UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA A NOVA OI Por: Leonardo Emanuel Vasconcelos Alves Orientador Prof. Ana Claudia Morrissy Rio de Janeiro 2012
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A NOVA OI
Por: Leonardo Emanuel Vasconcelos Alves
Orientador
Prof. Ana Claudia Morrissy
Rio de Janeiro
2012
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A NOVA OI
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Finanças e Gestão
Corporativa
Por: Leonardo Emanuel Vasconcelos Alves
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus pela
oportunidade de cursar uma Pós
Graduação e a minha noiva por estar
ao meu lado me apoiando durante todo
o período do curso
4
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho ao meu pai, Deus,
que me apoiou me deu forças e sabedoria
para concluí-lo
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RESUMO
O Mercado de Telecomunicações se transforma constantemente.
Anos, após anos esse mercado muda as tendências e necessidade do
consumidor conforme a tecnologia vai evoluindo. Sempre que surge uma nova
maneira de se comunicar, as pessoas ficam ansiosas para fazer uso da nova
tendência e as empresas de telecomunicações correm atrás de se atualizar
para serem as primeiras a oferecer o serviço e se destacar mercado.
A Oi é uma das maiores empresas de Telecomunicações do país, está
presente em todo território nacional. Seus principais concorrentes são a Vivo,
Claro e Tim. Nos últimos anos a companhia vem perdendo espaço no mercado
para seus concorrentes e seu crescimento está abaixo do esperado. O modelo
de gestão e as fusões que a Oi passou nos últimos anos podem ser os motivos
dessas quedas. Após a grande fusão com a Brasil Telecom, a companhia
contraiu uma dívida maior do que a imaginada e adotou a estratégia de
economia (corte nos custos) para conseguir manter o número do EBITDA em
um patamar agradável e conseguir amenizar seu endividamento. Nós dois
primeiros anos essa estratégia funcionou perfeitamente, mas em 2011 a Oi
sentiu os efeitos colaterais que falta de investimos em infraestrutura e recursos
humanos causaram. O número do EBITDA caiu 15% e a empresa teve o seu
2º pior lucro liquido dos últimos 6 anos. O futuro da Oi parecia ser nebuloso,
porém, uma nova fusão, com a PT Telecom de Portugal seria de suma
importância para companhia voltar a investir na melhoria da qualidade dos
serviços prestados, porém, com os acionistas cansados do modelo de gestão,
os mesmos fizeram pressão para que ocorresse a troca dos lideres da
companhia antes que fossem realizados os investimentos com capital injetados
pela PT Telecom. Foi feita a troca dos presidentes no segundo semestre de
2012, Francisco Valim assumiu a companhia e apresentou um novo plano de
metas de crescimento da Oi que iniciou em 2012 e ira até 2015. No novo plano
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a empresa ira investir intensivamente em internet banda larga, internet sem fio
3G e em TV por assinatura, que são os 3 principais produtos com tendência de
crescimento no mercado de telecomunicações.
A restruturação societária da Oi foi muito importante para a companhia,
pois a empresa se perdeu após a fusão com a Brasil Telecom e era necessária
a mudança de postura da companhia para que a mesma não fosse ter
resultados desastrosos nos próximos anos.
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METODOLOGIA
O Principal método de trabalho foi à consulta a sites da rede de internet
e o material interno da empresa Oi. Créditos para o site Teleco que possui
todos os indicadores que foram utilizados para analise e construção das idéias
desse trabalho e ao Canal 31, que é um boletim de noticias e informações da
Oi. O objetivo proposto foi aplicado para indicar qual a posição de mercado da
Oi e se foi necessário à reestruturação da companhia.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO I - História, Produtos e Serviços 13
CAPÍTULO II - Fusões da Oi 17
CAPÍTULO III – Gestão e Indicadores 21
CONCLUSÃO 38
BIBLIOGRAFIA 40
ÍNDICE 43
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INTRODUÇÃO
Deste o principio da humanidade, o homem busca maneiras de
comunicar, ou seja, formas de passar uma mensagem que seja claramente
recebida pelo receptor. Surgiram então as Línguas, Códigos, Sinais e outras
formas primitivas e comunicação. Ao longo do tempo esse tipo de
comunicação foi evoluindo e a o homem acabou se deparando com outro
desafio: Como se comunicar a longa distancia?
O homem começou a tentar a se comunicar a longas distancias a partir
do século XIV, mas foi no final do século XVIII, que podemos dizer que surgiu
o termo Telecomunicações (Tele – à distância, ou seja, comunicação à
distância) com a invenção do Telegrafo em 1844 (que utilizava o código
Morse). A partir do telegrafo, a formas de se comunicar foram se aprimorando,
sendo criando o Telefone em 1876 e ao longo da historia os demais meios que
conhecemos atualmente, como Rádio, Televisão, Celular e outros.
A primeira empresa voltada para telefonia foi fundada em 1877, a Bell
Telephone Company, atualmente conhecia como AT&T. A primeira empresa
de telefonia brasileira foi fundada em 1879, a Telephone Company of Brazil.
Em 1923 a empresa foi rebatizada para Companhia Telefônica Brasileira (CTB)
e durou ate 1956 quando foi assumida pela Companhia Estadual de Telefones
da Guanabara (CETEL) e Companhia de Telefones do Rio de Janeiro
(TELERJ). Em 1962 foi fundada a Empresa Brasileira de Telecomunicações
(Embratel) para e explorar as telecomunicações no âmbito internacional e
interestadual e em 1972 foi fundada a Telecomunicações Brasileiras S.A
(Telebrás) que atuava como holding das famosas “Teles” (Ex: TeleRJ,
Telebrasília e outras).
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Antes da privatização da Telebrás que ocorreu em 1998, o cenário
brasileiro contava com 26 empresas de telefonia fixa e móvel e 01 de telefonia
a longa distância. Cada estado possuía uma empresa “tele”, exceto os estados
Goiás e Tocantins que eram representados por uma única empresa, a
TeleGoiás. A empresa de que prestava serviços de telefonia de longa distância
era representada pela Embratel.
Durante o processo de privatização, as empresas de telefonia fixa
foram divididas em 04 grupos e a as empresas de telefonia móvel foram
dividas em 08 em grupos para ir a leilão, conforme abaixo:
Tabela 1 - Grupos de Telefonia Fixa
Grupo Estados Nome do grupo de Empresas
1 AM, RR, PA, AP, MA, PI, CE, RN, PB, PE, AL, SE, BA, MG, ES e RJ Tele Norte Leste
2 AC, RO, MT, MS, TO, GO, PR, SC, RS e DF Tele Centro Sul
3 SP Telesp
4 Longa Distância Embratel
Tabela 2 - Grupos de Telefonia Móvel
Grupo Estados Nome do grupo de Empresas 1 SP Telesp Celular 2 RJ e ES Tele Sudeste Celular 3 MG Telemig Celular 4 PR, SC e RS Tele Celular Sul 5 GO, MT, MS, AC, RO, TO e DF Tele Centro Oeste Celular 6 AM, PA, RR, AP e MA Tele Norte Celular 7 BA e SE Tele Leste Celular 8 PI, CE, RN, PE, PB AL Tele Nordeste Celular
As empresas de telefonia foram leiloadas para o setor privado. A fim
de promover concorrência e evitar o monopólio das empresas que adquiriram
as “Teles”, foi aberto espaço para entrada de empresas espelho para atuarem
11
nos mesmos estados das empresas leiloadas. Também foi criado um órgão
regulamentador, a Anatel.
Após a privatização do setor e com o passar do tempo, as empresas
foram se rebatizando. No caso da fixa, Tele Norte Leste passou a se chamar
Telemar, e Tele Centro Sul passou para Brasil Telecom a Telesp para
Telefônica e a Embratel manteve o mesmo nome. Como empresa espelho,
estraram no mercado de telefonia fixa a GVT, CTBC, NET, TransitBrasil e
outras em pequenas regiões do país.
Na móvel as empresas Telesp Celular, Tele Sudeste Celular, Telemig
Celular, Tele Centro Oeste Celular e Tele Leste Celular foram absorvidas pela
Vivo, Tele Celular Sul foi absorvida pela TIM, Tele Norte Celular e Tele
Nordeste Celular foi absorvida pela Oi. A concessão de empresa espelho foi
para Claro, na época chamada de Americel. No caso da móvel, com o passar
do tempo, todas as empresas ampliaram sua rede para atuarem em todo o
país.
No caso de chamada longa distância continuou sendo a Embratel e a
concessão da empresa espelho ficou com a Intelig.
Para chegar ao cenário atual, as empresas passaram por algumas
fusões:
Oi – A Telemar se uniu com a Oi e passaram a utilizarem
somente a marca Oi. Logo após, a Oi comprou a Brasil Telecom e
continuou a utilizar a marca Oi.
Vivo/Telefônica – A Vivo passou pela fusão com a Telefônica,
porem as duas continuam a utilizar as 02 marcas.
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Claro/Net/Embratel – As 3 empresas se uniram, a marca
Embratel vem sendo absorvida pela Claro, porém a marca NET ainda
se mantém forte no mercado.
TIM – A TIM comprou a Intelig que passou a utilizar a marca TIM.
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CAPÍTULO I
OI – HISTÓRIA, PRODUTOS E SERVIÇOS
Para quem tem fé o céu não é o limite.
A marca Oi foi criada em 2002, porém as operações começaram a
partir de 1998 após a privatização do sistema de telefonia brasileiro. Na época
era utilizada a marca Telemar que prestava serviços de telefonia fixa, porém,
em 2002 a companhia começou a prestar os serviços de telefonia móvel
através da marca Oi. O grupo seguiu utilizando as duas marcas até o ano 2006
quando iniciou a implantação de serviço de internet Banda Larga e começava
a oferecer serviços de convergência, que é nova tendência do mercado. Foram
ofertados os serviços de telefonia fixa, móvel e internet banda larga e aos
poucos a companhia foi deixando de utilizar a marca Telemar, passando a
utilizar a marca Oi que era mais forte do grupo.
1.1 – Produtos e Serviços
A Oi presta serviços de Telecomunicações no âmbito nacional. Até o
primeiro semestre de 2012 a companhia possuía cerca de 55 milhões de
acessos (Clientes) e 72,4 milhões de UGRs (Unidades Geradoras de Receitas
– Produtos e Serviços que geram receita para companhia).
1.1.1 – Produtos e Serviços Principais:
Oi Fixo: Presta serviço de telefonia fixa em todo território
nacional (Exceto São Paulo);
Oi Conta: Presta serviço de telefonia móvel pós pago em todo
território nacional;
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Oi Cartão: Presta serviço de telefonia móvel pré pago em todo
território nacional;
Oi Velox: Presta serviço de Internet Banda Larga em todo
território nacional;
Oi TV HD: Presta serviço de TV por Assinatura em todo território
nacional.
Os produtos acima são os principais UGRs da companhia, porém, por
se tratar de uma empresa convergente, a mesma possui um leque maior de
serviços agregados.
1.1.2 – Produtos e Serviços Agregados:
TUP: Presta serviço de telefonia pública em todo território
nacional;
Oi Wi-Fi: Presta serviço de internet sem fio através da tecnologia
Wi-Fi em aeroportos, shoppings, banca de jornais e em pontos
turísticos das principais capitais brasileiras;
Oi Velox 3G: Presta serviço de internet sem fio através da
tecnologia HSPDA (internet sem fio de 3ª geração) nos principais
estados e capitais brasileiras. Esse produto é destinado para uso em
Notebooks, Tablets, Maquinas de Cartão de Credito e outros;
Oi Dados: Presta serviço de internet sem fio através da
tecnologia HSPDA nos principais estados e capitais brasileiras. Esse
produto é destinado para uso em Celulares e Smartphones;
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Oi Paggo: Serviço de cartão de credito que pode ser utilizado
através celular;
Oi Internet: Serviço de internet discada, portal e serviços de web;
Oi FM: Serviço de rádio via web;
Oi Rdio: Serviço que permite ouvir milhares de musicas on-line.
Esse produto é destinado para Tablets e Smartphones;
O grupo ainda conta com a marca Oi Futuro voltada para tratar
assuntos culturais, com o Oi Casa Grande que apresenta espetáculos teatrais
e com o Oi Pontos que é uma parceria com a rede Múltiplus Fidelidade que
concede descontos em diversos produtos e serviços de empresas parceiras.
Através desses produtos a empresa monta a estratégia de ofertas de
acordo com as necessidades do cliente e da região. O principal foco da
empresa é vender os quatros principais UGRs da companhia (Oi Fixo, Oi
Conta, Oi Velox e Oi Tv HD). Para isso, Oi adotou a estratégia de vender os
produtos através de Combos alternando entre produto principal e produto
agregado. A principal oferta da companhia é venda do ponto “4P” (4 pontos de
serviços), que seria a venda conjunta dos 4 principais produtos da companhia
gerando um desconto atrativo para o cliente.
1.1.3 – Principais ofertas da companhia:
Oferta 4P: Oi fixo + Oi Conta + Oi Velox + Oi Tv HD;
Oferta 4P: Oi fixo + Oi Velox + Oi Velox 3G + Oi Wi-Fi;
Oferta 3P: Oi Fixo + OI Conta + Oi Velox;
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Oferta 3P: Oi Fixo + Oi Velox + Oi Tv HD;
Oferta 2P: Oi Fixo + Oi Cartão;
Oferta 2P: Oi Fixo + Oi Velox;
Oferta 2P: Oi Fixo + Oi Internet;
Oferta 2P: OI Conta + Oi Dados;
Oferta 2P: Oi Cartão + Oi Dados;
Ofertas 1P: Oi Fixo, Oi Cartão, Oi Conta, Oi Tv HD, Oi Wi-Fi, Oi
Velox 3G, Oi Paggo ou Oi Rdio.
Como foi informado no inicio, o número de UGRs é bem maior que o
número de clientes, isso prova que o mercado atual esta convergente e os
clientes buscam por empresas que prestam serviços agregados que melhor se
adapte a sua necessidade, pois quanto maior o numero de Combos que o
cliente contrata, maior pode ser o desconto sobre os serviços.
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CAPÍTULO II
FUSÕES DA OI
Antes da Oi se torna uma empresa que presta serviço de
telecomunicações para todo Brasil, a mesma teve que passar por algumas
fusões para chegar à estrutura atual.
2.1 – Fusão com a Amazônia Celular
A primeira grande mudança da empresa foi à união dos serviços
telefonia fixa e telefonia móvel passando a utilizar somente a marca Oi em
2007. Após a convergência, a empresa continuou a investir no crescimento do
grupo, com isso iniciou em 2008 a prestação se serviços de telefonia móvel em
no estado de São Paulo e neste mesmo ano efetuou a sua primeira fusão,
comprou a empresa Amazônia Celular.
A Amazônia Celular prestava serviços de telefonia móvel nos estados
do Amazonas, Pará, Amapá, Roraima e Maranhão. Na época a compra se fez
necessária para que a Oi conseguisse chegar à meta de operação de serviço
3G regida pela Anatel. A Amazônia Celular foi adquirida pelo valor de R$ 120
milhões e em 2009 teve sua marca altera para Oi.
2.2 – Fusão com a Brasil Telecom
Após a fusão com a Amazônia Celular, a Oi prestava serviços
convergentes para Região Norte, Nordeste e Sudeste, porém o grupo
reservava plano ambicioso de formar uma “supertele” que prestasse serviços
de telecomunicações para todo Brasil. O outro grupo que prestava serviços de
telecomunicações na Região Centro Oeste e Sul era a Brasil Telecom.
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A Brasil Telecom foi fundada em 1998 após a privatização das
empresas de telefonia pública. O grupo prestava serviços de Telefonia Fixa,
Móvel e Internet Banda Larga. Atuava nos estados Acre, Rondônia, Tocantins,
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande
do Sul e Distrito Federal.
Existia o interesse da Oi em adquirir a Brasiltelecom, porém esse tipo
fusão não era permitida, pois o Decreto PGO (Plano Geral de Outorgas)
aprovado após a privatização do sistema público de telefonia em 1998,
impedia que a empresa de uma Região efetuasse a compra de uma empresa
de outra Região, para evitar concentração e mercado ou monopólio. (na época,
a Oi atuava na região 1 e a Brasil Telecom na Região 2). Para que fosse
possível viabilizar o negócio, era necessário que o decreto PGO fosse alterado,
ou seja, era necessário que o novo texto fosse aprovado pelo presidente Lula,
o que não parecia ser um problema, pois a fusão era vista com bons olhos pelo
governo, porque seria uma “supertele” brasileira para disputar com os
concorrentes (Vivo - espanhola, Claro – mexicana e TIM - Italiana). Por fim, no
dia 20 de novembro de 2008 foi retirado o principal entrave que impedia a
negociação entre as empresas, foi assinado pelo presidente no novo texto do
decreto PGO que permitia a fusão.
Antes mesmo da liberação do novo decreto, a Oi e Brasil Telecom já
haviam iniciado as negociações e chegaram ao acordo de R$ 5,8 Bilhões no
dia 25 de abril de 2008. O acordo previa que o PGO deveria ser alterado
dentro de 240 dias (a favor da compra), caso contrario o acordo seria desfeito
e a Oi teria que pagar uma multa de R$ 490 milhões a Brasil Telecom. Como a
legislação foi aprovada em antes do prazo estipulado, as duas empresas
fecharam o negocio no dia 08 de janeiro de 2009 e a Oi passou atuar em todo
território nacional (exceto em telefonia fixa para São Paulo). A partir dessa
data, a Oi passou a ter 43,4 Milhões de clientes e se tornou a maior operadora
em faturamento na America Latina (de telefonia fixa).
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2.3 – Fusão com a Portugal Telecom
Apesar do ágil crescimento da Oi com a fusão das 02 empresas, o
nível de endividamento da Oi cresceu. O processo de fusão levou mais tempo
que o esperado e consumiu mais recursos que o planejado, e o endividamento
atingiu R$ 22 bilhões no final de 2009. O padrão de qualidade da prestação de
serviço da empresa caiu causando um grande volume de saída de clientes da
companhia, no geral, a Oi perdeu mercado nos seus 03 principais serviços
(telefonia fixa, móvel e internet banda larga), devido à empresa ter investido
40% a menos em 2010 (comparado com 2009).
A Oi começou a passar por maus momentos durante o fim de 2009 e
ao longo de 2010. Com baixo investimento em estrutura e nas melhorias de
serviços que gerou a perda de clientes e com os elevados custos, o lucro
liquido da empresa caiu para R$ 1,75 bilhão em 2010 (em 2009 o lucro liquido
da empresa foi de R$ 5,1 bilhões). Devido à previsão de números baixos no
resultado de 2010, a Oi buscou formas de baixar seu nível de endividamento,
melhorar sua estrutura e qualidade de produtos e serviços, com isso, no final
de 2010, a empresa anunciou que estava em negociação com a Portugal
Telecom para venda partições diretas e indiretas da Oi.
A Portugal Telecom é uma empresa de Telecomunicação de Portugal
que presta serviços de telefonia fixa, móvel, internet banda larga e tv a cabo.
Essa empresa também teve origem após processo de privatização em Portugal
no ano de 1996. A PT é bastante forte no mercado internacional e tinha o
controle da Vivo no Brasil até 2010 (Em 2010 a empresa vendeu 50% das
participações do controle da Vivo para Telefônica).
Após as negociações que aconteceram no final de 2010 entre a Oi e
Portugal Telecom, a duas chegaram a um acordo no dia 26 de janeiro de 2011.
A Portugal Telecom investiu R$ 8,32 bilhões para controlar 22,4% de
participações na Oi. O acordo também previa que a Oi ficaria com 10% das
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participações da Portugal Telecom e as empresas “traçariam juntas planos de
intercâmbio tecnológico, de compras conjuntas e de expansão internacional”
(Objetivo do acordo). O controle das companhias não será transferido, a Oi
terá direito a participar do conselho de administração da Portugal Telecom,
enquanto a PT também terá direito a um representante no Conselho da Oi.
No lado da Oi, a receita desse investimento está sendo utilizado para
diminuir os índices de endividamento e para ampliar a expansão nacional dos
serviços de telefonia fixa, móvel, internet banda larga e TV por assinatura.
Após esse acordo, a Oi está passando por um longo processo de
reestruturação (plano de metas de 2012 a 2015), houve diversas mudanças na
companhia, sendo que a principal delas foi à troca do presidente.
Os acordos e fusões foram determinantes para crescimento da Oi no
mercado telecomunicações brasileiro e também para manter a Oi como uma
das maiores do país e firmar a idéia principal de ser uma “supertele” brasileira.
21
CAPÍTULO III
GESTÃO E INDICADORES
Para fazer a análise entre a antiga e nova gestão da Oi, segue um
breve resumo sobre a trajetória do antigo e novo presidente da Oi.
3.1 – Comparativo Antiga x Nova Gestão
3.1.1 – Gestão Falco
O antigo presidente da Oi era o empresário Luiz Eduardo Falco, mais
conhecido como Falco. Ele deu inicio a sua carreira na empresa aérea TAM
como estagiário e ascendeu até a vice presidência da companhia. Após 20
anos de trabalho na TAM, Falco trocou a TAM pela Telemar para presidir a
companhia Móvel.
A Telemar estava entrando no mercado de telefonia móvel (na época a
telefonia fixa ainda predominava o mercado brasileiro) e o grupo decidiu atuar
com 02 empresas separadas, uma para continuar a prestar serviços de
telefonia fixa e a outra para prestar serviços de telefonia móvel.
Falco assumiu a presidência da empresa telefonia móvel, criou a
marca Oi e presidiu a entrada da marca no mercado de telecomunicações em
2002. Com o perfil agressivo, competitivo e direto, Falco transmitiu essa
sintonia para a marca e em apenas 2 meses após o lançamento a empresa
conseguiu 500.000 clientes, fechou o ano de 2002 com 1,5 milhões de
clientes.
Falco fez uma carreira brilhante na Oi, com idéias inovadoras e
ousadas seguindo o slogan “Simples Assim”, a empresa crescia “a todo vapor”
22
e em 2006 se tornou a maior empresa no seguimento de telefonia móvel no
Brasil, atingindo 12 milhões de clientes. Apesar do forte crescimento, o grupo
Oi e Telemar ainda estavam atrasadas em relação ao restante do mundo, que
oferecia serviços de convergência. Eram 02 empresas separadas, com marca,
visão e valores distintos. Deu-se então um novo desafio que já havia sido
proposto pelo Falco, a integração das 02 empresas. Foi o que aconteceu em
2006, Falco assumiu o controle das 02 empresas que passaram atuar apenas
com a marca Oi. Nesse mesmo ano, a empresa lançou o primeiro serviço de
convergência, o “Oi Conta Total” que oferecia serviços de telefonia fixa, móvel
e internet banda larga.
Outro fato importante na carreira do Falco foi a compra da Brasil
Telecom. Falco promoveu viagens para todos os estados Brasileiros para tratar
como seria a “Super Oi”, buscar empenho dos funcionários e acalmar os
ânimos sobre o corte do quadro de pessoal. Foi partir da fusão da Oi com a
BrasilTelecom que iniciou o retrocesso do Falco. Com a dívida acima do
previsto e a queda nos resultados mancharam a imagem do Falco perante aos
Acionistas.
3.1.2 – Gestão Valim
A nova gestão da Oi conta com o presidente Francisco Valim que
iniciou sua carreira profissional 1989 no grupo RBS (rede de comunicações
multimídia que abrange os Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul).
Em 12 anos na RBS, Valim passou de Analista até a vice-presidência da
companhia. Ele também passou pela Net em 2003 e teve um gigantesco
trabalho de reestruturação da empresa, que vinha de uma dívida 1,4 bilhões
referente ao ano anterior. Depois de 02 anos, a Net teve o primeiro lucro anual
da historia. Valim também chegou a trabalhar na área financeira da Telemar
antes da fusão. Agora o desafio do empresário é substituir Falco que durante
uma década comandou a Oi.
23
3.1.3 – Indicador de Produtos x Gestão
O indicador abaixo faz um comparativo com as quantidades de URGs
da Oi ao longo 2009 a 2012. Através dele é possível fazer uma breve análise
entre a gestão do Falco e Valim, porém, também será necessário a análise de
outros indicadores (Mercado e Ebitida) para chegarmos a solução do problema
proposto desse trabalho: Foi necessária ou não realizar a reestruturação do
Grupo Oi?
Gráfico 3.1.3 – Quantidade de URGs da Companhia Oi
Tabela 3.1.3 - Quantidade de URGs da Companhia Oi
Fonte: http://www.teleco.com.br/Operadoras/oibrt.asp
Em 2011 ocorreu a reestruturação do Grupo Oi. Foram diversas
mudanças que ocorreram na companhia, e a principal delas foi a troca do
presidente. Falco saiu em meados de Abril e o atual presidente Valim assumiu
a companhia no mês de Setembro de 2011.
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Analisando o indicador, notamos que a quantidade de UGRs da nova
gestão ainda não apresentou uma grande diferença em relação a Gestão
anterior, a média de crescimento desses produtos vem se mantendo
constante, porém, no novo plano, o crescimento Oi iniciou em 2012 e ira 2015,
sendo assim, fica claro que a intenção da companhia é buscar o crescimento
das URGs a longo prazo.
O plano proposto pela nova gestão implicou em mudanças importantes
dentro da companhia. A primeira mudança foi a descentralização das decisões
que eram geridas através da matriz. Esse “poder de decisão” foi transferido
para as regionais (Filiais da Oi nos estados brasileiros) e cada uma fica
responsável pela decisão de como investir na sua região. Essa mudança no
modelo de trabalho forçou a Oi fazer uma reestruturação interna no o seu
organograma de Diretorias e Gerências, assim como a troca estratégica de
alguns diretores e gerentes, para que os novos entrem com “sangue novo e
fôlego” para conseguirem colocar em pratica os objetivos propostos do novo
plano. A Missão, Visão e Valores da companhia também foram alterados e
atualmente o foco principal da Oi é se torna a empresa preferida dos clientes,
ofertando diversos produtos com qualidade. Outra mudança importante foi do
slogan da marca, a empresa trocou o famoso “Oi – Simples Assim” para o
novo “Oi – Mais Completa, Mais Vantagens”.
Essas alterações são de grande importância para companhia, pois até
esse momento existe um fato certo de se concluir. A empresa não podia
continuar com o mesmo modelo de trabalho, pois, antes da fusão a companhia
atuava apenas na Região 1, era um leque menor de estados e estratégia da
utilizada na época funcionava, porém, após a fusão, a companhia cresceu
muito rápido, passou a atuar em todo território nacional e a antiga estratégia de
trabalho não estava mais apresentando os resultados esperados devido ao
crescimento repentino. Segue abaixo outros indicadores essenciais para
análise do tema de proposto (reestruturação da Oi).
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3.2 – Mercado de Telecom x Oi
A Oi é umas das principais companhias do Brasil, porém, nos últimos
anos a empresa vem perdendo espaço para os concorrentes no mercado de
telecomunicações, apesar de ter apresentado até um crescimento
considerável. Os indicadores abaixo estão abordando os principais serviços de
telecomunicações prestados atualmente das empresas do mercado brasileiro
deste 2009.
3.2.1 – Indicador de telefonia Fixa:
Gráfico 3.2.1 – Market Share de Telefonia Fixa
Tabela 3.2.1 – Indicadores do mercado de Telefonia Fixa
Fonte: http://www.teleco.com.br/Operadoras/grupos.asp
26
O mercado de telefonia fixa é um segmento difícil de analisar por ser
muito volátil. Existem 03 pontos bem distintos que determinam o crescimento e
queda das empresas que prestam esse serviço. O primeiro trata-se do numero
de pessoas que ainda não possuem nenhum tipo de serviço de
telecomunicação, que segundo pesquisa do realizada pelo IBGE em junho de
2012, esse número chega a 22 milhões de brasileiros, ou seja, nesse ponto
ainda existem áreas a serem exploradas que podem gerar crescimento
considerável. O segundo ponto já aponta o contrario, devido à popularização
dos smartphones e as constantes melhorias no sinal de internet sem fio (3G e
Wi-Fi) que estão facilitando o acesso a informações e internet em qualquer
lugar, estão fazendo uma parcela dos clientes migrarem de tecnologia
defasando esse mercado. Alem disso, usuários da classe C estão trocando o
telefone fixo pela telefonia móvel pré-paga, porque não exige pagamento de
assinatura mensal. O terceiro ponto trata-se dos “combos”, atualmente todas
as empresas do mercado só oferecem serviço de internet banda larga se o
cliente já possuir serviço de telefonia fixa, e caso o cliente não possua o
serviço ou outra operadora preste esse serviço, ele terá que fazer a assinatura
do serviço de telefonia fixa ou a portabilidade entre empresas.
O terceiro ponto fica visível no indicar acima, aconteceu troca entre as
empresas, a Oi e a Vivo apresentaram queda de 13% e 5% respectivamente e
a Net e GVT apresentaram o crescimento de 39% e 104% nos últimos 4 anos.
O excelente crescimento da Net aconteceu devido a tática da venda do combo
de “Telefone Fixo + TV a Cabo + Internet Banda Larga” alem da ampliação da
rede para áreas em que a empresa não prestava serviço. Devido a essa
facilidade, os clientes da Oi e Vivo migraram para Net, pois em 2010 e 2011 os
pacotes de combos ofertados pela Oi e Vivo não eram atrativos e a Net soube
se aproveitar falha das concorrentes. Quanto a GVT, a empresa pulou de 3%
para 8% em Market Share, devido a ofertar o combo de “Telefonia Fixa +
Internet Banda Larga”, sendo que a internet foi a alavanca desse crescimento,
pois a GTV possui planos com alta velocidade de conexão com preços
bastante atrativos. Já a Tim e Outras empresas apresentam uma base
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pequena de clientes a ainda não oferecem risco considerável para as
concorrentes.
No caso da Oi, empresa perdeu espaço nos últimos 4 anos, mas ainda
é a maior do pais nesse seguimento. Após a fusão com a BrasilTelecom em
2012, e descobrir que a divida da BRT era muito maior do que a era
imaginado, a companhia cortou diversos custos e diminuiu investimentos
durante os anos de 2010 e 2011, com isso, a qualidade dos serviços prestados
caiu e Oi assistiu a concorrência levar seus clientes. Após 2011, o Oi adotou o
plano de reestruturação que vai de 2012 a 2015 em que uma das principais
metas e voltar a crescer mercado de telefonia fixa.
3.2.2 – Indicador de Internet Banda:
Gráfico 3.2.2.1 – Market Share de Internet Banda Larga
Tabela 3.2.2 – Indicadores de Internet Banda Larga
Fonte: http://www.teleco.com.br/Operadoras/grupos.asp
28
Ao contrario da telefonia fixa, o mercado de internet banda larga
apresenta um bom crescimento e ainda tende a crescer ainda mais.
Atualmente é o principal produto que pode determinar as vendas ou churn do
serviço de telefonia fixa, pois o principal combo de todas as operadoras é o
“Telefonia Fixa + Internet Banda Larga”.
E fácil perceber os esforços das teles nesse mercado, o investimento
em estrutura de rede para oferecer velocidades cada vez mais rápidas aos
clientes são grandes. Como pode ser visto no indicador acima, a Net
apresentou o maior crescimento nesse mercado, devido apresentar velocidade
de conexão de internet maior que as concorrentes e ter incluso no seu combo
a Tv a cabo, isso a fez se igualar a Oi nesse seguimento (em 2012) dividindo a
liderança do mercado.
O interessante do mercado de internet Banda Larga é a possibilidade
de venda interna das operadas. Como as empresas prestam esse serviço
utilizando a estrutura da telefonia fixa (utilizam o mesmo cabo do telefone fixo),
ou seja, o cliente que possui internet Banda Larga também possui assinatura
de um telefone fixo, porém, a quantidade de clientes que possuem telefone fixo
e não possuem internet banda larga é muito grande. Veja o comparativo no
indicador abaixo:
Gráfico 3.2.2.2 – Possível Crescimento de Internet Banda Larga
29
O número de acessos de telefonia fixa são bem maiores que o número
de acessos a internet banda larga. É impressionante ver como a Oi pode
ampliar em até 255% a rede de internet caso faça um bom investimento em
estrutura de rede e consiga vender esses produtos aos seus próprios clientes.
A Net como sua maior concorrente nesse seguimento, só poderá alcançar 64%
crescimento caso consiga vender esses produtos aos seus próprios clientes,
porém, com a facilidade da portabilidade, a Net pode conseguir arrancar
clientes da Vivo e Oi devido apresentar melhor qualidade na prestação desse
serviço.
No novo plano de crescimento da Oi 2012-2015, a empresa terá como
uma das prioridades e melhorar a rede de internet banda larga e oferecer
velocidades de conexão bem superiores as dos concorrentes, para ampliar o
número de acessos a serviço e evitar a queda do número de acessos a
telefonia fixa.
3.2.3 – Indicador de Telefonia Móvel
Gráfico 3.2.3 – Market Share de Telefonia Móvel
Tabela 3.2.3 – Indicadores de Telefonia Móvel
Fonte: http://www.teleco.com.br/Operadoras/grupos.asp
30
O mercado de telefonia móvel é o que mais cresce no Brasil.
Atualmente o país possui 256 milhões de acessos, sendo que 81% destes são
de telefones pré-pagos. Esse número elevado de telefones pré-pagos se da
pelo fato do cliente não ficar preso a nenhum plano de assinatura básica como
acontece com a telefonia fixa, assim como o mesmo cliente pode possuir mais
de 01 chip GSM de empresas diferentes (existem diversos aparelhos celulares
que aceitam mais de 01 chip GSM).
Para evitar o Churn, as operadoras estão investindo em produtos
convergentes para utilização em aparelhos celulares. Como hoje em dia o
celular possuiu diversas funções e a principal é o acesso a internet, as
operadoras estão investindo na ampliação das conexões de rede 3G e Wi-Fi, e
agora na nova tecnologia 4G. Esses acessos são importantes, pois a cultura
de falar ao celular está diminuindo, muitos usuários preferem se comunicar
através de redes sociais ou chats, e devido popularização dos Smartphones e
Tables é possível fazer esse tipo de comunicação em tempo real e em
qualquer lugar que possui esse tipo de serviço disponível.
No indicador acima, a Vivo se mantém firme na liderança do
mercado desse seguimento, apoiada na política da maior cobertura e
qualidade. A Tim apresenta um bom crescimento, ultrapassando a Claro em
2011 devido aos preços bastantes atrativos. A Claro e Oi apresentaram um
bom crescimento, porém perderam mercado para Tim. No caso da Oi, a
empresa perdeu mercado devido a demorar entrar com serviços de internet 3G
no mercado com preços atrativos e aos efeitos da péssima popularização da
marca “a Oi é barata porem o sinal é pessimo”. Devido a esse mito, a empresa
possui dificuldade de se recuperar no mercado. No plano Oi 2012-2015, a
recuperação do valor da marca e os investimento em estrutura de rede de
telefonia móvel também são prioridade, segundo informações da empresa.
31
3.2.4 – Indicador de TV por Assinatura:
Gráfico 3.2.4 – Market Share de Tv por Assinatura
Tabela 3.2.4 – Indicadores de Tv por Assinatura
Fonte: http://www.teleco.com.br/Operadoras/grupos.asp
As operadoras de telecomunicações começaram a olhar para o
mercado de Tv por assinatura devido ao crescimento do consumismo da
classe C. De 2009 a 2012 o número de acessos de TV por assinatura dobrou,
chegando a 14,5 Milhões. Apesar de não ser um grande número, a tendência
desse segmento é crescer, pois os preços estão atrativos sendo adquirido
através de combo.
No indicador acima a Net predomina devido à estabilidade e fidelidade
dos seus clientes, pois de 1991 a 2005 a empresa prestava apenas serviços
de Tv a cabo ao contrario da Oi e Telefônica que iniciaram a prestação desse
32
serviço em 2007. A Linha Outras Empresas aparece forte nesse seguimento
devido a Sky que é uma empresa que presta serviços de Tv por Assinatura
deste 1996, ou seja, devido a estabilidade da Net e Sky as mesmas se
tornaram marca de confiança dos seus consumidores, o que dificulta a
concorrência “laçar” esses clientes.
A Oi vem investimento deste o final de 2012 no seguimento de Tv por
assinatura. A empresa criou um pacote de combo com preço bastante atrativo,
adicionou os canais GLOBOSAT a sua programação e em 2012 lançou o
sistema de canais HD. A empresa está apostando muito nesse seguimento,
pois é uma área que tente crescer muito nos próximos anos.
3.3 – Indicadores de EBITDA e Resultado
O EBITA é um indicador muito comum no mercado financeiro, bastante
utilizado nas empresas de capital aberto. Ele representa o resultado
operacional companhia, ou seja, ele mede quanto à empresa lucrou (ou teve
de prejuízo) sem levar em consideração efeitos financeiros e impostos, mede
apenas o resultado das atividades. Esse será mais um indicador essencial
para análise do problema proposto nesse trabalho.
Segue abaixo os dados do indicador com o valor final do EBITDA nos
últimos 6 anos e a tabela com outros números importantes da companhia.
Gráfico 3.3 – EBITDA de 2006 a 2011
33
Tabela 3.3 – Indicadores de Resultados de 2006 a 2011
Fonte: http://www.teleco.com.br/Operadoras/oibrt.asp
O primeiro ponto importante de análise dos dados acima, trata-se do
crescimento acelerado entre os anos de 2008 e 2009. Esse crescimento no
curto prazo de 01 ano, acorreu devido a fusão da Oi com a BrasilTelecom. A Oi
mantinha o seu EBITDA na faixa dos R$ 6 Bilhões antes da fusão e essa
média pulou para R$ 9,8 Bilhões após a fusão, porém, seu endividamento
também aumentou (em 129%), passando de 9,8B para R$ 22,4B. Outro fato
interessante ocorre no ano de 2008, pois, neste ano a empresa iniciou as
operações no estado da São Paulo e efetuou a compra da Amazônia Celular.
Nesse ano a dívida liquida deu um salto de R$ 2,7B para R$ 9,8B, porém seu
e EBITDA fechou em R$ 6,1B, número menor que o EBITDA do ano anterior
(R$ 400 Milhões abaixo em relação ao ano anterior).
Apesar da queda que o número do EBITDA sofreu em 2011, nos dois
anos anteriores, a companhia conseguiu apresentar bons números e mostrou
um pequeno crescimento em 2010 comparando com o ano anterior, porém,
apesar esse bom resultado não era reflexo de que a empresa estava bem no
mercado. Nos indicadores de Market Share foi analisado que a Oi perdeu
espaço para os concorrentes nos últimos 03 anos e apresentou um baixo
crescimento no número de acessos da companhia. Nesse caso fica a questão,
como a Oi conseguiu manter um bom número de EBITDA enquanto perdia
espaço no mercado? A resposta parece ser simples, nos 3 anos após a fusão
com a Brasil Telecom, a Oi limitou seus investimentos (investiu somente em
que era necessário nos anos de 2009, 2010 e 2011) e cortou todos os custos
possíveis. Foram feitos vários cortes de orçamento, redução do quadro de
34
funcionários e o baixo investimento em infraestrutura. Essa estratégia
funcionou bem em 2009 e 2010, a receita não entrava conforme esperado,
porém, a empresa conseguiu reduzir os custos para compensar essa falta,
mas em 2011, com as diversas mudanças na companhia, a Oi não conseguiu
segurar o aumento dos custos, seu EBITDA caiu para R$ 8,8B e seu lucro
liquido desabou para R$ 1,3B (O 2º pior lucro da empresa deste 2006).
3.4 – A Nova Oi – Previsão é indicadores do plano Oi 2012/2015
Os indicadores de Market Share e EBITDA dos anos anteriores
mostraram que a Oi apresentou altos e baixos, a empresa perdia mercado mas
mantinha o EBITDA estável, porém, a perca de Market Share começou a afetar
o EBITDA em 2011. Os diversos cortes de orçamento, baixo investimento em
infra-estrutura e perca de funcionários especializados que ocorreram entre
2009 e 2010 foram essenciais para manter o número do EBITDA nesse
período em um patamar agradável, porém, foram determinantes para perca de
qualidade nos serviços prestados que gerou Churn Out de diversos clientes e
dificultou a expansão de URGs.
Era provável que se a Oi continuasse nesse ritmo a companhia poderia
chegar a ter resultados desastrosos nos próximos anos, e no amargo ano de
2011 uma nova gestão assumiu a companhia com o desafio de inverter o
cenário em que a Oi vive.
Após a troca de gestão, o novo presidente e sua equipe focaram em
montar um plano de reestruturação da Companhia, que se iniciou em 2012 e
ira até 2015. A proposta principal desse plano é de tornar a Oi a operadora
preferida dos clientes. Para cumprir essa meta, o plano apresentado ira focar
nas melhorias dos serviços de internet banda larga e 3G, haverá grandes
investimentos em estrutura de rede para ampliar a área de prestação de
serviço e a velocidade de conexão. Outro produto que também terá bom
35
investimento e que se espera grande crescimento nos próximos é a Oi TV. As
Principais medidas adotadas pelo plano serão:
Fidelização de Clientes – Uma das principais medidas da
companhia será fidelizar clientes ofertando produtos através de
combos. Serão focados os clientes de Alto Valor.
Diferencial Competitivo – A companhia mudou o modo de
acompanhar os resultados e metas. Na nova visão estratégica, os
resultados não serão mais acompanhados por produtos e sim
segmentação, sendo o Residencial, Empresarial, Corporativo e
Mobilidade Pessoal. Essa troca tem o objetivo de focar e montar
planos específicos para clientes de cada segmento com os produtos
que a Oi oferece. Por exemplo, no seguimento Residencial, a
companhia pode oferecer combos de até 4P (Oi Fixo + Oi Velox + Oi
Móvel + Oi TV). A meta é alavancar o maior número de residências,
aumentar competitividade no seguimento Mobilidade Pessoal, manter a
liderança no segmento Corporativo e avançar no mercado Empresarial
e na Região 3.
Implantação do FTTH – A tecnologia FTTH trata-se da
implantação de fibra ótica chegando até a residência do cliente. A fibra
ótica é um cabo que permite a transferência gigantesca de dados.
Atualmente a fibra chega somente até locais estratégicos (ex.: chega
até um DG da esquina de uma rua e a distribuição do DG até as
residências dessa rua são feitas através do cabo convencional de
telefone). Conseguindo levar a fibra ótica até a casa do cliente, a Oi
conseguira oferecer velocidade de conexão de Internet Banda larga
muito superior em relação as que são ofertadas no mercado.
URGs – A meta do plano é superar a marca de 100 milhões de
UGRs até 2015. A previsão é de que os segmentos Corporativo e
36
Empresarial cresçam 13%, Mobilidade pessoal 12% e o Residencial
11%.
Reestruturação dos Pontos de Vendas – O plano visa a
abertura de 170 lojas próprias da Oi até o fim de 2012 para fortalecer
os canais de venda e aumentar a agilidade para entrada de novos
clientes.
O plano apresenta metas agressivas durante esses quatros anos para
crescer nos segmentos e se manter competitiva no mercado. Cumprindo essas
metas, a Oi calcula que ira ter um bom retorno financeiro.
Gráfico 3.4.1 – Previsão de EBITDA de 2012 a 2015
A Previsão do plano é que em 2012, a companhia repita número do
EBITDA de 2011, que foi de R$ 8,8 Bilhões e salte para R$ 12,8 Bilhões no
final de 2015. Serão investidos R$ 6 bilhões no 2012 e esse valor também ira
saltar para R$ 24 bilhões até 2015.
Comparando o primeiro semestre de 2012 com o que foi previsto no
plano de metas 2012-2015, a Oi terá que se esforçar para se recuperar no
segundo semestre.
37
Gráfico 3.4.2 – Comparativo de EBITDA por TRI e Previsão
Tabela 3.4 – Indicadores de EBITDA por TRI e Previsão
Fonte: http://www.teleco.com.br/Operadoras/oibrt.asp
Ao analisar os dados do EBITDA acima, o 1º trimestre de 2012 fechou
em R$ 2,01 bilhões, dentro da faixa prevista no plano e acima do valor 1º
trimestre de 2011, mas, no caso do 2º trimestre de 2012, ficou R$ 34 milhões
abaixo do planejado no plano e no mesmo período de 2011. Para fechar o ano
2012 no valor proposto no plano de R$ 8,8 bilhões, a companhia terá que
recuperar esse valor no segundo semestre, e poderá se aproveitar de datas
importantes para focar suas vendas, como dias dos pais, dia das crianças e
natal.
38
CONCLUSÃO
A Oi é uma companhia capilarizada com a maior infraestrutura de
telecomunicações do país. Possui presença em todo território nacional e
oferece serviços convergentes de telecomunicações, mas, por ser uma
empresa tão grande, por que a mesma vem perdendo espaço no mercado?
Seria a gestão da companhia da companhia que esta trabalhando de forma
ineficiente? Essas perguntas no levam o problema proposto do trabalho: Foi
realmente necessário realizar a reestruturação societária do Grupo Oi?
Baseado nos indicadores de produtos e resultados apresentados
nesse trabalho, à resposta é Sim.
Após a fusão com a Brasil Telecom, a Oi se perdeu no choque cultural
e sistêmico, distintos entre as duas companhias. A dívida contraída através da
Brasil Telecom também era maior do que se imaginava e a empresa caminhou
durantes 2 anos sem estratégia de crescimentos, sobreviveu apenas na base
corte de custos para ir liquidando suas dívidas. Os indicadores desse período
mostram que a companhia assistiu a concorrência crescer no mercado, porém
seu EBITDA ainda apresentava resultados agradáveis (devido à corte de
custos), porém, com a queda da qualidade de serviços, a falta de entrada de
novos clientes afetou o EBITDA 2011. Ficou claro que se a companhia não
mudasse de postura os próximos anos também seriam de quedas gradativas
no mercado. A estratégia de economizar o máximo que conseguir não estava
mais rendendo mais resultado.
A fusão com a PT Telecom rendeu um bom capital a Oi, e a
companhia poderia voltar a investir em infraestrutura para se recuperar no
mercado, porém, realizar essas mudanças com a antiga gestão seria mais
complicado. Os colaboradores da companhia não estavam satisfeitos com as
39
metas adotadas pela gestão anterior (foi um período em que vários
funcionários trocaram de empresa), portanto, troca de líder da companhia e um
novo plano estratégico poderia recuperar o ânimo dos funcionários.
Em posse desses fatos, os acionistas pressionaram para troca de
gestão, Francisco Valim assumiu a companhia e está trabalhando forte para
mudança de postura da Oi, que adotou novas metas, missão e valores. Foi
apresentada a nova estratégia da empresa, um plano de crescimento de 2012
até 2015 sendo que a proposta principal é que a companhia se torne a
operadora preferida dos clientes.
A Oi tem muito a crescer, já possui espaço e rede para isso. A nova
gestão vem investindo em infraestrutura e em recursos humanos, lutando pela
melhoria da qualidade dos serviços prestados, mas é claro que mesmo com
todos os esforços, a companhia ainda está encontrando dificuldade para
crescer, pois a imagem da Oi está afetada negativamente devido a má
qualidade da prestação de serviços dos últimos anos, e esse é o pensamento
mais complicado de tirar da cabeça do cliente, que pode ser o principal entrave
no crescimento da companhia daqui pra frente.
40
BIBLIOGRAFIA
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Telegrafo, Autor Paulo Vieira Neto.
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Teleco <URL: http://www.teleco.com.br/operadoras/grupos.asp>
Indicador de Market Share das companhias de Telecomunicações.
43
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02
AGRADECIMENTO 03
DEDICATÓRIA 04
RESUMO 05
METODOLOGIA 07
SUMÁRIO 08
INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO I
OI – HISTÓRIA, PRODUTOS E SERVIÇOS 13
1.1 – Produtos e Serviços 13
1.1.1 – Produtos e Serviços Principais 13
1.1.2 – Produtos e Serviços Agregados 14
1.1.3 – Principais Ofertas da Companhia 15
CAPÍTULO II
FUSÕES DA OI 17
2.1 – Fusão com a Amazônia Celular 17
2.2 – Fusão com a Brasil Telecom 17
2.3 – Fusão com a Portugal Telecom 19
CAPÍTULO III
GESTÃO E INDICADORES 21
3.1 – Comparativo Antiga x Nova Gestão 21
3.1.1 – Gestão Falco 21
3.1.2 – Gestão Valim 22
3.1.3 – Indicador de Produtos x Gestão 23
3.2 – Mercado de Telecom x Oi 25
3.2.1 – Indicador de Telefonia Fixa 25
3.2.2 – Indicador de Internet Banda Larga 27