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UNDER THE SOUTHERN SUN PROJECT 1 “...um tributo destinado aquelas bandas e projetos que por alguns minutos, horas ou dias, conseguiram calar o temido sol do sul... o eclipse sonoro se mantém vivo ate os presentes dias, e se manterá vivo, sempre que alguém demonstrar interesse em expor um sentimento que muitos fazem questão de esconder, uma melodia densa e emocional e queira contar histórias que poucos ainda insistem em ouvir...”
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TESTE MARCELO NUNES

Mar 29, 2016

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Marcelo Nunes

TESTE PARA ANALISAR A FERRAMENTA
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“...um tributo destinado aquelas bandas e projetos que por alguns minutos, horas ou dias, conseguiram calar o temido sol do sul... o eclipse sonoro se mantém vivo ate os presentes dias, e se manterá vivo, sempre que alguém demonstrar interesse em expor um sentimento que muitos fazem questão de esconder, uma melodia densa e emocional e queira contar histórias que

poucos ainda insistem em ouvir...”

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Em tempos como os atuais onde o nome “gótico” em todo mundo conquista a cada dia maior espaço e maior numero de adeptos, com tudo de bom e ruim que isso acarreta, nada melhor do que uma dose de informação e explanação da cena Brasileira, ainda que de forma encurtada, através de uma leitura histórica da evolução do underground dito “dark” ao “gótico” em nosso país, apegando-se ao conceito amplo de “darkwave”, sem adentrar em maiores delongas acerca de “quem surgiu primeiro” ou “tem mais importância”, focalizando tão somente a ordem cronológica dos lançamentos de cada musica e não do período de incubação de cada banda. Não se prendendo a conceitos cerceados de “rock gótico” ou “postpunk-dark”, a presente coletânea também traz em seu bojo algumas bandas de estilos não propriamente voltados ao conceito gótico, (agentss e escola de escândalo, por exemplo, entre outras mais recentes que repetirão o velho clichê da negativa), que mesmo muitos discordando, fazem parte do underground pós-punk-gótico-dark Brasileiro. Note-se que o enfoque é lato sensu, ou seja, de forma ampla, reunindo também bandas não góticas em essência, mas que reúnem em seus trabalhos características semelhantes aquelas bandas e artistas que serviram de influencia direta e indireta ao rock gótico clássico e ao moderno e múltiplo darkwave e suas enormes ramificações que conseguem traduzir com perfeição a sobrevivência da “arte degenerada” na música. Desse feito, com intuito de demonstrar uma evolução ( conceitual e temática) desde as origens, pelo menos em sede de abstração, também foram incluídas bandas nacionais que flertaram com o synthpop, no wave, new wave e até mesmo, krautrock algo “estranho” para muitos góticos, como por exemplo, o excelente projeto agentss, que pouco durou (1981-1983), mas que, no entanto dá um bom exemplo de genialidade e de que as tendências do underground do mundo todo acabaram chegando ao Brasil, sem muita defasagem, como muitos acusam. Como dito, a inspiração da coletânea tem por base o conceito “Darkwave”, pois, se tomado de forma ampla conceito “darkwave” engloba não só as bandas do chamado revival gótico do inicio dos anos 90, mas também bandas que mesmo não sendo góticas em si possuem elementos parentais com o gótico, como o industrial, post punk, new wave, coldwave, synth etc. Ainda há quem diga que o darkwave é um conceito pré-noventista, iniciado no meio dos anos 80, com o surgimento das bandas que não se encaixavam com a proposta do “mainstream new wave” que englobava múltiplos estilos, desbotando o “colorido” gerando aquilo que seriam as primeiras bandas góticas. A tese pós 90 é mais difundida, até porque, o uso do termo darkwave antes do “revival” da década de noventa era utilizado de forma esparsa, ao passo que a partir da década de noventa o termo era usado para definir uma enorme leva de bandas que facilmente residiam no chamado underground gótico. Vale a pena pesquisar sobre o tema... Voltando ao projeto, a escolha das bandas seguiu alguns critérios, como pioneirismo, idiossincrasia no âmbito nacional e acima de tudo qualidade musical, alem da notoriedade na cena que não pode ser desconsiderada, haja vista, grande parte dos temas escolhidos serem disponibilizados no site Carcasse há certo tempo, gerando em conseqüência bandas mais conhecidas e com maior número de adeptos. Um outro ponto que não pode passar despercebido é que o presente compilado, também é de

Under The Southern Sun - Apresentação

1- Seleção das bandas

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certa forma um bom apanhado de tudo aquilo que de melhor foi lançado nas coletâneas: “rumores”, “de profundis”, “Epidendrum Notcurnum” “violet carson( seminal compilação Brasileira elaborada por Eduardo Morpheus Affinito e lançada pela Baratos Afins)” “bio eletric zine” “rio after midnight” entre outras de nível nacional que tiveram enorme importância na época em que foram lançadas, porem não alcançaram a repercussão

desejada, devido a dificuldade em se distribuir os cds(ou vinis!), já que foi privilegiado o meio físico, haja vista, também que a internet não tinha se propagado tanto até então ( a “rumores” de 1985 que o diga!), sendo esta oportunidade também uma forma de resgatar o trabalho feito por aqueles agitadores culturais, alem de logicamente re-focalizar e divulgar tais bandas, assim como as novas também, a um publico que não teve acesso na época e que hoje dificilmente adquiririam um álbum ou demo sem possuir um mínimo conhecimento sobre o trabalho das bandas. Esta também é uma das intenções, que a coletânea sirva de mostruário para as bandas ativas... e que demonstre reconhecimento aquelas que deixaram as historias...ou simplesmente que seja vista como uma homenagem barata...o importante é que as bandas sejas ouvidas! Logicamente bandas que, por mais qualidade que tivessem apresentado na época, mas que, no entanto não alcançaram(talvez nem tentaram alcançar) a mínima repercussão no âmbito nacional foram deixadas de lado...bandas estas tão obscuras que ate mesmo seus ex-integrantes conseguem lembrar do nome, mas que no entanto logo alguém vai reclamar a ausência aqui. Outras bandas dignas de menção e que fizeram parte do underground post-punk-dark, mas que, no entanto, almejavam uma vida “alem - underground” e faziam um som bem mais comercial, (sem que necessariamente fizessem sucesso), mas que possuem sem dúvida uma parcela de “culpa” e influência nas bandas que se seguiriam. São bandas como a Nau, a seminal banda paulista voluntários da pátria, as baianas post-punk Brincando de Deus e treblinka, aliados, saara saara (Rj) o Fellini, uma das banda mais inventivas do Brasil, Vzyadoq moe, um misto de genialidade com niilismo musical total, Black future, seus experimentos e seu vocalista “impar”, hojerizah e seu pop pseudo cabeça super influenciado por The Smiths, uns & outros e seus mega-sucessos “carta aos missionários” e “dias vermelhos”, azul 29, a “quase mainstream” zero, mercenárias, magazine, Akira S, Varsóvia, heróis da resistência, tokyo, RPM entre outras que me valerão alguns xingamentos por não tê-las incluído aqui....Mas tem uma explicação, se fosse para agregar tudo feito em nome do post punk ter-se-ia que incluir ate mesmo a banda nacional de rock mais popular de todos os tempos: a Legião Urbana, que se analisada numa visão técnica, possuía em seu som, influencias do post punk, punk e primórdios do rock gótico inglês na sua sonoridade. Flertes descarados com o rock gótico podem se ouvidos em todo o primeiro disco e nas musicas acrilic on canvas do disco “Dois” de 1986 e na faixa A tempestade, presente no ultimo lançamento oficial da banda, “Uma Outra Estação” de 1987. Enfim as referências são muitas...

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Assim, antes que chovam as criticas acerca do repertorio de bandas, principalmente no que tange as bandas ativas ou mais novas vale dizer que tais bandas não representam necessariamente a “qualidade superior” em se tratando da musica feita seguindo a proposta “darkwave” em detrimento das demais não selecionadas, ate porque a seleção foi efetuada por apenas uma pessoa....este que vos escreve. Mas, sem sombra de duvida as que dão vida a coletânea em sua grande maioria já possuem espaço no coração e nos mp3 players da vida, de todos aqueles que se sentem (ou querem fazer) parte do underground gótico-darkwave nacional. A intenção não é criar um panteão(por mais que acabe se criando inexoravelmente aqui), mas, frise-se, é tão somente demonstrar toda a qualidade existente na cena dark-gotica-darkwave nacional, nestes mais de 25 anos de desenvolvimento, bem como, sua potencialidade de expansão... (mea culpa) Outras bandas que facilmente poderiam estar aqui: Orquídeas Francesas, Silent Party, Desrroche, Neverlate, Umbrall, saara saara, Dancing in Tears, the Werther Effect, Vitrine, Dead Roses Garden, Teatro da Solidão, Pecadores, A Industrya, Símbolo, Klaustrophobic, Clube da Miragem, Teatro de seraphin, Quarto das cinzas, Seduced by Suicide, Drama, Comma Cuht, Estigma, a ultima dança, asaradel, I.O.N., The Forest, Strangeways, The Downard Path, Morffina, Mobius project, Estigma, Ecos e Sussurros, ynominado, in auroram, Sinapse, Digitaria (formado por ex integrantes do lábia minora), The Name, Skulk:Partition Root, dead flesh walking, dellamore dellamorte, aire n terre, Flowers For A Sigh, imperial, Bad Cock, Enjoy, Alma Nômade, Movement, fatalle lumiere, arcane(projeto pré der kalte stern) caustic, hades, Poemas de amor á beira do caixão, The land (pré chants of maledicta), fantasma de agnes...enfim merecem, atenção e respeito e desculpas também. Como dito, muitas bandas de qualidade ficaram de fora, e nem é preciso citar nomes, outras ainda devem galgar mais espaço no underground nacional, dada a latente qualidade demonstrada a cada demo que nos chega aos ouvidos. As bandas novas escolhidas foram selecionadas com base nos critérios antes descritos, bem como, pela coleta, mesmo que discreta da opinião “da cena” em comunidades importantíssimas para o gótico dentro da ferramenta orkut, tais como Góticos 90’s, Gótico/darkwave no Brasil, Góticos no Brasil, Entendendo o que é o gótico, e Bandas góticas Brasileiras, entre outras. Comunidades estas, bem moderadas e que merecem toda a atenção de quem quer ou precisa se aventurar no mundo gótico-darkwave no Brasil e se distanciar da crescente deturpação incitada por estranhos e desconhecedores do movimento que insistem em transformar uma cultura a parte e ricamente ornamentada em senso comum afogado no heavy metal entre outras deturpações sonoras, visuais e principalmente artísticas. Esta também é outra intenção da coletânea, desanuviar um pouco as “trevas” que assolam nossa cena, e tentar “educar” e demonstrar todas as “cores” da musica feita em nome do underground gótico legitimo no Brasil...melhor abrir mão das teorias, temos bons exemplos aqui. Outra esperança é de que as informações, principalmente as sonoras, ora direcionadas sirvam para gerar um interesse tanto artístico (mais importante) quanto “ligacional” com as bandas, é preciso que o underground aprenda a se ver como um todo, cada banda que banca uma gravação, um estúdio e um show, sem receber

2- Mas pra quê mais uma coletânea?

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um centavo que seja, merece acima de tudo respeito e consideração, tanto artístico quanto financeiro (por que não?), ao menos daqueles que apreciam seus trabalhos, já que o apoio irrestrito é de certa forma algo contrário ao ideal de quem busca ter uma opinião e seguir tão somente suas vontades e instintos.

1- agentss - cidade industrial (1983) 2- escola de escândalo - luzes (1985) 3- smack - sete nomes (1986) 4- muzak seu coração (1986) 5- ethiopia - minha vida em tuas mãos (1986) 6- o último número - animal sentimental (1986) 7- finis africae - armadilha (1986) 8- cabine c - lágrimas (1986) 9- harry - caos (1986) 10- os 5 generais - pássaros negros [ao vivo] (1987) 11- kafka - valsa do medo (1987) 12- arte no escuro - beije me cowboy (1987) 13- violeta de outono - dia eterno (1987) 14- pompas fúnebres - ulaluma (1990) 15- ocaso - somniun (1994) 16- silverblood - valsa da lua (dança para outra gravidade) (1994) 17- lupercais - espectros (1995) 18- back long arch - muteblast (1996) 19- labia minora - corte (1996) 20- der kalte stern - silent garden (1997) 21- chants of maledicta - mournfulness (1997) 22- das projekt der krummen mauern - after dark (1998) 23- stale bread - broken chains (1999) 24- sleepless - the city on fire(2000) 25- modus operandi - acid ent (2000) 26- elegia - the typhoon eye (2000) 27- the tears of blood - never be the same (2000) 28- almas mortas - a videira da morte (2001) 29- luz de velas - necrópole (2001) 30- vesuvia - rosalia (2002) 31- mercyland - só (2002) 32- individual industry - key of dreams (2003) 33- últimos versos - a máscara e o medo (2003) 34- rosa dos ventos - a dança dos invencíveis (2003) 35- projeto reinfield - her shadow (2003) 36- a banda invisível - a musica invisível (2004)) 37- zigurate - despertar (2004) 38- vultos – o colecionador de lembranças (2004) 39- scarlet leaves - absinthe tears (2005) 40- the anorexic juliet - valentine´s dance (2005) 41- bels of soul - the ghost of castle (2005) 42- sensivel elite branca - espelhos (2005) 43- x-devotion - love me or hate me(2006)

3- As bandas – comentários faixa a faixa – informações:

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44- plastique noir - empty streets (2006) 45- days are nights - dançando em meio a guerra (2006) 46- gargula valzer - an angel between the sun and earth (2006) 47- jardim do silencio - solitário (2007) 48- escarlatina obsessiva - winter(2007) A cronologia acima apresentada refere-se ao lançamento da musica em foco e não necessariamente da fundação de cada banda. Leia as bios.

***

O Agentss foi iniciado por Kodiak Bachine, Miguel Barella e Eduardo Amarante (ex azul 29 e zero) entre 1980 e 1981. O grupo foi pioneiro no Brasil do movimento "new-wave" e incorporou elementos da música eletrônica e minimalista feita na Alemanha e europa no final dos anos 70 e inicio da década de 80. Fazendo amplo uso de ícones e de cenografia que auxiliavam na disseminação de novíssimas idéias e conceitos musicais no universo musical Electro-synthPop emergente na década de 80. O AGENTSS estava em fina sintonia com a cena musical internacional, "sincronizado" com grupos e artistas tais como: Kraftwerk, Devo, Talking Heads, Gary Numan, The Residents, Bauhaus, The B-52's, The Cure, Blondie, Television, Brian Eno, Robert Fripp, etc. Em pouco tempo se tornou um "cult" entre os jovens em São Paulo, levando uma legião fiel de apreciadores que lotavam os locais onde a banda se apresentava. A primeira apresentação foi realizada em 25 de setembro de 1982. Com apenas cinco apresentações no período de um ano, deixaram uma impressão marcante na cena local. Os músicos da banda primavam pela qualidade em suas raras performances, o que dificultava maior número de apresentações, pois não contavam com apoio de gravadora ou patrocínio. O AGENTSS gravou dois compactos sendo o primeiro, em 1981, produção independente, que inclui as músicas Agentes e Angra. O segundo, em 1983, foi lançado pela gravadora W.E.A. contendo as músicas Professor Digital e Cidade Industrial com produção de Pena Schmidt (relançado em CD - Geração anos 80 - coletânea Warner em 2000). O grupo se desfez, amigavelmente, no final do ano de 1983 por razões filosóficas. Como o cometa Halley que aquela época se aproximava da Terra, o AGENTSS passou rápido, deixando em seu rastro cósmico impressões marcantes nos olhos, ouvidos, corações e mentes dos que foram privilegiados em conhecê-lo. (fonte cogumelo 80´s) A seguir matéria da revista Super interessante setembro de 2001, edição no. 168, especial de 14o. aniversário:

1- agentss – cidade industrial (1983) SP

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Velho vinil futurista "- O tempo não perdoa: está fazendo 20 anos que a primeira banda Brasileira de pop eletrônico – os Agentss - gravou seu disco de estréia. Eram apenas duas músicas em um vinil de 7 polegadas, mas soavam, nos idos de 1981, como manifestação de outra galáxia. Ainda hoje, descontando o pioneirismo, essa obra-prima faz a gente sentir pena da maioria dos pretensos roqueiros nativos. A história oficial conta que os anos 80 foram inaugurados pela Blitz, em 1982. Mas um ano antes, a Gang 90 já coloria o cenário com seu pastiche new-wave, dezenas de bandas punks sacudiam São Paulo e o Agentss iniciavam o tecnopop da América dos Sul. O cabeça, Kodiak Bachine, era uma figura excêntrica: cabelo picotado platinado, terno e ursinho de pelúcia a tiracolo. Vocalista e tecladista, Kodiak era, de fato, os Agentss, mas contava com a ajuda de dois outros músicos: o guitarrista Orion Mike (Miguel Barella) e o guitarrista/tecladista Duo (Eduardo Amarante). "Angra", o lado A, fora composta por Barella, e seu humor negro punk equilibrava os tons kraftwerkianos de Kodiak em " Agentss", o lado B. Gravariam um último compacto em 1983, contratados pela Warner junto com Titãs e Ira! Vítimas de uma produção capenga (ninguém sabia gravar pop eletrônico no Brasil), disco e banda caíram no esquecimento. Kodiak só voltou à dar as caras em 1988, num debate ao lado de Brian Eno, na Bienal de SP. Nunca mais o vi. Só agora, garimpando seu nome na internet (não há informações no texto), descubro que lançou a coletânea Maditation, com gravações de 1988 à 1995, além de fazer trilha sonora para cinema." Por José Augusto Lemos, Revista Superinteressante, setembro de 2001, edição no. 168.

Mais em : http://www.kodiakbachine.com/ http://cogumelomoonpoprock80Brasil.blogspot.com/2006/12/1983-compacto.html#links http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=38876611 http://br.youtube.com/watch?v=5mrMpagVd60 Formado em 1982 atuaram com seu som newave/post punk até 1990. Participaram com duas músicas “Complexos” e “Luzes” do LP Rumores, coletânea seminal de músicas de grupos Brasilienses. Formação inicial: Bernardo Mueller, Geraldo Ribeiro, Luis Eduardo Ferreira, Eduardo Espinoza Raggi. (Marielle também arte

2- escola de escândalo - luzes (1985)DF

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no escuro adentrou posteriormente na banda) A banda teve enorme repercussão na cena Brasiliense no inicio da década de oitenta e era uma aposta como nova banda saída do Distrito Federal a fazer sucesso no cenário nacional assim como a Legião Urbana, plebe rude(que recentemente regravou o clássico luzes) e o capital inicial. A musica luzes chegou a tocar em varias rádios nacionais e a banda inclusive foi convidada para se apresentar no programa mixto quente da rede globo, tocando algumas de suas musicas ao vivo. Abaixo segue um trecho de uma reportagem feito pelo correio braziliense acerca dos 15 anos da coletânea Rumores em 16 de novembro de 2000:

“Rumores 15 anos depois, a história da mais lendária coletânea de bandas Brasilienses Finis Africae e Escola de Escândalo dividiam o mesmo estúdio, no Brasília Rádio Center. O baixista do Escola, Geraldo Ribeiro, era (é) irmão de Rogério Lopes, baterista do Elite Sofisticada. O terceiro irmão, Loro Jones, naqueles tempos já estava se bandeando para o Rio de Janeiro, com o posto de guitarrista do Capital Inicial. Era 1985. Assim como a Plebe Rude e a Legião Urbana, o Capital estava armando contrato com uma grande gravadora. Hoje em dia até soa irônico, mas o rock de Brasília estava entrando na moda. E a moda não passava muito perto de Taguatinga. Embora os músicos passassem. O Sebo do Disco, a loja de número 12 do Paranoá Center, era bem freqüentada. O dono, Isnaldo Júnior, tinha parceria com outras lojas de LPs independentes daquele tempo, como a badalada Baratos Afins, das Grandes Galerias, na 24 de Maio, São Paulo. Foi Isnaldo quem teve a idéia de montar uma coletânea com as bandas da cidade (ainda) não descobertas por EMI, PolyGram e congêneres. Rumores, a bolacha lançada em agosto de 1985, tem nome significativo. Os rumores de estúdios, shows e novidades, numa cidade com bandinhas pululando em cada superquadra, a cada colina. Os rumores do rock da capital federal, que começavam a tomar de assalto as paradas nacionais. O Escola de Escândalo foi a primeira das quatro bandas a fechar com o Sebo do Disco. Afinal, suas músicas, com destaque para Luzes, tocava em rádios roqueiras, como a Brasiliense Atlântida FM e a carioca Fluminense FM, ambas extintas. Afinal, o Escola tinha Fejão, o maior guitarrista do Distrito Federal. Afinal, o Escola era daquelas bandas que tinha tudo para estourar. Finalmente, porque os direitos das duas faixas de Rumores destinadas para cada banda ficariam com o mecenas Isnaldo Júnior por 10 anos, conforme previsto em contrato. E roqueiro não costuma ler as letras miudinhas. Depois do Escola, o esquema foi no estilo um-conhece-o-outro-que-conhece-mais-um-que... Entrou o Finis Africae. Entrou o Elite Sofisticada. Zebra: entrou o Detrito Federal. A banda tinha Taguatinga como endereço oficial, embora seus músicos se espalhassem também por Guará e Plano Piloto. O Detrito não pertencia à turminha. Mas o baterista Paulo César Farias, o Cascão, era um dos clientes mais dedicados do Sebo do Disco. E, claro, Fim de Semana e Desempregado, as duas tijoladas punk do quarteto no vinil, falam por si só. O show de lançamento de Rumores rolou em 25 de agosto de 1985, na Concha Acústica. Tocaram as quatro bandas envolvidas, com abertura do Liberdade Condicional, atração já fechada para o segundo volume da compilação, que sairia no ano seguinte. Mas não saiu nunca. O Sebo do Disco quebraria em 1992, depois de ter tido filiais no Gilberto Salomão e no

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Venâncio 2000. Assediado por cobradores, Isnaldo voltou para sua terra natal, a Paraíba, e nunca mais mandou notícia. Rumores vendeu as duas mil cópias de sua tiragem única. Hoje cada uma delas é disputada no braço. Luiz Calanca, da Baratos Afins, lembra ter vendido um vinilzinho por R$ 60,00. Tem quem pague R$ 100,00. Uma relíquia dos tempos mais românticos do Rock Brasília. Ou não.”(....) Escola de Escândalo (1984-1990) Músicas em Rumores Complexos e Luzes Formação em 1985: Bernardo Mueller e Marielle Loiola (vocal), Fejão (guitarra), Geraldo Ribeiro (baixo) e Balé (bateria.) Que fim levou Antes mesmo de sair Rumores, as duas faixas, Luzes e Complexos, tocavam em rádios rock de Rio, São Paulo, Porto Alegre e Belo Horizonte. Logo depois da coletânea, Marielle saiu da banda — para fazer o Arte no Escuro (mais tarde lideraria o Volkana). Pela lei natural das coisas, a Escola seria a-próxima-banda-de-Brasília-a-estourar. Não foi. Em 1986, gravaram um EP na EMI, que nunca veria luz do dia. Em 1988, Fejão foi preso por porte de drogas. Com o guitarrista solto, em 1990, a banda ainda fez alguns shows. Fejão morreu em julho de 1996. Hoje, Eduardo Espinoza, o Balé, trabalha com música eletrônica e é designer. Geraldo Ribeiro, dono de estúdio. Bernardo Mueller, professor de Economia da Universidade de Brasília. Marielle mora em Curitiba e toca na banda Cores D’Flores, que participou do Porão do Rock em agosto. A Escola foi convidada para participar do Porão, mas os ex-integrantes acabaram não se acertando. Resta ouvir Luzes, regravada pela Plebe Rude em seu disco ao vivo deste ano, Enquanto a Trégua não Vem.(...) Sobre a coletanea rumores: Eduardo Espinoza, o popular Balé, ex-baterista do Escola de Escândalo, não tece tantas loas ao projeto. ‘‘O disco não alterou nossa carreira. Foi apenas aquela coisa cult de duas mil cópias, que acabaram ficando apenas nas mãos de amigos e outros músicos’’, acredita, confessando que, há pouco, gravou seu vinil malhado num CD-R. O Escola de Escândalo, nos idos de 1985, era a quarta maior banda da cidade. Quando Rumores foi editado, a banda já lotava shows no Rio de Janeiro, no circuito new wave de Circo Voador, Mistura Fina, Noites Cariocas e Parque Laje. Para Balé, a gravação de Rumores não chega a ser uma memória idílica. Até porque a banda teve de enfrentar uma viagem de ônibus direto do Rio, onde acabara de fazer um show, para Belo Horizonte, lar do estúdio Bemol. A idéia de gravar o disco em Minas Gerais foi do produtor Isnaldo Lacerda Jr. ‘‘Ele dizia que saia mais barato, pois tinha um acerto com o dono do estúdio’’, lembra Paulo César Cascão. Balé também guarda seus rancores. Mas por outro motivo. O Escola de Escândalo chegou a viajar até o Rio, para gravar nos estúdios da EMI o material de seu primeiro disco. Produção de Philippe Seabra, da Plebe Rude. Com o material eternamente engavetado, via bandas com menos tempo de ralação, como o Arte no Escuro, protegido de Renato Russo, lançarem seus discos na praça, pela mesma EMI. ‘‘Nós lá, na mesma, e outros levando a grande vida...’’ (fonte: Bernardo Scartezini Da equipe do Correio - Correio Braziliense, 16 de dezembro de 2000) mais em: www.myspace.com/escoladescandalo

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http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=1667628 http://br.youtube.com/watch?v=YyqMUe9OWDE http://www.geocities.com/EnchantedForest/Palace/9638/escola.htm http://cogumelomoonpoprock80Brasil.blogspot.com/2006/05/escola-de-escndalos.html#links

O Smack era uma espécie de supergrupo do underground paulistano de 1984, pois reunia músicos de outras bandas no projeto. Além de Edgar Scandurra na guitarra e vocal, faziam parte da formação Pamps também guitarrista e vocalista e que também era da banda Isca de Policia do músico Itamar Assumpção, Sandra Coutinho no baixo e Thomas Pappon na bateria. Sandra passou por bandas importantes no rock paulista. Além do Smack, ela tocou no Mercenárias e no Voluntários da Pátria. Já o baterista Thomas Pappon tocou no cultuado Fellini e no voluntários da pátria.

O Smack gravou dois discos. O primeiro foi "Ao Vivo no Mosh" em 1985. O segundo saiu em 86, batizado de "Dia e Noite" e Scandurra só participou em duas músicas já que o Ira já começava sua escalada para o sucesso.

Recentemente duas musicas da banda foram incluídas na coletânea “The Sexual Life Of The Savages-underground post punk from São Paulo Brazil”, lançada pela gravadora inglesa soul Jazz, que alem do smack traz também mercenárias, muzak, nau fellini, akira S, gang 90 entre outras...

O smack ate hoje é apontado como influencia de diversas bandas góticas nacionais, entre elas a baiana modus operandi.

Fonte de apoio: http://cogumelomoonpoprock80Brasil.blogspot.com/

Mais em: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=395329

Seminal banda paulista que seguia a tendência post-punk, o muzak era formado por Osmar (baixo e voz), Nivaldo (guitarras), Vitor (bateria – in memoriam) e depois Régis (bateria - substituindo Vitor). Lançaram duas músicas na coletânea “Não São Paulo” pelo selo Baratos Afins em 1985 e um mini-LP com 6 músicas pela EMI

3- smack - sete nomes (1986) SP

4- muzak - teu coração (1986) SP

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em 1986, produzido por kiko zambianchi. Apenas a coletânea foi reeditada em CD, devido a promoção pela EMI a banda aparaceu diversas vezes em programas de TV desde conceituados como o de Marilia Gabriela, ate mesmo populares como o clube do bolinha, gugu e perdidos na noite. Músicas como “Jovens Ateus” e “Longe Demais” (incluída recentemente no CD Discoteca Básica vol. 1 – O Pop Rock Nacional dos Anos 80) foram bem executadas pelas rádios 89FM (São Paulo) e 97FM (Santo André) na época. Há noticias não oficiais que banda possui um trabalho inédito gravado desde a década de 80 e nunca lançado. Mais em: http://cogumelomoonpoprock80Brasil.blogspot.com/2006/03/muzak.html#links http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=462297 http://br.youtube.com/watch?v=PW2q9PrMGC0 http://br.youtube.com/watch?v=28_cnljDn4k http://br.youtube.com/watch?v=h5WLDaOyJDs http://br.youtube.com/watch?v=ABky4QVfI1w

O Ethiopia foi formado por Pascoal Ferrari (voz), Pólo (guitarra), Vicente Tardim (baixo) e Lúcio Agra (bateria) em meados da década de 1980, na cidade do Rio de Janeiro. Com o fim do grupo punk Dezespero o ex-baterista, Lúcio Agra, formou o grupo de tendência pós-punk e dark. O conjunto fez algumas apresentações na boate Ilha dos Mortos, no bairro de Copacabana, e algumas no lendário Circo Voador. Gravou um único disco, o EP "Ethiopia", lançado em 1986 pelo

selo Top Tap e contendo as músicas feito navalha, Minha Vida em suas mãos, Ethiopia e Vazio, essas duas últimas vêm sendo constantemente tocadas em festas Pós Punk - Góticas do Rio, tendo fãs, que ainda idolatram essa Banda. O Vocalista Pascoal Ferrari andou fazendo participações no projeto Mix 80, Banda formada por integrantes de bandas amigas como Eduardo de Moraes (Finis Africae) Major Nelson e Edinho (Kongo) Guilherme Isnard (Zero) Marcelo Hayena (Uns e Outros) Tony Platão (Hojerizah) entre outros. Talvez a melhor banda carioca no estilo dark-post punk. O disco caminha pelo post punk, mas a musica escolhida chama atenção pela sua dramaticidade e melancolia, bem antes dos 5 generais( que já existiam) gravar seu primeiro material, pondo em duvida o titulo de 1ª. Banda gótica Brasileira atribuído aos 5 generais, que de fato assumiu influências ditas góticas, como Sisters of Mercy e The Cure, mas que no entanto somente gravou algo de forma oficial em 1987 um ano após o lançamento do Ep Ethiopia. Ouça e tire suas conclusões. Mais em: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=22413133 http://www.geocities.com/EnchantedForest/Palace/9638/ethiopia.htm http://cogumelomoonpoprock80Brasil.blogspot.com/2006/05/ethiopia.html#links

5- ethiopia - minha vida em tuas mãos (1986)RJ

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Nascido em 1985, em Belo Horizonte, e batizado com o título do último poema de Augusto dos Anjos, o grupo O Último Número foi inicialmente formado por Gato Jair (letras e voz), John Daniel (guitarra e violão), Paulo Horta (baixo) e Clôde Franco (bateria), que gravaram seu primeiro LP independente, "O strip-tease da alma", em 1986, disco lançado pelo selo Câmbio Negro, de BH. O segundo LP da banda, "Filme", de 1988, também independente e lançado pela Câmbio Negro, foi gravado por Gato Jair, Paulo Horta e Otávio Martins (guitarras e violões), Bob Faria (baixo) e Clôde.Os discos tiveram ótima recepção crítica e ótima acolhida do público, o que garantiu a realização de vários shows do grupo em BH, no interior de Minas, no Rio e em São Paulo. O grupo apresentou-se em locais como: Aeroanta, Circo voador, Garota de lpanema, Madame Satã, Sesc Pompéia, entre outros. Museu do Mundo é o nome do terceiro CD da banda, que tem doze músicas, das quais três são regravações de canções registradas no segundo LP da banda, "Filme", lançado em 1988. As nove restantes são inéditas. Além desses discos próprios, o O Último Número participou de duas coletâneas: "Rock forte", de 1987, com vários grupos mineiros, lançado pelo selo Plug da BMG-Ariola; e "Sanguinho Novo", de 1989, uma homenagem a Arnaldo Batista, dos Mutantes, gravado com vários grupos do país, e lançado pela Eldorado. Uma das características mais marcantes de O ÚLTIMO NÚMERO são as letras compostas pelo vocalista Jair. Elas são ricas em lirismo e dialogam com a tradição poética universal, mas mantêm-se sempre atuais e refletem críticas à nossa sociedade e ao tempo em que vivemos. Por esse fato, Jair foi considerado, no final da década de oitenta, um dos melhores letristas do país pela revista Bizz. Após algumas idas e vindas, o grupo rearticulou-se recentemente com Jair, Otávio, Bruno Vasconcelos (baixo) e Clôde, realizando gravações ainda inéditas. Nos dias atuais, o grupo conta com um repertório composto, em sua maior parte, por músicas inéditas. (Texto baseado no release oficial da banda) fonte: nocturnalbh “Pra quem não se recorda essa é uma banda mineira que juntamente com Sexo Explícito, Virna Lisi, Skamk e Sepultura (pra citar alguns), dão peso a cena roqueira de Minas Gerais. Discografia: “O strip-tease da alma” (1986); Filme (1988) e Museu do mundo (2001).” Fonte:(extraído de cogumelomoon.blogspot) Mais em : http://nocturnalbh.tripod.com/musica/nacionais/ultimonumero/ultimonumero.html http://cogumelomoonpoprock80Brasil.blogspot.com/2007/08/ltimo-nmero.html#links http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=19269417 http://br.youtube.com/watch?v=E2Xfc4MSnuo

6- o último número - animal sentimental (1986) MG

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Grupo de rock Brasiliense formado em 1984 por Rodrigo (voz, logo substituído por Eduardo), José "Zezinho" Flores (guitarra), Neto Pavanelli (baixo) e Ronaldo Pereira (bateria), diferenciavam-se das outras bandas da capital na época por um som mais suingado e dançante. Em 85 participaram da coletânea: Rumores, com as composições Ética e Van Gogh, fazendo muito sucesso na Fluminense FM de Niterói. Foram à banda de maior sucesso na coletânea, e como prêmio gravaram pelo mesmo selo o mini LP "Finis Africae". Em seguida mudaram-se para o Rio de Janeiro e desfrutaram o êxito de "Armadilha", que possibilitou a gravação de um LP pela EMI "(Finis Africae", de 1987). Novas gravações de "Armadilha", "Máquinas" e "Mentiras", além das novas "Ask the Dust" e "Deus Ateu" conseguiram alguma repercussão nas rádios. Em 89, Neto e Zezinho saíram da banda, dando lugar a Roberto Medeiros (baixo), Mc Gregor (guitarra e teclados) e César Nine (guitarra). Mas em 90 o grupo se desfez, voltando a se reunir apenas em 98, para shows no Rio e Brasília. O finis fez um trabalho acima da media, tinha uma boa produção, ótimos arranjos e letras bem escritas, foi consolidado como uma grande influencia a outras bandas posteriores do gótico e do pop rock nacional. A banda não encerrou oficialmente suas atividades, chegando inclusive a se apresentar no Festival Thorns n. 4, como atração principal. Fonte de apoio: http://rockanos80.cjb.net A seguir uma recente matéria seguida de entrevista auto-explicativa da banda:

A volta dos veteranos de Brasília

Banda histórica dos anos 80 se reúne novamente em busca da afirmação do Rock

Parece que o verdadeiro rock está ressucitando mesmo. Depois do RPM, mais uma banda histórica dos anos 80 está de volta e promete tornar o movimento ainda mais unido. Trata-se do grupo Brasiliense Finis Africae. Quem não se lembra de hits como Armadilhas, Mentiras, Máquina do Prazer, que tanto empolgaram multidões de roqueiros? Pois é, depois de tantas idas e vindas o Finis Africae reaparece no ano 2002 com a proposta de se firmar de vez.

Surgida na década de 80 em Brasília, a banda se destacava juntamente com outras da época como a Legião Urbana, Cabine C, Violeta de Outono, Capital Inicial. Optando por um estilo mais dançante e melódico, o Finis Africae se diferenciava bastante.

A banda lançou dois discos independentes antes de assinar com uma grande gravadora e lançar seu LP homônimo (EMI) em 87. Excursionou por todo o país emplacando os hits que já estavam na boca da galera. No início dos anos 90 o

7- finis africae – armadilha (1986)DF

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grupo se separa. O vocalista Eduardo de Moraes vai morar na Suécia onde trabalha com diversos grupos de Estocolmo, entre eles o Brasa que fazia uma mistura de jazz com MPB. Neste mesmo período o baterista Ronaldo Pereira inaugura no Rio o Estúdio Groove.

Com a volta do vocalista Eduardo ao Rio em 99, a banda se reúne novamente para a comemoração de 15 anos de seu primeiro show realizado em Brasília em 84. Após 9 anos longe dos palcos, o Finis Africae bate o record de público da casa de espetáculos The Ballroom no Rio de Janeiro com a participação do grupo Hojerizah.

O que era para ser apenas uma festa de aniversário se transforma no projeto “Anos 80 Rock Brasil”. O anfitrião Finis Africae convida uma banda amiga que também está voltando para excursionarem juntas. Paralelamente a banda faz o show de encerramento do projeto Arte Por Toda Parte,no Teatro Nacional em Brasília e excursiona pelas lonas culturais do Rio de Janeiro. Em 2001 volta a capital federal para o show de inauguração do memorial Renato Russo e retorna ao Rio para finalizar as mixagens de seu CD ao vivo que já está pronto.

Muitas bandas quando retomam às origens, voltam com mudanças drásticas a fim de atingirem novamente o sucesso. Mas com o Finis Africae não. Eles prometem manter os ingredientes que conquistaram uma legião de fãs pelo país:um som sofisticado e melodioso, com destaques para as texturas de guitarra e um baixo sinuoso, juntamente com as letras sem refrão.

Estivemos reunidos com essa galera para um bate-papo descontraído, na qual eles contam tudo sobre o começo da banda, os fatos positivos, negativos da carreira e principalmente

o novo CD que estão lançando para marcar a volta do grupo ao cenário do rock em grande estilo .

Reportagem de Marcus Vinicius Jacobson

Entrevista publicada no dia 16/04/2002

1) O que mudou do Finis Africae da década de 80 para os dias de hoje?

No que concerne ao som do grupo usamos timbres mais atuais, modernos, principalmente nas guitarras e teclados. Por outro lado mantivemos certas características típicas como por exemplo, músicas sem refrão, ou com um refrão que não se repete mais de uma vez e a música não retorna a parte A. Não planejamos isso, simplesmente sai assim. Continuamos compondo em Jam Sessions e as idéias vão sendo colocadas a medida que a música vai rolando. Rola também de alguém já trazer uma idéia pronta e começarmos fazendo um arranjo juntos. Foi o caso de Acrobata, Jovens e O homem, mas é mais raro. Nós mudamos muito como pessoas, já não saímos tanto quanto fazíamos e isso faz com que a nossa convivência tenha um tempo mais reduzido, não é de todo negativo, isso criou um compromisso mais profissional, afinal não temos tempo à perder e muito menos à desperdiçar. Posso dizer, sem medo de estar

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exagerando, que os ensaios hoje são muito mais disciplinados e conseqüentemente mais produtivos do que eram nos anos 80.

2) Como será esse CD ao Vivo que vocês lançarão em breve?

Esse CD foi gravado em Brasília às margens do Lago Paranoá, num evento de comemoração do aniversário da cidade. Acho que foi o primeiro show que fizemos lá no Distrito depois que voltamos. Isso foi muito importante para nós, porque sabíamos de que iria um público que gosta do nosso trabalho e estariam curiosos para saber como estaríamos tocando depois de tanto tempo sem tocarmos juntos. Foi um desafio que assumimos com prazer e muito afinco porque sabíamos que éramos capazes e queríamos deixar claro que havíamos voltado, não para só matar as saudades ou por uma mera circunstância mercadológica, pois outros grupos dos anos 80 tinham voltado a gravar e fazer sucesso, mas porque realmente ainda sentíamos prazer em tocar juntos, fé no nosso trabalho e confiança mútua. É um CD que tem como proposta básica resgatar o repertório que até então só existia em vinil. Claro que não iríamos resistir a inclusão de músicas inéditas nossas. No show tocamos ainda covers de amigos contemporâneos: Até quando esperar (Plebe Rude), Fátima (Capital Inicial) e Conexão Amazônica (Legião Urbana), mas essas são para aqueles que vão aos shows. Vocês podem encontrar mais detalhes sobre o CD, repertório, letras, vídeo, MP3, fotos no site do grupo: http://www.finisafricae.com.br

3) Depois desse lançamento, quais os próximos planos do grupo? Vocês já estipularam alguma meta pra alcançar?

Nós vamos tocar nessa turnê, que começou domingo, dia, 07/04/2002 na Mutante, Rua Rodolfo Dantas,26, Copacabana. De lá seguiremos para Sampa, Brasília, Curitiba sempre retornando para o Rio e tocando em outros lugares até setembro, dependendo da resposta de público nos shows, da execução nas rádios alternativas e de propostas de gravação que possam vir a surgir, vamos decidir se entraremos em estúdio ou não.

4) O que de fato aconteceu para a banda se desfazer em 1990?

As coisas não iam bem para nós, já estávamos uns dois anos sem contrato com gravadora, só produzindo "demos" e tentando entrar numa gravadora. Os shows iam ficando mais raros, o cachê caiu, e os membros do grupo naturalmente se envolveram em outras atividades. Assim o grupo foi naturalmente deixando de existir. Eu me lembro que quando fizemos o show de despedida no Circo Voador junto com O Violeta de Outono, já estávamos seis meses sem nos apresentar. Pessoalmente eu tive outros motivos, estava casado com uma cidadã sueca, ela estava desempregada, o Collor tinha ganho a eleição e aí tudo parecia conspirar para que eu deixasse o país. O resto do grupo entendeu numa boa, mas a iniciativa foi minha.

5) Vocês acreditam que o surgimento de novas bandas e o ressurgimento de antigas como o RPM, Uns e Outros e o proprio Finis Africae deixam o rock em evidência no mercado?

Certamente. Até antes do Rock in Rio 3 estava bem difícil para os roqueiros. Estávamos fora do "mainstream". A Rádio Cidade no Rio deu a maior força e acho até que influenciou diretamente no retorno da MALDITA (Niterói). Casas de menor porte se tornaram palcos freqüentes de shows de rock de grupos desconhecidos, isso incentivou muito os músicos dessa área.

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6) Qual o melhor momento que a banda viveu durante toda a carreira?

Com certeza cada músico diria um momento diferente. Para mim foi a vinda de Brasília para o Rio. Era a hora de pagar para ver. Ainda bem que deu certo, pelo menos não voltei para Brasília. É brincadeira! Se tivesse voltado não teria sido ruim,

ainda tenho diversos amigos por lá e praticamente duas vezes por ano me encontro sobre o solo vermelho do planalto central. Mas aquela coisa de sair de uma cidade e se mudar para outra completamente na fé que se tem no seu trabalho me impressiona muito. E foi magnífico ter vivenciado.

7) Quais as influências do Finis Africae?

São muito ecléticas, também não sei dizer se as coisas que ouço influenciam diretamente no nosso trabalho. No grupo em comum e no começo da carreira poderia citar: Joy Division, Siouxsie and The Banshees, Echo & The Bunnyman, The Cure. Mas o baixista por exemplo adorava a música negra norte-americana e tocava num estilo parecido com Sly & The Family Stone, Stevie Wonder e coisas do gênero. Hoje ouvimos de tudo e cada um tem os seus prediletos dentro dos mais variados estilos. Eu ouço muito música eletrônica tipo: Chemical Brothers, Fat Boy Slim, Massive Attack, Junkie XL e tantos outros, mas ouço muita música acústica, World Music, MPB, Rock, enfim ouço muita música.

8) Armadilha, Máquinas do Prazer e Mentiras ainda são as músicas mais pedidas durante as apresentações da banda? Há alguma música nesse novo CD que vocês acreditam que vai estourar logo?

É engraçado mas nosso público tem um gosto pelas coisas raras. Me surpreendeu muito e ainda continua a me surpreender ouvir as pessoas pedindo insistentemente para tocarmos Ëtica, Van Gogh e Chiclete. A reação quando tocamos Armadilha, Máquinas do Prazer e Mentiras é excelente, mas não são músicas muito pedidas. Acho que eles tem absoluta certeza de que vamos tocar essas e então ficam pedindo as mais raras de serem tocadas. Das inéditas a que eu acredito que possa emplacar é Acrobata. Ronaldo Pereira o baterista crê que O Homem é a música que deverá fazer mais sucesso.

9) O grupo tentou se reunir em 1998 para fazer shows no Rio e gravar um CD Demo, mas até então não tinham em mente voltar com força total. Depois do lançamento desse novo trabalho, a banda vai tentar se firmar de vez?

Depois de todas nossas apresentações marcadas até setembro, iremos analisar a receptividade do público, mídia, para aí sim decidirmos se vale a pena prosseguir. De fato estamos hoje numa posição mais cômoda e já não somos mais tão ansiosos e desesperados como éramos há 20 anos atrás. Além do que todos os membros do grupo são envolvidos em outros projetos musicais paralelos, então o fim do Finis não é o fim da atividade musical para nós.

10) Mande um recado final pra toda galera que curte o Finis Africae e para os que ainda não puderam acompanhar o trabalho de vocês de perto.

Gostaria de convidar os que já conhecem e os que não conhecem o trabalho do grupo a visitar o site e dar uma olhada nas letras assim como ouvir algumas canções. É possível se fazer música de qualidade sem que se tenha um

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compromisso com modismos. É preciso ter personalidade e determinação para se atingir o que se quer. Um grande abraço!!!

Fonte: http://www.mvhp.com.br/finisentrevista.htm Mais em: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=480619 http://www.geocities.com/EnchantedForest/Palace/9638/finis.htm http://www.finisafricae.com.br http://cogumelomoonpoprock80Brasil.blogspot.com/2006/04/1987-finis-africae.html#links http://br.youtube.com/watch?v=6iTKnFVTZR4 http://br.youtube.com/watch?v=4wcfM-eq6Fg

Um dos grupos do rock dos anos 80 que agregou de forma perfeita elementos do post-punk e do gótico, sendo logo rotulada de “dark” como todas as bandas que se propunham a fazer um som ligado ao postpunk e gothic rock inglês no Brasil da metade dos anos 80. Gravou dois LPS, porem, apenas o clássico Fósforos de Oxford, com 11 faixas produzido pelo selo RPM em 1986.

Teve como vocalista, guitarra e violão 12 cordas o ex-titãs, Ciro Pessoa; baixo – Anna Ruth; teclados – Wania Forghieri; bateria – Marinella 7 Suas músicas foram bastante executadas nas FM alternativas do Brasil entre elas: Lágrimas, Pânico e Solidão, Tão Perto, Neste Deserto e Fósforos de Oxford. A banda acabou em 1989, já reduzida ao vocalista guitarrista Ciro pessoa e wania forghieri (teclados), tendo ainda gravado em 1989 o LP Cotonetes Desconexos, que seguia uma linha mais voltada ao ethno jamais lançado e ainda inaudito por muitos.

A seguir reportagem feita pela revista BIZZ em 1986, que fornece ótimas informações sobre a banda:

Patrocinado pela banda de maior sucesso no país — o LP do Cabine inaugura o selo em que o RPM vai investir os trunfos de seu prestígio —, um dos grupos prediletos dos porões paulistanos parte para enfrentar o grande público

Fósforos de Oxford - Título do primeiro LP do Cahine C — talvez os tire da obscuridade. Depois de passar dois anos navegando pelas tortuosas agitas do underground paulistano, o grupo aportou no recém- inaugurado selo RPMI e agora parte não se sabe para onde... Vamos ser jogados aos leões. Não sabemos se vamos domálos ou ser comidos, diz Ciro, vocal e guitarra da banda.

8- cabine c - lágrimas (1986) SP

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A dúvida é plausível. Afinal algum ouvido menos educado poderia, de cara, tachá-los com aquela palavrinha que tanto tem incomodado os que têm um mínimo de informação: dark. A bem da verdade, o som do Cabine pode parecer sombrio, o que é determinado, principalmente pelos arranjos, letras e voz dc Ciro Pessoa. Ele olha sóbrio para a questão e responde: Faz parte da natureza da minha arte. Sempre foi desse jeito.

O Cabine define assim sua estetíca musical: A gente obedece a um certo clima que cada instrumento evoca — uma escala das cores diz Marinella 7. Cada música tem um momento redondo: o nascer e o anoitecer do dia... Branco, amarelo, lilás, azul completa Vãnia, gosto do nome — Fósforos de Oxford que dá uma luminosidade às idéias: à luz de fósforos, emenda Anna Ruth.

O nome do grupo remete à cabine "C" de um navio que parte... "E percorre um roteiro. Passa pelo Oriente Médio na música que dá título ao LP: Buenos Aires no tango Lapso de Tempo: ou Japão através de Jardim das Gueixas fala Ciro. Vânia brinca: A gente sempre leva a bússola para não se perder . De outro lado, têm-se as referências literárias fortemente presentes neste repertório. Edgar, Allan Poe inspirou versos e um conto seu deu titulo a uma musica: A Queda do Solar de lsher”. Do Oriente, Nagarjuna, autor anterior a Buda, deu a tonalidade em "Neste Deserto”. Fora esses imortais, aparecem, vivinhos da silva: Akira S, criando um timbre todo especial com seu stick em Jardim das Gueixas, e Fernando DeIuqui, contribuindo com uma guitarra rascante em ‘Tão Perto”. Luís Schiavon mostrou ser um bom produtor, não interferindo na sonoridade original do grupo.

Dos tripulantes desse navio, talvez o mais conhecido seja Ciro Pessoa (vocal;guitarra;letras). Isso porque, sem dó, ele foi instituído ídolo dark local pelo caderno cultural de um diário paulista no que saiu à caça de, ‘figurinhas” para suas matérias de primeira página. Quem viu e sabe do assunto se assustou ao ver a cura de Ciro tomando quase que a página toda, e o letreiro enorme: DARK. Melhor nem lembrar este tipo de incidente, para não despertar os falsos vampiros... (fora isso, Ciro também já fez parte dos Titãs). Anna Ruth (ex-Akira S, baixo) parecia mostrar alhos e crucifixos quando, ao ouvirmos todos juntos a fita deste LP, envergava o corpo numa coreografia sensual... - ‘Ela é nossa professora de dança”, sorri Ciro. Quem segura as baquetas é Marinella 7, de formação erudita, bem aparente no som do Cabine. Vânia fica com os teclados, criando climas bem peculiares e de rara competência. Ao contrário dos atuais tecladistas, que impoêm timbres grandiloqüentes, Vânia se apropria dos espaços, de forma sutil e económica.

Além deste LP e a intenção de cair na estrada com um show bem produzido necessário para que os climas “redondos” fiquem bem visíveis — o Cabine já está testando outras sonoridades. “O som está mudando. Não sabemos ainda para onde vamos, mas é uma coisa natural mudar, se aprimorar. E isso está acontecendo com cada um de nós. Daqui a pouco vamos saber o que é”, explica Vãnia. Enfim, tudo está ainda meio nebuloso. Mas logo as nuvens se dissiparão, mostrando o próximo porto — uma inspiração a mais. Já em terra firme, a conclusão poderia ser: "Os tigres que já enfrentei agora cuidam de mim", como diz Ciro em "Jardim das Gueixas".

Fonte: http://www.geocities.com/EnchantedForest/Palace/9638/cabine.htm

Mais em: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=544098

http://br.youtube.com/watch?v=8DT6TaFea9k

http://cogumelomoonpoprock80Brasil.blogspot.com/2006/06/cabine-c.html#links

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Criada em 1985, a banda Harry nasceu na cidade de Santos, em São Paulo. Com Hansenharryebm nos vocais e na guitarra, Cesar Di Giacomo na bateria e Richard Johnsson no baixo, o grupo começou a carreira tocando um rock "noisy" cantado em inglês. No entanto, com a entrada do produtor e tecladista Roberto Verta, logo mudou seu som para um rock experimental e eletrônico com influências que vão de bandas como The Clash e Kraftwerk a escritores como Neil Gaiman e Alan Moore. O primeiro trabalho gravado pelo grupo foi o EP "Caos", em 1986. Dois anos depois o Harry lançou, pela mesma gravadora, a Wop Bob, seu primeiro disco: "Fairy Tales", último com a participação do baterista Di Giacomo. Depois disso, passaram a atuar com bateria eletrônica e samplers, tornando o som da banda ainda mais eletrônico. Mais tarde, lançaram dois novos álbuns, o "Vessels' Town" (1990), pela Stiletto, e a coletânea "Chemical Archives" (1994), pela Cri du Chat, com músicas dos dois primeiros discos da banda e algumas composições inéditas.

Em 1996, o Harry começou a gravar um novo disco, mas devido à falta de tempo e à distância entre os integrantes, o projeto teve que ser abandonado no meio. Com Verta no Rio de Janeiro, Hansenharryebm no Ceará e Johnson no interior de São Paulo, a situação tornou-se insustentável e a banda resolveu encerrar suas atividades. Vinte anos após começarem a tocar juntos, os

integrantes do Harry voltam à ativa em 2005. Novamente reunidos, Hansenharryebm, Di Giacomo, Verta e Johnsson resolveram lançar um box "Taxidermy– Boxing Harry", com versões remasterizadas e faixas extras de "Fairy Tales" e "Vessels' Town", além de um CD com raridades, remixes e algumas composições inéditas do projeto de 1996. O box foi lançado pela Fiber Records, a divisão gravadora da Fiber Interactive, responsável também pelo FiberOnline, site pioneiro em música eletrônica no Brasil. (fonte: site oficial) O mentor do harry “hansen”, ainda se aventura na musica eletrônica por meio do ótimo projeto “Bad Cock” entre outros que participa. Os trabalhos do harry são conhecidos em diversas partes do mundo, sendo o trabalho respeitado por gente como Martin le Gore do depeche mode. A musica caos do Ep caos, é talvez a composição da banda que mais flerta como o rock gótico, razão desta constar na lista, porem, qualquer outra musica da banda em quaisquer das fases estaria bem contextualizada se estivesse presente na presente coletânea. Mais em: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=79926 http://www.harrynet.com.br/ http://cogumelomoonpoprock80Brasil.blogspot.com/2006/12/harry.html#links http://br.youtube.com/watch?v=bEpN50P6_-I “Perai? Os cinco generais não é a primeira banda gótica Brasileira?” Embora surgida em meados de 1985, a banda somente alcançou alguma notoriedade nacional a partir de 1987 com a gravação da musica pássaros negros para uma coletânea da gravadora wea. A banda foi escalada para tocar na sua

9- harry - caos (1986)SP

10 - os 5 generais - pássaros negros [ao vivo] (1987) DF

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coletânea de bandas Brasilienses chamada de outros rumores, gravando dois sons “outro trago” e “por um momento”, porem a coletânea não foi lançada. O material oficial lançado pela banda, veio somente em 1989 com o ep “onde estão as pessoas?” A banda foi de fato a primeira dentre aquelas da leva post punk - dark a assumir raízes góticas citando como influencias The cure, Sisters of mercy e cocteau twins, alias, não somente assumir, como executar o rock gótico, sendo logo classificada pelo ex lupercais e ex vultos, fofão em uma matéria no final da década de 80, como a “primeira banda gotica Brasileira” embora outras bandas como o harry, ethiopia, já viessem exibindo seus flertes com o gótico britânico da primeira metade da década de 80 com gravações anteriores aos trabalhos do cinco generais, que já passeavam e construía seu nome no underground. A seguir uma entrevista esclarecedora retirada do portal carcasse:

Por mais que tenhamos hoje toda sorte de revivais do pós-punk oitentista, as releituras atuais confirmam a impossibilidade de se resgatar, por exemplo, aquela crueza e honestidade sonora das bandas desse nostálgico período. Tanto os saudosistas que gozaram a época quanto os jovens que a idealizam concordam em algo: os tempos eram outros… diferia a mentalidade, a situação política, a forma de se ouvir música e a carga contestatória do rock, há muito dissolvida pelo mercado.

Um dos maiores e mais peculiares focos de produção nacional foi Brasília, com sua plêiade de bandas memoráveis que absorveram profundamente as mudanças que as bandas pós-punks inglesas impuseram ao rock, com seu lirismo sem perspectivas, suas menções ao gótico e seu ritmo arrastado e denso. Taxadas de darks por parte da crítica, essas bandas privilegiavam em sua quase totalidade o idioma português, ao contrário do que houve nos anos 1990 com relação às bandas de semelhante influência. Por terem entrevisto apenas um pouco da produção estrangeira que aqui chegou, essas bandas mantiveram-se heterogêneas entre si, cada qual com suas particularidades, algumas mais punks (Plebe Rude etc.), outras mais próximas ao que na Inglaterra já era chamado de rock gótico (Arte no Escuro etc.).

Entre elas, uma destacou-se em resenhas e coberturas de fanzines dos anos 1990 – podemos apontar a matéria de autoria do Fofão, atual integrante da banda Vultos – como a primeira banda gótica nacional, embora isso nunca tenha sido planejado: trata-se do quarteto 5 Generais, que abocanhou elementos de bandas como Siouxsie & the Banshees, The Sisters of Mercy, Cocteau Twins e The Cure na época em que essas bandas despontavam. Seus registros incluem participações em coletâneas como Rock Brasília (1987), e o mini-LP Onde Estão as Pessoas (1989).

Aqueles que a buscaram devido ao evidente interesse histórico depararam-se com trabalhos que merecem crédito por suas próprias qualidades. “Outro Trago” e “Pássaros Negros”, para ficarmos em apenas dois exemplos, capturam com

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maestria o estilo e a temática da época. Urbanas, noturnas, introspectivas, permeadas duma solidão altiva e da mais visceral insubmissão juvenil, essas canções repletas de “rancores guardados ao Deus e ao Rei” são verdadeiros retratos daquela geração.

Pegou-nos de surpresa, portanto, a notícia do retorno da formação mais duradoura da banda. Um de seus shows, ao lado do Finis Africæ, esgotou os ingresso num só dia; duas composições inéditas serão gravadas; apresentações em outros estados estão cogitados e a grande imprensa, tão cega em relação ao underground, está surpreendentemente receptiva. O vocalista João Vicente e o guitarrista Phélix responderam nossas perguntas a respeito de sua história, de seu retorno e dos planos futuros. Desejamo-lhes sucesso nesta empreitada e recomendamos aos organizadores de eventos que não deixem escapar a oportunidade de tê-los ao vivo.

É ótima a notícia do retorno do 5 Generais que, por sua história e por sua comprovada competência, muito pode enriquecer a cena alternativa Brasileira. Ao leitor jovem que ainda não os conhece, de que forma vocês pontuariam a trajetória da banda, de 1985 até hoje? Quais formações a banda já teve? Que registros musicais existem?

João Vicente: Para mim, a banda começou quando um cara muito estranho foi trabalhar comigo na área de informatica do Serpro. Seu nome era o Marco e ele estava montando uma banda meio new wave chamada Objeto Direto. Depois soube que passara por outras mais conhecidas (Espaçonave Guerrilha e Ratos de sei-lá-o-quê). Fiquei fascinado com a idéia de fazer parte de alguma banda. Isso foi em 1983. Logo depois passei a me interessar mais pela cena underground de Brasília, que começava a ser notada (nem digo "reparada"… seria muito para descrever o que houve na época). Surpreendentemente, em 1984 uma banda da cidade lança um disco: Legião Urbana. Lembro que neste mesmo ano eu fui preso e perseguido pela ditadura militar… os anos eram de guerra. Quase toda semana eu fugia de cães policiais e bombas de gás… pros mais jovens, isso pode parecer loucura, mas assim era. A revolta da sociedade era crescente e a situação estava quase descontrolada contra a ditadura militar.

A banda do Marco acabou e ele montou outra e me chamou pra cantar… "vamos ver qual é", pensei. Na verdade, eu já havia tentado algo com uns amigos (como o João Damasceno, que faz parte da lista Gótico-DF hoje). Mas não achei que eu dava para a coisa… mas me animei. Começamos pauleira… mas em um ano, com o sucesso da Legião e a chegada às gravadoras da Plebe Rude e do Capital Inicial, bandas com imitadores do Renato Russo surgiam de todos os buracos da cidade! Já com mais autonomia na banda, propus mudarmos radicalmente e fazermos algo mais numa outra linha que eu amava… bem mais lento. Mostrei à banda coisas bem depressivas do The Cure, do Siouxsie & the Banshees, do Cocteau Twins e tentamos algo. Nascia ali "Outro Trago" e, pro nosso espanto, virou uma musica cultuadissima. Duas décadas depois, ainda cruzo com gente na rua que nem conheço que canta, me sacaneando com voz chorada: "acaaaabo, de acendeeerr…". A musica passou a tocar muito nas rádios que se permitiam tocar coisas indie (o trem explodiu… fizemos vários programas na Transamérica, Atlântida e outras que já tinham programas de rock).

Fomos chamados pra gravar com o Poladian. Recusei. Chamaram-nos também para a coletânea Outros Rumores para a qual gravamos "Outro Trago" e "Por um Momento". Para gravar na WEA, gravamos "Pássaros Negros" (porque "Outro Trago" estava presa por contrato ao Sebo do Disco). O Outros Rumores não saía, então

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fomos a Belo Horizonte novamente, gravar outra demo. Lá, os problemas de relacionamento se tornaram complicados. Coisas internas da banda. Já que eu era completamente careta, vegetariano radical e não suportava nem o cheiro de cigarro durante o ensaio, cheguei à conclusão de que já tinha feito mais do que devia… e saí. Daí em diante, não posso falar da banda. Mas continuei torcendo por eles… enfim.

Hoje, 18 anos depois, Mozart e Phélix estão tão caretas como eu! Então, por que não voltarmos para alguns shows? Agora estou com o "Outros Rumores" na mão para lançar. Precisando de apoio. Se souberem de alguém que possa ajudar… Preciso de R$ 6.000,00. Já tenho metade, dada por um Pub da cidade onde faríamos o show de lançamento e daríamos 200 CDs pra eles venderem no evento.

Phélix: Sob a pressão da ditadura, contra os estilos pasteurizados, negando o conformismo e quebrando os modismo, eis que entre as paredes de concreto da Universidade de Brasília, tomando conta do palco donde havia saído Legião, Plebe e Capital, surge a nova promessa: 5 Generais. Era véspera de Natal de 1985 e, juntamente com Finis Africae e Arte no Escuro (ainda com Lui, o do Passo), tivemos nosso debut. Com a clássica formação contando com João Vicente (vocal), Phélix (guitarra), Mozart (baixo), Marco A. (bateria) e Zé Maria (guitarra), estávamos prontos para roer a roupa do Rei.

No ano que se seguiu, tocamos em quase todos os espaços de Brasília e cidades vizinhas, além de outros onde chegávamos, montávamos os equipamentos e mandávamos ver (como no caso da Rodoviária Central de Brasília). Sempre tocávamos com bandas parceiras como Escola de Escândalo, Elite Sofisticada, Peter Perfeito (época do Babú) e – lógico – o Arte no Escuro (agora com Marielle), até termos o convite para gravar o Rumores II. Chegamos na mídia de São Paulo e Rio de Janeiro (Bizz, Jornal do Brasil, Folha e outros). Colocamos "Outro Trago" nas FMs e alguns programas locais televisivos como DFTV, mas perdemos Zé Maria por motivos "inadimplentes".

No início de 1987, após o maior quebra-pau com os produtores nos bastidores da gravação do Rock Brasília (LP ao vivo da WEA), gravamos "Pássaros Negros", porém boicotamos o lançamento no dia 21 de abril, aniversário de Brasília, em plena esplanada dos ministérios, sonho para muitos que lá tocaram. Numa viagem a Belo Horizonte para uma gravação, eu e Mozart desacatamos com nossa maneira de ser as autoridades locais e fomos direto em cana; João Vicente, que já estava com outros projetos, deixou o posto que foi prontamente ocupado por Edílson, antigo seguidor da banda.

O 5 Generais cai na estrada… o ano é de 1988, viajamos em todo Brasil levando nosso som não só às capitais como também a cidades em que nem se conhecia o rock, muito menos um som alternativo. Teria que abrir um blog somente para contar estas aventuras; de fugir de hotel pela janela, festa em delegacia, pegar “chato” em espeluncas, passar a noite na Belém/Brasília sem estepe…

Mas conquistamos muitos espaços, como o programa Mixto Quente (Globo-RJ), Kid Vinil (Cultura-SP, inclusive com um especial), entrevistas na Fluminense, Transamérica… o que culminou na gravação do disco Onde Estão as Pessoas, com uma participação super especial de Fejão (do Escola de Escândalo) na faixa "Nas Linhas", que foi lançado no final de 1989. Esta época foi marcada pela decadência geral de todas as bandas, não só as de Brasília como as de todo o Brasil. Se bandas que conquistaram o status de mainstream desabaram, imagine o que aconteceu com bandas independentes como 5 Generais: a política e a economia eram dois inimigos implacáveis para quem tinha idéias e posturas e não

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se subjugavam a imposições do mercado. Quando formada, a banda se chamava Ratos de Brasília. Quando foi que os "ratos" – segundo palavras da própria banda – foram "promovidos ao generalato"? O que mudou, além do nome?

João Vicente J: Acho que já está explicado. Não acho que os Generais sejam derivados do Ratos. Nem sei quem foram esses ratos. Pra mim, sinceramente, os 5 Generais (nome em homenagem aos generais da ditadura militar; até hoje estranham o fato de sermos quatro) nasceram no dia em que fizemos "Outro Trago". O que veio antes foi um ensaio pra isso.

P: Na verdade, existiam duas bandas: Espaçonave Guerrilha, de onde vieram Marco A. e Zé Maria, com influências de punk rock e Cogumelo Atômico, de onde viemos eu e Mozart, com influencias de hard rock e metal. Com a entrada de João Vicente, que trouxe umas fitas esquisitas tipo Halfman Halfbiscoit, Vzyadoq Moe, Cocteau Twins etc. foi que aconteceu a mágica. Ratos foi uma banda histórica em Brasília, mas apenas Marco A. tocava nela.

O próprio João afirmou certa vez que "Pássaros Negros" tratava-se duma "singela homenagem aos góticos". A própria letra da canção já captura com maestria o ambiente noturno de então, e passados tantos anos – vocês acham que a cena gótica de Brasília preserva suas características originais? Como a descreveriam hoje?

J: Vejo pouco da cena gótica por aqui. Mas sei que existe. É claro que os tempos são outros… O próprio acesso à informação é outra. Nós, pra falar bem a verdade, éramos darks porque éramos… não havia uma cena. Não nos mirávamos em nada, porque se hoje, com internet, chega quase nada, naquela época era zero. Muito pouco interagíamos com outros locais, quando íamos ao Rio (Crepúsculo de Cubatão) ou São Paulo (Madame Satã e outros points). Hoje é outra coisa… há pessoas estudando. Há pessoas se encontrando, fazendo sarais etc…

Phélix P: Poucas são as bandas que preservam o movimento, pois a maioria aqui só pensa em fazer sucesso imediato imitado as formulas convencionais. O forte aqui é o movimento metal, que se une, se ajuda e promove shows, todos no meio muito independente; que o diga meu amigo Felipe C.D.C. Porém existem Bandas como Vultos (do Fofão, ex-Lupercais), Banda Invisível (do João Paulo), Morffina (da Kelyane, da qual inclusive eu também participo), 7 Outubros (influencia direta, conforme integrantes, do 5 Generais) e Rosa dos Ventos (influencias do Arte no Escuro). Existem outras também, mas as dificuldades impedem seu desenvolvimento.

A parceria com Marielle Loyola rendeu um clássico, "Outro Trago". Outras iniciativas semelhantes já foram planejadas ou postas em prática?

J: Não que eu saiba. Já é demais a gente mesmo se reunir… Mas quem sabe?

P: Infelizmente, temos poucos registros dessas situações, mas já tocamos com uma pancada de gente durante esses anos.

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Um registro precioso é a gravação ao vivo de "Mariana" (versão em português de "Marian", da banda inglesa The Sisters of Mercy). Essas referências sonoras, na opinião de vocês, já faziam a banda ser encarada como gótica? Ou isso foi ocorrendo aos poucos, tardiamente?

Mozart J: Essa coisa da "Marian" é engraçada… Eu escrevi a letra baseada na versão dos Sisters porque justo antes de um show morreu uma pessoa de nome Mariana. Aí deu o estalo e preparamos pra só uma apresentação (acho que tocamos mais uma ou duas vezes). Nossas referencias maiores (as minhas, ao menos) vinham desde as fazes negras do The Cure, Cocteau Twins, Siouxsie & the Banshees, Jesus and Mary Chain até um coisa mais pop como Simple Minds. Nós não tínhamos idéia de que um dia seriamos chamados de góticos, até porque ninguém usava esta palavra na época. Porque, e simplesmente porque andávamos de preto nos chamavam de darks… As letras se tornaram mais densas e tristes, na medida em que buscávamos um espaço naquela zona pós-punk. Não queríamos ser mais uma banda a fazer "tum tum tum" e se parecer com Legião Urbana. Resolvemos dar uma guinada para um som mais lento e letras mais densas. Foi uma coisa natural, absolutamente sem ser baseada em nada. Isso aconteceu em alguns lugares… Em São Paulo havia o Violeta de Outono… no Rio o Ethiopia… e muitas outras coisas assim. A diferença é que nós fomos fundo mesmo. Bem tristes e arrastados. Até que um dia vimos que nós éramos mesmo diferentes (tínhamos mais semelhanças com o Arte no Escuro e menos o Finis Africae).

Em razão da atual configuração da Internet e da facilidade em se divulgar arquivos de áudio, vocês já cogitaram disponibilizar as raridades da banda – como sua primeira fita de demonstração – na grande rede?

J: Primeira fita? Deus os livre!… Mas temos material sim. O CD "Outros Rumores" está para sair com duas músicas nossas – "Outro Trago" – nosso maior hit na época, e "Por Um Momento".

P: Agora com nosso retorno espero fazer um site oficial da banda em que poderemos divulgar todo material que ainda existe, como demos, registros ao vivo, shows, fotos, essas coisas. Aguardem!!

Marco A. Qual é a situação atual da banda? Exatamente há quanto tempo ela foi reagrupada? Já há alguma nova composição disponível? E quanto a apresentações ao vivo?

J: Houve um no dia 29 de abril, no Teatro Nacional de Brasília. Estou acertando shows no Gate's em Brasília e mês que vem vou ao Rio, Belo Horizonte e Curitiba… quem sabe?

P: Já estávamos cogitando um show para lançarmos o CD "Rumores II" quando recebemos o convite do FMI (Feira de Música Independente) que (já) aconteceu. A repercussão foi maior que imaginávamos, pois a imprensa nos deu o maior destaque, os ingressos para o show acabaram uma semana antes, o pessoal estava todo lá dando uma força: Loro do Capital, Fellipe da Plebe, o pessoal do Finis, até a irmã do Renato Russo queria dar uma canja com a gente!!! Foi realmente muito emocionante. O reconhecimento mesmo após tantos anos sem tocar e o pessoal ainda conhecia as letras e pedia músicas, foi demais!!!

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Estamos pensando em entrar no estúdio para gravarmos duas músicas. "Cenas" e "Naufrágio", para divulgação, já que essas nunca foram gravadas e têm ótima aceitação em shows.

Como devem proceder aqueles que desejam comprar materiais da banda?

J: Mandem e-mails para mim ([email protected]). Estou fazendo uma lista de interessados em comprar o "Outros Rumores"… sai até final do ano. Estou à procura de patrocínio. Alias, se souber de algo… preciso de mais ou menos R$ 6.000 para lançar 1.000 cópias. São ao todo oito músicas de quatro bandas da época aqui de Brasília.

P: Quem quiser entrar em contato para trocar uma idéia, saber da banda, dar umas dicas, xingar, enfim, qualquer coisa, o meu endereço é [email protected].

O que vocês destacariam da atual lavra alternativa do DF? O que vocês têm ouvido e visto de melhor por aí?

J: Olha… até pouquíssimo tempo não havia nada. Começaram um movimento calango com bandas misturando sons regionais do cerrado com rock. Mas acho que isso sumiu junto com o Mangue Beat. Recentemente, mas muito recentemente, com novos pontos de encontro que surgiram na cidade (Landscape, que já fechou, e Orange, em que eu que toco e vai indo bem) novos grupos vem se formando. Coisa muito boa… Mas ainda não sei dizer os nomes das bandas.. O nome de maior destaque é o do Móveis Coloniais de Acaju…

P: O que tenho ouvido e visto de pior, você quer dizer. Mas, além das que já citei, existem bandas como Radiossauros (rock cerrado), Suíte Super Luxo (rock alternativo), Death Slam (grind) e Prisão Civil (punk rock de origem), porém tenho esperança, sempre surgem grupos para não deixar morrer essa chama que temos dentro da alma. Abraços a todos e não esqueçam que "sonhos são aquilo que ainda vamos realizar…".

Fonte: revista carcasse – “5 generais – de volta ao front” http://www.carcasse.com

Mais em: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=6665336

http://br.youtube.com/watch?v=n53XYHbSJg8 http://br.youtube.com/watch?v=D9Ra28GH3XM http://br.youtube.com/watch?v=vJGDbcc6uy0

Banda de relativa notoriedade do rock Brasileiro dos anos 80, o Kafka lançou dois trabalhos na década de 80 os LPs, Musikanervosa (1987) e Obra dos Sonhos (1989) recentemente relançados em formato cd simples. Representam uma época em que o rock no Brasil era bem menos unidimensional do que hoje. O primeiro disco traz uma ousada e bem conduzida mistura de psicodelismo com toques góticos, orientais e jazzísticos (este, o fio puxado pelo sax de Renato Mello), com letras cheias de referência literárias (a música Gregor, é claro, é baseada em A Metamorfose, do Franz padrinho Kafka), às vezes pecando pelos exageros. Destacam-se em Musikanervosa o hit Temerário Lua (Ente Um) (em que o vocal de Abrão Levin lembra bastante o de

11- kafka - valsa do medo (1987) SP

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Guilherme Arantes), Valsa do Medo (bem Cocteau Twins) e As Tribos da Noite (com a inconfundível guitarra glissando de Fábio Golfetti, do Violeta de Outono). Com outro saxofonista (Edgar Chermont), um percussionista (Don Dimas) e um tecladista (Gerson Suria), o Kafka voltou mais sujo, suingado e sofisticado em Obra dos Sonhos, seu segundo trabalho, que não repete a mesma qualidade do anterior, mas que vale por faixas como a bonita Plenitude a francamente jazzística Eu e Eu . Outra musica conhecida foi a posterior “alem das dunas” presente na coletânea violet carson. Formação: Abrão Levin: Lead Guitar (Vocals), Paulo Bloise: Drums, Renato Melo: Saxophone (Guitar), Renato Carvalho: Bass Extraído em parte de www.cliquemusic.com.br A seguir palavras do vocalista abrão Levin extraídas na comunidade do Kafka no orkut, que indicam o paradeiro dos integrantes da banda:

“Um breve resumo

Sim, o Renato continua tocando, é um exelente músico e esta morando nos EUA; Ele pode dizer com mais detalhes com quem toca e tudo mais... Eu continuo com a musica tambem, tenho um studio e trabalho como engenheiro de som e produtor, ainda componho toco e canto... Gosto de produzir outros musicos e atualmente, tenho ficado mais atraz da mesa de som; Estou morando em Israel. Sei tambem que o Renato Mello continua tocando Sax e fez um trabalho recente com o Fabio Golfetti do Violeta de Outono; O Paulo Bloise tem uma banda e continua morando em Sampa. Pensando bem... estamos todos na ativa!” Mais em: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=7361386 http://www.garageband.com/artist/theKafka http://cogumelomoonpoprock80Brasil.blogspot.com/2006/03/kafka.html#links http://br.youtube.com/watch?v=4ZYBWllwdpI Uma das bandas góticas mais queridas no Brasil (ou post punk - dark mais querida do Braisil se preferirem) Tinha como vocal Marielle ex- Escola de Escândalo. Lançou um LP em 1987 com oito músicas. Possuía alguma influencia do estilo do Escola de Escândalo trazendo também ótimas letras e músicas. Atualmente Marielle faz parte de uma banda de Curitiba chamada Cores d' Flores, depois de ter passado pela banda de metal Volkana. O LP em vinil do Arte no Escuro é uma raridade é pode ser encontrado

12 - arte no escuro - beije me cowboy (1987)DF

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em galerias de rock de São Paulo ao preço de R$ 40,00. Suas músicas mais conhecidas são Beije-me cowboy e Na Noite. Banda: Marielle - Voz/ Paulo Coelho - Guitarra / Pedro Hiena - Baixo / Adriano - Bateria. A banda ao se definir:

A tela prateada e luminosa, o cinema, é arte no escuro. Os movimentos rápidos de um fósforo no escuro, cirando diferentes formas, são uma expressão artística. Mas a Arte no Escuro em forma musical também existe. E é feita no Brasil.

ARTE NO ESCURO é uma de Brasília. Não mais uma banda do que se convencionou chamar "Rock de Brasília". Ela poderia ser de qualquer lugar, pois o trabalho que faz é internacional, só que utiliza o idioma português. O som é inspirado nas melhores bandas "noir"européias, sobretudo inglesas, mas com uma forte dose de personalidade própria e com um estilo e vontade de tocar acima do puramente profissional. Pois se há uma coisa que sobra no ARTE NO ESCURO é vontade e emoção.

E seguindo um conceito dentro do seu estilo, o ARTE NO ESCURO passeia com suas letras por temas abstratos, sombrios, melancólicos, românticos, quase que como num filme expressionista. A música flui perfeita dentro desse clima. E a voz da cantora Marielle é sublime. Ela vaga por entre as músicas criando climas que vão do hipnótico ao emocional. Em Beije-me Cowboy ela cria uma atmosfera erótico-masoquista super forte, e nas outras faixas mantém sempre o ar emocional, junto com a guitarra de Paulo Coelho, o baixo de Pedro Hiena e a bateria de Adriano. Somados, voz e instrumentos, eles formam o corpo e a alma do ARTE NO ESCURO. Mas além dos quatro integrantes a banda teve a participação de Lui (o mesmo do Passo), co-autor de quatro letras das oito músicas que compõem esse elepê de estréia.

Um coisa muito peculiar aos que são de Brasília é a unidade, o companheirismo, esse ar de uma única grande turma, onde um está sempre à disposição do outro para uma mãozinha. Esse foi o caso de Gutje, o baterista do Plebe Rude, que assina a produção ao lado de Mayrton Bahia. Gutje assegurou a boa tradução das idéias do grupo para o vinil e o resultado final foi muito bom. Outros amigos de outros grupos também compareceram no disco, como Cascão e Débora, do Detrito Federal, na faixa Entre Aves de Rapina.

Agora é a vez de todo país conhecer a arte do ARTE NO ESCURO e perceber que por trás das sombras se esconde muita poesia... e dor.

Tom Leão (Retirado do encarte do LP Arte no Escuro, de 1987)

Abaixo matéria e entrevista realizada pelo portal gótico carcasse:

Arte no Escuro

Reminiscências de uma Brasília perdida no tempo

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Marco inicial do gótico nacional, o ano de 1985 viu os primeiros registros de bandas como o Muzak, de São Paulo, além de fazer da cidade de Brasília uma incubadora de bandas que, além beber das fontes pós-punks inglesas, assimilavam o estilo e a atmosfera sonora de bandas como Cocteau Twins, Bauhaus e Joy Division.

Antes disso, influências do gótico inglês eram notáveis até mesmo em bandas "comerciais" como RPM, mas sempre havia um atenuador, como o contraponto eletrônico ou, no underground, a adição de sonoridades nacionais (vide o experimentalismo de bandas como Black Future, Chance e Fellini).

Então, o que diferenciava a primeira leva pós-punk daquela safra pós-85? Naquele ano, por exemplo, o Finis Africae tocava "Kick in the Eye" num de seus shows e a apresentava como uma canção de "um conjunto de punks góticos ingleses, o Bauhaus". Se São Paulo tinha as galerias de lojas importadoras de discos, Brasília, igualmente privilegiada, tinha nos filhos dos diplomatas pequenos e eficientes focos de difusão cultural. Não espanta, portanto, o grau de acuracidade com que uma banda como o Bauhaus é citada ao vivo. Havia informações abundantes; além disso, havia muita vontade de produzir algo afim, sendo a banda 5 Generais o exemplo cabal da emulação sonora de então.

Filipeta de 1985 Tais bandas não eram casos isolados de uma subcultura limitada a "ilhas" urbanas. Havia intenso diálogo, o que se comprova por uma filipeta que naquele ano divulgava justamente uma apresentação com as bandas Finis Africae, Detrito Federal, 5 Generais, A+ e… Arte no Escuro. Quanto à última, que naquela apresentação estreava muitíssimo bem acompanhada, podemos afirmar que sua trajetória configura um "passo além" rumo a uma sonoridade que não mais se via como herdeira de tradições Brasileiras, mas como uma legítima encarnação pós-punk, de cariz gótico e intimista.

Fundada naquele mesmo ano, a banda contava com Lui (voz), Pedro Hiena (baixo e letras), Adriano Lívio (bateria) e Paulo Coelho (guitarra). Já em sua primeira apresentação, a banda protagoniza cenas que serviriam de prólogo à sua lenda: ao cantar "Beije-me Callboy", canção sobre o submundo Brasiliense com cenas de prostituição e suicídio, o vocalista Lui despeja um recipiente de tinta negra sobre si, num happening até hoje comentado pelos presentes. Musicalmente, a banda já iniciava com uma maturidade invejável, mas os anos seguintes provariam que havia muito ainda a realizar.

Poucos meses após a primeira apresentação, o vocalista Lui deixa a banda e dá lugar à jovem Marielle Loyola, então recém-saída da Escola de Escândalo, onde fazia os vocais de suporte. O talento, a presença e o estilo da nova vocalista serviram como um enorme diferencial naquele momento de efervescência musical, e as rádios passaram a executar algumas faixas da fita de demonstração da banda, como "Beije-me Callboy" e "Na Noite". Em 1987, o Arte no Escuro foi contratado pela EMI e o álbum intitulado Arte no Escuro (1988) seria lançado poucos meses depois, com evidentes amostras do impacto musical e do apelo visual da banda. Ironicamente, comenta-se (no livro Dias de Luta, por exemplo) que a Escola de Escândalo, banda que expulsara Marielle, foi preterida pela gravadora, que preferiu apostar justamente em sua nova e instigante banda.

Após o lançamento do LP, Marielle funda a banda Volkana, de Thrash Metal, mudando-se para São Paulo. O Arte no Escuro então encontra sua dissolução e seu único lançamento de mercado torna-se cada vez mais cobiçado pelos colecionadores. O contrato com a gravadora, aliás, expirou em 2004, o que deixa o

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trabalho disponível para negociação por outros selos. Uma eventual edição em CD não só serviria para recompor o quebra-cabeça da história do rock nacional, como também daria algo palpável às legiões de novos apreciadores da banda, que se lamentam de só disporem de arquivos digitais, sem algo mais "palpável". Em CD, a banda teve apenas uma canção lançada ("Beije-me Cowboy"), incluída por Charles Gavin (Titãs) na compilação Discoteca Básica: Pop Rock Nacional dos Anos 80, o que é bom, mas ainda é muito pouco.

Atualmente, Marielle se dedica à banda Cores D Flores e Pedro vive em Londres, enquanto os demais ex-integrantes parecem ter abandonado a música. Conversamos com os dois primeiros a respeito da trajetória do Arte no Escuro, verdadeiro patrimônio da música Brasileira dos anos 80.

Muito obrigado por responder a estas perguntas. É uma honra estar em contato com vocês.

Para começar, eu gostaria de falar sobre os anos que antecederam a formação do Arte no Escuro. Brasília era um saudoso celeiro de bandas punks, e vocês integraram as bandas Os Sociais (caso do Pedro), e Escola de Escândalo (caso da Marielle). Como vocês descreveriam esse tempo e as duas bandas cujas histórias se confundem com as suas?

Pedro: Eu e Paulo éramos da "tchurma", como dizia o Renato "Manfredo" Russo, e sempre estávamos envolvidos com o pessoal da Legião, Plebe e Capital. Eles começaram a viajar para o eixo Rio—São Paulo para tocar, e a gente pensava: "se eles conseguiram, por que não tentar?". Anos antes, eu já escrevia letras. "Psicopata", do Capital Inicial, por exemplo, é de minha autoria, e eu tinha um livro cheio delas. Paulo tocava guitarra e eu sempre quis tocar baixo. Os Sociais foi uma das minhas primeiras bandas e, que eu me lembre, só fizemos um show. Eu cantava e escrevia as letras... Todos d'Os Sociais, fora eu, eram filhos de diplomatas, incluindo o Nick, que era alemão. Sempre havia a sombra de que alguém iria deixar a cidade e acho que foi isso o que aconteceu no final. Só não lembro quem partiu... Já ouvi muitos rumores sobre Os Sociais. Eu mesmo não me lembro de nenhuma música e nem do que eu cantava! Tem um mp3 por aí que na verdade foi uma jam session num boteco, eu e um monte de gente, e resolveram dizer que é d'Os Sociais. Pure bullshit! Que eu saiba, ninguém tem algo gravado da época.

Marielle: Bem, na verdade, as lembranças que tenho são as de uma pré-adolescente normal integrando-se a um grupo de pessoas com informações variadas e já criando seus ídolos, que, naquele momento, eram o Renato Russo e o Marcelo Bonfá, nosso galã (risos). O meu primeiro ensaio com o Escola de Escândalo foi engraçado... eles ensaiavam no "closet" da casa do Alessandro "Itália" (o pai dele era embaixador da Itália, acho). Eu cheguei e só conhecia o Itália, e ele foi me apresentando aos outros componentes: Bernardo era o vocalista, irmão mais novo do André X, baixista da Plebe, grande poeta. Geraldo era o baixista, irmão do Loro Jones do Capital, muito boa pessoa e divertido, daí eles me apresentaram o Fejão como um tarado sexual, dizendo que tudo correria bem se eu não chegasse muito perto! (risos) Na minha opinião, ele é um dos maiores guitarristas que esse país já teve, tornando-se um irmãozão... saudade do Nego Véio... Mas o que me assustou mesmo foi a altura dos caras. Acho que o mais baixo deles tinha 1,87 m de altura. Eu, com meu 1,69 m me sentia uma formiguinha ali. Bem, como vocês podem sentir, a nossa convivência sempre foi legal com a turma e tudo era bem divertido... um bando de malucos alegres.

Vocês ingressaram na banda em momentos diferentes. Seria ótimo poder saber um pouco mais sobre o momento em que cada um passou a integrar o Arte no Escuro, o

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Pedro na formação e a Marielle na substituição do Lui como vocalista. Qual era a "proposta" inicial da banda e como se deu o convite à Marielle?

P: O Arte no Escuro no começo era eu e Paulo Coelho. Eu nem tinha baixo na época e tocava a linha do baixo em uma guitarra. Conhecia o Adriano havia tempos e lembrava que ele tocava bateria. Convidamo-lo e ele aceitou. Com o Lui foi a mesma história: sempre nos encontrávamos no Beirute para tomar uma, e ele tinha interesse em cantar. Acho que ele apareceu ou o convidamos para ver o ensaio e foi isso. Lui é pintor e muito interessado em artes plásticas. Num bate papo, ele comenta sobre um movimento artístico, onde o fotógrafo ou pintor se amarra em arame farpado, sangue saindo, e se pinta e tal. Flagelação por arte. Algo por aí. O nome do movimento era Art in the Dark. Fizemos três ou quatro shows com o Lui nos vocais e parecia que estávamos fazendo um nome. Um belo dia, Lui diz que tinha conseguido transferência de trabalho para o Rio e se vai... Marielle tinha acabado de sair do Escola de Escândalo... éramos fãs do Cocteau Twins; uma voz feminina apelou na época, e pensamos: "por que não?".

M: A minha entrada no Arte no Escuro ocorreu em um momento bem chato pra mim, na verdade, pois eu estava muito triste com minha "expulsão" do Escola de Escândalo pelo Bernardo, após uma apresentação em um programa da Rede Globo chamado Mixto Quente, no qual, das quatro músicas que nós tocamos, foi ao ar justo a que eu cantava, pois na banda eu era só backing vocal, e havia essa música chamada "Complexos" que o Bernardo fez para eu cantar. Nossa, fiquei muito mal com o telefonema dele... e pesou o fato de ele não ter me falado ao vivo, foi pelo telefone... foi punk mesmo. Então, no dia seguinte, o pessoal do Arte no Escuro me ligou dizendo que o Lui estava indo morar no Rio e que eles estavam sem vocalista... nossa, para mim foi tudo de bom, pois eu já conhecia o pessoal da banda e, claro, conhecia o som, pois lá como já te disse todos conheciam todos e todos apoiavam todos. Acho que esse era um grande diferencial do que presenciei depois em vários cenários da música pelo país... a gente podia até xingar, zoar e tudo mais nos shows das outras bandas, mas sempre estava todo mundo lá (risos)!!! Éramos adolescentes felizes!!

Marielle Loyola Não é raro ouvirmos testemunhos entusiasmados de apresentações ao vivo do Arte no Escuro repletos de cenas antológicas. Dizem que, certa vez, por exemplo, o Lui despejou tinta preta sobre o próprio corpo cantando "Beije-me Callboy". E para vocês, quais foram os momentos "ao vivo" mais memoráveis? P: Esse "show da tinta", na verdade. Foi o nosso primeiro show... Tivemos muitos shows memoráveis, lembro-me de um no Teatro Galpão, em Brasília, já com a Marielle, chamado "Feira de Música", que acontecia toda segunda-feira. Cada banda tocava duas músicas e era isso. A platéia não hesitava, atirava tomate e o diabo se a banda fosse ruim. Tocamos duas músicas e não atiraram nada; no final, aplaudiram. Acabamos sendo convidados para fazer uma noite especial só do Arte no Escuro. Nossos shows tinham muito clima e energia, coisa que no disco acabou sendo pasteurizada, o que foi uma pena. Na minha opinião, o registro acabou não fazendo justiça ao Arte no Escuro.

M: Putz... na verdade, com o Arte tenho várias recordações legais, o show em Fernando de Noronha... acho que fomos a única banda de rock a tocar lá... meu... o povo gritava muito com a iluminação, eles piraram realmente. O show histórico no Teatro Nacional também, onde fizemos do palco a platéia... foi assim: colocamos arquibancadas no palco e nós, músicos, ficávamos em pequenos tablados individuais. Foi o show de lançamento do disco, muito legal. Na verdade, tínhamos um superempresário, também moleque como a gente na época, mas que sempre soube

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agilizar e potencializar nossa banda: Luiz Fernando Artigas (Fegê), que hoje é um grande articulador político de Brasília.

Bandas como Gang of Four e Joy Division são muito citadas como influências pelas bandas Brasilienses de meados dos anos 80. No caso do Arte no Escuro, vocês acham possível apontar alguns nomes que lhes serviram como referências musicais? Aproveitando o gancho, o título de "Joy" tem alguma relação com o Joy Division?

P: Eu, Paulo e Adriano sempre fomos apaixonados pelo Joy Division. Na época, acho que tivemos influência do Echo & the Bunnymen, Cocteau Twins, The Cure, Siouxsie & The Banshees, The Sisters of Mercy, Magazine e The Smiths, para citar algumas. "Joy" foi feita sem esta intenção, mas acabou tendo todas as marcas do Joy Division... Na verdade, até abrimos alguns shows com ela e nunca pensamos em pôr letra ou gravar.

M: Eu sempre tive uma salada de influências em meu repertório que, acredito, foi muito trabalhado pelas minhas amizades. Sempre fui de circular em várias turmas, então eu ouvia muito Cocteau Twins, The Cult e U2, com o pessoal do Arte, mas o Negreti (Legião) e o Ameba (Plebe) não saiam lá de casa, então eu ouvia muito Dead Kennedys, punk rock e hardcore de verdade e, como o Fejão também ia muito lá em casa, e sempre trazia vídeos e cassetes para a gente ouvir, já viu, né?... aí era metal na cabeça: Metallica, Slayer, Ozzy, Suicidal Tendencies e até o metal farofa!!! (risos) Bem, por aí você vai vendo como as coisas aconteciam, tanto que o Ameba, o Negreti e o Fejão depois montaram uma banda chamada Dentes Quentes, onde eles tocavam Dead Kennedys e um pouco do metal. Já em São Paulo, quando me mudei com a Volkana, conheci o rap... o hip-hop, através do Thaíde e do DJ Hum, que participaram do disco da Volkana... e aí... mais uma paixão... Filtrando tudo isso, tiro todas as sonoridades que tenho em minha alma hoje... a belíssima voz de Elizabeth Fraser, do Cocteau, a simplicidade do Ozzy, a garra do Jello Biafra, o peso do Metallica, a exatidão métrica do hip-hop em algumas coisas e, claro, a paixão pelo Bono... ai, ai... rolou até paixão pelo Bon Jovi e Skid Row, acredita??? Eu trago tudo isso para a Cores D Flores... peso e melodia!

Graças ao excelente site que vocês prepararam, podemos ouvir versões alternativas de várias das canções da banda, além de termos acesso a verdadeiros documentos históricos, entre fotos, filipetas e artigos de época. Como vocês avaliam a repercussão desse material?

P: Não tenho nem idéia de quantas pessoas já entraram no site. Fiz ele sozinho com o material que eu e o Paulo Coelho havíamos guardado. Fora o Paulo, também consultei o Adriano sobre idéias. A intenção nunca foi a de divulgar o Arte no Escuro, mas sim de ter algo para lembrar, um arquivo, nada mais. Daí o material nele. Coloquei tudo que tínhamos achado na época. Daí o "RIP" na main page.

M: Bem massa, né? Pois essa entrevista mesmo só está rolando por causa dessa história que não pode morrer nunca, essa é a história do rock candango e não pode ser esquecida ou ignorada... por isso que me divirto quando alguém compara meu atual trabalho ao da Pitty... adoro o que ela fez no rock nacional, acho ela extremamente talentosa, canta pra caramba e é uma ótima compositora, mas, cara, tem muito jornalista que ignora essa história e quer falar do rock nacional. Acho que informação é importante pra qualquer um, para jornalista então... nem se fala, né??

Excluídos os materiais divulgados no site da banda, existem ainda registros inéditos do Arte no Escuro, como vídeos, composições, clipes?

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M: Acho que essa é bem para o Pedro responder, pois eu sempre fui inútil nesse ponto para a banda... era muito moleca aprontona e nem me ligava em organizar nada, aliás, acredito hoje que foi minha imaturidade o que mais atrapalhou o Arte no Escuro... aí, Pedro... foi mal!!! Tanto que hoje na Cores quando faço esse tipo de coisa, lembro-me do imenso acervo que eu poderia ter.

P: Lembro-me de ter visto na TV o show inteiro que fizemos no Teatro Nacional de Brasília, nos bastidores da sala Villa-Lobos. Gravei-o em VHS, e minha ex-mulher fez o favor de gravar em cima Galaxy Rangers para o meu filho, porque não tinha achado outra fita... Não tenho certeza, mas acho que foi a TV Cultura de Brasília a emissora que o veiculou. Com certeza há vídeos de shows que fizemos em Brasília, o problema é achar...

Arte no Escuro (1988) Quanto às canções selecionadas no álbum Arte no Escuro (1988), notamos algumas mudanças em relação às suas versões anteriores. Além de "Beije-me Callboy" ter sido renomeada como "Beije-me Cowboy", um pequeno trecho da letra de "Celebrações" parece ter sido suprimido. Como se deram essas mudanças? Houve alguma interferência da EMI ou tudo fez parte da maturação natural do material?

M: Outra que tem de ser respondida pelo Pedro, pois eu cantava mas não tinha muita participação nas composições, a não ser nas melodias de voz. Lembro-me que "Celebrações" estava muito longa e repetitiva; quanto a "Beije-me Cowboy" eu nem sabia que tinha mudado de nome, só sabia que a intenção dela era a de falar sobre um garoto de programa, mas só. Aliás, no disco do Arte no Escuro tive a minha primeira oportunidade de compor uma letra, o que devo ao Pedro, com quem, com certeza, aprendi muito. Pensando bem, aprendi com os melhores: o Renato (Russo) sempre me dava toques sobre palavras e como usá-las, métrica... o Pedro me fez ler muitos livros legais, além de falar de amor de uma maneira obscura e tão romântica, cantar as letras do Bernardo (Escola de Escândalos) também me ensinou como usar palavras sem nenhuma sonoridade, mas com muitas possibilidades.

P: Só foi maturação do material. No LP, foi burrice não termos gravado "Inocência", pois era uma das nossas melhores músicas em shows. Por incrível que pareça, tanto a EMI como a produção, que foi inexistente, nos deram carta branca no estúdio.

Uma belíssima parceria entre a banda 5 Generais e Marielle ("Outro Trago?") havia sido gravada para a coletânea Outros Rumores, que nunca foi lançada. O Arte no Escuro também participaria dela?

P: Acho que já estávamos em contato com EMI e outros selos na época e não queríamos arriscar lançar algo por um selo pequeno quando gravadoras grandes estavam demonstrando interesse em nós.

M: Essa música, se não me engano, saiu agora, no Rumores II. Recebi a versão remixada e "tá o bicho", aliás, o 5 Generais é outra banda da época muito do cara...mba (risos).

Em 1988, jornais e revistas apontaram influências do pós-punk inglês na sonoridade do Arte no Escuro. A Bizz, por exemplo, apontou um "clima gótico" nas canções da banda e registrou sua recusa ao rótulo "dark". O que vocês diriam sobre tais associações?

P: Na época, negamos, pois era o tal de rótulo, blábláblá de mídia tentando criar polêmica para vender ou pegar a atenção do público: "há um novo bicho pra

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vendermos, e ele se chama dark"... Acho que estávamos mais para Echo & the Bunnymen que para The Sisters of Mercy.

M: Meu, fomos a primeira banda gótica ou dark do país, não adianta fugir desse rótulo. As letras nos submetiam aos climas "escuros" do amor e da vida. Acho que Álvares de Azevedo gostaria muito de ouvir o Arte no Escuro (risos).

Pedro Hiena Vocês já chegaram a negociar o relançamento do Arte no Escuro em formato digital? Vocês arriscariam alguma explicação para o inexplicável atraso da gravadora em disponibilizá-lo novamente?

P: Por volta de 1995, lembro-me de ter ouvido falar que a EMI estava interessada em ter-nos no estúdio para gravarmos material novo. Se foi verdade, não sei. Todas as bandas dos anos 80 estavam regravando ou voltando. Eu já estava morando em Londres na época e lembro-me de ter dito a alguém que só voltava para o Brasil se me pagassem U$ 1,000,000.00. Não acho que vão lançar o CD. No final das contas, não vendemos muitas cópias.

M: Eu e o Paulo Coelho até pensamos em tentar um relançamento. Fizemos um contato meia boca e desistimos. Na verdade, uma empresa como a EMI não se interessa pela história ou por registrar documentos com que o rock nacional seja memorizado ou eternizado. Para eles, o que conta é a grana, bufunfa, din-din, o som do produto não importa, mas sim o som da máquina registradora. Ainda bem que existem pessoas como você e esse seu trabalho tão engrandecedor da cena nacional, porque senão a maioria dos jovens ouvintes não teria a oportunidade de saber como começou ou de onde vieram nossas raízes musicais.

Atualmente, existem bandas – como a Brasiliense Últimos Versos – que tomam o Arte no Escuro como inspiração e parâmetro musical para seus trabalhos. Como é, para vocês, saber que o Arte no Escuro ainda faz escola?

P: Uau. Nem tinha idéia. Legal. Interessante. Quero ouvir esses carinhas.

M: Pô... eu me sinto extremamente orgulhosa, várias pessoas entram em contato para trocar idéias e passando sempre uma vibe positiva sobre o trabalho do Arte. Em Brasília há também a Morffine, do Phélix do 5 Generais, que também vai pra esse estilo e confessa a influência do Arte. Muito bom... é muito dez ser útil pra alguém (risos).

E quanto ao fim da banda? A que vocês o atribuem?

P: A EMI terminou nosso contrato. "Lambada" virou febre nacional (não estou brincando, de verdade!). Shows ficaram muito difíceis de arrumar. Marielle decidiu cantar em uma banda de heavy-metal e, para ajudar ainda mais, havia a vida. Acho que cansamos de nadar contra a corrente. Amor à musica nunca pagou contas.

M: Bem, eu me sinto bastante culpada, como já assumi anteriormente. Fui irresponsável em vários momentos importantes da banda e sei que a falta de maturidade foi fator derradeiro. A assinatura do contrato do Volkana com a Eldorado também pesou... Eu me apaixonei pelo metal... e quando vi, já era. Sei que magoei pessoas legais com a minha falta de continuidade e loucuras... mas já foi.

Após a dissolução da banda, em quais outras bandas os membros do Arte no Escuro tocaram? Sabemos do Volkana e do Vollume, bandas que contaram com a voz

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preciosa da Marielle, além do Cores D Flores, sua atual banda. Você poderia comentá-las, Marielle? E quanto ao Pedro, ao Adriano e ao Paulo? Em quais outras bandas tocaram?

P: Eu e Paulo tivemos uma banda que nunca saiu do ensaio ou estúdio. Depois disso, fui convidado e acabei tocando no "new" Detrito Federal por quase um ano. Viajei o Brasil inteiro com eles tocando baixo e acabei escrevendo algumas letras e músicas. Também no Detrito, por uma época, estava o Eduardo "Balé", baterista do Escola de Escândalo. Aqui no Reino Unido, por volta de 96-98 fiz mix de música eletrônica com jazz, ou Breakbeat. Tenho um estúdio no meu laptop e toco baixo, violão e até teclado quando o santo baixa. Que eu saiba, Adriano e Paulo aposentaram as chuteiras em termos de música.

M: Mantenho contato com o Adriano, que conseguiu realizar seu sonho de ser diplomata, o que eu acho muito importante... realizar sonhos... com o Pedro, acho que falei pouquíssimas vezes, pois ele foi para Londres; com o Paulo também falei poucas vezes, mas sei que ele também realizou seu sonho de montar uma empresa de arquitetura. Quanto ao meu destino, fui para o Volkana, que teve uma ótima aceitação do público e da mídia, mas tive de me afastar quando meu irmão ficou doente e veio a falecer (ele era um grande amigo, parceiro... um tudo pra mim, aliás ele até participa do disco do Volkana), voltando pra Curitiba (minha cidade natal), onde minha família precisava de mim naquele momento. Já estava casada com o McCoy, que é um grande guitarrista e que esteve sempre ao meu lado nos quase quatro anos em que me neguei a cantar, convencendo-me a voltar a compor e me agilizar formando a Cores D Flores, após ir a um show do Capital Inicial no qual o Loro Jones e o Dinho me incentivaram muito também a voltar. A banda Vollume, na verdade, foi uma transição da Cores para um som mais pesado, mas sempre foi a Cores, embora com outro nome durante seis meses. Hoje, a Cores D Flores já está se fixando no mercado independente. Já temos três demos lançadas, o Entre Sonhos e Pesadelos, onde exponho as aflições de sonhar, amar e odiar neste planeta, quase uma coletânea dos anos anteriores da banda, contendo versões acústicas em gravações caseiras, mas que pra mim tinham de ser registradas, e naquele momento... coisa de maluco mesmo (risos). Agora estamos finalizando o nosso primeiro CD gravado em estúdio profissional, intitulado Paixão. Nele, temos algumas regravações do Entre Sonhos e Pesadelos, mas lá fica bem mais claro nosso peso, nossa meta musical e nossa melodia, minhas influências, tanto nas letras onde exponho meu respeito aos sentimentos confusos e maléficos do ser humano, e declaro minha Paixão e respeito ao meu público. O CD estará pronto para lançamento em março, e espero, através do seu site, ter a oportunidade de mostrar ao seu grande público esse meu trabalho atual, firmeza??? Também faço a minha parte aqui em Curitiba tentando agilizar uma maior amostragem da cena local através do meu programa na 96 Rádio Rock, o Geração Pedreira e em um site voltado à música paranaense – www.movimentoleitequente.com.br – que, a partir de janeiro, se tornará uma rádio... 24 horas de música paranaense na Web... "é nóis"! (risos)

Nós, entrevistadores, nunca somos capazes de fornecer oportunidades de as bandas expressarem tudo aquilo que seus apreciadores gostariam de ouvir. Por isso, deixo aberto este espaço para que vocês transmitam o que bem desejarem, com toda a liberdade possível. Muitíssimo obrigado pela entrevista!

P: Obrigado pelo interesse e, por favor, se tiverem algo que não está no site do Arte no Escuro, mandem-me que o incluirei, farei um link para o seu site e, claro, incluirei os devidos créditos.

M: Olha só... discordo da sua afirmativa na pergunta. Vocês entrevistadores são os responsáveis pela nossa visibilidade e nossas grandes oportunidades, como esta de

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estar aqui, de nos aproximarmos mais das pessoas que tanto valem para a gente... os que ouvem nossas canções, nossos corações. Pois para o músico, pelo menos eu penso assim, o mais importante é chegar aos corações através de melodias e poesias. Valeu mesmo, Cid! Conte sempre comigo.

Fonte: revista carcasse http://www.carcasse.com

Mais em: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=1863755

http://cogumelomoonpoprock80Brasil.blogspot.com/2006/07/arte-no-escuro.html#links

O núcleo do Violeta de Outono formou-se das cinzas da primeira formação do Zero. Fábio Golfetti (guitarra) e Cláudio Souza (bateria) pertenciam ao Zero, quando essa banda praticava um som experimental, próximo de experiências jazzísticas e progressivas. Chegaram a gravar um compacto, mas logo Guilherme Isnard (vocalista do Zero) optou por um som mais pop e palatável. Foi então que Ângelo Pastorello (baixista e fotógrafo) juntou-se aos dois dissidentes para, em 1984, formar o Violeta de Outono.

Desde o início, a banda primava pelo diferente. Numa era de new wavers, punks e darks, o som da banda se aproximava do progressivo. Gravaram a primeira demo em 1985, com as músicas "Dia Eterno", "Outono", "Declínio de Maio" e "Reflexos da Noite". Apesar da veia psicodélica da banda, as músicas (ainda hoje presentes nos shows) evocavam bastante o som pós-punk de bandas como Echo & The Bunnymen, o que os fez serem rápida e facilmente assimilados pelo público da época. Não por acaso, foram eleitos os melhores em várias categorias musicais, em várias publicações, por anos seguidos.

O primeiro lançamento fonográfico veio em 1986. Na realidade, tratava-se de um EP, que inaugurava o selo Wop Bop, de uma loja de discos em São Paulo. Também inaugurando outro selo, o Plug, da BMG-Ariola, lançam na seqüência o primeiro LP. Calcado no repertório dos já concorridos shows da banda, trazia como destaque uma cover brilhante para a música "Tomorrow Never Knows", dos Beatles, que fechava o disco após um show de interpretação instrumental na música "Sombras Flutuantes". Em agosto de 1989, lançam o segundo disco: Em Toda Parte. Produzido em parceria

com R.H. Jackson, a banda assimila percussões diversas e experiências eletrônicas a seu som. Alguns anos depois, Fábio Golfetti viaja para a Ásia, buscando mais conhecimentos musicais. É nessa época que ele começa o projeto Invisible Opera of Tibet, juntamente com seu ídolo Daevid Allen. Apesar de continuarem gravando e tocando, as atividades com o Violeta de Outono começam a ficar mais esparsas, com longos intervalos entre os shows, além de enfrentarem algumas

mudanças na formação (primeiro Cláudio Fontes e depois Gregor Izidro na bateria, no lugar de Cláudio Souza, e Sandro Garcia no baixo, no lugar de Pastorello).

13 -violeta de outono - dia eterno (1987)SP

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Mas o que para muitas bandas poderia ser o fim, para o Violeta de Outono funcionou de forma contrária. O culto à banda somente aumentou nesses anos todos. Pra se ter uma idéia, o próprio Sérgio Dias (ex-Mutantes), ao ouvir algumas gravações da banda, sugeriu a volta de Cláudio Souza, o baterista original da banda. Como Ângelo já havia retornado em 2001, a formação original voltou a se apresentar completa em outubro de 2003, no festival Halloween, da Thorns.

De lá para cá, a banda vem se apresentando constantemente, sempre com sucesso e com novos projetos em mente, incluindo a rotina de lançamentos inéditos (como o CD Ilhas, lançado em maio desse ano). Um ambicioso show em formato "banda & orquestra" ocorreu em outubro de 2004, sendo reprisado em novembro para gravação de um DVD, que deverá ser lançado ainda esse ano. Fora isso, novas composições estão sendo apresentadas nos shows, com o mesmo pique de vinte anos atrás.

Abaixo Informações colhidas no site da banda:

http://www.violetadeoutono.com.br/

1987 Fevereiro • Violeta De Outono fica em segundo lugar, de acordo com a crítica e em primeiro, na votação dos leitores da revista Bizz, e é considerada a Banda Revelação de 1986 e recebe o prêmio num evento que lotou o Teatro Carlos Gomes, no Rio de Janeiro ao lado do The Cure, Titãs e IRA!.

Março/Maio •Período de gravação nos estúdios da BMG-Ariola (RCA na época), em São Paulo.

Julho •O LP ‘Violeta De Outono’chega às lojas, registrando o repertório que estava sendo apresentado em muitas apresentações da banda desde o início, além da regravação de ‘Outono’ e da consagrada cover ‘Tomorrow Never Knows’, dos Beatles. No Observatório Nacional, no Rio de Janeiro, é gravado o videoclipe ‘Dia Eterno’. Julho/Novembro • O novo álbum é lançado com shows em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Dezembro, dia 12 • Com a transmissão de uma apresentação ao vivo nos estúdios da 89 FM a banda comemora, junto com a rádio, 2 anos de existência e dá origem ao programa ‘Ensaio Geral’.

1988 Fevereiro • Nova eleição na Bizz e a capa do novo LP é considerada, pela crítica e pelo público, a segunda melhor capa de 1987. Uma antiga idéia da gravadora Wop-Bop e da banda – lançar um EP de covers – se torna realidade com a assinatura de um contrato.

Maio •Começam as gravações do EP nos estúdios Softsynk. Com ‘The Early Years’, Violeta De Outono se aproxima mais de outros músicos através do saxofone de Livio Tragtenberg e seus arranjos para um trio de cordas, além do registro definitivo das influências que marcaram a evolução da banda.

Agosto •O trabalho produzido nos estúdios é executado ao vivo no auditório do MASP (Museu de Arte de São Paulo), durante três dias.

Outubro • Começam as gravações do quarto álbum. Produzido por Fabio Golfetti e RH Jackson, o novo trabalho acrescentará novas tonalidades sonoras

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ao estilo do Violeta De Outono com a utilização de instrumentos étnicos sintetizados eletronicamente e de samplers.

Fonte principal: site carcasse www.carcasse.com

Mais em: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=44340 http://www.violetadeoutono.com.br/ http://cogumelomoonpoprock80Brasil.blogspot.com/2007/02/1987-violeta-de-outono.html#links http://br.youtube.com/watch?v=d1mnWyKLxyM Cabe-nos também fazer uma menção a banda Pompas Fúnebres, advinda do prolífico underground Brasiliense e uma das pioneiras do rock gótico nacional. Quase que desprovida de técnica, a banda, que não chegou a sequer gravar um álbum, mas teve tão somente uma demo gravada no Estudio Artmanha em 1990 e algumas fitas K7s dos ensaios propagadas pelo país a fora, alcançou um status de cult, pelo seu pioneirismo e inventividade. Mesmo limitados tecnicamente, os integrantes do grupo conseguiam fazer uma junção de poesia, climas soturnos e teatrais num contexto densamente gótico. Uma de suas musicas, a lunática versão da “oração ave maria” fez parte da coletânea violet carson, lançada em 1996. Até hoje a banda é alvo de culto e musicas como “ulaluma” “olho” “terra e fogo” e “ave maria” são as mais conhecidas da banda. Outra historia lendária da banda foi o famoso video gravado em 1989 numa boate gay de brasília.

Os músicos da banda se dividiram em vários projetos, o baixista alfredo bello teve outros projetos musicais e o baterista neivaldo tocou na rosa dos ventos e hoje faz parte da banda Messe de Lotus. Mais em: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=6645601 http://www.carcasse.com/mp3/audio/000605.php

Banda de Duque de Caxias na baixada fluminense-RJ, foi formada no inicio da década de 90 e tinha como integrantes, João Júnior - Voz , Edson Linhares - Guitarra e violão, Reginaldo Ferreira - Baixo, violão e programação, Guto Peres - Teclado e programação e Nitto Glaubhert – Bateria.Participou da importante coletânea violet carson de 1996 com a musica “Depois, Anterior ao Fim”, lançando também o cd

14 - pompas fúnebres - ulalume(1990)DF

15 - ocaso - somniun (1994)RJ

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demo auto intitulado em 1994, com dez faixas incluindo a cover de atmosphere do joy division que também foi utilizado na coletânea “De Profundis vol 3” lançada pela gravadora alemã Equinoxe.

O Ocaso possui uma sonoridade que transita entre o etheral e o rock gótico clássico. Os vocais de João Junior merecem destaque também, assim como os bons arranjos da banda, que se praticamente se desfez em meados de 1999, quando mudou o nome para interzona e passou a mesclar material próprio com covers do joy division.

Mais em: http://www.geocities.com/sunsetstrip/9430/main.html http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=7607080 http://tramavirtual.uol.com.br/artista.jsp?id=11638 Duo mineiro formado por Paulo Beto (programações/instrumentos) e Ana Claudia Romano (vocais). Teve seu único trabalho, “imperfection” de 1995 lançado pela gravadora paulista Cri du chat. Imperfection é um trabalho altamente inspirado pela obra de Neil Gaiman em Sandman, onde a banda faz questão de dizer no encarte de imperfection que os vocais de Ana são imaginados como se cantados pela personagem Delirium. O líder Paulo Beto, que também faz trilhas sonoras e possui o projeto anvil fx ( http://www.anvilfx.com/), explicou no orkut como foi o processo de gravação de imperfection:

“capítulo 1: pra quem não sabe, o cd do silverblood foi totalmente gravado em casa, no meu antigo quarto de dormir num TASCAM de fita cassete de 4 canais. as primeiras gravações foram feitas desde 91, 92,. mas só em 94, quando eu comprei um teclado workstation chamado ROLAND W-30 é q terminamos o cd. A mulher q aparece no encarte do cd realmente é a ana romano, que hoje assina ana ribeiro, quando nosso cd saiu, já morávamos em São Paulo, mas todo mundo tratava a gente como "os mineiros de juiz de fora". isso so nos distanciava das pessoas .Nessa época o nirvana imperava e tudo que ia além disso não era tratado com muito destaque. Tava rolando um interesse geral por sons mais pesados e com influência do heavy metal. Musica eletrônica ainda era muito underground e mesmo as pessoas do "eletrônico" tinham a cabeça muito limitada. Nem existia o hells club e o silverblood fez, no mesmo lugar, um show, não lembro de estar muito cheio, mas isso era normal, tocamos uma versão de moonchild do king crimson que nunca foi gravada.”

Paulo ainda explica a influencia de Neil Gaiman no silverblood:

16 - silverblood - valsa da lua (1995) MG

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“A inspiração da liquid mercury veio certamente de sandman, mais específicamente do modo de pensar do senhor Neil Gaiman. Assistimos uma palestra dele aqui no Brasil naquela época onde ele explicava suas técnicas de criar estórias capazes de surpreender os leitores a partir de associações de coisas simples que formam idéias complexas e também no exercício de buscar associações inexperadas. Por algum motivo, mercúrio líquido estava muito na minha cabeça na época, e logo caiu a ficha que ele era a própria representação física do “silverblood”, mas se aquilo era sangue, só poderia ser o sangue de um deus. (veja bem, deus no sentido mitológico e não cristão) deus como os irmãos do sandman...ou galactus (sic.)Ah sim, e como mercurio líquido é muito tóxico, pensamos na idéia de que, embora este deus fosse muito adorado, seu sangue seria extremante venenoso. Pelo que eu me lembre, é mais ou menos isso.Idéias confusas para uma música esfumaçada.”

O cd da silverblood teve distribuição mundial, ate pouco tempo era se possível adquiri-lo no site da amazon. Uma coisa que chama atenção no trabalho da silverblood são as experimentações, a banda faz um misto ethereal, industrial, quase inclassificável.

Imperfection esta disponível para download gratuito (apoiado pelo próprio Paulo beto) na comunidade da banda: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=9838534 mais em: http://www.anvilfx.com/ http://br.youtube.com/watch?v=lam8h8atHXs

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A banda Lupercais surgiu no Distrito Federal em meados de 95 como uma opção para todos que amavam a poesia e a subversividade, e como anti-matéria para os adeptos do rock besta e engraçadinho produzido pela maioria das bandas em voga no cenário candango. Na época, a Lupercais era formada por: Wellington (guitarra) o único que sabia tocar; Graziele (Bateria); Rodrigo (Baixo); Sidney e Aline (vocais). Para sua sonoridade inspiraram-se em bandas como Echo, Bauhaus e Joy Division, assim como no rock nacional de bandas como Muzak, Finis Africae, Pompas Fúnebres e Zero (entre outras). Antes de Aline deixar a banda, tocavam coisas do gênero étnico, canções indígenas e algo no gênero do Dead Can Dance. Eram guerreiros do underground batalhando por um pouco mais de cultura num meio (mal) acostumado às banalidades de um rock chocho e sem alma. Era óbvia a ligação entre a literatura e a Lupercais, graças às letras cheias de referências aos grandes malditos da contracultura: "O testamento de Caím" - homenagem ao personagem bíblico tido como primeiro assassino; "Crônica de um morto cafajeste"- honras a Charles Bukowski; "O suplício de Bruno" - Elegia sobre a morte do contraventor Giordano Bruno; "Carne Criada" - Quem assistiu Vidas Secas de Nelson Pereira dos Santos, com certeza entenderá essa homenagem; "Espectros" - a letra aborda a morte e o destino dos espíritos marginais. Já na Segunda demo, lançada no ano de 96, demonstrou o amadurecimento deles como instrumentistas. Além da saída de Wellington pra entrar Robson nas guitarras, a poética de Sidney também havia melhorado bastante e agora nem todos os temas eram tão "malditos". Porém, a masterização do trabalho regrediu a níveis inimagináveis, prejudicando o que seria o apogeu da banda. Canções fantásticas como "Ogro Moderno", "Quando chega o dia da caça", "Sonho da Areia" e "Elegia", ilustram este maravilhoso petardo da música mais que alternativa. Entre 97 e 98, Rodrigo é acometido por profunda depressão e deixa a banda, abrindo espaço para Marquinhos (baixo) e Tharsíla (teclados). Eles começaram a compor em outros campos, e já que a banda já havia sofrido várias modificações desde seu início, estamparam-se novas cores em seu quadro. Foi então que surgiu a oportunidade de participarem de duas coletâneas "Atitude - Vol II" e "Violet Carson", e quando os horizontes pareciam se abrir, veio o pior, pois antes mesmo de ver as duas compilações prontas, Sidney Paulino veio a falecer de um aneurisma cerebral, aos 28 anos, deixando uma grande lacuna na cultura marginal de Brasília, sendo uma ironia que sua participação em uma das coletâneas (Violet) chama-se, por infelicidade do destino, "Funeral", restando ainda 3 canções prontas, os remanescentes da banda gravaram-nas: "As palavras e os homens", "Império das máquinas" e "O homen das costas pesadas", com Graziele e Robson aos vocais. Assim acabou uma pequena história de rock, assim nasceram mitos e o culto à banda Lupercais, que sempre estará presente nas noites frias de inverno, quando poetas e músicos reunirem-se ao redor de uma fogueira, regados a drogas e principalmente muito vinho... Por Morpheus Affinito (texto extraído o blog do zine “O Subversivo”, importante meio comunicativo underground) Fonte: http://osubversivozine.blogspot.com/2005/10/osubversivo-n01.html

17 - lupercais - espectros (1995)DF

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Outra banda que bem representa a força do underground de Brasília. Abaixo palavras de Cid Vale Ferreira do carcasse sobre a banda:

“Cultuadíssima em Brasília, a banda Lupercais surgiu nas cidades-satélites do Distrito Federal em 95 com uma mescla de rock gótico inglês e do dark paulista e Brasiliense. Participaram de duas coletâneas: "Atitude Vol. II" e "Violet Carson", além de terem se apresentado em Brasília e São Paulo (em 1997, no Alternative Video Bar), mas o vocalista Sidney Paulino faleceu devido a um aneurisma cerebral e deixou sentidas e sinceras saudades.

Eis a letra: "A Morte nos abandonou Em nosso momento mais triste A quem iremos recorrer Agora que nossa irmã não mais existe? Somos andarilhos sem doutrina Entregues à orfandade Num mundo onde a luz é (estrela vil????) E a sombra, realidade

A quem iremos recorrer? A Morte nos abandonou É que Deus não nos tem como o filho E o Demônio não quer nos adotar A quem iremos recorrer?

Viramos espectros, mortos-vivos Não podemos em jazigo algum descansar É que Deus não nos tem como o filho E o Demônio não quer nos adotar".

Das cinzas do Lupercais restou o guitarrista fofão, membro fundador de outra grande banda Brasilense a Vultos. Como dito acima a banda também se faz presente na coletânea violet carson de 1996 com a musica “funeral”.

Mais em: http://osubversivozine.blogspot.com/2005/10/osubversivo-n01.html http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=3695869 vídeos raros: http://br.youtube.com/watch?v=tE52NtE-6VY&feature=related Excelente banda paulista formada no inicio da década de 90, que faz um som voltado ao etheral com influencias synth. As influencias da banda vão desde Siouxsie, Joy Division, New Order, The Cure, Depeche Mode, Durutti Column, Dif Juz, Cocteau Twins, Bel Canto, Collection D'Arnell Andrea, Dark Orange, passando por Chandeen, Love Spirals Downwards, Black tape for a blue Girl, Massive Attack, Morcheeba, Seefeel, Beaumont Hannant, Cujo, LFO, Squarepusher, Autechre, mu-ziq. Ethereal, Electro, ambient, goth.

18 - back long arch - muteblast (1996) SP

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Formação: ANA BEATRIZ GAERTNER – letras e vocais e ALEXANDRE VAVALLO – guitarras e programações. Participaram da coletânea violet carson com a musica vocalise. O Duo ainda é oficialmente ativo, no link abaixo pode se encontrar 16 faixas para download. Mais em: http://www.soundclick.com/bands/pageartist.cfm?bandID=172060 http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=27832190 Lábia minora foi uma banda mineira de som calcado no eletrogoth/synthgoth, formada em 1994 por daniel que hoje tem o Digitaria ( http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=2964929) e por JLA que hoje tem os projetos by GON e R3publika[http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=12015393. Ainda fizeram parte os músicos nest, Fred Viana (hoje no Industria de Plástico, ex-Millicents) e a vocalista Jamilleh Horz . O projeto lançou uma única demo em 1996 chamada “Chained” e durou ate 1999. Infelizmente são muito escassas as informações sobre a banda! A musica “corte” que faz parte do “under the southern sun” é o única material encontrado na internet, e sem duvida revela uma banda extremamente talentosa e interessante, quem sabe não encontramos mais material da única demo da banda gravada em 1996? * algumas destas informações foram prestadas por daniel(Digitaria) na comunidade do digitaria no orkut. Uma das bandas mais criativas do cenário darkwave nacional, atualmente extinta, lançou apenas um disco, Dopplegänger de 1997, excelente o suficiente para colocar a banda entre as memoráveis do underground gótico Brasileiro. Influencias apontadas são Dead Can Dance, Depeche Mode e Portishead. A seguir biografia da banda extraída do site fiberonline: Biografia: "Der Kalte Stern foi criado em 1996 por Tonyy, 43, autor das letras e vocalista , e Fábio De Martin, 37, responsável pela maioria dos arranjos. A música e composta em equipamentos eletrônicos de ponta (Roland, Alessis, Emu e Creative labs) e traz uma mistura de tecnopop dos anos 80 com elementos étnicos nos ritmos, cordas, ondas, sopros etéreos e a atmosfera dark do trip hop dos anos 90, podendo na necessidade de um rotulo o uso da definição Ethno-dark. Escritas em português, inglês, francês e alemão, a maioria das letras tem como tema existencialismo e romantismo melancólico, no entanto, sob uma ótica otimista, baseada nas experiências pessoais do autor.. O primeiro álbum do então duo e nascido apenas Kalte Stern, foi lançado em outubro de 97 pela The The Records &

20 - der kalte stern - silent garden (1997) SP

19 - labia minora - corte (1996) MG

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gravadora Eldorado, gravado no estúdio digital PYM, e produzido também por Marcelo Gallo dos projetos Nude, Pitch Yarn of Matter, Etern e Atman. O nome do álbum DOPPELGÄNGER, traduzido do alemão significa dupla personalidade ou duplo sentido, reflexo das ambigüidades e ate dos paradoxos presentes nos primeiros trabalhos. Kalte Stern, também traduzido do alemão significa Estrela Fria, ou, na gíria berlinense, buraco negro, ambos significados que se relacionam com a essência da palavra música, são invisíveis, mas extremamente sensíveis... Devido a preocupação com a transmissão de uma mensagem poética, alem de fazer dançar, em todos os shows são distribuídos livretos com as letras das musicas. Aproximadamente 45 shows foram realizados ate agosto de 99. Durante o ano de 98 o violonista Luis Canallonga juntou-se ao duo. No início de 99 o então trio se desfez, passando a ser conduzido apenas por Tonyy, que na turnê FROZEN TOUR'1999 é acompanhado no palco pelo tecladista Flávio Garcia e pela iluminadora Cassandra Mello. Nos shows, além das composições próprias são executados covers das bandas Dead Can Dance, Depeche Mode e Pytch Yarn of Matter. Em maio de 2000 é retomada a formação original com Tonyy e Fábio De Martin." cid vale ferreira do carcasse sobre o kalte: “A banda Der Kalte Stern começou como um duo formado pelo DJ Tonyy (vocal) e por Fábio De Martin (programação). Tonyy já havia cantado na banda eletro-gótica Arcane, mas se propunha agora a gravar algo de influências étnicas. O resultado foi o álbum "Doppelgänger", o primeiro da The The Records. O The The era a casa noturna agora chamada Madame Satã Night Club, situado no mesmo casarão da legendária Estação Madame Satã. Na época (97-98) a casa abriu uma loja de CDs na Galeria Presidente e começou esse selo que - assim como a loja - teve curta duração. O nome da banda foi inspirado pelo álbum homômino do Neubauten (a banda chegou a se chamar Kalte Stern e apenas Kalte também). A influência eletro-gótica e industrial é notável em faixas como "Das Trunkne Lied (Maenad)", mas a idéia era diversificar. Canções em português evocam o rock paulista dos anos 80, mas há também as cantadas em alemão, inglês e francês. Referência à música oriental são constantes ("Japanese Dream" que o diga), e a banda chegou mesmo a emplacar alguns sucessos nas pistas paulistanas ("Silent Garden", por exemplo). Eles abriram o segundo show do Opera Multi Steel aqui em São Paulo, tocaram no Projeto Pandora, n'A Lôca (onde fizeram um cover de Depeche Mode) e lançaram faixas inéditas no FiberOnline. Depois, pouco se ouviu falar deles. Felizmente, deixaram um (belo) registro...” O Dj Tonyy (vocais e letras) em foto recente e abaixo explicando as influências da banda no orkut:

“Letras, livros e filmes...

... quando começamos a compor as músicas do Doppelgänger, a coisa funcionava mais ou menos assim: o Fábio me mostrava alguma idéia de melodia, eu sentava ao lado dele e começava a escrever a letra, movido pelas sensações que a música me trazia... ... muitas vezes, livros e filmes me vinham á lembrança, e isso ia direto pro papel... eis alguns exemplos: - Vicious Circle: ... a frase "Landscapes around, a red fish floats" vêm do filme "Arizona Dream", com o Jonny Depp... num de seus devaneios, ele sonha com um peixe vermelho morto, que volta à vida e começa á

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flutuar como se fosse um balão, por uma paisagem ártica, até chegar a uma cidade... a visão conformista e acomodada que ele tem da vida e de seus "ciclos" que se repetem, é a essência dessa letra, que também traz o mesmo significado das sensações de Mersault de "O Estrangeiro" (Albert Camus) diante de situações em que ele apenas observava passiva e conformadamente... que eu relia à exaustão nessa época... - Japanese Dream: ... inspirado na personagem princial de "O Livro de Cabeceira" (The Pillow Book) do Peter Greenaway... e também no conto " "Dentro do Bosque de Ryunosuke", escrito pelo poeta japonês Akutagawa, para a coletânea de contos Rashomon, de 1950... Far: ... a idéia inicial da letra me fazia lembrar da personagem de Juliette lewis no filme "Estranhos Prazeres" (Strange Days)... novamente um conformismo quase catatõnico diante do inevitável: "What difference does it make if it's day or night..." - Silent Garden : além de lembrar das besteiras que fiz na adolescência, alguns momentos do filme "O Jardim Secreto" me vieram á mente... - Tout les matins du monde e Temps Perdu : "Todas as Manhas do Mundo" é um filme que se passa na França do século XV, e conta a hitória de dois músicos (mestre e aluno), Saint Colomb e Marin Marais.... a frase que marca o filme e lhe dá esse nome é : "Todas as manhãs do mundo são sem volta e não se pode recuperar o tempo perdido..." - Insano Navegar: ... foi um momento "Fernando Pessoa", com toques de um quadrinho do Milo Manara que eu não lembro o nome, mas falava sobre uma "força maligna" que vinha do mar, de forma sedutora, lúdica e inevitável... ... bom... acho q foi algo assim...”

Sem duvida uma das melhores bandas darkwave do Brasil e do mundo. Fonte e downloads: http://www.fiberonline.com.br/artista.php?id=35 http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=1892144 Dois amigos em Salvador na Bahia fãs de sisters of mercy e dead can dance. Ensaiavam no quarto da tecladista/vocalista elaine, tendo como aparato musical tão somente um teclado magistralmente utilizado pela talentosa tecladista. Elaine também foi tecladista da banda de black/epic metal Malefactor em seus primórdios. Os amigos alexandre weerth(vocais e letras) e elaine cristina ( teclado, vocais, programações e letras), que sempre ensaiavam juntos e gravavam varias demos em k7, começaram a perceber que a “diversão” poderia gerar bons frutos. De modo a ter uma noção exata do que estavam produzindo, o duo, na época denominado The land, após alguns ensaios e uma gravação caseira denominada de “eletronic frontier’, resolveu mostrar o trabalho que estavam

21 - chants of maledicta - mournfulness (1997) BA 13

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realizando. Elaine procurou seu amigo Denival, que é uma figura conhecida e respeitada na cena gótica e underground de Salvador, que na época trabalhava na lendária loja de discos underground coringa. Ao ouvir o som da dupla, denival, entusiasmado com o bom trabalho, fez diversos elogios e comparações ao som feito pela banda, fato que motivou ainda mais a dupla produzir seu primeiro trabalho, o ano era de 1996. A demo do projeto chamado inicialmente de The land, gravada entre maio e junho de 1996, continha as musicas “body”, “mournfulness”, “spirit dance”, “the night” e mais cerca de 4 canções experimentais de qualidade inquestionável, e que se aventuravam pelo estilo ethereal com uma dose quase excessiva de melancolia. Mournfulness, chamou atenção de todos que de logo a ouviam, e era sem duvida a musica mais querida pelo duo e também determinava qual seria o estilo a ser seguido, ou seja, um som voltado para a coldwave, contendo elementos industriais e eletrônicos. A demo da The land chegou a ser distribuída entre amigos. Logo após o duo muda de nome para chants of maledicta e parte para a gravação da demo mournfulness. Alguns meses depois, a chants lançaria a cultuada demo K7, “mourfulness”, que alem da faixa titulo ainda trazia as irretocáveis “spirit dance” “Industrial revolution” “bela lugosi is dead” (cover do bauhaus) e a musica “love lies bleeding” que encerrava o trabalho. Logo a demo foi, enviada a diversos lugares do Brasil e do mundo gerando ótimas criticas em revistas e zines. Mesmo após a boa aceitação da demo por aqui, não surgiu nenhuma oportunidade para a banda no Brasil...nem mesmo a “entendida” gravadora cri du chat disques atentou para o belo trabalho feito pela banda. Ao decorrer de sua curta história, a chants realizou apenas um show, juntamente com a banda “the dead billies” na inauguração da loja ellus no shopping sumaré em Salvador bahia em meados de 1997. Elaine, que no fim do ano de 1997, casou-se e mudou-se definitivamente para Noruega, onde teve a chance de divulgar o trabalho da banda em vários países do norte europeu, tendo a fita K7 convertida em cd e repassada para publicações e gravadoras não só da Noruega mas de todo norte europeu. Após alguns poucos meses o cd-demo já era cultuado por muitos apreciadores da musica gótica-darkwave de paises como suécia, dinamarca, noruega e finlândia. As faixas Mourfulness e spirit dance ganharam ate espaço em rádios alternativas! Tal fato fez com que a gravadora finlandesa Spinefarm ( a mesma que hoje pertence a Universal e que lançou bandas como nightwish, sonata arctica e children of bodom ), se interessasse pela chants e contactasse elaine, a proposta de contrato era tudo que uma banda underground poderia sonhar, boa divulgação e distribuição, retorno financeiro etc. Elaine entusiasmada entrou em contato com seu parceiro Alexandre que ainda residia no Brasil. Porem, em circunstâncias até hoje não muito bem esclarecidas, o vocalista e letrista Alexandre que na época já residia no Rio de Janeiro, recusou a proposta, alegando não poder viajar, dizendo que não poderia mudar de país e de vida, enfim motivos pessoais... Elaine, ainda tentou mudar de vocalista, cogitando a convocação de Robson sinistro(hoje vocal da banda almas mortas), mas a gravadora não aceitou, retirando a proposta...

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Alexandre tentou seguir no Brasil com o projeto Der Vampyr, porem jamais lançou qualquer material, e o projeto foi esquecido. Elaine sentiu a chance perdida muito mais que seu ex-parceiro, nunca mais se envolveu com musica, teve sérios problemas de saúde, abandonou por completo a vivencia na subcultura gótica e hoje leva uma vida comum, guardando quase como relíquia o teclado que gravou a demo mourfullness. Ate hoje o trabalho da banda é alvo de culto não só no Brasil como no exterior, sendo a musica mourfulness incluída em varias coletâneas mundo afora, inclusive em um recente projeto australiano. Formação: Alexandre Weerth: Vocals & lyrics Elaine Cristina : Keyboards, vocals & lyrics Mais em: http://www.carcasse.com/mp3/audio/000133.php http://www.carcasse.com/mp3/ http://www.geocities.com/SunsetStrip/Lounge/3911/comdt016.htm http://www.geocities.com/sunsetstrip/mezzanine/8174/chants.html demo mourfullness completa: http://rapidshare.com/files/13076662/01_1_.ChantsofMaledicta-Mournfulness.zip.html Uma das mais conhecidas e influentes bandas do darkwave nacional de todos os tempos, ganharam notoriedade nacional após chamar atenção na abertura do show do The mission durante a turnê que a banda inglesa fez no Brasil em 1996 e participaram da coletânea violet carson com a musica “Mortal remains”, alem da participação posterior no projeto de profundis. Biografia da banda pelo seu Vocalista e líder Herr Markus:

Em meados de 1991, surge em São Paulo, o Das Projekt der Krummen Mauern ou "O Projeto dos Muros Tortos", dando sequência ao trabalho já iniciado no final da década de 80 pelos "Santos Pecadores", no circuito alternativo paulistano. Reunindo elementos do Gothic Rock à suavidade neo psicodélica da vanguardista 4AD, o Krummen Mauern funde o melancólico e o etéreo, mesclando os vocais alienados de Herr Markus às guitarras que são ao mesmo tempo torturantes e reverberantemente belas, criando uma textura incomum, fugindo aos padrões do "Guittar Rock" que utiliza guitarras base e solo, já que esta não é a proposta musical da banda, que prefere uní-las executando linhas melódicas totalmente diferentes, completando-se uma à outra, seguidas pelas notas compassadas do baixo e agonizando sob o ritmo vigoroso de Fraülein Lärm que completa a atmosfera com elementos eletrônicos, dando o toque ora melancólico ora industrial. Exprimem em suas letras, que unem componentes da Poesia Metafísica com os pesadelos constantes, as inevitáveis angústias e desilusões da mente humana, buscando desta maneira uma fuga em um cenário musical controlado pela mídia, sendo atraídos talvez por um sentimento de libertação dos

22 - das projekt der krummen mauern - after dark (1998) SP

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modismos medíocres impostos pelo consumismo, estes tentando eliminar qualquer forma de arte, colocando-nos em um vazio total de idéias.

O "Das Projekt ..." Em sua história, já percorreu todo o circuito underground alternativo paulistano, fazendo apresentações em quase todas as casas noturnas que existiram nesta última década, como Madame Satã, Espaço Retrô, Quorum's Place, Cais, Front 575, Armagedom, Urbania, Free Pass, Phoenix, Hoellisch, Television, Aeroanta, Morcegóvia, The The, Projeto Black Sundays, participando de vários fanzines alternativos, como o Enter the Shadows (Especializado em tendências de vanguarda), realizando participações em programas de rádio como o Rought da "extinta" 97 FM Rock. Com relação à gravação do trabalho do Krummen Mauern, destacam-se as suas duas Demo Tapes, a primeira lançada em 1993 sob o título de "Dismalness", tornando-se aquisição obrigatória daqueles que adentravam à antiga loja das galerias "Mister Boris", tendo a faixa "Cursed Dreams" executada nas principais casas noturnas já citadas anteriormente, na Segunda demo "Sinners From The Hollow Valle" de 95, destacam-se as faixas "A Strange Day", uma versão da original da banda The Cure cujo instrumental foi todo modificado mantendo-se apenas a letra original, mostrando toda a capacidade criativa da banda, no que diz respeito a técnica instrumental, a segunda faixa de destaque é "Mortal Remains" uma das criações mais belas do grupo, com uma união perfeita entre instrumental e vocais, elogiada por todos que já a escutaram, inclusive sendo incluída na coletânea "Tramp's of Noise" do selo Act Music. A banda lançou a seguir outros trabalhos distribuídos em duas Demo Tapes oficiais.

Após participações da banda em álbuns como Violet Carson e De Profundies, a necessidade de um álbum próprio tornou-se tão grande que foi lançado o trabalho Phoenix, sendo de uma receptividade surpreendente .

Queridos amigos e fãs, o DPDKM dos dias atuais é uma banda solidificada em trazer o sentimento nas músicas que ela faz.... e compartilhar com vocês

... Herr Markus

Algumas considerações sobre a banda feita por Cid Vale Ferreira do carcasse: O Das Projekt der Krummen Mauern é uma das mais antigas e mais legais bandas de rock gótico do Brasil. Começaram em 1991, com o nome Santos Pecadores, e já lançaram demos como "Sinners From The Hollow Valley" (infelizmente, a única que tenho), participaram de coletâneas como "Violet Carson" e "De Profundis" e agora lançaram o álbum "Romantic and Metaphysic" pela Batcave (não pude ouvi-lo ainda, então é possível que eu tenha errado seu nome).

A banda é muito vigorosa, e a referência mais forte em seu som é o trabalho do The Sisters of Mercy, de quem eles também fazem versões. O Markus, vocalista, um cara extremamente engraçado fora dos palcos, transforma-se em cena com um vocal grave e vigoroso. Os demais integrantes fazem sua parte de maneira impecável, ao lado de uma bateria eletrônica que dá aquele quê de "doutora avalanche" ao som deles.

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Outro detalhe é que, apesar de se filiar ao rock gótico mais "forte", a banda não beira o metal em momento algum, mantendo sempre ritmos mais dançantes e viajantes, e não é à toa que eles fizeram uma versão do Rosetta Stone também, uma das principais bandas desta linhagem do rock gótico que margeia o eletro-gótico... Além desta, recomendo as faixas "The Broken Altar", "Days" e "Phoenix" para começar, mas pode ir atrás sem hesitação...

Fonte: http://www.geocities.com/kmprojekt/

Mais em: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=5509157 Banda paulistana formada em 1994, tendo encerrado suas atividades 10 anos após sua fundação. Era formada por Laudo Schubert (vocal/guitarra), Rodney Marcellus (contrabaixo)( que hoje possui o projeto hipnoise), Márcio Rodrigues (guitarra/vocais), Társis Schwald (teclado) e Mozart (uma bateria eletrônica) A banda é advinda das cinzas da "No Fun" que era inicialmente voltada para o britpop, porem, no decorrer do tempo foi tomando a forma que ficou mais conhecida, com climas melódicos e densos dos anos 80, num Pós-Punk adornado por um Pop envolvente e atual. Apontam como influencias o Joy Division, The Cure, The Church, Cocteau Twins, Violeta de Outono e Finis Africae.

Lançaram em 2001 o cd “cold hearts” que obteve ótima aceitação na mídia underground especializada Brasileira, sendo considerando um dos clássicos do post punk/gothic nacional até hoje. O Lançamento ocorreu no dia 16 de dezembro de 2001 na casa Deja Vu em São Paulo. O cd continha 12 musicas, incluindo regravações das musicas today, broken chains presentes na demo, sendo que a musica today se faz presente na seminal coletânea violet carson de 1996.

Matéria extraída no site carcasse:

Stale Bread

Ousados visionários

Germinado da banda No Fun, o Stale Bread apresenta-se atualmente como uma das bandas mais proeminentes do cenário alternativo paulista. Passando por várias transformações desde o início, quando flertavam com a música britânica em suas composições (indie, brit-pop e gêneros afins).

As guitarras eram mais acentuadas e davam a tônica de sua música, que hoje cadencia uma melodia mais densa e austera devido ao amadurecimento dos músicos originários da primeira formação (Schubert - voz e guitarras + Rodney - baixo), e à adição de Társis

23 - stale bread - broken chains (1999) SP

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Schwald (teclados) e Márcio Rodrigues (guitarras), tendo por percussão uma bateria eletrônica (Mozart).

Tudo isto contribui muito para constituir um empenho que já recebe aclamações junto ao público underground. Társis juntou-se ao grupo após deixar a banda Vesuvia - fantástico meteoro sonoro que encontrou seu fim no ano de 1999; e Márcio também aderiu à banda após uma boa experiência com o Morangos Mofados, uma banda de covers do The Cure. As apresentações do Stale Bread são consideradas excelentes e bastante excitantes, segundo o séquito de apreciadores de casas noturnas e porões paulistas...

Eles já possuem duas demos: Today (97) é a de estréia, ainda voltada ao estilo primordial do Stale Bread, com destaque para faixa-título, com a qual participaram da coletânea Violet Carson, e Reflections Remain (99); cujos destaques são "Heaven" e "Broken Chains", que já se tornou hit executado nas pistas das principais casas do gênero. Agora, embalados pela tônica da entrada de Márcio, já preparam uma nova demo.

Prepare-se para mais essa jornada dentro de uma musicalidade bastante particular e muito especial... Feita por gente nossa... e para nós.

Mais: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=6641615

http://www.geocities.com/gramophone_br2/181.htm

http://cdbaby.com/cd/stalebread

Ainda se chamavam nocturne quando surgiram no cenário paulista no meio da década de 90, pra ser mais exato em 1995, ano em que começaram a elaborar material e fazer os primeiros shows. Logo depois, mudaram o nome para sleepless(devido a existência de uma banda homônima chamada nocturne), e se tornaram mais conhecidos.

A banda tinha sua base no trio Rodrigo Martins, Nelson Pascuareli and Julia Ghoulia, contando também com o apoio de Marcelo Zambello (guitarras), Pedro and Pablo C. (guitarra e baixo), Celia (keyboards, vocaiss), Marian (baixo, keyboard) e Chileno (guitarras). Marian e Chileno eram membros também da banda Deathwish. Chegaram a fazer a abertura do two witches, na época em que os finlandeses tocaram no Brasil em ato quase heróico bancando todos os custos da viagem.

24 - sleepless - the city on fire (2000) SP

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As principais influencias da banda eram o skeletal family, xmal deutschland, siouxsie and the banshees, subtonix, mephisto waltz.

Lançaram em 2000 o cd vodka and tears, acompanhado logo depois, do ep the city on fire. A vocalista Julia Ghoulia, acabou se mudando para Nova Yorque, fato que coincidiu com o final das atividades do sleepless Em nova yorque, Julia adentrou na banda The Brides e acabou também sendo integrante em uma das formações da lenda do deathrock, the naked and the dead, onde tocou por cerca de 2 anos, quando focalizou-se na banda the brides, relativamente conhecida no cenário deathrock mundial, tendo feito shows ao lado do cinema strange, anti nowhere league e do skeletal family. A seguir entrevista com Julia e Rodrigo feita por Under the southern sun:

1- Sabe-se que antes de se chamar sleeplees banda chegou a se chamar nocturne.

Vocês chegaram a gravar algo sob o nome nocturne? Rodrigo - Sim. Gravamos praticamente todos os ensaios do Nocturne, desde o primeiro, até os últimos, quando a Julia já não estava mais na banda, em 1998. Todo esse material ainda existe em fita cassete e é possível ver a evolução das músicas, desde as primeiras versões até o "produto final", o cd Vodka & Tears. Também existem gravadas algumas apresentações, inclusive a primeira e uma das últimas, já sem a Julia. Em fins de 1995 a banda gravou a primeira demo - a pedido do Roberto Cotrim, dono do Espaço Retrô. Certa vez, antes de tocarmos lá, mostramos a ele uma fita de ensaio. Ele gostou tanto que sugeriu que gravássemos uma demo pra rolar na pista. E realmente fizemos. Gravamos três músicas: Fall, Fight e Nightmare. Antes de subirmos no palco do Retrô, já tocávamos lá! rsrs. Acho que ninguém mais tem cópia dessa fita, uma gravação um tanto primária, num estúdio simples. Lembro que demos uma fita ao Dj Toninho, mas ele faleceu alguns anos atrás, de forma que isso pode ser considerado material perdido. Houve uma segunda demo, dessa vez gravada no próprio Retrô. O Roberto iria usar essa faixa numa coletânea em cd das bandas que tocaram na casa. Mas nossa gravação ficou inconclusa - não foi feita mixagem - e ficamos fora da coletânea. Gravamos apenas Fall. Depois disso, só o Vodka & Tears.

2- Como se deu a formação do sleeplees e como foi o processo de gravação/ lançamento do álbum vodka and tears e do ep the city on fire? Em quais anos se deu isso exatamente? Rodrigo - O Sleepless é parte da formação inicial do Nocturne. Em maio de 1995 eu e a Julia descobrimos que, apesar de já nos conhecermos muito antes, tínhamos afinidades musicais e que tocávamos, eu baixo e ela teclado. Ela me emprestou uma fita com várias músicas dela - algumas estão no Vodka & Tears. De cara achei muito bom: era bem tocado, tinha estilo e, claro, a Julia cantava bem. E sabia inglês de verdade! rsrs. (é preciso lembrar que naquela época a grande maioria das bandas do circuito underground cantava em inglês. Quem realmente soubesse inglês era mais valorizado). Então mostrei a fita a um baterista que era amigo comum, o Nelson Pasquarelli. Ele se interessou também e em 1° de julho do mesmo ano começamos a ensaiar. Eu entrei fazendo guitarra, mas tinha pouca prática com esse instrumento e preferia fazer baixo. Alguns ensaios depois, achamos um guitarrista, Marcelo Zambello, que se interessou em tocar e tinha o perfil da banda. Foi essa a formação "oficial" na fase Julia, que durou de maio/1995 a agosto/1996. Eventualmente chamávamos amigos para complementar dois covers que fazíamos: She Cries Alone do Skeletal Family e Links do Mecano (não posso afirmar, mas tenho quase certeza de que fomos a primeira banda a fazer esses covers no Brasil). Um desses amigos, Pedro Caldas, acabou

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entrando para a banda pouco depois de a Julia sair. No fim, o Marcelo acabou não participando da gravação do Vodka & Tears. Havia uma certa urgência em concluir toda a gravação num determinado prazo - as férias da Julia no Brasil, em agosto - e eu acabei gravando as guitarras. Participaram apenas a Julia, Nelson e eu. O processo de gravação não foi muito complicado. A maior dificuldade que enfrentamos, ao que me lembro, é o fato de que éramos "crus" em estúdios daquele porte. Eu me senti um tanto perdido nos primeiros takes, pois nunca tinha gravado daquela maneira. Houve um pouco de ansiedade aqui, um pouco de nervosismo ali. Eu e o Nelson queríamos gravar 18 músicas (!), mas a Julia nos convenceu de que seria absurdo. Realmente, ela tinha razão. Talvez até doze músicas tenha sido demais. Poderíamos ter gravado menos e investido mais na qualidade final que, de certa forma, ficou prejudicada (alguns canais ficaram quase inaudíveis; outros foram mixados de forma errada; numa faixa eu confundi o arranjo etc). O Vodka & Tears foi gravado em agosto de 1999 no Estúdio Coda (não mais existente). Levou praticamente o mês inteiro para gravar (média de três sessões por semana, a cinco ou seis horas por sessão). Foi muito interessante. Numa das salas ao lado o Supla finalizava um cd e os Inocentes iniciavam outro. Tiramos fotos com todos eles. Também cruzávamos com o povo do Pin Ups de vez em quando. O lançamento aconteceu numa festa no Blue Space na Barra Funda, em 27 de outubro de 2000, junto com o Projeto Pandora, do Cid Vale Ferreira. Acho que foi nosso maior público. Foi um evento inesquecível, muito marcante. Todos os nossos fãs de cinco anos antes estavam lá e lembro de muita gente que passou a gostar da banda dali em diante. Por muito tempo recebi cartas de fãs. Tinha até gente de outros estados! rsrs. Sobre o EP City's on Fire, só a Julia pode responder.

3- Lembro de um zine de 1998 que falava das bandas paulistas da atualidade que estavam chamando atenção na cena darkwave, entre elas Sleepless e o Krummen mauern. Como era a cena paulista na época no que toca a publico e espaço para shows? Rodrigo - Nós tínhamos "público cativo" rsrs. Tínhamos amigos e fãs fiéis que sempre iam aos shows. Sempre aparecia alguém pra acionar o gravador, servir de roadie, aplaudir, fazer "coro", comentar, emprestar algo, dar carona... Claro, também chegamos a tocar para meia dúzia. Mas no fim, de um jeito ou de outro, sempre terminávamos rindo. Por outro lado, tocamos para casa lotada, com show impecável, público delirando, ônibus fretado etc. Isso aconteceu na ocasião da 1ª festa da loja SoulShadow em fevereiro de 1996, no TonTon Club, o terceiro show do Nocturne. Nossa breve fama se deu a partir daí. Sempre foi o show mais comentado. Mas público "da cena" é algo incerto, difícil de agradar, creio. É necessário que a banda tenha algo que chame muito a atenção, que cative as pessoas, de forma que elas se interessem em ir ao próximo. Outras bandas, por exemplo, quase sempre tocavam para as paredes; nosso primeiro show foi em casa lotada. O que fizemos, e creio que isso muito ajudou, foi gravar os ensaios e distribuir fitas entre amigos. Assim, nosso début, teve casa cheia. Na era pré internet, acho que isso contribuiu para chamar mais atenção para o Nocturne. Vendo hoje, acho que até havia muitos espaços para shows. Mas acabamos não aproveitando o bastante isso e nos restringimos principalmente ao Retrô. Já equipamento era sempre um problema. Hoje você vai numa casa "alternativa" e o palco está completo, basta plugar e tocar (A Julia pode discordar desse ponto, pois ela tocou com o Brides nos EUA e aqui, então ela pode fazer uma avaliação melhor sobre a qualidade do equipamento das casas paulistanas e americanas; eu só posso fazer uma comparação entre as épocas). Naquele tempo, as bandas levavam a maior parte do que usavam no palco. Às vezes mal havia tomada suficiente! Bateria era nosso drama constante, nosso carma. O Nelson não tinha uma própria, então sempre precisávamos correr atrás, emprestar de alguém, alugar... Acho que ele chegou mesmo a tocar numa "drumkenstein", uma bateria montada com peças diferentes (bumbo de uma cor, tons de outra). Hoje vejo que essa cena do underground paulistano, em 1995, estava em fase de transição, ao

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menos na parte sonora; o gótico como era nos 80 e começo dos 90 estava dando lugar gradativamente ao que se tornou hoje: um estilo mais próximo de algum gênero do metal e mais afastado do pós-punk. Para mim, o ícone dessa transição é o Lacrimosa. Também estava emergindo, e logo estaria em ascensão, uma cena que na década seguinte passaria a ser chamada de indie, que naquele tempo chamavam de guitar. Estavam também no auge o clubber e o tecno, de onde, acho, derivou o eletrorock de hoje. Vendo isso, não sei para onde o Nocturne, com forte influência dos 80, teria derivado. Nosso som talvez mudaria. Claro, tudo isso é minha opinião e não tenho mais acompanhado a cena gótica para saber ao certo o que está rolando.

4. Após e termino do Sleepless, você deixou país, indo morar no EUA, mais especificamente em NY. Como foi esta primeira incursão na cena darkwave nova-iorquina?

Julia – Eu vim morar nos EUA em 1996 e estou aqui desde então. Minha incursão na cena darkwave e depois na cena deathrock foi inicialmente como turista (entre 1996 e 2000) e de aí em diante como participante. Em 2000 comecei a escrever uma coluna sobre a cena nova-iorquina para a revista online Carcasse, que se chamava Mórbida Metrópole. Eu escrevi sobre bandas que tocavam aqui, bares, casas noturnas e eventos de natureza gótica/industrial/deathrock. Também fiz um fanzine online chamado Deathrock BR (que existia no site Deathrock.com.br) que acredito era na época o fanzine online em português sobre o ressurgimento do deathrock em NY, California, etc.

5. Pouco tempo depois, você já fazia parte da lendária banda de deathrock The

Naked and the Dead. Como foi esse período junto com a banda? Julia – Quando eu entrei no The Naked and the Dead eu já fazia parte do The Brides e já tinha contato com muita gente na cena deathrock americana. Quem me recomendou para a banda foi Mark Splatter, do site Deathrock.com, que eu conhecia por ser originalmente de NY e grande amigo de vários amigos meus. Ele conhecia meu trabalho no Sleepless (Nocturne), sobre o qual ele tinha feito uma resenha para o site. Ele contatou o The Naked and the Dead, uma de suas bandas favoritas e eles me contataram. Passei um ou dois anos com eles, mas problemas ressurgiram (principalmente com o baterista original) e acabamos fazendo apenas 2 shows. Resolvi sair para me dedicar exclusivamente ao The Brides, tendo voltado apenas para fazer o show de reunião no festival internacional de deathrock DROP DEAD, no qual participei com as duas bandas (o The Brides tocou sexta à noite, o The Naked and the Dead no sábado). Depois, o Naked acabou (sem gravar as músicas novas) e os "meninos" foram se concentrar na sua nova banda, Bell Hollow (http://bellhollow.com). Continuamos bons amigos.

6. Alem da passagem no The Naked and the Dead, você também se firmou na banda

The Brides, que é conhecida mundialmente na cena deathrock. Você participou do processo de formação da banda ou ela já pré-existia? Julia – A The Brides começou quando a banda de deathrock The Brickbats (Corey Gorey, D.W. Friend e Paul Morden) estava dando um tempo. Na época, Paul Morden (que faleceu ano passado) tinha ido para a Califórnia em turnê como baixista de Gitane Demone (ex-Christian Death). Como Corey e D.W. não queriam dar a banda como morta, resolveram investir em outro projeto, que chamaram The Brides. Eles chamaram primeiro Gregjaw, que era guitarrista e vocalista da banda de garage/deathrock The Hallowteens e

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começaram a escrever novo material. Foi por meio do meu fanzine que fiquei conhecendo Corey Gorey e D.W. Friend, numa noite de Julho de 2001, na extinta casa noturna gótica Downtime na Rua 30. Fiquei sabendo que eles precisavam apenas de uma tecladista para o projeto. Houve um ensaio-teste e foi isso.

7. O The Brides tem feitos muitos shows? Como foram os shows ao lado do Cinema Strange e do Skeletal Family, bandas quer eram grandes influências do Nocturne e do Sleepless? Julia – Tive o privilégio de ter várias experiências fenomenais como fã. Também tive a sorte de ficar amiga de muitos dos meus antigos ídolos (aliás, minha banda favorita era o Brickbats...). Algumas das bandas que para mim se destacam com quem tive a sorte de tocar foram: Cinema Strange, Skeletal Family, Nina Hagen, Kommunity FK, Cult of the Psychic Fetus, Frank the Baptist, Bella Morte (os caras mais fantásticos do mundo – amigões do coração mesmo), Ausgang, Voltaire, Funeral Crashers, Autonervous (que incluía membros da banda Malaria!, que eu amo, e Subtonix, que e também amo), Signal and Report, Bell Hollow, Ex-Voto, Entertainmen-t, Antiworld, fora várias bandas de eletrônico como Das Ich, Covenant, Android Lust, Combichrist, Goteki, etc. No Brasil, tocamos em São Paulo com o Crippled Ballerinas, do meus grandes amigos Crisis e Shocker (Crisis, aliás, morou aqui em NY ano passado também). Eu nunca fiz uma lista de todas as bandas com quem tocamos por aí, mas seria interessante...

8. Julia, muito obrigado pela entrevista, desejo toda a sorte possível para vc nos seus projetos. O espaço está livre para q vc faça sua considerações finais. Julia – Obrigada você. O vídeo clipe novo do The Brides está disponível no YouTube. Visitem. http://uk.youtube.com/watch?v=_rKSP19M664 Beijo, Julia

Mais em: http://www.soundclick.com/bands/default.cfm?bandID=248954&content=music http://www.soundclick.com/bands/default.cfm?bandID=248954 j

Formada no ano de 1996 por David Giassi (contrabaixo, vocais), Igor (percussão metálica), Rodrigo e Rubem (guitarras) além de Veimar (bateria), a Modus Operandi sempre esteve voltada à fusão de estilos musicais até então inexplorados em Salvador como o Pós Punk e o Industrial.

Embora desconhecida do grande público, a M.O. obteve um reconhecimento tardio graças a propaganda boca a boca e a suas performances “sui generis” (conseqüência em parte da utilização de chapas de metal e furadeira com instrumentos musicais). A partir de 1998 a banda inicia uma seqüência de shows (muitos deles em festivais como: Arraiá do Rock, II Rock Agosto, Festival de Música do Teatro do SESI, etc.) que ajudariam na fama de banda estranha, porém dotada de uma personalidade musical ímpar.

25 - modus operandi - acid ent (2000)BA

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No ano de 2000, a banda decide abandonar de vez a configuração básica de uma banda de rock tradicional (guitarra-baixo-bateria) e parte para um som mais experimental, que após várias trocas de formação terminou por estabilizar-se com o vocalista David assumindo o sintetizador, André “Black Bell”/Henrique "Letárgico" (contrabaixo), Marcos (sucatas, furadeira, e outros efeitos) e Eduardo "Deus" (bateria).

Abolindo o uso da guitarra e substituindo-a pela furadeira, utilizando-se de um contrabaixo “mutante” graças ao uso de distorção e efeitos, mesclando influências díspares, que graças ao entrosamento dos seus componentes soam coesas, vindas de artistas como: Einstuerzende Neubauten, Black Sabbath, Stooges, Velvet Underground, Ministry, Nine Inch Nails, Kyuss, etc. e também de bandas nacionais como: Kafka, Vzyadoq Moe, Smack, Treblinka, Meio Homem, etc.

A banda possui duas gravações lançadas: “Introdução” (1998) e “Radio Graphia” (2000).

Gótico, Industrial, Pós Punk, Robot Rock, Psicodélica... Muitos são os adjetivos para descrever a sonoridade monolítica da Modus Operandi, mas a melhor definição será dada pelo próprio ouvinte!

André Black Bell - Baixo David Vertigo - Voz / Teclado Marcos Sampaio - Percussão Eduardo "DEus" - Bateria Henrique "Letargico" – Baixo

Release/Histórico(por David Giassi)

A modus já partindo para o seu décimo quinto ano de carreira, esta atualmente em projeto de gravação de seu novo álbum, ainda sem título definido. Entrevista concedida a under the southern sun(Respondeu o tecladista/vocalista David Giassi): 1-O que é a modus operandi? A Modus Operandi é um conceito musical, artístico e cultural, não somos uma banda no sentido tradicional do termo. Para compor nossas músicas temos influências de quadros de Dali e Kandinski, de movimentos artísticos como o Dadaísmo, de livros

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como "Almas Mortas" de Gogol ou de filmes como "O Massacre da Serra Elétrica" de Tobe Hooper. Além da música em si, tentamos transmitir a sensação de ler um livro fascinante, ver um filme de impacto ou assistir uma manifestação artística ou um quadro, tudo isso na forma de música. Felizmente, as pessoas percebem isso e sempre comentam o que é bastante positivo para nós! 2-voce sempre cita como influências da banda, varias bandas baianas desconhecidas do publico underground nacional como o treblinka e o meio homem, que sem duvida estão bem acima da média...a cena baiana e nordestina em geral é menosprezada? Ou isto é apenas um complexo do underground daqui? Bem, é uma coisa de anos e anos, né? Existe a questão do menosprezo que vem do fator cultural de Salvador, que nunca foi o berço do Rock e seus sub-estilos, aliada ao fato que de tudo ocorre no eixo Rio-São Paulo. Infelizmente, a região Sul e Sudeste ainda tem um certo preconceito com relação a música alternativa feita no Nordeste. Mas isso não signifique que seja algo generalizado, pois temos muitos admiradores de nossa música por estes lados que são pessoas realmente coerentes e se interessam por música seja ela de onde for. O Complexo de Underground acaba ocorrendo porque o Rock na Bahia é algo essencialmente alternativo. Claro que tem (poucas) bandas que tocam em rádio FM e aparecem na TV daqui (como a Cascadura), mas a grande maioria ainda é bastante desconhecida! Existem poucos espaços, o público é irregular e a mídia prefere dar vazão ao Pop Rock, daí temos essa "sensação" que acaba por se tornar o motivo de resistência das bandas undergrounds! Claro que me refiro as bandas que praticam um som fora dos padrões, como nós e outras tipo: Almas Mortas, Ecos e Sussurros, Desrroche, Chapéu Negro, etc. O Complexo acaba se tornando a bandeira destas bandas, que paradoxalmente faz que elas durem mais do que as mais famosas, que desejam sucesso imediato e terminam tão rápido como aparecem! 3- a modus operandi tem mais de uma década de historia no underground baiano... em todos estes anos o que mais te deixou orgulhoso em ter uma banda como a modus? E o que mais te decepcionou ou decepciona? O que mais nos orgulha é o fato de termos nos tornado pais de família e continuarmos aqui até hoje! Vimos bandas como a Dead Billies, que saíram de Salvador e foram parar na MTV, e no final das contas não deram em nada por causa de egocentrismos! O nosso orgulho é poder continuar com a mesma energia do início, sem mudarmos ou sem desrespeitar um ao outro na banda! O que decepciona é que o cenário se tornou mais fechado, apesar de mais popular. Antes existia uma maior interação de bandas de diversos estilos e diversos tipos de públicos, basta observar a grande quantidade de coletâneas que foram lançadas reunindo artistas de estilos distintos, como Telefanzine Linha Direta com o Rock, Umdabahia e outras. Digo isso porque a Modus já tocou (e ainda toca) com todo tipo de banda de outro estilo de Rock. Foi justamente isso que nos fez conseguir muitos fãs fiéis, fomos surpreendendo pessoas de outras tribos como o Metal e o Punk e estamos aí até hoje! Atualmente a coisa está se estratificando e existem grupos isolados que tocam nos mesmos lugares com o mesmo tipo de expectador, uma espécie de "ciclo vicioso" que só faz separar o pouco que existe! 4- em se tratando de banda underground é sabido que retorno financeiro é algo que beira o impossível, e mesmo assim vemos bandas como a modus e almas mortas, por exemplo, bancarem as gravações sem receber nenhum apoio... o que motiva a modus em continuar ? Porque fazemos parte de um grupo que realmente se importa com música. Não ligamos para tocar no Rio Vermelho*, sair no Bahiarock, aparecer na TV Salvador ou outra coisa do tipo. As bandas que estão na mídia soteropolitana atualmente são formadas de resquícios de outras que foram fracassadas, apesar de tocarem em

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lugares badalados e terem bastante exposição. Mas como não se ligam em objetivos, para eles tanto faz acabarem como continuarem. Chega um ponto em que desistem de vez e tudo isso acontece porque não existe NADA debaixo da aparência e do "oba-oba"! Já as bandas Undergrounds sempre continuam porque sabem que fazem algo que não pode ser viabilizado comercialmente, o que as leva a conhecer pessoas que se interessam verdadeiramente por música e elas passam a amar aquilo! A partir do momento que elas não objetivam colocarem seus egos na frente do palco e produzem música do coração, não existe preocupação com longevidade ou sucesso, cada fã conquistado para este tipo de banda já é um sucesso! Fazendo uma comparação: as bandas da mídia se prostituem (pois sempre trocam de estilo, de roupa ou de qualquer coisa em nome do sucesso transitório) e as bandas do underground se casam (com sua fidelidade musical e caráter estético). *Bairro conhecido por suas casas “alternativas” em Salvador que privilegiam o pop/rock e lançaram ao mundo coisa como pitty... 5 -acima de tudo underground significa liberdade de expressão em todos os sentidos, principalmente musical, mesmo assim podemos dizer q o próprio underground em parte não aceita bandas como a modus? Ou não as entende No nosso caso específico, a resposta é sim, mas por um motivo bastante peculiar. Trabalhamos com o Industrial da primeira fase, estilo de músicas como a australiana SPK e a alemã Einsturzende Neubauten. Mesmo para fãs do Industrial, nossa música é bastante difícil, por isso encaramos o fato de nossas composições não serem sempre absorvidas como algo natural. Dentro do dito Underground temos muitos sub-estilos e podemos observar que algumas bandas são bem compreendidas, veja o caso da Jardim do Silêncio, que foi formada bem depois de nós e já possui uma aceitação bem maior que a Modus. Mas temos visto, com o passar dos anos, que mesmo no Underground existem certos parâmetros musicais e estéticos, o que resulta nessa não aceitação de alguns. 6- sabe-se que o verdadeiro espírito da modus está no industrial pré oitentista e oitentista, com nítidas influencias do post punk e da coldwave, mantendo a banda, as características iniciais do estilo como o experimentalismo e o caos sonoro...porem, hj infelizmente o conceito de industrial moderno refere-se principalmente as bandas que seguiram a escola do ministry e do white zombie como marilyn manson e rammstein, alem de bandas que exploram um lado mais dançante....o conceito de rock industrial foi deturpado? Ou trata-se somente uma ramificação moderna? Nossa, foi a melhor definição do som da Modus dada até hoje!! (rs). Acreditamos que existe um pouco de cada coisa, houve uma deturpação que tornou o estilo mais acessível e palatável, em parte devido a associação com o Metal (que sempre desprezou a música sem técnica como o Industrial, o Eletrônico e afins). Algumas bandas realmente procuram atualizar o conceito de forma honesta e criativa; sem diluição; a exemplo do Ministry, Young Gods, Treponem Pal. Já outras estão apenas pegando carona na onda e não demonstram aprofundamento; como o próprio White Zombie (que só serviu na prática para lançar Rob Zombie, nem como músico, e sim como cineasta). A ramificação realmente existe (Industrial Metal), só que temos muitos artistas que vão sumir com o tempo por não possuirem embasamento e outros vão se firmar pela coerência, como o Young Gods, que já tem mais de 20 anos de atividade!

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7-uma coisa que chama atenção na modus é o balanceamento feito nas composições, existem doses exatas de caos e melancolia. As letras e as melodias transparecem um misto de desordem e desespero gritante, mas ao mesmo tempo de tristeza e sensibilidade...me parece que mesmo de forma despretensiosa, a modus conseguiu traduzir em musica os sentimentos que atraem os apreciadores da

subcultura gótica e os adeptos do nos industriais, porem de uma forma nada fantasiosa, por assim dizer, já que todos os aspectos ditos melancólicos que se apresentam nas musicas da modus possuem um caracter moderno, urbano e real como por exemplo a descrição poética de uma morte por acidente de automóvel. Em tempos de saturação da tematica lírica gótica isso seria um trunfo? Com certeza, este fator é algo realmente intencional! Embora trabalhemos com o Gótico, não nos prendemos a devaneios, procuramos estar atentos a realidade que nos cerca. Se por um lado, a Modus aborda sentimentos bastante íntimos, como: loucura, desordem mental e outros; por outro lado, pretendemos fazer uma analise crítica do mundo moderno que a cada dia se torna mais amargo e sem esperança. Muitas das letras atuais, inclusive, já carregam este sentimento de descrédito perante a sociedade. Musicalmente também trabalhamos desta forma: procuramos criar climas viajantes e entorpecentes através de seqüências de ruído e notas lineares, fazendo da música uma ponte entre estes dois extremos. Podemos afirmar que, com relação a outras bandas do estilo, este é nosso maior trunfo! 8-“a modus não é dançante!” Como vocês encaram este tipo de frase? Bem, a pessoa que teceu este comentário o fez como uma crítica, mas nós encaramos como elogio! (rs). Foi a respeito de nossa apresentação no Nordeste Gothic Reunion, e no dia seguinte a pessoa falou que deveríamos ter tocado no início ou no fim, pois "não somos dançantes"! Foi algo interessante porque, se por um lado "quebramos o clima" das bandas como Plastique Noir e Almas Mortas; por outro ficou reforçado o aspecto (abordado justamente na pergunta anterior) de que realmente somos idiossincráticos e diferenciados de outras bandas Góticas. Só espero que estas bandas não tomem isso como ofensa, afinal apenas somos mais barulhentos, só isso! (rs)

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9- os shows da modus são conhecidos pela singularidade de cada um deles, jah vi pessoas comentarem que nunca viram um show da modus que se parecessem com outro já feito pela banda....como se dá este processo de entrega da modus no palco? É algo bem real, pois quando tocamos colocamos para fora todo o ódio. Procuramos também trabalhar bastante o lado visual, utilizando uniformes e outros, tudo dentro de uma coerência. A Modus escreve sobre o que vive, portanto fica fácil passar o que sentimos pela música. Conseguimos transmitir raiva, melancolia, reflexão e outros simplesmente porque é por aquilo que estamos passando na nossa vida. O resultado é que as nossas músicas nunca abordam uma única forma de expressão ou sentimento, é difícil ver alguém que só curte Gótico, por exemplo, falar que gosta de todas as composições, as pessoas se identificam mais com uma ou outra. Tudo isso acaba modelando a nossa presença de palco. Outra coisa que contribui é que nunca encontramos a estrutura que necessitamos nos shows (poucos microfones, som inadequado, etc), desta forma acabamos criando nossa própria estrutura para complementar o show, como: máscaras, imagens, objetos e outros. 10-podemos dizer que a musica da modus é instintiva? Como é o processo de composição? Sim, é bastante instintiva! Não procuramos criar arranjos elaborados, a composição segue de forma livre, bastante semelhante ao método dos Dadaístas. Normalmente ficamos tocando qualquer coisa de forma espontânea, sem nada combinado. Daí naturalmente ocorre um ajuste, onde alguém cria algo em cima e então passamos a trabalhar naquilo, que pode ser uma seqüência musical, uma nota repetida ou até mesmo um som ou ruído! O último passo e encaixar a letra, que demora um pouco. Mas tem também o método tradicional: alguém tem uma seqüência de notas e aí trabalhamos em cima até ficar ao gosto de todos. É um processo bem participativo e dinâmico! 11-A musica “visões” pode ser encarada como uma alegoria para a culpa? Sabe, nunca a vimos desta forma. Mas sabemos que os admiradores têm sempre uma forma própria de interpretar as letras e a música. Podemos sim, encarar ela como uma alegoria a culpa, pois acreditamos firmemente que a arte em geral pode ser entendida dos mais diferentes pontos de vista. 12 - Uma síndrome do underground é a chamada “descoberta tardia”, muitas bandas viram lendas, após seu término, como por exemplo, as Brasilienses lupercais e pompas fúnebres, a paulista stale bread, a mineira lábia minora e a baiana chants of maledicta, hoje objetos de culto e de amor tardio, a modus teme ser uma banda “cult post mortem”? Acreditamos que já passamos deste estágio. Primeiro devido ao longo tempo de estrada que temos, enquanto a maioria das bandas citadas durou menos que nós. Outro fator a se considerar é que nosso som, como falamos anteriormente, é muito estranho até mesmo para um padrão Underground. Não iremos passar a ter maior aceitação só porque terminamos, isso até pode ocorrer, mas não de forma como aconteceu com as bandas acima. Existe a questão que uma banda que acabou atiça mais a curiosidade do que uma em atividade, mas só o tempo poderia dar uma resposta real a essa questão. 13-A banda pretende voltar a gravar alguma coisa? algumas musicas novas já são bem conhecidas por causas dos shows, existe intenção de grava-las em estúdio? Sim, já está mais do que na hora de gravarmos, o CD "Radio-Graphia" é de 2000, sete anos é muito tempo!! (rs). Antes do final de Novembro estamos lançando o CD novo.

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Vamos participar do tributo a banda carioca Black Future com a música "Eu Sou o Rio", que já foi desenvolvida, por isso temos de estabelecer este prazo, já que a coletânea será lançada no final de Novembro. As músicas estão mais dançantes (por incrível que pareça!) e as letras estão mais diretas. Vamos fazer uma embalagem especial, com o intuito de alavancar as vendas do CD físico, ao invés do mp3. Aguardem!! 14- Valeu pela entrevista David. Utilize este espaço para considerações finais. Agradecemos ao espaço e a iniciativa, esperamos que daqui por diante mais oportunidades se abram para nós e as bandas irmãs! Muito obrigado a todos que nos acompanham por tantos anos e aos novos fãs. Para novidades, acessem www.modusweb.blogspot.com ou www.myspace.com/modusweb . http://modusweb.blogspot.com www.fotolog.com/modus_operandi http://modusweb.palcomp3.cifraclub.terra.com.br www.tramavirtual.com.br/artista.jsp?id=18081 http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=1091687 http://br.youtube.com/watch?v=7uitJ0iyqxU Talvez a banda Brasileira de maior projeção no exterior, tendo seus trabalhos elogiados por grande parte da mídia especializada do mundo, o elegia existe há quase 20 anos, tendo se firmado como pilar da cena gótica musical Brasileira e mundial a partir do ano 2000 quando tocaram no Wave Gottik Treffen, o maio festival gótico do planeta, em Leipzig na Alemanha, sendo novamente convidados para tocarem no ano seguinte. Mesmo estando incluída no rol das bandas darkwaves do Brasil, o Elegia é preza pelo ecletismo, possuindo influencias nítidas do rock psicodélico e do indie rock. A seguir o release da banda: 1989, São Jose dos Campos-SP (Vale do Paraíba) a banda é formada e segue diversas referencias sonoras que vão da psicodélica sessentista ao indie contemporâneo, passando pelo pré-punk, punk rock, pós-punk e até com referencias de musicas étnicas. No inicio do ano 2000 foi lançado seu primeiro Cd que levou o nome da própria banda “Elegia” e que se encontra esgotado no momento, com este trabalho homônimo a banda atravessou as fronteiras e tocou por dois anos consecutivos no “Wave Gotik Treffen” em Leipzig na antiga Alemanha Oriental (2000 e 2001) tendo recebido destaque em inúmeras publicações em revistas, livros, e-zines e zines por toda a Europa. Em 2004 depois de conturbado

26 - elegia - the typhoon eye (2000)SP

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período de produção e lançamento chega o segundo trabalho da banda: “Underworld”, com primorosa arte gráfica e esmerado conceito instrumental e poético. Matéria no Diário Online: Elegia é: Escobar (bateria e backing-vocals), Marcelo D’Angelo (guitarra, vocal e backing-vocals), Emerson Deniz (baixo, viola e backing-vocals), Mayumi (backing-vocals) e Paulo Gotoh (lead vocals). Formada em 1989, influenciada por bandas post-punk, gothic-rock e independentes dos anos 80, a banda participou de vários shows, festivais e eventos. Após lançar três demo-tapes e participar de uma coletânea, em 99 surgiu o convite para participar do “Wave-Gotik-Treffen Festival 2000”, na Alemanha, onde lançou seu primeiro álbum, “Elegia”, conquistando bons comentários da imprensa européia. - São José dos Campos (SP), antes um local para recuperação de tuberculosos devido ao seu clima ameno e nebuloso, depois uma cidade industrial, clima alterado pela poluição, desemprego e poucas perspectivas - lembra Paulo Gotoh. “Nesse cenário nasceu o Elegia, refletindo as influências do post punk rock, com os sentimentos sombrios da realidade opressora, o apito melancólico das fábricas e trens ecoando na frieza dos tijolos das chaminés. Talvez esses sejam os itens que formam a síntese de nosso som”, acrescenta. Em 2001, o grupo tocou consecutivamente no festival Alemão e concedeu entrevistas a revistas européias (“Gothic”, “Darkwave” e “Cold”), fez vários shows no Brasil e foi incluída na coletânea “De Profundis”. No final de 2001, iniciou as gravações do próximo CD, que só ficou pronto em 2003. Elegia assinou no mesmo ano com a Demise Records, que deveria lançar o CD intitulado “Underworld”. Ano passado, devido ao não cumprimento do lançamento do CD, por parte da gravadora, o contrato foi desfeito e “Underworld” foi lançado independente pelo e-zine Gramophone, com distribuição da 13 Records. Entrevista concedida ao portal carcasse:

Elegia

O gótico paulista no Wave-Gotik-Treffen Das inúmeras bandas nacionais que batalham por projeção no underground, são raras as que conseguem viabilizar seu trabalho pelos meios convencionais. Investidores e selos ignoram o que difere da mesmice comercial, obrigando cada grupo a buscar alternativas. O percurso do Elegia, banda paulistana de São José dos Campos, é uma prova de que é possível driblar os problemas com boas idéias. Sem esperar que a oportunidade caísse do céu, a banda lançou um CD independente ao lado de outras bandas de sua cidade e produziu um videoclipe em parceria com uma TV do Japão, país que o vocalista Paulo Gotoh escolheu como residência. Os frutos destes esforços animam: a banda acaba de ser convidada para a nona edição do Wave-Gotik-Treffen (Leipzig-Alemanha), o maior festival gótico do mundo, com uma expectativa mínima de 25.000 visitantes... Sobre estes e outros assuntos, conversamos com Paulo Gotoh...

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Como se formou a banda? Vocês já tinham experiência com outros projetos? O Elegia formou-se em 89 com colegas de classe: Escobar (bateria), Marcelo D'Angelo (guitarra), Ursula (vocais) e Ricardo Camargo (baixo); as letras eram em português e eles tocaram em festivais estudantis da região de São José dos Campos. Eu havia sugerido o nome Elegia ao meu irmão, o Escobar, e eles gostaram: esse nome foi inspirado numa passagem do épico Os Lusíadas. Trata-se de uma elegia a Inês de Castro, amante do rei de Portugal assassinada diante de seus filhos pelos conselheiros do rei, tudo devido a sua ascendência espanhola. O rei enlouquecido manda desenterrar o corpo, coloca-o no trono coroando-o como rainha e faz toda a corte beijar a mão do cadáver decomposto. Desse episódio histórico vem a expressão "Agora Inês é morta...".

Naquela época, eu era praticamente o motorista da banda, levando-os para os locais dos shows, lotando um Fusca com equipamento. O carro ia com as rodas arriando. Com a saída de Ursula, meu irmão me chamou para cobrir a vaga. As músicas passaram a ser em inglês, pois eu só gostava de bandas inglesas e também porque na época eu não conseguia cantar nada em português, sentia que soava estranho. No começo, ainda cantava as músicas escritas por Ursula, mas com o tempo deixamos o português de lado. Não funcionava direito comigo. Após estudar canto coral melhorei meu conceito sobre a língua. O Marcelo e o Ricardo já haviam tocado juntos antes numa banda punk; meu irmão, que fez uma aulas de bateria, tocava aqui e ali em bandas como convidado. As letras do Elegia variam da desilusão moral de "Generation X" ao intimismo poético de "In A Dead Loss"... É você quem as escreve? Essas duas que você citou não, eu apenas as traduzi para o inglês. A primeira é de meu irmão e a última é do Marcelo. Geralmente, as letras e as músicas são elaboradas em paralelo: eu faço uma letra, o Marcelo uma música, depois vejo qual música é mais apropriada a qual letra, ultimamente tenho escrito letras para os instrumentais, de acordo com a atmosfera da melodia. Aconteceram algumas vezes, como em "Midnight Train", e "Neuer" de criarmos na hora letra e melodia. O primeiro registro da banda em CD foi a coletânea ...of noise!, que traz mais quatro bandas de São José dos Campos. Como foi a gravação dela? Tudo partiu da iniciativa dos integrantes das mesmas? Você recomendaria este esquema cooperativo para bandas iniciantes? As bandas gravaram no Estúdio Hocus Pocus, de Toninho Ramos, um amigo nosso. Agora, o Marcelo é sócio no estúdio também. Sim, foi uma iniciativa das bandas que sempre dividem palco conosco nos festivais e encontros da região, incentivados pelo Toninho. Viemos para o Japão, onde o Marcelo morou por uns tempos, para gravarmos. Ao término das gravações, ele e meu irmão voltaram com suas esposas para o Brasil e eu resolvi ficar mais tempo. Esse esquema de cooperativa é a saída para bandas que estão começando, depois da fita de demonstração e de algumas apresentações, aconselho fazer isso. Cada banda entra com uma parte do dinheiro da prensagem, o custo não fica tão alto e no fim todos saem beneficiados. Você mora no Japão, enquanto o restante da banda reside em São José dos Campos. Mesmo assim, a banda continua firme... Como vocês superam a distância?

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Nós somos praticamente uma família, com nossos laços de amizade bem estreitos. É isso que mantém a banda. Mesmo há três anos separados, eu continuo ativo na banda. Não venho me apresentando ao vivo, mas isso não me impede de ainda escrever as letras e colocar os vocais nas músicas, lógico que a distância dificulta um pouco, mas sempre usamos telefone, correio... e ultimamente a comunicação melhorou muito com o e-mail. Vocês apresentam alguns covers em suas apresentações ao vivo. Vocês pretendem gravar suas versões ou reservam-nas apenas para apresentações ao vivo? Em nosso primeiro CD, que está para ser lançado, fizemos uma versão de "Ein Stuhl In Der Höelle" do Einstüzende Neubauten. A idéia de gravar essa música partiu de um show que fizemos, o "Tributo ao Bauhaus" no Armageddon. Quando subimos no palco, havia um problema com a bateria. Então, para sair daquela situação incômoda de ficar olhando a platéia e ela olhando de volta eu comecei a cantá-la baixinho, sem acompanhamento. E, para meu espanto, um fã do Neubauten que estava lá no fundo reconheceu e veio para a frente gritando: "Isso! Não pára" e continuou cantando-a comigo. Mas antes que eu pudesse terminá-la os acertos foram feitos e começamos a tocar. Por isso achei que seria interessante registrar uma versão dessa música. Tive a oportunidade de assistir ao ótimo vídeo-clipe de "Typhoon Eye", gravado no Japão. Foi ótimo matar a curiosidade que tinha sobre sua performance, mas senti falta do resto da banda. A "exclusão" deles foi proposital? Como foi a filmagem do clipe? Se eu disser que sim serei expulso da banda (risos)... mas, falando sério, não. A idéia, desde a escolha da música até o término do clipe, foi de gravar com todos, mesmo à distância. Eu gravei as cenas aqui no Japão e eles no Brasil. Na edição, infelizmente, houve incompatibilidade de sistemas e as imagens do Brasil ficaram distorcidas, segundo a equipe da IPC que me chamou para avaliar o resultado. Só sugeri algumas idéias durante as gravações. Eles fizeram quase tudo, escolha das locações, ângulos etc. O editor mostrou o que estava acontecendo e aprovei um tanto chateado por não poder incluir as imagens feitas no Brasil. Apesar disso, foi um ótimo trabalho. Nós filmamos em várias localidades da província de Kanagawa, um mirante perto da cidade de Odawara que é cheio de cadeados deixados por pessoas que fazem votos de nunca se separarem, uma estrada de ferro abandonada nessa mesma cidade, uma vista do monte Fuji e algumas cenas nas ruas de Yokohama. As cenas gravadas no Brasil, mostravam a estação de trem de São José, um dos locais onde tiramos algumas de nossas melhores fotos, e dentro de uma antiga fábrica, que fica ao lado da estação, e imagens dos integrantes tocando. Pena que essas cenas não foram incluídas. Em pleno ano 2000, o Elegia continua fiel ao rock? Vocês já experimentaram incluir elementos eletrônicos em suas canções? Pretendem fazê-lo? Nossa opção pelo baixo, bateria e guitarra vem de influências de ótimas bandas que usavam apenas essa formação, como Bauhaus, Jesus & Mary Chain, Smiths etc. Também pela idéia de criar nosso som usando o mínimo de recursos, pois na época em que começamos era tudo muito caro e não poderíamos nem pensar em ter um teclado. Nós chegamos até a ensaiar com head-phones usados como microfones. De lá para cá, pouco foi alterado na banda, mantemo-nos fiéis às nossas características, inclusive no nosso primeiro CD estamos gravando músicas bem do começo. Fazendo um retrospecto da cena de bandas alternativas e independentes de São José, a nossa foi uma das poucas que continuou com o mesmo nome e com o mesmo estilo através dos anos. Muitas acabaram ou mudaram de nome, estilo e integrantes. Penso que nós não temos um padrão para todas as músicas, cada uma delas soa diferente, alguns até

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dizem que "lembra Cure", outros, que "lembra Sisters", chegaram até a nos comparar ao Sex Gang Children, mas na época só conhecíamos essa banda pelo nome. O que fazemos é misturar todas as influências e, a partir de nossas próprias idéias, compor as músicas. Nós agora acrescentamos mais um instrumento, a viola, tocada nas gravações pelo nosso atual baixista Emerson Diniz, que veio enriquecer nosso som. Já flertamos com o industrial uma vez: em nossa primeira demo temos uma música chamada "Chromium Soul". Usamos sons sampleados de fábricas, percussão feita numa estante de metal, além do baixo e guitarras com efeitos bem crus. Para o próximo CD, estamos com uma música instrumental chamada "Pop Defect" que tem loops gravados de bateria, samples tirados de filmes, seriados, animes etc. O resultado é uma colcha de retalhos, costurada por microfonias e distorções com guitarras e baixo num acid-rock. Talvez ainda usaremos mais sons eletrônicos, mas ainda assim soará Elegia. É comum ouvirmos bandas alternativas nacionais queixarem-se da falta de perspectiva daqui. Quais são seus pensamentos à respeito? Estariam as reais oportunidades apenas no exterior? Pode parecer pretensão, mas, ao optarmos pelo inglês, além da estética, nós visamos o público externo. Nós sabíamos que, cantando em inglês, não estaríamos buscando o público Brasileiro. Nosso clipe foi aprovado pela MTV do Brasil, mas provavelmente deverá ser exibido nos horários mais obscuros, porque nosso som não atinge o público nacional... Cantamos em inglês, mas sempre do ponto de vista Brasileiro. Tanto que nosso nome é uma palavra da língua portuguesa, nunca negamos nossa origem, por mais constrangedor que às vezes isso possa ser, devido a imagem que o país tem. Nosso som não agrada a todos, poucos gostam do estilo de música que fazemos e, entre essas, boa parte tem aquela idéia de que tudo feito no Brasil não presta. Sobram apenas algumas pessoas de mentes mais abertas. Também discordo da imposição que algumas pessoas da mídia fazem: "Banda Brasileira tem que cantar em português"! Quer dizer então que só porque somos de um país "em desenvolvimento" não podemos fazer o mesmo que bandas francesas, alemãs, holandesas, italianas etc. fazem, isto é: música cantada em língua que não seja sua língua nativa, que seríamos macacos de imitação ou coisa do gênero?! Está bem, não adianta querer fazer o pessoal acostumado com o mainstream engolir. Como tentaram fazer com Diamanda Galás (que canta em várias línguas) na última vez que ela veio tocar no Brasil, não dá certo, embora a idéia possa ser das mais nobres. Segmentação é a palavra, e não massificação. O dia em que pessoas acordarem e pararem de ouvir o que é despejado diariamente, aquilo que é bancado por interesses comerciais, e ouvir algo por identificarem-se com isso e não levados por modismos ditados pela indústria fonográfica. Aí sim será a vez de todos aqueles que batalham no underground. Penso que a internet e o mp3 estão começando a mudar a situação. Penso também que não importa cantar em inglês, português ou o que seja, e sim, fazer algo autêntico com gosto próprio, nunca guiados pelos modismos, interesses mercadológicos e imposições da mídia. Você tem acompanhado a produção Brasileira? Quais bandas de hoje você destacaria?

As melhores bandas Brasileiras estão no underground, mas a maioria é desconhecida do grande público e acabam assim mesmo. As bandas de estilo gótico e darkwave então, mais ainda. Temos ótimas bandas como Back Long Arch que faz um som etéreo muito bom, lembra muito Cocteau Twins; o grande batalhador Das Projekt Der Krummen Mauern, nosso melhor gothic rock; Ocaso que tem letras muito boas em português; Stale Bread, que levam um ótimo pós-punk; o ótimo Der Kalte Stern, do Tonyy, e suas belas músicas; e o Labia Minora,

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de Belo Horizonte. Todas estas bandas merecem respeito e reconhecimento. Seria bom se as casas noturnas apoiassem melhor a cena local, fornecendo uma infraestrutura mais decente para as bandas, fazendo assim crescer o público. Faltam mais coletâneas com as bandas (mesmo em mp3) e divulgação ao máximo. Falando em exterior, creio que o Elegia seja a primeira banda Brasileira a participar de um festival gótico europeu, já que vocês foram escalados para a nona edição do Wave-Gotik-Treffen. Como foi receber a notícia? Foi uma surpresa agradável. Quando estive lá no ano passado, levei material promocional da banda e deixei com um dos organizadores, que ficou interessado. Passado alguns meses entramos em contato novamente e ele fezo convite, entretanto teríamos pagas somente as despesas de hotel. Eu vi de perto o que é o festival e fiquei sem palavras na hora, nem acreditava: "tocar em Leipzig no festival"! Fomos a primeira banda a confirmar sua presença para lá. A ansiedade cresce à medida que a data do festival se aproxima, principalmente precisando de patrocínio como estamos, somados com as despesas com a gravação e prensagem do CD, estamos fazendo mil coisas ao mesmo tempo... está uma loucura. Sinta-se à vontade para concluir a entrevista com quaisquer comentários que quiser... Desejo sinceramente todo o sucesso nesta futura empreitada!! Devemos unir esforços, bandas, DJs, zineiros e simpatizantes do estilo, e apostar mais em nós mesmos. Apesar de menosprezada por muitos que sonham com a "Canaã Gótica", a terra prometida do primeiro mundo, temos uma considerável cena local com boa quantidade de bandas e clubes em São Paulo, com performances e eventos que não acontecem com tanta freqüência e qualidade pelo resto do mundo como muitos pensam, e para melhorá-la dependemos do apoio e da união de todos interessados em mais apresentações ao vivo e clubes de qualidade. Não adianta ficar reclamando sem nada fazer. Eu quero agradecer a todos que de uma forma ou de outra vem nos ajudando, divulgando e contribuindo para o crescimento de nossa banda. Esperamos com essa participação no 9º WGT poder abrir um espaço para outras ótimas bandas que temos no Brasil e atraír alguma atenção à nossa esquecida cena. Obrigado por tudo que tem feito para nós, Cid, sua ajuda é imensa.

Mais em: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=498577 www.myspace.com/3legia http://br.youtube.com/watch?v=DAOxHjw3U14 http://br.youtube.com/watch?v=0gKQWygTlcY http://br.youtube.com/watch?v=ceAT7OMgK9s http://www.youtube.com/watch?v=1CfbanNzhCU O tears of blood é uma da bandas góticas/darkwave mais antigas em atividade no Brasil, possuindo sólida carreira e bom numero de apreciadores, a banda se faz presente na coletânea de profundis.

27- the tears of blood - never be the same (2000)SP

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Biografia(fonte site oficial): “PRIMEIRA FASE – O COMEÇO A banda THE TEARS OF BLOOD foi formada por Marcus Dutra e Valter Galdino em meados de 1991 em Guarulhos / SP, desde então dá-se inicio a uma longa trajetória de músicas, shows e envolvimento do grupo com o cenário alternativo de São Paulo, mais especificamente o cenário gótico.

Logo no início, quando algumas composições já estavam sendo feitas, viu-se a necessidade de transformar aquela parceria numa banda. Foi quando chamaram um grande amigo, Joyds, para assumir a missão de representar o grupo nos vocais, em seguida Sandinho assumi a bateria da banda.

O grupo inicia uma série de ensaios tocando covers de bandas como Echo and the Bunnymen, The Mission, The Sisters of Mercy, Joy Division entre outros. Já com alguns ensaios realizados, a banda depara-se com uma garota que viria a ser a tecladista do grupo, Alessandra Carvalho, que trouxe para a banda as características sonoras que faltavam para o Tears of Blood começar a mostrar seu trabalho.

Pouco tempo depois deixa o grupo o baterista Sandinho, vindo a ser substituído por Emerson que também pouco tempo ficou, sendo substituído por Júnior Tatu.

Desta forma, o grupo vê-se completo em sua primeira formação, tendo a frente dos vocais Joyds, no contra-baixo Marcus Dutra, nas guitarras e backing vocals Valter Galdino, nos teclados Alessandra Carvalho e na bateria Júnior Tatu.

Podemos citar que esta fase foi muito importante no estabelecimento do Tears of Blood, visto a realização de uma grande quantidade de shows em Guarulhos e o aparecimento do grupo no cenário alternativo de São Paulo ao lado de bandas como Kaddish, Krummen Mauern, Elegia entre outras. Desta fase, também podemos destacar as composições criadas pelo grupo, que recebiam as letras de Joyds e Valter Galdino que também cuidava dos arranjos das músicas em parceria com o baixista Marcus Dutra. Algumas músicas foram registradas em demos, destacando-se composições como The End, One Minute, The Deep, Eyes to the Evil, To See the Present, Soul entre várias outras.

Já entre 93/94, após uma série de shows por São Paulo, o baterista Júnior deixa a banda por opção própria sendo substituído por Zé Carlos, que trouxe para o grupo e sustenta até hoje o brilho das levadas marcantes apresentadas nas músicas. Após dois shows realizados com o novo baterista, vocal e guitarra resolvem deixar a banda. Significava a saída de Joyds e Valter do grupo. Estava enfim terminada a primeira formação da banda The Tears of Blood.

SEGUNDA FASE – COMPOSIÇÕES MARCANTES

Meados de 94, os membros remanescentes do grupo Marcus Dutra, Alessandra Carvalho e Zé Carlos buscam de forma acentuada vencer as dificuldades e reestruturar a banda.

Um série de guitarristas e vocalistas são testados neste processo. A primeira vaga a ser ocupada foi a do vocal. Neste momento Vanessa Krongold conquistaria não só a banda com sua bela voz, mais também uma grande quantidade de novos fãns para o Tears, visto que estavam acostumados com a figura masculina do vocal, agora

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tinham a figura carismática de Vanessa, que também veio a inserir violões nas apresentações ao vivo do Tears, dando um brilho ainda maior a banda.

Nesta fase a banda contou com a participação especial de Eduardo (guitarrista do Krummen Mauern) nas guitarras do grupo. Não chegou a fazer shows com a banda nesta época, mas participou de um momento muito importante do grupo. Pouco tempo depois, Edu deixa a banda devido a outros compromissos. Neste mesmo período o Tears tinha um grande guitarrista por perto e faltava apenas à banda dar uma oportunidade a essa pessoa. É nesse momento que nasce a história de um cara chamado Vitor Rabelo com o Tears of Blood e a reestruturação definitiva da banda. A princípio, o mesmo procurou a banda respondendo a um anúncio para vocalista. Não teve a oportunidade esperada nos vocais, pois não era mais isso que procuravam, até que surgiu a oportunidade no dia em que Edu entregou a guitarra para ele, que já vinha assistindo a vários ensaios. Foi a surpresa mais agradável que a banda pode ter em termos de guitarra, estava ali, escondido um cara com potencial maravilhoso.

Nesta altura a banda estava mais uma vez completa, agora com Marcus Dutra no baixo, Alessandra Carvalho nos teclados, Zé Carlos na bateria, Vanessa nos vocais e Vitor Rabelo nas guitarras.

Três meses de ensaios e a banda sobe ao palco do Aeroanta, era a estréia e a apresentação para o público dos novos integrantes.

Foi uma fase que durou de 94 a meados 97, onde muitos shows aconteceram. A banda tocou praticamente na grande maioria das casas noturnas existentes no cenário alternativo de São Paulo.

Quanto às músicas, podemos citar esta fase como a que projetou a grupo para a cena alternativa. A grande característica da banda nesta época foi a de tocar poucas covers, primando pelas composições próprias. Neste período nasceram composições como Depression, Mistery to the End, Black Alert, Darkness, Ups and Down, In the Way of the Soul, Answers, Imortality, entre tantas que marcaram esta formação. Foi sem dúvida nenhuma um período muito criativo do grupo, onde a parceria de Marcus Dutra e Vitor Rabelo nas letras e arranjos proporcionaram a definição exata da sonoridade da banda, marcada pelos ritmos envolventes e hipnóticos das baterias, pelas guitarras cheias de efeitos, baixos fortes e marcantes e teclados que davam o clima das músicas, sem contar a presença de um vocal vigoroso.

Em meados de 96 a banda entra em estúdio para realizar as gravações das músicas que viriam a compor a demo denominada Darkness, lançada no mesmo ano.

Após uma série de shows e com o guitarrista já residindo em Minas Gerais, a banda entra em um período de dificuldades devido a ausências e distâncias e vê cada vez mais sua vocalista envolvida entre seus estudos e outras bandas que participava. Já na virada de 97 para 98 foi inevitável a saída de Vanessa Krongold pelos motivos já expostos.

Com Vitor Rabello longe do grupo e sem a presença da vocalista, a banda naturalmente, deixa paralisada suas atividades, com seus integrantes indo cuidar cada um de seus projetos, tendo desta forma encerrado-se o ciclo da segunda fase do grupo.

TERCEIRA FASE – ATUALIDADE, OS GRANDES SHOWS

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Após um período de inatividade, a banda marca seu retorno em 1999. Com o fato de Vitor Rabelo estar novamente residindo em São Paulo e devido aos encontros mantidos com o baterista Zé Carlos, nasce a proposta de retorno as atividades da banda. Desta forma, Marcus Dutra e Alessandra Carvalho juntam-se aos dois componentes para celebrarem o retorno da banda.

Neste momento os vocais passariam a ser ocupados por outra pessoa e novamente a opção do grupo foi pelo vocal feminino, vindo a fazer parte da banda Andreza Husky, que mostrava muito potencial e disposição para encarar o fato de ter que substituir a vocalista anterior e todo o referencial desenvolvido anos antes.

O retorno teve como principal característica a retomada das composições da banda criadas na segunda fase, visto que pouco tempo depois do retorno às atividades, o grupo remasterizou o trabalho lançado na demo anterior e juntou o áudio de apresentações ao vivo da banda em meados de 95 e 96 e lançou o EP independente também intitulado Darkness, onde foram distribuídas pouco mais de 300 cópias para chamar atenção ao fato de que a banda estava de volta, muito mais madura e pronta pra novos desafios.

Iniciaram uma série de shows por São Paulo, tendo ocorrido no Plastic o show que marcou o retorno da banda e a estréia da nova vocalista do grupo, Andreza Husky.

Os shows da banda mostram-se cada vez maiores e mais produzidos tornando-se um diferencial para o público, destacando-se desta forma a figura do baterista Zé Carlos, um dos principais integrantes do grupo e responsável não só pelas baterias

como também pela produção de palco nos shows realizados.

Logo em seguida veio o convite para participar de uma coletânea junto com outras bandas de São Paulo e a necessidade de entrar em estúdio para realizar as gravações do que viria ser o segundo EP independente do grupo, material este que contou com a releitura de antigas composições como Darkness, Inthe Way of the Soul e Ups and Down e novas composições do grupo tais como Never Be the Same, Cold Room e Lunatic. Parte deste trabalho saiu na

coletânea De Profundis, que definitivamente projetou o grupo na cena alternativa de São Paulo e de outros estados, como sendo ao lado das outras bandas desta coletânea, uma das principais representantes de um estilo denominado Darkwave.

Esta projeção levou a banda a tornar-se ainda mais conhecida através da execução da suas músicas na programação da rádio SP Rock 89,5FM e devido aos inúmeros sites, revistas e zines que faziam citação às atividades desenvolvidas pelo grupo.

Esta fase representa para o grupo o amadurecimento do trabalho num todo e especialmente dos componentes como músicos.”

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Mais em:

http://www.tearsofblood.info/

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=727425

http://www.carcasse.com/mp3/audio/000083.php

Entrevista concedida ao carcasse:

http://www.carcasse.com/revista/passaros_negros/the_tears_of_blood/index.php

“procure em seu íntimo, uma salvação, uma saída, uma solução”, com esta frase que ainda causa arrepios, há 7 anos, a almas mortas abria seus shows, com a musica “sob pressão” e então iniciava a catarse, a viagem intima tão dolorosa para muitos... solidão, tristeza, perdas, dor, em sua forma mais pura e sincera, era cantadas, como se reveladas pelo vocalista robson “sinistro”, gerando uma imagem realista á banda que a punha numa linha tênue entre a arte cantada e vida revelada, a veracidade das letras e a entrega da banda em cada nota, revelavam a verdade que era desnuda na frente de todos, causando dor e amor, amor que perdura até os dias de hoje.

A banda dona de hinos do underground baiano e ainda ignorados de boa parte do publico gótico no Brasil, ainda desconhece os hinos “videira da morte”, uma ode ao vinho e a morte, que é cantada quase em uníssono em apresentações por Salvador, “almas mortas”, “rei dos condenados”(baseada na obra de anne rice), “amor de outono”, “frias mãos pálidas”, sendo estas 3 ultimas composições do baixista/segundo-vocalista Henrique, atualmente na Modus Operandi e que hoje não são mais executadas pela formação atual. A banda agora com nova formação, Robson Vocal e teclado, Alan Jon: Guitarra, backing vocal, Vagner L.: Guitarra, backing vocal. Eduardo: Bateria e com um novo baixista que em breve deverá substituir Bruno “Longshot” que recentemente se afastou da banda, promete um novo trabalho, pois acumula mais de uma dezena de composições que tem chamado atenção de todos que a estas tem acesso. Trabalho esse que gera expectativas, pois “Canções de Ódio, Amor e Morte”, 1º álbum da banda, ainda é sem duvida um dos maiores discos de rock gótico/post punk já feitos no Brasil, e o EP “spectrum” também veio pra manter o nome da banda e acender a ansiedade. Aguardemos.

Release:

O nome idiossincrático da banda faz com que quaisquer explicações acerca da sonoridade desta sejam despiciendos. Porém, a musica densa, melodias lapidadas, profundas e letras sem eufemismos, que refletem os aspectos mais sombrios da alma humana, como a dor, angústia, solidão e um certo pessimismo em relação a vida, remetem a banda a sonoridade gótica e pós punk do inicio dos anos 80.

28- almas mortas - a videira da morte (2001) BA

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O grupo formou-se na primavera de 2001 e tornou-se, em 5 anos de historia, uma referencia no underground baiano, tendo lançado seu primeiro trabalho "canções de ódio, amor e morte" que praticamente é uma unanimidade entre os apreciadores do estilo, devido a inegável qualidade de suas composições, tanto em termos musicais como em líricos também.

A banda após um bom período de existência, culminada por apresentações que ficaram na memória de muitos, e que serviram para solidificar seu nome, acabou por mudar de formação no curso de sua existência, gravando em seguida o EP "Spectrum" datado de 2004, trabalho este que só manteve o respeito pela banda, haja vista, que o conteúdo e a qualidade musical em nada foram alterados.

Os novos integrantes, uniram-se a base da banda, sempre liderada pelo exímio vocalista Robson Sinistro, trouxeram novas influencias e novas perspectivas, fato confirmado pelo bom trabalho realizado no EP, bem como, nas apresentações com a nova formação, onde percebe-se claramente a qualidade musical da formação devido ao talento individual de seus componentes. A banda continua numa eterna lapidação, em busca da perfeição musical, e promete manter seu nome na cena, com toda a dignidade e respeito, buscando ainda superar muitos obstáculos que sempre fizeram parte da historia da banda...enfim, está é a Almas Mortas a dor que nada consola.

texto: Ranniere Santana março de 2007

mais em:http://www.myspace.com/almasmortas

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=4628533

entrevista ao Gothic Castle:

http://www.gothiccastle.net/?categoria=revista/entrevistas&pagina=almas_mortas

Banda goiana de curta carreira, mas de fundamental importância, deixou apenas um registro, a demo auto-intitulada, cuja musica necrópole girou o pais através do portal carcasse tornando a bastante conhecida no meio gótico nacional. As ultimas noticias era de que o Guitarrista Ângelo acabou fazendo parte da extinta banda Valentina que conseguiu boa repercussão no cenário indie Brasileiro entre os anos de 2005/2007, e que o casal Élder (baixista) e Juliana(vocal) estão desenvolvendo um projeto chamado "The Candlelight Project", voltado para o Electro-Goth.

Luz de velas

A banda Luz de Velas, formada no ano 2000, personifica o gênero "mal do século", manifestando uma contestação existencial profunda, procurando no interior do ser humano aquilo que no universo externo apresenta-se perdido, uma inversão e uma viagem que ao

29- luz de velas - necrópole (2001)GO

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microcosmo emocional de todos nós. Com referências inteligentes e de um sarcasmo impetuoso que impregna as poesias cantadas na voz grave da Srta. Juliana, possuem como pano de fundo um híbrido de timbres macabros, batidas de punk rock desaceleradas e guitarras rasgadas ao velho estilo "Bauhaus".

Em Goiânia há uma total ausência da cena "Darkwave" (na época), talvez possuindo como única referência, a própria banda, que apesar de todos os contratempos , apresentou-se algumas vezes para um público genérico, encontrando boa aceitação por parte de todos, justamente por diferenciar-se das demais bandas da região. A despeito de rótulos e estereótipos, a banda dá sua versão dos fatos:

"Nos perguntam se somos góticos, respondemos que não, somos apenas vítimas do sentimento, ser ou não ser gótico é uma questão um tanto complexa e abstrata, pois, o que é necessário para ser gótico? Escutamos bandas góticas, vivenciamos dentro de nossas realidades, que nem sempre são felizes, se isso é ser gótico não sabemos".

Quanto a natureza do musical...

"Mas falando em banda, nossa proposta é de resgatar a alma musical depressiva que ficou pra trás com os anos 80. Influências principalmente por bandas como Bauhaus, The Mission, Joy Division, Sisters, Nick Cave, Tom Waits, e também por bandas anos 90 como Slowdive, além de várias outras. Com essas influências, um vocal feminino, e bastante efeitos, tanto na guitarra como no baixo, procuramos unir a depressão, verdade e psicodelia, tudo isso expresso de forma muito simples, com poucos acordes, tentamos levar a frente uma linguagem minimalista".

Formado por:

Juliana (Vocais) Ângelo (Guitarra) Beto (Bateria) Élder (Baixo)

Gravaram uma demo CD homônimo, com o qual fui presenteado e posso dizer que realmente o som deles é muito forte, visceral e competente. A música "O fim das oliveiras" é uma contestação à pregação, "post mortem" Cristã;em "Estou falando de você", tratam do egocentrismo desmedido que algumas pessoas incorporam; destaque para "Necrópole", uma música longa e arrastada, com arranjos experimentais, efeitos repetitivos e hipnóticos, onde o vocal de Juliana se destaca pela performace apresentada, indo de uma quase sussurrada declamação até as vias do desespero gritante... me fez lembrar os bons tempos do Vzyadoq Moe. A única coisa triste em relação a banda é que, por conta de desentendimentos, o Luz de Velas, terminou bruscamente, restando pra nós apenas esse material para apreciação. Eduardo Morpheus Affinito.

(Nota extraída do zine De Profundis #4 e digitalizado por Fab Ђ₣αђ ЂБΛђ: http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=4161096571682316440)

− *Agradecimento a Fab e Luiz buda pelas informações.

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Release/Histórico

Banda paulistana formada em janeiro de 1996 (primeiro ensaio: 25.01.1996!). Num primeiro instante, as músicas eram compostas em inglês. O resultado soava próximo ao de suas primeiras e principais influências, que iam da psicodelia dos anos 60 ao pós-punk dos anos 80.

Ao final do mesmo ano, gravam a primeira demo, que contava com cinco músicas. O primeiro show vem no ano seguinte, no Espaço Retrô. Após alguns outros shows, e compondo músicas novas, resolvem incluir um teclado na formação. Com um som mais denso, entram em estúdio para registrar essa nova fase. São gravadas quatro músicas, sendo duas regravações da primeira demo. Nesse meio tempo, a música Don´t Come Down The Mountain (retirada da primeiro demo) é incluída na coletânea Violet Carson. E ao final de 1998, a banda entra em recesso. A volta às atividades (sem o teclado) vem em 2002, no show de lançamento da coletânea De Profundis, que a banda participa com três músicas. Nesse mesmo ano, tocam em Brasília, fazendo seu primeiro show fora dos limites do estado. Vislumbrando outros horizontes, começam a compor em português. Gravam mais quatro músicas, sendo que duas delas entram em mais uma coletânea do projeto De Profundis.

Na divulgação desse projeto, participam de vários shows e festivais, sendo os principais na capital paulista, em set. de 2003, e, novamente, na capital federal, em 23.12.03. Nesses shows é divulgada a demo Nitrato Azul, com as quatro músicas gravadas em português. A banda começa 2004 agendando estúdio para registrar seu primeiro disco cheio, só de músicas inéditas.

Formação:

Marcio Calixto – Voz Vitzac - Baixo Ricardo - Bateria Kleber - Guitarra

Fonte: Trama Virtual

mais em:

http://www.garagemmp3.com.br/vesuvia

http://tramavirtual.uol.com.br/artista.jsp?id=11169

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=6784952

30- vesuvia - rosalia (2002) SP

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Banda paulista formada no inicio da década de 90 e ainda ativa. Ganhou notoriedade ao participar as coletâneas violet carson e de profundis, e mesmo tendo mais de 15 anos de carreira, ainda é difícil encontra informações sobre a banda, o projeto under the southern sun, entrevistou o baixista Érico Nuñez, que muito solicito, forneceu todas as informações necessárias sobre a banda, inclusive quanto ao futuro desta:

1 - A Mercyland é razoavelmente conhecida na cena gótica darkwave Brasileira, porem, muito pouca gente sabe da historia da banda, Como e quando se deu a formação do mercyland?

ERICO: A banda vem de um projeto do Heleno e Marshall desde 92, mas se tornou banda mesmo quando se juntaram a eles o Ailton e a Beth (no baixo e bateria). Lançaram então uma demo tape (isso, ainda era tape), intitulada Sweet Black Ocean e ainda participaram da coletânea Violet Carson. Em 2000 saiu mais um trabalho, Heart and Soul. Até então as músicas eram todas em inglês, mas logo passam a cantar em português e em seguida lançam um cd-demo Penso em Você com seis novas músicas. Ah, tivemos duas participações muito bacanas nas coletâneas do zine De Profundis. Assim que terminaram as gravações o Ailton saiu e eu entrei. Isso foi em 2004. A banda ficou assim: Heleno no vocal, Marshall na guitarra, Beth na bateria e Érico no baixo. Hoje a gente já tem um material bem legal em português. Um novo trabalho, desta vez um cd completo, sairá em breve, estamos finalizando tudo.

2 - A banda também já participou de coletâneas seminais no que toca a cena darkave lançadas no Brasil como a violet carson e a de profundis em duas edições. Sendo inclusive o volume 3 desta coletânea lançado na europa pela gravadora alemã equinoxe. Qual o reflexo para a banda destas participações? ERICO: A gente não teve muita informação sobre repercussão deste lançamento na europa. Apesar de que sempre ficamos surpresos por encontrar gente que para nós parece tão distante que conhece parte do nosso trabalho. Digo parte pois temos tantas coisas que vieram depois daquilo que quando vimos isso, pensamos "precisamos logo terminar este disco novo"... rsss Mas o fato de não termos a real dimensão que pode ter tomado essa divulgação e que não temos nada organizado em internet e tudo o mais... No máximo temos uma comunidadezinha no orkut, ninguém da banda está tão disponível para conseguir montar um bom esquema na internet, mas a gente procura não sumir por completo também... rs 3 - Uma outra coisa que chama bastante atenção no som da mercyland é variedade de influencias, que vão desde bandas um pouco mais pesadas a bandas de rock gótico propriamente ditas. Vc poderia apontar as principais influencias da banda? ERICO: Por causa de um ou dois da banda gostar de dark e por conta das aparições no De Profundis (tá as letras também tem culpa nisso) a gente sempre foi rotulado de banda gótica, o que acho que nunca foi negado de fato. Mas acontece que não somos góticos, temos várias influências e isso acaba ficando perceptível em alguns de nossos sons, mas não são todos. Nossas influências são diversas. Cada um da banda gosta de um tipo de música diferente do outro, mas a gente acaba se "encontrando" em The Cult, The Mission e Sisters of Mercy. Agora se contar que na banda tem gente que adora Ramones e Dead Kennedys, além de Joy Division e Sonic Youth; outro que adora Hard Rock e vive com os rifs de Motley Crue na ponta dos dedos, gente

31- mercyland - só (2002) SP

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ouvindo de punk rock a Bjork, dizer que a gente é uma banda gótica fica simplista, certo? (não que não sejamos), rss 4 - Como esta a atual situação da banda? vocês tem feitos shows? ERICO: A gente tem tocado sempre, mas sempre em estúdio. Tomamos isto como um hobby mais que qualquer outra coisa, trabalhamos pra caramba e nos reunimos uma vez por semana para fazer um som. Disso temos um disco que está prestes a sair e vez por outra ainda rola um show, mas realmente não temos nos apresentado muito não, preferimos nos dedicar a terminar o disco e aí sim, procurar locais para apresentações. Aceitamos convites, viu? Se tiver alguma coisa legal por aí pode nos chamar, se conseguirmos chegar aí prometemos fazer um show bem bacana, rs

5 - É verdade que a banda pensa em mudar de nome? E o estilo musical? também seria alterado? ERICO: Na verdade já pensamos no nome da banda desde que passamos a cantar as músicas em português mas como a gente não tinha nenhum trabalho a lançar e também por já ter um nome que algumas pessoas já conheciam e tal fomos deixando pra depois. Mas a hora chegou, tem um cd sendo terminado e a gente resolveu mudar logo. O nome agora é Odes Mínimas. Mas não podemos dizer que o estilo mudou com o nome. A mudança do nome foi uma conseqüência natural da mudança na forma das músicas, agora em português. O som tem uma mesma essência, mas dizer que não mudou seria hipocrisia, mas também não podemos dizer que mudou pois a idéia ainda é a mesma, fazemos rock.

6- Existe previsão para lançamento de um trabalho novo? ERICO: Não temos previsão, mas também estamos ansiosos e não vemos a hora de ver isso concretizado. Assim que sair vocês ficarão sabendo, pode dei

7 - Muito obrigado érico pelas informações. Vc teria algo a acrescentar? ERICO: A gente é que agradece a oportunidade e deixamos aqui um abraço a todos. Vamos procurar estar mais presente com o lançamento do novo disco e assim que sair prometemos mandar mais informações, ok? Deixo aqui também a indicação da nossa comunidade no orkut (http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=3355072) mandem mensagem para a gente por lá que a gente vai respondendo. Valeu! Érico Núnez.

Mais em: http://www.carcasse.com/mp3/audio/000110.php

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Individual Industry iniciou suas atividades musicais em 1987, com Alexandre Twin. Entre 87-90 ele gravou sozinho 10 demo- tapes nunca lançadas. Em 1990, Maurizio Bonito e Lilian Vaz entram na banda e seis meses depois lançam a primeira demo tape oficial da banda chamada “Apology”. Alexandre Twin atualmente também é membro do projeto 3 cold men.

No início de 1995, Maurizio Bonito deixa a banda e Alexandre Twin inicia as gravações do próximo album. Porém, logo em seguida é a vez de Lilian Vaz deixar a banda também. Após isto, Danyela Gato assume os vocais.

Foram lançados 2 álbuns e um Box Limitado neste período, além de inúmeras participações em coletâneas do Brasil e exterior, possuindo o projeto excelente aceitação no exterior, mais notavelmente na Alemanha, França e na Belgica, a musica key of dreams é do ano de 2003 e contem a participação da cantora francesa Carla Picchiopanno da banda Speaking Silence.

Em 2007, é lançado o novo trabalho, o Mini Cd “Amy” após longos 10 anos sem lançar algo novo. O MiniCd tem participação especial de Carine Grieg da banda francesa Collection D´arnell Andrea nos vocais e ainda Ambrose Reynolds na pré-produção e groovies. O Novo álbum “Dreams Never End” será lançado em abril de 2008.

a seguir uma entrevista realizada pelo portal Incision Electro Bible, conduzida por Kadaver, feita em meados de 2003.

[Fale do início da banda. Como surgiu a idéia de criar a banda e porquê o nome Individual Industry?]

O I.I. surgiu em 1987, quando eu tinha um teclado de brinquedo e começei a fazer música. No início o som era bem minimalista e experimental e eu produzia várias músicas que acabaram me sugerindo o nome Individual Industry.

[Porque o Maurizio Bonito e a Lilian Vaz saíram da banda?]

A saída do Maurízio foi em decorrência de sua viagem para a Alemanha, pois ele foi estudar alemão e retornou à pouco tempo da Europa. Quanto à Lilian, nem eu sei porque ela saiu, mas isto não importa agora, pois o importante é que a banda continua com o mesmo estilo e fazendo o que gosta

[A inclusão da Daniela foi ocasionada por uma procura sua, ela se ofereceu ou aconteceu de outra maneira?]

Eu estava a procura de uma vocalista e entrei em contato com uma banda que faz covers do Cocteau Twins, a Daniela é amiga da vocalista e me foi apresentada para fazer um teste de voz, no qual se saiu muito bem.

32- individual industry - key of dreams (2003) SP

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[Como foi abrir o show do Second Decay, e já que estamos citando bandas internacionais, fale-nos da participação do Opera Multi Steel no novo álbum.]

Abrir o show do Second Decay foi um prazer, pois sou fã da banda. O show foi um dos melhores que já fizemos, principalmente pela qualidade do som do SESC Ipiranga. Quanto a partipação do OMS no novo álbum, tive a idéia de convidá-los e eles aceitaram de imediato. Eu tenho contato com a banda desde 1991, e os admiro muito tanto pela nossa amizade (apesar da distância) e como músicos. Sou fã deles também e sei que eles gostam muito do I.I.

[No seu ponto de vista, como está caminhando a cena electro no Brasil?]

A música alternativa em geral está muito prejudicada, pois não se tem muito espaço para divulgação como clips, revistas, espaço para shows, etc. Para a música eletrônica é muito pior, porque é um tipo de música original da Europa e no Brasil as pessoas tem um certo preconceito quando não se toca instrumentos acústicos. Outro problema é a falta de união das bandas, dos ouvintes e das pessoas ligadas a este estilo musical. Com isso ocorre o crescimento de forma lenta.

[Que bandas você costuma ouvir?]

Gosto de várias tendências da música eletrônica, de música clássica e gosto também do pop. As maiores influências para o Individual Industry e outras mais atuais que gosto bastante são: Pink Industry, Twilight Ritual, Cocteau Twins, Dead can Dance, Trisomie 21, Opera Multi Steel, Collection D’Arnell Andrea, Autumn, Wolfshein, Deine Lakaien, Stoa, Die Form, etc.

[Quais os equipamentos que o Individual usa? Os usados no Ice-Water são os mesmos do primeiro álbum ou são trocados de tempo em tempo?]

Nós sempre estamos colocando equipamentos novos e tirando alguns antigos. O usado no Ice-Water é diferente do usado no primeiro cd. Os equipamentos são: Módulo SC 50, Rolland SA-9 (analógico), DR 660 Boss, Rolland SE 70, Porta Studio MT 120 Yamaha, Dat DA 20 Tascan, Microfone Shure, Rolland SE 50, e mais alguns equipamentos do nosso produtor Verta.

[E o seu projeto solo, Wintry? Você não lançou nada ainda? Já existe algum material pronto?]

O Wintry existe mas foram gravadas apenas algumas músicas. Em breve farei alguma coisa mas sem compromisso. Estou estudando algumas alterações neste projeto, mas ainda é surpresa.

[Fale um pouco dos shows do Individual Industry e das participações em coletâneas internacionais.]

Os show ainda são em pequena escala, pois não existe quase lugares para tocar. Apesar disto a meta do I.I. é tocar uma vez por mês, e isto está acontecendo. A idéia era fazer uma produção diferente para os shows, mas isto não é viável por causa dos baixos cachês que são pagos. De qualquer maneira sempre procuramos fazer o possível para melhorar as apresentações. Quanto as coletâneas, participamos da Musica Celestia Vol. 2 (Cri du Chat), Taste This Vol. 7 (Discordia - Alemanha), estas duas já com o trabalho novo, além de várias participações em coletâneas nacionais e internacionais com músicas do primeiro cd.

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[Para terminar, diga o que quiser, espaço livre...] Agradeço desde já a oportunidade de estar perto das pessoas que gostam de nossa música, e espero que todos gostem de nosso novo cd, pois ele foi feito para satisfazer os apreciadores deste estilo chamado Ethereal Pop. Peço que as pessoas escrevam para Individual Industry Information - Cx. Postal 21.187 - São Paulo - SP - CEP 04602-970.(fonte:http://www.geocities.com/SunsetStrip/Lounge/3911/indivent.htm)

mais em:

http://overclockzine.blogspot.com/2007/09/individual-industry-amy-mcd.html

http://www.geocities.com/SunsetStrip/Lounge/3911/Individual.htm

http://www.myspace.com/individualindustry

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=6727924

Lendária banda Brasiliense iniciou sua atividades nos inicio da década de 2000, tendo participado da coletânea epidendrum nocturnun que homenageou o lupercais em 2003.

Release:

“Últimos Versos. Apesar de tantas palavras e sons que formam combinações entre si, todas as formas vem sendo usadas pelos homens na buscas de uma compreensão melhor de si mesmo. Vivemos numa época em que todos os versos serão sempre os últimos, pois pertencentes a seres em estágio inicial de desagregação, atomização, desintegração...fragmentos sonoros arrastando uma linguagem.....sempre se sujeitando....Eis o primeiro e o último versos possível... Em janeiro de 2001, uma confluência de bons acontecimentos reuniu numa banda indivíduos em busca de uma arte mais verdadeira, bem como de um instrumento que canalizasse idéias estéticas, poéticas e musicais...Procuram desde o início permanecer fiéis a uma linha racional temática introspectiva exprimida através de uma musica que nada mais é que um veiculo de vazão de uma veia poética imaginária.... Line up:Valéria (voz)* Elias (guitarra)* Moäa (baixo)* Bosco (bateria)*Eduardo (guitarra)”

Atualmente a banda encontra-se inativa, posto que seus integrantes atuam em outros projetos, como por exemplo a vocalista Valeria que canta na banda Utgärd Trölls, cujo estilo é mais voltado ao punk/deathrock.

mais em:

http://www.myspace.com/ultimosversos

33 - últimos versos - a máscara e o medo (2003) DF

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http://bandasdegaragem.uol.com.br/hotsite/musicas.php?id_banda=8578&id_album=8191

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=28701007

http://www.carcasse.com/mp3/audio/000125.php

O quarteto, que conta atualmente com Alex na bateria, Renata Carvalho nos vocais, Jp nas guitarras e Lucas no baixo, bebe da fonte inesgotável do pós-punk, de bandas como My Bloody Valentine, Jesus & Mary Chain, Sonic Youth , The Cure, bem como do chamado britpop noventista, dentre tantas outras.

A temática básica das letras do grupo são as ilusões e desilusões a que todos nós nos submetemos no decorrer de nossas vidas, em geral são de caráter profundamente introspectivo...afinal de contas, a poesia não foi feita para ser explicada, mas sim para ser apreciada e primordialmente sentida.

Certamente essa é uma banda cujas músicas comporão o fundo musical de muitos daqueles momentos em que a emoção transcende o explicável. É isso! Rosa dos Ventos é a tradução maior do que se pode chamar de emoção, seja a fúria ou a serenidade...”

Banda da cidade satélite de samambaia – DF, liderada pela vocalista Renata Cravalho, nasceu das cinzas do psychoshadows, sendo que antes de se chamar Rosa dos Ventos, Renata já havia tentando se aventura em outra banda chamada Morrigan. Em 2002, com nova formação banda muda assinala o nome de Rosa dos Ventos e parte para a gravação de seu novo material, tendo as musicas “O Rei Infeliz” e “Canção Noturna” inseridas na coletante de profundis #2.

A formação atua conta com Ney(ex-pompas fúnebres) na bateria, Renata nos vocais, Mauricio nas guitarras e leandro que subsituiu Moises no baixo.

As infuencias da banda são as mais diversas passando pelo guitar de bandas como sonic youth e jesus and the mary chain e bandas classicas da era dark como siouxsie e the cure.

Mais em:http://bandasdegaragem.uol.com.br/hotsite/biografia.php?id_banda=12884

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=16422665

34 - rosa dos ventos - a dança dos invencíveis (2003)DF

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Release:

“O Projeto Renfield nasceu oficialmente em abril de 2002, com os integrantes Erik (vocal e teclados), William (guitarra), Louis (contrabaixo) e Wagson (bateria). Cada integrante tinha suas respectivas bandas e projetos de diferentes estilos, sendo então o Projeto Renfield a confluência dessas tendências.

Com o propósito inicial de tocar covers de bandas como Sisters of Mercy, Nosferätu, The Cure, Christian Death, além de outros grupos e estilos, que iam de Lacrimosa a Depeche Mode, a banda começou a tomar forma própria e trabalhar seu próprio perfil musical. Caminhando para uma vertente mais aproximada ao gothic rock, a banda investe numa sonoridade mais profunda e obscura. Nossa temática poética e musical abrange desde a arte marginal até o romantismo, do decadentismo ao humanismo intenso. Como nossas influências individuais são variadas, é impossível definir em poucas palavras a natureza da nossa produção...

Depois de algumas apresentações esparsas, participamos do Festival Epidendrum Nocturnum - Um Tributo ao Lupercais, onde houve o lançamento de uma coletânea homônima. Nesta coletânea foram incluídas "Night" e "Her Shadow", nossas primeiras músicas a serem lançadas em CD. E posteriormente, "Her Shadow" foi incluída na coletânea "Equinoxe", compilação Brasil-Alemanha, lançada simultaneamente nesses dois países.

Após um período de silêncio, em 2007 a banda volta a caminhar numa nova formação. Além de Erik e William que permanecem, a banda se reformulou com a entrada de Cadu Lobo (contrabaixo), Gustavo (bateria) e Bira (guitarra). No momento, a banda trabalha na criação de sua primeira demo, além dos shows, que sempre contou com a energia e o apoio dos amigos e companheiros, que nunca nos abandonaram.

Desta variedade de estilos e temáticas nasceu o nome da banda: Renfield é um personagem do livro “Drácula” de Bram Stoker. Este pobre homem devorava insetos e outros seres vivos, na esperança de digeri-los, extrair a sua essência e transformá-la em “almas para o mestre”. Assim fazemos: absorvemos a essência mais pura da arte e

35 - projeto reinfield - her shadow (2003)DF

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poesia que nos comove a alma, transformando esta miscelânea de impressões, dores e deleites em música. “Almas para o Mestre”.”

formação atual:

*Erik(Teclado/Vocal)*William(Guitarra/Vocal)*Bira(Guitarra)*Lobo(Contrabaixo)*Gustavo(Bateria)

mais em:

http://www.myspace.com/projetorenfield

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=388103

...sonhos, amor, música, frio, poesias, infinito, verdades e mentiras, trovões, chuva, gritos, sol, a noite, a bela lua, sussuros, medo, passado, futuro, presente, sonhar, mar,

arvores, drogas, amor, deus e mais amor, amor, amor amor e amor...

Release:

A Banda Invisível surgiu em 1998 com o intuito de promover o autoconhecimento, unindo a música e a poesia para expressar um mundo oculto. Um mundo onde a essência e a emoção sobrepujam os sentidos físicos e o amor reina onipotente. As letras possuem um enfoque intimista, direcionadas para a espiritualidade, a filosofia e o sofrimento causado pelo apego à matéria. Compondo músicas a partir das experiências pessoais de seus integrantes, é utilizada uma linguagem de fácil compreensão e mensagens profundas que conduzem o ouvinte a um momento de reflexão, na eterna busca pelo autoconhecimento. As influências mais fortes são o rock nacional dos anos 80 e o gothic rock, inpirando-se na simplicidade e na harmonia para compor suas canções.Sua formação atual é: Marcus (Guitarra e Voz), João Paulo (Guitarra), Maurício (Baixo), Renato (Teclado) e Jair (Bateria). Resgatar a grande irmandade e lutar por um mundo menos preconceituoso e materialista são os objetivos da B.I, apelido gentilmente criado por um amigo e que acabou se tornando uma de suas marcas mais conhecidas. A banda já apresentou em quase todas as cidades do Distrito Federal e ainda Goiânia, São Paulo e Curitiba. Possui duas demos gravadas: “O Essencial é Imperceptível aos Olhos (1999)” e “Olhos (2002)”, e agora com o lançamento de seu primeiro cd “A Era da Percepção (2004)” com 8 faixas e sendo distribuido pelo selo Butterfly Produções.

36 - a banda invisível - a musica invisível (2004)DF

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"Dedicar-se a arte é viver no mundo invisível,

Entregar-se ao amor é perceber a conexão entre todos os seres e acontecimentos, E da luz eterna que surge todos os dias em nossas vidas,

Retiramos nossas inspirações... Tais sentimentos nunca serão percebidos fisicamente...

Pois “O Essencial é imperceptível aos olhos...”

mais em: http://www.abandainvisivel.com.br http://www.myspace.com/abandainvisivel http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=1171830

http://www.youtube.com/watch?v=h3eMwE_UKrU

Formado nos idos de 1997, o Zigurate é conhecido como o principal expoente curitibano do pós-punk. A banda possui um bom respaldo na cena darkwave nacional, sempre aparecendo e zines e diversas outras publicações do meio.

A formação atual é: Patrícia Bauducko - voz Fábio Banks - guitarra e voz Fábio Gaia - baixo Cristian Guimarães - bateria Edward Ozzy - teclado/guitarra base.

a seguir diversas noticias da imprensa sobre a banda:

- Pop-rock de alta qualidade. Os músicos demonstram um entrosamento bacana. Os destaques são a atmosfera urbana completamente contempladas pelas letras. Vale a pena escutar e não apenas ouvir.

37 - zigurate - despertar (2004) PR

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Edwin Perez – Revista Dynamite # 49 – novembro/2001. - Certamente você conhece aquele rock progressivo que vai buscar algumas sutis referências no pop e acaba tendo como resultado uma música acessível, mas de grande apuro técnico. É isso, em suma, oque faz este quarteto curitibano, que, de quebra, ainda apresenta a bela voz de Patrícia Bauducko. ACM - Revista Rock Brigade - dezembro 2004. - O grupo foge do lugar comum ao colocar psicodelia e uma atmosfera onírica em seu indie rock cantado em português. Ouça Entre o Escuro e o Claro, Nada Dura pra Sempre, Em Qualquer Lugar, entre outras. Revista MTV - ano 4 / agosto 2004. - ...parece college band americana, fazendo Rock rápido, que gruda no ouvido. “Pedra” está pronta para tocar nas rádios. Folhateen – J. Folha de São Paulo – 21/12/98. – Rock sentimental, cantando em português, com bons dedilhados e versos de extrema beleza poética. A vocalista Patrícia Bauducko é considerada por boa parte da crítica local como uma das melhores vozes da cidade. Abonico Ricardo Smith – J. Gazeta do Povo. - Letras “cabeça” com boas soluções instrumentais. Revista Show Bizz – nº10 outubro/98 - Na noite de 20 de março de 1999, a banda aniversariante realizou um show histórico que chamou tanto público quanto um nome alternativo internacional, e isso tocando sozinha, sem bandas de abertura. Rodrigo Duarte – J. Gazeta do Povo – 02/04/99. -... um dos nomes mais atuantes da cena local, vem com os versos existencialistas do evento. “Como Será?”, faixa presente na coletânea Não Estacione, traz a explosiva sonoridade oitentista da banda. Rafaela Tavares – J. Gazeta do Povo – 07/04/00. - O cuidado que a banda teve com a parte gráfica de todo o disco já merece destaque. Destaques também para as músicas “Como Será”, e sua bela letra; “Cosmos”, ora pesada ora viajante. Herik Correia Rocha - Revista Dynamite - agosto 2004. - Finalmente, o Zigurate tem seu álbum de estréia na rua. E mostra que a longa caminhada fez muito bem à banda, trazendo apuro técnico, amadurecimento e segurança artística. Taí mais um disco de alto nível saído dos porões da não mais tão fria Curitiba. Adriane Perin - Jornal Gazeta do Povo - 29/09/04. – Fechando a noite, entrou a banda Zigurate. Tendo a vocalista Patrícia Bauducko como destaque – ela ganhou o Prêmio Fun (suplemento do jornal local Gazeta do Povo) de melhor vocalista na votação do público. Carlota Cafiero – J. Correio Popular - Campinas/SP – 13/06/00. – Com um pop oitentista com um pouco mais de pegada e bom vocal feminino, o Zigurate, a quinta atração da noite, mandou “Como Será?”. Fez uma apresentação espontânea e cheia de brilho. Heloísa Felix – Jornal Gazeta do Povo – 14/04/00 – Prêmio Fun.

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- “Como Será”, hit de extraordinária competência pop, uma poesia ilustrada pelos belos vocais de Patrícia Bauducko, a contento dos velhos amantes do lirismo das extintas “Finis Africae” e “Hojerizah” (em termos poéticos); ... Se há uma coisa que deve reconhecer é a competência dos músicos da banda, com arranjos extremamente profissional”

mais em:

http://www.myspace.com/zigurateonline

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=112365

http://www.tramavirtual.com.br/artista.jsp?id=6461

http://www.youtube.com/watch?v=5dT0vivA-js&search=zigurate

Segue biografia da banda comentada por fofão knox, seu lider:

“A banda se originou em meados de Junho-1998, como projeto idealizado por Fofão (na época guitarrista da eterna banda Lupercais...) quando as primeiras canções foram compostas.

Com o passar do tempo e com o repertório de aproximadamente trinta músicas prontas, alguns amigos foram convidados então em junho de 1999 após algumas pedras no caminho, tão naturais quanto a formação de uma banda. A Vultos finalmente se estabilizou como banda.

Através de ensaios e mais ensaios veio a aprimoração e elucidação do trabalho da banda. Em dezembro de 2000 a Vultos sobe aos palcos para mostrar seu Rock Poético Sombrio pela primeira vez no clássico Galpãozinho-Gama. Em 2001 teve o grande prazer de fazer a abertura do show que marcou a volta da banda 5 Generais (Uma da principais bandas do DF dos anos 80 e grande influência à Vultos) no espaço Zoona Z. Em janeiro de 2003 grava seu primeiro CD-Demo experimental com três faixas ao vivo batizado sob o nome de "A primeira vez no Inferno" com as músicas: "O Riso" (Poema de Augusto dos Anjos musicado por Fofão) "O último Crepúsculo" e "Eterno Retorno" (da Lupercais), as faixas 1 e 2 saíram também no CD "Epidendrum Nocturnum" mas eu considero esse CD Demo muito fraco e tosco e simplesmente o sepultei, não o usando mais em nenhuma forma de divulgação... Nesse período já estávamos em presença de nossa tecladista, a Denise e após esse período os outros membros seguiram caminhos diferentes, onde o Fofão recrutou novas pessoas para dar continuidade a esse trampo...E então em maio de 2003, uma nova geração de amantes da boa música alternativa e vindo de cidades similares em frio e vazio cultural como o Gama, Santa Maria e Valparaiso, vieram completar e dar nova vida a Vultos...Para como a Fênix, um renascer sem dar chance as cinzas... Então eis que concluímos a 1a. demo-cd oficial intitulada "Cartas Para Ninguém" com 9 faixas em 54 minutos de pura poesia e melodias densas e cortantes.

De 2004 à 2005 novas mudanças no line up ocasionaram a gravação do novo cd

38 - vultos - o colecionador de lembranças (2004)DF

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"Andróides De Luto" com apenas 4 membros dos 6, onde os instrumentos foram divididos entre: Fofão (Gt, Bt e Vx), Fabiano (Teclado, Bx), Carol (Voz) e Walter Sarça (Percussão, Recitais). O Cd anda por um processo lento de masterização, mas aguardamos lançá-lo em breve! São 7 novas faixas.

Após a finalização da gravação do "Andróides De Luto" 2 novos membros vieram a completar a : Tony Tals (Baixo) e Rafael (Bateria) onde pudemos retornar aos ensaios e concluir projetos como tocar em Goiânia por exemplo e dar continuidade ao trabalho definindo diversas músicas novas como: "Bisturi" (Walter Sarça), "Sinfonia" (Oliveira Gomes), "Entre Becos Sombrios" (Fofão Knox) entre outras mais para um possível demo...Estamos aguardando a confirmação de um selo inglês para a produção de um Debut Official Cd e estamos preparando um "Single Ep" com duas musicas em vinil por um selo dos EUA. Entre outros projetos atualmente estamos retornando aos ensaios aos poucos e estaremos em breve de volta aos palcos proliferando nosso Rock Poético Sombrio... “ (Fofão Knox)

A banda tem como característica principal a sonoridade post punk aliada de letras profundas e poeticamente densas, como a de colecionador de lembranças que integra a coletânea. Sem duvida uma das melhores bandas gótico/darkwave do Brasil.

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mais em:

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=11109399

http://tramavirtual.uol.com.br/artista.jsp?id=24994

Por que as folhas mudam de cor no outono?

"De acordo com uma nativa lenda Americana, espíritos caçadores nos céus mataram o Grande Urso, a constelação (Ursa Maior), no outono. O sangue do urso pingou nas

florestas transformando as folhas das árvores em vermelho."

Tentando esboçar seus sentimentos e inspirações vindas da vida, da natureza e das artes, a banda compõe paisagens sonoras, densas e envolventes que transportam o

ouvinte tão longe quanto a imaginação o permitir.

Sua musica é como um grande quebra-cabeça, onde as peças podem ser emoções, palavras, sensações e sons. Seu sentimento ao escutar as músicas e sua interpretação

das letras, que podem variar de acordo com seu estado de espírito, também são peças a serem encaixadas neste quebra-cabeça.

Segue entrevista da banda concedida a revista Elegy Iberica de Portugal:

Elegy Ibérica Magazine Issue 4 - Portugal

Ao baixar as altas temperaturas e com a queda das folhas na cinzenta São Paulo, chega o Outono e, com todo este sentimento de perda, a banda Scarlet Leaves… O trio formado em 2003 por Jean (Synths), Audret (Guitarra) e Cláudia (Vozes) já desponta como promissoras e vigorosas folhas a renascer na Primavera do cenário alternativo Brasileiro. São climas etéreos, guitarras e melodias a soprar como uma

39 - scarlet leaves - absinthe tears (2005) SP

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fresca brisa que se unem a delicados e belos vocais em uma atmosfera inebriante e repleta de ternura…

Talvez seja uma aposta invulgar para os dias actuais, porém é uma linda aposta… Scarlet Leaves relaciona-se com o Outono… Compare este fenómeno Natural com a ideologia da banda?

A natureza é nossa inesgotável fonte de inspiração. O Outono é a estação mais bonita e aqui no Brasil torna o clima mais agradável com o decréscimo da temperatura, principalmente à noite. Outro aspecto a ressaltar é que, assim como as folhas, os sentimentos comportam da mesma maneira, a passar por estágios que se repetem. Os nossos sentimentos e estado de espírito são assim também e influenciam a maneira como compomos, tanto no aspecto musical quanto literário. Quais são as principais diferenças entre o projecto inicial, Porfiria, com o Scarlet Leaves? A mudança do nome ocorreu apenas porque tivemos alguns problemas com o antigo... Inicialmente éramos 4 pessoas, contávamos com baixo eléctrico e não conseguíamos manter uma vocalista… Com o novo nome, deixamos a banda um pouco mais electrónica com partes sequenciadas e ocorreu a entrada e estabilização da Cláudia como vocalista.

Como é feito o processo de produção e o perfeito encaixe das atmosferas etéreas com o belo vocal da Cláudia?

Acredito qu e tudo comece com algum som, criamos a atmosfera de acordo com nossos sentimentos. A seguir a este princípio e, assim que algo interessante, é formado, amadurecemos as ideias e adicionamos novos sons e efeitos. A Cláudia tem uma grande sensibilidade… ela sente o que a música diz e desenvolve as suas linhas de canto facilmente.

Eu comecei a passar som com bandas Dark Wave & Ethereal e vejo que actualmente há poucos projectos que seguem estas vertentes, ou não aparecem tanto em detrimento aos outros estilos. Algumas influências como Cocteau Twins, Lycia e outras bandas deste cenário são óbvias no vosso trabalho. Como observam a ramificação da cena alternativa com maiores tentáculos na música electrónica ou metal? Acreditam que estejam a nadar contra a corrente?

Penso que, das cenas alternativas, a nossa é a mais diversificada, já que envolve diversos aspectos culturais e incorpora uma série de vertentes musicais… A cena sempre foi aberta e absorveu várias influências de outros estilos; o que é positivo pela renovação constante. É um facto que alguns tipos de músicas electrónica deixaram a cena mais acessível e o metal trouxe um outro público para dentro da mesma… Penso que não haveria problema se todos tivessem o seu espaço. Entretanto alguns estilos como Ethereal, Dark Wave e Gothic Rock vão deixando de aparecer… Estes não podem deixar de existir e penso que não serão; já que sempre haverá pessoas a criar dentro deles… O que falta é uma maior atenção. Não acreditamos que estamos a ir contra a corrente, pois fazemos o que gostamos e sabemos que, felizmente, ainda há muitos que também gostam.

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A música do Scarlet Leaves tem boa aceitação por aqui. Qual é o sentimento ao saber do reconhecimento de um óptimo trabalho? Fala-nos sobre a repercussão à vossa música?

Desde o lançamento do nosso primeiro “single” demo, “Images of Memories” obtivemos comentários positivos. Posteriormente, com o EP, a banda tem vindo a atingir um público muito maior… Desde então os admiradores crescem e chegam-nos sempre comentários excelentes a cada dia, tanto do Brasil quanto do exterior… O que nos deixa muito contentes, satisfeitos e fortes para prosseguir a jornada. Como surgiu o convite para a participação na compilação “Harmonia Mundi”, editada pela Danse Macabre Records, com bandas da América do Sul? Quando os Das Ich estiveram a tocar pelo Brasil, o teclista e produtor Bruno Kramm, que também é proprietário do selo Danse Macabre, conheceu a maneira das bandas existentes na América do Sul e interessou-se em editar uma compilação com as bandas do continente; deixando a responsabilidade de seleccioná-las nas mãos de Alex Twin (The 3 Cold Men). Obviamente. Quando soubemos desta selecção, enviámos material e após algum tempo ficámos muito felizes ao receber a informação que iríamos integrar na compilação… A materialização do sonho em forma de CD representa o alcance de novos horizontes e o transporte da nossa música a mais pessoas e em diversos pontos do globo.

O que esperar do EP “Compilation of Early Dreams”? Quais foram as dificuldades para gravá-lo? Quando teremos um álbum inteiro de inéditas?

Embora seja um EP promocional, representa a concretização dos nossos ideais, a superação de dificuldades iniciais e a realização de antigos sonhos (razão da escolha do nome). O CD contém muito do nosso estilo de composição… Podese perceber as faces da nossa música, a variar entre o Ethereal e o Dark Wave… às vezes mais introspectivas, outras mais dançantes. Podemos mencionar a falta de tempo como um problema durante as gravações e produção… Entretanto, serviu de experiência para que da próxima vez as coisas sejam feitas de maneira diferente. De qualquer modo o resultado final agradou-nos bastante e ficámos satisfeitos. Já estamos a compor material novo e pretendemos gravá-lo brevemente… Estes temas novos mostrarão uma evolução e maior entrosamento dos integrantes.

Fala-nos sobre as apresentações do Scarlet Leaves? Como são? Qual a atitude do público? Desde o primeiro concerto o público tem crescido e é muito bom perceber que muitos estão sempre presentes em todas as apresentações… Desta forma, procuramos sempre trazer alguma novidade a cada novo concerto e costumamos tocar poucas vezes ao ano. Acredito que passamos uma atmosfera e energia forte durante os concertos… A Cláudia é muito carismática e conquista todos com a sua voz e simpatia. É extremamente gratificante ver a audiência a cantar e dançar enquanto tocamos… Perceber que as pessoas conhecem e gostam das músicas ou sentir os olhares de admiração daqueles que estão a assistir pela primeira vez. Na minha opinião a banda possui qualidade e condições para ser editado e tocar internacionalmente, talvez ainda seja um pouco cedo, mas creio que isso poderá acontecer. Quais são os sonhos a concretizar?

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O próximo passo natural é lançar o primeiro álbum. Para isso precisamos de uma editora interessada no nosso trabalho. Estamos a procurá-la e estamos certos que a encontraremos. Participar em mais compilações seria muito bom como também tocar em mais lugares cada vez mais distantes…

Entre inúmeras outras, a decadência da cena alternativa nacional foi uma das razões que me incentivou a mudar para Portugal. Como se encontra agora o cenário Brasileiro? O que precisaria ser mudado para melhorá-lo?

Sempre pensei que aqui não há uma cena propriamente dita; a qual é constituída por muitas coisas, das quais algumas são inexistentes por aqui. Estamos carentes de festivais com qualidade, onde as bandas possam mostrar seu trabalho sem ter que se sujeitar às condições precárias normalmente apresentadas e que certamente prejudicam muito a performance. A cena está globalizada e as novidades atingem todos rapidamente, porém, aqui parecemos viver à parte disso. O público também se mostra pouco activo e desinteressado em novidades, sujeitando-se a inércia e falta de qualidade. Temos também um círculo vicioso a envolver as bandas, organizadores de eventos, djs e público. Contudo, penso que, de há um tempo para cá; algo tem mudado… Temos mais pessoas interessadas nas competentes bandas daqui, temos algumas grifes de roupas e eventos esporádicos com qualidade. Contudo não espero alguma grande mudança, nem mesmo a longo prazo, visto que já caminhamos nestas condições há muito tempo. Talvez as coisas tomem um aspecto melhor; caso haja maior interacção entre os Djs, bandas, organizadores e o público que é o que mais ganhará com isso tudo.

Como imaginam ser a cena portuguesa e espanhola?

Nós sempre tivemos uma imagem geral que a cena Europeia é muito forte. Só tivemos uma referência mais clara do cenário português há pouco tempo, o qual nos parece sólido, organizado, com diversas bandas em vários segmentos e grandes festas e eventos. Acreditamos que o facto de estar na Europa ajude muito, pois os países estão interligados e facilita as digressões das bandas e festivais; além das grandes editoras estarem por aí também.

Acredito ser importante reconhecer as pessoas que nos apoiam e encorajam o desenvolvimento do nosso trabalho. Que apoios têm recebido?

Realmente os apoios são fundamentais! Temos algumas pessoas que sempre nos ajudaram e estaremo-lhes eternamente gratos… É importante mencionar que as pessoas que se interessam pelas nossas músicas, fazem o download pelo “site”, pedem os CDs, vão aos concertos e deixam mensagens, são também uma espécie de apoio para nós.

por Luiz Soncini

mais em:

www.scarletleaves.com

http://www.myspace.com/scarletleaves

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=4513074

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The anorexic juliet é uma banda capixaba ainda em busca de projeção nacional, fato que não será difícil devido a sua latente qualidade. A banda atualmente esta em fase de composição e em breve teremos um cd completo da anorexic disponivel.

Release:

“Em fevereiro de 2000 no Espirito Santo, Brasil, 3 amigos: Atilio G., Alan Vieira e Axel Genaio se juntam ainda na escola para formarem uma banda, o embrião do Anorexic Juliet estava sendo gerado, o tempo passa , integrantes entram e saem e a banda ainda continua com seus três membros fundadores. Em janeiro de 2004 a banda faz sua primeira apresentação realmente dita e para um publíco com mais de 10 pessoas, dessa vez com mais de 300 pessoas já então com a formação definida e o som delineado a banda era: Atilio G. programações e teclados, Alan Vieira: voz, Axel Genaio: guitarras e Espantalho: contra-baixo. Dessa primeira apresentação surge a primeira fita demo chamada de "The Anorexic Juliet" com as faixas "Pretty Lies, Cristina, Valentine’s Dance, Solemn Shadows, Clarimonde e My Sensual Juliet". No final do ano de 2004 Espantalho deixa a banda e Atilio G. passa então a responder também pelo Contra-Baixo. No ano de 2005 é gravado o EP intitulado "Pretty Lies" com as faixas "Pretty Lies" e "Garota em mais uma tumba" e no final de 2005 é lançada a música "Valentine’s Dance" coma formação: Atilio G.: programações, teclado e contra-baixo, Alan Vieira: voz e Axel genaio: guitarras . Após 2 anos sem fazer apresentações, no Inicio de 2008 o guitarrista Axel Genaio se desliga temporariamente da banda passando assim Alan Vieira a responder também pela guitarra. A banda hoje após vários problemas está se preparando para novas apresentações e em fase de finalização do seu novo cd demo que brevemente estará disponivel.”

formação:Atilio G. - Baixo, Programações | Alan Vieira - Voz | Axel Genaio – Guitarras

40 - the anorexic juliet - valentine’s dance (2005) ES

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mais em:

http://www.myspace.com/theanorexicjuliet

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=33850300

http://www.youtube.com/watch?v=29BzN46mCaI

http://www.fotolog.com/anorexic_juliet

http://www.youtube.com/watch?v=29BzN46mCaI

Veterana e conhecida banda paulistana.

release:

“Projeto formado em Abril de 2003, com o nome de Atmosphere, a fim de fazer um som obscuro com letras em inglês, buscando expandir notas, nuances e atmosferas vindas do lado mais sincero que pode ter a noite em nossas almas.

Inverno de 2005 é lançado o primeiro CD da banda com o título de: "Bells of Soul”, no Estúdio Quadrophenia sobre os cuidados de Sandro Garcia (Continental Combo), após Show realizado na Galeria Olido, o nome passou a ser Bells of Soul, em razão de terem surgido outras Bandas com o nome Atmosphere, foi lançado o vídeo da música You and I.

Inverno de 2006 é gravado o primeiro single da banda intitulado: “The Sleepwalker”, os bsides são: the passenger (live studio), Sacrificie (live studio), lançado em Dezembro junto com o vídeo da música "The Sleepwalker"

No início de 2007 é lançado o 3º álbum da banda, intitulado: “The Sadness and the Garden”, as gravações foram realizadas no inverno de 2006 no 80' estúdio sobre os cuidados de Dennis 80's, ainda aos integrantes da banda são dados os presentes da noite, ainda anoitecem estrelas durante os outonos que estes guardam em seus olhos, mais uma lenda transcrita num momento de cultivo às flores que eles observam no céu e na plenitude de suas almas adormecidas e acalentadas nos jardins, refúgio que anoitece em cada um do Bells of Soul.

As influências estão lançadas no plano dos que acalentam o crepúsculo na hora da partida, ao chegar às lendas que se vestem com os períodos temporais e absorvem as publicações estéreis das estrelas e da noite. Perturba o coração no seu leito de morte e reluz resplandecente apenas a trágica lua que canta prelúdios ludibriando a eterna forma que esbarra em tuas vidas, cada sino beija aquele o acolhe dentro da alma submersa em tuas verdades pessoais, tenro em amor e laços de perdão conjugando verbos em pessoas diferentes, mas quem são estas pessoas senão tu?”

41 - bells of soul - the ghost of castle (2005) SP

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o Bells of souls é formado pela dupla paulistana CLAUDIONOSFERA Guitars/Vocals/Drums/Effects/Lyrics e SANIAN Keyboards/Vocals/Effects/Lyrics.

*DISCOGRAFIA*

2005 - Bells of Soul 2006 - The Sleepwalker - Single 2007 - The Sadness and the Garden mais em:

http://www.myspace.com/bellsofsoul

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=4148529

http://www.youtube.com/watch?v=OmcC5GkHbVE

http://www.youtube.com/watch?v=vybDb_QG54g

http://bellsofsoul.blogspot.com/

Banda da cidade de Blumenau-SC, quase que desconhecida da maioria do publico gótico/darkwave nacional, porem tendo lançado em 2005 uma demo chamada Espelhos que chamou atenção de todos que puderam ouvi-lá, infelizmente a banda terminou suas atividades devido a problemas de formação, possuindo um repertório extenso que nunca chegou a ser gravado em estúdio.

A origem do nome da banda é explicada por Dionisio Coelho:

“Conta a lenda que os antigos Deuses Nórdicos liderados por Odin, buscavam por diversão, então escolheram a música como meio dessa diversão. Mas logo vieram pessoas más que com suas intenções malevolentes criavam músicas com um propósito obscuro, negro. Então Odin sedento por justiça e alegria dentro das canções une seres iluminados e lhes entrega o dom da música e lhes diz: "Vós, iluminados, sois

42 - sensivel elite branca - espelhos (2005) SC

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minha elite branca, que trará alegria e sensibilidade às minhas terras. Sois então a Sensível elite Branca".

Como podem ver, não há nada de racista no nome, muito pelo contrário a banda tem como única função trazer alegria e justiça aos corações tristes.”

Histórico: Alguns dos integrantes de uma extinta banda punk decidem juntar-se novamente e recomaçar um novo projeto, desta vez voltado às verdadeiras influências de cada um. No inicio, em janeiro de 2002 a banda era composta por Alexandre(guitarra/voz), Gef(bateria), Andre (baixo) e Marcel(guitarra/teclados). Logo no inicio o baixista decide deixar a banda e um pouco mais tarde o baterista é cortado devido aos seus problemas pessoais.

A partir de então a banda, agora com dois integrantes, parte para as composições próprias e no decorrer do tempo o som cada vez mais adquire elementos eletrônicos. "Esta fase foi muito importante para a banda, pois foi onde conseguimos sentar e colocar todas as ideias e experimentos em pratica, até chegar ao estilo atual". Depois de um ano de experimentos, entram na banda Edgar(baixo) e Jasmine(voz). Os ensaios frequentes introsam a banda e as musicas fluem de forma natural. Hoje a base do som está nas batidas programadas e nos teclados/efeitos, O baixo e a guitarra complementam os detalhes das musicas abrindo espaço para as vozes mescladas. As letras são todas em português e os temas diversificam-se entre problemas pessoais e sociais.

Atualmente a banda pode ser enquadrada em estilos como Darkwave & Synthpop.

Quando demos para a banda O nome Sensível elite Branca pretendíamos trazer a mente das pessoas justamente a ideia de preconceito, ou seja, o racismo que existia no Brasil imperial ou colonial ou atual. Não estamos fazendo apologia ao nazismo, muito pelo contrário, só queremos lembrar a todos que o preconceito existiu e ainda existe em várias formas... ...na realidade todos somos vítimas de alguma forma de preconceito e isso nos causa muitos problemas.

O nome também nos agrada pelo fato de não lembrar nomes de outras bandas e principalmente pelo fato de ser em português.

Polêmicas a parte, é uma banda que merece ser ouvida, justamente pela sensibilidade de suas letras...espelhos é prova disso.

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Mais em:

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=1445314

demo para download: http://www.mediafire.com/?qnjdwt0b

Veterana banda do underground paulistano formada há quase 14 anos, continua sua historia propagando sua musica por meio de seus shows enérgicos e vibrantes, e musicas que ficam na cabeça de quem as ouve.

Release:

A BANDA X DEVOTION foi formada em 1994, pela vocalista Rosana Perrotta (Roxy). Em meio a muitas entradas e saídas de integrantes, o som da banda foi se modificando,trabalhando sempre com sons próprios e versões, onde a banda sempre tenta colocar um pouco da sua personalidade. Foram muitos shows ao longo destes 14 anos. Citamos alguns lugares onde a banda se apresentou: Madame Satã, Retrô, Umbral, Tendal da Lapa, Plastic Bar, One Way, St.John´s Pub, Alternative Pub, Projeto Bazar Fulminante, Crow Club, Faculdade Brás Cubas(Mogi), Coven Bar (Campinas), Arkham Asylum, Eletroshock, entre muitas outras casas e eventos. A banda participou também da coletânea “Violet Carson” em 1997, com várias bandas do cenário alternativo Brasileiro. Hoje a banda conta com os seguintes integrantes :

Roxy – Vocal Aires B.B. – baixo Kleber Decol : guitarra Ronnie : bateria A banda segue uma linha voltada ao gothic rock, pós punk e new wave, com uma pitada pop.

43 - x-devotion - love me or hate me (2006) SP

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A simpática vocalista roxy respondeu alguma perguntas a USS:

1- como se deu a formação da banda em 1994? E de onde veio a idéia do nome x-devotion?

A banda ja havia sido idealizada por mim por volta de 85, 86 por ai, mas na época eu era muito nova pra iniciar uma banda, então o sonho foi amadurecendo aos poucos até quando apareceram algumas pessoas com os mesmos interesses musicais e demos inicio a X Devotion.

O nome vem de toda a dedicação que sempre tenho em tudo que faço. E acredito que todos temos que acreditar em algo, seja lá no que for, mas que seja algo que nos mova, que nos faça sentir vivos, atuantes, realizados. O "X" funciona como uma incógnita. Portanto "Devoção a algo, a alguem, à alguma coisa".

2- A participação da banda na coletânea violet carson, serviu para colocar de vez o nome do x-devotion no panteão de bandas clássicas do rock gótico/darkwave no Brasil, quais foram os reflexos disto na historia da banda?

Com certeza a participação na coletanea nos ajudou imensamente na divulgação da banda, levando nosso nome a nível nacional. Até hoje temos reflexos desse trabalho, com o reconhecimento das pessoas que tiveram a oportunidade de ouvir a coletanea. Recebemos cartas de muitos estados como, Brasília, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Paraná, Santa Catarina, etc. de pessoas que a partir da coletanea se interessaram pelo nosso trabalho ,querendo saber mais sobre a X Devotion.

3-O q mais mudou na cena paulistana no caso, desde 1994? O publico? O espaço para bandas?

Acredito que depois de 2000 os as casas pra apresentação de bandas alternativas, foram escasseando, dando lugar a festas e projetos direcionados ao publico que curte o estilo.

O grande problema hoje é em relação a condições pra shows nesses eventos e nas casas que restaram. Geralmente a aparelhagem é de péssima qualidade e consequentemente as bandas não são valorizadas financeiramente, porque na maioria das vezes não conseguem fazer um show decente para o público. Esse é um grande problema que temos em São Paulo.

4-Muita gente diz que o x-devotion é uma banda injustiçada, pois mesmo com tantos anos de estrada apresentando uma qualidade inegável em seus shows e composições, a banda não se tornou tão conhecida pelo Brasil afora...vc concorda com isso? Porque?

Acredito que bandas nesse segmento de estilo tem uma dificuldade muito grande de divulgar seu trabalho e conseguir patrocínios, produtores, que estejam interessados em trabalhar com elas, justamente por ser um estilo não muito valorizado no país, tendo um público extremamente pequeno. Isso dificulta muito não só o nosso trabalho, como o de muitas bandas de muita qualidade que estão no anonimato total.

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5-Quais são as suas influências como vocalista?

Muitas..Fica até difícil dizer..gosto de coisas muito diferentes umas das outras...mas entre elas estariam : Siouxsie, Liza Stansfield, Roxy Music, Ghost Dance...entre muitas outras coisas.

6-Você tem acompanhado a cena darkwave no Brasil? Existe alguma banda mais nova que te chamou atenção?

Sinceramente não tenho acompanhado muito não....quando vamos tocar, geralmente dividimos os palcos com bandas dinossauras como nós...rsss..uma hora ou outra aparecem bandas novas que geralmente fazem covers de bandas como Marilyn Manson, Lacrimosa, Evanescense, etc..mas de som próprio mesmo, meio difícil de encontrar.

7-Como você descreveria a x-devotion para alguém que ainda não conhece a banda?

Hoje nosso trabalho mudou muito, estamos mais alegres, digamos assim..rsss...

Além das composições próprias que estão bem pesadas, até porque dispensamos os teclados, deixando a guitarra trabalhar mais os sons, estamos fazendo versões de bandas como : All About Eve, HIM, Siouxsie, Suede, Roxy Music, The Cure, Cocteau Twins, Soft Cell, The Cult, The Church, Cars, etc..

8-Obrigado pela atenção Roxy use este espaço para considerações finais.

Em primeiro lugar que agradecer a vc Ranniere, pela atenção com nossa banda e por dar espaço pra continuarmos a divulgar nosso trabalho. Com certeza é de pessoas como vc que o mundo alternativo precisa..Pessoas de atitude!

A banda X Devotion continua a cada dia com mais força e garra pra continuar lutando e sempre mostrando seu trabalho. Sinto que quanto mais envelhecemos mais nos fortalecemos.

Os shows da x-devotion sempre são muito bem comentados, título de exemplo veja-se o imperdível setlist: REPERTÓRIO – X - DEVOTION 1 – TROUBLED SOUL – X DEVOTION 2 – I´M COLD – X DEVOTION 3 – SUDDENLY – X DEVOTION 4 – LOVE ME OR HATE ME – X DEVOTION 5 – BLUE ROOM – X DEVOTION 6 – THE DAY X – X DEVOTION 7 – ANOTHER SONG – X DEVOTION 8 – PURPLE SKY – X DEVOTION 9 – TAINTED LOVE – SOFT CELL 10 – BECAUSE THE NIGHT – 10.000 MANIACS 11- ARABIAN KNIGHTS – SIOUXSIE & THE BANSHEES 12 – RAIN – THE CULT 13 – CALLING YOUR NAME – ALL ABOUT EVE 14 – UNDER THE MILKY WAY – THE CHURCH

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15 – WICKED GAME – HIM 16 – TALKING IN YOUR SLEEP – THE ROMANTICS 17 – CHURCH OF MADNESS – INKUBUS SUKKUBUS 18 – DARK MOTHER – INKUBUS SUKKUBUS 19 – SMALLTOWN BOY – BRONSKI BEAT 20 –LIL´ DEVIL – THE CULT 21- LOVE REMOVAL MACHINE – THE CULT 22 –BOM SONHO – NAU 23 – FORSAKEN – DISTURBED 24 – LOVE WILL TEAR US APART – JOY DIVISION 25 –GARLANDS – COCTEAU TWINS 26 – ONLY WHEN YOU LEAVE – SPANDAU BALLET 27 – JUST LIKE HEAVEN – THE CURE 28 – JUST WHAT I NEEDED – THE CARS 29 – DUEL – PROPAGANDA 32 – SWEET DREAMS – EURYTHMICS 33 – LEBANON – HUMAN LEAGUE 34 – INFRA RED – PLACEBO 35 – LONDON CALLING – THE CLASH Mais em: http://www.myspace.com/oficialxdevotion http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=3660826 www.xdevotion.multiply.com http://www.youtube.com/watch?v=U31FTOYVgQc http://www.youtube.com/watch?v=B_oC8vpP2v8

Surgida a pouco mais de de dois anos na cena nacional, a plastique despontou como umas das melhores bandas já surgidas no cenário goth/darkwave nacional em todos os tempos, ocupando lugar de destaque junto com outras bandas reconhecidas. Formada por 4 músicos experientes na cena alternativa de fortaleza/CE, unidos pelo gosto em comum ao rock gótico/dark indie iniciaram um trabalho sério e profissional, que somados ao inegável talento dos 4, já conseguiram galgar grandes posições no cenário não só Brasileiro como dito, mas mundial também, sendo referencia constante mundo afora, sendo convidada inclusive para participar de coletâneas e também para se apresentar no maior evento gótico do mundo o Wave Gothic Treffen que ocorre todos os anos na cidade de Leipzig, Alemanha.

“Release/apresentação:

A cidade de Fortaleza fica no Nordeste do Brasil. Famosa por suas belas praias, pela alegria de seus habitantes e pelo sol que brilha o ano inteiro, atrai legiões de turistas de todo o mundo durante o ano. Mas a cidade tem uma outra face. Uma face escura, doente, apaixonada, impiedosa.

44- plastique noir - empty streets (2006) CE

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Plastique Noir nasceu e cresce ali, nesse meio desolado e hostil. Numa pequena sala situada no coração de uma violenta área batizada com nome de batalha da Segunda Guerra, cercados por chaminés que despejam no céu cinza os tóxicos de um complexo industrial falido, quatro jovens se reúnem desde 2005 para gerar música pós-punk com influências darkwave, synthpop, industrial, indie e punk. Trazendo na bagagem o pop das últimas décadas, mas atentos à contemporaneidade, usam a nostalgia como ferramenta e a decadência urbana como inspiração, culminando no labirinto existencial dentro de cada um de nós neste início de milênio, quando as utopias morreram e o caos embaça um senso residual mínimo de realidade. Não se trata de crítica engajada [embora esta seja inevitável], mas de poesia suja, que conta histórias cujos personagens centrais são os próprios integrantes mais tudo aquilo que os cerca. Falamos das madrugadas desertas, das prostitutas e travestis no calçadão à beira-mar, do hedonismo viciado, das ruínas da cidade velha, dos amores marginais perdidos nas esquinas e bares, dos corpos amontoados no necrotério, da neurose cotidiana sufocada pelo monóxido de carbono, do retorno ao passado em busca de um futuro possível qualquer, dos símbolos de loucura do folclore e do pop que oferecem uma fuga, um desvio.

Plastique Noir [em francês, “plástico negro”] é o saco que embala cadáveres. Seu eletro-rock, soturno porém dançante, também envolve corpos, impelindo-os à dança hipnotizada. Em menos de dois anos, a fórmula já conquistou ampla repercussão nacional, com shows em algumas cidades do país, como Brasília, Salvador e Campina Grande; entrevistas para revistas como a Bizz e outras publicações, jornais, rádios, TVs e sites de todo o Brasil; inclusão na coletânea “Retratos Subterrâneos” da revista Rock Hard/Valhalla, que reúne o melhor do gótico nacional; top 1 de downloads no renomado portal Brasileiro de música eletrônica Fiber Online [quase 60 mil downloads e streamings]; eleita a segunda melhor banda Brasileira em seu gênero pelo Brazilian Alternative Charts, a parada oficial de música gótica e eletrônica, que envolve críticos, músicos e produtores; escalação para o festival nacional independente Ponto.CE; e convites para abertura de shows de nomes expressivos como Montage, Ludov, Engenheiros do Hawaii e The Cruxshadows [EUA].

A banda também tem crescido muito no âmbito internacional, tendo sido a única banda Brasileira convidada para a edição de 2007 do maior festival gótico do mundo, Wave Gotik Treffen, em Leipzig [Alemanha]. Foi ainda entrevistada na renomada revista portuguesa Elegy Iberica; recebeu elogiosa resenha do renomado jornalista inglês Mick Mercer; e têm tido suas canções discotecadas nas rádios alemãs Ultra Dark Radio e Schwarzbrot , na festa portuguesa Bouquet of Dreams e na casa sul-africana Zeplins, bem como em outros países como França, Bélgica, Peru, EUA e Chile. Seus dois lançamentos independentes até então, Offering [2006] e Urban Requiems [2006/2007], este último re-lançado este ano pelo selo italiano Ekleipsi Records, estão esgotados. No momento, a banda prepara seu primeiro álbum full-length oficial batizado de Dead Pop.entre si, sacramentando assim sua proposta como banda multimídia e auto-suficiente em termos artísticos.

Influências

The Cure, The Smiths, Depeche Mode, She Wants Revenge, The Sisters of Mercy, Asylum Party, Nine Inch Nails, Interpol, etc.

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Complementando o histórico, recentemente a plastique noir terminou as gravações do novo álbum, intitulado dead pop, que deverá sera lançado ate maio de 2008.

Resenhas em diversos meios de comunicação:

no site Mick Mercer’s Live Journal (Inglaterra) http://mickmercer.livejournal.com/701346.html

“Interessante. Evidentemente irritados com a preponderância do Heavy Metal e do Hardcore no Brasil, quatro camaradas e sua antiga bateria eletrônica se unem e criam algo Gótico em paralelo aos elementos pós-punk que os mesmos afirmam estarem presentes em certas bandas próximas a eles. Também procuram, sobriamente, introduzir elementos do Electro e do Industrial adensando assim sua atmosfera, mas sem restringir sua intensidade geral, significando que as canções têm uma dignidade old-school, mas igualmente possuem um potencial borbulhante para agradar a todos nós. Então, o sintetizador de Shadowrun lentamente introduz a ferveção...o baixo é golpeado com força e apuro estrondosos; a guitarra pontua ornamental e tensamente a música com seus riffs econômicos, porém vigorosos, enquanto um vocal sombrio dialoga com os instrumentos para desembocar num colapso dramático, algo cômico, um rugido que nos remete a coisas dos 90’s. Realmente muito divertido. Uma brilhante Creep Show nos remete a uma cruza entre Gary Numan e Sisters of Mercy antigo com vocais e refrão bravio que seguem a melodia espertamente. Desire or Disease é ainda mais profunda, arrastando o insulto obscuro e homicida com charme. Ainda há certas explosões adocicadas de guitarra que rompem com a escuridão velada que funcionam maravilhosamente. Depois de uma introdução declamada, a angústia se estende através de Six Feet Under, um gótico autêntico, onde Fortaleza encontra Leeds. Ou algo parecido. Killdergarten é mais “rufada”, com uma guitarra serpenteante que, belamente, se choca com o baixo estrondoso, nos convidando a uma excitação sarcástica onde sobrancelhas levantam-se de forma insolente. Silent Shout atordoa de forma plana, com a guitarra liderando a melodia com muita graciosidade, porém de forma não-linear, em uma lúgubre e cinemática tristeza. E com Empty Streets tem-se um andamento cadenciado, doentiamente sentimental, dono de uma conduta estrita e honesta, que fecha um EP bem resolvido e cheio de idéias bem realizadas e arranjos límpidos. Eles estarão em breve no WGT e alguns de vocês poderão conferir, sem sombra de dúvidas, eles tocando lá – e estão recomendados! O único ponto negativo deste disco é a falta de um baterista, assim

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deixando as batidas para um eterno segundo plano, sem grandes destaques, porém sem perder completamente o encanto. Suas canções são perversamente charmosas e a personalidade está lá - tudo o que precisam é de um pouco mais de estrada.”

� na Revista Valhalla www.plastiquenoir.kit.net/45.jpg

"Com apenas um ano de formação, o grupo de Fortaleza [CE] já pode ser considerado um dos principais representantes do nosso novo cenário gótico tradiconal. Airton [v], Márcio Benevides [g], Danyel Fernandes [b], Max Bernardo [k] e Sister Hurricane [uma bateria SR-16] trabalham uma sonoridade que nos remete diretamente ao gótico do final dos anos 80/começo dos 90, mas agregando elementos mais sorumbáticos [do eletrogótico] e viscerais [do punk rock]. Mas o maior mérito da banda é o de criar seu próprio espaço numa cena alternativa extremamente limitada, seja promovendo eventos ou lançando zines."

Entrevista concedida ao projeto under the southern sun: Responderam o guitarrista Marcio Benevides, e o vocalista/programador Airton S. (ambas entrevistas não mostram exatamente o mesmo ponto de vista, não tive coragem, nem quis, mutilar nem uma das duas...pois bem, vão na integra...o que eu posso dizer é que ambas são excelentes e pungentes) 1-A plastique despontou no cenário nacional a cerca de 2 anos, e hoje já é considerada por muitos a melhor banda darkwave do Brasil. Como a banda encara essa espécie de responsabilidade? Márcio: Antes de tudo é uma honra esse tipo de opinião! Mas também acho um reconhecimento de um esforço constante que temos em nos diferenciar, compor músicas legais, sermos caras éticos (e antes de tudo céticos). Não queremos ser porta-vozes de coisa alguma, só queremos mostrar nosso trabalho da melhor forma possível e com o máximo de seriedade... Se acham isso de nós, só nos fazem felizes e agradecemos deveras!

Airton S.: Nós já nos cobrávamos suficientemente antes mesmo de ter obtido algum reconhecimento. Desde o início, sempre quisemos mostrar um show de qualidade e algum apuro na produção de nossos discos. Depois sim, é que veio aquela máxima do Exupèrry de ser responsável por aqueles que cativamos. É um clichêzão mas é a pura verdade. Não dá mesmo pra se desvencilhar disso, o que até tira meu sono quando eventualmente fazemos um show que não saiu 100% perfeito por alguma razão qualquer. Uma vez que o público acha nossa arte foda, o mínimo a que somos obrigados é fazê-la foda ao quadrado. Mas talvez o reconhecimento tenha sido justamente uma conseqüência daquela nossa auto-cobrança e não o contrário – o reconhecimento ter vindo antes, trazendo responsabilidade. Com o crescimento de nosso público fora dessa bosta de cidade que é Fortaleza, claro que isso se intensificou um pouco mais, mas nada que tenha representado uma mudança brusca no nosso ritmo de trabalho em estúdio e palco. O pau sempre comeu e continua comendo nos ensaios e sessões de composição. Quem é de fora e presencia, pensa até que somos inimigos mortais um do outro. O mais brando adjetivo dirigido a quem faz merda dentro da banda é filho da puta. Mas a parada toda só sobrevive sob esse método ortodoxo porque somos irmãos. Existe uma unidade. Recentemente ela pareceu fraquejar. Mas nosso edifício é inabalável, não é o WTC que desaba mesmo se atingido apenas nos andares superiores. Se formos pegos lá, podemos substituir aquele departamento. Para nos derrubar, terão que nos foder na base.

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2- Pouca gente sabe, mas a plastique é uma grande engrenagem cultural, pois, ao mesmo passo que vocês são músicos, vocês também atuam como produtores culturais, divulgadores da cena, alem de cuidar de toda a estrutura da banda, juntamente com o empresário Rafael Lucena. vocês poderiam falar sobre os projetos Dança nas Sombras e Guilda? Márcio: Bem, como já declaramos, o Plastique surgiu com a idéia de ser um coletivo cultural, um ente auto-suficiente até onde puder ser. Nós compomos, produzimos, criamos a arte, agilizamos contatos, fazemos a GUILDA... Mas não vou falar mais da Guilda porque só lançamos um número zero e andamos ocupados com nosso álbum vindouro e nossos afazeres pessoais... Quando tivermos novidades (em breve) vocês saberão de imediato! E a Dança é o evento pioneiro aqui em Fortaleza dedicado ao som e à estética góticos, ela é responsável em arregimentar mais adeptos por aqui e tem crescido a olhos vistos – é um grande encontro de pessoas que curtem a mesma coisa e que podem se divertir para além do lixo que as indústrias culturais nos regurgitam. E realmente tentamos voar com nossas asas... Pra mim isso é que é ser uma banda independente e consciente, engajada com o crescimento não só de nós mesmos, mas para com a cena dark nacional. Somos gratos a todo apoio recebido e no que pudermos retribuir, cá estamos.

Airton S.: Destes dois, o único que o Plastique Noir realmente assina é A Guilda. Não que não tenhamos envolvimento direto com o Dança das Sombras também, mas ele é um empreendimento pessoal do nosso manager Rafael; somos mais aqueles coringas na manga dele (risos). De alguma forma, sempre damos uma força em todas as edições: eu fiz todos os cartazes e flyers até hoje, o Danyel sempre ajuda na estrutura de som com equipamentos do seu estúdio, Max transporta o pessoal, etc. Já rolaram 14 edições do DdS, quase todas no saudoso nOise 3d Club, certa vez no Hey Ho Rock Bar e agora encontrou sua nova casa definitiva, o Music Box Bar, que tem uma estrutura bem bacana. Já tocaram nomes de peso nacional na festa, como Fóssil, O Quarto das Cinzas e Synthetik Form. Já A Guilda é uma revista assinada por membros do Plastique mais colaboradores. O número zero saiu em meados de 2006 e hoje, quase um ano depois e com largo sucesso alcançado, ainda não tivemos tempo para organizar o número seguinte. O Max anda enterrando muita gente e anda sem tempo pra escrever, Mazela tá afundado nos livros do mestrado dele, etc. A proposta era produzir artigos de caráter aprofundado que envolvessem obscurantismo cultural em geral, mais ou menos como a Carcasse fazia. Quem quiser uma pasta zipada com a edição inaugural do zine em alta resolução pra imprimir sua própria cópia, manda um e-mail pra gente: [email protected]

3- nestes dois últimos anos, a cena nacional também se desenvolveu, surgiram novas bandas, novos eventos e novos apreciadores. Mas é sabido que mesmo bandas reconhecidas internacionalmente com o elegia e o plastique ainda tem dificuldade em comercializar seus trabalhos e também sofrem com a falta de eventos viáveis pelo país afora, tendo que se concentrar nas suas próprias regiões. É possível se criar uma cena forte e ao mesmo tempo recompensadora para a banda em um país como o nosso? Márcio: A questão que assombra todos nós, ehehehehe. Bem, as coisas são realmente difíceis para artistas independentes, mas lutamos avidamente com as armas de que dispomos. A cena cresce a cada dia, ótimas bandas surgem, mas realmente é foda você tocar som dark nesse país, que trata artistas como putas baratas. Garanto que se tocássemos axé ou uma merda do tipo a gente conseguia fazer tournées mundo afora... Falo em conta de nosso caso, que fomos convidados ao maior festival gótico do mundo (WGT) e os patrocinadores (públicos e privados) simplesmente nos

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ignoraram. Mas quer saber? Que se fodam, continuamos na luta e uma hora venceremos – creio que temos potencial e cacife para tal (sem arrogância, só suor bem sublimado), fazemos a nossa parte com muito esforço, sangue e carinho... Mas o lance é não baixar a cabeça. E por um lado acho até bom essa “obscuridade” porque não somos associados a modismos adolescentes e hipócritas. No dia que esse país valorizar a música plural Brasileira, dentre outras artes, acho que serei um cara feliz – isso se eu estiver vivo pra ver isto.

Airton S.: Cara, é, mas infelizmente tudo isso ainda é refém da necessidade de haver entusiastas que topem produzir festivais muitas vezes embebidos de sentimento idealista. Se não fosse esse pessoal, não haveria o NGR (CE/BA/PE/PB) ou o vindouro Woodgothic (MG, em maio do ano que vem), só pra citar dois modestos eventos que tendem a reunir a produção Brasileira para além das fronteiras de estado, em meio a dezenas de outros existentes em todo o país. Penso que sempre haverá eventos de porte pequeno que congreguem a subcultura, isso está na natureza dela, nessa coisa de empregar seu tempo e dinheiro livres no outro lado de sua vida, o lado gótico. Mas no Brasil ninguém pensa em dar a cara a tapa pela primeira vez e aprender com os erros até chegar num modelo ideal de festival nacional, ou cena nacional, principalmente porque a situação econômica do país é complicada e não permite aventuras. Na Europa a história é outra.

4- recentemente, mick mercer, conhecido jornalista da cena gótica, fez uma resenha excelente do álbum Urban Requiems, da mesma forma a revista elegy ibérica fez boas criticas ao trabalho da banda o que demonstra e comprova que de fato o plastique possui um bom respaldo no exterior. Existe a possibilidade de lançamento do trabalho oficial da plastique na europa? Márcio: Sim, sim, aliás, o maior público que temos se concentra mais no exterior e desde nosso começo temos a mentalidade de banda “for export” (em parte pelas razões mencionadas na questão anterior). E a resenha do Mercer foi muito incentivadora, visto que ele é o “papa” do negócio. Divulgamos-nos essencialmente pela Internet e mantemos contato com muitos amigos, fãs Brasileiros e estrangeiros e nosso desejo maior é levar nossa música pra quem quiser ouvi-la, seja no Chuí ou em Leipzig, ou no lugar que for. Estamos negociando com alguns selos nacionais e internacionais e estamos esperançosos de poder prensar nosso álbum por algum deles – não vou citar nomes porque ainda não há concretitude nisso e esperamos uma boa surpresa pra nós e pra vocês. Às vezes acho que teremos que primeiro conquistar os gringos para sermos valorizados aqui realmente – caso de várias bandas nacionais como Sepultura e outras. Mas o apoio dos fãs e amigos de nosso Brasil varonil nos impelem sempre a querer mais e mais. Ainda temos muito a falar e a fazer. O tempo dirá.

Airton S.: Sim, estamos negociando o lançamento de algo por lá. Isso foi facilitado por esse lance de internet que têm colocado as bandas independentes pau a pau com o que conhecíamos há anos atrás como mainstream e que ora se encontra moribundo em agonia. O convite para o WGT também nos deu visibilidade, porque o site do festival continuou a veicular nossos links e de repente a cena mundial queria saber que porra de banda Brasileira era aquela que ninguém conhecia e estava no line-up. As “relações exteriores” do Plastique Noir melhoraram ainda mais quando estive em alguns festivais europeus há alguns meses atrás.

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NR: A plastique conseguiu recentemente lançar álbum Urbam requiems pela gravadora italiana eklipse records.

5- em 2007, a banda teve a maior oportunidade de sua carreira, que era se apresentar no WGT, que infelizmente não se concretizou devido aos altos custos da viagem e da falta de apoio. Como ficou a relação entre a banda e a produção do evento? Existe possibilidade de uma nova apresentação? Márcio: Eles sempre se mostraram muito receptivos e legais; explanamos seriamente as nossas razões malfadadas – explicamos que é tudo mais foda de se conseguir num país de terceiro mundo e que não aposta em seus artistas - por mais que estes não estejam inseridos no eixo majoritário da cultura local, eles fazem parte de uma multiplicidade nacional. Mas disseram eles que estão esperando nossos próximos lançamentos e a possibilidade ainda existe, graças, graças,uhuhuhuhuhuh. Antes de ser um sonho é uma meta, temos os pés bastante plantados no chão. Ao contrário de outros, preferimos guardar a empolgação pra compor, fazer coisas bacanas ao invés de viajar na maionese. Gótico é bicho doido, uhuhuhuh.

Airton S.: De boa, existe sim. Como disse, eles mantiveram a divulgação de nossa banda mesmo após termos furado e MUITA gente nos contatou em função disso para elogiar nosso som , dos EUA à Europa. Ainda temos contato com a Franziska e o WGT Team. Os produtores foram compreensivos – ora bolas, no fim das contas, a empreitada era cara e ninguém deu um centavo para a gente. Fiquei mais puto ainda quando soube recentemente que um grupelho de vagabundos daqui de Mortaleza, desses que tocam alfaias, pífanos e outros instrumentecos típicos dessas formas menores de “arte” nordestina, foram agraciados com uma dinheirama para excursionarem pelo exterior. O que lavou a alma foi assistir ao telejornal e ver aquelas figuras todas do Ministério da Cultura algemadas, pegas pelos tiras na malha fina dos projetos favorecidos por lobby. Estamos pensando em mandar uma cópia do Urban Requiems a cada um daqueles putos, para escutarem enquanto vêem o sol nascer quadrado.

6- urban requiems teve uma excelente aceitação, tanto no Brasil como no exterior, o disco contem 7 musicas irrepreensíveis e que possuem vida própria. Dada a qualidade do trabalho anterior, é natural que exista uma expectativa para o novo trabalho da banda. Como esta o processo de gravação? vocês sentem alguma pressão? Márcio: O processo de concepção do álbum está praticamente concluído, faltam apenas alguns detalhes de pós produção e gravarmos 2 faixas (uma instrumental e outra meio death rock) que recentemente parimos e que julgamos totalmente dentro do contexto desse trabalho... Estamos o guardando como uma carta na manga para lançá-lo na hora certa. A única pressão que temos é continuar fazendo um bom trabalho, visto que não somos vinculados a nada e nem a ninguém para sentirmos pressão. Nosso compromisso é com a arte e com a ética. Mas posso adiantar que o álbum contará com canções já conhecidas (em novos mixes) e novidades que vão deixá-los arrepiados, huuhhuhu. Vossas senhorias não perdem por esperar!

Airton S.: Mais ou menos. A gente já sabe desde já que não vai ganhar dinheiro com esse disco. A intenção dele é sermos favorecidos por uma rede de distribuição sistemática para a qual os selos existem. Produzir e distribuir cópias de demos e EPs made by ourselves sempre foi um saco e de resultado promocional lento. Sem contar que o envio postal de cópias para o exterior é meio caro. Quanto à produção, acho

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que ela está satisfatória, dado o orçamento não muito vultoso a que nos dispusemos. Está melhor pelo menos do que a maioria dos discos do Lycia ou do que os lados B do Bauhaus (risos). Quanto à gravação, ela tem corrido bem. Começamos no início de maio, e ao final daquele mês já tínhamos os primeiros premixes. Fui para a Finlândia naquele mesmo período e fiquei vários meses fora, mas todos nós, eu lá e eles aqui, estávamos o tempo inteiro re-escutando sem parar o primeiro material solto e tomando apontamentos. Na volta, mergulhamos madrugadas adentro com regravações e remixagens, isso tanto para as faixas inéditas quanto para as faixas de Urban Requiems que irão entrar no full-length. Faltam somente uns detalhes bobos de pós-produção e o envio do material das participações especiais. Adiantamos nomes como Scarlet Leaves, Synthetik Form e Downward Path...

7- Há informações oficiais que o novo trabalho da banda se chamará “imaginary walls” o titulo do novo trabalho me parece refletir uma mudança lírica na banda, já que Urban requiems era um trabalho cujo material lírico focava o lado obscuro da vida urbana, como denunciava o próprio titulo do trabalho. No entanto “muros imaginários” tem uma conotação densamente psicológica. Há alguma idéia central no novo trabalho? Márcio: Bem, na verdade o título do álbum não será mais este... É o nome de uma das novas faixas de trabalho, na qual desenvolvi a letra baseada nas teorias críticas do pensador Gilles Deleuze, aplicadas em nosso contexto dark. Mas temos isso em mente, derrubar muros (imaginários ou não), expandir nossa atuação, brindar o público e a crítica com sons feitos com nossa alma. Mas sempre trabalhamos em cima de conceitos em nossos discos... Digamos que o álbum trará uma reflexão sarcástica que temos a respeito da música pop, que está morta do jeito como a idealizávamos com o boom da Internet e seu caos tão interessante...

Airton S.: Fomos meio precipitados ao divulgar aquele título, mas, mesmo tendo mudado, asseguramos que o motivo temático ainda é o mesmo. Estávamos em Brasília a caminho do show que fizemos lá no Landscape e alguém no carro do Éder, que aliás agora está num projeto synth com o JP dA Banda Invisível, falou algo sobre muros imaginários. Estávamos ultra-chapados, nem lembro o contexto direito do papo... Mas achei “sonoro” pra caralho e me toquei naquele momento que é isso que o Plastique Noir tem feito realmente: desvelar os muros ilusórios que enraízam a arte em seus locais de origem. Mas agora já surgiu um título novo que irá batizar o disco. Ele remete ao mesmo conceito, o de romper amarras e explorar o mundo exterior, mas de uma forma mais resumida e de mais fácil recall.

8- falando sobre a musica nova imaginary walls. Somente pela demo que ouvi, bem como, o vídeo no youtube, praticamente ja me convenci que esta é simplesmente a melhor coisa que uma banda nacional já gravou em nome do gótico-darkwave. A musica possui belas nuances de baixo, o teclado conseguiu preencher todos os espaços de forma harmônica, a guitarra esta ultra melódica e bem trabalhada, e a programação da bateria é algo que chama muita atenção pela sua vivacidade(mesmo eletrônica!) e por fim os vocais são os melhores já gravados por Airton s. Elogios a parte, gostaria de saber como se deu o processo de composição de “imaginary walls” e se esta é realmente a melhor musica já feita pelo plastique? Existem outras musicas que vocês poderiam destacar?

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Márcio: * uhuhuhuhu, sou suspeito, cada música é uma filha querida que parimos com muito afeto... Mas Imaginary Walls é das mais fortes, apontando para um direcionamento um pouco diferente de nosso habitual – nossa meta é trabalhar dentro do estilo gótico até onde suas fronteiras possam se estender. Não sei se é a melhor – isso cabe a quem ouve julgar, a gente só a compôs – mas gostamos dela, é bem intensa e ao vivo isso fica mais evidente. Se você achou diferente, pode esperar que no álbum traremos coisas bem diversificadas, acho que será um disco legal de se ouvir de cabo a rabo. Se for pra destacar, eu cito Desire or Disease, que foi nossa primeira música a ser trabalhada, Phantom In My Stereo, uma das novas que eu acho que reflete bem nossa proposta e Silent Shout, que nos projetou mundo afora, muita gente curte ela e a considero realmente uma de nossas melhores – fora Creepshow e Killdergarten. Ainda têm várias outras que compomos e que estão descansando em paz, esperando a hora de levantar e reverberar...

Airton S.: Então, o Márcio Mazela esteve por aí em Salvador como DJ num evento chamado gotham party, e executou uma audição exclusiva pra galera dos premixes das faixas inéditas. Além de vocês, algumas outras pessoas em cujo senso crítico confiamos escutaram aquele primeiro material e realmente a faixa foi muito bem recebida. Eu gosto muito de Morphine Days dentre as novas, mas Imaginary Walls é sem dúvida aquela cuja produção ficou melhor depois que mexemos nos premixes – antes disso, achei que I.M.L. era a melhor produção. Imaginary Walls é até meio “radiofônica”, acho... Talvez renda clip, não sei. O Mazela prefere a nova Phantom In My Stereo (Transcommunication), que é bem Cure, como sua favorita absoluta considerando até mesmo as antigas. Mas acho que é unânime dentre eu, Danyel e Max, que Silent Shout, do primeiro disco, ainda é nosso hino particular.

9- Uma outra coisa que chama a atenção no plastique é o acuro direcionado as letras da banda, que por vezes transitam na temática original do gótico/darkwave, outras vezes são bem surpreendentes, como a letra de killdergarten que relata um acontecimento mórbido, urbano e recente no Brasil, sendo que, a letra não privilegia o lado barato/sensacionalista da coisa, mas sim o aspecto doentio e psicológico da autora influenciada pelos valores sociais deteriorados de hoje que a “permitiram” cometer um fratricídio. Como a banda trabalha a realidade na sua concepção lírica? Márcio: Bem, a princípio somos eu e Airton que cuidamos da parte lírica da banda, mas o Max também está chegando com coisas muito legais. Somos todos fãs de poesia e literatura maldita e tentamos mesclar o imaginário gótico com coisas contemporâneas e sarcásticas. Estamos numas de largar essa choradeira niilista comum ao dark (e já cansada pra mim) e apostar em temáticas mais polêmicas e diferenciadas que podem ser agregadas ao mundo trevoso. Creepshow tem esse contexto, revivemos o infame carrasco nazista Joseph Meneguele, só que comandando um circo de aberrações sórdidas. Estamos querendo diversificar e não soarmos lineares. Na época eu escrevi uma letra sobre o desastre aéreo da TAM... Queremos sair da melancolia gratuita e focar coisas próximas, mas igualmente trágicas, aliadas a uma pitada generosa de humor negro.

Airton S.: Lendo recentemente sobre expressionismo, passei a identificar uma série de princípios daquela escola com nosso processo criativo. Essa coisa de desvelar o que há de essencial no objeto dado meramente como real, aprofundar-se dentro dele a partir de nossa subjetividade e alcançar a realidade por detrás... Não ver, mas “ter visões”. É o que temos feito, é o que fazemos. Não trabalhamos com dados objetivos, nem tampouco os geramos. O negócio é brincar de lirismo e ver no que dá, sempre

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partindo de algo que, na nossa vivência cotidiana, nos dá aquele “estalo”, aquele insight – normalmente mórbido, louco, às vezes melancolicamente reflexivo. Claro que não pretendíamos nem pretendemos fazer música expressionista, só fiz aqui uma ilustração. Somos uma banda de rock gótico e é por aí mesmo, simples e pop (no bom sentido da palavra). A gente até acha um saco essas bandas cabeçonas de hoje em dia cujo discurso intelectualóide antecede sua própria arte. “Ah, porque fazemos um som experimental.” Experimental o caralho! Este é um termo que já denota pretensão antes mesmo de soltarem o primeiro acorde. Quem quer, ou antes de querer, quem PODE romper paradigmas, vai lá e faz, revoluciona, e não fica por horas e horas teorizando de antemão.

10- musicalmente, uma coisa que chama atenção no plastique é que a banda passeia por vários elementos da musica dita “darkwave”. Existem faixas voltadas ao rock gótico clássico, outras possuem uma veia mais deathrock e outras que remetem ao post punk, deixando o som da banda mais variado dentro de um tema lógico, porem, sempre se privilegiando o baixo e a guitarra. Será isso reflexo do gosto pessoa de cada ente da banda?A banda já pensou em compor algo totalmente voltado ao synth/eletrônico? Na linha de bandas como bellamorte, frozen autumn ou ate mesmo diary of dreams por exemplo? Márcio: Como eu disse, nosso lance é explorar toda a gama de estilos e recursos dentro da subcultura gótica/dark, inclusive buscando elementos fora dela, afinal, somos músicos e pesquisadores de música em geral, é algo natural e necessário para não cairmos numa repetição que infelizmente acomete muitos artistas. Temos gostos semelhantes e também diferentes - buscamos um diálogo franco entre eles. Mas, antes de sermos uma banda dita darkwave, somos uma banda de rock obscuro, daí a importância do baixo (que considero a alma do som dark) e da guitarra. Quanto a algo totalmente eletrônico eu não posso dizer, até porque adoro detonar minha guitarra, ehheheheh. É uma possibilidade, inclusive no álbum contará com um ou mais remixes voltados às vertentes mais eletrônicas. Mas somos uma banda de rock e os elementos eletrônicos são só um tempero. Vejo no rock uma atitude que a música eletrônica nunca terá.

Airton S.: Synth pop retrô! Sim, sim, tudo indica que a banda irá por esse caminho nas próximas composições, especialmente porque demos um upgrade bem massa no nosso aparato eletro-rítmico. Temos vontade de entrar numas mais New Order, Talk Talk, OMD, Level 42, Depeche... até o Frozen Autumn que você citou ali, ok, porque é uma banda que preserva traços de coisas antigas nas quais todos nós quatro – sempre e ainda – piramos, mas quanto a entrar no terreno eletro-goth na linha de Diary e Blutengel, acho quase impossível (risos). Particularmente, eu detesto esse tipo de som, e mais ainda esse EBM noiseira totalmente desprovido de alma que se faz hoje em dia e que incompreensivelmente tem arregimentado legiões... Eu prefiro infinitamente mais a old school, no qual inclusive nosso parceiro LOF, de Olinda, é mestre. Na Europa, essa techneira dark contemporânea é “o pau de dar em doido”, para usar uma expressão bem cearense. Não conseguia entender aquele povo todo fantasiado de O Predador, dançando ao som de um loop que se repetia ad infinitum. Fico imaginando se eles escutam mesmo aquilo em casa, ou é só o pretexto “musical” para se produzir feito super-herói e ir para a pista no fim de semana. Nosso tecladista Max até gosta pra cacete dessa merda toda, mas ele é só um contra três (risos).

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11-o que podemos esperar da plastique em 2008? Novo álbum? Novos horizontes? Márcio: Podem esperar o melhor de nós. O álbum está pra sair e estamos aguardando propostas de shows, onde quer que eles sejam realizados. Porra, nos chamem aí, galera! Hehehehehe.Em Fortaleza somos das bandas underground que mais tocam, até porque somos a única banda gótica daqui, o que nos confere certo ineditismo e diferenciação. Realmente é ótimo tocar, ainda mais fazer tournée... Sempre voltamos com muitos “causos” e histórias divertidas, ehehehe, fora os amigos que fazemos pela estrada, que nos dão força e inspiração. E o exterior sempre é uma grande meta nossa a ser atingida... Veremos no que essa putaria vai dar.

Airton S.: Como eu disse, a gente rebatizou o disco que vai sair, e é definitivo: vai se chamar “Dead Pop”. Mais tarde comentaremos o porquê. Vai ter 12 faixas: 3 do demo Offering, 3 de Urban Requiems, 5 inéditas (talvez 6) e 1 vinheta também inédita. Como bonus tracks, Six Feet Under na versão de Urban Requiems e dois remixes de faixas nossas, by projetos eletrônicos de nossos parceiros.

12- obrigado pela entrevista. O espaço agora é reservado para as considerações finais: Márcio: Eu que agradeço! Ficamos muito felizes em poder trocar idéias a respeito de nossas coisas, espaços são sempre bem-vindos! E também agradeço a todos aqueles que confiam e apostam em nosso trabalho; no que depender de nossa criatividade, esperamos nunca decepcionar. No mais é isso, trevosos de plantão... Goths up!!

Airton S.: O prazer é todo nosso em responder a essa entrevista, Ranniere. A cena de Salvador é de longe a mais foda de todas no Nordeste, vocês são um puta exemplo para toda a alternatividade nacional. Dead Pop deve sair ainda esse ano, após o quê vamos pegar a estrada de novo, revisitar alguns dos lugares pelos quais passamos e explorar outros picos. Abraços a todos e fiquem em paz.

Mais em:

http://www.myspace.com/plastiquenoir

http://www.fotolog.com/plastiquenoir

http://www.tramavirtual.com.br/plastique_noir

http://www.fiberonline.com.br/plastiquenoir

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=5365324

http://www.youtube.com/results?search_query=plastique+noir&search_type=

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Banda paulistana encabeçada por Dennis Monteiro, ex- dancing in tears que vem amealhando a cada dia um numero enorme de apreciadores, dado o belo trabalho efetuado pela banda que possui sonoridade darkwave com aura oitentista e um apuro lirico pouco visto hoje em dia.

Definição e release do days pelo seu mentor:

“O Days are Nights é uma provocação à reflexão consciente com suas letras simples e diretas, tratando de emoções e sentimentos essenciais ao ser humano. Há uma atmosfera sonora sombria e carregada de mensagens baseadas nos ensinamentos universais da esperança e do amor. Porém os tempos são cinzentos e ociosos, o mundo está voltado para o culto de sentimentos ignóbeis e materialistas. Há conflitos entre pessoas, conflitos crônicos de uma civilização que dá voltas em torno dos mesmos ideais que outrora trouxeram a discórdia e a angústia entre os homens. O "Days Are Nights" chama a atenção dos que dançam hipnotizados em meio às tantas guerras, procura um refrão claro, pungente e verdadeiro para anunciar que ainda existem flores. Ainda existe uma estrada colorida

A banda lançou em agosto de 2006 seu primeiro disco, com o nome de “Sounds of the end”. O disco possui onze faixas e obteve um ótimo resultado de aceitação dentro da cena independente, recebendo citações inclusive fora do país em sites e revistas especializadas, mesmo sendo em formato CD-R. Durante o segundo semestre de 2006 e o primeiro semestre de 2007 o Days are Nights toca na noite paulistana, em bares e casas alternativas. Em julho de 2007 a dupla sai pela primeira vez do estado, tocando em Goiás e Brasília, para a divulgação do disco “Sounds of the end”. Além disso foram produzidos três videoclips, para as musicas Still there are flowers,The night makes me feel better e Rosas, esta última com imagens de arquivo das apresentações em Goiânia e Brasília.

O mentor do projeto é Dennis 80’s, músico e produtor audiovisual em São Paulo, já produziu algumas bandas da cena alternativa de São Paulo. Dennis é tecladista, guitarrista e baixista, também é ele que escreve a maioria das canções e as canta. Suas influências são o post punk, darkwave, e o ethereal. Dennis era vocalista e tecladista de uma banda chamada Dancing in Tears, após lançar uma demo com 4

45 - days are nights - dançando em meio a guerra (2006)

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músicas, Dennis preferiu seguir trabalhando sozinho formando assim o Days are Nights, inicialmente sem uma formação fixa. Durante o ano o guitarrista Brunno dos Santos passa a fazer parte do Days are Nights, fechando a formação Dennis convida Cledson Rocha, baterista, artista gráfico e desenhista, responsável por toda parte gráfica de capas e logos da banda, Cledson passa a assumir alguns efeitos e batidas eletrônicas do Days are Nights. A banda lançou em abril de 2008 o trabalho novo intitulado “eu te vejo dormir enquanto o tempo nos mata”, já disponível a venda.

Under The Southern sun entrevistou Dennis Monteiro: 1- Dennis, antes da formação do days are nights, você fazia parte de um projeto chamado “dancing in tears” porque o dancing in tears não deu certo? Qual a principal diferença entre o antigo projeto e o days are nights? Onde é possível encontrar o trabalho do dancing in tears?

Eu formei o Dancing in tears no inicio de 2005, éramos Ricks, Lucius e eu, digamos que não pensávamos da mesma forma, não rolava aquela “química” ao tocar com os rapazes, eles tinham outra idéia de som, algo talvez mais próximo do industrial, no momento eu sentia muita necessidade de construir algo meu, muito particular, por isso preferi deixá-los. Não acabei com o Dancing in tears, deixei os rapazes livres pra seguir se quisessem. A diferença entre o projeto antigo e o Days é exatamente o fato da composição e da gravação das músicas, eu sentia necessidade de compor coisas minhas, o projeto era muito pessoal.E assim foi. Existe um myspace, www.myspace.com/dancingintears , lá vocês podem encontrar as músicas da época do Dancing in Tears.

2 - Days are nights “dias são noites” é um nome enigmático. Gerando em conseqüência diversas interpretações. Na sua visão qual é o real sentido do nome?

Nossos dias tem sido de muita escuridão, vejo a falta de compaixão, falta de amor fraterno, falta de respeito e de educação das pessoas, que vivem cada vez mais seus “mundos” individuais. Por isso escolhi esse nome, Vejo um mundo escuro e com poucas esperanças de melhora. Não acredito em revolução “de fora pra dentro”, acredito em revolução “ de dentro pra fora”. Podemos mudar alguma coisa sim, mas a humanidade precisa se humanizar primeiro. Revolução individual e pessoal funciona. Apesar dessa escuridão o Days are Nights quer apontar a beleza dos nossos dias, não somos pessimistas, apocalípticos, talvez...

3 - Musicalmente o days, segue uma linha voltada ao som gótico/darkwave e ethereal feito na década de 80. Ate os timbres dos instrumentos, principalmente os sintetizadores comprovam esta afirmação. Quais bandas de fato serviram e servem de influencia para o seu trabalho?

Temos muita influência da música oitentista, Post Punk, New wave, cold wave, até “pitadas” de ethereal e dark ambient você encontra no som do Days. As bandas que mais me influenciam no som são The Cure, Lycia, Asylum Party, Smashing pumpkins, Bella Morte. E as Brasileiras, Arte no escuro, Legião Urbana, Violeta de Outono.

4 - No entanto há tb quem compare o trabalho do days, com aquele feito pela leva de banda clássicas de neo-etheral da gravadora project como por exemplo lycia e faith and the muse. Procede?

É verdade. Sou fã das bandas da Project! E na época em que compus as músicas e gravei o primeiro disco do Days are Nights eu estava tento uma overdose de Lycia! O

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Days are Nights se assemelha com o Lycia não só no som, a temática das letras do nosso primeiro disco também lembra bastante o Lycia. Eu estava ouvindo muito som ethereal e ambient. Talvez as pessoas se assustem com as músicas novas que tem uma “pegada” mais post punk. Mas para o disco “Sounds of the end” a inspiração em bandas da Project foi tremenda! Absorvi demais o som dessas bandas.

5 - Recentemente o days passou por uma mudança na sua formação deixou de ser um projeto seu e que contava com a presença de amigos para ganhar cara de banda. Quem são os novos integrantes?

O primordial é trabalhar com pessoas amigas e que entendam minhas necessidades musicais. O Brunno é o guitarrista que me acompanha.Nos conhecemos na época de colégio, ele respeita minhas individualidades na hora de compor e esta sempre colaborando comigo, esse ano toquei com outros amigos guitarristas, mas no segundo semestre só toquei com o Brunno, ele viajou para os shows fora de São Paulo, antes do Days já tínhamos uma amizade, isso colaborou demais. O outro membro é o Cledson, que também esta comigo faz tempo, foi ele quem criou o logotipo do Days, ele quem teve a concepção da capa do disco também. Sempre esteve comigo, desde o começo, agora ele está conosco inclusive nas apresentações ao vivo, coordenando a parte eletrônica da banda, bateria e programações em geral. São dois caras que colaboram comigo desde o inicio.

6 - Como foi a repercussão de Sounds of the end o 1º álbum da banda? E o que podemos esperar do novo trabalho já em produção?

A repercussão foi muito boa, muitos contatos com pessoas de vários lugares do Brasil e também do exterior. O disco foi resenhado na Holanda e Inglaterra, o resultado foi melhor do que eu esperava. E o Days are Nights que era um projeto pra estúdio, virou uma banda também para shows ao vivo. O segundo disco está sendo gravado, esperamos finalizar no fim de janeiro, ele tem mais músicas em português do que o primeiro e vai ser notória a influência Post Punk nesse disco. Talvez o disco novo, como um todo, não tenha aquela atmosfera tão etéreo como tem o primeiro.

7-Uma coisa marcante no trabalho do days é q embora, a banda tenha um clima bem soturno, melancólico e típico no goth, as letras da banda são positivas e encorajadoras. Qual a importância do contexto lírico no trabalho do days?

Sim, é um contraste legal. Quem escuta minha explicação para o nome da banda pode até pensar que somos pessimistas. Mas na verdade o Days fala muito de esperança. Como um grande amigo meu já definiu, o Days é uma provocação a reflexão interior. As letras são muito introspectivas. A intenção é que nossa música possa auxiliar as pessoas a fugir da escuridão, acredito que ajuda cada ser humano a encontrar “sua verdade” esperamos ajudar esse encontro através do nosso som.

8 - Ultimamente sempre que citam o days, logo a vinculam como uma banda cristã. É sabido que em se tratando de underground, liberdade de expressão em tese deveria ser no mínimo lei. Mas, no entanto parece existir um preconceito dentro da cena darkwave contra bandas que possuam uma mensagem cristã. E mesmo assim o days possui uma ótima aceitação na cena. A musica tem vencido o preconceito contra a mensagem da banda? Como a banda lida com isso? Qual a real intenção do days que sabemos não é catequizar, muito menos agregar indivíduos a determinado seguimento religioso?

É uma dúvida que surge para muitos, o Days are Nights não tem ligação com nenhuma instituição religiosa. Não fazemos parte de nenhum movimento também, o

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que eu faço no Days are Nights é cantar sobre coisas que gosto e acredito. Sou cristão e conseqüentemente, entre outros temas o cristianismo é abordado nas minhas letras. O Days não fala de religião, ou de denominações religiosas, não pretendemos abordar esses temas. Abordamos coisas ligadas ao caráter cristão em nossas canções, coisas como o Amor, irmandade, humildade, ou até mesmo temas mais espirituais ou místicos como na música “New City” em que eu falo sobre uma vida em outro plano que não este terreno em que vivemos. Temas como este da música “New City” são bem comuns nas bandas da cena. Isso não é tão novo nem na cena nacional, a banda Evidências do Fim, já tratava de uma temática parecida com a nossa no fim dos anos oitenta. Eu confesso que esperava encontrar mais dificuldades quando comecei o Days, no inicio encontrei o Days are Nights sob uns títulos que me incomodavam demais, como “White Gothic” e coisas do tipo. Mas devagar as pessoas estão entendendo nosso contexto, não sou um pregador neo-pentecostal, sou apenas um cristão convicto que faz música sobre tudo que faz parte do “seu mundo”. O preconceito foi pouco pra ser sincero, fomos bem aceitos. Estamos fazendo musica com nossas almas, tenho contato com pessoas que gostam do meu trabalho independente do credo. As almas estão em conexão, isso que importa.

9 - Dennis alem de musico, Você é tb produtor audiovisual. A concepção dos clipes “the night makes me feel better” e “still there are flowers” ambos do days, foi totalmente sua? Como foi o processo? Você tem outros trabalhos fora do days nesta área?

Sim a concepção foi minha, os clips são simples, usamos a falta de estrutura e de equipamentos mais profissinal como linguagem para os nossos clips, não temos uma boa câmera, nem uma equipe pra gravar, conto com a ajuda de alguns amigos. Eu conheci os caras do Bells of Soul na época da gravação do primeiro vídeo clip deles. Para a música You and I. Foi o inicio de uma grande parceria, depois disso produzimos mais um clip e estamos juntando material para fazermos um DvD do Bells of Soul. Para o DvD já temos 4 video-poesias prontas gravadas e editadas. Minha parceria com o Bells foi muito legal, estamos sempre juntos!

10- Atualmente temos visto um considerável crescimento da cena darkwave Brasileira. Mas ainda vemos muitos problemas devido a falta de apoio,d distribuição de cds, inviabilidade de eventos pelo país gerando a inexorável falta de retorno as bandas. Você vislumbra alguma solução de viabilidade da cena? como possível sustentar um trabalho underground?

Acredito na filosofia “Do It Yourself”, não podemos ficar esperando alguma coisa acontecer. Temos que agir. O Brasil tem ótimas bandas, mas não existe profissionalização da cena, não temos gravadoras e um circuito (profissional) promovendo esse monte de gente boa que temos por ai. Uma saída para isso é não parar, muitas bandas atrofiam a espera de uma gravadora e acabam. Não compõe mais, não gravam mais, não tocam mais ao vivo. Se não temos uma gravadora, nós fazemos a nossa, se não tem festival,nós fazemos o nosso! O underground só funciona com trabalho em equipe e boa vontade. Claro que eu gostaria de ver a cena se profissionalizar, mas enquanto isso não acontece eu não posso ficar parado. Se todos pensarem assim a cena se mantém viva.

11- O days are nights é uma das bandas escaladas para tocar no “woodgothic festival” que será realizado em maio do ano que vem em São Tome das Letras(MG). Quais são as expectativas do days para o evento?

Estamos muito contentes com isso. Há tempos essas bandas vem cogitando sobre a possibilidade de um festival, para nos unirmos. Quem bom que isso acontecerá de fato em maio! Estou muito ansioso para tocar e para conhecer as pessoas que estão

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envolvidas com tudo isso. Esse festival mostra que temos capacidade de realização, as próprias bandas correram atrás de tudo, o mérito é exclusivo das bandas, uma grande ousadia que deu certo! Vai ser demais!

12- A banda tem realizado muitos shows? Como funciona o days are nights ao vivo?

Inicialmente o projeto era só de estúdio, estou começando a “moldar” o Days are Nights para apresentações ao vivo agora a pouco tempo. Fiquei feliz pelo projeto ter tido um resultado rápido. Esse ano tocamos em Goiânia e Brasília, além de tocar por SP e também em São José dos Campos com o Elegia. Ao vivo usamos samplers programados em nosso notebook e uma bateria sensorial, além do meu teclado e da guitarra do Brunno.

13- Dennis obrigado pela entrevista. O espaço agora é para considerações finais!

Agradeço a oportunidade e dou meus parabéns pela iniciativa desse projeto. É bom ver as pessoas que fazem a cena unidas, as bandas, os produtores, etc. Estejamos juntos! Qualquer contato com o Days are Nights [email protected] . Um abraço a todos! Mais em:www.daysarenights.kit.net

www.daysarenights.blogspot.com www.myspace.com/daysarenights http://www.youtube.com/watch?v=qU90hChHaAc http://www.youtube.com/watch?v=rdlTpvyji24 http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=13421434

Alvo de lendas o gárgula Valzer trata-se do projeto do Mineiro de Barbacena Getúlio Silenzio conhecido pelo seu trabalho anterior na banda asaradel, que teve participação na fundamental coletânea violet carson.

O projeto gárgula Valzer surgiu em meados de 2004, quando geraldo silenzio após adquirir um teclado simples, resolveu por em prática sua idéias e registrar suas experimentações culminando na gravação da ótima demo “pale applause and nightmare”, sendo esta demo divulgada e propagada no meio underground pelos muitos zines pelo Brasil afora tornando o trabalho de getulio relativamente reconhecido.

Após a boa repercussão e entusiasmado com a recepção da demo, getulio, que compõe e executa tudo no GV e grava seu próximo trabalho intitulado “Ignominous Phalazaious”, produzido por Getulio Silenzio com auxilio de Alexandre Augustus.

46- gargula valzer - an angel between the sun and earth (2006)

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“Ignominous Phalazaious”, traz uma sonoridade mais elaborada em relação ao trabalho anterior, batidas ethno, coldwave aliadas a incursões eletrônicas e as características teatrais de getulio nas interpretação das letras, fazem do gargula uma banda única, focada em temos como vampirismo e literatura ultra-romântica tendo como acompanhamento uma sonoridade soturna, vezes fúnebre. macabra e viajante.

O Ignominous Phalazaious conseguiu superar as expectativas e fez do gargula um projeto respeitado não somente no Brasil, mas também no exterior, sendo convidado a aprticipar de varias coletâneas europeias, tendo chamado atenção do selo suíço legatus records, que lançou o primeiro trabalho oficial, chamado de Nec Semper Lilia Florent em 2006, disco que veio ainda mais elabrado e com produção superior, o clima teatral-vampiresco, conquistou muitas publicações na europa, recebendo ótimas críticas em zines e publicações, tendo inclusive conseguido notas 10, como na legacy alemã.

Getulio em entrevista conduzida por thina Curtis(central rock):

Uma banda hipnótica e lírica'. É assim que descrevo o Gárgula Valzer -

sombrio, intenso e movido a paixão. E é exatamente assim que Getúlio Silenzio nos contagia com suas canções. Um pouco deste trabalho essencial você

vai conhecer nestas linhas: Central Rock (C.R.): Getúlio, você veio de uma banda de Black Metal (Asaradel), de onde surgiu interesse pelo estilo gótico? Getúlio (G): Minha querida Thina, na verdade, o Asaradel era sim, em seus primórdios, isso, por volta de 1991 a 1993, uma nomeclatura black metal. E, exatamente em 1997, após uma reformulação, trocamos de estilo. Deveríamos ter mudado o nome da banda também, isso é certo, mas o interesse surgiu bem naturalmente. Foi uma época em que descobrimos bandas fantásticas, como o Éden, London after Midnight, Two Witches, In Mitra Medusa, (INRI) Hocico, Dance or Die, etc. Enfim, essas maravilhas da música, aliadas com escritores como Baudelaire, fizeram do som gótico uma tentação a ser tocada. Gravamos um EP no estilo, para “Morrermos” logo em seguida. E não foi um modismo qualquer, pois ainda vivo e respiro dentro do estilo, sempre apaixonado por essa mágica atmosfera que me aprisionou por completo em carne e aura.

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C.R: Quando você idealizou o Gárgula Valzer, quais eram os planos? G: Nada muito sobrenatural, queria apenas gravar as músicas que estava criando dentro do contexto do projeto e mostrá-las para pessoas como você, com toda sensibilidade e uma veia poética. Um dos desafios foi provar para mim mesmo que ainda conseguia criar e que, para isso, não era preciso copiar, o que é muito difícil. C.R: O que de início era um projeto, se tornou permanente. Você se sente feliz com o que você faz no Gárgula Valzer? Mesmo sem reconhecimento da mídia? G: Sim, sou feliz com o que faço. É indescritível quando você vai ouvir uma música como Fancy in Red, por exemplo. Depois de todo um processo, o mais indescritível ainda ocorre quando as pessoas fazem comentários sobre seu trabalho, contando suas experiências. É o melhor de tudo, por sinal. Vejo o Gárgula Valzer como um projeto. Um projeto ‘morto-vivo’. Porque não tenho a estrutura de uma banda convencional. Sou um fantasma que insiste fazer música nesse mundo tão modernizado, mas, no fundo, tem seu lado positivo. O Gárgula Valzer acaba emanando todo um mistério e, acredite, muitos são atraídos por isso. Quanto mais mistério, maior é a inspiração, pode apostar nisso! C.R: Bom, já que todo mundo pergunta, eu também vou perguntar (risos): Quais são seus estímulos e influências para dar vida ao Gárgula Valzer? G: O que estimula muito é o retorno das pessoas, como disse na resposta anterior e o fato de ter conseguido criar um estilo dentro do gótico próprio com o Gárgula Valzer. Já as influências, são diversas: vão de paisagens crepusculares a música sombria e solitária, passando pelo torpor do vinho, as tuas linhas poéticas ou do Arcano, o silêncio de uma montanha ao delírio sonoro das águas de uma cascata no centro de uma floresta virgem, a arte tumular hipnótica, histórias de assombrações, os filmes de Drácula, Nosferatu, Carnilla, etc. Absorvo de tudo isso um pouco. C.R: Qual seu livro de cabeceira? G: “As Flores do Mal” - Baudelaire! C.R: Qual seu filme preferido? G: Nosferatu - um clássico! G: E qual é aquele CD básico que não pode faltar nos seus dias e noites? G: Ironia do Lujcia, Hope do Each Second, Qui-já do Transzendenz, Eternal Passion do Two Witches, A Simphony of Horrors, Nosferatu etc... me perdoe! Me exaltei nessa questão. C.R: O Gárgula Valzer era totalmente desconhecido e, de repente, toda cena alternativa nacional o descobriu. Você participou de uma HQ com o mestre Edgar Franco, saiu na coletânea Keys of Rock da Star Music, também participou de uma coletânea Européia feita pelo Jyrki (Two Witches) que agora concluiu e está lançando seu primeiro trabalho independente e oficial, lançado pelo selo suíço Legatus Records, produzido pelo nosso amigo Mike. Quais seus planos para 2007 e como está sendo a divulgação deste álbum? Com tanta bagagem na mala você ainda não foi convidado para tocar aqui em São Paulo, deixe seu recado Hombre!!! G: Fiz dois CD’s demos em um curto espaço de tempo. O “Pale Applause and Nightmare” na metade de 2004. E “Ignominous Plalazaious” no início de 2005 e foram esses trabalhos que abriram as portas dessas coletâneas citadas, do contrato com a Legatvs e de alguns outros projetos não menos importantes como a revista “Vislumbres do Oráculo” idealizada pelo Edgar Franco, o álbum “Nec Semper Lilia Florent” pela Legatus Records. Saiu na Europa no dia 06 de dezembro de 2006. Ainda não recebi minhas cópias, mas confio plenamente na Legatus, sei que a divulgação será excelente. O Edgar fez todo o trabalho gráfico. O Mike me disse que todos gostaram

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muito do disco por lá. Ele vem com oito faixas, quatro em inglês e quatro em português. O álbum foi gravado aqui e remasterizado no estúdio da Legatus. A BioDiversCidade Produções (BDCP) (Recife) do Marcus Asbarr e Mônica Matias fizeram uma pré-venda através da internet para ajudar custos de gravações. Há uma faixa muito especial chamada Veias que considero um grande clássico do Gárgula Valzer. Há também uma participação de uma amiga chamada Carolina na faixa Estátuas do Jardim de Ambrósio, que faz uma narração toda cheia de sentimento. O álbum é todo especial, uma realização pessoal mesmo. Para 2007, espero gravar outro álbum, tenho novas músicas como Sabratica (letra da Camila D.), O Choro da Carmela, etc. Quanto a não ser convidado para tocar em São Paulo, deve ser pelo fato de eu não usar muito a internet. E, no momento, não pretendo fazer shows. No ano passado, me senti obrigado a vender umas aparelhagens, e estou sem um bom teclado para shows. Fiz cinco apresentações em eventos aqui em Minas Gerais, foram maravilhosos. Em um deles, havia névoa natural e garotas se cortando com navalhas, um cara filmou e perdeu a gravação logo em seguida, infelizmente. Talvez daqui um tempo eu volte a fazer shows, e vale lembrar que no Rio de Janeiro e na Bahia eu fui convidado várias vezes pelas pessoas envolvidas com a Rio After Midnight, Sombrias Escrituras e Morbid Soul. C.R: Fale sobre seu processo de criação para compor, musicalizar. Comente um pouco sobre o tempo em que você passou na Amazônia. G: Bom, vou falar sobre a música Nosferatu, para que sirva de exemplo. No carnaval de 2005, fui com uns amigos par a pitoresca cidade de Prados, aqui em Minas Gerais, para fazer as fotos do período "Ignominous Phalazaious", pois haviam me dito sobre um cemitério belíssimo por lá. Durante as fotos, com aquela sensação de regresso do tempo, a música Nosferatu apareceu em minha mente, todas as bases e a letra como um presente dos mortos. Ao chegar em casa, fui tocando como se já tivesse a música desde muito tempo. No dia seguinte, a gravei. Até então, o CD viria com 6 músicas, e Nosferatu acrescentou em muito o trabalho, sendo a preferida de muitos, inclusive por você e o Mike (Transzendenz). Não planejo minhas músicas, elas fluem com muita naturalidade. Quanto à Amazônia, foi uma experiência e tanto. Estive lá em 1996. A idéia era unir o Asaradel com O Ráculo (uma banda de lá). Fizemos uma experiência, mas acabou não dando certo. Realizei um sonho, que era o de pisar naquelas terras longínquas, tudo muito gratificante e louco, mas não o faria de novo. O calor é extremo, sem exageros. C.R: Diga-me o que você pensa sobre Religião, Amor, Ódio, Vampiros e Vinhos... G: Religião causa preconceitos e guerras. Amor e ódio são necessários para se sentir vivo. No reino de um vampiro existe um poço de segredos. E vinho é a melhor bebida da terra! C.R: Getúlio, deixe seus contatos e site para quem quiser conhecer mais sobre você e seus trabalhos. Obrigada pela atenção, boa sorte com os novos trabalhos. Continue enriquecendo e acrescentando nossa cultura com seus trabalhos sinceros e brilhantes. G: Quero agradecê-la muito, Thina! Pelo apoio constante e pelo espaço cedido na Central Rock Net (Site). O mesmo digo ao Anderson Rangel, aproveitando a oportunidade para parabenizá-lo pelo excelente trabalho com sua Central Rock. O www.gargulavalzer.legatusrecords.net é para quem quiser conhecer mais sobre os meus trabalhos. Digam não as desigualdades sociais e culturas de grande massa impostas pela mídia, bebam muito vinho e leiam as obras do Arcano, as suas obras (Thina Curtis), leiam “Obnóxia” (Clássico de Thina Curtis). E quem quiser me escrever, sinta-se a vontade: A/C Getúlio Silenzio - Caixa Postal 44 - Barbacena / MG CEP 36200-970. “O Gárgula Valzer também faz parte da coletânea Gênese, produzida pelo Spell Work, confiram!”

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Por Thina Curtis – 05/01/07 fonte:http://www.centralrocknet.com.br/gargula.html mais em:

http://www.orkut.com/community.aspx?cmm=9398324

http://fiberonline.uol.com.br/artista.php?id=1983

http://tramavirtual.uol.com.br/artista.jsp?id=37147

http://www.gargulavalzer.legatusrecords.net/

http://www.youtube.com/watch?v=-xXZF3oAOF8

http://www.youtube.com/watch?v=-q2PqOSdCfA

Banda baiana formada em agosto de 2006, despontou como força no cenário no 1º Nordeste gothic reunion com sua sonoridade que remetia ora ao coldwave frances, ora ao moderno darkwave/eletrogoth, tendo em seguida uma bela ascendência na cena Brasileira, recebendo diversos convites para shows e tendo tocado em grandes eventos do nordeste, como nordeste gothic reunion, darktronic(Ba), subterraneo gothic rave(Pb) e carnifica gothic rave(Pe) spectrum(ba), sendo escalada para tcar entre as 13 bandas do festival woodgothic em minas gerais me maio de 2008, quando dividirá o palco com elegia e scarlet leaves entre outras grandes bandas nacionais que tocaram na noite.

Apresentação e histórico:

O ano era de 1999 e no cemitério Jardim da Saudade na cidade de Salvador Bahia, Lucian s. se despedia de sua amiga-irmã Alice, mergulhado em tristeza, em um sentimento único de sua vida, sentado em meios aos túmulos, sonhou com poesias que naquele momento anestesiavam sua dor, surgindo vários pensamentos e em sua demasiada agonia surge o advento de Jardim do Silêncio, unindo poesias centenárias de grandes poetas com escritos próprios, mesclando um instrumental Electro-Goth/Darkwave sem perder a veia post punk, criando um som mórbido, sombrio e dançante, na mais perfeita tradição “dance in tears” traço marcante da musica

gótica. Para dar inicio ao projeto esperou por 07 anos, em sua agonia constante de achar membros que tivessem o mesmo pensamento que o seu, foi integrante da tão conhecida banda de Stoner/Doom de Salvador Black in Bell, na qual suas letras melancólicas e tristes levavam a sua dor e sofrimento ao seu público, em um som bem arrastado e sombrio, com o término da Black in Bell, Lucian tocou na também

47- jardim do silencio - solitário (2007)BA

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conhecida The Cross, na qual fez bastante repercussão no cenário do Metal em Salvador, mais foi no inicio de 2006 que conhecerá Leonardo Silva e Michel Dória, no qual faziam parte de um projeto, Leonardo e Michel são amigos de infância, com isso o entrosamento foi bem mais fácil, tendo eles uma vontade de criar um projeto diferente do que vinha sendo apresentado no cenário, com isso juntamente com outras pessoas fizeram parte da banda Sangrinian, um projeto que não deu frutos resumindo-se a ensaios, Lucian aproveitando o termino da Sangrinian lança a proposta para Michel e Leonardo a ingressar no Jardim do Silêncio, assim no meado do mês de agosto de 2006, o grupo começa o trabalho de ensaios com a união dos amigos. Após pouco tempo de preparação a banda fez sua primeira apresentação no festival Nordeste Gohtic Reunion em março de 2007, amealhando admiradores desde a estréia, recebendo inclusive vários convites para tocar em outras paragens, partindo em seguida fez diversos show pelo nordeste e atualmente se prepara para o esperado festival Woodgothic em Minas Gerais, onde tocará com 13 das maiores bandas da cena darkwave Brasileira, agora contando com um novo integrante, Ranniere Sant Ana, produtor e Dj soteropolitano, que terá a incumbência das programações, samples e efeitos, acrescentando trabalho e consolidando a Jardim do silencio como uma das bandas mais promissoras do cenário gótico/darkwave no Brasil, levando a frente sua proposta que emula o moderno a poesias simbolistas e ultra romanticas de autores conhecidos e autorais também.

Mais em:

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=25920066

http://www.myspace.com/jardimdosilencio

http://www.bandasdegaragem.com.br/jardimdosilencio

Escarlatina obsessiva... de logo o nome já chama atenção e causa curiosidade, logo satisfeita pela resposta musical do duo, um darkwave psicodélico que ao mesmo tempo que mantem as raízes cria uma musicalidade nova, baseada em letras que são como pinturas, que ensejam diversas interpretações que se alojam no coração e no cérebro daqueles que se propõem a ouvir o trabalho da banda. “Winter”, a musica aqui escolhida entre tantas ótimas composições do álbum chants of lethe, debut da banda, traduz bem o quanto relatado aqui, porem não serve como demonstração única do rico e variado trabalho efetuado pelo casal.

Após a divulgação de chants of lethe a banda logo caiu nas graças dos apreciadores da verdadeira musica gotica/darkwave, ou seja, música elevada, que sublima a arte e sua plasticidade acima de tudo atuando contra toda a maré de banalidade que afoga não só o mainstream, mas também o próprio underground.

48- escarlatina obsessiva - winter (2007) SP/MG

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Apresentação/release:

“A banda surgiu de um adensamento de experiências sonoras ocorridas no decorrer de 8 anos de convivência musical entre o casal Karolina e Zafiro. Através da guerra gerada entre sentidos e fenômenos, da inescrutabilidade do objeto, da náusea e da angústia decorrentes, surgiu a concepção de um símbolo estridente; do paradoxo da rejeição vencida, do filho monstruoso, surgiu o termo. Através de um símbolo dilacerado, através de interferência elétricas, singrou a vontade e a dor, na busca de beleza musical. Escarlatina ferve, impõe, é essencialmente o limite congênito da liberdade. É o abismo recôndito, esquecido sob toneladas de água, privado de luz, onde os peixes sem olhos dançam a valsa de neon.”

“Não havia mais os empecilhos do destino, da distância e do isolamento. E nem problemas com músicos no estúdio e novos integrantes. Isolamento, enfim, no seio das montanhas, já era impossível. A floresta havia sido habitada por outros fantasmas e novos ruídos. E os mecanismos voltaram a funcionar, e os aparelhos, e os pássaros já não ouviam mais o silêncio. No hiato entre dois devaneios, cantou um pássaro. Uma ave das montanhas Brasileiras. O piano ressoa as mesmas notas, Karolina canta: Shakes the wings the windows fly! E a potência se transforma, já é material. Do isolamento nasce o devaneio super populado e do nada, escondido atrás das coisas, nasce uma multidão de sons.

Um fluxo elétrico...

Escarlatina queima, age contra a vontade. Perceber sem querer, sentir e sofrer. Todo estímulo imposto, toda música rígida, inexorável, nota após nota, imagem após imagem, estímulo sobre estímulo. A pele queima, a mente queima, carne, ossos e pensamentos queimam. O fogo vem sempre de fora. Dentro das veias é fluxo elétrico, vontade, verdade.

Solidão dos ventos glaciais. Inverno, crepúsculo. Um quarto, sombras bruxuleantes. Nas paredes, eles penduravam caveiras. Dançavam, sem se esquecerem da morte. A agonia dos olhos límpidos e um velho dedo que aponta um funeral e grita: Eis a vida! Na hora da covardia, fugimos das cenas de horror. Refugiados, esperamos sete anos acocorados sob as arvores. Quase nos esquecemos das flechas fincadas em nossa carne. Mas os pesadelos voltam, e com eles as cenas de horror. Sim, havia tanta morte na floresta quanto nas ruas e nos pavimentos. O fato é que em nossos olhos tudo se mostrou claramente como expressões simbólicas, e a força dos pensamentos daqueles ratos vestidos de preto despiu e assim fez dançarem aquelas velhas máscaras. Ouvem a música que toca na floresta?”

A banda também numa atitude pioneira no Brasil encabeça a organização do woodgothic festival, o maior evento com bandas góticas na história do underground

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darkwave Brasileiro, a ser realizado nos dias 02/03 de maio de 2008 na mítica cidade de São Thomé das Letras-MG.”

Mais em:

http://escarlatinaobsessiva.blogspot.com/

http://www.myspace.com/escarlatinaobsessiva

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=12633686

http://www.youtube.com/watch?v=5PSo6_GBxJM

http://www.youtube.com/watch?v=R3lLoQO5Ljo

elas poderiam estar aqui, pois de muita qualidade e que merecem(devem) ser ouvidas:

1-orquídeas francesas(PB)

http://www.myspace.com/orquideasfrancesas

2- the name (SP)

http://www.myspace.com/thenamemusik

3-Ultima dança (RJ)

http://www.myspace.com/ultimadanca

4-the silent party (SP)

http://www.myspace.com/silentparty

5- vitrine (DF)

http://www.myspace.com/vitrineBrasilia

6- alle sterne sterben (SP)

http://www.myspace.com/allesternesterben

7- dead roses garden (SP)

http://br.geocities.com/deadrosesgarden/

8-neverlate – (RS)

http://www.myspace.com/neverlatebr

Outras bandas importantes e ativas na cena :

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9- cores d' Flores -(PR)

http://www.myspace.com/coresdflores

10- clube da miragem (RJ)

http://www.myspace.com/clubedamiragem

11- the knutz

http://www.myspace.com/theknutz

12 – the downward path

http://www.myspace.com/downwardpath

....

Links uteis:

orkut (comunidades bem moderadas e confiáveis):

Góticos no Brasil

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=35346

Discografias Góticos no Brasil

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=4006523

Entendendo o que é o "Gótico"

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=365718

Gótico/Darkwave no Brasil

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=365718

GóTICO 90's e 00's (NãO-MeTaL)

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=1814334

Bandas Góticas Brasileiras

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=20615195

Nordeste Gothic Reunion

links uteis.

Page 119: TESTE MARCELO NUNES

UNDER THE SOUTHERN SUN PROJECT

119

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=23523771

Dança das Sombras

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=13188084

Zine de profundis

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=2456992

downloads:

De Profundis #2 http://www.4shared.com/file/26976551/ccf0640e/De_Profundis_2.html De Profundis #3 http://www.4shared.com/file/26977431/23d4ceda/De_Profundis_3.html De Profundis #4 http://www.4shared.com/file/27090288/1eee0fa3/De_Profundis_4.html *Digitalizado por Fab th Bat

Sites diversos:

Cogumelo Moon(bandas nacionais anos 80)

http://cogumelomoonpoprock80Brasil.blogspot.com/

Carcasse

http://www.carcasse.com

Beatrix

http://www.beatrix.pro.br/

batzone

http://paginas.terra.com.br/arte/junk/batzone.htm

mauzoleum

http://www.themaozoleum.com/

Projeto lunatos

http://lunatos.multiply.com/

Sombrias escrituras

http://www.sombriasescrituras.com/

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UNDER THE SOUTHERN SUN PROJECT

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Organizador:

Ranniere M. Santana

[email protected]