TESES DA LUTA PELO SOCIALISMO – LPS/CORREIOS AO XIII CONGRESSO DA FENTECT – XIII CONTECT I - SITUAÇÃO INTERNACIONAL 1. Em 1916, o revolucionário bolchevique Vladimir Lenin escreveu sobre a consolidação do imperialismo enquanto um sistema mundial. Pouca coisa mudou. Conforme escreveu Lenin, o imperialismo é a fase do capitalismo com cinco traços fundamentais: a concentração da produção e do capital a um grau tão elevado de desenvolvimento que criou os monopólios; a fusão do capital bancário com o capital industrial e a criação da oligarquia financeira; a exportação de capitais, diferentemente da exportação de mercadorias, adquirindo uma importância particularmente grande; a formação de associações internacionais monopolistas de capitalistas e o termo da partilha territorial do mundo entre as potências capitalistas mais importantes. 2. Assim, o imperialismo pode ser definido como etapa de desenvolvimento do capitalismo em que houve fusão do capital industrial com o capital financeiro e que gerou um gigantesco aumento da produção, tanto industrial quanto de capital especulativo. Condicionado por esse fator econômico houve a expansão política dos países capitalistas em busca de regiões passíveis de exploração, de onde se poderia extrair matérias primas e aproveitamento de um novo mercado consumidor. Como a América tinha se tornado, ao menos politicamente, independente em relação à Europa durante no início do século XIX, África e Ásia foram os locais de expansão política e territorial imperialista. 3. Após a segunda guerra mundial, uma série de guerras de independência estourou na Ásia e na África. Porém, mesmo com a independência política, a mola mestra do colonialismo, no entanto, continuou funcionando. As nações novas são ainda fornecedoras de matérias primas, as velhas de produtos manufaturados. A alteração das relações econômicas entre novas nações soberanas e seus antigos senhores é apenas de forma. O colonialismo encontrou um novo disfarce, o neocolonialismo, onde a divisão internacional do trabalho continua sendo desfavorável à África, Ásia e América. Sua mão de obra continua sendo explorada pelos grandes monopólios
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TESES DA LUTA PELO SOCIALISMO – LPS/CORREIOS
AO XIII CONGRESSO DA FENTECT – XIII CONTECT
I - SITUAÇÃO INTERNACIONAL
1. Em 1916, o revolucionário bolchevique Vladimir Lenin escreveu sobre a
consolidação do imperialismo enquanto um sistema mundial. Pouca coisa mudou.
Conforme escreveu Lenin, o imperialismo é a fase do capitalismo com cinco traços
fundamentais: a concentração da produção e do capital a um grau tão elevado de
desenvolvimento que criou os monopólios; a fusão do capital bancário com o capital
industrial e a criação da oligarquia financeira; a exportação de capitais, diferentemente
da exportação de mercadorias, adquirindo uma importância particularmente grande; a
formação de associações internacionais monopolistas de capitalistas e o termo da
partilha territorial do mundo entre as potências capitalistas mais importantes.
2. Assim, o imperialismo pode ser definido como etapa de desenvolvimento do
capitalismo em que houve fusão do capital industrial com o capital financeiro e que
gerou um gigantesco aumento da produção, tanto industrial quanto de capital
especulativo. Condicionado por esse fator econômico houve a expansão política dos
países capitalistas em busca de regiões passíveis de exploração, de onde se poderia
extrair matérias primas e aproveitamento de um novo mercado consumidor. Como a
América tinha se tornado, ao menos politicamente, independente em relação à Europa
durante no início do século XIX, África e Ásia foram os locais de expansão política e
territorial imperialista.
3. Após a segunda guerra mundial, uma série de guerras de independência estourou na
Ásia e na África. Porém, mesmo com a independência política, a mola mestra do
colonialismo, no entanto, continuou funcionando. As nações novas são ainda
fornecedoras de matérias primas, as velhas de produtos manufaturados. A alteração
das relações econômicas entre novas nações soberanas e seus antigos senhores é
apenas de forma. O colonialismo encontrou um novo disfarce, o neocolonialismo,
onde a divisão internacional do trabalho continua sendo desfavorável à África, Ásia e
América. Sua mão de obra continua sendo explorada pelos grandes monopólios
internacionais e as riquezas naturais desses países continuam servindo para enriquecer
os grandes capitalistas.
Crise e ascensão da extrema-direita
4. O imperialismo é, então, a nova roupagem do capitalismo, existente desde finais do
século XIX. Mesmo sendo a etapa superior deste sistema, as características
fundamentais do capitalismo não foram esquecidas: a exploração do homem pelo
homem, extração de mais valia da classe trabalhadora e também o papel da crise para
o sistema. A crise, no imperialismo, é um mecanismo para a quebra de certas
empresas, fortalecimento de outras (as maiores), crescimento da organização
econômica mundial em trustes, cartéis e holdings. Cada vez menos capitalistas
controlam todo o mundo.
5. Porém, a crise atual supera todas as anteriores, em forma e em valores. O mundo
capitalista, novamente, vive uma crise de superprodução. A particularidade, porém, é
que vivemos uma crise de superprodução de especulação financeira. O parasitismo e a
decomposição do capitalismo chegaram a tal ponto que a maior parte do dinheiro que
circula no mundo não tem lastro com a produção, sendo produto de juros, expectativa
de lucro, etc. A título de exemplo, nos Estados Unidos, a dívida pública chega à casa
dos US$ 21 trilhões.
6. Dessa maneira, para tentar frear a queda das suas taxas de lucro, o imperialismo
tem imposto a ascensão política da extrema-direita, através de governos
bonapartistas, que antecedem governos de terror aberto. As características
fundamentais desses governos são o personalismo, discursos militarizados e
nacionalistas, voltados contra as minorias – xenofóbico, racista e machista (todos em
um mesmo pacote) – em que o principal traço é o ataque irrestrito a todos os direitos
históricos penosamente conquistados pela classe trabalhadora.
7. Nesses moldes e com esses objetivos, Donald Trump foi eleito, em 2016, para
presidente dos Estados Unidos. Na Europa, na esteira da xenofobia contra imigrantes
vindos de regiões mais pobres do globo, a fascista Marine le Pen conseguiu um
número expressivo de votos, chegando ao segundo turno. Na Alemanha, o partido que
é resquício do nazismo, AFD (Alternativa para a Alemanha, na sigla em alemão),
cresceu de maneira avassaladora nos assentos nas câmaras do legislativo, exatamente
nos mesmos moldes que ocorreu na Holanda, com o PVV (Partido para a Liberdade, na
sigla em holandês). No Leste Europeu, com exceção da Grécia, todos os poderes
executivos estão nas mãos da extrema-direita.
8. Na periferia do sistema, os países que são colônias ou neocolônias passam pelo
mesmo cenário. Uma série de governos bonapartistas, seja em âmbito municipal,
estadual ou nacional estão sendo colocados em prática com o objetivo único de
destruir os direitos historicamente conquistados pela classe operária. É o caso de
Maurício Macri, na Argentina; João Dória, em São Paulo e uma série de governos
totalitários existentes na África e na Ásia.
9. Com um vago lema de combate à corrupção, o imperialismo derrubou governos
legalmente eleitos no Brasil, em 2016; na Coreia do Sul, em 2017 e na África do Sul, em
2018. Com a finalidade de quebrar empresas que eram fortes concorrentes no
mercado internacional, no golpe contra Dilma Rousseff, o imperialismo quebrou
também a Odebretch e a Petrobras. Já no golpe contra Park Geun-hye, a empresa
quebrada foi a Samsung, uma das maiores do setor de eletrônicos e informáticas.
Agora, em 2018, forçou a renúncia do presidente da África do Sul, Jacob Zuma. A
principal acusação é por “negócios escusos” com a família Gupta, multimilionários
indianos que operavam na África do Sul numa mina de urânio. “Coincidentemente”, a
Índia é mais um país que concorre, em nível internacional, com os principais
monopólios imperialistas. Isso demonstra que junto com a sua atuação política, o
imperialismo também age no setor econômico. Nicolás Maduro, presidente da
Venezuela, país riquíssimo em petróleo, é outro que está sendo constantemente
acusado de corrupção na imprensa burguesa. Será ele o próximo?
10. O problema ainda maior para a burguesia é que mesmo com esses golpes de
Estado, alguns governos impostos não têm conseguido emplacar os ataques à classe
trabalhadora com a velocidade necessária. É o caso de Michel Temer, no Brasil, que
mesmo comprando parlamentares e estando em acordo com o sistema judiciário,
ainda não conseguiu emplacar a reforma previdenciária. Por isso mesmo, não será
estranho que no próximo período estoure uma série de ditaduras do tipo militar no
terceiro mundo, tal qual ocorrido na segunda metade do século passado. Próximas ao
fascismo, essas ditaduras imporão à força a retirada dos direitos trabalhistas, com o
desígnio de auxiliar o imperialismo a diminuir a queda das taxas de seus lucros.
A caminho da destruição
11. Mesmo a retirada total dos direitos dos trabalhadores não está sendo o suficiente
para salvar o lucro dos capitalistas. Nesse cenário, o passo historicamente adotado
pelo imperialismo em situações parecidas foram as guerras de largas proporções como
alternativa à crise de superprodução.
12. Barris de pólvora não faltam. A Síria é uma dessas zonas de conflito. Há anos em
guerra, não envolve apenas o país em questão, mas gera também problemas
diplomáticos em âmbito internacional. No último dia 3 de fevereiro, um caça modelo
Sukhoi 25 russo foi abatido por um grupo de rebeldes na província síria de Idleb. A
Turquia, que já havia abatido um caça russo na região, em 2015, acusou os Estados
Unidos, durante a Conferência de Segurança em Munique, ocorrida no último dia 17,
de apoiar paulatinamente os “grupos terroristas” na região. A declaração foi dada pelo
primeiro-ministro, Binali Yildirim.
13. Aumentando as tensões na área, no dia 13 de abril, os Estados Unidos, em
coalização com França e Inglaterra, lançaram pesado bombardeio à Síria. Em
pronunciamento, o presidente estadunidense Donald Trump afirmou que o ataque foi
uma resposta a um suposto ataque com uso de armas químicas comandado pelo
governo sírio de Bashar al-Assad no último dia 07. O regime sírio nega o uso de armas
químicas, que são proibidas por convenções da ONU, o que é no mínimo irônico, uma
vez que no Vietnam os Estados Unidos não se furtaram em momento algum de utilizar-
se deste tipo de armamento.
14. Dentre os reais motivos para o ataque, destaca-se disputa pelo transporte e
exploração de gás e petróleo na região, barragem de uma aliança econômica que
envolve o Oriente Médio, Rússia, China e Europa, a chamada Nova Rota da Seda e o
aumento do controle de Israel, aliados do imperialismo, no Oriente Médio. Logo, as
desculpas recorrentes de infração aos direitos humanos não passam de fraseologia dos
imperialistas, para perpetrar os terrores da guerra onde tenham interesse econômico.
Como sempre, o que move a destruição imperialista é a sua avidez por lucros, dessa
vez em mais uma desesperada tentativa de conter a queda da taxa de lucros que está
em ascendente desde a deflagração da crise econômica mundial iniciada em 2008.
15. Se, por um lado, o ataque a Síria é positivo economicamente aos imperialistas, por
outro, afeta os interesses econômicos de outras nações, principalmente as envolvidas
na Nova Rota da Seda. Como se percebe, o circo para um conflito maior está armado.
Tal qual ocorrido na primeira e na segunda guerra imperialista mundial, vão se
conformando dois grandes grupos de nações, que se agridem verbal e
diplomaticamente. Em contraparte, em um campo teoricamente isolado, estes países
começam a executar também agressões de tipo militar. A história se repete primeiro
como farsa e segundo como tragédia. Estamos assistindo à configuração de um
violento conflito de largas proporções.
16. Os Jogos Olímpicos de Inverno de PyeongChang, que foi realizado entre 9 e 25 de
fevereiro de 2018, foi marcado pela união das delegações da Coreia do Sul e do Norte,
isso após um ano de intensa briga midiática entre Donald Trump, presidente dos
Estados Unidos, e Kim Jong-um, líder da Coreia do Norte. A Coreia do Sul é a principal
parceira dos Estados Unidos nessa guerra de palavras, enquanto a China tem a Coreia
do Norte como aliada. Essa batalha verbal rapidamente poderá se tornar uma guerra
militar, de largas proporções. Fortalece essa hipótese o fato de o diretor da
Inteligência Nacional estadunidense, Daniel Coats, lançar uma nota, em 13 de
fevereiro, afirmando que está chegando o tempo de decisão sobre como agir à ameaça
norte-coreana.
17. A guerra de largas proporções foi a práxis do capitalismo a partir do momento em
que não se conseguiu mais extrair lucros da produção. Como dito, o mundo vive uma
enorme crise capitalista justamente por essa impossibilidade dos capitalistas
conseguirem lucrar o máximo possível, uma vez que o parasitismo transformou em
especulação financeira praticamente todo o capital produtivo.
18. É grande a possibilidade de o mundo entrar em uma nova guerra mundial. Seja na
Síria, na Coréia, ou em qualquer outro lugar, será uma guerra que servirá apenas para
tentar salvar os lucros capitalistas.
Socialismo ou barbárie
19. O que a conjuntura global tem demonstrado é que não há alternativas à classe
trabalhadora que seja viável dentro do capitalismo. A democracia burguesa, como
ficou muito bem representado nos casos dos golpes de Estado no Brasil, Coreia do Sul
e África do Sul não é de fato uma alternativa. As vias eleitorais caem como castelo de
cartas, à menor imposição do imperialismo. Não há possibilidades de o proletariado
confiar plenamente nas instituições democráticas, sendo que seu voto não passa de
letra morta para o imperialismo.
20. Isso traz à tona a necessidade imediata da organização da classe trabalhadora para
a realização de uma revolução mundial que quebre com o capitalismo, exproprie os
imperialistas, com a classe trabalhadora controlando os meios de produção e a
apropriação dos lucros da produção seja coletiva e não privada. Conforme nos
mostrou Lenin em “Imperialismo, Etapa Superior do Capitalismo”, e também no
exemplo histórico da União Soviética, o imperialismo é um sistema que controla todo o
mundo e um país ou uma região em isolado não podem sobreviver à pressão
imperialista por muito tempo.
21. Logo, a tarefa imediata que cabe à FENTECT e aos ativistas em seus sindicatos a ela
filiados é a busca pelos meios de conscientizar os trabalhadores para lutarem na
defesa do socialismo, em uma revolução mundial, que acabe com a existência do
capitalismo. Apenas assim a liberdade, igualdade e o fim da exploração do homem
pelo homem serão viáveis.
II - SITUAÇÃO NACIONAL
1. A crise do sistema capitalista iniciada em 2008 levou a burguesia a um colapso sem
precedentes. Essa convulsão foi contida, em escala mundial, por meio da inundação do
mercado com crédito, em cima de recursos públicos; pela migração de capitais para os
países atrasados e, fundamentalmente, com o obsceno repasse de recursos públicos
para os monopólios privados. No entanto, tais políticas começaram a colapsar no ano
de 2012. Nesse momento, o que se apresenta como única “saída” para o grande
capital é um conflito militar de largas proporções, com uma destruição de forças
produtivas em ainda maior escala.
2. Os acontecimentos políticos no Brasil, desde 2016, mostram que o regime atual está
caindo aos pedaços. O ano de 2017 foi o período de colocar em movimento as
engrenagens do golpe de Estado. Diversas medidas foram adotadas com o objetivo
único: acabar com todos os mínimos direitos democráticos da população e entregar o
País para as mãos dos monopólios internacionais. A situação é dramática. No entanto,
o que está previsto para o próximo período é infinitamente pior.
3. No último período houve uma escalada na polarização político-ideológica, com o
avanço das ideias conservadoras no interior das classes médias e pequeno- burguesas.
Grupos de direita e extrema-direita, com o advento das crises econômicas e política,
fazem do ódio aos pobres e às minorias motivos de manifestações de intolerância. A
sanha persecutória ao Partido dos Trabalhadores exemplifica o caráter classista dos
ataques moralistas afinal, mesmo o partido tendo se adaptado à lógica da conciliação
de classes, ele precisa ser alijado do cenário de poder por conta de sua base social e
origem operária.
4. A esquerda revolucionária, ao organizar a luta contra o imperialismo, que ataca os
trabalhadores para salvar os lucros dos monopólios, deve distanciar-se das avaliações
moralistas e oportunistas da esquerda pequeno-burguesa que jogam água no moinho
da extrema-direita ao criarem confusões que fortalecem o fascismo.
Brasil à venda
5. O golpista Michel Temer, que é acusado de corrupção passiva, obstrução à Justiça e
participação em organização criminosa, participou do encontro anual do Fórum
Econômico Mundial, em janeiro deste ano, em Davos. Sob o lema "O Brasil está de
volta", Temer anunciou a entrega do País aos capitalistas internacionais, ressaltando a
Reforma Trabalhista e a do Ensino Médio, além de se comprometer em priorizar a
busca pelos votos necessários para aprovar a Reforma da Previdência, reafirmando o
seu compromisso com o imperialismo de intensificar a espoliação da classe operária
seguindo a cartilha imposta pelos monopólios privados que consiste na aprovação das
reformas e na retiradas de direitos. Tais ações foram referendadas pelos capitalistas.
Não por acaso, o fundador e presidente do Fórum, Klaus Scwab, ao apresentar Temer,
afirmou que "um novo Brasil, aberto, emerge com as reformas do presidente Temer.
[Reformas que] reconstruíram os contratos sociais nacionais ao mesmo tempo em que
integraram o Brasil à economia mundial".
6. Temer sabe que sua permanência no cargo depende da aprovação dessas medidas,
do cumprimento do seu acordo com o imperialismo. Aliás, o golpista foi imposto na
presidência justamente para cumprir esse papel: aprovar as reformas necessárias e
retirar os direitos dos trabalhadores.
7. A Reforma Trabalhista, ou fim da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), entrou
em vigor, no Brasil, em novembro de 2017. Trata-se, efetivamente, da revogação do
fim da escravidão, do aumento exponencial da exploração da classe operária. Esse
projeto, a “menina dos olhos” do imperialismo, é a coroação, o “desfecho grandioso”,
do golpe de Estado. O que está se impondo no Brasil é um regime de exploração aos
moldes dos países imperialistas. Nos Estados Unidos, por exemplo, não existe CLT – os
empregados são remunerados por horas trabalhadas e a lei trabalhista federal não
regulamenta o pagamento do 13º salário, férias remuneradas, folgas em feriados ou
atestado médico. O tempo médio gasto com o trabalho, nesse país, é de 47 horas
semanais.
8. No caso da Reforma da Previdência, o que era para ter sido aprovado “a toque de
caixa”, nos moldes do que foi a Reforma Trabalhista, já passou por pelo menos 10
adiamentos. Temer apresenta dificuldades para aprovar a medida através dos
métodos “tradicionais”, ou seja, pela compra direta de parlamentares. Isso porque
esse é um ano de eleições e os deputados estão pressionados com a possiblidade de
perderem seus currais eleitorais. O governo teve que investir mais de R$ 120 milhões
em propaganda direta na imprensa, sem falar nos banquetes oferecidos, a farra com a
distribuição de cargos públicos etc. O imperialismo, por sua vez, já mandou seu recado.
A agência internacional de risco Standard&Poor's (S&P) rebaixou a nota de crédito
soberano do Brasil em represália a não aprovação da Reforma da Previdência.
9. O fato é que a luta contra a Reforma da Previdência tem um respaldo enorme
dentre os trabalhadores. Os impactos de tal medida é de maior compreensão para a
classe operária, muito em virtude de experiências anteriores relacionadas ao ataque.
Nesse caso, a velha desculpa da “monotonia” e “apatia” das massas, constantemente
utilizada pela burocracia sindical e dos movimentos sociais para justificar que
supostamente não daria para mobilizar os trabalhadores, ficou ainda mais
desmoralizada.
10. A população não só está disposta a lutar pelos seus direitos, como o fez apesar da
política de contenção imposta por essas direções. A Frente Popular não buscou em
nenhum momento organizar uma ação direta real, pois seu objetivo sempre foi o de
tentar barganhar privilégios com a burguesia, usando as mobilizações apenas como
“moeda de troca”.
11. Longe de impulsionar a luta, a política adotada foi sempre a de conter as massas.
As últimas “greves” gerais foram canceladas e absolutamente nada foi organizado em
seu lugar.
12. As burocracias que controlam as centrais sindicais, os sindicatos e os partidos de
esquerda agem em nome da disciplina que a democracia burguesa tenta impor às
massas. Mas a crise econômica pode, e vai, destruir essa disciplina ao levar por terra a
tese de que as eleições irão salvar os trabalhadores dos ataques do grande capital. Os
monopólios internacionais não irão retroceder nos seus planos e acatar “acordos” ou
“convenções” firmadas. Em todo o mundo, as organizações de trabalhadores estão
sendo atacadas.
Não à prisão política de Lula: frente de luta das massas contra o avanço da direita
13. Diante da crise do grande capital, as estratégias para a desestabilização de
governos e economias são as mesmas no mundo todo, como, por exemplo, o suposto
combate à corrupção. No Brasil, após 13 anos de governos da Frente Popular, a
coalizão entre partidos de esquerda e partidos burgueses, formada para conter a
revolta das massas quando a exploração chega a um ponto insustentável, tornou-se
um entrave para o grande capital, afinal, para resolver o problema da queda das taxas
de lucros, a única saída para o capitalismo é explorar mais os trabalhadores,
destruindo direitos conquistados, privatizando estatais construídas com o dinheiro
público e avançando sobre as riquezas naturais de cada região, principalmente o
petróleo.
14. Nesse contexto, o ex-presidente Lula foi preso menos de 24hs depois de o
Supremo Tribunal Federal (STF) rasgar mais uma vez a Constituição Federal e negar o
pedido antecipado de Habeas Corpus (HC) feito pela defesa de Lula. Vale destacar que
a ordem foi dada antes do fim do prazo para a defesa apresentar embargos
secundários no TRF-4.
Segundo a defesa de Lula: “A expedição de mandado de prisão nesta data contraria
decisão proferida pelo próprio TRF4 no dia 24/01, que condicionou a providência —
incompatível com a garantia da presunção da inocência — ao exaurimento dos
recursos possíveis de serem apresentados para aquele Tribunal, o que ainda não
ocorreu. A defesa sequer foi intimada do acórdão que julgou os embargos de
declaração em sessão de julgamento ocorrida no último dia 23/03. Desse acórdão
ainda seria possível, em tese, a apresentação de novos embargos de declaração para o
TRF4”. Pior: a prisão foi decretada antes da publicação do acórdão da decisão do STF
de negar o habeas corpus do ex-presidente.
As aberrações jurídicas cometidas no decorrer deste processo foram inúmeras. Tratou-
se de um acordão entre setores da burguesia nacional, aliadas do imperialismo, para
perseguir não apenas o PT, mas toda a esquerda brasileira e intensificar ainda mais os
ataques e a exploração contra a população trabalhadora. Esse acordão envolve
especialmente o judiciário, principal representante da política imperialista no Brasil.
15. Por outro lado, ficou ainda mais evidente para a população que a democracia, o
Estado democrático de direito, não passa de uma fachada. A primeira mulher eleita
para o cargo de presidente, com mais de 54 milhões de votos, foi simplesmente
retirada sem qualquer justificativa real. Agora, o principal nome da esquerda, que
lidera todas as pesquisas eleitorais, foi caçado, preso, e deverá ficar fora do pleito
eleitoral.
16. A perseguição contra o PT representa o avanço da extrema direita. Nem mesmo a
política de contenção das massas levada a cabo pela Frente Popular está no agrado da
burguesia imperialista. Ela precisa atacar as massas numa velocidade infinitamente
superior à política de conchavos dos partidos da esquerda oportunista.
17. O fato é que atacar Lula é atacar toda a classe trabalhadora, pois o que está por
trás dessa investida são todos os golpes contra os trabalhadores e a direitização do
regime político.
18. No entanto, a prioridade colocada não é a defesa eleitoral do PT ou de Lula,
tampouco a defesa das eleições burguesas como um fim em si mesmo. A tarefa de
toda a esquerda é organizar uma frente de luta contra a investida da direita, que deu o
primeiro passo com o impeachment de Dilma e promete avançar contra a classe
trabalhadora, na destruição do PT e perseguição a toda a esquerda. Esta é a
prioridade.
É preciso se colocar contra a prisão política de Lula, contra a perseguição à esquerda e
aos movimentos sociais, contra as reformas trabalhista e previdenciária e o ataque aos
direitos da população trabalhadora e pobre. Organizar a classe operária para a ação
direta é a tarefa central nesse momento.
Intervenção no Rio: Ditadura Militar à vista
19. No último dia 16 de fevereiro, o presidente golpista, Michel Temer, atentou mais
uma vez contra os direitos da população e decretou uma intervenção militar no Rio de
Janeiro. Essa é a primeira vez que tal medida é imposta desde a promulgação da
Constituição Federal de 1988. O general do Exército, Walter Souza Braga Netto, chefe
do Comando Militar do Leste, assumiu como interventor, tomando o lugar do
secretário de Segurança do estado, Roberto Sá. Assim, o militar passou a controlar as
polícias civil e militar e os bombeiros, não se sujeitando às normas jurídicas que
conflitarem com as medidas necessárias à execução da intervenção (art. 3º, § 1º do
Decreto). Ou seja, o Interventor militar tornou-se autoridade superior ao governador.
20. A medida representa o aprofundamento do golpe de Estado que está sendo
imposto no Brasil. A própria intervenção foi um ato inconstitucional, em mais uma
demonstração de que longe de um Estado democrático de direito, o Brasil vive um
Estado de exceção.
21. A ação do Exército no Rio de Janeiro, nesse momento, tem alvo certo: os pobres,
pretos e favelados. As cenas de abuso de poder e violação de direitos elementares dão
a tônica das operações policiais. A população trabalhadora pobre e preta que vive nas
favelas é suspeita de antemão. Até mesmo as crianças estão sendo revistadas no
caminho para a escola e os moradores das favelas estão sendo “fichados” pela polícia
durante as operações. Não por acaso, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, chegou a
defender a necessidade de mandados de busca e apreensão e captura coletivo, que
poderiam abranger desde uma rua inteira até “uma área, um bairro”. Trata-se de uma
grave violação ao direito à moradia dos favelados. As pessoas terão suas casas
invadidas pela polícia pelo simples fato de serem pobres e morarem em comunidades
carentes. Tal medida irá facilmente se espalhar e, na prática, qualquer casa poderá ser
invadida por policiais.
22. O País vive um risco efetivo de um novo golpe militar. Usando como desculpa o
suposto combate ao crime, o Rio de Janeiro sempre foi usado pela burguesia como
uma espécie de “laboratório” para as medidas mais repressivas.
23. O comandante do Exército, o general Eduardo Villas Bôas, chegou a declarar,
durante uma reunião dos conselhos nacionais da República e da Defesa, que os
militares necessitariam de “garantias” para agir no âmbito da intervenção “sem o risco
de surgir uma nova Comissão da Verdade”. Ou seja, precisam de “carta branca” para
promover a matança.
24. O que está se vendo é o aprofundamento da crise e uma repetição trágica da
história. Como sempre, diante de um colapso econômico de grandes proporções, as
saídas utilizadas pelo imperialismo são as ditaduras, guerras civis ou o fascismo. Para a
classe operária não haverá outra saída que não a de enfrentar seus algozes. O golpe
vem evoluindo e segue, em todo o mundo, para a repressão aberta. A farsa da
democracia burguesa já se esvaiu completamente. O capitalismo é um Estado de
exceção para garantir os interesses de uma parcela ínfima de parasitas, enquanto
mantém o restante da população vivendo em condições miseráveis.
Contra a ditadura da burguesia, a ditadura do proletariado
25. Vivemos a ditadura de uma minoria exploradora sobre uma maioria explorada.
Essa é a base do sistema capitalista. Contra essa política de exploração devemos impor
uma inversão completa, que é a ditadura do proletariado – da maioria sobre a minoria.
Como está historicamente comprovado, diante de uma crise econômica, os parceiros
burgueses das Frentes Populares dão as costas aos partidos populares e a aliança
formada só tem como resultado paralisar a força revolucionária dos trabalhadores.
27. A esquerda deve buscar a unidade na luta, não em torno das eleições, mas contra a
ofensiva da direita, contra o aumento do fascismo e contra a escravização dos
trabalhadores através das estratégias de luta próprias da classe trabalhadora, em
greves, em ocupações e nas ruas.
28. Para enfrentar os ataques contra os trabalhadores consubstanciados no golpe que
derrubou o governo eleito em 2016, é preciso levantar as reivindicações dos
trabalhadores na perspectiva da luta de classes, a partir da própria experiência dos
trabalhadores e da evolução de sua consciência política.
29. A Fentect deve orientar os ativistas sindicais a atuar junto aos trabalhadores, nos
locais de trabalho, moradia e nas suas organizações de base com um programa de luta
classista. A luta deve ser desenvolvida contra os mecanismos políticos que protegem a
exploração capitalista, portanto, contra as organizações reformistas e as burocracias
sindicais e as dos partidos operários contrarrevolucionários.
30. É preciso considerar o estado de espírito das massas para quebrar o controle que a
burocracia exerce sobre os trabalhadores. A agitação e propaganda deve ter como
foco uma política orientada pelos próprios trabalhadores.
31. É preciso unificar os movimentos combativos da classe operária, organizar uma
ampla mobilização e ganhar as ruas. Contra a política de ação direta utilizada pela
burguesia é preciso impor um conjunto de eixos à ação direta dos trabalhadores. O
momento exige unidade na luta! É socialismo ou barbárie.
A FENTECT aprova e defenderá junto ao movimento sindical estas bandeiras de Luta:
32. Greve Geral contra as reformas e demais ataques!
33. Contra a prisão de Lula e a perseguição à esquerda!
34. Pela unidade da esquerda contra o fascismo!
35. Barrar a investida da direita nas ruas!
36. Por um governo dos trabalhadores da cidade e do campo e pelo socialismo!
III - MULHERES
Mulheres no mercado de trabalho e o direito à educação
1. A entrada das mulheres no mercado de trabalho é por si só um agente
revolucionário. A crescente presença das mulheres nas fábricas e indústrias provocou
mudanças no cenário político. A partir desse fato histórico, uma série de reivindicações
democráticas começa a surgir como, por exemplo, identificação da dupla jornada,
equiparação salarial, creches e escolas, questionamento quanto aos papéis sexuais na
família e na sociedade etc. Embora esta inserção tenha sido altamente progressista
para a vida das mulheres, ela, em geral, se limitou em mantê-las presas aos afazeres
do lar.
2. No que diz respeito à educação das crianças pequenas, com idade entre zero e seis
anos, essa foi uma conquista direta da luta e organização das mulheres. No Brasil, a
Constituição Federal (CF) de 1988, que assegura esse direito, foi fruto da intensa luta
feminina e dos movimentos sociais dos anos de 1970 e 1980. Nesse sentido, podemos
afirmar que a conquista das creches e da pré-escola está diretamente ligada à história
das mulheres operárias, da alteração da função social exercida até então por essa
importante parcela da população, que deixou de ser apenas “mães” para atuar
também no mercado de trabalho como trabalhadoras assalariadas.
3. O direito a educação oferecida pelo Estado é um direito essencial para as mães
trabalhadoras. Isso porque para garantir que as mulheres possam trabalhar fora é
imprescindível que o Estado ofereça as condições mínimas, sendo as creches um
desses direitos básicos, o que faz com que a sociedade exija melhorias no setor
público. Apesar de a CF de 1988 garantir, no Art.7º, para as trabalhadoras urbanas e
rurais o direito à “assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até
cinco anos de idade em creches e pré-escolas”, o fato é que quase metade das
mulheres não são assistidas. Os governos burgueses não fazem valer essa lei. Somente
a luta e a pressão popular garantirão creches, escolas e educação pública para os filhos
das mulheres trabalhadoras. Aqui não se trata de uma luta meramente de gênero, mas
de classes: oprimidos contra opressores; trabalhadores contra patrões. A libertação da
mulher trabalhadora somente pode acontecer como fruto da luta contra o capitalismo.
Assegurar creches para as mulheres trabalhadoras é uma forma de facilitar a libertação
da metade da população mundial, coisa que não interessa aos capitalistas em crise. A
burguesia não quer a emancipação das mulheres, pelo contrário, quer manter essa
parcela da população submissa, presa aos serviços domésticos e totalmente
controlada pelos homens. Ao mesmo tempo, numa relação totalmente dialética,
manter essa parcela atrasada politicamente serve para que o Estado reforce a
opressão contra os homens operários. Nesse sentido, não é “ocasional” o fato de as
mulheres receberem salários inferiores aos dos homens, mesmo cumprindo as
mesmas tarefas. Segundo a Revista do Observatório de Gênero, em 2014, 66,8% da
população feminina ocupada estava concentrada na faixa salarial entre zero a dois
salários mínimos. Esses dados mostram que a emancipação das mulheres somente
será possível com a mudança no sistema econômico. A desigualdade social e de gênero
é intrínseco do sistema capitalista. Isso, obviamente, não significa dizer que as
mulheres não devam lutar por questões democráticas, mesmo que paliativas, como,
por exemplo, por creches e escolas. Esses devem ser os primeiros passos para se
alcançar uma mudança real.
Aborto
4. O aborto não é uma questão típica da sociedade capitalista. Trata-se de uma técnica
milenar, com registros inclusive de experiências realizadas na China, datada entre
2.737 e 2.669 a.C., quando o Imperador Shen Nung citou em um texto a receita de um
remédio para abortar, provavelmente à base de mercúrio.
5. Na Grécia antiga, os principais filósofos, Aristóteles, Platão e Sócrates defendiam o
aborto como forma de controlar a natalidade. Era também uma forma de estabilizar a
economia, além de preservar a raça dos guerreiros. Na Roma antiga, foi registrada a
prática de abortos por meios cirúrgicos. Já os Gauleses defendiam que o aborto era um
direito natural do pai, o chefe incontestável da família.
6. Na sociedade capitalista, a proibição do aborto se relaciona com questões
econômicas. Em plena revolução industrial, a proliferação do aborto passou a ser vista
como um grave problema, pois diminuía a oferta da força de trabalho e, obviamente,
os lucros dos capitalistas. Em 1869, durante o Papado de Pio IX, a Igreja Católica
considerou o aborto como uma prática criminosa.
7. A proibição do aborto ficou valendo na grande maioria dos países até a Revolução
Russa de 1917. No texto “O Trabalho Feminino no Desenvolvimento da Economia”, a
revolucionária Alexandra Kollontai, falou dessa experiência na União Soviética. “Em 20
de novembro de 1920, a república operária sancionou uma lei que abolia as punições
atreladas ao aborto. Qual é a motivação por trás dessa nova atitude? A Rússia, afinal,
não sofre de superprodução de trabalho vivo, mas sim de sua falta. A Rússia é esparsa,
e não densamente povoada. Toda e qualquer unidade de força de trabalho é preciosa.
Por que, então, estabelecemos que o aborto não é mais uma infração penal? A
hipocrisia e a intolerância são opostas à política proletária.
8. O aborto é um problema ligado à questão da maternidade e, do mesmo modo, tem
origem na posição insegura ocupada pelas mulheres (não falamos aqui da classe
burguesa, para a qual o aborto tem outros motivos – a resistência a ‘dividir’ uma
herança, a sofrer o mínimo de desconforto, a sair de forma ou perder alguns meses da
temporada, etc.).
9. O aborto existe e prospera em toda parte, e nenhuma lei ou medida punitiva foi
capaz de eliminá-lo. Porém, as ‘soluções’ clandestinas apenas debilitam as mulheres;
elas se tornam um peso sobre o governo operário, e a força de trabalho é reduzida. De
acordo com dados da Organização Mundial de Saúde - OMS, mais de 50 mil mulheres
morrem por ano, por aborto clandestino. Pois, quando realizado em condições
médicas adequadas, o aborto é menos prejudicial e perigoso, e a mulher pode voltar
ao trabalho mais rapidamente. O poder soviético entende que a necessidade do
aborto somente desaparecerá, por um lado, quando a Rússia tiver uma rede ampla e
bem desenvolvida de instituições de educação social e de proteção da maternidade, e,
por outro, quando as mulheres compreenderem que dar à luz é uma obrigação social.
O poder soviético, portanto, permitiu que o aborto seja realizado livremente e em
condições clínicas.”
Estupro
10. De acordo com um levantamento feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública,
publicado no jornal Folha de São Paulo, o Brasil registrou, em 2016, uma média de 135
estupros por dia. Conforme o estudo, divulgado em outubro de 2017, foram 49.497
casos notificados no total, 4,3% a mais do que no ano anterior, quando foram
informados 47.461 casos.
11. Segundo o Fórum, o Mato Grosso do Sul teve a pior taxa de estupros
proporcionalmente à sua população: foram 54,4 casos para cada 100 mil habitantes. O
Amapá e o Mato Grosso ficaram em segundo e terceiro lugar, com 49,2 e 48,8 casos
por 100 mil pessoas, respectivamente. A taxa média nacional foi de 24 estupros por
100 mil habitantes. Esses dados, no entanto, não levam em consideração as
“particularidades” de cada estado como, por exemplo, o índice de mulheres em
relação aos homens, a população urbana e rural, o índice de pobreza e miséria etc.,
informações cruciais para se fazer uma análise mais detalhada e precisa do problema.
Entre 2010 a 2016, o ano que mais teve estupros foi em 2013, quando a quantidade de
casos no País chegou a 51.090. Também chamou atenção o número de assassinatos
registrados em 2013: foram 4.657 mulheres executadas, sendo que 533 casos foram
classificados como feminicídio.
12. Outra pesquisa feita pela Folha de São Paulo, em agosto do ano passado, mostrou
que o País registra uma média de dez estupros coletivos por dia e que as notificações
dobraram em cinco anos.
13. O artigo “Estupro no Brasil: vítimas, autores, fatores situacionais e evolução das
notificações no sistema de saúde entre 2011 e 2014”, também divulgado pelo Fórum
Brasileiro de Segurança Pública, analisou, especificamente, o perfil de vítimas e
autores, os vínculos entre eles, além de outros elementos situacionais. O resultado:
“Verificou-se uma estabilidade estatística inaceitável ao longo do período analisado,
em que 69,9% das vítimas eram crianças e menores de idade, e mais de 10,0% das
pessoas agredidas sofriam de alguma deficiência física e/ou mental. Ao mesmo tempo,
aumentou a proporção de casos de estupro coletivo que, em 2014, responderam por
15,8% do total de casos, e esta proporção correspondeu a 25,6% quando os autores
eram desconhecidos da vítima. Outro dado estarrecedor mostrou que cerca de 40,0%
dos estupradores das crianças pertenciam ao círculo familiar próximo, incluindo pai,
padrasto, tio, irmão e avô”.
14. Já um levantamento feito pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada),
com base nos dados de 2011, do Sistema de Informações de Agravo de Notificação do
Ministério da Saúde (Sinan), revelou que em metade das ocorrências envolvendo
menores, “há um histórico de estupros anteriores. Além disso, a proporção de
ocorrências com mais de um agressor é maior quando a vítima é adolescente e menor
quando ela é criança. Cerca de 15% dos estupros registrados no sistema do Ministério
da Saúde envolveram dois ou mais agressores” (BBC Brasil).
15. A impunidade envolvendo os estupradores, obviamente, não é um mero “acaso”.
O machismo e, consequentemente, todos esses ataques contra as mulheres, não são
uma questão “individual”. Trata-se de um problema social, que não poderá ser
superado em uma sociedade capitalista.
16. A violência contra as mulheres faz parte de uma política que visa atacar mais da
metade da população, mantendo esse importante setor aterrorizado e submisso.
Existe, por exemplo, toda uma campanha para criminalizar as vítimas de estupros. O
crime não seria culpa dos estupradores, mas das mulheres que estavam “bêbadas”,
vestindo roupas curtas, “dando mole” etc. Não é por acaso que logo após um caso de
estupro, busca-se apresentar um “perfil” da vítima, mostrando que na verdade ela
estaria “procurando” ou “merecendo” ser violentada.
17. A tentativa criminosa de transformar as mulheres em responsáveis pela violência
sofrida faz parte de uma campanha ideológica dos setores direitistas mais
reacionários. Essa busca por incriminar a vítima é constante. Nas fábricas e locais de
trabalho o assédio sexual dos chefes é quase que uma rotina e contam com a total
“discrição” dos governos.
18. As instituições burguesas não só ocultam, como estimulam e promove a violência
contra as mulheres. Em 2009, o então presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar
Mendes, mandou soltar, após quatro meses de prisão, o médico Roger Abdelmassih,
condenado a 278 anos de cadeia, por violentar 37 mulheres e abusar sexualmente de
inúmeras outras. O deputado federal Osmar Bertoldi (DEM/PR) assumiu a vaga deixada
pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP), na Câmara dos Deputados, uma semana
após deixar a cadeia. O democrata ficou nove meses preso no Complexo Médico de
Pinhais por espancar a ex-companheira. Ele também foi denunciado por estupro,
coação, sequestro e cárcere privado, mas foi absolvido.
19. Esse é o “modus operandi” do Estado burguês diante da violência contra as
mulheres. Não podemos guardar qualquer ilusão de que os aparatos da sociedade
capitalista, a Polícia ou a Justiça, por exemplo, irão resolver esses casos de violência.
Tais setores impulsionam e intensificam os ataques contra as mulheres, uma vez que a
emancipação feminina não interessa aos capitalistas, que lucra fortemente com essa
submissão. Somente a luta unificada poderá proporcionar uma mudança social real.
Feminicídio
20. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a taxa de feminicídio no
Brasil é a quinta maior do mundo - 4,8 para 100 mil mulheres – perdendo apenas para
El Salvador, Colômbia, Guatemala e Rússia. Segundo o Código Penal brasileiro,
feminicídio é o “homicídio cometido com requintes de crueldade contra mulheres por
motivações de gênero”. Ou seja, a matança produzida pelo único e exclusivo fato de a
vítima ser mulher.
22.Esse massacre contra as mulheres vem crescendo. Conforme os números
divulgados pela OMS em 2015, por meio do Mapa da Violência sobre homicídios entre
o público feminino, o número de assassinatos de mulheres negras cresceu 54%, de
2003 a 2013, passando de 1.864 para 2.875. Na mesma década, foi registrado um
aumento de 190,9% na vitimização de negras, índice que resulta da relação entre as
taxas de mortalidade branca e negra. Do total de feminicídios registrados em 2013,
33,2% foram cometidos por parceiros ou ex-parceiros das vítimas. De acordo com um
dossiê divulgado em novembro do ano passado pelo Instituto Patrícia Galvão, a cada
90 minutos uma mulher é vítima de feminicídio no Brasil.
23. Nessa escala, as mulheres negras são as mais atacadas. A taxa de mulheres negras
vítimas de homicídios no país é mais que o dobro em relação às mulheres brancas.
Para cada 100 mil habitantes, o número é de 7,2 e 3,2, respectivamente. Os dados
estão no Diagnóstico dos Homicídios no Brasil: Subsídios para o Pacto Nacional pela
Redução de Homicídios, divulgado pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, do
Ministério da Justiça.
O avanço do fascismo e a disseminação do ódio contra as mulheres
24. No quadro geral da política nacional e internacional, de forte instabilidade e crise, a
mulher é um dos principais alvos, pois, em uma escala de opressão, ela se encontra no
topo.
25. Tendo em vista esse quadro, a aposta do imperialismo consiste em começar seus
planos esmagando os países mais atrasados e a ala operária mais oprimida. O golpe de
Estado ocorrido no ano passado foi uma demonstração cabal dessa política. A direita
não só expulsou o PT do poder político, como fez uma ampla campanha misógina
contra a primeira mulher eleita presidenta da República.
26. O crescimento dessa mentalidade fascista é uma amostra do que está por vir no
próximo período. A crise econômica irá se aprofundar e, consequentemente, irá
dificultar ainda mais a emancipação das mulheres trabalhadoras. O conservadorismo
que acompanha essa crise, econômica e política, irá crescer assustadoramente,
resultando no alto índice de desemprego e a consequente precarização do trabalho,
tornando a realidade de salários inferiores para as mulheres, algo mais frequente e
intenso, além da falta de condições do trabalho fora de casa e na criação dos filhos. Ou
seja, será um verdadeiro massacre à classe trabalhadora, principalmente às mulheres.
Estado burguês a serviço da matança das mulheres
27. A negligência do Estado em dar a devida proteção para as mulheres que são
ameaçadas e sofrem com a violência doméstica é uma política deliberada. Não existe
segurança para as mulheres agredidas pela violência familiar. Não há abrigos e nem
locais em que essas vítimas possam se apoiar. A Lei Maria da Penha é uma conquista
democrática para a luta da mulher contra a violência, mas ainda não é o que pode
garantir que vidas sejam salvas. Leis são criadas sob a pressão da sociedade
organizada, mas o controle do Estado pela burguesia não permite que a legislação
supere questões classistas.
28. Enquanto o Estado autoriza a matança das mulheres, a esquerda pequeno-
burguesa está mais preocupada com questões “comportamentais” e “linguísticas” do
que com a luta que realmente deve ser travada. A preocupação pautada nas
liberdades individuais ou nas pequenas mudanças na língua para “incorporar” as
mulheres, não levará ao fim do feminicídio, tampouco irá reduzir o massacre e a
opressão dessa parcela da população.
Feminismo operário X feminismo burguês
29. Para os marxistas, a causa fundamental de todas as formas de opressão é a divisão
da sociedade em classes. Logo, a única forma de superar as opressões é por meio do
fim das classes sociais. Nesse sentido, a luta das mulheres faz parte da luta de classes
(explorados X exploradores). Essa é, por tanto, a base da luta do feminismo operário.
30. No entanto, para o feminismo pequeno-burguês a opressão das mulheres está
enraizada na natureza do homem. Ou seja, não se trataria de um fenômeno social, mas
sim cultural (biológico). Tal concepção se mostra inteiramente estática, não científica e
não dialética. Ou seja, os homens nasceram assim, é intrínseco e não mutável.
31. Tal concepção desconsidera totalmente a visão histórica da sociedade, o seu
desenvolvimento e constantes mudanças. Isso nos levaria a crer que como se trata de
uma questão individual (do homem enquanto indivíduo), essa opressão contra as
mulheres sempre existiu e continuará existindo, não importa o tipo de sociedade.
32. Essa afirmação contradiz todo o estudo marxista. Ela ignora que tal como a
sociedade de classes, a propriedade privada, o Estado e a família burguesa nem
sempre existiram. O mesmo pode-se dizer quanto à opressão das mulheres, que assim
como as demais mazelas sociais, acompanha o desenvolvimento da divisão da
sociedade em classes. Nesse sentido, a abolição das opressões sociais e,
consequentemente, a opressão da mulher, depende da abolição das classes – da
revolução socialista.
33. No entanto, é preciso ter claro que a opressão das mulheres não desaparecerá
automaticamente, imediatamente após a tomada do poder pela classe operária. Não
há como esconder que a “herança psicológica do barbarismo de classe” permanecerá e
só poderá ser completamente superada quando “as condições sociais forem criadas
para o estabelecimento de relações plenamente humanas entre homens e mulheres”.
Contudo, essa relação plena apenas será possível com a derrubada do capitalismo,
quando se estabelece as condições para a realização de uma sociedade sem classes.
Em outras palavras: a verdadeira emancipação das mulheres somente será possível
quando a classe trabalhadora como um todo se emancipar. Somente o socialismo em
escala mundial poderá permitir o livre desenvolvimento da personalidade humana, ou
seja, o estabelecimento de relações verdadeiramente humanas entre homens e
mulheres, sem as pressões externas, sejam sociais, econômicas ou religiosas. É preciso
repudiar veementemente a ideia de que a opressão das mulheres poderá ser superada
apenas com questões culturais como, por exemplo, falar “todos e todas”. Entendemos
que não se trata de uma questão de “homens X mulheres”, concepção típica do
feminismo pequeno-burguês, que busca ensinar as mulheres a lutarem por "causas
femininas". A luta deve ser para que as mulheres trabalhadoras adquiram consciência
de classe, única maneira de assegurar sua emancipação.
34. A luta não pode ser apenas pela libertação de um grupo, mas da própria
humanidade. Tal concepção não impede, em absoluto, que se estabeleça uma
verdadeira guerra pela conquista de direitos democráticos imediatos. Pelo contrário. É
por meio da luta diária por avanços que a revolução socialista triunfará.
35. Mas precisamos ter em mente que os meios de produção são propriedade privada
dos grandes capitalistas. A mulher, seu corpo e sua vida estão à mercê desse sistema
controlado pelo Estado através de seu aparato repressor. Assim, o fim da opressão
contra a mulher não depende da conscientização e nem de uma luta isolada. Essa
situação só mudará por meio de uma mudança por completo do sistema econômico,
ou seja, da derrubada do capital e da implementação de medidas materiais que
coloquem fim à exploração da mulher a partir da luta contra o embrutecimento
doméstico. Ante o exposto, reivindicamos como bandeiras de luta levadas adiante pela
FENTECT: creches públicas, que atenda 100% da população; restaurantes públicos;
lavanderias; inserção da mulher no processo de trabalho com igualdade de deveres e
direitos; saúde e educação públicas etc. A emancipação feminina está ligada
diretamente com a emancipação da classe trabalhadora.
O Congresso da FENTECT aprova os seguintes eixos para a organização da luta das
mulheres nas bases sindicais:
36. Contra a criminalização do aborto!
37. Trabalho igual, salário igual!
38. Creches públicas nos locais de trabalho!
39. Pela libertação da mulher operária!
40. Pela revolução operária mundial!
IV - QUESTÃO NEGRA
O capitalismo e o negro
1. A questão negra sempre é de extrema relevância para os movimentos e projetos de
cunho social, que lutam contra os abusos do sistema capitalista. Afinal, quem sempre
esteve na ponta oposta do capitalismo global? Os mesmos que foram escravizados e
marginalizados: o povo negro.
2. Em África, o povo negro se concentra na região da África subsaariana. Essa região é
extremamente penalizada pelo sistema capitalista global desde o momento das
grandes navegações. O capitalismo transformou a prática da escravidão em uma
enorme lógica transatlântica de mercado, com a retirada da força produtiva africana e
sua transplantação para as lavouras americanas.
3. Além disso, foi a região que mais sofreu com os absurdos da colonização ao longo
dos séculos XIX e XX e com as guerras civis após as independências. No sistema
colonial que a Europa impôs à África, por muitas vezes uniu em um território que
posteriormente se tornou independente e unificado, etnias que historicamente eram
rivais, gerando inúmeras guerras civis.
4. Mesmo após as independências, os grandes capitalistas trataram de entrar no
continente, sobretudo a partir do “auxílio” neoliberal aos países africanos, após a
guerra fria. Seguindo a lógica de exploração a partir da exportação de capital
financeiro, formando estados rentistas, o capitalismo manteve sob seus ditames
econômicos, e, portanto, políticos, as nações recém-independentes em África, gerando
fomes, epidemias, etc.
5. Entender este momento, logo em seguida à colonização, é essencial para a
explicação dos problemas africanos na virada do século XX para o XXI. Ainda hoje, os
dez países mais pobres do mundo estão na África.
O negro no Brasil
6. A história negra no Brasil se inicia com os horrores da escravidão. As fontes oficiais
estimam que mais de 4.864.374 escravizados africanos vieram para o Brasil, tornando
o país o maior receptáculo do mundo.
7. Mesmo a abolição da escravidão, em 1888, não trouxe medidas que levassem a
inserção do negro na sociedade brasileira. De fato, o negro permaneceu sendo
marginalizado na sociedade, ficando com os piores postos de trabalho, sem condições
de estudo e nos locais com menos infraestrutura das grandes cidades.
8. Os dados são claros nesse sentido: os negros são 54% da população do país e são
apenas 17% entre os mais ricos. Além disso, de acordo com relatório da ONU sobre
minorias, 70,8% dos 16,2 milhões de brasileiros vivendo na situação de extrema
pobreza são negros.
9. Em pesquisa do DIEESE, direcionada ao emprego e desemprego, as conclusões são
que ainda existem desigualdades no acesso ao mercado de trabalho e nas condições
de trabalho que afeta os negros. De acordo com os dados recolhidos, os negros têm
menores condições de acesso e permanência no mercado de trabalho, sendo os mais
atingidos em situação de desemprego. Quanto a rendimento médio, a dimensão da
desigualdade entre negros e não negros nos mercados de trabalho fica evidente
quando se analisam rendimentos médios reais por hora trabalhada, sendo que os não
negros recebem em média quatro reais a mais.
10. Além disso, as estatísticas demonstram que existe um verdadeiro genocídio ao
povo negro. No Brasil, por ano, são assassinados cerca de 30 mil jovens entre 15 e 29
anos. Desse número, 77% são negros. Além disso, os negros são 75% da população
carcerária do Brasil. Esta disparidade é diretamente relacionada à discriminação
policial. Quando os acusados são negros, eles são mais propensos a condenações de
privação da liberdade, em lugar de penas alternativas. A abordagem policial, aliás, é
mais um dos fatores ligados ao genocídio do povo negro, uma vez que mortes de
afrodescendentes ligadas à ações policiais são três vezes mais numerosas do que as
registradas para os brancos.
11. Alguns argumentos rasos apontam para ações individuais que levam os indivíduos
a praticarem ações criminosas. Porém, isso vai muito além das vontades do indivíduo.
Como mostraram os dados, mais de 70% dos mais pobres são negros; 79,4% de
pessoas analfabetas são negras; 62% das crianças que estão fora da escola são negras.
Em média, a renda de negros é 40% menor que a de brancos. À medida que o próprio
Estado não contribui, caminha-se para a naturalização e banalização dessas violações
por parte dos vários setores da sociedade, que insistem em culpabilizar as vítimas.
12. O governo golpista de Michel Temer extinguiu o Ministério das Mulheres,
Igualdade Racial e Direitos Humanos. No próximo ano, essa situação deve se agravar
ainda mais. Vivemos uma das maiores crises capitalistas da história, e aqueles que o
sistema já exclui, devem ser ainda mais atacados. Afinal, é justamente a exploração do
homem pelo homem a base existencial do capitalismo. Ataques à classe trabalhadora
de conjunto e àqueles que já vivem em pior situação se intensificarão, afetando ainda
mais as condições de vida da população negra e pobre.
Perspectivas sobre a questão negra para os delegados da FENTECT
13. Sabemos que o movimento possui suas especificidades, uma vez que estamos em
um país racista, em que o negro é marginalizado, tanto por critérios econômicos,
quanto por critérios sociais e raciais, tendo em vista o verdadeiro genocídio do povo
negro movido pelo próprio Estado. Por isso, vemos a necessidade da formação de
grupos de debates para a constituição de um vigoroso movimento negro nos sindicatos
filiados à FENTECT.
14. Sugerimos a defesa das políticas de compensação, como as cotas, de forma a
diminuir o peso da dívida histórica que a sociedade brasileira tem para com os negros.
Sugerimos também a defesa das políticas públicas efetivas que visem à extinção do
absurdo genocídio movido contra o povo negro. Devemos lutar para a manutenção das
bandeiras democráticas ao povo negro, como a manutenção da obrigatoriedade do
ensino de história da África e Afro-brasileira, a demarcação dos territórios quilombolas
e valorização e fim da perseguição a práticas culturais afro-brasileiras, como o congado
e candomblé.
15. Contudo, essa luta sempre estará incompleta na sociedade capitalista, uma vez que
temos o entendimento que a luta negra é, em última instância, parte da luta unificada
que devemos mover contra o capitalismo, uma vez que a base material da existência
do racismo é justamente a base existencial do capitalismo: a exploração do homem
pelo homem.
Propostas para a atuação política da FENTECT na questão negra
16. Constituição de um movimento negro na FENTECT, mas sem perder de vista que a
luta negra é parte importante e é conjunta à luta proletária geral, contra o capitalismo;
17. Combate político e social irrestrito ao racismo, em suas mais variadas formas e
instâncias;
18. Luta em favor das bandeiras democráticas do povo negro, como política de cotas e
demarcação de terras quilombolas;
19. Denúncia constante do genocídio ao povo negro;
20. Engajar a militância negra na redação de matérias e denúncias, a serem veiculadas
pelos mecanismos de imprensa dos sindicatos filiados;
21. Fortalecimento das manifestações afro-brasileiras nos sindicatos filiados;
22. Promover o conhecimento de história e análise social e política da situação negra
no continente africano e no Brasil.
V - EDUCAÇÃO E JUVENTUDE
“Só o entusiasmo e o espírito ofensivo da juventude pode assegurar os primeiros
êxitos da luta revolucionária” (Trotsky, “Uma Proposta de Luta para a Juventude”)
1. A educação pública gratuita e de qualidade é um direito da classe trabalhadora,
historicamente conquistado. No entanto, no Brasil, a expansão da educação pública
acompanhou os projetos políticos autoritários de uma sociedade economicamente
voltada aos interesses imperialistas. A universalização da educação é um processo
relativamente recente e bastante precário no País. Nos últimos anos, houve conquistas
da classe trabalhadora no acesso à escolarização, principalmente em nível superior,
mas a desigualdade continua extrema porque ela é fruto da desigualdade de classes.
2. Com o aprofundamento da crise capitalista, os investimentos em serviços públicos,
nunca suficientes, tornam-se, mais escassos a cada ano. As escolas de ensino básico,
que deveriam ser centros de excelência educacional, e a universidade pública, que
deveria ser acessível a todos que desejassem cursar o ensino superior, passam pelo
processo de sucateamento e desvalorização de seus profissionais em nome de um
projeto privatista, colocado em prática há décadas. Com as ações do governo golpista
de Michel Temer, como, por exemplo, a aprovação da Reforma do Ensino Médio,
PEC55, além do projeto “Escola Sem Partido”, essa política está exponencialmente
acelerada. A ganância capitalista tem colocado o ensino como mais uma de suas
ferramentas de extração de lucro.
3. Sendo um direito historicamente conquistado pela classe trabalhadora, a educação
pública não pode ser tratada como mais um campo para extração de lucro dos
capitalistas. Uma educação pública e de qualidade é dever do Estado, inclusive sob a
ótica da própria constituição burguesa.
4. Ocorre que a crise da educação pública tem sua raiz no desmonte dos serviços
públicos promovido pelo imperialismo, em escala global. No ensino superior, mesmo
com a ínfima inserção de jovens das camadas populares nas universidades públicas nos
últimos anos, as teorias acadêmicas funcionais da burguesia cumpriram o papel de
evitar a conscientização para a verdadeira luta pela educação pública como direito de
todos, o que só é possível com a destruição do capitalismo. Com o movimento
estudantil e docente estagnados, a privatização está prestes a dominar o sistema
educacional brasileiro sem que exista uma reação organizada e classista contra suas
consequências: desemprego, precarização do trabalho, atraso tecnológico e miséria;
Lei da terceirização irrestrita; reformas trabalhista e Previdenciária; Parcerias Público-
Privado, associadas ao “novo plano nacional de educação”, etc. Tudo isso constitui
condições para o ataque brutal e total à educação pública.
A repressão a serviço da privatização da educação
5. A educação, e não a marginalização através do sistema prisional, aliada à luta
política contra o capital, deve ser o principal mecanismo de inserção dos jovens na
sociedade. Porém, o governo golpista de Michel Temer já promoveu mais de R$ 12
bilhões de cortes nos gastos com educação, ciência e tecnologia. Na educação básica, a
situação é ainda pior. Os índices de jovens e crianças em idade escolar que se
encontram fora das escolas são alarmantes em todo o País.
6. Para o Estado as medidas repressivas tornam-se prioridades frente à inevitável
reação popular à destruição dos seus direitos básicos. Junto à militarização da
economia, a retirada de todos os direitos trabalhistas e a privatização da educação há
o fortalecimento, na política nacional, das discussões sobre a redução da maioridade
penal, sob o controle à liberdade de expressão nas escolas (a exemplo do projeto
Escola Sem Partido), e sobre a criação de escolas militares.
7. A desvalorização do professor é parte fundamental dos planos de destruição da
educação pública em benefício do projeto de privatização, para favorecer as grandes
corporações internacionais que, em crise, avançam nos recursos públicos brasileiros e
ampliam ferreamente a ideologia capitalista à juventude. O objetivo principal dos
governantes, funcionários do grande capital, é sucatear para privatizar, e fortalecer o
mercado do ensino na tentativa de retirar os capitalistas da crise que eles mesmos
criaram.
Mobilizar toda a base contra a burocracia e na defesa da educação pública
8. De acordo com a teoria revolucionária, somente uma organização de classe pode
expressar as verdadeiras aspirações da juventude trabalhadora. Trotsky afirma que o
desenvolvimento físico e intelectual do indivíduo é uma das tarefas essenciais do
socialismo. Portanto, a organização da juventude não pode se dar fora da luta contra o
capitalismo, no sentido de, através da luta, gerar a consciência crítica da juventude,
fortalecendo-a e acabando com as ilusões pseudo-democráticas do capital,
preparando-a para assumir o controle do estado enquanto parte da classe
trabalhadora. A juventude se alinhará atrás da bandeira daqueles que lhes oferecem
um futuro. (Trotsky- “Uma Proposta de Luta para a Juventude”).
9. A luta pela educação pública como direito universal depende da unificação da classe
trabalhadora contra a direita golpista, com a unidade de todas as categorias dos
serviços públicos que estão na mira das privatizações.
10. O ANDES-SN (Sindicato Nacional dos Professores Universitários), a cada ano, conta
com menor participação da categoria em seus congressos devido à forte
burocratização do movimento docente. Esse fenômeno é resultado da política da
esquerda pequeno- burguesa (PSTU, PSOL e PCB) que dirigiu o Andes nos últimos anos
e manteve, por exemplo, o sindicato paralisado diante do golpe e de todos os ataques
que ameaçam a sobrevivência da Universidade pública.
11. Assim como toda burocracia sindical e os partidos da esquerda pequeno-burguesa,
a burocracia do movimento estudantil atua mais em função da manutenção de seu
status quo, visando a possibilidade de assegurar cargos políticos em um futuro
próximo do que em conduzir a luta dos estudantes. A juventude organizada é o único
setor com condições de enfrentar o sucateamento acelerado das universidades
brasileiras. É necessário que o movimento estudantil ultrapasse a direção da UNE e
demais burocracias para lutar contra o desmonte programado da educação pública e
em defesa dos direitos democráticos da juventude. Os estudantes de base devem
tomar o controle da entidade para iniciar uma verdadeira luta em unidade com a
classe trabalhadora.
12. Na educação básica encontra-se o setor mais oprimido e, consequentemente, o
mais firme e vigoroso dos docentes no combate pela educação pública. Porém, a
atuação das burocracias sindicais ligadas aos governos da Frente Popular, encabeçada
pela cúpula do PT, controlou essa combatividade, levando os profissionais da educação
a perdas históricas em suas condições de trabalho e salários ao mesmo tempo em que
davam apoio à medidas cujo avanço ficou limitado pelos projetos políticos burgueses,
como a Lei do Piso e o Plano Nacional de Educação. Mesmo com o golpe de Estado se
aprofundando rumo ao Estado de exceção, os burocratas alimentam ilusões nas
eleições de 2018 como solução para os trabalhadores.
13. Em defesa da educação básica também confluem os interesses fundamentais da
classe trabalhadora, que precisa de creches e escolas de qualidade para seus filhos
permanecerem em segurança e bem cuidados enquanto trabalha. Esta é uma luta que
unifica a classe operária e, para levá-la adiante, será preciso pressionar as direções
sindicais a partir da organização nos locais de trabalho, com debates, boletins,
panfletos e intensa agitação e propaganda a favor da necessidade de uma reação
verdadeira contra todas as medidas golpistas, que se dará nas ruas.
Eixos para a organização da luta
14. Pela estatização, sem indenização, das escolas e universidades privadas e controle
coletivo pela comunidade que estuda e trabalha;
16. Por um sistema único de educação estatal, sob o controle dos trabalhadores;
17. Pela educação pública, gratuita e de qualidade para todos, com igualdade de
condições de acesso e permanência;
18. Por uma escola que atenda às necessidades da comunidade: eleições
quadripartites (estudantes, professores, funcionários e pais) para todos os cargos de
gestão;
19. Pela unidade de luta entre os estudantes e a classe trabalhadora contra todos os
ataques e uma Greve Geral por tempo indeterminado, com ocupações;
20. Pela mobilização intensa dos docentes e demais trabalhadores da educação a
partir das bases, para ultrapassar a política de contenção das burocracias sindical e
estudantil.
VI - CULTURA
“... Do povo oprimido nas filas, nas vilas, favelas
Da força da grana que ergue e destrói coisas belas
Da feia fumaça que sobe, apagando as estrelas
Eu vejo surgir teus poetas de campos, espaços
Tuas oficinas de florestas, teus deuses da chuva...”
(Sampa – Caetano Veloso)
O imperialismo e a cultura
1. O imperialismo, desde seus primórdios, faz uso de todas as formas possíveis de
dominação para garantir o poder e os privilégios para uma mínima parcela da
sociedade, uma classe de exploradores que detém a maior parte dos recursos
financeiros e tecnológicos do planeta à custa da exploração cada vez mais acirrada da
grande maioria da classe trabalhadora mundial.
2. Para garantir sua hegemonia, também na esfera cultural, o imperialismo esforça-se
para impor um modelo de organização de forças que busca a homogeneização da
cultura de uma sociedade, sempre em favor de seus próprios interesses.
3. É um fenômeno global em que indústrias culturais poderosas e seus representantes,
principalmente ocidentais, dominam outras culturas locais, regionais e nacionais.
Trata-se de um conjunto de processos pelos quais uma sociedade é introduzida no
cerne do moderno sistema mundial imperialista e a maneira como a sua camada
dirigente modela as instituições culturais para que correspondam aos valores e às
estruturas do centro dominante do sistema, tornando-se seu maior promotor. Para tal,
os imperialistas fazem uso da influência dos canais de comunicação, entretenimento e
publicidade dominados pelas grandes empresas capitalistas para defender seus
interesses, presentes em praticamente todas as esferas da indústria do conhecimento
e da cultura.
4. Outra característica importante, que pode ser chamada de “imperialismo cultural”,
é a criação de um discurso para os outros, ou seja, criar uma história para um grupo
sem a participação de seus atores sociais. É a tentativa de categorizar o outro, muitas
vezes com categorias que não são auto-reconhecidas, fato recorrente e facilitado com
o advento da internet e suas redes sociais.
5. A FENTECT propõe que seus sindicatos filiados orientem todos os trabalhados em
seus locais de trabalho para o combate ao “imperialismo cultural” através da
preservação da autenticidade, da tradição das culturas locais, em diferentes partes do
mundo, frente ao assédio das relações comerciais, da imprensa (eletrônica, impressa e
televisiva) e da influência do poder das grandes oligarquias capitalistas. Propõe a
reflexão a respeito de uma variedade cultural, com características em comum, mas
que respeite, também, suas contradições e diferenças, reconhecendo as diversas vozes
que participam deste processo e que postulam legitimidade, autoridade e
representatividade.
O avanço da direita conservadora: um perigo para a cultura e para a liberdade
6. Uma campanha ultradireitista e conservadora de censura aberta, aos moldes da
Ditadura Militar de 1964, vem sendo imposta contra a liberdade de expressão e a livre
manifestação artística e cultural, não só no Brasil, mas no mundo todo. Tais ataques
são alimentados pelo avanço de facções retrógradas e divulgados massivamente
através da imprensa imperialista e das redes sociais. Para tanto, os conservadores,
extremistas e religiosos da extrema-direita se unificaram para mobilizar tropas
fascistas contra as manifestações artísticas e culturais, por meio de críticas totalmente
descabidas, ataques verbais e até mesmo manifestações de violência.
7. A histeria da extrema-direita conservadora conseguiu, através da cumplicidade dos
meios de comunicação hegemônicos, ocupar espaços públicos e fazer pressão ao
questionar se deve haver ou não limites para as expressões estéticas e artísticas,
contradizendo veementemente os conceitos de liberdade de expressão e de opinião,
tanto na internet quanto na imprensa tradicional, tomando estes espaços para
disseminar o ódio e a ignorância entre os seus seguidores.
8. Esse avanço em direção ao obscurantismo e fascismo, contra a liberdade artística e
cultural, abriu também, nesse período, um péssimo precedente, permitindo a
judicialização da vida cotidiana e a politização conservadora nas expressões
artísticas/culturais que permitem a censura através de sentenças judiciais
tendenciosas.
9. Não se trata da discussão se deve ou não existir limites em torno das expressões
artísticas e culturais, se as vanguardas estéticas podem ou não se manifestar sem ter
de render contas a nada e nem a ninguém. Trata-se de uma luta política, de uma
disputa pela legitimidade no espaço público cultural e artístico.
10. O avanço dessas vertentes reacionárias da extrema-direita é um sintoma
preocupante do embrutecimento do sistema e dos rumos que a crise capitalista em
vigor vem tomando. Manifestações contra artistas, exposições, espetáculos de teatro,
performances, livros, filmes e qualquer outro movimento que venha a questionar o
status quo da burguesia tem brotado no mundo todo, frutos da intolerância, da
ignorância, do preconceito, mas, principalmente, da manipulação de facções da
extrema-direita em busca de visibilidade política e vantagens financeiras.
11. Todo este “caldo” de cultura reacionária reflete as posições extremadas de figuras
nefastas, presentes no alto escalão do poder, que fazem apologia à Ditadura Militar,
incentivam a volta da censura oficial, disfarçada de “boicote político”, e defendem a
retirada de direitos da classe trabalhadora, como o fim da regulamentação das
profissões de artista, técnico e músico jogando peso na precarização das relações do
trabalho.
12. A burguesia, diante da crise capitalista, vem simulando uma imagem de
“orientadores da arte e da cultura”, de baluartes da moral e dos bons costumes, de
paladinos da justiça contra a corrupção, mas tudo isso com um único objetivo: atrasar,
cada vez mais, a conscientização da classe trabalhadora em sua busca por um sistema
mais justo.
13. A FENTECT procurará orientar os ecetistas de todo o País e demais ativistas em
seus raios de ação a se mobilizarem para o combate constante e intransigente na luta
pelo socialismo.
Rede Globo - a voz da Ditadura Militar, do imperialismo e da manipulação cultural
14. A emissora fundada pelo jornalista Roberto Marinho, em 1965, teve sua concessão
aprovada pelo general Castelo Branco e é uma das principais representantes de uma
imprensa tendenciosa e perversa, que faz uso desse meio de comunicação para
influenciar a sociedade brasileira, mudando hábitos, manipulando comportamentos e,
principalmente, ditando padrões culturais que garantam a perpetuidade da exploração
da classe trabalhadora para garantir o lucro para o imperialismo.
15. A Rede Globo, com seu excessivo poder e suas ligações políticas, emprega a
manipulação grosseira e maquiavélica de notícias para influenciar a opinião pública,
direcionando a história do Brasil nos mais diversos e importantes aspectos, seja
através do seu confesso apoio à Ditadura Militar, até a sua nefasta influência e
participação nos processos eleitorais.
16. Muito além das telenovelas, do “Caldeirão do Huck”, do “Domingão do Faustão”,
do “Jornal Nacional”, do “Fantástico”, do “Sport TV”, do “Big Brother”, da “Globo
News” e de tantos outros lixos culturais eletrônicos que invadem a casa dos brasileiros,
diuturnamente, sem pedir licença, está a inescrupulosa e frequente manipulação de
dados, de informações econômicas, sociais e políticas. Some-se a isso uma constante
criação de mitos artísticos questionáveis e o incentivo à alienação cultural humana,
com o principal objetivo de enganar e manipular sua audiência, buscando favorecer
setores do empresariado nacional e internacional e atender aos interesses do
imperialismo, o grande financiador desse perverso e poderoso monopólio de
comunicação.
17. A Rede Globo é inimiga da classe trabalhadora. Representa um mecanismo de
controle cultural e de dominação do imperialismo, que precisa ser duramente
combatida pelos delegados deste Congresso da FENTECT, com auxílio da base.
A aculturação e a privatização das manifestações culturais
18. A aculturação é um conceito antropológico e sociológico que está relacionado com
a fusão de elementos pertencentes a duas ou mais culturas distintas, determinado por
um processo dinâmico de mudança social e cultural que acontece pelo contato, direto
ou indireto, entre grupos sociais diversos.
19. Esses grupos são influenciados por vários elementos envolvendo conhecimentos,
valores, costumes, modos de fazer, práticas, hábitos, comportamentos e crenças de
um determinado povo, que assim, em um processo contínuo de modificação, vão
criando novas estruturas culturais.
20. O imperialismo, para garantir seu poder de influência e dominação, aproveita-se
muito bem desse processo para impor os hábitos e costumes dos países ricos e
desenvolvidos, ditos de primeiro mundo, sobre a cultura nativa dos países mais
atrasados.
21. Faz uso da globalização e dos avanços tecnológicos para facilitar e acelerar ainda
mais a quebra de barreiras para o processo de aculturação dos países mais pobres,
ditos subdesenvolvidos, numa era em que a comunicação é ditada pela quantidade e
velocidade das informações.
22. Sendo assim, a “globalização cultural”, imposta pelas nações imperialistas,
potencializa, de maneira nunca antes vista, a perda da identidade cultural dos povos
por elas dominados.
23. No Brasil temos diversos exemplos que representam muito bem esse tipo de
dominação cultural, que visa desgastar e destruir as manifestações culturais originais
do nosso povo em troca de práticas forasteiras.
24. Mitos e figuras do nosso folclore como o Saci Pererê, o Curupira, o Boitatá, a Mula
Sem Cabeça, a Cuca e a Iara agora dividem espaço com Duendes, Elfos, Hobbits,
Golens, Fadas, Magos, Dragões e outros seres fantásticos apresentados em livros, best
sellers editoriais estrangeiros e filmes blockbusters, sucessos de bilheteria em
hollywood.
25. Nossos festejos populares e manifestações culturais de raiz como o Congado, as
Folias de Reis, as Vaquejadas, o Bumba Meu Boi, o Maracatu, o Batuque, o Carimbó, as
Festas Juninas e diversas outras do povo brasileiro vêm perdendo espaço e até sendo
substituídos por eventos gringos, representantes da cultura capitalista, principalmente
ocidental. Halloween, Saint Patrick’s Day, Saint Valentine’s Day, Oktoberfest e muitos
outros eventos do calendário comercial estrangeiro já invadiram nossa agenda cultural
e vem preenchendo essa importante lacuna, antes ocupada pelas manifestações
culturais do folclore nativo. Mesmo conhecidas e importantes festas brasileiras como o
São João, no Nordeste; o Festival de Parintins, no Amazonas, e o Desfile das Escolas de
Samba do Carnaval do Rio de Janeiro foram rendidas às investidas do mercado
capitalista e hoje se apresentam com megaeventos patrocinados pelas grandes
corporações imperialistas, sendo uma fonte inesgotável de recursos para os
empresários internacionais. Tudo isso completamente distante e absolutamente
inacessível para a maior parte da população trabalhadora brasileira, uma verdadeira
privatização da cultura popular que, além de definir e impor aspectos artísticos e
culturais forasteiros às festividades brasileiras visa à máxima arrecadação de lucros
para o capital estrangeiro.
26. E o resultado dessa privatização cultural sem limites é a total descaracterização do
significado original, artístico e cultural das festas nacionais em favor de atrações e
costumes globalizados, muito mais atrativos e lucrativos para a grande mídia e para o
empresariado imperialista do que as tradições locais.
27. Não se pode resumir a realidade dos festejos e manifestações culturais nacionais à
mera troca de mercadorias, empreendimentos midiáticos ou fonte exclusiva de lucro,
como querem os capitalistas. É preciso cuidar da identidade desses eventos, cuja
denominação remete à memória, às tradições e às raízes do povo brasileiro e não
apenas a uma grande feira de exposições a céu aberto, um mero entretenimento
comercial capitalista de quinta categoria. Na realidade, os eventos e manifestações
culturais populares são patrimônio do país e do povo e devem ser tratados e
respeitados como tal. Seu sucesso só é possível por causa da cultura nativa que dá
sustentação, identidade e vida a eles e não pelo marketing agressivo ou pelas atrações
globalizadas e investimentos capitalistas, como insistem os veículos da grande
imprensa tentando confundir o público. Por isso, se faz imprescindível que os
delegados deste Congresso da FENTECT defendam, por um lado, as tradições, os
costumes e as manifestações artísticas e culturais contra as investidas do poder
imperialista. Por outro lado, tal militância engajada na FENTECT, com os seus
sindicatos, deve impulsionar nos bairros e no movimento estudantil, no meio da classe
trabalhadora, nos movimentos sindicais e sociais, o debate referente ao entendimento
sobre a cultura que condiz com a visão de vida e dos ideais da população oprimida e
explorada, bem como a organização da luta pela independência e libertação da cultura
e da arte diante do capitalismo opressor, colocando-a a serviço da revolução socialista.
VII - SINDICAL
Estrutura do sindicalismo no Brasil
1. A estrutura sindical brasileira buscou, desde os anos de 1930, atrelar os sindicatos
ao Estado por uma série de leis e normas como a Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT), criada por Getúlio Vargas, em 1943, em que o Estado aparece como um
intermediador e árbitro nas relações entre os trabalhadores e os patrões, ou seja, uma
ingerência da burguesia na forma de organização dos operários.
2. A estrutura sindical brasileira é composta por três setores de atividades econômicas
assembleias gerais na base de sindicatos não filiados, desde que reconhecida pela
Diretoria Colegiada como Oposição representativa da categoria na respectiva base
territorial. A Oposição deve ser formalmente registrada na FENTECT, com
comprovada e regular atuação, acompanhada por membro da Diretoria Colegiada,
distribuindo ao menos 1 (um) boletim ou jornal bimestral, identificado como
oposição da FENTECT, naquela respectiva base sindical. A eleição deve estar
subordinada aos seguintes critérios:
a) Em toda base sindical menor ou igual a 1000 (mil) trabalhadores a Oposição
poderá eleger 1 (um/uma) delegado (a) ao CONTECT;
b) Na base sindical maior que 1000 (mil) trabalhadores a Oposição poderá eleger
mais 1 (um/uma) delegado (a) para cada mil trabalhadores ou fração superior
a 500, observando os critérios de gênero e de chapas concorrentes já
explicitados no Art. 18 do estatuto e no § 2º deste artigo, respectivamente.
§ 5º - A assembleia geral que elegerá os delegados (as) ao CONTECT deve ser realizada
com antecedência mínima de 50 (cinquenta) dias do início do CONTECT.
§ 6º - O Caderno de Teses deverá ser confeccionado e entregue aos Delegados com
antecedência mínima de 30 (trinta) dias da realização do CONTECT.
(Alterar) § 7º - Nas assembleias que elegerão os delegados para o CONTECT só terá
direito a voto e a ser votado o sindicalizado do respectivo sindicato.
(Alteração): § 8º - As assembleias de Sindicatos e da Oposição que elegerão delegados
ao CONTECT deverão ser amplamente divulgadas na base de cada Sindicato, com
antecedência mínima de 5 (cinco) dias e, também, comunicadas à Secretaria da
FENTECT com este prazo, que deverá afixar no quadro de avisos da Federação os
informes das datas, horários e locais das respectivas Assembleias.
Art. 20º (18) - Compete privativamente ao CONTECT:
I – Aprovar seu regimento interno, que não poderá conflitar com o estatuto vigente;
II – Tomar, trienalmente, as contas da Diretoria Colegiada, com prévia manifestação
do Conselho Fiscal;
III – Apreciar, ratificando ou revogando, qualquer ato das Plenárias, dos Conselhos, da
Diretoria Colegiada ou de seus membros individualmente;
IV – Alterar o estatuto da FENTECT;
V – Decidir sobre a filiação da FENTECT à Central Sindical ou a entidades sindicais
internacionais;
VI – Apreciar decisões dos Conselhos, da Plenária e da Diretoria Colegiada, que
expressamente dependam do seu referendo;
VII – Decidir, em última instância, sobre a exclusão de Sindicato associado ou
indeferimento de pedido de filiação;
VIII – Decidir sobre a dissolução, fusão ou transformação da entidade;
(Alteração) IX – Eleger, entre os (as) delegados (as) e observadores (as) eleitos (as) ao
CONTECT a cada 3 (três) anos, os membros da Diretoria Colegiada e do Conselho Fiscal,
salvo aqueles (as) envolvidos (as) em caso de renúncia coletiva, bem como por
impedimentos legais surgidos no transcorrer da gestão;
X – Eleger as Comissões da FENTECT;
(Alterações) Art. 21 (19) – O CONTECT ocorrerá, ordinariamente, em junho, a cada 3
(três) anos e, extraordinariamente, por convocação da Diretoria Colegiada ou de 1/3
(um terço) dos Sindicatos filiados à FENTECT, desde que em dia com suas obrigações
sociais/estatutárias. A Diretoria Colegiada definirá a data do CONTECT Ordinário e do
Extraordinário divulgando-a, no mínimo, 90 (noventa) dias antes de sua realização
aos Sindicatos associados, através de circular interna, contendo o edital de
convocação a ser publicado em jornal de abrangência nacional.
(Alterações) § 1º - O edital do CONTECT será publicado com antecedência mínima de
90 (noventa) dias da data de sua realização e mencionará, no mínimo, o local, as datas
e os horários de funcionamento, bem como sua pauta.
§ 2º - O requerimento formulado pelos Sindicatos associados indicará,
fundamentalmente, a matéria a ser submetida ao Congresso Extraordinário;
(Alteração) § 3º - Se no prazo de 90 (noventa) dias, contado da protocolização do
requerimento na Secretaria Geral, a Diretoria Colegiada não convocar o Congresso
regularmente requerido, poderão os Sindicatos associados que o requereram
convoca-lo, observadas as formalidades deste Estatuto e a antecedência mínima de 45
(quarenta e cinco) dias.
Exclusão deste “antigo” artigo 20, pois já foi contemplado no artigo anterior –( “As
reuniões ordinárias e extraordinárias do CONTECT serão convocadas para os dias
designados pela Diretoria Colegiada, precedidas de edital divulgado por circular aos
Sindicatos associados, com antecedência mínima de 90 (noventa) dias do início do
Congresso.” )
Art. 22 (21) – O CONTECT será instalado, em primeira convocação, com a presença
mínima de metade mais um de seus delegados e, em segunda convocação, com pelo
menos um terço de seus delegados. As convocações serão simultâneas.
Art. 23 (22) – O CONTECT será dirigido:
(Alterar) I – Na sessão de abertura: por dirigente do Sindicato anfitrião, pelo Secretário
Geral da FENTECT e pelo Presidente do Conselho Fiscal. Poderão assentar à Mesa de
Abertura e fazer uso da palavra aqueles (as) especialmente convidados pela Diretoria
Colegiada.
II - Nos demais períodos: Por Mesa Diretora composta por 5 (cinco) membros eleitos
entre os (as) delegados (as) presentes à sessão de abertura, ao fim desta.
Art. 24 (23) - As deliberações do CONTECT serão tomadas por maioria simples dos
votos dos presentes.
(Acrescentar) Parágrafo Único - Exige-se maioria absoluta de votos para resoluções
sobre as matérias previstas nos incisos IV, V, VI, VIII e IX do Art. 20º.
Art. 25 (24) - Terão direito a voz e a voto no CONTECT os participantes indicados na
alínea “a” do Parágrafo 1º e no Parágrafo 4º do Art. 19º.
§ 1º - Os observadores terão direito à voz.
§ 2º- A mesa diretora do CONTECT lavrará a ata do mesmo.
SEÇÃO II DO CONREP
Art. 26 (25) - O Conselho de Representantes é o órgão deliberativo orientador da
FENTECT, subordinado ao Congresso.
(Alteração) § 1º - Os CONREP’s serão compostos por delegados (as) eleitos (as) em
assembleia geral do Sindicato associado, na proporção de 1 (um/uma) delegado (a)
para cada 900 (novecentos) trabalhadores na base territorial ou fração superior a
450 (quatrocentos e cinquenta). Fica assegurado o número mínimo de 1(um) delegado
(a) para cada Sindicato filiado.
§ 2º - Havendo participação na assembleia de mais de uma chapa de candidatos a
delegados (as) ao CONREP, as delegações serão constituídas com base na
proporcionalidade direta.
§ 3º - Nas assembleias que elegerão os delegados para o CONREP, só poderão ter
direito a voto e serem votados os sindicalizados dos respectivos Sindicatos.
(Acrescentamos) § 4º - A Oposição sindical da FENTECT, devidamente reconhecida,
conforme Art. 19º § 4º, deste estatuto, poderá, na base sindical onde atua, realizar
assembleia geral e eleger 1 (um/uma) delegado (a) para cada 1500 (mil e quinhentos)
trabalhadores da base sindical ou fração superior a 750 (setecentos e cinquenta),
com direito a voz e voto no CONREP, ficando-lhe assegurado o número mínimo de
um delegado (a).
(Acrescentamos) § 5º - As Assembleias de Sindicatos e de Oposição, que elegerão
delegados ao CONREP, deverão ser amplamente divulgadas na base de cada Sindicato,
com antecedência mínima de 5 (cinco) dias, e também comunicadas à Secretaria da
FENTECT com este prazo, que deverá afixar no quadro de avisos da Federação os
informes das datas, horários e locais das respectivas Assembleias.
Art. 27 (26) - Os CONREP’s reunir-se-ão, ordinariamente, uma vez por ano, no primeiro
semestre visando elaboração de políticas organizativas e das Campanhas Salariais ou,
extraordinariamente, por convocação da Diretoria Colegiada ou por 2 (dois) terços dos
delegados, da Plenária Nacional.
§ 1º - O CONREP acontecerá em data definida pela Diretoria Colegiada que também
promoverá a publicação do Edital de convocação do mesmo onde constará data, local
e pauta.
(Acrescentamos) § 2º - O CONREP será dirigido, na sessão de Abertura, por membro
do Sindicato Anfitrião, pelo Secretário Geral e pelo presidente do CONFI. Poderão
assentar à Mesa de Abertura e fazer uso da palavra aqueles (as) especialmente
convidados pela Diretoria Colegiada.
(Alteração) § 3º - Nos demais períodos o CONREP será dirigido por Mesa Diretora
composta por 5 (cinco) membros eleitos entre os delegados presentes à sessão de
abertura.
§ 4º - A Mesa Diretora do CONREP lavrará a ata do mesmo.
Art. 28 (27) - Compete ao CONREP:
I- (Alteração) Elaborar e aprovar seu regimento interno, que não poderá conflitar com o estatuto vigente nem com as deliberações do último CONTECT;
II- Estabelecer as diretrizes e planos que nortearão as atividades da FENTECT em cada exercício;
III- Emitir parecer sobre questões técnicas de interesses da Federação ou dos Sindicatos filiados, de ofício, ou quando determinado pelo CONTECT ou solicitado pela Diretoria Colegiada;
IV- Analisar e decidir sobre propostas de exclusão do quadro social de Sindicato filiado, sujeita a referendo do Congresso;
V- Decidir, em grau de recurso, as questões que lhe forem estatutariamente atribuídas;
VI- Elevar, temporariamente, o percentual das contribuições mensais; VII- Aprovar as pautas nacionais de reivindicações econômicas, sociais e
trabalhistas da categoria; VIII- Definir os planos de lutas da categoria; IX- Autorizar a instauração de dissídio coletivo de âmbito nacional; X- Tomar anualmente as contas da Diretoria Colegiada com prévia manifestação
do CONFI; XI- Aprovar a projeção orçamentária da Diretoria Colegiada; XII- Resolver, ad referendum do CONTECT os casos omissos no Estatuto.
(Alteração/juntar os 2 artigos) Art. 29 (28 e 29) - A reunião do CONREP somente
instalar-se-á com a presença da maioria absoluta de seus delegados e suas decisões
serão tomadas por maioria simples de votos dos delegados presentes, salvo no caso
dos incisos I, IV, VI e Xll do Art. 28º, em que será exigida a maioria absoluta daqueles.
SEÇÃO III DA PLENÁRIA NACIONAL
Art. 30 - A Plenária Nacional constitui-se um organismo deliberativo orientador da
FENTECT, no que se relaciona à mobilização e campanhas, sendo subordinada ao
Conselho de Representantes.
(Alteração) Art. 31 - A Plenária Nacional será composta por delegados (as) eleitos (as)
entre os filiados ao sindicato, em assembleia geral, na proporção de 1 (um/uma)
delegado (a) para cada 1300 (mil e trezentos) trabalhadores ou fração superior a 650
(seiscentos e cinquenta. Fica assegurado o número mínimo de 1(um) delegado (a)
para cada Sindicato filiado.
(Alteração) § 1º - Nas assembleias que elegerão os delegados à Plenária Nacional só
poderão votar e ser votados os sindicalizados dos respectivos Sindicatos.
(Acrescentamos) § 2º - A Oposição sindical da FENTECT (Art. 19 § 4º) poderá eleger
um delegado (a) a cada 2000 (dois mil) trabalhadores da base sindical onde atua ou
fração superior a 1000 (mil), em assembleia para este fim convocada, com direito a
voz e voto na Plenária Nacional, ficando-lhe assegurado o número mínimo de um
delegado (a).
(Alteração) § 3º - As Assembleias de Sindicatos e de Oposição que elegerão delegados
à Plenária Nacional deverão ser amplamente divulgadas na base de cada Sindicato,
com antecedência mínima de 5 (cinco) dias, e também comunicadas à Secretaria da
FENTECT com este prazo, que deverá afixar no quadro de avisos da Federação os
informes das datas, horários e locais das respectivas Assembleias.
Art. 32 - A Plenária Nacional reunir-se-á sempre que convocada pela Diretoria
Colegiada, pelo Comando de Mobilização ou por um terço dos Sindicatos filiados.
§ 1º - A Diretoria Colegiada publicará edital de convocação da Plenária Nacional onde
constará a sua data, local e pauta.
(Alteração) § 2º - A Plenária Nacional será dirigida, na sessão de abertura, por membro
do Sindicato Anfitrião, pelo Secretário Geral e pelo Presidente do CONFI, podendo, a
critério da Diretoria Colegiada, haver e participação de convidados.
(Alteração) § 3º - Nos demais períodos da plenária, ela será dirigida por Mesa Diretora
eleita entre os delegados presentes.
(Acrescentamos) § 4º - A Mesa Diretora lavrará ata das deliberações e
encaminhamentos que ocorrerem na Plenária Nacional.
SEÇÃO IV DO CONSIN – CONSELHO DE SINDICATOS
Art. 33 - O CONSIN - Conselho de Sindicatos é um organismo deliberativo orientador
da FENTECT que será composto por:
I– Representantes da Diretoria dos Sindicatos Filiados, indicados em Ata de
reunião dos Sindicatos;
II– Diretoria Colegiada da FENTECT.
(Alteração) Art. 34 - Os Sindicatos filiados terão assento no CONSIN de acordo com os
seguintes critérios:
1 (um/uma) representante sindical para o Sindicato cuja base tiver até 5000 (cinco
mil) trabalhadores;
a) 2 (dois/duas) representantes sindicais para o Sindicato cuja base tiver entre 5001 cinco mil e um) e 10000 (dez mil) trabalhadores;
b) 3 (três) representantes sindicais para o Sindicato cuja base for superior a 10000 (dez mil) trabalhadores.
(Alteração) I – O CONSIN reunir-se-á
semestralmente, ou extraordinariamente quando convocado pela Diretoria Colegiada
da FENTECT;
(Alteração) II – O CONSIN é subordinado ao CONREP e/ou à Plenária Nacional
tendo sua autonomia, desde que não conflite com os demais órgãos a ele
superiores;
III - A Diretoria Colegiada lavrará as Atas de reuniões do CONSIN;
IV - Toda vez que houver eleições nos Sindicatos esses deverão informar à Diretoria
Colegiada da FENTECT, por meio de Ata da Diretoria, os representantes
titulares e suplentes do CONSIN.
(Acrescentamos) V – Os custos com as reuniões do CONSIN serão rateados, entre a
FENTECT e os Sindicatos associados, conforme planejamento da Diretoria
Colegiada, não podendo a Federação arcar com ônus superior a 30% (trinta
por cento) de cada reunião.
SEÇÃO V DO ENCONTRO NACIONAL DE MULHERES
Art. 35 – O Encontro Nacional de Mulheres é um Organismo deliberativo da FENTECT,
no que se relaciona às questões relativas às mulheres trabalhadoras da ECT.
(Alteração) I - O Encontro Nacional de Mulheres será composto de Delegadas eleitas
em Assembleia Geral, na proporção de 01 (uma) delegada a cada 900 (novecentos)
trabalhadores ou fração superior a 450 (quatrocentos e cinquenta) na base territorial
de cada Sindicato Filiado, sendo assegurado o número mínimo de 1 (uma) delegada
por Sindicato Filiado.
(Acrescentamos) II - A Oposição sindical da FENTECT (Art. 19 § 4º) poderá eleger uma
delegada a cada 1500 (mil e quinhentos) trabalhadores na base sindical onde ela
atua ou fração superior a 750 (setecentos e cinquenta), em assembleia para este fim
convocada, com direito a voz e voto no Encontro de Mulheres, ficando-lhe
assegurado o número mínimo de uma delegada.
III - O Encontro Nacional de Mulheres será realizado anualmente.
§ 1º- A data de realização do Encontro Nacional de Mulheres será definida pela
Secretaria da Mulher juntamente com a Comissão Nacional de Mulheres, eleita no
CONTECT.
(Alteração) § 2º- A Comissão Nacional de Mulheres será composta de 05 (cinco)
mulheres titulares e 03 (três) mulheres suplentes, respeitada a proporcionalidade das
chapas apresentadas no CONTECT.
§ 3º - Nas assembleias que elegerão as delegadas para o Encontro Nacional de
Mulheres, só poderão ter direito a voto e serem votadas as sindicalizadas dos
respectivos Sindicatos.
Parágrafo 4º - As Assembleias de Sindicatos e de Oposição que elegerão delegadas ao
Encontro Nacional de Mulheres deverão ser amplamente divulgadas na base de cada
Sindicato, com antecedência mínima de 5 (cinco) dias, e também comunicadas à
Secretaria da FENTECT com este prazo, que deverá afixar no quadro de avisos da
Federação os informes das datas, horários e locais das respectivas Assembleias.
SEÇÃO VI DO ENCONTRO NACIONAL DE ASSUNTOS RACIAIS
(Alteração) Art. 36 – O Encontro Nacional de Assuntos Raciais é um Organismo
deliberativo da FENTECT, relacionado às questões raciais, principalmente da
população trabalhadora negra, e seus reflexos na categoria dos Correios.
(Alteração) I - O Encontro Nacional de Assuntos Raciais será composto de Delegados
(as) eleitos (as) em Assembleia Geral, na proporção de 01 (um/uma) delegado (a) para
cada 900 (novecentos) trabalhadores ou fração superior a 450 (quatrocentos e
cinquenta) na base territorial de cada Sindicato Filiado, sendo assegurado o número
mínimo de 1 (um) delegado por Sindicato Filiado.
(Acrescentamos): II - A Oposição sindical da FENTECT (Art. 19 § 4º) poderá eleger 1
(um/uma) delegado (a) para cada 1500 (mil e quinhentos) trabalhadores na base
sindical onde ela atua ou fração superior a 750 (setecentos e cinquenta), em
assembleia para este fim convocada, com direito a voz e voto no Encontro de
Assuntos Raciais, ficando-lhe assegurado o número mínimo de um delegado (a).
III - O Encontro Nacional de Assuntos Raciais será realizado anualmente.
§ 1º- A data de realização do Encontro Nacional de Assuntos Raciais será definida pela
Secretaria de Assuntos Raciais juntamente com a Comissão Nacional de Assuntos
Raciais, eleita no CONTECT.
§ 2º- A Comissão Nacional de Assuntos Raciais será composta de 05 (cinco) membros
titulares e 03 (três) membros suplentes, respeitada a proporcionalidade das chapas
apresentadas no CONTECT.
§ 3º - Nas assembleias que elegerão os delegados para o Encontro Nacional de
Assuntos Raciais, só poderão ter direito a voto e serem votados os sindicalizados dos
respectivos Sindicatos.
§ 4º - As Assembleias de Sindicatos e da Oposição que elegerão delegados ao Encontro
Nacional de Assuntos Raciais deverão ser amplamente divulgadas na base de cada
Sindicato, com antecedência mínima de 5 (cinco) dias, e também comunicadas à
Secretaria da FENTECT com este prazo, que deverá afixar no quadro de avisos da
Federação os informes das datas, horários e locais das respectivas Assembleias.
SEÇÃO VII DO ENCONTRO NACIONAL DE ANISTIA
(Alteração) Art. 37 – O Encontro Nacional de Anistia é um Organismo deliberativo da
FENTECT, no que se relaciona às questões relativas aos trabalhadores demitidos,
anistiados e anistiáveis da ECT:
I- O Encontro Nacional de Anistia será composto de Delegados eleitos em
Assembleia Geral, na proporção definida pela Secretaria e Comissão de Anistia
da FENTECT.
II- O Encontro Nacional de Anistia será realizado anualmente.
§ 1º- A data de realização do Encontro Nacional de Anistia será definida pela Secretaria
de Anistia, juntamente com a Comissão Nacional de Anistia, eleita no CONTECT.
(Alteração) § 2º- A Comissão Nacional de Anistia será composta de 05 (cinco)
membros titulares e 03 (três) membros suplentes, respeitada a proporcionalidade das
chapas apresentadas no CONTECT.
(Acrescentamos): § 3º - Nas assembleias que elegerão os delegados para o Encontro
Nacional de Anistia, só poderão ter direito a voto e serem votados os sindicalizados
dos respectivos Sindicatos. Onde houver Oposição sindical da FENTECT, haverá direito
à realização de assembleia para eleição de delegados (as) ao Encontro Nacional de
Anistia. A eleição de delegados (as) tem que ter similaridade às dos Encontros
Nacionais de Mulheres e de Assuntos Raciais.
§ 4º - As Assembleias de Sindicatos que elegerão delegados ao Encontro Nacional de
Anistia deverão ser amplamente divulgadas na base de cada Sindicato, com
antecedência mínima de 5 (cinco) dias, e também comunicadas à Secretaria da
FENTECT com este prazo, que deverá afixar no quadro de avisos da Federação os
informes das datas, horários e locais das respectivas Assembleias.
SEÇÃO VIII
DO CONFI
Art. 38 - O CONFI é composto por 3 (três) Conselheiros (as) Titulares e 3 (três)
Suplentes, eleitos pelo CONTECT para um mandato de 3 (três) anos.
Parágrafo Único - O CONFI é subordinado ao CONTECT.
Art. 39 - Compete ao CONFI:
I- Elaborar seu regimento interno;
II- Requisitar e examinar oficialmente, a qualquer época, os livros e documentos da Federação;
III- Reunir-se, ordinariamente, uma vez a cada trimestre e, extraordinariamente, sempre que convocado por 2/3 (dois terços) de seus membros;
IV- Exercer o controle financeiro da FENTECT, visando assegurar a moralidade e a publicidade na gestão da entidade;
V- Declarar impedimento de membro da Diretoria Colegiada, comprovada a malversação dolosa de recursos da FENTECT pelo mesmo;
VI- Emitir pareceres sobre as contas da Diretoria Colegiada divulgando-os trimestralmente para os Sindicatos filiados, submetendo-os à apreciação do CONREP e do CONTECT sempre que estes forem convocados.
Parágrafo Único - O CONFI poderá valer-se de profissional habilitado, para assisti-lo
no exame dos livros, inventários balanços e contas, mediante fixação de honorários ad
referendum do CONTECT.
SEÇÃO IX
DA DIRETORIA COLEGIADA
(Alteração) Art. 40 - A Diretoria Colegiada é um órgão de direção e administração da
FENTECT eleita trienalmente, sendo constituída pela proporcionalidade direta e
qualificada de votos obtidos no CONTECT por chapas organizadas através das Forças
Políticas que atuam nesta Federação. A Diretoria Colegiada é composta por 25 (vinte
e cinco) diretores, sendo 16 (dezesseis) na titularidade e 09 (nove) na suplência,
distribuídos, a critério do Colegiado, entre 16 (dezesseis) Secretarias específicas.
Excluir este inciso: (´I – Serão criadas Secretarias Regionais e formadas Coordenações
Regionais no Rio de Janeiro e São Paulo, integradas por 6 (seis) membros da Diretoria
Colegiada, incluindo o Secretário Geral (com proporcionalidade dos setores do
Colegiado). Neste caso, a Diretoria Colegiada tem prerrogativa`.)
Parágrafo Único - Os diretores suplentes assumirão a titularidade no caso de
afastamento dos titulares por período igual ou superior a 60 (sessenta) dias
consecutivos.
Excluir este parágrafo, pois já está contemplado no Art. 18º: (§ 2º - A Diretoria
Colegiada será composta por, no mínimo, 30% (trinta por cento) de mulheres
devidamente eleitas no CONTECT, que serão distribuídas entre os cargos titulares e
suplentes que compõem esta direção.)
(Alteração) Art. 41 - Compõem as Secretarias da Diretoria Colegiada:
I- Secretaria Geral - SEG; II- Secretaria de Administração e Finanças - SAF; III- Secretaria de Imprensa - SIM; IV- Secretaria de Saúde do Trabalhador - SST;
V- Secretaria da Mulher - SMU; VI- Secretaria de Relações Internacionais - SRI; VII- Secretaria de Anistia - SAN; VIII- Secretaria de Formação - SFO; IX- Secretaria de Assuntos Raciais - SAR; X- Secretaria de Assuntos Jurídicos - SAJ; XI- (Alteração) Secretaria de Política Sindical e Aposentadoria - SSA; XII- (Alteração) Secretaria de Estudos Postais e Sócio-Econômicos – SPE; XIII- (Alteração) Secretaria do Sul e Sudeste - SSS; XIV- (Alteração) Secretaria do Norte, Nordeste, Noroeste e Centro-Oeste - SNC; XV- (Alteração) Secretaria de Assuntos da Previdência e Habitação - SPH; XVI- Secretaria de Gênero e Diversidade – SGD.
Parágrafo Único - Todas as Secretarias deverão apresentar seus planos de atividades
para a aprovação da Diretoria Colegiada.
Art. 42 - Além de outras atribuições conferidas pelo Estatuto, compete à Diretoria
Colegiada:
I- Cumprir e fazer cumprir o estatuto e as resoluções do Congresso, dos Conselhos e das Plenárias Nacionais;
II- (Alteração) Elaborar seu regimento interno em, no máximo, 3 (três) meses após sua posse legal, encaminhando-o a todos os Sindicatos filiados;
III- Elaborar e executar seu plano de trabalho; IV- Propor ao Conselho de Representantes normas administrativas da Federação; V- Propor ao Conselho de Representantes o orçamento de cada exercício, bem
como eventuais alterações do mesmo, durante a sua execução; VI- Zelar pelo patrimônio da entidade; VII- Apresentar ao CONFI relatório mensal de despesa, receita e balancete e ao
CONREP a prestação de contas, mediante parecer prévio do CONFI, e relatório trimestral de atividades;
VIII- Autorizar a admissão, exclusão e readmissão dos Sindicatos dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares ao quadro de entidades associadas dentro do determinado pelo presente estatuto;
IX- Organizar e manter os serviços administrativos da Federação; X- Contratar e demitir empregados, fixando-lhes os salários e gratificações, bem
como ajustar as prestações de serviços por terceiros; XI- Discutir em sessão ordinária ou extraordinária todas as propostas formuladas
por qualquer membro da Federação; XII- Manter plantão rotativo de seus membros em sua sede, respeitando a
proporcionalidade oriunda do CONTECT; XIII- Manter o rodízio nas liberações acordadas com a empresa, conforme a
proporcionalidade oriunda do CONTECT; XIV- Apresentar trimestralmente as contas da FENTECT ao CONFI; XV- Exercer atribuições e praticar atos de livre gestão que não sejam,
privativamente, da competência de outros órgãos da entidade; XVI- Convocar as reuniões do CONSIN.
(Alteração) Parágrafo Único - A Diretoria Colegiada poderá criar e manter
SubSecretarias Especiais, visando assegurar providências relacionadas com os
interesses da categoria, designando os seus SubSecretários Especiais, dentre os
membros da Diretoria, das Comissões e contratados.
Art. 43 - Compete à Secretaria Geral além do desempenho de outras funções
estatutárias ou regimentalmente previstas;
I- Assinar cheques institucionais da FENTECT, em conjunto com a Secretaria de Finanças;
II- (Acrescentamos) Coordenar as atividades de toda a Diretoria Colegiada e ser o responsável pela tomada de decisão, em caso de empate na votação.
III- Convocar e dirigir as reuniões do CONREP, da Plenária Nacional e da Diretoria Colegiada, na forma deste estatuto;
IV- Representar a FENTECT, em conjunto com o Secretário da respectiva área de atividades, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente;
V- Constituir mandatários; VI- Delegar competência para fins específicos e sempre a título precatório, a
membros da Diretoria Colegiada; VII- Coordenar as reuniões do CONSIN.
Art. 44 - Compete à Secretaria de Administração e Finanças:
I- Organizar, implantar e manter atualizados o sistema de administração e de informações da FENTECT;
II- Arrecadar a receita da Federação, recolhendo-a em estabelecimento de crédito escolhido pela Diretoria Colegiada;
III- Gerenciar e aplicar as disponibilidades monetárias da Federação; IV- Efetuar os pagamentos autorizados, através de cheques nominativos assinados
em conjunto com a Secretaria Geral; V- Supervisionar a escrituração relativa ao movimento financeiro, apresentando
mensalmente os respectivos balancetes à apreciação da Diretoria Colegiada; VI- Supervisionar e controlar a compra e o suprimento de materiais; VII- Opinar nos pedidos de assistência pecuniária formulada pelos associados; VIII- Organizar o balanço a ser remetido ao CONTECT e a proposta orçamentária a
ser apreciada pelo CONREP;Prestar à Diretoria Colegiada, às Plenárias Nacionais, aos Conselhos e ao CONTECT todas as informações de ordem econômica financeira que lhe forem solicitadas.
Parágrafo Único - É obrigatória a contratação de um profissional habilitado para a
elaboração de balanços, balancetes, inventários e relatórios.
Art. 45 - Compete à Secretaria Geral, em conjunto com a Secretaria de Administração e
Finanças:
I – Assinar documentação para compra, venda, ou permuta de bens, móveis e imóveis,
da FENTECT, após aprovação em reunião da Diretoria Colegiada;
II – Assinar documentação para fins de movimentação bancária junto aos bancos nos
quais a FENTECT seja correntista;
Art. 46 - Compete à Secretaria de Imprensa:
I- Elaborar e receber matérias para divulgação; II- Organizar, publicar e distribuir jornais e boletins da Federação; III- Desenvolver e produzir campanhas publicitárias vinculadas às finalidades da
Federação e dos Sindicatos filiados e oposições credenciadas junto à imprensa em geral;
IV- Divulgar matérias de interesse da classe trabalhadora na imprensa em geral; V- Exercer atividades de relações públicas da FENTECT.
Art. 47 - Compete à Secretaria de Saúde do Trabalhador:
I- Desenvolver política de conscientização e informação aos trabalhadores sobre as condições adversas que provocam doenças e lesões;
II- Buscar, junto aos órgãos que estudam e cuidam de doenças do trabalho, cursos e palestras para orientar a categoria;
III- Orientar os Sindicatos sobre a necessidade de desenvolver políticas de preservar a saúde dos trabalhadores;
IV- Denunciar, através de publicações, e procurar formas jurídicas para sanar os problemas de saúde dos trabalhadores;
V- Adotar medidas visando fortalecer a luta por melhores condições de trabalho e de saúde do trabalhador;
VI- Delinear e mapear os locais da ECT e das similares que representam perigo à saúde do trabalhador;
VII- Apresentar sugestões que visam solucionar os problemas de saúde do trabalhador;
Art. 48 - Compete à Secretaria da Mulher:
I- (Completamos o nome): Desenvolver estudos específicos e processo de formação com a Secretaria Nacional de Mulheres Trabalhadoras (SNMT) da CUT Nacional e outras entidades similares;
II- Assegurar no jornal da FENTECT e dos Sindicatos filiados espaço permanente para discussão e informação sobre a SNMT;
III- Reunir-se semestralmente com a Comissão Nacional de Mulheres para tratar de assuntos específicos da Mulher Trabalhadora Ecetista;
IV- Promover o desenvolvimento político e a integração das mulheres trabalhadoras de Correios;
V- (Anexação do Art. 64): Promover ações que visem a melhoria e a integridade
da saúde da mulher ecetista. Art. 49 - Compete à Secretaria de Relações Internacionais:
I- Promover o intercâmbio com organizações sindicais internacionais, principalmente aquelas congênere de Correios, Telégrafos e Comunicações;
II- Dotar a FENTECT de acervo didático e literário sobre as políticas e organização de trabalhadores de Correios e Telégrafos no mundo;
III- Desenvolver junto à secretaria internacional da CUT uma política de intercâmbio, bem como participar das reuniões do coletivo internacional da CUT;
IV- (Acrescentar os nomes às siglas) Subsidiar o Colegiado da FENTECT com informações e resoluções da Organização Internacional do Trabalho - OIT, UNI, Organização Mundial de Saúde - OMS e outros organismos internacionais;
V- Elaborar projeto de política internacional da FENTECT, submetendo à apreciação do Colegiado.
Art. 50 - Compete à Secretaria de Anistia:
I- Coordenar as atividades relacionadas com a anistia constitucional, orientando as entidades filiadas sobre as ações em desenvolvimento;
II- Estabelecer diretrizes e planos visando assegurar a estabilidade no emprego e a eliminação da dispensa imotivada;
III- Efetuar análises e estudos sobre a legislação existente e projetos de lei, visando a formulação de propostas ao Congresso Nacional;
IV- Articular-se com as demais entidades sindicais partidárias e do movimento popular na organização e na execução de ações de interesse comum da classe trabalhadora e da sociedade civil, no que concerne a anistia e defesa do emprego.
V- Art. 51 - Compete à Secretaria de Formação:
I- Promover convênios com estabelecimentos de formação sindicais, visando à participação dos membros da FENTECT e dos associados;
II- Promover cursos, seminários e encontros de formação sindical, patrocinado pela FENTECT;
III- Incentivar a criação de grupos de estudos para a realização de trabalhos específicos;
IV- (Repassamos este inciso para a Sec. de Política-sindical – Art.54): Pesquisar e divulgar os meios para o desenvolvimento técnico e organizacional dos associados;
V- Elaborar matérias de formação, para divulgação junto à categoria e aos meios de comunicação de massa;
Art. 52 - Compete à Secretaria de Assuntos Raciais:
I- Promover cursos, debates, seminários e encontros sobre formação racial, tendo por eixo as questões de raça e de classe;
II- Elaborar matérias de formação sobre a questão racial para a divulgação na categoria e nos meios de comunicação de massa;
III- Adotar medidas visando fortalecer a luta contra a discriminação racial, no sentido de fazer crescer a organização da classe trabalhadora;
IV- Realizar e/ou atualizar pesquisas que apontem a participação das raças na categoria ecetista, destacando a presença do negro;
V- Coordenar apuração e divulgação de denúncias de discriminação racial e demais práticas conexas no âmbito da categoria;
VI- (Alteração): Representar a FENTECT nos movimentos promovidos pelas entidades representativas das lutas de etnias e do povo negro, apoiando-as material e politicamente.
Art. 53 - Compete à Secretaria de Assuntos Jurídicos:
I- Fazer acompanhamento sistemático das ações jurídicas de iniciativa da FENTECT e dos Sindicatos Filiados que tramitam na 3ª instância, mantendo-os informados sobre o seu andamento;
II- Zelar, atualizar e preservar o arquivo jurídico da FENTECT; III- Manter contato sistemático com a Assessoria jurídica da FENTECT, subsidiando
no que for possível;Viabilizar o acompanhamento jurídico das negociações e dissídios coletivos da categoria por profissional qualificado, assessorando o comando de negociações;
IV- (Acrescentar): Promover encontros e trocas de peças jurídicas entre os Departamentos Jurídicos da FENTECT e de seus sindicatos filiados.
(Junção das Sec. de Política Sindical e Aposentados): Art. 54 - Compete à Secretaria de
Política Sindical e Aposentadoria:
I- Coordenar as atividades das lutas dos aposentados e aposentáveis da categoria e da classe trabalhadora relacionada às suas áreas;
II- (Acrescentar): Promover estudos e seminários a respeito das questões relacionadas aos aposentados;
III- Coordenar as atividades sindicais dos associados; IV- (Acrescentar): Programar eventos de caráter político e sindical de âmbito
nacional; V- Promover contatos com outras entidades sindicais e instituições da sociedade
civil organizada, visando a participação da FENTECT nas ações comuns de interesse dos trabalhadores em geral;
VI- (Suprimir este inciso. Ele já foi contemplado nas Sec. Sul e Sudeste ...): Organizar e manter oposições nas bases territoriais dos Sindicatos dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares não filiados à FENTECT;
VII- Acompanhar os trabalhados desenvolvidos pelos sindicatos filiados e oposições credenciadas em suas r respectivas bases territoriais, orientando-os nas campanhas de sindicalização e conscientização política promovidas pela FENTECT;
VIII- Coordenar o intercâmbio entre a FENTECT e a Central Sindical, bem como a execução dos planos de lutas oriundos desta;
IX- Incentivar os sindicatos filiados e Oposições credenciadas a participar da criação e organização de movimentos sindicais populares para a sociedade desorganizada;
X- Organizar e representar os trabalhadores terceirizados e similares; XI- (Acrescentar – veio da Sec. de Formação): Pesquisar e divulgar os meios para o
desenvolvimento técnico e organizacional dos associados.
(Juntar a Sec. Assuntos Postais aqui): Art. 55 - Compete à Secretaria de Estudos
Postais e Sócio-Econômicos:
I- Realizar pesquisas visando definir e/ou atualizar o perfil sócio-econômico da categoria;
II- Manter bancos de dados de indicadores sociais e econômicos de interesse da categoria e da classe trabalhadora em geral;
III- Assessorar o Comando de mobilização nos aspectos econômicos das pautas de reivindicações;
IV- Manter intercâmbio com o DIEESE e entidades afins, visando uma constante atualização sobre a conjuntura econômica do país;
V- Coletar dados e elaborar estudos técnicos sobre a sua área de atuação, visando subsidiar análises e decisões em outras esferas;
VI- Buscar maior participação na formulação de políticas, diretrizes, objetivos e metas
relativos aos serviços postais;Realizar estudos relativos à proposição de novos
serviços postais, bem como à regulamentação técnica e tarifária, para a execução,
controle e fiscalização dos serviços postais existentes;Promover, no âmbito de sua
competência, interação com organismos internacionais de defesa dos trabalhadores
do setor postal;
VII- Analisar as propostas da ECT para implantação de novos serviços postais;
VIII- Contribuir para o aumento da transparência das empresas estatais e suas
subsidiárias vinculadas ao Ministério, bem como o aperfeiçoamento da gestão
das empresas;
IX- Avaliar instruções e manuais relativos aos serviços postais.
(Junção das Sec. SP e RJ): Art. 56 - Compete à Secretaria Sul e Sudeste:
I – Promover reuniões, plenárias e encontros entre representantes dos
sindicatos filiados e oposições credenciadas na área de abrangência desta Secretaria,
nas regiões sul e sudeste do Brasil, com o objetivo de analisar situações de ordem
administrativa, política e econômica dos Correios e traçar ações de luta em defesa
dos interesses e direitos dos trabalhadores dos correios, seguindo orientação dos
fóruns da FENTECT;
II - Informar e auxiliar na mobilização da categoria de correios da Região Sul e
Sudeste do País, inclusive, onde não haja sindicato filiado à FENTECT, para realização
de Campanhas Salariais e demais lutas encampadas pela FENTECT em prol desses
trabalhadores;
III – Organizar, credenciar e apoiar oposições pró-FENTECT nas regiões sul e sudeste
brasileiras, nas bases territoriais dos sindicatos dos correios que não forem filiados
nesta Federação.
(Substituição da Sec. Norte e NE): Art. 57 - Compete à Secretaria Norte, Nordeste,
Noroeste e Centro-Oeste:
I – Promover reuniões, plenárias e encontros entre representantes dos sindicatos
filiados e oposições credenciadas na área de abrangência desta Secretaria, nas
regiões brasileiras do norte, nordeste, noroeste e centro-oeste, incluindo o Distrito
Federal, com o objetivo de analisar situações de ordem administrativa, política e
econômica dos Correios e traçar ações de luta em defesa dos interesses e direitos
dos trabalhadores dos correios, seguindo orientação dos fóruns da FENTECT;
II - Informar e auxiliar na mobilização da categoria de correios nas Regiões Norte,
Nordeste, Noroeste e Centro-Oeste, incluindo o Distrito Federal, inclusive, onde não
haja sindicato filiado à FENTECT, para realização de Campanhas Salariais e demais
lutas encampadas pela FENTECT em prol desses trabalhadores;
III – Organizar, credenciar e apoiar oposições pró-FENTECT nas regiões norte,
nordeste, noroeste e centro-oeste brasileiras, nas bases territoriais dos sindicatos
dos correios que não forem filiados nesta Federação.
(junção das duas Secretarias): Art. 58 - Compete à Secretaria de Assuntos da
Previdência e Habitação:
I- Promover cursos, debates e seminários sobre formação previdenciária; II- Elaborar matérias de formação sobre a questão previdenciária para a
divulgação na categoria; III- Realizar e/ou atualizar pesquisas que visem maior conhecimento e
esclarecimento sobre a questão previdenciária; IV- Representar a FENTECT nos fóruns promovidos pelas entidades representativas
sobre Previdência, apoiando-as material e politicamente;
V- Desenvolver ações que promovam o acesso à moradia aos trabalhadores da ECT.
(Acréscimo): Art. 59 (62) - Compete à Secretaria de Gênero e Diversidade:
I- Desenvolver ações que promovam a proteção aos trabalhadores da ECT, garantindo a igualdade de direitos e de oportunidades a todos os indivíduos e grupos, independentemente de suas diferenças de gênero, identidade de gênero ou orientação sexual, e sem desconsiderar os nexos com a construção de tais diferenças com outros marcadores identitários igualmente legítimos.
Parágrafo Único: No cumprimento dos trabalhos desta Secretaria a mesma será
auxiliada com a constituição de uma comissão composta por 5 (cinco) membros
efetivos e 3 (três) suplentes, cabendo a ela elaborar o plano de trabalho anual desta
Secretaria, bem como organizar anualmente o Encontro Nacional de Gênero e
Diversidade dele tirando encaminhamentos que organizem as lutas deste segmento
unindo-as à dos demais trabalhadores.
Art. 60 (65) - São atribuições comuns aos membros da Diretoria Colegiada:
I- Promover gestões junto aos poderes públicos no interesse da Federação ou dos associados;
II- Representar a Federação em todos os atos públicos e atividades de outras categorias;
III- Promover as medidas necessárias à defesa individual ou coletiva dos direitos e interesses dos membros da FENTECT.
Parágrafo Único - As atribuições comuns para os membros da Diretoria Colegiada
serão organizadas e definidas pelas suas reuniões, sendo as deliberações tomadas em
regime colegiado, pela maioria simples dos votos dos presentes.
(Alteração): Art. 61 (66) - O mandato dos membros da Diretoria Colegiada é de 3 (três)
anos, podendo ser destituídos em congresso extraordinário da categoria convocado
para esse fim.
Art. 62 (67) - A Diretoria Colegiada reúne-se pelo menos uma vez a cada trimestre,
segundo calendário estabelecido pela maioria de seus membros e,
extraordinariamente, quando convocada pelo Secretário Geral, pela maioria de seus
integrantes ou pelo Conselho Fiscal.
Art. 63 (68) - Nas reuniões da diretoria, as deliberações são tomadas em regime
Colegiado pela maioria simples de votos dos presentes.
(Alteração – retiramos parte do texto): Art. 64 (69) - Perderá o mandato o diretor
que, sem motivo justificado, deixar de comparecer, em cada ano, a 2 (duas) reuniões
ordinárias consecutivas ou 3 (três) alternadas.
(encaixar no capítulo “das eleições” ou excluir este artigo): (Art. 70.) Em caso de
vacância de cargo, licença ou impedimento de membro da Diretoria Colegiada, o
preenchimento da vaga dar-se-á por eleição suplementar realizada em CONREP, em
cujo edital de convocação deverá estar explicitada a eleição.
CAPÍTULO VI DO COMANDO NACIONAL DE MOBILIZAÇÃO E NEGOCIAÇÃO DA CAMPANHA SALARIAL
Art. 65 (71) - O Comando Nacional de Mobilização e Negociação da Campanha Salarial
(CNMNCS) é um órgão temporário da FENTECT para conduzir as campanhas salariais
da categoria, devendo ser constituído no início de abertura da campanha salarial e
extinto ao final da mesma, após assinatura do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).
I - O CNMNCS será composto por 01 (um) membro de cada Sindicato filiado, por ele
indicado, podendo ter rotatividade, mais 7 (sete) membros da Diretoria Colegiada da
FENTECT, por ela indicada, resguardada a proporcionalidade congressual das chapas
inscritas no CONTECT.
(Excluir este inciso, pois já está contemplado no anterior): II - A eleição dos membros
da Diretoria Colegiada para compor o CNMNCS obedecerá ao critério da
proporcionalidade direta e qualificada das Forças Políticas que compõem a Federação,
conforme definida no XI CONTECT, e a sua dissolução ao fim da campanha salarial com
a assinatura do Acordo Coletivo de Trabalho.
III- À Diretoria Colegiada da FENTECT caberá a função de coordenar o CNMNCS.
(Alteração): Art. 66 (72) - Durante os períodos de campanha, o CNMNCS é o órgão
responsável pela definição de estratégias e táticas de mobilização a serem
implementadas pelo movimento sindical dos Trabalhadores em Empresas de Correios
e Telégrafos e Similares, e de negociações a serem adotadas pela Diretoria Colegiada.
(Alteração): Art. 67 (73) - A Diretoria Colegiada, os Sindicatos filiados e oposições
credenciadas repassarão fielmente as orientações do comando de mobilização às
bases sindicais, em última instância às Assembleias Gerais, que terão por fundamento
os informes produzidos pela Diretoria Colegiada, pelos Sindicatos filiados e ativistas
das bases, levando em conta as conjunturas nacional, internacional e das empresas.
§ 1º - Para que o comando de mobilização assine qualquer acordo ou outro
instrumento coletivo de trabalho, faz-se necessária a aprovação do referido
instrumento por 2/3 (dois terços) dos Sindicatos Filiados, em Assembleias gerais
realizadas.
§ 2º - Caso não se atinja a aprovação conforme o parágrafo anterior, o CNMNCS
convocará uma plenária nacional ou CONREP, para que seja tomada posição definitiva.
CAPÍTULO VII DO COMANDO DE NEGOCIAÇÃO PERMANENTE DA FENTECT
(Alteração): Art. 68 (77) - O Comando de Negociação Permanente é uma comissão
criada pelo CONTECT, com vigência durante o mandato da Diretoria Colegiada e com
o objetivo de procurar negociar, sempre que requerida, os interesses da categoria.
(Alteração): Parágrafo Único - Compete à nova Diretoria Colegiada constituir os
membros do Comando de Negociação Permanente, entre os Diretores eleitos,
adotando o principio da proporcionalidade do CONTECT, sendo composto por 7 (sete)
membros, obedecendo a cota de no mínimo 30% (trinta por cento) de mulheres.
Art. 69 (78) - Compete ao Comando de Negociação permanente buscar
permanentemente o processo de negociação para melhorar as condições do acordo
coletivo vigente da classe trabalhadora.
(Alteração): Parágrafo Único – Para que o Comando de Negociação Permanente faça
quaisquer modificações no Acordo Coletivo com a empresa, faz-se necessária a
aprovação da (s) modificação (ões) por assembleias gerais de, no mínimo, 18
(dezoito) sindicatos filiados à FENTECT.
CAPÍTULO VIII
DAS ELEIÇÕES E VACÂNCIA
Art. 70 (79) - As eleições serão realizadas no Congresso, a cada 3 (três) anos.
Parágrafo novo e junção do §4º, extinto): § 1º - Havendo renúncia de titular (es) e
suplente (s) que não afete (m) a continuidade do mandato do CONFI e da Diretoria
Colegiada, os próprios órgãos readequarão suas rotinas de trabalho e proporão data
para realização de um CONREP para preencher as vacâncias, em cujo edital de
convocação esteja especificada a eleição suplementar;
(Transformação do § 3º em 2º) : § 2º - Os membros do órgão renunciante continuarão
em exercício até a posse dos substitutos;
(Alteração – o § 1º passa a ser o 3º): § 3º - No caso de renúncia coletiva dos membros
do CONFI, haverá eleições em caráter de urgência para todos os membros do CONFI
em CONREP específico, convocado pela Diretoria Colegiada. No caso de renúncia
coletiva dos membros da Diretoria Colegiada haverá eleições em caráter de
emergência em Congresso Extraordinário, convocado emergencialmente pela
Diretoria Colegiada.
(Alteração): § 2º - A renúncia coletiva da Diretoria Colegiada será aquela formalizada
por, pelo menos, 8 (oito) membros titulares e 5 (cinco) membros suplentes e, no caso
do CONFI, quando dois dos seus titulares e 1 (um) suplente formalizarem a renúncia.
(Alteração): Art. 71 (80) - São eleitores os membros do CONTECT, enumerados na
alínea “a” do Parágrafo 1º e no Parágrafo 4º do Art 19º deste Estatuto.
(Alteração): Parágrafo Único - O exercício do direito de voto pelos delegados dos
Sindicatos filiados e Oposições da FENTECT está condicionado ao prévio cumprimento
das obrigações sociais, em particular no que concerne ao pagamento das contribuições
da entidade para com a Federação.
Art. 72 (81) - Serão elegíveis os sócios dos Sindicatos filiados à Federação e Oposições
por esta reconhecida que, na data de eleição, atendam aos seguintes requisitos:
I- Tenham mais de 6 (seis) meses como membros da categoria;
II- Tenham pelo menos 3 (três) meses de filiação a Sindicato ou Oposição
associada à FENTECT;
III- Não sejam dirigentes de Sindicato em débito com a Federação, excetuados os
que comprovadamente não tenham arrecadação.
(Ateração): Art. 73 (82) - Até 60 (sessenta) minutos antes do início da votação, os
candidatos deverão se fazer registrar perante a Mesa Diretora do CONTECT, através de
requerimento contendo a nominata da chapa.
(Alteração = redução do §): § 1º - Nenhum candidato poderá figurar em mais de 1
(uma) chapa.
(Alteração): § 2º - No requerimento de registro, em duas vias, assinado por um dos
componentes da chapa, deverá constar:
(Alteração): I - O nome da chapa, contendo a relação de todos os seus
integrantes, igual ou superior ao número de cargos dos titulares da Diretoria
Colegiada e do CONFI;
II - Ficha de qualificação de cada candidato, devidamente assinada.
(Alteração): § 3º - Considera-se inabilitada para registro a chapa que não oferecer
nomes contemplando todos os cargos efetivos do CONFI e da Diretoria Colegiada.
(Alteração): § 4º - As chapas serão numeradas consecutivamente a partir do número 1
(um), de acordo com a ordem cronológica de registro, contendo nomes dos candidatos
efetivos ou efetivos e suplentes.
§ 5º - Encerrado o prazo de inscrição, a Comissão Eleitoral divulgará ao Plenário do
CONTECT a relação nominal das chapas registradas, bem como os nomes dos
candidatos que integram cada chapa.
Art. 74 (83) - A Comissão Eleitoral será formada:
I - Pela mesa diretora do CONTECT, dela excluídos os membros que forem
candidatos, se apenas uma chapa estiver inscrita;
II - Por 1 (um) representante de cada chapa, se houver duas ou mais chapas
inscritas.
Art. 75 (84) – A votação será feita através da apresentação de crachá, que serão
depositados pelos delegados em urnas separadas e que determinarão, uma a uma, a
chapa escolhida pelo mesmo.
(Alteração): Art. 76 (85.) - O preenchimento dos cargos da Diretoria Colegiada e do
Conselho Fiscal dar-se-á pelo processo da proporcionalidade direta e qualificada.
Art. 77 (86) - O processo eleitoral será registrado em capítulo especial dos documentos
e resoluções do CONTECT.
Art. 78 (87.) - Os membros da Diretoria Colegiada e do Conselho Fiscal serão
empossados na sessão de encerramento do CONTECT.
CAPÍTULO IX DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 79 (80.) - A precedência para decisões de âmbito da FENTECT obedecerá a
seguinte ordem: (Alterações):
I- Para o CONREP, as resoluções do Estatuto e do CONTECT; II- Para a Plenária Nacional, as resoluções do Estatuto, do CONTECT e do
CONREP; III- Para o CONFI e a Diretoria Colegiada em seu conjunto, as resoluções do
Estatuto, do CONTECT e das resoluções do CONREP e, quando se tratar de mobilização ou campanha, das Plenárias Nacionais;
IV- Para o CONSIN, as resoluções do Estatuto, do CONTECT, do CONREP e das Plenárias Nacionais;
V- Para o Encontro Nacional de Mulheres, as resoluções do Estatuto, do CONTECT, do CONREP, das Plenárias Nacionais e do CONSIN;
VI- Para o Encontro Nacional de Assuntos Raciais, as resoluções do Estatuto, do CONTECT, do CONREP, das Plenárias Nacionais e do CONSIN;
VII- Para os membros da Diretoria Colegiada, individualmente, o Estatuto, as resoluções do CONTECT, as resoluções do CONREP, das Plenárias Nacionais e, ainda, as decisões da Diretoria Colegiada.
Art. 80 (88.) - O dirigente da FENTECT que, tácita ou expressamente, renunciar, não poderá candidatar-se ao mesmo cargo na primeira eleição subsequente que venha a ser realizada. Art. 81 (89.) - O exercício de cargos eletivos na FENTECT não será remunerado, salvo se
o dirigente for colocado à disposição da entidade, não podendo, nesse caso, perceber
mais do que a remuneração do seu emprego de origem.
Parágrafo Único - Compete à FENTECT a cobertura das despesas que se façam
necessárias ao cumprimento das atribuições de seus dirigentes.
Art. 82 (90.) - Não serão aceitos subvenções, doações ou legados sujeitos a condições
ou restrições conflitantes com o presente Estatuto.
(Alteração) : Art. 83 (91.) - Os casos omissos neste estatuto serão debatidos e
deliberados pelo CONSIN.
Brasília, 29 e 30 de maio e 01 de junho de 2018. Assinam esta Tese:
Luta Pelo Socialismo, nos Correios – LPS/Correios;
Sindicato dos Trabalhadores dos Correios/MG – SINTECT/MG;