ESTADO DA PARABA POLCIA MILITAR CENTRO DE EDUCAO ACADEMIA DE
POLCIA MILITAR DO CABO BRANCO CURSO DE FORMAO DE OFICIAIS
JARDEL BATISTA SILVA ARAJO
APLICABILIDA E NECESSIDADE DO HELICPTERO NAS MISSES DO CORPO DE
BOMBEIROS DA PARABA
JOO PESSOA 2012
JARDEL BATISTA SILVA ARAJO
APLICABILIDA E NECESSIDADE DO HELICPTERO NAS MISSES DO CORPO DE
BOMBEIROS DA PARABA
Trabalho apresentado como pr-requisito para a concluso do Curso
de Formao de Oficiais do Corpo de Bombeiros Militar da Paraba.
Orientador: Capito QOCPM lvaro Cavalcanti Filho
JOO PESSOA 2012
Esse trabalho dedicado a minha esposa, Maria, que compreende e
me incentiva constantemente durante meus estudos que exigir tanta
abnegao. A meus pais, Joana e Paulo, que me proporcionaram a
oportunidade de ter uma educao sem precisar trabalhar, mesmo diante
de tantos sacrifcios.
AGRADECIMENTOS
Agradeo a Deus pelo dom da vida e por todas as portas que tem
aberto.
Agradeo aos meus pais, Joana e Paulo, pelo amor, carinho e pelo
incentivo por uma educao digna, mostrando como ser uma pessoa de
carter.
Agradeo a minha esposa, Maria, que pacientemente est ao meu lado
para me apoiar nas minhas decises e alimentando minha motivao para
a realizao de meu grande sonho.
Agradeo aos meus irmos, Jarbson, Jarbas e Sabrina pelas alegrias
e companheirismo durante a caminhada da vida.
Agradeo aos meus avs, Jos e Cleonice, tia Valdenice e demais
familiares que sempre estiveram ao meu lado dividindo as alegrias e
tristezas.
Agradeo ao Capito lvaro por aceitar o convite para me orientar,
e dessa forma, me nortear na realizao de meu estudo.
Agradeo ao Tenente Coronel Eduprcio, ao Tenente Romualdo e aos
Companheiros do Batalho de Operaes Areas de Corpo de Bombeiros
Militar de Minas Gerais, que me ajudaram e me apoiaram atravs das
informaes para a concluso desse trabalho.
Muito Obrigado.
Uma vez que voc tenha experimentado voar, voc andar pela terra
com seus olhos voltados para cu, pois l voc esteve e para l voc
desejar voltar. (Leonardo da Vinci)
RESUMO Este trabalho tem como objetivo realizar um estudo que
demonstre uma forma de melhorar a efetividade do servio operacional
que o Corpo de Bombeiros Militar da Paraba presta a sociedade
paraibana, utilizando o helicptero como uma ferramenta facilitadora
de um processo, no qual o sucesso inversamente proporcional ao
tempo resposta e ao tempo de transporte nas ocorrncias que a
Corporao realiza. Para a realizao deste trabalho os estudos sero
baseados em pesquisas bibliogrficas, em monografias, manuais,
legislaes, pesquisa na WEB e informaes disponibilizadas por
unidades areas do setor de Segurana Pblica. Os resultados obtidos
com este trabalho iro fomentar a divulgao da aplicabilidade dessa
ferramenta, atravs do aprimoramento da Corporao com a aquisio desse
equipamento, e comprovar a sua necessidade atravs do custo benefcio
que ser proporcionado a sociedade paraibana e ao Estado,
justificando que o uso do helicptero fundamental para salvar vidas,
diminuir sequelas e resguardar ou minimizar prejuzos patrimoniais.
PALAVRAS-CHAVE: Helicptero, tempo de resposta e transporte, salvar
vidas.
ABSTRACT This paper aims to conduct a study that demonstrates a
way to improve the effectiveness of operational service that the
Fire Brigade of Paraiba Paraiba render to paraibas society, using a
helicopter as a tool that facilitate the process, which the success
is inversely proportional the response time and to the transport
time occurrences in which the Corporation conducts. To realize this
work, the studies will be based on literature searches, in
monographs, handbooks, legislation, research WEB and information
available by air units of the Public Safety sector. The results of
this study will encourage the dissemination of the applicability of
this tool, through the enhancement of the Corporation with the
purchase of this equipment, and demonstrate his need through the
cost benefit that will be provided to the State and society
paraibana, justifying the use of the helicopter is critical to
saving lives, and diminishing sequels, protect or minimize property
damage. KEYWORDS: Helicopter, response time and transport, save
lives.
LISTA DE ILUSTRAES
Figura 1 - Mapa da
Paraba.......................................................................................
16 Figura 2 - As mesorregies da Paraba
.....................................................................
17 Figura 3 - Zona da Mata Paraibana
...........................................................................
17 Figura 4 -
Agreste......................................................................................................
18 Figura 5 - Borborema
................................................................................................
19 Figura 6 - Serto
.......................................................................................................
20 Figura 7 - Litoral Paraibano
.......................................................................................
22 Figura 8 - Salvamento
Terrestre................................................................................
28 Figura 9 - Combate a Incndio Florestal
...................................................................
28 Figura 10 - Salvamento Aqutico
..............................................................................
29 Figura 11 -
Resgate...................................................................................................
29 Figura 12 - Salvamento em Altura
.............................................................................
30 Figura 13 - Busca em Cobertura Vegetal de Risco
................................................... 30 Figura 14 -
Aes de Defesa Civil
.............................................................................
31 Figura 15 - La Hlice de Da
Vince.............................................................................
33 Figura 16 - Cierva C. 19
............................................................................................
34 Figura 17 - Bell 47
.....................................................................................................
35 Figura 18 - Pu
........................................................................................................
39 Figura 19 - Sling
........................................................................................................
40 Figura 20 - Cesto de Salvamento
..............................................................................
41 Figura 21 - Bambi Backet
..........................................................................................
42 Figura 22 - Bell 206 Jet Ranger III GRAer/PR
........................................................... 43
Figura 23 - Bell 206 Long Ranger IV IBAMA
............................................................. 44
Figura 24 - Bell 407 DOA/NE
....................................................................................
45 Figura 25 - AS 350 B BOA CBMSC
..........................................................................
46 Figura 26 - AS 350 B2 BOA CBMMG
........................................................................
47 Figura 27 - AS 350 B3 CIOPAer/MT
.........................................................................
48 Figura 28 - EC 130 B4 GRAer/PR
.............................................................................
49 Figura 29 - KOALA 119 COASA/GO
.........................................................................
50 Figura 30 - EC 135 CBMDF
......................................................................................
51 Figura 31 - EC 145 GTA/MA
.....................................................................................
52 Figura 32 - Transporte Aeromdico BOA CBMSC
.................................................... 53
Figura 33 - Busca e Salvamento COASA CBMGO
................................................... 54 Figura 34 -
GRAer/PR transportando alimentos em Santa Catarina
......................... 55 Figura 35 - Misso de Misericrdia
realizado pelo COASA CBMGO ........................ 56 Figura 36 -
Combate a Incndio Florestal utilizando o Bambi Backet
....................... 57 Figura 37 - Salvamento Aqutico
utilizando o Pu ..................................................
58 Figura 38 - Organograma do BOA/MG
......................................................................
64 Figura 39 - Organograma do BOA/SC
......................................................................
64 Figura 40 - Organograma do
CIOPAer/RN................................................................
65
LISTA DE GRFICOS
Grfico 1 - Efetivo da unidade por posto e graduao
.............................................. 61 Grfico 2 -
Efetivo distribudo por funo que desempenha
...................................... 62 Grfico 3 - Efetivo
distribudo por tempo de servio na Corporao
......................... 62 Grfico 4 - Efetivo distribudo por
tempo de servio na Unidade............................... 63
SUMRIO
1 INTRODUO
.......................................................................................................
12 1.1 OBJETIVO GERAL
..............................................................................................
15 1.1.1 Objetivos Especficos
....................................................................................
15 2 REVISO DE LITERATURA
.................................................................................
16 2.1 DADOS RELEVANTES DO ESTADO DA PARABA
............................................ 16 2.1.1 rea
territorial
.................................................................................................
16 2.1.1.1 Mesorregio Zona da Mata Paraibana
.......................................................... 17
2.1.1.2 Mesorregio do Agreste Paraibano
............................................................... 18
2.1.1.3 Mesorregio da Borborema
...........................................................................
18 2.1.1.4 Mesorregio do Serto Paraibano
.................................................................
19 2.1.2 Populao
.......................................................................................................
20 2.1.3 Litoral paraibano
............................................................................................
21 2.1.4 reas de Proteo Ambiental
........................................................................
22 2.2 CORPO DE BOMBEIROS
MILITAR....................................................................
23 2.2.1 Breve histrico
...............................................................................................
23 2.2.1.1 Bombeiros no Mundo
....................................................................................
23 2.2.1.2 Bombeiros no Brasil
......................................................................................
24 2.2.1.3 Corpo de Bombeiros Militar da
Paraba......................................................... 24
2.2.2 Contexto legal
.................................................................................................
26 2.2.3 Conceitos sobre misses do Corpo de Bombeiros
.................................... 27 2.3 HISTRICO DA UTILIZAO DO
HELICOPTERO............................................. 32 2.3.1 O
Helicptero no
mundo................................................................................
32 2.3.2 O Helicptero no
Brasil..................................................................................
34 2.4 CARACTERISTICAS DOS HELICPTEROS E EQUIPAMENTOS
..................... 35 2.4.1 Conceitos gerais
............................................................................................
35 2.4.2 Principais comandos de voos do helicptero
............................................. 37 2.4.2.1
Cclico............................................................................................................
37 2.4.2.2 Coletivo
.........................................................................................................
38 2.4.2.3 Pedais
...........................................................................................................
38 2.4.3 Principais equipamentos utilizados nos helicpteros
................................ 38 2.4.3.1 Pu
..............................................................................................................
39 2.4.3.2 Sling
..............................................................................................................
39
2.4.3.3 Cesto de Salvamento
....................................................................................
40 2.4.3.4 Bambi Backet
................................................................................................
41 2.5 PRINCIPAIS HELICPTEROS OPERADOS NA SEGURANA PBLICA DO BRASIL
.....................................................................................................................
42 2.5.1 Monoturbina
....................................................................................................
42 2.5.1.1 Bell 206 Jet Ranger III
...................................................................................
43 2.5.1.2 Bell 206 Long Ranger IV
...............................................................................
43 2.5.1.3 Bell 407
.........................................................................................................
44 2.5.1.4 AS 350 B
.......................................................................................................
45 2.5.1.5 AS 350 B2
.....................................................................................................
46 2.5.1.6 AS 350 B3
.....................................................................................................
47 2.5.1.7 EC 130 B4
.....................................................................................................
48 2.5.1.8 KOALA 119
...................................................................................................
49 2.5.2
Biturbina..........................................................................................................
50 2.5.2.1 EC 135
..........................................................................................................
50 2.5.2.2 EC 145
..........................................................................................................
51 2.6 EMPREGO DO HELICPTERO NAS MISSES DOS
BOMBEIROS.................. 52 2.6.1 Atendimento Pr-Hospitalar
..........................................................................
52 2.6.2 Busca e
Salvamento.......................................................................................
54 2.6.3 Defesa Civil e Aes Humanitrias
............................................................... 54
2.6.4 Misses de Misericrdia
................................................................................
55 2.6.5 Combate a Incndio
.......................................................................................
56 2.6.6 Salvamento Aqutico
.....................................................................................
58 3 METODOLOGIA
....................................................................................................
59 4 ANALISE E DISCUSSO DE DADOS
..................................................................
61 4.1 PESQUISA DE
CAMPO.......................................................................................
61 CONCLUSO
...........................................................................................................
69 RECOMENDAES
.................................................................................................
71 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
.........................................................................
72 APNDICE
................................................................................................................
76 ANEXO
I....................................................................................................................
78 ANEXO
II...................................................................................................................
79
12
1 INTRODUO
Devido ao aumento populacional e rea territorial que estado da
Paraba possui, alm de possuir inmeras riquezas patrimoniais, em
especial os parques de preservao e conservao ambiental, tornou-se
necessrio a utilizao de uma ferramenta que facilite o deslocamento,
no menor espao de tempo possvel, para o atendimento s ocorrncias
que so de responsabilidade do Corpo de Bombeiros Militar da Paraba
(CBMPB). Alm disso, a Paraba possui grandes distncias entre varias
cidades e os hospitais de referncia, equipados com pessoa e
material capaz de receberem vtimas em caso grave. Devido a essa rea
de abrangncia, existem diversas misses, como por exemplo, resgate
de vtimas de acidentes
automobilsticos, enchentes e incndios florestais que ocorrem em
reas de difcil acesso, sendo necessria uma ferramenta que possa
transportar, no menor tempo possvel, tanto os materiais e o pessoal
at o local do evento, quanto as vtimas at os hospitais de
referencia. Diante do exposto, verificamos que o CBMPB possui a
necessidade de ter uma ferramenta que melhore a eficincia e a
eficcia nas prestaes dos seus servios a sociedade paraibana, pois
isso facilitaria o deslocamento para as ocorrncias, o atendimento
em reas de difcil acesso e o deslocamento do local da ocorrncia ate
os hospitais de referencia no caso de atendimento s pessoas em
estado grave. O helicptero , incontestavelmente, a ferramenta
facilitadora nesses casos. O helicptero ser uma ferramenta
essencial para a prestao dos servios, que o CBMPB realiza a
sociedade paraibana, devido a sua versatilidade nas mais diversas
misses e a comprovao atravs do histrico de sua utilizao nas
Corporaes de outros estados brasileiros. O aprimoramento da
capacidade de resposta aos anseios da populao, nos casos de defesa
civil, seria alcanado se segurana pblica da Paraba utilizasse tal
ferramenta, alm de estar ligada a qualidade dos mesmos. Apesar de
convivermos com o avano tecnolgico e a modernizao em todos os
campos da sociedade, a segurana pblica da Paraba, juntamente com a
de Roraima, so as nicas da federao que no dispe dessa ferramenta.
No
13
Nordeste, estados como Sergipe e Alagoas j utilizam essa
ferramenta, apesar de possurem extenses territoriais e populaes
menores que a Paraba. No pronto atendimento s ocorrncias de
resgate, busca e salvamento; combate a incndio urbano e florestal,
transporte mdico e operaes de Defesa civil o helicptero ser
utilizado tanto para transportar as vtimas da cena da ocorrncia at
o hospital que ir atend-las, como para transportar o material e
pessoal especializado at o local da ocorrncia. Alm da necessidade
do resgate de vtimas em locais de difcil acesso, como por exemplo,
uma embarcao que naufragasse em alto mar e a tripulao ficasse a
deriva precisando de um resgate que tivesse a possibilidade de
realizar a busca em tal local, como tambm para transport-las at um
hospital; ou um incndio urbano em um prdio de 30 (trinta) andares,
no qual o fogo atingisse os andares intermedirios e algumas vtimas
ficassem isoladas nos andares superiores e sem condies de serem
resgatados, dessa forma, a nica soluo seria um resgate com um
helicptero, que resgatariam as vtimas pela cobertura do edifcio. A
justificativa para realizao desse trabalho est no fato que o
emprego do helicptero, devido a sua versatilidade, ir contribuir
para uma melhor eficincia e eficcia nas prestaes dos servios que o
CBMPB oferece a sociedade paraibana. As mais diversas misses
relacionadas diretamente com a atividade fim da Corporao sero
beneficiadas com o uso dessa aeronave. O CBMPB utilizar o
helicptero nas misses de pronto atendimento emergenciais; como as
aes de busca e salvamento, combate a incndio urbano e florestal,
emergncias mdicas, misses de Defesa Civil e transporte de pessoal.
Portanto, este trabalho buscar mostrar a importncia e as maneiras
de utilizao do helicptero pelo CBMPB. A inteno de demonstrar que o
investimento financeiro que o Estado realizar ser aqum, se
comparado aos prejuzos causados pelas mortes, despesas com
tratamentos em Unidades de Terapia Intensiva, indenizaes, alm de
prejuzos materiais. A relevncia desse estudo se confirmar devido ao
fato de estarmos s portas de eventos esportivos, Copa do Mundo de
2014 e Olimpadas de 2016, que iro atrair divisas para Paraba,
sobretudo na rea do turismo. Levando-se em conta que um dos motivos
que os turistas analisam durante a escolha do local aonde iro se
hospedar a qualidade dos servios que o Estado oferece em tais
locais, em especial o deslocamento, no caso de necessidade de
atendimento mdico, do local
14
do sinistro at um hospital de referncia. O custo da aquisio e
manuteno da aeronave compatvel com as condies financeiras da
Paraba, levando em considerao as parcerias que poderiam ser
firmadas com a Secretaria Nacional de Segurana Pblica SENASP, e com
o Ministrio da Sade atravs do Servio de Atendimento Mvel de Urgncia
- SAMU. A principal questo a ser respondida neste estudo : Por que
motivo necessrio e quais as formas que o helicptero poder ser
utilizado para o alcance da efetividade dos servios que o CBMPB
presta a sociedade paraibana. Outras questes foram formuladas com o
intuito de direcionar esse trabalho. As respostas abaixo decorreram
da reviso de literatura: 1) Qual a rea territorial da Paraba e suas
caractersticas? 2) Qual a populao da Paraba e suas caractersticas?
3) Qual a extenso e as caractersticas do litoral paraibano? 4)
Quais so as reas de proteo ambiental na Paraba? 5) Qual o histrico
do CBMPB? 6) Qual o contexto legal das atribuies do CBMPB? 7) Quais
so os termos que auxiliaro no estudo? 8) Quais os principais
conceitos das misses que tem ligaes com a utilizao do helicptero?
9) Qual o histrico da utilizao do helicptero no mundo e no Brasil?
10) Quais so os conceitos gerais sobre o helicptero? 11) Quais os
principais comandos de voos do helicptero? 12) Quais os principais
equipamentos utilizados no helicptero? 13) Quais os principais
helicpteros operados na Segurana Pblica no Brasil? 14) Quais as
misses que o helicptero pedra ser empregado? As questes abaixo
foram respondidas atravs de pesquisas de campo realizadas no
CIOPAer-RN (Centro Integrado de Operaes Areas Grupamento areo
Potiguares, GAP); BOA-SC (Batalho de Operaes Areas do Corpo de
Bombeiros Militar de Santa Catarina); e BOA-MG (Batalho de Operaes
Areas do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais): 15) Qual o
perfil do pessoal que trabalha na sua Unidade Area? 16) Por que se
originou o servio areo no seu estado? 17) Como se organiza o servio
administrativo e operacional da sua Unidade?
15
18) Como se dar o relacionamento com outras Unidades Areas do
Pas? 19) Quais as necessidades e perspectivas de futuro para sua
Unidade? 20) Quais so os critrios para a utilizao da aeronave? 21)
Qual a importncia do servio areo para as misses do Bombeiro?
1.1 OBJETIVO GERAL
Melhorar a eficincia e eficcia do servio operacional que o CBMPB
presta a sociedade paraibana, utilizando o helicptero como uma
ferramenta facilitadora desse processo.
1.1.1 Objetivos Especficos
Para a construo do objetivo geral, foi necessrio realizar os
seguintes objetivos especficos: Definir como se realiza o resgate
de vtimas em carter emergencial da cena do evento ao hospital de
referncia, por meio de mtodos e equipamentos de Suporte Bsico e
Avanado de Vida. Definir como se realiza os transportes de
pacientes entre hospitais, no menor espao de tempo, com a utilizao
do Suporte Bsico e Avanado de Vida. Estabelecer a forma de combate
a incndios urbanos e florestais em locais de difcil acesso, com a
utilizao do Bambi-Bucket e transporte de pessoal, utilizando a
aeronave. Descrever e demonstrar a importncia da utilizao do
helicptero na busca e salvamento de vtimas em reas de cobertura
vegetal de risco? Informar como se daria a atuao em ocorrncias que
exijam a mobilizao da Defesa Civil, como em enchentes que cubram
reas habitadas. Demonstrar que os custos para manter tal servio so
menores que o prejuzo que o Estado com as percas humanas e
recuperao patrimonial.
16
2 REVISO DE LITERATURA
2.1 DADOS RELEVANTES DO ESTADO DA PARABA
2.1.1 rea territorial
O estado da Paraba ocupa uma rea territorial de 56.439,838 km,
ou seja, 0,66% do territrio brasileiro. Com relao a esse aspecto o
20 estado brasileiro e o 6 no nordeste. A Paraba tem 98% do seu
territrio inserido no polgono da seca. Faz limite ao Norte com o
estado do Rio Grande do Norte, ao Sul com Pernambuco, ao Leste com
o Oceano Atlntico e a oeste com o Cear. A Paraba possua 171
municpios at o ano de 1994. Devido criao de mais 52 municpios em
1994/1995, a Paraba hoje conta com um total de 223; com suas
cidades-sede, alm de vrios distritos, vilas, e inmeros povoados. O
IBGE dividiu a Paraba em 4 mesorregies: Mata Paraibana, Agreste
Paraibano, Borborema e Serto. Esta diviso foi baseada em suas
relaes econmicas, sociais e polticas.Figura 1 - Mapa da Paraba
Fonte: http://brasil-turismo.com/mapas/paraiba
17
Figura 2 - As mesorregies da Paraba
Fonte: http://historiadaparaiba.blogspot.com
2.1.1.1 Mesorregio Zona da Mata Paraibana
Localizada na parte leste do Estado, e tem como principais
formas de relevo as plancies litorneas e os tabuleiros. Possui um
regime de chuvas abundantes, especialmente nos meses de maro a
julho, quando o inverno regular. As terras so frteis e prprias para
o cultivo da cana-de-acar. Segundo o professor Josias (2010):Zona
da Mata Paraibana Faixa de clima mido que acompanha o litoral. A
mata que existia foi substituda pela cana-de-acar. a parte mais
povoada e mais urbanizada do estado.
Figura 3 - Zona da Mata Paraibana
Fonte: http://historiadaparaiba.blogspot.com
18
2.1.1.2 Mesorregio do Agreste Paraibano
Localizada na parte intermediria do Estado, a mesorregio do
Agreste que sucede ao litoral, na direo oeste, corresponde
inicialmente a uma depresso, com 130m de altitude, formada por
rochas cristalinas, e que logo d lugar s escarpas abruptas da
Borborema, cujas altitudes ultrapassam os 600m. ( Id.,
2010):Agreste Paraibano Regio de transio entre a zona da mata e a
tradicional regio do serto. O clima e semi-rido, embora chova mais
do que na Borborema e no serto. Economia: cana-de-acar, algodo,
sisal, pecuria.
Figura 4 - Agreste
Fonte: http://historiadaparaiba.blogspot.com
2.1.1.3 Mesorregio da Borborema rea de domnio do Planalto da
Borborema, que se constitui num conjunto de terras elevadas,
estendendo-se desde o norte do Estado de Alagoas at o sul do Estado
do Rio Grande do Norte, na direo SW-NE. Apresenta algumas serras,
cujas altitudes variam de 500 a 600m. Entre elas, destaca-se a
Serra do Teixeira, onde fica o Pico do Jabre, no Municpio de
Maturia, considerado o ponto mais elevado da Paraba, com mais de
1000m de altitude. A parte leste da Borborema recebe chuvas vindas
do litoral, o que vai influenciar no seu clima e vegetao so os
brejos midos. O restante da Borborema est sob o domnio do clima
quente e seco. (Id., 2010):
19
Borborema - Localiza-se no planalto da Borborema, entre o serto
e o agreste a regio onde as chuvas so mais escassas. Economia:
Extrao mineral, sisal, algodo, pecuria de caprinos. principalmente
na Borborema que ocorre o fenmeno das secas.
O planalto um importante divisor de guas porque os rios que ali
nascem correm em direo leste e desguam no oceano Atlntico, enquanto
os, enquanto os rios da poro oeste, no conseguindo ultrapassar a
Borborema correm em direo ao Estado do Rio Grande do Norte e de l
que alcanam o Oceano. Na Borborema, vo dominar pastagens plantadas
(palma forrageira e capim) que permitiro e facilitaro a prtica de
uma pecuria extensiva, principalmente a de mdio porte, e, em reas
de exceo, pontuais, ocorre a presena de outras culturas. Por
exemplo, o tomate nas proximidades de Boqueiro.
Figura 5 - Borborema
Fonte: http://historiadaparaiba.blogspot.com
2.1.1.4 Mesorregio do Serto Paraibano
O Serto compreende uma extensa rea formada de terras baixas em
relao s elevaes da Borborema e das serras situadas nas fronteiras
com os Estados vizinhos, pois suas maiores altitudes chegam a 300m,
o clima quente e semimido. As chuvas so muito escassas, a vegetao
pobre, no sendo o solo prprio para a agricultura, porm mais
favorvel pecuria. A maioria das culturas agrcolas precisa ser
irrigada. No Serto, a presena das pastagens permanece e constitui
um forte indicativo da atividade pecuarista. Registrando-se ainda
algodo, cana-de-
20
acar, arroz, feijo, milho, cultivados em parte para subsistncia
em reas onde solo e clima so favorveis ocorrendo ou no irrigao.
(Id., 2010):Serto a regio da vegetao da caatinga, de clima menos
seco que a Borborema, dos rios temporrios, da pecuria extensiva de
corte e do cultivo do algodo, principal produto cultivado na
regio.
Figura 6 - Serto
Fonte: http://historiadaparaiba.blogspot.com
2.1.2 Populao
Paraba uma das unidades da Federao brasileira e encontra-se na
regio Nordeste. Sua extenso territorial ocupa uma rea de 56.439,838
km e possui como capital a cidade de Joo Pessoa. Conforme contagem
populacional realizada em 2010 pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatstica (IBGE), o estado abriga uma populao de
3.766.528 habitantes. O IDH (ndice de Desenvolvimento Humano)
correspondente a essa populao de 0,718 (mdio), logo, os indicadores
sociais apresentam: uma expectativa de vida de 68,3 anos, taxa de
mortalidade infantil de 35,2 mortes para cada mil nascimentos e
taxa de analfabetismo de 25%. A maioria da populao se aglomera em
duas cidades: Joo Pessoa e Campina Grande. As populaes dessas
cidades, juntas, correspondem a 40% da populao do estado. Joo
Pessoa, capital da Paraba, a cidade mais populosa do estado 723.515
habitantes. Outras cidades paraibanas que apresentam grande
concentrao populacional so: Campina Grande (385.213), Santa Rita
(120.310),
21
Patos (100.674), Bayeux (99.716), Sousa (65.803), Cajazeiras
(58.446), Guarabira (55.326) e Cabedelo (57.944). A Paraba ocupa o
5 lugar entre os Estados nordestinos mais populosos. Esto sua
frente: Bahia, Pernambuco, Cear e Maranho. Analisando-se a
participao da populao estadual na populao brasileira, verifica-se
que bastante reduzida com tendncia ao declnio, passando de 2,31% em
1980, para 2,03% em 2000, o que se explica pela intensa emigrao e
queda nas taxas de crescimento anual da populao. Mais da metade da
populao paraibana vivem na Zona da Mata Paraibana e Agreste
Paraibano com um percentual de 67,7% do total, seguindo-se o Serto
Paraibano com 24% e a Borborema com apenas 8,1%.
2.1.3 Litoral paraibano
A Paraba possui um litoral que se estende por cerca de 133
quilmetros e 56 praias. Sua extenso vai da desembocadura do rio
Goiana - ao sul, onde se limita com o estado de Pernambuco - at o
esturio do rio Guaju - ao norte, na divisa com o Rio Grande do
Norte. Segundo o professor Josias (2010):
O litoral paraibano divide-se em Litoral Norte e Litoral Sul. O
limite entre esses dois seguimentos representado pelo esturio do
rio Paraba. Os municpios que compem o Litoral Norte so: Lucena, Rio
Tinto, marcao, Mamanguape, Baia da Traio e Mataraca. O Litoral Sul
abrange os territrios municipais de Joo Pessoa, Cabedelo, Bayeux,
Santa Rita, Conde, Alhandra e Pitimbu.
22
Figura 7 - Litoral Paraibano
Fonte: http://carlosroberto.kit.net/litoral
O relevo representado por trs unidades morfolgicas espacialmente
desiguais: os baixos planaltos sedimentares ou tabuleiros, com
falsias na fachada ocenica; a baixada litornea, com suas dunas,
restingas, lagoas e as plancies aluviais, flvio-marinhas e
estuarinas dos rios que desguam no Atlntico. As belezas naturais do
litoral paraibano um dos principais atrativo de turistas para o
estado.
2.1.4 reas de Proteo Ambiental
A preservao da vegetao um dever de todos, principalmente do
poder pblico. Dessa forma, as reas de preservao merecem destaque
nesse contexto. As reas protegidas por iniciativa do IBAMA, SUDEMA
e grupos ambientalistas na Paraba so as seguintes:
rea de Proteo Ambiental - (APA 14.640 hectares) da Barra do Rio
Mamanguape nos municpios de Rio Tinto e Lucena. Jardim Botnico -
Joo Pessoa (500 hectares) - considerado a maior rea verde em
ambiente urbano dos pais. Monumento Natural Vale dos Dinossauros -
(40 hectares) nos Municpios de Souza.
23
O Porqu Estadual Pico do Jabre - (400 hectares) nos Municpios de
Matureia de Me Dgua. Parque Estadual Mapa do Pau - Ferro - (600
hectares) no municpio de Areia. Parque Estadual Pedra da Boca -
(157 hectares) no municpio de Araruna. Reserva Biolgica Guariba -
(4.321 hectares) nos municpios de Mamanguape e Rio Tinto. Reserva
Florestal Mata do Amm - (103.370 hectares) no municpio de Cabedelo,
ltima reserva de Mata Alta de Restinga.
2.2 CORPO DE BOMBEIROS MILITAR
O Corpo de Bombeiros Militar instituio permanente, fora auxiliar
e reserva do Exrcito Brasileiro, organizado com base na hierarquia
e na disciplina, sendo a ele reservada a execuo das atividades de
defesa civil e das misses especficas de bombeiros militares, alm
de, quando necessrio, efetivao de aes de defesa ambiental. Na
maioria dos estados da federao, inclusive o Distrito Federal, so
instituies autnomas, porm em alguns estados como os de So Paulo,
Paran e Rio Grande do Sul, ainda esto subordinados a Polcia
Militar.
2.2.1 Breve histrico
2.2.1.1 Bombeiros no Mundo
Em Roma o Imperador Augusto criou, em 27 A.C., um grupo de
vigiles. Esse grupo tinha a finalidade de patrulhar a cidade para
policiar e impedir incndios. Aps o grande incndio de Londres, em
1666, que destruiu grande parte da cidade e deixar milhares de
pessoas desabrigadas, que as companhias de seguros formaram
bragadas particulares com a finalidade de proteger o patrimnio de
seus clientes. Um incndio devastador, que ocorreu em 1679 na cidade
de Boston, que destruiu 155 edifcios e alguns barcos foi o motivo
da criao do primeiro
24
Departamento Profissional Municipal Contra Incndios nos Estados
Unidos. A bomba contra incndios foi importada da Inglaterra. Essa
bomba de combate a incndio foi inventada pelo Matemtico e
Engenheiro Ctesibio, que viveu em Alexandria entre 285-222 A.C.
2.2.1.2 Bombeiros no Brasil
Antes do sculo de XIX, os incndios eram combatidos atravs de
longas filas que se formavam junto aos chafarizes mais prximos aos
sinistros, onde a populao e os aguadeiros transportavam baldes de
mos em mos. Alm de combaterem os incndios, eles tambm salvavam as
vtimas dessas ocorrncias utilizando equipamentos improvisados. Em
02 de julho de 1856 o Imperador Dom Pedro II, atravs do decreto
imperial n 1.775, instituiu o Corpo de Bombeiros. A primeira bomba
de combate a incndio, que funcionava a vapor, foi importada pelo
Corpo de Bombeiros, no ano de 1865. Por fora do decreto n 8.837 de
17 de dezembro de 1881, o Corpo de Bombeiros passou a ter uma
organizao militar. . 2.2.1.3 Corpo de Bombeiros Militar da
Paraba
Por causa dos diversos problemas de ordem estrutural com relao a
incndios que viam ocorrendo em Joo Pessoa no ano 1916, no qual
culminou com muitos incndios, entre eles, o da Camisaria Universal,
Casa Vergara e o da Delegacia Fiscal. O Dr. Francisco Camilo de
Holanda, atravs do Decreto Estadual n 844 de 9 de junho de 1917,
atravs do decreto estadual n 844, foi criado o Corpo de Bombeiros
Militar da Paraba, que era um rgo de execuo da Policia Militar da
desse estado, com o efetivo de 30 homens. A primeira sede era o
quartel de Gravat, na Rua Marciel Pinheiro, no centro, e o seu
primeiro comandante foi o Tenente Jos Lopes de Macedo. Depois foi
transferida para a Rua Diogo Velho, passou a ter como comandante o
Tenente Alexandre Loureiro da conceio, que era Sargento do Corpo de
Bombeiros do Distrito Federal. Com a recente criao do Bombeiro,
havia diversos problemas,
principalmente com relao falta materiais e equipamentos, o qual
dificultava os
25
treinamentos da tropa. Esse quadro melhorou com a vinda do
Sargento Alexandre Loureiro Junior, que era militar do Bombeiro do
Distrito Federal, que era no Rio de Janeiro. O Sargento Alexandre
veio ministrar instruo sobre bomba a vapor, que o governado acabara
de adquiri, alm de ministrar instruo sobre salvamento criando o ABS
(Auto Busca e Salvamento), que em 1998, devido a sua transferncia
para o Bairro de Mangabeira, recebeu a denominao de Grupamento de
Busca e Salvamento (GBS). Logo aps chegar na Paraba, o Sargento
Alexandre foi promovido ao posto de 2 Tenente e passou a comandar o
Corpo de Bombeiros. Em 10 de novembro de 1947 foi criado a 2 Seo de
Combate a Incndio (2 SCI), sediada em Campina Grande, devido
necessidade de interiorizao dos servios de combate a incndio. No
ano de 1974, atravs da presso realizada pela opinio pblica, o
governo do estado comprou uma AEH (auto escada hidrulica), com
capacidade para 30 metros, j prevendo a verticalizao de Joo Pessoa.
Em 2 de junho de 1976, a sede do CBMPB passou a ocupar novas
instalaes, localizadas as margens da BR101, no bairro de Mars, onde
permanece at os dias atuais. Em 1980 foi firmado um contrato com a
Empresa de Infra-estrutura Aeroporturia (INFRAERO) e a Policia
Militar, no qual foi criada a 2 Sub Seo de Combate a Incndios (2
SSCI), sendo sua sede localizada no Aeroporto Internacional Castro
Pinto. A 2 SSCI ficava subordinada a 1 Seo de Combate a Incndio (1
SCI), que funcionava no Comando do Corpo de Bombeiros (CCB). A
finalidade da 2 SSCI era segurana aos voos dirios que ali decolava
e pousavam, prestando servios de combate a incndio e atendimento as
possveis vtimas de acidentes nas reas do referido aeroporto,
ficando sua atuao delimitada por um raio de 8 km do interior do
aerdromo. No ano de 1991, as cidades de Guarabira (3 SCI), Patos (4
SCI) e Cabedelo (5 SCI) foram contemplados com trs novas Sees de
Combate a Incndios. Esse fato foi de fundamental importncia para
interiorizao dos servios que o Corpo de bombeiros disponibiliza a
sociedade paraibana, pois apenas Joo Pessoa e Campina Grande
poderiam contar com esses servios. No ano de 2000 foi criado o
Grupamento de Atendimento Pr-hospitalar, ficando sua sede nas
instalaes do Hospital de Emergncia e Trauma de Joo Pessoa. J no ano
de 2008, as cidades de Cajazeiras, com o 5 BBM (Batalho de
26
Bombeiros Militar), e Sousa, 1 CRBM do 5 BBM (Companhia Regional
de Bombeiros Militar) receberam uma unidade do Corpo de Bombeiros.
O ano de 2007 foi o divisor de guas para a histria do Bombeiro na
Paraba, pois nesse aconteceu sua emancipao administrativa e
operacional em relao a Policia Militar. No contexto histrico vale
ressaltar as mudanas nas nomenclaturas das unidades dessa corporao.
O Comando do Corpo de Bombeiros (CCB) passou a se chamar Quartel do
comando Geral do Bombeiro Militar (QCGBM); as Sees de combate a
incndio (SCI) passaram a se chamar de Batalhes de Bombeiros Militar
(BBM); as Sub Sees de Combate a Incndio (SSCI) passaram a se chamar
de Companhias Regionais de Bombeiros Militar (CRBM); o Grupamento
de Busca e Salvamento (BBS) passou a se chamar de Batalho de Busca
e Salvamento (BBS); e o Grupamento de Atendimento Pr-hospital
(GRAPH) passou a ser a Companhia Regional de Atendimento
Pr-hospitalar (CRAPH). O nico detalhe com relao as essas mudanas de
nomenclaturas foi a do 1 peloto da 5 SCI de Cabedelo, que passou a
ser denominado de 1 CRBM do 1 BBM.
2.2.2 Contexto legal
Segundo a Constituio Federal de 1988, em seu artigo 144, o Corpo
de Bombeiro faz parte da segurana pblica, nos seguintes termos:A
segurana pblica, dever do Estado, direito e responsabilidade de
todos, exercida para a preservao da ordem pblica e da incolumidade
das pessoas e do patrimnio, atravs dos seguintes rgos: V - polcias
militares e corpos de bombeiros militares. 5 - s polcias militares
cabem a polcia ostensiva e a preservao da ordem pblica; aos corpos
de bombeiros militares, alm das atribuies definidas em lei, incumbe
a execuo de atividades de defesa civil. (grifo nosso).
Segundo a Lei 8443/07 da Paraba, Lei de Organizao Bsica do
CBMPB, So atribuies institucionais do Corpo de Bombeiros Militar:I
prevenir e combater incndios urbanos, rurais e florestais, assim
como realizar busca, resgate e salvamento; II executar as
atividades de defesa civil e de mobilizao previstas na Constituio
Federal;
27
III realizar percias tcnicas, percia de incndio e exploso em
local de sinistro; IV prover socorro de urgncia e atendimento
pr-hospitalar; V estudar, analisar, planejar, exigir e fiscalizar
todos os servios de segurana contra incndio e pnico; VI notificar,
isolar, embargar e interditar, obedecida sua competncia, as obras,
servios, habitaes e locais de diverso pblicos e privados que no
ofeream condies de segurana e de funcionamento; VII desempenhar
atividades educativas de preveno e de combate a incndio, pnico
coletivo e de proteo ao meio ambiente; VIII elaborar Normas Tcnicas
relativas segurana de pessoas e bens contra incndio e pnico; IX
desenvolver pesquisa cientfica em seu campo de atuao profissional;
X estabelecer fiscalizao balneria e salvamento aqutico por
guardavidas; XI outras aes definidas na legislao vigente.
Diante da tica jurdica cabe ressaltar um principio da
administrao pblica elencado no artigo 37 da nossa Carta Maior, que
o princpio da eficincia. Esse principio, alm de ser um norma
exigvel, ele o que norteia as prestaes de servios que o Estado
realiza diante da sociedade. Segundo Cunha (2004 apud Pratts, 2009,
p. 49):[...] uma ao eficiente quando perfaz as respectivas
finalidades, mas em geral so mltiplas e escalonadas as finalidades
das aes sociais, variveis segundo o prisma dos diversos atores e os
diferentes processos a que simultaneamente pertencem, mensurveis
segundo distintos valores. socialmente eficiente a ao que a curto e
longo prazo produz os melhores resultados, no contexto de todos os
fatores e interesses envolvidos.
2.2.3 Conceitos sobre misses do Corpo de Bombeiros
Segundo o Manual Tcnico de Bombeiros 3, do Corpo de Bombeiros
Militar do estado de So Paulo (CBMESP), O conceito de Salvamento
Terrestre [...] toda atividade realizada em terra com o objetivo de
salvar vidas humanas e animais, meio ambiente e preservar
patrimnios.
28
Figura 8 - Salvamento Terrestre
Fonte: http://civalanjos.blogspot.com
Segundo o Manual Tcnico de Bombeiros 4, do Corpo de Bombeiros
Militar do estado de So Paulo (CBMESP), O conceito de Combate a
Incndio Florestal [...] toda destruio total ou parcial da vegetao,
em reas florestais, ocasionado pelo fogo, sem o controle do homem
ou qualquer que seja sua origem. Figura 9 - Combate a Incndio
Florestal
Fonte: http://www.cbmerj.rj.gov.br
Segundo o Manual Tcnico de Bombeiros 9, do Corpo de Bombeiros
Militar do estado de So Paulo (CBMESP), O conceito de Salvamento
Aqutico :[...] todas as operaes realizadas em rios, lagoas,
represas, mar, enchentes, piscinas e outros mananciais de gua,
visando preveno da integridade fsica de pessoas que envolvam em
ocorrncias em que a gua seja o agente causador de acidentes.
29
Figura 10 - Salvamento Aqutico
Fonte: http://www.pbagora.com.br
Segundo o Manual Tcnico de Bombeiros 12, do Corpo de Bombeiros
Militar do estado de So Paulo (CBMESP), O conceito de Resgate e
Emergncia mdica :[...] atendimento emergencial prestado por
profissional qualificado e habilitado que visa acessar uma vtima
que se encontre em condies de risco ou no, estabiliz-la e
transport-la adequadamente, no menor tempo possvel, ao hospital
adequado.
Figura 11 - Resgate
Fonte: http://sertencaico.blogspot.com
Segundo o Manual Tcnico de Bombeiros 26, do Corpo de Bombeiros
Militar do estado de So Paulo (CBMESP), O conceito de Salvamento em
Altura :Atividade de Bombeiro especializada no salvamento de vtimas
em local elevado, atravs do uso de equipamentos e tcnicas
especificas, com vista ao acesso e remoo do local ou condio de
risco vida, de quem no consiga sair por si s, em segurana.
30
Figura 12 - Salvamento em Altura
Fonte: http://www.jornaldaparaiba.com.br
Segundo o Manual Tcnico de Bombeiros 33, do Corpo de Bombeiros
Militar do estado de So Paulo (CBMESP), O conceito de coberturas
vegetais de Risco :[...] tudo que, por suas caractersticas de
altura e densidade, dificulte ou impossibilite ao ser humano
orientar-se adequadamente no terreno, tais como: mata capoeira,
cerrado, cerrado, restinga, mangue e reflorestamentos. O relevo da
rea tambm constitui um fator de risco por adicionar condies
desfavorveis ao deslocamento seguro.
Figura 13 - Busca em Cobertura Vegetal de Risco
Fonte: http://profissaobombeiro.blogspot.com
31
Segundo o Manual Tcnico de Bombeiros 41, do Corpo de Bombeiros
Militar do estado de So Paulo (CBMESP), O conceito de Defesa Civil
:[...] o conjunto de aes preventivas, de socorro, assistenciais e
recuperativas, destinadas a evitar ou minimizar os desastres,
preservando o moral da populao e restabelecendo a normalidade
social.
Figura 14 - Aes de Defesa Civil
Fonte: http://g1.globo.com
Documento do Curso de Tripulante Operacional 2007 do CBMDF traz
os seguintes conceitos:
Misses operacionais - Misses relacionadas as atividades fins do
Corpo de Bombeiros com a necessidade de pronta resposta. As misses
operacionais so as Aes de Busca e salvamento de qualquer natureza,
resgates, combate a incndios urbanos e florestais, emergncias
mdicas, transporte inter-hospitalar, transporte de pessoal, operaes
de suprimento e de materiais operacionais, apoio pericial,
observao, coordenao e controle areo de ocorrncias, prevenes, misses
tpicas de Defesa Civil e de Segurana Pblica. Misses administrativas
- So as relacionadas com as atividades da Corporao nas suas
diversas modalidades sem, no entanto, a urgncia nem a necessidade
de prontas respostas inerentes ao CBMPB. Todas as misses
administrativas podem e devem ser planejadas com antecedncia.
As
administrativas so os vos de levantamento estratgico, filmagem e
fotografia, instrues de qualquer natureza, transporte de
autoridades, demonstraes, apoio areo a rgos governamentais e outras
misses afins.
32
Aeronave de apoio - Toda aeronave pertencente outra instituio
pblica ou privada, empenhada em misso de socorro do Corpo de
Bombeiros em apoio direto s aeronaves do Corpo de Bombeiros.
Transporte aeromdico - o transporte mdico especializado,
utilizando-se de meios areos, de carter eletivo, sempre
inter-hospitalar, efetuada desde que o paciente apresente condies
para tal e a remoo, no represente riscos imediatos de agravamento
do quadro clnico do paciente, atravs da utilizao de recursos
materiais e metodologia de suporte avanado de vida. Resgate -
Operao de carter emergencial, da cena do evento ao hospital, atravs
da utilizao de socorrista ou mdicos, assim como de metodologias e
equipamentos de suporte bsico ou avanado de vida, nas quais a
estabilizao do paciente poder ser realizada a bordo durante o
deslocamento. Acidentes de massa - o acidente envolvendo de 05 a 10
vtimas, requerendo assistncia hospitalar e, demandando ainda, mais
de duas equipes de socorro na cena do evento, com durao das
atividades limitada a poucas horas. Exemplo clssico: Acidente de
nibus, incidentes em presdios. Catstrofe - o acidente envolvendo
mais de dez vtimas, com durao de mais de dez horas na cena,
requerendo assistncia multidisciplinar e revezamento de equipes.
Exemplo clssico: desabamentos com soterramentos, catstrofes
naturais, acidentes de avies de grande porte. Tempo resposta - o
tempo entre, o momento do deslocamento de uma unidade de emergncia
ao local do evento, at o incio do primeiro atendimento vtima por
essa unidade. Tempo de transporte - o tempo decorrido entre, o
momento do incio do deslocamento de uma unidade de emergncia, do
local do evento, at a entrada do paciente na emergncia do hospital
de referncia.
2.3 HISTRICO DA UTILIZAO DO HELICOPTERO 2.3.1 O Helicptero no
mundo
Relatos afirmam que o helicptero engenho voador mais antigo que
existe. A primeira apario ocorreu na China, em forma de brinquedo,
cerca de trs mil
33
anos antes de Cristo. Outra referncia encontrada na histria o
desenho (projeto) desenvolvido por Leonardo Da Vinci denominado La
Hlice de Da Vince, por volta de 1500 depois de Cristo, quando
manifestou, atravs de sua arte, a idia de asa rotativa. Esse
desenho composto por uma asa em espiral e um eixo central. Foi da
que originou o nome Helicptero, do grego: HELIX = helicoide e
PETERON = asa.Figura 15 - La Hlice de Da Vince
Fonte: http://dvintstalia.blogspot.com
No entanto o grande avano ocorreu no sculo XX, com a criao do
motor a combusto interna. Louis Charles Breguet e Paul Cornu
desenvolveram dois prottipos distintos no ano de 1907, utilizando
esse tipo de motor. Um dos grandes nomes no desenvolvimento de
helicpteros foi Juan de La Cierva, que na dcada de 20, idealizou
avies capazes de continuar voando caso os motores falhassem. O avio
desenvolvido por La Cierva por um rotor principal que girava
impulsionado apenas pelo vento relativo. Esse efeito deu origem a
auto rotao, que os atuais helicpteros utilizam com a finalidade de
realizar um pouso de emergncia, caso o motor falhe. Porm La Cierva
encontrou um problema nos primeiros modelos desenvolvidos, pois
eles tendiam a tombar para o lado devido a
34
dissimetria de sustentao. A soluo encontrada por La Cierva para
solucionar esse problema foi a utilizao de ps flexveis.Figura 16 -
Cierva C. 19
Fonte: http://www.vehibase.com
2.3.2 O Helicptero no Brasil
Em 1948 chegou ao Brasil o primeiro helicptero, um Bell 47 D,
comprado por uma empresa de Orlndia SP. Na dcada de 50 a Fora Area
Brasileira adquire helicpteros Bell 47 para compor o Grupo de
Transporte Especial, sediado no Aeroporto Santos Dumont. Depois so
criadas a aviao Naval e a do Exrcito. Com isso dar-se inicio a
utilizao de helicpteros para fins militares no Brasil. Segundo
Pratts (2009, p. 20):[...] no incio da dcada de 70, o helicptero
era um meio de transporte seguro, consagrado e verstil, tendo em
vista a sua operacionalidade e facilidade para o pouso em vrios
locais, e no somente em pista de aerdromos homologados.
35
Figura 17 - Bell 47
Fonte: http://www.bell47helicopterassociaton.org
Segundo Dupim (2005 apud Linhares e Santos, 2005, p. 57), no
Brasil, 27 corporaes e rgos governamentais utilizam aeronaves para
o cumprimento das misses de segurana pblica, busca e salvamento,
resgate aeromdico, defesa civil, e de meio ambiente. O grande
problema que os dirigentes dessas unidades areas enfrentam o nmero
reduzido de aeronaves, pois o nmero maior facilitaria as operaes.
(Id., 2009):A primeira Unidade Area implantada e gerenciada
exclusivamente por Bombeiros Militares foi a do Corpo de Bombeiros
Militar do Distrito Federal, conforme quadro acima, onde o Batalho
de Aviao Operacional (BAVOP/3BBS) tornou-se uma realidade em 1996,
com a aeronave Esquilo BA, prefixo PT-HLZ, cujo codinome era
Resgate 01, hoje no mais em operao, pois foi acidentada em servio
em 2007. J a Secretaria Nacional de Segurana Pblica instituiu a sua
Unidade Area aps os jogos Panamericanos de 2007, ocorridos no Rio
de Janeiro, onde uma das aeronaves tipo Esquilo compradas para o
evento permaneceu a disposio da Fora Nacional de Segurana Pblica,
sendo operada por integrantes da FNSP, composta por PM e BM, a nvel
de Pilotos e Tripulantes.
2.4 CARACTERISTICAS DOS HELICPTEROS E EQUIPAMENTOS
2.4.1 Conceitos gerais
Documento do Curso de Tripulante Operacional 2007 do CBMDF, traz
os seguintes conceitos: Aerodinmica - Cincia ou o estudo das foras
produzidas pelo movimento relativo entre o ar e os objetos.
36
Aeroflio - Superfcie aerodinmica capaz de produzir reaes teis ao
vo mediante o mximo aproveitamento do ar que se desloca sobre e sob
sua superfcie. Os aeroflios podem ser simtricos ou assimtricos.
Bordo de ataque - parte da frente do aeroflio e que primeiro entra
em contato com os filetes de ar do vento relativo. Bordo de fuga -
parte traseira do aeroflio por onde os filetes de ar do vento
relativo se escoam. Extradorso ou cambra superior - superfcie
dorsal do aeroflio, por onde os filetes de ar passam com maior
velocidade. Intradorso ou cambra inferior - superfcie ventral do
aeroflio, por onde os filetes de ar passam a uma velocidade mais ou
menos uniforme. Corda do aeroflio - linha imaginria que vai do
bordo de ataque ao bordo de fuga. Linha por sobre a qual varia o
centro de presso. Centro de presso - ponto imaginrio onde esto
concentradas todas as foras aerodinmicas de um aeroflio. Vento
relativo - vento com a direo do deslocamento do aeroflio porm de
sentido contrrio. O vento relativo sempre contrrio trajetria de vo.
ngulo de ataque - o ngulo formado pela corda do perfil de um
aeroflio e o vento relativo. O ngulo de ataque pode ser: Positivo -
quando o ngulo formado acima da linha dos filetes de ar do vento
relativo. Nulo - quando no existe ngulo Negativo - quando o ngulo
formado abaixo da linha dos filetes de ar do vento relativo.
Sustentao - a componente da fora total aerodinmica em um corpo e
perpendicular ao vento relativo. A sustentao regida pelos princpios
quantitativos da massa de ar do meio ambiente, tanto o motor quanto
o rotor apresentaro limitaes operacionais, pela perda de potncia do
motor ou pela perda da eficcia do rotor. Ambos dependem da
densidade do ar. O rotor para sua melhor sustentao (estol de
altitude) e o motor para uma melhor combusto. Estol - a perda sbita
de sustentao. O aumento do ngulo de ataque implica num aumento do
coeficiente de sustentao. O aumento desse ngulo limitado por um
ponto chamado de ngulo crtico ou de estol.
37
Trao - a fora que vencendo a resistncia do ar, imprime a um
aeroflio uma determinada velocidade. Atrao sempre paralela ao vento
relativo e perpendicular a sustentao. Envergadura - a distncia
mxima da raiz da p do rotor at a sua ponta. Alongamento - a relao
entre a envergadura e a corda. Disco do rotor - a projeo sobre um
plano da trajetria circular das ps. Plano de rotao - um plano
limitado pela mdia da trajetria das pontas das ps. Torque - a fora
que tende a girar um corpo para uma direo oposta ao movimento
deste. Cone do rotor - o grau de enflechamento de suas ps, por
efeito do peso do aparelho e da maior ou menor rotao do rotor. O
efeito de cone ocorre devido ao efeito de carga sobre o rotor. A
fora peso sobre o rotor tende a aumentar em atitudes cabradas,
curvas e manobras bruscas. Esse aumento de peso chamamos de aumento
de G. O aumento de peso influi no aumento do seu ngulo de cone. O
efeito de cone tende a diminuir com o aumento de velocidade de
rotao das ps e o consequente aumento da fora centrfuga.
2.4.2 Principais comandos de voos do helicptero
Existem 3 comandos que garantem a manobrabilidade do helicptero.
Apesar de serem mecanicamente independentes, eles esto
correlacionados nas suas aes; pois para cada ao de comando
necessrio tomar outra medida nos outros comandos para manter a
navegabilidade da aeronave.
2.4.2.1 Cclico
O piloto utiliza a mo direita para control-lo. Responsvel pela
direo horizontal e vertical. Segundo Corpo de Bombeiros Militar do
Distrito Federal (2007, p. 53): o comando primrio de direo e
velocidade e secundrio de altura. As aes sobre o cclico iro
repercutir diretamente na cabea do rotor
38
principal, alterando todo o plano de rotao. O cclico trabalha
sobre o eixo transversal e longitudinal do helicptero.
2.4.2.2 Coletivo
O piloto utiliza a mo esquerda para control-lo. Responsvel pela
direo vertical. (Id., Ibid.): o comando primrio de potncia e
altura. Esse comando est ligado diretamente ao motor da aeronave e
ao controle do ngulo de ataque das ps. O controle da sustentao do
vo especialmente do pairado de responsabilidade desse comando. As
aes sobre o coletivo iro repercutir diretamente no controle dos
pedais. O coletivo trabalha sobre o eixo vertical do
helicptero.
2.4.2.3 Pedais
Como prprio nome j diz, o piloto utiliza os ps para control-lo.
Responsvel pela direo horizontal, principalmente em baixa altitude
serve tambm para compensar a utilizao dos outros comandos. (Id.,
Ibid.): o comando de guinada. Ele controla as aes do rotor de
cauda. Especialmente nos vos a baixa velocidade, todas as aes dos
pedais esto relacionadas aplicao de algum comando no coletivo.
Alteraes de potencia variam a sustentao da aeronave e o torque
sobre o rotor principal, a resultante uma reao na mesma direo e em
sentido oposto sobre toda a estrutura da aeronave. Se o rotor gira
no sentido horrio a fuselagem ter uma tendncia de girar no sentido
anti-horrio. Essa reao contraria controlada pelos pedais que atuam
diretamente sobre o rotor de cauda.
2.4.3 Principais equipamentos utilizados nos helicpteros
Nas ocorrncias que os Corpos de Bombeiros Militar atendem, so
utilizados nos helicptero, em especial, quatro equipamentos que
auxiliam nesses trabalhos. Esses equipamentos so usados nas misses
de salvamento aqutico, combate a incndios, busca e salvamento, alm
do resgate de vtimas que estejam isoladas no alto de edificaes
elevadas, quando ocorrem incndios em andares intermedirios.
39
2.4.3.1 Pu
Segundo documento do Curso de Tripulante Operacional 2011 do
Batalho de Operaes Areas do CBMSC, o pu um constitudo por um arco
de duro alumnio com 125 mm de raio interno e com espessura de 1``
(polegada), revestido de polipropileno. O saco composto por uma
malha de rede 8 cm que tem em sua composio fios de nylon seda de
3,0mm, e sua altura de 1,5m. Ele preso a aeronave por um cabo de
nylon seda de 10 mm com 8 m de comprimento fixado em quatro pontos,
sendo na outra extremidade uma pea freio oito e/ou
distorcedor.Figura 18 - Pu
Fonte: http://www.pilotopolicial.com.br
2.4.3.2 Sling Segundo documento do Curso de Tripulante
Operacional 2011 do Batalho de Operaes Areas do CBMSC, o Sling, ou
Colar de Resgate, um dispositivo multi-uso de resgate, que oferece
simplicidade de operao e segurana para a vtima e socorrista. Este
equipamento foi projetado para resgate em gua (rios, lagos e mar),
bem como para extrao de locais restritos. Desde que orientada, a
vtima consciente pode utilizar o colar sem acompanhamento do
socorrista. Esse equipamento s pode ser utilizado com pessoas, no
podendo ser empregado para o transporte de outro tipo de carga. Ele
composto por: Um cabo de salvamento de 12 m; dois mosquetes de ao
ou alumnio; uma proteo para o cabo de
40
salvamento; dois colares de salvamento; e uma bolsa para
acondicionamento e transporte.Figura 19 - Sling
Fonte: http://www.pilotopolicial.com.br
2.4.3.3 Cesto de Salvamento
Segundo Eduardo de Morais Gomes (2009), o Cesto de Salvamento
composto por: Um aro superior de 70 cm, revestido com cordim branco
de poliamida de 06 mm; um aro inferior de 1,00 m de dimetro medido
pela parte externa, sendo da mesma espessura do aro superior,
revestido com cordim branco de poliamida de 06 mm, se interligando
ao aro superior por meio por meio de tirantes. No aro inferior ter
ainda quatro tirantes que estaro ligado ao centro por uma argola de
ao de 8 cm de dimetro. Malha do aro inferior que confeccionados em
rede de malha do tipo pescador com o cordim de nylon tranado de 6
mm de esp essura, n tipo escota dupla; Corpo de Sustentao lateral
se dar por 09 tirantes de corda de nylon torcida de meia polegada,
com 2 m metros de comprimento e fixados de forma que fique uma
abertura de 40 cm de distncia; malha do cesto que
confeccionados
41
em rede de malha do tipo pescador com o cordim de nylon tranado
de 5 mm de espessura, n tipo escota dupla, cobrindo 5/6 da
circunferncia do cesto, deixando apenas 1/6 que ser a abertura de
entrada/sada. A malha deve ter um
espaamento entre elas de 8 cm; Estropo, uma corda naval de nylon
poliamida tranada de uma polegada com 10 m de comprimento, que ser
a ligao do gancho da aeronave com o cesto propriamente dito, em uma
de suas extremidades dever ter uma sapatilha de ao presa por uma
ala feita do tranado na corda, e na outra extremidade dever conter
alm da sapatilha fixada da mesma forma que a anterior ter um
distorcedor de ao; uma bolsa de acondicionamento acompanhando a
ergonometria do equipamento devendo ser confeccionada em lona
plstica de cor laranja e com reforos em suas paredes, com zper para
fechamento, e ainda uma possuir duas alas para facilitao do
transporte.Figura 20 - Cesto de Salvamento
Fonte: http://www.pilotopolicial.com.br
2.4.3.4 Bambi Backet
Segundo documento do Curso de Tripulante Operacional 2011 do
Batalho de Operaes Areas do CBMSC, o Bambi Backet composto por: Uma
unidade de comando acoplada ao gancho de carga; um dispositivo de
transporte de gua; uma unidade de comando eltrico; um conjunto de
cabos de suspenso e um cabo de alijamento; um sistema Eltrico
compreendendo: uma cablagem eltrica; um conector para acoplamento
eltrico entre a unidade de comando e sistema eltrico, localizado ao
lado do gancho de carga; um pusch botom na console; um boto de
42
alijamento de todo o sistema no cclico e uma alavanca manual no
coletivo; um boto de alijamento da carga de gua, acionado por uma
lingueta no punho do cclico; um fusvel localizado no painel lateral
de fusveis. O equipamento possui capacidade varivel para o
transporte de gua de acordo com o modelo a ser utilizado, devendo o
piloto verificar as limitaes de sua aeronave.Figura 21 - Bambi
Backet
Fonte: http://www.pilotopolicial.com.br
2.5 PRINCIPAIS HELICPTEROS OPERADOS NA SEGURANA PBLICA DO
BRASIL
No Brasil a Segurana Pblica utiliza vrios tipos de aeronaves de
asas rotativas. Neste tpico ser realizada uma descrio sumria das
principais aeronaves operadas no Brasil, bem como suas principais
funcionalidades.
2.5.1 Monoturbina
A maioria dos helicpteros operados na Segurana Pblica so
monoturbina, principalmente devido ao seu baixo custo. Segundo
Cordeiro Junior (2012), os principais helicpteros monoturbinas
operados nos Brasil so os seguintes:
43
2.5.1.1 Bell 206 Jet Ranger III
O Bell Ranger III utilizado por rgo de Segurana Pblica e por
empresas de taxi areo. Era fabricado pela BELL Helicopter Textron.
O Bell 206 Jet Ranger encerrou sua produo em 2008. No Brasil
encontra-se um Bell 206 Jet Ranger usado no valor aproximado de U$
850.000,00 com os custos da nacionalizao j inclusos no preo. Essa
aeronave utilizada no Grupamento Aeropolicial Resgate Areo do
Paran. Sua capacidade de transporte de pessoal de at cinco pessoas,
incluindo a tripulao. O tanque de Combustvel tem capacidade de 344
litros ou 268 Kg, isso proporciona um alcance mximo de 676 km ou
uma autonomia de 4 horas e 30 minutos.Figura 22 - Bell 206 Jet
Ranger III GRAer/PR
Fonte: http://www.pilotopolicial.com.br
2.5.1.2 Bell 206 Long Ranger IV
O Bell 206 Long Ranger IV equipado com cinco portas de acesso,
trs do lado esquerdo e duas do lado direito. O valor de uma
aeronave dessa nova custa U$ 3.100.000,00, j um helicptero usado
vale aproximadamente U$ 1.700.000,00. O Ncleo de Operaes Areas do
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renovveis (NOA - IBAMA) opera um Bell 206 Long Ranger IV nas suas
misses na Amaznia.
44
Sua capacidade de transporte de pessoal de at sete pessoas,
incluindo a tripulao Sua autonomia de 4 horas e 6 minutos. Essa
aeronave possui um sistema de suspenso que proporciona uma operao
incrivelmente suave, ideal para equipes de emergncia mdica.Figura
23 - Bell 206 Long Ranger IV IBAMA
Fonte: http://helicopterosfalcao.blogspot.com
2.5.1.3 Bell 407
O Bell 407 equipado com sistema de quatro ps, o qual proporciona
um desempenho excelente com velocidade de cruzeiro de 259 Km/h. uma
aeronave extremamente silenciosa o que de suma importncia para a
sade de quem trabalha direta e indiretamente com ela. O valor de um
Bell 407 novo U$ 3.250.000,00, j um helicptero usado vale
aproximadamente U$ 2.300.000,00. A Diviso de Operaes Areas da
Policia Rodoviria Federal (DOA - PRF) utiliza o Bell 407 em suas
misses, que tiveram incio em 18 de maro de 1999. Sua capacidade de
transporte de pessoal de at sete pessoas, incluindo a tripulao.
Essa aeronave obtm um deslocamento tranquilo e leve em praticamente
todas as condies meteorolgicas, alm de ser ideal para ambientes
extremos como grandes altitudes ou em locais onde a temperatura
seja extremamente baixa ou muito alta.
45
Figura 24 - Bell 407 DOA/NE
Fonte: http://resgatedoa-brasil.blogspot.com.br
2.5.1.4 AS 350 B
O AS 350 BA fabricado pela HELIBRAS empresa brasileira associada
ao grupo EUROCOPTER. Apresenta um alto desempenho em altitudes
elevadas e temperaturas altas. O AS 350 B no mais produzido e o
valor de usado U$ 1.000.000,00. O Batalho de Operaes Areas do Corpo
de Bombeiros de Santa Catarina (BOA - CBMSC) operava o AS 350 B. A
capacidade dessa aeronave ESQUILO de transportar de at cinco
pessoas, incluindo a tripulao. O AS 350 B consegue cumprir
parcialmente as misses Bombeiro Militar e por isso obriga as
equipes de bombeiros realizarem adequaes que prejudicam tanto o
grau de excelncia da misso, quanto o conforto das pessoas.
46
Figura 25 - AS 350 B BOA CBMSC
Fonte: http://www.ndoline.com.br
2.5.1.5 AS 350 B2
O AS 350 B2 fabricado tambm pela HELIBRAS, que detm 80% de
participao no segmento de Segurana Pblica e Defesa Civil. Apresenta
um alto desempenho em altitudes elevadas e temperaturas altas, alm
de oferecer um excelente conforto devido aos baixos nveis de rudo
de vibrao. Recentemente o BOA DO CBMSC adquiriu um AS 350 B2 usado
no valor de R$ 4.250.000,00, j um Helicptero novo custa
aproximadamente U$ 3.860.000,00. O AS 350 B2 o modelo mais
utilizado pelo setor de Segurana Pblica, entre eles podemos
destacar o CBMMG, CBMRJ, CBMDF e o CBMSC. A capacidade dessa
aeronave de transportar de cinco a seis pessoas, incluindo a
tripulao. O AS 350 B2 indicado para o transporte de carga externa,
com capacidade de 1.160 Kg de carga no gancho. Algumas mudanas
foram realizadas em comparao ao modelo anterior (AS 350 B), entre
elas podemos destacar a mudana do motor por um mais potente
trazendo, assim, um incremento de 415 ps por minuto em razo de
subida, alm de elevar em 7% a capacidade de decolagem, podendo
atingir 2.500 Kg com carga externa e agregar 250 Kg em potencial de
iamento.
47
Figura 26 - AS 350 B2 BOA CBMMG
Fonte: http://www.pilotopolicial.com.br
2.5.1.6 AS 350 B3
O AS 350 B3 fabricado tambm pela HELIBRAS. Apresenta um alto
desempenho em altitudes elevadas e temperaturas altas, devido a
mudana do motor Ariel 1D1 para o Ariel 2B, que elevou
significativamente a potencia mxima. O valor de um AS 350 B3 novo
de U$ 3.800.000,00, j uma aeronave usada fica em torno de U$
3.400.000,00. O AS 350 B3 utilizado por diversos grupamentos areos,
entre eles podemos destacar o CIOPAER-MT, PMMG e recentemente a
PMDF. A capacidade dessa aeronave de transportar de cinco a seis
pessoas, incluindo a tripulao. O AS 350 B3 trouxe como principais
mudanas no aspecto operacional o aumento na capacidade de
transporte de carga externa e o seu teto operacional. Enquanto o AS
350 BA e o B2 levantam uma carga externa de 750 kg e 1.160 Kg
respectivamente, o B3 eleva at 1.400Kg. Com relao ao teto mximo
operacional o B3 chega a 20.000 ps, enquanto as verses anteriores
dificilmente ultrapassavam 15.000 ps.
48
Figura 27 - AS 350 B3 CIOPAer/MT
Fonte: http://www.pilotopolicial.com.br
2.5.1.7 EC 130 B4
O EC 130 B4 uma aeronave monoturbina que apresenta diversas
inovaes se comparado a srie de Esquilo, haja vista que ela est na
sequncia de modelos fabricas pela HELIBRAS. o helicptero mais
silencioso do mundo graas a substituio do tradicional rotor de
cauda pelo Fenestron. O valor de um EC 130 B4 novo de U$
4.100.000,00, j uma aeronave usada fica em torno de U$
2.500.000,00. O EC 130 B4 utilizado pelo GRAER-PR, com duas
aeronaves desse modelo. A capacidade dessa aeronave de transportar
de sete a oito pessoas, incluindo a tripulao. O EC 130 B4 veio com
o sistema VEMD, indicador multifuno da clula, e motor composto de
dois mdulos de computadores e um sistema hidrulico duplo; essas
ferramentas auxiliam o trabalho do piloto em todas as fases do voo.
Quanto enfrentou ventos fortes e altitudes acima dos 12 mil ps, ele
surpreendeu devido a seu alto desempenho de potencia e
desenvoltura.
49
Figura 28 - EC 130 B4 GRAer/PR
Fonte: http://www.pilotopolicial.com.br
2.5.1.8 KOALA 119
O KOALA 119 Ke uma aeronave monoturbina fabrica pela AGUSTA
WESTLAND. Seu rotor principal composto por quatro ps, do tipo
articulado, isso possibilita uma economia de combustvel de 2%, ou
seja, um aumento de 45 minutos de autonomia. O valor de um KOALA
119 novo de U$ 4.250.000,00, j uma aeronave usada fica em torno de
U$ 3.625.000,00. O EC 130 B4 pela PMGO, CBMGO, PCGO e PMSC. A
capacidade dessa aeronave de transportar de oito pessoas, incluindo
a tripulao. O KOALA 119 veio com a tecnologia no motor que permite
uma nova partida logo aps o seu corte, porm ele apresenta alguns
aspectos limitadores, como no poder receber combustvel sob presso
(reabastecimento a quente) e o outro sua cauda baixa, o que impe um
limite de 2 graus de inclinao do terreno quando se almeja pousar
aproado parte mais baixa. Seu grande diferencial se refere aos
casos de atendimento as ocorrncias emergenciais, pois sua
velocidade de 140 ns, ou 259 Km/h.
50
Figura 29 - KOALA 119 COASA/GO
Fonte: http://www.pilotopolicial.com.br
2.5.2 Biturbina
2.5.2.1 EC 135
O EC 135 uma aeronave biturbina leve e multifuno, que se destaca
dos demais de sua categoria, em especial pela segurana, conforto e
aplicao de novas tecnologias ao equipamento. O exclusivo rotor
principal sem rolamentos (BMR Bearingless Main Rotor) e o rotor
traseiro do tipo Fenestron oferecem uma manobrabilidade admirvel e,
em combinao com o Sistema de Isolamento AntiRessonncia (ARIS),
proporcionam vos excepcionalmente confortveis.
O EC 135 oferece duas opes de motorizao, Turbomeca ou
Pratt&Whitney, ambas incorporando o FADEC Controle Eletrnico
Total do Motor, possibilitando assim desempenho, segurana e
economia de combustvel ideais. O CBMDF utiliza essa aeronave para
transporte aeromdico. A capacidade dessa aeronave de transportar de
sete ou oito pessoas, incluindo a tripulao. muito importante
destacar sua velocidade de cruzeiro de 254 Km/h e sua velocidade
mxima de 259 Km/h, sendo ideal para atendimento a as ocorrncias
emergenciais.
51
Figura 30 - EC 135 CBMDF
Fonte: http://www.gostavoadolfo.flogbrasil.terra.com.br
2.5.2.2 EC 145
O EC 145 tem 2,96 metros de comprimento e 1,39 metros de
largura, sua cabine ganhou mais espao interno e foi aperfeioada em
relao ao BK 117 C1, o antecessor deste modelo. Graas s amplas
portas corredias e s portas traseiras para embarque de cargas, o
acesso cabine se tornou mais fcil. Todo esse espao faz dele o
helicptero mais adequado para servios aeromdicos, misses policiais,
aplicaes de utilidades gerais, transporte vip e de passageiros. O
EC 145 tem a mesma seo dianteira da cabine do EC 135, mantendo o
conceito de posto de pilotagem desenvolvido pela Eurocopter, que
alm de aliviar a carga de trabalho do piloto, tambm reduz o tempo
necessrio para a homologao de tipo. Seu nvel de rudo em mdia 6.7
decibis, muito abaixo das exigncias da ICAO (Organizao
Internacional de Aviao Civil) para aeronaves desta categoria.
Por isso, um dos helicpteros mais silenciosos do mundo e menos
agressivo ao meio ambiente. A capacidade dessa aeronave de
transportar de dez pessoas, incluindo a tripulao. muito importante
destacar sua velocidade de cruzeiro de 246 Km/h e sua velocidade
mxima de 268 Km/h.
52
Figura 31 - EC 145 GTA/MA
Fonte: http://www.pmdf.df.gov.br
2.6 EMPREGO DO HELICPTERO NAS MISSES DOS BOMBEIROS
O Helicptero poder ser empregado em diversas situaes, sendo
muitas vezes necessria a sua utilizao para que os Corpos de
Bombeiros Militar possam cumprir com efetividade as suas misses.
Segundo Lopes (2007 apud Cordeiro Junior, 2012, p. 20):O helicptero
devido a sua versatilidade e caractersticas operacionais, como o
voo pairado, e facilidades nos pousos e decolagens em pequ enos
espaos, demonstra ser um equipamento de alta capacidade em operaes
areas emergenciais. A utilizao dos helicpteros em operaes areas de
emergncia do Corpo de Bombeiro Militar proporciona um rpido
atendimento ao pblico, e passou a desencadear objetivamente aes de
respostas efetivas demandadas pela sociedade.
2.6.1 Atendimento Pr-Hospitalar
Segundo Pires (2010, apud Cordeiro Junior, 2012, p. 21), no
atendimento prhospitalar o paciente necessita receber o primeiro
atendimento no local ou at mesmo ser retirado rapidamente para uma
unidade de sade. Portanto, o helicptero atua com celeridade,
levando equipes treinadas para realizar o primeiro
53
atendimento no local da ocorrncia e transportar a vtima para o
hospital de referencia. Segundo Machado (2008, apud Cordeiro
Junior, 2012, p. 21), nos acidentes que as vtimas necessitam ser
deslocado at o hospital de referncia, o fator tempo determinar se
elas iro viver ou no. Mesmo em caso de sobrevivncia, a demora no
atendimento ir determinar o nvel das sequelas resultantes do
atraso. Segundo Frana (2008, p. 38), a administrao pblica
economizar se utilizar o servio aeromdico em acidentes
automobilsticos, pois evitar que a gravidade das vtimas evolua.
Conforme pesquisa realizada pelo IPEA (Instituto de Pesquisa
Econmica Aplicada) em 2003, os impactos econmicos dos acidentes de
trnsito crescem significativamente medida que aumenta sua
severidade, iniciando em R$ 3.262,00 para o acidente sem vtimas,
passando por R$ 17.460,00 para o acidente com ferido, at R$
144.143,00 para o acidente com morte. Portanto a diferena entre o
valor de acidente com morte e o custo do servio aeromdico prestado
pela Base DOA-NE (Diviso de Operaes Areas do Nordeste da Polcia
Rodoviria Federal) que de R$ 2.791,00 e do custo de acidente com
feridos que de R$ 17.460,00, temos o valor R$ 123.892,00 que pode
ser entendido como sendo o lucro econmico do servio aeromdico.
Figura 32 - Transporte Aeromdico BOA CBMSC
Fonte: http://www.pilotopolicial.com.br
54
2.6.2 Busca e Salvamento
Segundo Machado (2008, apud Cordeiro Junior, 2012, p. 22),
devido s formas de topografia do relevo brasileiro, necessria a
utilizao de helicpteros para alcanar determinados lugares, tais
como: topo de montanhas, praias de difcil acesso, zonas rurais com
estradas em precrio estado de conservao. Segundo Zanca (2007, apud
Cordeiro Junior, 2012, p. 22), o helicptero pode realizar
salvamentos e resgates de pessoas perdidas em matas, florestas,
rios, costes, lagos, pessoas ilhadas, pessoas deriva em alto mar,
em areas isoladas por enchentes, em reas de difcil acesso e at
mesmo pessoas no alto de edifcios em chama.Figura 33 - Busca e
Salvamento COASA CBMGO
Fonte: http://alexmaragato.blogspot.com.br
2.6.3 Defesa Civil e Aes Humanitrias Segundo Pratts (2008, apud
Cordeiro Junior, 2012, p. 23), as atividades de Defesa Civil, so
realizadas por agentes em situaes extremas, e essas apresentam
dificuldades de acesso, necessidade de arrolamento e reconhecimento
das reas afetadas para estabelecer um plano de ao e resposta
eficiente numa eventual catstrofe. Atravs do helicptero, este
levantamento ganhar velocidade e preciso em seu planejamento,
beneficiando assim a populao atingida. Segundo Pires (2008, apud
Cordeiro Junior, 2012, p. 23), a utilizao dessas aerenoves em
calamidades bem difundida devida sua grande mobilidade e
55
possibilidade em aproximar-se de locais inacessveis ou de difcil
acesso por vias terrestres, tornando-se quase sempre a nica forma
de ingresso nos locais atingidos por desastres para executar as
operaes de assistncia mdica, transporte emergencial e at mesmo de
gneros de primeira necessidade para a populao flagelada. Segundo
Pires (2008, apud Cordeiro Junior, 2012, p. 23), a atuao dos
helicpteros em aes humanitrias e ocorrncias de defesa civil fator
preponderante para a rpida resposta do poder pblico com vistas a
minimizao dos resultados danosos advindos de desastre evento
crtico.Figura 34 - GRAer/PR transportando alimentos em Santa
Catarina
Fonte: http://www.pilotopolicial.com.br
2.6.4 Misses de Misericrdia
Segundo Machado (2008, apud Cordeiro Junior, 2012, p. 24), o
helicptero tambm utilizado no transporte de rgos e transporte
inter-hospitalar de pacientes em estado grave, que se encontram em
hospitais que no tem o aparato que seja capaz de trata-los; pois
devido fatores como compatibilidade e grau de necessidade do
receptor, grandes distncias a serem percorridas num grande espao de
tempo impediriam a concretizao da operao. Logo, a aeronave pode ser
veculo de transporte de rgos. Entretanto, deve-se salientar que a
utilizao de helicpteros para esse tipo de misso vivel at um raio de
300 quilmetros, em distncias superiores a esta, faz-se necessrio
realizao de reabastecimentos. Alm disso,
56
a velocidade de voo que o helicptero atinge inferior em relao ao
avio, e o custo do voo muito superior.Figura 35 - Misso de
Misericrdia realizado pelo COASA CBMGO
Fonte: http://www.pilotopolicial.com.br
2.6.5 Combate a Incndio
Segundo Zanca (2007, apud Cordeiro Junior, 2012, p. 24), os
helicpteros podem ser utilizados de diversas formas em situaes de
incndios de grandes propores, podendo ser utilizado pelo comandante
da operao como plataforma de observao, para uma avaliao global da
cena. Isso permite realizar a estratgia e os meios de combate ao
incndio mais adequado, podendo tambm ser utilizado para o
transporte de material e pessoal, ou mesmo para resgatar equipe
tcnica cercada pelo fogo. Segundo Zanca (2007, apud Cordeiro
Junior, 2012, p. 24), as altas temperatura e turbulncias, fazem com
que as misses sejam acompanhadas de riscos a mais, e cada operao
deve ser precedida de avaliao tcnica adequada e criteriosa. Os
helicpteros podem ser dotados com o equipamento bambi bucket, bolsa
para armazenagem de gua e combate a focos de incndio de mdia e alta
intensidade. Este equipamento possibilita o lanamento de gua sobre
os focos de fogo, para promover a extino do incndio e/ou resfriar
superfcies, alm de auxiliar os bombeiros em terra durante a
misso.
57
Segundo Machado (2008, apud Cordeiro Junior, 2012, p. 25), essas
misses, principalmente em incndios florestais, pode resgatar a
flora e a fauna da regio afetada, uma vez que aumenta a efetividade
da operao de combate ao incndio. Segundo Valente (1999, apud
Cordeiro Junior, 2012, p. 25), uma grande aplicabilidade do
helicptero no combate aos incndios florestais, ocorreu em Roraima
no ano de 1998, nos meses de maro e abril, quando literalmente o
Estado de Roraima pegou fogo, a Policia Militar de Minas Gerais
enviou ao local dois helicpteros HB 350 Esquilo. Em funo de sua
magnitude, vrias tcnicas de emprego de helicptero foram utilizadas,
permitindo que as suas potencialidades como ferramenta de combate a
incndios fossem exploradas ao mximo. Nesta ocasio, as aeronaves
foram usadas para lanamento de gua com bambi bucket; como
plataforma de observao para levantamento da dimenso da rea de
depredao ambiental; para localizao e monitoramento de focos de
incndios e reas com fogo controlado. Nestas situaes empregou-se
muito o FLIR, que um dispositivo que detecta a radiao infravermelha
emitida por objetos quentes. Atravs do FLIR podem ser localizados
focos de incndio encobertos por espessas e extensas camadas de
fumaa. Em seguida, os focos localizados foram plotados nas cartas
de navegao com o auxlio do Sistema de Posicionamento Global (GPS),
sendo realizado um mapeamento de itinerrios e vias de acesso a
estes pontos plotados, fato que propicia o apoio logstico de
transporte de pessoal s reas de difcil acesso.Figura 36 - Combate a
Incndio Florestal utilizando o Bambi Backet
Fonte: http://www.pilotopolicial.com.br
58
2.6.6 Salvamento Aqutico
Segundo Valente (2002, apud Cordeiro Junior, 2012, p. 26), essas
aeronaves podem ser utilizadas na preveno em regies litorneas, bem
como no servio de resgate de banhistas, quando o mar encontra-se
bastante agitado, fato que dificulta o resgate do afogado pelo
guarda vida. Para este tipo de ocorrncia pode ser utilizado o pu,
que consiste em uma armao circular com cordas tranadas que formam o
equipamento empregado normalmente para salvamento aqutico. A
aeronave tambm usada na preveno de afogamentos, trabalho que
consiste em monitorar os locais mais propcios e perigosos de
ocorrer um afogamento. A presena do helicptero tambm inibe os
banhistas de adentrar em uma rea desconhecida e perigosa.Figura 37
- Salvamento Aqutico utilizando o Pu
Fonte: http://www.pilotopolicial.com.br
59
3 METODOLOGIA
Este captulo mostra a metodologia que foi utilizada durante a
elaborao do estudo, com o intuito de provar a necessidade e
exemplificar a aplicabilidade do helicptero nas misses do CBMPB. No
entanto, iremos conceituar o que vem a ser pesquisa, metodologia e
mtodo cientifico. Segundo Linhares e Santos (2005, p. 82) pesquisa
:O processo pelo qual a cincia procura dar resposta aos problemas
que se lhe apresentam por meio de investigaes sistemticas de
determinado assunto, visando obter novas informaes e/ou reorganizar
as informaes j existentes sobre um problema especfico e bem
definido.
Para Namen (apud Id., Ibid., p. 83) metodologia :O processo
detalhado de como ser conduzida a investigao da pesquisa, de tal
forma que possa elucidar todo procedimento de investigao,
permitindo ao pesquisador uma linha de conduta, bem como propiciar
a outros investigadores a comprovar, se houver necessidade e mesmo
comparar pesquisas neste campo.
Para Lakatos e Marconi (apud Id., Ibid., p. 83) mtodo cientfico
:O conjunto das atividades sistemticas e racionais que, com maior
segurana e economia, permite alcana o objetivo conhecimentos vlidos
e verdadeiros traando o caminho a ser seguido, detectando erros e
auxiliando as decises do cientista.
O procedimento metodolgico foi realizado de forma descrita e
exploratrio, com a utilizao de pesquisa bibliogrfica, documental e
pesquisa de campo; todos eles com natureza quantitativa e
qualitativa. A pesquisa foi realizada na CIOPAer-RN, BOA-SC e no
BOA-MG. O universo sujeito/objeto da pesquisa sero os componentes
integrantes dessas organizaes. Os questionrios foram desenvolvidos
por este militar com o auxilio do Capito lvaro Piloto de Helicptero
da PMPB e sero respondidos pelos Tenente Coronel Eduprcio Pratts
Comandante do BOA - CBMSC, Tenente Romualdo do CIOPAer - RN e
integrantes do BOA - CBMMG. Este questionrio foi confeccionado com
o intuito de levantar dados sobre a utilizao das aeronaves, as
misses que elas cumprem, sua versatilidade, estatsticas de
atendimento as ocorrncias.
60
O procedimento foi realizado com a utilizao de pesquisa
indireta, atravs de estatsticas e fontes bibliogrficas (legislaes,
monografias e manuais) e documentao direta com a utilizao de
pesquisa de campo. Os dados da pesquisa de campo foram coletados
atravs de visita a Rio Grande do Norte, essa visita foi realizada
em dia de expediente, tendo em vista que todos os componentes
podiam ajudar nesta pesquisa e assim levantar o maior nmero de
informaes possveis. J os dados do BOA CBMSC e do BOA CBMMG foram
coletados por meio de envio do questionrio para essas unidades. Os
dados foram selecionados, discriminados ordenadamente, tabulados, e
recebero tratamentos estatsticos e interpretados; para que pudesse
confeccionar as concluses.
61
4 ANALISE E DISCUSSO DE DADOS
4.1 PESQUISA DE CAMPO
Analisaremos os resultados seguindo a sequncia da ordem das
perguntas do questionrio que foram aplicadas aos entrevistados. A
anlise foi realizada individualmente e posteriormente foi realizado
um cruzamento de suas varveis.
1 Questo - Efetivo da Unidade por posto e graduao.Grfico 1 -
Efetivo da Unidade por posto e graduao
O grfico 1 demonstra que a maior parte do efetivo das unidades
entrevistadas composta por praas. O universo do BOA-MG composto de
11 oficiais e 24 praas. J o BOA-SC possuir em seu quadro um efetivo
de 04 oficiais e 14 praas. O CIOPAer-RN possuir um quantitativo bem
semelhante ao do BOA-SC, com 03 oficiais e 13 praas e um agente da
Plicia Civil. O maior efetivo de praas nas unidades ocorre devido
ao maior nmero de funes que eles desempenham e isso ser tratado na
prxima questo.
62
2 Questo - Efetivo distribudo por funo que desempenha.Grfico 2 -
Efetivo distribudo por funo que desempenha
O grfico 2 demonstra que os oficiais desempenham a funo de
Piloto e que as praas esto distribudos nas funes de Tripulante
Operacional, Mecnico e Apoio Solo. O efetivo do BOA-MG composto de
11 oficiais Pilotos, 13 Tripulantes Operacionais, 05 Mecnicos e 06
Apoio Solo. Enquanto o BOA-SC possuir 04 oficias Pilotos, 09
Tripulantes Operacionais, 02 Mecnicos, sendo que um tambm
Tripulante Operacional e 04 Apoio Solo. O CIOPAer-RN possuir 03
oficias e 01 agente da polcia Civil Pilotos, 07 Tripulantes
Operacionais, 02 Mecnicos e 04 Apoio Solo. Os efetivos de todas as
unidades tambm acumulam funes administrativas. Conclumos, pois, que
o servio dessas unidades composto de servio operacional e
administrativo, onde eles acumulam as duas funes.
3 Questo - Efetivo distribudo por tempo de servio na
Corporao.Grfico 3 - Efetivo distribudo por tempo de servio na
corporao
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O grfico 3 demonstra que o efetivo de ambas as unidades
pesquisadas a maioria composta de servidores com mais de 10 anos de
servio. No BOA-MG, todos tm mais de 10 anos. No BOA-SC igual ao
BOA-MG, com todos os militares com mais de 10 anos. J no
CIOPAer-RN, 14 tm mais de 10 anos. Isso mostra que mesmos possuem
ampla experincia na suas corporaes.
4 Questo - Efetivo distribudo por tempo de servio na
Unidade.Grfico 4 - Efetivo distribudo por tempo de servio na
Unidade
Podemos observar no grfico 4 que em duas unidades a maioria do
efetivo tem at 05 anos de servio lotados nela, isso se deve ao fato
de que o BOA-SC e o CIOPAer-RN terem sido criadas a pouco tempo. No
BOA-MG, 25 tm mais de 5 anos na unidade. No BOA-SC todo o efetivo
tem menos at 05 anos, pois a unidade tem apenas 02 anos de criao. J
no CIOPAer-RN, 14 tm ar de 05 anos.
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5 Questo - Como organizado o servio administrativo?
O servio administrativo do BOA-MG organizado da seguinte
forma:Figura 38 - Organograma do BOA/MG
COMANDO SUBCOMANDO O
DIVISO ADMINISTRATIVA
DIVISO DE OPERAES
DIVISO DE MANUTENO
DIVISO LOGSTICA
SEO DE OPERAES
SEO DE MANUTENO TASA ALMOXARIFADO
O servio administrativo do BOA-SC organizado da seguinte
forma:Figura 39 - Organograma do BOA/SC
COMANDO AJUDANTE SUBCOMANDO
B1
B2
B3
B4
B5
CTM
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O servio administrativo do CIOPAer-RN organizado da seguinte
forma:Figura 40 - Organograma do CIOPAer/RN
DIREO SUBDIREO
SEO ADMINISTRATIVA
SEO DE OPERAES E INSTRUFO
SEO DE MANUTENO
SEO DE APOIO LOGSTICO
6 Questo - Como organizado o servio operacional?
As trs unidades entrevistadas organizam seus servios
operacionais do nascer ao por do sol e seguindo escalas dirias de
Primeiro Piloto (Comandante de Aeronave), Segundo Piloto
(Comandante de Operaes Areas), Tripulantes, Mecnicos e Apoio Solo.
O BOA-SC tem um Capito mdico que realiza os atendimentos durante o
servio operacional.
7 Questo - Por que e como se originou o servio?
Para o BOA-MG o servio surgiu para o atendimento da demanda
operacional das atividades de bombeiros que engloba a atividade
area que antes era atendida pela Polcia Militar. J para o BOA-SC o
servio de atendimento surgiu com a necessidade emergencial de
priorizar a vida do cidado, atendimentos em praias e o grande nmero
de atendimentos de acidentes de trnsito, com vtimas presas em
ferragens, levando ao cidado um atendimento de suporte avanado de
vida e transportando mais rapidamente para o ambiente hospitalar,
onde a demora do transporte terrestre em virtude do trnsito pode
agravar a situao e chances de sobrevida do paciente.
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Enquanto para o CIOPAer-RN O servio originou-se em 2002 aps
convnio com o Governo Federal visando incrementar a segurana pblica
no Estado, j que no contvamos com utilizao de aeronaves no servio
policial potiguar.
8 Questo - Quantidade de pessoal, aeronaves, infraestrutura e
equipamentos so suficientes? Se no qual seria?
Para o BOA-MG a quantidade, principalmente de pessoal no atende
a realidade atual. Precisaria do dobro do efetivo para atendimento
ideal. Se