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teses etiologia

Oct 15, 2015

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drjuliocesar
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  • UNING UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR ING FACULDADE ING

    CURSO DE ESPECIALIZAO EM PRTESE DENTRIA

    GISELE GHIGGI

    PROTOCOLO DE SELEO DE COR

    PASSO FUNDO

    2010

  • 1

    GISELE GHIGGI

    PROTOCOLO DE SELEO DE COR

    PASSO FUNDO

    2010

    Monografia apresentada unidade de Ps-graduao da Faculdade Ing UNING Passo Fundo-RS como requisito parcial para obteno do ttulo de Especialista em Prtese Dentria. Orientador: Prof. Dr. Cezar Augusto Garbin

  • 2

    GISELE GHIGGI

    PROTOCOLO DE SELEO DE COR

    Aprovada em 23/09/2010.

    BANCA EXAMINADORA:

    ________________________________________________ Prof. Dr. Cezar Augusto Garbin - Orientador

    ________________________________________________ Prof. Ms. Paula Cristine Ghiggi

    ________________________________________________ Prof. Ms. Alosio Oro Spazzin

    Monografia apresentada comisso julgadora da Unidade de Ps-graduao da Faculdade Ing UNING Passo Fundo-RS como requisito parcial para obteno do ttulo de Especialista em Prtese Dentria.

  • 3

    Esta conquista no somente minha, dedico minha me, Marivone,

    pois sem seu apoio e sua confiana no chegaria to longe, sempre

    deixando de lado seus sonhos em favor dos meus, voc a grande

    mentora de tudo isso, eu agradeo do fundo do meu corao por estar

    sempre presente ao meu lado me motivando e principalmente por ser meu

    porto seguro, com todo meu amor, Obrigado!

    E ao meu pai, Cesar, obrigada por estar sempre comigo, pela fora, por

    no medir esforos a todos meus pedidos, obrigada pela ajuda em todos

    os momentos, e por ser um exemplo para mim!

    Eu amo vocs!

    Se vi mais longe, foi por estar de p sobre ombros gigantes.

    Isaac Newton

  • 4

    O futuro pertence queles que acreditam na beleza

    de seus sonhos."

    Elleanor Roosevelt

  • 5

    AGRADECIMENTOS

    Agradeo a DEUS por ter me presenteado com a vida, com uma famlia

    maravilhosa, com pais que so um porto seguro, e irms amigas, por sempre ter

    tido uma educao privilegiada, por ter colocado a Odontologia em minha vida,

    obrigada pela oportunidade de conhecer grandes pessoas e torn-las grandes

    amigos e por estar sempre me guiando e segurando minhas mos!

    Minha irm Paula, amiga e professora, nas horas vagas, obrigada por estar sempre

    comigo, por ser um exemplo de pessoa e profissional, por me ajudar e me agentar

    em todos os momentos, voc sabe o quanto importante na minha vida!

    Minha irm Luciana, obrigada pela ajuda nas tradues, por sempre me ouvir,

    mesmo longe sempre se fazendo presente, obrigada pela alegria e motivao com

    que sempre manteve, queria voc mais perto!

    Ao meu namorado Maurcio, obrigada por entender minha ausncia, por

    compreender sempre minha falta de tempo e pelos momentos de mau humor

    durante a monografia, voc sempre teve muita pacincia comigo e me ajudou em

    tudo que eu precisei, esteve ao meu lado em todos os momentos me apoiando,

    obrigada pela dedicao, pelo carinho e principalmente por acreditar em mim, voc

    sabe o quanto especial.

    Meu professor orientador, amigo e companheiro de fazer prtese, Dr. Cezar

    Garbin, como lhe agradecer? Faltam palavras para expressar todo carinho e

    gratido que sinto, neste tempo todo em que nos conhecemos voc me passou

    muito mais que ensinamentos, me mostrou o quanto somos vencedores e que

    nunca devemos desistir diante de qualquer dificuldade, me fez acreditar em mim

    quando eu achava que no era capaz, foi seu estmulo e confiana que me fez

    crescer, voc muito mais que um exemplo, uma referncia, mesmo quando no

    estava presente em nossa especializao voc sempre esteve em nossos

    coraes, eu te agradeo por tudo que voc fez, por todas as oportunidades que

    voc me deu, estarei sempre tentando retribuir, obrigada de todo meu corao por

  • 6

    me mostrar que a escalada de uma montanha longa, mas a vista

    maravilhosa..

    Co-orientador e amigo Prof. Ms. Christian Schuh, obrigada por todo ensinamento,

    pela confiana depositada, pela franqueza com que sempre nos corrigiu e mostrou

    que tnhamos que aprender e pela amizade, voc foi muito importante para que

    meu aprendizado se tornasse completo. Obrigada!!

    Querido Prof. Ms. Leonardo Federizzi, voc deu o seu melhor por nossa

    especializao, em inmeras vezes quando voc ficava pequeno dentro da clnica,

    com seu jeito nico e cheio de pacincia fazia de tudo para nos atender, voc um

    exemplo de como um mestre deve agir, obrigada pela amizade, voc foi essencial

    para esta conquista, muito obrigada!

    Prof. Ms. Alosio Spazzin, obrigada por toda ajuda, principalmente na monografia,

    obrigada por todo ensinamento, obrigada sempre pelo empenho e pela vontade de

    nos ensinar, sem medir esforos para isso.

    Prof. Dra. Lilian Rigo, obrigada pela amizade, pela confiana, pela grande ajuda

    com a monografia, sempre pronta e disposta em todos os momentos, pela

    pacincia com que nos conduziu, tentando sempre nos tranqilizar, obrigada!!!

    Aos meus colegas, Alexandre Rubik , Alexandre Trevizani, Maurcio Pelle, pelos

    momentos de descontrao, alegria, e amizade, foi muito bom ter conhecido e

    convivido com todos vocs.

    s minhas colegas e amigas Marisa Badalotti, amiga me ou me amiga, pelos

    conselhos, almoos, momentos descontrados, a amizade realmente algo que

    conquistamos, a Bruna Baseggio, obrigada pelas conversas, parcerias, foi muito

    bom ter convivido contigo nesse tempo, Caroline Pinzetta, sempre autntica e

    sincera aprendi muito contigo, obrigada pela amizade, Litiane Paludo, obrigada

    pela amizade, e, agradeo especialmente minha dupla querida ngela Limberger,

    obrigada pela amizade, voc foi minha companheira desde o incio, muitos

  • 7

    momentos de alegria, festas, risadas, conselhos, adorei poder dividir estes

    momentos contigo, voc uma grande amiga.

    Aos tcnicos em prtese dentria, Felipe e Aline, obrigada por terem pacincia

    quando estavam cheio de trabalho e pedamos nossos trabalhos com urgncia,

    obrigada pela parceria e amizade!

    Aos funcionrios do CEOM, Tnia, Carla, Priscila, Dani, Maiara, Lisa, Elisabete,

    sempre prontas para atenderem nossos pedidos, vocs foram essenciais para

    nosso curso.

    Aos laboratrios de prtese Calgaro e Estrasulas, a competncia de vocs revela o

    porqu so to importantes, obrigada por terem feito sempre o melhor.

    Aos professores convidados que de alguma forma contriburam para que nosso

    conhecimento fosse aumentado, obrigada!

    Aos pacientes do curso, obrigada pela confiana, vocs foram muito importantes

    para essa conquista.

    Aos meus amigos e chefes Nelson Massing e Lauter Teixeira, primeiramente tenho

    que agradecer a ajuda com a monografia, e depois por entenderem o quanto fazer

    esta especializao importante para mim, compreendendo minha ausncia de

    quinze em quinze dias.

    Todos que de alguma maneira contriburam para que essa conquista fosse

    realizada, obrigada!

    Quem caminha sozinho pode at chegar mais rpido, mas quem

    caminha acompanhado chega mais longe.

    (Autor Desconhecido)

  • 8

    RESUMO

    O aumento da exigncia esttica por parte dos pacientes, aliado ao crescente avano cientfico da Odontologia, tem levado os Cirurgies Dentistas a buscarem a excelncia nos procedimentos restauradores com o auxlio de uma equipe de trabalho qualififcada. Toda vez que se faz a seleo de cor de um trabalho, o Tcnico em Prtese Dentria precisa receber corretamente as informaes para que assim possa realizar seu trabalho da melhor maneira possvel. Mediante uma reviso da literatura cientfica, o presente estudo teve como objetivo, estabelecer um protocolo de informaes sobre a seleo de cor que auxilie o TPD na confeco de uma restaurao prottica. Diante das observaes encontradas na literatura foi possvel concluir que: o ambiente para a seleo de cor deve possuir cores neutras, a comparao da cor com a escala no deve exceder 5 segundos, alm disso, as escalas de cor disponveis servem como um guia no momento da seleo de cor, e devem ser usadas de acordo com o material restaurador selecionado; os instrumentos eletrnicos como colormetros digitais e espectrofotmetros so mais eficientes do que as escalas; fotografias digitais auxiliam na seleo de cor, assim como o mapeamento das caractersticas dos dentes.

    Palavras-chave: cor, esttica dentria, tcnicos em prtese dentria

  • 9

    ABSTRACT

    The growing esthetics requirements made by patients and the increasing

    advances in dental technologies triggered dentists to search for excellence in restorative procedures aided by a qualified team. When performing shade selection in a patient, the technician has to know the correct information of the patient so as to perform his work well. Through a literature review, this study aims at establishing a protocol of information regarding shade selection in order to help the framework fabrication by the technician. According to the literature, it was possible to conclude that: the environment where the shade selection is performed must have neutral colors, the matching cannot exceed 5 seconds. In addition, shade tabs work as a guide during the selection and must be in accordance with the restorative material selected; electronic devices such as the digital colorimeter and the spectrophotometer are more efficient than shade guides; digital photos improve the shade selection as well as mapping teeth features.

    Key words: shade, restorative esthetics, prosthesis technician.

  • 10

    LISTA DE ILUSTRAES

    Figura 1 - Escala de Cor Vitapan Classical (Vita Zahnfabrik, Bad

    Sckingen, Alemanha).....................................................................................

    22

    Figura 2 - Escala de Cor Vita 3-D Master (Vita Zahnfabrik, Bad Sckingen,

    Alemanha)........................................................................................................

    22

    Figura 3 - Escala de Cor de dentina Vitapan 3-D Master (Vita Zahnfabrik,

    Bad Sckingen, Alemanha).........................................................................

    26

    Figura 4 - Escala de Cor Vita 3-D Master Linearguide (Vita Zahnfabrik,

    Bad Sckingen, Alemanha)........................................................................

    28

    Figura 5 - Escala de Cor Chromascop (Ivoclar Vivadent Schaan,

    liechtenstein)....................................................................................................

    29

    Figura 6 - Vita Easyshade Compact (Vita Zahnfabrik, Bad Sckingen,

    Alemanha)........................................................................................................

    31

    Figura 7 - Mapeamento de cor da dentina...................................................... 46

    Figura 8 - Mapeamento da cor do esmalte..................................................... 46

  • 11

    SUMRIO

    1 INTRODUO .......................................................................................... 12

    2 REVISO DE LITERATURA ....................................................................

    14

    2.1 EXAME CLNICO ...................................................................................... 14

    2.2 PROPRIEDADES PTICAS ..................................................................... 15

    2.3 ILUMINAO............................................................................................. 17

    2.4 ESCALAS DE COR E INSTRUMENTOS ELETRNICOS........................ 21

    2.5 IMAGENS DIGITAIS ................................................................................. 38

    2.6 MAPAS DE COR ....................................................................................... 45

    2.7 SELEO DE COR NO CONSULTRIO ................................................. 46

    2.8 COMUNICANDO A COR .......................................................................... 49

    3 DISCUSSO.............................................................................................. 52

    4 CONCLUSO............................................................................................ 56

    REFERNCIAS....................................................................................................

    57

    ANEXOS .............................................................................................................. 61

  • 12

    1 INTRODUO

    Na Odontologia, com o aumento da exigncia esttica por parte dos

    pacientes, de nada adianta realizar tratamentos restauradores com harmonia de

    textura e forma, sem que atinja concordncia na cor (GRIFFIN, 2009). Alm disso,

    importante salientar que a comunicao com o tcnico do laboratrio essencial

    para o sucesso do trabalho, porm esta comunicao no existe e, ou

    inadequada. Em muitos casos o que acontece que os cirurgies dentistas no

    esto preparados para uma comunicao efetiva, pois, no compreendem o

    trabalho do prottico, isto porque as faculdades no esto preparando os novos

    alunos para ter uma comunicao com o tcnico (JUSZCZYK; CLARK; RADFORT,

    2009).

    Cada vez mais se busca criar dentes bonitos com propores inerentes e um

    agradvel arranjo de dentes em harmonia com a gengiva, lbio e rosto do paciente.

    A esttica de toda a restaurao precisa considerar os parmetros de textura

    superficial, translucidez e cor, sendo esta determinada por fatores intrnsicos e

    extrnsicos. O intrnsico est associado com a disperso de luz e propriedades de

    absoro do esmalte e dentina, quais componentes da luz so absorvidos e

    refletidos pelo dente. Por outro lado o extrinsco est relacionado com a absoro

    de pigmentos (caf, chs, vinho tinto, entre outros) na superfcie dentria (JOINER,

    2004).

    A seleo da cor dos dentes uma etapa crtica principalmente por ser uma

    anlise subjetiva, causando frustraes ao profissional e insucessos.

    Possivelmente, estas falhas se devem falta de controle das variveis que levam

    aos resultados insatisfatrios. Alguns conceitos fundamentais devem ser

    incorporados prtica clnica para que se alcance a cor aproximada do dente

    natural nas restauraes estticas. A compreenso da cor e dos fatores que afetam

    a seleo da cor, os procedimentos que devem ser seguidos, assim como a

    comunicao com o laboratrio so alguns dos fatores que a prtica odontolgica

    ainda carece. Alguns fatores como fadiga, envelhecimento, condies de

    iluminao e metamerismo podem alterar a percepo da cor. A cor e a aparncia

    dos dentes so fenmenos complexos, e a sua medio continua a ser um desafio.

    Portanto uma compreenso completa da aparncia e atributos dos dentes naturais

    necessria (RUSSEL; GULFRAZ; MOSS, 2000).

  • 13

    Somente com uma comunicao adequada a seleo de cor de uma

    restaurao, que por sua vez possui diversas variveis, ser possvel. Cada vez

    mais se verifica a necessidade de uma interao entre dentistas e tcnicos de

    laboratrio para um trabalho em equipe. Porm a comunicao ainda pobre, seja

    pela crescente falta de comunicao entre estudantes e laboratrio em sua

    graduao, fazendo com que sem saber confeccionar a prtese no tem como

    discutir com o laboratrio, ou ento porque o tcnico no tem a oportunidade de ver

    o paciente, e sim a moldagem feita dele, por isso alm de bem desenvolvidas as

    habilidades do dentista e do tcnico em prtese, a comunicao entre eles dever

    ser excelente (CHRISTENSEN, 2008).

    A excelncia em odontologia restauradora exige trabalho em equipe entre o

    paciente, CD e o TPD, porm isto s ocorre quando h confiana e respeito mtuo.

    No entanto quando isto ocorrer, todas as partes sero beneficiadas. (SMALL,

    2006).

    Este estudo visou facilitar tanto o trabalho do cirurgio dentista quanto do

    TPD, criando um protocolo de informaes sobre cor, reduzindo o tempo de provas

    clnicas e auxiliando na comunicao. Foi feito um levantamento de dados atravs

    da biblioteca virtual em sade utilizando sites como por exemplo: PubMed, Medline,

    Scielo, Biblioteca da Cochrane. Foram consultados artigos, teses, monografias,

    dissertaes, livros e revistas na rea da Odontologia.

  • 14

    2 REVISO DE LITERATURA

    2.1 EXAME CLNICO

    Um diagnstico correto e um plano de tratamento resultante so essenciais

    ao sucesso da reabilitao prottica, uma comunicao eficiente com o laboratrio

    tambm crtica. Aps compilar o checklist esttico (anexo A - Fradeani, 2006), o

    clnico pode completar o checklist laboratorial (anexo B - Fradeani e Bartucci,

    2009), observando as mudanas esttico-funcionais necessrias para criar um

    enceramento diagnstico. Uma colaborao mtua ntima entre o clnico e o

    tcnico essencial para obteno de uma reabilitao prottica correta, contanto

    que ambos trabalhem em sinergia e cada um dentro da sua disciplina. Anlise

    facial, dento labial, fontica, dentria e gengival, todas registradas no checkilist

    funcional, em conjunto com o exame funcional necessrio, fornece todos os

    elementos bsicos para o desenvolvimento de um plano de tratamento preciso,

    visto que a sua finalizao freqentemente requer uma abordagem multidisciplinar.

    A informao esttico-funcional, coletada e compilada cuidadosamente, pode ser

    transferida ao tcnico de maneira clara e completa por checklist de laboratrio.

    Este checklist guia o tcnico na criao de um enceramento diagnstico correto e

    restaurao provisria subseqente. Dessa forma, decises importantes que

    podem ser tomadas apenas pelo clnico, baseadas na anlise funcional e esttica

    cuidadosa do paciente, no so delegadas ao tcnico. O checklist deve conter uma

    descrio detalhada das mudanas necessrias nos dentes anteriores e indicar ao

    laboratrio o tipo de trabalho prottico necessrio e os materiais especficos a

    serem usados. Um espao separado deixado para anotar quaisquer correes a

    serem realizadas nos trabalhos protticos durante as consultas. Um segundo

    checklist para o laboratrio idntico ao primeiro compilado pelo clnico durante a

    conduo do trabalho definitivo e usado para transferir toda a informao funcional

    e esttica coletada durante a fase provisria. Embora toda a informao esttica

    seja transmitida ao tcnico na seo apropriada do checklist de laboratrio, com o

    intuito de garantir entendimento correto do caso, pode ser til fornecer algumas

    fotografias que visualmente sustentem as observaes do clnico. essencial que

    o cirurgio dentista e o tcnico tenham as mesmas fotografias, no formato digital ou

    no impresso, o que permite a eles discutirem o caso clnico mesmo se estiverem

  • 15

    em locais diferentes. Uma fotografia da face permite ao clnico ter uma idia geral

    sobre o tratamento, verificar o paralelismo entre as linhas de referncia e o

    horizonte, distinguir qualquer desarmonia vertical e avaliar a proporo entre os

    teros da face. Entretanto dever do clnico decidir levar em considerao

    qualquer falta de paralelismo ou desarmonia, empregando escolhas ditadas por

    uma verificao geral baseada nos resultados da anlise esttico funcional e do

    checklist esttico. A cor de uma restaurao pode ser percebida, registrada e

    comunicada diferentemente de pessoa para pessoa de acordo com o

    conhecimento, experincia e sensibilidade do indivduo (FRADEANI; BARDUCCI,

    2009).

    O primeiro passo para uma correta seleo de cor avaliao do paciente,

    essa fase do tratamento pode ser clinicamente mais significativa porque depende

    do tipo do dente, se o valor alto ou baixo, se possui mais ou menos translucidez,

    vai afetar a seleo dos materiais porque as escolhas de materiais que podem ser

    utilizados para o restabelecimento definitivo ditam o design da preparao do

    dente. A cor do preparo deve ser levado em considerao pois pode influenciar o

    valor, croma e matiz da restaurao final se um material translcido ou opaco for

    utilizado (CHU, 2007).

    2.2 PROPRIEDADES PTICAS

    Um dos grandes problemas da cor sua comunicao, e faz-la de forma

    verbal, sem referncias, praticamente impossvel. O nome de uma cor um

    mtodo formal de se representar as sensaes visuais das cores. Por ele,

    podemos especific-las por palavras ou nmeros e comunic-las a outros. Vrios

    sistemas foram idealizados para nomear ou classificar as cores. O sistema de cor

    proposto pelo artista americano Albert Munsell, conhecido como Sistema de Cores

    de Munsell, considerado como o melhor dos sistemas baseados em princpios

    perceptuais. Ele percebeu que, para comunicar e visualizar a cor de maneira

    apropriada era necessrio um slido tridimensional. Para que duas pessoas se

    comuniquem com preciso, no resta dvida, necessria uma linguagem comum,

    com cdigos e palavras que expressem exatamente a mesma idia para os dois.

    Para conseguir uma comunicao da cor, primeiro devemos conhecer sua

    linguagem, entender suas dimenses e como interpret-las. Segundo necessrio

  • 16

    enviar uma referncia fsica, uma escala de cores para uma comunicao visual

    (KINA et al., 2008)

    No momento em seleciona-se a cor, devemos considerar trs diferentes

    aspectos: o valor, que definido como brilho, diz respeito luminosidade ou

    obscuridade de um objeto, relaciona-se com a quantidade de claro e escuro de

    uma cor. Provavelmente seja o conceito mais importante para clnicos e tcnicos

    na determinao das cores dos dentes; o croma que a saturao, a quantidade

    de cor por unidade de rea de um objeto e pode ser definido como mais ou menos

    quantidade e, a matiz, a sensao pela qual ns percebemos os comprimentos

    de onda da luz refletida dos objetos, e que, normalmente, chamamos de cor, a

    tonalidade ou colorao, a prpria cor produzida por um comprimento de onda

    especfico que atinge as retinas (KURTZMAN, 2008).

    Outra caracterstica na colorao dos dentes a opalescncia, a qual uma

    propriedade ptica, onde h disperso dos comprimentos de onda mais curtos do

    espectro visvel, dando ao material uma aparncia azulada na luz refletida, e uma

    aparncia alaranjada na luz transmitida. O esmalte dentrio opalescente, os

    componentes de onda do espectro da luz que o atinge,criam uma luz em tons de

    azul, que se tornam claramente visveis no halo incisal. Uma das caractersticas

    das cermicas odontolgicas a opalescncia, tornando possvel a simulao do

    dente natural, entretanto o maior desafio transmitir essas caractersticas dos

    dentes para a fiel reproduo em laboratrio (LEE; LU; POWERS, 2005).

    A fluorescncia a absoro de luz por um objeto e a emisso espontnea

    de luz em um comprimento de onda. Dentes naturais emitem uma fluorescncia

    azul sob raios ultravioletas, o que torna os dentes brancos e brilhantes luz do dia.

    A fluorescncia aumenta a vitalidade de uma restaurao e minimiza o efeito

    metamrico entre os dentes e a restaurao (PARK; LEE; LIM, 2007). Na dcada

    de 40, foram introduzidos os primeiros componentes fluorescentes nas cermicas

    com adio de diuranato de sdio, a partir de 1974, o diuranato de sdio teve sua

    utilizao no recomendado pela Comisso Internacional de Proteo Radiolgica,

    sendo a partir de ento substitudos por fluorescentes no radioativos. Quanto mais

    caractersticas fsicas e mecnicas o material restaurador que utilizarmos possuir

    dos dentes naturais, mais prximos chegaremos ao mimetismo entre o natural e o

    restaurado. A importncia clnica da fluorescncia transcende o fato de ser

    perceptvel apenas em presena de luz ultravioleta, porque na verdade se

  • 17

    manifesta com menos intensidade em qualquer ambiente de luz e repercute da

    manuteno da resposta da cor do dente (SCHENKEL; MEZZOMO, 2006).

    Os dentes naturais possuem uma variao de cores em sua coroa e

    comunicar estas nuances ao laboratrio pode ser um desafio. Precisamos ter um

    meio de comunicar as caractersticas de translucidez incisal, linhas, textura

    superficial e cores de Maverick. As cores de Maverick se referem a pontos de

    intensidade de pigmentos nos dentes que se destacam ao redor do esmalte

    (KURTZMAN, 2008). Entretanto dentistas e tcnicos em prtese dentria trabalham

    quase que individualmente uns dos outros. Apenas uma pequena quantidade de

    dentistas possui tcnicos em seus consultrios, ao contrrio de alguns pases onde

    um laboratrio dentro do consultrio muito comum de se encontrar

    (CHRISTENSEN, 2008).

    2.3 ILUMINAO

    A luz solar indispensvel para uma correta escolha de cor, e deveria ser

    usada em horrios no antes das 10 horas para evitar o excesso de azul, ou aps

    as 15 horas para reduzir a influncia dos tons avermelhados. A iluminao deveria

    ser originria do lado sul dos pontos cardeais, porm se torna praticamente

    impossvel aplicar esses parmetros tidos como ideais. Sendo assim alguns

    princpios podem ser adotados, tais como fazer: a seleo de cor durante o dia,

    aproveitando o mximo de luz do natural, simultaneamente com lmpadas do tipo

    luz do dia, nesses casos desligar o refletor odontolgico minutos antes da seleo

    de cor evitando o efeito da luz halgena que tambm ocorre com a incandescente.

    O ambiente de trabalho do tcnico deve ter a mesma luz do consultrio para evitar

    cores diferentes em cada ambiente (BONFANTE, 1998).

    A procura pelo ideal de beleza tem crescido exponencialmente, alavancando

    o desenvolvimento tcnico da odontologia. A indstria coloca disposio

    materiais com caractersticas estticas sofisticadas, fornecendo muitos recursos

    para que o profissional possa reproduzir, com perfeio, os dentes naturais. A cor

    fundamental harmonia esttica, sua correta avaliao e transmisso resultam em

    uma melhor correspondncia entre restauraes e dentes naturais. Para avaliar a

    influncia da iluminao, na seleo da cor, foram utilizados dois dentes naturais

    como padro, e confeccionados corpos de prova em porcelana, resina composta e

  • 18

    resina acrlica, todos os corpos de prova foram submetidos anlise

    espectrofotomtrica dos padres e dos corpos de prova, alterando as fontes de luz

    sendo que as diferenas de cor foram calculadas pelo Sistema CIELAB. Os dados

    foram submetidos ao teste ANOVA- 2 fatores. Os resultados mostraram que no h

    diferena significante entre as vrias fontes de luz. Portanto na escolha e

    determinao da cor, muitos fatores esto envolvidos e a fonte de luz, de maneira

    isolada, no to determinante na correspondncia da cor entre dentes e

    restauraes (FERREIRA, 2002).

    A luz faz com que o olho humano seja capaz de enxergar a cor, portanto cor

    luz e luz cor. Se a qualidade da luz pobre a percepo da cor tambm pobre,

    as lmpadas fluorescentes no so lmpadas adequadas, pois no fornecem o

    espectro de cor vermelho e iro resultar em uma incorreta seleo de cor. A melhor

    iluminao para uma seleo de cor a iluminao natural ou as lmpadas luz do

    dia, se for necessrio o paciente deve ir at um local no consultrio onde possua

    luz natural, caso esta se faa presente de maneira adequada. A quantidade de luz

    tambm importante por influenciar o modo como vemos as cores, a quantidade

    de cor medida em foot candlles - fc e deve estar entre 150-200. Alterando a

    transmisso de luz a percepo da cor pode ser afetada, portanto fundamental

    que a escolha da iluminao adequada seja feita, para no interferir na escolha da

    cor, visto que, a iluminao uma das variveis que podem influenciar

    negativamente no momento da seleo de cor (MENDELSON, 2006).

    Buscando proporcionar condies pticas ideais durante a seleo de cor

    dos dentes, Paravina (2002) elaborou o Shademat Visual Plus. Para este estudo

    150 avaliadores composto de estudantes de odontologia e dentistas em geral,

    realizaram o experimento que consistia em selecionar a cor de quatro coroas

    metalocermica, que foram preparadas pelo mesmo tcnico com substrato de

    metal e um sistema de cermica Vita VMK 95. A primeira coroa (T1), foi fabricada

    com a cor A3, a segunda (T2) B2, a terceira (T3) C1 e a quarta (T4) com a cor D4.

    As coroas foram posicionadas sobre a parte superior de uma cabea artificial e

    presas a uma cadeira de dentista. A intensidade da temperatura da cor e luz foram

    monitoradas atravs de um medidor. A iluminao completa de espectros

    equilibrados, difusa e de intensidade moderada, padronizada e invarivel, com

    temperatura adequada de 5500K, distncia constante de 33 cm, nivelamento da

    altura dos olhos do observador com o objeto, fundo neutro ou cinza e descanso

  • 19

    ptico azul proporcionaram melhores resultados para 64% dos entrevistados, para

    9% houve qualquer evoluo e 27% tiveram seu desempenho prejudicada.

    Para realizar o registro da cor, segundo Fradeani e Barducci (2009), os

    dentes a serem comparados devem ser limpos com pedra pomes; aps os dentes

    e as palhetas de cor escolhidas devem ser umedecidos com gua e deve-se

    examinar o paciente sob diversas fontes de luz (natural e artificial). A luz deve ser a

    mesma para o dentista e para o tcnico. importante identificar as fontes

    luminosas com as quais o paciente tem mais contato, mesmo se a cor for

    registrada sob condies luminosas diferentes. Dessa forma, essencial para o

    clnico e tcnico trabalharem sob a mesma fonte de luz, usando luzes especficas.

    A anlise de cor deve ser feita sob temperatura luminosa adequada (5500K),

    especialmente quando uma restaurao feita na regio anterior. O final da manh

    ou incio da tarde o momento ideal para anlise da cor, o uso de afastadores

    reduzem a cor circundante (o vermelho dos lbios), que pode interferir com a

    determinao da cor. A determinao da cor do preparo tambm necessrio para

    confeco das restauraes em cermica pura. Para a correta seleo da cor o

    profissional deve sentar e ficar ao nvel dos olhos do paciente, a iluminao deve

    ser luz solar indireta ou luz do dia, importante observar as cores ao redor e seus

    efeitos como, batom e maquiagem, vestimenta com cores vibrantes, os dentes

    devem estar limpos e as moldagens devem estar prontas, afastadores, espelho

    bucal e por fim fotografar (HAMMERLE et al., 2009).

    A temperatura ideal para seleo de cor 5500K, luz a esta temperatura

    considerada como luz branca. As lmpadas incandescentes dos refletores

    possuem uma temperatura de 3800K, por esta razo os refletores dos consultrios

    no devem ser usados no momento da seleo de cor, alm de possuir muito

    brilho, produzem reflexos e causam fadiga aos olhos. O iluminante padro D65

    representa a fase da lmpada luz do dia com temperatura de cor de 6500K

    (CLAGAR et al., 2009).

    A cor de um objeto ir depender do objeto, do observador e da iluminao, a

    distribuio espectral da luz sob a qual um objeto visto difere dependendo da

    iluminao. A luz refletida ou transmitida de um objeto vai depender desta

    iluminao, um observador pode ter a percepo da mesma cor quando se

    comparam dois objetos com um iluminante especfico, mas diferentes cores

    quando a luz ilumina outro, este fenmeno conhecido como metamerismo. Com o

  • 20

    objetivo de avaliar o efeito do metamerismo na cor dos dentes e nas escalas de cor

    dependendo da iluminao utilizada, incisivos centrais e caninos superiores direito,

    e pr molares inferiores direito, totalizando 198 dentes foram avaliados. As

    medies foram feitas em uma sala acromtica pintada de cinza, os pacientes

    foram instrudos a remover a maquiagem, e usar uma capa cinza, os valores CIE

    Lab foram calculados para, D65 (luz do dia), luz incandescente e luz de escritrio.

    Os dentes foram mensurados utilizando um espectrofotmetro intra-oral Vita

    Easyshade, e uma lmpada do tipo luz do dia. A escala de cor Vita 3-D Master

    tambm foi medida utilizando o espectrofotmetro, o ndice de modificao do

    metamerismo foi calculado para expressar as diferenas entre o dente e a escala

    de cor relativa diferena observada sob a iluminao D65. O ndice para os

    dentes e as palhetas das escalas de cor foi superior, indicando uma maior

    diferena de cor em relao a D65 de 57,1% para a luz incandescente e por 49,3%

    para a luz de escritrio. Se os dentes e as palhetas das escalas de cor so

    conduzidas em uma iluminao de vero, a diferena de cor no pode ser a

    mesma em condies de iluminao, levando a perceptvel, ou mesmo inaceitvel,

    diferenas de cor nestas condies (CORCODEL et al., 2010b).

    Na prtica, dois objetos para serem metmeros devem possuir distribuies

    espectrais que se cruzem por pelo menos trs vezes, o que pode fornecer uma

    sensao visual em determinados sistemas de iluminao. Para verificar se os

    objetos so metmeros, primeiramente devem ser observados sob, pelo menos,

    dois sistemas de iluminao diferentes. Deve ser evitado observar e interpretar

    cores em sistemas com baixos nveis de iluminao. E ao final, se restarem

    dvidas, outro observador deve ser consultado (KINA et al., 2008).

    A luz natural do dia muito diferente da iluminao fluorescente ou

    incandescente, a prpria iluminao fluorescente pode ter vrias cores. Quando um

    comprimento de onda de luz est ausente na fonte de iluminao, ele no pode ser

    refletido pelo objeto (no caso, o dente) que est sendo visto. A iluminao

    ambiente em que uma seleo da cor feita muito importante e a cadeia do

    metamerismo do dente, guia, material restaurador deve ser reconhecida. A

    importncia da iluminao no ambiente da seleo de cor torna-se aparente uma

    vez que o fator do metamerismo seja reconhecido. Uma luz de espectro total

    necessria para elucidar todas as cores que um dente capaz de refletir. O

    padro a luz do meio-dia durante o vero, com o cu claro, mas isto

  • 21

    impossvel. A luz do dia varia muito desde a manh at a tarde, com as nuvens, e a

    partir das vrias cores da superfcie em que refletida. A iluminao fluorescente

    a recomendada com as cores corrigidas. O fator chave chamado ndice de

    representao de cor, o padro para a iluminao. Qualquer fonte de luz que

    tenha um ndice de representao superior a 90 ideal. A cor da luz deve se

    assemelhar luz do dia padro, cuja cor tem uma temperatura de 5500K. Portanto,

    independentemente da marca ou da qualidade prometida pelas propagandas, estes

    dois padres iro garantir uma boa fonte de equiparao de luz (SPROULL;

    PRESTON, 2000).

    2.4 ESCALAS DE COR E INSTRUMENTOS ELETRNICOS

    A seleo de cor muitas vezes negligenciada por erro ou impercia do

    cirurgio-dentista, o que resulta no comprometimento negativo deste passo

    importante para o sucesso clnico da restaurao. Em estudo realizado por Freitas

    et al., (2008) onde foram avaliadas a eficincia na escolha de cor entre duas

    escalas de cores, Vitapan Classical Vita (Vita Zahnfabrik, Bad Sckingen,

    Alemanha), (Figura 1) e Vita 3D-Master (Vita Zahnfabrik, Bad Sckingen,

    Alemanha), (Figura 2). Foram escolhidos quatro dentes hgidos, ntero

    superiores, de dois voluntrios, um incisivo central superior esquerdo e um canino

    superior esquerdo em cada voluntrio, o critrio de seleo dos dentes foi subjetivo

    e fundamentou-se nos que possuam cores com alguma similaridade com as

    escalas Vitapan Classical e Vitapan 3D-Master. A seleo foi pelo mtodo visual,

    pois se trata do utilizado na rotina clnica do dia-a-dia. A cor dos elementos

    dentrios foi escolhida por 3 profissionais com experincia em prtese dentria.

    Foram entrevistados 30 profissionais e 15 estudantes de Odontologia, foi aplicado

    um questionrio com perguntas sobre seleo de cor, os dados obtidos foram

    submetidos ao teste no paramtrico de Man-Whitney (5%), os resultados

    mostraram que no existe diferena estatstica entre as escalas quando a seleo

    de cor feita de maneira inadequada, sendo ento, necessrio o aprimoramento

    tcnico da seleo de cor pelos cirurgies dentistas e acadmicos.

  • 22

    Figura 1: Escala de Cor Vitapan Classical (Vita Zahnfabrik, Bad Sckingen, Alemanha)

    Figura 2: Escala de Cor Vita 3-D Master (Vita Zahnfabrik, Bad Sckingen, Alemanha)

    Klemetti et al., (2006) testaram a variabilidade inter observador na seleo

    de cor com trs escalas diferentes, Vita Vacuum, Vita 3-D Master e Procera. Dez

    estudantes de odontologia e nove tcnicos em prtese dentria participaram deste

    estudo como observadores. Cada observador selecionou a cor de um dente de

    quatro pacientes, dois homens e duas mulheres, nos homens foram selecionados

    os dentes 22 com escurecimento ps trauma, e o elemento 21 bem claro, nas

    mulheres foram selecionados os elementos 11, com uma colorao normal

  • 23

    amarelado, e na outra paciente o elemento 41 multicolorido. Foram usadas trs

    diferentes escalas de cor, Vita Lumin Vacuum que possui 16 cores, Vita 3D-Master

    com 25 cores diferentes e Procera a qual possui 12 cores. Os resultados foram

    comparados com um colormetro digital (Sombra Eye, Ex: Shofu, Japo). Em

    relao repetibilidade no foram encontradas diferenas significativas entre as

    trs escalas de cor, embora a repetibilidade foi relativamente baixa (33-43%), de

    acordo com os resultados colorimtricos tambm foram baixos (8-34%).

    Concluindo, portanto, que a seleo de cor varia muito de pessoa para pessoa,

    sendo assim, para o ensino e tambm para o processo de seleo de cor o

    colormetro digital pode ser um instrumento til.

    Outro fator importante so as escalas de cor, elas apresentam uma srie de

    limitaes como nmero reduzido de matizes quando comparado com as variaes

    dentrias, variaes de uma escala para outra dentro do mesmo matiz e croma,

    diferena da espessura da porcelana do dente da escala e da faceta da coroa

    metalocermica, ausncia de metal subjacente, representativo da infra estrutura

    metlica. Uma prtica comum no consultrio consiste em utilizar escalas de resina

    para selecionar cor das porcelanas, sendo universalmente aceita tanto para

    porcelana quanto para resina. Por exemplo, a escala da VITA, que ordenada por

    matizes bsicas atravs das letras A, B, C e D, e croma pelos nmeros, esta escala

    deixa de levar em considerao a terceira dimenso da cor, o valor, para sua

    aplicao bem sucedida importante sempre que possvel evitar usar todos os

    dentes da escala na boca do paciente (BONFANTE, 1998).

    No registro da cor, a escolha da escala desempenha um papel importante.

    Existem diversas escalas comercialmente disponveis, mas a preferncia dos

    autores depois de mais de 25 anos de comunicao entre tcnico e clnico, a

    tradicional VITA Lumin Vacuum. Entretanto, pode ser muito til criar uma escala

    personalizada com as cermicas usadas de rotina no laboratrio. Recentemente

    instrumentos eletrnicos foram desenvolvidos (espectrofotmetros e colormetros)

    para o uso odontolgico, que indiscutivelmente auxiliam o clnico no registro correto

    da cor (FRADEANI; BARDUCCI, 2009).

    Destacar sempre o dente da escala em funo da matiz e fazer a

    comparao de cervical e de incisal, iniciar a determinao da cor pelos dentes da

    escala que apresentam croma intermediaria, comparar inicialmente o matiz C, pois

    este apresenta baixo valor quando comparado com os demais, o que praticamente

  • 24

    elimina qualquer dvida com os demais, se o matiz estiver correto selecionar o

    croma mais ou menos saturado, nunca deve ser selecionado um croma acima pois

    ser impossvel baix-lo, na dvida de uma matiz C selecionar o B, pois representa

    uma sub-famlia, da mesma forma ocorre quando o C est descartado deve ser

    feita uma comparao com A3, pois tambm representa uma sub-famlia. Entre

    uma determinao e outra descansar o olho em fundo azul claro. A determinao

    do valor a mais difcil de todos os componentes da cor, diferentemente da matiz e

    croma o ambiente deve ter baixa luminosidade, para controlar a entrada de luz,

    recomenda-se reduzir a entrada de luz nos olhos durante a determinao do valor,

    com viso indireta atravs de espelho, o cirurgio-dentista posiciona-se atrs do

    paciente que segura o dente da escala em posio e analisa as variaes de valor

    entre a escala e o dente natural (BONFANTE, 1998).

    A importncia clnica das falhas das escalas atuais a dificuldade que surge

    na tentativa de determinar, de forma acurada e lgica, qual a escala imita com mais

    perfeio a aparncia do dente que est sendo equiparado. A estrutura ilgica

    das guias de tons no evidencia a necessidade pela maior familiaridade com as

    dimenses de cor, mas sim torna a tal compreenso ainda mais essencial. Na

    ausncia de uma escala de cores logicamente organizada, o usurio deve fornecer

    a lgica. Quando as escalas disponveis so utilizadas corretamente, deve ser

    aceito que improvvel que uma equiparao exata seja encontrada. No passado,

    ensinava-se que quando existia uma escolha entre uma cor que era um tanto

    inferior em valor e uma outra que seja ligeiramente mais clara, a unidade de valor

    inferior era a melhor escolha se nenhuma outra modificao fosse feita. Apesar de

    ser relativamente fcil aumentar o croma usando modificadores de porcelana,

    intrinsicamente, ou corantes de superfcie com cores mais intensas, muito mais

    difcil diminuir o croma. A fabricao de um guia de cores personalizada

    especialmente uma que tenha uma variao de cores expandida, pode ser muito

    proveitosa. Apesar da fabricao de tal guia ser demorada, ela fornece uma

    representao mais real do que pode ser realizado. Diferentemente da maioria das

    guias de cores, a guia personalizada feita do mesmo material que a restaurao

    final, reduzindo, portanto, o metamerismo. A fabricao de uma guia de cores

    personalizada inclui um suporte de metal para as restauraes metalocermicas, e

    deve ter uma espessura realista, compatvel com as restauraes clnicas. As guias

    que possuem vrias texturas e brilhos tambm podero ser teis. As guias de

  • 25

    cores geralmente so feitas de materiais diferentes dos usados em uma

    restaurao real, as escalas podem variar de um lote ao outro, confundindo ainda

    mais a questo, e ainda, as escalas de cores so mais espessas que a quantidade

    de material que pode ser usada em uma coroa ou faceta (SPROULL; PRESTON,

    2000).

    As escalas de cor tambm so usadas para uma comunicao, porm

    possuem inmeras limitaes e a maioria dos dentistas necessitam de uma escala

    de cor mais sistemtica. Um dos erros mais freqentes nas escalas de cor que

    estas no so feitas de dentes naturais, alm disso, a quantidade de cores que

    existe nas escalas no coincide com o dente natural, sendo ento a escolha por

    aproximao de cores (PARK; LEE; LIM; 2006).

    A escala Vitapan Classical ordenada em cores bsicas (matiz) atravs das

    letras A, B, C e D e saturao (croma) determinada por nmeros, portanto,

    apresenta somente duas dimenses da cor. O matiz A corresponde ao marrom, o B

    ao amarelo, o C ao cinza e o D ao vermelho, os nmeros de 1 a 4 correspondem

    quantidade crescente de saturao (FREITAS et al., 2008).

    A escala Vitapan 3D-Master possui as trs dimenses da cor: matiz; atravs

    das cores L (amarelado), R (avermelhado), e M (possveis cores entre o amarelo e

    o vermelho). A saturao representada pelos nmeros 1, 1.5, 2, 2.5 e 3 (sentido

    vertical), dentro de um determinado grupo e o valor que representado pelos

    nmeros 1, 2, 3, 4, e 5 no sentido horizontal (MARCUCCI, 2001).

    Quando a escolha de cor feita pela escala VITA 3D-Master, primeiro

    determinado o valor do dente do paciente, a quantidade de claro ou escuro o

    dente. Comeando pelo lado direito da escala, se determina em qual dos 5 grupos

    se encaixa o valor. Depois se determina o croma, em cada um dos 5 grupos possui

    o grupo mdio (M), ento seleciona-se o M do grupo escolhido anteriormente no

    valor e se escolhe a saturao 1,2 ou 3. Aps isto o ltimo passo escolher o

    matiz, os grupos 2,3 e 4 contm 3 grupos cada (L,M,R) e os grupos 1 e 5 possuem

    apenas o mdio. O grupo a esquerda do M, o L (left), mais amarelado e o grupo a

    direita, R (right), avermelhado, ento determina-se se o dente mais amarelo ou

    vermelho. A cor selecionada a base para a restaurao (KURTZMAN, 2008).

    A fim de apresentar uma variao no padro das tcnicas de seleo de cor,

    Marcucci (2003) utilizou a escala de dentes Vitapan 3D-Master, juntamente com a

    escala de cor de dentina Vitapan 3D-Master (Vita Zahnfabrik, Bad Sckingen,

  • 26

    Alemanha) (figura 3). A Vita fabrica uma escala de cor com rtulo vermelho com

    palhetas que mostram somente a cor da dentina. Essa escala de cores deve ser

    usada primeiro porque ajuda o tcnico a visualizar valor, croma e matiz mais

    facilmente em cada tero do dente. Em muitas situaes, haver diferenas no

    croma e valor entre os teros que no se encaixa nas gradaes de cor da escala

    com rtulo azul. Assim a escala com rtulo vermelho se torna um complemento

    escala de cores de dentes. Usando a escala de cores vermelha, selecione a

    palheta que combina com as reas em questo. Fechar um pouco os olhos para

    reduzir a reflexo angular de luz e aumentar a luz nos bastonetes dos olhos.

    Selecione o croma movendo para a coluna M previamente selecionada de acordo

    com o grupo de valor. Selecione a matiz pela coluna M, L ou R. Verifique o

    valor, croma e matiz finais, com a palheta da escala de cores azul que combina os

    trs determinantes escolhidos na escala vermelha. Para dentes anteriores e cores

    mais complexas de destes posteriores, comece com a guia vermelha. Divida o

    dente em tero cervical, tero mdio e tero incisal. Determine o valor, o croma e a

    matiz para cada tero separadamente.

    Figura 3: Escala de Cor de dentina Vitapan 3-D Master (Vita Zahnfabrik, Bad Sckingen,

    Alemanha)

    (MARCUCCI, 2003)

  • 27

    Para Mendelson (2006) a primeira seleo de cor a mais confivel,

    portanto levar sempre em considerao o que foi determinado inicialmente, quando

    se der incio seleo de cor olhar pra as palhetas da escala de frente e no com o

    canto dos olhos. Para realizar a seleo de cor, primeiramente deve ser

    determinado o valor da borda incisal do dente com a borda incisal da palheta de cor

    da escala, depois deve ser determinado o matiz, no tero mdio do dente com a

    escala de cor, se ao fim a cor selecionada no corresponder corretamente uma

    nova seleo deve ser feita baseado no valor e matiz.

    Para Kina et al., (2008) escalas de cores so instrumentos necessrios para

    uma comunicao codificada entre clnicos e tcnicos de prtese dentria. As

    escalas de cores tm limitaes em relao ao fim que se prestam. O principal

    motivo, provavelmente, a grande variao de nuanas de cor que os elementos

    dentrios apresentam. Dessa forma, criar uma escala que possa abranger todas as

    variaes misso praticamente impossvel. Na comunicao das cores, no

    importa o sistema de cdigos que se utilize desde que, seja comum entre quem faz

    a escolha da cor e quem ir receber a informao. Quanto mais detalhes forem

    enviados melhor para o resultado final.

    Com o objetivo de apresentar um agrupamento mais sistemtico, em 1998 a

    escala de cor Vita 3D-Master foi desenvolvida, o conceito terico a esta escala de

    cor foi baseado sobre a descrio da cor dada pela Comisso Internacional

    dEclairege (CIE), como padro internacional em 1976. A CIE descreve a cor como

    o eixo vertical indicando a luminosidade (L *), o preto possui o L * valor zero, o

    branco valor 100. Os dois eixos horizontais a * representam nveis de vermelho (+ a

    *), verde (- a *) e( b *) amarelo (+ b *) e azul (- b *), C * representa o croma e H * a

    matiz. Recentemente, uma nova concepo da escala de cores a Vita 3D-Master

    Linearguide (LG) (Vita Zahnfabrik, Bad Sckingen, Alemanha), (figura 4), foi

    liberada. A diferena que a LG estruturada em 6 guias lineares, dispostas de

    um guia de valor e cinco de croma e matiz, primeiro seleciona-se o valor na

    ValueGuide (guia de valor), logo aps selecionado o croma e matiz na Croma-

    HueGuide (guia de croma e matiz). Cinqenta e seis estudantes a um programa de

    aprendizado sobre a Linearguide 3-D Master, duas escalas de cor 3D-Master no

    formato do incisivo central 11 e 21, unidos foram colocados sobre os dentes da

    frente de uma pessoa para permitir a combinao de cores da amostra intraoral. As

    amostras de cores foram fornecidas apenas com um nmero, sem a cor marcada

  • 28

    sobre ele e ento colocado sobre os incisivos centrais da pessoa. As amostras

    foram pareadas por participante, cada estudante fez 15 tomadas de cor de um

    ambiente intraoral, 15 com a 3D-Master e 15 com a LG sistema de escala de cor,

    os participantes selecionaram o valor, croma e matiz, e tambm foi mensurado o

    tempo que se levou para selecionar a cor. Para calcular a diferena de cor entre as

    tonalidades reais e a selecionada foram fornecidos valores de referncia pela

    empresa VITA para a escala de cor utilizada, segundo o fabricante esses valores

    de referncia foram determinados por meio de um espectrofotmetro com base nos

    exemplares de cor. Os resultados mostraram que 35% das correspondncias

    perfeitas foram observados para os modelos 3D e 32% para a LG. O grupo do valor

    foi correto em 59% para 3D e 56% para a LG. O tempo mdio necessrio no foi

    diferente entre os grupos. Dentro da avaliao no que diz respeito ao desempenho

    e tempo no foi diferente com a LG ou a 3D (CORCODEL et al., 2010a).

    Figura 4: Vita 3-D Master Linearguide (LG) (Vita Zahnfabrik, Bad Sckingen, Alemanha)

    Com o desenvolvimento de sistemas computadorizados para a leitura e

    interpretao das cores dos dentes, a cor analisada atravs de sistemas de RGB,

    espectrofotmetros ou colormetros, porm financeiramente bastante dispendiosos.

    Contudo, a maneira mais prtica e usual de leitura de cores tem sido ainda o uso

    das escalas de cores, pelas quais podemos avaliar as caractersticas de matiz e

    croma, e juntamente com fotografias de boa qualidade o ceramista mais experiente

    poder ainda avaliar detalhes de translucidez e opacidade. As escalas de avaliao

    de cor mais utilizadas so Vita Classical (VITA) e Chromascop (Ivoclar Vivadent)

    (figura 5). No Brasil, a maioria das cermicas so apresentadas nas cores da

  • 29

    escala Vita, enquanto que para a escala Chromascop somente as cermicas da

    Ivoclar esto disponveis (IPS Classic, IPS Design, IPS Empress, E-Ceram). As

    escalas Vita e Chromascop, utilizam os critrios de matiz e croma para avaliar as

    cores dos dentes. A Chromascop apresenta um grupo de matiz a mais e utiliza

    nmeros para determinar o matiz e croma. O matiz definido por grupos que esto

    representados por: 100 = branco, 200= amarelo, 300= laranja, 400= cinza e 500=

    marrom, o croma comunicado por outro sistema de nmeros, 10 igual ao menor

    croma (maior valor), 40 representa maior croma (menos valor), portanto,

    inicialmente, se procede leitura do matiz, e depois se avalia a intensidade do

    croma do dente. Enquanto que a Vita utiliza letras para matiz (A, B, C e D) e

    nmeros para o croma (1, 2 , 3 e 4) (SHENKEL; MEZZOMO, 2006).

    Figura 5: Escala de Cor Chromascop (Ivoclar Vivadent)

    Paravina (2009) avaliou diferentes escalas de cor e os respectivos mtodos

    utilizados para a seleo, avaliando tambm a satisfao do usurio quando utiliza

    estes mtodos. Seleo de cor a comparao entre um dente e uma escala com

    mltiplas cores de dente, a cor exata raramente encontrada. Para isso foram

    selecionados oitenta e oito estudantes formandos. Foram utilizadas quatro cores de

    trs escalas (Toothguide 3D-Master, Vitapan Classical e 3D-Master Prottipo). O

    acerto do tom foi realizado utilizando-se lmpadas de mesa com fonte de luz

    corrigida (BlueMax) com temperatura de cor 5900K e com ndice de 96 contra um

    fundo cinza neutro. A geometria ptica foi de 450. A cor de quatro escalas

    fornecidas pelo fabricante foi usada a correspondncia de acordo com os seguintes

  • 30

    guias TG, VC, e o Prottipo. Dessas escalas foram escolhidas as dez melhores

    correspondncias entre elas. E os resultados comprovaram a rejeio da hiptese

    nula para a comparao entre as escalas TG e o Prottipo, e como subjetiva a

    comparao (de acordo com a satisfao do usurio) entre todos os pares de guias

    de cor. A qualidade dos guias de cor normalmente avaliada atravs do erro de

    cobertura e interpretao atravs da perceptibilidade e aceitabilidade dos

    julgamentos visuais. A avaliao subjetiva importante e revela a experincia dos

    participantes com o mtodo de escolha de cor. Intuitivamente, dentistas e tcnicos

    adotam os mtodos mais difundidos mesmo quando os resultados de pesquisa no

    so favorveis. O melhor exemplo disto que o uso da VC difundido

    mundialmente por mais 50 anos. Felizmente os objetivos encontrados pelo

    prottipo LG em relao a percepo subjetiva foram superiores a outros produtos

    avaliados.

    Instrumentos eletrnicos para selecionar a cor dos dentes foram introduzidos

    no mercado para reduzir ou superar imperfeies e incoerncias da escolha de cor

    pelo mtodo visual tradicional. Entre dispositivos para aferio de cor eletrnico

    est o espectrofotmetro, muito preciso, este mede a quantidade de energia

    luminosa refletida por um objeto em intervalos de 1-25nm ao longo do spectrum

    visvel, contm uma fonte de radiao ptica, um meio de disperso de luz, um

    meio de converter a luz obtida para um sinal que pode ser analisado. Alguns dos

    mais conhecidos so o Vita Easyshade Compact (Vita Zahnfabrik, Bad Sckingen,

    Alemanha), ilustrado na figura 6, funciona por contato, pode analisar o dente em

    um todo ou por reas. O Sombra-X (X-Rite, Grandville, MI) possui duas bases de

    dados para combinar a cor da dentina e os dentes incisivos (regies mais

    translcidas). SpectroShade Micro (MHT ptica de Pesquisa, Niederhasli, Sua),

    possui uma cmera interna com software de anlise. O CrystalEye (Olympus,

    Tokyo, Japo) combina as vantagens de um espectrofotmetro com fotografia

    digital. J os colormetros filtram a luz vermelha, verde, azul e reas do espectro

    visvel, os colormetros no registram reflectncia e podem ser menos precisos que

    o espectrofotmetro. ShadeVision (X-Rite, Granville, MI) um calibrador de

    imagem, a imagem do dente completo fornecido atravs do uso de trs bases de

    dados distintas, gengival, mdio e incisal. A vantagem dos espectrofotmetros

    sobre os colormetros a de detectar a presena de cada comprimento de onda

    visvel em um objeto e fornecer a nica combinao possvel sob diferentes fontes

  • 31

    de luz, identificando as diferenas metamricas. Os espectrofotmetros medem a

    cor como percebida pelo olho humano, mantida a fonte de luz, como os

    colormetros so desenhados para analisar superfcies planas no funcionam to

    bem superfcies curvas como as dos dentes (CHU; TRUSHKOWSKY; PARAVINA,

    2010).

    Figura 6: Vita Easyshade Compact (Vita Zahnfabrik,

    Bad Sckingen, Alemanha)

    (CHU; TRUSHKOWSKY; PARAVINA, 2010)

    Para ressaltar as diferenas de cor, saturao, valor, translucidez e

    opacidade, escolher a palheta com o matiz mais prximo do necessrio. Na dvida

    selecionar a matiz com o valor mais alto, posicionar a palheta prxima ao dente

    natural, primeiro da mesma forma, e depois invertida, se possvel usar uma escala

    de cor personalizada, usar o refletor e o flash posicionando-os 45 graus em relao

    ao dente, o ambiente que o registro ser feito no deve ter alta cromaticidade, para

    selecionar o valor os olhos devem estar cerrados, observar o efeito geral com os

    lbios relaxados e durante o sorriso, no olhar para o dente que ser comparado

    por mais de 8 segundos. Para impedir a acomodao visual, usar um carto azul

    claro por 5-10 segundos, sempre que possvel a cor deve ser registrada com

    instrumentos eletrnicos. Se o clnico usa o sistema de cermica pura, os

    fabricantes tambm oferecem escalas para os blocos cermicos que podem ser

    selecionados para cada caso. O clnico deve criar um mapa cromtico contendo

    informaes sobre o matiz, saturao e valor, mostrando todas as caracterizaes

    presentes e onde esto localizadas. Dessa forma, as reas translucidas sero

  • 32

    evidenciadas, especialmente nas regies interincisais e interproximais. No registro

    de cor, os instrumentos eletrnicos capazes de processar o matiz, saturao e

    valor com extrema preciso podem ser usados para comunicar a informao ao

    laboratrio. O espectrofotmetro usado pelos autores (SpectroShade MHT Optic

    Research) processa a leitura por meio de um mapa cromtico das diversas reas

    dentrias com base na escala de cor utilizada. O arquivo enviado ao laboratrio

    fornece ao clnico os dados precisos para recriar a cor correta na restaurao.

    Aps a primeira queima da cermica, uma prova intermediria da cor pode ser feita

    pelo simulador que reproduz as condies da cavidade bucal. Estes instrumentos

    embora sejam de grande valia tanto para o clnico como para o tcnico,

    especialmente quanto o laboratrio no fica prximo clnica, e confiveis para

    uma reproduo fiel e abrangncia tridimensional da cor, no podem substituir o

    olho humano, estes deveriam ser considerados como auxiliares em relao aos

    mtodos tradicionais de registro de cor (FRADEANI; BARDUCCI, 2009).

    Objetivando avaliar a diferena de cor entre o planejamento e a execuo de

    coroas metalocermicas complexas Al-Hamdam, Hammad e Tashkandi (2010)

    utilizaram o mtodo visual e o mtodo instrumental para a seleo de cor. Para

    isto, foram confeccionados discos de 3mm de dimetro e 15mm de espessura, com

    uma base de 2 mm de metal e 1mm de aplicao de porcelana. Foram fabricados

    42 discos mestres para representar cada palheta das duas escalas de cor

    utilizadas, 16 palhetas da escala de cor Vita classical, e 26 da escla Vita 3D-

    Master. A determinao da cor para os discos da escala foram preparadas usando

    as duas escalas de cores com suas respectivas verses para cermica e tambm

    um instrumento de seleo de cor o Vita Easyshade., gerando em um total de 84

    discos (16 visual + 16 instrumental, Vita Classical e 26 visual + 26 instrumental,

    Vita 3D-Master). Cinco mulheres com idade semelhante, e especialista em prtese

    foram escolhidas para a seleo da cor visual. Foram mensurados os 42 discos

    mestres e os 84 fabricados usando tambm o espectrofotmetro. Os dados foram

    analisados pela anlise de varincia ANOVA e pelo Teste de Tukey, mostrando

    que existe diferena estatstica significante no mtodo de seleo de cor, onde as

    escalas de cor Vita Classical e 3D-Master, se mostraram significativamente menor

    que o mtodo instrumental.

    Paul et al., (2004) testaram a seleo de cor de restauraes unitrias

    metalocermica com a dentio adjacente, sendo as restauraes foram

  • 33

    confeccionadas de acordo com dados de correspondncia convencional

    visualmente ou com um novo sistema de espectrofotmetro. As amostras de uma

    escala de cor Vitapan Classical foram medidas com o espectrofotmetro para

    determinar o CIELAB. Trs clnicos de forma independente selecionaram a melhor

    correspondncia para os incisivos superiores direito ou esquerdo de dez pacientes,

    cinco homens e cinco mulheres entre 23 e 55 anos, que precisavam de

    restauraes cermicas em um dos dois elementos, aps com uma cmera

    fotogrfica convencional foram fotografados os incisivos de cada paciente com as

    palhetas da escala de cor que mais se assemelhavam, escolhidas pelos trs

    clnicos. Para definir a escolha da cor visual, foi escolhida a cor que a maioria dos

    observadores decidiu, sendo que a maioria das cores coincidiu entre os trs

    observadores. Para cada dente foram confeccionadas duas restauraes, a

    primeira de acordo com a cor selecionada visualmente e a segunda pela cor

    definida pelo espectrofotmetro. Previamente a entrega, a cor de cada uma dessas

    restauraes foi determinada espectrofotometricamente utilizando o sistema de

    simulador de boca, estes dados obtidos na cor foram comparados com as

    informaes de cores digitalizadas dos respectivos dentes naturais, em caso de

    incompatibilidade, a cor das respectivas coroas foram alteradas at ficar

    satisfatrias, ento cada coroa foi medida com o espectrofotmetro, a coroa que

    combinasse melhor de acordo com os trs avaliadores clnicos e ento a coroa foi

    cimentada definitivamente. Apenas em dois casos os trs avaliadores escolheram a

    mesma cor, em seis casos dois avaliadores escolheram a mesma cor, e em dois

    casos os trs observadores foram diferentes entre si, em contraste em nove dos

    dez casos a seleo de cor pelo espectrofotmetro coincidiu com o visual. E

    finalmente nove entre dez coroas escolhidas espectrofotometricamente foram

    preferidas para a cimentao. Portanto, o espectrofotmetro pode ser usado de

    forma eficiente para a seleo de cor em coroas metalocermicas.

    Uma srie de escalas de cor atualmente est disponvel, e so

    rotineiramente utilizadas para selecionar cor de restauraes, porm a quantidade

    de cores existentes nas escalas de cor limitada na medida em que no

    representam todo o espectro de cores encontrado em um dente natural. Sendo

    assim, este estudo avaliou a eficcia clnica de um espectrofotmetro novo

    (CrystalEye, Olympus, Tquio, Japo), na reproduo da cor de um dente

    comparado a seleo de cor pelo mtodo convencional visual. Trinta e seis

  • 34

    pacientes com idades entre 20 e 64 anos, e necessidade de coroa em um nico

    incisivo central. Duas coroas metalocermica foram confeccionadas para cada

    elemento, uma foi confeccionada pelo mtodo visual, trs escalas de cor, Vitapan

    Classical, Vita 3-D Master e Chromascope, foram utilizadas e quatro especialistas

    em prtese com uma mdia de experincia de 12,5 anos foram os observadores.

    Cada paciente foi avaliado por dois dentistas recebendo assim duas prescries,

    sendo estas colocadas em envelopes fechados e escolhidos aleatoriamente, a

    seleo de cor foi realizada sob fonte de luz D65, dois tubos de luz com fonte IRC

    de 93 e temperatura de cor de 6500K, a uma distncia de 15-17 polegadas da fonte

    de luz. A outra coroa foi confeccionada pelo mtodo espectrofometrico, que usa 7

    LEDs. Imagens de toda arcada superior e de todas as faces do dente foram

    capturadas, o tempo de captura foi de 0,2 segundos, as imagens foram transferidas

    para um computador, os dados espectrais do dente foram analisadas para a

    correspondncia com uma escala de cor em trs regies teros incisal, mdio e

    cervical por dente, as escalas Vitapan Classical, Vita 3D- Master e Chromascope

    foram incorporadas ao software, que permite que as imagens do dente possam ser

    analisadas em diferentes ngulos nas diferentes escalas de cor incorporadas ao

    software. Cinco tcnicos de laboratrio receberam as prescries com a cor

    selecionada. Quando as coroas estavam prontas, foram colocadas na boca do

    paciente, em seguida foram avaliadas visualmente por trs examinadores alheios

    ao processo de fabricao das coroas. Os examinadores classificaram a seleo

    de cor em ranking de 1 a 10. Em seguida, uma nova medio com o

    espectrofotmetro foi realizada, e os novos dados foram posteriormente

    comparados aos valores obtidos anteriormente. Os resultados foram analisados

    pelo teste Mc Nemars, e mostraram que a seleo de cor feita pelo

    espectrofotmetro significativamente melhor e com uma taxa menor de rejeio

    do que a seleo de cor feita pelo mtodo convencional visual (SILVA et al., 2008).

    Escolher uma cor de restaurao semelhante cor do dente natural ainda

    um grande problema na odontologia restauradora e requer comunicao entre o

    dentista e o tcnico. Escalas de cores foram criadas para representar a cor

    escolhida na variao de cores dos dentes naturais. Embora o uso de escalas de

    cores seja altamente subjetivo, algumas variveis podem levar a inconsistncias e

    erros por isso fabricantes criaram sua prpria escala de cor. Este estudo avaliou os

    erros na seleo visual de cores entre cinco diferentes escalas de cores. Dez

  • 35

    protesistas participaram deste estudo. Eles foram divididos em dois grupos, de

    acordo com a experincia em prtica clnica: dentistas com mais de 5 anos de

    experincia clnica, e dentistas com menos de 5 anos de experincia. Cinco

    escalas de cores foram usadas para a seleo visual de cores, Vita Lumin Vacuum,

    Vitapan 3D-Master,Vintage Halo, Vintage Halo NCC e Chromascop. Sessenta

    participantes chineses (30 homens e 30 mulheres) foram recrutados para este

    estudo. As idades variaram entre 21 e 50 anos. As selees de cores foram

    realizadas em cinco dias ensolarados seguidos, das 10h s 14h. Esse

    procedimento foi feito com uma escala de cor diferente a cada dia. Os

    observadores colocaram as palhetas dentro da boca do paciente, perto do incisivo

    central esquerdo, e compararam a cor do tero mdio do dente com a palheta, e

    depois escolheram a que mais combinava. Os resultados da seleo de cores

    foram anotados em Dados 1 (seleo de cor sem consenso) e no foram revelado

    aos outros observadores. Assim, uma cor foi escolhida para cada dente seguindo

    sempre a opinio da maioria. Se menos de trs observadores escolhessem a

    mesma cor, a cor resultante seria determinada baseada no consenso entre os

    observadores. Os resultados foram anotados em Dados 2 (seleo de cores

    depois do consenso). O aparelho para medir a cor consiste em um

    espectroradiometro (PR-650 Spectra Scan, equipado com lentes MS-75 e SL-0.5X)

    e dois cabos leves de fibra ptica. O espectroradiometro foi posicionado a 91.4mm

    do objeto medido com uma abertura de 1.45mm. A fonte de iluminao padro D65

    foi usada (Modelo OL 53) e a configurao para um segundo observador foi usada.

    Uma guia de cores da gengiva foi usada como cola para fixar a palheta e assegurar

    que a superfcie a ser medida estava perpendicular ao eixo medidor do

    espectroradiometro. O operador podia observar a palheta ou o dente atravs do

    olho do espectroradiometro e podia ajustar o ponto preto da abertura de 1.5mm a

    regio do tero mdio, regulando o equipamento. Depois de ajustar o equipamento

    em 4 direes (acima, abaixo, esquerda e direita) em 0.45mm, cinco medies de

    cada dente e palheta foram feitas.Todos os dados sobre as cores foram expressos

    em trs coordenadas (L*, a* e b*), os quais foram estabelecidos pela CIE. O teste

    ANOVA e a anlise de Tukey foram usados para avaliar as diferenas de valores

    de erros amostrais e E entre as escalas de cores e a experincia clnica e foram

    alm do limiar clnico de 3.3 unidades. O consenso levou a uma melhor seleo de

    cores no grupo das escalas de cores Vitapan 3DMaster e Shofu NCC. Uma

  • 36

    diferena significativa foi encontrada entre os valores E das escalas de cores e

    experincia clnica. Concluindo, todas as cinco escalas de cores usadas no

    alcanaram uma combinao de cores clinicamente compatvel. Entretanto, a

    escala de cores Vitapan 3D- Master resultou nos menores valores de E e erros

    amostrais. O consenso pode ajudar a aprimorar os resultados estticos usando as

    escalas de cores Vitapan 3D-Master e Shofu NCC (LI; YU; WANG, 2009).

    A cor de um dente comumente determinada visualmente com o uso de

    escalas de cores comerciais disponveis, porm a seleo varia dependendo da

    percepo da cor e da experincia do dentista, condies de luz do ambiente,

    escala de cores, e o fundo do dente. Com o objetivo de comparar as diferenas da

    escolha visual de cores por interobservadores e estimar a preciso da

    discriminao de cor, este estudo foi realizado. Dois protesistas homens se

    submeteram a um teste de calibrao de cor, que exigiu a combinao correta de

    10 escalas de cores tiradas de uma escala Chromascop (Ivoclar) com escalas de

    cores tiradas de uma segunda Chromascop, que foram calibradas para combinar

    com as primeiras. Um total de 33 voluntrios, 17 homens e 16 mulheres entre 20 e

    70 anos, foram recrutados como amostras para seleo de cores do tero mdio do

    incisivo central direito superior. A seleo de cores foi realizada usando duas

    escalas de cores a escala Vitapan Classical de 16 cores e a Vitapan 3D-Master de

    26 cores. Separadamente e sem comunicao, os dois protesistas selecionaram as

    cores em trio e as ranquearam em ordem de melhor seleo, segunda melhor

    seleo, e terceira melhor seleo. A seleo de cor foi feita sob as mesmas

    condies de iluminao para todos os pacientes e a posio de cada paciente foi

    padronizada. Afastadores labiais foram usados para permitir que a luz adequada

    entrasse na cavidade oral. Quando os dois observadores completaram a seleo

    de cores para todos os pacientes, primeiro, a melhor cor (a que ficou em primeiro

    lugar no ranking do paciente) para cada paciente selecionada pelo observador A foi

    comparada com a cor selecionada pelo observador B, para as duas escalas de

    cores. A seleo de cores foi considerada em conformidade quando os

    observadores selecionaram a mesma melhor cor, e em desconformidade quando

    as cores selecionadas no eram as iguais. Cores em comum selecionadas pelos

    observadores foram identificadas entre as 3 cores que cada observador escolheu.

    Foi considerado conformidade quando se observou pelo menos uma cor em

    comum independente da sua colocao no ranking, e desconformidade quando

  • 37

    no houve nenhuma cor em comum. A porcentagem de conformidade ou

    desconformidade foi calculada para revelar a proporo de consenso entre os

    observadores baseado na seleo de cores em comum. A diferena de cores

    CIELab, E*, entre a melhor cor selecionada e as cores em comum selecionadas

    pelos observadores foi calculada para cada paciente. Anlises estatsticas foram

    feitas usando um teste t (Statistica 2007, StatSoft) para revelar diferenas entre os

    observadores na seleo de cores. A conformidade interobservador foi de 30%

    quando selecionando a melhor cor; entretanto, a razo cresceu para mais de 85%

    para as cores em comum. Diferenas significativas no foram encontradas entre as

    duas escalas de cores no que tange diferena mdia de cor entre a melhor

    escolha de cor e a escolha de cores comuns, enquanto que a Vita 3D-Master foi

    superior Vitapan Classical ao reduzir a diferena de cor interobservador de 0.8

    para 0.2 (OH; KOH; OBRIEN, 2009).

    A seleo de cor pode ser feita utilizando um guia de cores,

    espectrofotmetro, colormetros, fotografias impressas ou analisadas digitalmente.

    Infelizmente, guias de cores comuns no so providas de cores suficientes como

    acontecem com os dentes naturais. Por isso espectrofotmetros e colormetros so

    muito utilizados em Odontologia por eliminarem possveis erros como experincia

    profissional. Este estudo avaliou os parmetros da cor de escalas de cores e

    compostos cermicos utilizando um colormetro e mtodo de imagem digital com

    iluminao em temperaturas de cor diferentes. Duas resinas compostas diferentes

    Charisma (Heraus Kulzer) e Premise (Kerr Corporation) e duas escalas de cor para

    cermica Vita Lumin Vacuum, e Noritake, foram avaliadas com trs diferentes

    temperaturas de cor (2700K, entre 2700 e 6500K e 6500K). Dez cores das escalas

    de cor foram selecionados. Valores de CIE LAB foram obtidos atravs de imagens

    digitais e um colormetro (NCC ShadeEye, Shofu), e analisados usando ANOVA e

    correlao de Pearson. Enquanto os valores mdios das escalas de cores L * de

    ambas resinas e cermicas no foram afetados com a temperatura de cor, os

    valores L * obtidos com o colormetro apresentaram valores significativamente

    inferiores aos da imagem digital. Na temperatura de cor entre 2700-6500K os

    valores obtidos com o colormetro digital no mostraram diferena estatstica. Para

    os compostos cermicos e as guias de cores os valores dos colormetros e

    imagens digitais apresentaram um alto nvel de correlao. Mtodos de imagem

    digital podem ser uma alternativa para os colormetros desde que a distncia

  • 38

    cmera-objeto seja apropriado. No entanto, as variaes das guias de cores

    especialmente para os compsitos podem afetar a correlao (CAGLAR et al.,

    2009).

    2.5 IMAGENS DIGITAIS

    A fotografia odontolgica tem se beneficiado dos avanos tecnolgicos que

    ocorreram nos ltimos anos. Os profissionais da rea esttica precisam

    compartilhar informaes sobre cores, formas e texturas com o prottico, em uma

    questo de extrema importncia e que no deveria ser negligenciada, que a

    comunicao laboratorial. Existem no mercado diversas cmeras fotogrficas para

    o uso odontolgico, este equipamento composto de cmera (corpo), objetiva

    (conjunto de lentes) e flash. A cmera ou corpo controla todas as funes de

    captura de imagem. A objetiva serve para captar e transmitir ao sensor os raios

    luminosos refletidos por qualquer objeto situado em ambiente iluminado. Para uso

    odontolgico o ideal que sejam lentes teleobjetivas, macro, distncia focal fixa

    entre 100 mm e 105 mm, abertura mnima f-32. Para uma iluminao adequada, a

    cmera deve possuir um flash eletrnico, pois proporciona uma temperatura de cor

    neutra, estes flashes possuem temperatura de cor em torno de 5500K,

    proporcionando luz branca. A luz do flash, quando corretamente utilizada,

    proporciona qualidade adequada, transmite cor, relevo e textura. Em fotografia

    odontolgica existem basicamente trs tipos de flashes: fontes de luz circular,

    fontes de luz pontual simples e fontes de luz pontual dupla. Os flashes circulares

    so os sistemas de iluminao mais comuns, prticos e utilizados, onde se obtm

    imagens com iluminao uniforme e sem sombras indesejveis, porm gera

    imagens com contorno e relevo atenuado. Os flashes pontuais possuem uma

    iluminao na lateral da objetiva, podendo ser posicionada em diversos ngulos,

    proporcionam fotografias com sombras e luzes com textura e profundidade. Por

    sua vez os flashes pontuais duplos possuem duas luzes na lateral ou prxima da

    objetiva, oferecem resultados excelentes, principalmente para dentes anteriores,

    revelam detalhes superficiais, de textura, de transio de cores e da anatomia

    tecidual que os flashes circulares no demonstrariam com tanta sutileza. J nas

    tomadas posteriores, seu uso mais crtico, devido ao posicionamento das luzes.

    Quando se deseja uma ampliao de imagem, necessita-se de acessrios como

  • 39

    lentes close-up, tubos de extenso, teleconvertores ou foles, isto quando se quer

    uma viso macro, por exemplo, de apenas um dente, ou preparo dental

    (FORTKAMP; BERNARDON, 2009).

    Um dos melhores mtodos de comunicar a cor para um local remoto por

    meio de fotografias coloridas. As cores mais verdadeiras so apresentadas pelas

    transparncias coloridas (slides), no entanto existem distores definidas das cores

    com a emulso do filme, e apenas as cores relativas podem ser comunicadas. Para

    ser mais eficiente, a guia de cor que mais se aproxima da cor desejada deve ser

    colocada ao lado do dente adjacente e ser fotografada, o campo de viso deve

    incluir a designao da unidade da cor. A fotografia d uma descrio vvida da

    translucidez, opacidade, das zonas de cores e da variao incisal relativas. Os

    slides coloridos geralmente podem ser revelados em um dia, porm apesar da

    tcnica exigir a posse de equipamentos e filme fotogrficos, o custo da seleo

    melhorada da cor rapidamente compensada pelo fato de se evitar reformas ou

    decepes. Este mtodo provou ser o mais eficiente de todos. A cmera de vdeo

    intrabucal pode tambm ser de grande ajuda com a comunicao da cor pois ela

    pode ser usada na forma descrita para uma cmera intrabucal convencional de 35

    mm e, se houver uma impressora, deve ser feita uma impresso da imagem. Se o

    tcnico tiver um computador, as imagens podem ser estocadas em um meio

    remoto (dependendo do tamanho do arquivo) e demonstradas no computador do

    laboratrio. Eventualmente, a vdeo conferncia pode fazer parte do ambiente do

    consultrio e laboratorial para enfatizar ainda mais a comunicao verbal e visual.

    Em todos os eventos, o tcnico e o dentista precisam formar uma equipe que

    busca melhor qualidade e esteja disposta a comunicar e aprender com os outros.

    At que as verses de escalas de cores e de porcelanas melhorem, o dentista e o

    tcnico sero forados a usar mecanismos de compensao, como os descritos

    (SPROULL; PRESTON, 2000).

    Fotografias so auxiliares na comunicao sobre o que estamos vendo no

    consultrio, e o que queremos que o laboratrio veja tambm, porm existem

    alguns fatores que devem ser levados em considerao como, por exemplo,

    diferentes impressoras podem render cores diferenciadas, no sendo acurados o

    valor, croma e matiz do que foi visto clinicamente. Diferentes monitores podem

    render diferentes tons da cor, importante verificar que a imagem que est sendo

    vista no nosso computador a mesma que o laboratrio est vendo em seu

  • 40

    monitor. Imagens digitais se tornaram um mtodo muito efetivo na comunicao

    com o laboratrio. Quando fotografamos um trabalho intra oral, devemos utilizar

    duas das cores que mais se aproximem da cor do dente do paciente. Tipicamente

    uma imagem feita com a escala de cor adjacente ao dente que est sendo

    correspondido. tambm recomendado que a fotografia deva ser feita com a

    poro incisal da escala de cor em contato com a incisal do dente a ser combinado,

    para ajudar a comunicar as gradaes da incisal para cervical, como eles se

    relacionam com a escala de cor, da mesma maneira, deve-se fotografar a poro

    cervical da escala em contato com a cervical do dente. Estes auxlios fotogrficos

    auxiliam o laboratrio na comparao da escala de cor com as nuances dos dentes

    (KURTZMAN, 2008).

    Diferentes recursos esto sendo preconizados com o objetivo de

    transmisso de cores entre aquilo que o cirurgio dentista foi capaz de enxergar e

    o resultado esttico esperado do prottico. O uso de fotografias so algumas das

    tentativas de suprir a dificuldade de comunicao. Uma das formas mais aceitveis

    para se proceder a essa comunicao atravs de diagramas, nos quais so

    delimitadas as pores cervicais, geralmente mais saturadas e as de corpo.

    Tambm importante desenhar os diferentes desenhos da incisal, assim como as

    caractersticas individuais que o dente possui e que se deseja transmitir

    (BONFANTE, 1998).

    As cmeras digitais tornam simples e rpido o envio de imagens pelo email.

    Para uma avaliao abrangente, prefervel comparar a intensidade cromtica das

    palhetas que possuem a mesma disposio similar das encontradas na boca, para

    verificar a intensidade cromtica nas reas cervicais, assim como invert-las para

    comparar a translucidez com a borda incisal do esmalte natural. As fotografias

    devem ser realizadas em posies diferentes, com os dentes das escalas prximos

    aos naturais escolhidos como referncia. Para transmitir a cor ao laboratrio,

    importante enviar fotos das palhetas de cor com diversos arranjos e sob diversos

    ngulos. Se possvel, montar as fotos para compar-las a distncia, se o sistema a

    ser usado cermica pura, enviar fotos dos pilares com a escala relativa. Para

    facilitar a comunicao pode-se criar e enviar um mapa cromtico com matiz,

    saturao, valor e caracterizao. Se possvel, enviar tambm fotos tiradas com

    instrumentos eletrnicos. Para avaliar com preciso o matiz e a saturao das

    reas cervicais e a cor do corpo, prefervel orientar as palhetas de cor na mesma

  • 41

    posio dos dentes naturais, tambm importante coloc-las topo a topo para

    verificar a translucidez do tero incisal. Desta forma, o laboratrio vai receber as

    fotografias que reproduzem os dentes e as palhetas em diversos ngulos

    (FRADEANI; BARDUCCI, 2009).

    Para duplicar a cor de um dente natural trs procedimentos so necessrios:

    determinao da cor do dente clinicamente, a comunicao da cor selecionada do

    dentista ao tcnico e a reproduo da cor na porcelana dentria. A seleo de cor

    visualmente muito subjetiva, pois varia muito de pessoa para pessoa. Outro fator

    importante a se considerar a experincia na rea, pois um fator determinante.

    Imagens digitais so grandes auxiliares na seleo de cor, principalmente quando o

    dentista deve descrever alguns efeitos ao tcnico como, translucidez, hipoplasia de

    esmalte ou descalcificao por exemplo. Para avaliar a eficcia de fotografias

    digitais e software de computao grfica para correspondncia de cores em

    relao a seleo de cor visual convencional foram selecionados doze palhetas da

    escala de cor Vita 3D-Master para a seleo de cor, 5 palhetas de cor foram

    selecionadas e fotografadas e nove observadores identificaram as cores de acordo

    com as fotografias no computador, trs configuraes de flash foram comparadas.

    Logo aps os observadores escolheram a cor visualmente usando uma segunda

    escala de cor em um ambiente simulando uma situao clnica. Por seguinte, os

    observadores escolheram a cor das palhetas pelo uso da segunda escala de cor

    agora com uma alternativa de correspondncia no arranjo das palhetas no monitor

    do computador. Para finalizar, as palhetas de cor foram arranjadas em um grfico

    em um programa de computador. Oito das doze palhetas (67%) foram calculadas

    corretamente pelo software do computador, este mtodo foi significativamente

    melhor (p

  • 42

    dimenses ideais das restauraes. Atravs das fotografias intraorais enviadas

    com o checklist de laboratrio, o tcnico pode captar informaes importantes

    sobre o tipo e a textura dentria e tambm confirmar a validade das variaes

    solicitadas pelo clnico em termos de posio e morfologia dentria (FRADEANNI;

    BARDUCCI, 2009).

    Para avaliar se as cmeras digitais so eficazes na escolha de cor, Jarad,

    Russel e Moss (2005), desenvolveram um mtodo de seleo de cor combinando

    as imagens digitais com a capacidade do observador em escolher cor, contra um

    padro-ouro, espectrofotomtrico. Para isso duas escalas de cor Vita Lumin foram

    utilizadas neste estudo, nove tons sendo selecionado a partir do primeiro guia de

    cores Vita Lumin, A2, A3, A3.5, B2, B3, B4, C1, C2 e C3. Uma segunda escala de

    cor foi utilizado para combinar com os tons selecionados. Uma cmera digital Nikon

    foi usada para fazer as imagens digitais dos separadores sombra das duas guias

    de sombra e as imagens foram processadas utilizando o software Adobe

    Photoshop. Um total de 27 amostras (trs repeties de cada sombra de nove

    guias selecionados) foi combinado com uma escala de cores digital preparada a

    partir de imagens digitais da segunda escala de cor por 10 observadores em uma

    tela de computador. Os 10 observadores tambm acompanhados das guias de

    cores, utilizando o mtodo convencional de correspondncia simulada em um chefe

    fantasma. Alm disso, os valores de cor foram obtidos a partir das imagens digitais

    usando o Adobe Photoshop e quantificado de acordo com uma escala

    internacionalmente reconhecidos como valores de cor CIE LAB. A anlise

    estatstica mostrou uma diferena estatisticamente significativa entre o mtodo

    convencional e o mtodo do computador com um 43% e 61,1% respectivamente

    correspondncia correta. Houve tambm uma diferena estatisticamente

    significativa entre os observadores em ambos os mtodos. Uma correlao

    estatisticamente significativa alta dos valores de cor CIE LAB foram encontradas

    entre os dois mtodos de medio de cor. O mtodo de seleo de cor pelo

    mtodo do observador correspondente foi significativamente melhor com o mtodo

    de computador comparado com o convencional. Houve uma grande variao na

    capacidade do observador correspondente. A cmera digital pode ser usada como

    um meio de medies de cor na clnica odontolgica.

    Fotografias digitais de alta qualidade tornaram-se o melhor mtodo para se

    comunicar cor. As imagens digitais podem ser imediatamente avaliadas, portanto

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    quando feita a imagem e no est bem ntida ela pode ser rapidamente apagada,

    os efeitos especiais podem ser mais bem visualizados alterando a exposio do

    objeto luminosidade, ngulo de viso e orientao do flash. Quando o flash da

    mquina posicionado de baixo ou de cima permite nuances no dente e uma

    sombra claramente visualizada. Escalas de cor juntamente com fotografias devem

    ser usadas em conjunto para escolher e transmitir as informaes ao laboratrio.

    Escalas de cor so uma referncia visual, e contrastando entre branco e preto

    permite ao tcnico determinar melhor o valor (CHU, 2007).

    O emprego da cmera digital facilita muito o trabalho de seleo