JULIANA CRISTINA DOS SANTOS ALMEIDA TRIAGEM FITOQUÍMICA BIOMONITORADA COM AVALIAÇÃO DA POTENCIAL ATIVIDADE ANTIINFLAMATÓRIA E ANTINOCEPTIVA DO EXTRATO ACETÔNICO DOS FRUTOS DE Capsicum baccatum L. UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS OURO PRETO 2010
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JULIANA CRISTINA DOS SANTOS ALMEIDA
TRIAGEM FITOQUÍMICA BIOMONITORADA COM AVALIAÇÃO DA
POTENCIAL ATIVIDADE ANTIINFLAMATÓRIA E ANTINOCEPTIVA DO
EXTRATO ACETÔNICO DOS FRUTOS DE Capsicum baccatum L.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
OURO PRETO
2010
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
ESCOLA DE FARMÁCIA
PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
TRIAGEM FITOQUÍMICA BIOMONITORADA COM AVALIAÇÃO DA
POTENCIAL ATIVIDADE ANTIINFLAMATÓRIA E ANTINOCEPTIVA DO
EXTRATO ACETÔNICO DOS FRUTOS DE Capsicum baccatum L.
Autora: Juliana Cristina dos Santos Almeida
Orientador: Prof. Dr. Tanus Jorge Nagem
Co-orientadora: Profª. Dra. Tânia Toledo de Oliveira
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Ciências Farmacêuticas –
CIPHARMA, como requisito parcial para a obtenção
do título de Mestre em Ciências Farmacêuticas. Área
Triagem fitoquímica biomonitorada com avaliação da potencial atividade antiinflamatória e antinoceptiva do extrato acetônico dos frutos de Capsicum baccatum L. [manuscrito] / Juliana Cristina dos Santos Almeida. – 2010.
xviii, 104 f.: il. color.; grafs.; tabs. Orientador: Prof. Dr. Tanus Jorge Nagem. Co-orientadora: Profa. Dra. Tânia Toledo de Oliveira. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Ouro Preto. Escola de Farmácia. Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas. Área de concentração: Fármacos e Medicamentos
1. Plantas medicinais - Teses. 2. Pimenta dedo-de-moça - Teses. 3. Atividade antiinflamatória – Teses. I. Universidade Federal de Ouro Preto. II. Título.
CDU: 615.276:633.84
Juliana Cristina dos Santos Almeida
Triagem fitoquímica biomonitorada com avaliação da potencial atividade antiinflamatória e
antinoceptiva do extrato acetônico dos frutos de Capsicum baccatum L.
Dissertação aprovada no dia 19 de Novembro de 2010
Banca Examinadora:
Profa. Dra. Marisa Alves Nogueira Diaz
Departamento de Bioquímica – UFV
Profa.Dra. Carla Penido
Departamento de Farmácia – UFOP
Profa. Dra. Tânia Toledo de Oliveira
Departamento de Bioquímica - UFV
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho aos meus pais e à minha tia Maria Eunice
por proporcionarem mais uma etapa de aprendizado e
realizações em minha vida. Serei eternamente grata!
iv
AGRADECIMENTOS
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado essa oportunidade de crescimento e
forças para conseguir vencer mais uma etapa da minha vida.
Aos meus pais pelo carinho, incentivo, pela compreensão e oportunidade de poder
realizar mais um sonho. Amo vocês!
À minha tia Maria Eunice, exemplo de força e luta, pelo incentivo eterno em tudo que
me proponho a fazer.
Aos meus amigos, em especial Érika Freitas, Marcelle Souza, Renata Batista, Sara
Elizabeth e Wallace Benjamin por compreenderem tantos momentos de ausência.
À Universidade Federal de Ouro Preto, por me receber nesta ilustre casa.
Ao Programa de Pós Graduação em Ciências Farmacêuticas (CIPHARMA) pela
oportunidade e aprendizado.
Ao meu orientador Prof. Dr. Tanus Jorge Nagem pelo exemplo de luta, perseverança e
força. O senhor é realmente uma pessoa especial!
À minha co-orientadora Profª. Dra. Tânia Toledo de Oliveira pelos ensinamentos, pelo
incentivo, pela paciência e dedicação.
Aos amigos do Laboratório de Produtos Naturais (LAPPRONA) pela amizade, pelo
incentivo e apoio durante o desenvolvimento desse projeto, em especial à Ana Lia Mazzeti,
Jordana Mol, Katiúscia F. Rodrigues e Tamires de Souza Rodrigues.
Aos professores, que muito mais que professores, foram verdadeiros mestres e amigos,
Cláudia Martins, Sidney Augusto (Bibo), Gustavo Henrique Barbosa, Orlando David
Henrique, Carlos Eduardo e Rosângela Barbosa. Meus eternos agradecimentos!
Aos funcionários Adão, Délio Fernandes Lopes, José Maria Marcelino, Marcelo
Augusto Alves Costa pelo carinho e pela colaboração.
v
À amiga de tantos anos e de todas as horas Rosana Gonçalves Rodrigues-das-Dôres
pela amizade, pelo incentivo, pelos aprendizados, pelas risadas e oportunidades. Não tenho
palavras para te agradecer!
Ao Botânico prof. Doutor João Renato Sthemann da Universidade Federal de Minas
Gerais pela identificação da espécie.
À professora Ms. Fernanda Duval pelo auxílio na confecção da exsicata.
Ao professor Dr. Ricardo Tavares pelas análises estatísticas.
Aos alunos e funcionários do Laboratório Biofármacos da Universidade Federal de Viçosa
(UFV), em especial à Idelvânia dos Anjos, Luiz Eduardo, Carlos Eduardo, Marcos e Sílvia
Ribeiro. Seria muito mais difícil sem vocês!
À Lorena e suas amigas de república por tornar os meus dias em Viçosa mais agradáveis e
confortáveis.
Aos funcionários do Laboratório de Análises Clínicas do Departamento de Medicina
Veterinária da Universidade Federal de Viçosa (UFV), em especial ao farmacêutico Aécio.
À Eunice, Liliam e Ilza pelo apoio e pelas análises no HPLC.
Aos meus companheiros de turma no mestrado, em especial à Paola, Priscila, Patrícia
e Renata pelas risadas e pelos momentos de descontração.
À Alessandra Vidal e Nívea Cristina pela companhia durante o percurso pela estrada
Real. Essa amizade é eterna!
À Karina Zanotti e sua família pelos reconfortantes cafés de final de tarde após
atravessar o deslumbramento da Estrada Real embaladas ao som de Djavan.
Ao professor Gabriel e Sílvio da Universidade Viçosa (UNIVIÇOSA) pela confecção
das lâminas histológicas.
Ao Allysson Benjamin pelo incentivo e apoio durante esse período.
vi
Aos meus alunos do curso de Farmácia da Universidade Presidente Antônio Carlos –
UNIPAC – Barbacena por permitirem aprendizado e aprimoramento no dia-a-dia dentro e
fora das salas de aula. Serei eternamente grata!
A todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para a execução desse
trabalho!
vii
“É melhor tentar e falhar, que preocupar-se e ver
a vida passar. É melhor tentar, ainda em vão, que
sentar-se fazendo nada até o final. Eu prefiro na
chuva caminhar que em dias tristes em casa
esconder. Prefiro ser feliz, embora louco, que em
conformidade viver...”
Martin Luther King
viii
RESUMO
RESUMO
ALMEIDA, J.C.S. Avaliação do potencial antiinflamatório de Capsicum baccatum.
Dissertação de Mestrado – Escola de Farmácia – Universidade Federal de Ouro Preto. Ouro
Preto, 2010.
Palavras-chave: Capsicum, pimenta dedo-de-moça, atividade antinoceptiva e antiinflamatória
As pimentas do gênero Capsicum apresentam várias atividades biológicas, tais como:
atividade antioxidante, antiinflamatória, analgésica, dentre outras. Com o objetivo de estudar
o potencial antiinflamatório e analgésico da espécie Capsicum baccatum L. foi preparado o
extrato acetônico dos frutos verdes da espécie e realizados os seguintes testes: edema de pata
induzido por carragenina, contorções abdominais induzidas por ácido acético e análise
histológica do músculo plantar dos ratos Wistar após 4h da indução do edema de pata. No
teste de edema de pata determinou-se a resposta antiedematogênica do extrato acetônico de
Capsicum baccatum L. nas concentrações de 100, 300, 600 e 1000mg/Kg de peso,
comparados à nimesulida (300mg/Kg de peso), adotando-se os tratamentos 1 hora antes da
indução do edema. No teste de contorções abdominais induzido por ácido acético (0,6%),
determinou-se o número de contorções entre 10 e 30 minutos após a administração do ácido,
utilizando as doses de 100, 300, 600 e 1000mg/Kg de peso, comparados à nimesulida
(300mg/Kg de peso), adotando-se os tratamentos 1h antes da administração do ácido. No
edema de pata induzido por carragenina, a melhor a dose foi a de 1000mg/Kg de peso,
promovendo um aumento de edema de apenas 9,6%. Em se tratando de contorções
abdominais, todas as doses mostraram-se efetivas, reduzindo o número de contorções em 65,
68, 68 e 65%, aproximadamente, nas doses de 100, 300, 600 e 1000mg/Kg de peso,
respectivamente; sendo os resultados dos extratos estatisticamente iguais entre si e ao
controle. A análise histológica do músculo plantar dos ratos confirmou a diminuição do
ix
edema no tratamento com 1000mg/Kg de peso. Baseado nos resultados obtidos pode-se
concluir que o extrato acetônico dos frutos verdes de Capsicum baccatum L. apresenta
atividade antinoceptiva nas doses de 100, 300, 600 e 1000mg/Kg de peso e atividade
antiinflamatória na dose de 1000mg/Kg de peso, nos modelos apresentados.
x
ABSTRACT
ABSTRACT
ALMEIDA, J.C.S. Avaliação do potencial antiinflamatório de Capsicum baccatum.
Dissertação de Mestrado – Escola de Farmácia – Universidade Federal de Ouro Preto. Ouro
Preto, 2010.
Keywords: Capsicum, chili finger-shaped girl, antinociceptive and antiinflammatory activity
The Capsicum peppers contain several biological activities such as antioxidant, anti-
inflammatory, analgesic, among others. Aiming to study the potential anti-inflammatory and
analgesic species Capsicum baccatum L. was prepared acetone extract of unripe fruits of the
species and performed the following tests: paw edema induced by carrageenan, writhing
induced by acetic acid and histologic analysis of the plantar muscle of rats after 4 h induction
of paw edema. In the test of paw edema was determined to answer antiedematogenic the
acetone extract of Capsicum baccatum L. concentrations of 100, 300, 600 and 1000mg/kg
body weight, compared to nimesulide (300 mg / kg body weight), adopting the treatments 1
hour before induction of edema. In the writhing test induced by acetic acid (0.6%), we
determined the number of contortions between 10 and 30 minutes after administration of acid,
using doses of 100, 300, 600 and 1000mg/kg body weight, compared to nimesulide (300 mg /
kg body weight), adopting the treatments 1 hour before the acid administration. In the paw
edema induced by carrageenin, the best dose of 1000mg/Kg was the weight, causing an
increase of swelling of only 9,6%. In the case of contortions, all doses have been proven
effective by reducing the number of contortions in 65, 68, 68 and 65%, approximately, at
doses of 100, 300, 600 and 1000mg/kg body weight, respectively, being the results of the
extracts statistically similar to each other and control. Histological analysis of the plantar
muscle of mice confirmed the reduction of edema in the treatment with 1000mg/kg of body
xi
weight. Based on these results we can conclude that the acetone extract of unripe fruits of
Capsicum baccatum L. shows antinociceptive activity at doses of 100, 300, 600 and
1000mg/kg body weight and anti-inflammatory activity in a dose of 1000mg/kg of body
weight in the models presented.
xii
xiii Juliana Cristina dos Santos Almeida
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Concentração média de massa fresca, massa seca, cinzas totais e perda de
água de frutos maduros de Capsicum baccatum L........................................
50
Tabela 2 Rendimento dos extratos acetônicos dos frutos de Capsicum baccatum L.
em três diferentes estádios de maturação......................................................
52
Tabela 3 Valores de Rf de capsaicina em extratos em acetona de Capsicum
nos estádios imaturo e intermediário de maturação, sendo a concentração deste metabólito
inferior no estádio maduro.
A concentração de capsaicina nos frutos das espécies do gênero Capsicum, dentre elas a
espécie Capsicum baccatum L. aumenta com a maturidade dos frutos, sofrendo um rápido
decréscimo no estádio maduro. Isso ocorre devido à presença da enzima peroxidase na
placenta dos frutos (CONTRERAS-PADILLA, 1998).
Portanto, a menor concentração de capsaicina no estádio maduro dos frutos de
Capsicum baccatum L. é encontrada devido à degradação desse metabólito durante a
maturação dos frutos.
A concentração de capsaicina encontrada no extrato acetônico dos frutos imaturos de
Capsicum baccatum L. são superiores àquele encontrado no estádio maduro, confirmando os
dados encontrados na literatura.
5.8. Quantificação dos constituintes fenólicos totais
Compostos fenólicos são substâncias altamente reativas quimicamente, responsáveis por
uma grande variedade de ações biológicas em plantas utilizadas com fins medicinais. Além de
contribuírem no sabor, odor e na coloração de diversos vegetais, possuem atividade
antioxidante pronunciada, atividade antibacteriana e antiviral, inibição da 5-lipoxigenase
(SIMÕES et al., 2004). Portanto, são compostos que se destacam por produzir atividade
farmacológica em um grande número de espécies vegetais.
Determinar os níveis de compostos fenólicos em tecidos vegetais constitui a etapa
inicial de qualquer pesquisa de atividade fisiológica, visando a prevenção e tratamento de
doenças. A capacidade redutora desses compostos pode ser utilizada para direcionar a
quantificação inicial (FURLONG et al., 2003).
61 Juliana Cristina dos Santos Almeida
Para determinação dos compostos fenólicos nos três estádios de maturação (imaturo,
intermediário e maduro) dos frutos de Capsicum baccatum L. foi construída a curva de
calibração.
A curva de calibração de compostos fenólicos foi construída com o ácido tânico em
concentrações de 20, 30, 40, 50 e 60µg/mL. Para cada ponto foram realizadas quatro
replicatas (Figura 33).
Curva de Calibração de compostos fenólicos
0 20 40 60 800.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
r2= 0,991y = 0,007x - 0,003
Concentração ácido tânico ( µµµµg)
Abso
rvân
cia
265n
m
Figura 33 – Curva de calibração de compostos fenólicos. Padrão ácido tânico.
Fonte: Arquivo pessoal do pesquisador.
O método apresentou-se linear caracterizado por equação da reta y = 0,007x – 0,003 e
coeficiente de determinação r2= 0,991.
Os valores encontrados para a concentração de compostos fenólicos em extratos
acetônicos dos frutos de Capsicum baccatum L. em diferentes estádios de maturação foram
submetidos à análise de variância (ANOVA – one way) com grau de significância para p≤0,05
e estão representados na tabela abaixo (Tabela 9).
62 Juliana Cristina dos Santos Almeida
Tabela 9 – Valores médios da concentração de compostos fenólicos em extratos em
acetona de Capsicum baccatum L. em três diferentes estádios de maturação
Estádios de maturação Peso
(g)
Absorbância
(765nm)
Concentração Compostos
Fenólicos (µg/mg de amostra)
Verde 0,0023 0,304 39,83*
Intermediário 0,0021 0,175 21,67
Maduro 0,0021 0,239 31,67
* Diferença significativa com relação aos outros grupos após análise de variância (ANOVA)
O extrato acetônico dos frutos de Capsicum baccatum L. no estádio imaturo, obtido
pelo método de maceração exaustiva, foi o que apresentou a maior concentração de
compostos fenólicos (39,83µg/mg de amostra), sendo estatisticamente superior e diferente da
concentração encontrada nos estádios intermediário e maduro.
As pimentas do gênero Capsicum apresentam uma diversidade de compostos químicos
conhecidos como compostos fenólicos, dos quais podem ser destacados os flavonoides,
capsaicinoides, ácidos fenólicos, dentre outros (KAPPEL, 2007).
A maior concentração de compostos fenólicos no extrato acetônico produzido a partir
dos frutos imaturos de Capsicum baccatum L. é justificada pela maior concentração de
capsaicina nesse estádio de maturação e a presença do flavonoide quercetina. Esses dados
confirmam o resultado de vários estudos que encontraram mudança na composição química
influenciada pelo processo de maturação em espécies do gênero Capsicum (DEEPA et al.,
2006, KAPPEL, 2007, MÓRAN-BAÑUELOS, 2008).
63 Juliana Cristina dos Santos Almeida
5.9. Atividade antioxidante
A oxidação nos sistemas biológicos ocorre devido à ação dos radicais livres ou espécies
reativas de oxigênio (ERO) no organismo. Elas podem ser geradas por fontes endógenas e
exógenas. Por fontes endógenas, originam-se de processos biológicos normalmente do
organismo, tais como: redução da flavinas e tióis; resultado da atividade de oxidases,
ciclooxigenases, lipoxigenases, desidrogenases e peroxidases, presença de metais de transição
no interior da célula e de sistemas de transporte de elétrons (SOARES, 2002).
Muitas doenças e processos degenerativos podem ser associados ao aumento na
produção das ERO no organismo, podendo ser incluídos: inflamação, isquemia cerebral,
mutagênese, câncer, demência e processos relacionados à idade fisiológica (SAVEGNAGO,
2006).
Antioxidantes fenólicos funcionam como seqüestradores de radicais livres e algumas
vezes como quelantes de metais, agindo tanto na etapa de iniciação como na propagação do
processo oxidativo (SOARES, 2002).
A atividade antioxidante dos extratos acetônicos nos estádios imaturo, intermediário e
maduro apresentou valor médio de 72,90 ±1,52%. O padrão butilhidroxianisol (BHA) nas
concentrações de 5, 10, 25, 50 e 75µg/mL, demonstrou valores de atividade antioxidante
estatisticamente igual à atividade antioxidante dos extratos acetônicos de Capsicum baccatum
L. no estádio imaturo nas concentrações de 5, 10, 25, 50 e 75µg/mL. Os demais extratos
acetônicos nos estádios intermediários e maduro apresentaram valores inferiores ao padrão e
ao extrato acetônico imaturo (Figura 34).
64 Juliana Cristina dos Santos Almeida
ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DOS EXTRATOS ACETÔNICOS DA PIMENTADEDO-DE-MOÇA EM TRÊS ESTÁDIOS DE MATURAÇÃO
0 20 40 60 8060
70
80
90
100
BHA
IMATURO
INTERMEDIÁRIO
MADURO
Concentração dos extratos de pimenta dedo-de-moça (µµµµg/mL)
Ativ
idade
antio
xida
nte
(%
inib
ição)
Figura 34 – Atividade antioxidante de extratos acetônicos dos frutos de Capsicum baccatum L. em três estádios diferentes de maturação (imaturo, intermediário e maduro). * Significativo após análise de
variância (ANOVA) seguida do Teste de Tukey a 5% de significância (p<0,05)
A quercetina apresenta um potente efeito antioxidante, combinando-se com espécies de
radicais livres para formar radicais fenoxi menos reativos (MARTINEZ, 2008).
Os capsaicinoides, dentre eles a capsaicina, possui atividade antioxidante (TOPUZ et
al., 2007, MORÁN-BAÑUELOS et al., 2008) e antibacteriana contra um grupo de bactérias
(TOPUZ et al., 2007).
A miricetina é um composto polifenólico com propriedades antioxidantes. Miricetina
tem sido reportada por ter diversas aplicações terapêuticas como anticâncer, antivírus,
antimicrobiano, antiagregante plaquetário e citoproteção (TIWARI et al., 2009).
Uma correlação positiva entre a maior concentração de capsaicina, a presença de
flavonóides (quercetina) e a alta concentração de compostos fenólicos no extrato acetônico
produzido a partir dos frutos imaturos de Capsicum baccatum L. e a atividade antioxidante in
vitro foi verificada. Esta correlação demonstrada foi semelhante à encontrada em outros
extratos ricos em polifenois, sugerindo que os compostos fenólicos poderiam ser os
responsáveis pela atividade antioxidante destes extratos (KAPPEL, 2007). No entanto, cabe
* * * * *
65 Juliana Cristina dos Santos Almeida
ressaltar que por se tratar de um extrato bruto as propriedades encontradas podem ser devido
ao sinergismo dos diversos compostos presentes no extrato.
5.10. Determinação da bioletalidade frente a Artemia salina Leach
A utilização de bioensaios para o monitoramento da bioatividade de extratos, frações e
substâncias isoladas de plantas tem sido frequentemente incorporada à pesquisa fitoquímica.
Dentre estes ensaios biológicos destaca-se o ensaio de bioletalidade frente a Artemia salina
Leach (NOLDIN et al., 2003).
Artemia salina Leach é um crustáceo da classe Anostracea, que vive em águas salinas
e salobras de todo o mundo. Possui 4 estágios de desenvolvimento (ovo, náuplio, metanáuplio
e adulto) e alguns mecanismos de adaptação que as tornam cosmopolitas, como a
osmorregulação, a presença de pigmentos respiratórios como a hemoglobina e a
disponibilidade de alternativas reprodutivas que facilitam a dispersão e a perpetuação dessa
espécie. Essa espécie é amplamente conhecida como indicador de toxicidade de substâncias
químicas, pesticidas, poluentes em um bioensaio (Brine Shrimp Test), utilizando-se a
Concentração Letal Média (CL50) como parâmetro de avaliação da atividade biológica
(LOPES, 2007).
O extrato acetônico dos frutos imaturos de Capsicum baccatum L. não causaram
letalidade em larvas de Artemia salina L. nas concentrações de 10 e 100µg/mL. Na
concentração de 1000 µg/mL do extrato acetônico dos frutos imaturos de Capsicum baccatum
L. houve uma letalidade de 20%.
Os resultados obtidos no ensaio de Artemia salina L. indicam uma baixa toxicidade do
extrato testado nesta espécie, uma vez que o extrato acetônico mostrou toxicidade na
concentração de 1000µg/mL.
66 Juliana Cristina dos Santos Almeida
A toxicidade com Artemia salina mostra boa correlação com atividades antitumoral,
inseticida e anti-Trypanosoma cruzi para substâncias com Concentração letal média menores
do que 1000 µg/mL (RUIZ et al., 2005). Por outro lado, uma baixa toxicidade pode ser
interessante para a utilização de extratos vegetais no desenvolvimento de novas formulações
terapêuticas, não deixando de levar em consideração a necessidade de maiores estudos para
avaliar a toxicidade em humanos.
5.11. Teste antifúngico
As leveduras do gênero Candida têm grande importância pela alta frequência com que
colonizam e infectam o hospedeiro humano. Espécies de Candida são encontradas no tubo
gastrintestinal em 20% a 80% da população adulta saudável. Esses microorganismos
comensais tornam-se patogênicos caso ocorram alterações nos mecanismos de defesa do
hospedeiro ou o comprometimento de barreiras anatômicas secundariamente a queimaduras
ou procedimentos médicos invasivos (COLOMBO & GUIMARÃES, 2003).
As espécies de Candida são as leveduras mais usualmente envolvidas na etiologia de
infecções micóticas. A candidíase caracteriza-se como a infecção fúngica mais comum sendo
Candida albicans seu agente etiológico mais freqüente. Outras espécies, tais como: Candida
tropicallis, Candida krusei, Candida parapsilosis também podem estar relacionadas à
incidência de candidíase (LIMA, 2006). Atualmente são conhecidas cerca de dezessete
espécies de Candida causadoras de micoses superficiais ou invasivas em seres humanos
(COLOMBO & GUIMARÃES, 2003).
Os quadros clínicos mais rotineiramente reportados à candidíase são a do tipo cutâneo-
mucosa, sistêmica/visceral e alérgica (LIMA et al., 2006).
A infecção por Candida sp produz um quadro diverso de processos infecciosos e
inflamatórios, podendo ser citados: glossite rombóide, lesões bucais (SPOLIDORIO, 2003),
67 Juliana Cristina dos Santos Almeida
inflamações vaginais (RIBEIRO, 2007), infecções de pele e mucosa (COLOMBO &
GUIMARÃES, 2003). Portanto, é de grande interesse terapêutico uma formulação que possua
atividade antiinflamatória e antifúngica frente a microorganismos do gênero Candida.
Os pacientes imunocomprometidos apresentam maior probabilidade de serem
acometidos por infecções fúngicas, como os indivíduos portadores de leucemia, linfoma,
diabetes mellitus e síndrome da imunodeficiência adquirida (LIMA et al., 2006). Trabalhos
demonstram que a presença de Candida sp aumenta a severidade de displasias bucais
(SPOLIDORIO et al., 2003).
Nos últimos anos, vem aumentando o número de infecções invasivas causadas por
espécies de Candida não albicans (COLOMBO & GUIMARÃES, 2003).
Atualmente, no mercado farmacêutico existe uma vasta gama de medicamentos para o
tratamento de infecções micóticas, dentre eles podem ser citados os antisépticos (tintura de
fluconazol, miconazol) e os compostos de selênio e anfotericina B. Entretanto, as infecções
fúngicas são de difícil tratamento devido à resistência adquirida pelos microorganismos frente
aos agentes antimicóticos (LIMA, 2006). Portanto, torna-se interessante o estudo de uma
substância que possa auxiliar ou efetivamente tratar quadros de infecções fúngicas,
principalmente aqueles causados por espécies do gênero Candida.
A avaliação quantitativa da atividade antifúngica (determinação da Concentração
Inibitória Mínima – CIM) demonstrou que o extrato bruto em acetona dos frutos de pimenta-
de-moça (Capsicum baccatum L.) verde tem atividade contra C. albicans, C. tropicalis na
concentração média de 128µg/mL, não sendo efetivo para C. parapsilosis e C. krusei nas
concentrações analisadas.
Os resultados obtidos in vitro mostraram que o extrato bruto acetônico de pimenta dedo-
de-moça verde (Capsicum baccatum L.) demonstrou capacidade moderada de inibir o
68 Juliana Cristina dos Santos Almeida
crescimento de espécies Candida, podendo auxiliar ou promover o tratamento da candidíase
provocada por Candida albicans e Candida tropicalis.
Candida albicans é espécie mais associada a diversos quadros patológicos relacionados
a infecções superficiais e invasivas em diferentes sítios anatômicos. Esta espécie é
naturalmente a sensível a uma gama grande de antifúngicos, entretanto casos de resistência
têm sido associados ao uso prolongado de azólicos (COLOMBO & GUIMARÃES, 2003).
Candida tropicalis constitui um agente oportunista em casos de neoplasias, sendo sua
freqüência maior em leucemias e menor em tumores sólidos. Em países da América Latina,
principalmente o Brasil, está espécie é extremamente freqüente. Candidíase sistêmica com
lesões de pele são principalmente devido à presença de Candida tropicalis (COLOMBO &
GUIMARÃES, 2003).
Vários compostos químicos presentes em plantas medicinais são responsáveis pela
atividade antimicrobiana das espécies com essas propriedades, tais como: saponinas (LÓPEZ,
2010), flavonoides, taninos, terpenos, sesquiterpenos (TAJKARIMI et al., 2010) e alcaloides
(DOG, 2006).
O mecanismo de ação sugerido para a atividade antifúngica das saponinas é sua
interação com os esteróis da membrana fúngica (LÓPEZ, 2010).
Segundo Kappel (2007) os capsaicinoides, compostos encontrados nas pimentas do
gênero Capsicum, além de serem responsáveis pela pungência dessas espécies, apresentam
atividades antimicrobiana, antioxidante, anticâncer e analgésica.
Portanto, a resposta biológica apresentada pelo extrato acetônico dos frutos imaturos de
Capsicum baccatum L., provavelmente está associada à presença em sua composição química
de um complexo de metabólitos secundários, tais como: taninos, flavonoides, capsaicinoides
(capsaicina), saponinas e terpenos. Essas substâncias, presentes em associação no extrato
estudado, apresentam um sinergismo de ação antifúngica frente às espécies de Candida
69 Juliana Cristina dos Santos Almeida
albicans e Candida tropicalis podendo abrir perspectivas no sentido de desenvolver um
fitoterápico eficaz e de baixo custo.
5.12. Desenvolvimento da formulação farmacêutica
Para o desenvolvimento da formulação-teste foram levados em consideração todos os
parâmetros avaliados para os três estádios de maturação dos frutos de Capsicum baccatum L.
que influenciam nas atividades biológicas. Portanto, o extrato acetônico dos frutos no estádio
imaturo de desenvolvimento foi o escolhido por apresentar baixa toxicidade frente à Artemia
salina L. (20% na concentração de 1000µg/mL do extrato), alta atividade antioxidante (71,6%
de atividade sequestrante), alta concentração de compostos fenólicos (39,8 µg/mg de
amostra); demonstrar a presença de metabólitos importantes nos efeitos terapêuticos
desejados (capsaicina, flavonoides, terpenos e triterpenos), concentração de capsaicina maior
do que nos demais estádios de maturação (60,51 µg/mL) e por ainda apresentar atividade
antifúngica na concentração de 128 µg/mL frente aos microrganismos Candida parapsilosis e
Candida krusei, que são microrganismos associados a vários quadros inflamatórios.
A formulação farmacêutica foi desenvolvida sob a forma de xarope. Xarope é uma
solução aquosa concentrada de açúcar ou de outra substância que o substitua, com ou sem
acréscimo de flavorizantes e princípios ativos, que possui dentre outras vantagens, a
propriedade de mascarar substâncias com sabor desagradável (ANSEL, 2000).
A capsaicina presente no extrato acetônico de Capsicum baccatum L., possui como uma
de suas características a pungência. Portanto, uma formulação contendo essa substância
possui ardor muito intenso, que deve ser minimizado pela presença de componentes utilizados
na forma farmacêutica. Uma dessas alternativas é a utilização de mel em formulações de
xarope.
70 Juliana Cristina dos Santos Almeida
A base do xarope foi formulada com as seguintes substâncias: açúcar, água e mel. A
formulação-base do xarope foi fabricada pela dissolução com aquecimento (ANSEL, 2000),
sendo o extrato acetônico de Capsicum baccatum L. em estádio imaturo acrescentado à
temperatura ambiente sob agitação manual vigorosa.
A viscosidade da formulação foi determinada no viscosímetro Viscotester 6 L (Thermo
Rhaake) numa rotação de 30 rotações/minuto (RPM) com fuso L1 a 60,7%.
Para a determinação do pH do xarope foi utilizado o aparelho à temperatura de 25ºC.
A densidade foi determinada pelo método do picnômetro, segundo a Farmacopéia
Brasileira – 4ª edição (1988), a uma temperatura de 25ºC.
A determinação da concentração de capsaicina na formulação foi realizada através da
metodologia validada para Cromatografia Líquida de Alta Eficiência descrita na página 30.
Os parâmetros físico-químicos estabelecidos para a formulação estão representados na
tabela abaixo (Tabela 10).
Tabela 10 – Parâmetros físico-químicos do xarope contendo extrato em acetona de
Capsicum baccatum L. no estádio imaturo (verde)
Parâmetros físicos-químicos Valores
Concentração de capsaicina 59,92 µg/mL
Densidade 1,36 mg/mL
pHmetro 6,5
Viscosidade 121mPas
Portanto, a formulação final apresentou aspecto fluido, com pH ácido, densidade de
1,36mg/mL e concentração de capsaicina de 59,92µg/mL.
71 Juliana Cristina dos Santos Almeida
5.13. Testes de atividade farmacológica
Os testes de atividade farmacológica são de suma importância para avaliar a atividade
de substâncias com potencial de utilização terapêutica em seres vivos. Para realizar a
avaliação da atividade antiinflamatória e antinoceptiva do extrato acetônico dos frutos
imaturos de Capsicum baccatum L. foram realizados os testes de contorções abdominais
induzido por ácido acético (0,6%) e o teste de edema de pata induzido por carragenina (1%),
em ratos machos da linhagem Wistar, respectivamente.
5.13.1. Teste de contorções abdominais
O método de contorções abdominais baseia-se na atuação indireta do ácido acético no
fluido peritonial, provocando a liberação de mediadores endógenos. Desta forma, ocorre a
sensibilização inicial e posterior estimulação das terminações neuronais dessa região.
Recentemente, Ribeiro et al (2000) mostraram que a nocicepção induzida pelo ácido acético
depende da liberação de citocinas, como a interleucina-1β (IL-1 β), TNF-α e a interleucina-8
(IL-8), a partir de macrófagos e basófilos residentes na cavidade abdominal e que, em
conjunto com outros mediadores podem induzir a nocicepção característica observada nesse
modelo.
Substâncias químicas injetadas por via intraperitoneal induzem contorções abdominais
devido à sensibilização de nociceptores por prostaglandinas. O teste de contorções
abdominais é útil para avaliar a analgesia moderada produzida por compostos
antiinflamatórios (PIRES et al., 2004).
O modelo de nocicepção empregado envolve diferentes mecanismos da dor, tais como
ativação do sistema simpático com liberação de aminas bioativas, os metabólitos do ácido
araquidônico e o sistema opioide. O ácido acético age induzindo a liberação de mediadores
72 Juliana Cristina dos Santos Almeida
endógenos que estimulam os nociceptores que são sensíveis aos antiinflamatórios não-
esteroides e/ou opioides (DUTRA et al., 2006).
A tabela 11 mostra os resultados obtidos no teste de contorções abdominais analisadas
estatisticamente por ANOVA (one-way) seguidos dos testes de Tukey e Dunnet, com
significância para p≤0,10.
73
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74 Juliana Cristina dos Santos Almeida
Teste de contorção abdominal induzida pelo ácido acético
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10
20
30
40
Produtos testados (mg/Kg de peso)
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Figura 35 – Efeito analgésico da formulação na forma de xarope contendo o extrato acetônico dos frutos imaturos de Capsicum baccatum L. sobre o número de contorções abdominais induzidas por ácido acético (0,6% em salina) em ratos da linhagem Wistar (n=6). * Significativo em comparação ao grupo controle, após
análise de variância (ANOVA), seguida dos testes de Tukey e Dunnet a 10% de significância (p < 0,10)
O resultado da análise de variância (ANOVA) seguida pelos testes de Tukey e Dunnet,
para p≤0,10 demonstrou que os extratos acetônicos dos frutos de Capsicum baccatum L. nas
concentrações de 100, 300, 600 e 1000mg/Kg, incorporados em base de xarope, apresentaram
diferença estatisticamente significativa quando comparados com o controle (Figura 35).
Esses resultados indicaram que nas concentrações testadas, o extrato acetônico de Capsicum
baccatum L. é um potencial analgésico, não sendo observada melhora significativa na
inibição de contorções abdominais nas doses de 300, 600 e 1000mg/Kg de peso quando
comparado à concentração de 100mg/Kg de peso. Além disso, a ação nociceptiva avaliada
com o teste de contorções abdominais apresentou resultados para os extratos semelhantes à
droga padrão (nimesulida) na concentração de 300mg/Kg de peso.
* * *
* *
75 Juliana Cristina dos Santos Almeida
O fármaco utilizado como padrão foi a nimesulida por ser um analgésico e
antiinflamatório não-esteroidal que inibe seletivamente a enzima ciclooxigenase-2 (COX-2),
reduzindo a síntese de prostaglandinas relacionadas à inflamação e ao mecanismo da dor.
Recentes estudos indicam que espécies reativas de oxigênio (ERO) podem provocar
danos funcionais e estruturais nas células, além de estarem envolvidos em episódios de dor
persistente. Em condições fisiológicas normais, a produção de espécies reativas de oxigênio é
controlada por mecanismos celulares antioxidantes (LEE, 2007). A alta concentração de
compostos fenólicos no extrato acetônico dos frutos imaturos de Capsicum baccatum L.
(39,83µg/mg de ácido tânico) funciona como mecanismo auxiliar no controle da concentração
de espécies reativas de oxigênio presente nas células, auxiliando a diminuição do estímulo da
dor.
Diversos estudos demonstram que a capsaicina inativa neurônios sensoriais dos
glânglios da raiz dorsal da medula espinhal e dos glânglios do trigêmeo, encarregados de
transmitir a dor (SALAZAR-OLIVO et al., 2004).
A presença dos flavonoides luteolina, quercetina e apigenina, associada às classes de
substâncias capasaicinoides, carotenoides, ácidos fenólicos e uma complexa fração volátil, em
espécies do gênero Capsicum confere a essas espécies várias atividades terapêuticas:
rubefaciente, carminativo, analgésico, antiinflamatório, dor neuropática, dentre outras (British
Herbal Medicine Association – volume 2, 2006).
Diversos estudos demonstram o efeito antinociceptivo da quercetina e sugerem que o
mesmo pode ser mediado por sistemas serotoninérgico, taquicinérgico, glutamatérgico,
adrenérgico, glicocorticoide e dopaminérgico, não sofrendo a influência dos sistemas opioide,
oxidonitrérgico e colinérgico (FILHO, 2010).
76 Juliana Cristina dos Santos Almeida
Portanto, a ação sinérgica das classes de substâncias capsaicinoides, compostos
fenólicos (flavonoides), terpenos e triterpenos são responsáveis pela ação analgésica com o
extrato acetônico dos frutos verdes de Capsicum baccatum L.
5.13.2. Teste de edema de pata induzido por carragenina
A inflamação constitui um mecanismo de defesa local exclusivo dos tecidos
mesenquimais lesados, caracteriza-se por alterações do sistema vascular e dos componentes
líquidos e celulares. O edema constitui o acúmulo de líquido no tecido intersticial, nos
espaços ou nas cavidades do corpo. Ocorre devido ao aumento da pressão hidrostática e da
permeabilidade venular. A carragenina, entre outras aplicações, atua como um agente
inflamatório obtido através da extração com água ou com solução aquosa alcalina de alguns
membros da classe Rhodophyceae (algas vermelhas). O pico do edema produzido pela
carragenina ocorre entre a 3ª e 4ª hora. O efeito se mantém até a 6ª hora e nas horas seguintes
em seguida ele torna-se degenerativo (BACELLI, 2001).
A administração da carragenina (0,1mL a 1%) no interior das patas dos animais de
experimentação levou a um aumento progressivo do tamanho sendo das patas, ao longo das 4
horas de observação após a administração (Figura 36).
77 Juliana Cristina dos Santos Almeida
MÉDIA DA ESPESSURA DA PATA DO GRUPO CONTROLE
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Figura 36 – Aumento da espessura da pata (mm) em ratos Wistar induzido por carragenina a 1% e tratados com salina (n=6)
A variação percentual da espessura da pata de ratos Wistar estão expressos na tabela 12.
78
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79 Juliana Cristina dos Santos Almeida
A resposta edematogênica é um dos sinais da resposta inflamatória decorrente do
aumento da permeabilidade vascular, que ocorre na microcirculação, devido à ação dos
mediadores liberados (MOREIRA, 2008).
O edema produzido pela carragenina é um modelo bifásico, que conta com a
participação de vários mediadores que atuam em sequência para produzir a resposta
inflamatória (SILVA, 2005). Na fase inicial (0-1h) ocorre a liberação de histamina, serotonina
e bradicinina (BATISTA-LIMA, 2001). A fase posterior (1-6h) está relacionada com a
elevação da produção de prostaglandinas, ativação da COX-2 e a liberação de NO na resposta
inflamatória (SALVEMINI, 1996). De acordo com os dados acima apresentados (Tabela 12),
a inibição do edema nos animais que receberam tratamento com xarope do extrato acetônico
dos frutos imaturos de Capsicum baccatum L. na dosagem de 1000 mg/Kg de peso (1h antes
da aplicação do estímulo edematogênico - carragenina), ocorreu na 4ª hora, sendo similar à do
grupo tratado com nimesulida, o que sugere um mecanismo de ação baseado no envolvimento
de metabólitos do ácido araquidônico (MOREIRA, 2008).
A presença de flavonoides em extratos vegetais proporciona várias atividades
biológicas, dentre as quais podemos destacar a atividade antioxidante, anti-carcinogênica,
antiinflamatório, protetor dos sistemas cardiovascular, renal e hepático. Uma das ações dos
flavonoides está relacionada com a formação de ácidos graxos pela ação da fosfolipase A2,
responsável pela hidrólise de fosfolipídios presentes nas membranas celulares, com a
liberação do ácido araquidônico. Vários estudos indicam a inibição da enzima fosfolipase A2
pela quercetina. Além disso, estudos demonstram a ação de alguns flavonoides que inibem a
ação das enzimas ciclooxigenase e lipoxigenase, impedindo a formação das prostaglandinas e
leucotrienos, inibindo dessa forma os processos inflamatórios (BEHLING et al., 2004,
SILVA et al., 2002).
80 Juliana Cristina dos Santos Almeida
Os frutos secos da pimenta podem ser usados localmente para o tratamento da irritação
causada pelo reumatismo, como gargarejo para inflamação de garganta, em gastrites
alcoólicas e em certos casos de diarreia (CHUKWU, 2006).
Estudos apontam que a capsaicina exibe propriedade antiinflamatória e pode ser útil na
melhora de doenças inflamatórias e como agente preventivo (ALVES, 2006).
A capsaicina, um dos metabólitos secundários encontrados na espécie Capsicum
baccatum L., possui atividade inibitória sobre a enzima COX-2 e sobre a expressão da enzima
óxido-nítrico sintetase induzível (ALVES et al., 2006).
Em diversos estudos a quercetina demonstrou ter propriedades antiinflamatórias em
vários sistemas in vitro e in vivo, na cirrose hepática e na infecção pulmonar promovida pelo
vírus Influenza (MARTINEZ et al., 2008).
As saponinas presentes em muitas espécies vegetais aumentam a absorção e a atividade
de outras substâncias (LÓPEZ, 2010).
Os metabólitos secundários estão presentes nas plantas em complexas misturas
constituídas por vários tipos estruturais. Mesmo que a interação individual de um metabólito
secundário particular possa ser inespecífica e fraca, a soma de todas as interações leva a um
efeito substancial (LÓPEZ, 2002).
Diante de todas estas observações, pode-se supor que o sinergismo dos compostos
secundários presentes na formulação testada é responsável pela atividade antiinflamatória
observada no teste realizado. Como um dos mecanismos de ação sistêmica da formulação-
teste pode-se propor a atuação na fase final da resposta inflamatória induzida por carragenina,
já que o efeito foi melhor observado na 4ª hora após a administração do agente flogístico.
81 Juliana Cristina dos Santos Almeida
5.13.3. Histologia do edema de pata
As leituras histológicas foram realizadas observando os campos compreendidos entre as
camadas da epiderme, tecido subcutâneo até atingir o tecido muscular.
Pode-se observar que todos os grupos que receberam carragenina apresentaram
infiltrado inflamatório com a presença de células polimorfonucleadas com predomínio de
neutrófilos, poucos eosinófilos e degeneração hidrópica do tecido epitelial. O infiltrado
inflamatório apresenta-se distribuído pelo tecido subcutâneo estendendo-se ao redor das fibras
musculares.
As lâminas histológicas foram qualificadas conforme o grau de inflamação. Para essa
qualificação foi criada uma escala de inflamação baseada no número de células
polimorfonucleares presentes no tecido analisado e a presença ou não de edema tecidual. A
análise das lâminas está esquematizada na tabela abaixo (Tabela 13).
Os resultados obtidos da análise histológica das lâminas de patas de ratos da linhagem
Wistar submetidos injeção subplantar de salina (Figura 37), carragenina como agente
inflamatório (Figura 38) e os tratamentos realizados com formulação contendo extrato
acetônico dos frutos verdes de Capsicum baccatum L. na concentração de 1000mg/Kg de
peso (Figura 39) e nimesulida (Figura 40) demonstraram que o modelo proposto para o teste
farmacológico da ação antiinflamatória desenvolveu-se de forma satisfatória. Nos tratamentos
realizados com nimesulida e extrato acetônico dos frutos imaturos de Capsicum baccatum L.
na concentração de 1000mg/Kg de peso, houve remissão do edema e diminuição de células
inflamatórias, confirmando os resultados observados no modelo de edema de pata induzido
por carragenina. Portanto, o extrato acetônico dos frutos verdes de Capsicum baccatum L., na
concentração de 1000mg/Kg de peso, demonstrou ser efetivo para o tratamento da inflamação
aguda em ratos da linhagem Wistar, no modelo de edema de pata induzido por carragenina.
82
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83 Juliana Cristina dos Santos Almeida
A figura 37 demonstra as lâminas histológicas da região plantar das patas traseiras
de ratos Wistar, 4h após a injeção com solução de salina. Observa-se a ausência de
células inflamatórias e edema tecidual.
Figura 37 – Fotomicrografias das lâminas histológicas do grupo controle salina. Coloração
Hematoxilina/Eosina. A: Aumento de 100x. B: Aumento de 400x.
A
B
84 Juliana Cristina dos Santos Almeida
A figura 38 demonstra as lâminas histológicas da região plantar das patas traseiras
de ratos Wistar, 4h após a injeção com solução de carragenina a 1%. Pode-se observar
edema tecidual, com espaçamento entre as fibras musculares em resposta transitória
aguda e infiltrados celulares precoces com grande número de neutrófilos e outras células
inflamatórias acumuladas em área de inflamação aguda.
Figura 38 – Fotomicrografias das lâminas histológicas do grupo controle carragenina a 1%.
Coloração Hematoxilina/Eosina. A: Aumento de 100x. B: Aumento de 400x.
B
A
Células inflamatórias ↘
85 Juliana Cristina dos Santos Almeida
A figura 39 demonstra as lâminas histológicas da região plantar das patas traseiras
de ratos Wistar, 4h após a injeção com solução de carragenina a 1% e tratados com
xarope contendo 1000mg/Kg de peso do extrato acetônico dos frutos imaturos de
Capsicum baccatum L. Pode-se observar uma diminuição significativa da infiltração
leucocitária e redução do edema.
Figura 39 – Fotomicrografias das lâminas histológicas do grupo tratado com 1000mg/Kg de extrato
acetônico de Capsicum baccatum L. Coloração Hematoxilina/Eosina. A: Aumento de 100x. B:
Aumento de 400x.
A
B
86 Juliana Cristina dos Santos Almeida
A figura 40 demonstra as lâminas histológicas da região plantar das patas traseiras
de ratos Wistar, 4h após a injeção com solução de carragenina 1% e tratados com
nimesulida 300mg/Kg de peso. Observa-se a redução do edema tecidual e do infiltrado
inflamatório (influxo leucocitário).
Figura 40 – Fotomicrografias das lâminas histológicas do grupo tratado com Nimesulida
300mg/Kg. Coloração Hematoxilina/Eosina. A: Aumento de 100x. B: Aumento de 400x.
A
B
CONCLUSÃO
87
6. CONCLUSÃO
O estudo morfo-anatômico dos frutos de Capsicum baccatum L. demonstraram frutos
do tipo baga, alongados, medindo de 7 a 9 centímetros de comprimento e 4 a 5 cm de largura.
O epicarpo é fino, liso e carnoso, apresentando coloração vermelha no estádio final de
maturação. O pericarpo é carnoso e de pouca espessura.
Na análise microscópica o corte transversal da epiderme demonstrou camada
epidérmica de forma multisseriada, composta de até cinco camadas de células poliédricas,
destacando-se a presença de cutina sobre essas células. Presença de tecido de expansão celular
com 3 a 15 camadas, parênquima de preenchimento com mais de 10 camadas de células.
O estudo histoquímico realizado nos frutos no estádio imaturo (verde) de Capsicum
baccatum L. demonstraram a presença de compostos fenólicos, flavonóides, lactonas
sesquiterpênicas, taninos e mucilagem.
A determinação de massa fresca, massa seca, porcentagem de água e cinzas totais
demonstrou frutos de boa qualidade e com as determinações dentro das especificações da
legislação vigente.
Os extratos acetônicos produzidos a partir dos frutos de Capsicum baccatum L.
apresentaram rendimentos diferentes, sendo o rendimento dos frutos no estádio intermediário
o de maior valor.
O screening fitoquímico dos extratos acetônicos demonstraram a presença das
substâncias capsaicina, terpenos, saponinas e flavonoides.
O principal composto identificado e quantificado nos frutos imaturos de Capsicum
baccatum L. foi a capsaicina.
O extrato acetônico dos frutos no estádio imaturo foi o que apresentou a maior
concentração de compostos fenólicos.
88
O extrato acetônico dos frutos verdes da espécie Capsicum baccatum L. apresentaram
atividade antioxidante pronunciada em todas as concentrações testadas.
Os resultados obtidos no ensaio de Artemia salina L. indicam uma baixa toxicidade do
extrato acetônico dos frutos imaturos de Capsicum baccatum L. testado nesta espécie.
Os resultados obtidos in vitro mostraram que o extrato bruto acetônico de pimenta dedo-
de-moça verde (Capsicum baccatum L.) demonstrou capacidade moderada de inibir o
crescimento de espécies Candida, podendo auxiliar ou promover o tratamento da candidíase
provocada por Candida albicans e Candida tropicalis.
A administração oral do extrato acetônico dos frutos imaturos de Capsicum baccatum L.
na concentração de 1000mg/Kg de peso, em ratos Wistar, apresenta efeito inibitório no
modelo experimental de inflamação aguda de edema de pata induzido por carragenina.
A administração oral do extrato acetônico dos frutos imaturos de Capsicum baccatum L.
nas concentrações de 100, 300, 600 e 1000mg/Kg de peso, em ratos Wistar, apresenta efeito
inibitório no modelo experimental de contorções abdominais induzido por ácido acético.
A análise histológica confirma a remissão do processo inflamatório em edema de pata
induzido por carragenina no tratamento realizado 30 minutos antes da indução do edema com
a dose de 1000µg/Kg de peso.
Esses dados fornecem parâmetros para avaliar o potencial antiinflamatório e nociceptivo
da formulação desenvolvida, sugerindo a continuidade da pesquisa com estudos específicos
de atividade farmacológica visando possíveis novas ações terapêuticas e complementação das
ações aquí testadas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Juliana Cristina dos Santos Almeida 89
7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALBERTINE, R. Análise do efeito do laser de Baixa Potência (As-Ga-Al) em Inflamação
Aguda. 2001. 80f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Biomédica) Instituto de Pesquisa e
Desenvolvimento, Universidade do Vale do Paraíba, Paraíba.
ALVES, M. K. Avaliação da ação antiinflamatória e antidislipidêmica de Capsicum baccatum
var. pendulum L. (Solanaceae) – pimenta dedo-de-moça. 2006. Dissertação (Mestrado em
Biologia Celular e Molecular) Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, PUC RS,