UNINGÁ - UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR INGÁ FACULDADE INGÁ PÓS-GRADUAÇÃO EM ADEQUAÇÃO NUTRICIONAL E MANUTENÇÃO DA HOMEOSTASE ENDÓCRINA – PREVENÇÃO E TRATAMENTO DE DOENÇAS RELACIONADAS A IDADE WELNEY LOPES DE CARVALHO TRATAMENTO DA OBESIDADE COM USO DA GONADOTROFINA CORIÔNICA HUMANA (hCG) REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SÃO PAULO 2017 Trabalho apresentado à Faculdade Ingá, como requisito parcial para obtenção de Certificado de Conclusão de Curso de Pós-Graduação Lato Senso em Adequação Nutricional e Manutenção da Homeostase Endócrina – Prevenção e Tratamento de Doenças Relacionadas a Idade. ORIENTADOR: Prof. Dr. Lair Ribeiro
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UNINGÁ - UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR INGÁ FACULDADE INGÁ
PÓS-GRADUAÇÃO EM ADEQUAÇÃO NUTRICIONAL E MANUTENÇÃO DA HOMEOSTASE ENDÓCRINA – PREVENÇÃO E
TRATAMENTO DE DOENÇAS RELACIONADAS A IDADE
WELNEY LOPES DE CARVALHO
TRATAMENTO DA OBESIDADE COM
USO DA GONADOTROFINA CORIÔNICA HUMANA (hCG)
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
SÃO PAULO
2017
Trabalho apresentado à Faculdade Ingá, como requisito parcial para obtenção de Certificado de Conclusão de Curso de Pós-Graduação Lato Senso em Adequação Nutricional e Manutenção da Homeostase Endócrina – Prevenção e Tratamento de Doenças Relacionadas a Idade. ORIENTADOR: Prof. Dr. Lair Ribeiro
Carvalho; Welney Lopes de. Tratamento da Obesidade com uso da Gonadotrofina Coriônica Humana (hCG) – Revisão Bibliográfica / Welney Lopes de Carvalho - São Paulo, 2017 88 f. Monografia – Uningá – Faculdade Ingá, Curso de Pós-Graduação Lato Senso em Adequação Nutricional e Manutenção da Homeostase Endócrina – Prevenção e Tratamento de Doenças Relacionadas a Idade. Orientador: Prof. Dr. Lair Geraldo Theodoro Ribeiro
1.Obesidade 2. Gonadotrofina Coriônica Humana (hCG) 3.Revisão Bibliográfica
Título: Tratamento da Obesidade com uso da Gonadotrofina Coriônica Humana (hCG) – Revisão Bibliográfica
WELNEY LOPES DE CARVALHO
PÓS-GRADUAÇÃO EM ADEQUAÇÃO NUTRICIONAL E
MANUTENÇÃO DA HOMEOSTASE ENDÓCRINA – PREVENÇÃO E
TRATAMENTO DE DOENÇAS RELACIONADAS A IDADE
TRATAMENTO DA OBESIDADE COM
USO DA GONADOTROFINA CORIÔNICA HUMANA (hCG)
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
APROVADA EM: ____/____/____ Prof. Dr. Lair Ribeiro (Uningá)
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Faculdade Ingá e ao Orientador Prof. Dr. Lair Geraldo Theodoro Ribeiro, pela essencial contribuição para minha formação profissional.
RESUMO
Mais da metade da população nos Estados Unidos da América e quase a metade da
população brasileira apresentam sobrepeso e obesidade, condições que
representam o início de diversas doenças crônicas, algumas com risco de vida. A
predisposição genética, o sedentarismo, o tipo de alimentação e fatores psicológicos
são causas importantes na formação deste cenário preocupante. A parcela de
pessoas obesas no Brasil aumentou 54% nos últimos seis anos. Hoje, a obesidade
atinge 17% da população, enquanto, em 2006, esse número correspondia a 11%.
Os dados são da pesquisa Vigitel 2012 realizada, desde 2006, pelo Ministério da
Saúde. Os dados também revelam que mais da metade da população adulta do país
está acima do peso, atingindo 54,5% dos homens e 48% das mulheres. Essa
classificação é obtida por meio do cálculo IMC (Índice de Massa Corporal). Isso
representa aumento na morbidade e na mortalidade associadas à obesidade, já que
esta é fator de risco para várias doenças como diabetes tipo II, hipertensão, doenças
cardiovasculares. A obesidade se apresenta não apenas como problema científico e
de saúde pública, porém como grande indústria que envolve o desenvolvimento de
fármacos, de alimentos modificados e estratégias governamentais estimulando a
prática regular de atividade física e a orientação alimentar a fim de promover
melhores hábitos. O protocolo com hCG é um enfoque apropriado para o tratamento
da obesidade, que inclui um programa de modificação do comportamento e de
aspectos farmacológicos e dietéticos. Em 1954, o médico alemão A.T.W. Simeons
publicava o seu primeiro relatório sobre a eficácia do hCG no tratamento da
obesidade. Seus estudos foram, posteriormente, estendidos a pessoas com os mais
diversos graus de obesidade, revelando que o hCG poderia ser útil para o
tratamento desses casos. Quando é corretamente aplicado o resultado é uma perda
de peso rápida e uma melhoria do contorno corporal. As complicações clínicas e
desfavoráveis são relacionadas com modificações pouco seguras do protocolo.
Pode-se perceber que o uso do hCG na perda de peso vem sendo cada vez mais
efetivo e comprovadamente eficaz. A perda de peso é sempre segura, agradável e
cômoda para os indivíduos quando seguem meticulosamente a dieta. Qualquer
desvio do protocolo pode trazer resultados pouco satisfatórios, inclusive os menores
minerais e fibras (> 25g/dia), segundo as especificações para idade e sexo, são
mais efetivas no médio e longo prazo, além de promoverem um bom funcionamento
do organismo e melhorias na saúde da pessoa. Dietas fracionadas em várias
refeições ao dia parecem ocasionar menos oscilações nos níveis séricos de insulina,
resultando em menor sensação de fome, facilitando a adesão do paciente à dieta
(BORGES ET AL., 2006).
Embora os distúrbios psicológicos não estejam presentes em todos os
obesos, detectar mudanças comportamentais é fundamental para o planejamento do
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tratamento dietético para a perda de peso (BORGES ET AL., 2006).
A atividade física isolada não é um método muito eficaz para perda de peso,
porém facilita o controle de peso no longo prazo e melhora a saúde geral do
indivíduo. As atividades menos rigorosas e de menor impacto são as mais
adequadas para evitar lesões musculoesqueléticas, infarto agudo do miocárdio e
broncoespasmo, já que os obesos são mais propensos a esses problemas de
saúde. Um programa que inclui 30 minutos de caminhada pelo menos três vezes por
semana é o mais recomendado. É importante optar por uma atividade física que o
indivíduo goste para aumentar a adesão ao tratamento (BORGES ET AL., 2006).
O uso de medicamentos no tratamento da obesidade deve sempre auxiliar o
processo de mudança de estilo de vida e facilitar a adaptação às alterações
dietéticas. Dessa forma, o uso de medicamentos deve servir somente como apoio ao
tratamento dietético e não como estrutura fundamental do tratamento da obesidade.
Os medicamentos que podem ser utilizados no processo de perda de peso são
organizados em três grupos: os que diminuem a fome ou modificam a saciedade, os
que reduzem a digestão e a absorção de nutrientes e os que aumentam o gasto
energético, sendo que esses últimos não são aprovados no Brasil (BORGES ET AL.,
2006).
Os medicamentos que modificam a ingestão de alimentos aumentam a
disponibilidade de neurotransmissores (principalmente noradrenalina, adrenalina,
serotonina e dopamina) no sistema nervoso central. Os agentes catecolaminérgicos
incluem anfepramona, fenproporex e mazindol. Mesmo sendo aceitos no tratamento
da obesidade, seu uso não é recomendado, principalmente pelo risco de abuso e de
efeitos colaterais, além da recuperação do peso após a interrupção do seu uso.
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Apesar de provocar um aumento na perda de peso, quando comparados com
placebo, os efeitos colaterais, como insônia, boca seca, constipação intestinal,
euforia, taquicardia e hipertensão, são muito comuns (BORGES ET AL., 2006).
Os agentes serotoninérgicos aumentam a liberação de serotonina, inibem
sua recaptação ou ambos e são também conhecidos como sacietógenos. A
fenfluramina e a dexfenfluramina foram os primeiros medicamentos com esse perfil,
porém não estão mais disponíveis no mercado, pois a combinação da fenfluramina
com o fentermine está associada ao desenvolvimento de doença valvar cardíaca. Os
inibidores específicos da recaptação de serotonina podem ser utilizados no
tratamento da obesidade e são indicados quando ela está associada à depressão,
ansiedade ou compulsão alimentar (BORGES ET AL., 2006).
A fluoxetina é eficaz na perda de peso em doses a partir de 60 mg/ dia,
enquanto a sertralina e a Bupropiona também podem ser utilizadas no tratamento de
compulsão alimentar. A sibutramina, por sua vez, é um inibidor da recaptação de
serotonina, noradrenalina e dopamina, sendo utilizada no tratamento da obesidade.
Não está associada à doença valvar cardíaca por não induzir a liberação de
serotonina. Em doses entre 5 a 20 mg, associada à dieta hipocalórica, esse
medicamento induz a perda de 5 a 8% de peso corporal inicial em um período de
seis meses (BORGES ET AL., 2006).
Pesquisas têm mostrado segurança do uso de sibutramina por períodos de
até 18 meses consecutivos. Apesar de auxiliar no tratamento da obesidade, o
medicamento também pode gerar efeitos colaterais como taquicardia, elevação da
pressão arterial, boca seca, cefaleia, insônia e constipação intestinal, porém mais
brandos e de duração menor que os associados aos noradrenérgicos. Os
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medicamentos que reduzem a digestão ou absorção de nutrientes se resumem ao
orlistat, cujo mecanismo de ação é ligar-se à lípase lipoproteica pancreática no
lúmen intestinal, reduzindo sua ação e, assim, a digestão de triglicerídeos. O uso de
120 mg/ dia reduz a absorção de gordura em até 30%, diminuindo a oferta de
gordura e calorias aos tecidos corporais (BORGES ET AL., 2006).
O uso de orlistat por um ano aumenta a perda de peso em cerca de 4%
quando comparado ao placebo. Seus efeitos colaterais incluem flatulência, urgência
fecal, esteatorreia, incontinência fecal e redução na absorção de vitaminas
lipossolúveis. Esse último efeito adverso pode ser contornado com a ingestão de
suplementos destas vitaminas duas horas antes ou depois do uso do medicamento.
A tabela disponível na página a seguir mostra as características dos medicamentos
para o tratamento da obesidade (BORGES ET AL., 2006).
Com o avanço dos estudos e conhecimentos dos mecanismos do controle
da fome e da saciedade, outros medicamentos para o tratamento da obesidade
estão sendo estudados e desenvolvidos. Eles variam desde os que atuam sobre
neurotransmissores, sobre hormônios associados à obesidade (leptina e grelina),
aos que aumentam o gasto metabólico.
Apesar de promissores, diversos estudos apresentaram resultados
decepcionantes com o uso de variadas substâncias, mostrando que a descoberta de
um tratamento da obesidade totalmente eficaz é algo ainda distante, sendo o
tratamento dietético e a mudança de estilo de vida as medidas mais eficazes e
essenciais no controle e perda de peso, mesmo quando se opta pelo tratamento
cirúrgico da obesidade (BORGES ET AL., 2006).
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5. A GONADOTROFINA CORIÔNICA HUMANA (hCG)
O aumento da obesidade – hoje considerada uma verdadeira epidemia
mundial – tem estimulado o desenvolvimento de inúmeros estudos e diversos
métodos de tratamento, sem, no entanto, gerar resultados efetivos no longo prazo.
Conhecido por sua eficácia, pouco disseminado entre a população e combatido
entre as associações de saúde, a Gonadotrofina Coriônica Humana, mais conhecido
como hCG, alia fatores capazes de reduzir significativamente os índices de
obesidade no mundo.
Antes de descrever os detalhes que levaram à essa conclusão, é importante
mencionar que o hCG é um hormônio glicoproteico secretado normalmente pelas
células trofoblásticas da placenta. Ele consiste em duas cadeias distintas que são
traduzidas, separadas, mas coordenadamente chamadas subunidades alfa e beta.
Os três hormônios pituitários LH (hormônio luteinizante) estão relacionados em
forma próxima ao hCG.
Os quatro estão glicosilados e apresentam uma estrutura dimérica,
abrangendo as ramificações Alfa e Beta. As sequencias de aminoácidos da
subunidade beta diferem-se entre si, resultando em suas características
imunológicas e biológicas. O beta-hCG tem um resíduo carboxílico de 30
aminoácidos característicos (BELLUSCIO, 2007).
O hCG não é encontrado no corpo humano, exceto durante a gravidez e em
casos raros em que o resíduo de tecido placentário continua a crescer no útero, fato
conhecido como epitelioma coriônica. Homens não produzem hCG, sendo o
hormônio apenas obtido durante a gravidez de mulheres e em grandes macacos. Na
fase de gestação, o hCG é produzido em enormes quantidades, tanto que, em
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certos períodos da gravidez, a mulher pode excretar mais de um milhão de unidades
por dia em sua urina (SIMEONS, 1971).
A relação estabelecida entre o hCG e a obesidade foi estabelecida em 1954,
quando o médico alemão A.T.W. Simeons publicou o primeiro relatório sobre o tema.
Durante o período em que trabalhou na Índia, Simeons observou que pacientes que
apresentavam distrofia adiposogenital – também chamadas de “crianças gordas” –
apresentavam melhoras nas condições de seus testículos com o uso do hCG. Mais
do que isso, no período de tratamento, elas também demonstravam uma aparente
mudança na distribuição de gordura corporal (BELLUSCIO, 2007).
A partir disso, Simeons concluiu que se essas crianças fossem submentidas
a dieta hipocalórica, juntamente com o uso do hCG, poderiam reduzir o seu peso
corporal. Diante dessa constatação, o médico estendeu suas pesquisas a pacientes
com diferentes faixas etárias e graus de obesidade, concluindo que o hCG poderia
ser um meio de tratamento viável e eficaz, pois (BELLUSCIO, 2007):
A redução de peso era mais satisfatória que aquela obtida com as
dietas hipocalóricas convencionais;
Os pacientes toleravam a dieta hipocalórica sem sofrer as cefaleias,
irritabilidade e debilidade, tão comuns nos tratamentos para redução
de peso;
O período de manutenção era mais efetivo em comparação aos
procedimentos dietéticos simples;
Os pacientes perdiam mais gordura corporal (medida em centímetros)
em áreas onde os depósitos adiposos eram predominantes.
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Simeons observou que o hCG atuava no nível diencefálico, modulando os
centros reguladores hipotalâmicos, que por sua vez, eram os responsáveis pela
acumulação excessiva de gordura observada na obesidade (BELLUSCIO,
2007).Suas descobertas, a forma correta de administração do hCG, a dieta
hipocalórica ideal, entre outros assuntos, deram origem ao conhecido livro Pounds &
Inches – A new approach to obesity, de autoria do médico alemão. Na obra,
Simeons destaca que o hCG não é um hormônio sexual, sendo sua ação igual em
homens, mulheres, crianças e nos casos em que as glândulas sexuais já não
funcionam devido à idade avançada ou a sua remoção cirúrgica (SIMEONS, 1971).
“De forma indireta através da hipófise anterior, o HCG regula a
menstruação e facilita a concepção, mas nunca viriliza uma
mulher ou feminiza um homem. Ele não faz crescer seios nos
homens nem interfere com em sua virilidade, mas onde está
deficiente pode melhorá-lo. Ele nunca faz crescer a barba nas
mulheres ou desenvolver uma voz rouca”. (A.T. W. SIMEONS)
Simeons fazia questão de enfatizar esses aspectos, pois se preocupava com
os pacientes leigos que, geralmente, associavam a palavra hormônio aos órgãos
sexuais e nunca a tireoide, insulina, cortisona, adrenalina. Por não ter nenhuma
ação direta sobre qualquer glândula endócrina, o hCG, segundo ele, sempre teve
sua importância negligenciada e sua potência subestimada. Apesar de uma mulher
grávida ser capaz de produzir até um milhão de unidades de hCG por dia, apenas
125 unidades diárias injetáveis são suficientes para reduzir cerca de um quilo por
dia, quando associadas a uma dieta de 500 calorias (SIMEONS, 1971).
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Figura 1 – O médico alemão A.T.W. Simeons
Em seu livro, o médico também menciona os distúrbios associados em que
a obesidade parece desempenhar um papel precipitante ou mesmo agravante nos
casos de diabetes, gota, reumatismo e artrite, pressão alta e endurecimento das
artérias, doença coronariana e hemorragia cerebral. Simeons considera que esses
transtornos têm duas coisas em comum. Um corresponde ao nível diencefálico,
revelando a ciência passou a acreditar cada vez que os regulamentos diencefálicos
têm predominante na sua causalidade. O outro é que melhoras ou não ocorrem
durante a gravidez. Nesse caso, esses transtornos se unem a outros distúrbios, não
necessariamente relacionados à obesidade, como colite, úlcera gástrica, certas
alergias, psoríase, perda de cabelo, unhas quebradiças, enxaqueca etc (SIMEONS,
1971).
Em relação à diabetes, por exemplo, pacientes obesos que sofrem do
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transtorno, muitas vezes, podem parar com a medicação antidiabética após os
primeiros dias de tratamento. O açúcar no sangue continua a cair dia após dia,
chegando até a atingir os valores normais em 2 a 3 semanas. Como na gravidez,
este fenômeno é observado em casos em que a diabetes é predominantemente
estável. Simeons também menciona que as dores reumáticas – mesmo as
associadas com as lesões ósseas demonstráveis – melhoraram substancialmente
após alguns dias de tratamento, dispensando, muitas vezes, o uso da cortisona ou
de salicilatos (SIMEONS, 1971).
Essa é outra situação bem conhecida durante o período de gravidez, que o
tratamento com hCG e dieta promove. Após o período de gestação, as dores nas
articulações deformadas retornam e com o uso do hCG a situação não é diferente.
Porém doses menores de analgésicos são capazes de controlá-las satisfatoriamente
após a redução do peso. De qualquer forma, o método possibilita que pacientes
obesos com artrite interrompam o tratamento com cortisona sem recorrência de dor,
com a vantagem de estimular a secreção de ACTH de forma fisiológica e a
regeneração do córtex adrenal (SIMEONS, 1971).
O hCG administrado em pacientes com gota pode ser considerado, no
mínimo, curioso. Ataques agudos, até mesmo graves, são apresentados nos
primeiros dias do uso do hormônio. Os pacientes permanecem livres de dor, no
entanto seu nível de ácido úrico no sangue é acentuado, o que pode permanecer
durante vários meses após o tratamento. Pacientes que recuperam seu nível normal
de peso permanecem livres dos sintomas, independentemente daquilo que comem.
Os que necessitam de um segundo ciclo de tratamento podem registrar outro ataque
de gota, assim que é iniciado (SIMEONS, 1971).
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Simeons destaca o desconhecimento da medicina sobre quais mecanismos
diencefálicos estão envolvidos nos casos de gota, sendo que, possivelmente, fatores
emocionais desempenhem algum um papel. Ele também lembra que a doença não
ocorre em mulheres em idade fértil, recomendando a indicação de dois comprimidos
diários de Zyloric a todos os pacientes com histórico de gota e um nível de ácido
úrico no sangue, com a finalidade de evitar completamente os ataques durante o
tratamento (SIMEONS, 1971).
A pressão arterial também é abordada na obra de Simeons, que menciona
primeiramente os pacientes a beira da desnutrição devido à dieta exageradas que
apresentam uma pressão arterial anormalmente baixa. Nesses casos, a pressão
sanguínea sobe para índices normais logo no início do tratamento. Quando a
pressão sanguínea é alta – desde que não haja lesões renais detectáveis – ocorre
uma queda, geralmente muito rápida. Tão rápida que, às vezes, é preciso retardar o
processo com medicação de suporte de pressão até que a circulação leve alguns
dias para ajustar-se à nova situação (SIMEONS, 1971).
Em situações em que o paciente obeso apresenta úlceras gástricas ou
duodenais, nota-se durante o tratamento uma melhora consistente, mesmo com a
adoção de uma dieta que normalmente seria considerada mais inapropriada para
esses casos. No entanto, Simeons não deixa de mencionar dois pacientes, com
histórico prévio de hemorragia, que apresentaram um sangramento duas semanas
após o término do tratamento. Melhoras também são registradas em pacientes com
psoríase, que correm o risco de ter uma recaída ao final do tratamento (SIMEONS,
1971).
68
5.1 A Administração do hCG
Os casos acima são apenas alguns citados em Pounds & Inches. Eles
servem como alerta sobre a necessidade do acompanhamento médico durante o
tratamento. Simeons destaca esse fato ao mencionar que a dieta com hCG está
relacionada com, talvez, o órgão mais complexo do corpo humano. Afinal tudo o que
ocorre no nível diencéfalo repercute no organismo.
Na obesidade, é preciso equilibrar o que está fora do eixo. O médico alemão
explica que mesmo os desvios aparentemente insignificantes – particularmente os
que à primeira vista parecem significar uma melhora – são susceptíveis a produzir
resultados decepcionantes e até mesmo anular o efeito do tratamento
completamente (SIMEONS, 1971).
Se a dieta, por exemplo, for ampliada para 700 calorias/ dia, a perda de
peso será insatisfatória. Se a dose diária de hCG for aumentada para 200 unidades
ou mais/ dia sua ação pode ser comprometida. Por outro lado, o diencéfalo é
resistente, apesar da sua complexidade. Do ponto de vista evolutivo, ele é um dos
órgãos mais antigos do nosso corpo, com um histórico de mais de 500 milhões de
anos. Isso tem oferece uma extraordinária capacidade de adaptação a todas as
exigências naturais, sendo uma das principais razões pelas quais a espécie humana
conseguiu evoluir. Porém, o processo evolutivo não o preparou para as condições
que hoje a cultura humana o expõe (SIMEONS, 1971).
Portanto, assim que o paciente opta pelo tratamento, o primeiro passo,
segundo as orientações de Simeons, é conhecer sua história de vida e observar em
qual momento surgiram os primeiros sinais de excesso de peso. O médico alemão
relata que os casos em que os indivíduos relatam o uso de medicamento para
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tireoide durante um longo período apresentam um resultado menos satisfatório em
comparação aos que nunca fizeram uso da substância. Isso se justifica pela baixa
taxa metabólica basal. Em muitos desses relatos, o baixo BMR não corresponde a
qualquer deficiência da glândula tireoidiana, mas sim à falta de estímulo diencefálico
da mesma, por meio do lobo anterior da hipófise (SIMEONS, 1971).
Durante o tratamento não se deve utilizar hormônios tireoide, a não ser que
a deficiência seja provocada pela remoção cirúrgica da glândula. Também é
importante saber se o paciente faz uso de diuréticos, o que também pode
comprometer a perda de peso durante o período de uso do hCG. Esse histórico
pode ser traçado de forma simples, por meio de repostas “sim” ou “não” a perguntas
como: Você sofre de dores de cabeça? Dores reumáticas? Distúrbios menstruais?
Prisão de ventre? Falta de ar? Tornozelos inchados? Você se considera guloso?
Sente a necessidade de comer entre as refeições? (SIMEONS, 1971).
Obtidas a respostas, o passo seguinte é medir o peso e a altura. A perda
média de peso com o uso do hCG equivale a um pouco menos de um quilo, cerca
de 300 a 400 gramas por dose diária. Portanto, pacientes que precisam perder até
sete quilos requerem um tratamento de 26 dias com 23 doses diárias. Os três dias
excedentes são para a manutenção da dieta de 500 calorias. Essa, aliás, é uma
parte muito importante do tratamento, pois é necessário que todo hCG seja
eliminado do corpo antes de retomar a alimentação normal. Caso contrário, o
paciente corre o risco de engordar (SIMEONS, 1971).
O tratamento nunca deve ser inferior a 26 dias, mesmo que a perda de peso
seja pequena. Clinicamente, isso se apoia no fato de que quando há uma
interrupção tão logo se alcance o peso desejado – o que pode ser alcançado em
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uma semana – é muito mais fácil recuperá-lo do que depois do curso completo de 23
doses. É importante destacar que assim que esses pacientes perdem todo o seu
excesso de gordura passam a sentir uma fome acentuada, mesmo tomando as
doses continuadas de hCG, pois o hormônio não libera depósitos normais de
gordura ao corpo (SIMEONS, 1971).
Assim que o peso normal é atingido, esses pacientes passam a consumir de
800 a 1000 calorias até o final do tratamento. A dieta deve ser disposta de forma a
manter o peso atingido fixo, assim permanecendo até os três excedentes as 23
doses recomendadas. Somente após esse processo os pacientes estarão livres para
comer o que quiserem, exceto açúcar e amidos durante as próximas três semanas
(SIMEONS, 1971).
Nos casos em que o paciente precisa perder mais de 15 quilos, o tratamento
com hCG tem duração mais longa. No entanto, o máximo de doses permitidas em
um ciclo é 40. A justificativa para essa limitação é uma possível imunidade ao hCG
após um período extensão de uso. Depois de um determinado tempo, o corpo
aprende como quebrar e eliminar HCG rapidamente, anulando o seu efeito.
Depois de 40 doses diárias – correspondentes a seis semanas antes – os
pacientes podem sentir o início da imunidade como uma fome antes ausente.
Nessas ocasiões – raras, por sinal – em que os sinais de imunidade se desenvolvem
antes da conclusão do ciclo completo, o tratamento deve ser interrompido. Caso
contrário, os pacientes começam a demonstrar cansaço no olhar, a sentirem-se
fracos e com fome e qualquer perda de peso é obtida sempre à custa de gordura
normal (SIMEONS, 1971).
Pacientes que precisam de apenas 23 doses de hCG podem injetá-las
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diariamente, inclusive aos domingos. Aos que necessitam tomar 40 doses podem
ser injetadas apenas seis doses semanais, deixando de fora domingos ou qualquer
outro dia, desde que seja sempre o mesmo. Nesses dias, aliás, é normal sentir uma
leve sensação de fome. Especificamente para as mulheres, as doses devem ser
suspensas durante o período menstrual. A dieta, no entanto, deve ser mantida
(SIMEONS, 1971).
Para aqueles que precisam perder mais de 15 quilos vale lembrar que é
preciso realizar um segundo, ou até mais, ciclo. O segundo ciclo pode ter início após
um intervalo de pelo menos seis semanas. Quando um terceiro, quarto ou mesmo
quinto curso ainda é necessário, esse intervalo deve ser mais longo. Dessa forma, é
possível obter uma redução maior, sem exigir um grande sacrifício do paciente.
Geralmente, os homens têm uma perda de peso um pouco maior do que as
mulheres. Os obesos também registram uma diferença maior na balança do que os
com sobrepeso. Com base nessas informações, a duração do tratamento pode ser
calculada com precisão e explicada ao paciente. Durante o tratamento, ele deve
comparecer ao consultório diariamente para ser pesado e tomar a dose diária de
hCG. Também de ficar claro que durante os ciclos o paciente não terá
acompanhamento e estará livre para comer o que quiser, exceto amidos e açúcares
nas três semanas após o tratamento (SIMEONS, 1971).
Ele também deve se comprometer a seguir a dieta prescrita à risca. O
paciente pode se considerar realmente “curado” após atingir o peso ideal, mas nem
sempre ele estará disposto a isso. Dessa forma, uma perda parcial de peso também
pode ser considerada altamente benéfica. Normalmente, os resultados obtidos
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durante o primeiro ciclo são motivadores, de acordo com a experiência de Simeons,
citada em sua obra (SIMEONS, 1971).
5.2 A Dieta no Tratamento com hCG
A duração ideal da dieta original de Simeons é de 40 dias, o tempo mínimo é
de 26 dias, dependendo da quantidade de quilos que se deseja eliminar.
A- Primeiro dia: injeção intramuscular de hCG – 125 UI intramuscular
B- Nos três primeiros dias, dieta supercalórica de 2.500 kcalorias/dia;
C- A partir do quarto dia, dieta de 500 kcalorias diárias, hiperproteica e
baixa em carboidratos e em lipídeos;
D- Amido e açúcar proibidos por 21 dias após o término da dieta. A
estimativa de perda diária de peso é de 350 a 500 gramas por dia.
A dieta de 500 calorias diárias, segundo Simeons, é fundamental para o
sucesso do tratamento com hCG. O paciente deve estar ciente dos itens que podem
ser consumidos, sendo ele o responsável pelo preparo dos alimentos. Caso não
seja, é importante a presença no consultório de quem irá cozinhar.
Basicamente, a dieta consiste em três refeições, compostas por (SIMEONS,
1971):
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Café da manhã
Chá ou café em qualquer quantidade, sem açúcar; Apenas uma colher de sopa de leite é permitidaem 24 horas; Sacarina ou outros edulcorantes podem ser utilizados.
Almoço
100 gramas de carne de vitela, carne, peito de frango, peixe branco fresco, lagosta, caranguejo ou camarão (toda a gordura visível da carne deve ser removida antes de cozinhar. Ela deve ser pesada crua, fervida ou grelhada sem gordura adiciona);
Salmão, enguia, atum, arenque. Peixes secos ou em conserva não são permitidos;Somente um tipo de vegetal pode ser consumido entre as seguintes opções: espinafre, acelga, chicória, beterraba. Verduras: salada verde, tomate, aipo, erva- doce, cebola, rabanetes vermelhos, pepinos, aspargos, couve;
Opção: Um breadstick ou uma torrada Melba (fina). Uma maçã ou uma laranja, ou um punhado de morangos, ou meia toranja.
Jantar
As mesmas opções do almoço.
O suco de um limão por dia também é permitido. Sal, pimenta, vinagre,
mostarda em pó, alho, manjericão, salsa, tomilho, manjerona, entre outros podem
ser usados como temperos, mas sem óleo, manteiga ou molho. Chá, café e água
são as únicas bebidas permitidas, mas podem ser consumidos em qualquer
quantidade e em todos os momentos.
Na realidade, o ideal é que o paciente beba beber cerca de dois litros de
líquidos por dia, de preferência água. Muitos têm medo de beber tanto, pois
acreditam que isso poderá fazer com que retenham mais água, uma inverdade. Esta
é uma noção errada de como o corpo está mais inclinado para armazenar água
quando o consumo cai abaixo de suas necessidades normais (SIMEONS, 1971).
A fruta ou o breadstick podem ser consumidos entre as refeições, no lugar
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de no almoço ou no jantar. Porém, não mais do que quatro dos itens listados no
almoço e no jantar poderão ser consumidos em uma refeição. Não há nenhuma
objeção em relação à quebra das duas refeições, desde que esses itens sejam
deduzidos das refeições regulares. O consumo diário de dois breadsticks ou duas
frutas também não pode ser feito ao mesmo tempo, nem qualquer item não
consumido anterior pode ser adicionado no dia seguinte. Também é importante
ressaltar que qualquer tentativa de realizar essa dieta sem HCG pode causar
problemas em dois a três dias (SIMEONS, 1971).
Para entender melhor os motivos pelos quais a dieta sem o uso do hCG não
é recomendada, Simeons identificou a presença de três depósitos separados nos
organismo, sendo eles (SIMEONS, 1971):
Gordura normal – Esse tipo de gordura pode ser comparado a uma conta corrente
a partir do qual o corpo pode facilmente extrair energia ou depositá- lo conforme
necessário. A gordura normal não um grande esforço para perder.
Gordura estrutural – Está presente em diversos órgãos, protege as artérias e
amortece as proeminências ósseas. É vital para a sua saúde e bem estar. No
entanto, na dieta "inanição" típica é essa a gordura que o indivíduo perde quando
a normal está esgotada.
Gordura anormal – É muito parecida com uma caixa de depósito bancário seguro,
onde a gordura é armazenada e, basicamente, trancada. Essa gordura é muito
difícil de perder com exercícios e restrições calóricas. Porém com o auxílio do
hCG, o corpo prontamente utiliza a gordura desse depósito.
75
“O método de hCG + dieta pode oferecer alívio para cada caso de obesidade, mas o protocolo não é simples. Consome muito tempo e requer uma perfeita cooperação entre médico e paciente. Cada caso deve ser tratado de modo individual e o médico deve ter tempo para responder as perguntas, aliviar os temores e eliminar os mal- entendidos. Ademais, deve acompanhar cada paciente diariamente. Quando algo sai mal deve investigar em seguida para encontrar a razão pela qual o aumento de peso ocorreu. Na maioria dos casos, é inútil dar aos pacientes uma folha com a dieta e deixar a enfermeira dar-lhe o a injeção”. (A.T.W. Simeons)
5.3 O Uso do hCG Via Oral
Com o tempo o tratamento com hCG foi obtendo reconhecimento e se
aperfeiçoando. Tanto a ponto de o médico argentino Daniel O. Belluscio dedicar-se a
pesquisas sobre o método para finalmente desenvolver, uma versão de
administração de hCG via oral, com capacidade comprovada em uma série de
estudos. Conhecido como Oral hCGTM Method, o método de Belluscio conserva as
mesmas diretrizes do protocolo de Simeons, apenas aprimorado com tratamentos
complementares, que incluem massoterapia, carboxiterapia e cremes corporais
(BELLUSCIO, 2010).
Em 1991, Daniel O. Belluscio criou um protocolo para administração
sublingual da mesma dose de hCG recomendada por Simeons, organizando a dieta
em três fases distintas:Fase 1 – adaptação – 2 dias – alimentação forçada, sem
restrição. Uso de 5 gotas de hCG sublingual 3X/dia;Fase 2 – manutenção – 37
dias – dieta de 500 calorias/dia. Uso de 5 gotas de hCG sublingual 3x/dia;Fase 3 -
estabilização – a partir do dia 40, aumentar gradativamente as calorias e não ingerir
amido nem açúcar por 21 dias.
Segundo Belluscio, uma das vantagens do método oral é a de possibilitar a
76
perda média de oito quilos em quatro semanas de tratamento, sem a recuperação
de peso após o protocolo. Também permite perder grandes quantidades de peso
especialmente do tecido adiposo subcutâneo, sem afetar o tecido muscular. Como
resultado, a proporção tecido adiposo/ massa muscular muda completamente,
promovendo um processo metabólico mais eficiente e reduzindo as possibilidades
do conhecido “efeito rebote” (BELLUSCIO, 2010).
77
6. CONCLUSÃO
Atualmente, na grande maioria dos países, a sociedade enfrenta um
problema que deve ser resolvido o mais rapidamente possível, representado pelo
sobrepeso e obesidade de grande parte da população.
A dieta alimentar que o mundo ocidental adotou, privilegiando os “fast-
foods”, a gordura, a carne, o leite, o açúcar e os alimentos preparados com o glúten,
representa justamente o oposto de tudo aquilo que deveríamos ingerir e eleger como
nossa alimentação do dia-a-dia. Além das diversas incompatibilidades alimentares
daí decorrentes, na grande maioria das vezes desconhecidas para nós, o resultado
desse estilo de alimentação é a quantidade desmesuradamente grande de pessoas
com sobrepeso e obesidade.
O sobrepeso e depois a obesidade não são inócuas e podem levar as
pessoas à resistência insulínica e depois ao diabetes, com todas as suas
consequências nefastas à saúde, culminando no aparecimento de múltiplas
condições mórbidas. E o pior é que esse complexo fisiopatológico vai-se instalando
silenciosamente, raramente emitindo qualquer sinal de sua existência. Até um
determinado momento em que o cenário se expõe em toda a sua crueza, toda a sua
intensidade, não raras vezes levando o paciente à morte súbita.
Contribuindo de maneira decisiva para esse quadro, encontramos a lassidão
e a inércia dos pacientes, que relutam em realizar exercícios físicos regularmente, o
que certamente poderia minimizar o efeito desse ciclo vicioso.
A sociedade deve encontrar rapidamente uma estratégia adequada para
reduzir a prevalência do sobrepeso e da obesidade. Nesse contexto, é muito
78
importante as pessoas se conscientizarem da necessidade de combaterem esse
mal, senão de forma coletiva, pelo menos no plano individual.
Existem numerosas dietas para reduzir o peso, muitas das quais baseadas
em drogas que auxiliam o paciente a reduzir sua ingesta diária de alimentos e assim
poder cumprir as metas nutricionais definidas pelo seu médico. Recentemente, a
ANVISA proibiu o uso da sibutramina, que estava mostrando um efeito promissor no
tratamento da obesidade, mas que estudos internacionais mostram que aumenta os
riscos de problemas cardiovasculares e de alterações no sistema nervoso central.
Permanece no armamentário médico anti-obesidade o Orlistat, princípio ativo do
Xenical, que também pode ser usado como complementação do tratamento anti-
obesidade.
Enfim, a situação traduzida pelas estatísticas de base populacional não
deixam dúvida de espécie alguma quanto à gravidade do problema.
Frente a esse quadro alarmante, todos os esforços devem ser envidados no
combate à obesidade e suas consequências. Dentre estes, temos a mudança de
estilo de vida das pessoas, com a realização regular de exercícios físicos, a
mudança radical nos hábitos alimentares, privilegiando os alimentos contra os quais
nosso intestino não apresenta hipersensibilidade tardia e, portanto, não consomem
nossos sistema imunológico e finalmente a realização de tratamentos anti-
obesidade. Neste contexto, a dieta preconizada por Simeons / Belluscio, baseada na
hCG e na dieta muito hipocalórica pode representar uma alternativa.
Apesar dos resultados negativos da administração de hCG em vários testes
clínicos publicados nas décadas de 1970 e 1980, um artigo escrito por Trudy Vogt e
Daniel Belluscio tentam justificar a técnica argumentando que “a administração diária
79
de hCG não é uma solução mágica para a cura da obesidade”. Segundo os autores
“o hCG otimiza os resultados somente quando usados em um programa de perda de
peso racional. Além disso, a observância específica do protocolo do programa é
indispensável” (VOGT e BELLUSCIO, 1987).
A administração de hCG concomitante a uma dieta hipocalórica para
tratamento da obesidade se baseia na observação feita por Simeons (1954) em que
hCG parece ter afinidade por tecido adiposo. Em 1970, um artigo concluiu que a
administração de hCG em ratos diminuiu a atividade de alpha-glicerofosfato
desidrogenase e glucose-6-fosfato desidrogenase do fígado e tecido adiposo,
sugerindo uma diminuição da atividade lipogênica em ambos tecidos por hCG
(FLEIGELMAN e FRIED, 1970).
Após a administração de hCG (HCG, 500 IU / kg por via intramuscular) em
crianças recém-nascidas, a concentração sanguínea de ácidos graxos livres
aumentou depois de 30 minutos. Nesse estudo in vitro, hCG aumentou a lipólise em
tecido adiposo (MELICHAR et al., 1975).
A interação de hCG com o tecido adiposo de rato foi investigada através de
estudos metabólicos e de ligação a receptores. Preparações altamente purificadas
de hCG não afetaram a atividade da adenilato ciclase ou a lipólise dos adipócitos de
rato na presença ou na ausência de guanosina trifosfato (GTP). No entanto,
demonstrou-se que hCG preparado para os teste era ativo por controles biológicos
demonstrados no artigo. Assim, a falta de resposta não pode ser atribuída a uma
perda de atividade da preparação do hormônio testado. Os autores sugerem que os
resultados previamente relatados em outros trabalhos poderiam ser explicados pela
presença de contaminantes lipolíticos em suas preparações (TELL et al., 1977).
80
Outros trabalhos demonstraram que hCG é capaz de atravessar a barreira
hemato-encefálica e ser encontrado em regiões do hipotálamo, podendo assim
estimular a produção de outros hormônios, como o hormônio do crescimento e que
este quadro poderia ter um papel importante na redistribuição da gordura e na
sensação de bem-estar dos pacientes (BRAY, 1969; BURNS et al., 1967; BOARD,
1968; HIRONO, 1972; YAGINUMA, 1972).
Com base nesses resultados controversos de estudos clínicos de controle
da obesidade e atividade lipolítica de hCG, salientamos os relatos de médicos e
pacientes que já se beneficiaram do tratamento para o controle da obesidade. Como
é tão frequente no campo da medicina funcional, pós-genômica, não se pode
simplesmente ignorar o testemunho de diversos pacientes que estão bastante
satisfeitos por terem usado hCG e eliminado num curto prazo de tempo muitos
quilos a mais em comparação a outras dietas e tratamentos anteriores que não
foram tão eficientes. Não só durante os 40 dias de sua duração, como também no
pós-dieta, vários pacientes adotaram um novo estilo de vida, com uma alimentação
muito mais saudável que lhes permitiu atingir e manter o peso que eles desejavam
sem efeitos contralaterais.
Por fim, o tratamento anti-obesidade baseado numa dieta muito hipocalórica
associada ao uso de hCG, proposto por Simeons em 1954 e modificado depois por
Belluscio, do ponto de vista puramente acadêmico, não tem respaldo científico
consistente na literatura médica. Na grande maioria dos artigos baseados em testes
clínicos, os autores não encontraram diferenças estatisticamente significantes entre
a perda de peso dos pacientes tratados com hCG ou placebo, e também não se
chegou a uma conclusão satisfatória quanto à atividade lipolítica de hCG em ensaio
81
in vivo e in vitro, motivo pelo qual a literatura médica descartou esse método como
uma forma recomendada cientificamente para emagrecimento. Por outro lado, vários
relatos de médicos que usam hCG concomitante a uma dieta hipocalórica relatam
sucesso nesse tipo de tratamento, assim como uma grande satisfação de seus
pacientes, demonstrando que a realidade do consultório médico não está de acordo
com os achados científicos.
82
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