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Teoria de Relações Internacionais Instituto Superior de Relações Internacionais - 2011 Clemente Ntauazi 1 AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONCEITOS CHAVE Relações Internacionais: é o estudo das interacções entre vários protagonistas (Estados, organizações internacionais, organizações Não governamentais, entre entidades sob - nacionais, como burocracia e governos locais bem como indivíduos) que participam da politica internacional. E dos comportamentos desses protagonistas quando participam individualmente ou juntos dos processos políticos internacionais. relações internacionais: relações entre as nações antes de 1648. Politica internacional: é o relacionamento entre Estado que envolve conflitos de interesse e é conduzida por oficiais dos Estados devidamente autorizados. Politica externa: conjunto de objectivos, interesses que um determinado Estado pretende almejar nas suas relações com outros estados além fronteira. O Ministério dos Negócios Estrangeiros é a entidade licenciada para implementar a politica externa. Diplomacia: instrumento que serve para medir a politica externa Embaixadas/ Auto comissários e consulados. Aliança incomoda: aliança feita entre dois Estados que não se cozinham para atacar o adversário. Ex: RUSSIA - EUA para atacar Alemanha e pela incompatibilidade em termos de interesses e ideologia (comunismo capitalismo) embatem-se na guerra fria. Desanuviamento: relaxamento das forcas das duas (EUA e RUSSIA) potencias pela crise de messes em Cuba. As grandes potencia estavam quase para belicamente se confrontarem, neste contexto, decidiram relaxar as atenções os governo apercebeu-se que ia as iminências de ser eliminado por conseguinte inventaram o desanuviamento.
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Teoria de Relações Internacionais AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONCEITOS CHAVE

Apr 20, 2023

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AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS

CONCEITOS CHAVE

Relações Internacionais: é o estudo das interacções entre vários protagonistas

(Estados, organizações internacionais, organizações Não – governamentais, entre

entidades sob - nacionais, como burocracia e governos locais bem como indivíduos)

que participam da politica internacional. E dos comportamentos desses protagonistas

quando participam individualmente ou juntos dos processos políticos internacionais.

relações internacionais: relações entre as nações antes de 1648.

Politica internacional: é o relacionamento entre Estado que envolve conflitos de

interesse e é conduzida por oficiais dos Estados devidamente autorizados.

Politica externa: conjunto de objectivos, interesses que um determinado Estado

pretende almejar nas suas relações com outros estados além fronteira. O Ministério

dos Negócios Estrangeiros é a entidade licenciada para implementar a politica externa.

Diplomacia: instrumento que serve para medir a politica externa – Embaixadas/ Auto

comissários e consulados.

Aliança incomoda: aliança feita entre dois Estados que não se cozinham para atacar

o adversário. Ex: RUSSIA - EUA para atacar Alemanha e pela incompatibilidade em

termos de interesses e ideologia (comunismo – capitalismo) embatem-se na guerra fria.

Desanuviamento: relaxamento das forcas das duas (EUA e RUSSIA) potencias pela

crise de messes em Cuba. As grandes potencia estavam quase para belicamente se

confrontarem, neste contexto, decidiram relaxar as atenções os governo apercebeu-se

que ia as iminências de ser eliminado por conseguinte inventaram o desanuviamento.

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RELAÇÕES INTERNACIONAIS NA VIDA DIÁRIA

As relações internacionais afectam progressivamente a nossa vida diária, assim elas

não fazem a par de qualquer indivíduo. Toda gente participa nas relações

internacionais, ora vejamos:

Ler um jornal e ouvir o noticiário da noite nos deixa a par de eventos internacionais

muito distante da nossa vida diária. Mas esse eventos – ataques terroristas, a bomba

na Arábia Saudita, Israel e Espanha, fome na Korea do norte e Sudão, reunião do G-8

em são Petersburgo, o drástico crescimento económico na china, os intensos esforços

para paralisar o programa nuclear do Irão – podem parecer para maioria de nos

distantes e não relacionados com a nossa própria vida.

Porem, esses eventos podem tornar-se rapidamente muito relacionados e

pessoalmente para qualquer um de nos ou todos nos. Aquelas bombas mataram

nossos estudantes universitários que visitavam o pais, seu irmão ou tio que serve nas

forças prestaram socorro as vitimas de desastre naturais, armas nucleares ameaçam

nos, ainda que localizados a milhares de quilómetros de distancia.

Todavia, todos actores de forma individual ou colectiva participam nas relações

internacionais quando exercem seu direito de cidadania (voto) numa eleição, quando

viajas para países estrangeiro comprar produtos fabricados fora do seu pais ou

trabalhar para uma cooperação industrial sedeada no estrangeiro. Ser membro de uma

organização Não – governamental – cruz vermelha – que tenha uma divisão em sua

comunidade ou universidade, aliando-se os seus colegas do mundo inteiro, você pode

tentar influenciar agenda local bem como a nacional e internacional.

“ As convulsões que atemorizaram o Egipto e a Líbia de certa forma afectam

directamente a Moçambique. Se tendermos no lado da Líbia veremos que o preço de

petróleo esta bastante alto contribuindo assim de forma drástica a subida dos preços

de transporte entre outros “.

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CONTEXTO HISTÓRICO DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Como é que se faziam as relações internacionais?

Porque é importante visitar o passado para compreender as relações internacionais?

Na antiga Grécia os Estados cultivavam relações económicas e comerciais entre si em

um grau sem precedente. As Cidades – Estados cultivavam relações pacíficas entre si

e ao mesmo tempo disputavam o poder.

É importante revisitar o passado para o estudo das Relações Internacionais porque a

maior parte dos eventos a estudar: Estado, Balance of Power, Nação, sistema

internacional, só podemos percebe – los através do passado pois foram desenvolvidos

ao longo da historia. A luz de Maquiavel, a natureza humana é sempre constante,

imutável, contudo, usamos o passado ou a historia para melhor interpretar os factos

nos presente e prever o futuro.

Porque o tratado de Westphalia é usado como um padrão de compreensão para o

estudo das Relações Internacionais?

Em 1648, o ano de tratado de Westphalia, que encerrou a guerra dos trinta anos que

era de punho religiosa entre os protestantes e católicos apostólicos romanos, nesta

guerra decide – se que haja uma tolerância religiosa, isto é, cada rei no seu punho.

Com o fim desta guerra termina também a autoridade dos religiosos e surge o Estado

ou seja o Estado na dimensão moderna, isto não reflecte a ideia de que antes não

existiam Estados, existiam porem estavam subdomínio da igreja. Nesta ordem de ideia,

os monarcas se aperceberam que os conflitos religiosos tinham que terminar e em

compensação decidiram em não lutar a favor dos católicos nem dos protestantes. Ao

invés disso, cada monarca estava livre de escolher a versão do cristianismo que

achava ideal para o seu povo, os estados poderiam adoptar suas próprias politicas

interna. Introduziu-se o direito de não ingerência nos assuntos internos de cada Estado.

Esta toda movimentação implicava aceitação da soberania, noção adoptada a pois o

Westphalia. Por outro lado, os lideres poderiam estabelecer os seus próprios exércitos

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nacionais permanentes. Por ultimo, o tratado de Westphalia estabeleceu um grupo

nuclear de Estados que dominavam o mundo até o inicio do século XVIII

nomeadamente: Austrália, Rússia, Inglaterra, Franca, província unidas – Holanda e

Bélgica. Contudo, com o surgimento dos conceitos e a noção de Estado, Soberania e

integridade territorial, Westphalia passou a ser o berço das Relações Internacionais.

Outro motivo mais forte remota a percepção das relações internacionais como sendo o

estudo das interacções entre os Estados e nações e porque essas instituições surgiram

pela primeira vez em 1648, dai o surgimento das relações internacionais com iniciais

maiúsculas que reflecte uma simples interacção entre Estados.

IMPORTÂNCIA DE WESTPHALIA PARA AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Surgimento de Estado, soberania, integridade territorial;

Trouxe a consciência da igreja;

Trouxe a prática das relações internacionais entre Estados (surgimento da relações

internacionais);

Depois de 1648, temos as revoluções americanas e francesas que trouxera a limitação

e racionalização do poder dos reis. Antes havia como principio: a soberania reside no

rei, porem, este principio foi posteriormente convertido e ficou: a soberania reside no

povo.

Em 1815 haviam conflitos entre os estados europeus, portanto, para a resolução dos

mesmo inventam Concerto da Europa na qual os Estados reúnem-se para resolver os

problemas, prova disso é o congresso de Berlim que era para satisfazer os interesses

da Alemanha. Este concerto tem como princípios: solidariedade entre si (os países

europeus), receio de haver guerra entre si, pois segundo a sua a subjugação, são um

povo unido, brancos e civilizados contudo não pode entrar em guerra entre si. O outro

método de manter a paz era através de Balance of Power. Porem os dois métodos de

manter a paz fracassaram no século XIX com o surgimento das aliança militares.

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A guerra fria foi um longo período de paz?

Sim, houve vários confrontos ideológicos entre as duas potencia porem, apesar disso,

nunca entraram em conflito armado, acredita-se que foi um intenso receio por parte dos

dois.

OBJECTO DO ESTUDO DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS

O objecto de estudo da disciplina de Relações Internacionais tem sido factor de

polémica aguda com estudiosos de outras ciências.

Neste contexto, o objecto de estudo das Relações Internacionais tem de estar em

consonância com a natureza dinâmica e de evolução das relações entre outros

Estados e outros actores. Inicialmente as relações internacionais preocupava-se com o

estudo da historia diplomática. O estabelecimento de normas internacionais fez com

que a disciplina de Relações Internacionais se preocupe em estudar o Direito

Internacional. O fim da primeira guerra mundial e o surgimento da liga das nações

alargou o âmbito do estudo das relações internacionais para albergar as organizações

internacionais. Os desenvolvimento da segunda guerra mundial alargaram mais ainda o

seu âmbito de estudo. Portanto o dinamismo e a complexidade do objecto de estudo

das Relações Internacionais reside no facto de cada vez que surge um novo fenómeno

que tenha um impacto sobre o comportamento dos intervenientes das relações

internacionais, a disciplina de Relações Internacionais preocupasse em estuda-los.

Entre tanto esta disciplina tem entrado em choque com outras disciplinas dada esta

natureza complexa do seu objecto de estudo. Contudo, podemos resumir dizendo que

o objecto de estudo das Relações Internacionais são as relações internacionais

caracterizadas por dinâmico, complexo e esta em constante mutação.

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O DESENVOLVIMENTO DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS NO CAMPO

ACADÉMICO

As Relações Internacionais como campo académico surgiram depois da primeira

guerra mundial quando um grupo de estudiosos e políticos tentavam responder a

questão “ porque é a guerra?” . na tentativa de resposta surge um grupo de

filantropos e políticos influenciados pelo liberalismo para responder a questão. A

primeira guerra expandes pelas alianças autoritárias existentes entre eles, para se

evitar devia-se montar governos democráticos.

As relações internacionais surgem num contexto de debates teóricos entre os

idealista e os realistas. Este debate marcou significativamente o surgimento das

relações internacionais campo um campo de estudo autónomo. O debate procurava

basicamente responder a pergunta acima exposta.

Os idealistas: a guerra surgiu pelos cálculos egoístas e mal feitos pelos lideres

autocráticos de países altamente militarizados e pelo sistema de aliança militares: o

mundo tinha de estar livre para a democracia, fim da diplomacia secreta, liberdade

de navegação nos mares; remoção de barreiras ao comercio; criação de uma

organização internacional com a intenção de garantir a independência e integridade

territorial dos Estados,; o homem é por natureza bom, racional e pode aplicar a

racionalidade às relações internacionais.

Os realistas: os idealistas fizeram uma má leitura dos factos históricos e

compreenderam mal a natureza das relações internacionais; os idealistas

acreditaram erradicamente que estas relações podiam ser baseadas na harmonia

de interesses entre os países e os povos; alguns povos e países estão em

melhores condições que outros e procuram preservar e defender a sua posição

privilegiada; os que não possuem lutaram para mudar a sua posição; as relações

internacionais são sobre a luta entre estes interesses e desejos conflituantes;

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anatureza humana baseia-se no auto interesse e na busca do poder, o que pode

facilmente resultar em agressão.

Porque os primeiros estudiosos das relações internacionais foram influenciados pelo

liberalismo?

Na verdade, com a entrada dos EUA na primeira guerra mundial fez com que a guerra

ficasse a favor das potencias liberais ou por outra, a potencia mais poderosas

(INGLATERRA) eram liberais. Contudo, os estudiosos foram influenciados pelo

liberalismo unicamente porque a potencias dominante era liberal.

RELAÇÕES INTERNACIONAIS COMO CIÊNCIA AUTÓNOMA

Cientistas sociais de renome mundial continuam a afirmar que as Relações

Internacionais não são uma disciplina autónoma, mas sim um ramo da Ciência Politica.

Dois são apresentados:

SIM: Disciplina de Relações Internacionais deve ser aceite como uma ciência

autónoma pois ela já alcançou reconhecimento como uma disciplina independente em

varias universidade no mundo; possui um campo de investigação particular e vários

métodos de estudo; no universo social existe uma rede complexa de relações

internacionais “ complexo internacional relacional” que requer um estudo autónomo,

este estudo precisa de um ângulo universal. Por isso, abordagem acima exposta não

pode ser possível amenos que a disciplina seja aceite como uma disciplina

independente; este estudo pode ser útil apenas se pudermos entender a verdadeira

natureza dos eventos ou dos problemas e direcções das relações internacionais.

NÃO: para que uma ciência seja aceite como independente, deve satisfazer três

condições básica: objecto definido, uma teoria aceite e uma metodologia definida.

Portanto, as relações internacionais não satisfazem estas condições e, por isso, não

pode ser aceite como uma ciência. Segundo as relações internacionais, estão

unicamente preocupadas com o comportamento entre os estados e os seus factores e

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forcas determinantes. Por isso ela tem de estudar no seus todo os processos políticos

determinantes de todos os Estado. Este estudo não pode ser conduzido pelas relações

internacionais. Por isso, deve permanecer dependente da ciência politica e outras

disciplinas sociais. Como tal ela não deve ser assumida como disciplina autónoma ou

independente. Ela é de facto, uma sub- disciplinas da ciência politica.

TEORIA

A teoria tem uma importância significante no campo de qualquer ciência porque faz

parte da reflexão da própria ciência, orientação da própria ciência, ajuda afazer reflexão

sistemática da própria ciência.

Teoria: uma construção intelectual sistemática que ajuda a seleccionar factos de tal

forma que nos facilite a explicação funcional e coerente e previsão concernente a

regularidades e repetição dos fenómenos observáveis.

A natureza e Função: prever, interpretar e explicar de forma funcional e coerente os

fenómenos na base de padrões de comportamentos e guiar a investigação e fazer

reflexão sistemática da própria ciência.

Duas traduções moldaram o estudo das Relações Internacionais e tem exercido uma

grande influencia: das ciências naturais apelidada de cientifica e a hermenêutica por

ser basicamente interpretativa.

TIPOS DE TEORIAS

Teorias progressiva: levam o pesquisador a fazer e a trazer novas questões.

Teorias parcimoniosas: aquelas que na base de poucos conceitos conseguem

explicar a relação entre fenómenos de forma clara.

Teorias não parcimoniosas: aquelas que tem variedade de elementos explicativos ou

seja, usam vários conceitos para explicar um fenómeno, dificultando a sua própria

explicação.

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Em Relações Internacionais temos duas formas de teorias:

Comprheensive theory (grandes teorias): aquelas que dão explicações largas,

abrangentes, evitam pormenores: Realismo.

Middle range theory (teorias parcimoniosas): dão explicação de forma limitada/ uma

explicação na dimensão limitada: terrorismo, Guerra, Paz, Democracia.

Em ciências sociais temos:

Teorias históricas descritiva: aquelas que procuram generalização factuais sobre o

passado e o presente.

Teorias matemáticas probabilísticas: aquelas que usam correlações matemáticas e

apontam futuros prováveis.

Teorias especulativas normativas: aquelas que usam a dedução para mostrar como

a realidade poderia ser aperfeiçoada.

Teorias persuasivas: exercem uma grande influencia sobre muitos pesquisadores

durante um longo período: realismo, teoria de conflito interno, coerção internas.

Validade de uma teoria

Três razoes possíveis validam uma teoria:

Quando a teoria consegue explicar coerentemente e de forma funcional aquilo

que prevê;

Quando a teoria é comungada por uma comunidade cientifica;

Quando é muito aplicada nos estudos de previsão do futuro;

Portanto, ela não depende do referente empírico mas depende de ela enunciar

coerentemente a sua aplicação. Depende de ela anunciar um conjunto de fenómenos

explicados coerentemente associados de hipóteses que devem ser explicados na

pratica.

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Relação entre a teoria e Prática

Em relações internacionais a teoria exerce uma grande relação com a pratica visto que

a teoria provem da prática. Por outro lado, a teoria precisa da prática para ser validada.

Na sociedade existem vários fenómenos que podem ocorrer então, para a explicação

desses fenómenos, inventa-se uma teoria para de forma coerente e funcional explica-

los. Contudo, a teoria é a explicação da prática.

Diferença entre a perspectiva teórica e a pratica das relações internacionais

O teórico procura a compreensão dos fenómenos e generalização sobre a politica num

nível de probabilidade significativa.

O decisor politico procura escolher circunstancias especificas onde analise

probabilística pode ser a mais adequada para produzir politicas importantes.

Saber e fazer ou o especulativo e o intelectual politico.

São problemas que tem haver com raciocínio dedutivo ao conhecimento empírico aos

juízes de valor.

Nos termos de David Hume, o teórico preocupa-se mais com os processos do

raciocínio dedutivo para chegar as grandes generalizações enquanto que o decisor

politico, tem o conhecimento derivado da experiencia pessoal, ele preocupa-se com

aspectos probabilísticos universal.

O decisor prefere viver na sua indagação enquanto que o teórico para entender a

politica de escolher e tentar prescindir com o conhecimento do dia.

VARIEDADE DE TEORIA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Para a resolução da grande abertura e falta de convergência entre os diferentes

teóricos de Relações Internacionais, os cientistas acabaram convergindo num conjunto

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de agrupamentos funcionais ou linhas gerais ou correntes de teorias para o seu uso em

relações internacionais.

Visão conservadora:

Valoriza a manutenção do status quo e descarta o elemento da mudança nas

relações internacionais.

Valoriza o power politics que o considera o universal.

Tem base no sub campo de segurança com a sua lógica militar.

Considera o Estado como o actor mais importante.

A posição relativa dos Estados e a mais importante do que a condição absoluta

de um Estado.

Valoriza a ordem

É reticente quanto a possibilidade de mudança de poder no sistema

internacional.

A guerra é algo natural, um mal as vezes necessário para tal os Estados devem

estar preparados .

O comercio internacional é um forte potencial de poder nacional

Visão liberal

Valoriza a reforma do status quo

Enfoque nos benefícios mútuos a serem alcançados através de

interdependência e reciprocidade

Acumulação de riquezas em termos absolutos é o mais importante que o

alcance do poder relativo do outro Estado.

Tem base no sub campo económico devido aos potenciais para ganhos mútuos

no comercio.

Valoriza a liberdade do comercio

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Vem a guerra numa tendência natural mais como um erro trágico e que deve ser

evitado.

Visão revolucionaria

Valoriza a mudança do status quo

Da enfoque nos aspectos de injustiça e de explicação nas relações

internacionais

Valoriza a justiça

Considera a guerra como o produto que define as relações de exploração

económica.

ACTORES DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Os actores de relações internacionais, são a aqueles que participam nas intervenções

do sistema internacional protagonistas da relações internacionais.

Os vários actores participam no cenário internacional para defenderem seus interesse

quer individuais quer do Estado.

Topos de actores

Actores não estatais e estatais.

Actores estatais

No vinculo dos actores estatais encontramos unicamente o Estado.

No meados do século XVII, o Estado era único actor dominante das relações

internacionais. Foi nessa que era as relações e interacções entre Estados se

desenvolveram.

A partir do século XX o Estado deixa de ser o único actor das relações internacionais e

surgem outros actores como as organizações internacionais.

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As relações internacionais tradicionalmente focalizavam na relação entre Estados-

soberanos, isso requer a compreensão absoluta da importância histórica e coerente

dos Estados no internacional, a compreensão do papel do poder e das diferentes

formas em que se manifestam na arena internacional, o poder que é aplicado nos

interesses diplomáticos e Direito internacional.

Portanto, o Estado não é o único actor com importância influente na politica

internacional.

A NATUREZA DO ESTADO

Estado: é uma entidade territorial habitada por uma população e controlada ou

governada por uma autoridade central de nominada por governo, assistido de um poder

de tomar decisão garantir a eficácia das mesmas decisões dentro das suas fronteiras.

O Estado lidera a defesa da população, garante a soberania e o bem estar da

população.

O Estado tem três condições básicas: população, soberania (instituição, governo,

reconhecimento diplomáticos de outros Estados) e território.

Portanto, a população e o território são as mais importantes pois os outros elementos

emanam dos dois. Importa referir que algumas características dos Estados não são

absolutas ora relativas.

Contudo, em termos teóricos, o Estado é uma entidade independente que decide a sua

própria forma de governo. Ela é uma abstracção pois as características que a

compõem não são fisicamente discernível.

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Características do Estado

Território: o território é a primeira característica do Estado. O território envolve a

dimensão das fronteiras o que distingue dos outros diferentes grupos sociais clã, tribo,

etnia.

A relação entre o território e a população de um Estado é inevitável pois onde quer há

território há população.

O território pressupõe fronteiras com a exclusividade da ocupação territorial, tais

fronteiras constituem um componente importante para o domínio das relações

internacionais por razoes obvias :

Primeiro, um Estado pode expandir o seu território a custa de outros, outras fronteiras

entre Estados são determinadas através de negociações e outras são estabelecidas

militarmente.

População: exerce uma relação intrínseca com Estado porque onde que seja, há

governo, há população, há território. A população apoia o governo na governação do

Estado.

Nação-Estado: é o Estado em que há sentimento de solidariedade entre a população.

Ao passo que o Estado Multicultural: é o Estado onde a solidariedade e realidade da

populado dentro das suas fronteiras geográficas é dividida.

A relação entre o Estado e a nação nas relações internacionais é de particular

importância, uma das razoes é a doutrina de auto determinação que se baseia na ideia

de que cada nação deve auto governar-se.

Este principio trouxe problema visto que as fronteiras da nação na coincidem com o

Estado, deste modo, as varias manifestações do nacionalismo so são possíveis de um

governo que é representativo do nacionalismo isso causa problema.

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Num Estado mono cultural temos única convicção e único nacionalismo ao passo que

no outro varias convicções e varias nacionalismo. Contudo, nenhum governo esta

capaz de satisfazer os caprichos de toda população.

Governo: o governo é o gestor do Estado. Uma das principais características é de ser

a única entidade legitimada para o uso da coerção dentro do território. Ele exerce o

controle da população.

Diante da relação estabelecida entre o governo e o Estado podemos perceber o

porque do aparecimento e do desaparecimento do governo num Estado. Por outro

lado, podemos perceber também porque o Estado é uma instituição estável e so

desaparece em cenários de politica internacional em tempos de crise.

O governo conduz as relações exteriores dos Estados, ela é uma habitação. Na politica

internacional encontramos indivíduos autorizados para agir a favor dos interesses dos

seus Estados.

Soberania: existência de autoridade legal reconhecida a todos países. A soberania

tem a dimensão interna e externa – soberania de júri.

Dimensão interna: inclui autoridade dentro das suas fronteiras (poder completo de

controlo). Esta visão de soberania implica a rejeição de qualquer tentativa de um

governo de exercer a autoridade suprema dentro de outros Estados – principio de

integridade territorial.

Dimensão externa: não reconhecer autoridade de outrem sobre ele.

A soberania tem dois elementos cruciais para medir o grau ou o tipo de soberania de

um objectivo espacial.

Soberania de júri: soberania legal reconhecida a todos objectos espaciais, plasmada

na carta das Nações Unidas. O principio legalmente falado “ todos Estados são

soberanos”.

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Soberania de facto: envolve o exercício da soberania na pratica.

As demissões do principio e pratica da soberania

Ao nível do principio, a soberania envolve a reivindicação de um Estado a um direito `a

autoridade suprema sobre todas outras autoridades dentro das suas fronteiras

geográficas e população, bem como o direito de intervir na politica externa este

principio deve ser implementado na pratica pois não basta que um Estado reivindique

o direito de soberania e não exerce-lo na pratica.

Será que Moçambique é um Estado soberano?

Por um lado Moçambique é um estado soberano pois goza de reconhecimento a nível

internacional. Por ouro lado, carece da pratica da mesma. Porem, este argumentos

leva-nos a mergulhar numa profunda contradição como bem discerne a filosofia.

Contudo, a resposta desta pergunta depende dos critérios de analise que você usa

para responde-la ou seja pode ser ou não ser soberano, dependendo do poder dos

seus argumento.

Estrutura do Estado

No mundo internacional existem diferentes tipos de Estados:

Estado unitário: que tem sistema interno e externo e não tem pluralidade de poder

politico.

Reunião real: quando dois Estados unem-se transferindo determinadas competências

para órgãos comuns.

Estados coersos:

Nação: povo que partilha a mesma identidade, cultura, língua tradição, raça, etc.

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Nação-Estado: (noção clássica) quando as fronteiras da nação coincidem com o

próprio Estado – a nação precede o Estado.

Estado-nação: aquele que o Estado precede a nação

Actores não estatais

A luz da teoria pluralista, o Estado em nenhum momento deve ser visto como o único

actor das relações internacionais pois no cenário internacional existem vários actores

que dominam e exercem uma forte influencia no sistema internacional. De entre esse

actores temos:

Actores substatais: um grupo de actores que actuam dentro do Estado e tenta

influenciar a politica externa do Estado. A exemplo desses actores são os proprietários

das empresas, industrias como de automóveis ou cigarros, os produtos nele fabricados

são vendidos para o exterior reduzindo assim as importações. Indivíduos particulares

que tem uma influencia no teatro internacional.

Actores transnacionais: são empresas que actuam dentro e fora do pais. Exemplo:

empresas multinacionais, ONG, organizações intergovernamentais tais como: OUA/UA,

OPEP, FMI, Banco Mundial.

Tendo visto todos esse actores estatais e não estatais podemos finalmente dizer que

as relações internacionais vão alem duma simples interacção entre Estado. É uma

interacção entre vario intervenientes do sistema internacional.

A INFLUÊNCIA E A CRISE DO ESTADO

A influência do Estado

Por definição, Estado é uma unidade geograficamente confinada ocupada por uma

população e controlada por um governo.

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Os Estados são os principais actores das relações internacionais, eles possuem o

poder de decisão e forca armada, até podem enfrentar as organizações internacionais,

e a pesar de tudo desfrutam de aceitação e popularidade entre as populações.

A palavra Estado designa colectividades muito diferentes pelas dimensões, pelo o

poder, etc. De facto, existem Estados com dimensões pequeníssimas como por

exemplo Nauru 21 Km2, Singapura com 620 Km2.

Contudo, olhando o sistema internacional como um todo verifica-se que alguns Estado

são agentes principais das relações internacionais outros são agentes secundários são

simplesmente figurantes no teatro da sociedade internacional. Alguns Estados

apresentam e defendem com a finco e eficazmente os seus interesses, mas outros

Estados (países dependentes) unicamente seguem os desejos e os interesses dos

seus protectores.

A crise do Estado

O estado apesar da sua importância do seu poder e da sua influencia, enfrenta

inúmeras dificuldades, muitos problemas e encontra-se em crise. Depare-se com

opressões externas e internas.

De facto surgiram outros actores tais como organizações internacionais, multinacionais,

etc., que lhe arrebatam parte do seu poder de decisão e a interdependência plenária (o

processo de globalização) favoreceu o aparecimento de opositores a sua autoridade e

a sua actuação e a diminuição da sua margem de manobra.

Antes os Estados possuíam a autoridade soberana e o monopólio da politica externa

(comunicava unicamente com os outros Estados através dos representantes dos seus

governos).

Actualmente os Estados deparam com as forcas que procuraram intervir nas

resoluções, participar nos benefícios e até formam outros Estados; encontram

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dificuldades para satisfazer as necessidades dos seus súbditos e conviver com outros

poderes políticos.

Portanto, a autonomia e capacidade do Estado estão a reduzir, pois há varias

organizações que tiram poder ao Estado ( há muitos multinacionais que constroem

estradas e cobram portagens, existência de e migrantes que desafiam os Estado).

Os internacionalistas advogam que o Estado dificulta a expansão da justiça mundial e

nem consegue ser o arbitro da vida interna por isso o Estado deve ser derrubado e

formar-se uma federação mundial governada por ONG.

Contudo, as solidariedades podem facilitar a solução dos problemas a compreensão e

a paz interna e externa; mas também pode favorecer as dificuldades, as intrigas e as

guerras internacionais. Por essa razão, mesmo com a solução sugerida ” criação de um

governo mundial” não estará isenta a existência dos mesmos problemas “ os

problemas de hoje podem evidentemente haver no próximo governo”.

Governo exilado (estado em exílio): quando um território do Estado é invadido e

ocupado por um exercito estrangeiro, o governo legal pode refugiar-se num pais aliado

para combater mais eficazmente o invasor.

Um dos principais motivos de exílio pode ser a realização de uma “ guerra relâmpago”

que apresenta ao governo do Estado vencido o perigo de ser capturado. (Portugal

refugiou-se para o Brasil em 1808 durante a invasão francesa a Portugal.

confederações dos estados e federações

Confederação: associação de Estados soberanos, usualmente criada por meio de

tratado, mas que pode eventualmente adoptar uma constituição comum. Na

confederação os Estado constituintes não abandonam a sua soberania. As

confederações costumam ser instituídas para lidar com assuntos cruciais como defesa,

relações exteriores, comercio internacional e união monetária. Em termos políticos

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modernos, uma confederação é normalmente limitada a uma união permanente dos

Estados soberanos para o propósito de adoptar uma acção comum frente a outros

Estados. A natureza da relação entre os Estados confederados e entre estes e a união

confederativa varia de caso a caso. Algumas confederações assemelham-se a

organizações internacionais, enquanto que confederações mais estreitas parecem-se

com federações.

Na maioria dos casos, a confederação é governa da por uma assembleia dos Estados

confederados que tem direito e deveres idênticos. As decisões desta assembleia são

em principio, tomadas por unanimidade. A confederação tem em regra personalidade

jurídica, mas a sua capacidade internacional é limitada. Do ponto de vista histórico, a

confederação costuma ser um processo que leva `a federação.

Federação: união de entidade estatais que abdicam assuntos importantes como

defesa e segurança, relação externa, controlo de todos elementos de soberania a favor

da federação; cada Estado tem suas próprias leis para alem da lei mãe. Tem uma

personalidade jurídica com capacidade ilimitada. Exemplo de federação: EUA, BRASIL,

RUSSIA, ALEMANHA, NIGERIA.

INTERESSE NACIONAL

O interesse nacional pode ser visto e, dois níveis: a nível do Estado ou domestico na

qual temos interesse do Estado/ interesse domestico e a nível nacional onde temos

interesse nacional.

Interesse do Estado: interesse que tem haver com fronteiras do estado dentro (do

próprio) Estado definido por um grupo de governo. Exemplo: reabilitação de Estrada,

revolução verde.

Interesse nacional: aquele que afecta ao nível da politica internacional ou das

relações internacionais – todos cidadãos ao nível de outros Estados – a nível

internacional.

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Quem define o interesse nacional?

O interesse nacional é definido pelo governo através das suas politicas, olhando para a

natureza do sistema internacional. Baseando-se no realismo observa-se que o sistema

internacional é anárquico, portanto, a primeira preocupação é a segurança. Contudo, o

interesse nacional é definido em função do jogo democrático.

Interesse nacional: são as necessidades comuns materiais espirituais de todas as

pessoas de uma Nação – Estado.

Em termos materiais, o Estado precisa de segurança, de desenvolvimento.

Em termos espirituais, o Estado precisa de respeito e reconhecimento com outros

Estados – a comunidade internacional.

IN = II + IC + IU

Nem todo o interesse individual é interesse nacional: o enceramento de uma loja de um

moçambicano na África do sul, influenciará no baixo rendimento financeiro do governo

moçambicano (PNB) – II =IN

Venda de informações para fins particulares aos Estados estrangeiros – II é não IN

Nem todo o interesse colectivo é interesse nacional: falência da industria de automóvel

na china por influencia do liberalismo.

Contudo, em caso de conflito entre os interesses, uma alternativa é sadia, sacrificar o

interesse individual e o interesse colectivo em beneficio do interesse nacional.

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Classificação de interesse nacional

Há vários tipos de interesse nacional e eles podem ser usados vários critérios para

identificar – grandes instrumentos de influencia nas relações internacionais.

Na base de conteúdo: Os interesses nacional podem ser classificados em interesses

políticos, interesses de segurança, económico e interesses culturais.

Exemplo de interesses politico: independência politica, soberania do Estado e status

internacional, etc.

Security interest: integridade territorial, segurança marítima.

Interesses económico: comercio – exporte/ importação, finanças internacionais,

investimento estrangeiros.

Interesses culturais: propagação de cultura (embaixada dos EUA – centro cultural dos

serviços da embaixada dos EUA)

Na abrangência de espaço de tempo para o alcance do Interesse nacional

Interesses constante e interesse variáveis

Os interesses constantes são perpétuos (soberania, segurança, independência).

Os interesses variáveis são aqueles que mudam de acordo com o governo vigente.

Redução da pobreza absoluta. Os interesses variáveis classificam-se em longo prazo,

médio prazo, curto prazo.

Interesses de longo prazo: perseguidos por Estados por um longo período de tempo:

modernização industrial, balança ecológica, forca nuclear.

Interesses de médio prazo: tornam interesses nacional por um curto período de

tempo como por exemplo: importação de certa tecnologia militar bastante avançada,

empenhar esforço para um certo tipo de ajuda externa.

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Interesses de curto prazo: são os instáveis de todos os interesses mudam por uma

qualquer mudança do ambiente internacional. São interesses temporais perseguidos

por muitos Estados. Exemplo: empréstimos comerciais, a regularização de tarifas.

Na base de importância:

Interesses vitais

Extremamente importantes

Simplesmente importantes (just important)

Interesses menos importantes

Interesses vitais são os indispensáveis para o Estado: segurança da população,

independência, integridade territorial, estabilidade de longo prazo de um sistema

politico, independência económica e a continuação – combate ao terrorismo.

Interesses extremamente importante: perseguidos quando há ameaça. Incluem a

favorável balança estratégica internacional, a manutenção prestigio nacional,

habilidade de escolher o tipo de modelo de desenvolvimento e a garantia de interesses

económicos

Interesses importantes: perseguidos quando não há ameaças obvia ao Estado.

Exemplo: manutenção da superioridade tecnológica, atracão para investimento

internacional, manutenção da estabilidade da politica internacional, melhoramento de

relações bilaterais.

Interesses menos importantes: mudam sempre que há mudança a nível

internacional.

Na abrangência de interesses:

Interesse, universais parciais e individuais.

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Interesses universais: interesses perseguidos por todos países do mundo. Exemplo:

soberania, estatuto internacional, segurança da população.

Parciais: perseguidos por um grupo de países numa área definida. Exemplo:

integração regional, formação de alianças.

Individuais: perseguidos por um Estado. Exemplo: de pois da guerra fria, a China

acelerou o seu desenvolvimento económico, abraçou a modernização com intuito de

estar em pé de igualdade com outras potencias tais como EUA, RUSSIA.

Pela natureza: comuns e conflitos de interesses (interesses conflituantes)

Pela relação de interesses: unificados, suplementares

Pela função: gerais, especiais

Na base de atributo: países desenvolvidos em via de desenvolvimento

A nível dos sistemas políticos: capitalistas e socialistas.

Interesse comum da SADC é cooperação regional. A navegabilidade do rio Chile pelo

Moçambique e Malawi.

Relação entre interesses nacional e internacional

Interesse internacional são parte de interesse nacional. Exemplo: paz mundial, bom

ambiente ecológico, estabilidade financeira.

Alguns interesses nacionais podem opor-se aos interesses internacionais colectivo,

mas ao mesmo tempo coincidiram como interesses internacionais globais. Exemplo:

após a Guerra Fria, o estabelecimento de uma ordem estável é um dos interesses

internacionais mais importante. Mas as tendências americana sobre a nova ordem

mundial é uma ordem internacional com os EUA como o centro e liderado pelas

potencias centrais.

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O conflito entre o interesses nacionais e interesses internacionais são reflexo das

condições entre os interesses internacionais de um determinado pais. Exemplo, na

contradição entre o interesse nacional do Irão em possuir a tecnologia nuclear e o

interesse da comunidade internacional em impedir a proliferação nuclear um destes

interesse deve ser sacrificado a expensas do outro.

Nem os interesses nacionais nem os internacionais são absolutamente superiores. A

determinacao do mais importante não é objectiva, ela vai depender da teoria a ser

usada, do contexto, do tempo ou mesmo da liderança.

Na base do realismo, o IN é importante (porque nos somos ambiciosos por isso a qui

defender o interesse nacional).

Métodos para a promoção de interesses nacional

Método coercivo: uso de formas/ meios de não fornecer sanções económicas.

Formação de alianças

Realização de negociações diplomáticas

Ajuda económica: usada pelos países ricos

Realização de propagandas

Segurança colectiva: “ um por todos e todos por um”

Portanto, a realização de propaganda pode ser positiva ou negativa. Positivo – lojas,

promoção de serviços culturais nas embaixadas (EUA) como forma de falar bem deles.

Negativa – quando os Estados tem a mania de satanizar, diabolizar os outros Estados.

O interesse nacional ao nível do Estado tem a natureza de classes. Ao passo que ao

nível da politica externa não muda – segurança, soberania, integridade territorial.

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Quais são as formas que Moçambique usa para promover seus interesses nacionais?

Aliança – alianças são geralmente concluída por dois ou mais Estados para a

protecção e promoção de interesses comuns. Ex: Moçambique esta integrado na

SADC.

Negociações diplomáticas – as negociações diplomáticas são usada para reconciliar

interesses divergentes do Estado através de um processo de “dar e receber”. Ex:

Moçambique negocia com África do sul para o fornecimento de energia; Moçambique

negociou com Portugal para a reversão da HCB.

Forma de transformação de interesses

Os interesses nacionais podem-se transformar por três formas:

Quando não há conflito de interesse. Exemplo: respeito pela bandeira nacional,

a comunidade diplomática.

Quando os interesses nacional entre diferentes países são complementares.

Exemplo: estabelecimento de uma comunidade económica para promover a

cooperação.

Quando resultam na tentativa de evitar conflitos de interesses. Exemplo: acordo

sobre a não proliferação nuclear para prevenir a guerra nuclear.

PODER (POWER)

O poder é dinâmico, contextual, relacional, relativo e absoluto.

O poder pode ser definido de diversas formas de acordo com o campo operacional.

Poder é a capacidade de “A” coagir o “B” sobre um determinado assunto.

Poder é a capacidade de "A” influenciar o “B” por forma que este submeta-se as

vontades de “A”

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Em Relações Internacionais o poder é visto como a capacidade ou habilidade de um

Estado exercer influencia ou controlo sobre acções de outro Estado.

O poder é contextual na medida que este mesmo depende do contexto – poder

contextual

Exemplo1: é bem sabido que entre a Rússia e o Afeganistão, a Rússia é mas

poderosa, porem a mesma Rússia foi derrotada em 1979 na Afeganistão por essa

razão podemos dizer que, naquele contexto Afeganistão tinha mais poder ou

simplesmente, era poderosa.

Exemplo2: é bem sabido que entre EUA e Vietname, os EUA são mais poderosos.

Porem, os EUA saíram a correr (até esquecer suas botas) de Vietname. Contudo,

naquele contexto, Vietname era o mais poderoso.

O poder contextual depende essencialmente do contexto situacional.

Poder absoluto, o poder é absoluto, na medida em que o Estado dispõem-se

coerentemente de elemento de poder.

Exemplo: entre África do sul e Moçambique, em termos absolutos, África do sul tem

poder porque dispõe-se de população soberania e superioridade técnica.

Moçambique tem poder relativo porque pode exercer influencia através da

hidroeléctrica de Caora Bassa.

No poder absoluto o Estado exerce influencia com diferentes influencias elementos de

poder que tem. E no poder relativo o Estado exerce influencia através do sector ou

recurso ou elemento na qual de forma comparativa se especializa.

O poder é dinâmico na medida em que as grandes potencias um dia podem ser

hiperpotencias e vice-versa.

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Exemplo: após a segunda guerra mundial o mundo estava sob dois pólos EUA e

URSS, ora hoje o cenário internacional esta cada vez mais dinamizado pois estamos

na multipolaridade na qual desçam-se varias potencias continentais até regionais como

por exemplo o Japão na Ásia, Brasil na América latina e África do sul na África.

O poder pode tomar as formas de soft power e hard power.

Hard power -,habilidade de um Estado de exercer influencia por meio de uso de força

militar.

H. power = poder + Força (militar)

Exemplo: lançamento de misseis a região de Taiwain pela China como forma de

ameaçar a ilha.

Softy power: a capacidade de um estado influenciar outro Estado sem o recurso a

forma militar isto é unicamente por meio de incentivos, uso da diplomacia,

investimentos.

Ex: investimentos norte americanos e chineses no continente africano. Verifica-se

actualmente a invenção de fundos monetários , melhoria de capacidade técnica com

vista a incrementar o desenvolvimento sócio económico para melhoria das condições

de vida da população.

Contudo, as sanções económicas e politicas estão enquadradas no hard power pois as

mesmas ferem a integridade de um Estado. Exemplo: as sanções económicas que

EUA aplicou contra Cuba.

Dimensão do poder

Para conseguirmos identificar quem tem mais poder convêm usar os cinco (5)

elementos abaixo.

Âmbito (scop)

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Domínio (dominum)

Peso (wegth)

Custo (cost)

Meio (mean)

Ao nível do âmbito, verificamos os aspecto do comportamento de B que é afectado

por A.

Moçambique vs RSA, Moçambique é poderoso no âmbito de energia (HCB)

Japão vs China, China é poderoso no âmbito militar.

Domínio – verificamos o no de outros actores sujeitos sobre os quais A pretende

influenciar . – quantos Estados A pretende dominar ou influenciar. Exemplo: RSA,

influencia na África Austral pois domina todos os países desta região.

Peso – possibilidade de B ser afectado por A. A-90%, B- 30%. Neste contexto, o

Estado A é o mais poderoso pois tem mais probabilidade de alcançar seus interesses.

Custo – verificar quem tem mais custo numa relação entre actor A e B ou seja verificar

quem paga mais conta. Exemplo: A- vs B + logo, o A é mais poderoso porque paga A

menos conta.

Meio – é poderoso quem tem mais meios: económicos, militares, de comunicação.

Elementos de poder

Capacidades de Estados que são tocáveis, visíveis, tangíveis, facilmente mensuráveis

– são chamados elementos objectivos: geografia, recursos naturais, poder militar,

riqueza económica.

Elementos subjectivo: é ao contrario dos elementos objectivos: não são tangíveis,

tocáveis, visíveis e de fácil mensuráveis. “ o homem é mau por natureza”.

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Exemplo: cultura nacional, moral nacional, estabilidade politica, qualidade de

governação, qualidade de diplomacia.

Tanto elementos objectivos como elementos subjectivos são elementos que os Estados

usam para exercer influencia sobre outros. Por outro lado, não basta ter todos esses

elementos de poder é preciso saber a sua utilidade e usa-los. O facto de ter geografia

implica ter poder portanto o elemento perceptual é pertinente.

Medição de poder

O poder é bastante difícil de se medir mas não é impossível. Ele é difícil porque o

poder é dinâmico e esta em constante mudança, ele é contextual, é de natureza

relativa, é de natureza situacional tem várias formas de exercer influencia e está repleto

de múltiplos factores.

Existência de diversas formas de influencia – ao atacar palestina Israel usa meios

coercivos para influenciar os palestinianos. Mas os EUA usaram incentivos para

convencer a China a melhorar o seu comportamento em relação aos direitos humanos

ao prometer que apoiaria a China a fazer parte da OMC.

Multiplicidade de factores (elementos) do poder –Moçambique pode usar o factor HBC

para influencia África do sul, mas Angola poderá usar o factor petróleo para influenciar

a mesma África do sul.

Natureza relativa do poder – a China tem mais poder económico quando comparada

com o seu vizinhos Vietname, mas quando comparada com Japão. O México tem mais

poder global comparado a Guatemala localizado no sul da América, mas não em

relação a EUA localizado no norte.

Natureza situacional do pode – embora os EUA possuam um vasto pode nuclear, eles

não tem sido bem sucedidos em impedir que os outros países ou Al Qaeda empreenda

acções contrarias ao interesses norte americanos. Alias, o arsenal nuclear dos EUA

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não foi capaz de evitar o 11 de Setembro e nem conseguiu prevalecer na Guerra do

Vietname.

Então, como é que podemos medir o poder visto que é difícil?

Para medir o poder de A em relação a B é:

1. Olhar a probabilidade de B obedece

2. Olhar a velocidade com que obedece

3. O numero de assuntos sobres os quais A pretendente influenciar B

4. A magnitude negativa ou positiva da sanção de A em relação a B

5. Custo para A

6. Custo para B

7. Numero de opções disponíveis para B.

Categories de Poder

Em relações internacionais existem varias categorias de poder entre Estados:

Hiperpotencia (EUA)

Superpotencia EUA e URSS, na altura da guerra fria)

Grandes potencias (Franca, Alemanha, Inglaterra)

Potencias regionais (Africa do sul, Brasil, Nigeria, Italia)

Potencias emergentes (Brasil, China, …)

SISTEMA INTERNACIONAL

Sistema internacional é um conjunto de entidades politicas independentes seja tribo,

nação, impérios, Estados, interagem com uma certa frequência e seguem um processo

regular.

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Aspectos para analisar o sistema internacional

1. Limite ou fronteiras do sistema: cada sistema tem seus limites geográficos,

políticos, económicos, culturais, ambientais…

2. Características das unidades politicas: ver o tipo de Estado, a forma de

governação, o relacionamento entre as pessoas.

3. Estrutura do sistema: configuração do poder, distribuição do poder (unipolar,

bipolar, multipolar no sistema.

4. Interacção entre as unidades componentes: como os Estados, nações, os

impérios se relacionam (via guerra, meios pacificos…).

5. Regras e costume: existência de regras e costume.

Exemplo1: sistema internacional da ONU.

Limites ou fronteiras do sistema: geograficamente os limites da ONU comportam os

espaços geográficos dos Estados membros. Em termo de assuntos a ONU ocupa-se

de questões de varias índoles sejam políticos, económico, sociais ou culturais.

Característica das unidades politicas: composta por Estados unitários, união reais,

federações e confederações, alguns Estados são considerados democráticos, outros

autocráticos. Nalguns Estados realizam-se eleições para os órgãos governativos,

noutros a liderança decide como e quem governar. Nalguns Estados o povo elege

directamente o seu presidente, noutro elege o partido e este indica o presidente.

Estrutura do sistema: é um sistema de Estados independentes; é igualmente um

sistema de Estados hegemónico (sendo Unipolar dada as tendências dos EUA;

multipolar ou hegemonia colectiva dada as tendências do conselho de segurança

pretender sobrepor-se aos outros).

Relação entre as unidades competente: basicamente por contactos diplomáticos,

cooperação e comercio. Mas também rivalidades que desembocam em violência como

foi a caso de invasão ao Iraque pelos EUA.

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Exemplo2: Estrutura do sistema internacional do pôs - Guerra Fria.

Sendo a estrutura do sistema internacional características da configuração do poder e

influencia ou das formas persistentes de relação de dominação e subordinação,

podemos indicar a estrutura do sistema internacional do pôs Guerra Fria nos seguintes

termos :

É um sistema de Estados independentes, onde todos Estados clamam por

soberania.

É igualmente um sistema de Estados hegemónico caracterizado por ser:

unipolar, dada a tendência e atributos dos EUA. – multipolar ou hegemonia

colectiva dadas as tendências do conselho de segurança pretender sobrepor-se

aos outros Estados; temos igualmente a existência de pólos de poder,

representados pela NATO, EU, o bloco de ocidente que são pólos de poder que

se sobrepõem a outros.

há uma estratificação do poder, onde encontramos uma hiper – potencia (EUA),

grandes potencias (China, Russia, franca, Alemanha, Inglaterra, Japao, UK,

EUA), potencias regionais (Africa do sul, Israel), potencias medias (Australia,

Canada, Brazil, Espanha, India).

há uma crescente tendência de os Estados agruparem num conjunto de

subsistemas representados tanto por fronteiras geográficas (UA, AEA, UA)

como em função de assuntos específicos (OMS, OMC).

Tipo de sistema internacional

Sistema de Estados independentes

Sistema de Estados Hegemónico

Sistema imperial

Sistema feudal

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Sistema de Estados independentes

Estados que reivindicam a soberania, igualdade não admite uma autoridade acima do

Estado – no território como no exterior.

Sistema de Estados Hegemónicos

Existe um grupos de Estados que mandam. ( um único mandante)

Unipolar –quando um único Estado pretende mandar – após guerra fria 1989-1911 –

aquando da desintegração da URSS.

Bipolar – quando dois países querem dividir as zonas de influencia, guerra fria entre

EUA e a URSS; Esparta Vs Atena.

Defuso/ multipolar/ hegemonia colectiva – não existe potencia hegemónica tantos

pólos que já não se identificam quando detêm o poder. Não mais três ou mais pólos de

poder.

Uni multipolar – existência de muitos pólos. Exemplo: Ásia – china, África austral -

África do sul, Brasil na América do sul, etc. ( EUA e outros).

NÍVEIS DE ANALISE EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Os níveis de analise aparecem nos anos 50 quando procura-se responder “ porque é

que as guerra ocorrem?” (why war occur?).

Para perceber as causas da guerra, Waltz adverte para olhar primeiramente no

comportamento do homem e a natureza humana.

Nível individual – olhar para o comportamento dos homens na qual encontramos o

“homem como por natureza é mau” – realismo - tem sua ambições e seus interesses

razão pelo qual as guerras ocorrem. “ tanto bons homens como maus leva-nos a

guerra”.

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Nível Estatal – olhar para as instituições politicas. Numa determinada sociedade

existem Estados bons e maus – não há consenso sobre o Estado bom e mau.

Nível sistémico – o individuo e o Estado é a causa imediata da guerra. O sistema é a

causa permissiva.

O sistema internacional é anárquico sentido de que não existe uma autoridade

suprema acima do Estado. A falta de uma autoridade que possa mandar os Estados,

faz com que haja anarquia no sistema internacional ou faz com que o individuo e os

Estados a entrarem em guerra.

Resumo

Nível individual

Natureza e psicologia humana.

Lideres e sistema de crença

Personalidade dos lideres

Conhecimento percepção ou ma percepção

Nível estatal

Estrutura de governação e natureza do sistema politico

Processo de tomada de decisão

Estrutura do sistema económico

Opinião publica

Cultura politica

Ideologia

Nacionalismo

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Nível sistémico

Anarquia

Numero de grandes potencias ou pólos.

PARADIGMA

Paradigma é entendida como um conjunto de realizações cientificas reconhecidas por

uma comunidade cientifica, que fornece problema e soluções.

Funções de paradigma

determinar os problemas a serem Estudados

especificar meios apropriados para estudar estes problemas

delimitar o tipo de teoria e explicações que são aceitáveis.

Diferença de um paradigma e uma teoria

Um paradigma contem varias teorias especificas, um paradigma é metateórico. Uma

teoria faz declarações sobre o mundo ao passo que um paradigma envolve afirmações

sobre a natureza da teoria aceitável, as entidades apropriadas para investigar e as

abordagens correctas para tais investigações .

Contudo, um paradigma consiste de um conjunto de assumpções fundamentais sobre o

objecto da ciência. Um paradigma tanto permite como constrange. Por outro lado, ele

ajuda a definir o que é importante para estudar e, igualmente, um paradigma é

indispensável na simplificação da realidade isolando determinados factores e forças de

uma multitude de inúmeras possibilidades. Por outro lado, um paradigma constrange

dado que limita o nosso campo perceptual (o que nos vemos como os actores e

relacionamentos mais importantes num campo de estudo particular.

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ESTRUTURALISMO

O estruturalismo é uma imagem das relações internacionais. Está preocupada com os

problemas económicos. Os seus precursores surgiram numa época caracteriza pela

existência de problemas económicos, isto após a revolução industrial sec. XVIII.

Portanto, ele questionavam “Por que é que os países do terceiro mundo na América

latina, Ásia, África não conseguem alcançar um desenvolvimento? “.

Pressupostos:

Primeiro, perceber o sistema onde os acontecimentos ocorrem . o sistema capitalista

mundial e a sua estrutura são bases de analise, são enfoque central de analise no

estruturalismo independentemente dos níveis de analise o mais importante é a

estrutura da economia.

Segundo, o uso de método histórico como o método de analise para poder

compreender o sistema internacional. Só a compressão da evolução histórica do

capitalismo internacional é que permite perceber a estrutura actual desse sistema

(capitalista).

Terceiro, há mecanismo de dominação estabelecidos para manter e subjugar os menos

desenvolvidos, e esses mecanismos conduzem a ideia de que nos temos o centro e

periferia e os mesmos servem para manter o centro como centro e periferia como

periferia.

Os factores económicos são fundamentais para analise da evolução e funcionamento

do sistema capitalista mundial. Esses factores exercem uma influencia gigantesca nos

assuntos políticos económicos, sociais, culturais e étnicas.

Precursores:

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Karl Max, considerado pai do Estruturalismo, viveu na época do auge do capitalismo.

Ele observou e verificou que de facto existiam problemas. Aplicou métodos de analise

sobre o desenvolvimento do capitalismo.

A grande contribuição foi de que o capitalismo esta ligado a ideia de exploração entre

os detentores dos meios de produção e a classe operária. Ele via a Historia como

processo que estava ligados a exploração e não a ideia de evolução do Estado. O

capitalismo provoca efeitos económicos na sociedade onde ocorre. Em todos os níveis

de produção existem mecanismos de exploração. Contudo, Max estava

preocupadíssimo com a exploração sobre aqueles que não tinham meios de produção.

John Hobson, inglês, as sua ideias estavam centralizadas no imperialismo. Advogava

sobre uma hierarquia divisão de trabalho a nível nacional na qual existem ricos e

pobres mais não existem benefícios recíprocos. Ele que nos introduziu a ideia de

superprodução, acumulação de capital o que resulta da exploração dos trabalhadores e

maior acumulação dos burgueses.

A sua contribuição centra-se na ideia de que o imperialismo não beneficia a todo o

pais. O imperialismo esta para beneficiar alguns (capitalistas, industriais) que queriam

assegurar o seus interesses de rendimento dos países dominados.

O imperialismo é a maior causa da guerra e o capitalismo pode tirar vantagens disso.

Lenine

Desenvolveu a teoria que defendia a necessidade explicar a exploração do capitalismo

por parte do menos desenvolvidos e as causas das a guerras que emergem entre os

países desenvolvidos

Para Lenine, imperialismo é conduzido pelas forcas económicas e é inevitável a

exploração e a ocorrência de conflitos. Ele porem, critica aqueles teóricos que defende

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que imperialismo é simplesmente politica escolhida do capitalismo. Para ele,

imperialismo não é uma questão de escolha mas de inevitabilidade.

Luxemburg

Defendia que a revolução é a única maneira de transformar a sociedade como forma

de remover os obstáculo que impede a progressão da sociedade. Ela via o reformismo

como o abandono dos princípios do Marxismo. Por outro lado, acredita que reformismo

envolve compromisso com os burgueses focalizados na classe capitalista.

António Gramsci

É um marxista italiano, da ênfase ao voluntarismo politico. O conceito chave que

influenciou alguns teóricos estruturalistas económicos é o de bloco ideológico e

histórico. Que é o bloco de obstáculos para a mudança social. Para Gramsci, bloco

histórico é uma instrumento de hegemonia.

Balance of power, segundo o realismo é o equilíbrio de poder de modo a garantir

estabilidade no sistema internacional. O balance of power é um meio de combate o

aumento de poder de um Estado de modo que não subjugue os demais Estados, por

isso o balance of power é formado a traves de coligação de Estados (aliança) contra

um outro Estado que busca mais poder, este é o resultado da anarquia no sistema

internacional, por causa de insegurança e desconfiança que existe entre os Estados.

O neo-realismo decreta no determinismo que o balance of power os Estados só si

podem conformar com o sistema e os clássicos acreditam que o balance of power é

criação dos lideres e eles é que mantém o mesmo. No entanto não há consenso sobre

o surgimento do balance of power.

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A anarquia, é o que caracteriza o sistema internacional para os realistas ou seja para

os realistas o sistema internacional é anárquico, não existe uma autoridade acima do

Estado. As implicações desse sistema ao os conflitos, guerras porque há ausência

duma entidade que vai manter a ordem, os Estados preocupam-se com sua segurança,

o auto- confiança, o self-help e devem se arrumar para controlar-se uns aos outros. Por

causa dessa anarquia o Estado preocupa-se com assuntos de segurança, alcance do

poder em que os Estados não cooperam, a relevância da-se ao facto de não existir a

ingerência nos assuntos internos dos outros Estados a soberania, que proibira que os

Estados ingiram nos outros. A anarquia possibilitara os Estados a arrumarem-se a

auto confiarem-se e outro defenderem-se por causa da anarquia.

Para os liberais concordam com o realismo de que o sistema internacional é anárquico

mas diferem quando dizem que nesse sistema anárquico os Estados cooperam.

Portanto para o liberalismo o sistema internacional é a anárquico e por causa dessa

anarquia os Estados cooperam para por fim anarquia, anarquia faz os Estados se

reunirem e procurarem soluções conjuntas que levam os Estados a alcançar o seu

interesse, consideram interesse comum, todos Estados estão preocupados com a

extinção da anarquia. A relevância é de que sendo o sistema com objectivo de resolver

as questões de segurança de forma mutua, conjunta então anarquia do sistema

internacional boa. As implicações desse sistema internacional anárquico são: os

Estados não irão a guerra, os Estados irão cooperar, irão resolver suas questões de

forma pacifica, através de criação de organismos internacionais como a ONU, a OUA

para regular as suas relações.

Teoria critica

A teoria critica é um desenvolvimento do pensamento marxista; procura expor a

dominação global do Norte sobre o Sul pobre. A teoria crítica vem o conhecimento

como inerentemente político; os cientistas sociais são instrumento de poder.

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Rejeita os três postulados do básicos do positivismo: uma realidade externa objectiva;

distinção sujeito/ objecto; e ciência social livre de valores. Procura libertar a

humanidade das forcas conservadoras e estruturas opressivas da política e economias

globais hegemónicos (dominadas pelos EUA). Os teóricos críticos são similares aos

idealistas no seu apoio à mudança progressiva e seu emprego de teoria para trazer

mudanças.

Teoria pós-modernista (o pós-modernismo)

Abordagem pós-modernista das Relações Internacionais que rejeita a ideia moderna,

iluminista, de que o conhecimento humano sempre em expansão levará a uma melhor

compreensão e domínio do sistema internacional. uma característica distinta do

discurso pós - modernista nas Relações Internacionais é a sua inclinação

(desmascarar) e desconstrução das verdades universais – como as avançadas por

Waltz e Kant – que se supõem ser validas para todos os tempos e lugares.

Contesta a noção de realidade, de verdade, de ideia de que existe ou pode existir um

conhecimento em expansão sobre o mundo humano. As narrativas inclusive as meta

narrativas, são sempre construídas por um teórico e, portanto, são sempre

contaminadas, isto é desassociadas de seus arbitrários e de suas intenções

tendenciosas.

Teoria construtivista ( o construtivismo)

Defende que o aspecto mais importante de relações internacionais é social, não

material. Esta realidade social não é objectiva, ou externa ao observador de relações

internacionais. O mundo social e politico, incluindo o mundo das relações

internacionais, não é uma entidade física ou objecto material que esta fora da

consciência. Consequentemente, estudo de relações internacionais deve focalizar nas

ideias e crenças que informam os actores na cena internacional bem como as

percepções partilhadas entre eles.

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Concorda com o positivismo de que é possível acumular um conhecimento valido sobre

o mundo. Mas, em contraposição, o construtivismo enfatiza o papel das ideias do

conhecimento comum do mundo social. Os Estados constroem a anarquia internacional

que define as suas relações. A anarquia não é uma condição natural, mas que os

Estados fazem dela.

Pontos de semelhança e divergência