1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES AVM – FACULDADE INTEGRADA PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU A CONTRIBUIÇÃO DO PEDAGOGO PARA A GESTÃO ACADÊMICA EM UMA UNIVERSIDADE CORPORATIVA ANILINDA DA FONSECACARDOZO DE BRITO ORIENTADOR MARCELO SALDANHA Rio de Janeiro 2016 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEIDE DIREITO AUTORAL
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES AVM – FACULDADE …1 universidade candido mendes avm – faculdade integrada pÓs-graduaÇÃo lato sensu a contribuiÇÃo do pedagogo para a gestÃo acadÊmica
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
AVM – FACULDADE INTEGRADA
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
A CONTRIBUIÇÃO DO PEDAGOGO PARA A GESTÃO
ACADÊMICA EM UMA UNIVERSIDADE CORPORATIVA
ANILINDA DA FONSECACARDOZO DE BRITO
ORIENTADOR
MARCELO SALDANHA
Rio de Janeiro
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2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
AVM – FACULDADE INTEGRADA
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Rio de Janeiro
2016
Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em PEDAGOGIA EMPRESARIAL. Por: ANILINDA DA FONSECA CARDOZO DE BRITO
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Agradeço aos Professores Adelia Araújo e Marcelo Saldanha pelas sugestões e incentivo.
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A todos os parentes pelo carinho demonstrado em todos os momentos difíceis.
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“Já envelhecido, nosso mundo das comunicações está parindo, neste momento, uma sociedade pedagógica, a das nossas crianças, onde a formação contínua acompanhará pelo resto da vida, um trabalho cada vez mais raro.
As Universidades à distância, em toda parte e sempre presentes, substituirão os campi, guetos fechados para adolescentes ricos, campos de concentração do saber. Depois da humanidade agrária vem o homem econômico, industrial; avança uma era, nova, do conhecimento. Comeremos saber e relações, mais e melhor do que vivemos a transformação do solo e das coisas, que continuará automaticamente.”
Michel Serres. A Lenda dos Anjos. São Paulo: Aleph, 1995.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 7
METODOLOGIA 8
1 – CONSIDERAÇÕES EM TORNO DA EDUCAÇÃO 9
1.1 – A importância da história da educação 9
1.2 – O conceito de educação 12
1.3 – Sobre a natureza da pedagogia 17
1.4 – A Pedagogia: novos campos de ações influenciando a sociedade 24
2 – EDUCAÇÃO CORPORATIVA EM DISCUSSÃO 27
2.1 – Reflexões sobre a história empresarial no Brasil 27
2.2 – Trabalho, Educação e Aprendizagem 36
2.3 – O conceito de educação corporativa 41
2.4 – A Contribuição do pedagogo em uma Universidade Corporativa 47
3 – CONCLUSÃO 52
4 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 54
5 – WEBGRAFIA 57
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INTRODUÇÃO
O grande desenvolvimento tecnológico ocorrido no mundo desde a modernidade
até nossos dias trouxe transformações sem precedentes no modo de vida da sociedade
em geral. O mundo globalizado estimulou uma competição acirrada em diversos nichos
de mercado. Dessa forma para atender as novas demandas de uma economia globalizada
as empresa precisam reorganizar o modelo de administração interna para obtenção de
resultados consistentes que ampliem seus negócios. Nesse contexto, o desenvolvimento
contínuo dos recursos humanos através de uma educação corporativa, sugere uma
estratégia para se adaptar as novas exigências do mundo globalizado. Assim, esse
trabalho desenvolve uma reflexão sobre a identidade da Pedagogia enquanto teoria e
prática da educação e seus entrelaces na interação entre trabalho, aprendizado e
educação. Entende-se assim a necessidade de um aprofundamento sobre a contribuição
do pedagogo para uma gestão acadêmica, dentro de empresas que privilegiam em sua
administração a criação de Universidades Corporativas.
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METODOLOGIA
Um estudo teórico sobre educação e pedagogia envolve antes de tudo a
conceituação do termo, mas sabemos que muito ainda resta verificar dentro deste campo
de estudo, principalmente porque buscamos estabelecer numa visão necessariamente
diacrônica as conexões entre educação e sociedade. E constatar a partir daí porque
atualmente as organizações empresariais abrem espaços para as inúmeras possibilidades
de atuação do profissional pedagogo.
Para isso foi necessário um resgate da história da Educação e da Pedagogia
através de autores como Franco Gambi e Maria Lucia de Arruda Aranha e outros, para
entendermos como foram surgindo as diferentes concepções de educação ao longo da
evolução histórica para a formação do homem comum.
Com o intuito de compreender melhor a influência da pedagogia na sociedade
atual foi necessário esclarecer o termo pedagogia desde a Paidéia grega como um saber
sofisticado e complexo relacionando esse saber com o campo de competência do
pedagogo, tendo em vista os objetivos de construção humana em cada universo de sua
atuação.
O próximo passo foi buscar respostas para o relacionamento entre pedagogia e
educação corporativa. Nessa direção tomamos como base a obra de Cardozo e Vainfas
(1997) sobre a história empresarial. Mesmo o tema encontrando-se atrelado a história
econômica, foi possível filtrar as consequências econômicas desde 1960 até 1990,
através de textos em sua maioria da web, para entender como essa herança precisou ser
redesenhada para políticas que permitissem ao país e a indústria continuarem a evoluir
no século XXI.
A partir dessa visão abordamos interação entre trabalho, educação e
aprendizagem procurando contextualizar esse inter-relacionamento dentro da sociedade
do conhecimento. Esse referencial foi à ponte de ligação para esclarecer a educação
corporativa e informar a criação de Universidades Corporativas no Brasil. Finalmente
introduzimos as possíveis formas de contribuição do pedagogo dentro das
Universidades no campo empresarial.
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1 – CONSIDERAÇÕES EM TORNO DA EDUCAÇÃO.
1.1 – A IMPORTÂNCIA DA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
Como introdução, podemos dizer que a história investiga e fornece explicações
sobre a vida social de nossos antepassados através dos tempos. Essas explicações nos
são fornecidas com base na quantidade de conhecimentos acumulados pelas gerações
anteriores, as quais possibilitaram mudanças substanciais para as gerações futuras
através da educação. Ela é um fenômeno próprio dos seres humanos, ela tem sua origem
na origem do homem, o qual através do tempo desenvolveu-se pelo intermédio da
educação, resultando daí a necessidade que ele tem em relatar e reconstruir seu passado,
transmitindo os conhecimentos acumulados para as futuras gerações.
Na verdade, o acúmulo de conhecimentos do homem foi um processo de
apropriação e de transformação da natureza de acordo com suas necessidades para
continuar existindo. Assim, ele procura meios para solucionar as dificuldades que
surgem da vida em sociedade. Suas ações e pensamentos somam-se e modificam-se ao
longo dos tempos. Nesse processo ele não permanece o mesmo, pois sua maneira de
pensar, agir e sentir não serão as mesmas: ele se autoproduz e produz a sua própria
cultura. Por isso ele é um ser histórico.
Com efeito, o termo cultura não é de fácil assimilação, ela é muito mais
abrangente do que uma ação de produção intelectual do homem. Ela controla, modifica
e condiciona uma sociedade a novos desafios, pois é uma ação continuada devendo ser
preservada. Segundo Romanelli:
...Os bens culturais conquistados exigem, sob pena de se perderem, que sejam
preservados. A continuidade do processo e a preservação dos bens estão
interligadas e fornecem a motivação básica para a comunicação interpessoal,
seja no sentido horizontal relativo aos membros de uma mesma geração, seja
no sentido vertical, referente à transmissão das conquistas de uma geração
para a outra. É por isso que a cultura não sobrevive a não ser no meio social.
o instrumento de que ela se utiliza para sobreviver será inevitavelmente
aquele que definirá o processo educativo. (O.O. Romanelli, 2005:21).
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A continuidade do processo de preservação dos bens culturais conquistados é
valida ao distinguirmos que as formas de manifestação da cultura, anônimas ou
explicitas, ao longo dos tempos redefiniram-se e aperfeiçoaram-se de forma peculiar em
cada grupo social, configurando-se em um verdadeiro processo de aprendizagem.
Supõem-se, então que a aprendizagem sociocultural já não são as mesmas do passado e,
de acordo com Lombardi:
Inevitavelmente, defrontamo-nos com o pensar histórico. A relação
entre cultura e aprendizagem supõe necessariamente a indiscutível
simultaneidade entre o individual e o social em sua consideração no tempo
diacrônico e sincrônico. O que denomino aprendizagens culturais significa
pensar sua dinâmica histórica, seus aspectos culturais do passado
conservados no presente; portanto, no que já não é passado, mas que segue
atuando de forma modificada neste tempo. Assim sendo, compreende uma
aprendizagem socialmente definida no tempo e apreendida por fatores
históricos que tanto são condicionados por uma estrutura sistêmica como por
suas manifestações volitivas, fruto, em um tempo social, das interações entre
aspectos objetivos e subjetivos que vêm produzindo relações capazes de
manter e modificar formas culturais existentes (J.C. Lombardi apud–
Casimiro; Magalhães; Lombardi, 2006:101).
Sendo assim, a história geral reconstrói o passado, decifrando os bens culturais,
as relações de poder embutidas nessa produção e as consequências resultantes dessas
relações em vários momentos históricos. O mais importante nessa reconstrução é evitar
posturas ingênuas de interpretação. É constatar que por trás dos fatos históricos existem
os pressupostos teóricos subentendidos nesse processo. É perceber a importância do
conhecimento histórico como forma de reorientar as ações futuras.
Na linha das considerações acima podemos situar a história da educação. Ela é
um acúmulo de muitas histórias, uma vez que o fenômeno educacional se desenvolve
dentro as relações que os “homens estabelecem para produzir sua existência”. (Aranha,
1996:19). Ela se insere no contexto histórico geral. É onde podemos observar que a
“forma como se organiza o poder também se relaciona diretamente com a organização
do ensino” (Romanelli, 2005:14). A educação não é um fenômeno neutro, ela sofre os
efeitos da ideologia, da economia, das representações, das imagens e valores. Logo, ela
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é uma história de relações sociais que possibilitam a construção e difusão de
conhecimentos e práticas em determinadas realidades concretas.
Portanto, a importância da história da educação encontra-se no entendimento de
que ela é um acúmulo de muitas histórias entrelaçadas ao longo do tempo. Então,
revisitar o passado significa se apropriar criticamente das diversas formas de vida e ler
as raízes mais antigas do ato de educar que nos fazem entender o presente e o sentido da
educação para a vida material. Significa também uma leitura de acontecimentos
anteriores e posteriores de determinadas realidades. É entender o conceito de educação
desde a antiguidade até a contemporaneidade.
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1.2 – O CONCEITO DE EDUCAÇÃO
Ao se pensar a educação seria importante considerar que não existe, por assim
dizer, sociedade em que a ação de educar não esteja presente. Da família à comunidade
essa ação existe livre, entre todos e reflete as visões de mundo desde as sociedades
tribais até aos nossos dias. Observa-se então um esforço dos adultos em treinar e educar
os jovens até que estes se tornem aptos para a vida independente. Esse processo, por
qualquer que seja a motivação de formação em determinada sociedade, significa a
necessidade, por parte das gerações mais velhas, não só de educar mais também de
socializar e transmitir conhecimentos as gerações mais novas.
Nesse sentido, a educação encontra-se entrelaçada com o social e o histórico e
desse entrelaçamento é que surgem as criações humanas, capazes de satisfazer
determinadas necessidades, transformando o mundo e aperfeiçoando os sujeitos. Essa
característica do ser humano em estado permanente de mudanças é mediada pela cultura
e informação. Por isso, a educação não é expressa apenas por um modelo ou por uma
forma única de ensinar, mas segundo Brandão,
A educação é, como outras, uma fração do modo de vida dos grupos
sociais que a criam e recriam, entre tantas outras invenções de sua cultura,
em sua sociedade. Formas de educação que produzem e praticam, para que
elas reproduzam, entre todos os que ensinam e aprendem, o saber que
atravessa as palavras da tribo, os códigos sociais de conduta, as regras do
trabalho, os segredos da arte ou da religião, do artesanato ou da tecnologia
que qualquer povo precisa para reinventar, todos os dias, a vida do grupo e a
de cada um de seus sujeitos, através de trocas sem fim com a natureza e entre
os homens, trocas que existem dentro do mundo social onde a própria
educação habita, e desde onde ajuda a explicar – às vezes a ocultar, às vezes a
inculcar – de geração em geração, a necessidade da existência de sua ordem
(C.R. Brandão,1983:10).
Por isso, educar é ensinar, é modificar sujeitos, conduzindo de um estado a
outro. A educação não é apenas um simples mecanismo de transmissão de heranças dos
antepassados. Ela é também um meio para se moldar homens para exercer um papel em
determinado tipo de sociedade. Seguindo esse raciocínio, podemos retomar o tempo
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longo da história e registrar a visão de educação desde o mundo grego até a idade
contemporânea. Elas refletem uma prática educacional intencional que se legitima ao
determinar os fins a serem atingidos.
Veremos então, que na Grécia dos tempos homéricos, a educação sofre a
influência cultural das epopeias desenvolvendo os jovens da elite para ser um nobre
guerreiro. Atenas formava o cidadão da pólis, buscando um desenvolvimento
intelectual para que o melhor indivíduo pudesse participar dos destinos da cidade.
Esparta privilegia uma educação severa, voltada para a formação militar. Logo, a
educação grega se desloca tanto para o preparo físico como para o debate intelectual
conforme as alterações ocorridas no tempo longo e espaço.
Em Roma, a educação original patriarcal, vai sofrer uma forte influência
helenista e a fusão entre essas duas culturas trazem o “bilinguismo”, forçando ao
aprendizado do latim e do grego. A educação romana visava ao aprendizado de técnicas
agrícolas, a preparação do guerreiro e a formação enciclopédica. Por ser uma sociedade
escravista, o conceito de educação romana desvaloriza o trabalho manual para
privilegiar a formação intelectual, aristocrática da elite dominante.
Durante o milênio que constituiu a Idade Média, a educação considerou um
modelo de homem a ser atingido ao mesmo tempo religioso e militar. Nesse período
predomina a visão teocêntrica, a de Deus como fundamento direcionando toda ação
educativa para a formação do Cristão. Por outro lado a Cavalaria dos castelos é uma
instituição da nobreza e sua formação envolve valores de defesa dos fracos e exaltação
da justiça. Esse período de mil anos é marcado pela desagregação da antiga ordem
grego-romana e pelo cristianismo direcionando a formação do homem medieval.
Assim, a Idade Média é uma época de mudanças, mas de muita importância e segundo
Cambi,
A Idade Média não é absolutamente a época do meio entre dois
momentos altos de desenvolvimento da civilização: o mundo antigo e o
mundo moderno. Foi sobretudo a época da formação da Europa cristã e da
gestação dos pré-requisitos do homem moderno (formação da consciência
individual; do empenho produtivo;da identidade supranacional etc.) como
também um modelo de sociedade orgânica marcada por forte espírito
comunitário e uma etapa da evolução de alguns saberes especializados como
a matemática ou a lógica, assim como uma fase histórica que se coagulou em
torno dos valores e dos princípios da religião, caracterizando de modo
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particular está longa época; conferindo-lhe conotações de dramaticidade e de
tensão, mas também aberturas proféticas e fragmentos utópicos que nos
apresentam uma imagem mais complexa e mais rica da Idade Média;e
também uma identidade mais próxima de nos e de nossa sensibilidade. (F.
Cambi, 1999:141).
Dessa forma, como a Idade Média foi um período de profundas transformações
culturais e de contradições, não houve um conceito de educação a ser seguido; apenas a
Igreja Católica utiliza o poder da fé como ferramenta de dominação. A educação
destina-se apenas para a salvação da alma, a vida eterna e a formação do cristão. Seus
efeitos direcionarão os rumos da educação do período renascentista e do homem
moderno.
Na idade moderna, ainda persistem as contradições decorrentes da ordem feudal
e ascensão da burguesia, com a implantação do capitalismo. Nesse momento, a
educação prioriza a formação do gentleman, do honnête homme, do cortesão, do homem
intelectual, “modelo de uma nobreza aburguesada”. Essas contradições se refletem no
processo educativo. Começa a se desenvolver uma mentalidade crítica e o resgate da
dimensão humana sob todos os aspectos. Surgem os conceitos de progresso; o
conhecimento e a razão tornam-se a questão central na Idade Moderna e a grande
inovação está ligada ao nascimento do “método científico, que terá consequências
profundas e duradouras”. (CAMBI, 1999:301). É nesse contexto social, econômico e
político que a educação assume a formação do homem intelectual, do cidadão, para
ostentar um papel decisivo na sociedade. Portanto, essa educação intelectual
caracterizada por uma reavaliação da cultura em todos os seus aspectos: cientifico e
técnico servirá de base para os outros modelos de educação das futuras gerações.
A época contemporânea nasce, em 1789, com a Revolução Francesa. Esse
evento inicia um processo de profundas transformações caracterizado “pela inquietação,
pela constante renovação, pela abertura para o futuro”. (CAMBI, 1999:377). Assim, os
acontecimentos que procedem à revolução irão marcar de forma intensa o inicio da
contemporaneidade até os dias de hoje.
Na linha das considerações acima, cabe observar que a contemporaneidade é a
época da industrialização, das revoluções, das transformações sociais e culturais, da
democracia, de intenso desenvolvimento tecnológico. Ela é também o momento de
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retomada da educação que só pode ser entendida dentro de determinado contexto
histórico. Por esse caminho Cambi afirma que:
A contemporaneidade é também a época da educação e de uma
educação social que dá substancia ao político (enquanto a política é governo
dos cidadãos), mas que também se reelabora segundo um novo modelo
teórico, que integra ciência e filosofia, experimentação e reflexão crítica, num
jogo complexo e sutil. (F. Cambi, 1999:381).
Na verdade, o intenso desenvolvimento da ciência e da tecnologia
transformaram rapidamente os estilos de vida das sociedades em todo globo terrestre.
Os transportes ultrarápidos, a robotização e automação das empresas, os satélites e a
informática, desencadearam a globalização da economia. Esse momento exige
profundas modificações na educação, justamente pela exigência de uma mão de obra
polivalente, criativa, de maior atividade intelectual, capacidade de iniciativa e adaptação
rápida às mudanças. Dentro dessa perspectiva segundo Brandão a educação,
... é uma prática social (como a saúde pública, a comunicação social,
o serviço militar) cujo o fim é o desenvolvimento do que na pessoa humana
pode ser apreendido entre os tipos de saber existentes em uma cultura, para a
formação de tipos de sujeitos, de acordo com as necessidades e exigências de
sua sociedade, em um momento da história próprio de seu desenvolvimento.
(C. R. Brandão,1983:73).
Diante desse desenvolvimento em que tudo muda em pouco tempo não há como
programar em longo prazo as necessidades da máquina social. Educar para o futuro não
significa prever as necessidades sociais, mas preparar o indivíduo para o imprevisível,
desenvolvendo a capacidade de resolver problemas, permitindo acesso as informações,
mediante uma “autoformatação controlada” (ARRUDA, 1989:240). Para Bertrand
Schwartz a educação deverá formar para “autonomia intelectual e para o pluralismo”
(B. Schwartz. Apud – Gadotti, 2003:284).
Portanto, falar em educação para a contemporaneidade não é fazer futurologia.
Significa analisar as diferentes concepções de educação ao longo da evolução da
histórica. Em cada época uma nova visão de mundo foi surgindo, delineando os
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conceitos educativos para a formação do homem comum. A época atual se caracteriza
pela valorização da iniciativa, da criatividade e em desenvolver sujeitos cada vez mais
globalizados, inovadores, informados e detentores de conhecimentos. Por esse caminho
surgem novas sistematizações teóricas que não excluem as experiências passadas no
campo educacional, mas trazem uma nova forma de desenvolver todas as
potencialidades humanas. Significa planejar e programar o ensinar. Então, é o momento
em que a educação se rende a pedagogia com os seus métodos, implantação de regras e
tempos, levando os sujeitos e grupos sociais a determinadas promoções.
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1.3 – SOBRE A NATUREZA DA PEDAGOGIA
Partindo do pressuposto que a educação só pode ser compreendida em
determinado contexto histórico, fica claro, a exigência de se pensar uma forma de
educar que satisfaça a sociedade contemporânea, marcada pela ciência e a tecnologia.
Essas conquistas provocaram mudanças no comportamento dos habitantes de todo o
globo terrestre e se refletem cada vez mais na educação. Nesse momento, nota-se uma
ampliação do conceito de educação e uma diversificação das práticas pedagógicas em
modalidades não formais, formais e em várias esferas da sociedade.
Por essa razão para iniciar o tema Pedagogia, seria importante uma noção geral
sobre a palavra “pedagogia”. A origem da palavra parte da ligação do grego antigo,
paidós significando “criança” e agodé indicando “condução”. Resgatando os vocábulos
para o idioma português criou-se a palavra pedagogia. Segundo Ghiraldelli (2012) na
Grécia antiga o paidagogo era o condutor de crianças. No mundo grego clássico ele era
o escravo que levava a criança até o local de ensino das primeiras letras e ao lugar onde
eram praticados os jogos e ginásticas. Saviani observa que a função do pedagogo foi
evoluindo e aos poucos não será somente a de um pajem de crianças:
Depois, esse escravo passou a ser o próprio educador. Os romanos,
percebendo o nível de cultura dos escravos gregos, confiavam a eles a
educação dos filhos. Essa é a etimologia da palavra. Do ponto de vista
semântico, o sentido alterou-se. No entanto, a paidéia entre os gregos não
significava apenas a infância, paidéia significava a cultura, os ideais da
cultura grega. Assim a palavra pedagogia, partindo de sua própria
etimologia, significa não apenas a condução da criança, mas a introdução da
criança na cultura (D.Saviani, 2008:75).
Considerando a noção de cultura, como tudo que o homem produz, constrói e
compartilha esses conhecimentos no seio de uma sociedade de geração para geração,
pode-se observar que com o tempo o sentido da palavra pedagogia se amplia para
indicar toda a teoria sobre educação. São os filósofos gregos que ao discutir os fins da
paidéia criaram os primeiros caminhos de uma ação pedagógica, processo pelo qual, o
homem se torna plenamente humano. A Grécia clássica foi o berço das primeiras teorias
educacionais e a pedagogia nascente possui uma abordagem metafísica, compreendida
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como um procedimento para o indivíduo “realizar suas potencialidades”, própria da
filosofia antiga. (ARRUDA, 1996:112). Assim, essa forma de educar se constitui como
um ponto de referência influenciando por séculos a cultura ocidental. Nas palavras de
Saviani é de grande importância em pedagogia clarear a noção de clássico:
O clássico não se confunde com o tradicional e também não se
opõe, necessariamente, ao moderno e muito menos ao atual. O clássico é
aquilo que se firmou como fundamental, como essencial. Pode, pois,
constituir-se num critério útil para a seleção dos conteúdos do trabalho
pedagógico. (D. Saviani, 2008:14).
Dessa forma, a ideia do senso comum é de que a pedagogia é uma forma de
ensinar; as pessoas estudam pedagogia apenas para informar melhor determinados
conteúdos, utilizando práticas de ensino. O pedagógico seria o metodológico, ensinar a
matéria utilizando técnicas de ensino. Então, “trabalho pedagógico seria o trabalho de
ensinar e o termo pedagogia estaria associado apenas ao ensino” (Libâneo, 2001:6). Por
esse caminho, o raciocínio é simples: para ser pedagogo e apenas ensinar, faz-se um
curso de Pedagogia, ou seja, um curso que prepara professores para ensinar crianças e
adultos. Podemos então, destacar um sentido mais intenso para expressão pedagogia
segundo Libâneo,
Conceber o curso de Pedagogia como destinado apenas à formação
de professores é, a meu ver uma ideia simplista e reducionista. A pedagogia
ocupa-se, de fato, da formação escolar de crianças, com processos
educativos, métodos, maneiras de ensinar, mas antes disso ela tem um
significado bem mais amplo, bem mais globalizante. Ela é um campo de
conhecimentos; diz respeito ao estudo e à reflexão sistemática sobre o
fenômeno educativo, sobre as práticas educativas, para poder ser uma
instância orientadora do trabalho educativo. O didata alemão Schimied
Kowaarzik chama a pedagogia de ciência da e para a educação, portanto é a
teoria e a prática da educação. Tem um caráter ao mesmo tempo explicativo,
praxiológico e normativo da realidade educativa, pois investiga teoricamente
o fenômeno educativo, formula orientações para a prática a partir da própria
ação prática e propõe princípios e normas relacionadas aos fins e meios da
educação (J. C. Libâneo apud- S. G. Pimenta, 2002:63).
Assim, “a pedagogia é um campo do conhecimento que se ocupa do estudo
sistemático da educação – do ato educativo, da prática educativa como componente
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integrante da atividade humana” (Libâneo, 2001:6). É um evento da vida em sociedade,
resultante das relações sociais. A sociedade molda os indivíduos através da educação
como um mecanismo de manutenção da coletividade humana. A pedagogia diz respeito
a uma investigação sobre o fenômeno educativo na busca de uma abordagem dialética
da educação. Isso significa definir-se como uma solicitação orientadora do trabalho
educativo. A pedagogia não se refere somente aos métodos utilizados no ensino formal,
mas a um conjunto de práticas educativas, as quais, ocorrerem em várias modalidades
como: escola, meios de comunicação, política ou trabalho. Então, convém admitir que a
relação entre elas será intensa não podendo ser reduzida. Desse modo, educação seria o
ensino e pedagogia os métodos de ensino. Nesse caso, convém uma explicação sobre o
que é a educação ou a prática educativa:
Educação compreende o conjunto dos processos, influências,
estruturas, ações, que intervêm no desenvolvimento humano de indivíduos e
grupos na sua relação ativa com o meio natural e social, num determinado
contexto de relações entre grupos e classes sociais, visando à formação do ser
humano. A educação é assim uma prática humana, uma prática social, que
modifica os seres humanos nos seus estados físicos, mentais, espirituais
culturais, que dá uma configuração à nossa existência humana individual e
grupal (J. C. Libâneo apud – S. G. Pimenta, 2002:64).
A educação, como foi dito, é um processo de desenvolvimento integral do
homem em sua capacidade física, intelectual e moral. Ela visa não só a formação de
habilidades, mas também o caráter e a personalidade social. Entendemos então, que a
educação é uma prática social que desenvolve as características de humanização plena
nos sujeitos humanos. Sendo assim, de acordo com Dermeval Saviani (D. Saviani apud
– Arruda, 1996:51), a educação é “um processo que se caracteriza por uma atividade
mediadora no seio da prática social global”. Essa prática social seria o ponto de partida
e de chegada da ação pedagógica e a substância dessa mediação seriam os saberes, os
modos de ação, as técnicas, as atitudes e os valores. Esse conteúdo é a cultura em sua
natureza duradoura que se transforma em patrimônio do ser humano. Do ponto de vista
de Libâneo:
Trata-se, pois de entender a pedagogia como prática cultural, forma
de trabalho cultural, que envolve uma prática intencional de produção e
internalização de significados. É esse caráter de mediação cultural que
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explica as várias educações, suas modalidades e instituições, entre elas a
educação escolar. Também daí decorrem as várias projeções do educativo em
projetos nacionais, regionais, locais, que expressam intenções e ações logo
materializadas nos currículos. (J.C.Libâneo apud – S.G.Pimenta, 2002:65).
Considerando então, a pedagogia como uma prática intencional de produção e
internalização de significados construído pelos homens em determinada época é
possível uma busca para ir além dessa visão e penetrar nas redes de relações complexas
que permeiam o contexto educativo. Então, McLaren propõe investigar de que modo,
as formas sociais (e culturais) existentes encorajam, rompem,
aleijam, deslocam, diluem, marginalizam, tornam possíveis ou sustentam
capacidades humanas diferentes que aumentem as possibilidades dos
indivíduos de viver em um mundo e em sociedade verdadeiramente
democrática e afirmadora de vida. (P. McLaren apud – R.M. Fleuri,
2003:84).
É dentro desse universo complexo que a educação é perpassada por múltiplas
relações de padrões culturais diferentes. Essas relações tecem uma teia de significações
que se estabelecem na relação entre grupos sociais antagônicos e interesses divergentes.
Consequentemente, esses interesses se dividem, prevalecendo á exploração de uns sobre
aos outros. Nessa ordem, a educação só poderá ser crítica, pois é utilizada como um
“instrumento de preservação de privilégios usufruídos por poucos” (SAVIANI, 2005:
PREFÁCIO: 6º ED.). Assim, superar essa ordem significa modificar essas relações e
atingir a humanização plena.
Nesse contexto, a pedagogia se confronta com um fenômeno educativo
conflituoso na sociedade em que vivemos. A pedagogia expressa finalidades
sociopolíticas, ou seja, ela investiga técnicas e materiais direcionados para uma ação
educativa intencional, a partir de um projeto de gestão social. Por essa razão, uma de
suas características é organizar metodologias para a transmissão de saberes e modos de
ação que alcancem os objetivos educacionais desejáveis em função do desenvolvimento
humano.
Nesse sentido, o ato pedagógico poderá ser definido como uma atividade
sistemática de interação entre seres sociais, que se configura numa ação exercida sobre
sujeitos e grupos, com a finalidade de provocar mudanças eficazes, formando elementos
ativos dentro da sociedade de acordo com a concepção de homem e sociedade
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desejáveis. Nesse ponto, vale utilizar o discurso de Libâneo para realçar o caráter
pedagógico:
O processo educativo se viabiliza, portanto, como prática social
precisamente por ser dirigido pedagogicamente Em outras palavras, é o
caráter pedagógico que introduz o elemento diferencial nos processos
educativos que se manifestam em situações históricas e sociais concretas.
Precisamente pelo fato de a prática educativa se desenvolver no seio de
relações entre grupos e classes sociais é que é ressaltada a mediação
pedagógica para determinar finalidades sociopolíticas e formas de
intervenção organizativa e metodológica do ato educativo. (J.C. Libâneo
apud– S.C.Pimenta,2002: 66).
Por outro lado, as formas de intervenção organizativas do processo educacional
em instituições formais, deixam sobressair um equívoco de identificação entre ação
pedagógica e ação didática no ato educativo. A ação pedagógica e a didática encontram-
se inter-relacionadas mais conceitualmente são distintas. A didática é a parte da
pedagogia que utiliza estratégias de ensino em todos os seus aspectos práticos e
operacionais. Podendo ser definido como; a “técnica de estimular, dirigir e encaminhar
no percurso da aprendizagem a formação do homem”. (AGUAYO apud – C. PILLETI,
2004:43). O trabalho didático é uma técnica educativa e se situa entre o filosófico e o
científico, ou seja, entre o que deve ser e o que é, articulando o ideal ao real.
Em outras palavras, o trabalho pedagógico, a partir de conhecimentos
científicos, filosóficos e técnicos, tem condições para postular e intervir de forma
consciente nos elementos do ato educativo, e ser uma ciência integradora mediante
contribuições das demais ciências, por isso, ela é um campo de estudos com identidade
e problemáticas próprias. Para Libâneo,
Seu campo compreende os elementos da ação educativa e sua
contextualização, tais como o aluno enquanto sujeito do processo de
socialização e aprendizagem os agentes de formação (inclusive a escola e o
professor), as situações concretas em que se dão os processos formativos
(inclusive o ensino), o saber como objeto de transmissão/ assimilação, o
contexto socioinstitucional das instituições (inclusive as escolas e salas de
aula). Resumidamente, o objetivo do pedagógico se configura na relação
entre os elementos da prática educativa: o sujeito que se educa, o educador, o
saber e os contextos em que ocorrem. (J.C. Libâneo, 2001: 10-11).
22
Essa é a razão por que a pedagogia torna-se um saber sofisticado e complexo em
função da construção humana. Pelo fato de ser um saber sofisticado, podemos relacionar
o campo de competência do pedagogo á prática educativa, tendo em vista os objetivos
de formação humana em cada universo de atuação. Por esse caminho, “o trabalho do
pedagogo escolar e o extra-escolar” é uma ação científica, pois necessita de uma
compreensão maior dos fenômenos da vida em sociedade. (LIBÂNEO, 2001:13).
Compreende-se então, que devido a essa abrangência o “fazer pedagógico é
inevitavelmente um fazer investigativo” (FRANCO, 2002).
Assim, a pedagogia é um campo ativo na pesquisa sobre sua própria teoria,
tornando-se bem sucedida em sua autoprojeção. Isso significa dizer que a cada
momento será necessário restabelecer um novo caminho para o ato pedagógico, em
função do tempo histórico. “As novas realidades estão exigindo um entendimento
ampliado das práticas educativas e, por consequência, da pedagogia” (PIMENTA,
2002:27).
Contudo, ao analisarmos rapidamente essas realidades visualizamos um clima
de constante ebulição resultantes do desenvolvimento humano. Ela sugere a necessidade
de inovações nos processos formativos e educativos, como também outras orientações
político-cultural. Esses problemas desafiam a pedagogia a buscar caminhos capazes de
lidar com indagações como ecologia e exploração da natureza; aumento de etnias em
diversos países e o multiculturalismo. A violência urbana como um problema mundial e
social. E por fim a globalização mudando o cenário mundial e os paradigmas
transformando a própria vida em sociedade.
Uma maneira específica de lidar com esse desafio é efetuar uma obra de
acompanhamento e interpretação ativa que só a educação poderá desenvolver, mas que
não poderá perder o seu foco principal: o homem. É evidente que a prática pedagógica
não oferece uma solução radical para os problemas futuros, mas tem condições de
encontrar possibilidades para a construção de ações mais definidas, ao lado de novos
atores sociais, políticos e educacionais. Convém destacar que essas ações não terão
sentido se a educação “não conservar o fim que foi o seu desde o início da sociedade, ou
seja, a humanização de toda a geração sucessiva”.
Portando, por mais difícil que seja concretizar essa humanização, “a tradição
cultural, intelectual e pedagógica, no seu aspecto mais genuíno e mais alto”, deve seguir
seu curso, continuando “a viver e a agir como o paradigma de desenvolvimento da
23
humanidade, ainda que se adaptando a condições profundamente novas” (CAMBI,
1999: 643).
24
1.4 – A PEDAGOGIA: NOVOS CAMPOS DE AÇÃO INFLUENCIANDO A SOCIEDADE
Neste momento histórico ninguém pode duvidar da intensidade das
transformações que a humanidade vivenciou ao longo dos tempos. Elas expandiram de
tal forma o progresso material e tecnológico, nos colocando frente a realidades
desafiadoras. Essas realidades são um novo momento social e exigem uma ampliação
no conceito de educação e em consequência a diversificação da ação pedagógica em
varias modalidades de educação informais, não-formais, e formais. Desta maneira, não
há dúvidas que hoje a pedagogia, como uma área de estudos específicos está em alta nos
meios profissionais, políticos, universitários, sindicais, empresariais, nos meios de
comunicação e nos movimentos da sociedade civil. Nas palavras de Libâneo (2001)
“estamos diante de uma sociedade genuinamente pedagógica”.
Ora, basta um olhar na História e veremos o poder pedagógico se acentuando
ao longo dos tempos diante das inúmeras transformações ocorridas nas sociedades.
Assim, o aparecimento da paidéia grega, possibilitou através do intercambio de
mensagens otimizadas, que a informação sucedesse a transformação e ao conhecimento.
Não seria de se estranhar “que a sociedade da comunicação se tornasse, mais
recentemente, mas também repentinamente, uma sociedade pedagógica”, ao possibilitar
o acesso á novos conhecimentos, diante das inúmeras tecnologias de comunicação de
massa, ocorrendo, não só através das palavras, mas também através da hipermídia. (M.
SERRES).
A pedagogia encontra-se em constante expansão na sociedade do conhecimento.
Diariamente assistimos mensagens educativas em programações televisivas sobre
educação ambiental, política e saúde. Há práticas pedagógicas em jornais, rádio,
material didático, propagandas, elaboração de jogos, fabricação de brinquedos, em
supervisão de trabalhos técnicos, na orientação de estagiários para formação
profissional, nas academias de educação física e na informática. Libâneo acrescenta
outros espaços Do exercício de práticas pedagógicas,
Na esfera dos serviços públicos estatais, são disseminadas várias
práticas pedagógicas assistentes sociais, agentes de saúde, agentes de
promoção social nas comunidades, etc. Os programas sociais de medicina,
informação sanitária, orientação sexual, recreação, cultivo do corpo, assim
como práticas pedagógicas em presídios, projetos culturais são ampliados.
25
Ano a ano aumenta o número de congressos, simpósios, seminários. São
desenvolvidas, em todo o lugar, iniciativas de formação continuada nas
escolas, nas indústrias. As empresas reconhecem a necessidade de formação
geral como requisito para enfrentamento da intelectualização do processo
produtivo. (J. C. Libâneo, 2001:4–5).
Contudo, mesmo encontrando ações pedagógicas abrangendo toda a sociedade,
segundo Ricardo (2012), estamos em pleno processo de regulamentação da profissão de
pedagogo e ainda que se encontre em andamento, a sua presença é imprescindível em
empresas de consultoria em educação e nas equipes governamentais encarregadas de
elaborar e executar estudos, programas e projetos educacionais (Projeto de lei n° 4.746,
de 1988). A lei define ainda as atividades que podem ser executadas pelo Pedagogo,
• ELEKTRO – Centro de Excelência Elektro (2001 - energia elétrica)
• BANK BOSTON – Boston School (1999 - financeiro)
• BNDS – Universidade BNDS (2002 - financeiro)
• CAIXA – Universidade Corporativa Caixa (2001 - financeiro)
• REAL-ABN Amro – Academia ABN Amro (2001 - financeiro)
• VISA do BRASIL – Universidade VISA (2001 – financeiro)
• NATURA – ECN Educação Corporativa Natura (2002 – higiene)
45
• CVRD – Valer Universidade vale (2003 – mineração e siderurgia)
• AMIL (SAÚDE) – Amil Universidade Corporativa (2002 – serviços)
• CORREIOS – Unico Universidade Corporativa Correios (2002 - serviços)
• WOLKSWAGEN – AutoUni-UC da VW Brasil (2002 - veículos e peças)
• BANCO DO BRASIL – Universidade Corporativa Banco do Brasil (2002 -
financeiro)
• MICROSIGA – Educação Corporativa Microsiga (2000 – tecnologia e
informação)
Seria importante, comentar a pesquisa de Otranto (2008) sobre as universidades
corporativas. No Brasil, a primeira empresa a ter um campus da universidade
corporativa foi a Accor (hotelaria), criada em 1992, Campinas, São Paulo. Foi a
segunda a nascer (depois da sede francesa), das atuais 15 universidades corporativas da
empresa existentes no mundo. Em 2002, a Accor fez parcerias com o Centro Federal de
Educação Tecnológica de Minas Gerais e criou seu programa de pós-graduação lato
sensu, reconhecido pelo Ministério da Educação.
Otranto (2008) chama atenção, para alguns exemplos de empresas que firmaram
parcerias com universidades públicas para criar as suas universidades. Uma delas é a
Sadia que oferece um MBA de gestão empresarial, reconhecido pelo MEC, em parceria
com a Unicamp. A UniMetrô, Universidade corporativa do Metrô, montada em 1999,
atualmente oferece MBA a seus funcionários em convênio com a Universidade de São
Paulo (USP). A Universidade Embratel associou-se a Faculdades Ibmec, a Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UERJ) e a Escola Superior de Propaganda e Marketing
(ESPM).
De acordo com Chiavenato (2010) na Universidade do Hambúrguer, da rede
McDonald’s, situada em Alphaville, perto de São Paulo, os gerentes passam por um
treinamento no laboratório de alimentos. Aprendem tudo sobre o funcionamento das
máquinas e os tempos de fritura dos alimentos. Obtendo uma visão global das operações
da loja. A Brahma optou pela Universidade Corporativa quando verificou o quanto
gastava em treinamento e quanto esse investimento proporcionava de retorno à empresa.
Ricardo (2012:7) afirma que as pesquisas realizadas demonstram o crescimento dos
investimentos na educação do trabalhador. A Associação Brasileira de Treinamento e
Desenvolvimento e a Mudanças Organizacionais e Treinamento (MOT) publicaram
uma pesquisa, revelando que instituições com 200 até 500 funcionários investem em
46
processos de educação continuada, dedicando em média 148 horas anuais a cada
empregado em programas de pós-graduação, MBAs internos e cursos de média duração.
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, pela Secretária
de Articulação Tecnológica, em 2006 também concretizou alguns estudos nesse campo,
Os resultados sinalizaram o crescimento da educação corporativa
naquele momento, no Brasil, com aproximadamente 100 Universidades
Corporativas (Aguiar, 2006). Éboli, hoje já sinaliza a existência de 250 UCs
em nosso país (Veja, 2009). Em 2007, produzimos um novo relatório de
pesquisa para o MDIC/STI onde constavam as iniciativas de organização de
projetos pedagógicos para o setor de energia elétrica e os avanços em torno
da certificação do trabalhador na União Europeia (A.C.Aguiar, 2006 e Veja,
2009 apud– E.J.Ricardo, 2012:8).
Portanto, fundamentada na ideia de Silva e Santos (2014:7) as organizações que
possuem universidades corporativas estão criando um futuro, pois elas preparam o
indivíduo para um mercado em constantes mudanças e atuam em dois pontos
importantes: o tempo de produzir e o tempo de aprender. Para Ricardo (2012) o desafio
das UCs ou de qualquer unidade de educação corporativa é unir negócios e educação a
uma visão crítica e reflexiva do ato pedagógico e da aprendizagem.
47
2.4 – A CONTRIBUIÇÃO DO PEDAGOGO EM UMA UNIVERSIDADE CORPORATIVA.
Muitas empresas estão adotando projetos de Universidades Corporativas para o
desenvolvimento de competências, habilidades, atitudes, e conhecimentos que
possibilitem uma mudança qualitativa nos recursos humanos. Como a pedagogia tem
por objetivo a educação e a prática educativa, é nessa realidade que surge a figura do
pedagogo empresarial, profissional com diversos conhecimentos e competências para
atuar nessa área. Sua contribuição pode ser muito importante ao buscar práticas
educativas que promovam conhecimentos e aprendizagens na organização.
A Universidade Corporativa na verdade não é uma universidade como temos
informação, mas a nova denominação de centros estratégicos de educação corporativa
para criar uma cultura de aprendizagem e garantir o desenvolvimento profissional e
individual de seus recursos humanos. De acordo com Otranto (2008) o termo é criação
de Jeane Meister, presidente da Corporate University Xchage, empresa americana
responsável por consultoria em educação corporativa. Meister define desta forma
universidade corporativa,
É um guarda chuva estratégico para o desenvolvimento e a educação
de funcionários clientes e fornecedores, buscando otimizar as estratégias
organizacionais, além de um laboratório de aprendizagem para organização
de um polo permanente ( J. Meister,1999:8 apud – C.R. Otranto, 2008:2).
A partir dessas considerações podemos percebe que a implantação de
Universidades Corporativas não foi por acaso. Elas surgem pela própria evolução da
história econômica empresarial, que em cada época trouxe determinadas necessidades
com características próprias, surgidas da expansão econômica.
A sociedade industrial necessitava apenas de trabalhadores passivos, executor de
ordens para produzir. Atualmente o trabalhador precisa ser criativo para produzir com
qualidade. De acordo com Candinha (2008) o homem precisa querer crescer, aprimorar-
se, desenvolver-se, pois nas palavras de Alvin Toffer,
Os novos meios de produção não se encontram mais na maciça
maquinaria da era das chaminés. Eles estão, em vez disso, estalando no
interior do crânio do empregado, onde a sociedade irá encontrar a mais
48
importante fonte individual de riqueza e poder futuros. (A.Tofler apud – I.
Lopez(org.), 2008:27).
Observa-se então que a sociedade da informação necessita de profissionais
polivalente, audaciosos, criativos, com visão global do mundo e da empresa, postura
ética, e além do mais querer aprender. Por isso o interesse das empresas em colocar em
prática uma aprendizagem permanente para a capacitação e formação técnica, com
conteúdos específicos do ramo de seus negócios e para as exigências de um mercado
globalizado.
Diante desse cenário, as empresas implantam Universidades Corporativas para
investir no desenvolvimento humano e solicitam o apoio da Pedagogia para desenvolver
e qualificar os recursos humanos em todos os seus aspectos intelectual, social e afetivo,
através da contribuição dos saberes do profissional pedagogo.
É importante analisar que um projeto de educação corporativa possui diversas
complexidades, uma vez que os trabalhadores estarão participando de várias atividades
em que os níveis de conhecimentos são variados e exige ações para ampliação desses
conhecimentos e, portanto a presença de profissionais especializados. Mesmo
identificando que o pedagogo tem a possibilidade de trabalhar em diversas áreas,
Candinha (2008:33), esclarece ser o departamento de recursos humanos a área em que o
pedagogo deve atuar para contribuir com as mudanças de comportamento necessárias
para tornar as organizações mais humanizadas.
De acordo com CBO (2002), o pedagogo para atuar em sua ocupação necessita
ter competências pessoais próprias para sua função, devendo assumir responsabilidades
e postura ética, compreender o contexto de sua atuação, respeitar as diversidades, criar
espaços para o exercício da diversidade, respeitar a autonomia do educador, criar clima
favorável de trabalho, demonstrar capacidade de observação, trabalhar em equipe,
administrar conflitos, coordenar reuniões, dimensionar os problemas, respeitar
alteridade, estimular a solidariedade, a criatividade, o senso de justiça, o senso crítico, o
respeito mútuo, os valores estéticos, a cooperação, desenvolver a autoestima, se
autoavaliar, demonstrar pró-atividade, versatilidade e flexibilidade.
Sem dúvida, o próprio conceito de competência mereceria longas discussões,
para se entender o movimento da profissão em sua área de atuação. Logo, associando os
saberes da experiência com os da ação Perrenoud (2000:14), esclarece que a noção de
competência designará uma capacidade de mobilizar diversos recursos cognitivos para
49
enfrentar um tipo de situação, mas essa mobilização só é pertinente em cada situação
singular e em analogia com outras situações encontradas.
Levando-se em conta a diversidade de competências anteriormente descritas,
não há como negar serem elas a promoverem a real contribuição do pedagogo para uma
gestão acadêmica construída de uma situação de trabalho à outra. Acrescenta-se ao
exposto as palavras de Candinha (2008) que o pedagogo deve se ocupar em delinear
frentes em que ocorra o desenvolvimento humano dos profissionais procurando
favorecer uma aprendizagem significativa e o aperfeiçoamento de novas competências
que atendam ao mercado de trabalho.
Sem dúvida, favorecer uma aprendizagem significativa seria a contribuição
básica do pedagogo dentro de uma Universidade Corporativa, mas para isso ocorrer
deve ser levado em consideração o processo de planejar, facilitar e avaliar a
aprendizagem.
Sendo assim, facilitar situações de aprendizagem é agir como mediador
possibilitando a construção e reconstrução do conhecimento, pois cria novas relações
entre eles. Dessa maneira Tébar explica,
A mediação tem o objetivo de construir habilidades no sujeito, a fim
de promover sua plena autonomia. A mediação parte de um princípio
antropológico positivo e é a crença da potencialização e da perfectibilidade
de todo ser humano. A genética não deu a última palavra. A força da
mediação lança por terra todos os determinismos no campo do
desenvolvimento do ser humano. Assim, devemos entender a mediação como
uma posição humanizadora, positiva construtiva e pontencializadora no
complexo mundo da relação educativa. (L.Tébar, 2011:74).
Por outro lado, seria importante destacar a ação mediadora do pedagogo dentro
das organizações quando o intercambio de informações entram em desacordo no grupo.
Segundo Robbins (2009), o conflito, é um processo que engloba um escopo de
divergências desde os atos explícitos e violentos até as formas mais sutis de desacordo.
A ação mediadora seria uma ponte para sustentar um nível mínimo constante de
contestação, o suficiente para manter o grupo ativo, autocrítico e criativo.
Nesse sentido torna-se essencial avaliar a aprendizagem dentro da própria
função da pedagogia empresarial, preocupada com a transformação do comportamento
do colaborador. Nesse caso a avaliação, deverá ser um instrumento para a verificação do
50
que foi feito e ao mesmo tempo programar novos rumos. Tébar nos mostra a sua
reflexão sobre a função da avaliação da aprendizagem,
Avaliar não é medir nem comprovar, nem ao menos controlar os
resultados de uma ação orientada a uma dada finalidade. Avaliar é um
processo de diálogo, acumulação de informação, compreensão holística de
toda a organização educativa. O aluno não pode continuar sendo o único
avaliado no processo educativo. A avaliação é uma empresa inacabada, pois,
a todo momento, os novos resultados orientam a significação dos anteriores.
(L. Tébar, 2011:475).
Esses princípios pressupõem que a avaliação deve ser vista no sentido de
melhoria para os colaboradores, na medida em que se articula com o planejamento de
aprendizagem. Contudo seria adequado sublinhar a falta de interesse do colaborador em
realmente aprender. Nesse caso a prática de uma avaliação em seu sentido pleno, de
aprendizagem para o desenvolvimento não funcionaria, ou seja, será uma mera
verificação de resultados.
Cabe ao pedagogo então utilizar seu amadurecimento pedagógico para
conquistar a confiança e o comprometimento de toda a organização e na medida em que
for possível utilizar os próprios recursos humanos para incentivar a aprendizagem. Por
isso, na opinião de Eboli (2005), a educação corporativa deve permear toda a cultura
organizacional e fazer parte do cotidiano da organização, e o papel das lideranças é
crucial nesse sentido.
Reconhecendo então as diferenças individuais existentes nas organizações,
entendemos que o trabalho do pedagogo não será muito fácil. Neves (2009) explica que
uma organização precisa de dois tipos de indivíduos: os jogadores e os inovadores, mas
em proporções corretas. Porém, existem os céticos, indivíduos sem entusiasmo para
realizar coisas novas. Para eles tudo é velho e assim será sempre. Esses são uma ameaça
para o sucesso de uma organização, pois podem impedir de fato o trabalho em equipe. O
talento do pedagogo será identificar rapidamente esses indivíduos e criar estratégias que
neutralizem esses comportamentos.
Portanto, o entendimento dos comportamentos humanos é a principal
contribuição do pedagogo dentro de uma Universidade Corporativa para formação
constante de pessoas. Então, é importante reconhecer que toda empresa em sua
51
caminhada, possuí as suas histórias e culturas, as quais caracterizam o comportamento
do grupo e favorecem a obtenção de enormes resultados.
Na opinião de Ribeiro (2010) sendo o pedagogo empresarial o articulador de
interesses, torna-se ele mesmo, um líder na dinâmica organizacional. Assim, ocupar seu
espaço de líder implica reconhecer que as relações interpessoais sugerem o trato com
diferentes tipos humanos, e, consequentemente, de lideranças (todas elas legítimas), mas
também reconhecer o peso dessas lideranças dentro do grupo, influenciado o conjunto
de contribuições do pedagogo para desenvolver o potencial humano.
52
3 – CONCLUSÃO
Verificamos que a história investiga e fornece explicações sobre a vida social de
nossos antepassados através dos tempos, transmitindo para as futuras gerações os
conhecimentos acumulados por meio da educação e assim reorientar as ações futuras.
Nessas condições podemos situar a evolução da história da educação, o conceito de
pedagogia e a história empresarial.
Conferimos então, que essa evolução é um acúmulo de muitas histórias inseridas
no contexto histórico geral da humanidade. Por esse esboço averiguamos que a
educação não é um fenômeno neutro, ela sofre os efeitos da ideologia, da economia, das
representações, das imagens e valores, mas possibilitam a construção e difusão de
conhecimentos e práticas em determinadas realidades concretas.
Sendo assim, observamos na virada do século XIX para o XX os primeiros
sinais de mudanças de paradigmas dentro dos campos de pesquisas das ciências
humanas, devido à entrada em cena de novos grupos sociais e com eles outras
estratégias para a economia, a política, a cultura e principalmente os meios de
comunicação de massa.
Em consequência, no início do século XXI, podemos constatar que o avanço do
fenômeno da globalização, introduziu transformações tecnológicas c exigiram
profundas modificações na sociedade e investimentos em educação. Visualizamos uma
ampliação no conceito de educação e uma diversificação das práticas pedagógicas em
modalidades formais, não formais e em várias esferas da sociedade, induzindo os
comportamentos humanos a novas aprendizagens culturais importantes para a sociedade
do conhecimento. Nessa nova ordem mundial, o conhecimento e a informação
tornaram-se uma estratégia de competição e lucro econômico entre as empresas.
Analisando a relação entre educação e economia, conferimos que as
organizações empresariais do século XXI para enfrentar a internacionalização da
economia necessitaram modificar a estrutura organizacional interna, reavaliando o
processo de trabalho, os recursos humanos, os serviços e a forma de conduzir os
negócios. Uma das saídas para se adaptarem a esse cenário seria investir nos campos da
educação e da tecnologia, buscando uma formação intensa no perfil profissional de seus
colaboradores para cada vez mais se tornarem competitivas.
53
Observamos que nesse novo contexto, o foco é aprender. A educação
corporativa como estratégia de competitividade e aprendizagem de longo prazo revela
um modelo de aprendizagem contínua para que as pessoas aprendam a trabalhar em
grupo, cooperando entre si, para gerar soluções inovadoras nos problemas
organizacionais.
Diante desse cenário, notamos a criação de Universidades Corporativas trazendo
propostas de formação profissional no trabalho e o apoio da Pedagogia para o
desenvolvimento dos recursos humanos em todos os seus aspectos intelectual, social e
afetivo. Assim, compreendemos que através da contribuição dos saberes do profissional
pedagogo ocorreriam as mudanças de comportamento necessárias para tornar as
organizações mais humanizadas.
Evidentemente, a explanação do tema educação corporativa que foram
apresentadas merece um aprofundamento posterior exatamente pela riqueza teórica e o
seu refugio na história geral, recolhendo em si diversos conceitos dos campos
econômico, cognitivos e cultural. Esse aprofundamento poderá proporcionar uma base
para “as relações reais que caracterizam a educação, como um fenômeno” político-
cultural concreto (SAVIANI, 2013), guardando em seu interior a especificidade da
pedagogia. Então, essa reflexão poderá abrir novos caminhos para o pedagogo atuar
com os diversos sujeitos que compõem o tecido social.
Portanto, ao acompanhar a diacronia dos tempos e a realidade do século XXI,
este trabalho monográfico deixa em aberto mais um aprofundamento educacional que
nos remete ao “Mito da Caverna: Platão (SÉCULO VIII a.C) viu a maioria da
humanidade condenada a viver nas sombras” ao tomá-las como verdadeiras, justamente
por ser muito doloroso chegar ao conhecimento. Mas, atualmente ao fazer uma
comparação com os homens da caverna de Platão e a Pedagogia Empresarial, que outras
contribuições seriam necessárias ao pedagogo para influenciar em diversos sujeitos
atitudes mais humanas, se esse sujeito epistemológico carrega consigo ideias
anacrônicas?
54
4 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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