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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA RUY DUARTE COELHO Estudo do processo de reciclagem de resíduos sólidos provenientes da construção civil com avaliação quantitativa dos produtos resultantes Lorena 2014
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA

RUY DUARTE COELHO

Estudo do processo de reciclagem de resíduos sólidos provenientes da

construção civil com avaliação quantitativa dos produtos resultantes

Lorena

2014

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RUY DUARTE COELHO

Estudo do processo de reciclagem de resíduos sólidos provenientes da

construção civil com avaliação quantitativa dos produtos resultantes

Monografia apresentada à Escola de Engenharia

de Lorena da Universidade de São Paulo, como

requisito parcial para a obtenção do título de

Engenheiro Industrial Químico.

Área de Concentração:

Redução de tamanho e peneiramento (Operações

Unitárias).

Orientador:

Prof. M.Sc., Geronimo Virginio Tagliaferro

Docente, Escola de Engenharia de Lorena – USP.

Lorena

2014

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AGRADECIMENTOS

Agradeço ao Prof. M.Sc. Geronimo Virginio Tagliaferro pela disposição para

orientar-me durante este trabalho.

À WRJ usina de reciclagem, por disponibilizar o espaço para realização de uma

visita técnica.

Aos Mestres e Doutores, meus sinceros agradecimentos.

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RESUMO

COELHO, Ruy Duarte. Estudo do processo de reciclagem de resíduos sólidos

provenientes da construção civil com avaliação quantitativa dos produtos

resultantes. 2014. 69 p. Monografia de Conclusão de Curso – Escola de Engenharia

de Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena, 2014.

Atualmente, a geração de resíduos sólidos da construção e demolição vem crescendo

e juntamente a ela cresce também a preocupação com o tratamento dado a estes

resíduos. Diante deste fato, organizações públicas e privadas criaram as usinas de

reciclagem de entulho. Estas usinas são compostas por equipamentos capazes de

reduzir o tamanho das porções do entulho e classifica-las, gerando assim produtos

perfeitamente aplicáveis no setor da construção civil. Para realização destas

operações unitárias, redução de tamanho e classificação, as usinas se utilizam de

diferentes equipamentos, principalmente britadores mandíbulas e moinhos de

impacto para redução de tamanho e peneiras vibratórias se tratando de classificação.

A presente monografia tem como objetivo levantar informações sobre a produção e

destinação do entulho no Brasil, determinar quais os impactos causados ao meio

ambiente com a deposição desregrada deste material, demonstrar e avaliar os

processos operacionais utilizados pelas usinas para reciclagem do entulho e

identificar os produtos gerados pelo processamento. Como metodologia, se optou

pela pesquisa bibliográfica, onde foram consultados, analisados e interpretados textos

de livros, artigos de revistas, catálogos de máquinas bem como teses de mestrado e

doutorado. Finalmente, com intenção de expor com maiores detalhes o

funcionamento de uma usina de reciclagem, foram feitos estudos e avaliações do

processo de reciclagem de resíduos sólidos da construção e demolição da usina de

reciclagem WRJ, os quais revelaram a necessidade de aperfeiçoamento do processo.

Palavras-chave: Resíduos, Construção Civil, Reciclagem.

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ABSTRACT

COELHO, Ruy Duarte. Study of the recycling of solid waste from construction

with quantitative evaluation of the resulting products. 2014. 69 p. Monograph

Course Conclusion - Engineering School of Lorena, University of São Paulo, Lorena,

2014.

Currently, the generation of solid waste, construction and demolition is growing and

along with it also growing concern about the treatment of these wastes. Considering

this fact, public and private organizations have created the rubble recycling plants.

These plants consist of equipment to reduce the size of the portions of the rubble and

classifies them, thus generating products perfectly applicable in the construction

industry. To perform these unit operations, size reduction and classification, plants

make use of different equipment, mainly crusher jaws and impact mills for size

reduction and vibrating screens when it comes to classification. This monograph

aims to gather information on the production and disposal of debris in Brazil,

determine the impacts to the environment with the unregulated disposal of this

material, demonstrate and evaluate the operational processes used by plants for

recycling of rubble and identify the products generated by processing. As a

methodology, it was decided by the literature, which will be read, analyzed and

interpreted texts of books, magazine articles, catalogs machines and master's theses

and doctoral degrees. Finally, with the intention to expose in more detail the

operation of a recycling plant, studies and evaluations of the recycling of solid waste,

construction and demolition recycling of WRJ plant process will be made.

Keywords: Waste, Construction, Recycling.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Entulho despejado inadequadamente em Ribeirão Preto – SP..................17

Figura 2: Entulho despejado na calçada em Belford Roxo/RJ..................................17

Figura 3: Planta fixa na cidade de Piracicaba – SP...................................................22

Figura 4: Conjunto semimóvel de britagem .............................................................22

Figura 5: Conjunto móvel de britagem ....................................................................23

Figura 6: Fluxograma de funcionamento de uma usina de reciclagem....................24

Figura 7: Deformação sujeita a compressão e tensão...............................................25

Figura 8: Peneiras de laboratório com diferentes malhas.........................................28

Figura 9: Britador mandíbula tipo Blake..................................................................31

Figura 10: Esquema do movimento presente no britador (Blake)............................31

Figura 11: Britador mandíbulas................................................................................32

Figura 12: Britador giratório.....................................................................................34

Figura 13: Britador giratório Metso..........................................................................34

Figura 14: Esquema de funcionamento do britador de um rolo................................35

Figura 15: Esquema de alimentação do britador de dois rolos.................................36

Figura 16: Britador de dois rolos..............................................................................37

Figura 17: Moinho de martelos.................................................................................38

Figura 18: Moinho de impacto..................................................................................39

Figura 19: Peneira estática........................................................................................41

Figura 20: Peneira vibratória....................................................................................42

Figura 21: Peneira rotativa .......................................................................................43

Figura 22: Alimentador vibratório............................................................................44

Figura 23: Calha vibratória.......................................................................................44

Figura 24: Esteira transportadora de inox.................................................................46

Figura 25: Esteira de correia transportadora.............................................................46

Figura 26: Lavador de rosca.....................................................................................47

Figura 27: Agregados reciclados..............................................................................50

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Figura 28: Pedra 1 utilizada como sub-base na pavimentação.................................51

Figura 29: Rachão utilizado na terraplanagem e pavimentação.............................. 53

Figura 30: Artefatos de concreto fabricados com agregados reciclados..................53

Figura 31: Layout da WRJ sem escala.....................................................................57

Figura 32: Balança situada na entrada da WRJ........................................................58

Figura 33: Área de rejeitos.......................................................................................58

Figura 34: Alimentador vibratório da WRJ..............................................................59

Figura 35: Britador de impacto.................................................................................60

Figura 36: Peneira vibratória e pilhas dos agregados na WRJ..................................60

Figura 37: Telas da peneira vibratória.......................................................................61

Figura 38: Areia reciclada.........................................................................................61

Figura 39: Pedrisco reciclado....................................................................................61

Figura 40: Pedra 1 reciclada......................................................................................62

Figura 41: Rachão reciclado......................................................................................62

Figura 42: Esquema dos equipamentos para reciclagem...........................................63

Figura 43: Fluxograma operacional da WRJ.............................................................64

Figura 44: Representação do balanço de massa do processo....................................65

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Composição do entulho em diferentes cidades...........................................14

Tabela 2: Estimativa de geração de entulho...............................................................16

Tabela 3: Estimativa da geração entulho em algumas nas cidades do Vale do

Paraíba.........................................................................................................................16

Tabela 4: Número de Rittinger para alguns minerais obtidos pelo método do peso..27

Tabela 5: Informações sobre britador modelo LEM 48-25 da Komplet.....................32

Tabela 6: Dados do britador giratório Metso GP100S...............................................35

Tabela 7: Quadro com informações sobre moinho de martelo M2000 (Komplet).....38

Tabela 8: Massa específica dos agregados do entulho................................................49

Tabela 9: Quantidade aproximada produzida de agregado reciclado.........................65

Tabela 10: Tabela comparativa de preços de materiais utilizados na construção

civil.............................................................................................................................67

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LISTA DE SIGLAS

ABRELPE - Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos

Especiais

ABRECON - Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção

Civil e Demolição

CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente

PVA - Peneira vibratória

RSCD - Resíduos sólidos da construção e demolição

RSU - Resíduos sólidos urbanos

TCF 1 - Transportador de correia fixo 1

TCF 2 - Transportador de correia fixo 2

TCM - Transportador de correia móvel

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LISTA DE SÍMBOLOS

cm Centímetros

cm²/Kg.cm Centímetros quadrados por quilograma centímetros

g/cm³ Gramas por centímetro cúbico

HP Horse power

Kg Quilogramas

Kg/hab.dia Quilogramas por habitante dia

kW Quilowatts

kW/h Quilowatts por hora

m Metros

m³/h Metros cúbicos por hora

mm Milímetros

RPM Rotações por minuto

t/dia Toneladas por dia

t/h Toneladas por hora

t/mês Toneladas por mês

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO................................................................................................. 12

2. OBJETIVO........................................................................................................ 13

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.......................................................................... 14

4. METODOLOGIA.............................................................................................. 54

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO....................................................................... 56

6. CONCLUSÃO................................................................................................... 67

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................... 68

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1. INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, a grande preocupação demonstrada não só pela comunidade

científica que estuda o comportamento do ambiente global, mas também por parte da

maioria da sociedade ativa mais precisamente dos países mais desenvolvidos, tem

sido a forma como é tratado o destino dos resíduos gerados pela produção de bens e

serviços ao redor do mundo.

A construção civil é um dos segmentos que produz uma grande quantidade de

resíduo, mais conhecido como entulho, de composição diversificada e formada por

diferentes tipos de materiais.

Até pouco tempo, boa parte deste entulho tinha como destino aterros localizados

no entorno de cidades, uma vez que a maioria delas demonstrava preocupação com o

incômodo e desconforto que esta atividade acaba por proporcionar, embora na

maioria dos centros urbanos o entulho ainda seja despejado clandestinamente em

locais inadequados e impróprios.

Mais recentemente, ao se avançar nos estudos que buscavam opções para

oferecer um aproveitamento mais nobre para este resíduo, surgiu a possibilidade de

se promover a reciclagem desse material, uma vez que o resultado deste processo

gera subprodutos perfeitamente reaproveitáveis em considerável escala, dentro do

próprio segmento da construção civil.

Surgiram então às denominadas usinas de reciclagem, responsáveis pelo

processamento do entulho. Estas usinas se utilizam de equipamentos de britagem e

peneiramento para reciclagem do material, maquinários que merecem maior atenção

para que um alto rendimento do processo possa ser alcançado. Porém, de maneira

geral, as usinas de reciclagem aparecem como um empreendimento potencialmente

rentável.

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2. OBJETIVO

Objetivo Geral

Contribuir para o processo de reciclagem de entulhos na construção civil no

Brasil.

Objetivo específico

- Coletar informações sobre a produção e destinação do entulho no Brasil, bem

como determinar quais os impactos causados ao meio ambiente com a deposição

desregrada deste material em locais impróprios e inadequados;

- Demonstrar e avaliar os processos operacionais utilizados pelas usinas para

reciclagem do entulho;

- Identificar e classificar os subprodutos gerados e sugerir opções para sua

utilização de forma apropriada.

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3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1) Definição de Resíduos Sólidos da Construção e Demolição (RSCD).

Os resíduos sólidos da construção e demolição (RSCD) de edificações e obras

popularmente chamados de “entulho” são aqueles encontrados principalmente nos

canteiros de obras, e podem apresentar formas e dimensões já conhecidas como os

materiais de construção, bem como se apresentar como fragmentos de formato

irregular. Geralmente são provenientes de reformas, novas construções e demolições.

(CASSA; CARNEIRO; BRUM, 2001)

O entulho é um material heterogêneo, uma vez que é constituído por restos de

todo tipo de material utilizado na construção civil, sendo que dentre os principais

componentes do RSCD estão os plásticos, cerâmicas, madeira, papelão, argamassa,

areia, concreto, metais entre outros. (PORTO; SILVA, 2010)

De acordo com Pinto (1999), o entulho que sai dos canteiros de obras brasileiros

é composto por aproximadamente 64% de argamassa (uma mistura de cimento, água

e areia) e o restante de materiais de vedação (blocos e tijolos) e materiais não

minerais (madeira, papel, plásticos, metais e matéria orgânica).

Dois exemplos da análise qualitativa das frações do entulho, para locais distintos,

são apresentados abaixo na Tabela 1:

Tabela 1: Composição do entulho em diferentes cidades

Material Composição média da fração mineral

do entulho (%)

Pinto (1987)¹ Paulon (1997)²

Argamassa 64,4 37,6

Concreto 4,8 21,2

Material 29,4 23,4

Pedras 1,4 17,8

¹ Cidade de São Carlos, SP, Brasil.

² Cidade de Ribeirão Preto, SP, Brasil.

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3.2) Classificação dos RSCD.

O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), visando organizar a

disposição dos RSCD, emitiu em 5 de julho de 2002 a Resolução 307. (PINTO,

2005).

No artigo terceiro deste documento, os RSCD são divididos em quatro classes da

seguinte maneira: (PINTO, 2005).

Classe A: concreto, argamassa, cerâmica, tijolo, telha entre outros. Resíduos

reutilizáveis ou recicláveis com uso na forma de agregados.

Classe B: madeira, metal, plástico, papel, vidro. Resíduos recicláveis para outras

destinações.

Classe C: gesso. Resíduos que não apresentam tecnologia viável para reutilização

ou reciclagem.

Classe D: tintas, solventes, óleos. Resíduos considerados perigosos.

3.3) Geração dos RSCD.

A implantação de uma política econômica governamental favorável à construção

civil fez com que atividades relacionadas a tal setor crescessem consideravelmente

nos últimos anos. Construções de novas edificações residenciais, comerciais,

industriais e ampliações, reformas e demolições viraram rotina chamando a atenção

até mesmo daqueles menos interessados. (Abrelpe, 2012)

No entanto, este crescimento considerável do setor da construção civil traz como

consequência um aumento significativo na geração dos RSCD.

Dados apresentados pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública

e Resíduos Especiais revelam que no ano de 2012 foram geradas aproximadamente

200.000 ton/dia de resíduos sólidos urbanos (RSU). De acordo a Abrelpe, cerca de

50% do resíduo é proveniente da construção civil, logo, RSCD. (Abrelpe, 2012).

Assim sendo, o Brasil de 2012 produziu em torno de 100.000 ton/dia de RSCD,

valor que pode ser ainda maior se for considerado o entulho clandestino. Dados sobre

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o entulho clandestino não são facilmente encontrados pela associação e

consequentemente não foram utilizados nos cálculos.

Abaixo segue a Tabela 2 que apresenta estimativas da geração de RSCD em

algumas cidades do Brasil.

Tabela 2: Estimativa de geração de entulho

Local gerador Geração estimada (t/mês)

São Paulo 372.000

Rio de Janeiro 27.000

Brasília 85.000

Belo Horizonte 102.000

Porto Alegre 58.000

Salvador 44.000

Recife 18.000

Curitiba 74.000

Fortaleza 50.000

Florianópolis 33.000

Fonte: Pinto (1987)

Outro comparativo é feito na Tabela 3 para geração de RSCD considerando três

cidades do Vale do Paraíba.

Tabela 3: Estimativa da geração entulho em algumas nas cidades do Vale do Paraíba

Cidade Geração (ton/dia) Produção (Kg/hab.dia)

São José dos Campos1 733 1,47

Taubaté2 230 1

Guaratinguetá2 60 0,6

Fonte: ¹Leite, 2001 ; ²Oliveira, 2004

3.4) Destinação dos RSCD no Brasil.

Num passado recente, devido à falta de uma política relacionada à destinação dos

RSCD, estes eram despejados em locais impróprios, tais como calçadas, plantações,

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terrenos baldios, rios, lagos entre outros locais como mostram a Figura 1 e a Figura

2. (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIANTE, 2005).

Figura 1: Entulho despejado inadequadamente em Ribeirão Preto/SP

Figura 2: Entulho despejado na calçada em Belford Roxo/RJ

Mais recentemente, com a criação de normas e resoluções acompanhadas de

fiscalização efetivamente eficiente, existe uma maior preocupação com o despejo do

entulho em locais impróprios. Assim sendo, surgiram prestadores de serviços

responsáveis pela coleta do entulho, os chamados “caçambeiros”. Estes

disponibilizam aos construtores e proprietários de imóveis em construção ou

reforma, mediante pagamento, caçambas metálicas as quais após certo período são

removidas pelos prestadores. Os RSCD depositados nas caçambas são enviados a

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aterros regularizados pelas prefeituras ou levados para usinas de reciclagem.

(MINISTÉRIO DO MEIO AMBIANTE, 2005).

Porém, parte dos resíduos é gerada pela população de baixa renda, que por não

apresentar condições financeiras despejam o material em áreas inapropriadas, dentre

estas as chamadas “bota-foras”. Estas áreas podem ser de domínio público ou

privado, possuem grandes dimensões e são usadas para fins de despejo de resíduos

em geral. (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIANTE, 2005).

3.5) Impactos causados pela disposição imprópria dos RSCD.

O entulho depositado em locais inapropriados gera prejuízos em vários aspectos,

tais como ambiental, econômico e de saúde pública.

Dentre os impactos causados pelo manejo desregrado do entulho estão:

Proliferação de agentes transmissores de doenças (ratos, baratas, moscas e

mosquitos) e animais peçonhentos (escorpiões e cobras);

Assoreamento de rios e córregos;

Obstrução dos sistemas de drenagem, tais como piscinões, galerias, sarjetas, etc;

Ocupação de vias e logradouros públicos por resíduos;

Degradação da paisagem urbana;

Desperdícios de recursos naturais não renováveis;

Gastos com equipamentos e mão de obra para remoção do material.

3.6) A reciclagem dos RSCD (classe A) no Brasil.

O conceito de reciclagem do entulho relaciona se com a utilização deste material,

o qual por meio de operações e tratamentos específicos passa a apresentar novas

opções de uso e aplicações, contribuindo principalmente em âmbito ambiental. Num

primeiro momento, o principal objetivo da reciclagem é o de reduzir o uso de

materiais provenientes da natureza preservando os recursos naturais e estimulando o

reuso da matéria prima no setor da construção. (BLUMENSCHEIN, 2007).

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Os resíduos sólidos da construção e demolição (classe A: argamassa, cerâmica,

concreto, tijolos) após processamento e respeitando limitações técnicas apresentam

várias finalidades, tais como: pavimentação de estradas rurais, enchimento de

fundações, calçamentos, aterros, produção de blocos e tijolos, agregados do concreto

entre outras. (CASSA; CARNEIRO; BRUM, 2001).

Assim sendo, aplicações aos produtos do processamento do entulho não faltam,

porém, uma cultura favorável à reciclagem bem como iniciativas para implantação

de usinas de reciclagem de entulho infelizmente ainda podem ser consideradas nulas.

Além disso, as tecnologias para caracterização do material reciclado em tempo real

ainda não existem, o que gera desvalorização do produto e desconfiança do usuário

em potencial. (CORRÊA, 2009).

3.7) Vantagens da reciclagem dos RSCD.

Com a reciclagem de entulho, ocorre a diminuição de extração de recursos

naturais não renováveis (pedra e areia, por exemplo), uma vez que tais recursos

seriam supridos pelas usinas de reciclagem, contribuindo para preservação ambiental

e sustentabilidade. (CASSA; CARNEIRO; BRUM, 2001).

As prefeituras, implantando usinas de reciclagem e disponibilizando áreas para

despejo do material estariam contribuindo para diminuição dos impactos. Deixariam

de gastar com equipamentos e mão de obra para coleta de entulho e ainda

produziriam agregados que podem ser utilizados em novas construções e benfeitorias

na cidade. (CORRÊA, 2009).

Ressalta-se nesta oportunidade, a importância que o diferencial de preços dos

materiais oriundos da reciclagem apresenta, ao se comparar seus custos com aqueles

produtos comumente utilizados. Acrescenta-se a isso, outro e importante benefício

que é a geração de empregos para mão de obra não especializada, quando uma nova

unidade de reciclagem entra em operação. (CORRÊA, 2009).

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3.8) Usinas de reciclagem dos resíduos sólidos da construção e demolição.

3.8.1) Apresentação.

Uma usina de reciclagem nada mais é que uma área na qual existe um espaço

suficiente para estocagem de material (RSCD e seus agregados) bem como para

instalação e acomodação dos maquinários que compõem as linhas de produção dos

respectivos processos. (JADOVISKI, 2005).

Depois da realização de um estudo para se estimar o potencial de geração de

entulho em determinada região, para a implantação de uma usina de reciclagem de

entulho deve se levar em conta sua capacidade de produção, pois assim será possível

dimensionar o espaço físico necessário para que todo o processo de reciclagem

ocorra de maneira eficiente e satisfatória. (CASSA; CARNEIRO; BRUM, 2001).

Uma usina bem projetada que apresente grande capacidade produtiva necessita

de espaço para armazenamento do entulho, espaço para estocagem dos agregados,

área para instalação do maquinário (britadores ou trituradores, peneiras, esteiras

transportadoras, balança) bem como para a construção de um prédio administrativo,

além de veículos pesados como caminhões e tratores para transporte de materiais.

(JADOVISKI, 2005).

Porém, de acordo com informações no site da fabricante de equipamentos para

britagem Maqbrit, existem diferentes tipos de plantas de usinas, cada uma com suas

características que atendem diferentes tipos empreendimentos. Assim sendo, o

posicionamento das máquinas e equipamentos, balcões de atendimento e depósitos é

importante para a integração dos serviços a serem executados pela empresa a fim de

atingir a produção desejada.

3.8.2) Sistemas de reciclagem.

Os sistemas de reciclagem de entulho podem ser classificados de duas maneiras,

uma levando em conta os critérios e o rigor usados na eliminação dos contaminantes

e a outra em função do tipo de instalação dos equipamentos utilizados no processo de

reciclagem. (CASSA; CARNEIRO; BRUM, 2001).

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Considerando os contaminantes do RSCD as plantas são classificadas da seguinte

forma segundo Jadoviski (2005):

Plantas de Primeira Geração – necessitam de elementos que possam eliminar

metais, ou seja, além dos equipamentos convencionais de britagem, as plantas

apresentam dispositivos (ímãs magnéticos) para remoção de barras de aço e

outros elementos metálicos.

Plantas de Segunda Geração – similares às de primeira geração, porém

apresentam sistemas preliminares de eliminação de contaminantes. As impurezas

de maior dimensão (madeiras, metais, plásticos e papéis) são retiradas manual ou

mecanicamente antes da britagem.

Plantas de Terceira Geração – visam à remoção praticamente integral de todos

materiais secundários, considerados como contaminantes dos agregados

reciclados. Nestas plantas, além dos processos e equipamentos utilizados nas

plantas de segunda geração, encontram se também tanques de depuração por

flutuação (para separar por densidade madeiras e plásticos), processos úmidos

(utilizando jatos de água e imersão dos resíduos) e classificador por ar (para

separar partículas leves e de densidades diferentes pelo escoamento de ar

horizontal e vertical).

Já em função do tipo de instalação dos equipamentos utilizados no processo de

reciclagem as plantas são classificadas de tal forma, segundo Jadoviski (2005):

Plantas fixas: As instalações fixas são empregadas em empreendimentos de

localização definitiva, uma vez que já instalada a remoção é economicamente

inviável.

Tais plantas suportam equipamentos maiores e mais potentes que possibilitam

melhor processo de britagem, retirada de impurezas e peneiramento

consequentemente um maior poder produtivo. Porém, para instalação deste tipo de

planta há necessidade de altos investimentos e de disponibilização de grande área.

A Figura 3 exemplifica tal tipo de planta.

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Figura 3: Planta fixa na cidade de Piracicaba – SP

Plantas semimóveis: As instalações semimóveis são montadas sobre estruturas

metálicas, permitindo assim eventual relocação dos equipamentos. Os pontos

fortes são, além do poder de relocação, o menor investimento e a rapidez na

montagem, o que viabiliza um projeto com menores recursos financeiros e

pensamento em médio prazo. A Figura 4 é um exemplo de planta semimóvel.

Figura 4: Conjunto semimóvel de britagem

Plantas móveis: As instalações móveis são aquelas indicadas a empreendimentos

que necessitam de boa mobilidade, ou seja, que necessitam fazer a relocação do

equipamento com frequência, como as empresas de demolição. Os equipamentos

responsáveis pelo processamento do entulho são montados sobre rodas, não

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havendo necessidade de obras civis. Sendo assim, estas plantas vão até o

material, muitas vezes reduzindo custos de transporte e desperdício de tempo.

Além disto, elas apresentam curto tempo de montagem e simples manutenção.

Porém, as plantas móveis, como a da Figura 5, são geralmente menores,

apresentando assim baixa produtividade.

Figura 5: Conjunto móvel de britagem.

3.8.3) Etapas operacionais de uma usina.

De acordo com a visita técnica realizada na Usina de Reciclagem WRJ pode se

concluir que para que uma usina de RSCD possa desenvolver suas atividades de

maneira organizada, o processo de reciclagem é dividido da seguinte forma:

1ª - Recepção e análise visual do material recebido: nesta etapa, o material é pesado e

passa por uma pré-triagem para que se defina o destino do mesmo dentro das

instalações.

2ª – Estocagem e triagem: neste momento, o entulho é armazenado em local próprio

e ocorre a separação dos RSCD (classe A) dos demais componentes do entulho,

como madeira, plásticos, metais, papelão, etc. Esta separação deve ser eficiente, uma

vez que a qualidade do agregado produzido é função direta da qualidade do entulho

alimentado.

Além disso, é também importante para a segurança dos equipamentos, em

especial os britadores, pois madeira e blocos de materiais ferrosos podem ocasionar

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quebra destes equipamentos. Sem contar que as sucatas de materiais como papel,

plástico e vidro podem ser revendidas gerando renda a empresa.

3ª – Trituração e classificação: o entulho é transportado até os equipamentos

responsáveis pelo processamento (britadores ou trituradores, moinhos e peneiras)

ocorrendo à trituração e classificação do material.

4ª – Estocagem dos agregados: os agregados já classificados pelo equipamento são

armazenados em local pré-estabelecido. Pode ser utilizada a estocagem em silos, em

pilhas ou mista. A estocagem em silos é empregada em pequenas instalações e a

estocagem em pilhas é utilizada em médias e grandes instalações, permitindo estocar

grande quantidade de material com pequeno investimento.

5ª – Expedição: o produto do processamento é vendido ao mercado da

construção civil deixando as dependências da usina.

Na Figura 6, as etapas são apresentadas em forma de fluxograma.

Figura 6: Fluxograma de funcionamento de uma usina de reciclagem

3.9) Operações Unitárias envolvidas no processamento.

Os materiais que compõem o entulho de classe A, ao serem processados, passam

por equipamentos capazes de reduzir as dimensões iniciais dos componentes do

RSCD e de classifica lós de acordo com o tamanho das partículas.

Sendo assim, é de fundamental importância o conhecimento sobre algumas

operações unitárias básicas, tais como a redução de tamanho e a separação mecânica,

em especial o peneiramento.

Recepção e analise visual

Estocagem e triagem

Trituração e classificação

Estocagem e expedição

RSCD Agregados reciclados

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3.9.1) Redução de tamanho.

De acordo com JULIAN e WARREN (1981), as indústrias que trabalham com

matérias primas sólidas muitas vezes necessitam que estas passem por uma redução

de tamanho para que assim possam ser utilizadas.

As usinas de reciclagem de RSCD realizam este trabalho, reduzindo as dimensões

das partes do entulho fazendo com que ganhem novas aplicações.

A operação de redução de tamanho consiste na produção de unidades menores a

partir de pedaços maiores. Para isso, há necessidade de provocar a fragmentação do

material aplicando-o energia mecânica, geralmente mediante compressão

(esmagamento) ou impacto. (BROWN).

O método de esmagamento utilizado para reduzir o tamanho de um material

sólido consiste na aplicação de força compressiva (atua no sentido do interior da

peça) sobre o material. A compressão deve ser forte o suficiente para atingir o limite

de ruptura do material para que haja o rompimento. No caso dos RSCD, por serem

compostos de materiais heterogêneos e apresentarem falhas e rupturas, este limite

não é facilmente calculado. (ALMEIDA; FIGUEIRA; LUZ, 2004)

A Figura 7 representa as forças aplicadas em um material.

Compressão

Tensão

Figura 7: Deformação sujeita a compressão e tensão

No caso da quebra por impacto, a partícula sofre uma pressão elevada mediante

esforços aplicados rapidamente fragmentando-se principalmente por tensão, não

havendo deformação. (ALMEIDA; FIGUEIRA; LUZ, 2004).

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Porém, a operação de redução de tamanho não consiste apenas em reduzir um

material em porções menores, mas também em gerar produtos de dimensões

determinadas, dentro de limites pré-estabelecidos. Equipamentos e procedimentos

utilizados na redução são empregados justamente em função do tamanho dos

produtos que se deseja, porém é impossível a geração de um único produto de

dimensões características. (BROWN).

Independentemente do equipamento utilizado e do tamanho do material

alimentado, o produto sempre será formado por uma mistura de partículas de

tamanho máximo até um mínimo microscópico. (JULIAN; WARREN, 1981).

Em relação à forma das partículas, estas geralmente se apresentam de maneira

poliédrica, com faces planas, arestas distintas e vértices agudos. (JULIAN;

WARREN, 1981).

Os equipamentos utilizados nas usinas de reciclagem consomem muita energia,

de modo que é importante o conhecimento dos fatores que influenciam esta

demanda. (BROWN).

Quando ocorre o processo de redução, partículas grandes se transformam em

fragmentos menores gerando se assim novas superfícies e consequentemente uma

maior área superficial. (BROWN).

De acordo com estudos já realizados, a energia utilizada para redução de tamanho

é proporcional às novas superfícies criadas. Rittinger foi o primeiro pesquisador a

estudar o assunto. O pesquisador realizou um teste se utilizando de um equipamento

capaz de desintegrar SiO2 (quartzo) por meio da força peso e chegou a conclusão de

que aplicando energias diferentes ao pedaço de quartzo (com tamanho e massa pré

determinados) este quebraria formando novas áreas superficiais com dimensões

proporcionais respectivamente as energias aplicadas. (JULIAN; WARREN, 1981).

Assim sendo, foi criado o número de Rittinger, o qual relaciona a nova superfície

criada por cada unidade de energia absorvida pelo material ao sofrer redução

mecânica. Este número mede a energia mínima necessária para criar novas

superfícies, ou seja, para quebrar um material. (JULIAN; WARREN, 1981).

Por apresentarem diferentes constantes elásticas e forças de rupturas, cada

material possui um número de Rittinger distinto, como exemplificado na tabela

abaixo. (JULIAN; WARREN, 1981).

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A Tabela 4 apresenta números de Rittinger para certos materiais utilizados no

experimento do pesquisador.

Tabela 4: Número de Rittinger para alguns minerais obtidos pelo método do peso.

Mineral Número de Rittinger, cm²/Kg-cm

Quartzo (Sio2) 17,56

Pirita (S2Fe) 22,57

Blenda (SZn) 56,2

Calcita (CO3Ca) 75,9

Galena (SPb) 93,8

3.9.2) Peneiramento.

O peneiramento é um método de separar partículas sólidas considerando somente

o tamanho. Este método ocasionalmente é efetuado em via úmida, porém é mais

comum sua utilização em via seca. A separação de materiais em frações de

tamanhos diferentes tem grande importância para constituir um meio de preparar um

determinado produto para sua venda. (JULIAN; WARREN, 1981).

Esta operação é realizada fazendo passar o produto geralmente por gravidade

sobre uma superfície repleta de orifícios (peneira) de tamanho desejado, por onde

parte do produto fica retida e a outra ultrapassa os orifícios. Um peneiramento

somente pode efetuar separação de duas frações. Para que se separe um material em

mais de uma fração, ou tamanho, é necessário que este passe por um conjunto de

peneiras. (BROWN).

O dimensionamento das partículas peneiradas pode ser expresso de diferentes

modos, dependendo de como estas se apresentam. Por exemplo, uma partícula

esférica é representada por seu diâmetro, seu volume ou até mesmo sua área

superficial. Caso uma partícula apresente forma cúbica, o valor de seu tamanho pode

ser representado pelo tamanho de seu lado. (JULIAN; WARREN, 1981).

Para o cálculo do tamanho de partículas não uniformes é utilizado o método do

diâmetro médio. Este método é o mais utilizado para a classificação granulométrica

partículas sólidas e consiste em pesar o material, de modo sucessivo, por uma séria

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de peneiras que possuem orifícios de malhas progressivamente decrescentes. O

material que passou por uma primeira peneira e ficou retido na segunda tem o

tamanho igual à média aritmética das aberturas das peneiras. Este valor é

denominado tamanho médio ou diâmetro médio. (JULIAN; WARREN, 1981).

Normalmente, é utilizada a palavra malha (mesh) para designar o número de

abertura existentes um uma peneira por polegada. A Figura 8 ilustra peneiras

utilizadas em laboratórios.

Figura 8: Peneiras de laboratório com diferentes malhas.

3.10) Equipamentos utilizados no processamento dos RSCD.

Para que o processamento do RSCD ocorra de maneira adequada e pertinente, há

necessidade da utilização de um grupo de equipamentos, tais como britadores,

moinhos, peneiras e também equipamentos denominados auxiliares, como

alimentadores, esteiras transportadoras de correia, extratores magnéticos e lavadores.

(JADOVISKI, 2005).

3.10.1) Equipamentos para redução de tamanho.

Os equipamentos utilizados na operação de redução de tamanho se dividem em

trituradores ou britadores, moinhos e máquinas cortadoras. (JULIAN; WARREN,

1981).

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Os trituradores ou britadores são equipamentos que se utilizam de energia

mecânica para gerar impacto, cisalhamento e compressão para assim transformarem

materiais sólidos grandes e duros (rochas, pedras, vidros, calcário) em pedaços

menores. (BROWN).

São geralmente empregados na indústria de ferro e aço, em jazidas e processos de

reciclagem para realização da britagem primária. (BROWN).

Os moinhos são geralmente empregados na britagem secundária ou

intermediária. Utilizam se do impacto e da fricção e às vezes da compressão para

realização do trabalho. O material alimentado é geralmente mais brando e menos

abrasivo e frequentemente é reduzido a pó. Os principais tipos de moinhos são:

moinhos de martelos e de impacto, moinho de bolas e moinho de barras. (JULIAN;

WARREN, 1981).

Em alguns casos, o material apresenta característica elástica e não se rompe por

meio de compressão, fricção e impacto. Sendo assim, para que o material reduza de

tamanho são empregadas às máquinas cortadoras. (JULIAN; WARREN, 1981).

As máquinas cortadoras apresentam um sistema de lâminas cortadoras envolvidas

por uma câmara cilíndrica. O material passa pelo equipamento e é reduzido de

acordo com o posicionamento das lâminas. São utilizadas usualmente para corte de

borracha e plásticos. (JULIAN; WARREN, 1981).

De maneira geral e de acordo com a WRJ usina de reciclagem para que os

equipamentos responsáveis pela redução de tamanho trabalhem de maneira adequada

e econômica deve se prestar atenção nos seguintes fatores:

1º material da alimentação: o material deve apresentar características tais como

tamanho, dureza e estrutura compatíveis ao equipamento;

2º velocidade uniforme de entrada: a velocidade de entrada do material deve ser

controlada mediante capacidade do equipamento;

3º retirada dos subprodutos ou agregados: estes devem ser retirados logo quando

atingirem o tamanho adequado, evitando acúmulo e desperdícios;

4º manutenção: cuidados com refrigeração e lubrificação.

As usinas de reciclagem de RSCD (classe A) não se utilizam necessariamente de

todos os equipamentos citados acima, podendo desenvolver a atividade de

reciclagem do entulho de maneira produtiva se utilizando apenas de britadores. De

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acordo com a WRJ, os britadores mais utilizados nas usinas são os do tipo mandíbula

e impacto.

3.10.1.1) Britador mandíbula.

Os britadores mandíbula mais encontrados no mercado são tipo Blake. São

formados basicamente por uma estrutura de aço fundido sobre a qual são montadas

duas mandíbulas em forma de V. As mandíbulas são também feitas de aço e

revestidas com metal suficientemente resistente à operação, tal como o aço

manganês. Estas podem ser planas ou curvadas e apresentar ranhuras, fatores

dependentes do material a ser triturado. (ALMEIDA; FIGUEIRA; LUZ, 2004).

Uma delas não sofre oscilação, e assim sendo é denominada fixa. A outra

mandíbula é chamada de móvel, e é encaixada formando um ângulo entre 20 e 30

graus em relação a fixa. A mandíbula móvel é ligada a uma haste, a qual por meio

do conjunto eixo excêntrico – biela recebe um movimento de vai e vem fazendo com

que haja a compressão do material. (JULIAN; WARREN, 1981).

Nesses britadores a mandíbula móvel se apoia na parte superior do equipamento,

fazendo com que esta adquira um movimento pendular, como representado na Figura

9 e Figura 10.

Figura 9: Britador mandíbula tipo Blake

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Figura 10: Esquema do movimento presente no britador (Blake)

Os britadores de mandíbulas são empregados nas usinas de reciclagem devido à

alta capacidade produtiva, à simples e rápida regulagem, à durabilidade, ao baixo

custo operacional e alta confiabilidade. São geralmente empregados na britagem

primária e responsáveis pela quebra dos pedaços maiores que compõem o entulho.

Porém, tais britadores podem produzir agregados com altos índices de lamelas, ou

seja, nas superfícies dos produtos podem existir lâminas afiadas que são indesejáveis.

(JADOVISKI, 2005).

A Figura 11 exemplifica um britador de mandíbulas do modelo LEM 48-25 da

fabricante Komplet.

Figura 11: Britador mandíbulas

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A Tabela 5 apresenta informações do equipamento ilustrado na figura 11.

Tabela 5: Informações sobre britador modelo LEM 48-25 da Komplet

Tipo: Britador de Mandíbula

Capacidade:

de 7 a 18 ton/h (variável

dependendo das condições de

carregamento e tipo de

material)

Bocal de entrada: 480 X 250mm

Granulometria obtida: 10mm a 80mm (ajustável)

Dimensões de trabalho: 6300 X 2900mm

Motorização: motor elétrico

Potência: 7,5 kW

Consumo em marcha: 11,4 kW/h

Peso bruto: 2050kg

Opcionais:

Rolete separador magnético;

controle remoto para a esteira

de alimentação; sistema

automático de engraxe.

3.10.1.2) Britador giratório.

Os britadores giratórios, como os de mandíbula, são indicados tanto para serviços

extrapesados de britagem primária quanto para os de secundária. Apresentam

capacidade de trituração de materiais de média e grande dureza, como pedras,

calcário, cascalho e minérios. Assim sendo são empregados em processos para

quebra de rochas, em minas, pedreiras e processos de reciclagem. (ALMEIDA;

FIGUEIRA; LUZ, 2004).

Tal britador trabalha de maneira similar ao de mandíbulas, posto que também

apresenta um elemento móvel e outro fixo, formando entre estes uma câmara de

britagem, local onde ocorrerá a redução de tamanho do material. (BROWN).

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O elemento móvel é denominado de cabeça cônica, a qual gira dentro de uma

carcaça em forma de funil. A cabeça é suportada por um eixo, localizado na parte

superior da máquina. Uma força (excêntrica) move o eixo inferior e por

consequência a cabeça cônica se aproxima e se afasta da parede estacionária, em

qualquer parte da carcaça. Os sólidos posicionados entre a cabeça e a carcaça se

rompem até atingirem o fundo do equipamento, por onde são retirados. (BROWN).

O design e o sistema automático presentes nos britadores giratórios fazem com

que o equipamento trabalhe de modo continuo. (BROWN).

O sistema automático controla a capacidade da câmara de britagem, permitindo

regulagens precisas da cabeça e carcaça necessárias também à britagem secundária,

além de controlar e evitar sobrecargas. (BROWN).

As principais vantagens destes britadores são a alta capacidade, baixos custos de

operação, simples manutenção e rápida reposição de peças. (ALMEIDA;

FIGUEIRA; LUZ, 2004).

A Figura 12 representa um triturador giratório de cabeça cônica.

Figura 12: Britador giratório

Como exemplo de um britador giratório, seguem a Figura 13 que ilustra o

equipamento fabricado pela Metso. Logo após é apresentado a Tabela 6 com dados

técnicos do britador giratório Metso modelo GP100S.

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Figura 13: Britador giratório Metso

Tabela 6: Dados do britador giratório Metso GP100S

Abertura de alimentação 250 mm

Capacidade: 80 a 175 t/h (depende da

regulagem)

Potência do motor 75 - 90 kW

Peso máximo para troca de

revestimentos 1800 Kg

Peso total 7510 Kg

Dimensões 1360 x 2328 mm

3.10.1.3) Britador de rolo.

Os britadores de rolo são utilizados principalmente na britagem secundária, são

alimentados com materiais pouco duros e de médias dimensões. Eles podem

apresentar um, dois ou mais rolos. (JULIAN; WARREN, 1981).

No britador de um rolo, o material é triturado por compressão, impacto e

cisalhamento. O rolo é posicionado a frente de uma placa curvada fixa e ao passar

pelo espaço entre ambos o material sofre ruptura. A distância entre o rolo e a placa

pode ser ajustada, dependendo do material a ser alimentado e do produto desejado. O

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rolo pode possuir dentes ou sulcos para facilitar a operação, gerando assim um maior

atrito entre ele e o material. (JULIAN; WARREN, 1981).

Abaixo o britador de um rolo é representado pela Figura 14.

Figura 14: Esquema de funcionamento do britador de um rolo

O britador de dois rolos, como o nome já sugere, é formado por dois cilindros

metálicos robustos que giram sobre eixos horizontais paralelos em sentidos opostos

com mesma velocidade ou velocidades diferentes. Os rolos podem apresentar

superfícies lisas ou dentadas, apresentarem mesmo tamanho ou serem de tamanhos

diferentes, dependendo da aplicação. (ALMEIDA; FIGUEIRA; LUZ, 2004).

As partículas de alimentação são aprisionadas entre os rolos, se rompem

mediante compressão e deixam o equipamento pela parte de baixo. (JULIAN;

WARREN, 1981).

O diâmetro dos rolos bem como o espaçamento entre estes podem variar de

acordo com a utilidade. Assim sendo, diferentes tamanhos de alimentação e produtos

podem ser processados por este tipo de equipamento, conferindo-o flexibilidade.

(JULIAN; WARREN, 1981).

Porém, a redução de tamanho é relativamente pequena, pois o diâmetro médio do

produto é de ¼ do diâmetro da alimentação. (JULIAN; WARREN, 1981).

Abaixo, a Figura 15 e a Figura 16 representam e ilustram o britador de dois rolos.

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Figura 15: Esquema de alimentação do britador de dois rolos

Figura 16: Britador de dois rolos

3.10.1.4) Moinho de martelo e moinho de impacto.

No moinho de martelos as partículas são quebradas por grupos de martelos

móveis conectados a um disco giratório. As partículas de alimentação que entram na

zona de moagem não podem escapar, se quebrando ao serem golpeadas pelos

martelos e ao se chocarem contra uma placa estacionária dentro da carcaça.

(BROWN).

Normalmente são montados vários discos giratórios de 15 cm a 45 cm de

diâmetro sobre o mesmo eixo. Cada disco suporta de quatro a oito martelos móveis,

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que são de barras de metal e podem apresentar extremidades alargadas ou agudas,

com bordas cortantes ou não. (BROWN).

A capacidade e potência de um moinho de martelos variam muito com a natureza

da alimentação e não se pode estimar com segurança a partir de teorias. Sendo assim,

o melhor é recorrer a cada caso e realizar ensaios para obtenção de dados mais

seguros. (BROWN).

Abaixo seguem a Figura 17 representando o moinho martelo modelo M2000

fabricado pela Komplet e a Tabela 7 contendo um quadro com informações sobre tal

equipamento.

Figura 17: Moinho de martelos

Tabela 7: Quadro com informações sobre moinho de martelo M2000 (Komplet)

Tipo moinho de martelos

Capacidade: 2,4 a 6 t/h

Dimensões do martelo 200 a 360 mm

Granulometria de saída 0,1 a 25 mm

Motor elétrico 7,5 kW

Dimensões de trabalho 2720 X 1110 X 1730mm

Peso bruto 900 Kg

O moinho de impacto apresenta o mesmo sistema de operação do moinho de

martelos, porém não suportam a estrutura de peneira em sua saída. Possui uma

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câmara de impacto na qual o material é moído através do choque de barras maciças

fixadas por um rotor e pelo choque com placas fixas instaladas na carcaça do

equipamento. (BROWN).

A Figura 18 ilustra o interior de um moinho de impacto.

Figura 18: Moinho de impacto

Ambos os moinhos podem ser utilizados para moagem primaria ou secundária,

porém devem preferencialmente ser utilizados com materiais de baixo índice de

abrasão (calcário, dolomita e carvão), pois o custo operacional e de manutenção pode

ser alto em função do maior desgaste dos martelos e das barras de impacto. Além

disso, estes equipamentos não devem ser alimentados por barras muito compridas,

pois estas podem se enrolar ao rotor causando a parada da operação. (JULIAN;

WARREN, 1981).

Suas principais características são a alta produtividade, produção de materiais

cúbicos com boas características mecânicas (devido à ruptura por impacto, que induz

as partículas de RSCD a romperem-se nas linhas naturais de ruptura do material) e

alta percentagem de finos, podendo dispensar a rebritagem. (JADOVISKI, 2005).

3.10.2) Equipamentos para separação e classificação.

Os equipamentos mais utilizados para separação de partículas sólidas são as

peneiras ou grades (fixas ou vibratórias) e a peneira rotatória de tambor. Estas são

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fabricadas com barras metálicas fixas ou em movimento, por placas metálicas

perfuradas, por tela metálica e tecidos sintéticos. Nas usinas de reciclagem a peneira

vibratória é mais comumente utilizada. (JULIAN; WARREN, 1981).

A capacidade das peneiras é medida pela massa alimentada que será peneirada

por unidade de tempo e unidade de área. Geralmente a unidade utilizada é tonelada

por hora e metro quadrado. (BROWN).

Estes equipamentos apresentam fatores importantes que merecem atenção, tais

como a eficácia (poder de peneiramento do equipamento) e capacidade (quantidade

de material suportado pela operação por tempo e unidade de área). Estes são fatores

opostos, uma vez que para que uma máxima eficácia seja atingida a capacidade deve

ser pequena. (JULIAN; WARREN, 1981).

A capacidade de uma peneira se controla simplesmente variando a velocidade de

alimentação, enquanto a eficácia obtida para certa capacidade depende da natureza

da operação. (BROWN).

A possibilidade de uma partícula passar por um orifício da peneira é função do

número de vezes que esta alcança a superfície da peneira e da probabilidade desta

mesma em passar um primeiro contato. Se a peneira está sobrecarregada, o número

de contato é pequeno e a possibilidade de passagem da partícula pelo orifício se

reduz pela interferência das outras, reduzindo a eficácia. (JULIAN; WARREN,

1981).

Para que se atinja máxima eficácia a partícula deve passar através da peneira

atingindo-a perpendicularmente, deve estar orientada de modo que sua dimensão

mínima esteja paralela ao orifício, não deve ser impedida por outras partículas e nem

aderir à superfície da peneira. Porém nenhuma destas condições são cumpridas na

operação, não existindo assim relações exatas para estimar as conduções

operacionais do processo de peneiramento. (JULIAN; WARREN, 1981).

3.10.2.1) Peneira fixa.

A peneira fixa é construída por placas metálicas perfuradas ou telas de fios

metálicos e são montadas geralmente de maneira inclinada a formar ângulo de até 60

graus com a horizontal. A alimentação cai desde o extremo superior do equipamento

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e partículas grandes caem pela descarga enquanto as pequenas deixam a peneira

pelos orifícios caindo em um coletor. A seção transversal superior é maior que a

inferior, o que facilita o funcionamento do aparato. Tais equipamentos são utilizados

para separação em pequena escala e uma peneira estática é representada na Figura 19

abaixo. (JULIAN; WARREN, 1981).

Figura 19: Peneira estática

3.10.2.2) Peneira vibratória.

A peneira vibratória é utilizada para grandes capacidades. O movimento

vibratório que atinge a peneira é geralmente gerado mecanicamente (excêntrica) ou

eletricamente (eletroímã ou vibrador eletromagnético). A frequência da vibração

varia entre 1200 a 1800 oscilações por minuto e é regulada por intermédio de um

volante regulador. As partículas então se movimentem sobre os orifícios,

aumentando as chances destas de caírem e consequentemente melhorando a

produtividade da operação, uma vez que a classificação ocorre de maneira mais

rápida e eficaz. (JULIAN; WARREN, 1981).

Muitas vezes os equipamentos são arranjados em série, contendo até 3 peneiras

inclinadas num ângulo de ate 45 graus com a horizontal. (JULIAN; WARREN,

1981).

Um exemplo de peneiras em série encontra se na Figura 20.

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Figura 20: Peneira vibratória

3.10.2.3) Peneira rotativa ou de tambor.

Este equipamento é formado por uma peneira de forma cilíndrica, que gira sobre

seu eixo. Pode se dispor de vários tambores, de forma que as partículas do primeiro

passem para o segundo, terceiro, etc. A superfície com maior orifício é montada no

interior do tambor composto e a de menor na parte externa, resultando assim

materiais de tamanho intermediário compreendidos entre os limites. (BROWN).

Estes tambores são muito eficazes para separação de partículas grandes, e para

que funcionem de maneira adequada há necessidade de controlar a velocidade de

rotação do equipamento, para que esta não atinja a velocidade limite e interfira na

operação. (BROWN).

Se a velocidade de rotação se iguala à crítica o material não desliza sobre a

superfície da peneira, pois é fixado nas paredes do tambor devido à força centrifuga.

A Figura 21 a seguir é da peneira de tambor fabricada pela empresa Tecnosan.

Trata se de uma peneira rotativa com abertura de tela 1,0 mm, feita com

aço inoxidável, dimensões aproximadas em metros de 2,85 x 1,3 x 1,8 e

capacidade de até 200 m³/h.

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Figura 21: Peneira rotativa

3.10.3) Equipamentos auxiliares.

3.10.3.1) Alimentadores.

Os alimentadores são equipamentos utilizados para alimentação de britadores e

moinhos e retomada de materiais sob silos e pilhas. Os principais tipos de

alimentadores são o alimentador vibratório (apoiado ou suspenso) e a calha

vibratória. (JADOVSKI, 2005).

Os alimentadores vibratórios apresentam diferentes capacidades, podendo

suportar alimentação de até 250 m³/h. Compõe-se basicamente de uma mesa

vibratória revestida com placas de aço manganês e grelhas com abertura regulável na

parte final da mesa para separação prévia de fragmentos menores. Tem como

vantagens alta segurança de funcionamento, pequena altura, separação prévia dos

finos, bom controle da alimentação e manutenção fácil e de baixo custo. Porém,

dependendo da capacidade do equipamento ele não pode ser carregado diretamente,

necessitando de uma pré quebra da alimentação, não pode ser usado para elevar o

material e sua capacidade diminui com aumento de material argiloso, podendo

tornar-se inoperante. (JADOVSKI, 2005).

A Figura 22 ilustra um alimentador vibratório.

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Figura 22: Alimentador vibratório

A calha vibratória é utilizada para alimentação de transportadores de correia e

retomada de materiais de granulometria média de silos e pilhas pulmão. Proporciona

fluxo uniforme do material e uma melhor descarga das pilhas intermediárias ou do

produto final. Tem como vantagens baixo custo, boa segurança de funcionamento,

manutenção fácil e de baixo custo e pequenas dimensões. Como desvantagens estão a

difícil regulagem de fluxo, a incapacidade de transporte de matérias grandes e sua

capacidade diminui com aumento de material argiloso, podendo tornar-se inoperante,

da mesma forma que o alimentador vibratório. (JADOVSKI, 2005).

A Figura 23 representa uma calha vibratória.

Figura 23: Calha vibratória

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3.10.3.2) Esteiras transportadoras.

Estes equipamentos servem como elemento de ligação entre outros

equipamentos. São constituídos por uma estrutura metálica que suporta roletes,

tambores, esticadores e outros acessórios. O rolete é composto por um conjunto de

rolos geralmente cilíndricos. Os rolos são capazes de efetuar livre rotação em torno

do seu eixo, e são usados para suportar e/ou guiar a correia transportadora. Os

tambores são elementos para transmissão, que podem ser de acionamento (para

transmissão do torque), de retorno (servem para o retorno da correia), de dobra

(utilizados quando é necessário um desvio no curso da correia), de encosto (para

aumentar o ângulo de contato do tambor de acionamento). Podem ainda ser

classificados em lisos ou revestidos. Já o papel dos esticadores é garantir a tensão

conveniente na correia para o seu acionamento, e também absorver as variações no

comprimento da correia causadas por mudanças de temperatura, oscilações de carga,

tempo de trabalho, etc. (STOLZ, 2008).

As correias transportadoras podem ter diversos acessórios, conforme o tipo de

serviço a que se destinam. Entre os principais acessórios destacam-se a tremonha de

carga (a qual permite uma distribuição perfeita de material, evitando qualquer escape

de material, além de diminuir o desgaste da correia), os freios, a tremonha central (a

qual é destinada ao carregamento em qualquer ponto do transportador), as guias

laterais, as coberturas, a bica de descarga (utilizada para facilitar a descarga de

material de um transportador para outros equipamentos), os equipamentos para

limpeza da correia (raspadores, limpadores, limpador de jato de água e virador de

correia), os detectores de metais e a balança. (STOLZ, 2008).

A Figura 24 ilustra uma esteira transportadora de rolos de inox enquanto a Figura

25 representa uma esteira transportadora de correia.

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Figura 24: Esteira transportadora de inox

Figura 25: Esteira de correia transportadora

3.10.3.3) Extrator magnético.

Equipamento em forma de imã capaz de retirar ferro e aço remanescentes após a

britagem do entulho. O extrator, portanto, tem a capacidade de separar um elemento

metálico contaminante dos agregados, deixando o agregado “limpo” e gerando a

possibilidade de obtenção de lucro com a venda da sucata extraída. (JADOVSKI,

2005).

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3.10.3.4) Lavadores.

Os lavadores são utilizados para remoção de materiais indesejáveis,

principalmente argila e partículas superfinas e também na classificação de materiais

finos e úmidos, cujo peneiramento é extremamente difícil sem o emprego da

lavagem. (STOLZ, 2008).

Um lavador utilizado nas britagens é o de rosca, destinado à lavagem e

desaguamento de materiais de granulometria fina abaixo de 10 mm. (STOLZ, 2008).

O equipamento representado na Figura 26 é composto de um tanque de

decantação, onde as partículas mais densas se precipitam, são retiradas e

transportadas pela ação da hélice.

As partículas mais finas ficam em suspensão na água, devido à agitação

provocada pela injeção de águas inferior, pelo movimento rotacional da hélice e pela

própria alimentação. (JADOVSKI, 2005).

Figura 26: Lavador de rosca

3.11) Agregado reciclado – Propriedades, características e aplicações.

A definição de agregado reciclado utilizada pelo setor de reciclagem é dada por

Koppen (1998, apud PIETERSEN et al., 1998, p.135). Este define o agregado como

um material granular, resultante de um processo industrial envolvendo o

processamento de materiais inorgânicos, previamente e exclusivamente utilizados na

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construção e aplicados novamente na construção. Dentre os agregados provenientes

do processamento dos RSCD estão areia, pedrisco, brita, bica corrida e o rachão.

Suas características e usos são descritos adiante. (JADOVSKI, 2005).

3.11.1) Propriedades dos agregados reciclados.

A composição dos agregados (produtos da operação de redução de tamanho) não

corresponde à composição do entulho. Os agregados reciclados apresentam grande

variação em suas propriedades, dependendo da composição do resíduo processado,

dos equipamentos utilizados, do teor de impurezas, da granulometria, etc. (CASSA;

CARNEIRO; BRUM, 2001).

Dentre as propriedades dos agregados reciclados, é importante o conhecimento

sobre a absorção de água e a massa especifica desses produtos. Estas propriedades

interferem significativamente nos usos destes materiais, tais como na utilização em

concreto e argamassa. (CASSA; CARNEIRO; BRUM, 2001).

Os agregados reciclados apresentam uma absorção de água superior à do

agregado natural, devido principalmente à sua grande porosidade. Esta maior

absorção de água pelo agregado reciclado pode prejudicar a durabilidade e

resistência de argamassas e concretos. (JADOVSKI, 2005).

Em relação à massa especifica, Lima (1999) confirma que os agregados

reciclados apresentam, em sua maioria, massas específicas menores que os agregados

naturais, fator que também pode restringir a utilização dos agregados reciclados na

fabricação de concreto por exemplo. (JADOVSKI, 2005).

Os resultados de massa específica encontrados na bibliografia são variáveis. Este

fato pode ser explicado por aspectos como a composição do material, o tipo de

beneficiamento realizado, a granulometria e o método utilizado na determinação

destas propriedades.

Na Tabela 8 se encontram as massas específicas dos agregados reciclados

fornecidas pela Usina de reciclagem WRJ de Limeira/SP.

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Tabela 8: Massa específica dos agregados do entulho

Agregado Massa específica (g/cm³)

Areia grossa 1,3747

Pedrisco 1,5725

Pedra 1 1,5142

Bica corrida 1,5561

Rachão 1,3814

3.11.2) Características.

De acordo com a Abrecon (Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos

da Construção Civil e Demolição) os agregados são denominados e caracterizados de

acordo com o tamanho das partículas da seguinte forma.

Areia: Material com dimensão máxima característica inferior a 4,8 mm, isento de

impurezas, proveniente da reciclagem de resíduos da construção civil.

Pedrisco: Material com dimensão máxima característica de 6,3 mm, isento de

impurezas, proveniente da reciclagem de resíduos da construção civil.

Pedra 1: Material com dimensão máxima característica inferior a 39 mm, isento

de impurezas, proveniente da reciclagem de resíduos da construção civil.

Rachão: Material com dimensão máxima característica inferior a 150 mm, isento

de impurezas, proveniente da reciclagem de resíduos da construção civil.

Bica corrida: Mistura dos elementos anteriores.

A Figura 27 ilustra os agregados descritos acima.

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Areia Pedrisco

Pedra 1 Rachão

Figura 27: Agregados reciclados

3.11.3) Aplicações.

Os agregados reciclados provenientes do processamento do entulho apresentam

várias utilidades. A areia, por exemplo, pode fazer parte da confecção de argamassas

de assentamento de alvenaria de vedação, contrapisos, solo-cimento, blocos e tijolos

de vedação. O pedrisco pode ser utilizado na fabricação de artefatos de concreto,

como blocos de vedação, pisos intertravados, manilhas de esgoto, entre outros. A

brita muitas vezes é utilizada na fabricação de concretos não estruturais e obras de

drenagens. Já a bica corrida é aproveitada em obras de base e sub-base de

pavimentos, reforço e subleito de pavimentos, além de regularização de vias não

pavimentadas, aterros e acerto topográfico de terrenos. O rachão normalmente é

aplicado em obras de drenagem e terraplenagem. (Abrecon).

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3.11.3.1) Pavimentação.

A forma mais simples de reciclagem do entulho é aquela utilizada em

pavimentação (base ou sub-base). A pedra 1 é o elemento mais utilizado para devido

fim. (Abrecon)

A maior vantagem da utilização deste elemento é que este pode ser aplicado

mesmo se apresentar contaminação prévia por solo, desde que em proporção não

superior a 50% em peso. Sendo assim, a preocupação com purificação é praticamente

inexistente. Gastos com tal operação também são reduzidos. (STOLZ, 2008).

A pedra 1 é então utilizada em sub-base ou base de pavimentação como mostra a

Figura 28, considerando-se as seguintes etapas: abertura e preparação da caixa (ou

regularização mecânica da rua, para o uso como revestimento primário), corte, e/ou

escarificação e destorroamento do solo local (para misturas), umedecimento ou

secagem da camada, homogeneização e compactação. (STOLZ, 2008).

Figura 28: Pedra 1 (6) utilizada como sub-base na pavimentação

3.11.3.2) Agregado para concreto.

O entulho processado pelas usinas de reciclagem pode ser utilizado também

como agregado para concreto não estrutural, a partir da substituição dos agregados

convencionais. Geralmente são empregados areia e brita como agregados reciclados.

(CASSA; CARNEIRO; BRUM, 2001).

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A vantagem na utilização de areia e brita reciclada diz respeito à redução de

custos, uma vez que tais agregados são mais baratos que brita e areia tradicionais.

(STOLZ, 2008).

Porém, o concreto formado pelos agregados reciclados, água e cimento apresenta

menor resistência à compressão, devido à grande absorção de água e possíveis

superfícies polidas dos agregados. (STOLZ, 2008).

3.11.3.3) Agregado para confecção de argamassa.

A areia reciclada é utilizada como agregado para argamassas de assentamento e

revestimento. Sendo assim, há redução no consumo do cimento e da cal e ganho na

resistência a compressão das argamassas (uma mistura de cimento, água e areia).

(CASSA; CARNEIRO; BRUM, 2001).

Porém, para preparo de argamassas de revestimento o controle de partículas finas na

mistura é essencial para que esta não apresente problemas de fissuração. (STOLZ,

2008).

Esta reciclagem vem sendo utilizada, com frequência, por algumas construtoras

do país e pesquisas estão em andamento para tentar solucionar as limitações desta

técnica. (STOLZ, 2008).

3.11.3.4) Obras de drenagem e terraplanagem.

A bica corrida e principalmente o rachão são aplicados em obras de

terraplanagem e drenagem como mostra a Figura 29. Estes agregados são despejados

compactados para nivelar pavimentos, preenchendo valas e buracos. (CASSA;

CARNEIRO; BRUM, 2001).

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Figura 29: Rachão utilizado na terraplanagem e pavimentação.

A pedra rachão, por apresentar grande tamanho é usualmente utilizada em obras

de drenagem, como em campos de futebol. Ao serem despejadas elas permitem a

passagem de água ente si, não deixando assim o local alagado.

3.11.3.5) Fabricação de elementos de alvenaria.

Os agregados reciclados podem ser utilizados também para produção de

elementos de alvenaria, tais como, blocos de concreto e tijolos representados na

Figura 30. (Abrecon)

Figura 30: Artefatos de concreto fabricados com agregados reciclados.

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A utilização de agregados reciclados para produção desses elementos apresenta

resultado satisfatório, entretanto devem ser tomadas precauções quanto ao uso destes

blocos em paredes externas ou subsolos, devido à maior absorção de água.

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4) METODOLOGIA

4.1) Tipo de pesquisa.

Neste projeto, para o desenvolvimento do tema proposto, se optou pela pesquisa

de natureza explicativa, tendo como método a pesquisa quantitativa.

Foram lidos, analisados e interpretados textos de livros, catálogos de máquinas

bem como dissertações de mestrado e teses doutorado, caracterizando assim em

parte, uma pesquisa bibliográfica.

Também foram realizados levantamentos “in loco” para avaliação do rendimento

operacional do processo de reciclagem dos resíduos da construção civil e identificar

parâmetros operacionais que permitam definir a capacidade operacional do sistema.

4.2) População e amostra.

A população a ser considerada nos levantamentos de dados, constitui a

quantidade de resíduo reciclado num certo período de tempo. As amostras foram

formadas pelas quantidades de subprodutos gerados naquele período.

Para oferecer garantia e consistência dos dados, um número mínimo de

repetições foi estipulado e utilizado na coleta das informações.

4.3) Coleta de dados.

A coleta dos dados, os quais foram convertidos em conhecimento básico para

escrita do projeto, foi realizada principalmente mediante leitura e interpretação de

textos relacionados ao assunto.

Da mesma forma, também com o objetivo de agregar ao conteúdo previsto no

trabalho e levantar dados sobre o processo, foram realizadas visitas na usina de

reciclagem de entulho WRJ, localizada na região de Limeira/SP.

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4.4) Análise de dados.

Os conhecimentos obtidos através da leitura dos textos foram redigidos para

melhor compreensão do assunto, de modo a oferecer subsídios relevantes que devem

ser incorporados ao projeto.

Por outro lado, os dados que foram obtidos com os levantamentos realizados no

campo, foram as fontes de análises e avaliação de desempenho do sistema de

reciclagem do resíduo, propiciando medir as quantidades em percentual, de cada

subproduto gerado, por exemplo, para 1(uma) tonelada de resíduo tratado.

De posse dessas informações foi possível avaliar o potencial quantitativo que

cada subproduto gerado teve para substituir outros produtos utilizados atualmente.

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5) RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados e discussão destes são baseados na visita técnica realizada na Usina

de Reciclagem WRJ, localizada a 300 metros do quilometro 119 da Rodovia

Deputado Laércio Corte, na cidade de Limeira/SP.

A WRJ é uma empresa especializada na gestão dos Resíduos da Construção

Civil, é parceira de várias incorporadoras e construtoras atuando não apenas em

Limeira como também nas cidades da região.

Assim sendo, a empresa vem auxiliando a indústria da construção civil e os

municípios a consolidar as ideias do modelo de desenvolvimento sustentável,

preservando os recursos naturais, de modo a garantir para as gerações futuras iguais

condições de desenvolvimento e um ambiente socialmente justo.

Durante esta visita foi possível conhecer as instalações da usina e o seu

funcionamento. O layout da empresa (Figura 31) bem como a descrição de

funcionamento desta vem a seguir.

Figura 31: Layout da WRJ sem escala

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O processo de reciclagem funciona da seguinte maneira: o material chega à usina

por meio de caminhões, os quais são pesados em uma balança apresentada na Figura

32.

Figura 32: Balança situada na entrada da WRJ

A seguir, o entulho é depositado em um pátio e passa por uma triagem, onde

serão classificados e separados em função da composição da seguinte maneira:

Tipo 1: Resíduos constituídos na sua maioria por concreto (material branco);

Tipo 2: Resíduos constituídos na sua maioria por argamassa, blocos, cerâmica,

tijolos, terra (material vermelho);

Tipo 3: Madeira, plástico, metais, matéria orgânica, etc.

Os resíduos do tipo 3 são separados manualmente e estocados provisoriamente

num área de rejeitos ilustrada na Figura 33.

Figura 33: Área de rejeitos

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Já os resíduos do tipo 1 e 2 (classe A) são transferidos com auxilio de uma pá

carregadeira ao alimentador vibratório, este representado pela Figura 34. Este

equipamento é do modelo AV 2505 fabricado pela Maqbrit.

Por movimento vibratório, o alimentador proporciona a pré-limpeza de “finos”,

já os separando dos materiais mais grossos.

Figura 34: Alimentador vibratório da WRJ.

Os finos da pré-limpeza são direcionados por um transportador de correia fixo

(TCF1) para uma pilha de agregado reciclado chamada de bica corrida.

O material mais grosso é dosado ao britador de impacto ilustrado na Figura 35 e

continuamente descarregado em um transportador de correia fixo (TCF2) que, por

sua vez, transfere os resíduos britados para o transportador de correia móvel (TCM).

O britador é do modelo BI 90.70M, composto por motor de 50 HP gerando até

1180 rpm e capaz de produzir 45 ton/hora de agregados.

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Figura 35: Britador de impacto

O TCM se movimenta sobre uma leira semicircular, proporcionando o

empilhamento do material britado não classificado (bica corrida) na região de

interesse como também pode despejar o produto britado na peneira vibratória (PVA),

a qual classifica os resíduos britados quanto a sua granulometria em agregados

reciclados.

A Figura 36 representa a PVA, quatro transportadores fixos e as pilhas de

agregados reciclados.

Figura 36 : Peneira vibratória e pilhas dos agregados na WRJ

A peneira vibratória, também fabricada pela Maqbrit, é do modelo 30010/3 A.

Ela é composta por três telas de 98mm X 300mm, ilustradas na Figura 37. A primeira

tela do conjunto possui abertura de 25,4mm, a segunda de 9,52mm e a terceira de

4,8mm.

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Figura 37: Telas da peneira vibratória

Após o peneiramento, os agregados são classificados da seguinte maneira:

Areia reciclada: Ø < 4,8mm;

Figura 38: Areia reciclada

Pedrisco reciclado: 4,8mm < Ø < 9,5mm;

Figura 39: Pedrisco reciclado

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Pedra 1 reciclada: 9,5mm < Ø < 25,4mm;

Figura 40: Pedra 1 reciclada

Rachão reciclado: Ø > 25,4mm;

Figura 41: Rachão reciclado

Para melhor entendimento, o esquema dos equipamentos segue abaixo

representado pela Figura 42 e o fluxograma da usina se apresentará logo após na

Figura 43.

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Figura 42: Esquema dos equipamentos para reciclagem

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Figura 43: Fluxograma operacional da WRJ

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Demonstrado o funcionamento da usina e com o intuito de avaliar e discutir

primeiramente sobre o processo de britagem utilizado na usina, dados para análise

quantitativa dos agregados fornecidos pela WRJ seguem na Tabela 9. Os dados são

referentes à britagem do material banco (tipo 1).

Considerando alimentação igual a 1000 Kg, ajuste da rotação e posicionamento

das placas fixas constantes durante a operação, tem se:

Tabela 9: Quantidade aproximada produzida de agregado reciclado

Agregados % aproximada

Material da pré-limpeza 05 - 10

Areia reciclada 10 - 20

Pedrisco reciclado 20 - 30

Pedra 1 reciclada 20 - 35

Rachão reciclado 15 - 25

Total 100

A figura 44 representa o balanço de massa do processo de reciclagem na WRJ:

Figura 44: Representação do balanço de massa do processo

Mediante análise dos dados contidos na tabela, observa se a elevada amplitude

percentual para produção de cada agregado, principalmente da pedra 1, a qual é de

15%. Tomando como exemplo este material, para a produção de 200 kg deste

agregado a alimentação pode variar de 575 kg a 1000 kg.

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Dois fatores principais são colocados como causas das amplas faixas percentuais

de produção dos agregados, um relacionado ao material e outro ao equipamento de

britagem. São estes:

1º Composição do material alimentado: o entulho alimentado é heterogêneo e suas

partes se rompem nas linhas naturais de ruptura do material. Assim sendo, é

praticamente impossível saber se uma partícula do material se quebrará em uma,

duas, três ou mais partes.

2º Desgaste do equipamento: Tanto as barras de impacto quanto as placas fixas

dentro da carcaça sofrem desgaste mediante impacto constante com o material.

Assim sendo, estas se deformam interferindo na proporção de agregados produzidos.

As amplas faixas percentuais de produção de cada agregado reciclado apontadas

na tabela 9 é um ponto negativo o qual interfere no controle da produção. O

responsável por este controle não consegue priorizar a produção de um agregado

específico, fato que pode vir a causar descompasso entre o setor produtivo e o de

vendas.

O exemplo da produção de pedra 1 citado acima deixa claro o possível

descompasso. Caso o setor de vendas solicite a produção de 200 kg deste material, o

setor produtivo para garantir tal exigência alimenta o equipamento com 1000 kg de

entulho, pois considera a porcentagem mínima de 20% de produção da pedra 1.

Assim sendo, o tempo de processamento é alto e geram se 800 kg de agregados a

serem estocados. Neste caso, o ideal então seria alimentar o equipamento com 575

kg, pois considerando o 35% de produção de pedra 1 produziriam se os 200 kg

solicitados e seriam gerados apenas 375 kg de estoque. Além de gerar baixo estoque,

fato almejado por grande parte das empresas, o tempo de processamento e o desgaste

dos equipamentos seriam reduzidos, resultando em economia para a usina.

Portanto, considerando os aspectos operacionais, fica evidenciada a necessidade

de um aperfeiçoamento no que diz respeito aos equipamentos utilizados na

reciclagem de entulho, principalmente para britadores e moinhos.

Outra abordagem interessante se diz respeito ao alto poder de retorno financeiro

desta usina de reciclagem.

A empresa apresenta três formas de faturamento. A primeira mediante locação de

caçambas próprias, valor que varia de R$50,00 a R$100,00 por um período de sete

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dias, a segunda mediante cobrança para recebimento de material proveniente de

outros fornecedores e a terceira fruto da venda dos agregados reciclados.

Segue uma tabela comparativa de preços dos agregados reciclados vendidos pela

WRJ e dos materiais tradicionais vendidos em uma loja de material de construção em

Iracemápolis /SP.

Tabela 10: Tabela comparativa de preços de materiais utilizados na construção civil

Produtos reciclados [R$/m³] tradicionais [R$/m³]

Areia 45 70

Pedrisco 50 80

Pedra 1 45 80

Analisando a tabela 10 e tendo conhecimento técnico das propriedades dos

materiais reciclados certamente estes podem substituir os tradicionais levando em

conta a necessidade e economia de um projeto.

Assim sendo, um empreendedor em posse de estudos mais elaborados de

viabilidade econômica e apresentando sólidos conhecimentos operacionais é

perfeitamente capaz de gerir uma usina de reciclagem e alcançar as metas pré-

estabelecidas.

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6) CONCLUSÃO

Conclui-se que a utilização das operações unitárias, redução de tamanho e

peneiração, para reciclagem de entulhos provenientes da construção civil foi

evidenciada. Os agregados frutos do processamento do entulho apresentam preço

reduzido e propriedades técnicas semelhantes aos dos materiais tradicionais, fato

que viabiliza a utilização destes em inúmeras situações dentro do setor da construção

civil.

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