GRANDE TERREMOTO DO LESTE DO JAPÃO 1. OBJETIVO Este trabalho tem como objetivo esclarecer os principais fatos ocorridos como, causas e consequências, na catástrofe que ocorreu no dia 11 de março de 2011 no Japão. 2. TERREMOTOS Terremotos, também chamados de abalos sísmicos, são tremores passageiros que ocorrem na superfície terrestre. Esse fenômeno natural pode ser desencadeado por fatores como atividade vulcânica, falhas geológicas e, principalmente, pelo encontro de diferentes placas tectônicas. Conforme a teoria da Deriva Continental, a crosta terrestre é uma camada rochosa fragmentada, ou seja, ela é formada por vários blocos, denominadas placas litosféricas ou placas tectônicas. Esses gigantescos blocos estão em constante movimento, podendo se afastar (zona de divergência) ou se aproximar (originando uma zona de convergência). 2
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GRANDE TERREMOTO DO LESTE DO JAPÃO
1. OBJETIVO
Este trabalho tem como objetivo esclarecer os principais fatos ocorridos como,
causas e consequências, na catástrofe que ocorreu no dia 11 de março de 2011 no Japão.
2. TERREMOTOS
Terremotos, também chamados de abalos sísmicos, são tremores passageiros que
ocorrem na superfície terrestre. Esse fenômeno natural pode ser desencadeado por fatores
como atividade vulcânica, falhas geológicas e, principalmente, pelo encontro de diferentes
placas tectônicas.
Conforme a teoria da Deriva Continental, a crosta terrestre é uma camada rochosa
fragmentada, ou seja, ela é formada por vários blocos, denominadas placas litosféricas ou
placas tectônicas. Esses gigantescos blocos estão em constante movimento, podendo se
afastar (zona de divergência) ou se aproximar (originando uma zona de convergência).
Nas zonas de convergência pode ocorrer o encontro (colisão) entre diferentes
placas tectônicas ou a subducção (uma placa mais densa “mergulha” sob uma menos
densa). Esses fatos produzem acúmulo de pressão e descarga de energia, que se propaga
em forma de ondas sísmicas, caracterizando o terremoto.
O local onde há o encontro entre as placas tectônicas é chamado de hipocentro (no
interior da Terra) e o epicentro é o ponto da superfície acima do hipocentro. As
consequências podem ser sentidas a quilômetros de distância, dependendo da proximidade
da superfície que ocorreu a colisão (hipocentro) e da magnitude do terremoto.
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Figura 1 - Demonstração do hipocentro (foco) e do epicentro de um terremoto - Fonte: brasilescola.com
A magnitude é a quantidade de energia liberada no foco do terremoto, sendo
medida a partir de uma escala denominada Escala Richter. A intensidade é a consequência
causada pela ação do sismo, a destruição provocada por esse fenômeno. A escala mais
utilizada para se classificar a intensidade é a de Mercalli.
Entre os efeitos de um terremoto de grande magnitude em áreas povoadas estão à
destruição da infraestrutura (ruas, estradas, pontes, casas, etc.), além de mortes. Os sismos
nos oceanos provocam a formação de ondas gigantes (tsunamis). Essas ondas podem
atingir as áreas continentais, gerando grande destruição.
Milhares de terremotos ocorrem diariamente no mundo. No entanto, a maioria
apresenta baixa intensidade e tem hipocentro muito profundo, sendo assim, os terremotos
são pouco percebidos na superfície terrestre. O Japão, localizado em uma zona muito
sísmica, é atingido por centenas de terremotos por dia.
Os lugares mais atingidos por terremotos são os territórios localizados em zonas de
convergência de placas, em especial os países situados nos limites das placas tectônicas.
Entre as nações que estão nessa situação podemos destacar o Japão, Indonésia, Índia,
Filipinas, Papua Nova Guiné, Turquia, Estados Unidos da América, Haiti, Chile, entre
outras.
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3. TSUNAMI
Tsunami corresponde às ondas provocadas por deslocamento da crosta oceânica
que empurra a massa de água para cima, além do deslocamento de terras e gelo ou
impacto de um meteorito no mar.
Em geral, um Tsunami é formado a partir de anomalias que provocam
deslocamentos de uma enorme massa de água como terremotos, deslocamentos de massa
continental, erupções vulcânicas ou meteorito, esse fenômeno pode surgir sempre que
ocorrer acidentes geológicos de forma repentina na superfície marinha, que faz deslizar de
forma vertical a massa de água.
Grande parte dos Tsunamis ocorre no Oceano Pacífico, no entanto, nada impede
que aconteça em qualquer lugar e hora.
Os Tsunamis são ondas gigantescas, existem estimativas de ondas com mais de 30
metros de altura e velocidade incrível de mil quilômetros por hora, a formação de grandes
ondas ocorrem também a partir de terremotos continentais, um exemplo disso foi o
Grande abalo sísmico do Chile, que resultou em mortes no Havaí, que, apesar da
distância, foi atingido por ondas que migraram pelo Pacífico.
Esse fenômeno natural é um perigo real e em muitos casos é difícil de prever,
quando acontece certamente produz uma grande destruição, além de inúmeras mortes,
diante disso é de fundamental importância a dispersão em todos os oceanos de
equipamentos e sondas para identificar possíveis abalos e assim evacuar áreas para que
pelo menos vidas humanas sejam poupadas, uma vez que prejuízos financeiros são
inevitáveis nesse caso.
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Figura 2 - Ondas do Tsunami invadindo a cidade - Fonte: r7.com
4. TERREMOTO E TSUNAMI NO JAPÃO
Situado no continente asiático, o Japão ocupa uma área de 377.801 quilômetros
quadrados e abriga uma população de aproximadamente 126,9 milhões de pessoas. Seu
território está localizado em uma das áreas mais sísmicas do planeta (no limite da placa
tectônica Euroasiática), numa zona de convergência de placas tectônicas, denominada
“Círculo do Fogo do Oceano Pacífico”.
Essa instabilidade tectônica é consequência de uma zona de convergência que
envolve as placas do Pacífico, Euroasiática Oriental, Norte-Americana e das Filipinas. O
encontro desses blocos que compõem a camada sólida externa da Terra é responsável por
constantes terremotos, tsunamis, além de intensa atividade vulcânica na região.
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Figura 3 - Círculo de Fogo do Pacífico - Fonte: BBC Brasil
Portanto, os terremotos e tsunamis são fenômenos relativamente comuns no Japão,
dois em cada dez terremotos no mundo com magnitude superior a 6 graus na escala
Richter atingem o país.
No entanto, no dia 11 de março de 2011, o país foi atingido por um terremoto de
magnitude de 8,9 graus na escala Richter, segundo informações do Serviço Geológico dos
Estados Unidos (USGS), sendo considerado o mais forte registrado no Japão nos últimos
150 anos desde que começaram as medições científicas e o sétimo mais intenso já
registrado na história do mundo.
O abalo sísmico ocorreu a 24 quilômetros de profundidade, com epicentro no
oceano Pacífico, a 130 quilômetros da costa. Em seguida, outros abalos de magnitude
superior a 5 graus foram registrados. O terremoto desencadeou um tsunami com ondas de
até 10 metros de altura que atingiram a província de Miyagui no nordeste do Japão,
sobretudo a cidade de Sendai, na ilha de Honshu.
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Figura 4 - Terremoto e réplicas do dia 11 de março no Japão - Fonte: r7.com
As ondas invadiram a cidade e causou danos substanciais no Japão, incluindo a
destruição de rodovias e linhas ferroviárias, assim como incêndios em várias regiões, e o
rompimento de uma barragem. Aproximadamente 4,4 milhões de habitantes no nordeste
do Japão ficaram sem energia elétrica, e 1,4 milhão sem água. Houve vazamento de
material radioativo de uma usina nuclear. Autoridades japonesas divulgaram que mais
de 15.000 pessoas morreram e milhares ficaram desaparecidos. Esses danos só não foram
piores porque o país possui construções de boa qualidade e realiza treinamentos
(simulações) com a população de como agir durante terremotos.
Apesar da grande distância, EUA, Havaí foram atingidos por ondas causadas por
Figura 5 - Países em alerta e atingidos por ondas do Tsunami - Fonte: r7.com
4.1 PREPARAÇÃO DO JAPÃO CONTRA TERREMOTOS
Se o terremoto que atingiu o Japão tivesse ocorrido em qualquer outro lugar do
mundo o número de mortos seria muito maior. A informação é do chefe do Observatório
Sismológico da UnB (Universidade de Brasília), Lucas Vieira Barros. O professor
explicou que o Japão, por estar localizado na junção de três placas tectônicas, é
extremamente suscetível a abalos e tsunamis. E por isso, ao longo dos anos, desenvolveu
um sistema construtivo que leva em conta os abalos máximos para cada região.
A sismologia calcula os terremotos, infere as acelerações possíveis e máximas em
cada lugar e passa as informações para a engenharia sísmica. E a engenharia sísmica vai
construir prédios que irão suportar as acelerações máximas esperadas. Tanto que na hora
dos abalos há somente prédios balançando muito, e nenhum caindo.
Além da construção de prédios, o Japão conta ainda com grandes barreiras, que
evitam a devastação pelas ondas gigantes, que se sucedem aos tremores. Porque sabe-se
que ali é uma região propensa a terremotos que geram tsunamis. Então eles têm barreiras
naturais que minimizaram os efeitos das ondas que arrebentaram pela costa do Japão.
Outro aspecto importante que evitou estragos maiores é a educação do povo
japonês para lidar com esse tipo de desastre natural. O aspecto é o cultural. O povo é
educado e não entra em pânico. Durante toda a tensão o povo não entra em pânico, e
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nessas horas o pânico contribui para o desastre. Quem estava mais em pânico eram os
estrangeiros que lá estavam.
Figura 6 - Prédios continuaram de pé após o forte cismo - Fonte: g1.com
5. BRASILEIROS AFETADOS
O presidente da Associação Miyagui Kenjinkai do Brasil, Koichi Nakasawa,
informou que pelo menos 1.200 brasileiros moradores da Província de Miyagui, no Japão,
foram afetados pelo terremoto e tsunami. Segundo Nakasawa, a maioria dos brasileiros
que vivem na região trabalha com a pesca de peixes, ostras e algas. Mas de acordo com a
embaixada brasileira o terremoto não deixou brasileiros mortos ou feridos.
Na época da catástrofe, a embaixada disponibilizou um e-mail e um telefone pelos
quais pessoas que tenham amigos e familiares no Japão pudessem pedir informações. A
embaixada pediu ainda que o contato fosse feito preferencialmente pelo e-mail, pois as
linhas telefônicas ficaram congestionadas.
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Figura 7 - Presidente da Associação Miyagui Kenjinkai do Brasil, Koichi Nakasawa, relata que existem 1.200 brasileiros na Província de Miyagui - Fonte: r7.com.
5.1 PETROBRAS MANTÉM OPERAÇÃO EM REFINARIA NO JAPÃO
A Petrobras informou que manteve normalmente as operações de sua refinaria de
petróleo na cidade de Okinawa, no sul do Japão. As instalações da petrolífera brasileira
não foram afetadas pelo terremoto. A Petrobras informou que somente seu escritório em
Tóquio foi afetado, e teve que esvaziá-lo. Não houve registro de incidentes nem danos
materiais no escritório ou na refinaria.
6. ACIDENTE NUCLEAR DE FUKUSHIMA
Outro dos efeitos do sismo foi a explosão ocorrida no dia 12 de março na Central
Nuclear de Fukushima. O tsunami atingiu-a e provocou uma avaria no sistema de
refrigeração. O corte de eletricidade impediu a recuperação desse sistema, permitindo que
os bastões do combustível continuassem a aquecer, aumentando a pressão e originando a
explosão.
A central nuclear é composta por seis reatores de água fervente em separado
mantidos pela Tokyo Electric Power Company (TEPCO). Os reatores 4, 5 e 6 haviam sido
fechados para manutenção antes do terremoto. Os reatores restantes foram fechados
automaticamente após o terremoto e geradores de emergência foram iniciados para manter
Figura 10 - Higashi-Matsushima nos dias 11 de março (topo), 3 de junho (meio) e 1º de setembro (Foto: Reuters) - Fonte: r7.com
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Figura 11 - Área costeira de Iwanuma nos dias 11 de março (topo), 3 de junho (meio) e 7 de setembro. (Foto: Reuters) - Fonte: r7.com
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Figura 12 - Porto de Ishinomaki nos dias 12 de março (topo), 6 de junho (meio) e 5 de setembro. (Foto: Reuters) - Fonte: r7.com
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Figura 13 - Antes e depois em Kesennuma, Miyagi. A primeira foto tirada no dia do terremoto e a segunda 6 meses depois, no dia 10 de setembro de 2011 - Fonte: japaoemfoco.com
Figura 14 - Antes e depois de uma área da cidade de Iwaki em Fukushima, em chamas em 11 de março de 2011 (antes), após 6 meses do desastre (segunda foto tirada em 07 de setembro de 2011) - Fonte:
japaoemfoco.com
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Figura 15 - Antes e depois de uma área devastada de Kesennuma em 17 de março de 2011 e a outra em 12 de agosto de 2011 - Fonte: japaoemfoco.com
Figura 16 - O mesmo cenário, a primeira foto tirada em Rikuzentakata, norte do Japão no 13 de março de 2011 (antes), e a segunda em 09 de setembro de 2011, cerca de seis meses após o desastre - Fonte:
japaoemfoco.com
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Figura 17 - Pessoas participam do memorial para as vítimas do terremoto de 11 de março e tsunami na cidade de Minamisanriku, província de Miyagi no dia 11 setembro de 2011 - Fonte: japaoemfoco.com