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CENTRO EDUCACIONAL ELIÃ CEEL CURSO DE GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA ARLENE DA GRAÇA SILVA TONILSON BARROS DE ARAÚJO RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA TOMÉ-AÇU-PARÁ ANO 2014
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TCC - RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

Jan 18, 2017

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Page 1: TCC - RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

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CENTRO EDUCACIONAL ELIÃ – CEEL

CURSO DE GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA PLENA EM

PEDAGOGIA

ARLENE DA GRAÇA SILVA

TONILSON BARROS DE ARAÚJO

RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

TOMÉ-AÇU-PARÁ

ANO – 2014

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CENTRO EDUCACIONAL ELIÃ – CEEL

CURSO DE GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA

ARLENE DA GRAÇA SILVA

TONILSON BARROS DE ARAÚJO

RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

colegiado de PEDAGOGIA do Centro Educacional Eliã –

CEEL, Como requisito final para obtenção do título de

graduação em Licenciatura Plena em Pedagogia sob a

orientação do Prof. Ped. Esp. Livaldo de A. Amaral.

TOMÉ-AÇU-PARÁ

ANO – 2014

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CENTRO EDUCACIONAL ELIÃ – CEEL

CURSO DE GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA

ARLENE DA GRAÇA SILVA

TONILSON BARROS DE ARAÚJO

RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

Avaliado por:_______________

Data:_____________________

Conceito:__________________

TOMÉ-AÇU-PARÁ

ANO - 2014

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Professor, o mundo pode não ter aplaudir, mais o

conhecimento, mais lúcido da ciência tem de reconhecer

que você é o profissional mais importante da sociedade.

Augusto cury

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha família pelo apoio e incentivos

incondicionais, as professoras e aos professores da minha

vida: da educação básica, da universidade e as companheiras

de trabalho.

Arlene Da Graça Silva

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DEDICATÓRIA

A meus pais, fontes da minha vida, que agradeço por ter me

dado condições de empreender a longa caminhada em busca

desse grande sucesso. Dedico também, a todos os professores

que contribuíram com o nosso conhecimento em relação a

educação, conhecendo a história de cada teórico.

Tonilson Barros De Araújo

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AGRADECIMENTO

Este trabalho não teria sido possível sem a colaboração e

participação de algumas pessoas importante na minha vida,

que direto ou indiretamente contribuíram para a sua

concretização.

Primeiramente, quero expressar um muito obrigado a todos os

professores que me acompanharam nesta jornada.

A toda minha família sem exceção, mãe, pai, irmã, pelo

exemplo e encorajamento e o nunca desistir.

Arlene Da Graça Silva

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AGRADECIMENTO

Agradeço primeiramente a minha família, especialmente a

minha mãe, pelo incentivo e amor dedicados ao longo desta

carreira. Assim como toda a minha existência. Aos professores

do curso de Pedagogia CEEL, que com seu amor e dedicação

nos fizeram acreditar, ao longo desta jornada, que o caminho

para um mundo melhor e a educação.

Tonilson Barros De Araújo

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SUMÁRIO

* INTRODUÇÃO 11

1.

I CAPITULO

ESCOLA E FAMILIA: QUAL A RELAÇÃO?

14

1.1 Caracterização da família 16

1.2 Contextualização histórica sobre a escola 19

1.3 Desafios da relação família e escola 23

1.4 Objetivos comuns: escola e família 26

1.5 A CONSTITUIÇÃO A RESPEITO DA FAMÍLIA E A ESCOLA 30

2. II CAPITULO

A IMPORTANCIA DA FAMÍLIA NO CONTEXTO ESCOLAR 33

2.1 O papel da família no cotidiano escolar 34

2.2 A importância da família na prática docente 37

2.3 Valores e a família 40

2.4 Impedimentos na aproximação escola e família 43

2.5 Fatores do cotidiano escolar 44

3.

III CAPÍTULO CARACTERÍSTICA DA PESQUISA

46

3.1 Procedimentos metodológicos 46

3.2 Características gerais da escola 47

3.3 Perfil do corpo docente 48

3.4 Perfil do corpo discente 49

4. IV CAPÍTULO PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DE DADOS

50

4.1 Procedimentos e análise dos dados coletados 50

5. Considerações 57

6. Referências bibliográficas 59

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RESUMO

O presente trabalho tem como tema: Relação, família e escola. E tem como objetivo pesquisar sobre a importância dessa relação e suas contribuições para o desenvolvimento da criança. Foi realizado um estudo de campo na Escola Municipal Nossa Senhora do Perpétuo Socorro no município de Tomé-Açu/Pa. Foram feitas coletas de dados em forma de entrevista com professores e pais sobre participação da família na educação escolar dos seus filhos. E em que medida essa parceria contribui para o desenvolvimento educacional do aluno? A pesquisa realizada de caráter qualitativa, e de cunho bibliográfico tendo como referencial teórico autores como, PEREIRA (2008), PRADO (1981), TIBA (1996), e outros que discutem esta temática. Ressaltando ainda a relevante da parceria entre escola e família quando as mesmas têm um objetivo comum, assim as crianças alcançarão o sucesso em um ambiente saudável que estimule o seu desenvolvimento da criança. Palavras-chave: Educação, Família, Escola, Participação.

ABSTRAT:

This work has as its theme: Relationship, family and school. And aims to research the importance of this relationship and its contributions to the development of the child. A field study was conducted at the Municipal School Our Lady of Perpetual Help in the city of Tome-Acu / Pa. Data collections were made in an interview with teachers and parents about family participation in school education of their children. And to what extent this partnership contributes to the educational development of students? The research of qualitative character, and bibliographic nature theoretically based authors such as, Pereira (2008), PRADO (1981), TIBA (1996), and others discussing this issue. Also emphasizing the relevance of the partnership between school and family when they have a common goal, so the kids will achieve success in a healthy environment that stimulates your child's development. Keywords: Education, Family, School, Participation

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INTRODUÇÃO

A família é o primeiro ambiente de convivência da criança e as escolas são

complementos à educação recebida pela família. O presente trabalho ao ser

planejado tem como objetivo geral analisar e refletir sobre a importância da relação:

escola e família e suas contribuições no desenvolvimento social e intelectual da

criança. Sendo assim o tema proposto se justifica pelas constantes inquietações das

necessidades dessa relação, que enquanto instituições sociais que se relacionam de

maneira permanente e dinâmica no processo de desenvolvimento dos indivíduos,

devem estabelecer meios de cooperação, para que tal processo ocorra de maneira

efetiva em suas diferentes esferas. E esse tema estudado é relevante devido

também à necessidade que a sociedade atual está passando. Percebe-se os apelos

que uma boa parte da sociedade faz para as autoridades e comunidades, numa

tentativa de resgatar a família e seus valores.

Outros fatores interessantes na pesquisar é a relação da família no

desenvolvimento escolar da criança, que está relacionado com a busca constante,

por parte dos educadores, em especial os docentes, em diminuir o número de

fracassos escolares ou então proporcionar um aprendizado completo e dinâmico a

todas as crianças em período escolar. Este interesse nasceu ao pensar até que

ponto a família pode contribuir ou não para o sucesso da criança no contexto

escolar? A escola através da sua dimensão social vai além da transmissão do

conhecimento socialmente acumulado e tem como objetivo a socialização de seus

alunos, devendo prepara-los para futuras ações na sociedade e a família, por sua

vez mediar relações de cunho afetivo, social e cognitivo. Essa importância de se

compreender a relação e a influência familiar no desenvolvimento educacional de

uma criança pode contribuir para que o professor possa também compreender as

atitudes e dificuldades enfrentadas pela criança no seu dia a dia na escola.

A metodologia da pesquisa foi baseada na análise de dados qualitativos e

bibliográficos com embasamento teórico com visão dos autores que discutem a

temática e análise de dados coletados na Escola Municipal de Ensino Fundamental

Nossa Senhora do Perpetuo Socorro, com professores e pais/mães dos alunos da

creche e 1° ano da referida escola.

O trabalho está dividido em quatro capítulos, que estão subdivididos em tópicos

específicos que tratarão de questões referentes a cada um deles.

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Assim, no primeiro capítulo apresenta um breve histórico sobre a

caracterização da família, contextualização histórica sobre a escola, seus desafio e

objetivos comuns até a constituição a respeito da família na escola. Que de acordo

com os autores De acordo com Perrenoud & Montandon (1998), a escola não

deveria viver sem a família nem a família deveria viver sem a escola, uma depende

da outra, na tentativa de alcançar um maior objetivo.

Já no segundo capítulo, discorreremos a importância da família no contexto

escolar, seu papel e importância na prática docente, seus valores, impedimentos em

relação a aproximação da escola e por fim os fatores do cotidiano escolar.

Fundamentados nos Teóricos Maldonado, tiba (1996) e Gokhale (1980) defende que

a família além de servir de base para a futura sociedade, desempenha também

papel fundamental na vida social do aluno. A educação familiar bem fundamentada

possui papel importante no desenvolvimento do comportamento produtivo do

discente.

No terceiro capítulo, abordaremos a característica da pesquisa: metodologia

usada, característica da escola, corpo docente e discente. E como o professor pode

contribuir com a aproximação desta família e o universo escolar de seus filhos. E

fundamentados com os teóricos, que refletem sobre a necessidade dos docentes em

conscientizar as famílias da importância da sua participação na vida escolar de seu

filho, sendo que, a família é o primeiro grupo social do qual a criança faz parte e, por

isso, é nela que a criança formaliza os seus pontos positivos e negativos em relação

à escola e ao mundo, e os quais garantirão o seu sucesso ou insucesso futuro.

Por fim, no quarto capítulo discutiremos os procedimentos e analises de dados

coletados, registrando assim nossas considerações a cerca da pesquisa feita.

Levantando informações para uma melhor compreensão da importância da família

no contexto escolar e a relação existente entre família e âmbito escolar da criança.

Considerando a busca de uma harmonia entre família e escola deve fazer parte de

qualquer trabalho educativo que tem como foco a formação de um indivíduo

autônomo. Essa harmonia entre escola e família baseia-se na divisão do trabalho de

educação de crianças, envolvendo expectativas recíprocas.

Levando em consideração que o ser humano aprende o tempo todo, nos mais

diversos interesses que a vida lhe apresenta, o papel da família é essencial, pois é

ela que determina, desde cedo, o que seus filhos precisam aprender o que é

necessário saberem para tomarem as decisões que os beneficiem no futuro.

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E nas considerações finais, apresenta a conclusão dos dados obtidos, com

comentários críticos acerca da pesquisa desenvolvida. Enfim, será redigida uma

conclusão expondo essas considerações a respeito do trabalho realizado,

enfatizando os resultados alcançados, assim também como a análise dos dados

coletados, através dos quais se pretende mostrar novas informações, contribuindo

assim com novos conhecimentos para a sociedade e mostrando a importância da

relação família e escola no desenvolvimento educacional da criança.

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CAPÍTULO I

ESCOLA E FAMILIA: QUAL A RELAÇÃO?

Neste capítulo abordaremos sobre a importância da relação escola e família,

que hoje em dia existe cada vez mais a necessidade de a escola estar em perfeita

sintonia com a família, já que buscam o mesmo objetivo. A escola é uma instituição

que complementa a família e juntas tornam-se lugares agradáveis para a

convivência de todos. A educação constitui uma das componentes fundamentais do

processo de socialização de qualquer indivíduo, tendo em vista a integração plena

no seu ambiente. A escola não deveria viver sem a família nem a família deveria

viver sem a escola. Uma depende da outra, na tentativa de alcançar um maior

objetivo, qualquer um que seja, porque um melhor futuro para os alunos é,

automaticamente, para toda a sociedade. De acordo com Perrenoud & Montandon:

As famílias preocupam-se, também cada vez mais com o desabrochar e a felicidade dos seus filhos, esperando que a escola os discipline sem os anular e os instrua sem os privar da sua infância (Perrenoud & Montandon 1998, p.47),

Segundo os autores que referem que o diálogo com a escola não se instaura

numa base de igualdade e que, individualmente, os pais não se relacionam numa

base de igualdade, fato que se acentua ainda mais quando em presença dos lugares

mais elevados na hierarquia escolar. Portanto, a escola é, com frequência,

atentamente vigiada pelos pais que lhe confiam os seus filhos com uma mistura de

confiança e de desconfiança. A escola não deve ser só um lugar de aprendizagem,

mas também um campo de ação no qual haverá continuidade da vida afetiva que

deverá existir a 100% em casa. É na escola que se deve conscientizar a respeito

dos problemas do planeta: destruição do meio ambiente, desvalorização de grupos

menos favorecidos economicamente, etc. Na escola deve-se falar sobre amizade,

sobre a importância do grupo.

A necessidade de se construir uma relação entre escola e família, deve ser

para planejar, estabelecer compromissos e acordos mínimos para que o

educando/filho tenha uma educação com qualidade tanto em casa quanto na escola.

De acordo com Pereira (2008, p.29):

A Relação entre a Escola e a Família tem vindo a ser alvo de todo um conjunto de atenções: através de notícias nos meios de comunicação,

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de discursos de políticos, da divulgação de projetos de investigação e de nova legislação.

De acordo com o referido autor, desenvolvimento da criança deve ser

compreendido de forma holística e a compreensão das diferenças individuais no

desenvolvimento saudável e patológico implica a consideração das transações que

ocorrem ao longo do tempo entre indivíduo e contextos sociais e ecológicos.

Segundo esta autora o contexto é constituído por diferentes níveis, uns mais

próximos e outros mais distantes, que sofrem influências múltiplas entre si. Não

existe uma única forma correta de envolver os pais.

As escolas devem procurar oferecer opções variadas que se adapte às

características e necessidades de uma comunidade educativa cada vez mais

heterogénea. A intensidade do contato é importante e deve incluir reuniões gerais e

o recurso à comunidade escrita, mas sobretudo os encontros a dois. Intensidade e

diversidade parecem ser as características mais marcantes dos programas eficazes.

Para Estrela (citado por Villas-Boas, 2001, p.119), a relação escola-família parece

encontrar-se, atualmente numa encruzilhada: por um lado, a vida urbana e tudo o

que esta implica tem levado à crescente demissão das responsabilidades familiares

e consequentemente, a escola terá de servir de “abrigo”, tendo, por isso,

incumbências educativas que competem à família; por outro lado, e felizmente, cada

vez existem mais pais que tentam participar na vida escolar dos filhos.

Desta forma parece caber à escola dar o primeiro passo no sentido de

preencher a lacuna existente em termos de comunicação “positiva” não só entre a

escola e a família, mas também entre estas e a comunidade, mas esta comunicação

não deverá fazer-se num sentido único, sendo desta forma fundamental que os

professores sintam necessidade de “ouvirem os pais e partilharem com eles algum

poder de decisão”. A educação “move-se” como um processo de socialização com

duas dimensões distintas:

- Social, onde a herança cultural é transmitida às novas gerações através do

trabalho de várias instituições;

- Individual, onde a aquisição de conhecimentos, as habilidades, as

competências e os valores estão em constante desenvolvimento.

No entanto, a dimensão individual está subordinada à social no contexto de

interesses, objetivos e relações de poder dependentes da idade, seja na família ou

na escola. Ao longo da história e em diferentes sociedades, os modos de educação

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e de reprodução social variaram entre os grupos e classes de uma mesma

sociedade. Educar, no sentido geral de criar crianças, não é atribuição exclusiva

quer dos pais/mães biológicos, quer da família, quer da escola. Monroe (citado por

Pereira, 2008, p.67) esclarece sobre a confusão que se gerou quando educação

passou a ser sinônimo de escola. Conforme:

Ela deve ser distinguida da escolarização. A educação escolar tornou-se o modo de educação predominante nas sociedades modernas democráticas, a partir da escolarização compulsória nos finais do século XIX com uma organização específica: currículo seriado, sistema de avaliações, níveis, diplomas, professores, professoras e outros profissionais especializados. (Pereira, 2008, p.67)

Esta organização funciona como um processo multifacetado de aprendizagem

e de desenvolvimento humano, baseado na experiência e participação nas várias

práticas e espaços sociais ao longo da vida. Nesse contexto pais e educadores

buscam, sem a intenção de transferir responsabilidade e sim estabelecer diálogos,

estabelecer formas de interação sociais que propiciem a participação e cooperação

entre as famílias e a escola. E através dessa relação a criança aprendem,

interiorizem conteúdo e constituem sua identidade, tornado evidente que o laço entre

família e escola vão além do caráter meramente institucional estabelecida, que esse

contato seja contínua visando a promoção do desenvolvimento da criança. Pois,

toda criança necessita de atenção, cuidado, amor, afeto e incentivo. É importante a

parceria entre escola e família e quando as mesmas têm um mesmo objetivo comum

alcançarão sucesso.

1.1- CARACTERIZAÇÃO DA FAMÍLIA

Os estudos sobre a história da família é baseado em descrição e conhecimento

de imagens, retratos, quadros ou monumentos, particularmente dos antigos. Devido

a esses estudos percebe-se que no século XV e XVI surge o sentimento da família,

a partir desse momento a família não é apenas vivida discretamente, mas é

reconhecida como um valor e exaltada por todas as forças da emoção. Segundo

Prado (1981):

A família é a instituição social histórica mais antiga, é a instituição mais sólida desta era cristã, pois apesar dos seus conflitos, continua manifestando grande capacidade de sobrevivência e de adaptação às tendências sociais e culturais manifestadas nas diversas sociedades.

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Esse sentimento fez surgir em torno da família conjugal, a família formada

pelos pais e seus filhos. As crianças passavam por um estágio, aprendiam os

serviços domésticos, com o objetivo de tornar-se um bom servidor. Toda educação

se fazia através da aprendizagem com os adultos, com sete anos a criança era

conduzida até outra família para morar e aprender com esta família.

Notamos que a família ao longo da História da humanidade passou por uma

profunda transformação. Esse processo evolutivo inseriu inúmeras situações na

seara jurídica, do qual o Direito ainda não obtém entendimento pacificado, como o

abandono afetivo paterno-filial. Faz-se necessário percorrer alguns períodos

históricos para que se possa compreender a evolução histórica e legislativa da

família e da filiação. Primeiramente, pretende-se demonstrar a evolução conceitual e

a modificação do modelo de família até chegar à atualidade.

No que diz respeito especialmente à evolução da família, Noé de

Medeiros elenca algumas teorias: Basicamente a família segundo Homero, firmou

sua organização no patriarcado, originado no sistema de mulheres, filhos e servos

sujeitos ao poder limitador do pai. Após surgiu a teoria de que os primeiros homens

teriam vivido em hordas promíscuas, unindo-se ao outro sexo sem vínculo civis ou

sociais. Posteriormente, organizou-se a sociedade em tribos, evidenciando a base

da família em torno da mulher, dando origem ao matriarcado. O pai poderia até ser

desconhecido. Os filhos e parentes tomavam as normas e nome da mãe. Desse

modo, conforme o autor, a família inicialmente foi chefiada pela mulher, mas por um

período muito curto, pois, em seguida o homem assumiu a direção da família e dos

bens.

Figura-se na família moderna as escolhas pessoais, contudo, prossegue

mesmo assim “as escolhas à disposição das famílias de classe média urbanas são

distintas daquelas das famílias faveladas chefiadas por mulheres”. Ou seja, nem

todos os grupos sociais apresentam as mesmas mudanças observadas na

modernidade, como é ainda no caso de cidades do interior do país onde os papéis

de homens e mulheres continuam bem demarcados, com as relações familiares

baseadas no respeito da autoridade, em geral no modelo patriarcal.

Com a Constituição Federal de 1988, teve início uma crescente transformação

na forma pela qual o Estado legisla e compreende a família. Com o surgimento de

algumas mudanças fundamentais, como o das políticas públicas de promoção e

assistência, do Programa de Saúde da Família, na adoção e guarda dos filhos, além

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de se flexibilizar os papéis da estrutura hierárquica tradicionalista possibilitando

novas configurações familiares.

A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e como tal deve ser

protegida, como se conclui do disposto na "Convenção Americana de Direitos

Humanos de 1969." No mesmo sentido, podemos citar outras convenções

internacionais que reforçam o fato de ser a família pedra fundamental da sociedade,

tais como a "Declaração Universal dos Direito Humanos", o "Pacto Internacional dos

Direitos Civis e Políticos", o "Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e

Culturais" e a "Convenção sobre os Direitos da Criança."

Para todos os fins e todas as possíveis interpretações, é importante registrar

que a família é um sistema muito complexo, passando por vários ciclos de

desenvolvimento ao longo da história. Assim, transformou-se através dos tempos,

acompanhando mudanças religiosas, econômicas e socioculturais.

Segundo Jacques Commaille, a família é a instituição jurídica e social

resultante das justas núpcias, que dão origem à sociedade conjugal, da qual derivam

três diferentes vínculos: o conjugal, o de parentesco e o de afinidade. Esse conceito

certamente teve papel de destaque na história, mas cabe frisar que atualmente o

casamento, enquanto único instituto a ensejar e a legitimar a família, perdeu

importância.

Alargou-se, assim, o conceito de família, antes profundamente atrelado aos

efeitos do casamento, considerado então a fonte geradora de suas normas básicas.

O Estado deixa de interessar-se apenas pelo ato formal do casamento,

preocupando-se, sobretudo, em resguardar o grupo familiar. Desta forma, a família

não mais se baseia na concepção canônica de procriação e educação da prole, nem

tampouco na concepção meramente legalista, mas na mútua assistência e

satisfação sexual, o que permite que sejam vislumbradas novas possibilidades de

entidade familiar, uma vez que o afeto passa a ser pressuposto de constituição

dessas relações.

Caracterizar a família é uma tarefa bastante complexa, porque a família foi-se

transformando conforme a exigência social de cada época. Ainda hoje, temos

dificuldade para conceituar família, dada a sua complexidade. Osório (1996, p.14)

nos diz que:

A família não é uma expressão passível de conceituação, mas tão somente de descrições; ou seja; é possível descrever as várias

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estruturas ou modalidades assumidas pela família através dos tempos, mas não defini-la ou encontrar algum elemento comum a todas as formas com que se apresenta este agrupamento humano.

O ser humano nasce em uma situação de dependência extrema, e tem de ser

atendido e alimentado porque não tem como defender-se. É o ser da natureza que

mais precisa de ajuda do seu semelhante para tornar-se independente, sendo que

nunca o será totalmente. Observa-se que a criança necessita de atenção, cuidado,

amor, afeto e incentivo. Quando a família proporciona um ambiente saudável e cuida

das necessidades da criança, ocorre um progresso em suas pessoais

potencialidades e, futuramente, serão adultos com êxito. A sociedade atual é

constituída por vários tipos de família. Família nuclear formada por pai, mãe e filhos

e a família contemporânea, casais divorciados, mães como chefe de casa, uniões

homossexuais, pais adolescentes e todo tipo de união que ocorre hoje.

Contudo, ainda assim é responsabilidade da família e instituições de educação

infantil assumir e desempenhar a sua função, sempre uma completando a outra, não

permitindo lacunas, assim teremos uma educação infantil que visa a qualidade e não

a quantidade, lembrando que a criança é um ser ativo, competente e produtor de

cultura, mas que depende dessa integração para se desenvolver.

1.2- CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA SOBRE A ESCOLA

A educação historicamente, sempre ocupou um espaço importante na

sociedade, na qual a escola e a família desempenham papéis fundamentais na

transmissão dos conhecimentos. Entretanto, as relações estabelecidas entre escola

e família ao longo da história sempre ocupou um espaço importante no âmbito

educacional, já que as duas instituições são as principais responsáveis pela

formação integral do indivíduo. Contudo, cada uma desempenha papeis distintos,

porém complementares, na educação que é fornecida para a criança.

O contexto familiar é o primeiro espaço de socialização, e será nele que o

indivíduo aprenderá os valores e conhecimentos que nortearão sua vida. Entretanto,

a escola também se encontra imersa na tarefa de educar o ser humano, na medida

em que o trabalho realizado pelos profissionais que ali atuam, visam o

desenvolvimento integral do indivíduo, enfatizando o trabalho pedagógico na

construção de um ser preparado para os saberes escolares, bem como para a vida

em sociedade.

Page 20: TCC - RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

20

Sendo assim o ser humano sempre se encontra em processo constante de

socialização com o meio no qual vive, a partir das interações com os indivíduos a

sua volta estabelece relações afetivas e sociais que irão nortear sua trajetória no

processo histórico. Até meados do século XVII, a criança era vista como um adulto

em miniatura; vivia exposta a tudo o que os adultos participavam; até mesmos os

artistas da época representavam as crianças com as mesmas características dos

adultos, distinguindo apenas o tamanho. Entretanto, a partir do século XVIII a

infância passa a ter um espaço reservado na sociedade moderna, começa-se a

valorizar a imagem da criança, como sendo uma fase distinta e peculiar, que

merecia cuidados específicos, na qual passariam a ser tratadas como indivíduos

merecedores de necessidades específicas relativas à infância. Segundo Ariès (1981,

p.160) “Esse fenômeno comprova uma transformação considerável da família: esta

se concentrou na criança, e sua vida confundiu-se com as relações cada vez mais

sentimentais dos pais e dos filhos”.

A família passou a ter um papel mais afetivo na formação da criança,

enfatizando também a educação como fator importante nas relações estabelecidas.

Nesse período não havia escolas, as crianças recebiam o conhecimento de forma

direta e informal, por meio dos familiares. Dessa forma, a família se torna a primeira

instituição responsável pela formação do indivíduo. A educação fornecida pelos

familiares era uma educação informal, fundamentada na prática das tarefas

cotidianas, e não em um sistema de ensino. Assim, o conhecimento adquirido no

seio da sociedade se tornava uma aprendizagem fundamental para o individuo se

situar dentro das relações estabelecidas no contexto em que vivia.

Essa visão educacional, enfatiza-se o surgimento da escola como fonte de uma

educação sistemática, diferente dos saberes aprendido em casa. Segundo Oliveira

(2003, p.11), define educação como sendo: Uma das atividades básicas de todas as

sociedades humanas, pois a sobrevivência de qualquer sociedade depende da

transmissão de sua herança cultural aos jovens.

Contudo, o papel da escola na transmissão de conhecimentos está relacionada

ao processo sistemático, que visa apenas a transmissão de determinadas ciências,

técnicas e conteúdos, sendo assim uma educação formal no processo de

desenvolvimento do indivíduo. Ao mesmo tempo em que a escola tem por função a

socialização entre seus participantes.

Page 21: TCC - RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

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A escola em sua origem era um bem que poucos podiam usufruir, pois a

educação formal era direcionada às elites dominantes, deixando o restante da

população sem os conhecimentos eruditos que eram transmitidos no ambiente

escolar. No entanto, a partir dos ideais estabelecidos na Revolução Francesa no

final do século XVIII, a educação foi estabelecida como direito de todos na maioria

dos países. Nesta perspectiva global de transformações de ideais, o Brasil teve esse

direito reconhecido somente com a Constituição de 1988, na qual foi estabelecida a

igualdade entre todos os cidadãos, e a educação, que antes era vista como dever

apenas da família, passou a ser também dever do Estado, o que favoreceu para que

a educação básica se tornasse direito fundamental para o desenvolvimento do

indivíduo.

Na perspectiva educacional, a família desempenha uma função importante na

educação formal e informal. A instituição família, bem como a instituição escolar, são

ferramentas primordiais no desenvolvimento social, emocional, cultural e cognitivo

do individuo, ao mesmo tempo em que são transmissoras do conhecimento e dos

valores éticos culturais. Sendo assim a relação entre escola e família eram

estreitamente complexos que de acordo com Duarte (2000) a inserção das mulheres

no mercado de trabalho influenciou de forma direta a criação de novas instituições

escolares, o que acarretou num distanciamento familiar, já que a mãe ficava longe

do filho durante uma parcela significativa do dia. A família deixou de ser a única

instituição de proteção da criança, pois a escola também passou a exercer o papel

de atender e educar tal indivíduo de acordo com suas necessidades. Como já foi dito

anteriormente, muitas leis e estudos ditam os direitos estabelecidos às crianças,

contudo é válido ressaltar que ambas as instituições, escola e família, passaram a

dividir o dever de auxiliar a criança e adolescente em seu desenvolvimento social e

cognitivo.

Diversas são as relações que escolas e famílias desempenham no

desenvolvimento do indivíduo, em que a família é vista como a primeira e principal

instituição de aquisição de valores e cultura, que prepara o indivíduo para as demais

relações que irá estabelecer posteriormente, como foi citado anteriormente. A partir

desses pressupostos, a escola, juntamente com a família, detém diversas

atribuições na formação integral do indivíduo, tal como A família é essencial para o

desenvolvimento do indivíduo, independentemente de sua formação. É no meio

familiar que o indivíduo tem seus primeiros contatos com o mundo externo, com a

Page 22: TCC - RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

22

linguagem, com a aprendizagem e aprender os primeiros valores e hábitos. Tal

convivência é fundamental para que a criança se insira no meio escolar sem

problemas de relacionamento disciplinar, entre ele e os outros.

A construção coletiva, a valorização da contribuição de cada um, a vivência da

participação da família em todos os espaços da escola, além de garantir processos

de aprendizagem, de apropriação de conhecimentos, garantirá a escolarização e

poderá efetivar-se na formação de seres humanos mais bem preparados para uma

prática social.

1.3- DESAFIOS DA RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

A relação entre escola e família enfrenta diversos desafios, que muitos estão

relacionados com o papel e responsabilidade que cada instituição possui na

formação integral da criança. A instituição escolar tem que se preparar para

enfrentar os desafios que o mundo exterior está proporcionando ao meio familiar e

essa situação acaba gerando uma série de sentimentos conflitantes, não só entre

pais e filhos, mas também entre os próprios pais. Em vista disso é que destacamos a

necessidade de uma parceira entre família e escola, visto que, apesar de cada um

apresentar valores e objetivos próprios no que se refere à educação de uma criança,

necessita uma da outra e quanto maior for a diferença maior será a necessidade de

relaciona-se.

Contudo, a família, em consonância com a escola e vice-versa, são peças

fundamentais para o pleno desenvolvimento da criança e consequentemente são

pilares imprescindíveis no desempenho escolar. Entretanto, para conhecer a família

é necessário que a escola abra a suas portas e que garanta sua permanência.

Nesse sentido, Bertrand (1999, p.29) afirma que:

As reflexões avançam hoje, para identificação de características que influenciam as diferentes práticas de cidadania pelo mundo a fora. A estratégia para a construção de uma sociedade democrática não é única.

Assim um dos desafios da escola é sempre envolver a família dos educandos

em atividades escolares. Não para falar dos problemas que envolvem a família

atualmente, mas para ouvi-los e tentar engajá-los em algum movimento realizado

pela escola como projetos, festas, desfiles escolares. Em outras palavras está se

Page 23: TCC - RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

23

vivendo em um pequeno intervalo de tempo, um período de grandes transformações

muitas delas difíceis de serem aceitas ou compreendidas.

E dentro dessa situação está a família e a escola, a família deve se esforçar e

superar desafios e estar presente em todos os momentos da vida da criança,

presença que implica envolvimento comprometimento e colaboração, deve atentar

para as dificuldades não só cognitivas, mas também comportamentais.

Deve estar pronta para intervir da melhor maneira possível, visando sempre o

bem de seus filhos, mesmo que signifique sucessivos “não” as suas exigências. A

família deve ser o espaço indispensável para garantir a sobrevivência e a proteção

integral dos filhos e demais membros, independentemente dos arranjos familiar ou

da forma como se vêm estruturando. Para Tiba (1996, p.178):

É dentro de casa na socialização familiar, que um filho adquire, aprende e absorve a disciplina para um futuro próximo, ter saúde social. A educação familiar é um fator bastante importante na formação da personalidade da criança desenvolvendo sua criatividade ética e cidadania refletindo diretamente no processo escolar.

Os pais não podem confundir a atribuição de responsabilidade com o

abandono da supervisão escolar necessária a todo ser humano. A responsabilidade

é extremamente importante para o desenvolvimento da criança, mas como toda

etapa da vida do indivíduo necessita de um ser mais experiente, no caso a família,

para nortear as atitudes a serem tomadas pelo mesmo.

Entretanto, mesmo conhecendo os problemas e desafios peculiaridades das

famílias e por consequência dos educandos, se não houver um interesse mútuo em

solucioná-los, o esforço de detectar tais problemas tornam-se nulos, impedindo que

a escola e o professor possam intervir para o sucesso do educando. O interesse e

participação familiar são fundamentais. A escola necessita saber que é uma

instituição que completa a família, e que ambos precisam ser uns lugares agradáveis

e afetivos para a criança. Os pais e a escola devem ter princípios muitos próximos

para o benefício do filho/aluno.

Portanto, os desafios da relação entre família e escola no contexto envolvem

mais que a simples presença dos pais na escola, os desafios dizem respeito às

condições primordiais de gestão, dentro dos princípios democráticos que lhe deve

ser inerente, e de prática emancipadora por um processo de ensino-aprendizagem

significante e significativo.

Page 24: TCC - RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

24

Para haver aprendizagem significativa o aluno precisa ter uma disposição para

aprender e o conteúdo escolar a ser aprendido tem que ser potencialmente

significativo, ou seja, ele tem que ser social, lógico e psicologicamente significativo.

Mas é na vivência das aprendizagens que elas realmente ganham sentido. O aluno

aprende enquanto vive e vive enquanto aprende. É nessa perspectiva que a família

é espaço de aprendizagem e de ensino e fica, portanto, evidenciado que se o

educando aprende sem o acompanhamento da família.

A escola muitas vezes é tomada pela sombra da descrença de alguns

professores que pensam que se a família não dá importância para a educação dos

próprios filhos, não caberia ao professor ir além do seu mero afazer. E o mero afazer

incorpora toda a burocracia e fazer destituído de sentido, de amor, de cor, de

alegria, de esperança e de vida inerentes à prática educacional. Embora isso possa

ter alguma lógica, não é razoável porque o ofício do professor está para além dos

desafios que lhe são impostos, inclusive o da ausência da família.

Da mesma que é preciso uma mudança na postura da família, também é

preciso que a escola aprenda a conjugar suas funções estabelecendo prioridade

sobre aquilo que lhe é mais próprio. Jamais se pretende, por exemplo, dizer que

uma escola da zona rural não deve ensinar orientação para o trânsito, porém, é que

a escola concentre mais esforços na promoção da aprendizagem significativa, na

formação crítica do educando, na preparação para a vida; na melhoria das

condições de trabalho e na valorização do magistério. Nesse sentido, Freire (In:

TORRES, 1979, p. 18) afirma que “A ação educativa não pode prescindir do

conhecimento crítico desta situação, sob pena de se tornar ‘bancária’ ou de pregar

no deserto.” De fato, não se pode esperar nenhum ânimo ou alegria de um professor

que trabalha carregado pela miséria que sua remuneração o limita. Da mesma

forma, só ensina com qualidade, independe de remuneração ou condições de

trabalho, quem tem qualidades.

É com qualidade, boa remuneração e condições de trabalho que o professor

deve, na alegria de ser professor, desenvolver projetos que promovam o retorno da

família ao espaço escolar, não como observadora, como comumente se faz, mas

como ente participativo e condição para a efetivação do sentido comunitário e

democrático que a escola deve ter. Um dos pilares da sociedade, a família deve

prezar pela valorização da instituição escolar e defender, com sua presença e

participação ativa, políticas educacionais que viabilizem a efetiva função social da

Page 25: TCC - RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

25

escola, qual seja, a de formar cidadãos éticos, conscientes e com condições de

intervenção na história. A educação é esse instrumento de luta do homem contra a

exploração, uma vez que permite a conscientização, pelo conhecimento da

realidade, e oferece possibilidades de superação, que é o sentido do ato

educacional.

Na necessidade de encontrar caminhos para os desafios da relação família e

escola fica evidente, que a cooperação é um dos caminhos a serem seguidos. Assim

minimizando os desafios que ambas enfrentam na construção de valores morais e

éticos na conduta das crianças inseridos no contexto escolar. Dessa maneira,

abordar o tema incluindo todos que participam da relação escola-família, partindo do

papel que cada um deve desempenhar e buscar reflexões acerca dos problemas

cotidianos que as duas instituições enfrentam é uma maneira viável e prática de

encontrar respostas que possam colaborar para que escola e família possam

caminhar juntas no processo de formação do indivíduo.

1.4- OBJETIVOS COMUNS: ESCOLA E FAMÍLIA

Pesquisas mostram que a família e a escola são fundamentais para o

desenvolvimento pessoal e social de crianças e adolescentes. Não se imagina a

formação de adultos com personalidade bem estruturada, em condições de exercer

cidadania e socialmente úteis, se a existência destes grupos sociais. Esse é um dos

pontos em comum entre a escola e a família a necessidade de se buscar formas de

articulação entre a família e a escola. Fácil falar sobre ela, difícil construí-la. Além do

mais, hoje se vê a educação como algo permanente, por toda vida, um processo

continuado e não mais como uma etapa a ser realizada.

Talvez o atual desejo da escola como instituição seja a família mais próxima

dela, para enfrentar as atuais dificuldades, as intencionalidades e obrigações

decorrentes para efetivar a parceria desejada. Essa relação não diz respeito apenas

aos filhos/alunos, mas a todos, familiares, professores e comunidade em geral. Para

que uma casa, uma comunidade, uma família ou uma escola, funcione é necessário

que cada uma execute bem a sua respectiva função da melhor forma possível, para

que os objetivos sejam atingidos. Alguns atuam sozinhos e outros em equipe, mas

todos atuam em alguma parte da instituição de ensino, seja vigilante, bibliotecário,

Page 26: TCC - RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

26

merendeira e outros que também fazem parte do contexto escolar. São todos

educadores, apesar de, muitas vezes, não saberem disso.

A família tem o papel de estimular no filho o comportamento de estudante e

cidadão e o da escola seria orientar aos pais nos objetivos que a escola espera que

o aluno atinja e de criar momentos para que essa integração aconteça. Para Içami

Tiba (2007, p.63):

As crianças precisam ser protegidas e cobradas de acordo com suas necessidades e capacidades, protegidas nas situações das quais não seguem se defender, e cobradas naquilo que estão aptas a fazer.

Por essa razão, escola e família possuem funções que se assemelham e se

aproximam funções estas que poderiam se resumir, sinteticamente, em como

proteger e educar, dar autonomia à criança, pode permanecer no espaço da troca,

sem cair na armadilha da disputa, buscando acertos e corrigindo erros. E entender

que a relação que o aluno mantém com a escola está relacionada não só com o tipo

de família, como, também com as relações que seus membros mantêm entre si.

Porque é no momento que o filho é colocado na escola que o sistema familiar fica

exposto.

Podem ser compreendidas a escola e a família ou consideradas como sistemas

humanos em constantes interações que possuem como elemento de união o filho-

aluno. O aluno chega à escola com seus modelos, seus medos, dificuldades e

desejos, tendo que aprender os valores da instituição e conviver com a diversidade.

É um momento rico e delicado para ele, sua família e para a escola.

A busca de uma boa relação entre família e escola deve fazer parte de

qualquer trabalho educativo que tem como foco a criança. Além disso, a escola

também exerce uma função educativa junto aos pais, discutindo, informando,

aconselhando, encaminhando os mais diversos assuntos, para que família e escola,

em colaboração mútua, possam promover uma educação integral da criança. Uma

relação baseada na divisão do trabalho de educação de crianças e jovens,

envolvendo expectativas recíprocas.

Quando se tem o mesmo objetivo, a parceria desejável convoca-se os pais na

participação na educação, principalmente pelo dever de casa que é uma estratégia

de promoção de sucesso escolar, não se leva em consideração as mudanças

históricas e as diversidades culturais nos modos de educação e reprodução social.

Page 27: TCC - RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

27

Família e escola constituem se dois polos diferentes, mas com mesmos

objetivos fundamentais para a formação humana e social dos sujeitos. A família é a

primeira mediadora entre o homem e a cultura, o mundo que o rodeia, segundo

Dessen e Polônia (2007), afirmam que:

É nela que se constitui as primeiras relações afetivas sociais e cognitivas, as quais são influenciadas pelas condições materiais históricas e culturais daquele grupo familiar, ela é a matriz da aprendizagem humana, com significados e práticas culturais próprias que geram modelos de relação interpessoal e de construção individual e coletiva. Dessen e Polônia (2007, p56),

Essas vivências integram a experiência coletiva e individual que organiza,

interfere e a torna uma unidade dinâmica, estruturando as formas de subjetivação e

interação social. E é por meio das interações familiares que se concretizam as

transformações nas sociedades que, por sua vez, influenciarão as relações

familiares futuras, caracterizando se por um processo de influências bidirecionais,

entre os membros familiares e os diferentes ambientes que compõem os sistemas

sociais, dentre eles a escola. As percepções de mundo, do outro, e da escola,

experienciadas pelos sujeitos na família é que influenciarão as futuras relações

interpessoais e coletivas, incluindo nessas relações, a escola.

Sendo assim, os objetivos comuns entre família e escola só começa a existir a

partir do momento em que os pais fazem a opção por essa ou aquela escola e essa

relação é de suma importância para que haja avanços na educação dos sujeitos

envolvidos. E essa relação existente entre família e escola nas muitas vezes é um

jogo de empurra/empurra entre as duas instituições, a este respeito à autora nos

afirma:

Uma vez efetivada a matrícula, família e escola começam a estabelecer uma espécie de jogo. Nele, acontecem as mais variadas formas de jogar visto serem, escola e família, universos complexos de crenças, valores, costumes, etc. Que vão se desembrulhando e se tornando visíveis no dia-a-dia. (ZENKER, 2004, p. 254).

Para estreitar os laços entre escola e família é necessário que haja

colaboração de ambos os lados. Nesta direção, é importante observar como a

escola e, especificamente, os professores empregam as experiências que os alunos

têm em casa. Face à leitura, é muito importante que a escola conheça e saiba como

utilizar as experiências de casa para gerir as competências imprescindíveis ao

letramento. A interpretação de textos ou a escrita podem ser estimuladas pelos

Page 28: TCC - RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

28

conhecimentos oriundos de outros contextos, servindo de auxílio à aprendizagem

formal.

É possível pensar numa integração dos pais com a escola, pois a mesma sem

a ajuda da família corre o risco de não conseguir sozinha estabelecer meios para

que os alunos sejam autônomos em relação ao hábito de estudar, seja em casa ou,

no ambiente escolar. Nesse sentido, fica claro que a função da família e a função da

escola se complementam na construção de um ser humano mais participativo e mais

consciente.

O ideal é que a família e a escola tracem as mesmas metas de forma

simultânea propiciando ao aluno uma segurança na aprendizagem de forma que

venha criar cidadãos críticos capazes de enfrentar a complexidade de situações que

surgem na sociedade.

Portanto, é necessário que a escola leve em consideração os conhecimentos

trazidos pelas crianças, conhecimentos estes oriundos do contexto familiar. Já a

família, em contra partida precisa envolver se no processo de ensino dos filhos. Os

pais devem estar atentos tanto nos aspectos de acompanhamento das tarefas e dos

trabalhos desenvolvidos pelo aluno, quanto na permanência deste no ambiente

escolar e a qualidade das relações que ele, o sujeito, estabelece entre os pares,

amigos.

Portanto os laços e objetivos afetivos, estruturados e consolidados tanto na

escola como na família permitem que os indivíduos lidem com conflitos,

aproximações e situações oriundas destes vínculos, aprendendo a resolver os

problemas de maneira conjunta ou separada. Sendo assim, tanto a família como a

escola tem os mesmo objetivos, na formação do sujeito e a parceria entre as duas

instituições aparecem como mecanismo para que o desenvolvimento do sujeito se

realize de forma integral.

1.5- A CONSTITUIÇÃO A RESPEITO DA FAMÍLIA E A ESCOLA

A constituição a respeito da família e a escola em nossa sociedade, a qual foi

alicerçada desde a sua colonização pelos preceitos dogmáticos de origem católica, a

família-modelo e almejada, está relacionada a formação nuclear, onde cabia a esta

família diversas funções, entre as quais, ser fonte de estabilidade econômica, base

religiosa, moral, profissional e principalmente educacional.

Page 29: TCC - RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

29

As condições para a construção de uma sociedade com justiça social

dependem da universalização do ensino básico com qualidade. Através da aplicação

da Constituição Federal e do Estatuto da Criança e do Adolescente garante-se o

direito fundamental à educação.

A Constituição Federal expressa que a educação é direito de todos e dever do

Estado e da família, que deverá ser promovida e incentivada com a colaboração da

sociedade, objetivando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o

exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Também é possível,

conforme a Constituição, a coexistência de instituições públicas e privadas de

ensino. Quanto à escola pública, ou seja, a instituída e mantida pelo Poder Público,

preocupou-se o legislador, principalmente, com o ensino fundamental, que engloba

da primeira até a oitava série da educação básica.

O Estatuto da Criança e do Adolescente, lei federal que está em vigor no nosso

país desde outubro de 1990, trata dos direitos fundamentais das crianças e dos

adolescentes, dedicando-se, ao direito à educação, em destaque, nos artigos 53 a

59. Esta lei, na sua elaboração, contou com a participação da sociedade civil,

através de movimentos populares e entidades organizadas, incluindo técnicos da

área da educação. O Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece no artigo 19:

Toda criança ou adolescente tem direito de ser criado e educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária em ambiente livre da presença de pessoas dependentes de substâncias entorpecentes.

Assegura-se às crianças e aos adolescentes a igualdade de condições para o

acesso e permanência na escola. A garantia de acesso e de permanência significa

que todos têm o direito de ingressar na escola, sem distinção de qualquer natureza,

e não pode ser obstada a permanência de quem teve acesso. O acesso não pode

ser impedido para qualquer criança ou adolescente, todos têm o direito a se

matricular numa escola pública ou particular.

A integridade física da criança e do adolescente não pode, de forma alguma,

sofrer qualquer agressão. A escola não pode impingir castigos físicos, desde a

moderna "palmada pedagógica" até a antiga "palmatória".

Se houver desrespeito que submeta a criança ou o adolescente a vexame ou

constrangimento, caracteriza-se um crime, com pena de detenção de seis meses a

dois anos (artigo 232, do Estatuto da Criança e do Adolescente). Está garantido

Page 30: TCC - RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

30

também o direito de organização e participação em entidades estudantis que

objetivem a defesa dos direitos dos alunos. Este direito é, na verdade, consequência

da garantia constitucional da plena liberdade de associação para fins lícitos.

Os pais têm direitos em relação à escola: ciência do processo educativo e

participação na definição das propostas educacionais. Busca-se, com o exercício

destes direitos, a integração família/escola. As reuniões dos pais com os

professores, a direção e contatos frequentes com o corpo docente são necessários.

O Estatuto da Criança e do Adolescente dispõe que os pais têm a obrigação de

matricular seus filhos na rede regular de ensino, incumbindo-lhes o dever de

educação dos filhos. Quando há omissão dos pais, pode ocorrer até a perda do

pátrio poder e responsabilidade criminal pela prática do delito de abandono

intelectual. Todas as consequências do comportamento omissivo dos pais decorre

do fato de que a educação é um dever não só do Estado, mas também da família.

Para cumprir as obrigações de dirigir a criação e educação dos filhos, os pais

têm o direito de conhecimento do processo pedagógico adotado pela escola, para

avaliá-los e saber se correspondentes aos princípios e expectativas quanto à

formação integral dos seus filhos. Os pais têm, também, o direito de participar na

definição das propostas educacionais, influenciando para que o ensino ministrado

sirva aos seus filhos como instrumento de desenvolvimento de potencialidades e

seja adequado aos costumes e princípios da família. Com o exercício desta função,

há a exposição pelos interessados de suas necessidades e expectativas.

O Estatuto da Criança e do Adolescente, outrossim, repetindo a Constituição

Federal, dispõe que é dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente ensino

fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que não tiveram acesso na

idade própria. É obrigatório o atendimento em creches e pré-escolas às crianças de

zero a seis anos de idade, bem como a oferta de ensino regular noturno, adequado

às condições do adolescente trabalhador.

A Constituição Federal de 1988 enunciou o direito à educação como um direito

social de todos e dever do Estado e da família, devendo ser promovida e incentivada

com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu

preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Para

Pompeu (2005, p. 89) “de um lado, se encontra a pessoa portadora do direito à

educação e, do outro, a obrigação estatal de prestá-la”. Portanto, há um direito

subjetivo exigível, do qual é titular o indivíduo; no que concerne ao Estado, há o

Page 31: TCC - RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

31

dever jurídico de dar o devido cumprimento. Como vimos a legislação estabelece

que a família deva desempenhar papel educacional e não incumbir apenas à escola

a função de educar, art. 205 – Constituição Federal.

Page 32: TCC - RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

32

CAPÍTULO II

A IMPORTANCIA DA FAMÍLIA NO CONTEXTO ESCOLAR

Neste capítulo decorreremos sobre a importância da família no contexto

escolar, com objetivo de investigar a importância e a influencia da família no

desempenho escolar dos filhos. Tendo em vista que é durante o processo de

alfabetização que a relação escola e família se destacam. Uma vez que os fatores

relativos à vida extraescolar dos alunos impactam no aprendizado a organização

escolar precisa ser cuidadosamente planejada, organizada e implementada para

informar aos pais sobre a vida escolar de seus filhos.

2.1- O PAPEL DA FAMÍLIA NO COTIDIANO ESCOLAR

Abordaremos a importância da família em acompanhar o desenvolvimento

escolar da criança e como o docente pode ajudar nesta relação. Como vimos

anteriormente, a importância da familiar na formação educacional da criança, que se

constitui como um fator primordial para o sucesso escolar. Gokhale (1980) defende

que a família além de servir de base para a futura sociedade, desempenha também

papel fundamental na vida social do aluno. A educação familiar bem fundamentada

possui papel importante no desenvolvimento do comportamento produtivo do

discente.

Além de uma educação familiar bem fundamentada, Tiba (1996), defende a

inserção da escola na vida familiar do aluno. A família, por outro lado, deve

proporcionar atenção e carinho à criança e deve assegurar um ambiente agradável

para que a criança consiga de maneira satisfatória resolver seus deveres escolares.

As relações familiares implicam na integração que o aluno apresenta com o

processo ensino-aprendizagem, indagando que os pais são o maior valor que pode

vir a possibilitar o entendimento do indivíduo. A família tem o dever de estruturar o

sujeito em sua identificação, individuação e autonomia. Esse processo ocorre no

cotidiano da criança, no qual lhe são oferecidos carinho, atenção e dedicação para

que possa suprir suas necessidades, por meio da arte da convivência. Segundo Tiba

(2007,p.187):

A educação escolar é diferente da educação familiar. Não há como uma substituir a outra, pois ambas são complementares. Não se pode delegar à escola parte da educação familiar, pois está é única e

Page 33: TCC - RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

33

exclusiva, voltada à formação do caráter e aos padrões de comportamentos familiares.

Como já dissemos anteriormente, é de suma importância que haja a

participação da família no contexto escolar dos filhos, de forma complementar ao

trabalho realizado na escola. Um trabalho conjunto, em que a participação dos pais

é essencial e insubstituível. No entanto, esta participação dos pais no processo de

aprendizado de seus filhos, se dá muito antes da criança entrar na escola. Sendo

que, o meio que cerca esta criança influenciará diretamente no seu aprendizado na

escola, pois no que concerne ao aprendizado da leitura, por exemplo, a criança terá

um maior interesse em aprender a ler, se em seu meio familiar a mesma está

acostumada a ver seus pais lendo e se estes momentos de leitura estiverem

relacionados com lembranças de prazer e situações de vida cotidiana, ou seja, a

maneira através da qual a “coisa escrita” é recebida em casa determina em grande

parte o modo pelo qual a criança vai recebê-la.

Além disso, quando os pais se aproximam da escola e do professor,

acompanhando diariamente os cadernos e as anotações de seus filhos, a parceria

com a escola tende a dar certo. Participar de eventos, festas e exposições que a

escola elabora também é uma atitude interessante, pois é inteiramente necessário

para o equilíbrio e o sucesso da criança que as duas partes educativas

encarregadas de seu futuro trabalhem em colaboração. De forma que, cada parte

responsável pela criança, ou seja, família e escola busquem juntas as soluções

necessárias para que a trajetória escolar da criança seja tranquila e enriquecedora.

Nesse sentido, é interessante que a escola na parceira com a família mostre a

importância da aprendizagem dos conhecimentos do mundo pela criança para que,

mesmo os pais que por várias situações de vida não tiveram a oportunidade de

estudar, tenham a visão da importância que os estudos podem fazer por seus filhos,

até para interromper muitas vezes um círculo vicioso, o qual afasta a criança da

escola e perpetua o analfabetismo no nosso país é dever da família, da comunidade,

da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade a

efetivação dos direitos referente à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao

esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à

liberdade, e à convivência familiar e comunitária (ECA, 2004, p.11). A família, na

maioria das vezes, reconhece suas dificuldades em cumprir o papel de socialização

Page 34: TCC - RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

34

primária e remete grande parte desta responsabilidade para a escola. A Lei de

Diretrizes e Bases da Educação (LDB) aponta em seu artigo 1º:

A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.

Assim, compreendemos que os primeiros passos para formação do indivíduo

deveriam acontecer no âmbito familiar. A família é um agente educador cuja função

é transmitir a herança cultural e social durante os primeiros anos de vida,

preparando a criança para seu ingresso na sociedade. De acordo com o Estatuto, a

sociedade, a família, a comunidade e o poder público têm o dever de acompanhar o

desenvolvimento da criança para que os pais tenham uma visão melhor do filho em

relação à escola, é necessário que ele esteja bem informado e escutar à professora

com toda sua experiência em sala de aula, acompanhamento das tarefas e dos

trabalhos escolares; estabelecimento de horários de estudo; acompanhamento do

rendimento do aluno na escola; encorajamento ao desenvolvimento por meio do

reforço aos esforços da própria criança; participação na programação da escola,

como atividades esportivas e extracurriculares; pois ambas podem trabalhar juntas

as dificuldades e o melhoramento do desenvolvimento da criança.

Pois, além da capacidade de atender ás demandas da criança, considerando

sua etapa de desenvolvimento para inserção na escolarização formal, é tarefa da

família criar um ambiente propício para a aprendizagem escolar, incluído a

comportamento sistemático e orientações contínuas em relação aos hábitos de

estudos e as tarefas escolares.

2.2- A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NA PRÁTICA DOCENTE

É preciso conhecer os alunos para entender quais são suas habilidades e suas

dificuldades, com o intuito de ajudá-los em seu aprendizado. Para isso, também é

importante a aproximação das famílias com os docentes da escola. Para entender o

ambiente familiar no qual as crianças vivem, as histórias familiares de cada um, se

recebem apoio e ajuda em casa nas tarefas escolares. Assim, o diálogo é a chave

para termos acesso às informações, que serão de grande valor para a prática

docente para desempenhar seu trabalho, sabendo das necessidades, dificuldades,

sobre a vida escolar das crianças.

Page 35: TCC - RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

35

É necessário, para o exercício da profissão docente, o diálogo com a

comunidade, além dos conhecimentos teóricos de como ocorre o processo de

aprendizagem, para compreendermos que vários fatores, internos e externos,

influenciam no desenvolvimento dos educandos.

Cabe ao professor, junto às famílias, dialogar e colaborar para que as

aprendizagens sejam estimuladas e que os alunos tenham sucesso nesta

caminhada. A aprendizagem não é favorecida, tanto pelas instalações da escola,

pelos materiais utilizados, quanto pela falta de diálogo, de interação, de participação

dos pais, de atuação dos funcionários da escola como uma equipe, etc. Enfim, são

encontradas inúmeras barreiras que interferem e até mesmo prejudicam a

aprendizagem dos alunos.

A escola que deveria privilegiar o trabalho em grupo e a interação social

demonstra o contrário, pois os educadores não trabalham como uma equipe, com a

mesma proposta, os alunos e pais não estão muito próximos, não há muito diálogo

entre professores e pais.

Desta forma, o professor fica perdido, sem saber o que fazer com os problemas

de falta de atenção, de indisciplina, sem saber o que fazer para que o aluno com

dificuldades aprenda, pois ele se encontra sozinho, com a turma que apresenta

problemas que fogem da sua responsabilidade e entendimento.

Portanto, acredito que os problemas enfrentados pelos professores são difíceis

de serem resolvidos, de forma que possamos trabalhar com estas orientações de

Freire, Piaget e Vygotsky, já que muitas outras pessoas estão envolvidas no

processo de ensino-aprendizagem das crianças. Piaget e Vygotsky foram

pesquisadores que enfatizaram, destacaram as ações dos alunos sobre os

conteúdos a serem aprendidos e, segundo seus escritos, a ação pedagógica deve

privilegiar os trabalhos em grupo e a interação social.

Entretanto, enquanto não houver consciência e diálogo entre pais e

professores, família e escola, conhecimento de novas teorias e práticas

educacionais, professores que entendam o desenvolvimento infantil e que tenham

uma nova visão de ensino-aprendizagem, que favoreça a mudança, as crianças

continuarão se perdendo pelo caminho e as escolas continuarão a perpetuar o

sentimento de fracasso escolar e coletivo.

Entendemos, portanto, que se a criança, interagindo com o meio em que vive,

transforma e é transformada pelo mesmo, compreendemos que a criança sofre

Page 36: TCC - RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

36

influências das pessoas e situações que vivencia cotidianamente. Essas pessoas e

situações fogem do conhecimento do professor, mas interferem na aprendizagem e

no desenvolvimento de seus alunos. Por isso a interação entre família e escola é tão

importante e necessária, para ajudar e dar apoio ao aluno quando o mesmo se

encontra em dificuldades.

O diálogo é fundamental para chegarmos aos motivos que levam os

estudantes, crianças, jovens ou adultos, aos problemas de indisciplina, falta de

limites, desrespeito ao próximo, problemas de relacionamento com os pais,

agressões aos professores e colegas, e, aos problemas de aprendizagem, que são

corriqueiros e tanto preocupam pais e professores.

O professor deve ser um investigador. Investigador, porque com um

conhecimento de técnicas pedagógicas, com um domínio de conteúdos escolares e

experiência acumulada em seu trabalho docente, deve considerar algo que não está

nos livros, que ele não pode conhecer de antemão. Muitos alunos repetem o ano, se

sentem desmotivados por não terem este apoio em casa, na família e na própria

escola. Daí a necessidade de diálogo, mas sabemos que isto não ocorre com

frequência na família, tampouco na escola.

O professor é um mediador entre o conhecimento sociocultural presente na

sociedade. O professor está atento e aberto às dúvidas e impasses, curiosidades,

formulando sínteses, discutindo significados e ultrapassando limites. O professor

que assume essa visão de ensino-aprendizagem privilegia uma metodologia que

favorece a mudança.

A prática docente tem muito a nos dizer, quando nos coloca diante de inúmeras

situações-problema, mas nos indicam, também, suas possíveis soluções. Cabe aos

pais e educadores, à própria sociedade, mudar suas formas de agir, deixando o

diálogo e os problemas de convivência sempre relegados ao segundo plano, como

se não fossem importantes.

Tudo o que acontece com a criança, em casa e na escola, fica marcado para

sempre na sua memória. Brinquedos, brincadeiras, conversas, situações, interferem

no seu desenvolvimento, na sua aprendizagem e tem o poder de determinar a forma

com que ela vê o mundo. A participação dos pais e o diálogo entre pais, alunos e

professores, são muito importantes. Essa interação entre família e escola é

fundamental para que, através da educação, seja possível formar cidadãos

responsáveis e mais conscientes de seu papel na sociedade. Talvez seja necessária

Page 37: TCC - RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

37

uma reflexão acerca do quadro apresentado pelos professores parceiros, e que os

próprios educadores comecem a mudar a sua postura, chamando os pais à escola

para participar de reuniões, onde haja conversas produtivas e esclarecedoras sobre

os problemas, além dos educadores fazerem sua parte, estimulando o aprendizado,

criando e oferecendo condições para que as crianças possam aprender e

compreender conceitos e desenvolver-se em todos os sentidos.

Conseguindo agir desta forma, através da união e do diálogo franco e aberto

com a família e a pratica docente, estaremos criando e fortalecendo laços que são

importantes para o desenvolvimento dos pequenos e dos maiores, e, quem sabe,

tornando a sociedade mais justa, solidária, digna e mais feliz. A escola é uma

instituição criada pelos homens e ainda está em pleno processo de

desenvolvimento, e o professor com sua prática é uma peça importante dependendo

de sua atuação em sala de aula para o desenvolvimento de seus alunos. Mas de

acordo com Paulo Freire (1999 p,18) o comprometimento da família com a melhoria

da qualidade escolar, com o desenvolvimento de seu filho como ser humano:

A educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda se a opção é progressista, senão se está a favor da vida e não da morte, da equidade e não da justiça, do direito e não do arbítrio, da convivência com o diferente e não de sua negação, não se tem outro caminho se não viver a opção que escolher. Encarná-la diminuindo, assim, a distância entre o que se diz e o que se fez. FREIRE (1999 p,18).

O ideal é que a família e a escola tracem as mesmas metas de forma

simultânea propiciando ao aluno uma segurança na aprendizagem de forma que

venha criar cidadãos críticos capazes de enfrentar a complexidade de situações que

surgem na sociedade. Nessa perspectiva o professor é elemento que pode contribuir

decisivamente para a perpetuação de uma escola de qualidade, com elementos de

transformações da sociedade, colaborando para o bem estar do ser humano.

2.3- VALORES E A FAMÍLIA

A sociedade está passando por uma profunda crise ética e moral, porque a

prática dos valores humanos foi esquecida. Vivemos em momentos de tensão,

correrias e o tempo sempre sendo o inimigo para ser combatido. E com isso muitos

pais não têm dado atenção devida a família. O tempo de dedicação é pouco.

Definindo valores humanos como um conjunto de qualidades que nos distinguem

Page 38: TCC - RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

38

como seres humanos independentemente de credo, raça, condição social ou religião

e estabelece que seja através do amor que se reflita os quatro principais valores

universais: paz, verdade, ação correta e não violência. Os valores humanos são

fundamentos morais e espirituais da consciência humana. Todos os seres humanos

podem e devem tomar conhecimento dos valores a eles inerentes.

Os valores humanos estão diretamente ligados, ao que é, ou ao que teria que

ser do homem para o homem tais como, honestidade, ética, educação, cultura,

humildade, bondade, moral, respeito, solidariedade, justiça, e por aí vai. Esses

conjuntos de normas e regras que regulam o comportamento do homem em

sociedade, e estas são adquiridas pela educação, pela tradição e pelo cotidiano.

Que deveriam orientar o comportamento do homem em relação aos outros homens

na sociedade em que vive, garantindo, outrossim, o bem-estar social”, ou seja, a

forma que o homem deve se comportar no seu meio social.

Os pais são os formadores da moral da ética e dos princípios espirituais

Justiça, igualdade, tolerância… São palavras que cada dia mais se escutam nas

escolas.

A Educação nos Valores, já está presente no curriculum escolar, mas isso não

é suficiente. Ficar no nível teórico não serve de nada. E, na prática, esquecemos

frequentemente que palavras tão grandiosas como “Empatia” ou “Respeito” se

traduzem em premissas tão singelas como “não atirar papéis para o chão”, “ceder o

assento a quem mais o necessite” ou “abrir a porta a quem vai carregado”. Que a

“Educação nos Valores” tenha chegado às escolas é um passo que realmente

devemos celebrar.

Nunca devemos esquecer que o lar é o autêntico formador de pessoas. As

crianças aprendem continuamente através dos seus pais, não só o que estes lhes

contam, mas também, sobretudo, pelo que vêem neles, como atuam, como

respondem perante os problemas. Em definitivo, as crianças observam e copiam o

proceder dos seus pais perante a vida. Contudo, estes valores e exigências foram

divergidos, e resultaram em uma diminuição do contato entre pais e filhos em

proporções extremadas. Antes o jovem internalizava uma diretriz de conduta,

enquanto hoje, com o distanciamento dos pais, a função de transmitir valores fica,

direta ou indiretamente, conferida à mídia e, de forma menos intensa e presente, às

escolas. Que Segundo Corrêa (2000, p. 130):

Page 39: TCC - RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

39

Pai e mãe sentem-se esmaecidos, confusos, ambivalentes quanto aos seus papéis e quanto aos valores a serem transmitidos aos filhos. A exposição a que estamos submetidos pela avalanche das transformações sociais, culturais e econômicas acaba por alterar os códigos e valores que são usados na formulação que possamos fazer de nós mesmos e da família.

A família é uma instituição que desempenhava funções variadas. A ideia de

função remete ao significado de cumprir algo, desempenhar um dever ou tarefa e

dessa forma, a família tem por obrigação cumprir algumas ações que lhe compete.

Uma das principais tarefas da família é preparar a criança para ser inserida na

sociedade, através da herança de valores estabelecidos na família como cultura,

afetividade, religião e educação. O artigo 226 da Constituição Federal de 1988

dispõe que “a família é à base da sociedade”.

Entretanto a família tem condições muito precárias para realizar a socialização

primária e, cada vez menos, o faz devidamente. A autêntica educação nos valores

transmite-se, passa dos pais para os seus filhos desde o dia do nascimento até ao

final da vida. Não obstante, tem uma importância relevante durante os primeiros

anos. Até aos seis ou sete anos de idade as crianças possuem uma moral

denominada “heterónima”, ou seja, a sua motivação para fazer as coisas de uma

maneira ou de outra é corresponder ao que o papá e a mamã desejariam: o que

dizem os pais são “verdades absolutas”. Conforme crescem vão compreendendo

melhor por que é importante atuar de certa forma e não de outras, mas seguem,

sempre, guiando-se pelo que vêem em casa, especialmente até aos doze anos. Daí

a tremenda importância de educar as crianças através do exemplo, para

desenvolver uma educação cívica. Conforme Froabel:

Os pais e as mães, podem encontrar uma fonte inesgotável de alegrias na educação dos filhos. Não há satisfação maior, não há felicidade mais profunda, que a de educar nossos filhos, viver com eles, ou melhor, viver neles. (FROEBEL,2001,p.66)

Já comentámos que, até os doze anos aproximadamente, o lar é a principal

fonte de valores, direitos e deveres da criança. Agora também terá que se dizer que

há coisas que dificilmente se aprendem mais tarde. Se em pequenos não nos

acostumamos a guardar o pacote no bolso quando não há um cesto de papéis à

mão, a não pôr a música muito alta para não incomodar o vizinho, a dizer obrigado

quando nos fazem um favor ou a não insultar os que são diferentes, será mais

Page 40: TCC - RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

40

complicado aprendê-lo mais tarde. Porque o civismo, o respeito, a honestidade e

todos os valores humanos são em grande medida hábitos, rotinas que aprendemos

em família, de forma inconsciente, e que mais tarde, na escola, chegamos a

valorizar com a reflexão que permite a maturidade.

Os valores transmitem-se através do exemplo, mas assentam com força,

graças à compreensão de que são necessários. Como podemos ajudar uma criança

pequena a perceber esta importância? Uma boa maneira é aplicar a fórmula de “faz

pelos outro o que gostarias que fizessem por ti, e não lhes faças o que não gostarias

que te fizessem”. Por outras palavras, colocar as crianças na hipótese de serem eles

os protagonistas de certas atitudes. A importância da família na vida do indivíduo é

imensurável, vez que, a partir dela que ela adquiri os primeiros conceitos que

formarão os pilares de seu caráter e servirão de orientação para os caminhos a

serem trilhados em toda a sua trajetória de vida.

2.4- IMPEDIMENTOS NA APROXIMAÇÃO ESCOLA E FAMÍLIA

No que se refere ao impedimento na aproximação escola e família um dos

fatores que prejudicam o rendimento escolar dos alunos, destaca-se a falta de

condições favoráveis para o estudo, principalmente nas classes menos favorecidas.

Ainda que nessas camadas sociais podem ser evidenciadas situações bastante

diversas, desde extrema precariedade até realidades na qual a família oferece boas

condições de trabalho. No entanto, na atual situação das famílias menos

favorecidas, é bastante possível que os casos em que há ausência de situações

adequadas aos estudos predominem amplamente. Diante disso Paro (2007, p. 48)

afirma que: “a precariedade dos recursos e dos espaços para o estudo no interior

dos lares não deixa de ser uma realidade que dificulta o trabalho estudantil das

crianças e jovens”.

Percebe-se, então, que famílias menos favorecidas financeiramente possuem

uma dificuldade muito maior em poder proporcionar aos filhos condições favoráveis

de estudos. O fator condição social exerce fundamental influência no insucesso nos

estudos por parte dos alunos. Esse ponto que faz a maior diferença nos resultados

da educação nas escolas, é essa proximidade dos pais no esforço diário dos

professores. Infelizmente não poucos as escolas que podem se orgulhar de ter uma

aproximação maior com os pais, ou de realizarem algumas ações neste sentido.

Page 41: TCC - RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

41

Entretanto, estas ações concretas, visando atrair os pais para a escola, podem ser

uma ótima saúde para formar melhore os alunos dentro dos padrões de estudos

esperados em no sentido da cidadania.

Esse fator apontado por Paro (2007) como prejudicial à integração família e

escola é a comunicação ineficiente. Em relação a isso, ele afirma que a

comunicação eficiente entre a família e a escola está muito distante da realidade

atual, e que os valores importantes no que diz respeito ao ensino ficam prejudicados

nesse tipo de relação. De acordo com o mesmo autor, a falta de iniciativa dos

educadores contribui de maneira significativa para este quadro. Para ele, os

docentes deixam a desejar nas atitudes, além de haver escassez de trabalho em

conjunto com a família dos alunos. As barreiras culturais são outros fatores que

dificultam aproximação da família e escola Deste modo, é necessário que

professores e diretores desenvolvam habilidades e ações que explorem os

diferentes níveis de experiências, conhecimentos e oportunidades dos pais visando

uma implementação mais efetiva do envolvimento família e escola.

Os docentes não têm iniciativa de trabalho junto à família do aluno, e que esta

também é carente de habilidade e incentivo para que os filhos tenham bons hábitos

escolares. Desta forma e nas palavras de Marques (citado por Villas-Boas, 2001,

p.119):

Parece caber à escola dar o primeiro passo no sentido de preencher a lacuna existente em termos de comunicação positiva não só entre a escola e a família, mas também entre estas e a comunidade, mas esta comunicação não deverá fazer-se num sentido único, sendo desta forma fundamental que os professores sintam necessidade de ouvirem os pais e partilharem com eles algum poder de decisão.

Entende-se que a escola tem que caminha, frente aos novos desafios, embora

que a precariedade de condições das classes menos favorecidas economicamente

influencia de maneira negativa no processo educacional, e que isso aliado à falta de

interesse do educador em resocializar o aluno e de trazer a família para dentro da

escola, ajuda a potencializar ainda mais os problemas que assolam o sistema

educacional brasileiro.

2.5- FATORES DO COTIDIANO ESCOLAR

No decorrer dos últimos anos e escola vem se constituindo como uma

importante integrante do contexto social. Assim, aquilo que ocorre no interior das

Page 42: TCC - RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

42

escolas, a pratica pedagógica não pode ser entendida de forma isolada da

sociedade, como fator isolado, mas sim inserido em todo o contexto, de modo

decisivo para o sucesso escolar. O trabalho de estudiosos da educação vem se

esforçando para realizar a difícil tarefa de articular teorias educacionais numa

perspectiva histórica, tomando como foco a escola no seu dia-a-dia, e buscando

entender como se determinam reciprocidade os processos sociais mais amplos que

estão ocorrendo num determinado período.

Pois, a escola no seu dia-a-dia é universo bastante diversificado, onde a

finalidade aparentemente conhecida, formam grupos homogêneos com indivíduos

diferentes, onde estes desempenham atividades variadas, com significado, que uma

parcela desses indivíduos é inadequado e não constitui desafio, nem provoca

aprendizagem. Esse cotidiano escolar, para ser dinâmico e reflexivo deverá

desenvolver um trabalho que contribua para o desenvolvimento de uma prática

pedagógica que possibilite a formação de um cidadão com instrumentos para

compreender e cooperar na transformação social.

Diante do exposto acima as escolas devem se organizar os seus espaços e

disponibilizar recursos visando facilitar o trabalho do professor. E essa preocupação

é necessária para quem quer garantir um ensino que seja significativo para o aluno.

Nesse sentido é importante destacar a relação realizada pelos sujeitos no processo

educativo. Essa organização do dia-a-dia da escola tem uma grande importância

para a construção do conhecimento, bem como o espaço, a organização dos

materiais, a organização do tempo, a relação professor-aluno, a comunicação entre

a família e a escola, a metodologia de ensino, a gestão, esses são algumas

dimensões que constitui o cotidiano escolar.

Isso significa que o nível cotidiano não é o campo fechado, mas liga-se a

outros níveis da realidade. Ou seja, a escola tem o objetivo de transmitir o saber

cultural organizado, mas que o aluno só atingirá tal saber se for considerado o saber

popular que já possui, o saber que faz parte do universo desse aluno e da sua

família. Existem outros fatores decisivos que influenciam também, no cotidiano

escolar, e que são de suma importância para o sucessor escolar das crianças, tais

como: família, professor/escola, o próprio aluno, saúde e recursos econômicos, entre

outros.

É importante lembrar que nenhum dos fatores mencionados acima tem força

determinante sozinho. Portanto, vários fatores atuam interligados uns com os outros,

Page 43: TCC - RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

43

ora podendo um ter mais destaque do que o outro. Esses múltiplos elementos não

se somam uns aos outros, mas se combinam para criar a realidade. Para que um

aluno venha a ter sucesso escolar, todos os fatores devem atuar em conjunto. Eles

não são determinantes, pois, mesmo estando presentes na vida de uma pessoa, não

são garantia de sucesso. Quanto maior a diversidade de fatores do cotidiano escolar

mais enriquecido torna-se o desenvolvimento infantil. Como enfatiza o documento

Parâmetros de Qualidade para a Educação Infantil (MEC, 2006, p.15):

Crianças expostas a uma gama ampliada de possibilidades interativas têm seu universo pessoal de significados ampliado, desde que se encontrem em contextos coletivos de boa qualidade. Essa afirmativa é considerada válida para todas as crianças, independentemente de sua origem social, pertinência étnico/racial, ou credo, desde que nascem.

Todos esses fatores: as condições do espaço, organização, recursos,

diversidade de ambientes internos e ao ar livre, adequação, limpeza, segurança etc.

São fundamentais, mas é pelas relações que os sujeitos estabelecem que o espaço

físico deixa de ser um material construído e organizado e adquire a condição de

ambiente. Assim, pelas interações, o espaço se qualifica e torna-se uma moldura

sobre a qual as sensações se revelam e produzem marcas. Um trabalho de

qualidade para as crianças pequenas exige ambientes aconchegantes, seguros,

estimulantes, desafiadores, criativos, alegres e divertidos, onde as atividades elevem

sua autoestima, valorizem e ampliem as suas experiências e seu universo cultural,

agucem a curiosidade, a capacidade de pensar, de decidir, de atuar, de criar, de

imaginar, de expressar. Ambientes que se abram à brincadeira, que é o modo como

às crianças dão sentido ao mundo, produzem história, criam cultura, experimentam e

fazem arte.

Todos esses fatores do cotidiano escolar precisam, sobretudo, ser

compreendidos como espaços sociais onde o educador tem um papel decisivo, não

só na organização e na disposição dos recursos, mas também na sua postura, na

forma de mediar as relações, de se relacionar com as crianças, de ouvi-las e de

instigá-las na busca de conhecimentos. São os educadores que dão o tom ao

trabalho, que reforçam ou não a capacidade crítica e a curiosidade das crianças, que

as aproximam dos objetos e das situações, que acreditam ou não nas suas

possibilidades, que buscam entender suas produções, que dão espaço para a fala, e

o cotidiano escolar expressa, a autonomia e a autoria. São eles também que fazem

Page 44: TCC - RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

44

a ponte com as famílias e a comunidade, que promovem trocas sobre o

desenvolvimento, as conquistas e as necessidades das crianças, que esclarecem os

pais sobre os mais diversos assuntos que dizem respeito à infância, que organizam

eventos e atividades culturais e socializadoras, todos contribuindo para o

desenvolvimento e sucesso escolar da criança.

Page 45: TCC - RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

45

CAPÍTULO III

CARACTERÍSTICA DA PESQUISA

Este capítulo recorrerá sobre os procedimentos metodológicos e os

procedimentos de análise de dados assim também como os resultados obtidos

através da entrevista com o corpo docente e pais dos alunos, da Escola Municipal

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no município de Tomé-Açu, sobre a

importância da relação família e escola. Proporcionamos uma breve caracterização

do local onde o mesmo ocorreu à entrevista e o detalhamento metodológico da

pesquisa, incluindo o campo, a população alvo, os instrumentos e técnicas de coleta

de dados e de análise de resultados.

3.1 - PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Com a finalidade de se centralizar a discussão sobre a importância da relação

família e escola na Escola Municipal Nossa Senhora do Perpétuo Socorro,

realizamos entrevista com duas professoras, que trabalham na referida escola, que

funciona com oito turmas. A entrevista realizada com 02 professoras da escola e 02

mães, que se disponibilizaram a responder as perguntas. A entrevista foi realizada,

obedecendo a um roteiro de seis perguntas a cada entrevistado, que nos permitiu

uma coleta de dados de forma ágil. A entrevista foi realizada no mês de Dezembro

de 2014, com duração média de 60 minutos, na referida escola. De modo geral, as

respostas, diante das perguntas realizadas, foram suficientes para a finalidade do

nosso trabalho. A entrevistadas nos permitiram compreender melhor a relação

família e escola, nesta entidade de ensino, e suas possiblidades e desafio a serem

superados, para que ser torne uma educação de qualidade.

A pesquisa do tipo etnográfico foi dividida em duas etapas, a coleta de dados,

por meio das entrevistas com professore e pais. Logo após a construção de um

roteiro semiestruturado, com seis questões de natureza explicativa que

possibilitaram aos entrevistados maior flexibilidade no momento de expor suas

opiniões e posicionamentos. O roteiro de entrevista foi realizado com as

professores da Instituição selecionada, como mencionado anteriormente a fim de

perceber suas falas suas concepções e representações sobre a relação família e

Page 46: TCC - RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

46

escola. A liberdade no percurso de sua realização é um ponto marcante nas

entrevistas semiestruturadas, não sendo obrigatório o acompanhamento de um

roteiro rígido, tornando possível às duas partes fazer inferências ou esclarecimentos.

Como afirma Ludke:

[...] É importante atentar para o caráter de interação que permeia a entrevista. Mais que os outros métodos de pesquisa, que em geral estabelecem uma relação hierárquica entre o pesquisador e o pesquisado, como na observação unidirecional, na entrevista a relação que se cria é de interação, havendo uma atmosfera de influência recíproca entre quem pergunta e quem responde. (LUDKE, 1986, p.33).

No seu contexto estavam presentes questões que surgiam no decorrer da

entrevista. Todas as entrevistadas tiveram o intuito explanar as questões sobre a

importância da relação família e escola e de como ela é trabalhada nesta escola.

3.2- CARACTERÍSTICAS GERAIS DA ESCOLA

A escola pesquisada foi a Escola Municipal Nossa Senhora do Perpétuo

Socorro, situada na Rua Francisco Soares, s/n - bairro da pedreira, foi fundada em

03 de janeiro de 2011, pelo Pe. Célio Torresan e a pedagoga Izabel de Oliveira

Santana que vendo as dificuldades que as crianças tinham ao se deslocarem para

outros bairros. A escola funciona em regime de convênio com a parceria da

Prefeitura Municipal de Tomé-Açu. O objetivo da escola e possibilitar a reflexão

criticam e a tomada de decisões coletivas de cunho técnico pedagógicos, buscando

incessantemente garantir a qualidade de ensino oferecido à comunidade,

desenvolvendo ações pedagógicas para a formação do sujeito ético e critico

transformador de sua realidade social.

Essa instituição é considerada de pequeno porte e recebe aluno de classe

baixa e media,, sendo que uma quantidade expressiva de alunos é beneficiada com

o programa de governo federal, como a bolsa família. A escola vem trabalhando com

a modalidade de ensino regular atendendo turmas da creche (educação infantil) ao

1° ano do ensino fundamental de 9° anos, de acordo com a LDB 9394/96.

Atualmente a escola tem como diretora a fundadora Isabel de Oliveira Santana, 14

funcionários e as turmas estão organizados assim: 02 turmas de creche, 02 de pré I,

02 de pré II e 02 turmas de 1º ano.

Page 47: TCC - RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

47

3.3 - PERFIL DO CORPO DOCENTE

Ao nível do Pré-Escolar considera-se que o corpo docente é estável, sendo que

na maioria feminino, sendo uma professora por turma, num total de 08 professoras.

Verificamos também, que a maioria dessas professoras e casada e possui mais de

30 anos de idade, e que já possuem experiência na educação infantil, e que as

mesmas residem no mesmo bairro que a escola está situada. Em relação à

escolaridade apenas 06 professoras da escola possuem licenciatura em pedagogia

e 02 apenas o antigo magistério, mas que as mesma estão cursando pedagogia.

Observamos que a formação escolar das professoras acima mencionadas, sendo

que nem todas possuem ensino superior completo, com exceção a duas professoras

da creche que estão com o curso superior, mas que as mesmas estão buscando

formação é aqui entendida como ponto positivo para educadores conforme

esclarece Nilma Lino Gomes, ao afirmar que:

Quanto mais complexas se tornam as relações entre educação, conhecimento e cotidiano escolar; cultura escolar e processos educativos; escola e organização do trabalho docente, mais o campo da Pedagogia é desafiado a compreender e apresentar alternativas para a formação dos seus profissionais. (Gomes, 2008, p.19)

O interesse das professoras em concluir o curso superior e manter uma

formação continuada pode ser ampliada conforme o aperfeiçoamento do educador é

de uma importância para que o mesmo possa provar no seu ambiente de trabalho

teorias discutidas na Academia, de forma a não distanciar teoria da prática.

Em relação à diretora e coordenadora da escola, ambas possuem

características físicas de pessoas negras, e foram eleitas para ocuparem seus

cargos através da Secretaria de Educação, e já estão há 06 anos há frente da

escola. A direção reside próximo da escola, o que segundo possibilita o seu

deslocamento e ajuda a conhecer melhor a clientela da escola, e consciente dos

problemas que afetam o bairro, e as necessidades dos alunos.

A escola proporciona construir um olhar mais sensível à diversidade

apresentada no espaço escolar e em relação a sala de aula, e as metodologias que

as professoras decidiram adotar foi a de ajustar os conteúdos abarcados pelo

projeto político pedagógico com a série correspondente, partindo de conhecimentos

prévios dos alunos. As professoras colocam-se como dispostas a fazer educação

Page 48: TCC - RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

48

enquanto tiverem fôlego, não representando um empecilho para ‘incomodar’ as suas

práticas.

3.4 - PERFIL DO CORPO DISCENTE

A Escola Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, atende crianças de 03 a 07

anos de idade, distribuídos em 08 turmas, com total de 230 alunos. Onde 90%

desses alunos moram próximo da instituição são pessoas com um nível

socioeconômico de baixa renda e moram há bastante tempo na comunidade e faixa

etária de 05 a 07 anos de idade, ambos os sexo. As maiorias das casas próximo à

escola são de alvenaria, por se tratar de um bairro totalmente asfaltado e com

saneamento básico adequado. A maioria dos alunos faz o trajeto de casa para a

escola e vice-versa de bicicleta ou de pé com seus respectivos responsáveis. As

atividades pedagógicas realizadas no espaço externo da escola, ao lado da igreja

católica. Pois a escola possui um amplo espaço para atividades Externas.

As crianças tem acesso a diversos materiais lúdicos, enquanto realizavam suas

brincadeiras. O trabalho na Educação Infantil parte do princípio de que a

intencionalidade educativa deve estar presente nas interações adulto/criança,

sobretudo quando o adulto responsável assume o compromisso de levar ao êxito os

propósitos ao qual a interação se destina, especialmente quando se trata de

interações pedagógicas, ou seja, daquelas que justificam a existência de espaços

institucionais. A proposta pedagógica da escola, em ralação a seus alunos, contém

visão religiosa, já que a escola no terreno da igreja católica, e que as crianças tem

livre acesso a culto promovido pela igreja.

Page 49: TCC - RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

49

CAPÍTULO IV

PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DE DADOS

Neste capítulo, discorreremos sobre os procedimentos e análises de dados,

junto com as nossas considerações acerca da pesquisa realizada. De inicio

procuramos conhecer a realidade da escola pesquisada através de visitas a escola

no intervalo das aulas. Primeiro procuramos a direção da escola para a autorização

e o uso do nome da escola neste trabalho. Autorizado pela direção, conversamos

com as professores da educação infantil, pedindo também autorização para marcar

a data da entrevista, e tivemos apoio de duas professoras e duas mães, para a

coleta de dados. Depois de alguns dias tivemos o momento de conversa com os

professores para coleta de dados para a pesquisa.

Também, relataremos informações adquiridas através da aplicação dos

questionários de entrevistas semiestruturadas com as educadoras da referida

escola. No decorrer da pesquisa foram coletados dados significativos sobre o

entendimento das mesmas sobre a relação família e escola, na educação infantil.

4.1- PROCEDIMENTOS E ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS

Ainda dentro deste capítulo discorreremos sobre os procedimentos e análise

dos dados coletado, que foram obtidos através da entrevista com 06 perguntas

semiestruturadas, com os sujeitos desta pesquisa que foram: duas professoras da

educação infantil e duas mães. Onde foram feitas 06 pregunta as professoras e 02

perguntas as mães dos alunos, sempre procurando nos respaldarmos nos autores

que embasam a fundamentação teórica. Sendo que a entrevista é um encontro entre

duas ou mais pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a respeito de

determinado assunto, mediante uma conversação de natureza profissional. Com

isso, foram feitas as perguntas as duas professoras que chamaremos de (P 1, P 2),

depois à duas mães (M1, M2) e em seguida foram feitas as tabulações e análises

dos dados através de suas respectiva respostas. Apresentamos a seguir, as

perguntas e respostas dos entrevistados e logo em seguida fizemos nossas análises

em relação às mesmas.

Page 50: TCC - RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

50

A entrevista com as professoras da escola e mães dos alunos nos permite

conhecer melhor o contexto da relação entre família e escola e as ações que auxilie

essa entidade a melhorar o ensino aprendizagem dessas crianças. Por essa razão

achamos por bem ouvir, o que essas professoras e as mães sobre as suas

possibilidades e desafios diante desta caminhada.

Começamos a entrevista procurando entender as relações existentes entre

família e escola através do questionamento as professoras sobre a participação da

família nos projetos da escola, e qual metodologia a escola usa para essa reação? A

resposta foi a seguinte:

Constantemente, a escola faz reunião aos pais, para orientá-los sobre temas abordados a cada semestre, e procura sempre manter um bom diálogo, para que os pais participem mais na escola. (P 1). A escola fazer reuniões com os pais, antes de fazer algumas atividades culturais, mais a participação ainda é pouco. (P2).

De acordo com as respostas das professoras a escola possui um grande papel

na construção dessa parceria, devendo considerar a necessidade da família,

levando-as a vivenciar situações que lhes possibilitem se sentirem participantes

ativos nessa parceria e não apenas meros expectadores, mas também como

construtores de uma educação para a sociedade. Vale ainda ressaltar que escola e

família precisam se unir e juntas procurar entender o que é FAMÍLIA, o que é

ESCOLA, como eram vistas anteriormente essas instituições e como é hoje, e ainda

procurar, juntas, entender o que é desenvolvimento humano e aprendizagem, como

a criança aprende etc., pois como diz ARROYO (2000, p166): [...] os aprendizes se

ajudam uns aos outros a aprender, trocando saberes, vivências, significados,

culturas.

Trocando questionamentos seus, de seu tempo cultural, trocando incertezas,

perguntas, mais do que respostas, talvez, mas trocando. Observa-se que a interação

família/escola é necessária para que ambas conheçam suas realidades e suas

limitações e busquem caminhos que permitam facilitar o entrosamento entre si, para

o sucesso educacional do filho/aluno.

Continuamos o diálogo sobre essa relação família e escola sobre as reuniões

de pais e mestre feito na escola, e uma das professoras nos relatou que:

Page 51: TCC - RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

51

Nas reuniões a escola também busca ouvir as famílias, que precisam de um bom entendimento sobre alguns assuntos envolvendo a criança como foco. (P 1). É feito convite para todos os responsáveis sobre as reuniões bimestrais, para que possamos informar sobre eventos e o rendimento ou dificuldade dos alunos. (P 2)

Através de reuniões ou atividades escolares, podemos observar nas respostas

das professoras, que a família e a escola buscam atingir os mesmos objetivos,

preparar a criança para o mundo, devem estes comungar os mesmos ideais para

que possam vir a superar dificuldades e conflitos que diariamente angustiam os

profissionais da escola e também os próprios alunos e seus pais. “A escola nunca

educará sozinha, de modo que a responsabilidade educacional da família jamais

cessará. Uma vez escolhida a escola, a relação com ela apenas começa. È preciso

o diálogo entre escola, pais e filhos”. (REIS, 2007, p. 6).

Portanto, uma boa relação entre a família e a escola deve estar presente em

qualquer trabalho educativo que tenha como principal alvo o aluno. A escola deve

também, exercer sua função educativa junto aos pais, discutindo, informando,

orientando sobre os mais variados assuntos, para que em reciprocidade, escola e

família possam proporcionar um bom desempenho escolar e social às crianças.

Indagamos sobre as vantagens da participação da família na escola a as

dificuldades dessa participação, as respostas das entrevistadas foram:

É possível concluir que a participação dos pais na vida escolar das crianças é sim, imprescindível, mas que ao mesmo tempo é necessário que esse envolvimento seja de qualidade, só assim será um sucesso. (P 1). É importante para o sucesso escolar que a criança note que seus pais buscam motivá-los para obter este sucesso. De certa forma, os pais são a força motriz para o estudo das crianças, e seu bom desempenho. (P 2).

Analisando as respostas das professoras podemos observar que a importância

da família na vida de todo ser humano está atrelada automaticamente ao bom

desenvolvimento e ao indivíduo que no futuro irá também constituir uma família

alicerçado na sua própria experiência de vida. Nesse sentido: “Na interação familiar,

que é prévia e social (porém determinada pelo meio ambiente), que configura – se

bem precocemente a personalidade, determinando – se aí as características sociais,

éticas, morais e cívicas dos integrantes da comunidade adulta”. (KNOBEL, 1996,

p.19).

Page 52: TCC - RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

52

Contudo, a família e as relações estabelecidas dentro da mesma, em muito

influenciará na vida escolar da criança. E a presença desta família no

desenvolvimento de uma criança é de suma importância, a qual pode fazer muita

diferença desde a mais tarde.

Sendo assim, pode-se afirmar que a família é fundamental na formação cultural

e social de qualquer criança visto que, todos fazem parte da mais velha das

instituições, que é a família. Porém, ao tratarmos da família em sua relação com a

escola faz-se necessário um estudo sobre o panorama familiar atual, não

esquecendo que a família através dos tempos vem passando por um profundo

processo de transformação.

Continuamos a entrevista perguntando sobre quais as atividades escolares a

família participa? E como é feito esse contato?

Na maioria das atividades a família é convidada a participar, como por exemplo: festas, exposições, reuniões e eventos escolares. (P 1). Todos os eventos na escola a família é convidada, e a participação é boa, pois através de seus filhos procuramos ter um bom relacionamento com eles. (P 2)

A participação dos pais em atividades extraclasse, na organização das festas

da escola, eventos conforme afirma a entrevistada favorece o clima escolar e a

aproximação não apenas da família, mas de toda a comunidade escolar é apontado

como um dos fatores explicativos para bons resultados no rendimento escolar.

Procuramos saber quem são esses pais que mais participa dessas atividades?

A resposta foi a seguinte:

os pais/mães que participam dessas atividades, são os mais carentes, porque eles vejam na escola a melhor alternativa para a transformação de seus filhos, através de uma boa educação. (P 1). As mães são os que mais participam dos eventos e atividades escolares, mas tem aqueles que o responsável não aparece nas escolas e jogam toda a responsabilidade pra escola. (P 2).

Os pais devem envolver-se na educação dos filhos também na escola. Foi-se o

tempo em que os pais abandonavam filhos na escola dizendo que a partir daí a

escola era responsável pela educação deles. A educação dos filhos é uma

preocupação dos pais e educadores. A influência que os filhos sofrem junto aos

meios de comunicação, junto aos amigos e junto a escola leva-nos a concluir que

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este processo educativo é um componente importante na formação de cada filho. Os

pais têm uma ferramenta que, se for bem direcionada, poderá resultar em

dividendos para todos-filhos, escola, amigos e pais.

Brandão (1988, citado por Pereira 2008, p.71) “define envolvimento como um

leque de interações entre a Escola e a Família desde a simples participação dos

encarregados de educação em reuniões mais ou menos formais, até à execução de

tarefas específicas na escola, em colaboração com os professores”.

A escola é o primeiro espaço social em que a criança passa a conviver

cotidianamente e interagir com um universo mais amplo de relações, assumindo,

portanto, novos papéis sociais. A escola é responsável pela socialização secundária,

pois tem, em sua razão de ser, o objetivo não só da formação de indivíduos, mas,

essencialmente, da formação de cidadãos. Sua organização e proposta visam ao

crescimento e florescimento pessoa dentro de um ambiente coletivo. Temos, então,

outros papéis a viver, entre eles, o de aluno.

Perguntamos também as professoras, sobre qual é a participação que você

espera da família? E obtivemos as seguintes respostas:

Que os pais não venham só quando forem chamados, mas que também acompanhe as tarefas escolares de seus filhos, que participe cotidianamente. (P 1) Que família venha á escola não só para resolver problema de aluno, mas que encoraje o desenvolvimento da criança; que participe das programações da escola. (P 2)

Em outras palavras está se vivendo em um pequeno intervalo de tempo, um

período de grandes transformações muitas delas difíceis de serem aceitas ou

compreendidas. E dentro dessa conjuntura está a família e a escola, a família deve

se esforçar em estar presente em todos os momentos da vida de seus filhos,

presença que implica envolvimento comprometimento e colaboração, deve atentar

para as dificuldades não só cognitivas, mas também comportamentais.

Os pais não podem confundir a atribuição de responsabilidade com o

abandono da supervisão escolar necessária a todo ser humano. A responsabilidade

é extremamente importante para o desenvolvimento da criança, mas como toda

etapa da vida do indivíduo necessita de um ser mais experiente, no caso a família,

para nortear as atitudes a serem tomadas pelo mesmo.

Entretanto, mesmo conhecendo os problemas e peculiaridades das famílias e

por consequência dos educandos, se não houver um interesse mútuo em solucioná-

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los, o esforço de detectar tais problemas tornam-se nulos, impedindo que a escola e

o professor possam intervir para o sucesso do educando.

O interesse e participação familiar são fundamentais. A escola necessita saber que é uma instituição que completa a família, e que ambos precisam ser um lugar agradável e afetivo para os alunos/filhos. Os pais e a escola devem ter princípios muitos próximos para o benefício do filho/aluno. (Tiba, 1996 pág.140)

Segundo o autor, as relações entre a família e a escola devem proporcionar um

ambiente de respeito mútuo, na confiança e na aceitação de suas peculiaridades.

Neste contexto, a participação da família pode ser benéfica para a escola por

diversos motivos, dentre estes: aproxima os dois mundos, favorece a aprendizagem

do jovem e as funções ficam melhores definidas.

Perguntamos as mães com que frequência elas participavam da vida escolar

de seus filhos e como eram efetuadas essa comunicação? As respostas foram as

seguintes:

Sou uma mãe presente na educação do meu filho, participo de todas as reuniões, vou à escola com frequência e sempre que sou chamada através de convites, e converso com a professora sobre o desempenho do meu filho (M1). Participo das reuniões na escola e acompanho meu filho nas tarefas escolares, mas às vezes a falta de tempo, não deixa participar com frequência de todas as atividades e eventos que a escola promove (M2).

Obtivemos nas duas respostas que a família tem um papel importante no

desenvolvimento das pessoas, é com ela que acontecem as aprendizagens básicas,

que são necessárias para o desenvolvimento autônomo dentro da sociedade.

Apesar de ter muita influência, a família, às vezes não consegue acompanhar

algumas atividades que são desenvolvidas na escola. A família funciona como uma

rede de influências recíprocas entre todos que fazem parte dela. A participação dos

pais, na vida escolar do filho, gera efeitos sobre o desenvolvimento social e da

personalidade da criança.

Independente de seu estilo de comportamento, os pais devem participar da

administração escolar, contribuindo nas decisões mais relevantes, como por

exemplo, a construção do projeto político pedagógico. A gestão escolar participativa

vem se caracterizando a partir da consideração de que um ambiente institucional

escolar é formado, na realidade, por várias pessoas, que precisam estar em sintonia

para alcançar os objetivos educacionais.

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Não podemos simplesmente terceirizar o processo de educação, a família

precisa caminhar junto à escola, participando ativamente de toda a construção do

conhecimento da criança, para que ela sinta-se fortalecida e capaz de resolver

sozinha os seus problemas, transformando-se assim em adultos criativos e

conscientes do seu papel na sociedade. A união da família e da escola poderá

contribuir para o desenvolvimento pleno das crianças, quando as partes agirem

coerentemente na condução do processo educativo.

Um bom começo para escola e família compartilharem a formação de crianças

e jovens, é entender que o filho pode ter determinados comportamentos no seu dia a

dia com a família e exercitar novos comportamentos no seu dia a dia como aluno.

Exercitar novos papéis e, em alguns momentos, transgredir normas, faz parte da

formação de cada indivíduo.

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CONSIDERAÇÕES

A pesquisa feita na Escola Municipal Nossa Senhora do Perpétuo Socorro no

município de Tomé-Açu/Pa, mostrou que tanto a família quanto a escola são

agentes de socialização. A diferença é que a família é a principal agente, é nela que

a criança recebe suas primeiras orientações, estímulos, cuidados, fornecendo aos

seus filhos o que precisam para uma vida em sociedade.

Depois de analisar os dados obtidos pela pesquisa se constata que a

separação da família e escola, dificulta o rendimento escolar da criança fazendo com

que esses pais se afastem da escola justificando assim sua ausência pela falta de

tempo por questão de trabalho, conforme o relato de uma das mães entrevistada. No

resultado da entrevista, podemos mencionar que apesar de existir ainda uma grande

lacuna ao nível da relação escola-família, existe por parte da família um interesse

nas atividades desenvolvidas na escola, o que revela uma crescente atenção que os

profissionais da educação dão a estes assuntos. Muitas das vezes a família só

comparece na escola, quando convidados para alguma reunião ou para outro tipo de

assunto, sendo as idas voluntárias à escola pequenas.

Com isso, a função da escola em parceria com a família é diminuir essas

lacunas sociais que vão surgindo ao longo do processo educativo. Pois é

fundamental proporcionar condições a todos os alunos para que eles consigam

desenvolver e percorrer o seu próprio caminho escolar. A escola deve responder

melhor às necessidades e interesses dos pais. No entanto, a família também devem

ter um papel mais significativo. Neste sentido também devemos querer ter pais mais

responsáveis e informados. A família é essencial para o desenvolvimento do

indivíduo, independente de sua formação. É no meio familiar que o indivíduo tem

seus primeiros contatos com o mundo externo, com a linguagem, com a

aprendizagem e aprende os primeiros valores e hábitos. Tal convivência é

fundamental para que a criança se insira no meio escolar sem problemas de

relacionamento disciplinar, entre ela e os outros.

Ao longo do estudo, fomos verificando que, para estes professores e mães é

essencial, compreender e perceber como se ajustava à realidade escolar do aluno, e

como os professores encaravam esta situação de existir uma maior e aberta

proximidade entre as famílias e escolas. Aqui a participação dos pais é fundamental.

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A Família tem que estar em estreita ligação com a escola e com os filhos, para que

tudo funcione numa cuidada articulação entre estes três distintos polos.

O trabalho aparentemente, não demonstrou um grande desequilíbrio na relação

entre família e escola, porém, uma parcela muito pequena demonstrou ter

conhecimento do Projeto Político Pedagógico da escola em questão e outras

atividades e eventos que a escola promove. Sendo assim, a sociedade necessita de

uma parceria de sucesso entre a família e a escola, pois só assim poderá,

realmente, fazer uma educação de qualidade e que possa promover o bem estar de

todos. Só assim se poderá alcançar uma sociedade coerente em que seus agentes

conheçam e cumpram seus papéis em todos os processos, sobretudo, no processo

educacional, sem deixar de lado o familiar e o social.

Tanto a família quanto a escola são referenciais que embasam o bom

desempenho escolar, portanto, quanto melhor for o relacionamento entre estas duas

instituições mais positivo será esse desempenho. Todavia, a participação da famíl ia

na educação formal dos filhos precisa ser constante e consciente, pois vida familiar

e vida escolar se complementam. Com base nos depoimentos de pais e professores

acreditamos que o desempenho escolar das crianças melhorará a partir do bom

relacionamento entre família e escola.

A família, em consonância com a escola e vice-versa, são peças fundamentais

para o pleno desenvolvimento da criança e consequentemente são pilares

imprescindíveis no desempenho escolar. Entretanto, para conhecer a família é

necessário que a escola abra suas portas, intensificando e garantindo sua

permanência com projeto, atividades, eventos ou reuniões mensais, que permitem

às famílias compreenderem a necessidade de estimularem os filhos para levar mais

a sério a escola.

Através das respostas das professoras, a família precisa compreender que não

precisam esperar serem chamados para comparecerem à escola e que incentivando

os filhos a fazerem o dever de casa estão favorecendo o bom desempenho escolar

dos mesmos.

Entende-se que se cada um cumprir seu papel, um completa o outro, não serão

necessárias cobranças e não haverá uma sobrecarga nem da família e nem da

escola. Não apenas as duas entidades precisam definir-se, mas também é preciso

deixar bem claro para a criança a função de cada um para que ela possa buscar de

forma correta a ajuda para seus conflitos.

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Não existe uma fórmula mágica para se efetivar a relação família e escola,

pois, cada família, cada escola vive uma realidade diferente. Igualmente, a interação

família e escola se faz necessário para que ambas conheçam sua realidades e

construam coletivamente uma relação de diálogo mútuo, buscando meios para que

se concretize essa parceria, apesar das dificuldades e diversidades que as

envolvem. O diálogo promove uma maior aproximação e pode ser o começo de uma

grande mudança no relacionamento entre a Família e a Escola. A importância da

educação na vida de um cidadão, a responsabilidade familiar de educar e cuidar dos

filhos e a consciência dos efeitos positivos da presença assídua da família na escola

sobre o desempenho escolar dos filhos.

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