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Trabalho Escrito- Módulo 1 Física do Som- Prof. Rosa Paula Rocha Pinto 2014/2015
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Trabalho Viola da Gamba

Jul 07, 2016

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Beatriz Silva

Trabalho escrito acerca do instrumento antigo Viola da Gamba
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Page 1: Trabalho Viola da Gamba

Trabalho Escrito- Módulo 1Fís ica do Som- Prof . Rosa Paula Rocha Pinto 2014/2015

Ana Beatriz Silva nº143- Escola Profissional Metropolitana 10º ano

Page 2: Trabalho Viola da Gamba

Índice

In t roduçã o : V io l a da Ga mba e Vi o l a de A mor . . . . . . . . . . . P ág i na 3

Cordo fones . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Pá g ina 4

A V io l a da G am ba : H i s tó r i a . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Pá g ina 5

Es t ru tu r a da V io l a da Ga mba . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . P ág i na 6

P r inc ipa i s I n t é rp r e t e s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . P ág ina 9

Repe r t ó r io e com pos i to r e s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . P ág ina 9

A V io l a de A mor : H i s t ó r i a . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . P ág i na 9

Es t ru tu r a da V io l a de Am or . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . P ág ina 10

P r inc ipa i s I n t é rp r e t e s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . P ág ina 11

Repe r t ó r io . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . P ág ina 11

Conc lus ão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . P ág i na 13

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Introdução: Viola da Gamba e Viola de Amor

Os in s t rum en tos de que vou t r a t a r t êm os nom es de Vi o l a da Ga mba e de Vi o l a de Am or que s ão in s t rume n tos que , i n f e l i zm en te , mu i t o s de sc onhecem e po r i s s o venho da r a c onhece r um pouco de l e s c omeça ndo po r ap re s en t a r o g rupo de i n s t rum en tos (Cordo fones F r i cc i onados an t igos ) onde e s t ão i n s e r idos :

V i o lon e - No s éc u lo X VI o v i o lone e r a um s inón im o de V io l a da G amba m as ma i s t a rde en t endeu - s e que o v io lone e r a um mode lo e spe c i a l , con t r a ba ixo , que a f ina va uma o i t ava aba ixo da v io l a da gamba ba ixo , po r i s so é que o Con t r a ba ixo ac tua l t em m a i s pa r ec enças com a Vi o l a da Ga mba do que c om o v io l i no .

Bary ton - S u rg iu no s écu lo X V I I I e de ce r to modo e r a cons ide ra do uma V io l a da G amba m un ida de co rdas s i mpá t i ca s ( t i nha 6 -7 co rda s f r i c c iona das e ce r c a de 20 co rdas s impá t i ca s que pas sam po r deba i xo do b r aço que podem s e r t a mbém be l i s ca das com o po lega r e s que rdo - uma t écn i ca u s ada po r J o s eph Ha ydn) mas há quem o cons ide re um me i o t e rm o en t r e a v io l a da gam ba e o v io l once l lo a l l ’ i ng l e s e . F o i um i n s t rumen to m u i to i mpor t a n t e po i s H aydn compôs 150 t r i o s pa r a ba ry ton , v i o l a de a r co e v io lonc e lo .

V i e la - E ra um in s t rume n to me d ieva l que e r a f r equen t emen t e u s ado pe l o s t r ovado re s e t i nha vá r i a s f o rmas e t amanhos . O se u fundo e r a p l ano , o que d i s t i ngu i a c l a r ame n te a ca ixa do b r aço , a s c r a ve lhas no rma l men t e e r am f ron ta i s , t i nha en t r e 3 -5 co rda s e e r a a po iada no om bro como um v io l i no pa ra s e t oc a r .

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Rab ec a - Ao c on t r á r i o da V ie l a , a Rabec a t e m o fundo a r r edonda ndo , sendo e s t e um p ro l ongamen t o do b r aço (o con jun t o t i nha ma i s ou m enos a fo rma de um ba rco ) e t i nha c r ave l has l a t e r a i s . H o je em d i a , o t e rm o Rabeca e o s se us equ i va l e n t e s nou t r a s l í nguas de s ignam popu la rm en te o v i o l ino e não o i n s t rum en to med i eva l aqu i r e f e r ido .

L i ra d e Br acc io e L ira d a Gamb a - A L i r a de Bracc io s u rg iu no f i na l do sé cu lo X V e evo lu i u a pa r t i r da s v i e l a s m ed ie va i s . Toca va - s e apo ia da no ombro e o s eu fo rm a to e r a se me l han te a o do v io l i no com a be r tu r a s em cc (m a i s t a rde em f f ) e t i nha c inco co rdas s ob re o b r aço e do i s bo rdões que pas sa vam po r fo r a de s t e e que e r a m a f ina dos à o i t a va . A L i r a da G amba /L i rone su rg i u no sé cu lo X V I e e r a a po iada no joe l ho pa ra s e t oc a r . A pre s en t ava no rma l men te t r a s to s , t i nha 9 -14 co rdas e do i s bo rdõe s e pa r a a l ém das no rma i s a be r tu r a s no t a mpo t i nha mu i t a s veze s uma ro s e t a

Poch e t t e - E ra um in s t rume n to mu i to pequeno que fo i de s envo lv i do a t r avé s da Rabeca . Su rg i u no sé c . X VI e e r a u sada como a companha men t o pa r a danç as . Ex i s t i u em vá r i a s f o rmas , uma de l a s e r a um v io l ino em m in ia tu r a . A fo rma m a i s vu lga r e r a a de uma ca i xa a longa da que s e p ro longa va pe l o b r aço . N o sé c . XIX fo i c ons t ru ída um a va r i a n t e da ponche t t e com o nome de v io l ino -benga l a : i n s t rum en to a longado que quando f ec hado to rnava - se numa au t ên t i ca benga l a .

Tromb eta Mar in a - Cons t i t u í da po r uma ca ixa de r e s sonâ nc i a m u i to e s t r e i t a e com pr ida ( c e r ca de 2 me t ro s ) c om apena s um a co rda . U m dos pés do cava l e t e é ma i s cu r to que o ou t ro e du ran t e a exec ução , e s t e v ib r a con t r a o t a mpo . A fo rma de exec ução é ba s t an t e c u r io s a : a c o rda não é p i sa da pe lo s dedos da m ão e s que rda m as s im a f lo r a da pe lo po l ega r , enquan to que o a r co f r i c c iona a co rda a c im a da mã o e s que rda pe r t o da pes t ana . A T rombe t a Ma r ina s ó p roduz ha rm ón icos na t u r a i s .

S anfon a - E ra um co rdo fone com ca i xa de r e s s onânc i a e b r aç o , em que a s c o rdas s ão f r i c c i onadas po r uma roda de m ade i r a en re s inada que é rodada a t r a vés de uma m an ive l a s i t ua da na ex t r emi dade da c a ixa . As co rdas pa s s am po r c i ma de ss a roda , que ao f r i c c ioná -l a s , a s f az v i b r a r . O b raço t em uma e s péc i e de t e c l ado que t em um mec an i s mo s eme lhan t e ao do c l a v i có rd i o . Su rg i u na época med i eva l e o s p r i me i ro s mode l os e r am m u i to g r ande s ( c ompr im en to s upe r io r a 1 ,5m) e e r a t oca da po r do i s exec u tan t e s sen t ados , que a a po iavam sob re o s j oe lhos em que um dava à man i ve l a e o ou t ro ac c ionava o t e c l ado . M a i s t a rde t o rnou - s e ma i s pequena e pa s sou a s e r t ocada a penas po r uma pe ss oa . A s Sa n fonas a inda s ão u t i l i z adas na mús i ca popu la r , s ob re tudo na Eu ropa Ce n t r a l .

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Cordofones:

Os Cordo fones s ão in s t rum en tos de co rda cu jo som é p roduz ido pe l a v i b r ação de uma co rda t ens ionada quando be l i s cada , pe r cu t ida ou f r i c c iona da , e e s t ã o d iv id i dos na s s egu in t e s ca t ego r i a s :

Cor dofon es Be l i s cad os - Os Cordo fones Be l i sc ados são c o rdo fones cu jo s om é p roduz ido pe l a v ib r açã o de uma co rda t e ns i onada quando be l i sc ada ge r a lme n te pe l o s de dos . E x . : G u i t a r r a , Ha rpa , A laúde , e t c .

Cor dofon es d e Tec la I : Cr avo e Cl av icór d i o - S ão co rdo fones cu j o som é p roduz ido pe l a v ib r aç ão de uma co rda t ens i onada qua ndo be l i sc ada /p i nçada po r um p l ec t ro , f e i t o de pena , de cou ro du ro ou de p l á s t i c o .

Cor dofon es d e Tec la I I : P ian o - S ão co rdo fones cu jo s om é p roduz ido pe l a v ib r a ção de um a co rda t ens iona da ao s e r pe r c u t ida pe lo cha mado ma r t e l o (peça que pe r cu t e a co rda ) .

Cor dofon es Fr i cc ion ados - (A V io l a de A mor e a Vi o l a da Ga mba e s t ã o i n s e r ida s ne s t a ca t e go r i a mas com o sã o in s t rumen t os a n t igos s e r á exp l i ca da a s ua cons t ruçã o e o s eu me i o de exe cução m a i s à f r en t e ) . Os Cordo fones F r i cc i onados sã o co rdo fones cu j o som é p roduz ido pe l a v i b r ação de uma c o rda t ens iona da quando f r i c c iona da com um a rco . O a r co f r i c c i onada a c o rda ac i ma do c ava l e t e e aba ixo da e s ca l a e t em c e rdas ( c r ina de cava lo ) p r e s a s no t a l ão ( s í t i o onde o a r co é pe gado ) ex i s t i ndo um pa ra fuso - s em- f i m que pe rmi t e r egu la r a t en s ão c om que e s t ã o e s t i c adas . No c a s o do con t r a ba ixo é ge r a lm en te u t i l i z ada a c r ina p r e t a dev ido ao f a c to de se r m a i s r e s i s t e n t e . Ex . : V i o l ino ; V i o l a d ’A rco ; Vi o lonce l o e Con t r a ba ixo .

A Viola da Gamba: HistóriaNã o há ce r t eza s à c e r ca da o r igem da v io l a da gam ba mas

sa be - s e que s u rg iu na E spa nha , no f im da Idade M éd i a ( sé cu lo X V ) , sob a i n f luê nc i a de um in s t rum en to á r abe cha mado rabab e f o i u t i l i z a da p r inc i pa lm en te no Renas c im en to e no Ba r roco .

No i n í c i o do sé cu lo X V I , a s v i o l a s da ga mba e r a m conhec idas en t r e ou t r a s , como v io l e da ta s t i ( v io l a s c om t r a s t o s ) . E s t e i n s t rume n to fo i c ons t ru ído em vá r io s t am anhos /mode los , s endo o s ma i s c omuns : o s op rano ¹ , o a l t o ² , o t eno r ³ e o ba ixo 4 ( Image m 1 e 3 ) . O i n s t rumen t i s t a pe ga no a r co c om a mã o v i r ada pa r a a f r e n t e ( ao con t r á r io do v i o l ino ) e o i n s t rumen t o é ma n t ido ve r t i c a lme n te ,

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en t r e o s j oe lhos , mes mo que se t r a t e dos m ode los ma i s pequenos (Vi o l a da Ga mba s ign i f i ca V io l a de pe rna em i t a l i ano ) , ma s nã o fo i se mpre a s s im . Como podemos obs e rva r no qua d ro “As bodas de Caná” (1562 ) de Ve rones e ( Image m 2 ) , um dos mús i c os e s t á a pega r na v io l a na pos i çã o p róp r i a de uma gu i t a r r a , m as f r i c c i onando a s co rdas com um a rco . O f ac to de s e r t oc ada ve r t i c a lmen t e t o rna - se mu i t o ma i s p r á t i c o e cómodo . A m ús i ca pa r a a v io l a da gam ba in i c i a lmen t e fo i e sc r i t a em  t ab l a tu r a (o compos i t o r d i z i a ao i n t é rp r e t e onde co l oca r a s mãos , ou s e j a , a s pos i ç ões , em vez de a s no t a s ) .

A v i o l a e r a u s ada , p r inc ipa l men te em m ús i ca de c âmara des de o sé cu lo X V I a t é a o sé cu lo X V I I I . Como o e s t i l o de com pos i ção in s t rume n ta l mudou du ran t e o sé cu lo X V I I e com a imp l eme n taçã o dos i n s t rumen t os da f amí l i a do v i o l ino , a v io l a da gamba d imi nu iu a s ua im por t ânc i a . N o en t a n to , a v io l a da ga mba ba i xo des envo lveu um r epo r t ó r io mu i to com plexo com me l od ia s ba s t an t e o rname n tadas .

Image m 1 : (da e sque rda par a a Image m 2 : A s B odas de Canád i r e i t a )1 -Soprano ;2 -A l to ; (1562 ) Ver ones e . (P equena par t e3 -T enor ;4 -B a ixo do quadro )

Image m 3 : A f inaç ão norm a l dos m ode los m a i s comuns (de c im a par a ba ixo ) Sopr ano ; A l to ; T enor e Ba i xo

A v i o l a da gamba nã o t em só e s t e s 4 m ode los , ex i s t em pe l o menos ma i s 2 mode l os . U m cha ma- s e parde ss us v io l e (ma i s pequeno que o Sop ra no ) que é r e l a t i vamen t e r a ro , e o ou t ro , v io lone , que com o j á fo i r e f e r ido na desc r i çã o do mes mo (pág i na 3 ) é um m ode lo m a io r , cu j a a f i nação é uma o i t ava a ba ixo da V io l a da Ga mba Ba ixo .

S upõe - se que o s i n s t rume n tos de co rda f r i c c iona da t e nham r e s u l t a do da ap l i caç ão de um a r co aos i n s t rume n tos de co rda

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Page 7: Trabalho Viola da Gamba

be l i sc ada j á ex i s t e n t e s . A V io l a da G am ba ap re s en t a vá r i a s pa r ec enças com os co rdo fone s be l i s cados da Re nas cença po r exem plo : na a f inaç ão , no u s o de t r a s to s e no t i po de cons t ruç ão .

O c r i ado r da Vi o l a da G am ba é de s conhe c ido e a sua da t a de c r i a ção t a mbém , mas na Ca t ed ra l de Va lênc i a ex i s t e uma p in tu r a de 1472 (des cobe r t a em 2004) que é ago ra c ons i de rada a p rova i conog rá f i ca m a i s an t iga da V io l a da G am ba .

Estr utu ra d a V io l a da G amba

Ar co d a Vi o la d a gamb a ( Image m 4 ) : O in s t rum en t i s t a pega no a r co com a pa lm a da mã o v i r ada pa r a a f r en t e ( ao con t r á r io do v i o l ino ) , s eme lhan t e à t é cn i c a Al emã , mas ma i s d i s t an t e do t a l ão , j á em d i r e ção ao pon t o de equ i l í b r io .

A ha s t e é cônc ava , ao c on t r á r i o dos a r cos do v io l i no a tua i s , que s ão convexos , ma s é i gua l à s ha s t e s dos v i o l inos ba r roc os . O s a r cos da V io l a da G amba t êm um t a l ão a be r to , o que p ropo rc iona à c o rda uma ma io r l i be rdade de m ov ime n to . Es t a con f igu raç ão é e s s enc i a l pa r a pos s ib i l i t a r a t é c n i ca t r ad i c iona l de exec ução , na qua l o i n t é rp r e t e con t ro l a a t en s ão na c o rda com um ou do i s dedos da mã o d i r e i t a , co l ocados en t r e a ha s t e e a co rda do a r co , du ran t e a exec ução , a a r t i c u l açã o e a i n f l e xão .

Image m 4 :E xem p lo de um ar co . (Nes t e caso , daV io l a da Gam ba ba ix o .

Con s tru ção : A e s t ru tu r a da v io l a da gamba é i gua l ou bas t an t e s imi l a r en t r e o s vá r io s t am anhos e mode los (S op rano ; A l to ; Teno r e Ba ixo ) . T em ge ra lme n te 6 co rdas ma s ex i s t em m ode los com 4 , 5 e 7 co rdas , t e ndo o mode l o com 7 c o rdas s ido “ inven t ado” po r M ons i eu r de S a in t -Co lombe em F rança . A V io l a da G amba t em o fundo p l ano e o t am po e l abo ra do com um a ro sá cea no ca s o de a l gumas . An t igam en te , e r a u t i l i z ada c o l a an i ma l e a s j un t a s i n t e rnas no rma l men te e r am r e fo rçada s com pe l e de ca rne i ro embe b ida e m co la de an i ma l que n te . O topo do b r aço do i n s t rumen t o ( zona das c r ave lhas ) e r a f r equen t emen t e dec o rado com um a cabe ça e s cu l p ida como um a a l t e rna t iva à vo lu t a . Es t e i n s t rumen t o t i nha co rdas de t r i pa em ve z de co rda s de aç o e e r am ape r t a das com um a t ens ão i n f e r io r à dos v io l i nos p roduz indo a s s im um som ma i s doce e s uave . P o r vo l t a de 1660 apa rec e ram as c o rdas de cob re c om a lm a de s eda e t r i pa e pa s sa r am a s e r e n t ão u t i l i z adas e s t a s co rdas na v i o l a da gamba e em m u i to s ou t ro s

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Page 8: Trabalho Viola da Gamba

i n s t rume n tos de co rdas .

Image m 5 : E xempl o de uma Vi o l a da Ga mba

Image m 6 : E s t ru tu r a da V io l a da G am ba . De c im a pa ra ba ixo : V io l a da G amba r enas cen t i s t a ; V i o l a da Gam ba Ba r roc a

Tras tos : Os   t r a s to s   da v io l a da gam ba s ão s imi l a r e s aos da gu i t a r r a an t iga . S ão t r a s to s móve i s , f e i t o s de t r i pa de ca rne i ro que e r a m en ro l ados e ama r r ados a o b r aço da v io l a . A V io l a da G amba poss u i , ge r a lm en te , 7 t r a s to s .

Image m 7 : T ra s to s da v io l a da gam ba .

A V io l a da G am ba t em d i f e r e nças no tó r i a s e m r e l a ção aos i n s t rume n tos da f am í l i a do v io l i no e e s s a s d i f e r enç as e s t ão o rgan iz adas e r e s umi das no segu i n t e qua d ro :

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Page 9: Trabalho Viola da Gamba

Quadr o 1 : Re sum o das d i f e re nças e n t r e a V i o la da Gam ba e o V io l i no

Pr i nc ip a i s in t erp re te s :

Os p r inc ipa i s i n t e rp r e t e s da V io l a da Ga mba fo r a m/s ão : Mons ie u r de S a in t -Co lombe (1640 -1693) Ma r in M ara i s ( 1656 -1728) ; Ka r l F r i ed r i ch A be l ( 1723 -1787) ; Jo rd i S ava l l ( 1941 ) P ao lo P ando l fo (1964 ) Ni ma Be n Da v id (1965 ) Vi t to r i o Gh i e lm i (1968 )

Re pe r tór i o e comp os i tores :

Ex i s t e mu i to p ou co rep or tór io p ara a V io la d a Gamb a .

J .S . Bach-S ona ta s pa r a Vi o l a da Ga mba " , BWV 913 , 914 , 927 -929 : R icha rd Boo thby , S ha l e v Ad-E l , Chaconne .

Comp os i tore s p ara V io l a da G amb a: Joha nn Se bas t i a n

Bach , D u Bu i s s on , Ca r l P h i l i pp Em anue l Bach , A l fons o

F e r r abos co , en t r e ou t ro s .

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Famíl ia da Viola da Gamba Famíl ia do Viol inoAf i naçã o po r 4 ª s c om uma 3 ª no me i o Af i naçã o po r qu in t a s6 co rdas 4 co rdasBraço m a i s l ongo Braço m a i s e s t r e i t oEs ca l a com t r a s to s Es ca l a s em t r a s t o sCrave l hame e sc u lp ido e m fo rma de cabeç a

Crave l hame e sc u lp ido e m vo lu t a

Ângu l o ace n tuado en t r e a ca i xa e o b r aç o

Braço pe rpend icu l a r em r e l a ção à pa r t e s upe r io r da ca i xa

Abe r tu r a s em cc Abe r tu r a s em f f

In t e r i o r da ca i xa r e fo r ç ado po r ba r r a s t r a nsve r s a i s

In t e r i o r da ca i xa r e fo r ç ado pe l a a lm a e uma ba r r a l ong i t ud i a l

Cos t a s p l ana sCos t a s abau l adas e i l ha rgas e s t r e i t a s

Page 10: Trabalho Viola da Gamba

A Viola de Amor: História

A V io l a de A mor s u rg iu po r vo l t a do sé cu lo X V I I na I t á l i a e t em o t ama nho de uma v i o l a da gamba s op rano / Vi o l a de Arc o . Há fon t e s que a f i rmam que a V io l a do Am or p rovém do M éd i o Or i en t e ( e que en t rou na Eu ropa na Ida de M éd ia ) de v ido aos o r i f í c io s do t am po em fo rma de cham a e à u t i l i z açã o de co rdas s impá t i c a s .

Vá r i a s e s c r i t u r a s mos t r am que ex i s t i am do i s t i pos de v i o l a de amor : um a peque na , com c o rdas de me t a l e sem co rdas

s i mpá t i ca s (ve r “ Es t ru tu r a da V io l a de amor” ) , do t ama nho de uma parde ss us v io l e ( v io l a da gam ba ma i s pe quena que a v io l a da gamba sop ra no ) ; e a ou t r a , num mode lo m a io r , do t ama nho de uma v i o l a de a r co m as com uma e s t ru tu r a sem e lha n te à da v io l a da gamba e que t i nha co rdas s impá t i ca s .

Al gumas apa rece ra m no f i na l do sé cu lo X V I I apes a r de a r e f e r ê nc i a c onhec ida como a ma i s an t iga da v io l a de amor e s t e j a no Jos eph Maje r ' s Museum Mus icum da tada de 1732 . Vá r io s e s c r i t o r e s do f i na l do sé cu lo X V I I e i n í c io do s écu l o XV I I I que des c r e ve ram o in s t rume n to i nc lu indo Rous s eau , S pee r , B ros s a rd , M a t t he son , Wa l the r e E i s e l . M a t the s on f r i s ou o s eu “ t e rno e de s f a l e c ido e f e i t o” e l a men t ou que “o s eu u s o deve r i a se r ma i o r” .

A a bundânc i a de v io l a s de amor no s éc u lo X VI I e XV I I I mos t r a que e s t e i n s t rum en to t eve bas t a n t e s uces s o , pa r t i cu l a rmen te na Á us t r i a , na Al emanha , na Checos lová qu ia e e m I t á l i a .

Image m 8 : V iva l d i com a s ua V io l a de Am or . V i v a ld i f o i o com pos i to r m a i s im por t an te par a a v io l a de am or na é poca Bar r oca

Curiosidades: Leopo l d Moz a r t e s c r e veu no s eu Ver s uch e i ner g r ünd l i chen

V io l in s chu le que e s t e i n s t rumen t o soa “e s pec i a lm en te enca n tado r no s i l ê nc io da no i t e”

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Page 11: Trabalho Viola da Gamba

1 . A p r i me i r a me nção conhe c ida do nom e “V io l a de A mor” apa re ceu no d i á r io de J ohn Eve l yn (20 /11 /1679 ) que d i s se : “P o r sua doçu ra e nov i dade , a Vi o l a do A mor , de 5 c o rdas , t oca da com um a rco , s endo ape nas um v io l ino com um, toca do à ma ne i r a po r um a l e mão , de que eu nunca ouv i f a l a r , é o i n s t rume n to ma i s doce e s u rp ree nden te . ”

Estr utu ra d a V io l a de Amor:

A V io l a de A mor e r a t ocada num a pos i ç ão s em e lhan t e à do v io l i no m as pa r t i l ha ba s t a n t e s pa r ecenç as com a Vi o l a da Ga mba : o t am po d i r e i t o ; t e r do i s o r i f í c io s no t am po ( em bora com fo rmas d i f e r e n t e s ) ; t e r uma ro s ácea (A lguma s v io l a s da gamba t i nha ro sá ceas ) e t e r uma cabeç a g r avada como s ubs t i t u t o da vo lu t a .

O c o rpo cons i s t e de do i s t ampos un idos po r uma t i r a de made i r a .

Con t r a r i ame n te à V io l a da G amba , a V io l a de Am or nã o t e m t r a s to s e t em 14 co rda s : 7 de l a s no rma i s e a s ou t r a s 7 s ão co rdas s i mpá t i ca s que pa ss ava m po r ba ixo das c o rdas f r i c c ionada s o que lhe fo rne c i a um t im bre me tá l i co , s uave e anas a l a do .A V io l a de Am or nã o t e ve s em pre 7 co rdas no rma i s e 7 co rdas s i mpá t i ca s . I n i c i a lm en te a Vi o l a de Am or t i nha a penas 5 co rdas no rma i s . Ma i s t a rde fo r am - lhe a t r i bu ídas a s r e s t an t e s co rda s dando ma i s ha rmon i a ao s eu s om.

Imagem 9: Viola de Amor de frente e de costas com o detalhe da cabeça. (por J.U. Eberle, 1731)

A V io la do Am or e r a t oc ada na c l ave de Dó e e r a , no rma l men t e , a f inada cons oan te a peça que e s t ava a s e r t ocada .

No f i na l do s éc . XV I I I a a f i nação ge ra l pa ss ou a s e r : A , d , a , d ’ , f # ’ , a ’ , d ’ ’ . * ¹

* ¹ : A - Lá ; d - Ré ; f - F á . O apos t ro f e c o loca do a se gu i r a c r i f r a s i gn i f i c a que é a o i t a va .

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Pr i nc ip a i s In ter pr e te s :

A t t i l i o A r i o s t i ( 1 6 6 6 – 1 7 4 0 )

L o u i s - T o u s s a i n t M i l a n d r e   ( 1 8 t h c e n t u r y ) F a r i n e l l i ( 1 7 0 5 – 1 7 8 2 ) A l e x a n d r o M a r i e A n t o i n F r i d z e r i ( 1 7 4 1 - 1 8 1 9 ) C h r é t i e n U r h a n   ( 1 7 9 0 – 1 8 4 5 ) L o u i s v a n W a e f e l g h e m ( 1 8 4 0 – 1 9 0 8 ) H u g o W a l t e r V o i g t l a n d e r ( 1 8 5 9 - 1 9 3 3 ) C a r l V a l e n t i n W u n d e r l e ( 1 8 6 6 - 1 9 4 4 ) H e n r i C a s a d e s u s ( 1 8 7 9 – 1 9 4 7 ) M o n t a g u C l e e v e ( 1 8 9 4 – 1 9 9 3 ) P a u l H i n d e m i t h   ( 1 8 9 5 - 1 9 6 3 )

Re pe r tór i o :

Exi s t e mu i t a l i t e r a t u r a dos sé cu lo s X VI I e X V I I I , mas t a mbém ex i s t e l i t e r a tu r a ma i s r e cen te :

Ép oca Barroc a :

Hei nr ich B ib er ( 1644–1704)

-Par t i t a V I I pa ra dua s V io l a s de Am or e ba i xo con t ínuo , de Har m on ia a r t i f i c i o sa - a r io s a , 1696 .

Att i l i o A r i os t i (1666–1740)

-6 L i ções par a V io l a de Am or e ba i xo con t í nuo-15 S ona ta s

An ton io V iva l d i * (1678–1741)

-Conce r t o i n D ma j o r , RV 392 , P .166-Conce r t o i n D mino r , RV 393 , P .289-Conce r t o i n D mino r , RV 394 , P .288-Conce r t o i n D mino r , RV 395 , P .287-Conce r t o i n A ma j o r , RV 396 , P .233-Conce r t o i n A mino r , RV 397 , P .37

* ² : o V iva l d i é c ons i de rado o com pos i to r ma i s impor t an t e da época Ba r roca pa r a V io l a de A mor .

Jose ph H aydn ( 1732–1809)

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-Di ver t i me n to pa ra V io l a de A mor , v io l i no e v i o lonce lo

Jose ph Leop o l d Eyb le r (1765–1846)-Qu i n t e t No .1 i n D m a jo r pa r a v io l a de am or , v io l i no ,

v io l a , v io lonc e lo e v i o lone ;-Qu i n t e t No .2 i n D m a jo r pa r a v io l a de am or , v io l i no ,

v io l a , v io lonc e lo e v i o lone ;

Ch r i s top h Gr aup n er (Ape nas e s t ão ap re se n t adas a l gumas das ob ra s compos t a s ) ( 1683 -1760)-Conce r t o em D ma i o r pa r a v i o l a de a mor , co rda s e ba ixo con t í nuo , GW V 314-Conce r t o em F á m a io r pa r a f l au t a , v io l a de am or , cha l umeau , c o rdas e ba ixo c on t ínuo , G WV 327-Conce r t o em Ré M a i o r pa r a f l au t a , oboé , v io l a de amor , co rdas e ba i xo con t í nuo , GW V 333-Conce r t o em S o l m enor pa r a v i o l a de amor , co rda s e ba ixo con t í nuo , GW V 336-Conce r t o em L á ma i o r pa r a v i o l a , v io l a de a mor , co rdas e ba ixo c on t ínuo , G WV 339-Conce r t o em S i ma i o r pa r a c ha lume au , v io l a de am or , ♭oboé , co rda s e ba ixo con t ínuo , G WV 343

Trab a lh os ma i s rece nte s :

Lou i s van Wae fe lgh em   ( 1840–1908)

-Rom ance   em Ré Ma io r pa r a v i o l ino ou v i o l a de amor e p i ano (1891 )-So i r d 'au t omne   (Ta rde de ou tono ) : me lod i a pa r a Vi o l a de amor ou v i o l a c om p iano ou ha rpa (1903 )

Ch ar l e s Mart i n Loe f f l er   ( 1861–1935)

-L a mor t de T i n tag i l e s , S ymphon ic poe m fo r v io l a d ' amore and o r che s t r a , Op . 6 (1897–1900)

Hen r i Cas ad es us   ( 1879–1947)

-Conce r t o fo r v io l a de amor e co rdas ;-24 Pr e lúd i o s   p a r a v i o l a de a mor e c r avo , p i ano ou ha rpa (1931 )

Hei tor V i l l a -Lobos   ( 1887–1959)

-Am azonas

Fran k Mart i n   ( 1890–1974)

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Page 14: Trabalho Viola da Gamba

-S ona ta da ch i e s a  pa r a V io l a de A mor e o rgã o ou o rques t r a de co rdas (1952 )

Pau l H in de mi th (1895–1963)

-K le i ne Sona te   (P equena S ona t a ) pa r a v i o l a de amor e p i ano , O p . 25 N o . 2 (1922 )-Kamm er m us i k No . 6 f o r v io l a de am or and cham ber o r ches t r a , Op . 46 N o . 1 (1927 )

Conclusão:

A Viola da Gamba e a Viola de Amor foram instrumentos bastante peculiares.A Viola da Gamba inglesa ainda hoje é tocada e apesar de não existir um vasto

repertório, ainda provoca interesse em muitas pessoas.A Viola de Amor, por sua vez, caiu em desuso e apesar do vasto repertório não

existem muitos intérpretes contemporâneos que a utilizem.

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