as práticas mencionadas no dia a dia dos
jovens e adultos, assim como procurou saber como a leitura e a escrita podem contribuir para
a formação de cada um e em quais situações essas práticas o ajudariam no cotidiano.
O campo de pesquisa foi a EMEF Alexandre Diniz da Penha, localizada na Rua São
José, SN, Damião – Paraíba no mês de outubro de 2013, os resultados encontram-se descritos
no item discussão de análise.
Os questionários foram elaborados com questões subjetivas e objetivas e aplicados a
um total de 37 (trinta e sete) alunos, alunos estes matriculados na 6ª, 7ª e 8 ª Série da EJA, no
ensino fundamental II, com a presença do pesquisador. Deixando os mesmos à vontade para
responder ao questionário, e sempre que necessário conversarmos sobre as indagações,
promovendo um diálogo sobre a temática desenvolvida, garantindo a veracidade da análise.
Também foram pedidas informações, por meio de um questionário de 4 (quatro) questões
abertas para 2 (duas) professoras de Língua Portuguesa sobre as práticas de leitura e de escrita
desenvolvidas em sala de aula.
Os dados foram quantificados e analisados com base nas teorias estudadas, mas não
exaustivamente. Foram feitas análises pontuais em função dos objetivos traçados para a
pesquisa.
9
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1 ASPECTOS HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) NO
BRASIL
A EJA, tem um papel fundamental na vida do povo brasileiro. Esta modalidade de
ensino que tem como um dos objetivos a transformação e melhoria de vida, formando
cidadãos que não tiveram oportunidades de serem alfabetizados ou até mesmo letrados na
idade prevista, teve um marco na história do país, que foi o despertar para a importância e a
valorização ao longo do tempo desse ensino voltado especialmente para jovens e adultos. Um
dos grandes desafios dessa modalidade é aprimorar e incentivar a prática da leitura e da
escrita. Essas práticas estão presentes no ensino desde o período colonial:
[...]a educação de jovens e adultos como uma área de estudo específica é
recente, embora a sua prática tenha se iniciado no Brasil colonial, com o
trabalho dos jesuítas que buscavam a catequização das populações nativas e
a faziam a partir do ensino da língua portuguesa e das primeiras letras, num
espaço que reunia, indistintamente, crianças, adolescentes e adultos
(BEISIEGEL, 1974, p. 59.).
Como se vê, essas práticas são antigas e, em cada época, portam concepções
diferentes. Por isso, faz-se necessária uma descrição do percurso histórico dessas práticas,
para entendermos o que acontece hoje na EJA. Esse percurso histórico foi realizado tanto com
base em documentos oficiais, como em artigos que tratam dessa temática.
A década de 1940 foi marcada por algumas iniciativas políticas e pedagógicas que
ampliaram a EJA: a criação e a regulamentação do Fundo Nacional do Ensino Primário
(FNEP); a criação do Instituto Nacional de estudos e Pesquisas (INEP); o surgimento das
primeiras obras dedicadas ao ensino supletivo; o lançamento da Campanha de Educação de
Adolescentes e Adultos (CEAA), e outros.
Em 1945, foi criada a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciências e
Cultura (UNESCO), que se dedicou a estimular a realização de programas nacionais de
educação de adultos analfabetos nas “regiões atrasadas” do mundo.
Em 1947, é lançada a Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos, que tinha
como meta a criação de 10.000 classes em todo o país. Dos professores, não foi cobrada uma
formação pedagógica prévia. Pelo trabalho de docência, eles recebiam uma gratificação pró-
labore, uma quantia inferior aos salários pagos aos professores que compunham a rede de
ensino regular. Era aceita a participação de voluntários, movidos pelo o que se denominou
10
“sentimento cívico”. Havia a concepção deque ensinar adultos era uma tarefa simples e que,
portanto, poderia ser feita por qualquer um.
A CEAA durou praticamente 16 anos. De 1958 a 1964 surgiram novas ideias em
matéria de educação de adultos, entre elas a Campanha de Erradicação do Analfabetismo, e o
Movimento de Educação de Base (MEB), em 1961. Em 1962 foi criado o Sistema Paulo
Freire, que inspirou vários programas, entre eles o Plano Nacional de Alfabetização, que
recebeu apoio de diversos segmentos da sociedade, mas foi interrompido pelo Golpe Militar
em 1964. Programas assistencialistas e conservadores continuaram sendo permitidos, e em
1967 foi lançado o Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL), que reedita uma
campanha nacional e que se tratou de um dos maiores programas da ditadura militar
(BRASIL, 1996), diferentemente do Sistema Paulo Freire, o MOBRAL se preocupava apenas
em fazer com que o aluno aprendesse a ler e a escrever, sendo que para o sistema essas
habilidades já eram suficientes para uma mudança de vida, esquecendo-se da socialização do
indivíduo, para formar verdadeiro cidadão consciente dos seus direitos e deveres perante a
uma sociedade.
O ensino supletivo, implantado em 1971, foi um marco importante na história da EJA
no Brasil. Tão importante que este tipo de ensino, por meio do aceleramento está presente até
os dias atuais em algumas escolas municipais e estaduais, permitindo o engajamento de
Jovens e Adultos que não tiveram oportunidade de estudar enquanto criança.
Durante o período militar, a educação de adultos adquiriu pela primeira vez
na sua história um estatuto legal, sendo organizada em capítulo exclusivo da
Lei n° 5. 692/71, intitulado ensino supletivo. O artigo dessa legislação
estabelecia com função do supletivo suprir a escolarização regular para
adolescentes e adultos que não a tenham conseguido ou concluído na idade
própria (VIEIRA, 2004, p. 40).
Nessa época foram criados Centros de Estudos Supletivos em todo o Brasil, com a
proposta de ser um modelo de educação do futuro, atendendo às necessidades de uma
sociedade em processo de modernização. Seu objetivo era escolarizar um grande número de
pessoas, mediante um baixo custo operacional, satisfazendo as necessidades de um mercado
de trabalho competitivo, com exigência de escolarização cada vez maior.
Em 1985, houve a extinção do MOBRAL, que foi substituto pela Fundação EDUCAR.
No contexto da redemocratização as atividades da EJA foram ampliadas e diversificadas,
envolvendo a participação de secretarias e instituições, como sindicatos, igrejas, associações,
com o objetivo de se estabelecer uma escola pública e gratuita de qualidade para todos. (cf.
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfJhYAE/educacao-jovens-adultos).
11
De acordo com a Lei 9391/96 o art.37 da LDB a EJA é destinada àqueles que não
tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria.
A EJA é uma categoria organizacional constante da estrutura da educação
nacional, com a finalidade e funções específicas como a função reparadora
da EJA, significa que não só a entrada no circuito dos direitos civis pela
restauração de um direito negado: o direito a uma escola da qualidade, mas
também o reconhecimento daquela igualdade antológica de todo e qualquer
ser humano. (BRASIL 2000).
Em julho de 1997, ocorreu em Hamburgo a V Conferência Internacional de Educação
de Pessoas Jovem e Adulta (CONFINTEA) em que afirmaram a sua compreensão da
educação como direito humano básico, para jovens e adultos de todas as idades. Declararam o
seu entendimento do aprendizagem e formação de adultos como chave para o século XXI (
ASSOCIAÇÃO O DIREITO DE APRENDER 2008). Em 2003, finalmente, o Ministério da
Educação reassumiu as responsabilidades para com a Educação de Jovens e Adultos.
O caráter de educação de segunda classe para as pessoas adultas das classes populares
pode ser verificado ainda, atualmente, no que se refere ao financiamento. Inserida na proposta
do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação (FUNDEB), que entrou em vigor a partir de julho de 2007, a EJA
recebe sempre um valor por aluno menor que o destinado ao Ensino Fundamental de crianças,
podendo essa diferença, como no caso do Distrito Federal, chegar a menos da metade
(BRASIL, 2009)
Em 2009, realizou-se a Sexta Conferência Internacional de Educação de Adultos
(CONFINTEA VI), na oportunidade foi proporcionada uma importante plataforma para o
diálogo sobre políticas e promoção da aprendizagem de adultos e educação não formal em
âmbito global.
Todos esses movimentos foram fundamentais para a criação de um ensino tão
importante e ao mesmo tempo tão difícil, com muitas dificuldades, como, por exemplo, a
conscientização dos jovens e adultos a importância de voltarem a estudar nessa modalidade de
ensino, e vencer o preconceito de estudar já adultos, a falta de motivação para participar
assiduamente das aulas e permanecer na escola até o final do ciclo e formação. Este é um dos
maiores desafios da escola, dos professores e dos alunos na Educação de Jovens e Adultos.
Hoje, apesar dessas dificuldades, a EJA tem se demonstrado um caminho possível para
os jovens e adultos que não tiveram oportunidades de estudo na época certa, aprimorarem
12
seus conhecimentos e concluir seus estudos com entusiasmo e com a certeza que seus direitos
como cidadão estão sendo garantidos.
3.2 LEITURA E A ESCRITA NA EJA
A leitura e a escrita são essenciais para o desenvolvimento social e cultural do
indivíduo. Sendo assim, é importante que os indivíduos adquiram o hábito de ler e de
escrever, posto que essa habilidade é uma porta aberta para a expansão dos seus
conhecimentos e da sua formação geral como cidadão. Consideramos que o envolvimento de
professores, pedagogos, pais, estudiosos e pesquisadores é fundamental para os avanços de
estudos de experiências que levem em conta a aquisição da leitura e da escrita, bem como a
consciência sobre a importância dessas habilidades para a vida social, cujo desenvolvimento
competente ajuda o sujeito a reintegra-se bem mais em seu contexto social, já que ele passa a
participar efetivamente da vida social, e promover o desenvolvimento social e cultural de sua
família e do grupo social do qual participa.
Nesta perspectiva, é preciso buscar uma concepção mais ampla das dimensões
tempo/espaço de aprendizagem, na qual educadores e educandos estabeleçam
uma relação mais dinâmica com o entorno social e com as suas questões,
considerando que a realidade é também parte ativa da aprendizagem. Para que
possamos estabelecer com clareza a parcela da população a ser atendida pela
modalidade EJA, é fundamental refletir sobre o seu público, suas
características e especificidades, sua cultura, sua realidade cotidiana. Tal
reflexão servirá de base para a elaboração de processos pedagógicos
específicos para esse público (OLIVEIRA 1999, p.59-73).
Na EJA, a leitura e a escrita, tornam-se importantes não só porque perpassam toda e
qualquer disciplina do currículo escolar, mas também porque é uma prática que serve como
chave para a abertura dos horizontes escolares, profissionais e social, estando na base da
construção da própria cidadania.
O Instituto Paulo Montenegro e o Indicador de Alfabetismo Funcional (INAF),
realizaram um levantamento em 2009, obtendo resultados importantes de um estudo inédito
sobre as habilidades de leitura e de escrita de jovens de 15 a 24 anos, residentes nas nove
principais regiões metropolitanas do país. Os dados mostram, que 3% são analfabetos: não
conseguem realizar nem mesmo tarefas simples que envolvem a leitura de palavras e frases,
ainda que uma parcela destes consiga ler números familiares. 19% são alfabetizados em nível
rudimentar: localizam uma informação explícita em textos curtos, leem e escrevem números
usuais e realizam operações simples. 38% são alfabetizados em nível básico: leem e
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compreendem textos de média extensão, localizam informações mesmo com pequenas
inferências. E 40% são alfabetizados em nível pleno: leem textos mais longos, analisam e
relacionam suas partes, comparam e avaliam informações, distinguem fato de opinião,
realizam inferências e sínteses. Isso nos mostra que é um índice muito preocupante. Faz-se
necessário rever a metodologia que está sendo usada nas escolas e como estão enfocando a
leitura e a escrita, já que uma boa parte de Jovens e Adultos lê e escreve sem muita
compreensão, não tendo bom domínio sobre tais habilidades.
Sabe-se que o homem primeiramente aprende a conhecer as coisas que estão ao seu
redor, dando significado de acordo com sua experiência de vida, e esse aprendizado é
determinante para a construção do conhecimento sistemático, por esta razão não se pode
deixar de enfatizar o dia a dia do aprendiz na EJA. Sendo assim, Freire (2006, p.20) ressalta
que “a leitura do mundo precede a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade
da leitura daquela.” Essa precedência da leitura do mundo facilita ao homem interagir na
sociedade, valorizando os conhecimentos do seu cotidiano, sendo esse, um forte referencial
que contribuirá com sua formação e no seu desenvolvimento como ser humano e como
pessoa. Nesse sentido,
A leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de
contribuição do significado do texto, a partir dos seus objetivos, do seu
conhecimento sobre o assunto, não é somente decodificar a uma informação
escrita através de letra por letra. Mas um processo que implica a
compreensão mais detalhada, exigindo maior competência por parte do leitor
(BRASIL 2001. p.35).
Como se pode observar, a leitura, nos Parâmetros Curriculares Nacionais, tem um
papel grandioso e que não se limita apenas ao ler por ler e sim envolve algo mais complexo,
como, formar leitores críticos, fundamentado numa base que foi conquistada pela própria
leitura, buscando compreender textos e dando ênfase ao mesmo e para isso é fundamental que
o professor incentive a essa prática.
A leitura é uma relação que se estabelece entre o leitor e o texto escrito,
relação na qual o leitor, através de algumas estratégias básicas, reconstrói um
significado do texto no ato de ler. Esse mesmo estudo esclarece que não se
ensina ninguém a ler, porque a leitura não é um saber, mas assim uma
prática e lendo que as pessoas desenvolvem a capacidade de mobilizar
estratégias para o ato de leitura: verificação, antecipação e identificação,
tentar ensinar uma pessoa a ler é, além de inofensivo, privá-lo de ensinar a si
próprio de ler (BARBOSA, 1994, p.118-123).
14
A leitura é um dos meios mais eficazes de desenvolvimento sistemático da linguagem
e da personalidade. Trabalhar com a linguagem é trabalhar com o homem, pois ajuda a
desenvolver habilidades e potencialidades intelectuais no indivíduo, dando possibilidades
plenas para exercer a cidadania e ajudando a vivenciar uma nova visão cultural e social.
Sendo assim, a leitura é um dos meios mais eficazes para o desenvolvimento sistemático das
linguagens orais e escrita e fundamental para o indivíduo socializa-se em determinado grupo
social.
Na EJA, faz-se necessária que sejam manifestadas e compreendidas a linguagem e a
realidade dos Jovens ou Adultos, de forma dinâmica, já que esses alunos portam certo
conhecimento prévio do mundo, através de sua trajetória de vida. Assim, é fundamental que o
professor desenvolva habilidades práticas, utilizando os conhecimentos prévios do aluno para
que eles se tornem leitores assíduos, críticos e compreender que a leitura e a escrita podem dar
outras oportunidades a eles mesmos.
A leitura da palavra é sempre precedida de leitura de mundo. E aprender a
ler, a escrever, alfabetizar-se, é, antes de mais nada, aprender a ler o mundo,
compreender os seus contextos, não numa manipulação mecânica de
palavras, mas numa relação dinâmica que vincula linguagem e realidade
(FREIRE, 1994,p.8).
Assim, para obter êxito, o educando deve ser motivado no exercício da leitura e da
escrita. Além disso, é essencial usar ferramentas que aproxime mais o educando do texto,
textos esses que o impulsionem ao diálogo, a releitura, a reescrita, tornando-o, assim, um
indivíduo letrado.
A leitura é um importante instrumento para a libertação do povo brasileiro e
para o processo de reconstrução de nossa sociedade. Tal convicção resulta de
minhas percepções acerca da evolução histórica da sociedade brasileira, que
desemboca neste agora, em momentos de profundos impasses, claras
denúncias e grandes lutas por uma nova ordem social (SILVA 1988, p.21).
Paulo Freire ainda ressalta que “o aluno não deve memorizar mecanicamente as
palavras, sem sentido, mas buscar compreender o significado das palavras, para que o
processo de leitura seja prazerosa” (FREIRE 2000, p. 17). Para isso, é importante que o
professor ofereça aos alunos diferentes tipos de leitura e faça valer na sala de aula os usos
sociais da leitura.
Buscar meios para minimizar as dificuldades que os alunos têm na leitura e na escrita
é necessário, pois, cotidianamente, acontecem situações em sala de aula que desafiam o
professor. Por isso, é necessário lançar mão de vários recursos didáticos ou outros recursos
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técnicos para melhorar suas práticas educativas e ajudar os alunos a superarem essas
dificuldades, essas ações requerem planejamento, disposição e compromisso do professor
com a aprendizagem do aluno.
O ato de ler não é simplesmente o processo de memorizar sílabas, mas a capacidade de
refletir criticamente o próprio processo de ler e escrever, compreendendo e aprofundando o
significado da linguagem. A leitura e a escrita são práticas que proporcionam algum tipo de
melhoria na vida do indivíduo oferecidos pela sociedade, como acesso a meios eletrônicos, ir
ao cinema, uso de transporte, trabalhar no comércio, ler a bíblia, etc.
O ato de escrever apresenta-se como uma atividade essencial para que o homem
interaja com o mundo que o cerca, externando seus pensamentos, opiniões, registrando os
conhecimentos adquiridos, deixando estes, para gerações futuras.
A escrita é um produto cultural por excelência. É, de fato, o resultado tão
exemplar da atividade humana sobre o mundo [...], ou seja, a escrita tornou-
se uma maneira concreta e duradoura de o homem manifestar, registrar,
perpetuar e guardar seus acontecimentos, sentimentos e planos, enfim o eu
modo de ver, agir e pensar no mundo (TFOUNI 1995, p.10).
Da mesma maneira que é fundamental estimular a leitura, o mesmo deve ser com a
escrita, estimular o educador a realizá-las de maneira que os mesmos percebam suas
dificuldades de escrita, para mostrar a partir delas, os caminhos que devem percorrer na
aquisição dos padrões da escrita. O professor irá orientar e mostrar como de fato isso
acontece, com essa atitude o aluno vai dando sentido a sua escrita, tendo zelo para que o aluno
não se sinta fracassado ou discriminado.
O desenvolvimento da espécie humana e o do indivíduo dessa espécie está,
pois, baseado no aprendizado que, para Vygotsky, sempre envolve a
interferência, diretaou indireta, de outros indivíduos e a reconstrução pessoal
da experiência e dos significados. (OLIVEIRA, 1997, p. 79).
Para o educando ter bom êxito na aprendizagem é muito importante a interação entre
professor/aluno e aluno/texto. Um fator ligando o outro. Na interação entre o professor e o
aluno, o objetivo é construir juntos um elo de cooperação, de respeito em favor da
aprendizagem, o professor deixa de ter a impressão de autoritarismo e passa a ser o
facilitador, aquele que está ali para contribuir com o desenvolvimento do aluno. Já na relação
aluno/texto é importante que o professor ofereça textos familiarizados, despertando no
alunado o gosto tanto na leitura, como na reescrita, incentivando o diálogo, para resultar no
aumento do conhecimento daquele determinado assunto.
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A leitura e a escrita têm muitos usos que precisam ser discutidos ao longo do processo
da Educação da EJA, acredito que isso seja o maior desafio nessa modalidade, pois necessita
de estratégias, métodos renovados, colocar-se a disposição, estimular o educando. Tudo isto
se consegue com uma relação, uma interação entre o desejo de aprender e o de ensinar.
Estar na escola é um fato que cria expectativas. Mas alguns alunos podem ter
uma visão muito restrita do que os espera. Por isso, é necessário que o
professor, no início do ano, converse com seus alunos para saber de suas
experiências com relação ao trabalho escolar que terão pela frente. Mas é
bom também perguntar aos alunos quais são seus anseios. O que eles
pretendem ler? O que eles pretendem escrever? O que pretendem fazer no
começo da alfabetização? O que eles pretendem fazer depois, quando já
souberem ler e escrever fluentemente? O que pretendem fazer depois,
quando saírem da escola já formados? (CAGLIARI 1998, p. 107)
Com isso, o educador elabora um diagnóstico analisando e observando a necessidade
de seus educandos, já criando um laço de diálogo e ligação entre professor/aluno e
aluno/professor, pois essas trocas de afeições são muito importantes para uma boa relação de
aprendizagem.
3.3 PRÁTICAS ENVOLVENDO A LEITURA
É importante que o professor faça a leitura de vários textos, utilizando diferentes
gêneros textuais que circulam na sociedade. Essa atividade de leitura pode ser diária. O
importante é que os alunos tenham um contato frequente com textos reais, para que possam
conhecê-los melhor e podendo, portanto, ter boa compreensão do que leem.
Apresentarei algumas sugestões de práticas de leitura que podem ser usadas na sala de
aula, em turmas de EJA, segundo (ABREU, 2000, p. 81 ss):
Em alguns momentos da rotina da sala de aula, o professor deverá ler textos
juntos com seus alunos, para que possam inferir e antecipar significados
durante a leitura.
É interessante que os alunos possam vivenciar na escola situações em que a
leitura esteja vinculada ao desfrute pessoal, à desconcentração e ao prazer. A
leitura coletiva é fundamental para a socialização de temas importantes a
serem trabalhados
A técnica da leitura dirigida consiste no acompanhamento pelos alunos, da
leitura de um texto ou capítulo de livro. O professor fornece previamente aos
alunos, uma ideia do assunto a ser lido. A leitura é feita individualmente e
comentada a cada passo, com supervisão do professor.
É uma forma em que o professor deve proporcionar aos seus alunos, pois
favorece um contato mais próximo do leitor com os textos. Nesse caso é
importante que tenham objetivos com a atividade de leitura.
Sentar em roda é uma boa estratégia para socializar experiências e
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conhecimentos, pois favorece a troca entre alunos e professores.
Possibilitar ao aluno recontar um texto a partir do texto que está em
destaque. Ao recontar, o aluno deve tanto procurar manter as características
linguísticas do texto ouvido como está inserido no reconto.
A interação com bons modelos é fundamental na aprendizagem, por isso é
importante que os alunos possam compartilhar atos de leitura e observar
outras pessoas lendo, recitando, etc. Desta forma podem aprender a utilizar
uma variedade maior de recursos interpretativos.
Essas práticas de leitura despertarão e incentivarão o indivíduo no interesse pessoal
para uma leitura crítica, facilitando a aprendizagem em interpretação e compreensão,
desenvolvendo assim, o gosto e o hábito pela leitura. Todas essas habilidades devem ser
oportunizadas aos alunos, já que fazem parte das práticas sociais de leitura.
3.4 PRÁTICAS ENVOLVENDO A ESCRITA
Uma das ações que é primordial para o indivíduo se tornar mais consciente,
compreendendo o que fala, relatando o que pensa, o que sente, enfim se tornando uma pessoa
ciente daquilo que está ao seu redor é praticando a escrita. Abreu (2000, p. 83), relata como
deve ocorrer esse processo de escrita em sala de aula:
Escrever segundo suas próprias hipóteses é fundamental para refletir sobre a
forma de escrever as palavras. Por isso é importante criar momentos na
rotina da sala de aula em que os alunos possam escrever sozinhos.
Durante todo o processo de escrita, é fundamental que o professor discuta
com os alunos a forma de escrever as palavras, frases, textos, pois isto
favorece a aprendizagem de novos conhecimentos sobre a língua escrita.
Sempre que for possível favoreça a reflexão dos alunos sobre escrita.
Seleção de textos preferidos para a produção de uma coletânea. Cada aluno
pode escrever um de seus textos preferidos, produzindo seu próprio livro.
No processo da escrita o professor desempenha um papel fundamental que é incentivar
e motivar o aluno a escrever, mostrando o percurso que deve ser trilhado, no sentido de
desenvolver essa habilidade, tornando o indivíduo capaz de ler, compreender, escrever e
reescrever com autonomia. Se o professor trabalha com diferentes gêneros textuais, maior
será a inserção desse sujeito na sociedade e nos usos sociais que fará da escrita.
3.5 GÊNEROS TEXTUAIS NA EJA
Um dos objetivos da EJA é formar usuários da leitura e da escrita, capazes de fazerem
uma relação entre o texto, com o contexto e a sua realidade, razão pela qual não se pode
dissociar o material lido das experiências sociais, fazendo assim, uso efetivo desse mecanismo
18
em sua vida.
Para realizar uma leitura e incentivar a escrita, o professor não pode deixar de
trabalhar com gêneros textuais, eles, de certa maneira, estão inseridos no cotidiano do aluno e
dependendo de como são expostos poderão desenvolver ainda mais as práticas mencionadas.
“Os gêneros textuais são fenômenos históricos, profundamente vinculados à
vida cultural e social. Fruto de trabalho coletivo, os gêneros contribuem para
ordenar e estabilizar as atividades comunicativas do dia-a-dia. São entidades
sócio-discursivas e formas de ação social incontornáveis em qualquer
situação comunicativa (...) os gêneros não são instrumentos estanques e
enrijecedores da ação criativa. Caracterizam-se como eventos textuais
altamente maleáveis, dinâmicos e plásticos” (MARCUSCHI, 2002, 29).
Os gêneros textuais na EJA permitem uma contribuição essencial na desenvoltura da
aprendizagem dos jovens e adultos, pois por meio deles inscrevem-se em ações discursivas no
mundo, na sociedade, no cotidiano, fazendo com que se tornem mais participativos,
compreendendo mais o mundo, a sociedade, sendo, enfim, cidadãos.
Existem várias maneiras de engajar alunos da EJA nos usos sociais da língua, por
meio dos gêneros textuais. Tudo o que lemos ou escrevemos, falamos, escutamos, são
realizações por meio desses textos, tais como: a poesia, a literatura de cordel, lendas, notícias,
receitas, relatórios, enfim, inúmeros gêneros que se encarregaram de aprimorar os
conhecimentos, e principalmente desenvolver com mais participação as práticas de leitura e
de escrita. Portanto, eles devem ser o eixo do trabalho do professor no ensino da leitura e da
escrita.
4 DISCUSSÃO E ANÁLISE DE DADOS
A seguir, trataremos da apresentação e da discussão dos dados obtidos através de um
questionário realizado com alunos da 6ª, 7ª, 8ª Série EJA do 2° segmento do Ciclo II,
totalizando 37 alunos que responderam o questionário e com duas professoras que lecionam a
Língua Portuguesa nas turmas mencionadas, na Escola Municipal Alexandre Diniz da Penha,
município de Damião, no estado da Paraíba.
O gráfico 1 apresenta a faixa etária dos alunos pesquisados, que abrange de 15 a 25
anos. Como mostra o gráfico 1, abaixo:
19
Gráfico 1: faixa etária
Observa-se no gráfico 1 um número muito maior de alunos na faixa dos 15 aos 19
anos de idade, equivalendo a 86% dos estudantes da EJA. Fato que revela uma mudança do
perfil dos estudantes da EJA. Provavelmente são alunos oriundos do ensino regular,
abandonado recentemente. Esse abandono pode ter como causa a necessidade do jovem
ingressar no mercado de trabalho, para ajudar no sustento da família ou mesmo por não se
sentirem motivados. Já os adultos, em número bem menor, 14%, na faixa etária acima dos 20
anos de idade, apresentam outras causas para a evasão escolar, como, por exemplo, a não
permissão pelos pais de frequentarem a escola para, principalmente ajudar no sustento da
família, trabalho, etc. Muitos destes ainda abandonam a EJA, muitas vezes por se
considerarem incapazes de aprender na idade em que estão.
Uma das razões que nos levou a analisar as práticas de leitura e de escrita na EJA foi a
necessidade de refletir sobre os motivos que levaram esses alunos a frequentarem esta
modalidade de ensino (gráfico 2). 49% afirmaram que é para terminar o ensino fundamental
mais rápido; 21% afirmaram que é para conseguir um emprego; 11% citaram que é para
aprimorar os conhecimentos; 11% têm o desejo de concluir o ensino fundamental e ir embora
e 8% disseram que estão na EJA, porque não tiveram oportunidade de estudar enquanto
criança. Esses dados demonstram cada vez mais a importância da EJA na vida das pessoas,
assim como o anseio por um trabalho melhor, isso comprovado, pois quase 50% querem
concluir o ensino fundamental e posteriormente ir embora em busca de melhoria de vida e
eles sabem que para ter essa transformação de vida o estudo é indispensável.
20
Gráfico 2: objetivo de participar da EJA
Esse relato faz-se necessário, pois levou a refletir que a escola, consequentemente a
EJA, tem um significado muito grande na vida das pessoas, pois os participantes que estão
nessa modalidade de ensino buscam por melhores dias, já que muitos deles são carentes
financeiramente e até o momento não tiveram oportunidade de mudarem de situação de vida.
Já os educadores, ao descreverem seus desafios nessa modalidade de ensino, revelaram que a
maior preocupação é estimular os alunos a frequentarem as aulas e levar conteúdo para a sala
de aula que faça com que esses alunos possam descobrir suas aptidões para atuarem na
sociedade. Ao aplicarmos questionário aos alunos e às professoras que lecionam Língua
Portuguesa nas turmas, procuramos encontrar a visão que os mesmos têm sobre a leitura e a
escrita e de como essas práticas são aplicadas em sala de aula. Perguntamos aos alunos, o que
eles preferem: a leitura ou a escrita (gráfico 3)? 54 % afirmaram que gostam mais de leitura e
46 % gostam mais de escrita.
Gráfico 3: gostar de ler ou escrever
Esse equilíbrio mostra que a leitura e a escrita devem ser trabalhadas em conjunto,
para aguçar o entusiasmo desses alunos, por meios de variados recursos.
21
Sobre o que leem no dia a dia (gráfico 4), queremos destacar alguns dados: 22% leem
poesia com mais frequência, isso significa que os participantes valorizam esse tão importante
gênero textual e que estão familiarizados com a poesia em seu cotidiano. 13% afirmam que
leem a bíblia. Nesse sentido, a leitura é enfatizada como algo muito bom, associando-a com
uma ação religiosa. Apenas 7% leem jornal, esse dado revela que para se manterem
informados e atualizados sobre os acontecimentos, esses alunos acessam (ou não) outro
veículo de comunicação; talvez, os mais jovens acessam a internet para se informarem.
Quando indicam o gênero propaganda, apontam para a função social desse gênero: comprar
e/ou vender algo, indicando um possível grau de consumismo pelos jovens.
Além de demonstrarem seus interesses pelas leituras destacadas, demonstraram
também interesse pela leitura de bulas de remédios, revistas, receitas e textos que vem nos
livros didáticos, como mostra o gráfico. Com isso percebemos que há uma grande variação de
gostos pela leitura, e que essas práticas de leitura influenciam diretamente o cotidiano dos
alunos.
Gráfico 4: gêneros que mais lêem
Quanto à pergunta: “Para você a leitura e a escrita são importantes”? Todos
responderam afirmativamente e complementaram que elas podem ajudá-los em diferentes
situações, como podemos verificar em algumas respostas, abaixo:
Aprimorar os conhecimentos;
Entender mais as coisas;
Ajudar e ter um futuro melhor;
E um aprendizado que jamais esqueci;
Porque quem não ler e não escreve não é ninguém.
22
Um dos nossos entrevistados explicita que a leitura e a escrita são o caminho para
aprimorar os conhecimentos, outro afirma, ainda, que essas práticas nos fazem entender mais
sobre o mundo. Isso significa que eles valorizam a leitura e a escrita, pois são conscientes de
que a não utilização dessas práticas gerará dificuldades no convívio social.
Também obtivemos como resposta, que a praticidade dessas habilidades, irá ajudá-los
a ter um futuro melhor. Um dos maiores anseios dos jovens e dos adultos é ter uma
oportunidade de emprego, frequentar, até mesmo, um curso profissionalizante, pois, muitos
deles, hoje, dependem de seus pais para sobreviverem. Vemos positivamente essas respostas,
que evidenciam que estão no senso comum, uma vez que todos sabem que essa melhoria se dá
através dos estudos.
Destacamos uma resposta que chamou a atenção, ao relacionar as práticas de leitura e
de escrita com a existência: “porque quem não ler e não escreve não é ninguém”. Esse
pensamento do aluno nos motiva a refletir que, diante da nossa realidade, determinadas ações
sociais, como, ir à igreja e realizar uma leitura bíblica, pegar um ônibus, ir ao supermercado,
ou seja, rotina diária, necessitam da leitura e da escrita e quem não têm essas habilidades,
segundo o entrevistado não é ninguém, ou seja, na vida de cada indivíduo essas práticas são
indispensáveis.
As respostas dos alunos para essa questão não deixam dúvidas da importância da
leitura e da escrita para suas vidas, e o desenvolvimento dessas habilidades cabe aos
professores e à própria escola. Por isso essas habilidades devem ser tratadas como primordiais
no ensino-aprendizagem, sempre considerando os anseios e as expectativas dos alunos da
EJA.
Percebemos que, por mais que os educadores tenham o desejo de incentivar e levar as
práticas de leitura e de escrita para a sala de aula, a escola não oferece meios que incentivem
essas práticas. Indagamos aos alunos se eles frequentam alguma sala de leitura ou biblioteca
(gráfico 5), 81 % disseram que não frequentam nem sala de leitura e nem biblioteca, pois a
escola não oferece esses recursos, mas têm a consciência de que são fundamentais para
motivá-los, já que não dispõem de outros ambientes letrados para favorecer tais prática. Já
14% disseram que frequentam biblioteca municipal e 5% não quiseram responder.
23
Gráfico 5: frequência à biblioteca ou sala de leitura
Questionamos as professoras sobre o que seria necessário para dinamizar o ensino da
leitura e da escrita. Elas, afirmam que é necessário utilizar mais recursos tecnológicos e textos
voltados para a realidade da comunidade escolar.
Gráfico 6: ser bom leitor
Foi muito pertinente questionar quem seria um bom leitor (gráfico 6) na opinião dos
alunos. 40% acham que é quem compreende as ideias do autor, 27% dizem que é aquele que
lê todos os dias, 3% afirmam que são aqueles que concordam ou discordam das ideias do
autor e 30% dizem que são aqueles que não encontram dificuldade para ler. Esses alunos
entendem que ser bom leitor está relacionado à compreensão do texto e à frequência com que
leem. Mas é interessante notar que apenas 3% consideram a concordância ou não com o autor
do texto que faz do leitor um bom leitor. Esse dado entra em choque com a concepção de
leitor apontada nesta pesquisa, uma vez que defendemos que ser bom leitor é ser crítico
daquilo que se lê, podendo esse leitor concordar ou não com o que lê. Nesse sentido, ficou
claro diante das opiniões quem são realmente bons leitores para esses alunos, o que nos leva a
24
refletir sobre como eles mesmos pensam de si como leitores, isto é, com seus próprios papéis
de bons (ou não) leitores. A leitura só será importante para o leitor se o mesmo se sentir
atraído pelo o que está lendo, por isso é interessante explorar leituras relacionadas às
experiências de vida, usando o ato de ler como uma interação social. Após essas ações,
teremos mais leitores formados. Por esta razão, o educador da EJA, deve orientar que não se
deve ler por obrigação, e sim ler por prazer, pelo uso social nas diferentes atividades do
cotidiano, para adquirir conhecimentos, para viver melhor, dentre outros motivos.
É fundamental que os educadores busquem meios que despertem nos estudantes o
interesse pela leitura e mostrem inúmeras possibilidades tanto no contexto escolar como na
vida como um todo. Por isso, é necessário que os profissionais utilizem diversos recursos em
sala de aula, como leitura compartilhada, leituras individuais, compreensão textuais, entre
outras. Foi questionado aos professores que recursos eles utilizam em sala de aula. Obtivemos
como respostas: livros didáticos, textos xerocados, textos da atualidade apresentados em
revistas. Em respostas fechadas com quatro opções, questionamos aos alunos o que eles
gostariam que seus educadores levassem para trabalhar com a leitura e com a escrita em sala
de aula (gráfico 7): 31% querem que os educadores levem textos voltados para o dia a dia,
textos que relatam conteúdos voltados para a realidade do aluno, uma vez que isso facilitaria e
incentivaria a prática de leitura e de escrita em sala de aula. 15% disseram que gostariam que
as professoras trouxessem textos envolvendo assuntos polêmicos apresentados pela mídia.
Como foi exposto 7% dos jovens e adultos leem jornais e praticamente todos os dias assistem
jornais, portanto, eles têm pouca desenvoltura com textos jornalísticos, por isso é importante
utilizar esse gênero, para aprimorar a prática dessa leitura, tão importante na nossa sociedade.
27% querem que utilizem mais textos literários, ou seja, apreciam gêneros dessa esfera. E
27% querem textos variados, que despertem o interesse dos alunos com temáticas próximas
da realidade. Portanto, é necessário que se utilizem diversos meios que aprimorem a leitura
em sala de aula, permitindo a diversidade de gêneros textuais, como ocorre no uso real da
língua, em nossas práticas sociais.
25
Gráfico 7: quais textos levar para a sala de aula
Outra questão discutida com as professoras foi em relação ao material didático
utilizado na EJA, as mesmas concordam que não são adequados para a modalidade, então
procuram fazer uma ligação entre o que está exposto nos livros e o que ocorre na sociedade.
Salientam que, seria mais apropriado que tivessem livros voltados para a realidade dos alunos,
tendo como objetivo despertar o interesse dos alunos em participar das aulas, dos diálogos,
das rodas de conversas, enfim, livros que favoreçam a interação de professores/alunos na sala
de aula.
Como sabemos, através da EJA muitas pessoas melhoraram de vida, tanto na família
como na sociedade em geral, favorecendo uma transformação social. Questionamos de como
um aprimoramento de habilidades de leitura e de escrita poderia ajudá-los no dia a dia
(gráfico 8). 32 % afirmaram que iria ajudar mais a família, em realizar compras, copiar
receitas, ler bulas de medicamentos, 11% confirmaram que iria melhorar no comércio, pois
alguns deles ou trabalham em comércio próprio ou são funcionários de casas comerciais. 30%
querem ler e entender textos com mais eficiência, estes também querem se dedicar aos
estudos e 27% afirmaram que é para melhorar no trabalho. Por conta disso, é importante
lançar mão de vários meios metodológicos, que ajudem a desenvolver essas habilidades que
esses aprendizes possam aplicar os novos conhecimentos em suas vidas, isto é, para que esses
estudantes se apropriem da leitura e da escrita como prática social.
26
Gráfico 8: como a leitura e a escrita ajudam no dia a dia
Portanto, diante desses dados é fundamental que professores/alunos/escola, unam-se
em torno da leitura e da escrita, uma vez que é muito importante que os indivíduos tenham a
competência de ler e de escrever, a fim de realizarem atividades cotidianas com qualidade,
dando mais sentido à vida desses jovens e adultos.
27
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como foi exposto, a EJA teve um longo percurso histórico no Brasil, desenvolvendo
políticas públicas destinada à jovens e adultos, favorecendo a aprendizagem dos indivíduos,
buscando uma transformação no campo econômico, social e cultural. O objetivo da pesquisa
foi o de analisar as práticas educativas e pedagógicas de leitura e de escrita na Educação de
Jovens e Adultos, buscando compreender suas especificidades. Além disso, compreender o
processo o processo de ensino e aprendizagem da leitura e da escrita na Educação de Jovens e
Adultos.
Conforme levantamento e análise dos dados verificou-se que a aprendizagem de
leitura e de escrita na EJA apresenta algumas interferências: aspectos relativos à motivação, a
dinâmica do meio social, à estrutura escolar. A escola deve oferecer condições e recursos para
que os educadores possam desenvolver as habilidades. A metodologia aplicada pelos
professores e que muitas das vezes os materiais não são compatíveis com a realidade dos
alunos. Tudo isso são fatores que interferem na aprendizagem da leitura e da escrita, e que a
escola cumpra sua função no sentido de oportunizar o acesso ao conhecimento e busque
outros meios eficazes que aproximem o alunado, em especial Jovens e Adultos da prática da
leitura e da escrita.
Além do mais, é fundamental que o professor seja reflexivo em suas práticas
metodológicas, sensíveis às necessidades dos jovens e adultos, tendo em vista que são pessoas
que trabalham e que não têm muito tempo para se dedicar integralmente aos estudos e que
lutam com muita dificuldade para permanecer na escola. Por esta razão, o educador e a escola,
precisam ser sensíveis a esses alunos e que eles se sintam estimulados e encorajados a
continuar os estudos, pois, depois de um longo dia de trabalho, é realmente muito cansativo
para eles participarem de uma aula sem atrativo.
Com isso, consideramos que é muito importante valorizar os conhecimentos prévios
dos alunos, inserir dentro do seu planejamento, oportunidades deles expressarem o seu saber
em sala de aula e utilizá-los para desenvolver o hábito de leituras com textos voltados para
sua realidade, favorecendo sua escrita.
Faz-se necessário dizer da importância desta pesquisa, que teve como intuito maior
verificar se a prática da leitura e da escrita no ensino fundamental da EJA, nas turmas de 6ª, 7ª
e 8ª série da Escola Municipal Alexandre Diniz da Penha, conhecendo assim, as práticas de
leitura e de escrita vivenciada sem sala de aula.
28
O resultado apresenta reflexões verídicas sobre as práticas dos alunos da EJA, que
envolvem a leitura e a escrita, e aborda interferência na aprendizagem dos alunos; analisa os
dados da pesquisa e apresenta uma conclusão de todo o trabalho realizado.
Através da pesquisa realizada foram constatados os olhares dos professores e alunos,
tinham em relação à prática de leitura e de escrita em sala de aula. Foi possível perceber
através de percentuais significativos, os tipos de leituras realizadas pelos estudantes,
constatando que esses alunos gostam de ler, bulas de remédios, receitas, bíblias, poesias,
textos didáticos, entre outras. Constatou-se também as práticas dos professores, em sala de
aula, assim como os desafios enfrentados por eles para lecionar nesta modalidade.
Portanto, percebi que os profissionais são comprometidos com a educação de
qualidade, unem esforços para envolver a leitura e a escrita, porém, a escola não oferece
recursos adequados para incentivar essas práticas e nem mesmo os livros didáticos
contribuem para isso. Em relação aos alunos demonstraram perceber o quanto a leitura e a
escrita são importantes, não apenas no contexto escolar, mas de sobremaneira em suas vidas
práticas, como, por exemplo, no campo do trabalho.
Acredito que os resultados da pesquisa foram bastante positivos, já que os professores
e alunos pesquisados, mostraram-se conscientes do quanto são importantes essas práticas de
leitura e de escrita, não apenas no contexto escolar, mas também no cotidiano, como no meio
profissional, na família, na igreja, etc.
Concluindo com Freire (1999, pág. 8), “aprender a ler, a escrever, a alfabetizar-se é,
antes de tudo, aprender a ler o mundo, compreender o seu contexto, não numa manipulação
mecânica de palavras, mas numa relação dinâmica que vincula linguagem e realidade”.
29
REFERÊNCIAS
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FUNDESCOLA/SEF-MEC (texto adaptado).2000.
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BARBOSA, José Juvêncio. Alfabetização e leitura. 2 ed. São Paulo: Cortez, 1994.
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São Paulo: Pioneira, 1974, p. 59. Disponível: <http://www.poleduc.ufc.br/wp-
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Último acesso: 11 de setembro de 2013.
BRASIL, Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação de Jovens e
Adultos (Parecer CNE/CEB 11/2000 e Resolução CNE/CBE 1/2000. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/eja/legislacao/parecer_11_2000.pdf . Último acesso: 21 de
setembro de 2013.
BRASIL,Ministério da Educação. Secretaria da Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares
Nacionais: língua portuguesa. 3 ed., Brasília: MEC, 2001b. v. 2.
BRASIL, Ministério da Educação 2009. Educação de Jovens e Adultos: Uma história de
complexidade e tensões. Disponível em: <periodicos.uesb.br/index.php/praxis/article/view/241/253>
Último acesso: 01 de outubro de 2013
CAGLIARI. L. C. Alfabetizando sem o BÁ-BÉ-BI-BÓ-BU. São Paulo: Scipione, 1998. (Pensamento
e ação no magistério). Disponível em:
30
http://www.ucs.br/etc/conferencias/index.php/anpedsul/9anpedsul/paper/viewFile/683/221>. Último
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SOUZA, Alexandra B. de, HARCA, Aline de Oliveira, TEIXEIRA, Dennis W. Martins, BISSAGGIO,
Luís Paulo Costa Braga, MALTA, Tiago André Marques. Educação de jovens e Adultos. Disponível
em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfJhYAE/educacao-jovens-adultos>. Último acesso: 27
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VIEIRA, Maria Clarisse. Fundamentos históricos, políticos e sociais da educação de jovens e
adultos – Volume I: aspectos históricos da educação de jovens e adultos no Brasil. Editora da
Universidade de Brasília, Brasília, 2004.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 47 ed. São Paulo:
Cortez, 2006.
______. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. São Paulo, Cortez, 1999.
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Disponível em: <www.ufgd.edu.br/editora/catalogo/...e...no...freire.../pdflivro>.
Último acesso: 09 de setembro de 2013
MARCUSCHI, L.A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. Jn: Dionísio, A.et al. Gêneros
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MONTENEGRO, Instituto Paulo – INAF – Alfabetismo Funcional 2009. Disponível em:
http://www.ipm.org.br/ipmb_pagina.php?mpg=4.01.00.00.00&ver=por Último acesso: 25 de setembro
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OLIVEIRA, Marta Kohl. Jovens e adultos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem.
Revista Brasileira de Educação, v. 12, p. 59-73, 1999.
______. – Aprendizado e Desenvolvimento. Um Processo Sócio Histórico. São Paulo. Editora
Scipione, 1997. Disponível em: PDF: leitura na educação infantil benefícios e práticas significativas
31
SILVA, Ezequiel Theodoro da. Leitura e Realidade Brasileira.4 ed. Porto Alegre: Mercado Aberto,
1988.
TFOUNI, L.V. Letramento e alfabetização. São Paulo: Cortez, 1995.
Unesco. - VI CONFINTEA 2009. Disponível em: <http://www.unesco.org/pt/confinteavi/>
Último acesso: 01 de outubro de 2013
VIEIRA, Maria Clarisse. Fundamentos históricos, políticos e sociais da educação de jovens e
adultos – Volume I: aspectos históricos da educação de jovens e adultos no Brasil. Universidade de
Brasília, Brasília, 2004.
Web Artigos – Histórico da EJA no Brasil. 2009. Disponível em:
http://www.webartigos.com/artigos/historico-da-eja-no-brasil/17677/ Último acesso: 10/09/2013
32
APÊNDICES
Apêndice – A – Questionário de análise
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
CURSO DE LETRAS A DISTÂNCIA
QUESTIONÁRIO DE ANÁLISE
NOME:_____________________________________SÉRIE: ________IDADE:________
01- Qual o objetivo de você participar da EJA?
( ) Para aprimorar os meus conhecimentos;
( ) Terminar o Ensino Fundamental mais rápido;
( ) Concluir o Ensino Fundamental e ir embora;
( ) Conseguir um emprego;
( ) Por que não teve oportunidade de estudar, enquanto criança.
02- Você gosta mais de;
( ) Ler
( ) Escrever
03- Que tipo de leitura você faz com mais frequência? (Pode citar três opções).
( ) Jornal
( ) Revistas
( ) Bíblia
( ) Bulas de remédio
33
( ) Receitas
( ) Poesias
( ) Textos dos Livros Didáticos
( ) Textos de propaganda
( ) Outros. Quais? ________________________________________________
04- Para você a leitura e a escrita são importantes? Justifique.
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________.
05- Você frequenta alguma sala de leitura ou biblioteca?
( ) Sim
( ) Não.
Comente:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________.
06- Quem é bom leitor para você:
( ) Aquele que compreende as ideias do autor;
( ) Aquele que lê todos os dias;
( ) Aquele que concorda ou discorda das ideias do autor;
( ) Aquele que não encontra dificuldade para ler.
07- O que você gostaria que seu (sua) professor (a), levasse mais para a sala de aula,
enfatizando a leitura e a escrita?
( ) Texto voltados para o dia-a-dia;
( ) Textos envolvendo assuntos polêmicos apresentado pela mídia;
( ) Textos literários;
( ) Textos variados xerocados.
08- De que forma o aprendizado da leitura e da escrita pode ajudá-lo(la) no dia-a-
dia?
( ) Ajudar minha família;
34
( ) Melhorar no meu comércio;
( ) Ler e entender textos com eficiência;
( ) Melhorar no meu trabalho;
( ) Outros. Quais? ______________________________________________.
09- Deixe sua sugestão sobre o questionário. (Opcional).
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________.
MUITO OBRIGADO!
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Apêndice – B – Questionário de análise
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
CURSO DE LETRAS A DISTÂNCIA
QUESTIONÁRIO DE ANÁLISE
EDUCADOR (A):_____________________________________
TURMAS QUE LECIONA: _____________________________
01- Qual o grande desafio de ser educador (a) de EJA?
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________.
02- Quais são os recursos mais usados para a prática da leitura e da escrita na EJA?
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________.
03- Quais sugestões você como educador (a) daria para enfatizar e o que é necessário
para aprimorar a leitura e a escrita em sala de aula?
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________.
04- Você concorda com os textos trazidos nos livros didáticos que são utilizados na
EJA? Por quê?
36
________________________________________________________________
________________________________________________________________
_______________________________________________________________.
05- Deixe sua opinião sobre o questionário. (Opcional).
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________.