U M TE M P O P AR A S E R D IFER E N TE S "Há um tempo para rir, para dançar, para abraçar - lemos na Bíblia - e um tempo para calar, para chorar, para gemer, para purificar..." (Eclesiastes 3, 1-8). Passamos repentinamente do Carnaval para a Quaresma sem darmo-nos conta, das máscaras e das danças para as cinzas e o "Miserere" ("Tende piedade"), dos doces da época para o jejum penitencial. Porém, este «repentinamente», no nosso mundo ocidental dura pouco tempo, porque a Quaresma perdeu aquela sua força profética e radical que tinha na vida dos cristãos em épocas passadas. Passamos do legalismo com que eram incutidas as práticas quaresmais na Igreja a um tempo light (leve) e soft (suave). Não é assim com os nossos irmãos cristãos ortodoxos do Oriente e com os muçulmanos no mês do Ramadão. Infelizmente, Quaresma não é sinónimo de um tempo para silenciar o nosso coração; um tempo para ler e orar a Palavra de Deus; um tempo para amar o jejum e discernir novos estilos de vida; um tempo para treinar na luta espiritual e descobrir novos gestos de doação; um tempo para partilhar os nossos bens: o pão, os talentos, a vida, o corpo, ou mesmo tempo. Contudo, quanto observo é apenas o copo meio vazio! Reconheço que, nesse deserto espiritual em que vagueiam muitos cristãos, vão surgindo iniciativas extraordinárias de vivência do tempo quaresmal que não existiam algumas décadas atrás. Encontro leigos - jovens e adultos - que reservam alguns dias para se retirar em silêncio e oração; famílias que com criatividade abrem a porta de casa a alguém que precisa de apoio, de afecto; jovens que sem barulho mediático ou visibilidade no instagram (rede social), encontram tempo para se dedicarem ao próximo num lar ou numa casa de correção. Quaresma é um tempo para experimentar uma vida «diferente», alternativa, com discrição, escondida como a semente que «só morrendo dá fruto». A mensagem do Papa Francisco para a Quaresma deste ano, que começa no dia 1 de Março, é simples, concreta, possível. Paramos para pensar e decidir como queremos viver. frei Fabrizio
4
Embed
UM TEMPO PARA SER DIFERENTES · UM TEMPO PARA SER DIFERENTES "Há um tempo para rir, para dançar, para abraçar - lemos na Bíblia - e um tempo para calar, para chorar, para gemer,
This document is posted to help you gain knowledge. Please leave a comment to let me know what you think about it! Share it to your friends and learn new things together.
Transcript
UM TEMPO PARA SER DIFERENTES "Há um tempo para rir, para dançar, para abraçar - lemos na Bíblia - e um tempo para calar, para chorar, para gemer, para purificar..." (Eclesiastes 3, 1-8). Passamos repentinamente do Carnaval para a Quaresma sem darmo-nos conta, das máscaras e das danças para as cinzas e o "Miserere" ("Tende piedade"), dos doces da época para o jejum penitencial. Porém, este «repentinamente», no nosso mundo ocidental dura pouco tempo, porque a Quaresma perdeu aquela sua força profética e radical que tinha na vida dos cristãos em épocas passadas. Passamos do legalismo com que eram incutidas as práticas quaresmais na Igreja a um tempo light (leve) e soft (suave). Não é assim com os nossos irmãos cristãos ortodoxos do Oriente e com os muçulmanos no mês do Ramadão. Infelizmente, Quaresma não é sinónimo de um tempo para silenciar o nosso coração; um tempo para ler e orar a Palavra de Deus; um tempo para amar o jejum e discernir novos estilos de vida; um tempo para treinar na luta espiritual e descobrir novos gestos de doação; um tempo para partilhar os nossos bens: o pão, os talentos, a vida, o corpo, ou mesmo tempo.
Contudo, quanto observo é apenas o copo meio vazio! Reconheço que, nesse deserto espiritual em que vagueiam muitos cristãos, vão surgindo iniciativas extraordinárias de vivência do tempo quaresmal que não existiam algumas décadas atrás. Encontro leigos - jovens e adultos - que reservam alguns dias para se retirar em silêncio e oração; famílias que com criatividade abrem a porta de casa a alguém que precisa de apoio, de afecto; jovens que sem barulho mediático ou visibilidade no instagram (rede social), encontram tempo para se dedicarem ao próximo num lar ou numa casa de
correção. Quaresma é um tempo para experimentar uma vida «diferente», alternativa, com discrição, escondida como a semente que «só morrendo dá fruto». A mensagem do Papa Francisco para a Quaresma deste ano, que começa no dia 1 de Março, é simples, concreta, possível. Paramos para pensar e decidir como queremos viver.
frei Fabrizio
1ª Leitura (Is 49, 14-15 ) «Eu não te esquecerei» Salmo 61 (62) Só em Deus descansa, ó minha alma. 2ª Leitura (1 Cor 4, 1-5) «O Senhor manifestará o desígnio dos corações»
Evangelho (Mt 6, 24-34) «Não vos inquieteis com o dia de amanhã»
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há-de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro. Por isso vos digo: «Não vos preocupeis, quanto à vossa vida, com o que haveis de comer, nem, quanto ao vosso corpo, com o que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento e o corpo mais do que o vestuário? Olhai para as aves do céu: não semeiam nem ceifam nem recolhem em celeiros; o vosso Pai celeste as sustenta. Não valeis vós muito mais do que elas? Quem de entre vós, por mais que se preocupe, pode acrescentar um só côvado à sua estatura? E porque vos inquietais com o vestuário? Olhai como crescem os lírios do campo: não trabalham nem fiam; mas Eu vos digo: nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles. Se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao forno, não fará muito mais por vós, homens de pouca fé? Não vos inquieteis, dizendo: ‘Que havemos de comer? Que havemos de beber? Que havemos de vestir?’ Os pagãos é que se preocupam com todas estas coisas. Bem sabe o vosso Pai
celeste que precisais de tudo isso. Procurai primeiro o reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais vos será dado por acréscimo. Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, porque o dia de amanhã tratará das suas inquietações. A cada dia basta o seu cuidado».
Palavra da salvação.
Aclamação (Hebr 4, 12)
A palavra de Deus é viva e eficaz, conhece os pensamentos e intenções do coração.
VIII DOMINGO DO TEMPO COMUM
Oração Senhor, desejamos coisas e coisas esquecendo-nos do mais importante. Enchemos as nossas mochilas com tantas bugigangas que quase não podemos acompanhar-te pelos caminhos da vida. Senhor da vida simples, ensina-nos a caminhar levando connosco apenas o necessário. Abre os nossos olhos Para que descubram companheiros de caminho. Dá-nos sabedoria para distinguir aquilo que nos ajuda a seguir os teus passos humildes.
Ámen
Vê os lírios e as aves...
As palavras de Jesus são um convite a pôr em primeiro lugar as coisas verdadeiramente importantes (o “Reino”), a relativizar as coisas secundárias (as preocupações exclusivamente materiais) e, acima de tudo, a confiar totalmente na bondade de Deus. Será que trabalho todos os dias para que o sonho de Deus – o mundo novo da justiça, da verdade e da paz – se concretize?
Adaptado de http://www.dehonianos.org/
Formação sobre a Quaresma No passado domingo, dia 19, o Frei Fabrizio Bordin apresentou aos catequistas uma proposta de formação sobre a Quaresma, sob o lema "um tempo diferente". Foram aflorados seis tópicos: um tempo para ler e ler-se, um tempo para guardar silêncio, um tempo para jejuar, um tempo para discernir, um tempo para treinar na luta espiritual e um tempo para partilhar. Ressaltaram as seguintes ideias: ler um pouco durante a Quaresma, para se ter um encontro fecundo, "a palavra de Deus cresce com quem a lê"; jejuar de palavras e de sons para mergulhar no silêncio durante um período do dia e saber distinguir o que faz bem à nossa saúde interior (que é diferente daquilo que nos apetece). Um cristão maduro, sublinhou Frei Fabrizio, "é o que conhece o seu coração" e não o que vive livre de tentações. Quaresma é, resumiu, "um tempo para tratar da dureza do coração". Sílvia Júlio, catequista em Santa Clara
Conhecer melhor a nossa comunidade Cartório Paroquial
O Cartório paroquial é um dos serviços através do qual é feito o acolhimento dos paroquianos. Ele deve ser – e pretende-se que o seja – o elo entre aqueles que o procuram e os demais serviços e movimentos da paróquia. Para além disto, pode dizer-se também, que o cartório é um serviço administrativo da paróquia, na medida em que nele se executam todos os procedimentos administrativos no que concerne a casamentos e baptismos. Por ali passa também o recebimento de várias informações, marcação de intenções de Missas e devidas marcações com os Freis. É também da competência do Cartório Paroquial a preparação do necessário para a celebração das Eucaristias semanais, manutenção e limpeza diária do espaço. A nossa Unidade Pastoral existem 3 pontos de Acolhimentos e Cartório, em S. Maximiliano Kolbe, Sta. Clara e Sta. Beatriz. Em relação a Sta. Beatriz este serviço é assegurado por um grupo de voluntários que dispõem do seu tempo, de Terça a Domingo; em S. Maximiliano e Sta. Clara funciona com duas colaboradoras, uma em cada igreja de Segunda a Sexta-feira e com uma comissão de acolhimento, em cada igreja, com elementos rotativos, ao sábado e domingo.
Entre muitos episódios engraçados, partilhamos dois: 1. Uma senhora que queria uma transferência de batismo para a igreja de Sante Joanes e eu perguntei «Para onde?». Ao que a senhora me responde «Aquela igreja em Alvalade!» Eu: «Ah... S. João de Brito.» Resposta da senhora: «Mas lá está escrito cá fora, na pedra... ‘Sante Joanes’» Ou seja, S. João de Brito na escrita que está gravada na porta principal...
2. Outra é quando durante a semana me pedem para falar com o frei, com quem falaram durante o fim de semana, e eu pergunto: «E sabe o nome?»
Resposta: «É com um que é estrangeiro…» Começamos então a fazer a descrição física, para lá podermos identificar com quem falar...
Ana Maria Rosa (Cartório de Santa Clara)
1 Março Qua | Quarta-feira de Cinzas Início da Quaresma; dia de jejum e abstinência. Horário da Eucaristia: Sta. Clara e S. Max às 19h, Sta. Beatriz às 21h.
2 Março Qui | Noite da Palavra
5 Março Dom | 1º Domingo da Quaresma
5-11 Março | Capítulo Provincial Frades Menores Conventuais - 1ª parte, Pádua.
9 Março Qui | Noite da Palavra
10 Março Sex | Via-Sacra
11 Março Sáb | Encontro de Formação Inicial Nacional OFS (Leiria)
12 Março Dom |2º Domingo da Quaresma
Jornada Diocesana da Juventude: Encontro na Igreja de S. José (Olivais), Eucaristia e peregrinação a pé até à Igreja de S. Vicente de Fora
Terço Diocesano com o Patriarca , às 16h na Igreja de S. Vicente de Fora
—Movimento EU ACREDITO (Pastoral Juvenil)
12 a 19 de Março Semana Nacional Cáritas
FAMÍLIA CONSTRUTORA DE PAZ é em 2017 o tema central da Semana Nacional Cáritas, que este ano decorre entre 12 e 19 de Março. A Paz, como qualquer outro bem ou valor que se deseje ver realizado no mundo, começa em casa, na relação entre pais e filhos, o que significa que não será de todo possível terminar com a ausência de paz ou com o que a possa constantemente ameaçar em qualquer lugar, sem que a paz se viva em cada casa, no seio de cada família. O peditório a realizar nessa semana reponde à constante necessidade de recursos na abordagem das mais variadas problemáticas. Contribua! 20% da soma realizada revertem a favor da paróquia, com o objetivo de colaborar com a ação social levada a cabo, localmente, por cada comunidade cristã.
o cristão vive no mundo e é solidário com os marginalizados No passado dia 22 de fevereiro, na sua audiência semanal, o Papa Francisco afirmou que “muitas vezes” existe a tentação de pensar que a criação é propriedade das pessoas que, movidas pelo “egoísmo”, arruínam as “mais belas coisas que foram confiadas”. “Quando quebra a comunhão com Deus, o homem perde sua beleza original e acaba desfigurando ao redor dele tudo. Traz o sinal triste e desolador de orgulho e ganância humana”, acrescentou, observando que o ser humano aproveitando-se do que foi criado “destrói”. O Papa destacou ainda que o cristão “não vive fora do mundo”, é capaz de reconhecer na sua própria vida “os sinais do mal, do egoísmo e do pecado” e é solidário com “os que sofrem, os que
choram, com aqueles que são marginalizados”. “Os cristãos aprenderam a ler tudo isso à luz da Páscoa, com os olhos de Cristo ressuscitado”. Contudo, os cristãos também são tentados pela “deceção, o pessimismo” e entram num “lamento inútil” ou permanecem sem palavras, mas encontram “consolo no Espírito Santo” que vê para além das “aparências negativas” e revela “agora os novos céus e a nova terra” que o Senhor está a preparar “para a humanidade”.