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Transfigurando vazios escolares
Anab Pinheiro Guimares1
Ana Maria Hoepers Preve2
Resumo:
Alteraes nos espaos. No para tanto. Apenas alteraes nos modos de
olhar. Abalos
numa lgica visual. Interrupes (em ns) nos esquemas
sensrio-motores de
percepo. Olhar de outro modo os lugares. Fazer um territrio e
depois deixar que ele
se desfaa em ns, se refaa. Fotografias como mapas. A isso
chamamos de microabalos
e eles podem ser produzidos com uma cmera fotogrfica, com um
caderno de campo e
uma ideia: percorrer o cho da escola para encontrar a alguns
excessos de horror e de
beleza ainda no vistos. Porque a escola se repete. a mesma.
Buscamos outro modo
de olhar. O trabalho foi realizado como experincia na disciplina
Estgio Curricular
Supervisionado I e II: Prtica de Ensino em Geografia, no Curso
de Geografia da Udesc,
numa escola da Rede Pblica Estadual, a Escola de Educao Bsica
Simo Jos Hess.
Palavras-chave: educao e geografia; vazios escolares;
fotografias escolares.
Tornar habitvel uma imagem, tornar habitvel um espao de
educao
e, fazer na imagem e no espao, outra coisa. O vazio foi o
comeo.
Como se faz para ver vazios? Assim comeamos...3
Para alm do mapa representacional utilizado pela Geografia, a
cartografia
exprime relaes, relaes que constituem uma topografia das foras,
daquilo que no
visvel. Assim, menos que descrever o j visto, ou dar um contorno
e uma localizao
ao j existente, parece haver nela, [na cartografia] primeiro, o
impulso de trazer algo
novo para o mundo. (GODOY, 2013, p. 209).
Percorrer um lugar para encontrar algo que no coincida com o
esperado e,
depois, organizar uma mostra feita de um material simples e sem
palavras, porque
1 Acadmica do Curso de Geografia da FAED/UDESC e, atualmente,
monitora da disciplina Estgio
Curricular Supervisionado I e III: Prtica de Ensino em
Geografia. [email protected] 2 Professora do Departamento de
Geografia e do Programa de Ps Graduao em Educao,
FAED/UDESC, membro da Rede Nacional de pesquisas em Geografias,
Imagens e Educao, Plo Santa
Catarina, articulando grupo Geografias de Experincia.
[email protected] 3 Trecho extrado do caderno de campo.
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conforme Preve (2010), apoiada em Rolnik (1989), o cartgrafo
aprendeu, depois de
certo tempo em contato com as coisas do mundo, que determinadas
situaes no
precisam ser explicadas. assim que aparecem as imagens ao final
deste texto. Elas
portam apenas algumas anotaes que no foram feitas para elas.
Houve um encontro.
Nisso exprimem e experimentam potncias de um espao destinado
educao: vertem
para fora alguma coisa, um alimento para o pensamento.
Fotografias como mapas!
A imagem clich refora o j visto, o j percebido. As situaes
cotidianas so
encaradas apenas como banalidades: uma escola uma escola e nela
reconhecemos o
que foi algumas vezes percebido, mencionado, mensurado,
refletido... Como se, apenas,
enxergssemos aquilo que temos interesse em perceber de acordo
com os esquemas
montados para a realizao de nossas pesquisas e/ou projetos de
estgios. Assim,
partindo de situaes j dadas aos nossos esquemas de percepo,
fomos ao encontro de
algo a mais nos espaos que percorremos durante os estgios
supervisionados, porque
se nossos esquemas sensrio-motores se bloqueiam ou quebram, ento
pode aparecer
outro tipo de imagem: uma imagem tico-sonora pura (Deleuze,
2007, p. 31). Como
fazer para deixar surgir nesse lugar chamado escola outro tipo
de imagem? Em torno
dessa situao-problema nosso estudo inicia. Arrancar desse
estado-clich outra coisa,
aquilo que no estamos esperando e que, portanto, no sabemos,
porque j no vemos,
porque enxergamos pouco.
Este trabalho fruto da experincia realizada na escola campo de
estgio (Escola
de Educao Bsica Simo Jos Hess, situada no bairro Trindade, em
Florianpolis), na
disciplina Estgio Curricular Supervisionado I e II: Prtica de
Ensino em Geografia4.
Durante estas disciplinas, no perodo da observao da turma em que
posteriormente
faramos o estgio de docncia, instigados por nossa orientadora ao
exerccio e ao uso
de imagens como um caminho diferente em relao s palavras,
produzimos um ensaio
fotogrfico no espao escolar. As fotografias, imagens que
apresentamos aqui, seguem o
sentido que Manuel de Barros lhes atribui ao dizer, em S dez por
cento mentira, que
elas seriam as palavras que nos faltaram. Ou um mapa da
topografia das foras
invisveis.
O exerccio proposto exigiu um olhar demorado, uma ateno ao
percorrer a
escola de outro modo. Sem muita inteno de encontrar a resposta
para a questo
4 Sob a superviso e orientao de Ana Maria H. Preve, professora
responsvel pela disciplina em
parceria com o acadmico Joo Garcia Neto. Maiores detalhes sobre
o estgio esto no relatrio intitulado
Escola: Nosso Olhar Trabalho de Concluso de Estgio de Docncia em
Geografia, 2012, Faed/Udesc.
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colocada, parte-se de um no saber por onde comear. Mesmo assim,
parte-se. Anda-
se, at alguma coisa diferente arrancar de ns um sorriso ou uma
agonia, uma tristeza,
uma leveza. O exerccio j possibilitava uma fuga das representaes
do espao escolar
enquanto meras ilustraes. Geralmente, no contexto dos estgios e
seus relatrios, as
imagens costumam reforar o texto escrito: a fachada da escola, o
prdio como um todo,
a sala de aula, a turma de alunos, o ptio, uma placa, e assim
por diante; este tipo de
representao acaba por recobrir camadas compostas por outros
materiais e texturas, e
que quase nunca podemos enxergar. como se uma camada de concreto
recobrisse de
silncio e ausncias os tantos detalhes que escapam aos nossos
olhos treinados de
observadores de aula-estgio. Cimento (olho treinado) recobrindo
a topografia das
foras invisveis.
Nessa condio, muitas vezes, seguimos relatrios de fases
anteriores que do
prosseguimento imagem enquanto ilustrao. No caso deste exerccio,
tnhamos que
abandonar por completo esse tipo de imagem que refora o j
sabido, o j percebido, o
j estabelecido. Tnhamos que buscar imagens que mobilizassem
nossos pensamentos.
C esto elas: excessos de vazios, de entraves, de grades, de
retido, de descascados, de
buracos. Essas expresses em excesso dialogavam profundamente com
a vivncia em
sala de aula e com o ensino de Geografia. Sim, porque as salas
de aula no esto
desconectadas desses processos invisveis. Invisveis no porque
esto ausentes, mas,
como mencionamos antes, porque acabam recobertos pelo que deve
ser observado e
apresentado. Era um exerccio em ns, observadores da escola
acostumados tambm a
apenas repetir imagens. Um exerccio para que enxergssemos, no
territrio em estudo,
no territrio de estgio, algo que neste no estivesse dado
facilmente percepo. Quais
ativaes essas imagens podiam potencializar? Quais potncias
polticas elas atualizam?
preciso dizer ainda dos elementos que reafirmavam aquele
territrio: na sala
de aula, enfadonhos livros didticos, carteiras enfileiradas
permeadas por vazios
preenchidos por nada, contedos distantes da realidade, um
professor de Geografia
cansado, dando neste dia sua dcima quarta aula, e que, por
vezes, dava a impresso de
estar parado no tempo; avaliaes de mltipla escolha e alunos
mudos para a
geografia, desinteressados, chamados pelos professores de
apticos. No entanto,
falavam sem parar, atiados por seus aparelhos celulares e por
outras conversas. Na sala
dos professores, vamos se reproduzir o preconceito e a formulao
destes selos de
apatia em relao turma que observvamos, considerada por vrios
professores, como
a pior da escola.
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Por no termos tomado como verdade os selos que nos eram
apresentados e
como estvamos motivados para a experincia do estgio,
encontramos, durante as
aulas, uma maioria interessada, envolvida e disposta a
participar das atividades.
Encontramos alunos que tinham muito para contribuir e que, de
fato, o fizeram.
Por debaixo daquela camada chamada de apatia havia algum
interesse. amos
aos poucos dando conta de que a escola e os alunos estavam
recobertos por uma camada
que ocultava um algo a mais neles. Preocupamo-nos em utilizar
instrumentos didticos
alternativos, usamos filmes nada comerciais, aproximamos o
contedo e as linguagens
da realidade dos alunos e nos empenhamos em prticas que, mesmo
sendo muito
simples (como desfazer as fileiras retas para formar um crculo,
por exemplo), faziam
toda a diferena.
Mas o vazio preenchido por nada continuava inscrito no espao. Os
espaos
vazios do ambiente escolar dialogavam ativamente com o discurso
dos atores sociais
envolvidos e com as problemticas do ensino brasileiro. At porque
o que encontramos
ali no era s dali..., pois a escola se repete. Os entraves
estruturais da educao se
encontraram, neste trabalho, com os entraves espaciais, que se
mostram como reflexo
ntido da poltica para uma educao massificada, inscrita nas
polticas pblicas desde o
sculo passado at os dias atuais. Sendo assim, a estrutura fsica
da escola pblica
brasileira apresenta-se como uma rugosidade viva e visvel, que
se mostrou, nesta
experincia, com claridade luz da noite5.
A massificao est inscrita nas prticas educacionais no interior
dos muros
escolares: os critrios avaliativos, a grade curricular, a
disposio das carteiras em
fileiras, o professor posicionado frente, por a vai, e quem sabe
aonde isso vai dar.
Estas estruturas educacionais so alimentadas pelo cimento da
corrupo,
desvalorizao de sua importncia e dos atores sociais envolvidos,
falta de investimento
pblico efetivo na educao e uma sociedade que precisa dizer que a
escola o lugar da
educao. Parece-nos mais tranquilo dizer que ela o lugar da
repetio do mesmo,
onde quase nada daquilo que est prescrito para l acontecer,
acontece. O espao
escolar, palco onde tudo acontece ou onde tudo no acontece ,
revela por si s as
prticas arcaicas de educao, onde privilegia-se o controle, os
cadeados, as grades, a
retido, o tdio, a circulao da informao, e, por fim, a
desumanizao espacial
contida no vazio (preenchido de nada) ambiente este fundamental
efetivao do
5 Os estgios foram realizados no perodo noturno.
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processo ensino-aprendizagem para a repetio. Um ambiente
inserido num espao
geogrfico onde se do mltiplas relaes de poder um ambiente que
produz,
reproduz, e, finalmente, reflete a problemtica do ensino
brasileiro.
A educao e a escola, por sua vez, fazem parte de um contexto
maior, de modo
que algumas imagens captadas no exerccio fotogrfico chegam a
causar a sensao de
estarmos em outros locais que no a escola, sendo sua expresso
espacial facilmente
associada a fbricas, presdios ou hospitais.
No fizemos isso propositadamente, mas as imagens, na sua potncia
poltica de
ativar novos sentidos, fizeram e seguem fazendo esses percursos
em ns. O que
enxergamos nestas fotografias mostra a escola como algo glido e
indigesto,
claustrofbico, monocromtico. Por outro lado, essas imagens
funcionam como (nos
dizeres de Gilles Deleuze, 2000) vacolos de no-comunicao, que
nos mostram
infinitas possibilidades de, nos vazios, passar outras coisas.
Porque, como diz o autor
citado, criar sempre foi coisa distinta de comunicar (DELEUZE,
2000, p. 217). Pelos
vazios tivemos acesso ao que no se mostra (a topografia das
foras invisveis),
portanto, ao que ainda est em vias de se fazer. Por essas
imagens passam o que j no
pode passar nas imagens ilustrativas, (por aqui passam outras
bandas...) e nas imagens
didticas passam somente o sentido de evidncia visual ou
representacional, um sentido
de comprovao do texto escrito, de comprovao de um territrio
totalmente
conhecido. Conforme Oliveira Jr., h uma educao visual da memria
em curso que
impede pensar as imagens, o espao geogrfico e o mundo em outras
vertentes, mais
mltiplas e, sobretudo, imprevisveis. Segundo o autor, o exemplo
mais visvel destas
polticas pode ser encontrado nas imagens que compem os livros
didticos de
Geografia, mas no s. As imagens, notadamente fotografias e
mapas, so a
localizadas apenas em seu sentido informativo, de verdade visual
acerca do espao
geogrfico, levando os alunos a tomarem fotos e mapas como sendo
a prpria realidade
espacial. (OLIVEIRA JR., 2012, p. 8).
Junto a estas imagens colocamos alguns pensamentos extrados do
Caderno de
Campo e de outras inspiraes e expresses artsticas e cientficas,
de forma a trabalhar
livre e criativamente com o discurso, com as diversas vozes e
com a viso em diversas
perspectivas, e a relacionar as imagens com a experincia
educacional em Geografia.
Estas imagens serviram de matria bruta s invenes em educao
(linhas de fuga)
naquele espao escolar. Serviram para desfazer em ns a noo
corrente de que os
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jovens estudantes, encarcerados naquela turma, eram apticos. O
observador se
prope, ainda, a brincar com os vazios glidos, atribuindo-lhes,
atravs de recursos de
edio de imagens, outras formas e cores, que no as linhas retas,
os brancos e os beges.
H uma necessidade explcita aqui que expandir para os outros
observadores o
encontro com o vazio, com o que se repete sem cessar (todos os
excessos), nessa e em
outras escolas cimentadas por seus blocos de iguais. No estaria
aqui nossa
possibilidade inventiva e, portanto, poltica para fazer
acontecer outra coisa na imagem,
na escola, na geografia? Qualquer exerccio como este comea por
uma outra educao
do nosso olho, pela interrupo de esquemas de percepo. Isso
demora...
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topografia das foras
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Seja, por exemplo, uma instituio escolar: sua
organizao espacial, o regulamento meticuloso que rege
sua vida interior, as diferentes atividades a organizadas,
os diversos personagens que a vivem e se encontram,
cada um com uma funo, um lugar, um rosto bem
definido tudo isto constitui um bloco de
capacidade-comunicao-poder. A atividade que assegura o
aprendizado e a aquisio de aptides ou de tipos de
comportamento a se desenvolve atravs de todo um
conjunto de comunicaes reguladas (lies, questes e
respostas, ordens, exortaes, signos codificados de
obedincia, marcas diferenciais do valor de cada um e dos nveis
de saber) e atravs de toda uma srie de
procedimentos de poder (enclausuramento, vigilncia,
recompensa e punio, hierarquia piramidal).
Michel Foucault, em O sujeito e o poder
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O que um espelho? o nico material inventado que natural.
Quem olha um espelho, quem consegue v-lo sem se ver, quem
entende que a sua profundidade consiste em ele ser vazio...
esse
algum percebeu o seu mistrio de coisa.
Clarisse Lispector, em O amor
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...Esteve pensando o que acontecia ali de manh. Espao nulo.
E noite.... noite tudo muda, fica tudo vazio com eco, o
banheiro-cubo-branco se revela reto.
E mudo.
Trecho de Caderno de Campo
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...e na sala dos professores se ouvia tem que colocar no
cabresto,
desiste daquilo, aquilo no tem jeito...
Trecho do Caderno de Campo
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T
[...] uma luz verde-sincera reluzia na janela.
A parede, o mofo, o marca texto:
V A D I A
est escrito,
e o GPS,
o GPS,
o GPS
...
Trecho do Caderno de Campo
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[...] Sou o que, apesar de to ilustres modos
De errar, no decifrou o labirinto
Singular e plural, rduo e distinto,
Do tempo, que de um s e de todos.
Sou o que ningum, [...]
um eco, um nada.
Jorge Luis Borges, em Sou
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Em sentido horrio:
Homem com chapu de palha;
Cobra;
Homem-frango voador;
Passarinhos, anjos, nuvens e suspiros de caramelo;
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A conscincia s ampliada no espao verdadeiramente
vazio dentro de ns...
Kak Wer Jecup
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Todo problema traz solues.
Bill Mollison
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Referncias:
BORGES, Jorge Luis. Obras Completas, vol I; vrios tradutores. So
Paulo: Globo,
1999.
PREVE, A. M. H. Mapas, priso e fugas: cartografias intensivas em
educao.
Campinas/SP: Faculdade de Educao UNICAMP Universidade Estadual
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Conhecimento, Linguagem e arte)
ROLNIK, Suely. Cartografia Sentimental: transformaes
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So Paulo: Estao Liberdade, 1989.
GODOY, Ana. Mdia, Imagens, Espao: notas sobre uma potica e uma
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(Cinema 2)
______. Conversaes. Trad. Peter Pl Pelbart. So Paulo: Ed. 34,
2000.
OLIVEIRA JR., Wenceslao M. Projeto da Rede Nacional de Pesquisas
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FOUCAULT, Michel. O sujeito e o poder. In: . RABINOW, Paul;
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S dez por cento mentira. Dir.: Pedro Cezar. [S.l]: 2008, 82min,
col. 1 DVD (80
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Eu Maior. Dir. Jecup, Kak Wer. (Doc). 2013. Disponvel em:
www.eumaior.com.br. Acesso em: 05/04/2013.