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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E
TECNOLOGIA RURAL
UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS CAMPUS PATOS-PB
INGRID GISELY NUNES HENRIQUES
HISTÓRIA NATURAL DE CNEMIDOPHORUS DO GRUPO OCELLIFER (SQUAMATA,
TEIIDAE) EM UMA ÁREA DE CAATINGA NA MICRORREGIÃO DE PATOS,
PARAÍBA
Patos – PB 2014
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INGRID GISELY NUNES HENRIQUES
HISTÓRIA NATURAL DE CNEMIDOPHORUS DO GRUPO OCELLIFER (SQUAMATA,
TEIIDAE) EM UMA ÁREA DE CAATINGA NA MICRORREGIÃO DE PATOS,
PARAÍBA
Trabalho de monografia apresentado como requisito para obtenção
do título de Licenciada em Ciências Biológicas, pela Universidade
Federal de Campina Grande, Campus Patos-PB.
Orientador: Prof. Dr. Marcelo Nogueira de Carvalho Kokubum
Patos – PB 2014
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3
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DO CSTR
H518h
Henriques, Ingrid Gisely Nunes
História natural de Cnemidophorus do grupo ocellifer (Squamata,
Teiidae) em uma área de Caatinga na microrregião de Patos, Paraíba
/ Ingrid Gisely Nunes Henriques. – Patos, 2014. 34f.: il.
color.
Trabalho de Conclusão de Curso (Ciências Biológicas) -
Universidade
Federal de Campina Grande, Centro de Saúde e Tecnologia
Rural.
“Orientação: Prof. Dr. Marcelo Nogueira de Carvalho Kokubum”
Referências.
1. Cnemidophorus pyrrhogularis. 2. Lagartos. 3. Microhabitats.
4. Folidose. 5. Dimorfismo sexual. I. Título.
CDU 574
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INGRID GISELY NUNES HENRIQUES
HISTÓRIA NATURAL DE CNEMIDOPHORUS DO GRUPO OCELLIFER (SQUAMATA,
TEIIDAE) EM UMA ÁREA DE CAATINGA NA MICRORREGIÃO DE PATOS,
PARAÍBA
APROVADA EM: ____ / ____ / _______
BANCA EXAMINADORA:
__________________________________________________________________________________________
Prof. Dr. Marcelo Nogueira de Carvalho Kokubum Orientador
UFCG - UACB
Profª. Drª. Solange Maria Kerpel Examinadora
UFCG - UACB
MSc. Stephenson Hallison Formiga Abrantes Examinador
UFCG - UACB
Patos – PB 2014
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5
Dedico este trabalho em primeiro plano a Deus, por orientar
minhas
decisões, por se fazer presente em minha vida nas horas de
cansaço e por
iluminar minha caminhada. Aos meus familiares, por acreditar no
meu
trabalho e por sempre me motivarem a alcançar meus objetivos.
Por fim, aos
meus verdadeiros amigos por mostrarem interesse no meu
crescimento desde
o início.
DEDICO.
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AGRADECIMENTO
Agradeço a Deus, por ter sido tão generoso e me permitir
concluir mais uma etapa da minha jornada, por me dar
forças nos momentos mais complicados e por me mostrar que sempre
está presente em meus dias.
A Nossa Senhora, por sempre ouvir meu clamor e interceder pela
minha vida.
A mainha e painho, meus exemplos, aqueles que mais amo e prezo,
por tantos anos de amor, dedicação,
companheirismo e torcida. Por acreditar nos meus projetos e por
conquista-los comigo. A vocês eu devo uma
vida, a vocês eu dedico minhas conquistas. Te amo, Girleide e
Inácio.
Aos meus irmãos Ikallo George e Irla Gabriele, pela amizade,
proteção e pelas brigas, pois sem essas peças
fundamentais, não saberíamos amar, torcer e respeitar um ao
outro.
Aos meus familiares, em especial as minhas tias Tatá, Deda,
Terezinha, Lena e Amor, por toda confiança
depositada em mim, por toda a preocupação, pelas broncas e pelas
oportunidades concedidas no Rosa Mística.
Obrigada por dividir comigo os seus conhecimentos.
Ao meu mestre e avô Francisco e as minhas avós Olivia e Ana,
aqueles que devo todo meu respeito, por me
mostrar verdadeiros exemplos de força e superação.
A Lucas Silva, o querido Maradona, Claudenise, Rafaela e Everton
Torres, pela ajuda prestada durante este
trabalho.
A “RM” da minha vida, Andréa Coeli, que passou de simples colega
de classe a melhor amiga, confidente e
parceira. Agradeço por cada sorriso, cada lágrima, cada ida a
campo, por dividir comigo sua família, enfim, por
cada momento. E peço a Deus para que o nosso elo de amizade
nunca se rompa e que Ele ilumine sua trajetória,
pois você merece, muito.
A Winícius Rodrigues, pela confiança, por esses seis incríveis
anos de amizade e por todos os momentos. Que a
nossa amizade só se fortaleça a cada ano. Obrigada por tudo seu
gordo.
Aos velhos amigos, dentre eles Juzinha, Rodrigo, Thiago, Camila
Maria e Yanna que já viraram irmãos, por
torcer tanto comigo em cada etapa vencida. A Juliane Dias, minha
cunha, por compartilhar tantos anos de
segredo, de conversas, de muitas emoções e por ser tão presente
na minha vida.
A Danilo Marinho, pelo amor e pela credibilidade depositada na
minha futura carreira, pelos planos e por estar
sempre torcendo por mim. E que aqueles planos se
concretizem.
A minha turma, em especial aquela turma do Papo Calcinha que
tanto compartilha seus momentos, suas histórias
insanas e por me fazerem um bem danado. Elania, Paula, Mayara,
Pamella e Thabata, vocês são pra sempre,
“apenax”!
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A UFCG, em especial ao corpo docente do curso de Ciências
Biológicas, por esses anos de conhecimento,
experiências impares na minha vida e por fazerem parte da
construção do meu lado profissional.
A Stephenson Abrantes, por ser aquele que primeiro acreditou em
mim, onde me levou a campo e me apresentou
a Herpetologia de forma tão incrível. Sou eternamente grata.
A Erich Mariano, por ter se tornado mais que um professor, um
amigo, um exemplo de pessoa. Que a força
esteja com você.
Por fim, porém não menos importante, ao meu admirável
orientador, Marcelo Nogueira de Carvalho Kokubum,
primeiramente peço desculpas pelas minhas falhas, em seguida
agradeço pelos puxões de orelha, pela paciência,
por acreditar no meu trabalho, pelos incentivos e por me formar
bióloga. Sucesso pra você.
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“Não são as espécies mais fortes que
sobrevivem nem as mais inteligentes, e sim as mais
suscetíveis a mudanças.” (Charles Darwin)
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SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS
--------------------------------------------------------------------------------------
-----------------9 LISTA DE ANEXOS
------------------------------------------------------------------------------------------------------10
ABSTRACT
--------------------------------------------------------------------------------------------------------
---------11 RESUMO
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------12
1 INTRODUÇÃO
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------13
2 MATERIAL E MÉTODOS
-----------------------------------------------------------------------------------------
----15
2.1 ÁREA DE ESTUDO
----------------------------------------------------------------------------------------15
2. 2 MÉTODOS DE COLETAS DAS MEDIDAS
----------------------------------------------------------16 2.3
COLETA E
OBSERVAÇÃO------------------------------------------------------------------------------18
2.4
MORFOMETRIA--------------------------------------------------------------------------------------------19
2.5 ANÁLISES
ESTATÍSTICAS------------------------------------------------------------------------------19
3 RESULTADOS
----------------------------------------------------------------------------------------------------------20
4 DISCUSSÃO
----------------------------------------------------------------------------------------
---------------------25 5 AGRADECIMENTOS
--------------------------------------------------------------------------------------------------26
6 REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS---------------------------------------------------------------------------------27
7 ANEXOS
-----------------------------------------------------------------------------------------------------
-------------30
viii
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10
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1: Localização do Estado da Paraíba e do Município de São
Mamede, Paraíba, Brasil. Escala: ± 1: 75000---------15 FIGURA 2:
Indivíduo adulto de Cnemidophorus pyrrhogularis, no Sítio Angola,
São Mamede, Paraíba-----------------------16 FIGURA 3: Imagem de
satélite das três áreas de estudos (A1, A2 e A3) no Sítio Angola,
Município de São Mamede, Paraíba, onde foram realizados os
experimentos-------------------------------------------------------------------------------------------16
FIGURA 4: Fotografia das três áreas estudadas onde A1 corresponde
ao transecto 1, A2 corresponde ao transecto 2 e A3 refere-se ao
transecto 3, no Sítio Angola, Município de São Mamede,
Paraíba-------------------------------------------------------17
FIGURA 5: Imagem que mostra as condições ambientais no Transecto 2
referente aos meses de fevereiro/2014 (período seco – imagem A) e
março/2014 (período chuvoso – imagem
B)-----------------------------------------------------------------------------17
FIGURA 6: Armadilha de interceptação e queda “Pitfall” disposta no
transecto 3 (A); Presença de um indivíduo de Cnemidophorus
pyrrhogularis dentro do balde (B) e; Verificação da temperatura
cloacal do animal, após a queda no balde
(C)------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------17
FIGURA 7: Precipitação pluviométrica em milímetros no município de
São Mamede, Paraíba, compreendida entre os meses de novembro/2013 a
junho/2014------------------------------------------------------------------------------------------------------------18
FIGURA 8: Comportamento obervados em Cnemidophorus pyrrhogularis
duranteo os avistamentos nos transectos, no Sítio Angola, município
de São Mamede,
Paraíba-----------------------------------------------------------------------------------------------20
FIGURA 9: Imagem de um tipo de micro-habitat - amontoado de galhos
utilizado por Cnemidophorus pyrrhogularis, no transecto 3. Este
tipo de micro-habitat funciona como abrigo e proteção para os
indivíduos desta espécie----------------------20 FIGURA 10: Uso de
microhábitats por Cnemidophorus pyrrhogularis nas áreas demarcadas
no período entre novembro de 2013 e junho de 2014, no Sítio Angola,
no município de São Mamede,
Paraíba------------------------------------------------------21
FIGURA 11: Horário de atividade do Cnemidophorus pyrrhogularis
entre os meses de novembro de 2013 e junho de 2014, no Sítio
Angola, município de São Mamede,
Paraíba-------------------------------------------------------------------------------------21FIGURA
12: Frequência de adultos e juvenis de Cnemidophorus pyrrhogularis
avistados no período entre novembro de 2013 e junho de 2014, no
Sítio Angola, município de São Mamede,
Paraíba---------------------------------------------------------22
FIGURA 13: Número de avistamentos de indivíduos de Cnemidophorus
pyrrhogularis, por transecto (T1, T2 e T3) no período entre
novembro de 2013 e junho de 2014, no Sítio Angola, município de São
Mamede, Paraíba------------------------22 FIGURA 14: Frequência de
machos, fêmeas e juvenis de Cnemidophorus pyrrhogularis capturados
nos “pitfalls” dos três (3), transectos, entre os meses de janeiro
de 2014 a junho de 2014, no Sítio Angola, município de São Mamede,
Paraíba----23
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LISTA DE ANEXOS
ANEXO 01: Licença permanente para coleta de material zoológico
---------------------------------------------------31 ANEXO 02:
Regras de publicação da Revista Biota Neotropica
-------------------------------------------------------33 ANEXO 03:
Indivíduo juvenil (A) e adulto (B) de Cnemidophorus pyrrhogularis
----------------------------------34 ANEXO 04: Manchas alaranjadas
na região gular do Cnemidophorus
pyrrhogularis-------------------------------34
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NATURAL HISTORY OF OCELLIFER GROUP CNEMIDOPHORUS (SQUAMATA,
TEIIDAE) IN AN AREA OF PATOS CAATINGA THE MICROREGION, PARAÍBA
Ingrid Gisely Nunes Henriques¹, Marcelo Nogueira de Carvalho
Kokubum² ³
¹ Acadêmico de Ciências Biológicas, Universidade Federal de
Campina Grande, Av. dos Universitários, s/n,
Santa Cecília, CEP 58700-970, Patos, PB,
http://www.cstr.ufcg.edu.br/
² Professor da Unidade Acadêmica de Ciências Biológicas,
Laboratório de Herpetologia, Universidade Federal
de Campina Grande, Av. dos Universitários, s/n, Santa Cecília,
CEP 58700-970, Patos, PB,
http://www.cstr.ufcg.edu.br/
³ Autor para correspondência: Marcelo Nogueira de Carvalho
Kokubum, e-mail: [email protected]
ABSTRACT
The study was made in Sitio Angola, in municipality of São
Mamede, in the state of Paraíba, between the
November 2013 to June 2014, where data of dry and rainy periods
were obtained. The studied area presente
rocky outcrops (“lajeiros”), grass and trees dispersed.
Cnemidophorus pyrrhogularis is a Teiidae belonging to
ocellifer group, presenting diurnal habits and a commonly period
and frequent activity at the hottest times of the
day. During the study, individuals were observed actively in
foraging activity, indicating that they are active-
foragers. In the dry months, the individuals had a preference
for microhabitats, such as piles of branches and, in
the rainy months of grasses and litter fall. More juveniles were
seen in June/2014, probably because the month
that follows the breeding period of the species. Aiming to
confirm that the studied species was Cnemidophorus
ocellifer or C. pyrrhogularis morphometrical and meristical
analyzes were done using variables such snout-vent
length (SVL), slide the fourth finger, slide the fourth toe and
dorsal scales. morphometric analyzes which
showed that the species is C. pyrrhogularis, besides presenting
orange blotches more evident in the throat region.
Regarding the size, the population showed sexual dimorphism,
with males larger than females.
Key words: Cnemidophorus pyrrhogularis, lizards, microhabitats,
pholidosis, sexual dimorphism
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HISTÓRIA NATURAL DE CNEMIDOPHORUS DO GRUPO OCELLIFER (SQUAMATA,
TEIIDAE) EM UMA ÁREA DE CAATINGA NA MICRORREGIÃO DE PATOS,
PARAÍBA
RESUMO
O estudo aconteceu no Sítio Angola, localizado no município de
São Mamede, no estado da Paraíba, entre os
meses de Novembro de 2013 a Junho de 2014, onde foram obtidos
dados dos períodos secos e chuvosos. A área
apresenta afloramentos rochosos, vegetação herbácea e árvores
espaçadas. Cnemidophorus pyrrhogularis é um
Teiideo pertencente ao complexo ocellifer, apresentando hábitos
diurnos e tem o seu período de atividade mais
frequente nos horários mais quentes do dia. Durante o estudo os
animais foram observados em atividade de
forrageamento ativamente, o que indica que estes são
forrageadores ativos. Nos meses secos, os indivíduos
tiveram preferência por microhábitats, como amontoados de galhos
e, nos meses chuvosos por gramíneas e
serapilheira. Juvenis foram mais vistos em junho, mês que sucede
o período de reprodução da espécie. Com o
objetivo de confirmar se a espécie estudada era Cnemidophorus
ocellifer ou C. pyrrhogularis foram feitas
análises de folidose utilizando variáveis como o comprimento
rostro-cloacal (CRC), lamela do quarto dedo,
lamela do quarto artelho e escamas dorsais, além das análises
morfométricas, que evidenciaram que a espécie
representa C. pyrrhogularis, além de apresentarem machas
alaranjadas na região gular bem evidentes. Com
relação ao tamanho, a população apresentou dimorfismo sexual,
com machos maiores que as fêmeas.
Palavras chaves: Cnemidophorus pyrrhogularis, lagartos,
microhábitats, folidose, dimorfismo sexual
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1 INTRODUÇÃO
O nordeste brasileiro tem sua composição vegetal formada por uma
vegetação xerófila, de fisionomia
variada conhecida por Caatinga, ocorrendo na porção semi-árida
da região e com sua fauna e flora bem
adaptadas. O bioma cobre a maior parte dos estados do Piauí,
Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco,
Alagoas, Sergipe, Bahia e parte do norte de Minas Gerais,
ocupando, portanto, uma área de aproximadamente
800.000 km², correspondendo a 10% do território brasileiro. Além
disso, é um bioma endêmico ao Brasil que
vem sofrendo alterações antrópicas. Esta vegetação, do ponto de
vista biológico, tem grande importância, apesar
de ser descrita em algumas literaturas como um ecossistema de
baixa diversidade, abrigando poucas espécies
endêmicas (HUECK 1972; AB’SABER 2003; FERNANDES 2003; EMBRAPA
2008). Este bioma apresenta
também como característica marcante a irregularidade
pluviométrica, exibindo duas estações definidas como:
estação chuvosa (inverno) e estação seca (verão) (ANDRADE
2008).
A Caatinga é um dos biomas mais bem conhecidos quanto a sua
fauna de répteis (RODRIGUES 2003).
Apesar disto este bioma sofre com a desertificação e a má
exploração da sua área, devido o avanço da agricultura
e pecuária por meio de seus colonizadores, causando prejuízos
com o desmatamento e uso excessivo dos lençóis
freáticos, afetando assim a sobrevivência do mesmo, tão pouco
explorado cientificamente. A Caatinga tem sido
descrita como um ecossistema pobre em espécies e endemismos.
Entretanto, estudos recentes têm desafiado esse
ponto de vista e demonstrado a importância da Caatinga para a
conservação da biodiversidade brasileira (LEAL
et al., 2003a).
Sabe-se também que, a fauna de lagartos da Caatinga foi
considerada até recentemente bem conhecida,
principalmente com base no trabalho clássico de Vanzolini et al.
(1980). Os lagartos constituem um grupo
animal adequado para estudos de ecologia, pois em geral são
abundantes onde ocorrem, de fácil observação no
campo, de fácil captura e manuseio e, sua taxonomia é
relativamente bem conhecida. Contudo essas
características enaltecem a importância de estudos envolvendo
este grupo, principalmente para que se tenha
conhecimento sobre padrões e processos responsáveis pela
evolução e pela distribuição regional das
comunidades de lagartos neste bioma (ROCHA 2009).
A base dos estudos ecológicos clássicos está fundamentada no
conceito de nicho. Utilizando este
conceito como pressuposto, três principais componentes
ecológicos têm sido considerados responsáveis pela
distribuição das espécies e utilização dos recursos: o espaço
(hábitat), o tempo (período de atividade) e o recurso
explorado (ARAUJO 1994; VITT et al. 1997; MESQUITA & COLLI
2003)
Em formações vegetais abertas como a Caatinga e o Cerrado, a
segregação espacial entre as espécies de
lagartos ocorre de modo horizontal, o que pode ser explicado
pela presença de poucas árvores (habitats
verticalizados) e de maiores espaços sem vegetação (ARAUJO 1994;
PELOSO et al. 2008)
Com relação ao alimento, as diferenças nos tipos de presas
ocorrem primeiramente como consequência
do modo de forrageio (VANZOLINI 1980; BERGALLO & ROCHA
1994). Dois tipos extremos de modo de
13
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15
forrageio têm sido reconhecidos para lagartos: busca ativa, onde
estes são chamados de forrageadores ativos, que
é o caso dos Cnemidophorus e, espera passiva, pela movimentação
da presa para poder capturá-la, também
conhecidos como forrageadores de espreita. O modo de forrageio
também está relacionado com os mecanismos
de escape dos predadores (MENEZES et al 2011).
A família Teiidae está distribuída desde o norte dos Estados
Unidos até o Chile e Argentina. Esta
família de lagartos são forrageadores ativos e geralmente
abundantes em habitats abertos. O dimorfismo sexual é
presente nos lagartos desta família, onde machos são maiores que
as fêmeas. Entre os lagartos teídeos, o gênero
Cnemidophorus ocupa vários habitats, ocorrendo em toda a América
do Sul e com maior atividade nas horas
mais quentes do dia (RIBEIRO et al 2011).
As populações brasileiras de Cnemidophorus das savanas
amazônicas, do cerrado e da caatinga
apresentam diferentes níveis de atividade em função de
diferenças nas temperaturas ambientais entre os biomas.
A reprodução das espécies de Cnemidophorus é cíclica na savana
amazônica e no cerrado, devido a sazonalidade
do ambiente, por sua vez na caatinga a reprodução é contínua,
onde não são verificadas estações distintas
(MESQUITA & COLLI 2003; SANTOS 2008).
Os lagartos do gênero Cnemidophorus caracterizam-se por possuir
poucos centímetros de comprimento,
corpo e cauda alongados, são forrageadores ativos, sua maior
ocorrência é em áreas abertas, possui alta
temperatura corpórea, quando ativos e altos níveis de atividade
nos horários mais quentes. (VITT et al. 1997;
MESQUITA & COLLI 2003; SANTOS 2008)
As atenções dos estudiosos hoje estão voltadas para a Caatinga
por possuir uma diversidade rica e
pouco explorada. No que diz respeito aos estudos sobre ecologia
de lagartos na Caatinga, as primeiras
observações ecológicas sobre as espécies mais comuns estão
resumidas no trabalho clássico de Vanzolini et al.
(1980). Posteriormente, Laurie J. Vitt (1995) realizou estudos
de campo durante um período prolongado na
região de Exú, no estado de Pernambuco, cujos resultados foram
publicados separadamente, para os lagartos
(1995) e as serpentes (1995).
Um dos poucos trabalhos relacionados com a herpetofauna de uma
área de Caatinga no estado da
Paraíba, mais exclusivamente na região de Patos foi um estudo de
comunidades de anfíbios anuros nos
municípios de Maturéia e São José do Bonfim (ARZABE 1999).
Também são incluídos estudos com ecologia de
lagartos no Cariri paraibano e no Seridó potiguar, onde estas
pesquisas induzirão a conservação dos répteis da
Caatinga (RODRIGUES et al., 2003).
As informações sobre o conhecimento herpetofaunístico nessa
área, enfatiza a necessidade de coletar
mais informações sobre a riqueza e o endemismo da região,
visando contribuir com as futuras pesquisas voltadas
a taxonomia, ecologia e conservação da área e da espécie. E
ainda estimula a criação de inventários biológicos
que representem essa biodiversidade.
Sendo assim, o presente estudo tem como objetivo avaliar os
dados da auto-ecologia e a análise
morfométrica do lagarto da família Teiidae, Cnemidophorus do
grupo ocellifer em uma área de Caatinga na
14
-
16
região de Patos, Paraíba, onde os resultados obtidos como
dimorfismo sexual, forma comparados com os já
reportados em outros trabalhos. Recentemente, várias populações
do complexo C. ocellifer foram descritas como
novas espécies (MESQUITA et al., 2003; ARIAS et al 2011; SILVA
& ÁVILA-PIRES 2013). Contudo, o
resultado da nossa pesquisa com Cnemidophorus do grupo ocellifer
será comparado com resultados obtidos em
trabalhos realizados com este lagarto, mas em outros biomas,
através de uma análise da folidose destes animais,
onde neste tipo de análise leva-se em conta as contagens de
escamas coletando dados para possíveis estudos da
espécie (LEMA 2002).
2 MATERIAL E MÉTODOS
2.1 ÁREA DE ESTUDOS
O estudo foi realizado na microrregião de Patos (07° 01' 28''S;
37° 16' 48''E), Paraíba, em um sítio
conhecido como Sítio Angola, situado no município de São Mamede
(Figura 1). Este sítio apresenta formações
rochosas conhecidas como lajedos e outros afloramentos rochosos
próximos. A vegetação é caracterizada por ser
arbustiva aberta e rasteira, apresentando herbáceas, gramíneas e
pequenos arbustos, além de árvores espaçadas
contribuindo para um ambiente propício para a espécie em
estudo.
Esta região está inserida no seminário nordestino e é, portanto,
marcada pelas secas, bem como pelas
chuvas inconstantes distribuídas irregularmente ao longo de todo
o ano. Como exemplares da flora da área temos
a presença de Aspidosperma pyrifolium (pau-pereiro) e
Cnidoscolus phyllacanthus (favela); em sua fauna típica
pode –se destacar a presença de Salvator merianae (teju),
Phylodrias nattereri (corre-campo), Kerodon gounellei
(mocó), espécies de lagartos como o do presente estudo
Cnemidophorus pyrrhogularis (Figura 2), além de
Tropidurus hispidus, Tropidurus semitaeniatus, Vanzosaura
multiscutata, bem como outros animais criados pelo
proprietário do sítio.
Figura 1: Localização do estado da Paraíba no mapa do Brasil e
do município de São Mamede, Paraíba, Brasil. Escala: ± 1:
75000.
Fonte: www.googlemaps.com.br
15
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Figura 2: Indivíduo adulto de Cnemidophorus pyrrhogularis, no
Sítio Angola, São Mamede, Paraíba.
Fonte: KOKUBUM, M. N. C., 2014
2.2 MÉTODOS DE COLETAS DAS MEDIDAS
As excursões foram realizadas nos períodos secos e chuvosos,
iniciando em novembro de 2013 a junho
de 2014, totalizando oito (8) meses, onde as visitas aconteciam
uma vez em cada mês, das 07:00 as 17:00h. A
área de estudo foi dividida e demarcada em três (3) transectos
(figura 3), onde dois destes tem comprimentos de
500m e um terceiro com comprimento de 160m, paralelos entre si,
os quais foram percorridos de forma aleatória,
para evitar que as observações fossem feitas sempre no mesmo
transecto. O transecto 1 foi caracterizado por
apresentar grande quantidade de vegetação herbácea. O transecto
2 apresenta grande quantidade de gramínea e
algumas árvores, já o transecto 3 apresenta concentração de
árvores, gramíneas e vegetação herbácea, além disso
nesta área se acomoda o maior número de amontoados de galhos.
Essa cada transecto está representado pelos
pontos vermelho (A1), amarelo (A2) e azul (A3) (figura 4).
Figura 3: Imagem de satélite das três áreas de estudos (A1, A2 e
A3) no Sítio Angola, Município de São Mamede, Paraíba, onde
foram
realizados os experimentos.
Fonte: HENRIQUES, I. G. N., 2014 e www.googlemaps.com.br
100 m
A1
A2
A3
16
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Figura 4: Fotografia das três áreas estudadas onde A1
corresponde ao transecto 1, A2 corresponde ao transecto 2 e A3
refere-se ao transecto
3, no Sítio Angola, Município de São Mamede, Paraíba.
Fonte: HENRIQUES, I. G. N., 2014; KOKUBUM, M. N. C., 2013
A área foi estudada nos meses secos e chuvosos (Figura 5), com
base nas frequências de chuvas
ocorridas na região. Os meses de novembro, dezembro do ano de
2013, e janeiro, fevereiro de 2014 são
considerados secos e os meses de março, abril, maio e junho do
ano de 2014 são classificados como chuvosos,
de acordo com os dados da AESA (Figura 6).
Figura 5: Imagem que mostra as condições ambientais no Transecto
2 referente aos meses de fevereiro/2014 (período seco – imagem A)
e
março/2014 (período chuvoso – imagem B).
Fonte: HENRIQUES, I. G. N., 2014
Figura 6: Precipitação pluviométrica em milímetros no município
de São Mamede, Paraíba, compreendida entre os meses de
novembro/2013 a junho/2014.
Fonte: www.aesa.pb.gov.br
A1 A3
B A
A2
050
100150200250300350
Dad
os
plu
vio
mé
tric
os
Meses
17
-
19
No intuito de facilitar a captura dos indivíduos foram
instaladas amostras de armadilhas de
interceptação e queda conhecidas como ”pitfall”. Em cada
transecto foram enterrados até a borda 2 (dois) baldes
de 20l com distância de 3 (três) metros de um para o outro, que
eram revisados durante o percurso dos
transectos. Os espécimes que caíram nos baldes foram capturados,
registrados através de fotografia e logo eram
pesados, com balança digital de precisão (0,01g) e verificada a
temperatura dos mesmos com termômetro digital
(em 0C). Para o peso utilizou-se a unidade grama (g) e para
temperatura utilizou-se graus Celsius (ºC). O sexo foi
determinado pela presença ou ausência de hemipênis através da
eversão do mesmo. Nos avistamentos, o sexo foi
identificado pelo tamanho dos bichos.
2.3 COLETA E OBSERVAÇÃO
As observações foram feitas ao longo dos transectos , onde o
percurso era feito com passos contínuos,
exceto quando se percebia a presença de bichos nos “Pitfalls”.
Cada transecto era percorrido em 15 minutos e
neste percurso os baldes eram revisados. Ao se perceber a
presença de indivíduos nos baldes era feita a captura
em seguida os animais eram medidos (CRC), pesados e era
verificada a temperatura cloacal dos mesmos (Figura
7). Nestas eventualidades o tempo em cada transecto se estendia.
Durante os avistamentos, foram anotados o
número de lagartos em atividade, microhábitat onde foram
primeiramente avistados, o horário de maior forrageio
e a atividade realizada (termorregulação, alimentação,
forrageamento, fuga).
Figura 7: Armadilha de interceptação e queda “Pitfall” disposta
no transecto 3 (A); Presença de um indivíduo de Cnemidophorus
pyrrhogularis dentro do balde (B) e; Verificação da temperatura
cloacal do animal, após a queda no balde (C).
Fonte: KOKUBUM, M. N. C., 2014; HENRIQUES, I. G. N., 2014
Ao longo de cada transecto os microhábitats em que os animais
eram visualizados foram caracterizados
em 8 tipos: 1) sob amontoados de galhos, caracterizado por
galhos sobrepostos um ao outro decorrente da ação
dos proprietários; 2) sobre a serapilheira, sobre a cobertura do
solo formada por resto de vegetação, como folhas;
3) sobre pedras, sobre pedras soltas no solo; 4) sob Xique –
xique, sobre o cacto Pilosocereus gounellei; 5) entre
vegetação herbácea, entre a vegetação de no máximo 50 cm de
altura sem caule lenhoso; 6) sobre o solo, sobre o
A B C
18
-
20
solo arenoso; 7) sobre galhos secos, são galhos caídos de
árvores; 8) sobre a gramínea, sobre o solo com
presença de gramíneas.
2.4 MORFOMETRIA
Na análise morfométrica utilizou-se as seguintes medidas:
Comprimento Rostro- Cloacal (CRC),
Largura da Cabeça (LC), Altura da Cabeça (AC), Comprimento da
Cabeça (CC), Axila- Braço (AB),
Comprimento do Antebraço (CA), Comprimento da Coxa (CCO),
Comprimento da Perna (CP) e Comprimento
da Cauda (CCA), onde estas medidas eram registradas em milímetro
(mm) e aferidas através de um paquímetro
digital de precisão 0,01 mm.
Na análise de folidose foram utilizadas as seguintes variáveis:
Número de escamas dorsais (D), Número
escamas ao redor do meio do corpo (EMC), Lamela do quarto dedo
da mão (LD), Lamela do quarto artelho do
pé (LA), Ventrais na transversal (VT) e Número de poros femorais
(PF), onde estas variáveis foram conferidas
com o uso de um microscópio-estereoscópio.
Os indivíduos coletados (adultos e juvenis) foram sacrificados e
fixados utilizando-se as técnicas
usualmente recomendadas (FRANCO et al., 2002). Os espécimes
foram fixados com formol 10% e
posteriormente ao tempo destinado de fixação (cerca de 48
horas), foram lavados com água corrente e
acondicionados em recipientes contendo álcool 70%. Cada exemplar
está etiquetado e suas informações de
coleta (data, horário, localidade, coletor) estão registradas no
livro tombo do Laboratório de Herpetologia do
Museu de História Natural de Sertão (LHUFCG) da Unidade
Acadêmica de Ciências Biológicas da Universidade
Federal de Campina Grande, campus de Patos, Paraíba, sob licença
permanente para a coleta de material
zoológico (nº 25267-1, emitida em 27/08/2010), expedida pelo
Ministério de Meio Ambiente (MMA) – Instituto
Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e sistema
de Autorização e Informação em
Biodiversidade (SISBIO) (folha em anexo).
2.5 ANÁLISES ESTATÍSTICAS
A análise de regressão utilizada para obter informações da
relação entre comprimento rostro–cloacal
(CRC) e comprimento da cauda (CCA) em milímetros (mm), e o peso
em gramas (g) de adultos (machos e
fêmeas) e juvenis foi o SYSTAT, versão 11.0 (WILKINSON 2004).
Foi utilizada ANOVA (ZAR 1999) para
saber se na espécie estudada tem dimorfismo sexual quanto ao CRC
e o peso, também utilizou-se dos recursos
desta análise de variância, onde todos os testes seguiram o grau
de significância de 0,05.
19
-
21
3 RESULTADOS
O trabalho totalizou 80 horas de atividade em campo que
compreenderam observações ecológicas,
comportamentais e a captura de indivíduos. Os resultados da
análise de folidose comprovaram que a espécie
estudada é Cnemidophorus pyrrhogularis descrita recentemente
para o estado do Piauí. Durante o percurso, em
todos os transectos foram registrados 466 avistamentos
(Transecto 1 – 48 avistamentos; Transecto 2 – 219
avistamentos; Transecto 3 – 201 avistamentos) para a espécie
estudada durante os oito meses da pesquisa.
Foram observados comportamentos de fuga, termorregulação,
forrageamento e alimentação (Figura 8).
O comportamento de alimentação foi caracterizado pela observação
do ato do animal predar. Dentre os
comportamentos observados, o de forrageamento foi o que
apresentou um padrão de maior atividade, totalizando
69% dos avistamentos.
Figura 8: Comportamento observados em Cnemidophorus
pyrrhogularis durante o os avistamentos nos transectos, no Sítio
Angola,
município de São Mamede, Paraíba.
Sobre o uso de microhábitats, houve variação na procura dos
lagartos em cada ambiente, devido a
influência da ausência ou presença da chuva. No período seco
houve mais procura por amontoados de galhos (n
= 52), como forma de proteção contra predadores, visto que o
ambiente fica muito devastado, atraindo também
alimento para os mesmos e servindo de abrigo (Figura 9). Já nos
meses caracterizados pelo período chuvoso, os
indivíduos foram vistos em outros microhábitats, como na
gramínea (n = 74), na serapilheira (n = 47) e até
mesmo expostos no solo arenoso (n = 56) (Figura 10).
Figura 9: Imagem de um tipo de micro-habitat - amontoado de
galhos utilizado por Cnemidophorus pyrrhogularis, no transecto 3.
Este tipo
de microhabitat funciona como abrigo e proteção para os
indivíduos desta espécie.
Fonte: KOKUBUM, M. N. C., 2014
24%
69%
5% 2% Fuga
Forrageamento
Termorregulação
Alimentação
Fonte: HENRIQUES, I. G. N., 2014
20
-
22
Figura 10: Uso de microhábitats por Cnemidophorus pyrrhogularis
(N = 466) nas áreas demarcadas no período entre novembro de 2013
e
junho de 2014, no Sítio Angola, no município de São Mamede,
Paraíba.
Fonte: HENRIQUES. I. G. N., 2014
Com relação ao horário de atividade, machos, fêmeas e juvenis
compartilharam os mesmos horários,
sendo maior sua frequência em dois períodos: 9h às 11h e de 13h
as 14h (Figura 11). Vale ressaltar que em
meses muito quentes, como novembro, não foi notada a presença
destes animais nos horários, a partir das 13h.
Figura 11: Horário de atividade do Cnemidophorus pyrrhogularis
(N = 466) entre os meses de novembro de 2013 e junho de 2014, no
Sítio
Angola, município de São Mamede, Paraíba.
Fonte: HENRIQUES. I. G. N., 2014
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
07:00 - 07:59
08:00 - 08:59
09:00 - 09:59
10:00 - 10:59
11:00 - 11:59
12:00 - 12:59
13:00 - 13:59
14:00 - 14:59
15:00 - 15:59
16:00 - 16:59
Nº de avistamentos
Ho
ráro
s d
e a
tivi
dad
e
nov/13 dez/13 jan/14 fev/14 mar/14 abr/14 mai/14 jun/14
0
20
40
60
80
100
120
140
nov/13 dez/13 jan/14 fev/14 mar/14 abr/14 mai/14 jun/14
Nº
de
avi
stam
en
tos
Meses Amontoados de Galhos Serapilheira Sobre Pedras
Xique-xique Vegetação Herbácea Sobre o Solo
21
-
23
Os avistamentos em cada transecto variou de acordo com a
presença ou ausência de chuva, de forma
que no período seco foi maior o número de avistamentos no
transecto 3 e no período chuvoso, os lagartos foram
mais visualizados no transecto 2. Juvenis foram visto durante
todos os meses da pesquisa, mas teve um pico de
maior frequência no mês de junho, onde foram mais capturados nos
“pitfalls” (Figura 12, 13, 14).
Figura 12: Frequência de adultos e juvenis de Cnemidophorus
pyrrhogularis (N = 466) avistados no período entre novembro de 2013
e
junho de 2014, no Sítio Angola, município de São Mamede,
Paraíba.
Fonte: HENRIQUES. I. G. N., 2014
Figura 13: Número de avistamentos de indivíduos de Cnemidophorus
pyrrhogularis (N = 466), por transecto (T1, T2 e T3) no período
entre
novembro de 2013 e junho de 2014, no Sítio Angola, município de
São Mamede, Paraíba.
Fonte: HENRIQUES. I. G. N., 2014
0
20
40
60
80
100
120
140
nov/13 dez/13 jan/14 fev/14 mar/14 abr/14 mai/14 jun/14
Nº
de
avi
stam
en
tos
Meses
Juvenil
Adulto
0
10
20
30
40
50
60
70
nov/13 dez/13 jan/14 fev/14 mar/14 abr/14 mai/14 jun/14
Nº
de
avi
stam
en
tos
Meses
T1
T2
T3
22
-
24
Figura 14: Frequência de machos, fêmeas e juvenis de
Cnemidophorus pyrrhogularis (N= 52) capturados nos “pitfalls” dos
três (3),
transectos, entre os meses de janeiro de 2014 a junho de 2014,
no Sítio Angola, município de São Mamede, Paraíba.
Fonte: HENRIQUES. I. G. N., 2014
Foram capturadoss 55 indivíduos de Cnemidophorus pyrrhogularis,
onde 52 foram do período deste
trabalho e 3 (três) já presentes na coleção. As capturas foram
distribuídos nas três áreas, subdivididos em machos
(18), fêmeas (11) e juvenis (26) (Tabela 1).
O comprimento rostro - cloacal (CRC) dos juvenis foi entre 33,2
- 58,6 mm (44,16 ± 7,534; N = 26), o
peso entre 0,89 - 3,46 g (1,69 ± 0,76; N = 10) e o comprimento
da cauda entre 73,1 - 136,9 mm (97,66 ± 17,62;
N = 21) Houve correlação entre o tamanho dos juvenis (CRC) com o
seu peso (ANOVA; F = 8,125; p = 0,021) E
o CRC com o comprimento da cauda (ANOVA; F = 157,446; p =
0,000). Indivíduos com cauda regenerada não
entraram nesta amostragem.
Esta população de Cnemidophorus pyrrhogularis apresentou
dimorfismo sexual, onde machos (50,1 -
85,7 mm; 64,02 ± 9,05; N = 18) foram maiores (ANOVA; t = 2,307;
df = 27, p = 0,034) e mais pesados
(ANOVA; t = 2,307; df = 27; p = 0,029) que as fêmeas (42,1 -
71,0 mm; 55,82 ± 9,66; N = 11).
Os resultados da análise de folidose foram comparados com os
resultados de Cnemidophorus ocellifer
(SPIX 1825) e com Cnemidophorus pyrrhogularis (SILVA & ÁVILA
– PIRES 2013) (Tabela 2). Os números de
tombo dos animais coletados: LHUFCG 0904, LHUFCG 0905, LHUFCG
0906, LHUFCG 0907, LHUFCG
0908, LHUFCG 0909, LHUFCG 0910, LHUFCG 0911, LHUFCG 0912, LHUFCG
0913, LHUFCG 0914,
LHUFCG 0930, LHUFCG 0931, LHUFCG 0932, LHUFCG 0933, LHUFCG 0934,
LHUFCG 0935, LHUFCG
0936, LHUFCG 0937, LHUFCG 0938, LHUFCG 0939, LHUFCG 0940, LHUFCG
0941, LHUFCG 0942,
LHUFCG 0943, LHUFCG 0944, LHUFCG 0945, LHUFCG 0946, LHUFCG 0947,
LHUFCG 0948, LHUFCG
0949, LHUFCG 0950, LHUFCG 0951, LHUFCG 1030, LHUFCG 1031, LHUFCG
1032, LHUFCG 1033,
LHUFCG 1034, LHUFCG 1035, LHUFCG 1036, LHUFCG 1037, LHUFCG 1038,
LHUFCG 1039, LHUFCG
1050, LHUFCG 1051, LHUFCG 1052, LHUFCG 1053, LHUFCG 1054, LHUFCG
1055.
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
jan/14 fev/14 mar/14 abr/14 mai/14 jun/14
Nº
de
cap
tura
s
Meses
Macho
Fêmea
Juvenil
23
-
25
Tabela 1: Dados morfométricos dos indivíduos capturados de
Cnemidophorus pyrrhogularis, no Sítio Angola, São Mamede,
Paraíba.
Legenda: Comprimento Rostro- Cloacal (CRC), Largura da Cabeça
(LC), Altura da Cabeça (AC), Comprimento da Cabeça (CC), Axila-
Braço (AB), Comprimento do Antebraço (CA), Comprimento da Coxa
(CCO), Comprimento da Perna (CP), Comprimento da Cauda (CCA).
Morfometria
Juvenis Machos Fêmeas
CRC N =26
33,20 – 58,60
(44,16 ± 7,53)
N = 18
50,10 – 85,70
(64,02 ± 9,05)
N = 11
42,10 – 71,00
(55,82 ± 9,66)
LC N = 26
4,10 – 8,00
(5,88 ± 1,10)
N = 18
7,20 – 13,40
(9,16 ± 1,69)
N = 11
5,70 – 9,80
(7,29 ± 1,32)
AC N = 26
3,20 – 6,80
(4,86 ± 1,03)
N = 18
6,00 – 10,80
(7,75 ± 1,34)
N = 11
4,80 – 7,90
(6,02 ± 1,03)
CC N = 26
10,20 – 17,00
(12,86 ± 1,96)
N = 18
15,00 – 25,50
(18,56 ± 2,73)
N = 11
11,80 – 19,40
(15,35 ± 2,39)
AB N = 26
2,50 – 6,60
(3,80 ± 0,95)
N = 18
4,60 – 7,80
(5,97 ± 0,87)
N = 11
3,90 – 6,60
(5,05 ± 0,90)
CA N = 26
3,30 – 7,90
(5,00 ± 1,14)
N = 18
6,10 – 10,60
(7,62 ± 1,20)
N = 11
4,90 – 8,60
(6,50 ± 1,12)
CCO N = 26
5,80 – 11,10
(7,96 ± 1,55)
N = 18
9,70 – 17,10
(12,26 ± 1,97)
N = 11
8,00 – 13,00
(10,15 ± 1,53)
CP N = 26
4,50 – 9,70
(6,78 ± 1,61)
N = 18
8,10 – 14,90
(10,56 ± 1,76)
N = 11
7,30 – 11,50
(9,11 ± 1,33)
CCA N = 21
73,10 – 136,90
(97,66 ± 17,62)
N = 15
2,00 – 180,90
(125,73 ± 37,60)
N = 9
96,30 – 154,30
(121,42 ± 19,56)
Peso N = 10
0,89 – 3,46
(1,69 ± 0,76)
N = 6
5,66 – 11,97
(7,91 ± 2,42)
N = 5
5,36 – 6,87
(6,23 ± 0,67)
Fonte: HENRIQUES, I. G. N., 2014
24
-
26
Tabela 2: Dados da folidose de Cnemidophorus pyrrhogularis
descrito no Piauí, a fim de comparar com dados obtidos neste
trabalho.
Legenda: Comprimento rostro-cloacal (CRC) em mm; Número de
escamas dorsais (D); Número de escamas ao redor do meio do
corpo
(EMC); Lamela do quarto dedo da mão (LD); Lamela do quarto
artelho do pé (LA); Ventrais na transversal (VT) e; Número de
poros
femorais (PF).
Cnemidophorus ocellifer
(SPIX 1825)
Cnemidophorus pyrrhogularis
(SILVA & ÁVILA – PIRES
2013)
Cnemidophorus sp.
(São Mamede)
CRC (mm) 76♂; 74,18♀ 89♂; 77,5♀ 85♂; 71♀
D 178 – 241 192 - 255 166 – 220
EMC 93 – 114 87 - 124 69 – 118
LD 16 – 18 13 - 19 12 – 16
LA 26 – 33 24 - 34 29 – 30
VT 8 8 8
PF 8 - 14 8 - 12 8 – 10
Fonte: SPIX, 1825; SILVA & ÁVILA – PIRES, 2013; HERIQUES, I.
G. N., 2014
4 DISCUSSÃO
O tamanho dos transectos e as condições do ambiente
influenciaram no número de avistamentos em
cada área, de forma que nos períodos secos o número de
avistamentos foi melhor representado no transecto com
maior ocorrência de amontoados de galhos e vegetação herbácea,
além de maior número de árvores, visto que
esta área apresenta vegetação mais densa. Já nos meses chuvosos,
o maior número de avistamentos ocorreu na
área que apresenta maior concentração de gramíneas, que neste
período estão mais altas, conferindo aos mesmos
alimento e proteção. A grama alta, também dificulta a observação
dos lagartos e isso influenciou no resultado do
mês de março. Segundo Mesquita & Colli (2003), há variação
no uso de microhábitats entre as espécies
brasileiras de Cnemidophorus, onde a frequência destes lagartos
nos microhábitats depende da disponibilidade
na área. Pode ser que a diminuição no avistamento dos mesmos no
período seco, tenha ocorrido devido à
escassez de alimento (FALCÃO 2006).
Das atividades observadas, a de forrageamento representou 69%
dos avistamentos, isto porque as táticas
de forrageio da família Teiidae caracteriza-se em está o tempo
todo em movimento, ou seja, são forrageadores
ativos, resultando em maior exploração da área e no uso de
microhábitats e isso contribui para sua temperatura
corpórea elevada (PIANKA & VITT 2003, VARGENS et al 2008). O
processo de termorregulação dos
Cnemidophorus está associado a seu modo de forrageio. Adultos e
juvenis tiveram maior frequência nos horários
de9h as 11h e de 13h as 14h, onde os mesmos termorregulam e
forrageiam nos períodos mais quentes do dia,
comprovando que a espécie Cnemidophorus pyrrhogularis é
heliófila. A espécie diurna, tem portanto, maior
tolerância a temperaturas elevadas (MESQUITA & COLLI 2003,
SOUZA 2005, FALCÃO 2006).
25
-
27
Nos períodos mais quentes os animais estão mais rápido, isto
reflete a necessidade destes lagartos de
alcançar temperaturas altas para realizar suas atividades de
forrageio de modo eficiente.
Com base nos resultados, fica evidente que, as armadilhas de
interceptação e queda (“pitfall”) são de
grande importância para a amostragem no número de lagartos, além
de nos fornecer dados quanto a ocorrência
de adultos e juvenis frequentes em cada mês e em cada transecto
(CECHIN, S. Z. & MARTINS, M. 2000). No
menor transecto houve menos avistamentos, o que era esperado
pelo seu tamanho e pela pouca vegetação
apresentada no local.
Este trabalho classifica como juvenis os subadultos e os
filhotes. Subadultos são lagartos que não
atingiram a maturidade sexual. Juvenis subadultos foram
observados durante todo o tempo de pesquisa e juvenis
filhotes tiveram um pico de frequência no mês de junho, o que
mostra que houve atividade reprodutiva no mês
de maio. Segundo Mesquita 2003 em seus trabalhos com
Cnemidophorus ocellifer, os machos são reprodutivos
durante todo o ano e fêmeas tem atividade reprodutiva de maio a
setembro, coincidindo com o período
reprodutivo dos machos.
As espécies do gênero Cnemidophorus apresentam dimorfismo
sexual, onde os machos são
significativamente maiores que as fêmeas, exceto na espécie
Cnemidophorus lacertoides, que as fêmeas são bem
maiores que os machos (BALESTRIN et al 2010). O dimorfismo pode
ser resultado do investimento e gasto de
recursos e energia diferenciado por fêmeas e machos, o que
provavelmente um corpo e uma cabeça maior
resultam em um maior sucesso dos machos, nas disputas pelas
fêmeas (CARVALHO et al 2011).
Em Cnemidophorus pyrrhogularis os machos são maiores e mais
pesados que as fêmeas, havendo
dimorfismo sexual na espécie. Houve relação entre o CRC dos
juvenis e o peso, assim como no comprimento da
cauda, mas a análise de regressão não mostrou correlação entre
tamanho dos machos e o peso, assim como
também não obteve resultado com relação as fêmeas (SILVA &
ÁVILA-PIRES 2013). Os resultados da análise
de folidose da espécie estudada neste trabalho corroboram com os
resultados apresentado por Silva & Ávila-
Pires 2013 para o estado do Piauí. Confirmando, portanto, que a
espécie estudada neste trabalho é
Cnemidophorus pyrrhogularis.
5 AGRADECIMENTOS
Agradeço aos proprietários do Sítio Angola, por me concederem a
permissão para que eu pudesse realizar o
trabalho em sua propriedade. Ao meu caro orientador e professor
Marcelo Nogueira de Carvalho Kokubum por
colaborar com minha pesquisa e me orientar com tanta
dedicação.
26
-
28
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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14 de Julho de 2014)
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ANEXOS
ANEXO 01. Licença permanente para coleta de material
zoológico.
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32
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34
ANEXO 02. Regras da Revista Biota Neotropica
33
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ANEXO 03. Indivíduo juvenil (A) e adulto (B) de Cnemidophorus
pyrrhogularis.
ANEXO 04. Manchas alaranjadas na região gular do Cnemidophorus
pyrrhogularis.
A B
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