Uma porta para a liberdade
Uma porta para a liberdade
De repente, uma médium desdobrada (projetada para fora do corpo em missão de resgate) passou a narrar ao que
assistia, orientando o doutrinador para que este bem pudesse conduzir o diálogo a seguir.
...Estou em um local muito bonito, extenso tapete verdejante, onde vários espíritos parecem adormecidos.
O alemão que está comigo, diz que são companheiros que tentam a fuga através do sono.
Apesar da letargia a que
se submetem, suas consciências gravitam em torno de seus
traumas, como se sonhassem, ou melhor, tivessem
pesadelos constantes, que os obrigam a instantes de lucidez, de onde procuram evadir-se novamente em perseguição da morte.
O objetivo da visita era resgatar uma jovem mulher que começou a falar pausadamente, entorpecida pelo sono prolongado.
• “ - Por favor não me despertem. Quero continuar dormindo. Não quero mais viver! Parem com esses choques!” (Repercussões vibratórias do passe que aplicávamos).
- Minha irmã, estamos aqui para tentar ajudá-la e é isso que vamos fazer! A vida não é somente sono; é luta, ânimo, trabalho em primeiro lugar.
- Mas eu não quero vida nem ânimo. Eu quero a morte. Não sou digna da vida. Sou um verme da pior espécie.
- Seja lá o que você tenha feito, Deus oferece meios de reparação. Além do mais, Jesus veio a Terra para resgatar pecadores como nós, pois os santos já estão com Ele.
Você está arrependida? Muito bem é o primeiro passo. O segundo é o trabalho. Bem louco é aquele que deixa o arrependimento paralisar suas ações.
O que está feito, está feito. Agora é começar o que está por fazer; a reconstrução.
- Mas você não sabe o eu fiz. O que eu fiz não tem perdão.
- Olhe minha irmã! Já tenho visto tudo nesta vida.Suicídios, abortos...
- Pare! pare! Como é que você sabe disso? Não quero continuar falando com você! Que pessoa mais indiscreta! Como pode ficar falando o que eu fiz na presença de outras pessoas?
- Já lhe disse minha amiga! Viemos buscá-la e não vamos sair daqui sem você. É melhor abrir bem os olhos se quiser ver as trilhas da libertação.
- Você pode afrouxar um pouco esse laço em meu pescoço? Sinto grande falta de ar com ele..Eu não podia ter feito aquilo...Matar meu filho!...Suicidar-me! Eu que era uma freira e devia ser casta.
- Entendo sua tristeza e a necessidade de autopunição. Mas no momento isso não ajuda. Pense apenas que Deus sempre deixa uma porta aberta para a liberdade e nós estamos lhe trazendo a chave.
Então a freira começou a ver outras companheiras de hábito, todas com flores nas mãos para recepcioná-la. E comovida foi ao encontro delas.
Do Livro HISTÓRIAS DESTE E DO
OUTRO MUNDO
Autor LUIZ GONZAGA PINHEIRO
Formatação: Castro Neto Música: La vida es bella
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