WEB AULA 1 Unidade 1 – Inclusão: Aspectos Históricos e Noções Básicas Sobre as Deficiências Intelectual, Visual e Auditiva. INCLUSÃO E FATORES HISTÓRICOS MUNDIAIS Vamos iniciar, assistindo a um vídeo no qual atentaremos sobre a questão da inclusão na escol. Inserir vídeo do MEC - domínio publico: caminhos para a inclusão. Duração 26 min. http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do? select_action=&co_obra=124136 Mas, até chegarmos aqui, tivemos um longo caminho. Vamos ver como tudo aconteceu. Antigamente, a sociedade tinha uma visão um pouco diferente. A princípio, a atenção era direcionada para outras prioridades. Com relação aos deficientes, temos um primeiro momento, que foi chamado de fase do Extermínio. O que era diferente assustava, dava medo, (medo de contaminar), o que é diferente provoca medo e deve ser eliminado. Então, podemos levantar alguns pontos que caracterizava a sociedade antigamente: Culto à beleza A pessoa com deficiência não tinha direito à vida. Era condenada à morte. Quando não era morta, era tratada como os bobos da corte, Com a chegada do Cristianismo , podemos observar algumas alterações: Filho deficiente à era visto como castigo dos céus; ou Eles eram vistos como possuídos pelo demônio;
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Texto educação inclusiva e língua brasileira de sinais - libras
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WEB AULA 1
Unidade 1 – Inclusão: Aspectos Históricos e Noções Básicas Sobre
as Deficiências Intelectual, Visual e Auditiva.
INCLUSÃO E FATORES HISTÓRICOS MUNDIAIS
Vamos iniciar, assistindo a um vídeo no qual atentaremos sobre a questão da inclusão
na escol.
Inserir vídeo do MEC - domínio publico: caminhos para a inclusão. Duração 26 min.
As pessoas doentes ou com alguma anomalia eram colocadas de lado pela sociedade;
Pessoas com deficiência à portadoras de alma – filhos de Deus à, pelos valores éticos, tinham o dever de amar o próximo;
Passaram a ser acolhidos em instituições religiosas (mas eram vistos como incapazes e doentes);
Sec. XVI: deficiência tratada com alquimia, magia e astrologia;
Sec. XVII: avanços da medicina, deficientes mantidos em asilos, hospitais psiquiátricos e conventos;
Sec. XVIII: deficiência eram resultados de lesões e disfunções no organismo;
Ciência questionou os dogmas religiosos;
Objetivo: aliviar a sobrecarga da família e da sociedade;
Eles eram mandados para asilos e hospitais, junto com doentes psiquiátricos, delinquentes e prostitutas;
Com a revolução industrial: deficiente passou a ser relacionado com incapacidade, dependência, inutilidade e não era interessante para os governantes;
Eram deixados longe dos olhos para não provocar nenhum constrangimento ético ou moral (atitude natural);
Surgiram as residências clínicas, com o intuito de dar uma educação especial (mental).
Integração (Princípios da educação especial) – via de mão única.
Nos anos 60/70 à desinstitucionalização à educar em ambiente menos restritivo;
Alguns considerados aptos passaram a ser encaminhados para escolas regulares, classes especiais ou salas de recursos.
O deficiente passou a ser encarado como “necessidades educacionais especiais” à problemas de aprendizagem à requeria atenção mais específica e maiores recursos educacionais à reorganização curricular, formação de professores, novos métodos de ensino, posturas na atuação e responsabilidade das escolas;
Modelo médico da deficiência à problema está no indivíduo à ele que precisava mudar para se adaptar à sociedade ou ser mudado através da reabilitação ou cura.
Inclusão (quebra de paradigma) – via de mão dupla.
A Educação Especial, no Brasil, seguiu o seguinte caminho:
Na época da República: Não havia necessidade, pois muitos iam para roça ou ficavam
escondidos em casa.
No século XIX:
1854 à Serviço de atendimento aos cegos: Imperial Instituto dos meninos cegos (com o decreto imperial 1.428), e, em 1891, foi instituído como: Instituto Benjamim Constant (Decreto 1.320 de 1891);
1857 à Imperial Instituto do surdo-mudo que, em julho de 1957, tornou-se o Instituto Nacional de Educação de Surdos.
No século XX:
1905 – Escola Rodrigues Alves – DF e DV (RJ);
1909 – Colégio dos Santos Anjos – DM (SC);
1920 – Primeira Sociedade/associação (RS) – Sociedade Pestalozzi (Canoas).
1926 – Porto Alegre Instituto Pestalozzi;
1932 – Escola Estadual São Rafael – DV (MG);
1935 – Instituto dos Cegos (PE) e o Instituto Pestalozzi em Belo Horizonte;
1936 – Instituto dos cegos na Bahia;
1948 – Instituto Pestalozzi - DM (RJ) É ministrado, em 1950, o primeiro curso de especialização para professores nesta área;
1950 – AACD (SP);
1954 – Inicia-se o movimento das APAES, com Beatrice e George Benis;
1962 – Federação das APAEs (12);
Até a ditadura, eles eram chamados pelo termo “excepcionais”;
1988 – Constituição Federal à passaram a ser reconhecidos como pessoas com deficiência. Pessoa: implica em reconhecer o direito de viver e conviver em comunidade. Prevê o pleno desenvolvimento dos cidadãos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade, bem como quaisquer outras formas de discriminação. Garante o direito à escola para todos e coloca, como princípio para educação, o “acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um”.
Artigo 208, da constituição – O estado assume a educação especial;
1989 à lei 7.853/89 – Define como crime recusar, suspender, adiar, cancelar ou extinguir a matrícula de um estudante por causa da deficiência, em qualquer curso ou nível de ensino, seja ele público ou privado. A pena para o infrator pode variar de 1 (um) a 4 (quatro) anos de prisão mais multa;
1990 à Estatuto da Criança e do Adolescente – Garante o direito à igualdade de condições para o acesso e permanência à escola, sendo o ensino fundamental obrigatório e gratuito, o respeito dos educadores e atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular;
1994 – Com a Declaração de Salamânca (o texto não tem efeito de lei), diz que a pessoa com deficiência deve receber atendimento especializado. Crianças excluídas (trabalho infantil e abuso sexual) e deficiências graves devem ser atendidas no mesmo ambiente de ensino;
1996 – Com a Lei de Diretrizes de Base (LDB), o atendimento especializado pode ocorrer em classes especiais, quando não for possível oferecê-lo na escola comum. Este foi um ponto que gerou muita confusão, pois deu a entender que, dependendo da deficiência, a criança só podia ser atendida em escola especial;
2000 – Leis garantem a prioridade nos atendimentos prioritários de pessoas com deficiência nos locais públicos. Estabelece normas de acessibilidade física e definem, como barreira, obstáculos nas vias e no interior dos edifícios, nos meios de transporte e tudo o que dificulte a expressão ou o recebimento de mensagens por intermédio dos meios de comunicação, sejam ou não de massa;
2001 – Convenção de Guatemala (Decreto 3.956) à Põe fim às interpretações confusas da LDB. Esclarece as impossibilidades de tratamento desigual com base na deficiência. O acesso ao ensino fundamental é um direito humano e privar pessoas em idade escolar, dele, mantendo-as unicamente em escolas ou classes especiais, fere a convenção e a Constituição. A Convenção da Guatemala deixa clara a impossibilidade de tratamento desigual com base na deficiência, definindo a discriminação como toda diferenciação, exclusão ou restrição baseada em deficiência, antecedente de deficiência, consequência de deficiência anterior ou percepção de deficiência presente ou passada, que tenha o efeito ou propósito de impedir ou anular o reconhecimento, gozo ou exercício por parte das pessoas portadoras de deficiência de seus direitos humanos e suas liberdades fundamentais (art. 1º, nº 2, “a”).
Podemos ver que a exclusão tem participado da nossa vida há muito tempo. No texto
abaixo, Jorge conta através de uma parábola a questão da exclusão,
Muito interessante para fazermos uma reflexão sobre o nosso comprometimento no
dia a dia com as mais variadas situações. Estamos somente presentes ou realmente
estamos presentes e conscientes no que nos engajamos. Vamos postar alguns
comentários no fórum.
WEB AULA 2
Unidade 1 – Da Educação Segregada à Educação Inclusiva: uma
Breve Reflexão sobre os Paradigmas Educacionais no Contexto da Educação Especial Brasileira
Para aprofundar:
Texto 2: Da Educação Segregada à Educação Inclusiva: uma Breve Reflexão sobre os Paradigmas Educacionais no Contexto da Educação Especial Brasileira1
Rosana Glat e Edicléa Mascarenhas Fernandes
Faculdade de Educação / Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Assim, pessoal, podemos perceber que estamos num processo que se iniciou na
década de 40, com alterações na década de 70, 80 e com mais transformações
ocorrendo com o passar do tempo. Este processo não está pronto. Está em
andamento e fazemos parte das alterações que estão por vir. Temos uma luta pela
frente, por melhores condições de atendimento para este tipo de população e de
melhores condições de trabalho, com cursos, reciclagens, atualizações, projetos e
outras alternativas para que possamos continuar com este processo.
A tendência atual é que o trabalho da Educação Especial garanta, a todos os alunos
com deficiência, o acesso à escolaridade, removendo barreiras que impedem a
frequência desses alunos às classes comuns do Ensino Regular. Assim sendo, a
Educação Especial começa a ser entendida como modalidade que perpassa, como
complemento ou suplemento, todas as etapas e níveis de ensino.
Esse trabalho é constituído por um conjunto de recursos educacionais e de estratégias
de apoio, colocados à disposição dos alunos com deficiência, proporcionando-lhes
diferentes alternativas de atendimento, de acordo com as necessidades de cada um.
O atendimento educacional especializado é uma forma de garantir que sejam
reconhecidas e atendidas as particularidades de cada aluno com deficiência. São
consideradas matérias do atendimento educacional especializado: Língua Brasileira de
Sinais (Libras); interpretação de Libras; ensino de Língua Portuguesa para surdos;
Sistema Braile; orientação e mobilidade; utilização do soroban; as ajudas técnicas,
incluindo informática adaptada; mobilidade e comunicação alternativa/aumentativa;
enriquecimento e aprofundamento do repertório de conhecimentos; atividades da vida
autônoma e social, entre outras.
A seguir, temos um esquema que mostra a abrangência da educação especial durante
todo o processo de ensino.
Por este quadro, podemos observar que a educação especial é um processo que deve
acompanhar o aluno durante todo o processo de ensino, desde a educação infantil até,
ou melhor, além do ensino superior. (Monroe).
Ela, também, coloca que, com a mudança de paradigma, o portador de deficiência
passou a ser visto de forma diferente pelos vários setores da sociedade.
Essa tomada de consciência se deve a vários fatores que ocorreram durante anos,
com mudanças na sociedade, na política e na ciência. Mudanças estas que afetaram
as mais variadas áreas da sociedade, com surgimento de lei, de movimentos a nível
mundial e novas descobertas nas ciências.
Abaixo, estão listados alguns acontecimentos mundiais que desencadearam avanços:
Revolução Industrial: exigência de novas competências;
Revolução francesa: movimento humanista em favor das pessoas excluídas, com o slogan "Liberdade/Igualdade/ Fraternidade;
o 1945 - Proclamação dos direitos humanos (entre eles, o direito à educação);
o Avanços nas áreas das ciências (sofisticação dos exames e diagnósticos);
o 1969 - Dinamarca: Filosofia de Normatização e Integração;
o 1990 - Tailândia: Conferencia Mundial de Educação para Todos - Conferencia de Jomtien;
1994 - Espanha - Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais - Conferência de Salamânca -reconheceu a necessidade e urgência da educação para as crianças, jovens e adultos com necessidades especiais dentro do sistema regular de ensino.
Todos estes fatos contribuíram muito para a tomada de consciência que estamos passando hoje.
Podemos ver, no quadro a seguir, de forma clara, esta mudança de paradigma. Antes centrada no déficit, na dificuldade e, depois, centrada na competência.
Mas, vamos retomar nosso rumo. O que é mesmo inclusão?
Aqui, estão mais informações :
DUCAÇÃO ESPECIAL é:
O processo que visa promover o desenvolvimento das potencialidades de pessoas com necessidades educativas especiais e que abrange os diferentes níveis e graus do sistema de ensino;
Fundamenta-se em referenciais teóricos e práticos, compatíveis com as necessidades específicas de seu alunado;
O processo deve ser integral, fluindo desde a estimulação essencial até os graus superiores de ensino;
Sob o enfoque sistêmico, a educação especial integra o sistema educacional vigente, identificando-se com sua finalidade, que é formar cidadãos conscientes e participativos.
OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
1. Desenvolvimento global das potencialidades dos alunos;
1. Incentivo à autonomia, cooperação, espírito crítico e criativo da pessoa com necessidades educativas especiais;
1. Preparação dos alunos para participarem ativamente no mundo social, cultural, dos desportos, das artes e do trabalho;
1. Frequência à escola em todo o fluxo de escolarização, respeitando o ritmo próprio do aluno;
1. Atendimento educacional adequado às necessidades especiais do alunado, no que se refere a currículos adaptados, métodos, técnicas e materiais de ensino diferenciados, ambiente emocional e social da escola favorável à integração social do aluno, pessoal devidamente motivado e qualificado;
1. Avaliação permanente, com ênfase no aspecto pedagógico, considerando o educando em seu contexto biopsicossocial, visando à identificação de suas possibilidades de desenvolvimento;
1. Desenvolvimento de programas voltados à preparação para o trabalho;
O QUE É INCLUSÃO ESCOLAR?
Processo global e dinâmico que pode tomar distintas formas, de acordo com as necessidades
e habilidades dos alunos.
A integração educativo-escolar refere-se ao processo de educar-ensinar, no mesmo grupo, a
criança, com e sem necessidades educativas especiais, durante uma parte ou na totalidade do
tempo de permanência na escola.
1. Envolvimento familiar e da comunidade no processo de desenvolvimento global do educando.
Objetivos da Inclusão:
I. Integração das pessoas com necessidades especiais à sociedade;
II. Expansão do atendimento aos alunos com necessidades especiais na rede regular
governamental de ensino;
III. Ingresso do aluno com necessidades educativas especiais em turmas do ensino
regular, sempre que possível;
IV. Apoio ao sistema de ensino regular para criar as condições de integração dos alunos
com necessidades educativas especiais;
V. Conscientização da comunidade escolar para a importância da presença do alunado
de educação especial em escolas da rede de ensino;
VI. Integração técno-pedagógica entre os educadores que atuam nas salas de aulas do
ensino regular e os que atendem em salas de educação especial;
VII. Integração das equipes de planejamento da educação comum com os da educação
especial, em todas as instancias administrativas e pedagógicas do sistema educativo;
VIII. Desenvolvimento de ações integradas nas áreas de ação social, educação, saúde e
trabalho.
WEB AULA 3
Unidade 1 – Deficiências Visual, Intelectual e Auditiva
Oi turma, bem-vindos a nossa web-aula.
Vamos começar a ver, um pouco mais detalhado, sobre algumas deficiências.
No atendimento educacional especializado, temos a seguinte classificação para os alunos com necessidades educacionais especiais:
• Deficiência Intelectual;
• Deficiência visual;
• Deficiência auditiva;
• Deficiência física;
• Deficiência múltipla;
• Transtornos Globais do Desenvolvimento;
• Altas Habilidades-superdotação.
Serão apresentadas as características das deficiências 1 , de acordo com os Parâmetros
Curriculares Nacionais - Adaptações Curriculares:
Cada uma delas requer um tipo de atendimento diferenciado, para que possamos
trabalhar melhor as habilidades a serem priorizadas.
1. DEFICIÊNCIA MENTAL:
Caracteriza-se por registrar um funcionamento intelectual geral significativamente
abaixo da média, oriundo do período de desenvolvimento, concomitante com
limitações associadas a duas ou mais áreas da conduta adaptativa ou da capacidade
do individuo em responder adequadamente às demandas da sociedade, em pelo
menos dois ou mais aspectos:
Comunicação;
Cuidados pessoais;
Habilidades sociais;
Desempenho na família e comunidade;
Independência na locomoção;
Saúde e segurança;
Desempenho escolar;
Lazer e trabalho (BRASIL, 1998, p. 26).
Deficiência mental é um vasto complexo de quadros clínicos, produzidos por várias etiologias e que se caracteriza pelo desenvolvimento intelectual insuficiente, em termos globais ou específicos. (Krynski 1983),
Limitação associada a duas ou mais áreas;
Início: antes dos 18 anos.
1 Quer saber mais sobre cada deficiência? Então consulte a página do MEC: www.mec.gov.br.
Classificação:
Leve;
Moderado;
Grave ou severa;
Profundo.
Importante lembrar que os deficientes mentais de menor gravidade, têm percepção de si
mesmo e da realidade, diferenciando-os da doença mental.
Oficialmente, usa-se esta classificação na hora de se emitir um laudo técnico, mas, no dia a
dia, usa-se termos como: criança com atraso ou déficit intelectual, ou aluno que precisa de
apoio ou apoio parcial.
Saber Mais:
Fazendo um breve parênteses, vemos que, no desenvolvimento "normal", segundo Piaget:
No período sensório-motor: criança organiza as sensações;
No período pré-operacional: inicio da linguagem e da função simbólica;
No período das operações concretas: internalização mental, pensamento lógico, razão norteia as atitudes, prazer pelo jogo de regras e competição;
No período das operações formais: pensamento hipotético, crítica, apresenta os pontos de vista próprio.
Mas, quando estamos trabalhando com portadores de deficiência mental, vemos que:
É esperado que o portador de deficiência mental apresente comportamentos das fases anteriores, dependendo do grau de deficiência.
Pessoas com maior grau de severidade encontram mais dificuldade para realizar tarefas.
Vídeo MEC - domínio público: MEC desafios escola d m socializ
Na síndrome de down ou Trissomia do 21, um dos tipos é a síndrome e uma das
características é a deficiência mental.
A seguir, temos um cariótipo de uma pessoa sem síndrome de down e outra com
alteração cromossômica típica da síndrome de down
Figura 1: cariótipo de uma pessoa "normal".
Figura 2: cariótipo de uma pessoa com síndrome de down. A seta indica uma trissomia do par do
cromossomo 21
WEB AULA 4
Unidade 1 – Deficiência Visual e Auditiva.
É a redução ou perda total da capacidade de ver com o melhor olho e após a melhor
correção ótica. É possível manifestar-se como:
Cegueira: perda da visão, em ambos os olhos, mesmo com o uso de lentes de correção. Sob o enfoque educacional, a cegueira representa a perda total ou o resíduo mínimo da visão que leva o indivíduo a necessitar do método Braille como meio de leitura e escrita, além de outros recursos didáticos e equipamentos especiais para a sua educação;
Visão reduzida: acuidade visual dentre 6/20 e 6/60, no melhor olho, após correção máxima. Sob o enfoque educacional, trata-se de resíduo visual que permite ao educando ler impressos a tinta, desde que se empreguem recursos didáticos e equipamentos especiais (BRASIL, 1998, p. 26).
Em caso de deficiência visual, a escola deve providenciar para o aluno, após a sua
matrícula, o material didático necessário, como regletes, soroban, além do ensino do
código Braile e de noções sobre orientação e mobilidade, atividades de vida autônoma
e social.
Deve, também, conhecer e aprender a utilizar ferramentas de comunicação que, por
sintetizadores de voz, possibilitam aos cegos escrever e ler via computadores.
É preciso, contudo, lembrar de que a utilização desses recursos não substitui o
currículo e as aulas nas escolas comuns de ensino regular.
Os professores e demais colegas de turma desse aluno também poderão aprender o
Braile, assim como a utilizar as demais ferramentas e recursos específicos pelos
mesmos motivos apresentados no caso de alunos surdos ou com deficiência auditiva.
Em se tratando de escola pública, o próprio Ministério da Educação tem um programa
que possibilita o fornecimento de livros didáticos em Braile.
Além disso, em todos os Estados estão instalados centros de apoio educacional
especializado, que devem atender às solicitações das escolas públicas.
Da mesma forma, as escolas particulares devem providenciar e arcar com os custos
do material ou tentar obtê-lo através de convênios com entidades especializadas e/ou
rede pública de ensino.
Recursos para aprendizagem e mobilidade:
Braille - principal meio de leitura e escrita. Colocar em um quadro
utilizar equipamentos específicos para o desenvolvimento educacional e integração social;
Aprender orientação e mobilidade para sua autonomia;
Usar o resíduo visual nas atividades de vida diária sempre que possível;
Cajado de pastor e cão - primeiros auxílios utilizados pelas pessoas cegas;
Bengala Ortopédica - Tem como objetivo, servir de apoio e sustentação, suportando o peso do indivíduo. Material: madeira grossa e resistente, apresentando extremidade superior e um cabo curvo;
Bengala Branca - Mais longa que a bengala ortopédica, medindo cerca de 90 cm. Também confeccionada de madeira pintada de branco com uma faixa vermelha na extremidade inferior;
Bengala Longa ou de Hoover -. Material: Liga de alumínio, por sua capacidade de transmitir aos nervos da mão em formas de sensações táteis, as particularidades do terreno.
INSTRUMENTOS EDUCACIONAIS
Diferentes tipos de óculos; Lupas e telescópios;
Cadernos com pautas mais grossas; Tiposcópio;
Ampliação de livros; Baralhos;
Dial telefônico;
Sistema Braille;
Instrumentos de medida, com marcas em relevo, em réguas, fitas métricas e
outros;
Gravadores e livro falado, pelos quais as crianças podem ouvir textos
registrados e fazer relatos ou tarefas;
Instrumentos de medida, com marcas em relevo, em réguas, fitas métricas e
outros;
Gravadores e livro falado, pelos quais as crianças podem ouvir textos
registrados e fazer relatos ou tarefas;
Recursos visuais não-ópticos: favorecem o funcionamento visual, não utilizam
lentes. Mesa adaptada, canetas tipo pincel atômico, luminárias, cadernos com
linhas ampliadas e em negrito, marcadores de página e janelas de leitura,
proteção contra luz e brilho, livros com tipos ampliados, com adequação do
tamanho do caractere, espaçamento entre letras e linhas, uso do negrito, serifa
e espessura da letra.
Figura 4: alguns equipamentos utilizados por portadores de baixa visão e/ou cegos: reglete, punção, máquina de escrever em braile (perkins), lupas, tele-lupas e sorobã.
MATERIAIS ALTERNATIVOS
Guizos - bolas e pneus;
Maquetes;
Aumentar o tamanho dos equipamentos;
Utilizar-se de cores brilhantes para marcações e metas;
Usar auxílio de um vidente;
Usar bolas sonoras;
Usar sons para delinear a área de jogo;
Usar sinetas, barbantes ou elásticos condutores;
Usar informações verbais de guia.
ADAPTAÇÕES NO ESPAÇO FÍSICO
Reconhecimento do local;
Reconhecer o local que cercam o espaço da atividade;
Verificar a disposição dos materiais e obstáculos no local da atividade;
Comentar sobre o caminho que é percorrido até o local da atividade;
Informações sinaléticas no ambiente que será realizada à atividade (ex. Campo minado).
Vídeo MEC - domínio público - quebrando a invisibilidade
Para seu aprofundamento, faça a leitura da cartilha sobre saberes e práticas da educação:www.portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/deficienciavisual.pdf
WEB AULA 4
Unidade 1 – Deficiência Auditiva
Perda total ou parcial, congênita ou adquirida, da capacidade de compreender a fala
por intermédio do ouvido. Manifesta-se como:
Surdez leve/moderada: perda auditiva de até 70 decibéis, que dificulta, mas não impede o individuo de se expressar oralmente, bem como de perceber a voz humana, com ou sem a utilização de um aparelho auditivo;
Surdez severa/profunda: perda auditiva acima de 70 decibéis, que impede o indivíduo de entender, com ou sem aparelho auditivo, a voz humana, bem como adquirir, naturalmente, o código da língua oral (BRASIL, 1998, p. 25).
Caso exista um aluno com deficiência auditiva ou surdo matriculado numa escola de
ensino regular, ainda que particular, esta deve promover as adequações necessárias e
contar com os serviços de um intérprete de língua de sinais, de professor de
Português como segunda língua desses alunos e de outros profissionais da área da
saúde (fonoaudiólogos, por exemplo), assim como pessoal voluntário ou pertencente a
entidades especializadas conveniadas com as redes de Ensino Regular.
Se for uma escola pública, é preciso solicitar material e pessoal às Secretarias de
Educação municipais e estaduais, as quais terão de providenciá-los, com urgência,
ainda que através de convênios, parcerias, etc.
Ainda para a surdez e a deficiência auditiva, a escola deve providenciar um instrutor
de Libras (de preferência surdo) para os alunos que ainda não aprenderam esta
língua, mas cujos pais tenham optado pelo seu uso.
Obedecendo aos princípios inclusivos, a aprendizagem de Libras deve acontecer,
preferencialmente, na sala de aula desse aluno e ser oferecida a todos os demais
colegas e ao professor, para que possa haver comunicação entre todos.
O ouvido é o órgão que capta esse som, transforma-o em estímulos elétricos e os envia ao nervo auditivo, para que cheguem ao cérebro;
Ali, eles são decodificados como uma palavra, ou como uma canção;
Quando esse precioso mecanismo apresenta falhas, surgem as deficiências auditivas, que podem ter vários graus e culminar na surdez total;
O som é energia mecânica de vibração do ar. As vibrações sonoras causam o
movimento do tímpano e da corrente de três pequenos ossos que se encontram no
interior do ouvido médio.
Os três ossos atuam como alavancas, aumentando a força da vibração inicial recebida
pelo tímpano.
Este estímulo ampliado é conduzido à membrana que cobre a janela oval.
A audição é medida por decibéis.
Para seu aprofundamento, faça a leitura da cartilha sobre saberes e práticas da educação:
Há muitos graus de perda auditiva. Hoje, dizemos que surdos são aqueles que usam a
língua de sinais para se comunicar e deficientes auditivos aqueles que com uma
prótese podem reconhecer pelo som as palavras.
Surdos são aquelas pessoas que utilizam a comunicação espaço-visual como principal
meio de conhecer o mundo em substituição à audição e à fala.
A maioria das pessoas surdas, no contato com outros surdos, desenvolve a Língua de
Sinais. Já outros, por viverem isolados ou em locais onde não exista uma comunidade
surda, apenas se comunicam por gestos.
Existem surdos que por imposição familiar ou opção pessoal preferem utilizar a língua
oral (fala).
Surdo-mudo:
Provavelmente a mais antiga e incorreta denominação atribuída ao surdo e, infelizmente, ainda utilizada em certas áreas e divulgada nos meios de comunicação, principalmente televisão, jornais e rádio;
O fato de uma pessoa ser surda não significa que ela seja muda. A mudez é uma outra deficiência, totalmente desagregada à surdez. São minorias os surdos que também são mudos;
Fato é a total possibilidade de um surdo falar, através de exercícios fonoaudiológicos, aos quais chamamos de surdos oralizados;
Também, é possível um surdo nunca ter falado, sem que seja mudo, mas apenas por falta de exercício.
Surdo: dificuldade parcial ou total no que se refere à audição
Mudo: problema ligado à voz
Educação:
a educação de uma pessoa surda se dará de forma diferente, de acordo com a época em que a surdez acontecer;
Ela precisará de um atendimento especializado para conseguir uma educação de qualidade e poder participar da sociedade como cidadã;
Crianças com problemas de audição, sem a devida assistência, têm dificuldades no desenvolvimento da linguagem;
Se chegarem à idade escolar sem que a surdez tenha sido diagnosticada, o aprendizado será difícil, simplesmente porque essas crianças ouvem mal o que está sendo ensinado.
Língua: Conjunto do vocabulário de um idioma, e de suas regras gramaticais; idioma.
Por exemplo: inglês, português, LIBRAS.
Língua de sinais: É a língua dos surdos e que possui a sua própria estrutura e
gramática através do canal comunicação visual. A língua de sinais dos surdos urbanos
brasileiros é a LIBRAS. Lei Federal n 10436 de 2002. Dispõe sobre a oficialização da
LIBRAS - Língua Brasileira de Sinais e dá outras providências.
Interprete de Libras: Pessoa ouvinte que interpreta para os surdos uma comunicação
Na deficiência física, há disfunção ou interrupção dos movimentos de um ou mais
membros: superiores, inferiores ou ambos, e conforme o grau do comprometimento
ou tipo de acometimento, fala-se em paralisia (refere à perda da capacidade de
contração muscular voluntária) ou paresia (refere-se quando o movimento está
apenas limitado ou fraco)
Tipo se deficiência física:
Ordem neurológica: (destruição das células nervosas centrais que afetam o sistema nervoso central pode ocorrer por doenças (Poliomielite, espinha bífida, hidrocefalia, esclerose múltipla, meningocele);
Conhecer o quadro clínico para escolha de atividades adequadas considerando;
o O potencial remanescente do aluno;
o A eficiência - força de vontade.
4.1 Paralisia Cerebral:
Consiste em um grupo heterogêneo de condições patológicas não-progressivas do
movimento e da postura, que se manifestam no início da vida, atribuídas a várias
etiologias, conhecidas e desconhecidas, envolvendo o cérebro imaturo.
Não é doença, mas apresenta inabilidade, dificuldade, descontrole de músculos e de
certos movimentos do corpo e dano ao Sistema Nervoso Central, que afeta os
músculos e sua coordenação motora, podendo afetar a articulação da fala - alguns
apresentam dificuldade de se comunicar e, muitas vezes, são confundidos como
deficientes mentais.
Algumas são afetadas no todo;
Algumas terão dificuldade em falar, andar ou usar as mãos;
Umas serão capazes de sentar sem suporte ou ajuda / outras necessitarão de ajuda para a maioria das tarefas de vida diária;
Podem ser confundidos com def. mentais;
Não há medicamentos nem operações que possam curar;
Os progressos não são súbitos, mas demorados.
Nas paralisias cerebrais, há uma confusão de mensagens entre o cérebro e os
músculos.
Na Paralisia Cerebral, um dos maiores problemas é, justamente, o tônus muscular. Isto
quer dizer que, por algum motivo, o cérebro não consegue controlar a contração dos
músculos envolvidos em um determinado movimento ou mesmo em uma determinada
postura. Sem um controle organizado do cérebro, este tônus pode variar de alto para
baixo.
As dificuldades motoras apresentadas serão definidas, dependendo de quanto, como e
onde o cérebro foi afetado.
Cada criança, portadora de Paralisia Cerebral, apresentará um problema motor
específico e diferente dos outros, com seus limites e potenciais individuais.
4.1.1 Comunicação Alternativa/aumentativa:
COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA é um recurso utilizado por um grupo de pessoas
acometidas por algum tipo de deficiência, que impede o uso da fala nas situações
cotidianas.
Os alunos com deficiências podem apresentar dificuldades na linguagem receptiva
(compreensão), na linguagem expressiva (oral e escrita) ou em ambas.
Ele pode ser incapaz de expressar seus sentimentos e preocupações e ter prejudicado
seu desenvolvimento acadêmico e social.
Das crianças com paralisia cerebral, 65 % apresentam dificuldade no processo de
comunicação oral, que varia de pequenos erros de articulação até a impossibilidade
absoluta de movimentação dos orgãos fonoarticulatórios (Crickmay)
Comunicação alternativa é usada quando o indivíduo comunica-se face-a-face por
meio de outros caminhos que não a fala. ( Tetzchner, 1997, Glennen, 1997) Signos
gráficos e manuais, código Morse, escrita, são formas alternativas de comunicação de
indivíduos que perderam a habilidade para falar.
Comunicação aumentativa é aquela que é realizada por meio de suporte. Enfatiza o
fato de que o treinar em formas alternativas de comunicação tem um duplo objetivo:
promover e suplementar a fala e garantir uma forma alternativa de comunicação, se
um indivíduo não começou a falar.
Tipos de comunicação alternativa:
Bliss (Foi criado por Charles Bliss - 1942)
o É formado, basicamente, por símbolos: gráficos, ideográficos (sugerem o conceito), pictográficos (assemelha-se ao objeto), arbitrários (não tem relação direta convencional com os significados);
o Usa diferentes cores para diferentes categorias;
o Foi criado para ultrapassar as diferenças de línguas;
o É semântico (a figura mostra o significado da palavra ou da frase).
PCS - Pictures Comunication symbol (Desenvolvido por Roxana Mayer (1981)
o Faz uso de desenhos bidimensionais;
o Inclui alfabeto, números, foto;
o Segue uma organização sintática (ordena as palavras de maneira a determinar frases inteligíveis, que retém o significado);
o PECS;
o Premack;
o Rebus;
o PIC;
o Sigsyn.
É fundamental a participação da família e da escola na busca pelos diferentes meios
pelos quais a pessoa possa se comunicar. Explorar os meios pelos quais a pessoa
interage e se comunica em situações cotidianas contribuirá, de forma significativa, na
seleção dos recursos alternativos e aumentativos de comunicação.
4.1.2 Computador
O computador pode ser utilizado para muitos fins, como meio de comunicação, como
opcional para auxiliar na aprendizagem, usá-lo como se usa o caderno, etc.
Recursos do Computador:
Opção de acessibilidade: existe em todos os PCs, basta acioná-lo. É possível fazer várias atividades, usando recursos, como filtro de tecla repetida, troca do acionamento do mouse, etc. Procure no seu PC e conheça estas opções existentes e use-as.
Opcionais externos:
o Teclado importado;
o Teclado com placa de acrílico;
o Mouses especiais;
o Acionadores de mão, cabeça, ou adaptado a qualquer outro membro do corpo.
Programas:
o Jogos;
Memória;
Pintura;
Educativos (Byte Brothers, Expoente, Positivo)
o Comunicação;
Dosvox.
Parte do corpo a ser utilizada: É de extrema importância avaliar qual a parte do corpo que apresenta melhor funcionalidade, para ser trabalhada no computador.
4.2 Amputados:
VÍDEO TONY MELENDEZ
Procure entender as características individuais de cada um e descobrir como se
relacionar com eles. Potencialize seu aluno, não subestime as possibilidades, evite
super-proteção, estimule a independência, esclareça suas dúvidas sobre as limitações.
Dirija-se sempre que possível ao seu aluno e, apenas quando necessário, peça
informações às pessoas que o acompanham.
O papel do educador deve englobar, também, aspectos como: maximizar o potencial
individual, focalizar o desenvolvimento de habilidades, selecionar atividades
apropriadas, providenciar um ambiente favorável a aprendizagem e encorajar a auto-
superação.
VÍDEO - CASAL AMPUTADO - DANÇA
5. PORTADORES DE DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA;
É a associação, no mesmo indivíduo, de duas ou mais deficiências primárias
(mental/visual/auditiva/física), com comprometimentos que acarretam atrasos no
desenvolvimento global e na capacidade adaptativa (BRASIL, 1998, p. 27).
A seguir, estão alguns tipos de deficiências múltiplas. Para cada uma delas, há
métodos específicos para educação.
A. Surdo-cegueira:
É uma deficiência múltipla;
Caracteriza-se pela perda parcial ou total da visão e da audição, de tal forma que a combinação das duas deficiências causa extrema dificuldade na conquista de metas educacionais, vocacionais, de lazer e sociais;
Apesar das dificuldades, é possível educar a criança portadora desta deficiência, através de métodos especializados.
B. Deficiência física e Mental;
C. Deficiência física e visual;
D. Deficiência mental e visual;
E. Deficiência física e auditiva;
Observar o comportamento das crianças sem deficiência ajuda aquelas que têm
deficiência múltipla a se desenvolver. Faça jogos e brincadeiras que reúnam a turma
no final das aulas.
Pesquise tudo sobre a criança: de onde ela vem, como é a família, como se comunica
e quais são suas brincadeiras preferidas. Na avaliação, valorize a evolução do aluno e
não os resultados.
6. PORTADORES DE CONDUTAS TÍPICAS
Manifestações de comportamentos típicos de portadores de síndromes e quadros
psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos que ocasionam atrasos no desenvolvimento
e prejuízos no relacionamento social, em grau que requeira atendimento educacional
especializado (BRASIL, 1998, p. 25).
A partir da década de 90, para fazer referência aos alunos que apresentavam
distúrbios de comportamentos, atualmente refere-se às "manifestações típicas de
síndromes e quadros neurológicos, psicológicos ou psiquiátricos persistentes que
ocasionam atrasos no desenvolvimento e prejuízos no relacionamento social, em grau
que requeira atendimento educacional especializado " (Brasil,1994).]
Consideram-se, educandos com necessidades educacionais especiais na área de
condutas típicas, aqueles que apresentam dificuldades na adaptação escolar,
associadas ou não a limitações no processo de desenvolvimento, que dificultam o
acompanhamento das atividades curriculares.
Não existe um padrão único de comportamento denominado conduta típica.
É grande a variedade de comportamentos englobados nesse rótulo;
Seus determinantes são variados, podendo ser de natureza biológica, psicológica, comportamental e/ou social.
Esses alunos, geralmente:
Não apresentam comprometimento ou atraso intelectual;
Vivenciam enorme dificuldade em se adaptar ao contexto familiar, escolar e comunitário;
De acordo com o MEC, entende-se por quadros neurológicos, psicológicos graves e/ou psiquiátricos persistentes as manifestações que permanecerem apesar das inúmeras tentativas de intervenção, seja de natureza clínica, educativa ou social;
Apresenta dificuldade em uma ou várias áreas, tais como:
Permanecer sentado e concentrado nas atividades;
Distrai com muita facilidade;
Fala excessivamente durante a aula;
Pouca noção de perigo;
Não cuida adequadamente do material escolar;
Problemas emocionais geram inadaptações de maior complexidade que não se resolvem por si mesmas;
Criança que reage de forma inadaptada;
Perde a paciência;
Não aceita regras ou quaisquer orientações do professor;
Quando comete erros, ou mesmo traquinagens, responsabiliza os colegas;
Apresenta muitas vezes raiva e ressentimento;
Criando discussões com todos;
Manifestações que afetam as relações interpessoais;
Agressão ou auto-agressão;
Isolamento, alheios à realidade circundante.
6.1 TDA-H (Transtornos de Déficit de Atenção com hiperatividade)
Antigamente era conhecida como "Disfunção Cerebral Mínima".
Em 1987, o nome passou a ter a atual denominação: "Transtorno de Déficit de
Atenção e Hiperatividade".
O verdadeiro comportamento hiperativo interfere na vida familiar, escolar e social da
criança.
O diagnóstico da TDA-H é um diagnostico de difícil precisão. Há necessidade de uma
avaliação com uma equipe multidisciplinar, com neuropediatra, psicólogo,
psicopedagogo, a família e o professor, e a criança ser observada em diversas
situações. Normalmente, só é diagnosticada depois que a criança começou a
frequentar a escola.
É um transtorno real, um obstáculo real, apesar de não haver nenhum sinal exterior
de que algo está errado com o Sistema Nervoso Central.
É uma disfunção neurobiológica.
As crianças hiperativas entenderam as regras, instruções e expectativas sociais. Mas
elas têm dificuldade em obedecê-las. Esses comportamentos são acidentais e não
propositais. Apesar do desejo de agradar e de ser educada e contida, a criança
hiperativa não consegue se controlar.
6.2 Espectro Autista:
O autismo é uma anormalidade do desenvolvimento que se manifesta de maneira grave. Aparece
tipicamente entre o nascimento até os 18 meses. Caracteriza-se por severos problemas de
comunicação e na conduta por uma incapacidade de relacionar-se com as pessoas de maneira
normal.
Os indivíduos autistas podem ser comparados ao deficiente mental, por seu desenvolvimento
atrasado em todas as dimensões: fala, coordenação motora, raciocínio, postura, emoção e
psicológico.
Quando aprendemos qualquer nova informação, precisamos que este conteúdo seja simbolizado
em nosso cognitivo. O que acontece com os autistas, é que a simbolização ocorre de forma muito
precária. Assim, parece que ou são deficientes mentais ou surdos, pois evitam qualquer tipo de
contato com pessoas ou, então, não respondem quando solicitada sua atenção.
6.3 Psicose:
O mundo interior é comumente confuso, pontuado por vozes estranhas, paranóia e
pensamentos ilógicos.
Sintomas:
Agitação, delírio paranóide (quando o doente acredita que conspiram contra ele),
alucinações, comumente a ouvir vozes, as quais instigam a violência contra si mesmos
e contra outros, são um sinal extremamente grave: eles podem não resistir e atuar de
forma violenta, ambivalência (sentimentos opostos, como ódio e amor, expressos ao
mesmo tempo), embotamento afetivo (manifestado por uma expressão facial suave e
imperturbável), perda de associação (no qual a pessoa encadeia pensamentos sem uma
lógica evidente, frequentemente misturando palavras sem sentido. A falta de
espontaneidade, discurso empobrecido, dificuldade de estabelecer uma relação e
lentidão de movimentos, apatia, desinteresse, incapacidade para lidar com assuntos
simples. (Scientific Americain )
Para se trabalhar com este tipo de alunado, é muito importante fazer uso da
ROTINA. Dar REFERÊNCIA à criança. Buscar a socialização da criança.
Quando introduzir um novo estímulo, explicar, detalhadamente, à criança
Inclusão de alunos com condutas típicas na escola regular é viável em alguns casos.
O aluno deve ser incluído por ter condições de aprender e estar com outras crianças e
pessoas e não pelo fato de ser somente um direito adquirido.
A convivência pode ficar insuportável e podem ocasionar danos físicos e/ou
desencadear desorganizações psíquicas, uma vez que se encontram em idade na qual
as elaborações primordiais (formação da identidade) ainda estão em curso.
(Jerusakinsk)
No Estado do Paraná, os alunos com condutas típicas são encaminhados para
atendimentos especializados, após avaliação sistemática para identificação das
necessidades educacionais especiais no contexto escolar, realizada pelos professores,
equipe pedagógica e avaliação clínica, conduzidas por profissionais da comunidade
(psicólogos, psiquiatras, neurologistas, entre outros).
Devem ser propostas ações pedagógicas que estabeleçam o desenvolvimento de
capacidades relacionadas à interação e integração social e ao equilíbrio emocional,
atribuindo-lhes o mesmo nível de importância que é dado às mais tradicionais
capacidades cognitivas e linguísticas.
A atuação pedagógica do professor deve visar à potencialização do desenvolvimento
cognitivo, emocional, social e psicomotor. Para isso, é importante o professor:
Identificar uma forma mais adequada de comunicação, estabelecer limites necessários para a convivência no coletivo, previsibilidade de ações e acontecimentos. Buscar a melhora da auto-estima e do autoconhecimento do aluno, usar técnicas de comunicação afetiva, desenvolver a conduta assertiva, usar técnicas positivas de resolução de conflitos e de tomadas de decisões significativas, para a evolução de todos os alunos. Desenvolver, no aluno, a consciência corporal a fim de, através dela, estar disponível para aprender e buscar o conhecimento de si mesmo e daquilo que o rodeia.
WEB AULA 2
Unidade 2 – Superdotação e Maneiras de Tratar o Portador de Deficiência
Todo desenvolvimento verdadeiramente humano significa o
desenvolvimento do conjunto das autonomias individuais, das
participações comunitárias e do sentimento de pertencer à
espécie humana. ...Compreender o humano é compreender sua
unidade na diversidade, sua diversidade na unidade".
Morin (2000)
5. Portadores de superdotação (altas habilidades):
Notável desempenho e elevada potencialidade em qualquer dos seguintes aspectos,
isolados ou combinados:
Capacidade intelectual geral;
Aptidão acadêmica específica;
Pensamento criativo ou produtivo;
Capacidade de liderança;
Talento especial para artes;
Capacidade psicomotora (BRASIL, 1998, p. 25).
A Legislação Educação Especial
Resolução nº2 de 11 de setembro de 2001:
Art 5º Consideram-se educandos com necessidades educacionais especiais os que,
durante o processo educacional, apresentarem:
III - altas habilidades / super dotação, grandes facilidades de aprendizagem que os
leve a dominar rapidamente conceitos, procedimentos e atitudes.
O termo "superdotado" é usado para indicar qualquer criança que se destaque das demais,
numa habilidade geral ou específica, dentro de um campo de atuação relativamente largo
ou estreito.
Os superdotados têm desempenho e/ou elevada potencialidade, isolados ou
combinados, nos aspectos:
Capacidade intelectual superior:
o Rapidez de pensamento;
o Compreensão e memória elevadas;
o Capacidade de pensamento abstrato;
o Curiosidade intelectual;
o Poder excepcional de observação.
Aptidão acadêmica específica:
o Envolve atenção;
o Concentração;
o Motivação por disciplinas acadêmicas do seu interesse;
o Capacidade de produção acadêmica;
o Alta pontuação em testes acadêmicos;
o Desempenho excepcional na escola.
Pensamento criador ou produtivo:
o Originalidade de pensamento;
o Imaginação;
o Capacidade de resolver problemas de forma diferente e inovadora;
o Capacidade de perceber um tópico de muitas formas diferentes;
Capacidade de liderança:
o Refere-se à sensibilidade interpessoal;
o Atitude cooperativa;
o Capacidade de resolver situações sociais complexas;
o Poder de persuasão e de influência no grupo;
o Habilidade de desenvolver uma interação produtiva com os demais.
Talento especial para artes visuais, dramática e música:
o Envolve alto desempenho em artes plásticas;
o Musicais;
o Dramáticas;
o Literárias ou cênicas (por exemplo, facilidade para expressar idéias visualmente, sensibilidade ao ritmo musical, facilidade em usar gestos e expressão facial para comunicar sentimentos).
Capacidade psicomotora.
o Desempenho superior em esportes e atividades físicas;
o Velocidade;
o O Agilidade de movimentos;
o Força;
o Resistência;
o Controle; e
o Coordenação motora fina e grossa.
CADA INTELIGÊNCIA É UM POTENCIAL INTELECTUAL REALMENTE AUTÔNOMO QUE
É CAPAZ DE FUNCIONAR INDEPENDENTEMENTE DAS OUTRAS.
Diretrizes do MEC/CENESP (1986), para identificação do superdotado:
Julgamento e avaliação das habilidades por professores, especialistas e supervisores;
Resultados consistentemente superiores em testes devidamente adaptados e padronizados;
Demonstração de habilidades superiores ligadas a expressivo interesse, motivação e envolvimento pessoal em determinadas áreas;
Rendimento escolar e progresso acadêmico mais rápido do que aqueles da mesma idade;
A boa dotação intelectual não é condição suficiente para a alta produtividade na vida.
Adaptações Educacionais
o Oferecer experiências complexas para desafiar o intelecto das crianças;
o Estimular a autonomia na busca por conhecimento;
o Ajudar na compreensão de suas próprias emoções;
o Valorizar a individualidade da criança. Permitir que ela seja ela mesma, ao invés de forçá-la a ser aquilo que os pais gostariam que fosse;
o Enriquecimento:
Escolas especiais;
Atendimento suplementar;
Programas oferecidos fora da escola;
o Aceleração:
Admissão escolar precoce;
Pular séries;
Condensação de séries;
Colocação adiantada e admissão precoce na faculdade.
É importante dar oportunidade à criança para tomadas de decisões e escolhas entre
alternativas. Tais oportunidades favorecem a sua independência e autoconfiança.
Depois de atentarmos a tantos fatos e informações, agora podemos repensar um
pouco mais sobre o papel do professor. Abaixo, segue um trecho do texto de HORA
Quando a escola incluir uma criança de necessidades especiais, a mesma terá que se
ajustar às necessidades, desde espaço para carteira, modelo de cadeira, banheiros,
portas, rampas, quantidades de números de alunos, materiais pedagógicos (sem
haver uma discriminação material esse que deve ser aplicado para todos os alunos),
entre outros.
• Programa de Estudo
No campo da inclusão, refere-se às escolhas que são feitas quanto aos programas aos
quais serão submetidos aos alunos de necessidades especiais. Sendo que os aspectos
compreendem a adaptação ou a produção do material didático dos elementos e o tipo
de avaliação.
Com relação aos tipos de deficiências, temos que atentar a alguns aspectos:
Auditiva:
A escola precisa providenciar um instrutor para a criança que não conhece a Língua Brasileira de Sinais (Libras), mas cujos pais tenham optado pelo uso dessa forma de comunicação;
Esse profissional deve estar disponível para ensinar os professores e as demais crianças. O ideal é ter também fonoaudiólogos disponíveis;
Consiga, junto ao médico do estudante, informações sobre o funcionamento e a potência do aparelho auditivo que ele usa;
Garanta que o aluno possa ver, do lugar onde estiver sentado, seus lábios, ou seja, nunca fale de costas para a classe;
Solicite que o estudante repita suas instruções para se certificar de que a proposta foi compreendida;
Use representações gráficas para introduzir conceitos novos;
Oriente o restante da classe a falar sempre de frente para o deficiente;
Espere que o surdo olhe para você antes de falar;
Fale de frente , pausadamente e de forma clara, pois a boa articulação facilita a leitura labial;
Converse buscando contato visual;
Não tenha barreiras diante dos lábios;
Se não entender o que a pessoa surda esta falando, peça para repetir ou, se preciso, escrever;
Expressões faciais, gestos e movimento do seu corpo, são indicações do que você quer dizer;
Quando acompanhadas de interprete, dirigir-se ao surdo e não ao interprete.
Visual:
Trate-o com consideração e respeito, como os demais;
Ofereça ajuda;
Pergunte como ajudá-lo;
Deixe-o segurar em seu cotovelo dobrado. Ele acompanhará o movimento do seu corpo enquanto você caminha;
Avise com antecedência a existência de degraus, pisos escorregadios, buracos e obstáculos existentes no percurso;
Chame-o pelo nome;
Ao explicar as direções, seja o mais claro possível, indique a distância em metros;
Incentive-o a usar recursos específicos (bengala, óculos, lupa, etc.);
Para sentar, guie-o até o assento, conduza a mão do cego até o encosto e informe se tem braços ou não;
Num corredor estreito, coloque seu braço para trás, de forma que o cego possa continuar a seguir você;
As línguas de sinais começaram a ser objeto da linguística3 a partir dos estudos de
William Stokoe, um lingüista escocês que vivia e trabalhava nos Estados Unidos. Em
1955, ele se tornou professor do Departamento de Inglês do Gallaudet College, hoje
conhecida como Gallaudet University. Nessa época, ele ainda não conhecia a Língua
de Sinais Americana (ASL). Ele teve de aprender alguns sinais, que ele usava ao
mesmo tempo em que dava suas aulas em inglês, como a maioria dos outros
professores. Stokoe, logo percebeu que existia uma diferença entre a sinalização que
ocorria quando um surdo se comunicava com outro, e a que ele usava como
acompanhamento de palavras em inglês, durante suas aulas. A partir daí, ele
começou a observar cuidadosamente a sinalização usada pelos surdos e demonstrou
que aquela sinalização era uma língua autônoma, que seguia uma gramática própria.
Seus estudos revolucionaram a educação de surdos, contribuindo para o
reconhecimento de várias línguas de sinais no mundo todo.
Alfabeto Manual ou Datilologia
É bastante comum ouvir uma pessoa dizer que conhece a língua de sinais, quando, na
verdade o que conhecem é o alfabeto manual da língua de sinais.
Assim como as línguas de sinais, o alfabeto manual não é universal, cada língua de
sinais tem seu próprio alfabeto.
O Alfabeto manual da Libras, teve sua origem ainda no Império. Em 1856, o conde
francês Ernest Huet desembarcou no Rio de Janeiro com o alfabeto manual francês e
alguns sinais. O material trazido pelo conde, que era surdo, foi adaptado e deu origem
ao alfabeto manual da Libras, que temos hoje.
3 "A lingüística é o estudo científico das línguas naturais e humanas. As línguas naturais podem ser entendidas como arbitrárias e /ou como algo que nasce com o homem". (QUADROS e KARNOPP,2004 p.15)
VAMOS PRATICAR UM POUCO?
O dicionário de LIBRAS, tem um vocabulário bastante amplo, vamos nos fixar, por enquanto, apenas nas letras do alfabeto.
http://www.acessobrasil.org.br/libras/
O alfabeto manual serve para soletrar algumas palavras que não têm sinal próprio, por exemplo nomes de pessoas, cidades, ruas e outros.
1. o tradutor deve entender perfeitamente o sentido e a matéria do autor a ser traduzido;
2. o tradutor deve conhecer perfeitamente a língua do autor que ele traduz; e que ele seja igualmente excelente na língua na qual se propõe traduzir;
3. o tradutor não deve traduzir palavra por palavra;4. o tradutor deve usar palavras de uso corrente;5. o tradutor deve observar a harmonia do discurso.
Atualmente, no Brasil, os Tradutores/intérpretes de LIBRAS, têm se organizado em associações para regularizarem mais rápido a profissão. Existem também alguns Códigos de Ética do profissional Intérpete de Língua de Sinais. O mais conhecido é o da Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos- FENEIS. Para conhecer acesse:
QUADROS, Ronice Müller de. O Tradutor e Intérprete de Língua Brasileira de Sinais e Língua Portuguesa . Brasília: MEC/SEESP, 2001.
KELMAN, C.A. Os diferentes papéis do professor intérprete. Espaço: informativo técnico-científico do INES - apilms.org. Jul-Dez 2005. Disponível em:http://www.apilms.org/menu/downloads/espaco_interpretes03.pdf