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PESQUISA DE GRADUAO A SERVIO DA RESPONSABILIDADE SOCIAL: EDUCAO
AMBIENTAL ATRAVS DA INTRODUO DE TELHADOS VERDES PARA A DRENAGEM
URBANA SUSTENTVEL
Gustavo Brando Costa [email protected] Universidade
Presbiteriana Mackenzie, Escola de Engenharia Rua da Consolao, 930
CEP 01302-907, Consolao, So Paulo, SP, Brasil Andr Assugeni
Tanzillo [email protected] Universidade Presbiteriana
Mackenzie, Escola de Engenharia Andr Luiz de Lima Reda
[email protected] Universidade Presbiteriana Mackenzie, Escola de
Engenharia e Centro Universitrio do IMT, Escola de Engenharia Mau
Ana Jlia Ferreira Rocha [email protected] Universidade
Presbiteriana Mackenzie, Escola de Engenharia Ana Lcia Bragana
Pinheiro [email protected] Universidade Presbiteriana
Mackenzie, Escola de Engenharia
Resumo: Tem-se expandido a construo de telhados verdes para
controlar guas pluviais urbanas, usando sua capacidade de
armazenamento e amortecendo picos de enchentes numa prtica em direo
urbanizao sustentvel. O artigo relata os resultados de projeto de
graduao numa linha de pesquisa da Escola em Educao Ambiental, que
inicia por uma abrangente reviso bibliogrfica descrevendo as
tcnicas mais comuns no projeto de telhados verdes. Um mtodo prtico
para dimension-los proposto sobre bases matemticas, com seus
principais aspectos resumidos aqui. Para tanto, adotada uma
tormenta de projeto com base na equao de chuva intensa regional. As
caractersticas fsicas do telhado proposto no projeto tambm so
consideradas, finalmente resultando a espessura necessria do
substrato poroso do telhado (nica caracterstica geomtrica
inicialmente desconhecida). Uma hiptese fundamental sobre a qual o
mtodo concebido que toda a chuva infiltrada cabe retida na camada
permevel (ou substrato), com a descarga filtrada atravs do seu
fundo poroso comeando somente aps o trmino do episdio de chuva. Um
estudo de caso realstico, porm baseado em dados hipotticos
descrevendo um evento de chuva (plausveis e similares aos
observados em casos reais), a rea de telhado e suas camadas,
demonstra a eficincia do telhado verde para atenuar picos de
enchente no ponto de descarga do terreno da edificao. Finalmente,
apresentada uma proposta direcionada ao pblico: um folheto
divulgando a possibilidade e as vantagens da adoo de telhados
verdes pelos muncipes num exemplo de interao estudante-sociedade
para promover educao ambiental. Palavras-chave: telhado verde,
revitalizao da drenagem, hidrologia urbana, desenvolvimento
sustentvel.
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1. INTRODUO
medida que a taxa de urbanizao se expande nos pases em
desenvolvimento, a ponto de a populao urbana no Brasil j ser maior
do que a rural, os centros urbanos passam a no ter mais tempo para
crescer de forma organizada. Atualmente, qualquer regio do mundo j
conta com cidades de milhes de habitantes. Foi inevitvel que vrias
se tornassem megalpoles, com os diversos problemas ambientais
oriundos da concentrao populacional. Neste ponto, os recursos
naturais se tornam relativamente restritos principalmente a extenso
territorial, o que degrada no s a natureza local, como tambm a
prpria estrutura urbana e a vida de seus habitantes. Vrios desses
impactos se devem impermeabilizao demasiada, resultando excesso de
escoamento superficial e enxurradas, com crescente velocidade para
os corpos receptores, provocando muitas vezes eroso e inundao. O
excesso de pavimentao e construo causa, ainda, aumento na
temperatura, causando as ilhas de calor (ou canopy effect).
Superfcies porosas, ao contrrio disso, absorvem e retm parte da
chuva, reduzindo o escoamento superficial e liberando o volume
lquido infiltrado por um perodo mais longo (COSTA et al., 2011;
MOURA, 2008 apud LOUREIRO; FARIAS, [2009-2010]); alm de aumentarem
a biomassa vegetal e a umidade do solo, bem como a inrcia trmica
ambiental (e o conforto trmico).
Tudo isto pode ser conseguido pelo planejamento urbano e
implantao de benfeitorias ou estruturas de baixo impacto ambiental.
Estruturas urbanas de baixo impacto ambiental so aquelas cuja
instalao e utilizao no aumentam, tendendo at a mitigar, os impactos
negativos causados ao meio por exemplo, a adoo de solos, ruas e
caladas permeveis. Tambm funcionam assim as superfcies drenantes
com vegetao sobre base permevel, seja em jardins, parques ou lajes
e telhados o que representa o interesse deste trabalho.
Os telhados verdes, coberturas verdes, tetos verdes, telhados
vivos, eco telhados ou telhados ajardinados dentre outras
denominaes encontradas na literatura so uma tcnica da Arquitetura
que busca aplicar solo e vegetao sobre estruturas de cobertura
impermevel, em diversos tipos dessas coberturas e de edificaes.
Sabe-se de telhados verdes em regies as mais diversas, tais como
Alemanha, Argentina, Tanznia e Islndia, e em diversas fases
histricas (so famosos os jardins suspensos da Babilnia). Porm, suas
qualidades e benfeitorias foram reconhecidas mais amplamente, no
meio tcnico, h apenas poucos anos. Com o reconhecimento, vieram os
estudos do comportamento hidrolgico, trmico e acstico dessas
coberturas verdes. De fato, alm dos benefcios hidrolgicos em foco
neste estudo, tem-se notcia de que coberturas verdes sobre
contineres experimentais reduziram presses sonoras internas de 30 a
50% (LAGSTRM, 2004) vide Figura 1. Quanto recuperao da umidade nas
cidades, telhados verdes podem evaporar alguns milhares de vezes
mais gua em dia quente do que telhados convencionais, segundo
Robinette (1972, apud MINKE, 2005). Alm disto, a plantao de
vegetais em grande escala sobre uma rea urbana pode contribuir para
o sequestro de CO2, coibindo o aumento no efeito estufa. Dentre
estes benefcios, so os estudos trmicos e os hidrolgicos que mais se
destacam.
Relatam-se aqui tcnicas e tipos de telhados verdes, alm de
pesquisas relevantes sobre seu funcionamento e caractersticas de
interesse para a reforma ambiental. Apresentam-se estudos do
comportamento hidrolgico e se prope um mtodo para
dimensionamento.
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Fonte: Lagstrm (2004, p.29), traduzido pelos autores.
O telhado verde formado por um conjunto composto, basicamente,
por uma camada superior de substrato (solo), a vegetao e uma
subcamada drenante inferior, apoiada sobre laje ou outra estrutura
de cobertura, com impermeabilizao adequada entre ela e tal
estrutura (MINKE, 2005).
Telhados verdes podem ser construdos de maneiras diversas,
divididas em vrias classes. Os mtodos construtivos dessas
coberturas se distinguem no s pelos vrios materiais componentes
empregados no substrato, na camada drenante e na impermeabilizao
(esta, na sua base), mas tambm por suas caractersticas intrnsecas
tais como espessura do substrato e declividade das camadas
componentes.
2. CLASSIFICAO E FUNCIONAMENTO DOS TELHADOS VERDES
Costuma-se classificar os telhados verdes, comumente, em trs
categorias principais, a saber: intensivos, semiextensivos e
extensivos. Alm de essas classes diferirem pela espessura do
substrato, principalmente, outras caractersticas tambm as
distinguem, tais como tipo de planta, profundidade das razes e
intensidade de manuteno, como detalhado a seguir.
Sistemas intensivos tm substrato mais espesso (espessuras
mnimas, na literatura, prximas a 20 cm), permitindo o crescimento
de vegetao mais densa e at lenhosa o que limita a declividade e
requer manuteno freqente e boa irrigao (MINKE, 2005). Tais telhados
tm grande liberdade e variabilidade na instalao de componentes,
exigindo estruturas de base de alta resistncia da permitirem uso
para convivncia e recreao. Oferecem outras vantagens especficas,
tais como a possibilidade de plantio e cultivo de alimentos
(OLIVEIRA; SILVA, 2009) caracterstica interessante, dependendo do
intuito do projeto. Porm, o fato de o peso dos telhados verdes
intensivos ser considervel, faz, por vezes, necessrio o reforo
estrutural para sua aplicao, junto necessidade constante de
manuteno tornando-os menos viveis economicamente.
Figura 1 - Resposta a impulso sonoro com e sem teto verde.
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Os sistemas extensivos so aqueles com substratos menos espessos,
de vegetao rasteira, com camadas de 2,5 a 15 cm de espessura
evidentemente, no comportando longas razes e podem ser suportados
por estruturas leves (mesmo quando saturados), exigindo pouca ou
nenhuma manuteno (GETTER; ROWE, 2006; LAGSTRM, 2004; MINKE,
2005;
OLIVEIRA, SILVA, 2009; TOMAZ, 2005). Ao contrrio dos intensivos,
no podem ser cultivados e s suportam trnsito para manuteno, pois so
estruturas frgeis (MINKE, 2005). So mais baratos, simples e
praticveis em vasta aplicao, exigindo menos manuteno. O caso prtico
em estudo aqui um telhado extensivo, apropriado para regies urbanas
ver corte na Figura 2 e fotografia na Figura 3..
Figura 2 Esquema em corte do telhado verde adotado.
Os sistemas semiextensivos so classificados entre intensivos e
extensivos. Apresentam, parcialmente, vantagens e desvantagens de
ambos, com substrato mais espesso que os extensivos. Por vezes
proporcionam o cultivo de arbustos e alimentos, com espessura entre
12 e 25 cm e necessidade de peridica manuteno e irrigao de acordo
com o IGRA (2011).
Fonte: IGRA (2011 n.p.)
Figura 3 - Telhados verdes extensivo (esquerda) e semiextensivo
(direita) sobre lajes de edifcio
uma caracterstica importante dos telhados verdes sua capacidade
de deter e reter guas pluviais no que so nicos dentre toda a gama
de coberturas existente. Por isso, uma regio urbana pode ter seu
ciclo hidrolgico restaurado adotando-se telhados verdes em boa
parcela dela (PALLA et al., 2010). A capacidade de reteno e deteno
de gua devida s suas diversas camadas permeveis, que diminuem a
velocidade de escoamento, da aumentando o tempo de deteno no
sistema (BERTHIER et al., 2011). Isto se deve necessidade de
preencher os vazios do solo pela gua antes que continue a escoar
por gravidade. Adicione-se a ela o fato de o solo oferecer
resistncia percolao e o fenmeno de absoro de gua pelas plantas tudo
isto reduzindo o escoamento superficial no desge final do telhado.
Esses fenmenos so discutidos em Cunha (2004), Montalto et al.
(2007), Oliveira e Silva (2009),
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Palla et al. (2010), Pe et al. (2011) e Vanwoert et al. (2005),
dependendo diretamente da inclinao e espessura das camadas
drenantes, sua permeabilidade e capacidade de reteno.
Parte relevante dos estudos sobre capacidade de reteno dos
telhados verdes garante que a inclinao a influencia diretamente e
no s a eficincia de drenagem, obviamente. Uma minoria dos estudos,
porm, questiona tal posio: Schade (2000 apud PALLA et al., 2010) e
Liesecke (1998 apud PALLA et al., 2010). Os estudos de Vanwoert et
al. (2005) afirmam que no s a inclinao, mas tambm a espessura, so
fatores a considerar na definio tima do telhado verde, como citado
anteriormente, levando em conta, ainda, a intensidade da chuva de
projeto. Outro fator cogitado por Vanwoert et al. (2005), mas no
aprofundado, a ligao do tipo de vegetao com a quantidade de gua
retida, sendo comprovado por aqueles autores que uma estrutura com
vegetao retm uma quantidade maior de gua do que se no a tivesse.
Assim, a vazo mxima sada do telhado diminui ao se amortecer o
hidrograma efluente, assim caindo a carga dos sistemas de drenagem
pblicos durante e aps a chuva. Isto resultaria tambm reduo da eroso
(por diminuio na velocidade da enxurrada) e dos risco de inundaes
(PALLA et al., 2010; MONTALTO et al., 2007).
Berthier et al. (2011) esto desenvolvendo um mtodo de
dimensionamento de telhados verdes e sugerem que, por anlise de
dados coletados por alguns anos em prottipos, na seca o substrato
fica inteiramente insaturado, com pouqussima gua armazenada at
atingindo o ponto de murcha de certas plantas. Isto, pois,
proporciona maior potencial de reteno de gua precipitada; enquanto,
em pocas chuvosas, a quantidade de gua armazenada no substrato
maior, nunca chegando ao estado de saturao e reduzindo a reteno de
gua pluvial.
Costa et al. (2011) no somente testam os efeitos do retardamento
do escoamento pelo substrato e vegetao, a exemplo de outros estudos
(BACOVIS, 2010; PALLA et al., 2010; VANWOERT et al., 2005), mas
tambm o efeito da rugosidade da superfcie onde o telhado verde
implantado, observando resultado satisfatrio na reteno apenas com
uma superfcie rugosa, e ainda melhores com a combinao entre esta e
o telhado verde; assim, v-se ser este um meio de aumentar a
eficincia de reteno e reduo de escoamento.
Mais um ponto interessante: telhados verdes atenuam com maior
eficincia os primeiros picos da tormenta. medida que ela cai, essa
eficincia diminui at se estabilizar. Isto se explica por estar o
substrato geralmente seco no incio da chuva e, com o tempo, pelo
aumento da percentagem de saturao, ver ir diminuindo sua capacidade
de reteno at atingir total saturao. Da, a precipitao excedente
sobre sua superfcie passa a escoar praticamente toda de modo
superficial.
3. PROPOSTA DE DIMENSIONAMENTO DE TELHADO VERDE
O mtodo prtico, simplificado, para dimensionar telhados verdes
aqui proposto se baseia em conceitos e formulaes de Fsica,
Hidrulica, Hidrologia e Mecnica dos Solos, visando principalmente
determinar a espessura do substrato, por ser ele o principal
componente responsvel por aumentar a reteno de gua. Criou-se uma
planilha para agilizar o clculo, num mtodo que resumido a seguir e
mais bem descrito em Tanzillo e Costa (2012).
O projeto de um telhado verde engloba vrias alternativas
geomtricas, cada uma com seu tempo de concentrao, tc. Para dada
alternativa, escolhe-se um ietograma sinttico de projeto (ou chuva
de projeto, com intervalos t escolhidos em funo de tc e para boa
preciso), criado como descrito mais adiante. Essa criao se baseia
numa equao de chuva intensa regional. Aqui, adotou-se a mais
recente equao desenvolvida pelo Centro Tecnolgico de Hidrulica
(MARTINEZ E MAGNI, 1999) para a cidade de So Paulo. tambm
necessrio
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descontar a altura pluviomtrica infiltrada em cada t para obter
a altura pluviomtrica efetiva a cada t resultando o ietograma
efetivo de projeto. As alturas infiltradas foram estimadas pelo
mtodo de Horton (usando uma verso adaptada por Tanzillo e Costa,
2012, para o caso de, em dado t, chover menos do que poderia
infiltrar segundo a capacidade de infiltrao dada por Horton).
Se se pretende verificar a eficincia do amortecimento da
enchente do telhado verde, deve-se saber como seria o escoamento
das guas sada do telhado convencional ou seja, estimar o hidrograma
efluente deste. Isto obtido pela convoluo da precipitao efetiva de
projeto com um hidrograma unitrio estimado para o telhado
convencional com base nas caractersticas fornecidas da bacia.
Empregou-se aqui o hidrograma unitrio triangular de Oakes
(simplificado, com tc como tempo de pico e tempo de base igual ao
2,5 tc). O tempo de concentrao estimado em funo das caractersticas
principais da bacia, a saber: inclinao da cobertura e maior
distncia nela percorrida pela molcula precipitada no ponto mais
longe da sada; inclinao e comprimento da calha; altura da edificao
(para estimar tempo de percurso no tubo de queda, em geral bem
menor que o tempo de percurso superficial), e distncia e inclinao
do canal de drenagem do substrato at o ponto de entrada no tubo de
queda. Estimado o hidrograma de enchente sada do telhado
convencional, ser comparado, oportunamente, ao hidrograma sada do
telhado verde.
A chuva de projeto determinante para dimensionar a drenagem. Sua
durao, segundo diretrizes bsicas para projetos de drenagem no
municpio de So Paulo (PMSP, 1999), deve ser igual ao tc do sistema;
assim, garante-se contribuio simultnea de todo o sistema e, por
consequncia, maximizao da vazo de projeto para dado perodo de
retorno. A escolha dessa durao foi efetuada de modo iterativo,
partindo de um valor inicial de durao de chuva convenientemente
atribudo, calculando-se o tempo de concentrao em funo das
caractersticas da bacia e do sistema drenante e usando esse valor
como novo tempo de durao de chuva, at que haja convergncia entre a
durao suposta e o valor tc resultante conforme sintetiza a Figura
4.
Tomando por base as alturas pluviomtricas infiltradas a cada t,
calculadas anteriormente, adota-se a hiptese de que toda a gua
infiltrada pode ficar retida na camada de substrato e da se estima
a espessura de substrato necessria para reter toda essa gua
simultaneamente pelo menos at o fim da tormenta efetiva. Sabendo a
porosidade do substrato, de material homogneo e isotrpico neste
estudo de caso hipottico, p (quociente do volume de vazios do solo
por seu respectivo volume aparente ou total - PIMENTA, 1989), para
uma rea de captao de chuva coincidente com a rea do substrato (que
abrange toda a rea de telhado) tem-se:
e = Pinf / p (1)
onde:
e: espessura do substrato Pinf: altura pluviomtrica infiltrada
p: porosidade do substrato Figura 4 - Esquema para calcular a durao
da chuva
de projeto
Uma forma de avaliar a eficincia do sistema proposto para
amortecer a enxurrada cotejar o hidrograma sada do telhado
convencional resultante da convoluo supra descrita
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com um hidrograma estimado sada do telhado verde. Este ltimo
estimado supondo que a sada das guas detidas no telhado verde
ocorre por gravidade pela base do substrato, velocidade constante
estimada pela Lei de Darcy (PIMENTA, 1981), e, da, pelo sistema
hidrulico de captao da gua filtrada por essa base e conduzida at o
mesmo ponto de sada que no caso do telhado convencional.
A planilha permite que se calcule cada um dos hidrogramas
efluentes, bastando preencher as clulas respectivas na sua rea de
clculo com os valores geomtricos das reas (de telhado ou de
terreno) envolvidas e as caractersticas do substrato, conforme o
caso (como
demonstram Tanzillo e Costa, 2012). No caso estudado, a bacia
total do terreno tem 900m2 e a rea de telhado 500m2. Para telhado
convencional, sem rea verde, a planilha calcula um hidrograma
efluente sada do terreno. Se for adotado telhado verde, primeiro so
criados trs hidrogramas: um para o escoamento superficial pela rea
verde; outro para o escoamento superficial pela rea sem vegetao
(rea de terreno menos da rea do telhado), e o ltimo representando a
sada de gua sob a camada do substrato (hidrograma de exfiltrao).
Somam-se os trs e resulta o hidrograma efluente do terreno com
telhado verde.
Figura 5 - Disposio e dimenses do terreno e trajeto da gua no
caso empregado neste estudo.
A Figura 5 mostra o terreno hipottico, incluindo rea de telhado,
sobre o qual os clculos comparativos foram feitos, neste estudo de
caso, entre uma situao com a rea de telhado coberta por estrutura
drenante tradicional e uma alternativa, em que foi implantado um
telhado verde sobre a rea de telhado.
A Figura 6 compara os hidrogramas efluentes do terreno com
telhado convencional e com o verde, no exemplo adotado neste estudo
de caso. O aspecto mais importante na figura o abatimento de cerca
de 15% na vazo mxima (ou de pico) que descarregada na rede pblica
de drenagem.
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Figura 6 - Hidrogramas efluentes da bacia com e sem telhado
verde.
4. PROPOSTA DE CAMPANHA EDUCATIVA PARA DIVULGAR OS TELHADOS
VERDES
Num futuro prximo, quando os trs nveis de governo (federal,
estaduais e municipais) tiverem logrado organizar-se para
incentivar o muncipe a lanar mo de diversos meios de preservao dos
recursos ambientais, tais como as fontes de energia, matria prima,
gua, territrio em geral e reas permeveis, poder-se- incentivar
medidas nesse sentido por meio de leis regulatrias e de concesso de
servios, normas tcnicas e incentivos fiscais (descontos no imposto
predial e territorial, depsito de bnus em conta corrente, cupons de
desconto no uso pago de equipamentos pblicos, etc.).
Assim, para incentivar e esclarecer a populao sobre as vantagens
dos telhados verdes, prope-se um exemplo de folheto educativo. A
Figura 7 mostra essa proposta, com a sua pgina frontal podendo no
verso conter explicaes mais detalhadas, com grficos relatando
vantagens numricas de cada um dos argumentos citados na pgina
frontal.
5. CONCLUSO E RECOMENDAES PARA FUTUROS DESENVOLVIMENTOS
O artigo visou apresentar telhados verdes como importantes
componentes na soluo mltipla que se torna urgente para o problema
das inundaes urbanas. Foram explorados as caractersticas possveis
em telhados e os comportamentos da gua neles, de uma forma geral,
alm de uma proposta prtica de dimensionamento criada para
viabilizar a adoo dessas estruturas pela populao. Na literatura
pesquisada, o uso de telhados verdes se mostra capaz
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Melhore o seu ambiente interno ... e tambm o meio ambiente! Seu
edifcio ou casa tambm pode ter um telhado verde...
De: volnei masotti
...e desfrute de muitas vantagens:
Criao de novas reas verdes, produtivas. Reduo da poluio
ambiental:
Promoo do conforto acstico na habitao. Maior conforto trmico.
Aumento da umidade relativa do ar nas imediaes em tempo seco.
Melhora do aspecto visual contribui com o paisagismo. Economia de
energia:
Reduo no consumo para aquecimento (inverno) e resfriamento
(vero).
O que telhado verde? Uma tcnica de arquitetura que aplica solo
e
vegetao sobre estruturas de cobertura impermeveis, em diversos
tipos de coberturas e
edificaes.
Como conseguir um? Procure um arquiteto ou engenheiro da sua
preferncia ou pea informaes Prefeitura da sua cidade.
Fotos:
http://www.desideratto.com/arquitetura/casa-com-telhado-verde/
de mitigar o impacto do crescimento urbano fato corroborado
pelos argumentos numricos aqui apresentados.
A reviso bibliogrfica mostra os telhados verdes como uma soluo
deste problema, praticvel nos grandes centros urbanos pelos
benefcios, facilidade e viabilidade de aplicao, sendo necessrios
mais estudos para viabiliz-los mais ainda.
Como ainda no h norma especifica para tal tipo de cobertura, o
mtodo construtivo muito simples. Assim, o dimensionamento aqui
mostrado uma proposta inicial na direo de uma metodologia
especifica.
A comunicao populao sobre as vantagens do telhado verde aqui
apresentada, de modo prtico, visa tanto incentivar o muncipe adoo
de cobertura verde na sua edificao com base na prtica da boa
Engenharia e da boa Arquitetura, quanto incentivar pesquisas
orientadas de forma prtica por entidades de desenvolvimento urbano,
de carter pblico ou privado assim, fomentando a discusso prtica
nessa direo. Observa-se, com base na literatura, que a vontade de
construir coberturas verdes vem incentivando o surgimento de
diferentes formas de impermeabilizao que as viabilizem, de modo a
coibir um dos maiores problemas potenciais dessa prtica: umidade no
ambiente interno construdo.
Figura 7 - Proposta de folheto para campanha educativa
propugnando a implantao de telhados verdes.
Para desenvolver conhecimento adicional no tema, seria
interessante pesquisar mais a fundo a possibilidade e viabilidade
de implantao em regies diversas, explorando em cada uma a sua
capacidade de mitigar inundaes. Os resultados aqui obtidos, bem
como eventuais resultados de pesquisas futuras na rea, sero base
para ampliar conhecimento visando desenvolver, conceber e planejar
a aplicao de telhados verdes em reas urbanas como forma de soluo e
abordagem rumo urbanizao sustentvel.
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UNDERGRADUATE RESEARCH FOR SOCIAL RESPONSIBILITY: ENVIRONMENTAL
EDUCATION THROUGH THE INTRODUCTION OF
GREEN ROOFS FOR SUSTAINABLE URBAN DRAINAGE
Abstract: On the current days, there is a increasing adoption of
green roofs such as to promote more sustainable urban rainwater
control, aiming at flood peak dampening through runoff storage. The
paper reports results from a graduate research project embedded on
the Schools research line on Environmental Education, and provides
an initial, comprehensive literature review such as to report the
most common green roof design techniques. A practical method is
proposed for green roof sizing, on a mathematical basis, and its
main aspects are summarized here. It adopts a design storm
supported by the local storm equation, and the physical
characteristics projected for the future roof, and it finally
yields the thickness of the permeable layer needed for the required
design storage (only geometric characteristic initially unknown). A
fundamental hypothesis upon which the method is conceived is that
all the infiltrated rain may be entirely retained within this
permeable layer, and the discharge of stored water starts only when
that stops. A realistic case study based on hypothetical data
describing a storm event, the roof area and its layers,
demonstrates the roof efficiency such as to attenuate flow peak at
its outlet. Finally, a tentative, public-directed leaflet is
proposed to encourage citizens to install a green roof,
highlighting its advantages representing an example of
student-society interaction to promote environmental education.
Key-words: drainage revitalization, green roof, urban hydrology,
sustainable urban development