0 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Recife 2004 PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com
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Tábata Fernanda Lopes de Souza
Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica
Recife
2004
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Tábata Fernanda Lopes de Souza
Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica
Dissertação apresentada à Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Nutrição, área de concentração Ciência dos Alimentos, como requisito à obtenção do grau de Mestre. Orientador: Zelyta Pinheiro de Faro
Recife
2004
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Souza, Tabata Fernanda Lopes de
Aproveitamento industrial do escargot Achatina fulica / Tabata Fernanda Lopes de Souza. – Recife : O Autor, 2004.
70 folhas : il., tab., graf., fig.
Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco. CCS. Nutrição, 2004.
Inclui bibliografia e anexos.
1. Nutrição – Tecnologia de alimentos. 2. Resíduos – Aproveitamento – Desenvolvimento de novos produtos. 3. Controle de qualidade de alimentos – Qualidade protéica. I. Título.
613.2 CDU (2.ed.) UFPE 641.44 CDD (22.ed.) BC2005-033
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Agradecimentos
À Drª Zelyta Pinheiro de Faro, pela amizade, ensinamentos, paciência e dedicação, além
das qualidades que superam as de um orientador.
À Drª Francisca Martins Bion pela dedicação dispensada neste trabalho.
A Camilo, Alexandre, Vivaldo e José Paulino pelo apoio técnico.
A Eduardo Siqueira, presidente da COOPHENE pela doação do escargot.
Aos estagiários Yana e George.
A Renata Lúcia pela confiança.
A Márcia Regina pela amizade e incentivo.
A Geíza pelo carinho, pelas palavras de conforto, pela atenção nos momentos mais difíceis
desta jornada.
Ao meu pai Fernando pela educação e carinho.
À minha mãe Tânia pelo incentivo, dedicação e afeto.
Às minhas irmãs Vanessa e Daniele pelo companheirismo.
Aos meus sobrinhos Yasmine, Yalle e Yan pelos momentos de felicidade que me
proporcionam todos os dias.
A Emerson pela dedicação e carinho.
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SUMÁRIO
Resumo 07 Abstract 08 Lista de Figuras 09 Lista de Tabelas 10 Lista de Anexos 11 1. INTRODUÇÃO 13 2. OBJETIVOS
16
2.1. Objetivo Geral 2.2. Objetivos Específicos
16 16
3. REVISÃO DA LITERATURA 18
4. MATERIAL E MÉTODOS 33 4.1. Material 33 4.1.1. Matéria-prima para obtenção das dietas e da sopa desidratada 33 4.1.2. Material para o ensaio biológico 33 4.1.2.1. Animais 33 4.1.2.2. Dietas 33 4.2. Métodos 35 4.2.1. Preparo da massa visceral de escargot 35 4.2.2. Determinação físico-químicas da massa visceral 35 4.2.2.1. Umidade 35 4.2.2.2. Lipídios 35 4.4.4.3. Proteínas 36 4.2.2.4. Resíduo mineral fixo (cinzas) 36 4.2.2.5. Carboidratos totais 36 4.2.2.6. Valor calórico total 36 4.2.2.7. Determinação de ferro 36 4.2.3. Ensaio Biológico 37 4.2.4. Obtenção da sopa desidratada 38 4.2.5. Controle de qualidade do produto acabado 41 4.2.5.1. Microbiológicas 41 4.2.5.1.1. Contagem padrão de coliformes a 45ºC 41 4.2.5.1.2. Presença/Ausência/25g de Salmonella spp. 41 4.2.5.1.3. Contagem de Bacillus cereus 43 4.2.5.2. Físico-químicas 44 4.2.5.2.1. Composição centesimal da sopa desidratada 44 4.2.5.3. Análise sensorial 44 4.2.5.3.1. Preparo das amostras 44
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4.2.5.3.2. Seleção dos provadores 44 4.2.5.3.3. Levantamento dos atributos 45 4.2.6. Análise estatística 46 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 48
5.1. Composição centesimal da massa visceral 48 5.2. Ensaio biológico 49 5.3. Composição centesimal da sopa desidratada 53 5.4 Análise microbiológica 54 5.5. Análise sensorial 54 6. CONCLUSÕES 58 7. RECOMENDAÇÕES
58
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 60 ANEXOS Anexo A 67 Anexo B 68 Anexo C 69 Anexo D 70
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Resumo
O escargot Achatina fulica apresenta-se como opção saudável, com baixos
teores de lipídios, colesterol e calorias. Cerca de 40% do animal corresponde à
massa visceral que é desperdiçada. Esta foi submetida às análises de proteínas,
cinzas, umidade, extrato etéreo e ferro. Foram determinados o coeficiente de
eficácia alimentar (CEA) e o coeficiente de eficácia protéica (CEP). Foi formulada
uma sopa desidratada que foi submetida às análises de coliformes a 45°C,
Salmonella sp, e Bacillus cereus e teve sua composição centesimal determinada.
As características organoléticas foram estabelecidas através da Análise Descritiva
Quantitativa. A massa visceral apresentou um teor de 79,44% de umidade,
18,70% de proteínas, 0,81% de lipídios, 0,94% de cinzas e 6,31mg% de ferro,
semelhante a outras espécies de caracóis. No ensaio biológico houve diferença
significativa entre o grupo de caseína e escargot, porém os valores do CEA (0,24)
e do CEP (2,18) foram semelhantes aos de várias espécies de moluscos. A
composição centesimal da sopa demonstrou que ela atende a 25,21% da IDR de
proteínas para crianças de 7-10 anos. A sopa teve uma boa aceitação sensorial, a
qualidade global alcançou uma média de 6,51. Os resultados levam a concluir que
a massa visceral pode ser utilizada como matéria-prima para elaboração de
produtos industrializados de baixo custo para consumo humano.
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Abstract
The escargot Achatina fulica appers as a healthy option, presenting low fat,
calories and cholesterol ctent. About forty per cent of live animal represent the
visceral mass not consumed and wasted. This was analyzed for protein, ash,
humidity, fat and iron content determination. The food efficiency ratio (FER) and
protein efficency ratio (PER) was analized. The soup manufacture flowchart had
the following steps: grinding, mixing, cooking, homogenization, drum drying, mixing
and conditioning. The soup was analized to determine 45°C coliforms, Salmonella
sp and Bacillus cereus content, and its centesimal composition. The sensory
characteristics were determinate throught Quantitative Descriptive Analysis. The
visceral mass presented 79.44% of humidity, 18.70% of protein, 0.81% fat, 0.94%
ash and 6.31 mg% of iron content, similar to other sails. The biological assay, there
was a significant diferrence between casein ad scargot group, however the FER
(0.24) and the PER (2.18) values were similar to that of other mollusks species.The
centesimal composition demonstrated that the soup attains 25.21% of the RDA of
protein for 7-10 years old children. The soup had its sensory characteristics well
accepted due to its global acceptance score 6.51. The results permit to conclude
that the scargot visceral mass can be used as ingredient to industrial low cost
products obtaining for human consume.
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Lista de Figuras
Pág.
Figura 1. Fluxograma de produção da sopa desidratada de escargot. 39
Figura 2. Ingestão alimentar durante 28 dias do grupo caseína (A) e
ingestão alimentar durante 28 dias do grupo escargot (B).
49
Figura 3. Curva ponderal dos ratos submetidos às dietas caseína e
escargot durante 28 dias.
51
Figura 4. Perfil sensorial da análise descritiva quantitativa da sopa
de escargot
55
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10
Lista de Tabelas
Pág.
Tabela 1. Composição centesimal das dietas a base de caseína e
escargot.
34
Tabela 2. Formulação da sopa desidratada de escargot. 38
Tabela 3. Composição centesimal da massa visceral. 48
Tabela 4. Ingestão alimentar, ganho de peso, coeficiente de eficácia
alimentar (CEA), coeficiente de eficácia protéica (CEP) dos
animais submetidos às dietas escargot e caseína durante
28 dias.
50
Tabela 5. Composição centesimal da sopa desidratada 53
Tabela 6. Análise microbiológica da sopa desidratada 54
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11
Lista de Anexos
Pág.
Anexo A. Ficha de análise sensorial do teste de reconhecimento 65
Anexo B. Ficha de análise sensorial dos descritores de sopa 66
Anexo C. Glossário de termos utilizados na análise sensorial 67
Anexo D. Ficha da análise descritiva quantitativa 68
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Introdução
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1. INTRODUÇÃO
A crescente demanda de fontes alternativas de alimento tem estimulado a
pesquisa tecnológica para o aproveitamento de matérias primas de diferentes
culturas em todo o mundo. O interesse no desenvolvimento de produtos com valor
agregado, obtido de fontes de proteína e micronutrientes de menor custo, vem se
tornando cada vez maior no segmento industrial, com o objetivo de repor as
perdas em nutrientes ocorridas durante o processamento (FAO/OMS, 1991).
Os escargots são moluscos terrestres herbívoros. A família Achatinidae, de
origem africana, ocorre nas regiões de florestas tropicais úmidas, apresentando
ampla distribuição na África e Ásia, mostrando-se muito adaptada às regiões
tropicais, preferindo temperaturas acima de 23ºC (PACHECO; MARTINS, 1998).
O Brasil possui potencial para figurar entre os grandes produtores de
escargots. Sua maior vantagem sobre os países europeus reside no clima
(LOBÃO; NAGÔ; SAMPAIO, 2000) caracterizado por índices de temperatura e
umidade relativamente altas e constantes na maior parte do país (LOBÃO, 2001),
o que possibilita o rápido desenvolvimento do caracol, em todas as suas fases,
durante todo o ano, uma vez que não hibernam por 5 a 8 meses consecutivos,
como ocorre na Europa devido ao frio (LOBÃO; NAGÔ; SAMPAIO, 2000).
A composição química da carne de escargot (Achatina fulica) assemelha-se
a maior parte dos peixes de água doce. Apresenta-se como opção saudável, com
baixos teores de lipídios, colesterol e calorias. Cada 100 gramas do escargot
contém 84,30 mg de ferro e 43,60 mg de zinco, ou seja, oito vezes mais ferro e
quatro vezes mais zinco do que as quantidades diárias recomendadas. Já em
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relação ao cálcio, a carne de escargot contém 160,0 mg/100g, podendo ser
considerada, portanto, excelente fonte de minerais (SALDANHA; GASPAR;
SANTANA, 2001), assim como ostras e mexilhões, moluscos marinhos
usualmente consumidos nas regiões costeiras, de importância nutricional
destacável (PEDROSA; COZZOLINO, 2001).
A carne de escargot também possui uma predominância no teor de ácidos
graxos poliinsaturados, principalmente os ácidos graxos da família ω-6, como os
ácidos linoleico (C18:2) e araquidônico (C20:4), que juntos correspondem a
32,38% do perfil total dos ácidos graxos. Possui ainda valores superiores aos
encontrados nas carnes bovina e suína nos teores de ácidos da família ω-3, o α-
linolênico (1,13%) e o eicosapentaenóico–EPA (1,24%) (SALDANHA; GASPAR;
SANTANA, 2001). Estes ácidos graxos desempenham importantes funções
fisiológicas, reduzem o colesterol total e são essenciais na dieta, pois não podem
ser sintetizados pelo organismo humano (MAHAM; STUMP, 1998).
No seu beneficiamento, cerca de 40% do animal vivo corresponde a massa
visceral que é desperdiçada. Temos, portanto, um excedente de produção
composto pela massa visceral e por animais fora do padrão. Não existem ainda na
literatura dados sobre a utilização deste sub-produto, o que leva a realização de
estudos sobre a sua viabilidade como fonte de proteínas.
Considerando o desperdício do excedente de produção do escargot, além
do seu potencial nutritivo, faz-se necessário o estudo dessa matéria prima como
um alimento de baixo custo buscando alternativas para o seu aproveitamento, o
que justifica os objetivos deste estudo.
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Objetivos
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2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo Geral
ü Utilizar o excedente da produção de escargot na indústria de alimentos.
2.2. Objetivos Específicos
ü Avaliar a composição centesimal da massa visceral
ü Determinar o Coeficiente de Eficácia Alimentar (CEA) e o Coeficiente de
Eficácia Protéica (CEP) da massa visceral;
ü Desenvolver sopa desidratada a base do excedente da produção do
escargot.
ü Avaliar a qualidade sensorial do produto.
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Revisão da Literatura
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3. REVISÃO DA LITERATURA
3.1. O escargot Achatina fulica
Os escargots são moluscos terrestres, animais hermafroditas incompletos,
ou seja, cada um possui os dois sexos, mas precisam de um parceiro para realizar
a cópula e a fecundação. A temperatura ideal para o Achatina fulica varia de 20 a
35ºC e, por isso, ele está muito bem adaptado ao clima tropical (VIVEIROS, 1996).
Atingem a maturidade sexual em poucos meses; e são mínimas as perdas
ocasionadas por acidentes, predadores, trato inadequado, doenças, surtos ou
epidemias – uma vez que estes animais são bastante resistentes a elas
(HANSSEN, 1989).
Existem mais de 4000 espécies de caracóis em todo o mundo e o Achatina
fulica está entre as principais juntamente com Helix pomatia, H. lucorum e H.
aspersa (VIVEIROS, 1996). Esta espécie (Achatina fulica) vem sendo largamente
criada com sucesso em nosso meio devido a sua grande adaptabilidade,
resistência e produtividade ao passo que as espécies do gênero Helix, mais
sensíveis ao clima, não apresentam produtividade significativa, ficando sua
produção restrita a áreas mais frias, relativamente pouco numerosas em nosso
país (LOBÃO, 2001). A semelhança das propriedades sensoriais observadas entre
o Achatina e as espécies Helix pomatia e H. lucorum não permitiu a sua
diferenciação (SCHUBRING; MEYER; REHBEIN, 2001). Atualmente, a espécie
Achatina fulica representa, em média, 12% do volume de escargot processado
pela França (LOBÃO, 2001). Também chamado caracol chinês, o Achatina fulica
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pode medir até 20cm e ter um peso de até 250 g. É essencialmente vegetariano
alimentando-se de verduras de folhas largas (couve, alface, mostarda), frutos
carnosos (abóbora, mamão, melancia, banana, maçã) e ração rica em cálcio
(VIVEIROS, 1996).
Segundo Hanssen (1989), o escargot possui as seguintes partes
anatômicas:
Concha – É a principal e mais marcante característica morfológica do escargot,
distinguindo as diversas espécies de caracóis em geral, comestíveis ou não, de
forma helicoidal ou espiralada, a cocha desenrola-se em torno de um eixo ou
coluna, denominada columela, é constituída de 3 camadas distintas, a saber:
- Camada externa ou cuticular: bem delgada, é a principal responsável pela
coloração, que apresenta múltiplas variedades próprias de cada espécie,
além de tonalidades individuais peculiares a animais de mesma espécie,
resultantes do meio ambiente, alimentação, idade, região ou outros fatores
influentes.
- Camada intermediária ou primástica: é a responsável pela formação das
estrias ou faixas transversais e/ou longitudinais, uma das principais
características que identifica e tipifica espécies semelhantes entre si por
outros aspectos, é composta de minúsculos prismas ou cristais calcários,
dispostos perpendicularmente à superfície.
- Camada interna ou laminar: como o próprio nome sugere é constituída por
várias lâminas muito finas, que se intercalam e se distinguem pelo seu teor
numa sobreposição sucessiva alternam-se lâminas de carbonato de cálcio e
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outras de uma substância orgânica denominada conchionila.
A concha, verdadeira “casa” natural dos escargots, serve-lhe a um só
tempo de proteção, refúgio e abrigo. Utilizam-na para se protegerem contra
inimigos e predadores, para se refugiarem quando os meios são hostis e inóspitas
as condições, ou, ainda simplesmente para nela se abrigarem nos intervalos de
descanso que sucedem cada jornada de atividade. Quando acidentalmente
danificada, a concha regenera-se em 10 a 15 dias.
Corpo - Divide-se em cabeça, pé e tronco ou massa visceral
A) Cabeça
Tentáculos: quando a cabeça é completamente exposta sobressaem dela dois
pares de tentáculos, são hipersensíveis e, quando sob ação de qualquer agente
externo estranho ou suspeito, reagem rapidamente num movimento de contração,
embutindo-se no corpo. Há dois tipos de tentáculos: os oculares (os superiores e
mais longos) e os táteis ou sensoriais (os inferiores e mais curtos).
Boca: Localiza-se entre os tentáculos táteis. É dotada de uma espécie de língua –
a rádula – semelhante a uma lixa, cravejada de milhares de dentículos, com os
quais os alimentos são rolados. Chegam a roer até pedra para satisfazer suas
necessidades de cálcio.
Orifício genital: À direita e mais ou menos na mesma altura dos tentáculos
inferiores fica o orifício genital, pequena abertura pela qual saem os ovos.
Dardo: O dardo representa importante papel no processo reprodutivo como órgão
típico de excitamento ou estimulante sexual. Localiza-se também na cabeça. É
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uma protuberância esbranquiçada de forma calcária, que se assemelha a um grão
de arroz. Entretanto só se exterioriza e torna-se visível na época do acasalamento,
ou mais precisamente, quando o animal está preste a copular. Nestas ocasiões se
sobressai e chega a atingir alguns milímetros de comprimento. No restante do
tempo permanece oculto.
B) Pé
Abrange quase toda a extensão inferior, ou seja, a região plantar do corpo do
animal. É a parte que se assenta sobre o solo para se deslocar ou deslizar. Pela
sua localização anatômica é denominado pé ventral. É uma massa muscular
ondulatória cujos movimentos contráteis e retráteis ensejam a locomoção. Suas
contrações musculares sempre partindo da cauda que se espraia como um véu na
borda ínfero-posterior da concha, só lhe permite andar para frente. Como não
produz ondas no sentido oposto, não se locomove para trás.
O deslizamento do animal é facilitado pela secreção glandular simultânea e
contínua de uma substância conhecida como muco, que se expele para lubrificar o
caminho. Quanto mais áspera ou acidentada for a superfície a percorrer, maior
será a necessidade de produzi-la e expeli-la, caso em que seu rastro ficará
marcado pela formação de uma esteira brilhante que se mantém visível por longo
tempo.
c) tronco ou massa visceral
Embutida na concha está a massa ou bolsa visceral na qual se encontram parcial
ou totalmente as vísceras ou órgãos internos do aparelho digestivo, reprodutor,
respiratório e etc.
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3.2 Histórico do consumo do escargot
Com altos e baixos em seu consumo através dos tempos, pertencendo ora
aos hábitos alimentares das camadas mais pobres da população, ora das de
maior poder aquisitivo, os escargots são utilizados como alimento, como
medicamento e até como cosmético desde a mais remota antiguidade (LOBÃO,
2001). Este fato é comprovado pelos achados arqueológicos encontrados nas
cavernas dos homens pré-históricos, os quais capturavam o molusco em seu
estado selvagem (LOBÃO; NAGO; SAMPAIO, 2000). Sugerindo ser o mesmo uma
opção alimentar representando quiçá o primeiro passo para o homem mudar de
vegetariano para carnívoro (PACHECO; MARTINS, 1998). Aparece na História
também por meio de registros bastante antigos, datados de séculos antes de
Cristo, como os que nos foram deixados pelo filósofo Grego Aristóteles. Bem mais
tarde, o historiador Plínio, em seus escritos deixou claro que o escargot
encontrava-se entre as preferências gastronômicas no tempo do Império Romano
(HANSSEN, 1989).
Em alguns países da África é uma das fontes protéicas mais consumidas
estando a sua utilização vinculada à tradição de muitas tribos africanas, associada
inclusive à liturgia de alguns cultos (PACHECO; MARTINS, 1998). Nestas regiões,
os caracóis para consumo humano vêm quase que exclusivamente da terra
durante a estação chuvosa (MONNEY, 1990). Em certas regiões da Europa
também, principalmente onde os escargots são nativos, não raro, camponeses
são vistos recolhendo-os nos campos, às margens de rios e bosques e até
armazenando-os em precários cercados que funcionam como viveiros, para que
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estejam disponíveis na entressafra (HANSSEN, 1989).
Hoje, na Europa, a captura de escargots é limitada por normas que devem
ser observadas para que se evite o aniquilamento das espécies, enquanto cresce
a criação destes animais em cativeiro para que se obtenha o produto sem que se
ponha em risco as reservas naturais das espécies mais apreciadas (LOBÃO,
2001).
3.3. Importância econômica da criação de escargots
A França é considerada a maior consumidora de carne de escargot,
chegando a 2,5Kg/hab/ano (LOBÃO, 2001). Segundo Vélez (2001), a França,
produz, anualmente, cerca de 800 toneladas de escargot vivo cultivado,
precisando importar de outros países para abastecer centenas de indústrias de
processamento. A Grécia destaca-se como seu maior fornecedor, assim também
como a Indonésia (PACHECO; MARTINS, 1998). Em 1998, a França industrializou
cerca de 2426 toneladas de carne onde 317 toneladas corresponderam a espécie
Achatina fulica e, no ano de 1999, importou cerca de 2825 toneladas entre
escargot fresco e congelado e totalizou cerca de 5000 toneladas de produtos
industrializados, perfazendo um consumo aproximado de 25000 toneladas de
escargot vivo (VÉLEZ, 2001).
Na Itália, onde são consumidos cerca de 1Kg/hab/ano (LOBÃO, 2001) a
sua produção não consegue atender a demanda do mercado interno, sendo o
restante obtido da importação (PACHECO; MARTINS, 1998). Outros países
consumidores são a Alemanha e Portugal, sendo a China o maior produtor
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mundial, exportando toda a sua produção (LOBÃO; NAGÔ; SAMPAIO, 2000).
O consumo do escargot está se tornando cada vez mais popular nos
Estados Unidos e Canadá (BRACCHI, 1988). Os Estados Unidos representam um
mercado pequeno frente ao europeu, porém promissor, pois, em 1999, importou
em torno de 547 toneladas de escargot preparado e 1076 toneladas de escargot
fresco e/ou congelado (LOBÃO, 2001).
Consolidado no cenário internacional o escargot vem conquistando o
mercado consumidor brasileiro. Indústrias de beneficiamento do escargot na forma
de carne congelada e em conserva estão em fase de expansão em todo país
(MEDEIROS, 2000).
A criação de escargots pode ser feita por comunidades carentes, passando
a ser uma fonte de sobrevivência para famílias, e contribuindo, portanto para a
melhoria das condições sócio-econômicas da população (MEDEIROS, 2000).
3.4. Fontes alternativas de proteína
As proteínas cumprem importante papel no desenvolvimento mental e físico
dos indivíduos. Como as de origem animal apresentam maior aproveitamento,
devido a sua composição em aminoácidos, fontes não convencionais de proteína
animal estão sendo pesquisadas (SALGADO et al, 1999).
Na Nigéria, a queda na produção de gado como fonte de proteína animal
(IMEVBORE, 1990) além de secas, doenças, alto custo do pasto e o rápido
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crescimento da população humana (ADEYEYE, 1996) levaram a pesquisas sobre
a utilização de fontes de proteína animal não convencional como, por exemplo, os
caracóis.
Em nosso país, os moluscos marinhos são mais comumente procurados,
provavelmente por serem mais abundantes, conhecidos e pesquisados,
entretanto, os moluscos de água doce, os aruás, por exemplo, são também
consumidos, sobretudo pelas populações de baixa renda do norte e nordeste
brasileiro, uma vez que ainda não são explorados comercialmente (CIRELLI,
1993).
Este interesse também pode ser motivado pelas perdas ocorridas nas
indústrias na geração de resíduos e subprodutos de elevado caráter poluidor.
Segundo Teixeira (1996), a utilização de rejeitos da agroindústria regional pode vir
a ser uma das formas de melhorar os níveis nutricionais da população e minimizar
o problema da poluição ambiental. Exemplo disto foi a elaboração de uma sopa
desidratada utilizando como fonte proteica o plasma bovino.
Atualmente o mercado europeu está inclinado a experimentar sabores
novos como carnes de avestruz, javali, capivara, jacaré, tartaruga, tracajá, além de
intensificar o consumo do escargot (INSTITUTO DE PESCA, 2002).
No Brasil, o consumo de alimentos exóticos também tem estimulado
diversas pesquisas e contribuído na elaboração de novos produtos como a
utilização de carne de jacaré na confecção de hambúrguer e apresuntado
(ROMANELLI; CASERI; FILHO, 2002) ou ainda estudos sobre os parâmetros de
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qualidade de tartarugas (LUZ et al, 2003) e javalis (MARCHIORI; FELICIO, 2003).
3.5. Programa Nacional de Alimentação Escolar (merenda escolar)
Visando intervir no estado nutricional da população infantil existe no Brasil
um diversificado número de programas de alimentação e nutrição que envolvem
subsídios de alimentos, distribuição direta de cestas básicas e distribuição de
alimentos processados (SILVA, 1995).
Dentre os programas de suplementação alimentar destaca-se o Programa
Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) (merenda escolar) (SILVA, 1995). O
PNAE tem como objetivo suprir parcialmente as necessidades nutricionais dos
alunos, com vistas à contribuir para a redução dos índices de evasão e para a
formação de bons hábitos alimentares. Os beneficiários do PNAE são alunos pré-
escolares e/ou do ensino fundamental, matriculados em escolas públicas dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, ou em estabelecimentos mantidos
pela União, que constam no censo escolar realizado pelo Ministério da Educação
no ano anterior ao do atendimento (BRASIL, 2003).
Esta iniciativa tem por objetivo complementar a alimentação dos alunos,
fornecendo parte das necessidades diárias de nutrientes básicos a fim de
promover o crescimento e o desenvolvimento normais (ROCCO; GONGÔRRA,
1987), que conforme a resolução nº1 de 16/01/03 do Ministério da Educação
(BRASIL, 2003) a merenda escolar deve suprir no mínimo, por refeição, 15% das
necessidades nutricionais diárias.
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Existem dois tipos de alimentos oferecidos na merenda escolar: os “in
natura” e os industrializados, também ditos formulados. Dentre estes estão as
sopas desidratadas (ROCCO; GONGÔRRA, 1987). Segundo Silva (1995), na
totalidade das escolas analisadas em seu estudo, a segunda refeição do dia é
servida, comumente, sob a forma de sopa. São utilizadas, com freqüência, no
preparo as hortaliças; tais como chuchu, abobrinha, chicória, acrescidas,
alternadamente, de arroz, macarrão, fubá, feijão, caldo de carne e batata.
A merenda escolar representa um atrativo para a freqüência do aluno à
escola, consistindo numa atividade integrada ao ensino. A maioria das crianças
que freqüentam escolas públicas e vinculadas aos programas da merenda escolar
são de nível carente e baixo. Observa-se em muitos casos, um consumo per
capita maior, independentemente se o produto é “in natura” ou formulado, visto
que estes têm na merenda, muitas vezes, a única refeição do dia (ROCCO;
GONGÔRRA, 1987). Segundo pesquisa feita pela Fundação de Assistência ao
Estudante (FAE), do Ministério da Educação, a maior parte das famílias
consultadas, de renda inferior a 2,5 salários mínimos colocam os filhos na escola
para que possam usufruir das merendas (FAE, 1989).
Os altos níveis de proteína e aminoácidos essenciais no gigante africano
(Achatina fulica) (CRUSWELL; KOMPIANG, 1981) além do seu alto conteúdo em
micronutrientes (LEE, 1994), possibilitam a sua inserção no referido programa por
apresentar-se como fonte protéica de baixo custo.
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28
3.6 Alimentos desidratados
Os processos de preservação têm como principal objetivo o aumento da
vida útil dos alimentos, de modo a permitir o transporte e distribuição conveniente
(LABUZA, 1972). A remoção da água tem sido usada por vários séculos como
uma forma de preservar os alimentos (AGUILERA; CHIRALT; FITO, 2003).
A desidratação é um processo combinado de transferência de calor e
massa, no qual se reduz a disponibilidade ou atividade de água de um alimento
para crescimento microbiano, atividade enzimática e deteriorações de origem
físico-química (LABUZA, 1972). A desidratação também se apresenta como uma
das possibilidades de aproveitamento do excedente das safras, já que irá facilitar
o manuseio, o transporte e a comercialização (AGUIRRE et al, 1982).
Segundo Cabral e Alvim (1981), os métodos de desidratação podem ser
divididos em quatro tipos:
• Por contato com ar quente;
• Por liofilização;
• Por adição de agentes osmóticos;
• Por contato com superfície quente.
A desidratação por contato com ar quente baseia-se na exposição do alimento
a uma corrente de ar quente, sendo que a transferência de calor se dá
basicamente por convecção, mas calor adicional pode ser fornecido por condução
ou radiação. Inclui-se nesses processos, a secagem ao sol, em bandejas, em leito
fluidizado e em túneis (CABRAL e ALVIM, 1981).
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29
A Liofilização de alimentos é uma operação na qual a água é removida por
sublimação, a uma temperatura de 50 a 65oC e pressão abaixo daquela relativa ao
ponto triplo da água (0oC e 4,58 torr). O método consiste no congelamento do
produto e posterior aumento da temperatura sob vácuo, quando ocorre
sublimação. A estrutura dos alimentos submetidos a esse processo sofre uma
alteração bem menor do que a relativa aos processos convencionais de
desidratação porque os produtos são mantidos no estado sólido enquanto são
desidratados (CABRAL e ALVIM, 1981).
O princípio do processo de desidratação osmótica é a imersão dos alimentos
em líquidos com atividade de água inferior àquela do produto que está sendo
desidratado. Um exemplo clássico é a desidratação osmótica de frutas. Se, na
imersão, a difusividade dos açúcares for menor que a da água, é possível se ter
um processo que resulte em substancial remoção de água com apenas ligeiro
aumento da concentração de açúcar do alimento. Por outro lado, se o processo é
lento, com as difusividades aproximadamente iguais para açúcar e água, ter-se-á
um produto final mais mole (CABRAL e ALVIM, 1981).
Na secagem por contato com superfície quente é utilizado um secador de
tambor. Esse equipamento consiste basicamente de um ou mais tambores,
construídos de ferro especial ou mesmo aço inoxidável, aquecidos internamente
por injeção de vapor (KAREL, 1975). A transferência de calor se dá por indução. O
Drum Dryer é um secador de tambor que tem sido muito utilizado na indústria de
alimentos na obtenção de produtos desidratados (DAUD; ARMSTRONG, 1988).
As soluções ou suspensões processadas são colocadas no cilindro que é
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30
aquecido pelo vapor, então o raspador arranha o produto de secagem no cilindro e
o processo é completado (GMF, 1993). Essa técnica, embora de concepção
menos recente, recebeu, ao longo dos anos, importantes aprimoramentos técnicos
que ampliaram sua utilização na secagem de matérias-primas termossensíveis
(DALL’AGLIO; CARPI; VERSITANO, 1990). Geralmente, o produto a ser
desidratado possui alta viscosidade, fato que impede a sua secagem por
processos que acarretam menor deterioração de qualidade. Uma camada do
alimento é aplicada na superfície dos tambores e desidratada ao longo da
trajetória deste, sendo ao final dele retirada por meio de lâminas especiais. As
temperaturas usuais do tambor situam-se entre 120 e 150ºC e o tempo de
residência varia de 20 segundos a 3 minutos (CABRAL ; ALVIM, 1981).
A desvantagem da desidratação utilizando secador de tambor rotativo é o
potencial para danos ao produto causado pelo calor, apesar do pequeno tempo de
residência. A utilização de pressões reduzidas na secagem auxilia muito a
preservação da qualidade do alimento, mas os danos ainda são grandes
(CABRAL; ALVIM, 1981).
As vantagens de se utilizar o processo de secagem são várias, dentre as
quais tem-se: a facilidade na conservação do produto; estabilidade dos
componentes aromáticos à temperatura ambiente por longos períodos de tempo;
proteção contra degradação enzimática e oxidativa; redução do seu peso;
economia de energia por não necessitar de refrigeração (PARK; YADO; BROD,
2001), baixo custo, possibilidade de operação contínua (CABRAL; ALVIM, 1981),
devido à longa vida de prateleira do produto obtido, permite seu fácil transporte e
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31
abastecimento (ARBEJ; LUNA, 1986).
As limitações da vida útil de produtos alimentícios são estabelecidas
principalmente pelo crescimento microbiano, atividade enzimática, reações de
escurecimento não enzimático, oxidação de lipídios e perda de nutrientes. Outros
fatores exercem função destrutiva da qualidade dos alimentos, destacando-se
como exemplo, a interação proteínas-radicais livres derivados da oxidação de
lipídios e que em muito contribui para a perda do valor nutritivo dos alimentos
(LABUZA, 1972).
O conteúdo de água de um alimento desidratado deve ser suficientemente
baixo para prevenir o crescimento de bolores, leveduras e bactérias. O conteúdo
de umidade para o qual os alimentos são desidratados visa obter um produto que
não somente é isento da possibilidade de deterioração microbiana, mas também
susceptível ao mínimo de mudanças químicas (DELAZARI et al, 1978).
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32
Material e Métodos
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33
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1. Material
4.1.1. Matéria-prima para a obtenção das dietas e da sopa desidratada
Foi utilizada a massa visceral de animais da espécie Achatina fulica,
provenientes da COPHENE – Cooperativa de Helicicultores do Nordeste,
cultivados de acordo com as normas para implantação e funcionamento de
criadouros de animais da fauna silvestre exótica com fins econômicos e industriais
do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(IBAMA, 1998).
4.1.2. Material para o Ensaio biológico
4.1.2.1. Animais
Foram utilizados 24 ratos machos (Rattus norvegicus, var. albinus, rodentia,
mamalia), recém desmamados (21 dias de idade), da linhagem Wistar,
provenientes da Colônia do Biotério de criação do Departamento de Nutrição da
UFPE, com peso médio de 44,5 g ± 10,0 g.
4.1.2.2. Dietas
Foram utilizadas duas dietas isocalóricas confeccionadas no Laboratóio de
Nutrição Experimental, com teor protéico de 10% adicionadas de fibra, óleo,
mistura vitamínica, mistura de minerais, bitartarato de colina e L-cistina de acordo
com as recomendações da AIN-93 (REEVES; NIELSEN; FAHEY, 1993).
A dieta experimental foi elaborada com a massa visceral do escargot e a
dieta padrão foi confeccionada a base de caseína. A massa visceral e a caseína
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tiveram a sua composição centesimal previamente determinadas em triplicata no
Laboratório de Experimentação e Análises de Alimentos (LEAAL) do Deptº de
Nutrição. A composição das dietas encontra-se na tabela 1.
Tabela 1. Composição das dietas a base de caseína e escargot
Composição (g/100g)
Constituintes Quant (g)
Proteína Glicídio Lipídio Vitamina Mineral Fibra Kcal
Caseína
Caseína 12,07 10,00 - - - - - 40,00
Óleo vegetal 7,00 - - 7,00 - - - 63,00
Celulose 5,00 - - - - - 5,00 -
Mistura salínica 3,50 - - - - 3,50 - -
Mistura Vitamínica 1,00 - - - 1,00 - - --
L-Cistina 3,00 - - - - - - -
Bitartarato de colina 2,5 - - - - - - -
Amido 70,88 - 70,88 - - - - 283,52
Total 100,00 10,00 70,88 7,00 1,00 3,50 5,00 386,52
Escargot
Escargot 11,47 10,00 0,08 0,43 - 0,50 - 44,19
Óleo vegetal 6,50 - - 6,50 - - - 58,5
Celulose 5,00 - - - - - 5,00 -
Mistura salínica 3,00 - - - - 3,00 - -
Mistura Vitamínica 1,00 - - - 1,00 - - -
L-Cistina 0,30 - - - - - - -
Bitartarato de colina 0,25 - - - - - - -
Amido 72,48 0,33 61,72 0,44 - 0,02 - 252,16
Total 100,00 10,33 61,80 7,37 1,00 3,52 5,00 354,85
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4.2. Métodos
4.2.1 Preparo da massa visceral de escargot
Para a determinação da composição centesimal e obtenção da dieta a
massa visceral foi submetida à desidratação em secador dotado de sistema de
ventilação e uma bandeja perfurada desenvolvido para este fim a uma
temperatura de 60ºC durante 2h. Posteriormente este material foi triturado em
multiprocessador Arno de uso doméstico.
Para a obtenção da sopa a massa visceral “in natura” foi submetido a uma
lavagem seguida de descanso em solução de ácido acético 4% (1:5) em água e
prensagem com o auxílio de uma pá de aço inoxidável em recipiente de igual
material dotado de furos para o escoamento da solução.
4.2.2. Determinações físico-químicas da massa visceral
4.2.2.1. Umidade
O teor de umidade foi avaliado através do método gravimétrico, baseado na
perda de peso das amostras submetidas a aquecimento em estufa a 105ºC até
peso constante (AOAC. 2002, Reg. 935.29).
4.2.2.2. Lipídios
A fração lipídica foi obtida através do método de extração de fluxo
intermitente, utilizando-se éter etílico como solvente sob refluxo, em aparelho de
Soxhlet (AOAC. 2002, Reg. 963.15).
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4.2.2.3. Proteínas
A determinação de proteínas foi realizada utilizando o método de Kjeldahl,
baseado na digestão ácida da matéria orgânica, seguida de destilação, sendo o
nitrogênio posteriormente dosado por titulação. O valor do nitrogênio foi
multiplicado pelo fator 6,25 (AOAC. 2002, Reg. 991,20).
4.2.2.4. Resíduo Mineral Fixo (cinzas)
Na determinação do resíduo mineral fixo foi utilizado o método gravimétrico,
baseado na determinação da perda de peso das amostras submetidas a
incineração a 550ºC (AOAC. 2002, Reg. 930.22).
4.2.2.5. Carboidratos totais
O teor de carboidratos totais foi determinado pelo cálculo da diferença entre
100 gramas da amostra e a soma total de valores encontrados para umidade,
proteínas, lipídios e resíduo mineral fixo (ASCAR, 1985).
4.2.2.6. Valor calórico total
O valor calórico total foi calculado empregando-se os fatores de conversão:
quatro calorias por grama de proteína, nove calorias por grama de lipídeos e
quatro calorias por grama de carboidratos.
4.2.2.7. Determinação de ferro
A concentração de ferro na amostra foi determinada por espectrofotometria
segundo metodologia descrita na AOAC (2002, Reg. 994.02). O espectro de
absorção UV-visível (510nm) foi obtido utilizando espectrofotômetro, marca
Beckman – model – DU – 62 Spectrophotometer.
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37
4.2.3. Ensaio Biológico
Os animais foram divididos em dois grupos com doze animais cada,
mantidos em gaiolas metabólicas individuais, ciclo de luz-obscuridade de 12 em
12 horas. O experimento abrangeu 4 períodos de 7 dias perfazendo um total de 28
dias. Durante o período experimental os animais receberam água e alimentos em
quantidade suficiente para garantir o consumo ad libitum. Um grupo de 12 animais
recebia a dieta a base de caseína e o outro grupo recebia a dieta a base do
escargot.
Existem vários métodos biológicos que são utilizados na avaliação do valor
nutritivo de uma proteína entre eles, por exemplo, o coeficiente de eficácia
alimentar (CEA) e o coeficiente de eficácia protéica (CEP). Estes métodos
permitem comparar o resultado obtido entre diversas fontes de proteína. Nestes
ensaios é indispensável que a proteína seja a única variável e que esteja a um
teor de 10% na dieta (ELIAS; BRESSANI; BUSTO, 1974).
Semanalmente, realizou-se o controle de peso corporal e consumo da
ração dos animais para a determinação do Coeficiente de Eficácia Alimentar
(CEA) e do Coeficiente de Eficácia Protéica (CEP) segundo Angelis (1995).
Para a determinação do CEA faz-se a seguinte relação:
CEA = Ganho de peso (g)
Consumo de ração (g)
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38
Para a determinação do CEP faz-se a seguinte relação:
CEP = Ganho de peso (g)
Proteína ingerida (g)
4.2.4. Obtenção da sopa desidratada
No preparo de 10L de sopa foram utilizados os seguintes ingredientes:
escargot, tomate, cebola, pimentão, cenoura, batata, alho, salsa, sal, pimenta do
reino, curry e gordura vegetal hidrogenada e amido de milho.
As quantidades utilizadas constam na tabela 2.
Tabela 2. Formulação da sopa desidratada de escargot
Ingredientes Quantidade para 10L
Escargot 2,5 Kg
Tomate 1,2 Kg
Cebola 700 g
Pimentão 500 g
Cenoura 800 g
Batata 800 g
Alho 60 g
Salsa 100 g
Sal 150 g
Pimenta do reino 2 g
Curry 7 g
Gordura vegetal hidrogenada 200 g
Amido de milho 400 g
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A sopa obtida foi desidratada através de processo de secagem conforme o
fluxograma da Figura 1.
Figura 1. Fluxograma de produção de sopa desidratada de escargot
Pré-preparo
mistura
cozimento
homogeneização
secagem
embalagem
mistura
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Descrição das operações:
Pré-preparo
As hortaliças foram descascadas e cortadas com o auxílio de facas de aço
inoxidável.
Mistura
Os ingredientes foram misturados com o auxílio de uma pá de aço inoxidável em
recipiente do mesmo material.
Cozimento
A mistura foi cozida em panela de alumínio por aproximadamente 40 minutos à
temperatura de 100ºC para a obtenção da sopa.
Homogeneização
A sopa foi homogeneizada em misturador marca Homorex em recipiente de aço
inoxidável para a obtenção da sopa creme.
Secagem
A sopa foi desidratada em secador de tambor marca Duprat MS sob pressão de 6
atm, velocidade de 1rpm e superfície de 0,75m2 à temperatura de 120ºC, para
produção da sopa desidratada.
Mistura
O amido foi adicionado ao pó obtido da secagem da sopa em recipiente de aço
inoxidável e com o auxílio de uma pá para evitar a sua hidrólise.
Embalagem
O produto desidratado foi embalado em seladora Engefrio em sacos de polietileno.
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41
4.2.5. Controle de qualidade do produto acabado
O produto final foi avaliado quanto às suas características:
4.2.5.1. Microbiológicas
4.2.5.1.1 Contagem padrão de coliformes a 45ºC
A avaliação de coliformes a 45ºC foi realizada com placas petrifilm (AOAC.
2002, Reg 986.33).
Foram preparadas diluições sucessivas (10-1 e 10-2), utilizando-se tubos
com 9mL de solução salina estéril (NaCl a 0,85%);
Distribuição da amostra em placas:
A partir das diluições foram distribuídas porções de 1mL para as placas
petrifilm CC em duplicata para contagem de coliformes;
As placas foram incubadas a 45ºC por 24 – 48 horas;
Quando se efetuou a leitura foram consideradas positivas as colônias
vermelhas com bolha de gás como coliformes a 45ºC. Multiplicando-se o número
de colônias pela diluição correspondente para cada placa. Os resultados foram
apresentados em UFC/g da amostra.
4.2.5.1.2. Presença/Ausência/25g de Salmonella spp.
Para detecção de Salmonella spp, foi utilizado o método imunoenzimático
(Enzyme Linked Imunofluorescent Assay) através da utilização do Kit Mini – Vidas
(AOAC, 2002, Reg. 996.08).
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42
Procedimento:
Pré-enriquecimento
Pesou-se 25g da sopa desidratada em 225mL de água peptonada (diluição
1/10).
Enriquecimento seletivo
Transferiu-se 1mL do caldo de pré-enriquecimento e adicionou-se em 10mL
de caldo tetrationato;
Transferiu-se 1mL do meio de pré-enriquecimento e adicionou-se em 10mL
de caldo selenito-cistina;
Incubaram-se os caldos tetrationato e selenito-cistina, por 6 horas em
banho-maria a 42ºC.
Desenvolvimento enzimático
Retirou-se 1mL do caldo tetrationato e adicionou-se em 10mL de caldo M;
Retirou-se 1mL do caldo selenito-cistina incubado e adicionou-se em 10mL
de caldo M (em tubos diferentes);
Incubaram-se os dois caldos M por 18 horas em banho-maria a42ºC.
Inativação enzimática
Transferiu-se 1mL de cada caldo M acima citado e adicionou-se juntamente
num único tubo estéril;
Aqueceu-se em banho-maria à temperatura de ebulição por 15 minutos;
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43
Resfriou-se até temperatura ambiente;
Transferiu-se 500µL do tubo resfriado para o poço do barrete do Kit SLM
VIDAS;
Inseriu-se no visor os códigos das amostras e a identificação do analisador;
Aguardou-se por 45 minutos e leram-se os resultados impressos.
4.2.5.1.3 Contagem de Bacillus cereus
A contagem de Bacillus cereus foi realizada com placas petrifilm (AOAC.
2002, Reg 980.31).
Foram pesados 25g da amostra que foi diluída em 225mL de água
peptonada estéril. Foram preparadas diluições sucessivas (10-1 e 10-2), utilizando-
se tubos com 9mL de solução salina estéril (NaCl a 0,85%);
Distribuição da amostra em placas:
A partir das diluições foram distribuídas porções de 1mL para a duplicata de
placas petrifilm CC para contagem de Bacillus cereus;
As placas foram incubadas a 25ºC por 48 horas. Os resultados foram
apresentados em UFC/g da amostra.
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44
4.2.5.2. Físico-químicas
4.2.5.2.1. Composição centesimal da sopa desidratada
A composição centesimal da sopa desidratada foi determinada conforme as
metodologias citadas anteriormente nos itens 4.2.2.1, 4.2.2.2, 4.2.2.3, 4.2.2.4,
4.2.2.5 e 4.2.2.6.
4.2.5.3. Análise sensorial
O perfil sensorial da sopa foi desenvolvido pelo método de Análise
Descritiva Quantitativa (ADQ) segundo metodologia descrita por Stone e Sidel
(1974).
4.2.5.3.1. Preparo das amostras
A sopa desidratada foi reconstituída dissolvendo-se 26,6g de sopa em
250mL de água. Em seguida foi submetida ao cozimento por 5 minutos.
Para a análise sensorial foi colocado 30mL da sopa reconstituída a 40ºC
em recipientes plásticos transparentes.
4.2.5.3.2. Seleção dos provadores
Inicialmente, indivíduos recrutados junto aos alunos e funcionários da
Departamento de Nutrição da UFPE, que demonstraram possuir disponibilidade e
interesse em participar dos testes sensoriais, foram submetidos a um teste de
sensibilidade aos quatro gostos básicos (ácido, amargo, salgado e doce),
conforme metodologia citada por (TEIXEIRA; MEINERT; BARBETTA, 1987). As
concentrações utilizadas neste teste foram 0,2, 0,225 e 0,25g/L para o ácido
cítrico, 0,04, 0,043 e 0,06g/L para o tanino, 1,2, 1,35 e 1,5g/L para o cloreto de
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sódio e 6,4, 7,2 e 8,0g/L para a sacarose. Os indivíduos que demonstraram
habilidade para reconhecer os quatro gostos básicos, nas soluções apresentadas,
foram selecionados para participarem da etapa de desenvolvimento de
terminologia descritiva das amostras de sopa. Foram eliminados os provadores
que não conseguiram identificar algum dos quatro gostos básicos ou aqueles que
não obtiveram mais que 50% de acertos.
4.2.5.3.3. Levantamento dos Atributos
Os provadores realizaram o levantamento dos termos descritivos, através
do método de rede de Kelly ("Kelly's repertory grid method"), descrito em Damasio
e Costell (1991), onde os provadores receberam duas amostras de sopa (uma
amostra da sopa creme de escargot e outra amostra de sopa creme de galinha) e
deveriam listar na ficha apropriada as similaridades e as diferenças entre as
amostras apresentadas, em relação à aparência, aroma e sabor.
Depois do levantamento dos termos, a equipe se reuniu várias vezes e
através de um debate aberto, foram escolhidos os termos mais apropriados e
importantes que realmente descrevessem os atributos da amostra o que resultou
na elaboração do glossário.
Com os atributos escolhidos, foram montadas as fichas de avaliação, com
escalas não estruturadas de 10 centímetros, ancoradas nos pontos extremos, à
esquerda pelo termo "fraco", "pouco" ou “muito ruim” e à direita "forte", “muito” ou
“excelente” para cada atributo.
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4.2.6. Análise estatística
Aos resultados das análises aplicaram-se os testes estatísticos de Análise
de Variância (ANOVA) e de Tukey, admitindo-se o nível de significância de 0,05 E
0,01 utilizando o programa STATISTIC for Windows – versão 5.0 (STATSOFT,
Inc., 1996).
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Resultados e Discussão
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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1. Composição centesimal da massa visceral
A massa visceral do escargot Achatina fulica possui composição centesimal
semelhante a da carne de outros caracóis comestíveis. Os dados da composição
centesimal são mostrados na tabela 3.
Tabela 3. Composição centesimal da massa visceral
COMPONENTES TEORES
Umidade 79,44% ± 0,13
Proteína 18,70% ± 0,10
Lipídios 0,81% ± 0,34
Carboidratos 0,09% ± 0,07
Cinzas 0,94% ± 0,04
Ferro 6,31mg% ± 1,19
Dados semelhantes foram encontrados por Adeyeye (1996) para as
espécies Achachatina marginata, Achatina sp, e Limicolaria sp com exceção do
teor de lipídios que foi maior para as espécies Achatina sp e Limicolaria sp,
(4,24% e 4,30% respectivamente).
O teor protéico (18,70%) também confirma os achados de Medeiros (2000)
em relação à proteína da massa visceral. O mesmo não ocorreu com o teor de
lipídios cujo valor encontrado por este autor (6,1%) foi superior.
O teor de ferro (6,31mg%) foi superior ao encontrado por Adeyeye (1996)
para as espécies Achatina sp e Limicolaria sp cujos valores foram 4,95mg% e
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4,66mg% respectivamente e muito inferior aos valores relatados por Saldanha,
Gaspar e Santana (2001) que encontraram um teor de ferro de 84,30mg%.
As diferenças encontradas devem-se provavelmente às diferenças entre as
espécies e ao tipo de alimentação a qual os escargots foram submetidos.
5.2. Ensaio Biológico
Para a avaliação da qualidade protéica foram analisados a ingestão
alimentar, o peso dos animais, o coeficiente de eficácia alimentar e o coeficiente
de eficácia protéica. Como pode ser observado na figura 2 houve um aumento
crescente na ingestão alimentar durante o experimento em ambas as dietas.
7 14 21 28
Escargot
Caseina0
20
40
60
80
100
120
140
Inge
stão
Alim
enta
r (g)
Dias
Escargot
Caseina
Figura 2. Ingestão alimentar de caseína e escargot durante 28 dias.
O grupo do escargot apresentou uma ingestão alimentar (tabela 4) inferior
com diferença estatisticamente significativa (p<0,01) para o grupo de caseína.
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50
Tabela 4. Ingestão alimentar, Ganho de peso, Coeficiente de Eficácia Alimentar
(CEA) e Coeficiente de Eficácia Protéica (CEP) dos ratos submetidos às dietas
escargot e caseína durante 28 dias.
Dietas Ingestão alimentar (g)
Ganho de peso (g)
CEA CEP
Ecargot
338,43 ± 57,88a
75,46 ± 24,28b
0,24 ± 0,037a
2,18 ± 0,36b
Caseína
417,83 ± 26,53b 159,46 ± 13,30a 0,37 ± 0,036b 3,82 ± 0,36a
Letras diferentes na vertical indicam diferença estatisticamente significante pelo Teste de Tukey a 1%.
Provavelmente, um dos fatores associados a esta diferença é a
palatabilidade dos componentes da dieta, a qual foi comentada por Pellet e Young
(1980) que afirmaram ser um fator de grande influência em relação à quantidade
ingerida pelos animais de laboratório.
Outro fator que pode estar associado é a composição aminoacídica
estudada por Angelis (1995) que afirmou que a deficiência de triptofano ou de
tirosina pode ter influência muito acentuada na capacidade dos animais
selecionarem os alimentos (apetite específico), sendo estes efeitos mediados
tanto pela serotonina (da qual o triptofano é precursor) como pela catecolamina
(da qual a tirosina é precursora).
Estudo realizado por Mead e Kemmerer (1953) concluiram que o Achatina
fulica era deficiente em triptofano e metionina. Estes achados evidenciam esta
diferença estatisticamente significativa (p<0,01) da ingestão alimentar total (tabela
4) menor para o grupo de escargot em relação ao grupo de caseína.
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51
Outro parâmetro analisado foi o peso dos animais que era verificado
semanalmente. A análise da curva ponderal dos ratos (figura 3) mostra que todos
os animais ganharam peso.
0
50
100
150
200
250
0 7 14 21 28
Dias
gCaseinaEscargot
Figura 3. Curva ponderal de ratos submetidos às dietas caseína e escargot
durante 28 dias.
Os animais alimentados com a dieta de caseína foram os que apresentaram
o maior peso ao final do experimento (205,92 g) superando em 63% os do grupo
experimental de escargot (126,16g).
Quanto ao ganho de peso dos animais estudados (tabela 4) calculado em
relação ao peso inicial observa-se aos 28 dias um ganho superior (159,46g) dos
animais alimentados com caseína em relação aos que receberam escargot
(75,46g) havendo uma diferença significativa ao nível de 1%.
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52
Segundo Angelis (1995), uma dieta adequada é aquela que leva em
consideração entre outros fatores, a quantidade e a qualidade da proteína a ser
oferecida. O nível protéico de 10% em ratos em crescimento permite que a
proteína seja melhor utilizada para a síntese no organismo.
A análise estatística dos dados do CEP (tabela 4) evidencia uma diferença
significativa (p<0,01) maior para as médias da dieta de caseína em relação à do
escargot. Imevbore (1990) analisando a carne de várias espécies de caracóis
comestíveis da Nigéria encontrou valores superiores para Achatina achatina,
Archachatina marginata e Tympanotonus fuscatus, 4,02, 3,68 e 2,91 que
representam diferenças de 84,40%, 68,80% e 74,91% respectivamente em
relação ao CEP do Achatina fulica obtido neste estudo. Já para as espécies
Vicapara quadrata e Pachymelania aurita o mesmo autor encontrou valores
inferiores, 2,01 e 1,86 que representam diferenças de 7,79% e 14,67%
respectivamente. Arbej e Luna (1985) em seus trabalhos com hidrolisado de Arca
zebra, um molusco marinho comestível, obtiveram o CEP superior (2,27) ao
encontrado neste trabalho em apenas 4,1%. Já Miletic et al (1991) encontraram
um valor de CEP 6,4% inferior para o caracol terrestre Helix pomatia (2,04).
Pelo exposto, em relação ao valor biológico, pode-se concluir que a massa
visceral estudada apresentou-se inferior ao controle, porém semelhante a várias
espécies de moluscos.
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53
5.3 Composição centesimal da sopa desidratada
Os resultados da composição centesimal estão demonstrados na tabela 5.
Tabela 5. Composição centesimal da sopa desidratada
Constituintes Teor
Umidade 8,87 g%
Cinzas 9,66 g%
Lipídios 10,09 g%
Proteínas 26,56 g%
Carboidratos 44,82 g%
VCT 376,33 Kcal
Na reconstituição da sopa são utilizados 26,6 g de pó em 250mL de água
para uma porção de 200mL de sopa. Para esta sopa reconstituída o VCT é de
100,10 Kcal e o teor de proteína de 7,06g.
Conforme a resolução nº1 de 16/01/03 do Ministério da Educação (BRASIL,
2003) que estipula que a merenda escolar deve suprir no mínimo, por refeição,
15% das necessidades nutricionais diárias, a sopa desidratada de escargot
atendeu a esta recomendação para a Ingestão Diária Recomendada (IDR) de
proteínas para crianças de 7 a 10 anos (Brasil, 1998). O valor da IDR é 28g e a
sopa reconstituída apresentou um valor de 7,06g (25,21% da IDR).
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54
5.4 Análise microbiológica
Os resultados das análises microbiológicas estão representados na tabela 6
e comprovam a qualidade da matéria-prima utilizada e o cumprimento das boas
práticas de fabricação durante o processamento da sopa. Todos os resultados
estão de acordo com a legislação em vigor RDC nº12 de 2 de janeiro de 2001 da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária, do Ministério da Saúde (Brasil, 2001)
para misturas ou pós para o preparo de sopas.
Tabela 6. Análise microbiológica da sopa desidratada
Análises microbiológicas UFC/g
Coliformes a 45ºC < 10
Bacillus Cereus < 10
Salmonella spp Ausência
5.5 Análise sensorial
Após ter sido obtida uma ampla lista de descritores através do método de
rede (DAMASIO; COSTELL, 1991) chegou-se por consenso entre todos os
provadores a uma lista menor com dezessete atributos que caracterizam
sensorialmente a sopa de escargot. Os atributos foram: homogeneidade, cor
marrom, brilho, viscosidade, aparência geral, arenosidade, aroma de crustáceo,
aroma de condimento, aroma de pimenta, sabor salgado, sabor amargo, sabor de
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crustáceo, sabor de pimenta, sabor de fígado, sabor residual, sabor estranho e
qualidade global.
Com eles foram montadas as fichas de avaliação para traçar o perfil
sensorial.
O perfil sensorial da sopa está graficamente representado na figura 4 que é
tradicionalmente utilizada para apresentar resultados de Análise Descritiva
Quantitativa. Cada descritor sensorial avaliado foi representado por um eixo que
se inicia no centro da figura.
0
2
4
6
8homogeneidade
corbrilho
viscosidade
aparência geral
arenosidade
aroma crustáceo
aroma condimentoaroma pimenta
sabor salgadosabor amargo
sabor crustáceo
sabor pimenta
sabor fígado
sabor condimento
sabor residual
sabor estranhoqualidade global
Figura 4. Perfil sensorial da análise descritiva quantitativa da sopa de escargot
A intensidade média de cada descritor foi marcada no seu respectivo eixo,
tomando-se o centro da figura como o ponto de menor intensidade da escala
utilizada na ficha de avaliação. A união dos pontos referentes à intensidade média
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obtida para cada descritor gerou uma figura representativa do perfil sensorial da
amostra.
As características organolépticas que são inerentes de cada produto
desempenham um relevante papel na sua aceitabilidade. Como pode ser
observado na figura 4 a reduzida pontuação atribuída aos descritores
arenosidade, sabor amargo, sabor de fígado, sabor de pimenta e sabor estranho e
a alta pontuação atribuída aos descritores homogeneidade e aparência geral
contribuíram para a qualidade global alcançada.
Do ponto de vista sensorial a sopa teve uma boa aceitação uma vez que a
qualidade global alcançou uma média de 6,51.
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Conclusões
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6. CONCLUSÕES
Os resultados obtidos nas condições em que foi realizada a pesquisa
permitem concluir que;
ü A massa visceral do escargot Achatina fulica possui composição
centesimal semelhante a da carne de outros caracóis comestíveis.
ü O valor biológico da massa visceral do escargot Achatina fulica é
semelhante ao de várias espécies de moluscos.
ü A sopa desidratada produzida nesse experimento quando reconstituída
atende a IDR de proteínas para crianças em idade escolar podendo ser uma
alternativa de baixo custo para o programa da merenda escolar e fome zero.
7. RECOMENDAÇÕES
ü A massa visceral considerada como resíduo pelos produtores de
escargot pode ser utilizada como matéria prima para elaboração de produtos
industrializados de baixo custo para consumo humano.
ü A utilização desse resíduo de produção se apresenta como uma
alternativa de aumento de renda para os produtores de escargot, além de reduzir
os custos de eliminação dessa matéria orgânica diminuindo a poluição ambiental.
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Referências Bibliográficas
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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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66
Anexos
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ANEXO A – Ficha de análise sensorial do teste de reconhecimento Provador:
Data:
Instruções: Você está recebendo uma série de amostras apresentando sabores diferentes.
Deguste cuidadosamente cada uma delas, compare com o Padrão e coloque um
“X” na coluna apropriada, de acordo com o sabor reconhecido.
Código das amostras
Sabor não ident.
Ácido Amargo Salgado Doce
Observações:
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ANEXO B – Ficha de Análise sensória dos descritores de sopa
NOME:____________________________________________________________
Você está recebendo duas amostras de sopa. Por favor, avalie as amostras e descreve suas semelhanças e diferenças quanto à aparência, ao aroma, ao sabor e às sensações bucais que as caracterizam.
Amostras ___________ e ___________
Semelhanças Diferenças
Aparência
Aroma
Sabor
Sensações bucais
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ANEXO C – Glossário de termos utilizados na Análise sensorial
Homogeneidade – Propriedade visual em relação à percepção de partículas em
suspensão.
Cor – Sensação produzida pela estimulação da retina.
Brilho – Qualidade de reflexão da luz.
Viscosidade – Propriedade de aparência relacionada com a forma com que o
líquido escoa.
Aparência geral – Avaliação global das características visuais da sopa incluindo
cor, brilho e homogeneidade.
Arenosidade – Propriedade de textura em relação à percepção de dimensão e
forma das partículas presentes no produto.
Aroma de crustáceo – Sensação olfativa associada a frutos do mar.
Aroma de condimento – Sensação olfativa associada à mistura de temperos.
Aroma de pimenta - Sensação olfativa associada a pimenta.
Sabor salgado – Sabor associado à presença de cloreto de sódio.
Sabor amargo – Sabor associado à presença de cafeína.
Sabor de crustáceo – Sensação gustativa associada a frutos do mar.
Sabor de pimenta - Sensação gustativa associada a pimenta.
Sabor de fígado - Sensação gustativa associada a fígado.
Sabor de condimento - Sensação gustativa associada a mistura de temperos.
Sabor residual - Sensação olfato gustativa que permanece após a degustação do
produto.
Sabor estranho - Sensação olfato gustativa não identificada.
Qualidade Global – Soma dos fatores de qualidade que contribuem na
determinação do grau de aceitação do produto.
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ANEXO D – Ficha da Análise Descritiva Quantitativa Nome: _________________________________ Data: _________ Produto: ______________________________________________ Instruções: Marque com um traço vertical nas escalas abaixo a posição que identifique melhor a intensidade da característica avaliada. Aparência Homogeneidade |_____________________________________________| Pouca Muita Cor |_____________________________________________| Marrom claro Marrom escuro Brilho |_____________________________________________| Pouco Muito Viscosidade |_____________________________________________| Pouca Muita Aparência geral |_____________________________________________| Muito ruim Excelente Textura Arenosidade |_____________________________________________| Pouco Muito Aroma Crustáceo |_____________________________________________| Fraco Forte Condimento |_____________________________________________| Fraco Forte Pimenta |_____________________________________________| Fraco Forte Sabor Salgado |_____________________________________________| Fraco Forte Amargo |_____________________________________________|
Fraco Forte Crustáceo |_____________________________________________|
Fraco Forte Pimenta |_____________________________________________|
Fraco Forte Fígado |_____________________________________________|
Fraco Forte Condimento |_____________________________________________|
Fraco Forte Residual |_____________________________________________|
Fraco Forte Estranho |_____________________________________________|
Fraco Forte Indique qual o sabor estranho sentido: ____________________________ Qualidade |_____________________________________________| Global Muito ruim Excelente
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