Nº 16 :: AGOSTO/SETEMBRO DE 2008 :: R$ 14,50 Entrevista Com muito humor, a jornalista Leila Ferreira aborda as agruras de ser mulher hoje Pág. 18 Entrevista Com muito humor, a jornalista Leila Ferreira aborda as agruras de ser mulher hoje Pág. 18 Evento SUPERE 2008 Em setembro, os empreendedores mineiros têm um importante encontro marcado Pág. 46 Evento SUPERE 2008 Em setembro, os empreendedores mineiros têm um importante encontro marcado Pág. 46 Cybercrimes Como empresas e indivíduos devem agir para enfrentar os perigos da Era Cibernética Pág. 8 Cybercrimes Como empresas e indivíduos devem agir para enfrentar os perigos da Era Cibernética Pág. 8 Empresária Beth Pimenta da “Água de Cheiro”
Em setembro, os empreendedores mineiros têm um importante encontro marcado Em setembro, os empreendedores mineiros têm um importante encontro marcado Com muito humor, a jornalista Leila Ferreira aborda as agruras de ser mulher hoje Com muito humor, a jornalista Leila Ferreira aborda as agruras de ser mulher hoje Como empresas e indivíduos devem agir para enfrentar os perigos da Era Cibernética Como empresas e indivíduos devem agir para enfrentar os perigos da Era Cibernética Pág. 18
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Nº 16 :: AGOSTO/SETEMBRO DE 2008 :: R$ 14,50
EntrevistaCom muito humor, a jornalista Leila Ferreiraaborda as agruras de ser mulher hojePág. 18
EntrevistaCom muito humor, a jornalista Leila Ferreiraaborda as agruras de ser mulher hojePág. 18
Evento SUPERE 2008Em setembro, osempreendedoresmineiros têm um importante encontro marcadoPág. 46
Evento SUPERE 2008Em setembro, osempreendedoresmineiros têm um importante encontro marcadoPág. 46
CybercrimesComo empresas e indivíduos devem
agir para enfrentar os perigos da
Era CibernéticaPág. 8
CybercrimesComo empresas e indivíduos devem
agir para enfrentar os perigos da
Era CibernéticaPág. 8
Empresária Beth Pimenta da “Água de
Cheiro”
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SUPERE4
A p
alav
ra d
o pr
esid
ente
Charles Lotfi,Presidente daACMinas
Perseverança, talento e superação
Empresas que passam por grandes dificuldades nãosão um fato raro. Ao contrário, as estatísticas indicam que,no Brasil, a taxa de mortalidade empresarial é preocupante-mente elevada. Raros são, porém, os casos de empreendi-mentos que conseguem superar os entraves e dão a voltapor cima - expressão, aliás, que dá título à excelentereportagem desta edição sobre o tema, que é a matéria decapa.
Centrada no case da empresária e diretora daACMinas Beth Pimenta, fundadora da Água de Cheiro, pres-tigiada grife de perfumes e cosméticos, a matéria mostracomo, depois de quase ser obrigada a fechar as portas, elaconseguiu, com garra e determinação, recuperar a empresae retomar seu crescimento. Hoje, graças às intervençõesrealizadas e a novos modelos de gestão, a Água de Cheirovai muito bem, obrigado.
Falando em gestão, outra matéria de grande interessefocaliza a importância da qualidade das lideranças namanutenção e no sucesso dos negócios, mostrando as ca-racterísticas dos líderes que fazem a diferença e os cuidadosessenciais na transição e substituição de chefias.
Esta edição traz também a cobertura de um dos maisprestigiados eventos já realizados pela ACMinas, a home-nagem prestada ao vice-presidente José Alencar com o títu-lo de Presidente de Honra da entidade. Dois ministros deEstado - Hélio Costa, das Comunicações, representando opresidente da República, e Patrus Ananias, doDesenvolvimento Social e Combate à fome -, além de autori-dades estaduais e municipais, políticos de todos os espec-tros e empresários dos mais variados setores estiveram naACMinas para dar seus abraços a José Alencar.
Esta edição, porém, traz muito mais: uma belareportagem sobre o Circuito das Malhas, concentrado emtrês cidades do sul de Minas, onde o frio é o catalisador denegócios; a vocação cultural de São João del-Rei, comentrevistas e dicas das grandes atrações locais; matériasobre os crimes cibernéticos, motivo de um projeto de lei dosenador Eduardo Azeredo para coibi-los, e, também, umprévia do que vai ser a edição 2008 do Supere, congressoempresarial realizado pela ACMinas que, hoje, é certamenteo maior evento sobre gestão no Estado.
Boa leitura.
Diretor / Editor responsávelÂngelo Roberto de LimaReg. Profissional: 3033/MGEditor adjuntoJoão Henrique FariaReg. Profissional: 3546/MGEditora adjuntaDinorá OliveiraReg. Profissional: MG 05458 JPDiretor de CriaçãoPablo T. QuezadaDiretor de ArteReinaldo SoaresDiagramação / ImagensCynthia XavierProdução GráficaRaquel PachecoCoordenaçãoWagner Sá / Marcelo ValadaresColaboradoresLuciana Sampaio / Thaniara CarvalhoSelma Tomé / Generosa Gonçalves Alessandra Costa / Erinei Lima (fotos)JornalismoAlessandra CostaReg. Profissonal: MG 091-26 JPGenerosa GonçalvesReg.Profissional: 13.265/MGLuciana SampaioReg. Profissional: MG 05203 JPComercial / AtendimentoDimichelly [email protected] EspeciaisPaulo Henrique CostaGerência JurídicaJosé Nonato Costa de LimaGerência AdministrativaCátia CilenePublicidadeVero Brasil ComunicaçãoPeriodicidadeBimestralImpressão / TiragemGráfica e Editora Lastro / 10.000 exemplaresAtendimento ao [email protected] / 55 (31) 3344-2844
A revista Supere não se responsabiliza pelo conteúdo dos anún-cios e artigos assinados. As pessoas que constam no expedientenão têm autorização para falar em nome da Revista Supere ou deretirar qualquer tipo de material se não tiver em seu poder auto-rização formal do editor responsável constante do expediente.
A revista Supere é uma publicação da ACMinas, localizada à Av. Afonso Pena, 372 - 2º andar +55 31 3048 9555.
Editada e produzida por Vero Brasil Comunicação.Brasil: Av. Prudente de Morais, 44 3º andar, Tel.: +55 31 3344 2844Itália: 20123 Milão - Via Maurizio Gonzaga, 5,Tel.: +39 02.89 09 88 61
Expediente
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SUPERE 5
A jornalista Leila Ferreira fala sobre osdesafios da mulher de hoje.
Pág 26
Entrevista
CapaA volta por cima da “Água de Cheiro”
e outras empresas que superaram crises e retomaram o crescimento
08
Aproxima-se a data de mais um encontro do empreendedorismo mineiro
Negócios: Evento SUPERE 2008
Coluna
Artigos *Especial: Palestrantes do Evento SUPERE
Mário Mateus 14
Mais12 Antena Supere
34 Gestão
40 Atualidade
46 Negócios
52 Destaque
55 Livros
56 Responsabilidade Social
68 Sommelier Supere
70 Top Class
40
Como escapar dos delitos digitaisNovos Rumos: Cybercrimes
18
Histórias da “cidade onde os sinos falam”
Cultura: São João del Rei 60
Sumário
Antônio Carlos T. 24
William Caldas 25
Cláudio Haddad 38
Conrado Navarro 39
Marcelo Ortega 44
Rodrigo Cardoso 45
Diego Berro 50
Sérgio Gomes 51
Pedro Mello 66
Thiago Concer 67
Foto
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a
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SUPERE6
Supere 15
Prezados Diretor e edi-
tores da Revista SUPERE,
"A Arte Miúda está
agradecida pela quali-
dade e beleza da matéria
dedicada à musicalidade
de Diamantina e ao nosso trabalho. A edição além
de valorizar os nossos talentos musicais, é de uma
sensibilidade capaz de transportar o leitor para o
momento do Sarau, na Igreja do Rosário.
É motivo de orgulho para a Arte Miúda ver os nos-
sos projetos serem veiculados por um meio de
comunicação de tamanho alcance e importância
como a Revista SUPERE."
Soraya Araújo Ferreira Alcântara
Maestrina Arte Miúda
Um prazer ler a revista SUPERE. Matérias bem-
redigidas, temas interessantes e ainda tive a
grata surpresa de encontrar uma entrevista com
Edina Bom Sucesso, por quem tenho um enorme
carinho.
Fazer uma revista que seja ao mesmo tempo leve
e de conteúdo consistente não é fácil. Exige
esforço e competência. A equipe SUPERE está de
parabéns.
Leila Ferreira
Jornalista
Senhores editores,
"Fantástica a matéria "No compasso da 'cidade
serenata'!"Parabenizo à Revista SUPERE e à
Dinorá Oliveira pela bela abordagem que deu à
cidade de "Nonô", pelas belas ilustrações e pelo
cuidado na redação! Diamantina respira cultura e
História nas fachadas de seus casarios.
A 'Cidade Serenata' criou a Vesperata, a
Bartucada e a Arte Miúda. Com relação à Arte
Miúda, nunca vi projeto cultural mais belo!
Conheço pessoalmente a Soraya Araújo, fundado-
ra e regente do coral, e seu filho "Lulu", talentoso
instrumentista mirim (fotos na pág. 64). Em
Diamantina é assim, a cultura é transmitida de pai
para filho. A frase já deve estar batida, mas me
atrevo a repeti-la: SUPERE se superou!"
Cláudius Oscar Pimenta Dias
Tabelião - Guanhães -MG
"Parabenizo a Revista SUPERE pela maneira
como conduziu e veiculou a entrevista de Edina
Bom Sucesso. A disposição do conteúdo ficou
bastante agradável aos olhos e instigou a leitu-
ra de cada linha. Em uma linguagem palatável,
o discurso foi apresentado de forma bastante
consistente, verdadeiro e fiel à prática, uma vez
que Edina fala do que sabe com a alma, com-
partilhando um bem que ela considera pre-
cioso, o conhecimento.
Segundo a consultora, sua obra consiste em
doar seu conhecimento a quem ele possa
servir, pois sua função é ajudar pessoas a
descobrir, em si próprias, potencialidades e vir-
tudes capazes de fazer diferença, não só no
mundo corporativo, mas também em suas
relações interpessoais cotidianas".
Daniela Pedroso Campos
Psicóloga Organizacional e consultora
associada ERGON
Car
tas
Nº 15 :: MAIO/JUNHO DE 2008 :: R$ 14,50 A Revista SUPERE éuma publicação da
Sucessão nosnegócios
Como agir quandochega a hora de
"passar o bastão"Pág. 52
EntrevistaEdina Bom Sucesso aborda perfil de empresas e de gestores bem-sucedidosPág. 18
Mulheres queBrilham
Salto em Negócios 2008ressalta o talento de
empreendedoras mineirasPág. 34
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SUPERE 7
Charge
Senhores editores,
Quero parabenizar toda a equipe desta belíssima
revista. SUPERE tem me surpreendido pela quali-
dade em todos os detalhes: um visual caprichado,
agradável aos olhos; além de artigos e matérias
muito bem escritos. A revista dos senhores é o
tipo de publicação que a gente lê do início ao fim
num só fôlego. Parabéns!
Magda Dias
Comerciante
Aos editores,
Muito bom ver a cultura de Minas valorizada numa
revista empresarial, mostra que o empresariado mineiro
tem uma visão mais ampla, que vai além dos negócios.
Parabéns! Adorei ler a matéria sobre a Bienal do Livro e
visitar Diamantina, e ainda quero aproveitar para relem-
brar a beleza da reportagem sobre Guimarães Rosa,
que foi publicada na SUPERE número 14.
Edina Sales Meireles
Professora de Português
À presidência da ACMinas e aos editores da
revista SUPERE:
A revista SUPERE caiu nas minhas mãos por
acaso, por meio de um amigo, e fiquei surpreso
com o que vi, não sabia que, em Minas, existia
uma publicação assim. A revista é muito boa,
gostei de quase tudo o que vi. Quero aproveitar a
oportunidade para parabenizar à comunidade de
Itatiaia pela façanha de conseguir recursos para
restaurar a igreja. Eu já estive lá, conheço a igreja
e acho que seria uma perda muito grande para
nós, mineiros, deixar aquela beleza se perder por
causa de descaso.
Álvaro Henrique Gusmão
Assistente Social
Envie suas críticas e sugestões para esta coluna.End.: Av. Prudente de Morais, 44 - 3º andarCidade Jardim - CEP 30380-000 - BH - MG
Cybercrimes na miraAprovação, no Senado, de um substitutivo do senadormineiro Eduardo Azeredo (PSDB) sobre esse tipo de deli-to gera controvérsias e coloca o assunto em pauta nova-mente. Mas, afinal de contas, o que são exatamenteesses crimes? E por que a proposta em tramitação noCongresso é tão polêmica?
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observa-se o código penal, mas
há casos em que as leis e a
jurisprudência existentes são
insuficientes e a ausência de
sanções que se adéqüem aos
crimes é um convite à
impunidade.
Há cerca de nove anos,
tramitam, no Congresso Nacional
brasileiro, projetos que tratam do
tema. No início de julho deste ano,
o Senado aprovou um substitutivo
do senador Eduardo Azeredo
(PSDB/MG) que aglutina três
dessas proposições. O substituti-
vo ao Projeto de Lei da Câmara
(PLC) n° 89/2003, já foi aprovado
no Senado e, agora, está na
Câmara dos Deputados, onde
deverá ter a tramitação agilizada,
devido a um requerimento do
deputado Júlio Semeghini
(PSDB/SP).
Bom ou ruim?
A proposta, entretanto,
divide opiniões. Há quem afirme
que o texto de Azeredo permitirá
a criminalização de qualquer
usuário da web. Inclusive, existe
uma petição online, que já conta
com mais de 92 mil adesões, a
ser encaminhada à Câmara, que
pede o veto do projeto. Os defen-
sores contestam as acusações,
dizendo que apenas os crimi-
nosos serão punidos e não há
motivo para que o internauta
comum se aflija.
O artigo 285-B é um dos
pontos geradores de conflito. Tal
artigo criminaliza a ação de "obter
ou transferir, sem autorização ou
em desconformidade com auto-
rização do legítimo titular da rede
de computadores, dispositivo de
comunicação ou sistema informa-
tizado, protegidos por expressa
restrição de acesso, dado ou
informação neles disponível."
Nesse caso, o infrator, além de
pagar multa, poderá receber uma
pena de um a três anos de
reclusão.
Outro questionamento
que tem agitado os debates sobre
a proposição diz respeito à forma
como se deram os trâmites e a
aprovação no Senado. As críticas
ressaltam, sobretudo, a falta de
transparência com que o projeto
foi discutido e aprovado. O texto
que defende a petição pelo veto
diz que "o Senado aprovou o pro-
jeto de forma velada, pegando a
todos de surpresa".
Alguns cuidados básicos
Polêmicas e controvérsias
à parte, o certo é que a existência
de cybercriminosos é um perigo
que aflige a todos, especialmente
aos empresários. Todos querem
saber o que fazer para evitar
invasões e/ou vazamentos de
informações sigilosas.
Nesse sentido, as dicas
são as mesmas tanto para
usuários pessoais quando para
empresariais: instalar antivírus,
mantê-lo atualizado e escanear
todas as máquinas, pelo menos
uma vez por semana; instalar
também um antispyware (para fil-
trar tudo o que entra); utilizar filtros
de SPAMs; configurar o nave-
gador para que sempre peça
autorização antes de "baixar"
qualquer coisa; tomar cuidado
com sites de bancos e de lojas
(podem ser criados para roubar
dados), nesse caso verificar/digi-
tar o endereço e uma senha erra-
da (se for aceita, o site é falso);
nunca responder a um email não
solicitado e nem abrir links cujo
conteúdo é desconhecido; evitar
participar de correntes. Há
inúmeras outras dicas, mas com
essas aí já é possível garantir uma
navegação sem sustos.
“ A internet é um instrumento de comunicaçãomuito eficiente... Como qualquer outro
instrumento, pode ser usada para diversosfins, inclusive para o crime.”
SUPERE 9
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Nov
os R
umos
"Há algum tempo acom-
panho e participo de estudos sobre
segurança eletrônica, mas não con-
heço nenhuma estatística formal e
confiável sobre crimes na Internet. O
principal problema é caracterizar um
crime cometido por meio da
Internet. Existem várias dificuldades
práticas. Por exemplo, baixar músi-
ca em forma de arquivo mp3 pela
Internet é crime? Certamente, exis-
tem as questões de direitos
autorais, a lei de informática, copy-
right, etc. Se for crime, com certeza
é um dos mais cometidos, junto
com as diversas outras formas de
"pirataria". Entretanto, é difícil aceitar
uma classificação de crime em que
se enquadram praticamente todas
as pessoas que usam computa-
dores. Haverá então uma gradação
dos tipos de crime? É certo que sim,
mas esse é mais um fator que com-
plica a classificação.
A Internet não tem
fronteiras,
m a s
as legislações sim. Um fato ocorrido
em um país pode ter implicações
mundiais, mas em um local pode
ser crime e em outro não. Essa é
outra questão que envolve o recor-
rente e amplo tema da globalização.
Um seqüestro ou assassinato em
que a vítima foi "escolhida" e "abor-
dada" por um site é um crime
cometido pela Internet ou não?
Pedofilia é crime? O termo popular
está relacionado com uma série de
ações criminosas previstas em lei.
Mas pedofilia é um termo médico,
indicando preferência sexual por cri-
anças, que tem até CID (Código
Internacional de Doença). Nesse
sentido, muitos criminosos não seri-
am diagnosticados com essa
doença. Também é possível que
uma pessoa sofra da doença, mas
não tenha participado de nenhum
ato criminoso. O problema aqui não
é semântico, é perceber que a clas-
sificação de crime é complexa,
depende de questões legais e jurídi-
cas, é baseada na abstração da lei,
mas também depende muito do
caso concreto.
Sob o aspecto legal e jurídi-
co, muitos crimes que ocorrem
pela Internet não são caracteri-
zados, ou não são identifica-
dos. A legislação brasileira,
as jurisprudências, os
órgãos de repressão e controle
ainda estão em fase de criação,
solidificação, ampliação e adap-
tação aos crimes ou delitos de infor-
mática. Por exemplo, só recente-
mente o Projeto de Lei que "define e
tipifica os delitos informáticos" foi
votado no Senado e remetido para
a Câmara. Mesmo assim, ainda
existem várias questões polêmicas
e ainda deve faltar muito para, quem
sabe, ele virar lei. Se for aprovada
uma lei, como qualquer outra, não
será perfeita, mas já será um
avanço.
A Internet é um instrumento
de comunicação muito eficiente, de
cobertura mundial, e barato. Como
todo instrumento, a Internet pode
ser usada para diversos fins, incluin-
do crimes. Existem vários mecanis-
mos de segurança disponíveis para
tentar evitar ações indevidas. No
geral, todos os esquemas de segu-
rança tentam restringir o acesso aos
recursos computacionais por meio
de identificação das pessoas auto-
rizadas. Identificação é a chave da
segurança em redes de computa-
dores. A forma de identificação mais
usada é o par "usuário" e "senha".
Por exemplo, a identidade de uma
pessoa em uma transação bancária
é seu banco, agência e conta cor-
rente que, junto com sua senha,
Palavra de quem entende do assuntoPara falar melhor sobre os crimes do cyberword, SUPERE procurou um especialista
em fraudes e vazamentos. Habituado a fazer auditorias exatamente nessa área, con-
fira, a seguir, a explanação do especialista FREDERICO MARTINS BIBER SAMPAIO.
SUPERE10
supere 16:Layout 1 26/8/2008 20:41 Page 10
completam sua identificação.
O número de um cartão de
crédito, aliado com algumas infor-
mações pessoais ou códigos de
segurança dispostos no cartão, são
as formas de se identificar um com-
prador eletronicamente. As ações
criminosas mais comuns praticadas
pela Internet envolvem a aquisição
de identidades eletrônicas e o uso
indevido dos recursos computa-
cionais. Obviamente, as identifi-
cações comerciais ou bancárias
são as mais divulgadas e as que
afetam mais os indivíduos. Contudo,
as identificações administrativas de
sistemas e computadores conecta-
dos na Internet são os principais
alvos. Com acesso aos servidores,
um atacante pode obter várias infor-
mações de seus usuários, pode
aumentar sua capacidade de exe-
cutar ataques a outros servidores ou
à rede interna das organizações,
pode encobrir os registros de sua
origem etc.
Enfim, esses acessos a
serviços e servidores fornecem os
principais instrumentos de exe-
cução e acobertamento dos crimes
em redes de computadores. Os
métodos de ataques que buscam
obter acessos aos servidores são
os mais numerosos e comumente
praticados. O atacante busca aces-
so obtendo identificações de
usuários, vasculhando falhas nos
softwares, ou nas configurações
dos serviços eletrônicos. Existem
vários mecanismos e formas.
Todavia, a maioria desses ataques é
feita automaticamente por soft-
wares que qualquer atacante,
mesmo sem muito conhecimento
de informática, pode utilizar sem difi-
culdade e abrangendo uma grande
área e vários alvos sem grandes
custos. Além disso, algumas vezes,
esses ataques sequer são relata-
dos, pois os atacados temem a
possibilidade de incorrer em
responsabilidades indiretas sobre
eventuais prejuízos, os admi-
nistradores temem por seu
emprego ou não querem expor a
vulnerabilidade de seus sistemas.
O "phishing", termo basea-
do em "fishing" (pescaria em inglês),
provavelmente é a forma atual mais
comum de busca de informações
de identificação. No geral, o "phish-
ing" começa com envio de men-
sagens, iscas, que tentam chamar a
atenção dos usuários, levando-os a
clicar em links de sites forjados.
Nesses sites, o usuário desatento
acaba por dar informações críticas
ou baixar vírus, ou outros progra-
mas maliciosos. A maioria das víti-
mas é pega pela simples curiosi-
dade ou desatenção. As formas
mais comuns da mensagem de
"phishing", ou isca, chegar até o
usuário são emails, recados em
sites de relacionamento (como o
Orkut) e mensagens de programas
de "instant messaging" (como o
Windows Messenger).
Provavelmente, todos já
receberam emails de "phishing". As
mensagens de "phishing" são de
diversos tipos, e várias são bastante
criativas e se misturam com men-
sagens reais e de boa intenção,
como de ajuda a crianças com
problemas de saúde. Infelizmente,
quanto mais realista e maior for o
apelo, melhor será a pescaria. Um
golpe comum de "phishing" é usar
endereços eletrônicos parecidos ou
enganosos. Por exemplo, em um
endereço com grafia similar, ou em
um link forjado. O atacante publica
um site idêntico ao de um banco.
Ao entrar nesse endereço, a vítima
vê o mesmo site que está acostu-
mada, digita sua agência, conta e
senha. Não tem acesso na primeira
tentativa, mas o site forjado laça o
navegador para o site correto e o
usuário usa sem problemas seu
"web-bank", mas a identidade
bancária já estaria "pescada".
Outro ataque comum é
mandar mensagens com desti-
natário forjado. Assim, o usuário
recebe uma mensagem informando
como origem uma pessoa conheci-
da. Na mensagem, existe um link
para fotos, piadas ou qualquer tipo
de arquivo. O usuário clica, confirma
o download e a instalação. Pronto!
Nada de útil, mas o computador já
está "pescado". Mesmo o "phishing"
necessita de um acesso a serviços
e servidores da Internet, além da
participação de um grupo de pes-
soas. Várias reportagens alertam
para o grande negócio que se
tornou esse tipo de ataque, desta-
cando somas enormes de dinheiro
na ordem de bilhões de dólares.
Existe mercado de venda de "kits de
phishing", venda de serviços e servi-
dores, venda de dados coletados,
compra e venda de produtos
adquiridos com identidades
roubadas, mercado de lavagem de
dinheiro etc".
SUPERE11
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SUPERE12
Homenagem merecida
ONU no Brasil
No dia 30 de julho, a AssociaçãoComercial de Minas (ACMinas) realizou umasolenidade para homenagear o vice-presi-dente da República, José Alencar, com oinédito título de presidente de honra da enti-dade. O diploma concedido ao mineiro daZona da Mata visa mostra o reconhecimentoda ACMinas ao trabalho que Alencar desen-volve em prol do empreendedorismo no País.Os ministros Hélio Costa (Comunicação) ePatrus Ananias (Desenvolvimento Social eCombate a Fome), entre outros importantesconvidados, prestigiaram a homenagem.
A postura do vice-presidente a favor daredução da taxa de juros e da reforma tri-butária, assim como o incentivo que ele dáao empreendedorismo, foram lembradosdurante a cerimônia. José Alencar conside-rou a homenagem "uma satisfação e alegriaimensa", ressaltando que a ACMinas é umacasa da qual ele, como empresário, faz parte
Ant
ena
Sup
ere
Em novembro, o Brasil vai sedi-ar a Conferência Internacional sobreos "Objetivos do Milênio". As metasdo milênio foram fixadas, no ano2000, por 191 países da Organizaçãodas Nações Unidas (ONU). A propostaé de que os signatários alcancem taisobjetivos até 2015. O encontrobrasileiro visa monitorar a formacomo os países tem trabalhandopara atingir as metas. O evento serárealizado paralelamente a uma con-ferência internacional sobre o com-bate à pobreza (primeiro objetivodo milênio). Na oportunidade,
serão comemorados os 20 anosda cria-ção do Sistema Único deSaúde (SUS), os 30 da
Declaração de Alma-Ata, em queos países-membros da ONU secomprometeram a fortalecer a
atenção primária à saúde, e os 15anos do Programa Saúde da Família(PSF).
As oito metas do milênio são:erradicar a extrema pobreza e afome; universalizar a educação bási-ca de qualidade; promover a igual-dade entre os sexos e a valorizaçãoda mulher; reduzir a mortalidadeinfantil; melhorar a saúde das ges-tantes; combater a Aids, a malária eoutras doenças; priorizar a qualidadede vida e o respeito ao meio ambi-ente; estabelecer uma parceriamundial pelo desenvolvimento.
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SUPERE13
Fusõesaquecidas
Brasil mais justo
desde os anos 60. José Alencar foidiretor da AC Minas (na década de1970) e, em anos anteriores, jáhavia recebido dois outros diplo-mas da Associação ComercialMinas: "Empresário do Ano" e"Medalha JK".
Para o presidente daAssociação Comercial de Minas,Charles Lotfi, a homenagem do dia30 de junho foi mais do que justa,pois prestigiou um grandeempresário brasileiro. Um homemque sempre honrou os objetivos daclasse empresarial. Na mesma data,já como presidente de honra daACMinas, José Alencar deu posseao Conselho Empresarial deIndústria e Energia, que passa a serpresidido pelo industrial AiltonRicaldoni.
Segundo dadosdo relatório de"Retrato Social" dogoverno federal, nosúltimos cinco anos, ocrescimento e a dis-tribuição de rendaforam vigorosos noBrasil. Fato que teriareduzido a desigual-dade social e ampliadoa classe média, melho-rando a vida da maioria dos brasileiros.
O relatório mostra que a desigual-dade de renda medida pelo Índice deGini (coeficiente para mensurar a dis-tribuição de renda) apresentou a maiorqueda desde 1981; também caiu(quase 7%) a diferença entre os rendi-mentos das pessoas ocupadas nas seisprincipais regiões metropolitanas. Comisso, o País ultrapassou a meta domilênio de reduzir, à metade, a extremapobreza até 2015, tirando da miséria
9,7 milhões de brasileiros (2003-2006). Outro dado valioso é queda da
pobreza nas regiões metropolitanas,que, segundo o Instituto de PesquisaEconômica Aplicada (Ipea), diminuiu de35% (em 2003) para 24% (em 2008).Os dados informam que, hoje, a classemédia é a maioria da população: pas-sou de 44,2% (em 2002) para 51,9%.Com esses resultados, afirma o relatóriodo governo, o Brasil está, pela primeiravez, entre os países de alto índice dedesenvolvimento humano (IDH).
O número de fusões e aquisições, no Brasil, tem apresentado cresci-mento contínuo. Nos primeiros sete meses deste ano, o montante acumula-do nessas negociações foi de US$ 57,15 bilhões. Essa soma, se comparadaàs cifras do mesmo período do ano passado, representa um aumento deaproximadamente 84%. Faltando cerca de quatro meses para o término doano, o acúmulo representa praticamente o total de fusões e aquisições detodo o ano de 2007, que somou US$ 59 bilhões.
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SUPERE14
Nas décadas de 50 e 60 do século passa-do, no Brasil, quem pretendesse fazer um cursouniversitário responderia à pergunta-título destetrabalho:
- Quero ser médico. Um outro aspirante à universidade diria:- Advogado. O amante da Matemática e dos cálculos não
teria dúvidas sobre a profissão a seguir:- Engenheiro. Quero construir casas e
pontes. Médico, engenheiro, advogado. Eram essas, na esma-
gadora maioria das vezes, as respostas ouvidas dos
jovens de outrora. Compreende-se. Afinal, o Brasil, na
década de 40, tinha quase 70% (69% por cento, para ser-
mos mais exatos) da população vivendo no campo. A
mentalidade era naturalmente agrária; o processo de
urbanização, lento e pouco promissor.
Não cogitava o jovem de então em outras profissões. Só a
título de exemplo, basta lembrar que, na Universidade
Federal de Minas Gerais, o curso Comunicação Social
(Jornalismo, Relações Públicas e Publicidade) foi criado
apenas em 1962. Profissões hoje comuns entre nós, inte-
grantes de uma sociedade complexa, praticamente não
existiam para aqueles que pretendiam graduar-se nas
universidades.
Mas veio a Segunda Guerra Mundial. A industrialização
Que você vai serquando crescer?
”“Nese mundo mais veloz, ganham espaçoe prestígio muitas profissões.
Contábeis. No Brasil, país que se "destaca" pelo seu sis-
tema tri-butário confuso e atropelador, não se pode pre-
scindir desse profissional que, qualificado e bem-informa-
do, assegura meios e métodos para a gestão científica e
moderna de pequenas, médias e grandes empresas. Mas
isso não se dá apenas no Brasil: seu papel é relevante e
- repetimos - imprescindível onde quer que haja necessi-
dade de informação e dados científicos para uma gestão
de sucesso. O empresário sensato sabe disso, pois, a
todo instante, para tomar decisões acertadas, quer
dados exatos e precisos - e estes dados exatos e pre-
cisos o profissional da Contabilidade tem condições e
qualificação para fornecer.
Cabe acrescentar: a importância do profissional das
Ciências Contábeis não se restringe à assessoria presta-
da às empresas. Vai mais além: a pessoa física, se não
contar com assessoria contábil de qualidade, pode cor-
rer o risco de ver o seu patrimônio dilapidado por falta de
informação qualificada.
Diante do exposto, e considerando-se o mundo em
que vivemos hoje, se retomarmos a pergunta "Que
você vai ser quando crescer?" Certamente ouviremos
respostas bem diversas daquelas que disseram ou
palavras, à pergunta "Que você
vai ser quando crescer?" já se
podiam ouvir respostas dife-
rentes e bem distantes daque-
las que, tempos atrás, eram
dadas pelos jovens estudantes
brasileiros.
Nas últimas décadas, muita coisa
mudou. Tudo se fez mais com-
plexo e intrincado. No mundo
empresarial, por exemplo, não se
pode mais conceber um homem
de empresa que não busque
incessantemente se adaptar aos
novos tempos. Veio a globaliza-
ção, a internet, o e-mail, o desen-
volvimento dos transportes.
Surge daí um mundo mais veloz,
no qual a informação vai de um
continente a outro num "piscar de
olhos".
Nesse mundo mais veloz, ga-
nham espaço e prestígio muitas
profissões. Para corroborar o que
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SUPERE18
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a Exclusiva
LeilaFoto: Arquivo Pessoal
“Rapando tudo da vida”
“Rapando tudo da vida”
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la FerreiraLeila Ferreira
SUPERE: Mulheres; por que
será que elas ... ?
Leila Ferreira: Há muitas per-
guntas a fazer antes desse ponto
de interrogação. Não é à toa que
essas perguntas iniciam cada
capítulo do meu livro. Eu, aliás,
sempre fui de perguntar muito,
talvez por isso tenha me tornado
jornalista. Há uma série de pecu-
liaridades das mulheres de hoje
que me intrigam, eu quis esmiu-
çar isso. O livro e as palestras
mostram um pouco do que pude
apurar durante as entrevistas, e
também observando mulheres
que me rodeiam. Tudo isso me
ajudou a constatar que nós, mu-
lheres, temos um "parentesco"
muito grande umas com as ou-
tras. Não importa a camada
social, idade, ou divergências
culturais: as fantasias, os medos,
as "loucuras" e o imaginário, são
muito parecidos.
S.: Que "loucuras" são essas?
L.F.: O tripé beleza, magreza e
juventude, por exemplo. Hoje,
vemos mulheres fazendo bar-
baridades em prol de um ideal de
aparência física impossível.
Envelhecer, então, é pratica-
mente um pecado. Atualmente, é
impossível ser mulher e não se
deixar afetar pela cultura da
estética, da "eterna juventude",
com metas absurdas. No Brasil,
isso é ainda mais evidente, o
corpo vem em primeiro lugar: a
mulher brasileira "tem" de ser
gostosa. Na Europa, é diferente.
Lá, a mulher se veste para ficar
elegante. Aqui, no nosso País,
ela se veste para ficar gostosa. E,
convenhamos, ser gostosa aos
50/60 anos não é fácil.
Os homens europeus
também têm outra cabeça. Eles
realmente se interessam por mu-
lheres maduras, respeitam as
conquistas que vêm com a
maturidade. Eu tenho 55 anos e
assumo, mas sei que ter essa
idade, sobretudo no Brasil, não é
simples. Todas as mensagens
levam à crença de que a mulher
madura deixa de ser mulher, ela
fica invisível, não é mais vista
como mulher. É preciso muito
equilíbrio emocional para lidar
com isso. Mas tentar brigar com
a idade é o pior dos mundos, é
A orgulhosamente mineira (de Araxá) Leila Ferreira é jornalista, escritora e palestrante. Formada em Letras
e Jornalismo, com mestrado em Comunicação pela Universidade de Londres, durante dez anos ela conduziu o
programa semanal televisivo "Leila Entrevista" (Rede Minas) e, hoje, mora na capital paulista e é responsável por
uma coluna de uma conhecida revista feminina. Fascinada pelas idiossincrasias que permeiam o mundo das mu-
lheres, em seu último livro (leia destaque) ela tentou dissecar um pouco as particularidades do universo delas.
Singularidades que também fazem parte de seus textos na revista e das palestras que a jornalista costuma
proferir pelo Brasil.
Leila foi uma das palestrantes do evento "Salto em Negócios", promovido pela Associação Comercial
de Minas e pelo Conselho da Mulher Empreendedora de Minas em junho deste ano. Esta entrevista dá uma
pequena mostra das razões que fazem o sucesso dessa araxaense, cuja participação no "Salto" foi bastante acla-
mada pelas empreendedoras das Alterosas e também pelos homens presentes ao evento. Acompanhe esta
conversa com a supersimpática (de verdade!) Leila Ferreira!
SUPERE19
Dinorá Oliveira
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uma guerra que não há como
vencer, o que causa muita amar-
gura. E eu fujo da amargura
como o diabo foge da cruz.
Jamais quero ser amarga.
S.: Amargura, aliás, parece
realmente estar longe de você.
Como consegue arrancar tan-
tas gargalhadas do público,
mesmo quando provoca?
L.F.: Eu sou muito ansiosa e
preo-cupada, não consigo relaxar
com facilidade, mas não sou
amarga e nunca quero ser, não
abro mão do bom humor. Para
mim, o mau humor é um defeito
gravíssimo. O mal humorado traz
a fatura dele, de sua insatisfação
pessoal, para o outro pagar. Por
isso, valorizo tanto o bom humor.
Dentro das adversidades, é pre-
ciso ser capaz de rir de si
mesmo, dos seus problemas. E
mais: acredito que bom humor
se aprende praticando. Eu
procuro colocá-lo sempre em
prática, por isso tento explorar o
lado cômico e pitoresco das
situações com a intenção de, a
partir disso, provocar reflexões.
O humor é um bom atalho para
levar o público a refletir.
S.: Esse público é exclusiva-
mente feminino?
L.F.: Não. Geralmente, há mais
mulheres, como aconteceu no
Salto em Negócios, mas também
há participação de homens, e
eles perguntam mais. Os homens
andam desconsertados com a
mulher de hoje, não sabem ao
certo como lidar com ela e vêem,
na palestra, uma chance de
decifrar, de compreender melhor
quem somos. Mas não são ape-
nas eles, elas também estão
confusas com as mudanças: o
chão está "andando", as
mudanças não param. Essa
"nova" mulher ainda está muito
longe de se conhecer. Estamos
no terreno das incógnitas. Eu
também ainda não decifrei tudo,
mas acho o universo feminino
fascinante, mais do que achava
antes de escrever o livro.
S.: O livro, assim como a
palestra, tem passagens e
"tiradas" singulares, mas tam-
bém provocativas, como essa
história de sair de Bangu 1 e
passar para Bangu 2. O que
você quer dizer com isso?
L.F.: Que as mulheres continuam
encarceradas. Essa é uma brin-
cadeira que eu costumo fazer,
para comparar a condição da
mulher hoje, com a realidade de
alguns anos atrás.
Principalmente em relação à
ditadura da magreza. Acho
mesmo que saímos de uma
Entre
vist
a Exclusiva
O livro da jornalista mineira Leila
Ferreira abre cada capítulo completan-
do essa pergunta que está na capa. As
histórias narradas por Leila são quase
tragicômicas. Alguns casos chegam a
impressionar: parece que a gente está
se vendo naquela situação. Aliás, ao
longo do livro, isso acontece diversas
vezes. Após ler o delicioso e muito bem
construído relato de Leila, é impossível
não constatar que, nós mulheres,
somos realmente muito parecidas,
temos mesmo "um grande parentesco",
como diria a autora.
Estão entre as perguntas que
dão a largada a cada capítulo, comple-
tando o questionamento da capa, "por
que será que elas..."... acham que
beleza e magreza são sinônimos de feli-
cidade? ...precisam de vinte e seis
tipos de xampu? ... sempre encontram
o que comprar? ... conhecem onze tons
de azul? ... estão até gargarejando para
não envelhecer? ... enlouquecem com
sapatos e bolsas? E afins. As
respostas, assim como os questiona-
mentos, são reveladas com sutileza e
um humor delicioso.
Leila narra - com um texto leve
e espirituoso - histórias que coletou
por meio de entrevistas. Ela conversou
com mais de 50 mulheres de todas as
classes, idades, etnias e profissões.
No livro, há situações hilárias em
relação a vaidade, sexo, esoterismo,
consumo, trabalho, romances. As
"aventuras" rendem muitas risadas
(Ah! O capítulo sobre a ditadura da
magreza!...) e falam um pouco de
cada uma de nós, mulheres.
Acreditem, é pura diversão! Mas
rende boas reflexões, e como!
"Mulheres: por que será que elas..."?
SUPERE20
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prisão e passamos para outra.
Se antes, nossas mães e avós
não podiam ter apetite sexual;
hoje, nós já não podemos é ter o
outro apetite. Se a liberação se-
xual permitiu à mulher manifestar
seus desejos sem culpa; a
ditadura da magreza coibiu o
prazer de saborear. Hoje
podemos transar, mas não
podemos comer. A mudança foi
só de cadeia, nós, mulheres,
continuamos prisioneiras.
S.: Esse aprisionamento é ape-
nas em relação à estética, à
magreza?
L.F.: Não. Com o excesso de
demandas, o cansaço feminino
de hoje em dia não é normal, e as
mulheres aceitam isso com muita
docilidade. Isso não é liberdade!
Você tem de se matar para ser
mãe, profissional, dona de casa,
esposa e, ainda por cima, perfei-
ta? Isso não é vida, é uma auto-
imolação. A cultura prega
paciência, mas aceitar essa situ-
ação não dá. Temos de ques-
tionar, o tempo todo, essa cul-
tura. Nós, mulheres, estamos
aceitando uma realidade muito
aquém daquela que realmente
merecemos. Precisamos, por
exemplo, de um companheiro
que saiba dividir. Ajudar não!
Ajudar é muito pouco, não basta.
É preciso dividir mesmo.
S.: Falando em dividir, no
”“Bom humor se aprende praticando, e euprocuro praticá-lo sempre.
Durante o Saltoem Negócios,Leila provoca
muitas gargalhadas
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SUPERE22
Entre
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a Exclusiva
"Leila Entrevista", você com-
partilhou muitas experiências.
Como foi deixar o programa?
L.F.: Mais ou menos como uma
mãe que é obrigada a se separar
do filho. É uma sensação de rup-
tura, de perda. Afinal, foram dez
anos, mais de mil e seiscentas
entrevistas, 13 séries interna-
cionais. É uma história! Não foi
fácil. Mas foi uma opção, recebi
um convite [para assinar uma
coluna na revista Marie Claire] e
quis experimentar a novidade.
No início, mesmo já morando em
São Paulo, tentei conciliar e con-
tinuar com o programa aqui, mas
foi ficando inviável e precisei fazer
uma escolha. Como, no momen-
to, estou querendo escrever
cada vez mais, a efervescência
cultural de São Paulo é impor-
tante, pois me dá muitos subsí-
dios. Também quero investir
mais nas palestras, nesse caso,
tenho de viajar muito, e fica mais
fácil fazer isso estando em São
Paulo. Além disso, na revista,
não tenho horários rígidos. Acho
que, com a loucura que é aquela
cidade, aquele trânsito, se eu
tivesse de cumprir um horário
fixo, eu não daria conta.
S.: Você pensa em retomar o
programa, mesmo em São
Paulo?
L.F.: Acho muito difícil. Na ver-
dade, eu não tenho vontade
fazer TV em São Paulo. Eu
adoro televisão, mas fazer TV é
um sofrimento, é uma fonte de
pequenos e constantes proble-
mas. Eu tenho 20 anos de tele-
visão, são 20 anos de sofri-
mento. Imagina, então, fazer
TV na loucura que é a vida em
São Paulo!
S.: Aproveitando a deixa sobre
o programa, e retomando a
conversa sobre as mulheres de
hoje, dessas quase duas mil
entrevistas, que mulher (ou
Foto
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”“As mulheres saíram de Bangu I e foram para Bangu II.Apenas trocaram de prisão: antes, não podiam ter
apetite sexual, hoje, não podem ter apetite nenhum.
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SUPERE23
mulheres) mais te sensibi-
lizaram ou marcaram?
L.F.: Houve muitas. É difícil
escolher. Posso citar algumas
marcantes, como, por exemplo,
a Isabel Allende [escritora chile-
na, sobrinha do ex-presidente do
Chile Salvador Allende, morto
durante o golpe militar comanda-
do pelo general Pinochet]. Ela
não faz pose, não fala para
impressionar. É decepcionante
quando o entrevistado não é
nada do que parece, quando, ao
dar a entrevista, você percebe
que a pessoa está interpretando,
que você está conversando com
um personagem; ou então que
aquela "simpatia" que aparece
na mídia é falsa e a pessoa tem
um péssimo humor. Isabel, além
de um senso de humor apu-
radíssimo, tem uma consistên-
cia intelectual e emocional
impressionante.
Outra que me encantou
demais é Sá Luiza Benzedeira,
de Araçuaí, no Vale do
Jequitinhonha. Uma mulher sim-
ples, vivendo na maior humil-
dade, mas com uma grandeza
de alma e uma perspicácia com
a vida encantadoras, admiráveis
mesmo. Uma verdadeira rainha.
Conversar com ela é como estar
com um personagem de
Guimarães Rosa.
S.: O que elas disseram que
você ressaltaria?
L.F.: Isabelle Allende disse que
as mulheres a fascinam, que, em
todos os momentos - exceto na
cama -, elas são mais interes-
santes do que os homens. Já Sá
Luiza, em meio às dificuldades
da vida no Vale do Jequitinho-
nha, quando perguntei a ela (que
tinha mais de cem anos na
época) do que mais gostava na
vida, ela me respondeu: "Da vida
eu rapo é tudo". Isso me encan-
tou muito, uma mulher pobre,
com a saúde já bem frágil,
"rapando tudo da vida", enquan-
to muitas mulheres, em
condições bem melhores, preo-
cupam-se com uma série de
futilidades e, sem perceber,
deixam de viver.
Leila diz que usao bom humorpara provocar
reflexões
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inas
supere 16:Layout 1 26/8/2008 20:43 Page 23
SUPERE24
Arti
goAntonio Carlos Teixeira da Silva
Hoje, estamos na Era do cliente eternamente insatisfeito. Para crescer,
ou - no mínimo - sobreviver, esteja ligado nos anseios de seu cliente:
"Não quero perder tempo"
"Saiba quem eu sou"
"Facilite a minha vida"
"Ofereça o que eu quero"
"Quero ser atendido por um vendedor bem qualificado"
"Quero mais qualidade e pagar menos"
Para garantir a sua competitividade, crie maneiras de atender a
esses anseios dos clientes. Muita gente continua presa aos suces-
sos do passado e desestimula novas idéias. Esse é o caminho
mais curto para alguém desaparecer. Quer ver? Faça este teste
de memória: relembre de três lojas que já tiveram sucesso no pas-
sado e que desapareceram porque não se adequaram às novas
exigências do mercado.
O segredo é descobrir o que o seu cliente quer antes mesmo que ele
próprio saiba. Esse é um desafio à sua criatividade e à de sua equipe.
Hoje, a premissa básica é fazer mais com menos. Busque novas alter-
nativas, repense, faça melhor, mais rápido, mais economicamente.
"Por que não pensei nisso antes?"
Essa é uma definição bem-humorada de idéia. Pragmaticamente,
uma idéia não é nada mais nem menos do que uma nova combi-
nação de velhos elementos.
Ter uma idéia é similar a você criar uma nova sobremesa ou um
novo prato. Pegue alguns ingredientes que já conhece, ou alguns
que recentemente descobriu, e combine-os de uma nova
maneira. É simples. E nem precisa ser um gênio para fazer isso.
As pessoas comuns têm grandes idéias todos os dias.
Com a sua criatividade bem treinada você poderá gerar inúmeras
idéias para:
.: Aumentar a satisfação dos seus clientes
.: Melhorar o atendimento
.: Motivar mais os seus funcionários
.: Oferecer mais facilidades aos clientes
.: Reduzir os custos
.: Deixar sua loja mais atrativa
.: Dar vantagens aos seus clientes
.: Conquistar novos clientes
.: Criar diferenciais competitivos
Comece treinando com os exercícios
abaixo:
1.Pense em uma tarefa que você realiza
diariamente. De que maneiras você
poderá simplificá-la?
2.Durante uma hora, pense como se você
fosse SEU cliente. Escreva tudo o que
você observou. Identifique tudo o que
pode ser alterado, simplificado, agregado,
melhorado, para que você não seja
apenas mais um lojista.
3.Cite 10 razões pelas quais você seria seu
cliente. Se você não conseguir, cuidado!
Está na hora de você pensar diferente e ter
novas idéias.
"Mas como posso criar diferenciais com-
petitivos que sejam percebidos pelos
meus clientes?" A esta altura você já deve
estar com essa pergunta em mente.
Utilize a técnica de geração de idéias
abaixo que apresento em minhas palestras
e workshops:
DE QUE MANEIRAS EU POSSO.............?
Complete essa pergunta com o seu obje-
tivo ou desafio. Cada resposta que você
der a essa pergunta é uma nova idéia. Para
cada pergunta encontre pelo menos dez
respostas diferentes.
DE QUE MANEIRAS EU POSSO ...............
Você seria clienteda sua loja?
Antonio Carlos
Teixeira da Silva
conferencista
e consultor sobre
Criatividade e
Inovação.
www.pense
diferente.com.br
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2008
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SUPERE25
Arti
go
William Caldas k
As empresas entraram neste século com
desafios incríveis, e eles representarão nas
próximas décadas, avanços mais significativos
do que a soma de todas as conquistas dos
últimos 20 anos. Parece trágico, e é. A primeira
atitude que irá diferenciar uma empresa bem-
sucedida de uma prestes a fechar as portas
será a capacidade de envolver funcionários,
clientes e fornecedores em um clima diferente.
Fazer a diferença na vida das pessoas! O que
antes era prerrogativa apenas para os artistas,
tornou-se essencial para as empresas
inteligentes. Do funcionário menos graduado
ao presidente da organização, todos deverão
ser contagiados por uma nova onda de entu-
siasmo. A empresa deverá construir a cultura
da paixão, se quiser se destacar no mercado.
O lucro estará cada vez mais associado à
capacidade dessa empresa de provocar a feli-
cidade em todos a sua volta. Não despreze o
gari que limpa sua calçada.
Por mais que a universalização do entusiasmo
exija ações amplas e que alcancem a todos -
sem distinção, o resultado de cada organiza-
ção dependerá da capacidade de enxergar os
detalhes. O discurso universal da qualidade
deverá ser substituído pelo respeito à individu-
alidade. Vai dar mais trabalho? Vai. Mas
ninguém quer ser apenas mais um no proces-
so. E isso vale tanto para as empresas quanto
para os profissionais. Assim como as empre-
sas precisam de diferenciais para se garantir,
os profissionais também. Neste século, ser
igual aos outros é sinal de desvalorização. Seja
você uma secretária, ou o diretor administrati-
vo, busque diferenciais que garantam seu
espaço. Uma dica: quanto maior for a sua
capacidade de gerar soluções, mais valioso
será seu passe no mercado.
O novo consumidor já faz suas cobranças e ignora as organizações que
não as atendem. Os produtos e serviços de hoje não são consumidos
para satisfazer uma necessidade. Eles representam objetos de desejo
que estão enraizados em sonhos. Pergunte a uma mulher porque ela se
sujeita a usar sapatos de salto agulha por mais de dez horas seguidas,
sacrificando o conforto dos pés e a saúde da coluna. Ela responderá que
se sente poderosa e isso vale qualquer sacrifício. Pergunte a um homem
porque ele decide pagar juros de 10% ao mês para equipar o carro com
acessórios esportivos? Ele não dirá, mas deixará claro na satisfação com
que dirige o carro que está investindo em uma extensão de si mesmo.
Quer ver outra cobrança que vai bater na sua porta, mais dia menos dia?
É a do uso da tecnologia da porta para dentro. Sim, porque é muito
comum vermos empresas investirem muito dinheiro na informatização
do atendimento ao cliente e no desenvolvimento de peças de comuni-
cação maravilhosas para a publicidade de seus produtos, e se esque-
cerem de investir na comunicação interna. Oras, se você depende de
sua equipe para garantir seu lucro, não deverá ser ela a primeira a ser
lembrada na hora de usar as maravilhas tecnológicas? Aproveite e já
marque o dia do enterro do velho refeitório... Comida bem feita, servida
em pratos bons e em local arejado é o que sua equipe quer. Aposto que
você não convidaria seu melhor cliente para almoçar naquilo.
Você também pode usar a tecnologia disponível para desenvolver o co-
nhecimento de sua equipe. Aliás, sem alimentá-los com boas infor-
mações, mantendo sempre liberdade para gerar os erros que antece-
dem às grandes inovações, sua empresa será sempre a mesma. Sem
nada de novo, nada de clientes satisfeitos, nada de clientes apaixonados.
Os desavisados até vêm, mas vão embora e não voltam. E ainda falam
mal de você.
E já que eu toquei no assunto, vou aumentar a bronca. As empresas se
perguntam qual o momento mais apropriado para inovar. Certo? A
minha experiência conta que elas quase sempre o fazem quando a linha
do faturamento - e do lucro, está despencando rumo ao Chuí. Pois a ati-
tude deveria ser inversa. Quanto mais sucesso, mais investimentos.
Sabe por que a água corre para o mar? Por que lá tem muito mais água
que em todos os rios juntos. Agora você entende por que algumas
grandes marcas conseguem ser líderes de mercado por tantos anos?
Elas não ficam esperando as vacas emagrecerem para trocar de pasto.
das empresas no século XXIICOMPETÊNCIAS
William Caldas
consultor e
palestrante
site: www.
williamcaldas.com
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Cap
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A VOLTA por CIMA
A empresáriaBeth Pimenta éum exemplo deperseverança e
superação
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Generosa Gonçalves e Alessandra Costa
27SUPERE
"Não há mal que sempre
dure, nem bem que nunca se
acabe". A sabedoria popular
acerta, pelo menos quando se
trata da vida de uma empresária
que conheceu o sucesso e a difi-
culdade num espaço de tempo
de aproximadamente duas
décadas. Elizabeth Pimenta, fun-
dadora da franquia Água de
Cheiro, emociona-se ao contar
cada trecho dessa História. É ela
mesma quem recorre à frase cita-
da acima para definir sua tra-
jetória. "Eu adoro os ditados po-
pulares e esse se encaixa bem na
minha vida", justifica.
A empresa de perfumaria
começou com uma loja de 17m2,
na Savassi, região Sul de Belo
Horizonte. Em menos de um
mês, a marca tornou-se um
sucesso: foram mais de 20 mil
frascos vendidos. Pequena
amostra do que estava por vir. A
"água de cheiro ou colônia da
terra", como a empresária define
o seu produto, virou mais do que
objeto de desejo dos consumi-
dores. Não foram poucas as pes-
soas que investiram em "lojas
exclusivas" da Água de Cheiro.
Beth Pimenta, como é conhecida,
conta que, nessa época, ainda
não entendia o conceito de fran-
chising, mas já sabia como orga-
Empreender e manter o empreendimento são acontecimentos distintos.Alguns empreendedores, por inexperiência ou inadequação às regras domercado, vêem seus sonhos desabar e, não raro, caem com eles. Há,entretanto, aqueles que, mesmo diante das adversidades, mantêm a fé elutam até garantir o retorno da solidez. Nesses casos, de teimosa per-sistência, geralmente o resultado é coroado de satisfação e sucesso.Confira!
Passada a crise, hojea “Água de Cheiro”
é só alegria
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SUPERE28
nizar e distribuir franquias. Em
1981, o projeto cresceu ainda
mais e nasceu a Fábrica Nacional
de Perfumes, onde os produtos
passaram a ser produzidos. A
Água de Cheiro dava passos lar-
gos e conquistava definitiva-
mente o mercado.
Mas a curva desse gráfico
mudou de direção no início do
novo século. A empresa
começou a ficar descapitalizada
após a compra de um terreno
para abrigar a estrutura da com-
panhia. Mudanças no contexto
econômico do País, como a
abertura aos produtos importa-
dos, que começou nos anos 90,
durante o governo Collor,
aumentaram a concorrência no
setor. Em 2003, a Água de
Cheiro entrou em concordata. As
lágrimas nos olhos não escon-
dem a emoção que essas lem-
branças trazem a Beth Pimenta.
"Eu pensava: 'não posso que-
brar'. Tantos funcionários, tantas
lojas franqueadas, tanta gente
que acreditou no meu sonho. Eu
sabia que não podia fracassar e
senti o peso da responsabili-
dade", conta a empresária.
Até aí, uma História
lamentavelmente recorrente no
setor empresarial. Os dados re-
velam que o Brasil está entre os
países mais empreendedores do
mundo, mas a sobrevida das
empresas é baixa. Um estudo
realizado pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE),
entre 1997 e 2005, mostra que
62,5% das empresas brasileiras
estão estabelecidas no mercado
há menos de dez anos.
Os negócios com 30 anos
ou mais de idade representam
apenas 2,9% do total. Pouco
mais da metade dos empreendi-
mentos constituídos no período
pesquisado (51,6%) ainda con-
"De maneira geral, pode-se afirmar que três são os principais motivos que levam à
situação de falência: má gestão agravada pela prática de "maquiagem de balanço",
falta de conhecimento para gerenciar o próprio empreendimento, e a utilização de
capital acima do possível e, muitas vezes, necessário, por meio de empréstimos."
Cap
aHoje, Beth tem
ainda maismotivos
para sorrir
Foto: Erinei Lima
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tinuavam ativos. Números mais
recentes, do Departamento
Nacional de Registro do
Comércio (DNRC), dão conta de
que, em 2007, 529.419 empre-
sas foram criadas e 170.172
fecharam. Em Minas Gerais, a
tendência nacional se confirma.
Segundo informações da Junta
Comercial de Minas Gerais
(Jucemg), de janeiro a julho de
2008, mais de 11 mil empresas
foram extintas e cerca de 30 mil
foram constituídas. No mesmo
período, em 2007, mais de 10
mil foram fechadas e quase 29
mil se lançaram no mercado.
Reviravolta
A Água de Cheiro seria
mais uma a aumentar a estatísti-
ca das empresas que fazem um
rápido e trágico passeio pelo
mundo dos negócios, não fosse
a força e o otimismo inerentes à
personalidade da líder deste
empreendimento. "Eu não acre-
dito no fracasso. O desafio me
dá coragem para seguir em
frente", sentencia Beth Pimenta.
Seja pela fé na solução
dos problemas ou pela credibili-
dade que adquiriu no mercado, o
certo é que a empresária deu a
volta por cima. Em outubro de
2006, um grupo de investidores
injetou recursos, e a empresa
recuperou o ritmo de crescimen-
to que marcou a etapa anterior.
Hoje, a Água de Cheiro cresce
uma média 28% ao ano. São
mais de 500 lojas em todo o
País, 1500 funcionários e 350
itens comercializados.
Os anos de angústia
ficaram para trás. Agora, não
passam de recordações re-
cheadas de emoção. E não ape-
nas para os proprietários. "Eu
sofri junto com eles, tive medo,
muita insegurança. Pensava nos
mínimos detalhes, até em eco-
nomizar um copo de plástico
para tentar ajudar nesse proces-
so difícil", conta a gerente finan-
ceira da empresa, Delma Maria
da Cunha, funcionária da Água
de Cheiro há 20 anos. "Mas
jamais deixei de acreditar", com-
plementa. A supervisora em
company, Eliane Torres Fialho,
com 12 anos de "casa", tem
opinião semelhante. "Foi muito
difícil, mas a gente manteve a
auto-estima. A Beth passava
isso para nós e, por isso, tiramos
de letra", comemora.
De acordo com Beth
Pimenta, o apoio dos fun-
cionários foi fundamental para a
retomada da empresa. "Isso me
deu força. Eles acreditaram que
a gente ia vencer, não deixaram
a peteca cair... foram muito mais
que funcionários!", relembra. A
"receita" desse sucesso, para a
Outra história de fé e sucessoDificuldades fazem parte do currículo de qualquer empresa. Até mesmo daquelas
estabelecidas no mercado há muitos anos. No caso das Indústrias Nardini, há um século.
A empresa, localizada em São Paulo, está entre as líderes no mercado nacional de
máquinas-ferramenta. Mas essa trajetória foi acompanhada de muitos desafios.
Entre dezembro de 1996 e julho de 1997, a Nardini fechou as portas, e por pouco
não chegou à falência. As dívidas somavam R$ 250 milhões e o futuro parecia trágico.
"Aproximadamente 1500 funcionários, que já estavam sem receber seus salários
desde outubro de 1996, ficaram completamente sem rumo e sem esperança de uma
reabertura", conta o presidente da empresa, Renato Franchi, que assumiu a direção em
abril de 1997.
A rota da empresa foi alterada com a intro-
dução de estratégias de renovação técnica e
administrativas, além da incorporação de novas tec-
nologias à linha de produtos. Segundo Franchi,
metade do quadro de funcionários teve que ser
demitida e houve um corte drástico nas despesas.
Pouco tempo depois, a empresa começou a dar os
primeiros sinais de recuperação. "Em seis meses, já
estávamos produzindo a mesma quantidade de
máquinas que antes da paralisação", relembra o
presidente.
Hoje, a Nardini tem 1200 funcionários e produz
270 máquinas por mês. De 2006 para 2007, a
empresa cresceu 24%. Para 2008, a expectativa de
faturamento é de R$ 300 milhões.
SUPERE
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SUPERE30
empresária, combina ingredi-
entes simples e eficientes: fé,
sensibilidade e flexibilidade. "É
preciso continuar tendo espe-
rança, mas também aguçar a
sensibilidade para perceber o
que está em volta e a flexibilidade
para mudar de rumo ou parar.
Tem que ficar de olho nas despe-
sas, e saber a hora de continuar
e a hora de parar", aconselha.
A voz de quem entende
O advogado Flávio Vidigal
tem uma bagagem de sete anos na
área do Direito Empresarial, com
foco em consultoria contratual. Na
opinião de Vidigal, o monitoramento
efetivo, o processo constante de
análise e o questionamento das ativi-
dades e dados, a consultoria con-
tratual e a adoção de um fluxo de
contratos são algumas das
providências a serem adotadas
desde a criação da empresa.
Seguindo esses passos, o
empreendedor corre menos riscos
de ver sua empresa fechar. Confira
outras opiniões do especialista:
Supere: Na sua avaliação, por que o
número de empresas brasileiras que
fecham as portas é tão alto?
F.V: De maneira geral, pode-se afir-
mar que três são os principais
motivos que levam à situação de
falência: má gestão agravada pela
prática de "maquiagem de balanço";
falta de conhecimento para geren-
ciar o próprio empreendimento e a
utilização de capital acima do possí-
vel e muitas vezes necessário por
meio de empréstimos. Além disso, a
dispensa da assessoria constante,
principalmente jurídica, com o objeti-
vo não só de orientar o empresário
na tomada de certas decisões, mas
também, e principalmente, de
procurar agregar considerável valor
ao seu negócio, é fator que contribui
para o insucesso do empreendi-
mento. Entretanto, percebe-se
atualmente uma queda nos indi-
cadores de falências, principalmente
em razão da Nova Lei de Falências
(que instituiu limite mínimo para soli-
citação da falência, desestimulando
assim a sua utilização inadequada e
favorecendo a reestruturação de
empresas economicamente viáveis
que passem por dificuldades
momentâneas) e do crescimento da
atividade econômica, decorrente do
desempenho das exportações de
bens e serviços, e da alta do con-
sumo em razão da expansão do
crédito e da redução da taxa de juros.
Supere: Como, e em qual momento,
o empresário pode detectar que está
a caminho de "falência"?
F.V: Existem modelos de previsão de
falência (early warning), aplicados
principalmente em bancos, capazes
de identificar os problemas e prever o
futuro da instituição, a partir de indi-
cadores que permitam verificar o grau
de fragilidade da empresa. Diante
disso, a empresa poderá, com calma,
tentar reverter eventual situação des-
favorável.
Supere: O que fazer nesse
momento?
Cap
a
A empresária ressalta queo apoio da equipe foi
muito importante para arecuperação da empresa
Foto: Erinei Lima
Foto: Erinei Lima
Foto: Erinei Lima
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SUPERE31
F.V: Nesse momento, é impre-
scindível avaliar e mensurar a real
extensão do problema, que muitas
das vezes é maior do que se imag-
ina, definir metas e prioridades, for-
mar uma espécie de "comitê de
crise" apto a traçar uma estratégia
de ação como, por exemplo,
eleição das dívidas que serão
pagas em primeiro lugar, e as que
serão renegociadas etc.
Supere: Existem ações preven-
tivas?
F.V: O monitoramento efetivo, o
processo constante de análise e
questionamento das atividades e
dados, a consultoria contratual e a
adoção de um fluxo de contratos
são algumas das providências a
serem adotadas desde a criação
da empresa. Para evitar riscos,
deve-se estar atento ao desenvolvi-
mento de projetos com foco na
prevenção, a partir de uma diferen-
ciação no relacionamento com os
clientes e fornecedores da empre-
sa, visando a melhoria da qualidade
de relacionamento com os clientes
e fornecedores, a redução dos
riscos de indenizações por respon-
sabilidade civil, e, claro, boas idéias
para a melhoria do empreendimento.
Supere: Qual o papel da consulto-
ria empresarial nesse momento?
F.V: São vários. O relacionamento
das empresas com seus clientes
ou fornecedores envolve uma rede
complexa de questões jurídicas a
ser acompanhada por uma asses-
soria, que vai desde a relação de
consumo, relação com fun-
cionários, discussões sobre
posse e propriedade, cobranças,
até mesmo no que importa a
responsabilidade civil e a recente
lei de recuperação das empre-
sas. Assim é que a assessoria
desempenha inúmeros papéis e
deve ter, necessariamente, uma
visão abrangente da atividade
empresarial.
Na consultoria contratual,
por exemplo, o papel da assesso-
ria jurídica é a discussão e a nego-
ciação não só das discussões
jurídicas envolvidas, mas também
da própria formatação do negó-
cio, promovendo análise dos
riscos envolvidos em cada um
deles, observando a legislação
aplicável. Pode ser oportuno,
ainda, promover uma reanálise de
todos os contratos atualmente
existentes, verificando, principal-
mente as cláusulas de adequação
a normas específicas, de garan-
tias, de responsabilidade, e apli-
cação das formas alternativas de
resolução de conflitos.
Além disso, um dos princi-
pais custos que compõem a
planilha de qualquer empresa é o
pagamento dos colabora-
dores/funcionários. Assim sendo,
o empresário deve-se ater às
negociações coletivas com sindi-
catos dos empregados, e uma
boa assessoria pode contribuir
para obtenção de resultados exi-
tosos que importam em econo-
mia financeira. Por fim, não se
pode perder de vista a atuação de
uma consultoria voltada para o
acompanhamento de fiscalização
referente a tributos administrados
pela Secretaria da Receita
Federal, INSS, Fazendas Estadual
e Municipal, objetivando à adoção
de medidas legais, a fim de
reduzir a carga tributária da
empresa, além de oferecer asses-
soria em questões legais, bem
como orientação para a susten-
tação de lançamentos contábeis.
Flávio Vidigalrecomenda o
monitoramentoconstante
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SUPERE34
Ges
tão
Thaniara Carvalho
Liderançaainda que tardiaSerá que todos aqueles que ocupam posiçõesde chefia sabem mesmo liderar? Ser líder é amesma coisa que ocupar um cargo de chefia?Qual é a diferença entre ter autoridade e serautoritário? E o que tudo isso tem a ver com asua empresa? Descubra aqui.
supere 16:Layout 1 26/8/2008 20:44 Page 34
SUPERE35
"Mais de 75% dos profissio-
nais que pedem demissão o fazem
por causa da qualidade da liderança
de suas chefias imediatas e não por
causa do conteúdo de seu trabalho."
Quem dá o diagnóstico é Soraya
Gervásio, consultora de Recursos
Humanos (RH) que, há 27 anos, tra-
balha com desenvolvimento profis-
sional. Soraya indica alguns perso-
nagens desse cenário em que o
despreparo dos líderes, e a falta de
coerência entre o discurso e a prática,
tem protagonizado a cena de desas-
trosos relacionamentos no mundo
corporativo.
"Numa reunião de empresas
presenciei um fato interessante em
que o diretor disse: 'vocês devem
usar mais o bom senso!'
Imediatamente um empregado com
simplicidade perguntou: - 'Bom
senso de quem?' (Ele queria saber se
era para pensar de acordo com sua
cabeça ou com a cabeça do diretor).
Então, perguntei aos dois, o que seria
bom senso naquele problema que
estava sendo tratado. O funcionário
deu a sua visão técnica, e o
empresário brincou '- Se eu antecipar
o que penso, perderei a chance de
chamar a atenção deles'. E começou
a rir. Todos, naturalmente por sobre-
vivência, também riram, uns para
agradar e outros para não chorar",
conta Soraya.
Situações como essa teste-
munhada pela consultora são comu-
mente repetidas, ainda que de outras
formas, no ambiente empresarial. Há,
no mercado, ocupando posições de
liderança, profissionais de todos os
temperamentos e com as mais diver-
sas motivações. E, apesar de os con-
ceitos e treinamentos sobre liderança,
desenvolvimento e gestão de pes-
soas serem velhos conhecidos do
ambiente corporativo, bons talentos
acabam sendo perdidos em conflitos
como os impulsionados por comen-
tários semelhantes ao citado por
Soraya Gervásio. A perda de profis-
sionais de qualidade, é bom lembrar,
pode resultar em prejuízos que vão
além do RH. Maus líderes são um
desestímulo ao desempenho das
equipes, e o trabalho feito com baixa
motivação pode ser muito danoso
ao caixa da companhia.
Christiane Costa, admi-
nistradora de empresas e também
consultora, afirma se enquadrar den-
tro dos 75% de funcionários que
pediram demissão de seus chefes
em algum momento de suas car-
reiras. "No meu caso, os meus va-
lores éticos e profissionais se
chocaram com os valores 'pratica-
dos', bem diferentes dos valores
divulgados no momento da admis-
são. Trabalhei em uma empresa em
que tinha um excelente diretor até
que outro assumiu seu lugar. O
sujeito conseguiu desmotivar e desin-
tegrar um time de RH que era exce-
lente! A pessoa não tinha nada a ver
com a equipe, era orgulhosa e não se
relacionava bem com os emprega-
dos. Eu fui embora mesmo e, com
isso, a área de Desenvolvimento ficou
à deriva, infelizmente", conta.
Desafio
A história de Christiane
comumente se repete. Muitas
empresas acabam perdendo bons
profissionais, por não dar a devida
importância à questão da liderança,
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sobretudo quando se trata de
sucessão ou substituição de
chefias. Além da rapidez com que
as mudanças e inovações tecno-
lógicas alteram a rotina das con-
tratações, há o implacável transcor-
rer do tempo. Com o passar dos
anos, muitas companhias se vêem
obrigadas a substituir líderes e são
desafiadas a encontrar sucessores
à altura.
Com isso, um dos grandes
desafios dos comandantes das
organizações, hoje, é ter um grupo
de líderes em potencial em seu
quadro de funcionários. São eles
que, futuramente, poderão poupar
muita dor de cabeça. Segundo
Soraya Gervásio, uma das estraté-
gias dos gestores de RH tem sido,
justamente, a de atrair e, principal-
mente, reter talentos. "As empresas
têm tentado manter a coerência
entre suas políticas, procedimentos
e práticas de gestão. Ou seja,
cumprir o que foi combinado, a
começar pelas lideranças. Outro
aspecto é permitir mais autonomia
para as pessoas em seus cargos",
ressalta a consultora.
Segundo James C. Hunter,
consultor e autor de diversos livros
sobre liderança, entre os quais está
"O Monge e o Executivo", sua pu-
blicação mais famosa, liderança é a
"habilidade de influenciar pessoas
para trabalharem estusiastica-
mente, visando atingir os objetivos
identificados como sendo para o
bem comum". Em seus livros,
Hunter defende o modelo chamado
de "liderança servidora", em que o
líder é visto, sobretudo, como uma
pessoa que deixa de lado o desejo
de poder, e serve, em vez de ser
servido. Outra consideração impor-
tante que Hunter faz diz respeito à
compreensão equivocada do que-
sito autoridade. O especialista
ressalta que autoridade diz respeito
à pessoa, ao seu caráter e à influên-
cia que ela tem sobre seus lidera-
dos. Já o autoritarismo está direta-
mente ligado ao exercício do
poder, e feito forma ditatorial. Ou
seja, indivíduos autoritários po-
dem ter poder, mas dificilmente
têm autoridade.
Samuel Vaz, coordenador de
RH e escritor de artigos sobre lide-
rança, concorda com a definição
dada por James Hunter. "Liderar
pessoas é ser capaz de levá-las a
uma situação desejada, ou objetivo
muito melhor do que aquele no qual
elas se encontram. Por esse lado,
concordo com o autor de 'O Monge
e o Executivo'. Ser líder é servir, é se
doar por um propósito e atrair
seguidores com o mesmo objetivo",
esclarece. Segundo Samuel, um
bom líder deve agir com coerência,
integridade, ser exemplo e referencial.
Nessa linha, um líder em
potencial deve ser formador de
pessoas, ter capacidade para
desenvolver novos líderes; ter
empatia, conhecendo-se a si
próprio e aos outros; ser compe-
tente, buscando ser melhor a cada
dia e dando o melhor de si. Precisa,
ainda, ser capaz de trabalhar em
equipe, conquistando compromis-
sos e tomando decisões de con-
senso sempre que possível. Tais
características compõem um mix
de virtudes que, aliadas ao desejo
de mostrar resultados, costumam
fazer muita diferença na hora das
avaliações de desempenho, e tam-
bém nas respostas positivas para a
produtividade da empresa.
Talentos preciosos
O fato é que, enquanto
chefias inadequadas continuarem a
provocar a indesejável fatia de 75%
de demissões, esse tema conti-
nuará na pauta de empresários e
consultores, sobretudo daqueles
que querem vencer esse desafio.
Nesse sentido, um ponto é consen-
sual: há uma premente necessi-
dade de desenvolver (e principal-
mente manter) líderes capazes de
Soraya aconselhaa atrair e reter
talentos
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supere 16:Layout 1 26/8/2008 20:44 Page 36
corresponder às demandas das
empresas.
Mas essa não uma tarefa
fácil. Atualmente, a procura por ta-
lento na liderança tem deixado
escassa a oferta do "bom líder", e
os grupos empresariais têm deixa-
do evidente o valor desses talentos.
Hoje, são cada vez mais intensos a
busca e o desenvolvimento de
recursos humanos de safra própria.
Em um tempo não tão distante,
essa demanda era preenchida com
muito menos cuidados, fazendo
uma oferta ao concorrente, por
exemplo: pagava-se mais e com-
prava-se o talento. Agora, é dife-
rente: o "bem" não está mais tão
farto nas prateleiras, até porque o
padrão de exigências está bem
mais elevado, como acentua
Soraya Gervásio: "com a economia
aquecida e a exigência do mercado
mais rápida do que o tempo de
qualificação técnica e comporta-
mental dos profissionais, há muitas
vagas em aberto nas empresas".
Portanto, empresários e
chefias devem ficar sempre antena-
dos. O empresariado em relação à
retenção dos talentos e ao investi-
mento naqueles que demonstram
potencial de liderança. Os ocupantes
de cargos de chefia, por outro lado,
devem se preocupar com seu cons-
tante aperfeiçoamento profissional e
também em desenvolver ou poten-
cializar aquele mix de características
que fazem um bom líder. De acordo
com Fundação Nacional da
Qualidade (FNQ), o bom líder deve
ter condições de assumir o papel de
unificador da organização, tendo
"controle" global.
Avalie se as chefias da sua
empresa têm esse perfil. Para tanto,
devem ser capazes de articular a
visão corporativa, incorporando-a
ao negócio; de catalisar processos e
reter talentos, acelerando resulta-
dos; de promover e estimular inicia-
tivas, aproveitando idéias que exis-
tem em diferentes setores da
empresa; de se empenhar para
aproximar os diferentes grupos,
estimulando relações de cooper-
ação e de confiança, e ampliando o
trabalho cooperativo das equipes. A
avaliação pode (e deve) ser feita
também por profissionais que ocu-
pam posições de chefia, e precisa
ser constante. Aqueles que procu-
ram se auto-avaliar, que se
esforçam para superar limitações
(que todos temos), que, nesse sen-
tido, ouvem os seus liderados e cor-
rigem posturas, certamente, estão
entre as preciosidades mais dis-
putadas do mercado.
37SUPERE
Samueladmite que
nem todos osprofissionais
tem perfil paraliderar
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ania
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arva
lho
Ser ou não serQuando o tema é o perfil do líder, há outra vertente que questiona: as pessoas
nascem ou não com o "dom" da liderança? Para Constantino Caporali, diretor da
ACMinas e CEO do ThyssenKrupp Fördertechnik Latino Americana, a resposta é sim.
Ele acredita que o verdadeiro líder não pode ser construído do dia para a noite. "A
liderança é algo inato, não se fabrica. A questão está em detectar as pessoas que são
líderes em potencial e lapidá-las, como se faz com um diamante bruto", enfatiza.
Pela linha de raciocínio dele, os treinamentos de liderança devem ter, exclu-
sivamente, a função de aprimorar aqueles que já preenchem naturalmente os
requisitos da liderança. Caporali ressalta que a escolha do líder é feita mediante
uma convergência de indicações. "Dentro das empresas, as chefias sabem quem
são os líderes natos, os que têm condições de liderança, assim como nas esco-
las, e desde a infância". O empresário atribui o fracasso de muitas gestões ao
despreparo de pessoas que são colocadas em funções que não poderiam
exercer. "Muitas empresas têm seus dirigentes mal sucedidos por confiarem na
aparência de eles serem aquilo que, na verdade, não são. Líderes fabricados em
gabinetes não são líderes natos", assevera.
O consultor Samuel é cuidadoso ao falar sobre essa liderança inata, mas concor-
da parcialmente com o empresário, reconhecendo que nem todos os profissionais
realmente conseguem se tornar líderes de fato. "Temos que tomar cuidado com a
propaganda enganosa, com fórmulas mágicas do tipo 'torne-se um líder de sucesso
em 12 lições'. Nem todos têm o perfil de liderança que as empresas precisam. Já vi
profissionais com excelente desempenho em resultados que, ao assumir posições de
gestão, tornaram-se 'incompetentes'", pondera.
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SUPERE38
Arti
goCláudio Haddad
Muitas pessoas querem ter sucesso na vida, mas não têm em mente a
definição clara dessa palavra. E é justamente por causa disso que a maio-
ria se frustra e o desejo do sucesso acaba em desilusão. O que é ter
sucesso pra você?
Para alguns talvez seja ter status, uma bela casa na praia, um carro
importado, ser realizado profissionalmente, ter um sobrenome de peso.
Para outros pode significar ter uma família feliz, ter filhos saudáveis, ter
uma casa, muitos amigos. No dicionário Aurélio a definição é que se trata
de um acontecimento, uma ocorrência, resultado, que alcança grande
êxito, popularidade
Entretanto, existem pessoas que desejam o sucesso dos outros, a
família dos outros, o carro importado do vizinho, o status do amigo e por
isso passam a vida somente perseguindo o sucesso e nunca o alcançan-
do. Sucesso é uma conseqüência, o resultado de algum acontecimen-
to, de alguma ação. Aquele que persegue o sucesso alheio estará em
busca de algo que não é seu. Está buscando o resultado e esquecen-
do-se da causa, isto é, o que o outro fez para merecer esse sucesso? No
final da contas, ele estará sempre desejando o que não tem.
Existe também o que eu chamo de sucesso imposto, ou sucesso obri-
gatório. É quando de alguma maneira somos obrigados a conquistar o
sucesso que nossos pais, família, chefes desejam. Nesse caso, a
definição de sucesso vem dos outros e não de nós mesmos.
O tal sucesso é uma conquista diária. É conseqüência. Resultado. A
maioria das pessoas bem sucedidas revelou em uma recente pesquisa,
que só perceberam que tinham conquistado o sucesso algum tempo
depois. Da mesma forma que um construtor não tem como edificar o últi-
mo andar de um edifício sem considerar os andares de baixo, o suces-
so exige todo um processo muitas vezes com graus de dificuldades e
algumas barreiras, mas para que você alcance o seu objetivo e não caia
em algumas armadilhas eu sugiro que você leve em conta os seguintes
pontos:
Primeiro:Sucesso é uma conseqüência. Devemos chamá-lo de realização.
Não se almeja o sucesso e sim um objetivo. A realização de nosso objeti-
vo é o nosso sucesso. Trace um objetivo e se planeje para alcançá-los.
Segundo: Perceba que a sua vida é cheia de desafios e cada etapa ven-
cida já e considerada um sucesso. Para se chegar a um objetivo você
deve traçar metas. Isso não significa que você tenha que se contentar
com pouco, mas valorizar todo pequeno sucesso que já tenha tido.
Terceiro: Não tente alcançar o sucesso do
outro. Conquiste seus próprios objetivos.
Quarto: Existem vários tipos de sucesso, não
só o profissional. Lembre-se que você deve
ter sucesso na família, na saúde, no convívio
social. O equilíbrio entre todas essas áreas é
um sucesso. Descarte o que é impossível ou
fora do seu alcance para não gerar frustração.
Quinto: O sucesso é compartilhado, não se
alcança sozinho e pode levar tempo. Se for
rápido, melhor. Porém não há mal nenhum
em alterar o prazo que você estipulou para
ele.
Sexto: Cada um corre atrás do que lhe con-
vém. O sucesso é conseqüência de vários
fatores, inclusive sorte. É você quem deve
mandar no seu sucesso. Não vá atrás das
convenções, das regras impostas pelos ou-
tros. Não se preocupe em conquistar o
sucesso que sua mulher, marido, pai ou chefe
está lhe cobrando. Não tente impor o seu
objetivo para os outros. Cada um tem o seu.
Reconheça e valorize-se, mesmo que não
tenha sido completo. Nem sempre aquele
que ganhou o Oscar foi o melhor.
Sétimo: Não sinta raiva quando alguém con-
seguir chegar lá. Ao contrário, torça pelo
sucesso dos outros. Isso é bom, pois se ele
conseguiu você também poderá.
É importante perceber que o sucesso é uma
conquista passo a passo. Nunca menospreze
as pequenas vitórias. Elas fazem parte da tra-
jetória para a conquista de grandes objetivos.
Independentemente da sua condição social,
profissão ou formação escolar sempre existirá
algo a mais esperando por você. Acredite!
Sucesso é?
Claudio Haddad
coach, palestrante
e diretor da
Comuniks,
empresa focada
no desenvolvi-
mento pessoal e
corporativo, e
também autor do
livro "A arte de ser
você".
www.claudio
haddad.com.br
email:
claudio@claudio
haddad.com.br
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2008
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SUPERE39
Arti
go
Conrado Navarro
Por onde passo e com quem quer que eu fale
lá está o tabu. Falar de dinheiro de uma forma
extrovertida, inteligente e subjetiva parece ser
proibido! Nas empresas, especialmente na
relação entre líderes e liderados, a situação se
agrava ainda mais. O principal questionamen-
to que surge é: você tem medo de expor parte
de seus apuros ou sucessos financeiros,
temendo represália, chacota ou deboche?
Que tal se você pudesse ouvir uma dica sobre
investimento, acúmulo de patrimônio ou ferra-
menta de gestão financeira direto de algum
colega de trabalho? Situações assim só não
são freqüentes porque dinheiro parece ser
assunto apenas para especialistas e gerentes
de banco. Não é verdade! Falar de dinheiro
significa compartilhar suas experiências e criar
um canal aberto de discussão para também
aprender.
Filtrar tudo aquilo que ouvimos e (ou) lemos é
muito importante, claro, mas deixar de ouvir e
compartilhar é, seguramente, um erro. Aceitar
a conclusão de que falar de dinheiro é um
tabu, geralmente é mais cômodo do que
investigar seus detalhes e alimentar dis-
cussões que envolvam questões financeiras.
Atitude, disciplina e comportamento são os
caminhos que podem mudar esse cenário.
Pense de outro jeito: se você tem vergonha de
seu próprio conceito sobre o dinheiro, de sua
condição financeira ou de sua capacidade de
poupar, a ponto de não externá-los nem às
pessoas mais próximas, está aceitando e
incentivando o sentimento de impotência
diante do dinheiro que aparece (e desaparece)
em suas mãos. A conseqüência será uma
decisão de investimento insegura, pouco
embasada e com grandes chances de se
mostrar inapropriada - em pouco tempo.
A verdade é que quase ninguém quer discutir
aspectos importantes, mas todos querem encontrar a fórmula para ficar
rico. Um paradoxo intrigante, não acha? As milhões de maneiras de ficar
rico são discutidas diariamente nos lugares onde há quem se interesse
pelo assunto. Os autores que se aventuram a escrever livros sobre
riqueza estão fazendo algo muito simples no seu dia-a-dia: falando sobre
dinheiro, sobre como chegaram lá.
Suas obras são comentários, opiniões e experiências por eles vividas,
que podem demonstrar como é relevante se importar com dinheiro e
querer aprender mais sobre ele. Os autores passam seu tempo freqüen-
tando seminários, eventos e relatam, ali, o que lhes parece ideal para
despertar, em você, interesse no assunto. Será que os líderes de hoje
sabem (ou querem) fazer o mesmo com seus colaboradores diretos e
indiretos?
Cabe desafiá-lo a ir além das sentenças e chavões da moda, além do
óbvio e mágico segredo destes mesmos livros. Seja como líder de uma
família ou profissional, procure viver mais próximo do seu dinheiro e,
assim, valorizar melhor as decisões que o envolvem. Aproveite melhor
seu tempo e use-o para também disseminar oportunidades de colocar
as finanças no centro de uma discussão. Experimente desafiar seus
gestão de pessoas, branding, finanças; além de muita interação; troca
de idéias e experiências; e ampliação da rede de contatos. Essas são
algumas das bagagens que vão abastecer os empresários no próximo
evento SUPERE, que, pelo quinto ano consecutivo, traz a Minas Gerais
o que há de melhor no universo dos negócios. Neste ano, essa con-
vergência de saberes, talentos e oportunidades será realizada nos dias
29 e 30 de setembro (segunda e terça), no Expominas, em Belo
Horizonte.
Desde 2003, a Associação Comercial de Minas (ACMinas)
organiza esse encontro singular, que traz para os empreendedores
mineiros o que há de mais novo e interessante em gestão empresarial.
Em suas cinco edições, o evento SUPERE já surpreendeu positiva-
mente milhares de participantes, que testemunharam cases de suces-
so, além de acompanhar palestras proferidas por especialistas de
renome nos âmbitos nacional e internacional.
Entre os nomes que já abrilhantaram o SUPERE, podemos citar
Stephen Kanitz, James Hunter, Amir Klink, Max Gehringer, Melinda
Davis, Roberto Duailibi, Içami Tiba e Bernardinho. Nesta edição 2008,
estão entre os convidados: o Maestro João Carlos Martins; o consul-
tor de carreiras Blaine Lee e o empresário Maurício de Sousa. Eles
serão os palestrantes magnos do evento, que terá, ainda, inúmeras ou-
tras palestras. Todas ministradas por especialistas altamente capacita-
dos. Nos artigos publicados nesta edição da revista, alguns dos
palestrantes do SUPERE 2008 dão uma pequena mostra de seus co-
nhecimentos. Além das palestras, o evento terá "Feira de Negócios" e
"Praça de Convivência. Confira a programação.
Informações e Inscrições: www.supereacminas.com.brou pelo telefone: (31) 3048.9516
Dinorá Oliveira
SUPERE47
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SUPERE50
Arti
goDiego Berro
"Só se vê bem com o coração; o essencial é invisível aos olhos"
(Saint-Exupéry, no livro O Pequeno Príncipe)
Muitos vendedores acreditam que o bom profissional de vendas é
aquele que fala muito, usando de todas as técnicas de persuasão para
convencer o cliente. Os vendedores que agem assim não conseguem
criar um vínculo baseado na segurança, honestidade e transparência,
pois seu desejo de manipular gera receio, desconfiança e um relaciona-
mento superficial com o cliente. Para que os vendedores se desvenci-
lhem do estigma "bom de papo", é essencial a diferenciação do falar
bem x falar muito. De acordo com Roberta Medeiros, fonoaudióloga
especialista em comunicação empresarial, falar bem significa com-
preender as expectativas do cliente, saber escolher palavras e aborda-
gens apropriadas ao contexto e ao interlocutor, buscando ser objetivo,
coerente e coeso. Assim, tenha certeza, a comunicação vai ser eficaz e
gerar compreensão mútua e empatia.
Empatia deriva da palavra grega EMPATHÉIA, que significa entrar no
sentimento. Portanto, EMPATIA é a capacidade de nos colocarmos no
lugar do outro, procurando entender suas necessidades, seus anseios
e sentimentos. É fundamental compreender que cada ser humano tem
uma percepção única do mundo, influenciada por suas interpretações,
sensações, preferências, valores, crenças e critérios, baseados em sua
experiência de vida. No momento em que compreendemos essa
relação de subjetividade, passamos a ter mais clara a importância de
sermos empáticos com os clientes, procurando compreender o que se
passa na cabeça deles, suas necessidades e expectativas, e como
atendê-las da melhor maneira possível, com ética e responsabilidade.
Muitos vendedores, ao falar mais do que ouvem, acabam expondo em
demasia suas opiniões pessoais, em vez de ouvir mais o cliente, para
poder entrar em sua realidade e satisfazer as suas necessidades. Em
muitos momentos, eles se esquecem de que suas preferências podem
ser opostas às do cliente. Quando o vendedor apenas fala e não ouve,
há uma exposição exagerada de suas opiniões, deixando cada vez mais
distante a satisfação e fidelização do cliente. Portanto, tenha em mente
que a comunicação do vendedor deve se adequar à do cliente, conforme
as necessidades dele. Para sermos empáticos, precisamos ser
humildes, a ponto de deixar de lado nossos preconceitos e preferências,
evitando julgar o outro a partir de nossas referências e valores. Não basta
conhecer bem o produto ou serviço. O mais importante é demonstrar
interesse genuíno em relação às necessidades dos clientes e atendê-las.
A melhor maneira de envolver o cliente, e
fazê-lo se sentir compreendido, é mostrar
interesse em satisfazer suas necessidades,
através da habilidade de ouvir. Muitas vezes,
"ouvimos" o cliente com a atenção voltada
principalmente para nós e não para a outra
pessoa. Não prestamos atenção nas
palavras, no tom da voz, na aceleração ou
não das palavras, tampouco no significado
dessas ações. Não prestamos atenção nas
palavras nem na mensagem do cliente; ou
ouvimos as palavras, mas não entendemos o
seu sentido mais profundo. Quando ouvimos
de forma superficial, tendemos a deixar as
pessoas com raiva, porque elas percebem
que não estão sendo ouvidas e que seus sen-
timentos não estão sendo compreendidos.
A situação piora quando se interrompe a fala
do cliente, demonstrando ansiedade em
expor idéias. Assim, o vendedor, imediata-
mente, passa a imagem de que suas idéias
são mais importantes do que as do cliente, e
de que não está interessado no que ele
pensa, nem ao menos em lhe satisfazer as
necessidades. Interromper a fala vai gerar
uma antipatia imediata. É preciso estar total-
mente envolvido no processo de comuni-
cação, ouvindo atentamente e buscando se
colocar no lugar do outro. Quando ouvimos
atentamente, não tentamos avaliar a outra
pessoa, mas sim elevar nossos pensamen-
tos e sentimentos para dar toda atenção a
ela. Assim, ao sentir-se compreendido, o
cliente tende a confiar no vendedor, esta-
belecendo rapport (empatia, confiança e
credibilidade), fazendo com que, após esse
acompanhamento, o cliente fique sublinar-
mente mais susceptível a aceitar uma su-
gestão do vendedor e mais aberto em seguir
os seus conselhos.
Fale menos e
Diego Berro
Máster Practitioner
em Programação
Neurolinguística
(PNL) e graduando
em Gestão
Empresarial.
Palestrante com
foco em treina-
mento em vendas
com técnicas de
PNL, relações
humanas no
trabalho e
qualidade de vida.
www.diegoberro.
com.br
Pal
estra
nte
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o S
UP
ERE
2008
VENDA MAIS
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SUPERE51
Arti
go
Sérgio Gomes
Com a evolução do ambiente de negó-
cios e o aumento da competitividade
global, surge, cada vez mais, a necessi-
dade de fortalecer aspectos estruturais
de interação na expectativa de alta per-
formance. Geradoras de resultados
extraordinários, as "Equipes de Alta
Performance" fazem a diferença através
de sua sinergia e entrosamento.
Nos dias atuais, para preservar sua
existência e participação no mercado,
as organizações têm realizado muitas
alterações em seus quadros de estrutu-
ra organizacional. A nova cultura de
incentivo horizontal emprega o trabalho
em Equipe e diminui níveis hierárquicos,
motivando seus colaboradores e com-
prometendo-os com os resultados do
grupo. Em razão disso, o mercado pas-
sou a buscar profissionais cujas carac-
terísticas pessoais incluam a facilidade
de relacionamento interpessoal e de
exercer atividades em grupo. Não basta
contratar talentos, eles precisam atuar
em sinergia.
Paralelamente a esse processo de con-
tratação, as empresas têm buscado
transformar grupos de profissionais que
trabalham individualmente em uma
única e grande Equipe de alta perfor-
mance. Mas há muito a se saber sobre
a construção de uma Equipe vencedora.
É preciso transformar um grupo de tra-
balho em um time altamente sincroniza-
do, e esse processo não é fácil e nem
simples.
O líder dos tempos atuais possui uma
visão ampla, ele enxerga além de resultados e tem claro que
é dele a missão de motivar, inspirar e envolver sua Equipe em
um objetivo comum. A grande sacada do líder está em saber
enxergar individualmente os membros de sua Equipe, levan-
do em consideração os perfis comportamentais e respeitan-
do os limites de cada um. O autoconhecimento é uma ca-
racterística extremamente importante para os membros da
Equipe, afinal através dele será identificado se os valores,
crenças, visão e missão individual estão alinhados ao objeti-
vo pelo qual estão engajados.
O que diferencia um grupo de pessoas de uma Equipe de
Alta Performance? Uma Equipe de Alta Performance possui
definição clara do objetivo a ser alcançado, e trata-se de um
desafio tão forte a ponto de virar um sonho, uma paixão do
grupo. Nessa Equipe, a diversidade de perfis e de experiên-
cias é muito grande, em relação às outras "Equipes media-
nas". Existe também a prática muito forte do feedback aber-
to e honesto entre os integrantes da Equipe. Através dessa
ferramenta, os integrantes da Equipe de Alta Performance
conseguem atingir a melhoria constante.
E qual o papel do Líder na formação de Equipes de Alta
Performance? Compartilhar a Missão, Visão e os Valores da
Equipe. Em várias empresas, esse tripé só é dividido com a
cúpula da organização, deixando o restante da empresa sem
rumo. Outra característica muito importante é a presença do
Empowerment, onde os integrantes dessa Equipe trazem
sua inteligência para o trabalho e usam seu conhecimento,
experiência e motivação para criar resultados saudáveis.
Com relação ao relacionamento interpessoal, temos uma
característica muito importante que é a confiança. Existem
quatro elementos necessários para que exista a confiança
em uma Equipe: Credibilidade, Coerência,
Receptividade/Aceitação, Clareza/Sinceridade. Junto com a
confiança nasce a interdependência, onde cada pessoa,
além de se preocupar com o seu resultado, passa a se pre-
ocupar com o resultado de todos. Onde o propósito final é
único, ou seja, da Equipe.
de alta performanceO segredo das equipes
Sérgio Gomes
atua como
Coach de
executivos,
especialista em
treinamentos
comportamentais
nas áreas de
Liderança.
Formado em
Administração de
Empresas pela
ESPM e MBA em
Gestão
Empresarial.
sergio@
crescimentum.
com.br
Pal
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2008
supere 16:Layout 1 26/8/2008 20:45 Page 51
SUPERE52
Des
taqu
e
Com mais de mil fábricas, Jacutinga responde por 25% da pro-
dução nacional de malhas e gera cerca de 12 mil empregos. Ao
lado de outros municípios do Sul de Minas, a cidade lança a
moda que aquece o inverno de muitos brasileiros e até de
estrangeiros.
que gera lucrose cria empregos
O frioO friosupere 16:Layout 1 26/8/2008 20:45 Page 52
Conhecida como a
Capital Nacional das Malhas,
Jacutinga, no Sul de Minas
Gerais, responde por grande
parte do volume de malhas fabri-
cado no País. O clima frio e as
paisagens deslumbrantes com-
puseram o cenário onde se
desenvolveu a arte do tricô. E o
que começou como uma pro-
dução artesanal se transformou
no que, hoje, representa um dos
mais importantes centros de
malharia de todo o Brasil.
Segundo o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE),
pelo menos 25% da produção
nacional vêm do município, que,
ao lado de Monte Sião e Ouro
Fino formam o Circuito das
Malhas.
Com mais de mil fábricas
estabelecidas na cidade,
Jacutinga produz, em média,
dois milhões de peças por mês,
movimentando um setor que
gera diretamente 8 mil empregos
diretos e outros 4 mil indiretos.
Em alta estação, as fábricas pro-
duzem 24 horas, atendendo
clientes, no atacado e no varejo,
de todas as partes do Brasil.
Uma estimativa da Associação
Comercial, Industrial e
Agropecuária de Jacutinga apon-
ta um crescimento de cerca de
20% de novos empregos, em
2007 e no primeiro semestre de
2008.
José Geraldo dos Santos,
que é Coordenador de Projetos e
eventos da Associação, afirma
que "na cidade só fica desem-
pregado quem quer", pois a
qualidade, a beleza e a pontuali-
dade na entrega dos produtos já
se tornaram marcas registradas
e cartão de visita das empresas.
"Nossa cidade é pólo referencial
de malhas em todo o País, ofere-
cendo aos clientes, sejam eles,
turistas, empresários ou lojistas,
o melhor em matéria-prima,
modelos, diversidade e preço.
Todos esses diferenciais consoli-
dam a tradição da cidade de
pólo da beleza e das malhas, o
que ajuda a impulsionar as ven-
das, ano após ano", acrescenta
José.
Jacutinga é uma das
maiores consumidoras de
máquinas e linhas de tricô no
Brasil. Essa História começou
por volta dos anos 30, quando as
mulheres, que ainda não iam
para o mercado de trabalho, fazi-
am as peças em casa e de forma
artesanal. Os pedidos cresceram
e as famílias então perceberam
que havia um excelente negócio
em vista. Começaram a se
profissionalizar e chegaram às
primeiras máquinas. Hoje, as
fábricas têm equipamentos de
altíssima tecnologia, que geram
produtos em grande escala e
com qualidade e beleza. Os
negócios cresceram, e a História
se repete a cada geração, pois o
"negócio" passa de pai para filho.
"A maioria das empresas são
familiares. Todos trabalham jun-
tos", conta José.
A projeção de crescimen-
to é sempre maior a cada ano
que passa, pois a expansão do
mercado é incalculável. A estima-
tiva de crescimento nas vendas
de 2008, em relação a 2007,
bate na casa dos 50%. E o mer-
cado cria para muitos
empresários a oportunidade de
mostrar nossa moda mundo
afora. As exportações também
estão em franco crescimento e
são feitas, por meio de consór-
cio, para Austrália, Costa Rica e
França entre outros países.
SUPERE53
Selma Tomé
Desfile Fest
Malhas 2008
“Hoje, Jacutinga representa um dos mais importantes centros de malharia de todo o Brasil.”
Foto
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supere 16:Layout 1 26/8/2008 20:45 Page 53
Os negócios começam em família
O vice-presidente da asso-
ciação de Marketing de Jacutinga,
Nóbile Caramel Junior, conta que
iniciou como vendedor de malhas
aos 16 anos, logo em seguida,
comprou uma máquina para
prestar serviços aos atacadistas.
"A partir daí, foi questão de tempo
para a primeira loja ser aberta",
lembra.
Segundo o empresário,
apenas a mãe o ajudava quando
começou. Os negócios foram
mantidos em família e cresceram.
Hoje em dia, a produção é feita em
grande escala, em uma sofisticada
e moderna fábrica, em Jacutinga,
que abastece quatro lojas do grupo
na cidade, além de Monte Sião e
São Paulo. A empresa tem 72 fun-
cionários diretos e 16 indiretos.
"Comecei a trabalhar com minha
mãe e, hoje, tenho ao meu lado
minha esposa. Eu sinto orgulho do
que criamos, pois com nosso tra-
balho representamos nosso
município em nível nacional, aju-
damos no crescimento econômico
da cidade e também criamos
novas oportunidades de emprego.
Isso é gratificante", afirma
Nóbile.
O empresário explica que o
ponto alto da produção ocorre
com o inverno, que representa
65% do faturamento, as criações
prima-vera/verão representam
35%. "Vivemos em um país tropi-
cal, e ainda não há grandes novi-
dades e inovações em termos de
matéria-prima para a produção de
malhas de verão. Mesmo assim,
temos belíssimas coleções", diz.
O período de entressafra é
momento de buscar novas tec-
nologias e criar novas coleções.
Nessa época, a preocupação já
começa a ser com o inverno de
2009, pois a produção de 2008 já
está em promoção. "Começamos
a pensar nossa coleção de inverno
de 2009 já em janeiro, pois esse é
o nosso carro chefe", afirma Nóbile.
O circuito das malhas ofe-
rece variadas opções, com produ-
tos dos mais simples aos mais
sofisticados atendendo a todos os
gostos. Nas vitrines, há variedades
de blusas, casacos, saias, vestidos,
calças; e ainda toda a linha de
acessórios, como bolsas,
colares, cintos, boinas e outros.
SUPERE54
Des
taqu
e
Estandes
movimentados
no Fest Malhas
2008 e, ao lado,
uma das linhas
de produção de
Jacutinga
Fotos: DivulgaçãoFest Malhas
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SUPERE55
Livr
os
Economia de Empresas: Gestão Econômica de Negócios Israel BrunsteinAtlas Editora R$ 38
O livro analisa o contexto das atividades empresariais dentro da área da Economia de
Empresas, destacando o Sistema de Custeio Direto, que é adaptado como um Modelo
Econômico Descritivo de Sistemas. Modelo que pretende representar o modo de gerar
Receitas, pagar Despesas e apresentar Resultado, constituindo uma descrição da estru-
tura econômica. A obra possui oito capítulos. Nos primeiros quatro, são discutidos con-
ceitos fundamentais de microeconomia adaptados ao contexto empresarial. Nos outros
quatro capítulos, são tratadas situações típicas de questões gerenciais, mas abordadas
em seus aspectos econômicos. No final de cada capítulo, há um estudo de caso para
discussão e aplicação do tema.
Transformação na Segurança Eletrônica Mary Pat Mccarthy & Stuart Campbell
Editora Makron BooksR$ 55
Estratégias para gerir a defesa digital na empresa. A obra se propõe a responder a algu-mas questões a respeito do meio digital, como: de que forma se pode reduzir o risco donegócio? Qual é o nível de segurança que esse tipo de negócio requer? Quais são asmaiores vulnerabilidades da empresa? Como solucioná-las? O texto procura mostrarformas de os empresários aproveitarem as vantagens do mundo digital sem se arriscar,protegendo a empresa de (ciber)invasores.
Indicações
Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes Stephen CoveyEditora Best Seller R$ 39
A obra procura mostrar como os negócios eletrônicos vêm se tornando uma importanteferramenta, cujo domínio é essencial para a competitividade. Os textos trazem exemplosde técnicas de gerenciamento aplicadas aos negócios eletrônicos. A obra é recomenda-da para consultores de empresa da área de Informática e Estrutura Organizacional, ge-rentes que lidam com Negócios Eletrônicos, executivos e professores das áreas deInformática, Estratégia e Estrutura e Sistemas.
supere 16:Layout 1 26/8/2008 20:45 Page 55
Res
pons
abilid
ade
Soc
ial
BH no mapa daResponsabilidade Social Empresarial
Gerir empresas com ética e transparência, por meio de açõesque minimizem possíveis impactos negativos no meio ambi-ente e na comunidade. Isso é Responsabilidade SocialEmpresarial (RSE).
Hoje, a RSE se tornou
também um fator de competitivi-
dade para os negócios. Fabricar
produtos, ou prestar serviços, que
não degradem o meio ambiente,
que promovam a inclusão social e
participem do desenvolvimento
da comunidade são diferenciais
cada vez mais importantes para
as empresas, inclusive na con-
quista de bons resultados finan-
ceiros. Isso porque, cada vez
mais, as pessoas voltam os olhos
para essas questões. Com isso,
adquirir produtos "politicamente
corretos" tem sido uma conduta
crescente entre os consumidores.
Muito mais do que ter, em seu
quadro de empregados, pessoas
com deficiência, ou distribuir ces-
tas básicas à vizinhança carente,
as organizações estão, a cada
dia, mais preocupadas em se
adequarem a essa nova ordem do
mundo corporativo, que reúne
dois importantes valores: a sus-
tentabilidade e o compromisso
social.
Para normatizar e discipli-
nar o conceito de responsabili-
dade social empresarial, foi criada
uma certificação internacional
conhecida como SA 8000 (leia
destaque). A norma verifica o
cumprimento de alguns critérios
(veja box), que devem ser obser-
vados e absorvidos pela empresa,
para que ela demonstre a seus
clientes, e ao cenário econômico,
o quanto se importa com a
questão. Apesar de se asseme-
lhar às normas ISO 9000 (Gestão
da Qualidade), a SA 8000 traz
algumas diferenças nos requisi-
tos, como certos cuidados no
trato com a divulgação de infor-
mações confidenciais da empre-
sa. Segundo o Instituto Ethos de
Empresas e Responsabilidade
Social, a RSE só vai trazer resulta-
dos positivos, tanto para a
sociedade, quanto para a empre-
sa, se a política de responsabili-
dade for incorporada ao pensa-
mento da organização, por meio
de suas ações internas.
Reflexos
Em Belo Horizonte (MG),
iniciativas de resultados têm
refletido os princípios da respons-
abilidade social, por meio de
ações públicas e privadas, e tam-
bém de parcerias entre esses dois
setores. Um exemplo que tem
dado certo e construído novos
caminhos, com base nos princí-
pios da RSE, são as atividades
desenvolvidas pelo Serviço
Voluntário de Assistência Social
(Servas).
Criado em 1961, o Servas
é reconhecido nacionalmente
como um articulador entre iniciati-
Thaniara Carvalho
SUPERE56
supere 16:Layout 1 26/8/2008 20:45 Page 56
SUPERE57
va privada e o Poder Público,
visando "promover e executar
programas e projetos sociais,
apoiando as entidades sem fins
lucrativos do estado de Minas
Gerais, em parceria com os
setores público e privado e a
sociedade civil". A definição,
expressa na Missão da entidade,
deixa claros seus objetivos, como
uma "espécie" de facilitador entre
as esferas pública e privada. Hoje,
o Servas desenvolve mais de dez
programas, que objetivam à com-
plementação de ações reser-
vadas ao poder público.
Entre os programas exe-
cutados pelo serviço voluntário
está o "Programa Valores de
Minas", que já beneficiou mais de
1500 alunos de 89 escolas da
rede estadual de Minas Gerais
(MG), por meio do Projeto Escola
Viva, Comunidade Ativa. Criado
em 2005, o "Valores de Minas"
oferece oficinas de teatro, circo,
música, dança e artes plásticas a
alunos de escolas públicas do
Estado. A iniciativa leva aos
alunos, através da arte e da cul-
tura, valores humanos, criando
condições para o crescimento e
formação do indivíduo. De acordo
com a assessoria de comuni-
cação do Servas, só neste ano, o
projeto recebeu 525 estudantes
de 97 escolas.
Tenistas solidários
O trabalho do Servas
conta com o apoio da Fundação
ACMinas. E foi para reverter ver-
bas para o programa "Valores de
Minas" desenvolvido pelo Servas
que, entre os dias 30 de junho e
13 de julho, a Fundação realizou o
"1º Torneio de Tênis Solidário",
que contou com a participação de
diversas empresas empenhadas
em desenvolver ações que
refletissem seu compromisso
com a responsabilidade social em
BH. O "Torneio" foi uma oportu-
nidade para as empresas partici-
pantes consolidarem suas mar-
cas, agregando valor aos seus
negócios.
Além do apoio a um pro-
grama de grande impacto positivo
para a sociedade mineira, o "1º
Torneio de Tênis Solidário" ofe-
receu às empresas apoiadoras
uma oportunidade efetiva de
divulgar suas marcas, em diver-
sas localidades de Belo Horizonte
e da Grande BH, por meio de
marketing esportivo, bem como
de seu compromisso com as
ações de cunho social.
Responsabilidade é competi-
tividade
É importante ressaltar
ainda que o conceito de
Responsabilidade Social não se
restringe à iniciativa privada, mas
envolve o setor público. O que se
tem notado é que a administração
dos órgãos públicos busca, cada
vez mais, a convergência com
esses valores, posicionando-se e
se ajustando aos modelos de sus-
tentabilidade. Exemplo disso é
Centro Mineiro de Referência em
supere 16:Layout 1 26/8/2008 20:46 Page 57
SUPERE58
Res
pons
abilid
ade
Soc
ial
Resíduos (CMRR), criado em
2007 pelo governo de Minas. O
CMRR é um programa da
Secretaria de Estado de Meio
Ambiente que visa concretizar a
gestão correta dos resíduos, ofe-
recendo ensinamentos sobre reci-
clagem, reaproveitamento e
redução do desperdício. Por meio
do projeto "Minas sem lixões", o
CMRR tem a meta de, até 2011,
colocar fim a 70% dos lixões exis-
tentes no Estado, disponibilizando
outros 60% de resíduos sólidos
em sistemas tecnicamente ade-
quados.
No passado, media-se a
competitividade das empresas
apenas pelo preço de seus pro-
dutos. Atualmente, isso não
basta. A relação que essa institui-
ção constrói com seus pares,
fornecedores, empregados,
comunidade, meio ambiente e
governo também entra nessa
conta. A lei da oferta e da
procura é princípio econômico.
Responsabilidade social é raiz
de sustentabilidade no mundo
moderno.
Assinatura do Convênio entre
Servas e ACMinas
Foto
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uivo
AC
Min
as
Servas assina convênio com a Fundação ACMINASEm julho, a Fundação ACMINAS e o Serviço Voluntário de
Assistência Social (Servas) assinaram um convênio. O compromisso foi
oficializado com a assinatura do termo de convênio pela presidente do
Servas, Andrea Neves da Cunha, e pelo presidente da Fundação,
Wagner Tomaz de Sá. A parceria objetiva dar atendimento, em aulas de
reforço e atendimento psicopedagógico, aos alunos do Programa
"Valores de Minas", por meio do Instituto Orvile Carneiro.
Milhares de estudantes da rede pública estadual, integrantes do
já participaram e/ou participam das atividades. "A seriedade do traba-
lho realizado pelo Servas foi fundamental para nós, ao decidirmos par-
ticipar de projetos como esse, de contribuir para a realização dos so-
nhos desse jovens", disse Wagner Tomaz de Sá, ao anunciar a intenção
de participar de outros projetos, como o Brinquedoteca, por exemplo.
"O trabalho desenvolvido pelo 'Valores de Minas' é extrema-
mente importante para os jovens que dele participam, e o envolvimen-
to de vocês amplia as condições para que ele seja realizado. Agradeço
muito essa iniciativa da Associação Comercial e do Orvile Carneiro, e
espero que possamos encontrar formas de seguir caminhando juntos",
disse Andrea Neves.
supere 16:Layout 1 26/8/2008 20:46 Page 58
SUPERE59
Wagner Sá, presidente da Fundação ACMinas,
com Andréia Neves e Orville Carneiro, coordenador
do projeto, na data de assinatura do convênio
Foto: Arquivo ACMinas
Norma SA 8000
A norma SA8000 foi cri-
ada em 1998 e traz os requisi-
tos e a metodologia de audito-
ria para uma correta avaliação
das condições do local de tra-
balho. Estas condições
incluem trabalho infantil, tra-
balhos forçados, saúde e
segurança no trabalho, liber-
dade de associação, discrimi-
nação, práticas disciplinares,
carga horária, benefícios e as
responsabilidades da gerência
em manter e melhorar as
condições do trabalho.
Filantropia x Responsabilidade
Social: qual é a diferença?
A filantropia é uma
ação social externa da empre-
sa, que tem como destinatária
a comunidade. A RSE vai
além, focando-se na cadeia
de negócios da empresa,
visando alcançar um público
maior (empregados, acio-
nistas, comunidade, governos
e meio ambiente). A RSE tem
como fim os negócios da
empresa e seu grau de
sustentabilidade.
Critérios de certificação para ser uma empresa Responsável1.Trabalho infantil. Proíbe o trabalho de menores de 15 anos, na maior partedos casos. As empresas certificadas devem também alocar fundos para aeducação de crianças que possam perder seus empregos como resultadodesta norma. 2.Trabalho forçado. Os trabalhadores não podem ser coibidos a deixar osseus documentos de identidade ou pagar "depósitos" como condição paraobterem o emprego. 3.Saúde e Segurança. As empresas devem obedecer a padrões básicos deambiente de trabalho saudável e seguro, incluindo fornecer água potável, ban-heiros, equipamentos de segurança adequados e treinamento necessário. 4.Liberdade de associação. Protege os direitos dos trabalhadores de unir-se e formar associações para negociar coletivamente, sem temer represálias. 5.Discriminação. Nenhuma discriminação a partir de raça, casta, origem,religião, deficiência, sexo, orientação sexual, sindicalização ou filiação política. 6.Práticas disciplinares. Proíbe castigo corporal, coerção física ou mental ouainda abuso verbal dos trabalhadores. 7.Jornada de trabalho. Estabelece o máximo de 48 horas de trabalho porsemana, pelo menos um dia de folga por semana, o máximo de 12 horasextra por semana com remuneração diferenciada. 8.Salários. Devem atender os mínimos padrões legais e fornecer renda sufi-ciente para as necessidades básicas, sobrando pelo menos um pouco. 9.Gestão. Define procedimentos para a implementação efetiva pela adminis-tração, revisão da conformidade à SA 8000, desde a determinação de pes-soas responsáveis até a manutenção de registros, solução de problemas e aadoção de ações corretivas.
Fonte: DNV Brasi
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Cul
tura
Badaladas de
Cultura
SUPERE60
Uma das cidades mais antigas de Minas Gerais, São João del-Rei, que temmais de 300 anos e cerca de 80 mil habitantes, possui um importante (epreservado) patrimônio histórico, tombado pelo Instituto do PatrimônioHistórico e Cultural (Iphan), desde 1943. A terra do líder dos inconfidentesse destaca, ainda, pela efervescência das atividades culturais, pela reli-giosidade e, sobretudo, pela melodiosa e peculiar "conversa" dos sinos.
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São João del-Rei é uma
cidade cheia de encantos. Eleita
a Capital da Cultura Nacional
2007, a terra natal de
Tiradentes e Tancredo Neves
tem mesmo muitas expressões
culturais que merecem
destaque: orquestras cen-
tenárias; "Inverno Cultural" (pro-
movido pela Universidade
Federal); arte e artesanato
(crochês, bordados, objetos de
estanho, móveis rústicos etc.);
festividades religiosas (com os
belíssimos "tapetes" enfeitando
os caminhos das procissões);
santeiros e sineiros (cujo tradi-
cional ofício passa de geração
para geração). Isso sem falar no
casario centenário, na ilumi-
nação que "imita" os lampiões
do Século XIX (com fiação
"invisível") e nas imponentes
igrejas nos estilos Barroco e
Neoclássico.
"A cidade onde os sinos
falam" é melódica, alegre e
muito receptiva. Assim como a
harmoniosa hospitalidade
mineira, a bem conservada e
encantadora arquitetura colonial
e a afinada culinária, a "conver-
sa às badaladas" é outra pecu-
liaridade de São João del-Rei.
Lá, para cada tipo de aconteci-
mento cristão, ou profano -
nascimento, casamento,
velório, procissão, incêndios,
datas comemorativas - há
dobres (toque lento) ou
repiques (toque rápido) particu-
lares dos sinos.
Sinos faladores
Conservando a tradição,
que teve origem no período
colonial, os sineiros mantêm
ativa a "fala" dos sinos. A lin-
guagem sineira é considerada
"Patrimônio Cultural Imaterial"
(ou patrimônio intangível) da
cidade, e espera registro do
Instituto do Patrimônio Histórico
e Cultural (Iphan). Tal registro é
considerado fundamental para a
preservação do ofício de sineiro
e, conseqüentemente, para a
manutenção da tradicional
comunicação dos badalos.
Hoje, há apenas dois sineiros
experientes em São João del-
Rei, eles tentam passar seus
conhecimentos a jovens apren-
dizes. Em algumas cidades
mineiras, como Sabará, por
exemplo, a tradicional lin-
guagem de dobres e repiques
vem fenecendo, por falta de
tocadores que dominem a arte
de manusear esses instrumen-
tos seculares.
No início, numa época
em não existiam as tecnologias
de comunicação disponíveis
hoje, essa conversação peculiar
dos sinos servia para estreitar
os laços entre a igreja e os fiéis,
congregando a comunidade.
Naquelas primeiras épocas,
quando nascia o filho de uma
autoridade, por exemplo, os
sinos anunciavam o fato; e até o
sexo do recém-nascido chega-
va aos ouvidos do povo por
meio de badaladas (menino:
nove pancadas no sino grande;
menina: sete pancadas no sino
médio ou grande).
Os são-joanenses con-
temporâneos ainda interpretam
bem essa linguagem e, pelo
número e tipo de toques,
sabem o que aconteceu ou
acontecerá e, em caso de cele-
brações/solenidades, identifi-
cam até o nome daquele será
vai celebrar/conduzir o rito
solene. Eventos importantes do
calendário litúrgico possuem
Dinorá Oliveira
SUPERE61
À noite, São João tem encantos
muito especiais
supere 16:Layout 1 26/8/2008 20:46 Page 61
SUPERE
códigos especiais dos sinos. Na
Semana Santa, por exemplo,
todos os sinos ficam mudos na
quinta-feira, no intervalo entre a
Missa da Ceia do Senhor e a
Missa da Vigília Pascal. Nenhum
sino pode ser tocado durante
esse período, nem mesmo
aqueles que marcam as horas
no relógio da Matriz de Nossa
Senhora do Pilar.
Assim como os sinos
conversam com a população,
as lendas e "causos"' da região
do Campo das Vertentes
dialogam com o perfil da
cidade. As ruelas e casarões
coloniais têm muita história para
contar, e o pessoal da
Cooperativa de Condutores de
Turistas do Município
(Coopertur) soube aproveitar
bem essa riqueza. Eles criaram
o projeto "By Night Tour -
Lendas": uma viagem pelo
tempo e pelas fantásticas
histórias típicas de cidades inte-
rioranas (leia destaque).
Entre os dias 1º e 3 de
agosto (sexta a domingo), a jor-
nalista Gisele Borges esteve em
São João del-Rei e se divertiu
com esse passeio noturno
repleto de folclore e História.
Para Gisele "São João del-Rei
apresenta um encantador equi-
líbrio entre o passado e o pre-
sente. Mesmo com inúmeras
construções históricas, é uma
cidade clara, e, principalmente,
viva. Os casarões, solares e
igrejas, muito bem conserva-
dos; as ruas, sempre limpas; e a
leveza da iluminação (subter-
rânea), nos levam a pensar
sobre nossa História com orgu-
lho, sem melancolia. Destaco a
dedicação dos são-joanenses,
sempre muito acolhedores, em
preservar a harmonia desse
patrimônio cultural".
O povo acolhedor, o
belíssimo casario centenário e a
efervescência cultural já seriam
Cul
tura
62
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um convite e tanto, mas a cidade
tem muito mais a oferecer. Quem
garante isso é o administrador de
empresas Mauro Alexandre
Carvalho Duarte, que, há oito
anos, trocou o corre-corre de
Belo Horizonte pela tranqüilidade
de São João del-Rei. Mauro conta
que, a princípio, o que o seduziu
foi a oportunidade de crescimento
profissional, já que fora convidado
a assumir uma posição hierar-
quicamente melhor na empresa,
numa unidade que começaria a
operar no município.
Hoje, a motivação dele vai
muito além. "Não pretendo mais
sair de São João de volta para a
Capital, e nem para qualquer
outra cidade grande. Aqui, existe
qualidade de vida, e o estresse,
com certeza, é bem menor.
Criminalidade e violência não exis-
tem, a gente pode andar com os
vidros dos carros abertos e ca-
minhar pelas ruas à noite sem
medo. A diferença é muito grande
em termos de trânsito e violência",
assevera o administrador.
Além dessa harmonia, o
morador adotivo destaca outros
atrativos, ressaltando: "como São
João del-Rei é uma cidade
Histórica não faltam opções de
passeios. Um dos mais
agradáveis é a viagem de "Maria
Fumaça" até Tiradentes. A parte
histórica também é um passeio
obrigatório, pois as igrejas e os
museus são ricos em cultura e
História. Existem também muitas
cachoeiras na linda Serra de São
José, que abraça a cidade", con-
clui Mauro.
Frio aquecido
No inverno, outras gratas
surpresas aguardam quem passeia
pelas históricas ruas de São João
del-Rei. Sob um clima ameno - a
região do Campo das Vertentes
(onde fica "del-Rei") é montanhosa
e, no mês de julho, a temperatura
média da cidade fica em torno dos
Na cidade
“del-Rei” até a
ponte é “real”
SUPERE63
supere 16:Layout 1 26/8/2008 20:46 Page 63
15º -, há o "Inverno Cultural" da
Universidade Federal de São João
del-Rei (UFSJ); a "Exposição de
Agropecuária" e, pegando carona
na "Maria Fumaça", tem-se a opor-
tunidade de saborear o famoso
"Festival Internacional de Cultura e
Gastronomia" da vizinha (e também
belíssima) Tiradentes.
Neste ano, a UFSJ realizou
a 21ª edição do "Inverno Cultural",
entre 12 e 26 de julho, homenage-
ando a cantora mineira Clara Nunes.
O evento é um programa de exten-
são que a universidade realiza,
desde 1988. Durante o "Inverno
Cultural", há oficinas, exposições,
shows e seminários, é uma ver-
dadeira festa de cultura e arte, com
manifestações em diversos locais
da cidade.
A Exposição de
Agropecuária, cuja 5ª edição ocor-
reu entre 7 e 10 de agosto deste
2008, no parque de exposições da
cidade, teve shows e palestras;
rodeios; torneio leiteiro, exposição
de gado Zebu e de Leite, além de
muita animação. Já o "Festival de
Gastronomia e Cultura" de
Tiradentes - que está 11º ano e é
mundialmente conhecido - é convite
a uma esticada à pequenina cidade
vizinha, preferencialmente na loco-
motiva "Maria Fumaça" (com 11
vagões de madeira), que segue o
leito do Rio das Mortes.
A viagem no charmoso tren-
zinho que liga São João del-Rei a
Tiradentes dura cerca de 40 mi-
nutos (percurso de 12 quilômetros),
e pode ser feitas às sextas, sábados
e domingos, e também nos feri-
ados. A ferrovia foi inaugurada em
1881, por Dom Pedro II e, segundo
os administradores, nunca parou de
funcionar.
Mas quem conhece bem a
cidade garante que São João del-
Rei surpreende positivamente em
qualquer estação. Afinal, a recepti-
vidade dos são-joanenses (inclu-
sive dos adotivos) não poupa
esforços para fazer os sinos
tocarem o ano inteiro, e as notícias
badaladas para os visitantes soam
sempre melodiosas.
Mistérios da noiteIdealizado pela Cooperativa de Condutores de Turistas do Município
(Coopertur), o projeto "By Night Tour - Lendas" é uma atração à parte nas
noites são-joanenses. O "By Night" leva grupos de pessoas a pontos turísti-
cos da cidade, noite adentro (são cerca de duas horas de duração). Em
determinados pontos, o turista é surpreendido pelas dramáticas encenações
de lendas de São João del-Rei. São Histórias que, garantem os contadores,
aconteceram exatamente ali naquele local que está sendo visitado no
momento. A maioria dos "causos" tem elementos do sobrenatural.
O roteiro completo conta com a encenação de sete lendas, em sete pon-
tos turísticos da cidade. São eles: Chica mal acabada (no Teatro Municipal);
Segredo (na Igreja de São Gonçalo); Sacrilégio (na Igreja de São Francisco);
O Retrato (na Casa 33 da Rua Santo Antônio); Missa das Almas (na Igreja
Nossa Senhora do Pilar); o Defunto que o diabo levou (no Solar da Baronesa)
e Irmão Moreira (no Cemitério do Carmo).
O "By Night" permite, ainda, que o visitante conheça realmente detalhes
da cidade, uma vez que o passeio é feito a pé. Durante o roteiro, além de
acompanhar o teatro, os guias dão explicações sobre peculiaridades de ruas,
monumentos e construções da cidade. Para realizar o passeio, acompa-
nhado das encenações, a Coopertur exige um número mínimo de dez pes-
soas. Em caso de grupos menores, as histórias fantásticas são apenas con-
tadas. Portanto, se você decidir visitar São João del-Rei, informe-se sobre o
passeio noturno pelos mistérios e belezas da Capital da Cultura 2007.
SUPERE64
“By night”, misturando causos e Histórianoite adentro
Cul
tura
O belorizontinoMauro diz quenão pretende
mais sair de SãoJoão del-Rei
Foto: Dinorá Oliveira
Foto: Arquivo Pessoal
SUPERE
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supere 16:Layout 1 26/8/2008 20:46 Page 65
SUPERE66
Arti
goPedro Mello
Se você tem um negócio próprio, independentemente do tamanho,
pare alguns instantes para pensar como responderia a essa pergunta.
Apesar de simples e objetiva, ela pode dar início a uma longa busca
pessoal para entender qual é o seu perfil "empreendedor". O que você
ganha com isso? Eu diria que, no mínimo, quanto mais você desen-
volver seu autoconhecimento, maior a probabilidade de seu negócio
decolar e também de você ter uma vida mais equilibrada.
Perfil Empreendedor
No perfil mais empreendedor, você encontrará características positivas,
como determinação, ótima comunicação, espírito comercial muito
desenvolvido, capacidade de começar tudo do zero quantas vezes for
necessário, quebra de paradigmas, inovação, positivismo, liderança e
criatividade. Mas também encontrará certa dificuldade em "domes-
ticar" esse perfil de empreendedor, numa tocada mais cotidiana,
departamentos com estruturas mais organizadas, controles opera-
cionais mais formais, gerenciamento periódico da situação contábil e
financeira da empresa e planejamento do seu futuro.
Entre a ousadia, coragem, criatividade e determinação do perfil
empreendedor, é preciso encontrar espaço para sócios ou profissio-
nais que complementem essas características, como controles finan-
ceiros mais rígidos, processos mais claros e transparentes para toda
equipe e planejamento anual. Senão, a probabilidade de a empresa ver
o caos se instaurar e perder o controle financeiro e operacional é
grande.
É muito comum conhecer histórias de empreendedores que saíram do
zero, cresceram rapidamente e, da mesma maneira, desapareceram,
por ter perdido totalmente o controle dos seus negócios.
mais do que simplesmente se passa no escritório, são fun-
cionários capazes de CRIAR ALGO INOVADOR, que pos-
suem mais recursos para administrar os desafios. São pes-
soas preocupadas em buscar cada vez mais a excelência
no que fazem!
Muitos diretores, gerentes, presidentes e donos não fazem
isso nas empresas que comandam, porque quanto mais
conhecimento e mais cultura dos funcionários, maior é o
poder de percepção dos funcionários em relação aos seus
serviços, direitos e ao próprio andamento da empresa.
Acredite! É melhor você discutir com pessoas inteligentes,
a concordar com pessoas ignorantes!
"Não existe nada tão caro quanto a ignorância."
Horace Mann
na sua empresaValorize a CULTURA
Thiago Concer
Especialista em
Gestão de
Comunicação e
Marketing,
Bacharel em
Relações Públicas
e Gestor em
Comunicação,
com estudos em
Comunicação
ÁudioVisual pela
Universidade de
Salamanca,
na Espanha.
Pal
estra
nte
do E
vent
o S
UP
ERE
2008
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SUPERE68
Som
mel
ier S
uper
e
quet. Ele fica fechado. Na boca, percebe-se pouca coisa da estrutura, ele ficaráduro e bem adstringente. No vinho servi-do com a temperatura alta, porém, oálcool vai cobrir os outros aromas e, naboca, ficará um gosto desagradável, maisalcoólico do que é, e completamentedesequilibrado.
Por isso, deve-se considerar a temperatu-ra ambiente. Se estiver muito quente, ovinho deve ser resfriado, ficando umpouco abaixo da temperatura indicada,pois ele vai aquecer mais rápido e, duranteo serviço, atingirá a temperatura ideal. Masse o ambiente estiver frio, ótimo, pode-seservir na temperatura indicada.
Para chegar a uma temperatura maisbaixa e rápida, basta colocar a garrafanum balde com gelo e água. Uma garrafadeixada durante 8 minutos nessa misturasofrerá uma queda de 5ºC na temperatu-ra, o que corresponde a 60 minutos nageladeira (não se deve guardar o vinho nageladeira, apenas deixar de um dia para ooutro, só para resfriar, não tem o menorproblema). É preciso estar atento com aovinho no balde, para que ele não fiquegelado, e se possa aproveitar tudo que ovinho tem de melhor.
Vinho na temperatura ideal!? É hora deescolher a taça correta para os vinhosescolhidos, mas esse é um assunto paraoutro dia. Tim tim ...
O enólogo, ao produzir o seu vinho, define qual é o estilo quepretende alcançar, através das uvas, das leveduras, se vai afi-nar em carvalho, e quanto tempo vai permanecer. Colocado ovinho no mercado, o enófilo precisa apreciar, ao máximo, osaromas, o frescor e toda a estrutura do vinho. O serviço dovinho é uma arte muito importante nos restaurantes, e tambémpara as pessoas que recebem amigos em sua casa. O corretoserviço do vinho faz com que a bebida apresente o que tem demelhor.
A algum tempo atrás, pedir para se resfriar um vinho tinto eraum sacrilégio. Tínhamos a idéia de que o tinto era servido emtemperatura ambiente (na Europa sim). No Brasil, é impossíveldegustar dessa forma, por exemplo, um Shiraz australiano (de14,5 de álcool), no verão, quando a temperatura alcança 35ºC,com tal calor, esse vinho vai estar péssimo.
A temperatura ideal
Depois da escolha do tipo de vinho a ser servido, é muitoimportante servi-lo na temperatura ideal, para que o líquido sejaapreciado em suas melhores condições, valorizando suas ca-racterísticas mais especiais. Em geral, os espumantes brancose os rosados são servidos mais frios. Espumantes eChampagnes entre 6 - 8ºC, e brancos entre 8 - 10ºC. Essesvinhos têm como características a delicadeza aromática e umaboa acidez, que vai transmitir frescor, qualidades exaltadas, emparte, pela temperatura mais baixa. Os rosados são servidosentre 10 e 12ºC, enquanto que os tintos vão para a taça entre14 e 20ºC, dependendo de sua estrutura.
Os tintos jovens, pouco encorpados e frutados, são servidos aaproximadamente 14ºC; no caso de estarmos diante de umgrande tinto, mais complexo, envelhecido e delicado, este éservido a 18ºC, para conservar e mostrar todas as suas quali-dades. Em um tinto gelado, não se percebe os aromas, o bou-
Vinhosao máximoAproveitar o vinho
Por Arilton Soares*
* Professor da ABS-Minas e Sommelier da PIZZARIA OLEGÁRIO: Av. Olegário Maciel, 1748 Lourdes - BH - MG - Tel.: 31 3292 4692 - [email protected]
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SUPERE69Envie suas sugestões para esta coluna. End.: Av. Prudente de Morais, 44 - 3º andarCidade Jardim - CEP 30380-000 - BH - MG ou para o e-mail: [email protected]
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