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Para analisar determinado mercado isoladamente, supõe-se que todos os demais são constantes; ou
seja, o mercado estudado não afeta nem é afetado pelos demais. O mesmo vale para o estudo de
variáveis isoladas e seus efeitos. Dessa forma, pode-se saber o efeito isolado de uma variável. Exemplo.
A demanda (ou a procura) representa o máximo que o consumidor deseja, dada a sua renda e os preços de mercado – é um plano. Nesse sentido, a demanda não representa a compra efetiva, mas a intenção de comprar a determinados preços.
Observando a reação das pessoas, pode ser verificado que existe uma relação de causalidade,
inversamente proporcional, entre a quantidade demandada e o preço. Quando o preço cai (causa), a
quantidade
comprada se eleva (efeito), e quando o preço sobe (causa), a quantidade comprada se reduz (efeito). A
essa relação, mantidos os demais fatores constantes (coeteris paribus), é chamada Lei geral da
demanda.
A expressão coeteris paribus tem origem latina, significa “tudo o mais constante” e representa condição fundamental para o estudo da microeconomia, que é parcial.
O preço sobe com a procura de determinado bem, independente de outras variáveis que afetam a procura: a renda do consumidor, gostos, preferências etc.
A demanda é a quantidade de determinado bem ou serviço que os consumidores desejam adquirir em determinado período de tempo (semana, ano, mês), por isso, representa o fluxo.
2 - RELAÇÃO ENTRE A QUANTIDADE DEMANDADA DO BEM QX
D E O PREÇO DO
PRÓPRIO BEM (PX)
A quantidade procurada de um bem é influenciada por seu preço. Normalmente, presume-se que o consumidor desejará adquirir quantidade maior de determinado bem quanto menor for o seu preço e vice-versa.
Representação matemática
A primeira derivada da função demanda de um bem em relação ao seu preço ( <
0 ou (dQxd/dPx) < 0) é negativa, o que demonstra a Lei geral da demanda.
Representação gráfica
Gráfico nº 1
(dQxd/dPx) < 0.
Mas por que ocorre essa relação inversa entre o preço e a quantidade demandada dos bens normais?
Porque quando o preço aumenta (positivo), a quantidade consumida diminui (negativo) e vice-versa.
Assim, um número positivo dividido por um número negativo resulta num número negativo, ou seja, <0.
aumentar a oferta, o que não seria viável no curtíssimo prazo,
ou reduzir a demanda.
Num sistema de mercado desregulamentado, o preço da eletricidade teria aumentado e os preços mais
elevados proporcionariam aos consumidores incentivos para poupar energia. O preço mais alto reduz a
demanda por dois caminhos. Quando os preços da eletricidade aumentam em relação aos preços de
outros bens que as famílias compram, cada família tem incentivo para economizar eletricidade. É o
efeito substituição. No entanto, há também o efeito renda. Como a eletricidade se tornou mais cara, a
renda real da família se reduz, porque tem de gastar mais para obter a mesma quantidade de bens
(incluindo a eletricidade) que consumia. Com renda real menor, a família corta despesas com todos os
tipos de bens, incluindo a eletricidade. É o efeito renda.
Devido aos custos de energia mais altos poderem ter impacto desproporcional sobre as famílias de baixa
renda, os políticos, muitas vezes, relutam em permitir aumento nos preços de energia. Contudo, a
solução não é impedir o aumento (pois preços baixos reduzem os incentivos) para que todas as famílias
poupem um recurso escasso. Exemplo.
A demanda por bens e serviços não é influenciada apenas pelo preço, também é afetada pelo preço dos
bens substitutos (ou concorrentes), pelo preço dos bens complementares, pela renda dos consumidores
e por preferências ou hábitos.
O mercado aberto é caracterizado pelos mercados em que não existe pregão, ou seja, um lugar físico, fechado, onde compradores e vendedores se encontram para firmar um negócio a um preço ajustado.
No mercado desregulamentado, não existem regras, normas que assegurem os interesses dos produtores e consumidores de forma equânime, tenham eles maior ou menor poder no mercado.
Supondo-se que um acréscimo nos custos de energia represente, em média, 50 reais por família, o efeito renda pode ser eliminado. Isso permite, contudo, ao efeito substituição cumprir seu papel de reduzir a demanda. Se for concedido a cada família reembolso do mesmo valor em média, a renda das famílias não se reduzirá, pois o impacto foi compensado pelo reembolso de 50 reais. Mas o efeito substituição ainda estará em operação. Ao gastar sua renda, a família se depara com o preço relativo mais elevado, para a eletricidade. Assim, terá incentivo para economizar eletricidade. Dessa forma, o governo compensou as famílias de renda mais baixa, compensando o efeito renda.
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3 - RELAÇÃO ENTRE QX
D E O PREÇO DOS OUTROS BENS (PS E PC)
A quantidade demandada de um produto pode ser afetada pela variação nos preços de outros bens, os quais são classificados em substitutos e complementares.
Bens substitutos (ou concorrentes)
São aqueles em que o consumo de um bem substitui o consumo do outro. Exemplo.
O aumento no preço do bem substituto desloca a curva de demanda para a direita. Ou seja, para determinado nível do preço de X, as quantidades demandadas do bem X serão maiores quando o preço do bem substituto aumentar. Em outras palavras, essa alteração da condição coeteris paribus, resultante de aumento no preço do bem substituto, provoca deslocamento da curva de demanda para a direita.
Exemplo: Ocorreu no mercado o aumento do preço do guaraná (bem s), conseguentemente aumentou a
Observa-se que o gráfico 5 refere-se unicamente ao bem x, ou produto x, que teve a sua curva de demanda deslocada para a direita, ou seja, aumentou o seu consumo em função de ter ocorrido um aumento no preço de outro bem. Verifica-se que o preço do bem x não foi alterado. Como exemplo, pode se dizer que ocorre um aumento do consumo de coca-cola, haja vista ter ocorrido um aumento no preço do guaraná, mostrado no Gráfico 04.
Bem coca-cola: o preço Po da Coca-cola não aumentou, mas a sua demanda aumentou de D para D'.
Manteiga e margarina (a levação/diminuição no preço da manteiga deverá aumentar/reduzir a demanda de margarina). No mesmo exemplo, cabem: Pepsi e Coca-Cola; carne de vaca, de frango e peixe; Brahma e Antárctica etc.
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4 - BENS COMPLEMENTARES
São bens consumidos conjuntamente: açúcar e café, automóveis e gasolina, camisa social e gravata, pão e manteiga, sapato e meia.
maior o número de produtos classificados como bens inferiores, passa-se, então, a consumir produtos
de melhor qualidade, classificados como bens normais, em detrimento dos de pior qualidade.
Giffen é o economista que observou o fenômeno dos bens ditos inferiores, no século XVIII, numa comunidade inglesa muito pobre e que consumia basicamente batatas.
Supondo-se dois bens, mingau e leite, com a redução do preço do mingau, o consumidor reduz o consumo deste, um bem de Giffen, em vez de aumentá-lo. Com a liberação de mais dinheiro, o consumidor pode optar por gastar com outras coisas, no caso, mais leite.
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5 - RELAÇÃO ENTRE QXD E HÁBITOS DO CONSUMIDOR (G)
constantes
Os hábitos são “manipulados” por propagandas e campanhas promocionais para aumentar o consumo
(leite) ou para diminuí-lo o consumo de bens (cigarro).
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RESUMO
Coeteris paribus representa a expressão em latim ‘tudo o mais constante’. Sob essa suposição, uma
análise será isolada, ou seja, o objeto estudado não afeta nem é afetado pelos demais, possibilitando
estudar o efeito sobre ele, de forma independente.
A teoria microeconômica explica, de forma sistemática, de que maneira o consumidor racional executa o seu plano de consumo. Para tal, utiliza-se da Teoria Ordinal do Comportamento do Consumidor e de conceitos como Curva de Indiferença, Taxa Marginal de Substituição e Restrição Orçamentária.
A Teoria Ordinal do Comportamento do Consumidor, com base na construção teórica de Vilfredo Pareto (1906), ao contrário da Teoria Cardinal, que busca mensurar a utilidade, segue na ordem de preferência, estruturada com base na comparação das utilidades dos bens declaradas pelo consumidor.
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Utilidade e escalas de preferência
Os economistas se referem aos benefícios provenientes do consumo como a utilidade que os indivíduos
obtêm da combinação de bens que consomem. Dessa forma, supõe-se que uma pessoa racional seja
capaz de informar se preferiu ou não certa combinação de bens a outra. Com base na preferência
declarada, os indivíduos escolhem um conjunto de bens que maximizará a sua utilidade, dados os limites
do seu orçamento.
É importante observar que a pesquisa sobre as preferências dos indivíduos indica o quanto eles estão
dispostos a pagar; isso é diferente do que são obrigados a pagar. O que os indivíduos têm de pagar irá
depender do preço de mercado; o que ele está disposto a pagar reflete as suas preferências. Exemplo.
O objetivo do consumidor, se racional, será o de obter o máximo de satisfação possível com as suas
escolhas. Denomina-se utilidade totalà medida da satisfação total do consumidor. A disposição que a
pessoa tem de pagar a mais por cada camiseta reflete o fato de uma
camiseta adicional ainda lhe proporcionar utilidade adicional. A essa utilidade extra da camiseta
adicional, medida em unidades monetárias adicionais que ela está disposta a pagar, denomina-
se utilidade marginal. A tabela a seguir mostra as utilidades dessa pessoa em análise.
Suponhamos que determinada pessoa estaria disposta a pagar – com base em suas informações, padrão de consumo, hábitos e renda – o valor de 40 unidades monetárias por cinco camisetas. Perguntada sobre quanto pagaria por seis camisetas disse: 45 unidades monetárias e, por sete camisetas, 50 unidades monetárias. Cabe ressaltar que esses montantes podem estar elevados ou baixos se comparados aos preços de mercado. Leva-se em conta, apenas, que eles refletem a medida da utilidade que a pessoa acredita que as camisetas possuem para ela.
Utilidade total representa a satisfação total derivada do consumo de bens e serviços.
Representa o aumento na utilidade total do consumo, decorrente de mais uma unidade do bem.
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À medida que o conjunto de bens de um indivíduo inclui mais de um bem, cada incremento sucessivo
aumenta menos a sua utilidade. Essa é a Lei da Utilidade Marginal Decrescente. A primeira camiseta é
muito desejável e uma adicional é atraente também. Mas outra camiseta não aumenta a utilidade, tanto
quanto a anterior; em algum ponto, a pessoa em análise não terá nenhum prazer em acrescentar mais
uma camiseta ao seu guarda-roupa.
Supondo-se que a mesma pessoa tenha de escolher entre dois bens, por exemplo, uma camiseta, que
custa o dobro de uma pizza. Enquanto a utilidade marginal de uma camiseta continuar sendo superior
ao dobro da utilidade da pizza, vale a pena a pessoa transferir compras para as camisetas. Para adquirir
uma camiseta adicional, ela precisa abrir mão de duas pizzas. Dessa forma ela ajustará seu consumo até
o ponto em que as utilidades marginais dos dois bens, por unidade de dinheiro gasto, sejam iguais. Essa
é a regra geral independente de os preços serem iguais ou não. É definida como Lei dos Benefícios
Marginais Equiproporcionais.
Ao escolher entre dois bens, um consumidor ajustará suas escolhas até que as utilidades marginais
sejam proporcionais aos preços. Assim, a última unidade comprada de um bem que custa o dobro de
outro deve proporcionar o dobro da utilidade marginal da última unidade comprada do outro bem; a
última unidade de um bem que custa o triplo de outro deve gerar três vezes mais utilidade marginal que
a última unidade comprada do outro bem e assim por diante.
A expressão pode ser escrita da seguinte forma:
Pode-se concluir, portanto, que os consumidores alocam sua renda entre bens diferentes de tal modo
que a utilidade marginal associada à última unidade comprada, por unidade de dinheiro gasto, seja a
mesma para todos os bens.
A Lei da Utilidade Marginal Decrescente demonstra que, enquanto as pessoas consomem mais de um bem num determinado período, a utilidade marginal do bem declina.
A Lei dos Benefícios Marginais Equiproporcionais demonstra que a mais alta utilidade é alcançada quando a última unidade monetária, gasta em cada bem, possui a mesma utilidade marginal.
Suponha que você entre numa mercearia e compre uma lata de refrigerante. A mercearia cobra 0,75
unidades monetárias. Se você está com muita sede, poderá estar disposto a pagar até 1,25 unidades
monetárias por uma lata de refrigerante. A diferença entre o que você paga e o que estaria disposto a
pagar é chamada excedente do consumidor. Ela é a medida de quanto se ganha com o comércio. Nesse
exemplo você só teve de pagar 0,75 u.m. por algo que se dispunha a pagar 1,25 u.m.; a diferença, 0,50
u.m., é o seu excedente do consumidor.
O excedente do consumidor é a diferença entre o montante que o consumidor estaria disposto a gastar para comprar certa quantidade de um bem e quanto ele teve de gastar. É medido pela área abaixo da curva de demanda, mas acima do preço.
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Então, o excedente do consumidor, ou seja, a disposição de pagar mais por um produto depende das
O excedente do produtor pode ser calculado tomando-se a área abaixo da linha que passa pelo preço de equilíbrio e acima da curva de oferta
O excedente do consumidor é a diferença entre o montante que o consumidor estaria disposto a gastar para comprar certa quantidade de um bem e quanto ele teve de gastar. É medido pela área abaixo da curva de demanda, mas acima do preço.
Curvas de indiferença são a representação gráfica de uma Tabela de Indiferença. Ou seja, o lugar geométrico dos pontos das infinitas combinações possíveis entre dois bens, igualmente desejáveis ao consumidor. Todas propiciam a mesma satisfação, de forma que, para o consumidor, é indiferente a escolha de qualquer uma.
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Por definição, podem traçar-se curvas de indiferença para qualquer espaço de um diagrama pertinente.
Para cada nível de utilidade, há uma curva de indiferença separada e distinta, porque o plano de
consumo do consumidor é representado por diversas curvas de indiferença. Ou seja, identifica as várias
escalas de preferência do consumidor, e tal conjunto de curvas de indiferença chama-se mapa de
indiferença. Também, por definição, as curvas de indiferença não se cruzam nem se tocam. Por
representarem níveis de satisfação de um consumidor racional, é inadmissível atingir satisfações mais
altas e mais baixas ao mesmo tempo. As curvas de indiferença têm declividade negativa.
Na combinação A, existem 10 unidades de Y e nenhuma de X: na B, há 7 de Y e 1 de X. Se o consumidor
é indiferente a essas combinações, pode-se concluir que, para o consumidor, a perda de 3 unidades
de Y é perfeitamente compensada em termos subjetivos de bem-estar pelo ganho de 1 unidade de X.
Então, só é possível manter o nível de bem-estar constante quando houver perfeita compensação entre
a quantidade do bem que se reduz e a do bem que é aumentado na nova combinação. A necessidade de
compensação de perdas e ganhos subjetivos de satisfação, quando as combinações entre os bens se
modificam, remete a outro conceito importante, o de Taxa marginal de substituição.
Mapa de indiferença é o conjunto de curvas de indiferença, representando cada nível de bem-estar ou de utilidade usufruído pelo consumidor.
Taxa marginal de substituição é o princípio que diz o quanto de um bem o indivíduo está disposto a deixar de ter em troca de mais uma unidade de outro, mantendo constante o nível de satisfação.
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Taxa marginal de substituição
A Taxa Marginal de Substituição (TMS) irá sempre relacionar duas variações: a primeira, representando
a redução da participação de um dos bens, e a segunda, representando o aumento da participação do
outro bem. Sendo opostos os sentidos das variações, os sinais serão diferentes entre o numerador e o
denominador da expressão – um positivo e outro negativo – de forma que toda a relação passa a ter
sinal negativo e ser decrescente (indicativo de serem convexas em relação à origem).
Isso significa que a TMS é decrescente e a inclinação da curva de indiferença vai, à medida que se move,
tornando-se achatada ao longo da curva, da esquerda para a direita.
A restrição orçamentária representa as quantidades dos bens que o consumidor pode comprar, combinadamente, gastando toda a sua renda, dados os preços dos bens e a renda disponível para consumo em determinado momento.
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Equilíbrio do consumidor
A curva de indiferença mostra o que o consumidor deseja: quanto mais elevada, melhor para ele. As
restrições orçamentárias mostram o que o consumidor pode obter, dadas as limitações de renda
disponível para o consumo. Graficamente, se o mapa de indiferença do consumidor representar a sua
restrição orçamentária, pode-se afirmar que o ponto de equilíbrio do consumidor – ou do ponto em que
o consumidor maximiza o seu bem-estar dentro das limitações de sua renda – é o ponto em que a reta
de restrição orçamentária tangencia a curva de indiferença mais elevada do mapa (no caso, o ponto E no
gráfico nº 4). É evidente que o consumidor desejaria se usufruir de um nível de bem-estar mais elevado
– representado por uma curva de indiferença mais distante da origem –, mas essa possibilidade não é
possível devido ao seu orçamento insuficiente para permitir o nível de bem-estar desejado.
Oferta é a quantidade de determinado bem ou serviço que os produtores
desejam vender em determinado período de tempo. Exemplo.
A Lei geral da oferta busca definir o comportamento “geral” do conjunto de
ofertantes racionais. Busca os pontos que maximizam os lucros e minimizam
os custos nos negócios quando a oferta de um produto qualquer varia na
razão direta da variação do seu preço, mantidas constantes as demais
influências porventura existentes em cada momento.
A quantidade de determinado bem que o produtor irá ofertar no mercado depende de vários fatores,
dentre os quais: preço do próprio bem x (Px); preço do bem substituto (Ps); preço do bem
complementar (Pc); preço dos fatores de produção (Pf) e tecnologia (T).
A expressão matemática da função geral da oferta do bem X é apresentada da seguinte
forma:
Qx0 = ƒ (Px, Ps, Pc, Pf, T)
Há ofertas de vários bens ou serviços, na maioria das vezes, de forma desencontrada e influenciada por diversos fatores, como na apresentação da curva de oferta. O objetivo é viabilizar análise científica minuciosa em que a variação da quantidade ofertada varia de preço. Também a análise da oferta representa plano ou intenção dos produtores e vendedores, não a venda efetiva; mas, utiliza-se, outrossim, o conceito teórico do coeteris paribus, tudo o mais é mantido constante.
Portanto, a oferta ou a demanda, no que tange a deslocamentos, enquanto mudanças na quantidade
ofertada ou demandada, considerando as variações da própria curva, refere-se a pontos específicos das
curvas.
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• Preços relativos X preços absolutos
Na Microeconomia, são relevantes os preços relativos ou a relação entre os preços dos vários bens mais
do que os preços absolutos (específicos do bem ou serviço) das mercadorias. Exemplo.
Se o preço da margarina cair 10%, mas o preço da manteiga também cair 10%, nada deve acontecer com a demanda dos dois bens, apesar de serem substitutos. Supõe-se também uma queda na renda de 10%, para que os compradores não tenham a sensação de ambos os bens estarem mais baratos e as demandas de ambos aumentarem. Nesse caso, apesar de ambos os preços, em termos absolutos, terem variado, em termos relativos (um em relação ao outro), não houve mudança. Agora, se apenas o preço da margarina cai, o preço da manteiga permanecendo o mesmo, provavelmente ocorrerá aumento da quantidade demandada de margarina e cairá a demanda de manteiga. Isso, sem que se altere o preço absoluto da manteiga.
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RESUMO
A Oferta representa a quantidade de determinado bem ou serviço que os produtores desejam vender
em determinado período de tempo (semana, ano, mês). Por isso, representa um fluxo. No estudo,
pressupõe-se um plano ou intenção dos produtores e vendedores. Utiliza-se também o conceito teórico
do coeteris paribus, ou tudo o mais é mantido constante.
Observando-se a oferta, verifica-se uma relação direta de causa e efeito entre o preço e a quantidade
demandada. Isso possibilita definir um comportamento “geral” do conjunto de ofertantes racionais na
busca de pontos que maximizem os lucros e minimizem os custos nos seus negócios, tidos como Lei
geral da oferta. Quando o preço cai (causa), a quantidade vendida se reduz (efeito); quando o preço
sobe (causa), a quantidade vendida se eleva (efeito), mantidos os demais fatores constantes (coeteris
paribus).
A representação matemática é dada por coeteris paribus Qx0 = ƒ(Px), sendo ƒ’(Px) > 0, ou seja, a primeira
derivada é positiva, mostrando relação direta entre as variáveis (declividade positiva da curva de oferta)
MÓDULO 4 – TEORIA DA PRODUÇÃO E ANÁLISE DE CURTO PRAZO
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1 - TEORIA DA PRODUÇÃO
A teoria da produção preocupa-se com a relação técnica ou tecnológica entre a quantidade física de produtos (outputs) e de fatores de produção (inputs); ou seja, trata apenas das relações físicas, isto é, não monetárias.
O primeiro conceito a ser definindo é o de produção, que é o processo de transformação dos fatores
adquiridos pela empresa em produtos para a venda no mercado. A organização na qual há empregador
ou empresário, e um ou mais empregados, é apenas intermediária. É importante ressaltar que o
conceito de produção não se refere apenas aos bens físicos e materiais, mas também a serviços, como
transportes, atividades financeiras, comércio e outras atividades.
No processo de produção, diferentes insumos ou fatores de produção são combinados, de forma a
produzir o bem ou serviço final. As formas como os insumos são combinados constituem os
chamados métodos de produção, que podem ser intensivos em mão de obra (utilizam mais mão de obra
em relação a outros insumos), intensivos em capital ou intensivos em terrenos etc.
Se, a partir da combinação de fatores, for possível produzir um único produto ou output, tem-se o
processo de produção simples; se for possível produzir mais de um produto, tem-se o processo de
produção múltiplo ou produção múltipla.
É o organizador que toma a si os riscos de negócio em geral não recebe salário
contratual na qualidade empresário. Em vez disso, retém o que resta da receita, se houver, depois que todos os pagamentos são efetuados. Em contabilidade, "o que resta" da receita de cada ano é denominado lucro ou renda líquida. Já os economistas o denominam receita líquida ou residual.
Método de produção é a escolha particular de combinação de fatores com a tecnologia conhecida e disponível.
02
A escolha do método ou processo de produção depende de sua eficiência.
Considere a situação na qual um novo processo foi descoberto. Suponha que os mesmos tipos de
insumos foram utilizados para produzir o mesmo tipo de produto do processo anterior. Entretanto, o
novo processo usa menos ou mais dos mesmos insumos e não um insumo a mais para produzir a mesma
quantidade do produto. Alternativamente, pode-se produzir mais do produto com as mesmas
quantidades de cada insumo. Numa situação como essa, o velho processo tornou-se,
agora, tecnicamente ineficiente. É evidente que nenhum produtor para a maximização dos lucros usaria
mais insumos do que o necessário para determinado nível de produto. Portanto, é razoável a suposição
de que uma vez que o processo se torne tecnicamente ineficiente, não mais será utilizado.
A eficiência técnica requer que se utilize um processo de produção que não use mais insumos do que o necessário para determinado produto.
Eficiência é a relação entre os recursos que deveriam ser consumidos e os que
produção em determinado período de tempo. É o conceito mais “físico” ou “tecnológico” e não deve ser confundido com o de função oferta, que é de caráter “econômico”, relacionando a produção com os preços.
A função produção, assim definida, admite sempre que o empresário esteja utilizando a maneira mais
eficiente de combinar os fatores e, consequentemente, obter a maior quantidade do bem produzido,
supondo-se que a questão da melhor tecnologia de produção já esteja resolvida pela área de
Engenharia.
É possível representar a função produção, analiticamente, da seguinte maneira:
Onde:
é a quantidade produzida do bem ou serviço num determinado período de tempo;
identificam as quantidades utilizadas nas combinações dos diversos fatores de
produção;
dependente, ou seja, função da quantidade de insumos utilizados.
Para efeitos didáticos, tornando a função genérica operacional, é adotada uma simplificação que a reduz
a uma função de apenas duas variáveis:
Onde:
a quantidade utilizada de mão de obra (do inglês labor);
a quantidade utilizada de capital físico.
Supõe-se que todas as variáveis (Q, L, K) são expressas num fluxo no tempo; isto é, consideradas ao
longo de um dado período de tempo (produção mensal, produção anual etc.). Supõe-se também que
o nível tecnológico é dado ou determinado, tendo em vista ser questão pertinente à área de engenharia,
que interessa à eficiência econômica.
Como exemplo, há possíveis formas específicas de funções de produção, como:
Cabe ressaltar que essas formulações da função de produção buscam medir a contribuição dos fatores
de produção provenientes do estágio que estiver sendo analisado. Calcula-se o valor “acrescentado” ou
“agregado” de produção criada nesse processo (Q). Portanto, não são contabilizadas as produções
provenientes de estágios produtivos anteriores.
Nível tecnológico é o “estado da arte”; representa o conhecimento tecnológico global.
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Distinção entre os fatores de produção fixos e variáveis – curto e longo prazo
Na teoria microeconômica, a questão do elemento “tempo” é fundamental para a interpretação das
relações entre quantidade produzida e quantidade de fatores de produção. Quanto mais tempo o
empresário dispuser para planejar, supõe-se que melhor será a combinação dos insumos. Para se
examinar o tempo, convém dividi-lo em dois extremos:
curto prazo
longo prazo
Os fatores de produção também recebem classificação, em razão da sua relação com a produção e sua
variabilidade. Isso, posteriormente, facilitará a análise da teoria dos custos da produção. Dividem-se em
dois tipos:
fatores de produção variáveis, ou aqueles cujas quantidades utilizadas variam quando o volume de produção varia. Por exemplo: quando aumenta a produção, são necessários mais trabalhadores e maior quantidade de matérias-primas;
fatores de produção fixos são aqueles cujas quantidades não variam quando o produto varia. As instalações da empresa e a tecnologia são fatores que são alterados apenas no longo prazo. Exemplo.
Numa distinção arbitrária entre o curto e o longo prazo aplicados a fatores de produção fixos e
variáveis, diz-se que o fator fixo de produção é aquele cuja quantidade não pode ser expandida em
período curto de tempo, sem aumento substancial do custo, por unidade, do fator fixo. Mas a
quantidade pode ser alterada no longo prazo, sem que haja aumento no custo por unidade.
Longo prazo é o período de tempo em que todos os fatores podem ser alterados sem que isso gere
aumento no custo por unidade. O longo prazo é um esquema de decisões de investimento.
Curto prazo é o período de tempo no qual as firmas aumentam alguns insumos, não todos, para elevar a produção. Ou diminuem alguns, não todos, para produzir menos. Geralmente, a empresa atende a aumento temporário na demanda de produção, pagando horas extras a seus trabalhadores. Mas, com maior frequência, deixa o tamanho da fábrica e os equipamentos inalterados.
É o período de tempo no qual a firma ou empresa aumenta todos os insumos, da maneira mais eficiente possível, para produzir mais. Mão de obra, materiais, tamanho e número de fábricas, equipamento, propaganda, treinamento, pessoal e gerentes, tudo pode alterar-se no longo prazo.
Geralmente, um fator fixo de produção não pode ser alterado em curto prazo, somente em longo prazo. Mas, o que significa dizer "não pode ser alterado"? Para exemplificar, um gerador de energia, já colocado, precisa ser classificado como fator fixo de produção no curto prazo, porque, nesse, é difícil expandir a quantidade de geradores de energia. Entretanto, essa é uma observação incompleta da realidade. A custo suficientemente alto, uma empresa fornecedora de eletricidade pode instalar um gerador de energia em período relativamente curto de tempo. Ou, a preço alto, pode-se comprar um gerador de energia adicional e tê-lo entregue rapidamente.
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Análise de curto prazo
O comportamento da produção no período de curto prazo requer que se caracterize a função de
produção nesse período de oferta. Assim, é preciso considerá-lo, pelo menos, um fator fixo.
Considerando uma função de produção de dois fatores, teremos então:
Onde, Q é a quantidade produzida, x1 ou L é o fator variável e x2 ou K é o fator fixo.
A função só pode ser definida para níveis positivos dos fatores de produção e do produto; ou seja, Q>
0, x1> 0 ou N> 0, x2> 0 ou K> 0. Outra consideração importante é que a função de produção se modifica
com o nível de tecnologia. Portanto, para realizar a análise, estuda-se o fator variável mantendo-se não
apenas todos os demais fatores constantes, mas também todas a condições (coeteris paribus).
Produto total do fator (variável) – PT – é a quantidade do produto que se obtém da utilização do fator variável (L), mantendo-se fixa a quantidade dos demais fatores (K). Portanto, o fator fixo representa um parâmetro para a função (limitador), de forma que a variação da produção dependerá da variação do fator variável “L” para cada valor fixo de “K”. Ou seja, existe certa proporção de combinação que deverá ser respeitada. Pode ser representada pela expressão: PT = Q.
Produtividade média do fator (Pme) representa o resultado do quociente da quantidade total
produzida pela quantidade utilizada desse fator. Temos então:
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Produtividade marginal do fator (Pmg) representa a relação entre as variações do produto total e as
variações da quantidade utilizada do fator. Ou seja, é a variação do produto total quando ocorre uma
variação no fator de produção.
• Produtividade marginal da mão de obra:
Quando a função de produção é contínua e diferencial, ou seja, podem ocorrer variações infinitesimais
e não apenas variações
discretas (de uma em uma unidade de fator), utilizam-se as derivadas do produto em relação aos
insumos (onde se encontram os símbolos de variações discretas: substitui-se por d).
Considere-se 10 alqueires de terra (fator fixo) utilizados para produzir arroz. Variando a mão de obra
utilizada na lavoura (fator variável) – de maneira que os aumentos de produção dependerão do
aumento de mão de obra, já que quantidade de alqueires que disponho para plantio se mantém
constante –, como se comportará a produção, alterando-se as proporções dos fatores fixos e variáveis?
Produtividade marginal da mão de obra (em toneladas)
10 1 6 6,0 6,0
10 2 14 7,0 8,0
10 3 24 8,0 10,0
10 4 32 8,0 8,0
10 5 38 7,6 6,0
10 6 42 7,0 4,0
10 7 44 6,3 2,0
10 8 44 5,5 0,0
10 9 42 4,7 -2,0
Nesse caso, a produção de arroz aumentará até certo ponto e depois decrescerá. A maior quantidade de
homens para trabalhar, associada à área constante de terra, permitirá que a produção cresça até um
máximo e, depois, passe a decrescer. Isso ocorre devido à Lei das proporções variáveis, ou ainda, como
é mais conhecida Lei dos rendimentos decrescentes.
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4 - LEI DOS RENDIMENTOS DECRESCENTES
A Lei ou princípio dos rendimentos decrescentes pode ter a seguinte enunciação: elevando-se a quantidade do fator variável, permanecendo fixa a quantidade dos demais fatores, a produção inicialmente aumentará a taxas crescentes; a seguir, depois de certa quantidade utilizada do fator variável, continuará a crescer, a taxas decrescentes (ou seja, com acréscimos cada vez menores). Continuando o incremento da utilização do fator variável, a produção total chegará a um máximo para depois decrescer.
Verifica-se que, de início, podem ocorrer rendimentos crescentes, isto é, os acréscimos de utilização do
fator variável provocam incrementos na produção. A partir da quarta unidade de mão de obra incluída
no processo produtivo, começam a surgir os rendimentos decrescentes. A oitava unidade, associada a
10 unidades do fator fixo terra, maximiza o produto (44 unidades). A produtividade marginal dessa
oitava unidade é nula. Daí por diante, cada unidade do fator variável mão de obra, associada às 10
unidades do fator fixo terra, passará a ser ineficiente; ou seja, sua produtividade marginal torna-se
geométrico das coordenadas dos pontos) que mostra todas as combinações possíveis de dois insumos (capital e mão de obra em nosso exemplo) fisicamente capazes de gerar uma mesma quantidade de produto.
A primeira parte da palavra isoquanta vem do grego “iso” que significa “o mesmo”, enquanto a segunda parte é apenas abreviação para quantidade.
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Pode-se, ainda, representá-la por família de isoquantas, mapa de isoquantas ou mapa de produção,
representando o conjunto de isoquantas, como no Gráfico nº 02, correspondente aos diferentes níveis
de produção, possíveis de se alcançar com a tecnologia. Os níveis mais baixos de produto são
representados pelas isoquantas mais próximas da origem (Q1) e, quanto mais afastado da origem,
maiores os níveis de produção (Q2, Q3 etc.).
Nesse mapa, o formato das isoquantas identifica o grau de substitutibilidade, que é tecnicamente
possível entre os fatores. Nas curvas mostradas até o momento, trata-se implícita ou explicitamente
de funções de produção de proporção variável; ou seja, qualquer combinação de capital e mão de obra
pode ser utilizada na produção. No caso de uma linha convexa em relação à origem, os fatores
serãosubstitutos, porém não perfeitos. Entretanto, é possível que dois insumos – tais como carros e
volantes, ou um par de sapatos – possam ser utilizados em proporções fixas. É possível demonstrar
como deve ser a aparência das isoquantas numa função de produção de proporções fixas. A proporção
do capital com a mão de obra é fixada física e imutavelmente.
obra , de forma que o produto permaneça constante para qualquer combinação dos fatores.
Dessa forma, a TMST revela a perda de produção devido ao pequeno decréscimo de participação de um
fator (capital), exatamente igual ao ganho de produção, devido ao pequeno acréscimo de participação
do outro fator (mão de obra).
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Rendimentos de escala
Os rendimentos de escala ou economias de escala representam a resposta da quantidade produzida a uma variação da quantidade utilizada de todos os fatores de produção. Ou seja, quando, por suposição, a empresa varia todos os seus fatores de produção, incluindo o seu tamanho, ocorre no longo prazo.
Os rendimentos de escala podem ser:
• rendimentos crescentes de escala
• rendimentos constantes de escala
• rendimentos decrescentes de escala
• Rendimentos crescentes de escala ou economias de escala: ocorrem quando a variação na quantidade do produto total é mais do que proporcional à variação da quantidade utilizada dos fatores de produção. Por exemplo.
Pode apontar-se como causas geradoras dos rendimentos crescentes de escala:
a) a maior especialização no trabalho quando a empresa cresce;
b) a existência de indivisibilidades entre os fatores de produção. Por exemplo.
Escala ou escala de produção representa a identificação de ritmo de variações da produção, respeitada a proporção de combinação entre os fatores.
Economias escala ou rendimentos de escala representam o resultado obtido em termos de produto quando se varia a quantidade utilizada dos fatores, dada determinada escala de produção.
Aumentando-se a utilização dos fatores em 10%, o produto cresce 20%. Equivale a dizer que a produtividade dos fatores aumentou.
Numa siderúrgica, não existe "meio forno"; quando se adquire mais um forno, deve ocorrer um grande aumento na produção.
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Na representação gráfica dos rendimentos de escala, pode se considerar a condição de que a distância
entre as isoquantas representa a escala de produção e identifica o comportamento dos rendimentos
marginais de escala (para que possamos compará-las), como representado no Gráfico n0 05.
O produto aumenta na mesma proporção (100) para acréscimos cada vez menores dos fatores
envolvidos no processo produtivo (as distâncias entre as isoquantas são cada vez menores), ou seja, os
rendimentos dos fatores estão crescendo.
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• Rendimentos constantes de escala. Ocorrem quando a variação do produto total é proporcional à variação da quantidade utilizada dos fatores de produção: aumentando-se a utilização dos fatores em 10%, o produto também aumenta em 10%.
Os economistas costumam afirmar que os rendimentos constantes de escala representam a fase de
pequena duração no desenvolvimento da produção. Embora algumas evidências empíricas revelem, a
fase pode ser mais longa do que se imagina.
Graficamente, respeitando-se a condição estabelecida, temos:
O produto aumenta na mesma proporção (100) para acréscimos também proporcionalmente iguais dos
fatores envolvidos no processo produtivo (as distâncias entre as isoquantas são as mesmas), ou seja, os
rendimentos dos fatores são constantes.
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• Rendimentos decrescentes de escala (ou deseconomias de escala) ocorrem quando a variação do produto é menos do que proporcional à variação na utilização dos fatores. Exemplo.
Como principais causas geradoras dos rendimentos decrescentes de escala, podemos apontar:
a) restrições da capacidade administrativa da empresa, na qual o poder de decisão e a capacidade
gerencial e administrativa são "indivisíveis e incapazes de aumentar"; ou seja, pode ocorrer uma
descentralização nas decisões que o aumento de produção obtido não compense o investimento feito
na ampliação da empresa.
b) dificuldades de coordenação e controle de variação da escala de Produção.
Aumenta-se a utilização dos fatores em 10% e o produto cresce em 5%. Houve, nesse caso, uma queda na produtividade dos fatores.
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Observa-se, no Gráfico nº 07, respeitando-se a condição previamente estabelecida:
nem toda informação é valiosa. Outro efeito é o fato de que essas tecnologias são poupadoras de mão
de obra, o que tem gerado, por exemplo, muitas demissões no setor bancário, caso em que foram
geradas externalidades negativas com o uso das modernas tecnologias da informação.
Custos implícitos são custos de oportunidade. No caso da produção, o tempo e investimento do proprietário na firma. O custo do tempo é medido pelo que ele deveria ter ganho trabalhando em outro lugar. O custo de investimento é o que o proprietário poderia ter recebido em outro lugar, em juros, por exemplo, sobre um investimento de risco equivalente.
Custos contábeis envolvem apenas os dispêndios monetários. É o custo explícito, considerado na contabilidade privada, que representa o gasto explícito realizado pela empresa, para aquisição dos recursos necessários à produção, também é conhecido como custo histórico.
Custos explícitos são aqueles pagos por insumos, como salários dos funcionários, custos de materiais, depreciação e manutenção de instalações e equipamentos.
Externalidades ou economias externas são as alterações de custos e benefícios para a sociedade, derivadas da produção da empresa, ou ainda, as alterações de custos e receitas da empresa, devido a fatores externos à empresa e que não se refletem nos preços.
Ao expandir a produção de automóveis, deve-se também considerar os custos sociais, derivados do aumento de poluição sonora e ambiental, além do desgaste das ruas e estradas.
Externalidades positivas constituem o fenômeno que ocorre quando o indivíduo ou firma desempenham ação cujos benefícios não desfruta integralmente; ou, ainda, quando o benefício social (da sociedade) supera o benefício privado (dos que pagaram pelo bem). Ex.: plantio de maçãs beneficiado pela apicultura próxima ao pomar; o apicultor não se beneficia sozinho nem integralmente.
Externalidades negativas: fenômeno que ocorre quando o indivíduo ou firma desempenha ação cujos custos não são integralmente indenizados; ou, ainda, quando o custo social (para a sociedade) supera o custo privado (valor pago pelo bem). Ex.: poluição causada por uma fábrica em um riacho, destruindo plantações e peixes.
médio cairá. A regra vale para a relação de todos os custos médios com o custo marginal, ou seja, pode-
se usar como regra que o custo médio tende sempre para o marginal.
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Tem-se, ainda, que o mínimo do CVMe ocorre quando o CMg é igual ao CVMe.
A demonstração gráfica a seguir mostra, mais claramente, as afirmações realizadas, tendo em vista que
indicam os custos em todos os níveis de produção e não apenas naqueles escolhidos para o exemplo da
tabela, como pode ser verificado.
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3 - CUSTOS NO LONGO PRAZO
O longo prazo caracteriza-se pelo fato de todos os fatores de produção serem variáveis, incluindo o tamanho ou a dimensão da empresa. Ou seja, os custos totais correspondem aos custos variáveis, uma vez que não existem custos fixos no longo prazo.
O empresário passa a ser elemento fundamental, pois o comportamento do custo total e do custo
médio de longo prazo está intimamente relacionado ao tamanho ou à dimensão da planta produtiva, o
qual varia em cada ponto dessas curvas. É resultado exclusivo da tomada de decisão ou da escolha do
administrador para operar em longo prazo.
Sendo assim, o custo total de longo prazo (CTLP) representa o total de despesas decorrentes da
utilização dos fatores de produção; ou seja, decorre da multiplicação de seus preços pelas quantidades
utilizadas de cada um deles, sendo todos eles variáveis:
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A partir do custo total de longo prazo, como no curto prazo, definem-se os outros custos. São eles:
Custo médio ou total médio de longo prazo (CMeLP ou CTMeLP), conseguido por meio do quociente entre o custo total de longo prazo e a quantidade produzida:
Custo marginal (CMg), resultante variação do custo total de longo prazo, em resposta a uma variação da quantidade produzida.
Cabe ressaltar que cada dimensão de planta representa a situação de curto prazo até que o empresário opte por outro tamanho de empresa. Isso caracterizaria o longo prazo; logo, para cada ponto ou nível ótimo de produção, serão iguais os custos totais e os custos médios de curto e de longo prazo.
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4 - CURVA DE ISOCUSTO E A CONDUTA DE OTIMIZAÇÃO
No estudo do comportamento do produtor – no sentido de alcançar o equilíbrio com a maximização de seus resultados, a Teoria Microeconômica utiliza ferramental análogo à Teoria do consumidor. Vale-se
dos conceitos de tabelas de indiferença de produção ou de isoquantas e, ainda, do isocusto para definir o equilíbrio do produtor.
O isocusto é a ferramenta que coloca, na análise da otimização de resultados da firma, a parte referente aos preços dos fatores utilizados e aos custos de produção. Na verdade, o isocusto nada mais é do que uma linha de preços da firma e pode ser definido como a linha em que, em todos os pontos, estão representadas combinações de fatores que resultam sempre na mesma despesa total para a empresa.
Partindo-se da suposição de os preços dos fatores manterem-se constantes no período da análise, visto que pequenas variações dos preços gerariam mudanças “radicais” na demanda por esses fatores (perfeitamente elástica), apresentamos a tabela seguinte e sua respectiva curva de isocusto representada por uma reta.
Tabela nº 02
Tabelas de indiferença de produção representam listagem de quantidades utilizadas dos fatores produtivos, cujas diferentes combinações representam sempre a mesma quantidade produzida do produto.
Na Teoria Microeconômica, não se faz distinção rigorosa entre os conceitos de custos e despesas como na Contabilidade (os custos são associados ao processo operacional e as despesas, ao resultado geral). Para o economista, custos e despesas se confundem.
Outra possibilidade de equilíbrio seria descobrir o que a empresa pretende produzir com o menor custo possível. Esse nível de produto encontra-se num ponto da isocusto mais próxima da origem que tangencia uma isoquanta do mapa de produção. Neste caso, o ponto E’, em que a isocusto tangencia a isoquanta mais próxima da origem possível (Q1), é o ponto em que a empresa pretende produzir para que atinja o menor nível de custo.
Gráfico nº 08
A possibilidade de escolha de diferentes escalas de produção por parte do empresário – ou seja, de uma entre as várias dimensões ou tamanhos de planta possíveis, dados os infinitos pontos em que isocustos
tangenciam isoquantas do mapa de produção – remete ao conceito de via de expansão. Vem a ser o lugar geométrico das tangentes das diferentes linhas de isocustos e das diferentes isoquantas (obtêm-se ao unirem-se todos os pontos de tangência do mapa de produção), como no gráfico a seguir:
Gráfico nº 09
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5 - EXCEDENTE DO PRODUTOR
Mede-se o excedente do consumidor como a diferença entre o máximo que uma pessoa pagaria por um
produto e o preço de mercado de tal produto. Um conceito análogo aplica-se às empresas. Se o custo
marginal, ou seja, a variação do custo ao produzir mais uma unidade estiver aumentando, o preço do
produto é superior ao custo marginal para cada unidade produzida, exceto para a última unidade
produzida, pois o produtor receberia menos por essa unidade (o preço pago por ela) do que o custo
para produzi-la. O excedente do produtor de uma empresa é a soma, para todas as unidades de
produção, da diferença entre o preço de mercado de uma mercadoria e o custo marginal de sua
produção.
Portanto, a dimensão do benefício das empresas com o excedente do produtor dependerá dos seus
custos de produção. Empresas de alto custo têm menor excedente do produtor; empresas de baixo
custo têm maior excedente. Somando-se os excedentes do produtor de todas as empresas, pode-se
determinar o excedente do produtor para o mercado, como no gráfico a seguir. Desta forma, o
excedente do produtor mede a área situada acima da curva de oferta de um produtor e abaixo do preço