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Uma Vez Mais Sobre o Desvio Social-democrata em Nosso Partido J. V. Stlin
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Uma Vez Mais Sobre o Desvio Social-Democrata em Nosso Partido
J. V. Stlin
07 de Dezembro de 1926
Primeira Edio: Informe apresentado ao VII Pleno Ampliado do ComitExecutivo da Internacional Comunista, realizado de 22 de novembro a 16 dedezembro de 1926(1)..Fonte: Problemas - Revista Mensal de Cultura Poltica n 32 - Jan-Fev de 1951.Transcrio e HTML: Fernando A. S. Arajo, Novembro 2008.Direitos de Reproduo: A cpia ou distribuio deste documento livre eindefinidamente garantida nos termos da GNU Free Documentation License.
ndice
I - Observaes Preliminares
1. Contradies do Desenvolvimento Interno do Partido
2. Origens das Contradies Dentro do Partido
II As Particularidades da Oposio no PC (b) da URSS
III As Divergncias no PC (b) da URSS
1 Os Problemas da Construo Socialista
2. Os Fatores da Trgua
3. A Unidade e a Indissolubilidade das Tarefas "Nacionais" e
Internacionais da Revoluo4. Sobre a Histria do Problema da Construo do
Socialismo
5. A Significao Particularmente Importante do Problema
da Construo do Socialismo na URSS no Momento Atual
6. As Perspectivas da Revoluo
7. Como se Apresenta o Problema na Realidade
8. As Possibilidades de Vitria
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9. Divergncias Polticas Prticas
IV A Oposio Trabalha
a) O trabalho prtico da oposio e de seus adeptos no PC
(b) da URSS
b) O trabalho prtico dos adeptos da oposio no Partido
Comunista Alemo
c) O trabalho prtico dos adeptos da oposio na Frana
V Porque os Inimigos da Ditadura do Proletariado Louvam aOposio
VI A Derrota do Bloco Oposicionista
VII O Sentido Prtico e a Significao da XV Conferncia do PC
(b) da URSS
Palavras Finais [Interveno de 13 de Dezembro]
I Observaes Isoladas
1. Necessitamos de Fatos e No de Invenes e
Intrigas
2. Porque os Inimigos da Ditadura do Proletariado
Elogiam a Oposio
3. H Erros e Erros4. A Ditadura do Proletariado Segundo Zinoviev
5. Os Aforismos Oraculares de Trotski
6. Zinoviev no Papel de um Colegial que Cita Marx,
Engels e Lnin
7. O Revisionismo Segundo Zinoviev
II A Questo da Vitria do Socialismo em Determinados
Pases Capitalistas
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1. Premissas da Revoluo Proletria em Pases
Isolados na poca do Imperialismo
2. Como Zinoviev "Elabora" Lnin
III O Problema da Construo do Socialismo na URSS1. As "Manobras" da Oposio e o "Nacional-
Reformismo" do Partido de Lnin
2. Estamos Construindo e Podemos Construir a
Base Econmica do Socialismo na URSS
3. Construmos o Socialismo em Aliana com o
Proletariado Mundial
4. Questo da Degenerao
IV A Oposio e a Questo da Unidade do Partido
1. Como se formou o bloco oposicionista?
2. Qual a Plataforma do Bloco Oposicionista?
3. O que o bloco oposicionista do ponto de vista
da unidade do Partido?
V Concluso
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I - Observaes Preliminares
CAMARADAS! Antes de passar essncia da questo, permit-me que faa algumas
observaes preliminares.
1. Contradies do Desenvolvimento Interno do Partido
A PRIMEIRA questo a questo da luta dentro de nosso Partido, de uma luta que no
comeou ontem e que ainda no terminou.
Se considerarmos a histria de nosso Partido desde o momento de sua origem na forma
de grupos bolcheviques em 1902 e acompanharmos as suas etapas posteriores at os dias
de hoje, pode-se ento afirmar sem exagero que a histria de nosso Partido a histria da
luta das contradies dentro do prprio Partido, a histria da superao destas contradies e
o fortalecimento gradual de nosso Partido na base da superao destas contradies. Pode-
se pensar que os russos sejam demasiadamente briguentos, gostem de discutir, criemdivergncias e por isso o desenvolvimento do Partido se processa entre ns atravs da
superao das contradies internas do Partido. Isto no verdade, camaradas. O problema
aqui no o de se ser belicoso. O problema aqui est na existncia das divergncias de
princpios que surgem na marcha do desenvolvimento do Partido, no curso da luta de classes
do proletariado. O problema aqui est em que s se pode superar as contradies por meio
da luta por estes ou aqueles princpios, por estes ou aqueles objetivos da luta, por estes ouaqueles mtodos de luta que nos conduzam ao objetivo que temos em vista. possvel e
necessrio estabelecer quaisquer acordos com os heterodoxos dentro do Partido quanto s
questes da poltica corrente, quanto s questes de carter puramente prtico.
Mas se estas questes se acham ligadas divergncias de princpios, ento nenhum
acordo e nenhuma linha "intermediria" pode salvar a situao. No h e no pode haver uma
linha "intermediria" nas questes que tenham carter de princpios. Estes ou aqueles
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princpios devem ser colocados na base do trabalho do Partido. Uma linha "intermediria" nas
questes de princpios uma "linha" de confuso nas cabeas, uma "linha" de dissimulao
das divergncias, uma "linha" de degenerao ideolgica do Partido, uma "linha" de morte
ideolgica do Partido.
Como vivem e se desenvolvem atualmente os Partidos social-democratas no Ocidente?
H entre eles contradies dentro do Partido, divergncias de princpios? H, sem dvida.
Revelam eles estas divergncias e se esforam no sentido de super-las honrada e
francamente perante as massas do Partido? No. No, sem dvida! A prtica da social-
democracia consiste em ocultar e esconder estas contradies e divergncias. A prtica dasocial-democracia consiste em transformar as suas conferncias e congressos numa vazia
mascarada de exibio de bem-estar que oculta e dissimula cuidadosamente as divergncias
internas. Mas disto no se pode obter nada mais do que a confuso nas cabeas e o
empobrecimento ideolgico do Partido. Nisto se encontra uma das causas da decadncia da
social-democracia da Europa Ocidental que outrora foi revolucionria mas que atualmente
reformista.
Mas assim no podemos viver e progredir, camaradas. Uma poltica em que haja uma
linha "intermediria" de princpios no a nossa poltica, A poltica em que h uma linha
"intermediria" de princpios a poltica dos Partidos que se achamnum processo de
definhamento e de degenerao. Uma tal poltica no pode deixar de conduzir
transformao do Partido num aparelho burocrtico vazio que marcha reboque dos
acontecimentos e isolado das massas operrias. Este caminho no o nosso caminho.
Todo o passado de nosso Partido constitu uma confirmao da tese de que a histria de
nosso Partido a histria da superao das contradies internas do Partido e do
fortalecimento incessante das fileiras de nosso Partido na base desta superao.
Consideremos o primeiro perodo, o perodo da "Iskra" ou o perodo do II Congresso de
nosso Partido quando pela primeira vez surgiram divergncias dentro de nosso Partido entre
os bolcheviques e os mencheviques e quando os dirigentes de nosso Partido se dividiram, no
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final de contas, em duas partes: na parte bolchevique (Lnin) e na parte menchevique
(Plekhanov, Axelrod, Mrtov, Zassulitch e Potressov). Lnin se achava ento em minoria. Se
soubsseis quantos gritos e exclamaes houve ento a respeito dos "insubstituveis" que
haviam se afastado de Lnin! A prtica da luta e a histria do Partido demonstraram, porm,
que estas divergncias se apoiavam numa base de princpios e que estas divergncias
constituam uma etapa necessria para a formao e o desenvolvimento de um Partido
realmente revolucionrio e realmente marxista. A pratica da luta demonstrou ento que, em
primeiro lugar a questo no de quantidade, mas de qualidade e, em segundo lugar, a
questo no de unidade formal, mas de que a unidade tenha uma base de princpios. A
histria demonstrou que Lnin tinha razo e que os "insubstituveis" estavam errados. A
histria demonstrou que sem a superao destas contradies entre Lnin e os
"insubstituveis" no teramos um autntico Partido revolucionrio.
Consideremos o perodo seguinte, o perodo que abrange as vsperas da revoluo de
1905, quando os bolcheviques e osmencheviques ainda se defrontavam dentro de um mesmo
Partido como dois campos cem duas plataformas inteiramente diferentes, quando
os bolcheviques se achavam s vsperas de uma ciso formal no Partido e quando eles
foram forados a convocar o seu congresso particular, o III Congresso, para a defesa da linha
de nossa revoluo.
Por que a parte bolchevique do Partido conquistou ento a supremacia, por que
conquistou as simpatias da maioria do Partido?
Porque no dissimulava as divergncias de princpios e lutava pela superao destas
divergncias por meio do isolamento dos mencheviques.
Eu poderia citar, tambm, a terceira etapa de desenvolvimento de nosso Partido, o
perodo posterior derrota da revoluo de 1905, o perodo de 1907, quando uma parte
dos bolcheviques, os chamados "otzovistas"(2), chefiados porBogdanov, romperam com o
bolchevismo. Foi um perodo crtico na vida de nosso Partido. Foi o perodo em que toda uma
srie de bolcheviques da velha guarda abandonaram Lnin e seu Partido.
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Os mencheviques apregoavam ento o fracasso dosbolcheviques. O bolchevismo, porm,
no pereceu e a prtica da luta de cerca de ano e meio demonstrou que Lnin seu Partido
estavam certos ao travarem a luta pela superao das contradies dentro das fileiras do
bolchevismo Estas contradies foram superadas no por meio de sua dissimulao, mas por
meio da revelao de sua essncia e por meio da luta para o bem e em proveito de nosso
Partido.
Eu poderia citar, ainda, o quarto perodo da histria de nosso Partido, o perodo de 1911
a 1912, quando os bolcheviquesrestabeleceram o Partido que havia sido destrudo pela
reao tsarista e expulsaram dele os liquidacionistas. A tambm, tanto quanto nos perodosanteriores, os bolcheviques se encaminharam no sentido do restabelecimento e
fortalecimento do Partido no atravs da dissimulao das divergncias de princpio com
os liquidacionistas, mas atravs de sua descoberta e superao.
Eu poderia me referir, lambem, quinta etapa de desenvolvimento de nosso Partido, ao
perodo anterior Revoluo de Outubro de 1917, quando uma parte dos bolcheviques,
chefiada por conhecidos lderes do Partido Bolchevique, vacilou e no quis marchar para a
insurreio de Outubro, considerando-a uma aventura. Sabe-se que tambm esta contradio
foi superada pelos bolcheviques no por meio da dissimulao das discordncias, mas por
meio de uma luta aberta pela Revoluo de Outubro. A prtica da luta demonstrou que sem a
superao destas discordncias poderamos ter colocado a Revoluo de Outubro em
situao crtica.
Eu poderia citar, finalmente, os ltimos perodos de desenvolvimento de nossa luta
interna no Partido, o perodo da paz de Brest, o perodo de 1921 (discusso sindical) e os
demais perodos que so conhecidos de todos ns e sobre os quais no me alongarei aqui.
Sabe-se que em todos estes perodos, tanto quanto no passado, o nosso Partido cresceu e se
fortaleceu atravs da superao das contradies internas do Partido.
Quais so, portanto, as concluses a que chegamos?
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Em primeiro lugar, chega-se concluso de que o PC (b) da URSS cresceu e se
fortaleceu atravs da superao das contradies internas do Partido.
Em segundo lugar, chega-se concluso de que a superao das divergncias internasno Partido atravs da luta constitui uma lei de desenvolvimento de nosso Partido.
Alguns podero nos dizer que se trata de uma lei para o PC (b) da URSS e no para
outros Partidos proletrios. Isto no verdade. Esta lei uma lei de desenvolvimento para
todo e qualquer grande Partido, trate-se do Partido proletrio da URSS ou dos Partidos
proletrios do Ocidente. Se se pode, desta ou daquela forma, dissimular as divergncias que
se verifiquem num pequeno Partido de um pequeno pas, cobrindo-as com a autoridade de
uma ou algumas pessoas, por outro lado num grande Partido de um grande pas o
desenvolvimento atravs da superao das contradies constitui um elemento inevitvel de
crescimento e de fortalecimento do Partido. Assim se colocava o problema no passado. Assim
se coloca o problema no presente.
Eu desejaria, aqui, invocar a autoridade de Engels que dirigiu, ao lado de Marx, os
Partidos proletrios no Ocidente durante dezenas de anos. Trata-se dos anos da dcada 80
do sculo passado, poca em que vigorava na Alemanha uma lei de exceo contra os
socialistas(3) e em que Marx e Engels se achavam em Londres, como emigrados, e quando "O
Social-Democrata"(4), rgo ilegal da social-democracia alem editado no estrangeiro, dirigia
na realidade o trabalho da social-democracia alem. Bernstein era ento um revolucionrio
marxista (ele ainda no havia se passado para o lado dos reformistas) e Engels mantinha com
o mesmo uma ativa correspondncia sobre as questes mais atuais e de maior interesse da
poltica da social-democracia alem. Eis o que ele escreveu ento a Bernstein (1882):
" evidente que qualquerPartido operrio de um grande pas s
pode se desenvolver na luta interna e em completa concordncia
com as leis do desenvolvimento dialtico em geral. O Partido alemo
se tornou o que ele atualmente na luta entre os Eisenaquianos e
os Lassalianos onde a prpria luta representava um importante
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papel. A unio s se tornou possvel quando o bando de patifes
criados especialmente por Lassalepara lhe servir de instrumento j
havia fracassado, e ento os nossos marcharam com muita rapidez
para essa unificao. Na Frana as pessoas que, embora tenham
sacrificado a teoria bakuninista, continuam, porm, a lanar mo dos
mtodos bakuninistas de luta e ao mesmo tempo querem sacrificar o
carter de classe do movimento aos seus objetivos particulares,
devem tambm, em primeiro lugar, superar a si mesmas antes que
novamente se tome possvel a unificao. Seria a maior estpidas
pregar a unio em tais circunstncias. Os sermes morais no do
resultado contra as doenas infantis que em vista das circunstncias
atuais so inevitveis"(5).
Ou ento, como o afirma Engels em outro local (1885):
"As contradies nunca podero ser dissimuladas por longo tempo,
so resolvidas pela luta".(6).
Eis que necessrio, antes de tudo, explicar a existncia de contradies dentro de
nosso Partido e o desenvolvimento de nosso Partido atravs da superao destas
contradies por meio da luta.
2. Origens das Contradies Dentro do Partido
MAS de onde partem estas contradies e divergncias, onde se encontram a sua
origem?
Penso que as origens das contradies internas dos Partidos proletrios residem em
duas circunstncias.
Que circunstncias so estas?
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Trata-se, em primeiro lugar, da presso da burguesia e da ideologia burguesa sobre o
proletariado e seu Partido nas condies da luta de classes presso a que frequentemente
cedem as camadas menos firmes do proletariado, o que quer dizer tambm as camadas
menos firmes do Partido proletrio. No se pode considerar que o proletariado esteja
completamente isolado da sociedade e que se mantenha fora da sociedade. O proletariado
uma parte da sociedade e se acha ligado s suas diferentes camadas por numerosos fios.
Mas o Partido uma parte do proletariado. por isso que o Partido no pode estar livre das
ligaes e influncias das diferentes camadas da sociedade burguesa. A presso da
burguesia e de sua ideologia sobre o proletariado e seu Partido se manifesta no fato de que
as idias, os costumes, os hbitos e o estado de espritoburgueses penetram frequentemente
no proletariado e seu Partido atravs de determinadas camadas do proletariado que se
encontram desta ou daquela forma ligadas sociedade burguesa.
Trata-se, em segundo lugar, da heterogeneidade da classe operria, da existncia de
diferentes camadas no seio da classe operria. Penso que se poderia dividir o proletariado,
como classe, em trs camadas.
A primeira camada constituda pela massa fundamental do proletariado, o seu cerne, a
sua parte constante, a massa dos proletrios "puro-sangue" que j rompeu de h muito as
suas ligaes com a classe capitalista. Esta camada do proletariado constitui o esteio mais
firme do marxismo.
A segunda camada constituda pelos elementos recm-sados das classes no
proletrias, do campesinato, das fileiras da pequena burguesia e da intelectualidade. Trata-se
de elementos provenientes de outras classes que apenas recentemente se integraram na
composio do proletariado e que introduzem na classe operria os seus hbitos, os seus
costumes, as suas vacilaes e as suas indecises. Esta camada constitui o campo mais
favorvel para todo gnero de agrupamentos anarquistas, semi-anarquistas e "ultra-
esquerdistas".
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E finalmente temos a terceira camada a aristocracia operria, a cpula da classe
operria, a parte do proletariado mais acomodada, com a sua tendncia a estabelecer
compromissos com a burguesia, com o seu estado de esprito predominante no sentido da
adaptao aos poderosos do mundo, com a sua tendncia a "vencer na vida". Esta camada
constitui o campo mais favorvel para os reformistas e oportunistas rematados.
Apesar da diferena exterior, estas duas ltimas camadas da classe operria
representam mais ou menos o melo comum que alimenta o oportunismo em geral, o
oportunismo descarado, quando predominam os estados de espritoda aristocracia operria, e
o oportunismo que se cobre com uma fraseologia "de esquerda", quando predominam osestados de esprito das camadas semi-burguesas da classe operria que ainda no
romperam inteiramente com o meio pequeno-burgus, o fato de que os estados de esprito
"ultra-esquerdistas" coincidem frequentemente com o estado de espritode um oportunismo
descarado um fato que nada apresenta de extraordinrio. Lnin, afirmou por mais de
uma vez que a oposio "ultra-esquerdista" o reverso da oposio de direita, menchevique
e francamente oportunista. E nisto ele tem toda razo. Se um elemento "ultra-esquerdista"
pela revoluo somente pelo fato de que espera para amanh mesmoa vitria da revoluo,
ento se torna claro que ele deve cair em desespero e se desiludir da revoluo se se
verificar um atraso da revoluo, se a revoluo no vencer amanh mesmo.
natural que em cada reviravolta do desenvolvimento da luta de classes e em cada
aguamento da luta e intensificao das dificuldades a diferena de opinies, nos hbitos e
nos estados de esprito das diferentes camadas do proletariado deve se manifestarinevitavelmente sob o aspecto de determinadas divergncias dentro do Partido e a presso da
burguesia e da sua ideologia devem aguar inevitavelmente estas divergncias,
apresentando-as sob a forma de luta dentro do Partido proletrio.
Tais so as origens das contradies e divergncias internas do Partido.
Pode-se evitar estas contradies e divergncias? No, no se pode. Pensar que se
possa evitar essas contradies significa enganar-se a si mesmo. Engels tinha razo quando
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afirmou que no se pode dissimular as contradies dentro do Partido por longo tempo e que
estas contradies so resolvidas pela luta.
Isto no quer dizer que o Partido deva ser transformado em clube de discusso. OPartido proletrio, ao contrrio, e deve continuar a ser uma organizao de luta do
proletariado. Eu quero apenas dizer que no se pode passar por alto e fechar os olhos em
face das divergncias dentro do Partido se estas divergncias assumem um carter de
princpios. Quero apenas dizer que somente por meio da luta pela linha marxista de
princpios, que se poder preservar o Partido proletrio da presso e influncia da burguesia.
Quero apenas dizer que somente por meio da superao das contradies internas doPartido que se poder conseguir a pureza e o fortalecimento do Partido.
II As Particularidades da Oposio no PC (b) da URSS
PERMIT-ME que eu passe agora das observaes preliminares para a questo da
oposio no PC (b) da URSS.
Desejaria, em primeiro lugar, assinalar algumas particularidades da nossa oposiointerna no Partido. Tenho em vista as suas particularidades exteriores, que saltam aos olhos e
por enquanto no me refiro essncia destas divergncias. Penso que se poderia reduzir
estas particularidades a trs particularidades principais. Trata-se, em primeiro lugar do fato de
que a oposio no PC (b) da URSS uma oposio unificadae no uma "simples" oposio
qualquer. Trata-se em segundo lugar, do fato do que a oposio tenta mascarar o
seu oportunismo com uma fraseologia "de esquerda", ostentando palavras de ordem
"revolucionrias". Trata-se, em terceiro lugar, do fato de que a oposio, em vista da sua
impreciso de princpios, queixa-se de vez em quando de que no compreendida e que os
seus lderes representam na realidade uma frao de "incompreendidos". (Risos).
Comecemos pela primeira particularidade. Como se explica o fato de que a oposio se
apresente entre ns como uma oposio como bloco de todas e quaisquer tendncias
condenadas anteriormente pelo Partido e em que ela se apresenta no como uma simplesoposio, mas tendo frente o trotskismo?
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Este fato explicvel pela seguinte circunstncia.
Em primeiro lugar, pelo fato de que todas as tendncias que se unem em bloco os
trotskistas, a "nova oposio", os restos do "centralismo democrtico"(7) e os restos da"oposio operria(8) todas elas so tendncias mais ou menos oportunistas que ou lutam
contra o leninismo desde que surgiram ou iniciaram ultimamente a luta contra o mesmo. No
preciso dizer que este trao comumdevia facilitar a sua unificao em bloco para a luta
contra o Partido.
Em segundo lugar, o carter de reviravolta do perodo que atravessamos e a
circunstncia de que o atual perodo de reviravolta coloca sem rodeios as questes bsicas
de nossa revoluo e como todas estas tendncias se afastaram e continuam a se afastar do
nosso Partido quanto a tais ou quais questes da revoluo, natural, ento, que o carter
geral do perodo atual, ao fazer um balano de todas as nossas divergncias, pusesse todas
estas divergncias num s bloco, num bloco contra a linha fundamental de nosso Partido. No
preciso dizer que esta circunstncia no pde deixar de facilitar a unificao das diferentes
tendncias oposicionistas num campo comum.
Em terceiro lugar, a poderosa fora e coeso de nosso Partido, por um lado, e a fraqueza
de todas as tendncias oposicionistas sem exceo e seu isolamento das massas, por outro
lado, uma circunstncia que no podia deixar de fazer com que a falta de unidade destas
tendncias na luta contra o nosso Partido a tornasse bastante insegura e que, em vista disso,
as tendncia oposicionistas deviam enveredar inevitavelmente pelo caminho da unificaode
foras para, com a juno de grupos separados, compensara sua fraqueza e por isso mesmo
aumentar, embora aparentemente, as probabilidades da oposio.
Pois bem, e como se explica o fato de que sejam precisamente os trotskistas que se,
apresentam frente do bloco oposicionista?
Em primeiro lugar, pelo fato de que o trotskismo constitui a tendncia mais completa
do oportunismo em nosso Partido entre todas as tendncias oposicionistas existentes (O V
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Congresso da Internacional Comunista estava certo ao qualificar o trotskismo como um desvio
pequeno-burgus)(9).
Em segundo lugar, pelo fato de que nenhuma tendncia oposicionista em nosso Partidosabe mascarar, com tanta habilidade eartifcio, o seu oportunismo com uma fraseologia "de
esquerda" e revolucionria, como o trotskismo (Risos).
No a primeira vez, na histria de nosso Partido, que o trotskismo se apresenta frente
das tendncias oposicionistas contra o nosso Partido. Desejaria me referir a um precedente
conhecido que teve lugar, na histria de nosso Partido, de 1910 a 1914, quando se formou um
bloco, chefiado por Trotski, de tendncias oposicionista e anti-partidrias, o chamado bloco
de Agosto. Eu desejaria me referir a este precedente porque ele representa uma espcie de
prottipo do atual bloco oposicionista. Nessa ocasio Trotski unificou, contra o Partido,
os liquidacionistas (Potressov, Mrtov e outros), os otzovistas(os "vperiodistas") e o seu
prprio grupo. E atualmente ele tenta unificar num bloco oposicionista a "oposio operria", a
"nova oposio" e o seu prprio grupo.
Sabe-se que Lnin lutou ento contra o bloco de Agosto durante trs anos. Eis o que
escreveu Lnin ento a respeito do bloco de Agosto, s vsperas de sua formao:
"Por isso declaramos, em nome do Partidoem seu conjunto,
que Trotski segue uma poltica anti-partidria; que ele infringe os
estatutosdo Partido e se lana pelo caminho da aventurae
da ciso... Trotski cala a respeito desta verdade incontestvelporque, em virtude dos objetivos reaisde sua poltica, a verdade lhe
insuportvel. E os seus objetivos reais tornam-se cada vez mais
claros e tornam-se evidentes at mesmo para os membros do
Partido menos clarividentes. Estes objetivos reais so a constituio
de um bloco anti-partidrio dos Protessov com os vperiodistas, bloco
que Trotski apia e organiza... Este bloco, sem dvida, apia o
"fundo" de Trotski e da conferncia, anti-partidria por ele convocada
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porque tanto os senhoresPotressov como
os vperiodistas conseguem aqui o que lhes necessrio; a liberdade
para suas fraes, a sua consagrao, uma mscara para a sua
atividade e a sua defesa legal perante os operrios.
E eis que justamente do ponto de vista das "bases de principio" no
podemos deixar de considerar este bloco como aventurismono
sentido mais preciso da palavra. Trotski no ousadisser que ele v
nos Potressov e nosotzovistas autnticos marxistas e verdadeiros
defensores dos princpios do social-democratismo. Nisto est aessncia da posio de aventureiro que ele se esfora
permanentemente por mascarar. O bloco de Trotski comPotressov e
os vperiodistas uma aventura precisamente do ponto de vista das
"bases de princpio". Isto no menos verdadeiro do ponto de vista
das tarefas poltico-partidrias... A experincia do ano decorrido
aps o pleno demonstrou de fato que so precisamente os grupos
de Potressov e que justamente a frao
dosvperiodistas que encarnamesta influncia burguesa sobre o
proletariado... E finalmente, em terceiro lugar, a poltica de Trotski
uma aventura do ponto de vista da organizao, porque, como j o
indicamos, ela infringe os estatutos do Partido e, ao organizar uma
conferncia em nome de um grupo do estrangeiro (ou em nome de
um bloco constitudo de duasfraes anti-partidrias, os
golossoviets e os vperiodistas) envereda diretamente pelo caminho
da ciso".(10)
Assim se manifestou Lnin a propsito do primeiro bloco das tendncias anti-partidrias
chefiadas por Trotski.
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O mesmo preciso dizer no fundamental, mas com dureza ainda maior, quanto ao bloco
atual das tendncias anti-partidrias chefiadas tambm por Trotski.
Eis o motivo pelo qual a nossa oposio manifesta atualmente na forma de oposiounificada e se manifesta no "simplesmente" mas chefiada pelo trotskismo.
Tal a situao do problema no que se refere primeira particularidade da oposio.
Passemos a segunda particularidade. Eu j afirmei que a segunda particularidade da
oposio consiste na sua tendncia, que se fortaleceu, a encobrir o seu trabalho oportunista
com uma fraseologia "de esquerda", "revolucionria".
Eu no considero possvel me alongar aqui quanto aos fatos que demonstram as
constantes divergncias entre as palavras "revolucionrias" e os atos oportunistas que se
verificam na vida prtica de nossa oposio. Basta consultar, por pouco que seja, as teses
sobre a oposio, aprovadas pela conferncia do PC (b) da URSS(11) para se compreender, o
mecanismo desse mascaramento. Eu s desejaria citar alguns exemplos da histria de nosso
Partido que afirmam que todas as tendncias oposicionistas em nosso Partido durante o
perodo decorrido aps a tomada do poder se esforavam no sentido de mascarar os seus
atos anti-revolucionrios com uma fraseologia "revolucionria", criticando invariavelmente o
Partido e a sua poltica "de esquerda".
Consideremos, por exemplo, os comunistas "de esquerda" que se manifestaram contra o
Partido no perodo da paz de Brest (1918). Sabe-se que criticavam o Partido do ponto de vista
"da esquerda" ao se manifestarem contra a paz de Brest e ao qualificarem a poltica do
Partido como oportunista, anti-proletria e conciliadora em relao aos imperialistas. E de fato
se verificou que, ao se manifestarem contra a paz de Brest, os comunistas "de esquerda"
impediam que o Partido conseguisse uma "trgua" para a organizao e o fortalecimento do
Poder Sovitico, ajudavam aos social-revolucionrios e aos mencheviques que eram ento
contra a paz de Brest e facilitavam a tarefa do imperialismo que visava sufocar o Poder
Sovitico no prprio nascedouro.
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Consideremos a "oposio operria" (1921). Sabe-se que ela tambm criticou o Partido
do ponto de vista "da esquerda", "fulminando" de todas as formas a poltica da NEP. (Nova
Poltica Econmica) e "pulverizando" a tese de Lnin de que necessrio iniciar o
restabelecimento da indstria pelo desenvolvimento da agricultura que fornece as matrias
primas e os gneros alimentcios para a indstria, "pulverizando" esta tese de Lnin como
esquecimento dos interesses do proletariado e como desvio campons. Mas na realidade se
verificou que sem a poltica da NEP, sem o desenvolvimento da agricultura que fornece as
matrias primas e os gneros alimentcios indstria no teria havido entre ns nenhuma
indstria e o proletariado perderia as suas caractersticas de classe. Sabe-se, alm disso, em
que sentido a "oposio operria" comeou a progredir depois de tudo isso, para a direita ou
para a esquerda.
Consideremos, finalmente, o trotskismo que j h alguns anos critica o nosso Partido do
ponto de vista "da esquerda" e que constitui, ao mesmo tempo, segundo a correta
classificao do V Congresso da Internacional Comunista, um desvio pequeno-burgus. O
que pode haver de comum entre um desvio pequeno-burgus e a verdadeira revoluo? No
verdade que uma fraseologia "revolucionria" constitui aqui apenas a cobertura de um
desvio pequeno-burgus?
J no falo da "nova oposio", cuja gritaria "esquerdista" serve para dissimular a sua
escravizao ao trotskismo.
O que nos revelam todos estes fatos?
Eles nos revelam que o mascaramento "esquerdista" de sua atividade oportunista
constitui um dos traos caractersticos de todas e quaisquer tendncias oportunistas no nosso
Partido durante o perodo posterior tomada do poder.
Como se explica esse fenmeno?
Explica-se pelo esprito revolucionrio do proletariado da URSS e pelas imensastradies revolucionrias que possui o nosso proletariado. Isto se explica pelo intenso dio
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dos trabalhadores da URSS aos elementos contra-revolucionrios e oportunistas. Isto se
explica pelo fato de que os nossos operrios simplesmente se negaro a ouvir um oportunista
notrio e por isso a mscara "revolucionria" constitui o engodo que deve, embora de forma
aparente, atrair a ateno dos operrios e inspirar-lhes confiana na oposio. Os nossos
operrios no podero, por exemplo, compreender por que at agora os operrios ingleses
no chegaram a perceber a necessidade de afogar traidores da espcie de um Thomas, a
necessidade de jog-los no poo. (Risos). Todo aquele que conhece os nossos operrios
compreender facilmente que no haveria lugar entre os trabalhadores soviticos para
pessoas e oportunistas da espcie de Thomas. E apesar disso todos ns sabemos que os
trabalhadores ingleses no somente no pretendem afogar os senhores Thomas, mas ainda
os reelegem para o Conselho Geral(12) e no simplesmente os reelegem mas ainda lhes
fazem uma demonstrao de apreo. claro que esses operrios no exigem
do oportunismo uma mscara revolucionria porque eles atualmente aceitam de boa vontade
os oportunistas em seu meio.
E como se explica esse fato? Explica-se pela ausncia de tradies revolucionrias entre
os operrios ingleses. Elas, estas tradies revolucionrias, comeam a se formar agora.
Surgem e se desenvolvem e no temos motivos para duvidar de que os operrios ingleses se
temperaro nos combates revolucionrios. Mas at que isso acontea permanece a diferena
existente entre os operrios ingleses e soviticos. Esta circunstncia explica, em particular, o
fato de que seja arriscado para os oportunistas se aproximarem dos operrios da URSS sem
algum disfarce "revolucionrio".
Eis onde residem as causas do disfarce "revolucionrio" do bloco oposicionista.
Consideremos, finalmente, a terceira particularidade da oposio. J afirmei que esta
particularidade reside na impreciso de princpios do bloco oposicionista, na sua falta de
princpios, na sua forma rudimentar e nas constantes queixas que da decorrem dos lderes
da oposio no sentido de que "no so compreendidos", "deturpam o seu pensamento" e
lhes so atribudas afirmaes "que no fizeram", etc. Trata-se, realmente, de uma frao de
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"incompreendidos". A histria dos partidos proletrios nos ensina que esta particularidade
("no nos compreendem!") constitui a particularidade mais comum e mais conhecida
do oportunismo em geral. Deveis saber, camaradas, que "aconteceu" exatamente o mesmo
com os conhecidos oportunistas Bernstein, Volmar, Auer e outros nas fileiras da social-
democracia alem em fins de 1890 e em princpios de 1900, quando a social-democracia
alem era revolucionria e quando esses oportunistas incorrigveis se queixaram, por muitos
anos, de que "no eram compreendidos" e que "desfiguravam" o seu pensamento. Sabe-se
que os social-democratas revolucionrios alemes chamavam ento a frao de Bernstein de
frao dos "incompreendidos". No se pode considerar casual o fato de que tenhamos, dessa
forma, que incluir o bloco oposicionista nas fileiras da frao dos "incompreendidos".
Tais so as particularidades principais do bloco oposicionista.
Notas:
(2) O otzovismo, ou liquidacionismo de esquerda, era uma tendncia oportunista que surgiunas fileiras da social-democracia aps a revoluo de 1905. O otzovismo pregava a rejeio
total das formas legais do trabalho partidrio entre as massas e a renncia dos
deputados bolcheviques Duma. Sob a mscara de uma fraseologia "esquerdista", punha em
prtica, no essencial, uma poltica de liquidao do Partido. - nota da redao (retornar ao
texto)
(3) (I) A lei de exceo contra os socialistas foi decretada na Alemanha em 1878 pelo governo
de Bismark. Essa lei lanou ilegalidade todas as organizaes do Partido Social-Democrata,as organizaes operrias de massa e a imprensa operria. Na base dessa lei confiscou-se a
literatura socialista e se desencadearam as represses contra os social-democratas. O
Partido Social-Democrata Alemo foi forado a passar ilegalidade. A lei foi revogada em
vista da presso do movimento operrio de massas, em 1890. (retornar ao texto)
(4) "O Social-Democrata" ("Der Sozialdemokrat") Jornal ilegal, rgo da social-democracia
alem; foi publicado de setembro de 1879 a setembro de 1890, a princpio em Zurique (Sua)
e a partir de outubro de 1888 em Londres. (retornar ao texto)
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(5) K. Marx e F. Engels "Cartas Escolhidas', pgs. 358-359, edio russa, 1947. Moscou.
(retornar ao texto)
(6) Idem, pg. 371. (retornar ao texto)
(7) Refere-se aqui ao grupo anti-partldrlo existente no PC (b) da Rssia e que se
denominava grupo do "centralismo democrtico". Esse grupo se formou na poca do
comunismo de guerra e era chefiado por Sapronov e Ossinskl. Os "centralistas democrticos"
negavam o papel dirigente do Partido nos Soviets; manifestavam-se contra o princpio do
comando nico e da responsabilidade pessoal dos diretores na Indstria e contra a linha
leninista nas questes de organizao; exigiam a liberdade de fraes e de grupos no Partido.
Os IX e X Congressos do Partido condenaram com firmeza os centralistas democrticos. Em
1927 o grupo dos "centralistas democrticos" foi expulso do Partido pelo XV Congresso do PC
(b) da URSS juntamente com alguns ativos elementos da oposio trotskista. (retornar ao
texto)
(8) A "Oposio Operria" era um grupo anti-partidrio e anarco-sindicalista existente no PC
(b) da Rssia: os seus lderes eram Shliapnikow. Medvedlev e outros. Esse grupo se formou
na segunda metade de 1920 e travou luta contra a linha leninista do Partido. O X Congresso
do PC (b) da Rssia condenou a "oposio operria" e qualificou a propaganda das idias do
desvio anarco-sindicalista incompatvel com a qualidade de membro do Partido Comunista.
Posteriormente os restos da fracassada "oposio operria" se juntaram ao trotskismo contra-
revolucionrio e foram esmagados como inimigos do Partido e do Poder Sovitico. (retornar
ao texto)
(9) O V Congresso Mundial da Internacional Comunista que se realizou de 17 de junho a 8 de
julho de 1934, em Moscou, aps haver debatido a questo A Situao Econmica da Unio
das Repblicas Socialistas Soviticas e a Discusso no PC (b) da Rssia, apoiou
unanimemente o Partido Bolchevique na sua luta contra o trotskismo. O Congresso ratificou a
resoluo da XIII Conferncia do PC (b) da Rssia: Os resultados da discusso e o desvio
pequeno-burgus no Partido, aprovada pelo XIII Congresso do PC (b) da Rssia e deliberou
public-la como resoluo sua. (retornar ao texto)
(10) V. I. Lnin Obras, tomo XVI pgs. 65 e 67-70, edio russa, Moscou. (retornar ao texto)
(11) A XV Conferncia do PC (b) da URSS teve lugar de 26 de outubro a 3 de novembro de
1926. J. V. Stlin, por incumbncia do Bureau Poltico do C.C. do PC (b) da URSS, escreveu
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as teses "O bloco oposicionista no PC (b) da URSS" Em 3 de novembro essas teses foram
unanimemente aprovadas pela Conferncia como uma resoluo da Conferncia. No mesmo
dia a resoluo foi ratificada pelo Pleno Unificado do Comit Central e da Comisso Central
de Controle do PC (b) da URSS. (retornar ao texto)
(12) O Conselho Geral o rgo executivo do Congresso dos sindicatos Ingleses; foi eleito,
pela primeira vez, em 1931. (retornar ao texto)
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III As Divergncias no PC (b) da URSS
PASSEMOS a considerar a essncia dessas divergncias. Penso que se poderia reduzir
as nossas divergncias a algumas questes fundamentais. No me referirei a estas questes
detalhadamente porque disponho de pouco tempo para isso e meu informe se tornaria muito
longo. Tanto mais quanto tendes materiais relativos s questes que se referem ao PC (b) da
URSS os quais, verdade, contm alguns erros de traduo mas que, apesar disso, nos do,
no fundamental, uma noo exata das divergncias existentes no nosso Partido.1 Os Problemas da Construo Socialista
PRIMEIRA QUESTO A primeira questo a questo da possibilidade da vitria do
socialismo em um nico pas, a questo da possibilidade da construo vitoriosa do
socialismo. No se trata, evidentemente, do Montenegro ou mesmo da Bulgria, mas do
nosso pas, da URSS. Trata-se de um pas onde existiu, e se desenvolveu o imperialismo,
onde h um certo mnimo de indstria pesada, onde h um certo mnimo de proletariado e
onde h um Partido que dirige o proletariado. Assim sendo, possvel a vitria do socialismo
na URSS, possvel construir aqui o socialismo na base das foras internas de nosso pas,
na base das possibilidades que se acham disposio do proletariado da URSS?
Mas o que significa construir o socialismo se traduzirmos esta frmula na linguagem
concreta de classe? Construir o socialismo na URSS significa superar, no curso da luta, ecom as nossas prprias foras, a nossa burguesia, sovitica. Por conseguinte, a questo est
em se saber se o proletariado da URSS capaz de superar a sua prpria burguesia,
sovitica. Por isso, quando se fala da possibilidade de se construir o socialismo na URSS com
isso se quer saber se o proletariado da URSS capaz de superar com as suas prprias
foras a burguesia da URSS. assim e somente assim que se coloca a questo ao se
solucionar o problema da construo do socialismo em nosso pas.
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O Partido responde a esta pergunta afirmativamente porque parte do fato de que o
proletariado da URSS e a ditadura proletria na URSS tm a possibilidade de superar a
burguesia da URSS com as suas prprias foras.
Se isso estivesse errado, se o Partido no tivesse razes para afirmar que o proletariado
da URSS capaz de construir a sociedade socialista, apesar do relativo atraso tcnico de
nosso pas, ento o Partido no teria motivos para permanecer por mais tempo no poder,
deveria abandonar o poder desta ou daquela forma e passar para a situao de um Partido da
oposio.
Uma das duas: oupodemos edificar o socialismo e constru-lo apesar de tudo, superando
a nossa burguesia "nacional" e ento o Partido obrigado a manter-se no poder e dirigir a
construo socialista no pas em prol da vitria do socialismo em todo o mundo; ouno
estamos em condies de superar a nossa burguesia com as nossas prprias foras e
ento, tendo em vista a ausncia de um apoio imediato de fora, por parte da revoluo
vitoriosa em outros pases, devemos honradamente e sem subterfgios nos afastarmos do
poder e orientar a nossa atividade no sentido da organizao de uma nova revoluo na
URSS no futuro.
Pode o Partido enganar a sua classe, neste caso a classe operria? No, no pode.
Ainda no existiu at hoje um Partido desse tipo.
Mas precisamente pelo fato de que o nosso Partido no tem o direito de enganar a
classe operria que ele deveria dizer francamente que a falta de certeza na possibilidade daconstruo do socialismo em nosso pas leva ao afastamento do poder e passagem de
nosso Partido da situao de dirigente situao de Partido de oposio.
Conquistamos a ditadura do proletariado e por isso mesmo criamos a base polticapara o
nosso avano no sentido do socialismo. Podemos criar com as nossas prprias foras a
base econmicado socialismo, um novo alicerce econmico indispensvel construo do
socialismo? Em que consiste a essncia econmica e a base econmica do socialismo? No
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est em se implantar sobre a terra o "paraso celestial" e a alegria para todos? No, no se
trata disso. Esta a noo do filisteu e do pequeno-burgus da essncia econmica do
socialismo. Criar a base econmica do socialismo significa tornar a agricultura estreitamente
unida indstria socialista de maneira que formem uma nica economia total, submeter a
agricultura direo da indstria socialista, organizar as relaes entre a cidade e o campo
na base da troca dos produtos da agricultura e da indstria, fechar e liquidar todos os canais
pelos quais se originam as classes e se origina, em primeiro lugar, o capital, criar, no final de
contas, as condies de produo e distribuio que conduzam direta e rapidamente
liquidao das classes.
Eis o que afirmou a respeito o camarada Lnin na poca em que se estabeleceu a NEP,
quando a questo da construo da base socialista da economia nacional se apresentou ao
Partido em toda a sua amplitude:
"A substituio do imposto em espcie pelo imposto fiscal e a sua
significao de princpio: do comunismo "de guerra" para a
base segurado socialismo. Nem o imposto em espcie nem o
imposto fiscal, mas a troca dos produtos da grande indstria
("socializada'') por produtos camponeses, tal a essncia
econmica do socialismo, a sua base".(13)
Eis como Lnin encara a questo da criao da base econmicado socialismo.
Mas para se unir estreitamente a agricultura indstria socializada necessrio, emprimeiro lugar, possuir-se uma ampla rede de rgos de distribuio de produtos, uma ampla
rede de rgos cooperativos tanto de consumo como de produo. Foi justamente desta tese
que Lnin partiu quando afirmou na sua brochura "Sobre a "Cooperao" que:
"A cooperao, nas nossas condies, coincide inteiramente, muitas
vezes, com o socialismo".(14)
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Assim sendo, pode o proletariado da URSS construir, com as suas prprias foras, a
base econmica do socialismo nas condies do cerco capitalista de nosso pas?
O Partido responde a esta pergunta afirmativamente(Vide a resoluo da XIVconferncia do PC (b) da URSS (15), Lninresponde afirmativamente a esta pergunta (Basta
consultar o seu folheto "Sobre a Cooperao"). Toda a prtica de nossa construo d uma
resposta afirmativa a esta pergunta, porque a parte do setor socialista de nossa economia
aumenta de ano a ano s custas do setor do capital privado tanto no domnio da produo
como no domnio da troca e o papel do capital privado em relao ao papel dos elementos
socialistas de nossa economia diminui de significao de ano a ano.
Pois bem, como a oposio responde a esta pergunta?
Ela d a esta questo uma resposta negativa.
Da se conclui que possvel a vitria do socialismo em nosso pas e que se pode
considerar assegurada a possibilidade da construo da base econmica do socialismo.
Isto significa que se pode denominar essa vitria de vitria integral; a vitria definitiva do
socialismo que garanta o pas em que se constri o socialismo em face de qualquer perigo
oriundo do exterior, do perigo da interveno imperialista e da restaurao que a mesma
acarreta? No, no significa. Se a questo da construo do socialismo na URSS constitui a
questo da superao de nossa burguesia "nacional", ento a questo da vitria definitiva do
socialismo a questo da superao da burguesia mundial. O Partido afirma que o
proletariado de um nico pas no se acha em condies de suplantar com as suas prprias
foras a burguesia mundial. O Partido afirma que para a vitria definitiva do socialismo num
nico pas torna-se indispensvel a superao ou, pelo menos, a neutralizao da burguesia
mundial. O Partido afirma que somente o proletariado de alguns pases possui foras para a
realizao dessa tarefa. por isso que a vitria definitiva do socialismo neste ou naquele pas
significa a vitria da revoluo proletria, no mnimo, em alguns pases.
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Esta questo no provoca em nosso Partido divergncias dignas de meno e por isso
no me alongarei a respeito da mesma, indicando aos interessados os materiais elaborados
pelo CC de nosso Partido e distribudos h dias aos membros do pleno ampliado do Comit
Executivo da Internacional Comunista.
2. Os Fatores da Trgua
Segunda questo. A segunda questo diz respeito aos problemas das condies que
caracterizam a atual situao internacional da URSS, das condies do perodo de "trgua"
em cujo decurso teve incio e se desenvolveu entre ns o trabalho de construo do
socialismo. Podemos e devemos construir o socialismo na URSS. Mas para se construir osocialismo preciso, em primeiro lugar, existir. Foi preciso que houvesse uma "trgua" na
guerra, foi preciso que no houvesse tentativas de interveno, foi preciso que se
conquistasse certo mnimo de condies internacionais indispensveis para que pudssemos
existir e construir o socialismo.
Pergunta-se: sobre que se baseia a atual situao internacional da Repblica dos
Soviets, o que determina a presente etapa "pacfica" de desenvolvimento de nosso pas nas
suas relaes com os pases capitalistas, em que se baseia esta "trgua" ou esse perodo de
"trgua" j conquistado e que no d ao mundo capitalista a possibilidade para tentativas
imediatas de interveno sria e que cria as condies exteriores indispensveis construo
do socialismo em nosso pas, se est provado que existe e continuar existindo o perigo de
interveno e que este perigo s pode ser liquidado como resultado da vitria da revoluo
proletria numa srie de pases?
O perodo atual de "trgua" se baseia, no mnimo, em quatro fatos bsicos.
Em primeiro lugar, nas contradies existentes no campo dos imperialistas que no
diminuem e que dificultam um acordo contra a Repblica dos Soviets.
Em segundo lugar, nas contradies entre o imperialismo e os pases coloniais, no
progresso do movimento de libertao nos pases coloniais e dependentes.
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Em terceiro lugar, no progresso do movimento revolucionrio nos pases capitalistas e na
crescente simpatia dos proletrios de todos os pases em relao Repblica dos Soviets. Os
proletrios dos pases capitalistas aindano tm foras para apoiar os proletrios da URSS
com uma revoluo direta contra os capitalistas de seus pases.
Mas os capitalistas das naes imperialistas j no tm foras para movimentar os "seus"
operrios contra o proletariado da URSS porque a simpatia dos proletrios de todos os pases
em relao Repblica dos Soviets aumenta e no pode deixar de aumentar dia a dia. E
hoje, impossvel fazer a guerra sem os operrios.
Em quarto lugar, na fora e no poderio do proletariado da URSS, nos xitos da sua
construo socialista, na fora de organizao do seu Exrcito Vermelho.
A combinao destas e de condies semelhantes d origem ao perodo de "trgua" que
constitui o trao caracterstico da atual situao internacional da Repblica dos Soviets.
3. A Unidade e a Indissolubilidade das Tarefas "Nacionais" e Internacionais da Revoluo
Terceira questo. A terceira questo diz respeito aos problemas das tarefas "nacionais" e
internacionais da revoluo proletria neste ou naquele pas. O Partido parte do fato de que
as tarefas "nacionais" e internacionais do proletariado da URSS se fundem numa nica tarefa
comum de libertao dos proletrios de todos os paises do capitalismo, que os interesses da
construo do socialismo em nosso pas se fundem de modo cabal e completo com os
interesses do movimento revolucionrio de todos os pases no interesse nico comum da
vitria da revoluo socialista em todos os pases.
O que haveria se os proletrios de todos os pases no simpatizassem com a Repblica
dos Soviets, e no a apoiassem? Haveria a interveno e o aniquilamento da Repblica dos
Soviets.
O que aconteceria se o capital conseguisse destruir a Repblica dos Soviets? Sobreviria
uma poca da mais negra reao em todos os pases capitalistas e coloniais, comeariam a
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sufocar a classe operria e os povos oprimidos e seriam liquidadas as posies do
comunismo internacional.
O que acontecer se a simpatia e o apoio dos proletrios de todos os pases Repblicados Soviets se intensificarem e aumentarem?
Isto facilitar, de maneira radical, a construo do socialismo na URSS.
O que acontecer se aumentarem os xitos da construo socialista na URSS? Isto
melhorar de maneira radical as posies revolucionrias dos proletrios de todos os pases
na sua luta contra o capital, minar as posies do capital internacional na sua luta contra oproletariado e aumentar de muito as possibilidades do proletariado mundial.
Mas segue-se da que os interesses e as tarefas do proletariado da URSS se entrelaam
e se unem indissoluvelmente aos interesses e tarefas do movimento revolucionrio de todos
os pases, e, por outro lado, as tarefas dos proletrios revolucionrios de todos os pases se
ligam indissoluvelmente s tarefas e xitos dos proletrios da URSS na frente da construo
socialista.
por isso que contrapor as tarefas "nacionais" dos proletrios deste ou daquele pas s
suas tarefas de carter internacional significa cometer o mais profundo erro em poltica.
por isso que considerar o zelo e a paixo na luta dos proletrios da URSS na frente da
construo socialista como indcio de "estreiteza nacional" e "exclusivismo nacional", como s
vezes o fazem os nossos oposicionistas, significa loucura ou infantilidade.
por isso que a consolidao da unidade e da indissolubilidade dos interesses e tarefas
dos proletrios de um pas com os interesses e tarefas dos proletrios de todos os pases
constitui o caminho mais seguro da vitria do movimento revolucionrio dos proletrios de
todos os pases.
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precisamente por isso que a vitria da revoluo proletria num determinado pas no
constitui um objetivo em si mesmo, mas um meio e uma ajuda ao desenvolvimento e vitria
da revoluo em todos os pases.
por esse motivo que construir o socialismo na URSS significa realizar a tarefa comum
dos proletrios de todos os pases, significa forjar a vitria sobre o capital no somente na
URSS mas tambm em todos os pases capitalistas, uma vez que a revoluo na URSS
parte da revoluo mundial, o seu comeo a base do seu desenvolvimento.
4. Sobre a Histria do Problema da Construo do Socialismo
Quarta questo. A quarta questo diz respeito histria do problema que estamos
analisando. A oposio afirma que a questo da construo do socialismo num nico pas foi
colocada pela primeira vez no nosso Partido em 1926. Em todo caso,Trotski afirmou
claramente na conferncia:
"Por que exigem o reconhecimento terico da construo do
socialismo em um nico pas? De onde surgiu essa perspectiva? Porque ningum apresentou este problema antes de 1925?"
Conclui-se, dessa forma, que esta questo no se apresentou ao nosso Partido antes de
1925. Conclui-se que somente Stlin e Bukharin apresentaram esta questo ao Partido e a
apresentaram em 1925.
Isso verdade? No, no .
Afirmo que o problema da construo da economia socialista num nico pas foi
apresentado pela primeira vez ao Partido por Lnin ainda em 1915. Afirmo que quem ento
replicou a Lnin no foi outro seno Trotski. Afirmo que desde aquela poca, isto , a partir de
1915, o problema da construo da economia socialista num nico pas foi tratado, por
diversas vezes, em nossa imprensa e em nosso Partido.
Citemos os fatos.
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a) 1915. Artigo de Lnin no rgo central dos bolcheviques (no "O Social-Democrata") (16):
"A palavra de ordem dos Estados Unidos da Europa". Eis o que afirma Lnin nesse artigo:
"Como palavra de ordem independente, porm, a palavra de ordemde Estados Unidos do mundo no seria justa, provavelmente, em
primeiro lugar porque se funde com o socialismo; em segundo lugar
porque poderia dar lugar a uma interpretao errnea sobre a
impossibilidade da vitria do socialismo em um nico pas e sobre as
relaes desse pas com os demais.
A desigualdade do desenvolvimento econmico e poltico uma lei
absoluta do capitalismo. Donde se conclui que possvel que o
socialismo comece triunfando somente em alguns pases capitalistas
e inclusive em um s pas isoladamente. O proletariado triunfante
deste pas, depois de expropriar os capitalistas e de organizar a
produo socialista dentro de suas fronteiras(o grifo meu St,)
se levantaria contrao resto do mundo, contra o mundo capitalista,
atraindo para seu lado as classes oprimidas dos demais pases,
organizando neles a insurreio contra os capitalistas e
empregando, se necessrio, inclusive a fora das armas contra as
classes exploradoras e seus Estados..," Porque "a livre unio das
naes no socialismo impossvel sem uma luta mais ou menos
prolongada e tenaz das repblicas socialistas contra os Estadosatrasados"(17).
Citamos a seguir a rplica de Trotski, publicada no mesmo ano de 1915 no rgo "A
Nossa Palavra", dirigido porTrotski(18):
"A desigualdade do desenvolvimento econmico e poltico uma lei
absoluta do capitalismo".
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Daqui "o Social-Democrata" (rgo central dos bolcheviques. em 1915, onde foi
publicado o citado artigo de Lnin. Stlin) chegou concluso de que possvel a vitria
do socialismo em um nico pas e que por isso no h motivo para condicionar a ditadura do
proletariado em cada pas considerado isoladamente criao dos Estados Unidos da
Europa... Que nenhuma nao, em sua luta, deve "aguardar" a outras um pensamento
elementar que til e indispensvel repetir para que a idia de ao internacional que se
desenvolva paralelamente no seja substituda pelas idias de inatividade internacional
expectante. No esperando por outros, iniciamos e continuamos a luta numa base nacional
com a plena certeza de que a nossa iniciativa dar impulso luta nos demais pases; e se isto
no aconteceu ento intil julgar como o atestam tanto a experincia da histria como as
consideraes tericas que, por exemplo, a Rssia revolucionria pudesse resistir em face
da Europa conservadora, ou a Alemanha socialista pudesse se manter isolada no mundo
capitalista.Considerar as perspectivas da revoluo social dentro dos limites nacionais
significaria tornar-se vtima da mesma estreiteza nacionalque constitui a essncia do social-
democratismo" (O grifo meu J. St.).
Vemos que o problema da "organizao da produo socialista" foi colocado por Lnin j
em 1915, s vsperas da revoluo democrtico-burguesa na Rssia, na poca da guerra
imperialista, quando a questo da transformao da revoluo democrtico-burguesa em
revoluo socialista se apresentava na ordem do dia.
Vemos que quem ento replicou a Lnin no foi outro seno Trotski que, evidentemente,
sabia que o artigo de Lnintrata da "vitria do socialismo" e da possibilidade da "organizaoda produo socialista num nico pas".
Vemos que a acusao a respeito da "estreiteza nacional" foi pela primeira vez
apresentada por Trotski j em 1915 a essa acusao era dirigida no contra Stlin
ou Bukharin, mas contra Lnin.
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Hoje Zinoviev, de vez em quando, pe em circulao a ridcula acusao de "estreiteza
nacional". Ele, pelo visto, no compreende que repete e restaura com isso a tese
de Trotski dirigida contra Lnin e seu Partido.
b) 1919. Artigo de Lnin "A Economia e a Poltica na poca da Ditadura do Proletariado".
Eis o que Lnin escreve nesse artigo:
"Por mais que mintam e caluniem os burgueses de todos os pases e
seus auxiliares abertos e encobertos (os "socialistas" da Segunda
Internacional) um fato permanece fora de qualquer dvida: do ponto
de vista do problema econmico fundamental da ditadura do
proletariado acha-se entre ns assegurada a vitria do comunismo
sobre o capitalismo. A burguesia de todo o mundo se enfurece perde
a cabea nas suas manifestaes contra o bolchevismo, organiza
expedies militares, conspiraes, etc. contra
os bolcheviquesprecisamente porque ela compreende muito bem
a inevitabilidade de nossa vitria na reorganizao da economia
social se no conseguir nos esmagar pela fora das armas. Mas por
este meio ela no conseguir esmagar-nos".(19) (O grifo meu J.
St.).
Vemos que este artigo de Lnin trata do "problema econmico da ditadura do
proletariado", da "reorganizao da economia social" no sentido da "vitria do comunismo". E
o que quer dizer "o problema econmico da ditadura do proletariado" e "reorganizao da
economia social" na vigncia da ditadura do proletariado! No outra coisa seno a
construo do socialismo num nico pas, no nosso pas.
c) 1921. Folheto de Lnin: "Sobre o Imposto em Espcie". (20) Trata-se da conhecida tese
a respeito de que podemos e devemos edificar "o fundamento socialista de nossa economia"
(Vide "Sobre o Imposto em Espcie").
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d) 1922. Discurso do camarada Lnin no Soviet de Moscou, no qual ele afirma que
"realizamos o socialismo em nossa vida diria" e que "da Rssia da NEP surgir a Rssia
socialista"(21). A rplica de Trotski nas suas "Ultimas Observaes" ao "Programa de Paz" em
1922 sem dizer diretamente que polemiza com Lnin. Eis o que afirma Trotski nessas "ltimas
Observaes":
"A afirmao de que a revoluo proletria no pode ser levada a
cabo vitoriosamente dentro das fronteiras nacionais, repetida por
diversas vezes no "Programa de Paz", parecer talvez, a alguns
leitores refutada pela experincia de quase cinco anos de nossaRepblica Sovitica. Mas essa concluso no teria base. O fato de
que o Estado operrio se manteve contra todo o mundo num nico
pas, atrasado alm do mais, atesta o poderio colossal do
proletariado que ser capaz de realizar verdadeiros milagres em
outros pases mais avanados e mais civilizados. Mas aps nos
havermos defendido no sentido poltico e militar, como Estado, no
chegamos criao da sociedade socialista nem nos aproximamos
disso. A luta pela auto-preservao revolucionria da nao
provocou durante este perodo uma diminuio extraordinria das
foras produtivas: consideramos o socialismo, porm, somente na
base do seu progresso e do seu florescimento. As relaes
comerciais com os pases burgueses, as concesses, a conferncia
de Viena, etc., constituem um testemunho demasiadamente
eloqente da impossibilidade de uma edificao socialista isolada
dentro dos limites de nosso pas... Um autntico ascenso da
economia socialista na Rssia s se tornar possvel aps vitria
do proletariado nos pases mais importantes da Europa". (O grifo
meu J. St.).
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A quem Trotski replica aqui sobre a "impossibilidade de uma edificao socialista isolada
dentro dos limites de nosso pas"? No h dvida de que no a Stlin nem
a Bukharin. Trotski replica aqui ao camarada Lnin e a sua rplica no se refere a qualquer
outra questo, mas questo fundamental sobre a possibilidade da "construo do
socialismo dentro dos limites nacionais de um pas".
e) 1923. Folheto de Lnin "Sobre a Cooperao" que constitui o seu testamento poltico.
Eis o que Lnin afirma nesse folheto:
"Na realidade, todos os grandes meios de produo em poder do
Estado e o Poder estatal em mos do proletariado; a aliana deste
proletariado com os muitos milhes de pequenos e muito pequenos
camponeses; a garantia da direo do proletariado sobre o
campesinato, etc., acaso no isso tudo o que necessitamos para
que com a cooperao e nada mais do que com a cooperao que
anteriormente desprezvamos como mercantilista e que agora, na
vigncia da NEP continuamos a desprezar de certo modo, acaso isto
no tudo o que necessitamospara a construo da sociedade
socialista completa?No ainda a construo da sociedade
socialista, mas tudo o que necessrio e suficientepara essa
construo"(22) (O grifo meu J. St.)
Parece difcil expressar-se de maneira mais clara.
Trotski de opinio que "a construo socialista dentro dos limites de um nico pas"
impossvel. Lnin afirma porm que ns, isto , o proletariado da URSS, temos atualmente,
na poca da ditadura do proletariado, "tudoo que necessrio esuficiente""para a
construo de uma sociedade socialista completa". O contraste dos pontos de vista
completo.
Esses so os fatos.
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Vemos assim que a questo da construo do socialismo num nico pas foi apresentada
em nosso Partido j em 1915 e o foi pessoalmente por Lnin e que no foi outro
seno Trotski quem discutiu a respeito com Lnin, acusando Lnin de "estreiteza nacional".
Vemos que desde ento esse problema no saiu da ordem do dia dos trabalhos de nosso
Partido at a morte do camarada Lnin.
Vemos que esse problema foi por diversas vezes levantado por Trotski desta ou daquela
forma sob o aspecto de uma polmica dissimulada mas perfeitamente clara com o
camarada Lnin e em que Trotski toda vez que tratava do mesmo no o fazia no esprito
de Lnin e do leninismo, mas contra Lnin e o leninismo.
Vemos que Trotski prega uma descarada mentiraao afirmar que antes de 1925 a
questo da construo do socialismo num nico pas no foi apresentada por ningum.
5. A Significao Particularmente Importante do Problema da Construo do Socialismo naURSS no Momento Atual
Quinta questo. A quinta questo diz respeito ao problema da atualidade da tarefa da
construo do socialismo no momento presente. Por que a questo da construo do
socialismo assumiu um carter particularmente atual, precisamente agora, precisamente nos
ltimos tempos? Por que, por exemplo, em 1915, 1918. 1919. 1921, 1922 e 1923 a questo
da construo do socialismo na URSS era debatida casualmente, em artigos isolados, e em
1924, 1925 e 1926 esta questo ocupou um lugar particularmente importante em nossa vida
partidria? Como se explica esse fato?
Sou de opinio que trs motivos principais explicam esse fato.
Em primeiro lugar, pelo fato de que o ritmo da revoluo nos outros pases diminuiu de
intensidade nos ltimos anos e sobreveio a chamada "estabilizao parcial do capitalismo".
Dai surge a pergunta acaso a estabilizao parcial do capitalismo no provocar o
enfraquecimento ou mesmo o desaparecimento das possibilidades da construo do
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socialismo em nosso pas? Dai o crescente interesse que se manifesta a propsito dos
destinos do socialismo e da construo do socialismo em nosso pas.
Em segundo lugar, por termos estabelecido a NEP, permitimos a atividade do capitalprivado e fizemos um certo recuo afim de reagruparmos as nossas foras para em seguida
empreendermos ofensiva. Da surge a pergunta acaso a NEP no acarretar
enfraquecimento das possibilidades da construo do socialismo em nosso pas? Da a nova
fonte do crescente interesse em relao questo das possibilidades da construo do
socialismo em nosso pas.
Em terceiro lugar, pela circunstncia de que ganhamos a guerra civil, expulsamos os
intervencionistas e conquistamos uma "trgua" na guerra, asseguramos a paz e um perodo
de paz que apresenta condies favorveis a que se liquide a runa econmica, se
restabeleam as foras produtivas do pas e se cuide da construo de uma nova economia
em nosso pas. Da decorre a pergunta em que sentido necessrio orientar a organizao
da economia, no sentido do socialismo ou em outro sentido qualquer? Da a pergunta se se
orientar a construo no sentido do socialismo, no haver ento motivos para se considerar
que temos a possibilidade de edificar socialismo nas condies da NEP e durante a
estabilizao parcial do capitalismo? Da decorre o imenso interesse de todo o Partido e de
toda a classe operria em relao ao problema dos destinos da construo socialista em
nosso pas. Da os clculos anuais de toda espcie de dados, clculos esses realizados pelos
rgos do Partido e do Poder Sovitico do ponto de vista do fortalecimento do peso especfico
das formas socialistas de economia no setor da indstria, no setor do comrcio e no setor daagricultura.
Eis a os trs motivos principais porque a questo da construo do socialismo se tornou
para o nosso Partido e para o nosso proletariado, assim como para a Internacional
Comunista, uma questo das mais atuais.
A oposio julga que o problema da construo do socialismo na URSS possui apenas
um interesse terico. Isso no verdade.
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Trata-se de um erro dos mais grosseiros. Essa maneira de tratar a questo s pode ser
explicada pelo isolamento integral da oposio em relao a nossa vida partidria, a nossa
edificao econmica e a nosso sistema cooperativo. A questo da construo do socialismo
agora, quando liquidamos a runa econmica, restabelecemos a indstria e enveredamos pelo
caminho da reconstruo de toda a economia nacional sobre uma nova base tcnica a
questo da construo do socialismo assume atualmente uma imensa significao prtica.
Em que sentido devemos orientar a nossa atividade ao empreendermos a construo
econmica, com que objetivo construir, o que devemos construir, quais devem ser as
perspectivas de nossos trabalhos de construo tudo isso so problemas sem cuja soluo
administradores honestos e sensatos no podem dar nenhum passo frente, se que
desejam encarar o problema da edificao de maneira efetivamente consciente e refletida.
Construmos para adubar o campo para o advento da democracia burguesa ou para edificar a
sociedade socialista nisto se encontra atualmente a raiz de nosso trabalho de edificao. A
questo de se saber se temos a possibilidade de construir a economia socialista agora, nas
condies da NEP e na vigncia da estabilizao parcial do capitalismo nisto se encontra
atualmente um dos problemas mais importantes de nosso trabalho partidrio e sovitico.
Lnin respondeu a esta pergunta afirmativamente(Basta que se consulte o seu folheto
"Sobre a Cooperao". O Partido respondeu a esta pergunta afirmativamente(Vide a
resoluo da XIV Conferncia do PC (b) R.). Pois bem, e como se manifesta a oposio a
respeito? Eu j afirmei que a oposio responde a esta pergunta negativamente. Eu j afirmei
no meu informe apresentado XV Conferncia do PC (b) da URSS e agora cabe-me repetir
aqui que Trotski, lder do bloco oposicionista, declarou ainda muito recentemente, na sua
conhecida proclamao aos oposicionistas, em setembro de 1926, que ele considera a "teoria
do socialismo num s pas" como "uma justificao terica da estreiteza nacional" (Vide o
Informe de Stlin XV Conferncia do PC (b) da URSS)(23).
Comparemos este trecho de Trotski (1926) com alguns de seus artigos publicados em
1915 onde ele, ao estabelecer uma polmica com Lnin quanto questo da possibilidade da
vitria do socialismo num nico pas, apresentou, pela primeira vez, a questo da "estreiteza
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nacional" do camarada Lnin e dos leninistas e compreenderemos
que Trotski permaneceu, quanto ao problema da construo do socialismo num nico pas, na
sua velha posio social-democrata que nega essa possibilidade.
precisamente por esse motivo que o Partido afirma que o trotskismo constitui, no nosso
Partido, um desvio social-democrata.
6. As Perspectivas da Revoluo
Sexta questo. A sexta questo diz respeito ao problema das perspectivas da revoluo
proletria. Trotski afirmou em discurso pronunciado na XV Conferncia do Partido:
"Lnin considerava que de forma alguma poderemos construir o
socialismo em vinte anos em vista do atraso de um pas campons
como o nosso e nem conseguiremos faz-lo dentro de trinta anos.
Admitamos como um mnimo necessrio o prazo de trinta a
cinqenta anos".
Considero meu dever declarar aqui, camaradas, que esta perspectiva, inventada
por Trotski, no tem nada de comum com a perspectiva apresentada pelo camarada Lnin no
que diz respeito revoluo na URSS. O prprio Trotski comea a lutar, um pouco mais
adiante em seu aludido discurso, contra essa perspectiva. Mas isso uma tarefa sua. Eu
devo declarar porm, que nem Lnin, nem o Partido podem responder por esta perspectiva
inventada por Trotski e pelas concluses que da decorrem. O fato de que Trotski, aps haver
inventado essa perspectiva, comece depois em seu discurso a lutar contra a sua prpria
fico esse fato serve apenas para provar que Trotski se emaranhou definitivamente e se
colocou em posio ridcula.
Lnin no afirmou em absoluto que "de forma alguma poderemos construir o socialismo"
em 30 ou cinqenta anos. Na realidade eis o que Lnin afirmou:
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"Dez a vinte anos de relaes justas com o campesinato e a garantia
da vitria em escala mundial (at mesmo se se verificar um
retardamento das revolues proletrias que, entretanto, aumentam
de nmero no momento atual), ou ento vinte a quarenta anos de
sofrimentos causados pelo terror dos guardas-brancos".(24)
Pode-se, partindo desta tese de Lnin, chegar concluso de que "de forma alguma
podemos construir o socialismo em vinte a trinta ou a cinquenta anos"? No, no se pode.
Desta tese s se pode chegar s seguintes concluses:
a) Na vigncia de relaes justas com o campesinato teremos assegurado a vitria (isto
, a vitria do socialismo) em dez a vinte anos;
b) Essa vitria ser uma vitria no apenas na URSS, mas uma vitria "em escala
mundial";
c) Se no lograrmos a vitria durante esse prazo tal fato ser um indcio de que fomos
derrotados e o regime de ditadura do proletariado ser substitudo pelo regime do terror dos
guardas-brancos que poder se prolongar por vinte a quarenta anos.
No h dvida alguma de que podemos concordar ou no concordar com essa tese
de Lnin e com as concluses que dela decorrem. Mas no se pode deturp-la, como o
faz Trotski.
E o que significa a vitria "em escala mundial"? Significa que essa vitria seja equivalente
vitria do socialismo num nico pas? No, no significa. Lnin distingue claramente, nas
suas obras, a vitria do socialismo num nico pas da vitria "em escala mundial". Falando
sobre a vitria "em escala mundial", Lnin quer dizer que os xitos do socialismo em nosso
pas, a vitria da construo socialista em nosso pas possuem uma significao internacional
to grande que ela (a vitria) no pode se limitar nosso pas, mas deve provocar um
poderoso movimento em direo ao socialismo em todos os pases capitalistas, verificando-seque, se ela no coincidir, quanto ocasio, com a vitria da revoluo proletria em outros
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pases, ento ela, em todo caso, dever inaugurar por si mesma um poderoso movimento do
proletariado de outros pases no sentido da vitria da revoluo mundial.
Eis, segundo Lnin, qual a perspectiva da revoluo, se se tiver em vista a perspectivada vitria da revoluo, problema que diz respeito particularmente a ns, do Partido.
Confundir esta perspectiva com a perspectiva apresentada por Trotski e que se refere ao
prazo de trinta a cinquenta anos significa caluniar Lnin.
7. Como se Apresenta o Problema na Realidade
Stima questo. Admitamos que assim seja, diz-nos a oposio, mas, afinal de contas,
com quem melhor manter a unio com o proletariado mundial ou com o campesinato de
nosso pas, a quem dar preferncia ao proletariado mundial ou ao campesinato da URSS?
Assim, o problema se apresenta como se de um lado estivesse o proletariado da URSS e
diante dele dois aliados o proletariado mundial que se acha preparado para derrotar
imediatamente a sua burguesia mas aguarda a nossa aprovao preliminar, e o nosso
campesinato que se acha disposto a ajudar o proletariado da URSS mas no se achainteiramente convencido de que o proletariado da URSS aceitar essa ajuda. Trata-se,
camaradas, de uma apresentao infantil do problema. Uma tal apresentao do problema
no tem nada de comum com a marcha da revoluo em nosso pais nem com a correlao
de foras na frente da luta entre o capitalismo mundial e o socialismo. Desculpem a minha
expresso, mas somente colegiais podem apresentar a questo dessa maneira. Lamento que
o problema no se apresente de uma forma que atenda aos desejos de alguns oposicionistas
e no h motivos para se duvidar de que aceitaramos, com prazer, a ajuda deste ou daquele
grupo, se isso dependesse apenas de ns. No, no assim que a questo se apresenta na
vida real.
Eis como a questo se apresenta: uma vez quediminuiu o ritmo do movimento
revolucionrio mundial, ainda no se verificou a vitria do socialismo no Ocidente, mas o
proletariado da URSS se mantm no poder, fortalece-o de ano a ano, unifica firmemente em
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torno de si as massas fundamentais do campesinato, j conta com srios xitos na frente da
construo socialista e fortalece com sucesso os laos de amizade com os proletrios e os
povos oprimidos de todos os paises ento h motivo para se negar o fato de que o
proletariado da URSS pode superar a sua burguesia e continuar a edificao vitoriosa do
socialismo em nosso pas, apesar do cerco capitalista?
Eis como se apresenta a questo atualmente, se se partir, lgico, no da fantasia,
como o faz o bloco oposicionista, mas da correlao real de foras na frente da luta entre o
socialismo e o capitalismo.
O Partido responde a esta questo afirmando que o proletariado da URSS se acha em
condies, em vista da situao mencionada, de superar a sua burguesia "nacional" e edificar
com xito a economia socialista.
A oposio afirma, porm, que:
"Sem um apoio estatal(o grifo meu J. St.) direto do proletariado
europeu a classe operria da Rssia no poder se manter no poder
e transformar o seu domnio temporrio numa prolongada ditadura
socialista". (Vide Trotski "A Nossa Revoluo", pg. 278).
E qual o sentido desta afirmao de Trotski e o que significa o "apoio estataldo
proletariado europeu"? Significa que sem a previavitria do proletariado no Ocidente, sem
a prviatomada do poder pelo proletariado do Ocidente o proletariado da URSS no somente
no poder superar a sua burguesia e edificar o socialismo como no poder at mesmo se
manter no poder.
assim que se apresenta a questo e eis onde se encontra a raiz de nossas
divergncias.
Em que se distingue a posio de Trotski da posio do menchevique Otto Bauer?
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de se lamentar que em nada.
8. As Possibilidades de Vitria
Oitava questo. Admitamos que assim seja, afirma a oposio, mas quem tem, mais
probabilidades de vitria o proletariado da URSS ou o proletariado mundial?
Trotski afirmou em discurso pronunciado perante a XV Conferncia do PC (b) da URSS:
"Pode-se supor que o capitalismo europeu entrar em decadncia
dentro de trinta a cinquenta anos e o proletariado seja incapaz de
realizar a revoluo? Pergunto: por que devo aceitar esta premissa
que s pode ser chamada de uma premissa de um negro
pessimismo sem motivo em relao ao proletariado europeu? Afirmo
que no tenho nenhuma base terica ou poltica para julgar que nos
ser mais fcil edificar o socialismo com o campesinato do que o
proletariado europeu tomar o poder". (Vide o discurso de Trotski
perante a XV Conferncia do PC (b) da URSS).
Em primeiro lugar, deve-se abandonar, sem reservas, a perspectiva de calmaria na
Europa "no decurso de trinta a cinquenta anos". Ningum obrigou Trotski a partir desta
perspectiva da revoluo proletria nos pases capitalistas do Ocidente e que no tem nada
de comum com a perspectiva de nosso Partido. O prprio Trotski se ateve a essa perspectiva
inventada por ele mesmo e ele prprio deve responder pelas consequncias de uma tal
operao. Penso que estes prazos devem ser diminudos, no mnimo, da metade, se se tem
em vista a perspectiva real da revoluo proletria no Ocidente.
Em segundo lugar, Trotski decide, sem reservas, que o proletariado do Ocidente tem
probabilidades muito maiores de superar a burguesia, mundial, que atualmente se encontra
no poder, do que o proletariad