Curso de Capacitação “Atendimento a Gestante e Humanização do Parto” TOXOPLASMOSE E GESTAÇÃO Profa. Carla Vitola Gonçalves Faculdade de Medicina Universidade Federal do Rio Grande /FURG-RS
Curso de Capacitação “Atendimento a Gestante e Humanização do Parto”
TOXOPLASMOSE
E GESTAÇÃO
Profa. Carla Vitola GonçalvesFaculdade de Medicina
Universidade Federal do Rio Grande /FURG-RS
Prevalência de gestantes soropositivas para IgG
RJ 77,1%
Recife 54,3%
POA 54,3%
Salvador 42%
SP 32,4%
POA IgG +
IgM -
IgG +
IgM +
IgG e
IgM -
Varella et
al., 2003
57,4% 2,4% 40,2%
Reis et al.,
2006
58,5% 2,6% 38,7%
• INTRODUÇÃO ⇒
- Causada pelo Toxoplasma gondii
- A toxoplasmose em adultos e crianças é
geralmente benigna
- A transmissão vertical está ligada a primo-infecção
Transmissão vertical da Toxoplasmose
• Prognóstico gestacional ⇒
- Acometimento fetal em 40 a 50%
- Maioria é assintomático ao nascer
- A transmissão para o feto é maior no último
trimestre mas a gravidade é menor
Transmissão vertical da Toxoplasmose
• Transmissão vertical ⇒ 1º e 2º trimestre- Aborto
- Prematuridade
Toxoplasmose Congênita
- Microftalmia
- Coriorretinite
- Microcefalia c/s hidrocefalia
- Retardo mental
- Espasticidade
- Convulsões
- Calcificações cerebrais
- Pneumonite
- Hepatoesplenomegalia
- Surdez
Transmissão vertical da Toxoplasmose
• Transmissão vertical ⇒ 3º trimestre
- Prematuridade
- RCIU
- Anemia
- Coriorretinite
Transmissão vertical da Toxoplasmose
-Estrabismo
- Icterícia
- Hepatomegalia
Transmissão vertical da
ToxoplasmoseCiclo reprodutivo
Hospedeiro definitivo
Hospedeiro intermediário
oocistos
cistos
• Diagnóstico ⇒
- Habitualmente assintomática
- Considerar a toxoplasmose quando a gestante tiver febre
ou adenomegalia
- Triagem sorológica IgG e IgM (imunofluorescência ou Elisa)
Transmissão vertical da Toxoplasmose
Testes sorológicos
• Imunofluorescência indireta (baixa sensibilidade IgM)
– Detecta IgG e IgM
– Falso-negativo – títulos baixos
– Falso-positivo – na presença de anticorpo antinuclear
ou fator reumatóide
Testes sorológicos
• Elisa (baixa especificidade IgM)
–Detecta IgG e IgM
• Avidez de IgG
• Hemaglutinação
–Insatisfatório para rastreio de gestante
Imunofluorescência indireta
16000
64
256
64000
4000
1000
93 126 15 Meses
Títulos Perfil I Perfil II
IgG
IgM
Perfil III
• Perfil I → Infecção aguda
–Título de IF-IgG – crescente
– Título de IF-IgM – positivo
• Perfil III → Infecção passada
–Título de IF-IgG ≤ 1:1.000 (1:16 – 1:64)
–Título de IF-IgM - negativo
Imunofluorescência indireta
Imunofluorescência indireta
16000
64
256
64000
4000
1000
93 126 15 Meses
Títulos Perfil I Perfil II
IgG
IgM
Perfil III
• Perfil II → Risco de infecção fetal
– Título de IF-IgM – negativo
– Título de IF-IgG ≥ 1:1.000
• Avidez IgG
Imunofluorescência indireta
Quanto mais tempo tem a infecção maior a avidez da
IgG pelos antígenos da toxoplasmose
• Avidez < 30% infecção há menos de 3 meses
• Avidez entre 30% e 60% inconclusiva
• Avidez > 60% infecção há mais de 3 meses infecção
Avidez da IgG
IgG
Até 4
De 4 a 8
Superior a 8
Não-reagente
Indeterminado
Reagente
IgM
Até 0,5
De 0,55 a 0,65
Superior a 0,65
Não-reagente
Indeterminado
Reagente*
ELISA
* Elisa IgM +
- Avidez IgG
1ª CONSULTA
IgG reagente
IgM não reagente
IgG reagente ou não reagente
IgM reagente
IgG não reagente
IgM não reagente
Infecção remota
Pré-natal
Infecção passada
IgM, IgA, IgE
Avidez IgG
Suscetível
IgM crescente
IgA e IgE positivo
Avidez < 30%
Orientações
Sorologias mensais
Pré-natalInfecção recente
Tratamento materno
Não
Investigar o feto
• Dosados pelo ELISA ou pela imunoaglutinação
– IgA – pico 2 meses após infecção e é indetectável
após 3 meses
– IgE presente por 4 a 8 meses
Toxoplasmose IgA e IgE
Fluxograma de conduta para toxoplasmose
Positiva
Infecção recente?
Alta avidez
Infecção antiga
Seguimento pré-natal normal
Interromper espiramicina
Negativa
Suscetibilidade ou infecção passada
Aconselhamento para evitar infecção
Baixa avidez
Infecção recente
Iniciar espiramicina 1g, VO, de 8/8h
Teste de Avidez IgG
Triagem: pesquisa de anticorpo IgM
PCR Liquido amnióticoUSG fetalEvidência de acometimento fetal Iniciar sulfadiazina, pirimetamina e ac. FolínicoEncaminhar a unidade de referência
• Tratamento materno
– Espiramicina 3g/ dia (Rovamicina 1,5 mUI = 500mg
→ 2CP 8/8 horas)
–Azitromicina e claritromicina
• Investigação de infecção fetal
Infecção recente
• PCR do líquido amniótico (sensibilidade de 97,4%)
– Padrão-ouro
• Cordocentese
– IgM (50%), IgA (77 - 80%)
• Ultra-sonografia (sensibilidade de 20%)
– ventriculomegalia cerebral, calcificações intracranianas,
hepatoesplenomegalia, ascite, placentomegalia
Investigação fetal
• Tratamento
– Pirimetamina 25mg 8/8h por 3 dias e seguir de
12/12h por 21 dias
– Sulfadiazina 1g 6/6h por 21 dias
– Clindamicina 600 mg 6/6h
– Alternado a cada 3 semanas com Espiramicina
– Ac. Folínico 10mg/dia ou 15mg 3X/semana
Infecção Fetal
• Não comer produtos animais crus ou mal cozidos (caprinos
e ovinos) - 30 a 63%
• Usar luvas para mexer na terra - 6 a 17%
• Evitar contato com gatos
• Lavar bem as verduras e as mãos após manipular carne
crua e verduras
Orientações