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o segundo é o da Baixa Idade Média, ocorrido entre os séculos XII ao XV. A Baixa Idade Média foi o período em que se iniciou a desintegração do mundo feudal europeu. As consequências das cruzadas no âmbito comercial proporcionaram um renascimento do comércio com o Oriente a partir do século XII. Outro renascimento do período foi o Renascimento Urbano, decorrente do comércio nas feiras do interior do continente, que levou à expansão das cidades. Essas mudanças resultaram aos poucos na diminuição do poder cultural católico, abrindo espaço ao conhecimento baseado no que sobrou da cultura produzida por gregos e romanos, que encontraram difusão nas universidades criadas a partir do século XII. O renascimento comercial e urbano levou ainda à paulatina desintegração do sistema feudal, transformando as relações pessoais de servidão e vassalagem em relações impessoais mediadas pelo dinheiro, principalmente dentro das cidades. As alterações nos regimes de trabalho, como o artesanato nas corporações de ofício, criaram as bases para o surgimento do capitalismo. O fim da Baixa Idade Média foi ainda marcado pela realização das Grandes Navegações e pelo início da centralização do poder político que resultou na formação dos Estados Nacionais. A Idade Média chegou a ser chamada pelos pensadores do Renascimento de Idade das Trevas, devido ao suposto desaparecimento da cultura greco-romana efetuado pelas invasões bárbaras e o domínio da Igreja. Para esses pensadores, a dominação religiosa havia deixado na escuridão os conhecimentos antigos. Essa perspectiva não corresponde ao que realmente aconteceu, já que os conhecimentos antigos foram mantidos, pois caso contrário esses pensadores não saberiam da existência do conhecimento produzido por gregos e romanos. RENASCIMENTO O termo Renascimento é comumente aplicado à civilização européia que se desenvolveu entre 1300 e 1650. Além de reviver a antiga cultura greco-romana, ocorreram nesse período muitos progressos e incontáveis realizações no campo das artes, da literatura e das ciências, que superaram a herança clássica. O ideal do humanismo foi sem duvida o móvel desse progresso e tornou-se o próprio espírito do Renascimento. Trata-se de uma volta deliberada, que propunha a ressurreição consciente (o re-nascimento) do passado, considerado agora como fonte de inspiração RENASCIMENT
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TRABALHO LIZBETH

Mar 26, 2023

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o segundo é o da Baixa Idade Média, ocorrido entre os séculos XII ao XV.

A Baixa Idade Média foi o período em que se iniciou a desintegração do mundo feudal europeu. As consequênciasdas cruzadas no âmbito comercial proporcionaram um renascimento do comércio com o Oriente a partir do séculoXII. Outro renascimento do período foi o Renascimento Urbano, decorrente do comércio nas feiras do interior docontinente, que levou à expansão das cidades. Essas mudanças resultaram aos poucos na diminuição do podercultural católico, abrindo espaço ao conhecimento baseado no que sobrou da cultura produzida por gregos eromanos, que encontraram difusão nas universidades criadas a partir do século XII.

O renascimento comercial e urbano levou ainda à paulatina desintegração do sistema feudal, transformando asrelações pessoais de servidão e vassalagem em relações impessoais mediadas pelo dinheiro, principalmente dentrodas cidades. As alterações nos regimes de trabalho, como o artesanato nas corporações de ofício, criaram asbases para o surgimento do capitalismo. O fim da Baixa Idade Média foi ainda marcado pela realização das GrandesNavegações e pelo início da centralização do poder político que resultou na formação dos Estados Nacionais.

A Idade Média chegou a ser chamada pelos pensadores do Renascimento de Idade das Trevas, devido ao suposto desaparecimento da cultura greco-romana efetuado pelas invasões bárbaras e o domínio da Igreja. Para esses pensadores, a dominação religiosa havia deixado na escuridão os conhecimentos antigos. Essa perspectiva não corresponde ao que realmente aconteceu, já que os conhecimentos antigos foram mantidos, pois caso contrário esses pensadores não saberiam da existência do conhecimento produzido por gregos e romanos.

RENASCIMENTOO termo Renascimento é comumente aplicado à civilização européia que se desenvolveu entre 1300 e 1650. Além de reviver a antiga cultura greco-romana, ocorreram nesse período muitos progressos e incontáveis realizações no campo das artes, da literatura e das ciências, que superaram a herança clássica. O ideal do humanismo foi sem duvida o móvel desse progresso e tornou-se o próprio espírito do Renascimento. Trata-se de uma volta deliberada,que propunha a ressurreição consciente (o re-nascimento) do passado, considerado agora como fonte de inspiração

RENASCIMENTO

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e modelo de civilização. Num sentido amplo, esse ideal pode ser entendido como a valorização do homem (Humanismo) e da natureza, em oposição ao divino e ao sobrenatural, conceitos que haviam impregnado a cultura daIdade Média.

Características gerais:

• Racionalidade • Dignidade do Ser Humano • Rigor Científico • Ideal Humanista • Reutilização das artes greco-romana

ARQUITETURA

Na arquitetura renascentista, a ocupação do espaço pelo edifício baseia-se em relações matemáticas estabelecidasde tal forma que o observador possa compreender a lei que o organiza, de qualquer ponto em que se coloque. “Já não é o edifício que possui o homem, mas este que, aprendendo a lei simples do espaço, possui o segredo do edifício” (Bruno Zevi, Saber Ver a Arquitetura)

Principais características:

• Ordens Arquitetônicas • Arcos de Volta-Perfeita • Simplicidade na construção • A escultura e a pintura se desprendem da arquitetura e passam a ser autônomas • Construções; palácios, igrejas, vilas (casa de descanso fora da cidade), fortalezas (funções militares)

O principal arquiteto renascentista:

Brunelleschi

- é um exemplo de artista completo renascentista, pois foi pintor, escultor e arquiteto. Além de dominar conhecimentos de Matemática, Geometria e de ser grande conhecedor da poesia de Dante. Foi como construtor, porém, que realizou seus mais importantes trabalhos, entre eles a cúpula da catedral de Florença e a Capela Pazzi.

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PINTURA

Principais características:

• Perspectiva: arte de figura, no desenho ou pintura, as diversas distâncias e proporções que têm entre si os objetos vistos à distância, segundo os princípios da matemática e da geometria. • Uso do claro-escuro: pintar algumas áreas iluminadas e outras na sombra, esse jogo de contrastes reforça a sugestão de volume dos corpos. • Realismo: o artistas do Renascimento não vê mais o homem como simples observador do mundo que expressa a grandeza de Deus, mas como a expressão mais grandiosa do próprio Deus. E o mundo é pensado como uma realidade a ser compreendida cientificamente, e não apenas admirada. • Inicia-se o uso da tela e da tinta à óleo. • Tanto a pintura como a escultura que antes apareciam quase que exclusivamente como detalhes de obras arquitetônicas, tornam-se manifestações independentes. • Surgimento de artistas com um estilo pessoal, diferente dos demais, já que o período é marcado pelo ideal de liberdade e, conseqüentemente, pelo individualismo.

Os principais pintores foram:

Botticelli

- os temas de seus quadros foram escolhidos segundo a possibilidade que lhe proporcionavam de expressar seu ideal de beleza. Para ele, a beleza estava associada ao ideal cristão. Por isso, as figuras humanas de seus quadros são belas porque manifestam a graça divina, e, ao mesmo tempo, melancólicas porque supõem que perderam esse dom de Deus. Obras destacadas: A Primavera e O Nascimento de Vênus.

Leonardo da Vinci

- ele dominou com sabedoria um jogo expressivo de luz e sombra, gerador de uma atmosfera que parte da realidade mas estimula a imaginação do observador. Foi possuidor de um espírito versátil que o tornou capaz de pesquisar erealizar trabalhos em diversos campos do conhecimento humano. Obras destacadas: A Virgem dos Rochedos e Monalisa.

Michelângelo

- entre 1508 e 1512 trabalhou na pintura do teto da Capela Sistina, no Vaticano. Para essa capela, concebeu e realizou grande número de cenas do Antigo Testamento. Dentre tantas que expressam a genialidade do artista, uma

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particularmente representativa é a criação do homem. Obras destacadas: Teto da Capela Sistina e a Sagrada Família

Rafael

- suas obras comunicam ao observador um sentimento de ordem e segurança, pois os elementos que compõem seus quadros são dispostos em espaços amplo, claros e de acordo com uma simetria equilibrada. Foi considerado grande pintor de “Madonas”. Obras destacadas: A Escola de Atenas e Madona da Manhã.

ESCULTURA

Em meados do século XV, com a volta dos papas de Avinhão para Roma, esta adquire o seu prestígio. Protetores dasartes, os papas deixam o palácio de Latrão e passam a residir no Vaticano. Ali, grandes escultores se revelam, omaior dos quais é Michelângelo, que domina toda a escultura italiana do século XVI. Algumas obras: Moisés, Davi (4,10m) e Pietá. Outro grande escultor desse período foi Andrea del Verrochio. Trabalhou em ourivesaria e esse fato acabou influenciando sua escultura. Obra destacada: Davi (1,26m) em bronze.

Principais Características:

• Buscavam representar o homem tal como ele é na realidade • Proporção da figura mantendo a sua relação com a realidade • Profundidade e perspectiva • Estudo do corpo e do caráter humano

O Renascimento Italiano se espalha pela Europa, trazendo novos artistas que nacionalizaram as idéias italianas. São eles: • Dürer | • Hans Holbein | • Bosch | • Bruegel

Para seu conhecimento

- A Capela Sistina foi construída por ordem de Sisto IV (retangular 40 x 13 x 20 altura). E é na própria Capela que se faz o Conclave: reunião com os cardeais após a morte do Papa para proceder a eleição do próximo. Lareira que produz fumaça negra - que o Papa ainda não foi escolhido; fumaça branca - que o Papa acaba de ser escolhido,avisa o povo na Praça de São Pedro, no Vaticano

- Michelângelo dominou a escultura e o desenho do corpo humano maravilhosamente bem, pois tendo dissecado cadáveres por muito tempo, assim como Leonardo da Vinci, sabia exatamente a posição de cada músculo, cada

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tendão, cada veia.

- Além de pintor, Leonardo da Vinci, foi grande inventor. Dentre as suas invenções estão: “Parafuso Aéreo”, primitiva versão do helicóptero, a ponte elevadiça, o escafandro, um modelo de asa-delta, etc.

- Quando deparamos com o quadro da famosa MONALISA não conseguimos desgrudar os olhos do seu olhar, parece que ele nos persegue. Por que acontece isso? Será que seus olhos podem se mexer? Este quadro foi pintado, pelo famoso artista e inventor italiano Leonardo da Vinci (1452-1519) e qual será o truque que ele usou para dar esseefeito? Quando se pinta uma pessoa olhando para a frente (olhando diretamente para o espectador) tem-se a impressão que o personagem do quadro fixa seu olhar em todos. Isso acontece porque os quadros são lisos. Se olharmos para a Monalisa de um ou de outro lado estaremos vendo-a sempre com os olhos e a ponta do nariz para a frente e não poderemos ver o lado do seu rosto. Aí está o truque em qualquer ângulo que se olhe a Monalisa a veremos sempre de frente.

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BARROCOA arte barroca originou-se na Itália (séc. XVII) mas não tardou a irradiar-se por outros países da Europa e a chegar também ao continente americano, trazida pelos colonizadores portugueses e espanhóis. As obras barrocas romperam o equilíbrio entre o sentimento e a razão ou entre a arte e a ciência, que os artistas renascentistas

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procuram realizar de forma muito consciente; na arte barroca predominam as emoções e não o racionalismo da arte renascentista. É uma época de conflitos espirituais e religiosos. O estilo barroco traduz a tentativa angustiante de conciliar forças antagônicas: bem e mal; Deus e Diabo; céu e terra; pureza e pecado; alegria e tristeza; paganismo e cristianismo; espírito e matéria.

Suas características gerais são:

• emocional sobre o racional; seu propósito é impressionar os sentidos do observador, baseando-se no princípio segundo o qual a fé deveria ser atingida através dos sentidos e da emoção e não apenas pelo raciocínio. • busca de efeitos decorativos e visuais, através de curvas, contracurvas, colunas retorcidas; • entrelaçamento entre a arquitetura e escultura; • violentos contrastes de luz e sombra; • pintura com efeitos ilusionistas, dando-nos às vezes a impressão de ver o céu, tal a aparência de profundidadeconseguida.

PINTURA

Características da pintura barroca:

• Composição assimétrica, em diagonal - que se revela num estilo grandioso, monumental, retorcido, substituindo a unidade geométrica e o equilíbrio da arte renascentista. • Acentuado contraste de claro-escuro (expressão dos sentimentos) - era um recurso que visava a intensificar a sensação de profundidade. • Realista, abrangendo todas as camadas sociais.• Escolha de cenas no seu momento de maior intensidade dramática.

Dentre os pintores barrocos italianos:

Caravaggio

- o que melhor caracteriza a sua pintura é o modo revolucionário como ele usa a luz. Ela não aparece como reflexo da luz solar, mas é criada intencionalmente pelo artista, para dirigir a atenção do observador. Obra destacada: Vocação de São Mateus.

Andrea Pozzo

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- realizou grandes composições de perspectiva nas pinturas dos tetos das igrejas barrocas, causando a ilusão de que as paredes e colunas da igreja continuam no teto, e de que este se abre para o céu, de onde santos e anjos convidam os homens para a santidade. Obra destacada: A Glória de Santo Inácio.

A Itália foi o centro irradiador do estilo barroco. Dentre os pintores mais representativos, de outros países daEuropa, temos:

Velázquez

- além de retratar as pessoas da corte espanhola do século XVII procurou registrar em seus quadros também os tipos populares do seu país, documentando o dia-a-dia do povo espanhol num dado momento da história. Obra destacada: O Conde Duque de Olivares.

Rubens

(espanhol) - além de um colorista vibrante, se notabilizou por criar cenas que sugerem, a partir das linhas contorcidas dos corpos e das pregas das roupas, um intenso movimento. Em seus quadros, é geralmente, no vestuário que se localizam as cores quentes - o vermelho, o verde e o amarelo - que contrabalançam a luminosidade da pele clara das figuras humanas. Obra destacada: O Jardim do Amor.

Rembrandt

(holandês) - o que dirige nossa atenção nos quadros deste pintor não é propriamente o contraste entre luz e sombra, mas a gradação da claridade, os meios-tons, as penumbras que envolvem áreas de luminosidade mais intensa. Obra destacada: Aula de Anatomia.

ESCULTURA

Suas características são: o predomío das linhas curvas, dos drapeados das vestes e do uso do dourado; e os gestos e os rostos das personagens revelam emoções violentas e atingem uma dramaticidade desconhecida no Renascimento.

Bernini

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- arquiteto, urbanista, decorador e escultor, algumas de suas obras serviram de elementos decorativos das igrejas, como, por exemplo, o baldaquino e a cadeira de São Pedro, ambos na Basílica de São Pedro, no Vaticano. Obra destacada: A Praça de São Pedro, Vaticano e o Êxtase de Santa Teresa.

Para seu conhecimento

Barroco: termo de origem espanhola ‘Barrueco’, aplicado para designar pérolas de forma irregular.

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NEOCLASSICISMONas duas últimas décadas do século XVIII e nas três primeiras do século XIX, uma nova tendência estética predominou nas criações dos artistas europeus. Trata-se do Neoclassicismo (neo = novo), que expressou os valorespróprios de uma nova e fortalecida burguesia, que assumiu a direção da Sociedade européia após a Revolução Francesa e principalmente com o Império de Napoleão.

Principais características:

• retorno ao passado, pela imitação dos modelos antigos greco-latinos;• academicismo nos temas e nas técnicas, isto é, sujeição aos modelos e às regras ensinadas nas escolas ou academias de belas-artes;• arte entendida como imitação da natureza, num verdadeiro culto à teoria de Aristóteles.

ARQUITETURA

Tanto nas construções civis quanto nas religiosas, a arquitetura neoclássica seguiu o modelo dos templos greco-romanos ou o das edificações do Renascimento italiano. Exemplos dessa arquitetura são a igreja de Santa Genoveva, transformada depois no Panteão Nacional, em Paris, e a Porta do Brandemburgo, em Berlim.

PINTURA

A pintura desse período foi inspirada principalmente na escultura clássica grega e na pintura renascentista italiana, sobretudo em Rafael, mestre inegável do equilíbrio da composição.

Características da pintura:

• Formalismo na composição, refletindo racionalismo dominante.• Exatidão nos contornos• Harmonia do colorido

Os maiores representantes da pintura neoclássica são, sem dúvida,

Jacques-Louis David

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- foi considerado o pintor da Revolução Francesa, mais tarde, tornou-se o pintor oficial do Império de Napoleão.Durante o governo de Napoleão, registrou fatos históricos ligados à vida do imperador. Suas obras geralmente expressam um vibrante realismo, mas algumas delas exprimem fortes emoções. Obra destacada: Bonaparte atravessando os Alpes e Morte de Marat

Jean-Auguste-Dominique Ingres

(1780-1867), o pintor foi uma espécie de cronista visual da sociedade de seu tempo. Ingres acreditava qua a tarefa primordial da arte era produzir quadros históricos. Ardoroso defensor da pureza das formas, ele afirmava,por exemplo, que desenhar uma linha perfeita era muito mais importante do que colorir. " A pincelada deve ser tão fina como a casca de uma cebola", repetia a seus alunos. Sua obra abrange, além de composições mitológicas eliterárias, nus, retratos e paisagens, mas a crítica moderna vê nos retratos e nus o seu trabalho mais admirável. Ingres soube registrar a fisionomia da classe burguesa do seu tempo, principalmente no gosto pelo poder e na sua confiança na individualidade. Amante declarado da tradição. Ingres passou a vida brigando contra a vanguarda artística francesa representada pelo pintor romântico Eugène Delacroix, contudo foi Ingres, e não o retórico e inflamado Delacroix, o mais revolucionário dos dois. A modernidade de Ingres está justamente na visãodistanciada que tinha de sue retratados, na recusa a produzir qualquer julgamento moral a respeito deles, numa época em que se consumava o processo de aliança entre a nobreza e a burguesia. O detalhismo também é uma das suas marcas registradas. Seus retratos são invariavelmente enriquecidos com mantos aveludados, rendas, flores e jóias.

Para seu conhecimento:

Forte influência da arquitetura neoclássica foi a descoberta arqueológica das cidades italianas de Pompéia e Herculano que, no ano de 79 a.C., foram cobertas pelas lavas do vulcão Vesúvio. Diante daquelas construções, num

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erro de interpretação, os historiadores de arte acreditavam que os edifícios gregos eram recobertos com mármore branco, ocasionando a construção de tantos edifícios brancos. Exemplo: Casa Branca dos Estados Unidos.

ROMANTISMOO romantismo é todo um período cultural, artístico e literário que se inicia na Europa no final do século XVIII,espalhando-se pelo mundo até o final do século XIX.

 

O berço do romantismo pode ser considerado três países: Itália, Alemanha e Inglaterra. Porém, na França, oromantismo ganha força como em nenhum outro país e, através dos artistas franceses, os ideais românticosespalham-se pela Europa e pela América.

As características principais deste período são : valorização das emoções, liberdade de criação, amor platônico, temas religiosos, individualismo, nacionalismo e história. Este período foi fortemente influenciado pelos ideais do iluminismo e pela liberdade conquistada na Revolução Francesa.

O século XIX foi agitado por fortes mudanças sociais, políticas e culturais causadas por acontecimentos do finaldo século XVIII que foram a Revolução Industrial que gerou novos inventos com o objetivo de solucionar os problemas técnicos decorrentes do aumento de produção, provocando a divisão do trabalho e o início da especialização da mão-de-obra, e pela Revolução Francesa que lutava por uma sociedade mais harmônica, em que os direitos individuais fossem respeitados, traduziu-se essa expectativa na Declaração dos Direitos do homem e do Cidadão. Do mesmo modo, a atividade artística tornou-se complexa.

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Os artistas românticos procuraram se libertar das convenções acadêmicas em favor da livre expressão da personalidade do artista.

Características gerais:

• a valorização dos sentimentos e da imaginação; • o nacionalismo; • a valorização da natureza como princípios da criação artística; e • os sentimentos do presente tais como: Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

ARQUITETURA E ESCULTURA

A escultura e a arquitetura registram pouca novidade. Observa-se, grosso modo, a permanência do estilo anterior,o neoclássico. Vez por outra retomou-se o estilo gótico da época medieval, gerando o neogótico. Obra Destacada: Edifício do Parlamento Inglês

PINTURA

Características da pintura:

• Aproximação das formas barrocas; • Composição em diagonal sugerindo instabilidade e dinamismo ao observador; • Valorização das cores e do claro-escuro; e • Dramaticidade

Temas da pintura:

• Fatos reais da história nacional e contemporânea da vida dos artistas; • Natureza revelando um dinamismo equivalente as emoções humanas; e • Mitologia Grega

Principais artistas:

Goya

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- Nasceu no pequeno povoado de Fuendetodos, Espanha, em 1746. Morreu em Bordeaux, em 1828. Goya e sua mitologia povoada por sonhos e pesadelos, seres deformados, tons opressivos. Senhor absoluto da caricatura do seu tempo. Trabalhou temas diversos: retratos de personalidades da corte espanhola e de pessoas do povo, os horrores da guerra, a ação incompreensível de monstros, cenas históricas e as lutas pela liberdade. Obra destacada: Os Fuzilamentos de 3 de maio de 1808.

Turner

- representou grandes movimentos da natureza, mas por meio do estudo da luz que a natureza reflete, procurou descrever uma certa atmosfera da paisagem. Uma das primeiras vezes que a arte registra a presença da máquina (locomotiva). Obras destacadas: Chuva, Vapor e Velocidade e O Grande Canal, Veneza.

Eugène Delacroix

(1798-1863), suas obras apresentam forte comprometimento político e o valor da pintura é assegurada pelo uso dascores, das luzes e das sombras, dando-nos a sensação de grande movimentação. Representava assuntos abstratos personificando-os (alegorias). Culto, dono de uma língua ferina, rico e namorador. Amigo do compositor Frèderic Chopin, inimigo do romancista Honoré de Balzac, admirado pelo poeta Charles Baudelaire e indiferente às demais celebridades de seu tempo, Delacroix tinha noção da própria grandeza. "A principal qualidade de um quadro é ser uma festa para os olhos", escreveu na derradeira nota de seus famosos diários, em 1963, menos de dois meses antes de morrer. Nascido num momento crucial da História da França, aquele em que a burguesia revolucionária colhia os frutos de seu triunfo sobre o monarquia dos reis Capeto, o pintor viveu a maior parte da vida jovem e adulta num mundo que voltava aos poucos à antiga ordem natural das coisas. Assistiu à ascensão e queda de Napoleão Bonaparte, a restauração da dinastia dos Bourbon e, finalmente, a entronização do rei Luís Felipe, em 1830. Seu quadro mais conhecido A Liberdade Guiando o Povo, muitas vezes tomado como um símbolo das lutas populares e republicanas, foi feito por inspiração do movimento que levou Luís Felipe ao trono da França.

Para seu conhecimento:

A palavra romantismo designa uma maneira de se comportar, de agir, de interpretar a realidade. O comportamento romântico caracteriza-se pelo sonho, por uma atitude emotiva diante das coisas e esse comportamento pode ocorrerem qualquer tempo da história. Romantismo designa uma tendência geral da vida e da arte; portanto, nomeia um sistema, um estilo delimitado no tempo.

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REALISMOEntre 1850 e 1900 surge nas artes européias, sobretudo na pintura francesa, uma nova tendência estética chamada Realismo, que se desenvolveu ao lado da crescente industrialização das sociedades. O homem europeu, que tinha aprendido a utilizar o conhecimento científico e a técnica para interpretar e dominar a natureza, convenceu-se de que precisava ser realista, inclusive em suas criações artísticas, deixando de lado as visões subjetivas e emotivas da realidade.

São características gerais:

• o cientificismo• a valorização do objeto• o sóbrio e o minucioso• a expressão da realidade e dos aspectos descritivos

ARQUITETURA

Os arquitetos e engenheiros procuram responder adequadamente às novas necessidades urbanas, criadas pela industrialização. As cidades não exigem mais ricos palácios e templos. Elas precisam de fábricas, estações, ferroviárias, armazéns, lojas, bibliotecas, escolas, hospitais e moradias, tanto para os operários quanto para anova burguesia. Em 1889, Gustavo Eiffel levanta, em Paris, a Torre Eiffel, hoje logotipo da "Cidade Luz".

ESCULTURA

Auguste Rodin - não se preocupou com a idealização da realidade. Ao contrário, procurou recriar os seres tais como eles são. Além disso, os escultores preferiam os temas contemporâneos, assumindo muitas vezes uma intenção política em suas obras. Sua característica principal é a fixação do momento significativo de um gesto humano. Obras destacadas: Balzac, Os Burgueses de Calais, O Beijo e O Pensador.

PINTURA

Características da pintura:

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• Representação da realidade com a mesma objetividade com que um cientista estuda um fenômeno da natureza, ou seja o pintor buscava representar o mundo de maneira documental;• Ao artista não cabe "melhorar" artisticamente a natureza, pois a beleza está na realidade tal qual ela é; e.• Revelação dos aspectos mais característicos e expressivos da realidade.

Temas da pintura:

• Politização: a arte passa a ser um meio para denunciar uma ordem social que consideram injusta; a arte manifesta um protesto em favor dos oprimidos.• Pintura social denunciando as injustiças e as imensas desigualdades entre a miséria dos trabalhadores e a opulência da burguesia. As pessoas das classes menos favorecidas - o povo, em resumo - tornaram-se assunto freqüente da pintura realista. Os artistas incorporavam a rudeza, a fealdade, a vulgaridade dos tipos que pintavam, elevando esses tipos à categoria de heróis. Heróis que nada têm a ver com os idealizados heróis da pintura romântica.

Principais pintores:

Courbet

- foi considerado o criador do realismo social na pintura, pois procurou retratar em suas telas temas da vida cotidiana, principalmente das classes populares. Manifesta sua simpatia particular pelos trabalhadores e pelos homens mais pobres da sociedade no século XIX. Obra destacada: Moças Peneirando o Trigo.

Jean-François Millet

sensível observador da vida campestre, criou uma obra realista na qual o principal elemento é a ligação atávica do homem com a terra. Foi educado num meio de profunda religiosidade e respeito pela natureza. Trabalhou na lavoura desde muito cedo. Seus numerosos desenhos de paisagens influenciaram, mais tarde, Pissarro e Van Gogh. Éo caso, por exemplo, "Angelus".

Para seu conhecimento:

Courbet dizia: "Sou democrata, republicano, socialista, realista, amigo da verdade e verdadeiro"

A palavra realismo designa uma maneira de agir, de interpretar a realidade. Esse comportamento caracteriza-se pela objetividade, por uma atitude racional das coisas pode ocorrer em qualquer tempo da história.

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O termo Realismo significa um estilo de época que predominou na segunda metade do século XIX.

IMPRESSIONISMOO Impressionismo foi um movimento artístico que revolucionou profundamente a pintura e deu início às grandes tendências da arte do século XX. Havia algumas considerações gerais, muito mais práticas do que teóricas, que osartistas seguiam em seus procedimentos técnicos para obter os resultados que caracterizaram a pintura impressionista.

Principais características da pintura:

• A pintura deve registrar as tonalidades que os objetos adquirem ao refletir a luz solar num determinado momento, pois as cores da natureza se modificam constantemente, dependendo da incidência da luz do sol. • As figuras não devem ter contornos nítidos, pois a linha é uma abstração do ser humano para representar

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imagens. • As sombras devem ser luminosas e coloridas, tal como é a impressão visual que nos causam, e não escuras ou pretas, como os pintores costumavam representá-las no passado. • Os contrastes de luz e sombra devem ser obtidos de acordo com a lei das cores complementares. Assim, um amarelo próximo a um violeta produz uma impressão de luz e de sombra muito mais real do que o claro-escuro tão valorizado pelos pintores barrocos. • As cores e tonalidades não devem ser obtidas pela mistura das tintas na paleta do pintor. Pelo contrário, devem ser puras e dissociadas nos quadros em pequenas pinceladas. É o observador que, ao admirar a pintura, combina as várias cores, obtendo o resultado final. A mistura deixa, portanto, de ser técnica para se óptica.

A primeira vez que o público teve contato com a obra dos impressionistas foi numa exposição coletiva realizada em Paris, em abril de 1874. Mas o público e a crítica reagiram muito mal ao novo movimento, pois ainda se mantinham fiéis aos princípios acadêmicos da pintura.

Principais artistas:

Claude Monet

- incessante pesquisador da luz e seus efeitos, pintou vários motivos em diversas horas do dia, afim de estudar as mutações coloridas do ambiente com sua luminosidade. Obras Destacadas: Mulheres no Jardim e a Catedral de Rouen em Pleno Sol.

Auguste Renoir

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- foi o pintor impressionista que ganhou maior popularidade e chegou mesmo a ter o reconhecimento da crítica, ainda em vida. Seus quadros manifestam otimismo, alegria e a intensa movimentação da vida parisiense do fim do século XIX. Pintou o corpo feminino com formas puras e isentas de erotismo e sensualidade, preferia os nus ao arlivre, as composições com personagens do cotidiano, os retratos e as naturezas mortas. Obras Destacadas: Baile do Moulin de la Galette e La Grenouillière.

Edgar Degas

- sua formação acadêmica e sua admiração por Ingres fizeram com que valorizasse o desenho e não apenas a cor, que era a grande paixão do Impressionismo. Além disso, foi pintor de poucas paisagens e cenas ao ar livre. Os ambientes de seus quadros são interiores e a luz é artificial. Sua grande preocupação era flagrar um instante davida das pessoas, aprender um momento do movimento de um corpo ou da expressão de um rosto. Adorava o teatro de bailados. Obra Destacada: O Ensaio.

Seurat

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- Mestre no pontilhismo. Obra Destacada: Tarde de Domingo na Ilha Grande Jatte.

No Brasil, destaca-se o pintor Eliseu Visconti, ele já não se preocupa mais em imitar modelos clássicos; procura, decididamente, registrar os efeitos da luz solar nos objetivos e seres humanos que retrata em suas telas. Ganhou uma viagem à Europa, onde teve contato com a obra dos impressionistas. A influência que recebeu desses artistas foi tão grande que ele é considerado o maior representante dessa tendência na pintura brasileira. Obra destacadas são: Trigal e Maternidade.

Para seu conhecimento:

- O quadro Mulheres no Jardim, de Monet, foi pintado totalmente ao ar livre e sempre com a luz do sol. São cenasdo jardim da casa do artista. - O movimento impressionista foi idealizado nas reuniões com seus principais pintores e elas aconteciam no estúdio fotográfico de Nadar, na Rue de Capucines, Paris.

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EXPRESSIONISMOO Expressionismo é a arte do instinto, trata-se de uma pintura dramática, subjetiva, “expressando” sentimentos humanos. Utilizando cores irreais, dá forma plástica ao amor, ao ciúme, ao medo, à solidão, à miséria humana, à prostituição. Deforma-se a figura, para ressaltar o sentimento. Predominância dos valores emocionais sobre os intelectuais. Corrente artística concentrada especialmente na Alemanhaentre 1905 e 1930.

Principais características:

• pesquisa no domínio psicológico; • cores resplandecentes, vibrantes, fundidas ou separadas; • dinamismo improvisado, abrupto, inesperado; • pasta grossa, martelada, áspera; • técnica violenta: o pincel ou espátula vai e vem, fazendo e refazendo, empastando ou provocando explosões; • preferência pelo patético, trágico e sombrio

OBSERVAÇÃO:

Alguns historiadores determinam para esses pintores o movimento ”Pós Impressionista”. Os pintores não queriam destruir os efeitos impressionistas, mas queriam levá-los mais longe. Os três primeiros pintores abaixo estão incluídos nessa designação.

Principais artistas:

Paul Gauguin

(1848-1903) - Depois de passar a infância no Peru, Gauguin voltou com os pais para a França, mais precisamente para Orléans. Em 1887 entrou para a marinha e mais tarde trabalhou na bolsa de valores. Aos 35 anos tomou a decisão mais importante de sua vida: dedicar-se totalmente à pintura. Começou assim uma vida de viagens e

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boemia, que resultou numa produção artística singular e determinante das vanguardas do século XX. Sua obra, longe de poder ser enquadrada em algum movimento, foi tão singular como a de seus amigos Van Gogh ou Cézanne. Apesar disso, é verdade que teve seguidores e que pode ser considerado o fundador do grupo Navis, que, mais do que um conceito artístico, representava uma forma de pensar a pintura como filosofia de vida. Suas primeiras obras tentavam captar a simplicidade da vida no campo, algo que ele consegue com a aplicação arbitrária das cores, em oposição a qualquer naturalismo, como demonstra o seu famoso Cristo Amarelo. As cores se estendem planas e puras sobre a superfície, quase decorativamente. No ano de 1891, o pintor parte para o Taiti, em busca de novos temas, para se libertar dos condicionamentos da Europa. Suas telas surgem carregadas da iconografia exótica do lugar, e não faltam cenas que mostram um erotismo natural, fruto, segundo conhecidos do pintor, de sua paixão pelas nativas. A cor adquire mais preponderância representada pelos vermelhos intensos, amarelos, verdes e violetas. Quando voltou a Paris, realizou uma exposição individual na galeria de Durand-Ruel, voltou aoTaiti, mas fixou-se definitivamente na ilha Dominique. Obra Destacada: Jovens Taitianas com Flores de Manga.

Paul Cézanne

(1839-1906) - sua principal tendência foi converter os elementos naturais em figuras geométricas - como cilindros, cones e esferas – que se acentuou cada vez mais, de tal forma que se tornaria impossível para ele recriar a realidade segundo “impressões” captadas pelos sentidos. Na França de 1870, Cézanne era conhecido como um artista subversivo, de difícil temperamento, que quebrou com a visão estereotipada de que a obra de arte tinha de ser uma cópia da realidade. Mais do que reproduzir, Cézanne se preocupava em interpretar as cenas ao seu redor, violando, literalmente, a realidade do objeto. A maioria dos seus quadros transmite uma emoção, por vezes, considerada intragável pelos críticos da época. Colega dos principais artistas do movimento impressionista francês como Renoir, Monet e Degas, Cézanne diferenciava-se deles por sua técnica de construção rigorosa que mais tarde evoluiria para as formas geométricas. Sua grande aspiração, dizia, era “fazer do impressionismo algo sólido e durável como as artes dos museus”. A autonomia da arte, tão bem divulgada por ele, foi a premissa básica do Cubismo de Picasso e Braque que surgiria nos primeiros anos do século 20. No começo da carreira artística ele chocou o público pintando temas sensuais, entre eles, “A Orgia” e a “Tentação de Santo Antão”, ambos pintados entre 1864 e 1868. Neste último o pintor destacava mulheres nuas com enormes nádegas As pessoas para ele eram tidas como objetos, da mesma forma que maçãs e laranjas. Retratar banhistas virou uma obsessão para o pintor. Irritava-se com freqüência com os seus modelos. “Por que você se mexe? Uma maça por acaso se mexe?", implicava. Nos diversos artigos que escreveu para os jornais da época, criticava o sistema artístico estabelecido e enaltecia a arte dos pintores impressionistas, Zola chamava Cézanne de o maior colorista do grupo. “As telas tãofortes e tão vívidas podem até provocar risos nos burgueses, mas de qualquer forma indicam os elementos de um

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grande pintor”, disse ele num artigo de 1877, publicado num jornal de Marselha. Não conseguindo entrar na Escola de Belas Artes e tendo vários dos seus quadros recusados no Grande Salão de Paris, Cézanne volta para Aix, onde se casa e tem um filho. Passa os últimos 30 anos de sua vida, morando em diferentes cidades do sul da França e indo eventualmente a Paris. Manteve, na década de 1880, pouco contato com os pintores, entre eles Pisarro e Paul Gachet, artista amador, que comprou várias de suas obras. Volta para Paris em 1874, por insistência de Pisarro, para a primeira mostra coletiva dos pintores impressionistas. As suastelas são as que mais despertam zombarias do público. Tanto na “A Casa dos Enforcados” , como na “Moderna Olympia”, exibidas no Grande Salão, Cézanne já esboça a sua tendência às formas geométricas. Um exemplo do seu perfeccionismo pelas formas pode ser expresso pelos seus 60 quadros acerca do mesmo tema: o Monte Saint Victoire, próximo à Aix. Ele ficou quase 30 anos aprimorando a “geometria” da montanha em aquarelas de traços retos e vigorosos e ângulos quase perfeitos. Em outubro de 1906, foi surpreendido por uma tempestade em Aix, enquanto pintava no campo. Afetado por uma congestão pulmonar, morreu uma semana depois.

Vicent Van Gogh

(1853-1890) - empenhou profundamente em recriar a beleza dos seres humanos e da natureza através da cor, que para ele era o elemento fundamental da pintura. Foi uma pessoa solitária. Interessou-se pelo trabalho de Gauguim, principalmente pela sua decisão de simplificar as formas dos seres, reduzir os efeitos de luz e usar zonas de cores bem definidas. Em 1888, deixou Paris e foi para Arles, cidade do sul da França, onde passou a pintar ao ar livre. O sol intenso da região mediterrânea interferiu em sua pintura, e ele libertou-se completamente de qualquer naturalismo no emprego das cores, declarando-se um colorista arbitrário. Apaixonou-se então pelas cores intensas e puras, sem nenhuma matização, pois elas tinham para ele a função de representar emoções. Entretanto ele passou por várias crises nervosas e, depois de internações e tratamentos médicos, dirigiu-se, em maio de 1890, para Anvers, uma cidade tranqüila ao norte da França. Nessa época, em três meses apenas, pintou cerca de oitenta telas com cores fortes e retorcidas. Em julho do mesmo ano, ele suicidou-se, deixando uma obra plástica composta por 879 pinturas, 1756 desenhos e dez gravuras. Enquanto viveu não foi reconhecido pelo público nem pelo críticos, que não souberam ver em sua obra os primeiros passos em direção à

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arte moderna, nem compreender o esforço para libertar a beleza dos seres por meio de uma explosão de cores. Obras Destacadas: Trigal com Corvos e Café à Noite.

Toulouse-Lautrec

(1864-1901) - Pintava temas pertencentes à vida noturna de Paris, e também foi responsável pelos cartazes das artistas que se apresentavam no Moulin Rouge. Boêmio, morreu jovem. Obra Destacada: Ivette Guilbert que Saúda o Público.

Edvard Munch

(1863-1944) - foi um dos primeiros artistas doséculo XX que conseguiu conceder às cores um valor simbólico e subjetivo, longe das representações realistas. Seus quadros exerceram grande influência nos artistas do grupo Die Brücke, que conheciam e admiravam sua obra. Nascido em Loten, Noruega, em 1863, Munch iniciou sua formação na cidade de Oslo, no ateliê do pintor Krogh. Realizou uma viagem a Paris, na qual conheceu Gauguin, Toulouse-Lautrec e Van Gogh. Em seu regresso, foi convidado a participar da exposição da Associação de Berlim. Numa segunda viagem a Paris, começou a se especializar em gravações e litografias, realizando trabalhos para a Ópera.Em pouco tempo pôde se apresentar no Salão dos Independentes. A partir de 1907, morou na Alemanha, onde, além deexposições, realizou cenários. Passou seus últimos anos em Oslo, na Noruega. Uma de suas obras mais importantes é O Grito (1889). O Grito é um exemplo dos temas que sensibilizaram os artistas ligados a essa tendência. Nela afigura humana não apresenta sua linhas reais mas contorce-se sob o efeito de suas emoções. As linhas sinuosas docéu e da água, e a linha diagonal da ponte, conduzem o olhar do observador para a boca da figura que se abre numgrito perturbador. Perseguido pela tragédia familiar, Munch foi um artista determinado a criar "pessoas vivas, que respiram e sentem, sofrem e amam". Recusou o banal, as cenas interiores pacíficas, comuns na sua época. A

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dor e o trágico permeiam seus quadros.

Ernst Ludwig Kirchner

(1880-1938) - foi um dos fundadores do grupo de pintura expressionista Die Brücke. Influenciado pelo cubismo e fauvismo, o pintor alemão deu formas geométricas às cores e despojou-as de sua função decorativa por meio de contrastes agressivos, com o fim de manifestar sua verdadeira visão da realidade. Tendo concluído seus estudos de arquitetura na cidade de Dresden, Kirchner continuou sua formação na cidade de Munique. Pouco tempo depois reuniu-se com os pintores Heckel e Schmidt-Rottluf em Berlim, com os quais, motivados pela leitura de Nietzsche,fundou o grupo Die Brücke (A Ponte, numa referência à frase do escritor: “...a ponte que conduz ao super-homem”). Veio então a época em que os pintores se reuniam numa casa de veraneio em Moritzburg e se dedicavam apenas ao que mais lhes interessava: pintar. Dessa época são os quadros mais ousados de paisagens e nus, bem como cenas circenses e de variedades. Em 1914 Kirchner foi convocado para a guerra, e um ano depois tentou o suicídio. Quando suas mãos se recuperaram do ferimento, voltou a pintar ao ar livre, em sua casa ao pé dos Alpes. Quando finalmente sua contribuição para a arte alemã foi reconhecida, foi nomeado membro da academia de Berlim, em 1931, para seis anos mais tarde, durante o nazismo, ver sua obra ser destruída e desprestigiada pelosórgãos de censura. Kirchner tentou mostrar em toda a sua produção pictórica uma realidade de pesadelo e decadência. Sensivelmente influenciado pelos desastres da guerra, seus quadros se transformaram num amontoado neurótico de cores contrastantes e agressivas, produto de uma profunda tristeza.No final de 1938 o pintor pôs

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fim à própria vida. Suas obras mais importantes estão dispersas pelos museus de arte moderna mais importantes daAlemanha.

Paul Klee

(1879-1940) - considerado um dos artistas mais originais do movimento expressionista. Convencido de que a realidade artística era totalmente diferente da observada na natureza, este pintor dedicou-se durante a toda suacarreira a buscar o ponto de encontro entre realidade e espírito. A exemplo de Kandinski, Klee estudou com o mestre Von Stuck em Munique. Depois de uma viagem pela Itália, entrou em contato com os pintores da Nova Associação de Artistas e finalmente uniu-se ao grupo de artistas do Der Blaue Reiter. Em 1912 viajou para Paris,onde se encontrou com Delaunay, que seria de vital importância para suas obras posteriores. Klee escreveu: "A cor, como a forma, pode expressar ritmo e movimento". Mas a grande descoberta ocorreria dois anos depois, em suaprimeira viagem a Túnis. As formas cúbicas da arquitetura e os graciosos arabescos na terracota deixaram sua marca na obra do pintor. Iniciou uma fase de grande produtividade, com quadros de caráter quase surrealista, criados, segundo o pintor, em cima de "matéria e sonhos". Entre eles merecem ser mencionados Anatomia de Afrodite, Demônios, Flores Noturnas e Villa R. Depois de lutar durante dois anos na Primeira Guerra, Klee juntou-se em 1924 ao grupo Die vier Blauen, mas antes apresentou suas obras em Paris, na primeira exposição dos surrealistas. Paralelamente, começou a trabalhar como professor em Dusseldorf e mais tarde na escola da Bauhaus em Weimar. Em 1933, Klee emigrou para a Suíça. Sua última exposição em vida aconteceu em Basiléia, em 1940. Alémde sua obra pictórica, Klee deixou vários trabalhos escritos que resumem seu pensamento artístico.

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Amadeo Modigliani

(1884-1920) - iniciou sua formação como pintor no ateliê de Micheli, em Livorno, sua cidade natal. Em 1902 entrou na Academia de Florença e um ano mais tarde na de Veneza. Três anos depois mudou-se para Paris, onde teveaulas na academia de Colarossi. Nessa cidade travou conhecimento com os pintores Utrillo, Picasso e Braque. Em

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1908 participou do Salão dos Independentes e lá conheceu Juan Gris e Brancusi. Produziu então suas primeiras esculturas motivado pelas peças de arte africana chegadas à França das colônias. Esse aspecto de máscara foi umadas constantes nos seus retratos e nus sensuais. Modigliani teve em comum com os cubistas e expressionistas o distanciamento das academias, a revalorização da cor e o estudo das formas puras. Sua visão tão subjetiva dos seres humanos e a emotividade de suas cores o aproximam mais do reduzido grupo de expressionistas franceses, composto por Rouault e Soutine. Apesar disso, pode-se muito bem dizer que sua obra, elegante , recatada e ao mesmo tempo misteriosa, pertence, juntamente com a dos mestres Cézanne e Van Gogh, para citar alguns, à dos gênios solitários.

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A HISTÓRIA DE DOIS AMIGOS

Van Gogh conheceu Gauguin poucos meses antes, em Paris, e ficará fascinado com a personalidade arrebatadora desse artista aventureiro que acabava de voltar do Panamá e da Martinica com uns quadros cheios de luz e de vidaprimitiva, como a que ele reclamava para contra balançar "a decadência do Ocidente". Então pedira a seu irmão Theo que o ajudasse a convencer Gauguin que fosse à Provença morar com ele. Ali, nessa casa amarela, fundariam

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uma comunidade de artistas, da qual seriam os pioneiros. Gauguin a dirigiria e novos pintores chegariam para integrar essa confraria ou comuna fraternal, onde tudo seria partilhado, se viveria pela e para a beleza e não existiriam a propriedade privada nem o dinheiro. Os dois meses que Van Gogh e Gauguin passaram em Arles, entre outubro e dezembro de 1888, são os mais misteriosos de suas biografias. Véspera de Natal de 1888, uma discussão no Café Estação, enquanto bebiam absinto, termina de modo abrupto: o holandês lança sua taça contra o amigo, que mal se desvia dela. No dia seguinte lhe comunica a intenção de mudar-se para um hotel pois, lhe diz, caso o episódio se repetisse, ele poderia reagir com igual violência e apertar-lhe o pescoço. Ao anoitecer, quando está atravessando o Parque Victor Hugo, Gauguin sente passos às suas costas. Volta-se e vê Van Gogh com uma navalha na mão, que, ao se sentir descoberto, foge. Guaguin vai passar a noite num hotelzinho próximo. Às 7 da manhã volta à Casa Amarela, em Arles e a descobre rodeada de vizinhos e policiais. Na véspera, depois do incidente no parque, Van Gogh haviacortado parte da orelha esquerda, levando-a, embrulhada num jornal a Rachel, prostituta com quem Van Gogh saia, no bordel de madame Virginie. Depois havia voltado ao seu quarto e ido dormir em meio a um mar de sangue. Gauguin e os policias o transferem para o Hotel Dieu e Gauguin parte para Paris na mesma noite. Embora nunca voltassem a ver-se, nos meses seguintes, enquanto Van Gogh permanecia um ano inteiro no sanatório de Saint Rémy, os amigos de Arles trocaram algumas cartas, nas quais o episódio da mutilação da orelha e suas experiências em Arles primam pela ausência. 'Quando do suicídio de Van Gogh, um ano e meio depois, com uma bala de revólver no estômago, em Auvers-sur-Oise, Gauguin fará um comentário brevíssimo e ríspido, como se tratasse de alguém muito alheio a ele ("Foi uma sorte para ele, o fim de seus sofrimentos."). E nos anos seguintes evitará falar do holandês, como que assediado por um incômodo permanente. No entanto, é óbvio que não o esqueceu, que essa ausência esteve muito presente nos 15 anos de vida que lhe restavam, talvez de um modo que nem sequer foi sempre consciente. Por que se empenhou em semear girassóis diantede sua cabana em Punaauia, no Taiti, quando todo mundo lhe garantira que essa flor exótica nunca havia conseguido aclimatar-se na Polinésia? Mas o "selvagem peruano", como gostava de se chamar, era teimoso e pediu sementes a seu amigo Daniel de Monfreid, e trabalhou a terra com tal perseverança que afinal seus vizinhos indígenas e os missionários daquele lugar perdido, Punaauia, puderam deleitar-se com aquelas estranhas flores

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amarelas que acompanhavam a trajetória do Sol.

SURREALISMONas duas primeiras décadas do século XX, os estudos psicanalíticos de Freud e as incertezas políticas criaram umclima favorável para o desenvolvimento de uma arte que criticava a cultura européia e a frágil condição humana diante de um mundo cada vez mais complexo. Surgem movimentos estéticos que interferem de maneira fantasiosa na realidade. O surrealismo foi por excelência a corrente artística moderna da representação do irracional e do subconsciente.Suas origens devem ser buscadas no dadaísmo e na pintura metafísica de Giorgio De Chirico. Este movimento artístico surge todas às vezes que a imaginação se manifesta livremente, sem o freio do espírito crítico, o que vale é o impulso psíquico. Os surrealistas deixam o mundo real para penetrarem no irreal, pois a emoção mais profunda do ser tem todas as possibilidades de se expressar apenas com a aproximação do fantástico, no ponto onde a razão humana perde o controle. A publicação do Manifesto do Surrealismo, assinado por André Breton em outubro de 1924, marcou historicamente o nascimento do movimento. Nele se propunha a restauração dos sentimentos humanos e do instinto como ponto de partida para uma nova linguagem artística. Para isso era preciso que o homem tivesse uma visão totalmente introspectiva de si mesmo e encontrasse esse ponto do espírito no qual a realidade interna e externa são percebidas totalmente isentas de contradições.

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A livre associação e a análise dos sonhos, ambos métodos da psicanálise freudiana, transformaram-se nos procedimentos básicos do surrealismo, embora aplicados a seu modo. Por meio do automatismo, ou seja, qualquer forma de expressão em que a mente não exercesse nenhum tipo de controle, os surrealistas tentavam plasmar, seja por meio de formas abstratas ou figurativas simbólicas, as imagens da realidade mais profunda do ser humano: o subconsciente. O Surrealismo apresenta relações com o Futurismo e o Dadaísmo. No entanto, se os dadaístas propunham apenas a destruição, os surrealistas pregavam a destruição da sociedade em que viviam e a criação de uma nova, a ser organizada em outras bases. Os surrealistas pretendiam, dessa forma, atingir uma outra realidade, situada no plano do subconsciente e do inconsciente. A fantasia, os estados de tristeza e melancolia exerceram grande atração sobre os surrealistas, e nesse aspecto eles se aproximam dos românticos, embora sejam muito mais radicais.

Principais artistas

Salvador Dali

- é, sem dúvida, o mais conhecido dos artistas surrealistas. Estudou em Barcelona e depois em Madri, na Academiade San Fernando. Nessa época teve oportunidade de conhecer Lorca e Buñuel. Suas primeiras obras são influenciadas pelo cubismo de Gris e pela pintura metafísica de Giorgio De Chirico. Finalmente aderiu ao surrealismo, junto com seu amigo Luis Buñuel, cineasta. Em 1924 o pintor foi expulso da Academia e começou a se interessar pela psicanálise de Freud, de grande importância ao longo de toda a sua obra. Sua primeira viagem a Paris em 1927 foi fundamental para sua carreira. Fez amizade com Picasso e Breton e se entusiasmou com a obra deTanguy e o maneirista Arcimboldo. O filme O Cão Andaluz, que fez com Buñuel, data de 1929. Ele criou o conceito de “paranóia critica“ para referir-se à atitude de quem recusa a lógica que rege a vida comum das pessoas .Segundo ele, é preciso “contribuir para o total descrédito da realidade”. No final dos anos 30 foi várias vezes para a Itália a fim de estudar os grandes mestres. Instalou seu ateliê em Roma, embora continuasse viajando. Depois de conhecer em Londres Sigmund Freud, fez uma viagem para a América, onde publicou sua biografia A Vida Secreta de Salvador Dali (1942). Ao voltar, se estabeleceu definitivamente em Port Lligat com Gala, sua mulher, ex-mulher do poeta e amigo Paul Éluard. Desde 1970 até sua morte dedicou-se ao desenho e à construção de seu museu. Além da pintura ele desenvolveu esculturas e desenho de jóias e móveis.

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- iniciou sua formação como pintor na escola de La Lonja, em Barcelona. Em 1912 entrou para a escola de arte de Francisco Gali, onde conheceu a obra dos impressionistas e fauvistas franceses. Nessa época, fez amizade com Picabia e pouco depois com Picasso e seus amigos cubistas, em cujo grupo militou durante algum tempo. Em 1920 Miró instalou-se em Paris (embora no verão voltasse para Montroig), onde se formara um grupo de amigos pintores,entre os quais estavam Masson, Leiris, Artaud e Lial. Dois anos depois adquiriu forma La masía, obra fundamentalem seu desenvolvimento estilístico posterior e na qual Miró demonstrou uma grande precisão gráfica. A partir daísua pintura mudou radicalmente. Breton falava dela como o máximo do surrealismo e se permitiu destacar o artistacomo um dos grandes gênios solitários do século XX e da história da arte. A famosa magia de Miró se manifesta nessas telas de traços nítidos e formas sinceras na aparência, mas difíceis de serem elucidadas, embora se apresentem de forma amistosa ao observador. Miró também se dedicou à cerâmica e à escultura, nas quais extravasou suas inquietações pictóricas.

Para seu conhecimento:

“O sonho não pode ser também aplicado à solução das questões fundamentais da vida?” (fragmento do Manifesto do Surrealismo de André Breton, francês que lançou o movimento).

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No mesmo manifesto, Breton define Surrealismo: “Automatismo psíquico pelo qual alguém se propõe a exprimir, seja verbalmente, seja por escrito, seja de qualquer outra maneira, o funcionamento real do pensamento”.

CUBISMOHistoricamente o Cubismo originou-se na obra de Cézanne, pois para ele a pintura deveria tratar as formas da natureza como se fossem cones, esferas e cilindros. Para Cézanne, a pintura não podia desvincular-se da natureza, tampouco copiava a natureza; de fato, a transformava. Ele dizia: “Mudo a água em vinho, o mundo em pintura”. E era verdade. Em suas telas, a árvore da paisagem ou a fruta da natureza morte não eram a árvore e a fruta que conhecemos – eram pintura. Preservavam-se as referências exteriores que as identificavam como árvore ou fruta, adquiriam outra substância: eram seres do mundo pictórico e não do mundo natural. Por isso, é correto dizer que Cézanne pintava numa zona limite, na fronteira da natureza e da arte. Entretanto, os cubistas foram mais longe do que Cézanne. Passaram a representar os objetos com todas as suas partes num mesmo plano. É como se eles estivessem abertos e apresentassem todos os seus lados no plano frontal em relação ao espectador. Na verdade, essa atitude de decompor os objetos não tinha nenhum compromisso de fidelidade com a aparência real das coisas. O pintor cubista tenta representar os objetos em três dimensões, numa superfície plana, sob formas geométricas, com o predomínio de linhas retas. Não representa, mas sugere a estrutura dos corpos ou objetos. Representa-os como se movimentassem em torno deles, vendo-os sob todos os ângulos visuais, por cima e por baixo, percebendo todos os planos e volumes.

Principais características:

• geometrização das formas e volumes• renúncia à perspectiva• o claro-escuro perde sua função• representação do volume colorido sobre superfícies planas• sensação de pintura escultórica• cores austeras, do branco ao negro passando pelo cinza, por um ocre apagado ou um castanho suave

Braque e Picasso, seguindo a lição de Cézanne deram inicio à geometrização dos elementos da paisagem. Braque enviou alguns quadros para o Salão de Outono de 1908, onde Matisse, como membro do júri, os viu e comentou: “Eledespreza as formas, reduz tudo, sítios, figuras e casas, a esquemas geométricos, a cubos”. Essa frase, citada

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por Louis Vauxcelles, em artigo publicado, dias depois, no Gil Blas, daria o nome ao movimento.

O cubismo se divide em duas fases:

Cubismo Analítico

- (1909) caracterizado pela desestruturação da obra em todos os seus elementos. Decompondo a obra em partes, o artista registra todos os seus elementos em planos sucessivos e superpostos, procurando a visão total da figura,examinado-a em todos os ângulos no mesmo instante, através da fragmentação dela. Essa fragmentação dos seres foitão grande, que se tornou impossível o reconhecimento de qualquer figura nas pinturas cubistas. A cor se reduz aos tons de castanho, cinza e bege.

Cubismo Sintético

- (1911) reagindo à excessiva fragmentação dos objetos e à destruição de sua estrutura. Basicamente, essa tendência procurou tornar as figuras novamente reconhecíveis. Também chamado de Colagem porque introduz letras, palavras, números, pedaços de madeira, vidro, metal e até objetos inteiros nas pinturas. Essa inovação pode ser explicada pela intenção dos artistas em criar efeitos plásticos e de ultrapassar os limites das sensações visuais que a pintura sugere, despertando também no observador as sensações táteis.

Principais artistas:

Pablo Picasso

- (1881-1973) Tendo vivido 92 anos e pintado desde muito jovem até próximo à sua morte passou por diversas fases: a fase Azul, entre 1901-1904, que representa a tristeza e o isolamento provocados pelo suicídio de Casagemas, seu amigo, são evidenciados pela monocromia e também a representa a miséria e o desespero humanos; a fase Rosa, entre 1904-1907, o amor por Fernande origina muitos desenhos sensuais e eróticos, com a paixão de Picasso pelo circo, iniciam-se os ciclos dos saltimbancos e do arlequim. Depois de descobrir as artes primitivase africanas compreende que o artista negro não pinta ou esculpi de acordo com a tendência de um determinado movimento estético, mas com uma liberdade muito maior. Picasso desenvolveu uma verdadeira revolução na arte. Em 1907, com a obra Les Demoiselles d’Avignon começa a elaborar a estética cubista que, como vimos anteriormente, se fundamenta na destruição de harmonia clássica das figuras e na decomposição da realidade, essa tela subverteuo sentido da arte moderna com a declaração de guerra em 1914, chega ao fim a aventura cubista. Também destacamosa obra Guernica que foi mostrada pela primeira vez na Exposição Internacional de Paris, em 1937. Foi concebido eexecutado com grande rapidez em seu estúdio em Paris. Picasso pretendia que seu quadro fosse uma denúncia contra

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a s mortes que estavam destruindo a Espanha na terrível Guerra Civil (1936-39), e contra a perpétua desumanidadedo homem. A motivação imediata do quadro foi a destruição de Guernica, capital da região basca, no dia da feira da cidade, 26 de abril de 1937. Em plena luz do dia, os aviões nazistas, sob as ordens do general Franco, atacaram a cidade indefesa. De seus 7 mil habitantes, 1654 foram mortos e 889 feridos.

Algumas das frases de Pablo Picasso:

"A obra de um artista é uma espécie de diário. Quando o pintor, por ocasião de uma mostra, vê algumas de suas telas antigas novamente, é como se ele estivesse reencontrando filhos pródigos - só que vestidos com túnica de ouro”. "A Arte não é a verdade. A Arte é uma mentira que nos ensina a compreender a verdade". “Braque sempre disse que na pintura só conta a intenção. É verdade. O que conta é aquilo que se faz. É isso o importante. O que era afinal o mais importante no cubismo, era aquilo que se queria fazer, a intenção que se tinha. E isso não se pode pintar”. “Nada pode ser criado sem a solidão. Criei em meu redor uma solidão que ninguém calcula. É muito difícil hoje emdia estar-se sozinho, pois existem relógios. Já alguma vez se viu um santo com relógio?” “Não sou nenhum pessimista, não detesto a arte, pois não poderia viver sem lhe dedicar todo meu tempo. Amo-a como a minha única razão de ser. Tudo que faço relacionado com a arte dá-me a maior alegria. Mas por isso mesmo não vejo por que razão todo o mundo pretende interrogar a arte, exigindo-lhe certificados, deixando correr livremente sua estupidez em relação a este tema”.

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Georges Braque

- (1882-1963, 81 anos) Foi um pintor e escultor francês que juntamente com Pablo Picasso inventaram o Cubismo. Braque iniciou a sua ligação as cores, na empresa de pintura decorativa de seu pai. A maior parte da sua adolescência foi passada em Le Havre, mas no ano de 1889, mudou-se para Paris onde, em 1906, no Salão dos Independentes, expôs as suas primeiras obras no estilo de formas simples e cores puras (fovismo. No Outono de 1907, conheceu Picasso com quem se deu quase diariamente até que em 1914 devido a Grande Guerra se separaram. Braque foi mobilizado e ferido na cabeça em 1915, tendo sido agraciado com a Cruz de Guerra e da Legião de

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Honra. Durante dois anos, devido ao ferimento esteve afastado da pintura.

Juan Gris

- (1887-1927), pintor espanhol que aderiu ao cubismo em 1912, era um homem muito lúcido em cuja arte o fator racionalizante tinha grande peso. Por essa razão, não conseguiu entregar-se totalmente à liberdade inventiva de Picasso e Braque, mantendo seu cubismo preso a uma composição formal muitas vezes rígida e fria. Não obstante, dá uma contribuição importante ao introduzir no cubismo uma visão nova do espaço como espaço-tempo, ao decompor o objeto no plano, buscando exprimir as várias etapas de sua apreensão no tempo.

Fernand Léger

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- (1881-1955) se desenvolveu o seu cubismo numa direção diferente de Braque e Picasso. Se também ouviu a frase de Cézanne, que chamava a atenção para a geometria contida nos objetos naturais, passou a pintá-los não como se fossem cubos, mas como cilindros e cones, tal como se observa em seu quadro “Nus dans la forêt” (1909-10). Légernunca atingira o grau de abstração dos dois mestres cubistas, Picasso e Braque.

De origem modesta, de família de camponeses normandos, desde cedo se interessou pelo desenho, o que o leva a Caen, capital da Alta Normandia, França, aos dezesseis anos, onde trabalhou como aprendiz de arquiteto. Em 1900,mudou-se para Paris, onde em um escritório de arquitetura e retoques fotográficos trabalhou como desenhista. Reprovado no exame de ingresso da Escola de Belas-Artes de Paris, estudou na Escola de Artes Decorativas e na Academia Julien; frequentando ainda vários ateliês, entrando em contato com a arte de Cézanne. Aproxima-se dos cubistas em 1909, conhecendo os poetas Apollinaire, Max Jacob, Blaise Cendrars, os pintores Albert Gleizes, Robert Delaunay e, mais tarde, Georges Braque e Pablo Picasso. Em 1911, expôs no Salão dos Independentes e, no ano seguinte, participa da Section D’Or, e publica seu ensaio ‘Les origines de la peinture contemporaine’, na revista Der Sturm. Em contato com o Cubismo, Léger não aceitou sua representação exclusivamente conceitual, suas abstrações curvilíneas e tubulares contrastavam-se com as formas retilíneas preferidas por Picasso e Braque, e preconizavam uma aproximação às imagens orgânicas surrealistas.

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Robert Delaunay

(1885-1941), pintor francês o seu caminho no movimento cubista, o levaria a uma redescoberta da cor e do ritmo espacial, que daria à sua pintura algo de composição musical. Quando em 1912, pintou seus “Discos simultâneos”, uma nova vertente surgiu no cubismo, à qual o poeta Apollinaire daria o nome de orfismo. AS fontes da pintura deDelaunay são as mesmas de Braque, ou seja, a lição cezanniana, que estão evidentes na séria de “Villes”, suas primeiras telas cubistas. Nelas, ele abdica das cores vivas que marcaram sua pintura anterior. Ele cria um novo repertório de signos (ou objetos figurativos). Como Léger, ele chega rapidamente a uma linguagem abstrata, que se aproxima do decorativo, mas de que ele se afasta imprimindo em sua pintura a preocupação de expressar o

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dinamismo da vida moderna. A partir de 1912, Delaunay recorre à cor como seu meio de expressão. Interessa-se pela lei dos contrastes simultâneos de Chevreul, que servirá de pretexto para suas “frases cromáticas” e outras obras, fundadas na exploração daqueles contrastes.

DESDOBRAMENTOS DO CUBISMO NO BRASIL

Dos artistas brasileiros destacamos:

Tarsila do Amaral

- (1886 - 1973) Aluna de seu amigo Fernand Léger por apenas algumas semanas em outubro 1923, Tarsila absorveu domestre sua característica síntese geométrica. Também próxima de outro cubista, este mais militante, Gleizes, comele a pintora paulista aprendeu a estruturar o quadro, sem figuração, não planos ou recortes de figuras dispostas, mas planos interligados, integrados. Ao contrário da experiência relâmpago com Léger, a passagem peloateliê de Gleizes foi mais duradoura e marcante na sua obra posterior. De volta do Brasil, em dezembro de 1923, dá entrevista ao Correio da Manhã em que se autodenomina uma pintora cubista “movimento que nasceu com a fragmentação da forma”. Era, pois, a continuação do impressionismo “a fragmentação da cor”. “Estou ligada a essemovimento que tem produzido efeitos nas indústrias, no mobiliário, na moda, nos brinquedos, nos 4 mil expositores do Salão de Outono e dos Independentes”, disse ela ao jornal em reportagem publicada no dia de Natal. Apesar de não ter exposto na Semana de 22, colaborou decisivamente para o desenvolvimento da arte moderna

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brasileira, pois produziu um conjunto de obras indicadoras de novos rumos. Em 1923, quando esteve na Europa manteve contato com artistas europeus, além de Léger, Picasso, De Chirico e Brancussi. Em 1928, deu início a umafase chamada Antropofágica. A essa fase pertence a tela Abaporu cujo nome, segundo a artista é de origem indígena e significa “Antropófago”. Também usou de temática social nos seus quadros como na tela Operários.

Rego Monteiro

- (1899-1970) Fez grandes obras pós-cubistas. Uma de suas mais famosas é “Mulher Diante do Espelho”, de 1922. “Minha pintura não poderia existir antes do cubismo, que me legou as noções de construção, luz e forma”, disse Monteiro certa vez. Morando em Paris desde 1911 (chegou lá com 12 anos), participou efetivamente de seu ambienteartístico e se tornou membro do Salon dês Indépendants, onde expôs diversas vezes. Em meados da década de 20, o pintor foi convidado a integrar o famoso Grupo da Galeria L’effort Moderne, de Léonce Rosenberg, que reunia a “trinca de ouro do cubismo” (Picasso, Braque e Gris), mais Gleizes, Metzinger, Léger, Herbin e Severini. Voltou ao Brasil em 1933, aos 34 anos.

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CUBISMO: O VERDADEIRO INICIO DA ARTE CONTEMPORÂNEA

De fato, do cubismo nasceu a arte geométrico-construtiva, uma vez que nele se inspirou Piet Mondrian para criar o neoplasticismo, de que derivaria a arte concreta, a arte neoconcreta brasileira e a optical art; o papier collé, introduzido nos quadros cubistas por Braque e Picasso, estão na origem das colagens de Kurt Schwitters que, mais tarde, com seus merzbilder, criaria as primeiras ‘instalações’; também, através de Picabia e Duchamp, que aderiram ao cubismo, dá origem ao dadaísmo e ao futurismo, movimentos que tiveram grande influência do

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desenrolar da arte moderna, principalmente o primeiro, inspirador da arte pop americana. O cubismo influiu sobreas vanguardas russas do começo do século, desdobrando-se ali no suprematismo, de Malevitch, no construtivismo, Pevsner e Gabo, bem como nos contra relevos de Tatlin e Rodchenko. Deve-se acrescentar ainda a antecipação, ali verificada, da arte objeto, uso de novos materiais e a reciclagem dos chamados objetos do cotidiano, de que são exemplos as ‘esculturas’ (bandolins, guitarras, etc.) construídas por Picasso por volta de 1911 e 12. Em face de tão raro fenômeno, cabe perguntar por que teve o cubismo papel tão decisivo e fecundador a arte do século 20. A resposta está obviamente na natureza desse movimento, nos fatores que o engendraram, na nova atitude em face a arte, adotada pelos seus dois protagonistas, o espanhol Pablo Picasso e o francês Georges Braque. De nenhum movimento artístico é possível dizer em que data exata nasceu, uma vez que se trata de um processo, deuma síntese de fatores convergentes que vão aos poucos ganhando corpo e se definindo. Com o cubismo não foi diferente. Críticos e historiadores, na sua maioria, admitem que dois fatores mais importantes que determinaram o nascimento do cubismo foram, de um lado, a influência de Cézanne sobre Braque e, de outro, a descoberta da escultura negra por Picasso. Naturalmente, a ação desses fatores foi estimulada esgotamento da linguagem impressionista. Assim, o sentido de construção formal, comum à pintura de Cézanne e à escultura negra, forneceu aos jovens Braque e Picasso as armas necessárias para agirem à linguagem invertebrada do impressionismo agonizante. Deve admitir, com Guillaume Apollinaire, que o fauvismo de André Derain e Henri Matisse já havia aberto o caminho para uma arte mais construída e menos sujeita à imitação do mundo exterior. O pontilhismo de Seurat, por sua objetividade construtiva, também de algum modo preparou o terreno para a mudança futura. Mas nemum nem outro tocava no cerne da questão que deflagrou a reviravolta estética promovida pelo cubismo.

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DADAÍSMOFormado em 1916 em Zurique por jovens franceses e alemães que, se tivessem permanecido em seus respectivos países, teriam sido convocados para o serviço militar, o Dada foi um movimento de negação. Durante a Primeira Guerra Mundial, artistas de várias nacionalidades, exilados na Suíça, eram contrários ao envolvimento dos seus próprios países na guerra. Fundaram um movimento literário para expressar suas decepções em relação a incapacidade da ciências, religião, filosofia que se revelaram pouco eficazes em evitar a destruição da Europa. A palavra Dada foi descoberta acidentalmente por Hugo Ball e por Tristan Tzara num dicionário alemão-francês. Dada é uma palavra francesa que significa na linguagem infantil "cavalo de pau". Esse nome escolhido não fazia sentido, assim como a arte que perdera todo o sentido diante da irracionalidade da guerra. Sua proposta é que a arte ficasse solta das amarras racionalistas e fosse apenas o resultado do automatismo psíquico, selecionado e combinando elementos por acaso. Sendo a negação total da cultura, o Dadaísmo defende o absurdo, a incoerência, a desordem, o caos. Politicamente , firma-se como um protesto contra uma civilização quenão conseguiria evitar a guerra. Ready-Made significa confeccionado, pronto. Expressão criada em 1913 pelo artista francês Marcel Duchamp para designar qualquer objeto manufaturado de consumo popular, tratado como objeto de arte por opção do artista. O Dadaísmo é a total falta de perspectiva diante da guerra; daí ser contra as teorias, as ordenações lógicas. Aliás, também é contra os manifestos, como afirma um dos seus iniciadores, Tristan Tzara (1896-1963), em seu manifesto Dada, 1918:"Eu escrevo um manifesto e não quero nada, eu digo portanto certas coisas e sou por princípio contra os manifestos, como sou também contra os princípios."São também palavras dele: "Que cada homem grite: há um grande trabalho destrutivo, negativo, a executar. Varrer,limpar, A propriedade do indivíduo se afirma após o estado de loucura, de loucura agressiva, completa, de um

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mundo abandonado entre as mãos dos bandidos que rasgam e destroem os séculos." "Liberdade: DADÁ DADÁ DADÁ, uivosdas dores crispadas, entrelaçamentos dos contrários e de todas as contradições, dos grotescos, das inconsequencias: A VIDA."O fim do Dadá como atividade de grupo ocorreu por volta de 1921.

Principais artistas:

Marcel Duchamp

(1887-1968), pintor e escultor francês, sua arte abriu caminho para movimentos como a pop art e a op art das décadas de 1950 e 1960. Reinterpretou o cubismo a sua maneira, interessando-se pelo movimento das formas. O experimentalismo e a provocação o conduziram a idéias radicais em arte, antes do surgimento do grupo Dada (Zurique, 1916). Criou os ready-mades, objetos escolhidos ao acaso, e que, após leve intervenção e receberem um título, adquiriam a condição de objeto de arte. Em 1917 foi rejeitado ao enviar a uma mostra um urinol de louça que chamou de "Fonte". Depois fez interferências (pintou bigodes na Mona Lisa, para demonstrar seu desprezo pelaarte tradicional), inventou mecanismos ópticos.

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(1879-1953), pintor e escritor francês. Envolveu-se sucessivamente com os principais movimentos estéticos do início do século XX, como cubismo, surrealismo e dadaísmo. Colaborou com Tristan Tzara na revista Dada. Suas primeiras pinturas cubistas, eram mais próximas de Léger do que de Picasso, são exuberantes nas cores e sugerem formas metálicas que se encaixam umas nas outras. Formas e cores tornaram-se a seguir mais discretas, até que por volta de 1916 o artista se concentrou nos engenhos mecânicos do dadaísmo, de índole satírica. Depois de 1927, abandonou a abstração pura que praticara por anos e criou pinturas baseadas na figura humana, com a superposição de formas lineares e transparentes.

Max Ernest

(1891-1976), pintor alemão, adepto do irracional e do onírico e do inconsciente, esteve envolvido em outros movimentos artísticos, criando técnicas em pintura e escultura. No Dadaímo contribuiu com colagens e fotomontagens, composições que sugerem a múltipla identidade dos objetos por ele escolhidos para tema. Inventou técnicas como a decalcomania e o frottage, que consiste em aplicar uma folha de papel sobre uma superfície rugosa, como a madeira de veios salientes, e esfregar um lápis de cor ou grafita, de modo que o papel adquira o aspecto da superfície posta debaixo dele. Como o artista não tinha controle sobre o quadro que estava criando, o

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frottage também era considerado um método que dava acesso ao inconsciente.

Man Ray

(1890-1976, americano, nome real Emmanuel Radnitzky) – A pintura, seu primeiro quadro (1913) é cubista, assim como o cinema, quatro curta-metragens produzidos na década de 40, sempre andaram a reboque da grande paixão que Man Ray tinha pela fotografia. Era um experimentalista por excelência. Trancava-se horas a fio no laboratório fotográfico para pesquisar, reconstruir e testar métodos em busca de aperfeiçoamento. Mesmo sem deixar a sua paixão de lado, funda, em 1915, a primeira revista dadaísta dos Estados Unidos, The Ridgefield Gazook, e, em 1921, participa da primeira Exposição Surrealista de Fotos, em Paris. E, tentando enquadrar a fotografia na categoria de arte, escreve, em 1937, o livro Fotografia não é Arte? Fazia, assim, uma provocação tipicamente dadaísta à sociedade da época. Man Ray trabalhou, a exemplo da arte pictórica do século IX, em três gêneros: natureza morta, paisagem e retrato. Lidando com os princípios básicos da fotografia, ele inova, busca relevo, a terceira dimensão e, para alcançar isso, começa a usar a raiografia, uma técnica em que objetos são colocados sobre o papel fotográfico em um quarto escuro e expostos à luz sem utilização da câmera. Man Ray foi, na verdade, o grande defensor da fotografia como arte, uma espécie de artesão conceitual, sempre brincando com uma consciência por trás das coisas em busca da metáfora e não simplesmente jogando elementos. Comligações que passam pelo Cubismo, Dadaísmo e Surrealismo, é o artífice da foto criativa, elaborada, construída ou improvisada, tentando sempre uma aproximação entre fotografia e pintura e é o pioneiro da desconstrução da fotografia com a transformação de fotos tradicionais em criações de laboratório, usando muitas vezes distorções de corpos e formas. Mas, artísticas ou não, o fato é que as suas fotos mais ousadas não foram bem-aceitas pelo público e, em 1940, foi para Hollywood trabalhar como fotógrafo das estrelas de cinema como Ava Gardner, Marylin Monroe e Catherine Deneuve. O tão esperado reconhecimento internacional por seus experimentos só veio em 1961 com a Medalha de Ouro

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na Bienal de Fotografia de Veneza. E, nos anos 70, quando surge o Pós-Modernismo, Andy Warhol começa a fundir ainda mais os elementos pesquisados por Man Ray e a fotografia passa a ganhar, a partir daí, o status de obra dearte.

PARA FAZER UM POEMA DADAÍSTA - Tristan Tzara

"Pegue um jornal.Pegue a tesoura.Escolha no jornal um artigo que você deseja dar ao seu poema.Recorte o artigo.Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam esse artigo e meta-as num saco.Agite suavemente.Tire em seguida cada pedaço um após o outro.Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tiradas do saco.O poema se parecerá com você.E ei-lo um escritor infinitamente original de uma sensibilidade graciosa, e ainda que incompreendido do público."

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POP-ARTMovimento principalmente americano e britânico, sua denominação foi empregada pela primeira vez em 1954, pelo crítico inglês Lawrence Alloway, para designar os produtos da cultura popular da civilização ocidental, sobretudo os que eram provenientes dos Estados Unidos. Com raízes no dadaísmo de Marcel Duchamp, o pop art começou a tomar forma no final da década de 1950, quando alguns artistas, após estudar os símbolos e produtos do mundo da propaganda nos Estados Unidos, passaram a transformá-los em tema de suas obras. Representavam, assim, os componentes mais ostensivos da cultura popular, de poderosa influência na vida cotidiana na segunda metade do século XX. Era a volta a uma arte figurativa, em oposição ao expressionismo abstrato que dominava a cena estética desde o final da segunda guerra. Sua iconografia era a da televisão, da fotografia, dos quadrinhos, do cinema e da publicidade. Com o objetivo da crítica irônica do bombardeamento da sociedade pelos objetos de consumo, ela operava com signos estéticos massificados da publicidade, quadrinhos, ilustrações e designam, usando como materiais principais, tinta acrílica, ilustrações e designs, usando como materiais, usando como materiais principais, tinta acrílica, poliéster, látex, produtos com cores intensas, brilhantes e vibrantes, reproduzindo objetos do cotidiano em tamanho consideravelmente grande, transformando o real em hiper-real. Mas ao mesmo tempo que produzia a crítica, a Pop Art se apoiava e necessitava dos objetivos de consumo, nos quais se inspirava e muitasvezes o próprio aumento do consumo, como aconteceu por exemplo, com as Sopas Campbell, de Andy Warhol, um dos principais artistas da Pop Art. Além disso, muito do que era considerado brega, virou moda, e já que tanto o gosto, como a arte tem um determinado valor e significado conforme o contexto histórico em que se realiza, a PopArt proporcionou a transformação do que era considerado vulgar, em refinado, e aproximou a arte das massas, desmitificando, já que se utilizava de objetos próprios delas, a arte para poucos.

Principais Artistas:

Robert Rauschenberg

(1925) Depois das séries de superfícies brancas ou pretas reforçadas com jornal amassado do início da década de 1950, Rauschenberg criou as pinturas "combinadas", com garrafas de Coca-Cola, embalagens de produtos

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industrializados e pássaros empalhados. Por volta de 1962, adotou a técnica de impressão em silk-screen para aplicar imagens fotográficas a grandes extensões da tela e unificava a composição por meio de grossas pinceladasde tinta. Esses trabalhos tiveram como temas episódios da história americana moderna e da cultura popular.

Roy Lichtenstein

(1923-1997). Seu interesse pelas histórias em quadrinhos como tema artístico começou provavelmente com uma pintura do camundongo Mickey, que realizou em 1960 para os filhos. Em seus quadros a óleo e tinta acrílica, ampliou as características das histórias em quadrinhos e dos anúncios comerciais, e reproduziu a mão, com fidelidade, os procedimentos gráficos. Empregou, por exemplo, uma técnica pontilhista para simular os pontos reticulados das historietas. Cores brilhantes, planas e limitadas, delineadas por um traço negro, contribuíam para o intenso impacto visual. Com essas obras, o artista pretendia oferecer uma reflexão sobre a linguagem e asformas artísticas. Seus quadros, desvinculados do contexto de uma história, aparecem como imagens frias, intelectuais, símbolos ambíguos do mundo moderno. O resultado é a combinação de arte comercial e abstração.

Andy Warhol

(1927-1987). Ele foi figura mais conhecida e mais controvertida do pop art, Warhol mostrou sua concepção da produção mecânica da imagem em substituição ao trabalho manual numa série de retratos de ídolos da música popular e do cinema, como Elvis Presley e Marilyn Monroe. Warhol entendia as personalidades públicas como figuras impessoais e vazias, apesar da ascensão social e da celebridade. Da mesma forma, e usando sobretudo a técnica de serigrafia, destacou a impessoalidade do objeto produzido em massa para o consumo, como garrafas de Coca-Cola, as latas de sopa Campbell, automóveis, crucifixos e dinheiro. Produziu filmes e discos de um grupo musical, incentivou o trabalho de outros artistas e uma revista mensal.

NO BRASIL

A década de 60 foi de grande efervescência para as artes plásticas no pais. Os artistas brasileiros também assimilaram os expedientes da pop art como o uso das impressões em silkscreen e as referências aos gibis. Dentreos principais artistas estão Duke Lee, Baravelli, Fajardo, Nasser, Resende, De Tozzi, Aguilar e Antonio HenriqueAmaral. A obra de Andy Warhol expunha uma visão irônica da cultura de massa. No Brasil, seu espírito foi subvertido, pois, nosso pop usou da mesma linguagem, mas transformou-a em instrumento de denúncia política e social.