Top Banner
0 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Recife 2004 PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com
71

Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

Jan 22, 2019

Download

Documents

buikhanh
Welcome message from author
This document is posted to help you gain knowledge. Please leave a comment to let me know what you think about it! Share it to your friends and learn new things together.
Transcript
Page 1: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

0

Tábata Fernanda Lopes de Souza

Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica

Recife

2004

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 2: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

1

Tábata Fernanda Lopes de Souza

Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica

Dissertação apresentada à Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Nutrição, área de concentração Ciência dos Alimentos, como requisito à obtenção do grau de Mestre. Orientador: Zelyta Pinheiro de Faro

Recife

2004

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 3: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

2

Souza, Tabata Fernanda Lopes de

Aproveitamento industrial do escargot Achatina fulica / Tabata Fernanda Lopes de Souza. – Recife : O Autor, 2004.

70 folhas : il., tab., graf., fig.

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco. CCS. Nutrição, 2004.

Inclui bibliografia e anexos.

1. Nutrição – Tecnologia de alimentos. 2. Resíduos – Aproveitamento – Desenvolvimento de novos produtos. 3. Controle de qualidade de alimentos – Qualidade protéica. I. Título.

613.2 CDU (2.ed.) UFPE 641.44 CDD (22.ed.) BC2005-033

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 4: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

3

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 5: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

4

Agradecimentos

À Drª Zelyta Pinheiro de Faro, pela amizade, ensinamentos, paciência e dedicação, além

das qualidades que superam as de um orientador.

À Drª Francisca Martins Bion pela dedicação dispensada neste trabalho.

A Camilo, Alexandre, Vivaldo e José Paulino pelo apoio técnico.

A Eduardo Siqueira, presidente da COOPHENE pela doação do escargot.

Aos estagiários Yana e George.

A Renata Lúcia pela confiança.

A Márcia Regina pela amizade e incentivo.

A Geíza pelo carinho, pelas palavras de conforto, pela atenção nos momentos mais difíceis

desta jornada.

Ao meu pai Fernando pela educação e carinho.

À minha mãe Tânia pelo incentivo, dedicação e afeto.

Às minhas irmãs Vanessa e Daniele pelo companheirismo.

Aos meus sobrinhos Yasmine, Yalle e Yan pelos momentos de felicidade que me

proporcionam todos os dias.

A Emerson pela dedicação e carinho.

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 6: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

5

SUMÁRIO

Resumo 07 Abstract 08 Lista de Figuras 09 Lista de Tabelas 10 Lista de Anexos 11 1. INTRODUÇÃO 13 2. OBJETIVOS

16

2.1. Objetivo Geral 2.2. Objetivos Específicos

16 16

3. REVISÃO DA LITERATURA 18

4. MATERIAL E MÉTODOS 33 4.1. Material 33 4.1.1. Matéria-prima para obtenção das dietas e da sopa desidratada 33 4.1.2. Material para o ensaio biológico 33 4.1.2.1. Animais 33 4.1.2.2. Dietas 33 4.2. Métodos 35 4.2.1. Preparo da massa visceral de escargot 35 4.2.2. Determinação físico-químicas da massa visceral 35 4.2.2.1. Umidade 35 4.2.2.2. Lipídios 35 4.4.4.3. Proteínas 36 4.2.2.4. Resíduo mineral fixo (cinzas) 36 4.2.2.5. Carboidratos totais 36 4.2.2.6. Valor calórico total 36 4.2.2.7. Determinação de ferro 36 4.2.3. Ensaio Biológico 37 4.2.4. Obtenção da sopa desidratada 38 4.2.5. Controle de qualidade do produto acabado 41 4.2.5.1. Microbiológicas 41 4.2.5.1.1. Contagem padrão de coliformes a 45ºC 41 4.2.5.1.2. Presença/Ausência/25g de Salmonella spp. 41 4.2.5.1.3. Contagem de Bacillus cereus 43 4.2.5.2. Físico-químicas 44 4.2.5.2.1. Composição centesimal da sopa desidratada 44 4.2.5.3. Análise sensorial 44 4.2.5.3.1. Preparo das amostras 44

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 7: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

6

4.2.5.3.2. Seleção dos provadores 44 4.2.5.3.3. Levantamento dos atributos 45 4.2.6. Análise estatística 46 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 48

5.1. Composição centesimal da massa visceral 48 5.2. Ensaio biológico 49 5.3. Composição centesimal da sopa desidratada 53 5.4 Análise microbiológica 54 5.5. Análise sensorial 54 6. CONCLUSÕES 58 7. RECOMENDAÇÕES

58

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 60 ANEXOS Anexo A 67 Anexo B 68 Anexo C 69 Anexo D 70

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 8: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

7

Resumo

O escargot Achatina fulica apresenta-se como opção saudável, com baixos

teores de lipídios, colesterol e calorias. Cerca de 40% do animal corresponde à

massa visceral que é desperdiçada. Esta foi submetida às análises de proteínas,

cinzas, umidade, extrato etéreo e ferro. Foram determinados o coeficiente de

eficácia alimentar (CEA) e o coeficiente de eficácia protéica (CEP). Foi formulada

uma sopa desidratada que foi submetida às análises de coliformes a 45°C,

Salmonella sp, e Bacillus cereus e teve sua composição centesimal determinada.

As características organoléticas foram estabelecidas através da Análise Descritiva

Quantitativa. A massa visceral apresentou um teor de 79,44% de umidade,

18,70% de proteínas, 0,81% de lipídios, 0,94% de cinzas e 6,31mg% de ferro,

semelhante a outras espécies de caracóis. No ensaio biológico houve diferença

significativa entre o grupo de caseína e escargot, porém os valores do CEA (0,24)

e do CEP (2,18) foram semelhantes aos de várias espécies de moluscos. A

composição centesimal da sopa demonstrou que ela atende a 25,21% da IDR de

proteínas para crianças de 7-10 anos. A sopa teve uma boa aceitação sensorial, a

qualidade global alcançou uma média de 6,51. Os resultados levam a concluir que

a massa visceral pode ser utilizada como matéria-prima para elaboração de

produtos industrializados de baixo custo para consumo humano.

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 9: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

8

Abstract

The escargot Achatina fulica appers as a healthy option, presenting low fat,

calories and cholesterol ctent. About forty per cent of live animal represent the

visceral mass not consumed and wasted. This was analyzed for protein, ash,

humidity, fat and iron content determination. The food efficiency ratio (FER) and

protein efficency ratio (PER) was analized. The soup manufacture flowchart had

the following steps: grinding, mixing, cooking, homogenization, drum drying, mixing

and conditioning. The soup was analized to determine 45°C coliforms, Salmonella

sp and Bacillus cereus content, and its centesimal composition. The sensory

characteristics were determinate throught Quantitative Descriptive Analysis. The

visceral mass presented 79.44% of humidity, 18.70% of protein, 0.81% fat, 0.94%

ash and 6.31 mg% of iron content, similar to other sails. The biological assay, there

was a significant diferrence between casein ad scargot group, however the FER

(0.24) and the PER (2.18) values were similar to that of other mollusks species.The

centesimal composition demonstrated that the soup attains 25.21% of the RDA of

protein for 7-10 years old children. The soup had its sensory characteristics well

accepted due to its global acceptance score 6.51. The results permit to conclude

that the scargot visceral mass can be used as ingredient to industrial low cost

products obtaining for human consume.

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 10: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

9

Lista de Figuras

Pág.

Figura 1. Fluxograma de produção da sopa desidratada de escargot. 39

Figura 2. Ingestão alimentar durante 28 dias do grupo caseína (A) e

ingestão alimentar durante 28 dias do grupo escargot (B).

49

Figura 3. Curva ponderal dos ratos submetidos às dietas caseína e

escargot durante 28 dias.

51

Figura 4. Perfil sensorial da análise descritiva quantitativa da sopa

de escargot

55

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 11: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

10

Lista de Tabelas

Pág.

Tabela 1. Composição centesimal das dietas a base de caseína e

escargot.

34

Tabela 2. Formulação da sopa desidratada de escargot. 38

Tabela 3. Composição centesimal da massa visceral. 48

Tabela 4. Ingestão alimentar, ganho de peso, coeficiente de eficácia

alimentar (CEA), coeficiente de eficácia protéica (CEP) dos

animais submetidos às dietas escargot e caseína durante

28 dias.

50

Tabela 5. Composição centesimal da sopa desidratada 53

Tabela 6. Análise microbiológica da sopa desidratada 54

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 12: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

11

Lista de Anexos

Pág.

Anexo A. Ficha de análise sensorial do teste de reconhecimento 65

Anexo B. Ficha de análise sensorial dos descritores de sopa 66

Anexo C. Glossário de termos utilizados na análise sensorial 67

Anexo D. Ficha da análise descritiva quantitativa 68

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 13: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

12

Introdução

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 14: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

13

1. INTRODUÇÃO

A crescente demanda de fontes alternativas de alimento tem estimulado a

pesquisa tecnológica para o aproveitamento de matérias primas de diferentes

culturas em todo o mundo. O interesse no desenvolvimento de produtos com valor

agregado, obtido de fontes de proteína e micronutrientes de menor custo, vem se

tornando cada vez maior no segmento industrial, com o objetivo de repor as

perdas em nutrientes ocorridas durante o processamento (FAO/OMS, 1991).

Os escargots são moluscos terrestres herbívoros. A família Achatinidae, de

origem africana, ocorre nas regiões de florestas tropicais úmidas, apresentando

ampla distribuição na África e Ásia, mostrando-se muito adaptada às regiões

tropicais, preferindo temperaturas acima de 23ºC (PACHECO; MARTINS, 1998).

O Brasil possui potencial para figurar entre os grandes produtores de

escargots. Sua maior vantagem sobre os países europeus reside no clima

(LOBÃO; NAGÔ; SAMPAIO, 2000) caracterizado por índices de temperatura e

umidade relativamente altas e constantes na maior parte do país (LOBÃO, 2001),

o que possibilita o rápido desenvolvimento do caracol, em todas as suas fases,

durante todo o ano, uma vez que não hibernam por 5 a 8 meses consecutivos,

como ocorre na Europa devido ao frio (LOBÃO; NAGÔ; SAMPAIO, 2000).

A composição química da carne de escargot (Achatina fulica) assemelha-se

a maior parte dos peixes de água doce. Apresenta-se como opção saudável, com

baixos teores de lipídios, colesterol e calorias. Cada 100 gramas do escargot

contém 84,30 mg de ferro e 43,60 mg de zinco, ou seja, oito vezes mais ferro e

quatro vezes mais zinco do que as quantidades diárias recomendadas. Já em

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 15: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

14

relação ao cálcio, a carne de escargot contém 160,0 mg/100g, podendo ser

considerada, portanto, excelente fonte de minerais (SALDANHA; GASPAR;

SANTANA, 2001), assim como ostras e mexilhões, moluscos marinhos

usualmente consumidos nas regiões costeiras, de importância nutricional

destacável (PEDROSA; COZZOLINO, 2001).

A carne de escargot também possui uma predominância no teor de ácidos

graxos poliinsaturados, principalmente os ácidos graxos da família ω-6, como os

ácidos linoleico (C18:2) e araquidônico (C20:4), que juntos correspondem a

32,38% do perfil total dos ácidos graxos. Possui ainda valores superiores aos

encontrados nas carnes bovina e suína nos teores de ácidos da família ω-3, o α-

linolênico (1,13%) e o eicosapentaenóico–EPA (1,24%) (SALDANHA; GASPAR;

SANTANA, 2001). Estes ácidos graxos desempenham importantes funções

fisiológicas, reduzem o colesterol total e são essenciais na dieta, pois não podem

ser sintetizados pelo organismo humano (MAHAM; STUMP, 1998).

No seu beneficiamento, cerca de 40% do animal vivo corresponde a massa

visceral que é desperdiçada. Temos, portanto, um excedente de produção

composto pela massa visceral e por animais fora do padrão. Não existem ainda na

literatura dados sobre a utilização deste sub-produto, o que leva a realização de

estudos sobre a sua viabilidade como fonte de proteínas.

Considerando o desperdício do excedente de produção do escargot, além

do seu potencial nutritivo, faz-se necessário o estudo dessa matéria prima como

um alimento de baixo custo buscando alternativas para o seu aproveitamento, o

que justifica os objetivos deste estudo.

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 16: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

15

Objetivos

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 17: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

16

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral

ü Utilizar o excedente da produção de escargot na indústria de alimentos.

2.2. Objetivos Específicos

ü Avaliar a composição centesimal da massa visceral

ü Determinar o Coeficiente de Eficácia Alimentar (CEA) e o Coeficiente de

Eficácia Protéica (CEP) da massa visceral;

ü Desenvolver sopa desidratada a base do excedente da produção do

escargot.

ü Avaliar a qualidade sensorial do produto.

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 18: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

17

Revisão da Literatura

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 19: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

18

3. REVISÃO DA LITERATURA

3.1. O escargot Achatina fulica

Os escargots são moluscos terrestres, animais hermafroditas incompletos,

ou seja, cada um possui os dois sexos, mas precisam de um parceiro para realizar

a cópula e a fecundação. A temperatura ideal para o Achatina fulica varia de 20 a

35ºC e, por isso, ele está muito bem adaptado ao clima tropical (VIVEIROS, 1996).

Atingem a maturidade sexual em poucos meses; e são mínimas as perdas

ocasionadas por acidentes, predadores, trato inadequado, doenças, surtos ou

epidemias – uma vez que estes animais são bastante resistentes a elas

(HANSSEN, 1989).

Existem mais de 4000 espécies de caracóis em todo o mundo e o Achatina

fulica está entre as principais juntamente com Helix pomatia, H. lucorum e H.

aspersa (VIVEIROS, 1996). Esta espécie (Achatina fulica) vem sendo largamente

criada com sucesso em nosso meio devido a sua grande adaptabilidade,

resistência e produtividade ao passo que as espécies do gênero Helix, mais

sensíveis ao clima, não apresentam produtividade significativa, ficando sua

produção restrita a áreas mais frias, relativamente pouco numerosas em nosso

país (LOBÃO, 2001). A semelhança das propriedades sensoriais observadas entre

o Achatina e as espécies Helix pomatia e H. lucorum não permitiu a sua

diferenciação (SCHUBRING; MEYER; REHBEIN, 2001). Atualmente, a espécie

Achatina fulica representa, em média, 12% do volume de escargot processado

pela França (LOBÃO, 2001). Também chamado caracol chinês, o Achatina fulica

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 20: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

19

pode medir até 20cm e ter um peso de até 250 g. É essencialmente vegetariano

alimentando-se de verduras de folhas largas (couve, alface, mostarda), frutos

carnosos (abóbora, mamão, melancia, banana, maçã) e ração rica em cálcio

(VIVEIROS, 1996).

Segundo Hanssen (1989), o escargot possui as seguintes partes

anatômicas:

Concha – É a principal e mais marcante característica morfológica do escargot,

distinguindo as diversas espécies de caracóis em geral, comestíveis ou não, de

forma helicoidal ou espiralada, a cocha desenrola-se em torno de um eixo ou

coluna, denominada columela, é constituída de 3 camadas distintas, a saber:

- Camada externa ou cuticular: bem delgada, é a principal responsável pela

coloração, que apresenta múltiplas variedades próprias de cada espécie,

além de tonalidades individuais peculiares a animais de mesma espécie,

resultantes do meio ambiente, alimentação, idade, região ou outros fatores

influentes.

- Camada intermediária ou primástica: é a responsável pela formação das

estrias ou faixas transversais e/ou longitudinais, uma das principais

características que identifica e tipifica espécies semelhantes entre si por

outros aspectos, é composta de minúsculos prismas ou cristais calcários,

dispostos perpendicularmente à superfície.

- Camada interna ou laminar: como o próprio nome sugere é constituída por

várias lâminas muito finas, que se intercalam e se distinguem pelo seu teor

numa sobreposição sucessiva alternam-se lâminas de carbonato de cálcio e

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 21: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

20

outras de uma substância orgânica denominada conchionila.

A concha, verdadeira “casa” natural dos escargots, serve-lhe a um só

tempo de proteção, refúgio e abrigo. Utilizam-na para se protegerem contra

inimigos e predadores, para se refugiarem quando os meios são hostis e inóspitas

as condições, ou, ainda simplesmente para nela se abrigarem nos intervalos de

descanso que sucedem cada jornada de atividade. Quando acidentalmente

danificada, a concha regenera-se em 10 a 15 dias.

Corpo - Divide-se em cabeça, pé e tronco ou massa visceral

A) Cabeça

Tentáculos: quando a cabeça é completamente exposta sobressaem dela dois

pares de tentáculos, são hipersensíveis e, quando sob ação de qualquer agente

externo estranho ou suspeito, reagem rapidamente num movimento de contração,

embutindo-se no corpo. Há dois tipos de tentáculos: os oculares (os superiores e

mais longos) e os táteis ou sensoriais (os inferiores e mais curtos).

Boca: Localiza-se entre os tentáculos táteis. É dotada de uma espécie de língua –

a rádula – semelhante a uma lixa, cravejada de milhares de dentículos, com os

quais os alimentos são rolados. Chegam a roer até pedra para satisfazer suas

necessidades de cálcio.

Orifício genital: À direita e mais ou menos na mesma altura dos tentáculos

inferiores fica o orifício genital, pequena abertura pela qual saem os ovos.

Dardo: O dardo representa importante papel no processo reprodutivo como órgão

típico de excitamento ou estimulante sexual. Localiza-se também na cabeça. É

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 22: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

21

uma protuberância esbranquiçada de forma calcária, que se assemelha a um grão

de arroz. Entretanto só se exterioriza e torna-se visível na época do acasalamento,

ou mais precisamente, quando o animal está preste a copular. Nestas ocasiões se

sobressai e chega a atingir alguns milímetros de comprimento. No restante do

tempo permanece oculto.

B) Pé

Abrange quase toda a extensão inferior, ou seja, a região plantar do corpo do

animal. É a parte que se assenta sobre o solo para se deslocar ou deslizar. Pela

sua localização anatômica é denominado pé ventral. É uma massa muscular

ondulatória cujos movimentos contráteis e retráteis ensejam a locomoção. Suas

contrações musculares sempre partindo da cauda que se espraia como um véu na

borda ínfero-posterior da concha, só lhe permite andar para frente. Como não

produz ondas no sentido oposto, não se locomove para trás.

O deslizamento do animal é facilitado pela secreção glandular simultânea e

contínua de uma substância conhecida como muco, que se expele para lubrificar o

caminho. Quanto mais áspera ou acidentada for a superfície a percorrer, maior

será a necessidade de produzi-la e expeli-la, caso em que seu rastro ficará

marcado pela formação de uma esteira brilhante que se mantém visível por longo

tempo.

c) tronco ou massa visceral

Embutida na concha está a massa ou bolsa visceral na qual se encontram parcial

ou totalmente as vísceras ou órgãos internos do aparelho digestivo, reprodutor,

respiratório e etc.

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 23: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

22

3.2 Histórico do consumo do escargot

Com altos e baixos em seu consumo através dos tempos, pertencendo ora

aos hábitos alimentares das camadas mais pobres da população, ora das de

maior poder aquisitivo, os escargots são utilizados como alimento, como

medicamento e até como cosmético desde a mais remota antiguidade (LOBÃO,

2001). Este fato é comprovado pelos achados arqueológicos encontrados nas

cavernas dos homens pré-históricos, os quais capturavam o molusco em seu

estado selvagem (LOBÃO; NAGO; SAMPAIO, 2000). Sugerindo ser o mesmo uma

opção alimentar representando quiçá o primeiro passo para o homem mudar de

vegetariano para carnívoro (PACHECO; MARTINS, 1998). Aparece na História

também por meio de registros bastante antigos, datados de séculos antes de

Cristo, como os que nos foram deixados pelo filósofo Grego Aristóteles. Bem mais

tarde, o historiador Plínio, em seus escritos deixou claro que o escargot

encontrava-se entre as preferências gastronômicas no tempo do Império Romano

(HANSSEN, 1989).

Em alguns países da África é uma das fontes protéicas mais consumidas

estando a sua utilização vinculada à tradição de muitas tribos africanas, associada

inclusive à liturgia de alguns cultos (PACHECO; MARTINS, 1998). Nestas regiões,

os caracóis para consumo humano vêm quase que exclusivamente da terra

durante a estação chuvosa (MONNEY, 1990). Em certas regiões da Europa

também, principalmente onde os escargots são nativos, não raro, camponeses

são vistos recolhendo-os nos campos, às margens de rios e bosques e até

armazenando-os em precários cercados que funcionam como viveiros, para que

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 24: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

23

estejam disponíveis na entressafra (HANSSEN, 1989).

Hoje, na Europa, a captura de escargots é limitada por normas que devem

ser observadas para que se evite o aniquilamento das espécies, enquanto cresce

a criação destes animais em cativeiro para que se obtenha o produto sem que se

ponha em risco as reservas naturais das espécies mais apreciadas (LOBÃO,

2001).

3.3. Importância econômica da criação de escargots

A França é considerada a maior consumidora de carne de escargot,

chegando a 2,5Kg/hab/ano (LOBÃO, 2001). Segundo Vélez (2001), a França,

produz, anualmente, cerca de 800 toneladas de escargot vivo cultivado,

precisando importar de outros países para abastecer centenas de indústrias de

processamento. A Grécia destaca-se como seu maior fornecedor, assim também

como a Indonésia (PACHECO; MARTINS, 1998). Em 1998, a França industrializou

cerca de 2426 toneladas de carne onde 317 toneladas corresponderam a espécie

Achatina fulica e, no ano de 1999, importou cerca de 2825 toneladas entre

escargot fresco e congelado e totalizou cerca de 5000 toneladas de produtos

industrializados, perfazendo um consumo aproximado de 25000 toneladas de

escargot vivo (VÉLEZ, 2001).

Na Itália, onde são consumidos cerca de 1Kg/hab/ano (LOBÃO, 2001) a

sua produção não consegue atender a demanda do mercado interno, sendo o

restante obtido da importação (PACHECO; MARTINS, 1998). Outros países

consumidores são a Alemanha e Portugal, sendo a China o maior produtor

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 25: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

24

mundial, exportando toda a sua produção (LOBÃO; NAGÔ; SAMPAIO, 2000).

O consumo do escargot está se tornando cada vez mais popular nos

Estados Unidos e Canadá (BRACCHI, 1988). Os Estados Unidos representam um

mercado pequeno frente ao europeu, porém promissor, pois, em 1999, importou

em torno de 547 toneladas de escargot preparado e 1076 toneladas de escargot

fresco e/ou congelado (LOBÃO, 2001).

Consolidado no cenário internacional o escargot vem conquistando o

mercado consumidor brasileiro. Indústrias de beneficiamento do escargot na forma

de carne congelada e em conserva estão em fase de expansão em todo país

(MEDEIROS, 2000).

A criação de escargots pode ser feita por comunidades carentes, passando

a ser uma fonte de sobrevivência para famílias, e contribuindo, portanto para a

melhoria das condições sócio-econômicas da população (MEDEIROS, 2000).

3.4. Fontes alternativas de proteína

As proteínas cumprem importante papel no desenvolvimento mental e físico

dos indivíduos. Como as de origem animal apresentam maior aproveitamento,

devido a sua composição em aminoácidos, fontes não convencionais de proteína

animal estão sendo pesquisadas (SALGADO et al, 1999).

Na Nigéria, a queda na produção de gado como fonte de proteína animal

(IMEVBORE, 1990) além de secas, doenças, alto custo do pasto e o rápido

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 26: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

25

crescimento da população humana (ADEYEYE, 1996) levaram a pesquisas sobre

a utilização de fontes de proteína animal não convencional como, por exemplo, os

caracóis.

Em nosso país, os moluscos marinhos são mais comumente procurados,

provavelmente por serem mais abundantes, conhecidos e pesquisados,

entretanto, os moluscos de água doce, os aruás, por exemplo, são também

consumidos, sobretudo pelas populações de baixa renda do norte e nordeste

brasileiro, uma vez que ainda não são explorados comercialmente (CIRELLI,

1993).

Este interesse também pode ser motivado pelas perdas ocorridas nas

indústrias na geração de resíduos e subprodutos de elevado caráter poluidor.

Segundo Teixeira (1996), a utilização de rejeitos da agroindústria regional pode vir

a ser uma das formas de melhorar os níveis nutricionais da população e minimizar

o problema da poluição ambiental. Exemplo disto foi a elaboração de uma sopa

desidratada utilizando como fonte proteica o plasma bovino.

Atualmente o mercado europeu está inclinado a experimentar sabores

novos como carnes de avestruz, javali, capivara, jacaré, tartaruga, tracajá, além de

intensificar o consumo do escargot (INSTITUTO DE PESCA, 2002).

No Brasil, o consumo de alimentos exóticos também tem estimulado

diversas pesquisas e contribuído na elaboração de novos produtos como a

utilização de carne de jacaré na confecção de hambúrguer e apresuntado

(ROMANELLI; CASERI; FILHO, 2002) ou ainda estudos sobre os parâmetros de

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 27: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

26

qualidade de tartarugas (LUZ et al, 2003) e javalis (MARCHIORI; FELICIO, 2003).

3.5. Programa Nacional de Alimentação Escolar (merenda escolar)

Visando intervir no estado nutricional da população infantil existe no Brasil

um diversificado número de programas de alimentação e nutrição que envolvem

subsídios de alimentos, distribuição direta de cestas básicas e distribuição de

alimentos processados (SILVA, 1995).

Dentre os programas de suplementação alimentar destaca-se o Programa

Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) (merenda escolar) (SILVA, 1995). O

PNAE tem como objetivo suprir parcialmente as necessidades nutricionais dos

alunos, com vistas à contribuir para a redução dos índices de evasão e para a

formação de bons hábitos alimentares. Os beneficiários do PNAE são alunos pré-

escolares e/ou do ensino fundamental, matriculados em escolas públicas dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, ou em estabelecimentos mantidos

pela União, que constam no censo escolar realizado pelo Ministério da Educação

no ano anterior ao do atendimento (BRASIL, 2003).

Esta iniciativa tem por objetivo complementar a alimentação dos alunos,

fornecendo parte das necessidades diárias de nutrientes básicos a fim de

promover o crescimento e o desenvolvimento normais (ROCCO; GONGÔRRA,

1987), que conforme a resolução nº1 de 16/01/03 do Ministério da Educação

(BRASIL, 2003) a merenda escolar deve suprir no mínimo, por refeição, 15% das

necessidades nutricionais diárias.

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 28: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

27

Existem dois tipos de alimentos oferecidos na merenda escolar: os “in

natura” e os industrializados, também ditos formulados. Dentre estes estão as

sopas desidratadas (ROCCO; GONGÔRRA, 1987). Segundo Silva (1995), na

totalidade das escolas analisadas em seu estudo, a segunda refeição do dia é

servida, comumente, sob a forma de sopa. São utilizadas, com freqüência, no

preparo as hortaliças; tais como chuchu, abobrinha, chicória, acrescidas,

alternadamente, de arroz, macarrão, fubá, feijão, caldo de carne e batata.

A merenda escolar representa um atrativo para a freqüência do aluno à

escola, consistindo numa atividade integrada ao ensino. A maioria das crianças

que freqüentam escolas públicas e vinculadas aos programas da merenda escolar

são de nível carente e baixo. Observa-se em muitos casos, um consumo per

capita maior, independentemente se o produto é “in natura” ou formulado, visto

que estes têm na merenda, muitas vezes, a única refeição do dia (ROCCO;

GONGÔRRA, 1987). Segundo pesquisa feita pela Fundação de Assistência ao

Estudante (FAE), do Ministério da Educação, a maior parte das famílias

consultadas, de renda inferior a 2,5 salários mínimos colocam os filhos na escola

para que possam usufruir das merendas (FAE, 1989).

Os altos níveis de proteína e aminoácidos essenciais no gigante africano

(Achatina fulica) (CRUSWELL; KOMPIANG, 1981) além do seu alto conteúdo em

micronutrientes (LEE, 1994), possibilitam a sua inserção no referido programa por

apresentar-se como fonte protéica de baixo custo.

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 29: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

28

3.6 Alimentos desidratados

Os processos de preservação têm como principal objetivo o aumento da

vida útil dos alimentos, de modo a permitir o transporte e distribuição conveniente

(LABUZA, 1972). A remoção da água tem sido usada por vários séculos como

uma forma de preservar os alimentos (AGUILERA; CHIRALT; FITO, 2003).

A desidratação é um processo combinado de transferência de calor e

massa, no qual se reduz a disponibilidade ou atividade de água de um alimento

para crescimento microbiano, atividade enzimática e deteriorações de origem

físico-química (LABUZA, 1972). A desidratação também se apresenta como uma

das possibilidades de aproveitamento do excedente das safras, já que irá facilitar

o manuseio, o transporte e a comercialização (AGUIRRE et al, 1982).

Segundo Cabral e Alvim (1981), os métodos de desidratação podem ser

divididos em quatro tipos:

• Por contato com ar quente;

• Por liofilização;

• Por adição de agentes osmóticos;

• Por contato com superfície quente.

A desidratação por contato com ar quente baseia-se na exposição do alimento

a uma corrente de ar quente, sendo que a transferência de calor se dá

basicamente por convecção, mas calor adicional pode ser fornecido por condução

ou radiação. Inclui-se nesses processos, a secagem ao sol, em bandejas, em leito

fluidizado e em túneis (CABRAL e ALVIM, 1981).

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 30: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

29

A Liofilização de alimentos é uma operação na qual a água é removida por

sublimação, a uma temperatura de 50 a 65oC e pressão abaixo daquela relativa ao

ponto triplo da água (0oC e 4,58 torr). O método consiste no congelamento do

produto e posterior aumento da temperatura sob vácuo, quando ocorre

sublimação. A estrutura dos alimentos submetidos a esse processo sofre uma

alteração bem menor do que a relativa aos processos convencionais de

desidratação porque os produtos são mantidos no estado sólido enquanto são

desidratados (CABRAL e ALVIM, 1981).

O princípio do processo de desidratação osmótica é a imersão dos alimentos

em líquidos com atividade de água inferior àquela do produto que está sendo

desidratado. Um exemplo clássico é a desidratação osmótica de frutas. Se, na

imersão, a difusividade dos açúcares for menor que a da água, é possível se ter

um processo que resulte em substancial remoção de água com apenas ligeiro

aumento da concentração de açúcar do alimento. Por outro lado, se o processo é

lento, com as difusividades aproximadamente iguais para açúcar e água, ter-se-á

um produto final mais mole (CABRAL e ALVIM, 1981).

Na secagem por contato com superfície quente é utilizado um secador de

tambor. Esse equipamento consiste basicamente de um ou mais tambores,

construídos de ferro especial ou mesmo aço inoxidável, aquecidos internamente

por injeção de vapor (KAREL, 1975). A transferência de calor se dá por indução. O

Drum Dryer é um secador de tambor que tem sido muito utilizado na indústria de

alimentos na obtenção de produtos desidratados (DAUD; ARMSTRONG, 1988).

As soluções ou suspensões processadas são colocadas no cilindro que é

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 31: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

30

aquecido pelo vapor, então o raspador arranha o produto de secagem no cilindro e

o processo é completado (GMF, 1993). Essa técnica, embora de concepção

menos recente, recebeu, ao longo dos anos, importantes aprimoramentos técnicos

que ampliaram sua utilização na secagem de matérias-primas termossensíveis

(DALL’AGLIO; CARPI; VERSITANO, 1990). Geralmente, o produto a ser

desidratado possui alta viscosidade, fato que impede a sua secagem por

processos que acarretam menor deterioração de qualidade. Uma camada do

alimento é aplicada na superfície dos tambores e desidratada ao longo da

trajetória deste, sendo ao final dele retirada por meio de lâminas especiais. As

temperaturas usuais do tambor situam-se entre 120 e 150ºC e o tempo de

residência varia de 20 segundos a 3 minutos (CABRAL ; ALVIM, 1981).

A desvantagem da desidratação utilizando secador de tambor rotativo é o

potencial para danos ao produto causado pelo calor, apesar do pequeno tempo de

residência. A utilização de pressões reduzidas na secagem auxilia muito a

preservação da qualidade do alimento, mas os danos ainda são grandes

(CABRAL; ALVIM, 1981).

As vantagens de se utilizar o processo de secagem são várias, dentre as

quais tem-se: a facilidade na conservação do produto; estabilidade dos

componentes aromáticos à temperatura ambiente por longos períodos de tempo;

proteção contra degradação enzimática e oxidativa; redução do seu peso;

economia de energia por não necessitar de refrigeração (PARK; YADO; BROD,

2001), baixo custo, possibilidade de operação contínua (CABRAL; ALVIM, 1981),

devido à longa vida de prateleira do produto obtido, permite seu fácil transporte e

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 32: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

31

abastecimento (ARBEJ; LUNA, 1986).

As limitações da vida útil de produtos alimentícios são estabelecidas

principalmente pelo crescimento microbiano, atividade enzimática, reações de

escurecimento não enzimático, oxidação de lipídios e perda de nutrientes. Outros

fatores exercem função destrutiva da qualidade dos alimentos, destacando-se

como exemplo, a interação proteínas-radicais livres derivados da oxidação de

lipídios e que em muito contribui para a perda do valor nutritivo dos alimentos

(LABUZA, 1972).

O conteúdo de água de um alimento desidratado deve ser suficientemente

baixo para prevenir o crescimento de bolores, leveduras e bactérias. O conteúdo

de umidade para o qual os alimentos são desidratados visa obter um produto que

não somente é isento da possibilidade de deterioração microbiana, mas também

susceptível ao mínimo de mudanças químicas (DELAZARI et al, 1978).

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 33: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

32

Material e Métodos

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 34: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

33

4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1. Material

4.1.1. Matéria-prima para a obtenção das dietas e da sopa desidratada

Foi utilizada a massa visceral de animais da espécie Achatina fulica,

provenientes da COPHENE – Cooperativa de Helicicultores do Nordeste,

cultivados de acordo com as normas para implantação e funcionamento de

criadouros de animais da fauna silvestre exótica com fins econômicos e industriais

do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

(IBAMA, 1998).

4.1.2. Material para o Ensaio biológico

4.1.2.1. Animais

Foram utilizados 24 ratos machos (Rattus norvegicus, var. albinus, rodentia,

mamalia), recém desmamados (21 dias de idade), da linhagem Wistar,

provenientes da Colônia do Biotério de criação do Departamento de Nutrição da

UFPE, com peso médio de 44,5 g ± 10,0 g.

4.1.2.2. Dietas

Foram utilizadas duas dietas isocalóricas confeccionadas no Laboratóio de

Nutrição Experimental, com teor protéico de 10% adicionadas de fibra, óleo,

mistura vitamínica, mistura de minerais, bitartarato de colina e L-cistina de acordo

com as recomendações da AIN-93 (REEVES; NIELSEN; FAHEY, 1993).

A dieta experimental foi elaborada com a massa visceral do escargot e a

dieta padrão foi confeccionada a base de caseína. A massa visceral e a caseína

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 35: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

34

tiveram a sua composição centesimal previamente determinadas em triplicata no

Laboratório de Experimentação e Análises de Alimentos (LEAAL) do Deptº de

Nutrição. A composição das dietas encontra-se na tabela 1.

Tabela 1. Composição das dietas a base de caseína e escargot

Composição (g/100g)

Constituintes Quant (g)

Proteína Glicídio Lipídio Vitamina Mineral Fibra Kcal

Caseína

Caseína 12,07 10,00 - - - - - 40,00

Óleo vegetal 7,00 - - 7,00 - - - 63,00

Celulose 5,00 - - - - - 5,00 -

Mistura salínica 3,50 - - - - 3,50 - -

Mistura Vitamínica 1,00 - - - 1,00 - - --

L-Cistina 3,00 - - - - - - -

Bitartarato de colina 2,5 - - - - - - -

Amido 70,88 - 70,88 - - - - 283,52

Total 100,00 10,00 70,88 7,00 1,00 3,50 5,00 386,52

Escargot

Escargot 11,47 10,00 0,08 0,43 - 0,50 - 44,19

Óleo vegetal 6,50 - - 6,50 - - - 58,5

Celulose 5,00 - - - - - 5,00 -

Mistura salínica 3,00 - - - - 3,00 - -

Mistura Vitamínica 1,00 - - - 1,00 - - -

L-Cistina 0,30 - - - - - - -

Bitartarato de colina 0,25 - - - - - - -

Amido 72,48 0,33 61,72 0,44 - 0,02 - 252,16

Total 100,00 10,33 61,80 7,37 1,00 3,52 5,00 354,85

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 36: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

35

4.2. Métodos

4.2.1 Preparo da massa visceral de escargot

Para a determinação da composição centesimal e obtenção da dieta a

massa visceral foi submetida à desidratação em secador dotado de sistema de

ventilação e uma bandeja perfurada desenvolvido para este fim a uma

temperatura de 60ºC durante 2h. Posteriormente este material foi triturado em

multiprocessador Arno de uso doméstico.

Para a obtenção da sopa a massa visceral “in natura” foi submetido a uma

lavagem seguida de descanso em solução de ácido acético 4% (1:5) em água e

prensagem com o auxílio de uma pá de aço inoxidável em recipiente de igual

material dotado de furos para o escoamento da solução.

4.2.2. Determinações físico-químicas da massa visceral

4.2.2.1. Umidade

O teor de umidade foi avaliado através do método gravimétrico, baseado na

perda de peso das amostras submetidas a aquecimento em estufa a 105ºC até

peso constante (AOAC. 2002, Reg. 935.29).

4.2.2.2. Lipídios

A fração lipídica foi obtida através do método de extração de fluxo

intermitente, utilizando-se éter etílico como solvente sob refluxo, em aparelho de

Soxhlet (AOAC. 2002, Reg. 963.15).

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 37: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

36

4.2.2.3. Proteínas

A determinação de proteínas foi realizada utilizando o método de Kjeldahl,

baseado na digestão ácida da matéria orgânica, seguida de destilação, sendo o

nitrogênio posteriormente dosado por titulação. O valor do nitrogênio foi

multiplicado pelo fator 6,25 (AOAC. 2002, Reg. 991,20).

4.2.2.4. Resíduo Mineral Fixo (cinzas)

Na determinação do resíduo mineral fixo foi utilizado o método gravimétrico,

baseado na determinação da perda de peso das amostras submetidas a

incineração a 550ºC (AOAC. 2002, Reg. 930.22).

4.2.2.5. Carboidratos totais

O teor de carboidratos totais foi determinado pelo cálculo da diferença entre

100 gramas da amostra e a soma total de valores encontrados para umidade,

proteínas, lipídios e resíduo mineral fixo (ASCAR, 1985).

4.2.2.6. Valor calórico total

O valor calórico total foi calculado empregando-se os fatores de conversão:

quatro calorias por grama de proteína, nove calorias por grama de lipídeos e

quatro calorias por grama de carboidratos.

4.2.2.7. Determinação de ferro

A concentração de ferro na amostra foi determinada por espectrofotometria

segundo metodologia descrita na AOAC (2002, Reg. 994.02). O espectro de

absorção UV-visível (510nm) foi obtido utilizando espectrofotômetro, marca

Beckman – model – DU – 62 Spectrophotometer.

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 38: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

37

4.2.3. Ensaio Biológico

Os animais foram divididos em dois grupos com doze animais cada,

mantidos em gaiolas metabólicas individuais, ciclo de luz-obscuridade de 12 em

12 horas. O experimento abrangeu 4 períodos de 7 dias perfazendo um total de 28

dias. Durante o período experimental os animais receberam água e alimentos em

quantidade suficiente para garantir o consumo ad libitum. Um grupo de 12 animais

recebia a dieta a base de caseína e o outro grupo recebia a dieta a base do

escargot.

Existem vários métodos biológicos que são utilizados na avaliação do valor

nutritivo de uma proteína entre eles, por exemplo, o coeficiente de eficácia

alimentar (CEA) e o coeficiente de eficácia protéica (CEP). Estes métodos

permitem comparar o resultado obtido entre diversas fontes de proteína. Nestes

ensaios é indispensável que a proteína seja a única variável e que esteja a um

teor de 10% na dieta (ELIAS; BRESSANI; BUSTO, 1974).

Semanalmente, realizou-se o controle de peso corporal e consumo da

ração dos animais para a determinação do Coeficiente de Eficácia Alimentar

(CEA) e do Coeficiente de Eficácia Protéica (CEP) segundo Angelis (1995).

Para a determinação do CEA faz-se a seguinte relação:

CEA = Ganho de peso (g)

Consumo de ração (g)

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 39: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

38

Para a determinação do CEP faz-se a seguinte relação:

CEP = Ganho de peso (g)

Proteína ingerida (g)

4.2.4. Obtenção da sopa desidratada

No preparo de 10L de sopa foram utilizados os seguintes ingredientes:

escargot, tomate, cebola, pimentão, cenoura, batata, alho, salsa, sal, pimenta do

reino, curry e gordura vegetal hidrogenada e amido de milho.

As quantidades utilizadas constam na tabela 2.

Tabela 2. Formulação da sopa desidratada de escargot

Ingredientes Quantidade para 10L

Escargot 2,5 Kg

Tomate 1,2 Kg

Cebola 700 g

Pimentão 500 g

Cenoura 800 g

Batata 800 g

Alho 60 g

Salsa 100 g

Sal 150 g

Pimenta do reino 2 g

Curry 7 g

Gordura vegetal hidrogenada 200 g

Amido de milho 400 g

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 40: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

39

A sopa obtida foi desidratada através de processo de secagem conforme o

fluxograma da Figura 1.

Figura 1. Fluxograma de produção de sopa desidratada de escargot

Pré-preparo

mistura

cozimento

homogeneização

secagem

embalagem

mistura

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 41: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

40

Descrição das operações:

Pré-preparo

As hortaliças foram descascadas e cortadas com o auxílio de facas de aço

inoxidável.

Mistura

Os ingredientes foram misturados com o auxílio de uma pá de aço inoxidável em

recipiente do mesmo material.

Cozimento

A mistura foi cozida em panela de alumínio por aproximadamente 40 minutos à

temperatura de 100ºC para a obtenção da sopa.

Homogeneização

A sopa foi homogeneizada em misturador marca Homorex em recipiente de aço

inoxidável para a obtenção da sopa creme.

Secagem

A sopa foi desidratada em secador de tambor marca Duprat MS sob pressão de 6

atm, velocidade de 1rpm e superfície de 0,75m2 à temperatura de 120ºC, para

produção da sopa desidratada.

Mistura

O amido foi adicionado ao pó obtido da secagem da sopa em recipiente de aço

inoxidável e com o auxílio de uma pá para evitar a sua hidrólise.

Embalagem

O produto desidratado foi embalado em seladora Engefrio em sacos de polietileno.

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 42: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

41

4.2.5. Controle de qualidade do produto acabado

O produto final foi avaliado quanto às suas características:

4.2.5.1. Microbiológicas

4.2.5.1.1 Contagem padrão de coliformes a 45ºC

A avaliação de coliformes a 45ºC foi realizada com placas petrifilm (AOAC.

2002, Reg 986.33).

Foram preparadas diluições sucessivas (10-1 e 10-2), utilizando-se tubos

com 9mL de solução salina estéril (NaCl a 0,85%);

Distribuição da amostra em placas:

A partir das diluições foram distribuídas porções de 1mL para as placas

petrifilm CC em duplicata para contagem de coliformes;

As placas foram incubadas a 45ºC por 24 – 48 horas;

Quando se efetuou a leitura foram consideradas positivas as colônias

vermelhas com bolha de gás como coliformes a 45ºC. Multiplicando-se o número

de colônias pela diluição correspondente para cada placa. Os resultados foram

apresentados em UFC/g da amostra.

4.2.5.1.2. Presença/Ausência/25g de Salmonella spp.

Para detecção de Salmonella spp, foi utilizado o método imunoenzimático

(Enzyme Linked Imunofluorescent Assay) através da utilização do Kit Mini – Vidas

(AOAC, 2002, Reg. 996.08).

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 43: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

42

Procedimento:

Pré-enriquecimento

Pesou-se 25g da sopa desidratada em 225mL de água peptonada (diluição

1/10).

Enriquecimento seletivo

Transferiu-se 1mL do caldo de pré-enriquecimento e adicionou-se em 10mL

de caldo tetrationato;

Transferiu-se 1mL do meio de pré-enriquecimento e adicionou-se em 10mL

de caldo selenito-cistina;

Incubaram-se os caldos tetrationato e selenito-cistina, por 6 horas em

banho-maria a 42ºC.

Desenvolvimento enzimático

Retirou-se 1mL do caldo tetrationato e adicionou-se em 10mL de caldo M;

Retirou-se 1mL do caldo selenito-cistina incubado e adicionou-se em 10mL

de caldo M (em tubos diferentes);

Incubaram-se os dois caldos M por 18 horas em banho-maria a42ºC.

Inativação enzimática

Transferiu-se 1mL de cada caldo M acima citado e adicionou-se juntamente

num único tubo estéril;

Aqueceu-se em banho-maria à temperatura de ebulição por 15 minutos;

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 44: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

43

Resfriou-se até temperatura ambiente;

Transferiu-se 500µL do tubo resfriado para o poço do barrete do Kit SLM

VIDAS;

Inseriu-se no visor os códigos das amostras e a identificação do analisador;

Aguardou-se por 45 minutos e leram-se os resultados impressos.

4.2.5.1.3 Contagem de Bacillus cereus

A contagem de Bacillus cereus foi realizada com placas petrifilm (AOAC.

2002, Reg 980.31).

Foram pesados 25g da amostra que foi diluída em 225mL de água

peptonada estéril. Foram preparadas diluições sucessivas (10-1 e 10-2), utilizando-

se tubos com 9mL de solução salina estéril (NaCl a 0,85%);

Distribuição da amostra em placas:

A partir das diluições foram distribuídas porções de 1mL para a duplicata de

placas petrifilm CC para contagem de Bacillus cereus;

As placas foram incubadas a 25ºC por 48 horas. Os resultados foram

apresentados em UFC/g da amostra.

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 45: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

44

4.2.5.2. Físico-químicas

4.2.5.2.1. Composição centesimal da sopa desidratada

A composição centesimal da sopa desidratada foi determinada conforme as

metodologias citadas anteriormente nos itens 4.2.2.1, 4.2.2.2, 4.2.2.3, 4.2.2.4,

4.2.2.5 e 4.2.2.6.

4.2.5.3. Análise sensorial

O perfil sensorial da sopa foi desenvolvido pelo método de Análise

Descritiva Quantitativa (ADQ) segundo metodologia descrita por Stone e Sidel

(1974).

4.2.5.3.1. Preparo das amostras

A sopa desidratada foi reconstituída dissolvendo-se 26,6g de sopa em

250mL de água. Em seguida foi submetida ao cozimento por 5 minutos.

Para a análise sensorial foi colocado 30mL da sopa reconstituída a 40ºC

em recipientes plásticos transparentes.

4.2.5.3.2. Seleção dos provadores

Inicialmente, indivíduos recrutados junto aos alunos e funcionários da

Departamento de Nutrição da UFPE, que demonstraram possuir disponibilidade e

interesse em participar dos testes sensoriais, foram submetidos a um teste de

sensibilidade aos quatro gostos básicos (ácido, amargo, salgado e doce),

conforme metodologia citada por (TEIXEIRA; MEINERT; BARBETTA, 1987). As

concentrações utilizadas neste teste foram 0,2, 0,225 e 0,25g/L para o ácido

cítrico, 0,04, 0,043 e 0,06g/L para o tanino, 1,2, 1,35 e 1,5g/L para o cloreto de

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 46: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

45

sódio e 6,4, 7,2 e 8,0g/L para a sacarose. Os indivíduos que demonstraram

habilidade para reconhecer os quatro gostos básicos, nas soluções apresentadas,

foram selecionados para participarem da etapa de desenvolvimento de

terminologia descritiva das amostras de sopa. Foram eliminados os provadores

que não conseguiram identificar algum dos quatro gostos básicos ou aqueles que

não obtiveram mais que 50% de acertos.

4.2.5.3.3. Levantamento dos Atributos

Os provadores realizaram o levantamento dos termos descritivos, através

do método de rede de Kelly ("Kelly's repertory grid method"), descrito em Damasio

e Costell (1991), onde os provadores receberam duas amostras de sopa (uma

amostra da sopa creme de escargot e outra amostra de sopa creme de galinha) e

deveriam listar na ficha apropriada as similaridades e as diferenças entre as

amostras apresentadas, em relação à aparência, aroma e sabor.

Depois do levantamento dos termos, a equipe se reuniu várias vezes e

através de um debate aberto, foram escolhidos os termos mais apropriados e

importantes que realmente descrevessem os atributos da amostra o que resultou

na elaboração do glossário.

Com os atributos escolhidos, foram montadas as fichas de avaliação, com

escalas não estruturadas de 10 centímetros, ancoradas nos pontos extremos, à

esquerda pelo termo "fraco", "pouco" ou “muito ruim” e à direita "forte", “muito” ou

“excelente” para cada atributo.

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 47: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

46

4.2.6. Análise estatística

Aos resultados das análises aplicaram-se os testes estatísticos de Análise

de Variância (ANOVA) e de Tukey, admitindo-se o nível de significância de 0,05 E

0,01 utilizando o programa STATISTIC for Windows – versão 5.0 (STATSOFT,

Inc., 1996).

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 48: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

47

Resultados e Discussão

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 49: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

48

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1. Composição centesimal da massa visceral

A massa visceral do escargot Achatina fulica possui composição centesimal

semelhante a da carne de outros caracóis comestíveis. Os dados da composição

centesimal são mostrados na tabela 3.

Tabela 3. Composição centesimal da massa visceral

COMPONENTES TEORES

Umidade 79,44% ± 0,13

Proteína 18,70% ± 0,10

Lipídios 0,81% ± 0,34

Carboidratos 0,09% ± 0,07

Cinzas 0,94% ± 0,04

Ferro 6,31mg% ± 1,19

Dados semelhantes foram encontrados por Adeyeye (1996) para as

espécies Achachatina marginata, Achatina sp, e Limicolaria sp com exceção do

teor de lipídios que foi maior para as espécies Achatina sp e Limicolaria sp,

(4,24% e 4,30% respectivamente).

O teor protéico (18,70%) também confirma os achados de Medeiros (2000)

em relação à proteína da massa visceral. O mesmo não ocorreu com o teor de

lipídios cujo valor encontrado por este autor (6,1%) foi superior.

O teor de ferro (6,31mg%) foi superior ao encontrado por Adeyeye (1996)

para as espécies Achatina sp e Limicolaria sp cujos valores foram 4,95mg% e

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 50: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

49

4,66mg% respectivamente e muito inferior aos valores relatados por Saldanha,

Gaspar e Santana (2001) que encontraram um teor de ferro de 84,30mg%.

As diferenças encontradas devem-se provavelmente às diferenças entre as

espécies e ao tipo de alimentação a qual os escargots foram submetidos.

5.2. Ensaio Biológico

Para a avaliação da qualidade protéica foram analisados a ingestão

alimentar, o peso dos animais, o coeficiente de eficácia alimentar e o coeficiente

de eficácia protéica. Como pode ser observado na figura 2 houve um aumento

crescente na ingestão alimentar durante o experimento em ambas as dietas.

7 14 21 28

Escargot

Caseina0

20

40

60

80

100

120

140

Inge

stão

Alim

enta

r (g)

Dias

Escargot

Caseina

Figura 2. Ingestão alimentar de caseína e escargot durante 28 dias.

O grupo do escargot apresentou uma ingestão alimentar (tabela 4) inferior

com diferença estatisticamente significativa (p<0,01) para o grupo de caseína.

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 51: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

50

Tabela 4. Ingestão alimentar, Ganho de peso, Coeficiente de Eficácia Alimentar

(CEA) e Coeficiente de Eficácia Protéica (CEP) dos ratos submetidos às dietas

escargot e caseína durante 28 dias.

Dietas Ingestão alimentar (g)

Ganho de peso (g)

CEA CEP

Ecargot

338,43 ± 57,88a

75,46 ± 24,28b

0,24 ± 0,037a

2,18 ± 0,36b

Caseína

417,83 ± 26,53b 159,46 ± 13,30a 0,37 ± 0,036b 3,82 ± 0,36a

Letras diferentes na vertical indicam diferença estatisticamente significante pelo Teste de Tukey a 1%.

Provavelmente, um dos fatores associados a esta diferença é a

palatabilidade dos componentes da dieta, a qual foi comentada por Pellet e Young

(1980) que afirmaram ser um fator de grande influência em relação à quantidade

ingerida pelos animais de laboratório.

Outro fator que pode estar associado é a composição aminoacídica

estudada por Angelis (1995) que afirmou que a deficiência de triptofano ou de

tirosina pode ter influência muito acentuada na capacidade dos animais

selecionarem os alimentos (apetite específico), sendo estes efeitos mediados

tanto pela serotonina (da qual o triptofano é precursor) como pela catecolamina

(da qual a tirosina é precursora).

Estudo realizado por Mead e Kemmerer (1953) concluiram que o Achatina

fulica era deficiente em triptofano e metionina. Estes achados evidenciam esta

diferença estatisticamente significativa (p<0,01) da ingestão alimentar total (tabela

4) menor para o grupo de escargot em relação ao grupo de caseína.

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 52: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

51

Outro parâmetro analisado foi o peso dos animais que era verificado

semanalmente. A análise da curva ponderal dos ratos (figura 3) mostra que todos

os animais ganharam peso.

0

50

100

150

200

250

0 7 14 21 28

Dias

gCaseinaEscargot

Figura 3. Curva ponderal de ratos submetidos às dietas caseína e escargot

durante 28 dias.

Os animais alimentados com a dieta de caseína foram os que apresentaram

o maior peso ao final do experimento (205,92 g) superando em 63% os do grupo

experimental de escargot (126,16g).

Quanto ao ganho de peso dos animais estudados (tabela 4) calculado em

relação ao peso inicial observa-se aos 28 dias um ganho superior (159,46g) dos

animais alimentados com caseína em relação aos que receberam escargot

(75,46g) havendo uma diferença significativa ao nível de 1%.

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 53: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

52

Segundo Angelis (1995), uma dieta adequada é aquela que leva em

consideração entre outros fatores, a quantidade e a qualidade da proteína a ser

oferecida. O nível protéico de 10% em ratos em crescimento permite que a

proteína seja melhor utilizada para a síntese no organismo.

A análise estatística dos dados do CEP (tabela 4) evidencia uma diferença

significativa (p<0,01) maior para as médias da dieta de caseína em relação à do

escargot. Imevbore (1990) analisando a carne de várias espécies de caracóis

comestíveis da Nigéria encontrou valores superiores para Achatina achatina,

Archachatina marginata e Tympanotonus fuscatus, 4,02, 3,68 e 2,91 que

representam diferenças de 84,40%, 68,80% e 74,91% respectivamente em

relação ao CEP do Achatina fulica obtido neste estudo. Já para as espécies

Vicapara quadrata e Pachymelania aurita o mesmo autor encontrou valores

inferiores, 2,01 e 1,86 que representam diferenças de 7,79% e 14,67%

respectivamente. Arbej e Luna (1985) em seus trabalhos com hidrolisado de Arca

zebra, um molusco marinho comestível, obtiveram o CEP superior (2,27) ao

encontrado neste trabalho em apenas 4,1%. Já Miletic et al (1991) encontraram

um valor de CEP 6,4% inferior para o caracol terrestre Helix pomatia (2,04).

Pelo exposto, em relação ao valor biológico, pode-se concluir que a massa

visceral estudada apresentou-se inferior ao controle, porém semelhante a várias

espécies de moluscos.

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 54: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

53

5.3 Composição centesimal da sopa desidratada

Os resultados da composição centesimal estão demonstrados na tabela 5.

Tabela 5. Composição centesimal da sopa desidratada

Constituintes Teor

Umidade 8,87 g%

Cinzas 9,66 g%

Lipídios 10,09 g%

Proteínas 26,56 g%

Carboidratos 44,82 g%

VCT 376,33 Kcal

Na reconstituição da sopa são utilizados 26,6 g de pó em 250mL de água

para uma porção de 200mL de sopa. Para esta sopa reconstituída o VCT é de

100,10 Kcal e o teor de proteína de 7,06g.

Conforme a resolução nº1 de 16/01/03 do Ministério da Educação (BRASIL,

2003) que estipula que a merenda escolar deve suprir no mínimo, por refeição,

15% das necessidades nutricionais diárias, a sopa desidratada de escargot

atendeu a esta recomendação para a Ingestão Diária Recomendada (IDR) de

proteínas para crianças de 7 a 10 anos (Brasil, 1998). O valor da IDR é 28g e a

sopa reconstituída apresentou um valor de 7,06g (25,21% da IDR).

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 55: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

54

5.4 Análise microbiológica

Os resultados das análises microbiológicas estão representados na tabela 6

e comprovam a qualidade da matéria-prima utilizada e o cumprimento das boas

práticas de fabricação durante o processamento da sopa. Todos os resultados

estão de acordo com a legislação em vigor RDC nº12 de 2 de janeiro de 2001 da

Agência Nacional de Vigilância Sanitária, do Ministério da Saúde (Brasil, 2001)

para misturas ou pós para o preparo de sopas.

Tabela 6. Análise microbiológica da sopa desidratada

Análises microbiológicas UFC/g

Coliformes a 45ºC < 10

Bacillus Cereus < 10

Salmonella spp Ausência

5.5 Análise sensorial

Após ter sido obtida uma ampla lista de descritores através do método de

rede (DAMASIO; COSTELL, 1991) chegou-se por consenso entre todos os

provadores a uma lista menor com dezessete atributos que caracterizam

sensorialmente a sopa de escargot. Os atributos foram: homogeneidade, cor

marrom, brilho, viscosidade, aparência geral, arenosidade, aroma de crustáceo,

aroma de condimento, aroma de pimenta, sabor salgado, sabor amargo, sabor de

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 56: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

55

crustáceo, sabor de pimenta, sabor de fígado, sabor residual, sabor estranho e

qualidade global.

Com eles foram montadas as fichas de avaliação para traçar o perfil

sensorial.

O perfil sensorial da sopa está graficamente representado na figura 4 que é

tradicionalmente utilizada para apresentar resultados de Análise Descritiva

Quantitativa. Cada descritor sensorial avaliado foi representado por um eixo que

se inicia no centro da figura.

0

2

4

6

8homogeneidade

corbrilho

viscosidade

aparência geral

arenosidade

aroma crustáceo

aroma condimentoaroma pimenta

sabor salgadosabor amargo

sabor crustáceo

sabor pimenta

sabor fígado

sabor condimento

sabor residual

sabor estranhoqualidade global

Figura 4. Perfil sensorial da análise descritiva quantitativa da sopa de escargot

A intensidade média de cada descritor foi marcada no seu respectivo eixo,

tomando-se o centro da figura como o ponto de menor intensidade da escala

utilizada na ficha de avaliação. A união dos pontos referentes à intensidade média

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 57: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

56

obtida para cada descritor gerou uma figura representativa do perfil sensorial da

amostra.

As características organolépticas que são inerentes de cada produto

desempenham um relevante papel na sua aceitabilidade. Como pode ser

observado na figura 4 a reduzida pontuação atribuída aos descritores

arenosidade, sabor amargo, sabor de fígado, sabor de pimenta e sabor estranho e

a alta pontuação atribuída aos descritores homogeneidade e aparência geral

contribuíram para a qualidade global alcançada.

Do ponto de vista sensorial a sopa teve uma boa aceitação uma vez que a

qualidade global alcançou uma média de 6,51.

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 58: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

57

Conclusões

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 59: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

58

6. CONCLUSÕES

Os resultados obtidos nas condições em que foi realizada a pesquisa

permitem concluir que;

ü A massa visceral do escargot Achatina fulica possui composição

centesimal semelhante a da carne de outros caracóis comestíveis.

ü O valor biológico da massa visceral do escargot Achatina fulica é

semelhante ao de várias espécies de moluscos.

ü A sopa desidratada produzida nesse experimento quando reconstituída

atende a IDR de proteínas para crianças em idade escolar podendo ser uma

alternativa de baixo custo para o programa da merenda escolar e fome zero.

7. RECOMENDAÇÕES

ü A massa visceral considerada como resíduo pelos produtores de

escargot pode ser utilizada como matéria prima para elaboração de produtos

industrializados de baixo custo para consumo humano.

ü A utilização desse resíduo de produção se apresenta como uma

alternativa de aumento de renda para os produtores de escargot, além de reduzir

os custos de eliminação dessa matéria orgânica diminuindo a poluição ambiental.

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 60: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

59

Referências Bibliográficas

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 61: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

60

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ADEYEYE, E. I. Waste yield, proximate and mineral composition of three different types of land snails found in Nigeria. International Journal of Food Sciences and Sciences and Nutrition, v. 47, p. 111-116, 1996. AGUILERA, J. M.; CHIRALT, A; FITO, P. Food dehydration and product structure. Trends in Food Science & Technology, v. 14, p.432-437, 2003. AGUIRRE, J. M. et al. Características de secagem das cultivares de cebola mais comercializadas no Brasil. Boletim do ITAL, v. 19, n. 2, 1982. AOAC. Official Method of Analysis of AOAC International. 17th edition, 2002. ANGELIS, R. C. Valor Nutricional das Proteínas Métodos de Avaliação. Cadernos de Nutrição, v. 10, p.08-29, 1995. ARBEJ, J.; LUNA, G. E. Caracteristicas nutricionales de un hidrolizado de pepitona (Arca zebra). Archivos Latinoamericanos de Nutrition, v.34, n. 1, p. 577-585, 1986. ASCAR, J.M. Aspectos bromatológicos e legais. São Leopoldo - Rio Grande do Sul: Usininos, 1985. 90p. BRACCHI, P. G. Differentiation between Helix and Achatina snail meat by gel electrophoresis. Journal of food science, v. 53, n. 2, 1988. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Resolução - RDC nº 12, de 2 de janeiro de 2001. Regulamento Técnico sobre Padrões Microbiológicos para Alimentos. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/legis/resol/12_01rdc.htm>. Acesso em: 25 mar. 2003. BRASIL. Ministério da Educação. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Resolução nº 01 de 16 de Janeiro de 2003. Estabelece critérios para o repasse de recursos financeiros, à conta do PNAE, previstos na medida provisória nº 2178-36, de 24 de agosto de 2001. Disponível em: <http://www.fnde.gov.br/programas/pnae/legislacao/res01_16012003.pdf>. Acesso em: 25 mar. 2003.

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 62: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

61

CABRAL, A. C. D.; ALVIM, D. D. Alimentos desidratados – Conceitos básicos para sua embalagem e conservação. Boletim do ITAL, v. 18, n. 1, p. 1-65, 1981. CIRELLI, K. R. N.; OETTERER, M.; PORTELA, F. F. Caracterização nutricional, sanitária e sensorial do aruá (Pomacea lineata (Spix, 1827)). Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 13, n. 2, p. 151-163, 1993. CRUSWELL, D. C.; KOMPIANG, I. P. Studies on snail meal as a protein source for chichens. 1. Chemical composition, metabolizable energy and feeding value. Poultry science, v. 60, n. 8, p. 1854-1860, 1981. DALL’AGLIO, G., CARPI, G., VERSITANO, A. Improvement of drum-drying of fruit purees using a preliminary ultrafltration step. Industrie Conserve, v. 65, p.332, 1990. In: TRAVAGLINI, D. A. Et al. Processamento de Flocos de manga em secador do tipo monocilíndrico rotativo. Coletânea do ITAL, v. 24, n. 2, p.193-202, 1994. DAUD, W. R. B. W.; ARMSTRONG, W. D. Residence time distribuition of the drum dryer. Chemical Engineering Science, v. 43, n. 9, p.2399-2405, 1988. DAMASIO, M. H.; COSTELL, E. Análisis sensorial descriptivo: Geración de descriptores y selección de catadores. Rev. Agroquím. Tecnol. Aliment, v. 21, n. 2, p. 165-178, 1991. DELAZARI, I.; et al. Bacillus cereus em alimentos desidratados. Boletim do ITAL, v. 60, p.31-40, 1978. ELIAS, L. G.; BRESSANI, R.; BUSTO, J. A. Evaluación de la calidad de la proteína de alimentos de bajo contenido proteínico. Archivos Latinoamericanos de Nutricion, v. 24, p. 81-96, 1974. FAE. Merenda atrai aluno carente para a escola. n. 249, p. 1, 1989. FAO/OMS. Necesidades de la vitamina A, hierro, folato y vitamina B12. Informe de una Consulta Mixta FAO/OMS de Expertos. Roma, Organização de las Naciones Unidas para la Agricultura y la Alimentacion, 1991.

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 63: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

62

GMF, Gouda Drum Dryer, Technical Report, Holland, 1993. In: ILHAN, E.; FINDIK, F.; ASLANLAR, S. An investigation of the factors affecting the design of drum dryers. Materials and design, v. 24, p. 503-507, 2003. HANSSEN, J. E. Criação prática de escargots. Ed. Nobel, São Paulo, 1989. IBAMA, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Portaria IBAMA nº 102/98 de 15 de julho de 1998 – Normas para a implantação e funcionamento de criadouros de animais da fauna silvestre exótica com fins econômicos e industriais. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA. IMEVBORE, E. A. Carcass evaluation and nutritive value of some popular edible molluscs in Nigéria. Die Nahrung, v. 34, p.549-553, 1990. INSTITUTO DE PESCA. Cadeia produtiva da malacocultura terrestre, São Paulo, 2002. KAREL, M. Dehydration of foods. In: FENNEMA, O. R. Principles of Food Science. II-Physycal principles of food preservation. New York, Marcel Dekker, 1975. In: TRAVAGLINI, D. A. Et al. Processamento de Flocos de manga em secador do tipo monocilíndrico rotativo. Coletânea do ITAL, v. 24, n. 2, p.193-202, 1994. LABUZA, T. P. Nutrient losses during drying and storage of dehydrated food. CRC Critical Reviews in Food Technology, Cld, v. 33, n. 3, p.217-240, 1972. In: TRAVAGLINI, D. A. Et al. Processamento de Flocos de manga em secador do tipo monocilíndrico rotativo. Coletânea do ITAL, v. 24, n. 2, p.193-202, 1994. LEE, M. K., MOON, J. H.; RYU, H. S. Nutrient composition and protein quality of giant snail products. Journal of the Korean society of food and nutrition, v. 23, n. 3, p. 453-458, 1994. LOBÃO, V. L., NAGO, M. C.; SAMPAIO, G. R. Desenvolvimento ponderal dos escargots, Helix aspersa máxima (GROS GRIS) e Achatina fulica (gigante africano), alimentados com diferentes tipos de vegetais. Boletim do Instituto de Pesca, v. 26, n 1, p. 85-97, 2000. LOBÃO, V. L. (Coord.). Comissão interinstitucional para o ordenamento e a normatização da criação da espécie exótica Achatina fulica. São Paulo. Instituto de Pesca, 2001.

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 64: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

63

LUZ, V. L. F. et al. Rendimento e composição química de carcaça da tartaruga-da-amazônia (Podocnemis expansa) em sistema comercial. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 32, n. 1, 2003. MAHAM, L. K.; STUMP, S. E. Krause: Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 9ªEd. Editora Roço, São Paulo, 1998. MARCHIORI, A. F.; FELICIO, P. E. Quality of wild boar meat and commercial pork. Scientia Agricola, v. 60, n. 1, 2003. MEAD, A. R.; KEMMERER, A. R. Amino acid content of dehydrated giant african snails (Achatina fulica Bowdich). Science, v. 117, p. 138-139, 1953. MEDEIROS, M. F. D. et al. Desidratação de subprodutos da industrialização do escargot. XVII Congresso Brasileiro de Ciência e Tecnologia de Alimentos. Fortaleza, Ceará, 2000. MILETIC, I. et al. Composition of lipids and proteins of several species of molluscs, marine ad terrestrial, from the Adratic Sea and Serbia. Food Chemistry, v. 41, p.303-308, 1991. MONNEY, K. A. Prospects for snail farming in West Africa. Tropical science, v.38, n. 4, p. 238-247, 1990.

PACHECO, P.; MARTINS, M. F. O Escargot. Higiene Alimentar, v. 12, n. 55, p. 19-20, 1998.

PARK, K. J.; YADO, M. K. M.; BROD, F. P. R. Estudo de secagem de pera Bartlett (Pyrus sp.) em fatias. Ciênc. Tecnol. Aliment, v. 21, n. 3, p. 288-292, 2001.

PEDROSA, L. F. C.; COZZOLINO, S. M. F. Composição centesimal e de minerais de mariscos crus e cozidos da cidade de Natal/RN. Ciênc. Tecnol. Aliment, v. 21, n. 2, p. 154-157, 2001.

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 65: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

64

PELLET, P. L.; YOUNG, V. R. Nutritional evaluation of protein foods. Tokyo. The United Nations University, 1980, 136 p. In: Uso de uma multimistura alimentar contendo bioproteínas (Saccharomyces cerevisiae): efeitos sobre a gestação, a lactação e o crescimento, em ratos. Dissertação de mestrado. Curso de Nutrição, UFPE, Recife, 1999.

REEVES, P. G.; NIELSEN, F. H.; FAHEY,G. C. AIN 93 Purified diets for laboratory rodents, final report of the American Institute of Nutrition Ad Hoc writing Committee on the reformulation of the AIN 76-A rodent diet. The Journal of Nutrition, Urbana, v. 123, n. 10, p. 1939, 1993.

ROCCO, C. S.; GÔNGORA, M. R. A. Merenda escolar – Considerações. Boletim do Centro de Processamento de Alimentos, v. 5, n. 1, p. 41-46, 1987.

ROMANELLI, P. F; CASERI, R; FILHO, J. F. L. Processamento da carne do jacará do pantanal (Caiman crocodilus yacare). Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 22, n. 1, 2002. SALDANHA, T., GASPAR, A.; SANTANA, D. M. N. Composição centesimal da carne de escargot (Achatina fulica), criado em Iguape, SP. Higiene Alimentar, v. 15, n. 85, p. 69-73, 2001. SALGADO, J. M. et al. Utilização da carne de capivara na elaboração de salsicha e fiambre. Boletim do CEPPA, v.17, n. 1, p. 83-92, 1999. SCHUBRING, R., MEYER, C.; REHBEIN, H. Studies on the qualitu of comparable commercial foods made from snails of different species. Archiv. Fur lebensmittelhygiene,v. 52, n. 3, p. 59-62, 2001. SILVA, M. V. Contribuição do programa de merenda escolar – Ciclo Básico – para as recomendações nutricionais de escolares. Archivos latinoamericanos de nutricion, v. 45, n. 2, 1995. STATSOFT Statistc for Windows. (Computer program manual). Tulsa, 1996. STONE, H.; SIEDEL, J. L. Sensory evaluation practices London, Academic Press In MORI E. E. M., YOTSUYANAGI, K. FERREIRA, V. L. F. Análise sensorial de

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 66: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

65

goiabas de marcas comerciais. Ciênc. Tecnol. Aliment, v. 18, n.1, p. 105-110, 1998. TEIXEIRA, A. M.; FURLONG, E. B.; MELLADO, M. M. S. Caracterização química, funcional e microbiológica de sopas desidratadas formuladas a partir de plasma bovino adsorvido em farelo de arroz desengordurado. Vetor, v.6, p.85-93, 1996. TEIXEIRA, E.; MEINERT, E.M.; BARBETTA, P.A. Análise sensorial de alimentos. Florianópolis: UFSC, p. 74-77, 1987. VÉLEZ, L. Mercado de caracoles em la Unión Europea USE Acuicultura – Corpei. 2001. In LOBÃO, V. L. (Coord.). Comissão interinstitucional para o ordenamento e a normatização da criação da espécie exótica Achatina fulica. São Paulo. Instituto de Pesca, 2001. VIVEIROS, A. T. M. Como manejar a criação de caracóis comestíveis. A lavoura, n. 619, p. 20-23, 1996.

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 67: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

66

Anexos

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 68: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

67

ANEXO A – Ficha de análise sensorial do teste de reconhecimento Provador:

Data:

Instruções: Você está recebendo uma série de amostras apresentando sabores diferentes.

Deguste cuidadosamente cada uma delas, compare com o Padrão e coloque um

“X” na coluna apropriada, de acordo com o sabor reconhecido.

Código das amostras

Sabor não ident.

Ácido Amargo Salgado Doce

Observações:

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 69: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

68

ANEXO B – Ficha de Análise sensória dos descritores de sopa

NOME:____________________________________________________________

Você está recebendo duas amostras de sopa. Por favor, avalie as amostras e descreve suas semelhanças e diferenças quanto à aparência, ao aroma, ao sabor e às sensações bucais que as caracterizam.

Amostras ___________ e ___________

Semelhanças Diferenças

Aparência

Aroma

Sabor

Sensações bucais

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 70: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

69

ANEXO C – Glossário de termos utilizados na Análise sensorial

Homogeneidade – Propriedade visual em relação à percepção de partículas em

suspensão.

Cor – Sensação produzida pela estimulação da retina.

Brilho – Qualidade de reflexão da luz.

Viscosidade – Propriedade de aparência relacionada com a forma com que o

líquido escoa.

Aparência geral – Avaliação global das características visuais da sopa incluindo

cor, brilho e homogeneidade.

Arenosidade – Propriedade de textura em relação à percepção de dimensão e

forma das partículas presentes no produto.

Aroma de crustáceo – Sensação olfativa associada a frutos do mar.

Aroma de condimento – Sensação olfativa associada à mistura de temperos.

Aroma de pimenta - Sensação olfativa associada a pimenta.

Sabor salgado – Sabor associado à presença de cloreto de sódio.

Sabor amargo – Sabor associado à presença de cafeína.

Sabor de crustáceo – Sensação gustativa associada a frutos do mar.

Sabor de pimenta - Sensação gustativa associada a pimenta.

Sabor de fígado - Sensação gustativa associada a fígado.

Sabor de condimento - Sensação gustativa associada a mistura de temperos.

Sabor residual - Sensação olfato gustativa que permanece após a degustação do

produto.

Sabor estranho - Sensação olfato gustativa não identificada.

Qualidade Global – Soma dos fatores de qualidade que contribuem na

determinação do grau de aceitação do produto.

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Page 71: Tábata Fernanda Lopes de Souza - repositorio.ufpe.br · 1 Tábata Fernanda Lopes de Souza Aproveitamento Industrial do escargot Achatina fulica Dissertação apresentada à Coordenação

70

ANEXO D – Ficha da Análise Descritiva Quantitativa Nome: _________________________________ Data: _________ Produto: ______________________________________________ Instruções: Marque com um traço vertical nas escalas abaixo a posição que identifique melhor a intensidade da característica avaliada. Aparência Homogeneidade |_____________________________________________| Pouca Muita Cor |_____________________________________________| Marrom claro Marrom escuro Brilho |_____________________________________________| Pouco Muito Viscosidade |_____________________________________________| Pouca Muita Aparência geral |_____________________________________________| Muito ruim Excelente Textura Arenosidade |_____________________________________________| Pouco Muito Aroma Crustáceo |_____________________________________________| Fraco Forte Condimento |_____________________________________________| Fraco Forte Pimenta |_____________________________________________| Fraco Forte Sabor Salgado |_____________________________________________| Fraco Forte Amargo |_____________________________________________|

Fraco Forte Crustáceo |_____________________________________________|

Fraco Forte Pimenta |_____________________________________________|

Fraco Forte Fígado |_____________________________________________|

Fraco Forte Condimento |_____________________________________________|

Fraco Forte Residual |_____________________________________________|

Fraco Forte Estranho |_____________________________________________|

Fraco Forte Indique qual o sabor estranho sentido: ____________________________ Qualidade |_____________________________________________| Global Muito ruim Excelente

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com