UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES FACULDADE INTEGRADA A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” O PANORAMA DA ÁREA ACADÊMICA DE ADMINISTRAÇÃO NO BRASIL, NO MOMENTO EM QUE COMEMORAMOS OS 45 ANOS DA REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO. DIOGO BASTOS DA COSTA C205884 Prof. MsC. MARCELO MARTINS SALDANHA DA GAMA Rio de Janeiro 2011
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES FACULDADE … · A Revolução Industrial desenvolveu-se ... fase de 1860 a 1914. É a revolução da eletricidade e derivados do petróleo, como as novas
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
FACULDADE INTEGRADA A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
O PANORAMA DA ÁREA ACADÊMICA DE ADMINISTRAÇÃO NO BRASIL,
NO MOMENTO EM QUE COMEMORAMOS OS 45 ANOS DA
REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO.
DIOGO BASTOS DA COSTA
C205884
Prof. MsC. MARCELO MARTINS SALDANHA DA GAMA
Rio de Janeiro
2011
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
FACULDADE INTEGRADA A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
O PANORAMA DA ÁREA ACADÊMICA DE ADMINISTRAÇÃO NO BRASIL,
NO MOMENTO EM QUE COMEMORAMOS OS 45 ANOS DA
REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO.
Monografia elaborada pelo Aluno Diogo
Bastos da Costa, orientado pelo Prof.
MsC. Marcelo Saldanha como
avaliação final da disciplina
Metodologia da Pesquisa e Monografia,
do Curso de Docência do Ensino
Superior da Faculdade Integrada A Vez
do Mestre - AVM
Rio de Janeiro
2011
AGRADECIMENTOS
Ao corpo docente da Faculdade Integrada “A
Vez do Mestre”, à Noelma Oliveira, minha
namorada, peça fundamental no
levantamento do material bibliográfico, aos
colegas de turma, que direta, ou
indiretamente, contribuíram na elaboração
deste trabalho e à Fátima Abondante, que
realmente me ensinou a ser Professor.
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho à minha família, pela
imensa paciência.
RESUMO
Em 2010 os Administradores comemoraram o 45º aniversário da
regulamentação da Profissão no Brasil. No entanto, estudos indicam que a
área acadêmica e a área profissional vivem uma dicotomia: por um lado,
pesquisas indicam descontentamento com o ensino da Administração no País.
Por outro, as notícias apontam que a profissão do Administrador de Empresas
está cada vez mais em voga, valorizada e reconhecida.
O presente estudo apresenta um breve histórico da profissão na Brasil,
sua evolução, a necessidade da oferta de uma boa formação e o panorama
atual do sistema de formação acadêmica em Administração, suas dificuldades
e perspectivas.
“O conhecimento era um bem privado, associado ao verbo SABER. Agora, é um bem público ligado ao verbo FAZER.” “Os resultados provêm do aproveitamento das oportunidades e não da solução dos problemas. A solução de problemas só restaura a normalidade. As oportunidades significam explorar novos caminhos.” “Não existem países subdesenvolvidos. Existem países subadministrados”
Peter Drucker
METODOLOGIA
A metodologia utilizada na elaboração deste estudo foi a pesquisa em
periódicos dos Conselhos Regionais de Administração, em consulta a artigos
publicados em sites especializados em Administração e estudos na área, além
de material utilizado em palestras, apresentações e aulas.
Este estudo poderá servir como consulta para futuras pesquisas, uma
vez que nele se encontram, consolidadas, os principais textos e artigos sobre o
CAPÍTULO I .............................................................................................. 10
UMA BREVE HISTÓRIA DA ADMINISTRAÇÃO ..................................... 10
CAPÍTULO II ............................................................................................. 13
A HISTÓRIA DA ADMINISTRAÇÃO NO BRASIL .................................... 13
CAPÍTULO III ............................................................................................ 17
O ENSINO SUPERIOR DE ADMINISTRAÇÃO NO BRASIL ................... 17
CAPÍTULO IV ............................................................................................ 31
PANORAMA ATUAL DO ENSINO SUPERIOR DE ADMINISTRAÇÃO NO BRASIL ..................................................................................................... 31
Na educação a distância, apenas dois cursos - Pedagogia e Administração -
detêm 61,5% do total de matrículas.
Para o Adm. Wagner Siqueira, Presidente do Conselho Regional de
Administração do RJ, a grande procura pelo curso de Administração pode ser
explicada pela crescente demanda por Administradores profissionais em
diversos segmentos: indústria, comércio, serviços, administração pública,
terceiro setor, consultoria, magistério. Tendência essa que deve se manter já
que o Brasil passa por um processo de desenvolvimento que exige qualidade
em seus processos de gestão, como explica o Presidente do CRA/RJ: “Os
grandes investimentos público-privados – como o Comperj e outras obras
prometidas pelo PAC – e os mega eventos, como a Copa do Mundo de 2014 e
as Olímpiadas de 2016, representam grandes oportunidades para o país
mostrar elevados níveis de eficiência e de eficácia na aplicação de recursos
assim como na geração de resultados efetivos para todos os interessados,
sobretudo para a sociedade brasileira”
No entanto, Wagner Siqueira alerta para a necessidade dos cursos de
Administração investirem fortemente na capacitação de seus docentes, na
infraestrutura de suas instalações e equipamentos e na manutenção do projeto
pedagógico do curso que deve estar antenado com as perspectivas da
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economia permitindo assim que o futuro egresso ocupe o espaço a ele
destinado no mercado de trabalho.
No entanto, apesar de os números apontarem intensa demanda para os
cursos de Administração, segundo Leandro Vieira, editor do Portal
Administradores, “a maior parte das faculdades brasileiras de Administração
ainda não parou para identificar que tipo de Administrador elas pretendem
formar”.
Segundo Fátima Oliveira e Fernanda Sauerbronn em seu artigo
“Trajetória, desafios e tendências no ensino superior de Administração e
Administração Pública no Brasil, “um dos principais desafios à educação
superior é a necessidade de ampliar o acesso a ela e, ao mesmo tempo,
controlar se processo de mercantilização”. Dessa forma, “surgem no ensino
superior conceitos e categorias que eram impensáveis, tais como “mercado de
ensino”, “cliente-consumidor” e “produtos e serviços” na área de educação”.
As autoras continuam o artigo dizendo que “o que se observa é que a
faculdade mercantil vem assumindo características de uma empresa destinada
a competir no mercado de ensino universitário, sujeita a rankings, sistemas de
avaliação e informações visando os consumidores.
Sobre estes sistemas de avaliação, o Professor Paulo Prochno avalia o
sistema utilizado pela Capes como deficiente, pois “a lista de publicações é
ruim - já houve muitas mudanças ao longo dos últimos 10 anos, desde versões
que não incluíam nenhum dos periódicos mais importantes da área (ou seja, se
alguém publicasse no melhor periódico da sua área não ganhava nenhum
ponto) até versões que dão a mesma pontuação para periódicos bons e
medíocres (ou seja, publicar nos melhores, que é muito mais difícil, não vale o
esforço). E, mesmo com as médias sendo calculadas a cada 3 anos, as
escolas colocam pressões em seus professores para fazer pontos no curto
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prazo – o que faz com que ninguém queira correr o risco de submeter para os
melhores periódicos, já que o ciclo para ter um artigo publicado neles leva de 2
a 5 anos. A consequência? Todo mundo finge que está fazendo algo
importante, mas na verdade só está pensando em maximizar os tais pontinhos
gerando quantidade (ao invés de qualidade)”.
O interessante é que na série de artigos do Prof. Prochno, “O que há de
Errado na Área Acadêmica de Administração no Brasil”, publicada no Portal
Administradores em setembro de 2010, suas idéias expostas vão de encontro
às idéias das Professoras Oliveira e Sauerbronn. E estas idéias ficam
evidentes no texto do Problema I, do último artigo da série:
“Virou "oportunidade de negócio" no Brasil o setor de educação, e junto veio a moda de considerar que escola deve ser administrada como empresa. O modelo "com fins lucrativos" pode até dar certo para "popularizar" o ensino superior (mas daí vem a discussão se isso é bom ou não para o país, algo que foge do escopo dessa discussão), mas para escolas que se pretendem líderes na geração e disseminação de conhecimento, a coisa não funciona muito bem – em qualquer área de conhecimento. As melhores universidades do mundo dão prejuízo, e só se mantém porque recebem recursos de empresas, ex-alunos ou governo. Não porque elas são mal administradas, mas porque manter um padrão de excelência requer recursos que vão além do que pode ser recuperado via mensalidades dos cursos que elas oferecem. Mas além da questão de ser com fins lucrativos ou não, muitas escolas acham que ter boa gestão significa administrar escolas como se fossem empresas. E colocam no comando executivos que não tem nenhuma noção de como funciona o mundo acadêmico, instituindo práticas que acabam mediocrizando as instituições. A geração de conhecimento de ponta requer uma série de práticas que, vistas de fora, podem parecer ineficientes e idiossincráticas demais. Mas a coisa funciona bem: nas
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melhores escolas, os professores têm um peso enorme na administração da instituição, podendo até demitir o diretor da escola. Além disso, a grande maioria dos cargos decisórios são ocupados por professores de forma temporária: depois de 2 a 5 anos eles voltam a ser somente professores e o cargo administrativo é ocupado por outro professor. São poucas as pessoas de fora do mundo acadêmico que conseguem ter sucesso em ambientes assim. Um exemplo: nos últimos anos, as 3 melhores escolas da Europa colocaram no cargo de diretor ("Dean") profissionais vindos do "mercado" (ou seja, de fora da academia). Nenhum durou longo tempo no cargo, sendo substituídos por acadêmicos. Não vou me alongar hoje nas razões pelas quais isso acontece, mas depois de ter observado governança de muitas escolas pelo mundo, eu acho que elas funcionam melhor quando são administradas por acadêmicos, e de uma forma bem diferente de como se administram empresas. Os objetivos são bem diferentes, a forma de criar valor bem diferente, a função social diferente, e portanto as escolas demandam uma gestão diferente – que poucas pessoas "do mercado" conseguem entender.
Voltando ao artigo das Professoras Oliveira e Sauerbronn, elas propõem
pontos de reflexão quanto aos rumos do ensino superior de Administração, tais
quais: elementos centrais para uma nova estrutura curricular, foco na prática e
no praticante, novas estratégias de ensino e iniciativas correspondentes e
iniciativas de transformação de ensino via capacitação docente.
Já o Prof. Carlos Hildorf propõe “uma revolução na educação”, mas não
põe a culpa somente na Instituição de Ensino. Para ele, é necessária uma
revitalização das relações entre os agentes responsáveis pelo ensino, “é hora
de ressignificar a educação, e isso não se faz de uma hora para outra; é
processo, leva tempo, mas não pode ser procrastinado com base nesta
desculpa nobre. O tema é urgente e as atitudes são inadiáveis. Todos nós,
atores sociais, envolvidos direta ou indiretamente com educação, precisamos
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nos mobilizar em um grande diálogo social, amplo, irrestrito e orientando para a
ação, no sentido de considerar as diferenças e construir a partir delas um
legado substancial que possa, efetivamente, construir uma melhor versão do
futuro”.
Porém, no final, de que vale levantar dados que apontem deficiência do
sistema educacional superior em Administração? A resposta é: o Mercado de
Trabalho. Que profissionais estão sendo formados? Profissionais adequados,
eficientes, aptos para o Mercado de Trabalho, ou profissionais deficientes?
Segundo enquete do CRA-SP, publicada no Portal Administradores sob
o título “Ritmo do mercado marca a formação dos Profissionais de
Administração”, os cursos da área tem dificuldades de preparar profissionais,
pois não conseguem acompanhar este mercado. O artigo traça um interessante
paralelo entre o ensino de Administração, o Mercado de Trabalho e o avanço
tecnológico ao levantar a questão de que “com novas tecnologias, novos
conceitos, como o de sustentabilidade, e mudanças constantes no cenário
econômico, a maneira como se administra uma empresa dificilmente se
mantém a mesma. O processo de formação de administradores também sofre
alterações ao longo do tempo por disso. Mas será que o ensino da área está
em sintonia com o mercado?”
Com esta pergunta como enquete, o CRA-SP obteve respostas de cerca
de 3.000 de seus associados, sendo que 53,43% acreditam que apenas em
parte os cursos superiores de administração têm formado profissionais
preparados para o mercado. Já outros 31,91% acreditam que a educação e o
novo mercado não estão em sintonia e os estudantes de administração saem
das faculdades despreparados. Já para outros 14,55% os cursos têm formado
profissionais adequados.
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Observa-se, então, que grande maioria dos entrevistados está, de
alguma forma, insatisfeito com os rumos tomados pela educação superior em
Administração.
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CONCLUSÃO
Depois da leitura desse texto, podemos concluir que a Administração é
uma ciência antiga, porém relativamente nova no Brasil, e que houve uma
grande mobilização para a regulamentação da profissão de Administrador, e
provando que existe, e é real, a necessidade deste profissional dentro das
empresas.
Pode-se perceber também a evolução do ensino superior em
Administração no País e, mais atualmente, a dificuldade que a área Acadêmica
vem encontrando em se manter alinhada com as rápidas transformações,
exigências e necessidades do Mercado.
O tema é extenso e foram encontrados, durante a pesquisa, diversos
debates e artigos, mas ainda carece de bibliografia própria. Ainda não temos
livros falando sobre o assunto, mas a produção de artigos é grande, o que
mostra a preocupação dos Acadêmicos com este tema.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Conselho Federal de Administração – www.cfa.org.br
Conselho Regional de Administração – Rio de Janeiro – www.cra-rj.org.br