UNINGÁ – UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR INGÁ FACULDADE INGÁ CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM IMPLANTODONTIA LEONARDO FEDERIZZI ANÁLISE DO ÍNDICE DE SOBREVIVÊNCIA E FATORES RELACIONADOS AO USO CLÍNICO DE IMPLANTES CURTOS PASSO FUNDO 2009
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UNINGÁ – UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR INGÁ FACULDADE INGÁ
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM IMPLANTODONTIA
LEONARDO FEDERIZZI
ANÁLISE DO ÍNDICE DE SOBREVIVÊNCIA E FATORES
RELACIONADOS AO USO CLÍNICO DE IMPLANTES CURTOS
PASSO FUNDO
2009
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LEONARDO FEDERIZZI
ANÁLISE DO ÍNDICE DE SOBREVIVÊNCIA E FATORES
RELACIONADOS AO USO CLÍNICO DE IMPLANTES CURTOS
PASSO FUNDO
2009
Monografia apresentada à unidade de Pós-graduação da Faculdade Ingá – UNINGÁ – Passo Fundo-RS como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Implantodontia Orientador: Prof. Ms Christian Schuh
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LEONARDO FEDERIZZI
ANÁLISE DO ÍNDICE DE SOBREVIVÊNCIA E FATORES
RELACIONADOS AO USO CLINICO DE IMPLANTES CURTOS
Aprovada em 04/11/2009
BANCA EXAMINADORA:
________________________________________________ Prof. Ms. Christian Schuh - Orientador
________________________________________________
Prof. Dr. Cezar Augusto Garbin
________________________________________________ Prof. Ms. Alexandre Basualdo
Monografia apresentada à comissão julgadora da Unidade de Pós-graduação da Faculdade Ingá – UNINGÁ – Passo Fundo-RS como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Implantodontia.
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DEDICATÓRIA
À minha família que sempre esteve ao meu lado tanto nos momentos
felizes quanto nos tristes.
A minha mãe Catarina e ao meu pai Hélio por uma vida inteira
de dedicação e amor aos filhos. Exemplo de competência em casa e no
trabalho. Minha eterna gratidão por sua luta em proporcionar aos filhos a
possibilidade de ensino e formação. Tudo que sou devo a vocês.......
A minha querida irmã Teresa pela união e
amizade presente em todos os momentos da
minha vida.
À minha amada, minha companheira, minha
amiga, minha alma gêmea, Vanessa, pelo carinho e
compreensão na minha ausência. Obrigado por
estar ao meu lado.
A Deus por estar presente em todos os momentos de minha vida, pela saúde e proteção
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AGRADECIMENTOS
Aos professores, Renato Dalosto, José Irani Zili,
Alexandre Basualdo, Rafael Antônio pelo exemplo de professores que
são, dedicando seu tempo e compartilhando experiências para que minha formação
fosse também um aprendizado de vida. À vocês que souberam ser mestres, e acima de
tudo, grandes amigos.
Ao professor Cezar Augusto Garbin pelo apoio, amizade, competência e auxilio
na realização deste trabalho. Por toda a sabedoria e pelos ensinamentos transmitidos
durante o convívio em nosso local de trabalho.
Aos demais professores por terem ampliado e contribuído com os meus
conhecimentos.
Aos colegas de Pós-graduação: Cristiano, Dalvo, Milson,
Mezzomo, Guto, Paula e Nédio“...Aprendi que verdadeiras amizades
continuam a crescer mesmo a longas distâncias, e o que importa não
é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. Em especial ao
integrantes do grupo 3: Miguel Matielo, Tiago Basso e Bernardo Camargo
Ao técnico de laboratório Felipe, obrigado pelo tempo disponibilizado,
compreensão e paciência.
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AGRADECIMENTO ESPECIAL
Ao meu orientador, Prof. Christian Schuh, pelo
companheirismo, dedicação, pelos seus ensinamentos, seu incentivo e
ajuda em minha formação profissional. Meus sinceros agradecimentos pela
oportunidade de tê-lo como professor, orientador, e por sermos amigos.
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RESUMO
A reabilitação oral com implantes dentários tem apresentado elevados índices de sucesso, resultando na busca de novos protocolos cirúrgicos e protéticos a fim de reduzir o tempo de tratamento ao paciente. Implantes curtos foram idealizados para oferecer possibilidade de reabilitação em áreas de extrema falta de disponibilidade óssea. Alguns dos critérios para avaliação do sucesso da reabilitação com implantes dentários são a estabilidade clínica dos implantes após serem submetidos à função e a reação dos tecidos periimplantares à instalação dos mesmos, como por exemplo, os processos de remodelação óssea. O propósito deste estudo foi apontar, através de uma revisão de literatura e análise de estudos longitudinais o índice de sobrevivência clínica de implantes curtos instalados em região posterior de maxila e mandíbula, apontando os fatores que interferem no seu sucesso ou falhas. A revisão no período entre 2005 e 2009 demonstrou que estes implantes são efetivos, com resultados similares aos dos implantes mais longos. A qualidade do ato cirúrgico com técnica precisa adaptada à densidade óssea, além de implantes com superfície texturizada e prótese confeccionada de tal forma que permita uma distribuição equilibrada das forças oclusais parecem fundamentais para a longevidade dos implantes curtos.
Palavras chaves: Implante Dentário, Próteses e Implantes, Prótese Dentária Fixada por Implante.
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ABSTRATC
The oral rehabilitation with dental implants has presented high rates of success, resulting in the search of new surgical and prosthetic protocols in order to reduce the time of treatment for the patience. Short implants were idealized to offer possibility of rehabilitation in areas of severe lack of bone availability. Some of the criteria for the evaluation of the rehabilitation success with dental implants are the clinical stability of the implants after being submitted to the function and the reaction of the peri-implant tissue to the placement of them such as the processes of bone recast. The purpose of this study was to evaluate through a literature revision and analysis of longitudinal study, the rate of clinical surviving of short implants placed in the posterior area of the mandible, pointing the factors which interfere on their success or failure. The revision between 2006 and 2009 demonstrated that these implants are effective, with similar results to the longer ones. The quality of the surgical act with accurate technique adapted to bone density, besides implants with machined-surface implants and prosthesis fabricated in such a way that allows a balanced distribution of the oclusal forces seem to be fundamental for the longevity of short implants. Key words: dental implant, prosthesis and implants, prosthesis-to-fixed implant
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 9
2 REVISÃO DE LITERATURA............................................................................. 11
3.1 FATORES RELACIONADOS AO USO CLÍNICO DE IMPLANTES CURTOS 11
3.2 REFERENCIAL TEÓRICO SOBRE A TAXA DE SOBREVIVÊNCIA DE
IMPLANTES CURTOS - ESTUDOS CLINICOS............................................
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4 DISCUSSÃO........................................................................................................ 27
5 CONCLUSÃO...................................................................................................... 32
REFERÊNCIAS..............................................................................................................
APÊNDICE A..................................................................................................................
APÊNDICE B..................................................................................................................
33
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43
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1- INTRODUÇÃO
Implantes dentários é a técnica restauradora odontológica mais recente na
reabilitação oral. Os implantes osseointegráveis foram desenvolvidos inicialmente para
a reabilitação de pacientes totalmente edêntulos. Entretanto, os avanços das técnicas e
estudos científicos permitiram posteriormente a utilização de implantes na reabilitação
de arcos parcialmente edêntulos (FRIBERG et al., 2000; MORDENFELD et al., 2004)
A perda dentária precoce, o período de edentulismo, associado ao uso de
próteses causam reabsorções ósseas de forma a superficializar o canal mandibular,
exigindo maior atenção no planejamento do implantodontista (GRIFFIN, CHUNG, 2004;
STELLINGSMA et al., 2004; HANGGI et al., 2005; MISCH, 2000; BARBOSA et al.,
2007; MACHADO et al., 2007).
A literatura relata um melhor resultado na utilização dos implantes
osseointegrados quando o maior contato possível entre a área total da superfície do
implante e o osso alveolar é alcançado, por isso há busca por implantes longoss tanto
em comprimento quanto em diâmetro. No entanto, a altura óssea disponível é um dos
fatores limitantes na determinação do comprimento do implante (RENOUARD,
ARNOUX, SARMENT, 1999; RENOUARD, NISAND, 2005; MALO, NOBRE E
RANGERT, 2007).
O padrão de perdas ósseas após extração de elementos dentários na região
posterior dos arcos maxilar superior e inferior são bem distintos. A perda óssea
mandibular ocorre principalmente no sentido vertical, resultando geralmente em pouca
altura óssea, porém com quantidade razoável no plano horizontal. Em função disso, e
da presença de áreas anatômicas nobres, o planejamento para reabilitação da região
posterior dos arcos atróficos normalmente é mais complexa. O cirurgião deve estudar
soluções como cirurgias prévias para ganho de volume ósseo, uso de implantes
angulados e implantes curtos (BUSER et al, 1994; MISCH, 2000).
Cirurgias de aumento ósseo é uma solução bem previsível para ganho
horizontal. Resultados envolvendo aumentos consideráveis de volume no sentido
vertical são limitados. Atualmente, ganhos através de procedimentos como distração
osteogênica seriam mais promissores (CHIAPASCO et al, 2004). Apesar disso, essa
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seria uma técnica que exige o uso de aparato diferenciado com custo relativamente
maior. Cirurgias prévias envolvem maior tempo de tratamento e maior número de
intervenções, maior morbidade, entretanto resultam em ótimos resultados estéticos,
com menor compensação protética das restaurações (CHOW et al. 2001; GENTILE,
CHUANG, DODSON, 2005; ROMEO et al, 2006)
A utilização de implantes curtos, em relação aos longos, necessita de menos
osso remanescente, reduzindo a exposição do paciente a cirurgias para enxertia óssea
ou reposicionamento do nervo alveolar inferior, constituindo uma grande vantagem na
reabilitação de mandíbulas e maxilas parcialmente edêntulas, em situações de redução
extrema do volume ósseo. Em virtude disso, o objetivo desse trabalho foi avaliar,
através de uma revisão de estudos clínicos longitudinais, o índice de sobrevivência de
implantes curtos instalados em região com pouca disponibilidade óssea (ver apêndice
A) e os fatores clínicos relacionados ao seu uso.
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2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 FATORES RELACIONADOS AO USO CLÍNICO DE IMPLANTES CURTOS
A severa reabsorção óssea posterior da mandíbula a partir da perda dentária
precoce e o uso continuado de próteses removíveis resultam em uma crista milo-
hioidea proeminiente e coberta por uma mucosa delgada não inserida acarretando em
vários problemas como retenção insuficiente das próteses convencionais, sobrecarga
sobre a mucosa, acompanhado em alguns casos de dor. A possibilidade de reabilitar
esse tipo de paciente com a utilização de implantes osseointegráveis para suporte de
próteses fixas revolucionou o tratamento reabilitador de pacientes edêntulos parciais ou
totais com perda óssea avançada (GRIFFIN, CHUNG, 2004; STELLINGSMA et al,
2004; HANGGI et al, 2005). Nesses casos o nervo alveolar inferior pode encontrar-se
superficializado e medidas devem ser tomadas a fim de evitar lesões a esta estrutura
nobre presente na região mandibular em uma cirurgia (MISCH, 2000; BARBOSA et al,
2007; MACHADO et al, 2007)
Como forma de tratamento para mandíbula parcialmente edentula posterior com
limitada altura óssea, Stellingsma et al, em 2004, citou: cirurgias avançadas
(lateralização do nervo alveolar inferior), distração osteogênica, enxerto, implantes
inclinados e implantes curtos.
Perri e Junior, em 2006, caracterizam os implantes curtos como vantajosos em
relação às outras formas de tratamento, devido ao custo reduzido, tempo de
tratamento, menor morbidade em relação às cirurgias de enxerto. Em relação ao
comprimento, são considerados curtos os implantes com dimensões iguais ou
inferiores a 10 mm (MISCH, 2000).
O planejamento ideal para a instalação de implantes curtos deve ser realizado
através de análise radiográfica, tomografias, modelos de estudo, enceramento
diagnóstico, guia cirúrgico e um exame anamnésico detalhado. Com estas etapas
realizadas, o diagnóstico e planejamento são mais precisos, permitindo estabelecer a
altura e espessura óssea disponível, planejar o número, posição e comprimento dos
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implantes a serem instalados, com menor risco de injúria ao nervo alveolar inferior
(MISCH, 2000; NEVES et al, 2006; MALÓ, NOBRE, RANGERT, 2007).
Implantes instalados nas regiões posteriores dos arcos são freqüentemente
menores do que aqueles instalados nas regiões anteriores. A essas limitações, é
adicionado o fato da maior força mastigatória ser realizada nas regiões posteriores. Os
implantes com menos de 10 mm de comprimento têm sido associados com altas taxas
de insucesso (GOODACRE; KAN; RUNGCHARASSAENG, 2003), no entanto uma
revisão de literatura sobre a taxa de sucesso dos implantes curtos realizada em artigos
publicados entre 1991 e 2003 apresentou uma média de 85,3% de sucesso (HIGUCHI,
FOLMER; KULTJE, 1995; TESTORI et al, 2001; LEKHOLM et al, 1999; TAWIL;
YOUNAN, 2003; VAN STEENBERGHE et al,2000; MISCH et al., 2006; WINKLER,
MORRIS, OCHI, 2000; WENG et al,2003; NAERT et al, 2002; JEMT; LEKHOLM, 1995)
contra 90% para implantes longos (MISCH et al., 2006). Tais estudos envolveram
diversos tipos de implantes com diferentes designs e superfícies.
Os primeiros resultados clínicos em relação ao uso de implantes curtos não
foram muito promissores (FRIBERG, et al., 2000; NEVINS, LANGER, 1993; JEMT E
LEKHOLM 1995; BAHAT 2000). Talvez em função de alguns cuidados no que se dizia
respeito à utilização de implantes nesta fase de desenvolvimento da técnica, ou então
pela dificuldade da aplicação na clínica diária de alguns conceitos teóricos, como
estabilidade primária alta, neste período da história. Com o tempo, pode-se observar
que o uso de implantes curtos com superfície de tratamento, diâmetros largos e maior
estabilidade primária resultariam em maiores índices de sucesso (NEVES et al, 2006;
MALÓ, NOBRE, RANGERT, 2007).
A quantidade e qualidade óssea, condições sistêmicas do paciente, natureza da
dentição oposta, magnitude de forças e presença de habitos parafuncionais, posição do
implante no arco, número, tamanho e diâmentro do implante, desenho da superfície,
altura da coroa protética, tamanho da mesa oclusal são fatores endógenos que podem
afetar o índice de sucesso dos implantes curtos (TESTORI et al, 2001; MISCH et al,
2006). Além disso, a qualidade do ato cirúrgico é apontada como um dos fatores mais
importantes para o sucesso de implantes curtos. Tanto em osso tipo I, no qual o
preparo pode produzir superaquecimento (FRIBERG et al., 2000; CHOU et al., 2004),
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quanto, e principalmente, em osso tipos III e IV, no qual um protocolo cirúrgico de rotina
pode comprometer a estabilidade primária do implante recém-inserido, aumentando o
índice de falhas (JEMT, LEKHOM, 1995; NAERT et al., 2002). As mais recentes
publicações que tratam de implantes curtos enfatizam o uso de um protocolo cirúrgico
adaptado para obter uma adequada estabilidade primária. A perfuração com uma
seqüência de brocas, alcançando um menor diâmetro e a utilização de osteótomos
para a condensação e compactação óssea, melhora a sua qualidade (RENOUARD,
ARNOUX, SARMENT, 1999; TAWIL, YOUNAN, 2003; RENOUARD, NISAND, 2005).
Deve-se optar por implantes com desenho que busque alta estabilidade primária
ao final da cirurgia. Implantes com ápice cortantes e compactantes seriam um auxiliar
importante na busca de estabilidade em diferentes leitos ósseos, bem como o uso de
roscas progressivas ao longo do implante buscando compactação óssea lateral. Já
estabilidade a longo prazo dos implantes seria determinada pela resistência do
implante frente cargas externas e manutenção de tecido ósseo periimplantar. No caso
das fixações curtas, essas duas características seriam determinantes diretas para o
sucesso. A opção por implantes curtos resultaria numa técnica mais sensível a falhas,
pois o implante curto por si só seria um fator de risco agregado no planejamento
(NEVES et al, 2006).
Um dos fatores que podem contribuir tanto para o sucesso quanto para o
insucesso dos implantes é o seu diâmetro. A cada 2 milímetros aumentados, eleva-se
67% a área de superfície, equivalente a aumentar 5 mm o comprimento do implante.
(OLIVEIRA, 1997). Quanto maior o diâmetro do implante, menor os valores dos
campos de tensão resultantes de cargas externas que são transferidos ao osso cortical
presente ao redor do implante (MISCH et al, 2006; LI SHI et al, 2007). Himmlová et al.
(2004) mostraram que largura do implante seria uma variável mais significante para
redução dos níveis de tensão periimplantares quando comparando parâmetros
geométricos como diâmetro e comprimento. A escolha do diâmetro dos implantes deve
estar diretamente relacionada com a espessura óssea disponível, espaço entre os
dentes, dente a ser reposto, necessidade estética, carga e estresse requerido
(BARBOSA et al, 2006). Em vários estudos de avaliação longitudinal de implantes de
diferentes diâmetros o maior índice de insucesso foi evidenciado em implantes de
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diâmetros menores (3,75 e 4,0) comparado a implantes de plataforma larga (5,0)
(FRIBERG et al., 2000; MORDENFELD et al., 2004; GENTILE, CHUANG, DODSON,
2005; NEVES et al., 2006; LI SHI et al., 2007).
O tratamento superficial do implante seria uma característica que determinaria a
quantidade de osso em contanto com o titânio, implantes tratados resultariam em maior
área de contato osso/implante, aumentando a estabilidade secundária. Assim, indicam-
se o uso de implantes curtos com diâmetros largos e grande área de superfície de
tratamento, fatores que estariam compensando o comprimento limitado (MISCH et al.,
2006; MALÓ, NOBRE, RANGERT, 2007).
Outra sugestão, em relação ao desenho dos implantes, que auxiliaria para
manutenção e estabilidade do tecido ósseo a longo prazo, seria a presença de roscas
no terço cervical. Implantes sem roscas próximas a plataforma apresentariam uma
perda óssea marginal acentuada em curto período de tempo. Roscas teriam a
capacidade de aumentar a área de suporte ósseo e aliviar os níveis de tensão
resultantes das cargas oclusais (CHUN et al., 2002; WEIGL, 2004) o que resultaria em
menor perda óssea clínica longitudinal. De preferência, as roscas ou o titânio em
contato com osso deveriam ter superfície de tratamento, ajudando na manutenção de
tecido duro (ALOMRANI et al., 2005). A presença de roscas no terço cervical, além de
auxiliarem na estabilidade do tecido a longo prazo, otimizariam a estabilidade primária
por ajudarem na bicorticalização efetiva do implante osseointegrado.
A maioria dos acompanhamentos clínicos longitudinais de implantes curtos é
referente a implantes com interface pilar/implante de hexágono externo, que
historicamente apresentam uma perda óssea de, em média, 1,2mm no primeiro ano em
função. No caso de um implante com 7 mm de comprimento, 1,2mm representaria
quase 20% de perda de suporte ósseo periimplantar. Em função disso o uso de
implantes curtos com desenhos que protegeriam a crista óssea de reabsorções, por
exemplo, com junção cônica interna e “platform switching”, resultariam numa relação
favorável entre planejamento, bioengenharia e resultado clínico. Os conceitos de
bioengenharia permitiram o desenvolvimento de implantes especiais para que toda a
área óssea disponível pudesse ser aproveitada. A conexão do tipo Cone Morse
permite, por exemplo, que o implante seja instalado em níveis infra-ósseos e a redução
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da plataforma do intermediário associada à ausência de “gap” oferecem condições
biológicas para que a crista óssea se mantenha ou até que apresente um aumento em
altura. Assim sendo, a área efetiva de contato osso/implante é correspondente ao
tamanho do implante instalado (TENENBAUM; SCHAAF; CUISINIER, 2003; DRAGO;
LAZZARA, 2006).
Outra preocupação que diz respeito à aplicação de implantes curtos seria a
proporção coroa/implante. Quanto maior a coroa, maior será o momento de força sobre
o implante e maior a tensão sobre a interface osso-implante, sendo essa a região mais
vulnerável mecanicamente do sistema prótese-implante (MISCH, 2000). O
conhecimento sobre o prognóstico longitudinal referente à biomecânica dos implantes
osseointegrados é escasso. Por isso planejamentos de casos e estudos clínicos devem
ser conduzidos da maneira mais responsável o possível, ancorada em evidências
cientificamente comprovadas. Nos últimos anos podem-se observar resultados
positivos de tratamentos com proporções coroa/implantes relativamente grandes
(TAWIL; ABOUJAOUDE; YOUNAN, 2006; BLANES et al., 2007) viabilizando a
aplicação da técnica com implantes curtos.
A mesa oclusal de coroas sobre implantes curtos deve, preferencialmente, ser
reduzida, com o máximo de pontos de contato harmônicos, sulcos rasos e cúspides
baixas. Tais características buscariam diminuir a resultante de forças sobre o sistema
de implante e seus componentes (SAHIN; CEHRELI; YALCIN, 2002; TENENBAUM;
SCHAAF; CUISINIER, 2003; MISCH et al., 2006), otimizando a biomecânica final do
caso. Casos de desaperto ou fratura de parafusos nessas situações limites poderiam
ser evitados a partir da aplicação de sistemas de implantes com componentes
protéticos com parafusos de diâmetro maior, ótima adaptação e interface com
propriedades mecânicas anti-rotacionais, como no caso dos implantes cônicos internos
ou cone Morse (MORRIS et al., 2004; ALOMRANI et al., 2005; BLANES et al., 2007).
Outro fator importante quando da reabilitação de pacientes com implantes curtos
seria a esplintagem destes no momento da instalação da prótese, o que aumenta a
área funcional quando uma carga é aplicada, compensando o tamanho dos implantes
curtos aliviando a concentração de tensão no tecido ósseo (MISCH, 2000; YOKOIAMA,
2005; MISCH et al., 2006). Deve se evitar ao máximo o planejamento protético com a
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utilização de cantileveres na região posterior, pois aumentam a quantidade de tensão
sobre o implante aumentando o índice de insucesso dos implantes curtos, porém se for
necessário, deverão ficar para a mesial aos implantes colocados (MIRANDA, 2005;
ALPER et al., 2006).
O uso clínico de implantes curtos ao invés de procedimentos de ganho ósseo
vertical para depois instalação de implantes deve ser considerado como uma
alternativa de tratamento. O cirurgião deve considerar os fatores de risco (ver apêndice
B), especialmente qualidade óssea, para o planejamento cirúrgico e aplicação da
técnica correta, que resulte em estabilidade primária ideal e conseqüente maior
probabilidade de sucesso longitudinal. Implantes com maiores diâmetros, superfície de
tratamento, desenho indicado para estabilidade primária ideal de acordo com diferentes
tipos de leito ósseo, além de estabilidade protética e manutenção de tecido
periimplantar auxiliariam o profissional para alcançar melhores resultados nos casos
clínicos a curto e longo prazo na região posterior das arcadas. Também devem ser
levados em consideração mesas oclusais com diâmetro e forma apropriada, em
harmonia com os movimentos funcionais do sistema estomatognático.
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2.2 REFERENCIAL TEÓRICO SOBRE A TAXA DE SOBREVIVÊNCIA DE
IMPLANTES CURTOS - ESTUDOS CLINICOS
Goené et al. (2005) analisaram os resultados obtidos num acompanhamento de
três anos com 188 pacientes que receberam 311 implantes Osseotite de 7 e 8,5 mm de
comprimento. Foi observada a ausência de mobilidade, nenhum sinal irreversível ou
persistente de dor, violação do canal mandibular e perda progressiva da crista óssea.
Neste tempo 13 implantes falharam, dos quais nove antes da instalação das próteses
(95,2%) e quatro em pacientes que eram fumantes. A taxa cumulativa de sucesso foi
de 95,8%, comparável, de acordo com a literatura, aos implantes em geral e aos
implantes curtos em particular.
Renouard e Nisand (2005) propuseram avaliar a taxa de sobrevivência de
implantes de 6 a 8,5 mm de comprimento e o diâmetro variando de de 3.75, 4,0 e 5,0,
na região posterior dos maxilares severamente reabsorvidos, acompanhado de um
protocolo cirúrgico para otimizar a estabilidade primária do implante. Foram utilizados
96 implantes Bränemark, 54 com superfície usinada e 42 Ti Unite, em 85 pacientes. Os
implantes foram carregados por coroas unitárias e parciais fixas, com
acompanhamento mínimo de dois anos ( média 37,6 meses). Cinco implantes foram
perdidos, quatro com superfície usinada e um com superfície Ti Unite, com taxa
cumulativa de sobrevivência de 94,6%. As taxas para os implantes com superfície
tratada e maquinada foram de 97,6% e 92,6%, respectivamente. A reabsorção média
do osso marginal foi de 0,44 a 0,52 mm após dois anos em função.
Implantes curtos facilitam a restauração protética na colocação da altura óssea
alveolar limitada. Os objetivos do estudo de Gentile, Chuang e Dodson em 2005 foram
estimar a longevidade de 1 ano dos implantes Bicon 6 x 5,7mm, comparar a
longevidade de 1 ano de implantes curtos com implantes longos e identificar os fatores
de risco associados com falhas dos implantes. A amostra foi composta por pacientes
que receberam pelo menos um implante curto. Variáveis previsíveis foram
categorizadas como demográficas, estado de saúde, anatomia, implante específico,
prótese, pré-operatório e restabelecimento. A variável de resultado foi de falha de
implante definido como explantação (perda dos implantes). A amostra foi composta por
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35 pacientes dos quais 172 implantes tinham sido instalados (45 implantes insatalados
foram de 6 x 5,7mm). As porcentagens de longevidade de 1 ano para os implantes
curtos e implantes mais longos foram de 92,2% e 95,2%, respectivamente. O tamanho
do implante não foi associado com falha. As estimativas de longevidade para os
implantes curtos e implantes de comprimento maior nesse estudo, sugeriu que os
implantes de menor comprimento podem se tornar osseointegrados e sofrer uma carga
funcional depois da instalação. A longevidade dos implantes de curtos (6 x 5.7mm)
foram comparáveis aos implantes longos.
Romeo et al (2006) avaliaram a efetividade clínica de diferentes tamanhos de
implante (8 e 10mm de comprimento com 3.75, 4.1e 4.8mm de diâmetro) em diversos
locais ósseos em uma amostra seletiva de pacientes total e parcialmente edêntulos.
Num período acima de 14 anos, 129 pacientes (68 mulheres e 61 homens) foram
tratados com prótese fixa (único ou multiunitário parafusado ou cimentado) apoiado por
265 diferentes tamanhos de implantes (154 padrão de 10mm; 111 mais curtos de
8mm). Dois tipos de implantes foram usados: 141 jateado com titânio protoplasma
(TPS) e 124 com de jateamento superficial e ataque ácido (SLA). Quatro grupos de
pacientes foram tratados 1) 30 pacientes com 60 implantes curtos TPS; 2) 27 pacientes
com 51 com implantes SLA curtos; 3) 38 pacientes com 81 implantes TPS padrão e 4)
33 pacientes com 73 implantes SLA padrão. Todos os pacientes receberam apenas
uma prótese. Quarenta e cinco e 66 implantes curtos foram instalados na mandíbula e
na maxila, respectivamente, enquanto que, 65 e 89 implantes padrões foram instalados
na maxila e na mandíbula, respectivamente. Desistências foram registradas para 23
pacientes com 23 próteses apoiadas por 42 implantes. Dos que permaneceram, 106
pacientes (223 implantes), 8 implantes falharam (4 padrão e quatro mais curtos), no
osso tipo 3 ou 4. As porcentagens de longevidade cumulativa de 14 anos para todos os
implantes curtos e padrões foram de 97.9% e 97.1%, respectivamente. Porcentagens
de longevidade foram de 92.3% e 95.9% para implantes curtos e standard com
superficie TPS, respectivamente, e 100% e 98.5% para implantes curtos e standard
com superfície SLA, respectivamente. Seis dos oito implantes perdidos exigiram
instalação de implante depois do período de cicatrização. Os dois implantes perdidos
que restaram foram administrados convertendo uma unidade distal da prótese parcial
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fixa ao cantilever. Dentro dos limites do plano de estudo e período de observação, uma
mistura de tamanhos de implantes não comprovam a efetividade da terapia de implante
neste grupo particular. Porcentagens de sucesso e longevidade cumulativo de
implantes SLA e TPS curtos e padrões, não foram estatisticamente diferentes.
Renouard e Nisand (2006) pesquisaram o impacto do comprimento e do diâmetro
do implante em taxas de sobrevivência. Dos 53 estudos analisados, 12 indicaram um
aumento na taxa de falhas com implantes curtos, a qual foi associada com a curva de
aprendizagem dos operadores, uma preparação cirúrgica rotineira (independentemente
da densidade do osso) e a colocação nos locais com densidade pobre do osso. Por
outro lado, 22 publicações recentes relataram que, com uma preparação cirúrgica
adaptada e o uso de implantes com superfície texturizada, taxas de sobrevivência dos
implantes curtos são comparáveis às obtidas com os mais longos. Em relação ao
diâmetro, algumas publicações em implantes de diâmetro largo relataram um aumento
na taxa de falhas, as quais foram associadas à curva de aprendizagem do profissional,
densidade pobre de osso, preparação local, modelo do implante e uso de implante
largo quando a estabilidade não foi conseguida com implante padrão. Entretanto,
publicações recentes demonstraram que uma preparação cirúrgica adaptada, novos
modelos de implantes e as indicações adequadas, taxa de sobrevivência do implante e
o diâmetro não têm nenhum relacionamento. Em relação à baixa densidade óssea,
implantes texturizados devem ser empregados e habilidades cirúrgicas desenvolvidas
para resultados similares. Os autores concluíram que o implante curto e largo pode ser
desfavorável ao sucesso, mas os resultados devem ser comparados com aqueles
associados com procedimento cirúrgico avançado, tal como o enxerto ósseo,
levantamento de seio maxilar e transposição do nervo alveolar.
Implantes com comprimento ≤10mm instalados nas regiões posteriores dos
pacientes parcialmente desdentados têm uma porcentagem maior de falha em muitos
relatos clínicos. A finalidade do trabalho de Misch et al em 2006 foi avaliar a duração
dos implantes quando a aproximação biomecânica foi usada para diminuir a tensão à
interface do implante-osso. Uma avaliação retrospectiva de 273 pacientes parcialmente
sem dentes posteriores tratados com 745 implantes de 7 ou 9mm de comprimento
(79.3% dos implantes no estudo foram de 4mm de diâmetro, 12% foram de 5mm de
20
diâmetro, 8% foram de 3.5mm de diâmetro e apenas 0.5% foram de 6mm de diâmetro),
instalados em mandíbula e maxila, sustentando 338 restaurações acima de um período
de 1 a 5 anos, foi revisado de quatro consultórios particulares. Uma única abordagem
cirúrgica foi preparada em 218 implantes posteriores mandibulares e para 22 implantes
posteriores maxilares. Todos os outros implantes cicatrizaram na segunda abordagem
cirúrgica (505 implantes). Todos os implantes foram permitidos cicatrizar por pelo
menos 4 meses anterior a fabricação das próteses. A densidade do osso encontrada
nas regiões posteriores dos molares abrangeu do osso D2 ao D4 sendo o tipo mais
fraco de osso, D4, observado em apenas 3.2% das áreas de instalação de implante
Uma segunda abordagem foi sempre usada no osso D4. As informações da
longevidade do implante foram coletadas a partir do estágio I até a cicatrização no
estágio II, do estágio II à entrega da prótese, e da entrega da prótese ao longo de 6
anos. Uma abordagem biomecânica para diminuir a tensão dos implantes posteriores
incluiu unir os implantes sem cantilever, reconstituir o paciente com oclusão
mutuamente protegida ou oclusão com guia canina ou selecionar um implante
projetado para aumentar a área de contato da superfície osso-implante. Dos 745
implantes inseridos, houve seis falhas cirúrgicas do estágio I ao estágio II de
cicatrização. Houve duas falhas da fase II de cicatrização à entrega da prótese.
Nenhum implante falhou depois que as 338 próteses sobre implante final foram
entregues. Havia 102 implantes de dente único, dos quais 64 estavam na mandíbula.
As outras 236 reconstituições fixas foram apoiadas por implantes múltiplos os quais
sempre eram unidos. Uma porcentagem de 98,9% de aproveitamento foi obtido da fase
I de cirurgia ao segmento protético. Os autores relatam ao fim do seu trabalho que
implantes de comprimento curto devem previsivelmente ser usados para apoiar
reconstituições fixas no edentulismo parcial posterior. Métodos para diminuir a tensão
biomecânica na interface osso-implante parecem apropriados para esse tratamento,
como aumento do diâmetro do implante, tratamento superficial e esplintagem dos
implantes.
Nesse mesmo ano, Tawil , Aboujaoude e Younan propuseram um estudo clínico
para avaliação de implantes com comprimento inferior a 10mm utilizados em áreas com
altura óssea reduzida a fim de determinar a influência de fatores protéticos no índice de
21
sucesso e complicações destes implantes. Foram avaliados 262 implantes e segundo
os autores concluíram que implantes curtos são soluções viáveis em áreas com altura
óssea reduzida, mesmo quando parâmetros protéticos excedem valores normais,
desde que a orientação das forças e distribuição das cargas sejam favoráveis.
Arlin (2006) avaliou os resultados clínicos de implantes curtos (6 e 8mm)
instalados em locais com baixa disponibilidade óssea (7 a 11mm) numa prática privada
e comparar sua longevidade com implantes mais longos. Os implantes foram instalados
por um único dentista particular numa variedade de indicações clínicas. Os critérios de
exclusão incluíram diabetes mellitus descontrolado, alcoolismo e desordem no sistema
imunológico. Dados clínicos em relação à instalação do implante e consultas durante o
segmento, incluindo eventos adversos, foram inseridos num sistema de dados
eletrônico. As porcentagens de longevidade de dois anos foram calculados e a análise
do quadro de vida responsabilizados pelos implantes medindo 6, 8 e 10 a 16mm. Um
total de 630 implantes Straumann foram instalados em 264 pacientes entre abril de
1994 e dezembro de 2003. Destes, 35 implantes foram de 6mm de comprimento, 141
foram de 8mm e 454 foram de 10 a 16mm. O segmento máximo foi de 64.6 meses,
83.7 meses e 102 meses para implantes medindo 6mm, 8mm e 10 a 16mm,
respectivamente. Porcentagens de longevidade de dois anos foram de 94.3%, 99.3% e
97.4% para implantes de 6mm, 8mm, e 10 a 16mm, respectivamente. Os resultados
indicaram que a experiência de dois anos com implantes de 6mm e 8mm foi
comparável àqueles mais compridos (10 a 16mm) nesses pacientes. Nesse estudo, os
implantes curtos (6-8mm) foram usados com boa segurança em pacientes com
disponibilidade óssea limitada. Implantes curtos não foram associados com
longevidade reduzida a dois anos comparados com implantes longos.
Melhado et al. (2007) realizaram uma avaliação clínica de implantes curtos
(7mm) em mandíbulas, num acompanhamento de 2 a 14 anos.Cento e noventa e oito
implantes Bränemark modelos Standard e MK III, nos diâmetros de 3,75 a 5 mm,
foram instalados em 99 pacientes. Esses implantes foram utilizados em próteses fixas
parciais na região posterior (parte com somente implantes de 7 mm e outras com
associação de outros implantes), em próteses totais (também com ou sem associação
de outros implantes de comprimento e diâmetro variados) e em próteses unitárias. Dos
22
198 implantes colocados, sete foram perdidos, resultando em 96,4% de sucesso,
comparável ao sucesso de implantes mais longos, podendo ser recomendados como
uma alternativa confiável e previsível para a reabilitação de mandíbulas com alto grau
de reabsorção óssea.
O objetivo do trabalho de Barboza et al (2007) foi avaliar retrospectivamente o
desempenho clínico dos implantes curtos no período de seis anos. Este estudo avaliou
348 implantes curtos instalados em regiões anteriores e posteriores dos arcos de 153
pacientes. Dos implantes instalados, 220 foram de 9 mm e 128 de 10 mm de
comprimento, com diâmetros de 3,5 mm, 4 mm e 5 mm, instalados em diferentes
densidades ósseas. Sítios tratados através da regeneração óssea guiada receberam
45 implantes. As regiões anteriores e posteriores receberam 45 e 303 implantes,
respectivamente. Em 19 casos, a instalação imediata dos implantes foi realizada.
Todos os implantes foram reabilitados proteticamente, com prótese unitária ou múltipla.
A taxa de sucesso foi de 96% (334 implantes). Concluíram que implantes curtos podem
ser utilizados com segurança como suporte protético na reabilitação de dentes
perdidos, com sucesso e longevidade semelhante aos implantes longos.
Degidi et al (2007) apresentaram um estudo retrospectivo do sucesso de
implantes curtos com carga imediata. De janeiro de 1995 a outubro de 2004, 133
implantes curtos foram inseridos e imediatamente carregados. Sistemas múltiplos de
implante foram usados sendo 8 Ankylos (Dentsply Friadent), 9 Branemark (Nobel
Biocare), 20 Frialit-2 (Dentsply Friadent), 19 Frialoc (Dentsply Friadent), 2 IMZ
(Dentsply Friadent), 42 Maestro (BioHorizons), 1 Restore (Lifecore Biomedical), 7
TiUnite (Nobel Biocare), 21 XiVE (Dentsply Friadent), and 4 XiVE TG (Dentsply
Friadent), com um seguimento médio de 4 anos. Os diâmetros de implante alcançaram
de 3,3 a 5,5mm, e os comprimentos de implante alcançaram de 6,5 a 10mm. Os
implantes foram inseridos para substituir 16 incisivos, 6 caninos, 40 pré-molares e 71
molares. Havia 36 implantes pós-extração. A qualidade óssea D≤2 em 81 casos, e
todos os 133 implantes tiveram carga imediata. Os implantes foram sempre unidos: 10
foram inseridos para fixar sobre-dentaduras, ao passo que 123 foram colocados em
reabilitação total (25 na maxila e 98 na mandíbula). Os implantes curtos estavam em
um grupo de pelo menos 4 implantes unidos. Apenas 3 dos 133 implantes foram
23
perdidos (ou seja, uma porcentagem de aproveitamento de 97,7%), e nenhuma
diferença estatística significativa foi encontrada entre as variáveis estudadas; uma
perda reduzida do osso marginal foi considerada como um indicador de sucesso
quando avaliado os efeitos com o uso de um modelo linear geral. Usando a
porcentagem de aproveitamento, nenhuma diferença foi detectada entre as variáveis
estudadas. Implantes curtos com carga imediata tiveram uma taxa alta de
aproveitamento e sucesso semelhante àqueles relatados em estudos anteriores de
procedimento de duas sessões. Implantes curtos com carga imediata podem ser
considerados uma técnica confiável, embora uma perda óssea marginal maior foi
esperada quando implantes estreitos (diâmetro ≤3.75mm) e mais curtos (comprimento
<10mm) foram usados. Concluíram que o comprimento do implante e o diâmetro não
interferem nos resultados da carga imediata, embora possam influenciar na perda
marginal do osso, com melhor resultado para implantes curtos de diâmetro maior que
3,75 mm e mais longos (comprimento igual a 10 mm).
Malo, Nobre e Rangert, em 2007, escreveram sobre a instalação dos implantes
curtos Branemark (Branemark System® MKIII e Mk IV e NobelSpeedy Shorty),
testando a hipótese que os implantes curtos em mandíbulas atrofiadas podem dar
porcentagens de longevidade a longo prazo semelhante aos implantes de comprimento
maiore usados em volume ósseo acentuado. Este estudo clínico retrospectivo incluiu
237 pacientes tratados consecutivamente com 408 implantes curtos Branemark sobre
151 próteses fixas. Duzentos e setenta e dois implantes tiveram superfícies
maquinadas, enquanto que, 136 implantes tiveram superfícies tratadas com oxidos
(TiUnite™, Nobel Biocare AB). Dos implantes de 7mm, 16 tiveram 3,75mm de diâmetro
e 115 tiveram 4mm de diâmetro, enquanto que, para os implantes de 8,5mm, 75
tiveram 3,75mm de diâmetro e 202 tiveram 4mm de diâmetro. Cento e trinta e um dos
implantes foram de 7mm de comprimento e 277 foram de 8,5mm. Cento e trinta
implantes foram instalados na maxila (27.0 x 7.0mm e 103.0 x 8.5mm); e 278 na
mandíbula (104.0 x 7.0mm e 174.0 x 8.5mm). Cinqüenta e oito implantes sobre
reabilitações de dentes únicos (15.0 x 7.0mm e 43.0 x 8.5mm); 296 implantes, pontes
pequenas (100.0 x 7.0mm e 196.0 x 8.5mm); e 54 implantes, reabilitação de edêntulos
totais (16.0 x 7.0mm e 38.0 x 8.5mm). Dos 296 implantes instalados nas reabilitações
24
de pontes pequenas, 185 (68.0 x 7.0mm e 117.0 x 8.5mm) foram unidos aos implantes
maiores. Abutments finais foram instalados no momento da cirurgia e as próteses finais
foram entregues 4 ou 6 meses mais tarde. A escolha do abutment foi feita de acordo
com a reabilitação. Para dentes únicos, abutments CeraOne® foram usados e para
pontes pequenas e reabilitações de pacientes totalmente edêntulos, abutments
MirusCone, Estheticone e multiunitários foram usados (Nobel Biocare AB). Cento e
vinte e seis dos implantes de 7mm (96%) passaram pelo primeiro ano de avaliação;
110 (84%) passaram pelo segundo ano e 88 (67%) pelo quinto ano de avaliação. Cinco
implantes falharam em 4 pacientes antes dos 6 meses de acompanhamento, dando
uma taxa de longevidade cumulativa de 96.2% nos 5 anos. Duzentos e sessenta e
nove dos implantes de 8,5mm (97%) passaram pelo primeiro ano de avaliação; 220
(79%) passaram pelo segundo ano e 142 (51%) passaram pelo quinto ano de
avaliação, dando uma taxa de longevidade cumulativa de 97.1% nos 5 anos. Cento e
trinta e um implantes foram instalados na maxila (7.0mm= 27; 8.5mm= 104) com 10
perdas de implantes (7.0mm= 3; 8.5mm= 7), dando uma porcentagem total de
longevidade de 92% (7.0mm= 89%; 8.5mm= 93.3%); 277 implantes foram instalados
na mandíbula (7.0mm= 104; 8.5mm= 173) com três perdas de implantes (7.0mm= 2;
8.5mm= 1), dando uma porcentagem de sucesso total de 98.9% (7.0mm= 98.1%;
8.5mm= 99.4%). Todas as perdas dos implantes ocorreram durante os primeiros seis
meses de cicatrização, antes da carga protética. A maior porcentagem de longevidade
para os implantes foi com os de superfície tratada com óxidos (100%) sendo
estatisticamente significativa. Três dos implantes de 7.0mm eram parte do tratamento
com ponte fixa de pequena extensão em três pacientes, 1 na maxila posterior e 2 na
mandíbula posterior. Uma das perdas na mandíbula foi um caso de uso imediato. Dois
implantes de 7.0mm foram perdidos em um paciente totalmente edêntulo numa
reabilitação na maxila, junto com a perda do resto dos implantes, num total de 5
implantes. Quatro dos implantes de 8,5mm perdidos em 3 pacientes eram parte de uma
reabilitação de ponte fixa de pequena extensão na maxila posterior. Quatro implantes
de 8.5mm falharam em reabilitações de 4 pacientes totalmente edêntulos (2 na maxila
anterior em 2 pacientes submetidos a enxerto ósseo, 1 na maxila posterior e 1 na
mandíbula posterior). As porcentagens de longevidade cumulativa de 96,2 e 97,1% nos
25
5 anos para os implantes de 7 e 8,5mm de comprimento, respectivamente, indicam que
a sessão única de implantes Branemark usados na mandíbula e maxila é um conceito
viável.
O objetivo do estudo de Anitua et al., (2008) foi avaliar a porcentagem de
duração a longo prazo dos implantes dentais curtos em áreas posteriores e analisar a
influência dos diferentes fatores na duração de implantes. Um estudo de coorte
retrospectivo foi usado. Um total de 293 pacientes receberam 532 implantes curtos
entre 2001 e 2004. Todos os implantes foram colocados por dois cirurgiões experientes
e as reabilitações foram feitas por três protesistas. Pacientes foram tratados com
implantes curtos com um comprimento de 7 a 8,5 mm e diâmetro de 3,3 a 5,0mm. Cada
implante falho foi analisado cuidadosamente. A influência potencial de fatores
demográficos, clínicos, de dependência cirúrgica e variáveis protéticas na longevidade
foram estudados. A porcentagem de longevidade total dos implantes curtos foram
99,2% e 98,7% para a análise baseada em implante e paciente respectivamente. O
período médio do seguimento foi de 31 ± 12,3 meses. Dois dos 532 implantes foram
perdidos durante o período de observação. Nenhuma das variáveis estudadas foi
estatisticamente associada com falha de implante. O Tratamento com implantes curtos
podem ser considerados seguros e previsíveis se usados sob rígidos protocolos
clínicos.
A finalidade do trabalho de Fugazzotto, em 2008, foi através de um estudo
retrospectivo avaliar a longevidade de implantes curtos em várias situações clínicas em
função do passar do tempo. Foi acompanhado os pacientes tratados entre maio de
2000 e maio de 2007 os quais receberam implantes endósseos que eram menores do
que 10mm de comprimento. A idade do paciente, sexo, localização do implante, tipos
de próteses, o tempo, e a estabilidade do osso cristal peri-implantar foram avaliados. A
análise retrospectiva identificou 2.073 implantes de 6mm, 7mm, 8mm ou 9mm de
comprimento instalados em uma variedade de situações clínicas em 1.774 pacientes.
Porcentagens de longevidade para implantes curtos em função sob coroas únicas ou
prótese fixa alcançou de 98.1% a 99.7%. Cada indicação foi examinada com respeito
ao sucesso individual e porcentagens de falha e tempo médio na função. O autor
concluiu que implantes curtos (6 a 9mm de comprimento) utilizados apropriadamente, ,
26
demonstram porcentagens de longevidade cumulativa sob função comparáveis àqueles
relatados por implantes mais longos.
Grant, Pancko e Kraut (2009) avaliaram, através de um estudo retrospectivo, o
resultado de sucesso dos implantes curtos (8mm de comprimento) instalados em
mandíbulas posteriores parcialmente e totalmente edêntulas, restituídas com próteses
fixas e removíveis. Um total de 124 pacientes tiveram 335 implantes de 8mm de
comprimento instalados de maio de 2005 até junho de 2007. Do total de 124 pacientes,
35 eram homens e 89 eram mulheres, com uma idade média de 56 anos. Havia 112
pacientes que eram parcialmente edêntulos e 12 que eram completamente edêntulos.
Todos os pacientes neste estudo tiveram menos do que 10mm de altura óssea alveolar
disponível acima do nervo alveolar inferior e foram, portanto, candidatos cirúrgicos para
implantes curtos de 8mm de comprimento. Esses implantes foram cirurgicamente
instalados seguindo o protocolo original descrito por Branemark et al do procedimento
de segunda fase. Todos os implantes foram descobertos depois de 3 a 6 meses com
exceção de um paciente que teve os implantes provisoriamente restituídos com uma
prótese provisória fixa imediatamente carregada. Dos pacientes, 32 tiveram um
implante único instalado, ao passo que os outros 92 tiveram implantes múltiplos
instalados. Um total de 42 implantes foi de 3,5mm de diâmetro, 212 eram de 4,3mm de
diâmetro, 75 eram de 5,0mm de diâmetro e 6 eram de 6,0mm de diâmetro Todos os
implantes foram restituídos pelo uso de próteses fixas. Das próteses fixas, 245 foram
unidos, ao passo que, 75 foram restituídos individualmente. Um total de 335 implantes
curtos foi instalado em 124 pacientes. Dos 335 implantes instalados, 331 integraram
com sucesso (3 implantes instalados na mandíbula direita superior não integraram e 1
implante na mandíbula inferior na região de terceiro molar). Nos 2 casos que falharam,
os locais foram enxertados com hidroxiapatita porosa e plasma rico em plaquetas. Os
implantes foram recolocados 5 meses depois da falha inicial no primeiro paciente e
depois de 7 meses no segundo paciente. A porcentagem de longevidade para os
implantes de 8mm de comprimento instalados na mandíbula foi de 99% da fase I de
cirurgia à prótese funcional para mais de 2 anos. A instalação de implantes curtos é um
método de tratamento previsível para pacientes com altura óssea da mandíbula
posterior baixa.
27
3 DISCUSSÃO
Äreas edentadas severamente reabsorvidas, tanto em maxila como em
mandíbula são, frequentemente, muito difíceis ou impossíveis de se adaptar
corretamente com prótese convencional. O tratamento com implante pode ser uma
alternativa eficaz em tais situações. A finalidade desse estudo foi considerar a decisão
terapêutica de usar implantes curtos em região com altura óssea inadequada, tendo
como fundamentação científica a análise de estudos longitudinais ou retrospectivos
desse segmento, em relação ao uso desses implantes e o seu índice de sobrevivência.
A base de dados do MEDLINE foi consultada para verificar estudos publicados entre os
anos de 2005 e 2009 (ver apêndice A).
Neves et al em 2004, apresentou uma base de dados meta-análise de Medline
sobre implantes curtos. Eles incluíram implantes de 10mm de comprimento ou
menores. Os estudos incluíram 16.344 implantes com 786 falhas (4.8%). Implantes de
3,75mm de largura e 7mm de comprimento falharam numa porcentagem de 9.7%
comparado com os 6.3% dos implantes de 3.5 x 10mm. A análise revelou que entre os
fatores de risco, a qualidade precária do osso em associação com os implantes curtos,
foi relevante para a falha dos implantes e perda óssea marginal. O uso dos implantes
de 4mm de diâmetro minimizou as falhas nessas situações. Degidi et al (2007)
apresentaram um estudo retrospectivo do sucesso de implantes curtos com carga
imediata. Relataram que o diâmetro não interferem nos resultados da carga imediata,
embora possam influenciar na perda marginal do osso, com melhor resultado para
implantes curtos mais largos (diâmetro maior que 3,75 mm) e mais longos
(comprimento igual a 10 mm). Em 2005 Goene et al analisaram 311 implantes
Osseotite curtos (ou seja, 7- 8.5mm) num estudo retrospectivo multicenter. Durante três
anos de seguimento 13 implantes falharam rendendo um sucesso cumulativo de
95.8%. No mesmo ano, Renouard e Nisand, em 2006, relataram um estudo
retrospectivo sobre as taxas de longevidade dos implantes de 6- 8.5mm de
comprimento em maxilares severamente reabsorvidos. O estudo incluiu 96 implantes
Branemark curtos (6 - 8.5mm). O protocolo cirúrgico da primeira seção com carga
tardia foi usado. Os pacientes foram acompanhados durante pelo menos 2 anos depois
28
da carga. Cinco implantes foram perdidos durante os primeiros 9 meses e 4 implantes
foram perdidos mais tarde no segmento. A taxa de sobrevivência cumulativa foi de
94.6%.
Um índice de sobrevivência maior foi relatado por Misch et al em 2006, através
de uma analise retrospectiva de 745 implantes de 7 ou 9mm de comprimento e 3.5mm,
4mm, 5mm de diâmetro instalados em mandíbula e maxila, em um período de 1 a 5
anos, obteve um índice de 98,9% de sucesso com implantes curtos. No mesmo ano
Arlin (2006) avaliou os resultados clínicos de implantes curtos (6 e 8mm) instalados em
locais com baixa disponibilidade óssea (7 a 11mm) e comparou sua longevidade com
implantes mais longos. Obteve um índice de sobrevivência de 99.3% num
acompanhamento de dois anos, comparando a implantes mais longos (97,4%).
A finalidade do trabalho de Fugazzotto, em 2008, foi através de um estudo
retrospectivo avaliar a longevidade de implantes curtos em várias situações clínicas em
função do passar do tempo. Durante 7 anos foram avaliados 2.073 implantes de 6mm,
7mm, 8mm ou 9mm de comprimento. Obteve um índice de sucesso em função de
98.1% a 99.7%. Mais recentemente, porem com menor tempo de avaliação, Grant,
Pancko e Kraut (2009) avaliaram, através de um estudo retrospectivo, o resultado de
sucesso dos implantes curtos (8mm de comprimento) instalados em mandíbulas
posteriores parcialmente e totalmente edêntulas. Num total de 335 implantes
instalados, 4falharam na primeira fase cirúrgica, tendo um índice de sobrevivência de
99%, num período de avaliação de 3 anos.
A maioria dos estudos avaliados, não detalhou as características dos implantes
perdidos, limitando-os a listar somente as causas de perda de implantes. Não obstante,
o comprimento dos implantes perdidos, o qual poderia influenciar positivamente ou
negativamente a porcentagem de sucesso para um dado período, não foi relatado pela
maioria dos estudos; nem as porcentagens de sucesso individual para os vários
comprimentos de implantes e diâmetros. É recomendado que tal informação seja
fornecida em estudos futuros.
Baseado nos resultados, fatores importantes que precisam ser relatados são:
definição do termo “implantes curtos”, o momento em que a falha ocorreu (ou seja,
antes ou depois da carga) e as possíveis causas de falha, fumo, sobrecarga oclusal,
29
sexo, infecção, diâmetro, mandíbula, área e qualidade óssea (ver apêndice B). Dois
aspectos controversos em relação a mandíbulas atróficas deveriam ser discutidos: a
indicação de uma cirurgia avançada ou reabilitação com implantes curtos; e uma
mudança ou uma sugestão de mudança no protocolo de instalação de implante para
implantes curtos a fim de aperfeiçoar sua previsibilidade. As porcentagens de falha
para os implantes de 3.75 x 7mm revelam um número duas vezes maior do que a
média de falha (4.8%) (NEVES, et. al, 2006).
Baseado nisso e o fato de que os implantes de outros comprimentos tinham
suas porcentagens próximas à média, é razoável considerar os implantes curtos como
um fator de risco quando eles têm um design mais curto ou igual a 3.75 x 7mm. O
tratamento de superfície, tipo de parafuso e o design podem ser capazes de
aperfeiçoar as porcentagens de sucesso (DRAGO, LAZZARA, 2006; MALO, NOBRE E
RANGERT, 2007). A falha do implante, dificilmente pode ser considerada por um único
fator. Isso tem sido associado com qualidade óssea precária, comprimento curto,
diâmetro estreito, parafunção, infecção, área de implantação e diâmetro do implante.
No momento na qual a falha foi detectada houve uma tendência para a falha
antes da instalação da prótese, como relatado em outra pesquisa bibliográfica
conduzida por Goodacre; Kan e Rungcharassaeng em 2003. Este fato foi mais
frequentemente associado com técnica cirúrgica, falta de estabilidade primária, carga
durante o período de cicatrização e aplicação excessiva de torque durante a conexão
do abutment. Isso vem ao encontro aos resultados obtidos no tabalho de Misch et al
(2006), onde dos 745 implantes instalados, 8 falharam antes da instalação da prótese.
Outros estudos como o de Romeo et al, em 2006 e de Goené et al, em 2005, relataram
uma grande perda de implantes após o carregamento com prótese.
Muitos estudos notaram ser a sobrecarga oclusal um fator de risco importante,
mesmo aqueles que relataram bruxismo. Lekholm e colaboradores (1999) não
observaram nenhuma influência negativa na articulação temporo-mandibular quando a
função mastigatória foi restabelecida com restituições sobre implante, embora, os
implantes não tenham a mesma sensibilidade tátil como os dentes. Para Renouard e
Nisand (2005), Romeo et al (2006), Misch et al (2006), Barboza et al (2007), Degidi et
al (2007), Malo, Nobre e Rangert, (2007), Anitua et al (2008) a carga oclusal parece
30
influenciar no índice de sobrevivência dos implantes curtos. Alguns estudos
descreveram estatisticamente uma maior ocorrência de falhas em homens. É
geralmente aceito que os homens têm uma força muscular individual mais forte do que
as mulheres. Assim, a força muscular individual em algumas pessoas poderia ser um
fator determinante em gerar sobrecarga o qual quando associado com outros fatores
de risco poderia causar falhas. Fator esse descrito no trabalho de Gentile, Chuang e
Dodson, em 2005, onde os implantes que falharam (4 implantes num total de172)
estavam instalados em pacientes do sexo masculino.
Em relação ao diâmetro do implante, Renouard e Nisand (2005), Romeo et al
(2006) e Misch et al (2006) acreditam que um implante com 4mm de diâmetro deveria
normalmente ser usado em situações nas quais a resistência óssea é tão precária que
o alcance da estabilidade primária seria difícil de atingir. Análises estatísticas relatadas
mostram que a longevidade do implante e a estabilidade óssea marginal aumenta
conforme o diâmetro do implante aumenta. Isso pode ser evidenciado no trabalho de
Malo, Nobre e Rangert, em 2007, onde a estabilidade óssea marginal, ao redor dos
implantes foi mais estável em implantes de diâmetro maior (5,0mm) comparado com
implantes de diâmetro reduzido (3,75). Entretanto, os implantes de 5mm de diâmetro
esta associado a complicações como super aquecimento durante a preparação
cirúrgica do local do implante receptor, a instalação de implantes de diâmetro largo em
osso residual mais estreito do que 8mm de largura, ou a instalação de 2 implantes
largos juntos. Tal situação poderia levar a uma perda óssea secundária e a promoção
de necrose óssea através do fornecimento de sangue diminuído, o qual poderia
explicar as falhas encontradas com esse tipo de implante (GENTILE, CHUANG,
DODSON, 2005; NEVES et al., 2006; LI SHI et al., 2007; BARBOSA et al, 2006).
Considerando esses argumentos e também as diferentes qualidades ósseas e
densidade, parece mais prudente usar implantes de 4 e 5mm de diâmetro no lugar de
implantes de 3.75 quando planejar usar implantes curtos.
Qualidade óssea precária é provavelmente o fator mais significativo associado
com a falha de implante. A qualidade óssea foi relacionada à falha na maioria dos
estudos revisados (GOENÉ et al ,2005; RENOUARD E NISAND, 2005; ROMEO et al,
31
2006; MISCH et al, 2006; DEGIDI et al, 2007; MALO, NOBRE E RANGERT, 2007;
ANITUA et al, 2008; GRANT, PANCKO E KRAUT, 2009).
As falhas foram encontradas predominantemente em maxilas edêntulas que
apresentaram qualidade óssea precária e severa reabsorção. Foi dada ênfase que a
combinação de qualidade óssea precária e implantes de comprimento curto resultariam
em menos estabilidade mecânica quando instalado o implante e durante o seu período
de cicatrização. Levando em consideração, isso estaria tentando correlacionar o
comprimento do implante às porcentagens de falhas maiores, mas a importância do
estado dos tecidos e a qualidade óssea não podem deixar de ser enfatizadas.
Concomitantemente, a manipulação cirúrgica dos tecidos é um fator crítico para a
osseointegração. Consequentemente, parece apropriado respeitar cada exigência
multifatorial para osseointegração e não super enfatizar variáveis isoladas tais como
comprimento do implante.
Isso vem ao encontro com os resultados obtidos por Grant, Pancko e Kraut, em
2009, onde das 4 falhas com implantes curtos, 3 estavam localizadas em área posterior
de maxila, e 1 na região posterior de mandíbulas, conseqüentemente osso de
qualidade pobre, como no estudo de Romeo et al (2006) onde as falhas nos 8
implantes curtos estavam relacionadas a precária densidade óssea na região.
Em consideração a essa análise, se depara com um dilema ao decidir qual
tratamento é indicado para um caso particular. Já que reabsorção óssea severa conduz
a riscos consideráveis quando associados com qualidade óssea precária e sobrecarga,
as técnicas de enxerto ósseo poderiam prevenir as falhas em tais associações. Em
pacientes com mais condições favoráveis, a probabilidade de sucesso com implantes
curtos aumenta, fazendo dele o melhor tratamento.
32
4 CONCLUSÃO
De acordo com as descobertas deste estudo foi possível concluir que:
1) Implantes curtos com comprimento inferior a 10 mm de comprimento podem ser
considerados um fator de risco durante o planejamento do tratamento.
2) A qualidade óssea é um fator crítico decisivo em associação com implantes ≤
7mm de comprimento determinando a porcentagem de falha entre os estudos
analisados. Um aumento no diâmetro para 4 ou 5mm, bem como tratamento de
superfície, poderiam minimizar este problema.
3) Em qualidade óssea precária, é aconselhável aperfeiçoar a estabilidade
primária; uma seqüência de protocolo cirúrgico deveria ser alterada a fim de
melhorar o travamento inicial do implante.
4) O sucesso terapêutico relatado para os implantes curtos fornece suporte para
este design de implante.
5) Técnicas cirúrgicas avançadas às quais aumentam os custos, morbidez e tempo
de tratamento podem ser descartadas.
33
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0
TABELA 1: Estudos clínicos longitudinais em pacientes reabilitados com implantes curtos
Referência Tempo de Avaliação
N0 de
implantes Dimensões dos
implantes N
0 Total de
perda de implantes
Falhas antes
instalação da prótese
Falhas após
instalação da prótese
Indice de sobrevi- vência
(%)
Tipo de Implante
Goené et al (2005)
3 anos 311 7 e 8,5 mm comp.
13 9 4 95,8%, Osseotite
Renoard e Nisand (2005)
4 anos 96 (42 TiUnite/ 54 (usinados)
5.0 x 6 (10) 5.0 x 7 (7)
5.0 x 8,5 (25) 4.0 x 7 (14)
4.0 x 8.5 (32) 3.75 x 7 (2)
3.75 x 8.5 (6)
5 (4com superfície usinada e
1com superfície Ti
Unite)
3 2 94,6% Bränemark
Gentile, Chuang e Dodson (2005)
1 ano 172 (45
implantes de 6 x 5,7mm)
6 x 5,7mm 4 3 1 92,2% Bicon
Romeo et al (2006)
14 anos 265 (154 padrão de 10mm; 111 mais curtos de
8mm
3.75 x 8,0 (21) 4,1 x 8,0 (68) 4,8 x 8,0 (22)
3.75 x 10,0 (25) 4,1 x 10,0 (92) 4,8 x 10,0 (37)
8 implantes falharam (4
padrão e quatro mais
curtos)
_____ 8 97.9% Straumann TPS/SLA
Misch et al (2006)
1 a 5 anos 745 3,5 x 9 (60) 4,0 x 9 (562) 4,0 x 7 (29) 5,0 x 9 (89) 5,0 x 7 (1) 6,0 x 9 (4)
8 8 _____ 98.9% _____
APÊNDICE A
40
1
TABELA 1: Estudos clínicos longitudinais em pacientes reabilitados com implantes curtos
Referência Tempo de Avaliação
N0 de
implantes Dimensões dos
implantes N
0 Total de
perda de implantes
Falhas antes
instalação da prótese
Falhas após
instalação da prótese
Indice de sobrevi- vência
(%)
Tipo de Implante
Melhado et al. (2007)
2 a 14 anos
198 3,75 a 5 mm de diamentro por 7mm de comp
7 _______ _______ 96,4% Bränemark®
Standard e MK III
Barboza et al (2007)
6 anos 348 220 foram de 9mm/128 de
10mm de comprimento
com diâmetros de 3,5mm, 4mm
e 5mm
14 10 4 96% Biohorizons®
Implant Systems
Degidi et al (2007)
9 anos 133 diâmetros de 3,3 a 5,5mm, e
comprimentos de 6,5 a 10mm
3 _______ 3 97,7% 8 Ankylos, 9 Branemark, 20
Frialit-2, 19 Frialoc, 2 IMZ, 42 Maestro,
1 Restore, 7 TiUnite, 21 XiVE, and 4 XiVE TG
Malo, Nobre e Rangert,
(2007)
1 a 5 anos 408 3,75 x 7 (16) 4,0 x 7 (115) 3,75 x 8,5 (75) 4,0 x
8,5 (202)
13 13 _______ 96.6%. Branemark®
41
2
TABELA 1: Estudos clínicos longitudinais em pacientes reabilitados com implantes curtos
Referência Tempo de Avaliação
N0 de
implantes Dimensões dos
implantes N
0 Total de
perda de implantes
Falhas antes
instalação da prótese
Falhas após
instalação da prótese
Indice de sobrevi- vência
(%)
Tipo de Implante
Anitua et. al. (2008)
4 anos 532 3,3 x 8,5 (33) 3,75 x 7,0 (29) 3,75 x 8,5 (99) 4,0 x 7,0 (14) 4,0 x 8,5 (90) 4,5 x 8,0 (50) 4,5 x 8,5 (132) 5,0 x 8,0 (16) 5,0 x 8,5 (69)
5 3 2 99,2% _______
Grant, Pancko e
Kraut (2009)
2 anos 335 3,5 x 8,0 (42) 4,3 x 8,0 (212) 5,0 x 8,0 (75) 6,0 x 8,0 (6)
4 4 _______ 99% _______
42
3
TABELA 2: Fatores de risco relatados nos estudos longitudinais relacionados à falha dos implantes curtos
Referência Paciente Fumante
Carga Oclusal Idade sexo Qualidade óssea pobre
Infecção Tipo de Implante
Protocolo Cirúrgico
Goené et al (2005) x x
Renoard e Nisand (2005)
x x x
Gentile, Chuang e Dodson (2005)
x x x
Romeo et al (2006) x x x x
Misch et al (2006) x x x x
Barboza et al (2007) x x
Degidi et al (2007) x x x x
Malo, Nobre e Rangert, (2007)
x x x
Anitua et al (2008) x x x x
Grant, Pancko e Kraut (2009)
x x x x
43