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Tecnologia, Ciência Tradição Artesanal e Erudita na Europa Medieval FIS02008 - Astronomia Fundamental Profª Daniela B. Pavani 2010/2
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Aug 31, 2018

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NguyễnNhân
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Tecnologia, Ciência Tradição Artesanal e

Erudita na Europa Medieval

FIS02008 - Astronomia FundamentalProfª Daniela B. Pavani 2010/2

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Ciência Romana e Medieval

Roma já governava a Itália desde séc. II a.C. Séc I a.C.: romanos dominavam todo o

Mediterrâneo e o mundo grego Durante domínio romano:

– paz, coesão e lei desde o Egito até à Bretanha;

– unidade cultural, cidades, estradas.

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Declínio do Império Romano: séc. II d.C. com a divisão em Império do Ocidente e Oriente.

Ocidente: sujeito as invasões bárbaras, mas mantida a dominação cultural romana através das instituições da Igreja Cristã.

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Romanos Práticos e tecnológicos, pouca especulação

intelectual; pensamento abstrato baseado nos gregos;

Entretanto legaram....

Complexas formulações do direito romano; arrojo da arquitetura e obras de engenharia (aquedutos, basílicas...)

Visão cosmológica: ptolomáica;

Ensinavam Platão, Aristóteles, Homero (vital para manter vivas as idéias gregas);

O imperador romano Constantino converteu-se ao cristianismo no início do séc.IV.

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Plínio, o velho (23 – 79 d. C.): história das belas artes e História natural (reunião de 35000 fatos conhecidos à epoca)

Galeno (~129 d.C.): médico autor de numerosos tratados, anatomista, fisiologista

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Cristianismo e ciência medieval: ~455 d. C. - séc XIV

No campo da filosofia da natureza foi um período de pouco avanço, mas durante estes séculos surgiram numerosas inovações técnicas fundamentais, que constituiram a base de um modo de vida materialmene superior ao da antiguidade clássica, para a maioria dos homens.

Período no qual diferentes visões dentro da Igreja Católica permitiram que as sementes do que viria a ser a Revolução Científica no Renascimento fossem plantadas.

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Sistema Político e Social: feudalismo

Clero; Nobreza; Servos da Gleba; Vassalos.

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Religião Cristã

Herdeira das civilizações grega e romana;

Com a derrocada do Império romano são os cristãos (ao mesmo tempo que os árabes) que, espalhados em mosteiros em todo o mundo, preservaram o conhecimento antigo;

Encara o conhecimento, em particular o conhecimento da natureza, de uma maneira apenas religiosa: ”nosso destino estava nas mãos de Deus e até a natureza mostrava sinais da sua grandeza. O que restava para nós era conhecer a vontade de Deus e para isso de nada servia a especulação filosófica se ela não fosse iluminada pela fé.”

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Tecnologia e tradição ArtesanalA invasão dos povos bárbaros (Ostrogodos, Visigodos, Suevos, Alamanos, Saxões, Vândalos) trouxeram novos costumes e tecnologias:

uso de calças (no lugar da toga), manteiga (em lugar do azeite), manufatura de barris, tinas, fabricação do feltro;

cultivo de centeio, aveia, trigo, lúpulo;

estribo para andar a cavalo, arado de rodas

Arado sem rodas

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Roda hidráulica.

As diversas inovações permitiram

que boa parte dos homens ficassem

livres do rude trabalho físico, e que que excedentes de alimento fossem produzidos. Estes excedentes permitiram o desenvolvimento das cidades, ofícios, comércios e, mais tarde, o surgimento de novas ocupações e que homens estudassem nas Universidades....

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Tadição erudita

No campo intelectual, as mudanças são também fruto do contato com o mundo oriental e árabe através das Cruzadas e do movimento de Reconquista da Península Ibérica.

Ilustração do ensino da geometria numa tradução medieval de Os elementos de Euclides.

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"E assim fica manifesto como a "multiforme sabedoria de Deus", que aparece claramente na Sagrada Escritura, está oculta em todo o conhecimento e em toda a natureza. Fica, igualmente, manifesto como todas as ciências estão subordinadas à teologia, pelo que esta colhe os exemplos e utiliza a terminologia pertencente a todo o genero de conhecimento. Fica, além disso, manifesto como é grande a iluminação divina e de que modo no íntimo de tudo quanto se sente ou se conhece está latente o próprio Deus."

"Redução das Ciências à Teologia"

São Boaventura (1217-1274)

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Santo Agostinho (354 - 430)

conceito de Igreja como a cidade espiritual de Deus (em um livro de mesmo nome), distinta da cidade material do homem. Seu pensamento influenciou profundamente a visão do homem medieval. A Igreja se identificou com o conceito de "Cidade de Deus" de Agostinho, e também a comunidade que era devota de Deus.

Quando o Império Romano do Ocidente

começou a se desintegrar, desenvolveu o

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Robert Grosseteste (1168-1253)

Bispo de Lincoln: figura central do movimento intelectual inglês na primeira metade do século XIII, é considerado o fundador do pensamento científico em Oxford. Escreveu textos sobre temas como som, astronomia, geometria e óptica. Roger Bacon foi um de seus alunos mais renomados.

Os experimentos deveriam ser usados para verificar uma teoria, testando suas consequências.

As estrelas são feitas dos 4 elementos terrestres,;

A luz se propaga a partir de sua fonte em um ponto de uma esfera, dando origem as 3 dimensões do espaço

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Alberto Magno (1193-1280)

Doutor Universal, foi o principal representante da tradição filosófica dos dominicanos: vasto conhecimento e defesa da coexistência pacífica da ciência com a religião. Alberto foi essencial em introduzir a ciência grega e árabe nas universidades medievais, mas nunca hesitou em duvidar de Aristóteles.Tomás de Aquino foi seu aluno.

”A ciência não consiste em ratificar o que outros disseram, mas em buscar as causas dos fenômenos.”

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Roger Bacon (1214-1294)

Doutor Admirável, ingressou para a Ordem dos Franciscanos por volta de 1240: introduziu a observação da natureza e a experimentação como fundamentos do conhecimento natural. Bacon propagou o conceito de "leis da natureza" e contribuiu com estudos em áreas como a mecânica, a geografia e principalmente a ótica.

Existem 4 obstáculos para conseguir a verdade das coisas: i) autoridade fraca e inepta; ii) hábitos antigos; iii) opnião popular sem instrução; iv) encobrimento da ignorância de alguém por uma aparência de sabedoria

Teria um telescópio experimental?

Natureza mágica. Buscou sempre equilibrar a autoridade religiosa com o estudo do mundo natural

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Roger Bacon (1214-1294)

"Em qualquer ciência é essencial seguir o melhor método, isto é, estudar cada coisa na ordem correta, colocando o primeiro no começo, o fácil antes do difícil, o geral antes do particular, o simples antes do complexo. A apresentação deve ser conclusiva e isto é impossível sem a experiência. A autoridade não vale nada se suas asserções não podem ser substanciadas: a autoridade não ensina, ela exige apenas concordância. Raciocinando comumente distinguimos entre sofismo e prova, verificando conclusões pela experiência”

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Tomás de Aquino (1227-1274)

Doutor Angélico: frade dominicano e teólogo italiano. Tal qual seu professor Alberto Magno, é santo Católico e doutor desta mesma Igreja.

Estudou alquimia, tendo publicado uma importante obra alquímica chamada "Aurora Consurgens".

Responsável pela integração definitiva do aristotelismo com a tradição escolástica anterior.

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Duns Scot (1266-1308)

Doutor Sutil: franciscano, filósofo e teólogo. Formado no ambiente acadêmico da Universidade de Oxford, onde ainda pairava a aura de Robert Grosseteste e Roger Bacon, teve uma posição alternativa à de São Tomás de Aquino no enfoque da relação entre a Razão e a Fé. Para Scot, as verdades da fé não poderiam ser compreendidas pela razão. Foi mentor de William de Ockham.

A filosofia, assim, deveria deixar de ser uma serva da teologia e adquirir autonomia.

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Porque o inferno fica embaixo da

terra?

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● Dante Alighieri (1265-1321)

Autor de "Divina Commedia" (1306-1321) (originalmente chamado "Commedia"): obra prima da literatura mundial. Descreve como o universo era concebido, sob o ponto de vista teológico, na Idade Média. Na "Divina Comédia" o próprio Dante realizava uma jornada através do Inferno, Purgatório, e Paraíso, a princípio guiado pelo poeta épico romano Virgilio e depois por Beatriz, sua amada.

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Inferno: região inferior localizada bem dentro da Terra.

Purgatório era a região sublunar.

Regiões etéreas: residência das hierarquias superlunares, os seres angelicais.

Na seção "Paraiso”: descreve Deus como uma luz no centro do cosmos.

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William de Occam (1285-1350)

o Doutor Invencível: frade franciscano, teórico da lógica e teólogo inglês. Occam defendia o princípio da parcimônia (a natureza é por si mesma econômica),

Navalha de Occam: se há várias explicações igualmente válidas para um fato, então devemos escolher a mais simples.

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●Nicole d'Oresme (1323-1382)

Talvez o pensador mais original do século XIV. Teólogo dedicado e Bispo de Lisieux: um dos principais propagadores das ciências modernas.

Combateu fortemente a astrologia e especulou sobre a possibilidade de haver outros mundos habitados no espaço. Ele foi o último grande intelectual europeu a ter crescido antes do surgimento da peste negra, evento que teve impacto bastante negativo na inovação intelectual no período final da Idade Média.

Queda livre: iguais aumentos de v em tempos iguais.

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Johannes de Sacre Bosco (?-1256) Educado em Oxford, ensinou matemática na

Universidade de Paris.

Primeiro europeu a escrever sobre o sistema de Ptolomeu: "Sphoera Mundi" foi o mais importante livro texto de astronomia por cerca de 400 anos.

"Sphoera Mundi": um dos primeiros livros de astronomia impressos em todo o mundo: entre 1472 e 1500 – 25 edições; ~ 1650 – + 40 edições.

A desenvolvimento por Gutemberg dos tipos móveis tornou mais fácil os meios educados da Europa terem acesso à ciência embora isso não significasse muito para a população comum, em sua maior parte analfabeta.

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Explicação os eclipses lunares (parte de cima) e solares ( parte de baixo), edição de 1491.

Através das ilustrações os leitores podiam aprender bastante, mesmo que não tivessem compreendido o texto.

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ilustrações móveis: os leitores podiam girar para melhor compreender os fenômenos celestes que variavam

Imagem de uma ”"volvelle", edição feita por volta do século XVI. Ela representa um eclipse lunar

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Por volta do século 14 o universo medieval atingiu

o seu maior desenvolvimento. Ele

agora era antropocêntrico e foi santificado pela

religião, endossado pelos filósofos e racionalizado

pela ciência geocêntrica.

Suas crenças estão bem claras nesta imagem onde Ptolomeus é colocado como príncipe ao lado da deusa da Astronomia, Urania.

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Séc. XI e XII: surgimento das primeiras escolas e Universidades

– 4 faculdades voltadaspara arte, teologia, lei e medicina. – sete artes liberais:a gramática, retórica e lógica (trivium),aritmética, geometria,música e astronomia (quadrivium).

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séc. XIII: estudiosos em várias universidades de toda a Europa procuravam analisar as implicações que surgiram com a redescoberta da filosofia de Aristoteles e a astronomia de Ptolomeu. Um dos principais itens de pesquisa dizia respeito à verdadeira natureza das "esferas celestes".

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Em 1348, a Peste Negra levou este período de intenso desenvolvimento científico a um fim repentino. A praga matou um terço da população européia.

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O sopro divino: movimento dos planetas

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Um resumo da Cosmologia da Idade Média

ciência grega: Terra como o apex (o ponto mais alto) do Universo em um sentido físico.

Igreja: elaborou um significado desta interpretação nas Sagradas Escrituras e adotou o esquema de Ptolomeu.

Inferno: abaixo da Terra, evidenciado pelos vapores abrasadores que é lançado pelos vulcões.

Acima: sete esferas nas quais o Sol e os planetas giram em torno da Terra.

Oitava esfera: abóbada imóvel sobre a qual as estrelas se penduravam como lâmpadas.

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Nona, ou esfera cristalina: a residência dos santos.

Esfera número dez: residência de Deus Todo Poderoso, chamada Paraíso ou o Firmamento.

Esta teoria de cosmologia tendeu a ser cada vez mais aceita como fato.

As teorias de Ptolomeus e Aristóteles dominaram a astronomia/cosmologia por aproximadamente 14 séculos: a beleza intrínseca de seus conceitos e ao fato de estarem em acordo com as filosofias da época, amplamente bem sucedidas em explicar as observações; adotada pela poderosa Igreja Católica durante a Idade Média que a considerou um dogma.

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O sucesso do universo Ptolomaico-Aristotelico deve-se a:

a beleza intrínseca de seus conceitos e ao fato de estarem em acordo com as filosofias da época.

eram amplamente bem sucedidas em explicar as observações. Lembre-se que as paralaxes das estrelas ainda não eram conhecidas e os telescópios ainda não existiam.

ter sido adotada pela poderosa Igreja Católica durante a Idade Média que a considerou um dogma.

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O tardio movimento científico medieval concentrou-se na ciência física (…). Foi um trabalho que deveria ter continuidade nos séculos seguintes, na época que veio a se chamar de Renascença e no período que é muitas vezes denominado de Revolução científica. E é nas ciências físicas que vemos mais claramente a emergência da ciência moderna, baseada, em grande parte, nas atitudes inquiridoras dos sábios do fim da Idade Média. (História Ilustrada da Ciência)

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A Idade Média não assistiu apenas ao desenvolvimento de novas técnicas, mas também a uma considerável aprimoramento de habilidades, bem como uma diferenciação das profissões (História da Ciência).

Finalmente, com os artistas engenheiros da Renascença teve lugar a assimilação da cultura dos eruditos pelos mais hábeis e talentosos elementos da tradição artesanal: Botticeli (1444-1510), Dürer (1471-1528), Miguel Ângelo (1475-1564), Leonardo da Vinci (1452-1519) – estudaram anatomia, óptica, corpos celestes...

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Leonardo da Vinci

”Ao tratar de um problema científico, faço em primeiro lugar várias experiências, uma vez que meu propósito é resolver o problema de conformidade com a experiência, e depois mostrar por que os corpos são compelidos a agir de tal maneira. Esse é o método que deve ser seguido em todas as pesquisas a respeito dos fenômenos da natureza....”

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Referências

Figuras: http://www.suapesquisa.com/idademedia/

Texto

História Ilustrada da Ciência, vol. II, Ronan, C. A., 2001

História da Ciência, as principais correntes do pensamento científico, Manson, L. F., 1964

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%AAncia_medieval

http://www.on.br/certificados/ens_dist_2008/site/conteudo/modulo1/3-cosmologia-idade-media/idade-media.html

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Estrutura Política e Social

Relações de vassalagem e suserania: o suserano era quem dava um lote de terra ao vassalo e este deveria prestar fidelidade, trabalho e ajuda ao seu suserano, recebia em troca proteção e um lugar no sistema de produção. As redes de vassalagem se estendiam por várias regiões, sendo o rei o suserano mais poderoso.

Senhores feudais: podere jurídico,

econômico e político

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Sociedade era estática e hierarquizada: nobreza feudal (senhores feudais, cavaleiros, condes, duques, viscondes)-- cobravam impostos; clero (membros da Igreja Católica) tinha um grande poder, pois era responsável pela proteção espiritual da sociedade (isento de impostos e arrecadava o dízimo); servos (camponeses) e pequenos artesãos. Os servos deviam pagar várias taxas e tributos aos senhores feudais, tais como: corvéia (trabalho de 3 a 4 dias nas terras do senhor feudal), talha (metade da produção), banalidades (taxas pagas pela utilização do moinho e forno do senhor feudal).