Suporte Avançado de Vida em Cardiologia – Edição 2010 RITMOS DE PARADA EM ADULTOS – EVENTO HOSPITALAR Ritmos Não-Chocáveis – Atividade Elétrica sem Pulso-AESP / Assistolia *Daniel Valente Batista Paciente de 64 anos, internado na enfermaria de clínica médica do seu Hospital, evolui com irresponsividade. Familiar entra no corredor desesperado, gritando: ‘Meu pai está morrendo! Socorro!’. Às 06h55min, faltando poucos minutos para acabar seu plantão, a auxiliar de enfermagem vai chamá-lo para avaliar o doente. O que fazer? PASSO 1 - Garantir a segurança da cena. PASSO 2 – Testar a responsividade do doente. Posicione-se próximo à cabeça do paciente e movimente seus ombros com suas mãos, de maneira firme, e pergunte: ‘Senhor, você está bem? Você me ouve?’. Se o paciente não responder, siga para o próximo passo. Não se usam mais aquelas desconfortáveis manobras de torção mamilar, compressão esternal ou de leito ungueal. PASSO 3 - Caso o mesmo não responda, OBSERVE SUA RESPIRAÇÃO: se o doente não respira, ou respira de maneira anormal (gasping), vá para o passo seguinte. PASSO 4 – Chame ajuda e peça por um cardiodesfibrilador, urgente. Se você estiver só com o paciente na sala, saia para pedir ajuda; do contrário, peça para alguém fazê-lo. Lembre-se: caso a pessoa que você selecione para essa função seja um leigo, p.e. um acompanhante do paciente, seja claro no que você quer e o oriente que peça ao pessoal da Enfermagem o ‘APARELHO DE CHOQUE’. Dificilmente ele irá se esquecer de avisar à equipe que o médico precisa do aparelho de choque, ao passo que memorizar o nome cardiodesfibrilador poderá fazê-lo esquecer e aí você perderá segundos preciosos. PASSO 5 – Por ser profissional de Saúde habilitado, você poderá checar o pulso carotídeo do paciente do lado ipsilateral ao seu, mas não por mais de 10 segundos. Se não conseguir palpar o mesmo, siga adiante. PASSO 6 - Comece a Reanimação CardioPulmonar (RCP) por meio das compressões torácicas efetivas na freqüência de 30 compressões para 2 incursões *Médico graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará. Oficial do Serviço de Saúde do Exército Brasileiro. Ex-integrante da Liga do Coração.
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Suporte avançado de vida em cardiologia aesp e assistolia
Abordagem em PASSOS da AESP/ASSISTOLIA baseado nas diretrizes do ACLS/2010.
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Suporte Avançado de Vida em Cardiologia – Edição 2010
RITMOS DE PARADA EM ADULTOS – EVENTO HOSPITALAR
Ritmos Não-Chocáveis – Atividade Elétrica sem Pulso-AESP / Assistolia
*Daniel Valente Batista
Paciente de 64 anos, internado na enfermaria de clínica médica do seu
Hospital, evolui com irresponsividade. Familiar entra no corredor
desesperado, gritando: ‘Meu pai está morrendo! Socorro!’. Às
06h55min, faltando poucos minutos para acabar seu plantão, a auxiliar
de enfermagem vai chamá-lo para avaliar o doente. O que fazer?
PASSO 1- Garantir a segurança da cena.
PASSO 2 – Testar a responsividade do doente. Posicione-se próximo à cabeça do
paciente e movimente seus ombros com suas mãos, de maneira firme, e pergunte:
‘Senhor, você está bem? Você me ouve?’. Se o paciente não responder, siga para
o próximo passo. Não se usam mais aquelas desconfortáveis manobras de torção
mamilar, compressão esternal ou de leito ungueal.
PASSO 3- Caso o mesmo não responda, OBSERVE SUA RESPIRAÇÃO: se o
doente não respira, ou respira de maneira anormal (gasping), vá para o passo
seguinte.
PASSO 4 – Chame ajuda e peça por um cardiodesfibrilador, urgente. Se você
estiver só com o paciente na sala, saia para pedir ajuda; do contrário, peça para
alguém fazê-lo. Lembre-se: caso a pessoa que você selecione para essa função
seja um leigo, p.e. um acompanhante do paciente, seja claro no que você quer e o
oriente que peça ao pessoal da Enfermagem o ‘APARELHO DE CHOQUE’.
Dificilmente ele irá se esquecer de avisar à equipe que o médico precisa do
aparelho de choque, ao passo que memorizar o nome cardiodesfibrilador poderá
fazê-lo esquecer e aí você perderá segundos preciosos.
PASSO 5– Por ser profissional de Saúde habilitado, você poderá checar o pulso
carotídeo do paciente do lado ipsilateral ao seu, mas não por mais de 10
segundos. Se não conseguir palpar o mesmo, siga adiante.
PASSO 6- Comece a Reanimação CardioPulmonar (RCP) por meio das
compressões torácicas efetivas na freqüência de 30 compressões para 2 incursões
*Médico graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará. Oficial do Serviço
de Saúde do Exército Brasileiro. Ex-integrante da Liga do Coração.
Ventilatórias, a serem feitas com dispositivo de Bolsa-Valva-Mascara ou
interface boca-valva-boca. Caso não haja dispositivo no momento, podem-se
pular as ventilações e executar apenas compressões torácicas, na freqüência de,
PELO MENOS, 100 por minuto.
Observe que você inicia a RCP direto com a compressão torácica e não mais com
a abertura de via aérea através da hiperextensão cervical ou anteriorização da
mandíbula, e também não executa mais a manobra do VER-OUVIR-SENTIR.
Esses passos foram excluídos, pois geravam muitas dúvidas nos socorristas
(mesmo em médicos treinados) e atrasavam a manobra mais importante de toda
RCP: Compressões Torácicas Efetivas.
A sequência a ser seguida agora é a C – A – B.
Mas o que vem a ser uma Compressão Torácica Efetiva? Para que o estímulo
compressor seja efetivo, ele deve seguir alguns princípios essenciais:
1) Posição adequada do Socorrista: o socorrista deve entrelaçar as mãos, de
maneira que a porção hipotenar (ou calcanhar) da mão dominante entre em
contato direito com a região esternal a 2 dedos do manúbrio do esterno, ou,
aproximadamente, na região da linha intermamilar. Os cotovelos do mesmo
devem estar estendidos, e os membros superiores entrelaçados devem fazer um
ângulo de 90º com o corpo da vítima. Observe também que a força para as
compressões vem da contração dos músculos da coluna vertebral e não da
musculatura do membro superior.
Figura 1 - Esquema acima demonstrando o local correto de se exercer as compressões torácicas, a região hipotenar da
mão (ou calcanhar da mão), o correto entrelaçamento dos dedos e a posição do membro superior do socorrista em
relação ao tórax do doente. Retirado de: http://www.portalenf.net/guide_15_Reanimacao-cadiorrespiratoria.html
2) Velocidade de compressão: pelo menos 100 compressões por minuto
3) Intervalo adequado: entre cada compressão, deve ser permitido o retorno
completo do tórax a sua posição inicial
4) Profundidade: cada compressão deve se aprofundar pelo menos 5 cm