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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE FARMÁCIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA ANA PAULA CAIRES DOS SANTOS VALVERDE DISLIPIDEMIAS E TRANSPORTE REVERSO DO COLESTEROL: INCORPORAÇÃO DE COLESTEROL LIVRE, ATIVIDADE DA PARAOXONASE E ÍNDICES CALCULADOS NA AVALIAÇÃO DO RISCO CARDIOVASCULAR DISSERTAÇÃO DE MESTRADO Salvador 2012
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - Ufba · SANTOS, Ana Paula Caires. Dislipidemias e transporte reverso do colesterol: Incorporação de colesterol livre, atividade da paraoxonase e

Aug 16, 2020

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FACULDADE DE FARMÁCIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA

ANA PAULA CAIRES DOS SANTOS VALVERDE

DISLIPIDEMIAS E TRANSPORTE REVERSO DO COLESTEROL: INCORPORAÇÃO DE COLESTEROL LIVRE, ATIVIDADE DA

PARAOXONASE E ÍNDICES CALCULADOS NA AVALIAÇÃO DO RISCO CARDIOVASCULAR

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Salvador

2012

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ANA PAULA CAIRES DOS SANTOS VALVERDE

DISLIPIDEMIAS E TRANSPORTE REVERSO DO COLESTEROL: INCORPORAÇÃO DE COLESTEROL LIVRE, ATIVIDADE DA

PARAOXONASE E ÍNDICES CALCULADOS NA AVALIAÇÃO DO RISCO CARDIOVASCULAR

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Farmácia da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Farmácia.

Orientador: Prof. Dr. Ricardo David Couto

Salvador

2012

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Sistema de Bibliotecas da UFBA

Valverde, Ana Paula Caires dos Santos. Dislipidemias e transporte reverso do colesterol : incorporação de colesterol livre, Atividade da paraoxonase e índices calculados na avaliação do risco cardiovascular / Ana Paula Caires dos Santos Valverde. - 2012. 58 f. : il.

Orientador: Prof. Dr. Ricardo David Couto. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Farmácia, Salvador, 2012. 2012.

1. Colesterol no sangue - Tratamento. 3. Sistema cardiovascular - Doenças - Prevenção.

4. Avaliação de riscos de saúde. I. Couto, Ricardo David. II. Universidade Federal da Bahia. Faculdade de Farmácia. III. Título. CDD - 612.12 CDU - 612.111

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Aos meus pais

Por toda compreensão, paciência, carinho e pelo eterno amor

Este trabalho eu dedico a vocês, fonte de inspiração nos estudos e na vida.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por guiar meu caminho e sempre iluminar minha trajetória de vida! Aos meus pais Dagmar Trindade e Lucilma Prado, pelo amor incondicional, por acreditarem nas minhas conquistas, pela presença ativa e incentivo aos estudos. Aos meus irmãos Maria Luiza e Leonardo, que fazem parte da minha vida, agradeço por sempre torcerem pelo meu sucesso. Ao meu esposo Victor, por ter me apoiado em todas as etapas deste trabalho, pelo amor, companheirismo e palavras de conforto. A minha família pela presença constante na minha vida. Ao meu orientador, professor Ricardo David Couto, pelo amadurecimento profissional, pelas oportunidades concedidas e conhecimento adquirido. Ao Laboratório de Bioquímica Clínica da Faculdade de Farmácia da UFBA. Ao Laboratório DILDA/LAPIM, em especial ao Prof. Dr. Ajax Atta pela parceria e colaboração. Aos Professores do Programa de Pós-Graduação em Farmácia da UFBA. Aos colegas do Programa de Pós-Graduação em Farmácia da UFBA. Aos colegas do nosso grupo de pesquisa em Dislipidemia, em especial a Marcos Vieira, pela colaboração nos experimentos realizados. Aos amigos, em especial Milena Cabral e Débora Laranjeira por estarem sempre ao meu lado, compartilhando esses momentos.

Aos pacientes que permitiram a realização do estudo. Ao Laboratório de Engenharia Tecidual e Imunofarmacologia - LETI – FIOCRUZ. Ao Laboratório de Metabolismo de Lípides (INCOR - São Paulo), em especial ao Professor Dr. Raul Maranhão e a Dra. Débora Deus. À FAPESB pelo auxílio financeiro.

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SANTOS, Ana Paula Caires. Dislipidemias e transporte reverso do colesterol: Incorporação de colesterol livre, atividade da paraoxonase e índices calculados na avaliação do risco cardiovascular. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Farmácia, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2012.

RESUMO

O transporte reverso do colesterol (TRC) baseia-se na remoção de colesterol depositado nos tecidos para ser posteriormente eliminado. O TRC está atrelado à remoção, incorporação e eliminação do colesterol dos tecidos e contidos em outras lipoproteínas, assim como, o remodelamento de partículas lipoproteicas, dependentes da atuação de enzimas antioxidantes como a paraoxonase que proporcionam proteção não apenas para LDL, mas também para a HDL, preservando suas características estruturais e metabólicas. O objetivo desse estudo foi de avaliar os marcadores plasmáticos de remodelamento da HDL e transporte reverso do colesterol nos diferentes grupos de dislipidemias. Foram avaliados 100 indivíduos de ambos os sexos, sem tratamento com hipolipemiantes, sendo 27 normolipidêmicos e 73 dislipidêmicos que foram estratificados por grupo de dislipidemia conforme a IV Diretriz Brasileira sobre Dislipidemia e Prevenção de Aterosclerose: Hipercolesterolemia isolada (16), Hipertrigliceridemia isolada (17), HDL-C baixo (26) e Dislipidemia mista (14). A atividade da paraoxonase expressa em nmol/min/mL foi reduzida nos grupos com hipertrigliceridemia isolada (98 ± 44, p < 0,05) e HDL-C baixo (82 ± 28, p < 0,001). O percentual de incorporação de colesterol livre foi reduzido nos grupos com hipercolesterolemia isolada (7,5 ± 1,9, p < 0,05) e HDL-C baixo (7,9 ± 1,3, p < 0,05). O tamanho de partícula de HDL não diferiu entre os grupos. A razão TG/HDL-C foi maior nos grupos com hipertrigliceridemia isolada (4,2 ± 1,5, p < 0,001), HDL-C baixo (5,2 ± 3,1, p < 0,001) e dislipidemia mista (5,3 ± 1,6, p < 0,001). A razão apoB/apoA foi maior em todos os grupos de dislipidemias (apoB/apoA > 0,5) quando comparado com os normolipidêmicos (apoB/apoA = 0,5, p < 0,001). Os resultados desse estudo sugerem que a avaliação do transporte reverso do colesterol a partir da determinação da incorporação do colesterol livre, atividade da paraoxonase assim como a utilização de índices calculados são importantes parâmetros que contribuem para avaliação do risco cardiovascular nas dislipidemias.

Palavras-chave: Transporte reverso do colesterol; dislipidemias; risco cardiovascular

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SANTOS, Ana Paula Caires. Dyslipidemias and Reverse cholesterol transport : free cholesterol incorporation, paraoxonase activity and calculated indices in the assessment of cardiovascular risk. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Farmácia, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2012.

ABSTRACT

The reverse cholesterol transport (RCT) is based on the removal of cholesterol deposited in the tissue to be subsequently eliminated. The RCT is related to the removal, incorporation and disposal of cholesterol from tissues and other lipoproteins, as well as the remodeling of lipoprotein particles, depending on the activity of antioxidant enzymes, such as paraoxonase, to provide protection not only to LDL but also to HDL, while preserving their structural and metabolic characteristics. The aim of this study was to evaluate the markers of remodeling HDL and reverse cholesterol transport in different groups of dyslipidemia. We evaluated 100 individuals of both sexes, without treatment with lipid lowering drugs, 27 normolipidemic and 73 dyslipidemic that were stratified by dyslipidemia according to IV Brazilian Guidelines on Dyslipidemia and Atherosclerosis Prevention: isolated hypercholesterolemia (16), isolated hypertriglyceridemia (17), low HDL-C (26) and mixed dyslipidemia (14). The activity of paraoxonase expressed in nmol / min / mL was reduced in the groups with isolated hypertriglyceridemia (98 ± 44, p < 0,05) and low HDL-C (82 ± 28, p < 0,001). The percentage of incorporation of free cholesterol was reduced in the groups with isolated hypercholesterolemia (7.5 ± 1.9, p < 0,05) and low HDL-C (7.9 ± 1.3, p < 0,05). The HDL particle size did not differ between groups. The ratio TG / HDL-C was higher in groups with isolated hypertriglyceridemia (4.2 ± 1.5), low HDL-C (5.2 ± 3.1) and mixed dyslipidemia (5.3 ± 1.6). The ratio ApoB / ApoA was increased in all groups of dyslipidemia (apoB / apoA > 0.5) when compared to normolipidemic (apoB/apoA = 0,5, p < 0,001). The results suggest that evaluation of reverse cholesterol transport from the determination of free cholesterol incorporantion, paraoxonase activity and the use of calculated indices are important parameters that contribute for assessment of cardiovascular risk in dyslipidemias.

Keywords: Reverse cholesterol transport, dyslipidemia, cardiovascular risk

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LISTA DE ABREVIATURAS

ABC-A1 “ATP – binding cassette transporter A1”

ACAT Acil-colesterol-acil transferase

ALT Alanina aminotransferase

Apo Apolipoproteina

AST Aspartato aminotransferase

CAD Doença arterial coronária

CE Colesterol esterificado

CETP Proteína de transferência de colesterol esterificado

CL Colesterol livre

CPM Contagem por minuto

CT Colesterol total

DAC Doença arterial coronária

DCV Doença cardiovascular

EC Colesterol esterificado

EDTA Acido etilenodiaminatetraacetico

FACFAR Faculdade de farmácia

HCT Hipercolesterolemia

HDL Lipoproteína de alta densidade

HDL-C Colesterol da lipoproteína de alta densidade

HTG Hipertrigliceridemia

IDL Lipoproteína de densidade intermediária

KDa Kilodaltons

LCAT Lecitina-colesterol-acil transferase

LDL Lipoproteína de baixa densidade

LDL-C Colesterol da lipoproteína de baixa densidade

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LDL-r Receptor de LDL

LH Lipase hepática

LPL Lipase lipoproteica

NaCl Cloreto de sódio

NO Oxido nítrico

NORMO Normolipidêmico

OMS Organização mundial da saúde

PL Fosfolípides

PLTP Proteína de transferência de fosfolípides

PON Paraoxonase

QM Quilomícron

SD Desvio padrão

SR-B1 “Scanveger receptor B1”

SUS Sistema Único de Saúde

TCLE Termo de consentimento livre e esclarecido

TG Triglicérides

TRC Transporte reverso do colesterol

VLDL Lipoproteína de densidade muito baixa

VLDL-C Colesterol da lipoproteína de densidade muito baixa

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Principais vias do transporte reverso do colesterol e metabolismo da HDL. .................................................................................................................. 19

Figura 2 – Fatores e marcadores de risco para aterosclerose, obtidos após avaliação dos dados dos participantes. ........................................................ 31

Figura 3 – Atividade da paraoxonase determinada por método espectrofotométrico nas amostras dos 100 participantes do estudo, classificados em diferentes grupos de dislipidemias.. ................................................................................ 33

Figura 4 – Incorporação do CL na HDL nos diferentes grupos de dislipidemias avaliados pelo método do substrato exógeno utilizando CL 3H ................. 34

Figura 5 – Diâmetro da HDL (nm) nos diferentes grupos de dislipidemias determinado por Laser-light scattering (LLS) ...................................................................... 35

Figura 6 – Razão TG/HDL-C nos diferentes grupos de dislipidemias. Kruskal Wallis test , Pós Teste de Dunns (p < 0,001***). ........................................................ 36

Figura 7 – Comparação da razão apoB/apoA nos diferentes grupos de dislipidemias. ................................................................................................... 37

Figura 8 – Análise de correlação linear entre percentual de incorporação e atividade de paraoxonase (r=-0,61; p=0,01; Pearson).. ................................................. 37

Figura 9 – Análise de correlação linear entre razão TG/HDL-C e razão apoB/apoA (r=0,507; p=0,008; Spearman).. ....................................................................... 38

Figura 10 – Análise de correlação linear entre razão TG/HDL-C e VLDL-C (mg/dL) (r=0,912; p < 0,001; Pearson). ......................................................................... 38

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Classificação dos participantes do estudo estratificados por grupos de dislipidemias, sexo e idade conforme critérios da IV Diretriz Brasileira sobre dislipidemias e prevenção da aterosclerose (2007) e distribuição. ....................................................................................... 31

Tabela 2 – Perfil lipídico, apolipoproteinas e parâmetros para avaliação das funções hepática e renal entre os indivíduos com dislipidemia e normolipidêmicos. ........................................................................................... 32

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14

1.1 DOENÇAS CARDIOVASCULARES ................................................................ 14

1.2 DISLIPIDEMIA ................................................................................................. 15

1.3 HDL – LIPOPROTEÍNA DE ALTA DENSIDADE .............................................. 16

1.3.1 Paraoxonase ............................................................................................ 17

1.3.2 Metabolismo da HDL ............................................................................... 18

1.3.3 Tamanho da Partícula da HDL ................................................................ 20

1.4 LDL – LIPOPROTEÍNA DE BAIXA DENSIDADE ............................................. 20

1.4.1 Tamanho de partícula da LDL ................................................................. 21

1.5 APOLIPOPROTEINA B / APOLIPROTEINA A................................................. 22

1.6 DISLIPIDEMIAS E TRANSPORTE REVERSO DO COLESTEROL ................ 23

1.7 RELEVÂNCIA .................................................................................................. 24

1.8 OBJETIVOS ..................................................................................................... 25

1.8.1 Objetivos Gerais ..................................................................................... 25

1.8.2 Objetivos Específicos ............................................................................. 25

2 METODOLOGIA .................................................................................................... 26

2.1 CASUÍSTICA.................................................................................................... 26

2.3 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO ........................................................................... 26

2.4 DETERMINAÇÕES LABORATORIAIS ............................................................ 27

2.4.1 Determinações Bioquímicas ................................................................... 27

2.4.2 Incorporação de Colesterol Livre (CL3H) na HDL ................................. 27

2.4.3 Determinação do tamanho de partícula de HDL ................................... 28

2.4.4 Atividade da Paraoxonase ...................................................................... 28

2.4.5 Determinação da concentração de apoA e apoB .................................. 29

2.4.6 Estimativa do tamanho das Partículas de LDL ..................................... 29

2.5 ANÁLISES ESTATÍSTICAS ............................................................................ 29

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2.5.1 Análise de variância (ANOVA) seguida do teste de comparações

múltiplas de Tukey-Kramer ...................................................................... 29

2.5.2 Kruskal Wallis test seguido do teste de comparações múltiplas de

Dunns ........................................................................................................ 30

2.5.3 Teste de correlação linear de Pearson e Spearman ............................. 30

3 RESULTADOS ....................................................................................................... 31

4 DISCUSSÃO .......................................................................................................... 39

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 46

ANEXOS ................................................................................................................... 55

ANEXO A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E PRÉ-ESCLARECIDO ...... 55

ANEXO B – QUESTIONÁRIO DE PESQUISA ...................................................... 58

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1 INTRODUÇÃO

1.1 DOENÇAS CARDIOVASCULARES

As doenças cardiovasculares (DCV) são descritas como desordens que

acometem o coração e vasos sanguíneos. Incluem as cardiopatias coronárias,

acidentes cerebrovasculares, hipertensão, vasculopatia periférica, cardiopatias

reumáticas, congênitas e insuficiência cardíaca (OMS, 2011). A maioria dos eventos

cardiovasculares ocorre em indivíduos com modificações discretas de fatores e

marcadores relacionados ao hábito de vida, nutricionais e biomarcadores

plasmáticos que se deixados sem tratamento por muitos anos, podem produzir

doença manifesta a partir do agravo e complicações decorrentes do aumento do

risco cardiovascular (LIMA e COUTO, 2006; PASSOS et al., 2006). As DCV estão

entre as doenças que mais matam no mundo, com aproximadamente 17,1 milhões

de mortes ao ano. Este dado representa 29% de todas as mortes registradas, sendo

que 7,2 milhões foram cardiopatias coronárias e 5,7 milhões corresponderam a

acidentes cerebrovasculares (OMS, 2011). Constituem importante causa de morte

nos países desenvolvidos e também naqueles em desenvolvimento, onde o

crescimento significativo alerta para o profundo impacto nas classes menos

favorecidas, sinalizando a necessidade de intervenções eficazes de baixo custo e

caráter preventivo (RIQUE et al., 2002). Nota-se aumento significativo na freqüência

de eventos cardiovasculares em países como o Brasil, estes fatos tendem a persistir,

agravando ainda mais o quadro de morbidade e mortalidade no país (SPOSITO et

al., 2007).

Atualmente, as DCV representam 9,5% das internações, as quais equivalem a

17% dos gastos do SUS - Sistema Único de Saúde e, segundo o Ministério da

Saúde, são responsáveis por 24% das aposentadorias por invalidez (FARRET,

2005). No Brasil, as doenças cardiovasculares são responsáveis por 33% dos óbitos

com causas conhecidas. Além disso, essas doenças se enquadram entre as

primeiras causas de hospitalização no setor público, e respondem por 17% das

internações de pessoas com idade de 40 e 59 anos e 29% daquelas com 60 ou mais

anos (PASSOS et al., 2006).

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Os eventos cardiovasculares afetam homens e mulheres na mesma

proporção, sendo que o risco cardiovascular em mulheres é maior após menopausa

(OMS, 2011).

Essas doenças são multifatoriais e a prevenção baseia-se na identificação e

controle, não só das dislipidemias, mas do conjunto de fatores e marcadores de

risco. Dentre esses fatores e marcadores de risco têm-se o fumo, hipertensão

arterial, diabetes mellitus, lipoproteína (a) - Lp(a), histórico familiar, sedentarismo,

obesidade (SANTOS et al., 2001).

1.2 DISLIPIDEMIA

A dislipidemia é o reflexo de alterações metabólicas decorrentes de distúrbios

em qualquer fase do metabolismo lipídico, que ocasionam repercussão nas

concentrações séricas das lipoproteínas. Sendo assim qualquer anormalidade no

perfil lipídico é considerada uma dislipidemia, como por exemplo, LDL-C ≥ 160mg/dL,

HDL-C < 40mg/dL, Colesterol total (CT) ≥ 200mg/dL e Triglicerídeos (TG) ≥ 150mg/dL

(SANTOS et al., 2001), atentando sempre que os valores de referência estão

atrelados a presença dos fatores e marcadores de risco. A lipoproteína de baixa

densidade (LDL) é o maior carreador de colesterol para as células e está associado

ao início e à progressão do processo aterosclerótico. Já as lipoproteínas de alta

densidade (HDL), são de extrema importância, pois participam do transporte reverso

do colesterol, sendo consideradas antiaterogênicas (PRADO e DANTAS, 2002).

As dislipidemias podem ser primárias ou secundárias. As primárias não

apresentam causa aparente, caracterizam-se apenas por apresentarem alterações

nas concentrações séricas das lipoproteínas. As secundárias estão associadas às

doenças renais, metabólicas, endócrinas, hepatobiliares e autoimunes (LEON et al.,

2003). Segundos a IV Diretriz Brasileira sobre dislipidemias e prevenção da

aterosclerose (2007), as primárias podem ser classificadas genotipicamente ou

fenotipicamente. Na classificação genotípica, as dislipidemias podem ser

monogênicas (mutações de um único gene) e poligênicas (múltiplas mutações). A

classificação fenotípica baseia-se nas determinações bioquímicas de CT, LDL-C,

HDL-C, TG, que podem ser:

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· Hipercolesterolemia isolada – elevação isolada do LDL-C (≥ 160mg/dL);

· Hipertrigliceridemia isolada - elevação isolada dos TG (≥150 mg/dL), reflete o

aumento das partículas ricas em TG como VLDL, IDL e quilomicrons;

· Hiperlipidemia mista – valores aumentados de LDL-C(≥ 160 mg/dL) e TG (≥

150mg/dL);

· HDL-C baixo – valores reduzidos do HDL-C (homens < 40 mg/dL e mulheres

<50 mg/dL) isolada ou em associação com aumento de LDL-C ou de TG.

1.3 HDL – LIPOPROTEÍNA DE ALTA DENSIDADE

Dentre as lipoproteínas plasmáticas a HDL possui maior densidade (1.063 -

1.25g/mL) e menor tamanho (7 -17nm de diâmetro). Possui um núcleo lipídico

hidrofóbico contendo colesterol esterificado, pequena proporção de triglicerídeos e

colesterol livre. Este núcleo é circundado por uma camada monofásica de

fosfolipídeos, colesterol livre e apolipoproteínas (FORTI e DIAMENT, 2006).

Numerosos estudos clínicos e epidemiológicos têm relacionado fortemente a

diminuição da concentração plasmática da lipoproteína de alta densidade (HDL) com

o desenvolvimento de doença arterial coronária (YOUNG et al., 2004). Sendo assim,

a redução da concentração plasmática de HDL é um fator de risco para surgimento

de doenças cardiovasculares (BARTER et al., 2003). O efeito protetor da HDL está

associado à propriedade de transportar ésteres de colesterol, dos tecidos periféricos

para o fígado, o que é conhecido como transporte reverso do colesterol (TRC)

(ASSMANN e NOFER, 2003; VON ECKARDSTEIN et al., 2001). Segundo Lima e

Couto (2006), além do TRC, a HDL desempenha diversas funções protetoras no

organismo como a ação antioxidante, inibição da agregação plaquetária, ação

antiinflamatória e estimulação da produção de óxido nítrico, potente vasodilatador.

A ação antioxidante da HDL é proporcionada por apresentar em sua estrutura

apolipoproteína AI / AII assim como também a paraoxonase (CANALES e

SANCHES-MUNIZ, 2003; DANIIL et al., 2011). A apolipoproteína AI e AII (apoAI e

apoAII) são as principais proteínas estruturais da HDL. A apoAI corresponde a

aproximadamente 70% do conteúdo protéico da HDL enquanto que a apoAII

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corresponde a 20%. Ambas apresentam papel importante no metabolismo da HDL e

contribuem para sua ação antioxidante (JOY e HEGELE, 2008; PODREZ, 2010).

1.3.1 Paraoxonase

A paraoxonase (PON-1) é uma esterase cálcio-dependente associada a

partícula de HDL. É uma proteína sintetizada pelo fígado com 354 aminoácidos e

43KDa de massa molecular (PRIMO–PARMA et al., 1996). Possui papel protetor por

contribuir com a ação antioxidante e antiinflamatória da HDL (HANDREAN et al.,

2009). Numerosos estudos têm demonstrado que existe associação fisiológica e

recíproca entre a PON-1 e HDL no plasma. A HDL, por apresentar núcleo

hidrofóbico, estabiliza esta enzima e atua como carreador que facilita a secreção da

PON-1 pelo fígado. A PON-1 protege a HDL de possível oxidação (JAMES et al.,

2004).

A PON-1 atua diretamente na proteção de modificações oxidativas da LDL,

que podem estar relacionadas com início e progressão da placa aterosclerótica.

Permite a metabolização dos fosfolípides oxidados na LDL e a diminuição do

conteúdo dos peróxidos lipídicos presentes nas artérias coronárias humanas e

lesões de carótidas (CANALES e SANCHES-MUNIZ, 2003; CHARLTON-MENYS et

al., 2006; DURRINGTON et al., 2001) . Sendo assim, a PON-1 presente na HDL

contribui efetivamente para prevenção da progressão da aterosclerose, no qual, o

seu estudo e determinação da atividade são de extrema importância clínica como

marcador de risco cardiovascular.

Existe uma relação inversa entre a concentração sérica da HDL e o

desenvolvimento da aterosclerose. A PON-1 pode apresentar efeito benéfico na

doença vascular por influenciar na concentração sérica da HDL.

A partir de alguns estudos é possível observar que a atividade da PON-1 está

reduzida em pacientes com doenças cardiovasculares e outras doenças que cursam

com alterações vasculares, como a diabetes e a hipercolesterolemia familiar

(JARVIK et al., 2000; MACKNESS et al., 2001).

Além da proteção cardiovascular, a PON-1 está associada a proteção do

sistema nervoso central de possível neurotoxicidade por exposição aos inseticidas

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organofosforados. A determinação da atividade sérica da PON-1 pode ser

importante para avaliar a exposição aos inseticidas, em indivíduos susceptíveis, de

indústrias agrícolas. Esta proteína se liga de forma reversível aos substratos

organofosforados presentes em inseticidas e que são altamente tóxicos, permitindo

assim sua hidrólise (DURRINGTON et al., 2001).

1.3.2 Metabolismo da HDL

Diversas proteínas participam ativamente do metabolismo da HDL,

contribuindo assim com sua formação, maturação e metabolização (SANTOS et al,

2001). Dentre elas têm-se: a lecitina colesterol aciltransferase (LCAT), proteína de

transferência de colesterol esterificado (CETP), lípase hepática (LH) e proteína

transportadora de fosfolípides (PLTP). Elas são responsáveis pelo remodelamento

da partícula da HDL e auxiliam no transporte e fluxo de lípides entre as lipoproteínas

plasmáticas (BARTER et al., 2003). A ação dessas proteínas de transferência pode

afetar a estabilidade assim como também os aspectos funcionais e estruturais da

HDL, podendo então, interferir na sua capacidade de doar e receber lípides, sendo

este um processo fundamental para a função antiaterogênica da HDL (FERRETTI et

al., 2006). Daí a importância de estudar os aspectos do metabolismo da HDL já que

a determinação apenas da concentração plasmática dessa lipoproteína é insuficiente

para avaliar seu papel protetor (VON ECKARDSTEIN et al., 2001).

As principais vias do transporte reverso do colesterol e do metabolismo da

HDL são mostradas na Figura 1 e constituem basicamente as seguintes etapas:

1 – A interação entre o colesterol livre e fosfolípides das membranas celulares

com a apolipoproteína A1. Esta etapa é dependente de proteína ABCA-1 (ATP

binding cassette transporte A1) que facilita a extração do colesterol da célula,

havendo a formação das pré-β HDL ou HDL discoidais (ORAM, 2002); 2 - Em

seguida ocorre a formação de partículas de HDL esféricas, ricas em colesterol

esterificado, proveniente da ação da LCAT (BARTER et al., 2003); 3 – A PLTP atua

na transferência de fosfolípides para HDL, transformando-a em partícula mais

madura, maior e menos densa (YAZDANYAR et al., 2011); 4 - Interação das HDL

esféricas e maduras com a CETP, esta transfere o colesterol esterificado das

partículas de HDL para remanescentes de lipoproteínas como VLDL e LDL, em troca

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a CETP leva para HDL triglicérides. HDL rica em triglicérides passa a ser alvo da LH,

que hidrolisa os fosfolípides e TG, esta etapa pode levar a redução da concentração

plasmática da HDL (TRIGATTI et al., 2003); 4 – Por fim, ocorre a captação do

colesterol esterificado para o fígado, que pode ser tanto pela remoção de b-VLDL

por meio dos receptores da lipoproteína de baixa densidade (LDL-r) quanto pela

remoção de partículas de HDL pelos receptores da família SR-B1. Ambos receptores

captam colesterol esterificado para os hepatócitos e células produtoras de

hormônios esteroidais. A apoAI é dissociada da partícula de HDL e pode ser

reutilizada contribuindo assim para formação de nova partícula de HDL, ou pode ser

excretada pelos rins (FREDENRICH e BAYER, 2003; GUERIN et al., 2001).

Figura 1 – Principais vias do transporte reverso do colesterol e metabolismo da HDL.

Fonte: Lima e Couto, 2006

O metabolismo da HDL é essencial para sua composição, forma, tamanho e

carga de superfície, sendo responsável pela heterogeneidade das partículas de

HDL.

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20

1.3.3 Tamanho da Partícula da HDL

A lipoproteína HDL é uma partícula que apresenta heterogeneidade em sua

estrutura, no metabolismo intravascular e consequentemente na atividade

antiaterogênica (KONTUSH e CHAPMAN, 2006). Apresenta diferentes subfrações

que podem ser identificadas com base na densidade, mobilidade eletroforética,

tamanho de partícula e composição de apolipoproteina (LIMA e MARANHÃO, 2004).

Quando isoladas por ultracentrifugação estas lipoproteínas se enquadram

basicamente em duas frações: HDL2 (densidade na faixa de 1,063 – 1,125g/mL) e

HDL3 (densidade na faixa de 1,125 - 1,121 g/mL). Quando isoladas por eletroforese

em gel de poliacrilamida, no qual avalia tamanho e carga da partícula, podem ser

separadas nas seguintes subfrações: HDL2b (10,6 nm), HDL2a (9,2 nm), HDL3a

(8,4 nm), HDL3b (8 nm), HDL3c (7,6 nm) (LIMA e COUTO, 2006). As diferenças no

tamanho dessas partículas podem estar associadas ao número de moléculas de

apolipoproteínas na superfície e a concentração do colesterol esterificado no núcleo

da lipoproteína (BARTER et al., 2003). Avaliar o tamanho de partículas lipoprotéicas

tem sido alvo de muitos estudos já que contribui para avaliação do risco

cardiovascular. Segundo Lima e Maranhão (2004), indivíduos do sexo feminino

apresentam tamanho de partícula de HDL maior que nos indivíduos do sexo

masculino.

Inúmeras evidências sugerem que as propriedades cardioprotetoras da HDL

estão mais associadas à fração da HDL2 (maiores) do que HDL3 (menores e mais

densas). Pesquisadores afirmam que ocorre um aumento do efluxo do colesterol em

paciente com partículas de HDL maiores, ou seja, o transporte reverso do colesterol

é mais intenso (ARSENALT et al., 2009).

1.4 LDL – LIPOPROTEÍNA DE BAIXA DENSIDADE

A LDL é proveniente do catabolismo da VLDL, lipoproteína rica em

triglicérides proveniente do fígado, após ação da lipoproteína lípase (LPL) presente

nas paredes dos capilares sanguíneos. Possui núcleo hidrofóbico contendo

colesterol esterificado e resíduos de triglicérides. Este núcleo é circundado por uma

camada monofásica de fosfolípides e colesterol livre. A principal apolipoproteina da

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LDL é a apoB-100 que exerce papel fundamental no reconhecimento e metabolismo

desta lipoproteína (DEIGHAN et al., 2001). A apoB-100 possui um sítio de

reconhecimento para os receptores de LDL, conhecidos como B/E, presentes nas

superfícies das membranas celulares. Esses receptores removem as partículas de

LDL do plasma por endocitose, em seguida, esta lipoproteína é hidrolisada em

colesterol livre e ácidos graxos de cadeia longa (SPOSITO et al., 2007). O colesterol

livre será esterificado pela enzima Acil Coenzima-A colesterol Aciltransferase

(ACAT) e armazenado no interior da célula (DEVIN, 2003).

A principal função da LDL é transportar colesterol no plasma para os tecidos

periféricos (JONES, 2001). Está muito bem estabelecido que a concentração

elevada dessa lipoproteína no plasma é um forte fator de risco para desenvolvimento

de doenças arteriais coronárias. O acúmulo de LDL resulta em maior tempo de

residência plasmática, logo se torna mais susceptível a modificações como

oxidação, glicação e acetilação (CHAPMAN et al., 1998).

1.4.1 Tamanho de partícula da LDL

A lipoproteína LDL apresenta dois fenótipos distintos que podem se

diferenciados pelo tamanho, densidade, composição físico-quimica, comportamento

metabólico e aterogenicidade. Os fenótipos podem ser “A” (predomínio de LDL

maiores) e “B” (predomínio de LDL pequenas e densas) (BERNEIS e KRAUSS, 2002).

O tamanho da LDL se correlaciona positivamente com a concentração

plasmática de HDL e negativamente com a concentração de triglicérides. Sendo

assim, a redução da concentração plasmática de HDL e aumento de triglicérides

resulta na presença de LDL pequenas e densas e a presença do fenótipo

aterogênico “B” (RIZZO e BERNEIS, 2006).

A heterogeneidade no tamanho de partícula de LDL pode ser consequência

dos fatores genéticos, ambientais e nutricionais. O uso de contraceptivos orais,

alimentação rica em gorduras e carboidratos, a obesidade abdominal e distúrbios no

metabolismo lipoproteico podem estar associados à presença de LDL pequenas e

densas (AUSTIN et al., 1990; GRAAF et al., 1993).

São diversos os motivos pelos quais essas partículas menores e densas

sejam mais aterogênicas. Dentre eles, essas lipoproteínas apresentam reduzida

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afinidade pelo receptor fisiológico da LDL, logo possuem maior tempo de residência

plasmática e são mais susceptíveis a modificações oxidativas, além disso,

apresentam maior capacidade de retenção na parede do vaso (MARUYAMA et al.,

2003). Segundo Lamarche e colaboradores (1997) a LDL pequena e densa tem

maior capacidade de internalização no espaço da subíntima, adere mais fácil a

matriz de proteoglicanos, são oxidadas, logo aumenta o risco de eventos

aterotrombóticos. Por fim, as partículas de LDL pequenas e densas apresentam

falhas intrínsecas que podem retardar o metabolismo e reduzir o equilíbrio

intra/extravascular de forma mais acentuada quando comparada com LDL de

tamanho normal (BERNEIS et al., 2004).

Para identificar a presença de LDL pequena e densa é necessário avaliar os

níveis de triglicérides e HDL-C já que a presença dessas partículas se correlaciona

positivamente com os níveis plasmáticos de TG e negativamente com os níveis de

HDL-C. A razão TG/HDL-C permite estimar o tamanho da LDL. Segundo Maruyama

et al., (2003) razão maior que 2 é indicativo da presença de LDL pequena e densa (≤

25.5 nm).

1.5 APOLIPOPROTEINA B / APOLIPROTEINA A

As apolipoproteínas são componentes essenciais da estrutura lipoproteica

sendo que cada classe de lipoproteína apresenta um apolipoproteína que a

caracteriza. Dentre as funções exercidas pelas apolipoproteínas têm-se a

manutenção da estabilidade da partícula, regulação do metabolismo lipoproteico,

algumas atuam como ligantes de receptores celulares que podem ativar ou inibir

enzimas envolvidas no metabolismo lipídico além de auxiliar na identificação e

reconhecimento das lipoproteínas plasmáticas (WALLDIUS e JUNGNER, 2004).

A apolipoproteína B (apoB) apresenta duas formas: apoB-100 e apoB-48. A

apoB-48 é sintetizada pelo intestino logo após uma alimentação rica em triglicérides

e é responsável pela formação dos Quilomicrons. A apoB-100 é sintetizada pelo

fígado e está presente nas VLDL , IDL e LDL, sendo que existe apenas uma única

molécula de apoB em cada partícula lipoproteica, logo, a concentração total de apoB

indica o número total de lipoproteínas aterogênicas (WALLDIUS et al., 2001). A

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apoB presente na LDL é essencial para reconhecimento desta partícula pelo

receptor de LDL o que favorece sua captação e absorção do colesterol.

A apolipoproteína A (apoA) caracteriza a lipoproteína HDL, também

apresenta duas formas: apoA-I e apoA-II, sendo que a ApoA-I é a principal

apolipoproteína da HDL (SRIVASTAVA et al., 2000). A apoA-I da HDL atua como

cofator para LCAT (Lecitina colesterol aciltransferase) no qual apresenta um papel

essencial no transporte reverso do colesterol, ou seja, na remoção do colesterol dos

tecidos assim como a sua incorporação na partícula de HDL (ZHANG et al., 2000).

A apoA-I também contribui para ação antioxidante da HDL (CANALES e SANCHES-

MUNIZ, 2003; DANIIL et al., 2011).

Estudos demonstram que a concentração sérica de apoA-I está fortemente

relacionada com a concentração do colesterol da HDL (HDL-C), logo é possível

avaliar o colesterol da HDL em função da concentração da apoA-I (SRIVASTAVA et

al., 2000).

Estudos têm demonstrado que a apoB presente em partículas aterogênicas

(QM, VLDL, IDL e LDL) e a apoA presente em partículas antiaterogênicas (HDL)

são capazes de predizer o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares

(GOTTO et al., 2000). A apoB possui um valor mais significativo quando comparado

com os níveis de LDL-C para predizer o risco fatal de infarto do miocárdio. Segundo

Snirdeman e colaboradores (2003), avaliar a concentração do LDL-C não é indicador

de risco cardiovascular tão bom e adequado quanto a avaliação da concentração de

apoB e apoA assim como da razão apoB/apoA, já que muitos pacientes apresentam

concentrações séricas normais de LDL-C e apresentam perfil aterogênico ou já

apresentaram algum evento cardiovascular. Avaliar razão apoB/apoA é um

importante passo para detecção do risco cardiovascular precoce e prevenção

(FRANCIS e FROHLICH, 2001).

1.6 DISLIPIDEMIAS E TRANSPORTE REVERSO DO COLESTEROL

O transporte reverso do colesterol (TRC) representa uma via metabólica

protetora para aterogênese. Pode ser avaliado, basicamente, mediante dois

parâmetros relacionados à HDL: a concentração de apolipoproteina A-I (apoA-I), sua

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principal proteína, e a concentração do colesterol (HDL-C) (ESPONDABURU,

2006). A ação protetora proporcionada pela HDL através da via do TRC pode estar

comprometida em certas condições clínicas que cursam com distúrbios metabólicos,

como nas dislipidemias (BRITES, 1997). Alterações nas concentrações séricas das

lipoproteínas nas dislipidemias, como o aumento da concentração de triglicérides,

LDL-C e redução do HDL-C comprometem as funções metabólicas da HDL e

influenciam nas etapas do TRC. Nas dislipidemias, principalmente na

hipertrigliceridemia, observam-se modificações das características físico-químicas,

estruturais e funcionais das lipoproteínas aceptoras do colesterol livre das

membranas celulares, como HDL, contribuindo para possíveis anormalidades do

TRC (TREGUIER et al., 2011).

A dislipidemia pode comprometer a ação de enzimas e das proteínas de

transferência que participam do metabolismo da HDL, como a lípase hepática (LH),

proteína de transferência de fosfolípides (PLTP), proteína de transferência de

colesterol esterificado (CETP), lipoproteína lipase (LPL) e lecitina colesterol

aciltransferase (LCAT). Estas enzimas e proteínas de transferência são essenciais

para o remodelamento das partículas lipoproteicas e transporte reverso do

colesterol, podem ainda apresentar suas atividades alteradas em função da

concentração do colesterol das lipoproteínas plasmáticas (CARR et al., 2002; DEEB

et al., 2003).

1.7 RELEVÂNCIA

As Doenças cardiovasculares se enquadram entre as doenças que mais

matam no mundo. São decorrentes, na maioria das vezes, da formação da placa

aterosclerótica. Dentre os principais fatores e marcadores de risco para

aterosclerose tem-se as dislipidemias que cursam com alterações nas

concentrações séricas das lipoproteínas. Diante dessas informações e do profundo

impacto sócio-econômico proporcionado pelo crescimento de mortes por doenças

cardiovasculares, o presente estudo tem como propósito avaliar possíveis

biomarcadores plasmáticos de risco cardiovascular nos diferentes grupos de

dislipidemias. Além disso, existe um número muito reduzido de pesquisas nesta

área, em nosso Estado, portanto, pretendemos fortalecer as nossas bases em

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pesquisa, atentando para a assistência, o auxílio diagnóstico, a capacitação técnica

e científica.

A avaliação desses biomarcadores trará a possibilidade de inclusão de novos

parâmetros para a prática laboratorial e fortalecimento da medicina diagnóstica na

área cardiovascular e aterotrombótica. É necessário buscar soluções para a

assistência primária que impactem na diminuição da incidência de doenças

cardiovasculares e consequentemente a morte das pessoas envolvidas.

1.8 OBJETIVOS

1.8.1 Objetivos Gerais

Avaliar a capacidade aceptora do colesterol livre na HDL e atividade

antioxidante da paraoxonase como marcadores plasmáticos de remodelamento da

HDL e do transporte reverso do colesterol na presença de dislipidemias.

1.8.2 Objetivos Específicos

1. Verificar a capacidade aceptora (incorporação) de CL na HDL ;

2. Determinar tamanho de partícula de HDL;

3. Determinar a atividade da Paraoxonase;

4. Estimar o tamanho de partículas de LDL pela razão TG/HDL-C;

5. Determinar concentração apoA e apoB.

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2 METODOLOGIA

2.1 CASUÍSTICA

O grupo de estudo foi constituído por 100 indivíduos de ambos os sexos,

entre 40 e 70 anos, admitidos no laboratório da Faculdade de Farmácia –

Universidade Federal da Bahia (UFBA). Todos os indivíduos foram informados sobre

o estudo e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Este projeto

foi autorizado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Maternidade Climério de

Oliveira da UFBA (CEP/MCO/UFBA), ofício nº 379, ref. V/Of. nº 02/2005, 27/09/2005

e, Parecer/Resolução Aditiva n° 075/2011.

2.2 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO

- Ambos os Sexos;

- Idade entre 40 e 70 anos;

- Termo de Consentimento Livre e Pré-esclarecido (TCLE) assinado;

- Diagnóstico associado de normolipidemia ou dislipidemia confirmada por

análise do perfil lipídico;

- Realização das determinações laboratoriais no Laboratório Clínico da

FACFAR-UFBA.

2.3 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO

- Indivíduos portadores de disfunção hepática (ALT e AST maior do que duas

vezes o valor superior de referência);

- Indivíduos portadores de disfunção renal (creatinina sérica > 2,0 mg/dL) e ou

síndrome nefrítica (proteinúria > 1,0 g/L e albumina sérica < 3,0 g/l);

- Indivíduos com disfunção tireoidiana;

- Estar em tratamento com hipolipemiantes.

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2.4 DETERMINAÇÕES LABORATORIAIS

2.4.1 Determinações Bioquímicas

As determinações laboratoriais foram realizadas em amostras de soro e

plasma obtidas após 12-14 horas de jejum. Foi utilizado o equipamento

automatizado LABMAX 240 (Labtest Diagnóstica S.A, Brasil). As concentrações de

colesterol total (CT) e triglicérides (TG) foram determinadas pelo método

colorimétrico enzimático de Trinder, reação de ponto final. O colesterol da HDL

(HDL-C) foi determinado por método homogêneo. Os reagentes utilizados para as

determinações bioquímicas foram provenientes dos conjuntos diagnósticos Labtest.

As concentrações do colesterol de VLDL e LDL foram calculadas pela fórmula

de FRIEDEWALD: LDL-C = CT – (HDL-C + TG/5) para valores de TG até 399mg/dL.

Amostras com TG superior a 399 mg/dL tiveram suas determinações de LDL-C

realizadas por método homogêneo. Os resultados foram validados através da

utilização, durante cada determinação, de amostra controle fornecida pelo Programa

Nacional de Controle de Qualidade PNCQ, da Sociedade Brasileira de Análises

Clínicas.

2.4.2 Incorporação de Colesterol Livre (CL3H) na HDL

Foi determinado pelo método de substrato exógeno (CHANNON et al., 1990).

O plasma obtido das amostras dos participantes do estudo foi marcado

radioativamente com colesterol livre (CL-3H), atividade final 0,7microCi/mL, e

submetido a incubação por 3 horas a 37ºC sob agitação. Decorrido o tempo, as

partículas que contêm apoB foram precipitadas utilizando MgCl2 (0,3 mol/L) e Sulfato

de Dextran (0,2%), seguido de centrifugação e coleta do sobrenadante contendo

HDL para determinação do percentual de CL-3H que foi incorporado na partícula. A

radioatividade presente em cada amostra foi determinada por cintilação líquida

(Ultima Gold – PerkinElmer, Boston, USA). O equipamento utilizado foi o leitor de

microplacas CHAMELEON™V – Hidex. A incorporação do CL foi expressa como

porcentagem de CL-3H, incorporado por hora para a HDL (% CPM incorporado/h).

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2.4.3 Determinação do tamanho de partícula de HDL

O tamanho das partículas de HDL foi determinado por espalhamento de luz

(light scattering) utilizando o equipamento Laser Light Scattering (ZetaPALMS,

Brookhaven Instr. Corp.), após separação por precipitação química das partículas

lipoprotéicas e seus remanescentes que contêm apoB por adição da solução de

polietilenoglicol 8000 (200g/L). O sobrenadante contendo HDL foi diluído em solução

de cloreto de sódio (NaCl) 0,15M contendo EDTA 0,01% (pH 7,5). A solução

resultante foi filtrada por membrana Milliporeâ com 0,22m de porosidade. O diâmetro

(nm) das partículas da HDL em solução foi determinado por coleta das leituras

obtidas do espalhamento de luz em ângulo de 90º, sendo os resultados expressos

pela média obtida de cinco leituras (1 leitura por corrida) (LIMA e MARANHÃO,

2004).

2.4.4 Atividade da Paraoxonase

A atividade da Paraoxonase foi determinada de acordo com o método descrito

por Mackness et al (1998) e Senti et al (2003). Adicionou-se de 140 uL de tampão

Tris-HCl 0.1M, pH 8.05, contendo 2mmol/L de CaCl2 e 1.1 mmol/L de paraoxon

(Sigma Chemical Co.) a 7uL de soro. A amostra foi distribuída em placa de 96 poços

em duplicata. A leitura foi feita em comprimento de onda de 405nm e temperatura de

37ºC utilizando “Leitor de Microplacas” (Microplate Reader, Benchmark, BIO-RAD).

Para cálculo da atividade, foram feitas seis leituras em intervalo de um minuto cada,

sendo que o resultado foi obtido multiplicando-se a média da variação das

absorbâncias pelo fator.

Fator = VTR (mL)/ ε405 x VA ( mL) x E (cm) , onde:

VTR - Volume total da reação

VA – Volume da amostra

E – Espessura da cubeta

ε405 – 1805 L M-1 cm-1

Logo, atividade da Paraoxonase = Fator x ∆abs/min

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2.4.5 Determinação da concentração de apoA e apoB

As concentrações de apoA e apoB foram determinadas por imunonefelometria

através do analisador automatizado IMMAGE® (BeckmanCoulter, USA). Neste

método determina-se a taxa de aumento da dispersão da luz causada por partículas

em suspensão numa solução provenientes dos complexos formados durante reação

antígeno-anticorpo. O valores de referência para apoA foram de 90-170 mg/dL para

homens e para as mulheres de 107-214 mg/dL. Os valores de referência para apoB

em homens foram de 56-162 mg/dL e em mulheres de 51-171mg/dL.

2.4.6 Estimativa do tamanho das Partículas de LDL

Foram calculadas as razões TG/HDL-C para estimar o tamanho da partícula

de LDL. Razão maior que dois é indicativo da presença de LDL pequena e densa (≤

25.5 nm) (MARUYAMA et al., 2003).

2.5 ANÁLISES ESTATÍSTICAS

Para análise estatística utilizou-se o software GraphPad Prism 5.01(USA).

O teste de D´Agostino foi utilizado para testar a normalidade da distribuição

dos dados, ou seja, quando a distribuição foi normal, teve-se evidência para utilizar

testes paramétricos, quando não, utilizou-se testes não-paramétricos relacionados.

Em todas as análises efetuadas, os parâmetros analisados foram considerados

significativamente diferentes quando obtivemos p < 0,05 para intervalo de confiança

de 95%.

2.5.1 Análise de variância (ANOVA) seguida do teste de comparações múltiplas

de Tukey-Kramer

A análise de variância seguida do teste de Tukey-Kramer foi utilizada para

comparar a diferença entre as médias e desvios dos parâmetros bioquímicos, da

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atividade da paraoxonase (PON-1), percentual de incorporação de CL na HDL,

tamanho de partícula de HDL e razão apoB/apoA entre o grupo normolipidêmico e

dislipidêmicos (hipercolesterolemia isolada, hipertrigliceridemia isolada, HDL-C baixo

e dislipidemia mista).

2.5.2 Kruskal Wallis test seguido do teste de comparações múltiplas de Dunns

Foi utilizado para comparar a diferença entre as médias e desvios da razão

TG/HDL-C entre o grupo normolipidêmico e dislipidêmicos (hipercolesterolemia

isolada, hipertrigliceridemia isolada, HDL-C baixo e dislipidemia mista).

2.5.3 Teste de correlação linear de Pearson e Spearman

O coeficiente de correlação linear de Pearson foi aplicado para avaliar a

correlação entre percentual de incorporação de colesterol livre na HDL e a atividade

da paraoxonase no grupo com hipercolesterolemia isolada e também para avaliar a

correlação entre a razão TG/HDL-C e a concentração do colesterol da VLDL (VLDL-

C) no grupo normolipidêmico. Foi realizado teste de Grubbs para detecção de

outilier.

Análise de correlação linear de Spearman foi realizada para a análise de

correlação da razão TG/HDL-C com a razão apoB/apoA no grupo com HDL-C baixo.

Foi realizado teste de Grubbs para detecção de outilier, onde foi detectado valor

extremo significativo após análise.

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3 RESULTADOS

A Tabela 1 mostra a análise da casuística de 100 indivíduos do estudo

segundo sexo, idade e classificação dos grupos por dislipidemia conforme os

critérios da IV Diretriz Brasileira sobre dislipidemias e prevenção da aterosclerose

(2007).

Tabela 1 – Classificação dos participantes do estudo estratificados por grupos de dislipidemias, sexo e idade conforme critérios da IV Diretriz Brasileira sobre dislipidemias e prevenção da aterosclerose (2007) e distribuição.

Normo HCT isolada HTG isolada HDL-C baixo MISTA n total (n = 27) (n = 16) (n =17) (n = 26) (n =14) 100

Sexo F 24(27) 15(16) 10(17) 10(26) 5(14) 64(100) Idade 51 ± 8 52 ± 9 47 ± 8 47±9 59 ±11 Sexo M 3(27) 1(16) 7(17) 16(26) 9(14) 36(100) Idade 53 ± 3 45 54 ± 12 54±12 57 ± 7

Valores expressos em média ± desvio padrão. Normo: normolipidêmico; HCT: hipercolesterolemia ; HTG: hipertrigliceridemia, HDL-C : colesterol da HDL ; Mista : dislipidemia mista, F : feminino, M : masculino.

A figura 2 mostra os resultados dos principais fatores e marcadores de risco

para desenvolvimento da aterosclerose na população estudada.

Figura 2 – Fatores e marcadores de risco para aterosclerose, obtidos após avaliação dos dados dos participantes.

0

25

50

75

100

Sedentarismo

Dislipidemia

Hipertensao

Hereditariedade

Etilismo

Diabetes

Tabagismo

75%72%

43%38%

20%

9%5%

Fatores e marcadores de risco

Fre

qu

ênci

a (

%)

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A Tabela 2 mostra os resultados das determinações bioquímicas como, perfil

lipídico, apoA, apoB, uréia, creatinina, AST, ALT e glicose entre os grupos

normolipidêmicos e dislipidêmicos. É importante ressaltar que os indivíduos

participantes do estudo não utilizavam hipolipemiantes no momento da coleta.

Tabela 2 – Perfil lipídico, apolipoproteinas e parâmetros para avaliação das funções hepática e renal entre os indivíduos com dislipidemia e normolipidêmicos.

Normo

(n=28)

HCT isolada (n=16)

HTG isolada (n=17)

HDL-C baixo (n=26)

Mista

(n=14) CT (mg/dL) 188 ± 26 273 ± 36 *** 215 ± 21 187 ± 45 283±32 ***

TG (mg/dL) 90 ± 31 101 ± 30 205 ± 50 *** 207 ± 50 *** 233 ± 55 ***

HDL-C (mg/dL) 53 ± 7 53 ± 10 49 ± 7 34 ± 4 *** 44 ± 8 * LDL-C (mg/dL) 118 ± 23 200 ± 33 *** 125 ± 21 111 ± 39 192 ± 25 ***

VLDL-C (mg/dL) 18 ± 6 20 ± 6 41 ± 13 *** 40 ± 30 *** 46 ± 11 ***

Glicose ( mg/dL) 93 ± 14 92 ± 12 103 ± 17 105 ± 27 102 ± 13

Ureia (mg/dL) 25 ± 6 27 ± 8 36 ± 4** 28 ± 8 34 ± 10*

Creatinina (mg/dL) 0,9 ± 0,1 0,9 ± 0,1 1,0 ± 0,1 1,1 ± 0,3 1,1 ± 0,2

AST (mg/dL) 29 ± 8 24 ± 6 26 ± 5 29 ± 8 30 ± 7

ALT (mg/dL) 24 ± 12 19 ± 7 23 ± 6 27 ± 12 29 ± 8

apoA (mg/dL) 161 ± 21 171 ± 30 172 ± 26 127 ± 25 *** 159 ± 21

apoB (mg/dL) 81 ± 15 122 ± 24 *** 111 ± 17*** 97 ± 30* 154 ± 26***

Valores expressos em média ± desvio padrão. ANOVA, Pós Teste de Tukey-Kramer sendo p < 0,05 (*) ; p< 0,01 (**), p< 0,001 (***) . Normo : normolipidêmico; HCT : hipercolesterolemia, HTG : hipertrigliceridemia ; HDL-C : colesterol da HDL ; Mista : dislipidemia mista.

A figura 3 mostra a atividade da enzima paraoxonase nos diferentes grupos

de dislipidemias. Nos grupos com hipertrigliceridemia isolada e HDL-C baixo houve

redução da atividade antioxidante da paraoxonase quando comparado com grupo

normolipidêmico. Os valores obtidos da atividade da PON-1 em nmol/min/mL são

mostrados por média ± desvio padrão: normolipidêmico (131 ± 31);

hipercolesterolemia isolada (105 ± 38); hipertrigliceridemia isolada (98 ± 44); HDL-C

baixo (82 ± 28) e dislipidemia mista (112 ±26).

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33

Figura 3 – Atividade da paraoxonase determinada por método espectrofotométrico nas amostras dos 100 participantes do estudo, classificados em diferentes grupos de dislipidemias. One-way ANOVA, Pós Teste de Tukey-Kramer; Significância para p < 0,05; I.C. 95%. Normo vs HTG (p < 0,05*) e Normo vs HDL-C Baixo (p < 0,001***); Normo: normolipidêmico; HCT: hipercolesterolemia, HTG: hipertrigliceridemia; HDL-C: colesterol da HDL; Mista: dislipidemia mista.

Normo

HCTHTG

HDL-C B

aixoMista

0

50

100

150

200

****

Atv

. PO

N n

mol

/min

/mL

Na figura 4 observa-se o percentual de incorporação do colesterol livre na

HDL. As taxas de incorporação do colesterol foram diferentes entre os grupos (n =

97; p < 0, 001). Os valores do percentual de incorporação de CL/mL/hora são

mostrados por média ± desvio padrão: normolipidêmico (8,9 ± 1,1);

hipercolesterolemia isolada (7,5 ± 1,9); hipertrigliceridemia isolada (9,3 ± 1,0); HDL-C

baixo (7,9 ± 1,3) e dislipidemia mista (7,6 ± 1,7).

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34

Figura 4 – Incorporação do CL na HDL nos diferentes grupos de dislipidemias avaliados pelo método do substrato exógeno utilizando CL 3H segundo Channon et al, 1990. One-way ANOVA, Pós Teste de Tukey-Kramer; p < 0,001, I.C. 95%. Normo vs HCT (p < 0,05*) e Normo vs HDL-C Baixo (p < 0,05*); HTG vs HCT (p < 0,05+) e HTG vs HDL-C Baixo (p < 0,05+). Foi realizado teste de Grubbs para detecção de outilier, onde foi detectado valor extremo significativo após análise. Normo : normolipidêmico; HCT : hipercolesterolemia, HTG : hipertrigliceridemia ; HDL-C : colesterol da HDL ; Mista : dislipidemia mista.

Normo

HCTHTG

HDL-C B

aixoMista

0

5

10

15

* * +

+

+

% In

corp

oraç

ão d

e C

L /m

L/ho

ra

A figura 5 apresenta os resultados do tamanho de partícula da HDL. Os

resultados foram semelhantes entre os grupos, não havendo diferença. Os valores

do tamanho da partícula de HDL (nm) são mostrados por média ± desvio padrão:

normolipidêmico (13,0 ± 1,0); hipercolesterolemia isolada (13,5 ± 2,5);

hipertrigliceridemia isolada (11,7 ± 2,5); HDL-C baixo (12,6 ± 1,4) e dislipidemia

mista (11,6 ± 1,3).

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35

Figura 5 – Diâmetro da HDL (nm) nos diferentes grupos de dislipidemias determinado por Laser-light scattering (LLS) segundo Lima e Maranhão, 2004. One-way ANOVA, Pós Teste de Tukey-Kramer; n.s. para I.C. 95% com p > 0,05. Normo : normolipidêmico; HCT : hipercolesterolemia, HTG : hipertrigliceridemia ; HDL-C : colesterol da HDL ; Mista : dislipidemia mista.

Normo

HCTHTG

HDL-C B

aixoMista

0

5

10

15

20

Tam

anho

HD

L (n

m)

A figura 6 mostra os resultados da razão TG/HDL-C, parâmetro utilizado para

estimar o tamanho da LDL. Os grupos com hipertrigliceridemia isolada, HDL-C baixo

e dislipidemia mista apresentaram maior razão TG/HDL-C e podem apresentar uma

maior proporção de LDL pequena e densa quando comparado com grupo

normolipidêmico (n=99, p< 0,001). Os valores obtidos a partir da razão TG/HDL-C

são mostrados por média ± desvio padrão: normolipidêmico (1,7 ± 0,7);

hipercolesterolemia isolada (1,9 ± 0,7); hipertrigliceridemia isolada (4,2 ± 1,5); HDL-C

baixo (5,2 ± 3,1) e dislipidemia mista (5,3 ± 1,6).

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36

Figura 6 – Razão TG/HDL-C nos diferentes grupos de dislipidemias. Kruskal Wallis test , Pós Teste de Dunns (p < 0,001***). As diferenças foram consideradas significantes quando p < 0,05 para I.C. 95%. Foi realizado teste de Grubbs para detecção de outilier no grupo HDL-C baixo, onde foi detectado valor extremo significativo após análise. O valor extremo foi removido. Normo : normolipidêmico; HCT : hipercolesterolemia, HTG : hipertrigliceridemia ; HDL-C : colesterol da HDL ; Mista : dislipidemia mista.

Normo

HCTHTG

HDL-C B

aixoMista

0

2

4

6

8

10

***

******

TG/H

DL-

C

Para avaliação do risco cardiovascular foi calculada a razão apoB/apoA,

esses resultados se encontram na Figura 7. Os pacientes dislipidêmicos

apresentaram maior razão apoB/apoA quando comparado com grupo

normolipidêmico. Os valores obtidos a partir da razão apoB/apoA são mostrados por

média ± desvio padrão: normolipidêmico (0,5 ± 0,1); hipercolesterolemia isolada (0,7

± 0,2); hipertrigliceridemia isolada (0,67 ± 0,1); HDL-C baixo (0,8 ± 0,2) e dislipidemia

mista (0,9 ± 0,2).

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37

Figura 7 – Comparação da razão apoB/apoA nos diferentes grupos de dislipidemias segundo Walldius et al, 2004. One-way ANOVA, Pós Teste de Tukey-Kramer (p < 0,001***). Significância para p < 0,05; I.C. 95%. Normo vs HCT (p < 0,001***); Normo vs HTG (p < 0,01**); Normo vs HDL-C Baixo (p < 0,001***); Normo vs Mista (p< 0,001***). Normo : normolipidêmico; HCT : hipercolesterolemia, HTG : hipertrigliceridemia ; HDL-C : colesterol da HDL ; Mista : dislipidemia mista.

Normo

HCTHTG

HDL-C B

aixoMista

0.0

0.5

1.0

1.5

*****

******

apoB

/apo

A

A figura 8 mostra a análise de correlação linear entre percentual de

incorporação de CL e atividade de paraoxonase no grupo com hipercolesterolemia

isolada. A análise foi inversamente proporcional (r= -0,61; p=0,01; Pearson).

Figura 8 – Análise de correlação linear entre percentual de incorporação e atividade de paraoxonase (r=-0,61; p=0,01; Pearson). Foi realizado teste de Grubbs para detecção de outilier, não foi detectado valor extremo significativo após análise.

0 50 100 150 2000

5

10

15

Atv. Pon nmol/min/mL

% In

corp

oraç

ão d

e C

L/m

L/ho

ra

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38

A figura 9 mostra a análise de correlação linear entre a razão TG/HDL-C e

razão apoB/apoA no grupo de HDL-C baixo. A análise foi diretamente proporcional

(r= 0,507; p=0,008; Spearman).

Figura 9 – Análise de correlação linear entre razão TG/HDL-C e razão apoB/apoA (r=0,507; p=0,008; Spearman). Foi realizado teste de Grubbs para detecção de outilier no grupo HDL-C baixo, onde foi detectado valor extremo significativo após analise. O valor extremo foi removido.

0.5 1.0 1.50

5

10

15

20

apo-B/apo-A

TG/H

DL-

C

A figura 10 mostra a análise de correlação linear entre a razão TG/HDL-C e

VLDL-C (mg/dL) no grupo normolipidêmico. A análise foi diretamente proporcional

(r= 0,912; p<0,001; Pearson).

Figura 10 – Análise de correlação linear entre razão TG/HDL-C e VLDL-C (mg/dL) (r=0,912; p < 0,001; Pearson).

0 10 20 30 400

1

2

3

4

VLDL-C(mg/dL)

TG/H

DL-

C

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39

4 DISCUSSÃO

A casuística desse estudo mostra que a participação dos indivíduos

estratificados por grupo, ou seja, normolipidêmico, hipercolesterolemia isolada,

hipertrigliceridemia isolada, HDL-C baixo e dislipidemia mista por conveniência teve

maior participação de mulheres (Tabela 1). A maior participação de mulheres no

estudo pode ser explicada pelo comportamento feminino de buscar atendimento em

saúde, diferente do comportamento masculino que não adota práticas preventivas. A

presente política nacional para saúde masculina enfatiza a necessidade de

mudanças de paradigmas que concernem à percepção da população masculina em

relação ao cuidado com a saúde (POLÍTICA NACIONAL ATENÇÃO INTEGRAL A

SAÚDE DO HOMEM, 2009), acesso 24/04/12. Em relação à presença de fatores e

marcadores de risco nessa população foram identificados: sedentarismo (75%),

dislipidemias (72%), hipertensão (43%), presença de eventos cardiovasculares em

parentes de primeiro e segundo grau (38%), etilismo (20%), diabetes mellitus (9%) e

tabagismo (5%) (Figura 2). Os fatores e marcadores de risco observados nessa

população e com base nos estudos realizados por Framingham et al., 2009,

mostraram que essa população é susceptível ao desenvolvimento de doenças

cardiovasculares, vasculares periféricas e cerebrovasculares, características

presentes na população de países em desenvolvimento. Nesse estudo, foram

determinados marcadores para avaliação do risco cardiovascular, das funções renal

e hepática, razões de risco a partir do perfil lipídico e parâmetros associados, assim

como, a determinação de parâmetros específicos como a determinação do tamanho

de partículas da HDL (LIMA e MARANHÃO, 2004), atividade da paraoxonase

(MACKNESS et al., 2001) e incorporação de CL na HDL (CHANNON et al., 1990).

Conforme observado na literatura científica, os dados da Tabela 2 mostraram

diferenças significativas para os parâmetros comparados entre nomolipidêmicos e

dislipidêmicos, conforme a IV Diretriz Brasileira sobre dislipidemias e prevenção da

aterosclerose (2007).

Dentre os parâmetros mais específicos determinados, tem-se a atividade da

paraoxonase. Nesse estudo, observou-se que os grupos com hipertrigliceridemia

isolada e HDL-C baixo apresentaram redução na atividade da paraoxonase (Figura 3).

Segundo Deakin et al., 2002, existe uma associação fisiológica entre a atividade da

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40

PON-1 e a lipoproteína HDL, relacionada a presença da apoA-I. Esta lipoproteína

contribui com o transporte da enzima do fígado para o compartimento extra-hepático,

garantindo assim a sua ação antioxidante. A baixa atividade da PON-1 no grupo com

HDL-C baixo pode ainda estar associada à baixa concentração de ApoA-I observada

nesse grupo – apolipoproteína relacionada à ligação da PON-1 na partícula de HDL

(SENTÍ et al., 2003). Numerosos estudos têm demonstrado que a atividade da PON-1

está reduzida em pacientes com doenças cardiovasculares e outras patologias que

cursam com alterações vasculares. A reduzida atividade da PON-1 contribui para o

agravo da doença cardiovascular (MACKNESS et al., 2001). Em estudo realizado por

Maritin et al., (2000) observou-se reduzida atividade da PON-1 em pacientes com

hiperglicemia e dislipidemia. A baixa atividade foi explicada em função de inativação

por degradação da enzima em função do excessivo stress oxidativo, pois, a formação

de radicais livres nessas anormalidades metabólicas é crescente, superando assim a

capacidade antioxidante da enzima (SENTÍ et al., 2003). Existem controvérsias na

literatura quanto a existência de correlação entre a atividade da PON-1 e o HDL-C.

Garin et al., 2006, obtiveram em seus estudos correlação linear positiva entre a

atividade da PON-1 e o HDL-C, argumentando que a correlação se dá em função da

enzima estar adsorvida na partícula e sua atividade estar diretamente relacionada ao

tamanho da HDL, entretanto, conforme achados de Kabaroglu et al., (2004) a

atividade da PON-1 não está relacionada à concentração de colesterol na HDL. Em

nosso estudo, foi observada correlação linear negativa entre a atividade de PON-1 e a

medida de incorporação do colesterol livre na HDL do grupo com hipercolesterolemia

isolada. O aumento da incorporação pode levar a distúrbios na estrutura da partícula e

promover redução da atividade da PON-1 por instabilidade e degradação da HDL,

assim como redução da concentração da apoA-I. Valabhji et al., (2001) após

determinar a razão molar entre atividade da PON-1 e concentração da apoA1 em

pacientes diabéticos observou que a atividade da PON-1 aumenta diretamente

proporcional a densidade da HDL, ou seja, quanto mais densa e menor a partícula

maior atividade de PON-1 e, inversamente, maior a partícula menor a atividade,

achado que ratifica nossos resultados (Figura 8). Podem existir outras variáveis como

concentração de colesterol livre (CL) e/ou colesterol esterificado (CE), tamanho de

HDL, concentração de apoA-I e outras características biofísicas que interferem na

relação estrutura atividade das enzimas/proteínas de transferência presentes na

partícula de HDL. Nossos resultados são corroborados com os dados da literatura

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41

onde os pacientes com HDL-C baixo e hipertrigliceridemia isolada possuem maior

risco de desenvolver doença aterosclerótica em função da baixa atividade da PON-1.

A atividade sérica da PON-1 está reduzida em pacientes após infarto agudo do

miocárdio, com hipercolesterolemia familiar e diabetes mellitus, quando comparada

com indivíduos saudáveis (VALABHJI et al., 2001). A atividade da PON-1 assim como

a apoA-I, protegem a HDL de danos oxidativos por redução do catabolismo dessa

partícula. Por outro lado, a falta de proteção leva ao catabolismo acelerado que

implica na redução da capacidade de remoção de colesterol dos tecidos periféricos,

logo compromete o processo de maturação/remodelamento da HDL e transporte

reverso do colesterol (ROSENBLAT et al., 2005). No nosso estudo, para avaliação in

vitro do percentual de incorporação de CL-3H nas amostras dos participantes,

observou-se diferença significativa entre os grupos de dislipidemia e quando

comparados ao grupo normolipidêmico (Figura 4) (n=97, p < 0,001). Os grupos

dislipidêmicos (HCT isolada, HDL-C baixo) apresentaram redução na incorporação

de CL-3H na HDL quando comparado com os normolipidêmicos (Normo versus HCT,

versus HDL-C baixo (p < 0,05). No estudo de transferência in vitro de CL-3H para a

HDL realizado por Azevedo et al., (2011) observou-se reduzida transferência de CL-3H no grupo com DAC (n=11, p< 0.05) quando comparado com o grupo não-DAC. O

artigo supracitado trata de transferência enquanto aqui, fundamentalmente,

incorporação do CL - adição direta, medida de aceitação – ainda, no nosso estudo

os pacientes não estavam em tratamento com estatinas ou qualquer outro

hipolipemiante oral e, também, não tinham ao momento do estudo histórico de

doença cardiovascular. Embora não seja o melhor artigo para comparação em

função das diferenças identificadas entre os estudos, os pacientes com DAC

apresentaram perfil lipídico alterado, ou seja, eram dislipidêmicos e os pacientes

não-DAC eram normolipidêmicos, assemelhando com os grupos do nosso estudo.

Segundo Azevedo et al., 2011, o aumento da transferência de colesterol para a HDL

pode representar um mecanismo protetor contra o desenvolvimento da doença

arterial coronária. A reduzida capacidade da HDL em receber CL pode interferir na

função lipoproteica, já que o processo de esterificação do colesterol é dependente

desse influxo de colesterol livre na lipoproteína, sendo assim em pacientes

dislipidêmicos o processo de esterificação do colesterol, essencial para o transporte

reverso do colesterol, pode estar comprometido. A falta de estudos utilizando a

metodologia de incorporação dificulta maior exploração desses dados no momento.

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42

Vários fatores podem influenciar os resultados de transferências como a

concentração de cada subclasse de lipoproteína, as colisões entre as partículas, a

composição lipídica e protéica das lipoproteínas (FEITOSA-FILHO et al., 2009),

modificações e/ou ausência de várias enzimas e proteínas de transferência (CARR

et al., 2002). Esses marcadores supracitados podem também influenciar na

incorporação do colesterol livre, visto que a cinética de incorporação do colesterol in

vivo é dependente desses marcadores. A complexa relação entre transferências

lipídicas e aterogênese ainda não esta bem esclarecida. No metabolismo da HDL, a

remoção do colesterol nos tecidos periféricos é seguida de incorporação, por

esterificação do colesterol livre, na HDL, seguida de transferência desse colesterol

para outras lipoproteínas, mecanismo esse fundamental na

maturação/remodelamento dessa partícula lipoproteica e essencial para o transporte

reverso do colesterol (LIMA e COUTO, 2006; COUTO et al., 2007; VIEIRA et al.,

2011).

O tamanho da partícula de HDL neste estudo não diferiu entre os grupos

(Figura 5). O diâmetro da HDL pode ser alterado em função do aumento da atividade

da PLTP, ou seja, aumento da transferência de fosfolípides e CL para superfície da

HDL, assim como também com o aumento do conteúdo de colesterol esterificado no

centro da partícula (BARTER e RYE, 2006). As diferenças no tamanho de partícula

também podem estar associadas ao número de moléculas de apolipoproteínas na

superfície (BARTER et al., 2003). Neste estudo estes parâmetros não influenciaram

de forma significativa no tamanho da HDL. Alguns estudos demonstram que as

partículas de HDL menores (HDL3) contribuem para aumento do risco

cardiovascular, enquanto que as subclasses maiores (HDL2) estão associadas com

a diminuição deste risco (ARSENALT et al., 2009; JIA et al., 2006). Sendo assim,

avaliar o tamanho de partículas lipoprotéicas tem sido alvo de muitos estudos já que

contribui para avaliação do risco cardiovascular. Estudo realizado por Azevedo et al.,

2011, observou-se redução do tamanho da HDL (8,7 ± 0,7 nm) em pacientes com

doença arterial coronária quando comparado com pacientes sem a doença (9,7 ±

1,6nm). Estudo realizado por Syvanne et al., (1995) mostrou que pacientes com

hipertrigliceridemia apresentaram menor proporção de HDL2 ( partículas maiores) e

predomínio de partículas de HDL3 (partículas menores), este achado não foi

encontrado em nosso estudo. No estudo de Pascot et al., (2001) houve correlação

positiva entre tamanho da partícula de HDL e a concentração sérica de HDL-C (r =

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43

0,61 e p < 0,0001), estes achados não foram encontrados em nosso estudo já que o

grupo com HDL-C baixo apresentou tamanho de partícula de HDL semelhante aos

outros grupos de dislipidemias. Embora não houve diferença no tamanho das

partículas de HDL nos diferentes grupos de dislipidemias não necessariamente

estas partículas apresentam as mesmas funções fisiológicas.

Neste estudo foi possível observar que os grupos com hipertrigliceridemia

isolada, HDL-C baixo e dislipidemia mista apresentaram maior razão TG/HDL-C

(Figura 6). Segundo Maruyama et al., (2003), triglicérides elevados e HDL-C baixos

podem estar associados a alterações metabólicas. Estas condições estão

normalmente associadas ao perfil aterogênico e aterotrombótico, como por exemplo,

presença de LDL pequena e densa (fenótipo B), hipertrigliceridemia pós-prandial

prolongada, acúmulo de quilomicrons remanescentes, aumento da concentração dos

fatores da coagulação e presença de resistência insulínica (JEPPESEN et al., 2001).

O uso da razão TG/HDL-C é um importante parâmetro para avaliar risco

cardiovascular, principalmente por ser esse indicador de tamanho de partícula de

LDL. Sendo assim, são necessárias medidas para o controle da concentração de TG

e do HDL-C baixo, principalmente quando associados ao fenótipo B, aterogênico. Os

pacientes que apresentaram maior razão TG/HDL-C como os do grupo com

hipertrigliceridemia isolada, HDL-C baixo e dislipidemia mista apresentaram maior

proporção de LDL pequena e densa, ou seja, mais aterogênicas. Os valores obtidos

da razão TG/HDL-C nesses grupos apontam para tamanhos de partículas de LDL

inferiores a 25 nm. Segundo Da Luz et al.,(2008) as partículas de LDL pequenas e

densas são consideradas marcadores de risco para doença cardiovascular (DCV).

Em estudo realizado por Maruyama et al., (2003) observou-se que 75% dos

pacientes com perfil de LDL pequena e densa comprovada pelo método de

eletroforese em gel de poliacrilamida, padrão ouro, apresentaram razão TG/HDL-C

maior que 2. As concentrações plasmáticas de TG e HDL-C são os grandes

responsáveis pela variabilidade no tamanho da partícula de LDL, ambos explicam

juntos 67% das anormalidades no tamanho da LDL (FAGERBERG et al., 2001). A

presença de LDL pequena e densa se correlaciona positivamente com as

concentrações plasmáticos de TG (r=0.6, p<0.0001) e negativamente com os níveis

de HDL-C (r= -0.56, p<0.0001) (TCHERNOF et al., 1996). Nesse estudo observou-se

que existe correlação linear positiva entre razão TG/HDL-C e VLDL-C (Figura 10),

(r=0,912 e p< 0,001, Pearson), resultado esperado já que a lipoproteína VLDL

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44

apresenta em sua composição alta proporção de TG. O aumento na concentração

de partículas ricas em TG pode agravar a geração de partículas LDL pequenas e

densas (BERTOLAMI, 2004), fato esse observado com aumento da razão TG/HDL-

C. Segundo Pozzan et al., 2004, o aumento na concentração de partícula de VLDL,

resulta na redução dos níveis de HDL-C, redução da ação da lipoproteína lípase

(LPL) e aumento da ação da lipase hepática (LH), esses fatos contribuem para

formação de LDL de menor diâmetro e maior densidade. A utilização da razão

TG/HDL-C pode ser um forte e independente preditor de infarto agudo do miocárdio,

mais significativo até que as razões CT/HDL-C e LDL-C/HDL-C (VIEIRA et al., 2011).

Deve ser incentivada a utilização de cálculos e razões a partir de dados do perfil

lipídico, pois, além da grande importância clínica e laboratorial para avaliação do

risco cardiovascular é possível liberar o resultado desses indicadores gratuitamente.

O grupo com dislipidemia mista apresentou maior razão apoB/apoA em

relação aos outros grupos (Figura 7). Pacientes com dislipidemia mista cursam com

elevadas concentrações de TG e CT que estão presentes no interior das

lipoproteínas aterogênicas como VLDL e LDL, que contêm apoB. Elevadas

concentrações de apoB, reduzidas de apoA e elevada razão apoB/apoA são fortes

preditores de risco cardiovascular. Possuem maior poder em predizer risco quando

comparado com concentrações séricas de LDL-C, CT e TG (WALLDIUS et al.,

2001). A apoB está presente em todas as partículas aterogênicas e a apoA nas

partículas anti-aterogênicas, logo, a razão apoB/apoA representa a proporção entre

partículas que contêm apoB ricas em colesterol (aterogênicas) e partículas que

contem apoA (anti-aterogênicas) (WALLDIUS e JUNGNER, 2004). No nosso estudo

observou-se que existe um relação diretamente proporcional entre a razão

apoB/apoA e TG/HDL-C (Figura 9) (r=0,507, p =0,008, Spearmn). Essas razões

(índices calculados) são importantes parâmetros utilizados para avaliação do risco

cardiovascular e ambas atuam como marcadores úteis para predizer doença arterial

coronária (BOGAVAC-STANOJEVIĆ et al., 2007).

Sendo assim as determinações e estimativas (razões de risco) realizadas

nesse estudo serviram para dar suporte aos resultados da avaliação do transporte

reverso do colesterol e remodelamento de partículas lipoprotéicas na presença de

dislipidemias a partir da incorporação in vitro do colesterol livre na HDL e da

atividade da paraoxonase.

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45

5 CONCLUSÕES

O presente estudo avaliou a presença de possíveis marcadores de risco

cardiovascular nas dislipidemias. O percentual de incorporação de colesterol livre

reflete a capacidade da HDL de receber/aceitar colesterol livre de outras

lipoproteínas. Observou-se que indivíduos com hipercolesterolemia isolada e HDL-C

baixo apresentaram menor percentual de incorporação de colesterol livre na HDL,

comprometendo em parte o transporte reverso do colesterol. A atividade da

paraoxonase é um importante marcador para avaliação do risco cardiovascular nas

dislipidemias em função da sua atividade protetora e antioxidante. O estudo mostrou

que os indivíduos com HDL-C baixo e hipertrigliceridemia isolada apresentaram

reduzida atividade da paraoxonase, ou seja, as partículas lipoproteicas como LDL e

HDL estão mais susceptíveis a processos oxidativos. Nesse estudo foi possível

observar que a dislipidemia não influenciou no tamanho de partícula de HDL, visto

que os resultados não diferiram entre os grupos normolipidêmicos e dislipidêmicos.

Por outro lado, a estimativa de tamanho de partículas de LDL calculada pela razão

TG/HDL-C (razões ≥ 2) mostrou que pacientes com dislipidemia, principalmente nos

grupos com hipertrigliceridemia isolada, HDL-C baixo e dislipidemia mista,

apresentaram maior proporção de LDL pequena e densa, ou seja, partículas mais

aterogênicas e que proporcionam maior risco cardiovascular. Nesse estudo foi

possível concluir também que os pacientes com dislipidemias apresentaram maior

razão apoB/apoA, ou seja maior concentração de partículas aterogênicas e menor

concentração de lipoproteínas protetoras, o que também contribui com o alto risco

cardiovascular. Sendo assim, os resultados sugerem que a avaliação do transporte

reverso do colesterol a partir da incorporação do colesterol livre na HDL, a

determinação da atividade da paraoxonase, o tamanho das partículas lipoproteicas

assim como a utilização de índices calculados são importantes parâmetros que

contribuem para avaliação do risco cardiovascular na presença de dislipidemias.

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ANEXOS

ANEXO A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E PRÉ-ESCLARECIDO

I - DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO DA PESQUISA OU RESPONSÁVEL LEGAL 1. NOME DO PACIENTE....................................................................................................

DOCUMENTO DE IDENTIDADE Nº: ........................................ SEXO: ( )M Ž ( ) F Ž

DATA NASCIMENTO: ......../......../......

ENDEREÇO .................................................................... Nº ............. APTO:..........

BAIRRO:........................................................................CIDADE:............................ CEP:.........................................TELEFONE: DDD (............) ..............................................

2.RESPONSÁVEL LEGAL:....................................................................................................

NATUREZA (grau de parentesco, tutor, curador etc.)..........................................................

DOCUMENTO DE IDENTIDADE :....................................SEXO: M Ž F Ž

DATA NASCIMENTO.: ....../......./......

ENDEREÇO: ..... .......................................... Nº ................... APTO:..................

BAIRRO: ..................................................... CIDADE: ........................................................

CEP: ............ TELEFONE: DDD (............)......................................................................

II - DADOS SOBRE A PESQUISA CIENTÍFICA

1. TÍTULO DO PROTOCOLO DE PESQUISA:

DISLIPIDEMIAS E TRANSPORTE REVERSO DO COLESTEROL: INCORPORAÇÃO DE COLESTEROL LIVRE, ATIVIDADE DA PARAOXONASE E ÍNDICES CALCULADOS NA AVALIAÇÃO DO RISCO CARDIOVASCULAR

PESQUISADOR: PROF. DR. RICARDO DAVID COUTO (Coordenador)

CARGO/FUNÇÃO: PROFESSOR ADJUNTO II DO DEPARTAMENTO DE ANÁLISES CLÍNICAS E TOXICOLÓGICAS DA FACULDADE DE FARMÁCIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

INSCRIÇÃO CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA – BA Nº 2884

2. AVALIAÇÃO DO RISCO DA PESQUISA:

( )SEM RISCO Ž (x )RISCO MÍNIMO ( ) RISCO MÉDIO Ž

( ) RISCO BAIXO Ž ( )RISCO MAIOR Ž

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III - REGISTRO DAS EXPLICAÇÕES DO PESQUISADOR AO PACIENTE OU SEU REPRESENTANTE LEGAL SOBRE A PESQUISA, CONSIGNANDO:

Justificativa – Para uma melhor compreensão das doenças cardiovasculares é importante estudar a presença de marcadores de risco cardiovascular que possam ajudar no diagnóstico precoce e propiciar ações preventivas na saúde pública.

Objetivos da pesquisa – Avaliar a capacidade aceptora do colesterol livre na HDL e atividade antioxidante da paraoxonase como marcadores plasmáticos de remodelamento da HDL e transporte reverso do colesterol na presença de dislipidemias.

Protocolo experimental – Amostras de sangue serão coletadas e posteriormente encaminhadas para o laboratório de pesquisa especializado para a realização do estudo.

Avaliação do grau de risco – Todos os procedimentos não acarretarão riscos de contaminação para os participantes, nem qualquer tipo de problema para sua saúde.

5. Benefícios – A pesquisa proporcionará avanços na área cardiovascular, prevenção de doenças cardiovasculares através da identificação precoce dos fatores e marcadores de risco.

IV - ESCLARECIMENTOS DADOS PELO PESQUISADOR SOBRE GARANTIAS DO SUJEITO DA PESQUISA:

1. Acesso, a qualquer tempo, às informações sobre procedimentos, riscos e benefícios relacionados à pesquisa, inclusive para dirimir eventuais dúvidas. Sim

2. Liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento e de deixar de participar do estudo, sem que isto traga prejuízo à continuidade da assistência. Sim

3. Salvaguarda da confidencialidade, sigilo e privacidade. Sim

V. INFORMAÇÕES DE NOME E TELEFONES DO RESPONSÁVEL PELO ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA, PARA CONTATO EM CASO DE INTERCORRÊNCIAS CLÍNICAS E REAÇÕES ADVERSAS.

Prof. Dr. Ricardo David Couto, PhamD, Ph.D.

Coordenador - Contatos: Tel.xx71-3283-6952/8093/8095, Cel. xx71-9963-8131

Farmacêutica – Bioquímica : Ana Paula Caires dos Santos Valverde, Mestranda do Programa de Pós-graduação em Farmácia (PPGFAR) - UFBA

Pesquisador – Contatos: Tel. xx71-3283 -6952, Cel. xx71-9107-0310

VI. OBSERVAÇÕES COMPLEMENTARES:

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VII - CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIDO

Declaro que, após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o que me foi explicado, consinto em participar do presente Protocolo de Pesquisa

Salvador, de de 2011.

Assinatura do sujeito da pesquisa ou responsável legal

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ANEXO B – QUESTIONÁRIO DE PESQUISA

LABORATÓRIO DE PESQUISA EM BIOQUÍMICA CLÍNICA

FACULDADE DE FARMÁCIA – UFBA

Paciente n° ____________

Nome ____________________________________________________________________

Comorbidades Associadas _________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

Fatores de risco para doença cardiovascular:

Tabagismo ( ) Sim ( ) Não

Obs:

Bebida Alcoólica ( ) Sim ( ) Não

Obs:

Atividade Física ( ) Sim ( ) Não

Obs:

Hipertensão arterial ( ) Sim ( ) Não

Obs:

Diabetes ( ) Sim ( ) Não

Obs:

Hereditariedade ( ) Sim ( ) Não

Obs:

Faz uso de algum medicamento? ( ) Sim ( ) Não

Qual? __________________________________________________________________