2013 Número 21 - julho/agosto Bimestral Distribuição gratuita
Mar 22, 2016
2013 Número 21 - julho/agosto Bimestral Distribuição gratuita
AURA S.A. - 212 138 500
Distribuição www.marteleiradist.com212 972 054 - [email protected]
panorâmicaEis que sobrevivemos a mais uma época eleitoral em Portugal. Por esse
país fora foram às “paletes” de festas, arruadas, promessas e, claro, muitas
inaugurações. E o que é que isto tem a ver com o skate, perguntam
vocês?… a verdade é: muito mais do que vocês pensam. Afinal, como
skaters, todos somos, em parte, “usados como material de campanha”
e, melhor ainda… gostamos! Afinal também ganhamos com isso. Vejam
a dezena de skate parques que foram inaugurados nas semanas mesmo
anteriores às eleições… e, claro, à maneira portuguesa, sempre cada um
maior do que outro. Um facto: sabem que Lisboa é a capital europeia
com mais skate parques públicos gratuitos? O Porto deve ser das poucas
grandes cidades da Europa que não têm nem um. Em contraste, a aldeia de
Corticeiro de Cima, no concelho de Cantanhede, tem um de cimento…
inaugurado, claro, mesmo antes de umas eleições… a verdade é que,
se por um lado essa “política do betão” skater é sempre bem-vinda por
nós, por outro lado é um bocado estranho que o skate nacional esbarre
sempre nos mesmos problemas… e assim, é verdade, meus amigos,
estamos a ficar sem desculpas para sermos os “coitadinhos” do skate
na Europa… temos skate parques ao molhos, a calçada também já não
serve – os “camones” vêm cá, dão qualquer manobra para a calçada e
ainda agradecem…
Como é que se explica que dos países nórdicos, onde se passa meses sob
as trevas do inverno, saiam skaters em quantidade e qualidade como os da
Califórnia ou de Espanha… onde o sol brilha como cá? Já ouvi um skater
dizer… “Epá, nesses sítios a malta tem muito guito e pode viajar”… claro que
no Brasil, que logo a seguir aos Estados Unidos é a grande potência no skate
mundial, todos sabemos que os jovens estão carregados de “guito”! Uma
coisa é certa: cada vez está mais provado que não são só as condições, ou a
falta delas, que fazem evoluir o skate. Primeiro que tudo está a nossa atitude,
no que queremos e, principalmente, no que exigimos de nós e dos outros,
sejam skaters, lojistas, marcas, distribuidoras, construtores de skate parques
ou, mesmo, membros da classe política, que só se lembra que existimos meses
antes de irem a votos.
Os cães ladram e a caravana passa mas, por vezes, acho que devíamos ser
mais como os burros… pôr umas palas e seguir em frente…
Pedro Raimundo
“Roskof”
Os cães ladram e a caravana “eleitoral” passa...
O Ruben Gamito não se importa nada de entrar na “onda”
de inaugurações antes das eleições… tuck knee grab no novo
Parque das Gerações
fotografia Roskof
2013
“Touristas”Ainda dizem que está tudo inventado… a malta da Vans Portugal criou um novo conceito de turismo, um mix de fluvial e skater
Red Bull Skate ArcadeJorginho a “dar cartas” numa sala de jogos espalhada pela cidade? Tentem fazer melhor, seus “nerds” colados ao sofá
AsiplanchabaQuando elas se juntam… primeira tour de miúdas em Portugal. De skate, claro.
Prémiere Road Less TravelledHá sempre muito mais à volta do skate do que só as manobras. Novo documentário da Fallen, com Portugal em destaque
El Panado TourEm mais uma edição do Marisquiño não foi só a overdose de panados que fritou o miolo aos skaters nacionais...
Calçada, sardinhas e cegadaA Converse Ibéria veio a Portugal visitar o BP e levou com o tratamento “tuga” completo
1º Foco Irmãos PintoO que ainda lhes falta em altura sobra-lhe em atitude em cima do skate
Dc Shoes Summer tourHá alguma coisa melhor do que um “amor de verão”?… neste caso, entre a malta da DC, os seus skates e a estrada.
Ficha TécnicaPropriedade: Pedro RaimundoEditor: Pedro RaimundoMorada: Rua Fernão Magalhães, 11São João de Caparica2825-454 Costa de CaparicaTelefone: 212 912 127Número de Registo ERC: 125814Número de Depósito Legal: 307044/10ISSN 1647-6271Diretor: Pedro [email protected]: Sílvia [email protected] criativo: Luís [email protected]:[email protected]
Colaboradores: Rui Colaço, João Mascarenhas, Renato Laínho, Paulo Macedo, Gabriel Tavares, Luís Colaço, Sem Rubio, Brian Cassie, Owen Owytowich, Leo Sharp, Sílvia Ferreira, Nuno Cainço, João Sales, Rui “Dressen” Serrão, Rita Garizo, Vasco Neves, Yann Gross, Brian Lye, Bertrand Trichet, Luís Moreira, Jelle Keppens, DVL, Miguel Machado, Julien Dykmans, Joe Hammeke, Hendrik Herzmann, Dan Zavlasky, Sean Cronan, Roosevelt Alves, Hugo Silva, Percy Dean, Lars Greiwe, Joe Peck, Eric Antoine, Eric Mirbach, Marco Roque, Francisco Lopes, Jeff Landi, Dave Chami, Adrian Morris, Alexandre Pires, Vanessa Toledano, Nuno Capela.
Tiragem Média: 8 000 exemplaresPeriodicidade: BimestralImpressão: Printer PortuguesaMorada:Edifício Printer, Casais de Mem Martins2639-001 Rio de Mouro • Portugal
Interdita a reprodução, mesmo que parcial, detextos, fotografias ou ilustrações sob quaisquermeios e para quaisquer fins, inclusivé comerciais.
www.surgeskateboard.com
Queres receber a Surge em casa, à burguês?É só pedir. Através de [email protected] anual em casinha: 15 euros
Capa: Numa altura em que por todo o lado nascem skate parques é sempre bom lembrar… tomem conta do que é vosso!
Ilustração Ivo Palma
2013
Pedro Dylon a provar que nem nas pausas do trabalho para o site da SURGE consegue estar parado… ollie, enquanto a malta que ele estava a filmar descansa...
fotografia Mascarenhas
página 13
2013
Dá a tua opinião sobre a revista. Envia-nos as tuas ideias ou sugestões. Manda fotos de spots novos na
tua zona e do rabo da tua melhor amiga… sei lá… escreve por tudo e por nada… se aqui o Dr. Mankate
curtir, publicamos a tua carta na revista e se tiveres sorte, pode ser que te toque alguma coisa…
Abraços e beijos na bunda.
Dr. Mankate
[email protected] www.mankatetainha.com
fotografia Luís Colaço
CONSULTÓRIO DO DR. MANKA-TE
Desculpe estar a incomodá-lo mas já há algum tempo que me
apetecia escrever-lhe.
Sou o Luís e venho do Porto. Como toda a gente sabe, ou devia
saber, o Porto tem, ora, deixem-me ver .......00000 skate parques!
Por isso venho aqui dar o meu apoio à KATE Skate shop e ao seu
projeto do “skate parque”. Acho que traz motivação aos skaters
para construírem os seus próprios spots e para a malta mais nova
aprender a dar uns truques.
O segundo assunto sobre o qual gostaria de falar é sobre os gajos
que querem que se traga skate longboard para a Surge. Eu passo-me
quando se viram para mim e dizem que andam de skate e bla bla bla,
sou o maior e não sei quê... E no final da conversa, eles tinham andado
de longboard numa avenida qualquer. O skate verdadeiro para mim
é aquela pequena tábua que, com um par de trucks e quatro rodas,
consegue fazer desde ollies a kicks desde 50 50 a nose grind , ou seja,
tudo e mais alguma coisa! Isso sim é skate, estamos entendidos!
Agora que já disse tudo o que tinha para dizer, beijos na bunda para
ti e para todos os outros skaters de Portugal
PS: Peço desculpa aos skaters de longboard se vos ofendi.
Como é que é Luís,
Não me trates por você, meu amigo, na família do skate todos nos
tratamos por tu, não existe o Sr. nem o você. Dava-te já um carolo
se estivesses à minha beira!
Não haver um skate parque no Porto é uma história muito antiga,
companheiro! Nunca é demais falar sobre isso e sobre os skate
parques que estão espalhados pelo país.
A realidade é que hoje em dia já existe um número razoável de skate
parques em Portugal. Digo razoável, mas não aceitável. Digo razoável
porque quando comecei a andar existia apenas um, o skate parque
de Pedrouços. Digo “não aceitável” porque... bem, já lá vamos!
Aquele minúsculo quadrado de Pedrouços, com algumas rampas
esquisitas, fazia a delícia de muita gente. O pessoal não tinha nada
e tinha que se contentar com o que havia. Normal. Grandes skaters
surgiram em Lisboa graças àquele skate parque.
Os tempos foram mudando e o skate foi evoluindo. Surgiu, então, a
segunda caixa de fósforos para andar de skate em Portugal: o skate
parque de Almada, a minha abençoada cidade.
Apesar de pequeno, era um skate parque. Um sonho!
Para nós, de Almada, e para a malta dos arredores foi um
acontecimento fabuloso, histórico, que marcou as nossas vidas e
a história do skate em Portugal para sempre. Se já existiam bons
skaters em Almada, a partir dali todos se tornaram melhores, todos
evoluíram e, consequentemente, mais skaters apareceram na cidade.
Lisboa e Almada tinham os melhores skaters do país. Evolução
natural das coisas. Skate parque na cidade, bons skaters!
Falar de skate em Portugal nesta altura, era falar de muito poucas
cidades... e lembro-me bem que já se falava, e muito, do Porto!
Isto foi há 20 anos...
A partir dali, foram aparecendo skate parques um pouco por toda
a parte, especialmente nesta última década. Sítios para andar
de skate não faltam. Para quem, como eu, viveu o skate desde o
final dos anos 80, isto é quase inacreditável! Nunca imaginei que
pudessem existir tantos parques nos dias que correm.
O panorama geral é positivo. Existem muitos mais parques e
obviamente que existem muitos mais skaters.
Mas vendo de uma forma mais aprofundada, penetrando nas
entranhas da coisa... muita porcaria se continua a fazer!
Existem verdadeiras aberrações espalhadas pelo País! É inaceitável
que se continue a gastar rios de dinheiro a fazer skate parques de
merda!... que se façam parques em zonas onde ninguém anda
e não existam onde realmente são necessários e faziam todo o
sentido! Rampas gigantescas e suicidas, onde os bombeiros
têm que ir salvar quem se aventura a andar nelas, porque não
consegue sair lá de dentro, etc.... uma palhaçada!
Parem de fazer merda! Se querem fazer, façam bem! Recorram aos
skaters! Não inventem! Parem com essa merda, porra!
Mas no meio da trampa, também podemos dizer que, finalmente,
existem alguns skate parques dignos desse nome em Portugal...
que foram desenhados por skaters que percebem minimamente
do assunto, a quem dou os meus parabéns. Se não fossem estes
poucos ou quase nenhuns a desenhá-los... ui, meu Deus!
No que toca à minha cidade, onde cada vez existem mais skaters,
a caixa de fósforos que nos fez felizes há 20 anos atrás, lá está,
sem vida, obsoleta, esburacada, desatualizada, sem skaters, a servir
para os cães cagarem e mijarem. A renovação daquele espaço é
absolutamente necessária, mas a esperança é cada vez mais
escassa. A Câmara Municipal, que parecia estar ao lado dos jovens
skaters no século passado, simplesmente esqueceu-se deles...
Em relação ao Porto. Existem excelentes skaters há mais de 20 anos
na cidade. Um dos melhores skaters portugueses da atualidade é
de lá, uma das maiores e melhores comunidades de skate existe
lá, é onde está uma das melhores lojas, que sobrevive com muito
esforço, principalmente devido à dedicação e amor ao desporto do
seu dono, que faz coisas pelo skate naquela cidade como poucos
fazem no resto do mundo. Às vezes até apetece dizer “ó Gaia,
faz-me um filho!”... por tudo isto e muito mais... COMO É QUE
AINDA NÃO EXISTE UM SKATE PARQUE NO PORTO?
Luís, em relação ao longboard... sai da frente, Guedes! Hehehehehe...
Não podes ser tão fundamentalista. Longboard é skate...
Beijo na bunda, meu caro,
Dr. Manka-te
página 15 Dr. Manka-te
2013
texto e fotografia Vasco Neves
Numa altura em que a crise começa a fazer-se sentir no skate português, a DC SHOES
Portugal continua a apostar forte com este DC Summer Tour, uma viagem do Norte ao
centro do país, com demos, sessões de autógrafos e, é claro, muita streetada, com o Jorge
Simões, Pedro Roseiro, Francisco Lopez, Luís Coutinho, Daniel Pinto e o mais recente rider,
Nuno Cardoso.
página 17
Será que sou eu, ou em cada tour que passa, a carrinha fica
mais cheia? Desta vez não foi diferente, quero dizer, o Coutinho
levou pela primeira vez uma mala de viagem normal... isso foi
diferente, mas as mil e quinhentas paletes de Red Bull tiraram um
bocado de espaço. Como o pessoal da DC não pára, arranjou-se
logo solução, meteu-se o Canina a rapar em cima da carrinha e
lá começou a viagem. Estou a brincar, o Canina não ia a rapar.
Este Summer Tour começava da melhor forma no spot do
Ciso, em Viana do Castelo: thrashada, churrasco, birra, águas
e refrigerantes (porque o pessoal é atleta), até uma tenda de
tamanho familiar, montada ao lado do Bowl, havia. Primeiro dia
em altas... Check!
No segundo dia aconteceu algo inexplicável: íamos a caminho da
Maia para uma demo e de repente:
- olha o Rafa dos Ementa ao lado do Roseiro, esperem lá, esta é a
carrinha dos Ementa! Era verdade, os Ementa estavam entre nós.
Não, nós é que estávamos dentro dos Ementa, esperem lá, isto
não soa muito bem... deixem-me escrever isto de outra forma. O
team da DC SHOES Portugal estava sentado dentro da carrinha
dos Ementa... com uma palete de Red Bull debaixo dos pés, assim
já soa melhor.
Com o som a bombar na carrinha amarela, continuámos
o caminho até à Maia, parando apenas em Vila do Conde
para checkar uns spots ao pé da praia. Uma vez mais, algo
de inexplicável acontece: com o pessoal a skatar uma rampa
mesmo à frente de um restaurante, de repente surge a dona do
estabelecimento e já sabem...
- “posso tirar-vos uma foto?” – pergunta a dita senhora. Nestes
casos começa-se logo a pensar que vai tirar uma foto para
mostrar à polícia.
- “É para meter no Facebook!” – exclama a senhora. Mas,
esperem: - “Querem que tire o carro que está aí ao lado da
rampa?”
Não pode ser, isto não está a acontecer, pois não? Mas estava e
foi como se, pela primeira vez, skatar em frente a um restaurante
fosse cool... já sabem, quando forem a Vila do Conde vão comer
uma francesinha ao Eusebios.
2013
Viana do Castelo tem muitos emigrantes em França. Curiosamente o França tem muitos pivot nosegrabs em Viana… vamos lá entender isto...?
Depois desta tour o Canina foi contratado por uma conhecida marca de pilhas para se vestir de coelho e andar por aí a tocar tambor… há grandes vidas! tail slide big flip out
O Canina estava tão onfire que neste blunt até os bombeiros apareceram.
página 19 DC shoes Portugal summer tour
De uma francesinha à demo na Maia foi um instante e depois
de uma sessão com o pessoal local no double set, fomos ver um
rail a descer, ao pé de um prédio. Lembram-se da senhora do
restaurante? Aqui tivemos o senhor do balde de água. Não sei
se conhecem, mas é aquele senhor que costuma estar escondido
atrás dos estores e, de repente, vai buscar o balde à cozinha e
“aqui vai disto”.
Mas nem tudo é mau porque no dia seguinte o team só tinha que
dar uma demo à tarde no skate parque da Gafanha e logo a
seguir uma sessão de autógrafos na Quiksilver de Aveiro, isto tudo
depois de uma valente streetada pelo Porto.
Com um dia cheio de skate, a viagem até Coimbra foi do estilo
Star Trek, warp speed com vibrações nos músculos e tudo. O
cansaço era patente, mas havia uma pessoa que continuava como
o coelhinho da Duracell: o Daniel Pinto era até agora o MVP da
tour, sempre a bombar cheio de pica. Até manuals o Canina deu.
Com muitas cidades visitadas, Coimbra era um dos locais que
faltava no mapa da DC SHOES Portugal. E que cidade para
skatar: bons spots para todo o gosto, rails, curbs, gaps, manuals...
pessoal, vão skatar a Coimbra e de certeza que não se vão
arrepender. Por exemplo, o Cardoso não se arrependeu de skatar
o spot dos manuals, como o Roseiro e o Coutinho também não
se arrependeram dos rails da faculdade. E, com o dia a acabar, a
lista de spots a ir ainda não ia a meio.
2013
Jorginho smith-pop out
O pólo 2 da universidade de Coimbra agora dá doutoramentos em backside 5-0s. Primeiro Sr. Dr…. Pedro Roseiro
página 21 DC shoes Portugal summer tour
Movimento digno de acabar com uma batalha de breakdance… Jorginho crooked inward heel out
2013
Coimbra ficava para trás e umas dezenas de quilómetros à frente,
Leiria estava marcada no mapa. Marcado estava também o dia
seguinte, que começou logo com uma mega sessão na “Cerâmica”
de Leiria, com o João Sales e a malta dos Parceiros. Muito feeling,
churrasco, mete mais umas birras, águas e refrigerantes (já
sabem), acrescenta a pintura branca do spot com direito a solário
à pala, o Roseiro, o França e o Sales a ripar e o que é que podes
pedir mais?
Depois de muito Rock´n Roll seguiu-se o Hip-Hop, com o Jorge
Simões e o Nuno Cardoso a representar o submundo underground
da cidade invicta, ou seja, “partiram” os curbs da Fonte de Leiria,
muitos toques técnicos e um final de dia com direito a Josel e tudo.
No dia seguinte o pensamento era mesmo aquele do “queimar os
últimos cartuxos”. Último dia, últimos toques, últimos Red Bull`s.
Tudo corria às mil maravilhas. Skatada num bank, depois um
double set no último spot da tour. Numa manobra que estava
mesmo dada o Jorginho cai e apoia mal a mão... mais uns
minutos e as dores começavam a apertar. Era o sinal do DC
Summer a terminar. Última estação: Hospital Santa Maria.
Felizmente a lesão não foi grave e, olhando agora para trás,
parece que o guião deste DC Summer Tour já estava escrito. Mais
uma página no livro da DC SHOES Portugal...
Para os que pensam que o Cardoso só skata curbs e manuals, embrulhem lá este backside flip numa escadaria
página 23 DC shoes Portugal summer tour
Agradecimentos
DC SHOES Portugal, Francisco Lopez, Pedro Roseiro, Jorge
Simões, Luis Coutinho, Daniel Pinto, Nuno Cardoso, Rafael Alves,
José Piteira, Ciso e o pessoal de Viana, João Sales e o pessoal dos
Parceiros, Tribos Urbanas.
O Luís Coutinho tem tanta pinta, que até o seu reflexo de um swicth flip é perfeito
2013 página 24 DC shoes Portugal summer tour
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2013
fotografia Nuno Capela, Rui “dressen” Serrão e algumas do Roka
texto Rui Serrão
Rómulo e BP no relacionamento
perfeito entre gerações
Andava há anos a ouvir a malta dizer-me para ir a Vigo ao Marisquiño porque era uma grande curte e ia-me divertir à brava.
Depois de tantos anos em campeonatos, alguns noutros países, estava saturado daquilo tudo, por isso quando me falavam no
Marisquiño não me soava muito apelativo. Mas no ano passado o meu amigo Roka foi e, para meu espanto, veio cheio de pica,
a dizer que tinha curtido bastante e que iria voltar no ano seguinte! Vindo do Roka só podia ser mesmo uma grande curte – ele
não é nada fácil de satisfazer neste tipo de coisas – por isso, pensei que não ia falhar no ano seguinte!
página 27
2013
Aníbal Martins front feeble
panado style…
Carlos Neira
ollie transfer
Chega a altura e depois de muitas pessoas terem dito que iam... Pumba! A desgraçada da crise e contenção orçamental de
que tanto falam bate-nos à porta ainda com muita mais força! E ninguém tinha dinheiro nem para mandar cantar um cego à
porta da igreja! Porra, já tinha a cabeça feita que ia e agora estava na lama porque ainda não era desta. Nah... temos de ir! A
Surge ia ajudar nas despesas e, desenterrando uns trocos aqui e outros ali, mais comidinha levada de casa... estava feito. Eu,
o Adilson, o Rómulo e o Roka metemo-nos à estrada e, com boa conversa e um cheiro a panados que não se podia, foi um
tirinho até chegarmos a Vigo. Depois de instalados no hotel da organização, com uma vista maravilhosa sobre a Praia/Baía de
Vigo, foi altura de irmos à descoberta da cidade e confirmar o que realmente diziam dela. Foi muito fácil encontrar os Tugas e
mais fácil ainda perceber o porquê de gostarem tanto daquilo: muitos bons spots, perto uns dos outros, um grande ambiente
de festa e... o que até então, para alguns, seria a El Panado Tour, depressa passou a ser a “El Calçon Tour” visto que em cada
100 raparigas, 90 andavam de calções bem curtinhos e 80 delas tinham as bochechas de fora.
página 29 El panado tour
2013
“Já fui tão feliz em Vigo”,
pensava o Jorginho,
enquanto dava este nollie
front blunt
Passámos para a zona de bares onde os tugas costumam ir e aquilo era tudo nosso,
parecia uma noite no Bairro Alto ou no Piolho, tal era a quantidade de portugueses que lá
estavam. Havia malta que tinha vindo do Porto de bicla – mesmo que alguns ao chegar à
Póvoa de Varzim já estivessem arrependidos de tal ideia – havia hostals com quartos para 3
pessoas, em que estavam 16, com biclas incluídas. Vi malta que nem me lembro da última
vez que os tinha visto a viajar para irem a um campeonato... enfim, era fácil de perceber
aquilo de que me tinham falado nos anos anteriores.
página 31 El panado tour
Quanto ao campeonato, só vi a final de “Pros”. Durante o resto do tempo andei a tentar aproveitar os belos spots. Mas não foi
nada fácil, visto estar uma brasa que não se podia... o calor era tanto que até o chão queimava. Quando terminavam as runs,
os skaters quase que apagavam exaustos e, se na praia devia estar uma maravilha, para andar de skate não era o caso. Deu
para perceber o que o Gamito tem lá muitos fãs, em especial o Speaker do campeonato, que o BP passou a ser reconhecido
em todo o lado e que o Jorginho é respeitado como se fosse um Pro de uma grande marca mundial... não foi por acaso que a
prova terminou com a invasão da quadra e a pegarem nele aos ombros, depois de uma manobra sua.
Enfim, tal como pensava no ano passado: “para o ano estou lá! Outra vez!”
2013 página 32 El panado tour
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2013
página 35
A ideia inicial da tour seria passar pelo Porto e ir ao Marisquiño,
a Vigo, mas depressa se tornou claro que o pessoal estava
mais inclinado para fazer praia e dar uns mergulhos no rio.
Acontece que nem vimos a quadra, isto porque o Nery, mesmo
antes do campeonato, deu um valente tralho nas ruas de Vigo,
que arruinou as costas ao menino.
texto e fotografia Mascarenhas
2013
Enquanto a malta atestava
a carrinha, o Allen divertia-se
no restaurante da estação
de serviço... boardslide
Portugal reprezent!
Bem, voltando ao início, era bem cedinho quando saímos
de Lisboa, juntando o João Allen, o meu conterrâneo,
Nuno Relógio, e o Afonso Nery. E ao volante o tio-manager,
Humberto Matias. A vantagem de fotografar malta que gosta
de rua é que ainda nem tínhamos chegado ao nosso primeiro
destino e já tínhamos reunido 3 fotos.
No Porto apanhámos o outro membro do team, o Luís
Moreira... e mais fotos. Já que a tour estava num bom
caminho, aproveitámos para uma “saídinha” pela cidade.
Ficámos a conhecer um bar chamado Piolho, que não passava
de um corredor com um balcão e máquinas de imperial a 50
cêntimos e meio litro a 1 euro. Maravilha. Sinceramente fiquei
a pensar neste bar durante dias, seria um bom negócio...
o Piolho estava tão cheio que parecia uma cabeça de um
ciganito que não lavava o cabelo desde que nasceu...
página 37 Touristas Vans
2013
Se fizerem a A1 em direção
ao Porto é só spots por todo
o lado. Tentem descobrir
este... Afonso Nery nollie
backside flip
Antes de sair do Porto já o Luís falava em ir ao rio perto da casa
dele. Para quem não sabe, o Luís é de Valença e a casa dele
é à beira do Rio Minho, com uma paisagem inacreditável...
acontece que chegámos bastante tarde a Valença e já não
deu para mergulhos no rio, mas a família do Luís recebeu-nos
com grande hospitalidade e com um jantar de carne assada,
acompanhado de um vinho verde feito pelo pai do Luís. Um
grande agradecimento pelo vinho... e pelo jantar também.
Sempre que vou a Vigo apanho um clima semelhante ao do
Algarve, mas o que eu não sabia era que a água do mar
estava melhor do que qualquer dia na Costa da Caparica
durante o verão... parece que as ilhas Cyes protegem a Praia
de Vigo das correntes de água gelada que se faz passar por
ali. E assim foi, durante os dias que estivemos em Vigo fizemos
praia... sem esquecer o skate, claro, era para isso que ali
estávamos.
página 39 Touristas Vans
E depois de tanta praia ainda decidimos regressar a Valença para o tão
falado mergulho no rio. Pusemos as fitas na cabeça e seguimos caminho
para o último destino, onde mandei um mergulho de cima da ponte em
cueca... que até me iam saltando pelo ar.
Estava feito o nosso objectivo: praia, mergulhos no rio e as “saídinhas”
na noite de Vigo, sempre sem esquecer o que ali viemos fazer... skatar...
2013
página 41 Touristas Vans
Este double set no Porto
já tem história… o Nuno
Relógio acrescenta mais um
capítulo, com este 360 flip
2013 página 42 Touristas Vans
Quem fotografou este flip
do Luís Moreira diz que
depois ele o levou a saltar
de uma ponte, onde as
cuecas lhe iam voando…
o malandro!
página 42 Touristas Vans
Tudo começou com um telefonema da SURGE a perguntar-me se queria ir a Barcelona para
a final mundial do Red Bull Skate Arcade... Pensei “hum... ir a Barcelona? Com o Jorginho?
Fotografar?”... claro que vou!
Com o Miguel Bastos (Red Bull Portugal) e o Jorge Simões, estava feito o trio para a final
mundial do Skate Arcade, em que iriam participar os vencedores dos 18 países da fase
eliminatória. Muitos nem sequer conhecíamos, mas depressa ficámos a conhecer, muita malta
simpática e a andar bastante.
Com estadia num hotel de 4 estrelas e motorista com menina da Red Bull à nossa espera no
aeroporto, a viagem parecia bastante aliciante...
2013
texto e fotografia Mascarenhas
página 45
2013
“É melhor dar logo 5-O antes que comece a chover”,
pensou o Jorginho
Dowie Macaré limpou a água e a concorrência, com a sua
consistência… backside lipslide
Durante o briefing que antecedeu a competição foi-nos dito que o
primeiro nível decorreria no Macba! Foi a primeira competição a
ser realizada na tão famosa praça de Barcelona. O que não nos
disseram é que tinham trazido uma pedra mármore de propósito
para a competição... imaginem o trabalho de pô-la por cima dos
curbs perfeitos do Macba.
Nível dois: realizado na marina de Barcelona com bastante público
a assistir e onde surgiram dois “macacos” armados em sevilhanas,
que pareciam ter bebido um barril de vinho cada um.
Ao fim do dia soubemos que o Jorginho tinha passado ao último
nível. Coisa que já se esperava, pois o rapaz até tem talento pr’á
coisa...
Mesmo a acordar todos os dias às 8 da manhã, ainda conseguimos
sair à noite, até um bar com um bowl. Sim, é isso mesmo, cerveja
e skatada no bowl!
página 47 Red Bull Skate Arcade
Para a final fizemos uma viagem de autocarro
de cerca de uma hora. Subimos as montanhas e
daí pudemos ver realmente o tamanho da cidade.
Mas o clima na montanha é diferente e a meio da
competição choveu durante 2 horas! Já esperávamos
ficar por ali e um 5ª lugar para o Jorginho... não
podia ser... do nada, a chuva fez uma pausa... a
malta da Redbull, com 1 tonelada de toalhas e 50
vassouras, limpou a quadra em menos de 30 minutos
e o campeonato estava “on” outra vez.
Na final o Jorginho teve uma run ao nível de que
estamos habituados, mas o holandês Douwe Macaré
andou mesmo muito e arrecadou o primeiro lugar.
Alcançado o segundo lugar, era noite de festa! Mas
eu tinha avião de volta às 7 da manhã... como
estava tudo a correr tão bem, tinha de fazer asneira
e ia perdendo o avião... nem sempre tudo nos corre
feição, mas diria que ao Jorge Simões correu bastante
bem. Parabéns Jorginho!
2013
backsmith
Assim que o chão secou, o
Jorginho deu este noseblunt só
para confirmar que já se podia
skatar novamente
página 49 Red Bull Skate Arcade
2013
página 51
entrevista e fotografia Mascarenhas
Para um fanático da PS3, este front feeble do Tiago Pinto no mundo real
não está nada mal
2013
“Ai meu querido Tiaguinho, este crooked pop-out
deixa-nos orgulhosas” – disseram as velhas de
Almada quando viram a fotografia
Vocês são conhecidos por “Pintainhos”, sentem-se orgulhosos
dessa alcunha?
(Tiago) Claro que sim!!! Ainda por cima existem vários skaters
com o apelido “Pinto”, como o João Pinto, o Daniel Pinto,
a.k.a. Canina, e o irmão dele, o Miguel, que são grandes
skaters.
Tiago, o teu irmão anda sempre ligado a baterias “duracell”,
isso dá-te pica para skatar com ele?
Se dá! Ele quando skata parece que se não lhe dissermos que
é para ir embora, ele continua a andar :)
Tomás, já reparei que gostas de dar ollies em tudo o que é
alto, gostas de gaparia? Estás a ver se te crescem asas para
voares não é?
Eheheh ya curto bué dar gaps... dá para ter essa sensação,
mesmo!!!
Vocês são uns viciadinhos em PS3, que eu já vos apanhei na
Gandaia a jogar skate... e a escola, também são viciados
nela, ou nem por isso?
(Tiago) epá... somos, claro que somos. Adoramos jogar ps3,
andar de skate e também temos que gostar da escola que
é uma obrigação. Temos que gostar porque sem ela nunca
seremos ninguém na vida...
Vocês têm muita sorte em ter uma mãe como a Luísa, pois
ela anda sempre com vocês e apoia-vos imenso. Até já foi
a casas abandonadas e invadiu propriedades privadas na
vossa busca por spots novos! Como é que veem isso?
(os dois) Felizmente temos uma mãe destas, que nos apoia
em tudo. Mas claro que há contrapartidas, como não termos
negativas e não desobedecermos.
Sendo de Almada vocês têm bastantes skaters da velha
guarda na vossa cidade, malta que vos pode ensinar, acima
de tudo, princípios sobre o skate. Como veem estes velhotes?
Estes Velhotes são os maiores!! Especialmente o Rómulo, o
Dressen e o Guimbi são muito bacanos connosco, porque nos
ajudam a andar melhor e dão-nos conselhos de vida muito
importantes.
“É de pequenino que se torce o pepino”, sempre ouvi dizer.
Afinal, qual de vocês já tem namorada?
Ahahah isso é algo que se trata com o tempo, isto é difícil de
escolher entre elas ehehehe
Já oiço falar da vossa parte de vídeo que está para sair há
algum tempo, vocês gostam mais de rua ou de skate parque?
(Tiago) Sim, está para sair em breve, esperemos que gostem
claro :p Prefiro andar na rua com os meus amigos a skatar,
mas também adoro andar em parque porque lá aprende-se
melhor as manobras... é como quando se desenha algo
importante: primeiro faz-se o esboço, que neste caso é o
skate parque, e depois faz-se o desenho final, que é levar as
manobras para a rua...
Eles dizem que ainda têm muito tempo para pensar em namoradas…
felizmente no que toca ao skate o Tomás não perde muito tempo a
atirar-se… 50-50
página 53 Irmãos Pintos
Agradecimentos?
(Tiago) queria agradecer à SURGE por esta oportunidade
única, aos meus pais que sempre me apoiaram, ao Mileu que
me ajudou a dar os primeiros passos, ao pessoal de Almeirim
– Rodrigo Russo, João Rosa, Karsten, etc. À Lakai, aos meus
amigos da skatada (não vou pôr o nome deles todos, senão
ocupava a página toda eheheh) ao Dylon pela paciência que tem
comigo a filmar, ao Mascarenhas, à Gandaia e às “Velhinhas”
de Almada, pelo incentivo e pelas dicas, conselhos... peace :p
(Tomás) O meu irmão já disse quase tudo, mas quero agradecer
ao Guelas e a todos os que me dão pica.
2013
Dizem que as formigas são dos animais mais fortes do mundo
porque conseguem levantar até 10 vezes o seu próprio peso.
Então o que dizer do Tomás que é capaz de dropar várias vezes
a sua própria altura?
página 54 Irmãos Pintos
CALÇADA, SARDINHAS E CEGADA.CONVERSE EM LISBOA
Bom, a história do “território vizinho desconhecido” já está gasta,
portanto passamos à frente e vamos contar-vos o que foi a visita do
team CONVERSE em Portugal. Os skaters do team ibérico fizeram uma
escapadela de verão acompanhados por um fotógrafo. O resultado foi
uma pipa de imagens e um par de aventuras para contar... a nós, quem
no-las contou foi o team manager da marca, Pali Negrín, ao som de
umas belas cervejolas... é isso que vais poder ler de seguida, narrativa
acompanhada de imagens de puro skate!
2013
fotografia Patxi Pardinas
texto Javier Menendez
CALÇADA, SARDINHAS E CEGADA.
página 57
uma imagem vale
por mil pauladas
2013
O fotógrafo não apanhou a sequência da
coisa, o Christian Sanchez deu este blunt
transfer para fakie e depois switch180 para
a calçada a 200km/h…
A coisa começou com algo que já vem sendo habitual nas tours de
skate e viagens em geral: os imprevistos. Desde logo com a carrinha de
aluguer, que tinha sido paga com um cartão de crédito que não estava
em nossa posse, mas cuja apresentação era essencial para “levantar” a
viatura e seguir viagem com a mesma... restou-nos apelar à boa vontade
e compaixão do Sr. do rent-a-car, para que pudéssemos sair dali sem
apresentar o dito “plástico”... ‘Bora! Chegar a Portugal e triunfar!
Já com um “chaço com rodas” foi altura de irmos ao encontro dos nossos
guias... a esta nossa expedição juntaram-se o Pedro Raimundo, o Andrés
Costa e o mais recente membro do team da Converse Ibéria, Bruno
Senra. Com esta soma de gente, confrontámo-nos com um pequeno
problema: os lugares disponíveis eram curtos para a totalidade das
pessoas. O team manager, claro, rapidamente solucionou o problema e
mandou-nos encolher o cú.
página 59 Calçada, sardinhas e cegada.
Ok, não era para ninguém
saber mas o Bruno Senra
bebeu a água toda desta
fonte com uma palhinha
para poder dar este
backside 360… respect!
2013
A estreia da tour foi no, já, mítico Largo de
Jesus e nos seus planos inclinados, perfeitos
para ganhar confiança com o país vizinho.
Obrigatória foi também uma passagem pelo
elevador de Santa Justa, para uns retratos
nas alturas... além disso, a nossa visita
coincidiu com as festas da cidade e, claro,
fomos às sardinhas e misturámo-nos com
os “locais”... foi sardinhas e sangria a noite
toda.
Já durante o dia, a primeira paragem e
ponto de encontro era sempre a “Praça
do Mac”, assim batizada por causa do
restaurante gourmet que aí está instalado.
Nessa praça encontrámos curbs de mármore
para todos os gostos, que deram origem a
várias sequências com o Bruno Senra e o
Dani López... e a “poucos passos” dali...
outro spot para por à prova as habilidades
do Octavio Barreira. Um obstáculo com
um grande grau de dificuldade: um plano
inclinado com um curb gigante, e com o
metro de superfície a passar no meio...
quando acertou a manobra só teve tempo
de se desviar do metro, que passou a
centímetros. Uma manobra quase mortal
para o Sr. Barreira. Olé.
página 61 Calçada, sardinhas e cegada.
Carlos Neira frontside
board slide pop-out no
novo corrimão da Portela
2013
Para além de tomar conta da malta toda, ainda tem de
mostrar serviço… um verdadeiro profissional, Pali Negrín
Fakie 5-0 shove-it
página 63 Calçada, sardinhas e cegada.
No dia seguinte a carrinha dos cús encolhidos passou pela “Expo”.
Além desta “furgoneta” com 11 skaters, todos os dias se juntaram
mais 3 carros carregados de portugueses, por isso era difícil
passar despercebido nos spots e evitar que aparecesse alguém
para reclamar. A primeira paragem foi em quatro blocos gigantes
com rails. Os mais novos nem sequer consideraram a hipótese...
mas em pouco tempo já havia fotos do Bruno e no Neira...
cantou-se vitória e continuou-se a história. Nesse mesmo bairro
havia uma série de banks com um rail perfeito... só estranhámos
que num local destes não houvesse nenhuma foto ou filmagem
que tivéssemos visto... mas rapidamente percebemos o porquê!
A saída para a manobra era exatamente debaixo das portas
de entrada... o Octávio e o Tahyna sabiam que não iam durar
muito ali e o primeiro ollie foi suficiente para que aparecesse a
vizinhança. Só deu para uma foto e... ala... o bank seguinte era
muito maior e aí a coisa complicou-se, e de que maneira. Não
2013
por causa do bank, mas por causa de uma vizinha que saiu de casa
com um pau na mão e vontade de aquecer o lombo do Octávio.
O Carlos Neira apanhou uma paulada no braço já partido e com
gesso! Foi a foto com mais “likes” no Instagram da Dogway...
Depois do incidente, a malta da CONS rumou a um rail onde o
Neira imortalizou um krooked transfer. Mesmo antes da chegada da
polícia, cheia de vontade de sacar os livrinhos de multas.
página 65 Calçada, sardinhas e cegada.
Depois de ter levado com
um pau no braço partido,
Carlos Neira a provar que é
preciso bem mais do
que isso para o pôr no
“estaleiro” nose grind
pop-out
Octavio Barrera backside
tailslide flip-out num spot
histórico, que em breve vai
passar à história
Às vezes a lógica não se deixa ver e às vezes o destino reserva-nos
coisas boas, outras vezes coisas más... outras vezes as duas ao
mesmo tempo. Durante uma visita a uma piscina abandonada,
onde abundavam os ladrilhos partidos, o Dani López trouxe
para casa uma manobra, enquanto que o filmer ficou com uma
cicatriz de recordação. Nunca se sabe o que nos reserva o futuro
e isso é o melhor de estar em tour. Tudo pode acontecer. Como
por exemplo o Javier Mandizabal vir de propósito para dar uma
manobra que tinha tentado no mesmo local há 12 anos, ou como
a cerveja local ter 5,2º, ou como termo-nos esquecido dos papéis
da carrinha no hostel e sermos obrigados a terminar esta tour
tal e qual como a começámos, ou seja, a discutir com o tipo do
aluguer. Assim são as coisas quando vamos de viagem... até ao
regresso nunca sabemos o que vai acontecer. E é isso que nos
cativa! Faz as malas e... siga... o mundo está à tua espera. VIAJA.
2013 página 66 Calçada, sardinhas e cegada.
Depois de uma
experiência quase
mortal, Octavio
Barrera alivia a
pressão com um
bom ollie
Se há coisa de que aqui, na Surge, sempre gostámos é de ver filmes de
skate com os nossos amigos. E quando alguns deles, ainda por cima,
aparecem no filme, a coisa torna-se ainda melhor… muito melhor.
Quando temos a oportunidade de ver filmes num sítio tão castiço
como o “Primeiro Andar”, ali mesmo ao lado do Coliseu, então, já é
sinónimo de festa! E foi lá, no écran gigante, que pudemos visualizar
pela primeira vez o “Road Less Travelled”, o novo filme da Fallen, que
procura trazer para o grande ecrã uma visão diferente daquela que é
mostrada na maioria dos projetos de vídeo relacionados com o skate
nos últimos anos. Hoje em dia o débito de manobras em vídeos é maior
do que baboseiras a sair da boca de alguns dos nossos políticos… como
o próprio Jamie Thomas explica no início do filme, o objetivo foi trazer
até nós os vários lados da história. Sim, porque todas as manobras têm
uma. E muitas vezes mirabolante… neste “Road Less Traveled” houve de
tudo: atropelamentos de mota, ameaças com espadas e, até, ataques
com gás pimenta nos olhos. Houve quem dissesse que era uma desculpa
para o Sandoval estar sempre com os olhos vermelhos… adiante
No entanto, este novo filme da Fallen tem algo de especial… claro
que falamos na divulgação de Portugal por esse mundo fora, já que
temos uma grande parte filmada aquando da visita do team da Fallen
ao nosso país, no ano passado… claro que é sempre estranho ouvir
pessoas a falar de Portugal como se fosse um destino super exótico,
afinal somos conhecidos por nunca darmos valor ao que temos, mas
a verdade é que quando estivemos com a rapaziada da Fallen cá e
sempre que os encontramos por aí, fazem questão de lembrar-nos do
país espetacular que temos e de como adoraram cá estar. Ok, chega
de baba e vamos ao filme propriamente dito. Turquia, Portugal, o
Oeste Americano e Tailândia tiveram direito a uma parte em “Road
Less Traveled”. Croácia e África do Sul ficam reservadas para os extras,
que devem ser lançados em breve e pelos quais iremos aguardar
ansiosamente, porque sabemos que ainda ficaram por mostrar muitas
boas imagens e manobras em Portugal.
Quem também deve ter ficado ansioso e contente foi o Ruben Gamito,
que também aparece em destaque nesta produção da Fallen, com três
grandes abusos. Claro que a casa veio abaixo assim que o nome do
Ruben apareceu no ecrã, e, pelo que vimos no filme, foi o único nome
de skater que não pertence ao team mundial da marca a receber esse
privilégio… respect!!
Quando os créditos começaram a rolar na tela, o Ruben foi literalmente
engolido pelos amigos… e amigas... a felicitá-lo. E, claro, como em
todas as boas prémières, a festa ainda só tinha começado.
Por isso já sabes, se queres mostrar aos teus amigos um grande filme
de skate e ao mesmo tempo fazê-los sentir orgulho cá da tuga, “Road
Less Travelled” é o teu filme.
Road Less Traveled estará disponível, em breve, nas melhores skate
shops e também na i-tunes store
2013
fotografia Nuno Capela
texto surge
página 69
2013
Calças Brixton - Toil chino
Casaco de malha Brixton - Miles
Camisa Brixton - Memphis
fotografia Mascarenhas
Sebastião Faro, Francisco Melim, Daniela Sobral, Daniela Sanches
página 71
2013
Chapéu homem Brixton - Ranch
Chapéu mulher Brixton - Gia
Camisa mulher Vans - Authority woven chili pepper
T-shirt mulher Vans - Love Vans scoop
página 73
2013
Colete homem Brixton - Coker
T-shirt homem Brixton - Rover
Ténis mulher Vans - Sk8 hi Inka
Ténis mulher Vans - Ditsy floral leah
Ténis homem Vans - Era Pro
página 75
2013
texto Veronica Trillo
fotografia Roger Ferrero
Asiplanchaba é o nome de site dedicado a promover
e potenciar a cena feminina num mundo povoado
principalmente por homens e onde a própria indústria
está claramente masculinizada, não só em termos de
produtos disponíveis, mas também em tudo o que tenha
ver com reportagens com miúdas interessadas em skate,
surf, ou snowboard. Assim, arranjámos este plano de nos
juntarmos para fortalecer a presença feminina nos meios
de comunicação... sejam elas de uma grande cidade, ou de
uma aldeola onde 5 rapazes andam de skate. A ideia é que,
independentemente do nível, tenhamos algo que nos motive
a evoluir cada vez mais.
Asiplanchaba é feito de miúdas para miúdas, mas cada vez
ficamos mais espantadas e contentes pelo apoio que muitos
rapazes nos têm dado, seja a promover os nossos vídeos, ou
a acompanhar as nossas tours...
página 79
2013
Kate, a pessoa,
não a loja...
smith grind
Nos últimos anos, durante o verão temos realizado tours
de skate com algumas das melhores skaters, sempre com o
mesmo objectivo: dar a conhecer ao mundo o nível de skate
feminino atual através de um vídeo e de uma reportagem.
Este ano a aventura começou quando, em conjunto com a
organização do Marisquiño, em Vigo, conseguimos criar
pela primeira vez, em 13 anos de campeonato, a categoria
feminina de skate. Assim, Vigo foi o ponto de encontro das
participantes de mais uma tour.
Durante a prova em Vigo toda a gente dizia que o Porto
era um ótimo sítio para skatar e que era uma cidade
muito interessante. Assim, não foi muito difícil decidir
que seria esse o nosso próximo destino, logo após o
Marisquiño.
Mas voltando a Vigo, assim que chegámos e reunimos
a equipa toda: Kate Shengeliya, da Rússia, Eugenia
Ginepro, da Argentina, Andrea Benitez, Andrea
Wilshusen e Silvia Serret, de Espanha, foi com surpresa
que encontrámos a Lúcia Seixo, uma skater de Lisboa
que não parava de skatar um minuto e ainda por cima
nos apresentou ao Hugo Cruz, que logo se ofereceu para
nos ajudar na viagem ao Porto.
Depois da final feminina do Marisquiño, onde a skater
portuguesa, Lúcia, ficou em 3ª lugar, a Kate, da Rússia,
em 2º e a argentina, Eugénia, em 1º, fizemo-nos logo
à estrada, ou melhor aos carris, pois fomos de comboio
até ao país vizinho.
Quando chegámos ao Porto, nem acreditávamos
no que víamos: uma cidade antiga, linda e com uma
energia espetacular. Desde o primeiro momento no Porto
contámos com a ajuda da malta da Kate, do Hugo Cruz
e da sua escola de skate e do António Pereira, mais
conhecido por Tony, que nos levaram a muitos spots,
inclusive ao novo parque DIY que estão a construir na
cidade. Respect amigos! Grande projeto. Ficaremos para
sempre gratas pela maneira como os nossos amigos
skaters do Porto nos receberam, nos mostraram todos
os melhores spots da cidade e nos abriram as portas de
casa. No último dia e no mítico spot da casa da música,
enquanto nos recordávamos de tudo o que havíamos
visto nesta cidade e pensávamos em tudo o que ainda
faltava ver e visitar, chegámos a uma conclusão muito
simples: 3 dias no Porto não é nada e assim que
pudermos temos que voltar...
sabe mais sobre estas miúdas em
www.asiplanchaba.com
página 81 Asiplanchaba
Eugenia layback frontside
rock and roll na transição
“infernal”, como ela lhe
chamou
Andrea com flip bem
afinadinho na casa da
música